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PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL MARINGÁ 2012

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CURRÍCULO DAEDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

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    CURRCULO DA EDUCAO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

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    PREFEITURA DO MUNICPIO DE MARING

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO

    CURRCULO DA

    EDUCAO INFANTIL E ANOS

    INICIAIS DO ENSINO

    FUNDAMENTAL

    MARING

    2012

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    EQUIPE RESPONSVEL

    Silvio Magalhes Barros II

    Prefeito de Maring

    Carlos Roberto Pupin

    Vice-Prefeito de Maring

    Edith Dias de Carvalho

    Secretria de Educao

    Adriana de Oliveira Chaves Palmieri

    Diretora de Ensino

    Sandra Regina Alto dos Santos

    Gerente da Educao Infantil

    Graziela Cristina Perez Garcia Batiston (2009-2012)

    Mrcia Regina Chioderolli Folgosi

    Gerente do Ensino Fundamental

    Lucia Catto Magalhes Campelo

    Gerente de Apoio Pedaggico Interdisciplinar

    Ana Paula Pires

    Gerente da Educao de Jovens e Adultos

    Leonides dos Reis Mamprim (2009-2012)

    Gisele Aurora de Assumpo

    Gerente do Programa Mais Educao

    Joo Luiz Gasparin

    Consultor Pedaggico

    Debora Gomes

    Erick Rodrigo Bucioli

    Assessores Pedaggicos e Coordenadores Gerais

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    Ana Patrcia F. Turwowski

    Carla Lucelia Bessani Paixo

    Cinthia Chiqueto Rodrigues

    Edna Salete Radigon da Delalbera

    Elenice Gonalves Simoni

    Eliana Moreira Amaral de Souza

    Elianara Villa Nova Macedo

    Gisele Aurora de Assumpo

    Kelly Helloysi Santini

    Luciana Zamponi

    Meire Bono Soares

    Nilda da Silva Martins

    Priscila Viviane de Souza

    Raquel Lipe de Oliveira Marchioli

    Rosely Bagini Guarido

    Solange Cristina D'Antonio

    Sueli Cristina Locatelli

    Suely Ruy Men

    Valria Cristina de Oliveira Bravim

    Educao Infantil

    Ana de Farias Pinto

    Brbara Amabile Benvenutti

    Denise Fanny Kemmer Futlik Martinelli

    Sandra Maria Brendolan

    Ensino Fundamental - Arte

    Anne Elise Saara Santos Carvajal

    Erick Rodrigo Bucioli

    Graziela Cristina Perez Garcia Batiston

    Maria Aparecida Cavalher Ferreira

    Mariana Borgognoni Petrocelli

    Suely Ruy Men

    Ensino Fundamental Cincias

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    Andrea Gomes Cirino

    Debora Gomes

    Fernanda de Araujo Quevedo Lages

    Karen Cristina Chicati

    Ensino Fundamental Educao Fsica

    Ana Maria Rodrigues de Vasconcelos

    Andria Cristina dos Santos

    Elisabethe Lovato De Marchi

    Rosngela Brogin

    Rosemeire Soares Plepis

    Ensino Fundamental Ensino Religioso

    Adriana Caldeira dos Santos Gualberto

    Juliana Rosa Bogo Braz

    Rosely Bagini Guarido

    Rosilene Nascimento Polizeli

    Ensino Fundamental Geografia

    Ana Paula Rodrigues

    Cintya Correa Dorne de Carvalho

    Edilene Cunha Martinez

    Eliana Moreira Amaral de Souza

    Lcia Catto Magalhes

    Sandra Mara Milak

    Ensino Fundamental Histria

    Cinthia Chiqueto Rodrigues

    Daniele Audrey de Souza Crubelati

    Glucia Maruiti

    Mrcia Regina Chioderolli Folgosi

    Meire Bono Soares

    Raquel Lipe de Oliveira Marchioli

    Silvana Hoffmann

    Ensino Fundamental Lngua Portuguesa

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    Elenice Gonalves Simoni

    Gisele Aurora de Assumpo

    Patrcia Gongora Rosa

    Solange Cristina D'Antonio

    Sueli Cristina Locatelli

    Ensino Fundamental - Matemtica

    Foto da Capa

    Assessoria de Comunicao/PMM

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    A viagem no acaba nunca. S os viajantes acabam.

    E mesmo estes podem prolongar-se em memria, em

    lembrana, em narrativa.

    Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:

    No h mais o que ver

    Saiba que no era assim.

    O fim de uma viagem apenas o comeo de outra.

    preciso ver o que no foi visto, ver outra vez o que

    se viu j, ver na primavera o que vira no vero, ver

    de dia o que se viu de noite, com o sol onde

    primeiramente a chuva caa, ver a seara verde, o

    fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra

    que aqui no estava.

    preciso voltar os passos que foram dados, para

    repetir e para traar caminhos novos ao lado deles.

    preciso recomear a viagem. Sempre.

    Jos Saramago

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    SUMRIO

    APRESENTAO................................................................................................................ ......015

    PROPOSTA TERICO METODOLGICA DA REDE MUNICIPAL DE MARING........................018

    Marco histrico e terico.........................................................................................018

    Marco pedaggico e didtico..................................................................................021

    EDUCAO INTEGRAL............................................................................................................030

    ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: A BUSCA POR UMA EDUCAO INCLUSIVA

    DE QUALIDADE .................................................................................................... ..................047

    AMBIENTES EDUCACIONAIS INFORMATIZADOS....................................................................069

    EDUCAO INFANTIL.............................................................................................................076

    INFANTIL 1................................................................................................. .............................106

    INFANTIL 2................................................................................................. .............................111

    INFANTIL 3..............................................................................................................................117

    INFANTIL 4................................................................................................. .............................125

    INFANTIL 5..............................................................................................................................136

    ENSINO FUNDAMENTAL.........................................................................................................150

    ARTE........................................................................................................................................156

    Arte 1 ano....................................................................................................... ..........162

    Arte 2 ano.................................................................................................................170

    Arte 3 ano.................................................................................................................178

    Arte 4 ano.................................................................................................................186

    Arte 5 ano.................................................................................................................196

    CINCIAS.................................................................................................................................207

    Cincias 1 ano..........................................................................................................210

    Cincias 2 ano..........................................................................................................213

    Cincias 3 ano..........................................................................................................215

    Cincias 4 ano..........................................................................................................218

    Cincias 5 ano..........................................................................................................221

    EDUCAO FSICA..................................................................................................................225

    Educao Fsica 1 ano.............................................................................................233

    Educao Fsica 2 ano.............................................................................................236

    Educao Fsica 3 ano.............................................................................................239

    Educao Fsica 4 ano.............................................................................................242

    Educao Fsica 5 ano.............................................................................................246

    ENSINO RELIGIOSO.................................................................................................................251

    Ensino Religioso 1 ano............................................................................................252

    Ensino Religioso 2 ano............................................................................................255

    Ensino Religioso 3 ano............................................................................................258

    Ensino Religioso 4 ano............................................................................................261

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    Ensino Religioso 5 ano............................................................................................264

    GEOGRAFIA.............................................................................................................................268

    Geografia 1 ano........................................................................................................271

    Geografia 2 ano........................................................................................................274

    Geografia 3 ano........................................................................................................276

    Geografia 4 ano........................................................................................................277

    Geografia 5 ano........................................................................................................280

    HISTRIA.................................................................................................................................284

    Histria 1 ano...........................................................................................................291

    Histria 2 ano...........................................................................................................295

    Histria 3 ano...........................................................................................................299

    Histria 4 ano...........................................................................................................301

    Histria 5 ano...........................................................................................................304

    LNGUA PORTUGUESA............................................................................................................311

    Lngua Portuguesa 1 ano.......................................................................................324

    Anexo I: Gneros Textuais sugeridos para o 1 ano...........................................332

    Lngua Portuguesa 2 ano.......................................................................................333

    Anexo II: Gneros Textuais sugeridos para o 2 ano...........................................343

    Lngua Portuguesa 3 ano.......................................................................................344

    Anexo III: Gneros Textuais sugeridos para o 3 ano.........................................356

    Lngua Portuguesa 4 ano.......................................................................................357

    Anexo IV: Gneros Textuais sugeridos para o 4 ano..........................................370

    Lngua Portuguesa 5 ano.......................................................................................371

    Anexo V: Gneros Textuais sugeridos para o 5 ano...........................................385

    MATEMTICA..........................................................................................................................388

    Matemtica 1 ano....................................................................................................404

    Matemtica 2 ano....................................................................................................410

    Matemtica 3 ano....................................................................................................417

    Matemtica 4 ano....................................................................................................423

    Matemtica 5 ano....................................................................................................431

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    APRESENTAO

    A Rede Municipal de Ensino de Maring constitui uma rede de Ensino que

    atende em 2012, dez mil educandos, em cinquenta e sete Centros Municipais de

    Educao Infantil e dezessete mil educandos dos anos iniciais do Ensino

    Fundamental, em quarenta e nove Escolas Municipais.

    Todos os profissionais da educao da Rede Municipal de Ensino percorreram

    um longo percurso no que concerne s propostas curriculares utilizadas nas

    unidades escolares, no entanto, destacaremos as aes realizadas a partir do ano de

    2006, a partir do qual estvamos desempenhando nossas funes nesta Secretaria e

    foi o momento em que a Rede Municipal de Ensino debruou-se sobre os estudos das

    Diretrizes Curriculares do Estado do Paran, lanada primeiramente em verso

    preliminar. A partir de 2007 iniciaram-se os estudos sobre o Ensino Fundamental de

    Nove Anos, sendo organizado a partir do Currculo Bsico do Estado do Paran,

    da Proposta Curricular existente na rede, das Orientaes para a (re)elaborao,

    implementao e avaliao da Proposta Pedaggica na Educao Infantil Secretaria

    de Estado da Educao do Paran e das Diretrizes Curriculares do Estado do

    Paran, a Proposta Curricular para Educao Infantil e o Ensino Fundamental de

    Nove Anos do Municpio de Maring; nesse momento, houve ainda a atualizao

    das Propostas Pedaggicas das Escolas Municipais, as quais delimitam alm de

    dados institucionais, questes tericos metodolgicas pertinentes ao

    encaminhamento pedaggico da Rede Municipal de Ensino de Maring.

    No ano de 2008, iniciou-se a utilizao da nova Proposta Curricular, bem

    como, o estudo da Coleo Indagaes sobre Currculo: Currculo e

    Desenvolvimento Humano; Educandos e Educadores seus direitos e o currculo;

    Currculo, conhecimento e cultura; Diversidade e currculo; Currculo e Avaliao

    Ministrio da Educao Secretaria de Educao Bsica. Braslia, 2007., enviada

    pelo MEC para todas as unidades escolares. Na Educao Infantil, iniciou-se a

    atualizao dos Projetos Polticos Pedaggicos.

    Em 2009, houve o estudo em torno do documento A criana de 6 anos,

    linguagem escrita e o Ensino Fundamental de nove anos: orientaes para o trabalho

    com a linguagem escrita em turmas de crianas de seis anos de idade, de Francisca

    Izabel Pereira Maciel, Mnica Correia Baptista e Sara Mouro Monteiro (orgs.).

    Ministrio da Educao Secretaria de Educao Bsica, Braslia, 2009, alm do

    PDE : Plano de Desenvolvimento da Educao: Prova Brasil: Ensino Fundamental:

    matrizes de referncia, tpicos e descritores. Ministrio da Educao Secretaria de

    Educao Bsica. Braslia : MEC, SEB; Inep, 2008.

    No ano de 2010, estudamos ainda o documento Ensino Fundamental de

    Nove Anos Orientaes Pedaggicas para os Anos Iniciais Secretaria de Estado da

    Educao do Paran. Curitiba: SEED, 2010., alm de realizarmos a atualizao de

    todos os Regimentos Escolares e o estudo sobre a Proposta Terico-Metodolgica da

    Rede com os professores recm-contratados.

    No incio de 2011, realizamos o estudo sobre a Proposta Terico-Metodolgica

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    da Rede Municipal de Ensino, tendo a sntese deste estudo publicada na Revista

    Maring Ensina de maio/junho/julho de 2011.

    No dia 01/08/2011, foi feito um encaminhamento em relao proposta do

    Frum da Rede Municipal de Maring: Proposta Curricular da Educao Infantil e

    do anos iniciais do Ensino Fundamental, o qual foi debatido com as diretoras das

    unidades escolares, que repassaram as informaes para suas equipes pedaggicas,

    debatendo-as e possibilitando a organizao adequada das aes propostas em cada

    unidade escolar, conforme cronograma abaixo:

    Agosto de 2011: realizao de reunies preparatria com equipe

    pedaggica da SEDUC, representantes das unidades escolares, das

    instituies de Ensino Superior, do Ncleo Regional de Ensino de Maring

    e do Conselho Municipal de Educao.

    Agosto, setembro e outubro de 2011: debate sobre as novas demandas,

    exigncias e descrio dos objetivos de aprendizagem na Educao Infantil

    e nos anos iniciais do Ensino Fundamental; elaborao de propostas em

    relao a pontos para suprimir, acrescentar e/ou reescrever na atual

    Proposta Curricular;

    Outubro de 2011: indicao de delegados representando os funcionrios

    de todas as Unidades Escolares;

    04, 05, 18 e 19 de novembro de 2011: Frum da Rede Municipal de

    Maring: Proposta Curricular da Educao Infantil e dos anos iniciais do

    Ensino Fundamental.

    Nessa perspectiva, a Secretaria de Educao se adiantou aos estudos

    necessrios, enviando a todas as unidades escolares as snteses produzidas em torno

    dos documentos de apoio para estudos:

    Currculo: processo histrico e concepes de Tomaz Tadeu da Silva. 2004.

    Coleo Indagaes sobre Currculo. MEC, 2007.

    Currculo Bsico para Escola Pblica. SEED. 1990.

    Orientaes para a (re) elaborao, implementao e avaliao da Proposta

    Pedaggica na Educao Infantil. SEED, 2006.

    Parmetros Nacionais de Qualidade para Educao Infantil. vol. 1 e 2.

    MEC, 2006.

    Referencial Curricular Nacional para Educao Infantil. vol. 1, 2 e 3. MEC,

    1998.

    Ensino Fundamental de Nove anos: orientaes pedaggicas para os anos

    iniciais. SEED, 2010.

    Parmetros Curriculares Nacionais. MEC, 1997.

    Provinha Brasil: matriz de referncia para avaliao de Alfabetizao e do

    letramento inicial. MEC, 2009/2011a.

    Provinha Brasil: matriz de referncia para avaliao da Alfabetizao

    Matemtica inicial. MEC, 2009/2011b.

    A criana de 6 anos, a linguagem escrita e o Ensino Fundamental de nove

    anos: orientaes para o trabalho com a linguagem escrita em turmas de

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    crianas de seis anos de idade, de Francisca Izabel Pereira Maciel, Mnica

    Correia Baptista e Sara Mouro Monteiro, 2009.

    PDE: Plano de desenvolvimento da educao: Prova Brasil: Ensino

    Fundamental: Matrizes de referncia, tpicos e descritores. MEC, 2008.

    Alm disso, ao longo da utilizao da Proposta Curricular 2008-2011,

    observou-se que, durante os planejamentos, muitas proposies e questionamentos

    foram levantados e debatidos, tanto nas unidades escolares como na Secretaria de

    Educao. Portanto, ao iniciarmos uma programao focando as discusses em torno

    de novas proposies para a atual Proposta Curricular, fez-se isso com uma trajetria

    traada em anos de estudos, debates e aes no interior das unidades escolares, os

    quais nos forneceram subsdios para sistematizarmos uma nova Proposta Curricular

    fixando ento, um Currculo para Rede Municipal de Ensino de Maring.

    Destacamos que as proposies aprovadas no Frum Municipal por consenso

    ou maioria de cinquenta por cento mais um, esto presentes neste documento, no

    qual a equipe da Secretaria de Educao primou por garantir um Currculo

    Mximo e que venha ao encontro de uma educao de qualidade. Ressaltamos que,

    ao reorganiz-lo em uma nova estrutura, transformamos as expectativas de

    aprendizagem encaminhadas pelas unidades escolares em objetivos especficos que

    descrevem o que fazer (instrumentalizao) e porque fazer (prtica social), visando

    garantir o mximo de informaes necessrias ao entendimento dos contedos a

    serem trabalhados, bem como o trabalho previsto pela Pedagogia Histrico-Crtica.

    Por fim, destacamos que este documento foi organizado aps a realizao do

    Frum da Rede Municipal de Ensino de Maring: Proposta Curricular da Educao

    Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, o qual suscitou muitos debates,

    convergncias e divergncias, aes essas, inerentes, necessrias e salutares a

    qualquer processo em que se permite a participao democrtica de todos os

    envolvidos, ainda mais quando estamos tratando de uma educao para todos, mas

    conscientes de que educao se faz de crenas e verdades internas, sentidas e vividas

    por cada um.

    Debora Gomes

    Erick Rodrigo Bucioli

    Coordenadores Gerais

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    PROPOSTA TERICO METODOLGICA DA REDE MUNICIPAL

    DE MARING Debora Gomes

    Joo Luiz Gasparin

    MARCO HISTRICO E TERICO

    A Rede Municipal de Ensino de Maring no um sistema prprio de educao, portanto encontra-se vinculada Secretaria de Estado da Educao do

    Paran (SEED), a qual, em 1990, publicou o Currculo Bsico para a Escola Pblica

    do Paran, que alm de ser a proposta curricular sistematizada para todas as escolas

    pblicas, destacou-se como documento terico-metodolgico norteador e orientador

    do currculo de muitos municpios paranaenses. Esse documento ressalta que A educao existe para propiciar a aquisio de instrumentos que

    possibilitem o acesso ao saber elaborado (cincia), bem como o prprio

    acesso aos rendimentos desse saber (SAVIANI, 1986. p. 9).

    Ao apreender a escola, a partir de sua razo histrica, a questo do

    conhecimento, explicativo da organizao da sociedade, de sua produo

    material e cultural, passa a ser central e direcionadora da potencialidade da

    escola numa sociedade como a nossa.

    A discusso em torno do resgate da essencialidade da escola conta hoje com

    a contribuio fundamental dos educadores que perseguem a construo da

    pedagogia histrico-crtica, sendo que a contribuio do professor

    Dermeval Saviani tem sido determinante nessa compreenso da tarefa

    escolar.

    Para essa compreenso pedaggica cabe escola dosar e sequenciar o saber

    sistematizado, o conhecimento cientfico, tendo em vista o processo de sua

    transmisso-assimilao. A tarefa que se impe organizar o saber escolar,

    ou seja, tomar como elemento norteador das atividades da escola a

    socializao do conhecimento sistematizado. (SEED, 1990. p. 16, grifo nosso)

    O mesmo documento, ao tratar do desenvolvimento do ser humano e da

    aquisio de conhecimentos na escola, assinala que: O desenvolvimento um processo integrado, que abrange todos os aspectos

    da vida humana (fsico, emocional, cognitivo e social), no complexo, no qual

    diversas funes so formadas. (SEED, 1990. p. 19)

    Nessa perspectiva, a proposta da SEED aponta questes salutares que devero

    ser analisadas e levadas em conta na elaborao do planejamento e no

    desenvolvimento das atividades de ensino e aprendizagem da escola. Dentre elas

    vale ressaltar: Desenvolvimento e aprendizagem so, como dissemos, aspectos integrantes

    do mesmo processo de constituio do indivduo.

    A aprendizagem da criana no pode ser entendida simplesmente como

    aprendizagem de conhecimento formal, pois alm de aprender as coisas que

    lhe so ensinadas na creche, na pr-escola e na escola, aprende tambm a

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    19

    desempenhar papis, a se relacionar afetivamente com as outras pessoas da

    famlia e da comunidade e a agir como elemento integrante do grupo. Dessa

    forma, o aspecto afetivo do desenvolvimento to importante quanto o

    cognitivo. [...]

    Na infncia, a compreenso das coisas construda a partir da ao concreta

    no real. A atividade da criana, dessa forma, fundamental. Entendemos

    atividade como a ao da criana no meio, podendo esta ser caracterizada

    como os jogos e brincadeiras, explorao do ambiente, modificao dos

    elementos que constituem esse meio, observao, etc. Na atividade h

    identidade de motivo e objetivo. [] (SEED, 1990. p. 20-21, grifo nosso)

    Essa linha de pensamento - Pedagogia Histrico-Crtica - adotada pela

    Secretaria de Educao de Maring, tem sua base terica fundamentada na Teoria

    Histrico Cultural e no materialismo histrico-dialtico.

    A teoria histrico-cultural foi criada no perodo de 1924 a 1934, por Vygotsky e

    seus colaboradores; dentre eles, os mais conhecidos so Luria e Leontiev. Apesar de

    no ter recebido uma educao formal em psicologia, Lev Semionovich Vygotsky

    considerado um dos maiores psiclogos do sculo XX.

    De nacionalidade russa, Vygotsky nasceu em 1896 e faleceu em 1934, mas

    apesar de uma vida curta, produziu cerca de duzentas obras, das quais muitas se

    perderam. No entanto, inspirado por Marx e Engels produziu uma das teorias mais

    promissoras da psicologia. Segundo Palangana 2001, p. 107: [] somente por volta de 1920 que os estudiosos da rea comearam a se

    preocupar em estruturar a psicologia sobre as bases dialtico-materialistas.

    Foram os trabalhos de Vygotsky e, mais tarde, os de Rubenstein que deram

    incio a essa tarefa. Com eles tornou-se possvel compreender o significado

    do Marxismo para a psicologia. Luria define seu mestre, Vygotsky, como o

    maior terico marxista entre os psiclogos soviticos. Segundo Luria, nas

    mos de Vygotsky, o mtodo marxista de anlise desempenhou um papel

    vital na orientao de novas perspectivas que se desenhavam para a cincia

    psicolgica.

    De acordo com Oliveira, apud Verdinelli (2007), Vygotsky teve influncia de

    quatro ideias marxistas, que ficam evidenciadas em seus trabalhos: [] a primeira, o modo de produo de vida material condiciona a vida

    social, poltica e espiritual do homem; a segunda, o homem um ser

    histrico que se constri por meio de suas relaes com o mundo material e

    social. Nesse sentido, o processo de trabalho, ou seja, a transformao da

    natureza o processo privilegiado nas relaes homem-mundo. Terceira, a

    sociedade humana uma totalidade em constante transformao, portanto,

    um sistema dinmico e contraditrio, que precisa ser compreendido como

    processo em mudana e em desenvolvimento; quarta, as transformaes

    qualitativas ocorrem pela chamada sntese dialtica, por meio de elementos

    presentes numa determinada situao (p. 44).

    No prprio tema - teoria histrico cultural - ficam destacados dois aspectos da

    teoria de Marx, os quais fundamentaram o desenvolvimento da psicologia de

    Vygotsky: o histrico que trata da vida social do homem registrada ao longo de

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    20

    dcadas e o cultural que est relacionado aos hbitos, costumes, conhecimentos e

    crenas, dos quais o homem, como ser pertencente sociedade, se apropria ao longo

    de sua existncia. Enfim, a psicologia do desenvolvimento para Vygotsky, est

    pautada nos aportes da cultura, na interao social e na dimenso histrica do

    desenvolvimento mental (IVIC, 2010. p. 10). Ivic (2010) afirma que se a teoria

    histrico cultural tivesse que ser definida por uma srie de palavras seria teoria

    scio-histrico-cultural-do desenvolvimento das funes mentais superiores (2010,

    p. 15).

    Teoria scio, pois para Vygotsky o ser humano se caracteriza por ser um ser

    social, ou seja, o desenvolvimento infantil segundo sua teoria acontece da seguinte

    forma: por meio de outros, por intermdio do adulto que a criana se envolve em

    suas atividades. Absolutamente, tudo no comportamento da criana est

    fundido, enraizado no social. Assim, as relaes da criana com a realidade

    so, desde o incio relaes sociais. Nesse sentido, poder-se-ia dizer que o

    beb um ser social no mais elevado grau. (VYGOSTY, 1984. p. 281)

    De acordo com essa teoria, por meio da sociabilidade que a criana ir

    estabelecer as interaes com seu meio. Portanto, no desenvolvimento da primeira

    infncia as interaes assimtricas so muito importantes, tendo em vista que, por

    meio delas, a criana ir interagir tanto com outras crianas, quanto com os adultos, o

    que ir contribuir efetivamente no seu desenvolvimento.

    Segundo Ivic (2010, p. 18), Vygotsky trata a relao entre desenvolvimento e

    aprendizagem, entendendo que [] mesmo quando se trate de uma funo que fortemente determinada

    pela hereditariedade [], a contribuio do contexto social da aprendizagem

    , da mesma forma, construtivo e no se reduz, nem somente ao papel de

    ativador, como no caso do instinto, nem somente ao papel de estimulao do

    desenvolvimento [...].

    Observa-se que, mesmo num processo de desenvolvimento que ocorre

    sistematicamente pela evoluo biolgica do ser humano, na concepo vygotskyana,

    a aprendizagem poder potencializar esse processo por meio dos instrumentos

    gerados pela cultura, ampliando suas possibilidades naturais. Nessa perspectiva, os

    conhecimentos cientficos so instrumentos culturais que possuem informaes

    profundas, portanto, quando as crianas se apropriam dos mesmos ampliam suas

    possibilidades de pensamento. Assim, a educao [] no se limita somente ao fato

    de influenciar o processo de desenvolvimento, mas ela reestrutura de maneira

    fundamental todas as funes do comportamento. (VYGOSTKY apud IVIC, 2010, p.

    24)

    Vygotsky entende que, para alm da transmisso de informaes e

    conhecimento cientfico, a educao uma das fontes de desenvolvimento da criana,

    exercendo um papel fulcral nessa ao.

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    MARCO PEDAGGICO E DIDTICO

    A filosofia de Marx serviu de base para a Pedagogia Histrico-Crtica proposta

    por Dermeval Saviani. O estudioso, na dcada de 1980, diante da busca pela

    superao das teorias no-crticas representadas pelas tendncias tradicionais,

    renovada progressista, renovada no-diretiva e tecnicista, bem como das teorias

    crtico-reprodutivistas, prope um trabalho voltado especificamente paras as

    questes centradas na problemtica pedaggica, porm compreendendo a educao

    a partir de seus condicionantes sociais. Tanto a Pedagogia Histrico-Crtica, quanto a

    psicologia de Vygostky tm suas bases tericas em Marx. Para Saviani, a teoria histrico-cultural e a pedagogia histrico-crtica so distintas porque

    enquanto a primeira se volta para a questo psicolgica, a segunda se centra

    na problemtica pedaggica. Mas ambas as teorias mantm afinidades entre

    si, uma vez que se fundam na mesma concepo terico-metodolgica, isso

    , o materialismo histrico-dialtico, cuja matriz remete s elaboraes

    terico-filsoficas de Marx (SAVIANI, 2010. p. 14-15).

    A proposta da pedagogia histrico-crtica, ao considerar a sociedade vigente,

    ou seja, uma sociedade capitalista, afirma que possvel desenvolver uma educao

    que no vise reproduzir e fortalecer os ideais do capitalismo, mas sim fazer que as

    pessoas que so refns desse sistema o compreendam e tenham acesso a

    conhecimentos que possam auxiliar na superao de suas condies. Saviani (1986) destaca que, para que a escola funcione bem, necessrio que se

    utilizem mtodos de ensino eficazes, por serem eles que estimularo a

    atividade e iniciativa dos educandos, no entanto sem abrir mo da iniciativa

    do professor. O mtodo deve favorecer o dilogo dos educandos entre si e com

    o professor, mas sem deixar de valorizar o dilogo com a cultura acumulada

    historicamente. Levar em conta os interesses dos educandos, os ritmos de

    aprendizagem e o desenvolvimento psicolgico, sem, contudo, perder de vista

    a sistematizao lgica dos conhecimentos, sua ordenao e gradao para

    efeitos do processo de transmisso-assimilao dos contedos cognitivos

    (VERDINELLI, 2007. p. 59).

    A proposta de Saviani visa auxiliar e orientar a ao pedaggica no interior

    das escolas. uma concepo que considera as relaes sociais e a histria do

    indivduo. Assim, todo e qualquer trabalho escolar dever iniciar-se partindo do que

    os educandos j trazem consigo, ascender para as abstraes o conhecimento

    cientfico-cultural - culminando em aes que extrapolem as salas de aula.

    Gasparin (2009) prope, ento, a Didtica para a Pedagogia Histrico-Crtica,

    entendendo-a como a prxis pedaggica. Essa didtica estrutura-se em quatro nveis:

    a) A Teoria do conhecimento do materialismo histrico dialtico, cuja

    diretriz fundamental, no processo de elaborao e apropriao do

    conhecimento cientfico-cultural, consiste em partir da prtica, ascender

    teoria e retornar prtica em forma de prxis.

    b) A Teoria histrico-cultural vygotskyana, que considera o nvel de

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    desenvolvimento atual do educando, a zona de seu desenvolvimento

    prximo, a fim de alcanar o novo nvel de desenvolvimento como

    sntese das duas fases anteriores.

    c) A Pedagogia histrico-crtica, proposta por Saviani, expressa-se nos

    cinco passos: prtica social inicial, problematizao, instrumentalizao,

    catarse e prtica social final.

    d) A Didtica da pedagogia histrico-crtica busca traduzir na prtica

    escolar, pela ao docente-discente, todo o processo didtico-pedaggico

    na reelaborao e apropriao do contedo com significado e sentido

    individual e social para o educando

    A seguir so apresentados os cinco passos da nova didtica que podero

    orientar o trabalho do professor em suas aulas.

    1. Prtica social inicial: a primeira fase, a primeira leitura da realidade, ou

    seja, um primeiro contato do educando com o tema a ser estudado. O professor com

    sua viso sinttica interage com o educando que traz o saber prvio, ou seja, a viso

    sincrtica. Nesse momento, alm de mobilizar e despertar o interesse do educando

    pelo contedo que ser estudado, dever ouvi-lo de maneira que o torne sujeito do

    processo, ou seja, fazer que o educando, por meio dos conceitos espontneos que

    detm, consiga trilhar o percurso inicial para o acesso ao conhecimento cientfico.

    Nesse momento ser feita a listagem de contedos, que poder ser elaborada por

    unidades, tpicos e objetivos.

    2. Problematizao: a segunda fase, para Saviani (1986, p. 74), visa detectar

    que questes precisam ser resolvidas no mbito da prtica social e, em consequncia,

    que conhecimento necessrio dominar. Segundo Gasparin (2009), nessa fase se

    inicia a transio do fazer cotidiano para a cultura elaborada, ou seja, a prtica social

    ser questionada e, para isso, as questes devem ser coerentes com os objetivos

    propostos em relao aos contedos que sero trabalhados. Nessa fase, os educandos

    tomaro conhecimento dos motivos pelos quais o contedo ser aprendido, isto , em

    quais dimenses pretende-se aprofundar o contedo: conceitual, histrica, cientfica,

    cultural, tica, poltica, etc. Gasparin (2009), alm de explicitar as dimenses, prope

    que o professor elabore algumas questes que envolvam o contedo que ser

    trabalhado. Ao responderem, em equipe, as questes, os educandos evidenciaro seu

    conhecimento prvio sobre o tema. No caso da Educao Infantil, em especial as

    crianas de zero a trs anos, o processo de compreenso e aquisies de conceitos

    tambm ocorre, porm a resposta dada s questes previamente planejadas pelo

    professor, se do na ao da criana, ou seja, o professor observa tanto o processo de

    compreenso, quanto de aquisio de formulao de conceitos, por meio das aes

    cotidianas da criana, e no somente pela oralidade, escrita, desenho...

    3. Instrumentalizao: a terceira fase da Pedagogia Histrico-Crtica o

    momento em que as aes docentes e discentes se orientaro para a elaborao e/ou

    reelaborao do conhecimento, ou seja, segundo Gasparin (2009), o momento no

    qual o contedo ser sistematizado de maneira que ocorra a aprendizagem do

    conhecimento cientfico, que ocorrer com a mediao do professor. Essa a fase em

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    que se buscar responder aos problemas levantados na prtica social e na

    problematizao. Isso exigir do professor um processo de mediao realizado com a

    ao intencional e atividades planejadas. Para isso acontecer, faz-se necessrio que o

    professor conhea o nvel de desenvolvimento real dos educandos. Nesse nvel a

    criana atua sem mediao do professor; este atuar no nvel de desenvolvimento

    proximal, no qual a criana necessita da mediao docente ou de outros educandos.

    Essa a fase em que o professor ir lanar mo dos diversos recursos disponveis,

    bem como, do mtodo adequado para a aprendizagem efetiva do educando.

    4. Catarse: na quarta fase da Pedagogia Histrico-Crtica, o educando ir

    sistematizar o que aprendeu nos momentos anteriores. Ele passar da sncrese para a

    sntese, demonstrando um conhecimento mais elaborado, cientfico, para alm do

    emprico que trazia consigo na prtica social inicial. A catarse poder ser feita de

    maneira oral, escrita, desenhada ou no caso da Educao Infantil, o professor dever

    descrev-la por meio da ao que observar nos alunos. Nela, o educando far uma

    sntese mental comparando o que sabia no incio e o que foi aprendendo ao longo do

    processo. o momento da prxis pedaggico-terica, se assim podemos afirmar

    (prtica inicial do educando+teoria do professor).

    5. Prtica Social Final: a quinta, e ltima fase, o ponto de chegada do

    processo pedaggico na perspectiva histrico-crtica. o retorno prtica social.

    Agora o educando ir realizar sozinho aquilo que antes s fazia com a mediao de

    outros. Segundo Gasparin (2009, p. 143), [...] a manifestao da nova postura

    prtica, da nova atitude, da nova viso do contedo no cotidiano [] retornando

    Prtica Social inicial, agora modificada pela aprendizagem, gerando uma nova

    prtica social. o momento da prxis prtica, se essa expresso possvel.

    Segundo Gasparin (2011, p.17), a Pedagogia Histrico-Crtica uma leitura de mundo, de educao e do processo de ensino e de

    aprendizagem dos contedos cientficos-culturais na escola. Nessa

    perspectiva, ela se torna uma maneira diferenciada de encaminhar o

    pensamento educacional escolar do qual resultam aes consequentes na

    prtica do professor. Assim, ela se constitui um mtodo, isso , um caminho

    amplo, mas direcionado, por meio do qual se busca atingir um objetivo.

    Diante disso, a Rede Municipal de Ensino de Maring entende que

    fundamental a escola instrumentalizar o educando, por meio do contedo cientfico e

    cultural produzido historicamente, a fim de que o mesmo consiga analisar as

    contradies sociais, tendo como objetivo a transformao, bem como, exercer sua

    participao social e poltica, conhecer seus direitos e deveres polticos, civis e sociais,

    adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperao e repdio s injustias,

    respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito, posicionando-se de maneira

    crtica e responsvel nas diferentes situaes sociais e utilizando o dilogo como

    forma de mediar conflitos e de tomar decises coletivas.

    Ressaltamos que, ao adotarmos a Pedagogia Histrico-Crtica, atuamos em

    conformidade com a prpria Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, lei n

    9.394/1996, a qual estabelece no Ttulo I, da Educao, Artigo 1, pargrafo 2, que A

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    educao escolar dever vincular-se ao mundo do trabalho e prtica social.

    No Captulo II, da Educao Bsica, destaca-se ainda, no artigo 27, que: Os contedos curriculares da educao bsica observaro, ainda, as

    seguintes diretrizes:

    I - a difuso de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e

    deveres dos cidados, de respeito ao bem comum e ordem democrtica;

    II - considerao das condies de escolaridade dos educandos em cada

    estabelecimento;

    III - orientao para o trabalho;

    IV - promoo do desporto educacional e apoio s prticas desportivas no-

    formais.

    A Rede Municipal de Ensino de Maring, fundamentada, conforme descrito

    anteriormente, na Pedagogia Histrico-Crtica, encontra-se atendendo Educao

    Infantil e s sries iniciais do Ensino Fundamental de acordo com as seguintes faixas

    etrias:

    0-3 anos: creche

    4-5 anos: pr-escola

    6-8 anos: alfabetizao e letramento no Ensino Fundamental

    9-10 anos: finalizao do ciclo dos anos iniciais do Ensino Fundamental

    A implantao do Ensino Fundamental de 9 anos teve incio em 2008 com o 1

    ano, em 2009 com os 1 e 2 anos, em 2010 com os 1, 2 e 3 anos; em 2011 com os 1,

    2, 3 e 4 anos e agora em 2012 finalizamos o processo em que a Rede Municipal de

    Ensino de Maring atender todos os anos iniciais (1 ao 5 ano) do Ensino

    Fundamental de Nove Anos.

    Diante dessa nova configurao, foi enviado Secretaria de Educao do

    Municpio, um novo documento intitulado Ensino Fundamental de Nove Anos:

    orientaes pedaggicas para os anos inicias, documento este elaborado pela

    Secretaria de Estado da Educao e publicado em sua verso definitiva no ano de

    2010. Dentre as orientaes trazidas, na introduo, destaca a concepo de infncia

    que Significa reconhecer que esta condio da criana, a infncia, resultado de

    determinaes sociais mais amplas do mbito poltico, econmico, social,

    histrico e cultural. Significa ainda considerar, no contexto da prxis

    pedaggica, que a criana emite opinies e desejos de acordo com as

    experincias forjadas nos diferentes grupos sociais e de classe social qual

    pertence (SEED, 2010. p. 11).

    Nessa perspectiva, a avaliao do processo ensino-aprendizagem, deve tratar o

    conhecimento, enquanto meio que possibilite ao educando uma lgica de

    pensamento que possa dar oportunidade elaborao de uma sntese que permita a

    constatao, interpretao e compreenso do conhecimento cientfico e cultural

    acumulado ao longo da histria (Coletivo de Autores apud DUCKUR, 2004.p. 61-62).

    A avaliao deve possibilitar que o educando demonstre em situaes de

    aprendizagem, partir da mediao ou no do professor, como se apropriou do

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    contedo e resolveu os questionamentos levantados, ou seja, como passou da

    sncrese -sensorial concreto, o emprico, o concreto percebido- sntese -o

    concreto pensado, um novo concreto mais elaborado, uma prtica transformadora.

    (Corazza apud GASPARIN, 2009. p. 5) Neste cenrio, as prticas avaliativas constituem-se um suporte pedaggico

    da ao docente, pois por meio delas que possvel acompanhar o que foi

    aprendido pela criana, como foi aprendido e, consequentemente, mobiliza

    reflexes sobre os procedimentos metodolgicos utilizados. (Santos apud

    SEED, 2009. p. 75)

    [] a avaliao deve se fazer presente, tanto como meio de diagnstico do

    processo ensino-aprendizagem, quanto como instrumento de investigao

    da prtica pedaggica, ou seja, [] o verdadeiro sentido da avaliao de

    acompanhar o presente, orientar as possibilidades do futuro e mudar as

    prticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar problemas e

    fazer emergir novas prticas educativas (SEED, 2008. p. 31).

    A avaliao deve contribuir para que os educandos passem a compreender

    criticamente o contexto social e histrico no qual esto inseridos, e ainda, que pelo

    acesso ao conhecimento, sejam capazes de se tornar cidados atuantes na sociedade.

    A avaliao, nessa perspectiva, deve ir ao encontro de tal proposta de trabalho, ou

    seja, deve estar articulada aos princpios de uma pedagogia crtica, os quais de

    acordo com Duckur (2004), so: A discusso prvia sobre o contedo a ser ensinado/assimilado;

    deixando claro quais so os objetivos a atingir, porque e como, sem, contudo,

    desconsiderar as sugestes dos educandos, assim como a retomada da aula

    anterior buscando dar uma continuidade, o que amplia as possibilidades de

    uma melhor sistematizao no aprendizado.

    A oportunidade para auto-organizao dos educandos; na medida em

    que deles so exigidas a organizao e a apresentao de atividades que

    carecem da participao de todos, alm da necessidade de se reorganizarem

    para dar continuidade atividade.

    A forma como se estabelece a relao entre a vida diria dos

    educandos e as situaes vividas nas aes; ou seja, essa relao ocorre com

    base na atividade em uma discusso coletiva e no em um discurso

    sociolgico elaborado pelo professor.

    O ponto de partida a realidade social; ou seja, valendo-se da

    compreenso que o educando possui a respeito dos temas, so elaboradas as

    aes, buscando sempre ampliar o conhecimento j existente.

    O respeito singularidade do educando; tendo em vista que em

    nenhum momento eles so padronizados, cada um nico.

    A valorizao do coletivo sem, contudo, perder a noo do indivduo;

    ou seja, o coletivo formado pelos indivduos, portanto importante que

    tenham sua individualidade preservada.

    O processo de avaliao coletiva pelo qual os educandos avaliam as

    aes docentes assim como as dos seus colegas e se auto-avaliam, sempre

    buscando superar as dificuldades encontradas (p. 107-108).

    Enquanto parte do processo de ensino-aprendizagem, a avaliao deve ser

    pensada e planejada na medida em que planejamos e traamos os objetivos a serem

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    alcanados, desta maneira, os critrios, as estratgias e os instrumentos de avaliao,

    devem estar articulados com todas as aes que permearo o trabalho com os

    contedos.

    Pensar em avaliar pensar na orientao e/ou reorientao da ao

    pedaggica, para o professor isso dever resultar em autoavaliao, enquanto, para o

    educando, a avaliao dever torn-lo ciente dos seus progressos e/ou reorient-los

    em relao s dificuldades levantadas nesse processo.

    Enfim, devemos organizar a avaliao, no apenas como instrumento de

    atribuio de nota para a documentao escolar do educando, mas sim, como ao

    integrante do processo de ensino-aprendizagem que possibilita ao professor

    visualizar a aprendizagem ou no dos educandos e, consequentemente, planejar suas

    prximas aes.

    Dessa forma, o trabalho planejado de acordo com as etapas da pedagogia

    histrico-crtica torna-se um instrumento em benefcio do ensino do professor e da

    aprendizagem de cada educando, que tem a oportunidade de vivenciar atividades

    que estimulem e contribuam para o desenvolvimento cognitivo, fsico, motor, afetivo,

    social e poltico, de maneira que possa compreender a si mesmo por meio das

    relaes que estabelece com seu entorno fsico e social. Fazendo que ele torne-se uma

    pessoa que no apenas saiba fazer coisas ou desenvolver aes automaticamente,

    mas que as realize compreendendo o sentido e o significado para sua vida e para o

    meio em que est inserido, assumindo a postura de cidado que trabalha

    conscientemente para sua realizao pessoal e transformao social.

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    Fundamental subsidiada pela Pedagogia Histrico-Crtica e Teoria Histrico-

    Cultural. Dissertao apresentao ao curso de Ps-Graduao em Educao:

    Mestrado da Universidade Estadual de Maring, 2007.

    VYGOTSKY, Lev Semionovich. A formao social da mente. So Paulo: Martins

    Fontes, 1984.

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    EDUCAO INTEGRAL Ana de Farias Pinto

    Fernanda de Arajo Quevedo Lages

    Gisele Aurora Assuno

    Karen Cristina Chicati

    Rosilene Nascimento Polizeli

    Grupo de Trabalho1

    Com o objetivo de efetivar a Educao Integral no municpio de Maring,

    percebemos a importncia e necessidade da elaborao desse documento, como

    orientador para todos os profissionais envolvidos nesse novo desafio educacional

    que estamos construindo e efetivando em nossas escolas.

    Esse novo percurso iniciou-se em 2009, com a implantao gradativa da

    Educao Integral nas escolas, ideal de educao pblica e democrtica na busca de

    reconhecimento do ser humano em suas mltiplas dimenses, que hoje, em 2012,

    abrange o atendimento em 23 escolas.

    A nova estrutura das escolas que ofertam a Educao Integral abrangem o

    atendimento de 4 (quatro) horas destinados aos contedos das aulas regulares,

    2(duas) horas destinadas ao perodo intermedirio e outras 3 (trs) horas destinados

    s oficinas pedaggicas, que abrangem as vrias reas do conhecimento e

    linguagens, por meio de atividades oferecidas em ampliao de jornada e articulada

    ao Projeto Poltico Pedaggico utilizando os diferentes espaos da escola e

    comunidade.

    Esse ideal tambm est amparado nas bases legais, como consta na

    Constituio Federal: Artigo 205 - A educao, direito de todos e dever do Estado e da famlia, ser

    promovida e incentivada com a colaborao da sociedade, visando ao pleno

    desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua

    qualificao para o trabalho.

    Seguidamente a Lei de Diretrizes e Bases da Educao (lei n9.394/96) que

    estipula: Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluir pelo menos quatro

    horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado

    o perodo de permanncia na escola

    1 Grupo de Trabalho: Adriana de Oliveira Chaves Palmieri, Adriana Caldeira dos Santos Gualberto,

    Ana de Farias Pinto, Ana Paula A. Alves Almenara, Ana Paula Rodriguez, Angela F. Baessa da Silva,

    Carmen Lcia de A. Lara, Cntia Correia Dorni de Carvalho, Cleonice Cristina da Silva, Eliandro

    Fernandes Vega, Fernanda de Arajo Quevedo Lages, Gisele Alessandra R. Motta, Gisele Aurora de

    Assumpo, Jane Mendes Candido, Karen Cristina Chicati, Lucia Catto Magalhes Campelo, Mrcia

    Regina Chioderolli Folgosi, Maria Cristina Ribeiro, Maria de Ftima da Cruz, Marilene Aparecida

    Martos, Nereide Gualberto, Neuza Aparecida Gomes Cazeta, Rosilene Nascimento Polizeli, Silvana

    Valin Oliveira, Soraia Nunes Marques e Viviane Boa Sorte.

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    31

    Podemos citar tambm, a lei n8.069/90, Estatuto da Criana e do Adolescente,

    que prev que: Art. 3 A criana e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais

    inerentes pessoa humana, sem prejuzo da proteo integral de que trata

    esta lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as

    oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento fsico,

    mental, moral, espiritual e social, em condies de liberdade e de dignidade.

    Alm dessas leis, encontra-se respaldo tambm nas seguintes

    regulamentaes:

    Lei do FUNDEB (Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao

    Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao) n11.494/07;

    Lei do Voluntariado n2.594;

    Plano Nacional de Educao e Direitos Humanos;

    Poltica Nacional de Educao Ambiental n9.795;

    Portaria Interministerial n17/2007, de 24/04/2007;

    Portaria Interministerial n19/2007, de 24/04/2007;

    Resoluo FNDE n38, 19/08/2008;

    Resoluo FNDE n04, 17/03/2009.

    No incio do ano de 2012 efetivou-se a elaborao das Diretrizes para a

    Educao Integral do municpio, contamos com a parceria do Centro de Estudos e

    Pesquisas em Educao, Cultura e Ao Comunitria -CENPEC e Fundao Ita

    Social que efetivou formaes continuadas com gestores, supervisores,

    coordenadores, orientadores, professores regentes das oficinas ligados as reas da

    Educao Fsica, Arte e Assessores Pedaggicos.

    Essas formaes resultaram na constituio do Grupo de Trabalho da

    Secretaria Municipal de Educao, com representantes de cada segmento, para

    assegurar um processo compartilhado e democrtico, na construo das Diretrizes

    para a Educao Integral, embasados na Pedagogia Histrico-Crtica, na Psicologia

    Histrico-Cultural e no materialismo Histrico-Dialtico.

    Assim, a partir da organizao e sistematizao dessas Diretrizes pretende-se

    a efetivao de um trabalho pedaggico com qualidade, que amplie o universo de

    conhecimentos cientficos dos alunos e a aprendizagem significativa, com a oferta de

    experincias capazes de desenvolver habilidades cognitivas, intelectuais, afetivas,

    fsicas, polticas, ticas e sociais, na busca da formao de uma conscincia mais

    elaborada e crtica.

    Sendo assim, esse documento o incio de um processo no linear, mas de

    uma construo coletiva de aes continuadas e compartilhadas que podero sofrer

    mudanas e adaptaes objetivando a consolidao da Educao Integral.

    BREVE HISTRICO

    Na busca de adequar a proposta de ensino as novas diretrizes educacionais, s

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    necessidades sociais existentes em nossa realidade e na perspectiva de um ensino de

    qualidade e diversificado, o municpio de Maring por meio da plataforma de

    governo do Prefeito Silvio Magalhes Barros II e da iniciativa da Secretaria Municipal

    de Educao, iniciou-se a proposta de Educao Integral nas escolas municipais, por

    meio de projetos nos moldes do Programa Mais Educao do Governo Federal.

    Esta implantao comeou no ano de 2009 onde, duas escolas mudaram sua

    estrutura de ensino e utilizao dos espaos escolares para adotarem a proposta de

    Educao Integral, sendo elas: Escola Municipal Pioneira Mariana Viana Dias e

    Escola Municipal Professora Nadyr Maria Alegretti.

    No ano de 2010, objetivando essa ampliao, mais oito escolas aderiram ao

    sistema de Educao Integral, sendo elas: Escola Municipal Professora Benedita

    Natlia Lima; Escola Municipal Olga Aiub Ferreira; Escola Municipal Ariovaldo

    Moreno; Escola Municipal Professora Odete Alcntara Rosa, Escola Municipal Odete

    Ribarolli Gomes de Castro; Escola Municipal Octvio Periotto; Escola Municipal Dr.

    Joo Batista Sanches e Escola Municipal Pioneiro Silvino Fernandes Dias2. Neste

    mesmo ano trs escolas foram cadastradas no sistema do Ministrio da Educao

    (MEC), como participantes efetivas do Programa Mais Educao, recebendo repasse

    de verba especfica, sendo essas escolas: Escola Municipal Pioneira Mariana Viana

    Dias, Escola Municipal Professora Benedita Natlia Lima e Escola Municipal Olga

    Aiub Ferreira, seguindo critrios estabelecidos pelos MEC.

    No ano de 2011 a Educao Integral estendeu-se para mais oito escolas, sendo

    elas: Escola Municipal Deputado Dr. Ulysses Guimares; Escola Municipal Mirian

    Leila Palandri; Escola Municipal Ferno Dias; Escola Municipal Paulo Freire; Escola

    Municipal Pioneiro Geraldo Meneguetti; Escola Municipal Professor Jos Darcy de

    Carvalho; Escola Municipal Ruy Alvino Alegretti; Escola Municipal Victor Beloti.

    No ano de 2012 expandiu-se para mais cinco escolas: Escola Municipal Odilon

    Tlio Vargas; Escola Municipal Joaquim Maria Machado de Assis; Escola Municipal

    Professora Agmar dos Santos; Escola Municipal Pioneira Jesuna de Jesus de Freitas;

    Escola Municipal Pastor Joo Batista Macedo. Totalizando assim o atendimento em

    23 escolas da rede municipal de ensino, ou seja, 47% das escolas pblicas de ensino

    fundamental de Maring, j ofertam a Educao Integral.

    A administrao ainda prev a continuidade da insero de outras unidades

    de ensino, porm essa ao s ser possvel por meio de planejamento administrativo

    e pedaggico para mapear e efetivar essa ampliao.

    Na implementao deste trabalho, vrias foram as parcerias que colaboraram:

    Servio Social do Comrcio SESC, Servio Social da Indstria - SESI, Associao

    Atltica do Banco do Brasil AABB, F.A. Comunidade e Secretaria de Assistncia

    Social-SASC, que contriburam na viso de formao de um indivduo participativo,

    crtico e democrtico, pronto para se inserir e modificar a sociedade.

    A Educao Integral vem ofertar alm da maior permanncia dos alunos nas

    2 Esta unidade escolar a nica que funciona como Escola em Tempo Integral no Municpio, onde todos os

    alunos permanecem o dia todo na escola.

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    escolas, uma nova viso de educao, onde busca promover direitos aprendizagem

    nas diferentes reas do saber, por meio de vrias linguagens. Utilizando para isso,

    vrios espaos da comunidade que se transformam em locais de aprendizagem,

    ganhando dimenses educativas, onde no apenas museus, igrejas, monumentos e

    outros edifcios so considerados importantes, mas tambm, as ruas, praas, estdios,

    associaes, lugares onde as pessoas trabalham, se divertem e convivem, que so

    explorados pelos educadores como oportunidades de ensinarem e transformarem

    significativamente a realidade. Enfim, os limites da sala de aula se expandem, para os

    limites de uma cidade educadora.

    CONCEPO DE EDUCAO INTEGRAL

    Numa perspectiva fundamentada pelo Materialismo Histrico-Dialtico e

    numa abordagem da Psicologia Histrico-Cultural e na Pedagogia Histrico-Crtica,

    as relaes tecidas nas aes educativas e nas atividades escolares entre alunos e

    professores so condies essenciais para a ampliao da aprendizagem significativa,

    propiciando a formao e o desenvolvimento integral do ser humano.

    Assim, a consolidao da Educao Integral, enquanto poltica pblica,

    condio para a ampliao da aprendizagem nas diversas reas e linguagens do

    conhecimento, criando diferentes possibilidades para que o aluno se aproprie da

    produo cultural universal e em face das relaes estabelecidas que formam sua

    conscincia, de forma a interferir na natureza atravs de conceitos formados nas

    diversas mediaes que o indivduo vivencia.

    A discusso sobre Educao Integral como resultado e processo para a

    formao da pessoa humana na sua totalidade, vem sendo recorrente na histria da

    educao, pois desde a primeira metade do sculo XX possvel encontrarmos

    experincias de Educao Integral, entre tais merecem destaque as propostas de

    Ansio Teixeira, onde ele propunha que s haver democracia no Brasil no dia em

    que se montar no pas a mquina que as prepara, a escola pblica.

    Os estudos de Paulo Freire e Darcy Ribeiro tambm compem as matrizes

    histricas da Educao Integral que defendem uma educao ambiciosamente

    integrada e integradora, com o desafio da transformao social.

    A Educao Integral, s faz sentido se a considerarmos como uma concepo

    de Educao onde o tempo ser promovido como ampliao de oportunidades e

    situaes que promovam aprendizagens significativas e emancipadoras. Sendo

    assim, no se trata de um simples aumento do que j ofertado, ou seja, produzir

    uma hiperescolarizao, trabalhando com mais do mesmo que j consta no currculo

    bsico, mas de um redimensionamento tanto quantitativo quanto qualitativo.

    Quantitativo porque considera uma jornada ampliando a carga horria, em que as

    atividades das oficinas pedaggicas possuem intencionalmente carter educativo.

    Qualitativo porque os contedos trabalhados podem ser ressignificados revestidos

    de carter exploratrio, vivencial e protagonizados por todos os envolvidos na

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    relao de ensino e aprendizagem.

    O conceito de Tempo e Espao so outros aspectos a serem redefinidos na

    Educao Integral, entendidos como todos os lugares em que a vida em sociedade

    ocorre, que podem ser potencializados como espaos e tempos educativos existentes

    na escola e alm dela. (...) Esses lugares e tempos so determinados e determinam uns ou outros

    modos de ensino e aprendizagem. (...) Em sntese, o espao e o tempo

    escolares no s conformam o clima e a cultura das instituies educativas,

    mas tambm educam. ( VINAO - TRAGO, p.99 apud Pessanha, Daniel e

    Mezegazzo, p.65, 2004).

    Defender o desenvolvimento de uma escola de Educao Integral implica

    necessariamente em um compromisso com a educao pblica que cumpra sua

    funo social, de garantir a transmisso e o acesso aos conhecimentos historicamente

    acumulados, permitindo que o aluno conhea o mundo em que vive e compreenda

    suas contradies, possibilitando assim, uma educao realmente transformadora.

    Vale ressaltar a importncia de uma constante articulao e debates entre a

    Secretaria de Educao, outras Secretarias Municipais, unidades escolares e

    comunidade, levando em considerao as relaes recprocas e as responsabilidades

    especficas do poder pblico e das organizaes sociais na efetivao da Educao

    Integral consideradas como foras vivas da sociedade- nas palavras do Manifesto

    dos Pioneiros da Educao Nova de 1932.

    DIRETRIZES GERAIS DE IMPLEMENTAO DA EDUCAO INTEGRAL NA REDE

    MUNICIPAL DE ENSINO

    No sentido de organizar aes para a efetivao da implementao da

    Educao Integral, com intencionalidade poltico-pedaggica, nos impulsiona a

    firmar rumos e caminhos para a oferta de experincias capazes de desenvolver

    habilidades cognitivas, intelectuais, afetivas, ticas, motoras e sociais.

    Nesse sentido, pontua-se a importncia da elaborao das seguintes diretrizes

    gerais para a Educao Integral:

    Universalizar gradativamente a Educao Integral para toda rede pblica

    de ensino;

    Construir parcerias intersetoriais;

    Explorar novos espaos na ao educativa, legitimando saberes da

    comunidade e da cidade;

    Desenvolver alm dos saberes cientficos, valores, atitudes e

    comportamentos;

    Promover a democratizao do conhecimento, envolvendo a comunidade e

    a famlia nos saberes da proposta de Educao Integral;

    Reservar o perodo matutino s aulas do ensino bsico fundamental;

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    Oferecer vagas por oficinas pedaggicas, com no mnimo de 15 alunos e no

    mximo 30 alunos;

    Destinar o atendimento prioritariamente s crianas que se encontrem na

    rea de georeferenciamento da escola que oferte a educao integral, bem

    como as que se encontram em situao de vulnerabilidade social;

    Envolver a famlia e a comunidade na concepo de Educao Integral e

    nas atividades promovidas pela escola, como feiras, exposies, reunies e

    apresentaes.

    O aluno que frequentar a escola de Educao Integral dever ser

    matriculado, preferencialmente, na mesma unidade escolar no perodo

    regular.

    O horrio de atendimento da escola de Educao Integral ser das 7H30 s

    16H30.

    O aluno matriculado na escola de Educao Integral ter sua freqncia e

    permanncia obrigatria nos dois turnos oferecidos pela unidade escolar.

    CONCEPO DE MATRIZ CURRICULAR

    A matriz curricular da Escola Integral tem como objetivo ser um referencial

    terico-metodolgico que orienta a ampliao da jornada e organizao curricular, na

    perspectiva da Educao Integral, tendo como referncia a necessidade de

    reorganizao dos espaos e dos tempos escolares, enquanto uma poltica de

    inovao e de transformao significativa na estrutura administrativa e pedaggica

    de cada escola, da Rede Municipal de Ensino de Maring.

    Ela prope instrumentos que permitam orientar as prticas pedaggicas

    mantendo o currculo bsico do ensino fundamental e enriquecendo-o com

    procedimentos metodolgicos diversificados, em forma de oficinas pedaggicas, que

    favoream a vivncia de atividades dinmicas, contextualizadas e significativas nas

    diversas reas do conhecimento.

    Portanto, a matriz curricular orienta que tanto as disciplinas das aulas

    regulares como as oficinas pedaggicas componham um currculo integrado, sendo

    flexvel, sem a perda do sentido da unidade, permitindo ento, produzir uma nova

    dinmica para a organizao do tempo do aluno, favorecendo o equilbrio entre as

    aes de carter mais cientfico e ldico.

    Este contexto exige um grande envolvimento da equipe pedaggica e

    funcionrios para colocar em prtica a redefinio e reorganizao das aes, ou seja,

    vivenciar um redirecionamento de tempo, espao, currculo e da construo coletiva

    de um planejamento articulado e dinmico.

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    36

    DIRETRIZES PARA AS OFICINAS PEDAGCIAS

    Para o desenvolvimento das diretrizes das oficinas pedaggicas, nos remetem

    a necessidade da contextualizao do conceito de currculo que assumimos na nossa

    prtica educativa, j presentes na Rede Municipal de Ensino. Nessa perspectiva de

    Educao Integral retomamos o conceito de currculo como processo e entendido

    como um eixo dinmico e integrador de todas as aes desenvolvidas no espao

    escolar.

    Na ampliao da jornada de estudos o currculo deve possibilitar um conjunto

    de atividades de aprendizagens (oficinas pedaggicas) que contemplem a

    interdisciplinaridade entre os diferentes campos e linguagens.

    Para efetivao das oficinas pedaggicas segue as seguintes diretrizes:

    Trabalhar os contedos por meio de oficinas pedaggicas;

    As oficinas pedaggicas sero ministradas por profissionais da rea da

    educao e de reas especficas;

    A orientao terico-metodolgica do currculo baseia-se na Teoria

    Histrico-Crtica, sendo que os encaminhamentos seguiro o planejamento

    bimestral, podendo ser trabalhados por meio de projetos pedaggicos, na

    busca de integrao dos saberes;

    O planejamento das oficinas pedaggicas funo do Coordenador da

    Educao Integral, juntamente com o professor, orientador e supervisor

    educacional, bem como o acompanhamento e a avaliao, porm a

    participao efetiva na construo de um planejamento articulado de

    responsabilidade de toda equipe escolar;

    Desenvolver no aluno a capacidade de criatividade e autonomia;

    Oportunizar momentos de pesquisa na construo da prpria

    aprendizagem;

    O processo educativo deve possibilitar momentos significativos,

    diversificados e planejados considerando as peculiaridades de cada aluno;

    Promover a articulao entre os conhecimentos prvios do aluno e os

    novos conhecimentos cientficos que ele adquirir, a fim de resultar em

    uma nova prtica social;

    Proporcionar momentos de atividades livres, buscando promover a

    autonomia, organizao e colaborao entre os alunos;

    Estimular que as atividades se expandam para alm do ambiente da sala

    de aula, buscando explorar outros locais dentro da estrutura escolar e na

    comunidade;

    Oferecer, obrigatoriamente, aulas de acompanhamento pedaggico para os

    alunos que apresentarem defasagem na aprendizagem;

    As atividades de formao de hbitos devem acontecer no perodo, do

    almoo, do lanche, do sono, com orientaes de professores e/ou

    monitores;

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    37

    Deve ser garantido o perodo de descanso para todos os alunos, aps o

    horrio de almoo, sendo que os alunos podero dormir ou realizar outras

    atividades como leitura, assistir vdeos, desde que essas atividades

    favoream o descanso;

    Cada turma participar de 2(duas) oficinas pedaggicas dirias, com

    durao de 1h20 minutos por oficina;

    A tarefa ser facultativa nas escolas em que todos os alunos permanecem

    no contra turno da escola integral;

    As unidades escolares que possurem o profissional formado em Educao

    Fsica, devero substituir nos nveis de 4 e 5 ano, a obrigatoriedade da

    oficina de Jogos e Brincadeiras por Jogos Pr-desportivos ou Dana, com a

    mesma frequncia semanal;

    A avaliao deve buscar o olhar do aluno como um todo, nos aspectos de

    desenvolvimento cognitivo, motor, social e criativo, com registros dirios e

    bimestrais.

    Assim, a oferta das oficinas pedaggicas nas unidades escolares devem

    contemplar vrias reas do conhecimento, sendo algumas obrigatrias e outras

    facultativas de acordo com a tabela a seguir:

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    38

    EIXOS OFICINAS 1 ANO FREQ.

    SEM.

    2 ANO FREQ.

    SEM.

    3 ANO FREQ.

    SEM.

    4 ANO FREQ.

    SEM.

    5 ANO FREQ.

    SEM.

    Atividades de

    Linguagens e

    Matemtica

    Matemtica Obrig. 1 Obrig. 1 Obrig. 2 Obrig. 1 Obrig. 1

    Lngua Portuguesa Obrig. 1 Obrig. 2 Obrig. 2 Obrig. 1 Obrig. 2

    Educomunicao Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. -

    Informtica Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. -

    Acompanhamento Pedaggico Obrig. Obrig. Obrig. Obrig. Obrig.

    Atividades

    Esportivas

    Jogos e Brincadeiras* Obrig. 2 Obrig. 2 Obrig. 2 Obrig. 2 Obrig. 2

    Dana* Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. -

    Jogos Pr - desportivos* Opcio. - Opcio. - Opcio. Opcio. - Opcio.

    Arte Obrig. 2 Obrig. 2 Obrig. 2 Obrig. 2 Obrig. 2

    Teatro Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. -

    Msica Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. -

    Xadrez Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. -

    Capoeira Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. -

    Atletismo Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. -

    Lutas Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. - Opcio. -

    Atividades

    Formao

    Pessoal e

    Social

    Empreendedorismo Opcio. - Opcio. - Opcio. - Obrig.. 1 Obrig. 1

    Educao Ambiental Obrig. 1 Opcio. - Opcio. - Obrig. 1 Opcio.. -

    Direitos Humanos e Cidadania Obrig. 1 Obrig. 1 Obrig. 1 Obrig. 1 Obrig. 1

    Atividades

    Dirias

    Tarefa

    Acontecer diariamente no incio da 1 ou 2 oficina realizada pela turma, com durao de no

    mximo vinte minutos, sendo facultativo para as escolas que todos os alunos permanecem em

    Tempo Integral.

    Formao de Hbitos As atividades de formao de hbitos so obrigatrias e devem acontecer no perodo, do

    almoo, do lanche, do sono, com orientaes de professores e/ou monitores.

    * Ver diretriz n 16 das oficinas pedaggicas

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    39

    ENCAMINHAMENTOS METODOLGICOS DAS OFICINAS

    A palavra oficina vem do latim e traz a ideia de reaproximar experincia e

    pensamento, esforo e interesse, jogo e trabalho. Oficina uma maneira de aprender

    e ensinar baseado no princpio do aprender fazendo, valorizando os saberes das

    crianas.

    Dada sua natureza ldica e abrangente, as oficinas pedaggicas tm sido

    muito utilizadas nas propostas de Educao Integral, desenvolvidas na ampliao de

    jornada escolar, contribuindo na oferta de oportunidades de aprendizagem

    ampliando o repertrio cultural como garantia de direitos, proteo e incluso social.

    Em consonncia com tal concepo, as oficinas constituem excelente recurso

    metodolgico, pois oferecem situaes de aprendizagem com clara intencionalidade

    educativa, onde seu encaminhamento metodolgico diferencia-se do ensino regular,

    como pode ser observado na instrumentalizao da tabela a seguir:

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    40

    Prtica Social Inicial Problematizao Instrumentalizao Catarse

    Neste momento onde sero

    definidos os contedos e

    objetivos a serem trabalhados.

    Vivncia dos Contedos

    O que o aluno j sabe e o que

    ele gostaria de saber a mais.

    Identificar os principais

    problemas postos pela prtica

    e pelo contedo, seguindo-se

    uma discusso sobre eles, a

    partir daquilo que os alunos j

    conhecem (GASPARIN, 2012,

    p.161)

    Definio das dimenses a

    serem trabalhadas.

    Oferecer diferentes

    possibilidades de

    aprendizagem: vivncias em

    diferentes ambientes, com

    recursos variados e mltiplas

    linguagens (verbais, sonoras,

    visuais, artsticas e corporais)

    com metodologias que venham

    em encontro perspectiva da

    Educao Integral e se

    utilizando de diferentes

    propostas: pesquisas, leituras,

    jogos, prticas de produo e

    criao.

    O momento de catarse deve

    ser promovido por meio de

    reflexo coletiva e

    instrumentos de avaliao

    variados, buscando retomar os

    contedos e aes

    desenvolvidos ao longo do

    trabalho, na busca de repensar

    as prticas de ensino e as

    expectativas de aprendizagens

    alcanadas.

    Este momento deve

    oportunizar ao professor a

    possibilidade de avaliar e

    repensar seu trabalho, a fim de

    modific-lo de acordo com os

    resultados observados.

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    AVALIAO

    A avaliao esta presente em todos os momentos do convvio social, e o

    mesmo acontece na prtica pedaggica escolar. Ela embasada pelas concepes

    sociais humanas e pedaggicas que norteiam o currculo e a metodologia escolar,

    seguindo em consonncia aos objetivos previamente estabelecidos, como explicado

    pela Orientaes Pedaggicas Para os Anos Iniciais da Secretaria de Estado da

    Educao do Paran SEED: A avaliao concebida como parte integrante e indissocivel de todos os

    momentos do processo ensino/aprendizagem, apresenta funes diversas,

    como diagnosticar e orientar a interveno pedaggica. Tambm apresenta

    funo formativa e de acompanhamento do processo de construo do

    conhecimento (SCHLGL, 2010, p.94)

    Na Educao Integral esta perspectiva deve ser assumida como um processo

    diagnstico e contnuo visando repensar a prtica pedaggica para elaborao de

    instrumentos de observao, de registro e de reflexo constante do processo ensino e

    aprendizagem.

    Ao repensar sua ao educativa e tendo a avaliao baseada nos contedos,

    vinculados as relaes sociais, o professor ter condies de analisar o nvel de

    apropriao do conhecimento e o desenvolvimento de seu aluno.

    Ao avaliarmos o trabalho desenvolvido na Educao Integral deve-se

    promover reflexo coletiva sobre todo o trabalho desenvolvido, buscando retomar os

    contedos e aes desenvolvidas ao longo do trabalho, na busca de repensar as

    prticas de ensino e expectativas de aprendizagens. Este momento deve oportunizar

    ao professor a possibilidade de avaliar e repensar seu trabalho, a fim de modific-lo

    de acordo com os resultados observados.

    RECURSOS HUMANOS - PERFIS E FUNES

    As mudanas proporcionadas pela nova organizao escolar na perspectiva da

    Educao Integral acarretam um redimensionamento de conceitos sobre: currculo,

    espaos, tempos, aes e funes.

    Neste contexto surge a necessidade das funes de Coordenador da Educao

    Integral e do Educador Infantil, dentre os cargos j existentes na Rede Municipal de

    Ensino Fundamental, todos como agentes capazes de planejar, coordenar e articular

    aes.

    Segue a descrio de alguns cargos e suas funes em relao ao

    desenvolvimento da escola integral:

    Secretria de Educao:

    Viabilizar condies para implementao e permanncia da

    Educao Integral no Municpio de Maring.

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    Diretora de Ensino:

    Organizar e elaborar em parceria com equipe pedaggica s aes

    referentes Educao Integral.

    Gerente do Ensino Fundamental:

    Organizar e articular aes pedaggicas e administrativas na

    perspectiva da Educao Integral.

    Gerente da Educao Integral:

    Organizar e articular aes pedaggicas e administrativas referentes

    ao processo de implantao e funcionamento da Educao Integral;

    Assessorar a Equipe Diretiva da Educao Integral;

    Propiciar a atuao intersetorial de diferentes Secretarias para

    melhor atender as necessidades dos alunos.

    Gerente de Apoio Pedaggico Interdisciplinar

    Organizar e articular aes intersetoriais que proporcionem

    qualidade no atendimento ao aluno, a fim de possibilitar a estes

    melhores condies de insero social;

    Promover a articulao entre a famlia e escola, por meio da

    orientao educacional.

    Assessoria Pedaggica de Ncleos:

    Assessorar, acompanhar, avaliar e orientar as aes pedaggicas da

    escola.

    Assessoria Pedaggica de rea (Arte, Cincias, Educao Especial/incluso,

    Educao Fsica, Geografia, Histria, Informtica, Lngua Portuguesa e

    Matemtica):

    Proporcionar formaes continuadas nas reas especficas,

    acompanhar, orientar e avaliar.

    Diretor:

    Garantir a articulao entre os profissionais da Educao integral;

    Acompanhar, organizar e orientar as aes administrativas e

    pedaggicas;

    Promover o debate na escola, entre todos os envolvidos sobre a

    educao integral e Projeto Poltico-Pedaggico;

    Gerenciar a escola de forma democrtica e participativa, redefinir,

    na prtica, o papel de todos envolvidos na Educao Integral,

    estabelecendo suas funes e importncia.

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    Coordenador da Educao Integral:

    Planejar bimestralmente com os regentes das oficinas pedaggicas

    os contedos a serem sistematizados;

    Assessorar os regentes das oficinas pedaggicas no seu

    planejamento dirio;

    Articular o planejamento das oficinas pedaggicas com o das aulas

    regulares;

    Organizar os horrios para realizao das oficinas pedaggicas e

    cronograma das atividades desenvolvidas;

    Propiciar momentos de estudos e reflexes com todos os membros

    da escola na perspectiva da Educao Integral;

    Acompanhar, orientar e avaliar o trabalho docente desenvolvido nas

    oficinas pedaggicas.

    Manter dilogo contnuo com toda equipe pedaggica para

    efetivao das aes planejadas e a serem executadas;

    Elaborar juntamente com os regentes das oficinas pedaggic