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REV. DATA MODIFICAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO 4 06/06/2017 Revisão Geral 3 08/05/2017 Revisão Geral 2 10/03/2017 Revisão Geral 1 03/03/2017 Revisão Geral 0 07/02/2017 Emissão Inicial Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH- Grande PRODUTO PARCIAL PP-04 DEFINIÇÃO DAS METAS DO PIRH-GRANDE E DIRETRIZES E ESTUDOS PARA OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO ELABORADO: APROVADO: Marcos Oliveira Godoi A.P.A. / L.M.C./ H.S.O./ D.T.H. ART Nº 92221220160586822 CREA Nº 0605018477-SP VERIFICADO: COORDENADOR GERAL: A.P.A. Danny Dalberson de Oliveira ART Nº 92221220160583716 (CLIENTE): CREA Nº 0600495622-SP DATA: 06/06/2017 FOLHA: Nº ENGECORPS: 1317-ANA-03-RH-RP-0004 REVISÃO: R4 1/67

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REV. DATA MODIFICAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO

4 06/06/2017 Revisão Geral

3 08/05/2017 Revisão Geral

2 10/03/2017 Revisão Geral

1 03/03/2017 Revisão Geral

0 07/02/2017 Emissão Inicial

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande

PRODUTO PARCIAL PP-04 DEFINIÇÃO DAS METAS DO PIRH-GRANDE E DIRETRIZES E ESTUDOS

PARA OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO

ELABORADO: APROVADO:

Marcos Oliveira Godoi

A.P.A. / L.M.C./ H.S.O./ D.T.H. ART Nº 92221220160586822

CREA Nº 0605018477-SP

VERIFICADO: COORDENADOR GERAL:

A.P.A. Danny Dalberson de Oliveira

ART Nº 92221220160583716

Nº (CLIENTE):

CREA Nº 0600495622-SP

DATA:

06/06/2017 FOLHA:

Nº ENGECORPS:

1317-ANA-03-RH-RP-0004

REVISÃO:

R4 1/67

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS

ANA

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-

Grande

PRODUTO PARCIAL PP-04

OBJETIVOS E METAS DO PIRH-GRANDE E

DIRETRIZES PARA OS INSTRUMENTOS DE

GESTÃO

ENGECORPS ENGENHARIA S.A.

1317-ANA-03-RH-RP-0004-R4

Junho / 2017

Agência Nacional de Águas – ANA

Setor Policial - SPO, Área 5, Quadra 3, Bloco “M”

CEP: 70610-200, Brasília - DF

PABX: (61) 2109-5400 / (61) 2109-5252

Endereço eletrônico: http://www.ana.gov.br

Equipe:

Coordenação:

Agência Nacional de Águas – ANA

Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos - SPR

Elaboração e execução:

ENGECORPS ENGENHARIA S.A.

Todos os direitos reservados

Segundo Contrato nº 021/2016/ANA, Cláusula Terceira, Inciso II, alínea n), durante a elaboração do trabalho, a

CONTRATADA deverá abster-se de veicular publicidade ou qualquer outra informação acerca do Contrato, sem prévia

autorização da CONTRATANTE.

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio

Grande – PIRH-Grande, Produto Parcial PP-04. Objetivos e

Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os

Instrumentos de Gestão

67 p

Agência Nacional de Águas - Brasília: ANA/SPR,

ENGECORPS ENGENHARIA S.A., 2017.

1. Recursos Hídricos 2. Produção de Água I. Agência

Nacional de Águas (Brasil). II. Superintendência de

Planejamento de Recursos Hídricos. III. Engecorps

Engenharia S.A.

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Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os

Instrumentos de Gestão

ENGECORPS

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ÍNDICE

PÁG.

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5

2. EMBASAMENTO TEÓRICO-CONCEITUAL PARA ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE AÇÕES .... 5

3. DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS E METAS DO PIRH-GRANDE ...................................................... 8

3.1 METODOLOGIA E MONTAGEM DO GRÁFICO DE OBJETIVOS E MEIOS – FASE 1 ................................... 8

3.2 OBJETIVOS E METAS – COMPONENTE ESTRATÉGICO “INSTRUMENTOS DE GESTÃO DOS RECURSOS

HÍDRICOS” .............................................................................................................................. 16

3.2.1 Ampliar a Regularização dos Usos dos Recursos Hídricos ........................................................ 16

3.2.2 Revisar Critérios Técnicos de Outorga ..................................................................................... 17

3.2.3 Melhorar Procedimentos Administrativos de Outorga .............................................................. 19

3.2.4 Realizar Processo de Alocação de Usos da Água por UGH....................................................... 20

3.2.5 Proceder ao Enquadramento/Reenquadramento Legal dos Corpos d’Água da Bacia do Rio

Grande .................................................................................................................................. 21

3.2.6 Implementar a Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos ....................................................... 23

3.2.7 Implementar o Sistema de Informações .................................................................................. 24

3.2.8 Atualizar o PIRH-Grande e os Planos das Bacias Afluentes ....................................................... 25

3.2.9 Fiscalizar os Usos dos Recursos Hídricos ................................................................................. 26

3.3 OBJETIVOS E METAS – COMPONENTE ESTRATÉGICO “CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS” ..... 27

3.3.1 Compatibilizar Balanços Hídricos Quantitativos ...................................................................... 27

3.3.2 Compatibilizar os Balanços Hídricos Qualitativos .................................................................... 29

3.3.3 Revisar e Atualizar a Rede de Monitoramento de Recursos Hídricos ......................................... 30

3.3.4 Apoiar a Solução de Passivos Ambientais Relacionados aos Recursos Hídricos ......................... 31

3.3.5 Fomentar a Conscientização da População para Conservação dos Recursos Hídricos ............... 33

3.4 OBJETIVOS E METAS – COMPONENTE ESTRATÉGICO “GOVERNANÇA” ............................................. 34

3.4.1 Implantar a Agência de Bacia .................................................................................................. 34

3.4.2 Acompanhar a Implementação do PIRH-Grande ..................................................................... 36

3.4.3 Fortalecer os Comitês de Bacia ............................................................................................... 36

3.4.4 Capacitar e Reestruturar os Órgãos Gestores de Recursos Hídricos .......................................... 37

4. FORMULAÇÃO DE DIRETRIZES PARA IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO

DE RECURSOS HÍDRICOS .................................................................................................... 37

4.1 BASE METODOLÓGICA PARA A FORMULAÇÃO DAS DIRETRIZES ...................................................... 37

4.2 OUTORGA DE DIREITO DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS ........................................................... 39

4.3 FISCALIZAÇÃO DOS USOS DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................................................... 44

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Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande

Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os

Instrumentos de Gestão

ENGECORPS

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4.4 ALOCAÇÃO DE ÁGUA NA BACIA ................................................................................................. 45

4.5 ENQUADRAMENTO DOS CORPOS D’ÁGUA .................................................................................. 47

4.6 COBRANÇA PELO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS ........................................................................ 58

4.7 COMPENSAÇÃO A MUNICÍPIOS .................................................................................................. 60

4.8 SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS ............................................................... 63

4.9 PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS .............................................................................................. 65

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 66

-5-

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Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os

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ENGECORPS

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1. INTRODUÇÃO

O presente documento apresenta os objetivos e metas do PIRH-Grande e diretrizes para

implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos na bacia do rio Grande, como

parte integrante da Etapa 3 do PIRH – Plano de Ações.

Contempla os temas previstos no Plano de Trabalho da ENGECORPS e, após esta Introdução,

está estruturado nos seguintes capítulos:

Capítulo 2: Embasamento Teórico-Conceitual para Estruturação do Plano de Ações,

apresentando a metodologia que está sendo adotada para estruturação do Plano de Ações;

Capítulo 3: Definição de Objetivos e Metas do PIRH-Grande, apresentando os objetivos e

metas que orientarão a proposta de intervenções na bacia, objeto do próximo produto, o

PP-05 – Proposta de Ações, Intervenções e Plano de Investimentos do PIRH;

Capítulo 4: Formulação de Diretrizes para Implementação dos Instrumentos de Gestão de

Recursos Hídricos, abordando a outorga, a fiscalização dos usos dos recursos hídricos, a

cobrança, o enquadramento dos corpos d’água, Sistema de Informações e planos de

recursos hídricos, além da compensação a municípios, e alocação de água na bacia; e

Capítulo 5: Referências Bibliográficas, relacionando as fontes de consulta utilizadas para

elaboração do presente relatório.

2. EMBASAMENTO TEÓRICO-CONCEITUAL PARA ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE

AÇÕES

As etapas de Diagnóstico e Prognóstico resultaram em subsídios relevantes para a definição do

Plano de Ações do PIRH-Grande, na medida em que possibilitaram a identificação e o

mapeamento de áreas críticas em termos dos balanços hídricos quanti-qualitativos, na situação

atual e futura, além de sinalizar aquelas áreas que necessitam intervenções mais ou menos

urgentes, o que foi especificamente definido no Cenário do Plano.

A partir dessa base de informações, cabe estabelecer os próximos passos e o caminho a ser

percorrido pelo PIRH, para que ele cumpra o seu papel fundamental como instrumento de

planejamento estratégico do uso dos recursos hídricos da bacia do rio Grande.

Como apoio metodológico a esta fase dos estudos, lançou-se mão de uma ferramenta

largamente utilizada em estudos multidisciplinares de planejamento de longo prazo, o Gráfico

de Objetivos e Meios – GOM.

O GOM, técnica extraída da Teoria de Sistemas explora as relações existentes entre visões de

futuro, estratégias, objetivos de curto, médio e longo prazo e ações propostas, auxiliando a

organizar estas últimas e a selecionar aquelas que melhor atendam aos objetivos visados.

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ENGECORPS

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As bases metodológicas da Análise de Objetivos/Meios, bem como a sua inserção em um

sistema de planejamento regional são bastante úteis para estruturar o Plano a partir de suas

Finalidades Maiores, Componentes Estratégicos, Objetivos e Ações/Intervenções.

A ideia central desse método reside no fato de que problemas são identificados pela análise

diagnóstica e prognóstica e as soluções desses problemas podem constituir objetivos. Assim

como os problemas, os objetivos são também interdependentes. Dessa forma, pode-se afirmar

que os objetivos correspondem a duais dos problemas, o que se evidencia mais facilmente

mediante a elaboração do gráfico proposto.

A Figura 2.1 ilustra e exemplifica a montagem do GOM.

Figura 2.1 – Exemplo de Gráfico de Objetivos e Meios

Como se observa na figura, o GOM associa enfoques top-down (visão do todo para as partes) e

bottom-up (visão das partes para o todo) da região em foco às finalidades de longo prazo

propostas pelo estudo, seus componentes estratégicos e objetivos, aos meios para que se

alcancem tais objetivos, representados por um rol de intervenções possíveis devidamente

materializadas por metas a serem cumpridas.

O gráfico assim elaborado pode ser lido e interpretado da “esquerda para a direita” e da

“direita para a esquerda”, possibilitando avaliar a eficiência obtida entre o cruzamento dos

temas e a sua convergência.

Cada coluna do GOM possui o seguinte significado:

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ENGECORPS

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Finalidades: gerais, sempre qualitativas, representam as intenções maiores do PIRH-

Grande, no longo prazo; traduzem o “valor” do Plano;

Componentes estratégicos: menos gerais do que as finalidades, mas também qualitativos,

representam elementos estratégicos de desenvolvimento, a integração entre os diferentes

principais enfoques do Plano;

Objetivos: dadas as finalidades e os componentes estratégicos, são elencados os objetivos a

serem perseguidos, tanto quanto possível associados a metas (detalhamento e quantificação

do objetivo) nos horizontes temporais do Plano;

Meios: são os instrumentos de ação disponíveis para se alcançar sucessivamente os

objetivos, a estratégia e as finalidades; reúnem as ações, estudos e projetos, constituídos por

medidas estruturais e não estruturais delineadas pelo estudo, a serem objeto de posterior

detalhamento, e reunidas em diversos programas, para compor o Plano de Investimentos

do PIRH.

Embora não esteja prevista neste relatório a apresentação dos “Meios”, ou seja, dos programas

que comporão o Plano de Investimentos a ser exposto mais adiante, considerando o

cronograma do projeto, a equipe técnica da ENGECORPS está trabalhando simultaneamente

no preenchimento do GOM completo, tendo-o como o guia básico para verificar se a leitura

top-down do gráfico está sendo devidamente respaldada pela leitura bottom-up, e vice-versa.

Tal procedimento visa, em síntese, identificar convergências e consistências entre os quatro

grandes elementos constituintes do GOM.

Cabe, ainda, ressaltar que os objetivos do PIRH servem também de pilares imprescindíveis à

definição das diretrizes dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos, objeto do Capítulo 4

deste relatório. Os objetivos estão devidamente considerados no GOM e validados pelas

leituras “cruzadas” que a ferramenta possibilita.

Dessa forma, o GOM apresentado nesta etapa dos estudos constitui uma primeira versão do

instrumento, que será apresentada de forma completa no Produto PP-05 – Propostas de Ações,

Intervenções e Plano de Investimentos.

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ENGECORPS

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3. DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS E METAS DO PIRH-GRANDE

A seguir, são apresentados a metodologia utilizada e os objetivos e metas do PIRH, tendo como

premissa básica a aprovação do Plano pelo CBH-Grande, ainda no presente ano 2017.

Tais objetivos e metas constituem os grandes pilares do planejamento global para os recursos

hídricos da bacia, servindo como o caminho comum a ser trilhado, como um norte para as

ações a serem implementadas no contexto das bacias afluentes, por iniciativa tanto dos

gestores estaduais quanto da própria ANA, considerando as respectivas atribuições e seus

rebatimentos nos recursos hídricos de domínio estadual e federal.

Os objetivos e metas do PIRH representam o seu enfoque de planejamento estratégico, do tipo

top down (ou de cima para baixo, ou, ainda na direção do todo para o particular), orientando,

as ações do tipo bottom up (ou de baixo para cima, ou, ainda, das partes para o todo) que

caberão aos planos das bacias afluentes, quando das suas revisões e atualizações.

Dessa forma, as ações emanadas do PIRH-Grande deverão ser discutidas e pactuadas entre o

CBH-Grande e os CBHs-Bacias Afluentes em todas as fases de implementação do Plano,

visando aos consensos necessários e articulações requeridas.

3.1 METODOLOGIA E MONTAGEM DO GRÁFICO DE OBJETIVOS E MEIOS – FASE 1

Utilizando-se do GOM (Figura 3.1), de acordo com o que foi exposto anteriormente, foram

definidos os objetivos do PIRH-Grande, que se consolidam em metas de curto, médio e longo

prazos, segundo será descrito no próximo tópico.

O GOM apresentado neste momento dos trabalhos se desenvolve até a definição dos objetivos

e metas, sendo denominado de Gráfico de Objetivos e Meios – Fase 1. Este procedimento

também foi adotado para proporcionar a análise do instrumento pelo GT-Plano, para que

sejam colhidas contribuições em tempo hábil no contexto do cronograma dos estudos para

elaboração dos programas constituintes do Programa de Investimentos.

Verifica-se que são finalidades maiores do PIRH alcançar a sustentabilidade hídrica da bacia do

rio Grande e a sustentabilidade operacional do próprio Plano, ao longo de todo o seu

horizonte temporal.

A sustentabilidade hídrica da bacia do rio Grande se concretiza, basicamente, mediante a

implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos e com base na garantia da

conservação dos recursos hídricos, em seu significado mais amplo; já a sustentabilidade

operacional do PIRH engloba, além de aspectos técnicos, aspectos legais, institucionais e

financeiros, enfeixados sob a governança dos recursos hídricos.

Para tanto, elencaram-se três grandes componentes estratégicos, que envolvem todos os

aspectos de interesse para que as finalidades maiores se concretizem:

Os instrumentos de gestão de recursos hídricos, que representam os mecanismos de que

se dispõe para alcançar a desejada sustentabilidade hídrica da bacia do rio Grande;

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ENGECORPS

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A conservação dos recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, em quantidade e

qualidade, envolvendo temas relacionados com o saneamento básico e a conservação

hidroambiental; e

A governança, dependente de uma articulação adequada dos atores envolvidos, com foco

nos órgãos gestores de recursos hídricos da bacia, em suas instâncias federal e estaduais,

nos Comitês – CBH-Grande e Comitês das Bacias Afluentes –, além da sociedade em geral.

Esses três componentes se desdobram em uma série de objetivos, também estratégicos, que

direcionam o estabelecimento dos meios necessários para que sejam alcançados, objeto de

detalhamento na próxima etapa dos estudos e apresentação no Produto PP-05 - Propostas de

Ações, Intervenções e Programa de Investimentos.

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ENGECORPS

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Figura 3.1 – Gráfico de Objetivos e Meios – Fase I

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ENGECORPS

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Observa-se que alguns dos objetivos elencados se relacionam a mais de um Componente

Estratégico, dado o caráter integrador dos recursos hídricos no contexto de uma bacia

hidrográfica; assim, e para facilitar a leitura do GOM, as setas cheias representam as inter-

relações mais diretas dos objetivos com os componentes estratégicos, enquanto as setas

pontilhadas representam relações indiretas, embora também importantes.

No item 3.2 para cada componente estratégico, estão reunidos e detalhados os objetivos e

metas que têm relação direta com eles (setas cheias do GOM), sistematizando a apresentação

do tema e facilitando o seu entendimento. As metas estão definidas para três horizontes

temporais e estão também indicadas as áreas para as quais elas estão dirigidas, ratificando a

identificação das áreas críticas (metas de curto prazo).

Considerando que o PIRH-Grande será apresentado para aprovação pelo CBH-Grande no ano

de 2017, definiram-se os seguintes horizontes temporais para estabelecimento das metas

associadas a cada objetivo:

Curto prazo: de 2018 a 2020;

Médio prazo: de 2021 a 2025; e

Longo prazo: de 2026 a 2030.

Tais prazos foram estabelecidos considerando uma leitura realista das potencialidades e

problemas da bacia, bem como o estágio em que se encontra a implementação dos

instrumentos de gestão.

No contexto da estrutura adotada para definição de objetivos e metas, foram resgatadas as

informações do Diagnóstico e do Prognóstico no que se refere à identificação e mapeamento

de áreas críticas e aos horizontes temporais predefinidos para intervenções, estes últimos,

estabelecidos pelo Cenário do Plano.

Assim, as metas, além de propostas para os horizontes de curto, médio e longo prazos, estão

dirigidas a três recortes espaciais, dependendo do objetivo a que estão associadas: a bacia do

rio Grande; as UGHs; ou as microbacias e os municípios nelas localizados, quando aplicável.

Esse procedimento visou orientar a elaboração posterior dos programas que comporão o Plano

de Investimentos do PIRH, tanto no que se refere ao momento em que as intervenções

deverão ocorrer como às áreas da bacia que deverão ser priorizadas, de acordo com os seus

níveis de criticidade previamente analisados no Diagnóstico e no Prognóstico.

Nesse sentido, vale relembrar os arquétipos de microbacias definidos no Prognóstico para

aspectos de quantidade e qualidade, apresentados nos Quadros 3.1 e 3.2 e mapeados também

no Prognóstico para o Cenário do Plano, nas Figuras 3.2 e 3.3.

No Prognóstico, também foram apresentadas análises do tipo causa-efeito, indicando as razões

dos balanços hídricos mais críticos em termos de demandas quantitativas e cargas poluidoras, e

onde se localizam os maiores problemas, orientando o foco espacial que deve ser dado pelo

Plano de Ações do PIRH-Grande para correção dos problemas apontados.

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QUADRO 3.1 - CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS DE MICROBACIAS – COMPONENTE QUANTITATIVO

Classe Classificação

Necessidade

de Ação

(timing)

Ação

1

Baixa demanda e

estabilidade ou

decréscimo na pressão

Longo prazo

PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO

Muito baixa prioridade para gestão, com alto potencial para desenvolvimento de atividades de

alta demanda e implantação de instrumentos de gestão voltados ao longo prazo

2 Baixa demanda e

estabilidade de pressão Médio prazo

PLANEJAMENTO DE MÉDIO PRAZO

Baixa prioridade para gestão, com potencial para desenvolvimento de atividades com alta

demanda e implantação de instrumentos de gestão voltados ao médio prazo

3 Demanda atendida e

pressão estável

Curto – ações

com foco na

precaução

OPORTUNIDADE COM PRECAUÇÃO

Devido à preponderância de demandas atendidas, porém com pressão estável, trata-se de

oportunidade para ação com foco na precaução – tanto na implantação de instrumentos de

gestão a curto prazo, quanto na análise sobre novas captações

4 Demanda atendida,

porém, com pressão

Curtíssimo –

necessidade de

antecipar-se à

pressão, foco na

eficiência

OPORTUNIDADE COM RESTRIÇÃO

Devido a preponderância de demandas atendidas, porém com pressão crescente, trata-se de

oportunidade para ação com foco na eficiência – tanto na implantação de instrumentos de gestão

a curto prazo, quanto na análise sobre novas captações.

Sem a devida restrição, a situação pode rapidamente se tornar crítica

5

Demanda no limite ou

acima, com estabilidade

de pressão

Curtíssimo –

situação próxima

à crítica

PRIORIDADE DE CONTROLE E SANEAMENTO

Prioridade de ações de controle com oportunidade de fomentar redução da demanda via

exemplo de restrições impostas à classe 6; restrição para novas captações; potencial para

mercado de água

6 Demanda no limite ou

acima, com pressão

Urgente –

situação já

crítica e piora à

vista

URGÊNCIA

Urgência na restrição de uso e redirecionamento da pressão de crescimento; potencial para

mercado de água; definição de situações emergenciais de restrição de captação e contingência;

busca de alternativas de gestão da demanda e da oferta

Elaboração ENGECORPS, 2016

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ENGECORPS

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QUADRO 3.2 – CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS DE MICROBACIAS – COMPONENTE QUALITATIVO

Classe Classificação

Necessidade de

Ação

(timing)

Ação

1

Concentração muito baixa e

estabilidade ou decréscimo

na pressão

Longo prazo

PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO

Muito baixa prioridade para gestão, com alto potencial para desenvolvimento de atividades de

alta demanda e implantação de instrumentos de gestão voltados ao longo prazo

2 Concentração baixa e

estabilidade de pressão Médio prazo

PLANEJAMENTO DE MÉDIO PRAZO

Baixa prioridade para gestão, com potencial para desenvolvimento de atividades com alta

demanda e implantação de instrumentos de gestão voltados ao médio prazo

3 Concentração média e

pressão estável

Curto – ações

com foco na

precaução

OPORTUNIDADE COM PRECAUÇÃO

Devido a preponderância de concentrações médias, porém com pressão estável, trata-se de

oportunidade para ação com foco na precaução – tanto na implantação de instrumentos de

gestão a curto prazo, quanto na análise sobre novos lançamentos

4 Concentração média, porém

com pressão

Curtíssimo –

necessidade de

antecipar-se à

pressão, foco na

eficiência

OPORTUNIDADE COM RESTRIÇÃO

Devido à preponderância de concentrações médias, porém com pressão crescente, trata-se de

oportunidade para ação com foco na eficiência – tanto na implantação de instrumentos de

gestão a curto prazo, quanto na análise sobre novos lançamentos.

Sem a devida restrição, a situação pode rapidamente se tornar crítica

5

Concentração excessiva ou

elevada, com estabilidade

de pressão

Curtíssimo –

situação próxima

à crítica

PRIORIDADE DE CONTROLE E SANEAMENTO

Prioridade de ações de controle e de tratamento de efluentes para, em conjunto com restrição

para novos lançamentos, controlar e reduzir as concentrações; promover acordos de condições

de entrega de água junto às áreas de montante

6 Concentração excessiva,

com pressão

Urgente –

situação já crítica

e piora à vista

URGÊNCIA

Urgência de ações de controle; prioridade máxima no tratamento de efluentes; restrição

máxima para novos lançamentos; necessidade de acordos de condições de entrega de água

junto às áreas de montante

Elaboração ENGECORPS, 2016

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Figura 3.2 – Cenário do Plano – 2020 – Componente Quantitativo – Vazão Q7,10

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Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão

ENGECORPS

1317-ANA-03-RH-RP-0004

Figura 3.3 - Cenário do Plano – 2020 – Componente Qualitativo – Vazão Q7,10

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Instrumentos de Gestão

ENGECORPS

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3.2 OBJETIVOS E METAS – COMPONENTE ESTRATÉGICO “INSTRUMENTOS DE GESTÃO DOS

RECURSOS HÍDRICOS”

Neste item, são descritos os objetivos do PIRH-Grande relacionados com o componente

estratégico Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos e definidas suas metas de curto,

médio e longo prazos.

As iniciativas integrantes das metas de curto prazo serão detalhadas e apresentadas no Manual

Operativo do PIRH – MOP.

3.2.1 Ampliar a Regularização dos Usos dos Recursos Hídricos

De acordo com os dados do Diagnóstico, observou-se que as outorgas concedidas na bacia do

rio Grande para captação de águas superficiais podem não representar fielmente a totalidade

das demandas de recursos hídricos. Na maior parte das UGHs foi verificado que as demandas

de recursos hídricos referentes a outorgas foram inferiores aos valores de demandas estimadas

por meio de dados secundários, o que mostra uma necessidade importante de ampliação da

regularização dos usos.

Cabe, portanto, implementar processos que visem à obtenção de informações completas e

atualizadas sobre os usos de recursos hídricos na bacia e que, em momento seguinte, levem à

regularização desses usos.

As ações de cadastro de usuários deverão ser realizadas pelos órgãos gestores de recursos

hídricos, no caso, a ANA para os cursos d’água de domínio da União e o IGAM e DAEE,

respectivamente, para os cursos d’água de domínio dos estados de Minas Gerais e São Paulo.

Para as águas subterrâneas, a atribuição de realizar o cadastro de usuários é dos órgãos

estaduais.

Um ponto de extrema relevância foi considerado nos estudos e trata da questão da

metodologia de cadastro de usos. Há diversas metodologias possíveis, desde o cadastro de

campo até o chamamento de usos por meio de processos de forte divulgação para

preenchimento de formulários via rede mundial de computadores. Além disso, a experiência

da ANA em processos de cadastros de usuários mostra que as ações de campo devem ser

focadas em bacias com situação mais crítica, e objetivando uma maior acurácia nas

informações de demanda e, com isso, possibilitando conferir e adequar os resultados do

balanço hídrico quanti-qualitativo. Com base nesse conceito, foram desenvolvidas as Metas 1 e

2 propostas, relacionando os cadastros de campo para microbacias em situação mais crítica e

ações de chamamento para o restante.

A ANA está atualizando o Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos, considerando

um sistema mais objetivo em termos do número de informações que são registradas,

denominado CNARH-40, em que deverão ser incluídas apenas as informações de usuários

outorgados, em nível nacional. Considera-se relevante que todas as informações de usos

outorgados estejam inseridas em um sistema único, para o desenvolvimento de balanços

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hídricos integrados. Assim, no contexto do presente objetivo, foi prevista também a Meta 3,

abaixo relacionada.

Dessa forma, para atendimento ao objetivo em questão, são propostas as metas definidas a

seguir:

Recomenda-se que, para o cadastramento dos usuários, seja utilizada, entre outras

informações, a base de dados obtida por meio da Resolução Conjunta ANA/ANEEL nº

05/2016.

3.2.2 Revisar Critérios Técnicos de Outorga

O segundo objetivo proposto é relacionado à revisão de critérios de outorga para cada bacia

hidrográfica, realizado a partir de uma análise das especificidades locais.

Atualmente, os estados de Minas Gerais e São Paulo apresentam critérios de outorga

homogêneos para todo o Estado, sem grandes particularidades por bacia, considerando a vazão

de referência Q7,10

(vazão média mínima de 7 dias com 10 anos de período de retorno) e

percentuais outorgáveis em cada seção do curso d’água. Já a ANA considera outra vazão de

referência, no caso a Q95%

(vazão de permanência com 95% no tempo) e outro percentual

outorgável, levando a distinções importantes nos valores de disponibilidade hídrica para

outorga entre os três órgãos gestores das esferas federal e estaduais.

Outro ponto importante a ressaltar trata do fato de que não foi realizado estudo para definição

ou verificação da vazão ecológica para cada bacia hidrográfica. Há diversas metodologias

possíveis para tal estudo, podendo ser aplicadas e verificadas para as diferentes UGHs.

Nenhum dos critérios adotados pelos três órgãos gestores foi devidamente particularizado por

bacia hidrográfica e, caso isso seja feito, pode trazer benefícios importantes para o processo de

gestão dos recursos hídricos da bacia do rio Grande.

Adicionalmente, quando da elaboração do presente Plano, foi necessário utilizar os bancos de

dados de outorgas do DAEE e do IGAM, verificando-se que:

O DAEE outorga vazões de lançamento de efluentes, mas não define as concentrações dos

poluentes, o que é feito pela CETESB, no âmbito do licenciamento ambiental de

empreendimentos; tal fato dificulta a utilização dos dados, sendo necessário um exaustivo

levantamento de informações em ambas as instituições, e que nem sempre apresentam

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convergências. Portanto, sugere-se que o banco de dados de outorgas para lançamento de

efluentes do DAEE incorpore as concentrações de poluentes desses lançamentos;

No caso do IGAM, a outorga para lançamento de efluentes na bacia do rio Grande ainda

não é emitida, o que carece de solução urgente. Cabe ressalvar que o IGAM regulamentou,

por meio da DN COPAM/CERH-MG nº 26/2008 os procedimentos gerais de natureza

técnica e administrativa a serem observados no exame de pedidos de outorga para o

lançamento de efluentes em corpos d’água superficiais no domínio do estado de Minas

Gerais. Porém, para exercer a gestão efetiva dos efluentes por bacia, bem como validar a

operacionalidade e os critérios de análise, a aplicação da referida DN vem sendo realizada

de forma gradativa no estado, sendo a sub-bacia do ribeirão da Mata, afluente da bacia

hidrográfica do rio das Velhas, a escolhida para ser o projeto piloto.

No caso das outorgas para águas subterrâneas, um dos pontos de grande relevância verificados

nos estudos de Diagnóstico para a bacia trata da questão das águas minerais, sendo verificadas

importantes estâncias hidrominerais localizadas na bacia do rio Grande. Nesse sentido, há

necessidade de integração entre os bancos de dados dos órgãos gestores estaduais com o

DNPM e melhorias nos processos de análises de outorgas de águas subterrâneas, que devem

ser efetivadas no sentido de uma maior consideração de critérios que observem a

interdependência entre as águas superficiais e subterrâneas nos casos de aquíferos livres.

Também as outorgas para aproveitamentos hidrelétricos devem ter seus procedimentos

revisitados, principalmente considerando aspectos de qualidade das águas e ajustes nas

metodologias para definição de retiradas e consumos. Considerando que, de modo geral, as

demandas outorgadas foram verificadas nos estudos como inferiores aos valores reais estimados

nas bacias hidrográficas, podem ocorrer aproveitamentos hidrelétricos em que os valores

reservados para consumos efetivos a montante também sejam inferiores aos reais, levando a

problemas de vazão disponível para geração de energia. Tais fatos indicam necessidade de

revisão das metodologias utilizadas nas análises para emissão de outorgas para aproveitamentos

hidrelétricos nos estados, recomendando-se a utilização de metodologia que já vem sendo

empregada pela ANA.

Recomenda-se que as discussões sobre as novas técnicas de outorga sejam promovidas em

oficinas de trabalho, reuniões e seminários a serem realizados com a participações de membros

da equipe técnica da ANA e dos órgãos gestores estaduais, para troca de conhecimentos,

sugestões e tomada de decisões.

Dessa forma, para o atendimento a esse objetivo, propõem-se as seguintes metas:

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3.2.3 Melhorar Procedimentos Administrativos de Outorga

Cada órgão gestor de recursos hídricos é responsável por disciplinar os procedimentos

administrativos de outorga para os cursos d’água do seu estado e a ANA, no caso dos rios de

domínio da União. De uma forma geral, conforme apresentado na etapa de Diagnóstico e

análise realizada dos procedimentos adotados pelos estados, verificam-se diferenças sensíveis

nos procedimentos aplicados, principalmente no que se refere à documentação administrativa

para o protocolo dos pedidos de outorga.

Nesse contexto, importante lembrar os objetivos estabelecidos para a outorga segundo a Lei

Federal nº 9433/97: “assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo

exercício dos direitos de acesso à água”. Dessa forma, para que a análise técnica dos processos

de outorga seja realmente eficiente no cumprimento desse objetivo legal, é fundamental que

seus procedimentos sejam estudados e revistos. E, sendo assim, essas entidades devem verificar

o potencial de desburocratização da parte administrativa em prol do foco na análise técnica

propriamente dita. Para que seja realizada uma boa distribuição dos recursos hídricos para usos

múltiplos, o foco dos órgãos gestores e seus técnicos deve ser a análise técnica dos processos e

seus aspectos relacionados à disponibilidade hídrica, demandas, balanços e o uso eficiente da

água.

No caso da ANA, tal revisão e desburocratização dos processos de outorga já foi realizada e

vem sendo atualizada periodicamente. Nesse sentido, a documentação necessária por parte do

empreendedor é mínima e o foco do analista se volta aos aspectos técnicos, ganhando

eficiência técnica e tempo de resposta à sociedade. No caso dos estados, como ocorre em

Minas Gerais, por exemplo, os procedimentos de outorga atuais demandam ao usuário uma

série de documentos administrativos e que por vezes não apresentam relação alguma com a

demanda de água ou com a avaliação de balanço hídrico e disponibilidade hídrica. Os

processos levam, então, a um grande tempo de leitura e análise de documentos por parte dos

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técnicos do órgão gestor fazendo com que o tempo de resposta a um pedido de outorga se

estenda, às vezes, por anos.

No caso de São Paulo, o DAEE está em processo de alteração de procedimentos de outorga

visando à desburocratização, tendo previsão de implantação da outorga eletrônica no segundo

semestre de 2017. Nesse sentido, há que se aplicar os novos procedimentos para

posteriormente avaliar sua eficiência e, portanto, não são apresentadas metas relacionadas ao

presente objetivo para o estado de São Paulo.

Dessa forma, são propostas as metas a seguir apresentadas, especificamente para o estado de

Minas Gerais.

Tal como para a revisão dos procedimentos técnicos de outorga, recomenda-se que as

discussões sobre os novos procedimentos administrativos sejam promovidas em oficinas de

trabalho, reuniões e seminários a serem realizados com a participações de membros da equipe

técnica da ANA e do IGAM, para troca de conhecimentos, sugestões e tomada de decisões.

3.2.4 Realizar Processo de Alocação de Usos da Água por UGH

A etapa seguinte do processo de gestão de recursos hídricos trata da alocação dos usos dos

recursos hídricos. Considerando as informações do cadastro de usos da água na bacia

hidrográfica e os critérios de outorga aplicados na bacia, deve ser feita a alocação desses usos

de acordo com a disponibilidade hídrica da bacia.

Para aqueles usos cujas vazões demandadas forem superiores aos limites disponíveis ou que

levarem à manutenção de vazões ecológicas inferiores aos valores estabelecidos na legislação

atual, serão requeridas ações de redução ou otimização das demandas.

A alocação de usos é fundamental para a bacia hidrográfica, uma vez que dará suporte à

regularização dos usos da água cadastrados e à consequente emissão das outorgas de direito de

uso de recursos hídricos.

O presente PIRH-Grande apresenta, no Capítulo 4 deste relatório, diretrizes para a alocação de

água na bacia do rio Grande e a definição de pontos de controle para monitoramento de

vazões de entrega e padrões de qualidade da água a serem atendidos, considerando os

seguintes critérios básicos:

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Rios principais das UGHs e domínio federal e/ou estadual;

Disponibilidade hídrica, demandas e resultados do balanço hídrico quanti-qualitativo;

Trechos críticos definidos pela Portaria ANA nº 62/2013;

Localização de postos de monitoramento fluviométrico e estações de monitoramento da

qualidade da água, privilegiando-se os existentes, em operação; caso se mostre necessário

um ponto de controle que não coincida com esses postos, foi recomendada a instalação de

novo posto;

Localização de Usinas Hidrelétricas.

Contudo, ao nível de microbacias, tais diretrizes deverão ser detalhadas a posteriori, em

presença de novos dados e estudos mais aprofundados, bem como deverão ser analisadas

situações em que a outorga coletiva se mostre adequada.

Sendo assim, para atendimento ao objetivo em questão, propõem-se as seguintes metas:

No que se refere à Meta 3, vale ressalvar que as outorgas coletivas devem ser previstas para

conjuntos de microbacias críticas, tais como as que se localizam nas regiões dos municípios de

Catanduva, SP, e Barbacena, MG, por exemplo.

3.2.5 Proceder ao Enquadramento/Reenquadramento Legal dos Corpos d’Água da Bacia

do Rio Grande

Segundo apresentado no Diagnóstico, as UGHs do estado de São Paulo possuem

enquadramento legal, desde 1977, com revisões posteriores em 1994; mais recentemente, em

2016, a CETESB produziu e disponibilizou a base espacial georreferenciada do enquadramento

aprovado em 1994. A grande maioria dos cursos d’água está enquadrada em classe 2. Os

estudos de qualidade das águas apresentados no Diagnóstico e Prognóstico mostram que é

possível rever o enquadramento legal das UGHs paulistas, adotando-se classes de usos mais

exigentes e/ou menos exigentes, com base nas simulações realizadas com apoio de modelo

matemático.

Na vertente mineira, apenas os corpos d’água da GD 04 estão enquadrados, obedecendo ao

que determina a Deliberação Normativa COPAM nº 33, de 18/12/1998.

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Os rios de domínio da União também não estão enquadrados legalmente e também é

necessário enquadrar os reservatórios das Usinas Hidrelétricas existentes na bacia, que estão

relacionados a seguir:

Reservatórios da Bacia do Rio Grande

UHE Antas II

UHE Rio do Peixe

UHE Caconde

UHE Euclides da Cunha

UHE Limoeiro

UHE Camargos

UHE Itutinga

UHE Funil

UHE Furnas

UHE Marechal Mascarenhas de Morais

UHE Estreito

UHE Jaguara

UHE Igarapava

UHE Volta Grande

UHE Porto Colômbia

UHE Marimbondo

UHE Água Vermelha

Com relação aos reservatórios, o Diagnóstico apresentou alguns resultados obtidos mediante

estudos simplificados (ver relatório do Diagnóstico, item 5.2.2), recomendando-se que sejam

desenvolvidos estudos mais detalhados, para subsidiar as propostas de enquadramento a partir

de dados mais precisos.

Portanto, para atender ao objetivo em questão, propõem-se as seguintes metas, considerando a

situação atual de qualidade da água da bacia e também as previsões para cenários futuros,

além das diretrizes para implementação do enquadramento propostas pelo presente Plano (ver

item 4.5 do Capítulo 4):

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Com relação à Meta 1, o grupo de trabalho proposto terá por objetivo discutir as propostas

preliminares apresentadas pelo PIRH-Grande, avaliar os resultados dos estudos objeto das

Metas 2 e 3, e tal grupo poderá ser formado no âmbito dos CBHs-Bacias Afluentes, para

debater os temas de suas áreas de atuação específicas, contribuindo para as discussões que

serão empreendidas para toda a bacia, pelo CBH-Grande.

Com relação à Meta 3, destaca-se que no âmbito do PIRH-Grande não foram definidos os usos

futuros dos recursos hídricos desejados pela sociedade da bacia, uma vez que o

enquadramento propriamente dito será desenvolvido após aprovação do Plano; a definição

desses usos é etapa obrigatória no processo de enquadramento, pois constitui um dos

principais condicionantes para o estabelecimento das classes de enquadramento.

Cabe salientar que a definição das estratégias para o enquadramento faz parte do escopo do

PIRH-Grande, devendo ser apresentada no Manual Operativo do Plano uma Nota Técnica que

servirá como subsídio para a discussão futura do enquadramento pelo CBH-Grande e CBHs-

Bacias Afluentes.

3.2.6 Implementar a Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos

A situação do processo de implementação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos na bacia

do rio Grande se encontra no seguinte estágio de desenvolvimento:

Nos rios de domínio do estado de São Paulo, se encontra em estágio avançado em toda a

bacia, uma vez que os comitês de cada bacia afluente da vertente paulista contam com

modelo de cobrança definido e algumas etapas legais superadas, podendo no curto prazo a

cobrança estar implementada;

Nos rios de domínio do estado de Minas Gerais, em que pese o Plano Estadual de Recursos

Hídricos de Minas Gerais PERH-MG indicar que já existe embasamento legal para a

cobrança, nenhum dos comitês de bacias afluentes da vertente mineira iniciou, até o

momento, o processo de discussão de valores e metodologias visando à regulamentação da

cobrança;

Nos rios de domínio da União, o processo de regulamentação também ainda não foi

iniciado, entretanto, se prevê que as discussões sobre o tema possam começar de imediato.

Estes debates deverão ser subsidiados de maneira mais objetiva com os estudos de base

realizados no âmbito deste Plano.

Cabe ressalvar que, nas bacias dos rios Paraíba de Sul, Doce e São Francisco, estão sendo

elaborados estudos para definição de valores da cobrança diferenciados por setor usuário, o

que pode se mostrar adequado também para a bacia do rio Grande, propondo-se, portanto,

que seja elaborado um estudo semelhante com resultados a serem considerados futuramente,

caso sejam validados pelo CBH.

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Portanto, para atender ao objetivo em questão e considerando a situação atual da cobrança

pelo uso dos recursos hídricos na bacia do rio Grande, propõem-se as seguintes metas para

implementação deste instrumento:

3.2.7 Implementar o Sistema de Informações

Para o monitoramento da gestão dos recursos hídricos da bacia do rio Grande, será

fundamental contar com mecanismos que permitam verificar a situação dos recursos hídricos, e

que seja de fácil utilização pelos órgãos gestores de recursos hídricos, pelo CBH-Grande e

comitês das bacias afluentes, além de possibilitar acesso por parte da sociedade da bacia.

Além disso, a base de dados do Sistema deverá ser homogeneizada, a exemplo dos bancos de

dados de outorgas, que atualmente contemplam informações distintas entre os órgãos gestores,

dificultando sua utilização tanto para consulta como para utilização dos dados disponibilizados

em estudos e projetos.

A orientação da ANA, que vem sendo obedecida em outros planos de bacias de rios de

domínio da União, é a de utilização do Sistema Nacional de Informações de Recursos Hídricos

– SNIRH – para disponibilização dos dados das bacias estudadas e acesso por parte dos

interessados.

Assim, estão previstas as seguintes metas para implementação do Sistema de Informações no

âmbito do PIRH-Grande:

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3.2.8 Atualizar o PIRH-Grande e os Planos das Bacias Afluentes

Os Planos de Recursos Hídricos das Bacias Afluentes disponíveis estão listados a seguir,

ressalvando-se que os planos da vertente paulista estão sendo atualizados no momento

(junho/2017):

GD 01: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Alto Rio Grande, elaborado pelo

Consórcio ECOPLAN-LUME- SKILL, em 2014.

GD 02: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio das Mortes, elaborado pelo

Consórcio ECOPLAN-LUME- SKILL, em 2014.

GD 03: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Entorno do Lago de

Furnas, elaborado pela Fundação de Pesquisa e Assessoramento à Indústria de Itajubá –

FUPAI, em 2012.

GD 04: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Verde, elaborado pelo

Consórcio ECOPLAN-LUME, em 2010.

GD 05: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí,

elaborado pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, em 2010.

GD 06: Plano Diretor da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios Mogi Guaçu e

Pardo, elaborado pela Fundação Educacional de Ensino de Técnicas Agrícolas, Veterinárias

e de Turismo Rural - FUNDAÇÃO ROGE, em 2010.

UGRHI 01: Plano da Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Serra

da Mantiqueira, elaborado pela Cooperativa de Serviços e Pesquisas Tecnológicas e

Industriais – CPTI, em 2009.

UGRHI 04: Plano de Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Pardo,

elaborado pela Cooperativa de Serviços e Pesquisas Tecnológicas e Industriais – CPTI, em

2008.

UGRHI 08: Plano de Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do

Sapucaí/Grande, elaborado pela Cooperativa de Serviços e Pesquisas Tecnológicas e

Industriais – CPTI ,em 2008.

UGRHI 09: Revisão do Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Mogi Guaçu 2016-2019,

elaborado pela VM EGENHARIA, em 2016.

UGRHI 12: Revisão do Plano de Bacia da Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de

Recursos Hídricos do Baixo Pardo/Grande, elaborado pela Cooperativa de Serviços e

Pesquisas Tecnológicas e Industriais – CPTI, em 2009.

UGRHI 15: Plano de Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Bacia

do Turvo/Grande, elaborado pela Cooperativa de Serviços e Pesquisas Tecnológicas e

Industriais – CPTI, em 2008.

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Observa-se que as datas da elaboração dos planos variam entre 2008 e 2016, sendo necessária

a sua atualização, em conteúdo e prazo, em cumprimento de resoluções específicas dos

respectivos Conselhos de Recursos Hídricos. Vale ressaltar, nesse sentido, que todos os planos

de bacia do estado de São Paulo encontram-se em revisão, devendo ser concluídos e

aprovados até 31 de dezembro de 2017, visando ao atendimento às Deliberações CRH/SP nº

146/2012 e CRH/SP nº 188/2016, que definem os critérios, os prazos e os procedimentos para

a elaboração do Plano de Bacia Hidrográfica e do Relatório de Situação dos Recursos Hídricos

da Bacia Hidrográfica.

Com relação às UGHs mineiras GD 07 e GD 08, estão sendo elaborados no âmbito do PIRH os

seus Planos de Ações de Recursos Hídricos (PARHs), com previsão de conclusão no presente

ano de 2017.

Além da atualização dos Planos das Bacias Afluentes, também será necessária a atualização do

próprio PIRH, bem como a aprovação dos PARHs das UGHs GD 07 e GD 08, e do Manual

Operativo do PIRH (MOP), que prevê ações de curto prazo para os dois primeiros anos após a

aprovação do Plano, estando, assim, previstas as seguintes metas associadas ao presente

objetivo, tendo como pressuposto a aprovação do PIRH pelo CBH-Grande no presente ano de

2017:

3.2.9 Fiscalizar os Usos dos Recursos Hídricos

Após a aplicação de todo o processo de gestão na bacia hidrográfica, desde as etapas iniciais

de cadastro de usuários e definição de critérios de outorga até o estabelecimento dos marcos

regulatórios e a regularização de usos, é fundamental que sejam estabelecidos procedimentos e

que sejam realizadas campanhas de fiscalização dos usos outorgados, que devem ser

verificados em campo quanto ao cumprimento das diretrizes e normativos legais, notadamente

no que se refere aos termos constantes em suas outorgas.

Para isso, foi definido este objetivo, necessário para toda a bacia do rio Grande, de

responsabilidade direta dos órgãos gestores de recursos hídricos federal e estaduais, e

atendendo às seguintes metas, que priorizam áreas de maiores conflitos quanti-qualitativos

identificadas no Diagnóstico e Prognóstico.

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3.3 OBJETIVOS E METAS – COMPONENTE ESTRATÉGICO “CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS

HÍDRICOS”

Neste item, são descritos os objetivos do PIRH-Grande relacionados com o componente

estratégico Conservação dos Recursos Hídricos e definidas suas metas de curto, médio e longo

prazos.

3.3.1 Compatibilizar Balanços Hídricos Quantitativos

Um aspecto fundamental no processo de gestão e conservação dos recursos hídricos trata do

uso eficiente da água. Cada vez mais vêm sendo desenvolvidas novas tecnologias para redução

de consumos e redução de perdas, visando a melhorias no aproveitamento dos recursos

hídricos e atendimento a índices de uso racional da água. Conforme definição apresentada na

Resolução ANA nº707/2004, uso racional da água se caracteriza pelo “uso da água provido de

eficiência, caracterizada pelo emprego da água em níveis tecnicamente reconhecidos como

razoáveis, no contexto da finalidade a que se destina ou definidos como apropriados para a

bacia, com observância do enquadramento do corpo hídrico e os aspectos tecnológicos,

econômicos e sociais”.

Nesse sentido, considerando que o objetivo em questão envolve diversos setores usuários,

pode ser considerado como amplo e abrangente, podendo levar a resultados importantes na

melhoria dos balanços hídricos. Por esse motivo, este é um objetivo a ser buscado para todas as

bacias hidrográficas, sendo priorizado nas bacias em que o balanço hídrico quantitativo já

apresenta situação conflituosa.

De uma forma geral, trata-se de avançar no sentido de reduzir as demandas e/ou adequá-las às

disponibilidades hídricas quantitativas, considerando, simultaneamente, para definição do

escalonamento temporal das metas, as informações do Cenário do Plano.

Águas Superficiais

Segundo apresentado no Diagnóstico e no Prognóstico, as maiores causas dos balanços hídricos

quantitativos de águas superficiais críticos na bacia do rio Grande se devem às demandas para

irrigação, seguidas das demandas para abastecimento industrial. Assim, o foco deste objetivo

será o de examinar essas questões, para que sejam propostas ações adequadas à solução dos

problemas identificados, nos prazos requeridos.

No que se refere especificamente à irrigação, sabe-se que existem diversos barramentos para

regularização de vazões em pontos localizados da bacia do rio Grande, que não estão

identificados, caracterizados e mapeados. A existência desses barramentos pode resultar em

melhorias nos balanços hídricos quantitativos de algumas microbacias, sendo, portanto,

necessário conhecê-los e, onde aplicável, rever os balanços hídricos que foram realizados no

Diagnóstico e no Prognóstico.

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Por outro lado, também devem ser reduzidas as perdas nos sistemas de abastecimento de água

urbanos, o que pode contribuir para otimizar as demandas hídricas da bacia, sendo que até o

momento, apenas 89 municípios da bacia, de um total de 393, possuem seu Plano de

Saneamento Básico, tal como exposto no Prognóstico.

Águas Subterrâneas

No caso das águas subterrâneas, embora os balanços hídricos realizados tanto no cenário atual

como para os cenários futuros não tenham demonstrado comprometimento elevado dos

aquíferos, sabe-se que os estudos sobre os balanços hídricos integrados entre águas superficiais

e subterrâneas efetuados para a bacia do rio Grande não refletem na íntegra a realidade, sendo

necessário aprofundar tais estudos, em presença de mais dados.

Tendo em vista que a pressão sobre os aquíferos da bacia do rio Grande pode vir a se

intensificar, dada a pequena disponibilidade hídrica superficial de algumas áreas para absorver

novas demandas, e dado que algumas áreas já apresentam explotação excessiva das águas

subterrâneas, é necessário refinar os balanços hídricos integrados que foram apresentados no

Diagnóstico e no Prognóstico.

Assim, estão previstas as seguintes metas para compatibilizar o balanço hídrico quantitativo de

águas superficiais e subterrâneas1

:

1 O escalonamento temporal previsto para alcance da Meta 8 em cada UGH obedece à ocorrência na bacia do rio Grande dos aquíferos

Guarani e Bauru-Caiuá, ambos do tipo poroso, e dos demais aquíferos no médio prazo para as demais UGHs.

2 Ao encargo das prefeituras municipais.

3 As obras e serviços a serem executados serão de responsabilidade dos usuários de recursos hídricos envolvidos.

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3.3.2 Compatibilizar os Balanços Hídricos Qualitativos

As informações apresentadas no Prognóstico – quando o balanço hídrico qualitativo, tanto da

situação atual como nos cenários futuros foi realizado com apoio em modelagem matemática –

mostraram que, mesmo incorporando aos cenários as metas dos Planos Municipais de

Saneamento Básico (PMSBs) e do Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB – para a

região Sudeste, restam trechos de cursos d’água na bacia incompatíveis com os padrões de

qualidade da classe 3. Foram consideradas as seguintes metas do PLANSAB:

Cobertura de coleta de esgoto: 94% no curto prazo, 95% no médio e 98% no longo prazo;

Índice de tratamento de esgoto: 63% no curto prazo, 72% no médio e 90% no longo prazo.

Com relação à eficiência das ETEs, foram mantidas nos cenários aquelas consideradas no

Diagnóstico, obtidas pela ANA diretamente junto aos prestadores dos serviços de saneamento

da bacia; para os municípios que atualmente não possuem ETEs implantadas foram adotados

valores conservadores: 70% em Minas Gerais (Deliberação Normativa Conjunta

COPAM/CERH-MG n° 01/2008) e 80% em São Paulo (Decreto Estadual n° 8.468/1976) para

DBO, 10% de nitrogênio e 10% de fósforo (VON SPERLING, 2005).

Os resultados dos balanços hídricos qualitativos devem-se, em sua grande maioria, ao

lançamento de esgotos urbanos na rede de drenagem, embora algumas cidades já contem com

Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs).

Mesmo em menores proporções, também contribuem para uma má qualidade das águas da

bacia as atividades agropecuárias, que, além do lançamento de cargas poluentes sem

tratamento diretamente na rede de drenagem, também causam o aporte de nutrientes aos

reservatórios, em níveis elevados.

Ainda, são fontes geradoras de cargas poluentes os estabelecimentos industriais e

agroindustriais, que carecem de maior conhecimento de seus padrões de lançamento de

efluentes, dada a indisponibilidade de dados da concentração desses poluentes nos bancos de

dados de outorgas do DAEE e do IGAM.

Outra fonte geradora de cargas poluentes são os depósitos de resíduos sólidos constituídos por

lixões e aterros não controlados, embora o Diagnóstico tenha mostrado que ações para

correção desses problemas já se encontram em andamento na bacia. Contudo, a prática de

formação de consórcios intermunicipais para gestão integrada de resíduos tem se mostrado

eficiente no País, a despeito das articulações interinstitucionais exigidas.

Dessa forma, para a conservação dos recursos hídricos no seu componente qualitativo, estão

previstas as metas a seguir relacionadas.

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A definição do enquadramento e do seu plano de efetivação constituirão balizador

fundamental ao cumprimento das metas associadas ao objetivo de compatibilizar os balanços

hídricos qualitativos na bacia do rio Grande, pondo em relevo a necessidade urgente da

implementação desse instrumento na bacia.

3.3.3 Revisar e Atualizar a Rede de Monitoramento de Recursos Hídricos

Um dos objetivos propostos para promover a conservação dos recursos hídricos refere-se à

rede de monitoramento da bacia do rio Grande, envolvendo aspectos de quantidade de águas

superficiais e subterrâneas e de qualidade, incluindo a qualidade da água dos reservatórios.

Para que o processo de gestão de recursos hídricos seja feito de forma eficiente, é de suma

importância a utilização de uma rede atualizada, tanto em termos de pontos de

monitoramento, quanto no que se refere aos parâmetros a serem monitorados e frequência das

medições.

Ainda nesse contexto, é importante que os dados sejam sempre atualizados, consistidos e

avaliados por meio de reportes periódicos e que sejam correlacionados aos critérios de

outorga, vazões de entrega em Pontos de Controle, vazões ecológicas, metas do

enquadramento e atendimento de compromissos predefinidos.

Esse objetivo é relacionado diretamente com o Sistema de Informações sobre Recursos

Hídricos, considerando que as informações de monitoramento e seus resultados consistidos

devem ser inseridos e disponibilizados para a sociedade. Foram propostas as seguintes metas

para o cumprimento desse objetivo:

4 Ao encargo das prefeituras municipais.

5 Ao encargo das concessionárias estaduais dos serviços de saneamento e das prefeituras municipais.

6 Os serviços e obras serão de responsabilidade dos produtores rurais.

7 Ao encargo das prefeituras municipais.

8 Os serviços e obras serão de responsabilidade dos usuários do setor industrial

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O primeiro relatório anual de avaliação dos resultados do monitoramento deve apresentar a

comparação dos dados obtidos com os critérios de outorga, vazões de entrega entre bacias

hidrográficas e qualidade da água compatível.

3.3.4 Apoiar a Solução de Passivos Ambientais Relacionados aos Recursos Hídricos

Promover a conservação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos é um objetivo amplo

e complexo em termos de escopo envolvido e de abrangência espacial, aplicando-se a toda a

bacia do rio Grande e apresentando estreita interface com estudos ambientais.

Contudo, no âmbito de um plano de bacia hidrográfica, as ações propostas devem ter seu foco

dirigido àquelas questões que se relacionam mais diretamente com os recursos hídricos

propriamente ditos, cabendo aos órgãos de meio ambiente tratar dos demais temas correlatos,

tendo em vista, inclusive, que os órgãos constituintes do Sistema Nacional de Gerenciamento

de Recursos Hídricos não têm competência legal e nem dispõem de recursos financeiros para

atuar diretamente em agendas ambientais.

Essas ações podem envolver, por exemplo, iniciativas prioritárias para proteção de nascentes e

áreas de ocorrência de aquíferos livres (mais vulneráveis), e procedimentos que envolvam

atitudes da população da bacia.

Também envolvem a implantação de serviços e obras para redução de demandas quantitativas

e coleta e tratamento de esgotos domésticos e industriais, estendendo ainda mais o leque de

alternativas que se vinculam ao componente “Conservação dos Recursos Hídricos”; no caso do

PIRH-Grande, e visando melhor sistematizar os objetivos e metas do Plano, as iniciativas do

setor de saneamento estão previstas para atendimento aos objetivos de compatibilizar os

balanços hídricos quanti-qualitativos, conforme antes exposto no item 3.3.2.

O Diagnóstico apontou e mapeou a ocorrência de um total de 8.635 feições erosivas na bacia

do rio Grande. Durante reuniões realizadas com o GT-Plano e o CBH-Grande também foram

manifestadas, pelos presentes, preocupações com passivos ambientais da atividade minerária

na região de Poços de Caldas, MG. Foi também solicitada por um membro do CBH-Sapucaí a

implantação de uma nova Unidade de Conservação na região da Área de Proteção Ambiental

Estadual Fernão Dias, o que deve ser analisado.

Os processos erosivos e os passivos da mineração constituem fontes geradoras de sedimentos e

de cargas poluentes que impactam os recursos hídricos, causando assoreamento dos cursos

d’água e alterações na qualidade das águas, devendo ser objeto de recuperação e

remediação/mitigação.

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Quanto à cobertura vegetal, o Diagnóstico apontou que a bacia do rio Grande apresenta áreas

de formações vegetais dos biomas Mata Atlântica e Cerrado; porém, devido à ação antrópica

na região, boa parte desses biomas foi devastada. Atualmente, a bacia conta apenas com

13,8% da cobertura original de Cerrado e com 12,6% da de Mata Atlântica.

No que se refere a áreas protegidas, a bacia apresenta 16 Reservas Particulares do Patrimônio

Natural (RPPNs) e 46 Unidades de Conservação, sendo 29 UCs de proteção integral e 17 de

uso sustentável. Contudo, todas essas áreas podem ser consideradas de pequeno porte, tendo

em vista que, analisando a bacia como um todo, apenas 1,5% da sua área é coberta por UCs

de proteção integral, 5,1% por UCs de uso sustentável e 0,005% por RPPNs.

Dados do Ministério do Meio Ambiente indicam a existência de 37 Áreas Prioritárias para

Conservação da Biodiversidade (APCBs) na bacia do rio Grande, das quais 13 devem ser

priorizadas para criação de Unidades de Conservação, ocupando uma área total de

aproximadamente 5.000 km², e aumentando a área coberta por UCs na bacia em 3,5%.

Considerando a ocorrência dos aquíferos de maior produtividade na bacia e, portanto, mais

vulneráveis tanto ao seu uso quanto à sua contaminação, e a distribuição da cobertura vegetal

remanescente, verifica-se a situação ilustrada no Quadro 3.3, a seguir:

QUADRO 3.3 – OCORRÊNCIA DE AQUÍFEROS DE MAIOR PRODUTIVIDADE NA BACIA DO RIO

GRANDE E COBERTURA VEGETAL REMANESCENTE

Aquífero Área Aquífero (km²) Cobertura vegetal (km²) Cobertura vegetal (%)

Bauru-Caiuá 31.303,17 2.332,93 7,45

Carbonático 526,05 57,69 10,97

Guarani 7.738,37 2.203,63 28,48

Serra Geral 27.238,52 2.160,44 7,93

Elaboração ENGECORPS, 2016

Assim, vale avaliar as possibilidades de promover maior proteção desses aquíferos,

considerando, onde pertinente, as recomendações Deliberação CRH/SP nº 052/2005, no caso

de propostas para a vertente paulista da bacia.

No que se refere aos ecossistemas aquáticos, a bacia possui várias áreas de interesse para a

conservação da ictiofauna e se encontra impactada pela presença de inúmeros

aproveitamentos hidrelétricos que podem interferir nas estratégias de sobrevivência dos peixes.

Um estudo para definição da vazão ecológica em duas UGHs da bacia, mais especificamente,

nos rios Mogi-Guaçu e Sapucaí, importantes para a preservação de espécies da ictiofauna está

previsto no âmbito do objetivo de revisar critérios técnicos de outorga (item 3.2.2 deste

capítulo).

Observa-se, portanto, que vários passivos ambientais podem ser objeto de análise e indicação

de soluções visando à conservação dos recursos hídricos, cabendo salientar que os resultados

da implantação na prática dessas soluções devem ser registrados e monitorados

permanentemente.

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Está prevista a apresentação, pelo PIRH, no Produto PP-05, de uma proposta metodológica

para implantação de áreas de restrição de uso e ocupação do solo visando à conservação dos

recursos hídricos; preliminarmente, julga-se que essa metodologia possa ser aplicada para a

bacia do rio Turvo (UGRHI 09), em que ocorrem conflitos pelos usos dos recursos hídricos em

regiões de cabeceira, com resultados apresentados no MOP.

Também no que se refere ao Pagamento por Serviços Ambientais – PSA, foi verificado que a

bacia hidrográfica do rio Grande poderia ter ganhos importantes com a sua implementação,

principalmente com o desenvolvimento de estudos iniciais para a identificação de novas

metodologias. Nesse sentido, importante verificar novas possibilidades de metodologias

envolvendo pagamento por serviços tais como a instalação de sistemas de esgotamento

individuais mais adequados no meio rural ou aperfeiçoamento de técnicas agrícolas que

podem levar a melhorias na qualidade ou armazenamento de água no solo.

Dessa forma, para o atendimento ao objetivo em questão, propõem-se as metas relacionadas a

seguir.

Todas as metas deverão considerar, onde pertinente, o enquadramento dos corpos d’água da

bacia, de modo que a qualidade das águas seja compatível com as propostas que resultarão

dos estudos para criação de novas áreas protegidas e áreas de restrição de usos dos recursos

hídricos e, ao mesmo tempo, sirva de condicionante para definição dessas mesmas propostas.

Assim, por exemplo, se for criada uma nova UC de proteção integral, deverá ser adotada a

classe especial para enquadramento dos corpos d’água existentes nos limites dessa Unidade.

3.3.5 Fomentar a Conscientização da População para Conservação dos Recursos

Hídricos

Para consecução dos objetivos do PIRH-Grande, será fundamental obter a adesão da

população da bacia às metas do Plano, mediante a sua contribuição direta e continuada para a

conservação dos recursos hídricos.

9 Ao encargo dos usuários de recursos hídricos envolvidos.

10 Ao encargo da futura Agência de Bacia

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Em adição às ações que via de regra são previstas em programas de Educação Ambiental e

Comunicação Social, propõem-se também outras metas, voltadas aos produtores rurais e a

outros usuários de recursos hídricos da bacia, segundo exposto a seguir:

Dentre as ações do plano de comunicação (Meta 5), deve ser considerada a transferência da

gestão de conteúdo do site do CBH-Grande, atualmente realizada pela ANA, para o próprio

Comitê.

3.4 OBJETIVOS E METAS – COMPONENTE ESTRATÉGICO “GOVERNANÇA”

Os objetivos e metas estabelecidos para promover a governança eficiente das instituições

envolvidas com a gestão de recursos hídricos da bacia do rio Grande estão descritos a seguir.

3.4.1 Implantar a Agência de Bacia

A implantação de uma Agência de Bacia envolve uma série de atividades desde os estudos

técnicos de viabilidade até sua aprovação propriamente dita nos respectivos CBHs e Conselhos

de Recursos Hídricos. De uma forma geral, conforme estabelecido na Lei Federal 9.433/97, a

criação de uma Agência de Bacia é condicionada à prévia existência do respectivo CBH e da

viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dos recursos hídricos em sua área de

atuação. Dessa forma, considerando que os CBHs já são instituídos para todas as UGHs, a

questão financeira se torna fundamental para a criação da Agência.

Nos estudos relativos à concepção e implantação de uma agência para a bacia hidrográfica do

Rio Grande, um ponto crucial a ser abordado consiste na configuração de uma Agência Única.

Esse modelo pressupõe uma otimização dos recursos financeiros destinados ao custeio da

Agência, além de garantir uma única narrativa acerca da gestão dos recursos hídricos.

Sob o ponto de vista jurídico, essa entidade dever ter uma natureza jurídica compatível com a

legislação federal e dos estados de Minas Gerais e São Paulo, considerando que a legislação do

estado de São Paulo é restritiva quanto à alternativa de modelo, na medida em que já se

estabeleceu a fundação como instituição definida para funcionar como Agência de Bacia

Hidrográfica.

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No que se refere ao estado de Minas Gerais a Constituição Estadual, em seu art. 14, § 5º,

somente permite ao Estado instituir e manter fundação cuja natureza jurídica seja de direito

público, o que não é o caso do modelo institucional de Agência de Bacia prevista na Lei nº

10.020/1998 de São Paulo. Não se tem notícia de ter havido algum estudo no âmbito de

Minas Gerais acerca de uma interpretação do termo manter pois, em verdade, o Estado não

manteria a entidade Agência de Bacia: esses recursos seriam, por força de lei, aplicados no

Plano de Investimentos aprovado pelo Comitê. Esse tema poderá ser retomado, na busca de

um fundamento legal que dê suporte a uma Agência Única.

Cabe aqui citar o caso das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no que se refere aos

aspectos institucionais, embora a situação geográfica da bacia do rio Grande seja muito

diferente. Na instituição da cobrança pelo uso de recursos hídricos, foi celebrado um contrato

de gestão entre o IGAM e o Consórcio Intermunicipal das Bacias PCJ, associação civil sem fins

lucrativos, com base § 2º do art. 37 da Lei nº 13.199/1999, segundo o qual “os consórcios ou

as associações intermunicipais de bacias hidrográficas, bem como as associações regionais e

multissetoriais de usuários de recursos hídricos, legalmente constituídos, podem ser

equiparados às Agências de Bacia, por ato do Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH-

MG, para o exercício de funções, competências e atribuições a elas inerentes, a partir de

propostas fundamentadas dos comitês de bacias hidrográficas competentes.” Com a

substituição do Consórcio PCJ pela Fundação PCJ, a relação entre IGAM e a nova Agência

deixou de ter um cunho contratual, situação que permanece até hoje, ou seja: o IGAM é o

gestor, arrecada os valores, que ficam disponíveis para aplicação no âmbito de atuação do

Comitê PJ (Minas Gerais). Não há repasse para a Agência PCJ.

Na busca de soluções para essa questão, ressalta-se a necessidade de articulação com os órgãos

e entidades estaduais de gestão e controle de recursos hídricos - IGAM e DAEE -, com vistas a

verificar a percepção que têm sobre a Agência Única. Considerando que esse processo pode

ensejar um período mais longo de tempo, poderão ser apresentadas alternativas intermediárias,

inclusive com a possibilidade de criação de uma entidade provisória.

Essa entidade contaria com a participação ativa de ANA, IGAM, DAEE e também dos usuários e

sociedade civil ao menos em um de seus órgãos, para garantir esse protagonismo na entidade

técnica, além do que já ocorre nos Comitês de Bacia Hidrográfica. Essa entidade seria uma

forma de dar início desde logo ao processo de formação da Agência e, na medida em que as

eventuais arestas forem sendo aparadas, será possível partir para a entidade técnica

propriamente dita.

Dessa forma caberá, no trabalho, verificar como poderá ser conduzida a governança necessária

para esse processo e apresentar os cenários e os passos a serem traçados para que se implante,

em definitivo, a Agência de Bacia, propondo-se as seguintes metas associadas ao presente

objetivo:

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3.4.2 Acompanhar a Implementação do PIRH-Grande

Para que o processo de gestão de recursos hídricos da bacia do rio Grande apresente os

resultados esperados pelo PIRH-Grande, é fundamental acompanhar e monitorar a

implementação das ações propostas pelo Plano, desde o curto até o longo prazo.

Tal monitoramento envolve a definição e a análise de indicadores de performance e de

demonstração das atividades relacionadas a cada uma das metas e objetivos predefinidos,

prevendo-se que os comitês de bacia e futura Agência da Bacia tenham atuação relevante

nesse processo.

Além disso, cabe destacar que, após a aprovação do PIRH-Grande, o Plano poderá ter sua

trajetória ajustada durante a execução das ações propostas; neste sentido, deverão ser

realizadas discussões técnicas e gerenciais entre os órgãos gestores – ANA, IGAM e DAEE –,

envolvendo também o CBH-Grande, os Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e demais

atores envolvidos.

Assim, para que se cumpra o presente objetivo, estão propostas as metas a seguir relacionadas:

3.4.3 Fortalecer os Comitês de Bacia

De modo a cumprir o objetivo anterior, o CBH-Grande e os CBHs-Bacias Afluentes deverão ter

pleno domínio das ações propostas pelo PIRH e estar preparados e articulados para

acompanhar o andamento dos Programas de Ações, em termos de cumprimento de seus

objetivos e execução das atividades previstas, atendimento a prazos, previsão de desembolsos

etc.

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Para tanto, propõem-se as metas abaixo:

3.4.4 Capacitar e Reestruturar os Órgãos Gestores de Recursos Hídricos

O papel dos órgãos gestores de recursos hídricos no âmbito do componente estratégico

“Governança” é absolutamente fundamental, requerendo que eles estejam devidamente

instrumentalizados para cumprir com as suas inúmeras atribuições e desenvolver suas

atividades, incluindo aquelas decorrentes das metas propostas pelo presente Plano para os

objetivos vinculados aos instrumentos de gestão.

Sabe-se, a priori, das dificuldades enfrentadas pelos órgãos estaduais, via de regra, operando

com corpos técnicos reduzidos e poucos recursos materiais e financeiros à disposição, ou seja,

atuando com estrutura insuficiente para fazer frente às suas atividades, incluindo as tarefas de

fiscalização dos usos outorgados, abordadas anteriormente no item 3.2.9 deste relatório .

Dessa forma, o presente Plano propõe as seguintes metas, para capacitar e aparelhar o IGAM e

o DAEE:

4. FORMULAÇÃO DE DIRETRIZES PARA IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE

GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

4.1 BASE METODOLÓGICA PARA A FORMULAÇÃO DAS DIRETRIZES

Diretrizes são orientações para a execução de ações ou para suporte à definição de estratégias

de ação. Podem ser definidas, ainda, como a linha indicativa do modo em que deve ser

executado um planejamento ou projeto.

O PIRH-Grande deve estar em consonância com o Plano Nacional de Recursos Hídricos, com

os Planos Estaduais de Recursos Hídricos dos Estados de Minas Gerais e São Paulo e deve

verificar a possibilidade de incorporar o conteúdo dos Planos das Bacias Afluentes já

concluídos, onde aplicável e pertinente para o conjunto da bacia. Para tanto, foram levantadas

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as diretrizes para implementação dos instrumentos de gestão existentes ao nível desses três

eixos – nacional, estadual e de bacia hidrográfica – e que podem dar suporte à definição das

diretrizes para a bacia do rio Grande, a saber:

Eixo 1 – Macrodiretrizes: expressam o conjunto de diretrizes do Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos e da sociedade. Têm âmbito nacional ou

interestadual e podem ter vigência e reavaliação, a princípio, indeterminadas ou

coincidentes com planos em outras escalas. Essas diretrizes devem ser estabelecidas a partir

do Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH e estar coerentes com as diretrizes

nacionais.

Eixo 2 – Diretrizes Regionais: indicam linhas específicas segundo as visões de cada estado.

São definidas na elaboração dos Planos Estaduais de Recursos Hídricos de Minas Gerais e

de São Paulo;

Eixo 3 – Diretrizes Específicas: são as linhas indicadas para as UGHs. Organizadas a partir

das Diretrizes Estratégicas e Regionais, expressam as linhas de ações e indicativos previstos

nos Planos das Bacias Afluentes. Essas diretrizes foram avaliadas quanto à possibilidade de

atendimento por meio do PIRH.

Nesse sentido, foi realizada consulta às diretrizes para os instrumentos de gestão dos recursos

hídricos identificadas nos documentos em questão – Plano Nacional de Recursos Hídricos,

Planos Estaduais de Recursos Hídricos de São Paulo e Minas Gerais e Planos das Bacias

Afluentes já elaborados (12 UGHs).

Além da consulta às diretrizes desses três eixos, também foi considerado o rol de objetivos

descritos no capítulo precedente, que direciona e orienta a implementação dos instrumentos

de gestão, na busca de serem alcançados os propósitos estratégicos do PIRH.

Especial atenção deverá ser dada à execução das ações que promoverão a concretização das

diretrizes definidas pelo PIRH-Grande, no sentido de que sejam respeitadas as especificidades

das bacias afluentes e as determinações particulares dos CBHs-Bacias Afluentes, com a devida

pactuação entre esses entes, de modo a evitar incompatibilidades entre o que está previsto

para os rios de domínio da União e para os corpos d’água de domínio dos estados.

Cabe observar que foi prevista no Termo de Referência que orienta o presente estudo e no

Plano de Trabalho, a apresentação de diretrizes para outros temas adicionais, objeto de

abordagem nos itens 4.4 (alocação de água na bacia), e 4.7 (compensação a municípios), a

seguir. Tais temas, embora não constituam essencialmente instrumentos de gestão de recursos

hídricos segundo as definições da Lei Federal nº 9.433/9711

, são também de grande relevância

para proporcionar o gerenciamento adequado dos recursos hídricos da bacia do rio Grande.

Da mesma forma, foi dado destaque à fiscalização do uso dos recursos hídricos (item 4.3),

tendo em vista sua importância para a implementação eficiente dos instrumentos de gestão,

com destaque à outorga.

11 A compensação a municípios consta como instrumento de gestão nas leis estaduais de recursos hídricos de São Paulo e Minas Gerais.

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4.2 OUTORGA DE DIREITO DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Neste item, são apresentadas diretrizes para o instrumento de outorga na bacia do rio Grande,

incluindo diretrizes gerais, aplicáveis a toda a bacia e diretrizes específicas para as vertentes

paulista e mineira da bacia.

A principal diretriz relacionada com a outorga de direito de uso dos recursos hídricos está

direcionada à sua implementação prática como um efetivo instrumento de gestão das águas na

bacia do rio Grande, cumprindo o papel de restrição e/ou incentivo para novos usos, e capaz

de interferir na consecução dos objetivos do PIRH, para solução de conflitos pelos usos

múltiplos quanti-qualitativos.

No contexto dos estudos realizados de Diagnóstico dos recursos hídricos na bacia hidrográfica

do rio Grande, foram avaliadas as legislações referentes ao tema em nível nacional e dos

estados de Minas Gerais e São Paulo. Nesse sentido, foram estudados os critérios técnicos

aplicados em cada órgão gestor de recursos hídricos, quais as tipologias de usos sujeitos à

outorga avaliadas, bem como os principais atos legais correlatos.

Foram avaliados, ainda, critérios técnicos referentes a vazões de referência e percentuais

outorgáveis, bem como critérios para definição de usos insignificantes e que não são sujeitos à

outorga. Na análise realizada, foram verificadas diferenças importantes nos processos avaliados

nos três órgãos gestores, mostrando disparidades sensíveis nas análises e nos procedimentos

administrativos. Esses fatos levam à dificuldade de compreensão dos processos por parte dos

usuários, bem como diferenças importantes na oferta hídrica para outorga, podendo ser

percebidos principalmente em pontos de alteração de dominialidade.

Os objetivos e metas apresentados neste trabalho dão indicativos de aspectos que devem ser

aperfeiçoados no contexto das outorgas na bacia do rio Grande ao longo dos horizontes

temporais do PIRH, a partir da execução de ações a serem previstas nos programas propostos.

Um dos pontos fundamentais nas diretrizes apresentadas neste item trata da necessidade de

harmonização da outorga entre as autoridades outorgantes dos estados e da ANA na bacia do

rio Grande. Para isso, as diretrizes apresentadas buscam o estabelecimento de um processo

que leve à harmonização dos critérios e procedimentos ao final do horizonte temporal do

Plano.

O instrumento de outorga é de extrema importância no processo de gestão, pelo fato de

proporcionar a efetiva distribuição dos recursos hídricos disponíveis de cada bacia hidrográfica

e garantir o atendimento a vazões ecológicas ou residuais mínimas. Para cumprir esses

objetivos, há, ainda, muito a ser feito na bacia do rio Grande, propondo-se as diretrizes

expostas a seguir.

Conforme metodologia adotada neste estudo, foram avaliadas, inicialmente, as diretrizes

propostas em nível nacional e estadual, com base nos planos nacional e estaduais de recursos

hídricos e, em seguida, foram verificadas as diretrizes propostas nos planos de bacia

hidrográfica já aprovados para as UGHs da bacia do rio Grande.

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A seguir, são apresentadas as diretrizes gerais para a bacia do rio Grande:

Deve ser buscada a integração das bases de dados de outorgas dos três entes gestores. Um

dos aspectos fundamentais para que o processo de outorga seja compreendido por todos e

harmonizado é a identificação de uma base de dados mínima e que seria integrada e

unificada entre os órgãos gestores. Uma possibilidade para essa integração de dados é a

partir do CNARH, sendo indicada a sua avaliação pelos entes gestores como ferramenta de

integração; o Sistema de Informações recomendado para a bacia do rio Grande prevê a

elaboração de uma base de dados unificada e integrada, segundo já exposto no item 3.2.7

do Capítulo 3 e conforme será ratificado no item 4.8, mais adiante;

Os dados de situação de outorgas emitidas pelos órgãos gestores, envolvendo o número de

processos solicitados, o status e portarias emitidas e indeferimentos devem ser compilados

em um relatório anual para divulgação pelos órgãos gestores e por UGH. Tal relatório é

fundamental para dar publicidade para a bacia da situação em termos de tramitação dos

processos, bem como os tempos de análise dos processos, o que pode dar subsídios à

identificação de UGHs com principais problemas e formas de melhoria processual;

As informações técnicas referentes às outorgas e a situação em termos de balanço hídrico

de bacias hidrográficas e microbacias devem ser mantidas atualizadas e divulgadas

anualmente em relatórios de conjuntura da bacia do rio Grande. A divulgação de situação

em termos de balanço e criticidade pode dar subsídios importantes à atualização do

planejamento de usuários, por exemplo, quanto aos estudos para crescimento de suas

atividades e o consequente aumento de suas demandas, indicando trechos com maior ou

menor criticidade;

Harmonizar os critérios de outorga para a bacia hidrográfica do rio Grande como um todo,

tanto no que se refere a vazões de referência quanto aos índices percentuais de máximos

outorgáveis. Tais critérios devem considerar regras de transição;

Definir e implementar mecanismos que façam com que a outorga seja instrumento de

indução de uso racional da água, com indicativos de eficiência mínima aceitável para cada

setor e tipologia de uso da água;

Definir e implementar mecanismos que induzam à melhoria do tratamento de efluentes por

meio da outorga de lançamento de efluentes dirigida ao cumprimento das metas

progressivas de enquadramento;

Envidar esforços para o aumento nos percentuais de usos outorgados em cada bacia

hidrográfica. Conforme avaliações realizadas na fase de diagnóstico deste Plano, para a

maior parte das UGHs da bacia do rio Grande, os índices de usuários outorgados são

inferiores aos totais estimados de retiradas e consumos;

Estabelecer áreas de restrição de outorgas, mediante a realização de estudo conclusivo,

inclusive em locais de recarga de aquíferos, e que poderiam afetar a oferta hídrica

local/regional;

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Definir vazões ecológicas a serem implementadas, aprovadas nos corpos de água da bacia.

Considerando que atualmente são mantidos, ainda, critérios de vazões remanescentes

estabelecidos em função de percentuais de vazões de referência arbitradas pelos órgãos

gestores e sem critério de manutenção dos ecossistemas aquáticos, é fundamental que tais

estudos sejam realizados e incorporados pelos órgãos gestores em seus critérios de outorga

(ver item 3.2.2 do Capítulo 3);

Avaliar e emitir outorgas sazonais, com variações das vazões e volumes outorgados ao longo

dos meses do ano. Essa diretriz decorre do fato de que a principal finalidade de uso da

água na bacia é para irrigação, segundo demonstrado do Diagnóstico e no Prognóstico, e

esses usos apresentam demandas com variações importantes ao longo do ano e

características de períodos chuvosos ou de estiagem. Dessa forma, a possibilidade de

consideração de outorgas sazonais pode dar subsídio à consideração mais real das

demandas para esse setor na bacia e disponibilizar ofertas hídricas para outros usos;

Avaliar a possibilidade de emitir outorgas sazonais para lançamento de efluentes, de forma

compatível com as diretrizes para o enquadramento dos corpos d’água;

Levantar e aperfeiçoar informações sobre consumos efetivos de água, considerando as

captações e retornos para o meio hídrico, de forma a permitir adequação dos balanços

hídricos entre as ofertas hídricas e demandas ou consumos;

Considerar a utilização nas análises de outorgas de valores de vazões médias e máximas

captadas e a apresentação dessas informações nas portarias de outorgas emitidas, de forma

a dar maior aderência aos usos da água outorgados;

Estabelecer definição de usos que alterem o regime de um corpo de água de forma

padronizada na bacia hidrográfica do rio Grande, com mesmo entendimento entre os

órgãos gestores e melhorar procedimentos de análises de outorga para esses usos, com

critérios técnicos considerando as especificidades de cada uso. Atualmente os três entes

gestores têm percepções distintas sobre tais usos sujeitos à outorga o que gera dúvidas aos

usuários e metodologias distintas nas análises. A melhor articulação e definição padronizada

desses usos, principalmente com o apoio técnico da ANA que já tem tal definição de forma

mais clara, pode dar suporte a um maior foco dos órgãos gestores na análise de outorgas

que realmente interfiram na disponibilidade hídrica e levem ao efetivo exercício dos

direitos de acesso à água;

Revisar procedimentos e metodologias de análise de outorgas para aproveitamentos

hidrelétricos, principalmente considerando aspectos de qualidade das águas relacionados

ao potencial de eutrofização de reservatórios, bem como ajustes nas metodologias para

definição da relação entre retiradas e consumos;

Realizar a integração de análises e dos bancos de dados de outorgas de águas subterrâneas

entre os órgãos gestores estaduais e o DNPM, considerando as particularidades das águas

minerais e a sua importância na bacia do rio Grande; a formalização de acordos de

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cooperação, termos de cooperação técnica ou convênios poderá ser considerada para

atendimento a essa diretriz;

Desenvolver novas metodologias para análises de outorgas de águas subterrâneas, inclusive

de forma a permitir melhor avaliação do contexto regional dos aquíferos e das

interferências dos usos e poços explotados;

Estabelecer condicionantes para concessão/renovação de outorgas visando ao atendimento

de índices de uso racional das águas bem como a índices de tratamento de efluentes

compatíveis com as classes de enquadramento dos corpos receptores;

Recomenda-se que a ANA, ao analisar os pedidos de outorga dos aproveitamentos

hidroelétricos que atenderam às prescrições da Resolução Conjunta ANA/ANEEL nº

1.305/2015, considere a base de dados do PIRH-Grande, bem como considere as restrições

do Operador Nacional do Sistema – ONS.

Especificamente para o estado de São Paulo, são apresentadas as seguintes diretrizes:

Emitir outorgas coletivas em microbacias de conflito com a alocação das vazões disponíveis

pelos usuários e com o estabelecimento de vazões de entrega a jusante do trecho de

conflito;

Realizar balanços hídricos integrados entre águas subterrâneas e superficiais em microbacias

de grandes demandas de águas subterrâneas e que podem afetar a oferta hídrica

superficial;

Integrar as bases de dados de outorgas de lançamentos de efluentes entre o DAEE e a

CETESB, com vistas à melhor gestão de aspectos de qualidade dos cursos de água;

Aumentar a integração entre as análises do DAEE e a CETESB para outorgas de lançamento

de efluentes, de forma que os aspectos de qualidade e quantidade sejam analisados de

forma consolidada com as informações apresentadas nos atos de outorga.

Para o estado de Minas Gerais, são apresentadas as seguintes diretrizes:

Avaliar e executar melhorias no processo de integração processual entre outorga e

licenciamento ambiental. Conforme estudos e análises realizados, verifica-se que o processo

de integração adotado atualmente (balcão único) pode ser aperfeiçoado, uma vez que vem

levando a uma maior burocratização dos processos e maior tempo de análise e tramitação

dos processos;

Estabelecer melhorias nos procedimentos administrativos de outorgas, considerando a

necessidade premente de maior celeridade na tramitação e análise dos processos de

outorga e o foco nos aspectos técnicos;

Rever os estudos e informações de oferta e disponibilidade hídrica utilizados para análise

de outorga, inclusive quanto à vazão de referência considerada para os processos de

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outorga na bacia do rio Grande. Considerando que para o cálculo de disponibilidade

hídrica para processos de outorga o órgão gestor indica a publicação “Deflúvios Superficiais

no Estado de Minas Gerais, Copasa/Hidrosistemas, 1993”, considera-se fundamental

atualizar os valores de ofertas hídricas, inclusive avaliando outras vazões de referência, que

possibilitem uma melhor integração e harmonização com critérios de outorga utilizados

pela ANA e por outros órgãos gestores;

Aumentar a capacitação dos técnicos analistas de outorgas do órgão gestor, principalmente

no que se refere ao foco nos aspectos técnicos hidrológicos e hidráulicos, bem como no

conhecimento dos usos e demandas dos principais setores usuários;

Incentivar o uso racional da água pelos diversos setores usuários, com o estabelecimento

formal de coeficientes de uso racional e que devem ser buscados pelos usuários por meio

de indicativos nos atos de outorga;

Implementar as outorgas para lançamento de efluentes na bacia do rio Grande.

Considerando que um dos principais problemas de qualidade da água da bacia decorre dos

lançamentos de efluentes tratados ou não, a outorga para esses usos deve ser implementada

e analisada de forma técnica e adequada. Com isso, pode levar a indicativos de melhorias

nos processos de tratamento e à consequente melhora na qualidade dos cursos de água da

bacia.

A Resolução CNRH nº16/2001 estabelece que os critérios específicos de vazões ou

acumulações de volumes de água consideradas insignificantes serão estabelecidos nos planos

de recursos hídricos para serem devidamente aprovados pelos correspondentes comitês de

bacia hidrográfica ou, na inexistência destes, pela autoridade outorgante.

Nesse sentido, conforme já apresentado na etapa de Diagnóstico, a ANA estabeleceu para os

rios de domínio da União da bacia do rio Grande, em sua Resolução nº 1.175/2003 os critérios

para o rio Grande, a partir do reservatório de Furnas, a saber:

Captação de água inferior a 2.500 m³/dia;

Lançamento de efluentes com valor máximo de carga orgânica de 100 kg/dia de DBO5,20

;

Lançamento máximo de 6.250 m³/dia de efluente com temperatura superior à do corpo

hídrico e inferior a 40 °C.

Para os outros cursos d’água de domínio da União da bacia do rio Grande, inclusive a

montante do reservatório de Furnas, a mesma Resolução da ANA estabelece como usos

considerados insignificantes, captações iguais ou inferiores a 86,4 m³/dia; lançamento de

efluentes com valor máximo de carga orgânica de 1,0 kg/dia de DBO5,20

; lançamento máximo

de 216 m³/dia de efluente com temperatura superior à do corpo hídrico e inferior a 40°C.

Conforme resultados dos balanços hídricos apresentados no Diagnóstico ao longo do eixo

principal do rio Grande a jusante do reservatório de Furnas, não foi verificado conflito ou

situação de criticidade hídrica, mesmo com os valores de usos insignificantes adotados e que

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são bastante superiores ao considerado a montante. Além disso, foi realizada consulta à equipe

técnica da ANA e verificado que tais critérios já vêm sendo aplicados de forma satisfatória e

com importantes ganhos no sentido da redução do número de processos de outorga avaliados

e de forma que a Agência possa focar suas análises nos usos que efetivamente interfiram na

disponibilidade hídrica.

Dessa forma, recomenda-se como diretriz deste plano a manutenção dos critérios de usos

insignificantes nos rios de domínio da União da bacia do rio Grande conforme Resolução ANA

nº 1175/2003, para serem referendados pelo CBH Grande.

4.3 FISCALIZAÇÃO DOS USOS DOS RECURSOS HÍDRICOS

Neste item, abordam-se diretrizes específicas para a fiscalização dos usos dos recursos hídricos,

dirigidas prioritariamente aos procedimentos adotados pelos órgãos gestores estaduais, tendo

em vista sua importância no processo de emissão de outorgas e efetivação do enquadramento

de corpos d’água:

A fiscalização dos usos de recursos hídricos deve ser precedida de planejamento anual dos

órgãos gestores, indicando número mínimo de campanhas e de usos a serem fiscalizados;

As ações de fiscalização dos usos de recursos hídricos devem priorizar, no primeiro

momento, o aspecto educativo, orientativo e de incentivo à regularização dos usos da água,

com a notificação em campo, quando possível, dos usuários que se encontrarem em

situação irregular, e determinação de prazos para sua devida adequação;

Ao final de cada ano, os órgãos gestores devem elaborar relatórios objetivos de situação

com os resultados das ações de fiscalização executadas na bacia, indicando, minimamente,

os usos fiscalizados e sua localização, principais aspectos verificados e situação em termos

de regularidade ou cumprimento das determinações de eventuais adequações

recomendadas;

Considerando a experiência adquirida pela ANA nos processos de fiscalização, devem ser

verificadas possibilidades de execução de ações coordenadas entre ANA e os órgãos

gestores estaduais, que permitam maior integração entre os entes fiscalizadores e melhor

harmonização de procedimentos e critérios utilizados. Tais campanhas integradas devem

ser planejadas e executadas de forma conjunta;

No que se refere às atividades de fiscalização do uso de águas subterrâneas, devem ser

priorizadas áreas da bacia em que as captações de águas superficiais possam interferir na

recarga de aquíferos e, consequentemente, na redução de seu potencial hídrico, bem como

áreas em que os recursos hídricos superficiais já estejam sendo muito utilizados, apontando

para uma ampliação do uso dos aquíferos;

As ações de fiscalização devem buscar, quando possível, a utilização de tecnologias de

sensoriamento remoto e geoprocessamento, utilizando informações de imagens de satélite

para planejamento e otimização dos trabalhos de campo;

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As ações de fiscalização devem se apoiar em informações de monitoramento dos recursos

hídricos, seja no que se refere a aspectos de qualidade ou vazões escoadas. Com base na

análise técnica dos valores de vazões ou qualidade das águas por meio de redes de

monitoramento públicas12

ou realizadas pelos próprios usuários, pode ser avaliada a

adequação aos critérios legais e padrões de escoamento para os cursos d’água;

As ações de fiscalização realizadas pelos órgãos gestores devem ser reforçadas por parcerias

com outras entidades que tenham maior capilaridade e maior frequência em ações de

campo. Dessa forma, os usuários poderão verificar maior presença dos órgãos gestores e

seus parceiros, o que tende a estimular e ampliar o processo de regularização de seus usos.

4.4 ALOCAÇÃO DE ÁGUA NA BACIA

“Alocação de Água” em uma bacia hidrográfica é a denominação genérica dada ao

estabelecimento de regras de utilização dos recursos hídricos com o objetivo de distribuição

entre os usuários por período de tempo determinado. Segundo estudo elaborado pela ANA em

2004 para o Plano Decenal de Recursos Hídricos da bacia do rio São Francisco (ANA, 2004), a

alocação de água opera como um mecanismo do plano de recursos hídricos que objetiva a

compatibilização entre ofertas hídricas e os múltiplos usos atuais e futuros. Assim, ainda

segundo o mesmo estudo, a alocação de água é, na realidade, o grande pacto de repartição de

água na bacia hidrográfica, fornecendo orientações e referências para a implementação de

diversos instrumentos de gestão, em particular, a outorga.

Segundo o Manual de Outorga da ANA, em sua versão atualizada em 2014, a alocação de

água deve ser negociada entre o Poder Público, representantes da sociedade e dos usuários de

recursos hídricos, visando a uma melhor compreensão dos critérios adotados por parte desses

mesmos usuários da sociedade em geral.

A alocação de forma negociada deve ser realizada principalmente em bacias hidrográficas em

situação de conflito existente ou potencial e deve abranger todos os usuários da bacia. Quando

a alocação é formalizada por meio de outorgas coletivas, devem ser apresentadas as regras de

uso da água de forma a realizar uma melhor divisão da disponibilidade hídrica e minimizar o

potencial conflito por usos múltiplos.

De uma forma geral, são apresentadas, a seguir, as diretrizes propostas para a alocação de água

na bacia do rio Grande, considerando a proposta antes apresentada como ponto de partida:

O processo de alocação de água deve ser realizado por UGH, mas com o foco e detalhe

em nível de microbacia, priorizando aquelas com maior situação de criticidade em termos

de balanço hídrico. Nesse sentido, quando da formalização do processo por UGH, devem

ser estabelecidas as microbacias em situação de maior criticidade hídrica e que devem ter

os estudos focados, inclusive, para implementação de outorgas coletivas já em curto prazo.

12

As informações das redes de monitoramento públicas estão disponíveis no portal do Sistema Nacional de

Informações sobre Recursos Hídricos – SNIRH.

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A definição dessas bacias deve ser feita com base nos resultados dos estudos de Diagnóstico

e Prognóstico do PIRH;

A alocação deve ser realizada com o suporte técnico dos órgãos gestores para a discussão

dos resultados dos estudos hidrológicos, bem como da proposta inicial por UGH;

As séries e informações hidrológicas da bacia devem ser utilizadas a partir dos dados do

PIRH-Grande, verificando a necessidade de atualização das séries históricas das estações

fluviométricas utilizadas, com base nas informações do portal hidroweb, da ANA;

A vazão ecológica ser adotada deverá ser aquela definida pelo estudo proposto no Capítulo

3 (item 3.2.2), a ser desenvolvido para cada UGH;

A oferta hídrica de cada bacia ou microbacia deve ser refinada com a avaliação do

potencial de regularização de vazões de reservatórios de barragens a serem mapeadas em

nível local ou regional, quando relevantes. Tais barragens podem apresentar acréscimos

importantes em termos de oferta hídrica local; um levantamento dessas barragens e

refinamento dos balanços hídricos em áreas críticas está proposto pelo PIRH no item 3.3.1

do Capítulo 3 deste relatório;

As informações de demandas devem ser baseadas, inicialmente, nos dados do PIRH-

Grande, mas devem ser refinadas em nível local, por meio de cadastros de usos em campo

ou chamamento para regularização da situação dos usuários;

No contexto dos estudos de alocação de água na bacia, considerando o regime de chuvas e

dos cursos d’água da bacia do rio Grande, pode ser considerada a utilização de curvas de

recessão dos cursos d’água para a negociação da oferta hídrica a cada ano, no início do

período de estiagem, em função do índice pluviométrico ocorrido;

Os processos de alocação em nível de microbacia em situação de conflito existente ou

potencial devem ter sua formalização realizada por meio da emissão de outorgas coletivas,

considerando todos os usuários da bacia. As outorgas coletivas devem apresentar as regras

de uso e os valores aos quais cada usuário estará sujeito para realizar sua captação;

As outorgas coletivas devem prever as regras de restrição de usos e as situações em que

devem ocorrer, em função dos níveis de oferta hídrica na bacia;

As outorgas coletivas a serem emitidas após os processos de alocação devem prever a

definição dos pontos de monitoramento e controle e vazões de entrega mínima e padrões

de qualidade da água a serem mantidos, de acordo com as classes de enquadramento;

Os atos de outorga coletiva devem prever situações de alerta em que os níveis de vazões

monitorados nos pontos de controle indiquem potencial redução ou racionamento dos usos

da água da bacia ou microbacia e/ou qualidade da água incompatível com as classes de

enquadramento que tiverem sido predefinidas tanto para o curso d’água propriamente dito

quanto para o curso d’água de jusante, ao qual a água será entregue;

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Os atos de outorga coletiva devem prever que os usuários apresentem relatórios periódicos

com informações de seus usos e do monitoramento das vazões de entrega ou mantidas a

jusante de seus usos.

No contexto do processo de alocação, devem ser estabelecidos indicadores para avaliação dos

resultados na bacia hidrográfica, tanto no que diz respeito à avaliação da melhora nas

condições hídricas da bacia, quanto à melhora nas garantias de atendimento aos usuários.

4.5 ENQUADRAMENTO DOS CORPOS D’ÁGUA

Realizar o enquadramento dos corpos d’água na vertente mineira da bacia do rio Grande e

revisar o enquadramento existente na vertente paulista, bem como definir o enquadramento

dos rios federais e dos grandes reservatórios constitui tema fundamental para a gestão dos

recursos hídricos da bacia, constituindo um dos objetivos estratégicos do PIRH-Grande,

segundo exposto no item 3.2.5 do Capítulo 3 deste relatório.

O enquadramento será útil para orientar inúmeras iniciativas previstas para atendimento aos

objetivos e metas do PIRH dirigidas à melhoria da qualidade das águas da bacia e à solução de

conflitos de natureza qualitativa.

Quanto às diretrizes para implementação do instrumento de enquadramento na bacia do rio

Grande, são propostas as seguintes:

Complementar os estudos realizados pelo presente Plano para atendimento à Resolução do

CNRH nº 91/2008, principalmente para definição dos usos preponderantes desejados para

os corpos hídricos, ponto de partida fundamental para estabelecimento das classes de

qualidade a serem atendidas;

Enquanto não for aprovado o enquadramento dos corpos d’água da bacia hidrográfica do

rio Grande, recomenda-se que os órgãos gestores utilizem as propostas do PIRH para a

definição da classe de enquadramento a ser adotada de forma transitória, como previsto no

artigo 15 da Resolução CNRH nº 91/2008;

Definição, pelo CBH-Grande e CBHs-Bacias Afluentes do cenário futuro que servirá de

base ao enquadramento, recomendando-se que seja o tendencial, visto que este cenário é

menos exigente com relação à implantação das iniciativas e metas previstas pelos PMSBs e

pelo PLANSAB para coleta e tratamento de esgotos e corresponde à execução do

planejamento dos municípios que já possuem seus PMSBs; assim, constitui um cenário mais

realista e mais próximo do que poderá ocorrer de fato na bacia;

Considerar o enquadramento/reenquadramento por trechos de curso d’água, levando em

conta as classes de qualidade por eles atendidas no cenário escolhido, o que se aplica tanto

aos rios de domínio da União como estadual;

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Tal procedimento tem fundamento na consideração da capacidade de autodepuração dos

cursos d’água, uma vez que o lançamento de cargas poluentes em corpos receptores com

pequenas vazões (como os de cabeceiras de bacias), mesmo de efluentes tratados, pode

inviabilizar o atendimento a classes de qualidade superiores, quer na situação atual como

na futura; dessa forma, é mais prudente e viável conviver com uma classe de qualidade

inferior num determinado trecho e propor, por exemplo, que não sejam feitas captações

para usos da água mais exigentes neste trecho do que estabelecer classes de qualidade

superior que poderão nunca ser atendidas;

Proposição de classes de enquadramento para os principais cursos d’água da bacia (de

domínio da União e estadual), a serem definidos pelos Comitês, devendo os seus afluentes

atender a classes iguais ou de melhor qualidade, sempre que possível;

Inclusão dos reservatórios para geração de energia hidrelétrica nos corpos d’água a serem

enquadrados, e definição do(s) parâmetro(s) prioritário(s) a ser(em) considerado(s), podendo

ser ele o Fósforo Total, fator limitante nos processos de eutrofização, acrescido de outros

parâmetros com potencial para representar conflitos que venham a ser identificados pelo

CBH; proceder ao enquadramento dos reservatórios com base nos resultados da

modelagem adicional proposta na Meta 2 para o objetivo de enquadramento dos corpos

d’água da bacia (item 3.2.5 deste relatório), e ampliar o esforço de monitoramento da

qualidade da água dos reservatórios, atendendo às prescrições da Resolução Conjunta

ANA/ANEEL nº 03/2010;

Adoção de Classe Especial para cursos d’água que atravessam áreas protegidas (UCs de

proteção integral existentes e/ou a serem criadas, visando ao objetivo de Solucionar

Passivos Ambientais Relacionados aos Recursos Hídricos – ver item 3.3.4 do Capítulo 3),

atendendo às prescrições da Resolução CONAMA nº 357/2005;

Se e onde possível, adoção de Casse 1 em trechos de cursos d’água utilizados para

abastecimento público localizados em cabeceiras de bacias, visando manter melhor

qualidade da água e reduzir custos de tratamento;

Adoção de classes de trechos de cursos d’água iguais ou mais exigentes do que aquelas dos

trechos aos quais afluem, sempre que possível; neste caso, deve ser considerada a

capacidade de autodepuração do trecho a ser enquadrado, e a classe por ele atendida no

segmento localizado imediatamente a montante da sua foz; essa diretriz se aplica também

aos critérios de entrega de vazões/padrões de qualidade em Pontos de Controle da bacia

do rio Grande;

Manutenção da atual vazão de referência para outorga adotada pela ANA para rios de

domínio da União (Q95%)

e pelo DAEE e IGAM para rios de domínio estadual (Q7,10

) como a

vazão de referência para o enquadramento, até que se definam eventuais alterações nessas

vazões, com base no que está previsto para o atendimento ao objetivo de revisar critérios

técnicos de outorga descrito no Capítulo 3 (item 3.2.2);

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Adicionalmente, poderá ser estudada a possibilidade da adoção de vazões de referência

para o enquadramento sazonais, uma vez que os balanços hídricos qualitativos realizados

pelo presente Plano utilizaram somente vazões de estiagem (Q7,10

e Q95%

) e não foram,

portanto, investigados os resultados que seriam obtidos para vazões maiores; espera-se,

portanto, que possam ser identificadas classes de qualidade superiores atendidas pelos

cursos d’água em períodos hidrológicos menos críticos. Caso esta alternativa seja

implementada, deverá ser ajustada a outorga para lançamento de efluentes de forma

compatível, uma vez que a vazão de diluição disponível será maior;

Adoção da DBO5,20

como o parâmetro prioritário para o enquadramento dos cursos d’água,

tendo em vista que as cargas poluentes que se mostraram mais críticas foram as cargas

orgânicas originadas nas áreas urbanas da bacia, segundo avaliado no Prognóstico;

Poderá ser estudada também a possibilidade de ser adotado o parâmetro Oxigênio

Dissolvido (OD) como prioritário para o enquadramento, caso seja assim decidido pelo

CBH-Grande;

Para adoção de um parâmetro adicional para os cursos d’água, tal como o Fósforo Total,

seria necessário considerar eventuais remoções desse parâmetro nas Estações de

Tratamento de Efluentes, o que constitui procedimento de altos custos, por requerer

tratamento ao nível terciário; contudo, também pode ser estudada a possibilidade de

adotar o Fósforo Total como outro parâmetro para o enquadramento, o que dependerá de

discussões entre os comitês de bacia e as concessionárias dos serviços de saneamento. Vale

salientar que o Diagnóstico analisou as cargas de Fósforo Total geradas e remanescentes

pelas diversas fontes poluidoras da bacia e, embora não tenham sido apresentados no

Prognóstico, foram também realizados balanços hídricos de Fósforo Total, que constam do

banco de dados do projeto;

Para a definição das metas progressivas do enquadramento, considerar os resultados do

balanço hídrico qualitativo apresentado no Prognóstico para o cenário atual e para o

cenário futuro escolhido, nos horizontes de curto, médio e longo prazo;

Para elaboração do Plano de Efetivação do Enquadramento, considerar:

a implantação prioritária de serviços e obras para coleta e tratamento de esgotos nas

microbacias classificadas em arquétipos “urgência” e “prioridade de controle e

saneamento” nos mapas do Cenário do Plano do componente qualitativo, verificando

simultaneamente, quais as principais fontes poluentes identificadas na análise de causa-

efeito para mapeamento de áreas críticas apresentada no Quadro 4.1, reproduzido do

item 4.2.2 do Prognóstico (as setas indicam piora, melhora ou manutenção das

condições da qualidade da água de um cenário em relação ao imediatamente anterior);

a possibilidade de propor alterações nos pontos de lançamento de efluentes tratados

que se localizam a montante de trechos que não atendem à classe 3 no cenário

escolhido;

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atenção especial ao tratamento dos efluentes lançados a montante das captações para

abastecimento urbano que se situam em cursos d’água com proposta de

enquadramento em classe de qualidade inferior à 2;

eventual ajuste da rede de monitoramento da qualidade da água necessário para

monitorar as metas progressivas do enquadramento;

No Manual Operativo do PIRH-Grande – MOP – será apresentado um levantamento

sistematizado do status dos projetos e obras para coleta e tratamento de esgotos nos

municípios da bacia do rio Grande, bem como a indicação das iniciativas necessárias para

materialização do planejamento de governo previsto, o que servirá como referência

adicional para elaboração do Plano de Efetivação do Enquadramento;

Adicionalmente, recomenda-se que, quando da sua revisão/atualização, os Planos das

Bacias Afluentes considerem no seu escopo o enquadramento das águas subterrâneas,

atendendo às prescrições da Resolução CONAMA nº 396/2008, que está baseada na

compatibilidade da qualidade da água dos aquíferos com os usos a que eles se destinam.

Para tanto, esses planos devem prever estudos mais detalhados da qualidade das águas dos

aquíferos e dos usos que são feitos das águas subterrâneas, voltados ao levantamento de

dados que possibilitem propor o seu enquadramento à luz da citada resolução.

-51-

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande

Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão

ENGECORPS

1317-ANA-03-RH-RP-0004

QUADRO 4.1 - BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS

COMPONENTE QUALITATIVO

UGH

Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030

Áreas Críticas Áreas Críticas

Conflitos pelo uso dos

recursos hídricos (em

comparação ao

Cenário Atual)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Tendencial)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Moderado)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Acelerado)

GD 01

72 km (1,3% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, sempre ao entorno

das áreas urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana dos municípios de

Ingaí, Nazareno e São Vicente

de Minas, que juntos somam

36 km de trechos em Classe 4

(50% do total).

32 km (0,6% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

no entorno das áreas urbanas

de alguns municípios.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Ingaí e

Nazareno, cada um

representando 24% dos

trechos em Classe 4 da UGH,

e do município de Ijaci,

representando 18%, somando

juntos 21 km (66% do total).

Os 11 km de trechos restantes

(34% do total) são distribuídos

pelos municípios de Arantina,

Carrancas e São Vicente de

Minas.

46 km (0,8% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

distribuídos pela UGH, no

entorno das áreas urbanas de

alguns municípios. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana de Nazareno (8,3 km,

18% do total). Do restante de

trechos em Classe 4, 31 km

(67,5% do total) estão

distribuídos nos municípios de

Airuoca, Carrancas, Ijaci, Ingaí

e Madre de Deus de Minas.

27 km (0,5% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

distribuídos pela UGH,no

entorno das áreas urbanas de

alguns municípios. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana dos municípios de

Ijaci, Ingaí e Nazareno,

representando,

respectivamente, 21%, 27% e

28% dos trechos em Classe 4

da UGH (76% do total).

Outros 6,5 km de trechos

(24% do total) são distribuídos

entre os municípios de

Arantina e São Vicente de

Minas.

Idem ao Cenário Acelerado

GD 02

594 km (9,1% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Barbacena e

Carandaí, representando

respectivamente, 15,2% e

15,9% dos trechos em Classe

4 (185 km, 31% do total).

252 km (4% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Barbacena, lançado na ETE no

Ribeirão Caieiro (60,5 km,

24% do total). Outros 76 km

de trechos (30% do total) são

distribuídos nos municípios de

Carandaí, Lavras e Oliveira.

372 km (6% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário das áreas urbanas de

Barbacena na ETE do no

Ribeirão Caieiro (17,3% do

total), Carandaí (15,6% do

total) e Lavras, em suas três

ETEs nos ribeirões Vermelho,

Água Limpa e Santa Cruz

(12,4% do total). Os três

municípios somam 169 km

dos trechos em Classe 4

(45,5% do total).

188 km (2,9% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário das áreas urbanas de

Barbacena (13,4% do total),

Carandaí (13,6% do total),

Lavras (11,9% do total) e

Oliveira (11,4% do total),

somando juntos 94,5 km dos

trechos em Classe 4 (50,3%

do total).

Idem ao Cenário Acelerado

Continua...

-52-

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande

Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão

ENGECORPS

1317-ANA-03-RH-RP-0004

...Continuação.

QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS

COMPONENTE QUALITATIVO

UGH

Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030

Áreas Críticas Áreas Críticas

Conflitos pelo uso dos

recursos hídricos (em

comparação ao

Cenário Atual)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Tendencial)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Moderado)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Acelerado)

GD 03

761 km (8,0% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios, sendo que vários

deles contribuem com 5% a

10% do total de trechos em

Classe 4, como Campo Belo

(7,7%), Campos Gerais (6,1%),

Formiga (9,3%) e Guaxupé

(9,6%), sendo que a influência

deste último no rio Guaxupé

ultrapassa o limite entre a GD

03 e a UGRHI 04.

312 km (3,3% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Campo Belo e

Três Pontas, representando,

respectivamente, 16,3% e

10,5% dos trechos em Classe

4 da UGH (84 km, 27% do

total). Os demais trechos são

distribuídos entre municípios

que contribuem com menos

de 10% do total de trechos

em Classe 4. Ressalta-se que

a influência de Guaxupé no

rio homônimo ultrapassa o

limite entre a GD 03 e a

UGRHI 04.

442 km (4,7% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Campo Belo,

Guaxupé e Três Pontas,

representando,

respectivamente, 12,8%, 9,3%

e 9,4% dos trechos em Classe

4 da UGH (139 km, 31,5% do

total). Os demais trechos são

distribuídos entre municípios

que contribuem com menos

de 10% do total de trechos

em Classe 4. Ressalta-se que a

influência de Guaxupé no rio

homônimo ultrapassa o limite

entre a GD 03 e a UGRHI 04.

285 km (3,0% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Campo Belo,

lançado pela ETE no rio

Jacaré, e Três Pontas, no

ribeirão das Araras,

representam,

respectivamente, 17,9% e

11,5% dos trechos em Classe

4 da UGH (84 km, 29,5% do

total). Os demais trechos são

distribuídos entre municípios

que contribuem com menos

de 10% do total de trechos

em Classe 4. Ressalta-se que a

influência de Guaxupé no rio

homônimo ultrapassa o limite

entre a GD 03 e a UGRHI 04.

255 km (2,7% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Campo Belo e

Três Pontas, representando,

respectivamente, 15,1% e

12,9% dos trechos em Classe

4 da UGH (71,5 km, 28% do

total). Os demais trechos são

distribuídos entre municípios

que contribuem com menos

de 10% do total de trechos

em Classe 4. Ressalta-se que a

influência de Guaxupé no rio

homônimo ultrapassa o limite

entre a GD 03 e a UGRHI 04.

GD 04

257 km (6,0% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, sempre ao entorno

das áreas urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana dos municípios de

Cambuquira, Campanha,

Cruzília e São Lourenço, que

juntos somam 113 km de

trechos em Classe 4 (44% do

total).

97 km (2,3% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

no entorno das áreas urbanas

de alguns municípios.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Cambuquira,

Campanha e Cruzília,

representando,

respectivamente, 18,2%,

18,9% e 20,6% dos trechos

em Classe 4 (56 km, 58% do

total).

152 km (3,6% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

no entorno das áreas urbanas

de alguns municípios.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Campanha

(14,8% do total), Cruzília

(14,2% do total) e São

Lourenço (13,4% do total),

somando juntos 64,5 km dos

trechos em Classe 4 (42,5%

do total).

86 km (2,0% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

no entorno das áreas urbanas

de alguns municípios.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Cambuquira

(14,4% do total), Campanha

(21,2% do total) e Cruzília

(17,0% do total), somando

juntos 45 km dos trechos em

Classe 4 (52,5% do total).

79 km (1,8% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

no entorno das áreas urbanas

de alguns municípios.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Cambuquira

(12,8% do total), Campanha

(23,2% do total), Cruzília

(18,6% do total), e São Thomé

das Letras (12,1% do

total),somando juntos 53 km

dos trechos em Classe 4 (67%

do total).

Continua...

-53-

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande

Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão

ENGECORPS

1317-ANA-03-RH-RP-0004

...Continuação.

QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS

COMPONENTE QUALITATIVO

UGH

Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030

Áreas Críticas Áreas Críticas

Conflitos pelo uso dos

recursos hídricos (em

comparação ao

Cenário Atual)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Tendencial)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Moderado)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Acelerado)

GD 05

382 km (7,0% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Cambuí, Elói

Mendes, Pouso Alegre e São

Gonçalo do Sapucaí, que

juntos somam 139,5 km de

trechos em Classe 4 (36,5%

do total), sendo que a

influência deste último

ultrapassa o limite entre a GD

05 e a GD 04.

212 km (3,9% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios que contribuem

com 5% a 10% do total de

trechos em Classe 4, como

Cambuí, Conceição dos

Ouros, Elói Mendes,

Paraisópolis, Pouso Alegre e

São Gonçalo do Sapucaí.

Ressalta-se que a influência de

São Gonçalo do Sapucaí

ultrapassa o limite entre a GD

03 e a GD 04.

255 km (4,7% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios que contribuem

com 5% a 10% do total de

trechos em Classe 4, como

Cambuí, Conceição dos

Ouros, Elói Mendes, Maria da

Fé, Paraisópolis, Pouso Alegre

e São Gonçalo do Sapucaí.

Ressalta-se que a influência de

São Gonçalo do Sapucaí

ultrapassa o limite entre a GD

03 e a GD 04.

229 km (4,2% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Elói Mendes,

em ETE do ribeirão Mutuca, e

Pouso Alegre, com duas ETEs

no rio Sapucaí-Mirim,

contribuem respectivamente

com 8,1% e 10,6% do total de

trechos em Classe 4 (43 km,

19% do total). Os demais

trechos são distribuídos entre

municípios que contribuem

com menos de 5% do total de

trechos em Classe 4. Ressalta-

se que a influência de São

Gonçalo do Sapucaí

ultrapassa o limite entre a GD

03 e a GD 04.

175 km (3,2% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno e

seguindo a jusante das áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana dos

municípios de Elói Mendes,

em ETE do ribeirão Mutuca, e

Pouso Alegre, com duas ETEs

no rio Sapucaí-Mirim,

contribuem respectivamente

com 8,9% e 11,1% do total de

trechos em Classe 4 (35 km,

20% do total). Os demais

trechos são distribuídos entre

municípios que contribuem

com menos de 5% do total de

trechos em Classe 4. Ressalta-

se que a influência de São

Gonçalo do Sapucaí

ultrapassa o limite entre a GD

03 e a GD 04.

GD 06

459 km (12,8% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

distribuídos pela UGH, no

entorno das áreas urbanas.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana e

indústrias de laticíneos e

metalurgia em Poços de

Caldas (122 km, 26,6% do

total). Outros 124 km de

trechos em Classe 4 (27% do

total) são distribuídos entre os

municípios de Andradas,

Ipuiúna, Monte Sião e Ouro

Fino. Ressalta-se que a

influência de Andradas no rio

Jaguari-Mirim ultrapassa o

limite entre a GD 06 e a

UGRHI 09, assim como a de

Poços de Caldas no rio

lambari, que deságua no Rio

Pardo, ultrapassa o limite com

a UGRHI 04.

185 km (5,1% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

distribuídos pela UGH, no

entorno das áreas urbanas.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Andradas, e esgotamento

sanitário e indústria de

laticíneos em Poços de

Caldas, lançados no ribeirão

das Antas e no rio Lambari,

que contribuem com 16,1% e

13,9%, respectivamente, do

total de trechos em Classe 4

(55 km, 30% do total).

253 km (7,0% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

distribuídos pela UGH, no

entorno das áreas urbanas.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Andradas (16,7% do total),

esgotamento de Ouro Fino,

lançado pela ETE no ribeirão

Ouro Fino (12,4% do total) e

indústria de laticíneos e

esgotamento sanitário de

Poços de Caldas, lançados no

ribeirão das Antas e no rio

Lambari, contibuindo com

10,2% do total de trechos em

Classe 4 (99,5 km, 39% do

total). Ressalta-se que a

influência de Andradas no rio

Jaguari-Mirim ultrapassa o

limite entre a GD 06 e a

UGRHI 09.

166 km (4,6% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

distribuídos pela UGH, no

entorno das áreas urbanas.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Andradas (12,6% do total),

esgotamento de Monte Sião,

lançado pela ETE no rio das

Pedras (7,4% do total) e

indústria de laticíneos e

esgotamento sanitário de

Poços de Caldas, lançados no

ribeirão das Antas e no rio

Lambari, contibuindo com

15,5% do total de trechos em

Classe 4 (59 km, 36% do

total).

133 km (3,7% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

distribuídos pela UGH, no

entorno das áreas urbanas.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Andradas (10,2% do total),

esgotamento de Monte Sião,

lançado pela ETE no rio das

Pedras (9,2% do total) e

indústria de laticíneos e

esgotamento sanitário de

Poços de Caldas, lançados no

ribeirão das Antas e no rio

Lambari, contibuindo com

19,3% do total de trechos em

Classe 4 (51,5 km, 39% do

total).

Continua...

-54-

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande

Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão

ENGECORPS

1317-ANA-03-RH-RP-0004

...Continuação.

QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS

COMPONENTE QUALITATIVO

UGH

Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030

Áreas Críticas Áreas Críticas

Conflitos pelo uso dos

recursos hídricos (em

comparação ao

Cenário Atual)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Tendencial)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Moderado)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Acelerado)

GD 07

514 km (8,7% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

distribuídos pela UGH, no

entorno das áreas urbanas.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Passos e São Sebastião do

Paraíso, que contribuem com

14,2% e 32,6%,

respectivamente, do total de

trechos em Classe 4 (240,5

km, 47% do total).

153 km (2,6% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

distribuídos pela UGH, no

entorno das áreas urbanas.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Passos, lançado pela ETE no

ribeirão Bocaína, e São

Sebastião do Paraíso, que

contribuem com 17,9% e

29,8%, respectivamente, do

total de trechos em Classe 4

(73 km, 48% do total).

290 km (4,9% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

distribuídos pela UGH, no

entorno das áreas urbanas.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Passos, lançado pela ETE no

ribeirão Bocaína, e São

Sebastião do Paraíso, que

contribuem com 9,4% e

34,4%, respectivamente, do

total de trechos em Classe 4

(127 km, 44% do total).

Idem ao Cenário Tendencial

Idem ao Cenário Acelerado

GD 08

499 km (5,4% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados especialmente

no extremo leste da UGH.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana e

indústrias de fertilizantes e

abate de animais em Uberaba

(356 km, 71% do total).

185 km (2,0% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

devido aos efluentes

domésticos de Uberaba que,

no futuro, estarão

concentrados em três ETEs

nos córregos das Toldas,

Desbarrancado e Jaú, e nos

lançamento de indústrias de

fertilizantes e abate de

animais (96 km, 52% do

total), da cidade de Iturama

no córrego Santa Rosa (31,3

km, 16,9% do total) e da

cidade de Itapagipe no

córrgeo Maia D' Alta (30,8

km, 16,6%).

Idem ao Cenário Tendencial

201 km (2,2% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

devido aos efluentes

domésticos de Uberaba que,

no futuro, estarão

concentrados em três ETEs

nos córregos das Toldas,

Desbarrancado e Jaú, e nos

lançamentos de indústrias de

fertilizantes e abate de

animais (105 km, 52,5% do

total), da cidade de Iturama

no córrego Santa Rosa (31

km, 15,4% do total) e da

cidade de Itapagipe no

córrgeo Maia D' Alta (30 km,

15,1%).

188 km (2,0% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

devido aos efluentes

domésticos de Uberaba que,

no futuro, estarão

concentrados em três ETEs

nos córregos das Toldas,

Desbarrancado e Jaú, e nos

lançamentos de indústrias de

fertilizantes e abate de

animais (96 km, 51% do

total), da cidade de Iturama

no córrego Santa Rosa (32

km, 16,9% do total) e da

cidade de Itapagipe no

córrgeo Maia D' Alta (31 km,

16,6%).

UGRHI 01

141 km (38% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados na área central

da UGH. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Campos do Jordão (136 km,

96% do total).

15 km (4,1% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados no lançamento

de um único município.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Campos do Jordão, lançado

pela ETE no rio Sapucaí-

Guaçu (15 km, 100% do

total).

Idem ao Cenário Tendencial

Idem ao Cenário Tendencial

Idem ao Cenário Acelerado

Continua...

-55-

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande

Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão

ENGECORPS

1317-ANA-03-RH-RP-0004

...Continuação.

QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS

COMPONENTE QUALITATIVO

UGH

Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030

Áreas Críticas Áreas Críticas

Conflitos pelo uso dos

recursos hídricos (em

comparação ao

Cenário Atual)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Tendencial)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Moderado)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Acelerado)

UGRHI 04

416 km (8,7% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno das

sedes urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana dos municípios de

Cravinhos, São José do Rio

Pardo, São Simão e Tambaú,

que juntos somam 140 km de

trechos em Classe 4 (33,6%

do total). Descatam-se

também os reflexos dos

lançamentos de esgotamento

sanitário de Guaxupé (GD

03), no rio Guaxupé, e de

Poços de Caldas (GD 06), no

rio Pardo.

268 km (5,6% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno das

sedes urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana de Cravinhos,

contribuindo com 13,1% do

total (35,1 km). Também

destacam-se o esgotamento

sanitário de Santa Rosa de

Viterbo (21,5 km, 8% do total)

e o esgotamento e

lançamento de indústria

alimentícia em São José do

Rio Pardo, que somam 19 km

de trechos em Classe 4 (7,1%

do total). Nota-se também o

reflexo dos lançamentos de

esgotamento sanitário de

Guaxupé (GD 03), no rio

Guaxupé.

302 km (6,3% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno das

sedes urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana do municípios de

Cravinhos, contribuindo com

11,6% do total (35 km).

Também destacam-se o

esgoamento sanitário e o

lançamento de indústria

alimentícia em São José do

Rio Pardo, que somam 27,5

km de trechos em Classe 4

(9,1% do total) e o

esgotamento de Tambaú (25

km, 8,3% do total). Nota-se

também o reflexo dos

lançamentos de esgotamento

sanitário de Guaxupé (GD

03), no rio Guaxupé.

250 km (5,3% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno das

sedes urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana dos municípios de

Cravinhos e Ribeirão Preto,

contribuindo com 14,0% e

6,5% do total (20,6%, 51,5

km). Também destacam-se o

esgotamento sanitário de

Altinópolis (17 km, 6,9% do

total), e em Santa Rosa de

Viterbo, lançado pelas duas

ETEs nos córregos Bibiano e

Caçador (26,5 km, 10,6% do

total). Nota-se também o

reflexo dos lançamentos de

esgotamento sanitário de

Guaxupé (GD 03), no rio

Guaxupé.

229 km (4,8% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno das

sedes urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana dos municípios de

Cravinhos e Ribeirão Preto,

contribuindo com 15,3% e

7,2% do total (22,5%, 51,5

km). Também destacam-se o

esgotamento sanitário Santa

Rosa de Viterbo, lançado

pelas duas ETEs nos córregos

Bibiano e Caçador (26,5 km,

11,6% do total). Nota-se

também o reflexo dos

lançamentos de esgotamento

sanitário de Guaxupé (GD

03), no rio Guaxupé.

UGRHI 08

276 km (6,1% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno das

sedes urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana dos municípios de

Batatais (74,5 km, 27% do

total), Franca (36 km, 13% do

total), Pedregulho (24 km,

8,8% do total) e São Joaquim

da Barra (26 km, 9,5% do

total), que juntos somam 161

km de trechos em Classe 4

(58% do total).

168 km (3,7% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno das

sedes urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana dos municípios de

Batatais, que representa

21,3% dos trechos em Classe

4 (35,8 km). Também

destacam-se as contribuições

do lançamento das ETEs dos

municípios de Franca, no

córrego Santa Bárbara (19,3

km, 11,5% do total), e em

Pedregulho, no córrego da

Cascata (20,7 km, 12,3% do

total).

178 km (3,9% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno das

sedes urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana dos municípios de

Batatais, que representa

20,2% dos trechos em Classe

4 (36 km). Também

destacam-se as contribuições

do lançamento das ETEs dos

municípios de Franca, no

córrego Santa Bárbara (29,5

km, 16,6% do total), e em

Pedregulho, no córrego da

Cascata (24,4 km, 13,7% do

total).

159 km (3,5% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno das

sedes urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana dos municípios de

Batatais, que representa

22,6% dos trechos em Classe

4 (35,7 km). Também

destacam-se as contribuições

do lançamento das ETEs dos

municípios de Franca, no

córrego Santa Bárbara (19,3

km, 12,2% do total), e em

Pedregulho, no córrego da

Cascata (21,1 km, 13,3% do

total).

155 km (3,4% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

esparsamente distribuídos

pela UGH, no entorno das

sedes urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana dos municípios de

Batatais, que representa

23,1% dos trechos em Classe

4 (35,8 km). Também

destacam-se as contribuições

do lançamento das ETEs dos

municípios de Franca, no

córrego Santa Bárbara (24,6

km, 15,9% do total), e em

Pedregulho, no córrego da

Cascata (20,6 km, 13,3% do

total).

Continua...

-56-

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande

Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão

ENGECORPS

1317-ANA-03-RH-RP-0004

...Continuação.

QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS

COMPONENTE QUALITATIVO

UGH

Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030

Áreas Críticas Áreas Críticas

Conflitos pelo uso dos

recursos hídricos (em

comparação ao

Cenário Atual)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Tendencial)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Moderado)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Acelerado)

UGRHI 09

981 km (12,7% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados nas porções

sudeste e noroeste da UGH,

de modo geral no entorno das

sedes urbanas. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário da área

urbana dos municípios de

Araras (7,2% do total), Leme

(8,1% do total), Moji-Mirim e

Mogi-Guaçu (9,0% do total) e

Porto Ferreira (6,2% do total),

que juntos somam 300 km de

trechos em Classe 4 (30,5%

do total). Os demais trechos

são distribuídos entre

municípios que contribuem

com menos de 5% do total de

trechos em Classe 4.

492 km (6,4% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados na porção

sudeste da UGH, de modo

geral no entorno das sedes

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário e lançamentos

industriais na área urbana de

Moji-Mirim e Mogi-Guaçu,

que juntos somam 57 km de

trechos em Classe 4 (11,6%

do total). Também destaca-se

o esgotamento sanitário de

Araras, lançado pela ETE no

ribeirão das Araras, e o

lançamento de Usina

Sucroalcooleira no ribeirão do

Pinhal, somando 29,0 km de

trechos em Classe 4 no

município (5,9% do total). Os

demais trechos são

distribuídos entre municípios

que contribuem com menos

de 5% do total de trechos em

Classe 4.

522 km (6,7% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados na porção

sudeste da UGH, de modo

geral no entorno das sedes

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário e lançamentos

industriais na área urbana de

Moji-Mirim e Mogi-Guaçu,

que juntos somam 66 km de

trechos em Classe 4 (12,7%

do total). Também destaca-se

o esgotamento sanitário de

Araras, lançado pela ETE no

ribeirão das Araras, e o

lançamento de Usina

Sucroalcooleira no ribeirão do

Pinhal, somando 29,3 km de

trechos em Classe 4 no

município (5,6% do total). Os

demais trechos são

distribuídos entre municípios

que contribuem com menos

de 5% do total de trechos em

Classe 4.

458 km (5,9% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

distribuídos pela UGH, no

entorno das sedes urbanas de

alguns municípios. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário na área

urbana de Araras, lançado

pela ETE no ribeirão das

Araras, e o lançamento de

Usina Sucroalcooleira no

ribeirão do Pinhal, somando

28,8 km de trechos em Classe

4 no município (6,3% do

total). Destaca-se também, em

São João da Boa Vista, o

lançamento da ETE no rio

Jaguari-Mirim, refletindo em

22,9 km de trechos em Classe

4 (5,0% do total). Os demais

trechos são distribuídos entre

municípios que contribuem

com menos de 5% do total de

trechos em Classe 4.

418 km (5,4% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

distribuídos pela UGH, no

entorno das sedes urbanas de

alguns municípios. Principais

fontes de carga poluente:

esgotamento sanitário na área

urbana de Araras, lançado

pela ETE no ribeirão das

Araras, e o lançamento de

Usina Sucroalcooleira no

ribeirão do Pinhal, somando

28,8 km de trechos em Classe

4 no município (6,89% do

total). Destacam-se também,

o lançamento da ETE no rio

Jaguari-Mirim em São João da

Boa Vista, refletindo em 20,0

km de trechos em Classe 4

(4,8% do total), e em Leme, o

lançamento da ETE no

ribeirão do Meio, como

consequência de 20,5 km de

trechos em Classe 4 (4,9% do

total).

UGRHI 12

242 km (7,6% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados na área centro-

sul da UGH, principalmente

no entorno das maiores áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Bebedouro, impactando em

136 km de trechos em Classe

4 (56% do total da UGH).

Destacam-se também as

contribuições do esgotamento

urbano em Barretos (40 km,

16,5% do total), e os

lançamento industriais em

Colina (12 km, 5% do total da

UGH).

133 km (4,2% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados na área centro-

sul da UGH, principalmente

no entorno das maiores áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Bebedouro, com ETE no

córrego Mandembo,

impactando em 69 km de

trechos em Classe 4 (52% do

total da UGH). Destacam-se

também as contribuições do

esgotamento urbano em

Barretos, lançados no rio

Barro Preto, rio das Pedras e

córrego Pitangueiras (40 km,

30% do total), e os

lançamento industriais em

Colina, no córrego da Estiva

(12 km, 9% do total da UGH).

146 km (4,6% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados na área centro-

sul da UGH, principalmente

no entorno das maiores áreas

urbanas. Principais fontes de

carga poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

Bebedouro, com ETE no

córrego Mandembo,

impactando em 73 km de

trechos em Classe 4 (50% do

total da UGH). Destacam-se

também as contribuições do

esgotamento urbano em

Barretos, lançados no rio

Barro Preto, rio das Pedras e

córrego Pitangueiras (40 km,

27,5% do total), e os

lançamento industriais em

Colina, no córrego da Estiva

(12 km, 8,3% do total da

UGH).

Idem ao Cenário Tendencial

Idem ao Cenário Acelerado

Continua...

-57-

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande

Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão

ENGECORPS

1317-ANA-03-RH-RP-0004

...Continuação.

QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS

COMPONENTE QUALITATIVO

UGH

Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030

Áreas Críticas Áreas Críticas

Conflitos pelo uso dos

recursos hídricos (em

comparação ao

Cenário Atual)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Tendencial)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Moderado)

Áreas Críticas

Conflitos pelo uso

dos recursos hídricos

(em comparação ao

Cenário Acelerado)

UGRHI 15

1403 km (18,7% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados nas regiões

central e sul da UGH.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

São José do Rio Preto e

cidades fronteiriças, cujos

efluentes são lançados no rio

Preto, impactando em 285

km de trechos em Classe 4

(20,3% do total da UGH).

Destacam-se também as

contribuições do esgotamento

urbano de Pindorama,

Catanduva, Catiguá e Uchoa,

lançados no rio São Domingos

(140 km, 10% do total).

1020 km (13,6% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados nas regiões

central e sul da UGH.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

São José do Rio Preto e

cidades fronteiriças, cujos

efluentes são lançados no rio

Preto, impactando em 219

km de trechos em Classe 4

(21,5% do total da UGH).

Destacam-se também as

contribuições do esgotamento

urbano de Pindorama e

Catanduva, lançados no rio

São Domingos (64 km, 6,3%

do total), e o esgotamento

sanitário de Votuporanga,

lançado após ETE no ribeirão

do Marinheiro (56 km, 5,5%

do total).

1090 km (14,5% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados nas regiões

central e sul da UGH.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

São José do Rio Preto e

cidades fronteiriças, cujos

efluentes são lançados no rio

Preto, impactando em 245

km de trechos em Classe 4

(22,5% do total da UGH).

Destacam-se também as

contribuições do esgotamento

urbano de Pindorama e

Catanduva, lançados no rio

São Domingos (67 km, 6,2%

do total).

1048 km (14,0% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados nas regiões

central e sul da UGH.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

São José do Rio Preto e

cidades fronteiriças, cujos

efluentes são lançados no rio

Preto, impactando em 240

km de trechos em Classe 4

(23% do total da UGH).

Destacam-se também as

contribuições do esgotamento

urbano de Pindorama e

Catanduva, lançados no rio

São Domingos (57 km, 5,4%

do total), e o esgotamento

sanitário de Votuporanga,

lançado após ETE no ribeirão

do Marinheiro (60 km, 5,7%

do total).

978 km (13,0% da UGH) de

trechos com concentração de

DBO > 10 mg/L (Classe 4),

concentrados nas regiões

central e sul da UGH.

Principais fontes de carga

poluente: esgotamento

sanitário da área urbana de

São José do Rio Preto e

cidades fronteiriças, cujos

efluentes são lançados no rio

Preto, impactando em 226

km de trechos em Classe 4

(23,1% do total da UGH).

Destacam-se também as

contribuições do esgotamento

urbano de Pindorama e

Catanduva, lançados no rio

São Domingos (60 km, 6,1%

do total), e o esgotamento

sanitário de Votuporanga,

lançado após ETE no ribeirão

do Marinheiro (56 km, 5,7%

do total).

Elaboração ENGECORPS, 2016

-58-

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande

Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os

Instrumentos de Gestão – Anexo II

ENGECORPS

1317-ANA-03-RH-RP-0004

4.6 COBRANÇA PELO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS

A ANA vem discutindo propostas de novos modelos de cobrança pelo uso dos recursos

hídricos, que sejam radicalmente diferentes dos atuais cujo alcance é muito limitado em

termos de induzir um comportamento racional de consumo ou de incentivar a conservação e

preservação dos recursos hídricos. As diretrizes a serem consideradas na elaboração deste novo

modelo são as seguintes:

(i) Que a base da cobrança seja construída a partir da identificação de intervenções e/ou

de mecanismos de incentivos que produzam impactos positivos sobre a gestão e uso

dos recursos hídricos;

(ii) As intervenções na bacia a serem custeadas com os valores arrecadados pela cobrança

devem ser aquelas dirigidas para solução dos problemas identificados, tais como, por

exemplo, melhorias tecnológicas para redução de demandas visando dirimir conflitos

localizados em microbacias ou conjunto delas, tratamento de efluentes, implantação

de projetos para controle de erosão etc.;

(iii) O coeficiente utilizado na fórmula da cobrança com o objetivo de representar o grau

de comprometimento das disponibilidades hídricas deve ter variações sazonais e

espaciais, a depender das condições de severidade das estiagens e da localização das

áreas mais conflituosas em termos dos balanços hídricos; trata-se de coeficiente a ser

calculado anualmente, com base nos dados de atualização da conjuntura dos recursos

hídricos da bacia (ver Meta 5 do objetivo para implementar o sistema de informações);

(iv) Os mecanismos de incentivo podem ser dirigidos a apoiar o setor privado por meio de

transferências tais como o pagamento por serviços ambientais – PSA, e o pagamento

pelos efluentes tratados de estabelecimento industriais;

(v) As intervenções e/ou mecanismos de incentivos, sempre que for possível, devem ter

seus benefícios quantificáveis e seus usuários beneficiados identificados. Desta forma

será possível avaliar os efeitos reais, na bacia, da aplicação dos recursos arrecadados e

monitorar seus impactos;

(vi) O custo da base de cobrança a ser recuperado junto aos usuários deve incluir além

dos custos das intervenções e/ou mecanismos de incentivo o custo de funcionamento

da Agência da Bacia13

. A inclusão obrigatória deste último custo corresponde a uma

forma de garantir um piso para a sustentabilidade da Agência;

(vii) Podem ser formuladas diversas bases de cobrança, sendo escolhida aquela que tenha a

maior relação benefício/custo ou que o custo por usuário seja o menor possível e que

permita a viabilidade econômico-financeira da agência de bacia/entidade delegatária;

13

A Agência de Bacia deve ser custeada com recursos da cobrança. Ver Lei Federal nº 9.433/1997 - Arts. 22º e

43º; Lei Estadual SP nº 10.020/1998 - Art 8º; Lei Estadual MG nº 13.199/1999 - Art. 28º. Essas leis definem,

inclusive, o percentual do total arrecadado com a cobrança que deve ser aplicado para o custeio da Agência de

Bacia.

-59-

Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande

Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os

Instrumentos de Gestão – Anexo II

ENGECORPS

1317-ANA-03-RH-RP-0004

(viii) O repasse aos usuários finais destes custos por meio de Preços Unitários Básicos (PUBs)

será feito considerando fatores de diferenciação que tomem em conta a escassez

relativa dos recursos hídricos e a respectiva capacidade de pagamento ou curva de

demanda de cada usuário;

(ix) A definição de preços diferenciados entre os usuários poderá contemplar também

subsídios cruzados entre usos como forma de garantir os objetivos de equidade;

(x) Os PUBs devem ter uma fórmula de correção monetária anual de aplicação

automática e uma revisão de seus valores unitários quando houver uma modificação

bastante significativa na base de cobrança pelo incremento de intervenções e ou

introdução de novos mecanismos de incentivo.

Finalmente, considerando que o processo de implementação da cobrança tem uma duração

longa, recomenda-se que seu início se dê em curto prazo, na medida do possível. Neste

sentido, indicam-se a seguir algumas diretrizes que podem acelerar o referido processo:

(i) A credibilidade do processo de início da cobrança depende das formas pelas quais é

conduzida a interação com os usuários – contatos permanentes e transparência;

(ii) É recomendável a instalação de um Grupo de Trabalho no âmbito do CBH-Grande e

CBHs-Bacias Afluentes para discussão do processo de implementação da cobrança,

logo após a aprovação do PIRH-Grande;

(iii) A proposta de cobrança deverá ser discutida nesses grupos de trabalho antes de ser

submetida à plenária do CBH-Grande (ver Meta 1 do objetivo implementar a cobrança

pelo uso dos recursos hídricos em toda a bacia);

(iv) No processo de discussão do Grupo de Trabalho, é recomendável avaliar a disposição

a pagar do usuário e a viabilidade da implementação e operacionalização da proposta

de cobrança, evitando impor valores prévios que não sejam aceitáveis;

(v) A fórmula da cobrança deve ser esclarecida de maneira exaustiva, evitando-se

contestações de isonomia entre usuários similares;

(vi) Os condutores do processo devem possuir conhecimento do problema;

(vii) Quando iniciado o processo de cobrança pelo lançamento de efluentes, recomenda-se

adotar a carga de DBO, somente;

(viii) A experiência de adotar cobrança progressiva mostrou-se satisfatória em outras bacias

hidrográficas. A forma e o ritmo da progressividade devem ser estabelecidos pelo

Comitê com base na negociação com os usuários;

(ix) Deve ser disponibilizada uma planilha de simulação em site da Internet, para permitir

ao usuário o cálculo de seus valores;

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(x) Somente iniciar a emissão dos boletos (último ato antes do efetivo início da cobrança),

quando os dados de cadastro específico de cobrança estiverem consistidos e

consolidados, sob pena de prejuízo de sua aceitação e credibilidade;

(xi) Recomenda-se a implementação de uma Campanha de Divulgação voltada a toda a

população da bacia, porém, com ênfase no contato direto com os usuários, com apoio

de material de divulgação dirigido;

(xii) A estratégia de abordagem deve ser a de privilegiar informações sobre as vantagens a

serem auferidas com a cobrança, apresentando-se, por exemplo, os alvos dos

benefícios resultantes, em consonância com o que prevê o presente PIRH-Grande.

4.7 COMPENSAÇÃO A MUNICÍPIOS

Uma das formas de promover a proteção dos recursos hídricos é a criação de Unidades de

Conservação – UCs; nas UCs de proteção integral não são admitidos quaisquer usos, além da

preservação dos ecossistemas terrestres e aquáticos, restringindo-se, portanto, as atividades

econômicas desenvolvidas no local. Essas áreas, por se tornarem indisponíveis para fins

produtivos deixam de gerar renda e, portanto, também de gerar tributos para os municípios em

que se localizam, que passam a demandar uma compensação financeira por esta perda.

Além das UCs de proteção integral, os municípios que possuem em seu território reservatórios

para geração de energia hidrelétrica também são afetados pela perda de áreas produtivas e,

por consequência, de tributos por elas gerados.

Atualmente, existem dois instrumentos de compensação aos municípios: o Imposto sobre

Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços Ecológico (ICMS Ecológico) e a

Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH).

O ICMS Ecológico é um mecanismo tributário que possibilita aos municípios ter acesso a

parcelas maiores que aquelas às quais já têm direito, dos recursos financeiros arrecadados pelos

estados através do ICMS, em razão do atendimento de determinados critérios ambientais

estabelecidos em leis estaduais. Entretanto, esses critérios ambientais podem ser ampliados

para considerar outros fatores, como a gestão de recursos hídricos, resíduos sólidos, o

tratamento de esgotos e outros, determinados de acordo com cada lei estadual.

O estado de São Paulo por meio da Lei n. º 8.510, de 1993 instituiu o mecanismo do ICMS

Ecológico de modo a destinar 0,5% do ICMS em função de espaços territoriais especialmente

protegidos existentes nos municípios. Em Minas Gerais, a Lei nº 12.040/95 definiu os critérios

de distribuição do ICMS, com objetivo de reduzir as diferenças econômicas e sociais entre os

municípios e incentivar a aplicação de recursos na área social. Um dos aspectos importantes da

experiência mineira é a integração do ICMS Ecológico nas metas do estado para a questão

ambiental, resultando em que a sua efetividade seja muito maior, diferentemente de possuir o

mecanismo de incentivo como somente mais um instituto jurídico no ordenamento legal do

estado.

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A Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos para Fins de Geração de

Energia Elétrica – CFURH foi instituída pela Constituição Federal de 1988 e trata-se de um

percentual que as concessionárias de geração hidrelétrica pagam pela utilização de recursos

hídricos. A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL gerencia a arrecadação e a

distribuição dos recursos entre os beneficiários: Estados, Municípios e órgãos da administração

direta da União.

Os percentuais devidos como compensação financeira foram estabelecidos no Art. 17 da Lei

9.648/1998 e revisados recentemente pela Lei 13.360/201614

. Na prática, as concessionárias

pagam 7% do valor da energia produzida a título de Compensação Financeira. O total a ser

pago é calculado segundo uma fórmula padrão:

CF = 7% x energia gerada no mês x Tarifa Atualizada de Referência – TAR.

Do total arrecadado com a geração de energia elétrica, 6,25% são distribuídos entre os Estados,

Municípios e órgãos da administração direta da União e 0,75% são destinados ao Ministério do

Meio Ambiente, para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema

Nacional de Recursos Hídricos. A TAR é definida anualmente por meio de Resolução

Homologatória da ANEEL.

Conforme estabelecido na Lei Federal nº 8.001/1990, com modificações dadas pelas Leis nº

9.433/97, nº 9.984/00 e nº 9.993/00, do total devido às esferas governamentais, 45% dos

recursos são destinados aos Municípios atingidos pelos reservatórios das UHEs, 45% aos Estados

e 10% à União. O percentual de 10% que cabe à União é dividido entre o Ministério de Meio

Ambiente, Recursos Hídricos e Amazônia Legal (3%); o Ministério de Minas e Energia (3%) e

para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (4%), administrado pelo

Ministério da Ciência e Tecnologia.A bacia do rio Grande apresenta 16 Reservas Particulares

do Patrimônio Natural (RPPNs) e 46 Unidades de Conservação, sendo 29 UCs de proteção

integral e 17 de uso sustentável. Entretanto todas essas áreas em geral são de pequeno porte,

tendo em vista que a área coberta pelas mesmas é de aproximadamente 7% da área total da

bacia15

. Os municípios que possuem estas áreas já estão sendo compensados pelos dois

instrumentos existentes. Entretanto, dado que os critérios de distribuição do ICMS Ecológico

contemplam apenas aspectos ambientais e que a CFGEE contempla área alagadas fica

pendente a questão da compensação das áreas não alagadas que se tornaram indisponíveis

para fins de proteção e conservação de recursos hídricos de todos os municípios da bacia.

Para sanar esta lacuna ao nível de planejamento estadual, parece não haver qualquer iniciativa

por parte do estado de São Paulo. Entretanto, o Plano Estadual de Recursos Hídricos de Minas

Gerais (PERH/MG) em suas recomendações para Novos Instrumentos Econômicos de Gestão

de Recursos Hídricos em Minas Gerais indica.

14

Segundo esta lei, o recolhimento da CFURH passou a ser obrigatório para PCHs, a partir da prorrogação da outorga.

15 Apenas a UGH Mantiqueira (UGRHI 01) apresenta quase a totalidade de sua área protegida em Unidades de Conservação; contudo, todas

as demais UGHs paulistas possuem menos de 1% de seu território inserido em UCs. Na vertente mineira da bacia do rio Grande, as UGHs

Mogi Guaçu/Pardo (GD 6) e Vertentes do rio Grande (GD 2) também apresentam menos de 1% da sua área protegida em Unidades de

Conservação.

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Note-se que as iniciativas estão fortemente apoiadas em dois principais pilares,

quais sejam: (i) no campo institucional, as iniciativas que efetivamente funcionam

são aquelas que contam com o apoio de um órgão de Governo ― como “tutor” do

programa. Portanto, a aplicação do ICMS-Ecológico, como forma de compensação

financeira a municípios, poderá ocorrer mediante inserção ativa do IGAM; e (ii) a

fonte de recursos para os pagamentos deve ser contínua e assegurada. Isto posto,

fica patente que o PERH/MG não poderá prescindir de um programa específico

voltado ao Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que contará com a

possibilidade de aprimorar os critérios atuais e ampliar os montantes redistribuídos

aos municípios, via ICMS-Ecológico, como forma de compensação financeira a

municípios. Importa destacar que a definição dos novos critérios de alocação do

ICMS-Ecológico deve ser debatida no âmbito dos Comitês de Bacias, de modo a

identificar os fatores regionais relevantes e legitimar sua adoção.

Paralelamente a estes mecanismos fiscais que estão sendo utilizados existem mecanismos

financeiros do tipo Fundos de Água (FA) que são estimulados pela The Nature Conservancy

(TNC) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Este tipo de mecanismo é um

modelo inovador de conservação a longo prazo que opera por meio de investimentos que se

concentram em um único fundo cujos capitais gerados são designados para preservar as terras

essenciais das bacias hidrográficas, por meio de ações de conservação, sendo que seus

principais acionistas são os usuários dos recursos.

Em geral, fazem parte desses fundos as empresas concessionárias de água, grandes

consumidores de água e, em alguns casos, a NTC e o BID. Estes acionistas fazem a

integralização do capital inicial do fundo e contribuem ao longo de sua existência. Os recursos

do fundo são fundamentalmente alocados para o pagamento de serviços ambientais (PSA). No

Brasil já existem implantados cinco desses fundos, sendo dois no estado de São Paulo. Nos

Fundos de Água paulistas implementados no PCJ e na bacia do Alto Tietê, o principal objetivo

é ampliar o conceito de produção de água para garantir a conservação e restauração da

vegetação por meio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

Dentro deste quadro, podem-se visualizar duas diretrizes de ação para a implementação de

mecanismos de compensação aos municípios na bacia do rio Grande:

A primeira seria seguir a diretriz do PERH/MG, ou seja, criar “um programa específico

voltado ao Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que contará com a possibilidade de

aprimorar os critérios atuais e ampliar os montantes redistribuídos aos municípios, via

ICMS-Ecológico, como forma de compensação financeira a municípios”. Neste sentido, está

definida uma meta associada ao objetivo do PIRH dirigido a solucionar passivos ambientais

relacionados aos recursos hídricos voltada à identificação de áreas prioritárias na bacia para

implementação de projetos de PSA (ver item 3.3.4 do Capítulo 3 deste relatório - Meta 1);

e

A segunda diretriz seria estruturar e criar um Fundo de Águas para a Bacia do Rio Grande.

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A primeira diretriz aparentemente não apresenta grandes dificuldades de ser implementada,

devendo, contudo, ser estabelecidas salvaguardas para que ela possa efetivamente funcionar na

prática.

A segunda diretriz esbarra na dificuldade de encontrar uma fonte de recursos que alimente

permanentemente o fundo que venha a ser criado. A cobrança de um encargo setorial como o

CFGEE, por exemplo, poderia ser uma solução. Entretanto, atualmente não existe viabilidade

política para a criação de um novo imposto dado o nível de carga tributária que o País já

enfrenta. Contudo, tendo em conta o potencial de receita que se prevê pela cobrança pelo

uso dos recursos hídricos na bacia, poderia ser avaliada a possibilidade de que o Fundo

pudesse ser alimentado por parte da receita da cobrança.

Seria importante que o Fundo a ser criado pudesse ser mais amplo que os Fundos de Águas,

podendo, por exemplo, além de pagar por serviços ambientais, compensar os municípios,

oferecer contrapartida aos investimentos de interesse comum da bacia e custear projetos de

Pesquisa e Desenvolvimento - P&D.

Neste sentido, considera-se importante aprofundar a análise das duas diretrizes anteriormente

mencionadas para melhor definir o mecanismo de compensação a ser implementado,

mediante a avaliação de aspectos tais como:

As possíveis necessidades de contrapartida de financiamento das intervenções de interesse

da bacia, sejam elas, entre outras, as de conservação dos recursos hídricos, as de

saneamento urbano e rural e as de tratamento de efluentes industriais;

A projeção dos serviços ambientais que poderão ser demandados e de projetos de P&D

que poderão ser desenvolvidos.

Com base nessas demandas, poderá ser analisada a viabilidade da criação do Fundo de Águas,

bem como as atividades que ele poderá apoiar.

4.8 SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS

A implementação do Sistema de Informações sobre recursos hídricos para a bacia do rio

Grande se reveste de grande relevância, de forma a viabilizar a divulgação de informações

atualizadas sobre aspectos técnicos e de gestão de recursos hídricos para a sociedade da bacia

e demais interessados. Com isso, os avanços no processo de gestão, bem como o cumprimento

dos objetivos e metas do PIRH-Grande poderão ser permanentemente monitorados.

Nesse sentido, propõe-se que as bases de dados georreferenciados da bacia do rio Grande,

geradas pelo presente PIRH sejam armazenadas e disponibilizadas no Sistema Nacional de

Informações de Recursos Hídricos – SNIRH –, tal como exposto no item 3.2.7 do Capítulo 3

deste relatório, sendo propostas as seguintes diretrizes:

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Deve ser considerado o acesso às informações de forma pública via rede mundial de

computadores, em link específico de acesso no SNIRH para as informações da bacia do rio

Grande, de forma a dar publicidade para os órgãos gestores de recursos hídricos, para a

futura Agência de Bacia e para os demais interessados, sejam usuários de recursos hídricos

da bacia, seja o público de segmentos técnico-científicos diversos;

Visando promover interfaces, deve ser inserido um link nos sites do CBH-Grande e dos

CBHs das Bacias Afluentes, que remetam os interessados ao link do SNIRH;

As informações de monitoramentos hidrometeorológicos e de qualidade das águas,

inclusive suas séries históricas devem estar disponíveis e atualizadas no banco de dados

inserido no SNIRH;

Devem ser estabelecidos procedimentos de consistência das informações da bacia e

atualização frequente da base de dados, com a periodicidade adequada a cada tipo de

informação disponível;

Recomenda-se que as bases de dados geradas pelo PIRH-Grande sejam consolidadas e

utilizadas pelos órgãos gestores estaduais de São Paulo e Minas Gerais, de modo a obter

uma homogeneidade de informações, facilitando não somente o seu manuseio e

interpretação como também a sua atualização no que se refere aos monitoramentos

hidrometeorológicos e de qualidade das águas, demandas e balanços hídricos etc.;

As atualizações das bases de dados da bacia do rio Grande devem ser feitas após cada

revisão e aprovação dos Planos de Bacias Afluentes e do próprio PIRH-Grande, devendo ter

foco, no mínimo, nos dados gerados nos Pontos de Controle da bacia;

Para a consolidação e homogeneização das bases de dados, devem ser avaliados os

recursos necessários por parte dos órgãos gestores estaduais e discutida com a ANA a

possibilidade de prover o apoio necessário;

As informações técnicas referentes às outorgas e a situação em termos de balanço hídrico

de bacias hidrográficas e microbacias devem ser mantidas atualizadas e divulgadas

anualmente. A divulgação da situação da bacia em termos de balanço e criticidade pode

dar subsídios importantes à atualização do planejamento de usuários, por exemplo, quanto

aos estudos para crescimento de suas atividades e o consequente aumento de suas

demandas, indicando trechos com maior ou menor criticidade;

A legislação de recursos hídricos referente à bacia do rio Grande, notadamente atos legais

editados pelo CBH-Grande e CBHs das Bacias Afluentes deve constar de forma atualizada

no mesmo link do SNIRH para fácil acesso pela sociedade;

Os documentos gerados no âmbito do PIRH Grande e dos Planos das Bacias Afluentes

também devem ser disponibilizados para a sociedade em link específico do SNIRH;

O SNIRH deve considerar, também, a inserção das informações constantes do Plano de

Ações e do Manual Operativo do PIRH Grande e da avaliação de cumprimento das suas

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metas ao longo do tempo, principalmente com o acompanhamento dos indicadores de

desempenho e a disponibilização de seus resultados.

4.9 PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS

Os Planos de Recursos Hídricos são instrumentos de gestão previstos em legislação e devem

constituir um dos balizadores fundamentais para a promoção da sustentabilidade hídrica de

bacias hidrográficas.

No caso de bacias com rios de domínio da União, tais como a do rio Grande, seus planos de

recursos hídricos que vêm sendo desenvolvidos pela ANA têm tido como pressupostos a

elaboração de uma base de dados completa e abrangente sobre a bacia, bem como o foco na

implementação dos demais instrumentos de gestão – outorga, cobrança, e enquadramento dos

corpos d’água, além das questões institucionais e legais envolvidas.

É de grande interesse, também, a elaboração do Manual Operativo do Plano, o MOP, voltado

ao detalhamento de ações executivas que possibilitem a materialização do Plano de Ações já

no curto prazo, documento que vem sendo emitido juntamente com os Planos propriamente

ditos e que tem como principal objetivo evitar que tais Planos constituam uma mera proposta

que nunca venha a se concretizar de fato, problema recorrente no País.

Dessa forma, os Planos Integrados de Recursos Hídricos das bacias de rios de domínio da

União conduzidos pela ANA configuram uma referência e uma fonte de dados rica e

abrangente para dar suporte à elaboração e/ou atualização dos planos de bacias afluentes.

No item 3.2.8 do Capítulo 3 deste relatório, foi apresentada a relação dos Planos das Bacias

Afluentes da Bacia do Rio Grande já elaborados e foi referida a elaboração dos PARHs das

UGHs GD 07 e GD 08, simultaneamente ao PIRH, propondo-se metas para sua atualização,

bem como para a atualização também do próprio PIRH.

Assim, e à luz do que foi acima exposto, as diretrizes recomendadas para a revisão e

atualização dos Planos das Bacias Afluentes são as seguintes, de modo que seja alcançada a

desejada convergência entre o plano da “bacia maior” e os planos das bacias hidrográficas que

a compõem:

Adoção dos objetivos estratégicos e das metas do PIRH-Grande como suporte,

considerando uma linha integradora entre a visão de conjunto da bacia e a visão local;

Utilização das bases de dados geradas pelo PIRH-Grande, que são robustas e atualizadas,

quando da revisão/atualização dos planos, a exemplo do que está sendo feito para

elaboração dos PARHs da GD 07 e da GD 08 e pelo estado de São Paulo;

Apresentação de propostas de intervenções aderentes àquelas recomendadas pelo PIRH-

Grande;

Acompanhamento, por parte dos comitês de cada UGH, da implementação das atividades

constantes do MOP, que representa uma agenda a ser efetivamente cumprida;

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Foco nas propostas para implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos –

outorga, cobrança e enquadramento –, de modo que as ações e medidas indicadas sejam

factíveis, evitando-se a recomendação de inciativas que acabem não se aplicando na

prática, por não serem de atribuição dos órgãos gestores de recursos hídricos estaduais;

Adoção de diretriz compatível com os pressupostos do PIRH-Grande, no que diz respeito à

priorização de ações que resultem em orçamentos para real execução das medidas,

iniciando por menores investimentos e dando prosseguimento por investimentos maiores,

com o passar do tempo; é recomendável propor o que possa ser implementado de fato, em

detrimento de inúmeras ações de grande porte, que muito dificilmente serão

implementadas.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANA, 2004. Estudo técnico nº 16 de apoio ao Plano de Bacia Hidrográfica do Rio São

Francisco. Alocação de Água. Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia

Hidrográfica do Rio São Francisco -PBHSF (2004-2013). 53p. 2004.

ANA, 2013. Manual de Procedimentos Técnicos e Administrativos de Outorga de Direito de

Uso de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas. Versão atualizada em

03/12/2014. 252p. 2014.

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO PONTAL DO PARANAPANEMA, 2014.

Fundamentos para a Implantação da Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos na

UGRHI-22. Junho 2014

TENNANT, D. L., 1976. Instream flow regimens for fish, wildlife, recreation and related

environmental resources. Fisheries 1, p. 6-10.

VON SPERLING, 2005. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. In:

Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias.