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REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES GOVERNO REGIONAL (a) – Secretaria Regional do Ambiente, dos Assuntos Sociais e da Agricultura e Pescas (b) – Direcção Regional do Ambiente, da Saúde e do Desenvolvimento Agrário 1/93 PLANO ESTRATÉGICO DOS RESÍDUOS HOSPITALARES DOS AÇORES 1 - INTRODUÇÃO No âmbito da política de gestão de resíduos, enquadrada na legislação comunitária e nacional, em 1999 foi aprovado e publicado o Plano Estratégico Sectorial dos Resíduos Hospitalares, da responsabilidade dos Ministérios da Saúde e do Ambiente. Constituem objectivos deste Plano fornecer aos responsáveis um conjunto de informação que os apoie na tomada de decisão sobre os vários aspectos relacionados com os resíduos hospitalares, estabelecendo bases estratégicas para os anos 2000 e 2005. No que respeita aos Açores, o Plano Estratégico Sectorial dos Resíduos Hospitalares reflecte o ponto da situação, sendo referido que, com as devidas adaptações, a gestão na Região deverá seguir uma orientação análoga à que se propõe para o continente. Considerando que a definição e implementação de estratégias na área dos resíduos hospitalares na Região constitui uma prioridade de actuação e que deve existir uma articulação entre as políticas nacional e regional neste sector, torna-se necessário a elaboração de um Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares dos Açores. Este Plano refere-se não só aos resíduos hospitalares produzidos em unidades de prestação de cuidados de saúde em seres humanos como também a animais. O Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares dos Açores é um instrumento de política e gestão de ambiente, especificamente concebido para a Região, com as seguintes finalidades:

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REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

GOVERNO REGIONAL

(a) – Secretaria Regional do Ambiente, dos Assuntos Sociais e da Agricultura e Pescas

(b) – Direcção Regional do Ambiente, da Saúde e do Desenvolvimento Agrário

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PLANO ESTRATÉGICO DOS RESÍDUOS HOSPITALARES DOS AÇORES

1 - INTRODUÇÃO

No âmbito da política de gestão de resíduos, enquadrada na legislação comunitária e

nacional, em 1999 foi aprovado e publicado o Plano Estratégico Sectorial dos Resíduos

Hospitalares, da responsabilidade dos Ministérios da Saúde e do Ambiente.

Constituem objectivos deste Plano fornecer aos responsáveis um conjunto de informação

que os apoie na tomada de decisão sobre os vários aspectos relacionados com os resíduos

hospitalares, estabelecendo bases estratégicas para os anos 2000 e 2005.

No que respeita aos Açores, o Plano Estratégico Sectorial dos Resíduos Hospitalares

reflecte o ponto da situação, sendo referido que, com as devidas adaptações, a gestão na

Região deverá seguir uma orientação análoga à que se propõe para o continente.

Considerando que a definição e implementação de estratégias na área dos resíduos

hospitalares na Região constitui uma prioridade de actuação e que deve existir uma

articulação entre as políticas nacional e regional neste sector, torna-se necessário a

elaboração de um Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares dos Açores.

Este Plano refere-se não só aos resíduos hospitalares produzidos em unidades de prestação

de cuidados de saúde em seres humanos como também a animais.

O Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares dos Açores é um instrumento de política e

gestão de ambiente, especificamente concebido para a Região, com as seguintes

finalidades:

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• Definir uma estratégia integrada de gestão dos resíduos hospitalares produzidos nas

unidades de saúde existentes na Região Autónoma dos Açores para o período de

2003 a 2007;

• Reduzir os riscos para a saúde e para o ambiente decorrentes da produção e

respectiva gestão dos resíduos hospitalares;

• Promover a divulgação das competências e responsabilidades de cada um na gestão

dos resíduos hospitalares e contribuir para a cooperação de todos na aplicação das

acções a aprovar.

2 - CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA

2.1 - CARACTERÍSTICAS RELEVANTES DOS AÇORES

2.1.1 - Características geográficas e climáticas

Localizado em pleno Oceano Atlântico, o Arquipélago dos Açores é o resultado duma intensa

actividade vulcânica e sísmica, emergindo de um planalto submarino que faz parte da Dorsal

Central Atlântica, a qual separa, para Ocidente, as Ilhas das Flores e do Corvo das restantes ilhas

do Arquipélago.

Abrange um conjunto de nove ilhas: o Grupo Oriental (constituído pelas Ilhas de São Miguel e

Santa Maria), o Grupo Central (incluindo as Ilhas Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial) e o

Grupo Ocidental (onde se inserem as Ilhas das Flores e do Corvo).

A área total do Arquipélago dos Açores é de 2 352 km2 (correspondendo a 2,5% da superfície total

do território de Portugal). O Arquipélago dispõe-se geograficamente com uma orientação

marcadamente NO – SE ao longo de cerca de 700 km, estando compreendido entre os paralelos

36º 45’ e 39º 43’ de latitude norte e os meridianos 24º 45’ e 31º 17’ de longitude oeste. O extremo

mais ocidental do arquipélago, na Ilha das Flores, dista cerca de 3 900 km da costa do continente

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norte-americano, e o extremo mais oriental, na Ilha da Santa Maria, está a quase 1 600 km de

Portugal Continental. As ilhas mais próximas entre si – Faial e Pico – distam 9 km; as mais

afastadas entre si – Corvo e Santa Maria – distam cerca de 600 km.

No Quadro 2.1 sistematizam-se as principais características físicas das ilhas da Região Autónoma

dos Açores (abreviadamente RAA).

• QUADRO 2.1

RAA – Principais características físicas das ilhas

ILHAS ÁREA

(km2)

COMPRIMENTO

(km)

LARGURA

(km)

ALTURA

MÁXIMA

(m)

Corvo 17 6,5 4,0 718

Faial 173 21,0 14,0 1 043

Flores 143 17,0 12,5 914

Graciosa 62 12,5 8,5 398

Pico 447 42,0 15,2 2 351

Santa Maria 97 17,0 9,5 590

São Jorge 246 56,0 8,0 1 067

São Miguel 759 65,0 16,0 1 080

Terceira 382 29,0 17,5 1 023

FONTE: Direcção Regional do Turismo dos Açores

O clima dos Açores está classificado como temperado marítimo, sendo fortemente marcado

pelo Anticiclone dos Açores e pelo efeito moderador da Corrente do Golfo. O relevo das ilhas

constitui, todavia, um dos factores com maior influência no clima: o carácter montanhoso das

ilhas provoca elevados valores de nebulosidade e de precipitação, que chegam a atingir o

dobro dos do Continente.

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O clima do Arquipélago assemelha-se assim muito ao do Noroeste da Europa, com excepção

da temperatura, uma vez que nos Açores as amplitudes térmicas são muito baixas. Os ventos

dominantes são de Nordeste, soprando todo o ano, por vezes com forte intensidade.

Como o tráfego marítimo e aéreo está condicionado às condições meteorológicas, a ligação

entre as ilhas é mais difícil no Inverno, pelo que nessa época do ano existe menor número de

ligações.

2.1.2 - Distribuição populacional e sua evolução

Em 2001, de acordo com o Censo Populacional então efectuado, a população total da Região

Autónoma dos Açores era de cerca de 242 000 habitantes, representando um acréscimo de

1,7% desde 1991. No Quadro 2.2 apresenta-se a distribuição dessa população por cada uma

das nove ilhas e por cada um dos 19 concelhos, observando-se um forte desequilíbrio

demográfico entre as diversas ilhas.

Constata-se, efectivamente, que cerca de 54% da população açoriana se concentra na Ilha de

São Miguel, seguindo-se a Ilha Terceira com 23% e depois as Ilhas do Faial e do Pico, que

representam, cada uma, entre 6,4 a 6,1% do total da Região; a população de cada uma das

restantes ilhas não excede 4% da população total da RAA. Os maiores aglomerados

populacionais situam-se também nas três ilhas mais povoadas.

A densidade populacional média nas ilhas mais povoadas e com maior desenvolvimento

económico é de 178 hab/km2 na Ilha de São Miguel, 144 hab/km2 na Ilha Terceira e 87 hab/km2

na Ilha do Faial; a média para a RAA é de 103 hab/km2.

2.1.3 - Efectivos pecuários e sua distribuição

Constata-se que os bovinos, com cerca de 240 000 animais, são claramente a espécie mais

representada, seguida dos suínos, com cerca de 60 000 animais; os seus efectivos globais nos

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últimos 15 anos, apresentaram, respectivamente, um ligeiro crescimento e uma tendência de

estabilidade.

De acordo com o Quadro 2.3, tal como para a população humana, a Ilha de São Miguel,

seguida da Ilha Terceira, têm posição dominante, para todas as espécies com excepção dos

ovinos. Efectivamente, concentram-se na Ilha de São Miguel 45,5% da população de bovinos,

56,4% do efectivos suínos, 29,7% dos caprinos, 41,4% dos equídeos, 70,8% dos coelhos e

68,1% das aves, em relação ao total da RAA. Por sua vez, a Ilha Terceira, em relação ao total,

detém 25,7% dos bovinos, 22,4% dos suínos, 25,5% dos caprinos, 21,0% dos equídeos e

20,0% das aves. Em nenhuma das restantes ilhas se atinge sequer 10% dos efectivos totais de

qualquer das espécies consideradas, com excepção dos ovinos e caprinos.

Em relação aos ovinos, 31,8% dos efectivos estão atribuídos à Ilha de Santa Maria, 21,2% à Ilha

das Flores, cerca de 1/4 repartem-se entre a Ilha Terceira e a Ilha de São Miguel e os restantes

(cerca de 1/5) distribuem-se pelas outras ilhas.

2.2 - DISTRIBUIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DAS UNIDADES DE SAÚDE DOS AÇORES

2.2.1 - Unidades de prestação de cuidados de saúde a seres humanos

Apresenta-se no Quadro 2.4 a distribuição das unidades de prestação de cuidados de saúde a

seres humanos por ilha e por concelho, consoante os tipos de actividade. Não foram identificadas

quaisquer unidades de investigação relacionadas com a prestação de cuidados de saúde a seres

humanos.

Nos Quadros 2.5 e 2.6 indicam-se, respectivamente, a distribuição destas unidades pelo sector

público e pelo sector privado e as características mais relevantes das principais unidades.

Conclui-se que do total de 496 unidades – 138 (27,8%) do sector público e 358 (72,2%) do sector

privado – a maior parte concentra-se nas Ilhas de São Miguel (260, ou seja, 52,4%) e Terceira

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(123, ou seja, 24,8%); a grande maioria das unidades é constituída por consultórios médicos

(cerca de 64%) ou extensões de saúde (cerca de 24%). Além disso:

• Existem três hospitais gerais, um em cada uma das Ilhas de São Miguel, Terceira e Faial, e

um centro especializado (o Centro de Oncologia dos Açores Prof. Doutor José Conde), na

Ilha Terceira;

• Do total de 16 centros de saúde – todos com internamento, excepto três nos concelhos

onde existe hospital geral – cinco localizam-se na Ilha de São Miguel, três na Ilha do Pico,

dois em cada uma das Ilhas de São Jorge e Terceira e um em cada uma das restantes

ilhas (com excepção da Ilha do Corvo que não tem nenhum); quanto a extensões de

saúde, num total de 118, localizam-se 36 na Ilha de São Miguel, 24 na Ilha Terceira, 17 na

Ilha de São Jorge, 13 na Ilha do Pico, 12 na Ilha das Flores e 11 na Ilha do Faial, tendo as

restantes ilhas menos de cinco unidades cada (a Ilha Graciosa não tem nenhuma);

• Os 16 laboratórios de análises clínicas localizam-se, na sua maioria, na Ilha de São Miguel

(10 unidades); os restantes distribuem-se pela Ilha Terceira (cinco unidades) e pela Ilha do

Faial (uma unidade);

• As 19 clínicas médicas existentes concentram-se exclusivamente na Ilha de São Miguel

(13 unidades), na Ilha Terceira (três unidades), na Ilha do Faial (duas unidades) e na Ilha

do Pico (uma unidade), o mesmo acontecendo com os 16 laboratórios de análises clínicas

(10 na Ilha de São Miguel, cinco na Ilha Terceira e um na Ilha do Faial);

• As 15 clínicas de fisioterapia existentes distribuem-se pela Ilha Terceira (sete unidades),

pela Ilha de São Miguel (quatro unidades), pela Ilha do Pico (três unidades) e pela Ilha do

Faial (uma unidade);

• As 25 clínicas (ou consultórios) dentárias localizam-se na Ilha de São Miguel (14

unidades), na Ilha Terceira (seis unidades), na Ilha do Pico (duas unidades), e nas Ilhas do

Faial, Graciosa e São Jorge uma unidade em cada;

• As quatro casas de saúde distribuem-se exclusivamente pela Ilha de São Miguel e pela

Ilha Terceira, com duas unidades cada;

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• Os consultórios médicos concentram-se maioritariamente nas Ilhas de São Miguel (175, ou

seja, 62,7%), na Ilha Terceira (72, ou seja, 25,8%) e na Ilha do Faial (16, ou seja, 5,7%).

Pela sua dimensão, os três hospitais gerais merecem uma referência destacada. No ano 2000, o

número de trabalhadores era de 1 193 no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada,

626 no Hospital do Santo Espírito, em Angra do Heroísmo, e 418 no Hospital da Horta, na Horta, e

o número total de utentes naquele ano foi, respectivamente, de 1 086 392, 118 839 e 108 877.

• QUADRO 2.2

RAA – Distribuição da população residente por ilha e por concelho – 2001

POPULAÇÃO ILHA CONCELHO

Habitantes (%)

Corvo 418 0,2 Corvo

TOTAL 418 0,2

Horta 15 476 6,4 Faial

TOTAL 15 476 6,4

Lajes das Flores 1 510 0,6

Santa Cruz das Flores 2 482 1,0 Flores

TOTAL 3 992 1,6

Santa Cruz da Graciosa 4 770 2,0 Graciosa

TOTAL 4 770 2,0

Lajes do Pico 5 048 2,1 Pico

Madalena 6 125 2,5

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São Roque do Pico 3 631 1,5

TOTAL 14 804 6,1

Vila do Porto 5 628 2,3 Santa Maria

TOTAL 5 628 2,3

Calheta 4 077 1,7

Velas 5 604 2,3 São Jorge

TOTAL 9 681 4,0

Lagoa 14 121 5,8

Nordeste 5 370 2,2

Ponta Delgada 65 718 27,1

Povoação 6 753 2,8

Ribeira Grande 28 476 11,8

Vila Franca do Campo 11 072 4,6

São Miguel

TOTAL 131 510 54,3

Angra do Heroísmo 35 505 14,7

Praia da Vitória 20 289 8,4 Terceira

TOTAL 55 794 23,0

TOTAL RAA 242 073 100,0

FONTE: Serviço Regional de Estatística dos Açores

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QUADRO 2.3

RAA – Efectivos pecuários por ilha e por concelho – 1999

EFECTIVOS EM 1999 ILHA CONCELHO

Bovinos Suínos Ovinos Caprinos Equídeos Coelhos Aves

Corvo 761 162 26 10 46 - 722Corvo

TOTAL 761 162 26 10 46 - 722

Horta 14 937 1 778 151 829 494 338 15 665Faial

TOTAL 14 937 1 778 151 829 494 338 15 665

Lajes das Flores 2 943 537 724 390 43 93 3 857

Santa Cruz das

Flores 2 701 547 326 257 58 71 3 096Flores

TOTAL 5 644 1 084 1 050 647 101 164 6 953

Santa Cruz da

Graciosa 5 495 1 590 304 514 485 8 9 934

Graciosa

TOTAL 5 495 1 590 304 514 485 8 9 934

Lajes do Pico 9 099 2 257 147 340 257 50 10 776

Madalena 6 054 1 214 119 675 82 117 11 059

São Roque do

Pico 4 514 521 75 249 76 7 5 381

Pico

TOTAL 19 667 3 992 341 1 264 415 174 27 216

Vila do Porto 5 064 902 1 575 134 112 103 6 723Santa Maria

TOTAL 5 064 902 1 575 134 112 103 6 723

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Calheta 8 452 1 939 143 341 232 33 6 238

Velas 8 648 1 680 84 320 329 13 7 096São Jorge

TOTAL 17 100 3 619 227 661 561 46 13 334

Lagoa 5 800 533 23 104 85 102 194 861

Nordeste 9 511 778 23 475 287 67 5 610

Ponta Delgada 46 928 12 853 234 742 818 2 721 184 607

Povoação 8 059 653 35 381 283 47 4 974

Ribeira Grande 27 187 18 566 94 761 702 1 082 63 531

Vila Franca do

Campo 11 034 1 533 219 231 263 147 7 118

São Miguel

TOTAL 108 519 34 916 628 2 694 2 438 4 166 460 701

Angra do

Heroísmo 38 903 7 190 483 1 542 762 542 120 303

Praia da Vitória 22 306 6 661 166 768 471 338 15 177Terceira

TOTAL 61 209 13 851 659 2 310 1 233 880 135 480

TOTAL RAA 238 396 61 894 4 951 9 063 5 885 5 882 676 718

FONTE: Instituto Nacional de Estatística, 1999

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QUADRO 2.4

RAA – Unidades de prestação de cuidados de saúde a seres humanos

Distribuição por ilha e concelho e por tipo de actividades – 2002

ILHA CONCELHO

HOSPI-

TAIS

GERAIS

CENTRO

DE ON-

COLOGIA

DOS

AÇORES

CENTRO

S DE

SAÚDE

EXTEN-

SÕES

DE

SAÚDE

LABORA -

TÓRIOS

DE

ANÁLISES

CLÍNICAS

CLÍNICAS

MÉDICAS

CLÍNICAS

DE

FISIOTE-

RAPIA

CLÍNICAS

DENTÁ-

RIAS

CASAS

DE

SAÚDE

CONSUL-

TÓRIOS

MÉDICOS

Corvo 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Corvo

TOTAL 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0

Horta 1 0 1 11 1 2 1 1 0 16 Faial

TOTAL 1 0 1 11 1 2 1 1 0 16

Lajes das Flores 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0

Santa Cruz das

Flores 0 0 1 4

0 0

0

0

0 0 Flores

TOTAL 0 0 1 12 0 0 0 0 0 0

Santa Cruz da

Graciosa 0 0 1 0

0 0

0

1

0 0 Gra-

ciosa TOTAL 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0

Lajes do Pico 0 0 1 5 0 0 0 1 0 2

Madalena 0 0 1 5 0 1 0 0 0 2

São Roque do Pico 0 0 1 3 0 0 3 1 0 2 Pico

TOTAL 0 0 3 13 0 1 3 2 0 6

Vila do Porto 0 0 1 4 0 0 0 0 0 4 Santa

Maria TOTAL 0 0 1 4 0 0 0 0 0 4

Calheta 0 0 1 6 0 0 0 0 0 4

Velas 0 0 1 11 0 0 0 1 0 2 São

Jorge TOTAL 0 0 2 17 0 0 0 1 0 6

Lagoa 0 0 0 4 0 0 0 1 0 2

Nordeste 0 0 1 1 0 0 0 2 0 1

Ponta Delgada 1 0 1 19 9 12 3 9 2 141

Povoação 0 0 1 5 0 0 0 0 0 7

São

Miguel

Ribeira Grande 0 0 1 6 1 1 1 2 0 17

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12/93

Vila Franca do

Campo 0 0 1 1

0 0

0 0 0 7

TOTAL 1 0 5 36 10 13 4 14 2 175

Angra do Heroísmo 1 1 1 14 4 2 6 3 2 55

Praia da Vitória 0 0 1 10 1 1 1 3 0 17 Terceir

a TOTAL 1 1 2 24 5 3 7 6 2 72

TOTAL RAA 3 1 16 118 16 19 15 25 4 279

FONTE DOS DADOS: Direcção Regional de Saúde

QUADRO 2.5

RAA – Unidades de prestação de cuidados de saúde a seres humanos

Distribuição por ilha e pelos sectores público e privado – 2002

NÚMERO DE UNIDADES ILHA

NÚMERO TOTAL

DE UNIDADES Do Sector Público Do Sector Privado

Corvo 1 1 0

Faial 34 13 21

Flores 13 13 0

Graciosa 2 1 1

Pico 28 16 12

Santa Maria 9 5 4

São Jorge 26 19 7

São Miguel 260 42 218

Terceira 123 28 95

TOTAL RAA 496 138 358

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13/93

QUADRO 2.6

RAA – Principais unidades de prestação de cuidados de saúde a seres humanos

Características fundamentais

A) HOSPITAIS GERAIS E CENTRO DE ONCOLOGIA DOS AÇORES

NÚMERO DE UTENTES

(ANO 2000) REFERÊNCIA CONCELHO

Com

Internamento

Sem

Internamento

NÚMERO

DE CAMAS

TAXA DE

OCUPAÇÃO

DAS CAMAS

(%)

Hospital do Divino Espírito Santo Ponta Delgada 13 614 1 072 778 359 70

Hospital do Santo Espírito Angra do Heroísmo 7 230 111 609 228 66

Hospital da Horta Horta 3 172 105 705 96 55

Centro de Oncologia dos Açores Angra do Heroísmo – 8 096 – –

TOTAL RAA 24 016 1 298 188 683 64

(média)

– Informação não aplicável

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14/93

QUADRO 2.6

(cont.)

B) CENTROS DE SAÚDE E SUAS EXTENSÕES

NÚMERO TOTAL DE UTENTES

(ANO 2000) ILHA CONCELHO

NÚMERO

DE CENTROS

DE SAÚDE

NÚMERO DE

EXTENSÕES Com

Internamento

Sem

Internamento

Corvo 0 1 6 320 Corvo

TOTAL 0 1 6 320

Horta 1 11 – 62 458 Faial

TOTAL 1 11 – 62 458

Lajes das Flores 0 8 * *

Santa Cruz das Flores 1 4 286 7 950 Flores

TOTAL 1 12 286 7 950

Santa Cruz da Graciosa 1 0 347 15 205 Graciosa

TOTAL 1 0 347 15 205

Lajes do Pico 1 5 275 18 585

Madalena 1 5 240 24 647

São Roque do Pico 1 3 254 13 925 Pico

TOTAL 3 13 769 57 157

Vila do Porto 1 4 738 18 146 Santa Maria

TOTAL 1 4 738 18 146

Calheta 1 6 287 32 763

Velas 1 11 865 3 283 São Jorge

TOTAL 2 17 1 152 36 046

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Lagoa 0 4 – **

Nordeste 1 1 262 30 085

Ponta Delgada 1 19 – 350 829

Povoação 1 5 238 33 787

Ribeira Grande 1 6 1 088 60 165

Vila Franca do Campo 1 1 274 20 655

São Miguel

TOTAL 5 36 1 862 495 521

Angra do Heroísmo 1 14 – 110 694

Praia da Vitória 1 10 20 104 540 Terceira

TOTAL 2 24 20 215 234

TOTAL RAA 16 118 5 180 908 037

* Incluído em Santa Cruz das Flores ** Incluído em Ponta Delgada – Informação não aplicável

2.2.2 - Unidades de prestação de cuidados de saúde a animais

Nos Quadros 2.7 e 2.8 apresentam-se a distribuição das unidades de prestação de cuidados de

saúde a animais consoante os tipos de actividade e de sector (público ou privado),

respectivamente. Não foram identificadas quaisquer unidades de investigação relacionadas com a

prestação dos cuidados de saúde a animais.

Conclui-se que as 31 unidades identificadas – 12 do sector público, correspondentes quase

exclusivamente a laboratórios do Serviço de Desenvolvimento Agrário, e 19 do sector privado,

constituídas por clínicas ou consultórios veterinários – se distribuem, no essencial, por três ilhas.

Efectivamente, quase 1/3 do total de unidades concentra-se na Terceira, quase 1/4 estão

implantadas em São Miguel e cerca de 16% localizam-se no Faial. Nas restantes ilhas (com

excepção de Santa Maria, onde há três unidades), existem no máximo duas unidades (e nenhuma

no Corvo).

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QUADRO 2.7

RAA – Unidades de prestação de cuidados de saúde a animais –

Situação por ilha e concelho – 2002

ILHA CONCELHO LABORATÓRIOS DO SERVIÇO DE

DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

CLÍNICAS OU CONSULTÓRIOS

VETERINÁRIOS

Corvo 0 0 Corvo

TOTAL 0 0

Horta 1 4 Faial

TOTAL 1 4

Lajes das Flores 1 1

Santa Cruz das Flores 0 0 Flores

TOTAL 1 1

Santa Cruz da Graciosa 1 0 Graciosa

TOTAL 1 0

Lajes do Pico 0 0

Madalena 1 0

São Roque do Pico 0 0 Pico

TOTAL 1 0

Vila do Porto 1 2 Santa Maria

TOTAL 1 2

Calheta 0 0

Velas 1 1 São Jorge

TOTAL 1 1

Lagoa 0 0

Nordeste 0 0

Ponta Delgada 2 4

Povoação 0 0

São Miguel

Ribeira Grande 0 1

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Vila Franca do Campo 0 0

TOTAL 2 5

Angra do Heroísmo 3 4

Praia da Vitória 0 3 Terceira

TOTAL 3 7

TOTAL RAA 11 20

FONTE DOS DADOS: Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário

QUADRO 2.8

RAA – Unidades de prestação de cuidados de saúde a animais –

Distribuição por ilha e pelos sectores público e privado – 2002

NÚMERO DE UNIDADES ILHA

NÚMERO TOTAL

DE UNIDADES Do Sector Público Do Sector Privado

Corvo 0 0 0

Faial 5 2 3

Flores 2 1 1

Graciosa 1 1 0

Pico 1 1 0

Santa Maria 3 1 2

São Jorge 2 1 1

São Miguel 7 2 5

Terceira 10 3 7

TOTAL RAA 31 12 19

FONTE DOS DADOS: Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário

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2.3 - SÍNTESE DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AOS RESÍDUOS HOSPITALARES

2.3.1 - Breve historial

No que se refere à legislação nacional, o diploma fundamental, onde se estabelecem as normas

sobre gestão de resíduos hospitalares actualmente em vigor, é o Despacho n.º 242/96, de 13 de

Agosto.

Em Março de 1997 foram publicados outros dois diplomas fundamentais: um (Portaria n.º 174/97,

de 10 de Março), que estabeleceu as regras de instalação e funcionamento de unidades ou

equipamentos de valorização ou eliminação de resíduos perigosos hospitalares e o regime de

autorização da realização de operações de gestão de resíduos hospitalares por entidades

responsáveis pelas referidas unidades ou equipamentos, e outro (Portaria n.º 178/97, de 11 de

Março), que aprovou o sistema de registo dos resíduos hospitalares. Em meados de Maio desse

ano foi ainda publicado outro diploma sobre regras relativas ao transporte de resíduos, incluindo

expressamente os resíduos hospitalares (Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio).

Em complemento das bases gerais sobre qualidade do ar constantes do Decreto-Lei n.º 352/90,

de 9 de Novembro, os aspectos que se reportam à qualidade das emissões gasosas dos

incineradores de resíduos hospitalares foram objecto de dois diplomas específicos, que

transpuseram para o direito nacional várias directivas comunitárias neste domínio: a Portaria

n.º 286/93, de 12 de Março, e o Decreto-Lei n.º 237/98, de 2 de Setembro.

Em 11 de Maio de 1994 Portugal ratificou a Convenção de Basileia sobre o Controlo de

Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e sua Eliminação, celebrada em 22 de

Março de 1989 e de que a Comunidade Económica Europeia é também Parte; a autoridade

competente em Portugal nos termos daquele acto comunitário foi especificada por diploma de 17

de Novembro de 1995 (Decreto-Lei n.º 296/95), onde se estabeleceram também os elementos

requeridos e condições a respeitar na transferência de resíduos por via marítima.

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Em 31 de Agosto de 1999 foi publicado o diploma que aprovou o Plano Estratégico Sectorial de

Gestão dos Resíduos Hospitalares e a Estratégia Nacional de Gestão dos Resíduos Hospitalares

para Curto Prazo (1999-2000) e os respectivos objectivos programáticos e planos de acção

(Despacho Conjunto n.º 761/99, de 31 de Agosto).

Este Plano assenta nas seguintes Bases Estratégicas para os anos 2000 a 2005: prevenção da

produção de resíduos e dos riscos associados, programas de gestão internos,

formação/informação e tratamento e destino final.

No que se refere aos actos da União Europeia, embora existam regulamentos e directivas que

contemplam aspectos relevantes para a gestão dos resíduos hospitalares, não há nenhum acto

comunitário expressamente dedicado à gestão destes resíduos.

No que diz respeito à legislação específica da Região Autónoma dos Açores, os primeiros

diplomas no domínio dos resíduos hospitalares reportam-se a 1997, sendo constituídos por duas

portarias conjuntas das Secretarias Regionais da Educação e Assuntos Sociais e da Agricultura,

Pescas e Ambiente: uma, datada de 30 de Maio (Portaria n.º 35/97) – que implementou na Região

as normas de gestão de resíduos hospitalares – e outra, de 24 de Julho (Portaria n.º 58/97) – que

estabeleceu o sistema de registo de resíduos hospitalares. Em 16 de Julho de 1998 outra portaria

das mesmas entidades prorrogou o prazo para adequação dos incineradores de resíduos

hospitalares aos requisitos legais.

Complementarmente, pela sua importância e pela articulação com a matéria objecto deste Plano

Estratégico, é de referir ainda a aprovação, em Conselho de Governo de 30 de Dezembro de

1999, do Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos da Região Autónoma dos Açores, que

estabeleceu as bases estratégicas e o plano de acção para 2001 e para 2005 relativos àqueles

resíduos.

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2.3.2 - Conceito de resíduos hospitalares

De acordo com o Decreto-Lei n.º 239/97, de 9 de Setembro, consideram-se resíduos

hospitalares todos os resíduos produzidos em unidades de prestação de cuidados de saúde,

incluindo as actividades médicas de diagnóstico, prevenção e tratamento da doença, em seres

humanos ou em animais, e ainda as actividades de investigação relacionadas Note-se,

adicionalmente, que se consideram incluídos neste conceito os resíduos de cuidados médicos

domiciliários.

2.3.3 - Tipos de resíduos hospitalares e sua classificação

A classificação de resíduos hospitalares que se adoptou formalmente em Portugal não decorre de

nenhum acto legislativo da União Europeia, coexistindo a este nível classificações bastante

diversas dos resíduos em questão, consoante a sua origem específica e/ou perigosidade.

De acordo com a legislação nacional e regional aplicável (respectivamente, Despacho n.º 242/96,

de 13 de Agosto, e Portaria n.º 35/97, de 30 de Maio), os resíduos hospitalares são classificados

em quatro grupos consoante o seu nível de risco, que a seguir se caracterizam:

GRUPO I (RESÍDUOS EQUIPARADOS A URBANOS)

Inserem-se neste grupo os resíduos indicados no Quadro 2.9.

QUADRO 2.9

Resíduos hospitalares do Grupo I

GRUPO I – RESÍDUOS EQUIPARADOS A URBANOS

a) Resíduos provenientes de serviços gerais (como de gabinetes, salas de reunião, salas de convívio, instalações sanitárias, vestiários, etc.);

b) Resíduos provenientes de serviços de apoio (como oficinas, jardins, armazéns e outros);

c) Embalagens e invólucros comuns (como papel, cartão, mangas mistas e outros de

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idêntica natureza);

d) Resíduos provenientes da hotelaria resultantes da confecção e restos de alimentos serviços a doentes não incluídos no Grupo III.

GRUPO II (RESÍDUOS HOSPITALARES NÃO PERIGOSOS)

São aqueles que não estão sujeitos a tratamentos específicos, podendo ser equiparados a

resíduos urbanos. Neste grupo incluem-se os resíduos indicados no Quadro 2.10.

QUADRO 2.10

Resíduos hospitalares do Grupo II

GRUPO II – RESÍDUOS HOSPITALARES NÃO PERIGOSOS

a) Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas não contaminados e sem vestígios de sangue;

b) Fraldas e resguardos descartáveis não contaminados e sem vestígios de sangue;

c) Material de protecção individual utilizado nos serviços gerais e de apoio, com excepção do utilizado na recolha de resíduos;

d) Embalagens vazias de medicamentos ou de outros produtos de uso clínico e ou comum, com excepção dos incluídos no Grupo III e no Grupo IV;

e) Frascos de soros não contaminados, com excepção dos do Grupo IV.

GRUPO III (RESÍDUOS HOSPITALARES DE RISCO BIOLÓGICO)

São resíduos contaminados ou suspeitos de contaminação, susceptíveis de incineração ou outro

pré-tratamento eficaz, permitindo posterior eliminação como resíduos urbanos. Incluem-se neste

grupo os resíduos indicados no Quadro 2.11.

QUADRO 2.11

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Resíduos hospitalares do Grupo III

GRUPO III – RESÍDUOS HOSPITALARES DE RISCO BIOLÓGICO

a) Todos os resíduos provenientes de quartos ou enfermarias de doentes infecciosos ou suspeitos, de unidades de hemodiálise, de blocos operatórios, de salas de tratamento, de salas de autópsia e de anatomia patológica, de patologia clínica e de laboratórios de investigação, com excepção dos do Grupo IV;

b) Todo o material utilizado em diálise;

c) Peças anatómicas não identificáveis;

d) Resíduos que resultam da administração de sangue e derivados;

e) Sistemas utilizados na administração de soros e medicamentos, com excepção dos do Grupo IV;

f) Sacos colectores de fluidos orgânicos e respectivos sistemas;

g) Material ortopédico: talas, gessos e ligaduras gessadas contaminados ou com vestígios de sangue; material de prótese retirado a doentes;

h) Fraldas e resguardos descartáveis contaminados ou com vestígios de sangue;

i) Material de protecção individual utilizado em cuidados de saúde e serviços de apoio geral em que haja contacto com produtos contaminados (como luvas, máscaras, aventais e outros).

GRUPO IV (RESÍDUOS HOSPITALARES ESPECÍFICOS)

São resíduos de vários tipos, de incineração obrigatória. Incluem-se neste grupo os resíduos

indicados no Quadro 2.12.

QUADRO 2.12

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Resíduos hospitalares do Grupo IV

GRUPO IV – RESÍDUOS HOSPITALARES ESPECÍFICOS

a) Peças anatómicas identificáveis, fetos e placentas, até publicação de legislação específica;

b) Cadáveres de animais de experiência laboratorial;

c) Materiais cortantes e perfurantes: agulhas, catéteres e todo o material invasivo;

d) Produtos químicos e fármacos rejeitados, quando não sujeitos a legislação específica;

e) Citostáticos e todo o material utilizado na sua manipulação e administração.

A Lista Europeia de Resíduos codifica os resíduos hospitalares, conforme Decisão da Comissão

2000/532/CE, de 3 de Maio de 2000, alterada pela Decisão da Comissão 2001/118/CE, de 16 de

Janeiro de 2001, pela Decisão da Comissão 2001/119/CE, de 22 de Janeiro de 2001, e pela

Decisão do Conselho 2001/573/CE, de 23 de Julho de 2001.

2.3.4 - Identificação, para cada etapa de gestão, das disposições legais respeitantes aos

resíduos hospitalares

2.3.4.1 - Triagem

É obrigatória a separação, no local de produção, dos quatro tipos de resíduos atrás considerados

(Portaria n.º 35/97, de 30 de Maio).

2.3.4.2 - Acondicionamento e armazenamento

De acordo com a Portaria n.º 35/97, de 30 de Maio, os resíduos após triagem devem ser

acondicionados junto ao local de produção.

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No seu acondicionamento, de acordo com o mesmo diploma, dever-se-ão seguir os seguintes

procedimentos:

• Utilizar recipientes de cor diferente consoante os tipos de resíduos em questão, sendo de

cor preta os recipientes para os resíduos dos Grupos I e II, de cor branca (com indicativo

de risco biológico) para os do Grupo III e de cor vermelha para os do Grupo IV (com

excepção dos resíduos cortantes e perfurantes para que deverão ser utilizados

contentores imperfuráveis);

• Disponibilizar contentores facilmente manuseáveis, resistentes, estanques e

hermeticamente fechados (que sejam laváveis e desinfectáveis se forem de uso múltiplo)

para armazenagem de resíduos dos Grupos III e IV;

• Separar materiais para reciclagem ou reutilização nos resíduos dos Grupos I e II.

Quanto ao armazenamento dos resíduos, conforme o diploma atrás citado, dever-se-á:

• Armazenar os resíduos dos Grupos I e II separadamente dos resíduos dos Grupos III e IV,

sinalizando devidamente ambos os locais de armazenagem;

• Prever capacidade de armazenamento para um mínimo de três dias, em função da

periodicidade da recolha e da eliminação, em local sinalizado e com facilidade de acesso e

de limpeza (sendo obrigatória a refrigeração dos resíduos se o armazenamento for

superior a três dias até um máximo de sete dias);

• Elaborar um plano específico de emergência, sempre que se justifique.

O armazenamento destes resíduos carece de autorização prévia pela Direcção Regional de

Saúde mediante parecer vinculativo da Direcção Regional do Ambiente.

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2.3.4.3 - Transporte

a) ASPECTOS GERAIS

Pelo seu carácter enquadrador neste domínio, é de referir o Regulamento (CEE) n.º 259/93

do Conselho, de 1 de Fevereiro de 1993, relativo à fiscalização e controlo das

transferências de resíduos no interior, à entrada e à saída da Comunidade, que teve em

consideração actos do direito internacional particularmente relevantes sobre transferências

transfronteiriças de resíduos (como a Convenção de Basileia de 22 de Março de 1989,

comentada adiante). Este regulamento não se aplica, entre outros, aos resíduos

radioactivos. No essencial:

• Estabelece as figuras jurídicas da “autoridade competente” de expedição ou de destino

(designada pelo Estado-membro ou por estados terceiros) ou de trânsito (designada pelo

Estado-membro) e do “notificador” (pessoa singular ou colectiva ou organismo que tem a

obrigação de notificar, podendo ser o produtor ou detentor dos resíduos, ou um

comerciante registado ou aprovado que agencie a eliminação ou valorização dos

resíduos);

• Define que a notificação se processa através dum documento de acompanhamento dos

resíduos emitido pela autoridade competente de expedição.

Em Portugal, a função de “autoridade competente” para este efeito veio a ser cometida ao

Instituto dos Resíduos (vd. Decreto-Lei n.º 296/95, de 17 de Novembro), a quem cabe

também, entre outras entidades, a fiscalização do cumprimento das disposições legais,

quer do Regulamento de Fevereiro de 1993, quer do Decreto-Lei de Novembro de 1995.

No que se refere especificamente aos resíduos hospitalares, deve destacar-se a Portaria

n.º 35/97, de 30 de Maio, a qual estabeleceu que cada unidade de saúde deve dispor de

um plano de circulação dos resíduos que nela se produzem, autónomo e adequado à sua

dimensão, estrutura e quantidade de resíduos produzidos, que seja definido segundo

critérios de operacionalidade e de menor risco para os doentes, trabalhadores e público em

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geral. Esse plano teria de ser submetido à aprovação da Direcção Regional de Saúde até

30 de Agosto de 1997 ou até 90 dias após qualquer alteração nas instalações ou

funcionamento da unidade de saúde. No Plano Estratégico Sectorial dos Resíduos

Hospitalares de 1999, o conceito de “plano de circulação dos resíduos” foi tornado mais

abrangente no âmbito da Estratégia dos Programas de Gestão Internos, com a

consideração das vertentes institucional, económico-financeira, técnica e sanitária,

integrando-se desde então no conceito mais amplo do “Plano de Gestão dos Resíduos”.

Um outro diploma de grande importância neste domínio é a Portaria n.º 335/97, de 16 de

Maio, que estabeleceu ainda que:

• O transporte de resíduos deve ser efectuado em condições ambientalmente adequadas

e com acondicionamento e carregamento correctos. Assim, os resíduos líquidos e

pastosos devem ser acondicionados em embalagens estanques, cuja taxa de

enchimento não exceda 98%; por sua vez, os resíduos sólidos podem ser

acondicionados em embalagens ou transportados a granel, em veículos de caixa

fechada, ou em veículos de caixa aberta mas com a carga devidamente coberta;

• No transporte dos resíduos dos Grupos III ou IV devem utilizar-se contentores facilmente

manuseáveis, resistentes, estanques e hermeticamente fechados (que sejam laváveis e

desinfectáveis se forem de uso múltiplo).

Também de acordo com o mesmo diploma:

• O produtor ou detentor dos resíduos devem assegurar que cada transporte seja

acompanhado das respectivas guias de acompanhamento, que se aplicam a qualquer

meio de transporte, e que são documentos impressos de acordo com modelo

estabelecido (vd. Portaria atrás referida), com campos específicos a preencher pelo

produtor/detentor, pelo transportador e pelo destinatário;

• No transporte de resíduos não perigosos, cabe ao produtor/detentor verificar o adequado

preenchimento, pelo transportador, da guia de acompanhamento dos resíduos, cujos

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exemplares devem ser mantidos em arquivo durante cinco anos, pelo produtor/detentor,

pelo transportador e pelo destinatário;

• No transporte de resíduos perigosos, cabe ao transportador verificar o adequado

preenchimento da guia de acompanhamento dos resíduos pelo produtor/detentor e pelo

destinatário, bem como guardar a guia em arquivo durante cinco anos.

Saliente-se também que é expressamente proibido o transporte de qualquer tipo de

resíduos por entidades não autorizadas, nos termos do Decreto-Lei n.º 239/97, de 9 de

Setembro.

b) TRANSPORTE TRANSFRONTEIRIÇO DE RESÍDUOS PERIGOSOS

Caso esteja envolvido o transporte transfronteiriço de determinados resíduos perigosos –

nomeadamente, resíduos clínicos resultantes de tratamentos médicos em hospitais, em

centros médicos e em clínicas, resíduos provenientes da preparação de produtos

farmacêuticos, resíduos de medicamentos e produtos farmacêuticos, entre outros –

deverão ser respeitadas as disposições da Convenção de Basileia, celebrada em 22 de

Março de 1989 (vd. Decreto n.º 37/93, de 20 de Outubro), de que a União Europeia é parte

e que Portugal ratificou em 26 de Janeiro de 1994, conforme foi tornado público em 11 de

Maio de 1994 pelo Aviso n.º 144/94 (tendo sido posteriormente aprovada a sua alteração

quanto às listas de resíduos pelo Aviso n.º 229/99, de 7 de Dezembro). O transporte

transfronteiriço de resíduos corresponde neste contexto à “movimentação (desses

resíduos) de qualquer território, área marítima ou espaço aéreo dentro do qual um Estado

exerce responsabilidade administrativa e regulamentar para, ou através de, uma área

abrangida pela jurisdição de outro Estado, ou para, ou através de, uma área não abrangida

pela jurisdição de qualquer Estado”.

No âmbito da referida Convenção, salienta-se, no essencial, o seguinte:

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(b) – Direcção Regional do Ambiente, da Saúde e do Desenvolvimento Agrário

28/93

• Deverá ser assegurado que esse transporte seja reduzido ao mínimo e se processe de

modo a proteger a saúde humana e o ambiente contra os efeitos nocivos que dele

possam resultar;

• O transporte deve ser efectuado por pessoas que estejam autorizadas para o efeito;

• Terá de ser garantido que os resíduos transportados sejam devidamente acompanhados

da documentação exigida (a submeter previamente às entidades competentes dos

Estados envolvidos) e sejam embalados, rotulados e transportados em conformidade

com as regras estabelecidas para o efeito;

• A transferência de resíduos é condicionada à existência de um seguro de

responsabilidade civil, com determinado capital mínimo, por danos causados ao

ambiente ou à saúde pública.

No quadro da aplicação desta Convenção a Portugal (vd. Decreto-Lei n.º 296/95, de 17 de

Novembro):

• A entidade competente em Portugal para efeitos desta Convenção é o Instituto do

Ambiente;

• Nos Açores, a fiscalização destas transferências de resíduos compete também à

Direcção Regional do Ambiente, entre outras entidades (nomeadamente a autoridade

marítima, na sua área de jurisdição).

c) TRANSPORTE DE RESÍDUOS CONSIDERADOS MERCADORIAS PERIGOSAS

Um dos principais diplomas neste domínio é o Acordo Europeu Relativo ao Transporte

Internacional de Mercadorias Perigosas por Estrada (abreviadamente ADR), celebrado em

Genebra em 30 de Setembro de 1957 e que foi aprovado para adesão por Portugal em 19

de Setembro de 1964 pelo Decreto-Lei n.º 45 935, onde constam os tipos de matérias

abrangidos (que incluem nomeadamente as matérias infecciosas e as matérias

radioactivas).

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(b) – Direcção Regional do Ambiente, da Saúde e do Desenvolvimento Agrário

29/93

O quadro jurídico do transporte rodoviário destas matérias é estabelecido pelo Decreto-Lei

n.º 77/97, de 5 de Abril (que transpôs para o direito nacional parcialmente a Directiva do

Conselho 94/55/CE, de 21 de Novembro, e totalmente a Directiva do Conselho 95/50/CE,

de 6 de Outubro), posteriormente alterado pelo Decreto-Lei n.º 76/2000, de 9 de Maio (que

transpôs para o direito interno a Directiva da Comissão 99/47/CE, de 21 de Maio).

Outro instrumento jurídico de interesse é o Regulamento Nacional de Transporte de

Mercadorias Perigosas por Estrada (abreviadamente RPE), aprovado pela Portaria

n.º 1196–C/97, de 24 de Novembro, dos Ministérios da Administração Interna, do

Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território, da Economia, da Saúde e

do Ambiente, que veio posteriormente a ser alterada pelo Decreto-Lei n.º 76/2000, já

referido (quanto aos anexos do RPE) e pela Portaria n.º 729/2000, de 7 de Setembro.

Enquanto o Regulamento RPE se aplica aos transportes rodoviários com origem e destino

em território português, o Acordo ADR aplica-se aos transportes rodoviários com origem ou

destino em território estrangeiro.

O transporte deste tipo de mercadorias tem de seguir um vasto conjunto de formalidades,

relativas à admissão das matérias a transportar, às embalagens, às condições de

segurança dos veículos, à formação dos condutores e às condições de circulação e

segurança rodoviária. Além disso, o transporte deve ser supervisionado por um ou mais

conselheiros de segurança devidamente qualificados.

A entidade competente em Portugal quanto às condições de admissão dessas matérias

perigosas para transporte rodoviário é a Direcção-Geral dos Transportes Terrestres.

d) TRANSPORTE MARÍTIMO DE RESÍDUOS

A Zona Económica Exclusiva (ZEE) é considerada espaço marítimo sob jurisdição nacional

onde se exercem os poderes do Estado no quadro da Convenção das Nações Unidas

sobre o Direito do Mar (cf. Decreto-Lei n.º 43/2002, de 2 de Março). Assim, o transporte de

resíduos entre as ilhas do Arquipélago dos Açores dentro da ZEE dos Açores considera-se

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(b) – Direcção Regional do Ambiente, da Saúde e do Desenvolvimento Agrário

30/93

transferência de resíduos no interior do território nacional; todavia, se houver transporte de

resíduos dos Açores para o território continental, haverá transporte transfronteiriço de

resíduos, porque se atravessará uma zona que não pertence nem à ZEE dos Açores nem

à do território continental.

O transporte marítimo de mercadorias (carga geral ou contentorizada) entre os portos das

ilhas da Região Autónoma dos Açores – tal como entre estes e os do território continental –

é considerado de interesse público, nos termos do Decreto-Lei n.º 194/98, de 10 de Julho.

Os armadores nacionais ou comunitários que efectuem transporte marítimo entre portos

nacionais devem facultar ao Instituto Marítimo e Portuário os elementos necessários à

caracterização dos serviços e do tráfego praticados (nomeadamente, com periodicidade

trimestral, elementos estatísticos sobre as cargas transportadas).

A fiscalização da actividade dos transportes marítimos compete ao Instituto Marítimo e

Portuário, aos órgãos do Sistema de Autoridade Marítima, às administrações portuárias e

às juntas autónomas dos portos (cf. Decreto-Lei n.º 196/98, de 10 de Julho). Na Região

Autónoma dos Açores, a Direcção Regional dos Transportes e Comunicações assegura a

fiscalização da exploração de embarcações que nela operam.

O Departamento Marítimo dos Açores é o órgão regional da Direcção-Geral da Autoridade

Marítima, serviço responsável pela direcção, coordenação e controlo das actividades

exercidas no âmbito da Autoridade Marítima Nacional, entidade a quem compete – nos

termos do Decreto-Lei n.º 44/2002, de 2 de Março – garantir o cumprimento da lei nos

espaços marítimos sob jurisdição nacional, nomeadamente no que se refere à protecção

da saúde pública, prevenção e combate à poluição e segurança e controlo da navegação

(cf. Decreto-Lei n.º 43/2002, de 2 de Março). Aos capitães dos portos – cujas actividades

na Região Autónoma dos Açores são coordenadas e controladas pelo Chefe do

Departamento Marítimo dos Açores – compete, nomeadamente (cf. Decreto-Lei n.º

44/2002, de 2 de Março):

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(b) – Direcção Regional do Ambiente, da Saúde e do Desenvolvimento Agrário

31/93

• Verificar, antes da largada dos navios ou embarcações, a existência e conformidade com

os documentos exigidos pela legislação em vigor e emitidos pelas autoridades sanitárias,

entre outras;

• Cumprir as formalidades previstas na lei quanto a embarcações que transportam cargas

perigosas e fiscalizar o cumprimento dos normativos aplicáveis.

No que se reporta aos riscos de poluição acidental das águas do mar associados ao

transporte marítimo, é de salientar que terão de ser respeitadas as convenções

internacionais sobre protecção contra a poluição do mar subscritas por Portugal – de que

se destaca a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, celebrada em

Montego Bay em 10 de Dezembro de 1982 – estando estabelecido pelo Decreto-Lei n.º

235/2000, de 26 de Setembro, o regime de contra-ordenações neste âmbito no que se

refere aos espaços marítimos sob jurisdição nacional.

2.3.4.4 - Valorização

Esta operação de gestão de resíduos carece de autorização prévia da Direcção Regional de

Saúde, mediante parecer vinculativo da Direcção Regional do Ambiente (cf. Decreto-Lei

n.º 239/97, de 9 de Setembro).

As disposições legais aplicáveis neste domínio são diferentes consoante o grupo em que os

resíduos se inserem. Assim:

• Deverão separar-se materiais para valorização nos resíduos dos Grupos I e II;

• Quanto aos resíduos perigosos hospitalares – Grupos III e IV – a instalação e

funcionamento de unidades ou equipamentos de valorização de resíduos, tal como o seu

licenciamento, bem como a realização de operações de gestão de resíduos por entidades

responsáveis pela exploração das referidas unidades ou equipamentos, deverão seguir os

procedimentos estabelecidos na Portaria n.º 174/97, de 10 de Março;

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32/93

• Por sua vez, as entidades responsáveis pelo funcionamento de unidades ou

equipamentos de valorização de resíduos devem elaborar um inventário anual relativo a

todos os resíduos recebidos e produzidos após o respectivo tratamento (donde constem a

origem, tipo e quantidade dos resíduos recebidos e o respectivo modo de tratamento, bem

como a quantidade e o destino dos resíduos produzidos), o qual deve ser enviado, até 15

de Fevereiro do ano imediato aquele a que se reporta, à Direcção Regional de Saúde e à

Direcção Regional do Ambiente.

2.3.4.5 - Tratamento e eliminação

O tratamento e a eliminação dos resíduos hospitalares carecem de autorização prévia da Direcção

Regional de Saúde, mediante parecer vinculativo da Direcção Regional do Ambiente (cf. Decreto-

-Lei n.º 239/97, de 9 de Setembro). Serão diferentes consoante o tipo de resíduos em questão (vd.

Portaria n.º 35/97, de 30 de Maio):

• Resíduos dos Grupos I e II: por serem ou poderem ser resíduos equiparados a urbanos,

não têm exigências especiais quanto ao tratamento;

• Resíduos do Grupo III: são susceptíveis de incineração ou de outro pré-tratamento eficaz,

permitindo posterior eliminação como resíduo urbano;

• Resíduos do Grupo IV: são de incineração obrigatória (que, no caso dos citostáticos, se

deverá efectuar a uma temperatura mínima de 1 100º C).

O tratamento ou eliminação dos resíduos só é permitido em instalações autorizadas (cf. Decreto-

Lei n.º 239/97, de 9 de Setembro).

No que se refere especificamente à deposição de resíduos em aterros (Decreto-Lei n.º 152/2002,

de 23 de Maio), estas instalações devem dispor de licença de exploração para o tipo e

quantidades totais de resíduos que se pretende depositar e a admissão de resíduos deve ser

verificada através de documentação relativa aos resíduos e da inspecção visual dos resíduos à

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33/93

entrada e no local de deposição, bem como, eventualmente, de análises de amostras

representativas dos resíduos.

Refere-se ainda expressamente neste diploma que não podem ser depositados em aterro os

resíduos provenientes de estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde a seres humanos

ou animais pertencendo aos grupos III e IV, salvo se anteriormente sujeitos a tratamento eficaz

que permita a posterior gestão como resíduos urbanos.

Por sua vez, em conformidade com esse diploma, o operador do aterro cobrará um preço pela

admissão dos resíduos que cubra todos os custos decorrentes da instalação e exploração do

aterro, incluindo as despesas previstas com o encerramento do aterro e com a manutenção após

encerramento do aterro durante um período mínimo de 30 anos.

No caso de unidades de saúde que disponham de sistemas de incineração para eliminação de

resíduos hospitalares:

• Os órgãos de gestão das respectivas unidades de saúde e as entidades exploradoras

daqueles sistemas devem garantir que os incineradores de que dispõem mantêm as

qualidades tecnicamente exigíveis para o seu funcionamento adequado e que são

evitados efeitos poluentes associados às suas emissões atmosféricas e aos resíduos de

incineração;

• As unidades de saúde que disponham de incinerador com potência inferior à necessária

teriam de ter procedido à sua substituição ou adaptação aos requisitos legais até 31 de

Maio de 1999;

• Quanto aos resíduos perigosos hospitalares – Grupos III e IV – a instalação e

funcionamento de unidades ou equipamentos de eliminação de resíduos (nomeadamente

quanto ao licenciamento), bem como as operações de gestão de resíduos por entidades

responsáveis pela exploração das referidas unidades ou equipamentos, deverão seguir os

procedimentos estabelecidos na Portaria n.º 174/97, de 10 de Março; caso esteja em

causa a incineração de resíduos perigosos hospitalares, as respectivas emissões gasosas

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34/93

devem respeitar determinadas normas de qualidade (vd. subcapítulo 2.4.7 sobre esta

matéria);

• Ainda quanto aos resíduos perigosos hospitalares, segundo a Portaria n.º 174/97, de 10

de Março, as entidades responsáveis pelo funcionamento de unidades ou equipamentos

de eliminação de resíduos têm de elaborar um inventário anual relativo a todos os

resíduos recebidos e produzidos, após o respectivo tratamento (donde constem a origem,

tipo e quantidade de resíduos recebidos e o respectivo modo de tratamento, bem como a

quantidade e o destino dos resíduos produzidos); na Região Autónoma dos Açores, esse

inventário deve ser enviado, até 15 de Fevereiro do ano imediato àquele a que se reporta,

à Direcção Regional de Saúde e à Direcção Regional do Ambiente.

Saliente-se que é proibida a eliminação de resíduos perigosos no mar territorial e na Zona

Económica Exclusiva de Portugal (cf. Convenção de Basileia de 22 de Março de 1989).

2.3.4.6 - Registo

• Cada unidade de saúde deverá manter um registo actualizado dos resíduos nela

produzidos, de acordo com a Portaria n.º 58/97, de 24 de Julho;

• O mapa de registo da produção de resíduos deverá ser enviado anualmente à Direcção

Regional de Saúde, até 31 de Janeiro do ano seguinte àquele a que se reporta;

• Até 31 de Março, a Direcção Regional de Saúde deverá enviar anualmente o relatório

síntese da informação recebida das unidades de saúde à Direcção Regional do Ambiente.

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35/93

2.3.4.7 - Sensibilização e formação do pessoal

Cada unidade de saúde é formalmente responsável, através dos seus órgãos de gestão, pela

sensibilização e formação do pessoal em geral, e em especial do pessoal afecto aos resíduos

hospitalares, nomeadamente quanto à protecção individual e aos correctos procedimentos a

adoptar (cf. Portaria n.º 35/97, de 30 de Maio).

2.3.5 - Licenciamento de empresas transportadoras de resíduos hospitalares

Apresentam-se de seguida as especificidades do processo de autorização das empresas que

procedem ao transporte rodoviário e ao transporte marítimo.

a) TRANSPORTE RODOVIÁRIO

Em conformidade com a Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio, já referida, o transporte

rodoviário de resíduos hospitalares apenas pode ser realizado pelo produtor dos resíduos,

pelas entidades responsáveis pela gestão de resíduos perigosos devidamente autorizadas,

pelo eliminador ou valorizador licenciado nos termos da legislação aplicável e por

empresas licenciadas para o transporte rodoviário de mercadorias por conta de outrém.

O transporte rodoviário de mercadorias, cujo regime é definido pelo Decreto-Lei n.º 38/99,

de 6 de Fevereiro, só pode ser exercido por sociedades comerciais ou cooperativas

licenciadas pela Direcção-Geral de Transportes Terrestres – que procederá ao registo das

empresas licenciadas para este efeito – materializando-se aquela licença por um alvará

intransmissível, emitido por prazo não superior a cinco anos e renovável caso se comprove

que se mantêm as condições de acesso à actividade (idoneidade, capacidade técnica ou

profissional e capacidade financeira).

Ainda de acordo com o Decreto-Lei n.º 38/99, os veículos afectos ao transporte rodoviário

de mercadorias por conta de outrém com peso bruto superior a 3,5 t estão sujeitos a

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licença a emitir pela Direcção-Geral dos Transportes Terrestres, que caducará sempre que

expirar o respectivo alvará.

No caso do transporte de mercadorias perigosas abrangidas pelo RPE (vd. 2.4.4.3 – C)

deste Plano), é da competência da Direcção-Geral dos Transportes Terrestres o

licenciamento do acesso à realização do transporte, bem como a admissão das matérias a

transportar e a qualificação dos respectivos profissionais de transporte, cabendo à

Direcção-Geral de Viação a execução das disposições legais quanto às condições técnicas

dos veículos e às condições de circulação e segurança rodoviária (cf. Decreto-Lei n.º

76/2000, de 9 de Maio).

A fiscalização do cumprimento da lei neste domínio compete à Direcção-Geral de

Transportes Terrestres, à Guarda Nacional Republicana e à Polícia de Segurança Pública

(bem como à Direcção-Geral de Viação no transporte de mercadorias perigosas

abrangidas pelo RPE).

b) TRANSPORTE MARÍTIMO

O transporte de resíduos por mar requer uma autorização para transporte marítimo de

mercadorias (carga geral ou contentorizada) passada pelo Instituto Marítimo e Portuário.

Essa autorização entre os portos das ilhas da Região Autónoma dos Açores e entre estes

e os do continente é reservada a armadores nacionais e comunitários, com navios

registados em Portugal ou num Estado-membro da União Europeia, inscritos no Instituto

Marítimo e Portuário e que garantam, cumulativamente, a satisfação de um determinado

conjunto de condições, dentre as quais (cf. Decreto-Lei n.º 194/98, de 10 de Julho, alterado

pelo Decreto-Lei n.º 331/99, de 20 de Agosto):

• Efectuar ligações semanais entre o continente e os Açores e vice-versa, com uma escala

quinzenal num mínimo de cinco ilhas diferentes da Região Autónoma;

• Cumprir itinerários pré-estabelecidos;

• Assegurar a continuidade do serviço pelo período mínimo de um ano;

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• Praticar fretes iguais entre o Continente e cada uma das ilhas dos Açores.

O Instituto Marítimo e Portuário deve comunicar as inscrições dos armadores às

administrações portuárias, às juntas autónomas dos portos e aos órgãos do Sistema de

Autoridade Marítima.

Na Região Autónoma dos Açores compete à Direcção Regional dos Transportes e

Comunicações organizar os processos de licenciamento da exploração de transportes

marítimos e fiscalizar a exploração de embarcações que operem nesse território.

Caso o transporte marítimo de resíduos seja um transporte transfronteiriço abrangido pelo

Regulamento Comunitário n.º 259/93, de 1 de Fevereiro, é necessário, entre outros

requisitos, um parecer genérico favorável do Instituto Marítimo e Portuário que levará em

conta as normas de segurança específicas para o transporte em causa, por forma a

garantir a segurança da navegação, a salvaguarda da vida humana no mar e a protecção

do meio ambiente, nos termos do Artigo 3º do Decreto-Lei n.º 296/95, de 17 de Novembro.

2.3.6 - Licenciamento de unidades ou equipamentos de valorização ou eliminação de

resíduos hospitalares perigosos

O processo de licenciamento destas instalações está contemplado especificamente na Portaria

n.º 174/97, de 10 de Março, sendo também referido no âmbito do Decreto-Lei n.º 352/90, de 9 de

Novembro, no que se refere exclusivamente à qualidade das emissões gasosas. Desenvolve-se

nas seguintes etapas fundamentais, de que se salientam alguns aspectos mais relevantes.

a) CASO GERAL

PEDIDO DE LICENCIAMENTO

Este pedido deverá ser apresentado na entidade licenciadora – a Direcção Regional de

Saúde – acompanhado do projecto da instalação (onde constem a quantidade, o tipo e a

proveniência dos resíduos a tratar, a descrição da tecnologia do tratamento e dos

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sistemas de redução da poluição atmosférica e hídrica e respectiva monitorização, bem

como indicação das quantidades e formas de gestão dos resíduos resultantes do

tratamento) e ainda, se for caso disso, da certidão de aprovação da localização (a passar

pela Câmara Municipal da área em questão se houver Plano Director Municipal aprovado,

ou pela Direcção Regional do Ordenamento do Território e dos Recursos Hídricos se ele

não existir), do estudo de impacte ambiental nos casos previstos na lei (que incluem

expressamente, cf. o Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, as instalações destinadas à

incineração, valorização energética, tratamento químico ou aterro de resíduos perigosos

ou outras instalações destinadas a operações de eliminação de resíduos perigosos com

capacidade mínima de 5 t/dia), da licença de utilização do domínio público hídrico (a

cargo da Direcção Regional do Ordenamento do Território e dos Recursos Hídricos, se

houver lugar à produção de águas residuais pelo funcionamento da instalação) e de

elementos relativos às operações de gestão de resíduos hospitalares a efectuar.

CONSULTA DA ENTIDADE LICENCIADORA A ORGANISMOS RELEVANTES

A entidade licenciadora consultará organismos relevantes, cujos pareceres serão

vinculativos: a Direcção Regional do Ambiente e a Inspecção Regional do Trabalho.

Estas entidades deverão emitir parecer no prazo de 45 dias úteis após recepção do

respectivo pedido completo, considerando-se como parecer favorável a não emissão de

parecer naquele prazo. Em instalações de incineração de resíduos hospitalares e

equiparados, a Direcção Regional do Ambiente também terá de ser consultada quanto ao

controlo das emissões de poluentes atmosféricos, devendo emitir parecer nesse domínio

no prazo de 30 dias a partir da entrada do respectivo processo ou requerimento, desde

que completo.

APROVAÇÃO DA INSTALAÇÃO PELA ENTIDADE LICENCIADORA

Esta aprovação depende de decisão do Director Regional de Saúde sobre o parecer final

elaborado pela Direcção Regional de Saúde no prazo de 30 dias úteis após recepção do

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último parecer das entidades consultadas. O parecer final deve incluir as condições

impostas por aquelas entidades nos respectivos pareceres.

VISTORIA

A vistoria, a requerer à entidade licenciadora pelo interessado, será efectuada

nomeadamente por essa entidade e pelos organismos consultados e dela será lavrado

auto que conterá determinadas informações explicitadas no diploma legal.

EMISSÃO DA LICENÇA DE FUNCIONAMENTO

Esta licença será emitida pela entidade licenciadora se se constatar o cumprimento de

todas as condições estabelecidas e definirá as condições de funcionamento da

instalação.

b) CASOS ESPECIAIS

Determinadas instalações de eliminação ou de valorização de resíduos perigosos com

capacidade superior a 10 t/dia, bem como certas instalações de eliminação de resíduos

não perigosos com capacidade superior a 50 t/dia, são abrangidas pela legislação sobre

prevenção e controlo integrado da poluição (cf. Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto,

que transpôs para o direito interno a Directiva do Conselho 96/61/CE, de 24 de Setembro),

pelo que carecem duma licença ambiental, que faz parte integrante do licenciamento ou

autorização dessa ins talações e constitui condição necessária desse licenciamento ou

autorização. Essa licença, a emitir pela Direcção Regional do Ambiente, estabelece as

medidas destinadas “… a evitar, ou se tal não for possível, a reduzir as emissões para o ar,

a água e o solo, a produção de resíduos e a poluição sonora”.

2.3.7 - Requisitos de qualidade do ar a respeitar pelas instalações de incineração de

resíduos hospitalares

Os diplomas fundamentais neste contexto são:

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• Decreto-Lei n.º 352/90, de 9 de Novembro, e Portaria n.º 286/93, de 12 de Março:

transpuseram para o direito nacional as Directivas do Conselho n.º 80/779/CEE, de 15 de

Julho de 1980, n.º 82/884/CEE, de 3 de Dezembro de 1982, n.º 85/203/CEE; de 7 de

Março de 1985, e n.º 89/427/CEE, de 21 de Junho de 1989 (que fixaram os valores limites

e os valores-guias no ambiente respectivamente para o dióxido de enxofre, o chumbo, o

dióxido de azoto e as partículas em suspensão). A Portaria n.º 286/93, que também

estabeleceu valores guias para o ozono, foi posteriormente objecto da Declaração de

Rectificação n.º 91/93, de 31 de Maio, e alterada ou aditada por diversos diplomas, de que

se destacam, como relevantes para a temática em causa, a Portaria n.º 1 058/94, de 2 de

Dezembro (relativa aos limites das emissões gasosas das instalações de co-geração); a

Portaria n.º 399/97, de 18 de Junho (sobre grandes instalações de combustão – ou seja,

instalações com potência térmica nominal igual ou superior a 50 MW (megawatts) – que

utilizam combustíveis sólidos, e que transpôs para o direito nacional a Directiva do

Conselho n.º 88/609/CEE, de 24 de Novembro, e a Directiva do Conselho n.º 94/66/CEE,

de 15 de Dezembro) e que foi objecto da Declaração de Rectificação n.º 11–H/97, de 30

de Junho;

• Decreto-Lei n.º 273/98, de 2 de Setembro: transpôs para o direito nacional a Directiva do

Conselho n.º 94/67/CEE, de 16 de Dezembro, sobre incineração de resíduos perigosos,

que introduziu alterações na Portaria n.º 286/93, de 12 de Março; foi objecto

posteriormente da Declaração de Rectificação n.º 19–B/98, de 30 de Outubro.

Em síntese, os requisitos específicos, em termos de qualidade das emissões gasosas, a observar

por instalações de incineração de resíduos hospitalares, são os seguintes:

• Aquando da sua instalação, ampliação ou alteração, as unidades de incineração de

resíduos hospitalares ficam sujeitas a parecer da Direcção Regional do Ambiente, quanto

ao cumprimento das regras e normas sobre qualidade das emissões gasosas fixadas pela

Portaria n.º 286/93;

• Os valores limites de emissão visam a protecção do ambiente e da saúde humana e

aplicam-se a todas as emissões de poluentes atmosféricos provenientes de fontes fixas. A

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GOVERNO REGIONAL

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(b) – Direcção Regional do Ambiente, da Saúde e do Desenvolvimento Agrário

41/93

determinação desses valores teve em consideração a existência de tecnologia de controlo

adequada, as implicações económicas para as entidades gestoras das instalações

emissoras e a necessidade de protecção do ambiente e do bem-estar das populações;

• A descarga de poluentes atmosféricos das unidades de incineração de resíduos

hospitalares será efectuada através de chaminés de secção circular e obedecendo a

vários requisitos construtivos (particularmente quanto à altura, calculada em função da

altura da estrutura próxima e da menor dimensão dessa estrutura); além disso, a chaminé

será dotada com meios para medição e recolha de amostras das emissões;

• As emissões devem respeitar determinados valores limites de aplicação geral, e, no caso

de instalações de incineração de resíduos perigosos, devem respeitar também limites

específicos;

• A temperatura de incineração dos resíduos hospitalares não poderá ser inferior a 1 100º C

e a temperatura dos gases de combustão deve atingir determinados valores mínimos;

• O autocontrolo das emissões sujeitas a valores limites é obrigatório, em contínuo (caso

ultrapassem determinado valor do caudal mássico) ou pontualmente com determinada

periodicidade (se não ultrapassarem esse valor), mediante métodos de amostragem e

análise estabelecidos por lei;

• As emissões de poluentes atmosféricos estão sujeitas a fiscalização pela Direcção

Regional de Saúde (enquanto entidade coordenadora do licenciamento) e pela Direcção

Regional do Ambiente.

2.3.8 - Competências atribuídas às diversas entidades responsáveis pela gestão de

resíduos hospitalares

Sistematizam-se de seguida, no Quadro 2.13, de forma sumária, as principais responsabilidades

dos vários intervenientes na gestão dos resíduos hospitalares, já detalhadas anteriormente.

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GOVERNO REGIONAL

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42/93

QUADRO 2.13 RAA – Principais responsabilidades dos vários intervenientes na gestão dos resíduos hospitalares

ETAPAS DE GESTÃO UNIDADES DE SAÚDE

DIRECÇÃO REGIONAL DE SAÚDE

DIRECÇÃO REGIONAL

DO AMBIENTE

OUTRAS ENTIDADES

Registo

• Manutenção de registo actualizado dos resíduos (cf. Portaria 35/97, de 30

de Maio) • Preenchimento dos mapas de registo e seu

envio à Direcção Regional de Saúde até 31 de Janeiro do ano seguinte (cf. Portaria

58/97, de 24 de Julho)

Envio à Direcção

Regional do Ambiente, até

31 de Março do ano seguinte, de relatório síntese da informação

anual recebida das unidades de

saúde (cf. Portaria 58/97, de 24 de Julho)

----- -----

Deposição

• Triagem dos resíduos na fonte de acordo com a classificação em quatro

grupos (cf. Portaria 35/97, de 30 de Maio)

• Acondicionamento, junto ao local de produção, em recipientes com

determinadas características (cf. Por-taria 35/97, de 30 de

Maio)

----- ----- -----

Remoção

• Elaboração de um plano de gestão dos resíduos, a submeter à aprovação da Direcção Regional de

Saúde no prazo de 90 dias após qualquer

alteração nas instalações ou no funcionamento da

unidade (cf. Portaria 35/97, de 30 de Maio)

Apreciação e aprovação do

plano de gestão de resíduos enviado por

cada unidade de saúde (cf.

Portaria n.º 35/97, de 30

de Maio)

----- -----

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43/93

ETAPAS DE GESTÃO UNIDADES DE SAÚDE

DIRECÇÃO REGIONAL DE SAÚDE

DIRECÇÃO REGIONAL

DO AMBIENTE

OUTRAS ENTIDADES

Armazenamento

• Armazenamento dos resíduos dos Grupos I + II separado do dos resíduos dos Grupos

III + IV, com capacidade mínima para três dias de produção, possibilidade

de refrigeração até 7 dias de produção e outras condições

específicas (cf. Portaria 35/97, de 30 de Maio)

Autorização prévia da operação

Parecer vinculativo para

efeitos da autorização prévia da operação

-----

• Transporte dos resíduos para instalações de

valorização, tratamento ou destino final, ou, alternativamente,

celebração de protocolos para esse efeito com entidades

devidamente licenciadas (cf. Portaria 35/97, de 30

de Maio)

----- ----- -----

Transporte

• Preenchimento da guia de acompanhamento

dos resíduos (cf. modelo da Portaria 335/97, de

16 de Maio)

----- -----

Transportador de resíduos dos

Grupos III ou IV: verificação do

preenchimento da guia de

acompanhamento e respectivo arquivo

por 5 anos

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GOVERNO REGIONAL

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44/93

ETAPAS DE

GESTÃO UNIDADES DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DO AMBIENTE

OUTRAS

ENTIDADES

Transporte (cont.)

Capitães dos portos: verificação

da existência e conformidade dos

documentos exigidos pela

legislação em vigor, em caso de

transporte marítimo (cd. Decreto-Lei 44/2002, de 4 de

Março)

• Submissão prévia do

transporte à aprovação

da Direcção Regional do

Ambiente, respeitando

os procedimentos legais,

no caso de os resíduos

se destinarem ao

território de Outro

Estado (cf. Decreto-Lei

296/95, de 17 de

Novembro)

-----

Apreciação do

pedido da

unidade de

saúde e

obtenção da

aprovação do

transporte pela

entidade

competente do

país a que se

destinam os

resíduos (cf.

Decreto-Lei

296/95, de 17

de Novembro)

Direcção Regional

de Transportes e

Comunicações:

emissão de parecer

genérico favorável,

se o transporte for

por via marítima

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45/93

ETAPAS DE

GESTÃO UNIDADES DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DO AMBIENTE

OUTRAS

ENTIDADES

Transporte

(cont.) -----

Direcção-Geral dos

Transportes

Terrestres:

aprovação das

condições de

admissão de

resíduos que sejam

considerados

matérias perigosas

para transporte

rodoviário

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46/93

ETAPAS DE

GESTÃO UNIDADES DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DO AMBIENTE

OUTRAS

ENTIDADES

• Separação de materiais

para valorização nos

resíduos dos Grupos I e

II

----- ----- -----

Valorização

• Elaboração de inventário

anual de todos os

resíduos dos Grupos III

ou IV recebidos e

produzidos pelo seu

sistema de valorização e

envio desse inventário à

Direcção Regional de

Saúde e à Direcção

Regional do Ambiente

até 15 de Fevereiro do

ano seguinte (cf.

Portaria 174/97, de 10

de Março)

Autorização

prévia da

operação

Parecer

vinculativo para

efeitos da

autorização

prévia da

operação

-----

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ETAPAS DE

GESTÃO UNIDADES DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DO AMBIENTE

OUTRAS

ENTIDADES

• Tratamento dos resíduos

de acordo com os

requisitos de cada um

dos quatro grupos, ou,

alternativamente,

celebração de

protocolos para esse

efeito com entidades

devidamente licenciadas

(cf. Portaria 35/97, de 30

de Maio)

Tratamento e

eliminação

• Resíduos dos Grupos I e

II: compatibilização com

o Plano Estratégico de

Resíduos Sólidos

Urbanos (cf. Resolução

do Governo 190/99, de

30 de Dezembro)

Autorização

prévia da

operação

Parecer

vinculativo para

efeitos da

autorização

prévia das

operações

-----

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ETAPAS DE

GESTÃO UNIDADES DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DO AMBIENTE

OUTRAS

ENTIDADES

• Resíduos dos Grupos

III e IV: garantia de

que a instalação e o

funcionamento das

unidades de

eliminação seguem os

procedimentos da

Portaria 174/97, de 10

de Março

Tratamento e

eliminação

(cont.)

• Elaboração de um

inventário anual de

todos os resíduos dos

Grupos III ou IV

recebidos e

produzidos pelo seu

sistema de eliminação

e envio desse

inventário à Direcção

Regional de Saúde e

à Direcção Regional

do Ambiente até 15 de

Fevereiro do ano

seguinte (cf. Portaria

174/97, de 10 de

Março)

Autorização

prévia da

operação

Parecer

vinculativo para

efeitos da

autorização

prévia das

operações

-----

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ETAPAS DE

GESTÃO UNIDADES DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DO AMBIENTE

OUTRAS

ENTIDADES

Inspecção Regional

do Trabalho:

emissão de parecer

e seu envio à

Direcção Regional

de Saúde

Câmara Municipal:

emissão da certidão

de aprovação da

localização, se

houver PDM

aprovado

Licenciamento

• De instalações de

valorização ou

eliminação:

- apresentação de

pedido à Direcção

Regional de Saúde,

acompanhado do

projecto, e de outra

documentação

exigida pela Portaria

174/97, de 10 de

Março;

- pedido de vistoria à

mesma entidade

Apreciação e

coordenação do

pedido de

licenciamento;

participação na

vistoria; emissão

da licença de

funcionamento

Emissão de

parecer na

componente

resíduos (e

qualidade das

emissões

gasosas, se se

tratar de um

processo de

incineração) e

seu envio à

Direcção

Regional de

Saúde

Direcção Regional

do Ordenamento do

Território e dos

Recursos Hídricos:

emissão de

aprovação da

localização e

emissão de parecer

na componente

ordenamento do

território, se não

houver PDM

aprovado

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50/93

ETAPAS DE

GESTÃO UNIDADES DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DO AMBIENTE

OUTRAS

ENTIDADES

----- ----- -----

Direcção-Geral dos

Transportes

Terrestres:

licenciamento de

empresas de

transporte

rodoviário e dos

respectivos veículos

com peso bruto

> 3,5 ton (cf.

Decreto-Lei

n.º 38/99, de 6 de

Fevereiro) Licenciamento

(cont.)

----- ----- -----

Instituto Marítimo e

Portuário:

autorização para

transporte marítimo

de mercadorias;

inscrição dos

armadores (cf,.

Decreto-Lei

n.º 194/98, de 10 de

Julho, e Decreto-Lei

n.º 331/99, de 20 de

Agosto)

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51/93

ETAPAS

DE

GESTÃO

UNIDADES DE

SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DO AMBIENTE

OUTRAS ENTIDADES

Fiscalização -----

Fiscalização da

qualidade das

emissões gasosas

de instalações de

incineração de

resíduos

hospitalares

perigosos

• Fiscalização

da qualidade

das emissões

gasosas da

incineração

de resíduos

• Fiscalização

do

cumprimento

do

Regulamento

259/93/CE,

de 1 de

Fevereiro de

1993, sobre

transferências

transfronteiriç

as de

resíduos

Direcção-Geral dos

Transportes

Terrestres + Guarda Nacional

Republicana + Polícia de

Segurança Pública: transporte

rodoviário de resíduos

(+ Direcção-Geral de Viação,

no transporte de resíduos

abrangidos pelo RPE).

Direcção-Geral de Transportes

e Comunicações: exploração

de embarcações que operam

nos Açores

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ETAPAS

DE

GESTÃO

UNIDADES DE

SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DE SAÚDE

DIRECÇÃO

REGIONAL

DO AMBIENTE

OUTRAS ENTIDADES

Formação

Profissional

e

Informação

• Sensibilização

e formação do

pessoal em

geral, bem

como, em

especial, do

pessoal afecto

ao sector dos

resíduos,

nomeadament

e nos aspectos

relacionados

com a

protecção

individual e os

correctos

procedimentos

(cf. Portaria

35/97, de 30

de Maio)

----- ----- -----

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2.4 - GESTÃO DE RESÍDUOS HOSPITALARES NOS AÇORES

Apresenta-se de seguida uma síntese da situação na Região Autónoma dos Açores quanto à

gestão dos resíduos hospitalares.

2.4.1 - Separação dos resíduos

A maioria das unidades de cuidados de saúde a seres humanos separa os resíduos dos Grupos

I + II dos resíduos dos Grupos III + IV, e uma quantidade significativa de unidades de saúde

separa os resíduos do Grupo III dos do Grupo IV. Em contrapartida, a separação de resíduos de

metais, papel/cartão, pilhas e vidro é pouco expressiva.

Apenas algumas unidades de prestação de cuidados de saúde a animais separam os resíduos

dos Grupos I + II dos resíduos dos Grupos III + IV e uma quantidade ainda menor separa os

resíduos dos Grupos III dos resíduos dos Grupos IV. A recolha selectiva de resíduos de materiais

específicos não é prática comum.

2.4.2 - Acondicionamento dos resíduos na deposição

Nas unidades de prestação de cuidados de saúde a seres humanos a deposição de resíduos dos

vários grupos nem sempre é feita em contentores identificados com as cores regulamentares, mas

é prática corrente a deposição de resíduos cortantes e perfurantes em contentores imperfuráveis.

Nas unidades de prestação de cuidados de saúde a animais a situação quanto à deposição de

resíduos dos vários grupos em contentores regulamentares é mais crítica.

No que se refere aos resíduos de cuidados domiciliários, deve esclarecer-se que uma parte

significativa desses resíduos é gerada na actividade dos Centros de Saúde e suas extensões,

quando os médicos ou enfermeiros se deslocam aos domicílios dos pacientes para efectuarem

consultas ou tratamentos. O procedimento destes profissionais, de acordo com alguns contactos

efectuados, é o seguinte:

• Os resíduos dos Grupos I ou II são depositados nos contentores domésticos do paciente;

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• Os resíduos dos Grupos III ou IV são depositados num contentor que o profissional de

saúde transporta consigo, sendo depois depositados na unidade de saúde a que ele

pertence.

2.4.3 - Produção de resíduos

Observando o Quadro 2.14, relativamente à produção de resíduos hospitalares por tipo de

unidade de saúde, constata-se que:

• Em 2000, as unidades de prestação de cuidados de saúde a seres humanos contribuíam

previsivelmente para cerca de 98% da produção dos Açores em resíduos dos Grupos

I + II, 94% da de resíduos do Grupo III e 80% da de resíduos do Grupo IV;

complementarmente, as de prestação de cuidados de saúde a animais contribuíam

previsivelmente apenas com 2%, 6% e 20%, respectivamente;

• Os Hospitais Gerais e Centro de Oncologia dos Açores produziam, em 2000, cerca de

49% dos resíduos dos Grupos I + II dos Açores, 65% dos do Grupo III e 31% dos do

Grupo IV;

• Os Centros de Saúde e respectivas Extensões contribuíam para o total dos Açores, só por

si, com cerca de 41% do total dos resíduos dos Grupos I + II, 21% dos do Grupo III e 12%

dos do Grupo IV;

• A contribuição para a produção total de resíduos do Grupo IV dos laboratórios de análises

clínicas e de outras unidades do sector privado de prestação de cuidados de saúde a

seres humanos estima-se como bastante significativa.

Analisando o Quadro 2.15, relativamente à produção de resíduos hospitalares por ilha,

conclui-se que:

• A produção estimada de resíduos hospitalares nos Açores concentra-se maioritariamente

na Ilha de São Miguel, que detinha, em 2000, quase 54% da produção de resíduos dos

Grupos I + II, cerca de 60% da do Grupo III e cerca de 56% da do Grupo IV;

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• Segue-se a Ilha Terceira, respectivamente, com 38%, 23% e 30% do total da Região e

depois a Ilha do Faial seguida da Ilha do Pico; as restantes ilhas têm quantitativos muito

inferiores a estas.

• QUADRO 2.14

RAA – Produção anual estimada de resíduos hospitalares por tipo de unidade de saúde – 2000

TIPO DE UNIDADE GRUPOS I + II

(kg/ano) GRUPO III (kg/ano)

GRUPO IV (kg/ano)

GRUPOS I + II + III + IV

(kg/ano)

A) CUIDADOS DE SAÚDE A SERES HUMANOS

Hospitais Gerais e Centro de Oncologia dos Açores 630 615 225 411 26 385 882 411

Centros de Saúde e respectivas Extensões 527 053 73 050 10 167 610 270

Sector Público

TOTAL DO SECTOR PÚBLICO 1 157 668 298 461 36 552 1 492 681

Laboratórios de Análises Clínicas 7 740 6 178 15 825 29 743

Clínicas Dentárias 11 558 5 936 2 185 19 679 Outros (Casas de saúde, Centros de Fisioterapia, Clínicas / Centros Médicos e Consultórios Médicos)

76 260 13 200 14 417 103 877

Sector Privado

TOTAL DO SECTOR PRIVADO 95 558 25 314 32 427 153 299 TOTAL A) 1 253 226 323 775 68 979 1 645 980B) CUIDADOS DE SAÚDE A ANIMAIS

Sector Público

Laboratórios e Consultórios do Serviço de Desenvolvimento Agrário

17 219 18 687 9 729 45 635

Sector Privado

Clínicas / Consultórios Veterinários 6 368 3 565 7 387 17 320

TOTAL B) 23 587 22 252 17 116 62 955 TOTAL RAA A) + B) 1 276 813 346 027 86 095 1 708 935

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QUADRO 2.15

RAA – Produção anual de resíduos hospitalares estimada por ilha – 2000

PRODUÇÃO ANUAL DE RESÍDUOS

(kg/ano) ILHA

Grupos I + II Grupo III Grupo IV Grupos

I + II + III + IV

Corvo 260 130 19 409

Faial 88 719 27 990 6 901 123 610

Flores 2 239 1 128 280 3 647

Graciosa 4 168 746 196 5 110

Pico 11 957 8 020 3 031 23 008

Santa Maria 3 714 2 782 874 7 370

São Jorge 1 647 1 268 1 185 4 100

São Miguel 683 689 208 294 48 189 940 172

Terceira 480 420 95 669 25 420 601 509

TOTAL RAA 1 276 813 346 027 86 095 1 708 935

A distribuição da produção total estimada para os Açores por grupo de resíduos no ano 2000, no

valor de cerca de 1 277 t/ano para os Grupos I + II, 346 t/ano para o Grupo III e 86 t/ano para o

Grupo IV.

2.4.4 - Armazenamento

Nos quatro hospitais procede-se ao armazenamento dos resíduos dos Grupos I+II separado do

dos resíduos dos Grupos III+IV, sendo as capacidades de armazenamento destes últimos muito

variáveis:

• No Hospital de Divino Espírito Santo (em Ponta Delgada), há uma área (coberta) de 13 m²

para os resíduos dos Grupos I+II e de 30 m² para os resíduos dos Grupos III+IV, havendo

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capacidade para armazenamento destes últimos durante três dias (30 dias sob

refrigeração);

• No Hospital do Santo Espírito (em Angra do Heroísmo), há uma área de 40 m² (com

previsão de mais 50 m² de área coberta) para os resíduos dos Grupos I+II e de 200 m²

(dos quais metade coberta) para os resíduos dos Grupos III+IV, havendo capacidade para

armazenamento destes últimos durante 60 dias (30 dias sob refrigeração);

• Quanto ao Hospital da Horta a capacidade para armazenamento refrigerado dos resíduos

dos Grupos III+IV é de 15 dias;

• Para o Centro de Oncologia dos Açores a capacidade para armazenamento dos resíduos

dos Grupos III+IV é de oito dias.

Nos Centros de Saúde a situação pode resumir-se da seguinte forma:

• Dos 16 Centros, 13 (bem como a extensão do Corvo) armazenam os resíduos dos Grupos

I+II separadamente dos resíduos dos Grupos III+IV e um (o Centro da Horta) não o faz;

• Quanto a capacidades de armazenamento dos resíduos dos Grupos III+IV, variam entre

dois dias (Ponta Delgada), sete dias (Lajes do Pico), oito dias (Povoação e Santa Cruz da

Graciosa) e 30 dias (Nordeste e Vila do Porto);

• Apenas os Centros de Saúde de Ponta Delgada (Ilha de São Miguel) e de Vila do Porto

(Ilha de Santa Maria) indicaram ter possibilidade de efectuar armazenamento sob

refrigeração, sendo referido que as respectivas capacidades são de dois dias para o total

dos resíduos (Grupos I+II+III+IV) e de 30 dias para os resíduos dos Grupos III+IV.

Isto significa, em síntese, que as áreas existentes para armazenamento dos resíduos dos Grupos

III+IV em cada ilha afectas às principais unidades de saúde, são, em grande parte, não

conhecidas ou relativamente reduzidas:

• Ilha Graciosa: 8 m², no Centro de Saúde de Santa Cruz da Graciosa;

• Ilha de Santa Maria: 12 m², no Centro de Saúde de Vila do Porto;

• Ilha de São Miguel: 30 m², no Hospital do Divino Espírito Santo;

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• Ilha Terceira: 200 m², no Hospital do Santo Espírito.

• Restantes ilhas: situação não conhecida.

De referir, complementarmente, que existe, em cada ilha, uma área de armazenamento de

resíduos hospitalares com 20 a 100 m² e com 80 a 500 m³ de capacidade, afecta a uma empresa

privada.

2.4.5 - Transporte

A única empresa licenciada que efectua o transporte de resíduos hospitalares nos Açores é a

HIGIAÇORES, directamente ou através das suas filiais na Ilha Terceira (Gonçalves, Faria e Alves,

Lda., sediada em Praia da Vitória, que actua exclusivamente na Ilha Terceira) e na Ilha do Pico

(Alves e Sequeira, Lda., sediada em Madalena do Pico, que actua exclusivamente nas ilhas do

Corvo, Faial, Flores, Graciosa, Pico e São Jorge).

A HIGIAÇORES é uma empresa privada “franchisada” da Cannon Hygiene inglesa, com sede na

Ilha de São Miguel, que está licenciada para gestão de resíduos hospitalares pela Direcção

Regional de Saúde desde Março de 2002 e que, além da recolha e transporte, efectua outras

operações de gestão de resíduos. Está vocacionada para os pequenos produtores (como

consultórios médicos, dentistas, clínicas veterinárias e postos médicos da indústria, do comércio,

dos serviços e de organismos públicos), embora também preste serviços regulares a um número

significativo de Centros de Saúde e suas extensões.

A empresa dispõe de um centro de serviço em cada uma das ilhas dos Açores, com áreas entre

os 20 m² e os 100 m² e capacidades de armazenagem de 80 m³ a 500 m³. Cada centro inclui uma

área destinada à descarga dos veículos que transportam os resíduos dos Grupos III e IV, uma

área (de acesso condicionado) para armazenagem temporária dos resíduos do Grupo IV, uma

área de transferência e compactação dos resíduos do Grupo III para contentores de 5 a 60 litros,

bem como uma área de lavagem e desinfecção química dos contentores de uso múltiplo (de 40,

60 e 80 litros), além de uma área comercial, administrativa e financeira e ainda de uma área social

(vestiários e sanitários). As entradas e as saídas de resíduos são quantificadas em termos de

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número de contentores e respectiva capacidade, com indicação das mudanças e transferências

efectuadas.

De um modo geral, os resíduos do Grupo IV e os resultantes do tratamento dos do Grupo III são

recolhidos diariamente junto dos clientes pela HIGIAÇORES, por viaturas próprias, cuja carga é

transferida directamente para o centro de serviço da ilha em questão. Em caso de utilização da

central de incineração do Hospital do Divino Espírito Santo em Ponta Delgada, os resíduos do

Grupo IV provenientes dos centros de serviço das outras ilhas são transferidos por via marítima

para a Ilha de São Miguel, sendo os contentores primários acondicionados em contentores de

transporte específico com capacidade de 5 m³ e colocados por sua vez num outro contentor de

transporte com 20 m³ de capacidade, todos não refrigerados; à chegada ao porto de Ponta

Delgada esse contentor é transportado directamente para aquele Hospital.

Actualmente também é equacionado pela empresa o transporte dos resíduos do Grupo IV para

Lisboa, a solicitação do cliente. O transporte marítimo é efectuado pela empresa Arnaud

Transitários (Ilhas), S.A. (embora existam localmente outros transitários com capacidade para

executar o serviço), que assegura o transporte do centro de serviço de cada ilha até ao embarque

do contentor no navio, o transporte marítimo propriamente dito, o desembarque em Ponta Delgada

e o transporte até ao Hospital do Divino Espírito Santo. O contentor pode ser propriedade do

transitário ou do cliente (seja ele a HIGIAÇORES ou directamente uma unidade de saúde).

A HIGIAÇORES procede ainda à recolha de resíduos hospitalares dos Grupos III e IV na Ilha de

Santa Maria e ao seu transporte para a Ilha de São Miguel, em contentores de cerca de 7 m³ não

refrigerados, normalmente com um intervalo de um mês a um mês e meio.

Por sua vez, a empresa Alves e Sequeira, Lda. procede à recolha dos resíduos dos Grupos III e IV

provenientes de unidades de saúde públicas e privadas nas ilhas do Corvo, Faial, Flores,

Graciosa, Pico e São Jorge, transportando-os posteriormente por via marítima, em contentores

hermeticamente fechados, até à Ilha de São Miguel. Nalgumas unidades de saúde esta empresa

também procede ao transporte a destino final de resíduos dos Grupos I e II.

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A empresa Gonçalves, Faria e Alves, Lda., procede à recolha de resíduos hospitalares dos quatro

grupos em diversas unidades de saúde humanas e de animais, públicas e privadas, na Ilha

Terceira, encaminhando os dos Grupos I, II e III para o sistema existente de destino final de RSU

e os dos Grupos IV para o Hospital do Espírito Santo em Angra do Heroísmo.

O transporte marítimo entre as ilhas dos Açores realiza-se, em geral, semanalmente entre Ponta

Delgada (Ilha de São Miguel) e as ilhas do Faial, do Pico, de São Jorge e Terceira e

quinzenalmente entre Ponta Delgada e as ilhas das Flores, Graciosa e Santa Maria. As viagens

duram dois dias. O circuito mais frequente é São Miguel (Ponta Delgada)–Praia da Vitória

(Terceira)–Horta (Faial), com duração de um dia cada troço, ou São Miguel–São Jorge–Pico, com

duração total de um dia a dia e meio (só ida em ambos os casos); outros circuitos menos

frequentes incluem São Miguel–Santa Maria–Flores, com duração de 5-6 h e dois dias para os

respectivos troços, e São Miguel–Graciosa, com duração de dia e meio a dois dias (só ida, em

ambos os casos). O transporte entre a Ilha do Corvo e a Ilha das Flores é efectuado por uma

lancha sem possibilidade de transportar contentores.

O transporte marítimo dos Açores para o continente (via Lisboa) tem periodicidade semanal, com

partida de Ponta Delgada e uma duração de quatro dias (só ida); existe também um outro navio

que faz o circuito para o continente via Leixões com periodicidade quinzenal.

Os armadores que efectuam transporte marítimo de mercadorias em contentores na Região

Autónoma dos Açores licenciados para o efeito pelo Instituto Marítimo e Portuário são a

TRANSINSULAR, a Mutualista Açoreana e a Box Lines.

2.4.6 - Valorização, eliminação e destino final

Os resíduos dos Grupos I e II são, na quase totalidade das situações, conduzidos à instalação

mais próxima de destino final de RSU.

Quanto a outros tipos de resíduos hospitalares na Região Autónoma dos Açores, no Hospital do

Divino Espírito Santo (em Ponta Delgada) existe um incinerador utilizado para tratamento de

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resíduos dos Grupos III e IV e no Laboratório Regional de Veterinária em Angra do Heroísmo

existe um outro incinerador utilizado para tratamento de resíduos do Grupo IV e cinco autoclaves

para tratamento de resíduos do Grupo III (e também para esterilização de utensílios), que a seguir

se caracterizam.

INCINERADOR DO HOSPITAL DO DIVINO ESPÍRITO SANTO, EM PONTA DELGADA

É uma instalação com quatro anos que utiliza um processo pirolítico, com uma temperatura

nominal de queima de 1 100º C. A capacidade instalada é de 4 000 kg/dia, incinerando-se

actualmente 1 900 kg/dia (190 t/ano), incluindo nomeadamente resíduos de outras

unidades de saúde dos Açores. Não existe sistema de tratamento dos gases nem

monitorização dos mesmos. As escórias produzidas, cerca de 200 m³/ano, são conduzidas

à instalação de destino final de RSU.

Em 2002 parte dos resíduos a tratar foi encaminhada para o continente, através do SUCH

(Serviço de Utilização Comum dos Hospitais), para incineração no Hospital Júlio de Matos,

em Lisboa.

INCINERADOR DO LABORATÓRIO REGIONAL DE VETERINÁRIA EM ANGRA DO HEROÍSMO

É uma instalação com 13 anos de idade, cuja temperatura nominal é de 800º C. A

capacidade actualmente utilizada é de 4,5 t/ano, procedendo-se na instalação à queima de

resíduos de várias unidades de prestação de cuidados de saúde a animais,

nomeadamente de cadáveres de animais. Quanto aos gases produzidos, o sistema de

tratamento é por filtro de água, não se efectuando a sua monitorização. Não foram

quantificadas as quantidades de cinzas e escórias, indicando-se o aterro como destino final

das cinzas. Não existe recuperação de vapor ou de energia eléctrica.

AUTOCLAVES DO LABORATÓRIO REGIONAL DE VETERINÁRIA DE ANGRA DO HEROÍSMO

As cinco unidades existentes são utilizadas para esterilização de resíduos e de utensílios

(placas de “petri” com culturas microbiológicas, frascos de vidro, utensílios metálicos, etc.),

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por vezes em simultâneo, sendo realizados diariamente 4 a 6 ciclos de esterilizações. Em

média são processados 30 kg de resíduos por dia.

Além das instalações atrás referenciadas, existem outros sistemas de eliminação de resíduos dos

Grupos III e IV a cargo da HIGIAÇORES, empresa privada já apresentada em 2.5.6 deste Plano.

No que se refere a resíduos do Grupo III, esta empresa utiliza um processo físico-químico

patenteado e aprovado pela Direcção-Geral da Saúde, por desinfecção com germicida em

contentores especiais reutilizáveis (de 40, 60 e 80 litros), fornecidos pela própria empresa e

regularmente substituídos, o qual permite equiparar os resíduos, após tratamento, aos resíduos

urbanos. De acordo com informações fornecidas pela empresa, as quantidades deste tipo de

resíduos tratadas em 2001 foram de 48,5 t para o conjunto das ilhas de São Miguel e Santa Maria,

de 12 t para o conjunto das ilhas do Faial, Graciosa, Pico e São Jorge e de 9,5 t para a Ilha

Terceira.

No que se refere a resíduos do Grupo IV, esta empresa também fornece contentores de uso único

para materiais cortantes e perfurantes do Grupo IV, para serem posteriormente incinerados

(dispensando-se a refrigeração no armazenamento, conforme aceite pela Direcção-Geral da

Saúde, por não se tratar de resíduos putrescíveis). De acordo com informações fornecidas pela

empresa, as quantidades deste tipo de resíduos processadas em 2001 foram de 22 t para o

conjunto das ilhas de São Miguel e Santa Maria e de 7 t para o conjunto das ilhas do Faial,

Graciosa, Pico e São Jorge.

2.4.7 - Registo

É bastante reduzido o número de unidades de saúde que efectuaram o registo relativo aos

resíduos hospitalares produzidos no ano 2000, abrangendo apenas a totalidade dos Hospitais e

dos Centros de Saúde.

Saliente-se que, em cerca de metade dessas unidades, não existem propriamente mapas de

registo preenchidos, sendo apenas apresentada uma indicação das quantidades produzidas de

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cada um dos grupos de resíduos, e que, nalguns outros casos, a informação fornecida é

incipiente.

2.4.8 - Planos de Gestão de Resíduos

A generalidade das unidades de prestação de cuidados de saúde não dispõe de Plano de Gestão

de Resíduos. Apenas 17 unidades de cuidados de saúde a seres humanos têm Plano de Gestão,

dos quais apenas nove estão aprovados pela Direcção Regional de Saúde. Note-se que a

situação neste contexto é mais favorável no sector público que no sector privado. Quanto às

unidades de prestação de cuidados de saúde a animais, apenas uma unidade dispõe de Plano de

Gestão de Resíduos. Trata-se, portanto, dum aspecto importante onde se constatam lacunas

apreciáveis.

2.4.9 - Formação profissional

A situação neste contexto evidencia uma significativa ausência de acções deste tipo

(particularmente no que se refere aos consultórios médicos e às unidades de prestação de

cuidados de saúde a animais). Destacam-se, pela positiva, os três hospitais e uma parte

significativa dos Centros de Saúde (cerca de 1/3 das unidades), que realizaram acções de

formação em anos recentes, além de um reduzido número de casos noutro tipo de unidades.

Refira-se que as acções de formação profissional foram realizadas no âmbito da gestão dos

resíduos hospitalares.

2.4.10 - Fiscalização

Esta é uma actividade que manifestamente tem sido pouco exercida ao nível das unidades de

saúde dos Açores, no âmbito da gestão dos resíduos hospitalares.

3 - CONDICIONANTES E PROBLEMAS REGIONAIS

Na Região Autónoma dos Açores existem diversos condicionantes à gestão dos resíduos

hospitalares, decorrentes quer das características geográficas e climáticas do Arquipélago, quer

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da distribuição dos produtores de resíduos e dos utentes dos serviços de saúde, quer de razões

de índole estrutural, no que se refere, por um lado, às próprias unidades de saúde, e por outro, às

instalações de tratamento e eliminação de resíduos sólidos urbanos ou equiparados.

No que se refere aos condicionantes geográficos e climáticos, refere-se desde logo, por um

lado, o considerável afastamento do território continental e, por outro lado, a própria insularidade

e a dispersão das ilhas no Arquipélago (que torna relevante a função do transporte marítimo ou

aéreo de determinados resíduos entre os territórios insulares); além disso, as condições climáticas

adversas no período de Inverno podem tornar difícil o transporte dos resíduos entre as ilhas com a

desejada regularidade e determinar, nalgumas ilhas, soluções de armazenamento de resíduos

com capacidade acrescida.

Quanto aos condicionantes associados à distribuição dos produtores de resíduos e dos

utentes dos serviços de saúde, ressalta-se a grande concentração das unidades de saúde e

dos utentes na Ilha de S. Miguel e, secundariamente, nas Ilhas Terceira e do Faial.

No que diz respeito aos condicionantes estruturais associados às unidades de saúde, de

carácter tecnológico ou institucional, há que salientar o desconhecimento dos quantitativos de

resíduos produzidos em vários tipos de unidades de saúde (particularmente do sector privado),

além do escasso número de unidades de saúde nos Açores com instalações para tratamento dos

resíduos dos Grupos III e IV (que obriga à transferência regular de resíduos entre as ilhas nem

sempre em condições adequadas) e da precaridade de algumas dessas instalações (que obriga,

ocasionalmente, à transferência integral dos resíduos do Grupo IV para o continente), bem como

um conjunto de procedimentos inadequados (na triagem, no acondicionamento, no

armazenamento, por exemplo) ou de rotinas insuficientes ou desadequadas face aos requisitos

legais (nomeadamente, quanto ao registo, aos Planos de Gestão ou à formação dos trabalhadores

e sensibilização dos utentes dos serviços de saúde).

Finalmente, no que se refere aos condicionantes estruturais inerentes às instalações de

eliminação de resíduos sólidos urbanos e equiparados, que incluem os resíduos hospitalares

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dos Grupos I e II, bem como os resíduos hospitalares do Grupo III após adequado tratamento, não

pode deixar de referir-se que existem ainda carências significativas quanto àquelas instalações

em várias ilhas dos Açores, pelo que o destino adequado dos tipos de resíduos referidos fica

naturalmente condicionado por essas carências.

Desta forma, no âmbito da gestão dos resíduos hospitalares na Região Autónoma dos Açores,

podem identificar-se os seguintes problemas fundamentais:

• Procedimentos inadequados quanto à separação dos resíduos na origem e ao seu

acondicionamento, que constituem, nalgumas situações, incumprimentos da legislação

aplicável, com consequentes riscos para a saúde pública (dos trabalhadores, dos utentes

dos serviços de saúde e da população em geral) e para o ambiente;

• Conhecimento pouco rigoroso da produção de resíduos hospitalares em vários tipos de

unidades de saúde ou mesmo ausência de preenchimento dos mapas anuais de registo

desses resíduos, com especial incidência nas unidades de saúde do sector privado;

• Recuperação incipiente de resíduos para valorização;

• Armazenamento de resíduos em instalações com capacidade insuficiente e/ou sem

possibilidades de refrigeração, num considerável número de unidades de saúde;

• Transporte não refrigerado de resíduos perigosos por via marítima;

• Precariedade (para resíduos do Grupo IV), insuficiência (para resíduos do Grupo III) ou

inadequação em algumas ilhas (para resíduos dos Grupos I e II) de instalações para

tratamento e eliminação de res íduos hospitalares;

• Inexistência generalizada de Planos de Gestão de Resíduos nas unidades de saúde;

• Carência generalizada de programas de formação dos trabalhadores e de sensibilização

dos utentes das unidades de saúde;

• Fiscalização praticamente inexistente por parte das entidades competentes.

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4 - BASES ESTRATÉGICAS REGIONAIS PARA O PERÍODO 2003–2007

4.1 - PERSPECTIVA DE ENQUADRAMENTO

As bases estratégicas que se apresentam para a gestão dos resíduos hospitalares nos Açores

visam a prevenção e controlo da poluição e a minimização dos riscos para a saúde pública e para

o ambiente associados àqueles resíduos e tiveram por base, fundamentalmente:

• Os requisitos da legislação aplicável neste domínio;

• A situação nos Açores quanto à localização e importância relativa dos produtores

daqueles resíduos, bem como quanto aos procedimentos adoptados nas respectivas

etapas de gestão nas diversas unidades de saúde, apresentada no capítulo 2 deste Plano;

• As condicionantes e os problemas regionais apresentados no capítulo 3 deste Plano;

• As orientações do Plano Estratégico Sectorial dos Resíduos Hospitalares aprovado em 31

de Agosto de 1999.

Resultaram, desta forma, cinco bases estratégicas que se detalham de seguida, relativas,

respectivamente, a:

• Quantificação dos resíduos;

• Prevenção da produção de resíduos;

• Planos de gestão de resíduos;

• Formação e informação;

• Tratamento e destino final dos resíduos.

4.2 - ESTRATÉGIA DA QUANTIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS

O facto de se tratar dum território ultraperiférico e de carácter insular constitui um significativo

condicionante quanto à produção de resíduos hospitalares, uma vez que o afastamento do

território continental e a limitação dos territórios de cada ilha impõem que se encontrem soluções

autónomas para a eliminação dos resíduos num espaço físico limitado para esse efeito.

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Neste contexto, torna-se indispensável dispor de estimativas tão rigorosas quanto possível das

quantidades de resíduos hospitalares dos vários tipos gerados no Arquipélago dos Açores e em

cada uma das ilhas, que permitam construir uma base de dados para esse efeito, para

fundamentar solidamente o dimensionamento de instalações de eliminação ou transferência dos

resíduos e informar adequadamente as entidades competentes da Administração Regional da

situação neste domínio para fundamento de decisões sobre a matéria.

Uma vez que, sobre alguns tipos de unidades de saúde, maioritariamente afectas ao sector

privado, essas quantidades não são conhecidas ou apenas se dispõe de estimativas muito

grosseiras, deverá ser feito um significativo esforço no sentido de eliminar essas lacunas, dando

simultaneamente pleno cumprimento às disposições legais sobre o registo anual dos resíduos.

4.3 - ESTRATÉGIA DA PREVENÇÃO DA PRODUÇÃO DE RESÍDUOS

O conjunto de circunstâncias referido no item anterior associado à ultraperificidade e insularidade

do território torna premente a procura de formas de minimizar a produção de resíduos, em

articulação com as políticas regionais e com as práticas municipais de recuperação e valorização

de materiais a partir dos resíduos.

A utilização crescente de materiais descartáveis na prestação de cuidados de saúde, visando a

minimização da possibilidade de transmissão de infecções hospitalares, será, naturalmente, um

óbice a uma redução da produção de determinados tipos de resíduos hospitalares dos Grupos III,

IV e de outros tipos, nomeadamente porque esses materiais são acondicionados em embalagens

individuais (o que aumenta a produção de resíduos do Grupo II). A plena aplicação de legislação

sobre a comercialização e entrada em serviço de dispositivos médicos e respectivos acessórios

tenderá ainda a acentuar este problema.

Embora se reconheça que determinados serviços de prestação de cuidados de saúde não

possam, pela sua natureza, contribuir muito significativamente nesse sentido, as soluções

passarão, nomeadamente, por:

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• Adequada triagem dos resíduos dos vários grupos, de forma a permitir a separação e

valorização de materiais potencialmente recuperáveis;

• Devolução, aos produtores e distribuidores, de algumas embalagens não contaminadas

para reutilização posterior;

• Formação do pessoal interveniente, de forma a conseguir, tendo por base a sua

participação activa e a sua criatividade, encontrar, neste contexto, as soluções mais

adequadas a cada caso, dentro da própria unidade de saúde.

4.4 - ESTRATÉGIA DOS PLANOS DE GESTÃO DE RESÍDUOS

Como recomendado no Plano Estratégico Sectorial de Resíduos Hospitalares aprovado em 1999,

a elaboração e implementação de Planos de Gestão de resíduos em cada unidade de saúde,

contemplando as vertentes institucional, económico-financeira, técnica, sanitária e formação, são

passos fundamentais para um adequado controlo da situação, pelas entidades gestoras, das

várias etapas da gestão dos resíduos produzidos na respectiva unidade.

Estes Planos deverão generalizar-se a todas as unidades de saúde, colmatando as graves

lacunas que hoje existem neste domínio nos Açores, e o seu objectivo, como instrumento de

gestão adequado às características específicas de cada unidade, será a minimização e controlo

de riscos para os trabalhadores e para os utentes dos serviços de saúde, contribuindo, em termos

globais, para a optimização de gestão da própria prestação de cuidados de saúde.

A formação dos responsáveis e dos trabalhadores em geral, como condição da sua participação

activa e esclarecida na consecução desse objectivo, bem como a informação dos utentes e do

público em geral, deverão constituir preocupação relevante desses Planos, a actualizar

regularmente ou a ajustar sempre que ocorrerem ampliações expressivas da capacidade de

atendimento ou alterações significativas da natureza dos serviços prestados na unidade de saúde.

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4.5 - ESTRATÉGIA DA FORMAÇÃO E DA INFORMAÇÃO

Os resíduos hospitalares são produzidos sobretudo em actividades de prevenção, diagnóstico ou

tratamento de disfunções do estado de saúde, pelo que se confinam, ainda que de forma dispersa

pelo território, às próprias unidades de saúde. A formação dos trabalhadores a todos os níveis

(incluindo nomeadamente os responsáveis directos por actividades de recolha e triagem de

resíduos, além do pessoal de limpeza) sobre os riscos associados ao contacto ou ao

manuseamento incorrecto dos diversos tipos de resíduos, bem como sobre os procedimentos

adequados a adoptar nos vários locais de produção e nas múltiplas tarefas que lhes competem, é

condição indispensável à minimização daqueles riscos, bem como à prevenção da sua saúde

individual e à garantia de um ambiente saudável em toda a unidade de saúde.

Por outro lado, há que ter em atenção que alguns cuidados de saúde são prestados em regime

ambulatório (quer a doentes acamados no domicílio ou em locais isolados, quer a cabeças de

gado, por exemplo) e que os próprios utentes das unidades de prestação de cuidados de saúde a

seres humanos, bem como os seus acompanhantes ou visitantes, devem dispor de informação

que lhes permita manter comportamentos adequados neste contexto.

4.6 - ESTRATÉGIA PARA O TRATAMENTO E DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS

A evolução da percepção e dos tipos e graus de risco associados aos resíduos hospitalares, a sua

crescente produção e complexidade de composição, a evolução das tecnologias de tratamento

aplicáveis, o desenvolvimento de novos conceitos de gestão dos resíduos (incluindo

nomeadamente a valorização de algumas parcelas, com surgimento de estruturas empresariais

para a sua gestão) e as crescentes exigências legais em matéria de protecção do ambiente,

vieram a determinar a actual classificação de resíduos em vários grupos consoante o seu nível de

perigosidade e a selecção dos tipos de tratamento mais aconselháveis para cada grupo.

Em termos gerais:

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• Os resíduos hospitalares devem ser separados na origem, de forma a constituir conjuntos

de diferentes níveis de perigosidade, com destinos específicos consoante o seu grau de

risco para a saúde pública e para o ambiente;

• Os resíduos dos Grupos I e II devem ser encaminhados para os sistemas municipais de

tratamento de resíduos sólidos urbanos, separando os materiais para que existam

sistemas de valorização operacionais;

• Os resíduos do Grupo III, de risco biológico, devem ser objecto de tratamento químico, de

incineração ou outro processo eficaz, após o que podem reunir-se aos dos Grupos I e II,

por serem equiparáveis a resíduos sólidos urbanos;

• Os resíduos do Grupo IV, de elevada perigosidade, devem ser obrigatoriamente

incinerados, satisfazendo os requisitos legais aplicáveis.

No caso dos resíduos dos Grupos III e IV, a selecção da instalação de tratamento mais

aconselhável deve ter em conta as características dos resíduos (quantidade a eliminar e

composição qualitativa) e da(s) unidade(s) de saúde a servir, a eficiência dos processos

alternativos, bem como os custos de investimento e de exploração e manutenção, não

esquecendo a prevenção das disfunções ambientais associadas aos efluentes e resíduos

gerados pelo próprio tratamento para cumprimento da legislação aplicável sobre protecção do

ambiente.

Dado que se trata, nalguns casos, de instalações complexas, com exigências tecnológicas e

funcionais específicas e cujo funcionamento deficiente pode gerar problemas graves de saúde

pública ou de poluição ambiental, a sua selecção, aquisição, montagem, ensaio, exploração e

manutenção devem ser acompanhados por técnicos da especialidade, devendo as entidades

gestoras das unidades de saúde recorrer a empresas privadas de reconhecida idoneidade sempre

que a dimensão e/ou a sofisticação dessas instalações o tornarem aconselhável.

Não obstante a dispersão das unidades produtoras de resíduos hospitalares em todas as ilhas da

Região Autónoma dos Açores, razões associadas à minimização de custos e de problemas de

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exploração, favorecem soluções que envolvam unidades de maior dimensão onde se concentrem

os resíduos com especial perigosidade, sobretudo próximo dos núcleos produtores mais

significativos, apesar dos riscos de poluição acidental introduzidos no transporte marítimo ou

aéreo desses resíduos. Terá, assim, de ser encontrada a solução optimizada que, num quadro de

um nível de risco aceitável no transporte, permita uma gestão racional nos planos técnico,

ambiental e financeiro.

5 - PLANO DE ACÇÃO PARA OS AÇORES

5.1 - Gestão de resíduos hospitalares

Ao nível da gestão regional é fundamental a cooperação entre concelhos e ilhas, bem como entre

diversas instituições, para plena concretização dos objectivos e acções definidos no Plano.

Por outro lado, quanto à gestão de cada unidade de saúde enquanto produtor de resíduos

hospitalares, haverá, essencialmente, os seguintes tipos de modalidades de gestão:

• Gestão dos resíduos pela própria unidade de saúde, entidade proprietária e exploradora

do equipamento de tratamento instalado, desde a produção até ao destino final;

• Cedência da gestão de resíduos a entidade terceira quanto à exploração do tratamento e

destino final, embora a unidade de saúde seja proprietária do equipamento respectivo e

assegure as restantes operações de gestão de resíduos;

• Cedência de todas as operações de gestão de resíduos a entidade terceira.

Além destas modalidades de gestão, podem existir outras semelhantes, envolvendo sempre a

cedência de qualquer operação de gestão a uma terceira entidade, pública ou privada, a

celebração de um contrato entre as partes, devendo essa terceira entidade estar licenciada para a

operação em causa pelas entidades competentes.

5.2 - REGISTO DE RESÍDUOS

O registo anual de resíduos – incluindo quantidades e tipos produzidos, armazenados,

transportados, tratados, valorizados ou eliminados, bem como a sua origem, destino e

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identificação da operação efectuada – e o envio atempado dos respectivos mapas de registo à

Direcção Regional de Saúde são obrigações legais da maior importância das unidades de saúde,

uma vez que é a partir dos dados constantes desses mapas de registo que as entidades

competentes da Administração Regional têm a perspectiva da situação local, que lhes permitirá,

mediante avaliações periódicas da evolução da situação e das implementação das acções

definidas no quadro do Plano, dispor duma base de planeamento para intervenções e

investimentos neste domínio.

A eliminação das situações de incumprimento que se verificam actualmente é de extrema

relevância e de carácter prioritário neste Plano, não só pela sua importância em si, como pela

situação extremamente deficitária dos Açores neste domínio, uma vez que, num total de 527

unidades de saúde, apenas procedem a este registo os três hospitais, o Centro de Oncologia e os

13 Centros de Saúde incluindo as respectivas extensões.

No sentido de activar o início do registo anual dos resíduos pelas unidades de saúde que ainda o

não efectuam, prevêem-se visitas programadas às principais unidades de saúde nessas

circunstâncias, bem como às unidades de saúde que manifestaram dificuldades no seu

preenchimento em anos anteriores, para simulação do preenchimento dos mapas de registo de

resíduos hospitalares e esclarecimento de dúvidas que esse preenchimento possa suscitar. Essas

visitas, objecto de marcação prévia, serão efectuadas por equipas integrando elementos da

Direcção Regional do Ambiente e da Direcção Regional de Saúde, no caso de unidades de

prestação de cuidados de saúde a seres humanos, ou da Direcção Regional do Ambiente, da

Direcção Regional de Saúde e da Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário, no caso de

unidades de prestação de cuidados de saúde a animais.

A generalização do registo de resíduos a todas as unidades de saúde permitirá à Direcção

Regional do Ambiente o carregamento duma Base de Dados dos Produtores de Resíduos

Hospitalares dos Açores, articulada, a nível nacional, com o Sistema de Informação de Saúde

Ambiental, a cargo do Instituto de Resíduos.

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No âmbito do carregamento dessa Base de Dados, devem estar subjacentes critérios de avaliação

crítica dos dados, a sua representatividade, o cruzamento de dados com os vários produtores de

informação (unidades de saúde, empresas prestadoras de serviços de transporte,

armazenamento, tratamento e eliminação), a criação de rácios de comparação para as várias

tipologias de produtores e outras medidas de validação de carácter sistemático ou pontual.

5.3 - DEPOSIÇÃO, TRIAGEM, ARMAZENAMENTO E RECOLHA DE RESÍDUOS

Por se tratar de operações que estão directamente ligadas ao dia-a-dia das unidades de saúde,

incluem-se, sempre que conveniente, algumas sugestões de ordem prática.

A triagem deverá permitir, tanto quanto possível, a identificação clara da origem e do grupo a que

pertencem os resíduos, garantindo, na origem, uma separação selectiva dos materiais para

reciclagem, reutilização e/ou valorização, tendo em conta não só os diferentes tipos de resíduos,

como também os tratamentos a que serão submetidos. Neste contexto, pelas suas implicações na

saúde pública e na qualidade do ambiente, o cumprimento das determinações legais no âmbito da

triagem de resíduos por todas as unidades de saúde dos Açores deve constituir um esforço

significativo a curto prazo no âmbito deste Plano.

No que se refere ao acondicionamento dos resíduos, no pressuposto atrás indicado, e por

razões semelhantes às indicadas para a triagem, terá de ser feita nos próximos anos uma

significativa alteração de procedimentos para cumprimento dos requisitos legais nesta matéria,

uma vez que ainda existe um número expressivo de unidades de saúde onde esses requisitos não

serão cumpridos, particularmente quanto aos resíduos perigosos.

Nas unidades com dimensão significativa sugere-se que, além do respeito pelo código de cores e

pela adopção do símbolo de risco biológico nos recipientes para resíduos do Grupo III, referidos

na lei, seja inscrito em cada recipiente o serviço a que pertence, o que permitirá com maior

facilidade a contabilização dos resíduos por grupo e por serviço dentro da unidade de saúde;

recomenda-se também que o número de recipientes a prever inclua, pelo menos, uma unidade de

reserva em cada serviço.

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Quanto à recolha interna, as unidades de saúde deverão estabelecer, se possível, um circuito

independente do que é utilizado por doentes, trabalhadores e público em geral, minimizando,

assim, o risco potencial de contaminação daqueles espaços. Em unidades com internamento e

com dimensão razoável, para reduzir a acumulação de resíduos junto aos locais de produção será

aconselhável, por exemplo, efectuar duas recolhas diárias, todos os dias da semana, incluindo

Sábados, Domingos e Feriados (a primeira respeitante à hora do lanche, jantar e ceia, e a

segunda, ao pequeno-almoço e almoço).

Por sua vez, o transporte dos resíduos dentro da unidade de saúde até ao local de

armazenamento ou de tratamento deverá ser efectuado em estruturas fechadas, facilmente

laváveis ou desinfectáveis, e o transporte para destino final dos resíduos dos Grupos I+II deverá

ser efectuado em viaturas de uso exclusivo para o efeito, com o compartimento de carga isolado

(para evitar contaminações acidentais) e revestido a material sintético (para facilitar a limpeza e

desinfecção diária).

Em relação ao armazenamento dos resíduos, é desejável criar um ecoponto com áreas

separadas para guardar temporariamente os vários tipos de resíduos até ao seu envio para

tratamento ou destino final, respeitando os requisitos legais nomeadamente quanto a sinalização,

capacidade e possibilidade de refrigeração; além disso, terá de existir protecção contra intrusão e

contra intempéries, além de condições que permitam a lavagem regular dos pavimentos e deverá

poder garantir-se que os resíduos mais antigos serão removidos em primeiro lugar.

Nas unidades de saúde com internamento e com dimensão razoável, deverá existir uma zona

para lavagem, desinfecção e armazenamento de contentores de uso múltiplo, bem como uma

zona de sanitários com vestiário e balneário, para que o pessoal afecto directamente a este tipo

de actividades possa efectuar a sua higiene pessoal após uma jornada de trabalho.

Quanto ao controlo da produção de resíduos, efectuar-se-á no ecoponto atrás referido, onde

existirá uma balança que permita pesar os resíduos separadamente, quer por origem, quer por

grupos. Na impossibilidade de existir o referido ecoponto, a pesagem dos resíduos dos Grupos III

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e IV efectuar-se-á junto aos respectivos locais de tratamento e a pesagem dos resíduos dos

Grupos I e II decorrerá junto ao local de destino final de RSU que for utilizado. O registo dessas

pesagens será encaminhado para o responsável pela gestão dos resíduos da unidade de saúde,

facilitando assim o controlo da produção e a necessária elaboração dos mapas de registo de

resíduos (a enviar anualmente à Direcção Regional de Saúde, como já referido).

5.4 - PREVENÇÃO DA PRODUÇÃO DE RESÍDUOS

A redução da produção de resíduos deve ser uma preocupação constante em cada unidade de

saúde, uma vez que haverá uma tendência natural para que essa produção aumente (quer por via

do uso crescente de materiais descartáveis, quer pelo recurso cada vez maior das populações aos

cuidados de saúde), com consequências adversas para a qualidade do ambiente e para a gestão

dos recursos naturais nos Açores (particularmente por se tratar dum território insular, onde este

tipo de problemas ganham maior acuidade).

É imprescindível, para o efeito, uma atenção continuada a este problema e uma avaliação

específica da situação em cada serviço produtor de resíduos dentro da própria unidade de saúde,

de forma a identificar todas as situações em que se possa atenuar (ou mesmo eliminar) a

produção de resíduos de determinado tipo, para o que se torna indispensável a colaboração

empenhada e a criatividade dos trabalhadores dessa unidade.

Uma área onde este tipo de intervenções poderá ser particularmente importante é a que se refere

às embalagens dos materiais e produtos utilizados, sendo de privilegiar a devolução, aos

produtores ou distribuidores, pelos serviços de aprovisionamento, de algumas embalagens não

contaminadas para posterior reutilização, nomeadamente de embalagens de transporte ou de

embalagens grupadas, para que nos sectores de utilização desses materiais e produtos só haja

lugar à produção de resíduos de embalagens associados às embalagens primárias.

Dada a sua importância no âmbito do Plano, cada unidade de saúde deve estar habilitada, no final

de cada ano, a fornecer indicações, a pedido – da Direcção Regional de Saúde, no caso das

unidades de cuidados a seres humanos, ou da Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário, no

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caso de unidades de cuidados a animais – sobre as medidas mais significativas que tiver

adoptado para prevenção da produção de resíduos e sobre as consequentes reduções obtidas

nessa produção.

5.5 - GESTÃO DE FILEIRAS E FLUXOS DE RESÍDUOS ESPECIAIS

Um primeiro tipo de acção a desenvolver será a intensificação da utilização dos sistemas de

recolha separativa de determinadas fileiras de resíduos, que presentemente apenas tem

alguma expressão quanto aos metais. Esta acção deve ser especialmente enfatizada nas três

ilhas mais populosas, onde alguns municípios já efectuam a recolha separativa de alguns

materiais, mediante programas individualizados de cada unidade de saúde que nelas se localize,

tendo por objectivo iniciar ou intensificar a deposição interna selectiva de resíduos como o

papel/cartão, o vidro e a sucata, a fim de que todas as unidades de saúde venham a adoptar esse

procedimento até final do período de vigência deste Plano. Nas restantes ilhas, a recolha

separativa dessas ou doutras fileiras de resíduos deverá ser desenvolvida, acompanhando a

evolução dos respectivos sistemas de RSU sob gestão municipal ou intermunicipal.

A fileira “plásticos” – que ainda não é objecto de recolha separativa nos Açores – deveria merecer

futuramente atenção especial, dado que alguns materiais deste tipo estão presentes em resíduos

hospitalares (caso do politereftalato de etileno – ou PET – nas embalagens de produtos

farmacêuticos e do policloreto de vinilo – ou PVC – nos frascos de soro, por exemplo) e que

existem importantes impactes ambientais negativos nalguns processos de tratamento destes

resíduos e mesmo na sua deposição em aterros.

Seria do maior interesse que cada unidade de saúde estabelecesse um protocolo com a

respectiva autarquia ou com outras entidades que procedam à recolha separativa de

determinadas fileiras de resíduos, beneficiando assim das vantagens de escala para a sua

adequada recuperação e valorização.

Um segundo tipo de acções refere-se ao incremento de sistemas de reciclagem ou de

recuperação ou valorização de fluxos de resíduos especiais.

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Neste contexto, as principais unidades de saúde deveriam proceder à instalação de ecopontos

nas respectivas instalações, para recolha selectiva de determinados resíduos de embalagens,

confinada estritamente a áreas dessas unidades em que os resíduos nelas produzidos se possam

classificar como resíduos hospitalares dos Grupos I ou II.

Por outro lado, outros resíduos como pneus (dos veículos), pilhas e acumuladores (dos

equipamentos hospitalares e dos veículos), óleos usados (dos veículos e de equipamento

diverso), sucata (vários tipos de equipamento hospitalar) e equipamento eléctrico e electrónico

(como máquinas de vários tipos, lâmpadas fluorescentes, cabos, equipamento informático),

devem ser separados dos restantes resíduos e armazenados em condições adequadas, para

futura inserção em programas de gestão específicos, devendo as unidades de saúde

acompanhar, de forma proactiva, a evolução das tecnologias e das perspectivas da sua aplicação

prática nos Açores.

No que se refere às películas de Raios X, será de generalizar o procedimento de algumas

unidades de saúde nos Açores que as armazenam até à altura da campanha anual promovida

pela Assistência Médica Internacional (AMI) em colaboração com a Associação Nacional de

Farmácias, que permite à AMI, através da recuperação da prata a partir dessas películas, angariar

fundos para financiamento dos seus projectos de ajuda médica e humanitária.

Qualquer destas acções deve incluir a monitorização permanente da quantidade e qualidade

dos principais componentes dos resíduos produzidos, através da vigilância e do controlo em

cada unidade de saúde, permitindo o acompanhamento da situação e a avaliação da evolução

havida, bases indispensáveis para que, futuramente, se possam equacionar soluções para a

valorização ou eliminação desses resíduos.

5.6 - EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE RESÍDUOS

A estimativa da evolução da produção de resíduos neste Plano foi efectuada para 2006 e para

2020, considerando um tempo de vida útil médio dos equipamentos de aproximadamente 15 – 20

anos. Para a estimativa dos resíduos produzidos por unidades de prestação de cuidados de saúd

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a seres humanos foi calculada, para os Açores, uma taxa de crescimento média da população

utilizando os censos de 1991 e 2001, tendo-se obtido uma taxa média anual de 0,18%.

Quanto aos resíduos produzidos por unidades de prestação de cuidados de saúde a animais,

considerou-se que estes se mantinham constantes, uma vez que não se prevê o crescimento do

número de efectivos pecuários no horizonte do projecto. É de referir que não existem elementos

estatísticos que permitam estimar a evolução de outro tipo de animais que utilizam os serviços

veterinários, como é o caso de animais domésticos.

Tendo em conta estes pressupostos estimaram-se os quantitativos de resíduos produzidos para

2006 e 2020, por ilha, para o universo das unidades de saúde, que se apresentam no Quadro 5.1.

Os mesmos valores podem observar-se, para a totalidade da RAA, na Figura 5.1.

0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025

Anos

Prod

ução

(kg/

ano)

Grupo I + II Grupo III Grupo IV

FIGURA 5.1- RAA – ESTIMATIVA DA EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE RESÍDUOS HOSPITALARES

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QUADRO 5.1

RAA – Evolução da produção de resíduos hospitalares (kg/ano) nos Açores produzidos nas

unidades de saúde de seres humanos e animais

2000 2006 2020 ILHA

Grupo I+II Grupo III Grupo IV Grupo I+II Grupo III Grupo IV Grupo I+II Grupo III Grupo IV

Corvo 260 130 19 263 131 19 270 135 20

Faial 88 719 27 990 6 901 89 670 28 289 6 965 91 930 28 999 7 118

Flores 2 239 1 128 280 2 261 1 138 281 2 313 1 163 282

Graciosa 4 168 746 196 4 212 753 198 4 317 770 202

Pico 11 957 8 020 3 031 12 086 8 106 3 063 12 391 8 310 3 140

Santa

Maria 3 714 2 782 874 3 750 2 810 880 3 837 2 876 893

São

Jorge 1 647 1 268 1 185 1 661 1 279 1 195 1 696 1 307 1 218

São

Miguel 683 689 208 294 48 189 690 980 210 435 48 617 708 301 215 522 49 633

Terceira 480 420 95 669 25 420 485 526 96 598 25 626 497 656 98 803 26 115

TOTAL

RAA 1 276 813 346 027 86 095 1 290 409 349 540 86 843 1 322 709 357 884 88 621

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5.7 – ESTRATÉGIA DE ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE, TRATAMENTO, VALORIZAÇÃO

E DESTINO FINAL

5.7.1 - Armazenamento

Dadas as características específicas dos Açores, torna-se aconselhável, quer por razões técnicas

(logística de transportes, entre outros factores), quer por razões circunstanciais (mau tempo, por

exemplo), prever zonas para armazenamento complementar daqueles resíduos em cada ilha onde

são produzidos, antes do seu transporte para a ilha onde essas instalações se localizarem. Por

outro lado, em cada ilha “receptora”, também será de prever zonas para armazenamento dos

resíduos provenientes quer das ilhas “produtoras” quer das restantes unidades de saúde dessa

ilha, enquanto aguardam processamento e para fazer face a qualquer paragem acidental da

instalação de tratamento, por motivos de manutenção ou de avaria.

Umas e outras zonas, aqui designadas por “zonas especiais para armazenamento de resíduos”,

ficarão afectas à principal unidade de saúde do sector público dessa ilha ou à unidade mais

próxima das instalações portuárias mais relevantes dessa ilha, podendo também alternativamente

constituir uma zona integrada nas próprias instalações portuárias. A gestão destas zonas pode

ainda ser da responsabilidade de entidades privadas.

Além de respeitarem as características gerais das zonas para armazenamento de resíduos nas

próprias unidades de saúde especificadas por lei, estas zonas especiais devem ter facilidades

para refrigeração dos resíduos e dispor de uma capacidade, a definir caso a caso, que permita, no

caso das ilhas “produtoras”, armazenar os resíduos produzidos pelas unidades de saúde da

respectiva ilha durante um período compatível com o espaçamento das viagens marítimas

regulares no período de Inverno, e no caso das unidades de saúde “receptoras”, armazenar os

resíduos das outras unidades “utilizadoras” durante três dias.

A exploração dessas zonas especiais poderá ser objecto de contrato entre a unidade-mãe e as

outras unidades de saúde utilizadoras, para definição das condições em que essa exploração se

irá processar.

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A implementação e exploração das zonas especiais de armazenamento deverá ser objecto de

licenciamento.

5.7.2 - Transporte

Há que distinguir o transporte inter-ilhas do transporte intra-ilhas.

No transporte inter-ilhas, não obstante o risco de atraso nas viagens por via das intempéries

(sobretudo no Inverno), o transporte marítimo – já largamente utilizado para o efeito – constitui

uma opção extremamente atractiva, embora o transporte aéreo não seja de excluir em situações

esporádicas. Serão de utilizar as rotas comerciais existentes e deverá garantir-se sempre o

transporte refrigerado de resíduos contendo matéria orgânica.

Quanto ao transporte intra-ilhas, as entidades que são responsáveis pelo transporte de resíduos

terão de ajustar e optimizar os circuitos de transporte rodoviário, visando trajectos tão curtos

quanto possível entre a origem e o destino (nomeadamente para redução dos custos de

transporte). Além disso, devem informar adequadamente os profissionais afectos ao transporte

dos riscos eventuais associados aos resíduos a transportar e das formas de actuação correcta em

caso de derrame dos recipientes ou contentores e manter preferencialmente a circulação por

estradas com elevado nível de segurança rodoviária, para minimização dos riscos de poluição

ambiental por acidente. Em qualquer dos casos as empresas transportadoras de resíduos deverão

estar licenciadas para o efeito.

5.7.3 - Tratamento, valorização e destino final

Atendendo aos condicionamentos e problemas regionais que foram identificados no Capítulo 3, e

tendo presentes as disposições legais apresentadas no subcapítulo 2.4 e as bases estratégicas

regionais estabelecidas no Capítulo 4, para o período 2003 a 2007, propõe-se a seguinte

estratégia de tratamento, valorização e destino final:

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RESÍDUOS DOS GRUPOS I E II

As unidades de saúde deverão promover o encaminhamento dos resíduos dos grupos I e II para

as instalações de tratamento, valorização e/ou destino final dos resíduos urbanos que sirvam os

respectivos municípios ou ilhas.

RESÍDUOS DO GRUPO III

Para os resíduos do Grupo III, a tratar por autoclavagem, consideram-se duas fases:

• Numa 1ª fase preconiza-se a instalação de autoclaves nas Ilhas de São Miguel, Terceira e

Faial (com capacidade para tratar os resíduos produzidos nestas ilhas e nas respectivas

ilhas mais próximas);

• Numa 2ª fase prevê-se a instalação de autoclaves nas Ilhas de Santa Maria, Pico, São

Jorge, Graciosa e Flores com capacidade para tratar os resíduos produzidos em cada

uma destas ilhas. A autoclave da Ilha das Flores deverá também ter capacidade para

tratar os resíduos do grupo III produzidos na Ilha do corvo.

Os resíduos após tratamento terão de ser encaminhados para uma instalação de destino final de

RSU na ilha onde se efectuar a autoclavagem; como a vocação das unidades de saúde é a

prestação de cuidados de saúde, em muitos casos poderá tornar-se mais vantajoso que a

implementação e a exploração daqueles equipamentos sejam da responsabilidade de entidades

privadas.

Os responsáveis pela gestão dos equipamentos de tratamento de resíduos do Grupo III,

existentes ou a criar, devem promover, com carácter prioritário, o respectivo licenciamento junto

da Direcção Regional de Saúde.

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REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

GOVERNO REGIONAL

(a) – Secretaria Regional do Ambiente, dos Assuntos Sociais e da Agricultura e Pescas

(b) – Direcção Regional do Ambiente, da Saúde e do Desenvolvimento Agrário

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Enquanto não for possível assegurar o correcto tratamento de todos os resíduos do Grupo III nos

Açores, estes poderão ser encaminhados para o território continental, para incineração ou outro

tratamento aceitável, desde que seja em instalações devidamente licenciadas.

RESÍDUOS DO GRUPO IV

Tendo presente a quantidade total relativamente pequena de resíduos do Grupo IV produzida

anualmente no arquipélago dos Açores, considerou-se o transporte da totalidade desses resíduos

para incineração no território continental.

A incineração em território continental, em contraponto das desvantagens em termos da falta de

flexibilidade, apresenta vantagens evidentes associadas à não necessidade de prever instalações

complexas para o efeito no território dos Açores, obviando-se a investimentos mais avultados

nesse contexto, não só por recorrerem a incineradoras já existentes, como por permitirem, no

actual quadro legal, reduzir ao mínimo o tempo necessário para disponibilização duma solução

adequada para aqueles resíduos.

5.8 - PLANOS DE GESTÃO INTERNA

Os Planos de Gestão de Resíduos são um instrumento de maior importância a desenvolver e a

implementar por cada unidade de saúde.

Dado que a maioria das unidades de saúde não dispõem deste importante instrumento de gestão,

a elaboração desses Planos e sua posterior submissão à aprovação da Direcção Regional de

Saúde é uma acção de carácter prioritário no contexto do Plano de Acção para os Açores.

Tal como previsto legalmente, os Planos de Gestão de cada unidade de saúde devem contemplar

as vertentes institucional, económico-financeira, técnica, sanitária e de formação, bem como fazer

referência nomeadamente aos seguintes itens:

• Registo de resíduos;

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(b) – Direcção Regional do Ambiente, da Saúde e do Desenvolvimento Agrário

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• Deposição, triagem, armazenamento e recolha interna de resíduos;

• Gestão de fileiras e fluxos de resíduos especiais;

• Transporte, tratamento, valorização e destino final por grupo de resíduos.

A Direcção Regional de Saúde deve enviar à Direcção Regional do Ambiente cópia dos Planos de

Gestão aprovados.

5.9 - FISCALIZAÇÃO

As acções de fiscalização têm estado praticamente ausentes da gestão de resíduos hospitalares

da Região. Reconhece-se, consequentemente, que terá de ser feito um esforço neste domínio, de

forma a expor às entidades gestoras, em termos objectivos – num período inicial, numa actuação

de carácter essencialmente pedagógico e sem intenções punitivas – a situação das respectivas

instalações, equipamentos e serviços face aos requisitos legais e a permitir a correcção gradual

das disfunções detectadas.

As áreas que devem merecer atenção especial neste contexto são:

• Separação dos resíduos perigosos dos não perigosos e separação dos do Grupo III dos

do Grupo IV;

• Acondicionamento dos resíduos cortantes e perfurantes;

• Acondicionamento dos restantes resíduos do Grupo IV;

• Capacidade e características das áreas de armazenamento de resíduos;

• Licenciamento das infra-estruturas e equipamentos de tratamento, valorização e

eliminação de resíduos.

5.10 - FORMAÇÃO PROFISSIONAL E ACÇÕES DE INFORMAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO

As acções de formação a desenvolver por parte das unidades de saúde deverão contemplar

aspectos relacionados com a Saúde Pública, o Ambiente e a Higiene e Segurança no Trabalho.

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(b) – Direcção Regional do Ambiente, da Saúde e do Desenvolvimento Agrário

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A formação, que deverá incluir a formação de formadores, terá como objectivos sensibilizar e

preparar os intervenientes a vários níveis no processo de gestão de resíduos hospitalares, como

meio de garantir uma forma responsável e eficaz de se conseguirem prevenir riscos para a saúde

pública e de se obterem benefícios económicos e ambientais.

Desta forma, a formação deverá proporcionar o conhecimento da situação actual, das estimativas

da produção, da problemática da redução da produção, da separação e triagem na origem e da

valorização e reciclagem tendo como base a recolha selectiva. Além disso, deverá permitir a

divulgação da legislação de suporte, genérica e específica, de todas as actividades de gestão de

resíduos hospitalares, bem como a identificação dos procedimentos correctos e a criação de

normas ou protocolos para o efeito.

Haverá que incutir, em todos os intervenientes no processo, preocupações de Saúde Pública e de

Protecção Ambiental, sendo também objectivo da formação veicular a necessidade da prática de

uma correcta política de segurança, higiene e prevenção dos riscos profissionais e para a

população em geral.

Tendo em conta que fundamentalmente são a produção e a triagem que condicionam a solução

de tratamento e destino final dos resíduos, nomeadamente dos resíduos perigosos, é essencial

apostar na formação dos recursos humanos, a qual deve estar prevista nos planos de gestão

interna das unidades de saúde. Essa formação deve estar articulada com a formação a dar pelas

empresas que assegurem o tratamento ou o destino final dos resíduos, que venham a estabelecer

protocolos para esse efeito com as unidades de saúde.

Relativamente a acções de informação e sensibilização, estas deverão ser dirigidas aos

profissionais de saúde, aos visitantes e ao público em geral, bem como aos utentes dos serviços

de saúde humana e ainda aos transportadores de resíduos hospitalares e outros agentes ligados

à gestão desses resíduos, podendo materializar-se, no interior das unidades de saúde, através da

afixação de cartazes, da distribuição de folhetos informativos ou da divulgação, através de outros

meios audiovisuais, dos procedimentos correctos a adoptar.

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As acções de formação preconizadas neste Plano de Acção são prioritárias em relação às acções

de informação e sensibilização.

Uma intervenção neste contexto num plano mais amplo deverá ser conduzida pela Direcção

Regional do Ambiente, em articulação com outras entidades, em particular com a Direcção

Regional de Saúde e a Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário.

5.11 - LEGISLAÇÃO

O quadro jurídico aplicável – parte do qual decorre da inserção de Portugal no espaço da União

Europeia em aspectos complementares à gestão específica dos resíduos hospitalares – ainda

que bastante recente, cobre as diversas etapas da gestão destes resíduos, estando contidas em

legislação regional as atribuições dos organismos competentes nas várias vertentes da sua

actuação.

Face à situação de referência que foi caracterizada, considera-se que as inadequações ou

insuficiências identificadas na gestão dos resíduos hospitalares na Região Autónoma dos Açores

não se prendem com ausência de legislação ou regulamentação, com omissões na lei ou com

existência de ambiguidades nos diplomas legais, mas sim, essencialmente, com comportamentos

incorrectos nas unidades de saúde e com carência de determinadas infra-estruturas.

Esses problemas decorrem, em grande medida, da relativa “juventude” da legislação neste

domínio, estando-se, portanto, de certa forma, ainda num período inicial de implementação do

quadro legal. Requerem-se, assim, a promoção de acções de divulgação generalizada da

legislação aplicável, a elaboração e implementação de Planos de Gestão de Resíduos em cada

unidade de saúde e a intensificação das actividades de fiscalização, como formas de contribuir,

progressivamente, para melhor interiorização dos requisitos legais e, consequentemente, dos

comportamentos a adoptar ou a modificar para, em cada situação concreta, dar pleno

cumprimento a esses requisitos.

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5.12 - CALENDARIZAÇÃO DAS ACÇÕES PROPOSTAS

Apresenta-se na página seguinte o calendário de desenvolvimento das actividades.

Este calendário, com início na data de aprovação do Plano, pressupõe:

• Actividade A.1: Acções de divulgação do Plano às entidades gestoras das unidades de

saúde e outros intervenientes na gestão de resíduos hospitalares, pelas entidades

competentes da Administração Regional – no decurso do primeiro semestre do ano 1;

• Actividade A.2: Início do processo sistemático de registo anual de resíduos pelas

entidades gestoras das unidades de saúde – no prazo de dois anos;

• Actividade A.3: Elaboração e aprovação dos Planos de Gestão de Resíduos pelas

entidades gestoras das unidades de saúde que ainda não dispõem deste instrumento –

no prazo de três anos (os três hospitais e o Centro de Oncologia, até final do ano 1, os

Centros de Saúde e respectivas Extensões, até final do ano 2; as unidades privadas de

cuidados de saúde a seres humanos, até final do ano 3; as unidades públicas de cuidados

de saúde a animais, até final do 1º semestre do ano 2; as unidades privadas de cuidados

de saúde a animais, até final do 1º semestre do ano 3);

• Actividade A.4: Instalação das unidades de tratamento dos resíduos hospitalares do

Grupo III, incluindo o respectivo licenciamento e auditoria às instalações de tratamento

existentes – no prazo de cinco anos;

• Actividade A.5: Instalação das zonas especiais para armazenamento de resíduos em

todas as ilhas – no prazo de um ano e meio;

• Actividade A.6: Definição e carregamento duma Base de Dados dos Produtores de

Resíduos Hospitalares nos Açores, articulada com o Sistema de Informação de Saúde

Ambiental (a nível nacional) – até final do ano 2, com actualização anual posterior;

• Actividade A.7: Acções de formação dos formadores e intervenientes na gestão de

resíduos hopsitalares e de sensibilização/informação dos utentes dos serviços de saúde e

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do público em geral – de forma continuada em todo o período de vigência do Plano (tendo

as acções de formação início no ano 1 e as acções de sens ibilização e informação início

no ano 3);

• Actividade A.8: Avaliação anual da implementação do Plano (com início no ano 2).

As acções de divulgação do Plano serão conduzidas pela Direcção Regional do Ambiente, em

articulação com a Direcção Regional de Saúde e com a Direcção Regional do Desenvolvimento

Agrário.

A avaliação anual da implementação das medidas constantes do Plano, bem como a definição e

carregamento da Base de Dados, serão efectuadas pela Direcção Regional do Ambiente, com a

colaboração das duas entidades atrás referidas.

5.13 - PERSPECTIVA ECONÓMICA

Pretende-se com este capítulo apresentar estimativas que permitem ponderar os custos

económicos. Saliente-se que não é objectivo efectuar uma análise económica de um Sistema de

Gestão de Resíduos Hospitalares, uma vez que, por um lado os dados disponíveis não o

permitem e por outro não se enquadra no âmbito de um Plano Estratégico.

RESÍDUOS DOS GRUPOS I + II

As unidades de saúde deverão promover o encaminhamento dos resíduos dos Grupos I e II para

as instalações de tratamento, valorização e/ou destino final de resíduos urbanos que sirvam os

respectivos municípios ou ilhas.

Para o encaminhamento destes resíduos, deverá ser feito um acordo entre a entidade

produtora/detentora de resíduos e a entidade gestora do sistema de RSU, que assegure o seu

correcto transporte e destino final. A gestão destes resíduos será sujeita a uma taxa, definida pela

entidade gestora do sistema de resíduos.

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89/93

Actualmente nos Açores ainda existem alguns concelhos que não têm aterro controlado. A

problemática dos resíduos hospitalares dos Grupos I e II enquadra-se na situação existente para

os RSU dos concelhos. Espera-se uma progressiva entrada em funcionamento de sistemas de

resíduos urbanos, o que implicará, nos casos ainda não existentes, a cobrança de uma taxa de

pagamento.

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• PLANO ESTRATÉGICO DE RESÍDUOS HOSPITALARES DOS AÇORES

CALENDÁRIO DE IMPLEM ENTAÇÃO

ACTIVIDADES ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5

A.1 - Divulgação do Plano

A.2 - Início do processo de registo de resíduos pelas unidades de saúde

A.3 - Elaboração dos Planos de Gestão de Resíduos pelas unidades de saúde

A.4 - Instalação das unidades para tratamento dos resíduos hospitalares do Grupo III

A.5 - Instalação das zonas especiais para armazenamento de resí- duos em todas as ilhas

A.6 - Definição e carregamento duma base de dados dos produtores de resíduos hospitalares dos Açores

A.7 - Acções de

Formação/ Informação A.8 - Avaliação da

implementação do Plano

Aprovação do Plano

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RESÍDUOS DOS GRUPOS III + IV

Para efeitos de tecnologia de tratamento dos resíduos do Grupo III optou-se por considerar

exclusivamente a autoclavagem. Os resíduos do Grupo IV serão sujeitos a tratamento por

incineração de acordo com a legislação vigente na matéria.

Quanto às unidades de autoclavagem não existem diferenças de preços significativas para as

diferentes capacidades requeridas. Os custos da autoclavagem incluem sistemas de trituração,

compactação, tratamento de efluentes, câmara frigorífica, báscula eléctrica, entre outros. Face

à dimensão das autoclaves em causa também não se consideraram custos de construção civil

nem os custos de terreno.

Os custos de transporte são assumidos por m3 transportado, sendo o custo de transporte “inter-

ilhas” igual para todas as ilhas, apenas diferindo os custos de transporte para o continente.

Não se incluíram os custos de armazenagem dos resíduos por serem um custo inerente à

unidade produtora. Refere-se que em cada unidade de saúde deverá existir capacidade de

armazenagem dos resíduos em condições adequadas.

Não se incluíram os custos de eventuais unidades de transferência, que apenas poderão ser

considerados numa análise mais fina, numa fase posterior. Dentro do mesmo raciocínio não

foram contabilizados os custos do transporte rodoviário dos resíduos.

RAA – Custos estimados de tratamento de resíduos hospitalares perigosos

CUSTOS DE INVESTIMENTO (€)

CUSTOS DE EXPLORAÇÃO (20 anos) (€)

CUSTOS TOTAIS ACTUALIZADOS (€)

1 987 200 2 992 239 4 979 439

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6 - PROCEDIMENTO DE REVISÃO

Após avaliação e aprovação pelas entidades competentes, o Plano Estratégico dos Resíduos

Hospitalares dos Açores deve constituir um referencial para a implementação das Bases

Estratégicas e do Plano de Acção nele estabelecidas.

Como instrumento dinâmico e motor da alteração de comportamentos e da instalação de

infraestruturas, o próprio Plano deve, todavia, permitir incorporar as alterações significativas que

aquela implementação vier a determinar nos Açores, bem como os requisitos de protecção

ambiental que vierem a ser materializados em novos diplomas legais, nacionais ou

comunitários, e os resultados do desenvolvimento de novas tecnologias neste domínio

específico.

Atendendo ao facto de a legislação fundamental relevante estar publicada e efectivamente

operacional na Região Autónoma dos Açores desde há cerca de cinco anos e considerando o

estado de desenvolvimento da sua implementação, traduzido no presente documento,

considera-se que há um significativo esforço a fazer, nos próximos anos, para aproximar as

instituições e os cidadãos do cumprimento dos requisitos legais e para dotar os Açores com as

infraestruturas de tratamento, valorização e eliminação necessárias, tanto mais que a alteração

de comportamentos envolve sempre uma adaptação, de carácter não imediato, das pessoas e

das organizações em que se inserem.

A revisão do Plano deve efectuar-se cinco anos após a sua aprovação, de modo a avaliar-se o

sucesso ou insucesso das acções e medidas anteriormente preconizadas.

A revisão do Plano deve ser coordenada pela Direcção Regional do Ambiente e envolver

directamente, além desta entidade, a Direcção Regional de Saúde e a Direcção Regional do

Desenvolvimento Agrário.

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Com base nos relatórios anuais de avaliação da implementação do Plano, aquelas entidades

deverão elaborar um documento correspondente à versão revista do Plano e submetê-lo a

consulta pública, integrando posteriormente no referido documento as alterações que se

revelarem convenientes na sequência dessa consulta.

O texto final do Plano revisto que vier a ser aprovado em Conselho de Governo seguirá trâmites

legais idênticos aos deste Plano.