plano estratÉgico transportes 2011-2015 [min. economia e emprego - 2011]

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    DRAFT

    NDICE

    1 INTRODUO ................................................................................................................................ 5

    2 ENQUADRAMENTO ....................................................................................................................... 6

    3 PRINCPIOS ORIENTADORES .......................................................................................................... 9

    3.1 PRIORIDADES DE ACTUAO .............................................................................................................. 9

    3.1.1 Cumprir os compromissos externos assumidos por Portugal e tornar o sector

    financeiramente equilibrado e comportvel para o pas .............................................................. ....... 9

    3.1.2 Alavancar a competitividade e o desenvolvimento da economia nacional .......................... 10

    3.1.3 Assegurar a mobilidade e acessibilidade a pessoas e bens, de forma eficiente e adequada

    s necessidades, promovendo a coeso social .................................................................................. 11

    3.2 OPAPEL DO ESTADO ...................................................................................................................... 12

    3.2.1 Coordenao estratgica ...................................................................................... ................ 12

    3.2.2 Regulao ....................................................................................... ...................................... 13

    3.2.3 Investimento .............................................................................................. ........................... 13

    3.2.4 Operao e explorao ........................................................ ................................................. 14

    4 INFRA-ESTRUTURAS RODOVIRIAS ............................................................................................. 15

    4.1 ENQUADRAMENTO ......................................................................................................................... 15

    4.2 O MODELO SCUTS .................................................................................. ...................................... 15

    4.3 SUBCONCESSES DA ESTRADAS DE PORTUGAL,SA ............................................................... ................ 15

    4.4 FINANCIAMENTO DA ESTRADAS DE PORTUGAL,SA ............................................................................... 16

    4.5 INTRODUO DE PORTAGENS NAS SCUTS .................................................... ...................................... 16

    4.6 (IN)SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA ............................................................ ...................................... 17

    4.7 REFORMAS A IMPLEMENTAR ............................................................................................................ 19

    4.7.1 Portagens ........................................................ .............................................................. ........ 19

    4.7.2 Reviso dos contratos de subconcesses em construo ..................................................... 20

    4.7.3 Contribuio do servio rodovirio ................................................. ...................................... 21

    4.8 CENRIOS ALTERNATIVOS ................................................................................................................ 21

    5 TRANSPORTE PBLICO DE PASSAGEIROS .................................................................................... 23

    5.1 SITUAO ACTUAL ......................................................................................................................... 23

    5.1.1 Carris ............................................................... ................................................................. ..... 23

    5.1.2 Metro de Lisboa .............................................................................. ...................................... 26

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    DRAFT

    5.1.3 STCP ................................................................................................ ...................................... 28

    5.1.4 Metro do Porto ..................................................................................................................... 31

    5.1.5 Transtejo/Soflusa .................................................................................................................. 33

    5.1.6 CP ......................................................... ................................................................. ................ 36

    5.1.7 REFER .................................................................................................................... ................ 39

    5.2 SNTESE DA SITUAO ACTUAL .......................................................................................................... 41

    5.3 ESTANCAMENTO DO ENDIVIDAMENTO ......................................................... ...................................... 42

    5.3.1 Actividade operacional ................................................................................................. ........ 43

    5.3.2 Actividade de investimento ................. ................................................................. ................ 43

    5.3.3 Actividade de financiamento .......................................................... ...................................... 45

    5.4 PROGRAMA DE EQUILBRIO OPERACIONAL ............................................................... ........................... 46

    5.5 PRIMEIRA FASE:REESTRUTURAO DO SEE ........................................................................................ 46

    5.5.1 Reorganizao do Sector Empresarial do Estado ................................................................. 47

    5.5.2 Custos de funcionamento ..................................................................................................... 49

    5.5.3 Custos de Pessoal ................................................................. ................................................. 50

    5.5.4 Oferta.................................................................................................................................... 52

    5.5.5 Receitas Extra-Explorao ........................................ ............................................................ 61

    5.5.6 Tarifrio .......................................................................................... ...................................... 61

    5.6 SEGUNDA FASE:ABERTURA INICIATIVA PRIVADA ............................................................... ................ 63

    5.6.1 Enquadramento ................................................................................................. ................... 63

    5.6.2 Modelo ............................................................ ................................................................. ..... 64

    5.7 METRO SUL DO TEJO ...................................................................................................................... 65

    5.8 METRO DO MONDEGO ................................................................................................................... 66

    5.9 REGULAO.................................................................................................................................. 66

    5.9.1 Transferncia de competncias para as Autarquias ..................................................... ........ 67

    5.9.2 Transporte Pblico Flexvel ....................................... ............................................................ 68

    6 MARITIMO-PORTURIO .............................................................................................................. 70

    6.1 ENQUADRAMENTO ......................................................................................................................... 70

    6.2 REGULAO.................................................................................................................................. 70

    6.3 TRABALHO PORTURIO ................................................................................................................... 71

    6.4 INVESTIMENTO .............................................................................................................................. 71

    6.4.1 Viana do Castelo ............................................................................. ...................................... 72

    6.4.2 Leixes .................................................................................................................................. 72

    6.4.3 Aveiro .............................................................. ................................................................. ..... 73

    6.4.4 Figueira da Foz ........................................................... ........................................................... 74

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    DRAFT

    6.4.5 Lisboa .............................................................. ................................................................. ..... 74

    6.4.6 Setbal .................................................................................................................. ................ 75

    6.4.7 Sines ..................................................... ................................................................. ................ 75

    7 LOGSTICA E MERCADORIAS ........................................................................................................ 77

    7.1 ENQUADRAMENTO ......................................................................................................................... 77

    7.2 LOGSTICA .................................................................................................................................... 77

    7.3 TRANSPORTE FERROVIRIO DE MERCADORIAS ........................................................... ........................... 79

    7.4 CPCARGA .................................................................................................................................... 81

    7.5 REGULAO.................................................................................................................................. 82

    8 TRANSPORTE AREO ................................................................................................................... 83

    8.1 ENQUADRAMENTO ......................................................................................................................... 83

    8.2 TAP ................................................................................................................. ........................... 84

    8.2.1 Processo de privatizao ..................... ................................................................. ................ 84

    8.3 ANA ..................................................................................................... ...................................... 85

    8.4 AEROPORTO DE LISBOA................................................................................................................... 87

    8.5 LOW COST ................................................................................................................................ 88

    9 GOVERNANA E REGULAO ...................................................................................................... 90

    10 CONCLUSES ............................................................................................................................... 93

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    1 INTRODUOO presente documento constitui o Plano Estratgico dos Transportes, no qual so

    estabelecidas os princpios orientadores da actuao do Ministrio da Economia e do

    Emprego e da Secretaria de Estado das Obras Pblicas, Transportes e Comunicaes,

    no sector das infra-estruturas e transportes, ao longo da XIX legislatura.

    O presente documento concretiza um conjunto de reformas estruturais a levar a cabo

    em cada uma das reas, o qual traduz a aplicao concreta daqueles princpios.

    O presente documento no mais um diagnstico. O presente documento um

    caminho a seguir.

    Um caminho a seguir no sector das infra-estruturas e transportes. Esto aqui

    presentes um conjunto de opes resultantes da conscincia de que os recursos

    pblicos disponibilizados pelos contribuintes Portugueses so limitados.

    Essa conscincia implica realismo, esse realismo implica responsabilidade, essa

    responsabilidade convida coragem para optar por medidas que sero certamenteimpopulares mas fundamentais, face situao crtica que muitas das empresas do

    Sector Empresarial do Estado na rea das infra-estruturas e transportes e o prprio

    Pas se encontram, para garantir uma reforma estrutural bem sucedida.

    Uma reforma sem a qual o futuro do sector ficar comprometido a mdio e longo

    prazo.

    Este documento assume, sem subterfgios e de forma clara que mudaremos de vida.

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    2 ENQUADRAMENTOAs empresas e organismos tutelados pelo Ministrio da Economia e do Emprego,

    atravs da Secretaria de Estado das Obras Pblicas, Transportes e Comunicaes,

    apresentam um conjunto de desafios muito heterogneo.

    No sector das infra-estruturas rodovirias, a construo de uma vasta rede de auto-

    estradas, numa primeira fase atravs do modelo sem custos para o utilizador

    (SCUT), e numa segunda fase atravs do modelo de subconcesso da Estradas de

    Portugal, SA, coloca Portugal como um dos pases com maior extenso relativa derede de auto-estradas no mundo.

    Essa dimenso torna no entanto o financiamento desses projectos motivo de grande

    preocupao, dado elevadssimo nvel de endividamento que aquela empresa ter

    necessidade de incorrer para fazer face aos encargos futuros decorrentes destes

    projectos.

    Nas empresas do Sector Empresarial do Estado na rea dos transportes pblicos

    terrestres tem-se verificado, ao longo das ltimas dcadas, um elevado dfice

    operacional contnuo, mesmo aps o pagamento de indemnizaes compensatrias, o

    qual, associado realizao de projectos de investimento de fraco retorno

    econmico maioritariamente suportados com recurso ao crdito, conduziu a uma

    crescente acumulao do endividamento, pondo em causa a sustentabilidade destas

    empresas.

    Acresce que a organizao das empresas estatais de transportes pblicos apresenta

    um conjunto de redundncias que urge corrigir.

    O sector martimo-porturio tem vindo a desenvolver-se progressivamente,

    materializando a crescente importncia do mar para a evoluo da economia

    nacional e onde se assistiu a uma modernizao de infra-estruturas porturias e

    aumento do investimento nos portos portugueses.

    Para assegurar o desenvolvimento e aumento de eficincia do sector torna-se

    importante melhorar o modelo de governao do sistema porturio, bem como a

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    regulao do trabalho porturio, continuando o esforo de modernizao deste

    sector, visando uma maior competitividade das empresas e das exportaes

    nacionais.

    A disponibilizao de eficazes cadeias de abastecimento e distribuio de

    mercadorias, bem como a reduo dos custos de contexto, promove a atraco e

    fixao de empresas e o desenvolvimento do tecido industrial.

    Neste sentido, torna-se extremamente importante a eliminao dos

    estrangulamentos actividade dos principais sectores e empresas exportadoras de

    bens transaccionveis, em matria de logstica, transportes e procedimentosadministrativos associados.

    O sector do transporte areo, de crescente importncia para a economia nacional,

    tem ainda uma escala diminuta no contexto europeu e mundial, apresentando um

    enorme potencial de crescimento face s vantagens competitivas nicas de que

    dispe.

    Nesse sentido torna-se importante a definio de uma estratgia de crescimento delongo prazo, reconhecendo a importncia do transporte areo e do sistema

    aeroporturio no desenvolvimento econmico do pas.

    Em termos de regulao do sistema de transportes e infra-estruturas existem

    actualmente quatro reguladores distintos cujo modelo importa rever e assim

    aumentar a eficincia e articulao entre os diferentes agentes em cada sector.

    A legislao para o sistema de transportes , em alguns casos, bastante antiga e

    desfasada da realidade actual tornando a introduo de reformas legislativas uma

    necessidade premente que permita, sem acrscimo de custos, melhorar o

    funcionamento do sector e a eficiente gesto dos diferentes sistemas de transportes.

    Portugal encontra-se hoje numa frgil situao econmica e financeira, este um

    facto incontroverso.

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    A actual situao resultou de um descontrolo e desgoverno das finanas pblicas,

    agravado pela conjuntura internacional, que tornou evidente para todos a

    inconsequncia de prticas e investimentos de racionalidade duvidosa.

    Como corolrio desta situao, o Estado Portugus foi obrigado a solicitar ajuda

    externa s instituies internacionais, tendo para o efeito assinado um Memorando

    de Entendimento com a Comisso Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo

    Monetrio Internacional, no qual ficaram estabelecidas um conjunto de reformas que

    o nosso Pas se comprometeu a implementar.

    O cumprimento integral dos compromissos assumidos condio necessria pararecuperar a confiana dos parceiros internacionais e o acesso ao financiamento

    externo, requisitos essenciais para ultrapassar as actuais dificuldades e vir a relanar

    o crescimento econmico de Portugal.

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    3 PRINCPIOS ORIENTADORES3.1 PRIORIDADES DE ACTUAOCom base no diagnstico realizado ao sector, o Governo estabeleceu a

    implementao de um vasto programa de reformas estruturais a concretizar no

    sector das Infra-estruturas e transportes no horizonte 20112015, e que assenta em

    trs vectores de actuao prioritria:

    1) Cumprir os compromissos externos assumidos por Portugal e tornar osector financeiramente equilibrado e comportvel para os contribuintes

    portugueses;

    2) Alavancar a competitividade e o desenvolvimento da economia nacional;3) Assegurar a mobilidade e acessibilidade a pessoas e bens, de forma

    eficiente e adequada s necessidades, promovendo a coeso social.

    3.1.1CUMPRIR OS COMPROMISSOS EXTERNOS ASSUMIDOS PORPORTUGAL E TORNARO SECTOR FINANCEIRAMENTE EQUILIBRADO E COMPORTVEL PARA O PAS

    Uma parte significativa das empresas do Sector Empresarial do Estado (SEE) na rea

    das Infra-estruturas e transportes apresenta um conjunto de graves problemas:

    Dfices de explorao crnicos elevados; Uma dvida acumulada de propores alarmantes, que gera significativos

    encargos com juros, com forte tendncia de agravamento;

    Riscos associados aos encargos futuros com a disponibilidade de infra-estruturas.

    A primeira prioridade de actuao do Governo tornar o sector financeiramente

    equilibrado e comportvel para o Pas, solucionando assim um dos mais srios riscos

    para a sustentabilidade financeira do Estado Portugus, em linha com as condies

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    sob as quais foi concedido a Portugal o auxlio financeiro externo, e que se

    encontram descritas no Memorando de Entendimento assinado pelo Estado Portugus

    e a Comisso Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetrio Internacional.

    3.1.2ALAVANCAR A COMPETITIVIDADE E O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIANACIONAL

    Num perodo em que se encontra em curso um profundo programa de ajustamento

    financeiro e oramental, com custos suportados por toda a sociedade Portuguesa, adisponibilidade de recursos para projectos de investimento necessariamente

    reduzida.

    Por outro lado, no mais possvel continuar uma poltica de investimentos assente

    na desoramentao, atravs do recurso ao endividamento bancrio das empresas do

    Sector Empresarial do Estado, com os resultados demasiado evidentes ao nvel da

    situao financeira a que este tipo de polticas conduziu o Pas.

    Deste modo, dever ser responsavelmente reconhecido que no existem condies,

    no horizonte deste programa, para a concretizao de todos os projectos que,

    porventura, vrios sectores da sociedade gostariam ou ambicionariam ver

    concretizados.

    O melhor contributo do Governo para a mitigao dos efeitos do ajuste financeiro em

    curso no nosso pas a criao de condies para a promoo da competitividade e

    do desenvolvimento da economia nacional, sendo esta a segunda prioridade de

    actuao, no mbito do presente documento.

    O sector das Infra-estruturas e transportes, enquanto um dos pilares da economia,

    tem um papel relevante nesse sentido, preconizando-se assim uma actuao em dois

    planos:

    1) Canalizao dos limitados recursos pblicos e comunitrios disposio doPas, para aqueles investimentos que, comprovadamente, gerem retorno

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    econmico para o Pas e melhorem a competitividade das empresas e

    exportaes nacionais.

    2) Promoo do funcionamento eficiente da economia, centrando a intervenodirecta do Estado nas reas que constituam o seu verdadeiro papel e abrindo

    espao iniciativa privada e potenciando o desenvolvimento do tecido

    empresarial portugus, a criao de novas empresas, a promoo da inovao

    e a criao de emprego.

    3.1.3ASSEGURAR A MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE A PESSOAS E BENS, DE FORMAEFICIENTE E ADEQUADA S NECESSIDADES, PROMOVENDO A COESO SOCIAL

    A terceira prioridade de actuao o dimensionamento dos sistemas de transporte,

    dentro das capacidades financeiras do Pas, de forma a dar uma resposta adequada

    procura e s necessidades de mobilidade e acessibilidade de pessoas e bens,

    privilegiando os modos de transporte que, em cada caso, se revelem mais eficientes

    para o concretizar.

    Em linha com o princpio enunciado, pretende-se promover a coeso territorial,

    descentralizando parte da actual organizao dos sistemas de transportes pblicos

    para as Autarquias, dotando-as dos mecanismos legais que lhes permitam assumir a

    sua organizao, capturando os benefcios da gesto de proximidade e da correcta

    articulao entre as polticas de transportes e as polticas de desenvolvimento do

    territrio.

    Ser ainda dada continuao reformulao dos mecanismos de apoio social,

    concentrando-os nos segmentos da populao com menores rendimentos e que desse

    apoio social mais necessitam, dada a actual conjuntura econmica e financeira que o

    pas atravessa.

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    3.2 O PAPEL DO ESTADOPor forma a dar cumprimento cabal s reformas previstas para o horizonte 2011 2015, importa clarificar o papel do Estado no sector das infra-estruturas e

    transportes, em 4 domnios de actuao: coordenao estratgica, regulao,

    investimento e operao e explorao.

    3.2.1COORDENAO ESTRATGICACompete ao Estado o planeamento e ordenamento global do sistema de transportesatravs de:

    Uma responsvel gesto dos recursos pblicos disponibilizados peloscontribuintes dentro dos limites oramentais disponveis a curto, mdio e

    longo prazo, tomando opes quanto realizao de projectos e servios a

    assegurar;

    Uma correcta articulao entre as polticas de transportes e as polticaseconmicas, de ordenamento do territrio, energticas, ambientais e sociais;

    O planeamento de uma rede de infra-estruturas intermodal, integrada earticulada que sirva as necessidades do pas e garanta a coeso territorial;

    A definio das obrigaes de prestao de servio pblico, nos casos em queo mercado no assegure uma oferta adequada de servios de transporte.

    Compete igualmente ao Estado assegurar, atravs do estabelecimento de polticas deequidade e coeso social, que nenhum segmento da populao se veja privado do

    acesso mobilidade.

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    3.2.2REGULAOO Estado deve assegurar o eficiente funcionamento do sistema de transportes atravs

    de uma regulao adequada para o sector, que:

    Promova o ambiente concorrencial; Assegure que nos mercados tendencialmente monopolistas ou oligopolistas

    no existam benefcios indevidos, por aproveitamento de falhas de mercado.

    Para o efeito, o Estado dever promover a existncia de uma regulao forte e

    independente, dotando-a de instrumentos de actuao mais eficazes, e de um modo

    de financiamento necessrio prossecuo das suas atribuies.

    3.2.3INVESTIMENTOO Estado apenas dever realizar investimentos no sector de infra-estruturas e

    transportes que renam as seguintes condies:

    Existncia de uma efectiva capacidade do Estado para suportar a totalidadedos encargos ao longo da sua vida til, na fase de construo, operao e

    manuteno;

    Enquadrar-se nas prioridades de actuao anteriormente definidas; Apresentar um saldo custo-benefcio positivo; Os mesmos objectivos no possam ser atingidos atravs de investimentos

    alternativos mais eficientes;

    Tendo em conta a escassez e limitao dos recursos pblicos disponibilizadospelos contribuintes a sua realizao no coloque em causa a realizao de

    outros projectos com maior prioridade.

    Paralelamente, o Estado dever criar condies favorveis participao do sector

    privado na promoo dos investimentos, no numa lgica de desoramentao ou

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    protelao das responsabilidades financeiras decorrentes para o futuro, mas antes

    atravs de uma verdadeira transferncia, total ou parcial, do risco para a iniciativa

    privada, sempre que o mercado estiver em condies de dar uma resposta adequada,

    eficiente e vantajosa para o interesse pblico.

    3.2.4OPERAO E EXPLORAOAo Estado importa assegurar a existncia de uma oferta adequada de servios de

    transporte, disponvel s populaes e economia, que dever ser prestada da formamais eficiente possvel e sem desperdcio de recursos para a sociedade.

    Ao contrrio da evoluo verificada em muitos outros sectores, o Estado Portugus

    ainda assegura a responsabilidade de prestar directamente uma parte significativa da

    oferta de servios de transporte, atravs de um conjunto de empresas pertencentes

    ao Sector Empresarial do Estado. Porm, a experincia das ltimas dcadas mostra

    que, na generalidade das situaes, os nveis de eficincia com que o faz encontram-

    se abaixo de outros sectores da sociedade e da economia.

    O Estado dever assim transferir para a iniciativa privada a prestao dos servios de

    transportes em que aquela se revele mais competente para a assegurar, contribuindo

    de igual forma para a sustentabilidade e o eficiente funcionamento da economia,

    potenciando o desenvolvimento do tecido empresarial em Portugal, a criao de

    novas empresas, a promoo da inovao e a criao de emprego.

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    4 INFRA-ESTRUTURAS RODOVIRIAS4.1 ENQUADRAMENTONo sector das infra-estruturas rodovirias, a construo de uma vasta rede de auto-

    estradas numa primeira fase atravs do modelo sem custos para o utilizador

    (SCUT) e, numa segunda fase, atravs do modelo de subconcesso da Estradas de

    Portugal, SA coloca Portugal como um dos pases com maior extenso relativa de

    rede de auto-estradas no Mundo.

    Porm, o financiamento destes projectos motivo de extrema preocupao, dado o

    elevado nvel de endividamento que aquela empresa ter necessidade de incorrer

    para fazer face aos encargos futuros decorrentes destes projectos.

    4.2 O MODELO SCUTSEm 1997, foi criado o modelo das auto-estradas sem custos para os utilizadores

    (SCUT). De acordo com este modelo, os utilizadores das novas auto-estradas no

    teriam que pagar portagens como faziam, at ento, os utilizadores das restantes

    auto-estradas do Pas.

    No modelo SCUT, o Estado, atravs dos impostos cobrados aos contribuintes,

    assumiria os encargos decorrentes da construo, financiamento, manuteno e

    explorao das SCUT, pagando uma portagem virtual s respectivas concessionrias

    por cada veculo que passasse nestas auto-estradas.

    4.3 SUBCONCESSES DA ESTRADAS DE PORTUGAL, SAEntre 2007 e 2010 foram lanadas um conjunto de auto-estradas em regime de

    subconcesso pela empresa Estradas de Portugal.

    O modelo de financiamento destas auto-estradas seria realizado apenas parcialmente

    atravs de portagens, cabendo ao Estado a remunerao das respectivas

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    concessionrias via Estradas de Portugal atravs de pagamentos por

    disponibilidade.

    4.4 FINANCIAMENTO DA ESTRADAS DE PORTUGAL, SAAtravs da Lei n. 55/2007, de 31 de Agosto, foi alterado o modelo de financiamento

    da Estradas de Portugal, SA, sendo criada a Contribuio do Servio Rodovirio

    (CSR) enquanto contrapartida pela utilizao da rede rodoviria nacional.

    De acordo com aquele diploma, a Contribuio do Servio Rodovirio assumiu osseguintes valores:

    Gasleo: 8,6 cntimos por litro; Gasolina: 6,4 cntimos por litro.

    No tendo a Contribuio do Servio Rodovirio um valor relativo, mas antes

    absoluto, no mesmo diploma ficou igualmente prevista a reviso do seu valor

    nominal, de modo a permitir, nomeadamente, a sua actualizao de acordo com ainflao. Porm, at hoje, tal no aconteceu.

    4.5 INTRODUO DE PORTAGENS NAS SCUTSAtravs da Resoluo de Conselho de Ministros n. 75/2010, de 9 de Setembro, foi

    aprovada a adopo do princpio da universalidade na implementao do regime de

    cobrana de taxas de portagem em todas as auto-estradas sem custos para outilizador (SCUT).

    A Resoluo de Conselho de Ministros em apreo estabeleceu ainda a introduo de

    um regime efectivo de cobrana efectiva de taxas de portagens, a partir de 15 de

    Outubro de 2010, em conformidade com o disposto no Decreto-Lei n. 67-A/2010, de

    14 de Junho, nas seguintes auto-estradas, at ento em modelo SCUT:

    SCUT Norte Litoral;

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    17/94

    17

    SCUT Grande Porto; SCUT Costa da Prata.

    Na mesma Resoluo de Conselho de Ministros, ficou ainda estabelecida a introduo

    de um regime efectivo de cobrana de taxas de portagem nas restantes auto-estradas

    SCUT:

    SCUT Interior Norte; SCUT Beiras Litoral e Alta; SCUT Beira Interior; SCUT Algarve.

    Paralelamente foi adoptado um regime discriminatrio, na cobrana de taxas de

    portagem, que se consubstancia na aplicao de um sistema misto de isenes e de

    descontos nas taxas de portagem, para as populaes e empresas das regies

    abrangidas pelas SCUT.

    4.6 (IN)SUSTENTABILIDADE FINANCEIRADe acordo com os dados disponveis mais recentes da Estradas de Portugal, SA,

    mesmo aps a introduo de portagens em todas as SCUT - decidida atravs da

    Resoluo de Conselho de Ministros n. 75/2010, de 9 de Setembro - e mantendo

    inalterada a poltica seguida at aqui de no actualizao da Contribuio do Servio

    Rodovirio, as projeces apontam para um crescimento descontrolado do seu

    volume de endividamento, que atingir os 20.700 milhes de euros, entre 2032 e

    2034.

    Salienta-se que, sem a introduo de portagens nas SCUT esta situao, j de si

    extremamente preocupante, seria ainda mais grave, uma vez que, nesse cenrio, e

    mantendo os mesmos pressupostos, o endividamento da Estradas de Portugal, SA

    atingiria os 28.400 milhes de euros, conforme ilustrado no grfico a seguir

    apresentado.

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    18

    Grfico 1 - Projeco do endividamento da Estradas de Portugal, SA

    Fonte: Estradas de Portugal, SA

    A partir de 2034, o nvel de endividamento comea a reduzir-se, no por se atingir o

    equilbrio financeiro do modelo das SCUT e novas subconcesses, mas antes pelo

    trmino das mais antigas concesses directas do Estado, entre as quais se destacam a

    auto-estrada A1 e a concesso atribuda Lusoponte, passando as respectivas

    receitas de portagem a reverter para a Estradas de Portugal, SA.

    facilmente compreensvel que as consequncias que daqui advm extravasam

    largamente a rede de auto-estradas e colocam em causa a prpria disponibilidade de

    recursos para o cumprimento da primeira e mais importante misso atribuda

    Estradas de Portugal, SA: assegurar a conservao, manuteno e segurana da rede

    0

    5.000.000.000

    10.000.000.000

    15.000.000.000

    20.000.000.000

    25.000.000.000

    30.000.000.000

    2009

    2011

    2013

    2015

    2017

    2019

    2021

    2023

    2025

    2027

    2029

    2031

    2033

    2035

    2037

    2039

    2041

    2043

    2045

    2047

    2049

    2051

    2053

    2055

    2057

    2059

    Endividamento da Estradas de Portugal

    Sem actualizao da CSR

    Modelo original, sem portagens nas SCUTs

    Aps introduo de portagens em todas SCUTS

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    19

    de estradas, em todas as suas vertentes (pavimentos, pontes e viadutos, tneis,

    taludes, drenagens, sistemas de segurana, sistemas de sinalizao, etc).

    As potenciais consequncias do desequilbrio financeiro dos projectos de auto-

    estradas que foram concretizados nos ltimos anos so evidentes, no s para a

    Estradas de Portugal, SA, mas tambm para o Pas, dada a dimenso do

    endividamento que ir gerar e o risco que acarreta de se colocar, mais uma vez, as

    finanas pblicas numa situao de insustentabilidade financeira.

    Face ao exposto, torna-se urgente a introduo de reformas que permitam a

    viabilizao financeira deste sector.

    4.7 REFORMAS A IMPLEMENTARFace s projeces futuras da dvida da Estradas de Portugal, SA e s implicaes que

    as mesmas representam, o Governo estabeleceu a implementao urgente de um

    conjunto de medidas de viabilizao do modelo de financiamento da empresa que a

    seguir se descreve.

    4.7.1PORTAGENSA concluso do processo de introduo de portagens das SCUT , como atrs se

    demonstrou, de fundamental importncia, apresentando um impacto de quase 8 mil

    milhes de euros no pico de endividamento da Estradas de Portugal, SA.

    Deste modo, ser concludo o processo de introduo de portagens nas auto-estradas

    SCUT Interior Norte, Beiras Litoral e Alta, Beira Interior e Algarve, j previsto pelo

    anterior Governo, atravs da Resoluo de Conselho de Ministros n. 75/2010, de 9

    de Setembro.

    A sua implementao esteve at aqui dependente da concluso do difcil processo de

    renegociao dos contratos com as respectivas concessionrias, suspenso durante o

    perodo eleitoral, o que atrasou a sua concluso. A defesa do interesse pblico,

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    20

    reflectido na posio contratual do Estado, o qual envolve montantes muito

    significativos, no se compagina com procedimentos aligeirados e superficiais, que

    apenas favoreceriam os interesses dos contraentes privados na obteno de posies

    mais vantajosas nos contratos renegociados.

    Paralelamente, sero implementadas melhorias no actual modelo de pagamento das

    portagens, por ora confuso e mal comunicado aos utilizadores, o que o torna um

    factor de desincentivo utilizao destas auto-estradas.

    4.7.2REVISO DOS CONTRATOS DE SUBCONCESSES EM CONSTRUOEst a ser estudado o cancelamento, suspenso ou reviso de um conjunto de troos

    includos nas subconcesses em curso, em virtude das actuais condies financeiras.

    Esta medida abrange dois tipos de troos:

    Troos de concepo/construo ou aumento de vias includos, cujostrabalhos ainda no se tenham iniciado ou se encontrem numa fase inicial;

    Troos de requalificao/beneficiao/conservao/operao e manutenopassveis de serem cancelados, assumindo a EP a responsabilidade pela sua

    manuteno, como na generalidade da rede rodoviria nacional.

    Elencam-se de seguida as subconcesses em causa:

    Subconcesso Transmontana; Subconcesso Douro Interior; Subconcesso Litoral Oeste; Subconcesso Baixo Tejo; Subconcesso Pinhal Interior; Subconcesso Algarve;

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    Subconcesso Baixo Alentejo.Estima-se que o cancelamento, suspenso ou reviso dos troos enunciados tenha umimpacto lquido de reduo de mais de mil milhes de Euros, entre CAPEX e OPEX.

    4.7.3CONTRIBUIO DO SERVIO RODOVIRIODesde a sua criao, em 2007, a poltica seguida relativamente Contribuio do

    Servio Rodovirio foi de no realizar a sua actualizao anual, em linha com a

    inflao, o que provocou a reduo do seu valor, em termos reais e perda de receitas

    para a Estradas de Portugal, SA.

    Como forma de contribuir para a viabilizao do modelo de financiamento da

    Estradas de Portugal, SA, est a ser analisada a implementao da actualizao anual

    do valor da Contribuio do Servio Rodovirio, em linha com a inflao, passando a

    ter assim uma variao anual nula, em termos reais.

    4.8 CENRIOS ALTERNATIVOSA implementao das reformas atrs enunciadas resulta numa reduo do volume de

    endividamento da Estradas de Portugal, SA, para os 14.500 milhes de euros,

    conforme se pode constatar no grfico indicado de seguida.

    Embora a implementao destas medidas permita uma reduo substancial, em

    quase 50% do nvel de endividamento mximo da empresa, a verdade que, face dimenso das responsabilidades futuras j assumidas pela Estradas de Portugal, SA,

    estas medidas so ainda insuficientes para conter o endividamento da empresa

    dentro de limites comportveis para a empresa e para o Pas.

    Nesse sentido o Governo est a estudar um conjunto de cenrios e medidas relativas

    viabilidade financeira futura da Estradas de Portugal, SA que mitiguem o problema

    financeiro e que, por essa via, permitam capturar o valor econmico da concesso.

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    22

    Grfico 2 - Projeco do endividamento da Estradas de Portugal, SA

    Fonte: Estradas de Portugal, SA

    0

    5.000.000.000

    10.000.000.000

    15.000.000.000

    20.000.000.000

    25.000.000.000

    30.000.000.000

    2009

    2011

    2013

    2015

    2017

    2019

    2021

    2023

    2025

    2027

    2029

    2031

    2033

    2035

    2037

    2039

    2041

    2043

    2045

    2047

    2049

    2051

    2053

    2055

    2057

    2059

    Endividamento da Estradas de Portugal

    Modelo original, sem portagens nas SCUTs

    Aps introduo de portagens em todas SCUTS

    Aps introduo de portagens em todas SCUTS e reformas adicionais

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    23

    5 TRANSPORTE PBLICO DE PASSAGEIROS5.1 SITUAO ACTUALApresenta-se de seguida um resumo da situao actual econmico-financeira das

    empresas do Sector Empresarial do Estado na rea dos transportes pblicos

    terrestres, obtido a partir dos respectivos Relatrios e Contas de 2010. A anlise

    expurgada de indemnizaes compensatrias permite perceber com rigor o

    verdadeiro desequilbrio operacional das suas actividades, sem recurso a auxlios do

    Estado.

    5.1.1CARRISA Companhia de Carris de Ferro de Lisboa (Carris), a empresa de transporte pblico

    responsvel pelo transporte rodovirio de passageiros na cidade de Lisboa. A empresa

    tem como misso assegurar a mobilidade urbana em Lisboa e promover o uso do

    transporte pblico.

    A Carris apresenta uma posio financeira bastante deficitria, com um passivo

    acumulado de 938 milhes de euros e capitais prprios negativos de 776 milhes de

    euros. No ltimo ano os encargos financeiros com a divida atingiram os 30 milhes de

    euros.

    Grfico 3 Estrutura de Balano da CARRIS. Fonte: R&C 2010

    Activo163M

    Passivo938M

    Capital Prprio-776M

    Decomposio do Balano

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_p%C3%BAblicohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_p%C3%BAblico
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    Esta empresa apresenta actualmente um desequilbrio entre os custos operacionais

    incorridos e as receitas prprias geradas pelo servio de transporte de passageiros.

    A inexistncia de um verdadeiro sistema tarifrio integrado na cidade de Lisboa e na

    Autoridade Metropolitana de Lisboa prejudica a mobilidade na sociedade e a

    consequentemente a receita proveniente do transporte pblico de passageiros.

    Grfico 4 - Principais Custos e Proveitos CARRIS1. Fonte: R&C 2010

    Em 2010 a indemnizao compensatria atribuda pelo Estado Carris totalizou 53,9

    milhes de euros.

    Os custos com pessoal so superiores s receitas de bilheteira, representando 62%dos principais custos operacionais sem amortizaes.

    1No esto includas rbricas contabilsticas da DR como provises, imparidades e ajustes de justo valor

    0

    20.000

    40.000

    60.000

    80.000

    100.000

    120.000

    140.000

    160.000

    180.000

    200.000

    Custos Proveitos

    milharesdeeuros

    Principais Custos e Proveitos

    Valores sem ICs (2010)

    Juros e gastos similares

    obtidos

    Amortizaes

    Outros Gastos e Perdas

    Custo das mercadorias

    vendidas e consumidas

    Fornecimentos e

    Servios Externos

    Gastos com Pessoal

    Juros e rendimentos

    similares obtidos

    Outros Rendimentos e

    Ganhos

    Vendas e Servios

    Prestados

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    25

    Grfico 5 Comparao entre custos mdios por efectivo da empresa e mdia nacional2

    Ao nvel da actividade operacional, a empresa produziu uma oferta de 3.726 milhes

    de lugares.km, aos quais correspondeu uma procura estimada de 795 milhes de

    passageiros.km.

    Grfico 6 Oferta e Procura da CARRIS. Fonte: R&C 2010

    2O custo mdio por efectivo resulta da diviso da rbrica custos com pessoal pelo n mdio de efectivos

    da empresa. Para a estimao do custo mdio por efectivo nacional considerou-se o salrio mdio

    nacional, multiplicado por 14, acrescido dos encargos com taxa social nica e subsdio de refeio.

    0

    10000

    20000

    30000

    40000

    Mdia Nacional CARRIS

    Custos com Pessoal

    Valor mdio por efectivo

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    3.500

    4.000

    Oferta

    Lug.km

    Procura

    Pass.km

    EmM

    ilhes

    Oferta e Procura2010

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    26

    5.1.2METRO DE LISBOAO Metro de Lisboa o sistema de metropolitano da cidade de Lisboa. O Metro de

    Lisboa tem como misso a prestao do servio de transporte pblico de passageiros

    em modo metro, promovendo a mobilidade urbana sustentvel.

    O Metro de Lisboa apresenta um dfice de explorao crnico, que agravado pelo

    elevado nvel de investimento realizado no alargamento da rede nas ltimas dcadas.

    importante referir que o investimento na infra-estrutura vem sendo realizado em

    nome do Estado Portugus com o constante recurso ao endividamento bancrio para

    financiar a parte do investimento no comparticipada pelo Estado Portugus e pelosFundos Comunitrios Europeus, tendo o encargo com juros totalizado os 101 milhes

    de euros em 2010.

    Grfico 7 Estrutura de Balano do Metro de Lisboa3. Fonte: R&C 2010

    O Metro de Lisboa vem sendo continuamente prejudicado pelo sistema de repartio

    de receitas dos actuais passes L, baseado num estudo de repartio de trfego da

    dcada de 80 o que, a juntar inexistncia de um verdadeiro sistema tarifrio

    promotor da intermodalidade e mobilidade na cidade de Lisboa, prejudica aobteno de receita.

    3Em virtude da adopo das novas normas contabilistas internacionais, o Balano no apresenta, de

    forma evidente, a totalidade da dvida contrada pela empresa.

    Activo420M

    Passivo1.372M

    Capital Prprio-952M

    Decomposio do Balano

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Metropolitanohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Metropolitano
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    27

    Grfico 8 - Principais Custos e Proveitos do Metro de Lisboa4. Fonte: R&C 2010

    Os custos com pessoal so superiores s receitas de bilheteiras e representam 66%

    dos principais custos operacionais sem amortizaes.

    Grfico 9 Comparao entre custos mdios por efectivo da empresa e mdia nacional5

    4No esto includas rbricas contabilsticas da DR como provises, imparidades e ajustes de justo valor

    0

    50.000

    100.000

    150.000

    200.000

    250.000

    300.000

    Custos Proveitos

    milharesdeeuros

    Principais Custos e Proveitos

    Valores sem ICs (2010)

    Juros e gastos similares

    obtidos

    Amortizaes

    Outros Gastos e Perdas

    Custo das mercadorias

    vendidas e consumidas

    Fornecimentos e

    Servios Externos

    Gastos com Pessoal

    Juros e rendimentos

    similares obtidos

    Outros Rendimentos e

    Ganhos

    Vendas e Servios

    Prestados

    0

    20000

    40000

    60000

    Mdia Nacional ML

    Custos com Pessoal

    Valor mdio por efectivo

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    28

    Em 2010 a indemnizao compensatria atribuda ao Metro de Lisboa totalizou 28,1

    milhes de euros.

    Ao nvel da actividade operacional, a empresa produziu uma oferta de 4.673 milhes

    de lugares.km, aos quais correspondeu uma procura estimada de 866 milhes de

    passageiros.km.

    Grfico 10 Oferta e Procura da Metro de Lisboa. Fonte: R&C 2010

    5.1.3STCPA Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), a empresa responsvel pela

    gesto da rede de autocarros no concelho do Porto e tambm por vrias linhas deoutros concelhos da rea Metropolitana do Porto. A empresa tem como principal

    misso a prestao de um servio de transporte pblico urbano de passageiros na

    5O custo mdio por efectivo resulta da diviso da rbrica custos com pessoal pelo n mdio de efectivos

    da empresa. Para a estimao do custo mdio por efectivo nacional considerou-se o salrio mdio

    nacional, multiplicado por 14, acrescido dos encargos com taxa social nica e subsdio de refeio.

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    3.500

    4.000

    4.500

    5.000

    Oferta

    Lug.km

    Procura

    Pass.km

    EmM

    ilhes

    Oferta e Procura

    2010

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Autocarrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portohttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_Metropolitana_do_Portohttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_Metropolitana_do_Portohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Portohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Autocarro
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    29

    rea Metropolitana do Porto, em articulao com os demais operadores contribuindo

    para a efectiva promoo da mobilidade, disponibilizando uma alternativa

    competitiva real ao transporte individual privado.

    A SCTP, semelhana de outras empresas do sector pblico de transportes,

    apresenta uma situao de capitais prprios negativos em 276 milhes de euros.

    Grfico 11 Estrutura de Balano da STCP. Fonte: R&C 2010

    Apesar de, na rea Metropolitana do Porto, vigorar desde 2003 o sistema tarifrio

    intermodal ANDANTE que previa a migrao de todos os ttulos de vrios

    operadores, parte dos ttulos monomodais da STCP ainda no integram aquelesistema intermodal.

    Em 2010 a indemnizao compensatria atribuda pelo Estado totalizou os 20,1

    milhes de euros.

    Ao nvel operacional denota-se um desvio entre custos e proveitos gerados pela sua

    actividade.

    Em 2010 a STCP produziu uma oferta de 2.607 milhes de lugares.km, aos quaiscorrespondeu uma procura estimada de 389 milhes de passageiros.km.

    Activo115M

    Passivo390M

    Capital Prprio-276M

    Decomposio do Balano

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    30

    Grfico 12 - Principais Custos e Proveitos da STCP6. Fonte: R&C 2010

    Grfico 13 Oferta e Procura da STCP. Fonte: R&C 2010

    6No esto includas rbricas contabilsticas da DR como provises, imparidades e ajustes de justo valor

    0

    20.000

    40.000

    60.000

    80.000

    100.000

    120.000

    Custos Proveitos

    milharesdeeuros

    Principais Custos e Proveitos

    Valores sem ICs (2010)

    Juros e gastos similares

    obtidos

    Amortizaes

    Outros Gastos e Perdas

    Custo das mercadorias

    vendidas e consumidas

    Fornecimentos e

    Servios Externos

    Gastos com Pessoal

    Outros Rendimentos e

    Ganhos

    Vendas e Servios

    Prestados

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    Oferta

    Lug.km

    Procura

    Pass.km

    EmM

    ilhes

    Oferta e Procura2010

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    31

    5.1.4METRO DO PORTOO Metro do Porto o sistema de transporte pblico da rea Metropolitana do Porto,

    consistindo numa rede ferroviria electrificada subterrnea e de superfcie. A rede

    do Metro do Porto assegura a mobilidade de e para sete concelhos da rea

    metropolitana do Porto.

    O Metro do Porto regista actualmente uma situao de capitais prprios negativos de

    1.158 milhes de euros e encargos com juros, resultantes da divida acumulada, de

    aproximadamente 89 milhes de euros em 2010.

    Grfico 14 Estrutura de Balano da Metro do Porto. Fonte: R&C 2010

    O Metro do Porto apresenta um elevado desvio entre custos e proveitos gerados pelo

    servio de transporte de passageiros. Para alm dos designados custos com a

    operao existem ainda custos corporativos, custos com pessoal, leasing de material

    circulante e manuteno de material circulante, que tornam a actividade operacional

    da empresa desequilibrada.

    Os custos com pessoal, aqui apresentados, dizem respeito Metro do Porto, SA. A

    generalidade do pessoal de explorao dos comboios encontra-se afecto

    subconcessionria Via Porto.

    Activo2.277M

    Passivo3.435M

    Capital Prprio-1.158M

    Decomposio Balano

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Metr%C3%B4http://pt.wikipedia.org/wiki/Transportes_p%C3%BAblicoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_Metropolitana_do_Portohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho-de-ferrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Concelhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_%C3%81rea_Metropolitana_do_Portohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_%C3%81rea_Metropolitana_do_Portohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_%C3%81rea_Metropolitana_do_Portohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_%C3%81rea_Metropolitana_do_Portohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Concelhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho-de-ferrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_Metropolitana_do_Portohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Transportes_p%C3%BAblicoshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Metr%C3%B4
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    32

    Grfico 15 Comparao entre custos mdios por efectivo da empresa e mdia nacional7

    Grfico 16 - Principais Custos e Proveitos da Metro do Porto 8. Fonte: R&C 2010

    7 O custo mdio por efectivo resulta da diviso da rbrica custos com pessoal pelo n mdio de efectivos

    da empresa. Para a estimao do custo mdio por efectivo nacional considerou-se o salrio mdio

    nacional, multiplicado por 14, acrescido dos encargos com taxa social nica e subsdio de refeio.

    8No esto includas rbricas contabilsticas da DR como provises, imparidades, ajustes de justo valor e

    IFRIC-12

    0

    20000

    40000

    60000

    Mdia Nacional MP

    Custos com Pessoal

    Valor mdio por efectivo

    0

    50.000

    100.000

    150.000

    200.000

    250.000

    Custos Proveitos

    milharesdeeuros

    Principais Custos e Proveitos

    Valores sem ICs (2010)

    Juros e gastos similares

    obtidos

    Amortizaes

    Manuteno Material

    Circulante

    Material Circulante

    Pessoal

    Corporativo

    Operao

    Outras vendas e servios

    prestados

    Vendas e Servios

    Prestados

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    33

    Em 2010 a indemnizao compensatria atribuda totalizou 12,6 milhes de euros.

    A Metro do Porto produziu uma oferta de 1.464 milhes de lugares.km em 2010, aosquais correspondeu uma procura estimada de 267 milhes de passageiros.km.

    Grfico 17 Oferta e Procura da Metro do Porto. Fonte: R&C 2010

    5.1.5TRANSTEJO/SOFLUSAO grupo Transtejo constitudo pela Transtejo e pela Soflusa, tendo como misso a

    prestao do servio pblico de transporte fluvial integrado no sistema global da

    rea Metropolitana de Lisboa, assegurando o transporte pblico entre as duas

    margens do Tejo.

    O grupo Transtejo apresenta uma posio financeira desequilibrada com um passivo

    de 190 milhes de euros, e encargos com juros de aproximadamente 4,7 milhes de

    euros.

    0

    200

    400

    600

    800

    1.000

    1.200

    1.400

    1.600

    Oferta

    Lug.km

    Procura

    Pass.km

    EmM

    ilhes

    Oferta e Procura

    2010

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    Grfico 18 Estrutura de Balano do Grupo Transtejo. Fonte: R&C 2010

    As empresas do Grupo Transtejo apresentam um grande desequilbrio entre receitas

    geradas pela prestao do servio de transportes e os custos operacionais incorridos.

    A inexistncia de um verdadeiro sistema tarifrio integrado e promotor da

    mobilidade na AML prejudica o nvel de receita obtida pelos operadores.

    Grfico 19 - Principais Custos e Proveitos do grupo Transtejo9. Fonte: R&C 2010

    9No esto includas rbricas contabilsticas da DR como provises, imparidades e ajustes de justo valor

    Activo83M

    Passivo192M

    Capital Prprio-109M

    Decomposio Balano

    0

    5.000

    10.000

    15.000

    20.000

    25.000

    30.000

    35.000

    40.000

    45.000

    50.000

    Custos Proveitos

    milharesdeeuros

    Principais Custos e Proveitos

    Valores sem ICs (2010)

    Juros e gastos similares

    obtidos

    Amortizaes

    Outros Gastos e Perdas

    Custo das mercadorias

    vendidas e consumidas

    Fornecimentos e

    Servios Externos

    Gastos com Pessoal

    Juros e rendimentos

    similares obtidos

    Outros Rendimentos e

    Ganhos

    Vendas e Servios

    Prestados

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    35

    Em situao anloga a outras empresas pblicas de transportes, os custos com

    pessoal do grupo Transtejo so superiores s receitas de bilheteira, totalizando 42%

    dos principais custos operacionais sem amortizaes.

    Grfico 20 - Principais Custos e Proveitos do grupo Transtejo10. Fonte: R&C 2010

    Em 2010 a indemnizao compensatria atribuda totalizou sensivelmente 11,8

    milhes de euros.

    De acordo com o Relatrio e Contas, o grupo Transtejo produziu uma oferta de

    aproximadamente 544 milhes de lugares.km em 2010, aos quais correspondeu umaprocura, estimada com base em projeces de nmero de utilizaes mensais dos

    passageiros com assinaturas mensais, de 182 milhes de passageiros.km.

    10No esto includas rbricas contabilsticas da DR como provises, imparidades e ajustes de justo

    valor

    0

    10000

    20000

    30000

    Mdia Nacional TT/SFL

    Custos com Pessoal

    Valor mdio por efectivo

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    36

    Grfico 21 Oferta e Procura da Transtejo/Soflusa. Fonte: R&C 2010

    5.1.6CPOs Comboios de Portugal (CP), so a empresa pblica portuguesa de transporteferrovirio. A empresa responsvel por assegurar o transporte ferrovirio a nvel

    urbano, regional, nacional e internacional.

    A sua posio financeira bastante desequilibrada, exibindo um passivo de 3 796

    milhes de euros resultado de sucessivos anos de dfice operacional e de

    investimento. No ltimo ano os encargos juros ascenderam a 161 milhes de euros.

    Grfico 22 Estrutura de Balano da CP. Fonte: R&C 2010

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    Oferta

    Lug.km

    Procura

    Pass.km

    EmM

    ilhes

    Oferta e Procura

    2010

    Activo1.346M

    Passivo3.796M

    Capital Prprio-2.450M

    Decomposio do Balano

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    37

    A CP apresenta um dfice na sua actividade operacional, tendo, em 2010, recebido

    uma indemnizao compensatria de 34.7 milhes de euros.

    Grfico 23 - Principais Custos e Proveitos do Grupo CP11. Fonte: R&C 2010

    Os custos com pessoal na CP representam cerca de 40% das principais rbricas de

    custos operacionais.

    11No esto includas rbricas contabilsticas da DR como provises, imparidades e ajustes de justo

    valor

    0

    100.000

    200.000

    300.000

    400.000

    500.000

    600.000

    Custos Proveitos

    milharesdeeuros

    Principais Custos e Proveitos

    Valores sem ICs (2010)

    Juros e gastos similares

    obtidos

    Amortizaes

    Outros Gastos e Perdas

    Custo das mercadorias

    vendidas e consumidas

    Fornecimentos e

    Servios Externos

    Gastos com Pessoal

    Juros e rendimentos

    similares obtidos

    Outros Rendimentos e

    Ganhos

    Vendas e Servios

    Prestados

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    Grfico 24 - Principais Custos e Proveitos da CP12. Fonte: R&C 2010

    A CP produziu em 2010 uma oferta de 14.103 milhes de lugares.km, aos quais

    correspondeu uma procura estimada de 3.718 milhes de passageiros.km.

    Grfico 25

    Oferta e Procura da CP. Fonte: R&C 2010

    12No esto includas rbricas contabilsticas da DR como provises, imparidades e ajustes de justo

    valor

    0

    5000

    10000

    15000

    20000

    25000

    Mdia Nacional CP

    Custos com Pessoal

    Valor mdio por efectivo

    0

    2.000

    4.000

    6.000

    8.000

    10.000

    12.000

    14.000

    16.000

    Oferta

    Lug.km

    Procura

    Pass.km

    EmM

    ilhes

    Oferta e Procura

    2010

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    5.1.7REFERA Rede Ferroviria Nacional, ou REFER, a empresa responsvel pelo investimento e

    pela gesto da infra-estrutura integrante da rede ferroviria nacional.

    Grfico 26 Estrutura de Balano da REFER13. Fonte: R&C 2010

    A empresa demonstra um desequilbrio bastante elevado entre custo e receitas,

    sendo as taxas de utilizao da infra-estrutura ferroviria cobradas aos operadores

    ferrovirios manifestamente insuficientes para fazer face aos custos de manuteno

    e conservao da mesma.

    Esta situao, conjuntamente com os elevados investimentos, realizados com recurso

    a crdito bancrio, conduziram ao seu actual elevado endividamento. Em 2010 os

    encargos com juros eram de 190 milhes de euros.

    13Em virtude da adopo das novas normas contabilistas internacionais, o Balano no apresenta, de

    forma evidente, a totalidade da dvida contrada pela empresa.

    Activo1.266M

    Passivo2.712M

    Capital Prprio-1.446M

    Decomposio do Balano

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    Grfico 27 - Principais Custos e Proveitos da REFER14. Fonte: R&C 2010

    As receitas recolhidas pelas taxas de utilizao da infra-estrutura ferroviria so

    insuficientes para cobrir os custos incorridos com pessoal.

    Grfico 28 - Principais Custos e Proveitos da REFER15. Fonte: R&C 2010

    14No esto includas rbricas contabilsticas da DR como provises, imparidades e ajustes de justo

    valor

    0

    50.000

    100.000

    150.000

    200.000

    250.000

    300.000

    350.000

    400.000

    450.000

    Custos Proveitos

    milharesdeeuros

    Principais Custos e Proveitos

    Valores sem ICs (2010)

    Juros e gastos similares

    obtidos

    Amortizaes

    Outros Gastos e Perdas

    Custo das mercadorias

    vendidas e consumidas

    Fornecimentos e

    Servios Externos

    Gastos com Pessoal

    Juros e rendimentos

    similares obtidos

    Outros Rendimentos e

    Ganhos

    Vendas e Servios

    Prestados

    0

    10000

    20000

    30000

    Mdia Nacional REFER

    Custos com Pessoal

    Valor mdio por efectivo

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    Em 2010 a indemnizao compensatria atribuda totalizou sensivelmente 43,4

    milhes de euros.

    5.2 SNTESE DA SITUAO ACTUALAo longo dos ltimos 10 anos, os nveis de endividamento das empresas do Sector

    Empresarial do Estado na rea dos transportes pblicos terrestres triplicaram,

    atingindo em 2010 um montante de 16.700 milhes de euros16.

    Grfico 29 - Endividamento do SEE dos transportes pblicos terrestres. Fonte: R&C

    15 No esto includas rbricas contabilsticas da DR como provises, imparidades e ajustes de justo

    valor

    16Para a contabilizao do nvel de endividamento est includa a dvida bancria remunerada e as

    responsabilidades financeiras decorrentes de instrumentos derivados financeiros.

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    Se no forem introduzidas fortes reformas estruturais neste sector, as projeces

    com base na tendncia dos ltimos dez anos indicam que no final do horizonte deste

    programa (2015) atingiremos um endividamento superior a 23.0000 milhes de euros.

    Face ao descontrolo financeiro que o sector atingiu, agravado pela conjuntura

    financeira de Portugal, no possvel continuar a obter financiamento adicional para

    o Sector Empresarial do Estado dos transportes pblicos terrestres atravs dos

    mercados financeiros, prevendo-se que esta situao se mantenha, pelo menos,

    enquanto durar o programa de auxlio financeiro externo a Portugal.

    Tal corroborado nas operaes de refinanciamento e emisso de nova dvida que asempresas de Transportes do SEE tiveram de realizar ao longo de 2011, nas quais o

    Tesouro Portugus foi obrigado a intervir.

    Face a esta situao, o objectivo prioritrio e urgente do Governo a implementao

    de um conjunto de reformas que visam a interrupo do trajecto de aumento do

    endividamento e o equilbrio da actividade operacional, at Dezembro de 2012.

    5.3 ESTANCAMENTO DO ENDIVIDAMENTOO aumento do endividamento dos ltimos anos resulta de trs factores:

    Dfices operacionais crnicos; Dfices de financiamento das actividades de investimento;

    Encargos com juros (com forte tendncia de crescimento) resultantes dovolume de dvida assumida pelo SEE Transportes.

    Ser assim realizada uma actuao conjugada em 3 planos.

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    5.3.1ACTIVIDADE OPERACIONALO dfice operacional do Sector Empresarial do Estado dos transportes pblicos

    terrestres motivado por custos de operao e explorao elevados, associados a

    polticas tarifrias restritivas, que no reflectem nos tarifrios os custos incorridos na

    prestao de servio pblico, gerando uma situao de dfice tarifrio no sector dos

    transportes.

    Para a correco do dfice operacional ser implementado um Programa de

    Equilbrio Operacional cujos detalhes so apresentados neste documento.

    5.3.2ACTIVIDADE DE INVESTIMENTOO investimento necessrio construo de infra-estruturas de transporte, enquanto

    bens e activos do domnio pblico, uma responsabilidade do Estado, como consta

    da prpria Lei de Bases do Sistema de Transportes Terrestres.

    No obstante, nas ltimas dcadas, as empresas do Sector Empresarial do Estado dostransportes pblicos terrestres tm assumido o nus de suportar nos seus balanos

    atravs de emisso de dvida os encargos decorrentes daquele investimento, por

    conta do Estado.

    Assim, aproveitando a aparente ausncia de encargos para o Oramento de Estado e

    as facilidades oferecidas pelo sistema financeiro ao contnuo aumento de

    endividamento do Sector Empresarial do Estado, as polticas e decises de

    investimentos conduzidas nos ltimos anos, no tiveram em devida conta o princpiobasilar da limitao dos recursos pblicos disponibilizados pelos contribuintes, tendo

    sido realizados um largo conjunto de investimentos sem a devida cabimentao do

    Oramento de Estado.

    Tendo em conta o objectivo de estancar o aumento de endividamento, estabelecem-

    se as seguintes regras, a cumprir por todas as empresas do Sector Empresarial do

    Estado dos transportes pblicos terrestres, nas actividades de investimento:

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    5.3.2.1 INVESTIMENTOS EM CURSOIntroduo de todas as medidas possveis de reduo do mbito e encargosresultantes dos investimentos em curso, concluindo aqueles que se encontram em

    fase adiantada de construo e ponderando os custos de anulao daqueles que se

    encontrem numa fase inicial de construo.

    5.3.2.2 NOVOS INVESTIMENTOS COM RECURSO FINANCIAMENTO BANCRIOAnulao de todas as novas actividades de investimento, cujo financiamento esteja a

    cargo do Sector Empresarial do Estado dos transportes pblicos terrestres atravs do

    recurso ao endividamento bancrio, incluindo construo, renovao, estudos e

    projectos e demais actividades de investimento.

    5.3.2.3 NOVOS INVESTIMENTOS COM RECURSO A FINANCIAMENTO PIDDAC E/OU AFUNDOS COMUNITRIOS

    Qualquer projecto de investimento a iniciar-se incluindo construo, renovao,

    estudos e projectos e demais actividades de investimento dever ter devida

    cabimentao em PIDDAC, devendo, para o efeito, ser submetido aprovao da

    tutela.

    Neste mbito, apenas sero aprovados novos investimentos que renam as seguintes

    condies:

    1) Estarem cabimentados no Oramento de Estado para a sua concretizao,numa ptica plurianual;

    2) Inserirem-se numa das seguintes situaes:a. Destinar-se a assegurar a imperiosa necessidade de segurana de

    pessoas e bens;

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    b. Contribuir para aumentar a competitividade da economia e dasexportaes nacionais, enquadrando-se nas prioridades de actuao

    deste documento;

    c. Apresentar um retorno financeiro positivo para a empresa ou para opas;

    d. Constituir aces de renovao, essenciais manuteno da actividadeda empresa.

    3) Verificar-se que os mesmos objectivos no possam ser atingidos atravs deinvestimentos em projectos alternativos mais eficientes;

    4) A sua concretizao no coloque em causa a realizao de outrosinvestimentos com maior prioridade para o Pas.

    O incio de qualquer projecto de investimento apenas poder realizar-se aps a sua

    aprovao formal, por escrito, pela tutela.

    Respeitando as condies enunciadas para a aprovao de novos investimentos, o

    financiamento das actividades de investimento dever passar a ser correctamente

    assumida pelo Oramento de Estado, cessando as prticas de desoramentao do

    investimento pblico.

    5.3.3ACTIVIDADE DE FINANCIAMENTOConsiderando que:

    No existe capacidade das empresas em libertar recursos das actividadesoperacionais para a cobertura dos encargos financeiros decorrentes da dvida

    histrica,

    A dvida histrica das empresas do SEE transportes pblicos terrestres resulta,em parte, da concretizao de projectos de investimento da responsabilidade

    do Estado;

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    O Governo est a estudar um conjunto de solues para melhorar a gesto do stock

    de dvida actualmente a cargo do Sector Empresarial do Estado de transportes

    pblicos terrestres e dos encargos financeiras decorrentes.

    5.4 PROGRAMA DE EQUILBRIO OPERACIONALO equilbrio operacional do Sector Empresarial do Estado de transportes pblicos

    terrestres ser atingindo pela introduo de reformas estruturais em duas fases:

    1) Numa primeira fase ser implementada uma reestruturao das empresasdo Sector Empresarial do Estado na rea dos transportes pblicos

    terrestres;

    2) Na segunda fase do programa ser alterado o papel do Estado, abrindo iniciativa privada as actividade de operao e explorao dos servios de

    transporte pblico de passageiros.

    5.5 PRIMEIRA FASE: REESTRUTURAO DO SEEA reestruturao das empresas do Sector Empresarial do Estado dos transportes

    pblicos terrestres tem por objectivo atingir um EBITDA17 equilibrado no final de

    2012.

    Para a sua concretizao, sero realizadas intervenes a vrios nveis:

    Reorganizao do SEE: fuso das empresas prestadoras de transportes narea Metropolitana de Lisboa e Porto;

    Custos com Pessoal: Adequao do quadro e custos de pessoal snecessidades de uma empresa eficiente;

    17Resultados antes de juros, impostos, depreciaes e amortizaes

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    Oferta: descontinuao de servios para os quais existam alternativas detransporte disponveis s populaes, prestados de uma forma mais eficiente;

    Receitas extra-explorao: impulsionamento da gerao de receitas fora daactividade central de cada empresa e alienao de activos no necessrios;

    Tarifrio: adequao dos tarifrios ao custo efectivo do servio prestado eaos valores mdios equiparveis europeus, ajustados pela paridade de poder

    de compra.

    5.5.1REORGANIZAO DO SECTOREMPRESARIAL DO ESTADOVerifica-se um conjunto de ineficincias no modelo de organizao do Sector

    Empresarial do Estado dos transportes pblicos terrestres nas reas Metropolitanas

    de Lisboa e Porto, traduzidas em:

    Proliferao de empresas e organismos pblicos envolvidos, com redundnciae multiplicao de rgos de servios centrais com atribuies comuns;

    Falta de coordenao e desperdcio de sinergias entre operadores; Redundncia e concorrncia de oferta; Desintegrao tarifria entre operadores (em especial na rea Metropolitana

    de Lisboa).

    Como forma de corrigir as ineficincias identificadas, o Governo ir tomar as medidasnecessrias reestruturao do modelo de organizao empresarial do sector,

    concretizando a fuso de empresas, com objectivo de maximizar as sinergias

    decorrentes da gesto articulada da produo do servio e da oferta.

    Assim, na rea Metropolitana de Lisboa ser efectuada a fuso da operao do Metro

    de Lisboa com a Carris, criando uma nica Empresa de Transportes de Lisboa, bem

    como a fuso da Transtejo com a Soflusa.

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    Grfico 30 - Fuses de empresas do SEE na AML

    De igual modo, na rea Metropolitana do Porto ser proposta a fuso da operao do

    Metro do Porto com a STCP, criando uma nica Empresa de Transportes do Porto.

    Grfico 31 - Fuses de empresas do SEE na AMP

    A fuso das operaes das empresas de transporte pblico de Lisboa e Portopressupe a total integrao tarifria o que, no caso da rea Metropolitana do Porto,

    implica a migrao dos ttulos monomodais da STCP para o sistema ANDANTE e, no

    caso da rea Metropolitana de Lisboa, a criao de um novo sistema tarifrio

    integrado.

    Ser ainda criada uma marca comum para os Transportes de Lisboa e Transportes

    do Porto, a qual ser progressivamente implementada ao longo de 2012.

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    5.5.2CUSTOS DE FUNCIONAMENTO5.5.2.1 RACIONALIZAO DECUSTOSAs empresas do SEE Transportes iro tomar as medidas necessrias ao cumprimento

    do programa de reduo em 15%, face a 2009, de FSE e Outros Custos Operacionais,

    incorporando adicionalmente as sinergias, ao nvel do funcionamento, das fuses

    anteriormente enunciadas.

    As medidas de gesto adicionais a implementar, com vista reduo e racionalizao

    dos custos de funcionamento, devero incidir, nomeadamente, sobre a reduo decustos com:

    Frota automvel; Custos energticos; Material e software informtico;

    Telecomunicaes;

    Contratos e prestaes de servios.

    5.5.2.2 RACIONALIZAO DOS ACTIVOS AFECTOS EXPLORAOAs administraes das empresas devero desenvolver medidas com vista

    racionalizao e adequao da rede de instalaes fsicas como escritrios, oficinas e

    locais de laborao, incorporando as sinergias decorrentes da fuso entre as

    empresas.

    5.5.2.3 PROGRAMA DE INVESTIMENTOS SUSTENTVEIS NA REDE FERROVIRIA NACIONALParalelamente s medidas de racionalizao de custos ser implementado um

    programa de investimentos na rede ferroviria nacional em sistemas de sinalizao

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    electrnica e telecomunicaes, com retorno financeiro positivo para a empresa,

    resultante da reduo de custos de operao.

    5.5.3 CUSTOS DE PESSOALSero tomadas quatro medidas que constituem uma ruptura com as prticas

    dominantes no Sector Empresarial do Estado de transportes pblicos terrestres e que

    conduziro a uma acentuada reduo dos Custos com Pessoal:

    5.5.3.1 CONSELHOS DEADMINISTRAOOs Conselhos de Administrao das empresas do Sector Empresarial do Estado sero

    reduzidos para 3 elementos, sendo apenas admissveis excepes a esta regra em

    empresas e organismos cuja especial complexidade de actuao recomende a

    manuteno de 5 elementos nos respectivos Conselhos de Administrao.

    5.5.3.2 ESTRUTURA ORGNICA E QUADROS DE CHEFIASSero revistas as estruturas orgnicas das empresas objecto de fuso, integrando os

    rgos e servios comuns e reestruturando o quadro de chefias.

    5.5.3.3ACORDOS DEEMPRESAOs acordos de empresas em vigor na generalidade das empresas do Sector

    Empresarial do Estado de transportes pblicos terrestres no evoluram ao ritmo da

    sociedade Portuguesa e ainda incorporam um conjunto de normas que conduzem a:

    Fortes constrangimentos e ineficincias na gesto do tempo de trabalho; Um conjunto de direitos adquiridos desfasados da conjuntura actual;

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    Desperdcio de recursos e sobrecustos para a actividade das empresas.Face difcil situao financeira das empresas do Sector Empresarial do Estado detransportes pblicos terrestres, sero activados os mecanismos previstos na

    legislao, em dilogo e articulao com as organizaes representativas dos

    trabalhadores, com vista celebrao de novos acordos de empresa, adequados

    situao financeira das empresas e do Pas e em linha com as prticas e direitos

    vigentes para a generalidade dos trabalhadores portugueses.

    5.5.3.4 REDUO DE QUADROS DE EFECTIVOS comummente reconhecido que os actuais quadros de pessoal das empresas do

    Sector Empresarial do Estado na rea dos transportes pblicos terrestres se

    encontram sobredimensionados face ao que seria expectvel por parte de empresas

    com nveis adequados de eficincia.

    Por outro lado, as sinergias decorrentes da fuso de empresas de transportes na rea

    Metropolitana de Lisboa e do Porto e os ganhos na organizao do tempo de trabalho,decorrentes da libertao dos actuais Acordos de Empresa, acrescendo a estes factos

    a adequao do nvel servio pblico prestado, resultam em menores necessidades de

    recursos humanos para responder misso que atribuda a estas empresas.

    Nesse sentido sero implementados planos que conduzam reduo dos quadros de

    efectivos, de modo a tornar as empresas eficientes ao nvel operacional.

    Os planos de reduo dos quadros de efectivos sero efectuados, em dilogo e

    articulao com as organizaes representativas dos trabalhadores, implementando

    todos os mecanismos previstos na legislao laboral relativos cessao de contrato

    de trabalho, aplicveis generalidade da sociedade, que se revelarem necessrios

    para assegurar a sustentabilidade do sector.

    Apenas a existncia de empresas viveis permitir preservar os muitos postos de

    trabalho que, em consequncia da continuao ou agravamento dos actuais

    desequilbrios financeiros do sector, seriam inevitavelmente destrudos.

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    5.5.4OFERTAOs sistemas de transporte eficientes devem adoptar uma viso sistmica e

    intermodal, em detrimento de uma lgica modal, evitando competio entre modos,

    geradora de desperdcios de recursos pblicos.

    Em resultado da fuso das empresas de transportes de Lisboa e Porto, e na sequncia

    do Memorando de Entendimento relativo ao programa de auxlio financeiro externo,

    ser racionalizada a oferta de transportes em Lisboa e no Porto, e no resto do pas,

    nos casos em que se verifique existir a possibilidade de assegurar a satisfao das

    necessidades de mobilidade das populaes de forma adequada atravs de modos detransporte mais eficientes e financeiramente sustentveis para o errio pblico.

    Deste modo, sero introduzidos um conjunto de reformas na oferta, de modo a

    aumentar a sustentabilidade financeira das empresas e do transporte pblico de

    passageiros, assegurando no entanto a satisfao das necessidades de mobilidade das

    populaes.

    5.5.4.1METRO DELISBOA ECARRISAs redes do Metro de Lisboa, Carris e outros operadores de transporte pblico

    devero ser complementares entre si e no concorrentes.

    Porm, verifica-se que a rede da CARRIS mantm uma parte significativa da sua

    estrutura praticamente inalterados desde h dcadas, apesar de terem decorrido

    importantes evolues demogrficas e de o Metro de Lisboa se ter expandido paranovas reas da cidade.

    Est j em curso um Grupo de Trabalho para a reformulao da rede de Transportes

    de Lisboa, em articulao com a Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa,

    que cumpra os seguintes objectivos:

    Complementaridade entre Metro de Lisboa, CARRIS e outros operadores;

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    Dimensionamento da rede em funo dos actuais e futuros fluxosorigem/destino;

    Aumento de velocidade comercial da CARRIS; No concorrncia entre operadores nas ligaes suburbanas; Adopo das melhores prticas internacionais, adequando a oferta, nos

    segmentos e perodos de baixa procura, ao modo de transporte mais eficiente

    para dar uma resposta adequada s necessidades de mobilidade das

    populaes.

    As estimativas iniciais apontam para uma reduo dos 41,4 milhes de veculos.km

    realizados em 2010 pela CARRIS para cerca de 35,1 milhes de veculos.km.

    5.5.4.2 TRANSTEJO/SOFLUSAO transporte pblico de passageiros, entre a margem Sul e a margem Norte do Tejo,

    assenta em 3 modos de transporte muitas vezes concorrentes entre si:

    Modo Fluvial; Modo Ferrovirio; Modo Rodovirio.

    Na Transtejo/Soflusa, as carreiras da Trafaria/Porto Brando, Seixal e Montijo

    apresentam nveis de procura muito abaixo dos verificados nas carreiras do Barreiro e

    Cacilhas.

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    Grfico 32 - Procura nas carreiras da Transtejo/Soflusa no ano 2010. Fonte: Transtejo

    Em conjunto com a Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa est j a ser

    revista a oferta global de transportes pblicos entre as duas margens do rio Tejo,

    nomeadamente no que diz respeito s ligaes fluviais com reduzida procura, e a sua

    articulao com outros modos de transporte, em especial o ferrovirio.

    5.5.4.3METRO DO PORTO ESTCPAs redes do Metro do Porto, STCP e outros operadores de transportes pblicos

    devero ser complementares e no concorrentes.

    Apesar da reformulao de oferta realizada em 2007, a rede da STCP mantm uma

    parte da sua oferta concorrente com outros operadores e ao Metro do Porto.

    Est j em curso um Grupo de Trabalho para a reformulao da rede de Transportesdo Porto, em articulao com a Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto,

    que cumpra os seguintes objectivos:

    Complementaridade entre Metro do Porto, STCP e outros operadores; Dimensionamento da rede em funo dos actuais e futuros fluxos

    Origem/Destino;

    0

    4.000.000

    8.000.000

    12.000.000

    Barreiro Cacilhas Seixal Montijo Trafaria/

    P.Brando

    Transtejo / SoflusaN de validaes por ano

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    Reestruturao do modelo de explorao do Metro do Porto, adequando aoferta ao nvel de procura existente e potencial;

    Aumento de velocidade comercial da STCP; No concorrncia entre operadores nas ligaes suburbanas; Adopo das melhores prticas internacionais, adequando a oferta, nos

    segmentos e perodos de baixa procura, ao modo de transporte mais eficiente

    para dar uma resposta adequada s necessidades de mobilidade das

    populaes.

    As estimativas iniciais apontam para uma reduo dos 28,8 milhes de veculos.km

    realizados em 2010 pela STCP para cerca de 25,7 milhes de veculos.km.

    5.5.4.4 SISTEMA FERROVIRIO (CPEREFER)O modo ferrovirio pesado apresenta uma estrutura de custos fixos pesada (como o

    prprio nome indica) e com muito pouco grau de flexibilidade.

    Um dos principais motivos que esto na base do desequilbrio financeiro do sistema

    ferrovirio em Portugal reside na muito baixa taxa de cobertura dos custos pelas

    receitas de operao, de uma parte da rede ferroviria de ndole regional, que

    apresenta nveis de procura extremamente baixos para suportar a existncia de uma

    oferta ferroviria.

    Como consta da Lei de Bases do Sistema de Transportes Terrestres, a vocao domodo ferrovirio pesado de passageiros reside nos seguintes segmentos:

    Transporte de grandes volumes de passageiros; Transporte a mdias/longas distncias, entre centros urbanos com massa

    crtica suficiente.

    Numa anlise conduzida pelo anterior Governo (apresentada no grfico seguinte)

    confirmou-se, com dados concretos, as indicaes da Lei de Bases do Sistema de

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    Transportes Terrestres, sendo no entanto surpreendentes as concluses obtidas, pela

    sua magnitude: o custo incorrido pelo sistema ferrovirio no transporte de cada

    passageiro.km aumenta de forma exponencial nas linhas de menor procura, chegando

    a ser 5.000% superior ao custo incorrido nas linhas que constituem a verdadeira

    vocao do caminho-de-ferro.

    Grfico 33 - Custos mdio por passageiro.km nas linhas da rede ferroviria nacional.

    (Fonte: CP e REFER)

    Por outro lado, nas linhas do Tua, Corgo, Tmega e Figueira da Foz, cuja circulao

    ferroviria se encontra suspensa desde 2009 sendo actualmente o transportepblico de passageiros assegurado, em moldes semelhantes, atravs de servios

    alternativos em autocarro, suportados pela CP possvel comparar directamente os

    nveis de eficincia do modo ferrovirio (CP + REFER) com o modo rodovirio

    (autocarros).

    Os dados confirmam, mais uma vez, que o modo ferrovirio muito pouco eficiente

    nos eixos de baixa procura e que possvel assegurar uma adequada satisfao das

    necessidades de mobilidade das populaes, com custos substancialmente mais

    y = 92,981x-0,562

    R = 0,8906

    0,00

    0,50

    1,00

    1,50

    2,00

    2,50

    0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000

    CustoporPassageiroxKm

    Passageiros x Km

    Custos por Passageiro x KmCP + REFER (Ano 2008)

    Regional do Tmega

    Regional do TuaRegional da Figueira da Foz

    Regional do CorgoRegional do Leste/Cceres

    Regional do Alentejo

    Regional do Vouga

    Regional do Oeste

    Reg. do Sul, Reg. Beira Baixa, Reg. Beira Alta

    Regional do Algarve

    Sub-Urb Sintra

    Alfa PendularSub-Urb Cascais

    Eixo Norte - SulIC Lisboa-PortoSub-Urb Azambuja

    Sub-Urb Aveiro

    5.000%

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    baixos para a sociedade, atravs de modos de transporte pblico muito mais

    vocacionados para estas situaes.

    Grfico 34 - Custos anuais do modo ferrovirio e rodovirio. Fonte: CP e REFER

    Mesmo do ponto de vista ambiental, o transporte ferrovirio apresenta desvantagens

    nas linhas de baixa procura, uma vez que os consumos de uma automotora diesel

    convencional (de cerca de 115