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Este texto destina-se única e exclusivamente para revisão, sendo vedada sua utilização sem autorização prévia da Secretaria de Estado da Educação.
Plano Estadual de Educação em Estabelecimentos Penais do Estado do Mato Grosso do Sul
Produção coletiva do II Encontro Estadual de Educação nas unidades prisionais do Estado do Mato Gosso do Sul, realizado no período de 05 a 12.03.2010, sob coordenação do prof. Dr. Roberto da Silva.
Campo Grande, Março de 2010
Sumário Exposição de Motivos.......................................................................................................3
Antecedentes históricos.................................................................................................6Caracterização do sistema penitenciário do Estado.......................................................8Infra estrutura..............................................................................................................10
Aparelhamento e Reaparelhamento.........................................................................11Recursos Humanos......................................................................................................11
Agentes técnicos e pessoal administrativo..............................................................12Educação de Jovens e Adultos nos Estabelecimentos Penais.....................................13
Níveis e Modalidades de Ensino.....................................................................................14Educação Técnica e Profissional.................................................................................15Formação pedagógica dos monitores presos...............................................................17Educação Infantil.........................................................................................................18Ensino Superior...........................................................................................................19Diversidade..................................................................................................................20Educação Indígena.......................................................................................................20
Financiamento e Gestão..................................................................................................20Escola Estadual Regina Betini.....................................................................................28
Patronatos........................................................................................................................30Conselhos da Comunidade..............................................................................................31Formação de professores e Valorização do Magistério...................................................33Interdisciplinaridade........................................................................................................36
Saúde...........................................................................................................................37Psicologia....................................................................................................................37Serviço Social..............................................................................................................37Ciências Jurídica..........................................................................................................37Agente Penitenciário...................................................................................................38Trabalho.......................................................................................................................38
Monitoramento e Avaliação do Plano Estadual..............................................................39Consensos e sugestões para as Diretrizes Nacionais.......................................................39
Infraestrutura...............................................................................................................39Gestão Escolar.............................................................................................................39Proposta Político Pedagógica......................................................................................40Produção de Conhecimentos.......................................................................................40Financiamento.............................................................................................................40Monitor preso..............................................................................................................40Remição.......................................................................................................................41Diversidade..................................................................................................................41Logística......................................................................................................................42Níveis e Modalidades..................................................................................................42
Marcos Normativos.........................................................................................................42REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................43
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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Exposição de MotivosDefinir o marco a partir do qual se inicia a discussão sobre educação de adultos
presos requer alguns esforços por parte dos estudiosos e pesquisadores do sistema
penitenciário brasileiro. Adotando-se como marco a Constituição Federal de 1988, que
não provocou alterações substantivas na Lei de Execução Penal, de 1984, há registros
de entrada no Congresso Nacional de proposta de Projeto de Lei de autoria do Deputado
José Abrão (PSDB/SP), propondo a remição da pena pelos estudos em 1993.
Independente do mérito desta proposta, nos anos subseqüentes, o mesmo
Congresso Nacional recebeu 26 propostas de emendas a esta, instalando-se, vamos dizer
assim, o tema como pauta permanente de debates tanto na Câmara dos Deputados
quanto do Senado, tendo a sua culminância em 2007, com a apresentação de uma
proposta substitutiva por parte do governo federal, parte integrante do PRONASCI –
Programa Nacional de Segurança com Cidadania, lançado oficialmente em 20 de agosto
de 2007 como resposta governamental aos eventos no sistema penitenciário que
assustaram a sociedade brasileira no período imediatamente anterior.
O interesse da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura e da OEI – Organização dos Estados Ibero Americanos, por meio do
Programa EUROSocial, subsidiado pela Comunidade Econômica Européia para
estreitamento das relações com a América Latina motivou o ingresso da SECAD -
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade no debate, criada em
Julho de 2004, desencadeando um processo de diálogo e de consultas recíprocas entre
esta, o DEPEN – Departamento Penitenciário do Ministério da Justiça, o Conselho
Nacional de Política Criminal e Penitenciária e, finalmente, o Conselho Nacional de
Educação com vistas à regulamentação da Educação em Estabelecimentos Penais como
nova modalidade de Educação.
Os desafios encontrados pelos órgãos ministeriais brasileiros para o
enfrentamento dessa situação desdobravam-se, em síntese, em dois níveis: a extensão
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dos serviços regulares, incluindo-se a população prisional nas políticas oficiais do
Estado brasileiro para a educação de jovens e adultos (a modalidade adequada para o
público em questão); e a definição de parâmetros que ajudassem a pautar uma oferta de
mais qualidade, em consonância com as necessidades e aspirações do público em
questão. (UNESCO, 2006).
Desde setembro de 2005, quando foi firmado um Protocolo de Intenções entre os
Ministérios da Educação e da Justiça, com o objetivo de conjugar esforços para a
implementação de uma política nacional de educação para jovens e adultos em privação
de liberdade, foram desenvolvidas várias atividades no sentido de estruturar tal política,
destacando-se entre elas:
Uma primeira Oficina de Trabalho realizada em Brasília, no mês de
outubro de 2005, com equipes da administração penitenciária e da educação de jovens e
adultos dos estados pudessem refletir sobre a sua própria condição e iniciar o desenho
de proposições para a melhoria do atendimento.
O I Seminário de Articulação Nacional e Construção de Diretrizes para a
Educação no Sistema Penitenciário, no Rio de Janeiro, no final de 2005.
Resolução nº 23/2005, do Programa Brasil Alfabetizado que incluíram a
população prisional dentre o público de atendimento diferenciado das ações de
alfabetização;
Assinatura de Protocolo de Intenções entre os ministérios da Educação e
da Justiça, em 27.09.2005 para fazer frente à especificidade das demandas de educação
nas prisões;
No ano de 2006 seminários regionais Goiás, Rio Grande do Sul, Paraíba
e Ceará, nos quais se registrou ainda a participação das equipes de: Tocantins, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do
Norte, Piauí e Maranhão.
I Seminário Nacional pela Educação nas Prisões, realizado em Brasília
entre os dias 12 e 14 de julho de 2006;
Resolução nº 22/2006 do Programa Brasil Alfabetizado, orientando o
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a aplicação dos
recursos federais destinados à alfabetização em geral;
Inclusão dos estabelecimentos penitenciários no Exame Nacional do
Ensino Médio (o Enem), com parcipação de estabelecimentos penais de oito estados,
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totalizando 141 unidades prisionais e possibilidades dos aprovados terem acesso ao
Ensino Superior por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni), a partir de
2006;
2º Seminário Nacional pela Educação nas prisões, realizado em
Brasília/DF, nos dias 30, 31.10 e 01.11.2008.
Encontro Regional da América Latina de Educação em Prisões, nos dias
27 e 28/03/2008, em Brasília/DF, quando os presidentes de 11 países da America latina
assinaram o compromisso para criação da REDLece – Rede latino Americana de
Educação em Regimes Privação da Liberdade.
a inclusão da remição da pena pelos estudos como uma das metas do
Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, em 2004;
a inclusão da educação nas prisões no Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE) e das matriculas nos estabelecimentos penais no Censo Escolar.
Diretrizes
Essa abertura de espaços para o diálogo e a construção coletiva de referenciais
para o setor, aliás, podem ser tidas como a grande virtude do projeto. De certa forma,
ele ajudou a criar o que a teoria política contemporânea designa como ampla esfera
pública nãoestatal,
em que governos, sociedade e seus diversos sujeitos constitutivos estabelecem
novos pactos referentes à determinada questão, ao mesmo tempo em que redescobrem
outras possibilidades para a sua atuação transformadora. Isso ficará bem claro nos
próximos tópicos. (UNESCO, 2006).
Em 2004, o Estado de Mato Grosso do Sul, assumindo prerrogativa que lhe
concede o Artigo 10 da LDB, de “elaborar e executar políticas e planos educacionais,
em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação” aprovou o seu Plano
Estadual de Educação, ainda sem nenhuma referência à Educação em Regimes de
Privação da Liberdade.
Falta completar com o histórico do Plano Diretor
Antecedentes históricos
Por meio da Portaria DESP 018/80 o governo do Estado de Mato Grosso do Sul
criou, em 16 de janeiro de 1980, a Escola de Formação Penitenciária, instituída
oficialmente através do Decreto nº 3.569 de 13 de maio de 1986, quando teve seu nome
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alterado para Escola de Serviços Penitenciários (ESP). Sua finalidade era oferecer
formação especializada e aperfeiçoamento de servidores e candidatos a cargo ou
funções lotados no Departamento de Sistema Penitenciário, bem como a oferta de
Ensino Fundamental as pessoas.
A Escola de Serviços Penitenciários oferecia, ainda, cursos de formação,
treinamento e aperfeiçoamento de Recursos Humanos Penitenciários, sendo eles:
- Cursos de Agentes de Segurança, com carga horária de 780 horas aula;
- Curso de oficial de Segurança Penitenciária, com carga horária de 780
horas aula;
- Curso de Administrador de Presídio, com carga horária de 150 horas
aula.
A Educação oferecida as pessoas presas era de caráter apenas ocupacional,
utilizando do sistema Telecurso, não sendo oferecido comprovante de escolaridade. A
educação estava presente em nove estabelecimentos penais. Em Campo Grande, as
atividades educacionais estavam sendo desenvolvidas nos seguintes estabelecimentos:
Estabelecimento Penal de Segurança Máxima, Instituto Penal de Campo Grande,
Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Zorzi”.
No interior, as atividades educativas estavam sendo desenvolvidas nos seguintes
Estabelecimentos Penais dos municípios de: Ponta Porã, Dourados, Três Lagoas,
Corumbá, Aquidauana e Paranaíba.
Em 1998, mediante convênio celebrado com a Secretaria de Estado de Educação
e ESP/DSP, que previa a cedência de professores e a Deliberação nº 5178/julho/1998 do
Conselho Estadual de Educação que autorizou o funcionamento da Escola de Serviços
Penitenciários como uma extensão do Centro de Estudos Supletivos – CES Profª Ienes
Delamônica Guimarães, a escola adquiriu seu caráter formal, sendo regularmente
reconhecida como tal. Com a extinção de Cursos Supletivos em 2000 pelo CEE, a
Secretaria de Estado de Educação implantou uma nova Política de Educação de Jovens
e Adultos no MS, criando desta forma uma Política de Educação para os Internos das
Unidades Prisionais de Mato Grosso do Sul, passando a funcionar com extensão da EE
Profº Carlos Henrique Scharder. O interno cumpria uma carga horária diária de três
horas e vinte minutos, sem intervalo, tendo garantida uma oferta de ensino que se
preocupava com a regularização da vida escolar, bem como com a certificação e
remissão de sua pena pelo estudo, a cada 18 horas estudada um dia de remissão.
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Nos municípios do interior as salas de aula nos presídios, funcionavam como
uma extensão de uma escola local. Não havendo uma uniformidade na Educação
oferecida. Houve um entendimento entre a Secretaria de Estado de Educação - SED e
da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário – AGEPEN da
necessidade de criar uma escola para atender especificamente o sistema prisional,
devido a grande demanda, desta forma o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul,
criou através do Decreto nº 11.514, de 22 de Dezembro de 2003 a E.E. Pólo Profª
Regina Lúcia Anffe Nunes Betine, com a sede no município de Campo Grande e
extensões no interior. A Resolução/SED nº 1714, de 27 de fevereiro de 2004 credencia a
Unidade Escolar a oferecer Educação Básica e autoriza o funcionamento do Ensino
Fundamental e Ensino Médio.
No ano de 2008, o Conselho Estadual de Educação autorizou a implantação do
Projeto Experimental dos Cursos de Educação de Jovens e Adultos nas Etapas do
Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Atualmente a escola possui 20 extensões, sendo: 04 extensões em Campo
Grande e 16 no interior:
Campo Grande:
Estabelecimento Penal de Segurança Máxima EPSMJFC 05 salas de aula;
Instituto Penal - IPCG – 03 salas de aula;
Estabelecimento Penal Feminino – 04 salas de aula;
Penitenciária Federal de Campo Grande – 02 salas de aula;
Dourados: PHAC – 05 salas de aula;
Jatei: EPJ- 01 sala de aula;
Ponta Porã: EPFPP - 01 sala de aula;
EPMPP – 01 sala de aula;
Corumbá: EPFC – 02 salas de aula;
EPC – 02 salas de aula;
Três Lagoas: EPTL – 01 sala de aula;
EPFTL – 01 sala;
Paranaíba: EPP - 01 sala de aula;
Aquidauana: EPA – 01 sala de aula;
Cassilândia: EPCAS – 01 sala de aula;
Amambaí: EPFAMAMBAI – 01 – sala de aula;
Bataguassu: EPBATAGUASSU– 01 Sala;
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EPFBATAGUASSU – 01 Sala de aula;
São Gabriel do Oeste: EPSGDO – 01 Sala;
Naviraí: PSMN – 01 Sala;
Infra estrutura
O Estado do Mato Grosso do Sul possui 24 estabelecimentos penais, com as seguintes características:Estabelecimentos Penais Masculino Feminino TotalPenitenciária 15 7 22Colônia Agrícola, Industrial ou Similar 1 0 1Centro de Observação Criminológica e Triagem 1 0 1Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico 0 0 0Totais 17 7 24
Fonte: Agepen/MS
Das 24 metas do Plano Diretor relativas a infraestrutura, oito se referem a
ampliações e 16 a construção de novas unidades, perfazendo o total superior a 5 mil
vagas novas vagas no Estado até dezembro de 2011.
O regime de cooperação intersecretarial possibilita entrever que quando da
construção de novas unidades prisionais a Educação tenha oportunidade de discutir com
a Justiça modelos arquitetônicos, arranjos estruturais e espaço físico mais apropriado
para a tarefa socioeducativa, hoje extremamente comprometida até mesmo para
atendimento da demanda atual.
Na visão da Educação a segurança não está necessariamente na altura das
muralhas, na ostensividade da presença policial ou no poder de fogo das armas e sim
nas relações de confiança que deve se estabelecer entre os diversos atores da
comunidade prisional.
À tarefa socioeducativa é imprescindível que o preso sinta-se seguro dentro da
prisão, que tenha preservado os seus direitos, que seja devidamente assistido durante o
cumprimento da pena e que as instalações físicas sejam concebidas em todas as suas
potencialidades pedagógicas para proporcionar a necessária mudança de cultura, com
vistas à diminuição da sensação de aprisionamento, de opressão e de violência iminente.
É sob esta perspectiva que o Plano considera a Educação Ambiental e a
Educação para a sustentabilidade como alguns dos principais fatores de
desenvolvimento da responsabilidade individual e social do preso, promovendo a coleta
seletiva, o tratamento de dejetos, o reaproveitamento da água reciclagem, a reutilização
de óleo vegetal e a reciclagem como fonte de renda.
Os avanços tecnológicos exigem a disponibilidade do uso da informática como
elemento para fins de capacitação que atenda as necessidades atuais dos internos. A
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ferramenta usada para esse efeito será a intranet (sistema de internet privado que se
disponibiliza de acordo com a necessidade do usuário), que é acessado no laboratório de
tecnologia.
Criação de projetos arquitetônicos para construção de salas de aula voltadas para
as vocações regionais.
Conforme informações da AGEPEN, estão em funcionamento no Estado 12 Casas do Albergado, localizadas em Campo Grande, Dourados, Amambaí, Corumbá, Aquidauana, Três Lagoas, Paranaíba, Cassilândia e São Gabriel do Oeste, atendendo, ao todo, 447 albergados e egressos e aos presos do regime semi-aberto.
As Casas de Albergado possuem uma estrutura administrativa e um corpo de segurança, composto por servidores de carreira de vigilância e custódia da própria Agepen. O Estado não possui unidades penitenciárias terceirizadas e não existe experiência, no Estado, com relação à utilização do método APAC – Associação de Proteção e Assistência aos Condenados.
Ponto positivo é a existência de conselhos da comunidade em todas as comarcas onde estão situadas unidades penais, pois no âmbito deste Plano os conselhos são considerados parceiros em potencial para a logística denecessária à assistência educacional que o preso e o egresso precisa.
Aparelhamento e Reaparelhamento
O Plano Diretor do Sistema Penitenciário indica elaboração de projeto visando o
aparelhamento e reaparelhamento das estruturas de serviços essenciais aos
estabelecimentos penais: aquisição de equipamentos de segurança; aquisição de
veículos para transporte de presos e aquisição de equipamentos de apoio à atividade de
inteligência penitenciária.
Atualmente a quantidade de materiais permanentes – veículos automotores,
equipamentos de informática, mobiliários e equipamentos de receptação na Inteligência
Penitenciária são insuficientes e alguns inexistentes para atender a demanda dos
serviços penitenciários.
A universalização da Educação nos etabelecimentos penais do Estado requer
certo grau de descentralização burocrática e administrativa e pedagógica, nos termos do
Artigo 15 da LDB, considerando patronatos e conselhos da comunidade como
potenciais parceiros da Educação, especialmente no acompanhamento do projeto
político pedagógico nas unidades prisionais sob sua jurisdição, distribuição de materiais
didático-pedagógicos, merenda escolar, operacionalização dos programas
complementares da Educação e acompanhamento da vida escolar de presos dos regimes
semi aberto, aberto e egressos, como manda a LEP.
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A institucionalização da EJA em presídios requer, além da especialização dos
profissionais da educação, a produção de material didático-pedagógico apropriado para
esta finalidade, sugerindo-se para isto a criação de um Centro/Núcleo/Laboratório na
estrutura da Escola Regina Betine, o que favorecerá também a formação de um quadro
técnico especializado da Secretaria de Educação.
Caracterização do sistema penitenciário do Estado
População Carcerária (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) 12.322N° Habitantes (Fonte IBGE - Julho/2008) 2.336.058População Carcerária por 100.000 habitantes 527,47 Quantidade de Presos (Polícia e Segurança Pública) Masculino Feminino Total Polícia Judiciária do Estado (Polícia Civil/SSP) 1612 178 1790 Quantidade de Presos custodiados no Sistema Penitenciário Sistema Penitenciário - Presos Provisórios 2585 461 3046 Sistema Penitenciário - Regime Fechado 4581 387 4968 Sistema Penitenciário - Regime Semi Aberto 1412 160 1572 Sistema Penitenciário - Regime Aberto 823 81 904 Sistema Penitenciário - Medida de Segurança - Internação 38 2 40 Sistema Penitenciário - Medida de Segurança - Tratamento ambulatorial 2 0 2 Número de Vagas (Secretaria de Justiça e Seg. Pública) 4606 890 5496 Sistema Penitenciário Estadual - Provisórios 180 0 180 Sistema Penitenciário Estadual - Regime Fechado 2563 583 3146 Sistema Penitenciário Estadual - Regime Semi-Aberto 1459 215 1674 Sistema Penitenciário Estadual - Regime Aberto 184 92 276 Sistema Penitenciário Estadual - RDD 0 0 0 Sistema Penitenciário Federal - Regime Fechado 208 0 208 Sistema Penitenciário Federal - RDD 12 0 12 Polícia Judiciária do Estado (Polícia Civil/SSP) 4606 890 5496 Quantidade de Estabelecimentos Penais (Sec. de Justiça e Segurança Pública)
31 11 42
Penitenciárias 17 7 24 Colônias Agrícolas, Indústrias 1 0 1 Casas de Albergados 12 4 16 Cadeias Públicas 1 0 1 Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico 0 0 0 Seções Internas Creches e Berçários 0 5 5 Módulo de Saúde Feminino (Gestantes/Parturientes) Módulo de Saúde 8 5 13 Quantidade de Crianças 8 15 23 Informações Complementares Estabelecimentos Terceirizados - Regime Fechado 0 0 0 Estabelecimentos Terceirizados - Regime Semi-Aberto 0 0 0 Centro de Observação Criminológica e Triagem 0 0 0Quantitativo de Servidores Penitenciários (Funcionário Públicos na Ativa)
- - 1325
Apoio Administrativo 2 0 6 Agentes Penitenciários 1010 1010 Enfermeiros 0 0 Auxiliar e Técnico de Enfermagem 0 0 Psicólogos 41 41 Dentistas 0 0 Assistentes Sociais 41 41 Advogados 15 15 Médicos - Clínicos Gerais 0 0 Médicos - Ginecologistas 0 0 Médicos - Psiquiatras 0 0 Pedagogos 2 2 Professores 0 0 Terapeutas 0 0 Policial Civil em atividade nos estabelecimentos penitenciários 0 0 Policial Militar em atividade nos estabelecimentos penitenciários 10 10 Funcionários terceirizados (exclusivo para tratamento penal) 0 0 Quantidade de Presos/Internados provenientes da Polícia/Justiça Federal
618 76 694
Presos Provisórios 231 8 239 Regime Fechado 366 49 415 Regime Semi-Aberto 7 14 21
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Regime Aberto 14 5 19 Medida de Segurança-Internação 0 0 0 Medida de Segurança-Tratamento Ambulatorial 0 0 0 Quantidade de Presos por Grau de Instrução 9441 1091 10532 Analfabeto 401 59 460 Alfabetizado 890 51 941 Ensino Fundamental Incompleto 5518 83 962 Ensino Fundamental Completo 879 83 962 Ensino Médio Incompleto 724 128 718 Ensino Médio Completo 595 123 718 Ensino Superior Incompleto 82 23 105 Ensino Superior Completo 51 6 57 Ensino acima de Superior Completo 3 1 4 Não Informado 297 0 297 Quantidade de Presos por Nacionalidade 9441 1091 10532 Brasileiro Nato 9262 1013 10275 Brasileiro Naturalizado 0 0 0Grupo Estrangeiros do Sistema Penitenciário 179 78 257 Quantidade de Presos por Tempo Total das Penas 9441 10911 10532 Até 4 anos 1784 283 2067 Mais de 4 até 8 anos 1853 191 2044 Mais de 8 até 15 anos 1559 109 1668 Mais de 15 até 20 anos 625 35 660 Mais de 20 até 30 anos 523 11 534 Mais de 30 até 50 anos 233 7 240 Mais de 50 até 100 anos 51 0 51 Mais de 100 anos 9 0 9 Quantidade de Presos por Faixa Etária 9441 1091 10532 18 a 24 anos 2614 327 2941 25 a 29 anos 2321 228 2549 30 a 34 anos 1678 208 1886 35 a 45 anos 1704 228 1932 46 a 60 anos 729 99 828 Mais de 60 anos 111 6 117 Não Informado 283 2 285 Quantidade de Presos por Cor de Pele/Etnia 9441 1091 10532 Branca 2837 321 3158 Negra 1093 123 1216 Parda 4784 643 5427 Amarela 1 3 4 Indígena 114 8 122 Outras 611 0 611 Quantidade de Presos por Procedência 6690 1097 7787 Área Urbana - Municípios do Interior 3260 730 3990 Área Urbana - Municípios em Regiões Metropolitanas 2938 365 3303 Zona Rural 492 2 494 Quantidade de Presos em Programas de Laborterapia-Trabalho Externo
762 71 833
Parceria com a Iniciativa Privada 360 41 401 Parceria com Órgãos do Estado 238 30 268 Parceria com Paraestatais (Sistema S e ONG) 1 0 1 Atividade Desenvolvida - Artesanato 17 0 17 Atividade Desenvolvida - Rural 117 0 117 Atividade Desenvolvida - Industrial 29 0 29 Quantidade de Presos em Programas de Laborterapia-Trabalho Interno
2323 375 2698
Apoio ao Estabelecimento Penal 1097 298 1395 Parceria com a Iniciativa Privada 296 46 342 Parceria com Órgãos do Estado 75 0 75 Parceria com Paraestatais (Sistema S e ONG) 0 1 1 Atividade Desenvolvida - Artesanato 766 19 785 Atividade Desenvolvida - Rural 21 11 32 Atividade Desenvolvida - Industrial 68 0 68 Quantidade de Leitos 18 17 49 Leitos para Gestantes e Parturientes 14 14 Leitos Ambulatoriais 15 4 19 Leitos Hospitalares 3 0 3 Leitos Psiquiátricos 0 10 10 Leitos em Bercários e Creches 0 3 3 Quantidade de Presos em Atividade Educacional 1136 89 1225 Alfabetização 217 35 252 Ensino Fundamental 313 137 450 Ensino Médio 53 23 76 Ensino Superior 8 0 8 Cursos Técnicos 47 117 164 Sáidas do Sistema Penitenciário 1136 89 1225 Fugas 59 4 63 Abandonos 119 3 122 Alvarás de Solturas/Hábeas Corpus 327 53 380 Transferências/Remoções 624 29 653
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Indultos 0 0 0 Óbitos Naturais 2 0 2 Óbitos Criminais 2 0 2 Óbitos Suicídios 2 0 2 Óbitos Acidentais 1 0 1
Recursos Humanos
A conciliação dos objetivos da educação com os da reabilitação penal visa
ampliar as oportunidades de escolarização necessárias ao domínio dos conhecimentos
técnicos científicos que a contemporaneidade requer e de instrumentalizar homens e
mulheres presos ao exercício pleno dos direitos de cidadania. A estratégia da educação
para isso se dá por meio da formação que possibilite ao homem e à mulher usufruírem
das oportunidades socialmente criadas.
Formação de professores
Que o docente em exercício na educação em presídios seja um profissional da
carreira do magistério.
Que seja reconhecido à este profissional as vantagens pecuniárias próprias da
especificidade do cargo/função.
Que seja proporcionado à este profissional formação continuada regular e
periódica, com vistas a especialização para educação em regimes de privação de
liberdade, preferencialmente, por meio de cursos presenciais ofertados por universidade
pública estadual.
Que no prazo de três anos a Secretaria de Estado de Educação de MS viabilize
condições para que todos os docentes lotados na Escola Regina Betine atuando em
Estabelecimentos Penais recebam formação, pelo menos, como especialista em
educação em regime de privação de liberdade.
De acordo com o Plano Diretor do Sistema penitenciário, o quadro funcional
atuante no Sistema Penitenciário é composto por 194 técnicos penitenciários da área de
Apoio Operacional; 85 técnicos penitenciários da área de Assistência e Perícia
(assistente social, psicólogo e advogado) e 957 técnicos penitenciários da área de
Segurança e Custódia.
Estabelecendo como proporção ideal 1 agente para cada 5 presos, há 9 presos
para cada agente, sendo o déficit de agentes no Sistema de 807. No mesmo Plano está
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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prevista a realização do concurso público e nomeação dos aprovados, conforme a
necessidade do sistema penitenciário, com conclusão em Dezembro de 2011.
Agentes técnicos e pessoal administrativo
A Lei nº 2.518, de 25 de setembro de 2002, que instituiu a carreira de Segurança
Penitenciária no Grupo Ocupacional Segurança do Plano de Cargos, Empregos e
Carreiras do Poder Executivo, não estipulou o número de cargos, devendo para tanto ser
editada Lei, de iniciativa do Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, a fim
de estipular a quantidade de servidores, assim como uma melhor qualificação e
elaboração de um sistema remuneratório condizente com a complexidade das
atribuições das funções penitenciárias.
Foi instaurada uma Comissão com 10 servidores da Agepen, para atuarem na
elaboração do Quadro de Pessoal da Agepen, que ainda não foi concluído. Atualmente,
o projeto está com o Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, para
encaminhamento, previsto para dezembro de 2008, para aprovação pelo Governador do
Estado.
Plano Diretor do Sistema Penitenciário estabelece como proporção ideal um
agente para cada cinco presos, mas há nove presos para cada agente, apresentando o
Estado déficit de 807 agentes.
O Governo do Estado abriu concurso para preenchimento de 200 vagas, sendo
100 para a Penitenciária de Naviraí e 100 para a Penitenciária de Dois Irmãos do Buriti.
Há intenção por parte do governo em realizar a abertura de novas vagas no decorrer dos
próximos 4 anos, para criar mais 600 vagas, de acordo com a necessidade atual e para
implementar o funcionamento das novas unidades.
Educação de Jovens e Adultos nos Estabelecimentos Penais
A Declaração de Hamburgo, marco por todos países aceitos para fundamentação
da Educação de Jovens e Adultos, referindo-se concomitantemente a adultos, mulheres,
cultura de paz, cidadania e direitos humanos, diversidade, igualdade, saúde,
sustentabilidade ambiental, povos indígenas, transformações na economia, acesso á
informação e idosos, defende que: A educação de jovens e adultos é um dos principais meios para se aumentar
significativamente a criatividade e a produtividade, transformando-as numa condição
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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indispensável para se enfrentar os complexos problemas de um mundo caracterizado por
rápidas transformações e crescente complexidade e riscos. O novo conceito de educação
de jovens e adultos apresenta novos desafios às práticas existentes, devido à exigência
de um maior relacionamento entre os sistemas formais e os não-formais e de inovação,
além de criatividade e flexibilidade. Tais desafios devem ser encarados mediante novos
enfoques, dentro do contexto da educação continuada durante a vida. Promover a
educação de adultos, usar a mídia e a publicidade local e oferecer orientação imparcial é
responsabilidade de governos e de toda a sociedade civil. O objetivo principal dever ser
a criação de uma sociedade instruída e comprometida com a justiça social e o bem-estar
geral.
No que diz respeito à metodologia, os exames padronizados, tão
comuns nas prisões da América Latina, deixam muito pouco
espaço para os professores e para os administradores de prisões,
a fim de que possam ensinar aos presos, a partir de sua
realidade e de suas características (isto pode explicar que os
mestres se sintam mais ligados aos presos do que às autoridades
das prisões). É preciso, então, desenvolver, de maneira
coordenada, os conteúdos e, sobretudo, os métodos que se
adaptem aos presos. Isso torna necessário que se formule uma
pedagogia original, ao mesmo tempo prática e com bases
sólidas.
A educação não-formal é particularmente importante
nesse sentido, uma vez que, em virtude de sua flexibilidade,
oferece maiores opções aos presos. As atividades artísticas e
culturais significam oportunidades e abrem opções de
percepção e de metodologia. (UNESCO, 2006, p. 63).
Este Plano considera que a Educação de Jovens e Adultos a ser oferecida nos
estabelecimentos penais deva orientar-se por duas vertentes, para atender às diferentes
necessidades de homens e mulheres presos.
A primeira vertente, abaixo descrita, deve seguir o modelo oferecido na rede
regular de ensino, orientada para a alfabetização e pós-alfabetização e atendimento
prioritário àqueles que procuram a escola com a expectativa de aprender, pois “se antes
raramente os grupos populares eram estimulados a escrever seus textos, agora é
fundamental fazê-lo, desde o começo da alfabetização para que, na pós-alfabetização, se
vá tentando a formação do que poderá vir a ser uma pequena biblioteca popular com a
inclusão de páginas escritas pelos próprios educandos.”(FREIRE, 1988, p. 48).
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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A segunda vertente deve contemplar os autodidatas, que precisam da escola não
para aprender, mas para a certificação de saberes constituídos no mundo da vida e que
demonstrem disposição e disciplina para estudar mesmo sem precisar freqüentar a sala
de aulas. A matricula destes, tal como de todos os demais alunos, deve ser feita na
Escola Regina Betini e as provas por meio do Exame Nacional para Certificação de
Competência de Jovens e Adultos (o Encceja) e do Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM).
A Escola Regina Betini deve proporcionar a estes alunos apoio e orientação por
meio de Plantão de Dúvidas ou outro recurso equivalente e disponibilizar o material
didático pedagógico próprio para cada tipo de prova.
Níveis e Modalidades de Ensino
O currículo da EJA, em sua primeira vertente será constituído pelos
componentes curriculares e áreas de conhecimento da base nacional comum previsto na
LDB – Lei 9394/96 – e organizado de acordo com as Diretrizes Curriculares para o
Ensino Fundamental e Médio da Educação de Jovens e Adultos do Conselho Nacional –
CNE.
Na organização curricular devem ser observados os componentes curriculares:
1. Para a etapa do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa,
Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes, Educação Física e Língua Estrangeira
– Inglês;
2. Para a etapa do Ensino Médio:
a) Linguagem Códigos e suas Tecnologias: Língua
Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira Moderna – Inglês, Língua Estrangeira
Moderna – Espanhol, Artes e Educação Física;
b) Ciências Humanas e suas Tecnologias: História,
Geografia, Filosofia e Sociologia;
c) Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Matemática,
Química, Física e Biologia.
Os componentes curriculares serão ordenados quanto à seqüência e ao
tempo necessários para seu desenvolvimento com objetivos, amplitude e profundidade
de tratamento adequado às possibilidades e necessidades dos estudantes. Devem ser
organizados para desenvolver competências cognitivas, afetivas e sociais, priorizando a
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formação e a informação. Assim, devem enfatizar a compreensão, a interpretação, a
construção e a aplicação de conhecimentos.
Os Cursos de Educação de Jovens e Adultos nas etapas do Ensino Fundamental
e do Ensino Médio serão ofertados sob a forma presencial e organizar-se-á por fases,
conforme descrição abaixo:
I – 5 (cinco) fases de 675 (seiscentos e setenta e cinco) horas para a Etapa do
Ensino Fundamental, perfazendo o total de 3.375 (três mil e trezentos e setenta e cinco)
horas.
A 1ª fase da etapa do Ensino Fundamental será destinada à alfabetização para
atender a LEP (Lei de Execução Penal).
II – 2 (duas) fases de 702 (setecentos e duas) horas para a etapa do Ensino
Médio, totalizando 1.404 (um mil e quatrocentos e quatro) horas.
Na parte diversificada será oferecida duas Línguas Estrangeiras, o Inglês de
caráter obrigatório e o Espanhol de caráter facultativo.
III – Cada fase será organizada em 4 (quatro) bimestres, totalizando 180 dias
letivos.
Educação Técnica e Profissional
O parágrafo 4º do Artigo 35 LDB afirma que “A preparação geral para o
trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional, poderão ser desenvolvidas nos
próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições
especializadas em educação profissional.”
A Escola Regina Betini pode, de imediato, oferecer para as unidades prisionais
formação de Educação Técnica e Profissional, para cumprimento do Parágrafo único do
Artigo 39 da LDB: “O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e
superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a
possibilidade de acesso à educação profissional.”
A incorporação deste dispositivo à reabilitação penal possibilitará a oferta de
duas modalidades de cursos de Educação Técnica e Profissional nos estabelecimentos
penais do Estado de Mato Grosso do Sul.
A primeira em obediência ao Artigo 40 da LDB que determina: “A educação
profissional será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por diferentes
estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de
trabalho.”
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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É importante que a oferta contemple as duas modalidades consignadas em lei –
concomitante e subsequente ao Ensino Médio – para ampliar a oferta e contemplar
diferentes necessidades de homens e mulheres presos.
Estas duas modalidades contemplarão os seis cursos elencados no Eixo
Tenológico Apoio Pedagógico, a saber: 1.Técnico em Alimentação Escolar
2.Técnico em Biblioteconomia; 3.Técnico em Infra-estrutura escolar; 4.Técnico
em Multimeios Didáticos; 5.Técnico em Orientação Comunitária; 6.Técnico em
Secretaria Escolar
Deve-se ressaltar que a infraestrutura necessária para viabilizar a formação dos
técnicos acima é composta, basicamente, de biblioteca e computador, insumos estes
existentes nos estabelecimentos penais, não demandando, portanto, nenhum
investimento adicional por parte do Estado.
A outra alternativa para oferta de capacitação técnica e profissional de homens e
mulheres presos consiste na exploração do potencial pedagógico dos setores de trabalho
existentes nos estabelecimentos penais como cozinha, almoxarifado, expediente,
marcenaria, padaria, elétrica, hidráulica, mecânica, manutenção e outros, que
comumente ocupa bastante mão de obra prisional para atendimentos de necessidades
institucionais, ensejando a remição, mas sem remuneração e sem certificação.
O Artigo 41 da LDB afirma expressamente que “O conhecimento adquirido na
educação profissional, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação,
reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos.”(Grifo
nosso).
Explorando as possibilidades oferecidas pelo Artigo 42, também da LDB, abre-
se a possibilidade de que o Patronato e o Conselho da Comunidade, em parceria com a
Escola Regina Betini, atendam às necessidades de profissionalização de familiares de
presos: “As escolas técnicas e profissionais, além dos seus cursos regulares, oferecerão
cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de
aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade.“
Com estas soluções, parte significativa da população prisional do Estado de
Mato Grosso do Sul poderá receber formação técnica e profissional para auxiliar nas
tarefas da Educação e da Saúde ainda dentro do estabelecimento penal onde se encontra
cumprindo pena, podendo exercê-la quando em liberdade, inclusive por meio de
concursos públicos, pois “Os diplomas de cursos de educação profissional de nível
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médio, quando registrados, terão validade nacional.” (Parágrafo único do Artigo 41 da
LDB).
Formação pedagógica dos monitores presos
Aproveitando a experiência constituída no sistema penitenciário de MS, este
Plano aponta para a conveniência de dar formação pedagógica de nível técnico a
homens e mulheres presos que vejam na carreira de educação uma possibilidade de
profissionalização, inclusive para o exercício da profissão quando em liberdade.
A atuação do monitor preso nas tarefas da Educação dentro de estabelecimentos
penais é fato antigo, corriqueiro e polêmico (PENNA, 2003). Marieta Gouveira de
Oliveira Penna, em entrevista com monitores presos no Estado de São Paulo identificou
que os mesmos não exerciam essa atividade antes de serem presos, são oficialmente
chamados de monitores, mas, por seus alunos, são chamados de professores, e em sua
prática cotidiana assimilam valores próprios da cultura docente. Estes monitores presos
são contratados pela Fundação Professor Manuel Pedro Pimentel para ministrarem aulas
no nível I, em classes de alfabetização e no nível II, em educação supletiva. A FUNAP é
responsável pelo Ensino Fundamental nos estabelecimentos prisionais do Estado de São
Paulo. A escolaridade exigida para dar aulas no nível I é o Ensino Fundamental
completo e para o Ensino Supletivo, o Ensino Médio completo ou em vias de conclusão.
Em alguns estabelecimentos prisionais do Estado de Mato Grosso do Sul, a
exemplo do Instituto Penal de Campo Grande (IPCG), onde atuam dois auxiliares no
Setor Educacional que realizam tarefas como registro de freqüência dos alunos,
xerocopiar, auxílio à biblioteca, preparo da merenda etc. Na sala de tecnologia do
mesmo estabelecimento penal atua um monitor preso que auxilia o professor regente no
desenvolvimento de atividades como produção de Power Point, uso de software e
tecnologias em geral.
Nos mesmos termos em que o plano nacional de saúde no sistema penitenciário
institucionaliza a profissão do agente promotor de saúde como uma possibilidade de
formação para que homens e mulheres presos possam auxiliar nas tarefas de saúde
básica no interior de Estabelecimentos Penais, este Plano sugere que a área de educação
proporcione formação de nível técnico, orientado pelo Eixo Tecnológico Apoio
Pedagógico, do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, para que homens e mulheres
presos possam também exercer tarefas de apoio à Educação dentro dos presídios do
Estado de Mato Grosso do Sul. Recomenda-se que a proporcionalidade de presos e
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presas a serem formados como técnicos sejam igual ou superior ao adotado na área de
Saúde (5%).
O Estado aderiu ao Plano Nacional de Saúde do Sistema Penitenciário, tendo
inclusive aprovado o Plano Estadual de Atenção à Saúde do Homem Encarcerado do
Estado de Mato Grosso do Sul, entretanto não tem nenhuma equipe cadastrada por não
possuir profissionais suficientes para completálas de acordo com a Portaria
Interministerial nº 1.777/03.
O referido Plano Diretor prevê contatar as secretarias municipais de saúde para
que assinem convênio com a Secretaria de Estado de Saúde e a Agepen com o intuito de
assumirem as equipes mínimas de saúde das unidades penais que estão localizadas em
seus municípios e que possuem menos de 100 presos, bem como, nas unidades penais
de regime semi-aberto e aberto.
Educação Infantil
Não obstante a existência da Lei nº 11.942, de 28 de maio de 2009, que dá nova
redação aos artigos 14, 83 e 89 da Lei Lei de Execução Penal, para assegurar às mães
presas e aos recém-nascidos condições mínimas de assistência, a elaboração desta seção
foi marcada por questionamentos quanto à permanência de crianças dentro de prisões,
ainda que no período de amamentação, sabidamente fundamental para o seu
desenvolvimento.
As pesquisas indicam que cerca de 85% das mulheres encarceradas possuem um
ou mais filhos, que geralmente estes são encaminhados para instituições de abrigos,
ficam com parentes e que as mulheres são abandonadas na prisão por seus maridos ou
companheiros.
Dada a pouca significação estatística tanto da população feminina (5%) quanto a
pouca significação pecuniária dos crimes cometidos por mulheres, majoritariamente
envolvida com tráfico de drogas, o custo social que isto representa é absolutamente
desproporcional.
Este Plano, evidentemente, acata as determinações da lei acima citada, mas
deixa em aberto as possibilidades de alterações no Código Penal Brasileiro para a
adoção de formas mais racionais de sanção à mulher mãe e gestante, tais como o
cumprimento da pena em regime de prisão albergue domiciliar, a concessão do indulto
humanitário e a aplicação de penas alternativas.
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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A permanência de crianças na prisão junto com a mãe afronta todos os princípios
de promoção, garantia e defesa dos direitos da criança e do adolescente, afronta o
próprio princípio jurídico de que a pena não deve ultrapassar a pessoa do réu e a coloca
em uma condição de promiscuidade e de insalubridade atentatória à sua vida, à saúde e
à dignidade humana.
Ensino Superior
As questões fundamentais relativas ao Ensino Superior se resumem a duas: autorização judicial para que presos possam assistir aulas presencialmente em instituições de ensino e participar da vida acadêmica e superação da fobia por segurança que impede a utilização dos amplos recursos de tecnologia da informação e da comunicação (TIC) para viabilização do Ensino à Distância.
Segundo os dados do Depen (2006) juntados a este Plano, nas prisões do Mato Grosso do Sul existem 718 presos com Ensino Médio completo, portanto em condições de cursar o Ensino Superior, provavelmente com bolsa do PROUNI; 105 que por alguma razão interromperam o curso superior que começaram a fazer e outros 57 que poderiam estar cursando pós graduação.
Não faltam instituições de ensino superior públicas e privadas dispostas a atender estes presos, mas a insegurança é grande tanto para elas quanto para os presos que não contam com nenhuma garantia de que uma vez começado um curso terão condições de freqüenta-lo regularmente e, principalmente, concluí-lo.
Quanto ao Ensino à Distância, o mercado oferece as mais variadas tecnologias para viabilizá-lo de forma segura dentro da prisão sem comprometer a segurança e mesmo o governo federal, por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB), e os governos estaduais, como São Paulo, por meio da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP) já possuem plataformas de Ensino à Distância.
Diversidade
Educação Indígena
Tendo como referência os artigos 10 e 11 da Lei n° 7210/1984 de Execução Penal e os artigos 2° e 3° da Lei n°9384/1996 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, foram estabelecidos os seguintes tópicos serem considerados neste Plano relacionados à temática da diversidade.
1. Educação Indígena2. Educação Especial 3. Educação do Campo;4. Educação Racial;5. Gênero (diversidade sexual, mulheres, etc.);6. Atendimento Educacional aos presos estrangeiros.
Este Plano Estadual é pautado no respeito à diversidade ética, de gênero, de idade, de culturas e de saberes, baseando-se nos valores históricos, culturais, sociais e
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artísticos nacionais e regionais de sua população, como condição para garantir a educação de qualidade a que cada um tem direito.
Para a consecução destes objetivos, entretanto, algumas providências se fazem necessárias:
1. exigência em concursos públicos de conhecimentos específicos para a seleção de professores especialistas para a Educação Escolar Indígena e Educação Especial;
2. produção de material didático pedagógico específico para a Educação Escolar Indígena e Educação Especial;
3. observar a especificidade da população indígena e dos portadores de necessidades educacionais especiais encarcerada para efeito de remição da pena pelos estudos.
4. que a Educação Escolar Indígena a ser oferecida aos índios presos seja intercultural, específica e diferenciada, em respeito às diferentes etnias presentes no Mato Grosso do Sul;
Financiamento e Gestão
Agência Estadual do Sistema Penitenciário
No Estado do Mato Grosso do Sul, o órgão responsável pelo Sistema
Penitenciário é a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário –
Agepen/MS, entidade autárquica, vinculada à Secretaria de Estado de Justiça e
Segurança Pública/MS, com patrimônio próprio e autonomia administrativa e
financeira, tendo sua criação autorizada pelo Decreto-Lei no 11, de 1º de janeiro de
1979 (ANEXO I) e regulamentada pelo decreto no 26 de 1º de janeiro de 1979
(ANEXO II).
Dirigida pelo Diretor-Presidente da Agepen/MS, com o auxílio de um Diretor de
Operações, um Diretor de Assistência Penitenciária e um Diretor de Apoio Operacional
tem a seguinte estrutura organizacional:
o Almoxarifado-AGEPEN- Campo Grande - MS.
o Arquivo-AGEPEN-Campo Grande - MS.
o Centro de Triagem "Anísio Lima" - CT/MS.
o Colônia Penal Agrícola de Campo Grande - MS.
o Comissão Sindicância - AGEPEN - Campo Grande - MS.
o Divisão do Trabalho - Campo Grande - MS.
o Escola Penitenciária de Campo Grande - MS.
o Estabelecimento Penal "Jair Ferreira de Carvalho" - E.P.J.F.C. de Campo
Campo
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Grande - MS.
o Estabelecimento Penal "Luiz Pereira da Silva" de Jatei - MS.
o Estabelecimento Penal "Ricardo Brandão" de Ponta Porã - MS.
o Estabelecimento Penal de Amambai - MS.
o Estabelecimento Penal de Aquidauana - MS.
o Estabelecimento Penal de Bataguassu - MS.
o Estabelecimento Penal de Cassilândia - MS.
o Estabelecimento Penal de Corumbá - MS.
o Estabelecimento Penal de Paranaiba - MS.
o Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado de Campo
Grande – MS
o Estabelecimento Penal de Regime Semi-Aberto Urbano de Campo Grande -
MS.
o Estabelecimento Penal de Regime Semi-Aberto, Aberto e Assistência ao
Albergado de Amambai - MS.
o Estabelecimento Penal de Regime Semi-Aberto, Aberto e Assistência ao
Albergado de Aquidauana - MS.
o Estabelecimento Penal de Regime Semi-Aberto, Aberto e Assistência ao
Albergado de Cassilândia - MS.
o Estabelecimento Penal de Regime Semi-Aberto, Aberto e Assistência ao
Albergado de Corumbá - MS.
o Estabelecimento Penal de Regime Semi-Aberto, Aberto e Assistência ao
Albergado de Dourados - MS.
o Estabelecimento Penal de Regime Semi-Aberto, Aberto e Assistência ao
Albergado de Paranaiba - MS.
o Estabelecimento Penal de Regime Semi-Aberto, Aberto e Assistência ao
Albergado de Três Lagoas - MS.
o Estabelecimento Penal de Regime Semi-Aberto, Aberto e Assistência ao
Albergado de São Gabriel D´Oeste - MS.
o Estabelecimento Penal Feminino "Carlos Alberto Jonas Giordano" de
Corumbá - MS.
o Estabelecimento Penal Feminino "Irmã Irma Zorzi" de Campo Grande - MS.
o Estabelecimento Penal Feminino de Bataguassu - MS.
o Estabelecimento Penal Feminino de Ponta Porã - MS.
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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o Estabelecimento Penal Feminino de Regime Semi-Aberto, Aberto e
Assistência a Albergada de Ponta Porã - MS.
o Estabelecimento Penal Feminino de Rio Brilhante - MS.
o Estabelecimento Penal Feminino de São Gabriel D´Oeste - MS.
o Estabelecimento Penal Feminino de Três Lagoas - MS.
o Gerência de Inteligência - GISP/AGEPEN - MS.
o Instituto Penal de Campo Grande - IPCG./MS.
o Patronato Penitenciário de Ponta Porã - MS.
o Penitenciária "Harry Amorim Costa" de Dourados - MS.
o Penitenciária de Segurança Máxima de Navirai - MS.
o Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas - MS.
o Presídio de Trânsito de Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN - Compras e Suprimento - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN - Contabilidade - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN – Diretoria de Apoio Operacional - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN – Diretoria de Assistência Penitenciária- Campo Grande -
MS.
o Sede da AGEPEN – Diretoria de Operações - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN - Divisão de Promoção Social - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN - Divisão de Saúde - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN - Divisão dos Estabelecimentos Penais/AGEPEN/MS.
o Sede da AGEPEN - Escola de Educação/AGEPEN/MS.
o Sede da AGEPEN - Financeiro - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN - Gabinete – Comissão de Classificação e Tratamento -
Campo
Grande - MS.
o Sede da AGEPEN - Gabinete - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN - INFOPEN - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN - Informática - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN – Núcleo de Informações Criminais - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN - Patrimônio - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN - Presidência - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN - Procuradoria Jurídica-PJUR/AGEPEN-MS.
o Sede da AGEPEN - Protocolo - Campo Grande - MS.
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o Sede da AGEPEN - Transporte - Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN – Unidade de Recursos Humanos- Campo Grande - MS.
o Sede da AGEPEN – Apoio ao Servidor Penitenciário - Campo Grande - MS.
o Unidade Assistencial Patronato de Corumbá – MS.
o Unidade Assistencial Patronato de Três Lagoas – MS.
o Unidade Assistencial Patronato Penitenciário de Campo Grande – MS.
A Agepen tem por competência:
o custodiar os presos provisórios;
o propiciar assistência as pessoas submetidas a medidas de segurança;
o permitir aos egressos oportunidades de reintegração social;
o realizar a observação cautelar dos beneficiários da suspensäo e livramento
condicionais;
o desenvolver o trabalho prisional.
Com esta estrutura e competências, o Estado de Mato Grosso do Sul criou, em
16 de janeiro de 1980 através da Portaria DESP 018/80, a Escola de Formação
Penitenciária, instituída oficialmente através do Decreto nº 3.569 de 13 de maio de 1986
teve seu nome alterado para Escola de Serviços Penitenciários – ESP. Sua finalidade era
oferecer formação especializada e aperfeiçoamento de servidores e candidatos a cargo
ou funções lotados no Departamento de Sistema Penitenciário, bem como a oferta de
Ensino Fundamental as pessoas.
A Escola de serviços Penitenciários oferecia, ainda, cursos de formação,
treinamento e aperfeiçoamento de Recursos Humanos Penitenciários, sendo eles:
Cursos de Agentes de Segurança, com carga horária de 780 horas aula;
Curso de oficial de Segurança Penitenciária, com carga horária de 780 horas
aula;
Curso de Administrador de Presídio, com carga horária de 150 horas aula.
A Educação oferecida as pessoas presas era de caráter apenas ocupacional,
utilizando do sistema Telecurso, não sendo oferecido comprovante de escolaridade. A
educação estava presente em nove estabelecimentos penais. Em Campo Grande, as
atividades educacionais estavam sendo desenvolvidas nos seguintes estabelecimentos:
Estabelecimento Penal de Segurança Máxima, Instituto Penal de Campo Grande,
Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Zorzi”.
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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No interior, as atividades educativas estavam sendo desenvolvidas nos seguintes
Estabelecimentos Penais dos municípios de: Ponta Porã, Dourados, Três Lagoas,
Corumbá, Aquidauana e Paranaíba.
Em 1998, mediante convênio celebrado com a Secretaria de Estado de Educação
e ESP/DSP, que previa a cedência de professores e a Deliberação nº 5178/julho/1998 do
Conselho Estadual de Educação que autorizou o funcionamento da Escola de Serviços
Penitenciários como uma extensão do Centro de Estudos Supletivos – CES Profª Ienes
Delamônica Guimarães, a escola adquiriu seu caráter formal, sendo regularmente
reconhecida como tal. Com a extinção de Cursos Supletivos em 2000 pelo CEE, a
Secretaria de Estado de Educação implantou uma nova Política de Educação de Jovens
e Adultos no MS, criando desta forma uma Política de Educação para os Internos das
Unidades Prisionais de Mato Grosso do Sul, passando a funcionar com extensão da EE
Profº Carlos Henrique Scharder. O interno cumpria uma carga horária diária de três
horas e vinte minutos, sem intervalo, tendo garantida uma oferta de ensino que se
preocupava com a regularização da vida escolar, bem como com a certificação e
remissão de sua pena pelo estudo, a cada 18 horas estudada um dia de remissão.
Nos municípios do interior as salas de aula nos presídios, funcionavam como
uma extensão de uma escola local. Não havendo uma uniformidade na Educação
oferecida. Houve um entendimento entre a Secretaria de Estado de Educação - SED e
da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário – AGEPEN da
necessidade de criar uma escola para atender especificamente o sistema prisional,
devido a grande demanda, desta forma o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul,
criou através do Decreto nº 11.514, de 22 de Dezembro de 2003 a E.E. Pólo Profª
Regina Lúcia Anffe Nunes Betine, com a sede no município de Campo Grande e
extensões no interior. A Resolução/SED nº 1714, de 27 de fevereiro de 2004 credencia a
Unidade Escolar a oferecer Educação Básica e autoriza o funcionamento do Ensino
Fundamental e Ensino Médio.
No ano de 2008, o Conselho Estadual de Educação autorizou a implantação do
Projeto Experimental dos Cursos de Educação de Jovens e Adultos nas Etapas do
Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Atualmente a escola possui 20 extensões, sendo: 04 extensões em Campo
Grande e 16 no interior, sendo:
Campo Grande:
Estabelecimento Penal de Segurança Máxima EPSMJFC 05 salas de aula;
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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Instituto Penal - IPCG – 03 salas de aula;
Estabelecimento Penal Feminino – 04 salas de aula;
Penitenciária Federal de Campo Grande – 02 salas de aula;
Dourados: PHAC – 05 salas de aula;
Jatei: EPJ- 01 sala de aula;
Ponta Porã: EPFPP - 01 sala de aula;
EPMPP – 01 sala de aula;
Corumbá: EPFC – 02 salas de aula;
EPC – 02 salas de aula;
Três Lagoas: EPTL – 01 sala de aula;
EPFTL – 01 sala;
Paranaíba: EPP - 01 sala de aula;
Aquidauana: EPA – 01 sala de aula;
Cassilândia: EPCAS – 01 sala de aula;
Amambaí: EPFAMAMBAI – 01 – sala de aula;
Bataguassu: EPBATAGUASSU– 01 Sala;
EPFBATAGUASSU – 01 Sala de aula;
São Gabriel do Oeste: EPSGDO – 01 Sala;
Naviraí: PSMN – 01 Sala;
Financiamento da Educação de Jovens e Adultos em Situação de Privação de
Liberdade
O Art. 4º da LDB, dispõe sobre o atendimento ao educando do ensino
fundamental por meio de programas suplementares de material didático, transporte,
alimentação e assistência a saúde. Nesse sentido a Escola Estadual Prof. Regina Lúcia
Anffe Nunes Betine recebe recursos do PDE-Escola, PDDE e Repasse financeiro, no
entanto os mesmos atendem ao setor pedagógico, com materiais didáticos pedagógicos
diversos, cursos de formação aos professores e materiais de expediente e manutenção.
Recebe também recursos para a merenda escolar, através de convênio da SED e APM
da escola. Portanto, cabe ao Conselho Escolar promover a articulação junto ao Sistema
Penitenciário e demais instituições responsáveis, buscando atender a necessidade dos
internos em relação à saúde do escolar, além das já citadas.
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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Desde 2004 Escola Estadual Prof. Regina Lúcia Anffe Nunes Betine, já efetua o
cadastramento dos alunos no Censo Escolar do INEP, o que possibilita computar os
alunos do sistema penitenciário do Estado para efeito de repasses periódicos do
FUNDEB. Dentre o público de atendimento diferenciado do Programa Brasil
Alfabetizado, constam inclusos nas resoluções das ações de alfabetização, a população
prisional.
CONSENSOS
A concretização das relações inter-secretariais entre Educação e Justiça
pressupõe a articulação entre as suas instituições auxiliares, ou seja, a Associação de
Pais e Mestres da Escola Regina Betini, no âmbito da LDB, e o Patronato, no âmbito da
LEP, que conforme dispõe os Art. 78 e 79, já tem a atribuição legal de prestar
assistência educacional aos presos dos regimes semi-aberto, aberto, liberados
condicionais e egressos.
Também os Conselhos da Comunidade, nos termos dos Art. 80 e 81 da LEP,
possuem atribuições legais para apoio, orientação e acompanhamento das assistências
devidas ao preso. Estando esses Conselhos já instalados e em funcionamento em todas
as Comarcas do Estado onde estão situadas as Unidades Penais, esses se configuram
como parceiros importantes para a efetivação deste Plano.
A instancia de interlocução dos Conselhos da Comunidade devem ser o
Colegiado Escolar a ser criado no âmbito da Escola Regina Betine. Este Colegiado deve
ser análogo ao Colegiado Escolar existente no sistema regular de ensino, exercendo
funções deliberativas no que refere às questões escolares da alçada da LDB. Neste
sentido, a composição do Colegiado pode congregar representações do conjunto dos
professores e dos funcionários que atuam nas Unidades Prisionais, dos familiares dos
alunos/presos e dos próprios alunos/presos. Concomitante às funções escolares é
desejável que este Colegiado exerça também atribuições consultivas em relação ao
Plano Estadual de Educação em Estabelecimentos Penais. Para a consecução destas
atribuições é importante que a composição deste Colegiado congregue representações
da sociedade civil, tais como:
- Federação das Industrias e Comércio;
- Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul;
- OAB;
- Pastoral Carcerária;
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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- e outras.
Proposta Político Pedagógica
Deste Plano Estadual devem emergir a Proposta Político Pedagógica a ser
implementada em todas as extensões da escola Regina Betine nas Unidades Prisionais.
A atual proposta existente deve ter um prazo razoável para sua adequação, sendo
desejável que ela mantenha certo grau de padronização da oferta educacional no
Estado, mas que contemple também as especificidades regionais.
Produção de Conhecimentos
A parceria Educação/Justiça pode viabilizar a cultura e a prática de organização
e de sistematização dos saberes, das práticas e dos conhecimentos próprios do universo
prisional com vistas à produção de conhecimentos que subsidie tanto a formação quanto
a pesquisa científica e a socialização dos conhecimentos por meio de eventos e
publicações.
Financiamento
A Escola Regina Betini deve qualificar-se junto às instâncias do MEC para
estender os programas complementares às salas de aulas das unidades prisionais,
conforme disposição do Artigo 4, inciso VIII da LDB: “atendimento ao educando, no
ensino fundamental público, por meio de programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde”.
Escola Estadual Regina Betini
A Escola Estadual Pólo Prof. Regina Lucia Anffe Nunes Betine, com sede a Rua
Pernambuco, n° 1.512, Vila Célia, na cidade de Campo Grande-MS, foi criada pelo
Governo Popular do Estado de Mato Grosso de Sul através do Decreto n°11.514, de 22
de Dezembro de 2003, credenciada pela Resolução/SED n° 1.714, de 27 de Fevereiro de
2004, para oferecer a Educação Básica autorizando o funcionamento do Ensino
Fundamental e Ensino Médio, podendo ter tantas extensões quantas necessárias no
Estado.
A Escola possui extensões nas Unidades Prisionais dos Municípios de Campo
Grande, Cassilândia, Dourados, Jatei, Ponta Porã, Corumbá, Três Lagoas, Paranaíba e
Aquidauana, Naviraí, Bataguassu, São Gabriel do Oeste, Amambaí.
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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Conta com a seguinte equipe:
o 01 Diretora
o 01 Diretora Adjunta
o 01 Secretária
o 04 Agentes Administrativos
o 05 Coordenadoras Pedagógicas
o 42 Professores
Instituições Auxiliares da Educação e da Justiça
Instituições Auxiliares da Educação e da Justiça
A efetivação da parceria entre secretarias da Educação e da Justiça requer uma
efetiva integração operacional entre as respectivas instituições auxiliares.
Para melhor entendimento quanto à eventual simetria entre as instituições
auxiliares existentes nas áreas de Educação e da Justiça, a primeira amparada na LDB e
a segunda na LEP, estudamos sua composição, as atribuições e o significado de suas
existências dentro das respectivas estruturas e chegamos ao consenso de que as
instituições são análogas, possuem composição semelhantes e tem atribuições
específicas quanto à assistência educacional a homens e mulheres presas, podendo,
portanto, trabalharem em regime de cooperação.
Segundo a Lei de Execução Penal, são órgãos da execução penal:
O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP),
órgão vinculado ao Ministério da Justiça, integrado por 13 conselheiros designados pelo
Ministério da Justiça dentre professores, profissionais na área de direito penal,
processual penal, penitenciário, ciências correlatas, representantes da comunidade e dos
ministérios da área social.
O Juízo da Execução, a quem compete a determinação quanto à
individualização da pena e fiscalização da execução penal.
O Ministério Público, orgão fiscalizador da execução penal e da medida
de segurança, com prerrogativas para interpor recursos de decisões dos juízos da
execução.
O Conselho Penitenciário é o órgão consultivo e fiscalizador da execução
penal. Os conselheiros são nomeados pelo governador do Estado dentre professores,
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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profissionais do direito criminal, penitenciário, ciências correlatas e representantes da
comunidade. Emite parecer sobre livramento condicional e indulto e comutação de
pena, além de inspecionar os estabelecimentos e serviços penais e de supervisionar os
patronatos e assistência aos egressos. Os departamentos penitenciários estaduais e
nacional, este subordinado ao Ministério da Justiça, são órgãos executivos da política
nacional e de apoio às unidades federativas.
O Departamento Penitenciário Local (AGEPEN – subordinado a
Secretaria de Estado e Justiça e Segurança Pública, com a finalidade de supervisionar e
coordenar a administração dos estabelecimentos penais)
O Patronato, público ou particular e destina-se a prestar assistência aos
albergados, aos liberadados condicionais e aos egressos. Incumbe também ao Patronato,
orientar condenados a penas restritivas de direito, fiscalizar o cumprimento de pena de
prestação de serviço a comunidade e de limitação de final de semana, bem como os
liberados condicionais (sursis).
O Conselho da Comunidade é composto por representantes de associação
comercial ou industrial, advogado indicado pela OAB, assistente social indicado pela
Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistência Social e tem a incumbência
de visitar mensalmente as unidades penais da comarca, entrevistar presos, prestar
relatório mensal ao Juízo das Execuções Penais e Conselho Penitenciário, diligenciar
obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso em
harmonia com a direção do estabelecimento penal.
Segundo a LDB, são orgãos auxiliares da Educação
Associação de Pais e Mestres (APM), entidade dde direito privado, é a instância
máxima de deliberação da unidade escolar. Foi criada com a finalidade de colaborar
para o aperfeiçoamento do processo educacional, para a assistência escolar e para a
integração escola/família, escola/comunidade, de acordo com a LDB, artigo 12, inicisos
VI e VII.
A APM – Associação de Pais e Mestres da Escola fará articulação direta com os
órgãos de execução penal: Conselhos da Comunidade e Patronatos, inclusive com
representantes de cada Unidade Prisional, nos municípios. Os Conselhos da
Comunidade atuarão no regime de privação de liberdade e o Patronato nos regimes
aberto, semi-aberto e egressos. Encontrar-se à mecanismos para descentralizar algumas
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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ações e promover maior participação da comunidade escolar em todos os município
onde houver extensões, tendo representantes da Unidade Prisional ou Conselho da
Comunidade.
Será criado o Conselho da Escola, com a participação de representantes de
diversos segmentos da sociedade civil e governamental, como órgãos da execução
penal, OAB, Conselhos de Educação, Conselhos de Saúde e outros. Com o objetivo de
promover mecanismos de gestão democrática, controle social das políticas, avaliação e
acompanhamento da implantação do Plano Estadual de Educação nas Unidades
Prisionais do Estado.
Patronatos
De acordo com o Plano Diretor do Sistema penitenciário do Mato Grosso do Sul
Existem 5 Patronatos no Estado do Mato Grosso do Sul, 1 em Campo Grande, 1 em
Corumbá, 1 em Três Lagoas, 1 em São Gabriel D’Oeste e 1 em Ponta Porá,
todos públicos,
regularmente constituídos pelo Decreto nº 12.131 de 4 de agosto de 2006.
Sua estrutura compreende a Diretoria, Comissão Técnica de Classificação e a
Divisão
Assistencial, compreendendo assistências social, psicológica e jurídica.
Em Campo Grande, a população egressa é a seguinte:
o Liberado Condicional – masculino: 1289, feminino: 267;
o Regime aberto masculino: 417, feminino 28;
o Regime Semi-aberto – masculino: 412, feminino: 171;
o Regime domiciliar masculino: 08, feminino: 04;
o Total: 2.596.
O Patronato Penitenciário de Campo Grande/MS atende os sentenciados dos
regimes aberto
e semi-aberto que apresentam-se mensalmente e os beneficiados de livramento
condicional,
totalizando aproximadamente 880 sentenciados.
No Patronato de Três Lagoas é oferecida assistência psicossocial, jurídica e
médicoodontológica.
As penas restritivas de direito são devidamente assistidas pela Central de
Penas Alternativas
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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– Cepa, do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul.
No Estado de Mato Grosso do Sul não há projeto de estímulo à criação de
Patronatos privados.
AÇÃO Nº 01 – até dezembro de 2011
Instalar Patronatos Públicos nas comarcas com mais de 300 presos, visando
assistir os
egressos e os condenados a pena restritiva de direitos, bem como fiscalizar o
cumprimento
das penas de prestação de serviço a comunidade, de limitação de final de
semana, do
cumprimento das condições da suspensão condicional da pena e do
livramento condicional.
Conselhos da Comunidade
Também de acordo com o Plano Diretor do Sistema penitenciário do Mato
Grosso do Sul Toda as comarcas possuem Conselhos de Comunidade instalados, num
total de 54 comarcas.
Em Campo Grande são fiscalizados pelos Conselhos de Comunidade as
seguintes unidades:
Estabelecimento Penal de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho, Instituto
Penal de
Campo Grande, Centro de Triagem Anísio Lima, Presídio de Trânsito,
Estabelecimento
Penal Feminino Irmã Irma Zorzi, Estabelecimento Penal de Regime Semi-
Aberto Urbano,
Estabelecimento Penal de Regime Aberto, Casa do Albergado de Campo
Grande,
Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Assistência as Albergadas de Campo
Grande e
Colônia Penal Agrícola.
O Conselho de Comunidade de Campo Grande é composto por presidente,
diretor
administrativo, tesoureiro, conselho fiscal, juízes e promotores que estiverem
atuando na
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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Vara de Execução Penal, Auditoria Militar e os Conselheiros. Atualmente é
constituído por
membros do Conselho Regional de Psicologia, Conselho Regional de Assistente
Social,
Ordem dos Advogados do Brasil, Agência Estadual de Administração do
Sistema
Penitenciário e representantes da sociedade civil.
Todos os Conselhos prestam relatório mensal ao Juiz da Execução.
AÇÃO Nº 01 – até Dezembro de 2009 – concluída
Levantamento da situação atual dos Conselhos da Comunidade em cada
Comarca.
AÇÃO Nº 02
Instalar Conselho de Comunidade nas Comarcas onde ainda não exista.
AÇÃO Nº 03 – ate março de 2010
Colocar em funcionamento todos os Conselhos da Comunidade criados e
desativados.
Formação de professores e Valorização do Magistério
Não obstante as peculiaridades de cada Unidade da Federação, as atividades
desenvolvidas pelas Escolas Penitenciárias (ou espaços institucionais que lhe são
correspondentes) gravitam no entorno dos seguintes eixos: seleção, qualificação e
aperfeiçoamento dos servidores do sistema penitenciário. Agregam-se a estes, em
alguns espaços institucionais, atuações no sentido da valorização da categoria de
servidores e, em menor número, perspectivas de atividades de pesquisa e produção de
conhecimento acerca da realidade e dinâmicas prisionais.
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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[...] As peculiaridades do campo de trabalho em serviços penitenciários se
inserem nessa reflexão como condutoras de uma dimensão prioritária das Escolas
Penitenciárias (ou espaços institucionais correspondentes) na formação profissional
dos servidores do sistema prisional.
[...] Cumpre destacar que esta noção de formação profissional não implica que
as Escolas Penitenciárias (ou espaços institucionais correspondentes) sejam
responsáveis pela criação de cursos superiores, ou de pós-graduação (em especial lato
sensu – especialização), na especificidade das Ciências Penitenciárias – tal compete, na
perspectiva de rede, muito mais às Instituições de Ensino Superior – implica, contudo,
que calcados na Matriz Curricular Nacional para Formação do Pessoal Penitenciário, os
cursos desenvolvidos assumam a perspectiva de formação profissional que se constitui
como algo para mais além de uma mera qualificação ou aperfeiçoamento laboral.
(DEPEN, 2006).
A Matriz Curricular Nacional pretende ser um documento referencial, que
descreve o elenco das principais competências, habilidades,saberes e atitudes que
devem ser desenvolvidos junto a todos os que desempenham suas funções no sistema
penitenciário. (DEPEN, 2006a),
Formação dos técnicos penitenciários
Formação de professores
Que o docente em exercício na educação em presídios seja um profissional da
carreira do magistério.
Que seja reconhecido à este profissional as vantagens pecuniárias próprias da
especificidade do cargo/função.
Que seja proporcionado à este profissional formação continuada regular e
periódica, com vistas a especialização para educação em regimes de privação de
liberdade, preferencialmente, por meio de cursos presenciais ofertados por universidade
pública estadual.
Que no prazo de três anos a Secretaria de Estado de Educação de MS viabilize
condições para que todos os docentes lotados na Escola Regina Betine atuando em
Estabelecimentos Penais recebam formação, pelo menos, como especialista em
educação em regime de privação de liberdade.
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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Formação pedagógica dos monitores presos
O presente texto trata da formação pedagógica para presos que historicamente
atuam em prisões como auxiliares de professores.
Aproveitando a experiência constituída no sistema penitenciário de MS, este
Plano aponta para a conveniência de dar formação pedagógica de nível técnico a
homens e mulheres presos que vejam na carreira de educação uma possibilidade de
profissionalização, inclusive para o exercício da profissão quando em liberdade.
Queremos repensar possíveis caminhos para as escolas das prisões, porém cabe-
nos questionar ao professor que lida diariamente com o processo de ensino
aprendizagem se há de fato a necessidade deste e de que forma isso ocorreria na prática,
diante da realidade existente nas unidades prisionais. O monitor virá de encontro com a
necessidade do professor no processo de ensino aprendizagem dos alunos ou será mais
um meio de oferecer um curso profissionalizante?
Verificamos que a realidade do monitor já é existente e seu papel é ministrar
aulas. Segundo Adorno em entrevista com monitores os mesmos não exerciam essa
atividade antes de serem presos, são oficialmente chamados de monitores, mas, por seus
alunos, são chamados de professores, e em sua prática cotidiana é essa a função que
desenvolvem. Os monitores presos são contratados pela Fundação Professor Manuel
Pedro Pimentel para ministrarem aulas no nível I, em classes de alfabetização e no nível
II, em educação supletiva. A FUNAP é responsável pelo Ensino Fundamental nos
estabelecimentos prisionais do Estado de São Paulo. A escolaridade exigida para dar
aulas no nível I é o Ensino Fundamental completo e para o ensino supletivo, o Ensino
Médio completo ou em vias de conclusão.
Entendemos a necessidade de se dar oportunidades ao interno de ocupar-se de
outros assuntos que não sejam relacionados ao mundo do crime, dando uma perspectiva
de vida após sua passagem pelo sistema carcerário, uma vez que muitos têm a faixa
etária entre dezoito e trinta anos de idade e ali chegaram sem nenhuma profissão, mas
não cabe somente a educação exercer esse papel.
Dentro da realidade do sistema prisional, a necessidade não é de um monitor,
como relata o autor Adorno, mas sim de um auxiliar, como já acontece em alguns
estabelecimentos prisionais do estado de Mato Grosso do Sul, a exemplo do Instituto
Penal de Campo Grande – IPCG – onde existem dois auxiliares no Setor Educacional
que realizam tarefas como registro de freqüência dos alunos, xerocopiar, auxílio à
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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biblioteca, preparo da merenda etc. Na sala de tecnologia do mesmo estabelecimento
penal existe um professor que auxilia o professor regente no desenvolvimento de
atividades como produção de slides, uso de software e tecnologias em geral.
Entendemos que práticas tais como correção de caderno, círculo de leitura e
avaliações dos educandos cabem aos professores, facilitando a interação dos mesmos
com os alunos, percebendo suas dificuldades e avanços.
CONSENSOS
Nos mesmos termos em que o plano nacional de saúde no sistema penitenciário
institucionaliza a profissão do agente promotor de saúde como uma possibilidade de
formação para que homens e mulheres presos possam auxiliar nas tarefas de saúde
básica no interior de Estabelecimentos Penais, este Plano sugere que a área de educação
proporcione formação de nível técnico, orientado pelo eixo tecnológico Apoio
Pedagógico, do catálogo nacional de cursos técnicos, para que homens e mulheres
presos possam também exercer tarefas de apoio à educação dentro dos presídios do
Estado de MS. Recomenda-se que a proporcionalidade de presos e presas a serem
formados como técnicos sejam igual, ou superior, ao adotado na área de saúde.
Interdisciplinaridade
Quando falamos em Interdisciplinaridade no âmbito da Educação em
Estabelecimentos Penais devemos que a relação hierárquica entre campos de saberes e
áreas de conhecimento não existe em Ciências. Uma coisa é pensar a integração
operacional entre diferentes setores de trabalho e outra coisa distinta é pensar o trabalho
articulado e harmonioso entre diferentes áreas de conhecimento, em que as Ciências
Jurídicas, a Psicologia, a Psiquiatria, o Serviço Social e a Pedagogia devem colocar os
seus saberes específicos a favor da qualificação de homens e mulheres para uma vida
digna em sociedade.
Nesta seção apresentamos nossas considerações sobre a perspectiva pedagógica
de cada uma destas áreas e de como cada uma delas pode contribuir para a tarefa
socioeducativa dentro da prisão.
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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Saúde
A plena implantação das determinações do Plano Nacional de Saúde no Sistema
Penitenciário é de sumo interesse também para a Educação, dada a perspectiva da
educação em saúde subjacente ao trabalho da equipe médica, especialmente do Agente
Promotor de Saúde.
A orientação daquele e deste plano é que o atendimento de saúde seja referenciado na
rede do Sistema Único de Saúde, com o uso do respectivo Cartão de Usuário e que o
trabalho interno da equipe de saúde seja prioritariamente voltado para a Educação em
Saúde.
Que a equipe médica adote uma agenda permanente e regular de cursos, palestras e
oficinas sobre questões de higiene pessoal, educação sexual, direitos reprodutivos,
métodos contraceptivos e planejamento familiar, acessíveis tanto aos presos quantos aos
seus familiares, educadores e funcionários da unidade prisional.
Psicologia
Em face da extinção do Exame Criminológico, que ocupava parte significativa do tempo do psicólogo viabilizou-se a dedicação deste aos trabalhos próprios da reabilitação penal. Não precisando trabalhar sob uma relação hierarquizada e de subordinação para atender demandas do Juízo das Execuções, o profissional pode usar como mais propriedade os métodos e técnicas da Psicologia tanto para o atendimento individual quanto para o trabalho em grupos.
Serviço Social
A constituição do SUAS – Sistema Único de Assistência Social orientou-se pelo entendimento de que a Assistência Social deva ser uma política pública de caráter universal, logo, que o atendimento às pessoas necessitadas deva ser feito pelos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e pelos Centros de Referências Especializados de Assistência Social (CREAS) de acordo com o grau de complexidade das necessidades. Esta orientação deve fundamentar a prática da assistência social nas unidades prisionais, inclusive nos Patronatos e Conselhos da Comunidade, visando a difundir a cultura de exercício de direitos, com apoio e orientação para que a pessoa presa e seus familiares exercitem os direitos não atingidos pela pena de privação da liberdade.
Ciências Jurídica
É desejável que a assistência jurídica lastreada apenas na consulta processual e na elaboração de petições evolua para uma perspectiva de Justiça Social, ocupando-se do conjunto de direitos da pessoa presa e não apenas da questão processual. A perspectiva da Justiça Social inclui, necessariamente, os direitos civis, o Direito de Família, direitos previdenciários e trabalhistas, direito do consumidor e direitos políticos que podem e devem serem trabalhados no interior das unidades prisionais como parte dos esforços para constituição da pessoa como sujeito de direitos.
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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Aos propósitos da Educação interessa que as Ciências Jurídicas, Criminais e Penitenciárias se expressem na forma de apoio, orientação e esclarecimentos e menos em sua dimensão normativa que a todos a todos subordina.
Agente Penitenciário
A tarefa da Educação junto aos agentes prisionais é de transformá-los em potenciais educadores, especialmente pela relação direta e mais cotidiana que possuem com os presos. Para a consecução deste objetivo é fundamental ressignificar a função que este profissional exerce no quadro do pessoal penitenciário, ouvindo-o, por exemplo, por ocasião da lavratura de relatórios disciplinares e de feitura de laudos criminológicos e períciais destinadas a subsidiar decisões para concessão de benefícios e progressão de regime. Esta ressignificação de suas funções não implica em alterações quanto às atribuições do cargo, mas apenas e tão somente em uma mudança de cultura que seja perceptível a ele, aos presos e aos responsáveis pela segurança e disciplina dentro do estabelecimento penal.
Trabalho
O olhar da Educação sobre o trabalho é no sentido de que ele é ainda o principal eixo estruturador da vida das pessoas, categoria central no balizamento das relações humanas e sociais e componente fundamental das estruturas psicossociais que modelam a subjetividade, a auto imagem e a identidade das pessoas. A relação educação/trabalho no universo prisional deve ser, prioritariamente, o da difusão da cultura do trabalho e o da qualificação técnica e profissional para habilitar as pessoas à vida produtiva e responsável quando em liberdade. Os setores operacionais e administrativos da prisão constituem espaços potencialmente pedagógicos, subsidiários que são da formação técnica e profissional, tais como cozinha, lavanderia, marcenaria, serralheria, elétrica, hidráulica, mecânica, jardinagem e devem atender tanto às demandas institucionais quanto à dimensão formativa.O mesmo se aplica aos postos de trabalho criados em parceria com o Poder Público e a iniciativa privada, que devem privilegiar a dimensão formativa sobre a produtiva.Ainda as potencialidades pedagógicas oferecidas pelo trabalho, deve-se atentar para o Artigo 35 da LEP ao determinar que “Os órgãos da administração direta ou indireta da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares.”Especialmente as duas secretarias mais diretamente responsáveis pela implantação deste Plano devem privilegiar a abertura de postos de trabalhos qualificados no interior dos estabelecimentos penais, dando prioridade às atividades nas quais sejam possíveis o domínio de processos e não a mera realização de tarefas.A preferência por atividades com baixo valor agregado e que demandam grande volume de mão de obra proporciona ocupação em maior escala, mas não atende às necessidades de qualificação profissional da pessoa presa.
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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Monitoramento e Avaliação do Plano Estadual
Consensos e sugestões para as Diretrizes Nacionais
Infraestrutura
1. É imprescindível a abertura de discussões sobre a arquitetura prisional para
contemplar as necessidades específicas da Educação.
2. A ampliação da oferta da Educação em presídios deve corresponder à
contraproposta de ampliação das instalações na unidade prisional.
3. Dotar as unidades de infraestrutura para utilização de tecnologia da
informação e da comunicação, especialmente como suporte para o ensino à distância.
Gestão Escolar
A concretização das relações inter-secretariais entre Educação e Justiça
pressupõe a articulação entre as suas instituições auxiliares, ou seja, a Associação de
Pais e Mestres da Escola Regina Betini, no âmbito da LDB, e o Patronato, no âmbito da
LEP, que conforme dispõe os Art. 78 e 79, já tem a atribuição legal de prestar
assistência educacional aos presos dos regimes semi-aberto, aberto, liberados
condicionais e egressos.
Também os conselhos da comunidade, nos termos dos Art. 80 e 81 da LEP,
possuem atribuições legais para apoio, orientação e acompanhamento das assistências
devidas ao preso. Estando esses Conselhos já instalados e em funcionamento em todas
as Comarcas do Estado onde estão situadas as unidades penais, esses se configuram
como parceiros importantes para a efetivação deste Plano.
A instância de interlocução dos conselhos da comunidade deve ser o Colegiado
Escolar, a ser criado no âmbito da Escola Regina Betini. Este Colegiado deve ser similar
ao Colegiado Escolar existente no sistema regular de ensino, exercendo funções
deliberativas no que refere às questões escolares da alçada da LDB. Neste sentido, a
composição do Colegiado pode congregar representações do conjunto dos professores e
dos funcionários que atuam nas unidades prisionais, dos familiares dos alunos/presos e
dos próprios alunos/presos.
Concomitante às funções escolares é desejável que este Colegiado exerça
também atribuições consultivas em relação ao Plano Estadual de Educação em
Estabelecimentos Penais, constituindo-se na instância de monitoramento e de avaliação
deste Plano. Para a consecução destas atribuições é importante que a composição deste
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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Colegiado congregue representações da sociedade civil, tais como Federação das
Industrias e Federação do Comércio, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul,
Seccional da OAB, Pastoral Carcerária e outras.
Proposta Político Pedagógica
Deste Plano Estadual deve emergir a Proposta Político Pedagógica a ser
implementada em todas as extensões da escola Regina Betine nas unidades prisionais do
Estado de Mato Grosso do Sul. A proposta pedagógica ora em vigência deve ter um
prazo razoável para sua adequação ao Plano, sendo desejável que ela mantenha certo
grau de padronização da oferta educacional no Estado, mas que contemple também as
especificidades regionais.
Produção de Conhecimentos
A parceria Educação/Justiça pode viabilizar a cultura e a prática de organização
e de sistematização dos saberes, das práticas e dos conhecimentos próprios do universo
prisional, com vistas à produção de conhecimentos que subsidie tanto a formação
quanto a pesquisa científica e a socialização dos conhecimentos por meio de eventos e
publicações.
Financiamento
A Escola Regina Betini deve qualificar-se junto às secretarias do MEC e ao
FNDE para estender os programas complementares às salas de aulas das unidades
prisionais, conforme disposição do Artigo 4, inciso VIII da LDB: “atendimento ao
educando, no ensino fundamental público, por meio de programas suplementares de
material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde”.
Monitor preso
Nos mesmos termos em que o Plano Nacional de Saúde no Sistema
Penitenciário institucionaliza a profissão do agente promotor de saúde como uma
possibilidade de formação para que homens e mulheres presos possam auxiliar nas
tarefas de saúde básica no interior de estabelecimentos penais, este Plano sugere que a
área de educação proporcione formação de nível técnico, orientado pelo Eixo
Tecnológico Apoio Pedagógico, do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, para que
homens e mulheres presos possam também exercer tarefas de apoio à Educação dentro
dos presídios do Estado de MS. Recomenda-se que a proporcionalidade de presos e
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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presas a serem formados como técnicos sejam igual ou superior ao adotado na área de
saúde (5%).
A exemplo do que ocorre na Saúde, os técnicos em Educação Social devem ser
adequadamente remunerados, seja pelo Patronato, pelo Conselho da Comunidade ou
pela Escola Regina Betini.
Remição
1. Diante da inexistência de norma federal quanto à remição da pena pelos
estudos, e a divergência jurisprudencial quanto à perda integral dos dias remidos pelo
trabalho, aos objetivos educacionais interessa que nos casos de cometimento de falta
grave não fique comprometida a freqüência escolar do aluno preso. Sugere-se que a
sanção disciplinar de perda da remição pelos estudos incida apenas, e tão somente,
sobre os dias correspondentes à punição da falta grave.
2. Os cursos livres (teatro, dança, música, literatura, etc) devem indicar a
carga horária e fornecer aos participantes certificado de participação ou instrumento
equivalente, para efeito de remição da pena.
3. Por ocasião do fechamento do bimestre a Escola Regina Betini deve
enviar cópia das respectivas Certidões para a Vara das Execuções Penais para efeito de
remição.
4. Este Plano considera válido adotar a cumulatividade para a remição de
trabalho e educação, somando-se os dias de um e outro.
Diversidade
1. Exigência em concursos públicos de conhecimentos específicos para a
seleção de professores especialistas para a Educação Escolar Indígena e Educação
Especial;
2. Produção de material didático pedagógico específico para a Educação
Escolar indígena e Educação Especial;
3. Observar a especificidade da população indígena e dos portadores de
necessidades educacionais especiais encarcerada para efeito de remição da pena pelos
estudos.
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
41
Níveis e Modalidades
Será necessário a Escola Regina Betini proceder à normatização para a
certificação em função do trabalho técnico e profissional a que se refere o Artigo 41 da
LDB.
Marcos Normativos
Parecer CEB 11/200
Declaração de Hamburgo, 1997, tema 8, item 47
Resolução 1990/20 (sobre a educação, capacitação e consciência pública na
esfera da prevenção do delito). Conselho Econômico e Social da ONU.
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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DF. 1998.
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Nível Técnico. Brasília, DF. 1999.
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Parcerias
Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública
Agência
Escola Regina Betini
Grupo de Sistematização
Helena Leite Baptista (coordenadora pedagógica)
Guimar Dutra Calheiros Lopes (professora da sala de tecnologia)
Adriano José silva dos Santos (professor de EJA)
Leandra Maria Luna Navarros (professora de ensino fundamental)
Lucimaia Borges silva de Oliveira (professora de Inglês)
Divina dos Reis Cardoso (Coordenadora Pedagógica)
Relação nominal da Equipe de Trabalho
Este texto destina-se única e exclusivamente à revisões técnicas, vedada sua utilização para quaisquer outros fins sem prévia autorização da Secretaria de Estado da Educação.
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