plano estadual de educação 2015-2025

151
GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DA PARAÍBA DOCUMENTO-BASE PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO (2015-2025) COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO E DE AVALIAÇÃO DO PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO JOÃO PESSOA - PARAÍBA ABRIL DE 2015

Upload: marcio-bento

Post on 16-Sep-2015

21 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Plano Estadual de Educação do Estado da Paraíba. 2015-2025. Arquivo PDF.

TRANSCRIPT

  • GOVERNO DO ESTADO DA PARABA

    SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAO DA PARABA

    DOCUMENTO-BASE

    PLANO ESTADUAL DE EDUCAO (2015-2025)

    COMISSO DE ACOMPANHAMENTO E DE AVALIAO DO PLANO

    ESTADUAL DE EDUCAO

    JOO PESSOA - PARABA

    ABRIL DE 2015

  • Sumrio

    1.Educao Infantil .................................................................................5

    2.Ensino Fundamental ............................................................................11

    3.Ensino Mdio.......................................................................................12

    4.Educao Especial ...............................................................................25

    5.Educao Integral.................................................................................39

    6.Qualidade na Educao........................................................................47

    7.Educao de Jovens e Adultos ............................................................53

    8.Educao Profissional Tcnica de Nvel Mdio..................................62

    9.Educao Superior...............................................................................69

    10.Formao e Valorizao dos Profissionais da Educao Bsica.......78

    11.Gesto Democrtica...........................................................................94

    12.Financiamento da Educao...............................................................97

    13.Pelas Trilhas da Diversidade e da Singularidade...............................112

    13.1.Educao Indgena..........................................................................113

    13.2.Educao tnico-Racial(Quilombolas e Ciganos)..........................124

    13.3.Direitos Humanos ...........................................................................130

    13.4.Educao Ambiental........................................................................134

    14.Pelas trilhas Sociais e Contemporneas .............................................136

    14.1.Educao do Campo.........................................................................136

    14.2. Educao a distncia.......................................................................144

  • APRESENTAO

    De acordo com o I - 2 do Art. 212 da Constituio Estadual de 1989, cabe ao

    Conselho Estadual de Educao (CEE/PB), como rgo normativo e deliberativo superior

    em matria educacional, no mbito do sistema estadual de ensino, a competncia para

    elaborar, em primeira instncia, o Plano Estadual de Educao a ser aprovado pelo Poder

    Legislativo, assim como realizar o acompanhamento e a avaliao da sua execuo.

    Apesar desta prerrogativa legal, o CEE/PB, entendendo no somente a

    complexidade da elaborao do novo Plano Estadual de Educao da Paraba, mas,

    sobretudo, reconhecendo o carter participativo e democrtico como essenciais

    estruturao de um documento que possa nortear a poltica pblica de educao na

    prxima dcada, por meio do desenvolvimento de aes voltadas melhoria da qualidade

    da educao e de iniciativas destinadas ao enfrentamento das desigualdades, resolveu

    descentralizar as aes de elaborao do Documento-Base, sugerindo Secretaria de

    Estado da Educao a estruturao de uma Comisso de Acompanhamento e de

    Avaliao do Plano Estadual de Educao e, posteriormente, a constituio de 13 (treze)

    Comisses Temticas.

    A Comisso de Acompanhamento e de Avaliao do Plano Estadual de Educao

    foi designada, inicialmente, pela Portaria n 495, de 01 de Setembro de 2013 e,

    posteriormente, pela Portaria n 035, de 26 de Janeiro de 2015, e as Comisses Temticas

    foram designadas pela Portaria n 1.163 de Dezembro de 2014 e, posteriormente, pela

    Portaria n037 de 26 de Janeiro de 2015.

    As Comisses Temticas, definidas com base nas diversas etapas e modalidades

    da Educao Nacional, assim como em grandes eixos de carter especfico e transversais,

    no somente estruturaram os respectivos diagnsticos, quanto enunciaram as metas e

    estratgias para o perodo de vigncia no novo Plano Estadual de Educao da Paraba,

    que foram sistematizados neste Documento-Base.

    Neste sentido, ressalta-se que este documento fruto de um amplo processo

    democrtico que articulou em diversas reunies, aproximadamente 90 (noventa)

    profissionais das Universidades, dos Sindicatos, das entidades associativas da educao,

    dos movimentos sociais, de fruns estaduais e comits da rea, de docentes, de gestores,

    membros do Conselho Estadual de Educao e de outros segmentos que atuam na

    Educao na Paraba.

    Pretende-se com a realizao das audincias pblicas e demais eventos de carter

    democrtico e participativo, que este Documento-Base receba contribuies com vistas

    estruturao da verso final, que ser objeto de apreciao e aprovao pelo Conselho

    Estadual de Educao da Paraba e, seguidamente, do respectivo envio do Projeto de Lei

    pelo Poder Executivo ao Legislativo estadual.

    Destaca-se, ainda, que por se tratar de um plano que expressa uma poltica de

    Estado, as mltiplas contribuies foram e sero consideradas. No entanto, a verso final

    que ser objeto de Projeto de Lei, dever formar um conjunto coerente, integrado e

    articulado, para que o direito educao com qualidade social, democrtica e inclusiva,

    seja garantido a todos (as) os (as) paraibanos (as).

  • Joo Pessoa, 15 de Abril de 2015,

    Alssio Trindade de Barros

    Secretrio de Estado da Educao

    Janine Marta Coelho Rodrigues

    Presidenta do Conselho Estadual de Educao

    Flvio Romero Guimares

    Presidente da Comisso de Acompanhamento

    e Avaliao do Plano Estadual de Educao

  • 5 Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba).

    1. EDUCAO INFANTIL:

    A apropriao do sentido da educao como processo fundamental para o

    desenvolvimento integral da criana e do adolescente foi se dando ao longo da histria,

    numa trajetria de lutas e conquistas coletivas, expressas em leis, normas, orientaes e

    em prticas aglutinadoras de avanos e recuos.

    A Constituio Federal de 1988, o Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA) de

    1990, foram dispositivos legais que contriburam para a promulgao da Lei de Diretrizes

    e Bases da Educao Nacional LDB, n 9.394 de 20 de dezembro de 1996, em que

    ratifica a Educao Infantil como dever de Estado e, sobretudo, afirma a educao como

    um direito social. A LDB estabelece que a Educao Infantil como primeira etapa da

    Educao Bsica, cuja finalidade o desenvolvimento integral da criana at seis anos

    de idade, em seus aspectos fsico, psicolgico, intelectual e social, complementando a

    ao da famlia e da comunidade (Art. 29). Essa etapa inicial da educao bsica atende

    crianas de zero a cinco anos de idade. Na primeira fase de desenvolvimento, de zero a

    trs anos, as crianas so atendidas nas creches ou instituies equivalentes. A partir dos

    quatro anos frequentam a pr-escola.

    A Lei n 11.114 de 16 de maio de 2005, torna obrigatria a matrcula das crianas

    de seis anos de idade e a durao de nove anos para o Ensino Fundamental, pela alterao

    dos Artigos 6, 32 e 87 da LDB. A Lei n 12.796 de 04 de abril de 2013, que altera a

    LDB n 9.394/96, diz que as crianas com quatro anos devem ser matriculadas na

    Educao Infantil, na pr-escola, permanecendo nesta etapa at os cinco anos.

    Sendo objeto de estudos e pesquisas nas suas diversas dimenses, a educao

    brasileira, incluindo a etapa da infncia, vem ganhando novos significados e conquistas

    legais, alargando o entendimento no campo dos direitos humanos, do respeito

    diversidade de gnero, cor, idade, etnia, ateno s pessoas com deficincia e

    multiculturalidade. At ento, a concepo que norteava o atendimento s crianas,

    especialmente nas creches, era simplesmente voltada para a guarda e assistncia. As

    creches cumpriam to somente o papel de abrigar as crianas durante a jornada de

    trabalho das mes, carecendo de uma ao integrada que incorporasse os cuidados e os

    direitos essenciais para a formao de suas identidades.

    A LDB adota a concepo de criana como um ser social, com capacidades

    motoras, afetivas, cognitivas, vinculada a uma organizao familiar que, por sua vez, se

    insere em uma determinada cultura. Essa mudana significa conceber a criana como

    sujeito de direitos e as instituies como espaos educativos acolhedores, locais de troca

    de experincias, de construo e apropriao de conceitos e valores, de formao de

    opinies, um espao ldico, da imaginao, da criao, do acolhimento, da

    curiosidade, da brincadeira onde cuidar e educar so dimenses presentes em todas as

  • 6 Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba).

    interaes com as crianas, tanto na vida familiar quanto no dia-a-dia das instituies

    (Referencial curricular Nacional de Educao Infantil, Vol. 1).

    Na Paraba, no mbito da rede oficial pblica, durante muitos anos a gesto

    administrativa das creches oscilou entre a tutela da Secretaria de Desenvolvimento

    Humano e da Secretaria de Educao, como reflexo da ausncia de definio de uma

    poltica valorativa e integrada para o desenvolvimento da criana.

    Em 2006, na promulgao da Lei n 8.043, de 30 de junho de 2006, que

    estabeleceu o Plano Estadual de Educao, ainda vigente, esse fato registrado:

    Atualmente, no Estado da Paraba, a administrao estadual

    ainda assume quantidade significativa de creches e pr-escolas.

    As creches so subordinadas Secretaria de Estado do

    Desenvolvimento Humano e recebem acompanhamento

    pedaggico da Secretaria de Estado da Educao e Cultura, j

    as pr-escolas esto no interior das escolas pblicas estaduais

    do Ensino Fundamental (2006, p.17).

    O cenrio de desintegrao das fases, creches e pr-escola, no interior da

    Educao Infantil, se agrava ao se tratar de outros mecanismos necessrios ao bom

    funcionamento institucional, como profissionais especializados, equipamentos adequados

    e infra-estrutura condizente com as qualificaes para o desenvolvimento humano.

    A existncia de creches e pr-escola parecia cumprir muito mais uma exigncia

    legal do que propriamente subsdios e orientaes educacionais, que constitussem

    processos pedaggicos concernentes ao desenvolvimento da infncia. a partir do final

    da dcada de noventa que surge um conjunto de documentos, apontando princpios

    psicopedaggicos e padres de qualidade como o Referencial Curricular Nacional para a

    Educao Infantil (2001), Parmetros Nacionais de Qualidade para a Educao Infantil

    (2006), Parmetros Bsicos de Infra-estrutura para Instituies de Educao Infantil

    (2006) e outros. Somente depois, com a promulgao da Lei n 11.494 de 20 de junho de

    2007 do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao

    dos Profissionais da Educao - FUNDEB, que foi regulamentado o financiamento da

    Educao Infantil, superando o FUNDEF, voltado apenas para o Ensino Fundamental.

    Desse modo tem se verificado muitos avanos, que inspiram um movimento

    permanente de avaliao e acompanhamento nos moldes do que se prope este PEE, por

    parte da populao educadora e das inmeras instncias de gesto e de manuteno dessa

    primeira e fundamental etapa da educao bsica.

    Consoante o artigo 30, inciso VI da Constituio Federal, a distribuio de

    competncias referentes Educao Infantil de co-responsabilidade, em regime de

    colaborao, dos trs entes federados Municpios, Estados e Unio, cabendo aos

    Municpios a atuao direta quanto ao atendimento de todas as crianas de 0 (zero) a 5

    (cinco) anos. Aos demais entes cabem oferecer apoio tcnico e financeiro.

  • 7 Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba).

    A seguir, dados que demonstram o atendimento de crianas entre 0 (zero) e 5

    (cinco) anos de idade no primeiro decnio do sculo XXI.

    Tabela 1. Evoluo do atendimento na Educao Infantil no Brasil e na Paraba (2000 e

    2010).

    Ano Creche Pr-escola

    0 3 anos 4 e 5 anos

    Paraba Brasil Paraba Brasil

    2000 267.473 13.035.008 145.897 6.778.748

    2010 230.421 10.925.892 120.576 5.802.254 Fonte: IBGE/CENSO/2010.

    Os totais de 413.396 crianas atendidas na Educao Infantil em 2000, na Paraba,

    representam 2,1% da populao brasileira, cujo ndice o mesmo em 2010. Percebe-se

    que h uma diminuio no atendimento nas duas esferas, o que conduz o olhar para a taxa

    populacional de crianas na mesma faixa etria.

    Conforme se observa no Indicador 1A, na populao de 4(quatro) e 5 (cinco) anos

    de idade, a Paraba atende 87.8%, percentual superior ao do Nordeste e ao do Brasil. Para

    atingir a meta de 100%, os sistemas de ensino precisam desenvolver estratgias para

    elevar o atendimento em 12.2% no estado.

    Com relao populao de 0(zero) a 3 (trs) anos, o ndice da Paraba menos,

    comparado ao do Nordeste e do Brasil. Assim, para alcanar a meta mnima brasileira de

    50%, se faz necessrio ampliar o atendimento em mais de 32.9%.

  • 8 Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba).

    Em relao populao de 0 (zero) a 3 (trs) anos que frequenta a escola, a

    Paraba apresenta percentual (17,1%) inferior tanto ao percentual do Nordeste (19,2%)

    quanto do Brasil (23,2%).

    Tabela 2. Evoluo das matrculas na Educao Infantil no Estado da Paraba por

    dependncia administrativa (2007-2012).

    Creche Rede 2007 2008 2009 2010 2011 2012

    Federal 21 68 48 89 71 118

    Estadual 2.274 1.913 1.610 1.816 2.013 1.679

    Municipal 16.634 16.915 18.573 18.847 20.241 21.801

    Privada 2.783 4.398 4.579 5.913 7.076 9.226

    Todas 21.712 23.294 24.810 26.665 29.401 32.924

    Pr-

    escola

    Rede 2007 2008 2009 2010 2011 2012

    Federal 47 209 290 160 189 146

    Estadual 13.252 3.759 2.096 1.874 2.042 1.333

    Municipal 69.194 69.102 68.230 66.830 65.530 66.556

    Privada 18.996 22.352 23.280 26.061 29.201 28.686

    Todas 101.489 95.602. 93.896 94.925 96.962 96.721 Fonte: SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2015.

    A Tabela 2 revela o aumento gradativo de atendimento em creches nas redes

    privadas e municipais de ensino. Na pr-escola, a rede estadual reduz o atendimento

    consideravelmente, ano a ano.

    Tabela 3. Comparativo demanda x atendimento na Educao Infantil no Estado da

    Paraba (2010).

    Indicadores (2010) 0-3 anos 4 e 5 anos

    Populao 230.421 120.576

    N de crianas atendidas 26.665 94.925

    Crianas atendidas (em%) 11,57% 78,72% Fonte: IBGE/CENSO/2010.

    At 2011, a rede estadual de ensino da Paraba, contava com 46 unidades de

    Educao Infantil, as quais foram municipalizadas, em atendimento ao que determina a

    LDB n 9394/96 e a Lei n 11.494/2007 FUNDEB. Em 2012, com a tomada de deciso

    de transferncia das creches para os Municpios por parte da Secretaria de Estado da

    Educao, desencadeou um conjunto de medidas de minimizao dos impasses

    levantados, que diziam respeito a aspectos pedaggicos, recursos humanos e de ordem

    infra-estrutural. O poder pblico estadual assumiu grande parte desses encargos,

    ratificando a iniciativa no perodo de 2012 a 2014, conforme Tabela 4, abaixo:

    Tabela 4.Nmero de creches pblicas municipalizadas na Paraba (2012-2014).

    Perodo Unidades Municpio

  • 9 Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba).

    2012 01 Itaporanga

    2012 01 Umbuzeiro

    2012 06 Joo Pessoa

    2013 01 Areia

    2013 01 Lagoa Seca

    2013 26 Joo Pessoa

    2014 10 Campina Grande

    Fonte: SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2015.

    Com base no diagnstico exposto, apresentam-se as metas e estratgias para a

    Educao Infantil para o perodo de vigncia do presente PEE, a saber:

    Meta 1:

    Universalizar, at 2016, a Educao Infantil na pr-escola para as crianas de 4 a 5

    anos de idade e ampliar a oferta de Educao Infantil em creches de forma a

    atender, progressivamente, 60% das crianas de at 3 anos at o final da vigncia

    deste PEE.

    Estratgias:

    1.1.Participar, em regime de colaborao entre os entes federativos, das metas de

    expanso do atendimento da Educao Infantil, segundo padro de qualidade,

    considerando as peculiaridades locais;

    1.2.Contribuir, a partir do primeiro ano de vigncia do Plano Estadual de Educao,

    na elaborao das normas, procedimentos e cumprimento de prazos para definio

    de mecanismos de consulta pblica da demanda por creche e de monitoramento

    do seu funcionamento;

    1.3.Contribuir, anualmente, em regime de colaborao e em parceria com outras

    instituies, do levantamento da demanda manifesta por creche, como forma de

    orientar e monitorar a oferta e o atendimento;

    1.4.Colaborar com os municpios quanto ao atendimento de 20% da demanda

    manifesta por creche at 2018, 30% at 2020 e, progressivamente, atingir 50% at

    o final de vigncia deste PEE, segundo padro nacional de qualidade,

    considerando as peculiaridades locais dos municpios;

    1.5.Acompanhar a avaliao da Educao Infantil, a ser realizada a cada 2 (dois)

    anos, com base em parmetros nacionais de qualidade, a fim de aferir a infra-

  • 10 Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba).

    estrutura fsica, o quadro de pessoal, as condies de gesto, os recursos

    pedaggicos, a situao de acessibilidade, entre outros indicadores relevantes;

    1.6.Estimular a oferta da formao inicial e a formao continuada dos profissionais

    da Educao Infantil;

    1.7.Fomentar o atendimento das populaes do campo e das comunidades indgenas,

    ciganas e quilombolas na Educao Infantil nas respectivas comunidades, por

    meio do redimensionamento da distribuio territorial da oferta, limitando a

    nucleao de escolas e o deslocamento de crianas, de forma a atender s

    especificidades dessas comunidades;

    1.8.Apoiar o acesso Educao Infantil e fomentar a oferta do atendimento

    educacional especializado complementar e suplementar aos (s) alunos (as) com

    deficincia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou

    superdotao, assegurando a educao bilnge para crianas surdas e a

    transversalidade da educao especial nessa etapa da educao bsica;

    1.9.Apoiar, em carter complementar, programas de orientao e apoio s famlias,

    por meio da articulao das reas de educao, sade, cultura, esporte, lazer e

    assistncia social, com foco no desenvolvimento integral das crianas de at 3

    (trs) anos de idade;

    1.10. Respeitar as especificidades da Educao Infantil na organizao das redes

    escolares, para o atendimento da criana de 0 (zero) a 5 (cinco) anos em

    estabelecimentos que atendam aos Parmetros Nacionais de Qualidade, e a

    articulao com a etapa escolar seguinte, visando ao ingresso do (a) aluno(a) de 6

    (seis) anos de idade no Ensino Fundamental;

    1.11. Fomentar, em regime de colaborao, o acompanhamento e o monitoramento do

    acesso e da permanncia das crianas na Educao Infantil, em especial dos

    beneficirios de programas de transferncia de renda, em colaborao com as

    famlias e com os rgos pblicos de assistncia social, sade e proteo

    infncia;

    1.12. Estimular, o acesso e a permanncia na Educao Infantil em tempo integral,

    gradativamente, para todas as crianas de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, conforme

    estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Infantil

    (2012);

    1.13. Fomentar, a elaborao, a adequao e a avaliao, a partir da vigncia

    deste Plano, das Propostas Pedaggicas da Educao Infantil, de acordo com as

    Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Infantil (2012);

    1.14. Garantir, a partir do nmero mnimo de crianas com deficincia, transtornos

    globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotao, a presena de

    professor de apoio (cuidador), conforme disposto na Legislao especfica.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 11

    2. ENSINO FUNDAMENTAL:

    A Constituio Federal (1988), no seu Art. 208, preconiza que o Ensino

    Fundamental deve ser gratuito e obrigatrio, tendo como fundamentos a formao

    bsica do cidado, a insero no mundo do conhecimento, a participao social e a

    qualidade de vida.

    De acordo com a LDB, o Ensino Fundamental, est subdividido em duas etapas:

    anos iniciais, que atende crianas de 6 (seis) a 10 (dez) anos e anos finais, que atende

    adolescentes de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos. De acordo com a mesma Lei, Art. 10,

    inciso VI, cabe ao Estado assegurar o Ensino Fundamental a aos municpios, conforme

    preconiza o inciso V do Art. 11, a oferta desta etapa, como prioridade, respeitadas as

    distribuies proporcionais das responsabilidades dos recursos financeiros em cada

    uma das esferas do Poder Pblico (Art. 10, inciso II).

    A partir de 2006, com a Lei 11.274/2006 que deu nova redao a LDB, o Ensino

    Fundamental foi ampliado para 9 (nove) anos, passando a atender aos estudantes de 6

    (seis) a 14 (quatorze) anos de idade, ficando os anos iniciais do 1 ao 5 ano e os anos

    finais do 6 ao 9 ano.

    Pelos dados educacionais recentes, 98,4% das crianas e adolescentes brasileiros,

    compreendidos na faixa etria de 6(seis) a 14 (quatorze) anos, esto freqentando o

    Ensino Fundamental. No entanto, ainda persiste uma lacuna a ser perseguida com

    vistas a se alcanar a meta no Plano Nacional de Educao - PNE que universalizar o

    Ensino Fundamental de nove anos para toda populao de 6(seis) a 14 (quatorze) anos

    e garantir que pelo menos 95% dos alunos conclua essa etapa na idade recomendada,

    at o ltimo ano de vigncia do PNE.

    Neste sentido, o maior desafio est na incluso da populao em situao de maior

    vulnerabilidade social, ou seja, a populao do campo, os grupos tnico-raciais, as

    pessoas com deficincia, os adolescentes, jovens e adultos privados de liberdade, a

    populao itinerante, entre outros. Segundo o IBGE/PNAD 2011, ainda existem no

    Brasil 539.702 crianas e jovens de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos fora da escola, apesar

    dos esforos empreendidos pelos dirigentes das diversas esferas governamentais.

    Outro agravante o fato de que, dos alunos matriculados no Ensino Fundamental,

    apenas 66,7% concluem essa etapa de ensino, conforme IBGE/PNAD/2013.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 12

    Na Paraba, conforme se observa no Indicador 2A, baseado nos dados do IBGE/PNAD

    (2013), 97,3% das crianas e adolescentes na faixa etria de 6(seis) a 14 (quatorze) anos

    frequenta a escola do Ensino Fundamental. Estima-se que o ndice restante corresponda

    queles que esto em situao de vulnerabilidade social mencionados no pargrafo acima.

    J em relao ao percentual de pessoas de 16 (dezesseis) anos com pelo menos o Ensino

    Fundamental concludo, o percentual da Paraba (51,3%) e inferior ao percentual da

    Regio Nordeste (55,0%) e do Brasil (66,7%).

    Tabela 5. Atendimento, matrcula e acesso escola no Ensino Fundamental (2013).

    BRASIL NORDESTE PARABA

    Pessoas de 6 a 14 anos na escola taxa de

    atendimento

    98,3%

    28.616.720

    97,8%

    8.821.404

    96,7%

    564.987

    Pessoas de 6 a 14 anos matriculadas no EF

    taxa lquida de matrcula

    97,1%

    27.188.710

    96,2%

    8.407.657

    94,2%

    540.918

    Populao de 6 a 14

    anos por acesso escola Total 29.120.128 9.023.889 583.985

    Frequentam 28.616.720 8.821.404 564.987

    No frequentam 503.408 202.485 18.998

    Fonte: IBGE/PNAD/2013 disponvel em http://www.observatoriodopne.org.br

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 13

    De acordo com os dados da Tabela 5, pode-se perceber que a taxa de atendimento da

    Paraba (96,7%) no est to aqum do Brasil e do Nordeste, porm h um dficit

    considervel com relao a 18.998 de crianas, adolescentes e jovens, na faixa etria

    de 6(seis) a 14 (quatorze) anos que ainda no frequentavam a escola em 2013.

    Tabela 6. Matrculas do Ensino Fundamental por rede administrativa na Paraba

    (2014).

    FONTE: MEC/INEP/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2015.

    Conforme se observa na Tabela 6, tanto nos anos inicias quanto nos anos finais, o

    maior nmero de alunos do Ensino Fundamental est matriculado na Rede Municipal. De

    acordo com os dados da rede estadual, observa-se que h um incremento superior a 50%

    nos anos finais em relao aos anos iniciais. Chama tambm ateno o fato da rede

    federal no ofertar atendimento nos anos finais do Ensino Fundamental.

    Ressalta-se, ainda, que a Secretaria de Estado da Educao implantou o Projeto de

    reordenamento da Rede Estadual de Ensino e o processo de municipalizao do 1 ao 5

    ano do Ensino Fundamental, o que implicou num decrscimo de matrculas nos anos

    iniciais desta etapa de ensino.

    REDE ANOS INICIAIS ANOS FINAIS

    Estadual 43.448 88.623

    Federal 61 00

    Municipal 214.436 129.347

    Privada 70.927 41.048

    TOTAL 328.872 259.018

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 14

    Tabela 7. Taxa de distoro idade/ano no Ensino Fundamental por rede administrativa na

    Paraba (2012).

    UF Rede 1

    Ano

    2

    Ano

    3

    Ano

    4

    Ano

    5

    Ano

    6

    Ano

    7

    Ano

    8

    Ano

    9

    Ano

    1 ao

    5

    Ano

    6 ao 9

    Ano

    Total

    Fundamental

    Paraba Estadual 9,1 19,5 34,7 37,1 35,5 51,1 47,3 43,5 40,7 29,9 46,1 40,1

    Federal -- 5,9 16,7 28,6 -- -- -- -- -- 8,9 -- 8,9

    Municipal 7,4 21,9 34,4 38,1 39,4 48,9 45,8 41,1 36,9 29,1 44,3 34,8

    Privada 5,2 6,3 5,7 5,3 5,4 6,4 7,7 7,6 8,7 5,6 7,6 6,3

    PB Total 7,1 18,5 29,8 32,6 33 44,8 41,3 37,1 34,1 24,9 40 31,6

    Fonte: MEC/INEP/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2015.

    De acordo com os dados da Tabela 7, observa-se que o problema da distoro

    idade/ano persiste na Paraba, mesmo com a implantao, desde 2005, de Programas

    de Correo de Fluxo nas redes pblicas de ensino. Pode-se observar um dficit dos

    ndices de distoro, especificamente nos anos iniciais do Ensino Fundamental,

    agravando-se nos anos finais, principalmente pelo ingresso de alunos oriundos de

    outros estados ou de outra rede de ensino.

    Com vistas a minimizar essa situao, a SEE implantou, em parceria com o MEC

    e a Fundao Roberto Marinho, desde 2014, um Programa de Correo de Fluxo

    Alumbrar, voltado para alunos dos 6 ao 7 anos, cujo atendimento ficou aqum do

    planejado, havendo, portando, a necessidade de dar continuidade a essa ao por mais

    dois anos, alm de reformulao didtico-pedaggica e do processo avaliativo para

    esta etapa do Ensino Fundamental, no sistema estadual de ensino.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 15

    Meta 2:

    Universalizar o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos para toda a populao de 6

    (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por

    cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, at o ltimo ano de

    vigncia deste PNE.

    Estratgias:

    2.1.Colaborar com o Ministrio da Educao na elaborao da proposta de direitos e

    objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os (as) alunos (as) do Ensino

    Fundamental que configuraro a base nacional comum curricular a ser implantada

    pelo Estado e municpios;

    2.2.Criar e implantar os mecanismos para o acompanhamento individualizado dos (as)

    alunos (as) do Ensino Fundamental;

    2.3.Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da permanncia e do

    aproveitamento escolar dos beneficirios de programas de transferncia de renda, bem

    como das situaes de discriminao, de medidas scio educativas, de preconceitos e

    de violncias na escola, visando ao estabelecimento de condies adequadas para o

    sucesso escolar dos (as) alunos (as), em colaborao com as famlias e com rgos

    pblicos de assistncia social, sade e proteo infncia, adolescncia e juventude;

    2.4.Promover a busca ativa de crianas e adolescentes fora da escola, em parceria com

    rgos pblicos de assistncia social, sade e proteo infncia, adolescncia e

    juventude;

    2.5.Desenvolver tecnologias pedaggicas que combinem, de maneira articulada, a

    organizao do tempo e das atividades didticas entre a escola e o ambiente

    comunitrio, considerando as especificidades da educao especial, das escolas do

    campo e das comunidades indgenas, quilombolas e ciganas;

    2.6.Disciplinar, no mbito do Sistema Estadual e dos Sistemas Municipais de ensino, a

    organizao flexvel do trabalho pedaggico, incluindo adequao do calendrio

    escolar de acordo com a realidade local, a identidade cultural e as condies

    climticas da regio;

    2.7.Promover a relao das escolas com instituies e movimentos culturais, a fim de

    garantir a oferta regular de atividades culturais para a livre fruio dos (as) alunos (as)

    dentro e fora dos espaos escolares, assegurando ainda que as escolas se tornem plos

    de criao e difuso cultural;

    2.8.Incentivar a participao dos pais ou responsveis no acompanhamento das atividades

    escolares dos filhos por meio do estreitamento das relaes entre as escolas e as

    famlias;

    2.9.Estimular a oferta do Ensino Fundamental, em especial dos anos iniciais, para as

    populaes do campo, indgenas, ciganas e quilombolas, nas prprias comunidades,

    preservando a lngua e os saberes prprios;

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 16

    2.10. Garantir a intinerncia escolar com a oferta do Ensino Fundamental para atender com qualidade aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a atividades de

    carter itinerante;

    2.11. Oferecer atividades de enriquecimento curricular de incentivo aos (s) estudantes e de estmulo ao desenvolvimento de habilidades, inclusive mediante certames e

    concursos estaduais;

    2.12. Promover atividades de desenvolvimento e estmulo s habilidades esportivas nas escolas, interligadas a um plano de disseminao do desporto educacional e de

    desenvolvimento esportivo estadual;

    2.13. Implantar polticas pblicas de correo da distoro idade/ano, em parceria com a Unio e os municpios, com vistas a atender ao ndice de 95% de concluso do Ensino

    Fundamental na idade recomendada at o ltimo ano de vigncia do PEE;

    2.14. Garantir, de acordo com as especificidades, o nmero mnimo de crianas com deficincia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou

    superdotao e a presena de professor de apoio (cuidador), conforme disposto na

    Legislao especfica;

    2.15. Ampliar, para os anos finais do Ensino Fundamental, metodologia especfica e sistema de avaliao, a exemplo da implantada para os anos iniciais, condizentes com

    as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, assegurados, na

    Proposta Pedaggica e Regimento Escolar.

    Conforme se observa no Indicador 5 da Meta 5, no que se refere Taxa de

    Alfabetizao de crianas que concluram o 3 ano do Ensino Fundamental, a Paraba

    apresenta uma posio de destaque em relao s realidades regional e nacional,

    considerando que apresenta um percentual de 99,0%, superior aos percentuais do

    Nordeste (95,0%) e do Brasil (97,6%), respectivamente.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 17

    Meta 5:

    Alfabetizar todas as crianas, no mximo, at o final do 3 (terceiro) ano do Ensino

    Fundamental.

    Estratgias:

    5.1.Contribuir com a Unio na estruturao dos processos pedaggicos de alfabetizao,

    nos anos iniciais do Ensino Fundamental, articulando-os com as estratgias

    desenvolvidas na pr-escola, com qualificao e valorizao dos (as) professores (as)

    alfabetizadores e com apoio pedaggico especfico, a fim de garantir a alfabetizao

    de todas as crianas;

    5.2.Colaborar com a Unio na realizao da avaliao nacional da alfabetizao, bem

    como instituir, no mbito estadual, os seus instrumentos prprios, estimulando os

    sistemas municipais de ensino e as escolas a criarem os respectivos instrumentos de

    avaliao, implementando prticas pedaggicas para alfabetizar todos os alunos e

    alunas at o final do terceiro ano do Ensino Fundamental;

    5.3. Estimular a formao inicial e a formao continuada de professores (as) para a

    alfabetizao de crianas, promovendo a adoo de tecnologias educacionais e de

    prticas pedaggicas inovadoras que assegurem a alfabetizao e favoream a

    melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos (as) alunos (as), consideradas as

    diversas abordagens metodolgicas e sua efetividade;

    5.4.Oferecer a alfabetizao de crianas do campo, indgenas, quilombola, ciganas e de

    outras populaes itinerantes, apoiando a produo de materiais didticos especficos,

    e desenvolver instrumentos de acompanhamento que considerem o uso da lngua

    materna e da identidade cultural destas comunidades.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 18

    3. ENSINO MDIO:

    A LDB no Art. 35define o Ensino Mdio como uma modalidade que compe a

    Educao Bsica, que permite ao estudante egresso dessa etapa a consolidao e o

    aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o

    prosseguimento de estudos; a preparao bsica para o trabalho e a cidadania de modo a

    se adaptar com flexibilidade a novas condies ou aperfeioamento posteriores; o

    aprimoramento como pessoa humana de forma tica, autnoma e crtica; e a compreenso

    dos fundamentos cientfico-tecnolgicos dos processos produtivos, relacionando a teoria

    com a prtica, no ensino de cada componente curricular.

    A referida Lei considera o Ensino Mdio etapa fundamental para o jovem,

    contudo, sua expanso faz a educao nacional vivenciar grandes desafios, a exemplo, da

    democratizao do acesso e permanncia, da heterogeneidade do corpo discente, da (re)

    construo do currculo que atenda a necessidades e anseios de um pblico de perfis cada

    vez mais diversos, alm da melhoria da infra-estrutura, implementao de recursos

    pedaggicos, e programas de formao dos professores, que impliquem diretamente na

    melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem.

    A Resoluo n 2, de 30 de janeiro 2012 define as Diretrizes Curriculares

    Nacionais para o Ensino Mdio, e em seu Art. 3 confirma o Ensino Mdio como um

    direito social de cada pessoa e de dever do Estado ofert-lo pblico e gratuitamente a

    todos. E no Art. 13 indica que as unidades escolares devem orientar o currculo e a

    sustentabilidade socioambiental como meta universal.

    Como toda unidade da federao, o Ensino Mdio da Paraba padece de

    dificuldades para operacionalizar e concretizar um currculo to complexo para atender a

    um pblico to exigente e diversificado. Consequentemente, grandes so os desafios

    atuais, principalmente, no que diz respeito s exigncias promulgadas pela Emenda

    Constitucional n 59, de 11 de novembro de 2009,a qual tornou essa etapa de ensino

    obrigatria e gratuita dos 15 (quinze) aos 17 (dezessete) anos de idade, inclusive para

    todos os que no tiveram acesso a ela na idade adequada, e ainda estabeleceu o prazo-

    limite de 2016 para que Estados estruturem suas redes e ofeream vagas suficientes para

    atender a todos os que ainda no esto frequentando a escola.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 19

    Segundos os dados do IBGE/Pnad, no Brasil, a porcentagem de jovens de 15

    (quinze) a 17 (dezessete) anos matriculados no Ensino Mdio de 59,5 %, o que

    representa mais de 40% de jovens fora dessa modalidade de ensino no ano de 2013. A

    situao crtica, considerando a Meta 3 do Plano Nacional de Educao que estabelece a

    universalizao do atendimento at 2016 e a elevao da taxa lquida de matrculas para

    85% at 2024.

    Tabela 8. Porcentagem de jovens de 15 a 17 anos matriculados no Ensino Mdio

    Taxa lquida de matrcula na Paraba (2011 a 2013)

    Embora os dados do ltimo ano confirmem a diminuio de 3.525 estudantes de

    15 a 17 anos matriculados no Ensino Mdio em relao ao ano de 2011, nota-se um

    acrscimo de 976 na matrcula de 2013 quando comparado com o ano anterior. Assim a

    taxa lquida de 47%, em 2013, exige um enorme esforo do Estado da Paraba, a fim de

    promover polticas para elevar esse percentual de jovens, pois 43% de estudantes na

    idade recomendada no esto matriculados no Ensino Mdio.

    A leitura mais detalhada da evoluo de matrculas no Ensino Mdio da Paraba

    por dependncia administrativa, a partir das informaes do Censo Escolar de Educao

    Bsica dos ltimos oito anos, possibilita perceber quo grande a demanda de atuao

    para que seja atingida a meta de 85% at o final de vigncia do Plano Nacional de

    Educao.

    Ano Percentual Total

    2011 47,2% 101.349

    2012 46,8% 97.824

    2013 47% 98.800

    Fonte: IBGE/PNAD/ Preparao: Todos Pela

    Educao

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 20

    Tabela 9. Evoluo de Matrculas no Ensino Mdio por Rede Administrativa

    Srie Histrica 2007 - 2013 Paraba

    Dep. Adm. 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

    Estadual 130,019 127,597 121,628 119,565 114,515 113,948 111,444

    Federal 1,440 1,781 1,908 2,562 2,910 3,417 3,742

    Municipal 9,047 6,177 4,772 3,612 3,774 3,070 1,645

    Privada 14,771 18,654 21,124 21,091 21,892 21,891 22,584

    Total 155,277 154,209 149,432 146,830 143,091 142,326 139,415

    Fonte: INEP/MEC/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014.

    O total de matrculas do Ensino Mdio na Paraba das redes federal, estadual,

    municipal e privada evidencia queda correspondente a 11.0%, ano aps ano, desde

    2007 at 2013. Todavia, perceptvel a ocorrncia de significativo acrscimo nos

    percentuais de estudantes matriculados nas redes federais de 171.6% e nas redes privadas

    de 53.9%, esse fenmeno aponta para uma considervel migrao de estudantes para as

    redes particulares e federais. J nas redes pblicas, estadual e municipal, o movimento

    inverso. As matrculas de Ensino Mdio das escolas da rede estadual caram em 15.1%,

    e na rede municipal, de modo mais vertiginoso, atingindo o percentual de -86.0% nesses

    ltimos oito anos, isso pode ser atribudo devoluo de matrculas por parte dos

    municpios ao Estado.

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), Art. 61, Inciso I, de

    1996, preconiza que professores sejam habilitados em nvel mdio ou superior para a

    docncia na Educao Infantil e no Ensino Fundamental e mdio, porm, a Meta 15 do

    Plano Nacional de Educao (PNE) prev que todos os professores da Educao Bsica

    tenham formao especfica de nvel superior em curso de licenciatura na rea de

    conhecimento em que atuam at 2024.

    Na Paraba h 18 (dezoito) escolas que ofertam o Ensino Mdio normal. Por esse

    motivo se faz necessrio fazer um recorte nas matrculas dessa modalidade de ensino, as

    quais a cada ano vm baixando e acentuando a diminuio da matrcula do Ensino Mdio.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 21

    Grfico 1. Evoluo de Matrculas no Ensino Mdio Normal Magistrio por Rede

    administrativa na Paraba (2007 a 2014).

    Fonte: INEP/MEC/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014.

    O Censo Escolar constata que a matrcula total do Ensino Mdio normal

    magistrio est numa descida acentuada nas redes estadual, municipal e privada. Os

    dados das matrculas apresentados acima associados proposio da Meta 15 do Plano

    Nacional de Educao sinalizam para a existncia da possibilidade dos estudantes

    estarem ingressando em cursos mdios profissionalizantes de reas tecnolgicas, e

    aqueles que optarem pelo magistrio, somente, aps a concluso do Ensino Mdio,

    cursam o ensino superior de formao para docncia, dado as exigncias do mercado de

    trabalho.

    Outra situao desafiadora para a Paraba, diz respeito distoro idade-srie no

    Ensino Mdio, principalmente pelo fato de existirem muitos estudantes, nessa etapa de

    ensino, fora da idade correta para o ano de escolaridade que frequentam, em razo disso,

    eles tornam-se vulnerveis e mais propensos a abandonar o Ensino Mdio ou nem mesmo

    nele ingressar pelos os mais diversos motivos.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 22

    Corroborando para o agravamento desse problema, ainda h a baixa qualidade dos

    conhecimentos adquiridos na etapa de ensino anterior, o que prova que a melhoria do

    Ensino Mdio depende tambm da melhoria do aprendizado no Ensino Fundamental, sem

    o aprimoramento da aprendizagem fica dificultoso reduzir a distoro idade-srie e elevar

    o nvel de proficincia dos estudantes. E para a resoluo do problema, essencial a

    ampliao de programas de correo de fluxo e de reforo pedaggico.

    Tabela 10.Evoluo das Taxas de Distoro Idade-Srie Ensino Mdio - Srie Histrica na

    Paraba (2007 a 2013).

    As taxas de distoro idade-srie do Ensino Mdio constituem para a Paraba

    grande entrave a ser resolvido, uma vez que considerando a evoluo, mais

    especificamente, dos anos 2011, 2012 e 2013, visvel a reduo dos nmeros em todas

    as redes administrativas. Mesmo com esses resultados positivos, no podem ser

    desconsideradas as altas taxas de todo Ensino Mdio da Paraba que atingem no total

    35% em 2013, merecendo ateno redobrada para a rede estadual que est na casa dos

    40%, e a rede municipal que ultrapassa a casa dos 50%, conforme dados do Censo

    Escolar constantes na Tabela 11.

    Paraba Ensino Mdio- Distoro Idade-Srie

    Federal Estadual Municipal Privada Total

    PB Ano

    2007 35.3 62.5 76.5 12.1 58.3

    2008 25.3 40.7 43.9 9.3 36.8

    2009 21.8 45.2 58.2 8.4 40.1

    2010 22.5 47.4 61.6 8.4 41.7

    2011 19.7 45.0 56.5 8.3 39.2

    2012 19.3 43.6 53.2 7.8 37.6

    2013 18.4 40.7 56.0 7.9 35.0

    Fonte: INEP/MEC/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 23

    Tabela 11. Taxas de Distoro Idade-Srie Ensino Mdiona Paraba (2012 a 2013).

    Paraba Ensino Mdio- Distoro Idade-Srie

    2012 2013 Ano

    1 Ano 43,0 40,0

    2 Ano 35,1 33,0

    3 Ano 31,2 28,8

    4 Ano 57,3 47,7

    Fonte: INEP/MEC/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014.

    Grfico 2. Taxas de Distoro Idade-Srie Ensino Mdiona Paraba(2012 a 2013).

    Fonte: INEP/MEC/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 24

    As Tabelas 10 e 11 evidenciam a diminuio das taxas de distoro idade-srie do

    Ensino Mdio da Paraba de 2012 a 2013, em particularidade, por ano de ensino.

    Com base na leitura comparativa da Tabela 11 relativa s Taxas de Distoro

    Idade-Srie do Ensino Mdio na Paraba nos anos de 2012 e 2013, se observa os

    decrscimos de 0,3% no 1 ano; 2,1% no 2 ano; 2,4% no 3; e 9,6% no 4 ano.

    Apesar de a realidade indicar nmeros positivos, imperativo que o Estado

    planeje aes e estabelea metas e estratgias eficientes, que proporcionem ainda mais a

    reduo dessas taxas, e consequentemente atingir 65% da taxa lquida de matrculas no

    Ensino Mdio.

    Tambm h de se pensar que o estudante do Ensino Mdio na faixa etria de 15

    (quinze) a 17 (dezessete) anos, vivencia o dilema de prosseguir os estudos e ou ingressar

    no mundo do trabalho. Esse conflito causa negativamente impactos demasiados sobre as

    taxas de rendimento escolar, mais especificamente no que se refere a abandono,

    aprovao e reprovao. E como no poderia deixar de ser, a Paraba tambm registra

    esse problema que muito favorece a evaso escolar tanto no Ensino Fundamental, devido

    distoro idade-srie, como no Ensino Mdio, etapa final da educao bsica. Os dados

    do Censo Escolar so denunciadores dessa problemtica.

    Tabela 12. Taxas de Rendimento Escolar no Ensino Mdio por

    Rede Administrativa na Paraba (2013).

    2013

    Taxa Total PB Pblica Municipal Estadual Federal Privada

    Taxa de Abandono 12.7 14.9 17.5 15.3 4.6 1.2

    Taxa de Reprovao 9 9.8 6.3 9.8 10 4.8

    Taxa de Aprovao 78.3 75.3 76.2 74.9 85.4 94

    Fonte: MEC/INEP/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014.

    A comparao dos nmeros censitrios de ano de 2013 das redes administrativas

    com as taxas totais de rendimento da Paraba demonstra que, em abandono, as redes

    municipais e estaduais superam a taxa do Estado de 12.7%, enquanto que as redes

    federais e privada apresentam taxas inferiores a esta.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 25

    Em se tratando de reprovao, as redes estaduais e federais detm taxas acima dos

    9% total da Paraba, ao contrrio, as redes privada e municipal reprovam um nmero bem

    menor.

    Quanto aprovao, as redes federais e privadas so as que mais aprovam

    estudantes no Ensino Mdio, ultrapassando os 85% e 90% respectivamente, j as redes

    estaduais e federais aprovam nmero de estudantes inferior taxa de aprovao total do

    Estado da Paraba que de 78.3%.

    Para ampliar o entendimento da evoluo das taxas de rendimento escolar no

    Ensino Mdio da Paraba, indispensvel visualizao dos dados, a seguir.

    Tabela 13.Taxas de Rendimento Escolar no Ensino Mdio por Rede Administrativa - Srie Histrica na Paraba (2007-

    2013).

    ANO TAXA DE APROVAO TAXA DE REPROVAO TAXA DE ABANDONO

    Municipal Estadual Federal Privada Total Municipal Estadual Federal Privada Total Municipal Estadual Federal Privada Total

    2007 75.5 71.2 84.6 92.9 72.8 7.8 8.4 11.8 6 8.3 16.7 20.4 3.6 1.1 18.9

    2008 78.7 69.5 86.3 91.9 72.3 4.4 9.3 8.4 6.8 8.9 16.9 21.2 5.3 1.3 18.8

    2009 73.3 71.3 85.2 93.6 74.1 5.6 8.5 10.4 5.5 8.1 21.1 20.2 4.4 0.9 17.8

    2010 72.4 71 83.6 93.9 74.3 7.5 8.7 13.3 5.2 8.3 20.1 20.3 3.1 0.9 17.4

    2011 76.6 72.5 82.3 94 76 6.7 8 12.4 5.3 7.7 16.7 19.5 5.3 0.7 16.3

    2012 80.4 73.6 96.4 94.1 77.4 4.8 8.5 0.7 5.2 7.7 14.8 17.9 2.9 0.7 14.9

    2013 76.2 74.9 85.4 94 78.3 6.3 9.8 10 4.8 9 17.5 15.3 4.6 1.2 12.7

    Fonte: INEP/MEC/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014

    Os dados da Srie Histrica de Rendimento Escolar no Ensino Mdio por Rede

    Administrativa demonstram que os resultados de 2013 se repetem, anualmente, desde

    2007 na Paraba. As redes que mais aprovam estudantes so a federal e a privada. As

    escolas pblicas estaduais e municipais so as que menos aprovam; as mais elevadas

    taxas de reprovao esto nas redes pblicas federais e estaduais; e as redes municipais e

    estaduais apresentam maiores taxas de abandono. Esses percentuais conclamam uma

    demanda de estratgias que garantam aos estudantes do Ensino Mdio uma aprendizagem

    mais significativa e efetiva.

    A Srie Histrica do Censo Escolar, na Tabela 10, expe dados inquietantes de

    reprovao da rede estadual de ensino. A taxa de reprovao no Ensino Mdio em 2013

    subiu em 1,3% comparada a de 2012, sendo 9.8% a maior j registrada desde 2007.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 26

    Por outro lado, cumpre salientar que investimentos voltados para o Ensino Mdio

    da rede estadual foram feitos nos ltimos quatro anos, a exemplo: laboratrios de robtica

    e matemtica; enciclopdias de fsica; PB vest- curso preparatrio para o ENEM;

    premiao para as melhores prticas de gesto escolar e de docncia; concurso pblico e

    formao para professores; tablets para todos os estudantes do 1 ano.

    Mesmo assim, os dados demonstram a carncia da rede estadual pensar

    pedagogicamente em aes efetivas e consistentes para essa etapa de ensino o mais

    urgente possvel, que possam reverberar no Projeto Pedaggico das escolas e oferecer

    condies operacionais; fortalecer a formao de professores articulada s reais

    necessidades docentes e s condies de trabalho, o que engloba questes de melhoria da

    infra-estrutura das unidades de ensino da rede.

    Ademais, atentando para a matrcula de todas as redes por turno, verifica-se a

    diminuio de estudantes no Ensino Mdio noturno na Paraba, que pode ser atribuda a

    diversas causas, a exemplo, de menor carga horria escolar, cansao de professores

    vindos de outros turnos de trabalho; estudantes sem tempo para estudar; ausncia de

    servios e de proposta pedaggica diferenciada do turno diurno.

    Tabela 14. Porcentagem de matrculas no Ensino Mdio Noturno na Paraba (2007-

    2013).

    Todas as redes

    Ano Matutino Vespertino Noturno (total do indicador)

    2007 30,1% 46.729 30,6% 47.485 39,3% 61.063

    2008 34,3% 52.846 31,3% 48.209 34,5% 53.154

    2009 37,5% 56.037 31,9% 47.706 30,6% 45.689

    2010 40,6% 59.633 32,6% 47.847 26,8% 39.350

    2011 41,7% 59.609 33,5% 47.938 24,8% 35.544

    2012 46,9% 66.688 30,1% 42.771 23,1% 32.831

    2013 50% 69.635 29% 40.465 21% 29.283

    Fonte: MEC/INEP/DEED/Censo Escolar / Preparao: Todos Pela Educao

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 27

    Em 2013, a matrcula do Ensino Mdio do turno noite de todas as redes de ensino

    paraibanas, comparada com os dois outros turnos, representa apenas cerca de pouco mais

    de 1/5 dos estudantes matriculados no turno manh, ou menos da metade da matrcula do

    turno vespertino. drstica a queda exibida pelos dados do Censo, porque enquanto em

    2007 a matrcula de 61.063 estudantes, em 2013, esse nmero decresce para o total de

    29.283.

    Outro dado que merece nfase trata da participao dos estudantes do 3 ano

    Ensino Mdio no Exame Nacional de Ensino Mdio ENEM, pois segundo dados do

    Ministrio de Educao/Inep de 2012, os indicadores da Paraba esto muito aqum da

    universalizao desse exame.

    Tabela 15. Percentual de alunos do 3 ano do Ensino Mdio que realizam o ENEM na

    Paraba (2007 a 2012).

    Total

    Ano Total do indicador (todas as redes) Rede pblica Rede privada

    2007 33,8% 12.973 34,4% 11.751 29% 1.222

    2008 41,7% 16.878 43,2% 15.087 32,4% 1.791

    2009 43% 17.027 39,2% 12.975 61,9% 4.052

    2010 55% 21.079 48,5% 15.341 85,6% 5.738

    2011 64,7% 23.722 57,8% 17.483 96,7% 6.239

    2012 68,1% 24.942 60,7% 18.169

    Fonte: MEC/INEP/DEED / Preparao: Todos Pela Educao

    Alm de 68,1% retratarem o baixo percentual de participao dos estudantes do 3

    ano de toda Paraba na edio do ENEM de 2012, sem dvida, a maior discrepncia est

    entre os nmeros das escolas pblicas e privadas. H de se concordar que participao de

    60,7% dos estudantes da rede pblica muito inferior aos 96% da rede privada,

    comprovando a necessidade da Paraba de executar e potencializar aes fortalecedoras

    para a universalizao desse exame tanto para certificao, como para prosseguimento de

    estudos posteriores.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 28

    Diante das evidncias, constata-se que o Estado da Paraba tem muito que fazer,

    em parceria com o Governo Federal, para efetivar estratgias que elevem o padro de

    qualidade do Ensino Mdio, em suas diferentes modalidades, conduzido pela perspectiva

    de incluso de todos que a ele tm direito, de modo a assegurar o alcance da Meta 3.

    Meta 3:

    Universalizar, at 2016, o atendimento escolar para toda a populao de 15 a 17

    anos e elevar, at o final do perodo de vigncia deste PPP, a taxa lquida de matrculas

    no Ensino Mdio para 65%.

    Estratgias:

    5.5.Contribuir com a Unio na institucionalizao do programa nacional programa

    nacional de renovao do Ensino Mdio, a fim de incentivar prticas pedaggicas

    com abordagens interdisciplinares estruturadas pela relao entre teoria e prtica, por

    meio de currculos escolares que organizem, de maneira flexvel e diversificada,

    contedos obrigatrios e eletivos articulados em dimenses como cincia, trabalho,

    linguagens, tecnologia, cultura e esporte, garantindo-se a aquisio de equipamentos e

    laboratrios, a produo de material didtico especfico, a formao continuada de

    professores e a articulao com instituies acadmicas, esportivas e culturais;

    5.6.Contribuir com o Ministrio da Educao na elaborao da proposta de direitos e

    objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os (as) alunos (as) de Ensino

    Mdio, a serem atingidos nos tempos e etapas de organizao deste nvel de ensino,

    com vistas a garantir formao bsica comum;

    5.7.Colaborar com a Unio na pactuao para a implantao dos direitos e objetivos de

    aprendizagem e desenvolvimento que configuraro a base nacional comum curricular

    do Ensino Mdio;

    5.8.Garantir a fruio de bens e espaos culturais, de forma regular, bem como a

    ampliao da prtica desportiva, integrada ao currculo escolar do Ensino Mdio;

    5.9.Manter e ampliar programas e aes de correo de fluxo do Ensino Fundamental,

    por meio do acompanhamento individualizado do (a) aluno (a) com rendimento

    escolar defasado e pela adoo de prticas como aulas de reforo no turno

    complementar, estudos de recuperao e progresso parcial, de forma a reposicion-lo

    no ciclo escolar de maneira compatvel com sua idade;

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 29

    5.10. Colaborar com a Unio na universalizao do Exame Nacional do Ensino Mdio -

    ENEM, fundamentado em matriz de referncia do contedo curricular do Ensino

    Mdio e em tcnicas estatsticas e psicomtricas que permitam comparabilidade de

    resultados, articulando-o com o Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica -

    SAEB, e promover sua utilizao como instrumento de avaliao sistmica, para

    subsidiar polticas pblicas para a educao bsica, de avaliao certificadora,

    possibilitando aferio de conhecimentos e habilidades adquiridos dentro e fora da

    escola, e de avaliao classificatria, como critrio de acesso educao superior;

    5.11. Fomentar a expanso das matrculas gratuitas de Ensino Mdio integrado

    educao profissional, observando-se as peculiaridades das populaes do campo, das

    comunidades indgenas, quilombolas e ciganas e das pessoas com deficincia;

    5.12. Colaborar com a Unio na estruturao e fortalecimento do acompanhamento e do

    monitoramento do acesso e da permanncia dos e das jovens beneficirios (as) de

    programas de transferncia de renda, no Ensino Mdio, quanto frequncia, ao

    aproveitamento escolar e interao com o coletivo, bem como das situaes de

    discriminao, preconceitos e violncias, prticas irregulares de explorao do

    trabalho, consumo de drogas, gravidez precoce, em colaborao com as famlias e

    com rgos pblicos de assistncia social, sade e proteo adolescncia e

    juventude;

    5.13. Promover a busca ativa da populao de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos fora da

    escola, e em articulao com os servios de assistncia social, sade e proteo

    adolescncia e juventude;

    5.14. Colaborar com a Unio no fomento de programas de educao e de cultura para a

    populao urbana e do campo de jovens, na faixa etria de 15 (quinze) a 17

    (dezessete) anos, e de adultos, com qualificao social e profissional para aqueles que

    estejam fora da escola e com defasagem no fluxo escolar;

    5.15. Redimensionar a oferta de Ensino Mdio nos turnos diurno e noturno, bem como a

    distribuio territorial das escolas de Ensino Mdio, de forma a atender a toda a

    demanda, de acordo com as necessidades especficas dos (as) alunos (as);

    5.16. Desenvolver formas alternativas de oferta do Ensino Mdio, garantida a qualidade,

    para atender aos (as) filhos (as) de profissionais que se dedicam a atividades de

    carter itinerante;

    5.17. Implementar polticas de preveno ao abandono, repetncia e evaso motivada

    por preconceito ou quaisquer formas de discriminao, criando rede de proteo

    contra formas associadas de excluso, inclusive como forma de diminuir o tempo

    mdio de concluso desta etapa da educao bsica;

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 30

    5.18. Concluir o reordenamento, durante a vigncia deste PEE, da rede de escolas

    pblicas, que contemple a ocupao racional dos estabelecimentos de ensino,

    estaduais e municipais, com o objetivo, entre outros, de facilitar a delimitao de

    instalaes fsicas prprias para o Ensino Mdio, separadas, pelo menos, das quatro

    primeiras sries do Ensino Fundamental;

    5.19. Oferecer vagas que, atenda a 100% da demanda de Ensino Mdio, em decorrncia

    da universalizao e regularizao do fluxo de alunos no Ensino Fundamental, no

    decorrer da vigncia deste Plano, inclusive com vistas ao atendimento dos alunos com

    defasagem de idade e os que possuem necessidades especiais de aprendizagem;

    5.20. Desenvolver, como prtica educativa integrada, contnua e permanente, em

    conformidade com a Lei n 9.795/99, a educao ambiental;

    5.21. Proceder, em at dois anos, a uma reviso da organizao didtico-pedaggica e

    administrativa do ensino noturno, de forma a adequ-lo s necessidades do aluno-

    trabalhador, sem prejuzo da qualidade do ensino.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 31

    4. EDUCAO ESPECIAL:

    Tornar a escola um espao de reconhecimento, valorizao das diferenas e de

    acolhimento da diversidade implica em fortalecer o debate sobre a construo de polticas

    de financiamento, gesto e formao que assegurem condies de acesso, permanncia e

    aprendizagem de todos os estudantes, sem distino das condies fsicas, sensoriais,

    intelectuais, sociais, emocionais, lingusticas, tnicas entre outras singularidades.

    O desafio de acompanhar os estudos e debates mundiais por uma nova poltica de

    educao especial como uma modalidade transversal desde a Educao Infantil

    educao superior faz com que o Ministrio da Educao (MEC), em 2008, lance a

    Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva, na qual a

    educao especial reconhecida como modalidade no substitutiva escolarizao.

    O Decreto n 7.611/2011 estabeleceu o duplo cmputo das matrculas dos

    estudantes pblico alvo da educao especial. Segundo este documento, compete a Unio

    prestar apoio tcnico e financeiro aos sistemas pblicos de ensino dos Estados,

    Municpios e Distrito Federal, e a instituies comunitrias, confessionais ou

    filantrpicas sem fins lucrativos, com a finalidade de ampliar a oferta do AEE.

    O Conselho Estadual de Educao da Paraba (CEE/PB) publicou a Resoluo n

    080/2013 que estabelece as condies para a criao de Centros de Atendimento

    Especializado (CAE), conforme disposto no Art. 5 da Resoluo CNE/CEB n 04/2009.

    Visando contribuir com o processo de incluso nas redes estadual e municipal do

    Estado da Paraba, o MEC implantou, entre os anos de 2005 e 2012, 1.091 Salas de

    Recursos Multifuncionais (SRM) no citado estado, que se constituem em espaos para a

    oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE).

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 32

    Conforme se observa no Indicador 4 da Meta 4, a realidade Paraba em relao ao

    Nordeste, posiciona o Estado com percentual um pouco superior ao percentual da Regio

    Nordeste. No entanto, o percentual da Paraba inferior ao percentual do Brasil, no

    sendo esta diferena significativa.

    Para que se possa alcanar esta proposio na rede estadual de ensino da Paraba,

    faz-se necessrio a definio de estratgias que contribuam para o alcance da meta

    proposta durante a vigncia do Plano Estadual de Educao no perodo de 2014 a 2024,

    qual seja, passar de 85,1% desses alunos inclusos na rede estadual de ensino paraibano,

    segundo Censo Escolar 2013, para que 100% desses educandos frequentem a escola.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 33

    Grfico 3. Total de matrculas na Educao Especial por dependncia administrativa na

    Paraba (2013).

    Fonte: INEP/MEC/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014

    Grfico 4. Percentual de matrculas na Educao Especial na Paraba.

    Fonte: INEP/MEC/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 34

    Tabela 16. Srie histrica das matrculas na Educao Especial na Paraba (2007 a 2013).

    Ano Classes Comuns do Ens. Regular e/ou EJA Escolas Exclusivamente Especializadas

    Localizao/Dependncia Adm. Localizao/Dependncia Adm.

    Total Total Total Total

    Fed. Est. Mun. Priv. Fed. Est. Mun. Priv.

    2009 6.268 20 882 4.969 397 2009 0 696 565 986

    2010 10.047 27 2.138 7.272 610 2010 0 557 379 614

    2011 12.812 36 3.264 8.776 736 2011 0 277 107 578

    2012 14.342 47 3.878 9.575 842 2012 0 307 86 363

    2013 14.505 70 3.889 9.630 916 2013 0 257 36 397

    Fonte: INEP/MEC/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014

    As polticas pblicas federal, estadual e municipal para as pessoas com deficincia

    tm contribudo diretamente com o aumento do nmero de matrculas da Educao

    Especial na Educao Bsica, como se apresentam os dados na Tabela 16.

    De acordo com os dados da Tabela 16, o perodo entre 2009 e 2013 possvel

    constatar um aumento nas matrculas dos alunos da Educao Especial em Classes

    Comuns do Ensino Regular e/ou Educao de Jovens e Adultos. No entanto, as

    matrculas nas Escolas Exclusivamente Especializadas regrediram.

    Os estabelecimentos de Educao Especial, Escolas Exclusivamente Especializadas

    e/ou Classes Especiais do Ensino Regular e/ou da Educao de Jovens e Adultos, tambm

    foram reduzidos. De um total de 52 estabelecimentos citados acima no ano de 2009,

    foram reduzidos para 13 instituies de ensino no ano de 2013, reforando assim a

    proposta de aumento das matrculas nas escolas de ensino regular.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 35

    Tabela 17. Srie histrica de Estabelecimentos de Educao Especial na Paraba (2009 a

    2013).

    ANO ESTABELECIMENTOS DE EDUCAO ESPECIAL

    LOCALIZAO / DEPENDNCIA ADMINISTRATIVA

    TOTAL URBANA

    TOTAL FEDERAL ESTADUAL MUNIICPAL PRIVADA TOTAL FEDERAL ESTADUAL MUNIICPAL PRIVADA

    2009 52 0 12 28 12 50 0 12 26 12

    2010 41 0 8 22 11 40 0 8 21 11

    2011 18 0 2 9 7 17 0 2 8 7

    2012 16 0 3 7 6 15 0 3 6 6

    2013 13 0 3 3 6 12 0 3 3 6

    Fonte: INEP/MEC/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014

    Acompanhando a reduo dos referidos estabelecimentos, identifica-se que o

    nmero de professores destes estabelecimentos reduziu de 201 docentes para 87

    professores na Educao Especial (Tabela 18).

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 36

    Tabela 18. Nmero de professores que atuam nos estabelecimentos de Educao

    Especial, Escolas Exclusivamente Especializadas e/ou Classes Especiais do Ensino

    Regular e/ou da Educao de Jovens e Adultos na Paraba (2009 a 2013).

    ANO PROFESSORES NA EDUCAO ESPECIAL

    LOCALIZAO

    TOTAL URBANA RURAL

    2009 201 198 3

    2010 154 152 2

    2011 110 108 2

    2012 103 101 2

    2013 87 85 2

    Fonte: INEP/MEC/SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014.

    Finalizando tal diagnstico, verificado que para garantir o acesso e permanncia

    dos alunos com deficincia, transtorno do espectro autista e altas

    habilidades/superdotao, estratgias eficazes devem ser adotadas pelos governos

    estaduais e municipais a partir do cumprimento das diretrizes estabelecidas pela Poltica

    Nacional de Educao Especial na perspectiva da Educao Inclusiva. O Plano Nacional

    de Educao, na Meta 4, declara que o acesso educao bsica e ao atendimento

    educacional especializado (AEE), pelo pblico alvo da Educao Especial,

    preferencialmente na rede regular de ensino, deve ser universal para a populao de 04

    (quatro) a 17 (dezessete) anos de idade.

    Meta 4:

    Universalizar, para a populao de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficincia,

    transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotao, o acesso educao

    bsica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de

    ensino, como a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos

    multifuncionais, classes, escolas ou servios especializados, pblicos ou conveniados.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 37

    Estratgias:

    5.22. Efetivar, para fins do repasse do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da

    Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao (FUNDEB), a

    matrcula dupla dos (as) estudantes da educao regular da rede pblica que recebam

    atendimento educacional especializado (AEE) complementar ou suplementar, sem

    prejuzo do cmputo dessas matrculas na educao bsica regular;

    5.23. Promover, no prazo de vigncia deste Plano Estadual de Ensino, a ampliao do

    atendimento educacional especializado (AEE) demanda manifesta pelas famlias de

    pessoas com deficincia, transtorno do espectro autista e altas

    habilidades/superdotao, com idade inferior e superior faixa etria de escolarizao

    obrigatria;

    5.24. Expandir, na vigncia deste PEE, salas de recursos multifuncionais (SRM) e

    fomentar a formao continuada de professores (as) para o atendimento educacional

    especializado (AEE) nas escolas urbanas, do campo, populao moradora de rua,

    indgenas e de comunidades quilombola e cigana;

    5.25. Estimular a criao de centros de atendimento educacional especializado (Centros

    de AEE), articulados com instituies acadmicas e rgos pblicos de assistncia

    social, sade e proteo aos direitos humanos;

    5.26. Executar programas que promovam a acessibilidade nas instituies escolares

    pblicas, para garantir o acesso, a permanncia e o bem estar dos(as) alunos(as) com

    deficincia, transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotao por meio

    da adequao arquitetnica, da oferta de transporte acessvel e da disponibilizao de

    material didtico prprio e de recursos de tecnologia assistiva;

    5.27. Ampliar, progressivamente, a oferta de educao bilngue, em Lngua Brasileira

    de Sinais (LIBRAS) como primeira lngua e na modalidade escrita da Lngua

    Portuguesa como segunda lngua, aos (s) alunos (as) com surdez e com deficincia

    auditiva de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos, em escolas e classes bilngues e em escolas

    inclusivas, bem como a oferta de BRAILLE, para pessoas cegas e surdos-cegas;

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 38

    5.28. Colaborar com a Unio na definio da poltica de avaliao para a Educao

    Inclusiva, mediante indicadores de qualidade referentes ao ambiente educativo,

    prtica pedaggica, avaliao, gesto escolar democrtica, formao e condies

    de trabalho escolar, ao ambiente fsico escolar, ao acesso, a permanncia e o sucesso

    na escola;

    5.29. Estimular, nos ambientes prprios, pesquisas voltadas para o desenvolvimento de

    metodologias, materiais didticos, equipamentos e recursos de tecnologia assistida,

    com vistas promoo do processo de ensino e da aprendizagem, bem como das

    condies de acessibilidade dos (as) estudantes com deficincia, transtornos do

    espectro autista e altas habilidades/superdotao;

    5.30. Ampliar, gradativamente, as equipes de profissionais da educao para atender

    demanda do processo de escolarizao dos (das) estudantes da Educao Inclusiva,

    com profissionais de apoio ou auxiliares da vida escolar, tradutores (as) e intrpretes

    de Libras, guias-intrpretes para surdos-cegos, professores de Libras, prioritariamente

    surdos, transcritores (as) e revisores (as) do Sistema Braille;

    5.31. Contribuir com a Unio na construo de um Sistema Educacional Inclusivo, com

    a participao das famlias e da sociedade.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 39

    4.EDUCAO INTEGRAL:

    De acordo com a LDB, a Educao Integral o aumento progressivo da jornada

    escolar na direo do regime de tempo integral. Na mesma perspectiva, a Resoluo n 4,

    de 13 de julho de 2010, define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a

    Educao Bsica, e em seu Art. 12, estabelece que:

    Cabe aos sistemas educacionais, em geral, definir o programa de escolas de

    tempo parcial diurno (matutino ou vespertino), tempo parcial noturno, e tempo

    integral (turno e contra-turno ou turno nico com jornada escolar de 7 horas, no

    mnimo, durante todo o perodo letivo), tendo em vista a amplitude do papel

    socioeducativo atribudo ao conjunto orgnico da Educao Bsica, o que

    requer outra organizao e gesto do trabalho pedaggico (1996).

    A citada Resoluo determina ainda que a ampliao da jornada escolar deva

    acontecer em nico ou diferentes espaos educativos, nos quais a permanncia do

    estudante est diretamente ligada tanto quantidade e qualidade do tempo dirio de

    escolarizao, quanto diversidade de atividades de aprendizagens, implicando na

    reestruturao curricular, no que diz respeito incorporao de atividades e estudos

    pedagogicamente planejados e acompanhados, a fim de elevar os indicadores de

    qualidade da educao bsica.

    No Estado da Paraba, a educao em tempo integral j se constituiu uma

    realidade. Algumas unidades pblicas de ensino apresentam ampliao da carga horria

    para os estudantes, embora enfrentem os desafios desse modelo de educao.

    Conforme se observa no Indicador 6A, a Paraba apresenta o percentual (32,7%)

    de escolas pblicas com matrculas em perodo integral 2% abaixo dos percentuais do

    Brasil (34,7%), e ficando a 17,3% , distante do alcance da meta nacional projetada.

    J em relao ao nmero de estudantes que permanecem pelo menos 7h na escola,

    independente da rede administrativa a que pertence, a situao diferente, conforme se

    observa no Indicador 6B.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 40

    Mesmo com um percentual (21,25) mais baixo de escolas que o pas, o Estado se

    mostra mais prximo dos 25% da meta brasileira, pois os dados revelam que enquanto o

    Brasil, at 2024, precisa aumentar as matrculas em 11,8%, a Paraba est apenas a 3,8%

    para atingir a meta nacional de 25%.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 41

    Tabela 19. Porcentagem de escolas da Educao Bsica com matrculas em tempo

    integral por dependncia administrativa na Paraba (2011 a 2013).

    Ano Pblica Privada

    2011 18,2% 972 5,9% 50

    2012 20,9% 1.057 5,1% 43

    2013 32,3% 1.559 5,7% 52

    Fonte: MEC/INEP/DEED/Censo Escolar / Preparao: Todos Pela Educao

    Os dados confirmam que a rede privada vem mantendo as escolas com matrculas

    em tempo integral com pequenas variaes de 2011 a 2013, porm a rede pblica exibe

    crescimento de 2,7% em2012, e acrscimo significativo de mais 11,4% em 2013, o que

    indica uma elevao acima de 50%comparadas as unidades escolaresem2012.

    A evoluo crescente do nmero de escolas pblicas, ofertando a educao bsica

    em tempo integral, denota mais oportunidades para as crianas e jovens se

    desenvolverem, contudo, maiores so os desafios, levando em considerao que a maior

    parte das escolas pblicas paraibanas no dispe de infra-estrutura, equipamentos, bem

    como material didtico e formao de recursos humanos para atender em tempo integral

    os estudantes.

    Tabela 20. Porcentagem de escolas de Educao Integral com infra-estrutura adequada

    na Educao Bsica por dependncia administrativa na Paraba (2012 e 2013).

    Ano Todas as Redes RedePrivada RedePblica

    2012 1,7% 19 2,3% 1 1,7% 18

    2013 1,8% 29 3,8% 2 1,7% 27

    Fonte: MEC/INEP/DEED/Censo Escolar / Preparao: Todos Pela Educao

    A observao dos percentuais do MEC/Inep permite inferir que, na rede privada,

    o percentual de escolas com infra-estrutura adequada aumenta em 1,5% em 2013. O

    mesmo no ocorre na rede pblica, pois aumenta o nmero de escolas ofertando educao

    integrarem 2013, no entanto, o percentual de escola com infra-estrutura adequada

    permanece o mesmo de 2012.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 42

    Os dados apresentados na Tabela 20 associados proposio da Meta 6 do Plano

    Nacional de Educao indicam que o Estado da Paraba est diante de uma situao

    desafiadora, especialmente por que as escolas pblicas existentes no foram projetadas

    nem construdas para atender em tempo integral. Por isso, essencial para o Estado

    firmar, em regime de colaborao com a Unio, reformas, ampliao e reestruturao das

    escolas pblicas, por meio da instalao de quadras poliesportivas, laboratrios, inclusive

    de informtica, espaos para atividades culturais, bibliotecas, salas de leitura, auditrios,

    cozinhas, refeitrios, banheiros e outros equipamentos, bem como material didtico e

    formao de professores, gestores e tcnicos pedaggicos.

    Esses so itens mnimos necessrios para educao integral de qualidade. Do

    contrrio, torna-se difcil cumprir a jornada escolar de 7 horas dirias, no mnimo,

    durante todo o perodo letivo, de modo que esse tempo seja potencializado e favorvel ao

    desenvolvimento de aes curriculares e socioeducativas em espaos de aprendizagem

    adequados para os estudantes com o mnimo de conforto.

    Ainda indispensvel salientar que o conceito de Educao Integral pressupe a

    organizao de atividades com base em um projeto pedaggico e proposta curricular

    consistentes, e no apenas o cumprimento da ampliao da carga horria.

    Tabela 21.Mdia de horas-aula diria por etapas da Educao Bsica na Paraba (2010-

    2013).

    Ano Creche

    Pr-

    Escola

    Ensino Fundamental

    anos iniciais

    Ensino Fundamental

    anos finais

    Ensino

    Mdio

    2010 7,6 4,5 4,2 4,5 4,4

    2011 7,5 4,5 4,2 4,4 4,4

    2012 7,2 4,6 4,2 4,5 4,8

    2013 7,1 4,5 4,4 4,6 4,9

    Fonte: MEC/INEP/DEED/CSI

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 43

    Com base na mdia de horas-aulas por dia, os dados confirmam aumento, de 2012

    para 2013, nos anos iniciais do Ensino Fundamental de 0,2%, e anos finais e Ensino

    Mdio de 0,1%, enquanto que na creche e pr-escola verificado um decrscimo de

    0,1%.

    Pouco a pouco polticas so implementadas nas escolas pblicas da Paraba, a

    exemplo dos Programas Mais Educao e Ensino Mdio Inovador, ambos integram as

    aes do Plano de Desenvolvimento da Educao PDE como estratgias do Governo

    Federal para induzir a ampliao da jornada escolar e a organizao curricular, na

    perspectiva da Educao Integral.

    O Programa Mais Educao tem como objetivo desenvolver atividades scio-

    educativas no contra-turno escolar, na perspectiva de ampliar tempos, espaos, nmero de

    atores envolvidos no processo em benefcio da melhoria da qualidade da educao dos

    estudantes.

    Essa estratgia promove a ampliao de tempos, espaos, oportunidades

    educativas e o compartilhamento da tarefa de educar entre os profissionais da educao e

    de outras reas, as famlias e diferentes atores sociais, sob a coordenao da escola e dos

    professores. Isso porque a Educao Integral, associada ao processo de escolarizao,

    pressupe a aprendizagem conectada vida e ao universo de interesses e de

    possibilidades dos estudantes da educao bsica.

    O Programa Mais Educao na Paraba foi implantado em 2008, inicialmente no

    municpio de Joo Pessoa em 13 escolas e no ano de 2009 se estendeu aos municpios da

    grande Joo Pessoa (Bayeux, Santa Rita e Cabedelo). Em 2010 tivemos o acrscimo de

    mais dois municpios (Campina Grande e Patos), passando a atender 134 escolas. A partir

    dos anos de 2011 a 2014 tivemos uma grande adeso do programa no nosso Estado,

    sendo assim, implantado praticamente em todas as escolas do Ensino Fundamental,

    conforme dados da tabela abaixo:

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 44

    Tabela 22. Nmero de escolas com adeso ao Programa Mais Educao da

    Paraba (2008 a 2014).

    2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

    Escolas 13 57 134 239 471 569 579

    Estudantes 2.082 13.413 23.265 36.449 64.458 79.597 171.837

    Professor comunitrio 15 57 268 239 363 396 605

    Municpios 01 04 06 31 144 179 180

    Fonte: SEE-PB/Subgerncia de Estatstica/SGEST/2014.

    Outra proposta o Programa Ensino Mdio Inovador ProEMI institudo pela

    Portaria n 971, de 9 de outubro de 2009, integrantedas aes do Plano de

    Desenvolvimento da Educao PDE, como estratgia do Governo Federal para induzir

    a reestruturao dos currculos, ampliando o tempo dos estudantes do Ensino Mdio na

    escola.

    Com centralidade no currculo, esse programa se organiza em torno de quatro

    eixos: trabalho, tecnologia, cincia e cultura em consonncia com as DCNEMs e o

    Documento Orientador do Ministrio da Educao, que introduz oito macro-campos, a

    saber: Acompanhamento Pedaggico; Iniciao Cientfica e Pesquisa; Leitura e

    Letramento; Lnguas Estrangeiras; Cultura Corporal; Produo e Fruio das Artes;

    Comunicao, Cultura Digital e uso de Mdias; e Participao Estudantil. Seguindo o

    modelo do MEC, implantado na rede estadual da Paraba em 26 escolas no ano de2012,

    avana para mais 22 escolas, em 2013 e em 2014, o programa contempla o total de 49

    escolas dentre as 379 de Ensino Mdio da rede estadual.

    No esforo para aumentar o nmero de matrculas nas escolas do ProEMI, so

    feitos investimentos nas escolas da rede estadual. Segundo a Gerncia Executiva de

    Ensino Mdio/SEE/PB, so disponibilizados recursos para aquisio de laboratrios de

    robtica e matemtica; enciclopdias de Fsica; complementao do valor da merenda

    para fornecimento de almoo; e bolsa de estudo para professores participarem da

    formao no SISMDIO, por meio do programa Pacto Nacional para o Fortalecimento do

    Ensino Mdio. Entretanto, os dados mostram evoluo insatisfatria de matriculassem

    2014.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 45

    Tabela 23. Evoluo da matrcula das escolas no PROEMI na Rede Estadual da Paraba

    (2012 a 2014).

    ESCOLAS

    DE ENSINO

    MDIO

    INOVADOR

    Matrculas

    2012

    (26 escolas)

    Matrculas

    2013

    (48 escolas)

    Matrculas

    2014

    (49 escolas)

    Progresso

    2012/2013

    Progresso

    2013/2014

    Progresso

    2012/2014

    16.202 17.002 10.806 5%

    (800)

    -36%

    (-6.196)

    -33%

    (-5.396) Fonte: SEE-PB/Gerncia Executiva de Ensino Mdio/GEEM/2015.

    Com relao ao quantitativo de estudantes matriculados no ProEMI, conforme

    tabela 4, de 2012 para 2013 h um aumento de 5% (+800 estudantes), porm em 2014, as

    matrculas decrescem consideravelmente em 36%, o que representa 6.196 estudantes a

    menos em comparao ao ano anterior. Essa evoluo negativa de matrculas sugere que

    os investimentos feitos so insuficientes para a ampliao do programa na rede, uma vez

    que aumenta o nmero de escolas, mas diminui o quantitativo de matrculas em relao

    oferta de vagas.

    Por outra perspectiva, sem dvida, uma proposta de educao em tempo integral

    precisa ser bem estruturada e organizada, caso contrrio, corre o risco de se configurar

    em sobrecarga de trabalho para os profissionais docentes, quando no solocados em uma

    nica escola. E caso o tempo no seja potencializado em defesa de aprendizagem

    significativa, acaba cansando os estudantes.

    Ante os fatos apontados, para alcanar a meta de ampliao das matrculas em

    educao em tempo integral nas escolas pblicas de educao bsica, de forma gradativa,

    requer um rduo trabalho de organizao do novo currculo.

    Alm de ser primordial, que a Paraba priorize aes que contribuam para a re-

    elaborao da proposta pedaggica de forma participativa; a gesto democrtica; a

    ampliao dos recursos financeiros; a formao continuada dos profissionais da

    educao; a lotao dos docentes em perodo integral numa nica escola; a efetivao do

    planejamento participativo; a disponibilizao de materiais didticos e recursos

    tecnolgicos; e o acompanhamento e avaliao permanente.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 46

    Meta 6:

    Oferecer educao em tempo integral em, no mnimo, 50% (cinquenta por cento) das

    escolas pblicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as)

    alunos (as) da educao bsica.

    Estratgias:

    6.1. Instituir poltica pblica de educao em tempo integral nos Sistemas de Ensino da

    Paraba, considerando as diversidades locais, culturais e a necessidade de ampliao de

    infra-estrutura das unidades escolares;

    6.2. Promover, com o apoio da Unio, a oferta de educao bsica pblica em tempo

    integral, por meio de atividades de acompanhamento pedaggico e multidisciplinares,

    inclusive culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanncia dos (as) alunos

    (as) na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser igual ou superior a 7 (sete) horas

    dirias durante todo o ano letivo, com a ampliao progressiva da jornada de professores

    em uma nica escola;

    6.3. Implementar , em regime de colaborao com a Unio, programa de construo e

    reforma de escolas com padro arquitetnico e de mobilirio adequado para atendimento

    em tempo integral, prioritariamente em comunidades pobres ou com

    crianas/adolescentes/jovens em situao de vulnerabilidade social;

    6.4. Estimular a articulao da escola com os diferentes espaos educativos, culturais e

    esportivos e com equipamentos pblicos, como centros comunitrios, bibliotecas, praas,

    parques, museus, teatros, cinemas e planetrios;

    6.5. Incentivar a oferta de atividades voltadas ampliao de jornada escolar de alunos

    (as) matriculados nas escolas da rede pblica de educao bsica por parte das entidades

    privadas, de servio social, vinculadas ao sistema sindical, de forma concomitante e em

    articulao com a rede pblica de ensino;

    6.6. Atender s escolas do campo e de comunidades indgenas, quilombolas e ciganas na

    oferta de educao em tempo integral, considerando-se as peculiaridades locais.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 47

    6. QUALIDADE NA EDUCAO:

    O ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica - IDEB foi criado pelo Instituto

    Nacional de Estudos e de Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira INEP, em 2007,

    como parte do Plano de Desenvolvimento da Educao (PDE). O IDEB calculado com

    base na taxa de rendimento escolar (aprovao e evaso) e no desempenho dos alunos no

    SAEB (Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica) e na Prova Brasil. Ou seja,

    quanto maior for a nota da instituio no teste e quanto menos repetncias e desistncias a

    escola registrar, melhor ser a classificao, numa escala de zero a dez.

    A rede pblica estadual da Paraba avanou no resultado do IDEB (2013) nas trs

    etapas de ensino, superando as metas em relao ltima aferio ocorrida em 2011. Fato

    que tambm se registra na maioria dos municpios paraibanos.

    O Sistema de Avaliao da Educao da Paraba Avaliando IDEPB, criado em

    2012, tem o objetivo de estabelecer anualmente indicadores de qualidade, utilizando

    instrumentos de diagnstico, tendo em vista a melhoria da qualidade da educao,

    relacionada com a construo de aprendizagens significativas, abrangendo as escolas

    urbanas, do campo e indgenas, levando em conta a mdia de proficincia, a partir dos

    resultados em Lngua Portuguesa e Matemtica, dos estudantes do 5 e 9 anos do Ensino

    Fundamental, da 3 srie do Ensino Mdio e 4 srie do Ensino Mdio Modalidade

    Normal e o Fluxo Escolar (aprovao).

    A leitura analtica dessas informaes possibilita a redefinio de polticas de

    melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem contidas no Plano Estadual de Gesto

    Paraba Faz Educao.

    O Estado da Paraba por meio da Coordenao Estadual do Programa Bolsa

    Famlia na Educao, monitora aproximadamente 553.020 (quinhentos e cinquenta e trs

    mil, e vinte) estudantes contemplados com o Benefcio Varivel BFA (crianas e adolescentes na faixa etria de 6 a 15 anos), e com o Benefcio Varivel Jovem - BVJ

    (adolescentes entre 16 a 17 anos).

    O Ministrio da Educao/SECADI instituiu e mantm o Sistema Presena,

    instrumento de registro, controle e acompanhamento da frequncia escolar de todos os

    estudantes beneficiados, cuja operacionalizao se d por meio dos Coordenadores

    Municipais do Programa Bolsa Famlia na Educao, cadastrados no sistema.

  • Documento Base (Plano Estadual de Educao da Paraba). 48

    A Secretaria de Estado da Educao, por meio da Coordenao Estadual do

    Programa Bolsa Famlia na Educao, buscando a melhoria da qualidade do

    acompanhamento e do registro da frequncia dos estudantes beneficiados pelo Programa

    Bolsa Famlia, mantm a articulao entre a Secretaria de Sade e Secretaria de

    Desenvolvimento Humano, ampliando o controle social e melhor acompanhamento dos

    estudantes beneficirios.

    Para favorecer a melhor qualidade no acompanhamento e no registro da

    frequncia, foi implantada a Ficha de Comunicao do Aluno Infrequente FICAI, por

    meio do Decreto n 32.303, de 29 de julho de 2011, nas Unidades Escolares do Ensino

    Fundamental, EJA e Mdio do Sistema Estadual de Educao

    Meta 7:

    Fomentar a qualidade da Educao Bsica em todas as etapas e modalidades, com

    melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as seguintes mdias

    nacionais para o IDEB.

    IDEB 2015 2017 2019 2021

    Anos Iniciais do Ensino

    Fundamental

    5,2 5,5 5,7 6,0

    Anos Finais do Ensino

    Fundamental

    4,7 5,0 5,2 5,5

    Ensino Mdio 4,3 4,7 5,0 5,2

    Estratgias:

    7.1. Contribuir com a Unio no estabelecimento e na implantao das diretrizes

    pedaggicas para a educao bsica e a base nacional comum dos currculos, com di