plano especial de emergência de risco sísmico e vulcânico

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Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico Concelho de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel julho 2019

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Page 1: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e

Vulcânico

Concelho de Ponta Delgada, Ilha de São Miguel

julho 2019

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

1 | P á g i n a

Equipa Técnica: OVGA – Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores

Coordenador do Projeto: Victor Hugo Forjaz, Professor Catedrático (Vulcanologia de

Engenharia)

Gestor do Projeto: Pedro Azevedo, Eng.º.

Rua Dr. Hugo Moreira, n.º 2-D, 9500-792 Ponta Delgada

Tel/Fax: 296650950/ 296650959

Email: [email protected]

Data: julho 2019 Edição: 01 Revisão: 0

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

2 | P á g i n a

Índice LISTA DE ACRÓNIMOS .................................................................................................................. 8

REFERÊNCIAS LEGISLATIVAS ....................................................................................................... 12

REGISTO DE ATUALIZAÇÕES ....................................................................................................... 17

REGISTO DE EXERCÍCIOS ............................................................................................................. 17

PARTE I - ENQUADRAMENTO ..................................................................................................... 19

Introdução .................................................................................................................................. 19

1. Finalidade e objetivos ........................................................................................................... 21

2. Tipificação dos riscos .............................................................................................................. 22

2.1. Enquadramento Geológico/Geotécnico ......................................................................... 23

2.2. Perigos /Riscos Sísmicos .................................................................................................. 24

2.3. Vulnerabilidades do Edificado Concelhio ....................................................................... 26

2.4. Perigos/Riscos Vulcânicos e Morfologia Associada ....................................................... 27

2.4.1. Perigos/Riscos Vulcânicos ........................................................................................ 27

2.4.2. Morfologias Vulcânicas ............................................................................................ 29

2.5. Critérios de tipificação de riscos e de perigos ................................................................ 30

2.6. Conclusões Sintéticas ...................................................................................................... 34

2.6.1. Sismicidade ............................................................................................................... 34

3.6.2. Vulcanismo .............................................................................................................. 35

3. Competências e critérios para ativação do Plano ............................................................. 36

3.1. Competências para a ativação do PEEPCSV .................................................................... 36

3.2. Critérios para a ativação do PEEPCSV ............................................................................. 37

PARTE II – EXECUÇÃO ................................................................................................................. 45

1. Estruturas ................................................................................................................................ 45

1.1. Estrutura da Direção Política........................................................................................... 45

1.2. Estrutura de Coordenação Política e Institucional ......................................................... 46

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

3 | P á g i n a

1.3. Estrutura de Comando Operacional ............................................................................... 48

2. Responsabilidade ..................................................................................................................... 51

2.1. Responsabilidades dos Serviços de Proteção Civil ......................................................... 52

2.2. Responsabilidades dos Agentes de Proteção Civil ......................................................... 54

2.3. Responsabilidades dos Organismos e Entidades de Apoio ............................................ 61

3. Organização ............................................................................................................................ 67

3.1. Infraestruturas de relevância operacional ..................................................................... 67

3.1.1. Rede rodoviária ........................................................................................................ 67

3.1.2. Portos e varadouros ................................................................................................. 70

3.1.3. Aeroporto e Heliporto .............................................................................................. 71

3.1.4. Redes de telecomunicações ..................................................................................... 72

3.1.5. Sistema de abastecimento de água ......................................................................... 73

3.1.6. Sistema de produção, armazenamento e distribuição de energia elétrica ............ 75

3.1.7. Elementos estratégicos, vitais ou sensíveis para as operações de proteção civil e

socorro ................................................................................................................................ 75

3.2. Zonas de intervenção ...................................................................................................... 76

3.3. Mobilização e coordenação de meios ............................................................................ 79

3.3.1. Mobilização de meios ............................................................................................... 79

3.4. Notificação operacional .................................................................................................. 80

4. Áreas de intervenção .............................................................................................................. 81

4.1. Gestão administrativa e financeira ................................................................................. 81

4.2. Reconhecimento e avaliação .......................................................................................... 85

4.2.1. Equipas de Avaliação Técnica .................................................................................. 85

4.3. Logística ........................................................................................................................... 87

4.3.1. Apoio logístico às forças de intervenção ................................................................ 87

4.3.2. Apoio logístico às populações .................................................................................. 91

4.4. Comunicações .................................................................................................................. 95

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

4 | P á g i n a

4.5. Informação pública ........................................................................................................ 101

4.6. Confinamento e/ou evacuação ..................................................................................... 106

4.7. Manutenção da ordem pública ..................................................................................... 112

4.8. Serviços médicos e transporte de vítimas .................................................................... 115

4.9. Socorro e salvamento .................................................................................................... 118

4.10. Serviços mortuários ..................................................................................................... 122

PARTE III – INVENTÁRIOS, MODELOS E LISTAGENS ................................................................. 127

1. Inventário de meios e recursos ............................................................................................ 127

2. Lista de contactos ................................................................................................................. 127

3. Modelos ................................................................................................................................ 127

3.1. Modelos de relatórios ................................................................................................... 127

3.2. Modelos de requisições ............................................................................................ 128

3.3. Fita do tempo ............................................................................................................ 128

3.4. Modelos de comunicados ........................................................................................ 128

4. Lista de distribuição ............................................................................................................ 128

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Processo de ativação do PEEPCSV

Figura 2 - Critérios para a ativação do PEEPCSV

Figura 3 – Fluxograma da estrutura da Proteção Civil em Portugal (adaptado da ANPC)

Figura 4 – Fluxograma de organização e comando no Teatro de Operações

Figura 5 – Fluxograma de organização da Zona de Intervenção

Figura 6 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação da área de

administração de meios e recursos

Figura 7 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação do apoio

logístico às forças de intervenção

Figura 8 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação do apoio

logístico à população

Figura 9 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação de

comunicações

Figura 10 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação da gestão da

informação

Figura 11 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação no

confinamento/evacuação

Figura 12 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação da manutenção

da ordem pública

Figura 13 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação de serviços

médicos e transporte de vítimas

Figura 14 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação de socorro e

salvamento

Figura 15 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação de serviços

mortuários

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

6 | P á g i n a

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Hierarquização das Principais falhas Geológicas do Concelho

Tabela 2 - Desenvolvimento Espacial das principais falhas geológicas do Concelho

Tabela 3 - Identificação dos riscos/perigos geológicos mais importantes identificados

nos arquipélagos dos Açores, da Madeira, das Canárias e de Cabo Verde durante os PIC

Interreg III B -VULCMAC I e VULCMAC II, PREMUNAC e CHRONOS

Tabela 4 - VEI – Volcanic Exolosivity Index

Tabela 5 - Identificação dos riscos sismovulcânicos avaliados no âmbito do PEEPCSV

Tabela 6 - Grau de probabilidade

Tabela 7 - Grau de gravidade

Tabela 8 - Matriz de risco

Tabela 9 - Níveis de alerta

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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ANEXOS

Anexo 1 - Anexos Técnico Científicos e Cartografia de suporte às operações de

emergência de proteção civil:

Anexo técnico - 1.A - Sismicidade e Tectónica (conceitos técnicos)

Anexo técnico - 1.B - Risco vulcânico (conceitos técnicos)

Anexo técnico - 1.C - Vulnerabilidades do edificado por freguesia

Anexo - 1.D - Carta de zonagem de Risco Sísmico 1:75000 (S. Miguel)

Anexo - 1.E 1 - Carta de zonagem de Riscos Vulcânico stromboliano 1:75000 (S.

Miguel)

Anexo - 1.E 2 - Carta de zonagem de Riscos Vulcânico Hawaino 1:75000 (S. Miguel)

Anexo - 1.F - Carta Geomorfológica e Tectónica de S. Miguel.

Anexo 2 – Inventário de Meios e Recursos do SMPC

Anexo 3 - Listas de contactos

Anexo 4 - Modelos

Anexo 5 – Lista de distribuição

Anexo 6 – Centros de realojamento e campos de desalojados

Anexo 7 – Comunicações do SMPC

Anexo 8 – Inventário de Meios e Recursos dos APC da CMPC

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LISTA DE ACRÓNIMOS

AEP

AGP

AGTM

AGTR

AHBVPD

AIC

AIPE

AMI

AMN

ANA, SA

ANAC

ANACOM

ANEPC

AP

API

APC

ARA

ATMP

BVPD

CCON

CCSN

CD

CE

Cl

CIVISA

CMOE

CMPC

Associação de Escoteiros de Portugal

Associação de Guias de Portugal

Acidente Grave de Tráfego Marítimo

Acidente Grave de Tráfego Rodoviário

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada

Acidentes em Instalações de Combustível

Acidente em Indústrias Pirotécnicas e de Explosivos

Associação Médica Internacional

Autoridade Marítima Nacional

Aeroportos dos Açores

Autoridade Nacional da Aviação Civil

Autoridade Nacional de Comunicações

Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil

Acidente de Poluição

Acidentes em Parques Industriais

Agente de Proteção Civil

Associação Radioamadores dos Açores

Acidente no Transporte de Mercadorias Perigosas

Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada

Centro de Coordenação Operacional Nacional

Colapso de Cavidades Subterrâneas Naturais

Campo de Desalojados

Colapso de Estruturas

Cheias e Inundações

Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores

Centro Municipal de Operações de Emergência

Comissão Municipal de Proteção Civil

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

9 | P á g i n a

CMPD

CNE

CNOS

CNPC

COA

COMPC

COS

CPPD

CPX

CT

CTPOI

CVARG

CVP

CZMA

DIOPS

DRA

DROPC

EAT

EC

EDA

EPI

ETAR

FS

GNR

GCR

HDES

IE

IF

Câmara Municipal de Ponta Delgada

Corpo Nacional de Escutas

Comando Nacional de Operações de Socorro

Comissão Nacional de Proteção Civil

Comando Operacional dos Açores

Coordenador Municipal de Proteção Civil

Comandante das Operações de Socorro

Capitania do Porto de Ponta Delgada

Exercícios de Postos de Comando

Ciclones e Tempestades

Colapso de Túneis, Pontes e Outras Infraestruturas

Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos

Cruz Vermelha Portuguesa

Comando de Zona Marítima dos Açores

Dispositivo Integrado das Operações de Proteção e Socorro

Direção Regional do Ambiente

Direção Regional das Obras Públicas e Comunicações

Equipa de Avaliação Técnica

Erosão Costeira

Empresa de Eletricidade dos Açores

Equipamento de Proteção Individual

Estação de Tratamento de Águas Residuais

Forças de Segurança

Guarda Nacional Republicana

Galgamentos Costeiros e de Ribeiras

Hospital do Divino Espírito Santo

Incêndio em Edifícios

Incêndios Florestais

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

10 | P á g i n a

INAC

IPMA

IPSS

IROA

ISSA,IPRA

ITG

LIVEX

LREC

MMV

OCS

OEA

PC

PCNac

PCO

PDM

PEE

PEEPCSV

PEI

PI

PJ

PM

PMA

PMEPCPD

PMPDL

POOC

POSIT

PSP

Instituto Nacional de Aviação Civil

Instituto Português do Mar e da Atmosfera

Instituições Particulares de Solidariedade Social

Instituto Regional Ordenamento Agrícola

Instituto da Segurança Social dos Açores

Instituto Tecnológico do Gás

Exercícios à Escala Real

Laboratório Regional de Engenharia Civil

Movimento de Massa em Vertentes

Órgãos de Comunicação Social

Organismos e Entidades de Apoio

Posto de Comando

Posto de Comando Nacional

Posto de Comando Operacional

Plano Diretor Municipal

Plano de Emergência Externo

Plano Especial de Emergência de Proteção Civil Risco Sísmico e

Vulcânico

Plano de Emergência Interno

Precipitação intensa

Polícia Judiciária

Polícia Marítima

Posto Médico Avançado

Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Ponta Delgada

Polícia Municipal de Ponta Delgada

Plano de Ordenamento da Orla Costeira

Ponto de Situação

Polícia de Segurança Pública

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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PT

SEF

SGO

SIOPS

SMPC

SMAS

SMS

SRPCBA

START

TO

ULPC

USISM

UTC

ZA

ZCR

ZI

ZRR

ZS

Pontos de Trânsito

Serviço de Estrangeiros e Fronteiras

Sistema de Gestão de Operações

Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro

Serviço Municipal de Proteção Civil

Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento

Short Message Service (mensagens escritas de telemóvel)

Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores

Simple Triage And Rapid Treatment

Teatro de Operações

Unidade Local de Proteção Civil

Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel

Unidade de Transmissão e Comunicações

Zona de Apoio

Zona de Concentração e Reserva

Zona de Intervenção

Zona de Receção de Reforços

Zona de Sinistro

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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REFERÊNCIAS LEGISLATIVAS

• Lei n.º 59/2015, de 24 de junho - Primeira alteração à Lei n.º 53/2008, de 29 de

agosto, que aprova a Lei de Segurança Interna;

• Resolução da Comissão Nacional de Proteção Civil n.º 30/2015, de 7 de maio -

Fixa os critérios e as normas técnicas para a elaboração e operacionalização de

planos de emergência de proteção civil;

• Lei n.º 65/2007, de 12 de novembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-

Lei n.º 114/2011, de 30 de novembro e pelo Decreto-Lei n.º 44/2019, de 1 de abril -

Enquadramento institucional e operacional da proteção civil no âmbito municipal,

organização dos serviços municipais de proteção civil e competências do

comandante operacional municipal;

• Decreto-Lei n.º 134/2006, de 25 de julho, com as alterações introduzidas pelo

Decreto-Lei n.º 114/2011, de 30 de novembro e pelo Decreto-Lei n.º 72/2013, de

31 de maio – Cria o Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro

(SIOPS);

• Lei n.º 27/2006, de 3 de julho, com as alterações introduzidas pela Lei Orgânica n.º

1/2011, de 30 de novembro e pela Lei n.º 80/2015, de 3 de agosto, que república o

diploma - Lei de Bases da Proteção Civil;

• Lei n.º 80/2015, de 3 de agosto – 2.ª alteração à Lei n.º 27/2006, de 3 de julho –

Lei de Bases de Proteção Civil;

• Resolução do Conselho do Governo n.º 56/2019, de 16 de abril – Regulamento do

Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro da Região Autónoma dos

Açores (SIOPS-R.A.A.);

• Decreto Regulamentar Regional n.º 24/2012/A, de 27 de novembro - Aprova a

orgânica do XI Governo Regional dos Açores;

• Lei n.º 53/2007, de 31 de agosto - Lei Orgânica da Polícia de Segurança Pública;

• Lei Orgânica n.º 1-B/2009, de 7 de julho, com as alterações introduzidas pela Lei

Orgânica n.º 5/2014, de 29 de agosto - Lei de Defesa Nacional;

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

13 | P á g i n a

• Lei Orgânica n.º 6/2014, de 1 de setembro - Procede à primeira alteração à Lei

Orgânica de bases da organização das Forças Armadas, aprovada pela Lei Orgânica

n.º 1-A/2009, de 7 de julho;

• Decreto-Lei n.º 186/2014, de 29 de dezembro - Lei Orgânica do Exército;

• Decreto-Lei n.º 187/2014, de 29 de dezembro - Lei Orgânica da Força Aérea;

• Decreto-Lei n.º 184/2014, de 29 de dezembro - Lei Orgânica do Estado-Maior-

Geral das Forças Armadas;

• Decreto-Lei n.º 163/2014, de 31 de outubro - Altera e república o Decreto-Lei n.º

73/2013, de 31 de maio - Lei Orgânica da Autoridade Nacional de Proteção Civil,

alterado pelo Decreto-Lei nº 45/2019 de 1 de abril que aprova a orgânica da

Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC);

• Decreto-Lei n.º 185/2014, de 29 de dezembro - Lei Orgânica da Marinha;

• Decreto-Lei n.º 44/2002, de 2 de março com as alterações introduzidas pelo

Decreto-Lei n.º 235/2012, de 31 de outubro e Decreto-Lei n.º 121/2014, de 7 de

agosto – Estabelece, no âmbito do sistema de da autoridade marítima, as

atribuições, a estrutura e a organização da Autoridade Marítima Nacional e cria a

Direção-Geral da Autoridade Marítima;;

• Lei n.º 28/2013, de 12 de abril - Define as competências, a estrutura e o

funcionamento da Autoridade Aeronáutica Nacional;

• Decreto-Lei n.º 40/2015, de 16 de março - Lei Orgânica da Autoridade Nacional da

Aviação Civil;

• Decreto-Lei n.º 240/2012, de 6 de novembro - Lei Orgânica do Serviço de

Estrangeiros e Fronteiras;

• Decreto-Lei n.º 83/2012, de 30 de março - Lei Orgânica do Instituto de Segurança

Social, I.P.;

• Decreto-Lei n.º 281/2007, de 7 de agosto - Aprova o Regime 150/2015Jurídico da

Cruz Vermelha Portuguesa;

• Decreto-Lei 68/2012, de 20 de março - Lei Orgânica do Instituto Português do Mar

e da Atmosfera, I.P.;

• Decreto Legislativo regional n.º 10/2015/A, de 9 de abril - Adapta à Região

Autónoma dos Açores o Decreto-Lei n.º 241/2007, de 21 de junho, alterado pelo

Page 15: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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Decreto-Lei n.º 249/2012, de 21 de novembro -Adaptação à Região Autónoma dos

Açores do Regime Jurídico aplicável aos Bombeiros Portugueses;

• Decreto Legislativo Regional n.º 7/99/A, de 19 de março - Alterado pelo Decreto

Legislativo Regional n.º 39/2006/A, de 31 de outubro e pelo Decreto Legislativo

Regional n.º 11/2007-A, de 23 de abril - Aprova a orgânica e o quadro de pessoal

do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores;

• Regulamento do Serviço Municipal de Proteção Civil de Ponta Delgada – n.º

862/2015 de 12 dezembro – Diário da República;

• Decreto Regulamentar n.º 18/1993, de 28 de junho - Regula o exercício de

funções de proteção civil das Forças Armadas;

• Decreto Legislativo Regional n.º 28/99/A, de 31 de julho - Estabelece o estatuto

do Serviço Regional de Saúde dos Açores;

• Decreto Regulamentar Regional n.º 6/2010/A, de 6 de abril - Alteração ao Decreto

Regulamentar Regional n.º 11/2001/A, de 10 de setembro que define o Regime

Jurídico de exercício da Autoridade de Saúde na região Autónoma dos Açores;

• Despacho n.º 3551/2015, de 9 de abril - Sistema de Gestão de Operações, revisto

pelo Despacho n.º 3317-A/2018 de 3 de abril;

• Declaração da Comissão Nacional de Proteção Civil n.º 344/2008, de 17 de

outubro - Regulamento de Funcionamento dos Centros de Coordenação

Operacional;

• Decreto Legislativo Regional n.º 13/1999/A, de 15 de abril - Criação de centros

operacionais de emergência de proteção civil a nível regional e municipal;

• Decreto-Lei n.º 112/2008, de 1 de julho – Regulamenta a criação de uma Conta de

Emergência que permita adotar medidas de assistência a pessoas atingidas por

catástrofe ou calamidade pública;

• Decreto-Lei n.º 363/88, de 14 de outubro - Disciplina a concessão de auxílio

financeiro do Estado às Autarquias locais;

• Declaração da Comissão Nacional de Proteção Civil n.º 97/2007, de 16 de maio -

Estado de alerta especial para o Sistema Integrado de Operações de Proteção e

Socorro (SIOPS);

Page 16: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

15 | P á g i n a

• Decreto-Lei n.º 141/98, de 30 de dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º

109/2010, de 14 de outubro que estabelece o Regime Jurídico da remoção,

transporte, inumação, exumação, transladação e cremação de cadáveres, bem

como de alguns desses atos relativos a ossadas, cinzas fetos mortos e peças

anatómicas, e ainda da mudança de localização de um cemitério;

• Decreto-Lei n.º 253/95, de 30 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 399/99,

de 14 de outubro - Sistema Nacional para a Busca e Salvamento Aéreo;

• Decreto-Lei n.º 15/94, de 22 de janeiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 399/99, de

14 de outubro - Sistema Nacional para a Busca e Salvamento Marítimo;

• Lei n.º 44/86, de 30 de setembro, com as alterações introduzidas pela Lei Orgânica

n.º 1/2011, de 30 de novembro, e pela Lei Orgânica n.º 1/2012, de 11 de maio - Lei

do Regime do Estado de Sítio e do Estado de Emergência;

• Resolução do Conselho de Ministros n.º 17/85, 17 de abril - Determina que os

serviços do Estado, bem como as empresas públicas e as concessionárias de

serviços públicos, no âmbito da respetiva concessão, prestem às autarquias locais

toda a colaboração na organização e funcionamento de SMPC.

• Decreto Regulamentar Regional n.º 12/2014/A, de 24 de julho -Altera a Orgânica

do XI Governo Regional dos Açores;

• Lei n.º 49/2008, de 27 de agosto, alterada pelas leis n.º 34/2013, de 26 de maio,

38/2015, de 11 de maio e 57/2015, de 23 de junho - Lei de Organização da

Investigação Criminal;

• Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro - Lei da Água: medidas de proteção contra

cheias e inundações; medidas de proteção contra secas; medidas de proteção

contra acidentes graves de poluição; medidas de proteção contra rotura de

infraestruturas hidráulicas;

• Resolução do Conselho do Governo n.º 89/2015, de 11 de junho - Determina a

elaboração do Plano de gestão de riscos de inundações da região Autónoma dos

Açores;

• Decreto Legislativo Regional n.º 6/20015/A, de 5 de março - Regime Jurídico da

Segurança Contra Incêndio em Edifícios;

Page 17: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

16 | P á g i n a

• Portaria n.º 63/2015, de 20 de maio - Regulamento Técnico de Segurança Contra

Incêndio em Edifícios à Região Autónoma dos Açores;

• Decreto-Lei n.º 224/2015, de 9 de outubro - Procede à primeira alteração ao

Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro, que estabelece o regime jurídico de

segurança contra incêndios em edifícios;

• Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de julho, com as alterações introduzidas pelo

Decreto-Lei n.º 42/2014, de 18 de março - Prevenção de Acidentes Graves com

Substâncias Perigosas;

• Decreto-Lei n.º 165/2002, de 17 de julho, com as alterações introduzidas pelo

Decreto-Lei n.º 215/2008, de 10 de novembro e pelo Decreto-Lei n.º 156/2013, de

5 de novembro - Proteção contra Radiações Ionizantes;

• Decreto-Lei n.º 41-A/2010, de 29 de abril, com as alterações introduzidas pelo

Decreto-Lei n.º 206-A/2012, de 31 de agosto, e pelo Decreto-Lei n.º 9-A/2014, de 7

de fevereiro - Aprova o Regulamento do transporte terrestre, rodoviário e

ferroviário, de mercadorias perigosas;

• Decreto Legislativo Regional n.º 19/2003/A, de 23 de abril - Aprova o Plano

Regional da Água da Região Autónoma dos Açores;

• Lei n.º 31/2014, de 30 de maio - Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos, de

Ordenamento do Território e de Urbanismo;

• Decreto-Lei n.º 150/2015, de 5 de agosto - Estabelece o Regime de Prevenção de

Acidentes Graves que envolvem substâncias perigosas e de limitação das suas

consequências para a saúde humana e para o ambiente;

• Decreto Legislativo Regional n.º 18/2003/A, de 9 de abril, alterado e republicado

pelo Decreto Legislativo Regional n.º 39/2008/A, de 9 de abril – Estatuto das Vias

de Comunicação Terrestre na Região Autónoma dos Açores;

• Decreto Legislativo Regional n.º 14/2004/A, de 23 de março – Regime de

declaração de Calamidade Pública Regional.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

17 | P á g i n a

REGISTO DE ATUALIZAÇÕES

EMITENTE TÍTULO DATA

Câmara Municipal de Ponta Delgada PEEPCCSV julho 2019

Data Revisão Página Alterada Alterações efetuadas

Motivo da Alteração

Responsável Assinatura

REGISTO DE EXERCÍCIOS

No registo de exercícios deverão identificar-se os seguintes itens:

• Tipo de exercício

• Objetivos

• Cenário

• Local

• Data

• APC/OEA

• Meios e recursos envolvidos

• Conclusões

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

18 | P á g i n a

PARTE I - ENQUADRAMENTO

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

19 | P á g i n a

PARTE I - ENQUADRAMENTO

Introdução

Considerando a orografia do concelho de Ponta Delgada aliada à existência de um

grande número de moradias e vias públicas em zonas que apresentam risco elevado de

movimento de massas, e às condições meteorológicas adversas a que por vezes

ocorrem na Ilha de São Miguel, verificou-se a necessidade de se elaborar o Plano

Especial de Emergência de Proteção Civil para o Risco Sísmico e Vulcânico de Ponta

Delgada (PEEPCSV) visando orientar as respostas do Serviço Municipal de Proteção

Civil de Ponta Delgada (SMPCPD) em conjugação com as restantes entidades

competentes e recursos disponíveis, de forma a enfrentarem a generalidade das

situações de emergência que possam ocorrer ou ter influência na área do município.

Neste contexto, o PEEPCSV articula-se com o Plano Municipal de Emergência do

concelho e com o Plano Regional de Emergência da Região Autónoma dos Açores e

com os Planos Municipais de Emergência dos municípios adjacentes (Ribeira Grande e

Lagoa).

O PEEPCSV é um instrumento flexível e dinâmico, de permanente atualização, que

define as regras de orientação para as ações de prevenção e resposta operacional,

possui uma adequada articulação e coordenação dos agentes de proteção civil, dos

organismos e das entidades de apoio a envolver na iminência ou ocorrência de

acidentes graves ou catástrofes.

O PEEPCSV aplica-se na área territorial do Município de Ponta Delgada, a qual

abrange 232 Km2, dividido por 24 freguesias.

O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada é o Diretor do Plano e caso

este se encontre impossibilitado de exercer as suas funções poderá ser substituído

pelo Vice-Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada ou pelo Coordenador

Municipal de Proteção Civil.

O PEEPCSV foi elaborado de acordo com as diretivas da Comissão Nacional de

Proteção Civil - Resolução n.º 30/2015, de 7 de maio e seguiu o disposto na Lei de

Bases da Proteção Civil.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

20 | P á g i n a

O PEEPCSV entra em vigor no primeiro dia útil seguinte ao da publicação da

deliberação de aprovação no Diário da República, de acordo com o nº 12 do artigo 7º

da Resolução nº 30/2015, de 7 de maio, da Comissão Nacional de Proteção Civil.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

21 | P á g i n a

1. Finalidade e objetivos

O PEEPCSV regula o modo como é assegurada a coordenação institucional, a

articulação e a intervenção das organizações integrantes do Sistema Integrado de

Operações de Proteção e Socorro (SIOPS) e de outras entidades públicas ou privadas a

envolver nas operações. Constitui-se como uma plataforma que se encontra preparada

para responder, organizadamente, a situações de acidente decorrente de risco

sísmico-vulcânico.

Uma vez definidas as estruturas de direção, coordenação, comando e controlo,

visa-se o cumprimento dos seguintes objetivos gerais:

• Identificar, cartografar as zonas de risco sísmico e vulcânico na área do

Município;

• Fornecer, através de uma resposta concertada, as condições e os meios

indispensáveis à minimização dos efeitos adversos relacionados com estes tipos

de acidente natural;

• Definir as orientações relativamente ao modo de atuação dos vários

organismos, serviços e estruturas a empenhar em operações de proteção civil;

• Definir a unidade de direção, coordenação e comando das ações a desenvolver;

• Promover a eficácia e rapidez de intervenção a todas as entidades

intervenientes;

• Inventariar os meios e recursos disponíveis para acorrer a um acidente grave

ou catástrofe;

• Minimizar a perda de vidas e bens, reduzir ou limitar os efeitos de acidentes

graves ou catástrofes e restabelecer o mais depressa possível as condições de

normalidade à população do Município;

• Impulsionar o esclarecimento das populações através de ações de

sensibilização, tendo em vista a sua preparação, para que cultivem em si a

autoproteção e uma forma mais proactiva aquando da resposta a uma

emergência.

Page 23: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

22 | P á g i n a

2. Tipificação dos riscos

A estatística de dois séculos de registos em revistas, jornais e em equipamentos

científicos fiáveis, estes desde o séc. XX demonstra que os perigos/riscos geológicos da

ilha de S. Miguel, extensíveis ao Município de Ponta Delgada, se hierarquizam de

acordo com a seguinte sequência, ou seja:

1. os de índole hidrogeotécnica (deslizamentos/movimentos de massa/

enxurradas/galgamentos de linhas de água) já discriminados no nosso relatório

anterior;

2. os de índole sísmica, dissecados no presente documento, e;

3. os de índole vulcânica, também tratados no presente estudo.

Nos documentos anexos apresentam -se os exemplos mais explícitos da sequência

anterior realçando-se a alta vulnerabilidade de toda a ilha quanto aos eventos

vulcânicos, ou seja, a actividade vulcânica manifesta-se a uma cadência bem menos

preocupante quanto ao período de retorno (exíguo por século) mas a população não

se encontra preparada para acontecimentos vulcânicos reais tais como:

a) Erupções subplinianas e plinianas no interior da ilha, essencialmente pomíticas

sempre acompanhadas de intensas desgaseificações;

b) Erupções dos tipos maars, agulhas e domas, também terrestres e da mesma

forma acompanhadas de notáveis desgasificações;

c) Erupções submarinas de cinzas (sideromelanos) capazes de construírem ilhotas,

no geral não muito longínquas da ilha-mãe onde os elementos transportados

pelos ventos (sólidos, líquidos e gasosos) decerto destruirão milhares de

hectares de vegetação e provocarão vastas destruições na fauna oceânica.

Incluímos nesse tipo de atividade os “rafs” como os de 1981, a sul de S. Miguel,

no Mar da Prata, com repercussões na navegação de navios de algum porte

(caso do NC Charles Darwin) e de varrimento da costa das Feteiras por pedra-

pomes basáltica que, felizmente, se afastou da ilha por mudança do quadrante.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

23 | P á g i n a

2.1. Enquadramento Geológico/Geotécnico

Conforme o descrito em outros planos de Proteção Civil, o Município de Ponta

Delgada desenvolve-se num território onde o motivo geomorfológico mais notável é

um vulcão do tipo central (vulgarmente denominado Vulcão das Sete Cidades, gerado

há cerca de 500 mil anos de idade sobre uma crusta a cerca de 2 a 3 mil metros de

profundidade) lateralmente coalescente com outro, que o prolonga, a Serra Devassa.

Esta corresponde ao início poente do Complexo Vulcânico dos Picos, a fase vulcânica

mais recente que uniu a ilha das Sete Cidades à anterior ilha de S. Miguel. Na carta

tectónica (em anexo) apresentam-se bem distintas as fraturas geológicas radiais, as

fraturas de orientação genérica NE-SW e as de andamento sincopado, mas de

orientações gerais WNW-SSE, com diversas variantes locais, algumas potencialmente

ativas.

O PEEPCSV abrange uma área de variadas litologias e geotecnias, assim se

identificando a diversidade dos vários tipos de riscos. Segundo Professor R. Tilling

membro do conselho cientifico do OVGA e experiente past-Director do Serviço de

Vigilância Vulcânica do USGS--Melno Park pode definir-se risco geológico de acordo

com os seguintes parâmetros:

RISCO = (Perigo x Vulnerabilidade x Valor)/Capacidade de resposta

Dessa maneira (sic. Tilling 1989), resumidamente:

• perigo (ou hazard) - será a probabilidade temporal de ocorrência de um

determinado evento destruidor afetar um determinada área.

• vulnerabilidade - será o grau de perda de elementos em

risco por manifestação de instabilidade de determinada magnitude.

• valor - será a quantificação de perdas de vidas, de bens materiais afetados,

suas recuperações e repercussões financeiras.

• capacidade de resposta - serão as medidas conducentes à atenuação da

vulnerabilidade.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

24 | P á g i n a

O presente PEEPCSV abrange uma área de variadas litologias e estas equivalendo a

diversos tipos de riscos, as quais se caracterizam sumariamente:

a) basaltos s.l., desde os tipos afaníticos, quase sem cristais, densos, até aos tipos

esponjosos, de baixa densidade relativa. Existem belíssimas sequências

verticais na Baía de João Bom, onde a fase de shield volcano se encontra bem

representada e é recortada por filões de basaltos hawaiíticos, muito claros,

acinzentados, sempre de elevada densidade relativa. Os basaltos s.l. abundam

sob a forma de escoadas mas também existem alguns casos de basaltos

intrusivos, nomeadamente, ao longo da costa sudoeste, desde soleiras a

criptobatólitos, bem delineados e observáveis no escarpado litoral;

b) traquitos e petrologias afins, frequentemente corroídos quando na faixa

costeira visto tratar-se de rocha quimicamente sensível a ambientes salinos.

Entre as duas variedades apontadas existem abundantes subvariedades,

algumas desenvolvendo-se no seio da rocha principal (caso de traquibasaltos

em continuidade com pequenos volumes de latitos, o que origina

instabilidades pontuais, mas importantes em taludes rodoviários quando

saturados após chuvas intensas);

c) produtos fragmentados (ou seja, os piroclastos), embora quimicamente

seriáveis como os anteriores, essencialmente básicos e ácidos.

Morfologicamente os piroclastos surgem sob as mais variadas jazidas e

espessuras.

2.2. Perigos /Riscos Sísmicos

A sismicidade dos Açores encontra-se, no geral, correlacionada com a tectónica, ou

seja, o conjunto de fraturas de índole geológica, não superficiais, que recortam as

diversas ilhas e respetivas áreas marítimas circundantes.

Contudo existe sismicidade (actividade sísmica) relacionada com a movimentação

de magma ou de lava a diferentes profundidades (à cota das câmaras magmáticas, ao

longo de massas filonianas diversificadas, etc.) ou mesmo durante os períodos de

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

25 | P á g i n a

actividade explosiva ou efusiva de um aparelho vulcânico (Capelinhos foi um exemplo

de 1957-58 verdadeiramente paradigmático).

Em S. Miguel, desde 1978, aquando do início das explorações geotérmicas do

"graben" da Ribeira Grande passou a registar-se atividade sísmica induzida, um tipo de

sismicidade muito resguardado pelos concessionários das explorações.

A última manifestação de sismicidade induzida sentida pela população ocorreu em

Junho de 2017, na ilha Terceira e parece-nos correlacionada com os ensaios de

produção, excessivos e mal programados, ocorridos no Complexo Vulcânico do Pico

Alto. Não conseguimos obter registos analógicos e digitais desses eventos na medida

em que uma correta análise espectral eliminaria as divergências.

Os acidentes tectónicos (as falhas geológicas), adaptando a classificação do

Professor Slemmons (US CORP OF ENGINEERS, ed. 1978) aos Açores (Forjaz, 1994)

podem ser agrupados de acordo com a seguinte tabela:

Tabela 1 – Hierarquização das principais falhas geológicas do concelho.

Outro factor importante na distinção entre os vários acidentes tectónicos

relaciona-se com o respetivo desenvolvimento territorial. Assim foram identificados

acidentes tectónicos que sintetizamos na tabela seguinte:

Tabela 2 – Desenvolvimento espacial das principais falhas geológicas do concelho.

No anexo técnico 1A adiante apresentado, reproduzimos os principais exemplos

(incluindo zonas epicentrais, diversos modelos reais de isossistas, variadas anomalias

sísmicas publicadas e carta tectónica oficial do OVGA, já com12 reedições).

Chama-se a atenção para a vulnerabilidade costeira quanto a tsunamis, pelo menos

até à cota +18 m (cf. J. Guedes e Carlos Sousa Oliveira - A importância dos Tsunamis no

1 Falhas ativas sismogénicas ou assísmicas (neste caso, movimentando-se sem ocorrência de fenomenologia sísmica, em regime de "creep").

2 Falhas potencialmente ativas, sismogénicas ou assísmicas.

3 Falhas provavelmente inativas (ou seja, sem ruturas superficiais desde o povoamento)

1 falhas geológicas locais (quando têm dimensões, à superfície, no máximo hectométricas).

2 falhas geológicas regionais (quando se prolongam de uma ilha até outra, vizinha).

3 falhas geológicas transoceânicas (quando se desenvolvem ao longo de centenas de quilómetros intercetando diversas ilhas).

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Arquipélago dos Açores, 1977, 3º Encontro Sobre Sismologia e Engenharia Sísmica,

IST, Lisboa) bem como o Catálogo Sísmico dos Açores, editado pelo OVGA através do

DVD - PIC INTERREG III B com coordenador geral V. H. Forjaz para Canárias-Açores-

Madeira,1998 2008. O OVGA também editou e insere na sua web cartas de registos e

de ameaças tsunâmicas ocorridas na ilha de S. Miguel. Em 1982, em plena baía de

Ponta Delgada, no "saco da doca”, foram assinalados tais movimentos, relacionados

com terramoto distante.

2.3. Vulnerabilidades do Edificado Concelhio

No âmbito dos riscos sísmicos, de acordo com um contrato CMPDL - OVGA,

inventariou-se o edificado das várias freguesias, quer citadinas quer rurais. Realizaram-

se cuidadosas inspeções prédio a prédio, de acordo com diversas normas em vigor em

regiões europeias semelhantes (Lisboa, ilhas Italianas, ilhas gregas e diversas RUP´s).

Os trabalhos de campo, recorreram à colaboração de experientes equipas dos

Serviços Técnicos Municipais e foram desenvolvidos em três etapas, a última

inteiramente revista pela equipa OVGA (que integra geólogos de engenharia, a única

instituição que os enquadra).

A cartografia e as vulnerabilidades geotécnicas de cada freguesia

(DESLIZAMENTOS) foram apresentadas em sessão camarária, presidencial, e explicadas

a cada interveniente.

Os quadros estatísticos, quanto à vulnerabilidade do edificado de cada freguesia

encontram-se atualizados nos ANEXOS deste contrato, tendo sido elaborados pelas

equipas OVGA - CMPD.

Evidencia-se a importância socioeconómica da existência de um parque

habitacional/ industrial moderno no concelho de Ponta Delgada, sendo preocupante o

número de edifícios, pequenos e grandes, altos e baixos, em risco de graves danos,

incluindo desmoronamentos súbitos perante solicitações sísmicas previsíveis (recorda-

se que efeitos sísmicos dos graus IV--V Mercalli modificada. já provocaram notáveis

danos no concelho).

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27 | P á g i n a

2.4. Perigos/Riscos Vulcânicos e Morfologia Associada

2.4.1. Perigos/Riscos Vulcânicos

O presente plano municipal de emergência abrange uma área de variadas litologias, já

citadas em anteriores pareceres e que revemos, sumariamente, no seguinte

enquadramento:

a. basaltos s.l. (desde os tipos afaníticos, quase sem cristais, densos, até aos

tipos esponjosos, de baixa densidade relativa). Existem belíssimas sequências

verticais na Baía de João Bom, onde a fase de shield volcano se encontra bem

representada, e é recortada por filões de basaltos hawaiíticos, muito claros,

acinzentados, sempre de elevada densidade relativa. Os basaltos s.l. abundam

sob a forma de escoadas mas também existem alguns casos de basaltos

intrusivos, nomeadamente ao longo da costa sudoeste, desde soleiras a

criptobatólitos, bem delineados e observáveis no escarpado litoral;

b. traquitos, traquibasaltos e petrologias afins, frequentemente corroídos

quando na faixa costeira visto trata se de rochas quimicamente sensíveis a

ambientes salinos. Entre as duas variedades apontadas existem abundantes

subvariedades, algumas desenvolvendo-se no seio da rocha principal (caso de

traquibasaltos em continuidade com pequenos volumes de latitos, o que

origina instabilidades pontuais, mas importantes em taludes rodoviários

quando saturados após chuvas intensas);

c. produtos fragmentados, ou seja, os piroclastos, embora quimicamente

seriáveis como os anteriores, essencialmente básicos e ácidos.

Morfologicamente os piroclastos surgem sob as mais variadas jazidas.

Assim, no domínio do grupo dos basaltos s.l. identificam-se:

• Cinzas acinzentadas, incoerentes, desde finas granulometrias a diâmetros no

limite dos lapili grosseiros, localmente designados por areões, frequentemente

aplicados em rebocos ou betões;

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28 | P á g i n a

• Tufos amarelados coerentes ou por compactação gravítica ou por circulação

repetida de águas pluviais. Alguns desses tufos encontram-se geneticamente

associados a episódios vulcânicos submarinos com arraste de materiais, pelo

vento (tufos palagoníticos ou hialoclastíticos). Os tufos recobertos por lavas

basálticas hipertérmicas podem ser "cozidos", tornam-se avermelhados,

denominam-se “tetins” e utilizavam-se com material tintureiro (vestuário e

pinturas a cal). Os tufos hialoclastíticos ou palagoníticos do Rosto de Cão, dos

Mosteiros e das Capelas, acastanhados ou amarelados, derivaram de cenários

vulcânicos tipicamente submarinos e são de composição basáltica.

• bagacinas (cascalhos) anegrados ou avermelhados, conforme o respetivo grau

de oxidação, frequentemente aplicados no fabrico de blocos da construção

civil, na correção da plasticidade das terras de cultivo, nos pisos de caminhos e

como material drenante.

No domínio petrológico dos traquitos agrupam-se as seguintes divisões:

• Cinzas pomíticas, incoerentes, de queda ("fall deposits") ou de “surges”,

entrecruzados, de tons acinzentados claros a esbranquiçados integrando

bolsadas lenticulares siltosas a argilosas;

• Depósitos pomíticos de variadas coesões de queda (chuva de pedras-pomes) de

granulometrias das mais diversificadas, acinzentados claros, de espessuras

desde escassos centímetros a mais de 4 metros, conforme a distância ao

centro emissor (foco eruptivo), as direções dos ventos e a topografia da área

de deposição. Os depósitos pomíticos frequentemente envolvem fragmentos

de florestas primitivas que, uma vez datadas pela metodologia do RC 14,

permitem deduzir as diversas fases de colapso que geraram as grandes

caldeiras. Estas colapsaram, desceram verticalmente, por gravidade ao longo

de diversas etapas - não colapsaram de uma só vez, num único bloco, (havendo

casos exemplificativos das Lagoa Azul e da Lagoa Verde);

• Depósitos de aspecto caótico correlacionados com as explosões

freatomagmáticas traquíticas dos “maars” (caso da Lagoa Rasa e da Lagoa de

Santiago);

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

29 | P á g i n a

• Depósitos de ignimbritos, muito variados e com diversos graus de consolidação,

mas sempre ligados a episódios de composição traquítica (domos simples,

domos com "coulées", domos com brechas frontais ignimbríticas, domos

duplos sobrepostos, agulhas traquíticas simples e agulhas traquíticas com

emissões laterais de ignimbritos);

• Depósitos de "lahars" e de "mudflows" onde os afloramentos mais espessos e

expressivos ocorrem nas linhas de águas (nomeadamente nas inúmeras e

típicas grotas que recortam a paisagem dos principais edifícios vulcânicos). Os

"lahars" mais volumosos preenchem as bacias da Lagoa Verde e da Lagoa Azul,

enquanto que os de menor espessura (possança) se distribuem ao longo das

topografias exteriores do Maciço das Sete Cidades, abaixo do domínio dos

produtos vulcânicos piroclásticos basálticos (bagacinas/cascalhos).

Ao longo da faixa costeira localizam-se diversos depósitos de vertente. O mais

importante denomina-se Fajã da Relva, coalescente com a Fajãzinha do Cascalho, a

sudoeste e tem atravessado períodos de forte erosão oceânica. É provável que as

dragagens de areias, por sucção, efetuadas na zona das Feteiras, estejam a alterar o

regime de reposição dos materiais que equilibram a costa.

2.4.2. Morfologias Vulcânicas

Para este tema seguimos a bibliografia mais moderna utilizada pelos

observatórios vulcanológicos europeus e norte-americanos. Entretanto realçamos,

pela sua importância sequencial, a seguinte bibliografia :

a) Hans Schmiincke -VOLCANISM. ed, Springer, 324 pp ,2004;

b) Jelle de Boer & Donald Sanders - VOLCANOES IN HUMAN HISTORY, ed.

Princeton University Press, 295 pp, 2002;

c) Lee Siebert, Tom Simkin Paul Kimberly - VOLCANOESOF THE WORLD, 3 th ed.

Smithsonian Institution, 551 pp, 2010;

d) Forjaz, V.H., C. Matos Alves & T.Palacios Perez - Vulcanismo e Geologia dos

Açores. Manual. Ed. Universidade Aberta,451 pp, 2017 ( em revisão de refrees).

NOTA: Ver anexo técnico 1B.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

30 | P á g i n a

2.5. Critérios de tipificação de riscos e de perigos

Ao longo do Projeto Comunitário PREMUMAC ocorreram diversas sessões que

envolveram especialistas geotécnicos dos Açores, da Madeira, das Canárias e de Cabo

Verde visando estabelecer critérios de identificação comuns a todos os arquipélagos,

nomeadamente considerando que todos envolvem materiais geneticamente

vulcânicos.

Em La Laguna (1999) organizou-se um banco de dados geotécnicos muito

interessante onde a equipa dos Açores (via AMRAA) assumiu uma coordenação

preponderante e prática. Porém, com o finalizar do projeto, não prevaleceu o ânimo

dos principais intervenientes; assim cada um aceitou seguir os critérios gerais que

seguidamente se apresentam. E nos anos que se seguiram deixaram de permanecer as

permutas interdisciplinares que tornaram o PREMUMAC deveras interinsular.

No quadro que se segue sintetizam-se os critérios matriciais que conduziram a uma

cartografia de riscos e de perigos tornada pública em algumas assembleias técnico-

científicas, realçando-se o empenho da AMRAA quanto à ilha de S. Miguel – Açores,

inserindo-a na WEB do OVGA, embora em escala de pouco pormenor. Este documento

destina-se a caracterizar as zonas em função dos riscos sismo vulcânicos que, em

síntese, ocorrem nos Açores e probabilisticamente devem-se consumar nas próximas

décadas, faseadamente.

Page 32: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

31 | P á g i n a

Tabela 3 - Identificação dos riscos/perigos geológicos mais importantes identificados nos arquipélagos

dos Açores, da Madeira, das Canárias e de Cabo Verde durante os PIC Interreg III B -VULCMAC I e

VULCMAC II, PREMUNAC e CHRONOS.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

32 | P á g i n a

Tabela 4 – VEI – Volcanic Exolosivity Index.

NOTA: a tabela VEI é atualmente adaptada pela maioria da comunidade vulcanológica.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

33 | P á g i n a

Os perigos e os riscos geológicos associados encontram-se relacionados com as

litologias locais e regionais, com os acidentes tectónicos, com a sismicidade local e com

os diversos modelos vulcanológicos identificados. Desse modo, seguindo as normas de

cartografias dos Serviços Geológicos de Portugal (campanhas das missões de G.

Zbyszewski e de V. Forjaz), onde estes introduziram novos conceitos de práticas de

vulcanoestratigrafia, dinamizada pela equipa do Prof. Carlos Teixeira (da FCUL, 1964-

65), no âmbito da individualização dos diferentes tipos de actividade vulcânica existem

na ilha de S. Miguel.

Tabela 5 - Identificação dos riscos sismovulcânicos avaliados no âmbito do PEEPCSV.

vulcanismo subáreo ("terrestre")

1 materiais traquíticos s.l., piroclásticos a intermédios, incoerentes ou soldados

(welded); incluem-se os mud flows os lahaars e os ignimbritos com ou sem fiamme;

2 materiais traquíticos s.l. lávicos a intermédios (neste caso inserindo-se as brechas

de explosão de domas e de agulhas);

3 materiais basálticos s.l., piroclásticos em diversos estados de oxidação;

4 materiais basálticos s.l., lávicos, extrusivos, mas podendo surgir em formas

intrusivas, filonianas;

5 vulcanismo basáltico s.l. fissural;

6 vulcanismo basáltico sl. Hawaiiano;

7 vulcanismo traquítico em domos, com ou sem coulées, podendo gerar ignimbritos brechas ignimbriticas e nuvens ardentes;

8 vulcanismo traquítico em agulhas, podendo gerar ignimbritos e nuvens ardentes;

9 vulcanismo traquítico apenas instalado em linhas de água (ignimbritos hipertérmicos ou "ignimbritos frios" com eventuais desgaseificações);

10 vulcanismo traquítico gerando cones essencialmente pomíticos;

11 vulcanismo do tipo "maar" (e variantes associadas, condicionadas pelas respetivas raízes freatomagmáticas).

Vulcanismo submarino:

a) do tipo serretiano (de águas profundas)

b) do tipo surstseyano/capeliniano

Este Plano Especial de Emergência de Proteção Civil – riscos sismo vulcânicos –

destina-se a dar resposta especifica aos tipos de acontecimentos, identificados na

Tabela 4, que possam afetar o território municipal. Dentro destes, alguns destacam-se

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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pela sua particular incidência e/ou pela potencial gravidade das suas consequências.

Deste modo seguidamente, apresenta-se uma breve sinopse hierárquica, de acordo

com o grau de risco e a sua natureza, presentes na Tabela 5.

2.6. Conclusões Sintéticas

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Hierarquização do grau de risco para as ocorrências-tipo definidas nas tabelas e no historial sismovulcânico do concelho

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

2.6.1. Sismicidade

Embora todo o concelho esteja sujeito a solicitações sísmicas, dada a presença de

acidentes tectónicos importantes (cf. anexos) existem 3 zonas que exigem especiais

cuidados quanto à sua ocupação e medidas de reforço e relocalizações do edificado,

ou seja :

a) A freguesia dos Mosteiros, amplamente condicionada por falhas geológicas

ativas e potencialmente ativas dispostas em geometrias de grabens e horsts.

Alguns desses grandes acidentes geológicos prolongam-se para a Serra Devassa

e dali para a zona de Ponta Delgada (onde na Serra Gorda e respetivos

alinhamentos geológicos vizinhos existem geometrias frescas embora,

estranhamente, pouco sismogénicas, tema em estudo);

b) A área Várzea-Ginetes, tectonicamente muito deformada e com um historial

microssísmico preocupante, onde existem construções recentes mal localizadas

e vulneráveis. O edificado antigo apresenta-se muito degradado, mas é fácil

reforçá-lo ou estabilizá-lo;

c) a freguesia de Sete Cidades (essencialmente edificada sobre terrenos

aluvionares de raízes vulcânicas e sob vertentes instáveis) é a terceira zona

sismicamente vulnerável do concelho;

d) a zona de Capelas, embora tectonicamente de risco médio, historicamente tem

revelado casos de "efeitos de sítio", anomalia sísmica que continua em fase de

estudos intermitentes.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

35 | P á g i n a

3.6.2. Vulcanismo

As redes de sismógrafos do IPMA e da Universidade dos Açores integram

equipamentos modernos e ali operam equipas competentes que recolhem elementos

posteriormente transmitidos ao Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos

Açores.

Desse modo, no concelho são viáveis atividades vulcânicas, ao longo do século:

a) No mar, a pouca distância da costa dos Ginetes, possivelmente dentro de

poucos anos, caso se mantenha a migração, a nível do arquipélago, de eventos

vulcânicos de poente para nascente;

b) Em terra, nas fraturas geológicas potencialmente ativas da plataforma em

"graben" dos Mosteiros, essencialmente basálticas;

c) Em terra, nos alinhamentos fissurais assinalados na carta tectónica (anexo

1A2). Existem trabalhos, publicados, por especialistas, que admitem

escoamentos de lavas basálticas que podem causar inundações lávicas em

freguesias como Mosteiros, Covoada, Arrifes Capelas, etc.

d) Também é provável que surjam manifestações vulcânicas freatomagmáticas

que podem afetar o património concelhio, localizadas no complexo vulcânico

Fogo- Congro.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

36 | P á g i n a

3. Competências e critérios para ativação do Plano

O PEEPCSV é acionado em situações de excecionalidade - situações em que existam

danos consideráveis em pessoas, bens, ambiente e economia - conjunturas de

iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe, em que a situação apresenta

gravidade e dimensão tais, que imponham o acionamento de meios públicos e

privados complementares.

As situações de emergência relacionadas com movimentos de massas que

ocorreram no município, em termos históricos, raramente atingiram a dimensão e

severidade necessárias para que seja ativado o PEEPCSV pelo que, a capacidade de

resposta do dispositivo normal dos Agentes de Proteção Civil (APC) do município é

suficiente para minorar a generalidade das situações.

3.1. Competências para a ativação do PEEPCSV

A ativação do PEEPCSV permitirá assegurar a colaboração das diferentes entidades

intervenientes, garantindo a mobilização rápida dos meios e recurso afetos e uma

maior eficácia e eficiência na execução das ordens e procedimentos previamente

definidos, garantindo-se, desta forma, a formação de condições favoráveis à

mobilização de todos os meios e recurso disponíveis no município de Ponta Delgada,

bem como de outros meios de reforço, que sejam considerados importantes e

indispensáveis para dar resposta à situação de emergência.

Compete à Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC) a ativação do Plano, de

acordo com o estabelecido na Lei de Bases da Proteção Civil, contudo, em casos

pontuais de extrema gravidade e na impossibilidade de a Comissão reunir de imediato,

a ativação do PEEPCSV poderá ser efetuada pelo Presidente da Câmara Municipal de

Ponta Delgada, sendo essa decisão posteriormente ratificada, em plenário da

Comissão Municipal.

A ativação do PEEPCSV é imediatamente comunicada ao Serviço Regional de

Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), à Comissão Municipal de Proteção

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

37 | P á g i n a

Civil do Município e aos municípios adjacentes (Lagoa e Ribeira Grande) pela via mais

expedita.

Os meios a utilizar para a publicitação da ativação do PEEPCSV deverão ter em

conta a extensão territorial da emergência e a gravidade da situação, podendo ser

utilizados os seguintes meios:

• Órgãos de comunicação social;

• Mensagens escritas de telemóvel (SMS);

• SMS Express;

• Redes privadas de comunicações móveis terrestres;

• Mensagens de correio eletrónico (e-mail);

• Divulgação no sítio da internet da Câmara Municipal de Ponta Delgada;

• Difusão “porta-a- porta”;

• Outros meios eficientes de divulgação eletrónica (ex. rede socias).

Com a ativação do plano, a CMPC inicia funções no apoio direto ao Diretor do

Plano, nomeadamente, na coordenação técnica e operacional dos meios e recurso a

disponibilizar. A desativação do PEEPCSV e consequente desmobilização operacional

ocorrem mediante deliberação da CMPC e a sua comunicação deve ser efetuada

através dos mesmos meios que foram utilizados para a sua ativação.

3.2. Critérios para a ativação do PEEPCSV

A ativação do PEEPCSV é efetuada quando existe iminência ou ocorrência de uma

situação de acidente grave ou catástrofe da qual se prevejam danos elevados para as

populações, bens e ambiente e que justifique a necessidade de adotar/executar

medidas preventivas e/ou adicionais de reação que não se coadunem, com o normal

desenvolvimento das atividades de proteção civil (SMPC).

Os critérios base para fundamentar a sua ativação/desativação poderão estar

relacionados com a natureza dos acidentes graves ou catástrofes suscetíveis de afetar

a área territorial correspondente, os danos e prejuízos provocados por tais situações

(efeitos na população, danos nos bens e património, danos nos serviços e

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

38 | P á g i n a

infraestruturas e no ambiente) ou o empenhamento/esgotamento dos meios e

recursos, a empregar.

Figura 1 – Processo de ativação do PEEPCSV.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

39 | P á g i n a

Figura 2 - Critérios para a ativação do PEEPCSV.

No presente plano os critérios que permitem apoiar a decisão de ativação do

PEEPCSV são suportados na conjugação do grau de gravidade, com o grau de

probabilidade/frequência de consequências negativas das ocorrências, conforme

definido na Diretiva Operacional n.º 1/ANPC/2007, de 16 de maio, de acordo com o

fluxograma da Figura da página anterior e dos critérios descritos na figura 2.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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Na referida Diretiva o grau de probabilidade, obedece ao presente na Tabela 6.

Tabela 6 - Grau de probabilidade.

Probabilidade Descrição

Confirmada Ocorrência real verificada.

Elevada

É expectável que ocorra em quase todas as circunstâncias;

Nível elevado de incidentes registados;

Fortes evidências;

Forte probabilidade de ocorrência de um evento;

Fortes razões para ocorrer;

Pode ocorrer uma vez por ano ou mais.

Média-Alta Irá provavelmente ocorrer em quase todas as circunstâncias;

Registos regulares de incidentes e razões fortes para ocorrer;

Pode ocorrer uma vez em cada cinco anos.

Média Poderá ocorrer em algum momento;

Periodicidade incerta, aleatória e com fracas razões para ocorrer;

Poderá ocorrer uma vez em cada 20 anos.

Média-Baixa Não é provável que ocorra;

Não há registo ou razões que levem a estimar que ocorram;

Pode ocorrer uma vez em cada 100 anos.

Baixa Poderá ocorrer apenas em circunstâncias excecionais;

Pode ocorrer uma vez em cada 500 anos ou mais.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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No que se refere à tipificação do grau de gravidade do acidente grave ou catástrofe

tem como base, a escala presente na Tabela 7.

Tabela 7 - Grau de gravidade.

Gravidade Descrição

Residual

Não há feridos nem vítimas mortais;

Não há retirada de pessoas ou apenas de um número restrito, por um período curto (até 12 horas);

Pouco ou nenhum pessoal de apoio necessário (não há suporte ao nível monetário nem material);

Danos sem significado;

Não há ou há um nível reduzido de constrangimentos na comunidade;

Não há impacto no ambiente;

Não há perda financeira.

Reduzida

Pequeno número de feridos, mas sem vítimas mortais;

Algumas hospitalizações e retirada de pessoas, por um período superior a 24 horas;

Algum pessoal de apoio e reforço necessários;

Alguns danos;

Disrupção (inferior a 24 horas);

Pequeno impacto no ambiente sem efeitos duradouros.

Moderada

Tratamento médico necessário, mas sem vítimas mortais;

Algumas hospitalizações;

Retirada de pessoas, por um período de 24 horas;

Algum pessoal técnico necessário;

Alguns danos;

Alguma disrupção na comunidade (menos de 24 horas);

Pequeno impacto no ambiente sem efeitos duradouros.

Acentuada

Número elevado de feridos e de hospitalizações;

Número elevado de retirada de pessoas por um período superior a 24 horas;

Vítimas mortais;

Recursos externos exigidos para suporte ao pessoal de apoio;

Danos significativos que exigem recursos externos;

Funcionamento parcial da comunidade com alguns serviços indisponíveis;

Alguns impactos na comunidade com efeitos a longo prazo.

Crítica

Situação crítica;

Grande número de feridos e de hospitalizações;

Retirada em grande escala de pessoas por uma longa duração;

Significativo número de vítimas mortais;

Pessoal de apoio e reforço necessário;

A comunidade deixa de conseguir funcionar sem suporte significativo.

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A relação entre a gravidade das consequências negativas e a probabilidade de

ocorrências refletem, na generalidade, o grau típico de risco, traduzido na matriz

presente na Tabela 8.

Tabela 8 - Matriz de risco

Probabilidade Gravidade

Residual Reduzida Moderada Acentuada Critica

Confirmada Baixo Moderado Elevado Extremo Extremo

Elevada Baixo Moderado Elevado Extremo Extremo

Média-Alta Baixo Moderado Moderado Elevado Elevado

Média Baixo Baixo Baixo Moderado Moderado

Média-Baixa Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo

Baixa Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo

Obtendo-se os níveis de alerta presentes na Tabela 9.

Tabela 9 - Níveis de alerta

Alerta Nível de risco Principais medidas

Vermelho Extremo Ativação do PEEPSV

Laranja Elevado

Declaração de situação de alerta.

Convocação da CMPC e esta decide

sobre a necessidade de ativação do

PEEPSV

Amarelo

Moderado, gravidade moderada

e probabilidade

Media-Alta

Declaração de situação de alerta.

As entidades do CMPC deverão estar

contactáveis.

Azul Moderado Entidades de Proteção Civil atuam

dentro dos procedimentos normais.

Verde Baixo Procedimentos normais do Serviço

Municipal de Proteção Civil.

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Os critérios mínimos de quantificação dos danos, para efeitos de ativação do

PEEPCSV são:

• 20 % da área territorial de uma freguesia do município afetada;

• Mais de dez (10) famílias desalojadas;

• Mais de seis (6) mortos;

• Mais de quinze (15) feridos graves;

• Mais de quatro (4) desaparecidos;

• Mais de dez (10) isolados;

• Mais de um (1) edifício indispensável às operações de proteção civil danificado;

• Aluimentos, deslizamentos e desprendimentos de solos e pedras que ponham

em risco mais do que três (3) habitações;

• Suspensão do fornecimento de água e/ou energia por mais de 24h;

• Suspensão do fornecimento de telecomunicações por mais de 48h;

• Danos totais ou parciais em vias rodoviárias essenciais à atividade do

município.

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PARTE II - EXECUÇÃO

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PARTE II – EXECUÇÃO

1. Estruturas

As ações a desenvolver no âmbito do PEEPCSV visam criar as condições favoráveis

ao rápido, eficiente e coordenado empenhamento de todos os meios e recursos do

município ou resultantes de ajuda solicitada, apoiando a direção, o comando e a

conduta das operações de proteção civil e socorro.

As ações serão desenvolvidas aos diferentes níveis, através das estruturas de

direção e coordenação política, estruturas de coordenação institucional e estruturas

de comando operacional.

A Figura 3 representa esquematicamente a estrutura da proteção civil, a nível

regional e municipal.

Figura 3 – Fluxograma das estruturas de direção, coordenação e execução.

1.1. Estrutura da Direção Política

A Direção Política é assegurada pelo Presidente da Câmara Municipal a quem, no

exercício de funções de responsável municipal da política de proteção civil, compete

desencadear, na iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe, as ações de

proteção civil de prevenção, socorro, assistência e reabilitação adequadas em cada

caso. O Presidente da Câmara Municipal é apoiado pelo Serviço Municipal de Proteção

Civil.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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1.2. Estrutura de Coordenação Política e Institucional

A coordenação política e institucional da proteção civil a nível municipal é

assegurada pela Comissão Municipal de Proteção Civil (CMPC) que é presidida pelo

Presidente da Câmara. Compete a esta, a articulação entre todas as entidades e

instituições de âmbito municipal, imprescindíveis às operações de proteção e socorro,

emergência e assistência, previsíveis ou decorrentes de acidentes graves ou catástrofe,

garantindo a mobilização dos meios considerados adequados à gestão das ocorrências.

Compete à CMPC a coordenação institucional de ações de proteção civil,

desempenhando as funções legalmente definidas, designadamente:

• Acionar a elaboração do Plano Especial de Emergência de Proteção Civil para o

Risco Sísmico-Vulcânico, remetê-lo para aprovação pelo SRPCBA e acompanhar

a sua execução;

• Acompanhar as políticas diretamente ligadas ao sistema de proteção civil que

sejam desenvolvidas por agentes públicos;

• Determinar o acionamento dos planos, quando tal se justifique;

• Garantir que as entidades e instituições que integram a CMPC acionam, ao

nível municipal, no âmbito da sua estrutura orgânica e das suas atribuições, os

meios necessários ao desenvolvimento das ações de proteção civil;

• Difundir comunicados e avisos às populações e às entidades e instituições,

incluindo os órgãos de comunicação social;

• Efetuar exercícios e treinos que contribuem para a eficácia dos Agentes de

Proteção Civil (APC) e Organismos e Entidades de Apoio (OEA) intervenientes

em ações de proteção civil.

A Comissão Municipal de Proteção Civil é dirigida pelo Presidente da Câmara

Municipal e na sua ausência pelo Vice-Presidente da autarquia, operando a partir da

sala do Centro Municipal de Operações de Emergência, localizada no Gabinete do

Serviço Municipal de Proteção Civil de Ponta Delgada (SMPC), sito à Rua Dr. Hugo

Moreira nº 2-D, freguesia de São Pedro, concelho de Ponta Delgada, em viatura U.C.T.

(Unidade de Comunicações e Transmissões) ou em outro Posto de Comando móvel.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

47 | P á g i n a

Integram a CMPC os seguintes elementos:

• Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada;

• Vice-Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada;

• Coordenador Municipal de Proteção Civil de Ponta Delgada;

• Representante do Comando da Associação Humanitária de Bombeiros

Voluntários de Ponta Delgada;

• Representante da Polícia Municipal de Ponta Delgada;

• Representante da Divisão da Polícia de Segurança Pública de Ponta Delgada;

• Representante da Guarda Nacional Republicana de Ponta Delgada;

• Representante do Regimento de Guarnição n.º 2 - Arrifes;

• Capitão do Porto de Ponta Delgada: Capitania/Comando Local da Polícia

Marítima/Comando Zona Marítima dos Açores;

• Representante dos Aeroportos dos Açores, ANA, SA;

• Representante dos Portos Açores, S.A.;

• Delegado de Saúde de Ponta Delgada;

• Diretor Clínico do Hospital Divino Espírito Santo;

• Presidente do Conselho de Administração da Unidade de Saúde de Ilha de São

Miguel;

• Representante do Instituto de Segurança Social dos Açores;

• Representante da Regional da Habitação;

• Representante da Direção Regional das Obras Públicas e Comunicações;

• Representante da Direção Regional do Ambiente;

• Representante dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento de Ponta

Delgada;

• Representante da Empresa de Eletricidade dos Açores;

• Representante das Juntas de Freguesias, do concelho;

• Outros representantes de entidades ou serviços implantados no Município,

cujas atividades e áreas funcionais possam contribuir para as ações de proteção

civil, por convite para o efeito, do Presidente da CMPD.

Os elementos da CMPC serão convocados o mais rapidamente possível na

iminência ou após o acidente grave ou catástrofe. Esta convocação será realizada pelo

meio mais expedito (telefone móvel ou fixo, mensagem, comunicação rádio ou correio

eletrónico). A lista nominal dos membros da CMPC com os contactos, bem como dos

seus substitutos legais, será permanentemente atualizada pelos respetivos

representantes, os quais enviam ao Diretor do Plano, qualquer alteração à mesma.

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1.3. Estrutura de Comando Operacional

O Sistema de Gestão das Operações (SGO), segue o disposto na Norma

Operacional Permanente da ANEPC e na Resolução do Conselho do Governo n.º

55/2019, de 16 de abril que regula o Sistema Integrado de Operações de Proteção e

Socorro da Região Autónoma dos Açores (SIOPS-RAA) desenvolvendo-se de uma forma

modular, no que se refere à forma de organização de Teatros de Operações (TO).

A decisão do desenvolvimento da organização é da responsabilidade do

Comandante das Operações de Socorro (COS), que a deverá utilizar sempre que os

meios disponíveis do primeiro alarme e posteriormente do segundo alarme se

mostrem insuficientes.

Considerando a presença de diversas instituições de proteção civil no concelho e o

facto de estas possuírem estruturas de intervenção autónomas, sempre que uma força

de qualquer Agente de Proteção Civil ou Instituição com especial dever de colaboração

seja acionada para uma ocorrência, o chefe da primeira equipa de Bombeiros a chegar

ao local, assume de imediato o comando da operação, sendo o elemento mais

graduado a desempenhar a função de Comandante das Operações de Socorro (COS),

garantindo a construção de um sistema evolutivo de comando e controlo adequado à

situação em curso.

Qualquer uma destas passagens de comando implicará uma breve reunião e a

notificação da substituição à estrutura operacional presente na Zona de Sinistro, pelo

que existirá apenas uma só pessoa a comandar, em qualquer um dos momentos

posteriores à ocorrência em causa (princípio da Unidade de Comando). Na faixa litoral

e nos espaços do Domínio Público Hídrico, sob jurisdição da Autoridade Marítima

Nacional (AMN), os Capitães dos Portos assumem a função de COS, em estreita

colaboração com o SMPC.

Em cada Teatro de Operações (TO) existirá um Posto de Comando Operacional

(PCO), que é o órgão diretor das operações no local da ocorrência destinado a apoiar o

COS na tomada das decisões e na articulação dos meios.

Estabelecida a cadeia de comando final, deverá criar-se um sistema de gestão da

operação que, em função da magnitude e importância da situação e da estratégia

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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definida para responder eficazmente ao restabelecimento da normalidade, poderá

organizar-se em zonas de atuação:

• Zonas de Intervenção (ZI) – As ZI caracterizam-se como áreas com

configuração e amplitude variáveis e adaptadas às circunstâncias e tipo de

ocorrência, podendo compreender a Zona de Sinistro (ZS), a Zona de Apoio

(ZA), a Zona de Concentração e Reserva (ZCR) e a Zona de Receção de

Reforços (ZRR);

• Zonas de Sinistro (ZS) – As ZS é a área na qual se desenvolve a ocorrência, de

acesso restrito, onde se encontram exclusivamente os meios necessários à

intervenção direta e com missão atribuída, sob a responsabilidade do COS;

• Zonas de Apoio (ZA) – A ZA é uma zona adjacente à ZS, de acesso

condicionado, onde se encontram os meios de apoio e logísticos, estritamente

necessários ao suporte dos meios em operação ou onde estacionam meios de

intervenção para resposta imediata;

• Zonas de Concentração e Reserva (ZCR) – A ZCR é uma zona com localização

definida no PME, onde se localizam temporariamente os meios e recursos

disponíveis sem missão imediata atribuída e onde se mantém um sistema de

apoio logístico e assistência pré-hospitalar às forças de intervenção;

• Zona de Receção de Reforços (ZRR) – A ZRR constitui-se como uma zona de

controlo e apoio logístico sob a responsabilidade do SMPC para onde se

dirigem os meios de reforço e apoio logístico atribuídos pelo patamar

municipal. É nas ZRR que terá lugar a concentração dos recursos solicitados

pelos SMCP para controlo e atribuição das ZCR onde se irão concentrar.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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Figura 4 – Fluxograma da organização e comando no teatro de operações.

O Posto de Comando Operacional (PCO) é o órgão diretor das operações no local da

ocorrência destinado a apoiar o COS na tomada das decisões e na articulação dos

meios no Teatro de Operações (TO) e tem como missões genéricas:

• A recolha e tratamento operacional das informações;

• A preparação das ações a desenvolver;

• A formulação e a transmissão de ordens, diretrizes e pedidos;

• O controlo da execução das ordens;

• A manutenção da capacidade operacional dos meios empregues;

• A gestão dos meios de reserva;

• A preparação, elaboração e difusão de informação pública.

O Comandante das Operações de Socorro (COS) é o responsável pela gestão da

informação no Teatro de Operações (TO) devendo transmitir ao PCO os POSIT - pontos

de situação, ou seja, a informação referente a um dado momento sobre a situação do

incidente, os seus efeitos, as atividades em curso e do estado dos meios e recursos

envolvidos e solicitar meios de reforço, caso tal se justifique.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

51 | P á g i n a

2. Responsabilidade

No âmbito do PEEPCSV os diversos serviços, agentes de proteção civil, organismos

e entidades de apoio estão sujeitos a um conjunto de responsabilidades que visam

criar as condições favoráveis ao rápido, eficiente e coordenado reforço, apoio e

assistência, tanto na resposta imediata a um acidente grave e/ou catástrofe, como na

recuperação a curto prazo. As estruturas de intervenção destas entidades funcionam e

são empregues sob direção das correspondentes hierarquias, previstas nas respetivas

leis orgânicas e/ou estatutos, sem prejuízo da necessária articulação operacional com

os postos de comando, aos seus diferentes níveis.

Seguidamente identificam-se os diferentes APC e os OEA que poderão ser

chamados a intervir aquando da ativação do PEEPCSV e as suas missões. Esta

organização permite não só clarificar o domínio de entidades que poderão atuar em

caso de acidente grave ou catástrofe, como também definir em concreto as

responsabilidades das mesmas, o que permitirá garantir a máxima eficiência das

operações a desencadear e a otimização dos meios e recursos disponíveis.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

52 | P á g i n a

2.1. Responsabilidades dos Serviços de Proteção Civil

As principais responsabilidades das entidades com intervenção nos serviços de

Proteção Civil encontram-se descritas de forma resumida na tabela seguinte:

Entidades de Direção Órgãos de Execução

Responsabilidades

Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros

dos Açores

(SRPCBA)

▪ Assegurar a unidade de comando, controlo, comunicações e informações das situações que, pela sua natureza, gravidade, extensão e meios envolvidos ou a envolver requeiram a sua intervenção;

▪ Acionar meios de resposta e mobilizar meios e recursos de reforço e apoio;

▪ Garantir o funcionamento, a operacionalidade e a articulação de todos os agentes de proteção civil;

▪ Assegurar o socorro e assistência a pessoas em perigo, proteger bens e valores culturais, ambientais e de elevado interesse público;

▪ Assegurar a articulação dos serviços públicos e privados, de modo a garantir a proteção das populações e a salvaguarda do património e do ambiente;

▪ Assegurar o desencadeamento das ações consequentes à declaração da situação de calamidade;

▪ Assegurar a mobilização e disponibilidade de capacidades especializadas no âmbito do planeamento civil de emergência;

▪ Colaborar e articular-se com a Autoridade Marítima no âmbito do salvamento marítimo, socorro a náufragos e assistência a banhistas, nos termos da lei;

▪ Difundir comunicados e avisos às populações, às entidades e instituições, incluindo os órgãos de comunicação social (OCS).

Município de Ponta Delgada/

Serviço Municipal de Proteção Civil de Ponta

Delgada

(SMPC)

▪ Garantir o funcionamento, a operacionalização e a articulação com todos os Agentes de Proteção Civil (APC) do Dispositivo Integrado de Operações de Socorro (DIOPS), no âmbito do município;

▪ Disponibilizar meios, recursos e pessoal para a resposta de proteção civil e socorro, de acordo com as missões operacionais legalmente definidas, assegurando a gestão dos meios a nível municipal;

▪ Evacuar e transportar pessoas, bens e animais; ▪ Transportar bens essenciais de sobrevivência às

populações; ▪ Assegurar a divulgação de avisos às populações; ▪ Montar e gerir locais de recolha e armazenamento de

dádivas e instalar e gerir centros de acolhimento temporário;

▪ Realojar a população afetada, dentro das capacidades municipais;

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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▪ Assegurar a sinalização relativa a cortes de estradas, decididos por precaução ou originados por acidentes graves ou catástrofes, bem como a vias alternativas;

▪ Desobstruir vias, remover destroços e limpar linhas de água, ao longo das estradas e caminhos municipais;

▪ Promover ações de avaliação de danos e de necessidades da população afetada;

▪ Assegurar, a nível municipal, a gestão financeira e de custos, bem como dos tempos de utilização.

Juntas de Freguesia

▪ Efetivar o seu apoio às ocorrências através do envolvimento da Unidade Local de Proteção Civil (se constituída) e/ou de elementos para reconhecimento e orientação no terreno, de forças de reforço;

▪ Recensear e registar a população afetada; ▪ Criar pontos de concentração de feridos e de população

ilesa e colaborar na divulgação de avisos às populações, de acordo com as orientações dos responsáveis municipais;

▪ Colaborar com o Município na sinalização das estradas e caminhos danificados e das vias alternativas, no respetivo espaço geográfico;

▪ Colaborar com o Município na limpeza de valetas e linhas de água, na desobstrução de vias, nas demolições e na remoção de destroços, no respetivo espaço geográfico;

▪ Gerir os sistemas de voluntariado para atuação imediata de emergência ao nível da avaliação de danos, com ênfase nos danos humanos.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

54 | P á g i n a

2.2. Responsabilidades dos Agentes de Proteção Civil

A definição do âmbito de atuação de cada um dos APC é essencial para que estes

se possam articular, de forma eficaz e otimizada, nas ações conjuntas a desenvolver

nas fases de resposta imediata a um acidente grave ou catástrofe como na

recuperação a curto prazo.

Desta forma, para cada um dos APC foi realizado um levantamento das principais

responsabilidades no contexto da proteção civil, de acordo com o quadro de

competências próprias de cada um.

Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

Corpo de Bombeiros de Ponta Delgada

▪ Desenvolver ações de combate a incêndios, busca e salvamento e transporte de pessoas, animais e bens;

▪ Prestar o socorro a acidentados e doentes, incluindo a emergência pré-hospitalar no âmbito do Sistema Integrado de Emergência Médica;

▪ Participar na evacuação primária, nas suas zonas de intervenção ou em reforço;

▪ Participar na busca e resgate de vítimas desaparecidas e/ou soterradas;

▪ Colaborar nas ações de mortuária, nas suas zonas de intervenção ou em reforço;

▪ Colaborar na construção e/ou montagem de postos de triagem;

▪ Apoiar os Teatros de Operação, envolvendo elementos para reconhecimento e orientação no terreno das forças operacionais em reforço da sua zona de atuação própria;

▪ Disponibilizar apoio logístico à população e a outras forças operacionais;

▪ Colaborar na montagem do Posto de Comando; ▪ Colaborar na desobstrução expedita de vias de

comunicação e itinerários de socorro; ▪ Apoiar no transporte de bens essenciais de sobrevivência

às populações isoladas; ▪ Executar as ações de distribuição de água potável às

populações; ▪ Colaborar nas ações de informação e sensibilização

públicas; ▪ Colaborar nas ações de mortuária, na sua zona de

intervenção ou em reforço; ▪ Colaborar na reposição da normalidade da vida das

populações atingidas; ▪ Apoiar técnica e operacionalmente as estruturas de

coordenação e comando, de nível municipal.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

55 | P á g i n a

Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

Guarda Nacional Republicana

(GNR)

▪ Colaborar na manutenção da ordem pública, proteção e segurança de pessoas e bens, no espaço de jurisdição marítima e restante território do concelho (quando solicitado, mediante ordem especial ou por imposição legal);

▪ Colaborar no sistema de aviso às populações; ▪ Disponibilizar apoio logístico; ▪ Empenhar meios cinotécnicos na busca e resgate de

vítimas; ▪ Cooperar com todas as entidades, quando solicitado; ▪ Prevenir e efetuar investigações de infrações tributárias e

aduaneiras; ▪ Acionar o Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente

(SEPNA) na validação e investigação das causas dos incêndios florestais;

▪ Colaborar logisticamente com as áreas de intervenção presentes no TO.

Polícia de Segurança Pública

(PSP)

▪ Assegurar a manutenção da ordem, nas suas zonas de intervenção, salvaguardando a atuação de outras entidades e organismos operacionais;

▪ Exercer missões de isolamento de áreas e estabelecimentos de perímetro de segurança; restrição; condicionamento da circulação e abertura de corredores de emergência ou evacuação para as forças de socorro; escolta e segurança de meios das forças operacionais em deslocamento para as operações; apoio à evacuação de populações em perigo;

▪ Garantir a segurança de estabelecimentos públicos, a proteção de infraestruturas críticas, fixas e temporárias e instalações de interesse público ou estratégico;

▪ Colaborar no sistema de aviso às populações; ▪ Garantir a manutenção da ordem pública; ▪ Garantir a segurança das pessoas e dos seus bens e

assegurar o retorno a casa, das populações sinistradas; ▪ Prestar ajuda às populações e apoiar, em especial, os

grupos de risco; ▪ Empenhar meios cinotécnicos na busca e resgate de

vítimas; ▪ Prevenir a criminalidade organizada, a prática dos demais

atos contrários à lei e aos regulamentos e o terrorismo, em coordenação com as restantes forças e serviços de segurança;

▪ Velar pela observância das disposições legais no âmbito sanitário, incluindo o apoio às ações de mortuária, na remoção de cadáveres ou partes de cadáveres devidamente etiquetados e acondicionados.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

Forças Armadas

(Regimento Guarnição nº 2 – Arrifes)

A colaboração das Forças Armadas será solicitada de acordo com os planos de envolvimento aprovados ou quando a gravidade da situação assim o exija, considerando a disponibilidade e a prioridade de emprego dos meios militares, mas sempre enquadrada pelos respetivos comandos e legislação específica: ▪ Participar em ações de busca e salvamento, marítimo

e/ou aéreo (sem prejuízo do disposto nos Decretos-Lei n.ºs 15/94 de 22 de janeiro, 44/2002, de 2 de março e 253/95, de 30 de setembro);

▪ Participar em ações de busca e salvamento terrestre; ▪ Cooperar em ações especializadas, com outros agentes

de proteção civil, nomeadamente na ocorrência de acidentes em meio marítimo (sem prejuízo do disposto no Decreto-Lei n.º 44/2002, de 2 de março);

▪ Participar em ações de reconhecimento marítimo e aéreo de pessoal e/ou de meios empenhados no apoio a ações de proteção civil;

▪ Participar em ações de reconhecimento marítimo e /ou aéreo das zonas afetadas por catástrofes;

▪ Participar em ações de transporte e/ou evacuação marítima, terrestre e aérea de sinistrados e populações afetadas;

▪ Fornecer temporariamente alojamento, na sua capacidade sobrante ou com possibilidade de recurso a tendas;

▪ Disponibilizar equipamentos e apoio logístico, quer para as operações quer para a população afetada (pode incluir eventual fornecimento e confeção de alimentação e distribuição de abastecimentos, nomeadamente medicamentos, água e combustíveis);

▪ Participar em ações de trabalho indiferenciado com pessoal não especializado, incluindo na montagem de acampamentos de emergência;

▪ Prestar apoio em comunicações; ▪ Apoiar na disponibilização de material e serviços diversos

(material de aquartelamento, geradores, depósitos de água, viaturas, desempanagem/reboque de viaturas).

Polícia Municipal

(PMPDL)

▪ Exercer as competências que lhes estão atribuídas, por lei;

▪ Apoiar, mediante solicitação, outros agentes de proteção civil;

▪ Vigiar espaços públicos ou abertos ao público e os transportes urbanos locais, em coordenação com as forças de segurança;

▪ Guardar edifícios e equipamentos públicos municipais ou outros temporariamente à sua responsabilidade;

▪ Regular e fiscalizar o trânsito rodoviário e pedonal na área de jurisdição municipal.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

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Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

Autoridade Marítima

(AM)

Comando da Zona Marítima dos Açores

(CZMA); Capitania do Porto de Ponta Delgada (CPPD); Comando Local

da Polícia Marítima (PM)

▪ Desempenhar funções nos domínios do alerta e do aviso, nos espaços sob a sua jurisdição;

▪ Executar reconhecimentos marítimos; ▪ Planear e desencadear ações de busca e salvamento, apoio

e socorro; ▪ Intervir na área de segurança marítima, no que se refere,

ao tráfego de navios e embarcações e á salvaguarda da vida humana no mar;

▪ Exercer missões de isolamento de áreas e estabelecimentos de perímetros de segurança, na sua área de jurisdição, em articulação com as entidades competentes em gestão costeira;

▪ Condicionar o acesso, circulação e permanência de pessoas e bens, na sua área de jurisdição;

▪ Proteger a propriedade privada contra atos de saque; ▪ Restringir, condicionar a circulação e abrir corredores de

emergência ou de evacuação para as forças de socorro; ▪ Apoiar a evacuação/movimentação de populações em

perigo; ▪ Garantir a segurança de estabelecimentos públicos e

proteção de infraestruturas sensíveis, fixas e temporárias e de instalações de interesse público ou estratégico, na área da sua responsabilidade;

▪ Preservar a regularidade do tráfego marítimo, em articulação com a Autoridade Nacional de Controlo de Tráfego Marítimo (ANCTM), em particular, atuando como APC, em situações de sinistro marítimo, socorro e emergência;

▪ Coordenar eventuais operações de combate à poluição marítima por hidrocarbonetos ou outras substâncias perigosas, na área portuária;

▪ Organizar equipas de reconhecimento e avaliação de danos e prejuízos, em instalações portuárias;

▪ Coordenar as administrações portuárias, na resposta á emergência, de acordo com as necessidades;

▪ Cooperar na recuperação das capacidades portuárias; ▪ Efetuar a ligação com as empresas de transporte marítimo,

conforme as necessidades; ▪ Promulgar avisos à navegação; ▪ Coordenar a segurança das instalações portuárias críticas; ▪ Disponibilizar apoio logístico; ▪ Efetuar reconhecimento subaquático; ▪ Efetuar a ligação entre o Sistema de proteção civil e as

Administrações Portuárias, tendo em vista as capacidades logísticas disponíveis dos portos.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

58 | P á g i n a

Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

ANA, S.A. – Aeroportos dos Açores

▪ Fornecer informação relativa à situação do Aeroporto João Paulo II;

▪ Fornecer meios técnicos e humanos de socorro para colaborar nas ações de salvamento;

▪ Disponibilizar as suas infraestruturas e equipamentos de gestão de crises para apoio à coordenação das operações;

▪ Disponibilizar espaços para a concentração de sinistrados, estabelecimento de zonas de recessão, triagem e cuidados médicos, bem como o depósito de cadáveres;

▪ De acordo com a sua disponibilidade, assumir um papel relevante na chegada de ajuda externa, bem como na evacuação de sinistrados em aeronaves e helicópteros.

Portos dos Açores, S.A.

▪ Controlar e gerir o tráfego marítimo na área portuária; ▪ Coordenar eventuais operações de combate à poluição

marítima por hidrocarbonetos ou outras substâncias perigosas na área portuária, conforme previsto no Plano Mar Limpo;

▪ Colaborar nas operações de busca e salvamento marítimo e nas situações de crise e emergência na área portuária;

▪ Determinar as medidas de coordenação entre a atividade portuária e o restabelecimento de condições propícias nas áreas portuárias;

▪ Prestar em tempo real informação relacionada com a movimentação de navios e cargas transportadas, mercadorias perigosas e poluentes;

▪ Organizar equipas próprias de reconhecimento e avaliação de danos e prejuízos nas instalações portuárias;

▪ Coordenar ações, no âmbito das suas competências, com os concessionários na respetiva área de concessão.

Instituto de Segurança Social dos Açores

(ISSA, IPRA)

▪ Assegurar e coordenar as ações de apoio social às populações, no âmbito da ação social, em articulação com os vários setores intervenientes;

▪ Assegurar o apoio psicológico de continuidade à população;

▪ Colaborar na definição de critérios de apoio à população; ▪ Assegurar a constituição de equipas técnicas, em

articulação com os vários setores intervenientes, para receção, atendimento e encaminhamento da população;

▪ Participar nas ações de pesquisa e reunião de desaparecidos;

▪ Assegurar o realojamento de desalojados; ▪ Colaborar nas ações de movimentação de populações.

Direção Regional da Habitação

(DRH)

▪ Apoiar no realojamento de desalojados; ▪ Apoiar nas operações de limpeza e remoção de

escombros dos edifícios afetados.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

59 | P á g i n a

Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

Hospital do Divino Espírito Santo

(HDES)

▪ Assegurar a constituição de uma cadeia de comando na área de intervenção médico-sanitária, através da Direção Regional de saúde;

▪ Garantir o atendimento e o acompanhamento médico à população afetada, prestando-lhes assistência médica e medicamentosa;

▪ Minimizar as perdas de vidas humanas, limitando as sequelas físicas e diminuindo o sofrimento humano;

▪ Organizar, aos diferentes níveis, a manutenção dos habituais serviços de urgência e restantes especialidades.

Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel

(USISM)

▪ Coordenar e assegurar a triagem secundária, a estabilização de vítimas e a sua evacuação;

▪ Prestar assistência médica à população afetada; ▪ Assegurar a prestação de cuidados de saúde às vítimas

evacuadas para as instituições de saúde; ▪ Colaborar na prestação de cuidados de emergência pré-

hospitalares, nomeadamente, reforçando as suas equipas e/ou material/equipamento, sempre que necessário e solicitado;

▪ Organizar, aos diferentes níveis, a manutenção e reforço dos habituais serviços de urgência.

Instituto Nacional de Medicina Legal

Delegação de Saúde de Ilha de São Miguel

▪ Colaborar nas ações de saúde pública, nomeadamente no controlo de doenças transmissíveis;

▪ Coordenar as ações de mortuária, em colaboração com o Ministério Público e Instituto de Medicina Legal – Gabinete de Medicina Legal (representante nos Açores);

▪ Estudar e propor ações de vacinação de emergência, se aplicável;

▪ Dirigir ações de controlo ambiental, de doenças e da qualidade dos bens essenciais e adotar medidas de proteção da saúde pública nas áreas atingidas.

Direção Regional das Obras Públicas e Comunicações

(DROPC)

▪ Colaborar na desobstrução e limpeza das vias de comunicação, assegurando a disponibilidade de recursos humanos e materiais.

Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento

(SMAS)

▪ Garantir a avaliação de danos e intervenções prioritárias para o rápido restabelecimento do abastecimento de água potável a serviços e unidades produtivas estratégicas, bem como, ao consumo das populações afetadas;

▪ Garantir reservas estratégicas e capacidades para a manutenção da prestação de serviço;

▪ Assegurar o controlo da qualidade da água na rede; ▪ Garantir a operacionalidade de piquetes regulares e em

emergência para eventuais necessidades extraordinárias de intervenção na rede e nas estações de tratamento;

▪ Repor, com caráter prioritário, a prestação de serviço junto dos consumidores finais.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC -SV)

60 | P á g i n a

Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

Empresa de Eletricidade dos Açores

(EDA)

▪ Suspender o abastecimento de energia elétrica aos locais acidentados para diminuir o risco de incêndio e explosão;

▪ Apoiar logisticamente as forças de intervenção (eletricidade);

▪ Mobilizar os meios próprios necessários à intervenção, assegurando o apoio com meios humanos e materiais, para cumprimento das ações que lhe forem atribuídas no âmbito das suas competências;

▪ Exercer assessoria técnica especializada à direção do plano;

▪ Desenvolver as ações de manutenção e restabelecimento da distribuição da energia elétrica recuperando os danos sofridos pela rede e estações de transformação e distribuição.

Direção Regional do Ambiente (DRA)

Serviços do Ambiente de São Miguel

▪ Coordenar as operações de salvaguarda ambiental; ▪ Coordenar a gestão de áreas protegidas, ▪ Coordenar as operações de limpeza das ribeiras.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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2.3. Responsabilidades dos Organismos e Entidades de Apoio

Os Organismos e Entidades de Apoio (OEA) constituem-se como grupos

organizativos com capacidade operacional de elevada importância na cooperação com

os APC em situações de iminência ou de ocorrência de acidentes graves ou catástrofe.

Dependendo da natureza da ocorrência, estes organismos e entidades, em função das

suas valências e competências, podem complementar ou reforçar a ação dos APC

contribuindo para uma resposta mais pronta e adequada.

A definição do âmbito de atuação de cada um dos OEA na proteção civil é

essencial para que estes se possam articular de forma eficaz e otimizada nas ações

conjuntas a desenvolver na emergência. Desta forma, para cada um destes organismos

e entidades foi realizado um levantamento das principais responsabilidades que lhes

estão atribuídas no contexto da proteção civil, de acordo com o quadro de

competências próprias.

Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários

▪ Disponibilizar meios, recursos e pessoal; ▪ Apoiar logisticamente a sustentação das operações, na

área de atuação própria do seu CB; ▪ Disponibilizar edifícios e outras estruturas para

alojamento às populações; ▪ Manter a capacidade de fornecimento de apoio logístico

aos meios do seu CB.

Laboratório Regional de Engenharia Civil

(LREC)

▪ Assegurar o apoio técnico em inspeções e vistorias a locais de maior exigência técnica ou de maior exigência de segurança;

▪ Assegurar o apoio técnico e executar trabalhos de diagnóstico, avaliação de danos e inspeções relativas aos aspetos geológicos e geotécnicos a locais ou infraestruturas de maior exigência técnica ou de segurança, com vista á avaliação preliminar do risco (movimentos de vertentes, estabilidade de taludes, fenómenos de liquefação, envolvente de edifícios habitacionais e não habitacionais e infraestruturas existentes);

▪ Propor medidas imediatas de atuação, mesmo que de caráter provisório, que permitam ultrapassar ou corrigir situações de insuficiência ou de risco;

▪ Colaborar na escolha de medidas e soluções a implementar para a resolução dos problemas após a emergência.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

Instituto Nacional de Aviação Civil

(INAC)

▪ Investiga acidentes aéreos; ▪ Fornece esclarecimentos técnicos aeronáuticos sobre as

aeronaves que participam nas operações de proteção civil;

▪ Durante os períodos críticos disponibiliza técnicos, quando solicitado, de apoio direto à evolução dos meios aéreos no teatro de operações.

Serviços de Estrangeiros e Fronteiras

(SEF)

▪ Coordenar a cooperação entre as forças e serviços de segurança nacionais e de outros países em matéria de circulação de pessoas e controlo de estrangeiros;

▪ Assegurar a realização de controlos móveis e de operações conjuntas com serviços ou forças de segurança congéneres;

▪ Autorizar e verificar a entrada de pessoas a bordo de embarcações e aeronaves;

▪ Proceder à identificação de cadáveres de cidadãos estrangeiros;

▪ Proceder à avaliação dos decorrentes cenários de risco, no âmbito das suas competências;

▪ Proceder à investigação dos crimes de auxílio à imigração ilegal, bem como investigar outros com eles conexos, sem prejuízo da competência de outras entidades;

▪ Orientar os cidadãos estrangeiros presentes na área sinistrada sobre procedimentos a adotar;

▪ Estabelecer os contatos eventualmente necessários com os diferentes Consulados e Embaixadas;

▪ Impedir o desembarque de passageiros e tripulantes de embarcações e aeronaves que provenham de portos ou aeroportos, no aspecto sanitário, sem prévio assentamento das competentes autoridades sanitárias.

Serviços do Ministério Público (SMP)

▪ Autorizar a remoção de cadáveres ou partes de cadáveres do local onde foram etiquetados;

▪ Autorizar o levantamento e a remoção de cadáveres, ordenando a intervenção da autoridade intervenção policial competente para documentar o cenário em que o cadáver foi encontrado e, sempre que haja suspeitas de crime, a imediata recolha de provas;

▪ Determinar a realização de autópsias e, após, autorizar a sua entrega à família ou à entidade mortuária a quem caiba a realização do funeral ou a sua trasladação.

Polícia Judiciária (PJ)

▪ Realizar preventiva e reactivamente as adequadas ações de combate à criminalidade, particularmente, nas suas formas mais graves e organizadas;

▪ Proceder à investigação criminal quando das circunstâncias do evento decorram indícios da prática de ilícito criminal;

▪ Proceder à identificação das vítimas.

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Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

Globaleda, S.A.

▪ Manter e acompanhar a operacionalidade da Rede Rádio Privativa do Município de Ponta Delgada;

▪ Assegurar a avaliação e as intervenções técnicas que promovam o rápido restabelecimento das comunicações da Rede Rádio Privativa do Município de Ponta Delgada.

Cruz Vermelha Portuguesa (CVP)

Delegação de Ponta Delgada

De acordo com a Lei de Bases da Proteção Civil, a Cruz Vermelha Portuguesa exerce, em cooperação com os demais agentes e em harmonia com o seu estatuto próprio, funções de proteção civil nos domínios da intervenção, apoio, socorro e assistência sanitária e social: ▪ Colaborar nas missões de busca e salvamento, apoio à

sobrevivência, socorro e assistência sanitária; ▪ Colaborar na instalação de estruturas móveis nos

abrigos temporários e locais de acolhimento; ▪ Colaborar na evacuação de feridos e transporte de

desalojados e ilesos; ▪ Colaborar no levantamento e transporte de cadáveres,

em articulação com a autoridade de saúde; ▪ Colaborar na prestação de apoio psicossocial, através de

equipas de psicólogos e equipas voluntárias; ▪ Colaborar nas operações de remoção de cadáveres para

a zona de depósito de cadáveres; ▪ Colaborar na construção e/ou montagem de postos de

triagem e/ou Postos Médicos Avançados; ▪ Colaborar no apoio sanitário, distribuição de roupas,

alimentos e água potável às populações evacuadas; ▪ Colaborar no enquadramento do pessoal voluntário.

Cáritas Diocesana Portuguesa e Santa Casa da

Misericórdia de Ponta Delgada

▪ Atuar nos domínios do apoio logístico e social; ▪ Assegurar a prestação de serviços a crianças, idosos,

pessoas sem-abrigo e doentes; ▪ Apoiar as ações de evacuação das populações; ▪ Apoiar no voluntariado através da distribuição de

alimentos, roupa, agasalhos e outros bens essenciais; ▪ Apoiar o sistema de recolha e armazenamento de

dádivas; ▪ Disponibilizar locais de alojamento para deslocados; ▪ Acolher, acompanhar e encaminhar situações de

carência socioeconómica.

Banco Alimentar Contra a Fome

▪ Prestar apoio com meios humanos e materiais, para o cumprimento das ações que lhes forem atribuídas, quando solicitado, designadamente, na distribuição bens alimentares.

Instituto Margarida de Chaves

(Cozinha Económica)

▪ Prestar apoio com meios humanos e materiais, para o cumprimento das ações que lhes forem atribuídas, quando solicitado, designadamente, no alojamento de emergência.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

Corpo Nacional de Escutas (CNE)

Associação de Escoteiros de Portugal (AEP)

Associação de Guias de Portugal (AEP)

▪ Prestar apoio com meios humanos e materiais, para o cumprimento das ações que lhes forem atribuídas, quando solicitado, designadamente na distribuição de agasalhos, roupas e bens alimentares, bem como no alojamento e na organização de acampamentos de emergência;

▪ Colaborar no aviso às populações; ▪ Apoiar nas ações de pesquisa de desaparecidos e de

gestão de campos de desalojados (Anexo 6); ▪ Apoiar os postos de triagem e de socorro, em estrita

colaboração com o Corpo de Bombeiros ou a esquipa médica, no terreno;

▪ Colaborar no apoio à movimentação de populações.

Assistência Médica

Internacional – Representação dos Açores

(Fundação AMI)

▪ Colaborar na prestação de apoio psicossocial, através de equipas de psicólogos e equipas voluntárias;

▪ Colaborar na estabilização de vítimas; ▪ Colaborar no enquadramento do pessoal voluntário;

Apoiar, com recursos humanos e materiais, a prestação de assistência médica nos postos de triagem.

Instituto Tecnológico do Gás (ITG)

▪ Prestar apoio à atividade gasista, particularmente, no que se refere à resolução de problemas de natureza técnica e tecnológica;

▪ Assegurar a disponibilidade de meios humanos; ▪ Criar e manter um centro de documentação e

promover a difusão de informações sobre as atividades técnicas e científicas da atividade gasista.

Entidades gestoras de sistemas de distribuição de

combustíveis

▪ Assegurar a manutenção e o restabelecimento da distribuição de combustíveis, tendo em conta, na medida do possível, prioridades definidas;

▪ Garantir prioridades de distribuição às forças operacionais.

Órgãos de Comunicação Social (OCS)

▪ Prestar apoio de comunicações às entidades designadas pelo Diretor do Plano, quando solicitado;

▪ Colaborar na divulgação dos avisos e alertas; ▪ Divulgar medidas de autoproteção às populações; ▪ Difundir a informação disponível, em situação de

emergência.

Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica

dos Açores (CIVISA)

▪ Apoiar técnica e cientificamente nas áreas de vulcanologia, sismologia, geotermia, geotecnia, hidrogenia e ambiente;

▪ Assegurar a monitorização e a vigilância dos perigos naturais, designadamente, sismos, erupções vulcânicas, emanações gasosas, poluição atmosférica e contaminação de aquíferos, movimentação de vertentes, inundações, cheias e tsunamis;

▪ Disponibilizar informação sobre eventos sísmicos e vulcânicos.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

Instituto Português do Mar e da Atmosfera – Direção

Regional

(IPMA)

▪ Assegurar a vigilância sísmica e a observação do campo geomagnético;

▪ Disponibilizar informação sobre eventos sísmicos (réplicas);

▪ Fornecer aconselhamento técnico e científico no âmbito dos eventos sísmicos;

▪ Verificar o estado de funcionamento das redes de observação, medição e vigilância sismológica e meteorológica, assegurando eventuais reparações de emergência;

▪ Elaborar boletins de previsão do estado de tempo, direcionados para a atuação das forças operacionais;

▪ Emitir avisos meteorológicos de mau tempo, direcionados para a atuação das forças operacionais.

Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos

Geológicos

(CVARG)

▪ Assegurar a vigilância sismovulcânica e a observação do campo magnético;

▪ Disponibilizar informação sobre eventos sísmicos e vulcânicos;

▪ Fornecer aconselhamento técnico e científico no âmbito dos eventos sísmicos e vulcânicos; Verificar o estado de funcionamento das redes de observação, medição e vigilância sismológica e vulcânica, assegurando eventuais reparações de emergência.

Associação de Radioamadores dos Açores

(ARA)

▪ Apoiar as radiocomunicações de emergência; ▪ A pedido da CMPC, estabelecer e garantir

autonomamente vias de comunicação, recuperação e integração de meios e dispositivos de comunicação;

▪ Contribuir para a interoperabilidade entre redes e sistemas de comunicação das diversas entidades;

▪ Reabilitar e colocar em funcionamento equipamentos e meios técnicos colapsados;

▪ Funcionar como observadores que reportam através dos meios de rádio, informação útil ao acionamento de meios de socorro e salvamento;

▪ Apoiar a difusão de informação útil às populações.

Operadoras de rede fixa e móvel

(MEO, Vodafone e NOS)

▪ Garantir prioridades de acesso aos endereços correspondentes a serviços e entidades essenciais;

▪ Assegurar a avaliação e as intervenções técnicas imediatas para a manutenção e o restabelecimento das comunicações telefónicas;

▪ Assegurar o restabelecimento e o reforço das comunicações telefónicas em situações de emergência;

▪ Garantir a prioridade de ligação a entidades com missões essenciais em situação de emergência;

▪ Exercer assessoria técnica especializada à direção do Plano;

▪ Proceder a obras de reparação para garantir o rápido restabelecimento do sistema de comunicações;

▪ Colaborar na redução ou eliminação do tráfego de comunicações existente na zona do sinistro.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Agentes de Proteção Civil Responsabilidades

Direção Regional dos

Transportes

▪ Coordenar operações de reforço de meios na área dos transportes e maquinaria necessária às operações de proteção civil.

Direção Regional da Agricultura; Direção Regional dos Recursos

Florestais; Instituto Regional de Ordenamento Agrário – IROA

▪ Apoiar nas operações de limpeza e desobstrução de vias; ▪ Colaborar nas ações de busca e resgate nas áreas de

perímetro florestal; ▪ Apoiar na manutenção e beneficiação das redes viárias

rurais e floresta.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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3. Organização

3.1. Infraestruturas de relevância operacional

3.1.1. Rede rodoviária

A rede viária do concelho de Ponta Delgada, no seu conjunto, apresenta-se

relativamente densa, com 1,36 km por km2 (não considerando os caminhos de

penetração, mas exclusivamente as redes viárias principal e secundária), decorrente de

uma extensão total de 315 km de estradas. A E.R. nº1-1ª circunda todo o concelho

junto à linha da costa, constituindo a base da estrutura viária concelhia. O conjunto

das estradas municipais possui uma extensão apreciável no concelho correspondendo

a 118 km2, de onde resulta uma densidade específica de 0,51 km/km2. A rede de

caminhos municipais é a menos extensa das aqui referidas, com apenas 68,5 km, a que

corresponde a densidade concelhia de 0,3 km/km2. Os caminhos de penetração

ocupam uma extensão de 74,5 km e têm exatamente como função proporcionar uma

maior acessibilidade ao interior do concelho.

No concelho de Ponta Delgada, existem seis Estradas Regionais e dois ramais,

com uma extensão de 128,5 km que conduz a uma densidade apreciável da rede

rodoviária deste nível (0,55 km/km2):

Sensivelmente 50% da extensão de Estradas Regionais diz respeito à E.R. Nº 1-1ª

que circunda todo o concelho junto à linha da costa. Esta estrada constitui a base da

estrutura viária concelhia. As restantes Estradas Regionais destinam-se a estabelecer

ligações entre pontos diferentes da E.R. Nº 1-1ª, localizados respetivamente a sul e a

Estrada/Ramal Origem Destino Extensão

E.R. Nº 1-1ª Ponta Delgada Ponta Delgada 64,5 km

E.R. Nº 3-1ª Ponta Delgada Ribeira Grande 6 km

E.R. Nº 4-1ª Ponta Delgada Capelas 12 Km

E.R. Nº 7-2ª Ponta Delgada Ribeira Seca 4,5 Km

E.R. Nº 8-2ª Relva Lomba dos Homens 25 km

E.R. Nº 9-2ª Feteiras Caldeira Alferes 13 km

Ramal da E.R. Nº 1-1ª Lomba Grande Mosteiros 2 km

Ramal da E.R. Nº 1-1ª Capelas Capelas 1,5 km

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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norte da ilha.

As Estradas Regionais Nº 3 e Nº 7 estabelecem ligações paralelas entre os dois

principais centros urbanos de São Miguel - Ponta Delgada e Ribeira Grande. A E.R. Nº 4

liga os dois principais lugares do concelho - Ponta Delgada e Capelas e as Estradas

Regionais Nº 8 e Nº 9 também estabelecem ligações paralelas e alternativas entre a

costa sul e nordeste do concelho com passagem pela Caldeira das Sete Cidades.

Registe-se ainda a existência de dois ramais à E.R Nº 1-1ª que estabelecem a ligação

entre esta via e o centro das povoações de Capelas e Mosteiros.

A rede rodoviária secundária do concelho é constituída pelas estradas e caminhos

municipais cuja construção e manutenção é da responsabilidade da Câmara Municipal

de Ponta Delgada. O conjunto das estradas municipais possui uma extensão apreciável

no concelho, correspondendo a 118 km, de onde resulta uma densidade específica de

0,51 km/km2:

Estradas Municipais Origem Destino Extensão

E.M. 501 Ponta Delgada Bretanha 20 km

E.M. 501-1 Arrifes Fajã de Cima 4 km

E.M. 502 Ponta Delgada Covoada 6,5 Km

E.M. 502-1 Arrifes Fajã de Baixo 4 Km

E.M. 503 São Roque Feteiras 14 km

E.M. 503-1 Fajã de Baixo Ponta Delgada 1,5 km

E.M. 503-2 Fajã de Baixo Abelheira 2 km

E.M. 503-3 Fajã de Baixo Abelheira 1 Km

E.M. 503-4 Arrifes 2,5 Km

E.M. 504 Ponta Delgada Arrifes 9 Km E.M. 505 Feteiras Lomba da Cruz 4,5 Km

E.M. 506 Mosteiros 1,5 Km

E.M. 507 Remédios Santo António 5 Km

E.M. 508 Santo António Lagoa do Junco 5 km

Lagoa do Junco 5 Km

E.M. 509 Sete Cidades Vista do Rei 3 Km

E.M. 509-1 Sete Cidades 0,5 Km

E.M. 510 Ponta Delgada Capelas 9,5 Km

E.M. 511 São Roque Paços 10,5 km

E.M. 511-1 São Vicente Ferreira Fenais da Luz 2 km

E.M. 511-2 São Vicente Ferreira Atafona 1 Km

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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A rede de caminhos municipais é a menos extensa das aqui referidas com apenas

68,5 km, a que corresponde a densidade concelhia de 0,3 km/ km2:

Os caminhos municipais, complemento da rede de estradas municipais,

concentram-se na área noroeste do concelho. Grande parte deles circunda a ilha junto

à área povoada, constituindo uma alternativa ao percurso da E.R. Nº1-1ª.

Os caminhos de penetração, parcialmente coincidentes com a rede viária

municipal, principalmente com a referente aos caminhos municipais, ocupam uma

extensão de 74,5 Km e têm exatamente como função proporcionar uma maior

acessibilidade ao interior do concelho, favorecendo o seu mais correto

aproveitamento do ponto de vista económico e proporcionando à população rural

mais condições de acesso às suas explorações agrícolas ou pecuárias:

E.M. 512 Fenais da Luz Carreira 5,5 Km

E.M. 513 Arieiro Aflitos 1,5 Km

E.M. 513-1 Farropo Aflitos 2 Km

E.M. 513-2 Aflitos Penedo 2 Km

Caminhos Municipais Origem Destino Extensão

C.M. 1001 Feteiras Capelas 10,5 km

C.M. 1002 Candelária Lagoa Verde 3 km

Socor C.M. 1003 Candelária Socorro 2 Km

C.M. 1004 Socorro Caldeira Seca 6 Km

C.M. 1005 Ginetes Pilar 10 km C.M. 1006 Pilar Remédios 6 km

C.M. 1006-1 Amoreiras 0,5 Km C.M. 1007 Bretanha Cabouco 5 Km

C.M. 1008 Lagoa do Junco Lagoa Azul 5,5 Km C.M. 1008-1 Remédios Santa Bárbara 4,5 Km C.M. 1009 Santo António Roseiras 2 Km

C.M. 1010 Santo António Paços 6,5 km C.M. 1012 Fajã de Baixo Pico da Pedra 4 Km C.M. 1013 Fajã de Cima Pico da Pedra 3 Km

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Em relação ao transporte público, a rede de autocarros abrange todo o concelho,

tendo serviços regulares. Como complementaridade aos autocarros, o concelho é

servido por uma série de praças de táxis distribuídas estrategicamente pelo concelho,

concentrando-se mais no centro da cidade de Ponta Delgada servindo

satisfatoriamente a população.

3.1.2. Portos e varadouros

O Porto de Ponta Delgada está situado na costa sul da Ilha de São Miguel,

abrangendo a área descrita na carta n.º 46406 do Instituto Hidrográfico. A área de

jurisdição do Porto de Ponta Delgada compreende: as áreas molhadas entre a Ponta da

Pranchinha e a Fábrica do Peixe, próxima do Farol de Santa Clara; as áreas terrestres

adjacentes compreendidas entre a frente marítima e Avenida Kopke, Rua Teófilo

Braga, Rua Dr. Dinis Moreira da Mota, Rua Eng.º Abel Férin Coutinho, Rua do Farol de

Caminhos de Penetração Origem Destino Extensão

C.P. 1 (coincide com o C.M. 1001)

Feteiras Capelas 10,5 km

C.P. 2 Arrifes Pico de Boi 4,5 km

Socor C.P. 3 Amendoa Serra Gorda 5,5 Km

C.P. 4 Covoada Lagoa da Achada 3 Km

C.P. 5 (coincide com o E.M. 501)

Capelas Bretanha 10 km

C.P. 6 (coincide com o C.M. 1007 e o C.M. 1008)

Lagoa do Junco Cabouco 8 km

C.P. 7 (coincide com o C.M. 1007)

Lagoa Azul Bretanha 2,5 Km

C.P. 8 Lomba do Pico Remédios 2,5 Km C.P. 9

(coincide com o C.M. 1008-1) Chã de Marco Santa Bárbara 3 Km

C.P. 10 Pico da Cruz Santo António 3,5 Km C.P. 11

(coincide com o C.M. 1002) Candelária Vista do Rei 3,5 Km

C.P. 12 (coincide com o C.M. 1004)

Ginetes Cascalho Negro 4 km

C.P. 13 Mulata Atafona 3 Km C.P. 14

(coincide com o E.M. 508) Lagoa do Junco Santo António 5,5 Km

C.P. 15 Lomba da Cruz Aguilhães 3 Km

C.P. 16 Feteiras Outeiro do Arco 2,5 Km

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Santa Clara, para além de algumas parcelas de terreno situado entre a pista do

Aeroporto João Paulo II e os depósitos de combustíveis da NATO; o molhe cais, os cais

circundantes do Forte de São Brás e os terraplenos adjacentes, e a rampa varadouro; a

Marina situada na Calheta de Pêro de Teve; as Portas do Mar (cais, gare marítima,

extensão da Marina, áreas comerciais e de restauração, zona de lazer e piscinas

naturais).

O Porto de Ponta Delgada possui funções comerciais, de pesca e de lazer/turismo

sendo constituído por um cais acostável com 1210 metros de comprimento. As

profundidades do cais (até 12 ZH) permitem que navios de quase todos os tipos aqui

possam acostar. O concelho de Ponta Delgada possui ainda portos de pequenas

dimensões destinados essencialmente à atividade piscatória, situados nas freguesias

de Mosteiros e Capelas.

3.1.3. Aeroporto e Heliporto

O concelho de Ponta Delgada dispõe de um Aeroporto (Aeroporto João Paulo II), o

qual nos Açores tem o maior número de movimentos e é o principal pólo de entrada e

saída de pessoas e carga da região. A sua pista permite a operação de aeronaves de

grande dimensão, para um alcance de voo até à Europa Central e Costa este do

Continente Americano. O Aeroporto João Paulo II, construído em 1969, localiza-se na

zona da Nordela, a cerca de dois quilómetros da cidade de Ponta Delgada e encontra-

se sobre a tutela da empresa ANA, S.A. – Aeroportos dos Açores.

Está localizado em zona plana, é servido por vias rodoviárias amplas e em boas

condições e tem um Plano de Emergência Interno.

O aeroporto tem uma pista com 2 353 x 45 m (12/30), com capacidade para 12

movimentos/hora. A pista encontra-se aberta ao tráfego aéreo no período diurno e

noturno, estando certificado para operações noturnas e tem sistema de aproximação e

iluminação adequados. A aerogare tem capacidade para 1 milhão de passageiros/ano

(1200 pax/hora). As plataformas existentes são: W (Oeste), N (Norte) e S (Sul), com 9

stands.

O Serviço de Socorros tem categoria 7 (é possível garantir categoria superior,

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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mediante solicitação antecipada). Atualmente, as ligações aéreas inter-ilhas são

asseguradas pela SATA Air Açores e as ligações para o território continental,

nomeadamente para Lisboa e Porto são efetuadas pela Azores Airlines, pela TAP Air

Portugal e pela Ryanair.

Em relação aos voos internacionais, estes são assegurados de e para os Estados

Unidos e Canadá pelas companhias de navegação atrás referidas. Também existem

voos charter para os países Nórdicos e Alemanha, nomeadamente para Frankfurt.

O concelho dispõe de dois heliportos respetivamente localizados no Hospital

Divino Espírito Santo e no Comando Operacional dos Açores (COA), existindo ainda

diversos locais onde, em condições excecionais, durante o dia e com boas condições

atmosféricas, poderão operar.

3.1.4. Redes de telecomunicações

A rede telefónica do concelho de Ponta Delgada é constituída por centrais

telefónicas de serviço público ligadas à Rede Telefónica Geral da Ilha de São Miguel e

desta a todo o mundo. A referida rede telefónica do concelho é suportada em 14

(catorze) centrais telefónicas interligadas através de cabos de fibra ótica, com recurso

a tecnologia de transmissão SDH, a qual garante a operacionalidade da rede em caso

de corte de um qualquer troço de interligação.

A ligação das unidades de comutação ao cliente é assegurada por cabos de cobre,

através de um par de condutores exclusivos. A interligação às restantes Ilhas do

Arquipélago e ao resto do Mundo é assegurado por cabos submarinos, de fibra ótica,

com ponto de amarração na Praia do Pópulo.

As ligações às Ilhas do grupo Ocidental são efetuadas via satélite a partir da

estação da Companhia Portuguesa Rádio Marconi, localizada no Charco da Madeira

(Fajã de Cima). Em situação de emergência, existem ainda unidades portáteis que

possibilitam o restabelecimento das comunicações internas e mesmo entre ilhas.

Quanto à cobertura de telecomunicações civis, no concelho de Ponta Delgada,

encontram-se distribuídas pela rede do município, por antenas da operadora MEO, da

operadora NOS e da operadora Vodafone.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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3.1.5. Sistema de abastecimento de água

O abastecimento de água no concelho é assegurado por água proveniente de

nascentes e furos. Todos os aglomerados urbanos do concelho de Ponta Delgada se

encontram servidos por redes domiciliárias de distribuição de água. No que respeita ao

abastecimento agrícola, estima-se que o grau de cobertura atinja cerca de 50% a 60%

da Superfície Agrícola Útil do concelho.

No concelho de Ponta Delgada existe um total de 16 234 m3 de caudal captado

pelos serviços municipalizados, sendo na sua totalidade de origem subterrânea e

sujeito a tratamento. Em relação ao consumo de água abastecida pela rede pública e

tratamento de águas residuais, o concelho Ponta Delgada regista um consumo total de

6 216 milhares de m3.

O tratamento de águas residuais em ETAR e fossas sépticas municipais abrange

um total de 1 793 000 m3.

No que se refere a origens e adução de água, o concelho pode dividir-se em sete

sistemas:

Sistema Subsistema Captações

Ponta Delgada (importância relativa muito

maior, não só para a cidade de Ponta Delgada mas também, para

o concelho em geral)

Água de Pau

▪ Ribeira da Praia ▪ Galeria de Mina da Ribeira das Três

Voltas ▪ Ribeira dos Passarinhos ▪ Grota do Lanço ▪ Lourinhos I ▪ Lourinhos II ▪ Janelas do Inferno ▪ JK3

Canário

▪ Canário (poço) ▪ Canário (nascente) ▪ Água Nova ▪ Furo da Lagoa do Conde

Sistema Captações

Sete Cidades, Bretanha

e Remédios

▪ Moinhos ▪ Rego ▪ Casmol ▪ Mata dos Lagos ▪ Pedras Brancas

Uso residencial e de serviços Uso Industrial Outros tipos de uso

4 077 000 m3 1 523 000 m3 616 000 m3

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Sistema Captações

Capelas, Santo António e Santa Bárbara

▪ Curvos ▪ Ferreiros ▪ Roçados ▪ JK2 ▪ Rocha ▪ Couto ▪ Rabaças (Fonte Grande) ▪ Agrião ▪ Fontaínhas ▪ Chã das Fontes ▪ Criações

Sistema Captações

Mosteiros

▪ Moinhos ▪ Figueira ▪ Cabouco ▪ Casa Velha ▪ Garcia

Sistema Captação

Várzea ▪ Pico do Faial

Sistema Captações

Candelária

▪ Nicolau Maria ▪ Paraíso ▪ Tio Santos ▪ José Cabral ▪ Mestre António Carvalhal ▪ Carvalhal ▪ Pinguinhas ▪ Espigão Alto ▪ Ribeira I ▪ Ribeira II ▪ Ribeira III ▪ Ribeira IV ▪ Ribeira V

Sistema Captações

Feteiras

▪ Cerrado da Areia ▪ Cerrado da Fonte ▪ Rocha ▪ Chã dos Tanques ▪ Tio Melo

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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3.1.6. Sistema de produção, armazenamento e distribuição de energia elétrica

A distribuição de energia elétrica no concelho de Ponta Delgada é da

responsabilidade da Empresa de Eletricidade dos Açores, S.A., sendo a sua principal

fonte a energia térmica. A distribuição de potência instalada nos postos de

transformação públicos, pelas quatro linhas principais de Ponta Delgada é de 2 563

kVA na linha das Sete Cidades, 4 483 kVA na linha das Capelas, 1 888 kVA na linha da

Boavista e 3 448 kVA na linha do Oeste. O número de alojamentos do concelho de

Ponta Delgada, segundo os Censos de 2001, é de 22 258, pelo que a potência instalada

por fogo rondará os 694 kVA, sendo o número total de consumidores de energia de

27 918 distribuindo-se da seguinte forma:

O concelho de Ponta Delgada apresenta, um consumo total de 204 027 000 KWh,

distribuído da seguinte forma em relação ao tipo de consumo:

3.1.7. Elementos estratégicos, vitais ou sensíveis para as operações de proteção civil

e socorro

No âmbito da caraterização das infraestruturas do território que, pela sua

importância numa operação de proteção civil poderão ser consideradas sensíveis e/ou

indispensáveis para a prevenção, planeamento e socorro é importante identificar as

instalações dos agentes de proteção civil e os equipamentos de utilização coletiva.

Consumo doméstico Consumo

agrícola

Consumo

industrial

Consumo não doméstico

23 571 220 227 3 900

Consumo doméstico Consumo agrícola Consumo industrial Consumo não doméstico

60 808 000 KWh 2 066 000 KWh 27 336 000 KWh 87 518 000 KWh

Consumo de aquecimento com contador próprio

Consumo na iluminação do estado/de utilidade

Consumo nas vias públicas

565 000 KWh 19 412 000 KWh 6 887 000 KWh

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3.2. Zonas de intervenção

Em conformidade com o Decreto-Lei n.º 134/2006, de 25 de Julho, os centros de

coordenação operacional não se aplicam aos Serviços Municipais de Proteção Civil.

Considerando a presença de diversas instituições de proteção civil no concelho e o

facto de estas possuírem estruturas de intervenção autónomas, sempre que uma força

de qualquer Agente de Proteção Civil ou Instituição com especial dever de colaboração

seja acionada para uma ocorrência, o chefe da primeira equipa de Bombeiros a chegar

ao local, assume de imediato o comando da operação, sendo o elemento mais

graduado a desempenhar a função de Comandante das Operações de Socorro (COS),

garantindo a construção de um sistema evolutivo de comando e controlo adequado à

situação em curso.

Qualquer uma destas passagens de comando implicará uma breve reunião e a

notificação da substituição à estrutura operacional presente na Zona de Sinistro, pelo

que existirá apenas uma só pessoa a comandar, em qualquer um dos momentos

posteriores à ocorrência em causa (princípio da Unidade de Comando). Na faixa litoral

e nos espaços do Domínio Público Hídrico, sob jurisdição da Autoridade Marítima

Nacional (AMN), os Capitães dos Portos assumem a função de COS, em estreita

colaboração com o SMPC.

Em cada Teatro de Operações (TO) existirá um Posto de Comando Operacional

(PCO), que é o órgão diretor das operações no local da ocorrência destinado a apoiar o

COS na tomada das decisões e na articulação dos meios.

Estabelecida a cadeia de comando final, deverá criar-se um sistema de gestão da

operação que, em função da magnitude e importância da situação e da estratégia

definida para responder eficazmente ao restabelecimento da normalidade, poderá

organizar-se em zonas de atuação:

• Zonas de Intervenção (ZI) – As ZI caracterizam-se como áreas com

configuração e amplitude variáveis e adaptadas às circunstâncias e tipo de

ocorrência, podendo compreender a Zona de Sinistro (ZS), a Zona de Apoio

(ZA), a Zona de Concentração e Reserva (ZCR) e a Zona de Receção de

Reforços (ZRR);

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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• Zonas de Sinistro (ZS) – As ZS é a área na qual se desenvolve a ocorrência, de

acesso restrito, onde se encontram exclusivamente os meios necessários à

intervenção direta e com missão atribuída, sob a responsabilidade do COS;

• Zonas de Apoio (ZA) – A ZA é uma zona adjacente à ZS, de acesso

condicionado, onde se encontram os meios de apoio e logísticos, estritamente

necessários ao suporte dos meios em operação ou onde estacionam meios de

intervenção para resposta imediata;

• Zonas de Concentração e Reserva (ZCR) – A ZCR é uma zona com localização

definida no PME, onde se localizam temporariamente os meios e recursos

disponíveis sem missão imediata atribuída e onde se mantém um sistema de

apoio logístico e assistência pré-hospitalar às forças de intervenção;

• Zona de Receção de Reforços (ZRR) – A ZRR constitui-se como uma zona de

controlo e apoio logístico sob a responsabilidade do SMPC para onde se

dirigem os meios de reforço e apoio logístico atribuídos pelo patamar

municipal. É nas ZRR que terá lugar a concentração dos recursos solicitados

pelos SMCP para controlo e atribuição das ZCR onde se irão concentrar.

Figura 5 – Fluxograma de organização da zona de intervenção

Nas ZCR podem ser consideradas diferentes áreas de acordo com o tipo e

dimensão da ocorrência, nomeadamente:

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• Área de reserva - local ou locais onde se localizam os meios e recursos sem

missão imediata atribuída e que constituem a reserva estratégica;

• Área de reabastecimento - local ou locais onde se realizam as operações de

reabastecimento de combustíveis, água, equipamentos, consumíveis e outros

considerados necessários ao suporte da ocorrência;

• Área de alimentação - local ou locais onde se procede à alimentação das forças

e/ou preparação das refeições para distribuição aos meios em intervenção na

ZS;

• Área de descanso e higiene - local ou locais onde se asseguram as condições de

descanso e higiene aos operacionais;

• Área de apoio sanitário - local ou locais onde é instalado o apoio sanitário aos

operacionais envolvidos na ocorrência;

• Área de manutenção - local ou locais onde se providência a manutenção dos

equipamentos;

• Área médica - local ou locais para instalação do PMA e/ou outras estruturas de

assistência pré hospitalar no TO.

As Zonas de Receção de Reforços (ZRR) são zonas de controlo e apoio logístico,

sem determinação de um TO específico, para onde se dirigem os meios de reforço e

apoio logístico atribuídos. É nas ZRR que terá lugar a concentração dos recursos

solicitados despachados para uma ZCR específica e, onde são transmitidas as

orientações táticas necessárias.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

79

3.3. Mobilização e coordenação de meios

3.3.1. Mobilização de meios

A mobilização de meios será prioritariamente efetuada com recurso a meios

públicos e ou privados existentes no município.

Desta forma, aquando da ativação do PEEPCSV é fundamental a mobilização

rápida, eficiente e ponderada de meios e recursos de acordo com os seguintes

critérios:

• Utilizar os meios e recursos adequados ao objetivo, não excedendo o

estritamente necessário;

• Dar preferência à utilização de meios e recursos públicos sobre a utilização de

meios e recursos privados;

• Dar preferência à utilização de meios e recursos detidos por entidades com as

quais tenha sido celebrado protocolo de utilização;

• Os meios e recursos pertencentes aos APC e aos OEA serão colocados à

disposição dos PCO, que os afetarão de acordo com as necessidades. O

inventário dos meios e recursos encontra-se no anexo 8.

Os pedidos de reforço de meios só são considerados válidos quando apresentados

pela cadeia de comando municipal. Neste contexto, caberá ao SRPCBA a atribuição de

meios de reforço regionais, tendo em conta critérios de proximidade, prontidão e

disponibilidade para fazer face às necessidades operacionais decorrentes do evento.

A mobilização e requisição de recursos e equipamentos deverão ser feitas através

do modelo de requisição constante anexo 3 desde plano.

O SMPC deve estar atento aos eventuais comunicados do SRPCBA, do grau de

prontidão das unidades e meios mobilizáveis para a colaboração de proteção civil

prevista.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

80

3.4. Notificação operacional

No caso da ativação deste Plano, a informação pertinente será disseminada

periodicamente a todas as entidades intervenientes pelos meios considerados mais

apropriados (rede telefónica, SMS Express, Comunicações Móveis Terrestres, correio

eletrónico, entre outros) face à natureza/ gravidade e condicionalismos existentes

aquando da ocorrência.

SMS express

Rede Rádio

Rede Correio Comunicados

Telefónica Eletrónico (site CMPD) Precipitação intensa X X X X X

Ciclones e tempestades X X X X X

Cheias e inundações X X X X X

Galgamentos costeiros X X X X X

Sismos X X X X X

Tsunamis X X X X X

Atividade vulcânica X X X X X

Movimentos de Massa em Vertentes

Verver

X X X X X

Erosão Costeira X X X X X Colapso de cavidades subterrâneas naturais

X X X X X

Acidentes graves de tráfego rodoviário X X X X X

Colapso de túneis, pontes e outras infraestruturas X X X X X

Acidentes em parques industriais X X X X X

Acidentes em indústrias pirotécnicas X X X X X

Acidentes em instalações de combustíveis X X X X X

Acidentes em poços e condutas do sistema geotérmico X X X X X

Incêndios urbanos X X X X X

Incêndios industriais X X X X X

Incêndios florestais (queimadas) X X X X X

Colapso de estruturas X X X X X

Acidentes de poluição X X X X X

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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4. Áreas de intervenção

4.1. Gestão administrativa e financeira

Em situações de iminência e/ou ocorrência de acidente grave relacionado com

movimentos de massa, a resposta à emergência pode requerer a utilização de meios e

recursos cuja disponibilidade existente na CMPD pode não ser suficiente pelo que se

encontra prevista a necessidade de recorrer a meios e recursos pertencentes a

entidades públicas e privadas, de forma a aumentar o nível de prevenção contra

acidentes graves e/ou catástrofes ou em caso de ocorrência, atenuar os seus efeitos.

A área de intervenção de administração de meios e recursos estabelece os

procedimentos e instruções de coordenação quanto às atividades de gestão

administrativa e financeiras inerentes à mobilização, requisição e utilização dos meios

e recursos utilizados aquando da ativação do PEEPCSV.

Estrutura de Coordenação

Entidade Coordenadora Entidades Intervenientes

Câmara Municipal de Ponta Delgada

▪ Serviço Municipal de Proteção Civil ▪ Divisão de Gestão Financeira da CMPD ▪ Direção Regional de Orçamento e Tesouro ▪ Juntas de Freguesia ▪ Agentes de Proteção Civil ▪ Organismos e Entidades de Apoio

Missão

Identificar os procedimentos e instruções a prosseguir, centrados nas atividades de

gestão (administrativa e financeira) para a mobilização, requisição e utilização de

meios e recursos, aquando da ativação do plano.

Prioridade de Ação

▪ Assegurar as atividades de gestão administrativa e financeira, inerentes à

mobilização, requisição e utilização dos meios e recursos necessários à

intervenção;

▪ Garantir a utilização racional e eficiente dos meios e recursos;

▪ Garantir a permanente atualização do inventário de meios e recursos;

▪ Manter atualizada a informação sobre os fornecedores, seus contratos e

disponibilidades;

Page 83: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

82

▪ Elaborar acordos de fornecimento e aluguer de recursos e equipamentos;

▪ Elaborar requisições relativas às aquisições de bens e serviços para apoio às

operações;

▪ Administrar e orientar os tempos de utilização de recursos e equipamentos;

▪ Gerir os processos de seguros;

▪ Identificar modos de contacto com fornecedores, privados ou públicos de bens,

serviços e equipamentos necessários às operações de emergência de proteção

civil;

▪ Definir e implementar os processos de identificação e credenciação do pessoal

ligado às operações de socorro.

Procedimentos e Instruções de Coordenação

Figura 6 – Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação da área de administração de

meios e recursos.

Page 84: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

83

Instruções Específicas

Gestão de Pessoal

▪ A CMPD nomeia e remunera o pessoal pertencente aos seus quadros;

• O pessoal integrado nas operações de proteção civil pertencente aos APC e aos

OEA é remunerado pela respetiva entidade empregadora;

• O pessoal voluntário, cuja colaboração seja aceite a título benévolo, deverá

apresentar-se nos locais de recrutamento de voluntários, designadamente nas

Juntas de Freguesia ou no Quartel da AHBVPD, se outros locais não forem

divulgados;

• Ao pessoal voluntário, devidamente integrado, deverá ser-lhes fornecida

alimentação nos dias que prestam serviço.

Gestão de Meios

▪ Os responsáveis por cada uma das áreas de intervenção devem inventariar os

meios e recursos indispensáveis ao cumprimento das missões e à articulação com

as restantes entidades, executando as tarefas que lhes estão atribuídas neste

plano;

▪ Os meios e recursos a usar durante a fase de emergência e reabilitação serão

prioritariamente os indicados no PMEPD;

▪ Os meios e recursos pertencentes aos APC e aos OEA serão colocados à disposição

do Diretor do Plano que os afetará, de acordo, com as necessidades;

▪ O Diretor do Plano e o COS são autónomos na gestão de meios existentes, assim

como na gestão de meios de reforço que lhe forem atribuídos;

▪ O emprego dos meios e recursos são, em primeiro lugar, os públicos seguidos pelos

detidos por entidades com as quais tenham sido celebrados protocolos, e por

último, os das entidades privadas sem contratos prévios;

▪ Os pedidos de reforço de meios só são considerados válidos quando apresentados

pela respetiva cadeia de comando;

▪ A gestão dos tempos de utilização dos recursos e equipamentos previstos no

PEEPCSV é da responsabilidade do SMPC.

Page 85: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

84

Gestão Financeira

▪ A liquidação das despesas será efetuada pela CMPD/SMPC, segundo as Normas de

Contabilidade Pública;

▪ Os APC e as diversas entidades intervenientes são responsáveis pelas despesas

efetuadas nas operações de proteção civil, as quais poderão ser reembolsadas ou

comparticipadas de acordo com o disposto na legislação em vigor;

▪ As despesas de manutenção e reparação de material são encargos da respetiva

entidade. No caso de existirem despesas extraordinárias, estas serão liquidadas

pelo SMPC através de verbas destinadas para o efeito da Conta Especial de

Emergência ou outra designada, após analisar individualmente cada processo;

▪ No caso de uma determinada área do município ser declarada Situação de

Calamidade, os auxílios serão concedidos de acordo com a legislação em vigor;

▪ Os subsídios e donativos recebidos em dinheiro, com destino às operações de

emergência, são administrados pela CMPD através da Conta Especial de

Emergência ou outra designada;

▪ A alimentação, abrigo provisório e agasalho das populações evacuadas serão da

responsabilidade do SMPC através de verbas disponibilizadas superiormente para o

efeito.

Page 86: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

85

4.2. Reconhecimento e avaliação

4.2.1. Equipas de Avaliação Técnica

Estrutura de Coordenação

Entidade Coordenadora Entidades Intervenientes

Serviço Municipal de Proteção Civil de Ponta Delgada

Coordenador Municipal de Proteção Civil

▪ Empresas de Construção Civil ▪ Juntas de Freguesia ▪ Laboratório Regional de Engenharia Civil ▪ Engenheiro Civil/Arquiteto CMPD ▪ MEO; Vodafone; NOS ▪ SMAS – Serviços Municipalizados de Águas e

Saneamento ▪ EDA ▪ Globaleda, S.A.

Missão

Para tornar mais eficaz e eficiente a resposta e apoio às forças de intervenção

presentes, as Equipas de Avaliação Técnica (EAT) deslocam-se ao local do evento em

causa e recolhem informação específica sobre a operacionalidade de estruturas.

Prioridade de Ação

▪ Percorrer as Zonas de Sinistro (ZS);

▪ Recolher informações específicas sobre a operacionalidade de estruturas;

▪ Elaborar relatórios imediatos de situação da ocorrência.

Instruções Específicas

▪ As EAT reconhecem e avaliam a estabilidade e operacionalidade de estruturas,

comunicações e rede, tendo em vista o desenvolvimento das operações, a

segurança do pessoal e das populações e o restabelecimento das condições

mínimas de vida;

▪ As EAT elaboram relatórios (de acordo com o modelo constante no anexo 4) que,

em regra, deverão ser por escrito podendo, excecionalmente, ser verbais e

passados a escrito no mais curto espaço de tempo possível.

Composição e Equipamentos

▪ Cada EAT é constituída por 2 elementos a designar (mínimo), de acordo com a

missão específica que lhe for atribuída;

▪ Encontra-se definida a nível municipal, uma EAT terrestre em que o chefe da EAT é

o chefe de Divisão de Apoio à Coesão Territorial e Desenvolvimento.

Page 87: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Por forma a garantir o cumprimento da sua missão, as EAT deverão ser dotadas de:

- Meios de transporte com capacidade tática (preferencialmente);

- Equipamento de comunicações rádio e móvel;

- Equipamento de Proteção Individual (EPI);

- Equipamento informático (computador ou Tablet);

- Equipamento fotográfico;

- Equipamento de georreferenciação;

- Equipamento operacional diverso;

- Cartografia.

As EAT são acionadas à ordem do PCO que trata a informação recebida pelas

equipas.

Page 88: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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4.3. Logística

A área de intervenção logística estabelece os meios e os procedimentos, bem como

as responsabilidades dos serviços, APC e OEA, quanto às atividades de administração e

logística, destinadas a apoiar as forças de intervenção e proporcionar as condições

mínimas de alimentação e agasalho às vítimas de acidente grave ou catástrofe.

4.3.1. Apoio logístico às forças de intervenção

Estrutura de Coordenação

Entidade Coordenadora Entidades Intervenientes

Serviço Municipal de Proteção Civil de Ponta Delgada

Coordenador Municipal de Proteção Civil

▪ Câmara Municipal de Ponta Delgada ▪ Juntas de Freguesia ▪ Direção Regional das Obras Públicas e

Comunicações ▪ Direção Regional dos Transportes ▪ ISSA, IPRA ▪ Associação Humanitária de Bombeiros

Voluntários de Ponta Delgada ▪ Serviço Regional de Proteção Civil e

Bombeiros dos Açores ▪ Regimento de Guarnição – Nº 2 ▪ Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada ▪ Cáritas Diocesana Portuguesa ▪ Cruz Vermelha Portuguesa ▪ Corpo Nacional de Escutas ▪ Associação de Escoteiros de Portugal ▪ Associação de Guias de Portugal ▪ Entidades exploradoras das redes de

transportes, abastecimentos de água, distribuição de energia e comunicações

▪ Empresas de obras públicas

Missão

De modo a tornar mais eficaz e eficiente a resposta e apoio às forças de

intervenção presentes deverão criar-se mecanismos, procedimentos e instruções de

coordenação, no apoio à operação, bem como proceder à identificação das

responsabilidades dos intervenientes no Teatro de Operações.

Page 89: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Prioridade de Ação

▪ Apoiar as forças de intervenção com os recursos e equipamentos necessários à

prossecução das missões de socorro, salvamento e assistência;

▪ Assegurar as necessidades logísticas das forças de intervenção, nomeadamente,

quanto à alimentação, combustível, transporte, material sanitário, material de

mortuária e outros artigos essenciais no decurso das missões de socorro,

salvamento e assistência;

▪ Garantir a gestão de armazéns de emergência e a entrega de bens e mercadorias

necessárias;

▪ Prever a confeção e distribuição de alimentação ao pessoal envolvido nas ações de

socorro;

▪ Organizar a instalação e montagem de cozinhas e refeitórios de campanha para

assistência à emergência;

▪ Assegurar a disponibilização de meios e recursos para a desobstrução de vias de

comunicação e itinerários de socorro para as operações de demolição e

escoramento de edifícios e para a drenagem e escoamento de águas;

▪ Promover a manutenção, reparação e abastecimento de viaturas essenciais à

condução das operações de emergência, assim como de outros equipamentos;

▪ Apoiar as entidades respetivas na realização das redes e serviços essenciais:

energia elétrica, gás, água, telefones e saneamento básico.

Procedimentos e Instruções de Coordenação

Figura 7 – Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação do apoio logístico às forças de

intervenção.

Page 90: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Instruções Específicas

Alimentação

▪ A alimentação do pessoal dos APC e OEA intervenientes nas operações de socorro

estará a cargo destas;

▪ Em substituição de refeições confecionadas pode ser distribuída uma ração de

combate, a adquirir ao Exército;

▪ Nas operações de socorro cuja duração ultrapasse as 24 horas, a alimentação de

todo ou parte do pessoal (APC, OEA, CMPC) pode ser coordenada pelo SMPC;

▪ As refeições quentes são distribuídas após o primeiro dia de operações. A sua

confeção e distribuição, sempre que possível, deverão ser realizadas pelo Exército.

Em alternativa, a alimentação pode ser confecionada em cantinas ou outros

espaços.

Combustíveis

O reabastecimento das viaturas dos APC e OEA intervenientes nas operações de

socorro deve realizar-se segundo as normas seguidamente estabelecidas:

▪ Por motivos de celeridade, as viaturas acima referidas poderão ser reabastecidas

nos postos de combustíveis, através de guias de fornecimento;

▪ Em alternativa, o reabastecimento das viaturas poderá realizar-se através de

autotanque de combustível ou de viatura acoplada com depósito de combustível;

▪ O autotanque pode ser solicitado às empresas abastecedoras de combustível;

▪ As viaturas acopladas com depósito podem ser requisitadas a empresas de

construção civil. O abastecimento dos depósitos realiza-se nos postos de

combustíveis, através de guias de fornecimento;

▪ As guias de fornecimento são liquidadas posteriormente pelo SMPC, através da sua

Conta Especial de Emergência ou por verbas designadas para o efeito.

Manutenção e reparação de viaturas e equipamentos

▪ As despesas de manutenção e reparação de viaturas e equipamentos são encargo

dos APC, OEA a quem pertencer o material. No caso de haver despesas

extraordinárias, estas serão liquidadas pelo SMPC através de verbas designadas

para o efeito ou da sua Conta Especial de Emergência.

Page 91: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

90

Transporte

▪ As necessidades de transporte de pessoal e de material das forças de intervenção

devem ser apresentadas ao COS, que as deve procurar suprimir com os meios

existentes no Teatro de Operações;

▪ Quando os meios existentes no TO são insuficientes para a satisfação das

necessidades acima referidas o COS solicita o reforço de meios, os quais são

preferencialmente obtidos, junto das empresas com as quais se tenham

estabelecido protocolos.

Material sanitário

▪ O material sanitário necessário às operações de socorro realizadas

nomeadamente, pelos Bombeiros, Centro de Saúde e Exército é fornecido pelas

respetivas cadeias de reabastecimento e m caso de rotura de abastecimento, o

Diretor do Plano deve diligenciar, junto da DRS, a reposição de stocks.

Evacuação e tratamento hospitalar

▪ Será utilizada a estrutura hospitalar existente na área do município, podendo ser

reforçada por Hospitais de Campanha ou Postos de Socorros, montados por forças

provenientes do exterior.

Material de mortuária

▪ Os sacos para a recolha de cadáveres são obtidos junto do CB Ponta Delgada;

▪ Considera-se a morgue do Hospital Divino Espírito Santo. Na eventualidade do

número de vítimas ser elevado pode ser equacionada a utilização de locais

indicados e autorizados pela citada autoridade de saúde.

Identificação de pessoas e viaturas

▪ A identificação de pessoas e viaturas é requerida para o controlo de acessos;

▪ Consideram-se naturalmente identificados as pessoas uniformizadas ou

envergando coletes/agasalhos com a inscrição “Proteção Civil” ou portadores do

cartão de identificação cedido pelo SMPC;

▪ Consideram-se naturalmente identificadas as viaturas dos APC e as das entidades e

organismos detentores de logotipos identificativos.

Page 92: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

91

4.3.2. Apoio logístico às populações

Estrutura de Coordenação

Entidade Coordenadora Entidades Intervenientes

Serviço Municipal de Proteção Civil de Ponta Delgada

Coordenador Municipal de Proteção Civil

▪ Câmara Municipal de Ponta Delgada ▪ Juntas de Freguesia ▪ Direção Regional das Obras Públicas e

Comunicações ▪ Direção Regional dos Transportes ▪ ISSA, IPRA ▪ Associação Humanitária de Bombeiros

Voluntários de Ponta Delgada ▪ Serviço Regional de Proteção Civil e

Bombeiros dos Açores ▪ Regimento de Guarnição – Nº 2 ▪ Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada ▪ Cáritas Diocesana Portuguesa ▪ Cruz Vermelha Portuguesa ▪ Corpo Nacional de Escutas ▪ Associação de Escoteiros de Portugal ▪ Associação de Guias de Portugal ▪ Entidades exploradoras das redes de

transportes, abastecimentos de água, distribuição de energia, gás e comunicações

▪ Empresas de obras públicas

Missão

De modo a tornar mais eficaz e eficiente a resposta e apoio à população afetada,

deverão criar-se mecanismos, procedimentos e instruções de coordenação no apoio à

operação, bem como proceder à identificação das responsabilidades dos

intervenientes no TO.

Prioridade de Ação

▪ Garantir a prestação de apoio social de emergência;

▪ Garantir a receção, registo, pesquisa, diagnóstico de necessidades e assistência

individual a evacuados e a vítimas assistidas e com necessidade de continuidade de

acompanhamento;

▪ Mobilizar reservas alimentares e garantir a receção e gestão de bens essenciais

(alimentos, agasalhos, roupas), que sejam entregues para apoio a vítimas e

evacuados;

▪ Mobilizar equipas de apoio social para acompanhamento dos grupos mais

vulneráveis e de maior risco;

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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▪ Receber, enquadrar e coordenar os voluntários, individuais ou de serviços públicos

e privados, especializados ou não, destinados a colaborar em situação de

emergência;

▪ Garantir a distribuição de água e de energia a vítimas e evacuados.

Procedimentos e Instruções de Coordenação

Figura 8 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação do apoio logístico à população.

Page 94: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Instruções Específicas

Locais de acolhimento e abrigos temporários

▪ Os locais de acolhimento da população deslocada e os abrigos temporários

ativados pela CMPC constituem os locais onde se procede ao apoio da população

afetada;

▪ A PSP e a Polícia Municipal garantem a segurança da população presente nos locais

de acolhimento e nos abrigos temporários;

▪ Sempre que alguém dê entrada num local de acolhimento/ abrigo temporário é

necessário efetuar o registo. O registo pressupõe a recolha da seguinte

informação: nome, idade, morada anterior e necessidades especiais. O SMPC

assegura a constituição de equipas técnicas para receção, atendimento e

encaminhamento da população nesses locais;

▪ Os locais de acolhimento da população deslocada e os abrigos temporários

deverão apresentar todas as condições mínimas de apoio (balneários, instalações

sanitárias e locais amplos para a distribuição de colchões), bons acessos e

parqueamento;

▪ Sempre que necessário poderá proceder-se à montagem de tendas de campanha,

recorrendo-se para tal ao SMPC, à Cruz Vermelha Portuguesa e ao Exército;

▪ Garantir o fornecimento de eletricidade aos locais de acolhimento da população

deslocada e aos abrigos temporários, devendo ser dotados de um gerador de

emergência para o caso de falha da energia elétrica.

Alimentação, água potável e agasalhos

▪ A satisfação das necessidades de alimentação, água potável e distribuição de

agasalhos à população deslocada ficará a cargo dos APC e OEA;

▪ A distribuição de água potável pela população do município que não tem acesso à

água da rede pública deverá ser efetuada, recorrendo a camiões cisterna dos

bombeiros e aos depósitos de água existentes no município;

▪ Deverão ser consideradas como principais infraestruturas de apoio, as cantinas e

instalações públicas e em caso de necessidade deverá recorrer-se a restaurantes.

Page 95: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Transporte

▪ O transporte da população para os locais de acolhimento da população deslocada

e/ou abrigos temporários será da responsabilidade do SMPC, o qual deverá

recorrer aos meios próprios, aos dos APC e OEA;

▪ Caso seja necessário, o SMPC deverá recorrer ao aluguer de viaturas privadas para

garantir o transporte da população afetada, para os locais de acolhimento da

população deslocada e/ou abrigos temporários.

Material sanitário

▪ A distribuição de material sanitário pela população deslocada ficará a cargo da

CMPD, a qual poderá recorrer aos OEA para esta tarefa;

▪ A CMPD deverá recorrer, numa primeira fase, aos seus meios disponíveis e aos

seus fornecedores para este tipo de bem;

▪ Em caso de necessidade, a CMPD deverá recorrer a superfícies comerciais para se

abastecer neste tipo de bem, ficando a mesma responsável por suportar os custos

associados;

▪ Em caso de necessidade de instalações sanitárias adicionais, a CMPC deverá

recorrer a sanitários portáteis.

Page 96: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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4.4. Comunicações

É fundamental, na fase de emergência, ter uma ideia concreta da situação real

vivida no terreno, de forma a se poder enviar rapidamente os meios e recursos

necessários para o restabelecimento das normais condições de vida da população.

Deste modo, torna-se necessário proceder à inspeção dos locais afetados e transmitir

rapidamente informações para a CMPC de forma precisa, coerente e concisa,

recorrendo para tal ao sistema de comunicações existente no município.

Em situação de emergência e consequente ativação do PEEPCSV é imprescindível

que a CMPC, o SMPC e os APC disponham de um sistema de comunicações operacional

e eficaz que lhe permitam coordenar esforços.

No âmbito do Sistema de Proteção Civil, a interligação entre os respetivos agentes,

entidades e organismos aos vários níveis terá como suporte, um sistema de

comunicações:

- rede pública, sobretudo redes telefónicas fixas e móveis;

- redes privadas de comunicações móveis terrestres;

- SMS express;

- comunicações via telefones satélite;

- rede de estafetas.

Para efeitos do presente Plano designa-se por sistema de comunicações

operacionais de proteção civil, o conjunto de meios, procedimentos, frequências,

indicativos de chamada e endereços dos intervenientes previstos no PEEPCSV.

Page 97: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

96

Estrutura de Coordenação

Entidade Coordenadora Entidades Intervenientes

Coordenador Municipal de Proteção Civil

Coordenadora de Formação e Comunicações do SMPC

▪ Serviço Municipal de Proteção Civil de Ponta Delgada

▪ Corpo de Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada

▪ Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores

▪ Polícia de Segurança Pública ▪ Polícia Municipal de Ponta Delgada ▪ Direção Regional de Obras Públicas e

Comunicações ▪ Comando da Zona Marítima dos Açores ▪ Capitania do Porto de Ponta Delgada ▪ Portos dos Açores, S.A. ▪ Regimento de Guarnição - Nº 2 ▪ ANA, SA – Aeroportos dos Açores ▪ Guarda Nacional Republicana – GNR ▪ Serviços Municipalizados de Águas e

Saneamento – SMAS ▪ ANACOM – Autoridade Nacional das

Comunicações ▪ Globaleda, S.A. ▪ Associação de Radioamadores dos Açores ▪ Operadores de redes de comunicação

Missão

O sistema de comunicações de proteção civil deverá permitir estabelecer ligações

entre todos os intervenientes com ação direta no plano, assegurando uma interligação

operacional eficaz, independentemente de cada um deles poder utilizar as redes e

meios próprios de comunicação.

Prioridade de Ação

▪ Assegurar a existência de redes de comunicação para apoio às operações de

emergências;

▪ Auxiliar nas ações de operacionalização dos meios de comunicação;

▪ Mobilizar e coordenar as ações das associações de radioamadores;

▪ Manter um registo atualizado do estado das comunicações e dos constrangimentos

existentes (Anexo 7).

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Procedimentos e Instruções de Coordenação

Figura 9 – Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação de comunicações.

Instruções Específicas

▪ O sistema de comunicações tem por base os meios dos diferentes ULPC´s, APC e

OEA, cabendo, a cada um daqueles assegurar as comunicações entre os elementos

que os constituem;

▪ Na confirmação de acidente grave ou catástrofe deverão ser testados os diferentes

meios de comunicação com todas as entidades com assento na CMPC e

eventualmente, se necessário, com os organismos de apoio de modo a colocá-los

por um lado, em imediato estado de prontidão e para avaliar constrangimentos e,

por outro lado, para que estes sejam mobilizados;

▪ Aos diversos organismos e entidades de apoio ao SMPC – enquanto agentes de

proteção civil e através dos seus meios – cabe a responsabilidade permanente de

assegurar e manter operacional o sistema de comunicações;

Page 99: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

98

▪ Às entidades com assento na CMPC - e sempre que se verificarem condições

meteorológicas que o indiquem, será enviada mensagem através do serviço SMS

express, podendo os mesmos traduzir-se em “Aviso Amarelo”, “Aviso Laranja”,

“Aviso Vermelho”, “Aviso Sismológico” e “Convocação CMPC”. O destinatário

deverá acusar a sua receção, respondendo via SMS para o número remetente da

mensagem, inserindo como texto a menção de “recebido + entidade”, no que se

refere aos “Alertas” e “confirmada presença + entidade”, se relativamente à

“Convocação CMPC”;

▪ Os elementos da CMPC presentes na Sala do Centro Municipal de Operações de

Emergência, através de meios próprios, efetuarão contacto com os

serviços/entidades que representam assegurando a veiculação de informação

referente à necessidade de meios/recursos para os TO;

▪ Sempre que necessário será estabelecido contacto com o SRPCBA, entidade que

apoiará o sistema de comunicações do SMPC;

▪ É da responsabilidade do COMPC a ativação e a coordenação geral das

comunicações de emergência, assegurando a permanente comunicação entre a

CMPC e o COS;

▪ O COMPC será o elemento de ligação entre a CMPC e o COS;

▪ Compete ao COS estabelecer o plano de comunicações para o TO. O Posto de

Comando Operacional mantém-se em contacto permanente com o CMOE;

▪ No PCO, as ligações entre as diferentes entidades poderão ser garantidas através

de oficiais de ligação (metodologia que permitirá mitigar as dificuldades de

comunicação entre os sistemas privados de radiocomunicações das várias

entidades);

▪ As entidades com meios próprios deverão disponibilizar meios de comunicação

portáteis às entidades previstas no PEEPCSV que mostrem ter dificuldades ao nível

das comunicações;

▪ O fluxo de informação necessária à ação articulada das várias entidades

intervenientes nas ações de socorro (fora dos TO) será assegurado pelos

representantes presentes na CMPC;

▪ No caso de se verificar a necessidade de se evacuarem locais/zonas e proceder ao

realojamento da população afetada em locais de acolhimento e/ou abrigos

Page 100: Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico e Vulcânico

PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

99

temporários, as comunicações poderão ser efetuadas através do serviço telefónico

(fixo e/ou móvel) ou, caso se considere mais útil ou aquelas estruturas se

encontrem danificadas, recorrendo à rede das ULPC’s e das forças de segurança

destacadas para esses locais (equipamento rádio móvel) e ainda a serviço de

estafetas - munido ou não de equipamentos móveis de comunicações –

disponibilizados pelos diferentes organismos/entidades de apoio que colaboram

com o SMPC;

▪ Os operadores das redes comerciais, fixa e móvel deverão disponibilizar um

relatório de situação onde conste eventuais áreas de cobertura afetada, nível de

saturação e tempos de reposição. O restabelecimento/reforço das comunicações

telefónicas fixas/móveis por parte dos respetivos operadores deverá ser

assegurado, no mais curto período de tempo (dentro das respetivas

capacidades/limitações), devendo ser priorizado o acesso a frequências/endereços

referentes a organizações e serviços considerados como sendo prioritários para

apoio às populações atingidas e ainda colaborar na redução/eliminação do tráfego

existente na(s) zona(s) de sinistro;

▪ Os operadores das redes comerciais fixa e móvel, caso necessitem de

equipamentos de apoio para o rápido restabelecimento das infraestruturas

afetadas, consideradas críticas para as operações de socorro, deverão indicá-lo à

CMPC de modo a que esta possa desencadear os procedimentos necessários para a

mobilização dos mesmos;

▪ Em situação de acidente grave ou catástrofe e, caso se constate, a destruição de

infraestruturas de apoio às comunicações das redes fixas ou móveis,

comprometendo a cadeia de comando e a troca de informações entre os

elementos constituintes da CMPC, dever-se-á recorrer a meios privados para a

disponibilização de maquinaria pesada para recuperação de danos, a rádios locais

e/ou estabelecimentos comerciais especializados em equipamentos de

comunicação ou a radioamadores para reforço da rede existente ou substituição

de inoperacionais;

▪ O pedido de auxílio a radioamadores licenciados (Associação de Radioamadores

dos Açores) poderá ser feito via telefónica ou presencial ou ainda através de

comunicados emitidos pelos principais órgãos de comunicação, do qual se

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

100

destacam as rádios locais;

▪ Verificando-se o colapso parcial ou total das estruturas de comunicações, o SMPC

recorrerá ao seu equipamento de telefone por satélite.

Do Anexo 7 constam, o Plano de Comunicações do SMPC, os canais de

comunicação, as expressões de comunicações rádio, o alfabeto fonético e modo de

transmissão de siglas, horas e números.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

101

4.5. Informação pública

A população deve estar informada de um conjunto de elementos pertinentes,

capazes de minimizar e mitigar as consequências dos impactos resultantes das

ocorrências diversas. Após o acionamento do PEEPCSV, o SMPC em articulação com a

CMPC, desencadeará todos os mecanismos de informação pública no sentido de serem

difundidas informações relativas ao evoluir da situação e às instruções referentes às

medidas a adotar pelas populações.

Assim, o Responsável de Comunicação Social da CMPD estabelece permanente

ligação com os OCS, de acordo com o estabelecido pelo SMPC e pelo Diretor do Plano

ou pela CMPC, providenciando todas as informações fundamentais que importa

transmitir à população, de modo a que as mesmas sejam emitidas em tempo útil

nomeadamente avisos, comunicados, notas de imprensa e outras formas de difusão de

informação.

Nos contactos a efetuar com os OCS, a informação a difundir passa

designadamente por:

• Ponto de situação;

• Ações em curso para o socorro e assistência às populações;

• Áreas de acesso restrito;

• Medidas de autoproteção;

• Locais de reunião, acolhimento provisórios ou assistência;

• Número de telefone e locais de contacto para informações;

• Número de telefone e locais de contacto para recebimento de donativos e

serviço voluntário;

• Instruções para o regresso de populações evacuadas.

O aviso e a informação pública podem ser desencadeados através da utilização dos

seguintes meios, em separado ou em simultâneo:

• Emissão da PDL TV (canal de comunicação institucional do Município)

https://www.youtube.com/channel/UCQj2sylB-ydpISZbvp9PoRQ, sítio da

internet http://www.cm-pontadelgada.pt/ e página do Facebook do Município

https://www.facebook.com/cmpontadelgada/ onde serão divulgados os

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

102

comunicados e instruções adequadas à situação;

• Pessoalmente, através dos membros das unidades de proteção civil ou outros

voluntários identificados.

Estrutura de Coordenação

Entidade Coordenadora Entidades Intervenientes

Diretor do Plano

Coordenador Municipal de Proteção Civil

▪ Serviço Municipal de Proteção Civil de Ponta Delgada

▪ Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada

▪ Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores

▪ Polícia de Segurança Pública ▪ Polícia Municipal de Ponta Delgada ▪ Direção Regional de Obras Públicas e

Comunicações ▪ Comando da Zona Marítima dos Açores ▪ Capitania do Porto de Ponta Delgada ▪ Portos dos Açores ▪ Regimento de Guarnição - Nº 2 ▪ ANA, SA – Aeroportos dos Açores ▪ Guarda Nacional Republicana – GNR ▪ Serviços Municipalizados de Águas e

Saneamento – SMAS ▪ ANACOM – Autoridade Nacional das

Comunicações ▪ Associação de Radioamadores dos Açores ▪ Operadores de redes de comunicação ▪ Corpo Nacional de Escutas ▪ Associação de Escoteiros de Portugal ▪ Associação de Guias de Portugal

Missão

Garantir uma correta Informação pública no sentido de serem difundidos

esclarecimentos relativos ao evoluir da situação e às instruções referentes a medidas a

adotar pelas populações.

Prioridade de Ação

▪ Assegurar que a população é avisada e mantida informada, de modo a que possa

adotar as instruções das autoridades e as medidas de autoproteção mais

convenientes;

▪ Assegurar a divulgação à população da informação disponível, incluindo números

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

103

de telefone de contato, indicação de pontos de reunião ou centros de

desalojados/assistência, listas de desaparecidos, mortos e feridos, locais de acesso

interdito ou restrito e outras instruções consideradas necessárias;

▪ Recolher informação;

▪ Elaborar comunicados à imprensa;

▪ Divulgar informação à população sobre locais de receção de donativos, locais de

recolha de sangue, locais para a inscrição para serviço voluntário e instruções para

regresso de populações evacuadas;

▪ Garantir a relação com os órgãos de comunicação social e preparar, com

periodicidade determinada comunicados a distribuir;

▪ Organizar e preparar briefings periódicos e conferências de imprensa, por

determinação do Diretor do Plano;

▪ Organizar visitas dos órgãos de comunicação social ao(s) teatro(s) de operações

garantindo a sua receção e acompanhamento;

▪ Promover a articulação com os órgãos de comunicação social, determinando a

divulgação de comunicados ou outra informação necessária.

Procedimentos e Instruções de Coordenação

Figura 10 – Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação da gestão da informação.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Instruções Específicas

▪ Os meios a utilizar, para a divulgação de informação serão os órgãos de

comunicação social (rádios, televisão e imprensa escrita), a PDL TV, sítio da

internet, página do Facebook e linhas telefónicas da Câmara Municipal designadas

para o efeito e por via pessoal (APC, SMPC, Juntas de Freguesia e OEA);

▪ As forças de segurança que atuam no município informam a população presente

nas áreas sob sua jurisdição, sobre os locais para onde se deverão deslocar, as

áreas interditas e os procedimentos a adotar para facilitar as ações de socorro e

salvamento em curso;

▪ A periodicidade das conferências de imprensa será definida pelo Diretor do Plano,

não devendo ser superior a 24 horas;

▪ As conferências de imprensa deverão ser realizadas no local da reunião da CMPC

de modo a que o Diretor do PEEPCSV não tenha que se deslocar propositadamente

para o efeito;

▪ A periodicidade dos comunicados será definida pelo Diretor do Plano, devendo ser

igual ou superior a uma hora e inferior a quatro (mesmo que não se tenham

verificado alterações relativamente ao evoluir da situação);

▪ Para além de comunicados a distribuir pela comunicação social o SMPC, através do

Responsável de Comunicação Social, deverá disponibilizar uma linha telefónica

para prestar esclarecimentos à população e colocar informação na sua página da

Internet e Facebook (informação útil à população e aos OCS). Este serviço terá

como finalidade informar se a pessoa procurada consta dos registos de população

alojada em locais de acolhimento e/ou abrigos temporários e indicar as medidas de

autoproteção e de colaboração com os APC a adotar;

▪ A CMPC encontra-se em permanente ligação com as instituições de saúde do

município, de modo a obter e centralizar toda a informação relativa à identificação

e localização de feridos, promovendo os contactos entre familiares;

▪ A CMPC encontra-se em permanente ligação com o(s) elemento(s) responsável

(eis) pelo(s) locais de acolhimento e/ou abrigos temporários, de modo a compilar

informação relativa à identificação das pessoas que foram deslocadas para aquelas

instalações;

▪ As entidades de apoio (IPMA, LREC, ANAC, SRPCBA) disponibilizam informação de

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

105

carácter técnico considerada útil pelo Diretor do Plano, na preparação da

informação a divulgar à população.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

106

4.6. Confinamento e/ou evacuação

A ocorrência ou iminência de acidentes graves ou catástrofes poderá levar à

necessidade de se proceder à evacuação de determinadas zonas. Com base na

avaliação realizada pelo Comandante de Operações de Socorro (COS) compete ao

Diretor do Plano determinar a evacuação.

O desenvolvimento dos procedimentos de evacuação é da responsabilidade da

PSP/GNR, de acordo com a área territorial da emergência, as quais devem ter em

consideração os seguintes requisitos:

▪ O tempo previsto para a realização da evacuação;

▪ O método de aviso à população;

▪ Os itinerários de evacuação (principais e secundários);

▪ O número aproximado de deslocados;

▪ A necessidade de transporte dos deslocados;

▪ As instalações disponíveis para acolher a população deslocada.

A nível operacional existem dois níveis de evacuação:

Evacuação primária – corresponde à retirada imediata da população da zona de risco

para um local de segurança nas imediações;

Evacuação secundária – compreende a movimentação da população afetada do local

de segurança para os locais de acolhimento e/ou abrigos temporários, onde será

realizada uma primeira triagem com vista a garantir as necessidades básicas das

populações afetadas.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

107

Estrutura de Coordenação

Entidade Coordenadora Entidades Intervenientes

PSP; GNR; Polícia Marítima; Corpo da Guarda Prisional, de

acordo com a área de incidência territorial da emergência

▪ Serviço Municipal de Proteção Civil de Ponta Delgada

▪ Polícia de Segurança Pública ▪ Polícia Municipal de Ponta Delgada ▪ Polícia Marítima ▪ Regimento de Guarnição - Nº 2 ▪ Guarda Nacional Republicana – GNR ▪ Corpo da Guarda Prisional ▪ Serviços de Saúde ▪ CNE/AEP/AGP

Missão

A ocorrência de acidentes graves e catástrofes e a evolução de algumas

calamidades, bem como em algumas circunstâncias, a sua previsão e ainda as

situações de alteração social súbita poderão conduzir à necessidade de se proceder a

operações de confinamento/evacuação de populações, sendo necessário estabelecer

os meios e procedimentos a adotar por todos os intervenientes na movimentação e

evacuação das mesmas.

Prioridade de Ação

▪ Identificar as populações a evacuar;

▪ Orientar e coordenar as operações de movimentação e/ou confinamento das

populações e garantir o encaminhamento da população evacuada até aos locais de

acolhimento e/ou abrigos temporários;

▪ Difundir junto das populações recomendações e procedimentos de confinamento

e/ou evacuação, diretamente ou através do Gabinete de Informação Pública –

Responsável de Comunicação Social da CMPD;

▪ Definir zonas de concentração e itinerários de evacuação, em articulação com o

COS presente em cada TO e em conformidade com o Plano;

▪ Criar pontos de controlo e barreiras de encaminhamento de tráfego, de modo a

manter desimpedidos os itinerários de evacuação;

▪ Controlar o acesso às áreas afetadas;

▪ Reencaminhar o tráfego, de modo a não interferir com a movimentação da

população a evacuar, nem com a mobilidade das forças de intervenção;

▪ Estabelecer e manter abertos os corredores de emergência.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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Procedimentos e Instruções de Coordenação

Figura 11 – Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação no confinamento/evacuação.

Instruções Específicas

▪ A evacuação e/ou o confinamento de uma área territorial em risco, coincidente ou

não com zona de sinistro, deverá ser proposta pelo COS;

▪ A orientação e a coordenação da evacuação e/ou confinamento das populações é

da responsabilidade da entidade coordenadora, de acordo com a área de

incidência territorial da emergência;

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

109

▪ Nas operações de evacuação e/ou confinamento deverá ter-se em atenção:

- Localização e número de pessoas em risco de evacuação/confinamento;

- Tempo disponível para evacuar ou abrigar no local;

- Capacidade de controlar a evacuação ou o abrigo no local;

- Tipo de construção e de disponibilidade dos edifícios para acolhimento ou

abrigo;

- Condições meteorológicas (efeitos na propagação das nuvens de vapor,

previsão de alterações, efeito na evacuação ou na proteção no local).

- Locais de baixo potencial definido na cartografia (anexo 6).

Existem determinadas medidas que deverão ser tidas em atenção para a tomada

de decisão de evacuação e/ou confinamento, caso se trate de matérias perigosas: grau

de perigo para a saúde, propriedades químicas e físicas, quantidade envolvida,

contenção/controlo do derrame e velocidade de propagação dos vapores.

Evacuação

▪ A população a evacuar deverá dirigir-se para os locais de acolhimento e/ou abrigos

temporários onde é prestada a primeira ajuda e cuja localização será determinada

e divulgada pelo PCO, sendo geridos pelo SMPC, com o apoio de APC e OEA;

▪ Compete à PSP/GNR, de acordo com a área de incidência territorial da emergência

definir os itinerários de evacuação a utilizar, a partir dos locais de acolhimento

e/ou abrigos temporários, atentas à natureza e extensão dos danos nas vias de

comunicação, mediante avaliação/informação da entidade gestora da rede viária;

▪ Após a definição das zonas a evacuar, o tráfego rodoviário externo deverá ser

reencaminhado pela entidade coordenadora, que poderá criar barreiras de

encaminhamento de tráfego;

▪ A movimentação coletiva a partir dos locais de acolhimento e/ou abrigos

temporários será garantida com meios de transporte disponibilizados por

empresas públicas ou privadas de transportes ou por outros meios adequados;

▪ No caso de evacuação por via marítima, a Autoridade Marítima, o Corpo de

Bombeiros de Ponta Delgada, as Forças Armadas e outras entidades detentoras

dos meios necessários e adequados, disponibilizam embarcações para as

evacuações;

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

110

▪ A população deslocada será encaminhada para os locais de acolhimento e/ou

abrigos temporários e o seu transporte para os locais de acolhimento e/ou abrigos

temporários será, em regra, acompanhado por elementos da entidade

coordenadora. Se necessário, esta poderá solicitar ao PCO, a presença de

acompanhamento médico;

▪ Identificar os deslocados, através do preenchimento de uma ficha com a listagem

de apoios que cada pessoa recebeu (alimentos, agasalhos, alojamento, apoio

psicológico e médico). Esta ação será realizada pelo técnico da entidade que ficar

responsável pelo apoio logístico à população deslocada em cada local de

acolhimento e/ou abrigos temporários;

▪ Garantir a ligação permanente entre os locais de acolhimento e/ou abrigos

temporários e a CMPC, de forma a facilitar a localização de pessoas e os contactos

familiares (o SMPC deverá avaliar a disponibilidade de equipamentos de

comunicação que poderão ser dispensados para o efeito);

▪ Compete ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o controlo sobre a movimentação

ilícita de estrangeiros nos grupos evacuados;

▪ O suporte logístico à evacuação em termos de água, alimentação e agasalhos, será

assegurado pela estrutura de apoio logístico;

▪ O apoio psicológico aos grupos mais vulneráveis (crianças, idosos, pessoas

acamadas, pessoas com mobilidade reduzida e pessoas com deficiência) será

efetuado de acordo com os procedimentos definidos;

▪ A condição de segurança para o regresso da população a uma determinada área

territorial, deverá ser proposta pelo COS;

▪ O regresso das populações às áreas anteriormente evacuadas deve ser controlado

pela PSP/GNR, de acordo com a área de incidência territorial da emergência, tendo

em vista a manutenção das condições de tráfego e só quando estiverem garantidas

as condições de segurança.

Confinamento

▪ Compete à PSP/GNR, de acordo com a área de incidência territorial da emergência

isolar a área de perigo, mantendo afastadas todas as pessoas que não estão

diretamente envolvidas nas operações. As equipas de emergência não protegidas

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

111

com EPI's não estão autorizadas a entrar na Zona de Intervenção;

▪ A entidade coordenadora juntamente com os OCS, informa a população para

fechar portas e janelas, desligar todos os sistemas de ventilação, aquecimento e

refrigeração;

▪ Caso exista perigo de incêndio e/ou de explosão, a pela entidade coordenadora em

conjunto com os OCS informam a população para se manterem longe de portas e

janelas devido ao perigo de projeção de fragmentos de vidro, madeira e de metal;

▪ Caso exista alteração das condições da ocorrência, compete à pela PSP/GNR, de

acordo com a área de incidência territorial da emergência, comunicar à população

a necessidade de evacuação ou avisar o término da situação de perigo.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

112

4.7. Manutenção da ordem pública

Compete à PSP/Polícia Marítima, de acordo com a área de incidência territorial da

emergência assegurar a ordem pública, delimitar perímetros de segurança, controlar o

acesso às zonas sinistradas e locais de apoio às operações bem como, garantir a

segurança de infraestruturas sensíveis ou indispensáveis. De forma a evitar a

duplicação de meios e recursos a dedicar, as missões a desenvolver deverão ter em

atenção as diferentes áreas de intervenção das respetivas entidades e deverão ser

coordenados pelo COS.

Deverão estar devidamente credenciados os indivíduos com permissão de acesso

às zonas condicionadas, nomeadamente, TO, infraestruturas, itinerários de

emergência e outros considerados sensíveis ou indispensáveis às operações de

proteção civil.

Estrutura de Coordenação

Entidade Coordenadora Entidades Intervenientes

Polícia de Segurança Pública/Polícia Marítima

▪ Polícia de Segurança Pública ▪ Polícia Municipal de Ponta Delgada ▪ Polícia Marítima ▪ Empresas de segurança privadas

Missão

Apoiar as intervenções de busca e salvamento, bem como garantir a manutenção

da ordem pública e o restabelecimento das condições de normalidade.

Prioridade de Ação

▪ Garantir a manutenção ou restauração da ordem pública em situações de

distúrbios, pânico e tensões internas;

▪ Controlar o acesso de pessoas e veículos ao TO, bem como o acesso a zonas

sinistradas;

▪ Controlar o acesso nos itinerários de socorro e a segurança dos corredores de

circulação das viaturas de socorro;

▪ Proteger os bens pessoais, impedindo roubos e pilhagens, criando perímetros de

segurança;

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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▪ Garantir a segurança de infraestruturas consideradas sensíveis ou indispensáveis às

operações de proteção civil;

▪ Controlar e orientar o tráfego;

▪ Manter desimpedidos os caminhos de evacuação.

Procedimentos e Instruções de Coordenação

Figura 12 – Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação da manutenção da ordem

pública

Instruções Específicas

▪ A manutenção da ordem pública é competência primária das forças de segurança;

▪ As forças de segurança deverão proteger as áreas e propriedades abandonadas

e/ou que sofreram colapso, as quais podem estar sujeitas a assalto ou outras

atividades criminosas;

▪ As forças de segurança, de acordo com as respetivas áreas de jurisdição, para além

de garantirem a segurança no TO, na deslocação das populações afetadas para os

locais de acolhimento e/ou abrigos temporários e noutras instalações consideradas

sensíveis deverão ter previstas ações de patrulhamento do município, de modo, a

garantir a segurança da população;

▪ A distribuição dos meios disponíveis nas forças de segurança do município pelas

diferentes áreas de intervenção deverá ser comunicada à CMPC, de modo a que

esta possa definir eventuais estratégias de supressão de carências (recursos a

equipas de segurança privada);

▪ As zonas contendo instalações comerciais ou industriais consideradas críticas,

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

114

deverão ser alvo de patrulhamento, sempre que os meios do dispositivo

operacional assim o permitam, recorrendo se necessário a empresas privadas da

especialidade;

▪ As forças de segurança deverão apoiar as ações de outros APC quando solicitado e

sempre que tenham disponibilidade para tal;

▪ As forças de segurança controlam os acessos aos itinerários de socorro;

▪ As forças de segurança deverão proceder à desobstrução das vias de socorro que

se encontrem condicionadas por viaturas mal parqueadas;

▪ As forças de segurança colaboram no aviso às populações, coordenando-se com a

CMPC;

▪ O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras auxilia os APC sempre que estes o solicitem

nas ações que envolvam população estrangeira;

▪ Os TO serão vedados recorrendo, sempre que possível e onde se considere

pertinente, a barreiras físicas com controlo de acessos por parte das forças de

segurança territorialmente competentes. Recorrer-se-á igualmente a

patrulhamento dos TO e condicionamento do trânsito local;

▪ As forças de segurança acompanham e controlam o acesso ao TO por parte de OCS.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

115

4.8. Serviços médicos e transporte de vítimas

Nos serviços médicos e de transporte de vítimas identificam-se os procedimentos e

instruções de coordenação, bem como os meios e as responsabilidades dos serviços,

dos APC e dos OEA, quanto às atividades de saúde e evacuação perante um elevado

número de vítimas.

Face a uma emergência médica com elevado número de vítimas, as primeiras

equipas a prestar socorro poderão ser encarregadas também das tarefas de evacuação

primária para os postos de triagem que forem estabelecidos.

Neste contexto, cabe ao COS identificar e informar a CMPC relativamente às

necessidades previstas de meios para a triagem, assistência pré-hospitalar e evacuação

secundária das vítimas.

A organização e coordenação de todas as operações de serviço médico e de

transporte de vítimas estão a cargo do núcleo de logística.

Estrutura de Coordenação

Entidade Coordenadora Entidades Intervenientes

Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores

Direção Regional da Saúde

▪ SRPCBA (SIV Ponta Delgada) ▪ Corpo de Bombeiros de Ponta Delgada ▪ Hospital Divino Espírito Santo ▪ Centro de Saúde de Ponta Delgada ▪ Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel

Missão

A missão das principais entidades intervenientes passa por prestar serviços de

saúde, cuidados médicos urgentes e assegurar o transporte das vítimas.

Prioridade de Ação

▪ Minimizar as perdas humanas, limitando as sequelas físicas e diminuindo o

sofrimento humano, incluindo a evacuação de feridos ou doentes graves;

▪ Garantir a prestação de cuidados médicos de emergência nas áreas atingidas,

nomeadamente a triagem, estabilização e transporte das vítimas para as unidades

de saúde;

▪ Garantir a realização da triagem primária e coordenar a montagem de postos de

triagem e de socorro;

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

116

▪ Assegurar a prestação de cuidados médicos de emergência nas área atingidas, em

concreto, a triagem secundária e a estabilização hemodinâmica das vítimas,

▪ Assegurar a montagem, organização e funcionamento de Posto Médico Avançado

(PMA) caso seja necessário e onde se processarão as ações de triagem secundária;

▪ Coordenar as ações de saúde pública e assistência nas áreas atingidas;

▪ Garantir o transporte das vítimas do TO para as unidades de saúde;

▪ Determinar as unidades de evacuação.

Instruções Específicas

▪ No TO, e caso existam meios disponíveis são posicionadas ambulâncias da AHBVPD

e de outras Corporações, caso necessário, para apoio imediato às ações de socorro;

▪ A triagem primária e os primeiros socorros às vítimas realizam-se no local afetado

pelo acidente grave ou catástrofe e são competência da AHBVPD e em insuficiência

de meios, com a colaboração de outras Corporações;

▪ Na proximidade da Zona de Sinistro deverá ser indicada uma zona segura para se

proceder à triagem de vítimas, as quais deverão ser posteriormente encaminhadas

para PMA's (na proximidade do TO) ou diretamente para o Centro de

Saúde/Hospital;

▪ Caso a AHBVPD verifique a necessidade de se ativar um PMA deverá ter-se em

consideração os meios disponíveis no município, articulando-se para tal com as

Unidades de Saúde de Ilha de São Miguel;

▪ As forças de segurança controlam o acesso e garantem a segurança dos PMA’s;

▪ A definição da localização dos PMA’s é feita pelo COS com o apoio das restantes

entidades de saúde do município, a qual deverá encontrar-se tão perto quanto

possível das zonas mais afetadas, respeitando as necessárias distâncias de

segurança;

▪ A triagem primária multivítimas deverá basear-se na metodologia START, sempre

que a zona afetada apresente um número muito elevado de vítimas (superior a

25);

▪ Garantir o registo das vítimas desde o TO passando pelas eventuais zonas de

triagem e/ou posto médico avançado, até ao Hospital;

▪ As instituições de saúde deverão inventariar, convocar, reunir e distribuir o

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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pessoal dos serviços de saúde nas suas diversas categorias, de forma a reforçar

e/ou garantir o funcionamento de serviços temporários e/ou permanentes;

▪ O transporte da população que apresente ferimentos ligeiros ou que se encontre

ilesa é coordenado pela CMPC (transporte para as respetivas residências ou para

locais de acolhimento e/ou abrigos temporários);

▪ As necessidades básicas (água, alimentação, cuidados sanitários, entre outros) de

pessoas que se encontrem ao cuidado das estruturas de saúde são da

responsabilidade das respetivas entidades, as quais poderão pedir apoio nesta

matéria ao Diretor do Plano.

Procedimentos e Instruções de Coordenação

Figura 13 – Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação de serviços médicos e

transporte de vítimas.

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

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4.9. Socorro e salvamento

Face a um acidente grave ou catástrofe, as intervenções iniciais ficam a cargo das

forças de segurança, de acordo com a área de incidência territorial da emergência mais

próximas do local da ocorrência ou que se apresentem mais adequadas. O chefe da

primeira equipa de intervenção assume a função de COS, devendo de imediato avaliar

a situação e identificar o tipo de ocorrência, o local e a extensão, o número potencial

de vítimas e os meios e reforços necessários. As informações recolhidas devem ser

comunicadas à CMPC.

Estrutura de Coordenação

Entidade Coordenadora Entidades Intervenientes

Corpo de Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada

▪ Corpo de Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada

▪ Cruz Vermelha Portuguesa ▪ FA - Regimento de Guarnição n.º 2 – Arrifes ▪ Polícia de Segurança Pública ▪ Polícia Municipal de Ponta Delgada ▪ Guarda Nacional Republicana ▪ Capitania do Porto de P.D. / Policia Marítima ▪ PA – Portos dos Açores, S.A.

Missão

Em caso de acidente grave e/ou catástrofe, as intervenções de socorro e

salvamento imediatos dos sinistrados assumem um caráter prioritário. Após o aviso de

ocorrência, os meios de socorro e salvamento procedem à intervenção inicial, dando a

resposta necessária à situação encontrada, podendo face à magnitude e dimensão da

ocorrência, ser necessária a mobilização de outros meios.

Prioridade de Ação

▪ Definir as áreas afetadas onde deverão ser desencadeadas ações de busca e

salvamento, tendo em conta as informações disponíveis quanto ao potencial

número de vítimas e de sobreviventes;

▪ Assegurar a minimização de perdas de vidas através da ação concertada entre as

entidades intervenientes nas ações de busca, socorro e salvamento;

▪ Assegurar a coordenação das operações de desencarceramento de vítimas;

▪ Assegurar as operações de socorro e assistência a feridos e à população deslocada;

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

119

▪ Proceder à evacuação de vítimas;

▪ Proceder à extinção e/ou controle de incêndios decorrentes do acidente grave ou

catástrofe, dando prioridade aos que se poderão traduzir numa ameaça direta às

populações;

▪ Supervisionar e enquadrar operacionalmente equipas de salvamento de entidades

de apoio;

▪ Colaborar na determinação de danos e perdas;

▪ Proceder à estabilização de edifícios, a demolições de emergência, à contenção de

fugas e derrames e ao combate a incêndios.

Procedimentos e Instruções de Coordenação

Figura 14 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação de socorro e salvamento

Instruções Específicas

▪ Após o alerta, uma primeira equipa de intervenção do Corpo de Bombeiros de

Ponta Delgada desloca-se para a Zona de Sinistro e avalia a situação (tipo de

ocorrência, extensão territorial, número potencial de vítimas e necessidade de

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PLANO ESPECIAL DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO CÍVIL PARA O RISCO SÍSMICO E VULCÂNICO (PEEPC –SV)

120

meios de reforço complementares), informa de imediato a CMPC e inicia o

processo de organização da Zona de Sinistro;

▪ O chefe da primeira entidade que chegar ao local deverá assumir o comando das

operações, avaliar a situação e identificar o tipo de ocorrência, extensão, número

potencial de vítimas e meios de reforço necessários;

▪ A transferência de comando dar-se-á sempre que a natureza do evento exija a

ampliação ou diminuição da organização, o que implica que o comando das

operações mude sempre que a responsabilidade primária de gestão do incidente

muda entre entidades, quando o incidente se torna mais ou menos complexo, ou

quando se verifica a rotatividade normal de pessoas;

▪ Sempre que se verifica a mudança de comando deverá ser realizado um briefing ao

próximo COS e informar todos os APC intervenientes nas operações de

emergência, relativamente à mudança de comando efetuada;

▪ O Corpo de Bombeiros de Ponta Delgada assegura primariamente as operações de

busca, socorro, salvamento e combate a incêndios;

▪ O Corpo de Bombeiros de Ponta Delgada são os responsáveis pelo

desencarceramento de vítimas, recorrendo a meios próprios e a meios do SMPC;

▪ Quando se verifique uma ocorrência no mar, o comando das operações de

socorros fica a cargo da Autoridade Marítima que participa na busca e salvamento

subaquático e de busca e salvamento marítimo de superfície, de segurança e

proteção das operações, de desimpedimento de canais de evacuação no mar, nas

instalações portuárias e, em geral, na orla marítima;

▪ A Autoridade Marítima assume a responsabilidade e coordenação das operações

de busca e salvamento no domínio hídrico público;

▪ As forças de segurança participam nas operações que se desenvolvem nas

respetivas áreas de atuação, podendo atuar em regime de complementaridade em

outras, como ações de busca e salvamento;

▪ A PSP/GNR recorrem a equipas cinotécnicas, nas valências de busca e salvamento

em ambiente urbano e rural, sempre que exista essa necessidade;

▪ No que respeita à prestação de cuidados médicos e transporte de vítimas aplica-se

o definido para a área de intervenção de serviços médicos e transporte de vítimas;

▪ As forças armadas participam nas operações de busca e salvamento, na medida das

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suas capacidades e disponibilidade e caso o seu apoio tenha sido solicitado;

▪ As forças de segurança escoltam e acompanham as equipas da comunicação social

que se encontrem no teatro de operações;

▪ O COS mantém-se permanentemente em contacto com o Diretor do Plano;

▪ A CMPD coordena com o COS, o envio de maquinaria pesada para a Zona de

Concentração e Reserva para auxiliar em eventuais ações de remoção de

destroços;

▪ Os serviços técnicos da CMPD em coordenação com o COS, avaliam os danos

sofridos em edifícios e infraestruturas.

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4.10. Serviços mortuários

Em cenários com elevado número de vítimas, a recolha e o depósito de cadáveres

são tarefas muito sensíveis que devem ser levadas a cabo através de procedimentos

rigorosos. Esta tarefa deve ser controlada pelas forças de segurança que, para tal,

colaboram com a autoridade de saúde do município. A remoção, transporte e

inumação de cadáveres de cidadãos nacionais ou estrangeiros será efetuado de acordo

com a legislação em vigor.

Estrutura de Coordenação

Entidade Coordenadora Entidades Intervenientes

Autoridade de Saúde do concelho de Ponta Delgada

▪ Delegado de Saúde de Ponta Delgada ▪ Ministério Público ▪ Polícia Judiciária ▪ Polícia de Segurança Pública ▪ Polícia Municipal de Ponta Delgada ▪ Corpo de Bombeiros de Ponta Delgada ▪ SEF – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras ▪ Capitania do Porto/Policia Marítima

Missão

Garantir a identificação e a guarda dos corpos, no sentido de precaver uma

situação grave de saúde pública, sendo imperativo estabelecer locais de reunião de

mortos, nomeadamente, nas mortuárias existentes ou noutros locais a definir.

Prioridade de Ação

▪ Garantir, de acordo com os procedimentos operacionais previstos pelas forças de

segurança, um correto tratamento de cadáveres e dirigir as ações de mortuária;

▪ Definir as zonas de reunião de mortos;

▪ Recolher todas as informações Ante-mortem e Post-mortem que permitam um

desenvolvimento eficaz das operações de identificação dos cadáveres;

▪ Assegurar a presença das forças de segurança, nas zonas onde decorrem as

operações de mortuária e garantir a manutenção de perímetros de segurança;

▪ Garantir a capacidade de transporte de cadáveres, assim como todos os

procedimentos legais para a entrega dos corpos identificados;

▪ Garantir a preservação de provas, a recolha das mesmas e a sua análise através da

manutenção da integridade das zonas onde foram recolhidos cadáveres.

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Procedimentos e Instruções de Coordenação

Figura 15 - Fluxograma de procedimentos e instruções de coordenação de serviços mortuários

Instruções Específicas

Recolha e reunião de vítimas mortais

▪ Quando, nos termos da legislação aplicável, não houver lugar à realização de

autópsia médico-legal e, por qualquer motivo, não for possível assegurar a entrega

do cadáver a qualquer das pessoas ou entidades indicadas na legislação em vigor a

fim de se proceder à sua inumação ou cremação dentro do prazo legal, o mesmo é

removido para uma morgue provisória;

▪ São autoridade de polícia, a PSP e a Autoridade Marítima a quem compete a

recolha, arrolamento e guarda do espólio dos cadáveres;

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▪ Antes da recolha dos cadáveres é feita a verificação do óbito pela Autoridade de

Saúde, através da colocação de tarja negra e de etiquetagem;

▪ A recolha de cadáveres, e ou partes destes, é feita para sacos de cadáveres. Na

falta destes, a recolha é feita para lençóis, cobertores ou outros elementos

equivalentes;

▪ A remoção e o transporte dos cadáveres é feito em ambulâncias do Corpo de

Bombeiros de Ponta Delgada e perante a insuficiência de meios devem ser

solicitado meios de transporte alternativos ao SMPC;

▪ Os cadáveres que se encontrem nos postos médicos avançados são transportados

para as morgues provisórias;

▪ Compete à PSP e à Polícia Marítima nas respetivas áreas territoriais de

responsabilidade, promover a remoção de cadáveres ou partes de cadáveres

devidamente etiquetados e acondicionados em sacos para cadáveres, igualmente

devidamente etiquetados, podendo para o efeito, solicitar a colaboração de

quaisquer entidades públicas ou privadas, devendo articular-se com a Autoridade

de Saúde do concelho, para a certificação do óbito.

Morgues provisórias

▪ As morgues provisórias são locais onde as equipas de medicina legal desenvolvem

o seu trabalho que culmina com a identificação e entrega dos corpos para serem

sepultados;

▪ As morgues provisórias devem ser instaladas num piso em espaço aberto, plano e

fácil de limpar, com boa drenagem, boa ventilação natural, provido de água

corrente e energia elétrica. Na seleção dos locais devem ser tidas em conta, ainda,

as acessibilidades, as comunicações, a privacidade, a disponibilidade e as

facilidades de segurança (por exemplo, terminais de camionagem, parques de

estacionamento cobertos, armazéns e edifícios similares);

▪ Compete ao SMPC providenciar os meios de apoio necessários à realização do

trabalho da Autoridade de Saúde, designadamente, de mesas de trabalho e macas;

▪ Compete à Autoridade de Saúde assumir a gestão da morgue ou na sua

incapacidade, nomear um gestor;

▪ Adotar os procedimentos habituais de identificação de cadáveres e de confirmação

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do óbito para cadáveres decorrentes do incidente, que se encontrem nas

instituições de saúde;

▪ A identificação de cadáveres resulta exclusivamente de técnicas médico-legais e

policiais, registadas em formulários próprios;

▪ Compete às entidades gestoras das morgues fornecer listas atualizadas das vítimas

mortais à CMPC;

▪ Em caso de perigo para a saúde pública, a Autoridade de Saúde ordena por escrito

a inumação ou cremação dos cadáveres e/ou partes de cadáveres que não forem

entregues a pessoas com legitimidade para os requerer;

▪ As forças de segurança garantem a segurança nas morgues provisórias.

Inumação e cremação

▪ Nenhum cadáver pode ser inumado ou cremado antes de decorridas vinte e quatro

horas sobre o óbito;

▪ Nenhum cadáver pode ser inumado ou cremado sem que tenha sido previamente

lavrado o respetivo assento, auto de declaração de óbito ou emitido boletim de

óbito;

▪ A inumação não pode ter lugar fora de cemitérios públicos;

▪ A ocorrência de um elevado número de vítimas mortais numa freguesia pode

originar a falta de capacidade de receção de corpos no cemitério local. Nesta

situação dever-se-á proceder ao sepultamento das vítimas nos cemitérios do

município ou fora deste;

▪ É proibida a inumação em sepultura comum não identificada, salvo em situação de

calamidade pública;

▪ A entidade responsável pela administração do Cemitério Municipal de S. Joaquim e

respetivo Crematório Municipal pode ordenar a cremação de cadáveres ou

ossadas, em caso de calamidade pública.

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PARTE III – INVENTÁRIOS,

MODELOS E LISTAGENS

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PARTE III – INVENTÁRIOS, MODELOS E LISTAGENS

1. Inventário de meios e recursos

Na presente seção é feito o inventário dos principais meios humanos e materiais,

suscetíveis de utilização nas ações de socorro, busca, salvamento e apoio às operações

de proteção civil. Compete ao SMPC a elaboração de listas de inventário de meios e

recursos de proteção civil a enviar pelas entidades fornecedoras, públicas e privadas,

detentoras dos meios e recursos abaixo identificados, bem como a sua atualização

periódica (de preferência semestralmente).

As listas de inventário e suas atualizações são arquivadas nos Anexos 2 e 8 do

presente plano. Os meios e recursos a incluir nos inventários são os seguidamente

listados e devem ser classificados quanto à sua disponibilidade.

2. Lista de contactos

No Anexo 3 encontra-se a listagem de contactos de entidades intervenientes e de

apoio a emergência.

3. Modelos

3.1. Modelos de relatórios

Os relatórios destinam-se à obtenção de informação resultante da ocorrência de

modo a permitir a avaliação da situação e o planeamento, definição e conduta das

operações de proteção e socorro, em concreto:

• Relatórios Imediatos de Situação: englobam os dados fundamentais à

avaliação da situação pela estrutura de comando e têm origem nas Equipas de

Avaliação Técnica (EAT). Os relatórios são enviados ao Posto de Comando Operacional

(PCO), de quatro em quatro horas, podendo ser transmitidos verbalmente ou através

das redes de telecomunicações existentes (Anexo 4);

• Relatórios de Situação Geral ou Especial: têm origem nos PCO e destinam-se

ao Posto de Comando (PC) de escalão superior e às estruturas de coordenação

regional. Em regra, são apresentados por escrito de seis em seis horas, na fase inicial,

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sendo a periodicidade progressivamente alargada com o decorrer da evolução da

situação. Os relatórios de situação especial distinguem-se dos relatórios de situação gerais

por se destinarem a esclarecer pontos específicos ou setoriais da situação (Anexo 4);

• Relatórios Diários de Situação: são emitidos pelos PCO e enviados diariamente

às 22 horas, pelo modo de transmissão mais expedito para o efeito (Anexo 4);

• Relatórios Finais: são elaborados pelo COS, incluem uma descrição da situação

ocorrida e das principais medidas adotadas. Constam também deste relatório as

principais lições aprendidas, incluindo os contributos para futuras revisões do plano de

emergência (Anexo 4);

3.2. Modelos de requisições

As requisições destinam-se a garantir o fornecimento de artigos e bens de

consumo (Anexo 4);

3.3. Fita do tempo

No Anexo 4 encontra-se modelo de fita do tempo onde devem ser registadas

todas as comunicações efetuadas, durante uma situação de acidente grave ou

catástrofe.

3.4. Modelos de comunicados

A divulgação de informação à população poderá ser feita através de

comunicados difundidos pela comunicação social (meio mais adequado numa situação

de acidente grave ou catástrofe, em tempo útil). Estes comunicados deverão ser claros

e concisos, tendo sempre presente o objetivo fundamental de informar e proteger as

populações, de modo a evitar o pânico entre as mesmas. (Anexo 4).

4. Lista de distribuição

O Anexo 5 contém a lista das entidades a quem foi assegurada a distribuição do

plano.

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ANEXOS