plano diretor _rio das ostras

26
1 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 52 Rio das Ostras O F I C I A L Órgão Oficial do Município de Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de2006 LEI COMPLEMENT AR Nº 0 0 4/2006 Dispõe sobre Plano Diretor, o sistema e o processo de planejamento e gestão do desenvolvimento urbano do Município de Rio das Ostras.

Upload: valcir-goncalves

Post on 23-Jun-2015

1.053 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Plano Diretor _rio Das Ostras

11 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 200652

Rio das OstrasO F I C I A L

Órgão Oficial do Município de Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de2006

LEI COMPLEMENTAR Nº 004/2006Dispõe sobre Plano Diretor, o sistema e o processo de planejamento egestão do desenvolvimento urbano do Município de Rio das Ostras.

Page 2: Plano Diretor _rio Das Ostras

22 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006

PODER EXECUTIVOCARLOS AUGUSTO

CARVALHO BALTHAZAR

Prefeito

RONALDO BARCELLOS FRÓES

Vice-Prefeito

ANGELA MARIA TOFFANO DO AMARAL

Chefe de Gabinete

ENÉAS RANGEL FILHO

Procurador Geral

MARIA LINA PAIXÃO FONTES COUTINHO

Secretária de Educação

SÉRGIO LUIZ CARVALHO MANHÃES

Secretário de Saúde

MARCELO CHEBOR DA COSTA

Secretário de Administração

JOÃO BATISTA ESTEVES GONÇALVES

Secretário de Fazenda

PAULO ROBERTO SOUZA VILLAÇA

Secretário de Urbanismo, Obras e

Serviços Públicos

ROSEMARIE DA SILVA E SOUZA TEIXEIRA

Secretária de Planejamento

MÁRCIA DE SOUZA ALMEIDA

Secretária de Bem Estar Social

ALAN GONÇALVES MACHADO

Secretário de Turismo, Indústria e Comércio

MAX JOSÉ DE ALMEIDA

Secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca

SÉRGIO ALVES PINTO

Secretário de Guarda e Trânsito

ALBERTO RENATO DE LEMOS

Secretário de Esporte e Lazer

NELITO SENRA ESTERQUE

Secretário de Auditoria e Controle Interno

SHEYLA SENIS MENEZES

Secretária de Comunicação Social

MAURICIO PARAGUASSÚ PINHEIRO

Secretário Extraordinário de Governo

KÁTIA BRANDÃO

Secretária de Ciência e Tecnologia

ROZELENE SOARES SALGADO

Assessora de Programas Especiais

MARA MOREIRA FRÓES

Presidente da Fundação Rio das Ostras de Cultura

JONAS BATISTA DE SOUZA

Presidente do Instituto de Previdência e

Assistência dos Servidores

ÓRGÃO OFICIAL DO MUNICÍPIODE RIO DAS OSTRAS

Criado pela Lei nº 534/01Criado pela Lei nº 534/01Criado pela Lei nº 534/01Criado pela Lei nº 534/01Criado pela Lei nº 534/01

ResponsávelSECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

DA PMROTELEFAX.: 2764 4848 - R.: 283

PREFEITURA MUNICIPAL DERIO DAS OSTRAS

Av. Alcebíades Sabino dosSantos, 235 - Loteamento Atlântica

E.mail- [email protected]

CÂMARA MUNICIPAL DE RIO DAS OSTRASPraça Papa João Paulo II, Km 157

Loteamento Verdes MaresTel.2760-1060

Expediente

Impresso: Prefeitura Municipalde Rio das Ostras

EXPEDIENTE

PODER LEGISLATIVO

CARLOS ALBERTO

AFONSO FERNANDES

Presidente

ORLANDO FERREIRA NETO

Vice-Presidente

ALCEMIR JÓIA DA BOA MORTE

1º Secretário

EDILSON GOMES RIBEIRO

2º Secretário

ALBERTO MOREIRA JORGE

ALZENIR PEREIRA MELLO

ROBSON CARLOS DE OLIVEIRA GOMES

ROSANGILA COSTA DOS SANTOS

ROSENILDO CORRÊA VIANA

MESA DIRETMESA DIRETMESA DIRETMESA DIRETMESA DIRETORAORAORAORAORA

VEREADORESVEREADORESVEREADORESVEREADORESVEREADORES

1551

C O N V I T E

A Secretaria Municipal de Adminis-tração da Prefeitura Municipal de Riodas Ostras, CONVIDA as Empresase os Profissionais Autônomos, parase cadastrarem nesta Prefeitura, a fimde que possam fornecer materiais eou / prestarem serviços, assim comoos cadastrados a atualizarem seu ca-dastro.Relação de documentos necessáriospara o CADASTRAMENTO:

FIRMAS:1) Contrato Social e suas alterações2) Cartão do CNPJ.3) Inscrição Estadual e Municipal.4) Certidão Negativa de Débito (Fede-ral, Estadual e Municipal).5) Certidão de Dívida Ativa do Estado6) Prova de regularidade relativa aseguridade social, demonstrandosituação no cumprimento dos encar-gos legais (INSS).7) Prova de regularidade ao Fundo deGarantia por Tempo de Serviço(FGTS).8) Alvará de localização.9) Balanço Patrimonial10) Certidão de falência.11) Certificado de Registro no CREAda Firma.12) Certificado de Registro no CREAdo Responsável Técnico13) Certificado de Registro na ANVISA14) Declaração oficial da Comarca desua Sede, indicando quais os Cartó-rios ou Ofícios de Registro que contro-lam a distribuição de falências econcordatas.

PROFISSIONAL AUTÔNOMO:1) Documento de Identidade.2) Cartão de Autonomia.3) CPF (Cadastro de Pessoas Fí-sicas).4) Certidão Negativa de Débito Muni-cipal.5) Prova de regularidade relativa aoINSS (Registro).

OBS: Todas as cópias dos documen-tos acima deverão estar autenticadasem cartório.

O FORMULÁRIO PARA CADASTROPODERÁ SER ADQUIRIDO NO:

Departamento de Licitação e Con-tratos – DELCOAv. Alcebíades Sabino dos Santos, nº235 – Loteamento Atlântica – Rio dasOstras/RJ.Telefones: (22) 2764-6532/ 2764-4848 R: 225

MARCELO CHEBOR DA COSTASecretário Municipal de

Administração

Page 3: Plano Diretor _rio Das Ostras

33 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 200650

das. Espécie de via urbana, ou, mais especifica-mente, uma espécie de rua arborizada naslaterais, originariamente com álamos (espécieda família das salicíneas) e hoje, com qualquerárvore. O mesmo que bulevar.

ZONA COSTEIRADecreto 5.300 de 07 de dezembro de 2004.Artigo 3º: “A zona costeira brasileira, consi-derada patrimônio nacional pela Constituição de1988, corresponde ao espaço geográfico deinteração do ar, do mar e da terra, incluindo seusrecursos renováveis ou não, abrangendo umafaixa marítima e uma faixa terrestre, com osseguintes limites: I – faixa marítima: espaço quese estende por doze milhas náuticas, medido apartir das linhas de base, compreendendo, dessaforma, a totalidade do mar territorial; II – faixaterrestre: espaço compreendido pelos limites dosMunicípios que sofrem influência direta dosfenômenos ocorrentes na zona costeira.

ZONEAMENTO

1. É a divisão da Área Urbana e de ExpansãoUrbana, em zonas perfeitamente delimitadas, ondese determinam os usos e ocupação do solopreponderante para cada uma delas. Assim, adivisão em zonas atende a preceitos legais eimperativos de interesse público que, em benefícioda Cidade, do bem comum e de cada cidadão,regulamenta os usos e ocupação do solo urbano,estabelecendo para cada zona as normas erestrições urbanístico-ambientais necessárias epróprias para que se mantenha a característicade usos e ocupação predominantes na respectivazona ou área da Cidade. Através do zoneamento,também se determinam, previamente, os usos eocupação do solo para a Área de ExpansãoUrbana, planejando assim o seu crescimentoordenado, com base nas premissas do PlanoDiretor que é o instrumento básico da política dedesenvolvimento e expansão urbana. Ver tambémuso e ocupação do solo urbano. 2. O Estatuto daCidade Lei Nacional 10.257/2001 (artigo 40 § 2º)determina que o Plano Diretor deve abranger atotalidade do território Municipal. Assim, ozoneamento também abrangerá a área Rural,

através de uma lei específica segundo asdiretrizes determinadas neste Plano Diretoratravés do zoneamento ecológico com vistas aodesenvolvimento das potencialidades econômicasdo Município.

ZONEAMENTO AMBIENTALDivisão do território municipal em zonas,objetivando a proteção, a preservação ou arecuperação do meio ambiente, pela fixação dosusos mais adequados do solo, onde por leiespecífica serão estabelecidas determinadasrestrições, bem como declarados os usosdesconformes ou não permissíveis em cada umadelas. A disciplina do zoneamento ambientalabrangerá dentre outros, os seguintes espaçosterritoriais do Município de Rio das Ostras: asÁreas de Preservação Permanente; as Áreasde Proteção ao Patrimônio Natural, Histórico,Cultural e Arqueológico; os CorredoresEcológicos; as Unidades de Conservação; e aZona Costeira, integrantes da Macrozona deÁreas Protegidas.

SUMÁRIO

1. LEI COMPLEMENTAR Nº 004/2006

TÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS PRELIMINARES

Capítulo I – Dos Princípios e Abrangência do PlanoDiretor ........................................ artigos 1º a 5ºCapítulo II – Das Definições ................. artigo 6ºCapítulo III – Da Função Social da PropriedadeUrbana ....................................... artigos 7º a 9ºCapítulo IV – Dos Objetivos e Diretrizes Geraisda Política Urbana ..................... artigos 10 e 11

TÍTULO IIPOLÍTICAS PÚBLICAS E SERVIÇOS PÚBLICOS

Capítulo I – Disposições Gerais ........... artigo 12Capítulo II – Das Políticas AmbientaisSeção I – Das Disposições Gerais .... artigos 13 e 14Seção II – Dos Recursos Hídricos ............. artigos 15 e 16Seção III – Do Saneamento Ambiental ........ artigos 17 e 18Seção IV – Dos Resíduos Sólidos ....... artigo 19Seção V – Da Drenagem Urbana ........ artigo 20Seção VI – Do Controle de Pragas e Vetores deDoenças .................................... artigos 21 a 28Seção VII – Da Prevenção e Controle de Ruídos............................................................. artigo 29Seção VIII – Da Educação Ambiental................................................................ artigos 30 a 32Seção IX – Da Fiscalização Ambiental ...... artigo 33Capítulo III – Das Políticas UrbanasSeção I – Das Disposições Gerais...................................................................... artigos 34 e 35Seção II – Da Habitação ............. artigos 36 e 37Seção III – Das Áreas Públicas ............. artigo 38Seção IV – Da Paisagem ............. artigos 39 a 42Seção V – Da Infra-estrutura e dos Serviços deUtilidade Pública .................................. artigo 43Seção VI – Do Sistema Viário e do TransporteColetivo ..................................... artigos 44 a 47Capítulo IV – Das Políticas de DesenvolvimentoEconômico SustentávelSeção I – Das Disposições Gerais................................................................... artigos 48 a 51Seção II – Do Turismo ................ artigos 52 a 56Seção III – Da Ciência, Tecnologia e Inovação............................................................. artigo 57Seção IV – Da Agropecuária e da Pesca.............................................................. artigos 58 a 62Seção V – Da Indústria, Comércio e Serviços................................................................... artigo 63Seção VI – Da Economia do Petróleo .... artigo 64Seção VII – Do Bem-Estar Social ........ artigo 65

TÍTULO IIIDO ORDENAMENTO E DO CONTROLEURBANÍSTICO E AMBIENTAL

Capítulo I – Da Polícia Urbanística e Ambiental................................................... artigos 66 a 68Capítulo II – Da Ordenação do Parcelamento, Usoe Ocupação do SoloSeção I – Do Zoneamento Ambiental................................................................ artigos 69 a 74Subseção I – Das Unidades de Conservação......................................................... artigos 75 a 78Subseção II – Do Licenciamento Ambiental.................................................... artigos 79 a 81Subseção III – Do Sistema Municipal de Infor-mações Ambientais ................... artigos 82 e 83Seção II – Do Macrozoneamento ......... artigo 84Subseção I – Da Área Urbana .............. artigo 85Subseção II – Da Área de Expansão Urbana............................................................. artigo 86Subseção III – Das Áreas Protegidas.................................................................. artigos 87 e 88Subseção IV – Da Área Rural ............. artigo 89Seção III – Da Ordenação do Uso e Ocupaçãodo Solo Urbano ......................... artigos 90 a 92Seção IV – Do Abairramento ....... artigos 93 e 94

Capítulo III – Da Revisão da Legislação Urbanística................................................... artigos 95 a 97Seção I – Do Parcelamento do Solo para FinsUrbanos .................................... artigos 98 a 103Seção II – Do Uso e Ocupação do Solo........................................................... artigos 104 a 109Seção III – Das Obras e Edificações................................................ artigos 110 e 111Seção IV – Do Licenciamento Urbanístico................................................ artigos 112 a 114Seção V – Da Fiscalização ..... artigos 115 a 118Capítulo IV – Dos Instrumentos da Gestão Urbanae AmbientalSeção I – Das Disposições Gerais ..... artigo 119Seção II – Do Parcelamento, Edificação ouUtilização Compulsórios......... artigos 120 a 123Seção III – Da Outorga Onerosa do Direito deConstruir ........................................... artigo 124Seção IV – Da Transferência do Direito de Cons-truir .................................................... artigo 125Seção V – Do Direito de Preempção............................................................. artigos 126 a 130Seção VI – Da Operação Urbana Consorciada................................................................. artigo 131Seção VII – Da Concessão Urbanística..................................................................... artigo 132Seção VIII– Dos Instrumentos de RegularizaçãoFundiária ............................... artigos 133 a 135Subseção I – Da Concessão de Uso Especial deImóvel Público para fins de Moradia.......................................................................... artigo 136Seção IX – Do Consórcio Imobiliário ... artigo 137Seção X – Do Direito de Superfície ..... artigo 138Seção XI – Dos Estudos e Relatórios de ImpactoAmbiental e de Vizinhança .... artigos 139 a 142

TÍTULO IVDA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE

Capítulo I – Do Sistema de Planejamento Urbano............................................... artigos 143 a 146Capítulo II – Do Sistema Municipal de Informações................................................ artigos 147 a 151Capítulo III – Do Sistema de Defesa da Cidade............................................... artigos 152 a 156Capítulo IV – Do Processo de Participação PopularSeção I – Das Disposições Gerais ..... artigo 157Seção II – Dos Órgãos de Participação Popularna Política Urbana ................... artigos 158 a 161Seção III – Das Audiências Públicas ... artigo 162Seção IV – Do Plebiscito e do Referendo....................................................................... artigo 163Seção V – Da Iniciativa Popular........................................................... artigos 164 a 166

TÍTULO VDAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS............................................... artigos 167 a 175

2. ANEXOSANEXO I – Rede Estrutural ViáriaANEXO II – MacrozoneamentoANEXO II A – Macrozoneamento – Núcleo Urbano01 (Rocha Leão)ANEXO II B – Macrozoneamento – Núcleo Urbano02 (Mar do Norte, Balneário das Garças eentornos)ANEXO II C – Macrozoneamento – Núcleo Urbano03 (Cantagalo)ANEXO II D – Macrozoneamento – Núcleo Urbano04 (ZEN – Zona Especial de Negócios)ANEXO III – Áreas ProtegidasANEXO IV – Áreas de Aplicação dos Institutosdo Estatuto da CidadeANEXO V – Abairramento (Mapa de Bairros)ANEXO VI – Área de Especial Interesse para oMeio AmbienteANEXO VII – Áreas de Especial Interesse SocialANEXO VIII – Glossário

LEI COMPLEMENTAR Nº 004/2006

Dispõe sobre Plano Diretor, o sistema e o processode planejamento e gestão do desenvolvimentourbano do Município de Rio das Ostras.

O Prefeito do Município de Rio das Ostras, noexercício das atribuições que lhe foramconferidas pela Lei Orgânica Municipal, faz saberque a Câmara Municipal aprovou e ele sancionaa seguinte lei complementar:

TÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS PRELIMINARES

CAPÍTULO IDOS PRINCÍPIOS E ABRANGÊNCIA DO PLANODIRETOR

Art. 1o O Plano Diretor, instituído por esta lei, é oinstrumento global e estratégico de implemen-tação da política municipal de desenvolvimentoeconômico, social, urbano e ambiental do Muni-cípio de Rio das Ostras, dispõe sobre os princí-pios, objetivos, diretrizes e normas que definema função social da cidade, integra o processo deplanejamento e gestão municipal, sendo suasnormas de cumprimento obrigatório por todos osagentes públicos e privados no território municipal.

§ 1º O plano plurianual, as diretrizes orçamentá-rias e o orçamento anual incorporarão eobservarão as diretrizes e prioridades estabele-cidas nesta lei.

§ 2º Além do Plano Diretor, o processo de plane-jamento municipal abrange as seguintes matérias:I – disciplina do parcelamento, do uso e daocupação do solo;II – zoneamento ambiental e costeiro;III – plano plurianual;IV – diretrizes orçamentárias e orçamento anual;V – gestão orçamentária participativa;VI – planos, programas e projetos setoriais;VII – planos e projetos de bairros;VIII– programas de desenvolvimento econômicoe social;IX – gestão democrática da cidade.

§ 3º O processo de planejamento municipaldeverá considerar também os planos nacionais,regionais e estaduais de ordenação do territórioe de desenvolvimento econômico e social.

Art. 2º O Plano Diretor abrange a totalidade doterritório do Município, definindo:I – a política de desenvolvimento econômico,social, urbano e ambiental;II – a função social da propriedade urbana;III – as políticas públicas municipais;IV – o plano urbanístico-ambiental;V – a gestão democrática.

Art. 3º Entende-se por sistema de planejamentoe gestão o conjunto de órgãos, normas, recursoshumanos e técnicos, visando à coordenaçãodas ações dos setores público e privado, e dasociedade em geral, a integração entre osdiversos programas setoriais, a dinamização ea modernização da ação governamental.

Parágrafo único. O sistema de planejamento egestão deverá funcionar de modo permanente,viabilizar e garantir a todos o acesso às infor-mações necessárias e suficientes, de modotransparente, e a participação dos cidadãos ede entidades representativas.

Art. 4º Este Plano Diretor rege-se pelos seguintesprincípios:I – justiça social e redução das desigualdadessociais;

Page 4: Plano Diretor _rio Das Ostras

44 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 49

harmonioso, racional e humano das populaçõesque vivem nas cidades. Urbanificação.Processo deliberado de correção da urbanização,consistente na renovação urbana, que é areurbanização, ou na criação artificial de núcleosurbanos, como a cidade de Brasília. 3. Define-secomo urbanização o processo de parcelamentoe ocupação da cidade responsável por suacriação, enquanto a urbanificação é a dotaçãode infra-estrutura e equipamentos às áreasurbanizadas.

URBANIZAÇÃO CONSOLIDADA1. Parte do solo do território municipal onde seconsolidou o fenômeno da urbanização, ou seja,o solo tornou-se urbano definitivamente e sempossibilidade de voltar a ser rural. 2. Local daárea urbana ou de expansão urbana, onde osolo está comprometido com a ocupaçãohumana, caracterizada por utilização efetiva-mente urbana, em oposição à utilização rural.Ver também áreas urbanas consolidadas.

URBANIZAÇÃO ESPECÍFICAÉ forma de urbanizar uma gleba em Área deExpansão Urbana, ou ainda na Área Rural parauma finalidade específica, seja habitação, paradestinação comercial, industrial, cultivo da terra,ou outra finalidade de interesse público. Veráreas urbanizáveis.

URBANO-AMBIENTAISQue se refere ao urbanismo e ao meio ambiente,reciprocamente considerados.

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANODistribuição no espaço urbano (área urbana ede expansão urbana) dos diferentes tipos deuso, público e privado, gerados pelas diferentesfunções humanas de residir, trabalhar, recrear,circular, enfim, das funções que asseguram aefetiva realização da boa vida humana na cidade.Os tipos de usos do solo são: residencial e nãoresidencial. Os não residenciais são: o comercial,industrial, institucional e de circulação. Cada umdeles ocupa o solo diferentemente, motivo peloqual a expressão vem sempre com suacomplementação, ocupação do solo urbano: umaconstrução pode ocupar parcelas diferentes dolote urbano e situar-se dentro dele também demodos diferentes (recuos diferentes, sobre oterreno, sobre pilotis, etc.). Os usos e ocupaçõesdo solo podem ser os existentes ou ospreviamente ordenados, planejados. A lei dezoneamento urbano regulamenta os usos eocupação do solo urbano, estabelecendo paracada zona as normas e restrições urbanísticas.A lei de zoneamento divide o território da áreaurbana e de expansão urbana em zonasmenores, claramente definidas e delimitadas,para as quais são prescritos: os tipos de uso dosolo permitidos (residencial, comercial, industriale institucional); as taxas, coeficientes ou índicesde ocupação e de aproveitamento dos lotespelas construções, os recuos mínimos comrelação às divisas dos lotes, gabaritos de alturadas construções, áreas e medidas mínimas doslotes, densidades demográficas, dentre outrasnormas urbanísticas.

USO SUSTENTÁVELLei Nacional 9.985/2000. Artigo 2º, XI: “Exploraçãodo ambiente de maneira a garantir a perenidadedos recursos ambientais renováveis e dosprocessos ecológicos mantendo a biodiversidadee os demais atributos ecológicos, de formasocialmente justa e economicamente viável”.

USOS IRREGULARES1. Construções ou atividades em desacordo coma lei de uso e ocupação do solo urbano (lei dezoneamento) para a zona em que se situa o

imóvel ou a atividade nele desenvolvida. 2. Osusos irregulares são aqueles que as normasmunicipais consideram incompatíveis com o local.

USUCAPIÃO ESPECIAL COLETIVO DE IMÓ-VEL URBANOÉ forma de adquirir a propriedade de imóvelurbano, com área superior à 250m2, sobre oqual uma determinada população (de baixa renda)exerce a posse para fins de sua moradia. O tipode posse existente nessas áreas urbanas, ondea comunidade tem a posse comum ou coletiva,como as favelas, configura a composse, na qualcada possuidor tem a posse sobre partes ideaisda coisa, exercendo-a de modo que não seexclua igual direito por parte de cada um doscompossuidores. A caracterização da possecoletiva e o preenchimento dos demais requisitosdo artigo 10 do Estatuto da Cidade são elementossuficientes para a aplicação do UsucapiãoUrbano Coletivo que é instrumento importantepara a regularização fundiária, por meio daaquisição do pleno domínio dos moradores. Oreconhecimento da aquisição da propriedade porusucapião coletivo é feito pela via judicial,entretanto o poder público municipal é o seuprincipal indutor, pois, sendo de sua competênciaa ordenação e o controle do uso e da ocupaçãodo solo urbano deverá desenvolver um Plano deUrbanização para área, possibilitando aidentificação das parcelas do terreno ocupadaspelos moradores, bem como marcar as vias,becos, vielas, etc., e identificar as partes comuns,criando também outros espaços para instalaçãode equipamentos públicos, além de prestarassessoria técnica urbanística, jurídica e socialpara que essas comunidades possam requererjudicialmente esse direito.

VALASCondutor aberto destinado a remover o excessoda água proveniente de sua área de influência.

VÁRZEASTerreno baixo e aproximadamente plano, que seencontra junto às margens dos rios. As várzeasconstituem, na linguagem geomorfológica, o leitomaior dos rios. Em certas áreas são aprovei-tadas para a agricultura.

VEGETAÇÃO ARBÓREADiz-se da vegetação com porte de árvores.

VEGETAÇÃO PRIMÁRIAResolução Conama nº 010 de 01 de outubro de1993. “Vegetação de máxima expressão local, comgrande diversidade biológica, sendo os efeitos dasações antrópicas mínimas, a ponto de não afetarsignificativamente suas características originais deestrutura e de espécies”.

VETORES DE DOENÇAS E PRAGASVetores. Vetor biológico. Hospedeiro interme-diário de agentes causadores de infecções einfestações como, p. ex., a mosca tsé-tsé, omosquito da dengue e os caramujos transmis-sores de esquistossomose. Pragas. Espéciesque causam algum tipo de prejuízo. Qualquerforma de vida vegetal ou animal , ou qualqueragente patogênico daninho ou potencialmentedaninho para os vegetais ou produtos vegetais.

VIAS1. Nome genérico de um espaço adequadamentepreparado para o deslocamento de qualquer tipode veículo, pessoas e animais. Inclui: estradasde rodagem e de ferro, hidrovias, rodovias, viasurbanas, vias aéreas etc. 2. Logradouro públicoadequadamente preparado para a circulação deveículos e pessoas, podendo ter pistas derolamento, faixas de trânsito, acostamentos,canteiro central, passeios, equipamentos públi-

cos e sinalização. A via pode ser urbana, quandosituada dentro do perímetro urbano, ou rural,quando situada na zona rural. São vias ruraisas rodovias e as estradas. 3. Classificaçãodas Vias. O Código de Trânsito Brasileiroclassifica as vias em urbanas e rurais. Sãourbanas: vias de trânsito rápido, vias arteriais,vias coletoras, vias distribuidoras e vias locais.São rurais: as estradas e rodovias. Além disso,considera também como urbanas as vias e áreasde pedestres, bem como as ciclovias e asciclofaixas. Uma classificação didática das viasurbanas as distingue em principais (vias detrânsito rápido e arteriais), secundárias (viascoletoras, distribuidoras e locais) ecomplementares (ciclopistas, faixas de ciclistas,vias de pedestre e áreas de estacionamento).Vias de trânsito rápido. Vias que compreen-dem duas ou mais pistas, de múltiplas faixascarroçáveis cada uma, com canteiros oudispositivos de separação entre as pistas, comgeometria adequada a elevadas velocidades. Éinteiramente bloqueada a acessos diretos àspropriedades lindeiras, permitindo entrada ousaída de veículos por adequadas faixas deaceleração ou de desaceleração. As interseçõessão sempre em desnível. Sua principal função édiminuir o tempo de viagem do longo percurso,ou ligar diretamente áreas importantes do espaçourbano distantes entre si. Vias coletoras. Viasecundária, cuja função é permitir a circulaçãodos veículos das vias locais para as viasprincipais. Quando é de mão dupla de direção,funciona como coletora e via distribuidora aomesmo tempo. Vias Distribuidoras. Via urbanasecundária cuja função é permitir a circulaçãodos veículos das vias principais para as locaisou de acesso. Quando é de dupla mão dedireção, funciona como distribuidora ou coletora,ao mesmo tempo. Vias locais. Via que nãopertencente ao sistema viário principal urbano ecuja função é permitir o acesso direto aos loteslindeiros e a circulação local de veículos, devemdispor de passeios públicos (calçadas)destinados à circulação de pedestres.

VIA ARTERIALVia pública urbana de nível inferior ao da viaexpressa com significativa intensidade detrânsito e destinada ao trânsito de passagem.Trânsito de passagem. Parte do trânsito deveículos cujas viagens não têm origem nemdestino na área considerada, apenas circulampor ela. Sempre que possível, deve-se evitar otrânsito de passagem em áreas residenciais,pelos sus óbvios inconvenientes de aumento dapoluição atmosférica e sonora, aumento donúmero e gravidade dos acidentes de trânsito;bipartição da área, destruindo sua unidade físicae social; diminuição da velocidade de percursodos veículos e outros. Via expressa. Via detrânsito rápido. É bloqueada aos acessos diretose permite a entrada ou saída de veículos, de 500em 500 metros ou mais, por faixas de aceleraçãoe de desaceleração, tendo todas as interseçõesem desnível.

VIAS INTERNAS DE CIRCULAÇÃOPara efeitos do disposto no § 1º do artigo 111 doPlano Diretor, são as vias particulares de acessode moradores ou proprietários das unidadesresidenciais e/ou comerciais no interior de umgrupamento ou conjunto de edificações.

VIAS PRINCIPAISSão as avenidas, espécies de via urbana,geralmente pertencente ao sistema viário urbanoprincipal, caracterizadas por duas ou mais pistasde rolamento, com controle parcial ou total deacesso, separadas por um ou mais canteiroslongitudinais, arborizadas e ajardinadas. Ao longodas Avenidas, podem existir alamedas. Alame-

II – inclusão social, compreendida como garantiado exercício efetivo dos direitos humanos funda-mentais, individuais e sociais, e de acesso abens, serviços e políticas sociais a todos osmunícipes;III – direito universal à cidade, compreendendo odireito à terra urbana, à moradia digna, ao sanea-mento ambiental, à infra-estrutura urbana, aotransporte, aos serviços públicos, ao trabalho eao lazer;IV – realização das funções sociais da cidade ecumprimento da função social da propriedade;V – transferência para a coletividade de parteda valorização imobiliária inerente à urbanização;VI – direito universal à moradia digna;VII – universalização da mobilidade e acessibi-lidade;VIII – prioridade ao transporte coletivo públicode passageiros;IX – preservação e recuperação do ambientenatural e construído;X – fortalecimento do setor público, recuperaçãoe valorização das funções de planejamento,articulação e controle;XI – descentralização da administração pública;XII – participação da população nos processosde decisão, planejamento, gestão, implementa-ção e controle do desenvolvimento urbano.XIII – desenvolvimento econômico, social e ambi-ental sustentável;XIV– integração regional.

Parágrafo único. É dever do Poder Público e detodos os munícipes colaborar para a realizaçãoconcreta de todos os princípios mencionadosneste artigo, respeitá-los e defendê-los.

Art. 5º As diretrizes e demais disposições destePlano Diretor serão implantadas dentro do prazode dez anos contados da data de sua publicação,sem prejuízo da faculdade de sua revisão, porproposta do Executivo, dentro do prazo de cincoanos após a publicação desta lei.

§ 1º A proposta de revisão a que se refere esteartigo será destinada apenas à realização deadaptações dos programas e das ações estra-tégicas a novas circunstâncias e necessidadescoletivas, e, se for o caso, acrescentar outrasáreas passíveis de aplicação dos instrumentosprevistos na Lei Nacional 10.257/2001 - Estatutoda Cidade, vedada à abolição ou modificaçãodos princípios, objetivos e diretrizes gerais dapolítica urbana, previstos nos artigos 4º, 10 e 11desta lei.

§ 2º O Executivo coordenará e promoverá osestudos necessários para a revisão prevista no“caput” deste artigo, iniciando-os um ano antesdo referido prazo.

CAPÍTULO IIDAS DEFINIÇÕES

Art. 6º Para efeito de aplicação desta lei, serãoadotadas as definições integrantes do AnexoVIII – GLOSSÁRIO que integra esta lei para todosos fins e efeitos de direito.

CAPÍTULO IIIDA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADEURBANA

Art. 7º A propriedade urbana cumpre sua funçãosocial quando atende às exigências fundamen-tais de ordenação da cidade expressas nestalei atendendo no mínimo, aos seguintes re-quisitos:I – o atendimento às necessidades dos cidadãosquanto à qualidade de vida, à justiça social, aoacesso universal aos direitos fundamentais in-dividuais e sociais e ao desenvolvimento econô-

mico e social;II – a compatibilidade do uso da propriedade cominfra-estrutura, equipamentos e serviçospúblicos disponíveis;III – a compatibilidade do uso da propriedade coma preservação da qualidade do ambiente urbanoe natural;IV – a compatibilidade do uso da propriedadecom a segurança, bem estar e a saúde de seusmoradores, usuários e vizinhos.

Art. 8º A propriedade urbana, para cumprir asua função social, deve também ser adequadaàs seguintes disposições:I – a distribuição de usos e intensidades deocupação do solo de forma equilibrada em rela-ção à infra-estrutura disponível, aos transportese ao meio ambiente, de modo a evitar ociosidadee sobrecarga dos investimentos coletivos;II – a intensificação da ocupação do solo condi-cionada à ampliação da capacidade de infra-estrutura;III – a adequação das condições de ocupaçãodo sítio às características do meio físico, paraimpedir a deterioração e degeneração de áreasdo Município;IV – a melhoria da paisagem urbana, a preser-vação dos recursos naturais e, em especial,dos mananciais de abastecimento de água doMunicípio;V – a recuperação de áreas degradadas oudeterioradas visando à melhoria do meioambiente e das condições de habitabilidade;VI – o acesso à moradia digna, com a ampliaçãoda oferta de habitação para as faixas de rendabaixa e média;VII – a descentralização das fontes de empregoe o adensamento populacional das regiões commaior índice de oferta de trabalho;VIII – a regulamentação do parcelamento, uso eocupação do solo de modo a ampliar a oferta dehabitação para a população de mais baixa renda;IX – a promoção de sistema de circulação e redede transporte que assegure acessibilidadesatisfatória a todas as regiões da cidade.

Art. 9º Para os fins estabelecidos no art. 182 daConstituição da República, não cumprem afunção social da propriedade urbana, por nãoatender às exigências de ordenação da cidade,os terrenos, glebas, edificações ou lotes, total-mente desocupados, ressalvadas as exceçõesprevistas nesta lei, sendo passíveis, sucessiva-mente, de parcelamento, edificação e utilizaçãocompulsórios, imposto predial e territorial urbanoprogressivo no tempo e desapropriação compagamentos em títulos, com base nos artigos 5o,6o, 7o e 8o da Lei federal 10.257, de 10 de julho de2001, Estatuto da Cidade.

Parágrafo único. Os critérios de enquadra-mento dos imóveis não edificados, subtilizadosou não utilizados estão definidos nos artigos120 e 121 desta lei, que disciplinam os instru-mentos citados no “caput” deste artigo, e deli-mitam as áreas do Município onde serão apli-cados, podendo acrescentar-se outras áreas,conforme o artigo 85, §3º.

CAPÍTULO IVDOS OBJETIVOS E DIRETRIZES GERAIS DAPOLÍTICA URBANA

Art. 10. São objetivos gerais da política urbanado Plano Diretor do Município de Rio das Ostras:I – o desenvolvimento sustentável de atividadeseconômicas e sociais mediante sua diversifi-cação, priorizando o turismo e outras atividadesgeradoras de emprego, trabalho e renda;II – a promoção da qualidade de vida e da digni-dade da pessoa humana;III – a proteção ao meio ambiente;

IV – a gestão democrática mediante a partici-pação popular nas decisões do poder públicomunicipal;V – a fruição eqüitativa dos benefícios econô-micos e sociais da vida urbana;VI – a compatibilização do desenvolvimento deatividades econômicas com a preservação e aproteção ambiental;VII – a proteção ao patrimônio histórico, artístico,cultural e paisagístico;VIII – a integração regional;IX – a divulgação permanente dos objetivos edas diretrizes do plano diretor a fim de torná-loefetivo instrumento de política urbana.

Art. 11. São adotadas as seguintes diretrizesgerais de política urbana para assegurar ocumprimento da função social da propriedade:I – nortear a definição do uso e ocupação do so-lo urbano e rural pelo critério geofísico e econô-mico das microbacias hidrográficas e seu res-pectivo manejo;II – realizar o desenvolvimento sustentável domunicípio, compreendendo a garantia do direitoà terra urbana, à moradia, ao saneamento ambi-ental, à infra-estrutura urbana, ao transportecoletivo de passageiros e aos serviços públicos,ao trabalho e ao lazer para as presentes efuturas gerações;III – ordenar e controlar o uso do solo de modo aevitar:a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;b) a proximidade de usos incompatíveis ou incon-venientes;c) o parcelamento, a edificação ou o uso exces-sivos ou inadequados em relação à infra-estru-tura urbana;d) a instalação de empreendimentos ou ativi-dades que possam funcionar como pólos gera-dores de tráfego, sem a previsão da infra-estru-tura correspondente;e) a retenção especulativa de imóvel urbano,que resulte na sua subtilização ou não utilização;f) a deterioração das áreas urbanizadas, a polui-ção e a degradação ambiental;IV – estabelecer política de investimentos, ba-seada na eqüidade e universalização do acessoaos serviços públicos, ofertando equipamentosurbanos e comunitários, transporte e serviçospúblicos adequados aos interesses e neces-sidades da população;V – promover a integração e a complemen-taridade entre as atividades urbanas e rurais,tendo em vista o desenvolvimento sócio-eco-nômico do município, priorizando o Turismo comoindutor e facilitador dessa complementariedade;VI – promover a preservação do patrimônio na-tural, cultural, histórico, artístico, paisagístico,arqueológico e arquitetônico do Município;VII – adequar os instrumentos da política econô-mica, tributária e financeira e dos gastos públicosaos objetivos do desenvolvimento urbano, demodo a privilegiar os investimentos geradoresdo bem-estar geral e a fruição dos bens pelosdiferentes segmentos sociais;VIII – fortalecer a identidade do Município, suacultura, história, paisagem, inclusive como meiode aumentar a atratividade turística;IX – aplicar os instrumentos de gestão da políticaurbana do Estatuto da Cidade para a implemen-tação dos programas, projetos e ações estraté-gicas e das políticas fundiárias;X – promover a regularização fundiária e urbani-zação de áreas ocupadas por população de bai-xa renda mediante o estabelecimento de normasespeciais de urbanização, uso e ocupação dosolo e edificações, consideradas a situação só-cio-econômica da população e as normas am-bientais;XI – fomentar a atividade turística;XII – proteger e desenvolver a pesca e a aqüi-cultura;

Page 5: Plano Diretor _rio Das Ostras

55 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 20548

demais e para se conhecer o todo é necessáriouma análise sistêmica dessa realidade.Sistema Municipal de InformaçõesConjunto de informações sociais, culturais,econômicas, financeiras, patrimoniais,administrativas, físico-territoriais, inclusive carto-gráficas e geológicas, ambientais, imobiliárias eoutras de relevante interesse para o Municípioque deverão ser catalogadas e postas àdisposição para pesquisa e consultas dosórgãos públicos e cidadãos.

SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAÇÕESAMBIENTAISConjunto sistematizado de informações técnicasreferentes ao meio ambiente, com capacidadepara aquisição, armazenamento, monitoramento,análise e divulgação, relativos ao conjuntoterritorialmente integrado de dados ambientais,padrões e parâmetros, cadastramento de ativi-dades poluidoras, e indicadores ambientais rela-tivos ao território municipal.

SISTEMA VIÁRIOParte, ou melhor subsistema do ecossistemaurbano que permite a realização das atividadesde comunicação, pelo deslocamento de pessoasou veículos de um ponto a outro do espaçourbano. Representa, em planta, de modo signifi-cativo, ainda que não exclusivo, o traçado urba-no. Abrange, genericamente, as vias principaise secundárias, bem como as obras e serviçoscomplementares: terminais, passarelas, obras-de-arte, postos de serviço etc.

SISTEMAS DE CIRCULAÇÃOO mesmo que sistema viário, quando projetadono parcelamento do solo.

SÍTIO1. Lugar; local; chão descoberto; localidade. 2.Chácara; quinta; roça.

SÍTIOS DE RECREIOImóveis destinados à recreação ou lazer, familiarou coletivo, sendo considerados urbanos, sobreos quais incide o IPTU, ainda que se localize forado perímetro urbano e da área de expansão urbana,estando sujeitos à observância da legislaçãomunicipal para a área onde estão localizados. Oparcelamento do solo, bem como os projetos deedificação em tais imóveis devem ser aprovadospelo Município. É vedado o parcelamento do solona zona rural sem a prévia audiência do INCRA –Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agráriaque verificará em cada caso: a) se por suascaracterísticas e situação, o imóvel seja própriopara a localização de serviços comunitários dasáreas rurais circunvizinhas; b) se o imóvel seencontra em zona oficialmente declarada comozona de turismo ou caracterizada como estânciahidromineral ou balneária; c) se o imóvel,comprovadamente, tenha perdido suascaracterísticas produtivas, tornando antieconômicoo seu aproveitamento. O parcelamento, para finsurbanos, de imóvel rural localizado fora de zonaurbana ou de expansão urbana, rege-se pelasdisposições, do Decreto-Lei 58/37, do Decreto nº59.428/66 (artigo 96), da Lei 6.766/79 (artigo 53),e, ainda, no que couber Decreto-Lei 57/66 (artigo16) e da Lei 4504/64 – Estatuto da Terra (artigo 61).

TAXA DE PERMEABILIDADE1. Parâmetro urbanístico que determina a áreamínima obrigatória descoberta, permeável edotada de vegetação dentro de um terreno a seredificado, permitido pela lei de uso e ocupaçãodo solo (zoneamento). 2. Índice de proporçãorelativo à área do terreno que deve ser aplicadopara a preservação de uma superfície suficientepermeável em solo urbano para o escoamentode água pluvial.

TERRENOS, GLEBAS1. Solo não edificado, vazio. 2. Área de terrenoainda não parcelada e situada em zona urbanaou zona de expansão urbana, assim definidasem lei municipal.

TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA1. Quando precisamos, tomamos dinheiroemprestado em bancos, ou financeiras, para arcarcom certas despesas. O mesmo acontece com oEstado. O Estado obtém receita emitindo oschamados títulos da dívida pública. O governotoma emprestado vendendo no mercado financeiropapeis - os títulos da dívida pública. As pessoasque compram esses títulos, recebem, num prazodeterminado, o valor que pagou pelo títuloacrescido de juros e de outros ingredientes. 2.Emitidos pela União, Estados, Distrito Federal ouMunicípios, são papéis vendidos no mercado paracaptar recursos financeiros e financiar a dívidapública federal, estadual ou municipal. Em troca,pagam taxas de remuneração. 3. Os títulos dadívida pública derivam de empréstimos contraídospelo Estado. As quatro entidades políticas podemlançar títulos públicos, sob forma nominativa e aoportador. As denominações desses títulos variam,de acordo com o fim a que se destina, distinguindo-se as apólices, bônus do Tesouro Público, cupões,obrigações, bilhetes etc.

TOMBAMENTOO conceito de patrimônio histórico e artísticonacional abrange todos os bens, móveis eimóveis, existentes no país, cuja conservaçãoseja de interesse público, por sua vinculação afatos memoráveis da histórica pátria, ou por seuexcepcional valor artístico, arqueológico,etnográfico, bibliográfico ou ambiental. Tais benspodem ser realizações humanas, como obrasda natureza; tanto podem ser preciosidades dopassado como criações contemporâneas. Aproteção de todos esses bens é realizada pormeio do tombamento, ou seja, da inscrição dacoisa em livros especiais – Livros do Tombo –na repartição competente, para que a suautilização e conservação se façam de acordocom o prescrito na respectiva lei, e no ato dotombamento que estabelece as restrições parautilização dos referidos bens.

TOPOGRAFIACiência que descreve minuciosamente um terrenorepresentando-o com “croquis”, planta, mapa oucarta, conforme sua maior ou menor extensão,em escalas adequadas. Abrange a altimetria e aplanimetria. Altimetria. Mede as cotas, oualtitudes do terreno em relação a uma cota oualtitude de referência, geralmente identificadacomo nível médio do mar, por nivelamento oumedidas barométricas. São chamadas dealtimétricas as plantas, mapas ou cartas dotadasde curvas de nível. O Mesmo que hipsometria,nivelamento. Planimetria. Parte da topografiaque representa um terreno projetando-o sobreum plano horizontal imaginário, em escalaadequada. Quando a esfericidade da Terra éconsiderada, sua representação deixa de sertopográfica para ser geodésica. Escala. Emcartografia, relação entre as distâncias figuradasem uma carta, mapa ou planta e as distânciasreais, medidas no pleno horizontal, do espaçofísico representado. É comumente indicada sobforma fracionária (ex.: 1/100, 1/1000, 1/250) oude proporção (ex.: 1:100, que se lê “um paracem”) e significa que cada unidade de medida daplanta corresponde a 100 unidades da área realfigurada na dita planta.

TOPO DE MORROParte superior do morro.

TRÁFEGO

Segundo a ABNT, o mesmo que trânsito. Trânsito.“A ação da passagem de pedestres, animais eveículos de qualquer natureza por vias terrestres,aquáticas e aéreas, abertas à circulação pública”(ABNT TB 126). Tal definição corresponde aosentido etimológico da palavra, que provém dolatim transitu, “passagem, circulação”.

TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIRÉ forma de compensação para os proprietáriosde imóveis que estão impedidos (em razão delimitações administrativas de interesse público),de aproveitar por inteiro o índice de coeficientebásico do terreno (que é igual a 01) paraconstrução, ou seja, não podem construir até umavez a área do lote. Por exemplo se um lote possui360m2 de área de terreno, sendo o coeficientede aproveitamento básico igual a 01 (um), emtese teria o proprietário o direito de construir umaedificação de até 360m2. Entretanto, havendorestrições para edificar até o coeficiente básico,ou seja, restrições que impedem a construção deuma edificação com 360m2, restrições estas deordem urbanística ou ambiental previstas em lei,poderá o proprietário deste imóvel, transferir paraoutro imóvel, ou vender, a diferença de área quenão é passível de ser construída no imóvelpreservado. Um dos objetivos deste instrumentoda transferência do direito de construir é viabilizara preservação de imóveis ou áreas de importantevalor histórico, ambiental, paisagístico, social oucultural.

TRANSPORTE COLETIVO1. Transporte. “Deslocamento de pessoas,animais e cargas de qualquer natureza, emtrajetória genérica, por qualquer veículo”. (ABNTTB 126). 2. Meio de transporte (ônibus, metrô,etc..) que serve para o deslocamento depessoas de forma coletiva. 3. O transportecoletivo é serviço público, serviço este que,quando não prestado diretamente, deve serorganizado e fiscalizado pelo Município,. “Osrequisitos do Serviço público ou de utilidadepública são sintetizados, modernamente, emcinco princípios que a Administração deve tersempre presentes, para exigi-los de quem ospreste: o princípio da permanência impõe acontinuidade no serviço; o da generalidade impõeserviço igual para todos; o da eficiência exige aatualização do serviço; o da modicidade exigetarifas razoáveis; e o da cortesia traduz-se embom tratamento para com o público. Faltandoqualquer desses requisitos em um ServiçoPúblico ou de utilidade pública, é dever daAdministração intervir para restabelecer seuregular funcionamento ou retomar a suaprestação” . Constituição da República.“Artigo 30. Compete aos Municípios: V –organizar e prestar, diretamente, ou sob o regimede concessão ou permissão, os serviçospúblicos de interesse local, incluído o detransporte coletivo, que tem caráter essencial”.

UNIDADE DE CONSERVAÇÃOLei Nacional 9.985/2000. Espaço territorial eseus recursos ambientais, incluindo as águasjurisdicionais, com características naturaisrelevantes, legalmente instituídos pelo PoderPúblico, com objetivos de conservação e limitesdefinidos, sob regime especial de administração,ao qual se aplicam garantias adequadas deproteção.

URBANIZAÇÃO1. Crescimento da população urbana em relaçãoà população rural, processo pelo qual a populaçãourbana cresce em proporção superior àpopulação rural. Fenômeno de concentraçãourbana. Urbanificação. 2. Conjunto de medidastécnicas, administrativas, econômicas e sociaisque devem permitir o desenvolvimento

XIII – ampliar a infra-estrutura e a prestação deserviços destinados a convenções, congressos,reuniões corporativas como nova modalidadede turismo;XIV – promover a integração da economia localà indústria petrolífera preservadas as vocaçõesoriginais do Município;XV – melhorar a oferta de equipamentos urbanose comunitários, de transporte coletivo de pas-sageiros e outros serviços públicos adequadosaos interesses e necessidades da população eàs características locais;XVI – promover a justa distribuição dos bene-fícios e ônus decorrentes do processo de desen-volvimento urbano;XVII – recuperar os investimentos do Poder Públi-co de que tenha resultado a valorização de imó-veis urbanos;XVIII – promover a participação popular no con-trole da elaboração e monitoramento da execu-ção orçamentária e das prioridades do PlanoDiretor, bem como de planos, programas e pro-jetos de interesse local;XIX – fomentar a cultura em todas as suas for-mas de expressão;XX – apoiar e incentivar a valorização e a difusãodas manifestações culturais;XXI – estimular a instalação de centros técnicose científicos, bem como promover e apoiar asiniciativas em ciência e tecnologia em benefíciodo desenvolvimento social, ambiental e econô-mico do Município;XXII – promover e apoiar a implantação dos obje-tivos e diretrizes da Agenda 21 Local, bem comodos projetos que estejam em consonância coma política desta Agenda;XXIII – proteger os ecossistemas e os recursosnaturais da Zona Costeira com base nesta e naLei Nacional nº 7.661, de 16 de maio de 1988,regulamentada pelo Decreto 5.300 de 07 dedezembro de 2004.

TÍTULO IIPOLÍTICAS PÚBLICAS E SERVIÇOS PÚBLICOS

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 12. As políticas públicas municipais serãoimplementadas pelo Poder Executivo para tornarrealidade a aplicação das diretrizes, objetivos enormas desta lei, com a disponibilização perma-nente de informações à população em geral, oorçamento participativo, o Conselho Municipalde Política Urbana, a realização de debates eaudiências públicas para a participação popular,observados os princípios de economicidade,eficiência e eficácia.

Parágrafo único. A lei disporá sobre a realiza-ção bienal da Conferência Municipal de PolíticaUrbana, a realização de audiências públicas,reuniões, debates, consultas públicas, referen-do e plebiscito.

CAPÍTULO IIDAS POLÍTICAS AMBIENTAIS

SEÇÃO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. A política municipal de meio ambiente tempor objetivo a promoção de meio ambienteecologicamente equilibrado, bem de uso comumdo povo e essencial à sadia qualidade de vida,impondo-se ao Poder Público e à coletividade odever de defendê-lo e preservá-lo para as atuaise futuras gerações, atendidas as seguintes dire-trizes gerais:I – recuperar e preservar a qualidade do meioambiente;II – disciplinar o uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

III – cultivar e preservar as tradições e manifes-tações culturais da população local, a paisagemlocal, o patrimônio histórico e cultural;IV – promover a educação ambiental de toda acomunidade local, especialmente dos estudantesdo ensino fundamental;V – planejar e fiscalizar o uso dos recursos am-bientais;VI – estabelecer padrões de consumo e de produ-ção de bens e serviços compatíveis com a capa-cidade de suporte ambiental, social e econômicodo Município;VII – promover, direta ou indiretamente, a recupe-ração das áreas ou bens ambientalmente degra-dados, sejam urbanos ou integrantes do patrimô-nio cultural, histórico, artístico, paisagístico, ar-queológico e urbanístico;VIII – manter atualizado o sistema integrado deinformações ambientais, bem como procederperiodicamente à divulgação das informações edados nele contidos;IX – promover e fomentar a pesquisa, o desen-volvimento e a aplicação de tecnologias limpasadequadas à proteção dos recursos naturais;X – incentivar a adoção de padrões de com-portamento destinados à prevenção e à proteçãode danos ambientais ou que visem à restauraçãodo meio ambiente degradado;XI – promover o monitoramento e o controle dasatividades em potencial ou efetivamente polui-doras de modo a reduzir ao máximo, científica etecnologicamente possível, seus efeitos preju-diciais;XII – implementar o licenciamento ambiental muni-cipal;XIII – promover a proteção do patrimônio histórico,cultural, paisagístico e ambiental;XIV – proteger e preservar os ecossistemascom a preservação das áreas indispensáveis àsua manutenção;XV – compatibilizar o desenvolvimento econô-mico-social com a preservação e a promoçãoda boa qualidade do meio ambiente e do equilíbrioecológico;XVI – definir áreas e programas prioritários deação governamental com vistas à preservaçãoe à promoção da boa qualidade do meio ambientee do equilíbrio ecológico.

Parágrafo único. É vedada a expansão urbanaincompatível com os limites da sustentabilidadeambiental, social e econômica do Município.

Art. 14. São instrumentos da política municipaldo meio ambiente:I – o Zoneamento Ambiental e Costeiro;II – o Licenciamento das atividades efetiva oupotencialmente poluidoras;III – o Sistema Municipal de Informações Ambien-tais;IV – a criação de Unidades de Conservação.

Parágrafo único. Os instrumentos previstos nesteartigo não excluem a aplicação de outros autorizadosna legislação federal, estadual e municipal.

SEÇÃO IIDOS RECURSOS HÍDRICOS

Art. 15. São princípios fundamentais para agestão dos recursos hídricos no Município:I – a água é um bem de domínio público e destina-se prioritariamente ao consumo humano;II – a bacia hidrográfica é a unidade territorial deplanejamento e implementação da política derecursos hídricos;III – a gestão dos recursos hídricos deve propor-cionar o uso múltiplo das águas;IV – a gestão dos recursos hídricos deve serintegrada com a gestão do uso e ocupação dosolo e do meio ambiente;V – o Poder Executivo Municipal cooperará com

os Governos Federal e Estadual na gestão dosrecursos hídricos e contará com o apoio dapopulação.

Art. 16. São diretrizes para a gestão dosrecursos hídricos:I – participar da gestão das bacias hidrográficase do conjunto das suas Áreas de Proteção eRecuperação de Mananciais – APRMs, as-segurando a reservação e o fornecimento deágua de boa qualidade nos mananciais e aqüí-feros que abastecem o Município;II – contribuir para o aprimoramento da gestãointegrada dos recursos hídricos na formulação,implementação e gerenciamento de políticas,ações e investimentos;III – promover a recuperação, a preservação e ainterligação dos recursos hídricos com outrosfragmentos, bem como a criação de Unidadesde Conservação na bacia do Rio das Ostras;IV – reprimir a implantação de loteamentos clan-destinos ou irregulares;V – promover ou fomentar a recuperação dasmatas ciliares, dos lagos e cursos d’água;VI – promover, exigir e fomentar, no que couber,a recuperação de áreas degradadas situadasnas bacias hidrográficas, revertendo à perdade capacidade de produção de água por meiode programas integrados de saneamento am-biental.VII – preservar a quantidade e qualidade da água;VIII – integrar a gestão dos recursos hídricoscom os sistemas estuarinos e a zona costeira.

SEÇÃO IIIDO SANEAMENTO AMBIENTAL

Art. 17. Na gestão dos serviços de saneamentoambiental serão observados os princípios dauniversalidade, equidade, integralidade, interse-torialidade, gestão pública, participação econtrole social.

§ 1º O saneamento ambiental abrange, além dosserviços de saneamento básico, o controle dapoluição das águas, do solo e do ar, a drenagemde águas pluviais, o controle ambiental devetores de doenças.

§ 2º Os serviços públicos de saneamentoambiental poderão ser executados direta ouindiretamente pela administração municipal,neste caso, mediante concessão ou permissãona forma da lei.

Art. 18. São diretrizes para o saneamento básico:I – fixar metas progressivas de regularidade,universalização e melhoria da qualidade relativasao sistema de abastecimento de água e ao sis-tema de tratamento de esgotos a serem alcan-çadas pelas empresas concessionárias;II – promover campanha de identificação de liga-ções clandestinas de esgotamento sanitário afim de desligá-las, conscientizando a populaçãoacerca da importância sanitária do tratamentodos efluentes;III – coibir o desperdício de água;IV – promover a racionalização da cobrança peloconsumo de água e a redução das perdas pormeio da instalação de hidrômetros individuais ououtra tecnologia de medição adequada para oscondomínios verticais;V – estabelecer metas progressivas de amplia-ção do sistema de coleta de esgotos para atendi-mento em toda a Área Urbana;VI – instituir programa de soluções alternativasde esgotamento sanitário para atendimento deassentamentos isolados periféricos;VII – promover o controle das cargas poluidorasdifusas, com vistas a sua redução, particular-mente daquelas originadas do lançamento deresíduos sólidos e de ligações clandestinas de

Page 6: Plano Diretor _rio Das Ostras

66 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 47

bem como a reutilização do patrimônio existente,o incremento do turismo e do lazer, através deacréscimo de atividades geradoras de ganhoseconômicos e de melhoria da qualidade eotimização dos espaços públicos e privados.

RESERVA FUNDIÁRIAReserva de terras ou de propriedade imóvelconstituída pelo Município, para fins urbanos ouambientais.

RESERVAS EXTRATIVISTAS, PARQUES MARINHOSÁrea que corresponde a espaços destinados àexploração auto-sustentável e conservação derecursos naturais renováveis, por populaçãoextrativista. É criada pelo Poder Público em espaçosterritoriais de interesse ecológico e social.

RESÍDUOS SÓLIDOS (LIXO)Todo e qualquer refugo, sobra ou detritoresultante da atividade humana, excetuandodejetos e outros materiais sólidos: pode estarem estado sólido ou semi-sólido. Os resíduossólidos podem ser classificados de acordo comsua natureza física (seco ou molhado), suacomposição química (orgânico e inorgânico) esua fonte geradora (domiciliar, industrial,hospitalar, etc.). Uma classificação que sesobrepõe a todas as demais é aquela queconsidera os riscos potenciais dos resíduos aoambiente, dividindo-os em perigosos, inertes enão inertes, conforme NBR 10.004.

RESTAURAÇÃO DO MEIO AMBIENTE DEGRADADOLei 9.985/2000. Artigo 2º inciso XIV: “restaura-ção: restituição de um ecossistema ou de umapopulação silvestre degradada o mais próximopossível de sua condição original”. Restaura-ção. Espécie de preservação que consiste emrestituir ao patrimônio do ambiente (artefato ouespaço construído ou plantado) seu primitivoestado, restabelecendo sua primitiva imagem.Restauram-se, mais comumente, monumentos,edifícios e obras de arte em geral.

RESTINGA1. Faixa ou língua de areia, depositadaparalelamente ao litoral, devido ao dinamismodestrutivo e construtivo das águas oceânicas.Esses depósitos são feitos com apoio em pontasou cabos, podendo barrar uma série de pequenaslagoas. 2. Acumulação de areia ao longo dacosta, trazida pelo mar, com associaçõesvegetais características (vegetação de restinga).3. A vegetação típica desses ecossistemas. 4.Resolução Conama nº 010 de 01 deoutubro de 1993: “Vegetação que recebeinfluência marinha, presente ao longo do litoralbrasileiro, também considerada comunidadeedáfica, por depender mais da natureza do solodo que do clima. Ocorre em mosaico e encontra-se em praias, cordões arenosos, dunas edepressões, apresentando de acordo com oestágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivoe arbóreo, este último mais interiorizado”.

RESTRIÇÕES DE USORestrições quanto ao uso do solo (limitaçõesadministrativas) em uma Unidade deConservação, conforme estabelecido em lei.

REURBANIZAÇÃOO mesmo que renovação urbana. Reurbaniza-ção se presta para áreas deterioradas. Áreasdeterioradas: Espaços territoriais commúltiplos usos implantados de maneiradesordenada, em edificações adaptadas eobsoletas, vias de baixa fluidez e equipamentosurbanos deficitários, geralmente habitados porpopulação de baixa renda.

REUSO

Processo de aplicação e/ou utilização de umresíduo, sem transformação do mesmo. Natransformação do resíduo ocorre a reciclagem.Ver reciclagem.

ROYALTIES DE PETRÓLEOOs royalties constituem uma das formas maisantigas de pagamento de direitos. A palavra royaltytem sua origem no inglês royal, que significa “darealeza” ou “relativo ao rei”. Originalmente, royalera o direito que os reis tinham de receberpagamento pela extração de minerais feita emsuas terras. No Brasil, os royalties são aplicadosquando o assunto é recursos energéticos, comoo petróleo e o gás natural, sendo umacompensação financeira que as empresasexploradoras e produtoras desses bens não-renováveis devem ao Estado e cujo pagamento éfeito mensalmente. O Estado do Rio de Janeiro eseus municípios (em especial aqueles que fazemfronteira com a bacia de Campos, o que é o casode Rio das Ostras) são beneficiados com osroyalties, já que o estado é o maior produtor depetróleo do país e possui as maiores reservasnacionais do produto. Segundo a ANP, osroyalties são calculados mensalmente para cadacampo produtor (área produtora de petróleo e/oude gás natural a partir de um reservatório contínuoou de mais de um reservatório) através daaplicação da alíquota sobre o valor da produçãode petróleo e de gás natural.

SANEAMENTO AMBIENTALConjunto de ações e medidas que visam a melhoriada saúde e conforto humanos, visando além dosaneamento básico, o controle da poluição daságuas, do solo e do ar, a drenagem de águaspluviais, o controle ambiental de vetores dedoenças e pragas, bem como a proteção dossistemas ecológicos e recursos naturais.

SANEAMENTO BÁSICOAto ou efeito de tornar uma área habitável, emcondições satisfatórias de higiene, com aexecução de obras e serviços de água potávele esgoto.

SERVIÇOS PÚBLICOSServiços públicos propriamente ditos, são osque o Poder Público presta diretamente àcomunidade, são serviços essenciais, coletivose perenes e sem possibilidade de ser prestadopor particulares, p.ex.: segurança pública, poderde polícia, preservação da saúde pública,serviços de justiça. Serviços de utilidadepública são os que o Poder Público pode prestardiretamente, ou delegar sua prestação a terceirosparticulares, p. ex.: transporte coletivo,fornecimento de energia elétrica, água, esgoto,gás, telefone etc.. No primeiro caso (serviçopúblico propriamente dito) o serviço visa asatisfazer necessidades gerais da coletividade,no segundo caso (serviço de utilidade pública) oserviço visa a facilitar a existência do indivíduona sociedade, pondo à sua disposição utilidadesque lhe proporcionarão mais comodidade,conformo e bem-estar. Na prestação dos serviçospúblicos o poder público deverá observar, dentreoutros, os seguintes princípios: Modicidadesignifica que o serviço público deve ser prestado,não de forma gratuita, sendo, a princípio, lícitoque se cobre (por taxa, tarifa ou preço público)uma retribuição pecuniária pela atividadedisponibilizada para um terceiro. Entretanto, atarifa deve ser acessível à população, sendovedado o enriquecimento sem causa.Generalidade quer dizer que um serviço deinteresse público jamais poderá ser prestado semque se atenda ao interesse público coletivo. Oserviço deve ser impessoal e atender ao maiornúmero de usuários possível, devendo seracessível a todos. Eficiência, onde o prestador

do serviço público deve sempre buscar oaperfeiçoamento do serviço, incorporando osmelhores recursos materiais e humanos, bemcomo as melhores técnicas possíveis. Cortesia,corresponde ao atendimento público de formaeducada e solícita, pois, o consumidor é odestinatário final do serviço, não podendo serdiscriminado ou mal-tratado, toda a suareclamação ou pedido de informação deve serrespondido. Continuidade do serviço, uma vezque a prestação do serviço público não deve serinterrompida, visto o ser caráter essencial para acomunidade, sob pena de se colocar em riscodeterminadas atividades ou, em alguns casos,até a própria vida humana.

SERVIDÃO ADMINISTRATIVAO mesmo que servidão pública.

SERVIDÃO PÚBLICAServidão pública, ou administrativa, é um ônusreal de uso, imposto pelo poder público àpropriedade particular para fim de assegurar arealização e manutenção de obras e serviçospúblicos ou de utilidade pública, medianteindenização dos prejuízos efetivamentesuportados pelo proprietário da área – proprietáriodo prédio (imóvel), chamado serviente. Taisservidões são comumente estabelecidas para apassagem de cabos condutores de energiaelétrica, fios telegráficos e telefonia, aquedutos eoleodutos, pela propriedade particular. Nessashipóteses não é necessária a desapropriação,porque o poder público não tem necessidade daterra, bastando-lhe o poder de passagem,assegurado pela servidão sobre a faixa serviente,o que dispensa a indenização do solo, desde quese componham os danos causados pelainstalação e conservação dos equipamentospúblicos. Se, porém, a servidão administrativadepreciar a propriedade particular, ou torna-laimprópria à sua destinação, é de rigor aindenização do prédio serviente, até o limite desua efetiva desvalorização.

SETOR PRIMÁRIOSetor da indústria que extrai mecanicamentebens que serão insumos da indústria secundáriae, sem transformá-los, dá-lhes um tratamentopreliminar de limpeza, purificação econcentração. O mesmo que indústria extrativa.

SETOR SECUNDÁRIOSetor da indústria que transforma produtosprimários ou matérias-primas em produtosacabados ou semi-acabados, transportáveis –é a atividade industrial por excelência.Compreende as indústrias: leve (indústriasecundária ou manufatureira que não polui omeio ambiente), especial (indústria secundáriaou manufatureira que pode ser pesada eincômoda ou perigosa) e geral (indústriamanufatureira de mesma natureza da leve,porém causadora de incômodos ou distúrbiospelo seu tamanho).

SETOR TERCIÁRIOSetor da indústria que monta ou dá acabamentoa produtos manufaturados, acabados comemprego intensivo de mão-de-obra. Junto com aindústria leve, deve localizar-se na zonaurbanizada, reduzindo a distância da residênciaao trabalho;

SISTEMAConjunto de partes interligadas ou em interaçãoque busca ou tem, naturalmente, um objetivo.Ex.: o organismo humano é um sistema quebusca manter a vida. O processo de planeja-mento integrado estuda a realidade da cidadeconsiderando-a um sistema, portanto umconjunto em que cada parte interage com as

esgotamento sanitário;VIII – estabelecer normas especiais com vistasao monitoramento, controle e tratamento de resí-duos e efluentes de qualquer natureza articula-das com o controle de vazões de drenagem paraos empreendimentos potencialmente geradoresde poluição;IX – promover a articulação e a coordenação detodos os gestores do processo para implemen-tação de cadastro das redes e instalaçõesexistentes;X – promover mecanismos e campanhas de edu-cação sanitária, considerando o uso racional esaudável da água.

SEÇÃO IVDOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Art. 19. São diretrizes para a gestão dos resí-duos sólidos:I – promover a educação ambiental com vistas aoestímulo à redução da quantidade de geração deresíduos sólidos e à participação da populaçãono processo de gestão e controle dos serviços;II – controlar e fiscalizar os processos de gera-ção de resíduos sólidos, inclusive daqueles origi-nários da construção civil;III – disciplinar e estimular a disposição adequadados resíduos da construção civil, bem como aimplantação de processos destinados ao seureaproveitamento mediante processos tecnoló-gicos ambientalmente adequados;IV – implantar programas de coleta seletiva, com-postagem de resíduos orgânicos e de estímuloao reaproveitamento dos resíduos recicláveis,tais como metais, papéis e plásticos, bem comofixar metas e procedimentos correspondentes;V – promover a universalidade, a eficiência e a regu-laridade do atendimento à população na prestaçãodos serviços de coleta de resíduos sólidos;VI – promover a sustentabilidade ambiental, sociale econômica na gestão dos resíduos sólidos;VII – estimular o desenvolvimento de soluçõesalternativas geradoras de energia para o trata-mento dos resíduos sólidos;VIII – promover a integração, a articulação e acooperação entre os municípios da região me-diante consórcios públicos para o tratamento ea destinação de resíduos sólidos;IX – promover o incentivo à segregação integralde resíduos sólidos na fonte geradora e à gestãodiferenciada;X – incentivar a minimização da geração, a sepa-ração, o reuso e a reciclagem de resíduos sólidos;XI – exigir e, quando for o caso, promover arecuperação ambiental e paisagística de áreasambientalmente degradadas ou contaminadas;XII – exigir do setor empresarial a destinaçãoadequada pós-consumo dos produtos e serviçosofertados;XIII – informar a população a respeito dos custose do potencial de degradação ambiental dos pro-dutos e serviços ofertados;XIV – estimular a gestão compartilhada e assegu-rar o controle social do sistema de limpezapública;XV – responsabilizar civilmente todo aquele que,em decorrência de sua atividade, tenha produ-zido resíduo sólido causador de dano ambientalou quem de qualquer modo tenha contribuídopara ele, seja, dentre outros, o prestador deserviço, produtor, importador ou comerciante;XVI – incentivar a pesquisa, o desenvolvimentoe a implementação de novas técnicas de gestão,minimização, coleta, tratamento e disposição finalde resíduos sólidos;XVII – promover a redução da distância entre asfontes geradoras de resíduos e os centros derecepção e tratamento, dividindo a cidade porregiões.

Parágrafo único. O Poder Executivo deverá

elaborar o Plano Diretor de Resíduos Sólidos noprazo de um ano a partir da vigência desta Lei,garantindo as diretrizes previstas neste artigo.

SEÇÃO VDA DRENAGEM URBANA

Art. 20. O Poder Executivo Municipal promoveráa implantação de um sistema de macro e meso-drenagem na área urbana e de expansão urba-na, observando as disposições pertinentes dalegislação federal, estadual e municipal aplicável,além das regras, princípios e diretrizes desta lei.

§ 1º Caberá ao poder executivo municipal exercero controle do sistema de macro e meso-drenagemna área urbana e de expansão, observando o quepreconiza o Plano de Drenagem Urbana – 2006.

§ 2º Os projetos de Macro, Meso e Micro-drena-gem deverão atender os critérios e parâmetrosdefinidos do Plano a que se refere o parágrafoanterior, obedecendo aos seguintes itens:I – estudos topográficos (levantamento planialti-métrico e cadastral);II – elementos para apresentação de projetos ecadastros de drenagem;III – terminologia;IV – estudos hidrológicos (coleta e processamen-to de dados, tempo de recorrência, chuva deprojeto e cálculo de vazão);V – projetos de macro, meso e micro-drenagem(aspectos gerais, metodologia e critérios de cál-culo, e produto final);VI – singularidades;VII – fiscalização de projetos e obras de drena-gem (análise de projetos e cadastros, acompa-nhamento e aceite de obras).

§ 3º Nas áreas protegidas por lei e seus en-tornos, os estudos das bacias de drenagem defi-nidas no Plano de Drenagem Urbana – 2006, de-verão contemplar a viabilidade técnica de implan-tação respeitando-se os seus limites, disciplinan-do o processo de ocupação a fim de proteger adiversidade biológica, seus produtos bióticos,abióticos e estéticos, bem como proteger as ba-cias hidrográficas ali existentes de forma a as-segurar a sustentabilidade do uso dos recursosnaturais e a qualidade de vida.

SEÇÃO VIDO CONTROLE DE PRAGAS E VETORES DEDOENÇAS

Art. 21. Os serviços de combate, controle ouerradicação de vetores e pragas serão objetode planejamento, programação e implementação,observados os seguintes procedimentos:I – levantamento da situação, abrangendo:a) delimitação de área;b) estudo das causas;c) determinação das medidas cabíveis.II – ataque;III – educação sanitária e ambiental;IV – avaliação dos resultados.

Art. 22. Os programas de controle de vetores epragas terão, dentre outros, o objetivo de restituiro equilíbrio do ambiente natural, o controle dedoenças relacionadas à produção agropecuária,animal e o controle de doenças humanas cujaimplementação competirá aos órgãos públicosrespectivamente competentes.

Parágrafo único. Os programas a que se refe-re este artigo quando se referirem ao controlede vetores e de pragas que acometerem simulta-neamente a saúde humana e a fauna, ou ainda omeio ambiente natural serão implementados deforma articulada e conjunta entre os órgãos pú-blicos competentes.

Art. 23. O Poder Público investirá na melhoriaquantitativa e qualitativa dos programas de con-trole de vetores e pragas.

Art. 24. Para efeito de aplicação desta lei e da legis-lação municipal correspondente, considera-se:I – controle de pragas e vetores de doenças: oconjunto de ações simultâneas mediante a ado-ção de métodos cíclicos, sanitizadores, interven-ções químicas ou biológicas e barreiras físicascom o objetivo de preservar o meio ambiente ereduzir os riscos de prejuízos à saúde pública;II – vetor biológico: o artrópode no qual se passa,obrigatoriamente, uma das fases do desenvol-vimento de determinado agente etiológico;III – vetor mecânico: o artrópode que, acidental-mente, pode transportar um agente etiológico;IV – animal peçonhento: aqueles que produzemveneno através de glândulas e têm a capacidadede inoculá-lo, de forma ativa, através de aparelhoinoculador como dentes e ferrões;V – agente etiológico ou infeccioso: o ser capazde produzir infecção ou doença infecciosa.

Parágrafo único. O controle de pragas e veto-res inclui o dos animais peçonhentos.

Art. 25. O Poder Público adotará preferencial-mente os métodos de controle de menor impactono meio ambiente.

Art. 26. Compete aos órgãos municipais de saúde,em articulação com os órgãos similares federais eestaduais, o controle de pragas e vetores e, quandoindicada, as providências para a erradicação dosvetores biológicos de doenças humanas.

Art. 27. O controle de pragas e vetores é deverdo Poder Público e da sociedade civil emcolaboração mútua.

Art. 28. Compete aos órgãos municipais deSaúde, Meio Ambiente e Agricultura a regulaçãoe a normatização das atividades exercidas pelainiciativa privada no controle de pragas e vetoresde doenças.

SEÇÃO VIIDA PREVENÇÃO E CONTROLE DE RUÍDOS

Art. 29. Lei Municipal estabelecerá limitesmáximos de emissão de ruídos advindos de qual-quer atividade que não poderão ser exercidos,sob pena de imposição de penalidades.

Parágrafo único. A poluição sonora capaz deprejudicar, a curto ou longo prazo, a saúde, emespecial a saúde do trabalhador, a segurança eo sossego público será objeto de repressão efiscalização ambiental, sanitária e de posturas.

SEÇÃO VIIIDA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Art. 30. Todos têm direito à educação ambiental,incumbindo:I – ao Poder Público promovê-la pelos meios aoseu dispor, em todos os níveis de ensino;II – às instituições educativas, realizá-la demaneira integrada aos programas educacionaispor elas desenvolvidas;III – ao órgão ambiental local, integrá-la aos pro-gramas de conservação, recuperação e melho-ria do meio ambiente;IV – aos meios de comunicação de massa, cola-borar de maneira ativa e permanente na dissemi-nação de informações e práticas educativas so-bre o meio ambiente humano, incorporando adimensão ambiental em sua programação;V – às empresas, entidades de classe, insti-tuições públicas e privadas, implantar programasde educação ambiental sobre as condições ade-

Page 7: Plano Diretor _rio Das Ostras

77 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 200646

PROJETOSSão partes detalhadas de um programa,compreendendo: levantamentos, detalhesconstrutivos ou funcionais, metas a alcançar,cronograma e fases, orçamentos, recursosnecessários e acompanhamento de suaimplantação.

RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICATransmissão de energia na forma de ondas,contendo um componente elétrico e outromagnético, por ser produzida pela aceleraçãode uma carga elétrica em um campo magnético.O espectro da radiação eletromagnética englobaa luz visível, os raios gama, as ondas de rádio,as microondas, os raios x, ultravioleta, e oinfravermelho.

RECICLAGEM1. Processo de reaproveitamento de um resíduo,após ter sido submetido à transformação. 2. Atode tornar útil e disponível novamente,eventualmente através de um processo detransformação físico-química, material que já foiutilizado anteriormente dentro de um sistema.Materiais que seriam descartados como lixotorna-se novamente matéria-prima para amanufatura de bens, reduzindo a extração derecursos naturais. Pode haver vários tipos dereciclagem, p. ex.: reutilização de materiais comogarrafas de vidro; reciclagem pelo própriofabricante, de produtos que não passaram nocontrole de qualidade; reciclagem de materiaispós-consumo, que envolve separação préviana fonte geradora, coleta seletiva, limpeza ereprocessamento.

RECUOAfastamento obrigatório da edificação principaldo lote, com relação ao alinhamento oualinhamentos, e às divisas (laterais, de frenteou de fundos), conforme exigências dalegislação municipal.

RECUPERAÇÃOLei Nacional 9.985/2000, artigo 2º, XIII:“restituição de um ecossistema ou de umapopulação silvestre degradada a uma condiçãonão-degradada, que pode ser diferente de suacondição original”.

RECUPERAÇÃO AMBIENTALRestituição de um ecossistema ou umapopulação silvestre degradada o mais próximopossível da sua condição original.

RECURSOS AMBIENTAISLei Nacional 9.985/2000, artigo 2º, IV: “aatmosfera, as águas interiores, superficiais ousubterrâneas, os estuários, o mar territorial, osolo, o subsolo, os elementos da biosfera, afauna e a flora”.

RECURSOS HÍDRICOSRecurso natural proveniente de ciclo hidrológico. As águas interiores, superficiais e subterrâneas,e os oceanos.recursos naturais1. Tudo o que se encontra na Natureza quepodemos utilizar (p. ex.: alimento; energia; matéria-prima para construções, etc.). 2. Toda matéria eenergia que ainda não tenha sofrido um processode transformação e que é usada diretamente pelosseres humanos para assegurar as necessidadesfisiológicas, socioeconômicas e culturais, tantoindividual quanto coletivamente. 3. Qualquerproduto da Natureza, como solo, água, floresta,minerais, animais etc., que constitua um bemeconômico, ou seja, que por sua relativaescassez tenha valor econômico, valor de troca.

REFERENDO POPULAR E PLEBISCITO

Trata-se de mecanismo democrático pelo qual opovo (eleitores), uma vez consultado manifestasua vontade, através de voto direto, sobreassuntos ou normas de grande interesse erepercussão na sociedade. Plebiscito. Noplebiscito (instrumento de consulta do governoem sentido amplo) a consulta à população se dápara qualquer questão de interesse público, epode ser ainda utilizado para avaliar repercussãode determinada medida futura a ser tomada pelopoder público. Referendo. Já o referendo servepara consultar à população acerca de uma norma(lei ou decreto) e é convocado para confirma-laou rejeita-la, após a edição da mesma. Ambos osinstitutos, e mais também o da iniciativa popularde leis servem ao exercício da democraciaparticipativa que deve ser um processopermanente de educação para a cidadania. Opovo, como co-responsável, deixa de ser “objeto”para ser “sujeito” das relações sociais decisórias.Através de tais mecanismos a participação dapopulação é fortalecida, servindo também comoforma de correção dos vícios de sistemas degoverno desassociados da opinião pública, dandoassim ao povo da cidade o direito e oportunidadede decidir questões mais íntimas à suacomunidade, possibilitando também a criação denovas lideranças locais.

REGULAMENTOConjunto de regras para esclarecer e completaro texto da lei e abrange todas as normasmunicipais de ordenamento urbano que prove-nham do poder executivo, normalmente atravésde decretos, editados com base na lei do PlanoDiretor que foi aprovado pela Câmara de Verea-dores.

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIAÉ o procedimento pelo qual se busca regularizara posse da terra ao seu ocupante, ou seja, tornaro possuidor proprietário do imóvel que ocupa. Aregularização fundiária pressupõe que o acessoao bem (imóvel) foi obtido de modo irregular, comopor exemplo, não resultar de venda realizadapelo proprietário do imóvel ao possuidor domesmo. Existem vários instrumentos que pos-sibilitam a regularização fundiária de um imóvelocupado a seu possuidor, dentre eles: usucapiãoespecial urbano (individual ou coletivo),concessão de direito real de uso; concessão deuso especial para fins de moradia, compra evenda, desapropriação. O Estatuto da Cidade(Lei Nacional 10.257/2001) propõe a regulari-zação fundiária de imóveis privados ocupadospor moradia popular através do usucapião(individual ou coletivo), bem como para imóveispúblicos ocupados com a mesma finalidade(moradia) através da concessão especial de uso(Medida Provisória 2.220/2001). Tais instru-mentos, bem como o da concessão de direitoreal de uso (Decreto Lei 271/67) possibilitam alegalização para ocupações feitas por popu-lações de baixa renda em área que não lhespertenciam legalmente. A regularização fundiáriacomo diretriz do Estatuto da Cidade visa efetivaro direito à moradia da população que vive emcondições precárias e sem nenhuma segurançajurídica de proteção ao direito de moradia nascidades, em razão de que tais assentamentosurbanos serem considerados ilegais eirregulares pela ordem legal urbana em vigor.Ver regularização urbanística.

REGULARIZAÇÃO URBANÍSTICA1. Pressupõe a irregularidade quanto ao uso e aocupação do solo urbano realizada pelo parti-cular sem a observância das normas urbanís-ticas e ambientais em vigor no Município, e semo regular procedimento para obtenção da licençapara construir. 2. É o procedimento por meio doqual se busca enfrentar o problema do desen-

volvimento urbano informal, ou seja a problemáticada apropriação de espaços urbanos (públicosou privados) pela população sem acesso àmoradia digna, que se realiza, sem observânciada legislação de parcelamento, uso e ocupaçãodo solo, favorecendo o crescimento desorde-nado da cidade. As áreas mais sensíveis aocorrências de irregularidades são, por exemplo:áreas particulares loteadas e não ocupadas(propiciando ocupações por população de baixarenda por absoluta falta de oportunidade deacesso a terra urbana e a moradia); áreas depreservação ambiental, onde não se podeconstruir, e assim a população de melhor rendaevita tais espaços (normalmente insalubres,áreas alagadas, mangues etc.) sendo o quesobra para a população de baixa renda que sefixa nestes locais, irregularmente, com prejuízosnão só de ordem urbanística como também deordem ambiental para todos, o mesmo se dandoem áreas de risco (redes de alta tensão, toposde morros, margens de ferrovias, etc.) onde apopulação menos favorecida em prejuízo próprioacaba por se fixar. A regularização urbanísticase procede mediante a realização de um Planode Urbanização por parte do poder executivo,que contempla a produção de normasespecíficas visando à regularização dasedificações e dos usos do solo frente à legislaçãourbanística municipal, a aprovação de projetosde alinhamento, loteamento, dentre outros,conforme o caso, a realização de obras de infra-estrutura, de melhorias habitacionais e outrasatividades, com a participação da população.

Relatório de Impacto de Vizinhança (REIV)É o documento que resulta do Estudo de Impactode Vizinhança; deve ser escrito de forma clarae de fácil compreensão pela população. Estedocumento faz uma síntese do Estudo de Impactode Vizinhança, enfatizando seus aspectos maisrelevantes.

RELATÓRIO DE IMPACTO SOBRE O MEIOAMBIENTE (RIMA)Documento que apresenta os resultados deestudos técnicos e científicos de avaliação deimpacto ambiental, de modo que possa serdivulgado e analisado por todas as partesinteressadas. Deve ser escrito em linguagemnão técnica para facilitar a sua compreensãopelo público não especializado.

RELOTEAMENTO1. Consiste no ato de tornar a parcelar (lotear)uma área que já foi parcelada através deloteamento ou desmembramento. O reloteamento,nada mais é que o parcelamento do solo resultantede loteamento ou desmembramento já aprovado,com abertura de novas vias de circulação. 2. Oreloteamento é a modificação total ou parcial doloteamento que implique em modificação doarruamento aprovado e implantado, e em novadistribuição das áreas resultantes, sobre a formade lotes. O reloteamento em qualquer hipótese secondiciona ao enquadramento nos dispositivosda lei municipal relativos ao parcelamento e aozoneamento.

REMEMBRAMENTO1. Reagrupamento, reunião de parcelas (terrenos)ou de volumes para formar propriedades ouconjuntos únicos . 2. Reagrupamento de lotescontíguos para constituição de unidades maiores.

REQUALIFICAÇÃOEstabelecimento de novos padrões deorganização e utilização de determinadosespaços da cidade, com vistas a um melhordesempenho econômico, abrange ações dereimplantação de antigas funções (de habitação,comércio serviços e cultura) conforme o caso,

quadas de trabalho e as repercussões do pro-cesso produtivo no meio ambiente;VI – à sociedade como um todo, manter atençãopermanente à incorporação de valores, hábitose atitudes compatíveis com proteção ambiental.

Art. 31. São princípios básicos da educaçãoambiental:I – o enfoque humanista, holístico, democráticoe participativo, que considere o ser humano emsua totalidade e dignidade;II – a concepção do meio ambiente em sua tota-lidade, considerando a interdependência entreo meio natural, o sócio-econômico e o culturalna perspectiva da sustentabilidade paras asatuais e futuras gerações;III – o pluralismo de idéias e concepções peda-gógicas na perspectiva da inter, multi e trans-disciplinariedade;IV – a vinculação entre a ética, a educação, otrabalho e as práticas sociais;V – a garantia de continuidade e permanênciano processo educativo;VI – a permanente avaliação crítica do processoeducativo;VII – a abordagem articulada das questões ambi-entais locais, regionais, nacionais e globais;VIII – o reconhecimento e o respeito à pluralidadee à diversidade individual e cultural.

Art. 32. São objetivos fundamentais da educaçãoambiental:I – o desenvolvimento de uma compreensão inte-grada do meio ambiente em suas múltiplas ecomplexas relações;II – a garantia da democratização das informa-ções ambientais;III – o estímulo e o fortalecimento de uma consci-ência crítica sobre a problemática ambiental esocial;IV – o incentivo à participação permanente eresponsável de todos para a preservação epromoção do equilíbrio do meio ambiente;V – a cooperação com os municípios da micror-região com vistas à construção de uma sociedadeambientalmente equilibrada;VI – o fortalecimento do exercício da cidadaniapara a proteção ambiental.

SEÇÃO IXDA FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL

Art. 33. A Administração Municipal elaborará umplano de fiscalização ambiental que inclua visto-rias periódicas às áreas sob proteção e às poten-ciais ou efetivas fontes poluidoras, um programade capacitação de seus funcionários para oexercício de suas funções de monitoramento efiscalização e aplicará as penalidades cabíveisprevistas nas legislações federal, estadual e mu-nicipal aos infratores e responsáveis, exigindodos mesmos a execução das providências ade-quadas para a recuperação das áreas ambien-talmente degradadas.

§ 1º Lei municipal disciplinará a fiscalizaçãoambiental.

§ 2º A vigilância ambiental em saúde será exercidapelo órgão municipal de vigilância ambiental em saúde.

CAPÍTULO IIIDAS POLÍTICAS URBANAS

SEÇÃO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 34. São objetivos da política de urbanizaçãoe uso do solo:I – a diversificação e a mesclagem de usos com-patíveis com vistas à redução dos deslocamen-tos entre residência e trabalho e ao equilíbrio da

distribuição da oferta de emprego e trabalho nacidade, evitando a segregação e promovendo adistribuição espacial equilibrada da população edas atividades econômicas;II – o adensamento e o crescimento ordenado dacidade na área urbanizada dotada de infra-es-trutura urbana e equipamentos urbanos e comu-nitários de modo a impedir a ociosidade da infra-estrutura instalada e a reduzir os custos resul-tantes da expansão horizontal da infra-estru-tura;III – a definição de parâmetros diferenciados parao parcelamento, uso e ocupação do solo paraassegurar uma relação equilibrada entre o esto-que de área construída e a infra-estrutura viáriae de transporte coletivo e de áreas verdes delazer de modo a impedir a sobrecarga e a ocio-sidade da infra-estrutura;IV – a mesclagem do uso residencial com usosnão residenciais em áreas de alta densidade deserviços com saturação da infra-estrutura viária;V – a requalificação de áreas de urbanizaçãoconsolidada, dotadas de infra-estrutura e con-dições de atrair investimentos imobiliários;VI – o aproveitamento dos investimentos urbanosgerando novos recursos para investimento prio-ritário na redução progressiva do déficit socialrepresentado pela carência de infra-estruturaurbana, de serviços sociais e de moradia para apopulação de mais baixa renda;VII – a qualificação de áreas urbanas com infra-estrutura básica incompleta e carência de equi-pamentos sociais;VIII – a reurbanização, a requalificação e a regula-rização de moradias e loteamentos irregularesocupados por população de baixa renda, visandoa melhoria das condições de vida da populaçãoe sua integração aos diferentes bairros;IX – o impedimento ao surgimento de assenta-mentos irregulares, implantando sistema eficazde fiscalização e a definição, mediante projetourbanístico específico, das condições e parâme-tros especiais para reurbanização da área eregularização dos assentamentos consolidados,com a participação da população moradora, in-corporando-os à estrutura urbana, respeitado ointeresse público e o meio ambiente;X – a repressão à prática de construção e usoirregular das edificações, revendo e atualizandoas normas pertinentes, simplificando a legislaçãoe implantando sistema eficaz de fiscalização;XI – a disponibilidade de áreas com padrões hori-zontais de urbanização de uso residencial;XII – a recuperação urbanística e ambiental deáreas degradadas.

Art. 35. São diretrizes para a política de urbaniza-ção e uso do solo:I – melhoria da qualidade dos espaços públicose do meio ambiente, estímulo às atividades decomércio e serviços e preservação e reabilitaçãodo patrimônio arquitetônico nas áreas subapro-veitadas de urbanização consolidada;II – promover o cadastramento das áreas e ocu-pações sobre as quais não incidem tributos, vi-sando sua regularização urbanística e tribu-tação;III – estimular o adensamento construtivo e popu-lacional em áreas urbanizadas com capacidadede suporte da infra-estrutura ainda não aprovei-tada integralmente de acordo com os seus limites;IV – criar condições para o desenvolvimento denovas centralidades e espaços públicos em á-reas de urbanização precária situadas em conti-nuidade às áreas de urbanização consolidada;V – recuperar os investimentos do Poder Públicode que tenha resultado a valorização de imóveisurbanos, aplicando-os conforme as normas daLei Federal nº 10.257, de 10 de junho de 2001;VI – promover a revisão e simplificação da legis-lação de parcelamento, uso e ocupação do soloe de edificações, considerando as condições

ambientais, a capacidade da infra-estrutura viáriae de transporte coletivo para facilitar sua com-preensão, aplicação e fiscalização;VII – promover a articulação com os demais en-tes federativos brasileiros e entidades de suaadministração indireta, mediante convênio ouconsórcio público, para a implementação de umsistema integrado de fiscalização da legislaçãourbanística e ambiental;VIII – a criação e manutenção de um sistema deinformações georreferenciadas com dados so-bre o meio ambiente, parcelamento, uso e ocupa-ção do solo para subsidiar o planejamento e agestão municipal;IX – estabelecer parcerias com instituições deensino e pesquisa, organizações não governa-mentais, poder judiciário e a sociedade civil,visando ampliar a participação da sociedade e acapacidade operacional do Poder Executivo Mu-nicipal com vistas à implementação das diretrizesdesta lei;X – prestar assessoria técnica, jurídica e socialgratuita para a população de baixa renda comproblemas de moradia;XI – coibir a especulação imobiliária por meio deinstrumentos tributários e fiscais, como o IPTUprogressivo;XII – promover campanhas de conscientizaçãoda população acerca de sua co-responsabi-lidade na produção do espaço urbano;XIII – estimular a ocupação das áreas urbanas do-tadas de infra-estrutura instalada e não ocupada;XIV – exigir o ressarcimento integral das despe-sas municipais para a instalação de equipamen-tos urbanos e serviços públicos e de outrasdespesas com a regularização de loteamentose remembramentos consolidados ou não, a sercobrado dos loteadores ou responsáveis;XV – a responsabilização dos proprietários e lotea-dores por degradação ao meio ambiente em seusimóveis, pelos próprios ou por terceiros, inclusivepor edificações e usos irregulares do solo.

SEÇÃO IIDA HABITAÇÃO

Art. 36. O Governo Municipal promoverá a habi-tação popular, assegurando o direito de acessoà moradia digna, observadas as peculiaridadesrelativas a habitabilidade, à salubridade e à verti-calização dos prédios e respeitadas as normasespeciais de edificação, uso e ocupação do solo,em conformidade com as seguintes diretrizes:I – considerar as características da populaçãolocal, suas formas de organização, condiçõesfísicas e economias, na realização de projetoshabitacionais para atender à demanda da po-pulação de baixa renda;II – dar prioridade ao atendimento da populaçãode baixa renda que ocupam áreas de risco paraa vida ou à saúde, insalubres e de preservaçãoambiental;III – desenvolver programas de melhoria da qua-lidade de vida dos moradores de habitação deinteresse social, bem como de assentamentosinformais e precários, mediante programas degeração de emprego, trabalho e renda, valoriza-ção do espaço público destinado ao lazer, à cul-tura, aos esportes, e implantação de equipa-mentos comunitários;IV – promover atividades conjuntas de proteçãoe educação ambiental nos programas habitacio-nais com vistas à preservação dos mananciaisde água e a não ocupação de áreas de risco ede espaços destinados ao uso comum do povo;V – estabelecer parâmetros físicos de moradiasocial em assentamentos precários e informais,bem como procedimentos especiais de aprova-ção desses e de outros projetos habitacionaisde interesse social;VI – implantar programas de regularização urba-nística e fundiária, bem como executar projetos

Page 8: Plano Diretor _rio Das Ostras

88 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 20066 7458

financeira do governo, assim como seu programade realização de serviços e obras.

ÓRGÃO AMBIENTAL LOCALÉ o órgão público municipal da estrutura do poderexecutivo, integrante do SISNAMA – SistemaNacional de Meio Ambiente, responsável pelaexecução da política de meio ambiente doMunicípio de Rio das Ostras, abrangendolicenciamento ambiental, fiscalização, controlee proteção do meio ambiente no âmbito de suacompetência.

ÓRGÃOS LOCAIS COMPETENTESSão os órgãos públicos municipais integrantesda estrutura administrativa do poder executivoresponsáveis pela execução das políticaspúblicas municipais, cada qual no âmbito de suasatribuições e competências.

ÓRGÃOS PÚBLICOSSão unidades de ação do governo com atribui-ções específicas, como por exemplo, no âmbitodo governo municipal, a Secretaria de Educação,a Secretaria de Saúde, de Meio Ambiente,Fazenda, Administração, etc.

OUTORGA ONEROSA (Solo criado)É uma autorização onerosa procedida pelo poderpúblico aos proprietários de imóveis em determi-nada área ou zona da cidade, para que osmesmos possam construir além do coeficientebásico de aproveitamento do lote, até ocoeficiente máximo admitido para a respectivazona ou área da cidade onde se encontremlocalizados os imóveis, mediante contrapartidafinanceira a ser prestada pelos beneficiários daoutorga. Assim, podem os proprietários comprardo Poder Público o direito de construção da áreaexcedente (solo criado). Essa compra poderáser feita não só ao Poder Público, como tambémàqueles outros proprietários de imóveis que emrazão de limitações administrativas (de interesseambiental, histórico, paisagístico, social ou cul-tural) não podem construir até o limite do coe-ficiente básico (ver transferência do direito deconstruir), alienando esta diferença para osproprietários que podem construir além docoeficiente básico até o coeficiente máximo. Oscritérios, e condições para outorga onerosa, bemcomo a fórmula de cálculo para o pagamento damesma, deverão estar estabelecidos em lei. Poroutro lado, quando o Poder Público pretenderestimular determinados usos, como, porexemplo, produção de habitações de interessesocial, ou equipamentos culturais, de saúde oueducação, etc., pode haver isenção nopagamento do solo criado.

PAISAGEM URBANA1. Em sentido amplo, impressão provocada poruma cidade em quem tem uma apreensão visualdemorada do conjunto de suas fachadasarquitetônicas, logradouros públicos e mobiliáriosurbano; é a roupagem com que a cidade seapresenta. 2. Em sentido restrito ou parcial,apreensão visual de uma porção do espaçourbano, p. ex. um trecho de rua, uma praça, ocasario ou jardina, principalmente.

PARÂMETROS URBANÍSTICOSSão as normas (leis, decretos) que dizem respeitoa: taxas de ocupação, gabarito, recuos eafastamentos das edificações em um lote, e tudo omais que se relacione ao uso e a ocupação dosolo para uma determinada zona ou área da Cidade.

PARCELAMENTOQualquer forma de divisão de uma gleba emunidades autônomas podendo ser classificadaem loteamento ou desmembramento, regulamen-tada por legislação específica.

PARCERIAÉ o acordo de trabalho conjunto em face de umobjetivo de interesse comum entre o Município eos eventuais parceiros, pessoas físicas, órgãospúblicos de outras esferas de governo, empre-sas privadas ou públicas, nacionais ou estran-geiras, fundações, autarquias e organização nãogovernamentais constituídas sob a forma deassociações civis ou sociedades cooperativas.

PASSEIOS PÚBLICOSPartes de uma via urbana (de um viaduto, ponte,túnel, etc.), destinadas ao uso exclusivo depedestres constituídas por uma faixa lateral econtínua à pista, normalmente segregada e emnível diferente. O mesmo que calçada.

PERÍMETRO URBANOO perímetro urbano é o que se insere nas linhaslimítrofes da Área Urbana e dos Núcleos Urbanosdo Município. O perímetro urbano deve abrangeras áreas com ocupação urbana, ou seja, zonaurbana propriamente dita e mais as áreasadjacentes que tenham no mínimo dois, dos cincoequipamentos urbanos indicados no artigo 32do Código Tributário Nacional Lei nº 5.172, de 25de outubro de 1966.

PERMEABILIZAÇÃO DO SOLOAção ou efeito de permeabilizar o solo . Tornarpermeável. Terreno permeável é o que se deixafacilmente atravessar pela água.

PESCA EXTRATIVISTAAtividade, método de extração de recursosnaturais sem a preocupação com a conservaçãodas espécies ou do meio ambiente, produçãobaseada na extração ou coleta de produtosnaturais não cultivados .

PICOCume agudo de um monte.

PLANO PLURIANUAL DE INVESTIMENTOSPlano Plurianual ou PPA é um instrumento deplanejamento do governo onde se estabelecemdiretrizes, objetivos e metas da administraçãopública relativos aos programas de duraçãocontinuada, ou seja, aqueles programasprevistos para implementação nos quatro anosde um governo. Trata-se de uma lei, ou melhor,trata-se de prever em lei, lei de iniciativa do poderexecutivo as referidas diretrizes, objetivos emetas. Elaborar o Plano Plurianual é decidir quaissão os investimentos mais importantes dentrode um projeto de desenvolvimento que se querpara a Cidade.

PLANOS E PROGRAMAS SETORIAISSão os planos e programas direcionados adeterminados setores específicos, como p. ex.,saúde, educação, meio ambiente, etc..

PODER DE POLÍCIA1. Faculdade de que dispõe a Administração Públicapara condicionar e restringir o uso e gozo de bens,atividades e direitos individuais, em benefício dacoletividade ou do próprio Estado. 2. O poder depolícia do Município decorre do seu dever deassegurar o bem-estar de todos e proteger ointeresse público. O Município exerce poder depolícia sobre edificações, parcelamento do solo,zoneamento urbano-ambiental, saúde pública,moralidade e sossego público, trânsito e tráfego.

POLÍTICAS SETORIAISPolíticas resultantes do processo de planej-amento setorial, ou seja planejamento limitadoem sua abrangência temática ou em sua áreaespecífica de atuação. Exemplos de planeja-mento setorial temático: planejamento econômico,planejamento físico-territorial, planejamento

educacional etc.

POLUIÇÃOQualquer alteração das propriedades físicas,químicas ou biológicas do meio ambiente, cau-sada por qualquer forma de matéria ou energiaresultante das atividades humanas que, diretaou indiretamente, afetam a saúde, a segurançae o bem-estar da população, as atividadessociais e econômicas, a biota, as condiçõesestéticas e sanitárias do meio ambiente e aqualidade dos recursos ambientais. Ver LeiNacional 6.938 de 31/08/1981.

PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAISSão portadores de necessidades especiais aspessoas portadoras de deficiência permanenteou não, ou ainda de incapacidade. A Lei nº 7.853/1989 dispõe sobre a Política Nacional para aIntegração da Pessoa Portadora de Deficiência.E, conforme o artigo 4º do Decreto 3.298/1999que regulamenta a referida lei, se consideradapessoa portadora de deficiência a que apresenta:deficiência física, auditiva, visual, mental e/oumúltipla, de acordo com a referida legislação.

POTENCIAL CONSTRUTIVOPotencial de construção em um terreno. É a áreaque pode ser edificada (construída) no lote,considerando-se o coeficiente de aproveita-mento determinado pela lei para zona ou área dacidade onde se situe o mesmo.

PRÉDIOS TOMBADOSSão os imóveis protegidos por meio do tomba-mento, para que a sua utilização e conservaçãose façam de acordo com o prescrito na respec-tiva lei ou ato administrativo que determinou aespecial proteção de tais bens. O uso e amodificação de uso em tais imóveis, bem como,a pintura e os pequenos consertos somentepoderão ser procedidos com a autorização(licença) do órgão competente do poderexecutivo municipal.

PRESERVAÇÃO AMBIENTAL1. Genericamente e conservação do ambientenatural em estado de equilíbrio ecológico. 2. Atode proteger, contra a destruição e qualquerforma de dano ou degradação, um ecossistema,uma área geográfica definida, ou espécies deanimais e vegetais ameaçadas de extinção,adotando-se as medidas preventivas legalmentenecessárias e as medidas de vigilânciaadequadas. Difere de conservação por preser-var a área de qualquer uso que possa modificarsua estrutura natural original.

PRESERVAÇÃOLei Nacional nº 9.985 de 18 de julho de 2000,artigo 2º, V: “Conjunto de métodos, procedi-mentos e políticas que visem a proteção em longoprazo das espécies, habitats e ecossistemas,além da manutenção dos processos ecológicos,prevenindo a simplificação dos sistemas naturais”.

PRODUÇÃO EM CATIVEIROProdução de espécies em áreas confinadas

PROGRAMASListagem de obras e serviços previstos noorçamento municipal ou plano. O mesmo queplano de ação, plano executivo, programaçãode governo, programa de governo, programaçãode obras e serviços.

PROJETOS BÁSICO E EXECUTIVOConjunto de elementos textuais e gráficos quedescrevem uma obra ou serviço de formapormenorizada, completa e acabada. Ver LeiNacional (Licitações e Contratos) nº 8.666/93,artigo 6º, IX e X.

de melhoria das condições de moradia para apopulação de baixa renda em Áreas de EspecialInteresse Social;VII – prestar serviços de assessoria técnica,jurídica, ambiental, social e urbanística gratuitosà população de baixa renda ou grupos que a re-presentem em assuntos que envolvam o acessoà moradia;VIII – captar recursos financeiros, institucionais,técnicos e administrativos em fontes privadas egovernamentais, incluindo aquelas externas aoMunicípio, destinados a investimentos de interes-se social;IX – realizar parcerias com universidades e insti-tutos de pesquisa para o desenvolvimento dealternativas de menor custo, melhor qualidade eprodutividade na construção de moradia para apopulação de baixa renda;X – desenvolver programas habitacionais paraas áreas urbanas subtilizadas dotadas de infra-estrutura básica destinados às populações debaixa e média renda;X – fomentar a participação popular e o controlesocial na definição das políticas e prioridadesda produção habitacional.

§ 1º Considera-se moradia digna aquela que dis-põe de instalações sanitárias adequadas, decondições de acessibilidade, de habitabilidade eque seja atendida por abastecimento de água,esgotamento sanitário, energia elétrica, ilumina-ção pública, coleta de lixo, vias pavimentadas,transporte coletivo de passageiros e equipamen-tos comunitários destinados à educação, saúde,à cultura, ao lazer e ao esporte na zona ou bairroem que se encontre localizada.

§ 2º A promoção de unidades habitacionais paraa população de baixa renda será promovida ex-clusivamente em terras adequadamente urbani-zadas dotadas de infra-estrutura básica e servi-das por equipamentos sociais de educação, saú-de, cultura, assistência social, lazer e esportes.

§ 3º A lei disporá sobre a execução por particu-lares em parceria com o poder público, de lotea-mentos destinados às famílias de baixa renda,definindo as dimensões mínimas dos lotes,podendo determinar parâmetros urbanísticosdiferenciados.

Art. 37. O Governo Municipal assegurará oexercício do direito à moradia em local apropriadoquando necessária à remoção da população debaixa renda de áreas de risco ou insalubres, depreservação ambiental, de proteção aos ecos-sistemas naturais, das áreas públicas, de usocomum do povo, ou destinadas a projetos deurbanização.

SEÇÃO IIIDAS ÁREAS PÚBLICAS

Art. 38. São diretrizes para a política de áreaspúblicas:I – garantir a fruição coletiva dos bens de usocomum para as presentes e futuras gerações;II – cadastrar e mapear as áreas e edifícios pú-blicos, mantendo atualizado o sistema único in-formatizado de cadastro georreferenciado;III – instituir programas que assegurem a preser-vação e o uso das áreas públicas vazias, zelan-do pela posse, manutenção e conservação dasmesmas;IV – associar a política de reintegração de possede áreas públicas que não cumpram função so-cial a programas habitacionais de interesse socialpara a população de baixa renda;V – promover a reurbanização e a regularizaçãofundiária das áreas públicas ocupadas por popu-lação de baixa renda para moradia;VI – destinar prioritariamente para a implantação

de áreas verdes e de equipamentos coletivosos bens públicos dominiais sem uso;VII – prever em lei o plano de utilização de árease prédios públicos para assegurar o atendimentoà demanda por equipamentos e serviços públi-cos, a proteção e a recuperação do meio ambiente;VIII – disciplinar a implantação e o uso de equipa-mentos de infra-estrutura urbana no solo, sub-solo e espaço aéreo das vias públicas, inclusiveos de comunicação institucional, informativa eeducativa.

SEÇÃO IVDA PAISAGEM

Art. 39. A proteção à paisagem tem por objetivoassegurar a boa qualidade de sua dimensãoambiental, visual e estética a todos os munícipes,impedindo sua degradação e permitindo aidentificação do ambiente natural e cultural local.

Art. 40. São diretrizes da política de proteçãoda paisagem:I – criar instrumentos técnicos, institucionais,legais e gerenciais eficazes para a gestão, moni-toramento e fiscalização da paisagem;II – ordenar os elementos componentes da paisa-gem para assegurar o equilíbrio visual entresseus diversos elementos, a preservação do patri-mônio cultural e ambiental, a identificação, leiturae apreensão da paisagem e seus elementosconstitutivos naturais ou construídos, públicosou privados;III – assegurar a participação da comunidade nagestão, identificação, valorização, preservaçãoe conservação dos elementos significativos dapaisagem;IV – promover programas de educação ambientalpara conscientizar a população a respeito daimportância de valorização da paisagem comofator de melhoria da qualidade de vida e deincentivo ao turismo;V – proibir a publicidade de qualquer naturezacontra as normas de proteção ao meio ambienteou com prejuízo da visibilidade das paisagensnaturais, conjuntos urbanísticos, edifícios econstruções notáveis.

Art. 41. Integra-se à paisagem os espaçosarborizados ou ajardinados por vegetação nativaou não, de propriedade pública ou privada, paraa manutenção da qualidade e conforto urbanos,tais como:I – praças públicas arborizadas e parques urbanos;II – as áreas ajardinadas e arborizadas locali-zadas em logradouros e equipamentos públicos;III – o espaço livre de arruamentos e as áreasverdes dos loteamentos;IV – as árvores e jardins dos cemitérios;V – áreas com vegetação significativa em imó-veis particulares.

Art. 42. O poder público zelará pela manutençãoe conservação dos espaços arborizados deacordo com as seguintes diretrizes:I – dar tratamento adequado à vegetação en-quanto elemento integrador na composição dapaisagem urbana;II – estimular parceria com os setores privadospara a manutenção e implantação de espaçosajardinados ou arborizados;III – ampliação da arborização de ruas, criação defaixas verdes que liguem praças, parques ououtros espaços arborizados e/ou ajardinados;IV – aumentar a taxa de permeabilidade do solo;V – promover a recuperação das áreas degra-dadas;VI – disciplinar o uso e a realização de atividadesculturais e/ou de interesse turístico nas praçase parques municipais;VII – criar e implantar programas de efetiva arbo-rização e ajardinamento de espaços em conjun-

tos habitacionais e loteamentos;VIII – priorizar o uso de espécies vegetais nativaspara a composição das áreas arborizadas e ajar-dinadas como forma de valorização e manuten-ção da flora nativa.

SEÇÃO VDA INFRA-ESTRUTURA E DOS SERVIÇOS DEUTILIDADE PÚBLICA

Art. 43. São diretrizes da política de infra-estru-tura e serviços de utilidade pública:I – assegurar a universalização do acesso à in-fra-estrutura urbana e aos serviços de utilidadepública;II – garantir a preservação do solo e do lençolfreático, realizando as obras e a manutençãonecessária para o adequado isolamento dasredes de infra-estrutura;III – prover a ampliação e a complementação dainfra-estrutura instalada para atendimento dademanda antes do esgotamento de suacapacidade;IV – ordenar a ocupação e a utilização da infra-estrutura instalada e a ser instalada, assegu-rando e promovendo o compartilhamento, bemcomo evitando a duplicação de equipamentos;V – exigir a obediência às normas de saúde pú-blica e ambiental, exigindo laudos técnicos quan-to aos efeitos para a saúde humana e o meioambiente provenientes da implantação e da utili-zação da infra-estrutura dos serviços de teleco-municações emissores de radiação eletromag-nética;VI – promover o reforço da fiscalização do zo-neamento e das atividades econômicas e dalimpeza pública para preparar a cidade para omaior afluxo de turistas nos períodos de altatemporada;VII – atualizar e modernizar as normas municipaispara a implantação e modernização da infra-estrutura dos serviços de telecomunicaçõesemissores de radiação eletromagnética, equa-cionando as questões referentes a possíveisdanos ao meio ambiente e à saúde pública;VIII – promover o cadastramento completo dasvias, formulando critérios para nomenclatura ea numeração oficial de imóveis, eliminando asduplicações eventualmente existentes, e apre-sentar à Empresa Brasileira de Correios e Telé-grafos o abairramento instituído no Anexo Vdesta lei;IX – planejar a prestação de serviços públicos,atendendo às demandas sazonais mediante oreforço das equipes de fiscalização municipal ede limpeza pública nos períodos de alta tempo-rada.

SEÇÃO VIDO SISTEMA VIÁRIO E DO TRANSPORTECOLETIVO

Art. 44. São diretrizes da política viária e detransporte coletivo de passageiros e de cargas:I – elaborar o Plano Municipal de Circulação Viáriae Transportes com vistas à segurança e fluidezdo tráfego, integrando o Subsistema ao Sistemacom automação das cobranças das tarifas pú-blicas e a implantação das estações integradas;II – realizar estudo completo do tráfego local eda oferta de áreas para estacionamento de veí-culos automotores e de áreas de carga e descar-ga de bens e mercadorias com vistas a assegurara oferta suficiente desses espaços, estabele-cendo o sistema de vagas rotativas, de acordocom o art. 24, inciso X da Lei Nacional 9.503/97;III – implementar programas e projetos destinadosà proteção da circulação de pedestres, ciclistase grupos, como: idosos, portadores de neces-sidades especiais e crianças;IV – implantar ciclovias destinadas ao uso turísticoe ao deslocamento da comunidade local;

Page 9: Plano Diretor _rio Das Ostras

99 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 200644

LOTEAMENTOS CLANDESTINOSÉ aquele parcelamento do solo (loteamento/desmembramento) executado sem que nenhumprojeto tenha sido submetido à aprovação dopoder executivo municipal. Podem serpromovidos pelo próprio proprietário, ou poragente imobiliário agindo em seu nome. Aexecução de loteamento clandestino é crimepunido com pena de reclusão de 01 até 04 anos(artigo 50 da Lei 6.766/79).

LOTESUnidade básica do cadastro imobiliário urbano,resultante do parcelamento de um terreno situadona área urbana ou de expansão urbana.

LUCROS CESSANTESGanho que alguém deixou de obter sobre coisaa que tinha direito. Privação de lucro previsto.Para o Plano Diretor de Rio das Ostras, os lucroscessantes não se integram ao cálculo paraefeito de desapropriação com títulos da dívidapública no caso do artigo 123 e também no casodo artigo 137 que trata do instituto do consórcioimobiliário. Lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade,artigos 8º, § 2º e 46, § 2º.

MACRO-DRENAGEMÉ a retirada do excesso de água do solo, acumu-lada em áreas relativamente grandes, ao nívelde microbacias hidrográficas. Sistema de drenosescavados para coletar os excedentes deáguas de chuvas e subterrâneas de sua áreade influência.

MACROZONASSão as grandes áreas em que se divide oterritório municipal, conforme artigo 84 do PlanoDiretor.

MANANCIAISQualquer corpo d’água, superficial ou subter-râneo, utilizado para abastecimento humano,industrial, animal ou para irrigação

MANCHA URBANAMancha urbana é uma área caracterizada oudefinida por seu próprio ambiente. Pode aindaser definida como uma área diferenciada de suaspartes vizinhas por uma qualidade em particular,como altura das edificações ou tipo deconstrução. A mancha da área urbana se apre-senta com diversas diferenciações, conformese tratar de área ou zona com predominância deresidências unifamiliares ou de áreas ondepredomina a verticalização das edificações, ouainda de áreas com ocupação espontâneairregular, áreas não ocupadas, etc..

MANEJOTodo e qualquer procedimento que vise assegu-rar a conservação da diversidade biológica edos ecossistemas;

MANGUEZAL1. Ecossistema costeiro de transição entre osambientes terrestre e aquático sujeito a regimedas marés. 2. Ecossistema situado em áreascosteiras tropicais, como estuários e lagunas,regularmente inundado pela água salobra;protegido do impacto direto das ondas, ofereceabrigo, alimento e local para reprodução demuitos animais (aves, peixes, camarões,caranguejos, ostras, etc.). 3. Ver RESOLUÇÃOCONAMA nº 010 de 01 de outubro de 1993.

MATA CILIARVegetação natural ou cultivada, que cresce àsmargens dos cursos d’água ou lagos e evitamou desbarrancamentos, por facilitar a infiltraçãodas águas pluviais, dificultar principalmente, naszonas urbanizadas, o despelo de lixo e entulho

das águas. Constitui excelente proteção contraos efeitos das enchentes, além dos benefíciosque oferece como área verde. Tal qual os cíliosque protegem os nossos olhos, essa vegetaçãoprotege as águas correntes e dormentes contrao fenômeno do assoreamento dos seus leitos.É o conjunto da flora existente à beira de um rio,córrego ou espelho d’água. Também conhecidocomo floresta ciliar.

MEDIDAS COMPENSATÓRIAS1. São aquelas destinadas a compensarimpactos ambientais negativos, notadamentealguns custos sociais que não podem serevitados ou uso de recursos ambientais nãorenováveis, de responsabilidade dos respon-sáveis pela execução de um projeto. 2. Açãotomada para compensar conseqüências de umevento indesejado ou que tenha provocado danosambientais

MEDIDAS MITIGADORAS1. São aquelas destinadas a prevenir impactosnegativos ou reduzir sua magnitude. É preferívelusar a expressão “medida mitigadora” em vezde “medida corretiva”, uma vez que a maioriados danos ao meio ambiente, quando não podeser evitada, pode apenas ser mitigada oucompensada. 2. Têm o objetivo de minimizar osefeitos danosos ao ambiente, natural ou humano,proveniente de uma determinada atividade.

MEIO AMBIENTEConjunto que compreende, em seu todo, o meiofísico, o meio biótico e o meio antrópico. O meiofísico é constituído pelo solo, pelos recursoshídricos superficiais, subterrâneos e pelo clima.O meio biótico compõe-se da flora e da fauna,isto é, da vida vegetal e animal. O meio antrópicoé o criado pelo homem: infra-estrutura física esocial, infra-estrutura viária, atividades econô-micas, urbanização, instituições públicas eprivadas, qualidade de vida. Lei Nacional6.938/81. Artigo 3º, I: “O conjunto de condições,leis, influências e interações de ordem física,química e biológica, que permite, abriga e rege avida em todas as suas formas”.

MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADOVer equilíbrio ecológico.

MEIO FÍSICOO meio físico é constituído pelo solo, pelosrecursos hídricos superficiais, subterrâneos epelo clima.

MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS1. Compartimentação geográfica natural deli-mitada pelo divisor de águas, drenado superfi-cialmente por um curso d’água e seus afluentes.2. Pequenas bacias hidrográficas que podemter uma área que varia de 01 a 20 km2, sendogeralmente de segunda, ou no máximo de terceiraordem. Quanto à área ainda não há um consensocientífico, mas as microbacias não podem sermuito grandes e necessariamente fazem partede outras bacias maiores, ou seja, pode-se dizerque uma bacia hidrográfica é formada por váriasmicrobacias.

MÓDULO FISCAL1. Imóvel rural diretamente explorado pelotrabalhador e sua família, cujo tamanho, em relaçãoa sua capacidade produtiva é adequada à suaexploração, permite uma rentabilidade econômicacapaz de assegurar sua subsistência com umpadrão de vida digno da pessoa humana livre,social e economicamente. Esse tipo de pro-priedade foi definido como propriedade familiarpelo Estatuto da Terra, e seu tamanho varia deconformidade com a região e seu tipo de explo-ração agropecuário. 2. Unidade de medida ex-

pressa em hectares, fixada para cada município,considerando os seguintes fatores: a) tipo deexploração predominante no município; b) rendaobtida com a exploração predominante; c) outrasexplorações existentes no município que, emboranão predominantes, sejam significativas emfunção da renda da área utilizada; d) conceito depropriedade familiar. Fração Mínima de Parce-lamento – FMP. Área mínima fixada para cadamunicípio, que a lei permite desmembrar, paraconstituição de um novo imóvel rural, desde queo imóvel original permaneça com área igual ousuperior à área mínima fixada (artigo 8º, da Lei nº5.868/72).

MORADIA SOCIALÉ a edificação construída pela própria família debaixa renda de acordo com suas condiçõeseconômicas e sociais em assentamentos infor-mais e precários ou em áreas públicas, cujosparâmetros mínimos de habitabilidade devem serprovidos pelo poder público, bem como garan-tidas as condições de acesso à infra-estruturabásica e aos serviços públicos de modo apossibilitar o acesso dessa população à moradiadigna.

MOVIMENTAÇÃO DE TERRAAto de modificação da configuração física oumaterial do solo (terra), através de terrapla-nagem (execução de aterro, desaterro ou bota-fora de material oriundo do solo) para acamar oterreno. A movimentação de terra, seja qual forsua finalidade, deve ser realizada com obediên-cia a critérios técnicos, de modo a prevenirerosões e assoreamento dos corpos e cursosd’água, em razão do carreamento do materialerodido principalmente pelas chuvas.

MULTIDISCIPLINARQue reúne mais de uma disciplina de conheci-mento. Exemplo: as ciências do urbanismo, meio-ambiente; jurídica; social e econômica, juntas,ou seja, aplicadas para o mesmo objetivo.

NBR 9050-94Norma Técnica Brasileira da ABNT (AssociaçãoBrasileira de Normas Técnicas) que diz respeito àacessibilidade de pessoas portadoras de deficiê-ncias a edificações, espaço mobiliário e equipa-mentos urbanos, como sendo a possibilidade econdição de alcance para utilização, com segu-rança e autonomia, de edificações, espaço, mobi-liário e equipamento urbano por portadores denecessidades especiais.

NIDIFICAÇÃOAto de nidificar. Fazer ninho; aninhar, ninhar.

NÚCLEOS URBANOSSão os bairros, agrupamentos urbanos, situadosem locais distantes da mancha urbana contínua;atuais localidades de Rocha Leão, Cantagalo,Loteamentos Mar do Norte, Balneário das Garçase arredores, e a Zona Especial de Negócios.

OBJETIVOS ESTRATÉGICOSSão os resultados que se pretende alcançardentro do menor prazo possível, com arealização das ações governamentais.

ORÇAMENTO ANUALLei de orçamento público que deve conter todaa discriminação da receita (todos os recursosobtidos pelo Município, tais como o resultadoalcançado pelo recolhimento de impostos,contribuições, alienações de bens etc.) e dadespesa (conjunto de gastos do Município paracumprir com as várias atribuições e funçõesgovernamentais, bem como funcionamento dosserviços públicos) de maneira a tornar clara-mente compreensível a política econômica e

V – priorizar o início das obras do TerminalRodoviário de passageiros, incluindo o estacio-namento de ônibus de excursão;VI – promover ou exigir estudos de impacto devizinhança na implantação de empreendimentosgeradores de tráfego;VII – garantir a circulação viária e de transportesque promova a segurança e a fluidez do tráfego,priorizando o transporte coletivo de passageiros,os pedestres e os ciclistas;VIII – instituir o cadastro dos estudantes da RedePública Municipal de Ensino para uso gratuito notransporte público;IX – promover a ampliação da oferta de áreaspara estacionamento, embarque e desembarquee transporte de cargas nas zonas comerciais;X – promover a educação para o trânsito;XI – regulamentar e fiscalizar o transporte coletivode passageiros.

Parágrafo único. Entende-se por mobilidadeurbana, para efeito deste plano diretor e legis-lação dele decorrente, a garantia de desloca-mento e acessibilidade, atendendo às distintasnecessidades da população com segurança,redução de distâncias e de tempo de viagem,bem como a valorização dos espaços públicosdestinados à circulação de pedestres e bicicletas.

Art. 45. A rede estrutural viária está estabelecidano Anexo I desta lei.

Parágrafo único. As vias arteriais têm sua áreade domínio fixada em 15 metros do seu eixopara ambos os lados.

Art. 46. São Áreas de Especial Interesse Urbanís-tico as que sejam indicadas em projeto urbanísticoespecífico e que contenham faixas de domíniode até 15 metros de largura de cada lado da viaarterial proposta, medidos a partir do respectivoeixo da via, destinadas à ampliação ou à implan-tação de nova via.

§ 1º O proprietário de imóvel que doar área ne-cessária para a realização da intervenção urba-na a que se refere este artigo, a partir da aprova-ção do projeto urbanístico de cada Área de Es-pecial Interesse Urbanístico, poderá utilizar ocoeficiente de aproveitamento correspondenteà área doada no lote remanescente.

§ 2º O projeto urbanístico de cada Área de Espe-cial Interesse Urbanístico referido no parágrafoanterior deverá definir os perímetros das áreasde recepção de potencial construtivo transferívelde outro imóvel e de outorga onerosa do direitode construir nos quais o coeficiente de aproveita-mento básico poderá ser ultrapassado até olimite do coeficiente de aproveitamento máximo.

Art. 47 – As vias principais de loteamentos serãoservidas por ciclovias, quando a continuidade damalha urbana assim o exigir, em razão da existênciade ciclovias já implantadas pelo Município.

CAPÍTULO IVDAS POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTOECONÔMICO SUSTENTÁVEL

SEÇÃO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 48. O poder público municipal regulará efomentará as atividades econômicas de forma apromover a geração de emprego, trabalho erenda, a valorização do trabalho, a livre iniciativa,conforme os ditames da justiça social, observa-dos os seguintes princípios:I – função social da propriedade;II – livre concorrência;III – defesa do consumidor;

IV – defesa do meio ambiente;V – prioridade para a redução das desigual-dades regionais e sociais;VI – promoção do pleno emprego;VII – estímulo e tratamento favorecido para asempresas de pequeno porte;VIII – estímulo às manifestações artísticas e cul-turais, e a valorização dos bens de naturezamaterial ou imaterial que constituem patrimôniocultural brasileiro.

Art. 49. No exercício de suas atribuições e nacondição de principal agente econômico local, opoder público municipal:I – aplicará as diretrizes do desenvolvimento eco-nômico sustentável expressas nesta lei;II – atuará como gestor, incentivador e integradordas atividades econômicas locais;III – adotará modelo de gestão pública compatívelcom a aplicação das diretrizes e demais normasdesta lei;IV – promoverá a capacitação dos servidorespúblicos locais para atuação no novo modelo degestão;V – estimulará e fortalecerá a participação comu-nitária no processo de desenvolvimento local;VI – promoverá a informação e a divulgação dasações públicas e privadas destinadas à aplica-ção desta lei, bem como o seu monitoramento eavaliação dos impactos delas resultantes;VII – dará prioridade à formação de parceriaspúblico-privadas e intergovernamental com vis-tas à captação de recursos para a execução dapolítica pública municipal.

Art. 50. São objetivos da política de desenvolvi-mento econômico sustentável:I – transformar o Município de Rio das Ostras empólo turístico, artístico e científico-tecnológicoregional;II – incentivar a pesquisa, a produção e a aplica-ção de inovações científicas e tecnológicas;III – o desenvolvimento da atividade agropecuáriabaseada na pequena propriedade, inclusive parao desenvolvimento do turismo rural;IV – o desenvolvimento da pesca e da aqüicul-tura;V – o desenvolvimento de atividades artísticas eculturais locais.

Art. 51. Na execução das políticas públicas dedesenvolvimento local, o Governo Municipal apli-cará as seguintes diretrizes:I – fomentará o adensamento populacional econstrutivo nas áreas dotadas de infra-estruturadentro dos limites de sua capacidade de suportepara impedir o crescimento populacional desor-denado e evitar a ociosidade da infra-estruturaurbana instalada;II – promoverá a integração das atividades eco-nômicas rurais e urbanas e, especialmente,quando integrantes da mesma cadeia produtiva;III – promoverá a capacitação e o aperfeiçoamen-to profissional dos munícipes para seu adequadoaproveitamento nas oportunidades de trabalhoe emprego qualificados oferecidos no município;IV – formulará e adotará políticas de incentivosfiscais e não-fiscais a empresas que realizemações de responsabilidade social e ambiental,não poluentes, cujos processos produtivos se-jam complementares às atividades do meio am-biente urbano ou rural e não causem incon-venientes nem danos à saúde, ao bem-estar e àsegurança da população;V – priorizará os incentivos fiscais e não fiscaispara as atividades econômicas que utilizem oreuso e a reciclagem de resíduos sólidos, líqui-dos ou gasosos no seu ciclo produtivo;VI – estimulará a formação de parcerias entreas empresas e o poder público para o fortale-cimento das atividades econômicas de interessedo município nos termos desta lei;

VII – fortalecerá a capacidade de atuação dopoder público como agente integrador e estimu-lador da atividade econômica produtiva;VIII – incentivará a formação de redes de coope-ração e assistência à produção;IX – aproximará o fornecedor, o produtor e oconsumidor para a geração de negócios locaise regionais, o incremento do turismo e daatividade produtiva;X – integrará a Municipalidade a ações desenvol-vidas em âmbito regional, nacional ou interna-cional com vistas à redução das desigualdadesregionais e sociais e à promoção do desenvolvi-mento econômico e social sustentável;XI – financiará projetos de desenvolvimento deinovação científica e tecnológica destinada à pro-dução de bens e serviços de interesse do Muni-cípio nos termos desta lei por meio de banco dedesenvolvimento, fundos especiais, ou outrosmecanismos similares;XII – financiará projetos de desenvolvimento dasartes e da cultura em todas as suas formas deexpressão, de produção e difusão de bens cul-turais, estimulando atividades econômicas elasrelacionadas, como o turismo cultural, por meio defundos especiais, oportunizando trabalho, empregoe renda derivados do produto cultural local.

SEÇÃO IIDO TURISMO

Art. 52. São objetivos da Municipalidade quantoao turismo colocá-la entre os principais destinosturísticos estaduais, nacionais e internacionaiscom vistas ao desenvolvimento do turismo delazer, negócios e saúde e outras modalidadessimilares como eixo do desenvolvimento sócio-econômico local.

Art. 53. São diretrizes para o desenvolvimentodo turismo:I – ampliar e valorizar o acervo ambiental, culturale histórico local;II – articular o turismo rural com a atividade agro-pecuária com vistas ao desenvolvimento recí-proco;III – desenvolver o turismo de negócios, para osidosos, o ecoturismo, o turismo rural, o turismocultural, e o turismo associado a eventos espor-tivos;IV – fortalecer o turismo dentre as demais ativi-dades econômicas existentes no Município.V – realizar campanhas periódicas de conscien-tização da população para a vocação turísticado Município;VI – promover a capacitação da mão de obra lo-cal para as atividades turísticas e de apoio aoturismo;VII – promover e divulgar a cidade como produtoturístico direcionado para segmentos específi-cos, vedada à exposição da cidade na mídia doturismo de massa;VIII – garantir a continuidade da prestação dosserviços públicos locais durante o período dealta temporada turística.

Art. 54. O licenciamento de empreendimentos,projetos e atividades voltadas para o turismo,inclusive de edificações, como hotéis, bares erestaurantes fica condicionado ao parecer préviodo órgão municipal responsável pela execuçãodas políticas municipais de turismo.

Art. 55. O poder executivo promoverá a elabo-ração do Plano Diretor de Desenvolvimento Inte-grado do Turismo, observadas as diretrizes parao desenvolvimento sustentável local expressasnesta lei, até 31 de dezembro de 2005.

Art. 56. O Governo Municipal instituirá, em parce-ria com as entidades do setor, um selo de certifi-cação da qualidade dos serviços e produtos

Page 10: Plano Diretor _rio Das Ostras

1010 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 43

adensamento populacional, sombreamento,ventilação e poluição sonora entre outros, comimpacto negativo na qualidade de vida para avizinhança. O impacto de vizinhança deverá serconsiderado através de estudos promovidos pelopoder público antes de aprovar a construção,reforma ou funcionamento de projetos ou empre-endimentos capazes de gerar o referido impactonegativo para a vizinhança. Esses estudos de-vem contemplar os efeitos positivos e negativosdo empreendimento ou atividade quanto àqualidade de vida da população residente naárea e suas proximidades.

IMPACTOS AMBIENTAIS1. Qualquer alteração no ambiente causada poratividades antrópicas. Pode ser5 negativo, quandodestruidor ou degradador dos recursos naturais,ou positivos, quando regenerador de áreas e/oufunções naturais anteriormente destruídas. Oimpacto ambiental potencial é aquele que aindanão aconteceu, mas cuja possibilidade existe emdecorrência do funcionamento normal ouacidental, de uma determinada atividade. 2.Resolução Conama nº 001 de 23 de janeiro de1986. “Qualquer alteração das propriedadesfísicas, químicas e biológicas do meio ambiente,causada por qualquer forma de matéria ou energiaresultante das atividades humanas que, direta ouindiretamente, afetam: a saúde, a segurança, obem-estar da população; as atividades sociais eeconômicas, a biota, as condições estéticas esanitárias do meio ambiente, a qualidade dosrecursos ambientais”.

INCENTIVOS FISCAISEspécie de benefício concedido pela lei para osobrigados ao pagamento de tributos, consistindoem reduções de base de cálculo, deduções,créditos fiscais e reduções de alíquotas.

ÍNDICE URBANÍSTICOConsidera-se índice urbanístico a relação demedida entre a dimensão do lote e seu aprovei-tamento construtivo, condicionado a usos deter-minados, a condições ambientais e à infra-estru-tura urbana básica, especialmente ao sistemaviário e ao saneamento básico.

INFRA-ESTRUTURA URBANA BÁSICALei 6.766/79. Artigo 2º § 5º. “Consideram-se infra-estrutura básica os equipamentos urbanos deescoamento das águas pluviais, iluminaçãopública, redes de esgoto sanitário e abastecimentode água potável, e de energia pública e domiciliare as vias de circulação pavimentadas ou não”. Ainfra-estrutura urbana básica dos parcelamentossituados em zonas habitacionais interesse socialconsistirá, no mínimo, de: vias de circulação;escoamento das atuas pluviais; rede para oabastecimento de água potável; e soluções parao esgotamento sanitário e para a energia elétricadomiciliar (§ 6º, artigo 2º da Lei 6.766/79).

INTERDIÇÃO, EMBARGOInterdição. Ato pelo qual o poder público interdita,fecha, proíbe, impede o acesso a uma obra ouestabelecimentos comerciais, industriais ou deserviços, em casos onde os mesmos ofereçamrisco ou perigo e também em casos de atividadespoluidoras. Embargo. Ato pelo qual o poderpúblico paralisa uma obra ou atividade em anda-mento, impedindo o seu prosseguimento. Normal-mente estão sujeitas ao embargo obras e ativi-dades realizadas em desacordo com normastécnicas ou administrativas, ou quando realizadassem licença das autoridades competentes. Tantoa interdição como os embargos são de compe-tência do poder executivo municipal no exercíciodo poder de polícia das construções e instalaçãode atividades.

INTERVENÇÕES URBANÍSTICASObras e outras atividades promovidas pelo poderpúblico com o objetivo de alcançar em determinadaárea da cidade melhorias em seus aspectosestruturais e funcionais sejam eles de interesseambiental, cultural, social, econômico, turístico ououtros de interesse público, através deestruturação ou reestruturação, requalificação,renovação ou revitalização urbana.

INVESTIDURAÉ a incorporação a uma propriedade particular deuma área de terreno do patrimônio públicoadjacente à mesma propriedade, que não possater utilização autônoma, com a finalidade de permitira execução de um projeto de alinhamento ou demodificação de alinhamento aprovado pelos órgãoscompetentes. Lei 8.666/93. Artigo 17, § 3º, I:“Entende-se por investidura para os fins destaLei: I – a alienação aos proprietários de imóveislindeiros de área remanescente ou resultante deobra pública, área esta que se tornar inaproveitávelisoladamente, por preço nunca inferior ao daavaliação e desde que esse não ultrapasse a 50%(cinqüenta por cento) do valor constante da alínea“a” do inciso II do artigo 23 desta Lei”.

ISO 14000A ISO 14000 é uma norma elaborada pelaInternational Organization for Standardization,com sede em Genebra, na Suíça, que reúne maisde 100 países com a finalidade de criar normasinternacionais. Cada país possui um órgãoresponsável por elaborar suas normas. No Brasiltemos a ABNT, na Alemanha a DIN, no Japão oJIS, etc. A série ISO 14000 compreende diversasnormas de gestão, gerenciamento e auditoriaambientais, indicando técnicas de racionalizaçãodos procedimentos com relação ao meioambiente. As normas da ISO 14000 incluem ocontrole de uso de matérias-primas e energia,destino do lixo e da água industrial, descarte deembalagens e dos próprios produtos após o uso.

JUROS COMPENSATÓRIOSOs juros compensatórios destinam-se a com-pensar a perda de renda comprovadamente so-frida pelo proprietário nas desapropriaçõesrealizadas pelo poder público. Nas hipóteses dedesapropriação com pagamento em títulos dadívida pública para os casos do artigo 123, § 1º,II do Plano Diretor, bem como para o caso doartigo 137, § 4º, II, em razão da propriedade nãocumprir sua função social, tais juros compen-satórios não se aplicam ao cálculo da indeni-zação. Lei 10.257/01 (Estatuto da Cidade)Artigo 8º, § 2º e artigo 46, § 2º.

LAGOSDepressões do solo produzidas por causasdiversas e cheias de águas confinadas, mais oumenos tranqüilas, pois dependem da áreaocupada pelas mesmas. As formas, as profun-didades e as extensões dos lagos são muitovariáveis. Geralmente, são alimentados por umou mais ‘rios afluentes’. Possuem também ‘riosemissários’, o que evita seu transbordamento.

LEGISLAÇÃO URBANÍSTICAConjunto das normas editadas mediante, lei,decreto, ou regulamento que dizem respeito aoparcelamento, o uso e a ocupação do solo noterritório municipal.

LENÇOL FREÁTICOÉ um lençol d’água subterrâneo que se encontraem pressão normal e que se formou em profun-didade relativamente pequena.

LICENÇA AMBIENTALAto administrativo pelo qual o órgão ambientalcompetente estabelece as condições, restrições

e medidas de controle ambiental que deverãoser obedecidas pelo empreendedor, pessoafísica ou jurídica, para localizar, instalar, ampliare operar empreendimentos ou atividades utili-zadoras dos recursos ambientais consideradasefetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelasque, sob qualquer forma, possam causardegradação ambiental.

LICENÇA URBANÍSTICAAto administrativo pelo qual o órgão municipalcompetente autoriza, mediante a expedição de umalvará (licença) que o particular exerça os direitosrelacionados às edificações em geral (construçõesdestinadas a abrigar qualquer atividade humana,seja residencial, ou não residencial, tais como:serviço, comércio, indústria, trabalho ou culto,dentre outras), de acordo com as prescriçõeslegais e regulamentares.

LICENCIAMENTOProcedimento de licenciar o desenvolvimento dedeterminada atividade a ser realizada por pessoafísica ou jurídica, isto é, conceder uma licençanum processo de licenciamento. Licenciamentoambiental. Procedimento administrativo pelo qualo órgão ambiental competente licencia alocalização, instalação, ampliação e a operaçãode empreendimentos e atividades utilizadoras derecursos ambientais, considerando as disposi-ções legais e regulamentares e as normas téc-nicas aplicáveis ao caso. Licenciamentourbanístico. Procedimento administrativo peloqual o órgão urbanístico competente licencia aconstrução de edificações em geral, exercendoo poder público um controle prévio (ou seja,anterior à emissão do alvará), observando-se ospressupostos e requisitos previstos na legislaçãopara que a licença seja expedida.

LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVASÉ toda a imposição geral, gratuita, unilateral e deordem pública condicionadora do exercício dedireitos ou de atividades particulares àsexigências do bem-estar social. A limitação admi-nistrativa, por ser uma restrição geral e de inte-resse coletivo, não obriga o Poder Público a qual-quer indenização, desde que não produza umtotal aniquilamento da propriedade. Serão legíti-mas, na medida que representem razoáveis me-didas de condicionamento do uso da propriedade,em benefício do bem-estar social, e não impeçama utilização da coisa segundo a sua destinaçãonatural. As limitações administrativas ao uso dapropriedade particular podem ser expressas emlei ou regulamento da União, dos Estados, DistritoFederal ou Municípios.

LINHA DE PREAMAR MÁXIMAO maior nível atingido pelas águas que sofrem ainfluência das marés. Decreto 5.300 de 07 dedezembro de 2004. “Artigo 2º, XII - preamar:altura máxima do nível do mar ao longo de umciclo de maré, também chamada de maré cheia”.

LOGRADOUROS PÚBLICOSQualquer área urbanizada inalienável, semedificação e destinada ao uso comum ou especialdos munícipes, como praças, parques, ruas,jardins, largos, etc.

LOTEADORQualquer pessoa que executa um loteamento(modalidade de parcelamento do solo), sendoresponsável pelo mesmo.

LOTEAMENTOA subdivisão de gleba em lotes destinados aedificação, com abertura de novas vias de circu-lação, de logradouros públicos ou prolonga-mento, modificação ou ampliação das viasexistentes.

turísticos oferecidos no Município, a ser conce-dido aos estabelecimentos comerciais e/ouprestadores de serviços, dentre os quais, serãoobrigatoriamente incluídos o respeito e a obser-vância das normas sanitárias, ambientais, e deposturas municipais.

SEÇÃO IIIDA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Art. 57. São objetivos do Município em relaçãoao desenvolvimento da ciência e da tecnologia:I – a promoção de novos arranjos produtivosmediante a incorporação de novas tecnologiasàs atividades existentes e da sua maior as-sociação;II – a produção e a difusão de novas tecnologiaspara aumento da eficiência econômica, emespecial da produtividade e da competitividadedo pequeno produtor rural e do pescador local;III – a eficiência no uso dos recursos naturaisrenováveis pela utilização de fontes alternativasde energia e de abastecimento de água;IV – a aplicação das tecnologias para o aumentoda eficiência na Administração Municipal;V – a realização de parcerias para a implantaçãode programas de formação profissionalizantevoltados para as atividades produtivas de inte-resse local;VI – o fortalecimento da atuação da AdministraçãoMunicipal na gestão e integração das ações rela-cionadas com a ciência, tecnologia e inovaçãofrente ao desenvolvimento econômico e socialsustentável mediante a articulação de redes decooperação entre empresas, entidades de pes-quisa e demais entidades dedicadas ao setor;VII – o estímulo à comercialização da produçãocientífica e tecnológica local.

SEÇÃO IVDA AGROPECUÁRIA E DA PESCA

Art. 58. São objetivos da Municipalidade em rela-ção à agropecuária e à pesca com vistas aodesenvolvimento econômico e social:I – promover prioritariamente a geração de em-prego e renda na produção familiar e na do pe-queno produtor;II – o fomento à atividade turística rural;III – o fortalecimento do abastecimento docomércio municipal.

Art. 59. São diretrizes para o desenvolvimentoda agropecuária e da pesca:I – fomentar a agregação de valor às atividadesrurais por meio da incorporação de novas tecno-logias à produção, ao seu beneficiamento edistribuição;II – estimular a geração de renda não agrícolapara a população residente em áreas rurais me-diante o aproveitamento do trabalho das mulhe-res e do trabalho associativista;III – fomentar a agricultura urbana como alter-nativa para a produção de alimentos, a geraçãode trabalho, emprego e renda e o desenvolvi-mento social;IV – estimular a produção de caráter associati-vista;V – incentivar a produção agrícola em pequenaspropriedades ou por meio do uso compartilhadoda terra cultivada em cotas de produção familiar;VI – incentivar a manutenção da cadeia produtivade produtos alimentares dentro dos limites ter-ritoriais do Município;VII – estimular a formação de redes de distribui-ção da produção;VIII – fomentar prioritariamente a pesca preferen-cialmente em relação a outros usos em áreascom potencial para a produção pesqueira, im-plantando reservas extrativistas, parques ma-rinhos, áreas de proteção ou por outros meiosde preservação da atividade;

IX – prestar apoio e assistência técnica ao pes-cador local para aumento e melhoria da qualidadeda produção pesqueira;X – valorizar a pesca também como promotorade atividade turística;XI – promover infra-estrutura adequada para em-barque e comercialização da produção pes-queira;XII – instituir penalidades por meio de legislaçãoprópria de proteção do meio ambiente marinho,buscando o ressarcimento por eventuais perdaseconômicas decorrentes de acidentes ou impac-tos negativos sobre a produção da pesca noslimites territoriais municipais;XIII – estabelecer políticas específicas para asustentabilidade da atividade pesqueira que per-mitam a gradual substituição da pesca extrativistapela produção em cativeiro;XIV – dar apoio e assistência técnica ao pesca-dor local para aumento e melhoria da qualidadeda produção pesqueira;

Art. 60. O Poder Público Municipal priorizará ofortalecimento da dignidade e da cidadania dacomunidade de pescadores locais, a qualificaçãopara o trabalho da pesca e a sua identidadecultural, bem como promoverá a pesca comoatividade econômica de especial interesse social,valorizando sua integração à atividade turística.

Art. 61. O Poder Público Municipal, dentro dos limitesde suas atribuições constitucionais, regulará asatividades desenvolvidas na Área Rural com vistasao interesse local, valorizando a diversidade comomeio de desenvolvimento sustentável.

Art. 62. O Poder Executivo Municipal promoveráa elaboração do Plano Municipal de Desenvol-vimento Rural Sustentável dentro do prazo dedois anos contados da data inicial de vigênciadesta lei, garantindo, por meio do zoneamentoeconômico-ecológico, a manutenção das se-guintes Zonas na Área Rural:I – Zona Rural de Fomento: caracterizada pelo usorural produtivo e pelo estabelecimento de pequenosprodutores, bem como pela agricultura familiar, ondeo módulo fiscal mínimo aceitável para o parcela-mento da terra é o estabelecido pela legislaçãofederal, especialmente pelo INCRA – InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária;II – Zona Rural de Uso Diversificado: caracteriza-da pelo uso agropecuário, instalações de ativi-dades agroindustriais e ainda de lazer, vedadoo parcelamento da terra em dimensão inferior5.000m2 (cinco mil metros quadrados);III – Zona Rural de Uso Controlado: aquela detransição entre as Áreas Protegidas e as Reser-vas Legais, e as áreas descritas no inciso ante-rior, onde o parcelamento da terra não poderáocorrer em áreas inferiores a 2,0 (dois) hectares(20.000m2), observando-se:a) o uso agropecuário e de lazer, salvaguardadaa qualidade dos mananciais;b) a exploração do turismo ecológico, em terrassem aptidão agrícola, observado o disposto noparágrafo único deste artigo;c) a recuperação das áreas degradadas em de-corrência de suas atividades, atendidos os re-quisitos do licenciamento ambiental e demaisnormas aplicáveis pelas empresas exploradorasde recursos naturais;IV – Áreas Protegidas: aquelas sujeitas ao zonea-mento ambiental municipal nos termos desta lei;V – Reservas Legais: as áreas existentes empropriedades rurais, caracterizadas conformeo inciso III do art. 16 e seus parágrafos da LeiNacional nº 4.771/65 (Código Florestal), quedeverão localizar-se obrigatoriamente no ter-ritório do Município, e, preferencialmente para aformação de corredores ecológicos.

Parágrafo único. As atividades não agrope-

cuárias na Zona de Uso Diversificado e de UsoControlado serão devidamente analisadas e ava-liadas pelos órgãos municipais competentes rela-cionados com o Meio Ambiente e o Turismo, peloConselho Municipal do Meio Ambiente e peloConselho Municipal do Desenvolvimento RuralSustentável.

SEÇÃO VDA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E SERVIÇOS

Art. 63. São diretrizes para o desenvolvimentoda indústria, comércio e serviços:I – promover o zoneamento das atividades in-dustriais, comerciais e de serviços, inclusive pormeio de incentivos a relocação dos estabeleci-mentos existentes para espaços apropriados;II – instituir um sistema de licenciamento específicopara implantação de empreendimentos cujasatividades possam gerar impactos negativos aodesenvolvimento econômico e ambiental susten-tável com vistas à avaliação, mitigação e, noque couber, prevenir e evitar os efeitos dos im-pactos negativos;III – valorizar o micro, pequeno e médio empre-endedor local com a definição de ações espe-ciais de fomento e ampla cooperação com asentidades que se dedicam ao desenvolvimentodo setor;IV – estimular a integração da economia localcom as atividades da indústria petrolífera.

§ 1º O Poder Público Municipal não permitirá ainstalação de atividades industriais poluentes acimados limites mínimos cientificamente toleráveis, oucujos resíduos possam causar perigo à saúde, aobem-estar e à segurança da população.

§ 2º A instalação de atividades industriais subordina-se à observância das normas técnicas vigentes eda adequação do empreendimento às normas daISO 14000, observado o princípio da redução aomínimo e do reaproveitamento dos resíduosindustriais gerados no processo produtivo.

SEÇÃO VIDA ECONOMIA DO PETRÓLEO

Art. 64. O Governo Municipal incentivará a inte-gração da economia municipal com as atividadesda indústria petrolífera, preservando sempre suascaracterísticas e potencialidades originais.

Parágrafo único. Lei municipal disciplinará aaplicação de percentual da receita recebida atítulo de royalties de petróleo e gás natural parao financiamento de programas e projetosprevistos nesta lei.

SEÇÃO VIIDO BEM-ESTAR SOCIAL

Art. 65. São diretrizes para a política de bem-estar social:I – proteger a família, a maternidade, a infância eos idosos por meio de um conjunto integrado deações, de iniciativa pública e privada, para as-segurar o pleno atendimento às suas neces-sidades básicas;II – amparar prioritariamente as crianças e ado-lescentes em situação de risco pessoal e social;III – promover a integração de todos no mercadode trabalho e ao meio social;IV – promover a habilitação e a reabilitação daspessoas portadoras de necessidades especiais,bem como sua integração à vida comunitária;V – promover a assistência social de formaintegrada às políticas setoriais, garantindo aproteção social e a inclusão da população nocircuito dos direitos econômicos e sociaisfundamentais;VI – promover a descentralização na formulação,

Page 11: Plano Diretor _rio Das Ostras

1111 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 200642

sentido que a Constituição do Brasil, no artigo225, entende equilíbrio ecológico e é nestesentido que o compreendem aqueles que lutampela institucionalização de um ecodesenvol-vimento no país.

EQUIPAMENTOS URBANOS E COMUNITÁRIOSLei 6.766/79 Artigo 4º § 2º e Artigo 5º. Equi-pamentos urbanos. Equipamentos públicos deabastecimento de água, serviços de esgoto,energia elétrica, coletas de águas pluviais, redetelefônica e gás canalizado. Equipamentoscomunitários. Equipamentos públicos deeducação, cultura, saúde, lazer e similares.

EROSÃO DO SOLO1. Em sentido lato, efeito da ação combinadados diversos agentes de degradação terrestre(temperatura, vento, chuva, gelo, neve, neblina,névoa, etc.) que desgastam as rochas e, quasesempre, transportam o material erodido oudesgastado. 2. Em sentido restrito, desgastelento das rochas sólidas, superficiais, pela açãode agentes atmosféricos, rios, geleiras, mar etc.;denudação das rochas sólidas. 3. O termoerosão, para o geógrafo e para o geólogo, implicana realização de um conjunto de ações quemodelam a paisagem. O pedólogo e o agrônomoconsideram a erosão apenas do ponto de vistada destruição dos solos.

ESPAÇO BREJOSO E ENCHARCADOÁrea ou lugar de terreno plano, encharcado,que aparece nas regiões de cabeceiras, ou emzonas de transbordamento dos rios.

ESPÉCIES NATIVAS1. Espécie originária do local, ou ambiente ondese desenvolve; que ocorre naturalmente nesteambiente. 2. Portaria IBAMA nº 145-N de 29 deoutubro de 1998. “Espécie de origem e ocorrêncianatural nas águas brasileiras”.

ESPÉCIES NATIVAS REGIONAISEspécies nativas da região, considerada estaalém dos limites territoriais do Município eintegrantes da região onde o mesmo se situa.

ESTATUTO DA CIDADELei Nacional (10.257, de 10 de julho de 2001) queregulamenta os artigos 182 e 183 da Constituiçãoe estabelece as diretrizes gerais e instrumentosda política urbana, as diretrizes e objetivos doPlano Diretor Municipal, os instrumentos paragestão democrática da cidade e outrasprovidências gerais. Conforme a Constituição doBrasil (Artigo 21, XX), à União compete instituirdiretrizes para o desenvolvimento urbano,inclusive habitação, saneamento básico etransportes urbanos, o que a Lei do Estatuto daCidade é um exemplo.

ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA)1. É o estudo que deve preceder à autorização dopoder público para instalação de quaisqueratividades que possam, ainda que em potencial,causar poluição, ou degradação do meio ambiente.2. Estudo destinado a identificar e interpretar, assimcomo prevenir, as conseqüências, ou os efeitosque empreendimentos humanos possam causarao ambiente, ou seja, aos ecossistemas em queos humanos vivem e dos quais dependem. Definidopor Lei Nacional.

ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA (EIV)O Estudo de Impacto de Vizinhança é o conjuntode pesquisas, análises e diagnósticos dasprováveis ou evidentes conseqüências espe-radas de projetos que possam afetar a qualidadede vida da vizinhança pela produção de ruído,trânsito excessivo, poluição, etc., cabendo àpopulação afetada aprová-lo preliminarmente. O

EIV foi Instituído pelo Estatuto da Cidade sendosua realização obrigatória, antes da aprovaçãodos referidos projetos. Este estudo deve serprocedido pela Administração, na forma previstano artigo 139 e os seguintes do Plano Diretor.

FAIXA MARGINALEspaço longitudinal de dimensões previstas emlei, faixa que margeia ou se põe ao longo de umavia, curso d’água, etc., não edificável, visando àproteção dos mesmos. Faixa de domínio. Áreareservada pelo poder público para a construçãode uma via e seus equipamentos.

FAIXAS MARGINAIS DE RIOS E LAGOASSão as faixas ou espaços longitudinais quemargeiam os rios e lagoas de dimensões instituídaspor lei para a proteção destes corpos d’água.

FAUNATodos os animais de um determinado local.Portaria IBAMA nº 93 de 07 de julho de 1998.Fauna silvestre brasileira. Todos aquelesanimais pertencentes às espécies nativas,migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou ter-restres, que tenham seu ciclo de vida ocorrendodentro dos limites do território Brasileiro ou águasjurisdicionais brasileiras.

FAVELA1. Conjunto de moradias urbanas subnormais,construídas com material inadequado comopapelão, folhas de metal, tábuas velhas, materiaisde demolição etc. em locais quase sempreinsalubres, íngremes e desprovidos de equipa-mentos urbanos e comunitários, sendo habitadasna maioria por migrantes desempregados ousubempregados, sem quase nenhuma renda. Afavela é uma moradia subnormal, como o cortiço.2. Local ocupado por habitações subnormais,de forma não controlada ou caótica.

FUNDOS ESPECIAISLei 4.320/64. Artigo 71. “Constitui fundo especialo produto de receitas especificadas que, por lei,se vinculam à realização de determinadosobjetivos ou serviços, facultada a adoção denormas peculiares de aplicação”. O fundoespecial não é entidade jurídica, órgão ou uni-dade orçamentária, ou ainda conta mantida nacontabilidade, mas tão somente um tipo de gestãofinanceira de recursos ou conjunto de recursosvinculados ou alocados a uma área de respon-sabilidade para cumprimento de objetivos espe-cíficos, mediante a execução de programas comeles relacionados.

GEOLÓGICORelacionado a geologia. Geologia. Ciência queestuda a estrutura da crosta terrestre e a evo-lução histórica desta estrutura. Os fenômenosgeológicos podem ser de duas ordens: físicos ebiológicos. Os primeiros podem ser derivadosda litogênese, que é a formação das rochas; daorogênese, ou formação das montanhas; e agliptogênese, transformação ou mudança dorelevo. Os fenômenos geológicos biológicosdizem respeito a restos de seres vivosencontrados nas rochas, os fósseis. A geologiaestuda também as forças que agiram e aindaagem sobre as rochas, modificando assim asformas de relevo e a composição química originaldos diversos elementos, a ocorrência e aevolução da vida, quando relativa à estruturafísica do planeta, através das diferentes etapasda história física da Terra.

INFORMAÇÃO GEORREFERENCIADAQualquer informação de natureza social, cultural,econômica, patrimonial, administrativa, físico-territoriais, ambientais etc., que contenha refe-rências geográficas. Ex.: cadastros, escrituras,

mapas, etc.

GESTÃO ORÇAMENTÁRIA PARTICIPATIVAÉ uma forma democrática de gerir o orçamentodo município com a participação da populaçãolocal, mediante audiências públicas, reuniões,apresentação de relatórios de gestão por partedo poder público, e outras formas de participaçãocomo representação da sociedade civil emconselhos municipais, etc.

GLEBA1. Área de terreno ainda não parcelada. 2. Áreade terra separada mas ainda não urbanizada.

GRUPAMENTO OU CONJUNTO DE EDIFICAÇÕESO conjunto de duas ou mais edificaçõesresidenciais, comerciais ou mistas, em um mesmolote, ou área.

HABITABILIDADEDiz respeito às condições de segurança (deusuários e população), instalações (hidráulicas,elétricas, etc.), padrões de conforto (térmico,acústico, luz e ar) e solução de esgotamentosanitário das edificações, conforme previstos noprojeto aprovado de acordo com a legislação. Emdeterminados casos, para garantia de habita-bilidade deve-se observar também o atendimentoàs exigências do corpo de bombeiros relativasas medidas de segurança contra incêndio epânico.

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIALEdificação destinada à moradia, promovida pelopoder público de qualquer esfera de governo,para atender famílias com renda de 0 a 03salários mínimos que ocupem áreas de risco,insalubres e de proteção ambiental, de acordocom as diretrizes gerais estabelecidas pelogoverno federal para programas de produçãode habitações.

HABITATLocal onde um animal ou planta vive normalmente,muitas vezes caracterizado por uma formavegetal ou atributo físico dominante (p.ex.: ohabitat de lago, de floresta, etc.).

holísticoQualidade do que contém holismo. A visãoholística preconiza o modo orgânico e sistêmicode observar as coisas, isto é, de priorizar ocomportamento do todo integrado em detrimentodas partes. Baseia-se na observação de queno universo a soma das partes não é igual aotodo; opõe-se à visão mecanicista e cartesiana.Em comunidades biológicas, a filosofia orga-nicista se apodera da visão holística para afirmara comunidade como um superorganismo, cujofuncionamento e organização podemos apreciarsomente quando consideramos o seu papel naNatureza como uma entidade completa.Holismo. Tendência, que se supõe seja própriado universo, a sintetizar unidades em totalidadesorganizadas. Supõe que certas característicasde uma entidade só poderão ser percebidas eestudadas se a entidade for observada em suatotalidade, e não dividida em partes, que é ométodo usual cartesiano-mecanicista de analisar.

IMÓVEIS LINDEIROSSão aqueles que se encontram nos limites daslinhas laterais ou de fundos de outro imóvel,logradouro ou acesso comum. Quando o limite éa testada (frente) para a rua, diz-se que o imóvelé lindeiro ao logradouro.

IMPACTO DE VIZINHANÇAQualquer atividade que possa gerar sobrecargado sistema viário, saturação de infra-estrutura(drenagem, esgoto, energia elétrica, telefonia),

implementação, monitoramento e controle dasações sociais;VII – fortalecer o Conselho Municipal de As-sistência Social e o Conselho Municipal dos Direitosda Criança e do Adolescente como instânciaparticipativa e de controle da sociedade civil;VIII – promover, no que couber, as ações apro-vadas pelos Conselhos Municipais da área so-cial, da infância e da adolescência;IX – priorizar a proteção e promoção da família edos segmentos em situação de risco social epessoal como eixo programático das açõespúblicas municipais;X – promover a implantação de programas deconvívio sócio-educativo destinados a crianças,adolescentes e jovens para incentivo ao exer-cício pleno da cidadania, à ampliação do universocultural e ao fortalecimento dos vínculos fami-liares e sociais;XI – promover as condições adequadas para odesenvolvimento das potencialidades dos porta-dores de necessidades especiais – PNE – favo-recendo sua inserção na vida econômica e social;XII – promover a realização de obras e açõesdestinadas a garantir a acessibilidade das pes-soas portadoras de necessidades especiais commobilidade reduzida, a todas as edificaçõescomerciais e públicas do município, em atendi-mento à Lei Nacional no 10.098/2000 e em con-formidade com a NBR 9050-94, e ao transportecoletivo, com um sistema especial de atendi-mento a ser desenvolvido;XIII – promover as condições adequadas para opleno exercício da cidadania e da melhoria daqualidade de vida dos munícipes idosos;XIV – promover e apoiar a reinserção social daspessoas em situação de rua por meio da redede serviços e ações sociais integradas.

TÍTULO IIIDO ORDENAMENTO E DO CONTROLEURBANÍSTICO E AMBIENTAL

CAPÍTULO IDA POLÍCIA URBANÍSTICA E AMBIENTAL

Art. 66. Compete à Administração Pública Mu-nicipal o exercício do poder de polícia urbanísticae ambiental em todo o território do Município pormeio de ações e atos administrativos para evitarou coibir atividades, potencial ou efetivamente,danosas ou lesivas à ordem urbanística ou aomeio ambiente com base em normas legais deparcelamento, uso e ocupação do solo, inclusivesobre condomínios, de obras e edificações e/oude proteção ao meio ambiente.

Parágrafo único. As penalidades aos infra-tores ou responsáveis serão aplicadas de acor-do com as disposições da legislação federal,estadual e municipal aplicável.

Art. 67. Nenhuma construção, edificação, usoou atividade poderá se realizar no Município semprévia autorização ou licença dos órgãos locaiscompetentes objetivando a verificação e o con-trole do cumprimento da legislação urbanística eambiental pertinente.

Parágrafo único. Enquanto não for aprovada anova legislação de parcelamento, uso e ocupaçãodo solo, o Poder Executivo decidirá e solucionaráas questões concretas que se apresentem combase nesta lei, nos princípios e normasconstitucionais e legais aplicáveis em cada caso.

Art. 68. A licença urbanística será deferida a quemtenha preenchido todos os requisitos e normas le-gais e regulamentares exigidos para sua concessão,sejam federais, estaduais ou municipais.

Parágrafo único. São requisitos mínimos para

a expedição de licença urbanística:I – a compatibilidade do uso da propriedade coma preservação e promoção da boa qualidade domeio ambiente natural e construído;II – a adequação do uso da propriedade com ainfra-estrutura existente, os equipamentos urba-nos e comunitários e os serviços públicos dispo-níveis;III – a compatibilidade do uso da propriedade coma segurança, bem-estar e a saúde de usuáriose vizinhos.

CAPÍTULO IIDA ORDENAÇÃO DO PARCELAMENTO, USO EOCUPAÇÃO DO SOLO

SEÇÃO IDO ZONEAMENTO AMBIENTAL

Art. 69. O zoneamento ambiental e costeiro visaà definição de áreas territoriais de interesse paraa proteção do patrimônio ambiental, cultural,histórico, artístico, paisagístico, arqueológico earquitetônico do Município e será efetuado me-diante lei municipal com o objetivo de estabelecerrestrições especiais ao uso, gozo, disposição efruição da propriedade para cumprimento de suafunção social.

§ 1º O zoneamento costeiro deverá observar asorientações gerais do Decreto 5.300 de 07 dedezembro de 2004 que regulamenta a Lei 7.661de 16 de maio de 1988 que institui o Plano Nacio-nal de Gerenciamento Costeiro – PNGC.

§ 2º O poder executivo promoverá audiênciaspúblicas por ocasião da elaboração do projetode lei que instituirá o zoneamento ambiental ecosteiro do Município.

Art. 70. O zoneamento ambiental abrangerá osseguintes tipos de espaços territoriais:I – Áreas de Preservação Permanente;II – Áreas de Proteção ao Patrimônio Natural,Histórico, Cultural, e Arqueológico;III – Corredores Ecológicos;IV – Unidades de Conservação e Zonas deEntorno;V – Zona Costeira.

Art. 71. As Áreas de Preservação Permanentesão as áreas de florestas e demais formas devegetação nos termos da legislação federalpertinente, especialmente dos artigos 2º e 3º daLei nº 4.771, de 1965, (Código Florestal), e dalegislação municipal destinadas à preservaçãodos recursos hídricos, da paisagem, da estabi-lidade geológica, da biodiversidade, do fluxogênico da fauna e da flora, da proteção do soloe do bem-estar das populações humanas.

§ 1º As ações ou omissões contrárias à preser-vação das florestas e demais formas de vegeta-ção natural são consideradas uso nocivo dapropriedade.

§ 2º Na área urbana, o Poder Executivo adotará asmedidas jurídicas, urbanísticas e ambientais ade-quadas para as áreas de preservação perma-nente que se encontrem ocupadas ou compro-metidas com a ocupação humana, em razão deparcelamentos aprovados pelo Poder Público, emdata anterior a publicação desta lei, e registradosno registro imobiliário, obedecendo ao disposto noparágrafo único do artigo 103 desta Lei.

§ 3º As áreas de preservação permanente nasáreas já parceladas do Município, e identificadasconforme o parágrafo anterior, serão progres-sivamente delimitadas como Áreas de EspecialInteresse para o Meio Ambiente de acordo com osartigos 104, § 3º e 107, IV, parágrafo único desta lei.

Art. 72. As florestas e demais formas de vege-tação natural de preservação permanente situa-das no território municipal são bens de interessecomum a todos os seus habitantes, sujeitando oexercício do direito de propriedade às limitaçõese normas desta lei do Plano Diretor e de outrasdesta decorrente.

§ 1º Na Área Urbana e de Expansão Urbana doMunicípio, em áreas urbanizáveis ou de urbani-zação específica, poderá ser autorizada excep-cionalmente à supressão de vegetação em áreade preservação permanente mediante prévia li-cença do órgão ambiental local, devidamentefundamentada em parecer técnico-científico,que, obrigatoriamente, indicará as medidas mi-tigadoras e compensatórias adequadas que de-verão ser adotadas, desde que seja para obrasou atividades de interesse público, ouvidos odemais órgãos competentes, quando for o caso.

§ 2º É vedada a supressão, ainda que parcial,da vegetação de mangue indicada no mapaconstante do Anexo III desta lei de modo a pro-teger o ecossistema natural, a drenagem daságuas e a permeabilidade do solo, para evitar eprevenir inundações.

Art. 73. As Áreas de Proteção ao PatrimônioNatural, Histórico, Cultural e Arqueológico serãotombadas pelo Poder Executivo Municipal para apreservação do patrimônio natural, paisagístico,histórico e cultural.

§ 1º Todos os Sítios Arqueológicos existentes eque vierem a ser descobertos deverão ser tom-bados na forma da Lei e integrar o zoneamentourbano e rural do Município.

§ 2º Fica tombado, para preservação, o imóvelque abriga a Casa de Cultura, patrimônio doMunicípio, desapropriado através do Decreto 06/97, cujas restrições necessárias à sua prote-ção, serão estabelecidas por Decreto do Execu-tivo, não podendo ser a edificação demolida, semprévia autorização especial da Fundação Rio dasOstras de Cultura, nem ser reparada, pintada ourestaurada na ausência da referida autorização.

§ 3º O Parque Municipal, sítio de valor paisagísticoe ambiental será tombado pelo Poder Executivo,ou declarado como Unidade de ConservaçãoMunicipal para preservação de seu patrimônio,estabelecendo-se por ato próprio as restriçõesnecessárias à sua proteção.

§ 4º Os danos ou ameaças às Áreas de Proteçãoao Patrimônio Natural, Histórico, Cultural e Ar-queológico serão punidos na forma da lei.

§ 5º A Fundação Rio das Ostras de Cultura poderáindicar ao Poder Executivo ou Legislativo os de-mais patrimônios a que se refere este artigo paraque sejam tombados pelo poder público.

Art. 74. Os corredores ecológicos são faixasde cobertura vegetal entre remanescentes devegetação primária em estágio médio e avançadode regeneração, capazes de servir de “habitat”ou área de trânsito para a fauna residente nasáreas remanescentes.

§ 1º A recuperação das áreas que se prestem atal finalidade e sejam necessárias, será efetuadacom espécies nativas regionais, definindo-sepreviamente se essas áreas serão de preser-vação ou de uso sustentável.

§ 2º A localização, largura, implantação e definiçãodos critérios de uso dos corredores ecológicosentre as áreas remanescentes ficarão a cargo doórgão ambiental local, sendo suas limitações admi-

Page 12: Plano Diretor _rio Das Ostras

1212 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 41

de ação. Tese defendida a partir do teóricoindiano Anil Agarwal, pela qual não pode haverdesenvolvimento que não seja harmônico com omeio ambiente. Assim, o desenvolvimentosustentado que no Brasil tem sido defendido maisintensamente, é um tipo de desenvolvimento quesatisfaz as necessidades econômicas dopresente sem comprometer a capacidade dasgerações futuras; Segundo definição em 1987da Comissão Brutland, da ONU, no relatório“Nosso futuro comum”, é o desenvolvimentosocial, econômico e cultural que atende àsexigências do presente sem comprometer asnecessidades das gerações futuras. Para ospaíses pobres, de acordo com o relatório “Nossaprópria agenda”, da Comissão de Desenvol-vimento e Meio Ambiente da América Latina e doCaribe, o desenvolvimento sustentado éessencialmente a satisfação das necessidadesbásicas da população, sobretudo dos gruposde baixa renda, que chegam a mais de 75% docontinente.

DESMEMBRAMENTOParcelamento do solo em que se aproveita osistema viário existente, sem a construção denovas vias ou logradouros públicos e sem quese prolonguem ou alterem os já existentes.

DIREITO DE PREEMPÇÃONa ocasião da venda de um terreno, o municípiotem o direito de preempção, isso quer dizer queele tem a preferência na compra do imóvel, comfins de facilitar a gestão urbana. No Brasil, odireito de preempção é conferido ao poderpúblico municipal sempre que necessitar de áreaspara : regularização e reserva fundiária, ordena-mento e direcionamento da expansão urbana;implantação de equipamentos urbanos comunitá-rios; criação de espaços públicos de lazer eáreas verdes; criação de unidades de conserva-ção e proteção de outras áreas de interesseambiental, histórico, cultural ou paisagístico. Aárea sujeita ao exercício do direito de preempçãopor parte do Poder Público deverá ser delimitadapor lei e o prazo de vigência para o exercício detal direito não poderá ser superior a 05 anos.

DIREITO DE SUPERFÍCIEDireito de o proprietário urbano dar concessãode uso de seu terreno a terceiro, de forma gra-tuita ou onerosa, por tempo certo ou indetermi-nado, podendo ser extinto antes do termo finaldo contrato se o superficiário der ao terrenodestinação diversa da contratada ou descumpriras obrigações assumidas.

DIREITOS FUNDAMENTAIS INDIVIDUAIS E SOCIAISSão os direitos expressos nos artigos 5º e 6ºda Constituição da República. P. ex.: direitosindividuais: direito à vida, à liberdade, àigualdade; à segurança e a propriedade;inviolabilidade da liberdade de crença; liberdadede expressão, acesso à informação; liberdadede locomoção no território nacional; liberdadede associação, liberdade no exercício de oficioou profissão; etc. direitos sociais: aeducação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazera segurança, a previdência social, a proteção àmaternidade e à infância, a assistência aosdesamparados.

DIRETRIZESSão opções estratégicas de longo prazo feitaspelo Plano Diretor de Rio das Ostras sob a formade restrições, prioridades e estímulos indutoresno sentido de serem alcançados os objetivos geraisestratégicos de promoção do desenvolvimentourbano e das funções sociais da cidade, promo-vendo o bem-estar de seus habitantes.

DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

São as opções estratégicas que constam da leimunicipal que indica as prioridades para arealização da lei do orçamento.

DOMÍNIO PRIVADOSão todos os bens corpóreos ou incorpóreosque pertençam aos particulares, pessoas físicasou jurídicas de direito privado, como objeto dedireito real ou pessoal destes.

DRENAGEMObras e serviços destinados a esgotar o excessode água do subsolo, bem como a facilitar oescoamento das águas superficiais sobre o solo,pavimentado ou não. Assim drenam-se brejos,várzeas, bases e sub-bases das estradaspavimentadas, campos esportivos, cortes,aterros, ruas, praças, etc., visando-se aoaproveitamento agrícola dos brejos e várzeas, àconservação dos pavimentos das estradas, àrápida secagem dos campos de esporte, àproteção dos cortes e aterros contra a erosão,ao escoamento rápido das águas de chuva nascidades, evitando-se inundações e empoçamentode água nas vias etc.. A drenagem pode ser desuperfície ou de profundidade. A primeira é feitapor canais ou estruturas semelhantes, que captamas águas que escoam pela superfície do terreno;ex.: drenagem feita por valetas, sarjetas,sangradouros, bueiros. A drenagem deprofundidade destina-se a escoar ou esgotar aságuas do subsolo, através de drenos filtranteslineares ou em camadas (colchões) subterrâneos.

DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAISQue se refere ao esgotamento das águasprovenientes das chuvas.

DUNAS1. Monte de areia depositada ou movida pelaação do vento. As dunas podem também seformar quando um obstáculo, como uma rochaou uma planta, faz com que a velocidade dovento diminua e os materiais carregados Poe elesejam depositados. Não são estáticas ecostumam migrar lentamente; a migraçãocontinua até que sejam estabilizadas pelavegetação. As dunas são mais encontradas emregiões litorâneas e desérticas, em função dapresença de ventos e da abundância de areias;variam em forma e tamanho de acordo com anatureza do vento, a quantidade de areiadisponível e o tipo de vegetação. 2. ResoluçãoCONAMA 004/85. “Formação arenosa produzidapela ação dos ventos no todo, ou em parte,estabilizada ou fixada pela vegetação”.

ECONOMICIDADE, EFICIÊNCIA E EFICÁCIASão alguns dos princípios que informam aAdministração Pública; deveres que os adminis-tradores públicos devem observar. Economici-dade: significa que os recursos financeiros,econômicos e/ou patrimoniais do ente públicodevem ser aplicados de forma que traduza omelhor custo-benefício social para a população.Eficiência: corresponde ao “dever de boaadministração”, desenvolvida na tríplice linha, aadministrativa, a econômica e a técnica.Eficácia: as ações devem ser eficazes ou seja,capazes de surtirem os resultados esperados edesejados pela população.

ECOSSISTEMAS1. Conjunto de seres vivos no seu inter-relacio-namento com o meio ambiente em que vivem; ex.:uma floresta com toda sua flora e fauna. 2.Sistema natural, aberto, que inclui, em uma certaárea, todos os fatores físicos e biológicos(elementos bióticos e abióticos) daquele ambientee suas interações. Diferencia-se de outrosecossistemas por sua diversidade biótica eestrutura trófica claramente definidas, e por sua

específica quantificação e qualificação da trocade energia e matéria entre esses elementos e dosistema com a fronteira externa. 3. DecretoLegislativo nº 02 de 03 de fevereiro de 1994.“Complexo dinâmico de comunidades vegetais,animais e inorgânico que interagem como umaunidade funcional”. 4. Em sociologia urbana, umconjunto de população, ambiente, tecnologia,organização social e fatores sociopsicológicos(atitudes, preconceitos, opinião pública, humores,propaganda e outros) em inter-relação; ex.: umacidade, uma região.

EDIFICAÇÕESConstruções destinadas a abrigar qualqueratividade humana, seja de moradia (residencial),ou não residencial, tais como: serviço, comércio,indústria, trabalho ou culto, dentre outras.

EDIFÍCIOS PÚBLICOSConstruções que abrigam atividades desenvol-vidas pelo poder público, tais como: escolas,postos de saúde, repartições públicas,hospitais, dentre outras.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL1. Os processos por meio dos quais o indivíduo ea coletividade constroem valores sociais,conhecimentos, habilidades, atitudes ecompetências voltadas para a conservação domeio ambiente, bem de uso comum do povo,essencial à sadia qualidade de vida e suasustentabilidade. 2. Processo em que se buscadespertar a preocupação dos indivíduos ecomunidades para as questões ambientais,fornecendo informações e contribuindo para odesenvolvimento de uma consciência crítica.Estímulo e adoção de hábitos e atitudes que levemem conta as inter-relações humanas com oambiente e as conseqüências de ações individuaise coletivas sobre a melhoria da qualidade de vida.

EFLUENTES1. Substância líquida, com predominância de água,contendo moléculas orgânicas e inorgânicas dassubstâncias que não se precipitam por gravidade.2. Emanação de poluentes, geralmente carreadospor um meio aquoso até um curso d’água, comoem um efluente industrial ou sanitário. 3. Tudoaquilo que eflui, sai ou é expelido de algum lugar:efluente gasoso, efluente industrial, efluentelíquido.

ENCOSTADeclive nos flancos de um morro, de uma colinaou de uma serra. Pode em algumas situações,ser interrompida, caracterizando dessa formauma ruptura de declive, devido a uma causaestrutural ou erosão diferencial.

EQUILÍBRIO ECOLÓGICO1. Em sentido lato, o conceito de estabilidadeintrínseca à maioria dos ecossistemas. É ummetaequilíbrio, onde os fatores e condiçõespodem evoluir, porém mantendo sempre umarelação harmônica entre seus componentes.Dessa forma, os organismos num ecossistemaestão adaptados uns aos outros. Os recursosconsumidos por alguns organismos são repostospor outros, e os rejeitos de uma espécie sãoreutilizados por outra. A atividade humana de umtipo ou outro interfere, contudo com esta esta-bilidade. 2. Estado do meio ambiente quepermanece inalterado enquanto não surgir umamudança nas relações de seus componentes(parâmetros), até então constantes, e que tendea retornar a seu estado primitivo ou a um novoestado de inalterabilidade de seus parâmetros.3. Para alguns ecologistas, estado ideal doambiente, em que suas partes (animais, vegetaise o homem) se ajustam em perfeita e eficienteassociação, devendo ser preservadas. É neste

nistrativas estabelecidas por lei ou decreto doexecutivo, no prazo do artigo 167, II, b.

SUBSECÇÃO IDAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Art. 75. As Unidades de Conservação são es-paços territoriais protegidos com seus recursosnaturais e abrangem as águas jurisdicionais bra-sileiras com características naturais relevantes,legalmente instituídos pelo poder público, com oobjetivo de conservação e limites definidos, sobregime especial de administração, ao qual seaplicam as garantias adequadas de proteção.

Parágrafo único. As Unidades de Conserva-ção do território municipal podem ser de âmbitofederal, estadual ou municipal, obedecendo àclassificação adotada na legislação federalpertinente.

Art. 76. O órgão ambiental local é o responsávelpela gestão das Unidades de Conservaçãocriadas pelo Poder Público Municipal.

§ 1º Compete ao órgão ambiental local à pro-posição de nova Unidade de Conservação, aelaboração dos estudos técnicos e científicosjustificadores da sua criação, bem como darealização, quando for o caso, de consulta públi-ca e as demais providências adequadas.

§ 2º A criação de Unidade de Conservação mu-nicipal deve garantir uma alocação adequadade recursos financeiros necessários para que,uma vez criadas, possam ser geridas de formaeficaz e atender aos seus objetivos, buscando-se conferir, quando possível, e respeitadas asconveniências da administração, autonomiaadministrativa e financeira as mesmas.

Art. 77. A consulta pública para a criação deUnidade de Conservação municipal tem afinalidade de subsidiar a definição da localização,da dimensão e dos limites adequados cor-respondentes.

§ 1º A consulta será realizada mediante reuniõespúblicas ou outras formas de participação dapopulação local e de outras partes interessadas.

§ 2º O órgão ambiental local indicará, de modoclaro e em linguagem acessível, as implicaçõespara a população local residente no interior e noentorno da Unidade de Conservação a ser criada.

Art. 78. As Unidades de Conservação e suaszonas de entorno obedecerão aos objetivos,diretrizes, categorias e restrições de uso confor-me estabelecidas na Lei Nacional nº 9.885, de2000 e no Plano de Manejo de cada Unidade deConservação.

Parágrafo único. De acordo com o artigo 69,as restrições especiais ao uso, gozo, disposiçãoe fruição da propriedade no interior das Unidadesde Conservação criadas pelo Município, serãoestabelecidas mediante lei.

SUBSECÇÃO IIDO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Art. 79. Considera-se poluição qualquer alte-ração das propriedades físicas, químicas oubiológicas do meio ambiente, causada porqualquer forma de matéria ou energia resultantedas atividades humanas que direta ou indi-retamente:I – afete a saúde, a segurança e o bem-estar dapopulação;II – crie condições inadequadas de uso do meioambiente para quaisquer fins;

III – ocasione danos à flora, à fauna, ao equilíbrioecológico, aos bens públicos e privados ou àestética;IV – não esteja em harmonia com os arredoresnaturais.

Parágrafo único. A prevenção e o controle dapoluição será realizado através do licenciamentoambiental.

Art. 80. A localização, a instalação, a ampliaçãoe a operação de empreendimentos e atividadesutilizadoras de recursos ambientais, conside-radas efetiva ou potencialmente poluidoras, edos que possam, de qualquer modo, causardegradação ambiental depende de prévia licençaambiental do órgão ambiental municipal com-petente a ser expedida com base em legislaçãocomplementar municipal, observadas as normasfederais e estaduais sobre a matéria.

§ 1º A elaboração do anteprojeto de lei municipala que se refere este artigo será realizada porequipe técnica multidisciplinar dos órgãosmunicipais de meio ambiente, saúde, urbanismo,planejamento urbano, procuradoria e fazenda.

§ 2º Conforme a natureza do empreendimento ouatividade, serão ouvidos simultaneamente noprocedimento administrativo de licença todos osórgãos municipais competentes para analisá-lo sobqualquer aspecto, que se manifestarão dentro deprazo único a ser fixado em regulamento.

§ 3º Quando for o caso e no que couber, a licençaurbanística e a licença ambiental serão dadaspor meio de um único instrumento de ato admi-nistrativo nos termos que forem estabelecidosem regulamento.

Art. 81. O órgão ambiental municipal, em arti-culação com o órgão municipal de vigilância sani-tária e ambiental em saúde, definirá os critériostécnicos de exigibilidade para o licenciamentoambiental, considerando os riscos ambientais, oporte e outras características dos empreendi-mentos e atividades.

SUBSECÇÃO IIIDO SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAÇÕESAMBIENTAIS

Art. 82. Compete ao órgão ambiental municipal,em articulação como o órgão municipal incumbidodo sistema municipal de planejamento urbano, aestruturação e a organização do Sistema Muni-cipal de Informações Ambientais (SIAM), semprejuízo da articulação com órgãos federais eestaduais similares.

Art. 83. O Sistema Municipal de InformaçõesAmbientais visará:I – a realização e manutenção do inventário e omapeamento das características físicas e bióti-cas municipais;II – o levantamento dos níveis de qualidadeambiental, poluição e as situações de risco paraa saúde humana, os demais seres vivos e oequilíbrio ambiental;III – a realização de auditorias nos sistemas decontrole da poluição e de atividades potencial-mente poluidoras e nos aspectos a que se re-ferem os demais incisos deste artigo;IV – a disponibilização de dados e informaçõesà população e aos órgãos afins sobre as caracte-rísticas ambientais locais e o monitoramentoambiental;V – o cadastramento de atividades poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.

SEÇÃO IIDO MACROZONEAMENTO

Art. 84. Para efeito de aplicação desta lei, fica oterritório municipal dividido em quatro macrozo-nas a seguir especificadas, e delimitadas noAnexo II desta lei:I – Área Urbana;II – Área de Expansão Urbana;III – Área Rural;IV – Área Protegida, abrangendo: as Áreas dePreservação Permanente e outras áreas prote-gidas por lei federal ou estadual, as Unidadesde Conservação criadas ou não pelo município,os Corredores Ecológicos, a Zona Costeira eÁreas de Proteção ao Patrimônio Natural, Histó-rico, Paisagístico, Arquitetônico, Cultural e Arque-ológico.

Parágrafo único. As Macrozonas não se so-brepõem entre si e abrangem a totalidade doterritório municipal.

SUBSEÇÃO IDA ÁREA URBANA

Art. 85. Considera-se Área Urbana, aquela deli-mitada pelo perímetro do Anexo II, e respectivosAnexos II-A, II-B, II-C e II-D desta lei caracterizadapela utilização urbana, ocupada ou comprometidacom a ocupação humana, de maneira formal ouinformal, ou apenas parceladas, mesmo que sub-ocupadas ou sem ocupação efetiva.

§ 1º Consideram-se ainda como Área Urbana,áreas urbanizáveis, de urbanização específica,ou de expansão urbana, constantes de parcela-mentos aprovados pelos órgãos municipais com-petentes, destinados à habitação, à indústria ouao comércio, mesmo que localizados fora doperímetro da Área Urbana delimitada por esta lei.

§ 2º Os limites da Área Urbana serão periodica-mente atualizados por decreto do poder executi-vo, estendendo-se aos imóveis que em face desua destinação ou área sejam considerados ur-banos para efeito de tributação, mesmo quelocalizados fora do perímetro urbano delimitadopor esta lei.

§ 3º Os imóveis lindeiros aos logradouros damalha viária urbana do Município, que não estejamcumprindo a função social da propriedade ruralou ambiental, uma vez identificados serão inse-ridos no perímetro urbano, mediante sua inscri-ção no cadastro imobiliário do Município, parafins de tributação, devendo ser acrescentadosàs áreas passíveis de aplicação dos instrumen-tos previstos na Lei Federal 10.257/2001 –Estatuto da Cidade, Anexo IV desta lei, inclusiveo parcelamento, edificação ou utilização compul-sórios, mediante atualização do perímetro urbanopor decreto do executivo.

SUBSEÇÃO IIDA ÁREA DE EXPANSÃO URBANA

Art. 86. Considera-se Área de Expansão Urbanaaquela delimitada no Anexo II desta lei dotada ounão de alguns dos equipamentos de infra-estrutura urbana básica de transição entre aÁrea Urbana e a Área Rural.

§ 1º A Área de Expansão Urbana é dotada deZona de Amortecimento numa faixa contínua aesta, numa profundidade de 500 metros em todaa sua extensão, destinada à formação de sítiosde recreio de lote mínimo de 2.000m2 (dois milmetros quadrados).

§ 2º As Áreas de Expansão Urbana dos NúcleosUrbanos 01 (localidade de Rocha Leão) e 03 (lo-calidade de Cantagalo) serão definidas medianteestudos e levantamentos específicos realizadospelos órgãos competentes, tomando-se em con-

Page 13: Plano Diretor _rio Das Ostras

1313 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006

prietário da área, ou em caso de omissão ounegativa deste, obtido por via judicial.

CONCESSÃO URBANÍSTICADelegação pelo poder público ao particular(empresa ou conjunto de empresas), mediantelicitação na forma da Lei Nacional 8.987/95, derealização de obras de urbanização ou dereurbanização em determinada região da cidade,especialmente daquela que é objeto de operaçãourbana consorciada.

CONCESSIONÁRIAEmpresa pública ou privada prestadora deserviços públicos.

CONCESSIONÁRIOS DE SERVIÇOS PÚBLICOSSão as pessoas jurídicas (empresas públicasou privadas) que exploram concessão dada peloPoder Público (mediante licitação na forma deLei Nacional 8987/95) concernente à prestaçãode serviços públicos, p. ex.: energia elétrica,telefonia, transportes, dentre outros.

CONDOMÍNIOSSão as edificações ou conjunto de edificações,de um ou mais pavimentos, construídas sob aforma de unidades isoladas entre si, destinadasa fins residenciais ou não residenciais, consti-tuindo, cada unidade, propriedade autônoma,sujeita às limitações da Lei 4.591/64. As edifica-ções dos condomínios estão sujeitas à obser-vância da legislação urbanística para a aprova-ção de suas construções. O registro da formacondominial é de competência do registro deimóveis.

CONSERVAÇÃO (AMBIENTAL)1. Em urbanismo, espécie de preservaçãocaracterizada pela não-modificação dopatrimônio ambiental, de modo significativo, maisque admite apenas um mínimo de intervenção,necessária a evitar a deterioração daquilo quese pretende preservar. É o uso racional doambiente em prol da qualidade de vida de suapopulação. 2. Em ecologia, o uso racional doambiente, que visa à promoção da qualidade devida do homem. Tal uso consiste em se utilizaralguns recursos naturais e áreas para a produ-ção de bens e serviços, bem como em preservare valorizar outras áreas e recursos que possamsatisfazer, no presente e no futuro, às exigên-cias da humanidade em ciência, arte, estética,recreação, trabalho, circulação, habitação,saúde, etc. 3. Aplica-se à utilização racional deum recurso natural qualquer, de modo a se obterum rendimento considerado bom, garantindo-se,entretanto, sua renovação ou sua auto-sustentação. Proteção de recursos naturaisrenováveis e seu manejo para uma utilizaçãosustentada e de rendimento ótimo. Difere depreservação por permitir o uso e manejo da área.Conservação da natureza. Lei 9.985/2000,artigo 2º, II. “conservação da natureza: o manejodo uso humano da natureza, compreendendo apreservação, a manutenção, a utilizaçãosustentável, a restauração e a recuperação doambiente natural, para que possa produzir omaior benefício, em bases sustentáveis, àsatuais gerações, mantendo seu potencial desatisfazer as necessidades e aspirações dasgerações futuras, e garantindo a sobrevivênciados seres vivos em geral”.

CONSÓRCIO IMOBILIÁRIOProcedimento que autoriza o poder público apromover o aproveitamento de imóvel quereceber por transferência de particularesproprietários, com a finalidade de viabilizarfinanceiramente o seu melhor aproveitamento. Étambém forma de viabilizar planos de urbaniza-ção ou edificação quando o particular não dispõe

de todos os recursos necessários e interessaao Poder Público a realização das obras embenefício coletivo. Pode ser utilizado tambémcomo faculdade do proprietário que esteja sujeitoà obrigação de parcelar, edificar ou usarcompulsoriamente o seu imóvel (ver art. 5º daLei Nacional 10.257/01 – Estatuto da Cidade).

CONSULTA PÚBLICAProcedimento de consulta à sociedade, ou a grupossociais interessados ou que possam ser empotencial afetados em razão da realização de umprojeto específico capaz de gerar impactourbanístico ou ambiental. A consulta pública é formademocrática de participação da sociedade nocotidiano da cidade, sobre os mais diversos evariados assuntos. É procedimento adotado peloPlano Diretor de Rio das Ostras para a elaboraçãode diversas leis ou decretos, dentre outros: adefinição de parâmetros para as Áreas de EspecialInteresse Ambiental e Social; nos procedimentosde regularização urbanística e fundiária; no Estudodo Impacto de Vizinhança etc.

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIAÉ espécie do gênero tributo. É contribuição quese exige, diretamente em função de uma obrapública, dos proprietários de imóveis que forambeneficiados por ela. As contribuições de me-lhoria podem ser criadas por leis federais, esta-duais ou municipais, para fazer face ao custode obras públicas de que decorra valorizaçãoimobiliária, tendo como limite total a despesarealizada, e como limite individual, o acréscimode valor que da obra resultar para cada imóvelbeneficiado Para ser cobrada a contribuição demelhoria, o orçamento da obra deve serpublicado, podendo o contribuinte impugnar ovalor atribuído à mesma.

CONTROLE DE VAZÕES DE DRENAGEMControle do volume de água que atravessa umaseção transversal por unidade de tempo (m³/s).

CORREDORES ECOLÓGICOS1. As porções dos ecossistemas naturais ouseminaturais, ligando unidades de conservaçãoe outras áreas naturais, que possibilitam entreelas o fluxo de genes e o movimento da biota,facilitando a dispersão de espécies e a recolo-nização de áreas degradadas, bem como amanutenção de populações que demandam, parasua sobrevivência, áreas com extensão maiordo que aquela das unidades. 2. Lei Nacional9985/2000. Artigo 2º, XIX: “corredoresecológicos: porções de ecossistemas naturaisou seminaturais, ligando unidades de conserva-ção, que possibilitam entre elas o fluxo de genese o movimento da biota, facilitando a dispersãode espécies, a recolonização de áreas degra-dadas, bem como a manutenção de populaçõesque demandam para sua sobrevivência áreascom extensão maior do que aquela das unidadesindividuais”.

CORTIÇOHabitação ou residência de uso coletivo, ondecoabitam um grande número de pessoas,agrupadas em famílias ou não, partilhandosanitários, chuveiros, tanques de lavar roupa eoutros equipamentos.

CUMEADA (LINHA DE CUMEADA)1. Seqüência de cristas de montanhas, formandouma linha de divisores de águas (cumeada). 2.Resolução CONAMA nº 004/85. “Interseçãodos planos das vertentes, definindo uma linhasimples ou ramificada, determinada pelos pontosmais altos a partir dos quais divergem os declivesdas vertentes”.

CURSOS D’ÁGUA

Drenam as regiões ocupadas ou não por centrourbanos podem ser efluentes ou afluentes, querdizer curso d’água efluente é aquele que recebedescarga das águas subterrâneas, curso d’águaafluente é aquele que promove o abastecimentode um aqüífero.

CURVA DE NÍVEL1. Num terreno, uma linha que une os pontos demesma altitude p. ex., quando se abrem trilhasnuma montanha, é importante faze-las, tantoquanto possível, acompanhando as curvas denível do terreno, de moda a não criar um cortevertical pelo qual as águas possam correr emalta velocidade, provocando erosão, abrindovalas e até ocasionando desabamentos. Efeitosemelhante pode ser atingido quando se cortauma montanha para passar uma estrada, ondeseria importante construir platôs de intervalosem intervalos pelo mesmo motivo. 2. São linhasisométricas, isto é, que ligam pontos da mesmaaltitude (...) Linhas que ligam os pontos de igualaltitude situadas acima do nível do mar (Guerra,1978). 3. Linha traçada sobre um mapa, indi-cando o lugar geométrico dos pontos para osquais uma determinada propriedade (a altitude)é constante (DNAEE, 1976).

DANO AMBIENTAL1. Prejuízo causado ao meio ambiente. 2. Impactoambiental negativo.

DECLIVESuperfície que possui uma certa inclinação emrelação a um plano horizontal. Quase todo orelevo na superfície terrestre possui algum tipode declive, medido de 1º a 90º, ou seja, sãoraras as topografias com ausência de declive,ou declive de 0º.degradação ambientalAlteração poluidora, degradante do meioambiente. Alteração das características de umdeterminado ecossistema por meio da ação deagentes externos a ele. Processo conceitual-mente caracterizado pela perda ou diminuiçãode matéria, forma, composição, energia e fun-ções de um sistema natural por meio de açõesantrópicas. Ações antrópicas. Ações deorigem humana. Aquilo que é resultado da açãohumana sobre um ambiente natural. Relativo àhumanidade, à sociedade humana, ou à ação dohomem.

DENSIDADE DEMOGRÁFICARelação entre a população total que reside emcerto espaço e em dado período e a área desseespaço, ou seja, número de habitantes por uni-dade de superfície. Em trabalhos de planejamentointegrado, a unidade comumente utilizada é:habitantes por hectare (hab/há).

DESAPROPRIAÇÃOAto do poder público pelo qual se procede àtransferência, para o domínio público, de umapropriedade particular por necessidade, utilidadepública ou interesse social, mediante prévia ejusta indenização. O procedimento pode seramigável ou judicial, nesta última hipótese, quandoo proprietário não concorda com o valor ofere-cido para a desapropriação. A indenização é emdinheiro, salvo a exceção, fixada na Constitui-ção, de pagamento em títulos da dívida públicapara o imóvel rural ou urbano que não estejacumprindo sua função social.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELModelo de desenvolvimento que leva emconsideração, além dos fatores econômicos,aqueles de caráter social ecológico, assim comoas disponibilidades dos recursos vivos einanimados, as vantagens e os inconvenientes,a curto, médio e longo prazos, de outros tipos

40

sideração as dimensões e características pró-prias destes núcleos, a situação de descon-tinuidade em relação às outras manchas urba-nas, suas atividades culturais, sociais e econô-micas e afinidade com as atividades desenvol-vidas na Área Rural.

SUBSEÇÃO IIIDAS ÁREAS PROTEGIDAS

Art. 87. As Áreas Protegidas são porções doterritório municipal delimitadas no Anexo III destalei que integram a respectiva Macrozona, e apre-sentam diferentes formas e graus de proteçãoe preservação ambiental, abrangendo osseguintes tipos:I – Áreas de Preservação Permanente, conformedefinidas pelo Código Florestal Brasileiro (Lei nº4.771/65), bem como aquelas estabelecidas noart. 268 da Constituição Estadual, existentes emáreas não parceladas;II – Áreas destinadas à proteção do patrimônionatural, histórico, cultural, paisagístico, arquite-tônico e arqueológico identificadas ou que ve-nham a ser identificadas, especialmente o imóvel,e respectiva edificação que abriga a Casa deCultura, o Sítio Arqueológico Sambaqui da Tario-ba, e o Parque Municipal;III – Áreas abrangidas por Unidades de Conser-vação criadas ou não pelo Município ou quevenham a ser criadas, em especial a ReservaBiológica da União (Unidade de ConservaçãoFederal), a APA – Área de Proteção Ambientaldo Rio São João (Unidade de Conservação Fe-deral) e as Unidades de Conservação Municipal:APA – Área de Proteção Ambiental da Lagoa deIriry; Área de Relevante Interesse Ecológico –ARIE de Itapebussus; Parque Natural Municipaldos Pássaros; Monumento Natural dos CostõesRochosos;IV – Áreas de Corredores Ecológicos.

Art. 88. Lei municipal disciplinará a transferênciagradativa do direito de construir, originário deimóveis localizados na Macrozona de ÁreasProtegidas que forem destinados à manutençãodo equilíbrio ecológico, para outros imóveislocalizados em áreas indicadas na mesma lei,estabelecendo as condições para esta trans-ferência, nos termos do artigo 35 da Lei Nacional10.257/01 – Estatuto da Cidade.

SUBSEÇÃO IVDA ÁREA RURAL

Art. 89. Considera-se Área Rural aquela deli-mitada no Anexo II desta lei situada entre oslimites com os Municípios de Macaé e Casimirode Abreu e a Área de Expansão Urbana e des-tinada à agropecuária e ao turismo ecológico.

Parágrafo único. Os imóveis localizados naÁrea Rural não serão enquadrados como urba-nos enquanto forem utilizados para os fins deprodução agropecuária ou de turismo rural,desde que comprovado pelos órgãos compe-tentes.

SEÇÃO IIIDA ORDENAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DOSOLO URBANO

Art. 90. A ordenação do parcelamento, do uso eda ocupação do solo obedecerá às normas des-ta lei e tem como objetivo promover o plenodesenvolvimento das funções sociais da cidadee garantir o bem-estar de seus habitantes combase no princípio da função social da propriedade,no primado do uso social dos espaços da cidade,na realização e na indisponibilidade do interessepúblico.

Art. 91. A Área Urbana e de Expansão Urbanaserão divididas em Zonas e Áreas de EspecialInteresse, conforme previsto no artigo 104 eseguintes desta lei, definindo-se, entre outrasregras e parâmetros urbanísticos, os usos com-patíveis, as atividades econômicas licenciáveis,a altura, a volumetria e os coeficientes de apro-veitamento básico e máximo dos lotes para finsde edificação.

§ 1º As Zonas poderão se subdividir em Subzo-nas quando as peculiaridades próprias dasmesmas assim exigirem.

§ 2º A Área Rural também será dividida por zonasatendendo à disciplina do artigo 62, dentre outrasprevistas nesta lei.

Art. 92. As regras e parâmetros a que se refereo artigo anterior deverão observar o seguinte:I – a rede estrutural viária conforme indicada nomapa do Anexo I;II – a delimitação das Macrozonas conformeestabelecida nos Anexo II; IIA; IIB; IIC e IIDIII – as Áreas Protegidas conforme indicadas noAnexo III;IV – as áreas delimitadas no Anexo IV destinadasà aplicação dos instrumentos do Estatuto daCidade;V – a delimitação dos bairros efetuada no Anexo V;VI – a área de interesse para o meio ambiente(Anexo VI) e as de interesse social (Anexo VII);VII – as diretrizes para o uso e a ocupação dosolo, previstas nos Planos de Manejo das Unida-des de Conservação criadas pelo Município.

Parágrafo único. Os mapas dos Anexos I a VIIdeste Plano Diretor fazem parte integrante destalei e da legislação municipal para todos os fins eefeitos de direito.

SEÇÃO IVDO ABAIRRAMENTO

Art. 93. Fica instituído o abairramento conformeindicado no Anexo V – Mapa de Bairros, destePlano Diretor cujas divisões em unidades dereferência nortearão o processo de planejamentoe gestão da cidade.

Parágrafo único. Consideram-se como bairrosos atuais Núcleos Urbanos, 01, 02, 03 e 04,conforme o parágrafo primeiro do artigo seguinte.

Art. 94. As delimitações dos bairros conformemapa do Anexo V são as seguintes:I – A: compreendido entre o Valão dos Medeiros,a Estrada de Palmital e a Rodovia Serramar;II – B: compreendido entre o Valão dos Medeiros,a Rua Fernando de Noronha, Rodovia AmaralPeixoto, entre a Rua Fernando de Noronha e aAvenida Praia da Tartaruga, Avenida Praia daTartaruga, Orla das Praias Tartaruga e Abricóseguindo até o limite com o município de Casimirode Abreu, atravessando a Rodovia AmaralPeixoto e percorrendo a Estrada do Palmital atéo Valão de Medeiros, fechando o polígono;III – C: cujos limites são a Estrada Serramar, oValão das Corujas, o Prolongamento da Rua Du-que de Caxias, o Limite do Loteamento Extensãodo Bosque pela Rua Rio Grande do Norte e RuaAmapá, rua Cinturão Verde, Valão dos Medeirose finalmente fechando o polígono na EstradaSerramar;IV – D: o limite tem início na Rua Rio Grande doNorte esquina com Rua Rio de Janeiro, seguepela rua Rio Grande do Norte, Rua Alagoas, RuaUruguai, entre a Rua Alagoas e a Rua Cantagalo,Rua Cantagalo, Rua C, Avenida Amazonas, entrea Rua C e a avenida Novo Rio das Ostras, Ave-nida Novo Rio das Ostras, Rua Inajara, Rua dasLaranjeiras, entre a Rua Inajara e a Rua Grajaú,

Rua Grajaú, entre a Rua das Laranjeiras e a RuaTijuca, Rua Tijuca, entre a Rua Grajaú e a RodoviaAmaral Peixoto, Rodovia Amaral Peixoto, entre aRua Tijuca e a Rua Sebastião Ribeiro de Souza,Rua Sebastião Ribeiro de Souza, margem direitado Rio das Ostras até a sua Foz, Orla das Praiasdo Cemitério, Praia do Centro até a Praia da Tar-taruga, daí segue pela rodovia Amaral Peixotoaté a Rua Fernando de Noronha, segue pelaRua Fernando de Noronha até o Valão dos Me-deiros, daí segue pelo Valão dos Medeiros até aRua Cinturão Verde, segue pela Rua CinturãoVerde até a Rua Amapá, daí segue pela Rua PelaRua Amapá até a Rua Rio de Janeiro, destasegue até a Rua Rio Grande do Norte, fechandoo polígono.V – E: Rua Cantagalo, Rua C, Avenida Amazonas,entre a Rua C e a avenida Novo Rio das Ostras,Avenida Novo Rio das Ostras, Rua Inajara, Ruadas Laranjeiras, entre a Rua Inajara e a RuaGrajaú, Rua Grajaú, entre a Rua das Laranjeirase a Rua Tijuca, Rua Tijuca, entre a Rua Grajaú ea Rodovia Amaral Peixoto, Rodovia AmaralPeixoto, entre a Rua Tijuca e a Rua SebastiãoRibeiro de Souza, Rua Sebastião Ribeiro deSouza, margem direita do Rio das Ostras, até oponto de coordenadas UTM – N=7508455.853E=197106.157, na margem direita do Rio dasOstras, deste segue até o ponto de coordenadasUTM – N=7508605.722, E=196758.804, destesegue pela Estrada Municipal até o ponto decoordenadas UTM – N=7508506.837,E=195718.599, deste segue até o Valão dasCorujas, deste segue pelo Valão das Corujasaté o Prolongamento da Rua Duque de Caxiasou Limite da Fazenda Cantagalo, deste seguepelo Limite da Fazenda Cantagalo ou prolon-gamento da Rua Duque de Caxias, até a RuaAlagoas, Rua Uruguai até voltar á Rua Cantagalo,fechando o perímetro no ponto inicial.VI – F: o bairro possui como limites o Rio dasOstras, entre a sua Foz e a Rodovia Amaral Pei-xoto, em sua margem esquerda, a Rodovia Ama-ral Peixoto, entre o Rio das Ostras e a AvenidaAmazonas, Avenida Amazonas, Rua F, Rua JairNóbrega, a Orla das Praias das Pedrinhas, Cos-tazul, Areias Negras, Virgem e Joana, fechandoo perímetro no ponto inicial.VII – G: o bairro possui como limites o Rio dasOstras em sua margem esquerda, a partir daPonte sobre o rio das Ostras na Rodovia AmaralPeixoto, segue pela margem do Rio das Ostrasaté o Limite da APP (manguezal), segue peloLimite da APP do Manguezal, até o Valão Jundiá,deste segue pelo Valão Jundiá até a Rodovia doContorno, deste segue pela Rodovia do Contornoaté a estrada da Califórnia, deste segue pelaEstrada da Califórnia até a Rodovia AmaralPeixoto, deste segue pela Rodovia AmaralPeixoto até a Ponte sobre o Rio das Ostras.VIII – H: o bairro possui como limites a RodoviaAmaral Peixoto, entre o Limite da FazendaItapebussus e a Avenida Amazonas, AvenidaAmazonas, Rua F, Rua Jair Nóbrega, a Orla dasPraias das Pedrinhas, até o Limite da FazendaItapebussus, fechando o perímetro no ponto inicial.IX – I: seus limites são a Rodovia Amaral Peixoto,entre o Limite da Fazenda Itapebussus e a Estra-da da Califórnia, Estrada da Califórnia, Limitesda fazenda Promissão com o Loteamento Resi-dencial Praia Âncora.

§ 1º As delimitações dos bairros que constituemos Núcleos Urbanos existentes são as seguintes:I – 01 (localidade de Rocha Leão): Inicia-se adescrição deste perímetro no marco 0=PP, decoordenadas UTM – N=7516435.020,E=190606.386; Deste segue com o azimute de269°44’09" e a distância de 234.46 m até o marco1; Deste segue com o azimute de 3°25’57" e adistância de 248.42 m até o marco 2; Deste

Page 14: Plano Diretor _rio Das Ostras

1414 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006

seja, conflitos referentes à propriedade da terra.Nestes casos também se inserem favelas ouocupações, cortiços ou habitações coletivas dealuguel, loteamentos irregulares e clandestinos,conjuntos habitacionais públicos ou privados e/ou rurais.

assistência técnica urbanística, jurídica e socialAuxílio gratuito prestado pelo Poder Executivo,direta ou indiretamente, à população menosfavorecida, nos ramos da ciência de engenhariae arquitetura, bem como jurídica e social, visandoa regularização urbanística e fundiária dedeterminada área da cidade ocupadainformalmente por população de baixa renda.

AVES MIGRATÓRIAS1. Qualquer espécie de ave que migreperiodicamente (Resolução nº 004, de 18.09.85,do CONAMA). 2. Aves pertencentes adeterminadas espécies cujos indivíduos oualguns deles atravessam em qualquer estaçãodo ano as fronteiras dos países da América(Decreto Legislativo nº 3, de 13.02.48, definiçãopara o simples efeito do cumprimento daConvenção para a Proteção da Flora, da Faunae das Belezas Cênicas Naturais dos Países daAmérica, assinada pelo Brasil em 27.12.40).

BACIA HIDROGRÁFICABacia Hidrográfica ou Bacia Fluvial. 1.Conjunto de terras, rios e seus afluentes, queforma uma unidade territorial. Em alguns casos,usa-se como sinônimo a palavra vale. Porexemplo: Vale do Rio São Francisco ou Bacia doRio São Francisco. 2. Área de terreno, delimitadatopograficamente pelos seus divisores de água,cuja precipitação convertida em água deescoamento, superficial e subterrânea, tem umaúnica saída, onde se mede sua vazão efluente.O mesmo que bacia de drenagem 3. (Lei Nacionalnº 9433/97) Unidade territorial paraimplementação da Política Nacional de RecursosHídricos e atuação do Sistema Nacional deGerenciamento de Recursos Hídricos.

BIOTA1. Conjunto de seres vivos de um ecossistema;a fauna e a flora juntas. Conjunto de componen-tes vivos (bióticos) de um ecossistema. 2.Conjunto de seres vivos que habitam umdeterminado ambiente ecológico, em estreitacorrespondência com as características físicas,químicas e biológicas desse ambiente.

CADASTRO GEORREFERENCIADORegistro de informações de interesse públicopara a gestão urbana e rural do Município, taiscomo cadastro de imóveis urbanos e terras,atividades econômicas, sociais, culturais etc.,com referências geográficas.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E BIÓTICASFísicas. Características do subsolo, das águas,do ar e do clima, incluindo os recursos minerais,a topografia, os tipos e aptidões do solo, oscorpos d’água, o regime hidrológico, ascorrentes marinhas, as correntes atmosféricas.Bióticas. Características da fauna e da flora.

CARAMANCHÃOEdificação ligeira formada de ripas, canas ouestacas e que se reveste de trepadeiras, nosjardins.

CARGAS POLUIDORAS DIFUSASQuantidade de matéria poluente, espalhada ouderramada no ambiente, transportada por umcorpo receptor ou nele lançada. Cargapoluidora. 1. Quantidade de material contidoem um corpo de água que exerce efeito danosoem determinados usos de recursos naturais. 2.

A carga poluidora de um efluente gasoso oulíquido é a expressão da quantidade de poluentelançada pela fonte. Para as águas, é freqüente-mente expressa em DBO ou DQO; para o ar, emquantidade emitida por hora, ou por tonelada deproduto fabricado (LEMAIRE & LEMAIRE, 1975).

CAPUTTermo do latim, quer dizer que faz referência àcabeça do artigo de uma lei, decreto, portaria,resolução, etc. ou seja, ao preceito, cláusula ounorma que se contém no início ou cabeça doartigo, que por sua vez pode conter ou sedesdobrar em parágrafos, incisos, alíneas enúmeros.

CIDADANIAConjunto dos direitos e deveres decorrentes dofato de o indivíduo ser membro de um Estadodemocrático (ser um cidadão) e residir em localsujeito às esferas administrativas de Município,Estado e país. O conceito de cidadania, no regimedemocrático, só se efetiva com o direito de ocidadão participar do processo decisório, emtodos os escalões de governo, com igualdadede direitos.

CIRCULAÇÃO VIÁRIACirculação, passagem ou trânsito de veículos epessoas pelas vias públicas.

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTORelação entre a área edificável (ou área cons-truída), e a área do lote. Trata-se de uma formade medição, ou seja, de um índice estabelecidopela legislação urbanística municipal, quedetermina a quantidade de área que poderá serconstruída ou edificada em função da área doterreno.

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO BÁSICOTrata-se do coeficiente de aproveitamento detodo e qualquer lote na área urbana ou deexpansão urbana. O coeficiente básico é gratuitoe universal, ou seja, representa o direito deconstruir o equivalente a uma vez a área do lote.Ex.: se o lote tem 360 m2 de terreno, pode-seconstruir edificação de até 360 m2. Entretanto,o aproveitamento do coeficiente básico do loteestará sujeito à observação de outras limitações,tais como, recuos, afastamentos, gabarito daedificação, etc. Dependendo da área ou zonada cidade onde se encontra localizado o lote,este coeficiente básico pode ser reduzido emrazão de interesse coletivo seja de ordemurbanística ou ambiental, observadas aslimitações conforme acima referidas, entretantoo saldo do coeficiente básico não aproveitadopoderá ser utilizado ou negociado pelo proprie-tário em outros locais da cidade, conforme sedispuser em lei. Ver transferência do direito deconstruir.

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO EFETIVOÉ o que efetivamente foi construído em um lote.Corresponde a área total edificada de um lote.Os lotes não edificados, que caracterizamcoeficiente de aproveitamento igual a zero (solonão utilizado), se estiverem inseridos na áreaurbana e nos locais indicados no Anexo IV doPlano Diretor, são passíveis de parcelamento,edificação ou utilização compulsórios, ImpostoPredial e Territorial Urbano progressivo no tempo,e desapropriação com pagamento daindenização mediante títulos da dívida pública.

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO MÁXIMOÉ o máximo de aproveitamento da área do loteque a legislação urbanística autoriza edificar ouconstruir, em determinada área ou zona dacidade. Segundo o Plano Diretor do Município deRio das Ostras, o coeficiente de aproveitamento

máximo para construção ou edificação poderácorresponder até duas vezes à área do terreno,podendo ser fixado em limite inferior em leimunicipal, cabendo a lei municipal indicar as áreasda cidade onde se aplica o coeficiente máximo.A construção acima do coeficiente básico permi-tido para a área ou zona em que se situe o lotepoderá ser outorgada mediante contrapartidafinanceira do interessado, para áreasdeterminadas em legislação própria até ocoeficiente máximo de aproveitamento.

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO MÍNIMOÉ o coeficiente mínimo de aproveitamento paraconstrução ou edificação em um lote, determi-nado pela lei municipal para a área ou zona emque se situe na cidade, onde o seu não apro-veitamento, ou seja, a sua não utilização, carac-teriza a subtilização do solo urbano, sujeitando-se o seu proprietário à obrigação de parcelar ouedificar sob pena de aplicação de alíquotasprogressivas de IPTU.

COMPOSTAGEM1. Reaproveitamento da fração orgânica do lixotransformando-o em adubo orgânico. 2. Técnicaque consiste em deixar fermentar uma misturade restos orgânicos vegetais e animais, a fim dese obter um produto homogêneo (o composto)de estrutura grumosa, muito rica em humos emicroorganismos, que é incorporada ao solo afim de melhorar a estrutura deste, as suas ca-racterísticas e a riqueza em elementos fertili-zantes. 3. Método de tratamento dos resíduossólidos (lixo), pela fermentação da matériaorgânica contida nos mesmos, conseguindo-sea sua estabilização, sob a forma de um adubodenominado “composto”. Na compostagemnormalmente sobram cerca de 50% de resíduos,os quais devem ser adequadamente dispostos.4. Trata-se da produção de adubo orgânico, estatécnica compreende a elaboração de umamistura de restos de seres vivos capaz demaximizar a fertilidade do solo. Compostoorgânico. É um produto homogêneo obtidoatravés de processo biológico pelo qual a matériaorgânica existente nos resíduos é convertidaem outra, mais estável, pela ação principalmentede microorganismos já presentes no próprioresíduo ou adicionado por meios de inoculantes.

CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USOA concessão de direito real de uso aplica-se aterrenos públicos ou particulares para fins deurbanização, industrialização, edificação, cultivoda terra ou outra utilização de interesse social.É instrumento da realização da política urbanaexpresso no Estatuto da Cidade, previsto noDecreto-Lei 271/67. Trata-se de um direito realdevido à relação estabelecida entre o imóvel(terra, casa, prédio) e a pessoa que o possui eutiliza para satisfazer suas necessidades demoradia, ou outra de interesse social. O direitoreal permite o uso de ações para defender aposse ou a propriedade contra qualquer pessoaque viole ou prejudique o direito de possuir,utilizar e dispor do imóvel. Pode também serutilizado para legalização (regularizaçãofundiária) de espaços públicos utilizados parafins residenciais.

CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINSDE MORADIADireito daquele que reside em imóvel públicourbano de até 250 m2, por no mínimo 05 anosininterruptos e anteriores a 30 de junho do anode 2001, utilizando-o para sua moradia ou desua família, não sendo proprietário de outro imó-vel urbano ou rural (Conforme Medida Provisória2.220/01). Trata-se de outorga administrativa que,a requerimento do interessado, deverá ser con-cedida pelo ente de direito público interno pro-

39

segue com o azimute de 275°57’13" e a distânciade 157.43 m até o marco 3; Deste segue com oazimute de 304°29’15" e a distância de 171.93 maté o marco 4; Deste segue com o azimute de257°27’14" e a distância de 93.54 m até o marco5; Deste segue com o azimute de 218°44’47" e adistância de 122.42 m até o marco 6; Destesegue com o azimute de 186°30’56" e a distânciade 124.90 m até o marco 7; Deste segue com oazimute de 254°09’31" e a distância de 83.66 maté o marco 8; Deste segue com o azimute de309°39’16" e a distância de 49.67 m até o marco9; Deste segue com o azimute de 21°42’55" e adistância de 70.01 m até o marco 10; Deste seguecom o azimute de 347°30’28" e a distância de120.92 m até o marco 11; Deste segue com oazimute de 315°08’01" e a distância de 100.96 maté o marco 12; Deste segue com o azimute de269°04’40" e a distância de 91.62 m até o marco13; Deste segue com o azimute de 357°55’52" ea distância de 134.65 m até o marco 14; Destesegue com o azimute de 42°54’33" e a distânciade 182.88 m até o marco 15; Deste segue com oazimute de 84°59’44" e a distância de 113.47 maté o marco 16; Deste segue com o azimute de63°19’41" e a distância de 86.76 m até o marco17; Deste segue com o azimute de 28°09’13" e adistância de 249.53 m até o marco 18; Destesegue com o azimute de 62°31’58" e a distânciade 174.71 m até o marco 19; Deste segue com oazimute de 101°56’31" e a distância de 96.75 maté o marco 20; Deste segue com o azimute de65°53’50" e a distância de 123.12 m até o marco21; Deste segue com o azimute de 100°36’09" ea distância de 134.76 m até o marco 22; Destesegue com o azimute de 46°00’22" e a distânciade 450.65 m até o marco 23; Deste segue com oazimute de 132°12’19" e a distância de 118.15 maté o marco 24; Deste segue com o azimute de215°35’04" e a distância de 398.61 m até o marco25; Deste segue com o azimute de 138°41’19" ea distância de 212.10 m até o marco 26; Destesegue com o azimute de 83°53’16" e a distânciade 178.59 m até o marco 27; Deste segue com oazimute de 121°44’08" e a distância de 169.64 maté o marco 28; Deste segue com o azimute de204°00’06" e a distância de 166.26 m até o marco29; Deste segue com o azimute de 176°12’46" ea distância de 107.83 m até o marco 30; Destesegue com o azimute de 214°05’36" e a distânciade 32.87 m até o marco 31; Deste segue com oazimute de 284°42’25" e a distância de 69.96 maté o marco 32; Deste segue com o azimute de311°27’01" e a distância de 83.89 m até o marco33; Deste segue com o azimute de 242°42’18" ea distância de 400.04 m até o marco 34; Destesegue com o azimute de 183°25’55" e a distânciade 289.75 m; ponto inicial da descrição doperímetro.II – 02 (localidade onde se inserem os Lotea-mentos Mar do Norte, Balneário das Garças erespectivos entornos): o núcleo urbano possuicomo limites à orla da Praia das Pedrinhas emMar do Norte, segue pelo limite entre o loteamentoBalneário Mar do Norte e a Fazenda Margarita,até a Rodovia Amaral Peixoto, deste segue pelolimite entre a Fazenda Bela Vista, AssentamentoCantagalo – INCRA, Fazenda Vale do Sol e aRodovia Amaral Peixoto, segue pelo limite entrea Fazenda das Graças e o Loteamento Balneáriodas Garças até a orla da Praia das Pedrinhas.III – 03 (localidade de Cantagalo): o núcleo urbanoinicia-se com a descrição deste perímetro nomarco 0=PP , de coordenadas UTM =E=197.541,09 e n=7.517.712,89; Deste seguecom o azimute de 111°48’50" e a distância de200,00 m até o marco 1; Deste segue com oazimute de 183°40’43" e a distância de 224,76 maté o marco 2; Deste segue com o azimute de145°21’17" e a distância de 105,01 m até o marco3; Deste segue com o azimute de 106°10’10" e adistância de 215,91 m até o marco 4; Deste se-

gue com o azimute de 201°31’34" e a distânciade 200,00 m até o marco 5; Deste segue com oazimute de 275°06’26" e a distância de 414,60 maté o marco 6; Deste segue com o azimute de257°17’30" e a distância de 384,15 m até o marco7; Deste segue com o azimute de 337°08’04" e adistância de 200,00 m até o marco 8; Destesegue com o azimute de 61°07’47" e a distânciade 382,58 m até o marco 9; Deste segue com oazimute de 28°06’11" e a distância de 351,18 maté o marco 00; ponto inicial da descrição doperímetro.IV – 04 (localidade da Zona Especial de Negó-cios): área de urbanização específica determinadapela Lei Municipal 0691/2002 nos limites da glebadesapropriada através do Decreto 037/2001.

§ 2º Os nomes dos Bairros e Núcleos Urbanosinstituídos por esta lei serão estabelecidosmediante lei especial.

CAPÍTULO IIIDA REVISÃO DA LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA

Art. 95. O Poder Público adotará, dentre outras,as normas e conteúdos estabelecidos nasdiferentes Seções deste Capítulo III na revisãoda legislação urbanística, com vistas a suaatualização, simplificação e adequação àsnormas desta lei.

Parágrafo único. A legislação urbanísticamunicipal deverá contemplar todos os elementosnecessários para a efetiva aplicação dosinstrumentos previstos na Lei nº 10.257, de 10de julho de 2001 – Estatuto da Cidade.

Art. 96. O Código Tributário Municipal será revistopara sua adequação às diretrizes deste PlanoDiretor, bem como às condições urbanísticas eambientais atuais.

§ 1º A legislação tributária municipal disciplinaráa base de cálculo e as alíquotas do ImpostoPredial e Territorial Urbano para lotes resultantesdo parcelamento do solo para fins urbanos depropriedade do loteador, ou cadastrados em seunome, podendo em relação aos mesmos haverredução de alíquota na forma e condições que alei dispuser.

§ 2º Enquanto não for publicada a legislação deque trata o parágrafo anterior e para efeito deaplicação das alíquotas previstas na Lei Muni-cipal nº 508/2002, o loteador deverá requerer obenefício das alíquotas determinadas nosincisos IV e V do art. 56 da referida lei até o dia15 do mês de dezembro do ano anterior ao dolançamento, comprovando no respectivo pro-cedimento administrativo que:I – o loteamento encontra-se devidamenteregistrado no Cartório de Registro de Imóveiscompetente;II – a propriedade loteada foi objeto de declaraçãoperante a Receita Federal no ano do reque-rimento;III – não houve transferência dos lotes a qualquertítulo;IV – o endereço atual para correspondência.

§ 3º Não havendo a comprovação dos requisitosdo parágrafo anterior, as alíquotas aplicáveisficam fixadas, respectivamente em 3% (três porcento) e 1,5% (um e meio por cento) para as hi-póteses previstas nos inciso IV e V do art. 56 daLei Municipal nº 508/2002, vigorando a partir dadata de publicação desta lei.

Art. 97. A revisão da legislação urbanística darátratamento específico para áreas e prédiospúblicos, disciplinando o uso e a ocupação dosolo em decorrência da implantação de equipa-

mentos de infra-estrutura no solo, subsolo e es-paço aéreo das vias públicas, incluindo autilização de espaços para a comunicaçãoinstitucional, informativa, educativa ou indicativa.

SEÇÃO IDO PARCELAMENTO DO SOLO PARA FINSURBANOS

Art. 98. A implantação de qualquer parcelamentodo solo para fins urbanos depende de préviolicenciamento urbanístico e ambiental municipala ser concedido num único alvará pelo poderexecutivo municipal, ouvidos os órgãos munici-pais urbanísticos e ambientais competentes,conforme estabelecido em lei.

Parágrafo único. A aprovação de projeto deparcelamento de gleba pelos órgãos locais, comdimensão superior a 50 (cinqüenta) hectaresdependerá de prévia audiência do órgão ouentidade estadual competente em matéria am-biental, e em se tratando de gleba com dimensãoinferior, mas confrontante com Unidades deConservação, dependerá da audiência do órgãoambiental local, e em qualquer destas hipóteses,da realização prévia de Estudo de ImpactoAmbiental e respectivo Relatório de ImpactoAmbiental (EIA-RIMA).

Art. 99. A legislação urbanística estabelecerá,dentre outros, os parâmetros correspondentesaos seguintes aspectos:I – dimensões de lote;II – dimensões e outras características urbanís-ticas e ambientais dos logradouros públicos, suaabertura, reconhecimento e arborização;III – a proporcionalidade da reserva de áreasdestinadas a sistemas de circulação, a implan-tação de equipamentos urbanos e comunitários,bem como a espaços livres de uso público, emrelação à densidade de ocupação prevista paraa zona em que se situem;IV – os tipos e áreas não edificáveis;V – as normas de implantação das redes deserviços públicos no solo, no subsolo e no espa-ço aéreo;VI – as disposições próprias em relação à decli-vidade do terreno, às áreas de várzeas paraevitar as inundações e às áreas de meia encostae topos de morros para evitar os deslizamentos ea erosão do solo em face da topografia da gleba;VII – as normas a serem observadas para a dre-nagem adequada das águas pluviais, especial-mente em área inundável, não edificante ounecessária para a recuperação ambiental doentorno;VIII – a taxa de permeabilidade e demais condi-ções relativas à infiltração das águas no solo, àerosão do solo, ao nível do lençol freático e aoutros aspectos geotécnicos;IX – a existência de vegetação arbórea significa-tiva na gleba a ser parcelada;X – as normas especiais relativas às áreas deocorrências físicas, paisagísticas, naturais ouconstruídas, ou de padrões e porções do soloque mereçam preservação por suas caracte-rísticas, excepcionalidade ou qualidades ambi-entais, sejam tomados como elementos isoladosou em conjunto;

§ 1º A legislação municipal definirá, para cadazona em que se divida o território do Município,os usos permitidos e os índices urbanísticos deparcelamento e ocupação do solo, que incluirão,obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximasde lotes e os coeficientes máximos de aprovei-tamento.

§ 2º Para a aprovação e implantação de parce-lamento do solo o poder executivo exigirá aexecução dos projetos e das respectivas obras

Page 15: Plano Diretor _rio Das Ostras

1515 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006

artesianos e são, quase sempre profundos. Ospoços profundos do aqüífero freático sãoconfundidos com os artesianos e chamados,equivocadamente de poços semi-artesianos,porém o poço ou é artesiano ou não é.

ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE1. Florestas e demais formas de vegetaçãonatural, consideradas de preservação perma-nente por efeito de lei, não podendo ser supri-midas sem autorização do poder público ouautoridade ambiental competente. 2. Áreaprotegida nos termos dos artigos 2º e 3º doCódigo Florestal Lei 4.771/65, coberta ou nãopor vegetação nativa, com a função ambientalde preservar os recursos hídricos, a paisagem,a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxogênico de fauna e flora, proteger o solo e as-segurar o bem-estar das populações humanas(artigo 1º, § 1º, c, II da Lei 4771/65 – CódigoFlorestal).

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL1. Espaço urbano ou rural que, por sua locali-zação, geomorfologia, vegetação, hidrologia ououtra característica especial, merece serpreservado, recuperado ou modificado com oobjetivo de manter, no melhor nível possível, aqualidade do meio ambiente. 2. Lei Nacional9.985/2000. Artigo 15. “A Área de ProteçãoAmbiental uma área em geral extensa, com certograu de ocupação humana, dotada de atributosabióticos, bióticos, estéticos ou culturaisespecialmente importantes para a qualidade devida, e o bem-estar das populações humanas, etem como objetivos básicos proteger adiversidade biológica, disciplinar o processo deocupação e assegurar a sustentabilidade do usodos recursos naturais”.

ÁREA DE MEIA ENCOSTAÁrea situada na metade do declive de umaencosta.

Áreas de Proteção e Recuperação de Mananciais– APRMs1. São áreas consideradas especiais porque ficamem torno de mananciais. Mananciais. Todos oscorpos d’água utilizados para o abastecimentopúblico de água para consumo. 2. Constitui umagarantia da área de mananciais como fonte deágua para abastecimento público, devendo-secompatibilizar os demais usos com o uso prioritário.Constituição do Brasil (art. 225) e ResoluçãoCONAMA nº 004 de 18/09/85, artigo 2º.

ÁREAS DE RECARGALocal ou área onde a água passa da superfíciedo terreno para o interior do solo, indo alcançara zona saturada. Área onde ocorre infiltraçãocapaz de alimentar o aqüífero.

ÁREAS DE RISCO1. Áreas onde há poluição causada por quais-quer substâncias ou resíduos que nela tenhamsido depositados, acumulados, armazenados,enterrados ou infiltrados, e que determina impac-tos negativos sobre os bens a proteger. 2. Áreascom probabilidade ou freqüência esperada deocorrência de danos decorrentes da exposiçãoa condições adversas ou a um evento indese-jado. Ex.: risco de desmoronamentos, alaga-mentos, etc. a que está exposta a populaçãoque constrói em terrenos com altas declividades;nas margens de cursos d’água; sob redes dealta tensão; ou nas faixas de domínio de rodovias,gasodutos e troncos de distribuição de água oucoleta de esgotos.

ÁREAS DEGRADADASTermo usado para qualificar os processosresultantes dos danos ao meio ambiente, pelos

quais se perdem ou se reduzem algumas desuas propriedades, tais como a qualidade ou acapacidade produtiva dos recursos ambientais.Área onde há a ocorrência de alterações nega-tivas das suas propriedades físicas, tais comosua estrutura ou grau de compacidade, a perdade matéria devido à erosão e a alteração decaracterísticas químicas, devido a processoscomo a salinização, lixiviação, deposição ácidae a introdução de poluentes. Degradaçãourbana. Desgaste físico e/ou funcional dosequipamentos públicos urbanos (ou comunitá-rios) ou ausência deles, no todo ou em parte, deuma cidade ou área dela, que reflete um baixonível de vida da sua população. Ex. favelas ecortiços. Ver também reurbanização, áreasdeterioradas.

ÁREA INUNDÁVEL1. Área que se pode inundar; sujeita à inundação.2. Área que sofre acúmulo exponencial oueventual de águas não absorvidas pelo solo.

ÁREAS NÃO EDIFICÁVEIS1. São as áreas nas quais a legislação em vigornada permite construir ou edificar. 2. Locais ondenão se pode construir, em razão de disposiçãode lei, sendo uma limitação admInistrativa debenefício geral coletivo que não gera direito aindenização. Ex.: Lei 6766/79. Artigo 4º , III e §3º. “Os loteamentos deverão atender, pelomenos, aos seguintes requisitos: ao longo daságuas correntes e dormentes e das faixas dedomínio público das rodovias, ferrovias e dutos,será obrigatória a reserva de uma faixa nãoedificável de 15 metros de cada lado, salvomaiores exigências da legislação específica. Senecessária à reserva de faixa não edificávelvinculada a dutovias será exigida no âmbito dorespectivo licenciamento ambiental, observadosos critérios e parâmetros que garantam asegurança da população e a proteção do meioambiente, conforme estabelecido nas normastécnicas pertinentes”.

ÁREAS PÚBLICASSão os bens do patrimônio público, pertencentesàs pessoas jurídicas de direito público interno(União, Estados, Distrito Federal e Municípios),bem como os demais bens que, por sua utilidadecoletiva merecem a proteção do Poder Público,tais como as águas, as jazidas, as florestas, afauna, o espaço aéreo e as que interessam aopatrimônio histórico e artístico nacional. Bens deuso comum do povo ou do domínio público.São os mares, praias, rios, estradas, ruas epraças. Enfim, todos os locais abertos à utilizaçãopública adquirem esse caráter de comunidade,de uso coletivo, de fruição própria do povo. Bensde uso especial ou do patrimônio adminis-trativo. São os bens que se destinam especial-mente à execução dos serviços públicos, porexemplo: edifícios das repartições públicas,escolas, postos de saúde, matadouros emercados municipais, cemitérios públicos, etc..Bens dominiais ou do patri-mônio disponí-vel. São aqueles que, embora integrando o domíniopúblico não estão afetados a qualquer destinaçãoespecial, e integram o patrimônio do Estado comoobjeto de direito pessoal ou real, isto é, sobreeles a Administração exerce “poderes de pro-prietário, segundo os preceitos de Direito Consti-tucional e Administrativo”.

ÁREAS REMANESCENTESO que sobra ou resta de um parcelamento ouremembramento de uma área urbana ou rural.

ÁREAS URBANAS CONSOLIDADAS1. São as áreas inseridas no perímetro urbanoou de expansão urbana, que estejam ocupadasou comprometidas com a ocupação humana;

caracterizadas pela existência de edificaçõesdestinadas à habitação, comércio, indústria ouutilização institucional, dotadas de equipamentosde infra-estrutura básica mínima como: vias decirculação pavimentadas ou não, escoamentodas águas pluviais; soluções para o abasteci-mento de água potável, para o esgotamentosanitário e energia elétrica domiciliar; coleta etratamento de resíduos sólidos urbanos, sendoservidas de ao menos um dos equipamentoscomunitários seja de saúde, educação, cultura,lazer ou similares, mantidos pelo Município; sendoáreas normalmente utilizadas pelos cidadãospara fins urbanos, mesmo que a infra-estruturanão esteja completa. 2. Onde ocorreu ofenômeno da urbanização, entendendo-setambém como área urbana consolidada aquelaexistente na área urbana ou de expansão urbanaque é utilizada para fins urbanos e não rurais.

ÁREAS URBANIZÁVEISSão áreas do território municipal, passíveis deserem urbanizadas para fins de habitação,instalação de indústrias ou comércio, tornando-se assim urbanas (ainda que fora do perímetrourbano ou de expansão urbana), uma vezdotadas de infra-estrutura básica e equipamentopúblico comunitário mantido pelo Município. A leimunicipal pode considerar urbanas as áreasurbanizáveis ou de expansão urbana (§ 2º doartigo 32 da Lei 5.172/66 – Código TributárioNacional). As áreas urbanizáveis constituemparte destacada do perímetro urbano ou de umnúcleo urbano já delimitado, ao passo que a áreade expansão urbana é a que se reserva emcontinuação a mancha urbana, para recebernovas construções e serviços públicos,possibilitando o normal crescimento da cidade.

ÁREAS VERDES1. Áreas de recreação, educativas e contempla-tivas, de uso comum do povo, em que predomi-nam a vegetação. São áreas verdes: os jardinspúblicos, praças arborizadas, jardins zoológicose botânicos, hortos florestais e outros. 2. (Reso-lução Conjunta IBAMA-SMA/SP 2/94) Logradou-ros públicos com cobertura vegetal de portearbustivo-arbóreo, não impermeabilizáveis,visando a contribuir para a melhoria da qualidadede vida urbana, permitindo-se seu uso paraatividades de lazer.

ÁREAS VERDES DOS LOTEAMENTOSSão as áreas constantes dos projetos de parcela-mento do solo destinadas à função de áreas verdes,conforme definição em áreas verdes.

ARRUAMENTOAbertura de novas vias urbanas e logradourospúblicos, bem como prolongamento, modificaçãoou ampliação dos já existentes. Embora todoloteamento urbano contenha em si mesmo umarruamento, pode este existir sem aquele. Oarruamento obedecerá à disciplina da legislaçãomunicipal relativa a largura das vias, sua função,tipo de pavimentação, instalação de equipa--mentos urbanos, dentre outros. Os espaçosarruados, uma vez aprovados pela municipali-dade e inscritos no registro imobiliário compe-tente, são de domínio público, áreas públicas,bens de uso comum do povo.

ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS, INFORMAISOcupação de espaços urbanos, públicos ouprivados, de modo informal pela população, ouseja, sem observação da legislação urbanísticae ambiental, ausente o licenciamento regular porparte do poder público. Tais áreas normalmentecarecem de infra-estrutura urbana mínima,equipamentos e serviços urbanos, são pas-síveis de instrumentos jurídicos requeridos pelosocupantes, apresentam conflitos fundiários, ou

38

de infra-estrutura urbana que compreendem osequipamentos de escoamento de águas pluviais,iluminação pública, redes de esgoto sanitário,ou solução para o esgotamento sanitário comsistema adequado de tratamento final, de abas-tecimento de água potável e de energia elétricapública e domiciliar, e as vias de circulação pavi-mentadas com materiais adequados e devida-mente arborizadas, com a demarcação dos lotes,quadras e logradouros, implantação das áreasverdes, de acordo com as especificações defi-nidas pelos órgãos municipais competentes parao licenciamento.

§ 3º O parcelamento do solo para formação desítios de recreio, fora dos limites da Área Urbanae de Expansão Urbana, observará disciplina des-ta lei e da legislação municipal, não podendo emqualquer hipótese, resultar em lotes com áreainferior a 5.000 m2 (cinco mil metros quadrados).

Art. 100. É vedado o parcelamento do solo doterritório municipal:I – em área de preservação permanente e faixasmarginais de proteção de rios, lagoas ou quais-quer cursos d’água;II – em terrenos alagadiços e sujeitos a inunda-ções, antes de tomadas às providências paraassegurar o escoamento das águas;III – em terrenos que tenham sido aterrados commaterial nocivo à saúde pública, sem que sejampreviamente saneados;IV – em terrenos sujeitos a deslizamentos deterra ou erosão, antes de tomadas às providên-cias necessárias para garantir a estabilidadegeológica e geotécnica;V – onde a poluição ambiental comprovadamenteimpeça condições sanitárias adequadas, semque sejam previamente saneados;VI – onde for técnica e economicamente inviávela implantação de infra-estrutura urbana, servi-ços públicos de transporte coletivo ou equipa-mentos comunitários;VII – em Unidades de Conservação da Naturezade que trata a Lei 9.985/2000, que sejam incom-patíveis com esse tipo de empreendimento.

§ 1º É vedada também a implantação de parcela-mento do solo para fins urbanos ou de qualquerforma de urbanização ou de edificação que impe-ça ou dificulte o livre acesso de qualquer pessoa aomar, às praias, aos rios, às lagoas ou à fruição dequalquer outro bem público de uso comum do povo.

§ 2º Nas hipóteses de parcelamentos nas condi-ções do artigo 13 da Lei Nacional 6.766/79 (Parce-lamento do Solo Urbano), a aprovação do parce-lamento do solo pelo Município observará asvedações estabelecidas pelo Estado do Rio deJaneiro, através dos seus órgãos competentes.

§ 3º O órgão licenciador local deve especificaros estudos técnicos, a serem apresentados peloloteador ou responsável, necessários à compro-vação da observância dos condicionantes deri-vados deste artigo.

Art. 101. Não será permitido o parcelamento dosolo para fins urbanos na Área Rural, nem naÁrea de Expansão Urbana, que não respeite aReserva Legal instituída pelo artigo 16 da LeiNacional 4.471/65 e, onde o poder executivomunicipal considerar excessivo, distante damancha urbana contínua, ou inadequado emrelação à infra-estrutura.

Parágrafo único. Fica ainda vedado o parcela-mento do solo para fins urbanos em área demangue, área de preservação permanenteinclusive localizada em Área Urbana ou em Áreade Expansão Urbana e em áreas inundáveis parapreservar a drenagem natural das águas, a per-

meabilidade do solo, prevenir e evitar o risco deinundações sendo proibida a supressão da vege-tação arbórea, ainda que parcialmente.

Art. 102. Serão observados, no mínimo, os se-guintes requisitos urbanísticos para aprovaçãoe implantação de parcelamento do solo:I – 6% (seis por cento), no mínimo, da área útil dagleba a ser parcelada será destinada para a im-plantação e manutenção de áreas verdes obser-vado também o seguinte:a) as áreas verdes devem ser contíguas às dosparcelamentos já aprovados;b) a conservação e a manutenção de tais áreasé de responsabilidade dos proprietários;c) a reserva de tais áreas recairá sobre a vege-tação nativa existente na gleba objeto de parce-lamento;II – na hipótese de não mais existir vegetação nativana gleba objeto de parcelamento ou ainda, encon-trar-se a mesma aquém do percentual mínimo exi-gido no inciso anterior, os respectivos proprietáriosficam obrigados a proceder ao seu plantio e manu-tenção com o uso de espécies nativas, conformeorientação do órgão ambiental local;III – ao percentual mínimo fixado no inciso I desteartigo, serão acrescidos mais 10% (dez por cen-to) da área útil da gleba, no mínimo, a serem re-servados e destinados para a implantação deequipamentos públicos comunitários de educa-ção, saúde, lazer ou outros;IV – em qualquer modalidade de parcelamentodo solo, é obrigatória a reserva de área de domí-nio público não edificável para a instalação deequipamentos urbanos de abastecimento deágua, esgotos sanitários, energia elétrica, coletade águas pluviais, telefonia, cabos de fibra ótica,gás canalizado, ciclovias e outros complemen-tares que se tornem necessários em faixa com-preendida entre as vias e os passeios públicoscom largura mínima igual dois terços da largurado passeio público;V – as áreas destinadas a sistemas de circula-ção não serão computadas para efeito do cál-culo das áreas às quais se referem os incisos Ie III deste artigo;

§ 1º Considera-se área útil, para efeito de aplica-ção deste artigo àquela destinada exclusiva-mente aos lotes decorrentes do parcelamento,excluídas inclusive, as áreas de preservaçãopermanente e as faixas marginais de proteçãode rios, lagoas ou quaisquer cursos d’água even-tualmente existentes na gleba a ser parcelada,bem como as faixas de domínio de rodovias,ferrovias e dutos.

§ 2º A legislação municipal poderá autorizar ounão o fechamento do parcelamento regularmenteaprovado e executado, desde que recebidas asobras de arruamento e infra-estrutura urbana domesmo, ou assinado prazo máximo para a suaexecução, de acordo com os respectivos proje-tos aprovados, observando-se o seguinte:I – proposta de desafetação dos bens públicosmediante lei específica;II – a autorização para uso especial das vias elogradouros, bem como de outros espaços eequipamentos coletivos aos moradores e/ou pro-prietários dos lotes, mediante permissão de usoa título precário;III – a tributação exigível sobre as áreas desafe-tadas, enquanto perdurar a sua utilização naforma do inciso anterior;IV – as condições estabelecidas na legislaçãomunicipal, referentes à coleta e destinação dosresíduos sólidos do parcelamento fechado, a-cesso e articulação viária direta com os logra-douros existentes e imóveis lindeiros, bem comoa adoção de técnicas preventivas e de controlepara a segurança destes imóveis.

Art. 103. A lei disporá sobre a regularizaçãodos parcelamentos do solo para fins urbanosque se tenham consolidado ou não até a data depublicação desta lei, sem prejuízo das diretrizesemanadas do artigo 35, XIV desta lei.

Parágrafo único. O Poder Executivo adotará asmedidas jurídicas, urbanísticas e ambientaisadequadas para as áreas de preservação per-manente que se encontrem ocupadas ou com-prometidas com a ocupação humana, em razãode parcelamentos aprovados pelo Poder Público,em data anterior a publicação desta lei, e regis-trados no registro imobiliário, bem como cadas-trados na municipalidade, instituindo uma Comis-são multidisciplinar, composta pelos seguintesórgãos: PROGEM, PRO-URBE, SEMAP, SEMUOSP,SEMFAZ, e respectivo corpo técnico, queprocederá às providências dos incisos seguintes:I – o inventário e mapeamento com identificaçãode todos os lotes e/ou áreas urbanos comocorrência de área de preservação permanente;II – a realização de estudos técnicos, que deter-minem a função ambiental das áreas de preser-vação permanente em relação ao entorno ondeestá inserida, bem como os aspectos técnicose econômicos da manutenção da vegetação na-tural destas áreas, seus reflexos para os imóveisatingidos, inclusive em relação aos outros espa-ços da Cidade;III – a definição dos instrumentos jurídicos, urba-nísticos e ambientais que serão adotados paraos diversos casos, determinando-se através depareceres técnicos acerca da consolidação ur-banística ou não de loteamentos com ocorrênciade áreas de preservação permanente;IV – o condicionamento do exercício do direitode propriedade e do direito de construir a limita-ções que não impeçam de forma definitiva o usoe a ocupação do solo urbano, se possível;V – a articulação com os órgãos ambientaisintegrantes do SISNAMA visando autorizar a su-pressão desta vegetação na área urbana, con-forme o caso;VI – a definição das medidas mitigadoras dosimpactos negativos e as medidas compensa-tórias que serão adotadas, bem como os respon-sáveis pela execução das mesmas;VII – a realização de audiência pública ou outrasformas de participação da comunidade e partesinteressadas;VIII – a articulação com os órgãos ambientaisintegrantes do SISNAMA, e respectivas esferasde governo estadual e federal, objetivando aconjugação de esforços, materiais e humanospara a conservação destas áreas de preserva-ção permanente;IX – a suspensão de aprovação de projetos deedificação sobre os lotes de que trata este pará-grafo, pelo prazo máximo de 06 meses, objetivan-do as providências dos incisos anteriores, pror-rogável, mediante justificativa da Comissão deque trata este artigo;X – em todo o perímetro urbano instituído por es-ta lei, a delimitação progressiva das áreas depreservação permanente como Áreas de Espe-cial Interesse para o Meio Ambiente na forma doartigo 71 § 3º.XI – A Comissão a que se refere este parágrafodeverá apresentar o resultado de seus trabalhos,em audiência pública, para a qual deverão serconvidados os órgãos ambientais integrantesdo SISNAMA, bem como o Ministério Público, par-tes interessadas e população em geral.

SEÇÃO IIDO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 104. A Área Urbana, de Expansão Urbana eRural serão divididas em Zonas de uso e ocupa-ção do solo sujeitas a diferentes parâmetros ur-banístico-ambientais conforme sua localização,

Page 16: Plano Diretor _rio Das Ostras

1616 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006

ANEXO VIII – GLOSSÁRIO

ABAIRRAMENTOAto ou efeito de abairrar; divisão em bairros.Bairro. 1. Unidade constitutiva da cidade deorigem espontânea, integrada por indivíduos egrupos primários que podem manter entre sicontatos simpáticos, desinteressados, e terconsciência de pertenceram à mesma comuni-dade. Corresponde, no escalonamento urbano,ao que se convencionou chamar de unidade devizinhança e não é necessariamente, umaunidade administrativa. 2. Arraial ou pequenopovoado. 3. Fração do território de uma cidade,dotada de uma fisionomia própria e caracterizadapor traços distintivos que lhe conferem uma certaunidade e individualidade. Em alguns casos, onome do bairro pode ser dado a uma divisãoadministrativa de uma cidade, mas o mais comum,é o bairro ser independente de todo limiteadministrativo. Fala-se ainda em bairro paradesignar a comunidade de habitantes de umaparte da cidade. 4. Divisão administrativa parafins seletivos de sua ocupação, cada qual comtratamentos urbanísticos especiais.

abertura de logradourosAto de construir uma via pública de acesso,destinada à passagem de veículos e de pessoas.Ver arruamento.

ABIÓTICO1. Que não tem ou não pertence à vida. Diz-sedos fatores químicos ou físicos naturais. 2. Meioambiente hostil, inadequado, impróprio à vida.

acessibilidadeQualidade de ser acessível; de oferecer acesso,atribuída a um ponto do espaço (Zona ou região).1. Tem maior acessibilidade o local mais próximodos demais da área em estudo, considerando-se a soma das distâncias de viagem aos demaispontos ou a soma dos tempos de viagem aosoutros pontos da área em estudo. 2. Recursosde acessibilidade, características como rampas,portas largas, corrimão e outras que permitem oacesso a um local ou uso de um serviço parapessoas com cadeira de rodas ou outradeficiência física.

AÇÕES ESTRATÉGICASSão os atos que criam meios ou desencadeiamprocessos destinados a alcançar determinadosobjetivos. As ações estratégicas são planejadase executadas aplicando-se os meios disponíveise explorando condições favoráveis para alcan-çar os objetivos.

ADENSAMENTO POPULACIONALAcúmulo de pessoas em determinado espaçofísico da Cidade.

AGENDA 21 LOCALPlano de metas voltado para os desafios doséculo XXI (daí seu nome). A elaboração e lan-çamento da Agenda 21 Global ocorreu naConferência das Nações Unidas sobre MeioAmbiente e Desenvolvimento Humano, conhecidacomo ECO-92, realizada em 1992, no Rio deJaneiro. A Agenda 21 é um programa de açõespara o qual contribuíram governos e instituiçõesda sociedade civil de 179 países, que constitui amais ousada e abrangente tentativa já realizadade promover, em escala planetária, um novo pa-drão de desenvolvimento, conciliando métodosde proteção ambiental, justiça social e eficiênciaeconômica. Baseada na Agenda 21 Global, aAgenda 21 Brasileira igualmente se traduz numprocesso e instrumento de planejamento parti-cipativo para o desenvolvimento sustentável ali-cerçando-se nos mesmos objetivos da Agenda21 Global: sustentabilidade; conservação ambi-

ental; justiça social e crescimento econômico. Odocumento a nível nacional foi concluído em2002, sendo elevado à condição de Programado Plano Plurianual, PPA 2004-2007 do governofederal. Um fator diferencial da Agenda Brasileiraem relação às demais experiências no mundo éa opção pela inclusão das Agendas Locais. Aproposta é que cada cidade faça sua Agenda21 Local com a participação da sociedade civil.Assim como cada país, cada cidade deve ade-quar sua Agenda à sua realidade e às suas di-ferentes situações e condições, sempre con-siderando os seguintes princípios gerais: partici-pação e cidadania; respeito às comunidades ediferenças culturais; integração; melhoria dopadrão de vida das comunidades; diminuição dasdesigualdades sociais; mudança de mentali-dades. Assim, dentre os objetivos e diretrizesgerais da política urbana de Rio das Ostras pre-vistos no Plano Diretor está o de promover eapoiar a implantação dos objetivos e diretrizesda Agenda 21 Local, bem como dos projetosque estejam em consonância com a política destaAgenda, observando-se as diretrizes nacionaise globais. A Agenda 21 Local, dentre outrosinstrumentos do Plano Diretor é também um me-canismo para se conduzir processos de mobili-zação, troca de informações, geração de con-sensos em torno dos problemas e soluçõeslocais e estabelecimento de prioridades para agestão do Município, desde sua bacia hidro-gráfica, unidades de conservação, até um bairro,uma escola.

AGRICULTURAEstudo e prática do cultivo do solo, desde seupreparo inicial até a colheita e armazenamento.Classifica-se como intensiva, quando a produ-ção por unidade de área cultivada é grande, oucomo extensiva, quando, ao contrário, é baixa aprodução por unidade de área cultivada. Quantoà comercialização de produtos, distinguem-seagricultura de subsistência, de mercado eespeculativa. Agricultura familiar. Agriculturarespeitante à família, que é da família, de onde afamília se sustenta. Segundo linhas do PRONAF(Programa Nacional de Agricultura Familiar) ascaracterísticas básicas da agricultura familiarsão: a direção da unidade produtiva é exercidapela família; a área do estabelecimento não ultra-passa quatro módulos fiscais; a mão-de-obrafamiliar é superior à contratada e a propriedadedos meios de produção é da família. Os bene-ficiários são agricultores, pescadores artesa-nais, aqüicultores, extrativistas, indígenas emembros de comunidades remanescentes dequilombos. Agricultura urbana. A agriculturaurbana é realizada em pequenas áreas dentrode uma cidade, ou no seu entorno (peri-urbana),e destinada à produção de cultivos parautilização e consumo próprio ou para a vendaem pequena escala, em mercados locais. Existemmuitas maneiras e motivos para se praticar aagricultura urbana, e diversas vantagens podemser obtidas através dessa prática, dentre elasas mais comumente observadas são: a) produ-ção de alimentos - incremento da quantidade eda qualidade de alimentos disponíveis paraconsumo próprio; b) reciclagem de lixo -utilização de resíduos e rejeitos domésticos,diminuindo seu acúmulo, tanto na forma decomposto orgânico para adubação, como nareutilização de embalagens para formação demudas, ou de pneus, caixas, etc. para a forma-ção de parcelas de cultivo, por exemplo; c) utili-zação racional de espaços - melhor aprovei-tamento de espaços ociosos, evitando o acúmulode lixo e entulhos ou o crescimento desordenadode plantas daninhas, onde poderiam abrigar-seinsetos peçonhentos e pequenos animais preju-diciais à saúde humana.

agro-pecuária1. Teoria e prática da agricultura e da pecuária,nas suas relações mútuas. 2. Ramo econômicoque respeita ao desenvolvimento e progressoda agricultura e da pecuária nos seus recíprocosinteresses.

ÁGUA DE ESCOAMENTO (ou rolamento)Água que provém de precipitações e escoa pelasuperfície do terreno, indo alimentar diretamenteos cursos d’água, lagos etc. e com a possibili-dade de causar enchente.

ÁGUAS PLUVIAISÁguas das chuvas que caem sobre a superfícieterrestre, constituindo a forma mais comum deprecipitação atmosférica.

ALVARÁInstrumento emitido pelo poder público que dálicença ou autoriza o requerente a praticar deter-minados atos, exercer algum direito ou atividade,em obediência à competência do escalão dogoverno emitente. O alvará pode ser de licençaou de autorização. Considera-se alvará delicença quando o poder público torna viável umdireito do cidadão, como por exemplo à licençapara edificar: Trata-se de um ato declaratório;não cria direito algum, apenas verifica se o exer-cício desse direito (o de construir ou edificar,como no exemplo) se dá de acordo com ascondições estabelecidas em lei; não pode serinvalidado, é definitivo, sempre que revestido delegalidade. O alvará de autorização nãodecorre de um direito do solicitante, ele é o próprioato gerador desse direito e tem sempre naturezaprecária, podendo ser invalidado no interessedo poder público, sem indenização. Ex.: alvaráde autorização para explorar logradouro públicocom venda de bens ou serviços.

APROVEITAMENTO MÍNIMOO mínimo de aproveitamento, determinado pelalei municipal, para construções ou edificaçõesem um lote, na área ou zona da cidade onde omesmo se situe.

AQÜICULTURAO cultivo ou a criação de organismos cujo ciclode vida se dá inteiramente em meio aquático.Ciência que estuda e aplica os meios depromover o povoamento dos animais aquáticos;criação de animais aquícolas orientada por meioscientíficos. (Portaria IBAMA nº 145-N, de 29 deoutubro de 1998). AQUACULTURA. Do pontode vista biológico, a aquacultura pode serconsiderada como a tentativa do homem, atravésda manipulação e da introdução de energia numecossistema aquático, de controlar as taxas denatalidade, crescimento e mortalidade, visandoa obter maior taxa de extração no menor tempopossível, do animal explorado.

AQÜÍFEROSolo poroso capaz de armazenar e liberar águasubterrânea de infiltração através de poçosrasos, e de poços profundos. Quando o aqüíferose encontra confinado por rochas impermeáveissuperiormente e contém água sob pressãohidrostática superior à pressão atmosférica, podedar origem ao chamado poço artesiano, cujaágua chega sem bombeamento à superfície doterreno ou acima dela, dependendo da pressãohidrostática a que está sujeita. O aqüíferofreático, também chamado lençol freático,apresenta a camada superior do solo saturadode água à pressão atmosférica local. Os poçosquando atingem o aqüífero freático são do tipocomum, quer sejam rasos ou profundos. Quandoatingem o aqüífero confinado superiormente e sobpressão hidrostática su-perior à pressãoatmosférica local são chama-dos poços

37

função cultural, social e econômica, o adensa-mento previsto e a infra-estrutura existente, eem Áreas de Especial de Interesse para fina-lidades específicas sujeitas a regime especial,sem prejuízo do zoneamento ambiental estabe-lecido nesta lei.

§ 1º Zona é um espaço físico-territorial per-feitamente delimitado por suas característicasurbano-ambientais para o qual serão previstoscontroles de densidade demográfica, limites deconstrução e de intensidade de usos e atividadeseconômicas, sociais e culturais. As Zonas nãoserão sobrepostas entre si, e abrangerão atotalidade do território municipal.

§ 2º As Áreas de Especial Interesse, perma-nentes ou transitórias, são áreas do territóriomunicipal, perfeitamente delimitadas, sobrepostasa uma ou mais Zonas, que serão submetidas aregime específico, parâmetros urbanístico-ambientais e formas de controle do uso e ocu-pação do solo que prevalecerão sobre os con-troles e parâmetros fixados para a Zona ouZonas que as contenham.

§ 3º Para a Área Rural fica garantido o zonea-mento econômico ecológico e a manutenção dasZonas previstas no artigo 62 desta lei, admitindo-se a delimitação de Áreas de Especial Interessequando justificada por finalidade de especialinteresse público para atendimento aos objetivosdeste Plano Diretor, mediante lei específica.

Art. 105. As atividades econômicas e usos serãoclassificados em categorias de uso, que as en-quadrem isolada ou cumulativamente, segundoos parâmetros de controle de incômodos urba-nísticos e ambientais que possam causar, consi-derando:I – impacto urbanístico: sobrecarga na capaci-dade de suporte da infra-estrutura instalada oualteração negativa da paisagem urbana;II – poluição sonora: geração de impacto sonorono entorno próximo pelo uso de máquinas, uten-sílios ruidosos, aparelhos sonoros ou similares,concentração de pessoas ou animais em recintofechado;III – poluição atmosférica: uso de combustíveisnos processos de produção ou lançamento dematerial particulado inerte na atmosfera acimado limite mínimo admissível;IV – poluição hídrica: geração de efluentes líqui-dos incompatíveis com o lançamento na rede hi-drográfica, o sistema coletor de esgotos ou apoluição do lençol freático;V – poluição por resíduos sólidos: produção,manipulação ou estocagem de resíduos sólidoscom riscos potenciais prejudiciais ao meioambiente e à saúde pública;VI – vibração: uso de máquinas ou equipamentosque produzam choque ou vibração sensível alémdos limites da propriedade;VII – periculosidade: atividades que apresentemriscos prejudiciais ao meio ambiente e à saúdehumana em função da radiação emitida na co-mercialização, uso ou estocagem de materiaisperigosos, compreendendo explosivos, gásliquefeito de petróleo (GLP), infláveis e tóxicos,conforme as normas que disciplinem a matéria;VIII – geração de tráfego: operação ou atraçãode veículos automotores pesados, tais como,caminhões, ônibus, ou a geração de tráfego in-tenso de veículos em razão do porte do esta-belecimento, da concentração de pessoas e daquantidade de vagas de estacionamento criadas.

Art. 106. As Zonas de Uso e Ocupação serãodo tipo e denominações a seguir indicadas:I – Zona Central: que representa o núcleo urbanoe respectivo entorno que deu origem à Cidade,admitindo-se os usos e atividades descritas nos

incisos II, III e IV deste artigo, compatíveis entre si;II – Zona Residencial: aquela onde predomina ouso residencial unifamiliar ou multifamiliar jun-tamente com atividades e serviços de apoio com-plementares ao uso residencial, e com ele com-patível;III – Zona de Indústria e Comércio: aquela ondepredominam as atividades comerciais e de pres-tação de serviços, classificadas de acordo comsua intensidade, admitidas à incidência de usoresidencial e de atividades econômicas ligadasao setor terciário e de indústrias leves;IV – Zona Turística: aquela destinada à realizaçãode planos, programas e projetos de desenvolvi-mento turístico de interesse público, aliados àspolíticas de desenvolvimento sustentável;V – Zona Industrial: aquela onde predomina o usoindustrial juntamente com atividades correlatas dosetor secundário e com aquelas destinadas aoseu apoio, compatíveis entre si, observado o dis-posto nos parágrafos 1º e 2º do artigo 63 destaLei, da qual é parte, o núcleo urbano 04 (localidadeda ZEN – Zona Especial de Negócios);VI – Zonas Especiais: caracterizadas pelos nú-cleos urbanos: 01 (localidade de Rocha Leão) e03 (localidade de Cantagalo); conforme previstono artigo 94, parágrafo primeiro, incisos I e IIIdesta lei, onde prevalece o uso residencial,admitido-se atividades e serviços de apoio com-plementares a este uso e com ele compatíveis,bem como de atividades ligadas ao turismo eco-lógico e rural;VII – Zonas de Expansão Urbana: aquelas com-preendidas na Área de Expansão Urbana aindanão loteadas, cujo parcelamento do solo estarásujeito a normas específicas que atendam a con-tinuidade da mancha urbana e à implantação deinfra-estrutura urbana para cumprimento dasdiretrizes gerais do Estatuto da Cidade;VIII – Zonas Rurais: aquelas destinadas às ativi-dades rurais conforme artigo 62 desta lei.

§ 1º A ocupação nas Zonas aqui descritas serácontrolada por diferentes parâmetros e índicesurbanísticos, dentre outros, pela definição dedensidades demográficas, limites de construção,e intensidade de usos e atividades econômicas,culturais e sociais.

§ 2º A delimitação das Zonas descritas nesteartigo, bem como os parâmetros do parágrafoanterior, serão definidos em regulamento porocasião da revisão da legislação urbanística aque se refere o artigo 167, I, b.

Art. 107. As Áreas de Especial Interesse sãoas seguintes:I – Áreas de Especial Interesse Urbanístico: aque será destinada à realização de projetosurbanísticos específicos de estruturação oureestruturação, requalificação, renovação ourevitalização urbana;II – Área de Especial Interesse Social: a queapresenta terrenos não utilizados ou subtiliza-dos considerados necessários para a implanta-ção de programas habitacionais, ou, ainda,aquela ocupada espontaneamente por populaçãode baixa renda, ou que tenha sido objeto de lo-teamentos e conjuntos habitacionais irregulares,que será submetida a programas e projetosespeciais de urbanização, reurbanização, regu-larização urbanística e fundiária;III – Área de Especial Interesse Turístico: a quetenha potencial para a realização de interven-ções urbanísticas e de investimentos públicosou privados para o desenvolvimento de ativida-des de apoio ao incremento do turismo;IV – Área de Especial Interesse para o Meio Am-biente: a que seja necessária à proteção do meioambiente, na área urbana ou de expansão urba-na, cujos parâmetros urbanísticos serão deter-minados em função dos atributos que justifiquem

a sua conservação ou recuperação;V – Área de Especial Interesse Funcional: a queseja caracterizada por atividades de prestaçãode serviços e de interesse público que exijamregime urbanístico específico.

Parágrafo único. Atendendo à finalidadeespecífica de interesse público a que se desti-nam, as Áreas de Especial Interesse serão cria-das e delimitadas por decreto do Poder Executivopara cumprimento dos objetivos desta lei.

Art. 108. Ficam criadas as Áreas de EspecialInteresse Social indicadas no Anexo VII destalei, cujos parâmetros urbanísticos serão dife-renciados e fixados com a participação da po-pulação afetada mediante a elaboração de planose projetos urbanísticos e ambientais específicosque contemplem parâmetros para o uso eocupação do solo a serem aprovados por meiode decreto e incorporados à legislação municipal.

§ 1º Os planos e projetos para as Áreas de Es-pecial Interesse Social deverão dispor, nomínimo, sobre o seguinte:I – requisitos técnicos e jurídicos, bem como osprocedimentos administrativos para a regula-rização urbanística das edificações executadase utilizadas em desacordo com a legislaçãovigente;II – as normas para reformas e/ou modificaçõesde uso posteriormente à regularização urbanís-tica da área;III – os instrumentos para a regularização fun-diária;IV – as obras de infra-estrutura urbana e outrasque deverão ser executadas na área;V – demais planos e programas setoriais;VI – forma de participação da população mora-dora de cada Área de Especial Interesse Socialna implementação e gestão dos planos eprojetos urbanísticos e ambientais.

§ 2º As edificações e usos irregulares no interiordas Áreas de Especial Interesse Social poderãoser regularizados, desde que tecnicamente viá-veis e garantidas as condições mínimas desegurança, habitabilidade e salubridade dasconstruções.

Art. 109. Fica criada a Área de Especial Interessepara o Meio Ambiente, indicada no Anexo VI destalei do Plano Diretor, de caráter permanente, cujosparâmetros de uso e ocupação do solo serãoregulamentados por decreto do poder executivono prazo máximo de 180 dias após a data depublicação desta lei, observando-se:I – garantia de participação da população e ou-tras partes interessadas, mediante audiênciaspúblicas ou outros meios de consulta popular;II – definição de índices urbanísticos diferen-ciados cuja aplicação assegure a conservaçãodo meio ambiente;III – instituição de imposto predial e territorial ur-bano diferenciado com vistas à conservaçãoambiental;IV – a conservação e a recuperação das áreasde recarga dos aqüíferos subterrâneos e dasmatas ciliares, conforme o item 04 da PropostaAprovada na 3ª Conferência Municipal de MeioAmbiente;V – a utilização da operação urbana consor-ciada, da transferência do direito de construirou outros instrumentos, se necessário.

Parágrafo único. A regulamentação a que serefere o “caput” deste artigo será orientada porequipe técnica multidisciplinar da AdministraçãoPública composta por representantes dosseguintes órgãos: Secretaria Municipal do MeioAmbiente, Agricultura e Pesca, Secretaria Ex-traordinária de Governo – PRO-URBE, Procu-

Page 17: Plano Diretor _rio Das Ostras

1717 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 200636

radoria Geral do Município, Secretaria Municipalde Urbanismo, Obras e Serviços Públicos, Secre-taria Municipal de Planejamento e SecretariaMunicipal de Fazenda.

SEÇÃO IIIDAS OBRAS E EDIFICAÇÕES

Art. 110. A lei disporá sobre a realização deobras, construções e edificações, públicas eprivadas, inclusive demolição, reformas, modifi-cação e mudança de uso, contendo, dentre ou-tras, normas sobre:I – canteiro de obras;II – conceituação e parâmetros externos e inter-nos para a realização de construções, obras eedificações;III – unidades autônomas, compartimentos eáreas comuns das edificações sujeitas ou nãoa formas condominiais de propriedade;IV – grupamento ou conjunto de edificações tér-reas, assobradadas ou verticais;V – acessibilidade das obras e edificações aouso adequado por portadores de necessidadesespeciais ou idosos;VI – aproveitamento e conservação das cons-truções, obras e edificações tombadas e quedevam ser preservadas.

Parágrafo único. A lei a que se refere o “caput”deverá obrigatoriamente conter glossário.

Art. 111. A revisão das normas legais sobre cons-truções, obras e edificações será efetuada,dentre outros aspectos, sobre:I – dimensionamento das áreas de estaciona-mento de veículos;II – exigibilidade de apartamento de zelador;III – exigibilidade de área de recreação infantil ede pavimento de uso comum, que serão estabele-cidos em função do número de unidades dasedificações e a disponibilidade de áreas paralazer na região em que estão situadas;IV – dimensionamento das áreas de circulaçãocomum das edificações;V – exigibilidade de elevadores;VI – dimensionamento dos compartimentos dasedificações destinadas ao uso residencial, co-mercial e de serviços;VII – o estabelecimento de parâmetros físicosde moradia social e de habitação de interessesocial.

§ 1º Os regulamentos administrativos fixarão asquantidades mínimas e máximas de unidadesautônomas de um grupamento ou conjunto deedificações, ficando o Poder Executivo auto-rizado a estabelecer normas e diretrizes para aimplantação das vias internas de circulação dogrupamento ou conjunto de edificações, dosequipamentos urbanos e demais de uso coletivo,e ainda, quando for o caso, de localização dasáreas a serem transferidas para o Município,observando-se a proporcionalidade da den-sidade populacional projetada para o empre-endimento e sua compatibilidade com o entorno.

§ 2º Os responsáveis pelos empreendimentosprevistos no parágrafo anterior ficam obrigadosa adotar técnicas preventivas e de controle paraa segurança dos imóveis lindeiros.

SEÇÃO IVDO LICENCIAMENTO URBANÍSTICO

Art. 112. Dependem de licença urbanística:I – o parcelamento, mediante loteamento ou odesmembramento, a abertura de logradouros, oremembramento e o reloteamento;II – a movimentação de terra;III – a abertura, regularização, desvio, canaliza-ção de valas ou cursos d’água, perenes ou não;

IV – as obras de canalização e lançamento deáguas pluviais;V – a exploração mineral do solo ou do subsolo;VI – a execução de toda obra de construção,edificação, reconstrução, total ou parcial, mo-dificação, acréscimo, reforma e conserto, mar-quises e muros, contenção do solo e drenagem;VII – a demolição;VIII – as obras de engenharia em geral;IX – o uso e a modificação de uso das edificações,a pintura e os pequenos consertos em prédiostombados, preservados ou tutelados;X – as obras públicas executadas direta ou in-diretamente;XI – o assentamento de máquinas, motores eequipamentos;XII – as obras, reformas ou modificação de usoem imóveis situados nas Áreas Protegidas deque trata o art. 70 desta lei.

§ 1º Não dependerão de licença as obras e asatividades não relacionadas neste artigo, outrasque a lei especificar e não interfiram com a segu-rança de terceiros, nem se projetem sobre logra-douros públicos e mais as seguintes:I – a pintura e os pequenos consertos de prédios;II – a construção de caramanchões e jardins;III – a instalação de antenas de televisão e bom-bas elevatórias de água;IV – as obras de reforma ou de modificação in-terna ou de fachada, sem acréscimo de áreaque não implique alteração das áreas comunsdas edificações.

§ 2º O disposto no parágrafo anterior não seaplica a imóveis sujeitos a desapropriação par-cial, recuo ou investidura ou afetados por áreaou faixa não edificável.

§ 3º A lei disporá sobre o licenciamento de obrasem imóveis ou edificações sujeitos a desapro-priação, total ou parcial, recuo ou investidura ouafetados por área ou faixa não edificável.

§ 4º A execução de obras, construções e edifi-cações pelo Poder Público federal, estadual emunicipal estão sujeitas à aprovação, licença efiscalização nos termos da legislação municipal.

Art. 113. A responsabilidade pelos projetos,cálculos e memoriais relativos à realização deobras, construções e edificações cabe exclusi-vamente, sempre, aos profissionais habilitadosque os assinarem.

Art. 114. A lei disporá sobre o licenciamento e aobrigatoriedade de restauração e responsa-bilização por danos causados na realização deobras por empresas prestadoras ou conces-sionárias da prestação de serviços públicos,bem como das penalidades aplicáveis aos infra-tores e responsáveis.

SEÇÃO VDA FISCALIZAÇÃO

Art. 115. A legislação urbanística disporá sobrea fiscalização de ordem urbanística e ambientale sobre as penalidades aplicáveis aos infratorese responsáveis por infração às normas de orde-nação e controle do parcelamento, uso e ocupa-ção do solo, de obras e edificações, e de preser-vação e proteção ambiental.

§ 1º O órgão competente do poder executivoaplicará as penalidades de multa, simples ou diária,interdição, embargo, demolição de acordo comas condições estabelecidas em regulamento.

§ 2º A multa será fixada conforme a gravidadeda infração, em função do valor da obra ou dasinstalações e sua aplicação poderá incidir diária,

periódica, sucessiva ou cumulativamente, en-quanto persistir a irregularidade e considerará acondição econômica do infrator ou responsável.

§ 3º O pagamento da multa não implica a extinçãoda infração e, quando couber, seu valor serádevidamente corrigido nos termos da legislaçãoem vigor.

Art. 116. Quaisquer danos ao patrimônio públicoserão ressarcidos pelo responsável, inclusivea usurpação de vias ou servidões públicas, bemcomo de galerias e cursos d´água, perenes ounão, ainda que situados em terreno de domínioprivado, estarão sujeitos à fiscalização e serãoaplicadas as penalidades cabíveis aos respec-tivos infratores ou responsáveis.

Art. 117. Os órgãos locais competentes poderão,a qualquer tempo, realizar vistoria para apuraçãode responsabilidades, constatação de infraçãoou irregularidade ou, preventivamente, deter-minar providências cabíveis em caso de riscoou ameaça à integridade física de pessoas oude danos a bens.

§ 1º O poder executivo poderá tomar as provi-dências necessárias à eliminação do risco ouameaça e inscrever na dívida ativa municipal asdespesas realizadas para sua eliminação esuperação.

§ 2º O responsável pelo risco ou ameaça a quese refere este artigo não poderá obter licençapara quaisquer outras obras, construções ouedificações enquanto não tomar as providênciasadequadas para a eliminação do risco ou daameaça, ou pagar sua dívida para com a Muni-cipalidade.

Art. 118. Os órgãos locais competentes podemassumir ou executar obras, retomar posse, de-molir ou tomar qualquer providência para apreservação da segurança e patrimônio públicos,em situações de emergência, independen-temente de processo administrativo ou deautorização judicial.

Parágrafo único. O disposto neste artigo nãoafasta a responsabilidade civil daqueles que cau-sarem danos a terceiros.

CAPÍTULO IVDOS INSTRUMENTOS DA GESTÃO URBANA EAMBIENTAL

SEÇÃO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 119. Para a implementação, controle, induçãoe promoção do desenvolvimento urbano, o Muni-cípio de Rio das Ostras aplicará as diretrizes enormas legais de parcelamento, uso e ocupaçãodo solo e promoverá, direta ou indiretamente, aexecução dos projetos e das ações estratégicasnos termos desta lei, utilizando, isolada ou com-binadamente, dentre outros, os instrumentos pre-vistos nos artigos 4º e seguintes da Lei Federaln.º 10.257, de 10 de julho de 2001, denominadoEstatuto da Cidade, noutras leis nacionais e nestalei, inclusive na legislação nacional de proteçãoe recuperação do meio ambiente, dentre outros,especialmente os seguintes:I – disciplina do parcelamento, do uso e ocupaçãodo solo;II – zoneamento ambiental e costeiro;III – plano plurianual de investimentos;IV – planos, programas e projetos;V – parcelamento, edificação ou utilizaçãocompulsórios;VI – imposto progressivo sobre a propriedadepredial e territorial urbana – IPTU em razão do

Page 18: Plano Diretor _rio Das Ostras

1818 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 35

valor ou com alíquotas diferenciadas de acordocom a localização e o uso do imóvel, conforme o§ 1º do art. 156 da Constituição Federal, ou notempo, conforme o § 4º do art. 182 da ConstituiçãoFederal;VII – incentivos e benefícios fiscais e financeiros;VIII – servidão administrativa;IX – desapropriação, especialmente com baseno art. 44 da Lei Nacional nº 6.766, de 19 dedezembro de 1979, ou mediante pagamento emtítulos da dívida pública com base no art. 8º daLei Nacional nº 10.257, de 10 de julho de 2001;X – tombamento de bens;XI – instituição de zonas especiais de interesse social;XII – concessão de direito real de uso;XIII – concessão de uso especial para fins de moradia;XIV – direito de superfície;XV – usucapião especial coletivo de imóvel urbano;XVI – consórcio imobiliário;XVII – concessão urbanística;XVIII – operação urbana consorciada;XIX – direito de preempção;XX – outorga onerosa do direito de construir ede alteração de uso;XXI – transferência do direito de construir;XXII – reurbanização e regularização fundiária;XXIII – assistência técnica e jurídica gratuitadestinada a assegurar o direito à moradia para ascomunidades e grupos sociais menos favorecidos;XXIV – referendo popular e plebiscito;XXV – iniciativa popular legislativa;XXVI – iniciativa popular de planos, programas eprojetos;XXVII – avaliação de impactos ambientais;XXVIII – estudo prévio de impacto ambiental e deimpacto de vizinhança;XXIX – instituição de unidades de conservaçãoambiental;XXX – contribuição de melhoria;XXXI – gestão orçamentária participativa com baseno art. 44 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001.

§ 1º As áreas municipais passíveis de inter-venção mediante os instrumentos autorizadosneste artigo serão definidas em leis próprias combase no mapa constante do Anexo IV desta lei.

§ 2º O poder executivo providenciará o cadastrodos lotes passíveis ou necessários para asintervenções a serem realizadas para cumpri-mento das normas desta lei em relação aos quaispoderão ser aplicados os instrumentos de gestãourbana e ambiental a que se refere este artigo.

§ 3º Os instrumentos de gestão urbana e am-biental mencionados neste artigo poderão serutilizados, isolados ou conjuntamente, combi-nada ou cumulativamente, e, no que couber, si-multânea ou seqüencialmente, inclusive comoutras normas legais deste plano diretor ou deoutras leis.

§ 4º Nenhuma lei municipal poderá excluir apossibilidade de utilização de qualquer dosinstrumentos de gestão urbana e ambiental aosquais se refere este artigo.

§ 5º Fica proibido a construção de Presídio, Casade Custódia ou Casa de Detenção nos limites doMunicípio de Rio das Ostras.

SEÇÃO IIDO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OUUTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS

Art. 120. O poder público municipal, na forma dalei, poderá exigir do proprietário do solo urbanonão edificado, subtilizado, ou não utilizado nestalei, que promova seu adequado aproveitamento,sob pena, sucessivamente, de parcelamento,edificação ou utilização compulsórios; ImpostoPredial e Territorial Urbano progressivo no tempo

a ser fixado em lei própria; e desapropriaçãocom pagamento da respectiva indenização emmoeda corrente ou títulos da dívida pública.

§ 1º As áreas sujeitas à incidência da obrigaçãolegal de parcelamento, edificação ou utilizaçãocompulsórios são aquelas delimitadas no mapado Anexo IV desta lei.

§ 2º Para o fim de aplicação da obrigação a quese refere este artigo, considera-se:I – solo urbano não edificado: lotes, terrenos eglebas com área superior a 250 metros quadradossituados em área urbana em que o coeficientede aproveitamento efetivo seja igual a zero;II – solo urbano subtilizado: lotes, terrenos eglebas com área superior a 250 metros quadradosonde o coeficiente de aproveitamento efetivonão atinja o limite mínimo definido para o lote nazona em que se situe, ou esteja abandonado,excetuando-se:a) os imóveis utilizados como instalações deatividades econômicas que não necessitam deedificação para sua realização;b) os imóveis utilizados como instalação de ati-vidades econômicas para as quais não seja ne-cessária a utilização do coeficiente de apro-veitamento mínimo definido para o lote na zonaem que se situe;c) os imóveis integrantes de área de proteçãoambiental.

§ 3º As áreas delimitadas no Anexo IV e que selocalizam entre a Rodovia Amaral Peixoto e oOceano Atlântico, somente estarão sujeitas àobrigação legal de parcelamento, edificação ouutilização compulsórios, após a primeira revisãoda legislação urbanística e ambiental previstasneste Plano Diretor, podendo inclusive, serdesoneradas de tal obrigação.

Art. 121. O poder executivo promoverá a notifi-cação dos proprietários dos imóveis sujeitos aoparcelamento, à edificação ou à utilização com-pulsórios, intimando-os a dar o aproveitamentoadequado para os respectivos imóveis de acordocom esta lei do Plano Diretor em prazo determinado,sob pena de sujeitar-se o proprietário, suces-sivamente, ao pagamento do imposto predial eterritorial progressivo no tempo (IPTU) e à desa-propriação com pagamento em títulos, conformedisposições do artigo 5° a 8° da Lei n° 10.257, de10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade.

§ 1º Fica facultado aos proprietários dos imóveisde que trata este artigo propor ao poder executivoo consórcio imobiliário conforme disposto no art.46 da Lei citada no “caput”.

§ 2º O proprietário de imóvel afetado pelaobrigação legal mencionada no “caput” desteartigo pode propor sua doação integral ou parcialao Poder Público para a implantação de equi-pamentos urbanos ou comunitários; para pre-servação, quando for considerado de interessehistórico, ambiental, paisagístico, social ou cul-tural; ou para servir a programas de regula-rização fundiária, urbanização de áreas ocupa-das por população de baixa renda e habitaçãode interesse social em troca de autorização paraa transferência do respectivo potencial cons-trutivo para outro imóvel situado em área deinteresse estratégico, nos termos de lei própria,para aplicação das diretrizes do plano diretor.

Art. 122. Em caso de descumprimento das etapase dos prazos estabelecidos conforme o artigoanterior, o Poder Executivo aplicará alíquotasprogressivas de IPTU, majoradas anualmente,pelo prazo de 04 (quatro) anos consecutivos atéque o proprietário cumpra com a obrigação deparcelar, edificar ou utilizar, conforme o caso.

§ 1o Lei municipal, baseada no artigo 7o da LeiNacional n.º 10.257/2001 – Estatuto da Cidade,estabelecerá a gradação anual das alíquotasprogressivas.

§ 2o Caso a obrigação de parcelar, edificar eutilizar não tenha sido atendida no prazo de 04(quatro) anos, o poder executivo manterá a co-brança pela alíquota máxima, até que se cumpraa referida obrigação, sem prejuízo da desa-propriação do imóvel com pagamento em títulosda dívida pública.

§ 3o É vedada a concessão de isenções ou deanistias relativas à tributação progressiva deque trata este artigo.

Art. 123. Decorridos os cinco anos de cobrançado IPTU progressivo no tempo sem que o proprie-tário tenha cumprido a obrigação de parcela-mento, edificação e utilização, o Município poderáproceder à desapropriação do imóvel com pa-gamento da indenização em títulos da dívida pú-blica observada à legislação nacional pertinente.

§ 1º O valor real da indenização:I – refletirá o valor da base de cálculo do IPTU,descontado o montante incorporado em funçãode obras realizadas pelo Poder Público na áreaonde o mesmo se localiza após a notificação aque se refere o art. 121 desta lei;II – não computará expectativas de ganhos, lu-cros cessantes e juros compensatórios.

§ 2º Os títulos de que trata este artigo não terãopoder liberatório para o pagamento de tributos.

§ 3º O Poder Executivo, diretamente ou por meiode alienação ou concessão a terceiros, obser-vando-se o procedimento licitatório pertinente,promoverá ao adequado aproveitamento do imó-vel no prazo máximo de cinco anos, contados apartir da sua incorporação ao patrimônio público.

§ 4º O adquirente de imóvel sujeito à incidênciado parcelamento, edificação ou utilizaçãocompulsória fica sujeito às mesmas obrigaçõeslegalmente impostas ao respectivo alienante.

SEÇÃO IIIDA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DECONSTRUIR

Art. 124. O Poder Executivo poderá autorizar oexercício do direito de construir acima do coefi-ciente de aproveitamento básico até o limiterepresentado pelo coeficiente de aproveitamentomáximo mediante contrapartida a ser prestadapelo beneficiário em áreas, zonas ou bairrossituados em Área Urbana ou de ExpansãoUrbana e definidos mediante lei municipal.

§ 1º Para efeito de aplicação desta lei, coeficientede aproveitamento é a relação entre a áreaedificável e a área do terreno.

§ 2º O coeficiente de aproveitamento básico dolote, para os fins de edificação, outorga onerosaou transferência do direito de construir, inclusiveem operação urbana consorciada correspondea uma vez a área do terreno, observando-se asdemais limitações estabelecidas em lei, tais como,recuos, afastamentos, gabarito, dentre outras.

§ 3º A outorga onerosa do direito de construirpoderá ser aplicada na área delimitada no mapado Anexo IV desta lei na qual podem ser utilizados,também, os demais instrumentos autorizados pelaLei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, (Estatutoda Cidade) e em outras leis especiais.

§ 4º O coeficiente de aproveitamento máximo co-

Page 19: Plano Diretor _rio Das Ostras

1919 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 200634

rresponde a duas vezes a área do terreno, e a leimunicipal indicará as áreas onde este coeficientemáximo poderá ser aplicado, podendo ainda amesma lei fixa-lo em limite inferior.

§ 5º A legislação municipal de zoneamento, par-celamento, uso e ocupação do solo não poderápermitir coeficiente de aproveitamento superiora dois em Área Urbana ou de Expansão Urbanae, na fixação dos parâmetros urbanísticos paraestabelecer o coeficiente de aproveitamento má-ximo, deverá considerar a proporcionalidade en-tre a infra-estrutura existente e o aumento dadensidade esperado em cada área, zona oubairro para efeito de aplicação da outorgaonerosa do direito de construir e da transferênciado direito de construir, devendo o coeficiente deaproveitamento máximo ser obtido mediante aobservância conjunta dos diversos parâmetrosurbanísticos: gabarito, taxa de ocupação, recuosou afastamentos, dentre outros, conformeestabelecidos pela mesma legislação.

§ 6º Lei municipal complementar a esta lei, daqual fará parte integrante para os fins e efeitosde direito, fixará áreas nas quais poderá serpermitida alteração de uso do solo, mediantecontrapartida a ser prestada pelo beneficiário.

§ 7º Lei municipal baseada na lei do Plano Diretorestabelecerá as condições a serem observadaspara outorga onerosa do direito de construir ede alteração de uso, determinando:I – a fórmula de cálculo para a cobrança;II – os casos passíveis de isenção do pagamentoda outorga;III – a contrapartida do beneficiário.

§ 8º Os recursos auferidos com a adoção daoutorga onerosa do direito de construir e de alte-ração de uso serão aplicados para a realizaçãodas seguintes finalidades:I – regularização fundiária;II – execução de programas e projetos habita-cionais de interesse social;III – constituição de reserva fundiária;IV – ordenamento e direcionamento da expansãourbana;V – implantação de equipamentos urbanos ecomunitários;VI – criação de espaços públicos de lazer eáreas verdes;VII – criação de unidades de conservação ouproteção de outras áreas de interesse ambiental;VIII – a proteção de áreas de interesse histórico,cultural ou paisagístico.

SEÇÃO IVDA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 125. O Poder Executivo poderá autorizar oproprietário de imóvel urbano, privado ou público, aexercer em outro local ou a alienar, medianteescritura pública, o direito de construir previsto nestalei ou em lei dela decorrente, quando o referido imóvelfor considerado necessário para fins de:I – implantação de equipamentos urbanos e co-munitários;II – preservação, quando o imóvel for consideradode interesse histórico, ambiental, paisagístico,social ou cultural;III – servir a programas de regularização fundiá-ria, urbanização de áreas ocupadas por popula-ção de baixa renda e habitação de interesse social.

§ 1º A mesma faculdade poderá ser concedidaao proprietário que doar ao Poder Público seuimóvel, ou parte dele, para os fins previstos nosincisos I a III deste artigo.

§ 2º Lei municipal baseada nesta lei do PlanoDiretor estabelecerá as áreas onde se localizem

os lotes originários geradores do potencial cons-trutivo transferível e aquelas adensáveis nasquais se situem os lotes receptores nos quaispoderá ser exercido o potencial construtivotransferido e as demais condições relativas àaplicação da transferência do direito de construir.

SEÇÃO VDO DIREITO DE PREEMPÇÃO

Art. 126. O Poder Público Municipal poderá exer-cer, durante o respectivo prazo legal de vigência,o direito de preferência para aquisição de imóvelurbano objeto de alienação onerosa entre tercei-ros localizados em área delimitada por lei muni-cipal, baseada neste Plano Diretor, que fixaráprazo de vigência não superior a cinco anos,renovável a partir de um ano após o decurso doprazo inicial de vigência, conforme disposto nestalei e nos artigos 25, 26 e 27 da Lei nº 10.257, de10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade.

§ 1º O direito de preferência será exercido sempreque o Poder Executivo necessitar de áreas para:a) regularização fundiária;b) execução de programas e projetos habita-cionais de interesse social;c) constituição de reserva fundiária;d) ordenamento e direcionamento da expansãourbana;e) implantação de equipamentos urbanos e co-munitários;f) criação de espaços públicos de lazer e áreasverdes;g) criação de unidades de conservação ou pro-teção de outras áreas de interesse ambiental;h) proteção de áreas de interesse histórico, cul-tural ou paisagístico.

§ 2º O direito de preferência a que se refere es-te artigo será exercido nos termos da lei municipalmencionada no “caput”, preferencialmente naaquisição de imóveis urbanos situados na Áreade Expansão Urbana e nas Áreas Protegidas deinteresse ambiental.

Art. 127. Os imóveis colocados à venda nasáreas de incidência do direito de preempçãodeverão ser obrigatoriamente oferecidos aoMunicípio de Rio das Ostras, que terá preferênciapara aquisição pelo prazo de cinco anos nostermos da lei.

Art. 128. O Poder Executivo de Rio das Ostraspoderá notificar o proprietário do imóvel locali-zado em área delimitada para o exercício do di-reito de preferência.

§ 1º No caso de existência de terceiros interes-sados na compra do imóvel nas condiçõesmencionadas no “caput”, o proprietário deverácomunicar imediatamente, ao órgão competente,sua intenção de alienar onerosamente o imóvel.

§ 2º A declaração de intenção de alienar one-rosamente o imóvel deve ser apresentada aoórgão local competente com os seguintes do-cumentos:a) proposta de compra apresentada pelo terceirointeressado na aquisição do imóvel, da qualconstarão: preço, condições de pagamento eprazo de validade;b) endereço do proprietário, para recebimentode notificação e de outras comunicações;c) certidão recente de inteiro teor da matrículado imóvel, expedida pelo cartório de registro deimóveis da circunscrição imobiliária competente;d) declaração assinada pelo proprietário, sobas penas da lei, de que não incidem quaisquerencargos e ônus sobre o imóvel, inclusive os denatureza real, tributária ou executória.

Art. 129. Recebida a notificação a que se refe-re o artigo anterior, o poder executivo poderáma-nifestar, por escrito, dentro do prazo legal, oin-teresse em exercer a preferência para aqui-sição de imóvel.

§1o Deverá ser providenciada a publicação, noórgão oficial municipal e, em pelo menos um jornallocal ou regional de grande circulação, edital deaviso da notificação recebida, e da intenção deaquisição do imóvel nas condições da propostaapresentada.

§2o O decurso de prazo de trinta dias após adata de recebimento da notificação do proprietáriosem a manifestação expressa da Administraçãode que pretende exercer o direito de preferênciafaculta o proprietário a alienar onerosamente oseu imóvel ao proponente interessado nas con-dições da proposta apresentada sem prejuízodo direito do Poder Público exercer a preferênciaem face de outras propostas de aquisições one-rosas futuras dentro do prazo legal de vigênciado direito de preempção.

Art. 130. Concretizada a venda a terceiro, oproprietário fica obrigado a entregar ao órgãolocal competente cópia do instrumento particularou público de alienação do imóvel dentro do pra-zo de trinta dias após sua assinatura, sob penade pagamento de multa diária em valor equiva-lente a 0,66% (sessenta e seis centésimos porcento) do valor total da alienação.

§1o O Poder Executivo, por meio de seus órgãospróprios, promoverá as medidas judiciais ca-bíveis para a declaração de nulidade de aliena-ção onerosa efetuada em condições diversasda proposta apresentada, à adjudicação deimóvel que tenha sido alienado a terceiros apesarda manifestação do Executivo de seu interesseem exercer o direito de preferência e cobrançada multa a que se refere o artigo anterior.

§2o Em caso de nulidade da alienação efetuadapelo proprietário, o Poder Executivo poderá ad-quirir o imóvel pelo valor da base de cálculo doimposto predial e territorial urbano ou pelo valorindicado na proposta apresentada, se este forinferior àquele.

SEÇÃO VIDA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA

Art. 131. A Operação Urbana Consorciada é oconjunto de medidas coordenadas pelo PoderExecutivo Municipal com a participação dos pro-prietários, moradores, usuários permanentes einvestidores privados com o objetivo de alcançartransformações urbanísticas estruturais, melho-rias sociais e a valorização ambiental, notada-mente ampliando os espaços públicos, organi-zando o transporte coletivo de passageiros, im-plantando programas habitacionais de interessesocial e de melhorias de infra-estrutura e sistemaviário, num determinado perímetro.

§ 1º Além dos objetivos mencionados no “caput”deste artigo, a operação urbana consorciadadeverá ser utilizada também para:I – recuperação e preservação de áreas urbanasde interesse ambiental;II – regularização urbanística;III – revitalização de áreas urbanas excessiva-mente adensadas;IV – implantação de projetos de interesse turísticojunto à orla marítima do Município de Rio das Ostras.

§ 2º Cada operação urbana consorciada serácriada por lei específica de acordo com as dis-posições dos artigos 32 a 34 da Lei n° 10.257,de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade, a

Page 20: Plano Diretor _rio Das Ostras

2020 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 33

qual poderá autorizar, entre outras medidas:I – a modificação de índices e características deparcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo,bem como alterações das normas edilícias, con-siderado o impacto ambiental delas decorrente;II – a regularização de construções, reformasou ampliações executadas em desacordo coma legislação vigente.

§ 3º A lei específica a que se refere o parágrafoanterior conterá o plano da operação urbanaconsorciada que criar, contendo, no mínimo:I – definição da área a ser atingida;II – programa básico de ocupação da área;III – programa de atendimento econômico e socialpara a população diretamente afetada pela ope-ração;IV – finalidades da operação;V – contrapartida a ser exigida dos proprietários,usuários permanentes e investidores privadosem função da utilização dos benefícios que nelaforem autorizados;VI – forma de controle da operação, obrigatoria-mente compartilhado com representação dasociedade civil.

§ 4º O Poder Executivo elaborará projeto urba-nístico específico e o plano da operação urbanaconsorciada para integrar o respectivo projetode lei específica, ficando autorizada a promoveras articulações e gestões necessárias junto aórgãos e entidades públicas, a moradores, usuá-rios permanentes, empreendedores imobiliáriose investidores privados para a efetiva realizaçãoda operação urbana consorciada.

§ 5º Concluídos os estudos necessários, abran-gendo o projeto urbanístico específico e o planoda operação urbana consorciada, o Poder Exe-cutivo providenciará a realização de estudo pré-vio de impacto de vizinhança e ouvirá os Conse-lhos Municipais de Política Urbana e de MeioAmbiente antes do encaminhamento do respec-tivo projeto de lei para a Câmara Municipal.

§ 6º Os recursos obtidos pelo Poder Público a títulode contrapartida exigida dos proprietários, usuáriospermanentes e investidores privados em funçãoda utilização dos benefícios autorizados na lei decriação de operação urbana consorciada serãoaplicados exclusivamente dentro do perímetro daprópria operação urbana consorciada.

§ 7º A lei específica que aprovar a operaçãourbana consorciada poderá autorizar a emissãopelo Poder Executivo de quantidade determinadade certificados de potencial adicional de cons-trução, que serão alienados em leilão ou utilizadosdiretamente no pagamento das obras neces-sárias à própria operação.

§ 8º Os certificados de potencial adicional deconstrução a que se refere o parágrafo anteriorserão livremente negociados, mas conversíveisem direito de construir unicamente na área objetoda operação.

§ 9º Apresentado pedido de licença para cons-truir, o certificado de potencial adicional será uti-lizado no pagamento da área de construção quesupere os padrões estabelecidos pela legislaçãode uso e ocupação do solo, até o limite fixadopela lei específica que aprovar a operação urba-na consorciada.

SEÇÃO VIIDA CONCESSÃO URBANÍSTICA

Art. 132. O Poder Executivo Municipal ficaautorizado a delegar, mediante licitação, a em-presa, isoladamente, ou a conjunto de empresas,em consórcio, a realização de obras de urbani-

zação ou de reurbanização de região da cida-de, especialmente daquela que seja objeto deopera-ção urbana consorciada, podendo abran-ger inclusive loteamento, reloteamento, demoli-ção, reconstrução e incorporação degrupamentos ou conjuntos de edificações paraimplementação de diretrizes desta lei do PlanoDiretor.

§ 1º A concessão a que se refere este artigo po-derá abranger também a elaboração dos respec-tivos projetos básico e executivo, o gerenciamentoe a execução das obras de urbanização ou dereurbanização objeto da concessão urbanística.

§ 2º A empresa concessionária obterá sua remu-neração mediante exploração, por sua conta erisco, dos terrenos e edificações destinados ausos privados que resultarem da urbanizaçãoou da reurbanização realizada, da renda prove-niente da cobrança de contribuição de melhoria,da renda derivada da exploração de espaçospúblicos e de outras alternativas conexas, nostermos que forem fixados no respectivo editalde licitação e contrato de concessão urbanística.

§ 3º A empresa concessionária ficará respon-sável pelo pagamento, por sua conta e risco,das indenizações devidas em decorrência dasdesapropriações necessárias e pela aquisiçãodos imóveis que forem necessários à realizaçãodas obras concedidas.

§ 4º Á empresa ou ao consórcio concessionáriopoderá ser autorizado pelo Poder Executivo aexercer em nome deste o direito de preempção,nos termos que forem fixados no edital de lici-tação, para aquisição de imóvel destinado a usourbano; ou a receber também em nome deste,os imóveis que forem doados à Municipalidade,por seus proprietários, para viabilização finan-ceira do seu aproveitamento, nos termos do arti-go 46 da Lei n.º 10.257, de 10 de julho de 2.001.

§ 5º A concessão urbanística a que se refereeste artigo reger-se-á pelas disposições da legis-lação nacional que contenha as normas geraissobre contratos administrativos de concessão,atualmente, a Lei Federal nº 8.987, de 13 de fe-vereiro de 1995, com as modificações que lheforam introduzidas posteriormente.

SEÇÃO VIIIDOS INSTRUMENTOS DE REGULARIZAÇÃOFUNDIÁRIA

Art. 133. O Poder Executivo, com base nas atri-buições previstas na legislação nacional e muni-cipal, promoverá, direta ou indiretamente, a melho-ria dos assentamentos precários consolidados,de assentamentos informais, loteamentos irregu-lares, favelas e cortiços, com ocupação existen-te, mediante, onde couber, a execução de suareurbanização, reforma ou implantação ou me-lhoria de sua infra-estrutura urbana capaz depropiciar moradia digna aos seus moradores,abrangendo sua regularização urbanística,ambiental e fundiária por meio da utilização deinstrumentos urbanísticos próprios, tais como,dentre outros:I – a regularização urbanística, ambiental e fun-diária das Áreas Especiais de Interesse Social,criadas nesta lei, através de Planos de Urbani-zação conforme previsto no Artigo 108;II – concessão do direito real de uso, individualou coletiva, de acordo com o Decreto-lei 271 de20 de fevereiro de 1967 e os artigos 4º, § 2º, e48 do Estatuto da Cidade (Lei nacional nº 10.257,de 10 de julho de 2001);III – concessão de uso especial para fins demoradia nos termos da Medida Provisória nº2.220 de 04 de setembro de 2001;

IV – usucapião especial coletivo de imóvel urba-no nos termos do art. 10 da Lei nº 10.257, de 10de julho de 2001;V – direito de preempção;VI – assistência técnica urbanística, jurídica esocial gratuita para as comunidades e grupossociais menos favorecidos.

Art. 134. O Poder Executivo deverá articular osdiversos agentes envolvidos no processo de reur-banização e regularização dos assentamentosprecários, como representantes do Ministério Pú-blico, do Poder Judiciário, dos Tabelionatos e Car-tórios de Registro de Imóveis, dos Governos Fe-deral e Estadual, bem como dos grupos sociaisenvolvidos visando equacionar e agilizar os pro-cessos de regularização urbanística e fundiáriacom base na legislação nacional em vigor;

Art. 135. Cabe ao Poder Executivo prestar as-sessoria técnica, urbanística, jurídica e socialgratuita à população, indivíduos, entidades, gru-pos comunitários em assentamentos precáriose movimentos na área de habitação de interessesocial, buscando promover a inclusão social,jurídica, ambiental e urbanística da populaçãode baixa renda à cidade, a garantia da moradiadigna, particularmente nas ações visando à regu-larização fundiária e qualificação dos assenta-mentos existentes.

SUBSEÇÃO IDA CONCESSÃO DE USO ESPECIAL DEIMÓVEL PÚBLICO PARA FINS DE MORADIA

Art. 136. O Poder Executivo concederá o usoespecial de imóvel público, relativamente ao bemobjeto da posse, que esteja sendo utilizado uni-camente para finalidade de moradia, por famíliade baixa renda que até 30 de junho de 2001, re-sidia em área urbana de até duzentos e cinqüen-ta metros quadrados, por cinco anos, ininter-ruptamente e sem oposição, desde que não sejaproprietário ou concessionário de outro imóvelurbano ou rural, de acordo com os artigos 1º e2º da Medida Provisória 2220, de 04 de setembrode 2001.

§ 1º Fica assegurado o exercício do direito deconcessão de uso especial para fim de moradia,individual ou coletivamente, em local diferentedaquele que gerou esse direito, na hipótese dea moradia estar localizada em área de risco àvida ou à saúde de pessoas cuja condição nãopossa ser equacionada e resolvida por obras eoutras intervenções.

§ 2º Fica assegurado o exercício do direito deconcessão de uso especial para fins de moradia,individual ou coletivamente, em local diferentedaquele que gerou esse direito, também nasseguintes hipóteses:I – ser área de uso comum do povo com outrasdestinações prioritárias de interesse publico,definidas em legislação decorrente deste PlanoDiretor;II – ser área onde haja necessidade de desa-densamento por motivo de projeto e obra de urba-nização;III – ser área de comprovado interesse da defesanacional, da preservação ambiental e da prote-ção dos ecossistemas naturais;IV – ser área reservada à construção de obrasde relevante interesse público.

§ 3º A concessão de uso especial para fins demoradia poderá ser solicitada de forma individualou coletiva.

§ 4o Serão respeitadas, quando de interesse dacomunidade, as atividades econômicas locaispromovidas pelo próprio morador, vinculadas à

Page 21: Plano Diretor _rio Das Ostras

2121 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 200632

moradia, como pequenas atividades comerciais,indústria doméstica, artesanato, oficinas de ser-viços e outros similares.

§ 5o Extinta a concessão de uso especial parafins de moradia por motivo de descumprimentode sua finalidade, o Poder Executivo recuperaráa posse e o domínio pleno sobre o imóvel.

§ 6o O Poder Executivo deverá elaborar um Planode Urbanização para a área objeto da conces-são, promovendo as obras necessárias de infra-estrutura básica e outras melhorias para as-segurar moradia digna aos respectivos con-cessionários.

SEÇÃO IXDO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO

Art. 137. O Poder Executivo poderá receber portransferência, imóveis que, a requerimento dosseus proprietários, lhe sejam oferecido comoforma de viabilização financeira do melhoraproveitamento do imóvel.

§ 1º O Poder Executivo poderá promover o apro-veitamento do imóvel que receber por transfe-rência nos termos deste artigo, direta ou indireta-mente, mediante concessão urbanística ou outraforma de contratação.

§ 2º O proprietário que transferir seu imóvel parao Município nos termos deste artigo receberá,como pagamento, unidades imobiliárias devida-mente urbanizadas ou edificadas.

§ 3º O valore das unidades imobiliárias a serementregues aos proprietários será corresponden-te ao valor do imóvel antes da execução das obras.

§ 4º O valor real desta indenização deverá:I – refletir o valor da base de cálculo do ImpostoPredial e Territorial Urbano, descontado o mon-tante incorporado em função das obras reali-zadas, direta ou indiretamente, pelo PoderPúblico, na área onde o mesmo se localiza;II – excluir do seu cálculo expectativas de ganhos,lucros cessantes e juros compensatórios.

§ 5º O disposto neste artigo aplica-se tanto aosimóveis sujeitos à obrigação legal de parcelar,edificar ou utilizar nos termos desta lei, quantoàqueles por ela não abrangidos, mas neces-sários à realização de intervenções urbanísticasprevistas nesta lei.

SEÇÃO XDO DIREITO DE SUPERFÍCIE

Art. 138. O Município poderá receber em conces-são, diretamente ou por meio de seus órgãos,empresas ou autarquias, o direito de superfície,nos termos da legislação em vigor, para viabilizara implementação de diretrizes constantes destalei, inclusive mediante a utilização do espaçoaéreo e subterrâneo.

Parágrafo único. Este instrumento poderá serutilizado onerosamente pelo Município tambémem imóveis integrantes dos bens dominiais dopatrimônio público, destinados à implementaçãodas diretrizes desta lei.

SEÇÃO XIDOS ESTUDOS E RELATÓRIOS DE IMPACTOAMBIENTAL E DE VIZINHANÇA

Art. 139. A localização, construção, instalação,ampliação, modificação e operação de empre-endimentos e atividades, utilizadores de recursosambientais, considerados efetiva ou potencial-mente poluidores, bem como os empreendimen-

tos e atividades capazes, sob qualquer forma,de causar significativa degradação ambientaldependerão de prévio licenciamento ambientaldo Poder Executivo Municipal, nos termos dalegislação nacional e municipal pertinente, semprejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.

§ 1º A licença ambiental para empreendimentosou atividades consideradas efetiva ou potencial-mente causadoras de significativa degradaçãodo meio, será emitida somente após a avaliaçãodo prévio Estudo de Impacto Ambiental erespectivo Relatório de Impacto sobre o MeioAmbiente (EIA/RIMA).

§ 2º Para os empreendimentos ou atividades cujosimpactos ambientais, efetivos ou potenciais, tenhamcaráter menos abrangente, o Poder Executivo Mu-nicipal disporá sobre os procedimentos e critériospara o licenciamento ambiental com observância dalegislação nacional e municipal, definindo:I – os empreendimentos e atividades, públicos eprivados, referidos neste parágrafo;II – os estudos ambientais pertinentes;III – os procedimentos licenciamento urbanísticoe ambiental.

§ 3º O estudo a ser apresentado para a solicita-ção da licença ambiental deverá contemplar, en-tre outros, os seguintes itens:I – diagnóstico ambiental da área;II – descrição da ação proposta e suas alter-nativas;III – identificação, análise e previsão dos impactossignificativos, positivos e negativos;IV – definição das medidas mitigadoras dos im-pactos negativos, bem como daquelas intensi-ficadoras dos impactos positivos.

§ 4º Até a aprovação de lei que defina os em-preendimentos e atividades sujeitas ao licen-ciamento ambiental, bem como os procedimentose critérios aplicáveis, o Poder Executivo, atravésdo órgão local ambiental competente aplicará asResoluções nº 001, de 23 de janeiro de 1986, e237, de 22 de dezembro de 1997, do ConselhoNacional do Meio Ambiente, considerando espe-cialmente o disposto no art. 6º desta última.

§ 5º Para o licenciamento ambiental serão anali-sados simultaneamente os aspectos urbanísticosimplicados com base nesta e em outras leis muni-cipais de modo que o ato administrativo decor-rente seja único, produzindo igualmente todosos efeitos jurídicos urbanísticos e ambientais.

Art. 140. Quando o impacto ambiental previstocorresponder, basicamente, a alterações dascaracterísticas urbanas do entorno, os empre-endimentos ou atividades estarão sujeitos àavaliação do Estudo de Impacto de Vizinhança eseu respectivo Relatório de Impacto de Vizi-nhança (EIV/RIV), por parte do Poder Executivo,previamente à emissão das licenças ou alvarásde construção, reforma ou funcionamento, nostermos da legislação municipal.

§ 1° O Estudo de Impacto de Vizinhança e o res-pectivo Relatório de Impacto de Vizinhança serãoexigidos para aprovação e implantação de em-preendimentos, assim considerados os que pos-sam causar:I – aglomeração de um grande número de pes-soas ou elevado adensamento populacional, taiscomo, dentre outros, shopping centers, igrejas,boates, ginásios ou estádios esportivos, esimilares;II – intensificação do tráfego de veículos auto-motores em grande quantidade;III – sobrecarga da infra-estrutura urbana;IV – sombreamento de imóveis ou edificaçõesvizinhas;

V – poluição sonora;VI – impactos negativos sobre estabelecimen-tos menores já instalados;VII – modificações significativas da paisagem;VIII – outras situações que forem definidas emlei municipal.

§ 2° O Estudo de Impacto de Vizinhança referidono “caput” deste artigo, deverá contemplar ospossíveis efeitos positivos e negativos doempreendimento ou atividade quanto à qualidadede vida da população residente na área e emsuas proximidades, bem como a especificaçãodas providências necessárias para prevenir,evitar, mitigar, compensar ou superar seus efei-tos prejudiciais, incluindo a análise, dentre ou-tras, no mínimo, das seguintes questões:a) adensamento populacional;b) equipamentos urbanos e comunitários;c) uso e ocupação do solo;d) valorização imobiliária;e) geração de tráfego e demanda por transportepúblico;f) ventilação e iluminação;g) paisagem urbana e patrimônio natural ecultural;h) definição das medidas mitigadoras dos im-pactos negativos, bem como daquelas intensi-ficadoras dos impactos positivos.

§ 3º Os empreendimentos sujeitos ao Estudo deImpacto Ambiental e respectivo Relatório de Im-pacto sobre o Meio Ambiente deverão contemplartambém os aspectos exigidos no parágrafo se-gundo deste artigo para dispensa do Estudo deImpacto de Vizinhança e seu respectivo Relatóriode Impacto de Vizinhança.

§ 4º A elaboração do Estudo de Impacto de Vi-zinhança e seu respectivo Relatório de Impactode Vizinhança (EIV/RIV) não substitui a elabo-ração do Estudo de Impacto Ambiental e respec-tivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente(EIA/ RIMA), quando este último for necessário,mas este deverá contemplar todos os aspectosexigíveis para aquele.

Art. 141. o Poder Executivo, com base na análisedos estudos ambientais apresentados, poderáexigir do empreendedor, a execução, às suasexpensas, das medidas adequadas para evitarou, quando for o caso, superar os efeitos preju-diciais do empreendimento, bem como aquelasatenuadoras e compensatórias relativas aos im-pactos decorrentes da implantação da atividade.

Art. 142. O Poder Executivo colocará à dispo-sição da população em meio eletrônico pelo prazomínimo de 30 dias e dará publicidade na imprensaoficial, em resumo, aos documentos integrantesdos estudos e respectivos relatórios urbanísti-cos e ambientais previstos nesta lei, os quaisdeverão ficar à disposição da população paraconsulta, por qualquer interessado, no órgãomunicipal competente.

§ 1º Cópia do Relatório de Impacto de Vizinhança– RIV será fornecida gratuitamente quandosolicitada pelos moradores da área afetada ousuas associações.

§ 2º O órgão público responsável pelo examedos Relatórios de Impacto Ambiental – RIMA e deVizinhança – RIV deverá realizar audiência pú-blica, antes da decisão sobre o projeto, sempreque sugerida, na forma da lei, pelos moradoresda área afetada ou por suas associações.

TÍTULO IVDA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE

CAPÍTULO I

Page 22: Plano Diretor _rio Das Ostras

2222 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 31

DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO URBANOArt. 143. A elaboração, a revisão, o aperfei-çoamento, a implementação e o acompanha-mento do Plano Diretor e de planos, programas eprojetos setoriais, regionais, locais e específicosserão efetuados mediante processo de pla-nejamento, implementação e controle social, decaráter permanente, descentralizado e parti-cipativo, como parte do modo de gestão demo-crática para a concretização das funções so-ciais da cidade.

Art. 144. Fica instituído o Sistema de Planeja-mento Municipal, a ser regulamentado por de-creto, observados os princípios do art. 163 daLei Orgânica Municipal ao qual serão integradoso Conselho Municipal de Política Urbana e oConselho de Desenvolvimento Rural Sustentável,com os seguintes objetivos:I – o fortalecimento da atuação do Poder Públicoem favor do interesse coletivo e a valorizaçãodas funções de planejamento, articulação e con-trole sobre os espaços destinados às atividadesurbanas e rurais;II – a integração dos agentes setoriais de plane-jamento e de execução da administração diretae indireta, assim como dos órgãos e entidadesestaduais e federais, quando necessário, paraaplicação das diretrizes e políticas públicasprevistas nesta lei;III – o acompanhamento e avaliação dos resul-tados da implementação deste Plano Diretor;IV – a criação e a atualização de um sistema deinformações georreferenciado sobre o territóriomunicipal, abrangendo, dentre outros, o cadastrode terras e infra-estrutura e dados gerais sobreo uso e ocupação do solo urbano e rural, inclu-sive, o cadastramento e o mapeamento das árease edifícios públicos, implantando e man-tendoatualizado o sistema único informatizado decadastro georreferenciado;V – a capacitação dos servidores públicos muni-cipais para atuação no sistema de planejamentomunicipal;VI – ampla divulgação dos dados e informações.

Art. 145. A Administração Municipal poderápromover entendimentos com municípios vizinhosde sua microrregião, podendo formular políticas,diretrizes e ações comuns que abranjam a tota-lidade ou parte do território municipal, baseadasnesta lei, destinadas à superação de problemasde interesse comuns, bem como firmar convê-nios ou consórcios públicos com este objetivo,sem prejuízo de igual articulação com o Governodo Estado do Rio de Janeiro para a integração,planejamento e organização de funções públicasde interesse comum.

Art. 146. Os planos, programas e projetos inte-grantes do processo de gestão democrática dacidade deverão ser compatíveis entre si e seguiras políticas de desenvolvimento econômico, so-cial, ambiental e urbano contidas nesta lei, bemcomo considerar os planos intermunicipais, mi-crorregionais ou de bacias hidrográficas, de cujaelaboração o Poder Público Municipal tenhaparticipado.

Parágrafo único. As leis municipais do planoplurianual, das diretrizes orçamentárias e doorçamento anual incorporarão e observarão asdiretrizes e prioridades estabelecidas nesta leinos termos do § 1º do art. 40 da Lei nº 10.257,de 10 de julho de 2001, e serão elaboradas medi-ante processo participativo em cumprimento dadiretriz de gestão democrática da cidade e degestão orçamentária participativa estabelecidano art. 44 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de2001, (Estatuto da Cidade).

CAPÍTULO II

DO SISTEMA MUNICIPAL DE INFORMAÇÕESArt. 147. O Poder Executivo manterá atualiza-do, permanentemente, o sistema municipal deinformações sociais, culturais, econômicas, fi-nanceiras, patrimoniais, administrativas, físico-territoriais, inclusive cartográficas e geológicas,ambientais, imobiliárias e outras de relevanteinteresse para o Município, progressivamentegeorreferenciadas em meio digital.

§ 1º O Poder Executivo dará ampla e periódicadivulgação dos dados do sistema municipal deinformações por meio de publicação anual,disponibilizada em meio eletrônico na internet,bem como facilitará seu acesso aos munícipespor outros meios possíveis.

§ 2º O sistema a que se refere este artigo deveatender aos princípios da simplificação,economicidade, eficácia, clareza, precisão esegurança, evitando-se a duplicação de meiose instrumentos para fins idênticos.

§ 3º O sistema municipal de informações terácadastro único, multiutilitário, que reuniráinformações de natureza imobiliária, tributária,judicial, patrimonial, ambiental e outras deinteresse para a gestão municipal, inclusivesobre planos, programas e projetos.

§ 4º O sistema municipal de informações deveráoferecer indicadores de qualidade dos serviçospúblicos, da infra-estrutura instalada e dos demaistemas pertinentes a serem anualmente aferidospublicados na imprensa oficial e divulgados pormeio eletrônico, na internet, a toda a população,em especial ao Conselho Municipal de PolíticaUrbana, às entidades representativas de partici-pação popular e às instâncias de participação erepresentação regional.

Art. 148. Os agentes públicos e privados, emespecial os concessionários de serviços públicosque desenvolvam atividades no municípiodeverão fornecer ao Executivo Municipal, no pra-zo que este fixar, todos os dados e informaçõesque forem considerados necessários ao sistemamunicipal de informações.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se também às pessoas jurídicas concessio-nárias, permissionárias ou autorizadas deserviços públicos federais ou estaduais, mesmoquando submetidas ao regime de direito privado.

Art. 149. O Executivo Municipal dará amplapublicidade a todos os documentos e infor-mações oficiais produzidos no processo de ela-boração, revisão, aperfeiçoamento e imple-mentação do Plano Diretor, de planos, programase projetos setoriais, regionais, locais e espe-cíficos, bem como no controle e fiscalização desua implementação, a fim de assegurar o conhe-cimento dos respectivos conteúdos à população,devendo ainda disponibilizá-las a qualquermunícipe que requisitá-la por petição simples.

Art. 150. O sistema municipal de informaçõesdeverá ser estruturado e apresentado publi-camente no prazo de 24 (vinte e quatro) meses,contados a partir da aprovação desta lei.

Art. 151. È assegurado, a qualquer interessado,o direito a ampla informação sobre os conteúdosde documentos, informações, estudos, planos,programas, projetos, processos e atos admi-nistrativos e contratos, ressalvadas as situa-ções em que o sigilo seja imprescindível à segu-rança da sociedade e do Estado nos termos daConstituição Federal.

CAPÍTULO III

DO SISTEMA DE DEFESA DA CIDADEArt. 152. O Poder Executivo manterá sistema dedefesa da cidade para coordenar as ações eatuar preventiva e imediatamente em caso deameaça ou dano às suas condições normais defuncionamento.

§ 1º O sistema de defesa da cidade será regu-lamentado por decreto e constituído por órgãospúblicos municipais, facultada a participação deórgãos ou entidades públicas federais ouestaduais e de entidades representativas desegmentos da comunidade local.

§ 2º O sistema municipal de defesa da cidadeelaborará um plano especial para situações deacidentes envolvendo o gasoduto existente naárea urbana, bem como para atuação em casode inundações.

§ 3º O sistema de defesa da cidade poderá contarcom um quadro de voluntários para o combate aincêndios, a prestação de socorro em caso decalamidade pública ou de defesa permanentedo meio ambiente.

Art. 153. A defesa da cidade será realizada,dentre outros, por meio de:I – o impedimento e a fiscalização da ocupaçãode áreas de risco — assim definidas em laudotécnico-científico, solicitado ou emitido pelo órgãocompetente; de áreas de domínio público, defaixas de terreno marginais de rios e lagoas,das vias públicas, das áreas de preservação ede proteção ambiental;II – a divulgação e a realização de campanhaspúblicas com a adoção de medidas preventivase de ações imediatas de defesa da cidade;III – a identificação e o cadastramento de áreasde risco;IV – a implantação de um programa amplo e desistema de educação ambiental de prevençãocontra o risco junto à população, em especialjunto à população de baixa renda;V – a cooperação da população na fiscalizaçãodo estado da infra-estrutura de serviços bá-sicos, dos despejos de resíduos sólidos, da des-carga de aterro e das ações de desmatamento.

Art. 154. Fica vedada a realização de obras deinfra-estrutura ou a prestação de serviçospúblicos em áreas ocupadas que sejam conside-radas de risco ou impróprias à ocupação humananos termos do inciso I do artigo anterior, salvoaquelas consideradas emergenciais e indis-pensáveis à segurança da população até suaremoção do local e aquelas necessárias para arecuperação da área.

Art. 155. Lei municipal de defesa da cidadeestabelecerá os limites das zonas de proteçãopara a instalação de aeródromos no Município,obedecendo às disposições legais aplicáveis,especialmente às normas integrantes desta lei.

Art. 156. Fica o Poder Executivo autorizado aadotar as medidas de polícia necessárias emdefesa da cidade sempre que circunstânciasexcepcionais implicarem risco para a continui-dade da prestação de serviços públicos.

CAPÍTULO IVDO PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO POPULAR

SEÇÃO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 157. A gestão democrática da cidade serárealizada, entre outros, por meio dos seguintesinstrumentos:I – órgãos da administração municipal, que serãoresponsáveis pelas informações e pelo suporte

Page 23: Plano Diretor _rio Das Ostras

2323 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 200630

técnico;II – planos, programas e projetos, gerais, setoriais,ou de bairros, orientadores das ações, interven-ções e operações urbanas;III – sistema municipal de informações;IV – participação popular, por meio de:a) conselhos municipais de política urbana;b) debates, audiências e consultas públicas;c) conferências ou assembléias municipais depolítica urbana;d) iniciativa popular de projeto de lei e de planos,programas e projetos de desenvolvimento urbano;e) referendo e plebiscito.

SEÇÃO IIDOS ÓRGÃOS DE PARTICIPAÇÃO POPULARNA POLÍTICA URBANA

Art. 158. As Assembléias ou ConferênciasMunicipais de Política Urbana ocorrerão a cadadois anos, convocadas pelo Poder Executivo oupor cidadãos em número equivalente a um porcento do número de eleitores do Município, eserão compostas por cidadãos, representantesde bairros e de segmentos organizados da socie-dade civil nos termos que forem estabelecidospor decreto ou em lei municipal.

Parágrafo único. Todos os munícipes poderãoparticipar das assembléias de política urbana.

Art. 159. A Assembléia ou Conferência Municipalde Política Urbana, entre outras funções, deverá:I – apreciar e propor os objetivos e as diretrizesda política urbana;II – debater os Relatórios de Gestão da PolíticaUrbana, apresentando críticas e sugestões;III – sugerir ao Poder Executivo adequações nasações estratégicas destinadas à implementaçãodos objetivos, diretrizes, planos, programas eprojetos;IV – sugerir propostas de alteração da lei do Pla-no Diretor a serem consideradas no momentode sua modificação ou revisão.

Art. 160. Fica instituído o Conselho Municipal dePolítica Urbana de Rio das Ostras, órgão consul-tivo e deliberativo, a ser regulamentado por de-creto e composto com representação paritáriado poder público e da sociedade civil.

Parágrafo único. O poder executivo deveráregulamentar a instituição do Conselho de PolíticaUrbana de Rio das Ostras a que se refere o “caput”deste artigo em prazo máximo de 03 meses apósa publicação desta lei.

Art. 161. Compete ao Conselho Municipal dePolítica Urbana de Rio das Ostras:I – debater e aprovar relatórios anuais de Gestãoda Política Urbana elaborados pelo PoderExecutivo;II – analisar e propor soluções para questõesrelativas à aplicação do Plano Diretor;III – debater e formular propostas de alteraçãoda lei do Plano Diretor;IV – acompanhar a implementação do PlanoDiretor e a execução dos planos, programas eprojetos de interesse para o desenvolvimentoeconômico, social, urbano e ambiental;V – acompanhar o planejamento e a implemen-tação da política de desenvolvimento urbano doMunicípio;VI – coordenar a ação dos demais Conselhossetoriais do Município, vinculados às políticasurbana e ambiental;VII – debater e propor diretrizes para áreas públi-cas municipais;IX – debater e formular propostas sobre projetosde lei de interesse urbanístico;X – dirimir as dúvidas que lhe forem formuladas peloPrefeito Municipal e aprovar resoluções com ori-

entações normativas para aplicação da legislaçãourbanística municipal com base nesta lei;XI – elaborar e aprovar o seu regimento interno.

SEÇÃO IIIDAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Art. 162. Serão promovidas, pelo Poder Executivo,as audiências públicas referentes a planos, pro-gramas, projetos, empreendimentos ou atividadespúblicas ou privadas, suscetíveis de gerar signi-ficativo impacto urbanístico ou ambiental.

§ 1º Todos os documentos relativos ao tema daaudiência pública, tais como estudos, plantas,planilhas e projetos, serão colocados à dispo-sição de qualquer interessado para exame eextração de cópias, inclusive por meio eletrônico,com antecedência mínima de cinco dias úteis darealização da respectiva audiência pública.

§ 2º As intervenções realizadas em audiênciapública serão registradas por escrito e gravadaspara acesso e divulgação públicos, e deverãoconstar no processo.

§ 3º O Poder Executivo regulamentará os pro-cedimentos para realização das audiências pú-blicas e os critérios de classificação do impactourbanístico ou ambiental.

SEÇÃO IVDO PLEBISCITO E DO REFERENDO

Art. 163. O plebiscito e o referendo serão convo-cados e realizados com base na legislação federalpertinente e nos termos da Lei Orgânica Municipal.

SEÇÃO VDA INICIATIVA POPULAR

Art. 164. A iniciativa popular de planos, progra-mas e projetos de desenvolvimento urbano po-derá ser tomada por, no mínimo, cinco por centodos eleitores do Município em caso de planos,programas e projetos de impacto estruturalsobre a cidade.

Art. 165. Qualquer proposta de iniciativa popularde planos, programas e projetos de desenvol-vimento urbano e ambiental deverá ser apreciadapelo Executivo em parecer técnico circunstan-ciado sobre o seu conteúdo e alcance, no prazode 120 (cento e vinte) dias a partir de sua apre-sentação.

§ 1º O prazo previsto no caput deste artigo poderáser prorrogado, desde que solicitado, com adevida justificativa.

§ 2º A proposta e o parecer técnico a que serefere este artigo deverão ser amplamentedivulgados para conhecimento público inclusiveem meio eletrônico através da internet.

Art. 166. A iniciativa popular de projetos de leipoderá ser apresentada com base na Lei Orgâ-nica Municipal e na legislação nacional aplicável,sendo os respectivos requerimentos de aprova-ção dirigidos diretamente à Câmara Municipal.

TÍTULO VDAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 167. Ficam estabelecidas as seguintesprioridades e prazos para execução e cumpri-mento pelo Poder Executivo:I – quanto à política urbana:a) instituir os sistemas de planejamento, de ges-tão democrática e de defesa da cidade de quetrata o Título IV deste Plano Diretor dentro doprazo de dois anos contados do início da vigência

desta lei;b) rever, atualizar e simplificar a legislação mu-nicipal de parcelamento, uso e ocupação do solo,o código de obras, a lei de zoneamento urbano,a lei de posturas municipais, compatibilizando-os com a divisão de bairros, e com as diretrizesestabelecidas nos Planos de Manejo das Unida-des de Conservação criadas pelo Município, ini-ciando-os dentro do prazo de 30 dias e conclu-indo-os dentro do prazo de um ano a partir dadata inicial de vigência desta lei;c) elaborar Plano de Circulação Viária e deTransportes com vistas à mobilidade urbana,atendendo às distintas necessidades da popu-lação, instituindo itinerários para o transportecoletivo, e promovendo completo estudo de trá-fego, incluindo o planejamento cicloviário paratoda a área urbana e da oferta de áreas paraestacionamento de usuários e de carga e des-carga de bens e mercadorias nas zonas comer-ciais, para ampliar a oferta destes espaços, noprazo de 06 (seis) meses após a publicaçãodesta lei;d) instituir planos de alinhamento, necessários àordenação da malha urbana, iniciando os res-pectivos estudos no prazo máximo de 06 (seis)meses após a publicação desta lei;e) promover o cadastramento completo das vias,formulando critérios para nomenclatura e nume-ração oficiais de imóveis, atendendo ao artigo44, inciso VII, no prazo máximo de até um ano,obedecendo a parâmetros técnicos, também como objetivo de implantação do sistema georrefe-renciado;f) mapear as áreas e edifícios públicos, implan-tando um cadastro específico no prazo máximode um ano atendendo aos objetivos da alíneaanterior, bem como prever em lei o plano de uti-lização das áreas públicas e dos próprios públi-cos de uso especial, bem como de uso permitidoou autorizado a terceiros;g) através de um plano de urbanização especí-fico, renovar e revitalizar as áreas comerciaistradicionais, pólos de comércio e serviços, crian-do condições para a relocação dos estabeleci-mentos existentes para locais mais apropriadosdentro do prazo de dois anos após a publicaçãodesta lei;h) promover uma adequada arborização da ci-dade com o aproveitamento de espécies nativas,iniciando o respectivo plantio em prazo de um ano;i) aprovar regulamentação própria para o Con-selho Municipal de Política Urbana de Rio dasOstras no prazo de 03 (três) meses, conformeartigo 160 desta Lei;j) mapear as áreas com existência de imóveisem dívida ativa, priorizando os recursos arreca-dados em execução fiscal para programas deregularização urbanística e fundiária, bem comopara aquisição de áreas de interesse ambiental,dentro do prazo de um ano;k) apresentar publicamente o sistema municipalde informações na forma do artigo 150 desta lei;l) elaborar, no prazo de 06 (seis) meses, progra-ma específico para regularização de loteamentosexistentes, buscando, quando for o caso, o res-sarcimento integral das despesas com urba-nização dos mesmos, através a execução judi-cial da garantia oferecida em lotes caucionadosao Município, ou por outros meios, observadasas diretrizes do artigo 34, IX e 35, XIV desta lei;m) promover as providências necessárias pararegularização das áreas de preservação perma-nente existente em lotes urbanos decorrentesde parcelamentos aprovados, registrados no re-gistro imobiliário e cadastrados pela Municipa-lidade, na forma do artigo 103, parágrafo único,iniciando as mesmas no prazo máximo de 03meses após a publicação desta lei;n) rever a legislação tributária municipal, apro-vando um novo Código Tributário Municipal ade-quado à legislação urbanística e ambiental

Page 24: Plano Diretor _rio Das Ostras

2424 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 29

devidamente revisada;o) implementar medidas de reforço das receitastributárias próprias, com a revisão da planta ge-nérica de valores a cada 02 (dois) anos, e pro-mover a atualização permanente do cadastroimobiliário aperfeiçoando a legislação e afiscalização tributária municipal, cujas medidasdeverão ser iniciadas no prazo de 06 (seis)meses da vigência desta lei.II – quanto à política ambiental:a) elaborar o Código Municipal do Meio Ambientecompreendendo a disciplina do saneamento am-biental e do licenciamento ambiental dentro doprazo máximo de um ano, observadas as dispo-sições desta lei;b) instituir as limitações administrativas referentesao zoneamento ambiental e costeiro de que tratamos artigos 69 e 70 no prazo de um ano;c) instituir o sistema de informações ambientaisnos termos desta lei dentro do prazo de um ano;d) efetivar a política municipal de saneamentoambiental no ambiente urbano e rural, tendo comoobjetos específicos o abastecimento de água, acoleta, tratamento e disposição adequada dosesgotos e resíduos sólidos, exceto o industrial,e concluir os projetos de macrodrenagem dasáreas urbana e de expansão urbana e rural,dentro do prazo de um ano;e) absorver a responsabilidade pela prestaçãode serviços de abastecimento de água e esgo-tamento sanitário até o ano de 2009;f) instituir programa específico para a preser-vação, melhoria e recuperação da qualidadeambiental das áreas ocupadas por populaçãode baixa renda dentro do prazo de 180 dias davigência desta lei;g) instituir o Fundo Municipal para o Meio Am-biente com recursos destinados ao financiamentode pesquisas e projetos de proteção ao meioambiente e desenvolvimento sustentável na re-gião no prazo de um ano;h) elaborar o Plano Diretor de Resíduos Sólidos,atendendo as diretrizes do artigo 19, no prazode um ano a partir da vigência desta Lei.III – quanto à política habitacional:a) aprovar o Plano Habitacional e desenvolver orespectivo projeto habitacional dentro do prazode um ano da vigência desta lei;b) iniciar programa de regularização urbanística efundiária em assentamentos precários e informaisnas Áreas de Especial Interesse, promovendogratuitamente, assistência técnica jurídica e deengenharia e arquitetura para as comunidades egrupos sociais menos favorecidos, no prazo de180 dias da publicação desta lei;c) iniciar no mesmo prazo da alínea anterior àurbanização das áreas ocupadas por populaçãode baixa renda em assentamentos precários einformais nas Áreas de Especial Interesse, do-tando-as de infra-estrutura básica e de serviçosde utilidade pública, zelando pela manutençãodos serviços e infra-estrutura instalada, e im-plantando nas referidas áreas programas demelhorias habitacionais e programas sociaispara atendimento destas populações;d) elaborar a legislação especial pertinente aoPlano Habitacional e respectivos projetos de quetrata a alínea “a” e “b” deste inciso no mesmoprazo fixado na referida alínea;IV – quanto à política de desenvolvimento eco-nômico:a) elaborar o Plano Diretor de DesenvolvimentoIntegrado do Turismo a ser aprovado dentro doprazo máximo de um ano;b) instituir programas específicos para aten-dimento do disposto no art. 53 desta lei;c) implantar cadastro de estabelecimentos queidentifique as atividades para subsídio às políticasde desenvolvimento econômico dentro do prazode 180 dias;d) implantar estruturas técnica, administrativa efinanceira para o cumprimento das diretrizes rela-

tivas ao desenvolvimento econômico susten-tável, especialmente quanto ao previsto no arti-go 51, inciso XI desta lei;e) instituir programas específicos, através daFundação Rio das Ostras de Cultura, paraatendimento ao disposto no art. 51, XII;V – quanto à política de desenvolvimento rural:a) elaborar, aprovar e implantar o Plano Municipalde Desenvolvimento Rural Sustentável dentro doprazo de um ano a partir da vigência desta lei;b) promover o zoneamento econômico-ecológicoda Área Rural, iniciando os respectivos estudosdentro do prazo máximo de 60 dias a partir davigência desta lei.

Parágrafo único. O Poder Executivo adequarásua estrutura administrativa e as competênciasde seus órgãos às normas, objetivos e diretrizesdesta lei dentro do prazo máximo de um ano,instituindo, paralelamente, um programa decapacitação dos servidores públicos, de caráterpermanente com o mesmo objetivo.

Art. 168. A área mínima do lote é fixada em 360metros quadrados na área urbana e em 450 ou800 metros quadrados na área de expansão ur-bana, de acordo com a zona em que se situem,conforme a Lei Municipal nº 919/2005 para par-celamento do solo para fins urbanos, até a publi-cação da nova legislação urbanística municipal aque se refere o artigo 167, I, b deste Plano Diretor.Parágrafo único. Ficam revogadas as dispo-sições da Lei 919/2005 no que conflitarem comeste Plano Diretor, especialmente quanto aoslimites da Área de Expansão Urbana, quanto aoslimites da Zona de Amortecimento, e dimensõesdos lotes para a formação de sítios de recreio, eem relação à área de expansão urbana dosnúcleos urbanos 01 (Rocha Leão) e 03 (Canta-galo), de que tratam os parágrafos 1º e 2º doartigo 86, e ainda no que concerne às ÁreasProtegidas, conforme o artigo 87 desta Lei.

Art. 169. O Poder Executivo, por seus órgãoscompetentes, com a colaboração do Poder Legis-lativo, procederá a pesquisas, estudos e levanta-

mentos, e adotará as medidas de ordem adminis-trativa, bem como jurídicas adequadas para defi-nir a questão dos limites territoriais do Municípiocom o município de Macaé.

Art. 170. O Poder Executivo providenciará aratificação de todos os elementos de represen-tações indicados nos mapas Anexos desta Lei,através de levantamentos físicos e determinaçãode marcos referenciados, para perfeita descri-ção de cada um deles, publicando os respectivosmapas e memoriais descritivos, na medida emque se ultimarem os respectivos levantamentos.

Art. 171. Fica vedada a construção de edifica-ções com mais de dois pavimentos nos lotescom testada para a orla marítima do Município,para os cursos d’água e lagoas existentes naárea urbana e de expansão urbana.

Art. 172. No que couber, as matérias relativas àpolítica de infra-estrutura e serviços de utilidadepública, enumeradas no art. 43 desta lei, serãodisciplinadas em regulamento próprio a ser edi-tado pelo Poder Executivo mediante decreto.

Art. 173. O Plano Diretor de Rio das Ostras seráobrigatoriamente revisto em 2016.

Art. 174. Esta lei entrará em vigor a partir de 60(sessenta) dias contados da data de sua publi-cação com eficácia plena e imediata, ressalvadasas disposições em contrário previstas nesta lei.

Parágrafo único. Na forma do artigo 100, I, n,da Lei Orgânica do Município, as medidas exe-cutórias deste Plano Diretor serão estabelecidasmediante Decreto do Poder Executivo.

Art. 175. Ficam revogadas as disposições emcontrário a partir da data inicial de vigência desta lei.

Gabinete do Prefeito,Rio das Ostras, 10 de outubro de 2006.

CARLOS AUGUSTO CARVALHO BALTHAZARPrefeito do Município de Rio das Ostras

Page 25: Plano Diretor _rio Das Ostras

2525 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 200628

Page 26: Plano Diretor _rio Das Ostras

2626 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 Rio das Ostras - Edição Especial de 10 de Outubro de 2006 27