plano decenal de educalçao de bom jardim ma. 2015 - 2025

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Plano Municipal de Educação 2015 - 2025 Bom Jardim – MA.

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1. 1 Plano Municipal de Educao 2015 - 2025 Bom Jardim MA. 2. 2 Prefeita Municipal: LIDIANE LEITE DA SILVA Secretria Municipal de Educao: ROSANNA DOS SANTOS PEREIRA Comisso Tcnica Adilson Pires Motta Arlindo Sousa Ribeiro Franciene Damacena Franco Ins de Jesus Meneses Feitosa Josiana Gama Sousa Laiane dos Santos Silva Marcela da Silva Maria Antonia do Nascimento Rocha Maria Leidinalva Veras Carvalho Avaliadoras Educacionais Ana Cssia Castelo Branco Avaliadora Supervisora MEC/SEDUC Patrcia Bruzaca Avaliadora Tcnica MEC/SEDUC 3. 3 Comisso Municipal de Educao responsvel pela Adequao do Plano Municipal de Educao de Bom Jardim pela Portaria N 001/2015 REPRESENTANTE DA SEMED: ADILSON PIRES MOTA REPRESENTANTE DA CMARA MUNICIPAL DE VEREADORES: MANOEL DA CONCEIO FERREIRA FILHO REPRESENTANTE DA PROCURADORIA DO MUNICPIO: TIBRIO MARIANO MARTINS FILHO REPRESENTANTE DO PODER EXECUTIVO: DAL ADLER SANTOS CASTRO REPRESENTANTE DO SINPROBEM: ELIZANGELA RODRIGUES DE CARVALHO REPRESENTANTE DO CONSELHO TUTELAR: LUCELIA SILVA DOS SANTOS REPRESENTANTE DO CONSELHO DO FUNDEB: TATIANA COSTA RABELO REPRESENTANTE DOS COORDENADORES PEDAGGICOS: LAIANE DOS SANTOS SILVA COORDENADORA PEDAGGICAS DA SEMED: MARIA ANTONIA DO NASCIMENTO ROCHA REPRESENTANTE DE PAIS DE ALUNOS: RENATA RODRIGUES DE OLIVEIRA REPRESENTANTES DE PROFESSORES: MARIA MARLENE DA SILVA COSTA REPRESENTANTE DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAO: FRANCIENE DAMACENA FRANCO 4. 4 SUMRIO APRESENTAO INTRODUO 8 1. IDENTIFICAO DO MUNICPIO 09 1.1. Histrico 09 1.2. Caracterizao Fsica 12 1.3. Caractersticas da Populao 13 1.4. Aspectos Culturais 16 2. ASPECTOS EDUCACIONAIS DIAGNSTICO E ACESSO EDUCAO 17 2.1. Indicadores de Qualidade 22 2.2. Profissionais da Educao da Rede Municipal 24 2.3. Despesas com Educao 26 3. REDUZINDO AS DESIGUALDADES SOCIAIS COM EDUCAO DE QUALIDADE 27 3.1. Justificativa 27 3.2. Princpios 29 4. EDUCAO INFANTIL 30 4.1. Panorama 30 4.2. Diretrizes 33 4.3. Metas e Estratgias 35 5. ENSINO FUNDAMENTAL 36 5.1. Panorama 36 5.2. Diretrizes 38 5.3. Metas e Estratgias 39 6. ENSINO MDIO E EDUCAO PROFISSIONALIZANTE 41 6.1 Panorama 41 5. 5 Metas e estratgias 41 7. EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS E IDOSOS EJAI 42 a. Panorama 42 b. Diretrizes 45 c. Metas e Estratgias 45 8. EDUCAO INDGENA 47 Metas e estratgias 48 9. EDUCAO INCLUSIVA 49 d. Panorama e Diretrizes 49 e. Metas e Estratgias 53 10 AES SOCIOEDUCATIVAS COMPLEMENTARES 54 Panorama 54 Programa Mais Educao 55 Programa Sade na Escola PSE 55 Pacto Nacional pela Educao na Idade Certa PNAIC 56 Programa Brasil Alfabetizado 56 Metas e Estratgias 58 11 GESTO DA EDUCAO E GESTO DEMOGRTICA 59 Metas e estratgias 59 12 FORMAO E VALORIZAO DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTRIO 59 Panorama 59 Metas e estratgias 60 13. PADRES BSICOS DE FUNCIONAMENTO DA EDUCAO 61 f. Panorama 61 g. Metas e Estratgias 62 6. 6 14. MONITORAMENTO E AVALIAO DO PLANO 62 15. CONSIDERAES FINAIS 64 REFERNCIAS 65 7. 7 APRESENTAO Os Planos de Educao so documentos, com fora de lei, que estabelecem metas para que a garantia do direito educao de qualidade avance no pas. Trata-se, pois, do principal instrumento da poltica pblica educacional. E para que os Planos de Educao estejam sintonizados com os desafios locais fundamental que em seu processo de elaborao seja contemplada a pluralidade de vozes e olhares sobre a educao. Afora a participao dos gestores e dirigentes de ensino essencial considerar a opinio da comunidade escolar, ou seja, professores, coordenadores, secretrios, estudantes, pais, mes e responsveis. Sob a coordenao da Secretaria Municipal de Educao e do Conselho Municipal de Educao, com representao dos diversos segmentos da comunidade educativa e da sociedade civil e em cumprimento ao estabelecido no Plano Nacional de Educao sobre a elaborao de planos decenais por parte dos sistemas de ensino, o municpio de Bom Jardim, estado do Maranho, realizou, a partir de reunies e consultas feitas a diretores escolares, professores, alunos e alguns familiares destes, um levantamento de informaes que resultaram na elaborao do presente PLANO DE EDUCAO DO MUNICIPIO DE BOM JARDIM. O processo foi desenvolvido de maneira sistemtica e resultou na elaborao do Plano Municipal de Educao (PME), contemplando diagnstico, metas e estratgias para todos os nveis e modalidades da educao, constituindo-se, principalmente, como documento norteador das aes educacionais do municpio, para o perodo de 2015 a 2025. Desta forma, o Plano Municipal de Educao da Prefeitura de Bom Jardim 2015 a 2025 apresenta-se dividido em quatro partes, a saber: Dedicou-se a primeira parte identificao do municpio, com suas caracterizaes fsicas, sociais, populacionais, culturais e educacionais; Na segunda, tratamos da fundamentao terica e metodolgica que orienta a elaborao do Plano Decenal de Educao; A terceira parte apresenta os diagnsticos, as metas e estratgias da educao, por nveis e modalidades de ensino; A quarta parte refere-se s propostas para o acompanhamento e avaliao do plano. 8. 8 INTRODUO A exigncia de um Plano Nacional de Educao foi instituda pela Constituio Federal de 1988, em seu artigo 214, dispondo que o referido Plano ter durao plurianual, objetivando articular e desenvolver o ensino em seus diversos nveis e, ainda, integrar as aes do poder pblico voltadas para erradicar o analfabetismo, universalizar o atendimento escolar, melhorar a qualidade do ensino, formar para o trabalho e promover humanstica, cientfica e tecnologicamente o pas. O Plano Nacional de Educao, em sntese, define as diretrizes para a gesto e o financiamento da educao, as diretrizes e metas para cada nvel e modalidade de ensino, e ainda, para a formao e valorizao do magistrio e demais profissionais da educao. O municpio de Bom Jardim, estado do Maranho, com base nestes objetivos, vem desenvolvendo aes no sentido de elevar a qualidade da educao oferecida populao local, que se traduzem em melhoria dos indicadores educacionais, principalmente o ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (IDEB). Contudo, embora os dados informem que o municpio vem adotando uma poltica educacional consistente, preciso reconhecer que o caminho em busca da qualidade longo e desafiador, tendo em vista a existncia de demandas ainda no superadas, principalmente no que diz respeito efetiva qualidade do ensino e s questes estruturantes. Sendo assim, integrar os esforos necessrios para a elevao da qualidade da educao da populao de Bom Jardim, em todos os nveis e modalidades de ensino que se encontram sob a responsabilidade do Municpio, constitui-se como principal objetivo deste Plano e faz-nos compreender que esses esforos perpassam por diversas dimenses, entre elas a poltica, a administrativa, a tcnica e a financeira, voltadas para atender aos padres bsicos de funcionamento das escolas, permitindo sociedade uma maior participao e um controle social mais efetivo das aes do poder pblico. Vale ressaltar que, embora a proposta seja de que todas as metas estejam realizadas at 2025, as aes aqui estabelecidas so demandas sociais, e ultrapassam interesses de partidos ou do Governo Municipal. Em outras palavras, o Plano Decenal de Educao configura-se como um plano do e para o municpio e no de e para um governo. 9. 9 1. IDENTIFICAO DO MUNICPIO 1.1. Histrico No incio de sua histria, essa regio hoje chamada Bom Jardim era pertencente a Mono, uma regio longnqua, onde s vinham caadores residentes em guas Boas que caavam, pescavam e retornavam. No entanto, o Sr. Jos Pedro Vasconcelos chegou disposto a ficar. Ele era originrio do Cear e residia em guas Boas. O primeiro contato que o primeiro morador teve com o lugar foi em 29 de fevereiro de 1959. Porm, a data oficial da fundao se deu com seu estabelecimento em 4 de outubro de 1959 data em que este se instalou com um agrupamento de 20 homens, retirantes nordestinos (do Cear e Piau). Segundo esses primeiros moradores, o local era uma verdadeira floresta, com mata fechada e a existncia de uma fauna e flora bastante diversificadas. O atual territrio do municpio de Bom Jardim foi habitado por populosas tribos indgenas, destacando-se os Guajajaras. Quando os pioneiros aqui chegaram encontraram essa populao j existente. Houve ameaas de perseguio por parte dos indgenas. Jos Pedro teve vrias vezes que fugir, temendo ser atacado , contudo, retornava. Em verdade estava produzindo o encontro entre dois mundos, entre duas culturas que se desconheciam e tinham, portanto, posturas distintas quanto convivncia recproca na rea: uns porque nela viviam ao logo do tempo, outros porque nela visavam realizar sonhos impossveis em seus locais de origem, como, por exemplo, ter um lugar, um pedao de terra para produzir e retirar sua subsistncia. Com a chegada de outras famlias, imigrantes nordestinos, o local passou a ser denominado centro do Z Pedro, em virtude da liderana do pioneiro, que a exercia estimulando a que os demais atuassem na regio como um grupo e no disperso como sugere uma ocupao de terras devolutas. O local se tornou um pequeno povoado sob a administrao de Mono, cujo prefeito era o senhor Antonilson. O povoado Bom Jardim cresceu rapidamente devido s constantes migraes de lavradores que ali andavam atrs das matas destruindo-as para a construo de lavouras temporrias. Bom Jardim foi o maior produtor de arroz na regio, um verdadeiro garimpo atraindo assim imigrantes oriundos do Cear, Piau e de outras regies (fugitivos da seca) e do prprio Maranho. Em 1960, um certo nmero de pessoas da comunidade, entre elas, Z Pedro, sua esposa dona Maria, Valdivino (pai de Carmelita), Dona Neusa e outros, estavam no Barraco do prprio Z Pedro reunidos para discutir sobre a mudana do nome do povoado. E por apresentar grandes quantidades de pau darco e cedro com suas flores passaram a chamar o 10. 10 lugar de Belo Jardim. Posteriormente, em razo de o lugar apresentar clima aprazvel, solo frtil e variadas qualidades de frutas nativas, tais como tuturub, bacuri, coroat, cacau, manga, etc, o nome do povoado passou a ser definitivamente Bom Jardim. O lugar era bom e parecia um jardim. O Sr. Jos Pedro Vasconcelos tido como primeiro administrador do povoado. Isso se deu em funo de que todos quantos ali chegavam, o procuravam para solicitar-lhe um local para construrem suas residncias. Era ele quem determinava a abertura das ruas, designando os locais para as construes de casas, motivo pelo qual foi se tornando o chefe administrativo do lugar. As cidades de Santa Ins, Pindar-Mirim e Mono tiveram um papel importante no processo de desenvolvimento da regio, pois era nesses municpios em que se realizavam as transaes comerciais. Nos anos 60 Bom Jardim continuou crescendo em ritmo acelerado em face do aumento do nmero de residncias e prdios comerciais, alguns construdos em forma de barracas ou edificaes improvisadas, cujos donos eram imigrantes de outros estados e de outras regies maranhenses. No ano 1962, Bom Jardim, j na categoria de Distrito do municpio de Mono, ganhava seus primeiros lderes polticos, os vereadores Maneco Souza, Pinto e Valdivino Amorim. O primeiro grande salto no desenvolvimento do povoado se deu com a chegada da Superintendncia de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). Dois anos aps sua fundao. o principal objetivo da SUDENE era, pois, promover o desenvolvimento harmnico de uma regio estagnada e reduzir o grande fosso que a separava dos centros dinmicos nacionais. Eliminando a causa desse desequilbrio, houve da SUDENE uma concentrao dos investimentos dos projetos voltados para o fortalecimento da infraestrutura econmica com vista elevao da oferta de servios de transportes, energia, escola e saneamento bsico. A regio era estagnada devido ausncia de infraestrutura como estradas, eletrificao, escolas, hospitais e etc. sendo isso um fator de subdesenvolvimento. No entanto, a referida regio apresentava uma grande produo agrcola, da o sentido de ser chamado como um verdadeiro garimpo agrcola, que por longas dcadas produziu arroz em grande escala para a exportao. Data desta poca a construo do aeroporto que foi um fator importante no desenvolvimento local, facilitando o transporte para outras 11. 11 localidades distantes, pois neste perodo a ento BR 22, atual BR 316, era apenas uma estrada vicinal que chegava a ficar interditada no inverno. A SUDENE construiu tambm uma unidade de assistncia mdica; uma escola prxima ao aeroporto, a extinta Escola Estadual Unidade Integrada Bom Jardim, que os bonjardinenses chamavam de Colgio da Sudene ; e ainda elaborou programas e projetos estratgicos para o desenvolvimento da regio. No perodo de trs anos aps o estabelecimento da SUDENE, houve uma acelerao no crescimento populacional. A populao de Bom Jardim ultrapassou a da sede, Mono, razo pela qual a localidade foi elevada categoria de distrito do municpio de Mono. Alm da SUDENE, houve tambm o projeto RONDON, que atravs de estagirios de universidades, fazia pesquisas no povoado Bom Jardim, desenvolvendo projetos especficos da rea de sade, particularmente no combate malria, inclusive com a distribuio de remdios para a populao alcanada. Por indecises polticas a SUDENE mudou suas instalaes para o municpio de Z Doca, em 1964. Neste mesmo ano, teve incio a campanha para governador do Estado, cujas eleies foram realizadas no ano seguinte e o candidato de oposio, Jos Sarney, contou com o apoio de um grupo de comerciantes que pleiteava a emancipao do distrito de Bom Jardim. No ano de 1966, assumiria a liderana poltica de Bom Jardim, o Sr. Gildsio Ferreira Brabo, que foi determinado na poca por Jos Sarney como representante do povoado Bom Jardim na esfera Estadual, tendo frente das negociaes polticas Joo Batista Feitosa e como suplentes de vereador, Bernardo Carvalho e Jos Alves de Souza. Neste mesmo ano, o Deputado Estadual Newton Serra entrou com o projeto de emancipao de Bom Jardim na Assembleia Legislativa do Estado. Com a promulgao da Lei n 2735, de 30 de dezembro de 1966, sete anos aps sua fundao, o povoado Bom Jardim passou categoria de cidade. Em 14 de maro do referido ano, foi realizada sua instalao pblica. A partir desta data, Bom Jardim adquiriu sua autonomia poltica, ganhando com isso mais recursos. Bom Jardim foi emancipado com 750 eleitores (segundo Batista Feitosa). Foi com a coordenao de Jos Sarney que Joo Batista Feitosa assumiu o cargo de Interventor por dois anos; tudo isto, com o compromisso de coordenar e financiar toda a campanha da candidatura a Prefeito de Gildsio Ferreira Brabo. Na administrao do interventor Joo Batista Feitosa foram implantadas as bases poltico-administrativas do municpio. Foi instalada a primeira Coletoria Estadual; comprado o prdio da Prefeitura Municipal e iniciada a construo do Colgio Governador Jos Sarney. 12. 12 Aps o mandato do interventor, iniciou-se o processo de eleies diretas e os mandatrios foram seguintes1 , at hoje: 1 MANDATO (1969-1972) Gildsio Ferreira Brabo 2 MANDATO (1973-1976) Adroaldo Alves Matos 3 MANDATO (1977-1982) Miguel Alves Meireles 4 MANDATO (1983-1988) Adroaldo Alves Matos 5 MANDATO (1989-1992) Antonio Soares Pedrosa 6 MANDATO (1993-1996) Carlos Celso Ribeiro Vieira 7 MANDATO (1997-2000) Manoel Ldio Alves Matos 8 MANDATO (2001-2004) Manoel Ldio Alves Matos 9 MANDATO (2005-2008) Antonio Roque Portela 10 MANDATO (2009-2012) Antonio Roque Portela 11 MANDATO (2013-2016) Lidiane Leite de Arajo 1.2. Caracterizao Fsica Com uma populao de 40.134 habitantes, o municpio de Bom Jardim est localizado na mesorregio Oeste do Maranho, na microrregio do Vale do Pindar. Localiza-se em rea pertencente Amaznia Legal e tem como coordenadas de latitude 4, 44 min. 30 seg, de longitude 44, 21 min. 00 seg. e de Altitude 40,689m. Localizando-se na microrregio do Vale do Pindar, faz limites com os municpios de Mono, Aailndia, Tufilndia, Pindar Mirim, So Joo do Caru, Newton Belo, Alto Alegre do Pindar, Buriticupu, Bom Jesus das Selvas, Centro Novo do Maranho e Itinga do Maranho. O municpio tem 6.590,48 km de rea territorial sendo, o 7 maior do estado em extenso. A rea urbana corresponde a 113 km e detm 35% da populao total, sendo que 65% da populao se concentra na zona rural. A densidade demogrfica do municpio de 5,93 habitantes por km . A distncia de Bom Jardim a So Lus de 275 km. Os principais rios que formam a hidrografia do municpio so: rio Pindar, Caru, rio Azul ou Poranguet, rio Ubim (os dois ltimos so afluentes do rio Pindar). Existem 1 Fonte: MOTTA, Adilson. Radiografia de uma cidade brasileira. 2012. 13. 13 tambm os igaraps gua Preta, Limoeiro, Crumau, Arvoredo, Galego e Turizinho. A temperatura mdia (na regio que compreende a rea geogrfica de Bom Jardim) de 30 e o clima quente e mido como o da Amaznia Equatorial. O ndice de chuvas de 2000 a 2200 mm anuais e o perodo chuvoso vai de janeiro a junho. A vegetao ou plantas nativas do municpio formada de cocais e matas (rvores grossas e de capoeira). As madeiras nativas no municpio so: pau-darco, maaranduba, pequi, jatob, mirindiba e cedros, ressaltando tambm os capins Jaragu e canarana. 1.3. Caractersticas da Populao No se verifica o predomnio populacional de nenhuma etnia, mas uma grande comunidade indgena de etnia Guajajaras tem suas terras na rea do municpio. Todas as Terras Indgenas habitadas pelos Guajajaras esto situadas no Maranho, nas regies dos rios Pindar, Graja, Mearim e Zutiua. Dentre as Terras Indgenas atuais, homologadas e registradas, encontram-se no municpio de Bom Jardim as T.I. do Caru e do Rio Pindar. Quanto religio no municpio de Bom Jardim, a comunidade catlica apresenta-se em maior nmero com 30.010 devotos. Na religio evanglica a quantidade informada de 6.216 fiis. A religio esprita apresenta o menor percentual com 11% de seguidores. Entre 2000 e 2010, a populao de Bom Jardim cresceu a uma taxa mdia anual de 1,25%, enquanto que no Brasil foi de 1,01%, no mesmo perodo. Nesta dcada, a taxa de urbanizao do municpio passou de 35,17% para 41,96%. (http://www.atlasbrasil.org.br/2013). Conforme o Censo 2010, atualizado por estimativa em 2014, a populao residente de homens representa 20.539, enquanto que a populao feminina de 19.866 habitantes mostrando que em Bom Jardim, existem mais homens do que mulheres. Sendo a populao composta de 49.17% de mulheres e 50.83% de homens. A tabela abaixo apresenta dados referentes populao residente por grupo de idade, em 2014. Tabela 1 Dados da Populao Residente Faixa Etria Populao 0 a 4 anos 3779 5 a 9 anos 4789 14. 14 10 a 14 anos 5105 15 a 19 anos 4269 20 a 24 anos 3677 25 a 29 anos 3394 30 a 34 anos 2863 35 a 39 anos 2139 40 a 44 anos 2011 45 a 49 anos 1712 50 a 54 anos 1521 55 a 59 anos 1396 60 a 64 anos 1211 65 a 69 anos 904 70 a 74 anos 723 75 a 79 anos 418 80 a 89 anos 392 90 a 99 anos 96 Mais de 100 anos 6 Fonte: IBGE, 2014 Os dados apontam para uma populao de 13.673 crianas e adolescentes com idade entre 0 e 14 anos, que corresponde a 33,83% do total de habitantes do municpio, representando uma demanda efetiva por Educao Bsica, em todos os nveis e modalidades de ensino. Ainda segundo o IBGE (dados estimados para 2014 com base no Censo de 2010), o nmero de pessoas analfabetas funcionais muito elevado, chegando a 7.772 pessoas entre jovens, adultos e idosos, o que representa 19,23% deste grupo exigindo que o municpio adote medidas para assegurar a oferta de Educao de Jovens e Adultos e Idosos EJAI, atendendo tanto s pessoas que no tiveram acesso escola como aquelas que, embora a tenham frequentado em algum momento da vida, no deram continuidade aos estudos, por falta de oportunidades. 15. 15 As estatsticas apresentadas pelo IBGE do conta de que Bom Jardim tem cerca de 9.610 domiclios, a maioria na Zona Rural (5.493), onde mora uma populao com baixos indicadores sociais, a saber: apenas 6.284 domiclios so atendidos pela rede pblica de gua canalizada ou por poos artesianos; a coleta de lixo em caambas abertas alcana 3.192 domiclios, o que corresponde a pouco mais de 33%; no se consegue precisar quantos domiclios ainda esto sem energia eltrica, uma vez que boa parte da zona rural formada por terras indgenas e nelas h muita dificuldade de se levantar tais dados; e quanto ao saneamento bsico, no h rede de esgoto sanitrio no municpio. A maioria dos domiclios tem fossas rudimentares (5.219 domiclios), outra parte utiliza-se de valas para eliminar seus dejetos (1.952 domiclios) e apenas 5% dos domiclios utilizam-se de fossas spticas. O ndice de Desenvolvimento Humano representa uma medida do desenvolvimento, que mede a qualidade de vida atravs da avaliao do rendimento, educao e longevidade, sendo o mais adequado para avaliar as condies de pases, regies ou ncleos sociais menores. De 1991 a 2010, o IDHM do municpio passou de 0,237, em 1991, para 0,538, em 2010, enquanto o IDHM da Unidade Federativa (UF) passou de 0,493 para 0,727. Isso implica em uma taxa de crescimento de 127,00% para o municpio e 47% para o Brasil. (ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, 2015). Levando-se em considerao a renda auferida pela populao economicamente ativa do municpio, percebe-se que a ampla maioria das famlias bonjardinenses vive com renda muito baixa, conforme mostra a tabela seguinte, dependendo quase que exclusivamente de repasses dos programas sociais do Governo Federal como o Bolsa Famlia. Tabela 2 Faixa de Renda por Domiclio Faixa de Renda Nmero de Famlias Sem Renda 1.097 At salrio mnimo 1.777 De a 1 salrio mnimo 1.893 Entre1 e 2 salrios mnimos 2.925 Entre 2 a 5 salrios mnimos 1.577 Entre 5 e 10 salrios mnimos 194 Entre 10 e 20 salrios mnimos 115 Mais de 20 salrios mnimos 32 16. 16 Fonte: IBGE, 2010 Os dados da tabela 2 mostram que a populao dependente corresponde grande maioria, o que explica a necessidade de polticas pblicas sociais de alto valor agregado, a exemplo da educao, sade, assistncia social e lazer. 1.4. Aspectos Culturais O municpio de Bom Jardim apresenta em seus aspectos culturais uma diversidade composta de manifestaes da cultura nacional e traos regionais que pintam o dia-a-dia nas datas festivas e comemorativas. Entre os aspectos culturais encontram-se as manifestaes Folclricas dana do coco, da mangaba, de quadrilha, o bumba-meu-boi e outras. representado tambm o tradicional casamento na roa nas festas Juninas (ms de junho) que tambm um marco na cultura local. O municpio em sua bagagem cultural apresenta tambm a Dana Indgena que apresentada nos perodos juninos. O Carnaval que brincado com Blocos e Folies. H ainda, o Festival do Peixe. Como a pecuria predominante na economia bonjardinense, acontecem periodicamente Vaquejadas em perodos indeterminados e locais variados especialmente na Zona Rural. Trao Cultural tambm presente na cultura do municpio a presena da Capoeira, praticada por grande nmero de jovens. No campo religioso predomina o catolicismo, seguido de vrias outras igrejas protestantes como Assembleia de Deus, Adventista do 7 Dia e demais que se espalham pelos Bairros e Povoados da Zona Rural de Bom Jardim, onde acontecem festejos religiosos como A Festa de So Francisco de Assis (da Igreja Catlica) que uma das de maior envergadura em Bom Jardim. No campo das Religies Afro encontram-se espalhadas pelo municpio com vrios terreiros de umbanda e candombl. 17. 17 2. ASPECTOS EDUCACIONAIS DIAGNSTICO E ACESSO EDUCAO A compreenso do acesso educao como um direito um divisor de guas no mbito das conquistas sociais. Representa o resultado das diversas reivindicaes da sociedade civil que, durante anos, lutou para efetivar a educao como direito de todo cidado, possibilitando-lhe, a partir deste, o acesso aos demais direitos civis, polticos e sociais. Porm, somos sabedores que o direito do cidado no se efetiva apenas por meio da garantia do acesso educao. preciso que essa educao promova um ensino que justifique a permanncia do aluno na escola. A educao se constitui como direito fundamental e essencial ao ser humano e diversos so os documentos que corroboram com tal afirmao. A Lei de Diretrizes e Bases para a Educao Nacional, afirma que direito de todo ser humano o acesso educao bsica, assim como a Declarao Universal dos Direitos Humanos que estabelece que toda pessoa tem direito educao. Na ltima dcada, uma expanso significativa foi registrada quanto ao atendimento da demanda por educao, em todos os seus nveis, etapas e modalidades. No municpio de Bom Jardim o Sistema Educacional composto pela Secretaria de Educao, como rgo executivo da poltica educacional, pelo Conselho Municipal de Educao, que o rgo normativo do sistema, e mais os Conselhos do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao FUNDEB e pelo Conselho de Alimentao Escolar. A rede de ensino constituda por 117 unidades escolares, sendo 06 escolas indgenas que funcionam em parceria com a Secretaria de Estado da Educao e 02 creches regulares. A cobertura abrange do ensino infantil ao ensino mdio, contemplando tambm a educao de jovens e adultos e a educao indgena. No ano de 2013, o Sistema Municipal de Ensino de Bom Jardim atendeu 10.769 alunos e em 2014 foram atendidos 10.982 alunos. Analisando-se os dados relativos ao nmero de matrculas apresentados na Tabela 3 para os anos de 2011, 2013 e 2014, constata-se que ao compararmos 2011 com 2014 houve uma pequena oscilao de 2,33% para menor em termos globais. Quando analisamos cada etapa do ensino percebemos que o nmero de matrculas em creches cresceu 21,2% e na Educao de Jovens e Adultos, 42%. Por outro lado, houve queda no nmero de matrculas na Pr-escola em 28% e no Ensino Fundamental em 5,6%. 18. 18 Tabela 3. Nmero de Matrculas por Etapa na Rede Pblica. Etapas 2011 2013 2014 Creche 484 481 587 Pr-Escola 1716 1.514 1332 Ensino Fundamental 7.958 8.067 7.529 EJAI 1080 707 1534 Total 11.238 10.769 10.982 Fontes: Qedu, 2013 / Secretaria Municipal de Educao - SEMED, 2014. Desde 1996 com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei 9394/96), a educao infantil passou a integrar a Educao Bsica, juntamente com o ensino fundamental e o ensino mdio. Segundo a LDB em seu artigo 29: A educao infantil, primeira etapa da educao bsica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criana at seis anos de idade, em seus aspectos fsico, psicolgico, intelectual e social, complementando a ao da famlia e da comunidade. As medidas educacionais promovidas pelo municpio de Bom Jardim, embora tenham sido diversificadas, convergem para um ponto comum: garantir um aprendizado eficaz, possibilitando aos alunos a construo de perspectivas de melhor qualidade de vida e a condio de exercer sua cidadania. Neste sentido, o municpio de Bom Jardim, tem somado esforos para ofertar e promover a educao infantil apostando na qualificao dos professores responsveis por esta etapa da educao bsica, cuidando para que todos tenham ensino superior, embora a Lei 9.394/96 ainda abra espao para a formao inicial em nvel mdio na modalidade Magistrio. De acordo com a Lei, a educao infantil deve ser oferecida em creches para as crianas de 0 a 3 anos, e em pr-escolas para as crianas de 4 e 5 anos. A implantao de Centros de Educao Infantil facultativa para as crianas de 0 a 3 anos, sendo obrigatria a pr-escola para as crianas de 4 e 5 anos e de responsabilidade do poder pblico municipal. O municpio de Bom Jardim reconhece a infncia como melhor fase do ser humano para desenvolver seu carter, autoestima, autonomia, sinceridade, criatividade, disciplina e sociabilidade. 19. 19 As crianas que vivenciam a Educao Infantil iniciam de forma mais precoce o entendimento do papel da escola na vida de uma pessoa; esto mais abertas para as mudanas; e conseguem superar, com maior segurana, as situaes-problema. Diversos estudos revelam ainda que o investimento no desenvolvimento infantil capaz de prover resultados positivos para todas as dimenses sociais, sejam elas polticas ou econmicas. Tabela 4. Nmero de matrculas efetuadas nas escolas da Rede Municipal onde funciona a Educao Infantil. Creche N de Matrculas em 2014 EMEB. MRIO HENRIQUE SIMONSEN 17 EMEB. NAGIB HAICKEL 15 EMEB. FRANCISCA GERMANO DE BRITO NEVES 22 EMEB. SANTA CLARA 18 EMEB. SO PEDRO I 17 EMEB MALRINETE GRALHADA 20 EMEB RAIMUNDO MEIRELES PINTO 26 EMEB. BENEDITO ALVES CARVALHO 11 EMEB GONALVES DIAS 4 INSTITUTO ADROALDO ALVES MATOS 273 EMEB MRIO GUIDDI 11 TOTAL 434 Fonte: Secretaria Municipal de Educao/SEMED 2014. Os dados da tabela anterior mostram que em 2014 foram matriculadas 434 crianas de 0 a 3 anos nas 04 creches municipais. Conforme dados levantados pela Secretaria Municipal de Educao, em 2009 este nmero era de 409 crianas, o que mostra que houve um aumento muito pequeno, de aproximadamente 6% nas matrculas. Convm salientar que no houve reduo do nmero de vagas ofertadas e que 100% destas so garantidas pelo Municpio. Gradativamente a Prefeitura Municipal de Bom Jardim vem implantando equipamentos pblicos para atender s crianas. 20. 20 A tabela 5 permite observar o atendimento de pr-escola e constatar que houve reduo significativa do nmero de matrculas caindo para 22,4% das vagas ofertadas pelo Municpio. A reduo do nmero de matrculas se deve falta de espaos fsicos com infraestrutura adequada para que as crianas possam ser atendidas. Para tanto, o municpio est construindo pr- escolas com o apoio financeiro do FNDE por meio do Plano de Aes Articuladas PAR. Etapa 2011 2014 Pr-escola 1716 1332 Fonte: Secretaria Municipal de Educao/SEMED 2014. Quanto oferta de Ensino Fundamental, esta j se encontrava universalizada mesmo antes da implantao do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio FUNDEF, em 1998. A oferta de matrcula nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental apresentada na sexta tabela: Etapa 2011 2014 Ensino Fundamental 7.958 7.529 Fonte: Secretaria Municipal de Educao, SEMED. 2014 A tabela apresentada a seguir traz informaes quanto distoro idade/srie verificada no ano de 2013. Este indicador expressa o percentual de alunos, em cada ano escolar, com idade superior idade adequada. Distoro Idade/Srie Ano de 2013 - Ensino Fundamental Srie Matrcula Na Faixa Fora da Faixa 1.Ano 833 95% 5% 2.Ano 855 91% 9% 3.Ano 992 82% 18% 4.Ano 1.053 70 30% 5.Ano 935 60% 40% 6.Ano 1.019 51% 49% 7.Ano 944 49% 51% 8.Ano 747 52% 48% 21. 21 9.Ano 689 60% 40% Fonte QEdu, 2013 De cada 100 alunos matriculados no Ensino Fundamental - Anos Iniciais, conforme dados do Censo Escolar de 2013, aproximadamente 21 estavam com atraso escolar de dois anos ou mais. J no Ensino Fundamental Anos Finais, a situao bastante crtica uma vez que apresenta em mdia um ndice de 47% dos alunos com distoro idade/srie. Distoro Idade/Srie Ano de 2013 Ensino Mdio No obstante a responsabilidade pelo Ensino Mdio ser do Governo do Estado, percebe-se pelos dados do Censo Escolar que o percentual de alunos em distoro idade/srie neste ciclo ainda maior do que no Ensino Fundamental chegando a 57% em mdia. Srie % 1 ano 54% 2 ano 61% 3 ano 55% Fonte: QEdu, 2014 A Educao de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) uma modalidade de ensino para aqueles que no tiveram oportunidade de frequentar a escola na idade adequada, ou por ela passaram, mas no obtiveram xito. Quanto essa modalidade, a rede municipal oferta a totalidade das matrculas do municpio, como expressa a tabela a seguir apresentada: Etapa Matrculas em 2011 Matrculas em 2013 Matrculas em 2014 Educao de Jovens e Adultos e Idosos EJAI 1.080 707 1.534 Fonte:QEdu, 2014 Fica demonstrada a evoluo do nmero de matrculas de EJAI tendo mais do que dobrado o nmero de matrculas de 2013 para 2014, o que demonstra a preocupao do Poder Pblico Municipal com o resgate da cidadania por meio da alfabetizao e do ensino disponibilizado para os jovens 22. 22 com mais de 15 anos e as pessoas da fase adulta que no conseguiram aprender a ler e a escrever durante suas infncias. A oferta da Educao Inclusiva tem sido uma preocupao da Prefeitura Municipal de Bom Jardim nos ltimos trs anos como um compromisso do poder pblico municipal e est se fortalecendo com mais capacitao aos professores e o planejamento de aes e aquisies de equipamentos que possibilitem s pessoas que carecem de Ateno Especial a garantia de condies para o desenvolvimento intelectual, motor e psicossocial com qualidade. Bom Jardim mapeou em 2014 110 alunos com algum tipo de deficincia (visual, auditiva, etc.), para os quais foi dada ateno especial sem deixar de lado a preocupao com a incluso destes alunos no contexto social de cada escola. 2.1. Indicadores de Qualidade Os avanos registrados no Brasil nas ltimas dcadas, no que se refere ampliao do acesso das crianas e jovens escola, tm colocado um grande desafio quanto permanncia e ao sucesso de todos que frequentam essa instituio. Os Indicadores da Qualidade na Educao foram criados para ajudar a comunidade escolar na avaliao e na melhoria da qualidade da escola. Este seu objetivo principal. Compreendendo seus pontos fortes e fracos, a escola tem condies de intervir para melhorar sua qualidade de acordo com seus prprios critrios e prioridades. A qualidade educativa abrange o ambiente educativo, as prticas pedaggicas e avaliao, o ensino e aprendizagem da leitura e da escrita, a gesto escolar democrtica, a formao e condies de trabalho dos profissionais da escola e o acesso e permanncia dos alunos na escola. A educao um assunto de interesse pblico. Portanto, vale lembrar que esta luta de responsabilidade de toda a comunidade: pais, mes, professores, diretores, alunos, funcionrios, conselheiros tutelares, rgos pblicos, enfim, toda pessoa ou instituio que se relaciona com a escola e se mobiliza por sua qualidade. As tabelas a seguir apresentam as taxas de aprovao, reprovao e abandono no Ensino Fundamental e Ensino Mdio no ano de 2013: Ensino Fundamental: Ano Aprovao (%) Reprovao (%) Abandono (%) 1 97,2 0,6 2,2 2 97,1 1,3 1,6 23. 23 3 86,9 10,3 2,8 4 87,9 10,8 1,3 5 87,4 9,6 3 6 81,9 12,6 5,5 7 83,6 9,9 6,5 8 86,2 9,4 4,4 9 86,6 11 2,4 Fonte: INEP Censo Escolar 2013 Indicadores do Ensino Mdio Ano Aprovao (%) Reprovao (%) Abandono (%) 1 71,3 12,2 16,5 2 72,5 6,5 21 3 83,2 3,7 13,1 Fonte: INEP Censo Escolar 2013. Pelos dados apresentados nas tabelas anteriores, percebe-se que em algumas sries (anos) h ndices de reprovao e de abandono que juntos ultrapassam 15%, como o caso do 6 ano com 18,1%, ocasionando aumento da distoro idade/srie. Porm, a maior preocupao est no Ensino Mdio onde o abandono e a reprovao, em mdia nos trs anos, ultrapassam os 24%. O ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica - IDEB leva em considerao a taxa de aprovao dos alunos e a nota obtida na Prova Brasil. Por sua vez, a Prova Brasil avalia o desempenho dos alunos dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental nas reas de Lngua Portuguesa e Matemtica. Alm das avaliaes internas, promovidas pelo corpo docente, os alunos da rede de ensino de Bom Jardim tambm passam por avaliaes externas tais como o Programa de Alfabetizao na Idade Certa PAIC e a Prova Brasil. Esta ltima avaliao ocorre atravs de testes de Lngua Portuguesa e Matemtica aplicados aos estudantes do 5 e 9 anos do Ensino Fundamental. Os resultados da Prova Brasil, juntamente com os dados de frequncia e aprovao, compem o ndice da Educao Bsica IDEB que fornece subsdios para que o municpio possa ter informaes quanto ao rendimento dos alunos avaliados. 24. 24 A tabela a seguir apresenta os dados do IDEB de Bom Jardim. Tomando-se como base o ano de 2011, nos anos iniciais, o municpio alcanou mdia 4,1, portanto, igual mdia do Estado do Maranho (4,1), e inferior mdia nacional que foi igual a 5,0. Para os anos finais, o municpio teve mdia 3,3 no mesmo ano, ficando abaixo tanto da mdia do Estado do Maranho (3,6) quanto do Brasil (3,9). Com as metas traadas e colocadas neste plano, espera-se que Bom Jardim alcance nos prximos anos os patamares nacionais. ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica: IDEB 2007 2009 2011 2013 5. Ano 3,4 3,5 4,1 4,3 9. Ano 3,1 3,4 3,3 3,2 Fonte: Inep, 2014 O histrico do IDEB da rede municipal revela que o municpio teve um desempenho crescente para os alunos dos Anos Iniciais, saindo de 3,4 em 2007 para 4,3 em 2013. J nos Anos Finais tem havido um decrscimo gradativo na nota, caindo de 3,4 em 2009 para 3,3 em 2011 e 3,2 em 2013. A continuao do avano nos resultados dos Anos Iniciais bem como a reverso da situao para os Anos Finais s viro em consequncia do trabalho desenvolvido pelas equipes do sistema educacional com foco em planejamento e qualificao do corpo docente. Aes vinculadas garantia da qualidade do ensino seguramente traro efeitos positivos para a rede de ensino municipal. Destaca-se aqui o incentivo capacitao e formao em primeira e segunda licenciaturas a partir do Programa PAR Formao, a construo e reforma de escolas a partir de recursos oriundos do Governo Federal, dentre outros. 2.2. Profissionais da Educao da Rede Municipal De acordo com a Lei n 9.394/96, no Art. 60, so considerados profissionais da educao bsica, desde que em efetivo exerccio e tendo sido formados em cursos reconhecidos, os: I professores habilitados em nvel mdio ou superior para a docncia na educao infantil e nos ensinos fundamental e mdio; II trabalhadores em educao portadores de diploma de pedagogia, com habilitao em administrao, planejamento, superviso, inspeo e 25. 25 orientao educacional, bem como com ttulos de mestrado ou doutorado nas mesmas reas; III trabalhadores em educao, portadores de diploma de curso tcnico ou superior em rea pedaggica ou afim. Em Bom Jardim, a poltica de valorizao dos profissionais da educao municipal vem ocorrendo no sentido de qualificar, cada vez mais seus servidores. Dentre os trabalhadores que no so docentes ou gestores a ampla maioria possui Ensino Mdio completo. No que se refere ao quadro de docentes, Bom Jardim tem 636 professores sendo 112 na Educao Infantil, 239 nos anos iniciais do Ensino Fundamental, 210 nos anos finais do Ensino Fundamental e 75 na Educao de Jovens e Adultos. Nmero de professores por modalidade de ensino: Educao infantil Ensino Fundamental 1 ao 5 ano Ensino Fundamental 6 ao 9 ano Educao de Jovens e Adultos 112 docentes 239 docentes 210 docentes 75 docentes Fonte: SEMED, 22014 No que tange qualificao profissional dos docentes, 269 possuem formao em Magistrio, 215 so Licenciados, 151 so Especialistas e 1 Mestre. Qualificao Profissional 2007 2011 2014 N de Professores 327 776 636 Estudos Adicionais 10 0 0 Sem Magistrio 132 32 0 Magistrio 179 409 269 Graduao/ Licenciatura 6 215 215 Especializao 0 120 151 Mestrado 0 0 1 Fonte: SEMED, 2015 26. 26 Os recursos humanos atuando no segmento educacional do Municpio apresentam um perfil considerado bom uma vez que atinge a percentuais mais elevados do que a mdia apresentada pelo estado do Maranho. Tal resultado pode ser atribudo poltica de contratao por concurso pblico e investimentos do prprio municpio no seu quadro de servidores, oportunizando ao corpo docente que tenha acesso qualificao necessria. 2.3. Despesas com Educao Os recursos financeiros investidos na educao pelo municpio de Bom Jardim no ano de 2014 foram de R$ 21.356.320,84 (vinte e um milhes trezentos e cinquenta e seis mil trezentos e vinte reais e oitenta e quatro centavos). Observando o histrico de investimentos em manuteno e desenvolvimento do ensino, conclui-se que o Municpio tem aplicado sempre valor superior ao percentual mnimo de 25% determinado pela Constituio Federal de 1988. Ressalta-se que esse investimento diz respeito manuteno e desenvolvimento do ensino, definido na Lei de Diretrizes e bases, n 9.394/96 como despesas realizadas com vistas consecuo dos objetivos bsicos das instituies educacionais de todos os nveis destinando-se a: I - remunerao e aperfeioamento do pessoal docente e demais profissionais da educao; II - aquisio, manuteno, construo e conservao de instalaes e equipamentos necessrios ao ensino; III - uso e manuteno de bens e servios vinculados ao ensino; IV - levantamentos estatsticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e expanso do ensino; V - realizao de atividades-meio necessrias ao funcionamento dos sistemas de ensino; VI - concesso de bolsas de estudo a alunos de escolas pblicas e privadas; VII - amortizao e custeio de operaes de crdito destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo; VIII - aquisio de material didtico-escolar e manuteno de pro- gramas de transporte escolar. Os mais de 21 milhes aplicados pela Prefeitura de Bom Jardim na educao so oriundos das receitas do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao FUNDEB. A maior parte desse Fundo (60%) destinada 27. 27 remunerao dos profissionais do magistrio, sendo os demais 40% para o custeio da prpria educao. O FUNDEB foi institudo em 2007, atravs da Emenda Constitucional n 53. Tal Fundo configura-se como uma conquista social, uma vez que destina recursos para toda a educao bsica. Nesse mesmo ano, Bom Jardim instituiu o Conselho Municipal do FUNDEB para acompanhar a aplicao dos recursos no municpio e, ao mesmo tempo, ser um elo entre a sociedade e os dirigentes municipais. Ademais, Bom Jardim contemplado com alguns Programas do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino FNDE, como: Programa Nacional de Alimentao Escolar (PNAE), Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), Programa Formao pela Escola, Programa Nacional do Livro Didtico (PNLD), Plano de Aes Articuladas (PAR), Programa Nacional de Reestruturao e Aquisio de Equipamentos para a Rede Escolar Pblica de Educao Infantil (ProInfncia) e Programa Nacional do Transporte Escolar (PNTE). 3. REDUZINDO AS DESIGUALDADES SOCIAIS COM EDUCAO DE QUALIDADE 3.1. Justificativa Num passado recente, a educao formal dava-se, essencialmente, em instituies pblicas de ensino. Como aspectos positivos desse contexto, devemos destacar o nvel de aprendizagem dos educandos, a valorizao dos profissionais da educao e a qualidade das instalaes nos espaos escolares. No podemos esquecer, contudo, que aquela educao pblica no era ainda universalizada. Numa perspectiva da padronizao de comportamentos para a formao de uma sociedade ideal, exclua dos bancos escolares grande parcela de seus usurios, oriundos da populao menos favorecida, cujo modos vivendi, por razes bvias, no correspondia ao padro preconizado. medida que as classes populares conquistavam o acesso escola, nas trincheiras das batalhas polticas, nasciam e cresciam, tambm, os indicadores do fracasso escolar: as taxas de abandono, de reprovao, e mais recentemente, o fenmeno do analfabetismo escolar. Neste caso, crianas com considervel tempo de escolarizao, 6 a 8 anos em algumas vezes, ainda no haviam se apropriado das habilidades de leitura e escrita. 28. 28 Todos esses indicadores do fracasso escolar indicam, tambm, que o sistema educacional no estava preparado para responder s questes mais bsicas, relacionadas aprendizagem do educando, independente de condio social. Muitos so os problemas presentes na educao brasileira, especialmente na educao pblica. So diversos os fatores que proporcionam resultados negativos. Professores que esbarram nas dificuldades dirias da realidade escolar, pais que no participam na educao dos filhos, entre muitos outros agravantes. Para construir e consolidar um projeto moderno e prprio, comprometido com a transformao social e educacional do nosso Municpio, buscou-se, com a elaborao deste Plano Municipal de Educao, mobilizar a comunidade escolar propiciando o desencadeamento de uma significativa srie de debates sobre seus mais importantes problemas educacionais, bem como as alternativas e estratgias para enfrent-los. Com uma investigao reflexiva e crtica a construo deste trabalho foi significativa, assegurando aprendizagens que desafiem o potencial criativo, incorporem avanos cientficos e tecnolgicos e desencadeiem a paixo pela descoberta, estabelecendo a mediao necessria, com o mundo cultural daqueles que procuram a escola pblica de qualidade. O processo de elaborao deste Plano Municipal de Educao justifica-se, na medida em que se constitui em uma autoavaliao feita pelos seus agentes (Questionrios aplicados SEMED, Gestores Escolares, Professores, Alunos, Pais ou Responsveis), tendo como referncia uma sociedade ideal, formada por sujeitos crticos, atuantes, solidrios e respeitadores das diversidades. Esse processo de anlise das condies de trabalho dever contribuir para o mapeamento das demandas e a construo, paulatina, dessa sociedade idealizada. Temos a clareza das distncias existentes entre as categorias ideais, reais, e as possveis. Temos a clareza, tambm, de que a utopia, nesse contexto, cumpre a funo importante de provocar uma inquietao para a caminhada em direo melhoria da qualidade de vida de nossa populao. No decorrer do processo, as demandas mapeadas constituiro planos de ao cuja operacionalizao contribuir para o alcance desses ideais. Qualidade a categoria central do novo paradigma de educao sustentvel, na viso das Naes Unidas. Mas ela no est separada da quantidade. At hoje no Brasil s tivemos, de fato, uma educao de qualidade para poucos. Precisamos construir uma nova qualidade, como dizia Paulo Freire, que consiga acolher a todos e a todas. Qualidade significa melhorar a vida de todas as pessoas. Na educao a qualidade est ligada diretamente ao bem viver de todas as nossas comunidades, e isto s se dar a partir da comunidade escolar. 29. 29 A qualidade na educao um tema muito complexo e no pode ser boa se a qualidade do professor, do aluno, da comunidade ruim. No podemos separar a qualidade da educao dos demais aspectos que formam o contexto social. Um conjunto de fatores contribui para com a qualidade na educao. O que educao de qualidade? Para a Unesco: a qualidade se transformou em um conceito dinmico que deve se adaptar permanentemente a um mundo que experimenta profundas transformaes sociais e econmicas. cada vez mais importante estimular a capacidade de previso e de antecipao. Os antigos critrios de qualidade j no so suficientes. Apesar das diferenas de contexto, existem muitos elementos comuns na busca de uma educao de qualidade que deveria capacitar a todos, mulheres e homens, para participarem plenamente da vida comunitria e para serem tambm cidados do mundo (Unesco, 2001:1). A participao da sociedade na apresentao das propostas, na expresso dos desejos, no debate e na aprovao das proposies foi de fundamental importncia na elaborao e na construo deste Plano Municipal de Educao. As informaes apresentadas neste documento do a ideia da realidade vivida na rede pblica de ensino do municpio de Bom Jardim. Sabedores da necessidade de melhorar os resultados da educao, a Secretaria Municipal de Educao, por meio do Plano Decenal de Educao prope medidas, a partir de metas e aes pensadas e elaboradas pela comunidade escolar, que podero combater os baixos ndices. 3.2. Princpios Para orientar o processo de construo do Plano Municipal de Educao de Bom Jardim, buscou-se uma abordagem contextualizada, a fim de que todos os envolvidos tivessem conscincia da insero de suas prticas de forma mais ampla, situando-as em suas diversas dimenses: poltica, econmica, histrica, social, cultural, etc. Assim, foi proposto que se organizassem grupos de professores, gestores escolares, alunos e pais ou responsveis para discutirem as concepes de mundo, de homem, de educao, de sociedade, de escola, de professor e de educando, que devem fundamentar o Projeto Poltico e 30. 30 Pedaggico, de modo que suas prticas cotidianas estejam articuladas e coerentes com os desejos e expectativas da comunidade local. O processo de construo dessas concepes, bem como o processo de elaborao deste plano no pode prescindir, em toda a sua essncia, de trs princpios bsicos: 1. A educao direito de todos; 2. A educao fator de promoo social; 3. A educao estratgia para o desenvolvimento local e regional. Atuando nessa perspectiva, a construo deste Plano objetiva, principalmente, disponibilizar condies s escolas para que elas venham a desempenhar plenamente a sua funo social, aqui entendida como o acesso, a permanncia e o sucesso do educando, com qualidade, com mensurao dada por meio de indicadores que articulem essas dimenses. Nesse sentido, os procedimentos consistiram no mapeamento das demandas por cada escola, obtidas atravs da realizao de consultas pblicas a dirigente de escolas, professores, alunos, seus pais ou responsveis e a tcnicos da SEMED, e no momento seguinte, culminou com a definio de prioridades. O produto consolidado e validado foi encaminhado pelo Prefeito Municipal ao Poder Legislativo para aprovao, passando a representar o guia para a educao dos prximos dez anos. O documento legal, produto final, desdobrar-se- em planos de ao para a superao de todas as demandas, no perodo de 2015 a 2024, sendo o monitoramento da execuo uma atribuio da Secretaria de Educao, do Poder Legislativo e do Conselho Municipal de Educao. 31. 31 4. EDUCAO INFANTIL 4.1. Panorama A infncia considerada como um perodo de extrema importncia em que se devem propiciar as mais diversificadas experincias de forma que possibilite criana conhecer, produzir, explorar, criar, observando suas especificidades e o contexto social em que esto inseridas. A histria e a evoluo da Educao Infantil no Brasil esto ligadas ao perodo da expanso industrial e tambm s mudanas no contexto familiar, sobretudo com a participao da mulher no mercado de trabalho. Nesse contexto, as creches e pr-escolas surgem como espaos para atender e assistir s crianas pequenas. Devido ausncia de polticas pblicas voltadas para a Educao Infantil percebia-se uma dicotomia entre os trabalhos da creche e da pr- escola, sendo a primeira de cunho assistencialista (voltado para higiene e sade), e a segunda de carter pedaggico (voltado exclusivamente para a educao), fragmentando assim o atendimento a essa etapa de educao. Tambm considerando a perspectiva da falta de iniciativas pblicas, as populaes pobres tinham um atendimento reduzido, comparado s camadas de renda mais elevada, que podiam pagar para obt-lo. Nessa perspectiva, a Constituio Federal de 1988 representa um avano significativo, ao reconhecer a educao infantil como um direito das crianas e de suas famlias, apresentando referenciais educao e concepo de criana como ser em processo de desenvolvimento, unificando 32. 32 assim o atendimento integral da criana independentemente da sua faixa etria e da sua classe social. Quanto a esse avano, afirma Kramer (2003, p.18) que: a nova Carta Constitucional (1988) reconhece o dever do Estado de oferecer creches e pr-escolas para todas as crianas de 0 a 6 anos. No entanto, a fim de que esse reconhecimento se transforme em realidade, fazendo com que a educao pr-escolar se torne verdadeiramente pblica, necessrio que haja legislao e recursos especficos, estabelecidos no s pela nova Lei de Diretrizes e Bases de Educao Nacional, mas tambm pelas Constituies Estaduais. Nesse sentido, reforando o disposto na Constituio Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educao de 1996, em seu Art.29, determina que: a educao infantil, primeira etapa da educao bsica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criana at seis anos de idade, em seus aspectos fsico, psicolgico, intelectual e social, complementando a ao da famlia e da comunidade. Considerando os referidos aspectos legais, vale destacar que as creches e pr-escolas constituem importantes espaos de descobertas do mundo para as crianas, devendo ser espaos de proteo, que possibilitem o desenvolvimento da criana atravs da estimulao e da promoo de experincias significativas, de maneira qualitativa. Sobre esse aspecto relevante destacar a contribuio de Barbosa (2009, p. 22) quando afirma que: os estabelecimentos de educao infantil ocupam atualmente, na sociedade, importante lugar como produtores e divulgadores de uma cultura de defesa da infncia, ou seja, possuem o compromisso poltico e social de garantir as especificidades das infncias na sociedade contempornea. Nesse contexto, o processo de municipalizao da Educao Infantil no Municpio de Bom Jardim ocorreu na primeira dcada do presente sculo a partir da incorporao pela rede municipal dos alunos de 4 e 5 anos. No ano de 2014, o atendimento das crianas de 0 a 3 anos pela rede municipal foi realizado em 4 (quatro) creches municipais de tempo parcial, e outros espaos em 07 (sete) escolas de Ensino Fundamental foram estruturados para a ateno necessria s crianas nesta faixa etria. 33. 33 No que diz respeito ao atendimento em pr-escola, nota-se que houve uma reduo em aproximadamente 22% no nvel de matrculas quando so comparados os anos letivos de 2011 e 2014. Isto se deveu ao fato de que era preciso construir espaos adequados para a pr-escola. A construo de novos espaos fsicos est em curso para que se possa voltar a ofertar mais vagas para as crianas com idade de 4 a 5 anos. Os dados referentes matrcula na educao infantil no municpio, no ano de 2014, apresentam um total de 434 crianas nas creches e de 1.332 crianas nas turmas de pr-escola. Ressalta-se ainda que no municpio no h atendimento na rede privada de ensino. No que se refere ao desenvolvimento integral e integrado da criana, a proposta curricular do municpio est voltada concepo de Educao Infantil como tempo favorvel estimulao dos aspectos fsicos, emocionais, afetivos, cognitivos, lingusticos e sociais da criana, entendendo-a como um ser social que produz histria e cultura, proporcionando condies de ampliao de suas experincias e conhecimentos, a fim de desenvolver a construo de sua identidade e autonomia, sendo assim norteado pelos eixos educar, cuidar e brincar. Sobre a importncia do Currculo para a educao infantil, relevante destacar o documento Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Infantil (Resoluo CNE/CEB n 5, de 17 de dezembro de 2009) que ressalta em seus respectivos Artigos: 3 - O currculo da Educao Infantil concebido como um conjunto de prticas que buscam articular as experincias e os saberes das crianas com os conhecimentos que fazem parte do patrimnio cultural, artstico, ambiental, cientfico e tecnolgico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianas de 0 a 5 anos de idade. 4 - As propostas pedaggicas da Educao Infantil devero considerar que a criana, centro do planejamento curricular, sujeito histrico e de direitos que, nas interaes, relaes e prticas cotidianas que vivencia, constri sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constri sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. Diante do exposto, entendemos que h necessidade da sistematizao da Poltica Municipal de Educao Infantil, onde se contemple e 34. 34 assegure aspectos pedaggicos e administrativos, como a construo e provimento de equipamentos escolares modernos, visando a padres de qualidade necessrios Educao Infantil; aprovao e implementao de uma proposta curricular inovadora e atualizada; programa de formao permanente e continuada para os professores, tcnicos e gestores; garantia da formao e acompanhamento pedaggico, composto pelos tcnicos especialistas em Educao Infantil. importante nesse momento histrico, a articulao de debates sobre o significado da educao das crianas pequenas, no sentido de envolver nesse processo os diferentes sujeitos - famlias, crianas, professores, tcnicos, gestores e a sociedade possibilitando assim o surgimento de ideias e a tomada de atitudes que potencializem a primeira etapa da educao bsica. Acredita-se que, a partir dessas consideraes, o municpio, atravs da Secretaria de Educao, efetivar aes que propiciem de fato a qualidade na Educao Infantil, atendendo aos eixos educar, cuidar e brincar contribuindo assim, para o desenvolvimento integral da criana pequena e promovendo a construo da identidade e autonomia, como tambm o conhecimento de mundo das crianas de 0 a 5 anos de Bom Jardim. Tais aes sero imprescindveis ao desenvolvimento das estratgias contidas neste documento. 4.2. Diretrizes A infncia compreendida neste Plano, como uma categoria social e, portanto, inserida em seu contexto histrico-cultural. A criana, como sujeito desta categoria, possuidora de todos os direitos sociais e polticos que lhe so assegurados pela Constituio Brasileira e legislao em vigor. O Artigo 2 do Estatuto da Criana e do Adolescente define a criana como toda pessoa at 12 anos de idade incompletos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (9.394/96), no Art. 29 diz que, a educao infantil a primeira etapa da educao bsica, e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criana at seis anos de idade, em seus aspectos fsico, psicolgico, intelectual e social, complementando a ao da famlia e da comunidade. J o Art. 30, define que a educao infantil dever ser ofertada em creches para crianas de zero a trs anos, e pr-escolas para crianas de quatro e cinco anos (alterao feita pela Lei 11.274/2006). O atendimento em creches e pr-escolas, como dever do Estado, est assegurado na Constituio Brasileira de 1988, em seu Artigo 208, Inciso IV. Esse atendimento deve ser ofertado pelos municpios, em regime de cooperao tcnica e financeira com o Estado e a Unio, sendo prioritrio juntamente com o ensino fundamental. 35. 35 A qualidade do atendimento ofertado s crianas de zero a cinco anos em creches e pr-escolas, no municpio de Bom Jardim requer do governo municipal e da sociedade civil representada nos diferentes Conselhos Municipais, o cumprimento dos direitos da criana em toda a legislao brasileira e dos objetivos e metas estabelecidas neste Plano Municipal de Educao. Compete ao Poder Pblico Municipal por meio da Secretaria Municipal da Educao constituir estruturas e competncias capazes de assumir as funes de articulao e coordenao da educao, atendendo aos direitos sociais assegurados criana e sua famlia na legislao brasileira. Visando assegurar o atendimento de qualidade, as instituies de educao infantil que recebem essas crianas devem se constituir em um espao social no qual o acolhimento, a segurana, o lugar para a emoo, para o gosto, para o desenvolvimento da sensibilidade (Bujes, 2001, p. 21) devem fazer parte da experincia educativa. As crianas devem encontrar nessas instituies um ambiente fsico e humano adequado, que propicie situaes de aprendizagem e desenvolvimento devidamente planejadas, de modo a possibilitar o acesso de todas elas aos bens culturais e educacionais. As propostas pedaggicas das instituies de educao infantil devem ser pautadas em princpios ticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito s diferenas e diversidade, bem como o respeito ao bem comum; princpios polticos dos direitos e deveres de cidadania, do exerccio das liberdades fundamentais e do respeito ordem democrtica; princpios estticos da sensibilidade, da criatividade, do ldico e da diversidade de manifestaes artsticas e culturais que so a base indispensvel para a concepo, desenvolvimento e avaliao de toda a equipe de docentes e profissionais que convivem com as crianas (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Infantil - Parecer CNE/CEB 022/1998). As diretrizes definidas neste documento exigem para os profissionais que lidam diretamente com as crianas ou que atuam na gesto, coordenao e apoio (auxiliares, merendeiras, porteiros, secretrios) formao contnua para o atendimento das crianas de zero a cinco anos e onze meses em creches e pr-escolas. Para tanto, a Secretaria Municipal da Educao dever programar aes permanentes para a formao, atualizao e qualificao desses profissionais. META 01 Universalizar, at 2018, o atendimento escolar s crianas de 4 e 5 anos, e ampliar, at 2020 a oferta de educao infantil de forma a atender a 50% das crianas de 0 a 3 anos. ESTRATGIAS: 1.1 Ofertar progressivamente a educao infantil em horrio integral em 30% da rede pblica municipal at o prazo vigente deste plano; 36. 36 1.2 Intensificar as aes de suporte pedaggico ao professor no sentido de subsidi-lo com teorias e prticas significativas que contribuam para o desenvolvimento e aprendizagem dos educandos com deficincia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotao, matriculados na creche e na pr-escola; 1.3 Garantir o acesso e a permanncia das crianas com deficincia, na rede regular de ensino e atendimento por professores especializados na rea em que se apresente; 1.4 Garantir a oferta de creches e pr-escolas nos locais que apresentem demanda comprovada por meio de levantamentos a serem realizados. 1.5 Garantir gradativamente na matrcula e na organizao das respectivas classes escolares o nmero de crianas de acordo a seguinte relao crianas/educador, at que todas as escolas estejam contempladas: de 0 a 2 anos at 15 crianas/02 professores; de 3 anos at 20 crianas/02 professores; de 4 e 5 anos at 25 crianas/02 professores. 1.6 Garantir os meios para que todas as instituies de educao infantil mantidas pelo poder pblico municipal, construam, no prazo de um ano, a contar da data de aprovao deste plano, seus projetos polticos pedaggicos; 1.7 Garantir criao e ampliao de polticas culturais pblicas destinadas infncia; 1.8 Estabelecer diretrizes de aes conjuntas entre a Secretaria de Educao, Sade e Assistncia Social, para atendimentos especializados (fonoaudiologia, psicologia, pediatria, odontopediatria e outras especialidades) das crianas matriculadas na educao infantil da rede municipal de ensino, nos postos de sade dos bairros mais prximos de suas instituies de referncia; 1.9 Implantar, gradativamente a partir da aprovao deste Plano, bibliotecas e brinquedotecas em todas as instituies de educao infantil mantidas pelo poder pblico municipal, existentes ou que forem criadas; 1.10 Garantir o transporte escolar, gratuito, dentro de padres bsicos de segurana e adaptado para crianas com deficincia da zona rural matriculadas na rede pblica de ensino; 1.11 Fiscalizar atravs dos rgos competentes (CACS Conselho de Acompanhamento do Controle Social FUNDEB) os veculos que transportam crianas, com vistas a assegurar a manuteno dos padres bsicos de segurana e adaptados s necessidades; 37. 37 1.12 Qualificar motoristas para o transporte escolar dos alunos da Educao Infantil, e com deficincia. 1.13 Garantir a presena de monitores no interior dos nibus escolares para acompanharem o transporte das crianas at a escola 1.14 Garantir a melhoria da alimentao escolar, priorizando a aquisio de produtos na regio, adequando-a conforme as especificidades da faixa etria, com cardpio elaborado por nutricionista; 1.15 Prover a instituio de educao infantil de pelo menos um coordenador pedaggico; 1.16 Garantir a criao, ampliao e qualificao de polticas de desenvolvimento das prticas esportivas e de recreaes, visando ao desenvolvimento integral das crianas da Educao Infantil, 1.17 Assegurar que todos os professores tenham Licenciatura em Pedagogia para atuar na Educao Infantil; 1.18 Garantir formao continuada aos professores de Educao Infantil; 1.19 Intensificar aes voltadas para a reestruturao e aquisio de equipamentos para a rede pblica municipal de educao infantil, no sentido de expandir e melhorar a estrutura fsica das creches e pr-escolas do municpio; 1.20 Construir e equipar creches em regime de colaborao conforme os padres do MEC em at 50% da rede municipal de ensino at a vigncia do Plano. 38. 38 5. ENSINO FUNDAMENTAL 5.1. Panorama O trabalho com o Ensino Fundamental parte sempre de dois eixos: assegurar o acesso escola a todas as crianas em idade escolar e garantir a qualidade do ensino ministrado. Em Bom Jardim, o Ensino Fundamental foi normatizado pela Secretaria Municipal de Educao e atende s crianas a partir de seis anos de idade. No eixo da garantia da qualidade, faz-se necessria a melhoria contnua dos Projetos Pedaggicos das escolas. Dever-se- envidar todos os esforos no sentido de ter uma Proposta Curricular Municipal que alm de contemplar os Parmetros Curriculares Nacionais, insira em seu contexto aspectos da realidade local e regional. Este esforo dever contar com a participao direta da comunidade escolar bem como de segmentos da sociedade civil que desejem contribuir para o pleno xito e a melhor qualidade possvel das escolas bonjardinenses. Observando os indicadores pode-se constatar uma melhoria nas taxas de aprovao e uma reduo na evaso escolar. Tais aspectos so comprovados atravs dos resultados das avaliaes internas e externas e dos controles desenvolvidos para o acompanhamento da frequncia escolar. No que se refere melhoria nas aprovaes, pode-se atribuir a programas como o Brasil Alfabetizado, o Mais Cultura e o Mais Educao. Alm disso, temos os investimentos feitos em capacitao e formao continuada de professores. Embora, os resultados sejam significativos, ainda se observa uma necessidade de maiores investimentos no acompanhamento pedaggico por parte da escola e da Secretaria de Educao com vistas a uma Educao de qualidade. 39. 39 Quanto melhoria da estrutura das escolas da rede municipal, esta comprovada por meio da construo e aparelhamento de novos prdios escolares. Porm necessrio reconhecer que ainda h precariedade nas estruturas fsicas de algumas escolas, mas que gradativamente esse quadro vem se modificando com as novas escolas financiadas pelo Programa PAR do Governo Federal. A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB) dispe em seu artigo 23 que: a Educao Bsica poder organizar-se em sries anuais, perodos semestrais, ciclos, alternncia regular de perodos de estudos, grupos no seriados, com base na idade, na competncia e em outros critrios, ou por forma diversa de organizao, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. Nessa concepo, foi includa ao Sistema de Ensino do Municpio a preocupao sistemtica com a necessidade de Correo de Fluxo e o apoio com reforo escolar por meio do Mais Educao com o objetivo ampliar os espaos de aprendizado ao mesmo tempo em que visa a reduzir a distoro de idade/srie, como tambm a evaso escolar. Dessa forma pode-se perceber que gradativamente est se verificando o avano da aprendizagem dos referidos alunos que se encontravam nessa situao de defasagem, possibilitando o ingresso em um ano mais compatvel com sua idade. Visando a promover uma aprendizagem significativa que esteja vinculada s necessidades dos alunos atendidos, o municpio tem fomentado e desenvolvido vrios projetos nas diversas reas do conhecimento numa perspectiva interdisciplinar, para ser coerente com o objetivo de formar cidados comprometidos com a sociedade em que vive. Essa forma de conceber a construo do conhecimento foi referendada pelo relatrio da UNESCO da Comisso Internacional sobre Educao para o sculo XXI, intitulado Educao um Tesouro a Descobrir, quando institui os pilares da educao do novo milnio: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Os quatro pilares continuam sendo essenciais para potencializar uma concepo de educao sistmica e emancipadora, pois colocam a necessidade de desenvolver saberes imprescindveis para que o conhecimento acontea em sua plenitude. importante ressaltar que a ideia de desenvolver uma Proposta Curricular especfica para o Municpio dever ser pautada numa viso sistmica, buscando a formao global do ser, respeitando a diversidade e trabalhando a transversalidade atravs de temticas como meio ambiente, 40. 40 tica, cidadania, pacificidade, alm da histria e cultura afro-brasileira e indgena. 5.2. Diretrizes As Diretrizes para o Ensino Fundamental tm respaldo nas determinaes da Constituio Federal, na LDB (9394/96) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, Resoluo CNE/CEB n 7, de 14 de dezembro de 2010. Nos trs primeiros anos de vigncia deste Plano, o Ensino Fundamental dever garantir o acesso, a permanncia e a qualidade de ensino para todas as crianas na escola, tendo os seguintes princpios como norteadores da sua ao pedaggica: a) A autonomia, a responsabilidade, a solidariedade, respeito ao bem comum e a tica; b) Princpios polticos dos direitos e deveres da cidadania, da criticidade, e respeito ordem democrtica; c) Princpios estticos da sensibilidade, criatividade e diversidade nas manifestaes artsticas e culturais. Estes princpios para serem desenvolvidos devero perpassar pela relao indissocivel entre o conhecimento, a linguagem e o afeto, elementos imprescindveis nos processos de ensino e aprendizagem, cujo dilogo o fundamento do ato de educar, concretizado nas relaes entre as geraes, seja entre os alunos ou entre os prprios professores. Faz-se necessria, portanto uma escola que repense sua funo social, sua concepo de educao, sociedade e sujeito, via construo e consolidao do Projeto Poltico Pedaggico quando se pensa em qualidade de ensino no se pode esquecer da importncia deste instrumento, pensado, planejado, elaborado e executado de forma coletiva na Unidade Escolar, sendo capaz de estabelecer a integrao escola e famlia. META 02 - Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a populao de 6 a 14 anos, garantindo o acesso e a permanncia da criana na escola. ESTRATGIAS: 2.1 Estimular a oferta dos anos iniciais e dos anos finais do Ensino Fundamental para todas as crianas de 6 a 14 anos que morem nas reas urbana ou rural; 2.2 Promover aes de incentivo aos estudantes para que todos concluam a educao bsica; 2.3 Fazer um programa de monitoramento junto aos alunos para garantir que todos concluam o ciclo da educao bsica; 41. 41 2.4 Promover a busca ativa de crianas fora da escola em parceria com o Conselho Tutelar, assistncia social e de sade do municpio, buscando fortalecer aes que integrem a escola e as famlias. 2.5 Garantir o transporte escolar, gratuito, para as crianas da zona rural, matriculadas na rede pblica, dentro de padres bsicos de segurana, adaptado para pessoas com deficincia; 2.6 Implantar polticas pblicas para valorizao do educando e na escola, buscando maior equidade social; 2.7 Garantir padres adequados de infraestrutura dos prdios escolares com espaos diferenciados dotados de climatizao, refeitrios, iluminao, com condies sanitrias adequadas e acessibilidade; 2.8 Garantir a implantao de quadras poliesportivas e a prtica de atividades esportivas e culturais nas escolas j existentes; 2.9 Garantir a implantao de programas de formao continuada do professor a partir da aprovao do PME; 2.10 Assegurar, dentro de propostas curriculares, uma perspectiva transversal, incluindo temas como: meio ambiente, educao para o trnsito, sexualidade, drogas dentre outros; 2.11 Garantir o cumprimento da Lei 11.645/08 que regulamenta a obrigatoriedade do Ensino da Histria e Cultura Afro-brasileira e Indgena em todos os nveis de ensino, nas escolas de ensino regular no municpio de Bom Jardim; 2.12 Reduzir, no prazo de cinco anos da vigncia do PME, em 80% a evaso e a repetncia no Ensino Fundamental; 2.13 Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanncia na escola por parte dos beneficirios de programas de transferncias de renda, identificando motivos de ausncia e baixa frequncia e garantir, em regime de colaborao, a frequncia e o apoio aprendizagem; 2.14 Garantir o acesso as tecnologias pedaggicas que combinem, de maneira articulada, a organizao do tempo e das atividades didticas entre a escola e o ambiente comunitrio; 2.15 Assegurar em regime de colaborao com instituies de Ensino Superior a formao em nvel superior a 100% dos professores no licenciados da rede pblica at o final da vigncia deste plano; 2.16 Garantir a meta ao IDEB municipal de 5,5 at a data vigente do PME. 42. 42 2.17 Garantir atividades extracurriculares de incentivo aos estudantes e de estmulo ao protagonismo estudantil para realizao de projetos que apresentem relevncia social; 2.18 Garantir o acesso rede mundial de computadores em banda larga de alta velocidade e promover, de forma efetiva, a relao computadores/estudantes nas escolas da rede pblica de educao bsica, com a utilizao pedaggica das tecnologias da informao e da comunicao. 2.19 Implementar polticas de preveno evaso por qualquer motivo, inclusive as fomentadas por preconceito e discriminao orientao sexual ou identidade de gnero, criando rede de proteo contra a excluso. 2.20 Garantir a construo de escolas adequadas com refeitrios quadras poliesportiva conforme o padro estabelecido pelo MEC; 2.21 Garantir o cumprimento da Lei Municipal n 568/2012 que dispe o incentivo a prtica da capoeira na rede de ensino do municpio de Bom Jardim. 2.22 Garantir a implantao de escolas em tempo integral na rede municipal de ensino. 2.23 Garantir a casa do estudante conforme Art. 175, paragrafo V, da Lei Orgnica Municipal, para que os alunos da zona rural continuem e concluam seus estudos na sede do municpio. 2.24 Construir em regime de colaborao escolas conforme os padres do MEC no prazo de 03 anos e em contnuo at a vigncia do Plano. META 03 Alfabetizar todas as crianas at o final do 3 (terceiro) ano do Ensino Fundamental. Estratgias: 3.1 Fomentar a estruturao do Ensino fundamental de 9 anos com foco na organizao de ciclo de alfabetizao com durao de 03 (trs), a fim de garantir a alfabetizao plena de todas as crianas, no mximo at o final do 3 ano; 3.2 Aplicar exames peridicos especficos para aferir a alfabetizao das crianas. 3.3 Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de prticas pedaggicas inovadoras que assegurem a alfabetizao e favoream a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos (as) alunos (as), consideradas as diversas abordagens e sua efetividade. 43. 43 3.4 Promover e estimular a formao inicial e continuada de professores (as) para a alfabetizao de crianas, com o conhecimento de novas tecnologias educacionais e prticas pedaggicas inovadores. 6. ENSINO MDIO E EDUCAO PROFISSIONALIZANTE 6.1. Panorama As aes voltadas para o ensino mdio e a educao profissional, em geral, extrapolam a competncia do municpio. Todavia, o poder pblico local entende que no pode deixar de manifestar-se e exerce constantes articulaes de parcerias junto s instituies pbicas no sentido de ampliar a oferta dessas etapas, modalidades e nveis de educao no municpio. A economia de Bom Jardim tem foco nos setores agrcola, pecuarista, extrativista e de servios, que gera uma demanda por profissionais qualificados. Nessa perspectiva, o municpio tem buscado parcerias para a instalao de instituies que proporcionem essas formaes aos nossos muncipes. META 04 Buscar parceria para melhoria do Ensino Mdio visando atender as necessidades dos adolescentes e jovens bonjardinenses. Estratgias: 44. 44 4.1 Buscar parcerias e apoio junto ao Estado e MEC para incentivar durante a vigncia deste Plano, Cursos Profissionalizantes, integrados e subsequentes ao Ensino Mdio no Municpio. 4.2 Buscar parcerias junto ao Governo do Estado do Maranho e ao Ministrio da Educao para a instalao de Escola Profissionalizante e/ou Instituto Federal, visando garantir a oferta de cursos profissionalizantes para jovens e adultos 4.3 Articular, junto s instituies pblicas a ampliao das matrculas no ensino mdio e a criao de vagas na educao profissional. 4.4 Garantir em regime de colaborao com a Unio e estado a oferta de cursos profissionalizantes. 45. 45 7. EDUCAO DE JOVENS, ADULTOS E IDOSOS EJAI A partir de 1988, o Estado brasileiro reconheceu juridicamente o direito humano educao de pessoas jovens e adultos (EJA), que passou a se constituir em uma modalidade especfica da educao bsica apoiada na defesa do direito de todos e todas educao ao longo da vida e no reconhecimento de pessoas jovens e adultas como sujeitos de conhecimento e de aprendizagem. 7.1. Panorama Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo das condies materiais, econmicas, sociais e polticas, culturais e ideolgicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras de difcil superao para o cumprimento de nossa tarefa histrica de mudar o mundo, sei tambm que os obstculos no se eternizam. Paulo Freire As transformaes desencadeadas pelo processo de globalizao no modo de produo e a rpida evoluo tecnolgica trazem novos desafios educacionais, e neste contexto que precisamos pensar a educao de 46. 46 jovens, adultos e idosos para o novo milnio, uma vez que a educao o mecanismo pelo qual encontraremos a possibilidade de formar um cidado capaz de intervir ativa e conscientemente na realidade em que est inserido. Compreendemos que a demanda educacional na Educao de Jovens, Adultos e Idosos composta por desafios pedaggicos e polticos. Dentre os desafios de ordem pedaggica, podemos citar a questo da aprendizagem, metodologias especficas, formao e atribuies do educador. Dentre os desafios de ordem poltica, citamos a construo do currculo e os instrumentos capazes de gerar expectativas futuras e superar o fenmeno da evaso. Quando se trata da Educao de Jovens, Adultos e Idosos EJAI necessrio ter claro que essa modalidade de ensino no nos remete apenas a uma questo de faixa etria, mas, fundamentalmente, a uma especificidade cultural. Nesse sentido, o indivduo que procura os cursos para jovens e adultos est inserido num contexto de diversidade sociocultural. Essa heterogeneidade deve ser respeitada e aproveitada pelos professores, constituindo-se fator essencial do currculo e do processo de aprendizagem, o que significa que os diferentes saberes e as diferentes opinies dos educandos, adquiridos ao longo de suas prticas sociais de vida e de trabalho, devero ser o ponto de partida do processo de aprendizagem sistematizada. No que se refere s questes didtico-metodolgicas, ressaltam- se o dilogo e a participao democrtica, como mecanismos de interao. Dessa forma, o dilogo, o respeito e a valorizao dos saberes permitiro a emergncia dos conhecimentos prvios dos educandos, contribuindo para a elevao da autoestima e da crena na capacidade de aprender, transformando-se, assim, em poderosa ferramenta poltico pedaggica. O educando de EJAI tem idade entre 15 e 65 anos. So, em geral, trabalhadores jovens, adultos e idosos. A maioria deles no possui histrico escolar. Outros so oriundos do ensino fundamental onde no conseguiram construir as habilidades necessrias para um bom domnio do cdigo lingustico ou por motivos diversos no chegaram a conclu-lo. Porm, independente da familiarizao com o conhecimento formal, faz-se necessrio considerar que estes alunos j possuem conhecimento sobre o mundo letrado, adquiridos em breves passagens pela Instituio Educacional, na realizao de atividades cotidianas e principalmente na experincia de vida, conforme nos diz Magda Soares: [...] um adulto pode ser analfabeto, porque marginalizado social e economicamente, mas, se vive em um meio em que a leitura e a escrita tm presena forte, se se interessa em ouvir a leitura de jornais feitas por um alfabetizado, se recebe cartas que outros leem para ele, se dita cartas para que um 47. 47 alfabetizado as escreva..., se pede a algum que lhe leia avisos ou indicaes afixados em algum lugar, esse analfabeto , de certa forma, letrado, porque faz uso da escrita, envolve-se em prticas sociais de leitura e de escrita.(1998, p. 24) A Educao de Jovens, Adultos e Idosos voltada para os que no tiveram oportunidade de cumprir sua escolaridade um direito adquirido e est assegurado na Lei de Diretrizes e Bases da Educao n 9.394/1996 - em seu art. 4, que ressalta o dever do Estado com a educao pblica efetivada mediante a garantia do ensino fundamental, obrigatrio e gratuito, inclusive para os que a ele no tiveram acesso na idade prpria. O sistema pblico de ensino do municpio de Bom Jardim oferece a modalidade Educao de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental na forma presencial. As matrculas de 2014 da Educao de Jovens, Adultos e Idosos apontam que o municpio possui nas suas mais de cem escolas turmas presencias contemplando 1.534 educandos. A proposta curricular de EJAI do municpio visa construir um currculo que promova o desenvolvimento de competncias, habilidades, procedimentos, atitudes e valores considerando as especificidades da modalidade partindo das necessidades de aprendizagem do educando, valorizando saberes e fazeres na perspectiva de alcanar o xito desejado. Dessa forma observa tambm a necessidade de, durante todo o processo de ensino aprendizagem, atentar para a contextualizao da histria de vida do aluno. A EJA precisa utilizar metodologias de ensino prprias para esse pblico, transformar saberes do cotidiano em saberes curriculares sistematizados, contribuindo para o desenvolvimento dos processos cognitivos, privilegiando a capacidade de pensar, de processar as experincias de aprendizagem com autonomia intelectiva. Tendo por base o princpio do dilogo, respeito mtuo, e a aceitao dos diferentes saberes. A organizao das atividades ou experincias de aprendizagem pressupem alguns critrios que se relacionam diretamente com o contexto: o nvel de desenvolvimento do aluno, os objetivos pretendidos pelo educando e educador, as normas e os valores que sero cultivados, as competncias, as habilidades e os procedimentos requeridos. Compreendendo a responsabilidade social para com sua populao, o municpio vem investindo em polticas pblicas educacionais que possam garantir uma boa qualidade de ensino. Considerando a ao docente fundamental neste processo, h na rede pblica municipal formao continuada, acompanhamento pedaggico, professores efetivos, equipe de tcnicos pedaggicos, alm de apoio sistemtico s escolas que ofertam a 48. 48 modalidade, com foco no desenvolvimento de estratgias que garantam a aprendizagem qualitativa e significativa a cada um dos educandos. Quanto formao dos professores, o municpio vem incentivando o processo de desenvolvimento profissional dos docentes. Sabedor dos desafios que ainda se apresentam busca-se fortalecer, junto comunidade escolar, o dilogo, as trocas de saberes e experincias por meio de uma escuta pedaggica ativa, o que possibilitar a Bom Jardim avanar nos ndices de aprendizagem, permanncia e na reduo do fenmeno da evaso escolar. 7.2. Diretrizes Tomando como referncias as declaraes das Conferncias Internacionais de Educao, realizada pela UNESCO nas ltimas dcadas, partimos do princpio de que a aprendizagem um direito permanente, constituindo-se em fator primordial para o desenvolvimento sustentvel e equitativo, para a promoo da Cultura da Paz baseada na liberdade, justia e respeito mtuo entre os cidados do mundo. Nesse contexto, a Educao de Jovens e Adultos deve ser reconhecida como um direito fundamental para a conquista da cidadania e de melhoria na qualidade de vida da populao. A Educao de Jovens e Adultos est assegurada pelo artigo 208 da Constituio de 1988 quando afirma o dever do Estado com a educao para todos os cidados, inclusive para os que no tiveram acesso na idade prpria, garantindo a oferta adequada s condies do educando. A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional n 9394/96 reafirma o direito dos Jovens e Adultos a um ensino bsico, gratuito na forma de cursos (presenciais e semipresenciais) e exames supletivos. Em consonncia com esses princpios, temos, ainda, como suporte legal da EJAI, a Resoluo do CNE/CEB n 1/2000 que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao de Jovens e Adultos. As Diretrizes Curriculares destacam que a EJAI deve considerar o perfil dos alunos, sua faixa etria, conhecimentos e valores e prope um modelo pedaggico que assegure equidade, reparao e qualificao. O currculo da EJAI abrange disciplinas da Base Nacional Comum, estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educao, assim como, componentes do quadro curricular, carga horria, organizao didtica, organizao administrativa, organizao escolar e disposies gerais que funcionam em conformidade com a legislao oficial citada. META 05 Elevar a taxa de alfabetizao da populao com 15 anos ou mais para 90% at o final da vigncia deste PME, e reduzir a taxa de analfabetismo funcional em 50%. 49. 49 Estratgias: 5.1 Construir um currculo centrado nas especificidades da Educao de Jovens, Adultos e Idosos at o final de 2018; 5.2 Realizar chamada pblica para mapeamento das necessidades de aprendizagem dos educandos, considerando as realidades histricas, culturais e sociais do municpio a partir da aprovao deste plano; 5.3 Analisar, adequar e implantar a matriz curricular municipal de Educao de Jovens, Adultos e Idosos - EJAI de forma a mant-la adequada proposta curricular nacional da EJAI, porm, sem perder de vista o contexto local e regional; 5.5 Ofertar formao continuada para o professor alfabetizador e de reas especficas, na modalidade presencial e semipresencial tendo como foco o fazer pedaggico; 5.7 Realizar, anualmente, a partir de 2017, um encontro municipal com educadores da modalidade EJAI para intercmbio das experincias exitosas; 5.9 Estimular o uso de novas tecnologias pedaggicas com o objetivo de favorecer o aprendizado atravs de atividades diversificadas; 5.10 Oferecer atividades extracurriculares de incentivo aos educandos no sentido de potencializar suas competncias e habilidades; 5.11 Garantir a disponibilidade de materiais didticos aos professores como forma de enriquecer sua prtica pedaggica; 5.12 Realizar formao contnua com os gestores escolares no sentido de fortalecer as aes pedaggicas na escola; 5.13 Realizar, bimestralmente, monitoramento sistemtico e anlise de dados para acompanhar a evoluo da aprendizagem dos educandos, a fim de perceber as competncias, habilidades e atitudes no construdas, visando efetivas intervenes pedaggicas; 5.14 Incentivar a permanncia do educando na escola, atravs de campanhas que favoream sua insero social e cultural; 5.16 Garantir mecanismos de acompanhamento pedaggico sistemtico aos educandos da EJAI; 5.17 Implementar polticas de preveno evaso de fatores internos e externos escola, 5.18 Assegurar transporte escolar para alunos moradores da zona rural matriculados na EJAI, quando no houver oferta na sua localidade; 50. 50 5,19 Promover as polticas da EJAI voltadas para o mundo do trabalho, sade e gerao de emprego e renda; 5,20 Ofertar a Educao de Jovens, Adultos e Idosos a todos que no tiveram acesso educao bsica na idade prpria; 5.21 Garantir o uso de ambiente informatizado, contribuindo para o processo de alfabetizao dos educandos da EJAI, bem como sua insero na cultura digital; 5.21 Promover a continuidade de escolarizao de Jovens, Adultos e Idosos aos egressos dos programas de alfabetizao; 5.26 Fomentar a produo de material didtico especfico para a EJAI, bem como metodologias diferenciadas para o desenvolvimento dessa modalidade; 5.27 Desenvolver e garantir polticas pblicas para os educadores da modalidade EJAI, visando o aperfeioamento da prtica pedaggica que possibilite construo de novas estratgias de ensino e uso das Tecnologias da Informao; 5.28 Ampliar a oferta de matrculas na modalidade de ensino EJAI em toda a rede municipal. 5.29 Firmar parceria com o SENAI, CENAC, e outras instituies visando uma educao profissionalizante aos alunos da modalidade EJAI. 5.30 Buscar parceria junto ao Estado para implantao do PROEJA (modalidade ensino mdio supletivo) para dar seguimento modalidade EJAI. 51. 51 7. EDUCAO INDGENA 8.1. Panorama Desde o sculo XVI, no Brasil, a educao escolar indgena esteve marcada pela catequizao, civilizao e integrao forada dos ndios sociedade nacional. Nesse contexto, a instituio da escola entre grupos indgenas serviu de instrumento de negao de identidades e culturas diferenciadas. Atualmente, com base na Constituio Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases e no Plano Nacional de Educao de 2001, a educao escolar indgena vem recebendo tratamento especial por parte dos rgos competentes. O Ministrio da Educao assegurou o acesso a conhecimentos gerais sem precisar negar as especificidades culturais e a identidade dos grupos indgenas. Essa nova poltica educacional, voltada para as comunidades indgenas, tem como elementos fundantes a interculturalidade, o multilinguismo e a etnicidade proporcionando aos povos indgenas a valorizao de suas lnguas maternais e saberes tradicionais, contribuindo para a reafirmao de sua identidade e sentimento de pertencimento tnico. Em Bom Jardim, a modalidade de Educao Indgena atende populao Guajajara situada nas Terras Indgenas do Caru e do Rio Pindar. A oferta da Educao Escolar Indgena se d em 06 (seis) escolas e uma responsabilidade da Secretaria de Estado da Educao do Maranho. Cabe ao municpio de Bom Jardim, por meio de convnios com o Estado, ofertar vagas para educao infantil e ensino fundamental e apoiar no ensino e aprendizagem das crianas e adolescentes indgenas, visando ofertar educao de qualidade diferenciada garantindo o acesso e a permanncia dos 52. 52 mesmos, assegurando s comunidades indgenas processos prprios de aprendizagem, capazes de formar cidados participativos, crticos e solidrios. META 06 - Apoiar em regime de colaborao o estado quanto oferta do ensino fundamental s comunidades indgenas, garantindo o respeito aos seus modos de vida, suas vises de mundo e as situaes sociolingusticas por elas vivenciadas. Estratgias: 6.1 Articular em parceria com o estado a manuteno da poltica de Educao Indgena no municpio; 6.2 Apoiar a autonomia escolar, garantindo a plena participao da comunidade indgena nas decises relativas ao funcionamento da escola. 6.3 Apoiar a qualidade de programas contnuos de formao do professor indgena em parceria com a Secretaria de Estado da Educao do Estado do Maranho, especialmente com relao aos conhecimentos dos processos escolares, alfabetizao, construo coletiva de conhecimentos na escola e valorizao do patrimnio cultural da populao atendida; 6.4 Estabelecer parcerias para produo de material didtico que atenda aos currculos da educao indgena, contemplando aspectos culturais da comunidade; 6.5 Garantir o atendimento a modalidade de educao infantil indgena at a vigncia deste Plano. 6.6 Assegurar a criao de creches e pr-escola para atender as crianas da Educao Infantil. 6.7 Garantir a construo de prdio escolar para atender a pr-escola e creches, bem