plano de saúde coletivo - aumento após os 60 anos

7/23/2019 Plano de Sade Coletivo - Aumento Aps Os 60 Anos

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APELAO CVEL N 492.796.4/0-00

Apelante: o Ministrio Pblico do Estado de So PauloApelados: Unimed de Santos Cooperativa de Trabalho

Mdico e o Sindicato dos Trabalhadores das Indstrias

u!micas" #armac$uticas e de #ertili%antes de Cubato"

Santos" So &icente" 'uaru()" Praia 'rande" *ertio+a"

Mon+a+u) e Itanham

Pae!e da Po!"ado#a de $"st#%a de &nteesses '#("sose Colet#)os

E+r+io Tribunal de ,usti-a

Colenda C.mara

Eminentes /esembar+adores

Trata0se de 1ecurso de 2pela-o interpostopelo Ministrio Pblico do Estado de So Paulo" em 3ace da

r4senten-a 5ue (ul+ou improcedente a-o civil pblica"

a(ui%ada pelos Promotores de ,usti3ica da /e3esa do

Consumidor e da Pessoa Idosa de Santos" visando 6

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declara-o de nulidade de cl)usulas contratuais insertas em

contrato de plano de sade coletivo 3irmado entre os2peladas" bem como visando 6 anula-o dos aumentos

operados com base nestas cl)usulas e" ainda" a restitui-o

dos valores indevidamente pa+os pelos consumidores4

2 a-o 3oi proposta com 3undamento em

dispositivos da Constitui-o #ederal" do C7di+o de /e3esa do

Consumidor" e da le+isla-o protetiva do idoso48e+ada a liminar em Primeira Inst.ncia

93ls4;" 3oi a mesma de3erida em sede de recurso de

a+ravo" nos termos estampados 6s 3ls4?@@


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o Estatuto do Idoso ser aplicado retroativamente" por5ue no

seria norma de ordem pblica" e no havendo abusividade nopresente caso" por5ue teriam sido respeitados os limites e

condi-Jes impostos pela lei nH 4;D;


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no se aplicaria a contrato anterior" sob pena de viola-o a

ato (ur!dico per3eito4N a s!ntese do necess)rio4 Passo a opinar"

sendo o caso de se ne+ar provimento ao recurso" pelas

ra%Jes a se+uir epostas4

Primeiramente" deve0se re+istrar 5ue a a-o

civil pblica" ainda em andamento" cu(a c7pia 3oi (untada 6s

3ls4?=


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no 3icaria su(eito 6 le+isla-o protetiva consumeirista" se(a

ela a Gei nH 4;D;4

Tambm no pode restar dvida sobre a

aplica-o do C/C aos consumidores destes contratos" ve%

5ue a operadora do plano de sade se encaia per3eitamente

na de3ini-o de 3ornecedora de servi-os nos termos do art4H

do C/C" e os seus bene3ici)rios" na de3ini-o de

consumidores" tal 5ual previsto no art4BH" do mesmo CodeF4

E tais consumidores no so menos

hipossu3icientes ou vulner)veis do 5ue os consumidores deplanos de sade individuais4

Com e3eito" o 3ato de a ne+ocia-o do

contrato ser 3eita pelo empre+ador ou pelo Sindicato

diretamente com a Operadora do Plano de Sade no coloca

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o consumidor em uma posi-o privile+iada 3rente ao

3ornecedor do servi-o4 Muito pelo contr)rio" estando ausentee lon+e da ne+ocia-o" o consumidor do contrato coletivo tem

menos condi-Jes de in3luenciar o ob(eto do contrato e as

condi-Jes pactuadas" 3icando submetido ao 5ue 3or decidido

pelo seu empre+ador ou Sindicato" 5ue no necessariamente

ser) o melhor para a prote-o de seus interesses" sendo

comum nestas situa-Jes o consumidor nem se5uer receberc7pia de tal contrato4

Este ltimo" inclusive" no deia de ser de

adeso" con3orme se veri3ica 6s 3ls4=D


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1 A?";" con3orme comprovam os documentos de 3ls4B"

B;


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direito 6 prote-o decorrente do disposto no K AH do art4?D do

Estatuto do Idoso4Ou se(a" saber se o Estatuto do Idoso se

aplica apenas aos contratos novos celebrados ap7s a sua

entrada em vi+or" ou se tambm se aplica 6s situa-Jes

(ur!dicas 5ue vierem a ocorrer e a se completar durante a

eecu-o dos contratos celebrados anteriormente4

O 5ue se pretende coibir por meio destaa-o" so eatamente os aumentos praticados por mudan-a

de 3aia et)ria" para a5ueles consumidores 5ue completaram

;@ anos ap7s a entrada em vi+or do Estatuto do Idoso" mas

cu(os contratos tenham sido 3irmados anteriormente 6 sua

entrada em vi+or4

E !o e(e#to de)e-se e!one!e a

apl#!a%o do Estat"to do &doso a pat# de s"a entada

e )#1o soe todas as s#t"a%3es "5d#!as a pat# da5

o!oentes a#nda "e e ee!"%o de !ontatos

!eleados ante#oente.

1ealmente" a C#" em seu art4 B@" colocou o

o idoso em situa-o merecedora de prote-o especial" 3ace 6

sua reconhecida vulnerabilidade" de 3orma a coloc)0lo a salvode toda a 3orma de discrimina-o" em ra%o do 5ue 3oi

promul+ado o Estatuto do Idoso" 5ue se trata de diploma

le+al voltado (ustamente a con3erir ao idoso uma posi-o na

sociedade condi+na com sua condi-o peculiar" tratando0se

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de le# de e)#dente !a8te so!#al e po#s de ode

pl#!a" () 5ue o seu cumprimento no visa a atender a uminteresse de nature%a particular" mas sim ao interesse

pblico" representado pela prote-o de uma enorme +ama de

pessoas na sociedade" tocando" portanto" ao

desenvolvimento do Pa!s como um todo" e provocando uma

pro3unda mudan-a social4

/esta 3orma" no h) dvida 5ue o Estatutodo Idoso veio para con3erir prote-o no apenas a um +rupo

de idosos contratantes ap7s a sua entrada em vi+or" mas a

todos os idosos do Pa!s" a! se tendo 5ue incluir"

necessariamente" os idosos si+nat)rios de contratos

anteriores" mas 5ue viessem a so3rer al+uma leso a seus

direitos de idosos ap7s a entrada em vi+or do Estatuto4

Esta a nica interpreta-o consent.nea

com a prote-o constitucional especial 5ue se deu aos

idosos" e com o car)ter mani3estamente social e de ordem

pblica das normas do respectivo Estatuto4

E aplicando0se o Estatuto do Idoso" aos

aumentos praticados por mudan-a de 3aia et)ria ap7s a sua

entrada em vi+or" 3ica a3astada a possibilidade de viola-o aoato (ur!dico per3eito4

1ealmente" o 5ue a C# veda em seu art4DH"

inciso QQQ&I" a aplica-o retroativa de uma lei a uma

situa-o (ur!dica anterior () totalmente consolidada" e 5ue

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tenha" sob a +ide da lei anti+a" produ%ido todos os seus

e3eitos4Tal no ocorre com rela-o 6 clausula

contratual" 5ue prev$ o rea(uste por mudan-a de 3aia et)ria

a partir dos ;@ anos de idade" posto 5ue a mesma 3ica

subordinada ao implemento de uma condi-o 3utura"

consubstanciada no alcance da5uela idade pelo consumidor4

2ssim" como para a total aplica-o destacl)usula" no basta a celebra-o do contrato" mas sim a

ocorr$ncia de evento 3uturo e incerto" no se pode considerar

a situa-o pela mesma re+ida como tendo se consolidado

totalmente sob a re+$ncia da lei anterior" tendo 5ue se

reconhecer 5ue sua e3etiva implementa-o 3ica di3erida no

tempo e" pois" tambm su(eita a eventuais mudan-as

le+islativas 5ue tenham o car)ter de ordem pblica" como

ocorre com o Estatuto do Idoso4

2ssim" se o consumidor veio a completar ;@

anos ap7s a entrada em vi+or do Estatuto do Idoso" deve

necessariamente ser prote+ido por este ltimo" pois sua

situa-o contratual" com rela-o 6 mudan-a de 3aia et)ria"

s7 veio a se tornar completa posteriormente" no tendo antesse consolidado4

Ou se(a" aplicando0se o Estatuto do Idoso

apenas aos aumentos praticados por mudan-a de 3aia et)ria

ap7s a sua entrada em vi+or" no se est) meendo em uma

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situa-o (ur!dica consolidada ou em um ato (ur!dico per3eito"

mas apenas se procedendo 6 aplica-o imediata de uma leide ordem pblica e de interesse social" a atos relativos 6

eecu-o de um contrato4

8esse sentido" ensina &ICE8TE 1RO" 5ue

retroatividade e efeitos imediatos da nova norma obrigatria

so conceitos, pois, que no se confundem: enquanto aquela

age sobre o passado, estes tendem a disciplinar o presente eo futuro 9in O /ireito e a &ida dos /ireitosF0 D edi-o

1evista dos Tribunais ? p)+4==>4

&e(a0se" neste mesmo diapaso" o decidido

pela Colenda D C.mara de /ireito Privado deste E+r+io

Tribunal" no 2+ravo de Instrumento A4A?4A


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preferencial do idoso inalidade de preserv!lo

de muta"es financeiras, em razo de sua idade,e #ue l$e tra%am risco de pre&u'zo irreparvel ou

de completa reparao (umento si%nificativo

da prestao do plano de sade

)apro*imadamente +-, a acarretar natural

desestabilizao . economia da a%ravante

aposentada/ 4equisitos 5 concesso da liminarpresentes .par#grafo 0, do artigo +6', do 7digo

de Processo 7ivil 4ecurso improvido)

8o mesmo sentido" vem decidido a

Primeira Turma 1ecursal C!vel dos ,ui%ados Especiais C!veis

do Estado do 1io 'rande do Sul:

*PLANO 'E :A;'E. E 'A:

CON>


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!ont#"#%o paa ontante e!ess#)aente

oneoso. V#ola%o ao CGd#1o de 'e(esa doCons"#do e ao Estat"to do &doso Hle#

I0.74I/0,J. Apl#!a%o #ed#ata do at#1o IK + ,

da le# I0.74I/0,. :#t"a%o "e no !aa!te#a

)#ola%o M e1a de #etoat#)#dade das le#s e ao

ato "5d#!o pe(e#to. Pe!edentes da 2 >"a

"a


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acompanhado esta varia-o" no sendo compat!vel com esta

realidade o aumento praticado pela Unimed" ainda mais emse considerando 5ue seus destinat)rios so consumidores

idosos" e 5ue se encontram" no mais das ve%es"

aposentados" ou em situa-o de di3!cil coloca-o no mercado

do trabalho" e o 5ue mais importante" 5ue tiveram a (usta

epectativa" 5uando da adeso ao contrato" de virem a ter

suas necessidades mdicas 3uturas acobertadas" sem 5ue"para tanto" tivessem 5ue suportar pr)ticas abusivas" 5ue os

colocasse em desvanta+em ea+erada 3rente ao 3ornecedor"

e 3ossem contr)rias 6 boa 3 e 6 e5uidade4

Portanto" os aumentos 5ue vem sendo

praticados pela Unimed de Santos" por mudan-as de 3aia

et)ria ap7s os ;@ anos de idade do consumidor" no

percentual acima re3erido" 3ere princ!pios e normas

estampadas nos arti+os AH" III" " I&" &" D?" I&" K ?H" incisos I"

II e III" do C/C" devendo" tambm por esta ra%o" ser dada

proced$ncia 6 a-o proposta4

2ssim sendo" por todas as ra%Jes epostas"

opina esta Procuradoria de ,usti-a se(a dado provimento ao

recurso ministerial" para o 3im de serem declarados nulostodos os aumentos por mudan-a de 3aia et)ria praticados

ap7s @?4@?4@B@@A" com base no contrato de plano de sade

coletivo 3irmado entre os 2pelados" em virtude do consumidor

ter completado ;@ anos ou mais" condenando0se a Unimed

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de Santos a devolver aos consumidores lesados todos os

valores pa+os a mais a partir da5uela data e a5uele t!tulo" pormedida de ,USTI24

So Paulo" @ de 3evereiro de B@@=4

/O12 *USS2* C2STEGO

Promotora de ,usti-a desi+nada em Se+unda Inst.ncia

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plano de saúde coletivo - aumento após os 60 anos

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