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PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL NITRIFLEX S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO CNPJ/MF nº 42.147.496/0001-70

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PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

NITRIFLEX S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO CNPJ/MF nº 42.147.496/0001-70

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SUMÁRIO

1. Considerações Iniciais ......................................................................................................... 03 2. A Recuperanda .................................................................................................................... 04 2.1. Apresentação ................................................................................................................... 04 2.2. Cenário que acarretou a Crise da Recuperanda ............................................................... 05 2.2.1. Investimento no Parque Fabril e a Crise Financeira Atual ............................................ 05

2.2.2. Dos Créditos junto a Instituições Financeiras ................................................................. 07

2.2.3. Diminuição de Capital de Giro e Atraso a Fornecedores ............................................... 07

2.3. Da Situação Patrimonial da Recuperanda ......................................................................... 08 2.4. Ações Tomadas para Reversão da Crise ......................................................................... 09 2.5. Das Premissas utilizadas para a Projeção do Fluxo de Caixa ......................................... 09 3. Etapa Quantitativa – Laudo Econômico-Financeiro ............................................................ 11 3.1. Balanços Patrimoniais e Demonstrações de Resultados ................................................. 11 3.1.1. Análise Vertical dos Balanços Patrimoniais ................................................................... 13 3.1.2. Análise Vertical das Demonstrações de Resultados ..................................................... 15 3.1.3. Análise dos Indicadores Financeiros calculados sobre as Demonstrações de Resultados e Balanços Patrimoniais ........................................................................................ 19

3.2. Etapa Quantitativa – Viabilidade de Recuperação ........................................................... 25 3.2.1. Projeção do Fluxo de Caixa .......................................................................................... 26 3.2.2. Análises da Projeção do Fluxo de Caixa ....................................................................... 29 4. Proposta para Pagamento aos Credores ............................................................................ 30 4.1. A Concessão de Prazos e Condições Especiais para Pagamento das Obrigações Vencidas ................................................................................................................................... 30

4.1.1. Proposta para Pagamento aos Credores da Classe I – Trabalhistas ............................. 30

4.1.1.1. Créditos Trabalhistas Incontroversos (verbas rescisórias) dos Demitidos Anteriormente à Recuperação Judicial ..................................................................................... 31

4.1.1.2. Créditos Trabalhistas Ilíquidos .................................................................................... 31

4.1.2. Das Parcelas Fundiárias em Atraso – PARCELAMENTO ............................................. 31

4.1.3. Proposta para Pagamento aos Credores da Classe IV – Microempresas e Empresas de Pequeno Porte ..................................................................................................................... 32

4.1.4. Proposta para Pagamento aos Credores da Classe III – Quirografários ....................... 32

5. Condições Privilegiadas de Pagamento | Estímulo ao Fornecimento .................................. 33

6. Considerações Gerais ......................................................................................................... 34 7. Considerações Finais .......................................................................................................... 35 ANEXO I – Laudo de Avaliação dos Bens Imóveis; ANEXO II – Laudo de Avaliação de Máquinas, Equipamentos, Itens de Informática, Veículos, Móveis e Utensílios

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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este documento foi elaborado para atender ao artigo 53 da Lei 11.101/2005

(Nova Lei de Falências) sob a forma de um Plano de Recuperação para a

empresa NITRIFLEX S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO, inscrita no Cadastro

Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda sob nº

42.147.496/0001-70, com Sede na Rua Marumbi n° 1.300, Campos Elíseos,

Duque de Caxias - RJ, CEP: 25.221-000.

Em 24 de setembro de 2015 foi deferido o processamento do pedido de

Recuperação Judicial, sendo este publicado no Diário da Justiça Eletrônico do

Estado do Rio de Janeiro.

O Plano propõe a concessão de prazos e condições especiais para pagamento

das obrigações vencidas, conforme lhe faculta o artigo 50 da Lei 11.101/2005.

As condições encontram-se descritas pormenorizadamente no “item 4” deste

trabalho e atendem às exigências do art. 53 da Lei 11.101/2005.

A demonstração da Viabilidade Econômica, de que trata o art. 53 - inciso II, é

objeto do “item 3.2” do presente documento, no qual se observa a

compatibilidade entre a proposta de pagamento aos credores e a geração de

recursos da NITRIFLEX S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO, bem como a

continuidade de seus negócios.

O Laudo Econômico-Financeiro é apresentado no “item 3” do presente

documento. Ele foi apoiado nas informações prestadas pela Recuperanda e

pelos documentos entregues em juízo, conforme art. 51 da Lei 11.101/2005.

Os Laudos de Avaliação dos Bens Patrimoniais da Recuperanda foram

elaborados pela Newport Consulting Brasil Ltda e tornam-se parte integrante

deste Plano de Recuperação Judicial na forma dos Anexos I e II.

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2. A RECUPERANDA

2.1. Apresentação Histórico Nitriflex Fundada em 1971, a Nitriflex surgiu como uma empresa estatal, sob o comando da antiga Petroquisa, com objetivo de ser uma empresa produtora de elastômeros e resinas especiais. Em 1975 iniciou a produção dos primeiros “fardos” de borracha, chegando a triplicar sua capacidade produtiva de elastômeros em 12 anos. A tecnologia utilizada para a produção das borrachas foi adquirida da GoodYear, enquanto que a produção das resinas de ABS utilizava a tecnologia da Japonesa JSR, ambas muito conceituadas mundialmente. À época da fundação da empresa, a Petroquisa instalou num mesmo “site” as empresas Nitriflex e Petroflex. Todos os serviços de fornecimento de utilidades (água industrial e desmineralizada, pressurização da rede de incêndio, tratamento de efluentes industriais, subestação de rebaixamento de energia elétrica, sistema de recebimento de amônia, sistema de queima e alívio de gases (“Flare”) e lavagem e estocagem do monômero de butadieno) eram compartilhados e localizados fisicamente dentro do terreno da antiga Petroflex. Durante muitos anos, a Nitriflex se estabeleceu nos mercados nacional e internacional pela alta qualidade de seus produtos e serviços. Virou referência e líder no ramo dos polímeros, formando profissionais de altíssimo nível, investindo constantemente em melhorias operacionais e montando laboratórios de controle de qualidade e desenvolvimento de produtos muito conceituados. Sua participação no mercado nacional se aproxima dos 60 a 65%, tendo a indústria automobilista como um dos maiores mercados, juntamente com a indústria de calçados (destacada pelo principal cliente – A São Paulo Alpargatas, produtora das sandálias Havaianas). Exporta para mais de 50 países, tendo aproximadamente 50% das exportações para a América do Norte, outros 30% para a Europa e 20% para o resto do mundo. O parque fabril da empresa está projetado para produzir 24.000 toneladas por ano de elastômeros e outras 7.000 toneladas por ano de resina de alto teor de estireno, muito utilizada na indústria calçadista. Em 1992, ano de sua privatização, a Nitriflex passou a ser uma empresa de capital 100% nacional. Desde então, tenta identificar alternativas viáveis para tornar-se independente tanto em termos de utilidades quanto em termos de serviços essenciais a sua atividade fabril, visando melhorar sua competitividade e enquadrar-se em sua missão de produzir polímeros especiais da forma mais eficiente e sustentável possível.

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Ao longo dos últimos 15 anos a Nitriflex implantou os projetos que identificou serem os mais viáveis nesse sentido e aqueles que estavam dentro de seu alcance em termos de investimentos e recursos requeridos (ar comprimido, Butadieno e recebimento de amônia). Em 2007, investiu na automação da planta de elastômeros, centralizando as operações em uma sala com painéis de controle. Obteve ganhos na qualidade final do produto, redução das perdas, aumento de produtividade e ganho na qualidade de trabalho para os operadores. 2.2. Cenário que Acarretou a Crise da Recuperanda 2.2.1. Investimento no Parque Fabril e a Crise Financeira atual A Nitriflex era, até 1992, empresa controlada pela Petroquisa (subsidiária da Petrobrás) e compartilhava diversos serviços com a Petroflex, proprietária do terreno onde a Nitriflex é sediada, empresa também controlada pela Petroquisa. Tratavam-se de duas fábricas dentro do mesmo terreno, que formavam um parque industrial de integração vertical e horizontal entre elas, destinados a produção de borracha sintética, em razão do que, desde a construção de ambas, passaram elas a compartilhar inúmeros serviços e utilidades indispensáveis aos seus funcionamentos. Os serviços e utilidades eram fornecidos para a planta da Petroflex e repassados/divididos com a Nitriflex. Estes serviços incluíam, dentre outros: compra e venda de vapor de alta pressão, água clarificada, água potável, água desmineralizada; sistema de compartilhamento de energia elétrica; armazenamento e lavagem de Butadieno; Sistema de Proteção e Combate a Incêndio – SPCI; Sistema de Disposição de Gases de Alívio por queima segura em Tocha – Flare; Tratamento de Efluentes – ETE; Rebaixamento de Tensão – Subestação; Reposição de amônia refrigerante; Ar comprimido. (serviços essenciais para a atividade fim da Nitriflex). Desde a sua privatização de ações, em 1992, a Nitriflex vinha tentando identificar alternativas viáveis para tornar-se independente. Implantou, gradativamente, projetos que identificou serem os mais viáveis nesse sentido e que estavam dentro de seu alcance em termos de investimentos e recursos requeridos (ar comprimido, Butadieno e recebimento de amônia). Contudo, no ano de 2009, a Nitriflex viu-se obrigada a intensificar este processo, por imposição da LANXESS, que adquiriu a Petroflex. Ou seja, após a Lanxess adquirir a Petroflex, essa informou à Nitriflex, que não mais se interessaria com o compartilhamento de serviços que eram essenciais à ora Requerente.

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Desta feita, a Nitriflex deveria ter sua independência total dentro do prazo de 02 anos, sob pena de serem cortados serviços essenciais e ter sua própria existência comprometida, haja vista que tais serviços eram essenciais para a conclusão de seu produto fim.

Nesse sentido, e com enormes desafios e dificuldades, a empresa nacional Nitriflex trabalhou e investiu intensamente nessa independência. Em 09.10.2012, através de acordo, os contratos com a Lanxess de prestação de serviços de tratamento de efluentes líquidos; fornecimento de vapor de alta pressão, água clarificada, água potável, água desmineralizada, ar de serviço e ar de instrumentos, bem como abastecimento de água de incêndio para uso em emergência, foram encerrados, vez que a Nitriflex já havia efetuado as obras necessárias em sua planta industrial para suportar tais serviços/fornecimentos por si própria.

Na atualidade, a única dependência que permanece ativa, é o compartilhamento da subestação de energia elétrica e fornecimento de energia elétrica, que será resolvido até o primeiro trimestre do ano de 2016. Conforme se demonstrará nas projeções do presente Plano de Recuperação Judicial, este investimento propiciará economia e independência total.

Assim, a Nitriflex foi obrigada a exceder sua capacidade de investimento e alocação de recursos materiais e humanos, tendo gasto até o momento em torno de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) nessa independência. Em consequência desta equação desfavorável, houve substancial aumento do endividamento bancário, cujos valores de juros e amortização passaram a diminuir o resultado operacional de caixa.

Apesar das dificuldades e desafios impostos a esta empresa, que demonstra a força do empresariado Nacional, os investimentos acima citados estavam sendo recuperados pela economia na produção e aumento de faturamento. Contudo as expectativas foram interrompidas pela notória crise que assola o país desde o ano passado (2014), tendo se agravado ainda mais durante o corrente ano (2015).

Respectiva crise financeira nacional foi responsável pela queda de faturamento no mercado local, no importe de aproximadamente 30%.

Ao mesmo passo em que o consumo interno caía, os pedidos internacionais aumentaram. Tal fato, por si só, já trazia novamente o ponto de equilíbrio da empresa para um patamar altamente lucrativo. Ocorre que o alto volume de endividamento de curto prazo em instituições financeiras, que detém garantias que incidem sobre os recebíveis da empresa, acaba por promover um excessivo e sufocante bloqueio de boa parte do faturamento, comprometendo o capital de giro e prejudicando o fluxo de caixa, de forma que a Nitriflex não conseguia comprar matéria-prima suficiente para reverter o quadro e passar a exportar mais.

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2.2.2. Dos Créditos junto a Instituições Financeiras As causas acima, combinadas com o descompasso dos prazos dos empréstimos de curto prazo para estes e outros investimentos, deixaram a Peticionária descapitalizada e exposta a riscos de obtenção e manutenção de créditos junto a Instituições Financeiras. Essas Instituições passaram a exigir garantias vinculadas a recebíveis e aplicações financeiras, sendo que, por conta da mecânica utilizada pelos bancos, a cessão destes recebíveis resulta na indisponibilidade de uma parcela fundamental do faturamento da empresa, o que a impede de se manter competitiva e saudável. 2.2.3. Diminuição de Capital de Giro e Atraso a Fornecedores Com seus recebíveis comprometidos, ocorreram atrasos aos pagamentos de fornecedores, atrasos estes que tiveram que ser renegociados, e que também geraram despesas financeiras à Nitriflex, haja vista que os fornecedores cobram juros e multas dos respectivos atrasos. Da mesma forma, diante os atrasos, a Empresa perdeu o poder de negociação de preço com seus fornecedores, tendo de abrir mão de eventuais descontos que anteriormente eram concedidos, diminuindo sua margem de rentabilidade. O somatório de todos esses fatores deflagrou um cenário bastante desfavorável à Recuperanda, desencadeando a queda no seu faturamento e o aumento de seu endividamento, conforme demonstra o gráfico abaixo:

Gráfico 01 – Receitas Operacionais x Custos e Despesas

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Conforme podemos observar no Gráfico 01 anterior, a redução da receita auferida, fruto da considerável queda nas vendas, em contrapartida com a manutenção média dos custos e despesas, acabaram por deteriorar o lucro líquido da Recuperanda e, evidentemente, sua capacidade de pagamento. O gráfico a seguir demonstra a situação do Caixa da Recuperanda, projetado de janeiro a dezembro de 2015, caso a Recuperanda não recorresse à LRJ.

Gráfico 02 – Demonstrativo de Caixa

Conforme se observava nos Gráficos 01 e 02, demonstrados anteriormente,

vemos como os fatores da crise já apontados afetaram, e afetariam, os seus

resultados.

2.3. Da Situação Patrimonial da Recuperanda De acordo com o Laudo de Avaliação dos Imóveis – Anexo I, a Recuperanda possui R$ 21.424.600,00 (Vinte e um milhões, quatrocentos e vinte e quatro mil e seiscentos reais), referente a bens imóveis.

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De acordo com o Laudo de Avaliação de Máquinas, Equipamentos, Móveis, Utensílios, Itens de Informática e Veículos – Anexo II, a Recuperanda possui R$ 424.000,00 (Quatrocentos e vinte e quatro mil reais) referentes a Móveis e Utensílios, R$ 32.095.000,00 (Trinta e dois milhões e noventa e cinco mil reais) referentes a Máquinas e Equipamentos, R$ 1.035.000,00 (Um milhão e trinta e cinco mil reais) referentes a Itens de Informática e R$ 209.500,00 (Duzentos e nove mil e quinhentos reais) referentes a Veículos. Sendo assim, a totalidade de bens patrimoniais da Recuperanda monta em R$ 55.228.100,00 (Cinquenta e cinco milhões, duzentos e vinte e oito mil e cem reais), estando em perfeito estado de conservação, manutenção e uso. 2.4. Ações Tomadas para Reversão da Crise A fim de reverter o quadro apresentado, de forma estruturada e planejada, tornou-se necessária a reestruturação da Recuperanda, a qual já está sendo posta em prática, baseadas nas seguintes atividades e/ou determinações: 9 Redução de custos através da compra de matérias-primas à vista. Os

descontos propiciaram, uma redução de mais de 5%, acarretando a redução de aproximadamente, R$ 3 milhões;

9 Redução do Quadro de Funcionários, sendo que as demissões já foram

realizadas, acarretando a redução de, aproximadamente, R$ 100 mil/mês;

9 Incremento de volume de aproximadamente 120% no Mercado Externo,

baseados em dois eventos: 1) troca de distribuidor dos EUA; 2) Fechamento de Planta de concorrente internacional (Europa), a qual ocorrerá em dezembro 2015. Além disso, a Recuperanda esta buscando recuperar e manter o mesmo volume no mercado interno.

9 Aporte de capital para alavancagem do negócio. Estando a

Recuperanda, aguardando a liberação dos recebíveis conforme determinado no despacho de processamento da Recuperação Judicial.

9 Promoção de melhorias de desempenho da gestão empresarial.

2.5. Das Premissas utilizadas para a Projeção do Fluxo de Caixa Na Projeção do Fluxo de Caixa para o período de 2015 a 2029 (14 anos), foram consideradas as seguintes premissas:

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a) INFLAÇÃO: Projetou-se 8% para 2016, 6% no período de 2017 a 2020 e 5% a partir de 2021, na expectativa de que o País retome, de maneira urgente, os compromissos, principalmente no que se refere à taxa de crescimento e contenção da inflação, assumidos com o Mercado Internacional.

b) DÓLAR: Considerando a atual instabilidade macroeconômica e,

especialmente, política que o País atravessa, não há um cenário claro de expectativa de comportamento cambial. Há diversos fatores que indicam focos diferentes e prever a cotação do dólar, no longo prazo, torna-se impossível. No entanto, o que parece ser consenso entre os especialistas é que a cotação do dólar não deve ficar “muito inferior” aos níveis atuais. Vale observar que a alta do dólar é favorável à Recuperanda, pois os seus produtos são cotados nesta moeda. Considerando todo o exposto e optando pelo conservadorismo, definiu-se, para fins de projeção, a taxa de câmbio de R$ 3,80 x U$ 1,00 para todo o período demonstrado no Fluxo de Caixa Projetado.

c) RECEITAS (volumes): Conforme estimativas, o Exercício de 2015 deve

fechar em torno de 9.320 toneladas de vendas no Mercado Interno e 2.638 toneladas no Mercado Externo.

Em 2016, ainda considerando o cenário macroeconômico adverso, a Recuperanda prevê crescimento da ordem de 1,6% nos volumes de vendas no Mercado Interno. Já no Mercado Externo, em face da provável alta do dólar, no curto prazo, a expectativa da Recuperanda é de aumento de 101,0% nos volumes vendidos. Vale observar que os níveis de vendas pré-RJ, a título de exportações, estavam muito baixos em função da falta de capital de giro para compra de matérias-primas. Ou seja, havia pedidos em carteira, porém, ela não conseguia realizar as vendas por falta de matéria-prima.

No Exercício de 2017, a Recuperanda estima que os volumes de venda, conservadoramente, devem permanecer no mesmo patamar do Exercício de 2016.

Em 2018, a Recuperanda estima o crescimento de 2,0% nos volumes do Mercado Interno e 4,0% no Mercado Externo. De 2019 em diante, os volumes foram mantidos estáveis.

d) PREÇOS: Atuando em um mercado extremamente competitivo, a

Recuperanda não tem expectativas de incrementos de preço. Sendo assim, todas as projeções consideram a variação da inflação projetada, mencionada no item "a” anterior.

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e) CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS: Todos os custos operacionais foram atualizados levando em consideração a variação da inflação projetada, mencionada no item “a” anterior.

f) INVESTIMENTOS: O Exercício de 2015 contempla a projeção dos

investimentos necessários para a conclusão do projeto da subestação de Energia. Vale ressaltar que o término deste Projeto é de vital importância para concluir o processo de autonomia da geração de Utilities em relação à empresa Lanxess, atual fornecedora da prestação de serviços. Ou seja, tal realização impactará, sobremaneira, na redução da composição de custos da Recuperanda.

Ao longo dos Exercícios de 2016 a 2023, os investimentos referem-se, somente, às manutenções preventivas, preditivas e corretivas do Parque Fabril da Recuperanda. Entre os Exercícios de 2024 a 2026, a Recuperanda estima a realização de diversos investimentos, com vistas à melhoria de sua produtividade e eficiência de sua planta. Entre os Exercícios de 2027 a 2029, a Recuperanda volta a prever, apenas, as manutenções preventivas, preditivas e corretivas do Parque Fabril.

g) PARCELAMENTO REFIS: Refere-se a parcelamentos em curso que, por força da legislação e compromissos fiscais assumidos, continuarão a ser recolhidos.

h) OUTRAS DESPESAS FINANCEIRAS: Refere-se às despesas e tarifas

bancárias, necessárias a manutenção das contas bancárias da Recuperada. Adicionalmente, por precaução, ainda sob a ótica conservadora e pelo acirramento da crise Nacional, a Recuperanda considera que o Projeto de retorno da CPMF será aprovado, devendo permanecer vigente de 2016 e 2020 (04 anos), à alíquota de 0,2% sobre as movimentações financeiras.

i) SERVIÇOS DA CORPORATIVA: Refere-se às atividades de Apoio

Administrativo realizados pela Holding (Controladora), que é calculada à base de 4,0% do faturamento em 2015 e, por força de acordo e negociação, será reduzido ao patamar de no máximo 3,0% do faturamento a partir de 2016.

3. ETAPA QUANTITATIVA – LAUDO ECONÔMICO-FINANCEIRO 3.1. Balanços Patrimoniais e Demonstrações de Resultados A seguir apresentamos os Balanços Patrimoniais e as suas respectivas Demonstrações de Resultado dos Exercícios de 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e, especialmente, 2015. Posteriormente, nos subitens 3.1.1 ao 3.1.3, apresentaremos as análises elaboradas e respectivos comentários.

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3.1.1. Análise Vertical dos Balanços Patrimoniais Inicialmente vale ressaltar que a Análise Vertical do Balanço Patrimonial, demonstra a participação porcentual de cada Conta em relação ao total do Ativo e do Passivo. Dessa forma, pode-se observar o comportamento dos valores apresentados e identificar possíveis distorções, que mereçam análise específica, em determinados períodos. Os porcentuais obtidos, a partir da Análise Vertical realizada nos Balanços Patrimoniais da Recuperanda, estão apresentados no Quadro I a seguir.

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QUADRO I

Análise Vertical - Balanços Patrimoniais dos Exercícios de 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e, especialmente, 2015.

Na análise demonstrada no Quadro I, acima, é interessante observar que:

a) Comparativamente, em função do Ativo Total: ✓ Os níveis do Ativo Circulante vem demonstrando quedas contínuas a

partir do Exercício de 2012; ✓ Os níveis de Estoques apresentam quedas contínuas a partir do

Exercício de 2010; ✓ Impostos a Recuperar apresentaram queda nos Exercícios de 2010 a

2013, demonstrando melhora a partir de 2014;

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✓ Créditos Tributários vem demonstrando quedas contínuas a partir do Exercício de 2012.

b) Da mesma forma, comparativamente, em função do Passivo Total:

✓ Houve evolução de Empréstimos e Financiamentos a partir do Exercício de 2011;

✓ Evolução de Fornecedores a partir do Exercício de 2011, ressalvada a

queda em 2013;

✓ Evolução de Impostos e Contribuições a Recolher a partir do Exercício de 2010;

✓ Evolução de Parcelamento de Tributos a partir do Exercício de 2011.

Podemos deduzir que, com referência ao mencionado no item “a)”, mesmo realizando seus estoques, não houve aumento, considerável, no que tange a Contas a Receber de Clientes por parte da Recuperanda. Da mesma forma, comparando os itens “a)” e “b)”, deduz-se que a Recuperanda não teve fôlego financeiro para repor seus estoques, haja vista o comportamento, quase constante, dos seus níveis de Fornecedores e Contas a Pagar. Em contrapartida, vê-se, claramente, o aumento dos seus níveis de endividamento, em função da evolução da Conta Empréstimos e Financiamentos. Torna-se evidente, nesta análise, a determinação dos sócios em dar continuidade ao negócio, fazendo com que a Recuperanda mantivesse sua função social.

3.1.2. Análise Vertical das Demonstrações de Resultados

Passaremos a verificar as margens líquidas da Recuperanda, através da

verticalização das Contas apresentadas nas Demonstrações de Resultados.

Esta análise permite identificar o porcentual de participação de cada Conta em

relação ao Faturamento Bruto da Recuperanda. Os porcentuais obtidos estão

apresentados no Quadro II, a seguir.

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QUADRO II

Análise Vertical – Demonstrações de Resultados dos Exercícios de 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e, especialmente, 2015.

Observando o Quadro II acima, comprovamos que o volume de vendas praticado a partir do Exercício de 2010, demonstrou-se insuficiente e a Recuperanda continua operando, forçosamente, abaixo do seu ponto de equilíbrio. Para tanto, basta observarmos a evolução dos prejuízos acumulados nos períodos sob análise. No entanto, tal fato não é singular à Recuperanda. De acordo com o SERASA Experian, foram feitos 913 pedidos de recuperação judicial nos nove primeiros meses de 2015 e, destes, 777 já foram deferidas pelo juízo. O comportamento das solicitações de recuperação, entre os meses de janeiro até setembro de cada ano, pode ser observada no quadro abaixo.

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Fonte: Revista Consultor Jurídico, 16 de outubro de 2015 Para colaborar nesta análise, mencionamos abaixo a matéria divulgada, em 16 de outubro de 2015, pela Revista Consultor Jurídico a respeito da quantidade de empresas que, por força da crise que assola o País ao longo dos últimos anos, viram-se obrigadas a requerer o benefício da Lei 11.101/2005 como meio alternativo à sua manutenção em Mercado e continuidade de função social.

“Pedidos de recuperação judicial no país crescem 44%, aponta levantamento 16 de outubro de 2015, 7h01 O número de recuperações judiciais solicitadas entre janeiro e setembro de 2015 é 44,7% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo a Serasa Experian. Em cenário de crise econômica, foram 913 pedidos até agora, enquanto 631 empresas haviam escolhido essa alternativa nos nove primeiros meses de 2014. O aumento é o maior desde 2012, quando a variação foi de 55,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em valores totais, porém, o número deste ano já é o maior da série histórica medida pelo Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações. Durante todo o ano de 2013, houve 874 registros, antigo recorde desde que entrou em vigor a nova Lei de Falências, em 2005. “A crise afeta companhias de diversos tamanhos, mas a grande novidade é o forte crescimento dos pedidos no universo das grandes empresas”, afirma o economista Luis Alberto Paiva, presidente da Corporate Consulting, consultoria especializada em reestruturação corporativa. Nesse setor, os pedidos de recuperação passaram de 103 entre janeiro e setembro de 2014 para 170 no acumulado deste ano — salto de 65%.

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Na prática, a recuperação judicial pode permitir que empresas devedoras consigam mais tempo para evitar a falência. A Justiça pode, por exemplo, suspender ações e execuções em andamento e blindar ativos. Para Paiva, o uso do instrumento é positivo no ambiente corporativo. Segundo ele, os credores, que pediam a falência de diversas companhias ao primeiro sinal de inadimplência, hoje encaram com maior boa vontade o novo perfil empresarial. “Com o tempo, observa-se certa mudança no pensamento do mercado financeiro. Hoje, os bancos já estão mais receptivos aos planos de recuperação”, avalia. A reforma na Lei de Recuperação Judicial (11.101/2005) completou dez anos de vigência em junho. Críticos dizem que recorrer à medida pode prejudicar novos negócios e espantar créditos. Na avaliação do presidente da Corporate Consulting, as companhias aprenderam como aplicar a ferramenta de modo favorável. “No começo, muitos empresários recorreram à lei apenas para ganhar tempo e evitar perder patrimônio, sem um plano estruturado de resgate das dívidas e mesmo de viabilidade do negócio. Nesses casos, as dívidas, ao contrário do previsto, não só aumentaram como exigiram a adoção de medidas mais drásticas. Hoje, já existe maior consciência sobre a importância de se adotar um plano de recuperação negociado com os credores, para trazer maior confiança entre os envolvidos sobre a seriedade dos empresários em querer salvar o negócio.” Portas fechadas Nos primeiros nove meses do ano, foram registrados ainda 1.326 pedidos de falências no país, ainda conforme o índice da Serasa Experian. A maioria (691) partiu de micro e pequenas empresas, seguidas das médias (310) e grandes (325). O aumento é de 5% em relação a igual período de 2014, quando o número chegou a 1.263.” Fonte: Revista Consultor Jurídico, 16 de outubro de 2015 http://www.conjur.com.br/2015-out-16/pedidos-recuperacao-judicial-pais-crescem-44-aponta-estudo

A Crise Financeira Nacional, basicamente gerada pela concorrência desleal de

produtos similares importados, em função da política cambial praticada pelo

governo nos últimos anos, que vinha mantendo a cotação do dólar em níveis

artificiais através da injeção constante de volumes consideráveis de recursos

que compõem as Reservas Nacionais, objeto de várias matérias publicadas ao

longo dos últimos anos, impactou negativamente nos níveis de produção,

distribuição e revenda de todos os segmentos industriais e comerciais

nacionais.

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Na tentativa de driblar essa crise as empresas nacionais, tanto em níveis de

varejo, quanto de atacado, continuam sendo forçadas a reduzir seus preços

praticados na tentativa de manterem-se competitivas e cumprindo sua função

social.

Na análise do Quadro II anterior, vê-se claramente que esta foi a pretensão da

Recuperanda. Nos últimos cinco anos, os seus preços praticados se mostraram

inadequados às suas necessidades para fazer frente aos seus custos e

despesas. Fato esse responsável pelos prejuízos operacionais verificados nos

porcentuais demonstrados nos resultados de 2010 a 2015, face aos prejuízos

apresentados nesses períodos, os quais seriam mais relevantes caso não

houvesse o empenho dos sócios na manutenção do negócio.

3.1.3. Análise dos Indicadores Financeiros calculados sobre as Demonstrações de Resultados e Balanços Patrimoniais

Vale ressaltar que, mesmo diante da crise que assola todas as empresas

nacionais, a Recuperanda vem sendo capaz de gerar recursos. Ao analisarmos

seu Faturamento, podemos verificar a evolução positiva destes números, onde

a Recuperanda salta de um faturamento de R$ 112,6 milhões em 2010 para R$

137,2 milhões em 2012 e, face a Crise Nacional, vem sendo reduzido. Porém,

vale ressaltar que o Faturamento de 2014, ainda, demonstrou-se superior ao

de 2010.

Tal evolução está demonstrada no Gráfico 03 a seguir.

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Gráfico 03

Demonstrando o impacto trágico da Crise Nacional, observamos um indicativo

importante que trata da relação existente entre custos e receita. Podemos

perceber que, apesar do comportamento do faturamento no período sob

análise, os Custos e Despesas da Recuperanda aumentaram, em média,

2,31%, enquanto a Receita Bruta sofreu redução média de 0,25%, conforme

demonstrado no Gráfico 04 a seguir.

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Gráfico 04

Comparativo entre Receita Líquida x Custo de Produtos Vendidos

Vale ressaltar que o Custo de Produto Vendido vem consumindo, em média,

91,04% do total da Receita Operacional Líquida.

Conforme já mencionado anteriormente, percebemos que, diante da Crise

Nacional, a Recuperanda foi forçada a aumentar o endividamento bancário nos

últimos anos, causando as deficiências de fluxo de caixa para dar suporte às

necessidades de capital de giro de sua estrutura.

Tal fato poderá ser observado no Gráfico 05 a seguir.

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Gráfico 05

Ao analisarmos os Índices de Endividamento da Recuperanda, podemos perceber um aumento significativo do Endividamento Total, de curto e longo prazos, conforme demonstrado no quadro abaixo:

No entanto, ressalvado o Exercício de 2013, todos os Índices de Endividamento dos demais Exercícios encontram-se dentro da média padrão estabelecida pelo Mercado Financeiro.

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No Gráfico 06 abaixo, podemos acompanhar a evolução do perfil do endividamento da Recuperanda. Nele podemos observar que, em função da crise, a constância do endividamento de curto e longo prazo é sintoma de que a Recuperanda vem buscando recursos no Mercado Financeiro, na tentativa de suprir sua necessidade de Caixa e garantir sua permanência no Mercado, evidenciando seu compromisso social.

Gráfico 06

Notadamente, já com sintomas de sufocamento de Caixa desde 2011, os níveis de Empréstimos e Financiamentos alcançando o patamar de 56,89% sobre a Receita Líquida, deflagrou o pedido de Recuperação Judicial. No quadro a seguir, podemos verificar o impacto causado pela constância dos níveis de endividamento, que englobam os passivos de curto e longo prazo, sobre os ativos, cujos índices demonstram a atual saúde financeira da Recuperanda. Ao analisarmos os índices de liquidez no quadro a seguir, ressalvado o Índice de Solvência, podemos perceber que, via de regra, todos vêm piorando ao longo do tempo.

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Cumpre-nos relatar que, para a correta análise dos Índices de Liquidez, deve-

se adotar a premissa de que a liquidez de uma empresa “piora” à medida que

os valores retornados se afastam negativamente do número índice 1.

O Gráfico 07 abaixo demonstra os números retornados a partir dos cálculos

efetuados.

Gráfico 07

Ao analisarmos os Índices de Liquidez Corrente, que medem a capacidade da Recuperanda em honrar suas obrigações no curto prazo, podemos perceber que nos últimos cinco anos, ressalvado 2011, a Recuperanda passa por saúde financeira delicada, no entanto, bem próximo ao padrão estabelecido em Mercado.

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De maneira geral, ao analisarmos os Índices de Endividamento e Liquidez, além da necessidade de Capital de Giro da Recuperanda, conforme demonstrado na tabela abaixo, torna-se evidente a necessidade do pedido de Recuperação Judicial, passando a dívida para o Exigível a Longo Prazo, permitindo que a Recuperanda se restabeleça e volte a honrar seus compromissos.

Considerando que o valor total de débito apresentado pela Recuperanda, na

data base agosto de 2015, monta em R$ 67,5 (Sessenta e sete milhões e

quinhentos mil reais), arredondados, fato importante a ser observado é que a

Necessidade de Capital de Giro da Recuperanda corresponde a 35,05% (R$

23,7) da ordem de grandeza dos débitos inscritos em Recuperação Judicial.

Assim sendo, o alongamento do endividamento acarretará na recuperação

imediata da liquidez e, consequentemente, na capacidade de retorno de

pagamento da Recuperanda.

3.2. Etapa Quantitativa – Viabilidade de Recuperação Este Plano de Recuperação será viabilizado com a consolidação das

estratégias comerciais e administrativo-financeiras, adotadas pela

Recuperanda. Várias ações assertivas já foram implementadas demonstrando

resultados positivos, tais como: substituição de fornecedores, equalização do

quadro de funcionários, campanha de contenção de desperdícios de energia

elétrica, água, redução do custo de estocagem, planejamento de compras,

melhoria do fluxo operacional e produtivo.

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Ressaltamos que as premissas para a projeção do Fluxo de Caixa encontram-se mencionadas no “item 2.5” do presente documento. No entanto, os critérios para pagamento dos créditos inscritos no Quadro Geral de Credores, será explanado no “item 4” do presente documento. Sendo assim, com base nas premissas citadas anteriormente (item 2.5), foi elaborado o Fluxo de Caixa Projetado da Recuperanda, demonstrado a seguir, no intuito de evidenciar que, mesmo partindo de uma óptica pessimista, a Recuperanda tem possibilidade de restabelecimento e demonstra total viabilidade para pagamento de seus compromissos, desde que o Plano de Recuperação Judicial seja aprovado e posto em prática. A título de ilustração demonstramos no quadro abaixo, em síntese, a projeção da Receita Bruta Anual da Recuperanda, caso haja a aprovação do Plano de Recuperação Judicial.

3.2.1. Projeção do Fluxo de Caixa A Projeção do Fluxo de Caixa a seguir foi realizada com base nos dados e premissas fornecidos pela Recuperanda.

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Com a intenção de facilitar a visualização dos valores, optamos por demonstrar a projeção em duas partes. O quadro abaixo demonstra a projeção de 2015 até 2021 e o quadro imediatamente posterior, demonstra a projeção de 2022 até 2029.

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3.2.2. Análises da Projeção do Fluxo de Caixa Conforme estabelecido nas premissas citadas anteriormente (item 2.5), ao analisarmos a Projeção do Fluxo de Caixa verificamos que a Recuperanda tem possibilidade de restabelecimento e total viabilidade para pagamento de seus compromissos, desde que o Plano de Recuperação Judicial seja aprovado e posto em prática. A simples análise entre as Receitas versus os Custos e Despesas, demonstrado no Gráfico 08 abaixo, confirma que, mesmo sem nenhum esforço para aumento de produtividade e ganho de fatias excedentes de Mercado, ocorrem saldos finais favoráveis ao longo de todo o período da projeção.

Gráfico 08

A projeção do Fluxo de Caixa demonstra, claramente, que o Saldo Final referente ao Exercício imediatamente anterior é transportado como Saldo Inicial do Exercício seguinte e assim sucessivamente. Este valor é adicionado à conta Total de Receitas, perfazendo um único saldo, porém não mais sujeito a tributação, uma vez que já se considerou sua tributação no Exercício anterior, para posteriormente abater-se o valor correspondente ao total de custos e despesas determinando, a partir daí gerando o Saldo Final do Exercício, que irá obedecer a mesma regra. Conforme Gráfico 08 acima podemos verificar claramente que todos os saldos são “positivos”, evidenciando nossa afirmação da Viabilidade Econômica da Recuperanda.

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Sendo assim, após devidamente apurados os Balanços Patrimoniais de cada Exercício no futuro, certamente os Índices de Liquidez superarão o número índice padrão 1, demonstrando que os Ativos Circulantes mais os Realizáveis a Longo Prazo estarão superando os Passivos Circulantes e Exigíveis a Longo Prazo. Ressaltamos que os Saldos Finais de cada Exercício já contemplam a liquidação dos compromissos que serão assumidos com os Credores da Recuperação, mesmo que tais valores ainda careçam de aprovação pela Assembleia Geral de Credores a ser realizada, versando sobre a aprovação do presente Plano de Recuperação Judicial. 4. PROPOSTA PARA PAGAMENTO AOS CREDORES Este Plano de Recuperação propõe, conforme prevê o art. 50 da Lei 11.101/2005: 4.1. A Concessão de Prazos e Condições Especiais para Pagamento das

Obrigações Vencidas. A dívida abrangida pelo presente Plano de Recuperação Judicial, no tocante às Classes I, III e IV* (a Recuperanda, não possui credores CLASSE II) atinge o montante de R$ 67.563.151,09 (Sessenta e sete milhões, quinhentos e sessenta e três mil, cento e cinquenta e um reais e nove centavos). A proposta ora apresentada prevê, com base no estudo de Viabilidade de Recuperação, citado no “item 3.2.” anterior, o pagamento aos Credores da Recuperanda da seguinte forma: * Por ocasião da distribuição do Pedido de Recuperação Judicial, a Recuperanda não possuía débitos relativos a credores com garantia real. Desta feita não serão apresentados critérios para pagamento no tocante a este tipo de credor. 4.1.1. Proposta para Pagamento aos Credores da Classe I – Trabalhistas: A quitação da classe trabalhista não ultrapassará o primeiro ano após a aprovação do Plano de Recuperação. Os credores da Classe I receberão seus créditos observando o prazo máximo de 12 meses. Este pagamento será realizado com base no resultado líquido projetado alcançado pela Recuperanda neste período, conforme demonstrado no item 3.2.2 no Quadro Demonstração de Saldos Finais do Gráfico 08. A Lei 11.101/2005, não prevê o “dies a quo” para contagem do prazo para os pagamentos. Dessa forma, a presente proposta adota como premissa que o início da contagem do prazo para pagamentos aos credores da Classe I se dará a partir da data da publicação no Diário Oficial da decisão judicial que homologar a decisão da Assembleia Geral de Credores que aprovar o presente Plano de Recuperação Judicial e se encerra 365 dias após.

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A Classe I foi subdividida em 2 grupos. Sendo o primeiro grupo composto pelos créditos trabalhistas incontroversos, originados da rescisão do contrato de trabalho (pelos valores do TRCT) e o segundo pelos créditos trabalhistas ilíquidos (verbas em discussão na justiça do Trabalho). 4.1.1.1. Créditos Trabalhistas Incontroversos (verbas rescisórias) dos Demitidos Anteriormente à Recuperação Judicial - "Crédito Trabalhista que não seja objeto de reclamação trabalhista pendente e que seja líquido, certo e incontroverso” Esses credores receberão seus créditos tão logo exista disponibilidade de caixa (não necessitando da homologação do PRJ), podendo a empresa antecipar os pagamentos aos credores trabalhistas demitidos antes da recuperação, cujas verbas tenham origem incontroversa (ou seja, as constantes do termo de rescisão do contrato de trabalho). Essa possível antecipação deve ocorrer em condições igualitárias para essa modalidade de credores e em prazo não inferior a 12 meses. 4.1.1.2. Créditos Trabalhistas Ilíquidos Serão considerados créditos ilíquidos todos aqueles que, no momento do início dos pagamentos previstos a esta classe, não tenham sido, ainda, liquidados perante a Justiça Especializada, habilitados e julgados definitivamente perante o juízo em que se processa a presente recuperação judicial. Os créditos ilíquidos serão pagos de acordo com os mesmos critérios que vigoram para todos demais, como acima exposto, em até 12 (doze) meses, porém o início de pagamento deverá ser contado do trânsito em julgado da respectiva habilitação de crédito. 4.1.2. Das Parcelas Fundiárias em Atraso - PARCELAMENTO Os débitos atinentes ao FGTS serão objeto de reparcelamento a ser aderido em até 12 (doze) meses contados do trânsito em julgado da decisão de concessão da recuperação judicial (homologação do Plano de Recuperação – art. 58 da LRF). Ainda antes da adesão voluntária, as devedoras requererão ao Juízo da Recuperação Judicial seja determinado à Caixa Econômica Federal que outorgue tal reparcelamento, excluindo todas as multas e juros decorrentes de inadimplências e novações anteriores com base na previsão contida na LRF, art. 6°, §7°, bem como o que consta no enunciado de n° 55 do Conselho da Justiça Federal (“O parcelamento do crédito tributário na recuperação judicial é um direito do contribuinte, e não uma faculdade da Fazenda Pública, e, enquanto não for editada lei específica, não é cabível a aplicação do disposto no art. 57 da Lei n. 11.101/2005 e no art. 191-A do CTN”).

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A adesão ao reparcelamento implica obrigação de fazer que não é sujeita aos efeitos da LRF, art. 62. A não adesão por eventual proibição da CAIXA ao reparcelamento, portanto, não caracteriza hipótese de descumprimento do Plano de Recuperação, reiterando-se que tal adesão será buscada precisamente pelo fato de tais créditos serem considerados como não abrangidos pelo sistema da recuperação judicial.

4.1.3. Proposta para Pagamento aos Credores da Classe IV – Microempresas e Empresas de Pequeno Porte: Estes credores terão iniciados os seus pagamentos logo após a quitação dos débitos trabalhistas. Ou seja, a data de inicio do pagamento será o mês imediatamente após o 12° mês da aprovação do PRJ. Ocasião em que estes credores receberão seus créditos em 12 parcelas mensais e consecutivas.

4.1.4. Proposta para Pagamento aos Credores da Classe III - Quirografários.

Para esses credores, cujo total devido, segundo a relação de credores apresentada, monta em R$ 66.256.198,37 (Sessenta e seis milhões, duzentos e cinquenta e seis mil, cento e noventa e oito reais e trinta e sete centavos), a Recuperanda propõe efetuar o pagamento da seguinte forma: Carência de 02 (dois) anos para inicio dos pagamentos, após a homologação do presente Plano de Recuperação Judicial. Justifica-se a carência dado que a Recuperanda pagará no primeiro ano os credores Trabalhistas, e, posteriormente, microempresas e empresas de pequeno porte, conforme determina a Lei, e ainda utilizará esse período para reorganização e geração de caixa para início aos pagamentos da Classe III.

Após o período acima, a Recuperanda pagará o valor de seus débitos, corrigidos monetariamente pela TJLP, no prazo máximo de 12 (doze) anos, obedecendo ao seguinte critério:

I – 70,0% do valor da dívida será paga da seguinte forma: a) Créditos até R$ 10.000,00 (Dez mil reais), serão pagos em 06 (seis)

parcelas mensais e consecutivas, com o primeiro pagamento para o decimo quinto dia útil após o final da carência. A carência terá inicio após a publicação da homologação judicial do PRJ;

b) Créditos de R$ 10.000,01 até R$ 50.000,00 (Dez mil reais e um centavo

até Cinquenta mil reais), serão pagos em 18 (dezoito) parcelas mensais e consecutivas, com o primeiro pagamento para o decimo quinto dia útil após o final da carência. A carência terá inicio após a publicação da homologação judicial do PRJ;

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c) Créditos de R$ 50.000,01 até R$ 200.000,00 (Cinquenta mil reais e um centavo até Duzentos mil reais), serão pagos em 36 (trinta e seis) parcelas mensais e consecutivas, com o primeiro pagamento para o decimo quinto dia útil após o final da carência. A carência terá inicio após a publicação da homologação judicial do PRJ;

d) Créditos de R$ 200.000,01 até R$ 1.000.000,00 (Duzentos mil reais e um

centavo até Um milhão de reais), serão pagos em 60 (sessenta) parcelas mensais e consecutivas, com o primeiro pagamento para o decimo quinto dia útil após o final da carência. A carência terá inicio após a publicação da homologação judicial do PRJ;

e) Créditos de R$ 1.000.000,01 até R$ 3.000.000,00 (Um milhão de reais e

um centavo até Três milhões de reais), serão pagos em 96 (noventa e seis) parcelas mensais e consecutivas, com o primeiro pagamento para o decimo quinto dia útil após o final da carência. A carência terá inicio após a publicação da homologação judicial do PRJ;

f) Créditos superiores a R$ 3.000.000,01 (Três milhões de reais e um

centavo), serão pagos em 131 (cento e trinta e uma) parcelas mensais e consecutivas, com o primeiro pagamento para o decimo quinto dia útil após o final da carência. A carência terá inicio após a publicação da homologação judicial do PRJ;

II – O saldo remanescente do total do crédito da categoria, correspondente a 30,0% (trinta pontos percentuais), serão pagos em única parcela, no mesmo dia e mês do ano subsequente a ultima parcela referente aos 70%.

* Para fins de enquadramento nos escalonamentos previstos nas alíneas "a" à “f", consideraram-se os valores apresentados na lista inicial sem correção. 5. CONDIÇÕES PRIVILEGIADAS DE PAGAMENTO | ESTÍMULO AO FORNECIMENTO Tendo em vista a necessidade de obtenção de crédito junto a instituições

financeiras e ou investidores, bem como com fornecedores de matéria-prima,

sendo, ao mesmo tempo, compreensível a adoção de uma postura mais

restritiva por parte do mercado a partir do reconhecimento da crise econômico-

financeira das devedoras, propõem-se, aqui, mecanismos de estímulo àqueles

fornecedores para que prestem estes bens indispensáveis à atividade

produtiva.

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A propósito, vale sublinhar que a própria Lei 11.101/05, art. 67, parágrafo único, contém regramento com finalidade semelhante, revelando-se, as medidas a seguir propostas, como plenamente justificadas e consentâneas com o sistema da recuperação de empresas. Assim, àqueles titulares (seja originário, seja por cessão ou sub-rogação) de créditos sujeitos à recuperação judicial, que, durante o processo de recuperação judicial (a partir da data do deferimento do respectivo processamento) concedam crédito à recuperanda, será garantido o seguinte tratamento, independentemente da classe ou subclasse em que se insiram (e desde que tal crédito seja efetivamente utilizado pela recuperanda): a) Credores de natureza financeira: para cada real aportado, ao custo máximo de 2,0% (dois por cento) ao mês, sem garantia colateral de qualquer natureza, com prazo mínimo a definir e 06 (seis) meses de carência corrigida, a mesma quantia relativa ao seu crédito sujeito à recuperação será paga antecipadamente, em condições a serem negociadas. b) Credores de natureza operacional: para cada real aportado em fornecimento de matéria-prima, ou, ainda, em 30 (trinta), 60 (sessenta) e 90 (noventa) dias, sem garantia colateral de qualquer natureza, a mesma quantia relativa ao seu crédito sujeito à recuperação será paga antecipadamente em condições a serem negociadas. * Ficará a critério da Recuperanda verificar a necessidade/viabilidade da contratação nos termos acima expostos. 6. CONDIÇÕES GERAIS 9 O presente Plano de Recuperação representa novação de dívida, inclusive

perante os avalistas, resguardadas as garantias anteriormente prestadas em caso de não cumprimento do PRJ nos termos da Lei.

9 Eventuais credores que não estejam arrolados no Quadro Geral de Credores, e, que por ocasião de habilitação de credito tempestiva, venham a ingressar como credores submetidos à Recuperação Judicial terão seus pagamentos iniciados: a) No caso de ainda não terem sido iniciados os pagamentos da classe respectiva, receberá juntamente com seus pares, na forma prevista no PRJ. b) Caso já tenham sido iniciados os pagamentos, o respectivo credor, terá iniciado o pagamento, em até 60 dias do trânsito em julgado da sentença da habilitação, nos mesmos moldes propostos no presente PRJ.

9 Sub-rogações - Créditos relativos ao direito de regresso contra a Nitriflex, e

que sejam decorrentes do pagamento, a qualquer tempo, por terceiros, de Créditos Sujeitos ao Plano, serão pagos nos termos estabelecidos no Plano. O Credor por sub-rogação será considerado, para todos os fins e efeitos, Credor Sujeito ao Plano.

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9 Divisibilidade das previsões do Plano - Na hipótese de qualquer termo ou disposição do Plano ser considerada inválida, nula ou ineficaz pelo Juízo da Recuperação, o restante dos termos e disposições do Plano devem permanecer válidos e eficazes, desde que as premissas que o embasaram sejam mantidas.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ressaltamos mais uma vez que mesmo partindo de uma óptica pessimista,

conforme as premissas que serviram de base para os cálculos citados neste

Plano de Recuperação, ao analisar a Projeção do Fluxo de Caixa, verifica-se

que a NITRIFLEX S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO tem possibilidade de

restabelecimento e total viabilidade para pagamento de seus compromissos.

A simples análise das Receitas, acumulando os saldos finais dos anos

anteriores, contra o total de Custos e Despesas, constante no Gráfico 08

anterior, demonstra que a Recuperanda tem capacidade para honrar seus

compromissos ora assumidos, em função dos saldos positivos recorrentes até

o Ano 14 (2029).

Após o cumprimento dos art. 61 e 63 da Lei 11.101/2005, a Recuperanda

compromete-se a honrar com os demais pagamentos no prazo e na forma

estabelecida em seu Plano de Recuperação, devidamente homologado.

São Paulo, 19 de novembro de 2015

Josimar Cunha CORECON/RJ n° 20.225

IIA BRASIL Membership Number 1630442