plano de manejo parque estadual da campina do encantado

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PLANO DE MANEJO PARQUE ESTADUAL DA CAMPINA DO ENCANTADO

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  • PLANO DE MANEJO

    PARQUE ESTADUAL DA CAMPINA DO ENCANTADO

  • GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO Jos Serra

    SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE Francisco Graziano Neto

    FUNDAO FLORESTAL

    INSTITUTO FLORESTAL

    PRESIDENTE Paulo Nogueira Neto

    DIRETORIA GERAL Cludio Henrique Barbosa Monteiro

    DIRETORIA EXECUTIVA Jos Amaral Wagner Neto

    DIVISO DE RESERVAS E PARQUES ESTADUAIS

    Luis Alberto Bucci

    DIRETORIA DE OPERAES Dcio Roberto Matheus

    DIVISO DE FLORESTAS E ESTAES EXPERIMENTAIS

    Antnio Orlando da Luz Freire Neto

    DIRETORIA DE ASSISTNCIA TCNICA Wanda Terezinha P. V. Maldonado

    DIVISO ADMINISTRATIVA Rosngela Goes Papa

    DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA Jos Carlos Geraci

    DIVISO DE DASONOMIA Marco Aurlio Nalon

    NCLEO DE PLANOS DE MANEJO Cristiane Leonel

    GERNCIA DO VALE DO RIBEIRA Boris Alexandre Csar

    COORDENAO REGIONAL Mrio Nunes de Souza

    PARQUE ESTADUAL DA CAMPINA DO ENCANTADO Mrcia Santana Lima

    So Paulo, novembro de 2008

  • CRDITOS TCNICOS EQUIPE DE COORDENAO DO PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL DA CAMPINA DO ENCANTADO Coordenao Geral Cristiane Leonel (2008 reviso e concluso) Adriana de Queirs Mattoso (2005 2008) Coordenao Tcnica Cristiane Leonel Gisela V. Menezes Ktia Pisciotta Marcos da Silva Noffs Superviso Tcnico-Executiva Mrcia Santana Lima Mrio Jos Nunes de Souza Sidnei Raimundo Sueli de Ftima Lorenjam Apoio administrativo Sidnei Salinas Maria Luci de Toledo Capa Foto Isadora Le Senechal Parada Ilustraes Carlos Henrique Zambon Capivaras Marcio Sztutman Vegetao Commisso Geographica e Mapa do Rio Ribeira de Iguape Geologica da Provncia de So Paulo

  • ..........................................................................................................................................................................

    Equipe Tcnica das reas Temticas Meio Bitico

    Marilda Rapp de Eston Pesquisador Cientfico - Instituto Florestal Avifauna

    Gisela Vianna Menezes CETESB Aviafauna Paulo Martuscelli Consultor Independente Fauna Isabel Fernandes de Aguiar Mattos

    Pesquisador Cientfico - Instituto Florestal Vegetao

    Natlia Macedo Ivanauskas Pesquisador Cientfico - Instituto Florestal Vegetao

    Marcio Sztutman Consultor Independente Vegetao Meio Fsico Aletha Ernandes Martins Sallun

    Pesquisadora Cientfica - Instituto Geolgico Geologia e Geomorfologia

    William Sallun Filho

    Pesquisador Cientfico - Instituto Geolgico Geologia e Geomorfologia

    Renato Tavares Pesquisador Cientfico - Instituto Geolgico Aspectos Climticos

    Meio Antrpico Alexandre Curvelo de Almeida Prado Ambiental Consulting Uso Pblico

    Ana Paula Fuents Mikalanauskas Ambiental Consulting Uso Pblico

    Danilo Nobre Kulaif Ambiental Consulting Uso Pblico Fernando Nogata Kanni Ambiental Consulting Uso Pblico

    Dalmo Dippold Vilar Consultor Independente Patrimnio Histrico e Arqueolgico

    Filomena Pugliese Fonseca Consultora Independente Patrimnio Histrico e Arqueolgico Isadora Le Senechal Parada Consultora Independente Vetores de Presso

    Ana Carolina Honora Ncleo de Regularizao Fundiria Fundao Florestal Regularizao Fundiria

    Maria Aparecida Rezende Ncleo de Regularizao Fundiria Fundao Florestal Regularizao Fundiria

    Boris Alexandre Csar Gerncia do Vale do Ribeira Fundao Florestal Regularizao Fundiria

    Isadora Le Senechal Parada Consultora Independente Regularizao Fundiria

  • Gesto

    Claudia N. Shida Ncleo Planos de Manejo Fundao Florestal Planejamento Integrado

    Sidnei Raimundo Equipe Planos de Manejo Instituto Florestal Planejamento Participativo

    Sandra Leite Gerncia de Desenvolvimento Sustentvel Fundao Florestal Bases Legais para a Gesto

    Silvia Jordo Gerncia de Conservao Ambiental Fundao Florestal Bases Legais para a Gesto

    Mrcia Santana Lima Gestora - Instituto Florestal Gesto Institucional Geoprocessamento

    Marco Aurlio Nalon Pesquisador Cientfico - Instituto Florestal Geoprocessamento

    Isadora Le Senechal Parada Consultora Independente Geoprocessamento Mrio Jos Nunes de Souza Gestor Fundao Florestal Geoprocessamento Reviso Texto Final Cristiane Leonel Ncleo de Planos de Manejo Fundao Florestal Claudia N. Shida Ncleo de Planos de Manejo Fundao Florestal Bruna Bianca Pasquini Ncleo de Planos de Manejo Fundao Florestal Edio e impresso Maria Luci de Toledo Ncleo de Planos de Manejo Fundao Florestal

  • ..........................................................................................................................................................................

  • O PATRIMNIO NATURAL DO ESTADO DE SO PAULO E A FUNDAO FLORESTAL

    A Secretaria do Meio Ambiente o rgo do Governo do Estado responsvel pelo estabelecimento e implementao da poltica de conservao do estado de So Paulo, considerando, dentre outras aes, a implantao e a administrao dos espaos territoriais especialmente protegidos, compreendendo unidades de conservao de proteo integral e de uso sustentvel.

    A Fundao Florestal tem a misso de contribuir para a melhoria da qualidade ambiental do Estado de So Paulo, visando `a conservao e a ampliao de florestas. Tais atribuies so implementadas por meio de aes integradas e da prestao de servios tcnico-administrativos, da difuso de tecnologias e do desenvolvimento de metodologias de planejamento e gesto. Sua ao sustenta-se em quatro vertentes: conservao, manejo florestal sustentvel, educao ambiental e ao integrada e regionalizada.

    Criada pela Lei n 5.208/86, no final do governo estadual de Andr Franco Montoro, a Fundao para a Conservao e a Produo Florestal do Estado de So Paulo - Fundao Florestal, como passou a ser conhecida, surgiu na forma de um rgo de duplo perfil, ou seja, uma instituio que implantasse a poltica ambiental e florestal do Estado com a eficincia e a agilidade de uma empresa privada.

    Vinculada Secretaria do Meio Ambiente, a Fundao Florestal vinha implantando uma viso moderna de gesto ambiental, procurando mostrar que a atividade econmica, desde que praticada na perspectiva do desenvolvimento sustentvel, pode gerar bons negcios, empregos e capacitao profissional, ao mesmo tempo em que protege o patrimnio natural e utiliza de maneira racional e sustentvel os recursos naturais.

    Foi com este esprito que grandes mudanas ocorreram na Fundao Florestal a partir do final de 2006. Inicialmente as Reservas Particulares do Patrimnio Natural (RPPNs), at ento atreladas ao Governo Federal, por meio do Decreto Estadual n51.150, de 03/10/06, passaram a ser reconhecidas no mbito do Governo Estadual, delegando Fundao Florestal a responsabilidade de coordenar o Programa de Apoio s RPPNs. Um ms depois, o Decreto Estadual 51.246, de 06/11/06, atribuiu Fundao Florestal a responsabilidade do gerenciamento das reas de Relevante Interesse Ecolgico (ARIE), nas reas de domnio pblico.

    Ainda no final de 2006 foi institudo, atravs do Decreto Estadual n 51.453, de 29/12/06, o Sistema Estadual de Florestas SIEFLOR, com o objetivo de aperfeioar a gesto e a pesquisa na maior parte das unidades de conservao do Estado de So Paulo. Os gestores desse Sistema so a Fundao Florestal e o Instituto Florestal, contemplando, dentre as UCs de proteo integral os Parques Estaduais, Estaes Ecolgicas e Reservas de Vida Silvestre e, dentre as unidades de conservao de uso sustentvel, as Florestas Estaduais, Reservas de Desenvolvimento Sustentvel e as Reservas Extrativistas. A Fundao Florestal desenvolve, implementa e gerencia os programas de manejo nestas unidades enquanto, o Instituto Florestal, realiza e monitora atividades de pesquisa.

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    Em maio de 2008, novo Decreto Estadual n 53.027/08, atribui Fundao Florestal o gerenciamento das 27 reas de Proteo Ambiental (APAs) do Estado de So Paulo, at ento sob responsabilidade da Coordenadoria de Planejamento Ambiental Estratgico e Educao Ambiental (CPLEA), como resultado de um processo de reestruturao interna da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de So Paulo.

    Considerando-se as RPPNs e ARIEs, acrescidas das unidades, gerenciadas pelo SIEFLOR e, mais recentemente, as APAs, a Fundao Florestal, passou, em menos de dois anos, a administrar mais de uma centena de unidades de conservao abrangendo aproximadamente 3.420.000 hectares ou cerca de 14% do territrio paulista.

    Trata-se, portanto, de um perodo marcado por mudanas e adaptaes que esto se concretizando medida em que as instituies envolvidas adequam-se s suas novas atribuies e responsabilidades. A Fundao Florestal est se estruturando tecnicamente e administrativamente para o gerenciamento destas unidades, sem perder de vista sua misso e o esprito que norteou em assumir a responsabilidade de promover a gesto, ou o termo cotidiano que representa o anseio da sociedade zelar pela conservao do patrimnio natural, histrico-arquelgico e cultural da quase totalidade das reas protegidas do Estado, gerando bons negcios, emprego, renda e capacitao profissional s comunidades locais.

  • AGRADECIMENTOS

    Este Plano de Manejo o resultado do trabalho conjunto de muitas pessoas. Agradecemos a todos que participaram direta ou indiretamente e certamente continuaro participando.

    Secretaria do Meio Ambiente

    Parques Estaduais Ilha do Cardoso, Estao Ecolgica de Chaus, Diviso de Dasonomia, Diviso de Reservas e Parques e Diviso de Estaes Experimentais do Instituto Florestal; Coordenao Regional do Vale do Ribeira e Litoral Sul, Gerncia de Conservao Ambiental e Ncleo de Regularizao Fundiria da Fundao Florestal; Instituto Geolgico; Projeto de Preservao da Mata Atlntica.

    Instituies pblicas estaduais, federais e locais

    Polcia Ambiental, em especial ao Batalho de Registro; Secretaria da Agricultura, por meio das Casas de Agricultura; Secretaria de Estado da Justia e da Defesa da Cidadania/Instituto de Terras do Estado de So Paulo, por meio de sua equipe tcnica, e Secretaria de Economia e Planejamento por meio do Instituto Geogrfico e Cartogrfico.

    Prefeituras Municipais

    Pariquera-Au e Secretaria Municipal de Educao e Meio Ambiente.

    Conselho Consultivo do Parque Estadual da Campina do Encantado

    Maria Selma da Silva Gauglitz, Feliciano Siedlarczyk, Francisco ngelo Alvarenga, Sonia Aparecida Teixeira, Nilo Ccero de Almeida, Stiro Ribeiro, Clvis dos Santos, Aldo Csar Nogueira, Joelma Marinheiro, Sergio Ricardo Souza Ikeda, Silas Soares Canholi, Jos Renato Lisboa, Jos Carlos Chemite, Mariuza Figueiredo Lindenberg, Carlos Alberto Domingues, Joaquim Roberto dos Santos, Rosemere Baptista, Silvana Aparecida Grote Baptista.

    Agradecimentos especiais

    A Luigi Vcaro, imigrante morador em Pariquera-Au, pelas informaes; a Irineu Simonetti, pelo material doado e paixo demonstrada; aos funcionrios do Parque Estadual da Campina do Encantado, particularmente Antonio Bertholi, pela entrevista e aos funcionrios da Estao Ecolgica de Chaus.

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  • APRESENTAO

    A elaborao do Plano de Manejo de uma unidade de conservao, se constitui no principal instrumento de planejamento e gesto, na medida em que define o zoneamento da rea protegida e estabelece as diretrizes e normas de uso em cada uma das zonas estabelecidas. O processo se d a partir da realizao de anlises e diagnsticos tcnicos e por meio de planejamento integrado e participativo.

    A elaborao do Plano de Manejo do Parque Estadual da Campina do Encantado deu-se antes de uma srie de transformaes pelas quais a Fundao Florestal vem passando, particularmente, do Decreto que cria o SIEFLOR. Este momento de transio evidenciado ao longo de todo este documento, que procura refletir as competncias atuais da Fundao Florestal e do Instituto Florestal no mbito do Sistema Estadual de Florestas.

    Mesmo neste processo, conclumos o Plano de Manejo do Parque Estadual da Campina do Encantado. Consultores, tcnicos e pesquisadores da casa e conselheiros do parque se debruaram, discutiram, amadureceram e consensuaram os resultados aqui apresentados. Alm do documento final impresso, satisfao de todos autores, gestores e por que no dizer dos dirigentes essa experincia coletiva e compartilhada nos d a tranqilidade que a implementao do Plano parte do compromisso assumido por todos os agentes que participaram de seu processo de elaborao.

    O Parque Estadual da Campina do Encantado, em especial, protege uma pequena, mas significativa poro de Mata Atlntica. Localizado margem direita do Ribeira de Iguape, o parque se estende por imensa plancie, onde se concentram depsitos de turfa. Em alguns locais do parque e em seu entorno encontram-se grandes pilhas de conchas os sambaquis- testemunhos de que ostras e moluscos faziam e fazem parte da dieta dos habitantes dessa regio desde os primrdios, h mais de 5.000 anos.

    essa diversidade biolgica e cultural que o Parque Estadual da Campina do Encantado guarda. Nos depsitos de turfa, maior atrativo do parque, furando-se o solo fofo e ascendendo-se um fsforo sobre o orifcio v-se uma chama se levantar do cho, o fogo da campina do encantado, resultante da combusto de gases gerados a partir da decomposio da matria orgnica existente no solo, que gera inmeras lendas no imaginrio popular.

    Com dimenses reduzidas, cercado por unidades de conservao to maiores e ao mesmo tempo isolado de todas elas, o Parque Estadual da Campina do Encantado protege um ambiente muito especial. Encravado nas terras mais baixas do Vale do Ribeira, com limites demarcados por rios que na imensa plancie cavam seu leito serpenteando a paisagem e definem ecossistemas particulares, com uma dinmica prpria bem definida no tempo da cheia e da seca as matas inundveis.

    Sabemos que a legislao ambiental brasileira uma das mais avanadas do mundo e, por si s, suficiente para a proteo do PE da Campina do Encantado e das demais reas legalmente protegidas do estado. Atualmente, a dvida mais importante que se apresenta se a biodiversidade da Mata Atlntica poder ser preservada atravs da conservao dos fragmentos florestais que restam ou; em outras palavras, se estes fragmentos so suficientemente grandes e representativos de forma a permitir o fluxo gnico e movimentao da biota. Os princpios da biologia da

  • ..........................................................................................................................................................................

    conservao, sugerem que a diversidade do total disponvel, pode ser maior que a simples soma das partes, de maneira que a melhor estratgia de conservao seria a de unir os fragmentos por meio de corredores ecolgicos.

    As vrzeas onde os rios Pariquera Au, Mirim e Ribeira se espalham, numa das margens so protegidas pelo PE da Campina do Encantado; na outra oferecem terras frteis para o plantio de ch, banana e mexerica, ou pastagens destinadas criao de gado e de bfalos. com estes vizinhos que deveremos dialogar no sentido de restabelecer ambientes propcios conservao e aos usos mais sustentveis. Os estudos para elaborao deste Plano de Manejo revelaram que possvel ampliar a rea protegida atravs de um corredor ecolgico que liga o Parque Estadual da Campina do Encantado Estao Ecolgica de Chaus.

    Com este Plano de Manejo, a Fundao Florestal cumpre sua obrigao legal de elaborar os planos de manejo das unidades que gerencia, mas fundamentalmente cumpre sua responsabilidade ambiental e social de apresentar sociedade o Parque Estadual da Campina do Encantado com sua diversidade ambiental e cultural, suas fragilidades, suas normas e suas possibilidades de gerar desenvolvimento e renda sem comprometer a conservao da floresta. Esta ao, mais que uma das metas prioritrias estabelecidas pela Secretaria do Meio Ambiente, traduz o anseio de ambientalistas, ONGs e da sociedade em geral.

    So Paulo, novembro de 2008

    Jos Amaral Wagner Neto Diretor Executivo da Fundao Florestal

  • Sumrio

    SUMRIO 1. Introduo

    1.1. Mata Atlntica .........................................................................................................................................03 1.1.1. A proteo da Mata Atlntica no Vale do Ribeira ................................................................08 1.1.2. A degradao histrica da Mata Atlntica ..............................................................................11

    1.2. Caractersticas da ocupao e a colnia de Pariquera-A .........................................................13 1.3. O Parque Estadual da Campina do Encantado ...............................................................................15

    1.3.1. Apresentao................................................................ ................................................................15 1.3.2. Histrico da criao do Parque Estadual de Campina do Encantado ..............................16 1.3.3. Gesto do Parque Estadual da Campina do Encantado ......................................................19

    2. Procedimentos Metodolgicos

    2.1. Introduo ...............................................................................................................................................23 2.2. Elaborao do Plano de Manejo do Parque Estadual de Campina do Encantado ...................23

    2.2.1. Elaborao em fases .....................................................................................................................23 2.2.2. Planejamento participativo .........................................................................................................24 2.2.3. Aumento de receita financeira ..................................................................................................24 2.2.4. Insero da unidade de conservao no contexto regional ...............................................24 2.2.5. Proximidade entre a equipe que elabora e implemento ao Plano de Manejo ...............24

    2.3. Geoprocessamento ...............................................................................................................................25 2.4. Diagnsticos ..........................................................................................................................................26

    2.4.1. Sntese dos procedimentos metodolgicos utilizados nos levantamentos temticos ..................27 2.4.2. Caracterizao do Meio Fsico .......................... ......................................................................28 2.4.3. Caracterizao da Vegetao ....................................................................................................30 2.4.4. Caracterizao da Fauna .............................................................................................................31 2.4.5. Caracterizao Histrico-Arqueolgica .................................................................................33 2.4.6. Caracterizao do Entorno .......................................................................................................34 2.4.7. Caracterizao do Uso Pblico ................................................................................................35

    2.5. Orientao Estratgica e Programas de Gesto ............................................................................36 2.5.1. Formulao dos Programas de Gesto ...................................................................................37

    2.5.2. Formulao das Diretrizes .......................................................................................................37 2.5.3. Formulao das Linhas de Ao ..............................................................................................37 2.6. Zoneamento ..........................................................................................................................................37

    3. Meio Fsico 3.1. Aspectos Climticos ............................................................................................................................43 3.2. Geologia e Geomorfologia .................................................................................................................47

    3.2.1. Geomorfologia .......................................................................................................................47 3.2.2. Geologia ...................................................................................................................................51 3.2.3. Turfeiras e Sambaquis do Parque Estadual da Campina do Encantado......................65 3.2.4. Recursos Minerais .................................................................................................................78 3.2.5. Hidrogeologia .........................................................................................................................85

    4. Meio Bitico 4.1. Caracterizao da Vegetao .............................................................................................................90

    4.1.1. Caracterizao fitofisionmica e fitossociolgica ..............................................................92 4.1.2. Unidades Vegetacionais............................................................................................................93 4.1.3. Fitossociologia ...........................................................................................................................96 4.1.4. Florstica ...................................................................................................................................106 4.1.5. Diversidade ..............................................................................................................................108

    4.2. Caracterizao da Fauna ....................................................................................................................110 4.2.1. Caracterizao ecolgica dos ambientes ..........................................................................110 4.2.2. Composio da avifauna.........................................................................................................116 4.2.3. Singularidade e significncia ecolgica ................................................................................118 4.2.4. Importncia Biolgica do Parque Estadual de Campina do Encantado ......................121

  • Sumrio

    5. Meio Antrpico

    5.1. Caracterizao Histrico-Arqueolgica..........................................................................................128 5.1.1. Introduo.................................................................................................................................128 5.1.2. Sambaquis .................................................................................................................................128 5.1.3. Patrimnio arqueolgico da Campina do Encantado .....................................................130 5.1.4. Caracterizao dos sambaquis e stios histricos............................................................133 5.1.5. Consideraes finais ..............................................................................................................144

    5.2. Caracterizao do entorno do Parque Estadual de Campina do Encantado..........................146 5.2.1. Breve caracterizao histrica dos municpios de Iguape e Pariquera-A...............146 5.2.2. Iguape e Pariquera-A aspectos demogrficos e econmicos ................................147

    5.3. rea de abrangncia e Zona de Amortecimento posposta.....................................................147 5.3.1. Mapeamento do uso atual da terra na Zona de Amortecimento proposta...............149 5.3.2. Caracterizao das atividades desenvolvidas na Zona de Amortecimento proposta ...................154

    6. Zoneamento

    6.1. Introduo..............................................................................................................................................172 6.2. Zona Intangvel ....................................................................................................................................173

    6.2.1. Objetivos de manejo .............................................................................................................173 6.2.2. Localizao ...............................................................................................................................173 6.2.3. Normas e Recomendaes ..................................................................................................174

    6.3. Zona Primitiva.......................................................................................................................................174 6.3.1. Objetivos de manejo ..............................................................................................................174 6.3.2. Localizao ...............................................................................................................................175 6.3.3. Normas e Recomendaes ..................................................................................................175

    6.4. Zona de Uso Extensivo.......................................................................................................................178 6.4.1. Objetivos de manejo .. ..........................................................................................................178 6.4.2. Localizao ...............................................................................................................................178 6.4.3. Normas e Recomendaes ..................................................................................................178

    6.5. Zona de Uso Intensivo .......................................................................................................................179 6.5.1. Objetivos de manejo .. ..........................................................................................................179 6.5.2. Localizao ...............................................................................................................................179 6.5.3. Normas e Recomendaes ..................................................................................................180

    6.6. Zona de Uso Especial.. .......................................................................................................................181 6.6.1. Objetivos de manejo .. ..........................................................................................................181 6.6.2. Localizao ...............................................................................................................................181 6.6.3. Normas e Recomendaes ..................................................................................................181

    6.7. Zona de Recuperao.. ......................................................................................................................181 6.7.1. Objetivos de manejo .. ..........................................................................................................182 6.7.2. Localizao ...............................................................................................................................182 6.7.3. Normas e Recomendaes ..................................................................................................182

    6.8. Zona Histrico-Cultural ....................................................................................................................183 6.8.1. Objetivos de manejo .. ..........................................................................................................183 6.8.2. Localizao ...............................................................................................................................183 6.8.3. Normas e Recomendaes ..................................................................................................183

    6.9. Zona de Amortecimento ..................................................................................................................184 6.9.1. Objetivos de manejo .............................................................................................................184 6.9.2. Localizao ...............................................................................................................................184 6.9.3. Normas e Recomendaes ..................................................................................................185

    6.10. Corredor Ecolgico ........................................................................................................................186 7. Programas de Gesto

    7.1. Introduo..............................................................................................................................................192 7.2. Anlise Situacional Estratgica .........................................................................................................193 7.3. Programa de Gesto Organizacional ..............................................................................................195

    7.3.1. Introduo ................................................................................................................................195

  • Sumrio

    7.3.2. Estrutura Organizacional ......................................................................................................196 7.3.3. Gesto Financeira ..................................................................................................................199 7.3.4. Gesto de Pessoal ..................................................................................................................201 7.3.5. Caracterizao da Infra-estrutura ......................................................................................204 7.3.6. Parcerias em desenvolvimento no PE da Campina do Encantado ..............................206 7.3.7. Sistema de Documentao e Monitoramento .................................................................207

    7.3.8. O PE da Campina do Encantado e a avaliao da gesto das UCs do Est.de SoPaulo ...................................................................................................................................................208

    7.3.9. Objetivos do Programa de Gesto Organizacional ........................................................209 7.3.10. Indicadores de Efetividade ....................................................................................................209 7.3.11. Diretrizes ..................................................................................................................................209 7.3.12. Diretrizes e Indicadores ........................................................................................................209 7.3.13. Formulao das Linhas de Ao ..........................................................................................211 7.3.14. Sntese das Diretrizes e Linhas de Ao ...........................................................................216

    7.4. Programa de Proteo .......................................................................................................................218 7.4.1. Introduo ................................................................................................................................218 7.4.2. Aes para proteo do patrimnio pblico ambiental ................................................218 7.4.3. O Plano Operacional de controle: atuao conjunta para a proteo da natureza

    ..........................................................................................................................................................219 7.4.4. Operacionalizao do Programa de Proteo .................................................................222 7.4.5. Caracterizao da situao atual .........................................................................................222 7.4.6. Descrio da Infra-estrutura e de pessoal ........................................................................223 7.4.7. O trabalho conjunto com a Polcia Ambiental e as operaes de fiscalizao ........224 7.4.8. Objetivos do Programa de Proteo .................................................................................226 7.4.9. Indicadores de Efetividade ....................................................................................................226 7.4.10. Diretrizes ..................................................................................................................................226 7.4.11. Diretrizes e Indicadores ........................................................................................................226 7.4.12. Linhas de Ao ........................................................................................................................227 7.4.13. Sntese das Diretrizes e Linhas de Ao ...........................................................................232

    7.5. Programa de Pesquisa ........................................................................................................................234 7.5.1. Introduo ...............................................................................................................................234 7.5.2. Diagnstico da situao atual ..............................................................................................234 7.5.3. A responsabilidade institucional na gerao e gesto de pesquisas cientficas

    ..........................................................................................................................................................238 7.5.4. Objetivos do Programa de Pesquisa .................................................................................238 7.5.5. Indicadores de Efetividade ....................................................................................................238 7.5.6. Diretrizes ..................................................................................................................................239 7.5.7. Diretrizes e Indicadores ........................................................................................................239 7.5.8. Linhas de Ao ........................................................................................................................239 7.5.9. Sntese das Diretrizes e Linhas de Ao ...........................................................................246

    7.6. Programa de Uso Pblico ..................................................................................................................248 7.6.1. Introduo ................................................................................................................................248 7.6.2. O turismo em Pariquera-Au ..............................................................................................249 7.6.3. O turismo no Parque Estadual da Campina do Encantado ...........................................253 7.6.4. Divulgao.................................................................................................................................258 7.6.5. Sinalizao ................................................................................................................................259 7.6.6. Atrativos do Parque Estadual da Campina do Encantado ...........................................260 7.6.7. Objetivos do Programa de Uso Pblico ..........................................................................266 7.6.8. Indicadores de Efetividade ...................................................................................................266 7.6.9. Diretrizes .................................................................................................................................266 7.6.10. Diretrizes e Indicadores .......................................................................................................266 7.6.11. Linhas de Ao ........................................................................................................................268 7.6.12. Sntese das Diretrizes e Linhas de Ao ...........................................................................274

    7.7. Programa de Interao Scio-Ambiental .......................................................................................276 7.7.1. Introduo ................................................................................................................................276 7.7.2. Objetivos do Programa de Interao Scio-Ambiental .................................................277

  • Sumrio

    7.7.3. Indicadores de Efetividade ....................................................................................................277 7.7.4. Diretrizes .................................................................................................................................278 7.7.5. Diretrizes e Indicadores .......................................................................................................278 7.7.6. Linhas de Ao ........................................................................................................................279 7.7.7. Sntese das Diretrizes e Linhas de Ao ...........................................................................285

    7.8. Programa de Regularizao Fundiria .............................................................................................286 7.8.1. CarracterizaodasituaofundiriadoPEdaCampinadoEncantado...............................286 7.8.2. Objetivos do Programade Regularizao Fundiria.................................................................286 7.8.3. Diretrizes .................................................................................................................................286 7.8.4. Diretrizes e Indicadores.........................................................................................................287 7.8.5. Linhas de Ao.................................................................. ......................................................287 7.8.6. Sntese das Diretrizes e Linhas de Ao ...........................................................................288

    7.9. Prioridades de Implementao .........................................................................................................290

    8. Bases Legais para a gesto ........................................................................................................................294 8.1. Introduo ............................................................................................................................................294 8.2. UnidadesdeconservaoregionaiseoSistemaNacionaldeUnidadesdeConservao................294 8.3. Tombamento, Reserva da Biosfera, Stio do Patrimnio Mundial: bens do estado, do Brasil

    e da humanidade ................................................................................................................................296 8.3.1. Tombamento ...........................................................................................................................297 8.3.2. Reserva da Biosfera ..............................................................................................................297 8.3.3. Stio do Patrimnio Mundial ................................................................................................299

    8.4. Mata Atlntica, vales do Ribeira e Paranapanema, Cavernas e Stios Arqueolgicos: Proteo Constitucional ..................................................................................................................300

    8.4.1. Mata Atlntica ..........................................................................................................................300 8.4.2. Stios arqueolgicos e pr-histricos: bens da Unio.....................................................301

    8.5. Zona de Amortecimento e Corredores Ecolgicos: amparo legal para a conservao alm dos limites das UCs ...............................................................................................................302

    8.6. O princpio da precauo ..................................................................................................................305 8.7. Instrumentos Legais de apoio gesto .........................................................................................307

  • Lita de Tabelas

    LISTA DE TABELAS Tabela I. Populao da colnia de Pariquera-Au no final do sculo XIX-XX Tabela 2. Diagnsticos tcnicos elaborados entre 2002 e 2008 para o Parque Estadual da Campina do Encantado Tabela 3. Etapas para anlise do patrimnio cultural do Parque Estadual da Campina do Encantado Tabela 4. Caractersticas das zonas com maiores restries de uso do Parque Estadual da Campina do Encantado Tabela 5. Unidades litolgicas que ocorrem na rea do Parque Estadual da Campina do Encantado, a partir do mapa geolgico de Suguio & Martin (1978) e CPRM (2006). Tabela 6. Dataes por radiocarbono de turfeiras e sambaquis. Os intervalos de idade esto em ano calendrio antes do presente (cal. Anos A.P.), que correspondem aos valores mximos e mnimos Tabela 7. Distribuio da quantidade de ttulos minerrios de acordo com a substncia mineral no entorno do PECE, segundo dados do Departamento Nacional de Produo Mineral (DNPM) de outubro/2008 Tabela 7a Situao dos ttulos minerrios que ocorrem dentro do PE da Campina do Encantado Tabela 7b Situao dos ttulos minerrios que ocorrem no entorno do PE da Campina do

    Encantado Tabela 8. Unidades aqferas da rea estudada e caractersticas hidrulicas. Condutividades hidrulicas estimadas com base nas caractersticas texturais e estruturais das rochas. Valores tabelados extrados de Freeze & Cherry (1979) e Fetter (1994) Tabela 9. Parmetros GOD e graus de vulnerabilidade calculados para os sistemas aqferos identificados Tabela 10. Tipos vegetacionais encontrados no Parque Estadual da Campina do Encantado, SP Tabela 11. Espcies de aves de interesse para a conservao e registradas para o PE da Campina do Encantado e sua rea de entorno Tabela 12. Quadro das propriedades rurais no municpio Tabela 13. Classes de uso do solo, cores e texturas apresentadas Tabela 14. Uso da terra no entorno do Parque Estadual da Campina do Encantado Tabela 15. Agrotxicos mais utilizados na regio do Parque Estadual da Campina do Encantado Tabela 16. Enquadramento do municpio de Pariquera-A quanto a disposio de tratamento e disposio de resduos domiciliares (IQR: ndice de Qualidade de Aterros de Resduos) no no perodo de 1997 e 2007 (CETESB 2007) Tabela 17. Critrios para estabelecimento de zoneamento Tabela 18. Descrio das reas includas e excludas da ZA Tabela 19. rea total das zonas do PE da Campina do Encantado Tabela 20. Matriz da Situao Estratgica Tabela 21. Composio do Conselho Consultivo do PECE Tabela 22. Fontes de Recursos Financeiros do PE da Campina do Encantado Tabela 23. Origem e alocao de investimentos e custeio entre o PPMA e Recursos do Tesouro do Estado Tabela 24. Despesas efetuadas pelo Parque Estadual da Campina do Encantado entre janeiro a

    Sumrio

  • Lista de Tabelas

    setembro de 2008 Tabela 25. Organograma de cargos e funes do Parque Estadual da Campina do Encantado por Programa de Gesto Tabela 26. Quadro de funcionrios do Parque Estadual da Campina do Encantado Tabela 27. Edificaes existentes na sede administrativa e no Parque Estadual da Campina do Encantado Tabela 28. Frota automobilstica e nutica Tabela 29. Equipamento de escritrio e vdeo/foto/som Tabela 30. Equipamentos de radiocomunicao Tabela 31. Diretrizes e indicadores Tabela 32. Quadro atual e necessidades de pessoal do Parque Estadual da Campina do Encantado Tabela 33. Sntese das linhas de ao segundo as diretrizes Tabela 34. Objetivos do Plano Operacional de Controle Tabela 35. Premissas das operaes integradas de fiscalizao Tabela 36. Patrulhamento integrado de fiscalizao Tabela 37. Atendimento a denncias Tabela 38. Patrulhamento com as equipes de vigilncia do parque Tabela 39. Frota automobilstica e nutica Tabela 40. Equipamentos de radiocomunicao Tabela 41. Operaes de fiscalizao Tabela 42. Diretrizes e Indicadores Tabela 43. Sntese das linhas de ao segundo as diretrizes Tabela 44. Normas bsicas para as atividades de pesquisa cientfica Tabela 45. Objetivos e indicadores das diretrizes Tabela 46. Linhas de pesquisa prioritrias Tabela 47. Sntese das Linhas de Ao segundo diretrizes Tabela 48. Classificao e localizao dos atributos da trilha da Campina Tabela 49. Diretrizes e indicadores Tabela 50. Sntese das Linhas de Ao segundo as Diretrizes Tabela 51. Diretrizes e indicadores Tabela 52. Sntese das Linhas de Ao segundo as Diretrizes Tabela 53. Objetivos e indicadores das diretrizes Tabela 54. Sntese das Linhas de Ao segundo Diretrizes Tabela 55. Prioridades das Linhas de Ao na implementao por Programa de Gesto Tabela 56. Instrumentos Legais para apoio gesto

  • Lista de Figuras

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1. Domnio e Remanescentes da Mata Atlntica no Brasil Figura 2. Distribuio dos Hotspots Figura 3. Articulao de folhas topogrficas e fotografias areas utilizadas Figura 4. Mtodo GOD para avaliao da vulnerabilidade contaminao de aqferos (Foster et al. 2002) Figura 5. Analise Situacional Estratgica Figura 6. Totais pluviais anuais de Pariquera A - Posto F4-035 (1962-1991) Figura 7. Totais Pluviais Mensais de Pariquera Ac - Posto F4-035 Anos Excepcionais e Mdia do Perodo 1962-1991 Figura 8. Unidades geomorfolgicas que ocorrem no PE da Campina do Encantado, baseado em Ross & Moroz (2002) Figura 9. Modelo Digital de Terreno (MDTs) do Parque Estadual da Campina do Encantado e seu entorno com base nos dados SRTM (2004) Figura 10. Rede de drenagem do Parque Estadual da Campina do Encantado e seu entorno Figura 11. Contexto geolgico regional em que est inserida a rea do PECE e seu entorno Blocos e fragmento cratnico: (LA) Lus Alves, (CF) Cabo Frio, (SF) So Francisco; Terrenos arqueanos e paleoproterozicos: (C) Curitiba, (SM) Serra do Mar, (JF) Juiz de Fora, (M) Mantiqueira; Faixas de dobramento meso a neoproterozicas: (RG) Alto Rio Grande, (R) Ribeira, (SG) Nappe Socorro-Guaxup; Seqncias sedimentares e vulcanossedimentares Cambro-ordovicianas (CO); Zonas de cisalhamento: (1) Campos do Meio, (2) Jacutinga-Ouro Fino, (3) Jundiuvira-Boquira-Rio Preto; (4) Cubato; (5) Lancinha; (6) Alm Paraba (Campanha & Sadowski 1999) Figura 12. Quatro sistemas de ilhas-barreira/lagunas registrados na plancie costeira do Rio Grande do Sul testemunham fases de ascenso do nvel relativo do mar acima do atual no Quaternrio (Villwock et al. 1986, Tomazelli & Vilwock 1996) Figura 13. Estdios de evoluo geolgica durante o Quaternrio tardio (Suguio & Martin 1978) Figura 14. Mapa geolgico simplificado da rea do Parque Estadual da Campina do Encantado e seu entorno, mostrando as principais unidades geolgicas que ocorrem em superfcie (baseado em Suguio & Martin 1978) Figura 15. Mapa geolgico simplificado da rea do Parque Estadual da Campina do Encantado e seu entorno, mostrando as principais unidades geolgicas que ocorrem em superfcie (baseado em CPRM 2006) Figura 16. Afloramento da Formao Pariqera-Au na rea do entorno do Parque Estadual da Campina do Encantado (PECE) (UTM 211923N/7271210E) Figura 17. Detalhe de afloramento da Formao Pariqera-Au na rea do entorno do PE da Campina do Encantado (UTM 211923N/7271210E Figura 18. Principais compartimentos geotectnicos da rea do Parque Estadual da Campina do Encantado e seu entorno (fonte: CPRM 2006) Figura 19. Afluente do crrego do Brao Preto, na Trilha da Brejava do PECE, drenando turfeira (UTM 215638N /7271581E) Figura 20. Sondagem com vibrotestemunhador na Trilha da Campina do Parque Estadual da Campina do Encantado para coleta de amostras de turfeira para pesquisa cientfica do Instituto Geolgico (IG/SMA-SP) (S01-UTM 215638N/7271581E)

    Lista de Tabelas

  • Lista de Figuras

    Figura 21. Sondagem com vibrotestemunhador na Trilha da Campina do PECE para coleta de amostras de turfeira para pesquisa cientfica do Instituto Geolgico (IG/SMA-SP) (S02- UTM 218320N/7272114E) Figura 22. Transporte do testemunho de sondagem com vibrotestemunhador em rea de floresta turfosa rasa na Trilha da Campina do PE da Campina do Encantado Figura 23. Transporte do testemunho de sondagem com vibrotestemunhador em rea com floresta sobre morrote na Trilha da Campina do do PE da Campina do Encantado Figura 24. Turfa leve ou fibrosa a escura ou hmica em testemunho coletado em sondagem com vibrotestemunhador no Parque Estadual da Campina do Encantado (S01-UTM 215638N/7271581E) Figura 25. Turfa preta ou sprica em testemunho coletado em sondagem com vibrotestemunhador no PECE (S01-UTM 215638N/7271581E) Figura 26. Turfa em testemunho coletado em sondagem com vibrotestemunhador no PECE (S01-UTM 215638N/7271581E) em contato com sedimentos argilosos paleolagunares Figura 27. Sedimentos argilosos paleolagunares com fragmentos vegetais bem preservados, que ocorre abaixo da turfeira em testemunho coletado em sondagem com vibrotestemunhador no PECE (S01-UTM 215638N/7271581E) Figura 28. Turfa preta ou sprica em testemunho coletado em sondagem com vibrotestemunhador no PECE (S02-UTM 218320N/7272114E) Figura 29. Imagem LANDSAT-7 com composio R4G3B2 da rea do Parque Estadual da Campina do Encantado e seu entorno, com a localizao de reas com desenvolvimento de espessos depsitos de turfa Figura 30. Localizao das sondagens com vibrotestemunhador executadas na rea do Parque Estadual da Campina do Encantado Figura 31. Localizao dos sambaquis que ocorrem na rea do Parque Estadual da Campina do Encantado e seu entorno, aonde foram obtidas idades mnimas por Martin et al. (1978) e Sallun et al. (2008) Figura 32. Mapa com delimitao das principais ocorrncias de bens minerais na rea do Parque Estadual da Campina do Encantado e seu entorno, a partir dos polgonos delimitados de processos minerrios junto ao DNPM (outubro/2008) Figura 33. Localizao dos pontos de ocorrncias minerais identificados pela CPRM (2006) na rea do Parque Estadual da Campina do Encantado e seu entorno Figura 34. Localizao dos blocos de amostragem. 1, 2, 3 e 4: Floresta Alta do Litoral (Floresta Ombrfila Densa das Terras Baixas); 5, 6 e 7: Floresta de Restinga Paludosa com Turfeira Periodicamente Inundada; 8 e 9: Floresta de Restinga Paludosa com Turfeira Livre de Inundaes Figura 35. Curvas do nmero de espcies pelo nmero de parcelas altas Figura 36. Perfil florestal 30 x 5 m de floresta de turfeira periodicamente inundada, no Parque Estadual da Campina do Encantado, Pariquera-A, SP. 1.Alchornea triplinervia; 2.Eugenia umbeliflora; 3. Euterpe edulis; 4. Gomidesia fenziliana; 5. Guatteria australis; 6. Ilex pseudobuxus; 7. Myrcia acuminatissima; 8. Myrcia bicarinata; 9. Myrcia multiflora; 10. Nectandra oppositifolia; 11. Pera glabrata; 12. Pouteria beauripairei; 13. Psidium cattleyanum; 14. Rapanea venosa; 15.Tapirira guianensis (Sztutman, 2000)

  • Lista de Figuras

    Figura 37. Perfil florestal de 30 x 5 m de floresta sobre turfeira livre de inundaes, no PE da Campina do Encantado, Pariquera-A, SP. 1. Ilex pseudobuxus; 2. Ternstroemia brasiliensis (Sztutman, 2000) Figura 38. Perfil florestal de 30 x 5 m de floresta sobre morrote, no Parque Estadual da Campina do Encantado, Pariquera-A, SP. : 1. Astrocaryum aculeatissimum; 2. Buchenavia kleinii; 3. ; Calyptrantes grandifolia; 4. Calyptrantes strigipes; 5. Cupania oblongfolia; 6. Diploon cuspidatum; 7. Eclinusa ramiflora; 8. Euterpe edulis; 9. Faramea montevidensis; 10. Heisteria silvanii; 11. Licania octandra; 12. Ocotea odorifera; 13. Rollinea sericea; 14. Sloanea guianensis; 15. Sloanea obtusifolia; 16. Tetrastilydium grandifloium; 17. Xylopia langsdorfiana (Sztutman, 2000) Figura 39. Famlias mais ricas em nmero de espcies no Parque Estadual da Campina do Encantado Figura 40. Distribuio das espcies amostradas no Parque Estadual da Campina do Encantado em diferentes hbitos de vida Figura 41. Capivara, espcie abundante nos ambientes aquticos Figura 42. Vista area do PE da Campina do Encantado a direita rio Ribeira de Iguape Figura 43. Vale do Ribeira em meados do sculo XX (Relatrio da Comisso Geogrfica e Geolgica do estado de So Paulo, Explorao do Rio Ribeira de Iguape, 1908) Figura 44. Sambaqui da Campina, Rio Pariquera-Au Figura 45. Artefatos encontrados em prospeces arqueolgicas Figura 46. Sambaquis e stios arqueolgicos identificados no Parque Estadual da Campina do Encantado e no seu entorno imediato Figura 47. Croqui e fotos do Sambaqui do Encantado Figura 48. Croqui e fotos do Sambaqui Lombada Grande Figura 49. Croqui e fotos do Sambaqui Morrete Figura 50. Croqui e fotos do Sambaqui da Baixada Figura 51. Croqui e fotos do Sambaqui do Estiro Figura 52. Croqui e fotos do Stio Histrico Runa de Pedra Figura 53. Mapa do Rio Ribeira de Iguape (Relatrio da Commisso Geogrphica e Geolgica da

    Provncia de So Paulo, Explorao do Rio Ribeira de Iguape 1914) Figura 54. Fotos e Localizao do Stio Histrico Canal de Navegao Figura 55. Proposta de Zona de Amortecimento do PE da Campina do Encantado Figura 56. Microbacias que interagem com o PE da Campina do Encantado Figura 57. Fisionomias das diversas feies encontradas na rea Figura 58. Grfico de uso e ocupao da terra Figura 59. Aspecto de bananal limpo Figura 60. Material embalado para reciclagem Figura 61. Mapa de localizao do aterro de resduos slidos Figura 62. Vista geral do aterro Figura 63. Lixo descoberto e presena de urubus Figura 64. Material reciclvel Figura 65. Trator utilizado para recobrir o resduo Figura 66. Distribuio dos resduos slidos coletados pela prefeitura no municpio de Pariquera-

    Au

  • Lista de Figuras

    Figura 67. Bfalo jovem Figura 68. Rio Pariquera, na divisa do PECE Figura 69. Vista do chazal; ao fundo pequena faixa de mata ciliar Figura 70. Sombreiro Figura 71. Organograma das relaes institucionais do Parque Estadual da Campina do Encantado Figura 72. Evoluo do quadro funcional do pece no perodo de 1997 a 2008 Figura 73. Projetos de pesquisa cadastrados no Instituto Florestal (1988-2006) Figura 74. Nmero de visitantes no PE da Campina do Encantado nos anos 2000 a 2007 Figura 75. Churrasqueira Figura 76. Churrasqueira Figura 77. Sanitrio Figura 78. Viveiro de mudas Figura 79. Viveiro de mudas nativas Figura 80. Sinalizao indicativa de informao ao visitante Figura 81. Sinalizao interpretativa de informao ao visitante Figura 82. Fragilidades na trilha da Campina Figura 83. Fragilidades na trilha da Campina Figura 84. Floresta de Turfeira na trilha da Campina Figura 85. Floresta de restinga na trilha da Campina Figura 86. Campo de bromlias na trilha da Campina Figura 87. Aspecto de um dos rios da regio

  • Lista de Mapas

    LISTA DE MAPAS

    Mapa 1. Remanescentes da Mata Atlntica no Vale do Ribeira e as Unidades de Conservao Mapa 2 Localizao e vias de acesso ao Parque Estadual da Campina do Encantado Mapa 3. Fitofisionomias do Parque Estadual da Campina do Encantado Mapa 4. Uso do solo no Parque Estadual da Campina do Encantado e do entorno Mapa 5 Vetores de presso negativos atuantes no Parque Estadual da Campina do Encantado. Mapa 6. Zoneamento do Parque Estadual da Campina do Encantado Mapa 7. Zona de Amortecimento e Corredor Ecolgico do Parque Estadual da Campina do

    Encantado Mapa 8. Infra-Estrutura Turstica

  • Lista de Anexos

    LISTA DE ANEXOS Anexo 1. Caracterizao da Vegetao Anexo 2. Fauna do Parque Estadual da Campina do Encantado Anexo 3. Caracterizao do Uso Pblico Anexo 4. Memorial Descritivo da Zona de Amortecimento Anexo 5. Projetos Cadastrados na Comisso Tcnica e Cientfica do Instituto Florestal

    relacionados ao Parque Estadual da Campina do Encantado Anexo 6. Decreto Estadual 51.453 de 29/12/2006 Anexo 7. Resoluo SMA 16 de 03/04/2007 Anexo 8. Termo de Referncia para contratao de servios para Anlise e Monitoramento dos

    Impactos do Uso de Agrotxicos e da presena do Lixo Municipal sobre os Recursos Hdricos do Parque Estadual da Campina do Encantado

    Anexo 9. Termo de Referncia para contratao de servios para diagnstico scio-econmico dos Municpios de Pariquera-Au e Iguape e anlise dos vetores de presso incidentes na Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Campina do Encantado

    Anexo 10. Agenda e Lista de Presena das Oficinas de Planejamento Anexo 11. Bibliografia

  • Lista de Siglas e Acrnimos

    LISTA DE SIGLAS E ACRNIMOS AIA Auto de Infrao Ambiental ALESP Assemblia Legislativa do Estado de So Paulo APA rea de Proteo Ambiental APP rea de Preservao Permanente ASPE rea Sob Proteo Especial BID Banco Interamericano de Desenvolvimento CATI Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral CBH Comit de Bacias Hidrogrficas CC CCA

    Conselho Consultivo Cmara de Compensao Ambiental

    CEPAM Fundao Prefeito Faria Lima CESP Companhia Energtica de So Paulo CETEC Centro Tecnolgico / Fundo Estadual de Recursos Hdricos CETEEP Companhia Estadual de Transmisso de Energia Eltrica Paulista CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CI Conservao Internacional do Brasil CINP Coordenadoria de Informaes Tcnicas, Documentao e Pesquisa Ambiental CNDRS Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentvel CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico CNUMAD Conferncia das Naes Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento CODASP Companhia de Desenvolvimento Agrcola de So Paulo CODIVAR Consrcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Vale do Ribeira CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente CONDEMA Conselho Municipal do Meio Ambiente CONDEPHAAT Conselho de Defesa do Patrimnio Histrico, Arqueolgico,

    Artstico e Turstico do Estado de So Paulo CONDURB Conselho de Desenvolvimento Urbano CONSEMA Conselho Estadual do Meio Ambiente COTEC Conselho Tcnico e Cientfico do Instituto Florestal CPLEA Coordenadoria do Planejamento Ambiental CPRN Coordenadoria de Licenciamento Ambiental e Proteo dos Recursos

    Naturais CR Criticamente em perigo de extino CRVRLS Coordenadoria Regional do Vale do Ribeira e Litoral Sul CV Centro de Visitantes DAEE Departamento de guas e Energia Eltrica DAIA Departamento de Avaliao de Impacto Ambiental DEPRN Departamento Estadual de Proteo dos Recursos Naturais DER Departamento de Estradas de Rodagem DERSA Desenvolvimento Rodovirio SA DRPE Diviso de Reservas e Parques Estaduais do Instituto Florestal EA Educao Ambiental

  • Lista de Siglas e Acrnimos

    EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz FAPESP Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo FBCN Fundao Brasileira para Conservao da Natureza FEHIDRO Fundo Estadual de Recursos Hdricos FEPASA Ferrovia Paulista S.A. FF Fundao Florestal FNMA Fundo Nacional do Meio Ambiente FUNATURA Fundao Pr-Natureza FUNDAP Fundao do Desenvolvimento Administrativo GPS Geographic Position System GT Grupo de Trabalho IB Instituto de Biocincias IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBt Instituto de Botnica ICMS Imposto sobre circulao de mercadorias e servios IDESC Instituto para o Desenvolvimento Sustentvel e Cidadania do Vale do Ribeira IDEVALE Instituto de Desenvolvimento do Vale do Ribeira IDH ndice de Desenvolvimento Humano IDHM ndice de Desenvolvimento Humano Municipal IF Instituto Florestal IG Instituto Geolgico IGC Instituto Geogrfico e Cartogrfico IN Instruo Normativa INCRA Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais IPHAN Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas IPVS IQR

    ndice Paulista de Vulnerabilidade Social ndice de Qualidade de Resduos

    ITESP Instituto de Terras do Estado de So Paulo IUCN Unio Internacional para Conservao da Natureza KfW Kreditanstalk fr Wierderaufbau LAC Limits of Acceptable Change MMA Ministrio do Meio Ambiente MP Ministrio Pblico MZUSP Museu de Zoologia da Universidade de So Paulo ONG Organizao No Governamental OSCIP Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico PAMB Polcia Ambiental PECB Parque Estadual Carlos Botelho PECE Parque Estadual da Campina do Encantado PEI Parque Estadual Intervales

  • Lista de Siglas e Acrnimos

    PESM Parque Estadual da Serra do Mar PETAR Parque Estadual Turstico do Alto Ribeira PETI Programa de Erradicao do Trabalho Infantil PGA Plano de Gesto Ambiental PGE Procuradoria Geral do Estado PMPA Prefeitura Municipal de Pariquera -Au PNMA Programa Nacional de Meio Ambiente POA Plano Operativo Anual POC Plano Operacional de Controle PPI Procuradoria do Patrimnio Imobilirio PPMA Projeto de Preservao da Mata Atlntica PPPs Parcerias Pblico Privadas PqC Pesquisador Cientfico RBMA Reserva da Biosfera da Mata Atlntica RIMA Relatrio de Impacto Ambiental RL Reserva Legal RPPN Reserva Particular do Patrimnio Natural RTE Recursos do Tesouro do Estudo SABESP Companhia de Saneamento Bsico de So Paulo SEADE Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados SEAQUA Sistema Estadual de administrao de qualidade ambiental, proteo, controle e

    desenvolvimento do meio ambiente e uso adequado dos recursos naturais SEBRAE Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SERT/MTE Secretaria do Emprego e Relaes do Trabalho/Ministrio do Trabalho SIGMA Sistema de Informao Geogrfica da Mata Atlntica SINTRAVALE Sindicato dos Agricultores Familiares do Vale do Ribeira SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente SMA Secretaria do Meio Ambiente do Estado de So Paulo SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservao SUDELPA Superintendncia de Desenvolvimento do Litoral Sul Paulista TCCA Termo de Compromisso de Compensao Ambiental TNC The Nature Conservancy do Brasil UC Unidade de Conservao UFSCAR Universidade Federal de So Carlos UBCs Unidades Bsicas de Compartimentao do Terreno UGRHI Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hdricos UICN Unio Internacional de Conservao da Natureza UNESCO Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura UNESP Universidade Estadual Paulista UNICAMP Universidade Estadual de Campinas UNISO Universidade de Sorocaba USP Universidade de So Paulo VU Vulnervel extino WWF World Wildlife Fund ZA Zona de Amortecimento

  • Lista de Siglas e Acrnimos

  • Ficha Tcnica do Parque

    Ficha Tcnica do Parque Estadual da Campina do Encantado

    Gestor do Parque Marcia Santana Lima

    Endereo Sede Administrativa Rua Salto Saleti, 262 Cep 11990-000

    Pariquera-Au SP Telefone (13) 3856-1002 3856-2267 E-mail [email protected]

    rea do Parque

    2.359,501 ha/ 3.258,34 ha Permetro do Parque 29,16 km

    rea de Propriedade do Estado 1.048,50 ha

    Numero de Visitantes 1.500/ano

    Municpios abrangidos Pariquera-A com rea de 35.877,00 ha

    Coordenadas Geogrficas Latitude 24 36 e 2440 S Longitude 4748 e 47 44 W

    Criao do Conselho Consultivo 17/09/1998

    Legislao Especfica de Proteo Lei Estadual n 8.873, de 16/08/1994 cria o Parque Estadual Pariquera-Au

    Lei Estadual n 10.316 de 26/05/1999 altera o nome do Parque Estadual Pariquera-Au para Parque Estadual da Campina do Encantado

    Acesso ao Parque

    A sede administrativa do parque est localizada na rea urbana de Pariquera-Au, que dista 230 km da capital paulista. De So Paulo, via Rgis Bitencourt (BR 116) at o Km 465 com destino a Pariquera-Au,

    Do centro do Municpio de Pariquera Au, a 12 km pelo bairro Brao Preto, mais 2 km at a Fazenda Lombadinha. Tomar acesso direita e mais 1 km chega-se ao Ncleo de Visitao do Parque Estadual da Campina do Encantado.

    Fauna

    No PECE, a variedade de tipos vegetacionais propicia a ocorrncia de composies faunsticas distintas e uma elevada riqueza de espcies. Foram registradas, 305 espcies de aves - 200 delas residentes e 105 migratrias, O grupo de mamferos foi pouco estudado e no h inventrios de ictiofauna e herpetofauna Entre as espcies que mais se destacam, at o momento, encontram-se 54 espcies de aves endmicas, particularmente o papagaio-de-cara-roxa Amazona brasiliensis

    Vegetao

    Inundada (caixetal) que est condicionado a um substrato permanentemente alagado; Floresta de Restinga Paludosa com dois subtipos florestais: a Floresta de Restinga Paludosa com Turfeira Periodicamente Inundada que est associada a reas periodicamente inundadas e a Floresta de Restinga Paludosa com Turfeira Livre de Inundaes, conhecido localmente como campina do encantado; Floresta Alta do Litoral e Campo de Vrzea

    Foram catalogadas 561 espcies vegetais no Parque Estadual da Campina do Encantado e na Estao Ecolgica do Chaus, incluindo todos os hbitos de vida: rvore, arbusto, epfita, feto arborescente, herbcea, liana, palmeira, parasita e taquara.

    Atrativos

    Ncleo de Visitao: Trilha da Brejava, Trilha das Palmceas (auto-guiadas) e a Trilha da Campina com a Campina do Encantado

    Patrimnio Cultural: Sambaquis e Stios Histricos Patrimnio Geolgico: sedimentos paleomarinhos e paliolagunares co espessas turfeiras, que indicam padres de mudanas ambientais de escalas milenares correlacionveis as variaes do nvel do mar reconhecidas mundialmente.

  • Ficha Tcnica do Parque

    Infra-Estrutura Sede Administrativa no Municpio de Pariquera Au Ncleo de Visitao no Parque Estadual da Campina do Encantado

    Centro de Visitantes Viveiro de mudas Quiosques e churrasqueiras Guaritas Per Sanitrios Base de Fiscalizao

    Frota automobilstica e nutica 1 Caminhonete Toyota ano 1996 1 Jeep Toyota ano 1995 1 Veculo VW Gol ano 2006 2 Motocicletas Honda ano 1995

    1 Land Rover ano 1996 1 Trator Valmet 85 ID ano 2000 2 Barcos de alumnio 2 Motores de popa 15 e 25 HP

    Atividades Desenvolvidas

    Proteo: o Parque integrou o Programa Operacional de Controle do PPMA e participa de operaes de fiscalizao conjuntas com a Polcia Ambiental e o DEPRN

    Uso Pblico: desde 2002 desenvolve atividades de visitao pblica junto s escolas de primeiro e segundo graus principalmente do municpio de Pariquera Au, grupos de turismo ecolgico e visitantes independentes

    Pesquisa: o Parque apresenta um nmero muito restrito de projetos de pesquisa, em que pese a infra-estrutura disponvel e o pouco conhecimento sobre as florestas inundveis e sua fauna associada.

    Parcerias em Curso

    Aes de Fiscalizao - Polcia Ambiental Projeto Jovens ECOnscientes - Prefeitura Municipal de Pariquera-A, Polcia Ambiental, Instituto Elektro, Organizao no Governamental - IDESC

    Atividades Conflitantes

    As principais atividades conflitantes com os objetivos do Parque Estadual da Campina do Encantado se do no entorno da unidade, com atividades agropecurias e minerarias, alm de depsito de lixo municipal, embora a Prefeitura tenha se comprometido com a soluo deste problema. Dentro do Parque encontram-se ttulos minerrios que devem ser revogados.

    Equipe do Parque

    Funo Principal Gesto: 01 Trabalhador Braal: 05 Oficial de Servios de Manuteno : 02 Encarregado de Turma: 02 Estagirio: 01 Vigilncia Patrimonial: 04

    Vnculo Empregatcio Instituto Florestal: 07 DAEE: 03 Empresa de vigilncia patrimonial: 04 Estagirio via FUNDAP: 01

    Nvel de Escolaridade Superior: 01 Mdio: 12 Bsico: 03

    Total 15 profissionais 1 rea oficial do Parque Estadual da Campina do Encantado. Estudos preliminares, porm, acusam erros no memorial descritivo do permetro do parque e demonstram que sua rea de 3.258,34 hectares

  • 1. INTRODUO

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  • 1. Introduo

    1. 1. Mata Atlntica

    A Mata Atlntica considerada uma das grandes prioridades para a conservao da biodiversidade em todo o mundo. Em estado crtico, sua cobertura florestal acha-se reduzida a cerca de 7,6% da rea original, que perfazia uma extenso de aproximadamente 1.300.000 km2. Mesmo reduzida e muito fragmentada, a Mata Atlntica possui uma enorme importncia, pois exerce influncia direta na vida de mais de 80% da populao brasileira que vive em seu domnio. Seus remanescentes regulam o fluxo dos mananciais, asseguram a fertilidade do solo, controlam o clima, protegem escarpas e encostas das serras, alm de preservar um patrimnio histrico e cultural imenso.

    Fonte: Fundao SOS Mata Atlntica, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Instituto Socioambiental

    Figura 1. Domnio e Remanescentes da Mata Atlntica no Brasil

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  • A Mata Atlntica reconhecida como um dos 25 hotspots, definidos como reas onde a cobertura vegetal original foi reduzida em pelo menos 70%, contudo, juntas, estas reas detm mais de 60% de todas as espcies terrestres do planeta1. A Mata Atlntica est entre os cinco hotspots mais importantes do mundo, conforme demonstrado na figura 2.

    Fonte: http://www.biodiversityhotspots.org/xp/Hotspots/atlantic_forest/

    Figura 2. Distribuio dos Hotspots

    Legenda:

    1 Andes Tropicais 14 Ilhas da Polinsia e Micronsia

    2 Sundaland (Indonsia) 15 Nova Calednia

    3 Mediterrneo 16 Choco-Darien / Equador Ocidental

    4 Madagascar e Ilhas do Oceano ndico 17 Florestas da Guin / Africa Ocidental

    5 Mata Atlntica 18 Ghats Ocidentais (ndia) e Sri Lanka

    6 Regio da Indo-Birmnia 19 Provncia Florstica da Califrnia

    7 Caribe 20 Regio do Karoo das Plantas Suculentas

    8 Filipinas 21 Nova Zelndia

    9 Provincia Florstica do Cabo 22 Chile Central

    10 Mesoamrica 23 Cucaso

    11 Cerrado 24 Wallacea (Indonsia)

    12 Sudoeste da Austrlia 25 Montanhas do Arco Oriental

    13 Montanhas do centro sul da China

    O fato de a floresta atlntica apresentar extensa distribuio e grande variedade de formaes vegetacionais gerou divergncias sobre a utilizao do termo Mata Atlntica e por esta razo foram estabelecidos os conceitos de Mata Atlntica sensulato e Mata Atlntica sensu stricto.

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    1 O conceito hotspot foi criado em 1988 pelo eclogo ingls Norman Myers para resolver um dos maiores dilemas dos conservacionistas: quais as reas mais importantes para preservar a biodiversidade na Terra? Hotspot , portanto, toda rea prioritria para conservao, isto , de rica biodiversidade e ameaada no mais alto grau.

    http://www.biodiversityhotspots.org/xp/Hotspots/atlantic_forest/

  • A Mata Atlntica sensu lato se aplica vegetao que - apesar de atualmente fragmentada - ocorre ao longo de todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, com amplas extenses para o interior. De forma bastante simplificada, constituda pela Floresta Ombrfila Densa, Floresta Ombrfila Mista e Floresta Estacional Semidecdua (VELOSO et al. 1991). Tambm devem ser includos no conceito de Mata Atlntica sensu lato os ecossistemas associados, definidos por Veloso et al. (1991) como reas de Formaes Pioneiras, que incluem manguezais, campos salinos e restingas. Desta forma, a aplicao do termo Mata Atlntica sensu lato constitui-se numa estratgia, visando a proteo legal de todos os ecossistemas envolvidos, servindo tambm para facilitar a alocao de recursos humanos e financeiros para o desenvolvimento de pesquisas, recuperao de trechos degradados e tombamento de remanescentes.

    Sendo assim, a ocorrncia original da Mata Atlntica sensu lato engloba 17 estados brasileiros e vai do Cear ao Rio Grande do Sul, se estendendo ao Paraguai e Argentina; j a aplicao do termo Mata Atlntica sensu stricto fica restrita s reas de Floresta Ombrfila Densa litorneas definidas no sistema de Veloso et al. (1991).

    Na Mata Atlntica sensu strito, as condies edafo-morfo-climticas produziram uma srie de fatores que determinaram a existncia de uma floresta rica e exuberante. Essa floresta assenta-se sobre um relevo serrano, notadamente no sudeste e sul do pas, cuja amplitude altimtrica varia do nvel do mar s cotas de quase dois mil metros, nas Serras do Mar e da Mantiqueira.

    A presena da Serra do Mar condiciona a formao de chuvas orogrficas, atravs da condensao de ventos carregados de umidade provenientes do mar. Hueck (1972) explica que a precipitao aumenta de 2.000 mm, na linha de costa para 4.000 mm, na escarpa da Serra do Mar. Essa grande umidade favoreceu a formao e a manuteno das condies necessrias existncia de uma floresta tropical. A Serra do Mar ento, a rea-core 2 da Mata Atlntica.

    Trata-se da nica floresta tropical no planeta que apresenta (em seus remanescentes de maior extenso) uma distribuio azonal. As demais florestas tropicais do mundo, como a Amaznica, a do Congo (na frica) e as do Sudeste Asitico, distribuem-se de forma zonal, ou seja, acompanhando o sentido da zona equatorial da Terra. Na Mata Atlntica isso no ocorre. Ela apresenta-se de forma perpendicular s linhas zonais (acompanhando o sentido dos meridianos), assentando-se desde baixas latitudes, prximas ao equador, at mdias latitudes, perto de 30 de latitude sul, no Rio Grande do Sul. Tal fato submeteu a floresta atlntica a uma grande diferenciao climtica. Ao norte est sujeita a Massa Tropical Atlntica quente e mida, o que confere floresta uma maior produtividade primria, face aos elevados ndices de calor e umidade do clima que impera nessa poro norte. No sul de sua rea de ocorrncia, a Mata Atlntica recebe constantemente a influncia das frentes frias da Massa Polar Atlntica fria e mida. comum no sul e sudeste do pas as geadas no

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    2 rea-core aquela na qual as condies fsicas e biolgicas se processam em seu mximo. So portanto as reas cujos fluxos de energia, material e processos da natureza atingem seu timo.

  • inverno e, ocasionalmente, at nevadas. As plantas e animais apresentam estratgias para suportarem tais condies, como, por exemplo, parte das rvores perderem as folhas na estao fria (seca).

    Essas caractersticas de diversidade altitudinal e a influncia de alguns tipos de clima, aliada s variaes paleo-climticas3, conferiram Mata Atlntica grande variedade e riqueza de espcies. Na floresta do Una, no sul da Bahia, um hectare de floresta chega a ter mais de 400 espcies (Newman, 1992). Nas encostas da Serra do Mar de Ubatuba, litoral norte de So Paulo, ocorrem mais de 120 espcies arbreas (Silva & Leito Filho 1982 e Sanchez 1994). Apenas para comparar tais nmeros, uma floresta de clima temperado apresenta cerca de 10 espcies por hectare (Newman, 1992). Nesse sentido, pode-se afirmar que a floresta atlntica pelo menos 12 vezes mais rica em espcies que as do mundo temperado.

    A riqueza se traduz de diversas formas, cores e tamanhos, mas notrio destacar a interdependncia entre as espcies da fauna e flora. Na Mata Atlntica, algumas espcies acabam desempenhando um importantssimo papel ecolgico dentro da floresta. o caso do palmito, Euterpe edulis, muito apreciado e fonte de alimentao para uma gama considervel da fauna, sustentando desde insetos at mamferos de grande porte. A fauna trata de dispersar suas sementes ao longo da floresta ampliando a rea de ocorrncia do palmito. A jacutinga, Pipile jacutinga, por exemplo, promove migraes altitudinais ao longo do ano, na floresta. Segundo Galetti et alii (1997) essa ave instala-se nas florestas da baixada litornea, onde os frutos do palmiteiro florescem primeiro, devido maior competio pela luz caracterstica tpica desse tipo de floresta. Escasseados os frutos dos palmiteiros da baixada, a jacutinga migra para as florestas assentadas na escarpa da serra, cuja frutificao mais tardia.

    Nesse processo, a jacutinga dispersa as sementes do palmiteiro entre os ambientes serranos e de baixada na floresta atlntica, aumentando a interdependncia entre tais ambientes.

    H alguns ecossistemas associados floresta e que no apresentam formao exclusivamente florestal, como os manguezais, as restingas e os campos de altitude, entre outros. Contudo estes ambientes dependem diretamente da floresta, influenciando e sendo influenciados pelos fluxos de energia, material e processos que se desenvolvem na formao florestal da escarpa. Uma alterao direta num dos ambientes, pode modificar um ambiente contguo. Se ocorrer uma intensificao da retirada de material sedimentar do solo da floresta, atravs de um desmatamento, por exemplo, os ambientes jusante dessa interferncia podem sofrer a influncia dessa alterao. Os manguezais, nesse caso, recebero um aporte maior de sedimentos grosseiros (areias), fruto do aumento da lixiviao produzida pelo solo exposto

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    3 No passado recente da Terra, sucesso de perodos glaciais e interglaciais obrigou a floresta atlntica a expandir-se (perodo interglacial) e a confinar-se (perodos glaciais) em espaos que ainda mantinham as condies, principalmente de umidade, para a sua existncia. Essa expanso e retrao obrigaram as espcies da flora e fauna a se adaptarem a tais flutuaes, produzindo novas espcies ou subespcies, num processo chamado especiao. Esse fato resultou numa alta diversidade do ambiente.

  • daquele desmatamento. Tal fato alterar a estrutura do manguezal, contribuindo para reduo de sua rea de ocorrncia.

    A Mata Atlntica , portanto, um bioma que apresenta uma intrincada trama de relaes entre os diversos ambientes que a compem. Mais que isso, este bioma apresenta tambm ligaes com outros biomas do planeta, materializado principalmente atravs dos fluxos da fauna migratria. Alguns exemplos so notrios: na linha de costa, aqueles espaos ainda no atingidos pela urbanizao intensa, so freqentados por uma srie de aves migratrias que buscam locais para abrigo, reproduo e alimentao.

    Em locais no urbanizados do litoral sul de So Paulo, como a Praia da Jazida no PE Xixov-Japu e na EE Juria-Itatins foram identificados pontos de pouso na rota de migrao de certas aves. Neves & Olmos (1998) identificaram espcies da Sternahirundinacea, S. trudeaui, S. maxima, S. eurygnatha, Charadrius semipalmatus, C. collaris, C. fuscicollis e Actitis macularia, todas com ampla distribuio no continente sul-americano ou mesmo americano, que utilizam reas ainda pouco alteradas, resguardadas por UCs na faixa costeira do litoral sul de So Paulo.

    Nos ambientes serranos da Mata Atlntica fato parecido ocorre, atravs da utilizao dos ambientes da floresta por espcies de topo de cadeia alimentar, como as grandes aves de rapina. Martuscelli (2000), estudando problemas de fragmentao de habitats no Domnio Atlntico, indica que na floresta atlntica h duas populaes distintas de harpia, Harpya harpya. Uma populao migrante localizada entre So Paulo e Santa Catarina com presena registrada entre maio a agosto, e com registros de nidificao em Missiones, Argentina, nos meses de dezembro a fevereiro. A outra populao localiza-se entre o sul da Bahia e Esprito Santo, aparentemente residente na regio, com registros ao longo do ano em Porto Seguro. Estas duas populaes sobrevivem em funo dos diferentes fragmentos existentes ao longo de sua rea de ocorrncia. Em So Paulo esta espcie foi registrada no PE da Ilha do Cardoso. Ao transitar por estes biomas, esta espcie, e outras que praticam os mesmos atos, ratificam a interdependncia existente entre os biomas americanos.

    Esta caracterstica pode tambm ser aplicada aos ambientes marinhos, que, na linha de costa, representam um continuum ecolgico com os espaos terrestres. A regio estuarino-lagunar, onde se insere o PE da Ilha do Cardoso, freqentada por uma srie de animais pelgicos que vm regio para se alimentar ou mesmo para cumprir parte de seu ciclo de vida, como os camares. Em 1992 foi abatido um tubaro branco, Carcharodon carcharius, prximo a Canania. No litoral norte paulista, o PE de Ilhabela e o Arquiplago dos Alcatrazes, por exemplo, so utilizados como espaos na rota migratria da baleia-franca, Eubalarna australis, dentre outras espcies. Outros cetceos, como o golfinho-pintado-do-atlntico-sul, Stenella frontalis, foram avistados vrias vezes nas guas do litoral norte de So Paulo. Trata-se de um animal de grande rea de ocorrncia que se aproxima da costa em busca de alimento. Na regio estuarina lagunar de Canania constante a presena do boto-cinza, Sotalia fluviatilis.

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  • Atualmente, a Mata Atlntica no Brasil sobrevive em um territrio com cerca de 130 mil km2. Seus principais remanescentes concentram-se nos estados das regies Sul e Sudeste, recobrindo parte da Serra do Mar e da Mantiqueira, onde o processo de ocupao foi dificultado pelo relevo acidentado e pouca infra-estrutura de transporte. Os remanescentes contnuos de Mata Atlntica entre o Paran e o Rio de Janeiro representam uma das reas mais ricas em diversidade biolgica do pas, mesmo que as florestas estejam situadas nas regies de influncia das duas maiores metrpoles do Brasil.

    Conforme o Inventrio Florestal do Estado de So Paulo (1993), no perodo de 1962 a 1971-73 houve um decrscimo de 39,45% da cobertura vegetal natural do estado e de 1971-73 a 1990-92, o decrscimo foi de 29,20%. No total, de 1962 a 1990-92, a perda de vegetao foi de 57,13%, um ndice alarmante. Ainda assim, o estado de So Paulo possui o maior remanescente de Mata Atlntica do Brasil.

    1.1.1. A proteo da Mata Atlntica no Vale do Ribeira

    No estado de So Paulo, a regio do Vale do Ribeira abriga extensas reas de Mata Atlntica, de importncia especialmente reconhecida pela diversidade dos ambientes. Nessa regio, muitos remanescentes compem unidades de conservao, o que os tornam propcios para aes e investimentos em conservao a longo prazo, particularmente para a implementao de corredores destinados a aumentar a conectividade entre fragmentos.

    Alm do Parque Estadual da Campina do Encantado, destacam-se o Mosaico de unidades de conservao da Juria e de Jacupiranga, o Parque Estadual da Serra do Mar e o contnuo ecolgico de Paranapiacaba; estas unidades de conservao tambm foram includas no Tombamento da Serra do Mar e de Paranapiacaba, realizado pelo Conselho de Defesa do Patrimnio Histrico, Arqueolgico, Artstico e Turstico CONDEPHAAT, da Secretaria de Estado da Cultura, atravs da Resoluo n 40/85. O Tombamento consolidou a legislao ambiental de defesa ao patrimnio dessas UCs, abrindo espao para o reconhecimento internacional, com a Declarao pela UNESCO (Programa Man and Biosphere), a partir do ano de 1991, da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica no Estado de So Paulo, sendo que o PE da Campina do Encantado foi declarado como rea piloto do litoral sul da Reserva da Biosfera e, posteriormente, reconhecido como Stio do Patrimnio Natural Mundial da Humanidade (Mapa 1. Remanescentes da Mata Atlntica no Vale do Ribeira e as Unidades de Conservao).

    O reconhecimento da importncia da Mata Atlntica levou, tambm, a aes de apoio s instituies responsveis pela sua conservao e proteo, por meio de projetos de grande vulto, entre os quais se destaca o PPMA Projeto de Preservao da Mata Atlntica. O Convnio de Cooperao Financeira Brasil-Alemanha, foi desenvolvido pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de So Paulo com o banco alemo Entwicklungsbank (KfW) , entre 1995 e 2006.

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  • Rio Ribeira de Iguape

    P. E. Rio Turvo

    E. Ec. Juria-Itatins

    P. E. Intervales

    P. E. Caverna do Diabo

    P. E. Lagamar de Canania

    P. E. Turstico Alto do Ribeira

    P. E. Ilha do Cardoso

    E. EC. JURIA-ITATINS - MAR

    E. Ec. Chaas

    P. E. do Itinguu

    P. E. do Prelado

    PE Campina do Encantado

    P. E. do Prelado - Mar

    E. Ec. Xitu

    APA Quilombos do Mdio Ribeira

    APA Cajati

    RDS Quilombos de Barra do Turvo

    RESEX Taquari

    R. D. S. do Despraiado

    RDS Pinheirinhos

    APA Quilombos do Mdio Ribeira

    APA Planalto do Turvo

    RESEX Tumba

    RDS Lavras

    RDS Itapanhapima

    APA Planalto do Turvo

    R. D. S. da Barra do UnaAPA SERRA DO MAR

    APA CANANIA-IGUAPE-PERUBE

    APA CANANIA-IGUAPE-PERUBE

    APA ILHA COMPRIDA

    RDS

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    REMANESCENTES DA MATA ATLNTICA NO VALE DO RIBEIRA E AS UNIDADES DE CONSERVAO

    /

    0 5 10 15 20 25km

    Projeo Universal Transverse MercatorDatum: South America 1969 (meridiano central -45)Fontes: IBGE, 1973 - Base cartogrfica digital 1: 50.000: Folhas SG-23-V-A-IV-1, SG-23-V-A-IV-2, SG-23-V-A-IV-3, SG-23-V-A-IV-4Levantamento aerofotogramtrico BASE/ENGEFOTO/AEROCARTA (2001,2002) Fotos 2829-11, 2829-13, 2829-12, 2829-14 2829-21, 2829-23, 2829-41, 2829-32 Uso e Ocupao do Solo (LABGEO-IF 2002)

    ESCALA 1:400.000

    Elaborao: Ecl. Isadora Le Senechal Parada (nov/2008)

    Plano de Manejo do Parque Estadual da Campina do EncantadoRemanescentes Florestais e Unidades de Conservao

    LegendaUnidades de Uso Sustentvel (APA, RDS e RESEX)Estao EcolgicaParque EstadualFloresta Ombrfila DensaMassa d'guaVegetao de Vrzea, Pioneira de Dunas e ManguezaisReflorestamento

  • 1.1.2. A degradao histrica da Mata Atlntica

    Durante 500 anos a Mata Atlntica propiciou lucro fcil ao colonizador europeu e seus descendentes. Ainda no sculo XVI, ato contnuo ao descobrimento, iniciou-se a extrao predatria do pau-brasil, utilizado para tintura de tecidos e construo. "Terra Brasilis", como ficou conhecida a nova colnia de Portugal, teve a origem de seu nome ligada explorao do pau-brasil e, portanto, ao incio da destruio da Mata Atlntica. A explorao no se limitou ao pau-brasil. Outras madeiras de alto valor para a construo civil, naval e mobilirio como, sucupiras, canelas, canjaranas, jacarands, araribs, louro, cedro, peroba, e vinhtico, foram intensamente exploradas. Igualmente os animais silvestres rapidamente transformaram-se em souvenirs preciosos a exibir nos jardins e sales europeus.

    A