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Plano de Manejo FlorestalResumo Público
A r a u c o F o r e s t d o B r a s i l S . A .C u r i t i b a - P R
Julho de 2008
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Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
Apresentação
As florestas manejadas pela Arauco Forest Brasil S/A possuem a certificação FSC (Forest Stewardship Council) desde novembro de 2003. A certificação foi conquistada pelo reconhecimento dos esforços da empresa em conduzir seus plantios florestais de maneira sustentável, com total compromisso em relação aos aspectos ambientais e sociais relativos ao seu negócio. O presente documento consiste no Resumo Público do Plano de Manejo Florestal da Arauco Forest Brasil, que tem por objetivo torná‐lo acessível a todos os possíveis interessados, além de reforçar seu compromisso com o manejo sustentável de suas propriedades. Seu conteúdo é revisado e atualizado anualmente, sendo inseridas informações relativas às mudanças ocorridas no processo florestal, bem como aos resultados do monitoramento dos programas e ações realizadas pela empresa. Anexo ao Resumo Público do Plano de Manejo está vinculado o Relatório Anual de Monitoramento 2007, que tem por objetivo apresentar um balanço dos principais indicadores quantitativos relacionados ao manejo florestal em áreas certificadas da Arauco, assim, atendendendo ao Princípio 8 (Monitoramento e Avaliação) dos Padrões de Certificação Florestal do FSC. Em caso de dúvidas, críticas ou sugestões a respeito do Resumo Público do Plano de Manejo Florestal e Relatório Anual de Monitoramento, a Arauco disponibiliza um canal direto de atendimento. Os dados para contato são apresentados a seguir.
Dados Gerais para Contato
Nome: Arauco Forest Brasil S.A. Endereço: Rua Roberto Hauer, 160 – Conj. 06 Telefone: +55 (41) 3217‐7397 Telefax: +55 (41) 3217‐7325 E‐mail: [email protected] Website: www.araucodobrasil.com.br Responsável Técnico: Eduardo Queluz Elaboração: Silviconsult Engenharia Ltda – www.silviconsult.com.br
Empresas que possuem o certificado FSC são aquelas que manejam suas florestas de forma ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável.
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Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
Compromisso de Adesão aos Princípios e Critérios do FSC
A Arauco Forest Brasil S.A. registra aqui o compromisso de conduzir seu sistema de manejo florestal seguindo os Princípios e Critérios do FSC ‐ Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal), com o objetivo de proporcionar a sustentabilidade de seu negócio no longo prazo, a melhoria contínua de suas atividades, bem como a adoção de práticas ambientalmente corretas e socialmente responsáveis. Para tanto, a empresa incorporou as dimensões Ambiental, Social e Econômica nas diretrizes básicas de seu sistema de manejo florestal, sendo estas:
• buscar sempre inovações tecnológicas e o apoio a pesquisas para aplicar as melhores técnicas silviculturais às suas unidades florestais de produção;
• desenvolver um programa de melhoramento genético que possibilite o fornecimento de sementes com superioridade comprovada para a implantação e reforma de seus povoamentos florestais;
• contribuir para o desenvolvimento dos colaboradores, diretos e indiretos;
• realizar o planejamento florestal da produção com base em quesitos ambientais,
como manejo de microbacias, manejo da paisagem, monitoramento da fauna, manutenção de corredores de biodiversidade, além do cumprimento de toda a legislação aplicável nos âmbitos nacional, estadual e municipal, bem como acordos internacionais dos quais o Brasil seja signatário; e
• contribuir para a manutenção ou melhoria das comunidades adjacentes às
Unidades de Manejo Florestal, através de canais abertos de diálogo, acompanhamento participativo de indicadores sociais, disponibilização de informações relevantes e de áreas para o lazer ou educação ambiental.
O FSC – Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal é uma instituição internacional independente e sem fins lucrativos, cuja missão é promover e atestar o bom manejo florestal.
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Histórico da Empresa
A trajetória de atuação da Arauco (antiga Placas Paraná) nos Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo é apresentada resumidamente a seguir:
1966 ‐ O pioneirismo fez da Placas do Paraná S.A o primeiro fabricante de painéis de madeira aglomerada do Brasil, revolucionando a indústria moveleira da época. Sem impor qualquer prejuízo à preservação das matas nativas, o painel de madeira aglomerada chegou para resolver o sério problema de escassez que, então, inibia a produção de móveis no país, apesar de o mercado consumidor estar em franca expansão. Desde então, a Placas do Paraná S.A transformou‐se em um centro de excelência, produzindo painéis de madeira aglomerada, com e sem revestimento, reconhecidos pela indústria moveleira como os melhores do mercado.
2001 ‐ Em fins de setembro de 2001, a Placas do Paraná S.A. pôs em marcha uma fábrica
de MDF que representa o state‐of‐the‐art em tecnologia. Sua capacidade anual de produção confirma seu compromisso com o crescimento, a excelência e a modernidade da indústria moveleira. Além disso, outros segmentos industriais, tais como o da construção civil e embalagens também se beneficiam da excelência do Trupan MDF.
2005 ‐Em 2003, quando conquistou a certificação FSC, as florestas hoje administradas pela
Arauco pertenciam a Placas do Paraná S/A. Em 2004, o grupo Louis Dreyfus assumiu o controle dos ativos florestais da antiga Placas do Paraná, que passou a se chamar LD Forest Products Ltda. Em março de 2005 a Celulosa Arauco y Constitución S/A adquiriu do Grupo Louis Dreyfus a totalidade das operações florestais e industriais da LD Forest Products Ltda, que passou então a ser denominada Arauco Forest Brasil S/A.
2007 ‐ Em novembro de 2007 a Arauco adquiriu áreas florestais da empresa Internacional
Paper, estabelecendo a unidade de manejo florestal Arauco Arapoti. Com a constituição da Arauco Arapoti houve uma ampliação da área produtiva em cerca de 30 mil hectares, enquanto que as áreas de reservadas aumentaram em aproximadamente de 17 mil hectares.
Arauco Forest Brasil
A fábrica de PBO (Particle Board) da Arauco está localizada em Curitiba – PR, produzindo cerca de 306.000 m³/ano. Já a fábrica de MDF (Medium Density Fiberboard) está localizada no Município de Jaguariaíva – PR, com uma produção média de 308.000 m³/ano. A cada ano, a empresa colhe cerca de 900.000 st de madeira. Para garantir a sustentabilidade da produção florestal, planta cerca de 6.000.000 mudas por ano, vindas exclusivamente de seus dois viveiros florestais localizados nos Municípios de Campo do Tenente e Sengés.
A Arauco é um dos maiores grupos florestais e industriais da América Latina, contando com um patrimônio florestal de aproximadamente 800.000 hectares de reflorestamentos distribuídos no Chile, Argentina, Uruguai e Brasil.
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Em suas Unidades de Manejo, a Arauco administra uma área total de 113 mil hectares distribuídos no Estado do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, divididas entre áreas de plantio e áreas de reserva (Preservação Permanente, Reserva Legal e outras). As propriedades florestais certificadas, foco deste documento, estão localizadas no Estado do Paraná (estabelecidas nos Municípios de Campo Largo, Campo do Tenente, Lapa, Palmeira, Piên, Ponta Grossa, Quitandinha, Rio Negro e Sengés) e no Estado de Santa Catarina, onde a empresa possui áreas de manejo apenas no Município de Rio Negrinho.
Estrutura Organizacional do Departamento Florestal
A sede administrativa da Arauco Forest Brasil está localizada em Curitiba ‐ PR, com Unidades de Manejo distribuídas em diversos Municípios do Paraná, em Santa Catarina e São Paulo. A Figura 1 mostra a organização do Departamento de Produção Florestal da Arauco
FIGURA 1. DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO FLORESTAL DA ARAUCO
DIRETORFLORESTAL
GERENTEFLORESTAL
GERENTE DEOPERAÇÕES
COORD COMERCIAL
COORDCARTOGRAFIA
COORD FLORESTAL
COORD FLORESTAL
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Caracterização Regional
Contexto Socioeconômico
Campo do Tenente
A população de Campo do Tenente é composta por aproximadamente 6 mil habitantes, sendo que destes, 3.451 residem em áreas urbanas e 2.884 habitantes residem em áreas rurais. A estrutura urbana de Campo do Tenente caracteriza‐se pela presença de alguns estabelecimentos comerciais, fábricas de cerâmicas, madeireiras e serrarias. Também possui sedes religiosas, agência bancária e agência dos Correios. O sistema educacional é composto por duas creches, três escolas rurais, um colégio estadual e uma escola municipal. A taxa de alfabetização da população de 10 anos de idade ou mais é de 88%. A infra‐estrutura de saúde conta com um hospital municipal que atende pelo SUS, uma unidade de saúde, agentes comunitários (para visitas domiciliares com o acompanhamento do médico) e três postos de saúde rural.
Sengés
A população de Sengés é composta por aproximadamente 17 mil habitantes, sendo que destes, 13.353 residem em áreas urbanas e 4.425 em áreas rurais. A taxa de alfabetização da população de 10 anos de idade ou mais é de 87%. A abrangência das atividades da empresa na região de Sengés se distribui entre os Distritos de Ouro Verde, Pinhalzinho e São Domingos.
Distrito de Ouro Verde
O Distrito de Ouro Verde faz parte do Município de Sengés e possui aproximadamente 5 mil habitantes. É uma região precária, de difícil acesso, sendo necessário percorrer 50 km de estrada de chão para chegar ao local. Não há saneamento básico e a coleta de lixo é realizada de forma precária. O sistema educacional conta com duas escolas: uma escola municipal e uma estadual. Já o sistema de saúde conta com um posto e agente de saúde de Itararé, a qual possui melhores recursos. A estrutura urbana caracteriza‐se pela presença de uma agência do Correio; Central Telefônica; alguns estabelecimentos comerciais; serrarias; laminadoras e sedes religiosas.
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Distrito de Pinhalzinho
O Distrito possui cerca de 300 habitantes e está localizado próximo ao Estado de São Paulo, a 18 km da cidade de Bom Sucesso. O Distrito recebe água potável através de um poço artesiano da Sanepar e energia elétrica da Electro. O sistema educacional é composto por uma escola municipal. Atendimentos de saúde para a população são realizados em Sengés ou no Município de Bom Sucesso. A estrutura urbana é caracterizada pela presença de um sistema de telefonia; Rede Ferroviária; e sedes de empresas privadas da região.
Distrito de São Domingos
O Distrito possui cerca de 300 habitantes. Possui energia elétrica e projeto para fornecimento de água potável. O sistema educacional é composto por uma escola municipal. Os atendimentos de saúde são realizados por atendimentos de médicos mensais que atende a comunidade.
Bom Sucesso de Itararé
A população de Bom Sucesso de Itararé é composta por aproximadamente 5.500 habitantes. O sistema educacional é composto por uma creche, uma escola municipal, que oferece o ensino fundamental, e uma escola estadual, que oferece ensino fundamental e médio. O sistema de saúde conta com apenas um posto de saúde estruturado com leitos. A estrutura urbana é caracterizada pela presença de alguns estabelecimentos comerciais, serrarias e mineradoras. O Município conta com posto policial, agências bancárias e agência do Correio. Possui um estádio de futebol como área de lazer de destaque.
Contexto Ambiental
Campo do Tenente
Campo do Tenente está localizado no segundo Planalto Paranaense, na porção sul‐sudeste do Estado, com uma altitude média de 802 metros acima do nível do mar.
Clima
De acordo com o sistema de classificação de Koeppen a região possui clima Subtropical Úmido Mesotérmico (Cfb), com verões frescos, geadas severas e demasiadamente freqüentes e temperatura média anual é de 17 ºC.
Geomorfologia
Campo do Tenente encontra‐se sobre terrenos da era Paleozóica, período Carbonífero Superior, formação Palmeira, camada Continental, composta principalmente por filitos, varvitos e coesitos. Compreende‐se em solos resultantes do granito e gnaisse.
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O relevo é bastante acidentado onde destaca‐se a “Serrinha” que é divisor de águas dos rios da Várzea e Rio Negro (limite municipal entre Campo do Tenente e Rio Negro) na parte Sul, e, na parte Leste, a Escarpa divisória do 1º e 2º Planalto Paranaense. O ponto culminante situa‐se próximo a uma nascente do Ribeirão, com de altitude de 991 metros de acima do mar (Figura 2).
FIGURA 3.1. GEOGRAFIA DAS REGIÕES DE CAMPO DO TENENTE
1- Escarpa da serra geral; 2- Escarpa Devoniana; 3- Extensão original dos campos naturais no Segundo Planalto Paranaense.
De acordo com o Instituto Ambiental do Paraná ‐ IAP destacam‐se quatro tipos de solos: Litólicos, Latossolo vermelho‐amarelo, Podzólico vermelho‐amarelo e Cambissolos.
Hidrografia
Destacam‐se entre os cursos de água que cortam o Município, o rio Campo do Tenente, o Ribeirão da Fazenda e o Ribeirão do Rodeio. Todos, relativamente pequenos, são afluentes do Rio da Várzea que faz divisa ao norte com o Município da Lapa. Esta rede é integrante do sistema de grande importância do Estado, a Bacia do Rio Iguaçu. O Rio Campo do Tenente que nasce ao Sul do Município, próximo à divisa com Rio Negro, tangencia a área urbana da sede. A maioria deles ainda conta com matas ciliares.
Flora
Campo do Tenente pode ser considerado como Campo Geral do Paraná, essa expressão foi consagrada por Maack (1948), que a definiu como uma zona fitogeográfica natural, com campos limpos e matas galerias ou capões isolados de floresta ombrófila mista, onde aparece a araucária.
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Sengés
Sengés está situado no segundo planalto, na Mesorregião Centro Oriental – Microrregião Geográfica 20, localizada na região fitogeográfica dos Campos Gerais – Campos de Jaguariaíva, estando a 591 metros de altitude em relação ao mar.
Clima
Pela classificação de Koeppen, o clima da região se caracteriza como Subtropical Úmido Mesotérmico (Cfb). A zona original campo cerrado (estepe arbustivo de gramínea baixa) possui temperatura média anual de 17ºC, sendo a média do mês mais quente com 21ºC e do mais frio com 13ºC.
Geomorfologia
O relevo nos Campos Gerais é contrastante. Nas proximidades da cuesta da Escarpa Devoniana as amplitudes são grandes, com freqüentes encostas abruptas, verticalizadas, com canyons e trechos de rios encaixados (superimpostos ou antecedentes), com inúmeras cachoeiras e corredeiras sobre leito rochoso. Algumas feições de destaque do relevo é o canyon do Rio Iapó (Canyon do Guartelá), com desnível de até 450 metros. Também destaca‐se os canyons menores nos vales dos rios Pitangui, Verde e alto Tibagi, além de muitas reentrâncias e ramificações da Escarpa Devoniana.
Flora
Sengés tem como vegetação característica o Campo Cerrado (estepe arbustiva rala). A cobertura vegetal nativa ocupa 9% da área do Município, com a presença de araucária, bracatinga, cedro, angico e vegetação de campo limpo. A cobertura de gramíneas estende‐se sem delimitação especial, desde os campos limpos para dentro dos campos cerrado e cerradão.
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Gestão Florestal
Objetivos do Manejo Florestal
O objetivo do manejo florestal da empresa é produzir matéria prima de qualidade visando ao abastecimento de suas unidades industriais através da exploração sustentável de florestas comerciais, atendendo a critérios legais e técnicos que proporcionem segurança a todos os seus colaboradores, bem como a minimização dos impactos ambientais e sociais que possam vir a ocorrer.
Espécie
A Arauco trabalha principalmente com a silvicultura e manejo de espécies do gênero Pinus, que comprovadamente apresentou excelente adaptação às condições edafoclimáticas das regiões onde se encontram as Unidades de Manejo da empresa.
Base Florestal Certificada
As áreas certificadas da Arauco totalizam 40.358 ha, onde 59% correspondem às áreas de plantio, 35% às áreas de reserva (Preservação Permanente e Reserva Legal) e 6% correspondem a outros usos (Figura 2).
FIGURA 3. USO DO SOLO EM DEZEMBRO DE 2007
59%
35%
6%
Produção Florestal
Reservas
Outros Usos
As regiões onde se encontram as Unidades de Manejo da Arauco abrigam diversas outras empresas que também utilizam o Pinus em seus plantios comerciais.
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Sistema de Manejo Florestal
O Sistema de Manejo da Arauco busca cumprir as leis e regulamentos relevantes às atividades desenvolvidas. A identificação preliminar e seleção das normas ambientais, saúde e segurança do trabalho, dos âmbitos Estaduais e Federais, aplicáveis às atividades florestais, é realizada por um sistema que identifica, disponibiliza e atualiza a base legal periodicamente através de relatórios informativos. O Sistema de Manejo Florestal visa desenvolver as atividades de forma economicamente viável, ambientalmente correta e socialmente justa, sendo composto por planejamento, processo, pesquisa, proteção e normas operacionais.
Planejamento Florestal
Através do Planejamento da Produção florestal a empresa estabelece um cenário no qual, ano a ano, por um período correspondente a uma rotação florestal, determinam‐se os projetos florestais disponíveis para exploração e seus respectivos volumes esperados de produção de madeira e, em conseqüência, a área de terras liberada para a execução do novo programa de plantio otimizado. O planejamento florestal é desenvolvido com base em diversas informações levantadas e monitoradas pela empresa:
• informações cartográficas: com a elaboração e atualização de mapas e cadastros das áreas pertencentes à empresa, o setor de geoprocessamento fornece todo o suporte para a gestão de terras e planejamento do uso e conservação do solo nas Unidades de Manejo;
• informações de inventário florestal: utilizadas para monitorar o volume total de
madeira, fornecendo informações para o planejamento e administração racional das atividades florestais em curto, médio e longo prazo; e
• planejamento da produção e suprimento: no fechamento de cada ano é elaborado
um planejamento de colheita, qual irá nortear as operações florestais do ano seguinte e garantir a logística de suprimento das fábricas.
Processo Florestal
O processo de manejo florestal é levemente diferenciado nas regiões de Campo do Tenente e Sengés, principalmente em função das diferenciações de relevo. O período de rotação dos plantios possui em média 15 anos, iniciando‐se pela fase de preparo do terreno e plantio das mudas até o corte raso, além da fase de produção de mudas realizada nos viveiros próprios da empresa. Um resumo das operações do manejo florestal realizadas ano a ano encontra‐se na Tabela 1.
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Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
TABELA 1. SÍNTESE DAS OPERAÇÕES DE MANEJO
Ano Atividades
Área mecanizável Área não mecanizável
0 Implantação (limpeza se necessário, plantio, replantio, combate a formigas, roçadas e aplicação de herbicida).
Implantação (limpeza se necessário, plantio, replantio, combate a formigas, roçadas ou aplicação de herbicida).
1 1ª Manutenção (roçada manual ou mecanizada, aplicação de herbicida manual e mecanizada, combate a formigas).
1ª Manutenção (roçada manual ou aplicação de herbicida manual, combate a formigas).
2 2ª Manutenção (roçada manual ou mecanizada, aplicação de herbicida manual e mecanizada, combate a formigas).
2ª Manutenção (roçada manual ou aplicação de herbicida manual, combate a formigas).
3 3ª Manutenção (roçada manual ou mecanizada, aplicação de herbicida manual e mecanizada e combate a formigas).
3ª Manutenção (roçada manual ou aplicação de herbicida manual e combate a formigas).
4 Manutenção de aceiros e estradas. Manutenção de aceiros e estradas.
5 Manutenção de aceiros e estradas. Manutenção de aceiros e estradas.
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Manutenção de aceiros e estradas Inventário florestal Proteção florestal (controle de pragas e incêndio)
Manutenção de aceiros e estradas Inventário florestal Proteção florestal (controle de pragas e incêndio)
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15 Manutenção de aceiros e estradas, Inventário florestal e colheita.
Manutenção de aceiros e estradas, Inventário florestal e colheita.
Rotação da floresta: 15 anos Número médio de árvores por ha: 1.600
Combate a Pragas e Doenças
O combate a formigas cortadeiras é necessário no sentido de proteger e garantir a sanidade do plantio em sua fase inicial de desenvolvimento. O combate é realizado sempre com o tempo seco para que o produto não perca sua função com a umidade. A proteção é realizada com isca granulada em embalagens de 5 g denominada de Micro‐Porta‐Iscas (MIPI), com o princípio ativo Sulfluramida. A aplicação de herbicida é utilizada nas primeiras manutenções do plantio, quando as plantas de desenvolvimento rápido podem competir com as mudas de Pinus por luz e nutrientes, podendo afetar seu crescimento. Quando necessário é realizada a aplicação de herbicidas, antes ou após o plantio, conforme características das plantas infestantes. Os produtos utilizados podem ser o Scout NA (pós‐emergente) à base de glifosate, o Chopper Florestal NA (sistêmico) à base de imazapyr, o Fordor 750 WG à base de isoxaflutose, ou qualquer outro produto que atenda às exigências legais, ambientais e do FSC. Também é realizado o combate à vespa da madeira, por meio da equipe de inventário florestal e/ou contratados. A execução das atividades ocorre de acordo com os procedimentos
A Arauco encaminhou a licitação de derrogação para a utilização dos princípios ativos que constam na relação de produtos proibidos pelo FSC, realizando o processo de consulta pública e definindo medidas mitigadoras necessárias.
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recomendados pela SEAB ‐ Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná e Embrapa ‐ Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. A equipe de inventário também é orientada a realizar fiscalizações rotineiras de campo a fim de contribuir na detecção e proteção contra o ataque de possíveis pragas.
Pesquisa e Tecnologia
A Pesquisa Florestal abrange as atividades da Silvicultura, como melhoramento genético, produção de mudas, controle de plantas infestantes, entre outros. A pesquisa na área de melhoramento genético envolve testes com as espécies florestais, tanto no sentido de buscar novas espécies potenciais para atender às demandas da empresa, como no de aumentar a produtividade daquelas já utilizadas. As demais pesquisas procuram testar novas técnicas que possam maximizar a produtividade e/ou qualidade e minimizar o impacto ambiental causado pela atividade florestal, por exemplo: espaçamentos mais adequados, técnicas de preparo de solo, nutrição vegetal, produção de mudas, aplicação de herbicidas, aptidão de solo e mecanização das atividades.
Proteção da Unidade de Manejo
Inserido ao sistema de proteção das Unidades de Manejo encontram‐se os monitoramentos voltados à prevenção e manutenção da sanidade dos plantios florestais. Desta forma, a empresa conta com um sistema de vigilância para prevenção de incêndios florestais e monitoramento de proteção contra pragas e doenças. O sistema de vigilância conta com a presença de torres de incêndio, brigada de incêndio, rondas e manutenção de aceiros. A empresa também conta com a parceria existente entre as empresas florestais vizinhas, trocando informações sobre a detecção de incêndios.
Torres de Incêndio
A Unidade de Manejo de Campo do Tenente conta com 2 torres de incêndio. Já na Fazenda Morungava estão instalados 1 torre de incêndio e 1 ponto de observação. Para auxiliar na detecção do foco de incêndio o vigilante também utiliza binóculos, goniômetro e rádio comunicador.
FIGURA4. TORRE DE INCÊNDIO DA FAZENDA MORUNGAVA
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Brigada de Incêndio
A Brigada de Incêndio é composta por uma equipe de colaboradores devidamente treinados. Este sistema de vigilância conta com carro de apoio, equipamentos específicos para combate ao fogo, ônibus para transporte e deslocamento das equipes e veículo de combate equipado com tanques de 800 l de água.
Rondas
O sistema de rondas é realizado por uma empresa terceirizada responsável pelo monitoramento diário das Unidades de Manejo da Arauco. A mesma prestadora de serviço também realiza o monitoramento de áreas vizinhas. O apoio ao sistema de vigilância das Unidades de Manejo também é realizado pelos fiscais de campo, que são orientados informar os responsáveis no caso de detecção de foco de incêndio.
Manutenção de Aceiros
A manutenção de aceiros para a proteção florestal contra o fogo é realizada sempre que as inspeções constatam a existência de vegetação que recomende a limpeza, preferencialmente antes do período crítico de seca, ou seja, no inverno. A manutenção de aceiros é realizada através da aplicação de herbicida com bico boonjet, execução de gradagem, roçada mecânica, ou serviços de terraplanagem conforme a necessidade, e segundo os procedimentos específicos para cada tarefa.
Normas Operacionais
As Normas Operacionais definem os padrões para execução das atividades florestais, possibilitando o controle e a qualidade dos serviços por meio de critérios técnicos.
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Dimensões Ambiental, Social e Econômica
Os Padrões de Certificação Florestal do FSC para o Manejo de Plantações Florestais no Brasil estão estruturados em 10 Princípios básicos, além de uma série de Critérios, os quais a empresa deverá atender para estar apta a receber e manter a certificação. Todos os Princípios e Critérios estão estruturados em três dimensões básicas, como mostra a Figura 3 a seguir:
FIGURA 5. DIMENSÕES AMBIENTAL, SOCIAL E ECONÔMICA
Neste sentido, a Arauco Forest Brasil mantém uma série de ações envolvendo as dimensões Ambiental, Social e Econômica. Algumas destas ações são apresentadas a seguir.
Dimensão Econômica
Para garantir a sustentabilidade econômica de seu negócio, a Arauco Forest Brasil mantém um programa contínuo de controle e aperfeiçoamento de seu Sistema de Manejo Florestal através de ações de planejamento, pesquisa, normas operacionais e monitoramento, como exemplificado no capítulo anterior, item “Sistema de Manejo”.
Dimensão Social
Em 2005 a Arauco implantou um Programa de Responsabilidade Social, denominado Projeto SEMEAR, o qual tem como objetivo: “Promover o desenvolvimento sustentável das comunidades, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos moradores, através de ações de educação, capacitação profissional, geração de emprego e renda, saúde e qualidade de vida”.
Ambientalmente Correto
Socialmente Justo
Economicamente Viável
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Procurando estar em sintonia com os “8 Objetivos do Milênio”, definidos e estabelecidos pela ONU ‐ Organização das Nações Unidas, os programas do Projeto SEMEAR foram estruturados de forma a abranger as áreas de Educação, Cultura, Meio Ambiente, Capacitação, Geração de Renda, Projetos de Saúde e Qualidade de Vida. Os “8 Objetivos do Milênio” estabelecidos em 2000 são:
⇒ Acabar com a fome e a miséria
⇒ Educação básica de qualidade para todos
⇒ Igualdade entre sexos e valorização da mulher
⇒ Reduzir a mortalidade infantil
⇒ Melhorar a saúde das gestantes
⇒ Combater a AIDS, a malária e outras doenças
⇒ Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente
⇒ Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento.
Uma síntese dos projetos sociais da Arauco e resultados do fechamento de 2007 são apresentados na Tabela 2 a seguir.
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Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
TABELA 2. PROJETOS SEMEAR – BASE 2007
C.T. O.V.
1.1. Educação Ambiental
Dissemina conceitos de educação e preservação ambiental, além de desmistificar a prática da atividade florestal, sendo esta, a maior demanda de emprego na região.
7 Garantir a Sustentabilidade Ambiental
Alunos da rede pública de ensino Mar/06 305
Despertar a Consciência Ambiental
- Maior conscientização ambiental
1.2.Incentivo a Educação
Propicia a jovens e adultos a possibilidade de concluir o ensino fundamental e médio, preparando-os para o mercado de trabalho e geração de renda. Parceria com o SESI.
2 Atingir o Ensino Básico Universal
Funcionários próprios,
terceiros e comunidade
SEGUNDO SEMESTRE
2008***
Elevar o índice de escolaridade dos
moradores de Ouro Verde
- Redução do Analfabetismo ; - Preparação para o mercado de Trabalho; - Incentivo ao desenvolvimento sócio-econômico da população; - Melhoria da Qualidade de Vida e Desenvolvimento da População.
1.3. Teatro Educativo Agregar conceitos educacionais para a população por meio da cultura e da arte. 7 Garantir a Sustentabilidade
AmbientalAlunos da rede
pública de ensino Ago/06 1700
Despertar a Consciência
Ambiental / Acesso a Cultura e a Arte
- Maior conscientização ambiental
1.4.Prêmio Viva o Meio Ambiente
Estimula a criação de projetos que visam a contribuir efetivamente para a preservação do meio ambiente.
7 Garantir a Sustentabilidade Ambiental
Alunos da rede pública de ensino Set/06 510
Despertar a Consciência Ambiental
- Maior conscientização ambiental
Abrangência
ED
UC
AÇ
ÃO
/ CU
LT
UR
A / M
EIO
AM
BIE
NT
E
Atendimento aos Objetivos do
MilênioProjeto Características Objetivo Público Alvo Início do
ProgramaNº de Atendidos
2007 Meta Resultados Esperados
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Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
TABELA 2. PROJETOS SEMEAR – BASE 2007 (CONTINUAÇÃO)
C.T. O.V.
2.1.Oficinas de ArtesanatoVisa a qualificação mão-de-obra, capacitando pessoas carentes a contribuir para o orçamento familiar.
1 / 3Acabar com a Fome e a
Miséria / Permitir Igualdade entre Sexos e Valorização da
Mulher
Membros da comunidade 2006 7
Gerar renda para contribuição no
orçamento familiar-Geração de Renda
2.2. Inclusão Digital
Em parceria com a prefeitura, promove a inclusão digital de jovens e adultos de comunidade carente, contribuindo para formação profissional e geração de renda.
8Estabelecer uma Parceria
Mundial para o Desenvolvimento
Funcionários próprios,
terceiros e comunidade
Out/06 72
Habilitar e ampliar competências , por meio de cursos de
capacitação profissional,
preparando para o mercado de
trabalho.
- Inserção no mercado de trabalho; - Melhor qualificação profissional.
2.3.Capacitação em Horticultura
Em parceria com o SENAR, realizar capacitação em Olericultura, demanda identificada como interessante para a população, tendo perspectiva de geração de renda de maneira auto-sustentável.
1 Acabar com a Fome e a Miséria
Membros da comunidade 2006 39
Melhorar a qualidade de vida da população por meio
de hábitos mais saudáveis de alimentação.
- Incentivar o cultivo de hortas nos lares, conseqüentemente uma alimentação mais saudável para a família; - Estimular o desenvolvimento da agricultura familiar para comercialização.
2.4.Noções de Empreendedorismo
Prepara para utilizar a capacitação técnica adquirida para a geração de renda, tendo o embasamento necessário para gerir o seu negócio.
8Estabelecer uma Parceria
Mundial para o Desenvolvimento
Membros da comunidade
Previsto para SEGUNDO SEMESTRE
2008
***- Motivar o
empreendedorismo na área rural.
- Geração de emprego e renda no meio rural.
2.5. Programa JAA - Jovem Agricultor Aprendiz
Forma jovens mais conscientes de suas oportunidades no campo, qualificando-os profissionalmente, despertando sua visão empresarial e capacidade empreendedora.
8Estabelecer uma Parceria
Mundial para o Desenvolvimento
Alunos da rede pública de ensino de 15 a 18 anos
Out/07 40
Encaminhar / incentivar jovens da
comunidade a desenvolver-se
profissionalmente.
- Aumento do nível de Escolaridade dos jovens; - Inserção dos mesmos no mercado de trabalho.
Abrangência
CA
PAC
ITAÇ
ÃO
E GER
AÇ
ÃO
DE R
END
A
Atendimento aos Objetivos do
MilênioProjeto Características Objetivo Público Alvo Início do
ProgramaNº de Atendidos
2007 Meta Resultados Esperados
19
Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
TABELA 2. PROJETOS SEMEAR – BASE 2007 (CONTINUAÇÃO)
C.T. O.V.
2.6. Coleta Seletiva
Em parceria com a Prefeitura, além da construção do Centro de Reciclagem, será realizado o trabalho de educação da população para este fim. A empresa apoiará com material didático e técnico para a organização da Associação dos Catadores de Papel.
1 / 7Acabar com a Fome e a
Miséria / Garantir a Sustentabilidade Ambiental
Membros da comunidade Nov/07 -
Apoiar a prefeitura na implantação da coleta seletiva no município, bem
como formação da Associação de
Catadores de Papel.
- Construção do Centro de Reciclagem; Despertar a consciência Ambiental para implantação da coleta seletiva no município; Formação da Associação dos Catadores de Papel.
2.7. Garantia de Cota Mínima às Serrarias
A Arauco garante o destino de uma Cota Mínima de Madeira às Serrarias, para sua funcionalidade.
8Estabelecer uma Parceria
Mundial para o Desenvolvimento
Trabalhadores da área florestal /
serrariasNov/05 131 Garantir Emprego e
renda à População
- Contribuir p/ a manutenção dos empregos fornecidos pelas serrarias.
2.8. Contratação de Mulheres no Viveiro de Mudas
Oferta de emprego para as mulheres que residem em regiões com base na atividade florestal.
3 Igualdade entre Sexos e Valorização da Mulher
Mulheres que residem em
regiões com base na atividade
Florestal.
Jan/06 7
Dar oportunidades para mão-de-obra
feminina, em atividades
alternativas consideradas masculinas.
- Geração de oportunidades de emprego para mulheres.
Abrangência Atendimento aos Objetivos do
MilênioProjeto Características Objetivo Público Alvo Início do
ProgramaNº de Atendidos
2007 Meta Resultados Esperados
20
Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
TABELA 2. PROJETOS SEMEAR – BASE 2007 (CONTINUAÇÃO)
C.T. O.V.
3.1.Ervas Medicinais
Em parceria com a Fundação Herbarium são formados multiplicadores de informação para o cultivo e uso de plantas medicinais como medicina alternativa. O conteúdo também é trabalhado no programa de Educação Ambiental, e visa proporcionar à população o uso.
- -
Líderes comunitários,
agentes de saúde e alguns
voluntários.
Dez/07 13
Capacitar para o cultivo e uso
adequado das ervas medicinais.
- Melhoria da saúde e qualidade de vida
3.2.Programa de Higiene Bucal
Em parceria com as Secretaria de Saúde, visa despertar nas crianças hábitos de higiene bucal, por meio de atividades periódicas de orientação de escovação e aplicação de flúor.
- - Alunos da rede pública de ensino Abr/06 1073
Elevar o nível de saúde bucal da
população
- Despertar nas crianças hábitos de Higiena Bucal.
3.3. Programa de Saúde da Família
Apoio ao PSF - Programa de Saúde da Família, realizado pela Secretaria de Saúde dos municípios, visando a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida da população.
4 / 5 / 6
Reduzir a Mortalidade Infantil / Melhorar a Saúde
Materna / Combater o HIV/Aids, a malária e outras
doenças.
Membros da Comunidade Abr/06 4363
Promover a Saúde e a Qualidade de Vida por meio de ações
Preventivas.
- Melhoria da saúde e qualidade de vida da população.
Abrangência
SAÚ
DE E Q
UA
LIDA
DE D
E VIDA
Atendimento aos Objetivos do
MilênioProjeto Características Objetivo Público Alvo Início do
ProgramaNº de Atendidos
2007 Meta Resultados Esperados
21
Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
Gestão de Impactos Sociais
Atendendo aos princípios da certificação FSC a Arauco realizou uma avaliação dos impactos sociais pré e pós‐colheita com o objetivo de subsidiar o aprimoramento das relações sociais da empresa com as comunidades localizadas nas áreas de influência direta, além de reforçar o compromisso da Arauco com o manejo sustentável de suas propriedades. A avaliação abrangeu comunidades rurais localizadas próximas às atividades de colheita ocorridas no ano de 2007, próximas às fazendas florestais com planejamento de corte raso para 2008 e comunidades em situação de impacto contínuo (próximas às estradas principais). As Tabelas 3 e 4 mostram os resultados dos impactos percebidos pelos entrevistados nos distritos de Campo do Tenente e Fazenda Morungava, respectivamente.
TABELA 3. IMPACTOS PERCEBIDOS PELOS ENTREVISTADOS EM CAMPO DO TENENTE
Impacto/ Percepção Ação Indicador de Monitoramento
da Ação Descrição Tipo Sujeito Descrição
Empresa boa, Arauco é a melhor, apoio à comunidade
+ Pré‐colheita Pós‐colheita Contínuo
• Manter atual sistema administrativo, e atividades desenvolvidas.
• N° ou investimento (R$) em programas sociais voltados à comunidade.
Geração de emprego + Pré‐colheita Pós‐colheita Contínuo
• Manter a oferta de emprego e as atividades desenvolvidas pelo empreendimento.
• N° de pessoas da comunidade que trabalham na Arauco ou que trabalham para empreiteiros da Arauco; e
• N° de empregos gerados por grupos e/ou ha manejados.
Conscientização ambiental, mais exigentes, proteção, aumento de áreas de APP
+ Pré‐colheita Pós‐colheita Contínuo
• Manter atual sistema de manejo e ações de responsabilidade ambiental.
• N° ou investimento (R$) em atividades de conscientização; e
• Hectares de áreas protegidas.
Desemprego, substituição por máquinas, não geram emprego, não empregam pessoas da região, diminuição do trabalho
‐ Pré‐colheita Pós‐colheita Contínuo
• Desenvolver projeto de recolocação profissional e capacitação; e
• Analisar adequação do sistema empregatício.
• N° de pessoas da comunidade que trabalham na Arauco ou que trabalham para empreiteiros da Arauco;
• N° de empregos gerados por situação e/ou ha manejados; e
• N° ou investimento (R$) em projetos de capacitação e recolocação.
Poeira ‐ Pós‐colheita Contínuo
• Analisar ações de minimização de impacto
• Resultado do canal de diálogo.
Alta velocidade dos caminhões, barulho, maior cuidado com a rua
‐ Pós‐colheita Contínuo
• Implementar atividades de conscientização; e
• Analisar ações de minimização de impacto.
• N° ou investimento (R$) em atividades de conscientização; e
• Resultado do canal de diálogo.
Invasão de pessoas estranhas, pessoas escondidas
‐ Pré‐colheita
• Analisar sistema de proteção do patrimônio.
• Resultado do canal de diálogo.
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Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
TABELA 4. IMPACTOS PERCEBIDOS PELOS ENTREVISTADOS NA FAZENDA MORUNGAVA
Impacto /Percepção Ação Indicador de Monitoramentoda Ação Descrição Tipo Sujeito Descrição
Empresa boa, Arauco é a melhor da região
+ Pós‐colheita Contínuo
• Manter atual sistema administrativo
• Resultado do canal de diálogo.
Geração de emprego + Pós‐colheita Contínuo
• Manter a oferta de emprego e as atividades desenvolvidas pelo empreendimento.
• N° de pessoas da comunidade que trabalham na Arauco ou que trabalham para empreiteiros da Arauco; e
• N° de empregos gerados por grupos e/ou ha manejados.
Projetos Sociais, cursos, benefícios pro bairro e município
+ Pós‐colheita Contínuo
• Manter atual sistema de administrativo e ações de responsabilidade social
• N° ou investimento (R$) em projetos sociais; e
• Resultado do canal de diálogo.
Pouco emprego, dependência, gerar mais emprego
‐ Pós‐colheita Contínuo
• Desenvolver projeto de capacitação profissional; e
• Analisar o sistema empregatício.
• N° de pessoas da comunidade que trabalham na Arauco ou que trabalham para empreiteiros da Arauco;
• N° de empregos gerados por situação e/ou ha manejados; e
• N° ou investimento (R$) em projetos de capacitação.
Poeira ‐ Contínuo • Analisar ações de minimização de impacto
• Resultado do canal de diálogo.
Isolamento, sente falta do movimento, acaba o movimento,
‐ Contínuo • Analisar ações de parceria e participação junto à comunidade.
• Resultado do canal de diálogo.
Canais de Informação
Os canais de informação são meios de comunicação que levam ou apresentam um determinado conteúdo aos públicos de interesse. Já os canais de diálogo são definidos como meios de comunicação que levam a informação e viabilizam o processo de retorno, através de críticas, sugestões, elogios, entre outros, e a solução ou encaminhamento destas questões. A seguir são descritos sucintamente os canais de informação e diálogo disponibilizados atualmente pela Arauco.
− website; − internet/ e‐mail; − telefone; − informativo Foco; − cartazes; e − reuniões com as comunidades.
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Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
Dimensão Ambiental
A Arauco Forest Brasil vem desenvolvendo constantemente projetos e ações que visam adequar as práticas florestais ao meio‐ambiente, como por exemplo:
Recuperação Ambiental de Áreas Degradadas
A crescente preocupação em adequar as práticas florestais ao meio‐ambiente, além da evidente necessidade de se cumprir a legislação ambiental, levou a empresa a implementar diversas ações a fim de recuperar áreas degradadas. Dentre os anos de 2000 e 2007 a Arauco recuperou cerca de 3.800 ha, dos quais 2.200 ha são pertencentes às unidades de manejo certificadas. Especificamente em 2007 foram recuperados aproximadamente 1.600 hectares de APPs, dos quais, 80 ha localizam‐se em áreas certificadas e 1.520 ha estão distribuídos em áreas novas.
Técnica de Cultivo Mínimo
Utilizada desde 1994, a técnica de cultivo mínimo substitui a queima como forma de eliminar os resíduos originados na atividade de exploração, onde os resíduos da colheita ficam todos distribuídos no terreno. O fato de manter os resíduos no talhão contribui para que o solo fique protegido, aumentando a absorção de água e diminuindo a incidência direta da radiação solar sobre o solo, assim reduzindo da erosão pluvial e eólica.
Erradicação da Regeneração de Pinus em APP
As atividades de erradicação da regeneração de Pinus em Áreas de Preservação Permanente – APP buscam controlar e monitorar a dispersão da desta espécie exótica em áreas destinadas ao desenvolvimento e manutenção da vegetação nativa.
Levantamento de Fauna
Em 2003 tiveram início os levantamentos da avifauna (aves) e mastofauna (mamíferos) nas Unidades de Manejo. O último estudo realizado na Fazenda Morungava ocorreu em 2007. Os resultados demonstraram que a composição faunística da área de estudo reflete uma combinação de espécies oportunistas que habitam regiões abertas e/ou alteradas, com espécies remanescentes das áreas fragmentadas e com algumas espécies migratórias.
Estudo de Bacias Hidrográficas
Através da área de cartografia, a Arauco delimitou e mapeou as unidades de bacias hidrográficas das Unidades de Manejo Florestal. O conceito de dinâmica de bacias hidrográficas é utilizado dentre as diversas variáveis do planejamento da produção florestal, contribuindo na decisão do tamanho das áreas de corte e reduzindo o impacto ambiental das atividades de colheita. O conceito de dinâmica de bacias hidrográficas como variável no planejamento da produção florestal requer um acompanhamento rigoroso dos resultados econômicos e ambientais, sendo importante a revisão periódica dos critérios adotados. Para isso se prevê a realização de estudos que possibilitem a validação, atualização e adequação dos critérios preliminares.
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Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
Reciclagem da Água Utilizada no Viveiro Florestal
O consumo diário de água no viveiro é de aproximadamente 90.000 litros/dia. Com o processo de reciclagem, 45% deste volume é reaproveitado, evitando o desperdício de água e podendo atingir uma economia de 14.000.000 de litros de água em 1 ano. Além disso, todos os defensivos e adubos utilizados nos tratos culturais do viveiro também acabam também sendo reciclados.
Gerenciamento de Resíduos
O gerenciamento de resíduos das áreas florestais certificadas da Arauco Forest Brasil S.A. é desenvolvido com base no Programa de Gerenciamento de Resíduos, instituído em março de 2008. O programa estabelece critérios para o gerenciamento dos resíduos gerados nas atividades florestais, orientando quanto à coleta, transporte, armazenamento, qualificação dos destinadores e o destino final de resíduos gerados. A classificação do resíduo é realizada conforme padrões de cores apresentados na Tabela 5.
TABELA 5. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS
Cor Padrão
Tipo de Resíduo
Azul Papel, papelão Vermelho Plástico Verde Vidro Amarelo Metal (marmitex etc.) Preto Madeira Laranja Resíduos perigosos (classe 1) Branco Resíduos ambulatoriais e de serviço de saúde Roxo Resíduos radioativos (baterias, pilhas, lâmpadas) Cinza Resíduo não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação Marrom Resíduos orgânicos
Manejo da Gruta de Pinhalzinho (Sengés-PR) – Área de Alto Valor de Conservação
Dentre as áreas de remanescentes naturais destaca‐se a Gruta de Pinhalzinho, localizada na porção nordeste da zona fisiográfica do Primeiro Planalto Paranaense, no município de Sengés, localidade de Pinhalzinho, distante aproximadamente 220 km de Curitiba, sendo o Paleo‐sumidouro da cavidade referenciado nas coordenadas geográficas de 24°24´09”S e 49°16´39” W. A fim de subsidiar o processo de manejo e a conservação, considerando‐a importância científica, espeleológica, ambiental e histórico/cultural da Gruta de Pinhalzinho, em dezembro de 2005 foi realizada a “Caracterização do Patrimônio Espeleológico da Gruta de Pinhalzinho”. O trabalho resultou em um documento que apresenta os resultados obtidos na primeira etapa de campo, cita aspectos relativos à geologia e geomorfologia da região, a descrição geoespeleológica preliminar da cavidade e os resultados obtidos sobre a fauna de quirópteros. O último estudo realizado na Gruta do Pinhalzinho refere‐se ao monitoramento da vegetação nativa do entorno da Gruta, documentado no “Laudo Técnico de Vegetação”. O estudo utilizou indicadores do método da Avaliação Ecológica Rápida (AER) para inferir sobre o estado de conservação da área.
Florestas de Alto Valor de Conservação são áreas que possuem valores ambientais e sociais considerados de caráter excepcional ou importância crítica. Essas áreas devem ser manejadas apropriadamente para que os Altos Valores de Conservação identificados sejam mantidos ou ampliados (PROFOREST, 2003).
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Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
Analisando os estudos realizados observa‐se que a região da Gruta de Pinhalzinho apresenta elementos cársticos muito ricos e diferenciados das outras áreas cársticas paranaenses. A Gruta também representa um patrimônio espeleológico de extrema relevância devido ao seu histórico, seu volume e dimensão. Considerando os resultados obtidos no estudo de vegetação observa‐se que a área apresenta um mosaico de estágios sucessionais, mesclando áreas em estágio secundário inicial e médio de regeneração. Com o objetivo de proteger os valores ambientais e históricos da Gruta do Pinhalzinho a Arauco realizou e definiu as seguintes medidas:
− contratação de estudos espeleológico; − implentação de placas informativas, próxima ao acesso principal da Gruta, indicando a
relevância ambiental da área; − ampliação do raio de proteção ambiental no entorno da Gruta, totalizando uma área
de aproximadamente 12 ha; − manutenção da regeneração da vegetação nativa na área do entorno destinada à
proteção ambiental; − realização do monitoramento anual da regeneração da vegetação nativa por meio de
análise e laudo técnico da flora, a fim de avaliar a efetividade das medidas empregadas para mantê‐las ou melhorá‐las; e
− realização de monitoramento mensal por meio das vistorias da fazenda, a fim de inspecionar e registrar evidências de intervenções externas.
Saúde e Segurança Ocupacional – S&SO
Vistorias de Campo
As vistorias de campo, realizadas pela equipe de Técnicos de Segurança, os quais elaboram relatórios semanais apontando as ocorrências nas Unidades de Manejo, servem para alimentar os Informes de Segurança. Estes informes apresentam os principais indicadores de Segurança Ocupacional: Índice de Freqüência; Índice de Gravidade; Índice de Severidade; Taxa de Acidentabilidade; e Taxa de Sinistralidade. Além das vistorias realizadas pelo Técnico de Segurança, os Técnicos da Arauco contribuem para o devido registro das ocorrências, repassando à equipe de segurança os casos passíveis de avaliação e que devem compor o cálculo dos indicadores.
Matriz de Riscos
Em agosto de 2007 foi concluído o trabalho de mapeamento das funções envolvidas nas atividades florestais (Colheita, Silvicultura e Transporte de Madeira). Estas funções foram distribuídas em forma matricial, originando a ferramenta “Matriz de Riscos”, que tem como principal objetivo apresentar de forma simples e consistente a relação entre as funções e as suas necessidades de treinamentos, EPII e exames médicos. Na continuidade, a Matriz será utilizada para orientar a elaboração dos programas PPRA e PCMSO dos prestadores de serviço, assim estabelecendo um padrão mínimo passível de monitoramento.
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Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
Estudo Ergonômico
Na área florestal a ocorrência de problemas ósteo e/ou musculares é agravado, principalmente, por posturas incorretas no levantamento e na movimentação de cargas e durante a própria execução contínua de determinados trabalhos. A participação da ergonomia funciona como meio de prevenir e impedir muitos problemas. Com isso, a análise de posturas do trabalhador deve ser considerada como parte integrante da carga de trabalho. O Estudo Ergonômico proposto para a Arauco segue as diretrizes ergonômicas descritas na NR17, a qual estabelece parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Ainda em andamento, o Estudo deve proporcionar parâmetros de reorganização ergonômica para equilibrar a carga de trabalho à capacidade dos trabalhadores, evitando‐se tanto a sobrecarga como subcarga. Conseqüentemente, esperasse um aumento da produtividade, redução dos gastos com afastamentos e indenizações, redução das doenças ocupacionais; acidentes de trabalho e do absenteísmo; pois a falta de adaptação ao trabalho comumente leva ao aparecimento de doenças ocupacionais.
Monitoramento de Meio Ambiente, Segurança no Trabalho e Qualidade
Inspeção de Projetos Florestais
A inspeção dos projetos florestais tem como objetivo monitorar e levantar informações a respeito das condições gerais das áreas florestais, como: condições das estradas e aceiros, situação das pontes e bueiros, sanidade dos talhões, evidências de impactos nas áreas de reserva, relacionamento com vizinhos, sinalização, presença de animais domésticos nas áreas florestais, evidências de utilização de recursos não madeireiros, entre outros
Vistoria de Segurança no Trabalho
Com o objetivo de monitorar aspectos relacionados à segurança do trabalho a Arauco implementou o sistema de vistorias diárias nas frentes de trabalho, onde os técnicos de segurança avaliam as conformidades em relação à documentação dos funcionários, utilização de EPI’s, sinalização das atividades, regularidade das motosserras, regularidade de máquinas e laudos técnicos, uso e transporte de ferramentas, distância de segurança, armazenamento de combustível, kit e treinamentos de primeiros socorros, condições da área de vivência e estrutura sanitária.
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Plano de Manejo Florestal - Resumo Público
Sistema de Avaliação e Melhoramento de Processos – SAMP
Arauco está em processo de implantação do SAMP – Sistema de Avaliação e Melhoramento de Processos, que tem por função disponibilizar as informações necessárias para a empresa monitorar o seu grau de adequação com os Princípios e Critérios do FSC e também para melhorar e inovar seus processos de produção florestal. Para isto, o SAMP mensura as seguintes dimensões da qualidade das operações florestais:
• Qualidade Intrínseca: padrões operacionais estabelecidos pela empresa;
• Segurança: atendimento às normas de segurança no trabalho; e
• Ambiência: respeito às leis ambientais e práticas de conservação da capacidade produtiva dos recursos naturais.
Adicionalmente, é importante destacar que o SAMP é a ferramenta adequada para monitorar e aprimorar os serviços prestados por terceiros. Mais especificamente, o SAMP permitirá à Arauco medir com oportunidade, suficiência e adequação o grau de conformidade dos prestadores de serviço em relação aos princípios e critérios do FSC.
FIGURA 4. ESTRUTURA DE FUNCIONAMENTO DO SAMP
Empresa
SAMP
Florestas
• Qualidade Intrínseca
• Segurança
• Ambiência
Mão-de-Obra Padrões
Máquinas Matéria Prima
Procedimentos
Meio Ambiente
para
Indicadoresde Ação
Indicadoresde Resultado
Informações • Melhoria Contínua -Kaizen e/ou• Inovações Tecnológicas
Padrões de Qualidade eBenchmarks
Operações Florestais
Auditoria
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Controle de Cadeia de Custódia
Cadeia de Custódia (CoC) é o processo pelo qual a matéria‐prima é controlada desde sua origem (floresta) até a colocação do produto final no mercado, envolvendo basicamente as etapas de colheita, transporte, estoque, processo/manufatura e expedição. O fluxograma abaixo mostra o sistema de controle da madeira, desde o carregamento dos caminhões nas Unidades de Manejo até o destino final (fábricas da Arauco ou venda para outros clientes).
FIGURA 5. ORGANOGRAMA DE CONTROLE DE CADEIA DE CUSTÓDIA
NOTA FISCAL "MENSAGEM FSC"
CLIENTES
CARREGAMENTO
ROMANEIO: CLASSE DE PRODUTO / SERVIÇOS
IDENTIFICAÇÃO DA CARGA
MADEIRA DISPONÍVEL PARA CARGA E TRANSPORTE
GUARITA -CONFERÊNCIA DO
ROMANEIO E MEDIÇÃO