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PLANO DE MANEJO DA RESERVA ECOLÓGICA AMADEU BOTELHO Regina Helena Pessoa Jaú Estado de São Paulo Brasil Abril 2013

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Page 1: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

PLANO DE MANEJO DA RESERVA ECOLÓGICA

AMADEU BOTELHO

Regina Helena Pessoa

Jaú Estado de São Paulo Brasil

Abril 2013

Page 2: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

Autor

Regina Helena Pessoa, Bióloga, mestrado em Sistemas Agroflorestais, especialização em

Educação Ambiental

Equipe

Antônio Carlos Botelho Müller Carioba, administração de empresas, agricultor, gestor da

RPPN Reserva Ecológica Amadeu Botelho e coordenador do Projeto Curumim de Educação

Ambiental

Gabriel José Rodrigues dos Santos, geógrafo, especialização em Desenvolvimento Regional

e Meio Ambiente, técnico consultor na área de projetos socioambientais, planos de manejo

de unidades de conservação, planos de ação para espécies ameaçadas, diagnósticos sócio-

econômicos, gestão participativa de unidades de conservação, distribuição de espécies e

planejamento ambiental

Proprietários

Maria Evangelina de Arruda Botelho Lászlò

Maria Helena de Arruda Botelho Müller Carioba

Maria Cecy de Arruda Botelho

Elisa de Arruda Botelho Haller

Maria Luiza de Arruda Botelho

Teresa Cristina de Arruda Botelho

Agradecimentos

À família Arruda Botelho, especialmente a Antônio Carlos Botelho Müller Carioba por seu

empenho e dedicação

Aos pesquisadores que aportaram dados importantes para um melhor conhecimento do

ecossistema da RPPN Reserva Ecológica Amadeu Botelho e seu entorno

A Cassio Vasconcellos, Paulo Guerra, Domènec Freixedes, Suzana Masetti, Jozrael

Rezende, FATEC, APEsilk, Associcana e a todos que contribuíram com a elaboração do

Plano de Manejo da RPPN, especialmente aos financiadores do projeto

O Plano de Manejo foi realizado com apoio do Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica, coordenado pelas ONGs Conservação Internacional Brasil e Fundação SOS Mata Atlântica

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APRESENTAÇÃO

O Brasil é um dos poucos países que ainda mantém uma boa parte de sua vegetação original e está entre as nações com o maior índice de biodiversidade em todo o mundo. Com o objetivo de conservar esse imenso patrimônio natural, o governo brasileiro vem estabelecendo complexas e amplas estruturas de planejamento, execução, monitoramento e fiscalização. Uma das medidas adotadas para proteger os espaços naturais e sua biodiversidade foi a criação de unidades de conservação. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2011), as unidades de conservação têm protegido o patrimônio ambiental do Brasil desde 1934, com a criação da Floresta Nacional de Lorena (SP). Desde então, a área abrangida por unidades de conservação tem aumentado, especialmente nos últimos anos, resultando em quase 1,5 milhões de km², ou 16,6% do território continental brasileiro e 1,5% do território marinho. Toda essa área está protegida por um total de 310 unidades federais, 503 estaduais, 81 municipais e 973 RPPNs, dados consolidados até 10 de maio de 2011.

As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) foram estabelecidas no ordenamento jurídico brasileiro através do Decreto n. 98.914, de 31 de janeiro de 1990, que dispôs sobre a instituição dessas áreas protegidas incidentes sobre a propriedade privada, por iniciativa do titular desta. Em 1996 esse Decreto foi substituído pelo Decreto nº 1.922, e em 2000, com a publicação da Lei nº 9.985 que instituiu o Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza (SNUC), as RPPNs passaram a ser uma das categorias de unidade de conservação do grupo de uso sustentável.

As RPPNs, as únicas unidades de conservação geridas pela iniciativa privada, representam o engajamento da sociedade, de forma voluntária, na implementação do SNUC e, por conseguinte, na conservação da biodiversidade brasileira. Em regiões onde restam poucas amostras da vegetação original, as RPPNs podem ser os últimos fragmentos originais ainda bem conservados existentes. Uma das normas estabelecidas pelo SNUC para as unidades de conservação é a elaboração de um plano de manejo, que definirá o que se pretende fazer na área, de maneira responsável, técnica e legalmente aceitável, numa sequência lógica das etapas e passos para o processo de sua implantação e gestão. Também auxiliará na destinação e obtenção de recursos para a implementação das medidas e intervenções propostas. O presente documento tem como objetivo apresentar o Plano de Manejo da Reserva Particular do Patrimônio Natural Reserva Ecológica Amadeu Botelho (REAB), localizada no município de Jaú, estado de São Paulo, um fragmento de mata estacional semidecidual de 142,88 hectares. Para elaborar o plano de manejo foram observadas as orientações contidas no “Roteiro Metodológico para Elaboração de Plano de Manejo para Reservas Particulares do Patrimônio Natural”, publicado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) em 2004. De acordo com o roteiro, primeiro foi feito um diagnóstico da área e seu entorno, com informações sobre o meio biótico e abiótico, obtidas através de pesquisas, levantamentos, coleta de dados e questionários, e de consultas a estudos científicos realizados na RPPN e em áreas adjacentes que a influenciam. Após o diagnóstico foi elaborado o planejamento, que teve início com a definição dos objetivos específicos de manejo, o zoneamento com delimitação e descrição das zonas, e logo a definição dos programas de manejo.

Page 4: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

SUMÁRIO

Lista de figuras..................................................................................................... 1

Lista de abreviaturas e siglas.............................................................................. 3

Introdução............................................................................................................ 5

PARTE A - INFORMAÇOES GERAIS

1. Acesso........................................................................................................... 7

2. Histórico de criação e aspectos legais da RPPN.......................................... 10

3. Ficha-resumo da RPPN................................................................................ 16

PARTE B - DIAGNÓSTICO

1. Caracterização da RPPN 1.1. Clima........................................................................................... 17 1.2. Solo............................................................................................. 18 1.3. Relevo......................................................................................... 18 1.4. Hidrografia................................................................................... 18 1.5. Vegetação................................................................................... 21 1.6. Fauna.......................................................................................... 25 1.7. Visitação...................................................................................... 27 1.8. Pesquisa e monitoramento

1.8.1. Estudos e projetos realizados na Reserva Ecológica Amadeu Botelho e arredores......................... 31 1.8.2. Procedimento adotado para interessados em estudos e projetos na RPPN...................................... 34 1.8.3. Potencialidades para estudos, pesquisas e

levantamentos futuros...................................................... 34 1.9. Pressões e ameaças

1.9.1. Isolamento........................................................................ 35 1.9.2. Efeito de borda.................................................................. 36 1.9.3. Ocorrência de fogo........................................................... 36 1.9.4. Macacos........................................................................... 37 1.9.5. Espécies exóticas............................................................. 38 1.9.6. Caça................................................................................. 39

1.10. Atividades desenvolvidas na RPPN............................................ 39 1.11. Sistema de gestão....................................................................... 40 1.12. Pessoal........................................................................................ 40 1.13. Infraestrutura............................................................................... 40 1.14. Equipamentos e serviços............................................................ 41 1.15. Recursos financeiros................................................................... 41 1.16. Formas de cooperação................................................................ 41

2. Caracterização da propriedade.................................................................... 41

3. Caracterização da área do entorno.............................................................. 44

4. Possibilidade de conectividade..................................................................... 47

5. Declaração de significância.......................................................................... 50

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PARTE C – PLANEJAMENTO

1. Objetivos específicos do manejo..................................................................... 52

2. Zoneamento..................................................................................................... 53 2.1. Zona de Proteção..................................................................................... 55

2.2. Zona de Visitação..................................................................................... 56

2.3. Zona de Transição.................................................................................... 57

2.4. Zona de Recuperação.............................................................................. 57

3. Programas de manejo 3.1. Programa de administração e sustentabilidade econômica.................... 58

3.1.1. Administração................................................................................ 58 3.1.2. Sustentabilidade econômica......................................................... 59

3.2. Programa de Proteção, Manejo e Fiscalização....................................... 60 3.3. Programa de Pesquisa e Monitoramento................................................. 61 3.4. Programa de Visitação.............................................................................. 62 3.5. Programa de Comunicação...................................................................... 63

4. Projetos específicos

4.1. Projeto de recuperação de áreas perturbadas......................................... 64 4.2. Projeto de adequação das atividades na área do entorno...................... 64 4.3. Projeto de manejo dos macacos-prego da REAB................................. 65 4.4. Projeto de manejo de espécies exóticas................................................. 65 4.5. Observatórios........................................................................................... 65

5. Cronograma de atividades e custos................................................................ 66

PARTE D – INFORMAÇOES FINAIS

1. Referências bibliográficas................................................................................ 67

2. Bibliografia consultada..................................................................................... 70

3. Anexos

Anexo 1 – Ato legal da criação da RPPN......................................................... 72

Anexo 2 – Lista de espécies vegetais.............................................................. 73

Anexo 3 – Lista de espécies de aves............................................................... 78

Anexo 4 – Lista de espécies de mamíferos...................................................... 83

Anexo 5 – Lista de espécies de morcegos....................................................... 84

Anexo 6 – Lista de espécies de anfíbios.......................................................... 85

Anexo 7 – Apresentação do Plano de Manejo................................................. 86

Anexo 8 – Planta da fazenda Santo Antônio dos Ipês georreferenciada........ 88

Anexo 9 – Folheto de propaganda do Programa de Educação Ambiental....... 90

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Page 7: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

1

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mapa com localização do município de Jaú................................ 7

Figura 2: Principais rodovias de acesso a Jaú............................................ 8

Figura 3: Acesso do Terminal Rodoviário de Jaú à RPPN......................... 9

Figura 4: Planta das fazendas de Carlos Amadeu em 1904....................... 11

Figura 5: Planta da fazenda Santo Antônio em 1930.................................. 12

Figura 6: Planta da fazenda Santo Antônio em 1944.................................. 13

Figura 7: Limites atuais da fazenda Sto Antônio dos Ipês e da RPPN.... 14

Figura 8: Mapa de remanescentes florestais do município de Jaú.......... 15

Figura 9: Clima do município de Jaú............................................................ 17

Figura 10: Bacia do rio Jaú e sub-bacias..................................................... 19

Figura 11: Nascente dentro da RPPN........................................................... 19

Figura 12: Rio Jaú ao lado da RPPN............................................................ 19

Figura 13: Córrego Santo Antônio.............................................................. 20

Figura 14: Córrego João da Velha................................................................ 20

Figura 15: Rego com trilha............................................................................ 20

Figura 16: Captaçao Córrego Santo Antônio.............................................. 20

Figura 17: Mata na qual está inserida a RPPN com os cursos d’água.... 21

Figura 18: Fisionomias da vegetaçao da RPPN......................................... 22

Figura 19: Vista lateral da Reserva.............................................................. 23

Figura 20: RPPN e cultivos ecológicos....................................................... 23

Figura 21: Fotografia aérea da RPPN em 25 de agosto de 2005.............. 23

Figura 22: Peroba-rosa................................................................................. 24

Figura 23: Alecrim......................................................................................... 24

Figura 24: Choca-barrada............................................................................. 26

Figura 25: Gaviao-carijó................................................................................ 26

Figura 26: Logotipo da Reserva Ecológica Amadeu Botelho................... 27

Figura 27: Centro de Educaçao Ambiental.................................................. 28

Figura 28: Centro de Educaçao Ambiental.................................................. 28

Figura 29: Sala de palestras.......................................................................... 28

Figura 30: Refeitório....................................................................................... 28

Page 8: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

2

Figura 31: Entrando na trilha do Rego....................................................... 29

Figura 32: Na trilha do Rego........................................................................ 30

Figura 33: Crianças na trilha do Rego........................................................ 30

Figura 34: A trilha do Rego e seu entorno................................................. 30

Figura 35: Trilhas e caminhos usados no Programa de Ed. Ambiental.. 31

Figura 36: A RPPN Amadeu Botelho e seu isolamento........................... 35

Figura 37: Mata, colonião e cana................................................................ 36

Figura 38: Mata e colonião.......................................................................... 36

Figura 39: Macaco-prego na RPPN Amadeu Botelho.............................. 37

Figura 40: Coró-coró.................................................................................... 38

Figura 41: Cabeça-seca................................................................................ 38

Figura 42: Caminhos, trilhas e picadas na RPPN..................................... 40

Figura 43: Sede............................................................................................. 41

Figura 44: Cocheira e rancho de tratores.................................................. 41

Figura 45: Lavador e secador de café........................................................ 42

Figura 46: Terreiro........................................................................................ 42

Figura 47: Fazenda Santo Antônio dos Ipês.............................................. 42

Figura 48: Diversidade de cultivos da fazenda Sto Antônio dos Ipês.... 43

Figura 49: Lavouras permanentes do município de Jaú.......................... 45

Figura 50: Lavouras temporárias do município de Jaú............................ 46

Figura 51: Efetivo do rebanho no município de Jaú................................. 46

Figura 52: Unidades de conservação próximas à RPPN.......................... 48

Figura 53: Possibilidades de conectividade............................................... 50

Figura 54: Mapa do Zoneamento da RPPN Amadeu Botelho................... 54

Figura 55: Público na Apresentação........................................................... 87

Figura 56: Equipe de elaboração do PM..................................................... 87

Figura 57: Proprietárias da RPPN, familiares e equipe do PM................. 87

Page 9: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

3

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SIGLA DESCRIÇÃO

APA Área de Proteção Ambiental

APP Área de Proteção Permanente

ASSOCICANA Associaçao dos Plantadores de Cana da Regiao de Jaú

BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento

CATI Coordenadoria de Assistência Técnica Integral

CMEI Centros Municipais de Educação Infantil

CEPAGRI Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura

COMDEMA Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente

CPFL Companhia Paulista de Força e Luz

EBEQ Encontro Brasileiro para o Estudo dos Quirópteros

EE Estação Ecológica

EEx Estação Experimental

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

ENCEA Estrategias Nacionales de Comunicación y Educación Ambiental para el SNUC

ESALQ Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

EMEF Escolas Municipais de Ensino Fundamental

FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

FATEC Faculdade de Tecnologia do Jahu

FEHIDRO Fundo Estadual de Recursos Hídricos

FEPASA Ferrovia Paulista S. A.

FERROBAN Ferrovias Bandeirantes S. A.

FIJ Faculdades Integradas de Jaú

GEF Global Environment Facility

HSBC Hong Kong and Shanghai Banking Corporation

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

IBEM Instituto Bezerra de Menezes

Page 10: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

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SIGLA DESCRIÇÃO

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IUCN International Union for Conservation of Nature

MMA Ministério do Meio Ambiente

MERCOSUL Mercado Comum do Sul

OAB Ordem dos Advogados do Brasil

ONG Organização não Governamental

PIB Produto Interno Bruto

PM Plano de Manejo

PRMC Projeto de Recuperação de Matas

REAB Reserva Ecológica Amadeu Botelho

RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural

SAEDE Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados

SAEMJA Serviço de Água e Esgoto do Município de Jahu

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SIFESP Sistema de Informação Florestal do Estado de São Paulo

SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação

UAB Universidade Aberta do Brasil

UC Unidade de Conservação

UCAC Universidade Corporativa Amaral Carvalho

UGRHI Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos

UNESP Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

UNIESP União Nacional das Instituições de Ensino Superior Privadas

USP Universidade de São Paulo

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INTRODUÇÃO

A partir da segunda metade do século passado, o avanço do conhecimento científico sobre

o meio ambiente começou a colocar em evidência a importância de sua conservação para

os habitantes do planeta, incluindo os seres humanos, que sempre procuraram tirar partido

daquilo que a Natureza lhes dava, muitas vezes sem pensar nas consequências imediatas

ou futuras. Eles afinal perceberam que dependem do meio onde estão inseridos e que a sua

destruição corresponde à sua própria degradação em termos de qualidade de vida, e até

mesmo à sua sobrevivência.

Em vários países o desastre já era grande. E ainda assim a destruição continuou. Como

exemplo está o recente estudo de monitoramento por satélite realizado pela Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA): dos 100% de suas florestas originais, a

América do Norte mantém hoje 34,4%, a África 7,8%, a Ásia 5,6%, a América Central 9,7%,

a América do Sul 54,8%, a Oceania 22,3% e a Europa apenas 0,3%.

Os espaços naturais brasileiros vêm sendo destruídos desde que os europeus chegaram ao

Brasil. Ao contrário dos habitantes que aqui encontraram e que viviam em equilíbrio com o

meio ambiente, os invasores chegaram para explorar e dominar, e isso significava destruir.

Essa mentalidade se consolidou e nada mudou quando o país se tornou independente de

Portugal.

A Mata Atlântica foi a primeira e a maior vítima da exploração e destruição ambiental.

Segundo dados da SOS Mata Atlântica, hoje restam somente 7,9% de remanescentes

florestais em fragmentos acima de 100 hectares, representativas para a conservação da

biodiversidade. Considerando todos os pequenos fragmentos de floresta natural acima de

três hectares, o índice chega a 13,32%.

São Paulo, o estado mais industrializado do Brasil, foi um dos que mais sofreu a destruição

de seus espaços naturais desde a época da colonização, os quais ao longo do tempo foram

sendo substituídos por áreas agrícolas, pastoris e urbanas.

De sua cobertura vegetal original, em 1962 o Estado de São Paulo contava com 29,26%,

passando para 17,72% em 1971/73 e 13,43% em 1993. Atualmente, a cobertura vegetal

natural do estado é de 3.457.301 ha, o que corresponde a 13,94% de sua superfície

(Rodrigues e Bononi, 2008). É aqui onde ainda se encontram fragmentos florestais

significativos que apesar do histórico intenso de degradação ainda abrigam uma flora e

fauna muito diversas com muitas espécies ameaçadas de extinção.

O município de Jaú, com 68.700 hectares de superfície total, está situado na região Centro-

Oeste do Estado de São Paulo, a 296 quilômetros da capital do Estado. A terra

predominante no município é de Latossolo roxo, com textura argilosa e muito profunda.

Segundo a classificação de Köppen a região de Jaú se enquadra no tipo de clima Cwa, um

clima tropical, com inverno seco e verão chuvoso. Hoje em dia a economia do município de

Jaú é baseada na indústria de calçados e na agricultura da cana-de-açúcar, setor que ocupa

mais de 90% da área do município. Atualmente o café representa apenas 2% da área

agrícola.

Page 12: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

6

Conforme o SIFESP (Sistema de Informações Florestais do Estado de São Paulo) a

vegetação original cobre apenas 1032 hectares do município, o que representa 1,5% de sua

superfície. A maior parte desta é um fragmento de cerca de 190 hectares de floresta

estacional semidecidual localizada dentro da fazenda Santo Antônio dos Ipês, a tres

quilômetros do centro da cidade de Jaú.

As terras nas quais hoje em dia se encontra a Fazenda Santo Antônio dos Ipês foram

adquiridas pela família Arruda Botelho no final do século XIX. Eram terras quase totalmente

cobertas por uma floresta densa, com poucas áreas desmatadas. O Sr. Carlos Amadeu de

Arruda Botelho, que construiu o casarão da Sede e todas as benfeitorias hoje existentes na

Fazenda, foi o principal responsável pela preservação de uma parte da vegetação original.

Dedicou-se à lavoura e distinguiu-se pelo amor à gleba, que aprendeu como poucos a

cultivar e estimar. Seus descendentes mantiveram esta filosofia e a mata continuou

preservada e protegida, apesar do assédio de caçadores, dos incêndios e todo tipo de

adversidades.

Por iniciativa dos atuais proprietários, fruto do desejo de manter preservado para sempre

esse espaço único, uma área de 142,88 hectares desta mata foi transformada no ano 2000

em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, recebendo o nome de “Reserva

Ecológica Amadeu Botelho” (Portaria 19 de 27/03/2000, ANEXO 1)

Sua importância é indiscutível por suas características: é o maior remanescente deste tipo

de ecossistema no município, com uma grande diversidade de flora e fauna, um enorme

potencial para estudos científicos e educação ambiental, e com algumas ameaças à sua

conservação, como o efeito de borda e o isolamento. Um plano de manejo considerando

todo o potencial da área e seu entorno fornecerá as diretrizes para o manejo da RPPN

Reserva Ecológica Amadeu Botelho, de acordo com a legislação em vigor. Proporcionando

as ferramentas necessárias para uma gestão eficaz, trará benefícios ao ecossistema,

conservando-o, protegendo-o e recuperando-o, e à população, possibilitando a visitação, o

contato com a natureza e o aprendizado.

O objetivo da elaboração deste plano de manejo é dotar a RPPN de um instrumento de

planejamento e gerenciamento, definindo as atividades e normas de seu funcionamento.

Para isso foram desenvolvidas as seguintes ações:

- Descrição da RPPN

- Caracterização da RPPN, da propriedade na qual está inserida e da área do seu entorno,

apresentando os aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos.

- Definição dos objetivos específicos de manejo

- Identificação e avaliação dos compartimentos ambientais da Reserva para estabelecer seu

zoneamento

- Definição dos programas de manejo e projetos específicos

- Elaboração de um cronograma de atividades e custos

Page 13: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

7

PARTE A - INFORMAÇÕES GERAIS

1. ACESSO

A Reserva Ecológica Amadeu Botelho encontra-se no município de Jaú, que está localizado na região central do Estado de São Paulo a 296 km da capital (Figura 1). A área da Reserva fica dentro da malha de coordenadas 22º18’07” a 22º18’59”S e 48º31’53” a 48º30’36”O.

Figura 1: Mapa com localização do município de Jaú no estado de São Paulo. Fonte: Wikimedia Commons

Partindo da cidade de São Paulo, chega-se à cidade de Jaú pelos seguintes acessos

rodoviários (Figura 2):

Acesso Rodoviário 01: SP-348 (Via Bandeirantes) ou SP-330 (Via Anhanguera) até a cidade

de Limeira. Depois SP-310 (Via Washington Luiz) até a cidade de Itirapina. Finalmente a

SP-225 (Via Comandante João Ribeiro de Barros) até Jaú. Aproximadamente 296

quilômetros. Tempo aproximado de percurso: 4 horas.

Acesso Rodoviário 02: SP-280 (Via Castelo Branco) até a cidade de Botucatu. Depois SP-

300 (Via Marechal Rondon) até a cidade de São Manuel. Finalmente a SP-255 (Via João

Mellão) até Jaú. Aproximadamente 314 quilômetros. Tempo aproximado de percurso: 4

horas.

Os municípios que fazem divisa com Jaú são: ao Norte, Bocaina; a Nordeste, Dourado;

a Noroeste, Bariri e Itapuí; a Leste, Dois Córregos; a Oeste, Pederneiras; ao Sul, Barra

Bonita; a Sudeste, Mineiros do Tietê e a Sudoeste, Macatuba.

Pode-se chegar à cidade de Jaú em automóvel e ônibus. As companhias de transporte

interurbano que ligam São Paulo a Jaú são: a Reunidas Paulista e a Viação Santa Cruz.

Page 14: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

8

Figura 2: Principais rodovias de acesso a Jaú. Fonte:

http://jaufatosefotos.br.tripod.com/dadosgerais.htm

Distância entre Jaú e cidades próximas

* Brotas - Distância 54 km

* Bariri – Distância 36 km

* Barra Bonita - Distância 25 km

* Bauru - Distância 53 km

* Bocaina - Distância 22 km

* Dois Córregos - Distância 30 km

* Itapuí - Distância 23 km

* Macatuba - Distância 42 km

* Mineiros do Tietê - Distância 15 km

* Pederneiras - Distância 25 km

* Araraquara – Distância 74 km

* Campinas – Distância 206 km

* Ribeirão Preto – Distância 161 km

* Rio Claro – Distância 125 km

* São Carlos – Distância 97 km

Page 15: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

9

Jaú é diretamente influenciada pela Hidrovia Tietê-Paraná, através da qual se integra ao

MERCOSUL, beneficiando-se do transporte intermodal hidro-ferro-rodoviário. Foi uma das

cidades pioneiras no transporte de cana-de-açúcar, em chatas, pelo rio Tietê. O transporte

ferroviário de cargas é feito pela concessionária FERROBAN (antiga FEPASA) e alcança o

Porto de Santos, a 400 km, facilitando as exportações. Jaú fica a 204 km do Aeroporto de

Viracopos e possui um aeroporto particular, do Grupo Camargo Correa.

A RPPN Amadeu Botelho está localizada no sudeste da zona urbana da cidade de Jaú, a 3

km do centro, dentro da fazenda Santo Antônio dos Ipês. A zona urbana da cidade já

chegou aos limites da fazenda onde se encontra a Reserva.

O acesso à RPPN Amadeu Botelho (Figura 3), partindo do Terminal Rodoviário da cidade de

Jaú (22º17’53” S e 48º33’34” O), localizado na rua Humaitá, 515, no centro, é realizado

dirigindo-se à rua Treze de Maio e descendo a mesma até a av. Dr. Quinzinho, na qual vira-

se a direita. Segue-se por esta avenida até o fim, vira-se a esquerda na rua Oscar Piconez,

logo a primeira a direita e a seguir a primeira a esquerda, que é a rua Soldado Pinheiro

Araújo. Seguindo por esta rua, a primeira a direita é a Estrada Pública, uma estrada de

piçarra que liga Jaú a Dois Córregos. Após percorrer 2 km e 172 metros nesta estrada,

chega-se à entrada da fazenda Santo Antônio dos Ipês, onde há uma porteira e a placa da

RPPN. Entra-se a direita e chega-se ao Centro Curumim de Educação Ambiental (22º18’05”

S e 48º31’06” O) por um caminho de terra, que fica a 277 metros da porteira. O Centro de

Educação Ambiental fica a 260 metros da Reserva. Como não existe transporte coletivo que

passe pela Estrada Pública, o acesso deve ser feito por automóvel, ônibus, bicicleta ou a pé.

O tempo aproximado de percurso em automóvel ou ônibus é de 15 minutos, e a pé, meia

hora.

Em caso de chuvas muito fortes, e tratando-se de um caminho de terra, o trecho entre a

entrada da fazenda e o centro de educação ambiental pode ser problemático, dificultando o

acesso de veículos. Nestes casos essa distância pode ser percorrida a pé.

Figura 3: Acesso do Terminal Rodoviário de Jaú à RPPN Amadeu Botelho (em vermelho). Mapa elaborado sobre imagem Google Earth de maio de 2010

Page 16: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

10

2. HISTÓRICO DE CRIAÇÃO E ASPECTOS LEGAIS DA RPPN

Os invasores europeus que chegaram ao Continente Sul Americano no século XV

encontraram uma floresta imensa, diversificada e contínua, que se estendia do nordeste do

Brasil até o atual estado do Rio Grande do Sul. Ao longo de todo o seu comprimento, essa

vasta e densa floresta, a Mata Atlântica, penetrava para o interior, sendo formada por um

conjunto de formações florestais (Florestas: Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional

Semidecidual, Estacional Decidual e Ombrófila Aberta) e ecossistemas associados como as

restingas, manguezais e campos de altitude.

A primeira leva de colonizadores humanos na região da Mata Atlântica data de

aproximadamente 8-10 mil anos atrás. Esses colonizadores, os índios, já impactaram o

ambiente com atividades agrícolas itinerantes, em sistemas agroflorestais, baseados em

queimada e derrubada. Os colonizadores europeus substituíram os povos indígenas na

degradação da floresta com extração do pau-brasil e os cultivos de cana-de-açúcar e trigo.

Essas práticas, embora extremamente degradadoras em âmbito local, não foram

preponderantes para a destruição da vegetação globalmente, que permaneceu conservada

em grande parte de sua ocorrência até o fim do século XIX.

No início do século XIX o estado de São Paulo ainda apresentava uma grande cobertura

florestal. Os planaltos e as florestas do oeste do estado constituíam um vasto sertão, região

mal conhecida, habitada, sobretudo, por índios Kaingang, ou Coroados, que apesar de

todas as guerras para expulsar os brancos, foram vencidos e fixaram-se nos aldeamentos

definidos pelo governo. Simultaneamente ao aldeamento, os territórios foram sendo

ocupados pelas fazendas e a colonização nacional foi se consolidando. Foi com o ciclo do

café que começou a haver uma devastação significativa da Mata Atlântica. O principal

agravante na devastação foi a crença de que o café deveria ser plantado em terras

“virgens”.

O café entrou em São Paulo pelo Vale do Paraíba, proveniente do Rio de Janeiro.

Embora essa entrada tenha acontecido em 1790, foi realmente a partir de 1850 que o café

avançou rapidamente pelo interior do estado e ganhou terreno principalmente no chamado

oeste paulista (que não é exatamente o oeste geográfico), de terras férteis, substituindo os

pés de cana-de-açúcar. Famílias proprietárias detentoras de recursos deslocaram-se de

Minas Gerais e de outras regiões de São Paulo para o “sertão” assegurando grandes

extensões de terras.

Na região de Jaú, localizada no coração da então província de São Paulo, num planalto de

terra roxa, virgem e inexplorada, o café começou a ser cultivado em 1846, na Sesmaria do

Banharão, onde foram plantados 5.000 pés, e logo surgiram outras pequenas lavouras. A

fama do solo fértil e clima propício já havia atraído as primeiras famílias a radicar-se na

região. Em 1837 houve uma arrojada penetração efetuada por um grupo de sertanistas que

desceu a Serra de Brotas abrindo picadas. O tenente Manoel Joaquim Lopes, que dirigia a

expedição, e seu cunhado Xavier, se apossaram de uma grande área que designaram por

Fazenda São João no sudoeste do município, nas margens do rio Jaú. Logo vieram seus

filhos, grande parte em idade adulta. Em 1855, Joaquim de Oliveira Matozinho, genro de

Manuel Joaquim Lopes, efetuou o registro de suas propriedades, as bacias do Ribeirão São

Joaquim e Figueira e as terras compreendidas entre os Ribeirões Santo Antônio e João da

Velha. Essas terras foram adquiridas parte por compra feita a Jesuíno Silveira Dutra e parte

recebida por doação de seu sogro, o tenente Manoel Joaquim Lopes.

Page 17: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

11

Matozinho tinha negócios no Banco de São Paulo e era amigo pessoal de Antônio Carlos de

Arruda Botelho, Conde do Pinhal, fundador deste Banco e da cidade de São Carlos, político

de prestígio e grande empreendedor. Ciente do potencial agrícola das terras de seu amigo

Matozinho, o Conde adquiriu 1.600 alqueires dessas terras por volta de 1879. Formou nessa

área as fazendas Maria Luiza, Carlota, Sant’Ana, Santo Antônio, Santa Sofia, São Carlos,

São Joaquim e Salto do Jaú, de aproximadamente 200 alqueires cada uma.

Para facilitar o escoamento do café, concebeu e foi o impulsor de uma estrada de ferro que,

partindo da cidade de Rio Claro, passava por São Carlos, Araraquara, Jabuticabal, Dois

Córregos e Jaú, o que foi fundamental no desenvolvimento da cafeicultura na região e

beneficiou a grande gleba de terra virgem de qualquer cultura que havia adquirido.

O Conde do Pinhal morreu em 1901 e deixou como herança a cada filho, entre outros bens,

uma das fazendas de Jaú, todas elas ainda com a maioria da vegetação original intacta.

Nesta época o território municipal de Jaú ainda conservava 29% de floresta.

Seu décimo filho, Carlos Amadeu de Arruda Botelho, nascido em 1876, herdou a fazenda

São Carlos e comprou de um dos seus irmãos a fazenda Santo Antônio (Figura 4), ficando

assim proprietário de uma área total de cerca de 400 alqueires, ainda com uma grande

extensão de mata virgem.

Figura 4: Planta das fazendas de Carlos Amadeu em 1904. A fazenda João da Velha é a fazenda São Carlos. Fonte: documentos dos proprietários, fotografia: Cassio Vasconcelos.

Page 18: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

12

Em 1906 Carlos Amadeu casou-se com Brazilia Whitaker de Oliveira Lacerda e foram morar

na fazenda, já então denominada fazenda Santo Antônio. Dedicou-se à lavoura e distinguiu-

se pelo amor à gleba, que aprendeu como poucos a cultivar e estimar. A cultura

predominante era o café, mas também foram sendo implantadas outras culturas,

principalmente milho, nas áreas menos acidentadas e mais férteis, e nas áreas menos

propícias foi mantida a vegetaçao original, a mata.

Victor (2005) ressalta um fato curioso sobre a presença da mata, a nível de propriedade,

antes do advento do desmembramento dos latifúndios de café, a partir da década de 30:

apesar da ausência de uma legislação mais rigorosa que obrigasse a manutenção de uma

porcentagem de área com cobertura florestal, muitos fazendeiros conservaram em suas

terras expressivas parcelas com capões de mata, principalmente nas áreas mais declivosas,

nas furnas e junto às aguadas e mananciais. E assim, ainda hoje pode-se observar

derradeiros vestígios de matas em propriedades rurais, que atravessaram incólumes este

período de desagregação fundiária.

Em 1944 Carlos Amadeu doou a fazenda Santo Antônio em partes iguais a seus 9 filhos. A

fazenda tinha já 408 ½ alqueires paulistas (988,16 hectares) com 240.000 pés de café,

terras de cultura, pastagens, palhadas, capoeiras, alguns resfriados e matas, segundo

consta na escritura de doação. Esta área de mata desde então permanece conservada e

parte dela é hoje a RPPN Amadeu Botelho.

Figura 5: Planta da fazenda Santo Antônio em 1930. Em azul escuro, a mata. Fonte: documentos dos proprietários. Fotografia: Cassio Vasconcelos.

Page 19: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

13

O seu segundo filho, Antônio Carlos Lacerda de Arruda Botelho, nascido em 1908, cresceu

na fazenda acompanhando seu pai na lida. Com 11 anos foi estudar no Rio de Janeiro e

com 18 anos viajou aos Estados Unidos e Europa, onde permaneceu cerca de tres anos. Já

de volta ao Brasil, trabalhou na Companhia Paulista de Exportação de Café durante dois

anos e em 1930 começou a administrar a fazenda onde crescera (Figura 5). Começou então

a implantar outras culturas além do café, milho e pastagens já existentes, como abóbora,

inhame, taioba e mandioca para alimentar os porcos (chegou a ter 1000 cabeças de

porcos), feijão e arroz para consumo próprio e para vender, milho, mamona, algodão (Figura

6). A partir da morte de seu pai em 1953, começou a adquirir as partes de seus oito irmãos,

tornando-se assim o único proprietário da fazenda Santo Antônio em 1963, continuando a

diversificação dos cultivos e introduzindo a soja, cana de açúcar, limão siciliano, laranja e

fumo, na área já aberta da fazenda. A mata remanescente continuou preservada.

Figura 6: Planta da fazenda Santo Antônio em 1944. Mata em verde, demais espaços: pastagens, cultivos e infraestruturas. Fonte: documentos dos proprietários.

Em 1976 Antônio Carlos e sua esposa doaram a fazenda a seus oito filhos em partes iguais.

Após alguns anos, três deles separaram suas respectivas glebas do resto da fazenda, que

ficou então com 639,8 ha e passou a ser denominada fazenda Santo Antônio dos Ipês

(Figura 7). Por decisão unânime, a área da mata de cerca de 190 ha, denominada Quinhão

F e pertencente aos oito filhos, permaneceu incólume.

Page 20: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

14

Antônio Carlos Botelho Müller Carioba, um dos netos de Antônio Carlos, nasceu e cresceu

na fazenda. Desde criança já gostava da mata e hoje em dia é quem a conhece melhor. Seu

desejo sempre foi preservá-la, como fizeram seu avô e seu bisavô. Em 1994 começou a

trabalhar como administrador da propriedade. Notava que havia caçadores furtivos entrando

na mata, que entravam pessoas para coletar plantas medicinais, para marcar o tronco das

árvores, muitos deixavam lixo e até encontrava indícios de fogueiras. Com a aprovação e

apoio dos proprietários decidiu fazer da área da mata uma reserva ecológica, a qual chamou

de Reserva Ecológica Amadeu Botelho. Escolheu esse nome porque a mata era conhecida

na cidade de Jaú como “Mata do Madeu”, e porque quis fazer uma homenagem a seu

bisavô Carlos Amadeu pelo seu espírito de conservação numa época em que poucos

pensavam nisto. Em 1998 criou um programa de educação ambiental, com o objetivo de

conscientizar a população e proteger o ecossistema. Ficou sabendo através de uma das

proprietárias que uma prima sua havia acabado de criar uma RPPN em sua fazenda, em

Ilhéus, Bahia, (RPPN Fazenda São Joao, Portaria 022/97) e foi buscar informação. Em 1999

apresentou aos proprietários a ideia de transformar a mata em uma RPPN, conseguindo a

aprovação de seis dos oito proprietários. Entrou então em contato com o IBAMA (Bauru),

apresentou a documentação e foi feita a vistoria. Em 27 de março de 2000, através da

Portaria nº 19/2000 (Anexo 1), uma área de 142,88 hectares da mata foi reconhecida como

Reserva Particular do Patrimônio Natural. A parte da mata que não foi transformada em

RPPN continuará preservada segundo desejo de seus proprietários, o que significa que este

remanescente florestal, como um todo, permanecerá intacto.

Figura 7: Limites atuais da fazenda Santo Antônio dos Ipês (vermelho) e da RPPN Amadeu Botelho (amarelo). Mapa elaborado sobre imagem Google Earth de maio de 2010

Atualmente o município de Jaú tem uma porcentagem muito reduzida de florestas somando

somente 1,5% que estão distribuídos em aproximadamente 40 fragmentos florestais,

segundo o inventário florestal do estado de São Paulo 2009. No maior destes fragmentos

encontra-se a RPPN Amadeu Botelho (Figura 8).

Page 21: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

15

Figura 8: Mapa de remanescentes florestais do município de Jaú com a localização da RPPN Amadeu Botelho. Fonte: SIFESP

Page 22: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

16

3. FICHA RESUMO DA RPPN

Nome da RPPN: Reserva Ecológica Amadeu Botelho

Nomes dos proprietários: Maria Evangelina de Arruda Botelho Lászlò, Maria Helena de Arruda Botelho Müller Carioba, Maria Cecy de Arruda Botelho, Elisa de Arruda Botelho Haller, Maria Luiza de Arruda Botelho e Teresa Cristina de Arruda Botelho

Nome do representante: Antônio Carlos Botelho Müller Carioba

Contato: Fazenda Santo Antônio da Mata, caixa postal 02, Jaú, SP, CEP 17.201-970 Telefone: 14 30325648 – 14 9771-5276 E-mail: [email protected]

Endereço da RPPN: Fazenda Santo Antônio dos Ipês, Jaú, SP – Caixa Postal nº 2, Telefone: 14 30325648

Página web: http://www.rppnamadeubotelho.com.br/

Área da RPPN: 142,88 ha

Área total da propriedade: 639,8 ha

Principal município de acesso à RPPN: Jaú

Município e estado abrangido: município de Jaú, estado de São Paulo

Coordenadas geográficas: 22º 18’ 33” S, 48º 31’ 16” O

Data e número do ato legal de criação: Portaria nº 19 de 27 de março de 2000 (ANEXO 1)

Marcos e referencias importantes nos limites e confrontantes: O rio Jaú, o córrego Santo Antônio e o córrego João da Velha, entre os quais está inserida a RPPN.

Biomas e ecossistemas: Floresta Estacional Semidecidual

Distâncias dos centros urbanos mais próximos: distância do centro da cidade de Jaú: 3 km

Meio principal de chegada à UC: automóvel.

Atividades ocorrentes: estudos, pesquisas, programa de educação ambiental.

Page 23: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

17

PARTE B - DIAGNÓSTICO

1. CARACTERIZAÇÃO DA RPPN

1.1. Clima

Segundo a classificação de Köppen a região de Jaú se enquadra no tipo de clima Cwa, um

clima tropical com inverno seco e verão quente e chuvoso. Segundo dados do CEPAGRI

(Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), a temperatura

média anual fica em torno de 22ºC, sendo que a mínima média é de 16,5ºC e a máxima

média é de 28,5ºC. A precipitação pluviométrica anual varia de 1.200 a 1.500 mm (Figura 9).

A umidade relativa do ar média anual é de 70%. A estação seca vai de abril a setembro e a

chuvosa, de outubro a março, aproximadamente. Há registros de que haviam fortes geadas

no inverno, chegando a arrasar plantações inteiras de café no século passado, até o ano de

1993. Desde então não houve mais geadas na região.

MÊS TEMPERATURA DO AR (ºC) CHUVA (mm) Mínima média Máxima média média

JAN 20.0 30.0 25.0 220.8

FEV 20.0 30.0 25.0 199.6

MAR 19.0 30.0 25.0 152.8

ABR 17.0 29.0 23.0 57.7

MAI 14.0 26.0 20.0 58.8

JUN 13.0 25.0 19.0 39.3

JUL 12.0 26.0 19.0 22.7

AGO 14.0 28.0 21.0 22.5

SET 15.0 28.0 22.0 52.0

OUT 17.0 30.0 24.0 110.0

NOV 18.0 30.0 24.0 123.9

DEZ 19.0 30.0 25.0 194.1

ANO 16.5 28.5 22.7 1254.2

Mínima 12.0 25.0 19.0 22.5

Máxima 20.0 30.0 25.0 220.8

Figura 9: Clima do município de Jaú. Fonte: CEPAGRI - Centro de Pesquisas

Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura

Page 24: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

18

1.2. Solo

Os principais tipos de solo da bacia do rio Jaú, onde está inserida a RPPN, são Latossolo

Vermelho-Escuro, Latossolo Roxo, Latossolo Roxo Eutrófico, Latossolo Vermelho-Amarelo

distrófico e Terra Roxa Estruturada Eutrófica (IPT, 1999).

Em 1990 (Nicolini) foram colhidas amostras de solo em quatro pontos diferentes da RPPN

(580 m, 560 m, 550 m e 530 m de altitude), os três de maior altitude sem influência de

cursos d’água, e o de menor altitude sob influência de cursos d’água. Em cada ponto abriu-

se uma trincheira onde foram feitas observações e caracterizações de cada um dos

horizontes constituintes do perfil.

Verificou-se a ocorrência de uma variabilidade considerável no fator edáfico. No ponto a 580

metros de altitude o solo foi classificado como Cambissolo Ta, A fraco, textura argilosa,

substrato basalto (EMBRAPA, 1988), não apresentando deficiência em minerais, o que

criava condições favoráveis ao desenvolvimento da floresta. O solo do ponto a 560 metros

de altitude foi classificado como Litólico Eutrófico, A moderado, textura argilosa, substrato

basalto (EMBRAPA, 1988), sem deficiência em nutrientes, apesar da profundidade de

alteração do basalto ser reduzida. Já no ponto a 550 metros de altitude, o solo foi

classificado como Terra Roxa Estruturada Eutrófica, A moderado, textura argilosa

(EMBRAPA, 1988), sendo mais profundo que os anteriormente descritos, mas com o

conteúdo de alguns nutrientes notoriamente menor em relação aos outros dois pontos de

coleta de solo. No ponto na altitude de 530 metros o solo foi classificado como Cambissolo

Ta, A fraco, textura argilosa, substrato basalto (EMBRAPA, 1988), apresentando uma alta

capacidade de retenção de água, uma drenagem muito boa e alta fertilidade, permitindo

boas condições para o desenvolvimento da flora.

1.3. Relevo

Na bacia do Rio Jaú, onde está inserida a Reserva, ocorrem duas unidades geológicas,

representadas pelas Formações Itaqueri (50,2%) e Serra Geral (48,8%). O relevo é

caracterizado por Colinas Médias (53,9%), Colinas Amplas (12,3%) e o sistema de Morrotes

Alongados e Espigões (33,7%), predominando interflúvios sem orientação preferencial,

topos angulosos e achatados e vertentes com perfis retilíneos. Drenagem de média a alta

densidade, padrão dendrítico, vales fechados. (IPT, 1999). A altitude máxima da Reserva é

de 596 metros e mínima é de 523 metros.

1.4. Hidrografia

A floresta, grande parte da qual foi reconhecida como RPPN, encontra-se no centro da

propriedade, na bacia hidrográfica do rio Jaú (Figura 10), em um divisor de águas, sendo

que a sua extremidade norte é paralela ao córrego Santo Antônio e sua extremidade sul

alcança o rio Jaú e o córrego João da Velha, havendo ainda uma nascente (22º18’41.89”S,

48º30’47.23”O) dentro da Reserva (Figura 11).

Page 25: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

19

Figura 10: Bacia do rio Jaú e sub-bacias, RPPN em vermelho (localizada entre a margem direita do rio Jaú, a margem esquerda do córrego Santo Antônio e a margem direita do córrego João da Velha). Fonte: Cartas Topográficas do IBGE, organizado por Rezende e Veniziani Jr (2012)

O rio Jaú (Figura 12), afluente do Médio Tietê, está inserido na Bacia Hidrográfica do Tietê-

Jacaré – UGRHI 13 do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos de São

Paulo. Nasce no município de Torrinha e atravessa os municípios de Dois Córregos e Jaú,

desaguando no rio Tietê, próximo a Itapuí. O trajeto tem mais ou menos 60 km. Sua bacia

abrange os municípios de Brotas, Dois Córregos, Dourado, Bariri e Jaú com uma área total

de 745,969 km2.

Figura 11: Nascente dentro da RPPN Figura 12: Rio Jaú ao lado da RPPN

Page 26: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

20

O córrego Santo Antônio (Figura 13) é um afluente da margem direita do Rio Jaú com quase

12 km de extensão e bacia hidrográfica de 23,37 km². É manancial de abastecimento da

cidade de Jaú e responsável por uma produção de água com variação de vazão de 88,2 l/s

na estação seca do ano até 266,7 l/s na estação chuvosa. Suas águas são totalmente

captadas para o abastecimento da cidade.

O córrego João da Velha (Figura 14), que também abastece a cidade de Jaú, é um afluente

da margem direita do Rio Jaú com quase 7 km de extensão e 14 km² de bacia hidrográfica,

é responsável pela produção de água que varia de 56,7 l/s na estação seca do ano até

171,4 l/s na estação chuvosa. Suas águas também são totalmente captadas para o

abastecimento da cidade.

Figura 13: Córrego Santo Antônio Figura 14: Córrego João da Velha

Esses dois córregos e o ribeirão Pouso Alegre são responsáveis por mais de 50% da água

que abastece a cidade.

No verão há chuvas torrenciais que as vezes provocam inundações na zona urbana e nas

áreas próximas ao rio Jaú e aos córregos, alagando alguns trechos da mata. Neste período

é comum o afloramento do lençol freático, ocasionando o encharcamento temporário do solo

em uma faixa de aproximadamente 30 metros a partir das margens dos cursos d’água.

Figura 15: Rego com trilha Figura 16: Captação Córrego S. Antônio

Page 27: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

21

Também há um córrego, denominado Rego (Figura 15), originado de uma captação de água

do córrego Santo Antônio fora da Reserva (Figura 16), que atravessa um trecho da mata.

Trata-se de uma captação antiga, com o objetivo de levar a água às instalações da fazenda

e servir para lavagem do café, bebedouros, uso da sede, etc. Os cursos d’água que

atravessam a RPPN e os que estão próximos a ela estão delineados na Figura 17.

Figura 17: Mata na qual está inserida a RPPN localizando os cursos d’água. Córrego Santo Antônio (rosa), Córrego João da Velha (amarelo), rio Jaú (azul), Rego (vermelho), nascente (branco). Mapa elaborado sobre imagem Google Earth de maio de 2010

1.5. Vegetação

A mata foi caracterizada por Nicolini (1990) como floresta mesófila semidecídua, por

expressar as características climáticas dominantes na sua região de ocorrência e também

fazer menção à deciduidade observada em algumas espécies típicas dessa formação, na

estação seca. Porém, o termo usado na atualidade é floresta Estacional Semidecidual. O

conceito ecológico deste tipo florestal é estabelecido em função da ocorrência de clima

estacional que determina semideciduidade da folhagem da cobertura florestal. A

porcentagem das árvores caducifólias no conjunto florestal, e não das espécies que perdem

as folhas individualmente, situa-se, ordinariamente, entre 20% e 50%. Nas áreas

subtropicais, é composta por macrofanerófitos que recobrem solos basálticos eutróficos

(IBGE, 2012). Para Rezende (2012), além da floresta estacional semidecidual o fragmento

apresenta também manchas de floresta estacional decidual com áreas de transição (Figura

18). A floresta estacional decidual designa remanescentes florestais associados a solos

rasos, litólicos cascalhentos ou pedregosos, com predominância de espécies caducifólias,

determinada pela baixa capacidade de retenção hídrica na estação seca, apresentando alta

luminosidade em seu interior no período seco do ano e menor diversidade de espécies

arbóreas, quando comparadas as florestas estacionais semideciduais.

Page 28: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

22

Figura 18: Fisionomias da vegetação da RPPN “Reserva Ecológica Amadeu Botelho” Fonte: Rezende e Veniziani Jr (2012), Cartas Topográficas do IGC.

Em 1990, segundo Nicolini, o dossel da mata variava de 15 a 20 m de altura, havendo

também os indivíduos emergentes. Em alguns pontos o dossel não chegava a formar uma

cobertura contínua, permitindo a penetração direta dos raios solares até o solo. A vegetação

arbustiva, constituída em parte por indivíduos adultos de pequeno porte e em parte por

indivíduos jovens dos andares superiores, apresentava-se praticamente contínua por toda a

área. A vegetação herbácea ocorria por toda a mata e era mais conspícua próxima aos

cursos d’água. A mata se encontrava pouco perturbada, com poucas clareiras, onde a

biomassa predominante era composta por lianas e alguns indivíduos jovens de espécies de

grande porte.

Page 29: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

23

Figura 19: Vista lateral da Reserva Figura 20: RPPN e cultivos ecológicos

Em 1993 houve um incêndio que afetou algumas áreas da Reserva, ocasionando a morte de

algumas árvores e abrindo clareiras. Mas a degradação não foi intensa, o banco de

sementes do solo não foi perdido, existiam fontes de sementes próximas e fauna dispersora.

Através de um acompanhamento constante do estado das áreas atingidas, foi constatado

que a vegetação ia se recuperando. Então os proprietários decidiram que estas áreas

deveriam seguir um processo de regeneração natural. Segundo estudos posteriores (Adati,

2001), imagens de satélite e observação do fragmento durante a elaboração deste plano de

manejo, foi comprovado que houve uma boa recuperação da maioria das zonas afetadas e

pode-se considerar que não houve mudanças significativas no perfil da mata descrita por

Nicolini (Figuras 19, 20 e 21). Hoje em dia as áreas mais perturbadas representam menos

de 2 % da área total da Reserva.

Figura 21: Fotografia aérea da RPPN em 25 de agosto de 2005. Autor: Cassio Vasconcellos

Page 30: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

24

No estudo realizado por Nicolini (1990) em duas áreas, uma sob influência dos cursos

d’água e outra sem influência, foram abertas trilhas perfazendo um total de 6.000 metros,

sendo 3.000 metros em cada uma das áreas de amostragem. Nos 6.000 metros de trilha

foram distribuídos 400 pontos, 200 em cada área. Em cada ponto atirou-se aleatoriamente

uma cruzeta de madeira para se determinar os quadrantes, e em cada quadrante foi

amostrado o indivíduo mais próximo do ponto. Assim foram amostradas 1.600 árvores

(indivíduos lenhosos com fuste igual ou superior a 1,30 metros de altura) os quais se

distribuíam em 145 espécies, 107 gêneros e 47 famílias. O índice de diversidade de

Shannon-Weaver encontrado para a área total foi de 4,06. A espécie mais abundante foi a

Angostura pentandra, e a de maior valor de cobertura, Ficus citrifolia. Rutacea foi a família

melhor representada numericamente enquanto que Fabaceae foi a de maior diversidade.

Foram identificadas neste estudo espécies importantes do ponto de vista conservacionista,

como a peroba-rosa Aspidosperma polyneuron (árvore símbolo do Município de Jaú) (Figura

22), o jacarandá Jacaranda macrantha, o amendoim-bravo Pterogyne nitens, o jequitibá-rei

Cariniana estrellensis e o cedro Cedrela fisilis (Lista de espécies no ANEXO 2).

Figura 22: Peroba-rosa Aspidosperma polyneuron Figura 23: Alecrim Holocalyx balansae

Em 1999, num trabalho de caracterização florística de ecounidades na Reserva, foram

registradas 55 espécies na mata madura, sendo que a família mais representativa em

número de espécies foi Meliaceae, e 20 espécies na capoeira, com a família Rubiaceae

ocupando o primeiro lugar em relação à riqueza. (Souza, 1999).

Page 31: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

25

No levantamento florístico das espécies arbóreas ao longo da Trilha Ecológica da Reserva

Amadeu Botelho (Adati, 2001) foram identificadas 35 espécies, entre elas o pau-jacaré

Piptadenia gonoacantha, guarantã Esenbechia leiocarpa, ipê-roxo Tabebuia avellanedae,

alecrim Holocalyx balansae (Figura 23), farinha-seca Peltophorum dubium, guaiuvira

Patagonula americana, louro-salgueiro Cordia ecalyculata e figueira-branca Ficus

guaranítica.

Segundo o levantamento fitossociológico realizado na Reserva em 2006 (Vermelho et al)

foram encontrados o jatobá Hymenaea courbaril, o pau-marfim Balfourodentron

riedelianum, o ingá Inga marginata, a paineira Chorisia speciosa, a canela-louro Nectandra

megapotamica, entre outras.

Segundo relatos de quem frequenta a mata, também podem ser encontrados a cabreúva

Mycrocarpus frondous, a araruva Centrolobium tomentosum, o pau d’alho Gallesia

integrifolia, o ceboleiro Bougainvillea arborea e o canelão Octea elegans.

1.6. Fauna

Desde a época em que foram compradas as terras da Fazenda sempre tem havido registros

de mamíferos: animais avistados durante passeios ou trabalhos na mata e seus arredores,

animais encontrados machucados ou mortos e até mesmo animais que chegaram a invadir

as residências humanas.

No ano de 2006 teve início uma pesquisa de levantamento de espécies de mamíferos

terrestres de médio e grande porte da Reserva, por meio de registros visuais e pegadas,

revelando a presença de oito mamíferos de médio e grande porte (Crespi, 2007), que

somados aos registros históricos realizados desde a criação da RPPN, resultaram em uma

lista de 24 espécies de mamíferos com ocorrência para a Reserva.

Em 2011 (Reale), foi realizado um inventario mastofaunístico na REAB em quatro

campanhas com duração de seis dias cada uma. Em todas as campanhas, os métodos

indireto e direto foram utilizados diariamente: transecto e parcelas de areia, armadilhas

fotográficas e entrevistas com moradores e funcionários da fazenda. Foram encontrados 26

espécies de mamíferos, distribuídos em 16 famílias e seis ordens. Segundo o autor do

inventário, a Reserva Ecológica Amadeu Botelho apresenta rica fauna de mamíferos

terrestres de médio e grande porte, caracterizando o bom estado de preservação da área. É

um refúgio para a vida silvestre ameaçada de extinção, que apresenta espécies em

diferentes graus de ameaça: o lobo-guará Chrysocyon brachyurus, a jaguatirica Leopardus

pardalis, e a suçuarana Puma concolor, o gato-maracajá Leopardus wiedii, o macaco-prego

Sapajus nigritus e a cutia Dasyprocta azarae. Espécies como o lobo-guará Chrysocyon

brachyurus e o tatu-de-rabo-mole Cabassous sp, nunca tinham sido vistos na reserva (Lista

de espécies no ANEXO 4).

Também foram registrados o gato-mourisco Puma yagouaroundi, a raposinha-do-campo

Lycalopex vetulus e o cachorro-do-mato Cerdocyon thous. Nas proximidades do Rio Jaú, é

constante a presença da lontra Lontra longicaudis, da capivara Hydrochoerus hydrochaeris e

do ratão-do-banhado Myocastor coypus. Menos freqüentemente, são avistados mamíferos

de hábitos mais discretos, como o ouriço-cacheiro Sphigurus villosus, a jaritataca Conepatus

semistriatus, o mão pelada Procyon cancrivorus, o quati Nasua nasua e a irara Eira Barbara.

Page 32: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

26

O macaco-prego Sapajus nigritus sempre foi visto na mata, e ultimamente a população vem

aumentando, formando já três grupos distintos.

A fazenda abriga expressiva variedade de morcegos. Num trabalho de campo realizado em

seis visitas bimestrais entre novembro de 2009 e setembro de 2010 foram identificadas 15

espécies, entre insetívoros, carnívoros, onívoros, frugívoros e nectarívoros (Pedrozo, 2011).

As colônias dos animais foram encontradas nas árvores, na mata e também na varanda e

no porão da casa principal. Cinco espécies foram consideradas espécies constantes, uma

vez que apareceram em mais de 50% das sessões de captura e observação. Todas

exploram plantas como fonte de alimento. Segundo o autor do estudo, é possível que essas

cinco espécies residam e se alimentem somente na Fazenda Santo Antônio dos Ipês (Lista

de espécies no ANEXO 5).

No estudo da avifauna da RPPN iniciado em 2005 (Ubaid) com duração de 16 meses, foram

realizadas 12 visitas, sendo utilizados dois dias por visita, com cerca de 8 horas de

observação/dia, perfazendo um total de 192 horas de esforço amostral. Foi registrada a

presença de 196 espécies de aves distribuídas em 50 famílias. O fragmento apresentou

uma alta riqueza específica, diversidade e abundância, comparado com outros estudos,

levando-se em conta seu tamanho. Entre as espécies que merecem destaque, estão os

frugívoros de maior porte, por exemplo, a jacupemba Penelope superciliaris, e carnívoros de

grande porte, como o murucututu-de-barriga-amarela Pulsatrix koenoswaldiana, o gavião-

pernilongo Geranospiza caerulescens e o gavião-de-cabeça-cinza Leptodon cayanensis,

todos dependentes de florestas. Foram registradas duas espécies ameaçadas no estado de

São Paulo: o papagaio-verdadeiro Amazona aestiva, que utiliza a RPPN como local de

alimentação durante determinados períodos do ano, e o cabeça-seca Mycteria americana.

Já foram avistados o urubu-de-cabeça vermelha Cathartes aura e o urubu-rei Sarcoramphus

papa. Há constantes registros e identificação de aves na Reserva (Figuras 24 e 25), sendo

divulgados no blog Observatoriodeaves com link para WikiAves para maiores informações

sobre as espécie (Lista de espécies no ANEXO 3).

Figura 24: Choca-barrada Mesembrinibis Figura 25: Gavião-carijó Rupornis magnirostris

cayennensis Fotografia: Paulo Guerra Fotografia: Paulo Guerra

Page 33: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

27

A Marambaia é o local onde o rio Jaú desemboca no rio Tietê, também chamado de tríplice

fronteira, pois é a intersecção dos territórios das cidades de Jaú, Itapuí e Bariri. Apesar de

ter sido muito modificado pela ocupação humana, este local apresenta áreas de várzea

importantes, abrigando espécies de aves ligadas a ambientes aquáticos. Apesar de sua

distância da RPPN, acredita-se que muitas aves avistadas na mata usam e beneficiam-se

dos dois ecossistemas.

De outubro de 2008 a outubro de 2010 foi realizado um estudo sobre a anurofauna da REAB

e seu entorno (Moya, 2011) em oito pontos de coleta com amostragens diurnas e noturnas.

Os registros foram feitos através de contatos diretos, contatos visuais, registros auditivos e

registro de sinais da presença da espécie. Foram realizados 13.814 registros de anfíbios

anuros nos 25 meses de amostragem, correspondendo a 22 espécies distribuídas em 5

famílias (Lista de espécies no ANEXO 6).

1.7. Visitação

Em 1998 foi criado o Projeto Curumim, (folheto de propaganda no ANEXO 9) um programa

de educação ambiental para crianças e adultos visando a preservação do meio ambiente,

resgate cultural e aproximação da vida natural. As visitas de grupos, segundo o coordenador

do projeto, constituem um meio de disseminar a importância das florestas e da

biodiversidade, da conservação dos fragmentos remanescentes, do cuidado ao gerar e

descartar resíduos, e também um meio de estimular estudos e pesquisas. Foi criado um

logotipo para a Reserva (Figura 26).

Figura 26: Logotipo da Reserva Ecológica Amadeu Botelho

Foi construído um centro de base a poucos metros da Reserva (22º18’05.42”S,

48º31’06.49”O), uma construção de alvenaria de 160 metros quadrados, com cozinha,

banheiros, refeitório, uma sala de palestras e exposição de rochas, frutos e sementes com

capacidade para 40 pessoas sentadas, dispondo de água encanada e energia elétrica

(Figuras 27 e 28).

A poucos metros do centro começa a trilha do Rego (Figura 35) que é usada na visitação

(Figuras 32, 33 e 34). Esta trilha foi descrita por Lourenço (2012) como sendo de baixa ou

nenhuma dificuldade, tem cerca de 2 quilômetros e 95% de seu trecho é plano e é possível

caminhar com um braço aberto, sendo o trecho mais estreito uma curva de não mais que 4

metros, onde é necessário caminhar em fila indiana e atentar-se aos cipós no caminho. Esta

trilha acompanha um córrego artificial, o Rego, de largura máxima de 0,5 m,construído nos

anos de 1900 para atender à lavoura cafeeira. Na trilha há placas de identificaçao de

algumas espécies vegetais.

Page 34: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

28

Figura 27: Centro de Educação Ambiental Figura 28: Centro de Educação Ambiental Está aberto a escolas do município de Jaú e de todo o Estado de São Paulo e ao público em

geral. As visitas são agendadas e monitoradas com guias, para um máximo de 40 pessoas.

Com as escolas, o procedimento é o seguinte:

1. No centro do Projeto Curumim o monitor faz uma palestra de 20 minutos sobre a

importância da conservação da mata, sobre suas características e biodiversidade,

fala sobre a RPPN, explicando o que significa, e sobre o comportamento

recomendado durante o percurso (Figura 29).

2. Para alguns grupos, antes de começar o percurso, há uma visita à mata ciliar do

Córrego Santo Antônio, que está a 50 metros, onde se fala sobre a importância da

preservação da vegetação ao lado dos cursos d’água.

3. O grupo dirige-se à trilha do Rego, que sai do Centro e entra na mata (Figura 31),

acompanhando o Rego, o monitor vai explicando a importância da água e da mata

para sua manutenção, fala sobre a cadeia alimentar, a interação dos animais com a

floresta, há a identificação de espécies vegetais e animais que apareçam.

4. Depois passam por uma picada no meio da mata, a dona Brasília, até chegar a um

balanço ao lado de uma figueira branca e vão bordeando a mata até chegar outra

vez no Centro. Este percurso pode variar dependendo do perfil dos visitantes,

podendo-se utilizar a trilha que vai do Rego à borda da mata ou indo mais adiante na

Trilha do Rego (Figura 35).

5. Lanche no Centro (Figura 30).

Figura 29: Sala de palestras no Centro Figura 30: Refeitório

Page 35: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

29

Com grupos de adultos e estudantes universitários:

1. Explicação no Centro sobre a mata e suas características, sua história, o que já foi

feito até então, sobre a RPPN, comportamento na trilha.

2. O grupo vai até a mata ciliar do córrego Santo Antônio, a poucos metros do Centro,

onde o monitor fala sobre a importância da mata ciliar na proteção dos cursos

d’água, a interação dos animais com a mata ciliar, entra na questão agrícola, falando

sobre a importância de uma agricultura de baixo impacto, curvas de nível, cultivos

ecológicos, o respeito que o proprietário deve ter com a área, a possibilidade da

gestão mais ecológica, mostra os cultivos ecológicos que estão sendo feitos na

fazenda.

3. Trilhas

4. Lanche no Centro

Figura 31: Entrando na trilha do Rego

Também há visitas de grupos de turistas, famílias, empresas, amigos. Neste caso, primeiro

tomam o café da manha, depois há uma palestra e em seguida fazem a trilha, sempre

acompanhados por um monitor que vai fornecendo explicações.

Os preços até dezembro de 2012 eram:

R$ 150,00 para grupos de até 20 pessoas, R$ 200,00 para grupos de até 30 pessoas e R$

250,00 para grupos de até 40 pessoas. O preço do café da manhã era de R$ 12,00 por

pessoa e o do lanche, R$ 8,00 por pessoa, cobrados a parte.

Número aproximado de visitantes por ano: 480 pessoas

Page 36: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

30

Figura 32: Na trilha do Rego Figura 33: Crianças na trilha do Rego

Figura 34: A trilha do Rego e seu entorno

Page 37: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

31

A capacidade de carga efetiva representa o número máximo de visitas permitidas em uma

trilha ou sítio turístico, cujo cálculo se dá através da associação entre o valor da capacidade

de carga real e a porcentagem estabelecida para a capacidade de manejo. No estudo

realizado por Lourenço (2012) foi feita uma análise técnica da trilha e verificou-se que a

mesma tem potencial para receber até 354 visitantes por dia. A única área da Reserva

utilizada no programa de educação ambiental é a trilha. Como sempre há uma programação

prévia e agendamento de visitas, e como o número de visitantes nunca ultrapassa 80 por

dia, não há risco de impacto ambiental. Além do mais, há um regulamento e uma orientação

por parte do monitor sobre o comportamento durante o percurso na trilha.

Figura 35: Trilhas e caminhos usados no Programa de Educação Ambiental. Trilha do Rego (amarelo), dona Brasília (branco), Borda da mata (laranja), do Rego à borda da mata (lilás), do Centro Curumim à borda da mata (vermelho), Rego em azul. A flecha indica o Centro Curumim de Educação Ambiental que fica fora da RPPN. Mapa elaborado

sobre imagem Google Earth de maio de 2010

1.8. Pesquisa e monitoramento

1.8.1. Estudos e projetos realizados na Reserva Ecológica Amadeu Botelho e arredores:

- Composição Florística e Estrutura Fitossociológica do Estrato Arbóreo em Mata Mesófila

Semidecídua no Município de Jaú. Dissertação de Mestrado em Ciências Biológicas.

UNESP/Rio Claro. Nicolini, E. M. 1990.

-. Caracterização da Regeneração entre mosaicos de Clareiras, através do método de

banco de sementes, num fragmento florestal no município de Jaú-SP. 7º Simpósio

Internacional de Iniciação Científica da USP - Agropecuária, Piracicaba - S. P. Cavallari

Neto, M. ; Kageyama, P. Y. 1999

Page 38: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

32

- Projeto Curumim - Educação Ambiental na Reserva Ecológica Amadeu Botelho para

promover a interação sociedade/natureza. Jaú, SP. Carioba, A. C. B. M. 1998 até hoje.

- Caracterização Florística de Ecounidades na Estação Ecológica Amadeu Botelho

localizada no município de Jaú/SP. Iniciação Científica da Universidade de São Paulo,

Departamento de Ciências Biológicas da ESALQ. Souza, A. M. 1999.

- Diagnóstico da regeneração natural de fragmentos florestais situados na Bacia

Hidrográfica do Rio Jaú. Prefeitura Municipal de Jaú-Instituto Pró-Terra. Antonelli, F. 2000.

- Florística das Espécies Arbóreas que ocorrem ao logo da Trilha Ecológica da Reserva

Amadeu Botelho no Município de Jaú, SP – Subsídios para a Educaçao Ambiental. Trabalho

de coclusao de Curso, Faculdade de Ciências Biológicas UNESP/Baurú. Adati, E. F. 2001.

- Estudo de Crustáceos de Água Doce coletados na RPPN Amadeu Botelho e áreas

circunvizinhas. Instituto de Biociências/USP. Mossolin, E. C., Kiyohara, F., Bueno, S. L. S.

2001.

- Levantamento da fauna e aspectos da biologia de macro invertebrados de água doce dos

principais mananciais do Estado de São Paulo, com ênfase aos bivalves, insecta

(Plecoptera, Trichoptera e Diptera) e Crustacea (Decapoda). Programa BIOTA/FAPESP.

Silva, R. M. L. 2001.

- Levantamento Fitossociológico de um Fragmento de Floresta Estacional Semidecidual no

município de Jaú/SP. Universidade do Sagrado Coração. Bauru/SP. Vermelho, D.,

Fernandes, F. M., Posse, F. C. D., Mazziero, F. F. F., Santos, G. A., Aguiar, M. A., Paschoal,

M. E. S. 2006.

- Projeto de Recuperação de Matas Ciliares (PRMC) - Secretaria de Estado do Meio

Ambiente. Global Environment Facility (GEF), Banco Mundial – Micro-bacia Córrego Santo

Antônio), Secretaria Meio Ambiente SP. 2005 a 2011

- Dinâmica da Comunidade de Aves na Reserva Ecológica Amadeu Botelho, Município de

Jaú, SP.Monografia. Universidade do Sagrado Coraçao/Bauru. Ubaid, F. K. 2006.

- Gravação de canto de pássaros por Xeno-canto América na Reserva Ecológica Amadeu

Botelho, Jaú, SP, 2005-2006

- Levantamento fitogeográfico da fazenda Santo Antônio dos Ipês “Reserva Ecológica

Amadeu Botelho”. Trabalho de iniciação científica. Faculdades Integradas de Jaú. Silva, A.

D. 2007

- Uso do solo da APP do córrego Santo Antônio no município de Jaú. Monografia de

Graduação em Geografia. Faculdades Integradas de Jaú. Martinez, T. G., Teixeira, H. L.

2007

- Levantamento dos Mamíferos Terrestres da Reserva Ecológica Amadeu Botelho (REAB),

Município de Jaú, SP. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Sagrado Coração,

Bauru/SP. Crespi, B. P. 2007.

- Pteridófitas da Reserva Ecológica Amadeu Botelho, Jaú/SP. Universidade do Sagrado

Coração. Bauru/SP. Mazziero, F. F. F., Nonato, F. R. 2007.

Page 39: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

33

- Projeto de Revitalização das Áreas de Preservação Permanente da Bacia do Rio Jaú.

Iniciativa Verde, Instituto Pró-Terra. 2008.

- Educación Ambiental y Paisaje en los Espacios Naturales Protegidos de Brasil:

Contribuciones a la construcción del documento ENCEA (Estrategias Nacionales de

Comunicación y Educación Ambiental para el SNUC). Doctorado Interuniversitario de

Educación Ambiental Universidad Autónoma de Madrid. Sammarco, Y. M. 2008

- Dieta da ictiofauna de dois riachos de cabeceira, Bacia do rio Tietê. Sociedade de Ecologia

do Brasil. Burgos, A. H. 2010.

- Estudo do Manejo da Entrelinha de Plantio de um Reflorestamento de Mata Ciliar na

Microbacia do Santo Antonio – Jaú/SP. Instituto Pró-Terra. Souza, A. M., Robaioli, A., Vieira,

A. S. 2010

- Anurofauna da RPPN Reserva Ecológica Amadeu Botelho, município de Jaú, São Paulo,

Brasil. Faculdade Anhanguera de Bauru. Moya, G. M. 2011.

- Levantamento de Lianas da Reserva Ecológica Amadeu Botelho, no município de Jaú, São

Paulo, Brasil. Faculdade de Tecnologia de Jaú, Grupo de Estudos em Ciências Ambientais.

Mazziero, F. F. F., Justino, V. C., Carboni, M. 2011

- Proposta de Planejamento e Ações Ambientais para o Turismo Sustentável na RPPN

Reserva Ecológica Amadeu Botelho no Município de Jaú, SP. Monografia. Centro Estadual

de Educação Tecnológica Paula Souza, Faculdade de Tecnologia de Jahu. Cerino, C. F.

2011

- Caracterização de mamíferos de médio e grande porte da Reserva Ecológica Amadeu

Botelho. Trabalho de Conclusão de Curso. Graduação em Ciências Biológicas - Instituto de

Biociências. Reale, R. 2011

- Avaliação das técnicas de nucleação para restauração ecológica das matas ciliares do

córrego Santo Antônio. Faculdade de Tecnologia de Jaú. Silva, I. A. 2011

- Morcegos de um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual do

Município de Jaú, Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil. Unesp –Botucatu, São Paulo.

Pedrozo, A. R.; Uieda, W.; Guimarães, M.; Martinez, E. W. 2011

- Recuperação da Mata Ciliar de um Trecho do Rio Jaú, integrado com um Programa de

Capacitação e Formação de Agentes Multiplicadores. BNDES-Prefeitura Municipal de Jaú-

Instituto Pró-Terra. Souza, A. M. 2012.

- Relatório Visita Amadeu Botelho – Faculdade de Tecnologia de Jahu – Visita Técnica

Disciplina de Turismo. Lourenço, B. R. L. 2012

- Caracterização Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Jaú e da RPPN “Reserva Ecológica

Amadeu Botelho”. FATEC JAHU. REZENDE, J. H.; VENEZIANI JR, J. C. T. 2012 (não

publicado)

Page 40: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

34

1.8.2. Procedimento adotado para interessados em estudos e projetos na RPPN

A pessoa ou pesquisador interessado procura o gestor e apresenta o que pretende fazer. O

gestor se informa sobre o interessado e em caso de ser um estudante, entra em contato

com o coordenador. Então analisa a proposta de trabalho e se verifica que não há impacto

na RPPN, e que não vai contra os princípios de preservação e proteção, a proposta é

liberada. O gestor pede então que seja informado do esquema de trabalho, quando começa,

quanto tempo dura, a frequência de visitas, o horário, etc. Na primeira visita o gestor mostra

a área para o interessado e explica os procedimentos que devem ser adotados durante o

trabalho, o que é proibido, os cuidados a tomar no decurso dos estudos. O interessado deve

sempre avisar o gestor a hora que entra na RPPN e a hora que sai, para que se tenha um

controle de quem está dentro da mata, inclusive para a segurança do próprio pesquisador.

Sempre que possível, a pessoa que está realizando estudos na RPPN pode usar a sede do

Projeto Curumim, com banheiro, cozinha, água, energia elétrica, uma sala de reuniões e

estudos, lugar para montar barracas, sendo que o gestor sempre deve estar informado da

presença das pessoas que estão dentro da propriedade.

Até o presente momento os resultados das pesquisas e estudos realizados não foram

divulgados pela RPPN, só há a divulgação feita pelos próprios pesquisadores e

universidades. Está sendo elaborado um livro que reúne alguns estudos realizados na

Reserva até o momento e que deve ser publicado proximamente.

1.8.3. Potencialidades para estudos, pesquisas e levantamentos futuros

- Estudos mais recentes e completos da composição florística

- a presença de clareiras e zonas perturbadas, onde estudar a recuperação natural da mata.

- estudo do sub-bosque, onde já foram identificadas plantas medicinais.

- o Urubuzal, lugar onde dormem os urubus, um ponto estratégico com correntes de ar.

- a população de macacos-prego, que exigiria um estudo urgente porque já existem três grupos na Reserva e a superpopulação pode causar danos ao ecossistema.

- realização de estudos e controle de espécies exóticas e exóticas invasoras

- a relação entre as espécies de plantas e os animais da RPPN

- a área de transição entre a mata e os cultivos adjacentes, o estudo de espécies nativas que serviriam para combater o efeito de borda e que tipos de aceiros seriam mais eficientes

- os fungos e seu papel na mata

- a formiga saúva, que habita a mata e é combatida ativamente nos cultivos adjacentes.

- estudo de abelhas

- Avaliação ecológica das espécies da fauna

Page 41: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

35

1.9. Pressões e ameaças

Os fragmentos florestais são áreas isoladas de vegetação natural, verdadeiras ilhas de

biodiversidade, quase sempre circundadas por áreas agrícolas e pastoris. A exposição de

um fragmento a essas condições externas adversas pode ocasionar mudanças ecológicas e

uma deterioração da diversidade biológica ao longo do tempo. O grau de isolamento e os

efeitos de borda são alguns dos fatores que podem levar à mudanças em áreas

fragmentadas.

1.9.1. Isolamento Populações de plantas e animais em fragmentos isolados têm menores taxas de migração e

dispersão e, em geral, com o tempo sofrem problemas de troca gênica e declínio

populacional. Quanto maior for o grau de isolamento de um fragmento, mais difícil será o

fluxo gênico entre as populações da região e consequentemente, extinções locais podem

ser mais frequentes. E se a recolonização for difícil ou impossível, o resultado será a

diminuição na abundância das espécies. Segundo Shafer (1981), as mudanças ecológicas

que ocorrem em função do isolamento do fragmento são proporcionais ao seu tamanho:

quanto menor o fragmento, mais vulnerável será à extinção local devido a eventos

estocásticos, demográficos, catastróficos e genéticos.

A RPPN Amadeu Botelho faz parte de um fragmento de médio porte, que tem estado

isolado por muitos anos (Figura 36). Seu entorno é composto por pastagens e monoculturas,

ambientes intransponíveis para diversas espécies de animais da floresta. Atualmente este

fragmento está conectado à apenas pequenos trechos de mata ciliar do Córrego João da

Velha, do Córrego Santo Antônio e do rio Jaú.

Figura 36: A RPPN Amadeu Botelho e seu isolamento. Imagem: Google Earth maio 2010

Page 42: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

36

1.9.2. Efeito de borda

Um fragmento de floresta rodeado por uma área antropizada, geralmente ocupada com

agricultura ou pastagens, implica na existência de uma borda, uma região que fica exposta à

radiação solar lateral e à ação do vento, já que as espécies agrícolas geralmente possuem

reduzida altura e biomassa. Portanto as áreas de fragmentos perto da borda recebem mais

luz e ficam mais quentes, mais secas e sujeitas à ação do vento, o qual pode causar queda

de árvores e dessecação. Nestas áreas pode então ocorrer o aumento de plantas

resistentes a estas condições, favorecendo o estabelecimento de espécies características

de áreas abertas, capazes de competir com as espécies da mata e inclusive de avançar da

borda para o interior, alterando as características naturais do fragmento. Essas alterações

podem afetar profundamente a diversidade biológica, os processos ecológicos e a

sustentabilidade desses remanescentes florestais.

Em fragmentos não muito extensos, os efeitos de borda podem reduzir a área efetiva para

determinadas espécies. Além do mais, quanto maior a proporção de borda de um

fragmento, menor será a área central, que é a área efetivamente preservada e a mais similar

à vegetação original da região.

A RPPN Amadeu Botelho, por seu tamanho, sua forma recortada e a vegetação de seu

entorno, sofre as consequências do efeito de borda. Está rodeada por culturas de cana,

eucalipto, milho, café, alcachofra, laranja, noz pecan e pastagens. Foram identificados

vários pontos, principalmente nos limites entre a Reserva e as plantações de cana, milho e

pastagem, onde lianas e o capim colonião Panicum maximum (Figuras 37 e 38) estão

presentes na borda da mata, sendo que em alguns inclusive há uma certa penetração. Além

de ser uma espécie invasora que impede a regeneração da vegetação nativa, a presença do

capim representa um perigo nas épocas em que está seco porque é altamente inflamável,

aumentando o risco de incêndios.

Figura 37: Mata, colonião e cana Figura 38: Mata e colonião 1.9.3. Ocorrência de fogo

O uso do fogo no entorno de um fragmento pode causar incêndios não intencionais em seu

interior, provocando alterações drásticas na estrutura e na dinâmica das populações.

Até 2012 a queima da cana era uma prática adotada na colheita manual, em lugares onde

não se podia colher com máquinas devido à declividade do terreno. Era uma queima

controlada e raras vezes o fogo se alastrava, mas quando isso acontecia a própria equipe

dos encarregados já estava preparada e equipada para combater o fogo.

Page 43: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

37

Os incêndios que atingiram a Reserva, sendo que o mais grave ocorreu em 1993, foram

resultado de incêndios criminosos ou não intencionais, principalmente porque a RPPN está

muito próxima à zona urbana e não há uma vigilância constante, sendo possível o acesso à

sua área e ao seu entorno. Nos meses secos há um maior perigo de que o fogo atinja a

Reserva porque pode se alastrar com mais facilidade pela cana e pelo capim dos pastos do

entorno e chegar à borda da mata, onde há lugares com touceiras de capim, o que pode

facilitar a penetração do fogo mata a dentro. Há aceiros entre os cultivos e a Reserva, que

são mantidos limpos, mas quando há vento os aceiros não são capazes de brecar o fogo.

Quando ocorrem, os incêndios são combatidos com a equipe da fazenda, o Corpo de

Bombeiros do Município da Jaú e a equipe das usinas.

. 1.9.4. Macacos

Apesar de que no passado foram vistos macacos que segundo a descrição podiam ser

macacos sauá, ou Guigó, e outros macacos que sempre foram considerados macaco-prego

por sua aparência, hoje em dia só estes últimos tem sido vistos, mas nunca foram

estudados. Segundo observado, parecem ser da espécie Sapajus nigritus, antes

considerada como subespécie de Cebus apela (Figura 39).

Figura 39: Macaco-prego na RPPN Amadeu Botelho, fotografia de Paulo Guerra

Devido à sua dieta onívora, o macaco-prego é uma espécie com grande capacidade de

adaptação e pode sobreviver em áreas de florestas fragmentadas, mesmo que não sejam

muito extensas, desde que tenha acesso a plantações ao redor de seu ambiente. Sua dieta

é composta por frutas, folhas, sementes, flores, além de ovos, pequenos vertebrados como

anfíbios, répteis, aves e mamíferos, podendo interferir na reprodução de muitas espécies de

aves ao se alimentar de ovos e filhotes.

Antigamente já havia macacos na mata, viviam em grupos que sempre eram avistados. Com

o passar do tempo a população foi aumentando e atualmente existem 3 grupos que vivem

na mata, segundo relatos de quem a frequenta, e um grupo que vive no pomar da sede.

Esse aumento pode haver ocorrido devido à oferta de alimento dos cultivos no entorno da

Reserva, principalmente a cana e o milho, o que já foi inclusive documentado em vídeo

(Guerra, 2011). Quanto ao grupo do pomar, alimentam-se das frutas e ultimamente

começaram a entrar no galinheiro para comer ovos e até animais jovens.

Page 44: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

38

Se por um lado os macacos podem ser considerados uma praga para as plantações e uma

ameaça à integridade da RPPN porque podem estar contribuindo com a diminuição da

população de aves que ali fazem seus ninhos, por outro lado sua população pode começar a

sofrer um declínio devido às consequências da consanguinidade.

Na lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN ( International Union for Conservation of

Nature) (2008), essa espécie está entre as “quase ameaçadas” porque apesar de existirem

em várias áreas protegidas, as populações remanescentes estão fragmentadas e continuam

declinando.

1.9.5. Espécies exóticas

De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB (MMA, 2010), "espécie

exótica" é toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição natural. "Espécie

Exótica Invasora", por sua vez, é definida como sendo aquela que ameaça ecossistemas,

hábitats ou espécies. Essas espécies, por suas vantagens competitivas e favorecidas pela

ausência de predadores e/ou pela degradação dos ambientes naturais, dominam os nichos

ocupados pelas espécies nativas, notadamente em ambientes frágeis e degradados.

Faz alguns anos têm aparecido algumas espécies de aves que nunca tinham sido vistas na

região onde se encontra a Reserva, como o coró-coró Mesembrinibis cayennensis (Figura

40), a pomba asa branca Patagioenas picazuro, a garça boiadeira Bubulcus ibis, a curicaca

Theristicus caudatus, o tucano Ramphastos toco, o cabeça-seca Mycteria americana (Figura

41), o periquitão-maracanã Aratinga leucophthalma, o papagaio-verdadeiro Amazona

aestiva, o urubu-rei Sarcoramphus papa. Acredita-se que chegaram espontaneamente

vindos de longe. É difícil precisar se são espécies genuinamente exóticas e a época em que

as mesmas se estabeleceram, mas o fato é que se adaptaram e suas populações têm

aumentado bastante. Seria necessária uma pesquisa sobre as mesmas e sua influência no

ecossistema da Reserva para saber se sua presença pode ser considerada uma ameaça.

Figura 40: Coró-coró Figura 41: Cabeça-seca Mycteria americana

Mesembrinibis cayennensis Fotografia: Paulo Guerra

As gramíneas colonião Panicum maximum e capim napiê Pennisetum purpureum são as principais espécies vegetais exóticas que representam ameaças à Reserva.

Page 45: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

39

1.9.6. Caça

O fato de a Reserva estar tão perto da cidade facilita o acesso de caçadores. Prova de que

ainda ocorre a caça na região foi a apreensão em 2010 de espingardas, munição, facões,

armadilhas tipo alçapão e carne de um animal que não foi identificado, resultado de uma blitz

feita pela polícia ambiental no Centro Oeste Paulista (GLOBO, 2010). No total 42 pessoas foram

encaminhadas à delegacia por Crime de Caça na área de abrangência da policia ambiental que

engloba 39 municípios da região de Bauru e foram aplicadas 70 multas. Em Igaraçu do Tietê, a

Polícia Ambiental apreendeu quase quatro quilos de carne de capivara, armadilhas, cartuchos

deflagrados e espingardas. Em Jaú, cinco quilos de carne de capivara foram apreendidos em um

sítio no distrito de Potunduva. Em Pederneiras, uma pessoa foi presa por porte ilegal de armas e

crime ambiental: na sua casa havia 24 aves silvestres presas em gaiolas. Durante uma outra

operação na região, os policiais apreenderam carne de tatu, de capivara, e pássaros silvestres

em seis propriedades e no local havia dois cães de caça (TEMMAIS, 2010). Em agosto de

2011 houve a apreensão de 60 aves silvestres em cativeiro em três casas de Jaú, quando

também foram encontrados nos imóveis vários materiais usados para caçar, além de redes

e gaiolas, e também 20 kg de carne de capivara, casco de tatu, couro e chifres de animais,

caudas e cabeças de jacarés empalhadas (GLOBO, 2011). Em outubro de 2012 foram

apreendidas onze aves silvestres (sete papagaios filhotes, dois trinca-ferro, um sabiá

laranjeira e uma coleirinha papa-capim) em uma oficina mecânica, em Jaú (GLOBO, 2012).

Alguns caçadores já foram vistos por trabalhadores da fazenda ou pelos proprietários,

também já foram encontradas pistas de sua passagem dentro da mata, como pegadas,

plantas cortadas nas picadas, esperas, ceva, etc. No caso de serem vistos, os caçadores

são abordados, informados sobre a proibição da caça e orientados para que abandonem a

Reserva. Quando há a suspeita de que algum morador da fazenda está caçando, o gestor

da Reserva faz um trabalho de educação ambiental com os moradores sobre a caça e sua

proibição. Desde a época em que a fazenda era administrada pelo pai dos atuais

proprietários existe um regulamento que os trabalhadores devem assinar quando são

contratados, no qual consta a proibição da caça.

1.10. Atividades Desenvolvidas na RPPN

As atividades são: o Projeto Curumim de Educação Ambiental acima mencionado,

pesquisas e estudos também já mencionados, e parceria com alguns projetos realizados na

fazenda, como os projetos de restauração da mata ciliar dos córregos e do rio Jaú e a

formação de corredores entre a Reserva e a mata ciliar que já ocorreram e os que estão em

andamento. A fazenda na qual a RPPN está inserida se encarrega atualmente de fiscalizar e

proteger a área. O fato de haver cultivos variados limitando a mata e a necessidade de estar

cuidando dos mesmos implica uma constante supervisão em todo o perímetro da Reserva.

A polícia ambiental aparecia esporadicamente, mas com a nova lei da Fundação Florestal

agora fazem a fiscalização com mais frequência.

Page 46: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

40

1.11. Sistema de Gestão

A RPPN é administrada pelos proprietários e pelo gestor, que fazem por sua conta a

fiscalização, proteção e manutenção da infraestrutura da área, como a manutenção da trilha

usada na visitação e no programa de educação ambiental, de caminhos por dentro da mata

para que se possa ter acesso em caso de incêndios, do córrego que atravessa a mata vindo

de fora da reserva, e que leva água a algumas instalações da fazenda. Planeja-se implantar

um sistema de controle e contagem de visitantes na Reserva, para tabulação dos dados.

1.12. Pessoal

Atualmente o gestor da RPPN é Antônio Carlos Botelho Müller Carioba, o criador do

Programa de Educação Ambiental. Ele trabalha e mora na fazenda e é o encarregado da

manutenção da Reserva e de sua infraestrutura, coordenando os trabalhos que são levados

a cabo quando necessário, utilizando os trabalhadores e equipamentos da fazenda.

1.13. Infraestrutura

Na RPPN propriamente dita existem trilhas bem conservadas (as trilhas do Rego e dona

Brasília) que são usadas no programa de educação ambiental mencionado acima. Estão

localizadas na parte norte da Reserva, próximas à base do Centro Curumim de educação

ambiental, que está situado fora da Reserva. Atravessando a Reserva há dois caminhos que

sempre existiram na mata (Caminho do morro e Caminho da biquinha) e que são mantidos

limpos para possibilitar o acesso em caso de combate a incêndios e fiscalização. Também

há uma picada (Picada do cano), usada principalmente pelos pesquisadores, que

acompanha o cano que levava a água da nascente até a sede (Figura 42).

Figura 42: Caminhos, trilhas e picadas da RPPN. Trilhas do Rego (amarelo), dona Brasília (branco), Caminho do morro (azul), Picada do cano (verde), Caminho da biquinha (vermelho). A zona pontilhada também é mata mas não faz parte da RPPN. Mapa elaborado sobre imagem Google Earth de maio de 2010

Page 47: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

41

1.14. Equipamentos e serviços

Os equipamentos, serviços e materiais que a RPPN dispõe já foram mencionados, bem

como o apoio a pesquisas e visitação.

1.15. Recursos Financeiros

O único recurso financeiro de que a RPPN dispõe é o arrecadamento do programa de

educação ambiental já mencionado, o qual é aplicado na manutenção da infraestrutura do

Centro e da trilha juntamente com a turma da fazenda.

1.16. Formas de Cooperação

Atualmente não há parcerias entre a RPPN e outras instituições. Houve e há parcerias entre

a fazenda Santo Antônio dos Ipês e a ONG Instituto Pro-Terra na execução de projetos que

envolvem o entorno da RPPN, principalmente as matas ciliares dos três cursos d’água entre

os quais está inserida.

Há uma relação de cooperação entre a RPPN e os pesquisadores que nela realizam seus

estudos, durante o período da pesquisa, quando recebem apoio, orientação e toda a ajuda

que necessitem para o bom andamento do trabalho, e posteriormente, quando os resultados

são transmitidos aos proprietários e divulgados.

A Associcana (Associação dos Produtores de Cana) coopera na execução de mapas da

propriedade.

2. CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE

A Reserva está inserida na fazenda Santo Antônio dos Ipês, a qual conta com uma casa

sede construída em 1918 (Figura 43), pomar, terreiro de café com lavador e secador

(Figuras 45 e 46), máquinas de benefício de café, tulha, paióis, cocheira (Figura 44),

chiqueiro, vacaria, bezerreiro, galinheiro, duas colônias de moradores/trabalhadores com 15

casas, rancho de tratores e oficina mecânica, carroças, máquinas (tratores, caminhões, etc),

cercas de arame farpado e cercas elétricas nas pastagens (que impedem a penetração do

gado na Reserva por onde esta faz limite com os pastos). Todas as moradias possuem

fossas assépticas. Os resíduos sólidos são coletados pela fazenda e destinados ao depósito

de lixo da cidade. Toda a fazenda conta com água encanada e energia elétrica, sendo que a

rede de energia elétrica é mantida pela CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz).

Figura 43: Sede Figura 44: Cocheira e rancho de tratores

Page 48: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

42

Figura 45: Lavador e secador de café Figura 46: Terreiro

O acesso à fazenda é de asfalto até a SAEMJA (Estação de Tratamento de Água de Jaú) localizada na margem esquerda do rio Jaú. Após atravessar uma ponte sobre o rio, chega-se até a sede e demais edificações por um caminho de terra (Figura 47). O acesso ao Centro de Educação Ambiental é outro, como já foi mencionado acima, pela Estrada Pública.

Figura 47: Fazenda Santo Antônio dos Ipês. No canto inferior direito, a ponte sobre o rio Jaú. Terreiro, sede, pomar e ao fundo a Reserva. Fotografia: Cassio Vasconcellos, 25 de agosto de 2005.

Page 49: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

43

Quando a fazenda foi adquirida, no final do século XIX, toda a área era coberta por mata

virgem. Primeiro foram formadas as plantações de café, em seguida foram abertos campos

para cultivo de milho e pastagens. Por volta de 1930 foram sendo implantadas outras

culturas, como abóbora, inhame, arroz, feijão, fumo, algodão e posteriormente laranja,

limão, noz macadâmia, noz pecan, abacate, pêssego, cordia, cana-de-açúcar, banana,

goiaba, com sistema de plantio extensivo, com uso de máquinas agrícolas.

Atualmente existem na fazenda plantações de milho (50 ha), café (12 ha), cana-de-açúcar

(200 ha), girassol (50 ha) plantado em rotação com o milho, abacate (4 ha), alcachofra

orgânica (1 ha), maracujá orgânico (4 ha), milho orgânico (1 ha), pastagens (25 ha) e

pastagens orgânicas (16 ha), eucalipto (5 ha), laranja azeda (5 ha), noz pecan (1 ha). A

fazenda possui 100 cabeças de gado holandês e vende 500 a 700 litros de leite por dia. Os

cultivos que fazem limite com a RPPN são: pastagens, milho e girassol, cana-de-açúcar, noz

pecan, laranja, alcachofra, maracujá, café, eucalipto. Numa região onde predomina a

monocultura de cana-de-açúcar, a fazenda manteve a sua tradição de diversidade de

culturas, e fornece emprego a cerca de 30 trabalhadores, entre fixos e temporários.

RPPN Amadeu Botelho

Figura 48: Diversidade de cultivos da fazenda Santo Antônio dos Ipês. Fonte:

Associcana

A fazenda possui toda a infraestrutura de uma propriedade rural voltada à agricultura e

pecuária, com suas máquinas, mão-de-obra e administração, o que é uma vantagem pois

facilita a manutenção e a fiscalização da Reserva, que sempre estiveram a cargo da

fazenda. Atualmente há práticas orgânicas, como as plantações de alcachofra (Figura 20),

milho, mandioca, maracujá e pastagens, todas devidamente certificadas, e já foram

implantados corredores de espécies nativas entre a Reserva e as matas ciliares dos

córregos e do rio Jaú, que estão próximos da mata (Figura 48).

Page 50: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

44

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO ENTORNO

A área do entorno da RPPN é composta pela propriedade na qual está inserida e que já foi

descrita acima, e por um fragmento de mata de cerca de 20 hectares com as mesmas

características da Reserva, que pertence a dois irmãos dos proprietários, os quais

pretendem conservá-lo. Alguns bairros da cidade de Jaú já chegam aos limites da fazenda.

Dados da Cidade de Jaú, Estado de São Paulo

Área total: 688,34 Km²

Área Urbana: 16,33 Km² (sem o distrito de Potunduva)

Área Rural: 672,01 Km²

Área de Proteção de Mananciais: 5 mananciais

Nº de Distritos: Distrito de Potunduva

Posição geográfica: Latitude: 22º17´47" S Longitude: 48º33´28" O

Altitude: 522 metros Altitude máxima: 606 metros

Municípios limítrofes: Itapuí; Bariri; Bocaina; Dourado; Dois Córregos; Mineiros do Tietê;

Pederneiras; Macatuba e Barra Bonita.

Hidrografia: O município de Jaú é banhado pelo Rio Tietê e seus afluentes Rios Ave Maria

e Jaú. Os demais cursos d'água que atravessam o município são córregos e ribeirões.

Beneficia-se da hidrovia Tietê-Paraná através do transporte intermodal hidro-ferro-

rodoviário.

Mês de maior incidência de chuva: Janeiro

Mês de menor incidência de chuva: Agosto

Índice pluviométrico: entre 1200 mm a 1500 mm.

Temperatura média anual: 22,8º C

Temperatura média máxima: 36º C Temperatura média mínima: 18º C

Umidade relativa do ar: 70%

Bioma: Cerrado e Mata Atlântica

Uso e cobertura do solo: a maior extensão territorial corresponde à área ocupada pela

atividade do plantio de cana-de-açúcar.

Demografia: 131.068 habitantes

População Urbana: 126.971 habitantes

População rural: 4.097 habitantes

Total de homens: 64.222 Total de mulheres: 66.846

Taxa Geométrica de Crescimento Anual: 1,632

Page 51: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

45

Densidade demográfica: 191,09 (habitantes por km2)

Domicílios cadastrados: 46.906

Número médio de moradores por domicílio: 3,45 moradores

Percentual do esgoto coletado: 100% da área urbana

Percentual do esgoto tratado: 100%

Percentual de rede de abastecimento de água: 100%

Idade média da população: de 25 a 29 anos

Alfabetização: 92,4%

Faixa salarial predominante: de 1 a 2 salários mínimos

População em idade ativa (PIA): 76.236 (15 a 64 anos)

População Economicamente Ativa (PEA): 57.063

Renda per capita: (em salários mínimos): 2,65

Número de empresas atuantes: 5.295

Principais atividades econômicas: Indústria calçadista e a agroindústria canavieira

(açúcar e álcool) que ocupa mais de 90% da área do município. O setor industrial é

diversificado sendo representado também por indústrias de transformação, metal-mecânica,

alimentícias e de celulose. Na agricultura, os principais cultivos são a cana-de-açúcar, café,

milho, soja e frutas (Figuras 49 e 50). Na pecuária destaca-se o setor avícola e a criaçao de

bovinos e suínos (Figura 51).

Produto Quantidade

(toneladas)

Área plantada (ha) Valor da

produção(R$)

Abacate 71 5 29.000

Banana(cacho) 140 4 63.000

Café(em grão) 1458 900 6.677.000

Laranja 470 10 136.000

Limao 21 2 8.000

Noz(fruto seco) 9 8 27.000

Palmito 84 16 655.000

Pêssego 20 3 45.000

Tangerina 63 3 23.000

Figura 49: Quantidade produzida, área plantada e valor da produção das lavouras permanentes do município de Jaú, São Paulo. Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012

Page 52: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

46

Produto Quantidade

(toneladas)

Área plantada

(ha)

Valor da

produção(R$)

Algodao herbáceo

(em caroço)

83 33 137.000

Arroz(em casca) 180 50 90.000

Cana-de-açúcar 3.655.000 43.000 201.025.000

Milho(em grão) 3.102 660 1.023.000

Soja(em grão) 1.197 362 873.000

Figura 50: Quantidade produzida, área plantada e valor da produção das lavouras temporárias do município de Jaú, São Paulo. Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012

Tipo de rebanho Número de cabeças

Bovinos 8.880

Equinos 1.610

Bubalinos 15

Asininos 28

Muares 175

Suínos 7.115

Caprinos 97

Ovinos 2.350

Galos, frangas, frangos e pintos 189.500

Galinhas 113.270

Vacas ordenhadas 460

Figura 51: Efetivo do rebanho no município de Jaú, Sao Paulo. Fonte: IBGE, Produção

da Pecuária Municipal 2011. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

Produto Interno Bruto (PIB)

PIB da Indústria R$ 330.192.000,00

PIB da Agropecuária R$ 44.070.000,00

PIB dos Serviços R$ 1.456.236.000,00

Serviços de Saúde: Hospital Amaral Carvalho, Hospital Sociedade São Vicente de Paula,

Hospital Sociedade de Instrução Popular e Beneficência, Hospital Congregação Irmãs

Franciscanas, Fac-Fraterno Auxílio Cristão, Postos de Saúde, Santa Casa de Jaú, Hospital

Thereza Perlatti, Pronto Socorro Municipal, Hospital São Judas Tadeu.

Bancos: Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Santander, Caixa Econômica Federal, HSBC

Bank Brasil, Banespa Club Jaú, Banco Mercantil, Banco Nossa Caixa, Banco Pan-

americano, Banco ABN, Sudameris. 17 agências bancárias.

Hotéis: Vip Hotel, Hotel Jaú, Realce Hotel, Hotel Jardim, Hotel Vila Real, Residence Hotel,

Hotel São José.

Page 53: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

47

Educação: Segundo a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, estão registrados

no município de Jaú 108 estabelecimentos de ensino municipais, estaduais e particulares.

(56 de educação infantil, 47 de ensino fundamental e médio e 5 exclusivos de Educação de

Jovens e Adultos) O ensino municipal público, conforme dados da Prefeitura Municipal de

Jaú, conta com aproximadamente 12 mil alunos, distribuídos em 17 Escolas Municipais de

Ensino Fundamental (EMEF´s), 1 Extensão, 40 Centros Municipais de Educação Infantil

(CMEI´s) incluindo 28 pré-escolas (crianças de 4 a 5 anos) e 12 creches (crianças de 0 a 3

anos). O município de Jaú conta com uma unidade da Universidade de São Paulo (USP) e

sediará o Polo de Aplicação e Desenvolvimento de Tecnologia da Água, Energia e

Biomassa e o Centro de Ensino e Treinamento de Água e Energia. O município também

conta com a Faculdade de Tecnologia do Jahu (FATEC), a Universidade Aberta do Brasil

(UAB), a Universidade Corporativa Amaral Carvalho (UCAC), a instituição privada UNIESP

(antiga Faculdade Jauense) e as Faculdades Integradas de Jaú, que são parte da Fundação

Educacional "Dr. Raul Bauab". No município há também grande número de cursos técnicos

e profissionalizantes. As principais escolas são o Serviço Nacional de Aprendizagem

Industrial (SENAI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), o IBEM

(Instituto Bezerra de Menezes) e a Escola Agrícola de Jaú (Escola Técnica Estadual).

Comunicações: A população de Jaú dispõe de 36,9 terminais telefônicos para cada grupo

de 100 habitantes e serviços de telefonia celular móvel, retransmissoras de TV, provedores

de acesso à Internet, cinco emissoras de rádio (três AM e duas FM), um jornal diário, o

Comércio do Jahu, e um semanário. Possui seis agências de correio e vários postos de

venda de selos.

4. POSSIBILIDADES DE CONECTIVIDADE Com o desaparecimento de mais de 90% da mata Atlântica no Brasil, em muitas regiões

sobraram apenas pequenos fragmentos florestais isolados, as últimas testemunhas da

vegetação exuberante que um dia cobriu a zona costeira do país.

Muitos destes fragmentos são verdadeiras ilhas de biodiversidade que guardam importantes

informações biológicas, mas a sobrevivência de suas populações pode estar ameaçada

devido ao aumento de cruzamentos entre indivíduos aparentados e diminuição da

variabilidade genética. Corredores de vegetação conectando fragmentos próximos podem

facilitar o fluxo genético entre eles e garantir a sobrevivência das comunidades, além de

contribuir para a conservação dos recursos hídricos e do solo e para o equilíbrio do clima e

da paisagem.

Com a instituição do SNUC, foi reconhecida a importância da conectividade entre os

fragmentos remanescentes e foram definidos os corredores ecológicos como porções de

ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam

entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a

recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que

demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades

individuais. Os corredores podem unir Unidades de Conservação, Reservas Legais, Áreas

de Preservação Permanente ou quaisquer outras áreas de florestas naturais.

No caso da Reserva Ecológica Amadeu Botelho, as Unidades de Conservação existentes no

seu entorno são as seguintes (Figura 52):

Page 54: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

48

- EE de Sebastiao Aleixo da Silva (Estadual) em Bauru

- EE Itirapina (Estadual) em Itirapina e Brotas

- EE São Carlos (Estadual) em São Carlos

- APA Corumbataí-Botucatu-Tejupá (Estadual) em Dois Córregos, Torrinha, Santa Maria da

Serra, Itirapina, São Pedro, Corumbataí, Analândia, Charqueada, Brotas, São Carlos,

Ipeúna, Rio Claro, Barra Bonita, Botucatu, Pardinho, Bofete, Itatinga, Avaré, Perangaba,

Guareí, São Miguel, Angatuba, Tejupá, Timburi, Fatura, Piraju, Taguaí, Taquarituba, Barão

de Antonina e Coronel Macedo

- APA Ibitinga (Estadual) em Ibitinga

- APA Rio Batalha (Estadual) em Agudos e Bauru

- EEx de Araraquara em Araraquara

- EEx de Bauru em Bauru

- EEx de Itirapina em Itirapina

- EEx Pederneiras em Pederneiras

- EEx de Jaú

Figura 52: Unidades de Conservação próximas à RPPN Amadeu Botelho, indicando a localização da RPPN (flecha verde), a Estação Experimental de Jaú (flecha vermelha) e a APA Corumbataí-Botucatu-Tejupá (flecha amarela). Fonte: Arquivos digitais: Unidades de Conservação – Instituto Florestal/Fundação Florestal)

As UC mais próximas são a EEx de Jaú e a APA Corumbataí-Botucatu-Tejupá, mas a

distâncias entre elas e a Reserva não permite sua conexão através de corredores.

Um mosaico de unidades de conservação, segundo a Lei do SNUC, é “um conjunto de

unidades de conservação de categorias diferentes ou não, próximas, justapostas ou

sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas”, cuja gestão deve ser feita de

maneira conjunta e integrada. Como não existem unidades de conservação suficientemente

próximas à Reserva, não é possível a formação de um mosaico que possa ser reconhecido

pelo Ministério do Meio Ambiente.

Page 55: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

49

Entretanto, um grupo de fragmentos de diversos tamanhos conectados entre si, que

permitam a passagem de espécies, pode funcionar na prática como um fragmento maior,

permitindo o fluxo biológico e promovendo a manutenção de grande parte da biota. No

entorno da Reserva existem áreas protegidas e pequenos fragmentos de mata que já estão

conectados ou poderiam conectar-se com a RPPN através de corredores ecológicos.

As APPs das matas ciliares do Córrego Santo Antônio, do Córrego João da Velha e do rio

Jaú (Figura 53, nº 1, nº 2 e nº 3 respectivamente) foram e estão sendo restauradas através

de vários projetos desde o ano 2005:

- Projeto de Recuperação de Matas Ciliares (PRMC) - Secretaria de Estado do Meio

Ambiente - com doação de US$ 7,75 milhões do Global Environment Facility (GEF),

implementada pelo Banco Mundial – Micro bacia Córrego Santo Antônio. Durante esse

projeto, estabeleceu-se um corredor com espécies nativas entre a APP deste córrego e a

Reserva, que com o tempo foi se consolidando. 2005 a 2011.

- Projeto (Banco de Áreas) de Revitalização das Áreas de Preservação Permanente da

Bacia do Rio Jaú. Iniciativa Verde, Instituto Pró-Terra. Este restauro contou com o plantio de

12.530 árvores em uma área de 7,51 hectares. As áreas onde esses restauros foram

realizados são de grande importância para a biodiversidade, tanto em nível local, por situar-

se no entorno da Reserva, quanto em nível regional, por se tratar-se de uma região

prioritária para conexão de remanescentes através da criação de corredores ecológicos. A

recuperação deste trecho da mata ciliar do rio Jaú, justamente o trecho onde a mata está

mais próxima ao rio Jaú, proporcionou a formação de um corredor no local onde passa o

córrego formado pela nascente que há dentro da mata, e que desemboca no rio Jaú. 2008.

- Restauração de 117 hectares de Mata Atlântica em Áreas de Preservação Permanente

ciliares em propriedade rurais, localizadas nas Unidades de Gerenciamento de Recursos

Hídricos (UGRHI) Tietê/Batalha e Tietê/Jacaré – BNDES Mata Atlântica – Córrego João da

Velha e rio Jaú. 2012

A área de mata adjacente à RPPN, de propriedade de dois herdeiros, de aproximadamente

20 hectares (Figura 53, polígono rosa), é parte da mesma mata que foi conservada pelos

proprietários desde que a fazenda foi formada, apresenta as mesmas características e o

mesmo estado de conservação. O interesse dos proprietários é mantê-la como está. Esta

área é a que já está conectada com as matas ciliares do córrego João da Velha e do rio Jaú.

Há um pequeno fragmento de mata dentro da fazenda ao lado da RPPN e já conectada com

esta (Figura 53, polígono branco), o qual os proprietários decidiram manter também

preservado. No lado norte da Reserva há um fragmento de mata de um vizinho que poderia

ser conectado através de um corredor ecológico (Figura 53, polígono azul). E há muitos

fragmentos mais distantes (Figura 53, polígonos vermelhos), mas que podem ser

conectados através das matas ciliares já existentes ou que podem ser recuperadas (Figura

53, linhas vermelhas), que funcionariam como corredores. Tudo isso significaria um

incremento de aproximadamente 300 hectares de florestas conectadas à Reserva, numa

paisagem dominada por plantações e pastagens.

Page 56: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

50

Figura 53: Possibilidades de conectividade entre a RPPN e outros fragmentos. RPPN em amarelo. Mata adjacente em rosa. Matas próximas em branco e azul. Matas distantes, polígonos vermelhos. Matas ciliares existentes ou que podem ser recuperadas, linhas vermelhas. Nº 1, córrego Santo Antônio. Nº 2, córrego João da Velha. Nº 3, rio Jaú. Mapa elaborado sobre imagem Google Earth de maio de 2010

5. DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA

A Reserva Ecológica Amadeu Botelho é um fragmento de floresta, uma área única numa

zona onde predominam as monoculturas e as pastagens. É um dos últimos e o maior

remanescente do que um dia foi a vegetação original do município onde está localizada. Sua

transformação em uma RPPN é um excelente exemplo de consciência e participação do

cidadão comum na defesa da natureza, disseminando e promovendo diversas outras ações

de conservação, podendo inclusive incentivar outros proprietários da região.

Em uma região com pouquíssimos remanescentes florestais, as espécies vegetais nativas

da RPPN podem funcionar como um banco de germoplasma a ser utilizado como fonte de

sementes para a sua restauração.

Através do Programa de Educação Ambiental que vem sendo realizado desde 1998, a

Reserva tem contribuído para a sensibilização e a aprendizagem, fornecendo ao público

mais diverso uma valiosa oportunidade de entrar em contato com a natureza, conhecer a

Reserva e entender a importância de uma floresta bem conservada.

Page 57: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

51

A RPPN contribui na conservação de algumas espécies da fauna (o lobo-guará Chrysocyon

brachyurus, a jaguatirica Leopardus pardalis, o gato-maracajá Leopardus wiedii, a

suçuarana Puma concolor), consideradas vulneráveis, e da flora (a peroba Aspidosperma

polyneuron, o amendoim Pterogyne nitens a cabreúva Myroxylon peuriferum, o cedro

Cedrela fissilis, o pau-marfim Balfourodendron riedelianum, o guarantã Esembeckia

leiocarpa, o jequitibá-branco Cariniana estrellensis, o jacarandá Jacaranda macranta),

consideradas raras e importantes do ponto de vista conservacionista.

Por ser um dos últimos fragmentos florestais na região, a RPPN é um refúgio natural para a

fauna, propiciando sua reprodução e dispersão para outras áreas do entorno. Já foram

apontadas as ameaças ao ecossistema, como o efeito de borda e o isolamento, que põem

em risco a integridade deste espaço, evidenciando assim a necessidade de sua

preservação.

Por suas características, seu estado de conservação, sua biodiversidade, seu grau de

isolamento, a existência de algumas áreas perturbadas em diferentes estágios de

regeneração, a proximidade do centro urbano, o fácil acesso, a RPPN Amadeu Botelho

representa um espaço com muito potencial para o desenvolvimento de pesquisas científicas

sobre o ecossistema nela preservado, seus componentes e processos ecológicos.

Num trabalho realizado em 11 fragmentos de mata na região de Campinas dentro do

Programa Biota-Fapesp (Santos, 2003) foram localizadas 16 espécies raríssimas de

árvores, ainda sem relatos no território paulista, contrariando a frequentemente mencionada

perda de riqueza de espécies nos estudos sobre fragmentação de ecossistemas. Ainda há

áreas dentro da Reserva de difícil acesso devido à densidade da mata, que nunca foram

estudadas, e que ainda não se sabe que surpresas nos podem reservar.

Page 58: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

52

PARTE C - PLANEJAMENTO

1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE MANEJO

Com base no instrumento legal de criação da RPPN e de acordo com as potencialidades

apontadas pelo diagnóstico, foram definidos os seguintes objetivos específicos de manejo

da Reserva:

Manter a integridade da Reserva para conservar a diversidade biológica e os

recursos genéticos e proteger as espécies raras e ameaçadas;

Estabelecer medidas de proteção contra pressões e ameaças;

Promover a recuperação do ecossistema nas zonas perturbadas e nas bordas;

Proteger os recursos hídricos;

Valorizar socialmente a diversidade biológica;

Melhorar e diversificar as atividades de educação e interpretação ambiental e a

recreação, e promover o turismo ecológico;

Promover e incentivar a realização de pesquisas científicas que possam ampliar o

conhecimento sobre a região e/ou auxiliar seu manejo;

Propiciar a conectividade da RPPN com fragmentos florestais do seu entorno.

Através do diagnóstico, foram identificados os pontos fortes, os pontos fracos, as

oportunidades e as ameaças e pressões relativos à REAB, os quais devem nortear o

manejo da unidade.

Os pontos fortes e oportunidades foram: - A riqueza da biodiversidade

- O bom estado de conservação

- Presença de espécies raras e ameaçadas

- Potencial para desenvolver maior número de pesquisas

- Existência de corredores ecológicos que conectam a Reserva com APPs e possibilidade

de conexão com fragmentos florestais

- O programa de educação ambiental que funciona desde 1998 e a infraestrutura existente

- Possibilidade de melhoras e diversificação do programa

- A visitação só em área restrita, o restante só destinado a conservação

- Está rodeada pelas terras dos mesmos proprietários que a criaram

- Engajamento dos proprietários na questão ambiental

- Presença de cultivos ecológicos em áreas adjacentes

- Apoio da fazenda

- Proximidade da cidade, facilitando a visitação e pesquisas

- Recursos de compensação ambiental

Page 59: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

53

Os pontos fracos, ameaças e pressões foram: - Inexistência de parcerias

- Efeito de borda

- Deficiências na infraestrutura (centro, trilha)

- Fiscalização e manutenção deficientes

- Inexistência de equipamento de combate a incêndio e pessoas preparadas

- Falta de integração com a comunidade do entorno

- Divulgação das pesquisas deficiente

- A RPPN não é economicamente autossuficiente

- A baixa cobertura vegetal natural na região do entorno da Reserva o que agrava o

isolamento das espécies nela contidas

- O crescimento urbano nos arredores da Reserva e a falta de lazer para as populações

urbanas vizinhas, o que aumenta a incidência de invasão da RPPN por humanos,

aumentando o risco de incêndios, a incidência de caça e as invasões biológicas

- Presença de espécies exóticas

- Placa da reserva e placas de sinalização na trilha em mal estado

2. ZONEAMENTO

Com base nos dados obtidos no diagnóstico, foi definido o zoneamento da Reserva,

estabelecendo usos diferenciados para cada espaço levando-se em conta suas

características e potencialidades e de acordo com o que já vem ocorrendo no local (Figura

54).

Não foi incluída a zona silvestre porque não há áreas totalmente inalteradas que nunca

sofreram a intervenção humana. Quando a fazenda foi adquirida houve retirada de madeiras

nobres para a construção da sede e em 1993 houve um incêndio que atingiu algumas áreas.

Mas a mata foi se recuperando e a área mais central da Reserva apresenta atualmente o

aspecto de uma floresta com alto grau de integridade.

As atividades de administração e recepção de visitantes e pesquisadores se concentram no

Centro de Educação Ambiental já descrito acima, que está localizado fora dos limites da

Reserva. Dentro da RPPN, portanto, foram estabelecidas quatro zonas: proteção, visitação,

transição e recuperação.

Page 60: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

54

Figura 54: Mapa do Zoneamento da RPPN Amadeu Botelho. V – zona de Visitação (amarelo). P – zona de Proteção (verde). T – zona de Transição (rosa). R1, R2, R3, R4, R5 – zonas de Recuperação (laranja). Picada do cano (verde). Caminho do morro (azul). Caminho da biquinha (vermelho). Trilhas do Rego (amarelo). dona Brasília (branco). A área pontilhada de azul também é mata mas não é RPPN. Mapa

elaborado sobre imagem Google Earth de maio de 2010

Page 61: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

55

2.1. Zona de Proteção

Área com um grau mínimo de intervenção humana. Engloba toda a área central da Reserva,

ocupa sua maior parte e contém uma nascente e espécies da flora e da fauna de grande

valor científico. Trata-se da zona mais conservada, com algumas clareiras em avançado

processo de sucessão ecológica florestal. É de difícil penetração, cortada apenas por uma

picada muito fechada e dois caminhos (Figura 54, sinalizada com a letra P). Esta zona está

conectada com a área de mata (a área pontilhada da Figura 54) que não é RPPN.

- O objetivo dessa zona é a preservação do ambiente natural, a proteção dos recursos

hídricos, o monitoramento da evolução dos processos de regeneração natural, a promoção

de atividades de pesquisa científica e de visitação de baixo impacto (caminhadas e

observação de aves). A visitação de baixo impacto é entendida como uma visitação feita por

grupos de no máximo 10 pessoas, somente um grupo por semana. A visitação de baixo

impacto será realizada somente na Picada do cano, no Caminho do morro e no Caminho da

biquinha (Figura 54).

2.1.1. Normas da Zona de Proteção

Atividades permitidas: - A fiscalização, a pesquisa, o monitoramento ambiental e a visitação de baixo impacto

acompanhada de um guia da RPPN, sempre previamente autorizados pelo gestor da

Reserva

- A manutenção manual da picada e caminhos - O uso da picada e caminhos somente com a mínima intervenção possível, seja para fins

de fiscalização, pesquisa, monitoramento ou visitação de baixo impacto

- A coleta de material biológico para pesquisa mediante aprovação do gestor da Reserva,

atendendo às exigências de licença de coleta determinadas pela legislação vigente

- As ações necessárias para resgate, prevenção e combate a incêndios e para garantir a

proteção desta zona

- O uso de equipamentos sempre que sejam retirados pelo pesquisador responsável ao

terminar a pesquisa

- A construção de uma torre de observação no local mais elevado da Reserva

As atividades permitidas não poderão comprometer a integridade dos recursos naturais A fiscalização será eventual ou em casos de necessidade É proibido fumar ou fazer uso de fogo na área da Reserva

Page 62: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

56

2.2. Zona de Visitação

Esta zona, no extremo norte da Reserva, abarca uma área de aproximadamente 70.000

metros quadrados, onde estão localizadas as trilhas interpretativas usadas no Programa de

Educação Ambiental (Figura 54, em amarelo, sinalizada com a letra V). As atividades de

educação ambiental, ecoturismo, recreação, interpretação e lazer serão realizadas somente

nesta zona. Não há infraestrutura instalada além das trilhas e placas de identificação de

espécies vegetais.

- O objetivo dessa zona é a manutenção do ambiente natural, a proteção da vegetação

ciliar, a ordenação das ações de educação ambiental, recreação, pesquisa científica,

fiscalização, e o estabelecimento de estruturas e elementos interpretativos conforme

necessário.

2.2.1. Normas da Zona de Visitação

Atividades permitidas: - A pesquisa científica, monitoramento ambiental, visitação, recreação, turismo ecológico,

eliminação de espécies invasoras, plantação de espécies nativas e fiscalização

- A instalação de equipamentos para pesquisas, sempre que previamente autorizada pelo

gestor da Reserva, sendo que qualquer equipamento será, obrigatoriamente, retirado pelo

pesquisador responsável ao terminar a pesquisa

- A instalação de equipamentos para a interpretação dos recursos naturais, observação da

fauna e recreação, sempre que estejam integrados com a paisagem local

- As ações necessárias imprescindíveis à manutenção da visitação pública, como

manutenção, desobstrução e limpeza do córrego e da trilha e controle da erosão causada

por enchentes

- As ações necessárias para resgate, prevenção e combate a incêndios e para garantir a

proteção desta zona e dos visitantes

- A construção de um observatório de aves num local escolhido pelo gestor

As atividades permitidas não poderão comprometer os recursos naturais

As atividades educativas e turísticas dentro da zona de visitação devem ser agendadas

previamente e ter o acompanhamento de um guia da RPPN, estando condicionadas à

capacidade de suporte das trilhas

Todo o resíduo produzido nessas áreas em decorrência de atividades eventuais deve ser

conduzido para local adequado fora da Reserva

A fiscalização será constante É proibido o tráfego de veículos nesta zona É proibido fumar ou fazer uso de fogo na área da Reserva

Page 63: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

57

2.3. Zona de Transição

Corresponde a uma faixa de 10 metros ao longo do perímetro da Reserva, da borda para

seu interior, menos a parte em que a Reserva faz limite com o fragmento de mata que junto

com ela constitui toda a mata conservada, fragmento este que não foi transformado em

RPPN (Figura 54, na cor rosa, sinalizada com a letra T, a parte pontilhada é a mata vizinha

que não é RPPN). Nesta zona há muitos pontos onde se nota a invasão de gramíneas

exóticas. Há cercas de arame farpado onde as pastagens margeiam a Reserva. Sua função

é proteger a RPPN dos impactos do entorno. Esta zona poderá receber, também, toda a

infraestrutura e serviços da RPPN, quando for o caso.

- O objetivo desta zona é servir como filtro e faixa de proteção para combater o efeito de

borda e absorver os impactos provenientes da área externa, que poderiam resultar em

prejuízo aos recursos da RPPN.

2.3.1. Normas da Zona de Transição

Atividades permitidas:

- Pesquisas, monitoramento, fiscalização, proteção, eliminação de espécies invasoras e

plantação de espécies nativas

- Instalação de equipamentos, infraestrutura e facilidades para pesquisas, conforme as

necessidades, que deverão ser previamente autorizadas pelo gestor da Reserva e retirados

pelo pesquisador responsável ao terminar a pesquisa

- A erradicação de plantas exóticas invasoras, o plantio de espécies adequadas e o controle

da erosão

- As operações mecanizadas para a eliminação de espécies exóticas e limpeza de aceiros

As atividades permitidas não poderão comprometer os recursos naturais Todo o resíduo inorgânico produzido nessas áreas em decorrência de atividades eventuais

deverá ser conduzido para local adequado fora da Reserva

A fiscalização e monitoramento nesta zona serão permanentes e sistemáticos. É proibido fumar ou fazer uso de fogo na área da Reserva

2.4. Zona de Recuperação

É aquela que contém áreas de mata perturbada onde é difícil o processo de regeneração

natural, com grande cobertura de gramíneas invasoras e lianas. Trata-se de uma zona

provisória, pois uma vez restaurada, será incorporada à zona de proteção. São cinco áreas

que juntas compreendem aproximadamente 23.500 metros quadrados (Figura 54, na cor

laranja, sinalizadas com as letras R1 – 6.000 m2, R2 – 7.000 m2, R3 – 2.000 m2, R4 –

2.200 m2, R5 – 6.300 m2). A área R5 encontra-se aos dois lados de um caminho que passa

por dentro da floresta, servindo apenas como eixo comunicativo entre as plantações durante

a safra, não sendo usado no restante do ano.

Page 64: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

58

- O objetivo desta zona é deter a degradação dos recursos e recuperar as características

naturais do ecossistema original, eliminando gradualmente as espécies invasoras com o

mínimo impacto sobre as espécies nativas em regeneração, criando assim condições para o

restabelecimento dos processos naturais de sucessão secundaria.

2.4.1. Normas da Zona de Recuperação

Atividades permitidas:

- Pesquisas, monitoramento, fiscalização, proteção, eliminação de espécies invasoras e

plantação de espécies nativas

- A instalação de equipamentos de pesquisa sempre que previamente autorizados pelo

gestor da Reserva e retirados pelo pesquisador responsável ao terminar a pesquisa

- A erradicação de plantas exóticas invasoras e o plantio de espécies nativas

- As ações necessárias para resgate, prevenção e combate a incêndios e para garantir a

proteção e integridade desta zona

As atividades permitidas não poderão comprometer os recursos naturais Serão incentivadas e priorizadas pesquisas sobre os processos de regeneração natural Todo o resíduo inorgânico produzido nessas áreas em decorrência de atividades eventuais

deverá ser conduzido para local adequado fora da Reserva

A fiscalização e monitoramento nesta zona serão permanentes e sistemáticos É proibido fumar ou fazer uso de fogo na área da Reserva

3. PROGRAMAS DE MANEJO

3.1. Programa de Administração e sustentabilidade econômica

A administração da RPPN será efetuada por um gestor com apoio dos proprietários. Como

já vinha ocorrendo antes da elaboração do plano de manejo, o gestor será responsável pela

coordenação de todas as ações realizadas na reserva, tais como o acompanhamento

financeiro e contábil, a captação de recursos, a compra de materiais e equipamentos, a

construção de edificações e a implantação e manutenção de infraestruturas, a coordenação

dos calendários de visitação, de pesquisas e de oficinas, a coordenação e supervisão dos

trabalhos de recuperação e plantação e a contratação e capacitação de funcionários,

quando necessário.

3.1.1. Administração

Objetivos

- Administrar a RPPN de forma que ela possa alcançar os objetivos definidos no

Plano de Manejo.

Page 65: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

59

Atividades e normas - Gerenciar e acompanhar os programas de manejo, compatibilizando todas as atividades previstas - Tentar estabelecer parcerias com ONGs, instituições públicas e privadas e a sociedade civil - Realizar registros contábeis, contratações e atividades financeiras - Revisar o regulamento da RPPN em vigor, sendo que o mesmo deverá conter as normas

de visitação, pesquisa científica e utilização das estruturas físicas da RPPN

- Registrar as atividades realizadas e ocorrências na área da RPPN, organizando os

documentos e mantendo disponível uma cópia do plano de manejo

- Providenciar a execução de toda a infraestrutura e das placas indicativas, educativas,

interpretativas e informativas

- Manter em bom estado de conservação e limpeza toda a infraestrutura da RPPN, como o

centro, as trilhas, placas de sinalização e equipamentos da reserva

- Coordenar e supervisionar os trabalhos de recuperação, retirada de espécies exóticas e

plantação de espécies adequadas, transportando as sobras e o material não usado para

fora da Reserva

- Fazer avaliação periódica dos programas - As construções a serem instaladas deverão estar integradas com a paisagem local

3.1.2. Sustentabilidade econômica Objetivos: - Captar recursos e investir os recursos advindos da visitação na manutenção e aquisição de equipamentos e infraestrutura Atividades e normas: - Conseguir recursos financeiros através do Pagamento de Serviços Ambientais, do

Programa Produtor de Água da ANA (Agência Nacional de Águas), da aplicação da

compensação ambiental e do ICMS ecológico, da troca de áreas conservadas e

recuperação de áreas alteradas por recursos financeiros no mercado de sequestro de

carbono

- Verificar a possibilidade de captação de recursos em instituições que financiam projetos na

área ambiental, como o Citibank, o BNDES, O Boticário, SOS Mata Atlântica, Iniciativa

Verde, Natura, FEHIDRO, entre outras

- Reabilitar o centro fazendo reparos estruturais, adquirindo móveis, equipamentos e

materiais quando necessário

Page 66: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

60

- Adquirir todo o material necessário para o bom andamento dos programas (ferramentas,

equipamentos, placas, produtos de divulgação, material didático e informativo)

- Implementar a venda de produtos (camisetas, chaveiros, guias, etc) e serviços inerentes à

reserva (cobrança de ingressos e serviços prestados voltados à visitação) e também de

produtos confeccionados na fazenda (queijos, geleias, pão, etc). Os produtos a venda e os

materiais com que serão confeccionados não serão retirados da área da Reserva

3.2. Programa de Proteção, Manejo e Fiscalização

Este programa incluirá ações para proteger os visitantes, o patrimônio, os ecossistemas e a

biodiversidade da RPPN, e para manejar as áreas perturbadas.

Objetivos

- Proteger a biodiversidade, os recursos naturais e a infraestrutura da RPPN

- Garantir a proteção dos funcionários, visitantes e pesquisadores

- Manejar as áreas perturbadas visando sua restauração

- Fiscalizar a área para identificação e combate às pressões, ameaças e impactos que

afetam a reserva

Atividades e normas - Disponibilizar um mapa detalhado da RPPN e toda a informação referente à proteção e

segurança

- Equipar a Reserva com o material necessário para a segurança e proteção de funcionários

e visitantes

- Identificar pontos estratégicos para colocar placas da RPPN, placas de proibido caçar e

placas de risco de incêndio

- Elaborar um Painel da Seção de Comando de Incidente – SCI, o qual identificará os

possíveis acionamentos e ficará visível para os visitantes para orientá-los em como proceder

em casos de incêndios e otimizar o tempo resposta

- Revisar e consertar a cerca nos limites entre a Reserva e as pastagens - Manter limpos os aceiros ao redor da Reserva - Eliminar as gramíneas exóticas ao longo do perímetro da Reserva - Serão permitidas operações mecanizadas para a eliminação de espécies exóticas e

limpeza de aceiros

- Apoiar e incentivar projetos de recuperação de matas ciliares próximas e de corredores ecológicos - Elaborar plano de fiscalização e monitoramento - Identificar local para a construção de uma torre de observação

Page 67: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

61

- Proporcionar à equipe da fazenda treinamento de resgate, primeiros socorros e combate a

incêndios, através de parceria com o corpo de bombeiros e outras instituições

- Estabelecer parceria com a Polícia Ambiental de Barra Bonita (responsável pelo município

de Jaú) para colaborar com as atividades de prevenção, fiscalização e em casos de crimes

ambientais

- Propor ao Corpo de Bombeiros Militar a elaboração de um Termo de Cooperação em

casos de acionamentos para atender as ocorrências de incêndios florestais

- Revisar regulamento para moradores da fazenda - Conscientizar as comunidades vizinhas sobre o assunto dos incêndios, caça e captura de

animais e extração de plantas

3.3. Programa de Pesquisa e Monitoramento

Como já foi mencionado no Diagnóstico, muitas pesquisas e estudos já foram realizados na

REAB. Vários fatores fazem dela um lugar com muito potencial para pesquisas: o fácil

acesso, a disponibilidade de uma infraestrutura de apoio aos pesquisadores, as

características de seu ecossistema, sua localização e isolamento, suas zonas perturbadas

em diferentes estágios de recuperação, a proximidade de áreas de proteção permanente e

as possibilidades de conectividade com outros fragmentos, a grande diversidade de

espécies de flora e fauna que ainda não foram estudadas. O estudo da população de

macacos que vem aumentando e a recente chegada de espécies da fauna que não existiam

na Reserva são considerados prioritários porque podem estar afetando o equilíbrio do

ecossistema.

Todas as áreas da Reserva são propícias para a realização de pesquisas e estudos: a zona

de proteção por seu bom estado de conservação e biodiversidade, a zona de recuperação

para estudar os processos de regeneração e sucessão, a zona de transição para pesquisas

sobre o efeito de borda, a zona de visitação para estudos de impactos ambientais, avaliação

de atividades didáticas, etc.

Será revisado o atual regulamento da RPPN, no qual serão incluídas todas as normas e

procedimentos recomendados aos pesquisadores. Não existem grandes riscos para quem

penetra na RPPN, porque trata-se de um fragmento relativamente pequeno, sem

precipícios, cachoeiras ou animais ferozes. Os únicos perigos seriam as cobras, abelhas e

vespas, e a possível desorientação dentro da mata, mas o gestor sempre está informado

sobre a presença de pesquisadores na Reserva, conhece a mata, e pode agir com rapidez

em casos de emergência, inclusive contando com o apoio da equipe da fazenda.

O Centro Curumim de Educação Ambiental, já descrito acima e localizado a poucos metros

da Reserva, oferece uma série de facilidades aos pesquisadores: sala de trabalho e

reuniões, refeitório, banheiros, cozinha, água e luz elétrica.

Objetivos

- Estimular as pesquisas científicas para aprofundar os conhecimentos sobre a RPPN e

avaliar periodicamente as condições ambientais da Reserva

Page 68: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

62

Atividades e normas

- Contatar e estabelecer parcerias com centros de pesquisa e universidades como a USP,

UNESP, USC, FATEC, FIJ, entre outras, visando incentivar pesquisas na área, tais como:

mapeamento geológico, estudo do relevo, processos de regeneração da mata, espécies

nativas com potencial para formar cinturão de proteção ao redor de fragmentos florestais, o

efeito de borda, a conectividade, mobilidade da fauna através dos corredores ecológicos,

levantamentos florísticos e faunísticos complementando os já realizados, estudos do

comportamento de mamíferos, dispersão, etc

- Elaborar e disponibilizar aos pesquisadores um mapa georreferenciado que contenha

todas as trilhas, caminhos, picadas e principais pontos de referência

- Organizar o acervo bibliográfico sobre a RPPN, adquirindo cópias de todos os trabalhos já

realizados

- Revisar o regulamento da RPPN, o qual deverá conter as normas de pesquisa científica e

utilização das estruturas físicas da RPPN

- Elaborar um contrato a ser assinado pelos pesquisadores antes do início das pesquisas - Os estudos e pesquisas deverão ser previamente aprovados pelo gestor - O gestor sempre deve ser informado das entradas e saídas do pesquisador - Os pesquisadores podem utilizar o Centro desde que previamente autorizados - Os pesquisadores deverão disponibilizar os dados de seus estudos durante o andamento da pesquisa - Após a publicação do trabalho de pesquisa, o mesmo deverá ser encaminhado ao gestor

em uma via impressa e uma via digital

- Elaborar e instituir um sistema de monitoramento ambiental para a RPPN, o qual deverá

conter as rotinas, os atributos e atividades a serem monitorados

- Identificar as espécies adequadas a serem plantadas na zona de transição e colher

sementes na Reserva para fazer um viveiro de mudas que serão usadas na recuperação

das áreas degradadas e nas bordas

- A atividade de monitoramento deverá ser realizada pelo gestor e poderá ser auxiliada por

guias e funcionários da RPPN devidamente capacitados e/ou por pesquisadores

3.4. Programa de Visitação

Como a atividade de visitação na Reserva Ecológica Amadeu Botelho já é desenvolvida

desde 1998, antes de ser transformada em uma RPPN, o programa de visitação definirá

ações para melhorar os procedimentos. A instalação de algumas estruturas e facilidades

também foi prevista para diversificar as atividades já existentes.

Page 69: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

63

Objetivos

- Dar continuidade ao programa de educação ambiental já existente, diversificando as

atividades

- Instalar estruturas e facilidades para apoiar o programa

Atividades e normas - Elaborar material didático e informativo (lâminas de espécies de fauna e flora existentes na

RPPN, folhetos, quadro com normas, cartilhas, manuais de identificação, entre outros) os

quais deverão ser criados em linguagem adequada e específica para a RPPN

- Colocar placas indicativas, informativas e educativas nas trilhas

- Elaborar mais atividades para incorporar ao programa já existente

- Capacitar periodicamente os guias da RPPN que irão atender os visitantes - A visitação deverá ser agendada com antecedência

- As atividades educativas devem ter o acompanhamento de um guia da RPPN - Identificar outras trilhas com potencial para interpretação e educação ambiental e um espaço para reunião de grupos - Identificar um local adequado para a construção de um observatório

- Realizar processos sistemáticos de avaliação para verificar a eficácia das atividades

3.5. Programa de Comunicação

A Reserva já é relativamente conhecida no município: muitos estudantes e grupos diversos

já a visitaram através do Programa de Educação Ambiental que funciona desde 1998, a

mata está muito próxima e é visível desde muitos pontos da cidade de Jaú, a fazenda e a

RPPN pertencem a uma família conhecida e estabelecida na região desde o século

dezenove. Porém o número anual de visitantes e pesquisadores ainda é pequeno, tornando-

se necessário adotar medidas para incrementá-lo. A elaboração do Plano de Manejo e sua

execução são ferramentas importantes para um maior conhecimento e valorização deste

espaço único, um impulso para renovar, melhorar e organizar as atividades necessárias

para uma gestão eficiente da Reserva. O primeiro passo foi a Apresentação do Plano de

Manejo ao público, que ocorreu na cidade de Jaú no dia 15 de março (ANEXO 7). Foi criada

também a página web da Reserva (http://www.rppnamadeubotelho.com.br/).

Objetivos

- Divulgar a RPPN como uma área muito importante no município para a conservação dos

recursos naturais, para o desenvolvimento de pesquisas científicas, de recreação e de

educação ambiental.

Atividades e normas

- Atualizar periodicamente a página web, inserindo todo o material disponível sobre a RPPN,

como pesquisas, estudos, notícias, textos de interesse, atividades, programas, e o próprio

Plano de Manejo, quando for aprovado.

Page 70: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

64

- Divulgar as atividades realizadas na RPPN nos meios de comunicação

- Divulgar as atividades de educação ambiental junto às escolas do município e municípios vizinhos

- Divulgar as potencialidades e disponibilidade da RPPN nas universidades e centros de pesquisa

- Divulgar os resultados das pesquisas nos meios de comunicação, seminários e congressos

sempre que possível

- Incentivar outros proprietários a criar RPPNs, recuperar matas ciliares e estabelecer

corredores biológicos

- Sensibilizar os vizinhos sobre a importância da RPPN

- Elaborar material de divulgação (folders, camisetas, chaveiros, bonés, etc) que deve ser

confeccionado com materiais reciclados ou fabricados com baixo impacto ambiental

- Participar em eventos relacionados com a conservação e educação ambiental sempre que possível

4. PROJETOS ESPECÍFICOS

A seguir são apresentadas idéias de projetos que deverão/ poderão ser elaborados pela

RPPN Amadeu Botelho e parceiros, visando complementar os programas do plano de

manejo e atender seus objetivos. A demanda e apresentação desses projetos para

possíveis financiadores dependerá dos editais/recursos disponíveis e parcerias a serem

estabelecidas.

4.1. PROJETO DE RECUPERAÇAO DE ÁREAS PERTURBADAS

Tem por objetivo a recuperação das áreas perturbadas já indicadas e descritas no

zoneamento. Será recomendado um estudo prévio das características específicas de cada

área a ser recuperada, levando em conta seu levantamento florístico e fisionômico, seu grau

de perturbação e seu potencial de auto recuperação, para a escolha das práticas mais

adequadas, eficientes e de menor impacto no processo de recuperação. O viveiro de

espécies nativas a ser instalado para a plantação de mudas na zona de transição pode

contribuir no fornecimento de mudas para este projeto.

4.2. PROJETO DE ADEQUAÇÃO DAS ATIVIDADES NA ÁREA DE ENTORNO

Tem por objetivo a melhor adequação das atividades realizadas na área de entorno da

RPPN (na fazenda onde está inserida e vizinhos mais próximos), através de campanhas

informativas, atividades de educação ambiental, incentivos, orientação e participação nas

atividades do entorno. Espera-se poder:

- Minimizar possíveis efeitos negativos provenientes das atividades realizadas no entorno

que possam influenciar na manutenção da estabilidade ambiental da RPPN

- Estimular e propor vínculos entre as atividades produtivas da fazenda e as atividades de

educação ambiental já existentes.

- Evitar danos à RPPN

Page 71: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

65

4.3. PROJETO DE MANEJO DOS MACACOS-PREGO DA REAB

Desde que foram adquiridas as terras onde se encontra a fazenda já havia registros da

presença de macacos. Entretanto a população de macacos-prego na Reserva aumentou

nos últimos anos, e não se sabe se esse aumento pode estar prejudicando o ecossistema.

Esse projeto incentivará pesquisas que identifiquem a melhor forma de manejo do aumento

da população dos macacos-prego dentro da RPPN, sendo necessários estudos sobre esses

primatas para identificar se pertencem realmente à espécie Sapajus nigritus, para verificar

consanguinidade e se há registros de hibridação com possíveis solturas de outras especies

de Cebus ou Sapajus, além da realização de avaliações comportamentais, análise da dieta

alimentar, verificação da disponibilidade dos alimentos naturais para esta espécie na RPPN

e uma avaliação quantitativa e qualitativa dos possíveis danos causados no ecossistema. A

manutenção e aumento dos corredores ecológicos já existentes entre a Reserva e APPs e a

parceria com projetos de restauração das matas ciliares dos cursos d’água que circundam a

Reserva seriam uma maneira de propiciar a dispersão destes primatas diminuindo a pressão

sobre o ecossistema da RPPN.

4.4. PROJETO DE MANEJO DE ESPÉCIES EXÓTICAS

As Espécies Exóticas Invasoras são organismos que, introduzidos fora da sua área de

distribuição natural, ameaçam ecossistemas, habitats ou outras espécies (IBAMA, 2006).

Nos últimos anos foram observadas espécies de aves na fazenda e na Reserva que nunca

tinham sido vistas na região, e sua população vem aumentando. Esse projeto tem como

objetivo a produção de um inventário de espécies exóticas existentes na Reserva e um

estudo sobre as mesmas, que compreenda suas características biológicas e ecológicas, os

impactos que possam causar ou já estão causando no ecossistema e possíveis soluções no

caso de ser necessário seu manejo.

4.5. OBSERVATÓRIOS

Esse projeto tem como objetivo o planejamento e construção de um observatório de animais

silvestres e de uma torre de observação. O observatório deverá ser uma construção

integrada com o meio ambiente e destinada a servir de abrigo e esconderijo para os

observadores. Deve estar localizado num local estabelecido pelo gestor da Reserva,

próximo a um ponto atrativo onde haja boa disponibilidade de alimento e água, na Zona de

Visitação. Poderá ser uma “cabana” retangular medindo aproximadamente 4 metros de

comprimento e 2,5 metros de profundidade, com apenas três paredes, já que o lado

contrário ao ponto atrativo não precisa ser fechado, e com aberturas na parede do lado do

ponto atrativo para observação. A torre de observação, por outro lado, deverá ser integrada

com a mata, construída no ponto mais alto da RPPN, que se encontra na Zona de Proteção,

e servirá para uma melhor fiscalização.

Os projetos descritos não possuem cronograma pré-definido de execução. Sua

aplicação e/ou implantação se dará conforme disponibilidade de recursos, parcerias, ou

demais formas e instrumentos para sua concretização no menor tempo possível.

Page 72: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

66

5. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES E CUSTOS

PROGRAMA DE MANEJO Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Programa de administração e sustentabilidade

Gerenciar programas x x x x X

Buscar recursos e parcerias x x x x X

Implementar venda de produtos e serviços x x x x X

Realizar registros, contratos x x x x X

Revisar regulamento x

Adquirir ferramentas R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 200,00 R$ 200,00 Adquirir materiais didáticos e de divulgação R$1.000,00 R$1.000,00 R$1.000,00 R$1.000,00 R$1.000,00 Adquirir material de sinalização R$ 230,00

Conservação da infraestrutura e equipamentos R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 500,00 Reformas estruturais no centro de ed. ambiental R$3.000,00

Avaliação dos programas x x x x X

Programa de proteção, manejo e fiscalização

Elaborar mapa R$ 100,00

Adquirir material primeiros socorros R$ 50,00 R$ 50,00 R$ 50,00 R$ 50,00 R$ 50,00 Adquirir material para combate a incêndios R$3,000,00

Treinamento equipe fazenda x x X

Construção e manutenção de um viveiro R$2.000,00 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 500,00 R$ 500,00 Erradicar gramíneas, plantar mudas, limpar, regar, combater formigas)

R$3.000,00

R$2.000,00 R$1.000,00 R$1.000,00 R$1.000,00

Arrumar cercas R$2.000,00

Limpar aceiros R$1.000,00 R$1.000,00 R$1.000,00 R$1.000,00 R$1.000,00 Manutenção de caminhos R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00

Contato com vizinhos x x x x X

Conscientizar moradores x x x x X

Estabelecer fiscalização periódica x x x x X

Apoio a projetos recuperaçao matas ciliares x x x x X

Estabelecer parcerias com Corpo de Bombeiros e Polícia Ambiental

x

Identificar local para torre de observação x

Revisão do regulamento para moradores x

Programa de pesquisa e monitoramento Revisar regulamento para pesquisadores x

Estabelecer parcerias com universidades x x x x X

Elaborar mapa da RPPN x

Organizar acervo bibliográfico x

Elaborar sistema de monitoramento x

Programa de visitação Diversificar atividades educativas x x X

Colocar placas na trilha R$ 100,00

Capacitar guias x x x x X

Identificar outras possíveis trilhas x

Identificar espaço para grupos na trilha x

Elaborar material didático e informativo x x X

Identificar local para observatório x

Preparar espaço para grupos na trilha R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 100,00 Manutenção da trilha R$ 300,00 R$ 300,00 R$ 300,00 R$ 300,00 R$ 300,00 Avaliação das atividades x x x x X

Programa de comunicação Incentivar outros proprietários x x x x X

Divulgar RPPN junto a universidades, escolas e meios de comunicação

x x x x X

Divulgar resultados das pesquisas em congressos, seminários

x x x x X

Sensibilizar vizinhos x x x x X

Atualizar a página web x x x x X

Elaborar material de divulgação x

Participar em eventos x x x x X

TOTAL POR ANO R$17.180,00 R$6.250,00 R$5.250,00 R$5.250,00 R$5.250,00

TOTAL: R$ 39.180,00

Page 73: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

67

PARTE D - INFORMAÇÕES FINAIS

1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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UBAID, F.K. Dinâmica da Comunidade de Aves na Reserva Ecológica Amadeu Botelho,

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VERMELHO, D., FERNANDES, F. M., POSSE, F. C. D., MAZZIERO, F. F. F., SANTOS, G.

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Page 76: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

70

2. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Page 78: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

72

3. ANEXOS

ANEXO 1

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73

ANEXO 2

Famílias, gêneros e espécies vegetais amostrados na Reserva Ecológica Amadeu Botelho, acompanhados de seus nomes populares regionais, quando conhecidos (Nicolini, 1990). Os nomes científicos das espécies são aqueles em vigor na época da publicação deste estudo. Em cinza: espécies quase ameaçadas (Resolução SMA 48, 2004). * Espécies arbóreas que não entraram no levantamento, mas de ocorrência na área de estudo.

Família Espécies Nome Popular

Acanthaceae

Justicia brasiliana Roth.

Justicia flexuosa (Nees.) Wasshausen*

Geissomeria schotiana Nees*

Anacardiaceae

Astronium graveolens Jacq. Guaritá

Schinus therebintifolius Raddi* Falso-pimenteiro

Annonaceae

Rollinia salicifolia Schlecht Araticum

Apocynaceae

Aspidosperma cylindrocarpon Muell. Ar. Peroba-poca

Aspidosperma polyneuron Muell. Arg. Peroba

Aspidosperma ramiflorum Muell. Arg. Guatambu

Peschiera fuchsiaefolia Miers Leiteiro

Araliaceae

Sciadodendron excelsum Griseb. Gameleiro

Bignoniaceae

Jacaranda macrantha Cham. Jacarandá

Tabebuia avellanedae Lorentz ex Griseb Ipê-roxo

Tabebuia chrysotricha (Mart.) Standley Ipê-amarelo

Tecoma instans Stans. (L.) Juss. Ex HBK*

Zeyhera tuberculosa (Vell.) Bur. Bolsa-de-pastor

Bombacaceae

Chorisia speciosa St. Hill. Paineira

Pseudobombax grandiflorum (Cav.)A. Robyns Imbiruçu

Boraginaceae

Cordia ecalyculata Vell. Café-de-bugra

Cordia polycephalla Lam. (Lam.) Johnst*

Cordia sellowiana Cham. Louro-mole

Cordia trichotoma (Vell.) Arrabida ex Steud. Louro

Heliotropium transalpinum Vell.

Patagonula americana L. Guaiuvira

Caesalpinaceae

Bauhinia forficata Link. Casco-de-vaca

Cassia bicapsularis L. Aleluia

Cassia leptophylla Vog. Canudo-de-pito

Cassia multijuga Rich.

Holocalyx balansae Mich. Alecrim

Hymenaea courbaril L. Jatobá

Peltophorum dubium (Spreng) Taub. Canafístula

Pterogyne nitens Tul. Amendoinzeiro

Schizolobium parahyba (Vell.) Blake ex Britton & Rose* Guapuruvu

Page 80: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

74

Caricaceae

Jacaratia spinosa (aubl.) A. DC. Jacaratiá

Celastraceae

Maytenus aquifolium Mart. Canchim

Combretaceae

Terminalia brasiliensis Eichl.

Compositae

Baccharis oreophylla Malm.*

Eupatorium gamophyllum Mattefeld

Eupatorium laevigatum Lam.*

Piptocarpha sellowii Baker*

Vernonia polyanthes Less.* Assa-peixe

Cunoniaceae

Lamanonia ternata Vell. Guaperê

Ebenaceae

Diospyros inconstans Jacq.

Elaeocarpaceae

Sloanea lasiocoma K. Schum. Sapopema

Euphorbiaceae

Acalypha gracilis Spreng.*

Actinostemon concepcionis (Chod. & Hassl.) Hochreitinger

Actinostemon concolor (Spreng) Muell. Arg.

Alchornea iricurana Casar

Croton celtidifolius Baillon

Croton floribundus Spreng. Capixingui

Croton warmingui Muell. Arg.*

Sebastiania serrata (Baill) Muell. Arg.

Fabaceae

Centrolobium tomentosum Benth. Araruva

Dalbergia frutescens (Vell.) Brit.*

Erythrina mulungu Mart.

Lonchocarpus guilleminianus (Tul) Malme Embira-de-sapo

Lonchocarpus muhlbergianus Hassl. Manga-brava

Machaerium aculeatum Raddi

Machaerium brasiliensis Vog. Sapuvo

Machaerium nictitans (Vell.) Benth. Bico-de-pato

Machaerium scleroxylon Tul. Caviúna

Machaerium stipitatum Vog.

Myrocarpus frondosus Fr. All. Cabreutinga

Myroxylon peruiferum L. F. Cabreúva

Zollernia ilicifolia Vog. Pau-jantar

Flacourtiaceae

Casearia gossypiosperma Briquet Pau-de-espeto

Casearia sylvestris Sw. Lagarteiro

Icacinaceae

Villaresia megaphylla Miers

Lauraceae

Endlicheria paniculata (Spreng) Macbr. Canela-frade

Nectandra megapotamica Mez. Canelinha

Ocotea cf. Conferta Cor-Teixeira Canela

Ocotea elegans Mez. Canela

Lecythidaceae

Cariniana estrellensis (Raddi) O. Kuntze Jequitibá-branco

Page 81: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

75

Loganiaceae

Strychnos brasiliensis Mart. Salta-martinho

Malvaceae

Abutilon belfordianum (Hook.) St. Hill & Naud

Bastardiopsis densiflora (Hook et Arn.) Hassl.Malva

Meliaceae

Cabralea glaberrima Juss.

Cedrella fissilis Vell. Cedro

Guarea guidonia (L.) Sleumer*

Guarea kunthiana A. Juss. Marinheiro

Trichilia catiguá A. Juss. Catiguá

Trichilia clausseni C. DC. Catiguá-vermelho

Trichilia elegans A. Juss. Canela-do-mato

Trichilia pallida Sw. Catiguá

Mimosaceae

Acacia polyphylla DC Monjoleiro

Calliandra tweedei Benth. Mandaravé

Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morang Orelha-de-negro

Inga marginata Willd. Ingazinho

Inga sessilis Mart. Ingá

Inga vera Willd. Ingá

Parapiptadenia rígida (Benth.) Brenan Angico vermelho

Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. Pau-jacaré

Pithecelobium edwallii Hoehne Canela-de-corvo

Monimiaceae

Mollinedia widgrenii A. DC.

Moraceae

Cecropia sp.* Embaúba

Chlorophora tinctoria (L.) Gaud. Taiúva

Ficus citrifolia P. Muller Figueira mata-pau

Ficus enormis (Mart. Ex Miq) Miq. Figueira branca

Sorocea bomplandii (Baill.) Burger, Lanjow & Boer

Myrsinaceae

Rapanea ferrugínea (Ruiz & Pen.) Mez

Rapanea umbellata (Mart. Ex A.DC.) Mez Capororoca

Myrtaceae

Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk Guabiroba

Campomanesia guazumifolia (Camb.) Legrand Sete-capotes

Eugenia sulcata Spreng ex Mart. Pitanga-do-mato

Eugenia umbeliflora Berg.

Eugenia uniflora L. Pitangueira

Eugenia sp.

Myrcia multiflora (Lam.) DC. Cambuí

Myrcianthes pugens (Berg.) Legrand Goiaba-do-mato

Myrciaria sp. Jabuticabeira-do-mato

Nyctaginaceae

Bougainvillea arbórea Glaziou Ceboleiro

Guapira olfersiana Mart.

Guapira opposita (Vell.) Reitz Maria-mole

Palmae

Syagrus oleracea (Mart.) Beccari Coqueiro amargoso

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman

Gerivá

Page 82: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

76

Phytolaccaceae

Achatocarpus spinulosus Griseb.*

Gallesia gorazema (Vell.) Moq. Pau d’alho

Piperaceae

Piper aduncum L.

Piper amalago (Jacq.) Yuncker

Piper arboreum Aubl.

Piper hilarianum Steud.

Polygonaceae

Coccoloba declinata Mart.

Ruprechtia lundii Meins.

Rhamnaceae

Rhamnidium elaeocarpum Reiss Saguaraji amarelo

Rubiaceae

Coffea arábica L. Café

Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum.

Guettarda uruguensis Cham. et Schlecht

Hamelia patens Jacq.

Ixora venulosa Benth.

Psychotria carthagenensis Jacq.

Randia spinosa (Jacq.) Karsten

Rudgea jasminioides (Cham.) Muell. Arg.

Rutaceae

Angostura pentandra (St.Hill.) Albuquerque Laranjeira-brava

Balfourodendron riedelianum Engl. Pau-marfim

Esenbeckia febrífuga (St.Hill.) A.Juss. ex Mart. Laranjeira-do-mato

Esembeckia leiocarpa Engl. Guarantã

Galipea jasminiflora Engl. Mamoninha

Metrodorea nigra St. Hill. Carrapateiro

Pilocarpus pauciflorus St. Hill.

Pilocarpus pennatifolius Lamaire Jaborandi

Zanthoxylum chiloperone Mart. Mamica

Zanthoxylum rhoifolium Lam. Arruda-brava

Zanthoxylum riedelianum Engl.

Sapindaceae

Allophyllus semidentatus Radlk.

Cupania racemosa Radlk. Arco-de-peneira

Cupania vernalis Camb. Camboatá-vermelho

Diantenopteryx sorbifolia Radlk. Maria-preta

Sapotaceae

Chrysophyllum gonocarpum (Mart. Et Eich) Engl. Guatambu-de-leite

Solanaceae

Cestrum calycinum Willd.*

Datura suaveolens Humb. & Bompl. Saia-de-princesa

Solanum argenteum Dens.

Solanum auriculatum Ait.*

Solanum integrifolium Poir

Solanum pabstii Smith & Down*

Solanum paniculatum L.* Jurubeba

Tiliaceae

Heliocarpus americanus L. Embira-branca

Luehea divaricata Mart. Açoita-cavalo

Page 83: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

77

Ulmaceae

Celtis iguanae (Jacq.) Sargent Grão-de-galo

Celtis spinosa Spreng

Trema micrantha Blume* Pau-pólvora

Urticaceae

Bohemeria caudata Sw.

Bohemeria sp.*

Urera baccifera (L.) gaud. Urtiga

Verbenaceae

Aloysia virgata Juss. Lixa

Petrea subserrata Cham.

Petrea volubilis Jacq.* Flor-de-são Miguel

Vitex megapotamica (Spreng.) Mold.

Violaceae

Hybanthus atropurpureus (St. Hill.) Taub. Erva-de-viado

Vochysiaceae

Callisthene major Mart.

Page 84: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

78

ANEXO 3

Lista de espécies de aves da Reserva Ecológica Amadeu Botelho, Jaú, São Paulo e

categoria alimentar (UBAID, 2006).

Família Espécie Categoria alimentar

Acciptridae

Leptodon cayanensis (Latham, 1790) carnívoro

Gampsonyx swainsonii (Vigors, 1825)

Elanus leucurus (Vieillot, 1818)

Ictinia plúmbea (Gmelin, 1788) insetívoro

Buteogallus urubitinga (Gmelin, 1788)

Heterospizias meridionalis (Latham, 1790)

Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817)

Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) carnívoro

Alcedinidae

Ceryle torquatus (Linnaeus, 1766) carnívoro

Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)

Anatidae

Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766)

Cairina moschata (Linnaeus, 1758)

Amazoneta brasiliensis (Gmelin, 1789)

Apodidae

Chaetura meridionalis (Hellmayr, 1907) insetívoro

Ardeidae

Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758)

Butorides striata (Linnaeus, 1758)

Bubulcus íbis (Linnaeus, 1758)

Ardea alba (Linnaeus, 1758)

Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) insetívoro

Caprimulgidae

Chordeiles pusillus (Gould, 1861)

Nyctidromus albicollis (Gmelin, 1789) insetívoro

Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789)

Cardinalidae

Saltator fuliginosus (Daudin, 1800) frugívoro

Saltator similis (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837)

Cariamidae

Cariama cristata (Linnaeus, 1766)

Cathartidae

Coragyps atratus (Bechstein, 1793) dentritívoro

Charadriidae

Vanellus chilensis (Molina, 1782)

Ciconiidae

Mycteria americana (Linnaeus, 1758)

Coerebidae

Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)

nectarívoro

Page 85: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

79

Família Espécie Categoria alimentar

Columbidae

Columbina talpacoti (Temminck, 1811) frugívoro

Columbina squammata (Lesson, 1831)

Columba livia (Gmelin, 1789)

Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) frugívoro

Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, 1792) frugívoro

Zenaida auriculata (Des Murs, 1847)

Leptotila verreauxi (Bonaparte, 1855) frugívoro

Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) frugívoro

Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) frugívoro

Conopophagidae

Conopophaga lineata (Wied, 1831) insetívoro

Corvidae

Cyanocorax cristatellus (Temminck, 1823)

Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818)

Cracidae

Penelope superciliaris (Temminck, 1815)

Cuculidae

Coccyzus americanos (Linnaeus, 1758)

Piaya cayana (Linnaeus, 1766) insetívoro

Crotophaga ani (Linnaeus, 1758)

Guira guira (Gmelin, 1788)

Tapera naevia (Linnaeus, 1766) insetívoro

Dendrocolaptidae

Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) insetívoro

Dendrocolaptes platyrostris (Spix, 1825) insetívoro

Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818) insetívoro

Donacobiidae

Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766)

Emberizidae

Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776) frugívoro

Ammodramus humeralis (Bosc, 1792)

Sicalis luteola (Sparrman, 1789)

Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766)

Sporophila lineola (Linnaeus, 1758)

Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) onívoro

Arremon flavirostris (Swainson, 1838) frugívoro

Coryphospingus cucullatus (Satius Muller, 1776) frugívoro

Estrildidae

Estrilda astrild (Linnaeus, 1758)

Falconidae

Caracara plancus (Miller, 1777) carnívoro

Milvago chimachima (Vieillot, 1816)

Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) carnívoro

Falco sparverius (Linnaeus, 1758)

Falco femoralis (Temminck, 1822)

Fringilidae

Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) frugívoro

Euphonia violacea (Linnaeus, 1758)

frugívoro

Page 86: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

80

Família Espécie C. alimentar

Furnariidae

Fumarius rufus (Gmelin, 1788) insetívoro

Synallaxis ruficapilla (Vieillot, 1819) insetívoro

Synallaxis frontalis (Pelzeln, 1859) insetívoro

Synallaxis spixi (Sclater, 1856) insetívoro

Cranioleuca vulpina (Pelzeln, 1856) insetívoro

Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788)

Automolus leucophthalmus (Wied, 1821) insetívoro

Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823) insetívoro

Galbulidae

Galbula ruficauda (Cuvier, 1816) insetívoro

Hirundinidae

Progne tapera (Vieillot, 1817)

Progne chalybea (Gmelin, 1789) insetívoro

Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) insetívoro

Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817)

Icteridae

Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) onívoro

Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819)

Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) onívoro

Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850)

Jacanidae

Jacana jacana (Linnaeus, 1766)

Parulidae

Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) insetívoro

Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) insetívoro

Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) insetívoro

Passeridae

Passer domesticus (Linnaeus, 1758)

Phalacrocoracidae

Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789)

Picidae

Picumnus cirratus (Temminck, 1825) insetívoro

Melanerpes candidus (Otto, 1796) insetívoro

Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) insetívoro

Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827) insetívoro

Piculus aurulentus (Temminck, 1821) insetívoro

Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) insetívoro

Colaptes campestris (Vieillot, 1818)

Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) insetívoro

Campephilus robustus (Lichtenstein, 1818)

Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1788) insetívoro

Polioptilidae

Polioptila dumicola (Vieillot, 1817) insetívoro

Psittacidae

Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776) frugívoro

Forpus xanthopterygius (Spix, 1824) frugívoro

Brotogeris chirini (Vieillot, 1818) frugívoro

Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) frugívoro

Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) frugívoro

Rallidae

Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) onívoro

Pardirallus nigricans (Vieillot, 1819)

Page 87: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

81

Família Espécie Categoria alimentar

Ramphastidae

Ramphastos toco (Statius Muller, 1776) onívoro

Scolopacidae

Tringa solitária (Wilson, 1813)

Strigidae

Megascops choliba (Vieillot, 1817)

Pulsatrix koeniswaldiana (Bertoni 6 Bertoni, 1901) carnívoro

Athene cunicularia (Molina, 1782)

Thamnophilidae

Mackenziaena severa (Lichtenstein, 1823) insetívoro

Taraba major (Vieillot, 1816) insetívoro

Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) insetívoro

Thamnophilus caerulescens (Vieillot, 1816) insetívoro

Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) insetívoro

Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822) insetívoro

Drymophila ferrugínea (Temminck, 1822) insetívoro

Pyriglena leucoptera (Vieillot, 1818) insetívoro

Threskiornithidae

Mesembrinidis cayennensis (Gmelin, 1789) onívoro

Tinamidae

Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) onívoro

Crypturellus tataupa (Temminck, 1815) onívoro

Nothura maculosa (Temminck, 1815)

Tityridae

Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818) onívoro

Pachyramphus validus (Lichtenstein, 1823) onívoro

Thraupidae

Namosia pileata (Boddaert, 1783) frugívoro

Thlypopsis sordida (d’Orbigny & Lafresnaye,1837) frugívoro

Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) frugívoro

Habia rubica (Vieillot, 1817) insetívoro

Eucometis penicillata (Spix, 1825) insetívoro

Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) frugívoro

Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) frugívoro

Thraupis sayaca (Linnaeus, 1766) frugívoro

Tangara cayana (Linnaeus, 1766) frugívoro

Dacnis cayana (Linnaeus, 1766)

Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) onívoro

Conirostrum speciosum (Temminck, 1824) insetívoro

Trochilidae

Phaethomis pretrei (Lesson & Delattre, 1839) nectarívoro

Eupetomena macroura (Gmelin, 1788)

Anthracothorax nigricollis (Vieillot, 1817)

Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) nectarívoro

Hylocharis chrysura (Shaw, 1812) nectarívoro

Amazilia versicolor (Vieillot, 1818)

Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788)

Amazilia láctea (Lesson, 1832) nectarívoro

Troglodytidae

Troglodytes musculus (Naumann, 1823) onívoro

Page 88: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

82

Família Espécie Categoria alimentar

Turdidae

Platycichla flavipes (Vieillot, 1818)

Turdus subalaris (Seebohm, 1887) onívoro

Turdus rufiventris (Vieillot, 1818)

Turdus leucomelas (Vieillot, 1818) onívoro

Turdus amaurochalinus (Cabanis, 1850) onívoro

Turdus albicollis (Vieillot, 1818) onívoro

Tyrannidae

Leptopogon amaurocephalus (Tschudi, 1846) insetívoro

Corythopis delalandi (Lesson, 1830) insetívoro

Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, 1846) insetívoro

Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) insetívoro

Phyllomyias fasciatus (Thunberg, 1822) insetívoro

Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) insetívoro

Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) onívoro

Elaenia spectabilis (Pelzeln, 1868)

Elaenia chiriquensis (Lawrence, 1865) onívoro

Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) Insetívoro

Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817) Insetívoro

Capsiempis flaveola (Lichtenstein, 1823) insetívoro

Phylloscartes ventralis (Temminck, 1824) insetívoro

Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) insetívoro

Platyrinchus mystaceus (Vieillot, 1818)

Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) insetívoro

Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788)

Lathrotriccus euleri (Cabanis, 1868) insetívoro

Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831)

Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783)

Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818)

Xolmis cinereus (Vieillot, 1816)

Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823)

Gubernetes yetapa (Vieillot, 1818)

Fluvicola nengeta (Linnaeus, 1766)

Colonia colonus (Vieillot, 1818) insetívoro

Machetornis rixosa (Vieillot, 1819)

Myiozetetes similis (Spix, 1825) onívoro

Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) onívoro

Myiodynastes maculatus (Statius Muller, 1776) onívoro

Megarynchus pitanguá (Linnaeus, 1766) onívoro

Tyrannidae

Empidonomus varius (Vieillot, 1818) insetívoro

Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819) insetívoro

Tyrannus savana (Vieillot, 1808) insetívoro

Myiarchus swainsoni (Cabanis & Heine, 1859) insetívoro

Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) insetívoro

Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) insetívoro

Tytonidae

Tyto alba (Scopoli, 1769)

Vireonidae

Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) insetívoro

Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) onívoro

Hylophilus poicilotis (Temminck, 1822) insetívoro

Page 89: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

83

ANEXO 4

Lista de espécies de mamíferos registrados na RPPN Amadeu Botelho (Reale, 2011)

em cinza, espécies vulneráveis (segundo a lista de espécies ameaçadas, MMA, 2003)

Família Espécie Nome popular

Canidae

Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) Cachorro-do-mato

Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) Lobo-guará

Lycalopex vetulus (Lund, 1842) Raposinha-do-campo

Cebidae

Sapajus nigritus Macaco-prego

Cervidae

Mazama gouazoubira (Fischer, 1814) Veado catingueiro

Cuniculidae

Cuniculus paca (Linnaeus, 1758) Paca

Dasypodidae

Cabassous sp (Mc Murtrie, 1831) Tatu-de-rabo-mole

Dasypus novencictus (Linnaeus, 1758) Tatu-galinha

Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) Tatu-peba, tatu-peludo

Dasyproctidae

Dasyprocta azarae (Lichtenstein, 1823) Cutia

Erethizontidae

Sphigurus villosus (F. Cuvier, 1823) Ouriço-cacheiro

Felidae

Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) Jaguatirica

Leopardus wiedii (Schinz, 1821) Gato-maracajá

Puma concolor (Linnaeus, 1771) Suçuarana, onça parda

Puma yagouaroundi (É.G.Saint-Hilare, 1803) Gato-mourisco

Hydrocaeridae

Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766)

Capivara

Leporidae

Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) Tapiti, coelho

Mephitidae

Conepatus sp (Boddaert, 1785) Jaritataca, zorrilho

Myocastoridae

Myocastor coypus (Molina, 1782) Ratão-do-banhado

Myrmecophagidae

Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) Tamanduá-mirim

Mustelidae

Eira barbara (Linnaeus, 1758) Irara

Galictis sp Bell, 1826 Furão

Lontra longicaudis (Olfers, 1818) Lontra

Procyonidae

Nasua nasua (Linnaeus, 1766) Quati

Procyon cancrivorus (G.[Baron] Cuvier, 1798) Mão-pelada

Sciuridae

Guerlinguetus ingrami (Thomas, 1901) Caxinguelê, serelepe

Page 90: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

84

ANEXO 5

Lista de espécies de morcegos capturados e identificados na Fazenda Santo Antônio

dos Ipês (Pedrozo, 2011)

Família Espécie Frequëncia de captura

Phyllostomidae

Sturnira lilium (Gray, 1842) 29,2%

Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) 25,0%

Artibeus lituratus (Olfers,1818) 20,8%

Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy,1810) 5,3%

Anoura caudifer (E. Geoffroy,1812) 4,0%

Glossophaga soricina (Pallas, 1766) 3,4%

Phyllostomus discolor 3,8%

Chrotopterus auritus (Peters, 1856) 0,8%

Micronycteris megalotis (Gray, 1942) 0,5%

Artibeus obscurus (Schinz,1821) 0,2%

Vampyressa pusilla (Wagner,1843) 0,2%

Molossidae

Molossus molossus (Pallas, 1766) 0,2%

Vespertilionidae

Myotis nigricans (Schinz, 1821) 2,3%

Myotis albescens (E. Geoffroy, 1806) 0,5%

Lasiurus ega (Gervais, 1856) Apenas observada

Page 91: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

85

ANEXO 6

Lista de espécies de anfíbios da RPPN Reserva Ecológica Amadeu Botelho e sua

abundância relativa (Moya, 2011). * espécie registrada fora do período amostral

Família Espécie Abundância relativa

Bufonidae

Rhinella ornata (Spix, 1824) 0,64%

Rhinella schneideri (Werner, 1894) 2,02%

Hylidae

Dendropsophus minutus (Peters, 1872) 0,30%

Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) 31,26%

Hypsiboas albopunctatus (Spix, 1824) 1,74%

Hypsiboas caingua (Carrizo, 1991) 1,41%

Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) 0,05%

Hypsiboas lundii (Burmeister, 1856) 0,14%

Scinax fuscovarius (Lutz, 1925) 4,33%

Scinax similis (Cochran, 1952) 2,42%

Trachycephalus typhonius (Linnaeus, 1758) 0,92%

Leiuperidae

Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826) 18,09%

Physalaemus marmoratus (Reinhardt & Lütken, 1862 “1861”)*

Eupemphix nattereri (Steindachner, 1863) 0,30%

Leptodactylidae

Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) 5,65%

Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) 0,88%

Leptodactylus mystaceus (Spix, 1824) 2,69%

Leptodactylus mystacinus (Burmeister (1861) 4,77%

Leptodactylus latrans (Steffen, 1815) 0,02%

Leptodactylus podicipinus (Cope, 1862) 17,68%

Microhylidae

Chiasmocleis albopunctata (Boettger, 1885) 0,32%

Elachistocleis cesarii (Miranda-Ribeiro, 1920) 4,33%

Page 92: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

86

ANEXO 7

APRESENTAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA RPPN RESERVA ECOLÓGICA AMADEU

BOTELHO

No dia 15 de março de 2013 foi realizada, nas instalações da FATEC, Jaú, a Apresentação

do Plano de Manejo da RPPN Reserva Ecológica Amadeu Botelho. Compareceram os

proprietários da fazenda Santo Antônio dos Ipês (na qual está inserida a RPPN),

pesquisadores, professores, alunos da FATEC, representantes de colégios de Jaú, do IBGE,

da CATI, do Sindicato Rural, da OAB, do Instituto Florestal, do COMDEMA, da ONG Instituto

Pró-Terra, da Polícia Ambiental, o Secretario de Esportes e o Secretario do Meio Ambiente

do município de Jaú, num total de 37 pessoas.

Foi distribuída uma pasta com folhas em branco, caneta, o folder da RPPN e do Projeto

Curumim e o cartão do gestor.

A mesa foi composta por Antônio Carlos Botelho Müller Carioba, representante legal dos

proprietários da fazenda e gestor da RPPN, Regina Pessoa, bióloga e responsável técnica

da elaboração do Plano de Manejo, e Gabriel Rodrigues dos Santos, geógrafo e consultor

do Plano de Manejo.

Antônio Carlos contou um pouco da história da fazenda desde que foi adquirida e da mata

que foi conservada e que desde 2000 é uma RPPN. Mostrou a localização da mesma no

município de Jaú, salientando sua importância como o único remanescente florestal destas

características na região, sua função em relação à proteção dos mananciais, sua vegetação,

fauna, biodiversidade, seu potencial para pesquisas, e falou sobre o programa de educação

ambiental que desde 1998 funciona na Reserva.

Em seguida Gabriel explicou o que é uma RPPN, suas características e importância, o que é

um Plano de Manejo, para que serve, como está estruturado, como deve ser elaborado,

informou em linhas gerais os programas que serão incluídos no PM da Reserva, mencionou

as instituições que apoiam a elaboração do PM e como foi conseguido seu apoio, falou

sobre a importância de formar parcerias e finalizou colocando-se a disposição do público

para fornecer esclarecimentos e abrindo para comentários, opiniões e sugestões.

Tomou a palavra o Secretario Municipal de Meio Ambiente, dizendo que queria deixar claro

a importância da RPPN para o município e que a Prefeitura apoia, coloca-se a disposição e

oferece parceria. Depois falou o representante da Fundação Florestal e do Instituto Pró-

Terra, parabenizando os elaboradores do PM pela iniciativa, salientando a importância dos

projetos de recuperação das matas ciliares e conexão dos remanescentes florestais que já

foram e estão sendo realizados no município. Em seguida o coordenador do curso de

Tecnologia em Meio Ambiente e Recursos Hídricos da FATEC falou sobre a importância de

trabalhar no âmbito regional e a necessidade da união dos municípios para equilibrar as

bacias hidrográficas, da recuperação das matas ciliares, da proteção das florestas e

mananciais.

Page 93: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

87

Gabriel tomou a palavra para sugerir que o Ministério Público (o Promotor foi convidado mas

não pode comparecer à apresentação) seja contatado e informado sobre a importância da

Reserva e o PM, pois a compreensão e o apoio da justiça são fundamentais. O Secretário

Municipal de Esportes manifestou seu respeito e carinho à família Arruda Botelho por ter

mantido preservada esta área de mata. O representante da OAB colocou-se a disposição,

dizendo que a OAB tem grande preocupação pela RPPN, que vale a pena procurar o

Ministério Público e levar o PM da Reserva. Por último uma das proprietárias agradeceu a

Antônio Carlos pelo empenho e dedicação, que tudo o que conseguiu foi com muito esforço,

que os proprietários sempre estarão a disposição e que o apoiam.

Figura 55: Público na Apresentação Figura 56: Equipe de elaboração do PM

Figura 57: Proprietárias da RPPN, familiares e equipe do PM

Page 94: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

88

ANEXO 8 – Planta da fazenda Santo Antônio dos Ipês georreferenciada

Page 95: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

89

COMPLEMENTO DO ANEXO 8 – Planta da Fazenda Santo Antônio dos Ipês

RPPN Quinhao F

Page 96: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

90

ANEXO 9

Folheto de propaganda do Programa de Educação Ambiental

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA RPPN

RESERVA ECOLÓGICA AMADEU BOTELHO

FAZENDO VOCÊ AGIR NO PRESENTE

PENSANDO EM UM MELHOR FUTURO

“CUIDE DESTE MUNDO QUE TAMBÉM É SEU”

Desde 1998 o Projeto Curumim promove programas de educação ambiental para crianças e adultos priorizando a preservação do meio ambiente e aproximação da vida natural. As atividades se realizam na Reserva Ecológica Amadeu Botelho, no município de Jaú a 2 km da cidade.

A Reserva é uma floresta classificada como estacional semidecidual (mata atlântica de interior) com grande biodiversidade. Conta com mais de 169 espécies de árvores estudadas, 24 mamíferos conhecidos e 174 espécies de pássaros registrados, além de insetos, répteis e outros representantes da nossa rica fauna e flora. Para garantir sua preservação foi transformada em Reserva Particular do Patrimônio Natural ( RPPN ). Sua área de 190 hectares é circundada por três cursos de água: o rio Jaú, o córrego Santo Antônio e o córrego João da Velha. No seu interior nascem duas minas de água potável, uma desaguando no rio Jaú e outra no córrego João da Velha.

Madeiras de “Lei” ainda são encontradas como a peroba rosa, cabreúva, ipê, pau-marfim, cedro-rosa, jequitibá, araruva, angico, guaritá entre outras.

Oferecemos:

Centro de educação ambiental Curumim, onde temos: Exposição de rochas, frutos e sementes. Sala de palestras e refeitório para 40 pessoas. Banheiros, masculino e feminino.

Trilhas (de 2 km) que foram abertas no começo do século passado para passagem de carroças e para trazer água até a sede, com árvores centenárias e uma grande biodiversidade de fauna e flora.

Preços: Café da manhã = R$12,00 Lanche = R$8,00 por aluno. Trilhas = até 20 alunos - R$150,00, de 20 a 30 - R$200,00 e de 30 a 40 - R$250,00. Cortesia para um professor e dois monitores.

Page 97: plano de manejo da reserva ecológica amadeu botelho

91

As atividades na parte da manhã são das 8:00 às 11:00hs, à tarde das 14:00 às 17:00hs.

Todas as visitas são acompanhadas de nossos guias e com agendamento antecipado de uma

semana. Pagamento de 50% do valor com dois dias de antecedência.

Traje obrigatório: camiseta, calça comprida e sapato fechado.

Sugestão: boné, água e filtro solar.

Válido até dezembro de 2012

REGULAMENTOS DA RESERVA ECOLÓGICA AMADEU BOTELHO

Pare a condução sempre no estacionamento.

Qualquer caminhada, visita ou passeio só será permitido com agendamento antecipado e a presença de nossos guias.

Siga a trilha já existente sem causar distúrbios para os animais, plantas e seus respectivos habitats.

Jamais jogue um palito de fósforo ou cigarro no chão pois além de poluir, você poderá causar um incêndio. Deixe somente pegadas, lixo sempre no lixo. Tire apenas fotografias, nunca tire “recordações” de ambientes naturais. Respeite a fragilidade da terra. Compreenda que, a não ser que esteja disposto à ajudar na sua conservação, ela poderá não durar o suficiente para que as próximas gerações desfrutem dela.

Lembre-se: A natureza é tudo que temos

Na cidade de Jaú a saída é pelo Jardim Jorge Atalla. Segue estrada de terra(1,8 km), após a ponte vira à direita,passa porteira e anda 200 m.

Projeto Curumim - Educação AmbientalCxp:2565 Cep: 17.201-990 Jaú-SP

Fone/Fax:(014)622-2845 - Cel.9778-4210

Ginásio Flávio de Melo

Av.Dr. Quinzinho

Jd. JorgeAtalla

Reserva EcológicaAmadeu Botelho e

Aldeia Curumim

Estrada Municipal (terra)

200 mts de asfalto

Ponte CórregoSto. Antonio

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