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PLANO DE LOGÍSTICA REVERSA SINPACEL
DEZEMBRO DE 2016
RELATÓRIO TÉCNICO
Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose e Pasta de Madeira para Papel, Papelão e de Artefatos de Papel e Papelão do Estado
do Paraná.
Ficha técnica da proposta
Projeto: Elaboração de Estudo de viabilidade técnica da implantação da logística reversa
para as empresas associadas ao Sindicato do Setor de Celulose, Papel, Embalagens e
Artefatos de Papel do Estado do Paraná.
Clientes: Empresas associadas ao Sindicato do Setor de Celulose, Papel, Embalagens e
Artefatos de Papel do Estado do Paraná.
Empresa consultora: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Curitiba,
Paraná.
Equipe Técnica: Carlos Edson Waltrick, Franciele Tomczyk Terán de Freitas e Pedro
Américo Norcio Duarte.
Apoio informativo: Sindicato das indústrias de Papel, Celulose e Pasta de Madeira para
Papel, Papelão e de Artefatos de Papel e Papelão do Estado do Paraná (SINPACEL – PR), e
suas empresas associadas.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: MAPA DE REGIONALIZAÇÃO DA GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DO ESTADO DO PARANÁ. ................................................................................... 13
FIGURA 2: CNAE DAS ATIVIDADES DO SETOR ................................................................... 7
FIGURA 3: FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DA CADEIA PRODUTIVA DE CELULOSE,
PAPEL, EMBALAGENS E ARTEFATOS DE PAPEL. .............................................................. 9
FIGURA 4: FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO DA PASTA DE ALTO
RENDIMENTO ....................................................................................................................... 12
FIGURA 5: FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO DE CELULOSE ........................ 13
FIGURA 6: FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO DE EMBALAGENS DE
PAPELÃO ONDULADO .......................................................................................................... 14
FIGURA 7: FLUXOGRAMA DE APARAS DE PAPEL ............................................................ 15
FIGURA 8: DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS ESTABELECIMENTOS DE CELULOSE,
PAPEL E ARTEFATOS DE PAPEL NO BRASIL .................................................................... 23
FIGURA 9: EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS DO SETOR POR
SEGMENTO (2006-2012) ....................................................................................................... 24
FIGURA 10: LINHA DO TEMPO DOS PRINCIPAIS MARCOS DO SETOR NO ESTADO DO
PARANÁ (1900-2000) ............................................................................................................ 25
FIGURA 11: DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS ESTABELECIMENTOS DE CELULOSE,
PAPEL, EMBALAGENS E ARTEFATOS DE PAPEL NO PARANÁ. ...................................... 26
FIGURA 12: EVOLUÇÃO DO FATURAMENTO DO SETOR NO PARANÁ (2008-2012) ....... 28
FIGURA 13: CADEIA PRODUTIVA (T X MIL) ........................................................................ 28
FIGURA 14: RECICLAGEM ANUAL DE PAPÉIS (T X MIL) ................................................... 29
FIGURA 15: MAPA DE REGIONALIZAÇÃO DA SEMA. ........................................................ 30
FIGURA 16: ABORDAGEM LÓGICA E TRADICIONAL PARA GESTÃO DE RESÍDUOS. .... 37
FIGURA 17: CICLO DE VIDA DE PAPEL E CELULOSE ....................................................... 40
FIGURA 18: CICLO DE VIDA DE EMBALAGENS E ARTEFATOS ....................................... 41
FIGURA 19: FLUXOGRAMA DE LOGÍSTICA REVERSA DOS PRODUTOS PÓS-
CONSUMO. ............................................................................................................................ 80
FIGURA 20: COMITÊ GESTOR DA LOGÍSTICA REVERSA DO SETOR DE CELULOSE,
PAPEL, EMBALAGENS E ARTEFATOS DO ESTADO DO PARANÁ. ................................... 96
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: NÚMERO DE ASSOCIADOS AO SINDICATO POR REGIÃO NO PARANÁ. ..... 13
TABELA 2: ORIGEM E DESTINO DAS APARAS DE PAPEL ................................................ 17
TABELA 3: GERAÇÃO DE APARAS POR ESTADO BRASILEIRO - (MIL T/ANO) ............... 18
TABELA 4: PRODUÇÃO MUNDIAL E EXPORTAÇÕES DE CELULOSE PARA PAPÉIS
ORIUNDOS DE MADEIRA, 2012 ........................................................................................... 19
TABELA 5: PRODUÇÃO MUNDIAL DE PAPEL, 2012 ........................................................... 20
TABELA 6: PRODUÇÃO POR TIPO DE PAPEL E POR REGIÃO, 2011. .............................. 20
TABELA 7: RANKING GLOBAL DAS EMPRESAS INDUSTRIAIS FLORESTAIS, DE PAPEL
E EMBALAGENS (2012) ........................................................................................................ 21
TABELA 8: RANKING DOS PRINCIPAIS MUNICÍPIOS POR NÚMERO DE EMPREGOS
FORMAIS NO SETOR ............................................................................................................ 27
TABELA 9: SEDES DE CADA REGIÃO. ................................................................................ 31
TABELA 10: EMPRESAS QUE DESTINAM PARA ÓRGÃOS PÚBLICOS. ........................... 42
TABELA 11: RETORNO DO RESÍDUO ................................................................................. 43
TABELA 12: RESÍDUOS PRÉ-CONSUMO EM KG EM UM PERÍODO DE UM (1) ANO. ...... 45
TABELA 13: DADOS DE RECICLAGEM – APARAS GERADAS PELA EMPRESA E
CONSUMIDA .......................................................................................................................... 46
TABELA 14: MATÉRIA-PRIMA UTILIZADA NA FABRICAÇÃO DE PAPEL ........................... 46
TABELA 15: PRODUÇÃO DO SETOR................................................................................... 48
TABELA 16: PESQUISA DA DIVULGAÇÃO E APLICAÇÃO DOS 3R’S. ............................... 49
TABELA 17: APROVEITAMENTO INTERNO DOS RESÍDUOS ............................................ 50
TABELA 18: FORMAS DE APROVEITAMENTO ................................................................... 51
TABELA 19: EMPRESAS RECEPTORAS HOMOLOGADAS. ............................................... 59
TABELA 20: METAS E PLANO DE AÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA. ................................ 62
TABELA 21: PRODUÇÃO NO PR X CONSUMO NO PR ...................................................... 65
TABELA 22: UTILIZAÇÃO DE APARAS NO PARANÁ .......................................................... 65
TABELA 23: TAXA DE RECUPERAÇÃO DE PAPEL POR CATEGORIA .............................. 66
TABELA 24: RESÍDUOS RECICLÁVEIS ................................................................................ 71
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 7
2 ESCOPO .......................................................................................................................... 11
3 DADOS DO SETOR .......................................................................................................... 7
Base Florestal ....................................................................................................................... 9
Indústria de Transformação................................................................................................. 10
Elos complementares .......................................................................................................... 11
Principais processos produtivos .......................................................................................... 11
Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos de Papel no Mundo ........................................... 18
Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos de Papel no Brasil ............................................. 22
Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos de Papel no Paraná........................................... 24
Reciclagem de Papel no Brasil ............................................................................................ 28
4 METODOLOGIA DE TRABALHO ................................................................................... 36
Estrutura do Trabalho .......................................................................................................... 36
Premissas do Trabalho ....................................................................................................... 37
5 SISTEMA DE LOGÍSTICA REVERSA ATUAL ............................................................... 39
5.1 Ciclo de Vida .......................................................................................................... 39
5.2 Questionário de levantamento de dados ................................................................ 41
5.3 Órgãos Públicos atualmente envolvidos na Logística Reversa ................................. 42
5.4 Formas atuais de mobilização social do consumidor ................................................ 43
5.5 Levantamento quantitativo dos resíduos ................................................................... 44
Resíduos de Pré-Consumo .............................................................................................. 44
5.6 Mecanismos de divulgação existente para aplicação dos 3R’s ................................. 49
5.7 Aproveitamento interno dos resíduos ........................................................................ 50
6 SISTEMA DE LOGÍSTICA REVERSA PROPOSTO ....................................................... 52
6.1 Descrição do sistema de Logística Reversa .............................................................. 53
6.2 Formas de mobilização social e participação do consumidor .................................... 54
6.3 Mecanismos de divulgação existentes para aplicação dos 3R .................................. 55
6.4 Recicladores homologados para recebimento/tratamento dos resíduos ................... 58
6.5 Metas da Logística Reversa ...................................................................................... 61
6.6 Opções para aproveitamento dos resíduos gerados ................................................. 71
6.7 Impactos Sociais e econômicos da Logística Reversa .............................................. 71
6.8 Atribuições dos participantes da Logística Reversa .................................................. 72
6.8.1 Responsabilidades das empresas de Papel e Celulose, Fabricantes de produtos
de papel e indústria em geral ............................................................................................. 73
6.8.2 Responsabilidades das empresas do Comércio Atacadista de Materiais
Recicláveis, aparistas e das empresas de Processamento de Materiais ........................... 75
6.8.3 Responsabilidades dos fabricantes e importadores ............................................... 75
6.8.4 Responsabilidades dos fornecedores/distribuidores .............................................. 76
6.8.5 Responsabilidades dos consumidores ................................................................... 76
6.8.6 Responsabilidades do Estado e Municípios ........................................................... 76
6.9 Sistema operacional da cadeia de Logística Reversa ............................................... 77
6.10 Benefícios ambientais da Logística Reversa ............................................................. 83
6.11 Prestações de contas pelos proponentes .................................................................. 86
6.12 Casos de descumprimento das obrigações ............................................................... 87
6.13 Princípios financeiros utilizados na Logística Reversa .............................................. 87
7 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PERTINENTE .................................................................... 89
8 COMITÊ GESTOR DA LOGÍSTICA REVERSA .............................................................. 95
9 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 97
10 EQUIPE DE TRABALHO ................................................................................................ 99
11 ANEXOS ........................................................................................................................ 101
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1 INTRODUÇÃO
A Lei Federal 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),
concedeu prazo até 2 de agosto de 2014 para que a destinação final ambientalmente
adequada de resíduos e rejeitos estivesse implantada no País. Apesar das disposições da
Lei, a gestão de resíduos sólidos no Brasil ainda se mostra deficitária e carece de
adequação.
Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2015, relatório anual da ABRELPE
– Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, lançado em
2016, foi gerada aproximadamente 79,9 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos
no ano passado, o que representa um aumento de 1,7% em relação a 2014, índice superior
à taxa de crescimento populacional no país no período, que foi de 0,8%.
Conforme os dados apresentados no Panorama é justamente a destinação final o ponto
mais deficiente no sistema de gestão de resíduos brasileiro. Apenas 58,7% dos resíduos
sólidos urbanos coletados tiveram destinação adequada e seguiram para aterros sanitários
em 2015. Esta situação se mantém praticamente sem alteração em relação ao cenário de
2015. Nesse sentido, é importante ressaltar que os 41,3% restantes correspondem a 82 mil
toneladas diárias, que são encaminhadas para lixões ou aterros controlados, os quais pouco
se diferenciam dos lixões, uma vez que ambos não possuem o conjunto de sistemas e
medidas necessários para proteção do meio ambiente contra danos e degradações.
A prática da disposição final inadequada de RSU ainda ocorre em todas as regiões e
estados brasileiros, e 3.326 municípios ainda fazem uso desses locais impróprios.
No entanto vale ressaltar que, para o correto funcionamento de um sistema de gestão de
resíduos, não basta que o mesmo contemple apenas um sistema de destinação final
adequado. Algumas ações prévias à destinação devem ser implementadas, a fim de que o
mesmo seja considerado adequado.
Dentre essas atividades inclui-se a separação dos resíduos e a coleta seletiva dos
mesmos, a fim de viabilizar seu posterior encaminhamento para processos de reciclagem.
O estudo da ABRELPE mostra que embora seja expressiva a quantidade de municípios
com iniciativas de coleta seletiva, muitas atividades são restritas à disponibilização de pontos
de entrega voluntária ou convênios com cooperativas de catadores.
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Com a crescente geração também cresce a preocupação com destino a ser dado a
esses resíduos, em partes do mundo essa preocupação é maior ainda devido à falta de
espaços físicos para a disposição e tratamento.
É chegada a conclusão de que é necessário realizar um estudo de todo o ciclo de vida
do produto ou serviço, deixando claro que esta é uma responsabilidade compartilhada de
todos que estão envolvidos na cadeia produtiva.
Atualmente as empresas vêm demonstrando maior preocupação com as questões
ambientais. Parte, em função das pressões dos órgãos ambientais e Ministério Público, em
face de legislações cada dia mais rigorosas e em parte para atender as novas exigências
regulatórias impostas pelo mercado e pela própria sociedade. A legislação ambiental
brasileira, em especial o art. 225 da Constituição Federal, que dispõe sobre a proteção do
meio ambiente e a Lei 6938/81, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente, entre
outras, além do interesse da população sobre o tema obrigaram as empresas a colocar o
discurso da eficiência ecológica em prática.
Um importante avanço da política é a chamada “logística reversa”. Conforme definição
apresentada na própria legislação, a logística reversa é um instrumento de desenvolvimento
econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada. É por meio desse sistema, por exemplo, que materiais recicláveis
de um produto do setor metal-mecânico em fim de vida útil, descartado pelo consumidor,
poderão retornar ao setor produtivo na forma de matéria-prima.
Em agosto de 2010, foi promulgada a Lei 12.305 instituindo a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS). A PNRS reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos,
diretrizes, metas e ações adotadas pelo governo federal, isoladamente ou em regime de
cooperação com estados, distrito federal, municípios ou particulares, com vistas à̀ gestão
integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.
A regulamentação da referida lei foi feita pelo Decreto nº 7.404, de 23 de Dezembro de
2010. O decreto disciplina as inovações introduzidas na gestão e gerenciamento dos
resíduos sólidos pela PNRS, sendo a principal delas o sistema de logística reversa. Os
sistemas de logística reversa visam à restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial
para reaproveitamento no ciclo produtivo ou para destinação final ambientalmente adequada.
No inciso 1° do Artigo 33 da Politica Nacional de Resíduos Sólidos é disposto que os Planos
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de Logística Reversa podem ser firmados ou regulamentados por meio de Acordos Setoriais
e Termos de Compromisso firmado entre o poder público e setor empresarial.
No Paraná a convocação para a elaboração do Plano de Logística Reversa foi exposta
pelo Edital de Chamamento 01/2012 da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos - SEMA, que traz pontos relacionados a apresentação, elaboração e implementação
do plano. No caso do Paraná o acordo foi firmado entre Secretaria Estadual do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos – SEMA e Federação das Indústrias do Estado do Paraná –
FIEP. De forma a viabilizar a logística reversa exigida pela PNRS, todas as partes
relacionadas ao processo deverão contribuir para o encaminhamento dos produtos em fim de
vida útil para o reaproveitamento no processo produtivo através dos processos de reciclagem
e remanufatura ou destinação final ambientalmente adequada. A legislação obriga os
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, que seus produtos e
embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo
perigoso; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e produtos
eletroeletrônicos e seus componentes, a:
Investir no desenvolvimento, fabricação e colocação no mercado de produtos aptos à
reutilização, reciclagem ou outra forma de destinação ambientalmente adequada e
cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade de resíduos sólidos possível;
Divulgar informações relativas às formas de evitar, reciclar e eliminar os resíduos
sólidos associados a seus respectivos produtos;
Assumir o compromisso de, quando firmados acordos ou termos de compromisso com
o município, participar das ações previstas no plano municipal de gestão integrada de
resíduos sólidos, no caso de produtos ainda não inclusos no sistema de logística
reversa.
Cabe ainda aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes tomar todas as
medidas necessárias para assegurar a implementação e operacionalização do sistema de
logística reversa podendo, entre outras medidas:
Implantar procedimentos de reciclagem e reaproveitamento de produtos ou
embalagens usados;
Disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis;
Atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis.
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O papel do consumidor nesse processo é o de efetuar a devolução de seus produtos e
embalagens aos comerciantes ou distribuidores após o uso. Aos comerciantes e
distribuidores compete efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores dos
produtos e embalagens reunidos ou devolvidos. Por sua vez, os fabricantes e os
importadores deverão reutilizar como matéria prima os seus produtos e as embalagens
coletados, sendo o rejeito encaminhado para a disposição final ambientalmente adequada.
O grande desafio da logística reversa reside no custo associado à operacionalização do
sistema em um país de extensão continental e com suas particulares complexidades
logísticas. É sabido que qualquer sistema que seja estabelecido incorrerá em maiores
dispêndios, ora tratados como custos quando apreciados sob a ótica puramente econômica,
ora encarados com investimento necessário para um mundo sustentável. Um olhar mais
atento e consciente a essa questão indica que o aparente aumento de custo não configura
de fato um aumento, mas sim a antecipação de custos que incorreriam no futuro para
remediar o impacto negativo ao meio-ambiente causado pelo descarte inadequado de
resíduos.
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2 ESCOPO
O escopo do presente trabalho se refere ao Setor de Celulose, Papel, Embalagens e
Artefatos do Estado do Paraná. Participam da elaboração do Plano de Logística Reversa
quarenta e oito (48) empresas associadas ao sindicato, no Estado do Paraná, (SC e SP não
participam do plano de logística), conforme segue:
Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose e Pasta de Madeira para Papel, Papelão e
de Artefatos de Papel e Papelão do Estado do Paraná – SINPACEL.
As empresas associadas são:
1. Arauco do Brasil S/A.
2. Arpeco S/A - Artefatos de Papel.
3. Auto Adesivos Paraná Ltda. – Colacril.
4. BO Paper Brasil Indústria de Papéis Ltda.
5. Bras-Onda Papelão Ondulado Ltda.
6. Catre Pack Indústria e Comércio de Embalagens Ltda.
7. Cartosul Fabricação de Artefatos de Papelão Ltda.
8. Cocelpa Cia. de Celulose e Papel do Paraná.
9. Curipel Embalagens Ltda.
10. Ecoplan S/A
11. Embalagens Industriais Adesi Coating Ltda.
12. Embalog Fabricação de Embalagens Ltda.
13. Embrart Indústria de Embalagens e Artefatos de Papel Ltda.
14. Estrela Indústria de Papel Ltda.
15. Fábrica de Papel e Papelão N. S. da Penha S/A.
16. Huhtamaki do Brasil Ltda.
17. H.W. Caixas de Papelão Ltda.
18. Ibema Cia. Brasileira de Papel.
19. Iberkraft Indústria de Papel e Celulose Ltda.
20. Iguaçu Celulose, Papel S/A.
21. Indústria de Papelão Horlle Ltda.
22. Ibersul Indústria de Papel e Celulose Ltda.
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23. Induspel Embalagens e Artefatos de Papel Ltda.
24. Indústria Papeleira Cidade Clima Ltda. – Climapel.
25. Indústrias de Papel e Papelão Simone Ltda.
26. Insam - Indústria de Madeiras Santa Maria Ltda
27. Klabin S/A.
28. Mili S/A.
29. Pinho Past Ltda.
30. Piquiri Ind. e Com. de Papéis Ltda.
31. Portopel Indústria de Papelão Ltda.
32. Pisa Indústria de Papéis Ltda.
33. Rio Bonito Embalagens Ltda
34. Relevo Artefatos de Papel Ltda.
35. Salto Paraíso Papéis e Artefatos Ltda.
36. São Gabriel Papéis Ltda.
37. Santa Clara Indústria de Pasta e Papel Ltda.
38. Santa Maria Cia. de Papel e Celulose.
39. Sengés Papel e Celulose Ltda.
40. Sepac - Serrados e Pasta de Celulose Ltda.
41. SIG Combibloc do Brasil Ltda.
42. Sonoco do Brasil Ltda.
43. Technocoat Ltda.
44. Tera Indústria de Papéis Eireli
45. Tetra Pak Ltda.
46. Trenier Gráfica e Ind. De Artefatos de Papel Ltda.
47. Trombini Embalagens S/A.
48. Trópicos Industrial e Comercial Ltda.
A distribuição das empresas associadas ao Sindicato no Estado do Paraná utilizando-se
como base o Mapa elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente – SEMA - no estudo da
Regionalização da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Estado do Paraná, está
representada na figura abaixo:
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REGIÕES ASSOCIADOS
REGIÃO 1
REGIÃO 2
REGIÃO 3
REGIÃO 4
REGIÃO 5 2
REGIÃO 6
REGIÃO 7
REGIÃO 8
REGIÃO 9 1
REGIÃO 10 1
REGIÃO 11
REGIÃO 12 3
REGIÃO 13 10
REGIÃO 14
REGIÃO 15
REGIÃO 16 2
REGIÃO 17 7
REGIÃO 18 1
REGIÃO 19 19
REGIÃO 20 2
TOTAL 48
FIGURA 1: MAPA DE REGIONALIZAÇÃO DA GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO ESTADO
DO PARANÁ.
FIGURA 2: NÚMERO DE ASSOCIADOS AO SINDICATO POR REGIÃO NO PARANÁ.
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3 DADOS DO SETOR
O presente capítulo tem como principal objetivo apresentar a cadeia produtiva de
celulose, papel, embalagens e artefatos de papel, destacando suas principais características.
Também informações sobre os Aparistas, que desenvolvem um papel importante para o
setor.
Presente em todo o território nacional, a cadeia produtiva de celulose, papel,
embalagens e artefatos de papel compreende o conjunto formado pelas seguintes atividades
econômicas: atividade de base florestal; atividade industrial de fabricação de celulose;
atividade industrial de fabricação de papel; atividade industrial de fabricação de artefatos e
embalagens; e mercado consumidor. O fornecimento de insumos, máquinas e
equipamentos, a atividade da indústria gráfica e o segmento de distribuição são elos
complementares desta cadeia produtiva.
As atividades foram delimitadas conforme a área de atuação do Sindicato e seus
associados, e envolve os seguintes códigos nacionais de atividades econômicas, CNAE.
FIGURA 3: CNAE DAS ATIVIDADES DO SETOR
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FONTE: PANORAMA SETORIAL SINPACEL 2013/2014
A Figura abaixo apresenta o fluxograma simplificado da cadeia produtiva de celulose,
papel e artefatos de papel. Ela é formada por sete grandes elos produtivos que incluem a
base florestal, a indústria de transformação, que envolve quatro destes elos, os fornecedores
e mercado consumidor (direto ou por meio de distribuidores).
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FIGURA 4: FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DA CADEIA PRODUTIVA DE CELULOSE, PAPEL,
EMBALAGENS E ARTEFATOS DE PAPEL.
FONTE: PANORAMA SETORIAL SINPACEL 2013/2014
Base Florestal
O primeiro elo compreende as atividades de base florestal, que é principal fonte de
fornecimento de matéria-prima para a extração da pasta de madeira e celulose. Segundo a
Indústria Brasileira de Árvores, IBÁ foram plantados 7,2 milhões de hectares destinados ao
cultivo de eucalipto, pinus e outras espécies para a produção de painéis e pisos de madeira,
celulose, papel, florestas energéticas e biomassa. As principais regiões produtoras de
madeira para esses fins no país são Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
É importante ressaltar que toda madeira consumida por este setor provém de florestas
plantadas para fins industriais, portanto, não há utilização de florestas nativas nas atividades
da cadeia produtiva de celulose, papel e artefatos de papel.
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Indústria de Transformação
O segundo elo envolve a atividade industrial de fabricação de celulose e de outras
pastas para fabricação de papel, sendo composta por empresas que produzem celulose e
pasta de alto rendimento.
Celulose: No processo de obtenção de celulose obtém-se a celulose de fibra longa e a
celulose de fibra curta. A primeira, extraída de espécies coníferas de pinus, é utilizada na
fabricação de papéis de maior resistência como papel kraft, papel cartão e embalagens.
Derivada principalmente do eucalipto, a celulose de fibra curta é utilizado para a produção de
papéis como os de imprimir e escrever, fins sanitários (papel higiênico, toalhas de papel,
guardanapos) e papéis especiais. No Brasil mais de 98% do volume produzido de celulose
tem origem no cultivo de espécies de eucalipto e pinus. Também deve-se considerar neste
elo a celulose reciclada, obtida por meio da recuperação de aparas de embalagens
cartonadas e resíduos do processamento da celulose.
Pasta de alto Rendimento: A pasta de alto rendimento é uma pasta de materiais ligno-
celulósicos, que pode ser obtida por processo puramente mecânico, térmico ou químico, ou
por uma combinação destes processos, dando origem à pasta mecânica, mecanoquímica,
quimimecânica, termomecânica ou termoquimimecânica. Esse tipo de pasta recebe essa
denominação devido ao rendimento na transformação da matéria-prima, com aproveitamento
superior a 80%. As pastas de alto rendimento são utilizadas na fabricação de papel imprensa
(ou jornal), papéis para imprimir, papelão e embalagens, entre outros fins.
Papel: O terceiro elo da cadeia produtiva refere-se à atividade industrial de fabricação de
papel, e engloba as empresas produtoras de papéis para imprensa, papéis para imprimir e
escrever, papéis para embalagem, papel cartão, papéis para fins sanitários e papéis
especiais. Cada um desses tipos de papéis exige um conjunto de tecnologias diferenciadas
para sua produção, seja no processo químico, no uso de combinações de matérias-primas
diferenciadas para cada tipo de papel, ou em outros fatores.
Embalagens e Artefatos: O quarto elo é representado pelas empresas que têm como
atividade industrial a fabricação de artefatos e embalagens de papel, ou seja, elas dão os
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acabamentos e características ao papel, transformando-o em produtos adequados à
utilização pelo consumidor final.
Esses elos estão intimamente ligados, pois cada tipo de papel dá origem a diversos tipos
de artefatos e embalagens, conforme as características exigidas no produto final.
Elos complementares
Além dos elos de produção descritos anteriormente, os elos complementares integram a
cadeia e compreendem os fornecedores de insumos, de máquinas e equipamentos para
todos os segmentos da cadeia produtiva e os importadores, visto que são importados tanto
insumos quanto máquinas e equipamentos para utilização em todas as atividades.
Os elos seguintes são representados pela atividade industrial gráfica, que converte os
artefatos por meio da impressão, e por outros segmentos industriais, que acondicionam seus
produtos para encaminhá-los ao mercado consumidor.
O elo de distribuidores é composto por empresas responsáveis pelo canal de distribuição
de produtos elaborados pelos elos anteriores da cadeia produtiva, dependendo da estratégia
comercial adotada pelas empresas dos elos produtores.
Por fim, a produção chega ao mercado consumidor, que representa o último elo da
cadeia produtiva, podendo acessar os produtos diretamente ou por meio dos distribuidores.
Os produtos industrializados pela cadeia de celulose, papel e artefatos de papel são
destinados tanto ao mercado interno quanto ao mercado externo.
Principais processos produtivos
Para a melhor compreensão da atividade industrial, é importante conhecer os processos
produtivos básicos para obtenção de pasta de madeira, celulose e papel e para a fabricação
de papel. Também será exemplificado um processo produtivo básico para produção de
embalagens.
Para a obtenção da pasta de alto rendimento é necessário separar as fibras da madeira.
A separação pode ser feita por meio de processo mecânico, térmico, químico, ou mesmo
pela combinação destes processos.
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O fluxograma do processo básico para obtenção de pastas de alto rendimento pode ser
observado na Figura 4.
FIGURA 5: FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO DA PASTA DE ALTO RENDIMENTO
FONTE: PANORAMA SETORIAL SINPACEL 2013/2014
A celulose, por sua vez é uma pasta química para a fabricação de papel, obtida pelo
cozimento da matéria-prima, tendo como processo básico de produção as seguintes etapas.
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FIGURA 6: FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO DE CELULOSE
FONTE: PANORAMA SETORIAL SINPACEL 2013/2014
A fabricação de embalagens e artefatos é bastante complexa, pela diversidade de
produtos e consequentemente, de máquinas e equipamentos utilizados. Para exemplificar o
processo produtivo, optou-se por apresentar o processo para a fabricação de embalagens de
papelão ondulado, como mostra a Figura 6.
14
FIGURA 7: FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO DE EMBALAGENS DE PAPELÃO ONDULADO
FONTE: PANORAMA SETORIAL SINPACEL 2013/2014
A partir do entendimento da cadeia produtiva de celulose, papel e artefatos de papel, bem
como de seus processos produtivos básicos, é possível compreender melhor sua dinâmica.
Nas próximas seções, serão exploradas informações sobre os cenários mundial, nacional e
15
estadual, a fim de compreender as relações entre esses elos e avaliar o comportamento dos
produtos no mercado.
Aparistas
O aparista de papel é o empresário responsável pela compra de aparas de papel dos
pequenos comerciantes, dos sucateiros, das associações, das pequenas empresas, sobras
de produção gráfica, de bancos, de supermercados, de escolas, dentre outros. Ou seja,
trabalham com aparas de papéis totalmente recicláveis para as indústrias.
As empresas após adquirirem as aparas, são responsáveis pela separação e
classificação das mesmas para posterior venda aos fabricantes (recicladores) que estão
cada vez mais exigentes quanto à sua qualidade, pois isso implica diretamente na otimização
da reciclagem. Em 2014, o setor reciclou quase 5,0 milhões de toneladas de papel que,
desta forma, deixaram de impactar o meio ambiente.
FIGURA 8: FLUXOGRAMA DE APARAS DE PAPEL
FONTE: ANGUTI ESTATÍSTICA
16
Origem do Material
Os ferros-velhos continuam respondendo pela maior parte do material coletado pelos
aparistas, participando tanto em 2013 e 2014, com cerca de 30%. Houve um aumento
significativo proveniente das gráficas e do comércio. Porém, as compras realizadas junto a
catadores e cooperativas que, de uma participação de 20% em 2013, passaram a fornecer
apenas 12% do material recolhido pelos aparistas no ano passado, 2014.
GRÁFICO 1: PARTICIPAÇÃO DAS PRINCIPAIS FONTES DE APARAS.
FONTE: ANGUTI ESTATÍSTICA
17
FIGURA 9: ORIGEM E DESTINO DAS APARAS DE PAPEL
Principais categorias de papel e
tipos
Reciclados principalmente para a
produção de:
Papéis de embalagem Caixas de Papelão Ondulado
(kraft liner, miolo, testliner) (miolo, testliner, maculatura)
Imprimir/escreverPapéis de fins sanitários
(toalha de mão, papel higiênico)com celulose
(Offset e couchê)
Imprimir/escrever Papéis de fins sanitários
com pasta Polpa moldada
(Imprensa e LWC) Exportação
PapelcartãoPapelcartão
Duplex e Triplex
FONTE: ANGUTI ESTATÍSTICA
Geração e Consumo por regiões Existem dois grupos de aparas com origem diferentes. O que fornece as chamadas
aparas de pré-consumo, ou seja, aquelas que foram geradas antes do consumo final do
produto, sendo geradas nas cartonagens, gráficas, etc., durante o processo produtivo; e as
aparas de pós-consumo que constituem o maior volume sendo geradas nos supermercados,
lojas, shoppings e, também pelos catadores de material reciclável que tem importância
fundamental nesse processo.
18
FIGURA 10: GERAÇÃO DE APARAS POR ESTADO BRASILEIRO - (MIL T/ANO)
FONTE: ANGUTI ESTATÍSTICAS
Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos de Papel no Mundo
A criação do papel está intimamente relacionada à evolução da comunicação humana,
especialmente da comunicação gráfica. O papiro, antecessor do papel, começou a ser
utilizado para registros da história da humanidade três milênios antes de Cristo.
Com os avanços nos sistemas de produção e a utilização de matérias-primas
diversificadas, sua produção ganhou escala mundial e vem sendo utilizado para as mais
diversas aplicações. As plantas industriais se modernizaram, aumentando o grau de
automação e produtividade, influenciando positivamente na qualidade dos produtos.
O mercado mundial de celulose, papel e artefatos apresenta características marcantes.
As empresas do segmento de celulose possuem uma boa difusão tecnológica, alto nível de
integração vertical (imobilização de terras, plantio, equipamentos), plantas fabris com grande
capacidade de produção e ampla base florestal, alta intensidade de capital e poder de
19
financiamentos, longo tempo de maturação dos investimentos e portes variados,
especialmente quando se trata da produção de papel e sua conversão.
A indústria mundial de celulose é extremamente globalizada e possui um mercado
consumidor concentrado em poucos países, assim como um mercado produtor polarizado,
conforme o tipo de fibra obtida, em todas as regiões do mundo. Além disso, por exigir uma
estrutura produtiva que demanda uma escala mínima de eficiência, o valor para investimento
é alto, o tempo de maturação dos investimentos é de longo prazo, a competitividade florestal
e o acesso às terras são assimétricos.
A madeira é a principal matéria-prima utilizada na produção de celulose e o crescimento
das florestas já se destaca como um importante fator de vantagem competitiva entre as
empresas. Estudos do BNDES (2010) apontam que, nos principais países produtores,
percebe-se uma variação dos custos de US$ 115/t a US$ 344/t para a celulose de fibra longa
e, de US$ 104/t a US$ 350/t para a celulose de fibra curta.
A produção mundial de celulose, em 2012, foi estimada em 181,2 milhões de toneladas,
conforme mostra a Tabela 2.
FIGURA 11: PRODUÇÃO MUNDIAL E EXPORTAÇÕES DE CELULOSE PARA PAPÉIS ORIUNDOS DE
MADEIRA, 2012
FONTE: PANORAMA SETORIAL SINPACEL 2013/2014
Cerca de 80% da produção mundial concentrou-se em nove países, com destaque para
a produção dos Estados Unidos, responsável por 28% da produção mundial, e para a China,
10%.
20
Quanto ao comércio exterior, também apresentado na Tabela 2, Canadá e Brasil são os
principais exportadores mundiais de celulose originária de madeireira. Chile e Brasil
destinam, respectivamente, 84% e 60% da sua produção para o mercado externo.
Com relação à demanda, o consumo mundial de pasta de celulose foi de 193,0 milhões
de toneladas, em 2012. Aproximadamente, 80,7% do consumo médio mundial de pasta
química concentraram-se em doze países. O destaque mundial no consumo de pasta
química foram os EUA, com 34,1%, a China, com 9,8%, e o Canadá, com 8,6%.
A produção mundial de papel em 2012 foi 399,9 milhões de toneladas. Aproximadamente
56,4% desta produção concentraram-se em quatro países, respectivamente, China, EUA,
Japão e Alemanha. (Figura 12).
FIGURA 12: PRODUÇÃO MUNDIAL DE PAPEL, 2012
FONTE: PANORAMA SETORIAL 2013/2014
Os principais papéis produzidos são papéis para embalagens, papéis para imprimir e
escrever, e papéis para fins sanitários (tissue). A Figura 13 apresenta as principais regiões
produtoras de papel do mundo.
FIGURA 13: PRODUÇÃO POR TIPO DE PAPEL E POR REGIÃO, 2011.
21
Os papéis para embalagens representam 56,0% da produção total de papel. A principal
região produtora deste tipo de papel é o continente asiático, com 46,6% da produção total,
seguida pela América do Norte e Europa, cada uma respondendo por 22,9% da produção.
Os papéis para imprimir correspondem a 36,7% da produção mundial de papel, sendo a
região asiática a principal produtora.
Em 2010, o principal país consumidor de papel foi a Finlândia, com uma média 280,6 kg
de papel consumido por pessoa. Em seguida, Alemanha, EUA e Japão possuem os maiores
níveis de consumo per capita de papel do mundo. Segundo dados da BRACELPA, o Brasil
ficou abaixo da média mundial de consumo de papel.
As dez empresas que figuram como as principais produtoras no cenário mundial deste
setor estão listadas na Figura 14.
FIGURA 14: RANKING GLOBAL DAS EMPRESAS INDUSTRIAIS FLORESTAIS, DE PAPEL E EMBALAGENS
(2012)
FONTE: PANORAMA SETORIAL SINPACEL 2013/2014
Das 10 maiores empresas mundiais de celulose, papel e artefatos, 5 estão presentes no
Brasil, a International Paper, com unidades produtivas nos estados de São Paulo e Mato
Grosso do Sul, a Kimberly-Clark, com unidades fabris instaladas em Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, Bahia e São Paulo, a Oji Papéis, com fábricas em São Paulo e Minas Gerais,
a Stora Enso, com unidades fabris no Paraná e Santa Catarina, e a SCA, presente no estado
de São Paulo.
22
Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos de Papel no Brasil
Com a evolução da tecnologia tanto na área florestal, quanto industrial, as empresas
brasileiras ampliaram sua capacidade de produção, em especial de celulose de fibra curta,
derivada do eucalipto, e o país passou a figurar no cenário internacional como exportador de
celulose e papel, atraindo o interesse de novos empresários para o ramo.
No elo de base florestal da cadeia produtiva de celulose e papel, dados da IBÁ (2014)
indicam que o país destinou 7,2 milhões de hectares para o plantio de florestas para fins
industriais, em 2013. Sendo o setor de celulose e papel responsável por 37% da área
plantada de florestas no país.
As condições climáticas e de solo favoráveis, organização do setor privado, mão de obra
altamente qualificada e pesquisa e desenvolvimento (P&D) são fatores que combinados a
melhoramentos genéticos, avanços em biotecnologia, matérias-primas de alta qualidade,
bem como outras atividades de processo da base florestal (planejamento socioambiental,
manejo florestal e rotação das áreas plantadas) explicam o sucesso das atividades de P&D
no aumento da produtividade nas áreas de base florestal.
As indústrias do setor de celulose, papel e artefatos de papel estão distribuídas em todo
o país, somando 4.458 estabelecimentos. No segmento de celulose e papel, 77% dos
estabelecimentos se concentram em cinco estados, com destaque para São Paulo, Paraná e
Santa Catarina. Os segmentos de embalagens e artefatos de papel são relativamente
pulverizados, estando presentes em mais unidades da federação que os estabelecimentos
de papel, porém, ainda assim, o número de estabelecimentos destes segmentos é bastante
expressivo no estado de São Paulo, onde estão localizados 37% deles.
A Figura 15 mostra a distribuição geográfica dos estabelecimentos do setor no país,
onde a concentração de estabelecimentos é representada pelas cores mais escuras, e a de
empregos pelos círculos.
23
FIGURA 15: DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS ESTABELECIMENTOS DE CELULOSE, PAPEL E
ARTEFATOS DE PAPEL NO BRASIL
FONTE: PANORAMA SETORIAL SINPACEL 2013/2014
Em geral, os estabelecimentos do setor de celulose, papel e artefatos de papel
apresentaram crescimento de 3,8% entre os anos de 2006 a 2012, tendo um incremento de
164 estabelecimentos no período. Entretanto, ao se analisar a evolução dos
estabelecimentos por segmento, é possível identificar o crescimento no segmento de
embalagens de papel, bem como a queda no número de estabelecimentos nos segmentos
de artefatos e celulose e papel. (Figura 16).
24
FIGURA 16: EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS DO SETOR POR SEGMENTO (2006-2012)
FONTE: PANORAMA SETORIAL SINPACEL 2013/2014
O segmento de celulose e papel teve uma queda de 5,6% no número de empresas, de
2006 a 2012. Já no segmento de artefatos, a queda foi de 7,4% no mesmo período. O
segmento de embalagens manteve o crescimento no período, com um acréscimo de 354
estabelecimentos, representando um crescimento de 22%.
Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos de Papel no Paraná
O setor de celulose, papel e artefatos paranaense já contava com várias empresas
instaladas antes mesmo dos esforços do governo federal, a partir da década de 70, para
expandir a base geográfica da cadeia produtiva nacional, inicialmente concentrada no
25
Sudeste, para as regiões Sul, Norte e Nordeste. A Figura 17 mostra os principais marcos do
setor no estado, desde a primeira fábrica instalada, até o ano 2000.
FIGURA 17: LINHA DO TEMPO DOS PRINCIPAIS MARCOS DO SETOR NO ESTADO DO PARANÁ (1900-
2000)
FONTE: PANORAMA SETORIAL SINPACEL 2013/2014
No estado do Paraná o setor florestal representa grande relevância, seja econômica,
ambiental e social. Dados da ABRAF (2013) apontam que a área de floresta plantada
paranaense é a terceira maior do Brasil, com 12,3% do total, somando 817.566 hectares de
pinus e eucalipto.
O Paraná é o segundo estado em número de estabelecimentos do setor e o terceiro em
número de empregos. Há 470 empresas distribuídas em 97 municípios do estado, porém os
estabelecimentos concentram-se nos municípios de Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e
São José dos Pinhais. Já os empregos se concentram nos municípios de Curitiba, Telêmaco
Borba, Guarapuava, Araucária e União da Vitória. A Figura 18 mostra a distribuição de
empregos e estabelecimentos do setor pelo estado.
26
FIGURA 18: DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS ESTABELECIMENTOS DE CELULOSE, PAPEL,
EMBALAGENS E ARTEFATOS DE PAPEL NO PARANÁ.
FONTE: PANORAMA SETORIAL SINPACEL
O segmento de celulose e papel apresenta uma parcela maior de empresas de médio e
grande porte (27%), devido às características já citadas destas empresas. Já os segmentos
de artefatos e embalagens de papel são compostos, em sua maioria, por empresas de micro
e pequeno porte, sendo 94% e 97%, respectivamente, do total de estabelecimentos destes
segmentos.
O setor emprega formalmente 19.761 pessoas no Paraná. O segmento de celulose e
papel é responsável por 46% destes empregos, o de embalagens por 20% e o de artefatos
de papel 35% dos empregos formais. A Tabela 6 mostra os principais municípios do estado,
classificados pelo número de empregos formais gerados pelos segmentos.
27
FIGURA 19: RANKING DOS PRINCIPAIS MUNICÍPIOS POR NÚMERO DE EMPREGOS FORMAIS NO
SETOR
FONTE: MTE/RAIS 2012
Produção
O faturamento do setor em 2012 foi de R$ 4,5 bilhões, representando um crescimento de
8,8% em relação a 2011. O crescimento no período de 2008 a 2012 foi de 38,9%,
recuperando e crescendo além dos patamares pré-crise mundial de 2008, como observa-se
na Figura 20.
28
FIGURA 20: EVOLUÇÃO DO FATURAMENTO DO SETOR NO PARANÁ (2008-2012)
FONTE: SINPACEL
Reciclagem de Papel no Brasil
Em 2015, a produção de papel no Brasil foi cerca de 10,3 milhões de toneladas, e a
evolução de 2014 a 2015 pode ser observada
FIGURA 21: CADEIA PRODUTIVA (T X MIL)
FONTE: IBA – INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES
29
A Reciclagem
A reciclagem anual de papéis é obtida pela divisão da taxa de recuperação de papéis
com potencial de reciclagem pela quantidade total de papéis recicláveis consumidos no
mesmo período. Em 2015, o Brasil registrou uma taxa de recuperação de 63,4%, com
crescimento de aproximadamente 4% em relação ao ano anterior, segundo o panorama da
ABRELPE, conforme apresentado a seguir.
FIGURA 22: RECICLAGEM ANUAL DE PAPÉIS (T X MIL)
FONTE: IBA / ANAP
30
A SEMA elaborou o Plano para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PEGIRSU),
dividindo o estado em 20 regiões que atuarão de forma integrada para a implementação de
soluções previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Mapa da regionalização da Gestão dos RSU do Estado do Paraná
Regiões propostas, sedes administrativas e populações totais.
FIGURA 23: MAPA DE REGIONALIZAÇÃO DA SEMA.
FONTE: ENGEBIO, 2012.
31
FIGURA 24: SEDES DE CADA REGIÃO.
Região Sede População (hab.)
Região 1 Umuarama 423.301
Região 2 Paranavaí 255.981
Região 3 Maringá 737.967
Região 4 Apucarana 310.317
Região 5 Londrina 854.913
Região 6 Cornélio Procópio 222.633
Região 7 Jacarezinho 311.716
Região 8 Toledo 398.619
Região 9 Cascavel 467.426
Região 10 Campo Mourão 302.506
Região 11 Ivaiporã 222.222
Região 12 Telêmaco Borba 185.964
Região 13 Ponta Grossa 548.498
Região 14 Foz do Iguaçu 388.795
Região 15 Francisco Beltrão 337.703
Região 16 Pato Branco 249.793
Região 17 Guarapuava 331.861
Região 18 Irati 375.053
Região 19 Curitiba 3.223.836
Região 20 Paranaguá 265.392
Resumo do Diagnóstico da Região1
Os municípios integrantes da Região 1 são: Alto Paraíso, Alto Piquiri, Altônia, Brasilândia
do Sul, Cafezal do Sul, Cianorte, Cidade Gaúcha, Cruzeiro do Oeste, Douradina, Esperança
Nova, Francisco Alves, Guaporema, Icaraíma, Indianópolis, Iporã, Ivaté, Japurá, Jussara,
Maria Helena, Mariluz, Nova Olímpia, Perobal, Pérola, Rondon, São Jorge do Patrocínio, São
Manoel do Paraná, São Tomé, Tapejara, Tapira, Terra Boa, Tuneiras do Oeste, Umuarama e
Xambrê.
Resumo do Diagnóstico da Região 2
Os municípios integrantes da Região 2 são: Alto Paraná, Amaporã, Diamante do Norte,
Guairaçá, Inajá, Itaúna do Sul, Jardim Olinda, Loanda, Marilena, Mirador, Nova Aliança do
Ivaí, Nova Londrina, Paraíso do Norte, Paranapoema, Paranavaí, Planaltina do Paraná,
32
Porto Rico, Querência do Norte, Santa Cruz de Monte Castelo, Santa Isabel do Ivaí, Santa
Mônica, Santo Antônio do Caiuá, São Carlos do Ivaí, São João do Caiuá, São Pedro do
Paraná, Tamboara e Terra Rica.
Resumo do Diagnóstico da Região 3
Os municípios integrantes da Região 3 são: Ângulo, Astorga, Atalaia, Colorado, Cruzeiro
do Sul, Doutor Camargo, Floraí, Floresta, Flórida, Iguaraçu, Itaguajé, Itambé, Ivatuba,
Lobato, Mandaguaçu, Mandaguari, Marialva, Maringá, Munhoz de Mello, Nossa Senhora das
Graças, Nova Esperança, Ourizona, Paiçandu, Paranacity, Presidente Castelo Branco, Santa
Fé, Santa Inês, Santo Inácio, São Jorge do Ivaí, Sarandi e Uniflor.
Resumo do Diagnóstico da Região 4
Os municípios integrantes da Região 4 são: Apucarana, Arapongas, Bom Sucesso,
Borrazópolis, Califórnia, Cambira, Faxinal, Jandaia do Sul, Kaloré, Marilândia do Sul,
Marumbi, Mauá da Serra, Novo Itacolomi, Rio Bom, Sabáudia e São Pedro do Ivaí.
Resumo do Diagnóstico da Região 5
Os municípios integrantes da Região 5 são: Alvorada do Sul, Bela Vista do Paraíso,
Cafeara, Cambé, Centenário do Sul, Florestópolis, Guaraci, Ibiporã, Jaguapitã, Jataizinho,
Londrina, Lupionópolis, Miraselva, Pitangueiras, Porecatu, Prado Ferreira, Primeiro de Maio,
Rolândia, Sertanópolis e Tamarana.
Resumo do Diagnóstico da Região 6
Os municípios integrantes da Região 6 são: Assaí, Bandeirantes, Congonhinhas,
Cornélio Procópio, Curiúva, Figueira, Itambaracá, Leópolis, Nova América da Colina, Nova
Fátima, Nova Santa Bárbara, Rancho Alegre, Santa Amélia, Santa Cecília do Pavão, Santa
Mariana, Santo Antônio do Paraíso, São Jerônimo da Serra, São Sebastião da Amoreira,
Sapopema, Sertaneja e Uraí.
33
Resumo do Diagnóstico da Região 7
Os municípios integrantes da Região 7 são: Abatiá, Andirá, Barra do Jacaré, Cambará,
Carlópolis, Conselheiro Mairinck, Guapirama, Ibaiti, Jaboti, Jacarezinho, Japira, Joaquim
Távora, Jundiaí do Sul, Pinhalão, Quatiguá, Ribeirão Claro, Ribeirão do Pinhal, Salto do
Itararé, Santana do Itararé, Santo Antônio da Platina, São José da Boa Vista, Siqueira
Campos, Tomazina e Wenceslau Braz.
Resumo do Diagnóstico da Região 8
Os municípios integrantes da Região 8 são: Assis Chateaubriand, Diamante D'Oeste,
Entre Rios do Oeste, Formosa do Oeste, Guaíra, Iracema do Oeste, Jesuítas, Marechal
Cândido Rondon, Maripá, Mercedes, Nova Aurora, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste,
Palotina, Pato Bragado, Quatro Pontes, Santa Helena, São José das Palmeiras, São Pedro
do Iguaçu, Terra Roxa, Toledo, Tupãssi e Vera Cruz do Oeste.
Resumo do Diagnóstico da Região 9
Os municípios integrantes da Região 9 são: Anahy, Boa Vista da Aparecida, Braganey,
Cafelândia, Campo Bonito, Capitão Leônidas Marques, Cascavel, Catanduvas, Céu Azul,
Corbélia, Diamante do Sul, Espigão Alto do Iguaçu, Guaraniaçu, Ibema, Iguatu, Lindoeste,
Quedas do Iguaçu, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste e Três Barras do Paraná.
Resumo do Diagnóstico da Região 10
Os municípios integrantes da Região 10 são: Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança,
Campina da Lagoa, Campo Mourão, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Fênix,
Goioerê, Iretama, Janiópolis, Juranda, Luiziana, Mamborê, Moreira Sales, Nova Cantu,
Peabiru, Quarto Centenário, Quinta do Sol, Rancho Alegre D'Oeste e Ubiratã.
Resumo do Diagnóstico da Região 11
Os municípios integrantes da Região 11 são: Altamira do Paraná, Arapuã, Ariranha do
Ivaí, Boa Ventura de São Roque, Cândido de Abreu, Cruzmaltina, Godoy Moreira, Grandes
34
Rios, Ivaiporã, Jardim Alegre, Laranjal, Lidianópolis, Lunardelli, Manoel Ribas, Mato Rico,
Nova Tebas, Palmital, Pitanga, Rio Branco do Ivaí, Roncador, Rosário do Ivaí, Santa Maria
do Oeste e São João do Ivaí.
Resumo do Diagnóstico da Região 12
Os municípios integrantes da Região 12 são: Imbaú, Ipiranga, Ivaí, Ortigueira, Reserva,
Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania.
Resumo do Diagnóstico da Região 13
Os municípios integrantes da Região 13 são: Arapoti, Carambeí, Castro, Jaguariaíva,
Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Amazonas, São João do Triunfo e Sengés.
Resumo do Diagnóstico da Região 14
Os municípios integrantes da Região 14 são: Foz do Iguaçu, Itaipulândia, Matelândia,
Medianeira, Missal, Ramilândia, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu e
Serranópolis do Iguaçu.
Resumo do Diagnóstico da Região 15.
Os municípios integrantes da Região 15 são: Ampére, Barracão, Bela Vista da Caroba,
Boa Esperança do Iguaçu, Bom Jesus do Sul, Capanema, Cruzeiro do Iguaçu, Dois Vizinhos,
Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Francisco Beltrão, Manfrinópolis, Marmeleiro, Nova
Esperança do Sudoeste, Nova Prata do Iguaçu, Pérola D'Oeste, Pinhal de São Bento,
Planalto, Pranchita, Realeza, Renascença, Salgado Filho, Salto do Lontra, Santa Izabel do
Oeste, Santo Antônio do Sudoeste, São Jorge D'Oeste e Verê.
Resumo do Diagnóstico da Região 16
Os municípios integrantes da Região 16 são: Bom Sucesso do Sul, Chopinzinho,
Clevelândia, Coronel Domingos Soares, Coronel Vivida, Honório Serpa, Itapejara D'Oeste,
35
Mangueirinha, Mariópolis, Palmas, Pato Branco, São João, Saudade do Iguaçu, Sulina e
Vitorino.
Resumo do Diagnóstico da Região 17
Os municípios integrantes da Região 17 são: Campina do Simão, Candói, Cantagalo,
Foz do Jordão, Goioxim, Guarapuava, Laranjeiras do Sul, Marquinho, Nova Laranjeiras,
Pinhão, Porto Barreiro, Reserva do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu, Turvo e Virmond.
Resumo do Diagnóstico da Região 18
Os municípios integrantes da Região 18 são: Antônio Olinto, Bituruna, Cruz Machado,
Fernandes Pinheiro, General Carneiro, Guamiranga, Imbituva, Inácio Martins, Irati, Mallet,
Paula Freitas, Paulo Frontin, Porto Vitória, Prudentópolis, Rebouças, Rio Azul, São Mateus
do Sul, Teixeira Soares e União da Vitória.
Resumo do Diagnóstico da Região 19
Os municípios integrantes da Região 19 são: Adrianópolis, Agudos do Sul, Almirante
Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo do
Tenente, Campo Largo, Campo Magro, Cerro Azul, Colombo, Contenda, Curitiba, Doutor
Ulysses, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Lapa, Mandirituba, Piên, Pinhais, Piraquara,
Quatro Barras, Quitandinha, Rio Branco do Sul, Rio Negro, São José dos Pinhais, Tijucas do
Sul e Tunas do Paraná.
Resumo do Diagnóstico da Região 20
Os municípios integrantes da Região 20 são: Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba,
Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná.
36
4 METODOLOGIA DE TRABALHO
Estrutura do Trabalho
A metodologia deste trabalho foi desenvolvida de forma a se utilizar dos melhores
conhecimentos consolidados sobre o tema logística reversa, apontando a existência de
diversas experiências e conhecimentos prévios. Os dados inseridos neste plano contêm uma
mescla de informações fornecidas pelo sindicato, pelos Planos de Logística Reversa
existentes e outras referências importantes relacionadas ao tema.
A metodologia utilizada foi estruturada em quatro fases:
1. Reuniões iniciais para discussão da logística reversa do setor e assinatura do
Termo de Compromisso;
2. Levantamento de dados;
3. Elaboração dos Planos de Logística Reversa pelo corpo técnico do Instituto
SENAI de Meio Ambiente e Química – IST, comtemplando reuniões e
discussões mensais com os setores produtivos envolvidos;
4. Consolidação com o setor produtivo da estrutura do Plano de Logística
elaborado e encaminhamento para a Secretaria de Meio Ambiente do Estado
do Paraná – SEMA.
O setor de papel e celulose teve a primeira convocação através do Edital de
Chamamento nº 01/2012, instituído pela Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos (SEMA), no qual foram iniciadas séries de discussões internas com o Sindicato e
posteriormente com o auxílio e apoio da FIEP – Federação das Indústrias do Estado do
Paraná. No mês de novembro de 2012 foi protocolado e assinado um termo de compromisso
firmado entre a SEMA, FIEP e o Setor organizado.
Foram iniciadas as atividades para elaboração do Plano de Logística Reversa junto ao
SENAI no dia 25 de maio de 2015 para definição do cronograma. Na reunião do dia
23/07/2015 foi discutida a estrutura do plano, os tipos de resíduos gerados no setor e então
elaborados os questionários para o levantamento de dados.
Após encaminhar todos os questionários, foram realizadas duas oficinas, a primeira em
Curitiba no dia 26 de agosto e a segunda em Guarapuava no dia 28 de agosto. O objetivo
principal era sanar dúvidas sobre o tema da Logística Reversa e apresentar os primeiros
dados levantados do setor.
37
No dia 02 de outubro foram apresentados ao Sindicato e seus respectivos associados
dados mais atualizados de quantitativos de resíduos de pré-consumo, coletados através dos
questionários e planilhas enviados pela equipe técnica do SENAI. Foram apresentados
também esboços de fluxogramas para a Logística Reversa dos resíduos de pós-consumo e
empresas do setor como possíveis receptoras de resíduos sólidos, dados coletados a
respeito de formas de mobilização social e participação do consumidor na logística reversa
atual, e a aplicação dos 3R’s nas empresas associadas e galpões de triagem previstos pelo
PEGIRSU (Plano de Regionalização da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos do
Estado do Paraná) para 2015.
Premissas do Trabalho
Durante a elaboração da Proposta levou-se em consideração a sequência de abordagem
lógica, conforme indica a Figura 25.
FIGURA 25: ABORDAGEM LÓGICA E TRADICIONAL PARA GESTÃO DE RESÍDUOS.
Fonte: Adaptado de CNTL - CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS- CNTL.
A abordagem lógica direciona os esforços primários na busca da prevenção da geração,
que de todas as alternativas é a única que exerce uma contribuição de 100% para a
resolução dos problemas ambientais, cedendo para alternativas (na figura, seguindo da
direita para a esquerda) quando não tiver condições para tal. A velha abordagem
(abordagem tradicional) segue em sentido antagônico, através da adoção de alternativas
38
menos eficazes e de maiores custos (nota-se que a prevenção para esta abordagem é a
última alternativa).
39
5 SISTEMA DE LOGÍSTICA REVERSA ATUAL
5.1 Ciclo de Vida
A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos é o conjunto de
atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e
de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos
gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade
ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos.
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) o ciclo de vida de um produto
é definido como sendo uma série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a
obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição
final, ou seja, o ciclo de vida de um produto é o caminho que ele percorre desde a sua
fabricação até o seu descarte.
Para descrever o ciclo de vida dos setores para o qual está sendo desenvolvido o plano
de logística reversa, ou seja, o setor de papel e celulose segue abaixo a figura que descreve
cada etapa.
I. Papel e Celulose
O ciclo de vida do Papel inicia-se com o plantio do eucalipto e pinus, no Paraná o pinus é
mais usado que o eucalipto, o que leva de seis a sete anos para atingir a idade de corte no
caso de eucalipto e cerca de 10 anos no pinus. Para produzir uma tonelada de papel são
necessárias aproximadamente duas toneladas de eucalipto, que equivale a 20 árvores. Sua
principal matéria prima é a celulose, obtida a partir de fibras celulósicas, retiradas dos
troncos dessas árvores.
40
FIGURA 26: CICLO DE VIDA DE PAPEL E CELULOSE
II. Embalagens e Artefatos
É importante considerar todos os estágios do ciclo de vida da embalagem, além de conhecer
como estas podem afetar o meio ambiente nos diferentes estágios. Deve-se garantir que
qualquer melhoria efetuada num determinado estágio do processo fabril ou estrutura da
embalagem não prejudique, mesmo que involuntariamente, o impacto ambiental em outros
estágios.
41
FIGURA 27: CICLO DE VIDA DE EMBALAGENS E ARTEFATOS
FONTE: HUMMELGEN, 2013
5.2 Questionário de levantamento de dados
Como o Plano de Logística Reversa tem como foco o atendimento às empresas
associadas ao sindicato, é necessário realizar um levantamento de dados relacionados à
atual gestão resíduos destas empresas, para isto foi elaborado um questionário com
perguntas básicas relacionadas ao tema. Também foi enviado para preenchimento, uma
tabela que tem por objetivo realizar um levantamento quantitativo e qualitativo dos resíduos
gerados em seus processos.
Além do questionário e da tabela, foram enviados ao Sindicato e seus respectivos
associados uma planilha com solicitações sobre a produção da empresa.
Sendo assim este Plano de Logística Reversa trata especificamente das empresas
associadas ao sindicato do setor de papel e celulose e tem como base os 18 requisitos
listados no Edital de Chamamento nº 01/2012.
42
5.3 Órgãos Públicos atualmente envolvidos na Logística Reversa
Para o levantamento da questão relacionada ao envolvimento de órgão públicos no atual
processo de logística reversa no Setor de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos de Papel
e seus respectivos associados a seguinte pergunta foi formulada:
- Dos resíduos gerados atualmente pela sua empresa algum deles é recolhido e
destinado por órgão público (Prefeitura, Associações)? Se sim citar o órgão público e
tipo de serviço realizado.
De um total de 48 associados, responderam ao questionário apenas 21 empresas.
Segue abaixo uma tabela com informações em porcentagem.
FIGURA 28: EMPRESAS QUE DESTINAM PARA ÓRGÃOS PÚBLICOS.
Sim 5 24%
Não 16 76%
De 21 empresas que responderam aos questionários, 5 empresas destinam seus
resíduos para algum órgão público.
43
GRÁFICO 2: PERCENTUAL DAS EMPRESAS QUE DESTINAM PARA ÓRGÃOS PÚBLICOS
Das empresas que responderam ao questionário, 76% destinam uma parte dos seus
resíduos para Prefeituras Municipais.
5.4 Formas atuais de mobilização social do consumidor
Para o levantamento da questão relacionada às formas de mobilização social do
consumidor, das empresas do Setor de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos para o
processo atual da logística reversa. A seguinte pergunta foi formulada:
- Há algum retorno do resíduo para o fornecedor após a etapa de consumo? Se sim
descreva como isto é desenvolvido.
Trabalhando em cima do retorno dos questionários, segue abaixo a tabela com os
dados:
FIGURA 29: RETORNO DO RESÍDUO
Sim 5 24%
Não 16 76%
Entre as empresas associadas que atualmente já retornam o resíduo para o fornecedor
após a etapa de consumo, as quais responderam sim no questionário, seguem abaixo as
respostas:
44
Alguns clientes retornam para empresa o refile gerado por eles. O retorno também
acontece após a utilização da caixa pelo consumidor final, em forma de ondulado I
e ondulado II;
Papel com problemas de qualidade;
Aparas de Papel.
5.5 Levantamento quantitativo dos resíduos
Resíduos de Pré-Consumo
Das 20 regiões do Mapa de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) da SEMA, segue abaixo
uma tabela especificando em quais regiões há empresas no Setor de Celulose, Papel,
Embalagens e Artefatos:
QUADRO 1: QUANTIDADE DE EMPRESAS DO SETOR DE CELULOSE, PAPEL, EMBALAGENS E
ARTEFATOS POR REGIÕES.
REGIÕES ASSOCIADOS
REGIÃO 1
REGIÃO 2
REGIÃO 3
REGIÃO 4
REGIÃO 5 2
REGIÃO 6
REGIÃO 7
REGIÃO 8
REGIÃO 9 1
REGIÃO 10 1
REGIÃO 11
REGIÃO 12 3
REGIÃO 13 10
REGIÃO 14
REGIÃO 15
REGIÃO 16 2
REGIÃO 17 7
REGIÃO 18 1
REGIÃO 19 19
REGIÃO 20 2
TOTAL 48
45
Segue abaixo a planilha com quantidades dos resíduos pré-consumo gerados durante
um (1) ano, das empresas associadas ao Setor de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos
a nível Paraná.
FIGURA 30: RESÍDUOS PRÉ-CONSUMO EM KG EM UM PERÍODO DE UM (1) ANO.
Resíduos Por EmpresaPapel / Papelão 230225
Plástico em geral 1958
Vidro 0
Isopor 0
Lâmpadas - Uni 22
Pilhas e Baterias - Uni 0
Rejeito (Não passivel de separação) 8580
E.P.I.s (Botas, uniformes, etc) 0
Resíduos Orgânicos de processo 13000
Resíduos de Varrição 1
Óleo Vegetal 20
Resíduos de Madeira 33750
Bombonas Plásticas - Uni 0
Barricas - Uni 0
Cinzas de Caldeira 475000
Borra de Óleo Vegetal 0
Embalagens de Matéria prima 1
Baldes Plásticos de Matéria Prima 3
Blister 13
Embalagens de Medicamentos 547625
Produtos fora de especificação ou vencidos 0
Solventes Orgânicos 1651
Tintas (Sobras ou vencidas) 3375
Produtos Químicos (Sobras ou vencidas) 300
Lodo de ETE 240
Soda (ETE) 263
Óleo lubrificante (Uso da frota) 2275
Pneus (Uso da frota) 1100000
Baterias automotivas (Uso da Frota) 575000
Retalhos de tecido contaminados 297500
Latas (Produtos químicos em geral) 99250
46
Segue abaixo a tabela com os dados de reciclagem, foram extraídos dos questionários
encaminhados aos associados:
FIGURA 31: DADOS DE RECICLAGEM – APARAS GERADAS PELA EMPRESA E CONSUMIDA
Na tabela, as aparas referem-se a (aparas de papelão, jornal, revista, mista, etc.). A
quantidade de aparas geradas pela empresa que não é vendida, é utilizada em consumo
próprio, pois trata-se de matéria prima pra indústria.
Segue abaixo a tabela com dados retirados do Panorama Setorial a respeito da quantidade
de matéria-prima utilizada na fabricação de papel
FIGURA 32: MATÉRIA-PRIMA UTILIZADA NA FABRICAÇÃO DE PAPEL
FONTE: PANORAMA SETORIAL
Tipo de Aparas gerada pela empresa e vendida a terceiros Quantidade (ton/ano)
Venda Paraná (ton/ano)
Venda Outro estado (ton/ano)
Tipo de Aparas consumida pela empresa como matéria-prima Quantidade (ton/ano)
Compra Paraná (ton/ano)
Compra Outro estado (ton/ano)
Aparas 15.129 1.209 720
Aparas 297.463 101.004 196.459
Resíduos Comuns
Resíduos Específicos
Resíduos / Insumos
Resíduos Manutenção de
Frota
Demais Resíduos
Perigosos
Legendas
47
As aparas consumidas no Paraná como matéria-prima são de 679.925 ton/ano, sendo que
65% deste valor vêm de outros estados segundo o estudo do Panorama Setorial. O estado
do Paraná produz 321.600 ton/ano conforme a tabela 2 deste relatório. Sendo assim o
estado utiliza para fabricação de papel reciclado, em torno de 50% mais aparas do que é
gerado dentro do estado para reciclagem.
48
Produção Celulose, Pasta e Papel
Segue abaixo uma tabela com as toneladas/ano de produção do Setor de Celulose,
Papel, Embalagens e Artefatos, valores retirados do Panorama Setorial 2013/2014.
FIGURA 33: PRODUÇÃO DO SETOR
Toneladas/Ano
1.033.700
526.000
475.000
32.700
Toneladas/Ano
273.540
28.540
245.000
Toneladas/Ano
1.999.389
786.488
444.765
264.474
165.365
87.446
70.814
61.335
49.457
39.590
14.682
11.787
3.186
Toneladas/Ano
344.157
154.250
75.398
42.252
29.932
28.393
6.620
6.062
1.250
Sacos e sacolas (kraft), sacos multifoliados, embalagens cartonadas
Adesivos base Kraft
Kraft de 1ª, 2ª e Kraft mix
Outros Produtos
Impressão, cadernos e itens de escritório
Fins sanitários (papel higiênico, guardanapos, toalhas de papel, entre
outros)
Divisórias, colmeias e tubetes
Papéis para imprimir e escrever (couché/off set/monolúcido,
apergaminhado)
Papéis especiais e impermeáveis
Fins sanitários (higiênico folha simples, folha dupla, guardanapo e toalha
de cozinha, etc.)
Base para carbono, seda e machine glazed
Papelão cinza/Paraná
TIPO DE CELULOSE
Total
Celulose de fibra longa (branqueada e não branqueada)
Celulose de fibra curta (branqueada e não branqueada)
Celulose reciclada
TIPO DE PASTA DE ALTO RENDIMENTO
EMBALAGENS E ARTEFATOS DE PAPEL
TOTAL
Caixas de Papelão
Chapas
Kraft extensível, natural, branco ou cores e kraft de 1ª
Total
Pasta mecânica
Pasta termomecânica e quimitermomecânica
TIPO DE PAPEL
Total
Papel cartão/cartolina
Capa (Kraftliner/testliner/WhiteTopLiner)
Miolo
Papel para imprensa/jornal
Maculatura
49
5.6 Mecanismos de divulgação existente para aplicação dos 3R’s
Reduzir ou até mesmo não gerar resíduos significa entender que existe sempre uma
maneira de melhorar a fabricação de produtos.
Foi encaminhado ao Sindicato e seus respectivos associados um questionário para
verificar se atualmente as empresas já utilizam algum mecanismo de divulgação para
aplicação dos 3R’s (Reduzir, Reutilizar, Reciclar). Em um total de 48 associados, obtivemos
um retorno de 21 questionários, dos quais, 6 empresas hoje não realizam nenhuma
divulgação, o que corresponde 29%, 12 empresas realizam divulgação somente
internamente com treinamentos, o que corresponde a 57%, 1 empresa elabora cartilhas
informativas ou alguma maneira de descrição de algum dos 3 R’s, o que corresponde a 5% e
2 empresas realizam outro tipo de divulgação, como palestras, informações aos clientes, etc.
o que corresponde a 10%, conforme tabela abaixo;
FIGURA 34: PESQUISA DA DIVULGAÇÃO E APLICAÇÃO DOS 3R’S.
Nenhum 6 29%
Treinamentos 12 57%
Descrição de algum dos 3Rs 1 5%
Outros 2 10%
50
GRÁFICO 3: GRÁFICO.
5.7 Aproveitamento interno dos resíduos
Para o levantamento da questão relacionada ao aproveitamento interno de algum dos
resíduos gerados no processo no Setor de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos, a
seguinte pergunta foi formulada:
- Sua empresa aproveita internamente algum dos resíduos gerados em seu
processo produtivo?
Segue abaixo a tabela com informações;
FIGURA 35: APROVEITAMENTO INTERNO DOS RESÍDUOS
Sim 13 62%
Não 8 38%
Destas 13 empresas que atualmente aproveitam internamente de alguma forma os
resíduos, segue abaixo uma tabela com as formas de aproveitamento:
51
FIGURA 36: FORMAS DE APROVEITAMENTO
Resíduos Forma de Aproveitamento Quantidade de empresas %
Aparas de Papel Retornam ao processo 11 85%
Borra de Polietileno 1 8%
Madeira Caldeira - Biomassa 1 8%
GRÁFICO 4: GRÁFICO DE APROVEITAMENTO DOS RESÍDUOS
52
6 SISTEMA DE LOGÍSTICA REVERSA PROPOSTO
Na busca por produtos e processos sustentáveis, a logística vem sendo impulsionada
pelas empresas de forma a reduzir os impactos ao meio ambiente e incentivar as questões
econômico e sócio ambientais. Associando uma imagem corporativa positiva da empresa
levando em conta todos os produtos pertencentes ao processo produtivo da empresa. O
impacto do Setor de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos extrapola a questão relativa
com o consumo de recursos naturais, pela adoção de boas práticas de logística reversa, as
quais se iniciam no parque industrial através de aplicação de procedimentos específicos para
uma correta segregação de materiais/resíduos e se prolongam ao mercado consumidor.
Todas as ações a serem executadas deverão estar alinhadas com os princípios
financeiros, garantido que haja a viabilidade econômica para a aplicação do Plano de
Logística Reversa proposto. Fica clara necessidade de incentivos do mercado suficientes
para viabilizar todo o processo de recuperação e destinação adequada dos produtos pós-
consumo coletados e recebidos. Este sistema deverá estar interligado com o Plano de
Logística Reversa de Embalagens com a finalidade de dar vazão a grande quantidade de
embalagens a serem geradas após o uso do produto específico do setor.
Os fatores relevantes que influenciam a Logística Reversa são listados abaixo:
Econômicos: Estão relacionados com o custo da produção, devido à adaptação de
produtos de forma a eliminar ou minimizar o impacto ao meio ambiente;
Governamentais: Relacionam-se à legislação e à política de meio ambiente;
Responsabilidade Corporativa: Estão ligados ao comprometimento das empresas
fabricantes com a coleta de seus produtos ao final da vida útil;
Tecnológicos: Avaliação sobre os avanços tecnológicos da reciclagem e projetos
de produtos com finalidade de reaproveitamento dos produtos pós-consumo;
Logísticos: Relacionam-se aos aspectos logísticos da cadeia reversa abrangendo
questões sociais tais como o governo, as empresas, os intermediários no
processo e as pessoas em geral.
A implantação do sistema de logística reversa do setor será feito de forma regional,
sendo que o processo será iniciado nas regiões onde for levantada a maior geração de
produtos pós-consumo gerados pelo setor.
53
6.1 Descrição do sistema de Logística Reversa
A. Resíduos Recicláveis (Pré-consumo)
Com base no plano de gerenciamento de resíduos sólidos de cada empresa, o destino
ambientalmente adequado para os resíduos recicláveis (papel, papelão, plásticos, metal,
vidro) seria o direcionamento para associações e cooperativas de catadores dos municípios
ou empresas privadas e empresas de processamento de materiais, visando à reciclagem e
retorno para indústria.
Nesta etapa teremos resíduos gerados internamente nas empresas e estes passarão
pelo processo de coleta interna e transporte externo para encaminhamento para a
destinação/disposição final.
Considerando tratar-se da gestão interna dos resíduos sólidos, a logística torna-se
simples, já que todo processo decisório fica sob a responsabilidade da própria empresa.
Abaixo, foram elencadas três opções a serem realizadas para a logística reversa:
Através do próprio gerador ou através de transporte contratado (itens
previstos no PGRS.).
Através de empresas receptoras as quais trabalharão em parceria e já
possuem sistema estruturado para o processo de coleta,
armazenamento e reciclagem.
Reaproveitamento interno do resíduo, apenas no caso de empresas que
utilizam refiles de papel em sua produção.
Nas duas primeiras opções, o fluxo de destinação dos resíduos poderá ser:
• Associações de cooperativas e catadores dos municípios já estabelecidas no Estado e
avaliação, durante o processo de implantação e operação, de novas estruturas a serem
implantadas em todas as regiões do Estado do Paraná. Estas associações farão a coleta e
triagem do material, disponibilizando para as empresas que farão o processamento e
posterior encaminhamento para a utilização no processo produtivo do setor industrial. No
âmbito das Centrais de Valorização de Materiais Recicláveis no Estado do Paraná; Através
de empresas receptoras que deverão ser identificadas e avaliadas a sua documentação em
54
relação as questões ambientais nas vinte regiões propostas no Plano de Logística Reversa
do Setor de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos.
QUADRO 2: RESÍDUOS RECICLÁVEIS
TIPO COLETA/TRANSPORTE
LondrinaMaringáCascavelFrancisco BeltrãoGuarapuavaCampos Gerais
homologadas
nas 20 regiões
Reciclagem Indústria
OP
ÇÃ
O 2
papel,
plástico,
metal, vidro,
espuma, etc.
(PGRS)
REC
ICLÁ
VEI
S P
Ó C
ON
SUM
O
FLUXO DE DESTINAÇÃO
OP
ÇÃ
O 1
Através das empresas
receptoras
Associações e
Cooperativas de
Catadores dos
Municípios;
Ecopontos
Através do próprio
gerador; transporte
contratado;
CVMR
Empresas
receptoras
(doação ou
comercialização)
B. Resíduos e Produtos (Pós -consumo)
A logística reversa a ser implantada no pós-consumo está estruturada sob o processo de
responsabilidade compartilhada, onde teremos a participação da indústria, importadores,
comércio atacadista e varejista, aparistas, poder público e consumidores.
Os procedimentos referentes aos resíduos de pós-consumo são tratados detalhadamente
no item 6.10.
6.2 Formas de mobilização social e participação do consumidor
Além das formas de divulgação atuais que serão mantidas, outros meios poderão ser
utilizados, como:
Divulgação nas lojas, varejos, feiras do setor específico;
Divulgação no site das empresas e dos Sindicatos;
Divulgação no Facebook das empresas e dos Sindicatos;
Divulgação no Boletim Informativo das empresas e dos Sindicatos;
Divulgação em revistas e jornais nos municípios;
Divulgação em programas de rádio e jornalismo;
Envio de e-mail as empresas da base territorial dos Sindicatos;
55
Envio de flyer informativo às empresas dentro do envelope das guias de cobranças de
contribuições sindicais e estatutárias;
Divulgação junto a outras entidades (Associações Comerciais, SEBRAE, SENAI,
SESC, SENAC, etc.);
Todas as ações a serem realizadas serão discutidas com o grupo gestor o qual fará a
implementação deste Plano, em conjunto com as empresas participantes de todo processo
de implantação da logística reversa do setor.
6.3 Mecanismos de divulgação existentes para aplicação dos 3R
Todo a etapa de divulgação dos mecanismos dos 3 R’s será acompanhada pelo comitê
gestor e orientada de maneira a incutir nas diversas empresas associadas as questões
ambientais. Serão utilizados os seguintes mecanismos:
Redução:
Divulgação de algumas ações que podem ser tomadas no ambiente de trabalho
para redução de resíduos;
Repasse de informação sobre a qualidade dos produtos fornecidos e a
possibilidade de utilização de materiais recicláveis;
Formatação e realização de treinamentos sobre os produtos específicos do setor;
Melhorar a qualificação dos empregados com treinamentos específicos
operacionais;
Repassar informações sobre os 3R’s em sites, redes sociais das empresas ou do
próprio Sindicato;
Identificação de produtos/resíduos e as possibilidades de serem realizadas as
etapas de redução, reutilização e reciclagem em cada estágio.
Reutilização:
Divulgar para os consumidores as possibilidades de reutilização de seus produtos
através de sistemas de informações, que serão fornecidos no instante da compra
ou recebimento do produto;
Investir em fabricação de novos produtos (embalagens, etc.) utilizando os insumos
da própria produção;
56
Reciclagem:
Divulgar os destinos ambientalmente adequados para os produtos/resíduos após
o seu ciclo de vida.
Citamos abaixo as definições sobre o processo dos 3R’s.
A redução é a primeira etapa do princípio dos 3R´s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), e
consiste em ações que visem à diminuição da geração de resíduos, seja por meio da
minimização na fonte ou por meio da redução do desperdício. É a etapa principal, pois
sua contribuição promove a minimização de gastos com o gerenciamento e tratamento,
e é válido para aplicação a qualquer grupo de resíduos.
A reutilização é a segunda etapa que pode ser implantada através de ações que
possibilitem sua utilização para várias finalidades, otimizar o máximo seu uso antes de
descarte final, ou, ainda seu reenvio ao processo produtivo, visando a sua recolocação
para o mesmo fim ou recolocação no mercado.
Reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os resíduos, e
reutilizá-los no ciclo de produção de que saíram. Materiais que se tornariam lixo, ou
estão no lixo, são separados, coletados e processados para serem usados como
matéria-prima na manufatura de novos produtos.
Reciclar é usar um material para fazer outro. O termo "reciclagem" surgiu na década de
1970, quando as preocupações ambientais passaram a ser tratadas com maior rigor, quando
reciclar ganhou importância estratégica. As indústrias recicladoras são também chamadas
secundárias, por processarem matéria-prima de recuperação. Na maior parte dos processos,
o produto reciclado é completamente diferente do produto inicial.
Benefícios da reciclagem
1) Econômicos:
A reciclagem de papel economiza matéria-prima (celulose);
A reciclagem de 1 kg de vidro quebrado (cacos) gera 1 kg de vidro novo,
economizando 1,3 kg de matérias-primas (minérios);
57
A cada 10% de utilização de cacos, há uma economia de 2,9% de energia;
A reciclagem de alumínio economiza 95% da energia que seria usada para
produzir alumínio primário;
A reciclagem de lixo orgânico, por meio da compostagem, resulta em adubo de
excelente qualidade para a agricultura;
Uma única latinha de alumínio reciclada economiza energia suficiente para manter
um aparelho de TV ligado durante três horas.
2) Ambientais:
50 kg de papel reciclado evitam o corte de uma árvore de 7 anos, mesmo que
devidamente plantada, manejada e certificada para este fim;
Cada tonelada de papel reciclado pode substituir o plantio de até 350 m² de eucalipto;
Uma tonelada de papel reciclado economiza 20 mil litros de água e 1.200 litros de óleo
combustível;
A reciclagem de vidro diminui a emissão de gases poluidores pelas fábricas;
A reciclagem do plástico impede um enorme prejuízo ao meio ambiente, pois o
material é muito resistente a radiações, calor, ar e água;
A cada quilo de alumínio reciclado, 5 kg de bauxita (minério com que se produz o
alumínio) são poupados;
A reciclagem de vidro aumenta a vida útil dos aterros sanitários e poupa a extraído de
minérios como areia, barrilha, calcário, feldspato etc;
A reciclagem do plástico impede um enorme prejuízo ao meio ambiente, pois o
material é muito resistente a radiações, calor, ar e água.
3) Sociais:
A reciclagem contribui para a diminuição do volume de lixo: o Brasil produz atualmente
240 mil toneladas de lixo por dia;
Recoloca no ciclo de produção um material que pode contaminar o solo, a água e o ar;
A reciclagem de papel gera milhares de empregos: dos catadores de papel aos
empregados em empresas de intermediação e recicladoras;
A reciclagem de plástico no Brasil gera cerca de 20 mil empregos diretos em 300
indústrias de reciclagem.
58
6.4 Recicladores homologados para recebimento/tratamento dos resíduos
Para a homologação das empresas receptoras e transportadoras de resíduos, foram
utilizadas metodologias e ferramentas, tais como check-list (informações prévias da
empresa), análise documental e visitas técnicas. Além disso, utilizou-se o formulário de
homologação de empresas – Logística Reversa, conforme anexo VII.
Durante o processo de implantação da Logística Reversa poderão ser incluídas novas
empresas receptoras e transportadoras, bem como cooperativas de catadores.
Segue abaixo uma tabela resumida com receptores e transportadores de resíduos em
fase de homologação para recebimento ou tratamento dos resíduos de pré-consumo e pós-
consumo de cada região do estado do Paraná que possuem associados, além de Estados
vizinhos:
59
FIGURA 37: EMPRESAS RECEPTORAS APARISTAS/CENTRAIS DE RECICLAGEM/COOPERATIVAS
Telefone E-mail
MPR Comércio de Pápeis Materiais Recicláveis 27464 (44) 3266-3131
Reciclagem Mauá Ltda. Materiais Recicláveis PROTOCOLADO (44) [email protected].
br
NorteVisual - Soluções AmbientaisMateriais Recicláveis/
Resíduos Perigosos16217 (44) 3031-3553
Recicláveis Cidade Verde Materiais Recicláveis 27544 (44) 3228-8686
Região 4 - Arapongas CETEC Energia Renovável Materiais Recicláveis 15321 (43) 3055-8100 [email protected]
SANETRAN - Saneamento Ambiental E Transporte De
ResíduosMateriais Recicláveis 9149 (43) 3275-4801 [email protected]
Isonorte Isopor 11318 (43) 3301-6084 [email protected]
Cooper Região Materiais Recicláveis PROTOCOLADO (43) 3321-6992
Ecorecin Materiais Recicláveis PROTOCOLADO (43) 98424-7738 [email protected]
Mirai Ambiental Materiais Recicláveis 11473(43) 9819-9910
(43) 9994-0801 [email protected]
Região 8 - Toledo Transportec Coleta e Remoção de Resíduos Ltda. Todos os resíduos 6773 (45) 3378-5844 [email protected]
ECOLIXO - Centro de Triagem e Transferência de
Materiais RecicláveisMateriais Recicláveis 299 (45) 3902-1392
COOTACAR - Cooperativa de Trabalhadores Catadores
de CascavelMateriais Recicláveis DLAE 21/2012 (45) 3227-7757 [email protected]
CAREMEL - Cooperativa de Ação e Reciclagem de
CascavelMateriais Recicláveis 299 (44) 9963-7564
ACAMARO - Cooperativa de Catadores Materiais Recicláveis PROTOCOLADO (42) 99948-2655
ACAMARU - Cooperativa de Catadores Materiais Recicláveis PROTOCOLADO (42) 99837-1437 [email protected]
Ponta Grossa Ambiental Todos os resíduos 94981816 (42) 3220-0300 [email protected]
Região 3 - Maringá
REGIÃOAPARISTAS / CENTRAIS DE RECICLAGEM /
COOPERATIVASRESÍDUOS
Nº LICENÇA
AMBIENTAL
CONTATO
Região 5 - Londrina
Região 13 - Ponta
Grossa
Região 9 - Cascavel
60
Telefone E-mail
SANETRAN - Saneamento Ambiental E Transporte De
ResíduosMateriais Recicláveis 9149 (41) 3355-5600 [email protected]
Transportec Coleta e Remoção de Resíduos Ltda. Todos os resíduos 6773 (41) 3217-4000 [email protected]
HMS Gestão de Resíduos Todos os resíduos Classe I, II 26585 (41) 8815-5714 [email protected]
Kapersul - GRI - AraucáriaResíduos Classe II (inclusive papéis
laminados, plásticos flexíveis )15168 (41) 2141-8500
Guilherme Hirai
Reciclagem Garcia Materiais Recicláveis 24190(41) 3698-2446
(41) [email protected]
Mennopar Plástico 64773033-2990
3033-2991
Dambrosi Aparas e Embalagens Ltda. Papel, Plástico e TetraPak 110142 (41) [email protected]
AREPI - Cooperativa de Catadores Materiais Recicláveis 2125(41) 3667-6698
(41) 99530-5086
3R - Cooperativa de Catadores Materiais Recicláveis 339 (41) 3606-6051
RESOL - Cooperativa de Catadores Materiais Recicláveis 3879 (41) 99922-3264 [email protected]
ACUBA - Cooperativa de Catadores Materiais Recicláveis 87033 (41) 99776-3483 [email protected]
NOVO HORIZONTE - Cooperativa de Catadores Materiais Recicláveis 15000989(41) 99539-3543
(41) 9589-8397
AREPAR - Cooperativa de Catadores Materiais Recicláveis 16000727 (41) 3332-8254 [email protected]
ACAMPA - Cooperativa de Catadores Materiais Recicláveis PROTOCOLADO (41) 99500-2494
REGIÃOAPARISTAS / CENTRAIS DE RECICLAGEM /
COOPERATIVASRESÍDUOS
Região 19 - Curitiba
Nº LICENÇA
AMBIENTAL
CONTATO
61
6.5 Metas da Logística Reversa
Para que possamos executar o processo de Logística Reversa na cadeia produtiva do
Setor de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos do Estado do Paraná terão que ser
identificados os objetivos a serem atingidos e a definição clara das metas a serem
estimadas.
No estabelecimento dos objetivos procuramos deixar claro quais são os alvos que
deverão ser conquistados para transformar o Plano de Logística Reversa em realidade,
através da realização de esforços e recursos ao longo de períodos de tempo predefinidos.
Os objetivos da Logística Reversa estão listados na figura 38 abaixo.
A definição das metas consiste em estabelecer as ações específicas mais apropriadas
para que consigamos atingir os objetivos. Estas metas devem ser específicas, mensuráveis,
atingíveis, realistas e identificadas às datas de início e finalização.
Nesta etapa também teremos que identificar de forma clara as responsabilidades pelas
ações a serem realizadas, para que possamos atingir o nosso principal objetivo que é a
implantação e operacionalização do sistema de Logística Reversa do setor de Celulose,
Papel, Embalagens e Artefatos do Estado do Paraná.
Foram estabelecidas metas de implantação imediatas, em curto prazo, médio prazo e
longo prazo. Os prazos estabelecidos dependerão da data da aprovação do Plano de
logística reversa pela SEMA-PR, pois, as datas das ações seguirão os prazos determinados
e estarão em função da data de início dos trabalhos.
Mais detalhes sobre os volumes quantitativos estabelecidos nas metas podem ser
encontrados após a tabela.
62
FIGURA 38: METAS E PLANO DE AÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA.
INÍCIO TÉRMINO INÍCIO TÉRMINO
Estabelecimento do Comitê Gestor da
Logística Reversa (deliberativo e
executivo).
Estruturação e estabelecimento do Regimento
interno do Comite Gestor, que será responsável
pela gestão da logística Reversa do Setor.
Identificação e discussão com potenciais
parceiros.
Listagem dos Parceiros (Fornecedores/Comércio)
com identificação e discriminação de contatos.
a
Identificar e promover parcerias com
os demais elos da cadeia
(fornecedores de insumo,
fabricantes/importadores, comércio
atacadista de materiais recicláveis,
comércio varejista, recicladores,
cooperativas de catadores, aparistas
e setor público) para a promoção
da logística reversa, com base no
princípio da responsabilidade
compartilhada.
Início do processo de busca de contatos
com todos os parceiros em potencial e
promover a articulação da cadeia
produtiva.
Estabelecer contatos para a promoção da
logística reversa, com aparistas e o setor de
comércio (ACP, FECOMÉRCIO, SINCAPR, ANAP)
no Paraná, visando a melhoria do sistema de
armazenamento, disposição e coleta de
resíduos recicláveis nos pontos de venda.
Fevereiro Maio Comite Gestor
b
Identificar e descrever principais
fontes de captação de recursos para
implementação da Logística
Reversa.
Identificar e descrever principais fontes de
captação para implementação da
logística reversa e busca de informações e
ações sobre o processo de desoneração
fiscal, compras verdes, Liberação de
créditos.
Buscar apoio junto as associações brasileiras e
outros órgãos tais como:
CNI/ABTCP/BECELPA/ABPO/ABIEF/ANAVE/BNDES
/BRDE/ANDIPA/FINEP/SEBRAE.
FevereiroConforme editais
específicosComite Gestor
ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DO PLANO DE LOGÍSTICA REVERSA DO SINPACEL
SENAI/SINPACEL
IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE LOGÍSTICA REVERSA DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE
AÇÕES DETALHAMENTO DA AÇÃOPRAZO PREVISTO 2017 PRAZO PREVISTO 2018
RESPONSÁVEL OBSERVAÇÕES
Título do plano de ação:
Responsável pelo plano de ação:
Objetivo estratégico relacionado:
OBJETIVO
Criar o comitê gestor da logística
reversa da cadeia produtiva do
Setor de Celulose, Papel,
Embalagens e Artefatos do Estado
do Paraná.
Comite Gestor,
FIEP
Depois de
estruturado o comite
gestor seguirá as
diretrizes
estabelecidas em seu
regimento interno.
1 Estabelecimento de Comitê Gestor
a Fevereiro Fevereiro
2 Firmar parcerias com entidades
63
INÍCIO TÉRMINO INÍCIO TÉRMINO
Elaboração de material de educação
ambiental enfocando o processo de
logística reversa e a utilização de
materiais recicláveis, reutilizáveis, resíduos
perigosos e passíveis de logística reversa
do setor.
Elaborar um manual de educação ambiental,
logística reversa e reciclagem dos produtos do
setor, e disponibilizá-lo de forma on line nos
canais de comunicação do Sinpacel, das
empresas associadas e dos parceiros.
Março Maio Comite Gestor
Realização de palestras e treinamentos
para as empresas associadas e não
associadas.
Realização de 04 palestras (Curitiba,
Guarapuava, Ponta Grossa e Londrina) para a
disseminação do manual de educação
ambiental contemplando as empresas
associadas ao Sinpacel.
Março Dezembro
I - Criar um cartaz educativo abordando
assuntos ambientais com foco na Logística
Reversa para conscientização nos 600
Condomínios localizados no município de
Curitiba, aproximadamente 4 exemplares por
condomínio. Parceria com o SECOVIPR.
Março Dezembro
II - Realizar uma palestra para o setor em
parceria com o SECOVIPR - Sindicato da
Habitação e Condomínios.
Contato: Loureni Reis <[email protected]>
(41) 3259-6000
Março Dezembro
III - Extender as ações previstas no item I e II para
os demais municípios do PR, onde forem
instaladas as CVMR do ILOG.
RESPONSÁVEL OBSERVAÇÕESOBJETIVO AÇÕES DETALHAMENTO DA AÇÃOPRAZO PREVISTO 2017 PRAZO PREVISTO 2018
3 Promover a Educação Ambiental
a
Buscar incentivos/parcerias com o setor
governamental no campo da educação
para elaboração de material orientativo
com base na Lei Federal 9.795/99.
Avaliação para extender
aos demais municípios
Promover a Sensibilização e
educação ambiental no Estado do
Paraná em parceria com a SEMA.
Promover a Sensibilização e
educação ambiental com os
associados.
64
INÍCIO TÉRMINO INÍCIO TÉRMINO
Aporte de recursos financeiros e/ou humanos,
para a implementação e manutenção de 6
Centrais de Valorização de Material Reciclado –
CVMR, no estado do Paraná, nos municípios de
Maringá, Londrina, Cascavel, Francisco Beltrão,
Guarapuava e Campos Gerais.
Fevereiro Comite Gestor
Progressivas e dependentes do cronograma de
execução. Para as 6 centrais operando
simultaneamente, está prevista a recuperação
de 1750 ton/mês de material passível de
reciclagem.
Fevereiro Comite Gestor
b
Parceria com a Sanepar, para a
ampliação do Projeto “Se Ligue
Nessa Ideia! Sem Óleo na Rede”
Parceria com a Companhia de
Saneamento do Paraná - SANEPAR, para
a ampliação do Projeto: “Se Ligue Nessa
Ideia! Sem Óleo na Rede”
Contribuir com a ampliação do projeto, através
do provimento de materiais de divulgação
(cartazes e adesivos para as bombonas de
recolhimento do óleo usado; da divulgação do
projeto dentre as empresas associadas ao
Sinpacel; da adesão de 01 empresa-piloto ao
projeto; do mapeamento de possíveis parceiros
ao projeto.
Março Dezembro Comite Gestor
I - Aquisição de 301 novas lixeiras, conforme
quantitativo levantado junto à escola (descrito
abaixo).
Fevereiro Agosto Comite Gestor
Criação de uma “Estação da Sustentabilidade”,
dentro do CEP, a exemplo da estação
concebida pela prefeitura de Curitiba, a ser
concebido pela SEMA e viabilizado através do
investimento social privado das empresas do
setor.
Julho Dezembro Comite Gestor
d
Apoio ao Projeto: Descarte de
Resíduos de Medicamentos
Domiciliares
Apoio ao Projeto Descarte de Resíduos
de Medicamentos Domiciliares – Em
parceria com o setor farmacêutico.
Contribuir com o desenvolvimento de uma
nova caixa receptora (ponto de entrega
voluntária – PEV), de forma que as embalagens
dos remédios também possam ter destinação
ambientalmente correta, ao invés de serem
incineradas, como é feito atualmente.
Doação de caixas de papelão ao projeto via
SINPACEL.
Março Dezembro Comite Gestor
eBuscar aproximação com outros
setores/logísticas reversas
Interface e alinhamentos, parcerias com
outros setores e comitês de LR já
implantados.
Ampliar ações de Logística Reversa com outros
setores, a exemplo das caixas de papelão
fornecidas ao SINQFAR para recolhimento de
medicamentos.
Março Contínuo Comite Gestor
f
Repassar as informações sobre as
atividades desenvolvidas
anualmente do processo de
Logística reversa.
Estruturação de todas as atividades
desenvolvidas durante o ano para a
implantação da logística reversa.
O comite gestor compilará todas as informações
e encaminhará este relatório para a SEMA e para
os particpantes do processo de logística reversa.
Dezembro Dezembro - Dezembro Comite Gestor
O relatório será
entregue
anualmente.
OBJETIVO OBSERVAÇÕESAÇÕES DETALHAMENTO DA AÇÃOPRAZO PREVISTO 2017 PRAZO PREVISTO 2018
4 Promover a Logística Reversa do setor
RESPONSÁVEL
Manutenção da Parceria com o
Instituto de Logística Reversa – ILOG
(Antes denominado “Projeto CVMR –
Sindibebidas”)
a
Dar continuidade à parceria com o ILOG,
conforme o Termo de Compromisso para
Responsabilidade Pós-Consumo de
Embalagens 002/2015, firmado entre SEMA,
IAP e Sindibebidas; e Termo de
Compromisso para Responsabilidade Pós-
Consumo de Embalagens, firmado entre
Sinpacel e Sindibebidas.
Parceria com o Colégio Estadual do
Paraná e SEMA para apoiar o Projeto do
Colégio Estadual do Paraná (CEP).
c
Apoio ao Projeto CEP Sustentável,
em parceria com o Colégio Estadual
do Paraná e SEMA.
Contínuo
Detalhamento no
texto abaixo
65
Quantidade de Aparas utilizadas como MP (ton/ano) 679.925
Comprada no Paraná - 35% (ton/ano) 237.974
Comprada em outros Estados - 65% (ton/ano) 441.951
Observações:
Segundo a IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores, os papeis passíveis de reciclagem
são o papel cartão/cartolina, papéis para imprimir e escrever, kraft, capa e miolo
(utilizados na fabricação do papelão ondulado). A informação da produção de papel no
Paraná foi extraída do Panorama Setorial (SINPACEL, 2014). Considerando que deste
volume total de produção, o Paraná consome 49% do papel fabricado (os outros 51% são
vendidos para outros estados) foi criada a coluna “CONSUMO NO PARANÁ”
apresentado na Figura 39.
FIGURA 39: PRODUÇÃO X CONSUMO NO PR
Produtos Reciclados Produção no PR Consumo no Paraná
Total 1.631.062 799.220
Papel cartão/cartolina 786.488 385.379
Papéis para imprimir e escrever 70.814 34.699
Kraft extensível, natural, branco ou cores e kraft de 1ª 61.335 30.054
Kraft de 1ª, 2ª e Kraft mix 3.186 1.561
Miolo 264.474 129.592
Capa (Kraftliner/testliner/WhiteTopLiner) 444.765 217.935
Fonte: Panorama Setorial Sinpacel 2014.
Outra informação obtida junto ao setor, é que em 2015 o Paraná utilizou 679.925
toneladas de aparas de papel e papelão como matéria prima, sendo que destas, 35%
foram compradas dentro do estado do Paraná, o que corresponde a 237.974 toneladas de
aparas. Os 65% restantes foram comprados de outros estados, o que corresponde a
441.951 toneladas, conforme Figura 40.
FIGURA 40: UTILIZAÇÃO DE APARAS NO PARANÁ
66
Evolução
15/14
Imprimir e escrever
. Consumo aparente de papel 2.728 2.191 -19,7%
. Coleta de aparas 850 758 -10,8%
. Taxa de recuperação 31,2% 34,6% -
Embalagem
. Consumo aparente de papel 4.760 4.801 0,9%
. Coleta de aparas 3.823 3.886 1,6%
. Taxa de recuperação 80% 81% -
Papelcartão
. Consumo aparente de papel 588 553 -6,0%
. Coleta de aparas 146 140 4,1%
. Taxa de recuperação 25% 25% -
Consumo aparente total 8.076 7.545 -6,6%
Coleta de aparas total 4.819 4.784 -0,7%
Taxa de recuperação 59,7% 63,4%
2015Produto 2014
Com base em discussões com o setor e informações repassadas pela Associação
Nacional de Aparistas – ANAP, os índices de reciclagem do setor variam de acordo com o
produto específico, conforme Figura 41, na qual apresenta o menor índice no produto
Papelcartão.
FIGURA 41: TAXA DE RECUPERAÇÃO DE PAPEL POR CATEGORIA
Sendo assim, diante do exposto o setor realizará ações previstas nas metas (conforme
item 3 letra a), no que tange a orientações junto aos condomínios residenciais em parceria
com o Sindicato da Habitação e Condomínios – SECOVIPR, devido ao papel cartão ser o
principal produto descartado no pós-consumo domiciliar. Também está prevista uma ação
junto ao setor farmacêutico, de projetar uma caixa coletora de medicamentos com
possibilidade de recuperação das embalagens de remédio, que são em sua maioria de
papelcartão.
67
6.5.1 Detalhamento dos objetivos previstos nas Metas
1) Manutenção da Parceria com o Instituto de Logística Reversa – ILOG
Antes denominado “Projeto CVMR – Sindibebidas”, conforme o Termo de Compromisso
para Responsabilidade Pós-Consumo de Embalagens 002/2015, firmado entre SEMA, IAP
e Sindibebidas; e Termo de Compromisso para Responsabilidade Pós-Consumo de
Embalagens, firmado entre SINPACEL e Sindibebidas (ANEXO III e IV). Tendo como
objetivo o aporte de recursos financeiros e/ou humanos, para a implementação e
manutenção de seis (6) Centrais de Valorização de Material Reciclado – CVMR, no estado
do Paraná, nos municípios de Maringá, Londrina, Cascavel, Francisco Beltrão,
Guarapuava e Campos Gerais.
Meta:
Progressivas e dependentes do cronograma de execução. Para as seis (6) centrais
operando simultaneamente, está prevista a recuperação de 1.750 ton/mês de material
passível de reciclagem.
Prazo previsto:
Início: Vigente desde janeiro de 2013.
Término: Contínuo, mediante renovação anual dos termos de compromisso.
2) Parceria com a Companhia de Saneamento do Paraná - SANEPAR, para a
ampliação do Projeto: “Se Ligue Nessa Ideia! Sem Óleo na Rede”
Meta: Contribuir com a ampliação do projeto, através do provimento de materiais de
divulgação como: cartazes e adesivos para as bombonas de recolhimento do óleo usado,
conforme modelo no ANEXO V; da divulgação do projeto dentre as empresas associadas
ao SINPACEL; da adesão de uma (1) empresa-piloto ao projeto; do mapeamento de
possíveis parceiros ao projeto.
Prazo previsto:
Início: Março de 2017 – assinatura do termo de parceria, definindo as obrigações entre
as partes.
Término: Dezembro de 2017 – Após, definir novas metas, com a adesão de mais
empresas e organizações parceiras.
68
Subsolo Orgânica Rejeito Reciclável
3 4 17
Térreo Orgânica Rejeito Reciclável
11 22 24
1º andar Orgânica Rejeito Reciclável
7 26 30
2º andar Orgânica Rejeito Reciclável
7 28 30
3º andar Orgânica Rejeito Reciclável
7 10 26
Ginásio térreo Orgânica Rejeito Reciclável
2 20 7
Ginásio 1º andar Orgânica Rejeito Reciclável
2 7 8
Planetário Orgânica Rejeito Reciclável
0 0 3
Total 39 117 145
Total geral 301
3) Apoio ao Projeto CEP Sustentável, em parceria com o Colégio Estadual do
Paraná e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
Meta 1: Aquisição de 301 novas lixeiras, conforme quantitativo levantado junto à
escola:
FIGURA 42: AQUISIÇÃO DE LIXEIRAS PARA O COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ
Prazo previsto:
Início: fevereiro de 2017
Término: agosto de 2017
Meta 2: Criação de uma “Estação da Sustentabilidade”, dentro do Colégio Estadual do
Paraná - CEP, a exemplo da estação concebida pela prefeitura de Curitiba conforme
figura 43, a ser concebido pela SEMA e viabilizado através do investimento social
privado das empresas do setor (ANEXO VI).
69
FIGURA 43: ESTAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE DA PREFEITURA DE CURITIBA
Prazo previsto:
Início: planejamento inicia em fevereiro de 2017, execução inicia em julho de 2017.
Término: dezembro de 2017.
4) Apoio ao Projeto: Descarte de Resíduos de Medicamentos Domiciliares – Em
parceria com o setor farmacêutico.
Meta: Contribuir com o desenvolvimento de uma nova caixa receptora (ponto de
entrega voluntária – PEV), de forma que as embalagens dos remédios também possam
ter destinação ambientalmente correta, ao invés de serem incineradas, como é feito
atualmente. Doação de caixas de papelão ao projeto pelo SINPACEL.
Prazo Previsto:
Início: Março de 2017.
Término: Dezembro de 2017.
70
FIGURA 44: CAIXA DE PAPELÃO FORNECIDA PELO SINPACEL
5) Projeto de Educação Ambiental em Condomínios Residenciais - Em parceria
com o Sindicato da Habitação e Condomínios – SECOVI/PR.
Meta 1: Criar um cartaz educativo abordando assuntos ambientais com foco na
Logística Reversa para conscientização nos 600 Condomínios localizados no município
de Curitiba, aproximadamente 4 exemplares por condomínio. Parceria com o SECOVIPR
- Sindicato da Habitação e Condomínios.
Meta 2: Realizar uma palestra para o setor, em parceria com o SECOVIPR.
Prazo previsto:
Início: planejamento inicia em fevereiro de 2017, execução inicia em julho de 2017.
Término: dezembro de 2017 – ao término do projeto, será avaliada a expansão do
projeto a outros municípios paranaenses.
71
6.6 Opções para aproveitamento dos resíduos gerados
Entre as atividades econômicas que mais absorvem resíduos industriais, destacam-se a
agricultura e a construção civil. No setor agrícola, estudos tem demonstrado que as cinzas
de caldeira e de resíduos de celulose adicionados aos adubos minerais em plantios florestais
podem fornecer ganhos expressivos em volume de madeira, praticamente dobrando a
produtividade de algumas espécies, devido à melhoria nas propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo.
Para os resíduos recicláveis (papel, papelão, metal, vidro) o melhor destino
ambientalmente adequado seria através de associações e cooperativas de catadores dos
municípios para reciclagem e retorno para indústria.
FIGURA 45: PÓS CONSUMO
TIPO COLETA/TRANSPORTE
Londrina
Maringá
Cascavel
Francisco Beltrão
Guarapuava
Campos Gerais
Reforma de
móveis
FLUXO DE DESTINAÇÃO
Doação ou
venda
IndústriaAproveitamento
energético
Doação ou
uso
cooperados
Desmontagem
/ ReciclagemIndústria
CVMR
PÓ
S C
ON
SUM
O
Madeira
(demolições,
etc.)
Através do próprio
gerador; transporte
contratado;
Pátios de
triagem
(empresas
transportadoras);
Empresas
tratamento RCC;
Aproveitamento
Reciclagem
Móveis em
desuso
Associações e
Cooperativas de
Catadores dos
Municípios
Através do próprio
gerador ou empresas/
Cooperativas de
Catadores contratadas
pelo Comitê Gestor da
LR
6.7 Impactos Sociais e econômicos da Logística Reversa
Nesta etapa foram avaliados os benefícios econômicos e sociais associados à
implantação do sistema de Logística Reversa para as empresas associadas ao SINPACEL.
O benefício social através da implantação do sistema de LR estará relacionado com os
seguintes resultados:
Aumento da demanda de produtos a serem reciclados;
Criação de uma estrutura de coleta, triagem e armazenagem dos produtos do setor;
A tendência de buscarmos um aumento de aparas a serem utilizadas no Paraná e
consequentemente uma diminuição na obtenção de aparas de outros estados;
72
Aumento de empregos a serem gerados nas empresas recicladoras;
Aumento na renda per capita dos funcionários das empresas recicladoras;
Implantação de princípios de sustentabilidade;
Diminuição de mão de obra utilizada em locais inapropriados devido à retirada deste
pessoal de depósitos clandestinos e lixões;
Geração de renda em várias cadeias participantes do sistema de LR.
Os benefícios Econômicos serão:
Vantagens econômicas pelo fato da drástica diminuição de gastos com o
processamento de resíduo;
Diminuição na necessidade da importação de aparas e tendência de diminuição de
custos logísticos;
O reaproveitamento de materiais acaba trazendo ganhos no processo industrial com a
diminuição dos custos relativos à matéria prima;
A possibilidade de redução de matéria prima para a produção do Papel e da Celulose;
Aumentar o processo de sustentabilidade do setor;
O retorno de produtos e materiais ao ciclo de negócios permite a competitividade de
custos a partir de um bom gerenciamento da logística reversa.
Aumento da taxa de reciclagem dos materiais.
6.8 Atribuições dos participantes da Logística Reversa
O presente Plano será implementado por meio de cooperação entre as partes, nas
responsabilidades a seguir definidas, de acordo com o conceito de responsabilidade
compartilhada, de modo a viabilizar este Plano.
São obrigações comuns aos signatários:
a) Empreender esforços para atingir os resultados ajustados.
b) Cumprir as condições, responsabilidades, obrigações e os prazos definidos.
c) As entidades signatárias obrigar-se-ão a divulgar o Plano, bem como, as normas
previstas no presente instrumento entre seus representados e partícipes, cientificando-os da
73
obrigatoriedade de cumprimento da legislação pertinente ao gerenciamento e transporte de
resíduos, medidas, prazos, metas e outras disposições constantes neste Plano.
d) Assegurar que o Plano atenda às normas técnicas pertinentes em vigor, bem como as
que vierem a ser editadas, no que se relacionam com sua implementação e operação.
e) Realizar campanhas voltadas para o púbico específico do setor, em frequência a ser
definida pelos signatários.
f) Reavaliar anualmente as metas, resultados obtidos pelo Plano e demandas que
resultem em alterações do presente Plano.
Partindo do princípio que o objetivo é o de desenvolver uma modelagem de
responsabilidade pós-consumo objetivando a destinação ambientalmente adequada dos
materiais e equipamentos no final da vida útil, a responsabilidade e obrigações dos agentes
envolvidos são assim definidas e atribuídas.
6.8.1 Responsabilidades das empresas de Papel e Celulose, Fabricantes de
produtos de papel e indústria em geral
Para que seja cumprido o sistema de logística reversa dos resíduos gerados durante o
processo de prestação de serviços referente a sua atividade as empresas signatárias ao
Plano de Logística Reversa deverão cumprir as premissas abaixo estabelecidas:
Cumprimento do Plano de Logística Reversa para o setor específico;
Promover a articulação com as empresas solicitantes de serviços, fornecedores,
subcontratados, aparistas, comércio atacadista de materiais recicláveis, cooperativas e poder
público a fim de implementar e garantir que o sistema de fluxo reverso destes resíduos e
produtos pós prestação de serviços sujeito ao processo de logística reversa sejam
realizados;
Reutilizar, sempre que possível, os materiais em outros serviços;
Fortalecer as parcerias existentes para a operacionalidade da LR e buscar
continuamente a adesão de novas parcerias privadas e públicas. Consolidar as parcerias
com empresas recicladoras e buscar atuar em conjunto com as atividades que serão
implantadas pelo Governo do Paraná na área de resíduos sólidos.
74
Elaborar contratos específicos com as empresas fabricantes e importadores para que
seja implementada a responsabilidade compartilhada sobre os produtos passíveis de
logística reversa.
Elaboração de um Plano de Comunicação sobre o processo da LR;
Realizar a divulgação junto ao setor específico sobre a implantação e
operacionalidade do processo de logística reversa e elaborar procedimentos claros
especificando a importância de como realizar todos os passos especificados no plano;
Estruturação de um banco de dados com informações sobre dados das empresas
participantes, estatísticas, indicadores e outras informações de serviço de gestão e
gerenciamento dos resíduos de pós-consumo pelas empresas associadas ao SINPACEL.
Elaboração de relatório descrevendo as primeiras ações relativas a ações executadas
durante o período de implantação do sistema de logística reversa no setor. Este relatório
será redigido pelo grupo gestor e deverá abordar as atividades que foram realizadas durante
o período de operação do plano;
As empresas se comprometem a seguir e cumprir as metas estabelecidas no Plano de
Logística Reversa. Fazer a divulgação para todas as partes envolvidas deixando claras as
responsabilidades pertinentes ao gerenciamento do Plano de logística, prazos, metas
estabelecidas;
Serão avaliados os procedimentos que estão previstos na LR que estarão em
consonância com a legislação aplicada no Estado do Paraná e Brasil. O grupo gestor deverá
realizar um acompanhamento continuo do processo legislativo para a validação do processo
aplicado e de futuras modificações a serem realizadas;
Buscar maneiras de fazer com que o processo de logística reversa tenha um fluxo
contínuo, através de investimentos que se façam necessários. Estes investimentos
devem ser realizados de acordo com as necessidades do setor e avaliados pelo
comitê gestor de modo a viabilizar a LR em determinadas situações e locais
específicos. Toda a participação financeira das empresas se dará somente no
processo inicial da montagem de uma estrutura para a viabilização da LR, e estas
estruturas deverão ser auto sustentáveis;
Reavaliar metas anualmente com a finalidade de readequação e otimização do
processo afim de sempre buscar que os resíduos gerados no final da prestação de serviços
passem pelo processo da LR.
75
6.8.2 Responsabilidades das empresas do Comércio Atacadista de Materiais
Recicláveis, aparistas e das empresas de Processamento de Materiais
Cumprir o presente Plano;
Realizar o processamento de todos os produtos recebidos e destinar às empresas de
processamento de materiais;
Trabalhar em parceria com as centrais de triagem, caso sejam encaminhados os
produtos para as mesmas;
Garantir a destinação final ambientalmente correta de todos os resíduos/produtos
recebidos;
Emitir um Certificado de Destinação Final após processamento ou destinação
adequada;
Realizar o processamento dos materiais recebidos e encaminhar para o setor
produtivo.
6.8.3 Responsabilidades dos fabricantes e importadores
Cumprir o presente Plano;
Realizar acordos com as empresas disponibilizando a possibilidade de retorno de
produtos que não possam ser destinados aos centros de reciclagem e reaproveitamento de
materiais, ou seja, de produtos que não possuam características adequadas para o retorno
ao processo produtivo;
Apoiar as empresas na elaboração de material de divulgação no processo de retorno
do material após o consumo na prestação de serviço;
Auxiliar na identificação de empresas de materiais recicláveis ou de recicladoras com
a finalidade de se fazer a LR e baratear os custos do processo;
Registrar toda a quantidade de materiais e insumos que passaram pelo processo de
LR, para fins de comprovação;
Garantir a destinação final ambientalmente correta de todos os materiais e insumos
devolvidos pelas empresas partícipes do Plano.
76
6.8.4 Responsabilidades dos fornecedores/distribuidores
Cumprir o presente Plano;
Articular com sua rede de distribuidores a implementação da estrutura necessária para
garantir o fluxo de retorno dos materiais e equipamentos objeto do Sistema de Logística
Reversa;
Divulgar juntos aos consumidores todo o processo de educação ambiental, de
maneira a repassar todas as informações necessárias para que todos fiquem cientes da
necessidade do processo de segregação deste material;
Divulgar junto aos distribuidores, informações sobre os procedimentos a serem
seguidos para adequada devolução dos materiais e equipamentos;
Registrar todas as atividades relacionadas com a LR.
6.8.5 Responsabilidades dos consumidores
Segregar os produtos em seu domicílio.
Encaminhar os produtos pós-consumo, arcando com o ônus de transporte para os
locais indicados pelas empresas fornecedoras do produto final.
6.8.6 Responsabilidades do Estado e Municípios
Realizar o processo de fiscalização do cumprimento das metas estabelecidas nos
Planos de Logística Reversa - PLR;
Apoiar os setores que estão implementado o PLR;
Atuar em parceria com todos os stakeholders do processo;
Auxiliar no processo de divulgação dos PLR em andamento;
Realizar Coleta Seletiva.
77
6.9 Sistema operacional da cadeia de Logística Reversa
Descrição do Sistema Operacional
A Logística Reversa proposta será direcionada para a implantação do sistema de
gerenciamento por responsabilidade compartilhada entre todos os elos pertencentes a
cadeia e demais atores envolvidos.
A Logística Reversa será abordada de forma sistêmica e em conjunto com todos os
atores participantes: empresas fabricantes/importadoras, empresas de transformação,
empresas do setor varejistas ligadas a Cadeia produtiva do Setor de Celulose, Papel,
Embalagens e Artefatos do Estado do Paraná, sindicatos, prestadoras de serviços, comércio
atacadista, comércio atacadista de materiais recicláveis (aparistas) e/ou das recicladoras e
destinadores finais e com a importante participação dos órgãos públicos envolvidos com todo
o processo logístico reverso dos produtos pós-consumo do setor. Os consumidores finais
também estão inseridos e têm sua participação definida.
De acordo com o projeto de regionalização dos resíduos sólidos urbanos, elaborado pela
Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná - SEMA - serão
utilizadas as 20 (vinte) regiões pré-estabelecidas, onde serão executadas estruturas para o
processo de triagem, armazenamento e processamento nas cidades polo de cada região.
Desta forma, busca-se agregar junto aos órgãos públicos a possível utilização para os
resíduos pós-consumo do setor. Esta parceria será discutida junto ao setor público para a
viabilização sob o ponto de vista econômico e ambiental.
O Estado do Paraná deverá implantar um processo para que os munícipios polos
comecem, em conjunto com os planos de logística, a estruturar uma demanda
mercadológica dos materiais advindos do produto pós-consumo, objetivando que tal
demanda seja absorvida e gere benefícios a cada região. O desenvolvimento das
necessidades para a absorção dos produtos pós-consumo será trabalhado nos objetivos
citados na seção de metas a serem atingidas durante a implantação da Logística Reversa.
Nesta etapa poderemos identificar de que maneira os órgãos públicos e a iniciativa
privada poderão atuar, de modo a criar uma estrutura condizente com a demanda a ser
gerada em cada região. De acordo com o estabelecido nas metas de implantação, item 6.5,
será realizada a estruturação da Logística Reversa de forma regional, ou seja, todo o
processo será realizado em regiões específicas por cada etapa do trabalho.
78
Para a operacionalização do Sistema de Logística Reversa deverá ser estruturada uma
Entidade Gestora, na forma de pessoa jurídica de direito privado, constituída na forma de
associação, organizada para fins não econômicos com autonomia administrativa e financeira.
Para viabilizar a implantação do sistema serão procedidas as linhas abaixo
especificadas:
Fluxo dos materiais pós-consumo:
As indústrias de papel e celulose fabricam seus produtos específicos que são
encaminhados para o processo de manufaturamento (indústria da transformação) e
estas repassam para as empresas realizarem o acondicionamento de seus produtos
(no caso de embalagens), ou diretamente ao consumidor (em caso de papel de
impressão, tissue, etc.).
Na sequência os produtos serão consumidos e descartados por pessoas físicas e
jurídicas, seguindo os procedimentos elaborados para tal ação;
Estes produtos pós-consumo serão encaminhados para a coleta seletiva (pessoa
física) e por empresas especializadas (pessoa jurídica) de coleta, transporte e triagem
e posterior processamento (Cooperativa de catadores, aparistas);
Após o processamento, as entidades fazem o direcionamento deste material para as
empresas habilitadas para realizar o processamento destas aparas, e a dar
destinação final aos rejeitos gerados na preparação destas aparas para a fabricação
de um novo papel.
Fluxo Financeiro:
Fabricantes/importadores/Empresas de transformação: Estes elementos entram com o
suporte financeiro para efetivar o custeio da implementação do Sistema de Logística
Reversa. Estes recursos serão repassados para a Entidade Gestora que atuará como
entidade gerenciadora de todo o sistema.
Os custos referentes ao processo de sensibilização/armazenamento serão repassados
às empresas do setor do comércio, varejistas e atacadistas, ligados à Cadeia Produtiva do
Setor de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos do Estado do Paraná.
No fluxograma abaixo se demonstra um modelo simplificado de como serão trabalhados
os produtos pós-consumo gerados em cada uma das vinte regiões do Estado do Paraná.
79
Durante o processo de implantação este fluxo será detalhado ao máximo buscando
subsídios, repasse de informações para as empresas, dimensionamento da demanda na
busca da viabilidade da implantação de empreendimentos, estudo de adoções de medidas
que viabilizem a estruturação dos processos de reutilização e reciclagem em cada região.
Todo processo de logística será operacionalizado buscando trabalhar com todos os elos
da cadeia de forma sistêmica.
Consumidores:
Consumidores residenciais ou pessoa física: O comprometimento do consumidor será de
fazer uma segregação adequada dos resíduos recicláveis em seu domicilio e encaminhar os
resíduos considerados recicláveis para os processos a serem desenvolvidos pelo setor
público. Tais como: coleta seletiva porta a porta, pontos de entrega voluntária e local que
poderão ser estabelecidos de acordo com as parcerias a serem desenvolvidas com o setor
privado.
Consumidores – pessoa jurídica: Este consumidor fará uma segregação mais apurada
de acordo com os procedimentos a serem repassados através do processo de comunicação,
de maneira a produzir uma apara de melhor qualidade, e encaminhará os seus produtos pós-
consumo para os parceiros aparistas e parceiros privados para a coleta, transporte,
processamento e armazenamento.
Transporte: O material coletado deverá ser encaminhado pelos sistemas operados pelo
setor público para cooperativas, as quais serão identificadas e sinalizadas como parceiras,
ou para o comércio atacadista de materiais recicláveis, também estabelecidos como
parceiros. O material coletado nas empresas deverá ser encaminhado para os aparistas
parceiros que atuarão junto às empresas na busca de uma obtenção de uma apara de
melhor qualidade.
Triagem: As cooperativas, o comércio de materiais recicláveis, e os aparistas realizarão
o processo de triagem de todos os materiais coletados ou recebidos, e serão responsáveis
pelo processo de segregação, armazenamento e distribuição do material. Os rejeitos
gerados após a triagem deverão ter um destino ambientalmente adequado, sendo que os
custos são de responsabilidade do setor responsável pelo processo de triagem.
Nesta etapa será realizado todo o processo de classificação dos diversos tipos de
papéis, para posterior processo de prensagem e encaminhamento para as empresas
fabricantes de papéis reciclados.
80
FIGURA 46: FLUXOGRAMA DE LOGÍSTICA REVERSA DOS PRODUTOS PÓS-CONSUMO.
Procedimentos dos Consumidores
A segregação/separação dos produtos pós-consumo é realizada com a finalidade de
agregar valor e facilitar o processo de armazenagem e destinação final. Por isso será
necessário repassar, através das ações especificadas nas metas, os procedimentos mais
detalhados através de informações em profusão para os consumidores que deverão executar
quando do fim da vida útil do produto. Os consumidores deverão ser sensibilizados de forma
a tornarem-se elementos de disseminação de informações referentes a todo o processo.
Os materiais gerados pós-consumo deverão ser encaminhados para os processos de
Coleta Seletiva, Pontos de Entrega Voluntária (PEV’s), Cooperativas, Setor varejista em
geral, e sempre buscando os locais que possuem a estrutura necessária para recebimento.
Nas metas a serem atingidas para a implantação do processo logístico serão definidos
os objetivos específicos e as ações que deverão ser executadas pelos fabricantes (indústria),
importadores, de maneira a esclarecer as dúvidas dos consumidores.
81
Os Fabricantes, Importadores, Comércio Atacadista de Materiais Recicláveis, Setor
Varejista e os Importadores deverão atuar em conjunto no desenvolvimento de uma ação
clara, para que os consumidores possam cumprir as suas obrigações perante todo o
processo logístico.
Procedimentos das Indústrias de Papel e Celulose, fabricantes de produtos de
papel, Indústria em geral.
As empresas que implementarão o Plano de Logística Reversa proposto ficarão com
incumbência de cumprir com as metas pré-estabelecidas fazendo com o setor de Papel e
Celulose atinja os seus objetivos relacionados no contexto atual.
Todo o processo de articulação será executado através do Comitê Gestor, que é
composto por representantes das empresas do setor. Esta articulação será realizada com
todos os elos da cadeia e também os parceiros envolvidos e demais stakeholders que
venham a surgir durante este processo de implementação do PLR. Todo este processo
implicará na elaboração de metodologias e procedimentos que viabilizarão todo o processo
de logística reversa do setor.
As empresas, em conjunto com seus parceiros, irão estruturar um modelo de controle de
fluxo de materiais de forma qualitativa e quantitativa, de maneira a obter uma maior
quantidade de dados acerca da matéria prima colocada no mercado e também de todo o
processo reverso. Para atingirmos uma significativa consolidação de dados, as empresas
terão que trabalhar, em conjunto com os elos da cadeia, todo o processo de sensibilização
dos consumidores - pessoa física e jurídica - e também dos parceiros que prestarão os
serviços específicos para o setor.
O Comitê Gestor, em conjunto com os seus parceiros, elaborará um relatório anual
descrevendo todas as atividades realizadas em grau de detalhamento que atenda às
necessidades do órgão ambiental e de todas as empresas aderentes ao processo de
logística reversa do setor.
Procedimento do Varejo
Fica a cargo do setor varejista facilitar e fornecer pontos de entrega voluntária – PEV’s -
de produtos pós-consumo específicos, localizados de forma a atender as necessidades
estabelecidas para cada região do Estado.
82
A logística a ser implantada será feita de forma regional, com a finalidade de que após a
coleta dos produtos pós-consumo advindos do consumidor, estes possam seguir os canais
reversos através dos processos de reutilização e reciclagem.
Independentemente do produto pós-consumo ter a sua origem em um processo industrial
realizado na região, este deverá ser coletado nos pontos específicos a serem definidos no
processo, e será tratado nos canais reversos de reutilização ou reciclagem por empresas
parceiras que atuem na região.
O varejo fará a interação com os parceiros que atuarão de forma a procurar agilizar o
processo de segregação na origem. Esse processo será feito de forma autônoma por cada
tipo de comércio, buscando agilizar o processo de recuperação de material no próprio varejo,
ou seja, não deixar que estes materiais acabem se perdendo como resultado do mau
gerenciamento de resíduos.
Na implantação das metas específicas terão que ser estruturados procedimentos
específicos que garantam a aplicabilidade da logística reversa nas vinte regiões específicas
do Estado do Paraná.
O Varejo irá interagir fortemente com os Distribuidores, Comércio Atacadista de Materiais
Recicláveis, Aparistas, Centrais de Triagem e Cooperativas, que fomentam o processo
reverso através da reutilização e reciclagem.
Todo o processo de interação entre o Varejo e os demais elos da cadeia serão avaliados
e fortalecidos pela ação do Comitê Gestor, de modo a facilitar o fluxo reverso.
Empresas parceiras
No processo logístico a ser implantado optou-se pelos processos de canais reversos
através de reutilização e reciclagem dos produtos após o fim da sua vida útil.
O processo a ser utilizado pelas empresas parceiras que estão vinculadas ao Comércio
Atacadista de Materiais Recicláveis, Aparistas, Cooperativas regionais, Estrutura de Centros
de Triagem do Setor Público e privado e será realizado de modo a observar fatores
referentes a cada produto, devido as suas diferentes características de forma e quantidade.
O transporte deverá ser feito de maneira a preservar a qualidade dos materiais a serem
reprocessados.
A coleta destes produtos será realizada pelos parceiros cadastrados na região onde
ocorre a geração. Durante a implantação do Plano de Logística Reversa serão avaliados
com mais detalhamento todos os parceiros existentes em cada região, e suas estruturas.
83
Serão estudadas as condições de reutilização/reaproveitamento dos resíduos gerados nos
municípios de menor porte e a viabilidade econômica de armazenamento na região para,
posteriormente, encaminhar para o processamento final.
Estas empresas localizadas nas regiões geradoras dos produtos pós-consumo
processarão o resíduo, ou encaminharão para locais onde exista uma tecnologia disponível
para a introdução destes produtos no ciclo produtivo industrial.
Setor Público
Devido às características referentes aos produtos finais relativos a Cadeia produtiva do
Setor de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos do Estado do Paraná, tendo como um dos
principais elementos as embalagens, o Setor Público deverá atuar como um elemento de
apoio através do processo de coleta seletiva e aliado ao processo de Logística Reversa do
SINPACEL.
O Setor público deverá atuar como um elemento de fiscalização, e apoio tributário, além
de parceiro com possibilidade de acordos para auxílio no processo de educação, coleta e
acondicionamento de produtos após a vida útil.
Esta união fortalecerá e ampliará o poder de comunicação entre todos os elos da corrente.
6.10 Benefícios ambientais da Logística Reversa
Ao se conhecer todo o ciclo de vida de um determinado produto, pode-se introduzi-lo em
uma cadeia de logística reversa com o objetivo de aproveitar ao máximo o uso dos materiais.
Por isso, a logística reversa refere-se a todos os procedimentos que estão associados à
devolução de produtos, reparos, manutenção, reciclagem e desmontagem de produtos e
materiais.
As organizações que adotam o sistema de logística reversa são capazes de melhorar o
atendimento e os tempos de resposta dos seus clientes, reduzir o impacto ambiental por ela
gerado, reduzir o desperdício e melhorar a responsabilidade social da empresa.
Os principais motivos que fazem as empresas aderirem a sistemas de logística reversa
são:
1) Legislação Ambiental que força as empresas a retornarem seus produtos e cuidar do
tratamento necessário;
84
2) Benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao processo de produção,
ao invés dos altos custos do correto descarte do lixo;
3) A crescente conscientização ambiental dos consumidores;
4) Razões competitivas – Diferenciação por serviço;
5) Limpeza do canal de distribuição;
6) Proteção de Margem de Lucro;
7) Recaptura de valor e recuperação de ativos.
Estes são alguns dos passos que devem ser seguidos para que as empresas possam
implementar a logística reversa em suas estratégias de reutilização, recondicionamento ou
reciclagem sustentável:
1. Compreensão do impacto que o produto exerce na cadeia de produção quando
é recolhido. Identificar os fluxos de resíduos associados aos processos de fabricação e
distribuição. Deve-se considerar a logística reversa no contexto de todo o ciclo de vida de
concepção de produtos, incluindo a disposição adequada e os processos de fim de vida;
2. Determinar o que fazer com os produtos devolvidos com base nas condições
em que o produto se encontra: se ele ainda está funcional e pode ser remontado, reparado
ou recondicionado para voltar à venda. Deve-se também criar uma estratégia sobre o que
você fazer com as peças que podem ser recolhidas;
3. Considerar a oferta de incentivos de desconto no valor dos produtos para
incentivar os clientes e o comércio à devolução dos produtos depreciados. Esta ação
promove a reutilização ou reciclagem dos equipamentos mais antigos. Ao mesmo tempo,
incentiva os clientes a se atualizarem e/ou comprar novos produtos;
4. Estabelecer processos para receber, reciclar e renovar/recondicionar produtos
que os clientes devolvem, ou não precisam mais, de forma que se atendam às normas
ambientais. Isso pode significar trabalhar com empresas parceiras que podem lidar com
essas demandas;
85
5. Estabelecer processos para destinar produtos /peças devolvidos. Para os
materiais no final da vida útil e que não podem mais serem reutilizados ou reciclados deve-se
encontrar formas seguras, rentáveis e ambientalmente amigáveis para realizar o descarte.
Os benefícios da implementação de um programa de logística reversa incluem fatores
sociais, ambientais e econômicos para os envolvidos.
Reciclagem
Extinção dos lixões e diminuição do uso de aterros
Redução da poluição
Redução da utilização da matéria prima virgem;
Sustentabilidade ambiental e econômica do Setor;
O processo de educação ambiental aos
As questões ambientais de destaque na área de logística são o consumo mais
consciente dos recursos não renováveis naturais, a redução das emissões atmosféricas, da
poluição sonora, e a eliminação de resíduos perigosos e não perigosos.
Benefícios socioeconômicos
Volta do material para a cadeia produtiva;
Geração de emprego e renda;
Organização dos sindicatos;
Maior aproveitamento das aparas no setor;
Melhoria na qualidade de aparas no Estado;
Menor geração de rejeitos na produção industrial;
A logística reversa é vista como uma despesa para uma organização. Entretanto, quando
bem planejada ela pode ser rentável através da reutilização e da reciclagem de materiais, os
quais podem muitas vezes reduzir os custos da produção. Atualmente, as organizações
estão acostumadas a monitorar somente o retorno de produtos com defeito, que se
encerraram a vida útil, deixando passar a quantidade de volume total que poderia ser
devolvido e retornado à cadeia produtiva como insumos de baixo custo.
86
Muitas organizações não têm a experiência, recursos humanos e/ou a infraestrutura
necessária para a implementação da logística reversa e para o processamento das
devoluções de materiais. Por isso, é importante que essas organizações se associem
através de parcerias ou sindicalismo, como é o caso do plano presente, para que possam
atuar com sinergia e colocar em prática o que se é proposto.
Dentre os benefícios da logística reversa estão:
a. Permitir que o comerciante possa receber os produtos de volta do consumidor
ou enviar mercadorias não vendidas de volta para o fabricante para que ela possa ser
desmontada, classificada, remontada ou reciclada. Este processo pode minimizar os
custos globais de uma organização;
b. A logística reversa pode influenciar na melhoria do ciclo de vida dos produtos,
da complexidade da cadeia de suprimentos, das práticas sustentáveis e preferências
do consumidor e para manter a produtividade e crescimento em um ciclo constante;
c. Entre os ganhos estão o aumento da velocidade de produção, reduzindo os
custos (transporte, administrativos e de manutenção pós-venda, de reparação e de
substituição), retenção de clientes e auxílio para atingir as metas de sustentabilidade;
d. Pode-se agregar valor em mercadorias devolvidas/usadas ao invés de
desperdiçar mão de obra, tempo e custos de matérias-primas envolvidas na cadeia de
produção original; e,
e. Melhorar os índices de satisfação e fidelização dos clientes, prestando mais
atenção a produtos com defeito, e nos reparos de mercadoria. A logística reversa
pode incluir formas de se obter feedbacks dos clientes para fazer melhorias e
entender as verdadeiras razões para a devolução de produtos.
6.11 Prestações de contas pelos proponentes
O Comitê gestor da Logística Reversa tem como principal objetivo promover e
acompanhar a efetividade da implantação da logística reversa definida pelo termo de
compromisso.
O Comitê gestor anualmente elaborará um relatório descrevendo as ações/atividades
que foram realizadas durante o período de operação do plano.
87
Este relatório será realizado a partir das informações registradas no sistema
informatizado gerido pelos fabricantes/importadores e contemplará todas as ações/atividades
que foram realizadas durante o período de operação do plano e outras informações de
serviço de gestão e gerenciamento dos resíduos de pós-consumo pelas empresas
prestadoras de serviços, assim como, a relação quali-quantitativa dos produtos processados
das empresas prestadoras de serviço, empresas fabricantes e importadores.
O relatório será encaminhado para a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos – SEMA no final do ano, para todas as empresas associadas ao Sindicato do Setor
de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos do Estado do Paraná que aderirem a este
projeto.
6.12 Casos de descumprimento das obrigações
O descumprimento das obrigações previstas neste Plano poderá sujeitar os signatários
às penalidades previstas na legislação aplicável.
O cumprimento das obrigações previstas neste Plano não isenta os associados das
entidades signatárias do cumprimento das demais obrigações previstas na legislação que
regulamenta a matéria, estando sujeitos à aplicação das sanções administrativas pertinentes
a que derem causa, respeitados, em quaisquer situações, o contraditório e o devido
processo legal.
6.13 Princípios financeiros utilizados na Logística Reversa
O estabelecimento de princípios financeiros aplicáveis à logística reversa da cadeia
produtiva de Setor de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos do Estado do Paraná deverá
pautar-se em um modelo não discriminatório aos participantes e paralelamente garantir a
sustentabilidade financeira, necessária à implementação das medidas relacionadas às
obrigações da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Estas premissas serão adotadas durante o processo de implementação do sistema de
logística reversa da cadeia produtiva Setor de Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos do
Estado do Paraná, a qual, deverá se pautar no estudo de viabilidade econômica e financeira
inerente a adoção de práticas que garantam o retorno ambientalmente adequado dos
produtos fabricados pelos segmentos elencados. O estudo a ser elaborado por meio do
Comitê Gestor da Logística Reversa da Cadeia Produtiva de papel e celulose, deverá prover
88
informações acerca do potencial de mercado dos resíduos descartados e também da
necessidade de investimentos financeiros, os quais possibilitarão a estruturação deste
sistema.
Importante indicar a inexistência no âmbito nacional de precedentes ou iniciativas
similares. Neste sentido e considerando as práticas que vêem sendo adotas nos sistemas de
logística reversa já implementados ou em eminência, a exemplo das lâmpadas, poderá ser
cogitada a cobrança de uma taxa aplicada ao consumo dos produtos que serão abarcados
no sistema de logística reversa deste setor.
89
7 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PERTINENTE
Resolução SEMA No 51, de 23 de outubro de 2009
Dispensa de Licenciamento e/ou Autorização Ambiental Estadual de
empreendimentos e atividades de pequeno porte e baixo impacto ambiental.
Instrução Normativa IBAMA No 6, DE 15 de março de 2013
Regulamentar o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e
Utilizadoras de Recursos Ambientais - CTF/APP, nos termos desta Instrução
Normativa.
Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010
Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de
fevereiro de 1998; e dá outras providências.
Decreto n° 7.404, de 23 de dezembro de 2010
Regulamenta a Lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de
Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de
Logística Reversa, e dá outras providências.
Decreto nº 7.405, de 23 de dezembro de 2010
Institui o Programa Pró-Catador, denomina Comitê Interministerial para Inclusão
Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis o
Comitê Interministerial da Inclusão Social de Catadores de Lixo criado pelo Decreto
de 11 de setembro de 2003, dispõe sobre sua organização e funcionamento, e dá
outras providências.
90
Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do §
3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de
11 de dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e
dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.
Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012
Regulamenta a Lei no 12.527, de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre o
acesso a informações previsto no inciso XXXIII do caput do art. 5o, no inciso II do §
3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição.
Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007
Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766,
de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho
de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio
de 1978; e dá outras providências.
Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999
Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação
Ambiental e dá outras providências.
Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002
Regulamenta a Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional
de Educação Ambiental, e dá outras providências.
Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e da outras providências.
91
Decreto N° 6.514/08
Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece
o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras
providências.
Decreto nº 7.619, de 21 de novembro de 2011
Regulamenta a concessão de crédito presumido do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI na aquisição de resíduos sólidos.
Decreto nº 5.360, de 31 de janeiro de 2005
Promulga a Convenção sobre Procedimento de Consentimento Prévio Informado
para o Comércio Internacional de Certas Substâncias Químicas e Agrotóxicos
Perigosos, adotada em 10 de setembro de 1998, na cidade de Roterdã.
Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006
Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades
da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua
destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, e
dá outras providências.
Decreto nº 5.098, de 3 de junho de 2004
Dispõe sobre a criação do Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta
Rápida a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos - P2R2, e dá
outras providências.
Decreto n° 875, de 19 de julho de 1993
Promulga o texto da Convenção sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços
de Resíduos Perigosos e seu Depósito.
92
Resolução CONAMA N°404/2008
Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário
de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos.
Resolução CONAMA N°450/12
Altera 362/05art. 24-A à Resolução no 362, de 23 de junho de 2005, do Conselho
Nacional do Meio Ambiente- CONAMA, que dispõe sobre recolhimento, coleta e
destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.
Resolução CONAMA N°448/12
Altera os arts. 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10 e 11 da Resolução nº 307, de 5 de julho de
2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente- CONAMA nas definições de: Aterro
de resíduos classe A de preservação de material para usos futuros, área de
transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos,
gerenciamento de resíduos sólidos, gestão integrada de resíduos sólidos.
Resolução CONAMA N°420/09
Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à
presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento
ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de
atividades antrópicas.
Resolução CONAMA N°375/06
Define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados
em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá
outras providências.
Resolução CONAMA N°380/06
Retifica a Resolução CONAMA no 375/06.
93
Resolução CONAMA N°275/01
Estabelece código de cores para os diferentes tipos de resíduos.
Resolução CONAMA N°235/98
Publica novo texto do anexo 10 da resolução CONAMA 23/96 sobre importação de
resíduos.
Resolução CONAMA N°08/91
Dispõe sobre a entrada no país de materiais residuais.
Resolução CONAMA N°23, de 12/12/1996
Dispõe sobre as definições e o tratamento a ser dado aos resíduos perigosos,
conforme as normas adotadas pela Convenção da Basiléia sobre o Controle de
Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito
Resolução CONAMA N° 264, de 26/08/1999
Licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de co-
processamento de resíduos.
Resolução nº 313, de 29/10/2002
Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.
Resolução nº 316, de 29/10/2002
Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de
tratamento térmico de resíduos. Foi alterada pela Resolução 386/06
Resolução nº 5, de 05/08/1993
Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos,
terminais ferroviários e rodoviários
94
Revisão da Resolução nº 5, de 05/08/1993
Estabelecem definições, classificação e procedimentos mínimos para o
gerenciamento dos resíduos sólidos de serviços de portos, aeroportos, terminais
rodoviários e ferroviários.
95
8 COMITÊ GESTOR DA LOGÍSTICA REVERSA
As empresas que estão inclusas no Plano de Logística Reversa proposto reconhecem
que os resultados dependem do acompanhamento de sua implementação e execução,
demandando mecanismos de monitoramento por parte dos participantes da cadeia de
responsabilidade compartilhada e dos órgãos públicos envolvidos.
As empresas em conjunto ao Sindicato do Setor de Celulose, Papel, Embalagens e
Artefatos do Estado do Paraná se propõe no prazo de 2 (dois) meses contados da aprovação
da SEMA, implementar um grupo gestor estruturado de forma setorial, aqui denominado
como “Comitê Gestor da Logística Reversa” cujas atribuições incluirão:
Implementação do plano proposto;
Autonomia na contratação de serviços de terceiros para a elaboração das
ações previstas nas metas;
Avaliação das medidas de desempenho do SISTEMA;
Identificação de problemas, bem como das respectivas soluções aplicáveis;
Revisão das metas;
Elaboração de estudo econômico visando a participação financeira dos atores
envolvidos na cadeia da LR do setor.
Ressaltando que o plano de LR é condicionado a vários atores, na composição do
referido Comitê se faz importante a inserção dos principais elos da cadeia produtiva,
incluindo também as instituições representativas do comércio, importadores, órgãos de
apoio, SEMA, entre outros.
96
FIGURA 47: COMITÊ GESTOR DA LOGÍSTICA REVERSA DO SETOR DE CELULOSE, PAPEL,
EMBALAGENS E ARTEFATOS DO ESTADO DO PARANÁ.
97
9 CONCLUSÃO
O conteúdo deste documento tomou como base estudos realizados pelo Setor de
Celulose, Papel, Embalagens e Artefatos do Estado do Paraná objetivando atender as
diretrizes contidas na PNRS – Logística Reversa, bem como os princípios da
responsabilidade compartilhada.
Nesta proposta de plano estabeleceu-se que os fabricantes, importadores, prestadores
de serviços sejam responsáveis pela realização da logística reversa, tomando como norte
metas progressivas estabelecidas durante a implementação da logística reversa.
Todas as diretrizes expostas neste trabalho foram realizadas mediante acordos com os
atores integrantes da cadeia e através do comprometimento das partes, tendo em vista que o
processo trará benefícios para as empresas e para o Meio Ambiente.
Buscaram-se soluções de ações integradas para que fossem cumpridas as diretrizes
estabelecidas na PNRS evidenciando, desta forma, a aplicabilidade para todos os setores
industriais.
A estrutura proposta vem ao encontro das necessidades das questões ambientais
vigentes e está direcionada de forma a consolidar uma metodologia de trabalho eficiente e
de informação contínua para os órgãos ambientais envolvidos.
Durante a implantação serão encontrados alguns aspectos que deverão ser abordados e
propostos de forma conjunta com as tecnologias existentes a fim de garantir a eficiência e
aplicação da Logística Reversa com baixos custos para os envolvidos. As questões culturais
foram abordadas neste plano como um requisito muito importante e, por isso, deverão ser
tratadas com um elemento principal para que se possam agregar valores a pessoas e
conhecimentos na efetivação do processo como um todo.
O Comitê gestor do processo de implantação e operação da Logística Reversa exercerá
o papel de uma governança, devendo coordenar as ações de forma regional a fim de
abranger todo o Estado do Paraná.
A implementação deste plano deverá ser acompanhada pelos órgãos ambientais que
deverão servir como um elemento de apoio e suporte.
Se implementado como previsto, é diversa a gama de benefícios decorrentes do
processo de Logística Reversa. Há uma tendência para a redução da utilização de matérias
primas não renováveis, na geração de resíduos, na redução de impactos ambientais
negativos, na criação de novas oportunidades de investimento na indústria da reciclagem e
98
na conscientização de pessoas sobre o que devemos realizar em favor de um meio ambiente
seguro e sustentável.
99
10 EQUIPE DE TRABALHO
Adilson Luiz de Paula Souza - Engenheiro Químico, formado pela Universidade Federal do
Paraná com especialização em Gerenciamento e Controle da Qualidade Ambiental pela
PUC/PR, Tratamento de Efluentes e Gerenciamento de Lodo pela Ryerson Polytechinic
University em Toronto/Canadá e Especialização " ISO 14001 Transfer of Capability: Group
Process" , pela BRI International Inc., promovido através do Projeto de Cooperação SENAI-
Canadá,), Mestre em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Atualmente desenvolve trabalhos de Assessoria Técnica e Tecnológica na Área de
Saneamento e Meio Ambiente do SENAI/CIC. Experiência de mais de 15 anos na área de
elaboração e otimização de projetos para sistemas de tratamento de efluentes industriais,
diagnóstico ambiental, gerenciamento de resíduos industriais, treinamentos na área
ambiental e implantação de sistema de gestão ambiental.
Elcio Herbst - Administrador de Empresas formado pela FARESC, com especialização em
Gerenciamento Ambiental na Indústria, através do SENAI e UFPR e mestre em Meio
Ambiente Urbano e Industrial pela UFPR e Universidade de Stuttgart. Experiência como
consultor na área de gerenciamento integrado de resíduos, de origem industrial, urbanos,
portos e aeroportos, de Serviços de Saúde e logística reversa. Experiência na aplicação de
diagnóstico ambiental e estruturação de Equipes de Qualidade Ambiental e sustentabilidade
em eventos. Participou de treinamentos na Alemanha e Portugal, no tocante a
gerenciamento de resíduos. Possui cadastro como auditor Ambiental junto ao IAP – Instituto
Ambiental do Paraná. Atua em cursos de Pós-Graduação latu sensu com a disciplina Gestão
de Resíduos Sólidos Industriais. Atualmente desenvolve suas atividades de Assessoria
Técnica e Tecnológica na Área de Gestão e Tecnologia Ambiental do SENAI.
Franciele Tomczyk Terán de Freitas – Engenheira Química, pela Pontifícia Universidade
Católica do Paraná, cursando Pós Graduação em Gestão e Tecnologias Ambientais na
Indústria, pelo SENAI PR. Possui experiência na área comercial de Co-processamento,
licenciamento ambiental, destinação final adequada de resíduos sólidos industriais, análises
laboratoriais físico-química, plano setorial de Logística Reversa. Atualmente desenvolve
trabalhos na área de Assessoria Técnica e Tecnológica na Área de Gestão e Tecnologia
Ambiental do SENAI – PR.
100
Marcos Pupo Thiesen é Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal do Paraná.
Mestre em Meio Ambiente Urbano e Industrial pela UFPR e Universidade de Sttutgart.
Especialização em Sistema de Gestão Integrado pela Ryerson Poletechinic University,
Toronto/Canadá, e Especializações em Gerenciamento Ambiental na Indústria pela UFPR;
em Gestão da Qualidade e Produtividade pela UFPR; e MBA Empresarial em Administração
de Empresas e Negócios, pela FGV. Atualmente desenvolve trabalhos de Assessoria
Técnica na Área de Gestão e Tecnologia Ambiental. Experiência na área de diagnósticos e
auditorias ambientais, gerenciamento de resíduos, implantação de sistema de gestão
ambiental e sistema de gestão de SST, inventário de emissões de gases de efeito estufa e
assessoria em projetos de crédito de carbono. Atua em cursos de Pós-Graduação latu sensu
com a disciplina Auditoria Ambiental. .
101
11 ANEXOS
ANEXO I – EDITAL DE CHAMAMENTO SEMA
Item da SEMA
Localização no
Plano
item
1º Descrição das etapas do ciclo de vida em que o sistema
de logística reversa se insere bem como sua forma de
operacionalização.
5.1.1
2º Indicação, caso existente, dos órgãos públicos
encarregados de alguma etapa da logística, com a
menção à forma de pagamento específico, devido pela
execução pública da etapa.
5.2
3º Indicação da forma de mobilização social e participação
do consumidor.
5.3
4º Apresentação do volume atual de recolhimento dos
resíduos listados nos itens I e II.
5.4
5º Apresentação dos mecanismos para a divulgação de
informações relativas aos métodos existentes para
redução, reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos
associados ao resíduo listado nos itens I e II.
5.5
6º Metas de implantação progressiva do sistema de
logística reversa com abrangência em todo Estado.
6.5
7º Homologação de recicladores aptos a atender a
demanda do setor empresarial.
6.4
8º Certificação de destinação ambientalmente adequada. 6.4
9º Metas quantitativas de recolhimento. 6.4
102
10º Cronograma para sua implantação, como previsão
fundamentada da devolução das etapas até o
cumprimento da meta final estabelecida.
6.4
11º Informações sobre a possibilidade ou a viabilidade de
aproveitamento dos resíduos gerados, alertando para
os riscos decorrentes do seu manuseio.
6.6
12º Identificação dos resíduos perigosos presentes nas
varias ações propostas e os cuidados e procedimentos
previstos para minimizar ou eliminar seus riscos e
impactos à saúde humana e ao meio ambiente.
6.7
13º Avaliação dos impactos sociais e econômicos da
implantação da logística reversa.
6.8
14º Descrição do conjunto de atribuições e
responsabilidades, individualizadas e encadeadas, dos
participantes do sistema de logística reversa proposto,
proporcionais ao volume de suas participações no
mercado, no processo de recolhimento,
armazenamento, transporte dos resíduos e embalagens
vazias, com vistas à destinação final ambientalmente
adequada, contendo o fluxo reverso dos resíduos, a
discriminação das várias etapas da logística reversa, e a
destinação dos resíduos gerados, das embalagens
usadas e, quando for o caso, das sobras do produto,
devendo incluir:
6.9
a) Recomendações técnicas a serem observadas em
cada etapa da logística, inclusive pelos consumidores e
recicladores;
b) Formas de coleta ou de entrega adotadas,
identificando os responsáveis, as respectivas
responsabilidades bem como a cobertura geográfica
pretendida pelas atividades de coleta e reciclagem;
c) Ações necessárias e critérios para a implantação,
operação e atribuição de responsabilidades pelos
103
pontos de coleta;
d) Operação de transporte entre os empreendimentos
ou atividades participantes, identificando as respectivas
responsabilidades;
e) Procedimentos e responsáveis pelas ações de
reciclagem e de possível tratamento, inclusive triagem
dos resíduos, bem como pela disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos;
f) Avaliação dos benefícios ambientais da logística
reversa a ser implantada e;
g) Antecipação da solução de conflitos inerentes às
esferas do executivo Estadual e Municipal
15º Formas de prestação de informações pela proponente
para demonstração do adimplemento das obrigações
previstas no Termo de Compromisso.
6.12
16º Cláusulas penais para os casos de descumprimento das
obrigações previstas em seus termos.
6.13
17º Identificação dos princípios financeiros considerados
no modelo de logística reversa proposto, que garantam
tratamento não discriminatório para participantes do
mercado, bem como sustentabilidade financeira para
participantes do mercado, bem como sustentabilidade
financeira para a implementação das medidas
relacionadas às obrigações da Política Nacional de
Resíduos Sólidos.
6.14
18º Proposta de estrutura de grupo de acompanhamento,
composto pelos signatários, com o objetivo de
promover e acompanhar a efetividade da implantação
da logística reversa definida pelo termo de
compromisso.
8
104
ANEXO II – ATAS DAS REUNIÕES
105
106
107
108
109
110
111
ANEXO III – TERMO DE COMPROMISSO 002/2015
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
ANEXO IV – TERMO DE COMPROMISSO PARA RESPONSABILIDADE PÓS CONSUMO
DE EMBALAGENS
122
123
124
125
126
127
128
129
130
ANEXO V – PROJETO SANEPAR – “SE LIGUE NESTA IDEIA. SEM ÓLEO NA REDE!”
ADESIVO
CARTAZ
131
ANEXO VI – PROJETO CEP SUSTENTÁVEL
132
133
ANEXO VII - PROPOSTA TRANSVERSAL TRIBUTÁRIO
1 Incentivos Tributários e Ambientais
A Lei número 12.305/2010, instituidora da Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), que dispõe sobre princípios, objetivos e instrumentos com vistas a oferecer
adequado e sustentável tratamento a tais substâncias, prescreveu, também e dentre outros,
a adoção de estímulos quando e onde os resíduos contenham algum valor econômico, tendo
em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e
reciclados (art. 7o., VI) e de incentivos fiscais, financeiros e creditícios (art. 8o., IX).
A título ilustrativo, resíduos sólidos utilizados como matérias-primas ou produtos
intermediários na fabricação de produtos são os materiais, substâncias, objetos ou bens
descartados resultantes de atividades humanas em sociedade, à luz de conceito enunciado
no Decreto Federal nº 7.619/2011 (art. 1º, § único), a ser referido mais adiante.
De plano, é preciso ter presente que a PNRS (art. 44) alude a que os entes políticos
(União, Estados e Municípios) poderão instituir normas com o objetivo de conceder
incentivos fiscais, respeitadas as limitações da Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de
Responsabilidade Fiscal). Significa perceber, de conseguinte, pelo menos assim
entendemos, que esse é um poder-dever do Poder Público a fim de que a Política possa
realmente ser implementada em sua plenitude pelo setor produtivo.
A remissão à Lei de Responsabilidade Fiscal no contexto de incentivos traduz-se em
mensagem direta à observância do comando inscrito em seu art. 14, verbis:
“Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da
qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto
orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes,
atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes
condições:
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de
receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados
fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias;
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput,
por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base
de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.”
Vai daí a necessidade de erigir argumentos convincentes que resultem em:
134
Percepção pelos gestores públicos de que a concessão de incentivos fiscais indutores de
produção, progressivamente crescente, de geração de riqueza nova obtida mediante o
emprego de resíduos sólidos utilizados como matérias-primas ou produtos intermediários na
fabricação de seus produtos, proporciona, no mesmo passo e compasso, incremento das
receitas tributárias.
A generalidade dos resíduos, se não reutilizados, tratados e/ou reaproveitados, implica
incidência de custo coletivo para a sociedade, ensejando a necessidade de prestação de
serviços públicos para mitigar o seu impacto social, ambiental e sanitário; logo, o incremento
do emprego de resíduos para a produção de nova riqueza contribui para a redução das
despesas públicas comprometidas com a prestação de tais serviços.
Apenas para registro, já são conhecidos alguns incentivos tributários outorgados pelo
Governo do Paraná, tais quais os contemplados no Anexo III, do Regulamento do ICMS
(Decreto nº 6.080/2012), a saber:
Item 1 - até 31.12.2014, ao estabelecimento industrial, no montante equivalente a
sessenta por cento do valor do imposto incidente nas saídas internas de produto
denominado ADESIVO HIDROXILADO, cuja matéria-prima específica seja material
resultante da moagem ou trituração de garrafa PET (Convênio ICMS 08/2003 e 111/2007);
No item 37 - ao estabelecimento industrial, nas saídas de produtos industrializados em
que, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) do custo da matéria-prima utilizada em sua
fabricação decorra da aquisição de MATERIAL RECICLADO DE PAPEL, DE PAPELÃO, DE
PLÁSTICO OU DE RESÍDUOS PLÁSTICOS ORIUNDOS DA RECICLAGEM DE PAPEL E
DE PLÁSTICO (Importa considerar, de conseguinte, que a carga tributária do ICMS sobre as
saídas é de 4,25%.); e
No item 4 - até 31.12.2017, ao estabelecimento industrial fabricante, no montante
equivalente a noventa por cento do valor do imposto incidente nas saídas de produto
resultante da RECICLAGEM DE EMBALAGENS VAZIAS de agrotóxico e de óleos
lubrificantes.
De sua vez, no âmbito do IPI, verifica-se estímulo à utilização de resíduos sólidos.
De um lado, mediante a possibilidade de manutenção dos créditos de IPI em função de
saídas de resíduos não tributados. (“Art. 255. É assegurado o direito à manutenção do
crédito do imposto em virtude da saída de sucata, aparas, resíduos, fragmentos e
semelhantes, que resultem do emprego de matéria-prima, produto intermediário e material
de embalagem, bem como na ocorrência de quebras admitidas neste Regulamento”.
Regulamento do IPI.)
135
De outro, pela possibilidade de consignar crédito presumido do IPI na aquisição de
resíduos, conforme disposto no Decreto Federal 7.619/2011, que prescreve:
“Art. 1º Os estabelecimentos industriais farão jus, até 31 de dezembro de 2014, a crédito
presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI na aquisição de resíduos sólidos
a serem utilizados como matérias-primas ou produtos intermediários na fabricação de seus
produtos.
Parágrafo único. Para efeitos deste Decreto, resíduos sólidos são os materiais,
substâncias, objetos ou bens descartados resultantes de atividades humanas em sociedade.
Art. 2º Para fins do disposto no art. 1º, os resíduos sólidos deverão ser adquiridos
diretamente de cooperativas de catadores de materiais recicláveis, constituídas de, no
mínimo, vinte cooperados pessoas físicas, sendo vedada, neste caso, a participação de
pessoas jurídicas.
Art. 3º Os resíduos sólidos de que trata este Decreto são aqueles classificados nos
códigos 39.15, 47.07, 7001.00.00, 72.04, 7404.00.00, 7503.00.00, 7602.00.00, 7802.00.00 e
7902.00.00 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI, bem
como aqueles descritos em destaques "Ex" agregados a esses mesmos códigos.
Art. 4º A venda dos resíduos sólidos de que trata o art. 3º será comprovada por
documento fiscal previsto na legislação do IPI.
Art. 5º O crédito presumido de que trata o art. 1º será apurado pelo adquirente mediante
a aplicação da alíquota da TIPI a que estiver sujeito o produto final resultante do
aproveitamento dos resíduos sólidos que se enquadram nas condições estabelecidas neste
Decreto, sobre os seguintes percentuais do valor inscrito no documento fiscal referido no art.
4º:
I - cinquenta por cento, no caso dos resíduos sólidos classificados na posição 39.15 e no
código 7001.00.00 da TIPI;
II - trinta por cento, no caso dos resíduos sólidos classificados nas posições 47.07 e
72.04 da TIPI; ou
III - dez por cento, no caso dos resíduos sólidos classificados nos códigos 7404.00.00,
7503.00.00, 7602.00.00, 7802.00.00 e 7902.00.00 da TIPI.
§ 1º O valor do crédito presumido apurado deverá:
I - constar de nota fiscal de entrada emitida pelo estabelecimento industrial adquirente
dos resíduos sólidos; e
II - ser escriturado no item 005 do quadro "Demonstrativo de Créditos" do Livro Registro
de Apuração do IPI, modelo 8, observando-se ainda as demais regras de escrituração
136
constantes da legislação do imposto.
§ 2º O aproveitamento do crédito presumido dar-se-á, exclusivamente, por sua dedução
com o IPI devido nas saídas do estabelecimento industrial de produtos que contenham os
resíduos sólidos referidos no art. 3º.
§ 3º Fica vedada a escrituração do crédito presumido quando os produtos que
contenham os resíduos sólidos referidos no art. 3º saírem do estabelecimento industrial com
suspensão, isenção ou imunidade do IPI.”
Duas restrições do Decreto transcrito reduzem sua eficácia: (a) incentivo para aquisições
de resíduos sólidos apenas de cooperativas de catadores de materiais recicláveis; (b)
limitação temporal de vigência (dezembro de 2014).
Por evidente, a atividade de captação de resíduos é efetivamente realizada em grandes
centros de consumo, mas a organização daquela vinculada à transformação em insumos
reciclados ocorre em espaços geográficos da periferia, em municípios menores, em cidades
localizadas no entorno das grandes cidades.
A adoção de mecanismos de incentivos fiscais municipais, na esfera do ISS e do IPTU,
deveria resultar de compromisso compartilhado das obrigações associadas à reciclagem
e(ou) destinação dos resíduos sólidos, em deliberação tomada pelas Coordenadorias das
Regiões Metropolitanas constituídas (no caso do Paraná, Curitiba, Maringá e Londrina).
Na seara de incentivos fiscais, adiante surge alinhada uma proposta que contempla,
basicamente, a que possa ser conformada a partir do ICMS (de competência estadual) e do
ISS e do IPTU (de competência municipal), dada a circunstância de que à CNI é reservada a
interlocução institucional para pleitos relativos a tributos federais.
Tenha-se como fundamento a circunstância de que também aos entes públicos compete
o poder-dever de atribuir o conceito de logística reversa na aplicação das regras tributárias.
O raciocínio dedutivo é simples: se o resíduo é resultante da fabricação de uma mercadoria a
partir de matérias primas originais já integralmente onerada pelo ICMS em seu primeiro
processo de circulação, reversamente a lógica determina que não se tribute tudo quanto
concorra para promover uma segunda circulação de uma mercadoria (riqueza) gerada pelo
emprego de insumos reciclados.
Por tais razões, as proposições seriam:
Concessão de diferimento ou suspensão do ICMS em toda a cadeia produtiva da
logística reversa, assim considerada desde as operações realizadas com a fonte geradora
dos resíduos até as concretizadas pelos agentes que os trataram e os transformaram em
137
materiais recicláveis para emprego em obtenção de mercadoria nova. Hoje, o diferimento é
limitado às operações de aquisição de resíduos, à luz do item 66, do art. 107, do RICMS/PR)
Concessão de crédito presumido de ICMS ao adquirente de materiais recicláveis, em
escala proporcional e similar à erigida no Decreto 7.619/2011, com percentuais sobre o valor
das aquisições a serem definidos para cada cadeia produtiva, sobre o qual percutiria alíquota
média do ICMS, dimensionada pela ponderação dos destinos que se deem às mercadorias
fabricadas com substâncias recicladas.
Concessão de diferimento de ICMS na aquisição de energia elétrica ou de outra fonte
energética, de utilização no processo de reciclagem de resíduos;
Isenção de ISS na prestação de quaisquer serviços intermediários requeridos na cadeia
produtiva relacionada ao tratamento de resíduos sólidos.
Isenção de IPTU sobre os imóveis e respectivas benfeitorias (próprios ou em regime de
locação) que acolham empreendimentos organizados para dar cumprimento à PNRS.
A validade do prazo de sua Licença de Operação prorrogada em 1 (um) ano em relação
ao prazo estabelecido na Resolução CEMA 065/2008, na medida em que as metas forem
sendo cumpridas, tendo como limite os 6 (seis) anos estabelecidos na Resolução CONAMA
237/98 e sejam respeitadas todas as exigências e condicionantes ambientais pertinentes;
Redução da taxa de renovação da Licença de Operação de atividades pertinentes ao
setor, de maneira progressiva a medida que as metas forem sendo cumpridas conforme
consta no plano, na proporção de 20% 40%, 60%, 80% e 100%
À margem de incentivos fiscais, porém não menos importante, sugere-se propor tarifa
menor e diferenciada da energia elétrica e água e esgoto utilizada pela indústria para a
fabricação de produtos novos que, em sua composição, tenham utilizado materiais
reciclados.
Por óbvio, que a política tributária a ser engendrada pelo Estado e pelos Municípios deve
atribuir a concessão de estímulos sob condições a serem construídas, em consenso, por
todos os envolvidos na PNRS.
138
ANEXO VIII – EXEMPLOS DE EMPRESAS CADASTRADAS
139
140
ANEXO IX – CHECKLIST DE EMPRESAS HOMOLOGADAS
CONTATO:
ENDEREÇO:
1 licenciamento ambiental (operação)
2 Alvará da Vigilancia Sanitária
3Cadastro Técnico Federal de Atividades
Potencialmente Poluidoras
4Alvará de Funcionamento - Prefeitura
Municipal
5Licença ou Autorização Ambiental para
transporte dos resíduos
6Licenças ambientais das empresas
parceiras de destinação final
7Declaração/certificado de destinação final
dos resíduos
8
Às condições de armazenamento,
impermeabilização do solo, cobertura,
capacidade de estocagem, bacia de
contenção, etc.
9Às condições ambientais, quanto à
evidencias de queima de resíduos a céu
aberto
10Às condições ambientais, quanto a
existencia de passivos ambientais.
11Às condições operacionais, quanto ao
estado dos equipamentos
12Às condições operacionais, quanto a mão-
de-obra (presença de menores)
13condições de trabalho (ergonomia,
iluminação, ventilação)
14Utilização do EPI adequado à atividade
ambiental.
Responsável pela visita/homologação: __________________________________________________________________
Conclusão: APTA NÃO APTA NECESSITA ADEQUAÇÕES
DOCUMENTO
SENAI - PR
HOMOLOGAÇÃO DE EMPRESAS - LOGÍSTICA REVERSA
ConformeNão
Conforme
ITEM
SITUAÇÃO DA EMPRESA
Não
aplicável
Em processo
regularização
EMPRESAS RECEPTORAS E TRANSPORTADORAS DE RESÍDUOS (pré-consumo e pós-consumo)
Observações:
INS
PE
ÇÃ
O
EMPRESA: DATA:
TELEFONE:
REGIÃO:
DESCRIÇÃO DOS ITENS VERIFICADOS
DO
CU
ME
NT
AÇ
ÃO
141
Curitiba, 20 de Dezembro de 2016.
______________________________ Tania Mara Rinaldi Gerente SESI/SENAI/IEL SENAI – CIC – IST
______________________________ Adilson Luiz de Paula Souza Consultor Técnico em Negócios SENAI – CIC – IST
______________________________ Elcio Herbst Consultor de Negócios SENAI – CIC – IST
______________________________ Franciele Tomczyk Terán de Freitas Analista Técnica SENAI – CIC – IST
______________________________ Marcos Pupo Thiesen Coordenador Técnico de Negócios SENAI – CIC - IST
142
SINPACEL Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose e Pasta de Madeira para Papel,
Papelão e de Artefatos de Papel e Papelão do Estado do Paraná. Rua Brigadeiro Franco, 3389
Rebouças Curitiba - PR, 80.250-030 Fone/Fax: (41) 3333-4511
SENAI - STI MEIO AMBIENTE
R. Sen. Accioly Filho, 250
Cidade Industrial Curitiba - PR, 81310-000
Fone: (41) 3271-7313 Fax: (41) 3271-7100