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PLANO DE GESTÃO CHAPA AMANHÃ SERÁ – Ter consciência para ter coragem Porto Alegre Dezembro de 2012

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PLANO DE GESTÃO

CHAPA

AMANHÃ SERÁ – Ter consciência para ter coragem

Porto Alegre

Dezembro de 2012

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SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO – UMA CONSTRUÇÃO ABERTA PARA UM CAAR

DEMOCRÁTICO E ATUANTE.

II. APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS

1. GT Relações Institucionais e Movimentos Sociais:

1.1. Movimento Estudantil externo

1.2. Relação com o DCE

1.3. Movimentos Sociais

1.4. Ações Afirmativas

2. GT Acadêmico e de Política Estudantil Interna:

2.1. Movimento Estudantil Interno

2.2 Paridade

2.3. Relação com a Direção

2.4. O Reuni e a Expansão

2.5. Representação Discente

3. GT Integração, Cultura e Esportes:

3.1 Cultura

3.2 Integração e Esportes

4. Diretrizes Gerais

4.1 Finanças

4.2 Comunicação

4.3 Eventos

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UMA CONSTRUÇÃO ABERTA PARA UM CAAR DEMOCRÁTICO E ATUANTE

A chapa "AMANHÃ SERÁ – Ter consciência para

ter coragem" vem expor seu plano de gestão, fruto de uma construção de

chapa aberta, para a qual todas/os as/os estudantes da Faculdade de

Direito foram convidadas/os, e em que discutiu-se, ao longo de 9

reuniões, temas relevantes no contexto do Movimento Estudantil de âmbito

interno e externo.

Fato é que 2012 foi um ano durante o qual o Centro Acadêmico

avançou em diversas pautas, até então prementes na Faculdade de

Direito, espaço historicamente reconhecido pelo elitismo e

pelo corporativismo nas relações entre docentes e até mesmo entre docentes

e discentes, mas acreditamos que nos encaminhamos para um

momento que reivindicará uma atuação ainda mais contundente,

para que em 2013 possamos continuar avançando na luta por um

Centro Acadêmico que cumpra o seu verdadeiro papel enquanto entidade

representativa, participativa e democrática.

Ao longo do presente ano, contamos com a entrada de 140

novas/os estudantes em nossa Faculdade, devido à implementação

do Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais

do Governo Federal (REUNI), sendo que, no 2º semestre de 2013,

teremos ainda a entrada de 210 alunas/os, concluindo, assim a ampliação

que propunha a triplicação das vagas no turno da noite e a duplicação na

manhã. Todavia, apesar de defendermos a ampliação de vagas e, por

conseguinte, a ampliação do acesso ao ensino público, gratuito e de

qualidade, acreditamos que a implementação dessa política

pública se deu de forma irresponsável na Faculdade de Direito, com

a Direção tangenciando o assunto e excusando-se da sua responsabilidade, e

a Reitoria atuando de forma apática frente à demanda estrutural e de

recursos humanos, ônus de uma planejamento inconsequente e da ausência

de diálogo com as/estudantes. Exemplo disso é o fato de as/os calouras/os que

ingressaram em 2012/2 estarem isolados nos prédios da Reitoria, o que

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dificulta a integração e segrega, uma vez que a grande maioria das/os

alunas/os que iniciam as aulas no 2º semestre letivo são, também, cotistas.

Para evitarmos isso, entendemos como fundamental a rotatividade das salas

de aula, pauta já construída em 2012 e que será retomada se nos elegermos.

Ademais, quanto ao debate acerca da democracia, tema do XXII

Encontro Gaúcho de Estudantes de Direito, sediado pelo CAAR em

2012, entendemos que a posição da Reitoria, da Direção e de boa

parte das/os professores não contempla os conceitos de gestão

democrática e autonomia pelos quais a Universidade Pública e

Federal deveria pautar-se. Enquanto autarquia, a UFRGS poderia ter

seguido o exemplo de mais de 70% das/os Universidades Federais e

Institutos Federais, que compõem os seus órgãos de representação e de

deliberação de forma paritária. Contudo, a exemplo da Reitoria, que, no final

de 2011, definiu em Conselho Universitário (CONSUN) o modelo a ser

seguido na eleição do novo Reitor, a Direção da Faculdade de Direito, em

Conselho da Unidade (Consuni), preferiu reforçar o sistema

autoritário, oriundo de legislação cuja origem nos remete à Ditadura

Militar, que se baseia na proporção 70-15-15, na escolha da nova direção,

conferindo pesos desiguais aos votos de professores/as, alunos/as e

servidores/as e ignorando a paridade, já adotada por 68% das Universidades

Federais brasileira.

Nesse cenário, a chapa AMANHÃ SERÁ visualiza que é

imprescindível que as/os estudantes estejam dispostos a atuar

conjuntamente com o CAAR em 2013, enquanto agentes da sua

formação, para que as conquistas importantes da categoria estudantil não

sejam tratadas de modo efêmero. Por esse motivo, comprometemo-nos,

enquanto possível futura gestão, com a democracia e a participatividade,

através, inclusive, da extensão do direito a voto em reuniões do

CAAR à/a toda/o a/o estudante da graduação, o que vem ao encontro

do fomento do processo de tomada de consciência dessa realidade

restrita aos muros do castelinho para, a partir daí, começarmos a

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transpô-los, pintando a Faculdade com a coragem necessária para

mudar o que está posto.

Manteremos uma atuação dialógica, forte e incisiva junto aos

Departamentos, Comissões e Conselho da Unidade, seja através da

Secretaria Acadêmica, seja através da Representação Discente.

Entendemos que só por meio da constante busca pela transparência

na gestão pública é que chegaremos à Universidade que sonhamos.

Para isso, estaremos atentas/os aos concursos públicos realizados em nossa

faculdade desde sua gênese, ou seja, desde a escolha da área e da banca até

a realização das provas. Buscando o constante aprimoramento do Ensino, da

Pesquisa e da Extensão, fiscalizaremos também os processos de estágio

probatório, de alteração da carga horária e de progressão funcional das/os

professoras/es.

Durante a construção dessa chapa, nos propusemos a

estabelecer ainda fortes bases para uma Universidade Popular.

Acreditamos em uma Universidade na qual possamos criar e assumir o

caráter transformador do movimento estudantil, de forma

autônoma e apartidária, junto aos movimentos sociais, a fim de nos

somarmos à luta contra a homofobia, o machismo, o racismo e

qualquer outra forma de opressão, em direção a uma sociedade

efetivamente igualitária. Para tanto, atuaremos fortemente também junto

às setoriais da Federação Nacional de Estudantes de Direito: LGBT

(combate à homofobia e à heteronormatividade), de Mulheres (combate ao

machismo e acúmulo de feminismo) e de Negras/os (combate ao racismo).

Também nesse sentido, acreditamos nas ações afirmativas como

medidas que não devem ser um fim em si mesmas, mas que sirvam de

caminho para a construção da Universidade verdadeiramente Popular,

sendo fundamental que o acesso à educação superior pública e de

qualidade seja universal e que haja reformas de qualidade no

ensino de base.

Acreditamos que a participação política, quando estimulada por

um Centro Acadêmico pode ser transformadora para a formação da/o

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estudante. Mas nossa proposta vai além disso: queremos que o CAAR se

torne uma referência para a aluna/o, estimulando seu protagonismo

e a sua participação.

Estes são os principais motes que compõem nosso Plano de Gestão,

que serão responsáveis por impulsionar o nosso futuro, na construção de um

Amanhã, tomado de consciência, que Será cheio de coragem para não nos

acomodarmos com aquilo que nos incomoda. Seguem agora, detalhadas, as

propostas para cada um dos eixos que definimos.

Apresentação das propostas

Nossa proposta é implementar em 2013 uma estrutura interna

diferente para o CAAR. A diretoria executiva contará com três secretárias

acadêmicas, tendo em vista as crescentes demandas trazidas pela ampliação

da Faculdade e também para proporcionar a troca de experiências e ideias

entre as secretárias - que são de etapas do curso e turnos diferentes.

Também a Secretaria Geral ganha mais um integrante, pois nos propomos a

fazer um grande número de reuniões e em horários variados (contemplando

igualmente os turnos da manhã e da noite).

Uma novidade em relação às gestões anteriores do CAAR é que as

secretarias, em número crescente, foram substituídas por três grupos de

trabalho (GTs): GT Acadêmico e de Política Estudantil Interna, GT Relações

Institucionais e Movimentos Sociais e GT Integração, Cultura e Esportes

(saiba mais sobre cada um deles a seguir). Nosso objetivo é melhor integrar

as diversas funções e atividades do CAAR, permitindo que o pessoal dos GTs

atue de forma mais próxima e coesa. Além disso, o diálogo permanente entre

os próprios GTs também será essencial! O nome "grupo de trabalho" vem,

ainda, da ideia de que não estaremos nunca fechados, mas abertos a todos e

todas com vontade de se juntarem a nós!

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1. Grupo de Trabalho Relações Institucionais e Movimentos Sociais:

O GT Relações Institucionais e Movimentos Sociais foi criado através

do debate sobre a importância de participar qualitativamente dos espaços da

FENED e da CORED e de atuar, nas convergências, com outras entidades

representativas. Além disso, entendemos que é necessário nos

“desencastelarmos” e termos um maior contato com os movimentos sociais

que buscam construir uma sociedade mais justa e igualitária e têm acúmulo

sobre diversas pautas que julgamos fundamentais trazer à discussão para

a/o estudante de Direito.

1.1. Movimento Estudantil Externo

O termo “movimento estudantil” é utilizado para denominar a atuação

das/os estudantes relativamente a grandes pautas. Entretanto, partindo da

ideia de que todas as ações de um Centro Acadêmico são protagonizadas por

estudantes, entendemos que um Centro Acadêmico também é responsável

pela construção do movimento estudantil, por isso, no momento em que

atuamos nos departamentos, quando produzimos cultura ou interagimos

com nosso meio universitário, estamos fazendo movimento estudantil.

A entidade representativa dos estudantes de Direito, a FENED

(Federação Nacional dos Estudantes de Direito) é composta pela CONED

(Coordenação Nacional de Estudantes de Direito) e se reúne através de

CONERED’s (Conselhos Nacionais das Entidades Representativas dos

Estudantes de Direito). Acreditamos na construção de uma Federação que

atue ativamente junto à base, entendendo como fundamental a participação

nesse espaço. Da mesma forma, enquanto componentes da CORED

(Coordenação Regional de Estudantes de Direito), nos comprometemos a

continuar atuando nas pastas que o CAAR compõe. A chapa propõe,

portanto:

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Aproximar as relações do CAAR com as Setoriais da FENED (LGBT,

Mulheres e Negros e Negras);

Trazer o debate e o acúmulo político das Setoriais para a/o estudante

de Direito através de intervenções na Faculdade, cursos e mini-cursos de

formação, eventos trans/interdisciplinares gratuitos e abertos à comunidade

e o próprio fomento da formação de setoriais dentro da Faculdade, com a

possibilidade de criação de uma Comissão dedicada ao combate às opressões;

Fomentar a participação da/do estudante nos eventos realizados pela

FENED e pela CORED, tais como: Cursos de Formação política, Seminários

de Direitos Humanos, Encontro Nacional de Estudantes de Direito (ENED)

e Encontro Gaúcho de Estudantes de Direito (EGED), valorizando, assim, os

fóruns amplos e assembleares de debate no Movimento Estudantil e

favorecendo a integração regional e nacional dos/das estudantes de Direito e,

por conseguinte, a sua organização política;

Auxiliar na construção do 34º ENED (Encontro Nacional de

Estudantes de Direito), a ser realizado na Região Sul, mais precisamente na

cidade de Pelotas/RS, bem como do XXIII EGED (Encontro Gaúcho de

Estudantes de Direito), a ser sediado pela URI de Erechim/RS.

1.2. Relação com o DCE

O Diretório Central dos Estudantes é a entidade representativa

de todas/os as/os estudantes da UFRGS. A chapa, assim, propõe:

Nas pautas e lutas em que houver convergência programática de

gestão e do interesse dos associados, atuar conjuntamente ou em apoio ao

DCE, entidade reconhecidamente legítima de representação estudantil –

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conforme Estatuto do CAAR (art 2º) –, resguardando, contudo, a autonomia

do CAAR nas suas decisões.

1.3. Movimentos Sociais

É necessário ir além do “Castelinho”, como é popularmente

conhecida a nossa Faculdade. Nesse sentido, entendemos que a atuação

junto aos movimentos sociais é imprescindível para que haja diálogo entre

as/os estudantes e a realidade social. Apenas dessa maneira conseguiremos

construir a Universidade Pública e Popular que queremos. Uma

Universidade que congregue os diversos saberes, mesclando o saber

acadêmico e o popular, que contraponha a lógica dominante em

nossa sociedade e combata, diariamente, as opressões às quais

estamos submetidas/os. A chapa propõe, portanto:

Aproximar a/o estudante da realidade das lutas e bandeiras

encampadas pelos Movimentos Sociais, através da promoção de eventos que

contem com apoio e participação de militantes das frentes feministas, LGBT

e da luta pela moradia nas esferas urbana e rural, entre outras. Com isso,

objetivamos trazer para dentro do espaço acadêmico assuntos que

perpassam o ensino jurídico e, consequentemente, promovem a

desmitificação da Universidade como um espaço elitista e restrito, e,

portanto, inacessível ao povo.

1.4. Ações Afirmativas

A nova lei de cotas, embora política pública paliativa e transitória,

representa um importante avanço social no que diz respeito à

implementação das políticas de ações afirmativas de acesso à educação.

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Entretanto, acreditamos que essa medida não deve ser um fim em si mesma,

de modo que, para que se tenha uma Universidade verdadeiramente

Popular, é necessário que esse acesso à educação superior pública e de

qualidade seja universal, por meio, inclusive, do incremento na qualidade do

ensino básico.

A chapa “Amanhã será – Ter consciência para ter coragem” se

propõe, nesse contexto, a:

Lutar por uma política de ações afirmativas que promova e

intensifique progressivamente a popularização das universidades públicas,

bem como a necessária reparação histórica das desigualdades existentes na

nossa sociedade. Uma política que combata qualquer tipo de opressão e

desigualdade, de modo a promover uma real e necessária inserção social das

parcelas marginalizadas da sociedade;

Defender que a política de ações afirmativas não se restrinja ao

acesso, mas também instrumentalize meios que possibilitem a permanência

e o pleno aproveitamento das oportunidades que a Universidade oferece, por

meio, por exemplo, da ampliação da assistência estudantil.

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2. Grupo de Trabalho Acadêmico e de Política Estudantil Interna:

O GT Acadêmico e de Política Estudantil Interna é um espaço que

tem por princípio promover ações que valorizem e fortaleçam o tripé

acadêmico, atuando junto às/aos representantes de turma, aos

departamentos e no apoio a grupos de estudo, pesquisa e extensão. O GT

trabalhará pela adequada expansão de vagas do curso promovida pelo

REUNI, assegurando a qualidade acadêmica em todos os sentidos. Para

além disso, fomentará a consciência entre as/os estudantes do que ocorre na

faculdade, comunicando melhor as deliberações em reuniões, tanto do

CAAR, quanto dos departamentos. Acreditamos que o Direito também é

Política e, devido a isso, pautaremos voz e voto para todas/os as/os

estudantes em reuniões de gestão e a participação ativa dessas/es em

reuniões de departamento.

2.1. Movimento Estudantil Interno

Desde o final de 2011, quando o CONSUN estava em vias de decidir

sobre o método através do qual seriam realizadas as eleições para Reitor, a

Universidade, por meio das/os estudantes, mobilizou-se em torno do debate

sobre representatividade estudantil, levantando a bandeira da paridade, em

busca de uma real democracia dentro do espaço universitário, uma vez que,

pela Lei de Diretrizes e Bases, as/os estudantes tem sua representatividade

restrita a porcentagem de 15%, tal qual as/os servidoras/es, ao passo que os

docentes a excedem em 70%.

Esse mesmo sistema impera nos órgãos deliberativos internos da

Faculdade de Direito, que em 2012 elegeu a sua nova direção, pelo sistema

70/15/15, o que motivou a campanha “Não voto em quem me Veta”,

promovida pelo Conselho Geral de Representantes e pelo CAAR, em alusão

a ameaça feita pelo atual diretor, Sérgio Porto, de que se a proposta de

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paridade fosse votada, conforme sugeriram os discentes, ele utilizaria o seu

poder de veto para barrá-la.

Na nossa visão, a inflexibilidade dos docentes em dialogar sobre a

paridade, implementada em mais de 60% das Universidades Federais, nada

mais representa do que medo da democracia, medo de perder a hegemonia

nas decisões, que atualmente são tomadas de forma autoritária, pois, ainda

que tenhamos voz nas reuniões, o nosso poder de voto é meramente

consultivo.

Todavia, diferentemente da grande maioria das/dos docentes,

entendemos que a democracia deve ser o princípio norteador do espaço

universitário, especialmente em se tratando de espaço público, afinal ela é

fruto de conquista histórica do povo, e também do Movimento Estudantil,

que lutou veementemente para destituir o autoritarismo que assombrou o

Brasil durante os 21 anos de Regime Militar

Transplantando essa lógica de representatividade dos órgãos

deliberativos da Faculdade e da Universidade para a realidade de um

Centro Acadêmico, chegamos a conclusão de que seria incongruente

lutarmos por paridade, o que nos daria poder efetivo de voto e participação

em relação as demais categorias nas instâncias supracitadas, sem que isso

fosse garantido dentro da nossa própria categoria, a discente.

Nesse diapasão, nos comprometeremos com a realização de reuniões

abertas, onde será garantido direito a voz, bem como a voto, a toda/o

estudante da graduação, pois acreditamos que uma democracia, além de

representativa, deva também ser participativa, e a extensão do direito a voto

àquelas/es que não são membros efetivos da gestão, mas ainda assim

associadas/os do CAAR, é uma das formas de viabilizar e fomentar essa

participação, bem como meio de incentivar o protagonismo da/o estudante.

Ademais, entendemos que, independentemente da pluralidade de

posições políticas e ideológicas, os estudantes, por se tratarem de uma

categoria, possuem interesses comuns e são capazes de se fazer

representadas/os, de modo que o voto aberto apenas permite o exercício da

participação de uma forma plena, colocando a estrutura do CAAR à serviço

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das/dos seus associadas/os, de modo a desmistificar a gestão enquanto

estrutura de poder hierarquicamente organizada, e reafirmá-la como grupo

facilitador de decisões calcadas na discussão e no debate amplo entre as/os

estudantes.

Reavaliaremos também a postura da Representação Discente perante

os órgãos deliberativos da Faculdade, visando a uma maior efetividade da

atuação relativamente a pontos chave como, por exemplo, REUNI e Cursos

de Especialização, no intuito de que essa atuação se dê forma mais coesa e

incisiva. Nesse sentido, temos as seguintes proposições:

Estimular a utilização do “Material de Apoio Acadêmico – um guia

para representantes discentes, de turma e demais estudantes”, a fim de

aprimorar a fiscalização para promoção da qualidade acadêmica. Para isso,

serão feitos, além de maior publicização do material, encontros com os/as

representantes e demais alunos/as interessados/as para apresentar

oficialmente o material elaborado em 2012.

Exigir, junto aos departamentos e às gerências, maior empenho na

obtenção de bolsas de monitoria e responsabilidade quanto aos prazos de

inscrição e definição das disciplinas contempladas, fomentando o interesse

dos/as alunos/as pela atividade e ampliando sua divulgação.

Abrir espaço para divulgar os grupos de pesquisa, extensão e estudo

existentes na Faculdade, dando apoio ao que for demandado.

Aprimorar o Manual do Calouro.

Realizar eleições para representantes das turmas do 1º semestre e

orientá-los nas primeiras semanas de aula.

Dar continuidade às avaliações docentes subjetivas realizadas pelas

turmas e apresentá-las ao final de cada semestre aos departamentos,

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enfatizando sua importância na obtenção de dados específicos que avaliações

objetivas não observam.

Estimular a maior utilização do formulário de notificação de ausência

de professor, o qual deve ser preenchido pelos representantes no momento

em que o professor não comparecer à aula e anexado, ao final do semestre,

às avaliações subjetivas. Manter contato com os representantes de turma

para que, em casos mais graves, os formulários sejam apresentados ao

departamento antes mesmo do final do semestre, impedindo que a contínua

ausência do professor prejudique a turma.

Buscar a concretização do NAU (Núcleo de Avaliação da Unidade),

engajando-se, junto às/aos coordenadores docentes, discentes e funcionários,

na efetividade de um regimento do Núcleo.

Exigir melhor aproveitamento das disciplinas eletivas, obtendo

informações a partir de levantamento de dados das últimas turmas e de

uma enquete que apure interesses na abertura de novas cadeiras desse tipo

(normalmente não oferecidas). A rotatividade no oferecimento de tais

disciplinas é uma opção, caso tal necessidade seja constatada.

2.2 Paridade

Continuamos na busca e na luta por uma universidade mais igualitária

onde a voz e o voto da/o estudante sejam, verdadeiramente, ouvidos.

Reconhecemos os avanços obtidos nas últimas campanhas e manifestações

que demostraram a importância de discussões como a paridade (33/33/33)

para a academia. Temos como objetivo fomentar ainda mais o debate sobre a

atual proporção (70/15/15) que impossibilita reais progressos em relação aos

interesses estudantis. Sendo assim, a chapa se propõe a:

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Exigir a implementação da Paridade nas instâncias deliberativas da

Faculdade de Direito em 2013, na porcentagem de 33% de representação

para cada uma das categorias que compõem a comunidade acadêmica, quais

sejam: docentes, discentes e servidores. No modelo atualmente imposto pela

Direção e pela Reitoria, que insistem em aplicar uma lei oriunda do período

ditatorial, os estudantes e os servidores têm sua representação limitada a

15% cada e o professor excede-a com uma porcentagem de 70%, ao passo que

mais de 60% das Universidades Federais já aderiram à paridade.

Estimular a participação da/do estudante nos órgãos deliberativos e a

ocupação desses espaços não apenas pela representação discente, uma vez

que o direito a voto nas instâncias internas, enquanto conquista histórica do

Movimento Estudantil, deve ser aprimorado através da luta de todos os

discentes pela paridade.

2.3. Relação com a Direção e Professoras/es

Desejamos abrir espaço para o diálogo com a direção e os/as

professores/as da Faculdade, com o objetivo de construir conjuntamente em

assuntos em que os interesses de estudantes e docentes convergem,

preservando, no entanto, a autonomia das pautas estudantis e a

prerrogativa de agir incisivamente em defesa destas sempre que necessário.

Assim, a chapa se propõe, caso eleita a:

Estabelecer um diálogo crítico e propositivo com a direção e os/as

professores/as da Faculdade, com o objetivo de construir conjuntamente em

assuntos do interesses dos/das estudantes, preservando, no entanto, a

autonomia das pautas estudantis e a prerrogativa de agir incisivamente em

defesa destas sempre que necessário.

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2.4. O Reuni e a Expansão

O Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais do

Governo Federal (REUNI) já duplicou as vagas no curso de Direito em 2012

e para 2013 efetivará uma expansão total a ponto de triplicar o curso

noturno. Infelizmente, como alertado por diversas/os alunas/os em anos

anteriores, o REUNI veio sem a expansão adequada, colocando as/os

calouras/os do 2º semestre no Anexo I da Reitoria. Posicionamo-nos

favoráveis ao REUNI, esperando, contudo, que junto à expansão das vagas,

tenhamos expansão dos recursos para a graduação. Precisamos garantir

uma formação de qualidade tanto para as/os que já estão aqui, quanto para

as/os que vão chegar, para isso propomos:

Buscando o apoio da Direção, dos Departamentos e das turmas,

implementar o sistema de rotatividade de salas de aula, procurando

desvincular cada turma a uma única sala, tendo em vista a necessidade de

integrar as/os novas/os alunas/os ao tradicional espaço de convivência e

aprendizado da Faculdade e impedir que o isolamento no novo prédio

alimente a lógica da segregação.

Fiscalizar o andamento das obras do prédio, exigindo que a reitoria

cumpra a promessa realizada expressamente em Conselho Universitário.

Acompanhar a realização dos concursos públicos, que serão em

grande número com as vagas do REUNI, desde o momento da escolha da

área contemplada e da banca avaliadora, em reunião de departamento, até a

aprovação de estágio probatório do docente.

Exigir o cumprimento da carga horária docente, essencial para suprir

as demandas da expansão, ponderando o número de créditos lecionados e a

importante dedicação do professor ou da professora à pesquisa, à extensão e

às questões administrativas dos órgãos da Unidade e da Universidade.

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Nesse contexto, não admitir como justificativa a dedicação dos/as

professores/as aos cursos de pós-graduação pagos para se eximirem das

responsabilidades para com a graduação.

Ainda quanto à carga horária, fiscalizar o cumprimento de um

mínimo semestral de 12 créditos em aulas para graduação no regime de

dedicação exclusiva e 08 créditos para os demais regimes.

Buscar soluções para as deficiências da Biblioteca através de um

melhor aproveitamento do espaço físico (como o da sessão de periódicos, por

exemplo) e da substituição de obras desatualizados por novas edições, além

do incentivo ao investimento para a aquisição de mais exemplares das obras

mais procuradas.

Pensar em convênios, principalmente com órgãos públicos, para o

acesso das/os alunas/os a livros de outros acervos da cidade.

2.5. Cursos de Especialização

Somos contrários aos cursos de especialização pagos, acreditando na

construção da Universidade Popular, pública e gratuita e entendendo que

tais cursos promovem o uso privado do espaço e recursos da Universidade

Pública. Nesse sentido, conforme aprovado em Assembleia Geral dos

Estudantes de Direito, no ano de 2009, acreditamos que o ensino de pós-

graduação lato sensu pago é inconstitucional. Contudo, nos posicionamos no

sentido de fiscalizar as entradas e os gastos gerados pelos cursos de

especialização pagos, priorizando a boa administração desses recursos e a

reversão do ônus gerado à graduação. Para tanto, nos propomos a:

Fomentar, entre as/os estudantes, o questionamento sobre a

(in)constitucionalidade dos cursos de especialização, realizando, para tal,

aulas públicas e/ou outras atividades sobre o tema.

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Iniciar o processo de análise das prestações de contas dos cursos de

especialização abertos desde a Assembleia Geral de Estudantes de Direito,

realizada em 2009.

Existindo indícios de mau uso dos recursos recebidos pelos cursos de

especialização pagos, iremos procurar as vias de responsabilização,

primeiramente em âmbito interno da Universidade, na esfera

administrativa, e, em não sendo sanada a questão, através

do âmbito externo, na esfera judicial.

Votaremos contra a abertura de novos cursos de especialização pagos

e nos posicionaremos sempre no sentido de pedir vista dos relatórios parciais

de contas – para fins de fiscalização. Se necessário, questionaremos o uso

dos recursos nos relatórios.

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3. Grupo de Trabalho de Integração, Cultura e Esportes

O GT de Integração, Cultura e Esportes se propõe a congregar as

atividades de lazer e integração entre os alunos, buscando ampliar a

convivência entre discentes de diferentes semestres, turmas, turnos e

prédios. Nosso projeto envolve

3.1 Cultura

Organizar momentos culturais de integração, como os saraus e

happy hours.

Dar continuidade à videoteca do CAAR, com nova campanha para

doação de DVDs

3.2 Integração e Esportes:

Organizar a Copa do Direito, o Campeonato Feminino de Futsal e o

Direitão, além de demais espaços a partir da demanda das/dos estudantes.

Promover CAARbarés temáticos, além de festas em parceria com

outros centros/diretórios acadêmicos e buscar novas alternativas de festas.

Promover o III CAARtour.

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4. Diretrizes Gerais

4.1 Finanças

O CAAR não tem hoje uma renda fixa. Nossa proposta é estudar e

implementar novas formas de financiamento que também beneficiem as/os

estudantes, como cartão de descontos com semestralidade de baixo custo

(para ser utilizado em livrarias, cursos de idiomas, restaurantes que

venham a se tornar parceiros do CAAR).

4.2 Comunicação

A comunicação, entendida como via de diálogo entre as pessoas, é

fundamental para uma instituição representativa como o CAAR. Dentre

outros escopos, a comunicação tem o dever de estabelecer o contato entre

representantes e representados, possibilitando a interação entre ambos.

Além do caráter de legitimação, tem a comunicação como finalidade

estabelecer uma via de cooperação e participação, promovendo a atuação dos

representados junto aos representantes na exposição das demandas exigidas

e na construção dos métodos mais eficazes para alcançar os fins da

instituição representativa. Para tanto, entendemos que, diferentemente do

que vem sendo feito até agora, precisamos descentralizar os trabalhos da

Comunicação.

Assim, cada um dos GT’s contará com um espaço de comunicação,

possibilitando uma maior interação entre as demandas, a realidade e as/os

estudantes. Para tanto, a chapa propões:

Retomar a publicação do jornal dos/das estudantes de Direito da

UFRGS (atual A Toga) como espaço de aprofundamento de debates jurídicos

e sociais, estimulando o envio de textos pelos/as estudantes, com pelo menos

duas edições em 2013 e comissões formadas abertamente.

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Manter atualizado e reorganizar o site oficial do CAAR

(www.caar.ufrgs.br), deslocando as oportunidades de estágio para uma

página específica e, assim, garantindo maior destaque às notícias, notas do

CAAR, da FENED e da CORED e divulgação de eventos.

Valorizar a utilização das redes sociais (facebook e twitter) para

promover uma aproximação cada vez maior entre os/as estudantes e com o

CAAR, incluindo nestas informes sobre reuniões de departamento,

concursos públicos docentes e demais assuntos relevantes para que todos e

todas estejam a par do que acontece na Faculdade.

Criar um mural físico destinado a manifestações livres dos/as

estudantes (artísticas, críticas, engraçadas...).

Divulgar amplamente as reuniões do CAAR e suas pautas,

estimulando a participação de mais estudantes. Todos e todas são bem-

vindos/as!

4.3 Eventos

Realizar eventos de cunho jurídico e social, buscando abordar

temáticas que vão além da dogmática e que não são costumeiramente

tratadas na Faculdade, seja em sala de aula, seja nos demais eventos

promovidos no âmbito acadêmico.

Apoiar eventos idealizados e organizados pelos/as alunas/os da

Faculdade, visando a incentivar e reconhecer a iniciativa destes em

expandir o aprendizado para além da graduação.

Valorizar os meios de divulgação de eventos do CAAR,

principalmente para privilegiar atividades de iniciativa estudantil,

organizadas de maneira autônoma ou no âmbito de seus grupos de pesquisa

e extensão.