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i TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA EMPRESA BRASILEIRA DE INFRA- ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA - AEROPORTO INTERNACIONAL AFONSO PENA JOSÉ MAURO PERBICHE CURITIBA NOVEMBRO / 2004 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia Curso de Engenharia Ambiental

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i

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL DO

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

SÓLIDOS DA EMPRESA BRASILEIRA DE INFRA-

ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA - AEROPORTO

INTERNACIONAL AFONSO PENA

JOSÉ MAURO PERBICHE

CURITIBA

NOVEMBRO / 2004

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia Curso de Engenharia Ambiental

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ii

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia

Curso de Engenharia Ambiental

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL DO

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

SÓLIDOS DA EMPRESA BRASILEIRA DE INFRA-

ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA - AEROPORTO

INTERNACIONAL AFONSO PENA

JOSÉ MAURO PERBICHE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Ambiental do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, sob orientação do Prof. Adalberto Egg Passos.

CURITIBA

NOVEMBRO, 2004

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iii

AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho aos meus pais, José Roberto Perbiche e Divair Regina

Perbiche, minha irmã Juliana Regina Perbiche, por serem eles os maiores

incentivadores e colaboradores na minha vida. Registro aqui meus agradecimentos

às pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a elaboração deste

trabalho, em especial aos colegas e grandes amigos e professores do curso de

Engenharia Ambiental, em especial a Abílio Ribeiro Neto e Claudia Baker Kaipper,

que ao longo deste curso demonstraram carinho e competência no auxílio aos

desafios proporcionados durante esta etapa. Também agradeço, com carinho ao

professor Adalberto Egg Passos, pelo apoio e orientação nesta pesquisa e aos

demais amigos e familiares.

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iv

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS .................................................................................. iii

SUMÁRIO ................................................................................................... iv

RESUMO ..................................................................................................... vi

LISTA DE FIGURAS .................................................................................. vii

LISTA DE TABELAS ................................................................................. ix

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 1

2 OBJETIVOS ......................................................................................... 4

2.1 Objetivos específicos ..................................................................... 4

3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................ 5

3.1 Evolução ambientalista ................................................................... 5

3.2 Desempenho ambiental e sustentabilidade ................................... 7

3.3 Gestão de resíduos sólidos ........................................................... 9

3.4 Resíduos sólidos ............................................................................ 10

3.5 Medições para o acompanhamento do desempenho ambiental .... 12

3.6 Avaliação do sistema atual ............................................................. 13

3.7 Resoluções e leis referentes a pgrs em aeroportos ....................... 13

4 MATERIAIS E MÉTODO ...................................................................... 16

4.1 Os materiais empregados ............................................................... 16

4.2 O método empregado ..................................................................... 16

4.3 Pontos principais do plano de gerenciamento de resíduos sólidos .. 17

5 RESULTADOS ..................................................................................... 24

5.1 Os indicadores de desempenho baseados no pgrs do aeroporto

internacional Afonso Pena...................................................................... 24

5.2 O método empregado .................................................................... 24

5.3 Pontos principais do plano de gerenciamento de resíduos sólidos .. 26

5.4 Movimentação total de passageiros ................................................. 35

5.5 resíduos enviados ao aterro sanitário e à vala séptica..................... 36

5.6 Resíduos segregados e enviados à reciclagem .............................. 38

6 RESULTADOS ....................................................................................... 43

Page 5: plano de gerenciamento artigo.pdf

v

6.1 Os indicadores de desempenho baseados no pgrs do Aeroporto

Internacional Afonso Pena .................................................................... 43

7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................ 46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 43

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vi

RESUMO

A presente pesquisa aborda aspectos sobre a avaliação de desempenho ambiental no contexto aeroportuário, tentando perceber os fatores pelos quais é importante inserir recursos que avaliem os aeroportos. Os aeroportos sendo considerado, como um dos grandes geradores de resíduos, têm seu lixo gerado pelo consumo de alimentos, usuários e passageiros de aeronaves. Se não destinado ou tratado corretamente, estes resíduos representam um grande potêncial de degradação ambiental e risco a saúde humana. A atividade de destinar corretamente os resíduos sólidos é uma prática que está em amplo crescimento e adoção pela sociedade. Com o apoio dos indicadores de desempenho ambiental, pode-se considerar uma maneira significativa de proporcionar aos gerentes de organizações e, mais facilitado à interatividade sobre o tema de estudo, estimular a criticidade, incentivar à pesquisa e à abordagem de vários aspectos que estão presentes na sociedade. Nesse sentido, a pesquisa teórica abordou temas que foram caracterizados como principais, sendo eles: Gestão de Resíduos Sólidos, Medições para o Acompanhamento do Desempenho Ambiental, Resíduos Sólidos, Resoluções, Leis Referentes a PGRS em Aeroportos, Avaliação do Sistema Atual Indicadores de Desempenho Ambiental. Dessa maneira, este projeto visa avaliar a eficiência e propor melhorias para o PGRS. As principais formas de execução deste trabalho estão relacionadas com a coleta de dados, compilação e avaliação. Com os resultados encontrados neste trabalho é possível perceber uma evolução crescente desde sua implementação. O conjunto formador do desempenho ambiental do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos irá basear-se nos objetivos e metas. Pode-se considerar que o sistema implantado se mostrou com um desempenho ambiental satisfatório. Verificou-se que os resultados obtidos com a implantação do plano são bons e suficientes, justificando a escolha dos indicadores.

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vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 4.1. Vista Aérea do Aeroporto Internacional Afonso Pena. Ao Fundo

a Cidade de São José dos Pinhais ...............................................................

20

Figura 4.2. Vista da Área de Pátio do Aeroporto Internacional Afonso

Pena................................................................................................................

20

Figura 4.3 Geração de Resíduos nas Instalações Aeroportuárias................

Figura 5.2. Geração Anual de Resíduos nas Aeronaves.............................

Figura 5.1. Objetivos realizados ..................................................................

Figura 5.2. Indicadores Qualitativos .............................................................

Figura 5.3. Estática Comparativa Entre Movimento Total de Passageiros,

no 1º Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período,

Outubro 2003 à Setembro de 2004 ...............................................................

Figura 5.4. Resíduos Sólidos Enviados para à Vala Séptica, no 1º Período,

Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro 2003 à

Setembro de 2004 ........................................................................................

Figura 5.5. Resíduos Sólidos Enviados ao aterro da Cachimba, no 1º

Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro

2003 à Setembro de 2004 ...........................................................................

Figura 5.6.. Estática Comparativa, Soma da Movimentação Total de

Passageiros no 1º Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º

Período, Outubro 2003 à Setembro de 2004 ...............................................

Figura 5.7. Resíduos Sólidos de Papel e Papelão Enviados à Reciclagem,

no 1º Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período,

Outubro 2003 à Setembro de 2004 .............................................................

Figura 5.8. Resíduos Sólidos de Plásticos Enviados à Reciclagem, no 1º

Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro

2003 à Setembro de 2004 ...........................................................................

Figura 5.9. Resíduos Sólidos de Alumínio Enviados à Reciclagem, no 1º

Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro

2003 à Setembro de 2004 ..........................................................................

Figura 5.10. Resíduos Sólidos de Sucata de Ferro Enviados à Reciclagem,

no 1º Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período,

30

30

30

26

34

34

36

36

37

37

37

38

38

38

38

39

38

40

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viii

Outubro 2003 à Setembro de 2004 ...........................................................

Figura 5.11. Lâmpadas Enviadas à Descomtaminação e Reciclagem, no 1º

Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro

2003 à Setembro de 2004 .........................................................................

Figura 5.12. Embalagens Longas Vidas Enviadas à Reciclagem, nos

Meses de Maio à Outubro de 2004 ..........................................................

Figura 6.1. Representação de um Grupo de Coletores do Saguão de Embarque ..................................................................................................

Figura 6.2. Processo de Segregação dos Resíduos na Área de Recebimento do Aeroporto ........................................................................

41

41

42

49

50

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ix

LISTA DE TABELAS Tabela 4.1. Fontes geradoras e abrangência do pgrs ................................. 19

Tabela 5.1. Porcentagem dos objetivos e metas realizados do pgrs ..........

Tabela 5.2. Porcentagem das ações propostas e realizadas do pgrs .........

25

26

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

1

1. INTRODUÇÃO A questão do lixo gerado pelas populações urbanas representa, nos dias

atuais, um dos maiores problemas ambientais em nosso país e em toda a América

Latina. Os Aeroportos têm seu lixo produzido pelo consumo de usuários e

passageiros de aeronaves, com um grande potencial de degradação ambiental, se

não destinado ou tratado corretamente. O lixo disposto sem tratamento ao meio

ambiente tem aumentado a poluição do ar, das águas, do solo e das florestas,

piorando as condições de saúde humana e dos ecossistemas existentes. PEGADO

(2001, pg. 1), sugere que haja uma “diminuição das pressões ambientais, de

qualquer fator de produção que represente um consumo de recursos naturais ou

potencial degradação ambiental, sendo o consumo de materiais e água, ocupação

de área, potencial de aquecimento global e outras emissões poluentes, emissões e

produção de resíduos”.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), define “lixo” ou

“resíduos sólidos” como os “restos das atividades humanas, considerados pelos

geradores de resíduos como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se

apresentar no estado sólido, semi-sólido ou líquido, desde que não seja passivo de

tratamento convencional” (MONTEIRO, 2004, pg. 4).

Assim, o conceito de lixo tende a ser modificado, podendo ser entendido

como: “coisas que podem ser úteis e aproveitáveis pelo homem” (Rodrigues e

Gravinatto apud OBLADEN, 2002, pg. 01).

Em 1989, o aterro da Cachimba iniciou suas operações de tratamento e

disposição final do lixo gerado pela Capital Paranaense e Região Metropolitana de

Curitiba (RMC). Até maio de 2004, o aterro da Cachimba recebeu oito milhões de

toneladas de lixo. Recentemente foi apresentado pela mídia paranaense através do

Jornal Gazeta do Povo, a situação precária em que se encontra este aterro

(ALMEIDA e MORAIS, 2004, pg. 5 e 12). A partir de maio de 2004, a falta de espaço

no referido aterro, para suportar o recebimento e tratamento diário das 2,4 mil

toneladas de resíduos gerados pelas populações de Curitiba e de outros 14

municípios da RMC, veio impedir que os caminhões de coleta seletiva do lixo da

Capital e da RMC viessem a depositar os resíduos no local.

Page 11: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

2

A Secretária Municipal do Meio Ambiente de Curitiba (SMMA), Ministério

Público do Paraná (MP), Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Prefeitura de

Curitiba, responsável pelo aterro estabeleceu a exigência de que todos os grandes

geradores de resíduos da Capital Paranaense e Região Metropolitana de Curitiba

que utilizam o aterro da Cachimba apresentassem um Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos (PGRS). A intenção é incentivar os estabelecimentos a gerenciar

seus resíduos, implantar programas para redução, separação, coleta seletiva e

avaliar a eficiência daqueles que já dispõem desse trabalho.

O objeto de estudo deste trabalho é o caso da Infraero – mais

especificamente o Aeroporto Internacional Afonso Pena, que está localizado na

cidade de São José dos Pinhais, Estado do Paraná, que vem, desde 2001, se

preocupando com a correta gestão dos seus resíduos sólidos nos 65 aeroportos da

rede. Considerado pelo Ministério Público do Paraná, como exemplo de grande

gerador de resíduos, a Infraero – Aeroporto internacional Afonso Pena, desenvolveu,

em 2001, o PGRS, em parceria com o Centro Integrado de Tecnologia e Educação

Profissional da Cidade Industrial de Curitiba - Centro de Tecnologia em Saneamento

e Meio Ambiente, (SENAI/CIC-CETSAM). O PGRS teve sua implementação em

março de 2003 e foi adotado como uma das diretrizes a implantação de processos

de reciclagem

A Infraero, de acordo com o Relatório Ambiental 2003/2004, apresenta para a

gestão dos resíduos sólidos, os seguintes princípios:

• “A política de gestão de resíduos deve compatibilizar o controle sanitário e

a proteção ao meio ambiente com processos eficientes, buscando os

menores custos operacionais.

• A melhor forma de contribuir para o tratamento dos resíduos das

localidades onde atua é utilizar as melhores alternativas tecnológicas e

operacionais disponíveis em áreas internas ou externas aos aeroportos.

• A reciclagem deve ser adotada como atividade auxiliar para a redução de

material incinerado ou destinado a aterros sanitários de modo a buscar

receitas e reduzir os custos operacionais do tratamento de resíduos”.

(INFRAERO 2003/2004, pg. 10).

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

3

Dentro deste contexto, este projeto visa a avaliar a eficácia e propor melhorias

para o PGRS, haja vista a necessidade da empresa em aperfeiçoar os trabalhos de

implantação do PGRS, e desta forma verificar o seu desempenho ambiental.

O PGRS tem se consolidado desde a sua implementação e atualmente é

necessária uma avaliação das suas atividades, para que sejam alcançados todos os

objetivos propostos pelo setor, os quais são de suma importância para o

desenvolvimento do e bom andamento do Plano.

Este trabalho será realizado junto à Coordenação de Meio Ambiente e

Energia do Aeroporto Internacional Afonso Pena. Assim sendo, há necessidade de

se verificar as reais condições de Desempenho Ambiental, no que diz respeito ao

andamento e formas de execução do PGRS.

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

4

2. OBJETIVOS

Este trabalho terá o seguinte objetivo geral: • Avaliar o desempenho ambiental do PGRS.

2.1. OBJETIVO ESPECÍFICO

Este trabalho terá os seguintes objetivos específicos:

• Avaliar os processos sugeridos no Plano de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos;

• Definir indicadores de desempenho ambiental;

• Avaliar o Desempenho Ambiental;

• Propor melhorias para os processos ou um melhor desempenho ambiental.

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

5

3. REVISÃO DA LITERATURA 3.1. EVOLUÇÃO AMBIENTALISTA

Segundo PONTING (1991), há evidências recentes encontradas no centro do

Jordão, 6.000 anos a.C., aproximadamente uns mil anos depois do surgimento das

comunidades estabelecidas, as aldeias haviam sido abandonadas a partir do

momento em que a erosão do solo, causada pelos desmatamentos, criava um

ambiente completamente danificado e impróprio para o cultivo.

Ao longo da história, há registros do mau gerenciamento dos recursos

naturais desde o século I, como por exemplo, os relatos de que, em Roma, já nessa

época, começaram a ocorrer às quebras de safras de cultura e erosão do solo

(EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 2001, pg. 18-25).

Apesar da agricultura ter contribuído significativamente para os primeiros

impactos ambientais causados na terra, foi na Era da Revolução Industrial, no século

XIX, que a exploração inadequada de recursos e a poluição resultante do avanço

tecnológico impuseram um ritmo muito mais acelerado à degradação ambiental.

(CAMPOS, 2004, pg. 24).

Os problemas ambientais só começaram a ser identificados como sendo

impactantes a partir de dois fatos:

a) A revolução industrial, ocorrida a partir da metade do século XVIII, mais

precisamente a partir do ano de 1750, produzida pela passagem do

artesanato e da manufatura à fábrica, pela criação de máquinas de fiar –

tear mecânico, ocasionando uma grande mudança no processo de

produção.

b) A organização urbana, representada pelas construções das grandes

cidades originárias com a revolução industrial, a maioria delas feita sem

nenhum planejamento e ordenamento.

No começo da década de 70 começaram a emergir, de documentos oficiais e

de trabalhos de reconhecidos cientistas, e sérios alarmes que anunciavam a

insustentabilidade do desenvolvimento planetário, anunciada pelos caminhos

percorridos pelos países desenvolvidos. Surgiu em 1972 uma polêmica sobre os

limites do crescimento informado pelo Clube de Roma. O informe anunciava que a

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

6

manutenção da vida no planeta depende da estabilidade dos sistemas naturais. No

mesmo ano 1972, de 5 a 16 de junho, tem lugar a Conferência das nações Unidas

para o Meio Ambiente Humano – a Conferencia de Estocolmo, destacando os

problemas da pobreza e o crescimento da população. A partir da conferência

passou-se a celebrar o dia 5 de junho como Dia Mundial do Meio Ambiente. Surge a

consciência da preservação ambiental. (FRANCO, 2001, pg. 158).

Mais recentemente em 1983, nasce através do Programa de Meio Ambiente

das Nações Unidas, a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento,

tinha como objetivo encontrar e propor propostas para os problemas graves do meio

ambiente e desenvolvimento do planeta. Em 1987, a comissão apresenta um

relatório com o nome de “Nosso Futuro Comum”, apresentando os pontos positivos e

aspectos para melhorias. Após varias discussões fica reconhecido oficialmente o

termo “Desenvolvimento Sustentável”. Declara-se que o crescimento tem um limite,

que é o meio ambiente. A contribuição da Comissão Mundial de Meio Ambiente e

Desenvolvimento foi de grande importância com conhecimentos científicos e

filosóficos, tendo como ponto de chegada o Desenvolvimento Sustentável. Por

indução dessas novas políticas, em dezembro de 1989, a Assembléia Geral das

Nações Unidas convocou um encontro global. (FRANCO, 2001, pg. 159).

Este encontro Global teve como objetivo elaborar estratégias de reversão dos

processos de degradação ambiental. Cria-se a “Agenda 21”, como resposta à

convocação de 1989, que mais tarde, em junho de 1992, na cidade do Rio de

Janeiro, passou a ser chamada de “Cúpula da Terra”. Na conferência, chegava-se

ao ponto crucial. Melhorar o modelo político até então seguido, ou não teríamos

proteção do meio ambiente para um futuro melhor. A declaração foi assinada por

170 países, sendo apresentados 27 princípios, como fundamentais, para se alcançar

o desenvolvimento sustentado, com obrigações individuais e coletivas. A agenda 21

tem como objetivo reverter, de forma significativa, os modos de consumo da

indústria, dos governos, das famílias e das pessoas. Nesse início do século XXI,

muitos dos compromissos da Agenda 21 ainda se mostram de forma embrionária.

Contudo os avanços das ações mundiais são de grande valia, para a mudança dos

paradigmas ecológicos (FRANCO, 2001, pg. 161).

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

7

3.2. DESEMPENHO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE

Nos últimos anos os consumidores têm demonstrado simpatias por produtos e

serviços ambientalmente corretos. Para que uma empresa seja exemplo de sucesso

em atender o seu mercado consumidor ou cliente com qualidade e respeito ao meio

ambiente, faz-se necessária atenção aos processos e à eficácia da gestão

ambiental: avaliar o desempenho ambiental de uma empresa ou plano em

andamento e formas de execução. O mercado globalizado e a preocupação com a

qualidade ambiental têm levado as empresas a encontrarem alternativas

tecnológicas que minimizem os impactos ambientais e o uso de recursos naturais.

O surgimento da conscientização da sociedade e a legislação ambiental

fizeram com que as empresas tivessem uma relação mais sustentável com o meio

ambiente. Não há mais lugar para a exacerbação do lucro obtido às custas do

comprometimento do meio ambiente. Diante disso, a empresa tem sido compelida a

investir em modificações de processo, aperfeiçoamento de mão-de-obra,

substituição de insumos, mudanças de culturas, redução de geração de resíduos e

racionalização de consumo de recursos naturais.

Promover o desenvolvimento que atenda às necessidades do presente sem

comprometer a possibilidade de satisfazer as necessidades das futuras gerações é a

doutrina da sustentabilidade. A reprodução por imitação deste modelo poderia frear

os abusos da exploração e consumo dos recursos naturais, promovendo a igualdade

e a segurança entre os povos. Uma economia sustentável pode continuar a se

desenvolver, mas com algumas adaptações vindas do avanço do conhecimento

técnico e científico dos sistemas organizacionais e da eficiência dos seus processos.

(MALHADAS, apud OLIVEIRA, 2004, pg. 3).

Descrever pontos positivos e possíveis melhorias torna-se cada vez mais

decisiva na formulação de políticas, planos e projetos. A discussão das ações em

conjunto, dentro da empresa, tem como objetivo, aparar as arestas, aumentar a

integração e comprometimento do público interno e externo da empresa. Os

impactos negativos são criados nos processos industriais devem conter todas as

ferramentas necessárias para diminuir a degradação ambiental. O planejamento de

ações multiplicadoras e efetivas, no foco das inconformidades, cria uma visão

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

8

sistemática, ampliando a gestão ambiental empresarial, unificando o público interno

e toda comunidade da organização.

O meio eficaz de se de conseguir que uma organização consiga uma relação

sustentável com o meio ambiente é através da criação de um vínculo entre as

pessoas que participam do dia-a-dia da empresa, encorajando-as a gerenciar

corretamente seus resíduos. O crescimento do mercado nos dias atuais, se

desenvolve de acordo com as leis de meio ambiente. Não há mais lugar para

produtos tóxicos ao ser humano e a natureza. Percebe-se que as mudanças de

culturas e quebra de paradigmas, juntamente com a reformulação de princípios, são

essenciais para a empresa. Muitas vezes, adquiri-se o conhecimento na prática, as

vezes com erros cometidos, mas também em processos de produção não-poluentes,

na redução de resíduos e emissões e no gerenciamento de riscos, (BRAGA, apud

OLIVEIRA, 2004, pg. 4).

Os métodos de avaliações de impactos ambientais por estarem em constante

mudança, estão sendo desenvolvidos e adaptados a cada empresa. Os processos

de gestão são ferramentas para se conseguir a certificação de empresa

ambientalmente correta. A avaliação de desempenho ambiental, uma das

ferramentas da família ISO 14000, visa fornecer medidas palpáveis da performance

da organização com análise e descrição dos impactos ambientais e a situação atual

melhorando os processos de operação da empresa. Os resultados das avaliações

produzem informações capazes de configurar novas tendências. Esses resultados

tanto podem demonstrar que o desempenho da organização ou processo está

adequado, quanto podem apontar quadros de não-conformidade que mereçam ser

saneados.

Conhecendo-se os rejeitos das atividades produtivas, pode-se escolher

indicadores que melhor se adaptem às reais condições e quadros de não-

conformidades encontrados no desenvolver das ações antrópicas na empresa. Para

haver melhoria contínua nos sistemas de gestões ambientais, a escolha de

indicadores torna-se um problema. Indicadores com interpretação ambígua irá

reproduzir-se da mesma forma na avaliação de desempenho ambiental das

empresas. As conclusões para a organização se refletem com a adoção de medidas

sem efeito: implantação desnecessária de equipamentos ou outras intervenções

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

9

inadequadas para um bom sistema de gestão. Grande parte das empresas ainda

desconhece os benefícios do uso de indicadores de desempenho ambiental, como

utensílios para o planejamento dos processos de gestão. Com isso é possível que

elas estejam deixando de aproveitar oportunidades como: aumento da

produtividade, melhoria da competitividade e da qualidade ambiental, além de atingir

efetivamente a sustentabilidade produtiva e ambiental. Segundo o entendimento

expresso na própria norma escrita pela Associação Brasileira de Normas Técnicas -

NBR 14.004 (1996), as relações entre as questões ambientais e os impactos

ambientais é o de causa-efeito.

3.3. GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O conceito de gestão de resíduos sólidos abrange atividades referentes à

tomada de decisões estratégicas com relação aos aspectos institucionais,

administrativos, operacionais, financeiros e ambientais. A organização do setor do

responsável pelas políticas, deve trazer fortes ferramentas, instrumentos e meios de

tomada de decisões. (LIMA, 19--?, pg. 21).

Gerenciar resíduos refere-se aos aspectos tecnológicos e operacionais da

questão, os departamentos administrativos, gerenciais, econômicos e de

desempenho ambiental: produtividade e quantidade, por exemplo, são ligados às

ações tomadas com vistas à prevenção, redução, segregação, reutilização,

acondicionamento, coleta, transporte, tratamento, recuperação de energia e

destinação final de resíduos (LIMA, 19--?, pg. 21).

“Nas ultimas décadas as organizações tiveram que assimilar com rapidez em

um intervalo de tempo pequeno as transformações ocorridas na sociedade em

relação às questões ambientais” (LIMA, 19--?, pg. 21). Os recursos financeiros,

investidos em controles ambientais e em padrões de desempenho do sistema de

gerenciamento de resíduos sólidos é a resposta das agressões ao meio ambiente

feitas sem preocupação alguma. A utilização e adoção de instrumentos de medições

ambientais vêm se multiplicando como medida importante na consolidação de

política de gestão de resíduos (LIMA, 19--?, pg. 21).

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

10

3.4. RESÍDUOS SÓLIDOS

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT - (1987), por meio da

NBR 10.004, define resíduos sólidos como "resíduos nos estados sólidos e semi-

sólidos, que resultam de atividades da comunidade de origem: urbana, agrícola,

radioativa e outros tais como perigosos ou tóxicos. Ficam incluídos nesta definição

os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em

equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados

líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de

esgoto ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente

inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível".

De acordo com a NBR 10.004 (1987), os resíduos sólidos são classificados

em três categorias:

Resíduos Classe I - Perigosos: resíduos sólidos ou mistura de resíduos que,

em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,

toxicidade e patogenicidade, podem apresentar riscos à saúde pública, provocando

ou contribuindo para um aumento de mortalidade ou incidência de doenças ou

apresentar efeitos adversos ao meio ambiente, quando manuseados ou dispostos de

forma inadequada.

Resíduos Classe II - Não Inertes: resíduos sólidos ou mistura de resíduos

sólidos que não se enquadram na Classe I – perigosos, ou na Classe III - inertes.

Estes resíduos podem ter propriedades tais como: combustibilidade,

biodegradabilidade, ou solubilidade em água.

Resíduos Classe III - Inerte: resíduos sólidos ou mistura de resíduos sólidos

que, submetidos a testes de solubilização não tenham nenhum de seus constituintes

solubilizados, em concentrações superiores aos padrões de potabilidade de águas,

excetuando-se os padrões: aspecto, cor, turbidez e sabor. Como exemplo destes

materiais podemos citar, rochas, tijolos, vidros e certos plásticos e borrachas que

não são decompostos prontamente.

LIMA, (19--?, pg. 15,), define os resíduos sólidos urbanos são classificados de

acordo com seus diferentes graus de biodegrabilidade, em:

Facilmente degradáveis: materiais de origem biogênica;

Moderadamente degradáveis: papel, papelão e outros produtos celulósicos;

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

11

Dificilmente degradáveis: trapos, couro (tratado), borracha e madeira;

Não - degradáveis: vidros, metal, plástico.

MONTEIRO (2004, pg. 26 – 27), classifica os resíduos sólidos urbanos, em

função de sua origem, como:

Residencial ou doméstico: constituído de restos de alimentação, invólucros

diversos, varreduras, folhagens, ciscos e outros materiais descartados pela

população diariamente;

Comercial: proveniente de diversos estabelecimentos comerciais, como

escritórios, lojas, hotéis, restaurantes, supermercados, quitandas e outros,

apresentando mais ou menos os mesmos componentes que os resíduos sólidos

domésticos, como papéis, papelão, plásticos, caixas, restos de lavagem, etc.;

Industrial: proveniente de diferentes áreas do setor industrial, de constituição

muito variada, conforme as matérias-primas empregadas e o processo industrial

utilizado;

Resíduos de serviços de saúde ou hospitalar: constituído de resíduos das

mais diferentes áreas dos estabelecimentos hospitalares: refeitório, cozinha, área de

patogênicos, administração, limpeza; e resíduos provenientes de farmácias,

laboratórios, de postos de saúde, de consultórios dentários e clínicas veterinárias;

Especiais: constituído por resíduos e materiais produzidos esporadicamente

como: folhagens de limpeza de jardins, restos de poda, animais mortos, mobiliários e

entulhos;

Feiras, varrição e outros: proveniente de varrição regular de ruas,

conservação da limpeza de núcleos comerciais, limpeza de feiras, constituindo-se

principalmente de papéis, tocos de cigarros, invólucros, restos de capinas, areia,

cisco e folhas;

Os resíduos são materiais heterogêneos, quando são inertes, minerais e

orgânicos, resultantes da atividade humana, os quais podem ser parcialmente

utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e econômica de

recursos naturais. Os resíduos sólidos constituem problemas sanitários, econômico

e principalmente estético.

LIMA (19--?, pg. 21), considera que os resíduos sólidos são constituídos de

substancias:

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

12

• Facilmente Degradáveis (FD): restos de comida, sobras de cozinha, folhas,

capim, cascas de frutas, animais mortos, excrementos, etc.;

• Moderadamente Degradáveis (MD): papel, papelão e outros produtos

celulósicos;

• Dificilmente degradáveis (DD): trapo, couro, pano, madeira, borracha, cabelo,

pena de galinha, ossos, plástico, etc.;

• Não Degradáveis (ND): metal não ferrosos, vidro, pedras, cinzas, terra, areia,

cerâmica, etc. (LIMA, 19--?, pg. 21).

3.5. MEDIÇÕES PARA O ACOMPANHAMENTO DO DESEMPENHO

AMBIENTAL

Para que haja medições ambientais dos valores referentes ao lançamento de

efluentes líquidos, emissões gasosas, toneladas de resíduos dispostos em aterro

industrial, próprios e de terceiros é necessário o uso de indicadores. Os indicadores

de desempenho ambiental devem conter uma visão da organização, sendo fixados,

de forma a fornecer informações à administração, para corrigir eventuais desvios

durante o percurso. Os indicadores de desempenho ambiental devem ser

idealizados e utilizados a partir de um conjunto de objetivos e metas estabelecidos

pela organização interessada. “Os indicadores devem ser fixados em termos de

parâmetros técnicos, permitindo a sua comparabilidade com o mercado e com

períodos anteriores e possibilitando um raciocínio mais amplo em termos de

possíveis decisões a serem tomadas. São exemplos de indicadores ligados a metas

ambientais” (VITERBO, 1998, pg. 213):

• “Consumo mensal de energia elétrica por tonelada de produto fabricado por

mês;

• Consumo de água por kg de produto fabricado;

• Toneladas de resíduos dispostos em aterro por toneladas de produtos

fabricados;

Cabe ao gerente a fixação das perguntas referentes aos indicadores:

• O que irá ser medido;

• Por que será medido;

• Quem irá medir;

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

13

• Quando serão feitas as medições;

• Onde serão obtidos os valores; e

• Como serão calculados”

Os valores devem conter dados oficiais, e sempre que necessário, ser de

alguma maneira “calibrados”, através da comparação com outras informações.

(VITERBO, 1998, pg. 213).

3.6. AVALIAÇÃO DO SISTEMA ATUAL

O objetivo é reunir e revisar todas as informações coletadas sobre o sistema

atual. Como resultado obtém-se a valoração quantitativa e qualitativa da empresa no

que diz respeito a:

• Posição na área de resíduos sólidos;

• Seus objetivos básicos;

• Suas estratégias e métodos;

• Sua estrutura organizacional;

• O sistema atual; e

• Alternativas para melhorias (BALLESTERO, 2000, pg. 74).

3.7. RESOLUÇÕES E LEIS REFERENTES AO PGRS EM AEROPORTOS

No Brasil os resíduos sólidos gerados nas organizações como, os

aeroportos, os portos, os terminais rodoviários e os ferroviários, são

geradores de lixo, que constituem os resíduos sépticos, aqueles que contêm

ou podem conter germes patogênicos, trazidos aos portos, terminais

rodoviários e aeroportos, que estão sujeitos à regulamentação especial.

Basicamente os sépticos originam-se de materiais de higiene, restos de

alimentação que podem veicular doenças provenientes de outras cidades,

estados ou países. Porém, os resíduos assépticos, nestes locais, são

considerados como domiciliares. São aplicáveis a estes resíduos as Resoluções

do CONAMA, Resoluções da ANVISA e Normas da ABNT, dentre outras.

Page 23: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

14

Agindo desta forma com os resíduos sépticos o Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA), obrigava que todos os resíduos, que contêm ou poderiam

conter germes patogênicos, fossem incinerados, tornando assim a reciclagem

impossível. Como forma de se evitar esse processo, o CONAMA, através da

Resolução de número 06, de 19 de Setembro de 1991, resolveu em seu artigo

primeiro, que “fica desobrigada a incineração ou qualquer outro tratamento de

queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde, portos e

aeroportos, ressalvados os casos previstos em lei e acordos internacionais”. Assim

sendo o CONAMA teve em vista a necessidade de definir procedimentos e “normas

para tratamento especial como condição para licenciar a coleta, o transporte, o

acondicionamento e a disposição final gerenciar resíduos sólidos”. Nessa ordem a

ANVISA considera que “a prevenção é a melhor solução em casos duvidosos, para

poupar a saúde pública e garantir qualidade do meio ambiente”.

Com a incineração desobrigada, a Resolução número 05, de 05 de agosto de

1993, do CONAMA, resolve e “estabelece definições, classificação e procedimentos

mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde,

portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários". Um ponto crítico

questionado pelos profissionais da vigilância sanitária apresenta-se no artigo 5º da

Resolução citada acima, que descreve a obrigatoriedade de apresentação de Planos

de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, mas não determina o conteúdo do referido.

A partir da emissão das Resoluções RDC 33/2002, RDC 351/2002 e RDC 02/2003

da ANVISA, ampliou às oportunidades de reciclagem e reuso de resíduos gerados

nos aeroportos, resultando a necessidade de revisão dos PGRS já elaborados.

Verificou-se assim a existência de uma heterogeneidade entre os formatos e

conteúdos nos Planos submetidos à verificação e aprovação pela ANVISA.

A partir desta realidade observada, e para uma melhor orientação dos

gestores de portos e aeroportos na elaboração de seus Planos Integrados de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos, a ANVISA elabora através a Resolução da

Diretoria Colegiada (RDC), número 342, de 13 de dezembro de 2002, que tem por

adjetivo “orientar, instituir e aprovar o Termo de Referência para elaboração dos

PGRS, a serem apresentados à ANVISA para análise e aprovação”. Com isso, firma-

se bases iniciais para harmonizar os conflitos existentes entre os PGRS, que exigiu

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

15

requisitos mínimos para a elaboração dos PGRS, em portos, aeroportos, estações e

passagens de fronteiras e terminais alfandegados de uso público.

A ANVISA, através da RDC, número 02, de 08 de janeiro de 2003, que dispõe

sobre o regulamento técnico para fiscalização e controle sanitário em aeroportos e

aeronaves, e cita que o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, “é o

instrumento que define o conjunto de informações e estratégias integradas de

gestão, destinados a normatizar os procedimentos operacionais de gerenciamento

de resíduos sólidos, contemplando os aspectos referentes à geração, à segregação,

ao acondicionamento, à identificação, à coleta, ao transporte, ao armazenamento,

ao tratamento e à disposição final, em conformidade com a legislação sanitária e

ambiental”.

Mais recentemente, a Prefeitura Municipal de Curitiba, através da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente, apresenta as diretrizes gerais para a Elaboração de

PGRS. Através do Termo de Referência que decorre das exigências contidas no

Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado entre o Município de Curitiba, o

Instituto Ambiental do Paraná e o Ministério Público do Estado do Paraná, pelo qual,

faz-se necessário que os grandes usuários do Aterro Sanitário da Cachimba, dentre

eles os 14 (quatorze) Municípios da Rede Metropolitana de Curitiba e Terminais

Aeroviários (MORAIS, 2004, pg. 5).

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

16

4. MATERIAIS E MÉTODO 4.1. OS MATERIAIS EMPREGADOS

• Computador Pentium IV, com processador de 256 MB, com Office XP

instalado;

• Impressora colorida com capacidade para imprimir cerca de 500 páginas;

• Material de escritório em geral;

• Leis e normas;

• Internet;

• Disquete, cd;

• Livros, monografias e apostilas;

• Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Aeroporto Internacional

Afonso Pena;

• Informações sobre os resíduos reciclados nos últimos dois anos e

• Número dos passageiros embarcados, desembarcados e conexão nos

últimos dois anos.

4.2. O MÉTODO EMPREGADO

Para a estruturação da pesquisa sobre avaliação de desempenho ambiental,

utilizou-se o PGRS, do Aeroporto Internacional Afonso Pena. Realizou-se a leitura e

a interpretação, com vistas a analisar as propostas, os objetivos e metas do referido

plano.

As principais formas de execução deste trabalho estão relacionadas com a

coleta de dados, reunir informações, compilação das informações e avaliação dos

dados obtidos. Para isso, realizou-se os seguintes trabalhos e procedimentos:

• Levantamento das informações do Aeroporto Internacional Afonso Pena sobre

resíduos sólidos e movimentação de passageiros no período de outubro de

2002 a setembro de 2004;

• Compilação das informações;

• Apresentação dos indicadores;

• Descrever pontos positivos e aspetos para melhorias;

• Avaliação do desempenho ambiental.

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17

4.3. PONTOS PRINCIPAIS DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

A Infraero, órgão do Governo Federal que gerência o Aeroporto Internacional

Afonso Pena, desenvolve vários projetos na área de engenharia ambiental,

entretanto este trabalho busca avaliar o desempenho ambiental, enfocando o PGRS,

Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. O projeto foi criado pela

organização, que, preocupada com a geração de resíduos sólidos, fez um estudo de

caso detalhado, criando então o programa.

Como o Aeroporto Afonso Pena possui em média 2700 funcionários e cerca

de três milhões de passageiros circulando pelo local por ano, são geradas

anualmente, 700 toneladas de lixo. Por mais que estes resíduos sejam coletados, é

importante que haja um gerenciamento para que não ofereçam perigo nenhum à

comunidade.

Com esta preocupação, foi elaborado pela Infraero, um sistema para diminuir

e administrar os resíduos sólidos gerados, onde parte destes serão reciclados ou

recuperados. Os resíduos são classificados pela ABNT de acordo com suas

características e com a periculosidade que apresentam à população e ao meio

ambiente.

O projeto já foi aprovado pela ANVISA, e está desenvolvendo técnicas para

que seja aplicado da melhor forma e também aprovado por outros órgãos

ambientais.

SCHILLING (2001), em seu Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do

Aeroporto Internacional Afonso Pena, descreve os objetivos determinados a

“estabelecer um prognóstico quanto à futura geração dos resíduos sólidos, definir as

fontes, quantidades e composição dos resíduos gerados; identificar as

oportunidades de redução e reciclagem de resíduos; e com isso definir a melhor

forma de disposição final para o resíduo remanescente”.

• Segregar na origem, minimizando a geração de resíduos;

• Priorizar a reutilização ou reciclagem dos resíduos;

• Minimizar o consumo de recursos naturais;

• Minimizar liberações para o meio ambiente resultante das atividades;

• Providenciar a disposição adequada dos resíduos remanescentes e,

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18

• Conscientizar funcionários e demais envolvidos para com as questões

ambientais. (SCHILLING, 2001, pg. 07),

Tais diretrizes servem de balizamento para a elaboração e implantação do

Plano, que acabam seguindo algumas etapas básicas para atingir os objetivos

propostos, dentre os quais uma solução pautada em princípios ambientais que

contemple a minimização dos resíduos gerados, visando o cumprimento das

exigências legais em termos ambientais e sanitários. Além destes, estabelecer um

prognóstico quanto à futura geração dos resíduos sólidos, definir as fontes,

quantidades e composição dos resíduos gerados; identificar as oportunidades de

redução e reciclagem de resíduos; e com isso definir a melhor forma de disposição

final para o resíduo remanescente.

Metodologicamente os Planos se dividem em duas fases distintas, sendo que

na primeira fase é realizado um diagnóstico da situação inicial de gerenciamento dos

resíduos, quando são analisadas as fontes, tipos e quantidades produzidas, bem

como a sua destinação final. Na segunda fase são definidas as etapas necessárias

para um gerenciamento eficiente dos resíduos produzidos no aeroporto.

Em termos de fontes de produção de resíduos sólidos em aeroportos,

podemos identificar duas principais: as instalações aeroportuárias e as aeronaves.

As fontes geradoras dos resíduos do Aeroporto Internacional Afonso Pena

são observados na (Tabela 4.1).

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19

Tabela 4.1 – Fontes Geradoras e Abrangência do PGRS.

FONTES ABRANGÊNCIA

Lojas, Instituições financeiras, Companhias aéreas

estabelecidas no Terminal de Passageiros.

Farmácias, Posto de Saúde, Vigilância Sanitária.

Estacionamentos: Aerotáxi, Locadora, Estapar e Vila

(Gutierrez).

Área Administrativa da INFRAERO, Órgãos Públicos.

Saguões do Terminal de Passageiros, Salas VIP e

Check-in das Companhias aéreas, Locadoras de

Veículos (loja).

Restaurantes, Lanchonetes, Bares, do Terminal de

Passageiros e Terminal de Cargas (TECA).

Estabelecimentos do TECA, com exceção dos

Restaurantes, Postos de abastecimento.

Estrutura Aeroportuária como um todo.

Estação de Tratamento de Efluentes.

INSTALAÇÕES

AEROPORTUÁRIAS

Associação da INFRAERO.

Torre de Controle, Corpo de Bombeiros.

Hangares (Equip Táxi Aéreo, Jet Sul, Tam, Varig S/A,

Vasp, Correios e Telégrafos, SATA),

Central de Manutenção da INFRAERO, Postos de

abastecimento,

AERONAVES Aeronaves de passageiros e cargueiros: Varig; Vasp;

Tam; Gol; Rio Sul e (Outros).

Fonte: Adaptado de SCHILLING (2001, pg. 28)

A figura 4.1., mostra o aeroporto, em visão ampla a área da pista e o terminal

de passageiros. Ao fundo, parte da cidade de São José dos Pinhais, Paraná.

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20

Figura 4.1. Vista Aérea do Aeroporto Internacional Afonso Pena. Ao Fundo a Cidade de São José dos Pinhais

Fonte: SLOGREN (2004, pg. 01)

Figura 4.2. Vista da Área de Pátio do Aeroporto Internacional Afonso Pena

Fonte: MARIOTTO (2004, pg. 01)

Segundo SCHILLING (2001, pg. 60), a composição dos resíduos gerados

pelas fontes identificadas na fase de caracterização do empreendimento, varia

conforme o tipo e o porte do aeroporto, embora esta variação não seja significativa.

Como pode ser observada na figura 4.3., que é bastante significativa à participação

de materiais recicláveis e reutilizáveis, tais como vidros, plásticos, papéis e papelão,

no volume total de resíduos gerados.

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21

Figura 4.3. Geração de Resíduos nas Instalações Aeroportuárias.

Fonte: SCHILLING (2001, pg. 60)

A composição anual dos resíduos de aeronaves é composta em seus 40%, de

rejeitos e orgânicos. Outro resíduo com grande volume gerado são os papeis, que

nas aeronaves representam os jornais e revistas.

Figura 4.2. Geração Anual de Resíduos nas Aeronaves

Fonte: SCHILLING (2001, pg. 62)

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22

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, engloba vários processos.

Os métodos e as técnicas utilizadas para a realização do plano, são as chaves para

o bom desempenho ambiental e operacional do plano. As legislações de referência e

orientação são os guias para os gestores, quanto aos cuidados e obrigações a

serem tomadas. O diagnóstico da situação atual é outro ponto chave. Se algo for

medido, descrito, levantado e procedido de forma errônea, o resultado irá aparecer,

em formas de dificuldades futuras. A retirada do lixo da empresa é importante, bem

como os procedimentos e o acondicionamento correto dos diferentes tipos de

resíduos característicos de cada instalação. Os tratamentos finais, dados aos

resíduos, são executados por várias metodologias e possibilidades de disposições

finais. Cabe aos gestores e atores que desenvolvam e aperfeiçoem as tarefas,

diariamente ligadas com a gestão dos resíduos sólidos, trazer as dificuldades e

sugestões de melhorias.

Contudo, as diretrizes devem ser claras para que haja sincronismo entre as

fases do processo de gerenciamento e integração das diversas fases dos processos

envolvidos, não havendo lacunas e ambigüidades que dificultem o cumprimento dos

objetivos (JUNIOR, 2003, pg. 3).

Os processos de melhorias devem ser contínuos, mesmo em organizações

com o plano implantado há mais de um ano e meio, que é o caso do Aeroporto

Internacional Afonso Pena, ainda assim podem existir dificuldades. As dificuldades

devem ser discutidas principalmente com os setores geradores de resíduos, de

forma espontânea, partindo inicialmente, para uma mudança de cultura, atuando nos

pontos críticos da organização.

O desempenho ambiental do Plano de Gerenciamento pode se transpor

estrategicamente, gerencialmente e operacionalmente. Abordaremos os indicadores

operacionais, com vistas a fornecer ações e a busca de alternativas para melhorias,

caso necessário.

Assim sendo, utilizou-se os objetivos do programa como indicadores

qualitativos. Da mesma forma os dados sobre a quantidade de materiais reciclados,

coletados e separados, e quantidade enviada ao aterro da Cachimba e Vala Séptica,

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

23

após a implantação do programa, foram utilizados como indicadores quantitativos de

desempenho ambiental.

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24

5. RESULTADOS

Após o levantamento, coleta dos dados e informações sobre os resíduos

reciclados, apresentamos os indicadores quantitativos.

5.1. OS INDICADORES DE DESEMPENHO BASEADOS NO PGRS DO

AEROPORTO INTERNACIONAL AFONSO PENA

Os dados deste trabalho foram cedidos pela Infraero, com objetivo único e

exclusivamente para este trabalho. Para este estudo os indicadores estão divididos

em dois períodos. O primeiro, partindo de outubro de 2002 até setembro de 2003; e

o segundo, partindo de outubro de 2003 a setembro de 2004.

A escolha de indicadores de desempenho ambiental deve ser consistente

com os objetivos e metas da organização. Agindo desta forma haverá atendimento

tanto da política da corporação como também dos padrões exigidos pela legislação

uma vez que os processos gerenciais podem claramente identificar as informações

necessárias para avaliar o desempenho em relação aos objetivos e metas e

determinar efetivamente se é prático e viável coletar esta informação.

O processo de reciclagem teve seu início em 2/04/2003, com a segregação

dos materiais com potencial para a reciclagem e a instalação dos containers para o

armazenamento dos materiais segregados. Desde então já foram reciclados cerca

de 128.123,95 quilogramas de resíduos. Entre eles se encontram: papel e papelão,

plásticos, alumínios, sucatas, fios de cobre, vidros, longa vida e descontaminação de

7.111 lâmpadas. Durante o período de outubro de 2002 a setembro de 2004, todos

os 9.842 quilogramas de resíduos produzidos pelo Aeroporto Internacional Afonso

Pena foram destinados à Vala Séptica e ao Aterro da Cachimba, localizados no

município de Curitiba. O processo de coleta nas dependências do aeroporto e

posterior segregação são efetuados pela empresa Ondrepsb, terceirizada da

Infraero.

5.2. INDICADORES DE DESEMPENHO QUALITATIVOS DOS ITENS

PROPOSTOS NO PGRS

Em entrevista na data de 17/11/2001, com a coordenação do Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos, obtiveram-se respostas aos indicadores

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

25

qualitativos, apresentados no documento que aponta e descreve as ações relativas

ao manejo de resíduos sólidos. O campo “resultados em %”, foi preenchido, pela

coordenação do plano, sendo que os valores expressos em porcentagem foram

adotados pela gerência do plano. Estes objetivos e metas contemplam os aspectos

necessários à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento,

transporte, tratamento e disposição final, bem como proteção à saúde pública. Os

indicadores qualitativos operacionais podem revelar e apontar eventuais mudanças

nos processos de avaliação dos impactos ambientais das diversas alternativas e

soluções estudadas para a elaboração PGRS. Para isso a definição destes

indicadores tem o objetivo de especificar e avaliar os efeitos positivos e aspectos

para melhorias decorrentes da implantação ate o mês de setembro do ano corrente.

Os objetivos estão voltados, em saber quais ações que integram os objetivos e

metas propostas pelo PGRS, foram realizadas e quais não foram realizadas, no

período em estudo, obtidos na (Tabela 5.1.).

Tabela 5.1. – Porcentagem dos objetivos e metas realizados do PGRS

ITENS OBJETIVOS E METAS DO PGRS RESULTADO

EM %

1 Segregar na origem, minimizando a geração de resíduos. 100%

2 Priorizar a reutilização ou reciclagem dos resíduos. 80%

3 Minimizar o consumo de recursos naturais. 50%

4 Minimizar liberações para o meio ambiente resultante das

atividades.

80%

5 Providenciar a disposição adequada dos resíduos

remanescentes.

100%

6 Conscientizar funcionários e demais envolvidos para com

as questões ambientais.

100%

Fonte: SCHILLING (2001, pg. 07)

Para a análise das respostas obtidas dos indicadores qualitativos, da Tabela 5.1., elaborou-se a seguinte maneira de visualização:

• 100% ótimo;

• 80% - bom;

• 70% a 50% – razoável;

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TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

26

• 40 a 0% - ruim.

Indicador Qualitativo - Objetivos Propostos e Realizados pela Gerência do PGRS

50%

33%

17%

Realizou 100% Realizou 80% Realizou 50%

Figura 5.1. Objetivos realizados

Fonte: adaptado de SCHILLING (2001, pg. 07-54)

Analisando a figura 5.1., percebe-se que 50% dos objetivos propostos no

PGRS, já estão realizados. No entanto não existe uma estimativa de tempo para

que sejam concluídos.

5.3. AÇOES ESPECÍFICAS PARA A EXECUÇÃO DO PGRS

Tabela 5.2. - Porcentagem das ações propostas e realizadas do PGRS

ITENS OPORTUNIDADES DE GERENCIAMENTO DE

RESÍDUOS

RESULTADO

EM %

1 Oportunidades de redução na fonte. 80%

2 Oportunidades de reuso. 80%

3 Oportunidades de reciclagem. 100%

4 Oportunidade de compostagem. 10%

5 Resíduos combustíveis para recuperação de energia. 0%

6 Disposição em aterro. 100%

Page 36: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

27

Tabela 5.4. - Porcentagem das ações propostas e realizadas do PGRS.

(continuação).

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

7 Estreita cooperação dos concessionários do aeroporto para

aumento da eficiência do plano.

80%

8 Otimização do gerenciamento de resíduos para redução

dos custos de funcionamento.

80%

9 Redução da quantidade dos rejeitos através de uma ampla

coleta seletiva dos recicláveis no local da destinação final.

80%

10 Cálculo justo de custos de deposição. Prevenção de

resíduos através de aquisição relativa ou através de troca

de recurso empresarial.

80%

11 O gerenciamento organizacional define um âmbito

organizador-lógico para a administração de resíduos. Ela

prevê um estreito trabalho conjunto entre a comunidade do

aeroporto e uma coordenação centralizada para que não

ocorram problemas.

80%

12 O gerenciamento da disposição final abrange medidas

eficientes para definição da destinação de resíduos, para

isso, são tomadas medidas de separação e aproveitamento

dos resíduos úteis, avaliação e apropriado tratamento e

procedimento de disposição (em especial para resíduos

perigosos), assim como a definição das infra-estruturas

necessárias ,como lugares de coleta, transporte e

instalações de tratamento.

100%

Page 37: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

28

Tabela 5.4. - Porcentagem das ações propostas e realizadas do PGRS.

(continuação).

13 O gerenciamento de prevenção finalmente mostra

possibilidades e medidas para redução e prevenção de

resíduos, a experiência mostra que, para isso, deve ocorrer

também a motivação pessoal interna e formação de

equipes de treinamento dos funcionários.

100%

REDUÇÃO NA FONTE:

Administração INFRAERO e Área industrial

14 Melhorar o controle da qualidade pela compra de

equipamento mais eficiente, melhor treinamento de

funcionários e implementação de sistemas de

monitoramento da qualidade.

80%

15 Comprar em grandes quantidades, tendo cautela com itens

solicitados acima da necessidade, pois podem ter

problemas com mudanças de especificação ou

obsolescência.

80%

16 Procurar alternativas não-tóxicas para produtos químicos,

colas, carimbos, revestimentos e outros materiais em uso

no momento.

80%

17 Quando comprar baterias, escolha produtos sem mercúrio. 80%

18 Orientar fornecedores, solicitando que a embalagem

desnecessária seja eliminada.

0%

Escritórios

19 Adotar hábito requerendo impressão de todos (ou a maior

parte) dos documentos em ambos os lados da folha. Isto

reduz o consumo de papel.

80%

20 Usar espaço simples nos textos dos relatórios finais. 50%

Page 38: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

29

Tabela 5.4. - Porcentagem das ações propostas e realizadas do PGRS.

(continuação).

21 Aumentar o uso do correio eletrônico ou de notícias

circulares, em vez de entregar uma cópia a cada

funcionário. Colocar quadro de notícias em local central em

cada departamento ou andar.

80%

22 Usar arquivo central em vez de um conjunto de arquivos

para cada funcionário.

100%

23 Replanejar os formulários administrativos de muitas cópias

de modo a terem menos cópias.

70%

24 Aumentar o uso de sistemas de estocagem de informação

em disco, cartucho e fita.

80%

25 Usar papel reciclável na máquina de fax (as mensagens

não se apagarão, portanto, não serão necessárias

fotocópias para arquivo).

0%

26 Instituir um sistema de partilha de jornais por toda a

organização.

0%

Restaurante e Lanchonete

27 Substituir filtros de café descartáveis por filtros de pano ou

metal reutilizáveis.

0%

28 Desencorajar o uso de copos plásticos. 70%

29 Evitar super embalamento de itens para viagem (por ex.,

sanduíche quente sobre bandeja de poliestireno com

embalagem plástica.

50%

30 Comprar condimentos em grande quantidade em vez de

distribuidores individuais de condimento.

0%

31 Treinar a equipe de cozinheiros quanto ao desperdício de

alimentos no processo de preparação, devendo trabalhar

para seguir os procedimentos corretamente.

50%

Page 39: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

30

Tabela 5.4. - Porcentagem das ações propostas e realizadas do PGRS.

(continuação).

32 Rever o cardápio para determinar se as porções são

adequadas. Em vez de fornecer porções excessivas aos

clientes, ofereça tamanhos diferentes de menus ou

repetições grátis.

50%

Setor de limpeza

33 Reduzir a toxicidade das soluções de limpeza. 50%

34 Comprar material de limpeza em recipientes retornáveis. 50%

35 Dispor de rolos de toalha instalados nos banheiros e salas

de lazer dos empregados em vez de toalhas de papel.

0%

REUSO:

Área industrial e Administração da INFRAERO

36 Consultar a bolsa de reciclagem do sistema FIEP, para

identificar possibilidades de reuso.

80%

37 Estimular os funcionários a trazerem suas próprias

canecas, ou distribuir canecas grátis com o logotipo da

INFRAERO a todos os funcionários.

50%

Restaurantes e Lanchonetes

38 Usar pratos e talheres laváveis, reutilizáveis em vez dos

descartáveis.

80%

39 Fazer contato com organizações sociais da localidade para

ver se sua comida pode ser fornecida aos necessitados.

0%

40 Os restos de comida podem servir para alimentação

animal. Conversar com a municipalidade local para

identificar fazendeiros que possam usar estes resíduos.

0%

Escritórios e Administração

41 Usar reutilizáveis de preferência a descartáveis (por ex.,

canetas com cartucho, baterias recarregáveis).

50%

42 Criar blocos para rascunho com papel usado de um lado. 60%

43 Reusar velhas pastas de arquivo. 60%

Page 40: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

31

Tabela 5.4. - Porcentagem das ações propostas e realizadas do PGRS.

(continuação).

44 Utilizar envelopes modelo “vai e vem” para circulação

interna de materiais.

0%

45 Devolver ao fabricante os cartuchos de impressora e

fotocopiadoras usados, no momento da compra de um

novo.

100%

46 Observar sempre que é aplicável a devolução de pilhas e

baterias aos fabricantes.

60%

Área Industrial e de Compras

47 Solicitar aos fornecedores que enviem os pedidos em

embalagem retornável (por ex., pallets retornáveis,

reutilizáveis e tambores retornáveis, reabastecíveis).

50%

48 Embalagens a granel estão disponíveis para líquidos,

sólidos e pós.

0%

49 Reusar caixas de papelão corrugado em departamento de

embalagem ou expedição.

0%

50 Cobrir a informação de endereçamento original com

etiquetas especiais para reuso.

0%

RECICLAGEM:

Área Industrial

51 Vender os metais a comerciantes de sucata de metal. 100%

52 Estabelecer um sistema de coleta e estocagem para óleo

lubrificante usado.

100%

Restaurantes e Lanchonete

53 Destinar os óleos de vegetais e de animais usados aos

recicladores.

50%

54 Estabelecer um programa de reciclagem de latas de bebida

e recipientes de vidro.

100%

Page 41: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

32

Tabela 5.4. - Porcentagem das ações propostas e realizadas do PGRS.

(continuação).

Escritório e Administração

55 Implemente um programa de reciclagem de papel de

escritório.

100%

Compras

56 Reciclar o papelão corrugado velho. 100%

Manutenção ou Jardim

57 Revisar os padrões de construção para usar produtos

reciclados na construção (por ex., carpetes, tábuas,

divisórias, paredes, etc.).

50%

58 Enviar para reciclagem os entulhos das obras civis. 50%

RESPONSABILIDADE E AUTORIDADE:

INFRAERO – Área de Manutenção:

59 O apoio necessário ao gerenciamento de resíduos, quanto

aos sistemas de tratamento, recipientes apropriados,

análise da disposição final, aplicação dos 3 R’s (Redução,

reutilização e reciclagem).

50%

60 Plano de sensibilização e treinamentos necessários. 80%

61 Acompanhamento dos preços de sucata praticados no

mercado.

80%

62 Acompanhamento e controle de todo o resíduo gerado,

suas fontes geradoras.

100%

63 Levantamentos quali-quantitativos, disposição final e

balanço financeiro.

100%

64 Revisões e ajustes no Plano de gerenciamento de

resíduos, quando necessários.

100%

65 Elaboração e implantação de projetos que visem a

prevenção da poluição.

100%

Empresa Terceirizada da INFRAERO

66 Limpeza das instalações, coleta e transporte dos resíduos

das instalações aeroportuárias até o local de triagem.

80%

Page 42: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

33

Tabela 5.4. - Porcentagem das ações propostas e realizadas do PGRS.

(continuação).

67 Organização do Local de triagem. 100%

68 Operação do incinerador. 0%

Concessionários

69 Responsáveis pela segregação inicial dos resíduos,

obedecendo o Plano de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos – PGRS e as normas pertinentes, repassando os

resíduos para a INFRAERO, responsável pela disposição

final. Quaisquer resíduos que por ventura possam ser

destinados diretamente pelo Concessionário, carecem de

consulta e autorização da INFRAERO, em consonância ao

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do

Aeroporto.

70%

Companhias aéreas e ou empresas de limpeza (terceirizadas das companhias

aéreas)

70 Coleta e transporte dos resíduos sólidos das aeronaves até

o local de triagem, obedecendo a sistemática prevista no

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos adotado

pelo Aeroporto.

100%

Comissárias (terceirizadas das companhias aéreas)

71 Coleta e transporte dos resíduos de alimentação servidos

nas aeronaves até o local de triagem, obedecendo a

sistemática prevista no Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos adotado pelo Aeroporto.

50%

Fonte: adaptado de SCHILLING (2001, pg. 07-54)

Legenda: realizou 100%; realizou 80%; realizou 70%, realizou 60%, realizou

50% e realizou 0%.

Para a análise das respostas obtidas dos indicadores qualitativos, da Tabela

5.2., elaborou-se a seguinte maneira de visualização:

• 100% ótimo;

Page 43: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

34

• 80% - bom;

• 70% a 50% – razoável;

• 40 a 0% - ruim.

Figura 5.2. Indicadores Qualitativos

Fonte: adaptado de SCHILLING (2001, pg. 07-54)

A figura 5.2. apresenta os resultados dos indicadores qualitativos, revelando

25% das ações propostas já foram realizadas, e no momento estão em plena

execução. Mas também mostra que o maior número dos indicadores analisados

cerca de 27%, ainda estão em fase aperfeiçoamento, mas sendo executadas

abrangendo em parte a comunidade aeroportuária e passageiros. Este indicador

representa em grande parte o processo de separação dos resíduos nas fonte

geradoras. Com isso fica claro que existe a necessidade de maiores investimentos

em treinamentos e conscientização, do público que circula ou trabalha no sítio

aeroportuário. Outra característica, que o PGRS, apresenta é de cerca de 19 e 20%

Indicador Qualitativo - Porcentagem de Implantação do PGRS

27%

4% 4%

20%

1%

19% 25%

Realizou 100% Realizou 80% Realizou 70% Realizou 60% Realizou 50% Realizou 10%

Realizou 0%

Page 44: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

35

dos indicadores, estarem em fase de desenvolvimento ou ações que ainda não

foram implantadas. Porém, o item número 4 da Tabela acima é fundamental para a

redução dos materiais orgânicos, que se refere a “oportunidades de compostagem”.

As oportunidades de gerenciamento de resíduos, são as ações que praticamente

delimitam, a quantidade a ser enviada para disposição final em aterro, oportunidade

que está sendo implantada ou desenvolvida muito superficialmente pela gerência do

plano.

5.4. MOVIMENTAÇÃO TOTAL DE PASSAGEIROS

O Aeroporto Internacional Afonso Pena é hoje um dos mais importantes do

país, está localizado na cidade de São José dos Pinhais e é considerado o décimo

maior aeroporto brasileiro em número de passageiros, registrando no primeiro

período em estudo um total de 2.163.948 passageiros. No segundo período em

estudo uma movimentação total de 2.564.032 passageiros.

Dados disponíveis e fornecidos da movimentação de passageiros: soma dos

passageiros embarcados, desembarcados e conexão pode ser observada, na figura

5.3., que representa a estatística comparativa entre movimento total de passageiros,

no 1º período, outubro de 2002 à setembro de 2003 e o 2º período, outubro 2003 à

setembro de 2004.

Observa-se no primeiro período, mês de julho, teve um movimento de cerca

de 249.000 mil passageiros por mês. Já no segundo período, o mês com maior

movimentação de passageiros é o mês de abril, com mais de 215 mil passageiros

que passaram pelo Afonso Pena. Havendo períodos oscilantes entre novembro e

dezembro. Pode-se concluir que o primeiro período teve um número maior de

passageiros transitando pelo aeroporto, que pode influenciar na geração de resíduos

sólidos.

Page 45: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

36

Movimento total de passageiros - Comparativo entre o 1º período(out/02 à set/03) e o 2º período (out/03 à set/04)

0

60.000

120.000

180.000

240.000

300.000

Outubro

Novembro

Dezembro

Jane

iro

Fevere

iroMarç

oAbri

lMaio

Junh

oJu

lho

Agosto

Setembro

Meses

de P

assa

geiro

s1º Período (out/03 à set/04)2º Período (out/02 à set/03)

Figura 5.3. Estática Comparativa Entre Movimento Total de Passageiros, no

1º Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro 2003 à

Setembro de 2004.

Fonte: Adaptado de INFRAERO (2004)

5.5. RESÍDUOS ENVIADOS AO ATERRO SANITÁRIO E À VALA SÉPTICA

A Figura 5.4., representa os resíduos sólidos enviados para à Vala Séptica,

no 1º período, outubro de 2002 à setembro de 2003 e o 2º período, outubro 2003 à

setembro de 2004. Observa-se com o início do processo de segregação dos

materiais gerados no aeroporto, em 24 de março de 2003, e posterior envio de

materiais segregados à reciclagem no mês de abril, houve assim uma diminuição na

quantidade de resíduos enviados à Vala Séptica. Apesar da alteração no fluxo de

passageiros observada na figura 5.3., a quantidade de resíduos enviados não sofre

alterações significantes. Isso mostra que o processo em meses de grande

movimentação de passageiros é eficiente.

Page 46: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

37

Resíduos Sólidos enviados para à Vala Séptica Comparativo entre o 1º período (out/02 à set/03) e o 2º período

(out/03 à set/04)

0

75

150

225

300

375

450

525

600

Outub

ro

Novem

bro

Dezem

bro

Jane

iro

Feve

reiro

Mar

çoAb

rilMaio

Junh

oJu

lho

Agos

to

Setem

bro

Meses

Val

ore

s (m

³)1º período (out/02 à set/03)

2º período (out/03 à set/04)

Figura 5.4. Resíduos Sólidos Enviados para à Vala Séptica, no 1º Período, Outubro

de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro 2003 à Setembro de 2004.

Fonte: Adaptado de INFRAERO (2004)

Figura 5.5., mostra os resíduos sólidos enviados ao aterro da Cachimba, no 1º

período, outubro de 2002 à setembro de 2003 e o 2º período outubro de 2003 à

setembro de 2004. Observa-se que, após o primeiro envio de materiais segregados

à reciclagem em abril de 2003, ainda há um aumento na quantidade gerada de

resíduos sólidos. Em comparação com a figura 5.3., os meses de julho e agosto de

2003 mostram que a oscilação de movimentação de passageiros no aeroporto pode

ter influenciado a produção de resíduos sólidos. Apesar desta influência, o processo

veio e passou a oscilar na casa dos 180 m³ por mês, a partir do mês de fevereiro.

Resíduos Sólidos enviados para Aterro Sanitário da Cachimba- Comparativo entre o 1º período (out/02 à set/03) e o 2º período (out/03 à

set/04)

0

75

150

225

300

375

Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto SetembroMeses

Val

ores

(m³)

1º período (out/02 à set/03)

2º período (out/03 à set/04)

Page 47: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

38

Figura 5.5. Resíduos Sólidos Enviados ao aterro da Cachimba, no 1º Período,

Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro 2003 à Setembro de

2004.

Fonte: Adaptado de INFRAERO (2004) Figura 5.6., apresenta a estática comparativa, soma da movimentação total de

passageiros, no 1º período, outubro de 2002 à setembro de 2003 e o 2º período,

outubro 2003 à setembro de 2004. No segundo período em estudo houve um

aumento na movimentação de passageiros. Esse aumento poderia dificultar o

rendimento da segregação, mas, observa-se que houve apesar de 400.000

passageiros a mais transitando pelo aeroporto, estes foram diluídos entre os meses

do ano, não gerando grande influência no processo de segregação.

Soma do Movimento total de passageiros - Comparativo entre o 1º período

(out/02 à set/03) e o 2º período (out/03 à set/04)

0

510.000

1.020.000

1.530.000

2.040.000

2.550.000

3.060.000

Período em estudo

Nº de

pas

sager

ios

1º período (out/02) à (set/03)

2º período (out/03) à (set/04)

Figura 5.6.. Estática Comparativa, Soma da Movimentação Total de

Passageiros no 1º Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período,

Outubro 2003 à Setembro de 2004.

Fonte: Adaptado de INFRAERO (2004)

5.6. RESÍDUOS SEGREGADOS E ENVIADOS À RECICLAGEM

Figura 5.7., evidencia os resíduos sólidos de papel e papelão enviados à

reciclagem, no 1º período, outubro de 2002 à setembro de 2003 e o 2º período

outubro de 2003 à setembro de 2004. O primeiro período apresenta baixa produção

de resíduos em relação ao segundo período, devido aos meses de setembro de

2002 à março de 2003 não apresentarem coleta de papel e papelão. Mas

influenciaram na queda do lixo enviados à Vala Séptica, observada na figura 5.4..

Mas o segundo período melhorou o desempenho, mais que dobrando o número de

Page 48: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

39

papéis e papelões enviados para a reciclagem, que mostra um aumento na

eficiência.

Resíduos de Papel e Papelão - Comparativo entre o 1º período (out/02 à set/03) e o 2º período (out/03 à set/04)

0

10000

20000

30000

40000

50000

Período em estudo

Pes

os

em k

g

1º período (out/02 à set/03)

2º período (out/03 à set/03)

Figura 5.7. Resíduos Sólidos de Papel e Papelão Enviados à Reciclagem, no

1º Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro 2003 à

Setembro de 2004.

Fonte: Adaptado de INFRAERO (2004)

Figura 5.8., mostra os resíduos sólidos de plásticos enviados à reciclagem, no

1º período, outubro de 2002 à setembro de 2003 e o 2º período outubro de 2003 à

setembro de 2004. O primeiro período, apresenta baixa produção se comparado ao

segundo período, devido aos meses de setembro de 2002 à março de 2003, não

terem sido contemplados com a implantação do Plano de Gerenciamento, porém,

somente no mês de abril de 2003 foi feito o primeiro envio de materiais segregados à

reciclagem. Mas que influenciaram na queda de materiais enviados à Vala Séptica,

observada na figura 5.4.

Resíduos de Plásticos - Comparativo entre o 1º período (out/02 à set/03) e o 2º período (out/03 à set/04)

0

10000

20000

30000

40000

50000

Período de estudo

Pes

o (K

g)

1º Período (out/02 à set/032º Período (out/03 à set/04

Page 49: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

40

Figura 5.8. Resíduos Sólidos de Plásticos Enviados à Reciclagem, no 1º

Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro 2003 à

Setembro de 2004.

Fonte: Adaptado de INFRAERO (2004) Figura 5.9., mostra o somatório da produção total de resíduos sólidos de

alumínios enviados à reciclagem, no período de outubro de 2002 à setembro de

2004. Devido à baixa produção de alumínio, agrupou-se os dados. Salienta-se que

pode haver uma porcentagem de alumínios coletada por pessoas que transitam pelo

aeroporto devido ao seu alto valor econômico, que enviam a reciclagem, mas que

não é computada pelos dados da INFRAERO.

Alumínio - Comparativo entre o período (out/02 à set/04)

0,00

2500,00

5000,00

7500,00

Período de estudo

Pes

o (K

g)

Período (out/02 à set/04)

Figura 5.9. Resíduos Sólidos de Alumínios Enviados à Reciclagem, no 1º

Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro 2003 à

Setembro de 2004.

Fonte: Adaptado de INFRAERO (2004)

Figura 5.10., identifica o total de resíduos sólidos de sucata de ferro enviados

à reciclagem, no 1º período, outubro de 2002 à setembro de 2003 e o 2º período

outubro de 2003 à setembro de 2004. As sucatas de ferro e alumínios apresentam

baixa produção sendo que geralmente é feita a coleta a cada dois meses.

Page 50: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

41

Sucata de Ferro - Comparativo entre o período (out/02 à set/04)

0

1500

3000

4500

6000

7500

9000

Período de estudo

Pes

o (K

g)

Período (out/02 à set/04)

Figura 5.10. Resíduos Sólidos de Sucata de Ferro Enviados à Reciclagem,

no 1º Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro 2003 à

Setembro de 2004.

Fonte: Adaptado de INFRAERO (2004)

As lâmpadas representam um perigo por conterem mercúrio na composição

do gás, que fica armazenado no interior da mesma. A figura 5.11., evidencia a

preocupação da Infraero, pois o volume quase que dobrou no mesmo espaço de

tempo.

Lâmpadas enviadas para a descontaminação - Comparação entre os meses de Maio e Julho de 2004

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

Período em estudo

Núm

ero

de L

âpad

as d

esco

nam

iand

as

1 º Período (out/02 à set/03)

2º Período (out/03 à set/04

Figura 5.11. Lâmpadas Enviadas à Descomtaminação e Reciclagem, no 1º

Período, Outubro de 2002 à Setembro de 2003 e o 2º Período, Outubro 2003 à

Setembro de 2004.

Fonte: Adaptado de INFRAERO (2004)

Page 51: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

42

Na figura 5.12., indicam as embalagens longa vida enviadas para a

reciclagem, nos meses de maio à outubro de 2004. A reciclagem das embalagens

longa vida iniciou-se em maio de 2004. Nesse período foram enviadas cerca de

3000 toneladas do material, que iriam para o aterro da Cachimba. Sendo as

principais fontes geradoras deste tipo de resíduos as aeronaves. A figura apresenta

uma pequena curva, devido às diferenças entre datas e pesos.

Embalagens Longa Vida - Comparação entre os meses de Maio a Outubro de 2004

0160320480640800960

Maio Julho Agosto Outubro

Meses

Pes

o (K

g)

MaioJulhoAgostoOutubro

Figura 5.12. Embalagens Longas Vidas Enviadas à Reciclagem, nos Meses

de Maio à Outubro de 2004.

Fonte: Adaptado de INFRAERO (2004)

Page 52: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

43

6. DISCUSSÃO

6.1. AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL Algumas etapas dos objetivos propostos por SCHILLING (2001, pg. 07),

foram realizadas ou implantadas com 100% de eficiência tais como: “Segregar na

origem, minimizando a geração de resíduos; Providenciar a disposição adequada

dos resíduos remanescentes e Conscientizar funcionários e demais envolvidos para

com as questões ambientais”.

Pode-se verificar que o conjunto de metas para verificar os objetivos, é

formador de desempenho ambiental, sendo avaliado as propostas e ações do plano

da Infraero. Porém as metas mensuráveis e com prazo à alcançar não estão

definidas, deixando sem a valoração e o tempo para sua execução.

A ausência de literatura que fale sobre resíduos sólidos em aeroportos, foi um

fator dificultador deste trabalho. Com isso pode-se cometer equívocos, durante a

escrita das referências e na definição dos indicadores. É possível evitar estas

eventuais fontes de erros, seguindo, por exemplo, a Resolução da Diretoria

Colegiada (RDC), da ANVISA, número 342, de 13 de dezembro de 2002, e verificar

assim os conflitos existentes entre a referida Resolução com a execução do PGRS.

Pelos motivos de falta de literatura e indisponibilidade de outros trabalhos sobre o

assunto tratado, esta pesquisa, baseou-se na literatura existente sobre nos quesitos

definidos pela NBR, 10.004, e em outras legislações sobre o assunto tratado no item

3.7. (pg. 13 a 15 deste trabalho).

A posição dos governos em definir uma legislação sobre resíduos sólidos em

aeroportos, portos terminais rodoviários e ferroviários, anteriormente ao ano de

1991, para a incineração, dificultava os processos de reciclagem e segregação dos

resíduos dos estabelecimentos citados neste parágrafo. Posição esta que mudou em

1991, quando o CONAMA número 06, desobrigou a incineração dos mesmos. A

partir daí, a ANVISA regularizou a situação do PGRS ao longo dos anos, porém

somente em 8 de janeiro de 2003, criou uma espécie de “passo a passo”, que

direciona um conjunto de informações e estratégias destinadas, a deixar a empresa

em conformidade com a legislação ambiental.

Page 53: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

44

Observou-se durante os estudos de pesquisa bibliográfica, e eventuais idas a

campo, uma grande concentração de moradores carentes no entorno do aeroporto,

também catadores e coletores de rua. Como possível resultado eficaz, seria a

construção de uma espécie de cooperativa ou associação de moradores, que

ganhariam mais uma fonte de renda, com a valorização dos materiais gerados pelo

sítio aeroportuário.

Com os resultados dos indicadores formulados neste trabalho, conclui-se que

é possível perceber uma evolução crescente no processo de implantação, desde 24

de março de 2003, onde teve-se início os trabalhos de separação e segregação dos

materiais, sendo este um dos objetivos propostos no plano.

Em estudos apontados por SCHILLING (2001), mostra a existência de um

aumento no número de passageiros com o passar dos anos. Entretanto este

trabalho verifica o contrário, a diminuição no número de passageiros, que não se

reflete diretamente no número de resíduos produzidos e por razões não

reconhecidas, não reflete esta situação. O aumento no número de visitantes no

aeroporto, pode contribuir, assim como o aumento no consumo de produtos e bens

de consumo. Outro fator que pode influenciar é o atentado de onze de setembro, nas

torres gêmeas dos Estados Unidos da América, obrigando os aeroportos a mudarem

suas rotinas, aumentando a segurança. Com isso, os aeroportos e juntamente os

passageiros mudaram seus hábitos de consumo, podendo até afetar a produção de

resíduos sólidos.

Devido aos maus hábitos dos usuários em conseguir um dinheiro extra com a

venda dos resíduos, alguns resíduos podem estar sendo reciclados e retirados de

forma informal e incorreta, como é o caso das latinhas de alumínio. Caberia um

estudo aprofundado para verificar a verificabilidade desse fato.

Os indicadores quantitativos vêm a confirmar a execução dos objetivos e

ações propostas pelo plano. O resultado é tendencioso, indicando que existe um

desempenho ambiental, podendo ser avaliado como satisfatório, apesar de não

existir metas. Seria necessário que para cada objetivo proposto, existisse uma meta

quantificada e qualificada.

Os indicadores qualitativos, apresentados na Tabela 5.2, se mostram com

25% dos indicadores tiveram respostas 100%. Mostra-se confirmando a Tabela 5.4.,

Page 54: plano de gerenciamento artigo.pdf

TCC – Engenharia Ambiental – CCET/PUCPR

45

que apresenta os resíduos enviados a Vala Séptica. Verifica-se que os outros 27%

das ações, estão próximas a ser alcançadas, o que indica que o restante dos itens

estão ainda em fase de implantação. Os itens que não cumprem seu papel não

estão garantindo a eficácia no processo de desempenho ambiental, os quais

abordam uma avaliação holística, e se faz necessário para a avaliação ambiental, do

PGRS, pois se tratando de uma grandeza incomensurável, quanto mais indicadores

forem considerados, menores serão as possibilidades de que um deles seja

projetado incorretamente ou que perca o teor informativo, comprometendo a

proposta da avaliação.

Atualmente existe uma estrutura definida e adequada para gerenciar o PGRS,

sendo o setor de meio ambiente da Infraero o responsável por coordenar todas as

ações do plano. Também existe um plano financeiro anual, que destina

antecipadamente os recursos financeiros estimáveis para o plano.

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7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Este projeto visa avaliar e propor melhorias para o Plano de Gerenciamento

de Resíduos Sólidos (PGRS) do Aeroporto Internacional Afonso Pena. Haja visto a

necessidade da empresa em aperfeiçoar as ações propostas do PGRS, e dentro

desta forma avaliar o seu desempenho ambiental. O PGRS tem se consolidado

gradativamente, desde a sua implementação em 24 de março de 2003, e atualmente

é necessário que sejam alcançados todos os objetivos propostos pelo setor

responsável pela gerência do plano, o qual é de suma importância para o

desenvolvimento e do bom andamento do Plano.

O Afonso Pena, vem se mostrando à frente, no que diz respeito ao meio

ambiente. A geração dos resíduos sólidos se comporta de forma estável, cabendo

maiores investimentos em treinamento e conscientização dos funcionários, além de

dar maior eficiência ao processo de segregação. Para que todos os envolvidos com

a geração de lixo, recebam a instrução adequada e saibam a melhor maneira de

colaborar com o projeto, foram treinados e capacitados mais de 500 membros da

comunidade aeroportuária. Entre as ações já executadas pela gerencia do PGRS,

está a adequação de 450 coletores se tornando apropriados para a seletividade dos

resíduos. Constantemente a Infraero disponibiliza materiais institucionais e

informativos e que divulgarão o sistema, não só aos funcionários, mas também para

toda comunidade e passageiros.

Para isso, o aeroporto internacional Afonso Pena, criou uma equipe de

multiplicadores do PGRS, em julho de 2003, e atualmente com cerca de 20 pessoas.

Entre eles estão funcionários da própria Infraero e também das empresas aéreas

instaladas no aeroporto. Todas as empresas deveram indicar um representante par

participar do grupo. Estas pessoas deverão divulgar o projeto e transmitir todas as

informações que obterem nos encontros, que são realizados uma vez por mês, no

próprio aeroporto, tendo como principal responsável, a Coordenação de Meio

Ambiente do Aeroporto Afonso Pena.

A partir daí, busca-se que todos se envolvam e colaborem para que a ação

tenha credibilidade e seja funcional. Além da preocupação ambiental, a ação

pretende colaborar com variáveis sociais, sanitárias, legais e administrativas, tendo o

sistema como uma forma para unir e motivar os funcionários. Os multiplicadores do

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programa apresentam-se bastante determinados para que a implantação seja

realizada com agilidade, melhorando o ambiente de trabalho. Desta forma, a

empresa espera ter um rendimento maior, pois fará com que os funcionários sintam-

se úteis à organização e capacitados de acordo com o novo aprendizado que estão

recebendo. Através da aplicação desta atividade, a Infraero busca também a

economia de recursos naturais e a diminuição dos impactos ambientais, reduzindo a

quantidade de lixo que é encaminhada aos aterros. Outro beneficiado será a

comunidade, pois além das futuras atividades que o aeroporto oferecerá, o ambiente

em que vivem tornará-se mais limpo e agradável, sem prejudicar a saúde de sua

família.

A entrada de produtos e bens para consumo no sítio aeroportuário, não é

medida ou pesada pela Infraero. Porém conclui-se que não existe meios de saber

quanto é realmente a quantidade de material que vira lixo, oriunda do consumo e

venda dos produtos e bens de consumo. Todo o lixo é coletado diariamente pela

empresa terceirizada da Infraero e armazenado em local apropriado e distante, como

prevê a RDC, Nº 02 da Anvisa.

Os resíduos provenientes de aeronaves são coletados em sacos apropriados.

Utiliza-se os sacos azuis para recolher jornais e revistas de bordo. Os resíduos

provenientes dos sanitários são coletados e armazenados em sacos brancos

leitosos, devendo ser transportados e armazenados separadamente dos demais

resíduos, em carrinhos apropriados,não havendo mistura com os demais resíduos

coletados em sacos pretos.

Os resíduos das instalações aeroportuárias, são coletados três vezes ao dia,

em sacos plásticos coloridos e medindo-se em volume durante a coleta nos pontos

de origem. Após a etapa de coleta, o lixo é transportado por um veículo apropriado

até o setor de segregação e recebimento sendo separado pelos funcionários da

Ondrepsb, empresa terceirizada da Infraero.

A Área de Recebimento é um espaço coberto e protegido contra intempéries

e ações de agentes vetores, com dimensões compatíveis para estocagem do lixo

não tratado. A Área de Recebimento não é dotada de equipamentos para controle

de peso, mas controla o volume de lixo enviado a disposição final. Também possui

um sistema de registro de entrada do lixo, especificando datas e horários de entrada

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e origens dos mesmos. Tal controle possibilita a identificação das quantidades,

volumes, pesos e tipos de lixo originados de cada área, proporcionado condições

para melhorar e agilizar a coleta seletiva, reduzindo custos de coleta e aumentando

o aproveitamento dos materiais recicláveis.

No centro de segregação o lixo é separado, originando o material a ser

vendido para as empresas recicladoras. A Ondrepsb é a responsável pela limpeza

dos setores sobre responsabilidade da Infraero. Todo o processo é fiscalizado de

desde o gerador dos resíduos, até a segregação. A Infraero e a ANVISA, matem-se

constantemente em campanha de fiscalização para que não haja mistura de

resíduos Sépticos com resíduos possíveis de serem reciclados.

Durante a fase de coleta das informações sobre os indicadores quantitativos

encontrou-se dificuldade, porque não existe uma balança aferida para a pesagem

dos materiais reciclados. Os resíduos reciclados, não são pesados de forma

confiável pela Infraero, sendo pesados somente pelo comprador dos materiais e o

peso repassado à Infraero. O processo de segregação gera sobras que são

colocados em containers, sendo recolhidos diariamente e transportados para o

aterro da Cachimba e Vala Séptica.

Observa-se durante a leitura dos indicadores quantitativos, que a implantação

do PGRS no aeroporto Internacional Afonso Pena em atual execução, proporcionou

e vem contribuindo para a redução dos resíduos a serem encaminhados para

disposição final. Pode-se afirmar que a redução do volume de resíduo a ser disposto

ao meio ambiente é a proposta de gerenciamento mais adequada a todos os

aeroportos. Independente de suas características específicas, os atores envolvidos

têm os encargos necessários para diminuir os custos com o tratamento e disposição,

gerando lucro com a venda dos materiais recicláveis e interferindo menos no meio

ambiente.

No encadeamento de idéias trabalhadas neste trabalho, observa-se que a

sistemática de gerenciamento adotado no aeroporto demonstra que o mesmo se

utiliza boas práticas do ponto de vista ambiental. As oportunidades de um

gerenciamento positivo de resíduos, são levadas em consideração. Etapas que

merecem considerações foram realizadas, tais como a identificação das fontes, a

quantidade e composição dos resíduos, bem como o controle e redução das

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destinações finais, oferecem poucos obstáculos às opções de reduzir, reutilizar e

reciclar.

Baseado em conhecimentos adquiridos e nos resultados que os indicadores

apresentaram nesta pesquisa, pode-se considerar que o sistema atualmente

implantado se mostrou com um desempenho ambiental satisfatório. Verificou-se que

os resultados gerados pelos processos de segregação são bons quando se fala em

materiais recicláveis. Uma vez que o público interno é estimulado a separar

corretamente seus resíduos em coletores coloridos. Verificou-se a existência de

coletores nas cores: azul, vermelha, verde, amarelo, cinza e laranja, em todas as

fontes geradoras do aeroporto, citados na Tabela 4.1. (pg. 19 deste trabalho).

Figura 6.1. Representação de um Grupo de Coletores do Saguão de Embarque.

Fonte: VITAL (2004, pg. 04)

Constatou-se a existência de separação nas fontes geradoras e conseqüente

coleta seletiva, junto às empresas e concessionários da Infraero. Com a coleta em

coletores disponíveis e adequados para uma boa coleta seletiva de forma efetiva,

confirma-se a existência de cores específicas para cada grupo de resíduos em todos

os departamentos do aeroporto.

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Durante visita ao centro de segregação de materiais recicláveis do Aeroporto

Internacional Afonso Pena, verificou-se uma ligeira mistura nos materiais oriundos

dos coletores, figura 6.1.. Seria possível uma melhor avaliação de desempenho

ambiental se o presente trabalho abordasse a eficiência dos coletores, em

porcentagem de materiais corretamente separados em cores.

Figura 6.2. Processo de Segregação dos Resíduos na Área de Recebimento do Aeroporto.

A realização de um estudo, quanto à viabilização de implantação de uma

compostagem, a qual reduziria ainda mais o volume enviado a disposição final de

rejeitos e materiais orgânicos, restos de processos de jardinagem, etc, com a

incorporação de menos materiais no processo de segregação. Também seria de

grande utilidade realizar este estudo no mês de maio, quando se completará dois

anos de implantação do PGRS, para uma avaliação total.

Também são tratados como resíduos que necessitam tratamento para evitar

contaminações ambientais os esgotos sanitários provenientes de banheiros,

lavatórios e cozinhas existentes no aeroporto e os óleos lubrificantes, combustíveis,

líquidos de freio derramados em pátios e pistas pelas aeronaves, veículos e

equipamentos de apoio às aeronaves. Nestes locais é difícil o controle destes

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contaminantes, pela dificuldade de contenção e coleta dos mesmos. É recomendada

a execução de calha de contenção no contorno da área de estacionamento de

equipamentos de rampa e ruas próximas, por serem locais de grande concentração

de derrames de óleos lubrificantes. A calha deve conduzir os óleos lubrificantes para

caixa coletora e separadora de água e óleo, para evitar o lançamento do óleo, na

rede de água chuva, no solo e a contaminação do lençol freático. Em novas

edificações aeroportuárias recomenda-se o uso de sistema de reaproveitamento de

água tratada na estação para utilização em descargas em vasos sanitários,

economizando considerável quantidade de água potável.

Os resíduos de maior perigo ambiental em aeroportos são as baterias e

pilhas, que por serem constituídas de metais pesados, quando lançadas na natureza

percolam até atingir as zonas mais baixas do lençol freático, e como não possuem

reagentes estabilizantes, poluem o lençol freático em volume e tempo considerável.

Estes resíduos perigosos, deverão ter destinação controlada.

O sistema adotado atualmente pela Infraero é motivo de comentários, elogios

e observações, dos meios de comunicação da Capital Paranaense, que vem

denunciando os prejuízos e benefícios ao meio ambiente, visto que os aterros estão

com a sua capacidade esgotada. Com esse grave problema há projetos para a

cobrança da ocupação do espaço nos aterros sanitários, afetando diretamente os

grandes geradores de resíduos. Como mostra a Figura 5.4. (pg. 32 deste

documento), a Infraero conseguiu diminuir seus resíduos, visto que esse

procedimento pode ser implantado em outros estabelecimentos geradores de

resíduos.

Se a corporação conseguir atender as expectativas e confirmações dos

indicadores de desempenho ambiental, então o sistema de gestão ambiental está

em conformidade com as leis ambientais e a empresa tem um desempenho

ambiental digno de se considerar em dia com a legislação vigente, para a execução

das atividades do aeroporto. Os indicadores aqui expostos não representam o

universo de informações como um todo que são encontrados, que são necessários

para uma ótima avaliação de desempenho ambiental. Como um todo, este trabalho

abrange apenas algumas informações e aspectos dos quais são necessários e úteis

como recomendações à gerência do PGRS.

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A avaliação de desempenho ambiental desenvolvida neste trabalho permite

afirmar que o desempenho dos indicadores qualitativos e quantificativos atende ao

propósito estabelecidos por objetivos SCHILLING (2001, pg. 07). O trabalho foi bom

e suficiente, mas não cabe a este ser utilizado como “guia”, para a única fonte de

recomendações, que se fazem ao decorrer das idéias apresentadas. Cabe um

estudo com maior profundidade sobre os resultados, apontados pelos indicadores,

sendo que, este trabalho não aponta o futuro do PGRS.

Os objetivos e metas estabelecidos nas atividades de melhoria contínua dos

processos e serviços empresariais devem ser de tal envergadura que o

comprometimento e desempenho ambientais percebíveis pela sociedade sejam a

expressão máxima dos ganhos de qualidade e produtividade da empresa. Todo o

processo administrativo possuem, diretamente ou indiretamente indicadores de

desempenho que permitem ao avaliador, seja para o próprio dono do negócio ou

mesmo à sociedade, uma demonstração de que os objetivos e metas da empresa

estão sendo seguidos. Durante todo o percurso de qualquer atividade, o participante

deve realizar tarefas que vão reforçando seu conhecimento teórico apreendido e

exercitando a prática para que passo a passo possa aplicar toda a sua bagagem na

construção e implementação de um Sistema de Gestão Ambiental na sua

organização.

A proposta apresentada aqui foi elaborada para proporcionar um diferencial, a

realização prática e gradativa das tarefas que um gerente ou funcionário

responsável teria para a construção de todos os elementos necessários para

embasar a sua empresa em uma Gestão Ambiental, de acordo com medidas certas

e características peculiares da própria organização.

Espera-se que este trabalho seja subsídio para dar continuidade aos esforços

necessários para que a Infraero tenha condições de implantar adequadamente um

sistema de indicadores de desempenho ambiental que atenda a todas as aspirações

empresariais. Conjugar esforços para ter rentabilidade econômica e ao mesmo

tempo uma imagem social adequada onde o comprometimento com a legislação e

com atitudes éticas e morais são aprimoradas, é hoje e será cada vez mais o

diferencial competitivo do futuro.

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