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PLANO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DE FRONTEIRA
RONDÔNIA
Núcleo Estadual Para o Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira
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©2016.Plano de Desenvolvimento Integrado de Fronteira Rondônia: Governo do Estado de Rondônia. Porto Velho: GER, 2016. 151 p.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
Elaboração da Ficha Catalográfica: SEAE/EGPP Pedro Paulo Almeida Martins – Bibliotecário Esp. registro nº CRB-950
Rondônia, Plano de Desenvolvimento Integrado de Fronteira Rondônia.
R771p Plano de Desenvolvimento Integrado de Fronteira/ Governo do Estado de Rondônia. – Porto Velho, 2016.
151p. Ilustrado 1. Desenvolvimento da Faixa de Fronteira. 2. Revisão do Plano de
Desenvolvimento da Faixa de Fronteira. 3. Interação - países vizinhos. 4.
Desenvolvimento Regional e Integração Brasil/ Bolívia. I. Plano de
Desenvolvimento Integrado de Fronteira do Estado de Rondônia. II.
Título. III. Nucleo NEIFRO–RO. IV. Secretaria de Estado do
Planejamento, Orçamento e Gestão
CDU.: 911.6 (811.1)
3
GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA
Confúcio Aires Moura
Governador do Estado de Rondônia
George Alessandro Gonçalves Braga Secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão - SEPOG.
Pedro Antônio Afonso Pimentel Secretário Adjunto
Núcleo Estadual para o Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira –
Rondônia - NEIFRO
Secretaria de Est. do Planejamento, Orçamento e Gestão – SEPOG (coord.).
Casa Civil
Superintendência Estadual de Assuntos Estratégicos – SEAE
Superintendência Estadual de Turismo – SETUR
Secretaria de Estado da Educação – SEDUC
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – SEDAM
Secretaria de Estado de Assistência Social – SEAS
Secretaria de Estado da Agricultura – SEAGRI
Secretaria de Estado da Saúde – SESAU
Secretaria de Estado de Segurança, Defesa e Cidadania – SESDEC.
Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Est. de Rond. - IDARON;
Superintendência de Desenvolvimento do Estado de Rondônia – SUDER e
Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer - SEJUCEL.
4
APRESENTAÇÃO
A revisão do Plano de Desenvolvimento Integrado de Fronteira–PDIF -contou
com participação de órgãos públicos, Instituições privadas e a comunidade local e
teve como foco uma nova forma de gestão pública, na qual as políticas públicas são
voltadas para atender os anseios da população local de forma a empoderá-la da
riqueza gerada in loco.
O Núcleo Estadual para o Desenvolvimento e Integração da Faixa de
Fronteira - NEIFRO - encontrou nas Instituições a vontade e decisão para construir
uma política de fronteira em consonância com o Governo Federal, dirigida ao
enfrentamento dos déficits de urbanidade e das desigualdades sociais e territoriais.
Uma parte significativa da população dos municípios fronteiriços vive em condições
precárias, irregulares e afastadas da infraestrutura mínima da vida urbana.
A ação do NEIFRO fundamentou-se na articulação com as Instituições
públicas e sociedade local, alinhadas com ações macros desenvolvidas pelos
municípios e pelo estado de Rondônia, em consonância com as políticas do
Governo Federal, a partir das linhas temáticas de: Segurança, Inclusão Social,
Infraestrutura, Interesses Econômicos e Sustentabilidade Ambiental.
Adotou-se a metodologia inicial de reuniões com todos os setores afins e a
distribuição de atividades correlatas à função de cada um dos envolvidos,
estipulando-se prazos para apresentação dos trabalhos. O levantamento teve como
objetivo identificar os projetos, programas e/ou ações desenvolvidas in loco pelos
municípios, estado e governo federal, voltados para o desenvolvimento regional em
parcerias de forma abrangente e detalhada e ao mesmo tempo compartilhada por
toda a sociedade local.
O PDIF é o resultado de uma ação conjunta dos integrantes do NEIFRO, que
revisou o levantamento e a sistematizaçãodos projetos e programas em execução
ou propostos para os municípios da Faixa de Fronteira. Foram selecionados àqueles
que puderam ser inseridos na política de desenvolvimento macro da região,
alinhados com as três esferas de governos, voltados para os anseios da população
local e com a possibilidade de integração com as ações transfronteiriças.
5
O desafio da inclusão social e territorial da Faixa de Fronteira é o ponto de
partida da implantação dos programas de políticas públicas setoriais de
desenvolvimento e principalmente na priorização da prática da gestão democrática,
por meio da participação da sociedade, na tentativa de melhorar as condições de
vida dos habitantes.
Sabemos que o sucesso só será alcançado quando a democracia for, de fato,
posta em prática. Para isso, o poder público precisa se unir à experiência acumulada
da sociedade organizada e, potencializar a sua participação na elaboração de
propostas para o desenvolvimento sustentável de uma comunidade regional e local.
GEORGE ALESSANDRO GONÇALVES BRAGA Coordenador do NEIFRO
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ÍNDICE
ÍNDICE .................................................................................................................... 6
I. FUNDAMENTAÇÃO DO PLANO ................................................................... 11
1. Introdução ..................................................................................................... 11
2. Metodologia de Revisão do PDIF ................................................................ 13
3. Marco Legal do PDIF .................................................................................... 14
4. Faixa de Fronteira ......................................................................................... 15
4.1 Conceitos........................................................................................................ 16
4.2 Paradigmas .................................................................................................... 16
4.3 Termos Referentes a Fronteira ................................................................. 17
4.4 Fronteira Brasil - Bolívia ............................................................................. 20
4.4.1 Coca Hábito da População Boliviana ..................................................... 22
4.4.2 Histórico da Formação da Fronteira Brasil-Bolívia ............................. 23
4.4.3 Povoamento da Zona de Fronteira Boliviana ....................................... 25
4.4.4 Crescimento da Economia Boliviana ...................................................... 28
4.4.5 Importância do Intercâmbio Comercial Brasil – Bolívia .................... 30
4.4.5 Evolução do Intercâmbio Comercial Brasil/Bolívia (US$ milhões) .. 31
4.5 Fronteira Estado de Rondônia .................................................................. 33
4.5.1 Histórico da Fronteira de Rondônia ........................................................ 34
4.5.2 Rondônia: um Estado Estratégico ........................................................... 37
4.5.3 Potencialidades do Estado ........................................................................ 39
4.5.4 Deficiência do Estado ................................................................................. 41
5 Diagnóstico Revisão da Realidade Fronteiriça .......................................... 43
5.1 Contextualização .......................................................................................... 43
5.2. Educação ........................................................................................................ 44
5.2.1 IDEB dos Municípios da Faixa de Fronteira (Ano – 2013) ................. 45
5.2.2 Educação nas Comunidades Quilombolas ........................................... 46
5.3 Saúde ............................................................................................................... 47
5.4 Infraestrutura ................................................................................................. 48
5.4.1 Acesso Rodoviário a Linha de Fronteira ............................................... 48
5.4.2 Hidrovia da Bacia do Rio Madeira ........................................................... 50
5.4.3 Porto Graneleiro ........................................................................................... 52
5.4.4 Ponte Binacional em Guajará-Mirim........................................................ 53
7
5.4.5 Infraestrutura Urbana .................................................................................. 54
5.5 Interesses Econômicos .............................................................................. 54
5.5.1 Áreas de Livre Comércio – ALCs – (MDIC) ........................................... 55
5.5.2 Free Shop ....................................................................................................... 57
5.5.3 Zona Franca Verde (MDIC) ......................................................................... 58
5.5.4 Arranjos Produtivos Locais – APL (sociobiodiversidade) ................ 58
5.5.5 Turismo ........................................................................................................... 60
5.6 Segurança na Fronteira .............................................................................. 60
5.7 Inserção e Integração Social ..................................................................... 61
5.7.1 Estudos do IICA ............................................................................................ 61
5.7.2 Política sobre Drogas .................................................................................. 63
5.8 Sustentabilidade Ambiental ...................................................................... 64
5.8.1 Declaração Trinidad - Meio Ambiente Rondônia - Beni ..................... 67
5.8.2 AÇAÍ ................................................................................................................. 68
5.8.3 Castanha ......................................................................................................... 69
5.8.4 Reciclagem de Resíduos Sólidos ............................................................ 71
II POLÍTICA FRONTEIRIÇA REGIONAL .......................................................... 72
1. Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) ............................ 72
2. Abrangência do Plano..................................................................................... 76
2.1 Cidades, Comunidades e Áreas Protegidas na Linha de Fronteira 79
2.1.1 Cidades na Linha de Fronteira: ................................................................ 79
2.1.2 Comunidades na Linha de Fronteira: ..................................................... 79
2.1.3 Áreas Protegidas na Fronteira (Brasil) ................................................... 79
3. Ações em Curso na Faixa de Fronteira ......................................................... 81
3.1 Educação ........................................................................................................ 81
3.1.1 Escola Técnica Binacional ......................................................................... 81
3.1.2 Intercâmbio de Professores ...................................................................... 82
3.2 Saúde ............................................................................................................... 82
3.2.1 SIS Fronteira/MS ........................................................................................... 82
3.2.2 Vigilância Sanitária Animal ........................................................................ 83
3.3 Infraestrutura ................................................................................................. 84
3.3.1 Ponte Sobre o rio Madeira em Abunã/RO - BR-364 ............................ 85
3.3.2 Rodovias: BR-435, RO-135, BR-429, BR-425 e BR-421 ...................... 86
3.3.3 Hidroelétrica de Santo Antônio (rio Madeira) ....................................... 86
8
3.3.4 Hidroelétrica de Jirau (rio Madeira) ......................................................... 87
3.3.5 Hidrovia do Baixo Madeira (Porto Velho-Itacoatiara) ......................... 87
3.3.6 Aeroporto de Guajará-Mirim ...................................................................... 87
3.3.7 Sistema de Esgoto ....................................................................................... 88
3.3.8 Infovia - Plano Nacional de Banda Larga ............................................... 88
3.4 Área Econômica ........................................................................................... 89
3.4.1 Áreas de Livre Comércio – ALCs – (MDIC) ........................................... 90
3.4.2 Free Shop ....................................................................................................... 90
3.4.3 Turismo ........................................................................................................... 90
3.5 Segurança ...................................................................................................... 91
3.5.1 Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras .............. 91
3.5.2 Programa Calha Norte ................................................................................. 93
3.6 Sócio-Político ................................................................................................ 93
3.6.1 Consórcio Bi-Nacional – CBDIS ............................................................... 93
3.6.2 Mesa da Irmandade (Acordo Internacional) ............................................. 94
III ESTRATÉGIA PROPOSTA ............................................................................ 95
1. Modelo de Desenvolvimento Para Faixa de Fronteira.................................. 96
2. Política de Desenvolvimento Regional Fronteiriça ...................................... 97
2.1 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Rondônia ... 98
2.2 Articulação Prioritária das Mesorregiões, PDFF, PDRA .................... 99
2.3 Melhorias Socioeconômicas das Sub-regiões Faixa de Fronteira . 99
2.4 Interação PDIF com as Ações Prioritárias do PIDISE ...................... 100
3. Organização dos Programas e Projetos em Eixos Estratégicos .............. 101
3.1 Definição dos Programas Estruturantes ............................................. 101
3.1.1 Eixo Educação ............................................................................................ 101
3.1.2 Eixo Saúde ................................................................................................... 101
3.1.3 Eixo Infraestrutura .......................................................................................... 102
3.1.3.1 Infraestrutura logística .............................................................................. 102
3.1.3.2 Infraestrutura Urbana ................................................................................. 102
3.1.4 Eixo Econômico .............................................................................................. 102
3.1.4.1 APL .................................................................................................................. 102
3.1.4.2 Turismo .......................................................................................................... 102
3.1.4.3 Polo Industrial Sociobiodiversidade ...................................................... 103
3.1.5 Eixo Segurança ............................................................................................... 103
9
3.1.6 Eixo Ambiental ................................................................................................ 104
3.1.7 Eixo Sócio-Político ......................................................................................... 104
3.2 Identificação e Estruturação dos Projetos Integradores ................. 105
3.2.1 Eixo Educação ............................................................................................ 105
3.2.1.1 Projeto Intercultural Bilíngue Escolas de Fronteira........................... 105
3.2.1.2 Projeto Escolas Técnicas de Fronteira ................................................. 106
3.2.1.3 Projeto Intercâmbio de Professores ...................................................... 106
3.2.1.4 Projeto Integração Histórica – UNIR/RO ............................................... 106
3.2.2 Eixo Saúde ........................................................................................................ 107
3.2.2.1. Projeto Sistema Integrado de Saúde na Fronteira – SIS ................. 107
3.2.3 Eixo Infraestrutura ..................................................................................... 107
3.2.3.1 Infraestrutura Urbana ................................................................................. 108
3.2.3.2 Infovia – Aduanas Integradas/Banda Larga ......................................... 108
3.2.3.3 Hidrovia da Bacia do Madeira .................................................................. 108
3.2.3.4 Construção dos Portos hidroviários ...................................................... 110
3.2.3.5 Construção da Ponte Binacional em Guajará-Mirim ......................... 111
3.2.3.6 Logística do Transporte de Cargas ........................................................ 111
3.2.4 Eixo Econômico .............................................................................................. 112
3.2.4.1 Zona de Processamento de Exportação–ZPE / PORTO VELHO/RO112
3.2.4.2 Zona Franca Verde ...................................................................................... 113
3.2.5 Eixo Segurança ............................................................................................... 113
3.2.5.1 Plano Integrado de Segurança na Fronteira de Rondônia ............... 113
3.2.6 Eixo Sócio-Político ..................................................................................... 114
3.2.6.1 Acordos Internacionais Fronteiriços (Brasil/Rondônia-Bolívia) .... 114
4. Detalhamento Executivo dos Projetos ...................................................... 117
5. Estratégia de Financiamento ..................................................................... 117
IV GESTÃO DO NEIFRO .................................................................................. 118
1. Núcleo Estadual de Fronteira ....................................................................... 119
1.1 Composição do Núcleo .................................................................................... 119
1.2 Infraestrutura Logística do Núcleo de Gestão ........................................... 121
V DOCUMENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO ....................................................... 123
VI MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO PDIF ................................................... 124
1. Definição de Indicadores .............................................................................. 124
2. Impactos e Resultados ................................................................................. 124
10
2.1 Os Impactos Esperados: .................................................................................. 124
2.2 Os Resultados Esperados: .............................................................................. 124
VII BIBLIOGRAFIA DO PDIF ............................................................................ 125
VIII EQUIPE TÉCNICA ....................................................................................... 127
ANEXO - I ........................................................................................................... 129
ANEXO - II ESTRATÉGIA DE FINANCIAMENTO ............................................. 130
1. CAPTAÇÃO DE RECURSOS ......................................................................... 130
1.1 Programas Federais (SICONV) ....................................................................... 130
1.2 Emenda Parlamentar ......................................................................................... 130
1.3 BNDES................................................................................................................... 130
1.3.1 BNDES Fundo Social ................................................................................. 131
1.3.2 BNDES Fundo Tecnológico (BNDES Funtec) ..................................... 131
1.3.3 BNDES Fundo de Estruturação de Projetos (BNDES FEP) ................. 131
1.3.4 BNDES Fundo Cultural - Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro ... 131
1.4 Fundo Amazônia ................................................................................................ 132
1.4.1 Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (reembolsável) .................. 132
1.5 Fundação Banco do Brasil .............................................................................. 132
1.6 FEDAF ................................................................................................................... 133
1.7 FUNBIO - Fundo Brasileiro para a Biodiversidade ................................... 133
1.8 EMBAIXADAS ...................................................................................................... 133
ANEXO – III PLANILHAS DAS PROPOSTAS .................................................. 134
11
I. FUNDAMENTAÇÃO DO PLANO
1. Introdução
O Programa Nacional de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira – PDFF - foi
reestruturado e, desde então, passou por uma mudança de valores, estratégias e
formas de atuação. Nessa nova conformação política em que o regional funciona
como estratégia de desenvolvimento local, fortalece-se os processos de mudanças a
partir do estímulo de novos eixos dinâmicos da economia.
Nesse sentido, procurou-se promover a estruturação física e econômica
dessas áreas, buscando o desenvolvimento regional e o fortalecimento da cidadania
para potencializar a geração de trabalho e renda a partir da cooperação, da
articulação e da inovação de um conjunto de instituições de base local.
O Governo Federal criou a Câmara de Política de Integração Nacional
eDesenvolvimento Regional, coordenada pela Casa Civil da Presidência da
República, composta por 23 Ministérios e Secretarias Especiais, constituiu um Grupo
de Trabalho Interministerial - GTI, coordenado pela Secretaria de Programas
Regionais do Ministério da Integração Nacional, visando articular e promover o
desenvolvimento e sustentabilidade locais.
Os programas desenvolvidos pela Secretaria de Programas Regionais – SPR
têm como característica comum o fato de se orientarem por três grandes diretrizes
básicas:
a) delimitação de espaços sub-regionais prioritários cujas conformações
permitam a convergência das forças sociais, econômicas e políticas, assim como
maior eficiência e eficácia na aplicação integrada dos recursos públicos disponíveis;
b) organização social em bases sub-regionais, envolvendo estados,
municípios e a sociedade civil, visto que somente a mobilização e o compromisso
local em torno de uma estratégia de desenvolvimento podem garantir o
desenvolvimento endógeno de longo prazo em bases sustentáveis;
12
c) dinamização e estruturação econômica das sub-regiões com o
monitoramento e a gestão de atores locais, podendo transformar os círculos viciosos
de atraso e subdesenvolvimento em círculos virtuosos de dinamização, crescimento
e inclusão regional e social.
Dessa articulação pública com foco no territórioéque emerge um novo padrão
de intervenção caracterizado pela parceria, pela busca de eficiência e de resultados
no uso dos recursos públicos e pelo desenvolvimento regional inserido nas
sociedades locais e integrado com os países vizinhos.
Além da articulação das políticas públicas das três esferas de poder com
vistas à potencialização de resultados, o PDFF atua ainda na sensibilização dos
parlamentares do Congresso Nacional, para canalizar recursos oriundos de
emendas ao Orçamento Geral da União como reforço financeiro à elaboração e
implementação de ações de desenvolvimento regional na Faixa de Fronteira.
O Brasil faz fronteira com dez países da América do Sul entre os doze
existentes, o que reforça o caráter estratégico desta região para a competitividade
do país e para a integração do continente. O desenvolvimento da Faixa de Fronteira
caracteriza-se geograficamente por 15.719km de extensão e 150 km de largura da
fronteira brasileira (Lei 6.634/79, regulamentada pelo Decreto 85.064, de 26 de
agosto de 1980), que abrange 11 unidades da Federação e 588 municípios,
correspondentes a aproximadamente 27% do território nacional e reúne cerca de 14
milhões de habitantes.
A Faixa de Fronteira não tem sido acompanhada de uma política pública
sistemática que atenda às suas características. Dada baixa densidade demográfica,
provocada em grande parte pela vocação “atlântica” do país, associada às grandes
distâncias e as dificuldades de comunicação com os principais centros decisórios, a
Faixa de Fronteira experimentou um relativo isolamento que a colocou à margem
das políticas de desenvolvimento do país. Como conseqüência, este processo tem
contribuído para formação de um cenário particular marcado, sobretudo, pelo
desenvolvimento de uma identidade própria muito influenciada pelas comunidades
vizinhas na fronteira.
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2. Metodologia de Revisão do PDIF
Na revisão do PDIF adotou-se a estratégica participativa com a visão
diferenciada de todos os segmentos sociais e Institucionais, de forma que todos
pudessem dar a sua contribuição na construção de diretrizes e propostas para a
Faixa de Fronteira.
O Núcleo Estadual iniciou suas atividades com reuniões entre as secretarias
de estado, em conjunto com as entidades representativas da sociedade civil
organizada e Instituições de Ensino Superior, inclusive a Universidade Federal de
Rondônia – UNIR. Ficou definido em reunião que seriam realizadas visitas de
sensibilização e solicitação de planos ou projetos afins com o desenvolvimento da
Faixa de Fronteira junto às Instituições do Governo Federal, Estadual e dos
Municípios, bem como, Associações de Municípios, entidades Empresariais e
Ensino Superior do Estado.
Realizou-se tambémoXVEncontro do NEIFRO na Faixa de
FronteiraemGuajará-Mirim,por ser Cidade Gêmea, objetivando o levantamento de
propostas e ações sugeridas pela sociedade civil organizada e entidades públicas,
abrangendo os 27 municípios da Faixa de Fronteira do estado de Rondônia. Na
oportunidade foi apresentada uma avaliação das ações previstas no PDIF pelas
instituições responsáveis pela execução, conforme os eixos temáticos definidos pelo
NEIFRO: Eixo de Saúde, Educação, Desenvolvimento Econômico (agricultura,
indústria, turismo, comércio e serviços), Desenvolvimento Ambiental (assistência
social, cultura, trabalho, meio ambiente e circulação de pessoas) e Infraestrutura e
logística.
Após a coleta de propostas oriundas dosencontrose dos projetos obtidos junto
às Instituições de ensino Superior, prefeituras e secretarias de estado, bem como
das ações previstas no Plano Plurianual - PPA de Rondônia
foramrealizadasváriasoficinas depuradoras, onde os técnicos do NEIFRO analisaram
toda a documentação e consolidaram as propostas em ações e projetos do PDIF.
Os projetos selecionadosforam descritos e sistematizados de forma objetiva
em planilha padrão, com programas e projetos estruturantes em eixos estratégicos,
que alicerçaram o Plano Estadual de Desenvolvimento Integrado de Fronteira de
Rondônia.
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3. Marco Legal do PDIF
O Plano de Desenvolvimento Integrado de Fronteira do Estado de Rondônia
teve com Marco Legal a criação do Núcleo Estadual Para o Desenvolvimento e
Integração da Faixa de Fronteira – NEIFRO, criado pelo Decreto Estadual n° 16.612
de 29 de março de 2012, visando à interação com a Comissão Permanente para o
Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira - CDIF, criada por meio do
Decreto de 08 de setembro de 2010 do Governo Federal, que prevê entre suas
competências, a interação com os núcleos estaduais, constituídos a partir dos
estados com Faixa de Fronteira, para debater questões de desenvolvimento e
integração fronteiriços.
O Núcleo Estadual está vinculado à Secretaria de Estado de Planejamento,
Orçamento e Gestão - SEPOG com o objetivo de mobilizar atores atuantes na Faixa
de Fronteira no Estado de Rondônia, visando sistematizar as demandas locais,
analisar propostas de ações e formular e revisar o Plano de Desenvolvimento e
Integração Fronteiriço - PDIF-RO, em observância a organização e ao alinhamento
articuladosdas ações macros desenvolvidas pelos municípios e o estado, em
consonância com as Políticas do Governo Federal, a partir das linhas temáticas de
Segurança, Inclusão Social, Infraestrutura, Interesses Econômicos e
Sustentabilidade Ambiental.
Dessa forma, pretende-se tornar transparente essa política que se configura
como uma ferramenta para o fortalecimento do desenvolvimento regional, como
estratégia de governo na promoção da equidade entre pessoas e entre regiões, com
acesso às oportunidades, viabilizando assim não apenas a inclusão social, mas
também a inclusão produtiva.
O Núcleo vem promovendo reuniões de mobilização e sensibilização, bem
como debates e discussões junto às secretarias de estado, entidades civis
organizadas e os municípios localizados na Faixa de Fronteira do estado, tendo
como base as oportunidades de intervenção consideradas prioritárias, para
sistematizar as demandas e analisar as propostas de ações que subsidiarão a
elaboração do PDIF.
15
4. Faixa de Fronteira
A Faixa de Fronteira resulta de um processo histórico que teve como base a
preocupação do estado com a garantia da soberania territorial desde os tempos da
Colônia. A principal legislação em vigor sobre a Faixa de Fronteira foi promulgada
em 1979, mas o espaço territorial de segurança paralelo à linha de fronteira existe
desde o Segundo Império. Sob o governo de Dom Pedro II a largura estabelecida foi
de dez léguas ou 66 quilômetros. Desde então, a extensão da Faixa de Fronteira foi
sendo alterada, primeiramente para 100 quilômetros e nos anos trinta para 150
quilômetros, permanecendo até hoje.
A faixa limite com o que hoje é a Bolívia já foi objeto de acirrada disputa entre
portugueses e espanhóis. No século XVII Jesuítas espanhóis criaram missões
indígenas do lado que viria a ser Rondônia. No século XVIII foi fixada a fronteira a
partir do Tratado de Santo Ildefonso e, no século XIX, com a expansão da seringa a
região foi novamente conquistada.
Porém, a maioria dos habitantes da região era de peruanos e bolivianos ainda
em pleno século XX. De acordo com Souza (2003:26-30), devido a esses
desequilíbrios,as elites dirigentes do país, desde os primórdios da República,
tiveram uma preocupação permanente com a fronteira e elaboraram várias
estratégias visando garantir a soberania na Amazônia. Primeiro foi o projeto das
Linhas Telegráficas com o Marechal Rondon que visava integrar a região pelos fios
e pelo primeiro esboço da BR-364 ou o famoso “Picadão do Rondon” e este criou
Colônias Indígenas no Vale do Guaporé como o Posto Indígena de Ricardo Franco.
Outro alento para o desenvolvimento da fronteira foi a construção da Madeira
Mamoré Railway andCompany transformando o entreposto de mercadorias de
Espiridião Marques no ponto final da ferrovia, rebatizando o local de Guajará Mirim.
Entretanto, permanecia a necessidade de se estabelecer um programa de
fixação de núcleos populacionais naqueles pontos estratégicos, como a melhor
solução para os problemas de Segurança Nacional e que, de antemão, sabiam que
a fixação de Postos Indígenas e Colônias Agrícolas (Iata, Poço Doce e Candeias) ou
a simples ocupação militar não seria suficiente para resolver. Segundo Lima (1973),
em seu texto sobre as políticas de segurança para a região:
16
Surgiu assim, sob a inspiração do Exército, a idéia de serem transformadas as Unidades de Fronteira, em Colónias Militares, que se constituíssem um exemplo a ser seguido para ocupação, com base económica, de outros trechos da Faixa de Fronteira. As providências necessárias ao cumprimento dessa diretriz foram estabelecidas a 26 de fevereiro de 1959, pelo Decreto n.° 45.479, que aprovou o Regulamento das Colónias Militares de Fronteira.
4.1 Conceitos
O conceito ainda utilizado de Fronteira foi criado no contexto da 2ª Guerra
Mundial e consolidado por Vargas em Decreto-Lei (Federal) n.º 1164 de 18 de março
de 1939. S. Paulo, LEX, 1.964. (pg. 104), fronteira elemento de separação.
A faixa de terras com largura de 150 km reservada exclusivamente para
colonização (ex: Colônia Agrícola do Iata - 1945), controlada pelo Conselho de
Segurança Nacional (SOUZA, 2003: 55).
A Constituição de 1988 avalizou essa disposição que manteve o ideal focado
na defesa territorial. A Lei nº 6.634, de 1979, ainda persiste como a referência
jurídica sobre a Faixa de Fronteira, que corresponde à aproximadamente 27% do
território Nacional com 15.719 km de extensão.
4.2 Paradigmas
a) Mudança de Paradigma (2004)
A fronteira deixa de ser elemento de separação e transforma-se em faixa de
contato, lugar de cooperação, da integração cultural, comercial e em especial da
construção de um mercado comum Sul Americano estratégico na economia
globalizada.
Os novos paradigmas e a questão constitucional resultaram no aumento da
vigilância e busca de uma legislação isonômica, para os países vizinhos em todas as
questões sejam ambientais ou minerais.
A Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional - CREDEN criou um
Grupo de Trabalho - GT para estudar a Faixa de Fronteira com vistas a modernizar a
legislação atual sobre o tema. (Seminário: p. 51)
b) A Questão Indígena
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O desafio é superar a ambiguidade da lei em relação às nações indígenas e
suas terras, Exemplo: usufruto e domínio da União ou nação autônoma e
independente.
c) Globalização
Pela primeira vez na história o poder econômico prepondera sobre o poder
político. O sistema produtivo se estabelece onde há vantagens competitivas para os
produtos gerados, independente das fronteiras. O mercado e não o governo
determina as relações internacionais (Seminário, p. 45).
A ideia de defesa está ultrapassada e deve estar acompanhada da
perspectiva do desenvolvimento regional, ao invés de peso “morto” um espaço de
oportunidades de desenvolvimento nacional; (Seminário, p. 40-9).
O desenvolvimento na Faixa de Fronteira, por meio de investimento em ações
comprometidas com a estruturação e dinamização de empreendimentos produtivos
integrados e sustentáveis, implantação de infraestrutura complementar de saúde,
infraestrutura logística de transporte intermodal com a construção de hidrovias,
estradas inter-regionais e internacionais, megaprojetos hidroelétricos binacionais
para geração de energia e modernização da região.
Em suma, mesmo existindo políticas voltadas para a região amazônica, a
integração fronteiriça que se propõe é a cooperação comercial e complementação
econômica, que se completa com uma rede de transportes, como caminho
hidroviário intermodal e a conexão rodoviária interoceânica Atlântico-Pacífico na
região amazônica.
4.3 Termos Referentes a Fronteira
Frentes: O termo é usualmente empregado para caracterizar frentes de
povoamento. No caso das interações fronteiriças, a “frente” também designa a frente
indígena ou a frente militar. Ex: Costa Marques militar e Guajará-Mirim cultural
outros tipos de dinâmicas espaciais, como a frente cultural (afinidades seletivas),
18
Cartaz - Foto: Rodrigo Erse – Festival da Fronteira Guajará-Mirim/RO
Capilar: As interações do tipo capilar podem ocorrer somente no nível local,
como no caso das feiras, exemplo concreto de interação e integração fronteiriça
espontânea. Pode ocorrer por meio de trocas difusas entre vizinhos com limitadas
redes de comunicação, ou resultam de zonas de integração espontânea, nas quais o
Estado intervém pouco, principalmente não patrocinando a construção de
infraestrutura de articulação transfronteiriça.
19
Fotos: Rodrigo Erse – RioGuaporéComércioem Costa Marques- RO.
Sinapse: O modelo sinapse refere-se à presença de alto grau de troca entre
as populações fronteiriças; é apoiado pelos estados contíguos. As cidades-gêmeas
mais dinâmicas podem ser caracterizadas de acordo com esse modelo. Ex: Guajará-
Mirim
Cidade-Gêmea O meio geográfico que melhor caracteriza a zona de fronteira
é aquele formado pelas cidades-gêmeas. Esses adensamentos populacionais
cortados pela linha de fronteira apresentam grande potencial de integração
econômica e cultural. Ex: Guajará-Mirim.
Fotos: Rodrigo Erse – Vista aera da cidade de Guajará-Mirim – RO
20
ILUSTRAÇÃO CIDADES DA FAIXA DA FRONTEIRA
Fonte: MI-PDFF
4.4 Fronteira Brasil - Bolívia
O Estado de Rondônia faz fronteira com a Bolívia, nome oficial Estado
Plurinacional da Bolívia, é um país encravado no centro-oeste da América do Sul.
Faz fronteira com o Brasil ao norte e leste, Paraguai e Argentina ao sul, e Chile e
Peru ao oeste.
21
Antes da colonização européia, a região andina boliviana fazia parte do
Império Inca, o maior império da era pré-colombiana. O império Espanhol invadiu e
conquistou essa região no século XVI. Após declarar independência em 1809,
dezesseis anos de guerras se seguiram antes do estabelecimento da república,
instituída por Simon Bolívar, em 6 de agosto de 1825.
A população boliviana, estimada em 11.510.600 de habitantes, é multiétnica,
possuindo ameríndios 50%, mestiços 30%, europeus, asiáticos,africanos e outros
20%. A principal língua falada é o espanhol, embora o aimará e o quíchua também
sejam comuns.
http://www.projeto-bolivia.blogspot.com.br/
A Bolívia é uma repúblicademocrática, dividida em nove departamentos. Sua
geografia varia de picos andinos no oeste a planícies no leste, situadas na bacia
Amazônica. É um país em desenvolvimento, com um Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) médio e uma pobreza que atinge cerca de sessenta por cento da
população.
22
Principais Indicadores Socioeconômicos da Bolívia
Dados Gerais sobre a Bolívia
Nome Oficial Estado Plurinacional da Bolívia
Área 1.098.581 km²
População* 11.510.600hab.
PIB (estimativa ano 2015) * US$ 33,5 bilhões
PIB “per capita” US$ 2.915
Fonte: MRE, 2015 (estimativa) *.
Mapa político da Bolívia
Fonte:Wikipédia, the free encyclopedia.
4.4.1 Coca Hábito da População Boliviana
A coca é um vegetal arbustivo, planta nativa da Bolívia e do Peru. O princípio
ativo analgésico contido na coca foi descoberto pelos Incas, desde a época desse
23
povo aos dias atuais a folha dessa planta é tradicionalmente mastigada nas áreas de
relevo mais elevado, principalmente nas mediações dos Andes. A planta era
considerada sagrada pelos povos que habitavam a região, em tempos passados
devido seu potencial nutritivo e analgésico.
Com a descoberta da transformação da planta em droga, a cocaína, seu
cultivo expandiu por ser rentável, hoje cerca de 90% do cultivo da coca é
direcionado à produção de cocaína.
A Bolívia, apesar de ter legalizado o plantio da coca para atender ao milenar
uso pelos nativos em até 12 mil hectares na região do Yungas, de La Paz, é
apontado que no Chapare (Cochabamba) o plantio é ilegal.
4.4.2 Histórico da Formação da Fronteira Brasil-Bolívia
Em 1958 o limite entre o Brasil e a Bolívia foi demarcado com a definição
cartográfica de seus pontos. O trecho demarcado neste ano corresponde ao
segmento central do limite entre os dois países, pois só neste ano se conheceram as
verdadeiras nascentes do Rio Verde, que em 1867 foi definido como ponto ideal
para a definição do limite (Fifer, 1966).
O processo de demarcação dos limites entre o Brasil e a Bolívia foi marcado
por intensos conflitos. Até 1867, os limites corresponderam àqueles herdados dos
impérios de Portugal e da Espanha, estabelecidos pelo tratado de Santo Ildefonso,
em 1777. Depois da independência dos dois países, a primeira mudança feita nos
antigos limites foi a definição da linha de Muños-Netto, em 1867, uma linha obliqua
demarcada no interior da floresta amazônica ainda inexplorada. Mas, foi no período
máximo da exploração da borracha que os limites foram observados com maior
atenção pelos dois países. As disputas pelo território do Acre culminaram no acordo
de Petrópolis, de 1903, onde foi revista toda a demarcação dos limites entre os dois
países no acordo também se estabelecia a responsabilidade do Brasil pela
construção da ferrovia Madeira-Mamoré (Fifer, 1966).
A condição de afastamento e isolamento da região criou um meio de intensas
trocas e contatos entre portugueses e espanhóis e, depois, entre brasileiros e
bolivianos. Estas trocas estavam ligadas por necessidades mútuas de sobrevivência
e de acessos a bens que estavam distantes da ocupação pioneira da fronteira
(Volpato, 1987).
24
No entanto, apesar das trocas e interdependências, existia uma tensão
constante entre as povoações fronteiriças. Uma das principais razões para a
estruturação dessas trocas se dava até pelas condições de infraestrutura. As
comunicações, o povoamento e as atividades econômicas orientavam-se pelo
sentido da drenagem das bacias hidrográficas da região – bacia do Paraguai, ao sul,
e bacia Amazônica, ao norte. A ausência de infraestruturas de transportes e
comunicações terrestres condicionou que as vias fluviais fossem os caminhos
preferenciais de contato e de trocas das regiões de fronteira com outras regiões
(Fifer, op. cit.; Souchaudet alii. 2007). Até meados do século XX, uma cidade como
Cobija, em Pando, era praticamente uma extensão econômica do território do Acre
(Fifer, ocit.: 368); e Corumbá, no Mato Grosso do Sul, mantinha contatos mais
intensos com a Bacia do Prata do que com outras regiões vizinhas (Souchaud, et
all., 2007: 6).
ANO ACORDOS E PROJETOS ENTRE O BRASIL E A BOLÍVIA
1825 Mato Grosso incorpora a província de Chiquitos. D. Pedro I declara o ato nulo.
1867 Tratado de La Paz de Ayacucho estabelece linha Madeira-Javari como fronteira Comum.
1872 Chile e Bolívia rompem relações diplomáticas. Brasil representa Bolívia em Santiago.
1879 Início da Guerra do Pacífico. O Brasil permanece neutro.
1887 Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, que, todavia não é aprovado.
1899 Ex-diplomata espanhol Luís GalvezR. Arias proclama a independência do Acre.
1902 Revolução Acreana de Plácido de Castro (60 mil brasileiros opõem-se ao Governo boliviano e arrendamento ao norte-americano BolivianSyndicate).
1903 Modus vivendi sobre o Acre é assinado com a Bolívia para cessação das hostilidades.
1903 Tratado de Petrópolis. Acre é incorporado ao Brasil, que paga indenização de 2 milhões de libras à Bolívia e se comprometeu a construir a ferrovia Madeira-Mamoré.
1958 Acordos do Roboré (exploração de petróleo, obras ferroviárias e cooperação econômica).
1969 Tratado da Bacia do Prata (Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai).
1973 Acordo para construir gasoduto entre Santa Cruz de 117ª Sierra e a refinaria de Paulínia – SP.
25
1992 Acordo de Compra de Gás Natural Boliviano. Construção de gasoduto de 3 mil km.
1997 Acordo por troca de notas, para a criação dos comitês de fronteira boliviano-brasileiro.
2003 Acordo para Restituição de Veículos Automotores Roubados ou Furtados.
2004 Ingresso e Trânsito de seus Nacionais em seus territórios.
2005 Acordo sobre Regularização Migratória.
2006 Bolívia regulamenta nacionalização do setor de hidrocarbonetos.
2007 Acordo Brasil e Bolívia para a construção da ponte sobre o rio Mamoré, entre as cidades de Guajará-Mirim e Guayaramerin
2009 Inauguração de dois trechos do futuro Corredor Interoceânico Brasil-Bolívia-Chile. Aprofundam as discussões sobre infra-estrutura regional, narcotráfico e comércio bilateral.
2011 Criação dos comitês de fronteira boliviano-brasileiro. Fonte: Ministério das Relações Exteriores. http://www.itamaraty.gov.br/.
4.4.3 Povoamento da Zona de Fronteira Boliviana
A zona de fronteira, especialmente do lado boliviano, ainda é esparsamente
povoada. No território boliviano a população se encontra fortemente concentrada na
região andina, que corresponde a um terço do território nacional. As primeiras
tentativas de ocupação do oriente boliviano, o que corresponde aos departamentos
de Pando, Beni e Santa Cruz, foram através da economia extrativista da borracha e
da exploração da castanha, mas essas tentativas não possibilitaram a fixação de
povoações na selva boliviana.
A onda de povoamento e exploração das terras bolivianas ganhou força no
final da década de 1970 e se expande até hoje, agora focando nas exportações de
oleaginosas. O grande marco deste processo foi o “Projeto das Terras Baixas do
Leste: administração de recursos naturais e produção agrícola” de 1989, financiado
pelo Banco Mundial que orientou a produção agrícola da região para a exportação
de trigo e soja (Soruco, 2008). Este projeto foi um marco importante na ocupação
das terras do oriente, pois possibilitou a abertura de novas frentes agrícolas que
ainda hoje estão se expandindo e com intensa participação de capitais brasileiros.
Já na Faixa de Fronteira brasileira o processo de ocupação foi anterior ao ocorrido
na Bolívia.
Os estados de Rondônia e Mato Grosso foram objeto de diversos projetos de
povoamento dirigido, na maior parte, organizados pelo Estado, mas também por
26
organizações privadas, que tinham como objetivos o fortalecimento do povoamento
nas regiões de fronteira pouco povoadas e a produção de alimentos para os grandes
centros urbanos do país (Santos, 1998). Durante toda a década de 1970 e 1980
estes projetos atraíram grandes fluxos populacionais, do Nordeste, do Sul e
Sudeste, que foram responsáveis pelo avanço da frente de povoamento desde Mato
Grosso até o norte de Rondônia.
Na Bolívia as regiões que se destacaram foram àquelas situadas no entorno
de Santa Cruz de La Sierra e na região amazônica boliviana. Apesar do crescimento
mais forte não ser na região de fronteira esta variável apresenta uma gradação que
vai do mais forte na região de Santa Cruz de La Sierraà um crescimento menor,
porém ainda forte, na região de fronteira.
Fonte: Adaptado Grupo RetisIgeo.UFRJ/ Dados IBGE.INE
A taxa de crescimento populacional boliviana acompanha a dinâmica territorial
recente de ocupação do oriente. O processo de ocupação do oriente iniciado com a
reforma agrária de 1952 focou na região denominada de “Zona Integrada” ou “Zona
do Norte Integrado”, que foi a primeira a receber os investimentos em infraestrutura
27
rodoviária e ferroviária, a passar por uma repartição de terras e também foi a
primeira a implementar o cultivo extensivo, inicialmente de algodão e arroz. Na
década de 1970, com os incentivos à produção de soja a frente se expandiu
ocupando a região conhecida como “Zona de Expansão” a leste do Rio Grande e
com grandes extensões de terras baratas e planas (Urioste, 2009). No caso de uma
valorização do produto, a tendência de expansão do cultivo de soja na Bolívia é se
expandir para a região de fronteira com o Brasil, especialmente na província de
GermánBusch, junto ao limite internacional onde se localiza a principal indústria de
processamento de oleaginosas do país, a Gravetal S.A. (Heredia/El Deber,
29/03/2009).
Região da Fronteira Boliviana Ocupado Por Imigrante Brasileiro
Fonte: Adaptado Grupo Retis.Igeo.UFRJ- Urioste 2009
28
Migrantes Bolivianos no Brasil Por Microrregião
Grande parte da expansão a partir da década de 1980 se deve a capitais
brasileiros investidos em terras baratas do departamento de Santa Cruz. A inserção
destes produtores na política local e as redes com as suas regiões de origem ainda
não são bem conhecidas, mas sabe-se da grande importância que estes agricultores
tem no agronegócio boliviano em especial a soja, como pode ser visto no gráfico 1.
4.4.4 Crescimento da Economia Boliviana
Durante a década de 1990, ocorreu a introdução da cultura mecanizada da
soja nas cercanias de Santa Cruz de La Sierra, com intensa participação de
empresários brasileiros, responsáveis por 40% da produção de soja. A safra de
29
2012já supera 2,2 milhão ton/ano,que é escoada principalmente por terminais
fluviais em Puerto Suarez, no rio Paraguai.
A ampliação da exploração petrolífera nas planícies ao sul da Bolívia
transformou o gás natural no seu maior produto de exportação, atendendo aos
mercados da Argentina eao grande mercado do Brasil, que assim assume posição
destacada no comércio exterior boliviano.
Dentre suas principais atividades econômicas, existe a agricultura, silvicultura,
pesca, mineração, e bens de produção como tecidos, vestimentas, metais refinados
e petróleo refinado. A Bolívia é muito rica em minerais, especialmente em estanho. A
economia está em lento crescimento, principalmente com a ampliação do
intercâmbio com o Brasil. Entretanto, atualmente, a Bolívia ainda é a menor
economia sul-americana, com PIB de U$D 33,5 bilhões e renda per capita de
apenas U$D 2,915 anuais (estimativa MRE/DPR/DIC).
Principais Indicadores Socioeconômicos da Bolívia Indicador 2013 2014 2015(1) 2016(1) 2017(1)
Crescimento real do PIB (%) 6,80% 5,46% 4,10% 3,50% 3,50%
PIB nominal (US$ bilhões) 30,88 33,24 33,54 35,23 38,20
PIB nominal "per capita" (US$) 2.787 2.943 2.915 3.005 3.198
PIB PPP (US$ bilhões) 65,56 70,28 73,88 77,37 81,48
PIB PPP "per capita" (US$) 5.917 6.224 6.421 6.599 6.820
População (milhões de habitantes) 11,08 11,29 11,51 11,73 11,95
Desemprego (%) 4,00% 4,00% 4,00% 4,00% 4,00%
Inflação (%) (2) 6,48% 5,20% 4,15% 5,01% 5,01%
Saldo em transações correntes (% do PIB) 3,41% 0,03% -4,52% -4,99% -4,63%
Dívida externa (US$ bilhões) 7,90 8,23 8,94 11,73 13,42
Câmbio (Bs / US$) (2) 6,91 6,91 6,91 6,94 7,13
Origem do PIB (2014 Estimativa)
Agricultura 13,2%
Indústria 38,7%
Serviços 48,0%
Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base nos dados do IMF - World Economic Outlook Database, October 2015 e da EIU, EconomistIntelligenceUnit, Country ReportDecember 2015. (1)Estimativas FMI e EIU. (2) Média de fim de período.
30
4.4.5 Importância do Intercâmbio Comercial Brasil – Bolívia
As relações com a Bolívia são prioritárias para o Brasil, abrangendo
iniciativas em áreas como cooperação energética, cooperação fronteiriça e
combate a ilícitos transnacionais, bem como a articulação em foros regionais
e globais. O Brasil confere importância geoestratégica às relações com a
Bolívia, país com o qual compartilha sua maior fronteira com 3.423
quilômetros e a condição de país amazônico e platino.
Os principais eixos de integração econômica com o Brasil são a
integração produtiva na área energética e os projetos de infraestrutura de
integração física regional. Por estar geograficamente situada no centro da
América do Sul.
A política energética brasileira em 1972, com o Acordo de Cooperação
e Complementação Industrial, estabeleceu a compra pelo Brasil de gás
natural boliviano de extrema importância para os dois países. Em 1999, as
negociações culminaram na implantação do Gasoduto Bolívia-Brasil, com 3.150
quilômetros de extensão, sendo 557 em território boliviano e 2.593 quilômetros em
território brasileiro (trecho administrado pela Transportadora Brasileira Gasoduto
Bolívia-Brasil S.A - TBG). O gasoduto tem início na cidade de Santa Cruz de La
Sierra/Bolívia e fim na cidade gaúcha de Canoas/Brasil, atravessa os estados de
Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, cruza
135 municípios. O trajeto é estratégico passa por uma área responsável por 71% do
consumo energético brasileiro, 82% da produção industrial do país e 75% do PIB.
Em 2006 o presidente Evo Morales declarou o Decreto Supremo, com novas
regras para os hidrocarbonetos extraídos no país. O decreto transferiu a propriedade
das reservas para a Bolívia e aumentou os impostos sobre a produção de 50% para
82%, entre outros tópicos.
O Brasil é, historicamente, o principal parceiro comercial da Bolívia,
devido à venda do gás natural, e segundo a origem das importações do país.
A Bolívia é o único país da América do Sul que apresenta, de forma
consistente (desde 2003), superávits comerciais com o Brasil, em função das
31
volumosas exportações de gás (98% do total exportado). As exportações
brasileiras para a Bolívia são compostas basicamente de manufaturados
(96,4% em 2015), com destaque para barras de ferro, betume de petróleo,
condutores para uso elétrico, tratores, locomotivas, móveis de madeira, arroz,
calçados e fungicidas.
Em 2015, as exportações brasileiras para a Bolívia diminuíram 8% (de
USD 1,6 bilhão para USD 1,5 bilhão), enquanto as importações reduziram-se
em 34,3% (de USD 3,8 bilhões para USD 2,5 bilhões) em relação a 2014. O
déficit brasileiro em 2015 foi de pouco mais de USD 1 bilhão, decréscimo de
51,5% em comparação ao ano anterior. A redução do superávit boliviano em
2015 está associada à queda dos preços de venda de gás natural ao Brasil,
indexados ao barril de petróleo WTI.
Evolução do Intercâmbio Comercial Brasil/Bolívia (US$ milhões)
Exportações Importações Intercâmbio Comercial
Anos Valor Var.% Part. % no total
do Brasil Valor Var.%
Part. % no total
do Brasil Valor Var.%
Part. % no total
do Brasil
Saldo
2006 702 19,9% 0,51% 1.448 46,3% 1,59% 2,150 36,5% 0,94% -747
2007 851 21,3% 0,53% 1.601 10,6% 1,33% 2.452 14,0% 0,87% -750
2008 1.136 33,5% 0,57% 2.858 78,5% 1,65% 3.993 62,9% 1,20% -
1.722
2009 919 -19,1% 0,60% 1.650 -42,3% 1,29% 2.569 -35,7% 0,92% -731
2010 1.163 26,5% 0,58% 2.233 35,4% 1,23% 3.396 32,2% 0,89% -
1.070
2011 1.511 30,0% 0,59% 2.863 28,2% 1,27% 4.375 28,8% 0,91% -
1.352
2012 1.473 -2,5% 0,61% 3.431 19,8% 1,54% 4.904 12,1% 1,05% -
1.958
2013 1.534 4,2% 0,63% 4.035 17,6% 1,68% 5.570 13,6% 1,16% -
2.501
2014 1.612 5,1% 0,72% 3.816 -5,4% 1,67% 5.429 -2,5% 1,20% -
2.204
2015 1.482 -8,1% 0,78% 2.506 -34,3% 1,46% 3.988 -26,5% 1,10% -
1.024
Var.% 2006-2015
111,2% -- 73,1% -- 85,5% -- n.c.
Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb, Janeiro de 2016. (n.c.) Dado não calculado, por razões específicas.
Brasil e Bolívia têm desenvolvido importante política de integração
fronteiriça, a fim de tornar a fronteira um espaço de paz, cooperação e
desenvolvimento econômico e social. Em 2011, foram criados os "Comitês de
Integração Fronteiriça", com o objetivo de buscar soluções para questões
específicas das zonas de fronteira. Foram realizadas as reuniões dos Comitês
32
que operam em Corumbá/Puerto Suárez (2011), Brasileia-
Epitaciolândia/Cobija (2012), Cáceres/San Matías (2013) e Guajará-
Mirim/Guayaramerín (2013). Essa política de integração fronteiriça busca
trazer efetivas melhorias à população local.
Participação do Brasil no Comercial da Bolívia (US$ milhões)
Descrição 2010 2011 2012 2013 2014
Var. % 2010/2
014
Exportações do Brasil para a Bolívia (X1) 1.163 1.511 1.473 1.534 1.612 38,7%
Importações totais da Bolívia (M1) 5.604 7.936 8.590 9.353 10.492 87,2%
Part. % (X1 / M1) 20,75% 19,05% 17,15% 16,40% 15,37% -25,9%
Importações do Brasil originárias da Bolívia (M2) 2.233 2.863 3.431 4.035 3.816 70,9%
Exportações totais da Bolívia (X2) 6.965 9.144 11.814 12.207 12.856 84,6%
Part. % (M2 / X2) 32,06% 31,31% 29,04% 33,06% 29,69% -7,4%
Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/AliceWeb e UN/UNCTAD/ITC/TradeMap. As discrepâncias observadas nas estatísticas das exportações brasileiras e das importações da Bolívia e vice-versa explicam-se pelo uso de fontes distintas e também por diferentes metodologias de cálculo.
Composição das Exportações Brasileira para a Bolívia (US$ milhões)
Grupo de Produtos
2013 2014 2015
Valor Part.%
no Total Valor
Part.% no Total
Valor Part.%
no Total
Máquinas mecânicas 229,1 14,9% 238,9 14,8% 230,5 15,6%
Ferro e aço 177,1 11,5% 196,9 12,2% 148,6 10,0%
Plásticos 108,1 7,0% 113,1 7,0% 109,5 7,4%
Automóveis 119,1 7,8% 133,4 8,3% 107,6 7,3%
Máquinas elétricas 100,5 6,5% 128,1 7,9% 102,2 6,9%
Obras de ferro ou aço 68,6 4,5% 71,5 4,4% 61,1 4,1%
Combustíveis 93,8 6,1% 71,9 4,5% 60,8 4,1%
Papel 44,6 2,9% 52,3 3,2% 52,3 3,5%
Calçados 46,0 3,0% 47,4 2,9% 50,3 3,4%
Móveis 34,9 2,3% 40,6 2,5% 39,7 2,7%
Subtotal 1.022 66,6% 1.094 67,9% 963 65,0%
Outros produtos 513 33,4% 518 32,1% 519 35,0%
Total 1.534 100,0% 1.612 100,0% 1.482 100,0%
Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb, Janeiro de 2016.
33
No departamento de Beni, as principais atividades econômicas que atraem
fluxos populacionais para o departamento são as da indústria madeireira e a
pecuária. O departamento possui o maior rebanho do país, estimado em mais de 3
milhões de cabeças (MACA, 2005). Já a atividade madeireira se estrutura
principalmente no norte do departamento em áreas da floresta amazônica
estendendo a frente madeireira que existia no estado de Rondônia para além do
limite internacional (Ministério da Integração/Retis, 2005). Neste departamento as
principais concentrações populacionais não estão situadas na zona de fronteira, as
maiores cidades estão localizadas junto à rodovia que liga a capital, Trinidad, a
Santa Cruz de La Sierra.
A Cordilheira dos Andes contém abundantes recursos minerais, devido à
idade de suas rochas formadoras, que datam do Proterozóico, sendo a exploração
destes recursos dificultada pelo difícil relevo e grandes deficiências de meios de
transporte adequados para viabilizá-la, requerendo infraestrutura de baixo custo
para acesso aos mercados consumidores.
4.5 Fronteira Estado de Rondônia
O Estado de Rondônia foi criado pela Lei Complementar nº 41 de 22 de
dezembro de 1981. Atualmente está dividido em 52 municípios e ocupa uma área de
237.590,864 km². Localizado na Amazônia Ocidental é uma das onze Unidades
Federativas que fazem parte da Faixa de Fronteira nacional e, no Plano de
Desenvolvimento do Governo Federal está incluído no Arco Central de Fronteira. O
Estado tem aproximadamente 1.342 km de fronteira com a Bolívia, banhada pelos
rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Abunã. Possui uma superfície de 237.590,86 km²
e população de 1.768.204 habitantes. Produto Interno Bruto – PIB do Estado em
2013 registrou um montante de R$ 31.092 (trinta e um bilhões, noventa e dois
milhões de reais) representando 10,64% doPIB da Região Norte e 0,6 do Brasil. O
Estado tem 52 municípios dos quais 27 fazem parte da Faixa de Fronteira, com uma
população na Faixa de Fronteira aproximada de 1.063.595 habitantes.
Os Municípios da linha de fronteira têm aproximadamente 90% de suas áreas
destinadas a reservas (biológicas, extrativistas, terras indígenas) o que, pelo modelo
atual de desenvolvimento, inviabiliza qualquer forma de crescimento econômico.
34
PIB da Região Norte – Ano 2013
Fonte: IBGE, Instituições de Pesquisa e Secretarias de Planejamento Estaduais.
4.5.1 Histórico da Fronteira de Rondônia
A região que ora se encontra o Estado de Rondônia já foi ocupada por vários
povos nômades e sedentários. Era habitada por tribos incaicas e tribos do litoral
brasileiro, ambos fugindo do conquistador Europeu.
Foi se consolidando como fronteira política entre Portugal e Espanha de 1500
até o séc. XVIII – ocupação remota, incentivados principalmente pela catequese
jesuítica e a política de “conservação de fronteiras” de Sebastião José de Carvalho e
Mello, o Marquês de Pombal. Ocasião em que foi construído o Real Forte Príncipe
da Beira (1776), localizado no município de Costa Marques.
O Estado Novo, através do Aviso n° 518 (MG), de 23 de setembro de 1932,
criou três contingentes especiais de fronteira em locais estratégicos:
- Forte Príncipe da Beira com 19 efetivos.
- Guajará Mirim com 34 efetivos.
- Porto Velho com 34 efetivos.
A Política de Fronteira no Estado Novo (1943 – 1955) caracterizou-se pela
ocupação da fronteira, através de colônias agrícolas em áreas estratégicas como:
- Colônia Agrícola do Iata na embocadura do rioYata (Bolívia).
35
- Colônia Agrícola de Vila Bela na embocadura do Beni com Madre de Dios.
- Colônia Agrícola de Forte Príncipe.
Com o início da criação de Guajará Mirim e Porto Velho,através do Decreto
5812, de 13 de setembro de 1943, foi criado o Território Federal do Guaporé.Em
1956 passou a denominar-se Território Federal de Rondônia, em homenagem ao
Marechal Cândido Mariano de Rondon que implantou a Linha Telegráfica Cuiabá -
Porto Velho.
A Lei Federal Complementar 4,1 de 22 de dezembro de 1981,elevou
Rondônia de Território à Estado, que possuía naépoca 13 municípios. A partir de
então, através de Leis Estaduais, foram criados mais 39 municípios, Como citado
anteriormente, atualmente existem 52 municípios.
O desenvolvimento do Estado pautou-se inicialmente em ciclo econômicos
sendo:
Oprimeiro período, o Ciclo da Borracha natural no Século XIX, que trouxe
um grande número de imigrantes gerando transformações para região dos vales.
Com a expansão da borracha e incorporação de novas áreas de exploração levaram
os brasileiros a ocuparem parte do território da Bolívia, gerando um conflito
internacional que culminou com a incorporação do Acre ao Brasil.Como parte do
pagamento de indenização (Tratado de Petrópolis, firmado no ano de 1903), o Brasil
se comprometeu a construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré concluída em
1912, numa extensão de 366 km, ligando Guajará-Mirim a Porto Velho, permitindo o
acesso da Bolívia ao rio Madeira, abaixo do último trecho encachoeirado, e daí com
saída para o rio Amazonas e o Oceano Atlântico. Na época surgem os povoados ao
longo da EFMM, as vilas de Abunã e Murtinho.
Ainda neste período, em 1907, o Governo Federal decidiu implantar uma rede
telegráfica, sob o comando de Cândido Mariano da Silva Rondon, com início em
1907 e conclusão em 1915, entre Cuiabá e Porto Velho, como consequências
surgiram povoados ao longo da rede, hoje municípios de Vilhena, Pimenta Bueno,
Ji-Paraná, entre outros. Também deu origem à construção da BR-29, posteriormente
denominada BR-364.
O segundo ciclo também da borracha natural, ocorreu no período da II
Guerra Mundial (1939-1945), renasceu a importância dos seringais nativos da
36
Amazônia e começou o Segundo Ciclo da Borracha. Novamente o Governo Federal
estimulou a migração para a região, composta quase que exclusivamente de
nordestinos, denominados de “Soldados da Borracha”.
Ainda em 1943, o Presidente Getúlio Vargas criou os territórios federais, entre
eles o Território Federal do Guaporé, posteriormente Território Federal de Rondônia,
desmembrado de terras do Amazonas e Mato Grosso.
Noterceiro Ciclo do Extrativismo, entre 1958 e 1970, toda a economia se
desenvolveu a sombra da exploração da cassiterita, sob forma de garimpo manual.
Concomitantemente ao fluxo de garimpeiros, no final da década de 60, surgiram
também migrantes agricultores e foram criadas as colônias agrícolas em Porto
Velho.
A partir de março de 1971, através da Portaria Ministerial n.º 195/70, expedida
pelo Ministério das Minas e Energia, houve proibição sumária da garimpagem
manual, a exploração passa a ser mecanizada, encerrando o Ciclo da Cassiterita.
No Quarto Ciclo, denominado de Agrícola, datado do final de 1968, a BR-29
(atual BR-364) foi consolidada permitindo que, a partir de 1970, fosse iniciado o
Ciclo Agrícola do então Território Federal de Rondônia, passando a ter seu processo
de desenvolvimento dinamizado pela expansão da colonização agrícola implantado
pelo Governo Federal através do INCRA.
O Programa Integrado do Noroeste do Brasil (POLONOROESTE), financiado
com recursos do Governo Brasileiro e do Banco Mundial foi a principal e mais
importante fonte de recursos para financiar este processo.
O objetivo do POLONOROESTE foi o de contribuir para maior integração
nacional e promover a ocupação demográfica da região noroeste do Brasil,
abrangendo a área de influência da rodovia 364 entre Cuiabá e Porto Velho. Houve
destacada oferta de terras, distribuídas gratuitamente para quem viesse para esta
região. Como resultado, uma explosão do fluxo migratório de todas as partes do
país, chegando a média de 17% ao ano.
Migrantes de toda parte do Brasil se deslocaram, principalmente, para as
áreas rurais, o que fez crescer o desmatamento, estimulado pelo processo de
colonização com consequente substituição da floresta tropical por cultivos agrícolas
e pastagens, além de formação acelerada de aglomerados urbanos.
37
Para corrigir as distorções decorrentes do POLONOROESTE, foi criado em
1992, o Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia (PLANAFLORO), também
financiado pelo Banco Mundial com a participação de 73% e contrapartida dos
Governos Federal e Estadual com 27%. O objetivo era prover o desenvolvimento
sustentável do Estado por meio de ações voltadas ao ordenamento territorial,
especialmente para conter o desmatamento predatório das florestas, recuperar
áreas desmatadas e ecossistemas mais frágeis, recuperar áreas de capoeira,
orientar a ocupação racional, econômica e não predatória, melhorar a infraestrutura
econômica e a qualidade de vida da população. O Programa encerrou em 2002.
Mais recentemente, a partir de 2007, teve início uma nova fase de
desenvolvimento, financiada com recursos públicos e privados voltados para o setor
energético, agroindústrias, indústrias e saneamento.
4.5.2 Rondônia: um Estado Estratégico
Rondônia está no coração da América do Sul, a posição geográfica do Estado
é estratégica, possibilita a projeção de um grande polo de desenvolvimento
sustentável. As oportunidades para a realização de investimentos no Estado
apontam, entre outras condições, a sua potencialidade hídrica e recursos naturais, o
desenvolvimento agroindustrial, a disponibilidade do 3° polo de geração de energia
hidroelétrica do Brasil, somado a tudo isso, a logística de acesso ao mercado interno
e externo. Rondônia faz fronteira com a Bolívia, estrategicamente próximo dos
países Andinos e Amazônicos, com acesso aos países asiáticos através da rodovia
Interoceânica, conhecida como Rota do Pacífico, a qual em breve será um corredor
de exportação rodoviário via Oceano pacífico.
A rodovia BR-364 que liga Rondônia, Acre e Peru, será o primeiro eixo
multimodal Atlântico-Pacífico, tornando Rondônia um entreposto para prestação de
serviços de logística, o que facilitará a exportação da produção principalmente das
regiões Norte e Centro-Oeste, via Oceano Pacífico.
A Rota do Pacífico e a Hidrovia do Madeira, juntas, formaram um canal
obrigatório de passagem dos produtos Importados de países ligados ao Oceano
Pacífico, destinados ao parque industrial de Manaus e outros estados da Região
Norte. Por outro lado, no sentido inverso às exportações de nossos produtos
38
destinados à Ásia, em especialmente a china, que passou a ser um dos maiores
parceiros comerciais do Brasil.
Rota do Pacífico – Rondônia, Acre e Peru
Posição Estratégica do Estado de Rondônia
39
A expansão geoeconômica de Rondônia possibilita a abertura de novas
fronteiras de mercado, bem como, em um futuro bem próximo, começarão novas
grandes obras no estado, como: a ponte binacional Brasil/Bolívia em fase de projeto
a ser construída na cidade de Guajará-Mirim, sobre o Rio Mamoré e a usina
hidroelétrica binacional no Rio Madeira foz do Rio Ribeirão a 69 quilômetros da
cidade de Guajará-Mirim.
Rondônia tem todos os motivos para comemorações antecipadas de um
mercado intercambial promissor entre os países em desenvolvimento que vem
crescendo nos últimos anos.
4.5.3 Potencialidades do Estado
O Estado tornará um grande polo de desenvolvimento sustentável da região
norte, com receitas oriundas do sistema exportador e verbas de compensação e
royalties da geração de energias das hidroelétricas do Madeira. A implantação de
grandes projetos pelo governo federal em Rondônia demonstra a importância de
nosso estado para a integração com os países da América do Sul.
Fonte SEPOG, 2015.
Como resultado desse processo, registra-se o crescimento de 307,99% na
Receita Própria do Tesouro Estadual nos últimos cinco anos. Em 2003, a receita era
de aproximadamente R$ 1.797.894.316,00 (um bilhão setecentos e noventa e sete
milhões,oitocentos e noventa e quatro mil, trezentos e dezesseis reais)
40
passando,em2015, para R$ 7.335.040.167,00 (sete bilhões, trezentos e trinta e
cinco milhões, quarenta mil e cento e sessenta e setereais). O gráfico a baixo
apresenta a evolução da receita do Estado de Rondônia no período de 2011 a 2015,
período de maior crise nacional, mesmo assim, as receitas do Estado cresceram
mais de 28%.
4.5.3.1. Energia
O Estado de Rondônia já é referência nacional em energia limpa renovável,
atualmente é o 3º polo de geração de energia hidroelétrica do Brasil, interligada ao
sistema de transmissão do país. A capacidade de geração das usinas de Santo
Antonio e Jirau, no Rio Madeira, é de, aproximadamente, 6.900MW.
Encontra-se em andamento os estudos para construção da hidroelétrica
binacional Ribeirão no Rio Madeira na divisa do Brasil com a Bolívia, a 69
quilômetros da cidade Guajará-Mirim.
4.5.3.2. Mineração
O substrato geológico de Rondônia demonstra uma potencialidade para uma
vasta gama de recursos minerais de interesse econômico.
O estado possui jazidas de cassiterita, ouro, calcário, columbita, nióbio,
topázio, ametista, diamante, manganês, rochas ornamentais e agregados de uso
imediato na construção civil.
4.5.3.3. Agronegócio
Rondônia é um Estado jovem criado em dezembro de 1981, mas já apresenta
forte potencial no setor primário como:
a) Pecuária:5º maior exportador de carne do país; detém o 7º maior rebanho de
corte com 13,2 milhões de cabeças de gado (2015). Ocupa o 2º lugar na
Região Norte com 27,6% do rebanho, ficando atrás apenas do Estado do
Pará.
41
O Estado realiza anualmente uma feira regional voltada para setor, a
“Rondônia Rural Show” considerada a maior feira do agronegócio da Região Norte,
com participação internacional dos países vizinhos, Bolívia e Peru. Nas últimas
quatro edições, movimentou mais de 1,6 bilhões de reais em negócios ligados ao
setor agropecuário, proporcionando o desenvolvimento econômico e social do
Estado.
b) A Agricultura do estado é bem diversificada e ocupa lugar de destaque na
Região Norte:3ª posição em produção de grão; 1º lugar na produção de café
e feijão;2º lugar em soja, milho e cacau; 3º na produção de arroz e banana e,
o 4º lugar na produção de mandioca.
4.5.3.4. Pescado
A região Norte assumiu a liderança na produção de peixe entre as grandes
regiões, com 139,1 mil toneladas. Esse crescimento foi impulsionado por Rondônia,
que subiu para a primeira posiçãono ranking nacional, com a despesca
(recolhimento de peixes criados em cativeiro) de 75 mil toneladas de peixes,
segundo IBGE/2014, tendo como estratégias o uso de águas públicas e o
incremento da área de tanques escavados.
4.5.4 Deficiência do Estado
42
Rondônia configura-se como uma região pouco desenvolvida
economicamente, historicamente abandonada pelo Estado, marcada pela dificuldade
de acesso a bens e serviços públicos, pela falta de coesão social, pela
inobservância de cidadania e por problemas peculiares às regiões fronteiriças.
A complexidade das relações provenientes da integração e o
desenvolvimento da Faixa de Fronteira, nos limites territoriais do Estado de
Rondônia, impõem a urgência da participação e atuação conjunta das instituições
públicas, das instituições privadas e da sociedade civil organizada, com
concentração de esforços, para promover a construção das melhores propostas de
integração e desenvolvimento. Estes atores político-econômicos e sociais se
constituem ação necessária à gestão integrada e à otimização de recursos, ao evitar
ações em duplicidade e descontinuidade, que impossibilitem eleger prioridades
regionais.
A reversão deste cenário implicará na criação de mecanismos eficientes de
empoderamento institucional dos municípios fronteiriços. Uma primeira proposta
seria a criação de localizadores específicos no orçamento do Estado e da União,
para a Faixa de Fronteira, cuja materialização deverá ser objeto de um articulado
processo de negociação dos gestores municipais, junto aos responsáveis
pelaelaboração do orçamento - PPA nos órgãos de governo.
43
5 Diagnóstico Revisão da Realidade Fronteiriça
5.1 Contextualização
Historicamente, os governos vêm atuando nas fronteiras de forma
fragmentada e sem uma estratégia indutora de desenvolvimento, adicione-se a isto,
a falta de recursos previstos nos orçamentos governamentais, que não dão a devida
importância, diferente da região litorânea que recebe bilhões em investimentos e
tecnologia de última geração, enquanto a fronteira fica esquecida carente de
infraestrutura básica.
As Ações do Plano de Desenvolvimento e Integração da Fronteira – PDIF/RO,
não foram incorporadas ao PPA 2016 – 2019 do Estado e muito menos da União.
Comoconsequência as políticas de desenvolvimento regional socioeconômico do
Governo Federal e Estadual não sairão do papel.
A revisão do diagnóstico teve como base os documentos fornecidos pelos
órgãos e ou entidades envolvidas na Faixa de Fronteira. Foram analisadas e
descritas ações em curso na área, as previstas no PDIF/RO, com o foco em
reorganizá-las evitando a descontinuidade e/ou a sobreposição de ações, visando à
articulação concreta das iniciativas do governo federal, estadual e municipais, de
modo a aproveitar complementaridades e proporcionar desenvolvimento e
sustentabilidade das políticas implementadas ou propostas.
Com esse objetivo, foram identificados os programas e projetos existentes,
considerados relevantes na esfera federal, estadual, municipal ou privadas, que
possam integrar ou convergir em ações transfronteiriças, definidos como objeto da
revisão do PDIF a serem propostas e ou revisadas para a Faixa de Fronteira.
Foi adotada a mesma metodologia na fase de elaboração de agrupar em
eixos temáticos, os programas e os projetos recebidos pelo Núcleo Estadual de
Integração de Fronteira de Rondônia - NEIFRO. Os Eixos Temáticos considerados
nos trabalhos são: Educação, Saúde, Infraestrutura, Interesses Econômicos,
Segurança Nacional, Inserção e Integração Social e Sustentabilidade Ambiental.
44
5.2. Educação
A Educação sempre foi uma preocupação constante de modo geral, a
pressão por este serviço tem continuado ao longo do tempo e os sucessivos
governos estaduais têm tentado suprir as necessidades, principalmente pela
obrigatoriedade da aplicação de 25% dos recursos orçamentários em Educação,
sendo efetivamente esta obrigação a grande responsável pelos ganhos quantitativos
observados nas últimas décadas.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2013 mostra
que o País ultrapassou as metas previstas para os anos iniciais (1º ao 5º anos) do
ensino fundamental em 0,3 pontos. O IDEB nacional nessa etapa ficou em 5,2,
pontos, enquanto em 2011 havia sido de 5,0 pontos.
Os anos iniciais do ensino fundamental são oferecidos prioritariamente pelas
redes municipais, que respondem por 81,6% das matrículas da rede pública nessa
etapa. O total de estudantes nos primeiros anos do fundamental é de 15.764.926,
sendo 13.188.037 de escolas públicas. As metas da rede municipal de ensino foram
alcançadas por 69,7% dos municípios brasileiros.
A rede estadual, que atende apenas 18% das matrículas públicas nessa fase,
também superou suas metas. Em 75,7% dos municípios, as escolas estaduais
superaram a nota 5,0 prevista para 2013.
A meta do Brasil é chegar a nota 6,0 na 4ª série e a nota 5,5 na 8ª série em
2021. O índice leva em conta dois fatores que interferem na qualidade da educação:
O primeiro fator é o rendimento escolar (taxas de aprovação, reprovação e
abandono) e o segundo é a média de desempenho na Prova Brasil.
A escala usada pela UNESCO/ONU para a educação e cultura vai de 0 a 10.
O índice médio dos países desenvolvidos é igual 6,0. O Brasil ocupa uma posição
baixa, o 88º lugar de 127 no ranking de educação feito pela UNESCO. Com isso, o
país fica atrás da Argentina e do Chile e até mesmodoEquador e da Bolívia.
Rondônia
O IDEB 2015 nos anos iniciais da rede pública atingiu a meta e cresceu, mas
não alcançou a nota 6,0. Pode melhorar para garantir mais alunos aprendendo e
com um fluxo escolar adequado.
45
A média de anos de estudo da população de Rondônia aumentou de 4,5 anos
em 2003 para6,0 anos em 2008. Entretanto, ainda reconhecidamente distantes do
índice desejável de 11anos.
Evolução do IDEB - Rondônia
Fonte: QEdu.org.br. Dados do Ideb/Inep (2015)
5.2.1 IDEB dos Municípios da Faixa de Fronteira (Ano – 2013)
Pesquisa do INEP mostra que 50% das escolas públicas em Rondônia
obtiveram notas abaixo da meta estipulada pelo governo federal, para os anos finais
do ensino fundamental, que equivale o ciclo da 4ª série/5ª série IDEB igual 5,4 e da
8ª série/9ª série IDEB igual a 3,7. O estudo foi feito com base nos dados do Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) 2013, divulgados pelo Ministério da
Educação - MEC.
Relação dos Municípios da Faixa de Fronteira -População PIB e IDEB
POPULAÇÃO, PIB E IDEB DOS MUNICÍPIOS DA FAIXA DE FRONTEIRA
Município Classificação Pop (2015) *
IDEB Ensino Público (2013)
4ª série 8ª série
Alta Floresta d'Oeste Linha de fronteira 25.578 5.3 3.9
Alto Alegre dos Parecis Linha de fronteira 13.940 5.8 5.2
Alvorada d’Oeste Faixa de Fronteira 17.063 5.6 4.0
Buritis Faixa de Fronteira 37.838 6.3 3.8
Cabixi Linha de fronteira 6.355 *** 4.1
46
Campo Novo de Rondônia Faixa de Fronteira 14.220 5.2 3.8
Cerejeiras Faixa de Fronteira 17.986 6.6 3.6
Chupinguaia Faixa de Fronteira 10.129 5.6 3.7
Colorado do Oeste Faixa de Fronteira 18.817 6.1 3.6
Corumbiara Faixa de Fronteira 8.842 5.9 4.7
Costa Marques Linha de fronteira 16.651 5.2 2.8
Guajará-Mirim Cidade-gêmea 46.632 4.4 3.5
Nova Brasilândia d’Oeste Faixa de Fronteira 21.592 7.1 5.8
Nova Mamoré Linha de fronteira 27.600 5.0 3.9
Novo Horizonte do Oeste Faixa de Fronteira 10.276 5.4 4.4
Parecis Faixa de Fronteira 5.697 5.4 3.8
Pimenta Bueno Faixa de Fronteira 37.512 5.8 4.0
Pimenteiras do Oeste Linha de fronteira 2.424 3.7
Porto Velho Linha de fronteira 502.748 4.8 3.2
Primavera de Rondônia Faixa de Fronteira 3.501 *** 3.8
Rolim de Moura Faixa de Fronteira 56.242 5.6 3.9
Santa Luzia d'Oeste Faixa de Fronteira 8.532 5.9 4.7
São Felipe d'Oeste Faixa de Fronteira 6.103 5.2 3.8
São Francisco do Guaporé Linha de fronteira 19.002 5.4 3.8
São Miguel do Guaporé Faixa de Fronteira 23.933 5.9 4.4
Seringueiras Faixa de Fronteira 12.581 4.4 3.6
Vilhena Faixa de Fronteira 91.801 6.3 4.1
TOTAL (IDEB do Estado) 1.063.595 5,4 3,7
Taxa de Analfabetos do Estado (IPEA 2004-2009)
7,5%
Taxa de Analfabetos Funcionais do Estado (IPEA 2004-2009)
13,9%
Fonte: INEP/MEC 2013
5.2.2 Educação nas Comunidades Quilombolas
A Educação Escolar Quilombola tem como objetivo específico, a valorização e
afirmação de direitos, no que diz respeito à educação, tendo como base a Lei
10.639/2003, que alterou a Lei 9394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do
ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Parecer CNE/CEB 07/2010 e
na Resolução CNE/CEB 04/2010 institui a educação escolar quilombola como
modalidade da educação básica, institui as Diretrizes Curriculares Gerais para a
Educação Básica. Isso significa que a regulamentação da Educação Escolar
Quilombola nos sistemas de ensino deverá ser consolidada em nível nacional.
47
Deverá seguir, também, as orientações do Parecer CNE/CP 03/2004 e Resolução
CNE/CP 01/2004, bem como as demais orientações e resoluções do CNE voltadas
para a educação nacional.
A educação para as comunidades tradicionais localizadas na Faixa de
Fronteira atende em média duzentos alunos. Realizada na modalidade multisseriada
pelas prefeituras nas séries iniciais, ao término, os alunos ficam sem opção da
continuidade. Aguardam a idade de 15 anos para cursar a Educação de Jovens e
Adultos – EJA, causando sérios prejuízos, pois muitos destes não retornam mais a
sala de aula, ou saem da comunidade para dar sequência nas sedes dos municípios
não retornando mais as suas origens.
5.3 Saúde
O diagnóstico tem como base as informações obtidas dos trabalhos
executados pelo projetoSistema Integrado de Saúde na Fronteira – SIS(Ministério da
Saúde), o qual foi executado em todos os municípios de fronteira.
Ao considerar as condições de gestão é possível perceber que o sistema de
saúde, apesar de receber os investimentos de recursos do governo, mostra-se ainda
muito precário. A falta de planejamento operacional que possibilite promover um
melhor diagnóstico situacional da saúde e de outros aspectos, como administração
pública e orçamentária, objetivando o melhor gerenciamento e aplicação dos
escassos recursos para a saúde.
Os municípios de fronteira não possuem controle efetivo de fluxo e demanda
de atendimento a estrangeiros e necessita, portanto, avançar na apresentação de
projetos conjuntos com o vizinho boliviano.
O contingente da população vivendo em condições de extrema miséria e
pobreza, associada às precárias condições de saneamento básico, infraestrutura e
abastecimento e consumo de água impróprios contribuem para o grande aumento
de doenças relacionadas às más condições de vida dos moradores, doenças
infectocontagiosas e parasitárias, que ainda acometem enormes contingentes da
população (22,89%), além da incidência de hepatites virais, dengue, entre outras
doenças vinculadas a proliferação de vetores.Faltam dados para caracterizar a
vigilância ambiental, epidemiológica e sanitária.
48
Por outro lado, a falta de pessoal médico é problema frequente do lado
brasileiro, como observado em Guajará-Mirim, o que estimula a vinda de
profissionais do país vizinho que, no entanto, não podem exercer sua atividade
legalmente devido às exigências dos Conselhos de Medicina. Em diversas cidades-
gêmeas é cada vez mais comum que os nacionais da cidade vizinha queiram ter
seus filhos do lado brasileiro de forma a garantir o atendimento posterior, o que nem
sempre é compreendido pelas prefeituras, gerando desconforto de parte a parte.
No entanto, o problema da saúde na fronteira requer ações que fogem ao
âmbito municipal. Como:
- Regulamentação do atendimento a estrangeiros e a brasileiros residentes no
exterior, nos Sistemas Locais de Saúde de municípios fronteiriços;
- Elucidação e previsão de recursos para cobrir os gastos com usuários de
fronteira;
- Regulamentação governamental do trabalho de profissionais da área de
saúde, para exercerem a profissão na área de fronteira;
- Carência de postos adequados de vigilâncias nos municípios.
5.4 Infraestrutura
O planejamento estratégico da infraestrutura de transporte e logística de
cargas da AmazôniaLegal definido no Projeto do Norte Competitivo – PNC -
elaborado pela MACROLOGÍSTICA, aponta que confrontando-se a demanda de
movimentação de cargas com a infraestrutura atual, tornou-se possível apontar os
principais gargalos de infraestrutura existentes, os quais poderão se multiplicar no
futuro se nada for feito. Além disto, haverá deterioração da qualidade das estradas
e, por conseguinte, a redução da velocidade média, diminuição na capacidade de
movimentação de cargas, o que só tende a piorar o cenário. Hoje, todo o fluxo de
carga usa a BR-364 e a hidrovia do baixo Madeira. É preciso a construção de
ferrovias e eclusas no rio Madeira
5.4.1 Acesso Rodoviário a Linha de Fronteira
O Estado tem aproximadamente 1.342 km de fronteira com a Bolívia, toda a
extensão definida pelos rios Guaporé, Mamoré e Abunã. O acesso rodoviário a linha
de fronteira só é possível em quatro localidades, sendo:
49
O primeiro ao sul do estado pela BR-435 (antiga RO-399) que liga a cidade de
Vilhena a Pimenteiras, a rodovia com pavimentação inacabada, ou seja, 32 km sem
asfalto.
O segundo acesso na parte central pela RO-135, que liga a cidade de Alta
Floresta ao Distrito de Porto Rolim na linha de fronteira, rodovia estadual sem
pavimentação.
O terceiro acesso também na parte central BR-429 que liga Presidente Médici
na BR-364 à Costa Marques, rodovia com pavimentação concluída, restando parte
das obras de artes (em construção 16 pontes).
Oquarto e último acesso ao norte pela BR-425 que liga Abunãna BR-364 a
Guajará-Mirim, rodovia com a pavimentação em fase de conclusão, adequada aos
padrões rodoviário do DNIT, restando concluir as obras de artes (pontes sobre o Rio
Araras e Ribeirão).
Outro acesso é por meio da “Estrada Parque”em caráter emergencial, porém
com pendências judiciais a BR-421,que liga Ariquemes a Campo Novo sem
restrições,com 80km asfaltados. Já o trechodacontinuação da BR-421de Campo
Novo a Guajará-Mirim, enfrenta a burocracia judicial. A construção deste trecho
aberto no bioma de preservação ocorreu em consequência da grande cheia de 2014
e articulação do governo do estado junto ao governo federal e poder judiciário
Fonte: SEDAM/RO
A “Estrada Parque” está sendo muito bem preservada e cuidada pelos órgãos
estadual e federal, permitindo apenas o tráfego de veículos utilitários transportando
50
alimentos perecíveis e de passeio das 7 às 18 horas. Bem sinalizada, a velocidade
não pode ultrapassar os 30 km.
5.4.2 Hidrovia da Bacia do Rio Madeira
A implantação de uma infraestrutura logística, englobando todos os modais de
demandas do setor produtivo é um dos grandes desafios do Governo. A hidrovia é o
meio de transporte mais econômico e sustentável. Somente em termos da redução
do impacto ambiental, a opção pelo transporte hidroviário é evidente por si mesma,
considerando a ordem de grandeza de emissão de monóxido de carbono de 1 para
hidrovia, 10 para ferrovia e 50 para rodovia. A hidrovia é o modelo de transporte
menos oneroso que qualquer outra modalidade disponível no mundo. Mas, no Brasil,
onde há condições geográficas bastante favoráveis a esse tipo de operação, os
investimentos no setor andam na contramão. O meio mais utilizado é o rodoviário,
que chega a ser 20 vezes mais caro que o fluvial.
Falta a sensibilização do Governo Federal para que venha realizar ou
impulsionar os investimentos hidroviários, que sempre ficaram em segundo plano.
Há um conflito antigo entre geração de energia por meio de hidrelétricas e a
navegação. Historicamente, a geração vem se impondo como uso prioritário dos
caudais dos rios, deixando a hidrovia em segundo plano. Por esse motivo os
reservatórios fluviais em geral, não contam com eclusas para dar a oportunidade à
navegação e ao transporte hidroviário.
A situação da hidrovia do rio Madeira não é diferente do restante do país,
para ligar o baixo Rio Madeira com a Bolívia, necessita da construção de três
eclusas, sendo duas junto às hidroelétricas de Santo Antônio e Jirau e a terceira
eclusa onde será construída a hidroelétrica de Ribeirão Binacional Brasil-Bolívia a
aproximadamente 75 km da cidade de Guajará-Mirim.Com a construção dessas
eclusas a navegação se estenderá até os rios Mamoré, Beni e Guaporé tornando-se
possível ligar o leste do Mato Grosso ao Oceano Atlântico. A hidrovia tem grande
vantagem para o desenvolvimento da região, como Rondônia, Acre e Sul do
Amazonas, que irão gerar volumes crescentes de carga, em áreas não sujeitas à
influência de outros corredores. Inclui-se a soja da Bolívia.
51
Segundo a PCE – Projetos e Consultorias de Engenharia Ltda, a implantação
da hidrovia do Madeira-Guaporé com as eclusas das UHE´s do Madeira irá
representar uma redução de custo/melhoria de cerca de U$D 15,0/ton de soja,
representando um acréscimo de mais 12% na receita do produtor. Sendo
importantíssima para diversificação e segura ampliação da produção regional de
grãos.
A Hidrovia do Madeira é umas das maiores hidrovias do país, em volume na
navegação interior, transportou mais de 4.785.638 toneladas em 2014, ficando atrás
apenas da Hidrovia Solimões-Amazonas, esta com o dobro da tonelagem. A
Hidrovia do Madeira também se destaca pelo volume de soja transportado, 2,2
milhões de toneladas, que corresponde a 50% do total de carga transportado na
hidrovia.
DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DO TKU POR GRUPO DE MERCADORIA NO RIO MADEIRA - 2014
Fonte: SDP/ANTAQ
Transporte de cargas realizado pela hidrovia madeira no ano de 2014. Para a
elaboração do quadro valeu-se de dois indicadores de produtividade: tonelada útil
transportada (t) e tonelada quilômetro útil (TKU).
TRANSPORTE DE CARGAS HIDROVIA DO MADEIRA 2014
Tipo de Navegação Quantidade (t) TKU
Estadual 4.784.856 5.123.072.998
Internacional 781
Total Geral 4.785.638 5.123.072.998 Fonte: SDP/ANTAQ
52
5.4.3 Porto Graneleiro
O transporte aquaviárioé um dos meios mais importantes para a logística
nacional. De commodities a hortifrutigranjeiros, quer seja em grandes navios
cargueiros ou em pequenas embarcações mistas (passageiros e carga), de tudo se
transporta pela aquavia brasileira.
Os rios Guaporé e Mamoré são navegáveis numa extensão de 1.168 km de
Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso, até Guajará-Mirim e, por eles
poderiam ser transportadas a soja produzida na região de SapezalnoMatoGrosso.
Na época da colheita estes rios estão com os seus níveis hídricos bastante
elevados, meses de fevereiro e março, o que persiste ate o final de mês de maio ou
junho. Também, a Bolívia poderia escoar parte da produção de soja boliviana
nesses meses pelo rio Mamoré desde Puerto Vila na Bolívia.
Todo esse trecho dos rios Guaporé e Mamoré não tem nenhum tipo de porto.
Hoje, apenas embarcações de pequeno porte navegam nos rios e ancoram
diretamente no barranco dos rios. O mapa ilustra a redução da distância dos
mercados internacionais da soja e milho produzidos no oeste de Mato Grosso e
Rondônia.
Fonte: LabTrans (2014)
53
5.4.4 Ponte Binacional em Guajará-Mirim
A Ponte Binacional que ligaria o Brasil a Bolívia faz parte de um grandioso
projeto fundamental para integração fronteiriça, dinamizando as exportações de
produtos da Região Norte e Centro-Oeste do país para a Bolívia, Peru e Chile,
sendo também saída para o pacífico.
A construção da ponte se arrasta há várias décadas e faz parte do Tratado de
Petrópolis firmado em 1903 entre os dois países. Um acordo para a construção da
ponte foi firmado entre Brasil e a Bolívia em 14 de fevereiro de 2007 e promulgado
através do Decreto n° 6.858/25, de maio de 2009. Também foi constituída uma
Comissão Mista Brasil/Bolívia, em 20 de novembro de 2008, para acompanhar a
execução da mesma.
A ponte terá 1.220 (mil e duzentos e vinte metros) de extensão sobre o rio
Mamoré, entre o município de Guajará-Mirim do lado brasileiro e Guayaramerín,
cidade boliviana.
Em 16 de janeiro de 2009 foi lançado o Edital 0013/09/00 para a contratação
de empresa para elaboração do Projeto Básico Ambiental de Estudos Florestais. O
projeto de engenharia já foi concluído, mas ficou muito caro, em função disso, um
novo projeto de engenharia foi elaborado e aprovado pelo Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transporte – DNIT.
Atualmente, a travessia de brasileiros e bolivianos no rio Mamoré é feita em
simples voadeiras e o transporte de cargas em balsa.
Projeto da Ponte Binacional em Guajará-Mirim
Fonte: EIA/RIMA - DNIT
54
A construção da ponte, na avaliação da população de Guajará-Mirim é um
marco histórico, por resgatar o passado e projetar um novo futuro para Rondônia e a
Bolívia.
Audiência Pública realizada em 15/12/2009. EIA/RIMA concluído e Licença
Prévia Ambiental emitida em, 08/04/2010, com validade de 4 anos. A Licença se
encontra vencida. A previsão de licitação da ponte para o ano de 2016.
5.4.5 Infraestrutura Urbana
As cidades de fronteira carecem de infraestruturas básicas, necessita de
construção de equipamentos urbanos, implantação de infraestrutura social de apoio
à produção, construção de obras civis, saneamento, canalização, tratamento e
abastecimento de água e transportes, dentre outros. Essas ações têm como
finalidade melhorar a qualidade de vida nos municípios fronteiriços,
proporcionaraspopulações da Faixa de Fronteira maior nível de satisfação. Falta a
sensibilização do Governo Federal e Estadual, para investir em áreas sociais que
venham mudar o padrão de qualidade de vida. Os gestores sempre deixaram em
segundo plano o investimento em infraestrutura urbana, por serem obras que não
aparecem politicamente e causam transtornos durante sua execução.
5.5 Interesses Econômicos
A região de fronteira fica fora do Eixo de Desenvolvimento do Estado, ou seja,
a área de influência da BR-364, onde se concentram as maiores cidades e a maior
economia de Estado.
Se não bastassem todas as dificuldades, a região de fronteira é de difícil
acesso, fica afastada dos grandes centros consumidores e, a falta de infraestrutura
logística encarece o produto final. Somado a tudo isso, a população tem baixo nível
escolar e com pouco grau de organização coletiva.
A população da linha de fronteira caracterizada por ribeirinhos,
remanescentes de quilombos, indígenas, pescadores e seringueiros presentes
desde o povoamento do estado, ali permaneceu e tornou-se aliada de grande
importância na ocupação fronteiriça, segurança nacional, diversidade
socioambiental, econômica e cultural.
55
Os Municípios da linha de fronteira têm aproximadamente 90% de suas áreas
destinadas a reservas (biológicas, extrativistas, terras indígenas), o que pelo modelo
atual de desenvolvimento, inviabiliza o crescimento econômico. Sua economia é
baseada na agropecuária e no extrativismo, sendo as principais culturas: a castanha
do Brasil, o cupuaçu, o açaí, borracha, madeira, cacau e plantas medicinais como:
copaíba e andiroba. Esses produtos da biodiversidade continuam a ser a base
econômica de muitas famílias na Faixa de Fronteira. Apesar de enfrentar crises de
preço, ocasionadas pela concorrência com outros produtos. O extrativismo é uma
atividade que ainda recebe pouco apoio dos órgãos públicos; falta estímulo
econômico e fiscal para seu pleno desenvolvimento.
Grande parte das empresas atua na informalidade, o que dificulta uma
estratégia de desenvolvimento, na qual a combinação de elementos econômicos,
políticos, sociais e institucionais conduzem ao crescimento da produção, do
emprego, da inovação, do progresso tecnológico e à elevação nos níveis de bem-
estar da sociedade.A falta de oportunidades provoca o esvaziamento sócio-político-
econômico de sua população, especialmente pelos seus habitantes mais jovens que
migram para os grandes centros.
São muitas as arestas que precisam ser aparadas para se superar a perda
sistêmica na conjugação de velocidade, consistência, capacidade de movimentação,
disponibilidade e frequência na escolha do melhor e mais rápido caminho para a
mercadoria chegar ao consumidor, destino final do produto.
5.5.1 Áreas de Livre Comércio – ALCs – (MDIC)
Área de Livre Comércio - ALC Guajará-Mirim/RO no Município de Guajará-
Mirim abrange uma superfície de 82,5 quilômetros quadrados, incluindo o perímetro
urbano, criada através da Lei no. 8.210/1991, para livre comércio de importação e
exportação, sob o regime fiscal especial, com a finalidade de promover o
desenvolvimento das regiões fronteiriças do extremo noroeste do Estado e com o
objetivo de incrementar as relações bilaterais com os países vizinhos, segundo a
política de integração latino-americana, uma vez que empresários de todo o Brasil
buscam a Área de Livre Comércio para incrementar seus negócios, com isso aquece
56
a economia local, gerando emprego e renda e trazendo mais bem estar social para o
município.
Arrecadação Federal: AC,AM,AP,RO E RR (Valores em R$)
ANOS ESTADOS
ACRE AMAZONAS AMAPÁ RONDÔNIA RORAIMA
2003 95.812.416 2.883.491.705 171.604.449 395.929.974 115.847.050
2004 114.246.991 4.340.150.439 181.735.621 453.271.582 150.343.992
2005 124.129.204 4.141.966.827 158.708.522 423.640.562 106.297.771
2006 159.822.075 4.899.466.496 156.839.073 460.903.487 120.298.740
2007 177.177.899 5.633.288.895 208.695.071 518.981.896 145.588.001
2008 204.212.564 7.156.453.867 230.155.420 635.407.362 181.049.941
2009 244.750.129 6.283.046.181 225.847.874 686.396.463 200.919.292
2010 292.796.134 7.448.084.151 245.506.619 799.615.604 223.238.967
2011 352.978.868 8.599.259.853 439.324.543 1.145.925.409 363.214.779
2012 385.309.712 8.958.752.913 461.889.797 2.478.513.152 418.393.818
Fonte: Secretaria da Receita Federal
A SUFRAMA tem muita importância como gerenciadora da Área de Livre
Comércio de Guajará-Mirim - ALCGM. Os incentivos fiscais que teoricamente trariam
bons resultados para os munícipes e toda região, no entanto, na prática, os
resultados não são positivos. As restrições legais para circulação de caminhões
adquiridos na ALCGM anula o incentivo, por isso,é preciso altera a lei para permitir
aos caminhões circularem dentro do estado. A SUFRAMA em Guajará-Mirim gera
uma arrecadação enorme para a autarquia, o que faz de Guajará-Mirim uns dos
municípios que mais arrecada no Estado de Rondônia,mas isso não gera receita
para o município e nem para a região.
Entre as muitas atribuições da SUFRAMA, uma delas é a INTERIORIZAÇÃO
DO DESENVOLVIMENTO. Para isto,ela faz parcerias com governos estaduais e
municipais, instituições de ensino e pesquisa, entidades de classe e cooperativas
para viabilizar projetos de apoio à infraestrutura econômica, produção, turismo,
57
pesquisa e desenvolvimento, formação de capital intelectual e ainda capacitação,
treinamento e qualificação profissional. Entretanto, isto não tem ocorrido em Guajará
Mirim.
Existem vários projetos protocolados na SUFRAMA, aguardando aprovação,
porém, as respostas obtidas são que não existem recursos financeiros, uma vez que
tudo está contingenciado no Tesouro Nacional.
A presença da SUFRAMA em Guajará-Mirim não deve se ater somente ao
status de Área de Livre Comércio, ela é maior e deve estar presente como um
instrumento do Governo Federal e não do Estado do Amazonas. A SUFRAMA se
preocupa muito com Manaus e pouco com os demais Estados da Região. Não se
justifica o isolamento da cidade de Guajará-Mirim.
A localização inadequada das instalações da SUFRAMA no município,
conjugada com a chegada de aproximadamente 100 (cem) carretas por dia, gera
grande transtorno no trânsito tanto no perímetro urbano quanto na BR-425; gera
muitos acidentes; torna as ruas esburacadas e uma verdadeira desordem no
trânsito.
A população tem reclamado do descaso da SUFRAMA com o município, pois
Guajará-Mirim não recebe investimentos desta autarquia para ajudar a melhorar a
infraestrutura do município.
5.5.2 Free Shop
A Lei nº 12.723/2012 autorizou a instalação de lojas francas (Free shop) em
Cidade Gêmea de municípios da faixa fronteira com outros países. Comuns nos
aeroportos internacionais, essas lojas vendem mercadorias nacionais e estrangeiras
com regime tributário diferenciado, sem cobrança de impostos de importação. As
transações também podem ser feitas em moeda nacional ou estrangeira.
Cidades gêmeas são aquelas com mais de 2 mil habitantes e que ficam uma
ao lado da outra, mas em países diferentes. Essas áreas podem ser caracterizadas
como economias regionais atualmente isoladas dos centros dinâmicos e de decisão
nacionais e com potencial de desenvolvimento.
58
Guajará-mirim se enquadra nas exigências legais para instalação de Free
Shop, que se encontra em fase de estudo.
5.5.3 Zona Franca Verde (MDIC)
O município de Guajará-Mirim, beneficiado pela Zona Franca Verde, Lei nº
11.898, de 8 de janeiro de 2009, regulamentada pelo Decreto Presidencial nº 8.597,
de 18 dezembro de 2015, cria Zona Franca Verde em seis municípios da Região
Amazônica, sendo Guajará-Mirim um deles. Com a regulamentação da Zona Franca
Verde, os municípios beneficiados passam a receber a concessão de incentivos
fiscais para indústrias de beneficiamento dos recursos ambientais e matérias-primas
regionais de origem florestal, pesqueira, agropecuária e mineral.
O primeiro critério é o de preponderância absoluta, onde a matéria-prima
regional deverá compor a partir de 50% do produto final, ou seja, se um
determinando produto tiver, no mínimo, metade da sua composição (volume, peso)
constituída de matéria-prima regional, então sua fabricante poderá ser beneficiada
pelas isenções da ZFV. Outra norma é a preponderância relativa, cuja análise será
feita caso a caso. Já no critério de importância, o produto industrializado pode ter
baixo percentual de matéria-prima na composição, no entanto, se ela tiver uma
grande importância nas características finais, o manufaturado também se enquadra
nos parâmetros de fabricação da ZFV.
Os benefícios de incentivos fiscais previsto na ALC e ZFV,para a região só
terão resultados positivos no desenvolvimento, com a implantação de um polo
industrial da sociobiodiversidade em Guajará-Mirim, caso contrário migraram para
outras regiões é o caso dos recursos arrecadados pela SUFRAMA.
5.5.4 Arranjos Produtivos Locais – APL (sociobiodiversidade)
Atualmente os APLs existentes no Estado de Rondônia têm o Município Sede
no Eixo da BR-364, muito além dos 150 km da linha de fronteira, o que torna difícil a
integração dos atores representados pelas organizações públicas e privadas
voltadas para o setor como as universidades, instituições de pesquisa, empresas de
consultoria e de assistência técnica, órgãos públicos, organizações privadas e não
59
governamentais, entre outros, que ajudam a formar um Arranjo. Falta para a Faixa
de Fronteira vontade política dos Governos no apoio fundamental para o
desenvolvimento dos APLs, ou seja:
a) prover infraestrutura que suporte o crescimento dos APLs;
b) apoiar o ensino e treinamento de mão-de-obra;
c) apoiar atividades e centros de pesquisa e desenvolvimento;
d) financiar investimentos cooperativos que permitam aos empresários atingir
escalas e oferecer serviços especializados antes não disponíveis no APL;
e) fazer investimentos públicos que gerem externalidades;
f) ser interlocutor, estruturador e promover o aperfeiçoamento das entidades
representativas dos empresários da cadeia produtiva.
APLs Priorizados Pelo NEAPL/RO – MIDIC – Ano 2012
Nº APL Município Polo
1 APL Apicultura Vilhena
2 APL Piscicultura Pimenta Bueno
3 APL Piscicultura Ariquemes
4 APL Pecuária de Leite Ji-Paraná
5 APL SAFs Ouro Preto
6 APL Madeira Móveis Ariquemes
7 APL Fruticultura Porto Velho
8 APL Confecção de Pimenta Bueno/Cacoal; Pimenta Bueno
9 APL Cafeicultura de Cacoal; Cacoal
10 APL Hortigranjeiro em Porto Velho; Porto Velho
11 APL Turismo Guajará Mirim
12 APL Fruticultura Cacoal/ Rolim de Moura Rolim de Moura
13 APL da Sociobiodiversidade da Região do Mamoré
Guajará Mirim
O Núcleo Estadual de Arranjos Produtivos Locais - NEAPL/RO, criado através
do Decreto Estadual nº 13666 de 16/06/2008, sob a coordenação da Secretaria de
60
Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão -SEPOG, atualmente é constituído
por 28 instituições governamentais e não governamentais.
Atualmente o NEAPL/RO está sob a coordenação da SEAGRI com 28
instituições. Neste contexto foram focadas ações para capacitação e divulgação da
Política Estadual de APL, através da realização de seminários e formação de
Grupos Regionais de APL e estruturação de comitê gestores de APL. Foram
identificados novos APLs ficando atualmente a seguinte configuração:
5.5.5 Turismo
Rondônia é um estado com potencial para o turismo de patrimônios histórico.
Guajará-Mirim e Porto Velho, municípios da linha de fronteira e cidades
consideradas históricas, surgiram durante o primeiro ciclo da borracha no Século XX
e com a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré.
O patrimônio histórico do estado foi valorizado pelo Instituto de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, com o tombamento da Estrada de Ferro
Madeira Mamoré e diversos materiais a ela relacionados, nos municípios de
Guajará-Mirim e Porto Velho, bem como, o Forte Príncipe da Beira no Município de
Costa Marques. Entretanto, o turismo histórico não tem recebido a devida atenção
das instituições públicas. Porém, parte do patrimônio foi recuperado com verbas de
compensações das hidroelétricas de Santo Antônio e Jirau, mas não houve a devida
conservação das mesmas pelas instituições responsáveis e por isso novamente
estão deterioradas, para não dizer abandonadas.
O Turismo Ecológico não é explorado, o Estado tem um potencial enorme,
mas não dispõe de infraestrutura para receber os turistas.
5.6 Segurança na Fronteira
O eixo segurança,principalmente no que diz respeito à fronteira, é o mais bem
atendido pelo Governo Federal, através do Ministério da Defesa com o Programa
Calha Norte - PCN e do Ministério da Justiça, visando a Estratégia Nacional de
Segurança Pública nas Fronteiras–ENAFRON -tem destinado recursos financeiros
61
ao Estado para implantar os projetos previstos no Plano Nacional de Segurança na
Fronteira.
Segundo estudo da Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG, no arranjo
espacial do narcotráfico, o Brasil mesmo não figurando no cenário internacional
como um grande mercado consumidor é um importante corredor para o tráfico. O
conjunto de condições do Brasil, na rede do narcotráfico deve-se a sua ampla
fronteira continental que facilita o movimento de grandes quantidades de
entorpecentes no país. Autoridades de segurança brasileira reconhecem que as
apreensões de entorpecentes alcançam em torno de 20% do quantitativo de drogas
que circulam no país.
O narcotráfico se estrutura sob as redes de: produtores da coca, dos
formuladores do trânsito dos subprodutos de coca, que incluem os laboratórios e das
redes de lavagem de dinheiro, contrabando, descaminhos e outras atividades em
apoio à rede.
O desafio no Estado de Rondônia, que se apresenta neste momento histórico
da gestão da segurança pública, é o de realizar o efetivo monitoramento das ações,
atribuídas às instâncias executivas e a avaliação dos impactos destas sobre a
realidade que se deseja transformar:
Compartilhar informações.
Cronograma de operações integradas.
Realização de planejamento conjunto.
Estabelecer um protocolo de cooperação.
Aquisição e distribuição de equipamentos de logística e comunicação.
Intensificar as vistorias em embarcações.
Intensificar as fiscalizações veicular.
Intensificar as fiscalizações nas entradas e saídas de estradas vicinais.
5.7 Inserção e Integração Social
5.7.1 Estudos do IICA
62
Segundo os estudos do Instituto Interamericano de Cooperação para
Agricultura – IICA (Projeto de Cooperação Técnica para Consolidação das Políticas
Nacionais de Desenvolvimento Regional, 2009/2012)naFaixa de Fronteira
identificaram ações do Governo Federal, através dos ministérios e órgãos que direta
ou indiretamente possuem interface no processo e a conclusão dos estudos
realizados é que, não raro, os órgãos desconheciam as ações e projetos um dos
outros, o que tem ocasionado superposição de esforços em detrimento de outras
áreas mais carentes dentro da Faixa de Fronteira. Essa situação lamentavelmente
permanece inalterada.
Faz-se necessário ações do Governo Federal para coibir duplicidades de
esforços e reduzir os efeitos de descontinuidades no processo de implementação
das políticas públicas para a região.
Analisando o conjunto de programas e ações que compõe o PPA 2008/2011
do Governo Federal, é possível verificar que o Governo Federal possui apenas um
programa com localizador específico para a Faixa de Fronteira, o PDFF, cujo
orçamento para o ano de 2009, totalizou um montante de R$ 337.766.462,00 ou
2,6% do orçamento do Ministério da Integração. “A distribuição de seus recursos,
que nem sempre ocorre de forma equitativa entre os territórios, havendo
invariavelmente uma concentração naqueles de maior poder político institucional.”
A fronteira do Brasil com a Bolívia se caracteriza pela ausência de
investimentos do Governo Federal, seja em infraestrutura ou social. O
reconhecimento da cidadania é extrema importância na integração regional da Faixa
de Fronteira. Este assunto tem sido objeto de vários protocolos internacionais em
especial no MERCOSUL, como por exemplo, o Acordo entre o Brasil e o Uruguai
que permite ao cidadão Uruguaio, fixar Residência no Brasil, bem como, estudar e
trabalhar. Decretos sobre vigilância sanitária de alimentos e de animais em zonas de
fronteira também foram aprovados, demonstrando uma maior preocupação com a
manutenção de padrões sanitários da produção animal brasileira de exportação,
sujeita a maior controle internacional no MERCOSUL.
Finalmente, observa-se que várias medidas institucionais adotadas pelo
Governo Federal não tem atendido ao Estado de Rondônia. Porém, falta muito a
fazer para que seja incluído Rondônia em territóriotransfronteiriço, bem como, a
63
parte Boliviana nesta empreitada, sem essa inclusão comprometerá o êxito de
quaisquer programas e projetos da zona de fronteira.
5.7.2 Política sobre Drogas
A Bolívia apesar de ter legalizado o plantio da coca para atender ao milenar
uso pelos nativos em até 12 mil hectares na região do Yungas, de La Paz, é
apontado que no Chapare (Cochabamba) o plantio é ilegal.
O uso indevido da planta na forma de drogas causa um círculo vicioso,
geralmente conduzido por complicações sociais, como: a violência, a corrupção, o
desemprego, desajustes familiares e problemas de saúde.
A produção de coca pelos países tradicionais como Colômbia, Peru e Bolívia,
envolve aproximadamente 1,3 milhão de pessoas, com o cultivo dessa planta, esses
produtores são denominados de cocaleros.
As Nações Unidas vem estimulando programas alternativos, para desenvolver
outras culturas agrícolas como renda aos agricultores que abandonarem cultivos de
drogas ilícitas. O fundo de doadores internacionais em 2013 destinou mais 283
milhões de dólares para América do Sul, desse montante, a Bolívia recebeu
aproximadamente 8,3%.
Segundo o Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crime – UNODC, a
área de cultivo da coca boliviana vem diminuindo. O quadro abaixo ilustra a redução
do cultivo ilícito de coca na Bolívia:
Cultivo Ilícito de Coca no Período de 2010-2013 - Bolívia
Ano 2010 2011 2012 2013
Área Cultivada em Hectares 31.000 27.200 25.300 23.000
Produção em Toneladas 40.900 33.500 30.400 24.300
Fonte: UNODC - Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime
Segundo o Relatório Brasileiro sobre Drogas de 2009 o estado de Rondônia é
o que apresenta as maiores taxas da Região Norte, seguido do estado de Amazonas
com relação à posse para o uso de drogas ilegais, sendo que a média de Rondônia
é de 37,99 enquanto do Amazonas é de 21,26. O Observatório do Crack, através da
64
Polícia Federal aponta que nos últimos 5 anos, a coca tem sido plantada cada vez
mais próxima da fronteira, para facilitar a entrada no país.
A fronteira de Rondônia tem 1.342 km de extensão com a Bolívia, fator que
fragiliza o estado pelo fácil acesso a drogas ilícitas. Conforme pesquisas
apresentadas no Livro publicado pela Câmara dos Deputados “Crack, leva
segurança pública a jogar dinheiro no ralo”. No estado de Rondônia,1742 dos presos
(Infopenjun 2013 – G1) tem envolvimento com drogas, sendo que o percentual de
presos por tráfico é superior aos demais estados em virtude de sua localização
geográfica.
5.8 Sustentabilidade Ambiental
A biodiversidade em Rondônia ainda conserva 63% de seu território em áreas
protegidas. No estado há 87 áreas protegidas que totalizam 14.970.058,15 hectares
e correspondem a 63 % de sua extensão territorial. Destas, 73 são áreas protegidas
de uso sustentável, das quais 30 são terras indígenas e 24 são reservas
extrativistas, o que representa uma extensão territorial de mais de 7,5 milhões de
hectares. Juntas, correspondem a 33,65 % do território de Rondônia, habitadas por
mais de 20 etnias, além de outras populações tradicionais, abrangendo uma
população de 15 mil pessoas.
A área de Fronteira do Brasil/Bolívia, trata-se de uma região
predominantemente caracterizada pela presença de Áreas Protegidas, sob jurisdição
federal e estadual brasileira,requeros devidos cuidados com a presença das
diversas categorias de Unidades de Conservação, implicando em alguns casos,
respeito às populações nas unidades, como é o caso das Reservas Extrativistas -
Resex’s, Áreas Indígenas e da população ribeirinha.
Há um sistema de leis ambientais que observam o uso adequado de áreas
protegidas, Sistema Nacional de Unidades de Conservação –
SNUC.Precisamosconhecer as leis que regulamentam o sistema ambiental da
Bolívia. É neste sentido que surgem as necessidades prioritárias de consenso
binacional para atender às demandas.
Neste contexto, alguns questionamentos surgem, tais como atender as
necessidades da população regional sem conflitar com os interesses
socioambientais das populações tradicionais, sem o radicalismo de preservar o meio
65
ambiente, sem esquecer que o homem é parte fundamental deste. Daí porque a
ordem é a da sustentabilidade ambiental.
A sustentabilidade passa pelo Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do
Estado de Rondônia (ZSEE-RO). É o ponto de partida para a territorialização, com
zonas e subzonas definidas pelo ZSEE-RO e uso determinado em Lei. Observamos
ainda a Lei Federal nº 6.938/1981 Política Nacional de Meio Ambiente e o Decreto
Federal nº 7.378/2010 Zoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal.
Unidades de Conservação de Rondônia
Fonte: Coordenadoria de Unidades de Conservação–CUC / SEDAM
66
Parque Nacional de Pacaás Novos
Fonte: Carlos Rangel (blogspot.com - Pacaás Novos)
Apesar da regulamentação dessas áreas, há constantes invasões e ou uso
indevidos diferentes daqueles previstos na Lei do Zoneamento.
A proteção dessas áreas são garantidas e asseguradas pela Constituição
Federal, Leis e Decretos. Na esfera federal a Lei nº 9985 de 18 de julho de 2000 -
Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC regulamentado pelo
Decreto nº 5092 de 21 de maio de 2004. Na Constituição do Estado, Decreto Lei
nº 1144 de 12 de dezembro de 2002, Sistema Estadual de Unidades de
Conservação – SEUC e Lei 1143 de 12 de dezembro de 2002 (Regulamenta o art.
80, incs. XVI e XVII e o art. 219, incs. I, II, III e V da Constituição Estadual, que
dispõem sobre o uso sustentável das Florestas Estaduais e Reservas Extrativistas
do Estado de Rondônia, e dá outras providências.).
TERRA LEGAL - Instituído em junho de 2009, o Programa Terra Legal tem
como objetivo solucionar os problemas fundiários de propriedades com menos de 15
módulos fiscais nos nove estados que compõem a região amazônica: Acre, Amapá,
Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. O
67
“Terra Legal” é coordenado pela Secretaria Extraordinária de Regularização
Fundiária na Amazônia Legal (Serfal), órgão vinculado à Secretaria Especial da
Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead). “A regularização tem de
ser feita de modo que respeite as comunidades tradicionais, que respeite as
unidades de conservação, de modo que não haja qualquer problema ou conflito na
área. A ação tem que resultar em paz no campo”.
Conforme a pesquisa intitulada “Regularização Fundiária e Efeitos do
Programa Terra Legal no Desmatamento”, de autoria de LeithMcIndewar, com a
supervisão de Tiago Reis, o aumento da governança sobre a terra tem um papel
importante para controlar o desmatamento na região amazônica, juntamente com
outras estratégias.
De acordo com os pesquisadores, as ocupações cadastradas no programa
entre 2010 e 2014 apresentaram redução no desmatamento após terem sido
georreferenciadas. Isso indica que o aumento da governança na Amazônia, por meio
da titulação de terras públicas das áreas ocupadas pela agricultura familiar e a
conservação de ativos ambientais tem um impacto ambiental positivo e ao mesmo
tempo cria condições de acesso do agricultor às políticas de fomento do governo
federal, investindo com segurança em sua propriedade.
Em Rondônia, nos últimos cinco anos, foram entregues aproximadamente
6.700 títulos rurais, sendo 1.155 títulos na faixa de fronteira.
5.8.1 Declaração Trinidad - Meio Ambiente Rondônia - Beni
Em junho de 2003, na cidade de Trinidad, capital do Departamento de Beni,
autoridades do Estado de Rondônia e do país fronteiriço firmaram o documento de
integração denominado Declaração Trinidad e Agenda do Meio Ambiente Rondônia
– Beni, cuja principal finalidade principal era o de concretizar ações tendentes ao
cumprimento do princípio fundamental da terra sobre o desenvolvimento sustentável,
e tratar sobre os assuntos do meio ambiente como aspectos prioritários e
fundamentais, analisando as possibilidades de aproveitamento das potencialidades
da região amazônica, rica em recursos naturais, recursos genéticos e diversidade
biológica. Tais medidas deveriam ser desenvolvidas no ano de 2006 em relação à
política de meio-ambiente dos dois países. Em que pese a relevância do assunto,
68
até o momento não há maiores referências atuais sobre ele, estando este como um
dos pontos de pauta a ser retomado entre os países envolvidos, especialmente num
momento em que projetos envolvendo o Brasil e a Bolívia encontram-se na pauta
das ações governamentais.
5.8.2 AÇAÍ
A colheita dos frutos da floresta, em especial a do açaí e castanha é uma
prática dos povos tradicionais da Amazônia que demonstra, de forma sustentável, a
perfeita harmonia entre o homem e a natureza, onde o resultado final é a melhoria
das condições de vida dessas populações através do consumo e venda dos
produtos e subprodutos desses frutos, dentre outros.
A exploração do Açaíé realizada em várias regiões, em especial Guajará-
Mirim, pela Associação dos Açaizeiros de Guajará-Mirim – ASAGUAM, onde ele é
processado, embalado e comercializado no Município. O beneficiamento é realizado
de forma tradicional (semi-industrial) de 31.000 toneladas de açaí. As áreas de
coleta dos frutos estão distribuídas em vários municípios com destaque a Guajará-
Mirim e Nova Mamoré, áreas ribeirinhas e de terra firme, em reservas federais
extrativistas (RESEX) e reservas federais biológicas (REBIO) e terras indígenas.
69
As cadeias de produção de produtos florestais não-madeireiros,especialmente
aquelas operadas por pequenos produtores agroextrativistas e comunidades
tradicionais, têm sido alvo de recentes programas e planos do governo federal.
Esses programas propõe a realização de ações de gestão e fomento ao manejo em
florestas que sejam utilizadas pelos pequenos agricultores e agroextrativistas e
contempla uma perspectiva ampla do desenvolvimento sustentável prevendo o uso
múltiplo dos recursos naturais,incluindo bens e serviços da floresta.
A Constituição Brasileira de 1988, assim como os tratados internacionais que
o Brasil é signatário, preconiza a responsabilidade dos governantes em garantir o
respeito à integridade dos povos tradicionais, bem como a promoção e a realização
dos seus direitos socioeconômicos e culturais, seus costumes e tradições visando o
perfeito equilíbrio do homem com a natureza de maneira sustentável.
Finalmente faz-se necessário chamar a atenção dos gestores públicos, para
que viabilizem o acesso das populações tradicionais às políticas públicas,com ações
reais junto às comunidades rurais e indígenas da região.
5.8.3 Castanha
A exploração desta árvore é protegida por lei (Decreto 1282, de 19 de outubro
de 1994) e seu fruto tem elevado valor econômico como produto extrativo florestal,
mas não impede seu plantio com a finalidade de reflorestamento tanto em plantios
puros quanto em sistemas consorciados.
A castanheira apresenta várias aplicações:
a. "ouriços" como combustível ou na confecção de objetos;
b. o maior valor é a amêndoa, alimento rico em proteínas, lipídios e
vitaminas;
c. do resíduo da extração do óleo da amêndoa, obtém-se torta ou farelo
usada como misturas em farinhas ou rações;
d. "leite" de castanha, que é de grande valor na culinária regional;
e. madeira com boas propriedades, sendo indicada para reflorestamento e
empregada tanto na construção civil como naval.
70
Segundo o IBGE/2013, Rondônia ocupa o 4º Lugar no ranking de produção
da castanha do Brasil. Com um potencial de produção ainda aserexplorado. Porém,
necessita dos princípios básicos da estruturação da cadeia produtiva, como:
Acesso aos mercados institucionais;
Qualificação do processo produtivo;
Acesso aos mercados formais e isenção tributária por parte de
iniciativas comunitárias e;
Isenção tributária dos produtos da sociobiodiversidade advindas das
Associações e Cooperativas Formalizadas
Pacto das Águas - Entidade sem fins lucrativos que atua na estruturação das
cadeias produtivas enquanto estratégia de renda, empoderamento dos povos das
florestas.
Objetivo Geral: Consolidar uma cadeia de valor para Castanha do Brasil
enquanto estratégia de geração de renda nas áreas protegidas. Revitalização dos
castanhais nativos e qualificação do processo produtivo. Empoderamento das
formas de organização para a sustentabilidade social / institucional na gestão dos
negócios da Floresta. Agregação de Valor à Castanha do Brasil e ao acesso aos
mercados formais e institucionais.
Previsão com a estruturação da cadeia de valor da castanha, que o Estado
alcance tranquilamente a produção de 3.000 toneladas, com uma geração de renda
de R$ 9 milhões a R$15milhões de reais/ano.
71
5.8.4 Reciclagem de Resíduos Sólidos
É inexistente nas cidades da região de fronteira, qualquer investimento
significativo na questão de aterros sanitários, tendo os lixões sempre nas
proximidades das áreas urbanas, prejudicando o cartão postal das mesmas
contribuindo para a proliferação de doenças resultantes de depósito de lixo
inadequado.
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), prevista na Lei nº 12.305, de
02 de agosto de 2010, que entre outras importantes providências de alcance, visa
garantir a inclusão sócio-produtiva dos catadores de materiais recicláveis, nos
termos prescritos pela legislação federal. Em Rondônia a política estadual vem
sendo trabalhada de forma lenta, não cumpriu o primeiro prazo legal para extinção
dos lixões (Lei nº 12.305/2010). O PERS/RO ainda não foi concluído, desde 2013
vem se arrastando em sua elaboração. O contrato com a empresa DRZ vencedora
da primeira licitação foi rescindido. Está em andamento um novo processo Licitatório
para a conclusão PERS/RO, sob a responsabilidade da SEDAM. Está previsto no
PERS/RO: a) Proposta de Regionalização de Gestão de Resíduos Sólidos; b)
Proposta de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos; c) Proposta para a Formação e
Constituição de Consórcios Regionais de Gestão e Manejo de Resíduos Sólidos.
Mesmo sem a conclusão do PERS/RO, o Governo tem algumas ações sociais
voltadas para enfrentar o problema, como o Projeto Recicla Rondônia, sob a
coordenação da Secretaria de Estado de Assistência e Desenvolvimento Social-
SEAS.
72
II POLÍTICA FRONTEIRIÇA REGIONAL
1. Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR)
A base territorial das ações do Governo Federal para a Faixa de Fronteira
estabelece como áreas de planejamento três grandes Arcos, definidos a partir da
proposta de reestruturação do Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira
- PDFF - 2005, com base na Política Nacional de Desenvolvimento Regional –PNDR
- do Ministério da Integração. O primeiro é o Arco Norte que compreende a Faixa de
Fronteira dos Estados do Amapá, Pará, Amazonas e os Estados de Roraima e Acre,
o segundo é o Arco Central, que compreende a Faixa de Fronteira dos Estados de
Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e o terceiro é o Arco Sul, que inclui a
fronteira dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O Arco Central abrange a Faixa de Fronteira dos Estados de Rondônia, Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul. Oito sub-regiões foram identificadas, um indicador de
grande diversidade nos tipos de organização territorial. A unidade do Arco deriva do
caráter de transição entre a Amazônia e o Centro-Sul do país e de sua posição
central no subcontinente. É nele que se encontram as duas grandes bacias
hidrográficas sul-americanas, a Bacia Amazônica e a Bacia do Paraná–Paraguai.
Como nos outros Arcos, diferenças na base produtiva e na identidade cultural foram
os critérios para a divisão em sub-regiões.
A maior parte da população do Arco Centralseconcentra no eixo da BR-364 e
da hidrovia rio Madeira, sendo 80% urbana, a principal cidade, Porto Velho, é que
concentra o maior número das indústrias de alimentos, as indústrias de confecções,
desdobramentos de madeira, metalomecânica e de construção, além de importante
rede hoteleira. A polarização exercida por Porto Velho dificulta o crescimento de
empreendimentos industriais no restante da sub-região. Outro problema relevante
neste arco é o tráfico de drogas existente, que estimula e reforça correntes de
contrabando na fronteira.
O Arco Norte e o Arco Central configuram-se como uma região pouco
desenvolvida economicamente, historicamente abandonada pelo Estado, marcada
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pela dificuldade de acesso a bens e serviços públicos, pela falta de coesão social,
pela inobservância de cidadania e por problemas peculiares às regiões fronteiriças.
Ilustração dos Arcos e Sub-Regiões da Fronteira
Fonte: MI/SPR/PDFF – 2009
Relação dos Municípios dentro do Arco Central e Sub-Regiões de Fronteira
Sub-Região VII: Campo Novo de Rondônia, Buritis, Guajará-Mirim, Nova
Mamoré e Porto Velho, no Estado de Rondônia.
Sub-Região VIII: Costa Marques, Seringueiras, São Miguel do Guaporé,
Alvorada, Nova Brasilândia d’Oeste, Novo Horizonte do Oeste, Rolim de Moura, Alta
Floresta d’Oeste, São Francisco do Guaporé, Alto Alegre dos Parecis, Corumbiara,
Cerejeiras, Pimenteiras do Oeste e Cabixi, no Estado de Rondônia.
74
Sub-Região IX: Chupinguaia, Colorado do Oeste, Parecis, Pimenta Bueno,
Primavera de Rondônia, Santa Luzia d’Oeste, São Felipe do Oeste e Vilhena, no
Estado de Rondônia.
No Projeto Norte Competitivo – PNC, o Desenvolvimento da Amazônia Legal
analisou a complexa realidade socioambiental e geográfica da Região Norte,
propondo a implementação de uma infraestrutura de transporte, baseada em eixos
de desenvolvimento, que forme um sistema de logística integrado, sem fronteiras
estaduais, e intermodal, privilegiando aqueles de menor custo.
São muitas as arestas que precisam ser aparadas para se superar a perda
sistêmica na conjugação de velocidade, consistência, capacidade de movimentação,
disponibilidade e frequência na escolha do melhor e mais rápido caminho para a
mercadoria chegar ao seu destino integrando diversas modalidades de transporte.
O alto custo da logística do transporte de cargas no Brasil se deve a falta de
investimentos, o país investe em infraestrutura de transporte, em média, apenas
0,49% do PIB ao ano, enquanto a China investe 5%, a Índia, 4%, e a Rússia, 5%1.
O custo da logística no Brasil é de 12,6% do PIB. Nos Estados Unidos tal valor baixa
para 8,2%. No caso dos transportes, o custo no Brasil é de 7,5% do PIB, e nos
75
Estados Unidos, de 5%; em armazenagem, Brasil e Estados Unidos gastam 0,7%;
em estoques, Brasil gasta 3,9% e Estados Unidos, 2,1%; em administração, o gasto
do Brasil é 0,5% e dos Estados Unidos, 0,4%.
Segundo pesquisa do Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa o 104° lugar
em qualidade de infraestrutura de transporte, sendo o 110° lugar em rodovias; o 91°
em ferrovias; o 122° em aerovias e o 130° em portos.
Os congestionamentos que ocorrem em portos nacionais importantes no
escoamento da safra agrícola, como Santos (SP) e Paranaguá (PR), mostram a
deficiência da nossa logística para participar com competitividade do mercado
global.
O país necessita urgentemente de implantar um processo de planejamento
estratégico que lhe permita gastar bem os poucos recursos disponíveis para a
infraestrutura de transporte. Implementar ações prioritárias para evolução da
multimodalidade e para dar maior fluidez à produção, por meio da integração
eficiente e moderna dos portos, estradas, ferrovias, hidrovias, aeroportos e dutovias.
76
2. Abrangência do Plano
O Plano de Desenvolvimento Integrado de Fronteira do Estado de Rondônia é
voltado para os municípios que fazem fronteira ou estão na faixa dos 150 km da
linha de fronteira, veja a relação nos quadros a baixo.
Indicadores dos Municípios da Faixa de Fronteira de Rondônia
RELAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA FAIXA DE FRONTEIRA - PIB E POPULAÇÃO (ano - 2009)
Município Classificação PIB (R$ mil) Ren. Perc.
R$ População
Alta Floresta d'Oeste linha de fronteira 340.407 13,309 25.578
Alto Alegre do Parecis linha de fronteira 182.830 13,115 13.940
Alvorada d'Oeste Faixa de Fronteira 191.275 11,210 17.063
Buritis Faixa de Fronteira 426.171 11,263 37.838
Cabixi linha de fronteira 96.308 15,155 6.355
Campo Novo de Rondônia Faixa de Fronteira 179.620 12,632 14.220
Cerejeiras Faixa de Fronteira 341.314 18,977 17.986
Chupinguaia Faixa de Fronteira 225.640 22,277 10.129
Colorado do Oeste Faixa de Fronteira 242.168 12,870 18.817
Corumbiara Faixa de Fronteira 168.680 19,077 8.842
Costa Marques linha de fronteira 149.648 8,987 16.651
Guajará-Mirim cidade-gêmea 767.600 16,461 46.632
Nova Brasilândia d'Oeste Faixa de Fronteira 229.122 10,611 21.592
Nova Mamoré linha de fronteira 307.892 11,156 27.600
Novo Horizonte do Oeste Faixa de Fronteira 113.211 11,017 10.276
Parecis Faixa de Fronteira 71.151 12,489 5.697
Pimenta Bueno Faixa de Fronteira 767.795 20,468 37.512
Pimenteiras do Oeste linha de fronteira 77.851 32,117 2.424
Porto Velho linha de fronteira 11.464.619 22,804 502.748
Primavera de Rondônia Faixa de Fronteira 47.820 13,659 3.501
Rolim de Moura Faixa de Fronteira 920.736 16,371 56.242
Santa Luzia d'Oeste Faixa de Fronteira 126.269 14,799 8.532
São Felipe d'Oeste Faixa de Fronteira 70.915 11,620 6.103
São Francisco do Guaporé linha de fronteira 245.293 12,909 19.002
São Miguel do Guaporé Faixa de Fronteira 395.297 16,517 23.933
Seringueiras Faixa de Fronteira 157.229 12,497 12.581
Vilhena Faixa de Fronteira 1.974.911 21,513 91.801
TOTAL 20.281.772
1.063.595
IBGE/SEPOG/RO
77
Número de Indústrias e empregos por municípios na Faixa de Fronteira
N° DE INDÚSTRIAS E EMPREGOS NOS MUNICÍPIOS DA FAIXA DE FRONTEIRA
Ord. Municípios (RO) Classificação Total
Indústrias Total
Empregados
1 Alta Floresta d'Oeste linha de fronteira 107 439
2 Alto Alegre dos Parecis linha de fronteira 22 98
3 Alvorada d'Oeste Faixa de Fronteira 52 173
4 Buritis Faixa de Fronteira 154 801
5 Cabixi linha de fronteira 19 70
6 Campo Novo de Rondônia Faixa de Fronteira 25 65
7 Cerejeiras Faixa de Fronteira 109 490
8 Chupinguaia Faixa de Fronteira 37 588
9 Colorado do Oeste Faixa de Fronteira 92 602
10 Corumbiara Faixa de Fronteira 29 112
11 Costa Marques linha de fronteira 46 101
12 Guajará-Mirim cidade-gêmea 105 292
13 Nova Brasilândia d'Oeste Faixa de Fronteira 48 167
14 Nova Mamoré linha de fronteira 50 300
15 Novo Horizonte do Oeste Faixa de Fronteira 21 95
16 Parecis Faixa de Fronteira 14 63
17 Pimenta Bueno Faixa de Fronteira 294 3836
18 Pimenteiras do Oeste linha de fronteira 7 21
19 Porto Velho linha de fronteira 2473 47885
20 Primavera de Rondônia Faixa de Fronteira 8 12
21 Rolim de Moura Faixa de Fronteira 346 4306
22 Santa Luzia d'Oeste Faixa de Fronteira 30 234
23 São Felipe d'Oeste Faixa de Fronteira 9 7
24 São Francisco do Guaporé linha de fronteira 70 151
25 São Miguel do Guaporé Faixa de Fronteira 82 1089
26 Seringueiras Faixa de Fronteira 22 194
27 Vilhena Faixa de Fronteira 675 4810
Total: 4.946 67.001
Fonte: FIERO/Rondônia
78
Mapa dos Municípios da Faixa de Fronteira Com a Bolívia
Indicadores da Participação dos Municípios de Fronteira em Rondônia - 2013
População Total de Rondônia (IBGE 2013) 1.768.204 hab.
PIB do Estado de Rondônia (1000.000 R$) R$ 31.092
Área Total de Rondônia 237.590,86km²
População MRF de Rondônia 1.063.595 hab.
PIB MRF de Rondônia (1000 R$) R$ 20.281.772
Área MRF de Rondônia 163.375,50
Taxa de Representação Populacional (População MRF/População Total)
60,15 %
Taxa de Representação Econômica (PIB MRF/PIB Total) 65,23 %
Taxa de Representação Territorial (Área MRF/Área Total) 68,77 %
Fonte: SEPOG/IBGE – 2013
79
2.1 Cidades, Comunidades e Áreas Protegidas na Linha de Fronteira
A linha de fronteira com a Bolívia no vale dos Rios Guaporé e Mamoré trata-
se de uma região predominantemente caracterizada pela presença de Áreas
Protegidas, sob jurisdição federal e estadual, portanto, requer planos de
desenvolvimento adequado a questão ambiental e a condição de área fronteiriça.
A região conta com diversas categorias de Unidades de Conservação, como
também, existem vários tipos de populações presentes nas unidades, como é o caso
das Reservas Extrativistas - Resex’s, áreas Indígenas e da população ribeirinha,
povoados e cidades.
2.1.1 Cidades na Linha de Fronteira:
Brasil- Pimenteira, Costa Marques e Guajará-Mirim;
Bolívia- Guayaramerin.
2.1.2 Comunidades na Linha de Fronteira:
Brasil - Santa Cruz, 03 de Julho, Flor de Ouro, Acurizal, Ilhas das Flores,
Laranjeiras, Porto Rolim, Santo Antonio, Pedras Negras, Pau D óleo, Santa Fé,
Mequéns, Forte Príncipe, Surpresa, Sagarana, Pacaás Novos.
Bolívia - Cafetal, Suzana, Matrinxã, Versalhes, Bellas Vistas, Taquaral e
Mateguá.
2.1.3 Áreas Protegidas na Fronteira (Brasil)
A proteção dessas áreas são garantidas e asseguradas pela Constituição
Federal, Leis e Decretos. Na esfera federal a Lei nº 9985 de 18 de julho de 2000 -
Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC regulamentado pelo
Decreto nº 5092 de 21 de maio de 2004. Na Constituição do Estado, Decreto Lei
nº 1144 de 12 de dezembro de 2002, Sistema Estadual de Unidades de
Conservação – SEUC e Lei 1143 de 12 de dezembro de 2002 (Regulamenta o art.
80, incs. XVI e XVII e o art. 219, incs. I, II, III e V da Constituição Estadual, que
80
dispõem sobre o uso sustentável das Florestas Estaduais e Reservas Extrativistas
do Estado de Rondônia, e dá outras providências.).
Segundo as características naturais e os objetivos específicos da
conservação das áreas, estas são agrupadas em 2 (dois) grandes grupos com
diferentes categorias de manejo, Proteção Integral (Reserva Biológica, Estação
Ecológica, Parque, Monumento Natural,Refugio da Vida Silvestre) e Uso Sustentável
(Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Reserva
Extrativista, Floresta Nacional, Floresta Estadual de Rendimento Sustentado
Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Reserva Particular do
Patrimônio Natural).
Relação das Áreas Protegidas na Fronteira (Brasil)
Unidades de Conservação localizadas na Faixa de
Fronteira e município de Fronteira
Unidades de Conservação localizadas fora Faixa
de Fronteira e Municípios de Fronteira
Parque Estadual Guajará- Mirim Estação Ecológica de Samuel
Parque Estadual Corumbiara FERS Gavião
Parque Estadual Serra dos Reis FERS Mutum
Reserva Biológica Rio Ouro Preto FERS Periquitos
Reserva Biológica Traçadal FERS Tucano
Estação EcológicaSerra Três Irmãos FERS Araras
RESEX Rio Cautario FERS Cedro
RESEXPacaás Novos RESEXRoxinho
RESEX Curralinho RESEX Mogno
RESEX Pedras Negras RESEXAngelim
RESEX Jaci Parana RESEXIpe
RESEXCastanheira
FERS Rio Vermelho C RESEXFreijó
FERS Rio Madeira B RESEXMassaranduba
FERS Rio Pardo RESEX Maracatiara
FERS Rio Machado RESEXSeringueira
RESEXGarrote
APA Rio Pardo RESEXPiquia
APA Rio Madeira RESEXItauba
RESEXJatobá
RESEXSucupira
Fonte: Coordenadoria de Unidades de Conservação–CUC / SEDAM
81
3. Ações em Curso na Faixa de Fronteira
3.1 Educação
- Escola Técnica Binacional
- Intercâmbio de Professores
3.1.1 Escola Técnica Binacional
Em 2012 a Prefeitura de Guajará-Mirim doou um terreno ao IFRO - Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia, onde foi construído o seu
campus no valor de R$ 7.200.000,00. Inaugurado em julho de 2016, com
capacidade para 300 alunos entre cursos semipresencial e presencial. A portaria n.
378/2016, publicada no D.O.U, em 10 de maio de 2016, autorizou o funcionamento
do Campus com o curso técnico em Manutenção e Suporte em Informática, com
mais de 110 alunos.
Cursos e Matrículas no Campus IFRO - ano de 2016
Cursos Alunos
Presencial A distância Total
Técnico em Manutenção e Suporte Em Informática 118 0 118
TécnicoemFinanças 0 53 53
FicInglêsBásico 0 25 25
FicEspanholBásico 0 25 25
FicLínguaEspanhola 11 0 11
Fic Tecnologia da Linguagem e Promoção Humana 15 0 15
FicOperador de Computador 20 0 20
Total Alunos 164 103 267
82
3.1.2 Intercâmbio de Professores
O Governo de Rondônia por intermédio da SEDUC/RO está discutindo o
intercâmbio de professores, que ensinam Espanhol na rede pública estadual de
Rondônia para fazer estágio na Bolívia. Da mesma forma, os profissionais da Bolívia
que ensinam a língua portuguesa virão fazer estágio em Rondônia. A proposta é que
na área de fronteira os estudantes sejam formados nas duas línguas para integração
maior dos países.
3.2 Saúde
SIS Fronteira
Vigilância Sanitária Animal
3.2.1 SIS Fronteira/MS
Projeto Sistema Integrado de Saúde na Fronteira – SIS(Ministério da Saúde)
voltado para os municípios da linha de fronteira, na formulação e acompanhamento
das políticas de saúde, visando à implementação de ações de vigilância em saúde,
garantir o acesso dos usuários aos serviços de média e alta complexidade de forma
ágil e resolutiva, reestruturação da assistência farmacêutica nos municípios de
fronteira, efetividade da Secretaria Municipal de Saúde como unidade gestora do
Sistema Único de Saúde.
SIS Fronteira - Sistema de Legislação da Saúde:
Portaria nº 1.120/GM/MS, de 6 de julho de 2005 - que institui o Sistema
Integrado de Saúde das Fronteiras (SIS Fronteiras);
Portaria nº 1.189/GM/MS, de 5 de junho de 2006, aprova o Termo de
Adesão ao SIS Fronteiras;
Portaria nº 3.301/GM/MS, de 22 de dezembro de 2006, Aditivo ao Termo
de Adesão ao SIS Fronteiras;
Portaria nº 204/GM/MS, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o
financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os
serviços de saúde.
83
Portaria nº 622, de 23 de abril de 2014, dispõe sobre os prazos para
conclusão daimplementação das ações previstas no SistemaIntegrado de
Saúde das Fronteiras (SIS Fronteiras) esobre o repasse de incentivo
financeiro.
Os Municípios que ainda fazem jus ao recebimento de recursos financeiros da
Fase III do SIS Fronteiras deverão protocolar requerimento, com esse pedido,
juntamente com o Plano Operacional aprovado na Comissão IntergestoresBipartite
(CIB), conforme previsto no art. 6º da Portaria nº 1.189/GM/MS, de 5 de junho de
2006, no Departamento de Atenção Hospitalar e Urgência (DAHU/SAS/MS), e
consignar como destinatária a Coordenação de Urgência e Emergência-SIS-
Fronteiras (CGUE-SIS Fronteiras/DAHU/SAS/MS)
Uma vez publicado o ato específico de que trata o parágrafo único do art. 3º,
o Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para o repasse dos
recursos financeiros do fundo de saúde do ente federativo beneficiário, conforme
disponibilidade orçamentária.
A conclusão das ações previstas nos Planos Operacionais (SIS Fronteiras) de
todos os Municípios beneficiados com recursos previstos na Portaria nº
1.189/GM/MS, de 2006, e recebidos nos termos desta Portaria, deverá ocorrer no
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data do repasse dos
recursos financeiros da Fase III.
3.2.2 Vigilância Sanitária Animal
A Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia -
IDARON, com base no Convênio de Sanidade Animal em áreas de fronteira
Brasil/Bolívia, promulgado pelo Decreto nº 83.309, de 04 de abril de 1979, no
Memorando de Entendimento sobre Cooperação Técnica entre as autoridades
sanitárias da República Federativa do Brasil e da República da Bolívia, de 27 de
março de 2003 e na Portaria nº 051 – SDA/MAPA, de 07 de agosto de 2003, criou
um grupo objetivando desenvolver as atividades na Região de Fronteira entre a
República Federativa do Brasil e a República da Bolívia, que venham buscar solução
para resolver os problemas suscitados na referida fronteira visando a erradicação da
Febre Aftosa.
84
Técnicos da Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de
Rondônia (Idaron) vacinaram parte do rebanho boliviano na faixa de fronteira com o
Estado. No 30º Ciclo de Vacinação contra Febre Aftosa, realizado de dezembro
2015 a meados de janeiro de 2016, foram vacinados aproximadamente 40 mil
bovinos e bubalinos pertencentes a 478 produtores rurais. O custo operacional foi de
R$ 3,15 por animal vacinado, percorrendo uma distância aproximada 90 km, em
alguns trechos da fronteira entre o Estado de Rondônia com o Departamento de
Beni. Teve a participação de 6 Órgãos: Superintendência Federal de Agricultura em
Rondônia - SFA/RO; Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de
Rondônia - IDARON; Fundo de Apoio à Defesa Sanitária Animal do Estado de
Rondônia - FEFA/RO; Serviço Nacional de Sanidad Agropecuária e Inocuidad
Alimentaria da Bolívia - SENASAG/BO; Federação dos Ganadeiros do
Departamento do Beni - FEGABENI/BO.
Fonte: Idaron
3.3 Infraestrutura
Ponte em Abunã
Pavimentação BR-435
Pavimentação RO-135
Pavimentação BR-429
Pavimentação BR-425
85
Pavimentação BR-421
Hidroelétrica de Santo Antônio
Hidroelétrica de Jirau
Hidrovia do Baixo Madeira
Sistema de Esgoto Guajará-Mirim
Infovia Banda Larga
Aeroporto de Guajará-Mirim
Sistema de Esgoto
3.3.1 Ponte Sobre o rio Madeira em Abunã/RO - BR-364
A construção da ponte faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento
PAC-2, sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Transportes – DNIT. A
obra foi contratada por R$ 128 milhões, sendo executada pela empresa Arteleste
Construções LTDA. A ponte terá 1.084 metros de comprimento. Os trabalhos de
execução estão em andamento com 25 bases de pilastras já executas e a pista de
rolamentojá em execução. Prazo de construção previsto para dois anos e conclusão
em 2017.
86
3.3.2 Rodovias: BR-435, RO-135, BR-429, BR-425 e BR-421
BR-435 (antiga RO-399) liga a cidade de Vilhena a Pimenteiras, a rodovia
com pavimentação inacabada, faltando 32 km para conclusão do asfaltamento.
RO-135 liga a cidade de Alta Floresta ao Distrito de Porto Rolim na linha de
fronteira, rodovia estadual sem pavimentação.
BR-429 liga Presidente Médici na BR-364 à Costa Marques, rodovia com
pavimentação concluída, restando parte das obras de artes (em construção 16
pontes).
BR-425 liga Abunã na BR-364 a Guajará-Mirim, rodovia com a pavimentação
em fase de conclusão, adequada aos padrões rodoviário do DNIT, restando concluir
as obras de artes (pontes sobre o Rio Araras e Ribeirão).
BR-421 Estrada Parque em caráter emergencial, porém com pendências
judiciais, a rodovia liga Ariquemes a Campo Novo sem restrições, com 80 km
asfaltado. Já o trecho da continuação da BR-421 de Campo Novo a Guajará-Mirim,
enfrenta a burocracia judicial. Vale salientar, que a “Estrada Parque” está sendo
muito bem preservada e cuidada pelos órgãos estadual e federal, permitindo apenas
o tráfego de veículos utilitários transportando alimentos perecíveis e de passeio das
7 às 18 horas. Bem sinalizada, a velocidade não pode ultrapassar os 30 km. (texto
contido no item 5.4.1)
3.3.3 Hidroelétrica de Santo Antônio (rio Madeira)
Considerado referência em construção de hidrelétrica de forma sustentável, o
projeto envolve tecnologia de última geração - menos agressiva ao meio ambiente.
O reservatório da UHE Santo Antônio terá uma área de 350 km², o que significa uma
ótima relação entre área alagada e potência instalada.As áreas inundadas serão
praticamente as mesmas que ocorrem durante as cheias anuais do rio Madeira.
A Hidroelétrica Santo Antônio está a 7 km de Porto Velho, no Rio Madeira.
Investimentos da ordem de R$ 20 bilhões, Queda d’água 13,9 metros, Potência
3.568 MW, turbinasTipoBulbo 50, sistemas de transmissão corrente contínua e
alternada, obra prevista no PAC. Quarenta e quatro turbinas já estão em
87
funcionamento comercial e as seis restantes, com a conclusão prevista para o final
de 2016.
3.3.4 Hidroelétrica de Jirau (rio Madeira)
A Hidroelétrica do Complexo rio Madeira, a 120 km de Porto Velho, com
reservatório de 258 km². A usina terá capacidade instalada de 3.750MW, gerada por
50 turbinas do tipo bulbo.Custo inicial de R$ 15,4 bilhões de reais. Obra prevista no
PAC em fase de conclusão prevista para 2016.
3.3.5 Hidrovia do Baixo Madeira (Porto Velho-Itacoatiara)
O Governo Federal vem investindo na melhora da navegabilidade no Rio
Madeira e modernização do terminal de carga de Porto Velho/RO, incluindo
ampliação e aquisição de equipamentos. A Hidrovia do Baixo Madeira, trecho entre
a cidade de Porto Velho (RO) e a cidade de Itacoatiara (AM) de 1.156 km, receberá
investimentos que chegam à cifra de R$ 190 milhões, para a adequação do corredor
do rio Madeira. O DNIT se encarregará dos estudos (EVTEA), do projeto de
manutenção e da realização das respectivas obras de manutenção: dragagem,
sinalização e balizamento em todo o corredor. Meta: dragagem de 6,16 milhões de
m3, com investimentos de R$ 140 milhões, sendo R$ 11 milhões para estudos e
projetos. Executor: DNIT/CODOMAR/AHIMOC.
Os Projetos Básicos da dragagem e da sinalização estão finalizados. Os
editais para a contratação dos serviços de dragagem, sinalização, monitoramento e
educação ambiental encontra-se em processo licitatório, através do DNIT por meio
do RDC (Regime Diferenciado de Contratação), para a contratação de empresa
especializada. A contratada atenderá à hidrovia pelo prazo de 5 anos, nos Estados
de Rondônia e Amazonas. O valor da obra para etapa está estimado em R$
81.825.643,70.
3.3.6 Aeroporto de Guajará-Mirim
A reforma, ampliação e modernização do aeroporto de Guajará-Mirim é uma
necessidade por se tratar de um ponto estratégico na fronteira Brasil/Bolívia, eixo
88
rodoviário e hidroviário, bem como a existência da Área de Livre Comércio. É
considerada uma cidade gêmea de fronteira, com potencial turístico histórico. O
projeto está pronto custo aproximado de 5 milhões, porém a licitação está parada há
vários anos, sob a responsabilidade do Banco do Brasil.
3.3.7 Sistema de Esgoto
O Sistema de Esgoto de Guajará-Mirim está sendo executado com recursos
federais, administrado pela Fundação Nacional de Saúde – FUNASA. Atualmente já
foi executado aproximadamente 10% da malha urbana. Valor estimado em R$ 55
milhões.
As demais cidades na linha de fronteira não têm sistema de esgoto.
3.3.8 Infovia - Plano Nacional de Banda Larga
A Infovia é uma iniciativa do Governo do Estadual em parceria com órgãos
públicos e empresas privadas, com objetivo de melhorar e expandir a infraestrutura
e os serviços de Telecomunicações e de Tecnologia da Informação em todos os 52
municípios de Rondônia. Trata-se de uma rede de fibras ópticas e rádios, que opera
integrada com a infraestrutura privada de Telecomunicações (Satélites, Telefonia
Celular, Telefonia convencional e Fibras ópticas, etc..) conectando cidades, prédios
e órgãos em alta velocidade, possibilitando novas formas de relacionamento entre
pessoas, organizações e oEstado.
A Infovia está alinhada com a Infraestrutura de telecomunicações do governo
Federal de forma a evitar a sobreposição de investimentos e suprir as deficiências
de Telecomunicações de Rondônia. Atualmente apenas vinte dos cinquenta e dois
municípios estão interligados através de fibra óptica por uma única empresa com
cobertura estadual.
A Infovia torna possível fornecer internet, para uso de equipamentos médicos
conectados à rede, ensino a distância, Internet, processos eletrônicos, a um custo
correspondente a 1% do total pago às operadorashoje.
A implantação iniciou em Porto Velho, como fase Piloto, utilizando- se o anel
de fibras ópticas da Segurança Publica, interligando prédios em alta velocidade
89
(complexo Administrativo e seus anexos, o Tudo Aqui, a Junta Comercial, a
SESDEC, o DETRAN, a SOPH e Seis escolas da Rede Estadual de Ensino).
Estão em andamento os serviços para conexão de 211(duzentos e onze)
prédios em Porto Velho e 30 (trinta) em Ariquemes. Está em fase de elaboração o
termo de referência para ampliar a Infovia para onze novos municípios do interior do
estado (Guajará-Mirim, Cacoal, Candeias do Jamari, Espigão D’Oeste, Jaru, Ji
Paraná, Ouro Preto D’Oeste, Pimenta Bueno, Presidente Médici, Rolim de Moura e
Vilhena), que somados a Porto Velho e Ariquemes, beneficiará 70% do Estado de
Rondônia. Os demais Municípios dependem da definição do modelo de negócio e
personalidade jurídica do órgão gestor da Infovia.
O Governo de Rondônia utiliza-se da rede de fibras ópticas da
Eletronorte/Telebrás e ou Rádio, para interligar os municípios entre si e as áreas
urbanas.
Mapa - Projeção da Cobertura da Infovia em agosto de 2017
3.4 Área Econômica
90
Área de Livre Comércio Guajará-Mirim (SUFRAMA)
Free shop
Turismo
3.4.1 Áreas de Livre Comércio – ALCs – (MDIC)
Áreas de Livre Comércio - ALC Guajará-Mirim/RO, criada no Município de
Guajará-Mirim, através da Lei no. 8.210/1991, uma área de livre comércio de
importação e exportação, sob o regime fiscal especial, com a finalidade de promover
o desenvolvimento das regiões fronteiriças do extremo noroeste do Estado e com o
objetivo de incrementar as relações bilaterais com os países vizinhos, segundo a
política de integração latino-americana.
3.4.2 Free Shop
A Lei nº 12.723/2012 autorizou a instalação de lojas francas (Free shop) em
Cidade Gêmeas de municípios da faixa fronteira com outros países. Essas lojas
vendem mercadorias nacionais e estrangeiras com regime tributário diferenciado,
sem cobrança de impostos de importação. As transações também podem ser feitas
em moeda nacional ou estrangeira.
A cidade de Guajará-Mirim se enquadra nas exigências legais para instalação
de Free Shop, que se encontra em fase de estudo.
3.4.3 Turismo
Festa do Divino Espírito Santo no Vale do Guaporé - é a mais antiga
manifestação cultural de Rondônia na fronteira do Brasil com a Bolívia, pode se
tornar Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Consiste em uma manifestação cultural
de caráter religioso, o evento acontece anualmente desde 1894, nas cidades
brasileiras, bolivianas e comunidades quilombolas do Vale do Guaporé, trazida pelos
negros vindos de Vila Bela da Santíssima Trindade, Mato Grosso.
91
3.5 Segurança
- Plano Integrado de Segurança na Fronteira (ENAFRON)
- Programa Calha Norte
3.5.1 Estratégia Nacional de Segurança Pública nas
FronteirasSENASP/Ministério da Justiça
Plano Integrado de Segurança na Fronteira do Estado de Rondônia.
OBJETIVO GERAL - Integrar ações do Estado de Rondônia e Governo Federal para
a redução da criminalidade, garantindo a manutenção e preservação da ordem
pública na Faixa de Fronteira, inibindo os fatores geradores da violência, bem como
promover as condições favoráveis ao desenvolvimento regional;implantar medidas
para a fiscalização efetiva e eficiente e consequente redução anual dos índices de
crimes praticados na Faixa de Fronteira; exercer maior controle sobre a fronteira
brasileira, especialmente no que se refere aos crimes de narcotráfico, tráfico de
armas, munições e crimes contra a vida, de forma permanente.
Atendendo aos termos do acordo firmado com o Governo Federal, no sentido
de implementar e criar uma unidade integrada de policiamento especializado para
atender às comunidades englobadas pela Faixa de Fronteira.A Gerência
92
Especializada em Segurança de Fronteira – GESFRONSESDEC/RO, articulada em
12 (doze) Unidades Especializadas em Segurança de Fronteiras (UNESFRON).
As bases das UNESFRON instaladas em unidades policiais (quartéis ou
delegacias já existentes nos Municípios localizadas na Faixa de Fronteira),servem
como pontos de apoio para ações e operações desenvolvidas pelas unidades na
região.
Localização das UNESFRON em Rondônia
Resultados Esperados-Com a construção de instalações físicas adequadas,
aquisição de equipamentos, armamentos, munições letais e não letais, equipamento
de proteção individual, viaturas, embarcações, aeronaves e criação de equipes de
investigação, perícia, estatística e análise criminal objetiva-se, na Faixa de Fronteira,
obter os seguintes resultados:
Redução anual dos índices de crimes praticados contra a vida,
narcotráfico, tráfico de armas e munições, tráfico de pessoas, abigeato,
além de outros delitos característicos da Faixa de Fronteira;
Aumentar substancialmente a apreensão de drogas, materiais oriundos de
descaminho e contrabando, animais oriundo do tráfico, além da prisão de
criminosos em cometimento de delitos relacionados com a fronteira;
93
Localizar, identificar, mapear e catalogar locais, instrumentos, pessoas e
atividades ou ações que tenham ligação com crimes transfronteiriços;
Maior controle da entrada de estrangeiros no país;
Coibir a prática de crimes contra o meio ambiente;
Diminuição da evasão de divisas;
Diminuição dos roubos de veículos;
Maior fiscalização à entrada de produtos estrangeiros no país;
Maior arrecadação do fisco federal e estadual;
Maior controle das fronteiras, portos e aeroportos.
3.5.2 Programa Calha Norte
O Programa Calha Norte - PCN (Ministério da Defesa) foi criado em 1985 pelo
Governo Federal com o objetivo de “aumentar a presença do poder público na
região contribuindo para a defesa nacional, proporcionando assistência às suas
populações e fixando o homem na Região”, visa promover a ocupação e o
desenvolvimento ordenado da Amazônia Setentrional. A implementação do
programa tem encontrado algumas dificuldades, como por exemplo, os vazios
demográficos, causados pelos obstáculos naturais, a pouca presença dos
equipamentos estatais, principalmente nas áreas de saúde, comunicação, educação
e transporte.
3.6 Sócio-Político
Consórcio Binacional – CBDIS
Mesa da Irmandade
3.6.1 Consórcio Bi-Nacional – CBDIS
Existem algumas iniciativas da sociedade civil no âmbito da Faixa de
Fronteira, as quais estão vinculadas aos interesses comuns de brasileiros e
bolivianos, através dos municípios de Guajará-Mirim (Rondônia/Brasil) e
Guayaramerin (Beni/Bolívia), para o desenvolvimento sustentável.
94
Nesse sentido, foi criado logo nos primeiros anos da década de 2000, o
Comitê Bi-Nacional de Fronteira, uma instituição internacional de caráter não
governamental e sem fins lucrativos, composta em sua estrutura organizacional por
brasileiros e bolivianos, demonstrando que é possível caminhar juntos quando se
trata de problemas comuns entre as cidades gêmeas.
Em 2011 foi criado o Consórcio Bi-Nacional para a Integração e
Desenvolvimento Sustentável – CBDIS, também uma entidade não governamental e
sem fins lucrativos que busca a integração sociocultural, econômica e tecnológica da
Faixa de Fronteira entre o Brasil e a Bolívia, através da discussão das grandes obras
de infraestrutura que estão sendo executadas e em planejamento para a referida
região.
3.6.2 Mesa da Irmandade(Acordo Internacional)
A Mesa da Irmandade assegurada pelo Decreto Legislativo nº 503, de
11/12/2013 que homologa a Declaração de Irmandade que celebra o Governo do
Estado de Rondônia e o Departamento Autônomo de Beni - Bolívia, com objetivo
fortalecer a amizade e a cooperação entre Rondônia e o Beni - Bolívia, para a
integração Regional.
Composição da Mesa da Irmandade: A mesa permanente de Integração
Regional Rondônia/Beni, será composta pelos seguintes membros: por parte de
Rondônia:Governador do Estado, Secretário Chefe da Casa Civil, Secretário de
Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretário de Estado da Agricultura,
Secretário de Estado do Meio Ambiente, Secretário de Estado de Assuntos
Estratégicos, Presidente da Frente Parlamentar Permanente de Integração
Binacional Rondônia/Beni.As mesmas autoridades do Departamento Autônomo do
Beni devem compor o grupo.
A Mesa Permanente de Integração se reúne ordinariamente uma vez a cada
semestre, de forma alternada entre o Estado de Rondônia e o Departamento do
Beni.
95
III ESTRATÉGIA PROPOSTA
A construção de uma nova Política para a Faixa de Fronteira com a
Bolíviaalinhada com a Política do Governo Federal para diminuir as desigualdades
regionais e integração nacional é m marco histórico por ser o primeiro plano
participativo de entidades públicas e sociedade organizada, voltado para a Faixa de
Fronteira de Rondônia e Bolívia.
A nova proposta elaborada pelo Núcleo Estadual mantém o objetivo de
estruturar as ações do plano em eixos temáticos, elencando projetos e programas
integradores para a região fronteiriça que visaa inclusão socioeconômica, melhoria
da qualidade de vida e preservação ambiental.
96
1. Modelo de Desenvolvimento Para Faixa de Fronteira
O desenvolvimento de uma região tem que ser fundamentado na cultura, nos
costumes e nos anseios das comunidades locais. O PDIF de Rondônia não poderia
ser diferente para uma região de fronteira com característica tão peculiar e ao
mesmo tempo, tão carente de apoio dos governantes. Comunidade essa que ao
longo de sua história vem sobrevivendo sem as mínimas condições de infraestrutura
básica, como: sistema de esgoto, água tratada e equipamentos comunitários tão
importantes para a vida urbana.
A proposta do PDIF visa à integração das políticas públicas e as ações das
três esferas governamentais, somada a participação da comunidade local na busca
dos anseios coletivos e integradores da população transfronteiriça, visando o
empoderamento e sustentabilidade com qualidade de vidadaqueles que ali vivem.
Audiências Públicas na Faixa de Fronteira/2011 - 1ª Versão do PDIF
Foto: Natan Oliveira
97
2. Política de Desenvolvimento Regional Fronteiriça
A política regional promove a dinamização econômica dos espaços pouco
desenvolvidos, enfrentando um conjunto de desafios para superar a desigualdade da
região de fronteira com resto do país. É preciso romper a estagnação ou má
distribuição da atividade econômica, bem como da baixa capacidade de oferta de
serviços públicos básicos de qualidade, para melhorar as condições de vida dos
brasileiros que ali vivem.
2.1 Governo Federal
PNDFF – Plano Nacional de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira
PDR – Plano de Desenvolvimento Regional
PRDA - Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia
Brasil Maior
Brasil Sem Miséria
Cidade Digital
2.2 Governo Estadual
PDIF – Plano de Desenvolvimento Integrado da Faixa de Fronteira
PEDES – Plano Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social
PIDISE – Programa Integrado de Desenvolvimento de Inclusão
Socioeconômico
A estratégia de atuação proposta pelo PDIF visa a interação com todos os
programas do Governo Federal e os programas do Governo Estadual buscando a
eficiência na atenção das metas prioritárias do governo, referentes ao
desenvolvimento e integração regional, a qual seguirá três grandes linhas de ação: a
primeira ação é alinhar e priorizar todos os programas sociais do Governo Federal
com o Governo Estadual para as Cidades Gêmeas e as cidades da Linha de
Fronteira. Asegunda é a Integração dos Planosde Desenvolvimento PDFF, PDR e
98
PRDA do Governo Federal com o PDIF, PEDES e PIDISE Governo Estadual,
também os priorizando para as Cidades Gêmeas e as Cidades da Linha de
Fronteira. Aterceira será a extensão paratoda a Faixa de Fronteira, visando a
Melhoria das Condições Econômicas, Sociais e de Cidadania das comunidades
locais.
O desenvolvimentosocialintegrado das Cidades-Gêmeastem como base os
projetos prioritáriosque atendam as cidades concentrada na Linha de Fronteira,
focando as potencialidades locais, de ambos os lados das cidades contíguas, que
constituem uma oportunidade para fortalecer e catalisar os processos de integração
social e institucional fundamentais para a competitividade. Posteriormente, se
estenderá a todos os municípios da Faixa de Fronteira, fortalecendo suas
potencialidades produtivas voltadas para geração de emprego e renda.
O Governo do Estado em observância às diretrizes e metas dos Programas
sociais do Governo Federal, como Plano Brasil Sem Miséria, Brasil Maior entre
outros, alinhou-se como planejamento extratégico para a Faixa de Fronteira as
ações previstas nos planos: PDIF e PEDES -Plano de Desenvolvimento Sustentável
do Estado de Rondônia.
2.1 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Rondônia
O Plano tem como base o conhecimento de sua realidade e nas políticas
públicas voltadas ao desenvolvimento socioeconômico, mediante a execução de um
conjunto de diretrizes, programas e projetos, visando reduzir as desigualdades entre
as regiões de planejamento do Estado e direcionar o potencial da diversidade
existente para o desenvolvimento regional sustentável.
O Plano foi construído a partir de um esforço conjunto do governo federal e
governo estatal, materializado em um Acordo de Cooperação Técnica por intermédio
do Ministério da Integração Nacional e Secretaria de Estado do Planejamento,
Orçamento e Gestão firmado em 07.02.2014. A elaboração ficou sob a
responsabilidade do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA)
e a Empresa Consultoria e Serviços Socioeconômico e Ambiental Ltda(CON&SEA
LTDA). Para efetivação dos trabalhos foram envolvidas as secretarias de Estado e
instituições públicas, privadas e não governamentais vinculadas e articuladas com
99
as demandas sociais. Cabe destacar que as demandas sociais foram levantadas por
meio de diversas oficinas de trabalho, realizadas no Estado e pelo acompanhamento
e monitoramento das secretarias de governo.
O PDES/RO 2015-2030 considerada as peculiaridades regionais com vistas a
possibilitar a diminuição das desigualdades entre as regiões do Estado, no que se
refere ao nível de vida, bem como a favorecer a integração fronteiriça e aumentar a
riqueza com responsabilidade social e ambiental.
2.2 Articulação PrioritáriadasMesorregiões, PDFF, PDRA
Quatro mesorregiões em que o Governo Federal já vem atuando de forma
importante – Alto Solimões (AM), Vale do Rio Acre (AM e AC), Grande Fronteira do
MERCOSUL (PR, SC e RS) e Metade Sul do Rio Grande do Sul (RS) – encontram-
se em áreas coincidentes com a Faixa de Fronteira.
Essas mesorregiões são beneficiadas pelas ações do PNDFF e PDR de
modo que, complementarmente, os programas federais em questão, possam
garantir o desenvolvimento sustentável dessas sub-regiões, que já estão em
processo de consolidação de uma base local de desenvolvimento, envolvendo
articulação de estratégias e ações do Governo Federal com os Estados, Municípios
e as sociedades locais organizadas. Visando esta estratégia de desenvolvimento do
Governo Federal, o Plano de Desenvolvimento Integrado de Fronteira PDIF do
Estado de Rondônia constitui uma oportunidade para o aproveitamento de sinergias
das ações públicas e privadas para a Faixa de Fronteira com a Bolívia.
2.3 MelhoriasSocioeconômicas das Sub-regiões Faixa de Fronteira
As ações aqui propostas têm o objetivo de articular os atores da Faixa de
Fronteira em torno de projetos de desenvolvimento comuns e de construção de
percepções da realidade local e sub-regional, assim como provocar a elaboração de
agenda para a superação dos obstáculos e utilização das potencialidades,
englobando, em sua estratégia de atuação, o fortalecimento da sociedade civil, o
incentivo a Arranjos Produtivos Locais - APLs, a promoção da articulação dos atores
e o estímulo à infraestrutura econômica, social e gerencial.
100
2.4 Interação PDIF com as Ações Prioritárias do PIDISE
O Programa Integrado de Desenvolvimento e Inclusão Socioeconômica do
Estado de Rondônia PIDISE tem em seu objetivo geral a ampliação e modernização
da infraestrutura social e econômica do estado, através da organização do processo
de desenvolvimento, com sustentabilidade e inclusão social. O Programa trará
benefício para toda a população do estado especialmente as dos municípios
localizados no eixo da BR 364, complexo Hidrelétrico do Rio Madeira e Linhas de
Transmissão de Energia Elétrica. De forma integrada, serão beneficiários diretos do
projeto os pequenos e médios produtores da cadeia produtiva do pescado e da
agroindústria; famílias de baixa renda contempladas em programas de proteção
social e de habitação; comunidades escolares da área rural e urbana, usuários dos
serviços públicos de segurança, saúde, saneamento, empresários e instituições
públicas.
Serão investidos através de empréstimo financiado pelo BNDES no valor de
R$ 488.364.300,00 com contrapartida de R$ 54.262.700,00 do governo do estado de
Rondônia totalizando um investimento do programa de R$ 542.627.000,00 que
serão empregados numa estrutura de 10 programas quais sejam:
Quadro Resumo dos Investimentos do PIDISE
COMPONENTES Valor em R$
1,00
Segurança Pública e Direitos Humanos 111.446.000,00
Ampliação e Modernização da Infraestrutura da Educação, Desporto e Lazer 101.970.000,00
Implantação, Melhorias e Ampliação dos Serviços de Saúde e Saneamento 53.230.000,00
Desenvolvimento do Turismo e Preservação e Conservação do Patrimônio Histórico e Cultural
28.250.000,00
Desenvolvimento Econômico, Competitividade e Fortalecimento dos Arranjos Produtivos
91.898.000,00
Modernização da Infraestrutura Fazendária 37.595.000,00
Tecnologia da Informação 35.088.000,00
Habitação de Interesse Social 54.000.000,00
Fortalecimento e Modernização da Infraestrutura da Assistência Social 24.150.000,00
Gerenciamento e Monitoramento do PIDISE 5.000.000,00
101
3. Organização dos Programas e Projetos em Eixos Estratégicos
Eixo Educação
Eixo Saúde
Eixo Infraestrutura
Eixo Econômico
Eixo Segurança
Eixo Ambiental
3.1 Definição dos Programas Estruturantes
O Estado de Rondônia necessita urgentemente de programas de
desenvolvimento para continuar crescendo, tendo como base, diferentes
alternativas, conforme a natureza do problema a ser enfrentado.
3.1.1 Eixo Educação
Programa para a educação intercultural com propósito de promover a
construção de uma identidade regional bilíngüe e intercultural com ênfase no ensino
de português e espanhol, sobretudo nas cidades-gêmeas levando em conta as
peculiaridades e seu potencial cultural.
3.1.2 Eixo Saúde
Projeto do Sistema Integrado de Saúde na Fronteira – SIS (Ministério da
Saúde), que tem atuação na área de saúde em todos os municípios de fronteira em
especial aquelas voltadas para vigilância epidemiológica; vigilância sanitária e
ambiental; saúde intercultural (povos indígenas) e desenvolvimento de capacidades
para o atendimento a pacientes portadores de HIV/AIDS.
102
3.1.3Eixo Infraestrutura
3.1.3.1Infraestrutura logística
Programa de apoio logístico de transporte hidroviário nos Rios Guaporé e
Mamoré interligados com o Rio Madeira, visando aumentar o grau de
competitividade diminuindo o alto custo da logística do transporte de cargas.
A Bacia do Madeira é considerada o maior potecial de integração regional que
pode ser estabelecido entre o Brasil, a Bolívia e o Peru, mediante a integração de
suas redes de transportes intermodal fluviais, terrestre e o potencial energético.
3.1.3.2Infraestrutura Urbana
Urbanização das cidades por meio da construção de equipamentos urbanos,
implantação de infraestrutura social de apoio à produção, construção de obras civis,
saneamento, canalização, tratamento e abastecimento de água e transporte urbano,
dentre outros. Essa ação tem como finalidade melhorar a qualidade de vida nos
municípios fronteiriços, para proporcionar maior nível de satisfação das populações
da Faixa de Fronteira.
3.1.4 EixoEconômico
3.1.4.1APL
Implantação de Arranjos Produtivos Locais - APLs, visando à estruturação
socioeconômica dos municípios fronteiriços, entorno de uma estratégia de
desenvolvimento de produção, industrialização e comercialização dos produtos
regionais em bases sustentáveis e resultados imediatos na dinamização das
economias locais em especial a sociobiodiversidade.
3.1.4.2Turismo
O Vale do Guaporé é rico em patrimônio histórico, manifestações culturais,
oportunidades de visitas às comunidades caboclas e indígenas e visita à Bolívia
para compras. Belezas naturais, rica em fauna e flora, a região encanta os visitantes
103
que apreciam aventuras mais radicais. De trekkings pela Floresta Amazônica ou no
pantanal rondoniense, a pesca esportiva no Rio Mamoré e nos seus afluentes, lugar
ideal para um mergulho em meio aos peixes da região. É possível fazer um rapel de
120 metros num paredão na cordilheira dos Pacaás Novos, até o rio que leva o
mesmo nome.
Construção de pousadas para hospedagens integradas à natureza.
3.1.4.3 Polo Industrial Sociobiodiversidade
O desenvolvimento regional pretendido pelos benefíciosfiscais,previstos na
ALC e ZFV só ocorrerá se for materializado com a criação de um polo industrial
voltado para a sociobiodiversidade, conforme a proposta da Zona Franca Verde Lei
nº 11.898, de 8 de janeiro de 2009, regulamentada pelo Decreto Presidencial nº
8.597, de 18 dezembro de 2015, o qual criou a Zona Franca Verde em seis
municípios da Região Amazônica, sendo Guajará-Mirim um deles.
Com a regulamentação da Zona Franca Verde, os municípios beneficiados
passam a receber a concessão de incentivos fiscais para indústrias de
beneficiamento dos recursos ambientais e matérias-primas regionais de origem
florestal, pesqueira, agropecuária e mineral.
3.1.5 Eixo Segurança
Estratégia Nacional de Segurança nas Fronteiras -ENAFRON - Conjunto de
políticas e projetos do Governo Federal, que tem por finalidade melhorar a
percepção de segurança pública junto à sociedade e garantir a presença
permanente das instituições policiais e de fiscalização na região de fronteira do
Brasil, otimizando a prevenção e a repressão aos crimes transfronteiriços, por meio
de ações integradas de diversos órgãos federais, estaduais e municipais.
Promover a articulação dos atores governamentais, das três esferas de
governo, no sentido de incentivar e fomentar políticas públicas de segurança,
uniformizar entendimentos e ações e otimizar o investimento de recursos públicos
nas regiões de fronteira.
104
Enfrentar os ilícitos penais típicos das regiões de fronteira e promover um
bloqueio e a desarticulação das atividades de financiamento, planejamento,
distribuição e logística do crime organizado e dos crimes transnacionais, cujos
efeitos atingem os grandes centros urbanos e a sociedade brasileira com um todo.
3.1.6 Eixo Ambiental
Plano de exploração da Reserva Extrativista do Pacaás Novos, Reserva
Extrativista do Rio Cautário, Reserva Extrativista de Pedras Negras, Reserva
Extrativista do Curralinho, Reserva biológica do Guaporé, Parque Estadual Serra
dos Reis, Parque Estadual de Curumbiara, Terra Indígena Ribeirão, Terra Indígena
Lages, Terra Indígena de Pacaás Novos e Terra Indígena do Rio Guaporé.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que entre outras
importantes providências de alcance visa garantir a inclusão sócio-produtiva dos
catadores de materiais recicláveis, nos termos prescritos pela legislação federal.
A Política Estadual vem desenvolvendo ações comooProjeto Recicla
Rondônia, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Assistência e
Desenvolvimento Social SEAS.
3.1.7Eixo Sócio-Político
3.1.7.1Emprego - tratar o fluxo de trabalhadores na transfronteira com uma
política diferenciada, formatada de acordo com o lugar geográfico, os interesses
brasileiros e a relação com o país vizinho nas cidades-gêmeas. Em termos de
administração é problemático o desenvolvimento regional da faixa, tendendo a
reforçar, em vez de modificar, visões preconcebidas e assimetrias quase sempre
hostis à integração subcontinental. É preciso programar ações que objetivem
legalizar a residência e o trabalho de nacionais no exterior e vice-versa, nos moldes
recepcionados no Acordo de Residência do MERCOSUL em vigor.
3.1.7.2 Aduanas - o funcionamento integrado das aduanas dá maior agilidade
no desembaraço das cargas, com Despachante Aduaneiro prestadores de serviços
bem treinados, com abrangência cada vez maior nas atividades inerentes ao
105
comércio de importação e exportação, viabilizando economia e agilidade para as
empresas aumentarem o grau de competitividade.
Aduanas integradas com equipamentos modernos e profissionais da atividade
de repressão devidamente treinados e uma legislação aduaneira moderna acordada
com o país vizinho, tendo com objetivo a evolução dinâmica do comércio exterior e
ao mesmo tempo coibir de maneira eficaz os ilícitos e fraudes aduaneiras,
protegendo os interesses dos dois países.
3.2 Identificação e Estruturação dos Projetos Integradores
Ver Anexo III Resumo - Planilhas das Propostas
3.2.1 Eixo Educação
Desenvolvimento de Escolas Binacionais de Fronteira
Instituto Técnico de Fronteira
Intercâmbio de Professores Brasil/Bolívia
Intercâmbio de Estudantes Brasil/Bolívia Projeto Integração Histórica – UNIR/RO
3.2.1.1 Projeto Intercultural Bilíngue Escolas de Fronteira(Ministérioda
Educação)
Projeto Escolas Bilíngües de Fronteira tem como propósito promover a
construção de uma identidade regional bilíngüe e intercultural como marco de uma
cultura de paz e de cooperação interfronteiriça. O Projeto consiste em um modelo
comum de ensino em escolas de zona de fronteira, a partir do desenvolvimento de
um programa para a educação intercultural com ênfase no ensino do português e do
espanhol, em Guajará-Mirim cidade-gêmea e Costa Marques.
Com base na proximidade geográfica e os laços estreitos entre os povos dos
dois países, esse projeto prevê o desenvolvimento de um modelo de ensino comum,
apoiada por professores e alunos para formalizar a comunicação e educação em
Português e Castelhano ao mesmo tempo.
106
Planejamento das aulas experimentais na língua do "outro" e em diferentes
disciplinas conduzidas por professores de ambos os lados, com o assessoramento
de especialistas em educação das universidades envolvidas.
Assim, não só a língua, mas também vários costumes são conhecidos entre
os estudantes brasileiros na Bolívia, fortalecendo os laços de integração precoce.
Com a inclusão desses aspectos no conteúdo de todas as disciplinas, desde
matemática para a artea integração de conteúdo e pluralidade de aprendizado da
fronteira torna-se um ambiente de interação educacional, cultural e linguística.
3.2.1.2Projeto Escolas Técnicas de Fronteira (SETEC/Ministério da
Educação).
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia – IFRO
iniciou as atividades em 2011 na Guajará-Mirim em prédio cedido pela Prefeitura,
destinado a atender a macrorregião, que conta com mais de 100 mil habitantes,
segundo o Censo do IBGE 2010, além da população boliviana de fronteira que
também poderá participar, configurando dessa forma um pólo binacional de
educação técnica.
3.2.1.3 Projeto Intercâmbio de Professores
O intercâmbio de professores que ensinam Espanhol na rede pública estadual
de Rondônia para fazer estágio na Bolívia. Da mesma forma, os profissionais da
Bolívia que ensinam a língua portuguesa virão fazer estágio em Rondônia.
Apropostaé que na área fronteiriça os estudantes sejam formados nas duas línguas
para maior integração dos dois países.
3.2.1.4Projeto Integração Histórica – UNIR/RO
Projeto Integração Histórica Política e Cultural da Região de Fronteira
Brasil/Bolívia (Universidade Federal de Rondônia – Miguel Nenevé e Valdir
Aparecido de Souza).
107
O projeto tem como base a política pública de integração que leve em
consideração o respeito às culturas locais de fronteira, sejam elas urbanas e
modernas, rurais e povos da floresta, bem como indígenas e quilombolas. Com foco
na História Oral, Método Etnográfico, Abordagem Sociológica, Política e Hibridismo
Cultural - Português, Espanhol e Línguas Indígenas. Visando diminuir a exclusão
social e o preconceito entre as culturas.
O público alvo são as Comunidades Ribeirinhas na fronteira de Rondônia e
Bolívia, de Abunã à Cabixi.
O produto inicial é um currículo comum na área da educação entre as
comunidades e entre os países, objetivando a implantação de Escolas Binacionais
de Fronteira.
3.2.2Eixo Saúde
Sistema Integrado de Saúde na Fronteira – SIS (Ministério da Saúde).
Intercâmbio de médicos e outros profissionais de saúde exclusivamente na
Faixa de Fronteira.
Campanhas de Vacinação Integrada.
3.2.2.1. Projeto Sistema Integrado de Saúde na Fronteira – SIS
O Sistema, iniciado em 2006, é uma proposta da Secretaria Executiva do
Ministério da Saúde, e tem como objetivo contribuir para o fortalecimento e
organização dos sistemas locais de saúde de 121 municípios fronteiriços, de norte a
sul do paíscontempladosno“MAIS SAÚDE” – Direito de Todos – 2008-2011, no eixo
da Cooperação Internacional, o SIS-Fronteira visa atender a toda extensão territorial
das fronteiras do Brasil.
3.2.3 Eixo Infraestrutura
Infraestrutura Urbana
Infovia
Hidrovia da Bacia do Madeira
108
Portos Hidroviários (Guajará-Mirim, Costa Marques e Cabixi)
Ponte Binacional em Guajará-Mirim
Hidroelétrica Binacional do Ribeirão em Guajará-Mirim
Rodovia do Pacífico Brasil/Peru
Logística do Transporte de Cargas
3.2.3.1Infraestrutura Urbana
Dinamização das economias locais, com resultados imediatos por meio da
construção de equipamentos urbanos, implantação de apoio à produção, construção
de obras civis, implantação de sistemas, saneamento, canalização, tratamento e
abastecimento de água e transportes, dentre outros.
3.2.3.2 Infovia–Aduanas Integradas/Banda Larga
Aduanas Integradas Brasil/Rondônia e Bolívia/Beni ligadas pela Infovia, que
se encontra em execução no Estado de Rondônia. A InfoviaTrata-se de uma rede de
fibras ópticas e rádios, que opera integrada com a infraestrutura privada de
Telecomunicações (Satélites, Telefonia Celular, Telefonia convencional e Fibras
ópticas, etc..) conectando cidades, prédios e órgãos em alta velocidade,
possibilitando novas formas de relacionamento entre pessoas, organizações e
países.
3.2.3.3Hidrovia da Bacia do Madeira
A implantação de uma infraestrutura logística, englobando todos os modais de
demandas do setor produtivo é um dos grandes desafios do Governo. A hidrovia é o
meio de transporte mais econômico e sustentável. Somente em termos da redução
do impacto ambiental, a opção pelo transporte hidroviário é evidente por si mesma,
considerando a ordem de grandeza de emissão de monóxido de carbono de 1 para
hidrovia, 10 para ferrovia e 50 para rodovia. A hidrovia é o modelo de transporte
menos oneroso que qualquer outra modalidade disponível no mundo. Mas, no Brasil,
onde há condições geográficas bastante favoráveis a esse tipo de operação, os
109
investimentos no setor andam na contramão. O meio mais utilizado é o rodoviário,
que chega a ser 20 vezes mais caro que o fluvial.
A Hidrovia da bacia do rio Madeira necessita da construção de três eclusas,
sendo duas junto às hidroelétricas de Santo Antônio e Jirau e a terceira eclusa onde
será construída a Hidroelétrica Binacional Brasil-Bolívia perto da cidade de Guajará-
Mirim. Com a construção dessas eclusas a navegação se estenderá até os rios
Mamoré, Beni e Guaporé tornando-se possível ligar o leste do Mato Grosso ao
Oceano Atlântico.
ECLUSAS- A Agência Nacional de Transportes Aquaviários- ANTAQ tem o
projeto para construção das eclusas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, onde
dois consórcios empresariais instalam as duas maiores obras do Programa de
Aceleração do Crescimento - PAC para geração de energia limpa da Amazônia
Ocidental.
110
Conforme Informações da ANTAQ, as duas obras serão financiadas com
recursos do PAC-2, uma vez que o país necessita recuperar o tempo perdido e
ingressar definitivamente na era do multitransporte. No Brasil, mesmo com suas
dimensões continentais só foram construídas até agora 20 eclusas, 12 delas na
hidrovia Paraná/Tocantins.
Em comparação com a Bélgica, país menor do que o Rio de Janeiro dá para
ter uma ideia de como o Brasil não aproveita bem os seus mais de 24 mil
quilômetros de recursos hidroviários disponíveis. Na Bélgica há 17 eclusas e a
Holanda construiu 96, totalizando 41.526 quilômetros quadrados de hidrovias.
No Brasil, dos 13 mil quilômetros de rios navegados, 9 mil quilômetros
pertencem às bacias hidrográficas da Amazônia Ocidental, onde é possível realizar
o transporte de cargas e passageiros com menor custo e maior lucro. “A hidrovia do
Madeira é a maior e mais importante delas”.
Situação da Hidrovia do Baixo MadeiraPorto Velho (RO)-Itacoatiara (AM):
ampliação e modernização do terminal de Porto Velho, no valor de R$ 20 milhões,
incluído no PAC, sem previsão para o término; navegabilidade do rio Madeira entre
Porto Velho e Itacoatiara, no valor de R$ 220 milhões; navegabilidade, sem previsão
de execução.
3.2.3.4Construção dos Portos hidroviários
Porto de Guajará-Mirim
ODepartamento Nacional de Infraestrutura e Transporte - DNIT tem o projeto
básico para a construção do porto hidroviário do Município de Guajará-Mirim. Porém,
existem alguns impedimentos técnicos em relação à área. Faz-se necessário alguns
ajustes legais em relação a área destinada à construção do Terminal Hidroviário de
Guajará-Mirim/RO, para fins de avaliação por técnicos das condições locais e
posteriormente a construção do Porto, avaliado em aproximadamente R$ 10
milhões. (informações da DAQ/DNIT -29/03/12).
Os rios Guaporé e Mamoré são atualmente navegados numa extensão de
1.168 km de vila bela da santíssima Trindade no Mato Grosso até Guajará-mirim em
Rondônia, e dependendo de estudos poderá ser navegado de Pontes Lacerda onde
111
é cruzado pela BR-364, até o ponto hoje navegado. Desafogando o tráfego da BR-
364.
Porto de Cabixi
Os rios Guaporé e Mamoré são navegáveis entre os dois extremos,poreles
poderia se transportar a soja produzida na região de Sapezal no Mato Grosso e na
região sul de Rondônia. A colheita de grãos dessas regiões coincide com a cheia
desses rios, época em que o nível hídrico está bastante elevado, ou seja, a partir de
fevereiro até o final de mês de maio ou junho. No sentido inverso importaria insumos
agrícolas e mercadoria para abastecer a região.
Porto de Costa Marques
Posição estratégica no centro da linha de fronteira, a região é grande
produtora de bovinos e madeira para exportação. Não existe projeto para construção
do porto de Costa Marques
3.2.3.5Construção da Ponte Binacional em Guajará-Mirim
A Ponte Binacional que ligaria o Brasil a Bolívia faz parte de um grandioso
projeto fundamental para integração fronteiriça, dinamizando as exportações de
produtos da Região Norte e Centro-Oeste do país para a Bolívia, Peru e Chile,
sendo também essencial para a saída para o pacífico.
Marco Jurídico: Acordo firmado entre o Brasil e a Bolívia, para a construção
da referida ponte foi assinado em 14 de fevereiro de 2007 e promulgado através do
Decreto nº 6.858/25 de maio de 2009. A Comissão Mista Brasileiro-Boliviana foi
constituída em 20 de novembro de 2008.
Empreendimento binacional onde o Brasil arcará com os custos.O projeto já
foi elaborado, a ponte terá extensão de 1.220 metros; Largura de 17,30 metros e
Aduanas integradas. Área de platô: 78.206,67 m2. Área construída: 8.764,23 m2. A
previsão de licitação da ponte para o ano de 2016.
3.2.3.6 Logística do Transporte de Cargas
112
Conta com uma única rodovia a BR-364 em condições precárias e a hidrovia
do rio Madeira, com porto de carga e graneleiro, o sistema intermodal precisa de
investimento para se tornar uma hidrovia de fato.
3.2.4 Eixo Econômico
Zona de Processamento de Exportação – ZPE/Porto Velho
Zona Franca Verde Guajará-Mirim
Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale do Guaporé
Inclusão Produtiva (APLs)
Polo Industrial de transformação Guajará-Mirim
Turismo
O Estado quer a infraestrutura rodoviária necessária para incrementar o
intercâmbio comercial com os bolivianos. Rondônia está de olho, sobretudo, na
importação de insumos para a produção agrícola, como os fertilizantes sal.
3.2.4.1 Zona de Processamento de Exportação–ZPE / PORTO VELHO/RO
A Zona de Processamento de Exportação – ZPE de Porto Velho/ROfoicriada
através do Decreto de 15 de julho de 2015. A implantação da ZPE de Porto
Velho/RO ocupará uma área de 258 hectares, junto ao novo complexo portuário de
Porto Velho, a 20 quilômetros do centro da Capital.
A Resolução CZPE nº 11, de 24 de novembro de 2015, prorrogou o prazo
para constituição de pessoa jurídica, com função específica de ser a Administradora
da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Rondônia, no Município de
Porto Velho , Estado de Rondônia, até o dia 14 de janeiro de 2016.
O projeto está em fase de elaboração com previsão de custo aproximado de
R$ 18 milhões com recursos do BNDES (PDISE), para a construção de um polo
113
industrial de exportações do Estado, em especial através da Hidrovia do Madeira e
da Rodovia Interoceânica.
3.2.4.2Zona Franca Verde
O município de Guajará-Mirim, beneficiado pela Zona Franca Verde, Lei nº
11.898, de 8 de janeiro de 2009, regulamentada pelo Decreto Presidencial nº 8.597,
de 18 dezembro de 2015, cria Zona Franca Verde em seis municípios da Região
Amazônica, sendo Guajará-Mirim um deles. Com a regulamentação da Zona Franca
Verde, os municípios beneficiados passam a receber a concessão de incentivos
fiscais para indústrias de beneficiamento dos recursos ambientais e matérias-primas
regionais de origem florestal, pesqueira, agropecuária e mineral.
Os benefícios de incentivos fiscais previsto na ALC e ZFV, para a região só
terão resultados positivos no desenvolvimento, com a implantação de um polo
industrial da sociobiodiversidade em Guajará-Mirim, caso contrário os recursos
migrarão para outras regiões. É o caso dos recursos arrecadados pela SUFRAMA.
3.2.5Eixo Segurança
3.2.5.1 Plano Integrado de Segurança na Fronteira de Rondônia
Visa combater a entrada de drogas, armas e munições que abastecem
organizações criminosas no país. O Plano contempla a Gerência Especializada em
Segurança de Fronteira-GESFRON, o que através de articulação em 12 (doze)
Unidades abrangendo toda a Faixa de Fronteiras, em fase de instalação com
equipamentos de última geração.
A atuação prevista no plano para a GESFRON, que já é uma realidade em
suas operações atualmente, é de forma integrada com a participação de policiais
civis, militares e peritos criminais, devidamente treinados com capacitação
continuada por meio da própria estrutura do Estado e dos convênios firmados com a
SENASP através dos Programas de Capacitação do DEPAID, com vistas aos
objetivos do Programa ENAFRON.
114
3.2.6 Eixo Sócio-Político
Acordos Internacionais Fronteiriços
Questões Migratórias Emprego (Ministério do Trabalho e Emprego)
Funcionamento Integrado de Aduanas
3.2.6.1 Acordos Internacionais Fronteiriços (Brasil/Rondônia-Bolívia)
Há várias propostas de legislação para dinamizar o processo de
desenvolvimento da Zona de Fronteira, o poder legislativo tem apresentado valiosas
contribuições. Tem aproximadamente 41 propostas legislativas em curso no
Congresso Nacional, sendo: 9 tratam de questões Fundiárias, 7 Segurança, 6
Desenvolvimento Econômico, 9 Cidadania, 4 de ao apoio à implementação de
Infraestrutura, 4 aos aspectos institucionais e 2 tratam de questões ambientais.
Ano Acordos e Projetos Entre o Brasil e a Bolívia
1997 Acordo por troca de notas, para a criação dos comitês de fronteira boliviano-brasileiro.
2003 Acordo para Restituição de Veículos Automotores Roubados ou Furtados.
2004 Ingresso e Trânsito de veículos Nacionais em seus territórios.
2005 Acordo sobre Regularização Migratória.
2006 Bolívia regulamenta nacionalização do setor de hidrocarbonetos.
2007 Acordo Brasil e Bolívia para a construção da ponte sobre o rio Mamoré, entre as cidades de Guajará-Mirim e Guayaramerin
2009 Inauguração de dois trechos do futuro Corredor Interoceânico Brasil-Bolívia-Chile. Aprofundam as discussões sobre infraestrutura regional, narcotráfico e comércio bilateral.
2011 Criação dos comitês de fronteira boliviano-brasileiro.
a) Acordo sobre LocalidadesFronteiriçasestabelece o direito da
população fronteiriça trabalhar, estudar, residir e ser atendida em hospitais públicos
de ambos os países. Proposta nos moldes do acordo vigente com o Uruguai, que
concede carteira aos cidadãos fronteiriços.
115
b) Acordo para Estabelecimento Comercial em Regime Especial cria
regime especial de comércio de subsistência e transporte. Esse acordo simplificará a
importação de mercadorias para subsistência da população residentes nas cidades
gêmeas e localidades de difícil acesso.
c) Acordo sobre Trânsito de Veículos Particulares e Interconexões
Viáriasregulamentará o transporte na região fronteiriça, principalmente ônibus
urbanos, táxis e veículos fretados.
d) Consórcio Binacional Para Integração e Desenvolvimento Sustentável
– CBIDS.O consórcio é a organização não governamental mais atuante na fronteira,
formado por vários segmentos da sociedade fronteiriça como: Instituto de Arquitetos
do Brasil - IAB/Guajará-Mirim, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia - CREA-RO, consulado da Bolívia, Associação Comercial de Guajará-
Mirim, Sindicato dos Engenheiros - SENGE-RO.
Tem como objetivo a integração sociocultural, econômica e tecnológica
desses dois povos na Faixa de Fronteira. Assim como, participar e dar conhecimento
a população local dos grandes projetos binacionais de energia, transporte,
comunicação, meio ambiente, ciência e tecnologia que venha contribuir para o
desenvolvimento de Rondônia e aos departamentos de Beni e Pando, na Bolívia.
O CBIDS vem debatendo com as autoridades dos dois países os principais
projetos como construção das usinas hidrelétricas de Ribeirão próximo de Guajará-
Mirim com capacidade de gerar 3 mil megawatts e Cachoeira da Esperança na
Bolívia 780 megawatts incluindo as eclusas, bem como a construção das eclusas
nas usinas de Santo Antonio e Jirau, visando a hidrovia do Madeira com saídas para
os oceanos atlântico e Pacífico e a ponte binacional ligando os dois países.
116
Fonte: DICOM/RO
e) Mesa da Irmandade (Acordo Internacional)
A Mesa da Irmandade assegurada pelo Decreto Legislativo nº 503, de
11/12/2013 que homologa a Declaração de Irmandade que celebra o Governo do
Estado de Rondônia e o Departamento Autônomo de Beni - Bolívia, com objetivo
fortalecer a amizade e a cooperação entre Rondônia e o Beni - Bolívia, para a
integração Regional, “É um tripé que envolve o executivo, o legislativo e a classe
empresarial dos dois países”. (Dep. Fed. Marinha Raupp).
Composição da Mesa da Irmandade- A mesa permanente de Integração
Regional Rondônia/Beni será composta pelos seguintes membros: por parte de
Rondônia: Governador do Estado, Secretário Chefe da Casa Civil, Secretário de
Estado de Planejamento, Orçamento e GestãoSecretário de Estado da Agricultura,
Secretário de Estado do Meio Ambiente, Secretário de Estado de Assuntos
Estratégicos, Presidente da Frente Parlamentar Permanente de Integração
Binacional Rondônia/Beni.As mesmas autoridades do Departamento Autônomo do
Beni devem compor o grupo.
117
A Mesa Permanente de Integração se reunirá ordinariamente uma vez a cada
semestre, de forma alternada entre o Estado de Rondônia e o Departamento do
Beni.
3.2.6.2 Questões Migratórias Emprego
No caso do Brasil, não existe um marco regulatório único para tratar fluxos de
trabalhadores transfronteira. Em geral, adota-se uma política diferenciada, formatada
de acordo com o lugar geográfico, os interesses brasileiros e a relação com o país
vizinho. Embora justificados pela diferença entre as cidades-gêmeas e entre os
países, os efeitos dessa política são problemáticos em termos de administração e
desenvolvimento regional da faixa e da zona de fronteira, tendendo a reforçar, em
vez de modificar, visões preconcebidas e assimetrias quase sempre hostis à
integração subcontinental.
Uma das reivindicações recorrentes em todos os fóruns de discussão do tema
é o avanço na implantação de ações que objetivem legalizar a residência e o
trabalho de nacionais no exterior e vice-versa, recepcionados no Acordo de
Residência do MERCOSUL em vigor.
4. Detalhamento Executivo dos Projetos
Ver anexo
5. Estratégia de Financiamento
Ver anexo
118
IV GESTÃO DO NEIFRO
A gestão do NEIFRO está baseada no modelo de gestão do PRDA da
Amazônia em termos de inovação, cooperação, alianças estratégicas, governança e
as complexas demandas do mercado e dos movimentos sociais. Portanto, o modelo
de gestão proposto para o NEIFRO é fortemente baseado na abordagem de redes
como expressão dos novos tempos.
O paradigma gerencial contemporâneo baseado nos princípios da confiança e
da descentralização da decisão exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de
estruturas, descentralização de funções e incentivos à criatividade, contrapondo-se
ao formalismo e ao rigor técnico da burocracia. A abordagem de redes para a gestão
do NEIFRO parece ser a forma mais adequada para expressar novos arranjos
institucionais fundamentais para o sucesso da execução do plano.
Assim, propugna-se que a gestão do NEIFRO deve estar relacionada com um
modelo de que expresse as novas demandas da sociedade local e dos Municípios
que compõe a Faixa de Fronteira. O conceito de redes delineia uma lógica que
demanda articulações, clareza nos objetivos, cooperação, capital social e redução
de atritos e conflitos. Utilizam-se das modernas tecnologias de informação para
viabilizar a articulação virtual, em tempo real, dos indivíduos e organizações,
inclusive as públicas, redimensionando, assim, os territórios de influência e ação.
O modelo de gestão em redes difere frontalmente do modelo tradicional
burocrático e hierárquico nas quais uma organização se sobrepõe a outra. O que
predomina neste modelo é a cooperação e pactuação em substituição à competição
visando-se atingir um propósito comum. Todavia, nesse modelo é pertinente a
existência de um coordenador, formado por representantes das partes interessadas
capaz de assumir o papel de mediador para a concretização das metas propostas. O
que se objetiva nesta estratégia de gestão é procurar envolver e corresponsabilizar
as três esferas do governo (federal, estadual e municipal), os diferentes órgãos
públicos e as lideranças existentes na sociedade na promoção do aumento da
competitividade local e da desejável promoção do desenvolvimento integrado da
Faixa de Fronteira sustentável.
119
1. Núcleo Estadual de Fronteira
O Decreto Estadual n° 16.612, de 29 de março de 2012, institui o Núcleo
Estadual para o Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira – NEIFRO,
visando à inteiração com a Comissão Permanente para o Desenvolvimento e
Integração da Faixa de Fronteira - CDIF, criada por meio do Decreto de 08 de
setembro de 2010 do Governo Federal.
O Núcleo Estadual foi atualizado através do Decreto nº 20.275, de 13 de
novembro de 2015, permanecendo vinculado e coordenadopela Secretaria de
Estado de Planejamento e Coordenação Geral - SEPOG, com o objetivo de
mobilizar atores atuantes na Faixa de Fronteira no Estado de Rondônia, bem como,
sistematizar as demandas locais, analisar propostas de ações, revisar e ou formular
Planos de Desenvolvimento e Integração Fronteiriço, em observânciaa organização
e o alinhamento articulado das ações macros desenvolvidas pelos Municípios e o
Estado, em consonância com as Políticas do Governo Federal, a partir das linhas
temáticas de Segurança, Inclusão Social, Infraestrutura, Interesses Econômicos e
Sustentabilidade Ambiental.
O modelo de gestão do Núcleo Estadual deve expressar as novas demandas
da sociedade local e dos Municípios, que compõe a Faixa de Fronteira. Objetivando
a democratização do Núcleo Estadual,foicriado, na sua
composição,CâmarasTemáticas,comafinalidadede representar cada segmento.
1.1 Composição do Núcleo
1.1.1 Coordenação Geral:
Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão – SEPOG
1.1.2 Membros:
I - Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão - SEPOG (coord.);
II - Casa Civil;
III - Superintendência Estadual de Assuntos Estratégicos - SEAE;
IV - Superintendência Estadual de Turismo - SETUR;
V - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - SEDAM;
120
VI - Secretaria de Estado da Assistência e do Desenvolvimento Social - SEAS;
VII - Secretaria de Estado da Agricultura - SEAGRI;
VIII - Secretaria de Estado da Saúde - SESAU;
IX - Secretaria de Estado de Segurança, Defesa e Cidadania - SESDEC;
X - Secretaria de Estado da Educação - SEDUC;
XI - Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia -
IDARON;
XII - Superintendência de Desenvolvimento do Estado de Rondônia - SUDER; e
XIII - Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer - SEJUCEL.
1.1.3 Secretaria Executiva
A Secretaria Executiva tem por atribuições secretariar o NEIFRO nas
Plenárias e apoio as Câmaras Temáticas. A Secretaria Executiva será responsável
pela articulaçãoesuporte para o desenvolvimento de estudos, elaboração de
propostas e encaminhamento dos temas específicos, para a plenária do NEIFRO,
que farão parte de propostas para formulação de políticas públicas ou projetos a
serem encaminhados à CDIF/Ministério da Integração.
1.1.4Câmaras Temáticas
A Câmara Temática coordenada por um membro do NEIFRO reúne
representantes do poder público e da sociedade civil organizada integrante da
estrutura, através de acordos de cooperação técnica, com a finalidade de subsidiar o
Núcleo Estadual na formulação de estudos e propostas de projetos para a Faixa de
Fronteira, com a participação social e integração das políticas públicas de
Segurança, Inclusão Social, Infraestrutura, Interesses Econômicos e
Sustentabilidade Ambiental.
I – Câmara Temática Eixo Infraestrutura;
II - Câmara Temática Eixo Educação
III - Câmara Temática Eixo Econômico (Investimento/Produção);
IV - Câmara Temática Eixo Segurança;
121
V - Câmara Temática Comércio Exterior e Integração Internacional;
VI – Câmara Temática Acordos Internacional;
NÚCLEO ESTADUAL DE FRONTEIRA DE RONDÔNIA
1.2Infraestrutura Logística do Núcleo de Gestão
Caberá a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão – SEPOG
garantir o apoio administrativo e os meios necessários à execução dos trabalhos do
Núcleo, exercendo as atribuições de secretaria-executiva do Núcleo e das Câmaras
Temáticas.
Será destinado um espaço físico, devidamente equipado, dentro da estrutura
da SEPOG, bem como, servidores com participação nos trabalhos da Faixa de
Fronteira, que terão como responsabilidade as providências de ações (dentro de
suas competências) que resultem no bom andamento das atividades do Núcleo.
Recurso humano: Coordenador, Subcoordenador, Membros, Colaboradores e
apoio administrativo.
122
As despesas com os deslocamentos dos representantes dos órgãos e/ou
entidades do Núcleo poderão correr à conta de dotações orçamentárias do órgão de
origem, entidades ou da SEPOG/RO.
123
V DOCUMENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO
O sistema de documentação e comunicação do NÚCLEO tem como objetivo a
integração fronteiriça, com total transparência e facilidade de acesso aos mesmos,
por todos os interessados.
Será criado um portal de divulgação – site, interligado com o Ministério da
Integração e os demais Núcleos. O qual será alimentado pela coordenação do
Núcleo com dados obtidos junto aos integrantes da Faixa de Fronteira. Podendo
ocorrer cadastramento de novas propostas ou ajustes nos inúmeros projetos que
serão capitaneados, bem como, apoiar politicamente as ações de integração
fronteiriça.
Os projetos serão catalogados ordenadamente por Eixos Temáticos, com
acesso compartilhado com órgãos externos.
124
VI MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO PDIF
1. Definição de Indicadores
Os indicadores serão dados em conformidades com os projetos, políticas
públicas e ou programas dos eixos temáticos.
Monitoramento e avaliação do PDIF, semestral;
Relatório de avaliação do PDIF, semestral;
Reunião para avaliação das ações do PDIF, semestral;
Estabelecer conjunto de metas físicas;
Estabelecer um segundo nível de indicadores que deverá ser acompanhado
pelo MI, integrando e comparando os diferentes núcleos.
2. Impactos e Resultados
2.1 Os Impactos Esperados:
Uma nova forma de gestão dos recursos públicos com estimulo à
participação da sociedade civil, em torno dos projetos de
desenvolvimento na Faixa de Fronteira.
Melhoria da governança e estruturação dos Arranjos Produtivos Locais
e transfronteiriços.
2.2Os Resultados Esperados:
Redução da desigualdade regional e integração com o país vizinho.
Melhoria das condições de cidadania da população local, com acesso
aos bens e serviços públicos.
Melhora do IDH da Faixa de Fronteira.
Fortalecimento nas Cidades-Gêmeas da pluralidade de aprendizado da
fronteira, torna-se um ambiente de interação educacional e cultural.
125
VII BIBLIOGRAFIA DO PDIF
ALVES, C. B. A integração regional e a desecuritização da Amazônia. Porto Alegre, TCC Bacharelado em Relações Internacionais/Economia – UFRGS, 2009.
BRASIL, Câmara dos Deputados. Crack leva a segurança pública a jogar dinheiro pelo ralo. Brasília. 2012.
CASTRO, E. Estado e Políticas Públicas na Amazônia em Face da Globalização e da Integração de Mercados. In: Coelho, M., Mathis, A., Castro, E, Hurtienne, T. Estado e Políticas Públicas na Amazônia: gestão do desenvolvimento regional. Belém, Cejup: UFPA-NAEA.2001.
FIERO- Federação das Indústrias do Estado de Rondônia.
FILHO, J. A., A Endogeneização no Desenvolvimento Econômico Regional e Local. In Planejamento e Políticas Públicas nº 23. IPEA. Junho, 2001.
FURTADO, C. Introdução ao Desenvolvimento. Enfoque Histórico-Estrutural. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL. Seminário Faixa de Fronteira: Novos Paradigmas. Brasília, 2004, 108 p.
http://cptrondonia.blogspot.com/2012/03/titulacao-de-terras
http://ecosolro.blogspot.com/
http://educacaobilingue.com/2012/04/11/
http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=836&id=12586&optio
http://www.ecodebate.com.br/2012/05/16/indigenas-e-quilombol.ROSENDAHL, Zeni e CORREA Roberto Lobato. Manifestação da Cultura no Espaço. Rio de Janeiro: EDUERJ, 1999. Geografia: Temas Sobre Cultura e Espaço. Rio de Janeiro: EDUERJ, 1999. OLIVEIRA, Roberto Cardoso e BAINES, Stephen Grant. Nacionalidade e etnicidade em fronteiras. Brasília: Universidade de Brasília, 2005.
http://www.gentedeopiniao.com.br/lerConteudo.php?news=99220
http://www.mapsi.unir.br/submenu_arquivos/166_biletramento_p
http://www.tjro.jus.br/noticia/faces/jsp/noticiasView.jsp;js
http://www2.capes.gov.br/rbpg/images/stories/downloads/RBPG
IBGE – Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística
IISA - INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA AGRICULTURA 89
LEX – Legislação Brasileira 1939-1964. Marginália.
LIMA, R. R. A conquista da Amazônia: reflexos na segurança nacional. Belém, Fac. Ciências Agrárias/SUDAM, 1973.
MAGNOLI, D. O corpo da pátria. S. Paulo, EDUNESP, 2002.
MD/SPEAI/DPE - Ministério da Defesa - Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais - Departamento de Política e Estratégia - Programa Calha Norte- Diagnóstico de Investimentos de Faixas de Fronteira - 2008 e 2009.
MDIC/ SDP- Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Secretaria do Desenvolvimento da Produção - Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Fruticultura Porto Velho.
MDIC/ SDP- Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Secretaria do Desenvolvimento da Produção - Plano de Desenvolvimento Preliminar - APL de Piscicultura Pimenta Bueno.
MDIC/SDP - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Secretaria do Desenvolvimento da Produção - Mapeamento de Convergência de APLs prioritários para a região de fronteira.
MI/SPDR - Boletim Regional da Política Nacional de Desenvolvimento Regional - nº7/2008.
MI/SPR - Ministério da Integração Nacional - Secretaria de Programas Regionais Proposta do Programa de Promoção do Desenvolvimento da Faixa de Fronteira (PDFF).
MI/SPR - Ministério da Integração Nacional - Secretaria de Programas Regionais Atas de Reuniões do GTI Fronteira.
MINISTERIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. Programa de Promoção do Desenvolvimento da Faixa de Fronteira. Brasília, 2009.
126
MRE - Ministério das Relações Exteriores - Relação dos Acordos Internacionais - 2009. MS/SE -Ministério da Saúde - Secretaria Executiva do - O Sistema Integrado de Saúde das Fronteiras - SIS-Fronteira 2006.
N 935 Nova Cartografia Social da Amazônia: Quilombolas de Santa Fé – Costa Marques, RO / coordenador, Alfredo Wagner Berno de Almeida - Manaus: Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia / UEA Edições, 2009.
RABELO, Zilene Santana Silva. Uma história a ser contada: a participação dos assistentes sociais no desenvolvimento do Estado de Rondônia. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente) Universidade Federal de Rondônia / UNIR, Porto Velho, Rondônia, 2009
ROCHA, Júlio César Barreto Rocha e MONTEIRO, Lucineide Rodrigues Monteiro. Filologia Política e Modernidades Grupo de pesquisa Universidade Federal de Rondônia.
ROCHA, Júlio César Barreto Rocha e MONTEIRO, Lucineide Rodrigues Monteiro. Filologia Política e Modernidades Grupo de pesquisa Universidade Federal de Rondônia.
Rondônia, uma memória em disputa. Assis, Tese Doutoramento/UNESP, 2011.
SACHS, I. Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.
SEN, A. K. Desenvolvimento como Liberdade. Tradução LauraTeixeira Mota, São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
SOUZA MARTINS, J. Fronteira. A degradação do Outro nos confins do humano. S. Paulo, Contexto, 1998.
SOUZA, V. A. (Des) Ordem na Fronteira: Ocupação militar e conflitos sociais na bacia do Madeira-Guaporé (30-40). Assis, Mestrado História/UNESP, 2003.
SUDAM – Plano regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA) 3/04/2012.
UDC - III Conferência Internacional Desenvolvimento Urbano em Cidades de Fronteira - Integração e Sustentabilidade - 2009.
UNODC, Relatório Mundial sobre Drogas WDR 2012.
127
VIII EQUIPE TÉCNICA EQUIPE TÉCNICA SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO – SEPOG Bernadete Araújo da Silva Camila Markeline da Silva Celino Campos Guimarães Conceição Rúbia Lima de Sousa Geralda Fernanda Costa Silveira Dettmann Heleone Machado Fochezatto Marcelo Ferreira Vasconcelos Maria Beatriz Almeida Cavalcante Maria Lúcia Leal Santos Michelle Tavernard da Rocha CASA CIVIL Mac-DonaldRivero Júnior Dabson Bueno da Silva AGÊNCIA DE DEFESA SANITÁRIA AGROSILVOPASTORIL DO ESTADO DE RONDÔNIA – IDARON Avenilson Gomes Trindade Rodrigo Othan SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTRATEGICOS – SEAE Flávia Beatriz Rêgo Pedro Paulo Almeida Martins SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA – SEAGRI Evandro Cesar Padovani José Santos de Oliveira SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SEAS Massimo Araújo de Mesquita Eliane Gomes da Silva SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL – SEDAM Eliezer de Oliveira Sidney Serafim Rodrigues SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DE RONDÔNIA- SEDUC Eliane Monteiro Carvalho Luíza Pereira Zamora SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE - SESAU Maria Arlete da Gama Baldez Luiz AndroaldoArmaniniTagliane SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA, DEFESA E CIDADANIA – SESDEC André Luiz Glanert Jesus de Souza Castro SOCIEDADE DE PORTOS E HIDROVIAS DO ESTADO DE RONDÔNIA – SOPH Vanderlei da Costa Jucilene Monteiro Gadelha Amaral SUPERINTENDÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE RONDÔNIA – SUDER
128
Pedro Teixeira Chaves Alisangela Lima Ferreira ASSOCIAÇÃO RONDONIENSE DE MUNICÍPIOS – AROM Wayner Oliveira Dúlcio da Silva Mendes CONSÓRCIO BINACIONAL PARA INTEGRAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA FAIXA DE FRONTEIRA – CBIDS Jorge Luiz da Silva Alves CENTRO GESTOR E OPERACIONAL DO SISTEMA DE PROTEÇÃO DA AMAZÔNIA - CENSIPAM/RO Tokio Nakashima Filho Tania Mara Azevedo Guimarães Barauna FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS DO E EMPRESARIAIS DE RONDÔNIA – FACER Genivaldo Gonçalves P. de Campos Cícero Alves de Noronha Filho FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO ESTADO DE RONDÔNIA – FECOMERCIO Cileide de Macedo Ribeiro FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE RONDÔNIA – FIERO Vera Motomya Giovana Lopez INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA – IFRO UberlanoTiburtino Leite Maria Goreth Araújo Reis SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE/RO Lucas Manoel Alves Santana Silaine Guedes SINDICATO DOS ENGENHEIROS – SENGE Edison Rigoli Gonçalves Jorge Luiz da Silva Alves FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR José Octávio Valiante George Queiroga Estrela
129
ANEXO - I
NasPlanilhas referentes ao anexo, constam os projetos levantados pelos
fóruns feitos nas cidades de Costa Marques e Pimenteiras, que tiveram como
respostas os apelos da população, os projetos levantados pelas demandas das
Secretarias Estaduais, dos Municípios da Faixa de Fronteira e terceiro setor. São 78
projetos prioritários para a área de fronteira, projetos depurados dos que foram
trabalhados em eixos prioritários conforme planejamento estratégico do Estado de
Rondônia: Desenvolvimento Econômico, Desenvolvimento Ambiental, Infraestrutura,
Saúde e Educação.
VALOR PROPOSTO POR EIXO
Discriminação do Eixo Valor em R$
Desenvolvimento Ambiental 6.333.559,00
Desenvolvimento Econômico 80.489.300,00
Educação 3.950.000,00
Infraestrutura 447.214.755,00
Saúde 1.740.000,00
VALOR TOTAL DO PDIFF 539.727.614,00
130
ANEXO - II ESTRATÉGIA DE FINANCIAMENTO
1. CAPTAÇÃO DE RECURSOS
Existem inúmeras oportunidades no Orçamento da União para transferência
de recursos federais a projetos de Prefeituras, ONGs e Instituições de Ensino (sem
reembolso ou a fundo-perdido), que podem promover o desenvolvimento dos
municípios e viabilizar a melhoria da qualidade de vida da população.
No entanto, boa parte dos municípios, estados e entidades não tem acesso a
esses recursos porque não sabem de sua existência ou desconhecem a
possibilidade de apoio federal a seus projetos ou, ainda, porque não dispõem de
equipes capacitadas para elaborar suas propostas.
Recursos não Reembolsáveis - Instituições de fomento.
1.1 Programas Federais (SICONV)
Os Programas podem ser acessados no endereço eletrônico
(http://www.snel.org.br/wpcontent/themes/snel/docs/Catalogo_Programas_Federais.
pdf). Os recursos são disponibilizados pelos Ministérios periodicamente no site
www.convenios.gov.br/siconv/.
1.2 Emenda Parlamentar
De acordo com a Constituição, a emenda parlamentar é o instrumento que o
Congresso Nacional possui para participar da elaboração do orçamento anual, visa
melhorar a alocação dos recursos públicos. É a oportunidade para atender as
demandas das comunidades que representam. Além das emendas individuais
existem as coletivas, como as de Bancada, produzidas em conjunto pelos
parlamentares de estados e regiões em comum.
1.3 BNDES
131
1.3.1 BNDES Fundo Social
Origem dos recursos: reversão dos lucros anuais do BNDES.
Objetivo: apoiar projetos de caráter social nas áreas de geração de emprego
e renda, serviços urbanos, saúde, educação e desportos, justiça, meio ambiente,
desenvolvimento rural e outras atividades vinculadas ao desenvolvimento regional e
social. Modalidades de Operação: Seleção de projetos, premiação e apoio
continuado. O BNDES oferece apoio permanente a projetos com foco na inclusão
social, de acordo com regras e condições operacionais do BNDES Fundo Social.
1.3.2 BNDES Fundo Tecnológico (BNDES Funtec)
Origem dos recursos: reversão dos lucros anuais do BNDES.
Objetivo: apoiar projetos que estimulem o desenvolvimento tecnológico e a
inovação de interesse estratégico para o País, em conformidade com os Programas
e Políticas Públicas do Governo Federal.
Modalidade de Operação: apoio continuado.
1.3.3BNDES Fundo de Estruturação de Projetos (BNDES FEP)
Origem dos recursos: reversão dos lucros anuais do BNDES.
Objetivo: apoiar a realização de pesquisas ou estudos que contribuam para a
formulação de políticas públicas ou a geração de projetos relacionados ao
desenvolvimento econômico e social do Brasil e da América Latina.
Modalidade de Operação: chamadas públicas.
1.3.4 BNDES Fundo Cultural - Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro
O apoio é direcionado à preservação e revitalização do patrimônio no âmbito
do Fundo Cultural, nas seguintes categorias:
Patrimônio material (monumentos, conjuntos urbanos, ruínas etc);
Patrimônio imaterial (como práticas e expressões reconhecidas como
parte do patrimônio cultural de uma comunidade);
132
Acervos memoriais (acervos museológicos, arquivísticos e bibliográficos),
portadores de referência à identidade e à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira;
Instituição cultural (de caráter histórico ou portadora de referência à
identidade cultural brasileira).
1.4 Fundo Amazônia
Origem dos recursos: doações de investidores externos.
Objetivo: apoiar ações de prevenção, monitoramento e combate ao
desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável das florestas
no bioma amazônico, nos termos do Dec. 6.527, de 1º de agosto de 2008.
Modalidade de Operação: apoio continuado.
1.4.1 Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (reembolsável)
É uma linha de crédito com recursos do Fundo de Desenvolvimento da
Amazônia (FDA), destinada a projetos de empresas privadas com empreendimentos
na Amazônia Legal, por meio da avaliação de viabilidade técnica, econômica e
administrativa dos projetos encaminhados à Caixa pela Superintendência de
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O financiamento é destinado à
implantação, ampliação, diversificação ou modernização de empreendimentos. O
prazo total máximo da operação é de até 12 anos, incluindo o período de carência,
podendo ser estendido para até 20 anos após justificativa da Caixa e análise da
Sudam.
1.5Fundação Banco do Brasil
A Fundação Banco do Brasil, instituição do Terceiro Setor criada pelo Banco do
Brasil em 1985, realiza investimentos sociais por meio de programas próprios,
estruturados e fundamentados no conceito de Tecnologia Social, com foco na
sustentabilidade. Sua atuação tem como premissas: protagonismo social,
solidariedade econômica, cuidado com o meio ambiente e respeito às culturas
locais. As ações são realizadas principalmente nas regiões menos desenvolvidas do
Brasil em parceria com outras instituições.
133
Apoia projetos em diversas áreas por meio de edital de forma não reembolsável;.
(http://bb.com.br/portalbb/page4,8305,4882,0,0,1,6.bb).
1.6 FEDAF– Fundo Estadual de Desenvolvimento e Fortalecimento da
Agricultura Familiar
Poderão ser beneficiários exclusivos finais dos recursos do FEDAF os
agricultores familiares, conforme estabelecido na Lei Feral nº 11.326, d 24 de julho
de 20062, nos projetos pactuados junto ás instituições oficiais de crédito e
cooperativas de crédito rural estabelecidas no estado de Rondônia.
1.7 FUNBIO - Fundo Brasileiro para a Biodiversidade
Aportar recursos estratégicos para a conservação da biodiversidade junto ao
Funbio. O Fundo é uma associação civil sem fins lucrativos, que iniciou sua
operação em 1996. É um mecanismo financeiro inovador, criado para desenvolver
estratégias que contribuam para a implementação da Convenção sobre Diversidade
Biológica (CDB) no Brasil. Ao longo dos seus 19 anos de operação, o Funbio atua
como parceiro estratégico do setor privado, de diferentes órgãos públicos estaduais
e federais e da sociedade civil organizada.
Essas parcerias viabilizam os investimentos socioambientais das empresas e
a redução e mitigação de seus impactos, bem como o cumprimento de suas
obrigações legais. Na esfera pública, visam consolidar políticas de conservação e
viabilizar programas de financiamento ambiental.
1.8 EMBAIXADAS
Diversos países apoiam instituições públicas e entidades privadas sem fins
lucrativos, na captação de recursos para desenvolver projetos socioambientais por
meio de suas embaixadas no Brasil. Podem ser acessadas no site eletrônico:
(http://www.unilab.edu.br/embaixadas-e-consulados-estrangeiros-no-brasil/).
134
ANEXO – IIIPLANILHAS DAS PROPOSTAS
135
SÍNTESE DOS PROJETOS PARA A FAIXA DE FRONTEIRA - NEIFRO
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
1 Infraestrutura
DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL/ SERVIÇOS DE ÁGUA E ESGOTO
Drenagem pluvial
FEDERAL LONGO PRAZO
DEOSP População
Implantar nas cidades do cone sul do Estado de Rondônia, sistema drenagem pluvial nas cidades
A necessidade de drenagem em todos os municípios do Cone sul. Vilhena existente 20%; Colorado do Oeste 5%; Cerejeiras 15%; não tem nas demais cidades Cabixi, Chupinguaia; Corumbiara e Pimenteiras.
População local, e
regional.
Guajará Mirim e Costa
Marques (1ª Etapa)
55.000.000,00
2 Infraestrutura DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL
Pavimentação do trecho de 32Km BR-435.
FEDERAL MÉDIO PRAZO
DER/ União DNIT.
Estado
Pavimentação Asfáltica em TSD.
Necessidade completar a pavimentação e investimentos na área de manutenção e conservação da pavimentação existente nospadrões do DNIT.
População local, e regional
Cerejeiras e Pimenteiras
53.333.280,00
3 Infraestrutura DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL
Investimento em infraestrutura urbana e Pavimentação asfáltica nas BR (ROS)
FEDERAL MÉDIO PRAZO
DENIT/ DEOSP
População
Proporcionar melhor qualidade de vida para a população urbana e rural.
Pavimentar as ROS, em especial a do Forte Príncipe da Beira e de Porto Murtinho e construir galerias, bueiros e pontes necessárias para a melhoria do setor urbano nas cidades da faixa de fronteira.
População local e regional.
Cidades Fronteiriças, em especial
Forte Príncipe da Beira e
Porto Murtinho
8.333.325,00
4 Infraestrutura
PROGRAMA GESTÃO DA POLITICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - CONSELHO DAS CIDADES
Construção de Porto para embarque e desembarque em Cabixi e Pimenteiras.
ESTADO MÉDIO PRAZO
DEOSP População
Facilitar as embarcações e transporte seja a trabalho ou a lazer.
Não existe local paraembarcações atracar, dentro das normas da Marinha do Brasil, o desembarque podecolocar em risco a vida das pessoas que utilizam o rio, seja a lazer ou a trabalho.
Turistas, comerciantes e profissionais da área marítima.
Cabixi e Pimenteiras
600.000,00
5 Infraestrutura
PROGRAMA GESTÃO DA POLITICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - CONSELHO DAS CIDADES
Energia e Luz para a Fronteira
FEDERAL MÉDIO PRAZO
UNIR Acadêmica
Implantar projeto de captação e utilização de energia elétrica de baixo custo e alta eficiência para comunidades na região de fronteira do Estado, com vistas à redução do uso de combustíveis fósseis e não renováveis e melhoria do bem estar familiar com mudanças positivas na rotina diária e na renda.
Para a população de baixa renda e de difícil acesso aos serviços, em regiões com baixa densidade e comunidades isoladas, assim umnova formas de energia limpas e sustentáveis. Faz-se necessário capacitar e treinarpara o uso de energias renováveis visando o sustentável das comunidades.
Professores e alunos da instituição.
Porto Velho 342.000,00
136
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
6 Infraestrutura
PROGRAMA GESTÃO DA POLITICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - CONSELHO DAS CIDADES
Instalações Elétricas Residenciais Solidárias na Fronteira
FEDERAL MÉDIO PRAZO
UNIR Acadêmica
Elaboração dos projetos elétricos solidários adequados para a NBR 5410.
A falta de projeto elétrico residencial tem gerado uma série de acidentes fatais, alto consumo de energia nas residências, como conseqüência da falta normas concessionárias, e esta situação se agrava nas regiões de fronteira.
Comunidades fronteiriças
Porto Velho 656.000,00
7 Infraestrutura PROGRAMA DE INFRAESTRUTURA ESPORTIVA
Construção de 3 centros poliesportivos nos municípios da área de fronteira.
ESTADO MEDIO PRAZO
SECEL População
Promover a qualidade de vida, desenvolvendoatividades esportivas e criando alternativas para os jovens evitando o cominho dacriminalidade.
Fomentar a atividade esportiva, e fazer o trabalho de educação preventiva pelo esporte através da gestão do espaço, promover também ações que reduzam o índice de criminalidade.
População em geral.
Guajará Mirim, São Francisco do Guaporé, Cerejeiras
1.400.000,00
8 Infraestrutura SERVIÇOS URBANOS DE AGUA E ESGOTOS
Águas de Costa Marques
ESTADO MEDIO PRAZO
PM de Costa Marques
Estado
Ampliar o sistema de esgotamentosanitário da cidade de Costa Marques.
Integrar as obras existentes e em execução ao projeto de Sistema de Esgoto Sanitário. População de
Costa Marques Costa Marques 36.000.000,00
9 Infraestrutura
PROGRAMA GESTÃO DA POLITICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO - CONSELHO DAS CIDADES
Construção de Porto para embarque e desembarque em Guajará-Mirim
ESTADO MEDIO PRAZO
DEOSP - Departamento de Obras e serviços Públicos
População
Facilitar as embarcações e transporte seja a trabalho ou a lazer.
Não existe um ponto no qual as embarcações possam atracar, em conformidade com as normas da Marinha do Brasil, ocorrendo o desembarque sem asegurança devida e colocando em risco a vida das pessoas que navegam no rio, seja a lazer ou a trabalho.
Turistas, comerciantes e profissionais da área marítima.
Guajará Mirim
10.000.000,00
10 Infraestrutura SERVIÇOS URBANOS DE AGUA E ESGOTOS
Estações de tratamento de esgoto para os municípios do cone sul.
ESTADO MEDIO PRAZO
PAC População
Controlar todo tipo de resíduo e obter uma destinação correta evitando doenças, sujeira entre outros.
Pelo fato de não existir esta estação de tratamento em nenhum município do cone sul.
Governo, município e população.
Todos os municípios da
área de fronteira
200.000.000,00
137
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
11 Infraestrutura PROJETO BEIRA
RIO
Urbanização da orla urbana
(calçadão, meio fio, ciclovia,
avenida, iluminação)
FEDERAL MEDIO PRAZO
DEOSP E DNIT (PAC)
População
Criar um ambiente de lazer à população, um espaço alternativo, valorizando as belezasda regiãofortalecendo o APL do Turismo
Guajará-Mirim e Costa Marques, são os principais centros urbanos da linha de fronteira Brasil/Bolívia, possuem as maiores taxas de preservação ambiental do Estado. Guajará-Mirim tem93% de seu território em reservas e áreas protegidas. A urbanização da beira rio proporcionará um elemento urbano de grande valor social, fortalece a identidade da região, valorizando o meio ambiente permitindo a integração cultural entre a comunidade e os turistas que vem em busca de aventuras, contato com a natureza, culinária local, comércio com a Bolívia e da história da EFMM.
População local,regional,
nacional e internacional.
Guajará Mirim e Costa Marques
20.000.000,00
12 Infraestrutura
PROGRAMA ESPORTE E LAZER - PRAÇA DA JUVENTUDE
Construção de uma praça em cada município da faixa de fronteira (12 na primeira ETAPA I)
ESTADO MEDIO PRAZO
SECEL População
Promover qualidade de vida relacionado a atividades de lazer, esportivas no intuito de exploração da área e redução da criminalidade.
Construção de praças em todos os municípios da área de fronteira. Que contemple um parque infantil, dando opção de lazer para a população local.
População em geral.
Cabixi, Pimenteiras, Chupinguaia, Cerejeiras, Colorado,
Costa Marques, S. Francisco, São Miguel, Rolim,, Nova Brasilândia,
Campo Novo
1.800.000,00
13 Infraestrutura
PROGRAMA BRASIL RESTAURAÇÃO DO PATRIMONIO CULTURAL
Projeto de Reativação da Estrada de Ferro Madeira Mamoré - EFMM, entre Guajará-Mirim e Iata
ESTADUAL MEDIO PRAZO
SEDES /SETUR/ SECEL
ALCGM
Valorizar não só a história regional, como permitir que as futuras gerações do Brasil conheçam o símbolo máximo que definiu o desenho definitivo do território brasileiro. Portanto, resgatar um pequeno trecho da EFMM é valorizar a cultura,neste ousado empreendimento e, acima de tudo, resgatar a identidade da região alicerçada no contexto da borracha.
A EFMM é um marco histórico-cultural de Rondônia e do relacionamento comercial do Brasil com a Bolívia. Assim, o pequeno trecho recuperado da ferrovia servirá como opção turística, de lazer e de educação cívica. O empreendimento marca o fim dos conflitos territorial etransforma no principal símbolo de aliança entre os dois países.
Turistas e população do Município e
Distrito.
Guajará Mirim
28.000.000,00
138
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
14 Infraestrutura
PROGRAMA DE APOIO A INFRAESTRUTURA TURISTICA
Ampliação e Modernização do aeroporto municipal de Guajará-mirim
ESTADO LONGO PRAZO
SETUR ALCGM
Inserir Guajará-Mirim na rota comercial de vôos nacionais e internacionais
Guajará-Mirim é um ponto estratégico na fronteira Brasil/Bolívia, eixo rodoviário e hidroviário, bem como a existência da Área de Livre Comércio. Possuir o segundo maior contingente das forças armadas no Estado, ter como cidade vizinha o município de Nova Mamoré com o 3º rebanho bovino e a 4ª bacia leiteira de Rondônia são pontos que justificam proposta.
Comunidade em geral e
setores governamentai
s e não-governamentai
s
Guajará Mirim
10.000.000,00
15 Infraestrutura
PROGRAMA DE APOIO A INFRAESTRUTURA TURISTICA
Construção do Bumbódromo de Guajará-Mirim
ESTADO MEDIO PRAZO
SETUR ALCGM
Fomentar o Festival Folclórico de Guajará-Mirim, principal evento cultural de Rondônia e o segundo no Brasil ligado ao folclore do Boi Bumbá.
A construção do Bumbódromo atende uma reivindicação do Festival Folclórico Duelo da Fronteira. A imponência do evento exige uma estrutura adequada para o público. Esta obra é de extrema relevância para incrementar o Turismo, O Bumbódromoumespaço alternativo para os grandes eventos culturais da regiãoolimpíadas indígenas.
População local e setor
governamental Guajará Mirim
15.000.000,00
16 Infraestrutura
PROGRAMA DE APOIO A INFRAESTRUTURA TURISTICA
Construção de um teatro adequado a um Centrode Convenção Internacional
ESTADO MEDIO PRAZO
SETUR - Superintendência Estadual de Turismo
ALCGM
Concentrar a população em um ponto turístico local, incentivar a cultura, difusão cultural entre os dois países Brasil/Bolívia
A criminalidade vem crescendo nos municípios de Guajará-Mirim e Costa Marques. A construção de um Teatro, em cada município, servirá de ambiente de integração cultural com a Bolívia, através de eventos internacionais, bem como através da promoção de espetáculos regionais, também servirá como escola para formação teatral de jovens e adultos, valorizando os grupos de artes cênicas locais.
Comunidade local e turistas.
Guajará-Mirim e Costa Marques
2.500.000,00
139
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
17 Infraestrutura PROGRAMA DE INFRAESTRUTURA ESPORTIVA
Construção de 2 centros poliesportivos binacional
ESTADO MEDIO PRAZO
SECEL População
Promover qualidade de vida, com atividades esportivas no intuito de exploração da área e redução da criminalidade.
Fomentar a atividade esportiva, e fazer o trabalho de educação preventiva pelo esporte através da gestão do espaço, promover também ações que reduzam a
criminalidade.
População e turistas.
Guajará Mirim, Costa Marques
2.600.000,00
18 Infraestrutura
PROGRAMA DE APOIO A PROJETOS DE INFRAESTRUTURA TURÍSTICA
Estudo da potencialidade do Turismo organizadopara o Estado de Rondônia
ESTADO MEDIO PRAZO
SETUR População Promover a oferta turística
A faixa de fronteira abriga uma diversidade cultural com grande potencial turístico nacional e internacional. Realização de estudos e diagnóstico para investimentos para fomentar o setor do artesanato. Desta forma se justifica políticas públicas para osetor de turismo local
População local e turistas.
Guajará Mirimcosta Marques e Pimenteiras
150.000,00
19 Infraestrutura
PROGRAMA DE APOIO A INFRAESTRUTURA TURISTICA
Ampliação e Modernização do aeroporto municipal de Guajará-mirim
ESTADO LONGO PRAZO
SETUR ALCGM
Inserir Guajará-Mirim na rota comercial de vôos nacionais e internacionais
Guajará-Mirim é um ponto estratégico na fronteira Brasil/Bolívia, eixo rodoviário e hidroviário, bem como a existência da Área de Livre Comércio. Possuir o segundo maior contingente das forças armadas no Estado, ter como cidade vizinha o município de Nova Mamoré com o 3º rebanho bovino e a 4ª bacia leiteira de Rondônia são pontos que justificam proposta.
Comunidade em geral e
setores governamentai
s e não-governamentai
s
Guajará Mirim
10.000.000,00
20 Infraestrutura
PROGRAMA DE
APOIO A
INFRAESTRUTURA
TURISTICA
Ampliação do terminal e Modernização do aeroporto municipal
ESTADO LONGO PRAZO
ESTADO DER
Inserir Costa Marques na rota comercial de vôos nacionais e internacionais
Costa Marques é um ponto estratégico na fronteira Brasil/Bolívia, eixo hidroviário, Possuircontingente das forças armadas. Região com grade produção agropecuária e Sociobiodiversidade
Comunidade em geral e
setores governamentai
s e não-governamentai
s
Costa Marques
10.000.000,00
140
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
21 Infraestrutura
Plano Nacional de
Banda Larga
Implantação de Infovia Aduanas Integrada
ESTADO MÉDIO PRAZO
ESTADO SEPOG
Aduanas Integradas através de Infovia Banda LargaGuajará-Mirim/BR e Beni/BO
Aduanas Integradas através de Infovia Banda LargaBrasil/Rondônia e Bolívia/Beni ligadas . A Infovia trata-se de uma rede de fibras ópticas e rádios, que opera integrada com a infraestrutura privada de Telecomunicações (Satélites, Telefonia Celular, Telefonia convencional e Fibras ópticas, etc..) conectando cidades e países em alta velocidade
Comunidade em geral e
setores governamentai
s e não-governamentai
s
Guajará-Mirim 150.000,00
22 Desenvolvimento
Ambiental
REVITALIZAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
Contenção às margens do Rio Guaporé
FEDERAL LONGO PRAZO
SEDAM População
Promover a contenção das margens do rio Guaporé e o desbarrancamento das mesmas.
Constantes cheiasde inverno no rio Guaporé, provocam o desbarrancamento e invasão do perímetro urbano nas cidades de Pimenteiras, na AV. Brasil, numa extensão de 2km, o mesmo ocorrendo em Cabixi e Distrito de Vila Neide, colocando a população em risco.
População local.
Pimenteiras, Cabixi e Distrito de Vila Neide
1.800.000,00
23 Desenvolvimento
Ambiental
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS
Projetos Raízes - Aquisição de máquinas e equipamento
ESTADO MÉDIO PRAZO
SEAGRI, EMATER, SEDAM
Estado
Amenizar as grandes distâncias entre o setor produtivo e o escoamento da produção local.
Devido às dificuldades que os produtores extrativistas rurais enfrentam neste setor, visando melhorar o padrão de qualidade de vida.
População fronteiriça.
Vale do Guaporé.
55.000,00
24 Desenvolvimento
Ambiental
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS
Projetos Raízes Alternativas Sustentáveis (Transporte e escoamento da produção)
ESTADO MÉDIO PRAZO
SEDAM/EMATER/ SEAGRI
Estado
Promover o desenvolvimento sustentável do Vale do Guaporé.
O Vale do Guaporé é uma região carente de infraestrutura e possui baixo IDH. Há dificuldades referentes à distância para outros municípios.
Turistas e população do
Vale do Guaporé
Vale do Guaporé
279.839,00
25 Desenvolvimento
Ambiental
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS
Projetos Raízes - Alternativas Sustentáveis (Apicultura)
ESTADO LONGO PRAZO
SEDAM Estado
Desenvolver alternativas sustentáveis envolvendo a comunidade para geração de emprego e renda.
A região do Vale do Guaporé possui uma consciência deconservação ambiental muito forte, a produção de mel não tem agressão.
População do Vale dos Rios
Guaporé e Mamoré
Santo Antonio do Guaporé e
Pedras Negras 250.000,00
141
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
26 Desenvolvimento
Ambiental
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS
Projetos Raízes - Alternativas Sustentáveis ( Engenho de Açúcar)
ESTADO LONGO PRAZO
SEDAM/ EMATER/SEAGRI
Estado
Dotar a ECOVALE de uma unidade de produção de açúcar mascavo com uso deengenho de cana de açúcar, que irágerar emprego e renda no distrito.
Existe grande aceitação no mercado do açúcar mascavo, sendo o solo da localidade de Santo Antonio do Guaporé adequado para o cultivo.
População do Vale dos Rios
Guaporé e Mamoré
Vale do Guaporé e Mamoré
98.720,00
27 Desenvolvimento
Ambiental
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS
Curso de Ecoturismo e o Turismo Real
ESTADO LONGO PRAZO
SEDAM Estado
Objetivo do curso é levar aos participantes a vivência na prática das atividades do turismo em áreas protegidas do estado, objetivando obter dados para planejar ações no curto, médio e longo prazo.
Geração de emprego e renda, organização e capacitação das comunidades tradicionais.
Técnicos da SEDAM
Todos os municípios da
área de fronteira
250.000,00
28 Desenvolvimento
Ambiental
PROGRAMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Cooperativa de Produtos Recicláveis Oriundos do Lixo
ESTADO MÉDIO PRAZO
SEDAM ESTADO
Criar e implantar uma cooperativa deprodutos recicláveis de resíduos sólidos no município de Vilhena.
Não existe coleta seletiva de resíduos sólidos nosmunicípios do cone sul do estado. A coleta irá gerarmaterial para a Cooperativa de Vilhena.
População local e regional
Vilhena 350.000,00
29 Desenvolvimento
Ambiental
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS
Desenvolvi-mento do Ecoturismo em Rondônia.
ESTADO MÉDIO PRAZO
SEDAM ESTADO
Promover o desenvolvimento do turismo sustentável no Estado de Rondônia.
Rondônia tem nos recursos naturais e culturais um grande potencial para desenvolver a atividade ecoturística.
População local e turistas.
Porto Velho, Guajará, Nova Mamoré, Costa Marques, Alto
Alegre, Pimenteiras e
Cabixi.
700.400,00
30 Desenvolvimento
Ambiental
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS
Curso em desenvolvi-mento ambiental atividades e ações.
ESTADO MÉDIO PRAZO
SEDAM ESTADO
Capacitar técnicos setoriais para fomentar a educação ambiental.
Capacitação técnica para dar estrutura às comunidades locais e administração pública (em nível médio e
superior). Proporcionar suporte ao produtor, fortalecendo as famílias tradicionais (educação ambiental).
Técnicos da SEDAM
Em todos os municípios de
fronteira 150.000,00
142
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
31 AMBIENTAL
Plano de Manejo Florestal Comunitário nas Reservas Extrativistas - RESEX
Certificação orgânica da Castanha do Brasil
ESTADO MEDIO PRAZO
SEAGRI, EMATER SEDAM
População das Florestas e Tradicionais
Melhorar a qualidade dos produtos resultante da coleta e manejo dos produtos da florestal, dando suporte técnico e aproveitando as potencialidades das RESEX
A baixa produtividade e as dificuldades que os produtores extrativistas rurais enfrentam neste setor, visando melhorar o padrão de qualidade da Castanha do Brasil e aumentar a renda das comunidades tradicionais.
Comunidades tradicionais
Municípios Fronteiriços
600.000,00
32 AMBIENTAL
Plano de Manejo Florestal Comunitário nas Reservas Extrativistas - RESEX
Construção de armazenamento para a Castanha do Brasil
ESTADO MEDIO PRAZO
SEAGRI, EMATER SEDAM
População das Florestas e Tradicionais
Constituir um sistema de
armazenamento e
comercialização da castanha do Brasil Terras
Indígenas e RESEXs
Falta monitoramento e
rastreabilidade do processo produtivo da Castanha.
A baixa produtividade e as dificuldades que os produtores extrativistas
enfrentam, pela Falta de um
sistema de armazenamento e comercialização da castanha
do Brasil
Comunidades tradicionais
Municípios Fronteiriços
1.500.000,00
33 AMBIENTAL
Plano de Manejo Florestal Comunitário nas Reservas Extrativistas - RESEX
Concessão de Floresta Nacional
ESTADO MEDIO PRAZO
SEDAM ESTADO Explorar as riquezas das reservas de forma sustentável
Criar fonte de renda para os município fronteiriços
Empresas regionais
Municípios Fronteiriços
2.500.000,00
34 Desenvolvimento Econômico
PROGRAMA DE DESENVOLVI-MENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR
Fortalecimento da Agricultura Familiar
ESTADO MEDIO PRAZO
SEAGRI, EMATER SEDAM
População
Fortalecer a agricultura familiar dando suporte técnicos e aproveitando as potencialidades produtivas em todo o estado
A baixa produtividade, aparecimento de pragas e doenças, excesso de produção sem mercado definido e baixo índice de beneficiamento, são problemas dosagricultores familiares, neste sentido apoio com políticas públicas com assistência técnica, insumos apropriados, apoio a instalação defarinheiras e agroindústrias.
Agricultor Familiar
Municípios Fronteiriços
2.000.000,00
35 Desenvolvimento Econômico
PROGRAMA DE DESENVOLVI-MENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR
Fortalecimento da Agricultura Familiar
ESTADO MEDIO PRAZO
SEAGRI, EMATER SEDAM
População
Fortalecer a agricultura familiar dando suporte técnicos e aproveitando as potencialidades produtivas em todo o estado
A baixa produtividade, aparecimento de pragas e doenças, excesso de produção sem mercado definido e baixo índice de beneficiamento, são problemas dosagricultores familiares, neste sentido apoio com políticas públicas com assistência técnica, insumos apropriados, apoio a instalação defarinheiras e
Agricultor Familiar
Municípios Fronteiriços
2.000.000,00
143
agroindústrias.
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
36 Desenvolvimento
Econômico
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO
Industrialização do Urucum
ESTADO MEDIO PRAZO
EMATER/SEAGRI
População Fomentar a industrialização do Urucum.
A região conta com uma indústria de urucum em Cabixi, com capacidade de expansão. O incentivo governamental impulsiona o cultivo do urucum, visando a crescente demanda do mercado nacional e ao mesmo tempo aumento de renda dos produtores. Pois, além de ser um plantio simples, a espécie garante estabilidade financeira ao agricultor.
Médios produtores
rurais e respectivas
famílias,
Cone sul 800.000,00
37 Desenvolvimento
Econômico
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO
Fortalecimento do Agronegócio
ESTADO LONGO PRAZO
SEAGRI, EMATER SEDAM
População Fortalecer o agronegócio na região (fortalecimento dos APLs)
Os produtos da atividade agropecuária apresentam pouco valor econômico agregado, com baixo uso tecnológico. O segmento apresenta-se desarticulado necessitando de intervenção e apoio a iniciativa privada com ações voltadas ao fortalecimento do agronegócio, em toda a cadeia produtiva e os segmentos que estãoemAPLs.
Produtores Ruraise
Extrativista
Municípios Fronteiriços
2.500.000,00
144
38 Desenvolvimento
Econômico
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO SETOR AGROPECUÁRIO
Viabilização da Regularização Fundiária
ESTADO LONGO PRAZO
SEAGRI, EMATER SEDAM
População
Viabilizar a regularização das propriedades (fazer um estudo técnico da real necessidade de transações fundiárias com todo o seu levantamento)
A maioria das propriedades rurais não tem a documentação legal depropriedade da terra. Documentos essesnecessários para o acesso ao crédito. A maioria não consegue atender as exigências referentes às normasambientais, bem como certificações de produtos. O setor carece de apoio governamental para o desenvolvimento sustentável.
Pecuaristas, Agricultores, Agricultores Familiares
Municípios Fronteiriços
450.000,00
145
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
39 Desenvolvimento
Econômico
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO
Instalação de Agroindústria
ESTADO MEDIO PRAZO
EMATER/SEAGRI
População
Instalar pequenas agroindústrias subsidiadas, destinadas as associações e grupos de iniciativa privada.
Aproveitar os recursos gerados na região e ajudar a gerar empregos para a população.
Médios produtores
rurais, comunidades e organizações
rurais.
Municípios Fronteiriços
8.000.000,00
40 Desenvolvimento
Econômico
PROGRAMA ARTESANATO BRASILEIRO - ESTRUTURAÇÃO DE NÚCLEOS PRODUTIVOS DO SEGMENTO ARTESANAL
Estruturação de Núcleos Produtivos do Segmento Artesanal. Capacitação de Artesãos e Multiplicadores
ESTADO MEDIO PRAZO
Secretaria Esporte e Cultura e
Lazer
População Fortalecer o segmento do
artesanato
A faixa de fronteira abriga uma diversidade cultural com grande potencial turístico nacional e internacional. Realização de estudos e diagnóstico para investimentos nos setores que não deram continuidade no artesanato. Desta forma se justifica políticas públicas voltadas para o desenvolvimento do setor de turismo local.
Empresários e autônomos da
cadeia do turismo
Municípios Fronteiriços
500.000,00
41 Desenvolvimento Econômico
PROGRAMA DE ESTRUTURAÇÃO DOS SEGMENTOSTURÍSTICOS
Dinamização do Turismo de Rondônia
ESTADO LONGO PRAZO
SETUR População Promovera oferta turística(formar a PP do Turismo em Rondônia)
A faixa de fronteira abriga uma diversidade cultural com grande potencial turístico nacional e internacional. Realização de estudos e diagnóstico para investimentos nos setores que não deram continuidade no artesanato. Desta forma se justifica políticas públicas voltadas para o desenvolvimento do setor de turismo local.
Empresários e autônomos da cadeia do turismo
Municípios Fronteiriços
200.000,00
42 Desenvolvimento
Econômico
PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
Crédito Fundiário
Estado MEDIO PRAZO
SEAGRI População
Contribuir para evitar o êxodo rural, facilitando o acesso a terra para o público, na maioria arrendatários, posseiros, meeiros e comodatários estabelecidos no estado
Em virtude do aumento dos conflitos agrários, êxodo rural conforme dados do IBGE de
2010, demonstra apenas 22% da população na zona rural, favorecendo assim a escassez de alimento no mercado interno, além de sabermos também pelo IBGE que a média de idade das pessoas do campo está acima dos 50 anos
Agricultores, Agricultores Familiares
Municípios Fronteiriços
46.000.000,00
146
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
43 Desenvolvimento
Econômico
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DAS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO E MÉDIO PORTE
Projeto EMPREENDER Rondônia
FACER, ESTADO e PARCERIA
CURTO PRAZO
FACER/RO MPE, Micro
empreendedores Individuais
O Projeto EMPREENDER busca promover a competitividade das MPE e dos Micros Empreendedores Individuais (MEI), por meio da oferta de serviços de consultoria coletiva nas áreas de gestão e acesso ao mercado, visando fortalecer as empresas locais e Associações Empresariais visando o desenvolvimento sustentável.
O projeto visa osassociados com programas e ações de qualificação. A FACER poderá contribuir, para o crescimento e desenvolvimento sustentável das MPEna faixa de fronteira, que soma 89% de microempresas associados, a entidade se volta para esses agentes da economia, responsáveis pela maior parte dos empregos.
População em geral
Área de fronteira
1.519.300,00
44 Desenvolvimento
Econômico
PROMOÇÃO COMERCIAL DE MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO E MÉDIO PORTE
EXPORTA RONDONIA
ESTADO MÉDIO PRAZO
FACER Estado
A globalização e a internacionalização dos mercados provocam grandes impactos na atividade de comércio exterior. Onde é preciso desenvolver a competitividade e modelo de gestão apropriado aos aspectos operacionais e legais das relações internacionais, garantindo vínculos comerciais sólidos e duradouros.
A experiência das empresas com o comércio internacional acontece de forma limitada ou deixa de acontecer, devido à falta de qualificação de profissionais e de conhecimentos a cerca dos diferentes mercados mundiais. Faz-se necessário a qualificação de profissionais com a habilidades técnicas e gerenciais para ocomércio exterior.
Aproximadamente 150
empresas situadas na
faixa de fronteira.
Guajará-Mirim 570.000,00
147
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
45 Desenvolvimento
Econômico
PROGRAMA DE APOIO As INDÚSTRIAS DA SOCIOBIODIVERSI-DADE
Polo industrial SócioBiodiversi-dade - MPE
ESTADO LONGO PRAZO
PMG/ SEAGRI
ESTADO
Construir um pólo industrial preferencial para as pequenas e microempresas ligadas a sóciobiodiversidade. Será oferecido as empresas todas as vantagens ALCs e Zona Franca Verde-ZFV e incentivos do Estado e Município.
O Pólo Industrial da Sociobiodiversidade se justifica porque as Áreas de Livre Comércio – ALCs – foram criadas na Amazônia Brasileira com a finalidade de impulsionar o crescimento socioeconômico das cidades de fronteira internacional, dinamizando-as, de tal sorte que foram concedidos incentivos fiscais semelhantes aos da Zona
Franca de Manaus - ZFM, porém com algumas restrições (GARCIA, 2004)
Município de Guajará-Mirime
Estado Guajará-Mirim 10.800.000,00
46 Desenvolvimento
Econômico
PROGRAM DO ARTESANATO DE RONDÔNIA
Artesanato Comércio (Turismo)
ESTADO LONGO PRAZO
SEJUCEL ESTADO
Criar ponto de cultura e artesanato de fronteira para fortalecer o turismo e gerar renda aos artesões.
O ponto de cultura e artesanato é um atrativo para o turismo eimpulsionando crescimento socioeconômico da cidade
Artesões Fronteiriços
Municípios Fronteiriços
1.200.000,00
47 Desenvolvimento
Econômico
PROGRAM DO ARTESANATO DE RONDÔNIA
Feira Binacional de Artesanato
ESTADO MÉDIO PRAZO
SEJUCEL ESTADO
Realizar feira de artesanato binacional criar oportunidades de integração e divulga o artesanato de fronteira e gera renda aos artesões.
A Feira Binacional como evento gera mais oportunidade e aquecimento do turismoimpulsionando crescimento socioeconômico da cidade
Artesões Fronteiriços
Municípios Fronteiriços
600.000,00
48 Desenvolvimento
Econômico
PROGRAMA DE AQUICULTURA
Construção de Frigorífico/fábrica de Gelo-Pescado (Guajará-Mirim)
ESTADO MÉDIO PRAZO
SEAGRI, EMATER, SEDAM
ESTADO
Criar infraestrutura de apoio a produção de pescado, viabilizando o beneficiamento do pescado
O pescado na região de fronteira é comercializado in natura. A infraestrutura de armazenamento do mesmo é inadequada sua comercialização é feita por intermediários. Modelo trás prejuízo aos pescadores piscicultores com baixa remuneração pelo produto. A instalação de frigoríficos fortalecerá da cadeia
Pescador, Produtor rural,
Agricultura Familiar
Municípios Fronteiriços
2.500.000,00
148
produtiva agregando valor econômico ao produto e aumento da renda
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
49 Desenvolvimento Econômico
PROGRAMA DE DESENVOLVIMEN-TO DO AGRONEGÓCIO
Incentivo a Piscicultura
ESTADO MEDIO PRAZO
EMATER /SEAGRI
População
Incentivar a piscicultura para a reposição de peixes no Vale do Guaporé e Mamoré e para produção de pescado em tanques.
Incentivando a piscicultura do Vale do Guaporé e Mamoré com geração de mais empregos e renda para a população local.
Médios produtores
rurais, comunidades e organizações
rurais.
Municípios Fronteiriços
700.000,00
50 Desenvolvimento
Econômico
PROGRAMA DOAPL da SOCIOBIODIVERSIDADE
Estruturar o APL da Sóciobiodiversidade
ESTADO MÉDIO PRAZO
SEPOG ESTADO
Incentivar a economia da sociobiodiversidadeno Vale do Guaporé e Mamorépara produção sustentável de manejo das reservas extrativistas
Incentivando a economia da sociobiodiversidadedo Vale do Guaporé e Mamoré com geração de mais empregos e renda para a população local.
Médios produtores
comunidades organizadas
Municípios Fronteiriços
650.000,00
51 SAÚDE
PROGRAMA DE PREVENÇÃO E COMBATE DE DOENÇAS TROPICAIS
Construção de um Posto de Saúde em Surpresa.
ESTADO MÉDIO PRAZO
DEOSP Estado
Atender a necessidade da população em relação à saúde.
O município possui uma demanda cada vez maior em atendimento à saúde.
População fronteiriça, migrantes e imigrantes.
Distrito de Surpresa
780.000,00
52 SAÚDE
PROGRAMA DE PREVENÇÃO E COMBATE DE DOENÇAS TROPICAIS
Procedimento Operacional Padrão Fronteira Internacional
ESTADO MÉDIO PRAZO
IDARON Estado
O projeto objetiva as ações referentes à vigilância veterinária na fronteira internacional entreRondônia e a Bolívia.
Devido à vulnerabilidade de agente etiológico através da introdução de animais produtos e subprodutos para disseminar a região.
População dos Municípios
Fronteiriços.
Guajará-Mirim, Costa Marques, Rolim de Moura e Pimenteiras.
500.000,00
53 SAÚDE
PROGRAMA DE PREVENÇÃO E COMBATE DE DOENÇAS TROPICAIS
Implantação das salas de vacinas nas Fronteiras.
ESTADO MEDIO PRAZO
AGEVISA ESTADO
Controlar as doenças endêmicas nas áreas de fronteiras, devido à grande circulação de migrantes e imigrantes.
Salas de vacinas estão desativadas há mais de cinco anos tornando vulnerável a região de grande circulação de migrantes e imigrantes.
População fronteiriça, migrantes e imigrantes.
Vale do Guaporé
460.000,00
54 EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA FAIXA DE FRONTEIRA
Integração Histórica, Política e Cultural da Região de Fronteira Brasil/Bolívia
ESTADO MÉDIO PRAZO
UNIR Acadêmica
Documentar e produzir material cultural para uso e divulgação sobre as comunidades para o grande público.
O projeto está assentado numa tripla perspectiva,de análise e acompanhamento se utiliza de três áreas de ciências humanas: a História, a Literatura e as Línguas Portuguesas e Espanholas. A partir dessas áreas temos aslinhas: estudos do Pós-colonialismo, da Filosofia Política e do imaginário social. Atuação da UNIR compreende três sub-regiões na faixa de fronteiras conforme o MI.
População ribeirinha da
Ponta do Abunã a Cabixi,
área de aproximadame
nte 800 Km.
Ponta do Abunã e Cabixi
150.000,00
149
Nº EIXO PROGRAMA PROJETO COMPE-TÊNCIA
STATUS TEMPORAL
ENTIDADE ORIGEM - DEMANDA
OBJETIVO JUSTIFICATIVA PÚBLICO
ALVO TERRITÓRIO VALOR R$
55 EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA FAIXA DE FRONTEIRA
Implantar duas escolas bi-nacionais, (O1) em Guajará Mirim, (01) em Costa Marques.
ESTADO LONGO PRAZO
DEOSP/PAC
População
Tem como proposta uma identidade regional bi ligue e intercultural.
Implantação de escola bi-nacional de ensino básico para estudantes dos países fronteiriços, promovendo a inclusão social dos mesmos. No caso das cidades de Costa Marques e Guajará Mirim, estas vem de encontro às necessidades Brasil e/Bolívia.
Estudantes binacionais dos municípios de Guajará Mirim
e Costa Marques.
Costa Marques e Guajará-
Mirim 3.000.000,00
56 EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA FAIXA DE FRONTEIRA
Planejamento, Cultura e Diversidade na Fronteira Brasil-Bolívia
FEDERAL LONGO PRAZO
UNIR Acadêmica
Desenvolver um estudo comparativo educacional desenvolvido peloBrasil e Bolívia, identificando a presença de valores e conceitos da diversidade cultural, a educação ambiental, identificar ações relacionadas ao uso das Tecnologias da Informação e Comunicação - TIC's
As peculiaridades relativas a cada contexto sócio-cultural e educacional presentes nos documentos legais podem ser analisadas e referenciadas a partir de um olhar científico que contribua para resignificar o Planejamento Educacional dos sistemas envolvidos, com objetivo de fortalecer a integração de práticas educativas e a interculturalidade.
Acadêmicos e professores do Campus de Guajará e da Rede de ensino Estadual e Municipal de Guajará e Nova Mamoré e professores de Guayaramerim e Riberalta na Bolívia.
Guajará-Mirm, Nova Mamoré, Guayaramerim
e Riberalta/ Bolívia.
800.000,00
150