plano de desenvolvimento regional integrado e sustentável

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MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável da Área de Abrangência do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PDRS-SF) Contrato nº 214019 IICA/CON&SEA LTDA Produto 5 - Documento Técnico – PDRS-SF Versão Final Brasília - DF Agosto - 2016

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Page 1: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONALSECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

da Área de Abrangência do Projeto de Integração doRio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste

Setentrional (PDRS-SF)

Contrato nº 214019 IICA/CON&SEA LTDAProduto 5 - Documento Técnico – PDRS-SF

Versão Final

Brasília - DFAgosto - 2016

Page 2: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Helder Zahluth BarbalhoMINISTRO DE ESTADO DE INTEGRAÇÃO NACIONAL

Marlon Carvalho CambraiaSECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Wilfrido Tiradentes da Rocha NetoDIRETOR DO DEPARTAMENTO DE GESTÃO DE POLÍTICAS DE

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Fábio Zanon SimãoCOORDENADOR-GERAL DE PLANOS REGIONAIS E TERRITORIAIS

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONALSECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Page 3: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

EQUIPE TÉCNICA

Antônio Ramaiana de Barros Ribeiro - Engenheiro AgrônomoCOORDENADOR

Ana Rosa Mesquita de Figueiredo - Engenheira QuímicaAPOIO TéCNICO-ADMINISTRATIVO, MODERAÇÃO E CONSuLTOR SêNIOR

Ana Clara Serrão Fayal - Socióloga - Mestre em Recursos FlorestaisCONSuLTOR SêNIOR

Gabriel de Lima Ferreira - Engenheiro Agrônomo - Mestre em GeografiaCONSuLTOR SêNIOR

Marília Salgado Martins - Engenheira FlorestalPROFISSIONAL CARTOGRAFIA

Emanoel C. de Souza PinheiroHelkton Gomes da Silva

PROFISSIONAL PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

Maria Elizabete B. AlmeidaPROFISSIONAL REVISORA DE TEXTO

Page 4: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

PARTICIPANTES DAS OFICINAS

Adriano da Silva Martins – Associação de Orientação às Cooperativas do NordesteAlexandre Chumbinho – Ministério da Integração NacionalAluzilda Oliveira – Fundação Parque Tecnológico da ParaíbaAndré Contanhede – Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de PernambucoÂngelo Guerra – Secretaria de Recursos Hídricos do Estado do CearáAntônio Ferreira – Secretaria de Recursos Hídricos e Energéticos do Estado de PernambucoBruno Marcionilo – PROJETEC/PernambucoCarlos Nobre – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado do Rio Grande do NorteCarol Miranda – Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado de PernambucoConstância Maria da Silva Álvares – Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças do Estado do Rio Grande do NorteCristiano F. Vieira – Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças do Estado do Rio Grande do NorteDedé Teixeira – Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Estado do CearáDeusdete Queiroga Filho – Secretaria de Infraestrutura, Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia do Estado da ParaíbaEugênio Peixoto – Fórum dos Secretários de Agricultura Familiar do NordesteFabiano da Silva Lima – Secretaria de Agricultura e Pesca do Estado do Rio Grande do NorteFábio Cidrin – Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da ParaíbaFábio José de Souza – Secretaria de Agricultura e Pesca do Estado do Rio Grande do NorteFrancisco Joseraldo Medeiros do Vale – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do NorteGustavo Abreu – Universidade do Estado do Rio Grande do NorteIsalucia Barros Cavalcante – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado do Rio Grande do NorteIvan Dornelas Falcone de Melo – Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de PernambucoJaime Alheiros – Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de PernambucoJanaina Amaral – Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças do Estado do Rio Grande do NorteJonilson Figueiredo – Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças do Estado do Rio Grande do NorteJosé Almir Cirilo – Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de PernambucoJosé Cláudio da Silva – Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado de PernambucoJosé de Arimatea Lopes – Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças do Estado do Rio Grande do NorteJosé Luciano Araújo de Lacerda – Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças do Estado do Rio Grande do NorteJosé Machado – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do ParnaíbaJosué da Mata – Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado de PernambucoLaélia Maria de Melo – Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças do Estado do Rio Grande do NorteLaís Ariane Martins Barbosa Correia – Fundação de Apoio ao Instituto Federal do Rio Grande do Norte

Page 5: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF PaRticiPanteS

Lautemyr Xavier Cavalcanti Canel – Superintendência do Desenvolvimento do NordesteLuis Henrique da Silva Violin – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do ParnaíbaLuiz Paulo de Oliveira Silva – Ministério da Integração NacionalMarcelo de Araújo Ricali – Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças do Estado do Rio Grande do NorteMarcelo Giavoni – Ministério da Integração NacionalMaria Crystianne Fonseca Rosal – Agência Pernambucana de Águas e Clima do Estado de PernambucoMaria de Lourdes Barbosa de Sousa – Departamento Nacional de Obras Contra as SecasMaria Lorenzza P. Leite – Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de PernambucoMaria Melo – Agência Pernambucana de Águas e Clima do Estado de PernambucoMariano Gomes Coelho – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado do Rio Grande do NorteMário Sintra – Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar - Estado de PernambucoMarta Maria Souza Matos – Secretaria de Agricultura e Pesca do Estado do Rio Grande do NorteMatheus Lima – Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças do Estado do Rio Grande do NorteMércia Cristina M. Sales – Secretaria de Recursos Hídricos do Estado do CearáMonique Cabral – Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado de Pernambuco Naedson Silva de Aguiar – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do NorteNelson Césio Fernandes Santos – Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do NorteNilton Mota Silveira Filho – Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado de PernambucoNúria Maria de Souza – Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças do Estado do Rio Grande do NortePedro de Alencar Arraes – Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de PernambucoPedro Eymard Mesquita – Departamento Nacional de Obras Contra as SecasPoliana Mara Cunha Fernandes – Secretaria de Agricultura e Pesca do Estado do Rio Grande do NorteRadimilla F. A. de Oliveira – Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do NorteRamiro Camacho – Universidade do Estado do Rio Grande do NorteRamon Rodrigues – Secretaria de Recursos Hídricos do Estado do CearáRilke Santos – Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do NorteSandra Mendes – Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de PernambucoSébastien Willemart – Ministério da Integração NacionalTarcísio Pontes – Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado de PernambucoThaise Emmanuele – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado do Rio Grande do NorteThiago Dantas Carneiro – Ministério da Integração Nacionalunilma Araújo – Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado de PernambucoVera Lúcia Cirilo – Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças do Estado do Rio Grande do NorteWellington Simões – Ministério da Integração NacionalYure da Silva Paiva – Articulação Semiárido Brasileiro

Page 6: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF SiglaS e abReviatuRaS

SIGLAS E ABREVIATURAS

AACC Associação de Apoio às Comunidades do Campo ACIAP Associação dos Colonos Irrigantes e Agropecuarista do Perímetro Irrigado ItansACOPAF Associação dos Colonos do Perímetro Irrigado Pau dos FerrosACOSAM Associação dos Colonos de Santa MargaridaAD Diper Agência de Desenvolvimento Econômico de PernambucoADA Agência de Desenvolvimento da AmazôniaADA Área Diretamente Afetada ADAGRI Agência de Defesa Agropecuária do Estado do CearáADAGRO Agência de Defesa Agropecuária de PernambucoADECE Agência de Desenvolvimento do CearáADENE Agência de Desenvolvimento do NordesteADESE Agência de Desenvolvimento do SeridóADICOL Associação do Distrito de Irrigação de Icó - Lima CamposAESA Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da ParaíbaAFD Agência Francesa de Desenvolvimento AGN Agência de Fomento do Rio Grande do NorteAIBV Associação dos Irrigantes da Boa VistaAID Área de Influência Direta AMuPE Associação Municipalista de PernambucoANA Agência Nacional de ÁguasANTP Associação Nacional de Transportes PúblicosAPAC Agência Pernambucana de Águas e ClimaAPICRuZ Associação dos Irrigantes do Perímetro Irrigado CruzetaAPL Arranjo Produtivo Local APRECE Associação dos Municípios do Estado do CearáAPs Áreas ProgramaASA Brasil Articulação no Semi-ÁridoASDs Áreas Susceptíveis a Desertificação AS-PTA Agricultura Familiar e AgroecologiaASSIJA Associação dos Irrigantes do Perímetro Irrigado de Jaguaruana ATER Assistência Técnica e Extensão Rural ATI Agência Estadual de Tecnologia da Informação de PernambucoAuDIPIMN Associação dos Usuários do Distrito de Irrigação BB Banco do BrasilBID Banco Interamericano de DesenvolvimentoBIRD Banco Mundial BND Banco do NordesteBNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e SocialCAERN Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do NorteCAF Corporação Andina de FomentoCAGECE Companhia de Água e Esgoto do CearáCAGEPA Companhia de Água e Esgotos da ParaíbaCAMIC Cooperativa Agrícola Mista dos Irrigantes de Condado Ltda.CAMIPEC Cooperativa Agrícola Mista dos Irrigantes do Perímetro Irrigado Cachoeira II CAMIS Cooperativa Agrícola Mista dos Irrigantes de SuméCAMPIS Cooperativa Mista dos Irrigantes do Perímetro Irrigado Itans – Sabugi Ltda. CAPI Cooperativa do Projeto Irrigado de Morada NovaCAPIVAB Cooperativa Agropecuária do Perímetro Irrigado do Vale do Banabuiú

Page 7: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF SiglaS e abReviatuRaS

CAPR Câmara de Políticas de Integração Nacional e Desenvolvimento RegionalCCE Cadastro Central de EmpresasCDB Convenção da Diversidade Biológica CDRM Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais do Estado da ParaíbaCE CearáCEDE Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico do CearáCEHAB Companhia Estadual de Habitação e Obras de PernambucoCENTEC Instituto Centro de Ensino Tecnológico do CearáCENTRO VIDA NORDESTE Centro de Realizações Sociais e Ecológicas Vida Nordeste CETRA Centro de Estudos do Trabalho e Assessoria ao TrabalhadorCFEM Compensação Financeira pela Exploração Mineral CHESF Companhia Hidro-Elétrica do São FranciscoCINEP Companhia de Desenvolvimento do Estado da ParaíbaCIVAB Cooperativa Central Agropecuária dos Irrigantes do Vale do Banabuiú CMIQ Cooperativa Mista dos Irrigantes do Quixabinha Ltda.CNI Confederação Nacional da Indústria COAMIC Cooperativa Agrícola Mista dos Irrigantes do Perímetro Irrigado Custódia COAPRI Cooperativa dos Agropecuaristas do Perímetro Irrigado de Icó CODEVASF Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do ParnaíbaCOGERH Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do CearáCOIPI Cooperativa dos Irrigantes Pioneiros de Icó COIZA Cooperativa dos Irrigantes da Zona Quatro COMPESA Companhia Pernambucana de SaneamentoCONDEPE Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de PernambucoCONPAM Conselho de Políticas e Gestão do Meio AmbienteCONTAG Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura COODAP Cooperativa de Desenvolvimento Agroindustrial Potiguar COOPAGA Cooperativa dos Produtores Agropecuários de Garanhuns COOPAIS Cooperativa das Oficinas de Produção Artesanal e Industrial do SeridóCOOPERuBA Cooperativa Mista Agroindustrial dos Pequenos Produtores de Caraúbas Ltda.COOPINGOS Cooperativa dos Produtores de Novo PingosCOPAMN Cooperativa dos Pequenos Produtores Agropecuaristas de Morada Nova CPRH Agência Estadual de Meio Ambiente de PernambucoCPRM Serviço Geológico do BrasilCRACAS Comitê Regional das Associações e Cooperativas de Artesanato do Seridó DIBA Distrito de Irrigação do Projeto Baixo - AçuDNOCS Departamento Nacional de Obras Contra as SecasDNPM Departamento Nacional de Produção MineralEIA Estudo de Impacto Ambiental EMATER/PB Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado da ParaíbaEMATER/RN Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do NorteEMATERCE Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do CearáEMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEMEPA Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba S. A.EMPARN Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do NorteEMPASA Empresa Paraibana de Abastecimento e Serviços AgrícolasEMPETuR Empresa de Turismo de PernambucoEMPROTuR Empresa Potiguar de Promoção TurísticaETICE Empresa de Tecnologia da Informação do CearáFACEPE Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de PernambucoFADE Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco

Page 8: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF SiglaS e abReviatuRaS

FAEC Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará FAEPA Federação da Agricultura e Pecuária da ParaíbaFAEPE Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Pernambuco FAERN Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do NorteFAMuP Federação das Associações de Municípios da ParaíbaFAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura FAPERN Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do NorteFAPESQ Fundação de Apoio à PesquisaFAPIJA Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe Apodi FCO Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste FECOMéRCIO/CE Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do CearáFECOMéRCIO/PB Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado da Paraíba FECOMéRCIO/PE Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de PernambucoFECOMERCIO/RN Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do NorteFEMuRN Federação dos Municípios do Rio Grande do NorteFETAG Federação dos Trabalhadores na AgriculturaFIDA Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura FIECE Federação das Indústrias do Estado do CearáFIEPB Federação das Indústrias do Estado da Paraíba FIEPE Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco FIERN Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do NorteFINEP Financiadora de Estudos e Projetos FJP Fundação João Pinheiro FNDR Fundo Nacional de Desenvolvimento RegionalFNE Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste FNMA Fundo Nacional do Meio Ambiente FNO Fundo Constitucional de Financiamento do NorteFuMIN Fundo Multilateral de Investimento FuNAI Fundação Nacional do Índio FuNASA Fundação Nacional de SaúdeFuNCAP Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e TecnológicoFuNCEME Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos do CearáFuNDARPE Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de PernambucoGEF Fundo para o Meio Ambiente Mundial GGN Global Geoparks Network GTDN Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenováveisIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da BiodiversidadeIDACE Instituto de Desenvolvimento Agrário do CearáIDEMA Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do

NorteIDHM Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IFOCS Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas IFs Institutos Federais de Educação, Ciência e TecnologiaIGARN Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do NorteIMAZON Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INSA Instituto Nacional do SemiáridoINTERPA Instituto de Terra e Planejamento Agrícola do Estado do ParaíbaIOCS Inspetoria de Obras Contra as Secas IPA Instituto Agronômico de Pernambuco

Page 9: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF SiglaS e abReviatuRaS

IPEA Instituto de Pesquisa de Pesquisa Econômica AplicadaIPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ITERPE Instituto de Terras e Reforma Agrária do Estado de PernambucoJBIC Japan Bank for International Cooperation JuSG Junta de Usuários de Água do Perímetro Irrigado de São GonçaloKfW Kreditanstalt für WiederaufbauMDA Ministério do Desenvolvimento AgrárioMI Ministério da Integração NacionalMMA Ministério do Meio AmbienteMME Ministério de Minas e Energia MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e GestãoMST Movimento dos Trabalhadores Sem Terra NuTEC Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do CearáODR Observatório de Desenvolvimento RegionalOEA Organização dos Estados Americanos OMM Organização Meteorológica Mundial ONGs Organizações Não GovernamentaisONu Organização das Nações UnidasPAC Programa de Aceleração do CrescimentoPAIS - Seridó Plano de Ação Integrada e Sustentável da Mesorregião do SeridóPAIS - Xingó Plano de Ação Integrada e Sustentável da Mesorregião do XingóPB ParaíbaPBTuR Companhia de Desenvolvimento do Turismo do Estado da ParaíbaPDNE Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do NordestePDRS-SF Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável da Área de

Abrangência do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional.

PDSA Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do SemiáridoPE PernambucoPHE Plano Hidroviário Estratégico PIB Produto Interno Bruto PISF Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste

SetentrionalPITCE Política Industrial, Tecnológica e de Comércio ExteriorPNBL Plano Nacional de Banda LargaPNDR Política Nacional de Desenvolvimento RegionalPNDs Planos Nacionais de Desenvolvimento PNLI Plano Nacional de Logística Integrada PNLT Plano Nacional de Logística de TransportePNMA Política Nacional de Meio AmbientePNuD Programa das Nações Unidas para o DesenvolvimentoPNuMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente POLAMAZÔNIA Programa de Polos Agropecuários e Agro minerais da Amazônia POLOCENTRO Programa de Desenvolvimento dos Cerrados POLONOROESTE Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil PROBIO Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica BrasileiraPRODECER Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados PRODEGRAN Programa Especial de Desenvolvimento da Grande Dourados PRODETuR/NE Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste PRODOESTE Programa de Desenvolvimento da Região Sudoeste do Estado do Tocantins PROMESO Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável de Mesorregiões

Diferenciadas

Page 10: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF SiglaS e abReviatuRaS

PRONABIO Programa Nacional da Diversidade BiológicaPTDRS Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural SustentávelPZEE Programa de Zoneamento Ecológico-Econômico RH Região Hidrográfica RIDEs Regiões Integradas de DesenvolvimentoRIMA Relatório de Impacto AmbientalRN Rio Grande do NorteSEAPAC Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários SEBRAE/CE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do CearáSEBRAE/PB Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Paraíba SEBRAE/PE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco SEBRAE/RN Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do

NorteSECITECE Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação SuperiorSEMACE Superintendência do Meio Ambiente do Estado do CearáSEMARH Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos HídricosSENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem RuralSESCOOP/CE Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do CearáSESCOOP/PB Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado da ParaíbaSESCOOP/PE Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado de Pernambuco SESCOOP/RN Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio Grande

do NorteSESI Serviço Social da IndústriaSFA Superintendência Federal de Agricultura SFPA Superintendência Federal de Pesca e AquiculturaSNuC Sistema Nacional de Unidades de Conservação SOHIDRA Superintendência de Obras Hidráulicas do CearáSuDAM Superintendência do Desenvolvimento da AmazôniaSuDECO Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste SuDEMA Superintendência de Administração do Meio AmbienteSuDENE Superintendência do Desenvolvimento do NordesteSuDESuL Superintendência do Desenvolvimento do SulTGCA Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População uCs Unidades de Conservação uECE Universidade Estadual do CearáuEPB Universidade Estadual da ParaíbauERN Universidade do Estado do Rio Grande do NorteuFCA Universidade Federal do CaririuFCE Universidade Federal do CearáuFCG Universidade Federal de Campina GrandeuFERSA Universidade Federal Rural do Semi-ÁridouFPB Universidade Federal da ParaíbauFPE Universidade Federal de PernambucouFRN Universidade Federal do Rio Grande do NorteuFs Universidades Federais uNCCD United Nations Convention to Combat DesertificationuNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a CulturauNIVALE Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Vale do MoxotóuPE Universidade de PernambucouRCA Universidade Regional do Cariri

Page 11: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14ABSTRACT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

PARTE I. DIAGNÓSTICO SITUACIONAL PARTICIPATIVO1. Definição e Caracterização Geral da Área de Abrangência do PDRS-SF . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 1.1. Localização, Área e Abrangência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 1.2. Caracterização Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 1.3. As Redes Urbanas e as Áreas Programa do PDRS-SF. Regionalização do PDRS-SF . . . 252. Dimensão Urbanística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.1. Habitação Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.2. Transporte Urbano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.3. Meio Ambiente Urbano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283. Dimensão Geoambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 3.1. Caracterização Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 3.2. Impactos Ambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 3.3. Conjuntura Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 374. Dimensão Econômica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 4.1. Contexto Econômico Regional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 4.2. Perfil Econômico da Área do PDRS-SF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 435. Dimensão Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 5.1. Demografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 5.2. Indicadores Sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 516. Dimensão Político-Institucional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 6.1. Competência Legislativa e Ordenamento Territorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 6.2. Infraestrutura Institucional para Atuação na Área de Abrangência do PISF . . . . . . . . . . . 53 6.3. Ações Governamentais. Investimentos do PAC II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 6.4. Modelos de Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

PARTE II. A PNDR E O PISF1. Contextualização do Desenvolvimento Regional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 692. A Política Nacional de Desenvolvimento Regional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 2.1. A PNDR e a Premissa de Abordagem em Múltiplas Escalas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 733. O PISF e sua Evolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 744. Visão de Futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 755. Objetivos do PDRS-SF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

PARTE III. PLANO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL - PDRS-SF1. Situação Atual e Cenário Futuro da Região. O Potencial de Transformações Sociais e Econômicas do PISF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 812. Potencialidades Econômicas Identificadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 843. Opções para Intervenção. Linhas estratégicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 864. Estrutura do PDRS-SF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 4.1. Programa Estrutural de Apoio ao Desenvolvimento Produtivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 4.1.1. Subprograma de Apoio às Potencialidades Regionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 4.1.2. Subprograma de Apoio ao Desenvolvimento de Capacidades . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

Page 12: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

4.2. Programa Complementar de Apoio ao Desenvolvimento da Infraestrutura e Sustentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 4.3. Carteira de Projetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 905. Contextualização dos Projetos. Ações e Metas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 5.1. Projeto Agricultura Irrigada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 5.1.1. Subprojeto Pequenas Atividades Localizadas de Irrigação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 5.1.2. Subprojeto Perímetros Públicos de Irrigação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 5.1.3. Subprojeto Irrigação em Projetos de Assentamento nos Canais do PISF . . . . . . . 95 5.1.4. Subprojeto Irrigação em Assentamentos no Interior do PDRS-SF . . . . . . . . . . . . 96 5.2. Projeto Aquicultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 5.2.1. Subprojeto Piscicultura nos Açudes Situados na ADA/PISF . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 5.2.2. Subprojeto Aquicultura na Região do PDRS-SF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 5.3. Projeto Pecuária Bovina de Corte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 5.4. Projeto Pecuária Bovina de Leite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 5.5. Projeto Caprinovinocultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 5.6. Projeto Apicultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 5.7. Projeto Mineração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 5.8. Projeto Negócios Não Agrícolas no Meio Rural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 5.9. Projeto Convivência com o Semiárido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 5.10. Projeto Atividades Urbanas Produtivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 5.11. Projeto de Apoio ao Associativismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 5.12. Projeto de Capacitação e Assistência Técnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 5.13. Projeto de Inovação Tecnológica e Gestão do Conhecimento para o Semiárido . . . . . . . 118 5.14. Projeto Infraestrutura Produtiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 5.15. Projeto Infraestrutura Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 5.16. Projeto Sustentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 5.16.1. Subprojeto de Desenvolvimento das Comunidades Indígenas . . . . . . . . . . . . . . . 124 5.16.2. Subprojeto de Compensação Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 5.16.3. Subprojeto de Conservação e Uso do Entorno e das Águas dos Reservatórios . . 126 5.17. Projeto Regularização Fundiária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1276. Estimativa de Custos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1297. Fontes de Financiamento, Créditos e Parceiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1318. Modelo de Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 8.1. Arranjos Institucionais e Governança da PNDR. O Sistema Nacional de Desenvolvimento Regional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 8.2. Arranjos Institucionais para a Construção do Sistema Regional de Desenvolvimento do PDRS-SF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 8.3. Arranjos Institucionais na Esfera Regional. Elementos para a Construção do Modelo de Gestão do PDRS-SF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143 8.3.1. Nível Estratégico do SRD/PDRS-SF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 8.3.2. Nível Tático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148 8.3.3. Nível Operacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149 8.3.4. Nível Executivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151 8.4. Planejamento e Execução nas Múltiplas Escalas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152

LISTA DE FIGURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154LISTA DE QUADROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154LISTA DE TABELAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156Anexo I. Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas . . . . . . . . . . . . . 161

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APRESENTAÇÃO

Aretomada do debate em torno da temáti-ca do desenvolvimento regional tem tra-zido consigo uma série de possibilidades de transformar realidades positivamen-

te. No caso das regiões marcadas por agudos índi-ces de pobreza, a exemplo do semiárido, o esforço deve se pautar-se pela gestão horizontalizada, in-tegrando políticas de natureza diversificada.

Nesse sentido, é de grande importância con-siderar os impactos decorrentes de grandes obras estruturantes, a exemplo do Projeto de Integração de bacias do rio São Francisco com o Nordeste Setentrional (PISF) e seus efeitos nas áreas que compõem o seu entorno.

A chegada de forma integrada ao território se constitui-se em um desafio, pois há uma enorme complexidade nas dimensões sociais, econômicas, ambientais e culturais expressando geografica-mente um rico mosaico de fenômenos e relações.

A diferenciação pode ser um aspecto positi-vo quando tratada como diversidade, e foi a partir dessa orientação que o Ministério da Integração Nacional, envidou esforços para elaborar um pla-no para a área de influência do Projeto de Inte-gração de Bacias, com a participação de todas as esferas de governo e da sociedade civil, sinalizan-do para um momento de corresponsabilização nas decisões e gestão das políticas públicas.

Essa articulação resultou em uma forma de trabalho dialogada e integrada, na qual foram co-

lhidas informações sobre a atuação dos distintos órgãos do governo e os resultados de suas ações na área de influência do PISF, amalgamados pelo olhar do desenvolvimento regional. Essa ótica permeou o relatório final, sintetizado na presente publicação.

O resultado do trabalho possibilitou consta-tar que o semiárido já se encontra em transforma-ção e que uma obra com a envergadura do PISF, acompanhada de uma agenda convergente de polí-ticas públicas, pode pavimentar o desenvolvimen-to da região, rompendo com o tradicional ciclo de pobreza que a marcou durante 500 anos.

O esforço, além dos resultados positivos, trouxe alguns ensinamentos sobre a necessidade de uma ação horizontalizada, que se orientou pela dimensão espacial, percebendo o território como o repositório das relações sociais e econômicas e portanto, como foco das políticas públicas no diá-logo em prol do desenvolvimento regional.

Dessa forma, o Plano de Desenvolvimento Sustentável (PISF) encaminhou orientações no sentido de se construir um processo de planeja-mento participativo e integrado, horizontal e ver-ticalmente, de longo prazo, evidenciando o caráter transversal do desafio de promover o desenvolvi-mento regional para a área.

Ministério da Integração Nacional

13| Crédito: Ed Ferreira / Ministério da Integração Nacional

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RESUMO

O Ministério da Integração Nacional (MI) tem dentre as suas competências legais, a formulação e condução da Política Nacional de Desenvolvimento Regional

(PNDR), uma política pública desafiadora quando examinadas a experiência histórica e a realidade brasileira no que tange à geração e distribuição da riqueza no território.

Conforme o Plano Estratégico de Desen-volvimento Sustentável do Semiárido (PDSA), o grau de desenvolvimento do Semiárido Brasileiro continua inferior ao encontrado em outros espa-ços da Região Nordeste. O processo histórico de ocupação e aproveitamento da região, os escassos recursos financeiros decorrentes deste processo e a deficiência de recursos naturais como a água e o solo, conformaram fatores limitantes para a es-truturação da economia das áreas afetadas pelas secas, a partir de atividades efetivamente sustentá-veis (PDSA, 2005).

Em vista destas condições históricas do Se-miárido Brasileiro diversos projetos, ao longo de mais de um século, foram equacionados tendo a transposição do rio São Francisco como uma das possibilidades da engenharia hidráulica.

A ideia da transposição do rio São Francis-co, portanto, não é nova. Transcorreu a história do Nordeste e do Brasil desde meados do século XIX até o início do século XXI, quando de fato, no pri-meiro governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, a iniciativa deixa o âmbito das proposições e passa à realidade da execução.

O Projeto de Integração do rio São Francis-co com Bacias Hidrográficas do Nordeste Seten-trional (PISF), com cerca de 90% das obras exe-cutadas, possui 477 quilômetros organizados em dois eixos de transferência de água, os Eixos Nor-te e Leste. A obra engloba a construção de quatro túneis, 14 aquedutos, nove estações de bombea-mento e 27 reservatórios. Além da recuperação de 23 açudes existentes na região que receberão as águas do rio São Francisco.

O PISF abrange parte do Semiárido e visa a fornecer segurança hídrica para abastecimento de

cerca de 12 milhões de pessoas nos Estados do Ce-ará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte e a fim de minimizar os efeitos nocivos dos ciclos periódicos de secas que assolam a região.

Por tratar-se de obra de infraestrutura com impactos significativos na dinâmica social e, mais especificamente, com base nos reflexos econômi-cos positivos que o amplo acesso aos recursos hí-dricos irá proporcionar em 436 municípios da re-gião é que se coloca a necessidade de elaboração e execução do presente Plano de Desenvolvimen-to Regional Integrado e Sustentável da Área de Abrangência do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PDRS-SF).

O PDRS-SF contempla um amplo diagnós-tico da área considerada, abrangendo as dimen-sões: urbanística, geoambiental, econômica, social e político-institucional, definindo em seu interior 12 Áreas Programa, delimitadas em função das re-des policêntricas de cidades e bacias hidrográficas. Tem como esteio a Política Nacional de Desen-volvimento Regional e suas diretrizes, buscando definir objetivos dentro do horizonte de desenvol-vimento ampliados pela implementação do PISF, tomando o potencial de transformações sociais e econômicas que esta intervenção sinaliza.

A partir das potencialidades econômicas identificadas como os principais ativos regionais são equacionadas opções para intervenção, em programas estratégicos: Programa Estrutural de Apoio ao Desenvolvimento Produtivo e Programa Complementar de Apoio ao Desenvolvimento da Infraestrutura e Sustentabilidade, apresentando uma carteira de 17 projetos e 9 subprojetos, com a previsão de metas e ações.

Contempla ainda uma estimativa de custos da ordem de 1,5 bilhões de reais, apresentando fontes de financiamento e créditos. Para a sua im-plantação sugere-se, em termos gerais, um Mode-lo de Gestão e Arranjos Institucionais. O Anexo I apresenta uma Matriz de Planejamento de Pro-jetos, Subprojetos, Indicadores e Metas como um norte para o detalhamento do processo real de exe-cução com base no Modelo de Gestão proposto.14

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ABSTRACT

T he Ministry of National Integration (acronym in Portuguese: MI), within the framework of its legal competencies, is in charge of formulating and carrying out the

National Policy of Regional Development (acronym in Portuguese: PNDR), a challenging public policy if one takes into account Brazilian reality as well as historical experience with regard to generation and distribution of wealth within the territory.

According to the Strategic Plan of Sustaina-ble Development of the Semiarid Region (acronym in Portuguese: PDSA), the level of development of the Brazilian Semiarid Region remains lower than in other areas of the Northeastern region. The histo-rical settlement and land use patterns in the region as well as the scarce financial resources accumu-lated as a result of that process, in addidtion to the lack of natural resources such as water and fertile soils, have limited the development of the economy of the areas affected by droughts by the means of effective sustainable activities (PDSA, 2005).

Given the historical conditions of the Brazi-lian Semiarid Region, several projects have been contemplated, such as the project for the São Fran-cisco river transposition, a hydraulic engineering possibility

Therefore, the project for the São Francisco river transposition is not a new idea. It has been recurrent in Northeastern Brazil history since mid-19th century until the beginning of the 21st century when, in President Luís Inácio Lula da Silva’s first term, the initiative ceased being a mere proposal and was actually launched.

The Integration Project of the São Francisco River and Northeastern Basins (acronym in Portu-guese: PISF), about 90% complete, encompasses 477 kilometers organized in two water transfer axis, North Axis and East Axis. The project includes four tunnels, fourteen aqueducts, nine pumping stations and twenty-seven reservoirs, in addition to restora-tion of 23 existing dams, which will be filled with São Francisco waters.

PISF covers part of the Semiarid region. It aims to ensure water security for 12 million people in the states of Ceará, Paraíba, Pernambuco and Rio Grande do Norte, as well as to minimize adverse effect of periodic drought cycles that affect the re-gion.

Because this infrastructure construction pro-ject will have significant impact on social dynamics and, more specifically, because of the positive eco-nomic outcomes that widespread access to water resources is bound to produce in 436 local towns, it is necessary to formulate and carry out the present Integrated and Sustainable Regional Development Plan of the Area Encompassed by the Integration Project of the São Francisco River and Northeas-tern Basins (acronym in Portuguese: PDRS-SF).

PDRS-SF calls for a comprehensive asses-sment of the area in question, encompassing its urbanistic, economic, social political and institu-tional dimensions, defining within it 12 Program Areas, delimited according to polycentric networks of cities and hydrographic basins. Its pillar is the National Regional Development Policy and its gui-delines, aiming to define goals within the develo-pment outlook expanded by PISF implementation, taking into account the social and economic trans-formation potential signaled by this intervention.

Taking as a starting point the economic poten-tialities identified as major regional assets, interven-tion options can be selected within a framework of strategic programs: Structural Program of Support of Productive Development and Complementary Program of Support of Infrastructure and Sustaina-bility Development, featuring a portfolio of 17 pro-jects and 19 subprojects, with scheduled goals and actions. There is also a cost estimate of 1,5 billion BRL, including funding and credit sources. For its implementation, a Management and Institutional Arragenments Model has been proposed, in general terms. Annex I presents a Project, Subproject, Indi-cators and Goals Planning Template as a guideline to detailing the real implementation process based on the proposed Management Model. 15

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INTRODUÇÃO

O presente Documento se refere ao Pro-duto 5 - Documento Técnico - PDRS - São Francisco - Versão Final, relativo ao Contrato Nº 214019/2014, celebrado

entre o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Empresa Consultoria e Serviços Socioeconômico e Ambiental (CON&-SEA LTDA), visando à elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentá-vel da Área de Abrangência do Projeto de Integra-ção do Rio São Francisco com Bacias Hidrográfi-cas do Nordeste Setentrional.

A sua elaboração ocorreu de forma par-ticipativa, com a realização de quatro Oficinas de Planejamento Participativo, tendo sido apresenta-do e aprovado pelo Grupo de Trabalho de Coor-denação, Acompanhamento e Avaliação do PDRS-SF, em Brasília-DF, no dia 22/06/2016.

Conforme o Termo de Referência, ini-cialmente, foram definidas as potencialidades e oportunidades locais (ativos regionais), contextu-alizadas no âmbito do Produto 1 – Diagnóstico Si-tuacional Participativo. No contexto dos Produtos 2 e 3 e considerando ainda as Oficinas realizadas (Campina Grande em 23/11/2015; Fortaleza em

02/12/2015; Natal em 19/01/2016; e Recife em 13/04/2016), o escopo do projeto foi sendo dese-nhado e foram definidas ações complementares no âmbito do Produto 4.

Desta forma, o presente produto está organizado em três partes e dez capítulos. A Pri-meira Parte se refere a um resumo do Diagnóstico Situacional Participativo (apresentado na íntegra como Produto 1, em CD anexo). A Segunda Parte se refere à Política Nacional de Desenvolvimento Regional, suas diretrizes e orientações. A Terceira Parte apresenta o PDRS-SF propriamente dito (em versão completa anexa – Produtos 2, 3 e 4), abran-gendo uma carteira de 17 (dezessete) projetos e 9 (nove) subprojetos (estruturada em dois progra-mas), contextualizados em metas e ações, além de uma estimativa de custos, fontes de financiamen-to e créditos. Para a sua implantação sugere-se um Modelo de Gestão e Arranjos Institucionais. O Anexo I apresenta uma Matriz de Planejamen-to de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas como um norte para o detalhamento do processo real de execução com base no Modelo de Gestão proposto.

16 | Crédito: Ed Ferreira / Ministério da Integração Nacional

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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1. DEFINIÇÃO E CARACTERIzAÇÃO GERAL DA ÁREA de AbrAngênciA do PdrS-SF

1.1. Localização, Área e Abrangência

A região definida para a elaboração do Pla-no de Desenvolvimento Regional Integrado e Sus-tentável da Área de Abrangên-cia do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Se-tentrional (PDRS-SF) está loca-lizada no Semiárido Brasileiro, na Região Nordeste do Brasil, conforme a Figura 1.

A Região Nordeste do Brasil tem uma área total de 1.561.177,8 km², o que equivale a 18,3% do território brasileiro, abrangendo um total de 1.793 municípios, distribuídos por nove estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

O Semiárido compreende oito estados da Região Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, além do nor-te de Minas Gerais.

Com uma extensão terri-torial de 980,1 mil km2 (11,5% do território brasileiro) o Semiá-rido compreende 1.135 municí-pios, dos quais 93,4% são consi-derados municípios de pequeno porte, com população inferior a 50 mil habitantes. (IBGE/Censo Demográfico, 2010).

O PDRS–SF abrange parte dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ce-ará situada na área de influência (direta e indireta) definida pelo Projeto de Integração do São Fran-cisco (PISF).

Figura 1 - Mapa de Localização do Nordeste, Semiárido e Área de Abrangência do PISF.

Fonte: IBGE, 2014.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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A área total do PDRS-SF abrange 193.081 Km2, incluindo 436 municípios, distribuídos pelos citados estados. A regionalização proposta neste es-tudo (ver item 1.3) definiu 12 Áreas Programa. A

Tabela 1 descreve as Áreas Programa (APs) quanto à extensão e ao número de municípios. O Mapa da Figura 2 apresenta a distribuição espacial das áreas, municípios e o limite dos estados abrangidos.

Figura 2 - Mapa de Situação das Áreas Programa, limites estaduais e municípios.

Fonte: IBGE, 2014.

1.2. Caracterização Geral

A população total da área do PDRS-SF é de 12.650.661 habitantes, sendo 9.875.602 na área urbana e 2.772.064 na área rural, apresentando assim uma taxa de urbanização de 78,06%. No período entre 2000 e 2010 apresentou uma taxa

média geométrica de crescimento de 0,81% aa. A distribuição desta população pelas Áreas Progra-ma pode ser vista na Tabela 1.

Vale ressaltar que este alto grau de urbaniza-ção não corresponde de fato a uma predominância da vida urbana, como atualmente configurada. No entanto, esta “urbanização” é relativizada, consi-

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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derando que os critérios normativos do IBGE, no caso do Semiárido, principalmente, são confron-tados com critérios analíticos, numa análise de José Eli da Veiga (2001), o que faz a população do Semiárido talvez ainda predominantemente ligada ao “modo de vida rural”.

O cenário natural desta região, totalmente inserida no Semiárido é a paisagem do ecossiste-ma Caatinga, espaço historicamente marcado pela fome e pela pobreza.

Grande parte de sua população é considera-da pobre, vivendo em condições agudas de vulne-rabilidade socioeconômica, com padrões de saúde, nutrição, educação, trabalho e condições habita-cionais precárias. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ainda se encontra em níveis baixos para grande parte dos municípios.

A baixa pluviosidade é característica mar-cante desta região, com secas periódicas, o que aumenta, em muito, os problemas sociais e eco-nômicos de sua população. Os períodos de seca

prolongada geram a desocupação da mão de obra entre as famílias de pequenos agricultores e o de-semprego. As interrupções na produção agrope-cuária colocam em risco as vidas dos agricultores familiares, de seus rebanhos e de suas reservas de alimentos e sementes, provocando, ainda, por ve-zes, o abandono da terra e a migração, que nos dias atuais tem sido mais interna ao próprio espa-ço nordestino.

A região é a maior do país em população de agricultores familiares, concentrando grande parte dos agricultores familiares de baixa renda e dos agricultores assentados em projetos de reforma agrária, hoje estruturados nos Territórios da Cida-dania. Conforme Ab’Sáber (1999) “mais do que qualquer outro contingente demográfico do nos-so interior, esta população forma um povo e uma cultura em um ambiente físico e humano que não reservou lugar para os fracos e acomodados”.

O Quadro 1 apresenta os municípios da área de abrangência do PDRS-SF por Área Programa.

Tabela 1- Caracterização geral da área do PDRS-SF por Área Programa.

Área Programa População 2010

MunicípiosPolo

N. total de municípios integrantes Estados abrangidos Área total

(Km2)

AP I - Brígida 314.081 Araripina 10 Pernambuco 12.438,83

AP II - Terra Nova/Pajeú 193.738 Salgueiro 9 Pernambuco 9.128

AP III - Salgado/Jaguaribe 1.076.326 Juazeiro do Norte

Iguatu Grato

27 Ceará 17.841

AP IV - Baixo Jaguaribe 555.848 Russas 21 Ceará 18.529,23

AP V - Metropolitana de Fortaleza 3.615.767 Fortaleza 15 Ceará 5.790,71

AP VI - Piranhas 905.832 Patos Souza

Cajazeiras 90 Paraíba 24.003,32

AP VII - Apodi 373.187 Apodi

Pau dos Ferros Areia Branca

44 Rio Grande do Norte 11.266,85

AP VIII - Piranhas/Açu 807.963

Mossoró Caicó

Currais Novos Açu

51 Rio Grande do Norte 25.060,81

AP IX - Moxotó/Pajeú 588.936 Serra Talhada

Arcoverde 26 Pernambuco 22.380,45

AP X - Agreste Pernambucano 2.217.600 Caruaru

Garanhuns 71 Pernambuco 24.529,57

AP XI - Paraíba 878.588 Campina Grande 55 Paraíba 19.280,10

AP XII - Mata Paraibana 1.122.795 João Pessoa 17 Paraíba 2.833

Total 12.650.661 23 436 4 193.080,55

Fonte: MI/SDR, 2014; IBGE/Censo Demográfico, 2010.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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Quadro 1 - Municípios da área de abrangência do PDRS-SF por Área Programa.

Área Abrangência PDRS-SF

Área Programa I - Brígida

Araripina - PE Exu - PE Ipubi - PE Orocó - PE Parnamirim - PE

Bodocó - PE Granito - PE Moreilândia - PE Ouricuri - PE Trindade - PE

Área Programa II - Terra Nova/Pajeú

Cabrobó - PE Cedro - PE Salgueiro - PE Serrita - PE Verdejante - PE

Carnaubeira da Penha - PE Mirandiba - PE São José do Belmonte - PE Terra Nova - PE

Área Programa III - Salgado/Jaguaribe

Abaiara - CE Caririaçu - CE Ipaumirim - CE Lavras da Mangabeira - CE Penaforte - CE

Aurora - CE Cedro - CE Jaguaribe - CE Mauriti - CE Porteiras - CE

Baixio - CE Crato - CE Jardim - CE Milagres - CE Quixelô - CE

Barbalha - CE Granjeiro - CE Jati - CE Missão Velha - CE Umari - CE

Barro - CE Icó - CE Juazeiro do Norte - CE Orós - CE Várzea Alegre - CE

Brejo Santo - CE Iguatu - CE

Área Programa IV - Baixo Jaguaribe

Alto Santo - CE Fortim - CE Jaguaretama - CE Morada Nova - CE Potiretama - CE

Aracati - CE Icapuí - CE Jaguaribara - CE Ocara - CE Quixeré - CE

Beberibe - CE Iracema - CE Jaguaruana - CE Palhano - CE Russas - CE

Ererê - CE Itaiçaba - CE Limoeiro do Norte - CE Pereiro - CE S João do Jaguaribe - CE

Tabuleiro do Norte - CE

Área Programa V - Metropolitana de Fortaleza

Aquiraz - CE Chorozinho - CE Guaiuba - CE Maracanaú - CE Pacatuba - CE

Cascavel - CE Eusébio - CE Horizonte - CE Maranguape - CE Pindoretama - CE

Caucaia - CE Fortaleza - CE Itaitinga - CE Pacajus - CES. Gonçalo do Amarante - CE

Área Programa VI - Piranhas

Água Branca - PB Brejo dos Santos - PB Curral Velho - PB Lagoa - PB Passagem - PB

Aguiar - PB Cachoeira dos Índios - PB Desterro - PB Lastro - PB Patos - PB

Aparecida - PB Cacimba de Areia - PB Diamante - PB Mãe d’Água - PB Paulista - PB

Areia de Baraúnas - PB Cacimbas - PB Emas - PB Malta - PB Pedra Branca - PB

Assunção - PB Cajazeiras - PB Ibiara - PB Manaíra - PB Piancó - PB

Belém do Brejo do Cruz - PB Cajazeirinhas - PB Igaracy - PB Marizópolis - PB Poço Dantas - PB

Bernardino Batista - PB Carrapateira - PB Imaculada - PB Mato Grosso - PB Poço de José de Moura - PB

Boa Ventura - PB Catingueira - PB Itaporanga - PB Matureia - PB Pombal - PB

Bom Jesus - PB Catolé do Rocha - PB Jericó - PB Monte Horebe - PB Princesa Isabel - PB

Bom Sucesso - PB Conceição - PB Joca Claudino - PB Nazarezinho - PB Quixaba - PB

Bonito de Santa Fé - PB Condado - PB Junco do Seridó - PB Nova Olinda - PB Riacho dos Cavalos - PB

Brejo do Cruz - PB Coremas - PB Juru - PB Olho d’Água - PB Salgadinho - PB

Page 23: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

23

Área Abrangência PDRS-SF

Área Programa VI - Piranhas (continuação)

Santa Cruz - PB Santana dos Garrotes - PB S. José da Lagoa Tapada - PB S. José do Brejo do Cruz - PB Teixeira - PB

Santa Helena - PB São Bentinho - PB São José de Caiana - PB São José do Sabugi - PB Triunfo - PB

Santa Inês - PB São Bento - PB São José de Espinharas - PB São Mamede - PB Uiraúna - PB

Santa Luzia - PB São Domingos - PB São José de Piranhas - PB Serra Grande - PB Várzea - PB

Santa Teresinha - PB São Francisco - PB São José de Princesa - PB Sousa - PB Vieirópolis - PB

Santana de Mangueira - PB São João do rio do Peixe - PB São José do Bonfim - PB Tavares - PB Vista Serrana - PB

Área Programa VII - Apodi

Água Nova - RN Encanto - RN Lucrécia - RN Pilões - RN Serrinha dos Pintos - RN

Alexandria - RN Felipe Guerra - RN Luís Gomes - RN Portalegre - RN Severiano Melo - RN

Antônio Martins - RN Francisco Dantas - RN Major Sales - RN Rafael Fernandes - RN Taboleiro Grande - RN

Apodi - RN Frutuoso Gomes - RN Marcelino Vieira - RN Rafael Godeiro - RN Tenente Ananias - RN

Areia Branca - RN Gov. Dix-Sept Rosado - RN Martins - RN Riacho da Cruz - RN Tibau - RN

Baraúna - RN Grossos - RN Olho-d’Água do Borges - RN Riacho de Santana - RN Umarizal - RN

Caraúbas - RN Itaú - RN Paraná - RN Rodolfo Fernandes - RN Upanema - RN

Coronel João Pessoa - RN João Dias - RN Pau dos Ferros - RN São Francisco do Oeste - RN Venha-Ver - RN

Doutor Severiano - RN José da Penha - RN São Miguel - RN Viçosa - RN

Área Programa VIII - Piranhas / Açu

Acari - RN Carnaubais - RN Jardim de Angicos - RN Paraú - RN São Fernando - RN

Açu - RN Cruzeta - RN Parelhas - RN São João do Sabugi - RN

Afonso Bezerra - RN Currais Novos - RN Jardim do Seridó - RN Patu - RN São José do Seridó - RN

Almino Afonso - RN Equador - RN Jucurutu - RN Pedra Preta - RN São Rafael - RN

Alto do Rodrigues - RN Fernando Pedroza - RN Lagoa Nova - RN Pedro Avelino - RN São Vicente - RN

Angicos - RN Florânia - RN Lajes - RN Pendências - RN Serra do Mel - RN

Augusto Severo - RN Ipanguaçu - RN Macau - RN Porto do Mangue - RN Serra Negra do Norte - RN

Bodó - RN Ipueira - RN Messias Targino - RN Riachuelo - RN Tenente Laurentino Cruz - RN

Caiçara do Rio do Vento - RN Itajá - RN Mossoró - RN Santana do Matos - RN Timbaúba dos Batistas - RN

Caicó - RN Janduís - RN Ouro Branco - RN Santana do Seridó - RN Triunfo Potiguar - RN

Carnaúba dos Dantas - RN

Área Programa IX- Moxotó / Pajeú

Afogados da Ingazeira - PE Custódia - PE Ingazeira - PE S. Cruz da Baixa Verde - PE Solidão - PE

Arcoverde - PE Flores - PE Itapetim - PE Santa Terezinha - PE Tabira - PE

Betânia - PE Floresta - PE Manari - PE São José do Egito - PE Triunfo - PE

Brejinho - PE Ibimirim - PE Petrolândia - PE Moxotó Serra Talhada - PE Tuparetama - PE

Calumbi - PE Iguaraci - PE Quixaba - PE Sertânia - PE

Page 24: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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Área Abrangência PDRS-SF

Área Programa IX- Moxotó / Pajeú (continuação)

Carnaíba - PE Inajá - PE

Santa Cruz - PB Santana dos Garrotes - PB S. José da Lagoa Tapada - PB S. José do Brejo do Cruz - PB Teixeira - PB

Santa Helena - PB São Bentinho - PB São José de Caiana - PB São José do Sabugi - PB Triunfo - PB

Santa Inês - PB São Bento - PB São José de Espinharas - PB São Mamede - PB Uiraúna - PB

Santa Luzia - PB São Domingos - PB São José de Piranhas - PB Serra Grande - PB Várzea - PB

Santa Teresinha - PB São Francisco - PB São José de Princesa - PB Sousa - PB Vieirópolis - PB

Santana de Mangueira - PB São João do rio do Peixe - PB São José do Bonfim - PB Tavares - PB Vista Serrana - PB

Área Programa X - Agreste Pernambucano

Agrestina - PE Cachoeirinha - PE Gravatá - PE Orobó - PE Santa Maria do Cambucá - PE

Águas Belas - PE Caetés - PE Iati - PE Palmeirina - PE São Bento do Una - PE

Alagoinha - PE Calçado - PE Ibirajuba - PE Panelas - PE São Caitano - PE

Altinho - PE Camocim de São Félix - PE Itaíba - PE Paranatama - PE São João - PE

Angelim - PE Canhotinho - PE Jataúba - PE Passira - PE São Joaquim do Monte - PE

Barra de Guabiraba - PE Capoeiras - PE João Alfredo - PE Pedra - PE São Vicente Ferrer - PE

Belo Jardim - PE Caruaru - PE Jucati - PE Pesqueira - PE Surubim - PE

Bezerros - PE Casinhas - PE Jupi - PE Poção - PE Tacaimbó - PE

Bom Conselho - PE Correntes - PE Jurema - PE Riacho das Almas - PE Taquaritinga do Norte - PE

Bom Jardim - PE Cumaru - PE Lagoa do Ouro - PE Sairé - PE Terezinha - PE

Bonito - PE Cupira - PE Lagoa dos Gatos - PE Salgadinho - PE Toritama - PE

Brejão - PE Feira Nova - PE Lajedo - PE Saloá - PE Tupanatinga - PE

Brejo da M. de Deus - PE Frei Miguelinho - PE Limoeiro - PE Sanharó - PE Venturosa - PE

Buíque - PE Garanhuns - PE Machados - PE S. Cruz do Capibaribe - PE Vertente do Lério - PE

Vertentes - PE

Área Programa XI - Paraíba

Alcantil - PB Caturité - PB Juazeirinho - PB Pocinhos - PB São João do Tigre - PB

Amparo - PB Congo - PB Livramento - PB Prata - PB São José dos Cordeiros - PB

Aroeiras - PB Coxixola - PB Massaranduba - PB Puxinanã - PB São Seb. do Umbuzeiro - PB

Barra de Santana - PB Cubati - PB Monteiro - PB Queimadas - PB São Vicente do Seridó - PB

Barra de São Miguel - PB Fagundes - PB Natuba - PB Riachão do Bacamarte - PB Serra Branca - PB

Boa Vista - PB Frei Martinho - PB Nova Palmeira - PB Riacho de Santo Antônio - PB Soledade - PB

Boqueirão - PB Gado Bravo - PB Olivedos - PB Salgado de São Félix - PB Sumé - PB

Cabaceiras - PB Gurjão - PB Ouro Velho - PB Santa Cecília - PB Taperoá - PB

Camalaú - PB Ingá - PB Parari - PB Santo André - PB Tenório - PB

Campina Grande - PB Itabaiana - PB Pedra Lavrada - PB S. Domingos do Cariri - PB Umbuzeiro - PB

Caraúbas - PB Itatuba - PB Picuí - PB São João do Cariri - PB Zabelê - PB

Área Programa XII - Mata Paraibana

Bayeux - PB João Pessoa - PB Mari - PB Riachão do Poço - PB São Miguel de Taipu - PB

Caldas Brandão - PB Juarez Távora - PB Mogeiro - PB Santa Rita - PB Sapé - PB

Cruz do Espírito Santo - PB Juripiranga - PB Pilar - PB São José dos Ramos - PB Serra Redonda - PB

Gurinhém - PB Sobrado - PB

Fonte: MI/SDR, 2014.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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1.3. As Redes Urbanas e as Áreas Programa do PDRS-SF. Regionalização do PDRS-SF

No trabalho intitulado Regiões de Influên-cia das Cidades (IBGE, 2007) é realizado um es-tudo sobre a composição e a articulação da rede urbana brasileira, estabelecendo-se uma classifi-cação que “privilegia a função de gestão do ter-ritório, avaliando níveis de centralidade do Poder Executivo e do Judiciário no âmbito federal, e de centralidade empresarial, bem como a presença de diferentes equipamentos e serviços”. Neste estu-do, o levantamento das ligações entre as cidades permitiu delinear suas áreas de influência e escla-recer a articulação das redes no território. A partir

deste estudo, a versão completa do diagnóstico (CD anexo) tomando a classificação das cidades brasileiras nos cinco grandes níveis definidos e em função dos critérios de polarização eleitos, identi-ficou as cidades polos na área do PDRS-SF.

As cidades situadas no interior da área do PDRS-SF polarizam sub-regiões em redes ou in-tegrando redes, e considerando ainda as bacias hi-drográficas e os trechos do PISF que lhes corres-pondem, selecionam-se as Áreas Programa, como áreas diferenciadas e heterogêneas, que deverão desempenhar um importante papel na articulação das estratégias a serem implementadas pelo PDRS-SF. Estes centros urbanos, que na escala regional se constituem como polos, estão distribuídos nas Áreas Programa conforme o Quadro 2.

Quadro 2 - Áreas Programa e Polos Regionais.

Área Programa Polos Regionais

Brígida Araripina

Terra Nova/Pajeú (Sem articulação com redes urbanas até o terceiro nível)

Salgado/Jaguaribe Juazeiro do Norte e Iguatu.

Açude Castanhão Fortaleza

Piranhas Patos, Souza e Cajazeiras

Apodi Apodi e Pau dos Ferros

Piranhas/Açu Mossoró, Caicó e Currais Novos

Moxotó/Pajeú Serra Talhada, Arcoverde

Agreste Pernambucano Caruaru e Garanhuns

Paraíba João Pessoa e Campina Grande

Fonte: MI/SDR, 2014.

A Área Programa de Açude Castanhão en-cerra no seu interior uma região de grande interes-se para o planejamento, dadas as suas caracterís-ticas socioambientais diferenciadas (proximidade do litoral) e o fato de incluir a capital do estado do Ceará, uma importante metrópole brasileira, con-formando a Região Metropolitana de Fortaleza. Tais fatores, muito provavelmente provocarão dis-torções estatísticas e analíticas, caso se considere a totalidade da área Açude Castanhão, incluindo a Região Metropolitana de Fortaleza.

A constituição das regiões metropolitanas, como a de Fortaleza, se vincula ao crescimento urbano simultâneo de vários centros urbanos fisi-

camente próximos, que vão sendo agregados em um único espaço contínuo gerando o fenômeno da “conurbação”, um processo de expansão urbana caracterizado pela intensificação dos fluxos eco-nômicos e sociais e dos vínculos culturais entre ci-dades vizinhas, que desenvolvem relações mais ou menos intensas de interdependência. Neste senti-do, por sua situação bastante diferenciada, a Re-gião Metropolitana de Fortaleza passa a ser con-siderada uma Área Programa destacada da Área Programa Açude do Castanhão/Baixo Jaguaribe.

Outra situação diferenciada é a Região da Mata Paraibana (mesorregião do IBGE), como único território que ocorre na área do PDRS-SF

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

26

não inserido no Semiárido e, portanto, com ca-racterísticas socioambientais distintas, além de incluir a capital do estado da Paraíba, o que confe-re também um diferencial importante do ponto de vista político-institucional.

Considere-se ainda a situação da Área Ter-ra Nova/Pajeú que não se articula diretamente a

nenhuma rede urbana até o terceiro nível (IBGE), sendo então adotado, para a seleção da cidade polo, o critério de maior população (2010) e de maior PIB, o que define a cidade de Salgueiro como polo para esta Área Programa. Diante das considerações elencadas, as Áreas Programa fi-cam conformadas de acordo com a Tabela 2.

Tabela 2 - Áreas Programa e seus Polos Regionais. Grau de inserção na rede brasileira de cidades, bacias hidrográficas, população e PIB.

Área Programa Polos Regionais Rede/Nível Bacia HidrográficaPopulação

2010PIB 2012

(Em Mil R$)

AP I - Brígida Araripina Centro Sub-regional B Brígida 314.081 1.650.926

AP II - Terra Nova/Pajeú Salgueiro - Pajeú. 193.738 1.315.046

AP III - Salgado/ Jaguaribe

Juazeiro do Norte Capital Regional C Alto Jaguaribe e Médio Jaguaribe.

1.076.326 7.410.272Iguatu. Centro Sub-regional A

AP IV - Baixo Jaguaribe Russas - Rio Baixo Jaguaribe 555.848 3.990.965

AP V - Metropolitana de Fortaleza

Fortaleza MetrópoleMetropolitana de

Fortaleza3.615.767 57.753.487

AP VI - Piranhas

Patos Centro Sub-regional A

Piranhas/Açu 905.832 5.525.509Souza Centro Sub-regional A

Cajazeiras Centro Sub-regional A

AP VII - ApodiApodi -

Apodi/Mossoró 373.187 3.295.431Pau dos Ferros Centro Sub-regional A

AP VIII - Piranhas/Açu

Mossoró Capital Regional C

Piranhas/Açu 807.963 8.846.540Caicó Centro Sub-regional A

Currais Novos Centro Sub-regional B

AP IX - Moxotó/PajeúSerra Talhada Centro Sub-regional A

Pajeú 588.936 4.352.582,00Arcoverde Centro Sub-regional B

AP X - Agreste Pernambucano

Caruaru Capital Regional C Capibaribe, Goiana, Ipojuca e Una

2.217.600 15.416.468,00Garanhuns Centro Sub-regional A

AP XII - Paraíba Campina Grande Capital Regional B Paraíba 878.588 8.096.088

AP XII - Mata Paraibana João Pessoa. Capital Regional A Paraíba 1.122.795 13.340.592

Fonte: IBGE/Regiões de Influência das Cidades, 2007 e IBGE/Censo de Demográfico, 2010.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

27

2.1. Habitação Social

Conforme a Nota Técnica da Fundação João Pinheiro (FJP) sobre os resultados preliminares do déficit habitacional no Brasil, este índice, em 2011, correspondia a 5,889 milhões de domicílios, o que representa 9,5% dos domicílios particulares permanentes e improvisados. Em 2012 esse núme-ro caiu para 5,792 milhões, o equivalente a 9,1%. Dentre as regiões com o maior déficit habitacio-nal absoluto destacam-se: a Sudeste e a Nordeste com, respectivamente, 2,184 e 1,961 milhões de moradias em 2011 e 2,356 e 1,791 milhões em 2012 (FJP, 2014).

A metodologia desenvolvida pela FJP tra-balha com dois segmentos distintos: o déficit habi-tacional e a inadequação de moradias. Este último indicador é dado por quatro componentes: domicí-lios precários; coabitação familiar; ônus excessivo com aluguel urbano; adensamento excessivo de domicílios alugados. O déficit total é a soma de todos os componentes.

Com relação à habitação precária percebe-se uma forte desigualdade entre o índice verifica-do para o Brasil, de 15,3% dos domicílios, contra 30% para o Nordeste, sendo o Ceará o estado da área de abrangência do PDRS-SF com maior dé-ficit neste componente, com 22% dos domicílios. No total dos estados da área de abrangência do PDRS-SF este índice é de 20,3%. Para a coabi-tação, a distância entre a situação nacional e do Nordeste é menor, sendo de 32,2% para o Brasil e 36% para o Nordeste, alcançando no Rio Gran-de do Norte o valor de 51%. O ônus excessivo do aluguel abrangia, em 2012, 45,9% dos domicílios no Brasil, sendo menor no Nordeste, de 30,5%, no

entanto na região do PDRS-SF este índice atinge 35,5%. Para o adensamento excessivo, verifica-se no Brasil um percentual de 6,6%, sem grandes dis-paridades com relação ao Nordeste.

No enfrentamento da questão habitacional, o Programa de Aceleração do Crescimento, PAC I e II, do Governo federal, é o programa que por meio das ações do Minha Casa, Minha Vida atua na redução do déficit habitacional.

No âmbito do Minha Casa, Minha Vida (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2014), até abril de 2014, tinha sido contratada a constru-ção de 76.334 unidades habitacionais no Ceará, 73.120 no Rio Grande do Norte, 71.671 na Paraí-ba e 118.647, em Pernambuco. Em termos percen-tuais a ação do programa é bastante significativa, pois indica a redução do déficit habitacional. No total dos estados da região, o número de unida-des habitacionais contratadas significa 46,51% do déficit habitacional de 2012.Desta forma, a con-tinuidade do programa habitacional deverá ainda abranger cerca de 50% do déficit não atendido, nos próximos anos.

2.2. Transporte Urbano

O Relatório da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) destaca o fenôme-no do grande aumento recente no uso do trans-porte individual motorizado no Brasil. Enquanto a população aumentou 16%, entre 2003 e 2012, a quantidade de automóveis aumentou 70%, no mesmo período (ANTP, 2014).

Entre 2009 e 2013 ocorre uma expansão de cerca de 50% na frota de veículos dos municí-

2. DIMENSÃO URBANíSTICA

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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pios do PDRS-SF. No entanto, quando se analisa a distribuição destas classes de veículos nas Áreas Programa verifica-se que o modelo de mobilidade com base no veículo individual de duas rodas, em detrimento do coletivo, além de largamente predo-minante, é inversamente proporcional ao tamanho da população. Ou seja, quanto menor a população do município, maior a proporção de motocicletas e menor a proporção de ônibus e micro-ônibus. De fato, nas pequenas cidades (abaixo de 50 mil ha-bitantes) raramente existem sistemas coletivos de transporte e prevalece o transporte por duas rodas, em grande medida também utilizado nos chama-dos “moto-táxi”. Se nas grandes cidades as moto-cicletas são um grande problema de trânsito, nas pequenas cidades elas são a solução do transporte urbano de passageiros e até mesmo entre municí-pios vizinhos.

2.3. Meio Ambiente Urbano

2.3.1. Abastecimento de Água e Esgotamen-to Sanitário

O abastecimento de água domiciliar já é praticamente universal em todas as cidades do Brasil. No entanto, quando se toma este índice em conjunto com o esgotamento sanitário o atendi-mento ainda não é satisfatório. A Figura 3 apre-senta o percentual de atendimento adequado em água e esgoto para as APs do PDRS-SF. A AP II Terra Nova/Pajeú é a que apresenta o melhor aten-dimento, e a AP XI o pior. Mais da metade das APs estão em situação inferior ao índice do conjunto dos estados, de 17,79%.

No entanto, a situação atual e futura em cur-to prazo deve apresentar melhorias, haja vista os investimentos já executados, em execução e pre-vistos para muitos municípios das Áreas Progra-ma em saneamento e abastecimento de água.

Para a área de abrangência PDRS-SF estão previstos cerca de R$ 947 bilhões de investimen-tos em saneamento, com intervenções em 364 mu-nicípios. A AP com maior investimento é a AP V - Metropolitana de Fortaleza e a com menor é a AP I - Brígida (Tabela 3).

Figura 3 - Percentual de atendimento adequado em água e esgoto nos domicílios municipais por Área Programa.

Fonte: PNUD, 2013.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

29Figura 4 - Percentual de domicílios urbanos atendidos com coleta de lixo nas Áreas Programa.

Fonte: PNUD, 2013.

Tabela 3 - PAC II - Investimentos em Saneamento.

Áreas Programa Municípios Beneficiados Valor (R$ milhares) *

AP I - Brígida 9 826,59

AP II - Terra Nova/Pajeú 5 32.659,72

AP III - Salgado/Jaguaribe 18 6.641,45

AP IV - Baixo Jaguaribe 23 18.196,74

AP V - M. de Fortaleza 17 664.148,51

AP VI - Piranhas 56 44.951,85

AP VII - Apodi 25 1.214,81

AP VIII - Piranhas / Açu 72 99.619,41

AP IX - Moxotó / Pajeú 21 2.285,19

AP X - Agreste Pernambucano 58 24.551,79

AP XI - Paraíba 45 23.548,35

AP XII - Mata Paraibana 15 28.370,25

Área de Abrangência PDRS-SF 364 947.015,00

Fonte: PAC Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.Nota: * Inclui investimentos de 2007 a 2010. Representa a somatório dos investimentos da Fundação Nacional de Saúde e do Ministério das Cidades.

2.3.2. Gestão de Resíduos Sólidos

No Brasil, o percentual de cobertura da co-leta de lixo atendia 97,02% dos domicílios, em 2010. Para o conjunto dos estados da região o índice é muito próximo ao nacional, com 95,02% de cobertura em coleta domiciliar de lixo, per-centual este também muito próximo ao que se

verificava, em 2010, para a região do PDRS-SF, com 93,60%.

Também nas Áreas Programa o atendimento com a coleta domiciliar é significativo. Praticamente em todas as AP o percentual alcança cerca de 90%.

Conforme a Figura 4 a AP I - Brígida apre-senta o menor índice, com 89,02% de cobertura e a AP VIII- Piranhas/Açu o maior, com 97,58%.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

30

Quanto ao destino final, poucos municípios dispõem de aterros sanitários licenciados. No Ce-ará, conforme o Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (CONPAM), apenas dez mu-nicípios. No Rio Grande do Norte, conforme a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), dos 167 municípios, cerca de 95% ainda possuem lixões. Na Paraíba, apenas João Pessoa e Campina Grande dispõem de ater-ros sanitários. Em Pernambuco, de acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustenta-bilidade, apenas 23 cidades possuem ou comparti-lham aterros sanitários com operação regular.

2.3.3. Impactos Ambientais no Meio Urbano

Na região do PDSR-SF, além das capitais (Fortaleza e João Pessoa), apenas os polos Cam-pina Grande (PB), Caruaru (PE), Mossoró (RN) e

Juazeiro do Norte (CE) possuíam população aci-ma de 250 mil habitantes, em 2010. Nestas cida-des, os problemas ambientais urbanos afloram de uma maneira geral, considerando as restrições de saneamento, particularmente no destino final dos esgotos sanitários e dos resíduos sólidos urbanos. Também a poluição veicular, visual e auditiva são problemas que marcam as cidades grandes, geral-mente ainda com pouco planejamento urbano.

Nas cidades médias, os problemas tendem a ser menores, mas chama a atenção a quase inexis-tência de aterros sanitários. Os níveis elevados de coleta domiciliar de lixo, nestas cidades, têm con-tribuído para uma melhoria geral nas condições de saneamento, no entanto, não é rara a existência de esgotamento sanitário a céu aberto. Nas pequenas cidades, impactos urbanos são de pequena impor-tância, pois as quantidades de poluentes geradas pelas atividades urbanas são geralmente reduzidas e não afetam, em essência, a resiliência urbano-ambiental.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

31

3.1. Caracterização Ambiental

3.1.1. características gerais da caatinga

A totalidade da região do PDRS-SF está localizada no bioma Caatinga. Em conformidade com as classificações atualizadas das tipologias vegetacionais, a cobertura vegetal da Caatinga é classificada como savana estépica e representa a maior extensão fitogeográfica da Região Nordes-te. A paisagem é recortada por rios intermitentes, tendo seus cursos interrompidos durante a estação seca. A vegetação é xerofítica, caducifoliar e bem adaptada para suportar longos períodos de estia-gem. A vegetação é constituída por baixa densi-dade de plantas e árvores que resistem à perda de água graças às suas folhas pequenas e coriáceas, além de raízes fortemente adaptadas para a absor-ção da escassa umidade (MMA, 2011).

O bioma é bastante heterogêneo, apresen-tando grande diversidade de espécies vegetais, inclusive endêmicas, o que lhe confere um valor biológico inestimável e um enorme potencial para uso econômico sustentável de suas riquezas, para fins de alimentação humana, uso medicinal, forra-gem animal e uso energético (lenha e carvão ve-getal).

O clima nas áreas semiáridas da Caatinga contrasta muito com as condições de maior umi-dade dos demais biomas brasileiros. As tempera-turas médias diárias são elevadas e variam pouco ao longo do ano, entre 25°C e 29°C. As variações diárias de temperatura são mais intensas nas áre-as de maior altitude e de relevo acidentado, apre-sentando diferenças entre as observações diurnas e noturnas e afetando a composição florística.

A seca estende-se de 7 a 10 meses, podendo fi-car até 12 meses sem chover em certas regiões. Desse modo, nas áreas mais secas, as chuvas con-centram-se em períodos de até três meses, ocor-rendo de forma bastante intensa. Os períodos de estiagem são mais longos nas planícies do que nas áreas mais elevadas (planálticas), onde a precipi-tação costuma exceder 800 mm anuais, podendo atingir extremos de até 1.200 mm em determina-dos locais, enquanto que a precipitação anual nas planícies fica entre 400 e 700 mm. A distribuição das chuvas na Caatinga tem suma importância no planejamento do uso do solo, no desenho de medi-das preventivas para reduzir a vulnerabilidade da produção agropecuária e, sobretudo, no controle do fogo.

O bioma Caatinga se apoia sobre dois tipos principais de formação geológica: o embasamento cristalino, que ocorre em 70% da região semiári-da, e as bacias sedimentares. Sobre a base crista-lina, os solos geralmente são rasos (cerca de 0,60 m), com baixa capacidade de infiltração, alto es-coamento superficial e reduzida drenagem natural. Nas bacias sedimentares, os solos geralmente são profundos (superiores a 2 m, podendo ultrapassar 6 m), com alta capacidade de infiltração, baixo es-coamento superficial e boa drenagem natural.

Em termos de relevo e de formações rocho-sas, o aspecto típico e predominante do Semiárido é o das depressões interplanálticas, que consistem em extensas planícies secas em processo de ero-são, entremeadas por maciços antigos e chapadas esporádicas. Destacam-se nelas formações arení-ticas ricas em óxidos de ferro, que formam solos ácidos e empobrecidos.

Embora ocorram na Caatinga diversos tipos de solos com vocação agrícola, grande parte deles,

3. DIMENSÃO GEOAMBIENTAL

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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que ocupam quase 25 milhões de hectares, isto é, quase 30% do bioma, apresentam problemas de fertilidade ou limitações de uso que, quando não observadas adequadamente, incidem sobre a pro-dutividade e sobre sua conservação. Os principais tipos de solo são os brunos-não-cálcicos, os pla-nossolos, os solos litólicos e os regossolos, todos inadequados para a agricultura convencional.

O uso indiscriminado dos recursos flores-tais pela supressão da vegetação em grandes ex-tensões para a conversão em áreas de agricultura e pastagens, a prática de queimadas, a extração de lenha sem planejamento, a abertura de áreas para mineração ou o excesso de carga animal em áre-as de vegetação natural da Caatinga, têm efeitos negativos sobre a estabilidade e a capacidade re-generativa dos solos e da vegetação, prejudicando a regeneração natural e dificultando a permeabili-dade dos solos.

3.1.2. Recursos Hídricos no Âmbito do PISF

Na região definida para a transposição das águas, conforme o PISF, ocorrem os mais signi-ficativos déficits hídricos do Semiárido, aliados a uma demanda crescente de água, não só para o abastecimento humano, como para a expansão das atividades econômicas. Assim, o PISF, equa-cionando a questão da oferta de água bruta, com uma significativa base material de infraestrutura, coloca condições essenciais para o desenvolvi-mento regional, implicando na necessidade de um plano de desenvolvimento, razão da elaboração do PDRS-SF.

A Área de Influência Indireta do projeto/empreendimento, em que também se localiza a área de abrangência do PDRS-SF, é constituída pelas quatro bacias hidrográficas receptoras da transposição, previstas no projeto: bacias dos rios Jaguaribe, Apodi, Paraíba e Piranhas/Açu, além da

bacia do rio São Francisco, doadora e parcialmen-te receptora (MI/SDR, 2004).

O Projeto de Integração do Rio São Fran-cisco com as Bacias Hidrográficas do Nordes-te Setentrional relaciona-se com a bacia do rio São Francisco na condição de participante do universo de usuários da mesma. Para as regiões receptoras do Nordeste Setentrional os efeitos possíveis do empreendimento resultam de sua integração construtiva e operacional no ambien-te em que as obras e afluências hídricas serão superpostas. Para a bacia do São Francisco, no papel de doadora, a esfera de interesse essencial é a da gestão dos recursos hídricos. Os estudos elaborados pelo Estudo de Impacto Ambienta (EIA) foram amparados pelo Plano Decenal da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, prepa-rado pela Agência Nacional de Águas (ANA), no âmbito do Projeto de Gerenciamento Integrado das Atividades Desenvolvidas em Terra na Ba-cia do São Francisco - Projeto GEF/São Francis-co (ANA/ GEF/ PNUMA/ OEA, 2013).No EIA procura-se fornecer elementos para a posterior identificação de possíveis impactos ambientais do Projeto de Integração sobre os diversos usos da água na bacia, viabilizando, para os impactos identificados, o delineamento de medidas miti-gadoras e de programas ambientais correspon-dentes. Duas regiões hidrográficas estão presen-tes na área do PDRS-SF. A Região Hidrográfica do São Francisco (RH São Francisco) e a Re-gião Hidrográfica Atlântico Norte Oriental (RH Atlântico Norte Oriental), segundo classificação do Plano Nacional de Recursos Hídricos (ANA, 2003).

Com relação à RH São Francisco a região do PDRS-SF é banhada pelo submédio São Fran-cisco, em sua margem esquerda, de onde vertem riachos intermitentes. Os principais afluentes do rio São Francisco neste trecho são os riachos Brígida, Pajeú, Terra Nova, Moxotó e Ipanema (Figura 5).

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Figura 5 - Mapa das Bacias Hidrográficas na área de abrangência do PDRS-SF.Fonte: IBGE; ANA, 2014.

3.1.2.2. Principais características dos recur-sos Hídricos na Área do PDSR-SF

O rio São Francisco drena, ao longo de seus 2.700 km de extensão, uma bacia com área de 634.781 km², em sete unidades da federação (MG, GO, DF, BA, PE, AL e SE). No papel de receptora, a bacia do S. Francisco, quanto ao PISF, abrange apenas o submédio São Francisco, que drena uma área de 110.481 km2, correspondendo a 17% de toda a área de drenagem da bacia do rio São Fran-cisco. Uma questão chave para o sucesso do PISF é a disponibilidade hídrica superficial da bacia do São Francisco. Neste particular, é importante re-gistrar que a vazão natural média em Sobradinho

corresponde a 95% da vazão natural média na foz do rio São Francisco.

Para as sub-bacias do Brígida e Moxotó, especificamente, associados a esses efeitos ne-gativos sobre a qualidade das águas, gerados pe-las atividades antrópicas, interferem também as condicionantes físicas e climatológicas reinantes, representadas tanto pelos aspectos geomorfológi-cos, geológicos e de formação de solos, como pela escassez e a má distribuição da pluviosidade, que acarretam a intermitência da maioria dos cursos d’água. Os estudos realizados no EIA procuraram caracterizar a qualidade da água dos corpos hídri-cos da bacia do São Francisco, considerando as es-pecificidades mencionadas acima. O EIA conclui que dos 73 municípios localizados no submédio

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São Francisco, cerca de 56% estão dentro da faixa de qualidade boa de água, 29% na faixa regular e 15% estão em áreas mais críticas.

Quanto às águas subterrâneas, conforme o EIA, as reservas totais explotáveis de águas sub-terrâneas da bacia foram estimadas em 318,4 m³/s. Seguindo de certa forma a disponibilidade das águas superficiais, o alto e médio São Francisco concentram 92,31% da disponibilidade total da bacia, quanto a vazão subterrânea. Com cerca de 16% da área total da bacia, o submédio disponibi-liza apenas 5,87% de água subterrânea, refletindo a sua situação geográfica de localização no Semiá-rido. É esta característica de baixa disponibilidade também das águas subterrâneas, uma vez que seus riachos são intermitentes, que faz da região tam-bém uma receptora da transposição.

Já na região receptora da transposição, lo-calizada na Região Hidrográfica Atlântico Norte Oriental são identificadas, quanto à área delimita-da para o PDRS-SF, as bacias dos rios Jaguaribe, Apodi, Piranhas/Açu, Paraíba, Capiberibe e Una. As principais demandas urbanas do Nordeste Se-tentrional estão situadas no Ceará, na bacia do rio Jaguaribe integrada à região metropolitana de For-taleza pelo Canal do Trabalhador, com 4,4 milhões de pessoas; na Paraíba, na bacia do rio Paraíba, 1,5 milhões de pessoas; no Agreste Pernambuca-no com 1,1 milhões de pessoas e 1,3 milhões de pessoas nas bacias dos rios Piranhas/Açu e Apodi, perfazendo um total de 8,3 milhões de habitantes, cerca de 2/3 dos quais dependentes de abasteci-mento dos açudes estratégicos da região.

Quanto às potencialidades hídricas subter-râneas, a bacia do Jaguaribe, em toda a sua exten-são a partir do rio Salgado, e no alto, médio e baixo Jaguaribe, incluindo o rio Banabuiú, a disponibi-lidade subterrânea totaliza 7,23 m3/s, sendo 55% concentrada na região do Cariri Cearense, junto à Chapada do Araripe. No baixo Açu e na bacia do rio Apodi, no Rio Grande do Norte, foi avaliada em 6,7 m³/s, 50% aproximadamente em cada ba-cia. Complementam a disponibilidade subterrânea os aluviões do rio Piranhas em território paraiba-no, com 0,74 m3/s, e o alto e médio Paraíba, com

1,63 m3/s. A disponibilidade total renovável foi avaliada em 16,3 m³/s. Em Pernambuco, a vazão explotável renovável estimada nos dois estudos citados pelo EIA, de 6,7 m³/s (Inserção Regional) e 11,9 m³/s, confirmam uma disponibilidade hídri-ca sustentável razoável para os aquíferos Jandaíra/Açu. A grande limitação ocorre devido ao risco de salinização dos solos pela maior parte da água dis-ponível, que em termos renováveis encontra-se no aquífero Jandaíra.

A partir destes dados e também consideran-do diversos outros estudos sobre disponibilidade, demanda, fatores ambientais e fatores socioeconô-micos, o EIA conclui pela viabilidade do empre-endimento, passando a recomendar, no Relatório de Impactos Ambientais (RIMA), uma série de ações e programas visando mitigar os impactos, reconhecidos e analisados, que serão causados pelo empreendimento.

3.2. Impactos Ambientais

O ambiente Semiárido diferencia-se das outras regiões devido, principalmente, às suas peculiaridades ambientais. Suas características físico–ambientais, resultantes das atividades mor-fodinâmicas atribuídas aos seus aspectos geoam-bientais, têm em suas condições climáticas um dos fatores preponderantes para destacar o Semiárido como um dos ambientes mais frágeis do ponto de vista de seus recursos naturais. Somam-se a isto as diversas atividades exercidas e que têm inten-sificado sobremaneira as potencialidades naturais da área.

3.2.1. Processo de desertificação

O Instituto Desert formulou uma metodo-logia de estudo de indicadores de desertificação na tentativa de hierarquizar os níveis de gravidade dos processos relacionados ao tema em questão

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na região semiárida e subúmida seca do Nordeste. Foram utilizados 19 indicadores para representar os componentes físicos, biológicos, sociais e eco-nômicos relacionados, de alguma maneira, a pro-cessos de desertificação (MATALLO, H., 1995). Para esse conjunto de indicadores foi construída uma matriz de simples presença ou ausência, ou seja, os componentes foram tratados de forma ho-mogênea, sem considerar os diferentes graus de relevância de cada um deles. A partir da aplica-ção dos indicadores a cada uma das microrregiões da região estudada, as áreas foram classificadas em: a) Muito Grave, aquelas que apresentam pelo menos 15 dos 19 indicadores; b) Grave, aquelas que apresentam entre 11 e 14 indicadores; e c)

Moderada, apresentando entre 6 e 10 indicadores (MMA, 2007).

Uma parte significativa da área do PDRS-SF está sob processo de desertificação, uma vez que 69,11% de seu território está sob ASD, ou 13,3 mil ha (INSA, 2015). A situação apresenta-se mais grave quando se percebe que do total em desertificação, 31,34% está incluído como grave, sendo ainda que 4,68% da região está sob Núcleos de Desertificação. As ASD muito grave abrangem as Áreas Programa Paraíba, Piranhas, Piranhas/Açu, Salgado/Jaguariba e Açude Castanhão. Nes-tas áreas os programas de combate à desertificação deverão atuar de forma mais incisiva (Figura 6).

Figura 6 - Mapa de Áreas sujeitas à desertificação na área de abrangência do PDRS-SF.Fonte: INSA, 2014.

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3.2.2. Desmatamento

Como um dos principais fatores causadores da desertificação, o desmatamento é uma prática muito antiga no Semiárido, motivada pelo exces-so de pastoreio de uma pecuária extensiva; pelas queimadas, na implantação de lavouras; na produ-ção de lenha e carvão.

Em março de 2010, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-váveis (IBAMA) divulgou os valores do desma-tamento no bioma Caatinga. Entre 2002 e 2008, foram desmatados 16.576 km², que equivalem a

2% da superfície do bioma e correspondem a uma taxa anual média de 2.763 km².

Em 2002, a Caatinga já se encontrava com 43,38% de sua cobertura vegetal original suprimi-da. De 2002 a 2008, a supressão de mais 16.576 km² contribuiu para um desmatamento acumulado de aproximadamente 375 mil km², que correspon-dem a 45,39% da área do bioma, ou seja, 53,62% de vegetação nativa remanescente.

Para a região do PDRS-SF a Figura 7 de-monstra a ocorrência do desmatamento acumula-do até 2003 e as áreas desmatadas entre 2003 e 2008.

Figura 7 - Mapa de Desmatamento na área de abrangência do PDRS-SF.Fonte: IBGE; IBAMA, 2014.

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3.2.3. Impactos da Irrigação

Os maiores impactos negativos da irriga-ção1 são observados onde existe grande concen-tração de irrigantes, como em Projetos de Irriga-ção ou polos de desenvolvimento regional. Esses impactos se iniciam na derivação ou captação da água na fonte, principalmente quando se cons-troem grandes obras como: barragens, diques, açudes, canais e aquedutos, ocorrendo quando os sistemas de irrigação são mal dimensionados ou manejados inadequadamente.

Um dos problemas mais comuns nos seto-res irrigados é o uso de agroquímicos (inseticidas, fungicidas, herbicidas e adubos inorgânicos) que pode contaminar os solos e as águas. Ademais, observa-se que as normas e procedimentos ideais nem sempre são seguidas corretamente, aumen-tando bastante os problemas de contaminação.

Nos grandes polos de irrigação da bacia do São Francisco (Petrolina/Juazeiro e Jaíba) e em outras áreas onde se concentra principalmente a irrigação privada, o problema da utilização de agroquímicos em culturas irrigadas tem crescido em grande proporção com o aumento da área cul-tivada, já tendo sido noticiados casos de intoxi-cação de trabalhadores rurais devido ao manuseio inadequado dos produtos, como, aliás, ocorre em geral na agricultura.

Por esta razão, a irrigação intensiva prati-cada nas áreas marginais aos rios e reservatórios vem trazendo prejuízo à população ribeirinha e à pesca. Nas barragens e também em alguns açu-des do Semiárido é comum o pequeno agricultor utilizar as áreas de inundação para o cultivo, com uso de agrotóxicos, empregando a irrigação, o que tem contaminado as águas, provocando por vezes, a mortandade de peixes, além de ocasionar – dire-ta e indiretamente – problemas de intoxicação na população local.

Outro problema relacionado ao desenvolvi-mento da irrigação é o da falta de ordenamento no uso da água. Muitos projetos implantados ou em implantação pelo poder público não têm outorga para o uso da água. Os projetos privados implan-tados com recursos próprios nem sempre se preo-cupam em conseguir essa outorga, o que agrava o problema da contaminação e do conflito entre os usos da água. O problema do uso desordenado dos recursos hídricos é evidenciado pela queda da va-zão do rio quando o bombeamento para irrigação se inicia, principalmente nos afluentes.

3.3. Conjuntura Ambiental

3.3.1. Áreas Protegidas no Âmbito do PDRS-SF

Da mesma forma que verificamos para o bioma Caatinga, em todo o Nordeste, também é reduzida a representatividade das unidades prote-gidas no território do PDRS-SF. No bioma Caa-tinga elas alcançam 62.175,44 km2 (6.217.544,00 ha), ou 7,11% deste bioma. Na região do PDRS-SF elas totalizam 1.332.792,29 ha, representando 6,9% da região do PDRS-SF. Também se verifica a baixa representatividade das unidades integrais, de maior proteção, e a grande predominância das unidades de uso sustentável, que abrangem 83,33% da área total em uso sustentável. As Ter-ras Indígenas ocupam uma área de 131.795,47 ha ou 9,89% das Áreas Protegidas. Exceto para as unidades de uso sustentável, todas as demais cate-gorias estão pouco representadas, com percentuais abaixo de 1% da área total da região do PDRS-SF. A Figura 8 apresenta as áreas protegidas da região por categoria de unidade e por jurisdição.

1 Resumido do EIA/RIMA do PISF, 2003.

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As Terras Indígenas ocupam apenas 131.795,47 ha, ou 0,68% da região do PDRS-SF (Figura 9). Deve-se ressaltar que grande parte destas terras não são propriamente, do ponto de vista legal, Terras Indígenas, uma vez que tal título requer a homologação presidencial, após longa tramitação

técnica e jurídica. São consideradas tradicional-mente ocupadas por povos indígenas, sendo assim um título precário, cujos estudos precisam ser agi-lizados para o reconhecimento pleno dos direitos indígenas sobre as terras. Do total de 14 áreas, apenas 3 são de fato Terras Indígenas.

Figura 8 - Mapa de unidades de Conservação na área de abrangência do PDRS-SF.Fonte: IBGE; ICMBio, 2014.

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Figura 9 - Mapa das Terras Indígenas na área de abrangência do PDRS-SF.Fonte: IBGE; FUNAI, 2014.

3.3.2. Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade

Visando a implementação da Convenção da Diversidade Biológica (CDB) o Governo Brasi-leiro criou o Programa Nacional da Diversidade Biológica (PRONABIO), por meio do Decreto Nº 1.354, de 29 de dezembro de 1994, e iniciou negociações com o Fundo para o Meio Ambien-te Mundial para receber recursos de doação para implementação de um projeto que apoiasse a im-plementação do PRONABIO (MMA/PROBIO I, 1994).

Um dos principais resultados do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diver-sidade Biológica Brasileira (PROBIO) foi prove-niente do Subprojeto Avaliação e Ações Prioritá-rias para a Conservação da Biodiversidade, que após estudos e diversos encontros científicos, por meio da Portaria Nº 126, de 27 de maio de 2004, do Ministério do Meio Ambiente, estabeleceu as áreas prioritárias, que foram apresentadas no mapa “Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodi-versidade Brasileira”, publicado pelo MMA em novembro de 2003 e reeditado em maio de 2004.

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Como uma espécie de contrapartida ao alto grau de degradação e desertificação da Caatinga, neste bioma foram definidas muitas áreas priori-tárias, dentre as quais 7,3 milhões de ha no inte-

rior da região do PDRS-SF, ou 37,77% de sua área total, conforme a Figura 10, sendo que 26,09% foram consideradas de Prioridade Extremamente Alta.

Figura 10 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação da Natureza na área de abrangência do PDRS-SF.

Fonte: IBGE; MMA, 2015.

3.3.3. Programas Ambientais Previstos no PISF

De acordo com o EIA/RIMA, um conjunto de programas está previsto no sentido de mitigar os principais impactos ambientais, tanto duran-te as obras, como ao seu término, conformando o Programa Básico Ambiental. A avaliação dos

impactos ambientais decorrentes da instalação e operação do PISF levou à elaboração de 24 Pro-gramas Ambientais.

Os programas estão organizados em três blocos distintos. O primeiro está relacionado com Apoio às Obras, o segundo consiste de Programas Compensatórios e o terceiro nos Programas de Controle e Monitoramento.

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Primeiro Bloco. Apoio às Obras

• Plano Ambiental de Construção (PAC).• Programa de Treinamento e Capacitação de

Técnicos da Obra em Questões Ambientais.• Programa de Identificação e Salvamento de

Bens Arqueológicos.• Programa de Indenizações de Terras e Benfei-

torias.• Programa de Reassentamento de Populações.• Programa de Recuperação de Áreas Degrada-

das.• Programa de Limpeza e Desmatamento dos

Reservatórios.

Segundo Bloco. Programas Compensatórios

• Programa de Apoio Técnico às Prefeituras.• de Desenvolvimento das Comunidades Indíge-

nas.• Programa de Compensação Ambiental.• Programa de Conservação e Uso do Entorno e

das Águas dos Reservatórios.• Programa de Implantação de Infraestrutura de

Abastecimento de Água para as Populações ao longo dos Canais.

• Programa de Fornecimento de Água e Apoio Técnico para Pequenas Atividades de Irriga-ção ao longo dos Canais para as Comunidades Agrícolas.

• Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Atividades de Piscicultura.

• Programa de Apoio e Fortalecimento dos Pro-jetos de Assentamentos Existentes ao longo dos Canais.

• Programa de Regularização Fundiária nas Áre-as do Entorno dos Canais.

Terceiro Bloco. Programas de Controle e Mo-nitoramento

• Programa de Monitoramento de Vetores e Hos-pedeiros de Doenças.

• Programa de Controle da Saúde Pública.• Programa de Monitoramento da Qualidade da

Água e Limnologia.• Programa de Conservação da Fauna e da Flora.• Programa de Prevenção à Desertificação.

Do ponto de vista do PDRS-SF importam os dois últimos blocos de programas, uma vez que se vinculam às questões de desenvolvimento re-gional e deverão estar integrados ao PDRS-SF.

| Crédito: Arquivo MMA / Eraldo Peres

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4. DIMENSÃO ECONôMICA

4.1. Contexto Econômico Regional

O Brasil se tornou, a partir de 2011, a sex-ta maior economia do globo e apesar de ter sido retirado do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015, continua sen-do um país com grandes desigualdades, tanto em termos sociais, como regionais. Na questão regio-nal, ainda vivemos uma situação na qual a Região Nordeste concentra 28% da população brasileira, mas responde por apenas 13% do Produto Interno Bruto (PIB) (MI/SDR, 2012).

Por outro lado, quando se toma a relação entre a Região Nordeste e os estados da área de abrangência do PDRS-SF (IBGE, 2010) verifica-se que apenas em Pernambuco ocorre uma ligei-ra concentração do PIB Nordestino, com relação a sua população, sendo relativamente uniforme esta distribuição entre os demais estados. Vale notar que estes estados (PE, PB, RN e CE) con-centram 45,56% da população do Nordeste, sendo responsáveis por 47,53% do seu PIB. Ou seja, a distribuição da riqueza gerada no interior do Nor-deste, entre estes estados, ocorre de modo muito mais equitativo do que ocorre entre o Nordeste e o Brasil. Mas, vale ressaltar, grande parte do PIB nordestino se concentra em suas capitais e em al-gumas outras poucas cidades de porte médio, sen-do de baixo dinamismo econômico as vastas áreas interioranas do Semiárido.

Com relação à área de abrangência do PDR-S-SF como um todo ocorre também uma relação mais equitativa, uma vez que a mesma, concen-trando 52,31% da população dos estados que a in-tegram, é responsável por 49,63% do PIB destes estados.

No entanto, a distribuição da riqueza pro-duzida (PIB) na área de abrangência do PDRS-SF ocorre de modo muito desigual, uma vez que as Áreas Programa que integram as capitais Forta-leza e João Pessoa, agregando cerca de 38% da população, concentram somadas mais de 50% do PIB regional.

A desigualdade intrarregional na área do PDRS-SF fica mais evidente quando se verifica que na grande maioria das Áreas Programa a gera-ção de riqueza é sempre inferior proporcionalmen-te às suas populações.

Sendo uma parcela significativa do Semi-árido, o território do PDRS-SF dentre os demais espaços do Nordeste, como a região Litoral-Mata, o Agreste, o Meio Norte ou os Cerrados, é aquele que apresenta os mais reduzidos níveis de renda e de emprego para a maioria de sua população (MI/SDR, 2005). As suas características físicas, como baixa fertilidade do solo e déficit hídrico; e fato-res histórico-estruturais, como o predomínio do latifúndio e baixos índices de desenvolvimento social, têm dificultado a organização de sua eco-nomia de modo sustentado e sustentável.

O setor agropecuário ainda é a base da so-ciedade rural e a principal atividade econômica da maioria dos pequenos (em termos de população) municípios da região. Em 2006, o Censo Agro-pecuário registrou em torno de 1,7 milhões de estabelecimentos rurais no Semiárido, ocupando 49,4 milhões de ha, dos quais 450 mil estabeleci-mentos tinham área inferior a 2 hectares e outros 560 mil área entre 2 e 5 hectares. Isto significa que um milhão de estabelecimentos são minifúndios, unidades econômicas cujo tamanho é insuficien-te para viabilizar, nas condições do Semiárido, sustentabilidade em um sentido amplo. Contudo,

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esses estabelecimentos contribuíram com 31% do valor total da produção agrícola do Semiárido. Do outro lado, 40 mil estabelecimentos com mais de 200 hectares foram responsáveis por 14% do valor da produção, conforme dados do IBGE de 2006 (GARCIA, J.R. & BUAINAIN, A.M, 2013).

Também conforme o IBGE (Censo Agro-pecuário, 2006), os estados do CE, RN, PB e PE possuíam em 2006, 936.146 estabelecimentos agropecuários, sendo que apenas 62% destes eram ocupados por proprietários. Nos demais estabele-cimentos os produtores não dispõem da proprie-dade da terra, sendo incluídos na condição de assentado sem titulação definitiva, arrendatário, parceiro, ocupante ou produtor sem área.

Esta realidade confere uma extrema fragi-lidade à agricultura familiar, uma vez que quase 40% destes produtores não dispõem de títulos ou outra documentação fundiária, o que impede ope-rações de crédito e outros benefícios.

4.2. Perfil econômico da Área do PdrS-SF

4.2.1. Produção Agropecuária

Anunciada como fenômeno mundial pela ONU, a seca que vem assolando o Nordeste desde 2012 provocou perdas na agropecuária de sequei-ro de forma generalizada.

Conforme a ONU (2015):O Nordeste brasileiro enfrenta em 2013 a maior seca dos últimos 50 anos, com mais de 1.400 municípios afetados. A informação foi anunciada pelo governo brasileiro. A seca deste ano já é pior do que a do ano passado, também recorde. Essa realidade, no entan-to, não é isolada. A previsão das Nações Unidas é de que até2030 quase metade da população mundial es-tará vivendo em áreas com grande escassez de água.

“Já identificamos a tendência de que as temperaturas se elevam no mundo acima do normal. Em novembro de 2012 tivemos o mês de número trezentos e trinta e três em que as temperaturas subiram, seguidamente, acima do normal no século”, diz a Chefe da Equipe

de Apoio da ONU sobre Mudança Climática, Mar-cela Main.

Ela acrescenta que se trata de um problema que ocorre em todos os lugares, sejam países pobres ou ricos. Nos Estados Unidos, 2012 foi considerado o ano mais quente já registrado, enquanto na região do Sahel, na África, repetidas secas causam a escassez de alimentos. “É uma questão para a comida, para a água, para a segurança, para a energia, para tudo”, diz a pesquisadora. As secas têm afetado principal-mente as regiões do Chifre de África e do Sahel, EUA, México, Brasil, partes da China e da Índia, Rússia e o sudeste da Europa. Além disso, 168 países afirmam ser afetados pela desertificação, um processo de de-gradação do solo em terras secas que afeta a produ-ção de alimentos e é agravado pela seca.

Desde 1950, terras secas aumentaram quase 2% em todo o mundo por década, segundo dados de uma declaração conjunta, feita em março deste ano, pelos chefes da Organização Meteorológi-ca Mundial (OMM), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD).

É neste contexto que emerge a grande fra-gilidade dos processos produtivos agropecuários no Nordeste nas áreas de sequeiro, com maiores consequências sobre a sua parte mais árida, onde está localizado o PDRS-SF.

Conforme a Pesquisa Pecuária Municipal (IBGE/PPM, 2008 a 2012) para o Brasil, no perí-odo de 2008 a 2012, apenas os efetivos dos reba-nhos bovino, suíno, ovino e de galinhas apresen-ta crescimento, sendo que apenas para os suínos é que o crescimento ultrapassou a casa dos 5%. Apesar de nos anos de 2008 a 2011 ocorrer cres-cimento em todos os rebanhos, com variações, a queda, quase que generalizada, vai ocorrer no ano de 2012.

Face aos efetivos brasileiros, no período de 2008 à 2012, são significativos no Nordeste os re-banhos de asininos (90%), muares (50%), ovinos (57%) e caprinos (91%). Para os demais efetivos a participação do Nordeste no rebanho do Brasil oscila entre 10% a 20%.

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São igualmente significativas as participa-ções do efetivo de todos os rebanhos da área do PDRS-SF sobre os estados de sua área de abran-gência. Isso ocorre em grande medida, devido ao fato de grande parte das áreas destes estados es-tar na área do PDRS-SF. Mesmo assim, merece destaque o rebanho bovino na área do PDRS-SF, que oscila em torno de 4 milhões de cabeças e de caprinos e ovinos, com mais de 2 milhões de ca-beças. A região do PDRS-SF abriga cerca de 25 a 30% dos ovinos e caprinos de todo o Nordeste, que para caprinos concentra mais de 90% do efe-tivo nacional.

De uma maneira geral, o Nordeste não pos-sui destaque na pecuária nacional de grande porte e maior valor (bovinos e equinos), mesmo apresen-tando algum crescimento na série (2008 a 2012), mas com queda em 2012, devido a incidência de forte seca. No entanto, o Nordeste mantém a sua importância na pecuária que lhe é mais tradicio-nal: asininos, muares, ovinos e caprinos. A área do PDRS-SF apresenta até mesmo certo dinamismo para os rebanhos caprino, ovino e galináceo. Vale observar, no entanto, que a bovinocultura, por sua importância econômica e social (uma vez que em todo o Brasil o gado bovino não é exclusivo da grande pecuária), merece ser mantida como ativi-dade de destaque na área do PDRS-SF.

As fortes oscilações face ao fenômeno da seca (perda de mais de um milhão de cabeças de gado bovino em 2012) impõe, como sempre, a re-flexão sobre a necessidade de um maior equilíbrio hídrico, o que induz diretamente a expectativa de impactos significativos a partir da oferta de água a ser proporcionada pelo PISF. Note-se ainda que tanto ovinos como caprinos também perdem efe-tivos no ano de 2012, embora em menor escala.

O leite de vaca é um produto derivado da pecuária bovina de grande interesse, inclusive no Nordeste. Na área do PDRS-SF, o leite, apesar das duras condições de produção em sequeiro, tem papel relevante, não só como produto comercial (mesmo com baixo rendimento) que gera renda

imediata (diária ou semanal), como pela importan-te função na segurança alimentar das famílias dos agricultores familiares e suas comunidades, sendo ainda a vaca leiteira um elemento de poupança de liquidez imediata.

Com uma produção de 31 bilhões de litros de leite, o Brasil é o quinto maior produtor mundial (EMBRAPA, 2010). No Nordeste, se destacam a Bahia e Pernambuco, sétimo e oitavo produtores nacionais, respectivamente com 1,3 bilhão e 900 milhões de litros/ano (2011). Os demais estados da área do PDRS-SF possuem produções menos significativas, ocupando no ranking as seguintes posições: Ceará, 14ª (450 milhões de litros); Pa-raíba, 20ª (233 milhões de litros) e Rio Grande do Norte, 21ª (230 milhões de litros) (IBGE/PPM, 2011).

A produção leiteira no Nordeste, portanto, não é desprezível, representando 12,8% da produ-ção nacional em 2001. Esta participação cai para 10,84% em 2012, considerando mais uma vez a seca. A produção dos estados da área do PDRS-SF, diga-se, que inclui a parcela mais árida do Semiá-rido, em 2011 foi de 46% da produção nordestina, sendo que desta produção 76% foi oriunda da área do PDRS-SF.

Desta forma, a produção leiteira na área do PDRS-SF se coloca como ativo de destaque, por diversos motivos: bom potencial produtivo que pode ser otimizado por uma maior disponibili-dade hídrica e grande importância na renda e na alimentação das famílias produtoras na agricultura familiar.

4.2.2. Produção Agrícola

A área de abrangência do PDRS-SF tem im-portância destacada na produção tanto de produtos essencialmente voltados ao mercado, quanto para aqueles destinados predominantemente à autos-subsistência dos agricultores e ao abastecimento alimentar da população local.

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Os números referentes ao valor bruto da produção gerada mostram a presença expressiva, entre outros, dos cultivos da banana, do feijão, da cana-de-açúcar, do melão e da mandioca.

Os percentuais de produção irrigada para os quatro estados, quando comparados com os percentuais nacionais, são significativos princi-palmente para o melão, o tomate, a cebola, a me-lancia, a cana-de-açúcar, o coco-da-baía, a uva e a banana. Já para o feijão, milho e mandioca, lavou-ras com maior peso na subsistência alimentar, os percentuais de irrigação são reduzidos.

De acordo com os dados do IBGE/PAM, considerando o período 2008-2012, verifica-se uma tendência geral de queda da produção para a maioria dos vinte e dois produtos analisados. As exceções são a cana, melancia, melão, uva e bana-na. Coco, manga e maracujá mantiveram os níveis de produção, depois de terem variado no período.

De modo geral, quatro Áreas Programa se destacam em termos de volume de produção agrí-cola no âmbito da área de abrangência: Agreste Pernambucano, Salgado Jaguaribe, Baixo Jagua-ribe e Piranhas/Açu.

4.2.3. outras Atividades da Agropecuária

a) Apicultura

A atividade de apicultura como uma das “Rotas de Integração Nacional”, como Rota do Mel, é uma das principais estratégias da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional para atuação no adensamento de Arranjos Produtivos Locais (APL) e no Plano Brasil sem Miséria.

A atividade apícola vem se consolidando como uma boa alternativa para geração de empre-go e renda, principalmente durante o período de seca, tornando-se uma atividade importante para os pequenos produtores rurais. A Companhia de

Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) apoia a estruturação da atividade e já mobilizou e capacitou aproximada-mente 3,3 mil produtores e investiu cerca de R$ 19 milhões de 2004 a 2011.

Dados da Confederação Brasileira de Api-cultura dão conta de que a produção apícola na-cional triplicou nos últimos anos e hoje, com 40 mil toneladas, o Brasil é 11º produtor no ranking mundial e o quinto maior exportador. “Graças às abelhas africanizadas, que são altamente resisten-tes às doenças, somos ainda os únicos a produzir mel sem o uso de medicamentos”, garante a Con-federação.

Um estudo da Fundação Banco do Brasil demonstrou que a apicultura “é uma atividade sus-tentável por natureza, uma vez que viabiliza a me-lhoria na qualidade de vida do homem por meio da geração de um trabalho digno, que respeita o meio ambiente”.

Do ponto de vista social, constatou a Fun-dação, a apicultura destaca-se também por sua capacidade de gerar trabalho e renda, auxiliando na fixação das famílias no campo, pois dentre as atividades agropecuárias é uma das que apresenta retorno financeiro mais rápido, gerando susten-tabilidade sem agredir a natureza. “Um apicultor que possui 50 colmeias consegue uma renda de pelo menos um salário mínimo ao mês”, afirma a entidade.

Na região ocorre uma instabilidade na pro-dução entre os anos 2009 e 2012 (IBGE/PPM, 2008 a 2012), ligada a fatores ambientais (seca) e ao mercado, devido à ainda débil estrutura de comercialização.

No ano de 2008 a produção foi de cerca de 5,3 toneladas, com avanços e recuos até 2011, ex-perimentando uma forte queda em 2012 para 2,1 toneladas. Esta queda está fortemente vinculada à seca prolongada, que em 2012 atingiu todos os municípios da região.

Tomando o melhor ano da série, 2009, ve-rifica-se que a Área Programa Baixo Jaguaribe

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concentra grande parte da produção com 40% da produção regional. Algumas APs apresentam pro-duções regionalmente pouco significativas, como as AP II, XI e XII.

Apesar dos problemas de ordem climática a apicultura se coloca como um potencial a ser mais bem explorado, devido as suas características, já destacadas.

b) Piscicultura

Na região do PDRS-SF, exceto as áreas situ-adas nas margens do São Francisco, em seu curso Submédio e nos trechos perenes de alguns poucos rios (quando esses se aproximam do litoral), o po-tencial para a piscicultura encontra-se nos açudes, dispersos por todo o território do Semiárido.

No Brasil, a piscicultura iniciou-se a partir das décadas de 20 e 30, quando foram realizados os primeiros trabalhos de Rodolpho VonIhering sobre a reprodução dos peixes, dando um grande impulso para essa atividade a partir da década de 70, com a organização e aperfeiçoamento de vá-rias estações de pesquisa e produção de alevinos (PROENÇA & BITTENCOURT, 1994).

Nos países do primeiro mundo, a aquicultu-ra foi desenvolvida numa perspectiva empresarial, enquanto nos países em desenvolvimento esse se-tor produtivo foi considerado inicialmente como parte da economia de subsistência. Sendo assim, a atuação do estado, por meio de peixamentos de reservatórios e de financiamento de projetos estru-turadores, foi realizada geralmente a fundo perdi-do, dirigida às camadas mais pobres da população.

No Nordeste, o DNOCS foi encarregado de implantar e promover a pesca em água doce, por meio da produção de alevinos, realização de pei-xamentos, administração pesqueira e estatística de pesca, cadastramento de pescadores e comerciali-zação do pescado. Estima-se que foram introduzi-dos mais de 100 milhões de alevinos nos açudes públicos e particulares, por meio de ações empre-

endidas pela SUDENE, DNOCS e IBAMA. Ao todo, 39 espécies de peixes e 3 de camarões foram trabalhadas. Destas, apenas 14 espécies de peixe e 1 de camarão foram bem aclimatadas, desta-cando-se as tilápias (Tilapia rendalli), o tambaqui (Oreochromis niloticus), a pescada-do-piauí (Co-lossoma macropomum), as curimatãs (Plagioscion squamosissimus), a curimbatá (Prochilodus spp.) e o camarão-sossego (Macrobrachium amazoni-cum) (GURGEL & OLIVEIRA, 1987).

O DNOCS monitorou a pesca em cerca de 100 açudes públicos de 1948 a 1990. Nesse pe-ríodo, a produção pesqueira média foi de 111,7 kg/ha, variando entre um máximo de 1.011 kg/ha e um mínimo de 12,7 kg/ha, com produtividade pesqueira média dos açudes estimada em 100-200 kg/ha, sem considerar, entretanto, a idade, o tama-nho e a profundidade dos açudes. Os reservatórios mais antigos são menos produtivos que os recen-tes. De modo geral, a introdução da tilápia (Tila-pia rendalli) e do tambaqui (Colossoma macro-pomum), contribuiu para o aumento da produção pesqueira dos açudes, que passou de 43,5 kg/ha em 1960 para 161,4 kg/ha em 1978, essas espécies representando atualmente mais de 30% das captu-ras (GURGEL & FERNANDO, 1994).

A água é pano de fundo para as mais be-las paisagens do planeta, e não seria diferente no sertão. Além do contraste paisagístico gerado pela água em meio ao Semiárido, o que possibilita a oferta de passeios temáticos, os turistas poderão visitar projetos de criação de peixes em tanques-rede e praticar pesca esportiva nos mananciais aquáticos e em locais de pesque e pague.

A criação de peixes em tanques-rede, além de ser uma atividade produtiva importante, pode apresentar um agradável visual, podendo ser um local de visitação e de compra de peixes pelos tu-ristas e/ou local para prática de pesca esportiva. Esta atividade é uma realidade em várias regiões do Nordeste e, em especial, no Médio São Fran-cisco, onde é praticada em larga escala.

Outra alternativa, que apresenta forte apelo turístico e potencial gerador de renda, é o pesque

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e pague e a sua derivação, o pesque e solte. Esta atividade, se bem administrada, é uma atividade lúdica das mais apreciadas por turistas de todo mundo. O pesque e pague é uma atividade na qual se oferece a estrutura necessária ao pesca-dor: manancial com peixes, bar, banheiros, áreas de lazer para crianças, estacionamento e serviços como aluguel de material de pesca e evisceração e escamação dos peixes capturados.As estações de piscicultura promovem a desova e propagação artificial de peixes nos mananciais do Nordeste, propiciando o desenvolvimento da pesca, dirigi-das ao turismo e o incremento da criação de pei-xes, de forma extensiva, nos próprios açudes e barragens e de forma intensiva em tanques-rede. As principais espécies utilizadas na aquicultu-ra nordestina e que podem ser dirigidas à pes-ca amadora, são as seguintes: tucunaré (Cichla ocellaris), pescada-do-piauí (Plagioscion squa-mosissimus), surubim (Pseudoplatystoma fas-ciatum), traíra (Hoplias malabaricus), tambaqui (Colossoma macropomum), curimatá-pacu (Pro-chilodus argenteus), piaus (Leporinus sp), acará (Geophagus brasiliensis), tilápia (Oreochromis niloticus) e apaiari (Astronotus ocellatus), den-tre outras. A pesca esportiva apresenta grande potencial, como atividade do turismo rural, pela capacidade de oferecer lazer e entretenimento, além de propiciar emprego e renda às populações locais.

4.2.4. extrativismo Mineral

Na última década, entre 2000 e 2008, a de-manda internacional por minerais valorizou a pau-ta de exportação e a produção mineral do Brasil, com um aumento de 250%, em dólares america-nos. No ano de 2008, a mineração representou cer-ca de 2% do PIB do país, num valor de R$ 51,11 bilhões. O setor mineral empregava 161 mil pes-soas em 2008, sendo que estudos da CPRM mos-tram que somente nesse ano foram criados mais dois milhões de empregos diretos e indiretos.

Conforme ainda o Ministério de Minas e Energia - MME (2015):

Apesar da crise econômica mundial em finais de 2008, que levou a uma queda de produção nacio-nal, as exportações do setor, que abrange a mine-ração (indústria extrativa, exceto petróleo e gás) e indústria da transformação mineral (metálicos, não metálicos e compostos químicos inorgânicos) supe-raram as importações em 2014, resultando em saldo comercial positivo em US$ 35,1 bilhões. No período, as exportações alcançaram US$ 47,4 bilhões e as importações US$ 12,32 bilhões. A participação das exportações do setor mineral no total das exporta-ções brasileiras foi de 21% (somente as exportações de minério de ferro foram responsáveis por 11,5% do total das exportações brasileiras). Com referên-cia apenas à mineração, em 2014, as exportações totalizaram US$ 29,2 bilhões, queda de 18,6%, com relação ao ano anterior, atribuída principalmente ao recuo dos preços dos mais representativos minérios da pauta de exportação, principalmente o minério de ferro, responsável por 88% dessas exportações. As exportações da mineração participaram com 13% do total das exportações brasileiras e 62% do total das exportações do setor mineral.

As importações da mineração totalizaram US$ 7,6 bilhões, apresentando redução de 9,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. A queda dos pre-ços dos principais minérios importados, principal-mente carvão metalúrgico, potássio, cobre e rocha fosfática, também foi responsável pelo recuo, embora as importações desses minérios tenham registrado aumentos em volumes.

No período, a arrecadação da Compensação Finan-ceira pela Exploração Mineral (CFEM) - os royalties da mineração - totalizou R$ 1,712 bilhão, o que re-presenta queda de 28% em relação a 2013.

Em 2014, foram expedidos 12.215 alvarás de pes-quisa e 15.512 requerimentos de pesquisa, sendo que em 2013 foram expedidos 13.562 alvarás e 19.106 requerimentos. Entretanto, as concessões de lavra tiveram um aumento representativo, de 47,5%, com 261 concessões, contra 177 no ano anterior.

Apesar da grande importância do setor mi-neral na economia brasileira, na região do PDSR-SF, são poucos os minerais de destaque.

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Na produção mineral, com representativi-dade nacional, nos estados da área de abrangência do PDRS-SF se destacam os seguintes produtos, entre minerais metálicos e não-metálicos: bento-nita, feldspato, gipsita, magnesita, muscovita, sal, scheelita, wolframita e vermiculita.

4.2.5. Indústria, Comércio e Serviços nas Cidades Polo das Áreas Programa

Para as atividades empresariais, de indús-tria, comércio e serviços, foram trabalhados ape-nas os municípios-polo, com população acima de 50 mil habitantes, até mesmo porque entre as variáveis consideradas pela rede de cidades, estas atividades são aquelas que estão incluídas nos cri-térios de hierarquização entre as cidades de uma rede ou região. As cidades polo são aquelas que disponibilizam empresas, bens, comércio e servi-ços para as demais, que por elas são polarizadas.

Verifica-se que tanto em número de empre-sas como em pessoal ocupado, predominam, em todos os níveis territoriais, as unidades do setor de serviços e comércio, seguidas pelo setor público, que juntos chegam a envolver cerca de 90% das empresas e do pessoal ocupado. No entanto, de-ve-se atentar para o fato de que não está incluída, pela não formalização em unidades empresariais, a vasta mão de obra ocupada nas atividades agro-pecuárias e extrativas primárias, particularmente a agricultura familiar. Nos municípios-polo também a população urbana predomina, concentrando as atividades econômicas na sede municipal.

As atividades de menor dinamismo são as atividades empresariais do setor agropecuário e da indústria de transformação, que na grande maioria das unidades territoriais, inclusive no nível esta-dual não representam sequer 1% das empresas e do pessoal ocupado.

A indústria de transformação, após os se-tores de comércio, serviços e público é a que se

destaca, também na grande maioria das unidades territoriais.

O estado com o maior número de indústrias de transformação é o Ceará, no entanto, gran-de parte destas indústrias está situada na região metropolitana de Fortaleza (9.200 de um total de 14.000). O estado de Pernambuco aparece em se-gundo lugar no número de unidades empresarias da indústria de transformação, sendo que das cer-ca de 13 mil unidades, 3,4 mil estão no Agreste Pernambucano (AP X). O estado do Rio Grande do Norte vem em terceiro lugar, com 4.332 em-presas, sendo que as AP Piranhas e Piranhas/Açu, juntas, perfazem 1214 empresas, apresentando o melhor perfil de desconcentração espacial das empresas de transformação. A AP VII Apodi não possui município acima de 50 mil habitantes e assim os dados não constam do levantamento. O estado da Paraíba apresentou, em 2012, 4.226 uni-dades empresariais da indústria de transformação, com cerca de 50% das unidades localizadas nas AP XI - Paraíba e XII - Mata Paraibana (IBGE/CCE, 2012).

4.2.6. Atividade Turística

De uma maneira geral o Nordeste possui grande apelo turístico nacional e internacional. No entanto, este turismo está mais voltado para “sol e mar”, sendo ainda pouco desenvolvido o turismo nas regiões interioranas.

Nas últimas décadas, os estados nordesti-nos, com o propósito de intensificar o uso de seus territórios para fins turísticos, instituíram, com o apoio do governo federal, duas políticas de turis-mo, a política de megaprojetos turísticos e o Pro-grama de Desenvolvimento do Turismo no Nor-deste (PRODETUR/NE). Essas políticas, segundo Nicolás apud Cruz (2001), inserem-se num mode-lo internacional de desenvolvimento do turismo, o modelo “indústria turística”. Esta se caracteriza

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pela forte participação do estado como indutor do desenvolvimento turístico exercendo suas funções tradicionais diante do capital, dentre as quais se podem destacar a facilitação do crédito, a forma-ção da mão de obra e a regulação jurídica da ati-vidade.

No Rio Grande do Norte, a partir de um diagnóstico, o estado criou alguns roteiros turís-ticos visando a estruturação dos destinos turísti-cos. Os roteiros são parte integrante do Polo Costa das Dunas, mas contemplam alguns municípios da região semiárida, abrangendo diversos aspectos como o artesanato e bordados manuais. Destacam-se também monumentos históricos, festas juninas, religiosas, manifestações folclóricas e carnavais fora de época que compõem a riqueza do patrimô-nio histórico-cultural potiguar.

No Ceará, incluindo parte do território da área de abrangência do PDRS-SF encontra-se o Geopark Araripe. O Geoparque é um território com limites definidos, que possui geossítios com gran-de valor científico, histórico, cultural e ambiental. Estes apresentam raridade, riqueza geológica e paleontológica, permitindo ampla compreensão sobre a história e evolução da Terra e da Vida. Na tentativa de conservar este patrimônio natural de singular beleza e importância, em 2005 foi enca-minhada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) a can-didatura do Geopark Araripe à inserção na Rede Global de Geoparques (Global Geoparks Network – GGN). Esta foi uma iniciativa da Universida-de Regional do Cariri (URCA), por intermédio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (SECITECE), do Governo do Estado do Ceará (GEOPARK ARARIPE, 2015).

Em 2006, a GGN aprovou o ingresso do Geopark Araripe nessa Rede como o primeiro

Geoparque das Américas, durante a segunda Con-ference on Geoparks (UNESCO), que se reali-zou em Belfast, Irlanda do Norte. Desde então, é considerado um dos projetos de desenvolvimento socioeconômico mais importantes do Governo do Estado do Ceará. Em decorrência disso, um con-junto de ações de promoção das riquezas naturais do território, em termos de educação ambiental, geoconservação e geoturismo está sendo realiza-do.

Cabe também destacar o turismo religioso na cidade de Juazeiro do Norte (CE), conhecida em todo o Brasil e até mundialmente por ser a ter-ra do Padre Cícero.

O Plano Estratégico de Turismo de Pernam-buco (GOVERNO DO ESTADO DE PERNAM-BUCO, 2008), definiu níveis de desenvolvimento do turismo no estado. Na região do PDRS-SF fo-ram diagnosticados muitas dificuldades e proble-mas para o desenvolvimento do turismo.

No sertão da Paraíba destacam-se dois im-portantes sítios arqueológicos: o Lajedo de Pai Matheus, no Município de Cabaceiras e o Vale dos Dinossauros, no Município de Souza. O Vale dos Dinossauros é uma Unidade de Conservação, sen-do um dos mais importantes sítios paleontológicos do mundo, com mais de 50 tipos de pegadas de animais pré-históricos, espalhadas por toda bacia sedimentar do rio do Peixe, em uma extensão de 700 Km². Registra pegadas de estegossauros, alos-sauros e iguanodontes, além de inúmeras outras espécies de dinossauros que viveram no sertão pa-raibano no período entre 250 e 65 milhões de anos atrás. Cientificamente reconhecido como um dos lugares mais importantes para realização de estu-dos paleontológicos, “o vale” atrai estudiosos de todas as partes deste planeta (RENOTURISMO, 2015).

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5. DIMENSÃO SOCIAL

5.1. demografia

a) Território e População Atual

Os quatro estados (PE, CE, PB e RN) pos-suem 46% da população nordestina e ocupam o correspondente a apenas 23 % do território total da região. Alcançam, assim, com 68 habitantes/km², o dobro da densidade populacional (34%) da Região Nordeste (IBGE/Censo Demográfico, 2010).

Já a área de abrangência do PDRS-SF tem participação semelhante nos totais do território e da população dos quatro estados, com respectivamen-te, 52% e 54%. As densidades populacionais são bastante próximas, com 68 habitantes/Km² para os estados e 66 habitantes/Km² para a área de abran-gência.

Entre as Áreas Programa mais densamente povoadas, por abrigarem as capitais estaduais do Ceará e da Paraíba, estão as Áreas Metropolitana de Fortaleza (624 habitantes/km²) e Mata Paraibana (396 habitantes/km²). Dentre as de menor densidade entre 20 e 30 habitantes/km², estão, em ordem cres-cente, Terra Nova/Pajeú, Brígida, Moxotó/Pajeú e Baixo Jaguaribe. Na faixa de 30 a 40 habitantes/km² vêm Piranhas/Açu, Apodi e Piranhas. Numa posição intermediária em relação aos de maior den-sidade estão Paraíba (46 habitantes/km²), Salgado, Jaguaribe (60 habitantes/km²), e abrigando o centro urbano regional de Caruaru (PE), o Agreste Per-nambucano (90 habitantes/km²).

b) Evolução da População

Considerando a média dos municípios, en-tre 2000 e 2010 todas as Áreas Programa tiveram, em intensidades diferentes, aumento de popula-ção, a despeito de haver registros de estagnação e redução populacional em razoável número de municípios isolados.

Entretanto, a Taxa Geométrica de Cresci-mento Anual da População (TGCA) no período 2000-2010 para a média das Áreas Programa da área de abrangência (0,81) foi inferior à verificada para a média dos quatro estados (1,15), que por sua vez ficou acima da verificada para a Região Nordeste (1,07). Para o Brasil esta taxa foi de 1,17 (IBGE/Censo Demográfico, 2010).

As Áreas Programa com menores taxas de crescimento populacional, situadas na faixa en-tre 0,40 e 0,65, foram Piranhas, Apodi, Salgado/Jaguaribe, Piranhas/Açu e Paraíba. A que obteve a maior taxa de crescimento foi a Metropolitana de Fortaleza, com 2,38. As demais seis Áreas Pro-grama ficaram no estrato intermediário de 0,70 e 1,00.

c) Taxa de Urbanização e População Rural

A taxa de urbanização da população em 2010 para o agregado dos quatro estados é de 77%, um pouco maior que a do Nordeste, que tem 73% da população morando em áreas urbanas. O percentual para a área de abrangência, de 78%, é bem próximo ao dos estados (IBGE/Censo Demo-gráfico, 2010).

Entre as Áreas Programa, as de Brígida, Baixo Jaguaribe e Terra Nova/ Pajeú são as que apresentam maior incidência de população no campo, com cerca de 45% da população residindo na área rural. No extremo oposto estão Metropo-litana de Fortaleza e Mata Paraibana, onde a po-pulação rural fica na faixa de 4 a 8% do total. As demais Áreas Programa, à exceção de Piranhas/ Açu, com 21%, têm por volta de 30 a 35% de po-pulação rural.

O Nordeste, os quatro estados e a área de abrangência tiveram um aumento semelhante da

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taxa de urbanização entre 2000 e 2010, com um incremento da população urbana próximo de 4% no período.

Entre as Áreas Programa, Brígida e Agres-te Pernambucano foram as que tiveram maior au-mento de população urbana, com 8% a mais de re-sidentes em cidades em 2010 quando comparados com 2000, mais que o dobro do que ocorreu com a média da área de abrangência. As que tiveram me-nor incremento, compreensivelmente, por já pos-suírem elevada taxa de urbanização, foram a Me-tropolitana de Fortaleza (0,1%) e Mata Paraibana (0,8%). As demais Áreas Programa, à exceção de Baixo Jaguaribe (3,33%) e Paraíba (3,62%), tive-ram incrementos entre 1% e 2% acima da média da área de Abrangência.

Em termos absolutos, houve, entre 2000 e 2010, uma redução de 174.072 habitantes na po-pulação rural da área de abrangência. Em termos relativos, as reduções mais significativas ocorre-ram nas Áreas Programa do Agreste Pernambuca-no (-11,9%), Piranhas (-11,5%), Apodi (-9,6%) e Salgado Jaguaribe (-8,1%). Três Áreas Programa obtiveram ganhos absolutos de população rural: Metropolitana de Fortaleza (15,4%), Piranhas/Açu (2,8%) e Baixo Jaguaribe (2,6%).

d) Concentração da População

A análise da concentração da população urbana em municípios acima de 50.000 habitan-tes por tamanho das cidades mostra que as Áreas Programa Metropolitana de Fortaleza e Mata Pa-raibana, que abrigam capitais estaduais e suas re-giões metropolitanas, possuem o maior percentual de população vivendo em cidades com mais de 50.000 habitantes, respectivamente, 95% e 89%.

Para seis outras Áreas Programa – Paraíba, Agreste Pernambucano, Piranhas/Açu, Baixo Ja-guaribe, Salgado/Jaguaribe e Brígida – este per-centual fica entre 45 a 55%. Piranhas, Moxotó/Pajeú e Terra Nova/Pajeú têm entre 25% e 30% da população vivendo em municípios com mais de 50.000 habitantes. Por fim, a AP Apodi não possui municípios com mais de 50.000 habitantes.

5.2. Indicadores Sociais

5.2.1. Saúde

Especificamente em relação à saúde, foram analisados os indicadores referentes à esperança de vida ao nascer e a mortalidade infantil até os cinco anos. Como se verá a seguir, a esperança de vida nas Áreas Programa aumentou, no período considerado, de cerca de 60 para 72 anos, aproxi-mando-se do valor para o Brasil. A mesma aproxi-mação se deu com relação à mortalidade infantil, reduzida da faixa de 79 a 113 mortos por mil para a de 23 a 30 (PNUD, 2013).

5.2.2. Educação

Houve uma substancial redução do número de crianças fora da escola, que passou, nas Áreas Programa, da faixa de 34% a 42% para a de 2% a 4%. A taxa de analfabetismo, apesar da redução significativa em termos percentuais, continuou alta, ticando em 2010 na faixa de 25% a 30%. Já a frequência em ensino superior, muito baixa em 1991, teve um acréscimo entre 400% e 600% nas Áreas Programa (PNUD, 2013).

5.2.3. Desenvolvimento Humano e Pobreza

De modo geral, o Índice de Desenvolvi-mento Humano Municipal (IDHM) dos municí-pios das Áreas Programa passou da faixa de muito baixo desenvolvimento para os valores iniciais da faixa de médio desenvolvimento, enquanto o Brasil atingia a condição de alto desenvolvimento humano. O número de extremamente pobres foi reduzido da faixa de 50% para próximo de 20%, percentual ainda elevado. De modo semelhante foi reduzida a quantidade de pobres. Houve ain-da um discreto aumento na participação dos 80% mais pobres da população no total da renda gerada (PNUD, 2013).

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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6. diMenSão PolíTico-inSTiTucionAl

6.1. Competência legislativa e ordenamento Territorial

A Constituição Federal confere poderes es-pecíficos à União. Poderes que são privativos e ex-clusivos, assim como poderes que são comuns aos demais entes federados: estados e municípios.

Estes poderes, emanados da Constituição Federal (Artigo 21), abrangem também a “elabo-ração de planos nacionais e regionais de ordenação do território e do desenvolvimento econômico e so-cial” (inciso IX).

Por este artigo, considerado o papel do Es-tado na promoção do ordenamento territorial e do desenvolvimento econômico e social, coloca-se a competência na formulação e execução, por exem-plo, do PISF e do PDRS-SF.

O Decreto Nº 6.047, de 22 de fevereiro de 2007, institui a Política Nacional de Desenvolvi-mento Regional (PNDR), e em seu artigo primei-ro coloca como objetivo da PNDR “a redução das desigualdades de nível de vida entre as regiões brasileiras e a promoção da equidade no acesso a oportunidades de desenvolvimento e deve orientar os programas e ações federais no Território Nacio-nal, atendendo ao disposto no inciso III do art. 3º da Constituição”, apontando as seguintes estratégias:

I. Estimular e apoiar processos e oportuni-dades de desenvolvimento regional, em múltiplas escalas e

II. Articular ações que, no seu conjunto, pro-movam uma melhor distribuição da ação pública e investimentos no Território Nacional, com foco particular nos territórios selecionados e de ação prioritária.

Estas estratégias da PNDR “devem ser con-vergentes com os objetivos de inclusão social, de produtividade, sustentabilidade ambiental e com-petitividade econômica” e deverão, na escala ma-crorregional, ser elaborados Planos Estratégicos de Desenvolvimento, atendendo ao disposto no inciso IX do art. 21 da Constituição, com prioridade para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, cuja ela-boração e implementação serão coordenadas pelas instituições responsáveis pelo desenvolvimento das respectivas áreas de abrangência, sob orientação do Ministério da Integração Nacional.

Mais recentemente o Ministério da Integra-ção Nacional fez uma nova revisão na Política Na-cional de Desenvolvimento Regional. Desta nova política, conforme o Texto de Referência da I Con-ferência Nacional de Desenvolvimento Regional consta um detalhamento dos eixos temáticos que devem nortear as intervenções do planejamento (MI/SDR, 2012):

Eixo I: Governança, Participação Social e Diálogo Federativo.

Eixo II: Financiamento do Desenvolvimento Regional.

Eixo III: Desigualdades Regionais e Crité-rios de Elegibilidade.

Eixo IV: Vetores de Desenvolvimento Re-gional Sustentável

a) Vertente da Estrutura Produtiva.b) Vertente Educação.c) Vertente da Ciência, Tecnologia e Inova-

ção.d) Infraestrutura e Desenvolvimento Regio-

nal.e) Rede de Cidades.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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Desta forma o esteio legislativo do PDRS-SF se estabelece não só nas prerrogativas constitu-cionais da União como promotora do ordenamento territorial e do desenvolvimento econômico e so-cial, como especificamente pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional, equacionada como programa de desenvolvimento e instituída por lei.

Com relação ao ordenamento territorial, seu escopo legal mais específico está estabelecido pela Lei Nº 6.938, de, de 31 de agosto de 1981, que dis-põe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Em seu artigo 9º são relacionados os ins-trumentos da PNMA, dentre os quais o zoneamento ambiental, posteriormente denominado de zonea-mento ecológico-econômico, que desponta como o principal instrumento de ordenamento territorial, com a criação e implementação do Programa de Zoneamento Ecológico-Econômico (PZEE). No esteio das políticas de ordenamento territorial se colocam os zoneamentos dos estados de Pernam-buco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Também a Lei Nº 7.661, de 16 de maio de 1988, que institui o Plano Nacional de Gerencia-mento Costeiro (PNGC), define em seu artigo 3º o zoneamento de usos e atividades na zona costeira.

Além do zoneamento, outros instrumentos legais definem diferentes usos e ocupação do solo e se constituem em ferramentas do ordenamento do território. Nesta instância a criação de unidades territoriais protegidas como as unidades de con-servação, terras indígenas, terras quilombolas, as-sim como as áreas institucionais especificamente definidas para planos e programas como os Terri-tórios da Cidadania e Projetos de Assentamento da Reforma Agrária. Também para estas políticas de ordenamento existem diplomas legais que confe-rem à União e demais entes federativos prerroga-tivas especificas de atuação.

No âmbito dos municípios o instrumento privilegiado do ordenamento são os Planos Di-retores Municipais, instituídos pelo Estatuto das Cidades.

6.2. infraestrutura institucional para Atua-ção na Área de Abrangência do PISF

6.2.1. Os Atores Governamentais e Sociais Atuantes na Área de Abrangência do PDRS-SF

A contextualização dos atores locais, gover-namentais e não governamentais no âmbito deste diagnóstico cumpre a importante função de deli-mitar o conjunto das forças produtivas, sociais, econômicas e institucionais visando a construção do arranjo político–institucional e do modelo de gestão para o PDRS-SF.

Para efeito deste diagnóstico e consideran-do o foco nas potencialidades e ativos regionais identificados, os atores locais não governamentais se constituem nos agentes produtivos formalmen-te organizados ou não, vinculados a arranjos pro-dutivos existentes ou potenciais, em organizações de produtores e de classe, além de instituições di-versas como de ensino, pesquisa, de crédito, etc. que interagem, mesmo que com vínculos frágeis, no âmbito do território do PDRS-SF. Os agentes governamentais institucionais se relacionam com as instituições que direta ou indiretamente atuam, por meio de programas, projetos ou ações, nas es-feras federal, estadual ou municipal, na direção dos objetivos do PDSR-SF.

a) Atores Governamentais

Foram listadas as instituições federais, es-taduais e municipais consideradas como atores privilegiados face ao planejamento do PDRS-SF, com perfil e atuação como promotoras do desen-volvimento regional e/ou sua capilaridade nos municípios e em toda a região.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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instituições/Atores governamentais Federais:1. Agência Nacional de Águas (ANA);2. Companhia de Desenvolvimento dos Vales

São Francisco e Parnaíba (CODEVASF);3. Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco

(CHESF);4. Departamento Nacional de Obras contra as

Secas (DNOCS);5. Departamento Nacional de Produção Mineral

(DNPM);6. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(EMBRAPA);7. Fundação Nacional de Saúde (FUNASA);8. Fundação Nacional do Índio (FUNAI);9. Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade (ICMBio);10. Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária (INCRA);11. Instituto Nacional do Semiárido (INSA);12. Institutos Federais de Educação, Ciência e

Tecnologia dos municípios da área de atuação do PDRS-SF nos estados de Pernambuco, Pa-raíba, Rio Grande do Norte e Ceará;

13. Serviço Geológico do Brasil (CPRM);14. Superintendência do Banco do Nordeste dos

estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará;

15. Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE);

16. Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará;

17. Superintendência Federal de Agricultura nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará;

18. Superintendência Federal de Pesca e Aquicul-tura de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará;

18. Universidade Federal da Paraíba (UFPB);20. Universidade Federal de Pernambuco

(UFPE);21. Universidade Federal de Campina Grande

(UFCG);

22. Universidade Federal do Cariri (UFCA);23. Universidade Federal do Ceará (UFCE);24. Universidade Federal do Rio Grande do Nor-

te (UFRN);25. Universidade Federal Rural do Semi-Árido

(UFERSA).

instituições/Atores governamentais estadu-ais/rn:

1. Governo do Estado e suas secretarias vincu-ladas às áreas de: meio ambiente, agricultura, pesca, planejamento, infraestrutura e desen-volvimento econômico;

2. Agência de Fomento do RN (AGN);3. Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN

(EMPARN);4. Empresa Potiguar de Promoção Turística

(EMPROTUR);5. Companhia de Águas e Esgotos do Rio Gran-

de do Norte (CAERN);6. Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do

Rio Grande do Norte (FAPERN);7. Instituto de Assistência Técnica e Extensão

Rural do Rio Grande do Norte (EMATER/RN);

8. Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do RN (IDEMA);

9. Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (IGARN);

10. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

instituições/Atores governamentais estadu-ais/Pb:

1. Governo do Estado e suas secretarias vincu-ladas às áreas de: meio ambiente, agricultura, pesca, planejamento, infraestrutura e desen-volvimento econômico;

2. Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA);

3. Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA);

4. Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (CINEP);

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

55

5. Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais da Paraíba (CDRM);

6. Companhia de Desenvolvimento do Turismo da Paraíba (PBTUR);

7. Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (EMATER);

8. Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba S.A. (EMEPA);

9. Empresa Paraibana de Abastecimento e Ser-viços Agrícolas (EMPASA);

10. Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPESQ); 11. Instituto de Terra e Planejamento Agrícola do

Estado do Paraíba (INTERPA);12. Superintendência de Administração do Meio

Ambiente (SUDEMA);13. Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

instituições/Atores governamentais estadu-ais/Pe:

1. Governo do Estado e suas secretarias vincu-ladas às áreas de: meio ambiente, agricultura, pesca, planejamento, infraestrutura e desen-volvimento econômico;

2. Agência de Defesa Agropecuária de Pernam-buco (ADAGRO);

3. Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper);

4. Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH);5. Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa

de Pernambuco (CONDEPE);6. Agência Estadual de Tecnologia da Informa-

ção (ATI);7. Agência Pernambucana de Águas e Clima

(APAC);8. Companhia Estadual de Habitação e Obras

(CEHAB);9. Companhia Pernambucana de Saneamento

(COMPESA);10. Empresa de Turismo de Pernambuco (EMPE-

TUR);11. Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia

de Pernambuco (FACEPE);12. Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico

de Pernambuco (FUNDARPE);13. Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA);

14. Instituto de Terras e Reforma Agrária do Esta-do de Pernambuco (ITERPE);

15. Universidade de Pernambuco (UPE).

instituições/Atores governamentais estadu-ais/ce:

1. Governo do Estado e suas secretarias vincu-ladas às áreas de: meio ambiente, agricultura, pesca, planejamento, infraestrutura e desen-volvimento econômico;

2. Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (ADAGRI);

3. Agência de Desenvolvimento do Ceará (ADECE);

4. Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CA-GECE);

5. Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH);

6. Conselho Estadual de Desenvolvimento Eco-nômico (CEDE);

7. Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE);

8. Empresa de Tecnologia da Informação do Ce-ará (ETICE);

9. Fundação Cearense de Meteorologia e Recur-sos Hídricos (FUNCEME);

10. Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial (NUTEC);

11. Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvi-mento Científico e Tecnológico (FUNCAP);

12. Instituto Centro de Ensino Tecnológico (CENTEC);

13. Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ce-ará (IDACE);

14. Superintendência Estadual do Meio Ambien-te (SEMACE);

15. Superintendência de Obras Hidráulicas (SOHIDRA);

16. Universidade Estadual do Ceará (UECE).

instituições/Atores governamentais Munici-pais:

Além disso, são considerados atores gover-namentais na esfera local os gestores municipais de todas as Prefeituras Municipais, que poderão

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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ser representados pela Federação dos municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN), Federação das Associações de Municípios da Paraíba (FA-MUP), Associação Municipalista de Pernambuco (AMUPE) e Associação dos Municípios do Estado do Ceará (APRECE), entidades com pessoa jurídi-ca de direito privado, de natureza civil, de caráter representativo e assistencial, sem fins lucrativos. Os municípios poderão também ser representados por associações regionais.

b) Atores Não Governamentais

com atuação em todo o Semiárido:

1. Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG):

2. Articulação no Semi-Árido (ASA Brasil);3. Centro Vida Nordeste;4. Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

(MST);5. Confederação Nacional da Indústria (CNI);6. Serviço Nacional de Aprendizagem do Coo-

perativismo (SESCOOP);7. Cáritas Brasileira - Regional Ceará e Regio-

nal Nordeste 2.

com atuação no estado de Pernambuco:

1. Serviço Nacional de Aprendizagem do Coo-perativismo do Estado de Pernambuco (SES-COOP/PE);

2. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas de Pernambuco (SEBRAE/PE);

3. Federação das Indústrias do Estado de Per-nambuco (FIEPE);

4. Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (FECO-MÉRCIO/PE);

5. Federação da Agricultura e Pecuária do Esta-do de Pernambuco (FAEPE);

6. Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (FETAG/PE);

7. Associação dos Irrigantes do Riacho do Na-vio em Floresta;

8. Associação dos Irrigantes da Boa Vista (AIBV) em Salgueiro;

9. Cooperativa Agrícola Mista dos Irrigantes do Perímetro Irrigado Cachoeira II (CAMIPEC) em Serra Talhada;

10. Cooperativa Agrícola Mista dos Irrigantes do Perímetro Irrigado Custódia (COAMIC) em Custódia;

11. Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Vale do Moxotó (UNIVALE) em Ibimirim;

12. Cooperativa Mista dos Agricultores Familia-res do Vale do Ipanema em Águas Belas;

13. Cooperativa dos Produtores do Agreste Cen-tral Altinho em Altinho;

14. Cooperativa dos Produtores Agrícola de Sa-pucarana em Bezerros;

15. Cooperativa Agrícola São Vicente em Brejo da Madre de Deus;

16. Cooperativa de Desenvolvimento da Agricul-tura Familiar do Estado de Pernambuco em Camocim de São Félix;

17. Cooperativa dos Criadores de Caprinos e Ovinos em Floresta;

18. Cooperativa dos Produtores Agropecuários de Garanhuns (COOPAGA) em Garanhuns;

19. Cooperativa das Associações dos Agriculto-res, dos pecuaristas e Familiares de Mirandi-ba em Mirandiba;

20. Cooperativa dos Pequenos Produtores Rurais do Vale do São Francisco em Orocó;

21. Cooperativa dos Produtores Rurais do Projeto Brígida em Serra Talhada;

22. Cooperativa de Desenvolvimento da Apicul-tura do Nordeste Brasileiro em Tabira;

23. Cooperativa de Produtores e Comercializan-tes da Agricultura Familiar Orgânica Agroe-cológica em Triunfo.

com atuação no estado do ceará:

1. Serviço Nacional de Aprendizagem do Coo-perativismo do Estado do Ceará, SESCOOP/CE;

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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2. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas do Ceará (SEBRAE/CE);

3. Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIECE);

4. Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (FECOMÉR-CIO/CE);

5. Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Ceará (FETAG/CE);

6. Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (FAEC);

7. Associação dos Colonos de Santa Margarida (ACOSAM) em Iracema;

8. Associação do Distrito de Irrigação de Icó - Lima Campos (ADICOL) em Icó;

9. Cooperativa dos Irrigantes Pioneiros de Icó (COIPI) em Icó;

10. Cooperativa dos Agropecuaristas do Períme-tro Irrigado de Icó (COAPRI) em Icó;

11. Cooperativa dos Irrigantes da Zona Quatro (COIZA) em Icó;

12. Associação de Irrigantes de Russas e Quixeré em Russas;

13. Associação dos Irrigantes do Perímetro Irri-gado de Jaguaruana (ASSIJA) em Jaguarua-na;

14. Associação dos Irrigantes do Tome Vieira em Ererê;

15. Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe Apodi (FAPIJA) em Limoeiro do Norte;

16. Associação dos Usuários do Distrito de Irri-gação (AUDIPIMN)em Limoeiro do Norte;

17. Cooperativa Central Agropecuária dos Irri-gantes do Vale do Banabuiú (CIVAB)em Mo-rada Nova;

18. Cooperativa do Projeto Irrigado de Morada Nova (CAPI) em Morada Nova;

19. Cooperativa dos Pequenos Produtores Agro-pecuaristas de Morada Nova (COPAMN);

20. Cooperativa Agropecuária do Perímetro Irri-gado do Vale do Banabuiú (CAPIVAB) em Morada Nova;

21. Cooperativa Mista dos Irrigantes do Quixabi-nha LTDA (CMIQ) em Mauriti;

22. Cooperativa de Produção e Comercialização Agroecológica e Solidária em Aracati;

23. Cooperativa de Produção Agropecuária e Ser-viços Santa Barbara em Caucaia;

24. Cooperativa de Produção da Agricultura Fa-miliar e Bicombustível em Fortaleza;

25. Cooperativa dos Apicultores da Região do Semiárido Ltda. em Horizonte;

26. Cooperativa Agroecológica da Agricultura Familiar do Caminho de Assis em Maran-guape;

27. Cooperativa Agrícola Mista de Morada Nova em Morada Nova;

28. Fundação para o Desenvolvimento Sustentá-vel do Araripe;

29. Centro de Estudos do Trabalho e Assessoria ao Trabalhador (CETRA) em São João do Tauape.

com atuação no estado da Paraíba:

1. Serviço Nacional de Aprendizagem do Coo-perativismo do Estado da Paraíba, SESCO-OP/PB;

2. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas da Paraíba (SEBRAE/PB);

3. Federação das Indústrias do Estado da Paraí-ba (FIEPB);

4. Federação do Comércio de Bens e de Servi-ços do Estado da Paraíba (FECOMÉRCIO/PB);

5. Federação da Agricultura e Pecuária da Para-íba (FAEPA);

6. Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Paraíba (FETAG/PB);

7. Cooperativa Agrícola Mista dos Irrigantes de Condado Ltda. (CAMIC);

8. Junta de Usuários de Água do Perímetro Irri-gado de São Gonçalo (JUSG) em Sousa;

9. Cooperativa Agrícola Mista dos Irrigantes de Sumé (CAMIS);

10. Cooperativa dos Produtores Rurais dos mu-nicípios de Campina Grande e Boa Vista em Campina Grande;

11. Cooperativa de Agroindústrias Ltda. em Monteiro;

12. Agricultura Familiar e Agroecologia (AS-P-TA);

13. Centro de Realizações Sociais e Ecológicas Vida Nordeste (VIDA NORDESTE).

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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Com atuação no estado do Rio Grande do norte:

1. Serviço Nacional de Aprendizagem do Coo-perativismo do Estado do Rio Grande do Nor-te, (SESCOOP/RN);

2. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas do Rio Grande do Norte (SEBRAE/RN);

3. Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN);

4. Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomer-cio/RN);

5. Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (FAERN);

6. Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (FETAG/RN);

7. Distrito de Irrigação do Projeto Baixo - Açu (DIBA) dos municípios de Ipanguaçu, Alto do Rodrigues e Afonso Bezerra;

8. Associação dos Irrigantes do Perímetro Irri-gado Cruzeta (APICRUZ) em Cruzeta;

9. Associação dos Colonos Irrigantes e Agrope-cuarista do Perímetro Irrigado Itans (ACIAP) em Caicó;

10. Cooperativa Mista dos Irrigantes do Períme-tro Irrigado Itans–Sabugi Ltda. (CAMPIS) em Caicó;

11. Associação dos Colonos do Perímetro Irriga-do Pau dos Ferros (ACOPAF);

12. Cooperativa dos Produtores de Novo Pingos (COOPINGOS) em Açu;

13. Cooperativa da Agricultura Familiar de Apo-di;

14. Cooperativa Potiguar de Apicultores em Apo-di;

15. Cooperativa Mista Agroindustrial dos Peque-nos Produtores de Caraúbas Ltda. (COOPE-RUBA) em Caraúbas;

16. Cooperativa de Agricultores e Agricultoras Familiar de Mossoró e região em Mossoró;

17. Cooperativa de Comercialização Solidária Xique-Xique em Mossoró;

18. Cooperativa de Desenvolvimento Agroindus-trial Potiguar (COODAP) em Mossoró;

19. Agência de Desenvolvimento do Seridó (ADESE) em Caicó;

20. Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (SEAPAC) em Natal;

21. Associação de Apoio às Comunidades do Campo (AACC) em Natal;

22. Comitê Regional das Associações e Coopera-tivas de Artesanato do Seridó (CRACAS) em Caicó;

23. Cooperativa das Oficinas de Produção Arte-sanal e Industrial do Seridó (COOPAIS) em Caicó.

O número de organizações existentes em toda a região é muito significativo, considerando os 436 municípios. Existem sindicatos, coopera-tivas e associações de trabalhadores, produtores familiares e empresários, além de outras organiza-ções promotoras do desenvolvimento e de defesa e militância nas áreas social, ambiental, etc. Desta forma, o número de organizações ultrapassa a casa dos milhares de organizações, dado que cada mu-nicípio dispõe, além de sindicatos, de várias asso-ciações, cooperativas, etc.

6.2.2. Planos e Programas

O levantamento das atuais políticas públi-cas que convergem para a região, na forma de planos, programas e projetos, visa subsidiar o pla-nejamento no âmbito do PDRS-SF com foco no desenvolvimento sustentável, considerando ainda a necessidade da integração destas políticas no plano regional.

A integração das políticas deve considerar que o recorte definido para o PDRS-SF, em Áreas Programa, engloba subespaços e territórios já re-gionalizados em outros critérios de planejamento e políticas públicas nacionais e regionais.

Neste sentido, devem ser considerados os planos de desenvolvimento já existentes e em cur-

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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so, em seus espaços geográficos, com suas estraté-gias, diretrizes e programas, no âmbito da área de abrangência do PDRS-SF. Os espaços regionais que abrangem o PDRS-SF atingem o Nordeste, o Semiárido, os estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, os territórios da ci-dadania (cujas estratégias já articulam e integram as diferentes políticas públicas em seus espaços de atuação) e as bacias hidrográficas, por contempla-rem Planos de Bacia no contexto dos Planos Esta-duais de Recursos Hídricos.

Programa de Aceleração do Crescimento

No plano federal o Programa de Aceleração do Crescimento é o programa de maior amplitu-de e abrangência voltado ao desenvolvimento vi-sando a aceleração do crescimento econômico, o aumento do emprego e a melhoria das condições de vida da população. Consiste em um conjunto de medidas destinadas a: incentivar o investimen-to privado, aumentar o investimento público em infraestrutura e remover obstáculos (burocráticos, administrativos, normativos, jurídicos e legislati-vos) ao crescimento.

O PAC depende da participação do Exe-cutivo, Legislativo, dos trabalhadores e dos empresários. As medidas do PAC estão organi-zadas em cinco blocos, sendo os investimentos em infraestrutura aqueles que têm rebatimento local imediato e possuem melhor articulação na base territorial e integração com programas de fomento ao desenvolvimento. O objetivo é aumentar o investimento em infraestrutura para eliminar os principais gargalos que podem res-tringir o crescimento da economia, reduzir cus-tos e aumentar a produtividade das empresas, estimular o aumento do investimento privado e reduzir as desigualdades regionais. Para o PAC serão selecionados os programas de investimen-to em infraestrutura, definidos no âmbito do PPA 2016 -2019, para a área de abrangência do PDRS-SF.

As ações executadas, previstas e em execu-ção pelo PAC na região do PDRS-SF encontram-se na versão completa do diagnóstico.

Plano Plurianual

O Plano Plurianual 2016-2019 é também um importante instrumento de planejamento no âmbito nacional e agrega todos os programas e ações previstas do governo federal para o perío-do. Além dos programas de investimento em in-fraestrutura (PAC) serão selecionados, conforme o Anexo A da Versão Completa do Produto 1(Em CD), os programas voltados à infraestrutura so-cial, infraestrutura produtiva e planejamento e de-senvolvimento local.

Plano de Desenvolvimento do Nordeste

Na escala regional, na dimensão territorial do Nordeste do Brasil, o Plano de Desenvolvi-mento do Nordeste, proposto pela SUDENE em 2011 contem orientações, diretrizes e proposições, conforme o Anexo B da Versão Completa do Pro-duto 1 (Em CD). Trata-se de orientações estraté-gicas e de diretrizes que deverão ser ajustadas no plano local, no contexto do PDRS-SF.

Plano Estratégico de Desenvolvimento Sus-tentável do Semiárido

O Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido (PDSA) se coloca na cadeia programática que nasce com a PNDR e ca-minha em direção às comunidades locais do Se-miárido, como desdobramento do Plano Estratégi-co de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (PDNE).

Dentro de uma formulação da “Sustenta-bilidade Compartida”, as iniciativas derivadas da orientação estratégica do PDSA destacam o papel da indústria (de pequena e grande escala) e reforça a necessidade de manter e ampliar as re-

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Documento técnico - PDRS-SF Parte I - DiagnóStico Situacional PaRticiPativo

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des de infraestrutura, com destaque para a de in-fraestrutura hídrica. Ao mesmo tempo confere as seguintes prioridades: Revitalização da Bacia do rio São Francisco; Integração de Bacias Hidrográ-ficas; Hidrovia do São Francisco; Ferrovia Trans-nordestina; Agricultura Irrigada: Agronegócio e Revitalização de Perímetros Públicos; Energia Al-ternativa: Biodiesel, Gás Natural e Outras Fontes Não-fósseis de Energia; Mineração; Refinaria da Petrobrás

Plano de Integração do São Francisco

O PISF formula eixos temáticos que cabem ser adotados paralelamente e em consequência da implantação e operação do PISF, no esteio das po-líticas públicas que deverão ser incorporadas no processo de planejamento do PDRS-SF:

1. Infraestrutura de suporte ao funciona-mento das redes de distribuição de água bruta: rodovias, comunicações, trans-porte, saneamento e saúde;

2. Espaço institucional para discussão e encaminhamento das políticas públicas; estabelecimento da pauta, criação, fun-cionamento, definição de membros, co-municação e localização física;

3. Gestão dos conhecimentos gerados e co-municação dos resultados alcançados e a serem alcançados;

4. Políticas públicas ambientais mitiga-doras: matas ciliares, fauna, flora e re-cursos minerais, bosques energéticos, aproveitamento de solos e águas e solos salinizados;

5. Capacitação de gestores públicos e pri-vados locais em áreas sensíveis: gestão de recursos hídricos para finalidades múltiplas, cadeia do agronegócio, insta-lação e manutenção de equipamentos e máquinas, e turismo;

6. Turismo: de negócios, cultural, sol e praia, de aventura, gastronômico, rural, temático e ecoturismo;

7. Cooperação técnica internacional em elaboração de projetos de irrigação, ca-deia de agronegócio, gestão de períme-tros de irrigação, treinamento de mão de assistência técnica e extensão rural;

8. Identificação das entidades e condições de financiamento, com endereços e no-mes dos responsáveis para contatos.

Projeto do corredor de Transporte Multimo-dal do rio São Francisco

Reduzir o impacto dos serviços de transpor-te e da logística na formação dos custos no Bra-sil é um dos principais resultados esperados neste projeto. Dentre as alternativas estudadas no Plano Nacional de Logística de Transporte (PNLT) para diminuir os custos diretos e indiretos com o trans-porte e logística, encontram-se: (i) o aumento da participação do transporte hidroviário na movi-mentação de mercadorias; (ii) a implantação e o aperfeiçoamento das conexões entre as modalida-des de transporte, em especial ferroviário, hidrovi-ário e rodoviário.

No PNLT, o Plano Hidroviário Estratégico (PHE) prevê investimentos maciços nos trechos navegáveis dos rios brasileiros, inclusive o São Francisco, de tal sorte que permita ampliar o esco-amento de cargas por transporte aquaviário.

A expectativa mais importante com relação ao corredor multimodal de transporte para a eco-nomia da região será a redução do custo de esco-amento da produção, bem como o transporte de insumos para projetos importantes que já estão sendo desenvolvidos ao longo da calha do rio São Francisco, como o Baixio de Irecê, o projeto Sali-tre e o Vale do Iuiú.

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Plano de Ação Integrada da Mesorregião da Chapada do Araripe

Em decorrência de sua diversidade ecológi-ca, a Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe reúne condições para a exploração econô-mica do ecoturismo. A Mesorregião também pos-sui um dos três maiores patrimônios paleontológi-cos do mundo, o que possibilita a exploração de um segmento bastante singular do mercado turís-tico e da pesquisa científica. O Ministério da Inte-gração Nacional coordenou a elaboração do Plano de Ação Integrada da Mesorregião da Chapada do Araripe reunindo as propostas apresentadas por um conjunto de técnicos e lideranças sociais. O Plano assume como pressuposto a intervenção multidimensional em áreas que demandam atua-ção coordenada de órgãos e entidades da adminis-tração pública e privada.

Plano de Ação Integrada e Sustentável da Mesorregião do Xingó

O Plano de Ação Integrada e Sustentável da Mesorregião do Xingó (PAIS – Xingó) desenvolve um modelo de intervenção regional, considerando as diretrizes da Política Nacional de Desenvolvi-mento Regional, ao contemplar a gestão social, as múltiplas escalas de planejamento, a abordagem territorial integrada às políticas públicas regionais e a atuação em Arranjos Produtivos Locais.

Em sua primeira estratégia o plano define o desenvolvimento e a implantação de um Sistema de Planejamento e Gestão Social, cujo esteio na abordagem territorial estabelece estruturas e me-canismos de planejamento, participação e controle social para o conjunto da intervenção nas escalas consideradas. A segunda estratégia, propondo e construindo um Programa de Capacitação funda-menta-se nas necessidades de aperfeiçoamento do capital social e humano regional, que também no contexto da abordagem territorial projeta e aten-

de às demandas de capacitação para o conjunto da ação programada. Uma terceira linha de ação bus-ca responder às estratégias do desenvolvimento territorial/local, que em consonância com a nova PNDR investem nas oportunidades e desafios a partir do equacionamento dos APL.

Em sua escala local, o Plano está voltado para a estruturação dos APL da caprinovinocultu-ra, da apicultura, da fruticultura, da piscicultura, da bovinocultura de leite e do turismo, além de abordar projetos voltados para as áreas de deserti-ficação, o manejo sustentável da Caatinga e a pro-moção de Unidades de Conservação da Natureza.

Plano de Ação Integrada e Sustentável da Mesorregião do Seridó

O Plano de Ação Integrada e Sustentável da Mesorregião do Seridó (PAIS - Seridó), consi-derando as diretrizes da PNDR, adota estratégias semelhantes ao PAIS - Xingó.

Em sua escala local, o Plano está voltado para a estruturação dos APL da caprinovinocultu-ra, apicultura, fruticultura, mineração, bovinocul-tura de leite, além de abordar projetos voltados às áreas de desertificação, o manejo sustentável da Caatinga, a promoção de Unidades de Conserva-ção da Natureza e o Projeto Geopark.

Programa Territórios da Cidadania

Com um arranjo institucional interministe-rial, nos territórios da cidadania os pressupostos metodológicos e as estratégias de planejamento participativo, integrado e sustentável das políti-cas públicas já estão em curso, significando uma importante experiência regional a ser considera-da e incorporada ao PDRS-SF.

O Programa Territórios da Cidadania é um importante programa de desenvolvimento,

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baseado na abordagem territorial e no desenvol-vimento local. A sua convergência com os prin-cípios e com as estratégias da PNDR coloca este programa com grande destaque na formulação do PDRS-SF. Na área de abrangência do PDR-S-SF ocorrem muitos Territórios da Cidadania, abrangendo dezenas de municípios. Assim, sob uma mesma base territorial e estratégias comple-mentares, coloca-se a oportunidade de aumentar e fortalecer a oferta e a integração territorial de políticas públicas de desenvolvimento local, as-sim como facilitar a formatação de um modelo de gestão, que partindo das experiências dos territó-rios da cidadania (Colegiados Territoriais), possa promover a ascensão de uma nova instituciona-lidade regional, de caráter intergovernamental, interministerial, interestadual, mas fortemente local. De outro lado, no âmbito do PDRS-SF será possível estabelecer sinergias com os Territórios da Cidadania, colocando a abordagem territorial como uma das bases do próprio PDRS-SF, tan-to na definição das estratégias, diretrizes e pro-gramas, como no arranjo institucional para a sua gestão.

Os Territórios da Cidadania dispõem de processos próprios de planejamento em planos executivos, os PTDRS (Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável). Esses pla-nos deverão interagir no processo de planeja-mento e execução do PDRS-SF.

Rota do Cordeiro

O Projeto Rota do Cordeiro foi idealizado pela EMBRAPA e apresentado ao Ministério da Integração Nacional no início de 2011. A iniciati-va envolve a criação e a divulgação de uma iden-tidade para a carne de cordeiro regional, e assim estimular o desenvolvimento de atividades deriva-das e que podem estar agregadas a esta rede, tais com o turismo rural e a gastronomia regional.

A Rota do Cordeiro é implementada em parceria com a CODEVASF e a EMBRAPA. O

principal objetivo é a profissionalização da cadeia produtiva no Nordeste, com foco na inclusão de produtores de baixa renda. Conforme MI/SDR (2014), estão previstas ações para a implantação da atividade em Alagoas, Pernambuco, Ceará, Piauí e Minas Gerais.

Planos de Bacia

Também as diretrizes do Plano Nacional de Recursos Hídricos e os Planos Estaduais de Re-cursos Hídricos se constituem em fonte impor-tante para definição das estratégias e diretrizes do PDRS-SF. A política de recursos hídricos contém diretrizes específicas para um recurso que ao mes-mo tempo em que é uma limitação no Semiárido é o grande potencial do PDR-SF. Com base em estudos e levantamentos, os planos de recursos hídricos indicam modelos de gestão definidos por bacias, sub-bacias e microbacias hidrográficas, ti-das como unidades de planejamento, no contex-to da política e da lei de recursos hídricos, o que imprime uma forte identidade com o PDRS-SF, cujas Áreas Programa estão assentadas, em gran-de medida, nas bacias hidrográficas do Nordeste setentrional - as bacias receptoras da transposição do rio São Francisco. De outro lado, nestas unida-des hidrográficas também está prevista a criação de Agências e Comitês de Bacias, instâncias com grande potencial para integrar um modelo de ges-tão para o PDRS-SF.

Planos Estaduais de Desenvolvimento

Os programas e ações estaduais presentes nos PAA dos estados de PE, PB, RN e CE deverão ser considerados quando do planejamento anual ou plurianual no âmbito do modelo de gestão, com ênfase no apoio à infraestrutura social, produtiva e no planejamento e desenvolvimento local. Nesta instância serão também considerados os planos re-gionais de desenvolvimento, a exemplo do Plano

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de Desenvolvimento Regional do Seridó, elabo-rado pela Agência de Desenvolvimento do Seridó (ADESE/RN).

Desta forma, o PDRS-SF deverá refletir todo o planejamento previsto para o desenvolvi-mento da região delimitada em sua área de abran-gência, agregando ainda a visão e proposições dos atores locais (fóruns locais/modelo de gestão) com foco no fomento e apoio nas potencialidades produtivas locais de modo integrado e sustentável.

Muitos destes projetos poderão ser integra-dos, ampliados e potencializados no escopo do PDRS/PISF, na medida em que muitas ações re-gulares e programas de governo (federal, estadual e municipais) forem equacionadas a partir de um planejamento que elimine ou reduza o retrabalho (duplicação de ações e projetos), que propicie me-canismos de controle social e que promova a in-tegração de instituições, órgãos e organizações da sociedade civil na implementação de ações coor-denadas entre o poder público, a iniciativa privada e a sociedade.

6.3. Ações governamentais. investimentos do PAC II

As principais ações governamentais, retra-tadas por investimentos que convergem para o desenvolvimento regional, são ações do gover-no federal, no âmbito do Plano de Aceleração do Crescimento II – PAC II, presentes também no PPA 2016-2019 (Governo federal) que geralmente são replicados nos PPA estaduais.

A versão completa do diagnóstico apresen-ta de forma detalhada os investimentos previstos, realizados ou em andamento até o ano de 2014, assim como aqueles previstos para pós-2014. O investimento total previsto é da ordem de 220 bi-lhões de reais, sendo 140 bilhões até 2014 e 80 bilhões pós-2014, conforme a Tabela 4. Apresen-tam-se os investimentos por estado, como também pelos eixos do PAC.

São investimentos importantes que abran-gem as mais diferentes áreas do desenvolvimento regional e que assim deverão estar adequados ao PDRS-SF.

Tabela 4 - Investimento do PAC Total e por Estado.

Investimento Pernambuco Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Total

Investimento Total 93,68 65,33 45,42 16,51 220,94

2011 a 2014 72,70 30,60 25,28 12,45 141,03

Pós 2014 20,98 34,73 20,14 4,06 79,91

Fonte: PAC II dos estados do PE, CE, RN e PB, 2011 a 2014.Nota: Em R$ bilhões.

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6.4. Modelos de Gestão

6.4.1. Conselhos, Comitês, Fóruns e Redes Sociais

Os Conselhos, Comitês, Fóruns e Redes So-ciais atuantes na região são instrumentos de gestão que agregam importantes experiências de gestão do desenvolvimento local, com atuação dirigida à área de abrangência do PDRS-SF, constituindo-se de organizações, tanto de iniciativa governamen-tal, como originárias do movimento social. De ini-ciativa governamental merecem destaque: os Co-legiados dos Territórios da Cidadania, os Comitês de Bacias e os Conselhos Municipais de Políticas Públicas. Com relação às organizações sociais constituídas em comitês, fóruns e redes, desta-cam-se: a Articulação do Semiárido (ASA Brasil) e o Centro Vida Nordeste.

O Colegiado Territorial é o fórum consul-tivo e deliberativo dos Territórios da Cidadania. É composto paritariamente por representantes governamentais e pela sociedade civil organizada em cada território, é o espaço de discussão, plane-jamento e execução de ações para o desenvolvi-mento do Território. Ele define o plano de desen-volvimento do Território, identifica necessidades, pactua a agenda de ações, promove a integração de esforços, discute alternativas para o desenvol-vimento do Território e exerce o controle social do Programa.

Os Conselhos Municipais como experiên-cias locais de gestão de políticas públicas estão instituídos na região, sendo os mais significativos e atuantes: os conselhos de educação, saúde, do programa da merenda escolar e o conselho tutelar. Existem ainda outros conselhos municipais, como os conselhos setoriais de meio ambiente, de turis-mo, de desenvolvimento rural, etc.

Os Comitês de Bacias são também expe-riências de gestão regional. Considerados como base da gestão participativa e integrada da água, têm papel deliberativo e são compostos por repre-sentantes do Poder Público, da sociedade civil e de usuários de água e podem ser oficialmente instala-dos em águas de domínio da União e dos Estados.

A Articulação no Semiárido (ASA Brasil) é um fórum de organizações da sociedade civil, que vem lutando pelo desenvolvimento social, econômico, político e cultural do Semiárido bra-sileiro, desde 1999. Atualmente, mais de 1000 entidades dos mais diversos segmentos, como igrejas católicas e evangélicas, Organizações Não Governamentais (ONGs) de desenvolvimento e ambientalistas, associações de trabalhadores ru-rais e urbanos, associações comunitárias, sindi-catos e federações de trabalhadores rurais, fazem parte da ASA. A coordenação executiva, composta por dois membros de cada estado do Semiárido é a instância máxima da Articulação, seguida dos Fóruns ou ASA Estaduais e dos Grupos de Tra-balho (GT). O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC); o projeto demonstrativo do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2); e o Programa Bomba D’Água Popular (BAP) são exemplos de importantes atuações da ASA. A ASA também tem buscado intervir nos temas da desertificação e da produção do biodiesel pelo cultivo de oleaginosas.

O Centro de Realizações Sociais e Ecoló-gicas Vida Nordeste (Centro Vida Nordeste) é uma entidade social e ambientalista, de atuação no Semiárido brasileiro. Tem como missão promover por meio da educação, uma consciência para o ho-mem do Semiárido, das riquezas e possibilidades de conviver harmonicamente no seu habitat. Atua a partir do Espaço Conviver que é um centro de convivência com o Semiárido, um espaço de refe-rência em tecnologias sociais e de fontes renová-veis de energia, apoiando o homem do campo em ações de capacitação, inclusão social e educação ambiental, contribuindo para as políticas governa-mentais de fixação do homem no campo e a gera-ção de emprego e renda. Promove o conceito de Tecnologia Social, que compreende produtos, téc-nicas e/ou metodologias reaplicáveis, desenvolvi-das na interação com a comunidade e representa efetivas soluções de transformação social.

O Comitê Regional das Associações e Co-operativas de Artesanato do Seridó (CRACAS) reúne 24 entidades, de 24 municípios do Seridó Potiguar, envolvendo cerca de 800 artesãos. É uma iniciativa inovadora e única no País. Os principais benefícios proporcionados pelo CRACAS às asso-

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ciações e cooperativas membros são: redução de custos nas compras conjuntas de matérias primas e equipamentos; acesso a mercados por meio da participação em feiras e eventos regionais e nacio-nais e otimização de espaço para a realização de cursos, capacitações e consultorias.

Os Conselhos Gestores de Políticas Públi-cas são canais efetivos de participação, que permi-tem estabelecer uma sociedade na qual a cidadania deixe de ser apenas um direito, mas uma realida-de. A importância dos conselhos está no seu pa-pel de fortalecimento da participação democrática da população na formulação e implementação de políticas públicas (PORTAL TRANSPARÊNCIA GOVERNO FEDERAL, 2015).

Os conselhos são espaços públicos de com-posição plural e paritária entre Estado e sociedade civil, de natureza deliberativa e consultiva, cuja função é formular e controlar a execução das polí-ticas públicas setoriais. Os conselhos são os prin-cipais canais de participação popular encontrada nas três instâncias de governo (federal, estadual e municipal).

Os conselhos devem ser compostos por um número par de conselheiros, sendo que, para cada conselheiro representante do estado, haverá um representante da sociedade civil (exemplo: se um conselho tiver 14 conselheiros, sete serão repre-sentantes do estado e sete representarão a socie-dade civil). Mas há exceções à regra da paridade dos conselhos, tais como na saúde e na segurança alimentar. Os conselhos de saúde, por exemplo, são compostos por 25% de representantes de enti-dades governamentais, 25% de representantes de entidades não governamentais e 50% de usuários dos serviços de saúde do SUS. Outros conselhos, a título de exemplo, estão estruturados da seguinte forma:

Conselho de Alimentação Escolar

Controla o dinheiro para a merenda. Parte da verba vem do Governo federal. A outra parte vem da prefeitura. Verifica se o que a prefeitura comprou está chegando às escolas. Analisa a qua-lidade da merenda comprada. Verifica os alimen-tos estão bem guardados e conservados.

Conselho Municipal de Saúde

Controla o dinheiro da saúde. Acompanha as verbas que chegam pelo Sistema Único de Saú-de (SUS) e os repasses de programas federais. Participa da elaboração das metas para a saúde. Controla a execução das ações na saúde. Deve reunir-se pelo menos uma vez por mês.

Conselho de Controle Social do Bolsa Família

Controla os recursos do Programa. Verifica se as famílias do Programa atendem aos critérios para fazer parte. Verifica se o Programa atende com qualidade às famílias que realmente preci-sam. Contribui para a manutenção do Cadastro Único.

Conselho do Fundef

Acompanha e controla a aplicação dos re-cursos, quanto chegou e como está sendo gasto. A maior parte da verba do Fundef (60%) é para pagar os salários dos professores que lecionam no ensino fundamental. O restante é para pagar fun-cionários da escola e para comprar equipamentos escolares (mesas, cadeiras, quadros-negros, etc.). Supervisiona anualmente o Censo da Educação. Controla também a aplicação dos recursos do pro-grama Recomeço (Educação de Jovens e Adultos) e comunica ao FNDE a ocorrência de irregulari-dades.

Conselho de Assistência Social

Acompanha a chegada do dinheiro e a apli-cação da verba para os programas de assistência social. Os programas são voltados para as crian-ças (creches), idosos, portadores de deficiências físicas. O conselho aprova o plano de assistência social feito pela prefeitura.

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6868 | Crédito: Ed Ferreira / Ministério da Integração Nacional

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1. CONTEXTUALIzAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

A preocupação com o problema regional no Brasil esteve presente desde o século XIX, como consequência de preocupações sociais em torno das secas no Nordeste e da necessidade de contro-le do território da Amazônia.

Para o caso nordestino, como decorrência das secas, em 1877 foi criada a Comissão Impe-rial, encarregada de analisar o problema e propor soluções. Aquela comissão sugeriu o desenvolvi-mento dos transportes, a construção de barragens e a transposição do rio São Francisco.

As ações foram, no entanto, limitadas e len-tas, enquanto se aprofundava o problema social da região. Estima-se que, como consequência das secas e dos problemas sociais, tenham morrido en-tre 100 e 200 mil pessoas nas últimas décadas do século XIX. Estima-se também que, entre o final do século XIX e início do século XX, aproxima-damente 500 mil pessoas tenham se transferido ou

foram transferidas para a Região Amazônica, na expectativa das oportunidades de trabalho vincu-ladas à exploração da borracha, que emergia como novo produto de exportação (FURTADO, 2001; CANO, 1977 e 1985).

Em 1904, foram criadas comissões para ana-lisar o problema das secas no Ceará e no Rio Gran-de do Norte e, no mesmo ano, criada a Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), transformada em Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS), em 1906, e em Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), em 1945. Em 1920, havia sido criada a Caixa Especial de Obras de Irrigação de Terras Cultiváveis no Nordeste do Brasil, com 2% do orçamento da União. Em 1923, a Constituição Federal fixou em 4% do orçamento federal para o controle das secas. Em 1945, seguin-do a experiência do TVA, foi criada a Companhia Hidroelétrica do São Francisco.

| Crédito: Arquivo MMA / João Vital Solto 69

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A nova Constituição Federal, aprovada em 1946, estabeleceu vinculações orçamentárias específicas para o desenvolvimento das regiões Nordeste e amazônica. Por essa razão, foi criada a Comissão de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), em 1948. Em 1951, se-ria instituído o Banco do Nordeste do Brasil.

No entanto, o grande marco institucional da política de desenvolvimento regional, neste pe-ríodo, foi a criação da SUDENE, em 1959, que representou passo importante na incorporação progressiva da Região Nordeste ao processo de desenvolvimento nacional.

A SUDENE inicia suas ações sob a lideran-ça de Celso Furtado e dentro das linhas estabele-cidas pelo relatório do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN), instituído pelo governo federal. Essas linhas de ação foram ampliadas e detalhadas no I Plano Diretor prepara-do pela SUDENE, em 1960, para o período 1961-1963, incluindo infraestrutura, reestruturação agrícola, colonização, desenvolvimento industrial e mineral, oferta de alimentos, saúde pública, edu-cação, levantamentos cartográficos, entre outros aspectos.

No entanto, desde sua criação, a SUDENE enfrentou fortes reações político-ideológicas de parcela significativa das elites empresariais, po-líticas e intelectuais do Nordeste, no que se re-fere às suas linhas de orientação e proposições. As atas do Conselho Deliberativo da SUDENE, para o período, detalhadamente analisadas por LIMA (2008), confirmam essas dificuldades. O projeto da Lei de Irrigação, enviado ao Congres-so, em 1959, nunca foi aprovado, uma vez que trazia os meios para o controle do uso da terra e da água, bases para a reforma agrária. Isso obvia-mente suscitou as mais diferentes reações das eli-tes nordestinas. Igualmente, o projeto do I Plano Diretor sofreu fortes reações dentro do próprio Conselho Deliberativo da SUDENE e, posterior-mente, dentro do Congresso Nacional, atrasando sua aprovação.

Muitas das tentativas de planejamento re-gional de caráter democrático e distributivo, como a reforma agrária, foram abortadas com o advento dos governos militares, a partir de 1964.

Durante as décadas de 1960 e 1970 os go-vernos militares irão reforçar o caráter interven-cionista das políticas de desenvolvimento, com ênfase em instrumentos financeiros e institucio-nais, retomando de modo enfático a criação de po-los de desenvolvimento.

Nos anos 1970, os Planos Nacionais de De-senvolvimento (PNDs), foram acompanhados de uma série de Planos e Programas Regionais (Pro-grama de Desenvolvimento da Região Sudoeste do Estado do Tocantins - PRODOESTE, Programa de Polos Agropecuários e Agro minerais da Ama-zônia - POLOAMAZÔNIA, Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil - PO-LONOROESTE, Programa de Desenvolvimento dos Cerrados - POLOCENTRO, Programa de Co-operação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados - PRODECER, Programa Especial de Desenvolvimento da Grande Dourados - PRO-DEGRAN) e especialmente o II e o III PNDs, diri-giram fortes investimentos em empresas públicas no setor de bens intermediários para as regiões menos desenvolvidas do País, induzindo um pro-cesso de desconcentração industrial limitada (MI/SDR, 2012).

Entre 1980 e 1995, diante da crise fiscal e financeira do Estado, as políticas de planejamen-to em geral e as de desenvolvimento regional em particular são abandonadas pelo governo federal. Apesar da Constituição Federal de 1988 ter in-corporado vários dispositivos sobre o desenvolvi-mento regional, inclusive o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), o Fundo Cons-titucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e o Fundo Constitucional de Financiamento do Cen-tro-Oeste (FCO), seus desembolsos foram muito pequenos. O processo de desconcentração indus-trial é interrompido, impondo-se tendências de reconcentração. Na ausência de políticas federais

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e com a maior autonomia fiscal, conquistada em 1988, os estados subnacionais criam políticas de atração de investimentos com base em incentivos no ICMS, desencadeando a chamada “Guerra Fis-cal” (MI/SDR, 2012).

De 1996 a 2010 ocorre um processo de pau-latina retomada da importância do planejamento e das políticas de base territorial e regional. Na segunda metade dos anos 90 formula-se a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior do Governo Federal (PITCE) e a política dos “Eixos Nacionais de Desenvolvimento e Integração” e cria-se o Ministério da Integração Nacional. A Su-perintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e a SUDENE foram substituídas, res-pectivamente, pela Agência de Desenvolvimento do Nordeste (ADENE) e Agência de Desenvolvi-mento da Amazônia (ADA), que posteriormente vieram a ser extintas para serem substituídas pelas originais superintendências regionais. Mais tarde, a Superintendência do Desenvolvimento do Cen-tro-Oeste (SUDECO) também foi recriada. Houve a instalação da Câmara de Políticas de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional (CAPR), no âmbito da Casa Civil da Presidência da Repú-blica (2003), o lançamento da PNDR, pela CAPR,

em 2004 e sua institucionalização em 2007, por meio do Decreto Nº 6.047.

Paralelamente, em todo o período, verifi-ca-se a emergência de diversas experiências de desenvolvimento territorial local, como: Desen-volvimento Local Integrado e Social, Consórcios Municipais, Comitês de Bacia, Territórios Rurais da Cidadania e Arranjos Produtivos Locais. Na ausência de um projeto nacional e em um quadro de surgimento de “ilhas de dinamismo” nas re-giões menos desenvolvidas, em alguns casos co-nectados diretamente ao mercado externo, avança uma “desconcentração fragmentada”.

Esta etapa pode ser subdividida em duas. Uma que vai de 1996 a 2003, e outra a partir daí. Na primeira fase a política dos eixos assume uma visão de competitividade a partir de “territórios vencedores” buscando uma maior integração in-ternacional, favorecendo a fragmentação. Na se-gunda, o esforço se volta para construção de po-líticas nacionais que apontam na direção de um novo projeto nacional de desenvolvimento. No campo regional, a formulação da PNDR aponta para uma política integradora, apesar de ter en-contrado dificuldades para avançar nesta direção (MI/SDR, 2012).

2. A POLíTICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

O artigo 43 da Constituição Federal (1988) aponta as linhas gerais da Política de Desenvolvi-mento Regional, definindo que: “para efeitos ad-ministrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando o seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais”. Dispõe-se ainda que lei completar definirá condições diferenciadas de tra-tamento para “a integração de regiões em desen-

volvimento”, com planos regionais e incentivos tais como “juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias”, isenções, reduções ou “deferimento temporário de tributos federais de-vidos por pessoas físicas ou jurídicas”, além de “prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas”, contando ainda de incentivos

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para a “recuperação de terras áridas” com a coo-peração com os “pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação”.

O Decreto Nº 6.047, de 22 de fevereiro de 2007, que institui a Política Nacional de De-senvolvimento Regional, em seu artigo primeiro coloca como objetivo da PNDR “a redução das desigualdades de nível de vida entre as regiões brasileiras e a promoção da equidade no acesso a oportunidades de desenvolvimento e deve orientar os programas e ações federais no Território Nacio-nal, atendendo ao disposto no inciso III do art. 3o da Constituição”.

No entanto, as experiências concretas de implementação da PNDR, seja em sua estrutura e arranjos institucionais, seja por meio de planos e programas, foram submetidas a uma avaliação, relativa ao período entre 2003 e 2010, conforme o documento Avaliação da Política Nacional de De-senvolvimento Regional (MI/SDR; IICA, 2011).

Este documento levanta diversos aspectos, destacando certas “inconsistências institucionais” como no caso da implementação do Programa Territórios da Cidadania, sob a coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que devido a sua abrangência programática e institucional na articulação do orçamento anual e do PPA, além de sua estrutura com instâncias decisórias e técnicas bastante desenvolvidas, teria passado a assumir “as características próprias da estratégia de uma Política de Desenvolvimento Regional.” Conclui ainda o relatório: “para coor-denar, integrar e agregar ações de ministérios e ór-gãos do governo federal não teria sido necessário criar um programa, pois esse é precisamente o pa-pel da PNDR, especialmente nas áreas deprimidas que acusam maior carência de serviços públicos.”.

Outras questões dizem respeito à articula-ção federativa (relações entre o governo federal, governos estaduais e municipais), assim como a interação com as sociedades locais e o papel das Organizações Não Governamentais no âmbito do

desenvolvimento regional. Também são aponta-dos problemas com relação aos instrumentos de financiamento da PNDR, por meio dos fundos constitucionais e outros.

Este processo de avaliação conduziu à re-alização da Primeira Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional (2012) que procedeu algumas recomendações e ajustes, conforme do-cumento o técnico específico. As novas orienta-ções emanadas desta conferência subsidiaram a elaboração do Projeto de Lei (PL) Nº 375/2015, que deverá instituir a nova PNDR. Vale destacar que na justificação deste projeto de lei, o legisla-dor ressalta que “apesar de alguns êxitos, a PNDR I não logrou ainda alcançar um status de políti-ca de Estado, nem construir o consenso político e federativo necessário que a questão regional no Brasil exige.”.

O texto legislativo, além de fixar os obje-tivos e os princípios da política, trata dos eixos setoriais de intervenção prioritária, além dos cri-térios para a definição de regiões elegíveis e suas estratégias. O PL também indica um Sistema de Governança do Desenvolvimento Regional, os instrumentos de planejamento e orçamento a se-rem manejados pelo governo federal, assim como a celebração de pactos de metas estratégicas en-tre o MI e órgãos e entidades federais envolvidos para a implementação da política. Trata ainda dos mecanismos de financiamento da política e da re-orientação da gestão dos fundos constitucionais e de desenvolvimento existentes à luz das novas diretrizes e estratégias da PNDR, assim como a reformatação dos programas de desenvolvimento regional dos bancos públicos federais e estaduais existentes ou que venham a ser criados e cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR).

Importante inovação prevê que o Imposto sobre Grandes Heranças e Doações constituirá uma das fontes do FNDR. O novo tributo, com fato gerador idêntico ao do Imposto Transmissão Causa Mortis e Doação, mas recolhido pelo go-

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verno federal e com alíquotas fortemente progres-sivas, deverá ser objeto de Proposta de Emenda à Constituição.

Por fim o Projeto de Lei versa sobre o Sis-tema de Informações do Desenvolvimento Regio-nal, sob a coordenação do MI, a quem é atribuída nova tarefa de publicar relatórios de avaliação da PNDR a cada ciclo de planejamento.

eixos Programáticos e diretrizes da Pndr ii

A PNDR II, em seu texto legislativo sob tramitação no Congresso Nacional, também indi-ca eixos programáticos e diretrizes, que deverão orientar a elaboração das diretrizes e programas para o Plano de Desenvolvimento Regional Inte-grado e Sustentável da Área de Abrangência do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, a saber:

Eixo 1 – Educação e Capacitação ProfissionalEixo 2 – Ciência, Tecnologia e InovaçãoEixo 3 – InfraestruturaEixo 4 – Desenvolvimento ProdutivoEixo 5 – Acesso a ServiçosEixo 6 – Sustentabilidade

2.1. A PNDR e a Premissa de Abordagem em Múltiplas escalas

Mudanças significativas na implementa-ção de uma política regional no Brasil começam a ser expressas a partir do PPA 2004-2007 (Brasil de Todos), no qual a redução das desigualdades regionais é colocada como um de seus grandes objetivos. Segundo esse Plano Plurianual “a estra-tégia regional contempla, em especial, as poten-cialidades econômicas do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste; e dá atenção diferenciada às zonas deprimidas, cuja integração à dinâmica de cresci-

mento nacional é um dos desafios centrais para a desconcentração da renda”.

Um conjunto de propostas e ajustes desen-volvidos a partir da citada Primeira Conferência resultou no PL Nº 375/2015, em tramitação no Senado.

Nesta nova PNDR, também designada de PNDR II, a abordagem em múltiplas escalas apre-senta o seguinte desenho:

I - A PNDR possui abrangência nacional com atuação em múltiplas escalas geo-gráficas.

II - O critério para a definição de regiões elegíveis da PNDR é o nível de desen-volvimento das microrregiões do Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que são classificadas e vincula-das aos objetivos descritos no artigo se-gundo do referido PL.

III - Serão definidas também Redes de Cidades-Polo prioritárias, a partir de estudo técnico realizado para este fim, devendo-se considerar: a) A caracteri-zação e propostas da pesquisa “Regiões de Influência de Cidades” do IBGE, do estudo “Dimensão Territorial para o Planejamento” do Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Gestão (MPOG), e atualizações; b) A consulta a especia-listas, formuladores de políticas, agentes públicos e lideranças regionais e locais; c) O tratamento da Rede de Cidades-Po-lo em múltiplas escalas geográficas; d) Dar tratamento diferenciado às Redes de Cidades do Semiárido Brasileiro, da Amazônia Legal e da Faixa de Fronteira.

Deverá ainda ser elaborado o Plano de De-senvolvimento da Rede de Cidades com definição de metas concretas de fortalecimento dos polos, especialmente no que se refere à infraestrutura lo-gística, à rede de banda larga e à oferta de serviços básicos, que ampliem sua capacidade em termos de polarização, comando e organização do território.

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São ainda escalas de abordagem da PNDR as regiões especiais prioritárias: o Semiárido bra-sileiro, a faixa de fronteira e a Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal. Também as microrregiões enquadradas em um ou mais critérios de elegibilidade descritos no PL (ar-tigos 8º a 10), as macrorregiões onde mais de 70% de suas microrregiões se enquadrem nos critérios do objetivo constante do inciso I do art. 2º, assim como as regiões especiais prioritárias constituem as regiões elegíveis da PNDR.

Outra escala de atuação são as Regiões Pro-grama que poderão ser criadas a qualquer tempo e em diferentes escalas geográficas, a partir de pro-posta de qualquer das instâncias de governança do Sistema de Governança de Desenvolvimento Regional. Estas regiões serão criadas por tempo determinado e deverão ser compostas por regiões elegíveis da política, considerando que regiões não elegíveis poderão ser integradas se forem par-

te das estratégias definidas. O PL ainda indica que são consideradas Regiões Programa as regiões: Xingu, Entorno da BR 163 e Ilha do Marajó.

A PNDR atuará também no entorno de grandes projetos de infraestrutura, de grandes projetos produtivos financiados com recursos de bancos públicos de desenvolvimento. As regiões imediatas de influência dos municípios polo que forem priorizados como novas centralidades da rede policêntrica deverão constituir-se necessaria-mente em Regiões Programa.

No âmbito do PDRS-SF as escalas de abor-dagem incluem a macrorregião Nordeste, o Semi-árido, o recorte territorial específico do PISF e sua área de influência, já dentro do enfoque definido pelo artigo 14, inciso III, parágrafo terceiro do PL Nº 375. Além destas escalas, macrorregional e regional, o PDRS-SF também aborda, em seu in-terior, as Regiões Programa, orientadas segundo critérios de rede de cidades.

3. O PISF E SUA EVOLUÇÃO

Ainda no Brasil – Colônia foram escritos os primeiros relatos sobre a seca no Nordeste, que falam das migrações para regiões não afetadas pela falta d’água. Entre 1721 e 1727, durante uma grande seca que ocorreu na região, Portugal man-dou três navios de mantimentos para o Brasil e de-terminou que os beneficiados por esses alimentos fossem recrutados para trabalhos de construção de melhor infraestrutura para a região (MI/SDR, 2004).

A ideia da transposição do rio São Francis-co não é nova. Acompanhou a história do Nordes-te e do Brasil desde meados do século XIX até o início do século XXI, quando de fato, no primeiro governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, a iniciativa deixa o âmbito das proposições e passa à realidade da execução.

O Projeto de Integração do rio São Francis-co possui 477 quilômetros organizados em dois eixos de transferência de água, os Eixos Norte e Leste. A obra engloba a construção de quatro tú-neis, 14 aquedutos, nove estações de bombeamen-to e 27 reservatórios, além da recuperação de 23 açudes existentes na região que receberão as águas do rio São Francisco.

A última avaliação realizada (2016) mostra que o empreendimento está com cerca de 90% de execução física. As obras têm previsão final en-tre dezembro de 2016 e início de 2017 (PORTAL BRASIL, 2016).

Além da execução das obras, estão em exe-cução 38 planos/programas ambientais com dire-trizes aprovadas pelo Instituto Brasileiro do Meio

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Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para minimizar, compensar e contro-lar os impactos ambientais provocados pela im-plantação e operação do projeto. O Ministério da Integração Nacional, por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, já investiu cerca de R$ 1,7 bilhão em ações de revitalização no rio (op. cit.).

Nas proximidades dos eixos Norte e Leste, 296 comunidades serão beneficiadas com sistemas simplificados de distribuição de água. Essas obras serão executadas pelos governos estaduais com o apoio do Ministério da Integração Nacional para atender 77.736 habitantes, sendo 12 comunidades quilombolas e 23 indígenas.

O primeiro passo da parceria entre gover-no federal e governos estaduais foi marcado pelas assinaturas, no mês de junho, dos protocolos de intenções para implantação, operação e manuten-ção dos sistemas de abastecimento de água. Os do-cumentos foram assinados pelo ministro da Inte-gração Nacional e os governadores dos estados do Ceará, Pernambuco e Paraíba. Para implementar

as ações do protocolo de intenções serão celebra-dos termos de compromisso (op. cit.).

A CODEVASF será responsável pela ope-ração e manutenção do projeto. Cada estado terá órgãos para gestão nas respectivas bacias. A ins-tância mais alta é o Conselho Gestor, formado por representantes dos estados do Ceará, Paraíba, Per-nambuco e Rio Grande do Norte, da União e de representante do Comitê de Bacias do São Fran-cisco e das bacias receptoras. O Conselho Gestor será o responsável por aprovar o plano de gestão anual, que define a quantidade de água destinada a cada estado.

A Agência Nacional de Águas desempenha-rá o papel de órgão regulador de todo o processo de gestão do projeto. Mediante convênio com o Ministério da Integração Nacional, a Fundação Getúlio Vargas elabora um modelo sustentável de gestão do projeto. A proposta se destina a discipli-nar o uso das águas, a questão tarifária e a partilha dos custos entre os estados receptores, além da operação do sistema e o papel de cada agente no processo (op. cit.).

4. VISÃO DE FUTURO

A área de abrangência do PDRS-SF abri-ga uma região com alta prioridade na ótica da PNDR, dada a sua inserção no Nordeste do Brasil e sua localização no Semiárido, sendo objeto de uma macro intervenção do Estado: o PISF.

Neste sentido, a visão de futuro coincide com aquela prevista tanto para o Nordeste, como para o Semiárido, dentro das estratégias e diretri-zes da PNDR.

O Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste formula a seguinte visão de futuro:

O Nordeste colocará em marcha um modelo de desenvolvimento inclusivo e sustentável baseado no empreendedorismo e criatividade do seu povo, na

riqueza de sua cultura, em uma economia competitiva e integrada e no uso sustentável dos recursos naturais.

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5. objeTivoS do PdrS-SF

O desenvolvimento de um programa no Semiárido brasileiro, com o perfil do PISF, cuja engenharia hidráulica ainda é base dos investi-mentos, leva imediatamente, considerando o his-tórico de soluções propostas e implementadas até hoje nesta região, à necessidade de garantir muitos outros mecanismos e políticas públicas, para que as ações de engenharia possam de fato garantir a alteração do quadro histórico de pobreza secu-lar desta região. Ao longo de muitas décadas de ações e de processos de planejamento (a partir de meados do século passado) soluções hidráulicas são implementadas e por si só não resultaram na alteração dos baixos índices de desenvolvimento econômico regional e exclusão social.

Para que o PISF não se diferencie da polí-tica da “açudagem” apenas na sua grandiosa di-mensão é imperioso que ações, em todas as áreas do desenvolvimento, sejam articuladas, para que os resultados não se concretizem em uma maior concentração de renda, poder e terra, como histo-ricamente tem-se verificado.

Desta forma, os objetivos na elaboração do PDRS devem estar concentrados dentro da visão do desenvolvimento territorial e com base nas oportunidades e potencialidades regionais assim como na busca da inclusão social, que deve re-sultar não só da implementação de políticas emer-genciais e compensatórias, mas principalmente, de ações estruturantes que coloquem em marcha as forças do mercado, na direção da inclusão pro-dutiva, com geração e distribuição de renda, na instância local.

Programaticamente, uma das principais atribuições do Ministério da Integração Nacional está centrada na promoção do desenvolvimento regional, que deve ocorrer integrando políticas públicas, instituições, a sociedade e a iniciativa privada, dentro dos princípios da sustentabilidade,

em sua vertente social (redução das desigualda-des), econômica (viabilidade dos empreendimen-tos, nos setores apoiados) e ambiental (conside-rado que o desenvolvimento deve assegurar os recursos naturais para as gerações futuras).

Para este fim, torna-se imperioso que o Ministério da Integração Nacional articule infor-mações estratégicas, tanto da realidade socioeco-nômica e ambiental, como da multiplicidade de iniciativas governamentais, privadas e sociais da região, que permita o equacionamento de um con-junto de políticas públicas no rumo do já formula-do (no âmbito das próprias estratégias e diretrizes do MI) desenvolvimento regional, sustentável e integrado.

Nestes termos, o PDRS-SF tem, de início, um objetivo estratégico superior:

• Dotar o MI de informações estratégicas para a formulação de políticas públicas, instrumentos e ações voltados ao desen-volvimento regional sustentável e inte-grado da área de abrangência do PISF.

Este objetivo será alcançado na medida em que, no escopo do PDRS-SF (MI/SDR; IICA, 2014) forem considerados:

• A dinâmica demográfica, econômica e cultural da sua área de abrangência;

• O aproveitamento sustentável de recur-sos do semiárido com inclusão social e agregação de inovação tecnológica;

• A participação e articulação dos diferen-tes segmentos da sociedade e governos locais na definição da metodologia de elaboração do PDRS e dos produtos a serem gerados;

• A proposição de carteira de projetos prioritários em sua área de abrangência;

• A proposição dos mecanismos e instân-cias de governança para implementação do PDRS- SF;

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O mapeamento dos principais desafios a se-rem enfrentados pelo governo federal para imple-mentação do PDRS-SF.

Destas considerações e atendo-se às ques-tões básicas aqui expostas, além das característi-cas específicas da área de abrangência do plano definidas no diagnóstico elaborado, propõem-se os seguintes objetivos, geral e específicos.

objetivo geral

Promover o desenvolvimento regional sus-tentável e integrado da área do PDRS-SF a par-tir da implementação de um conjunto de políti-cas públicas estrategicamente articuladas, com o aproveitamento da água a ser disponibilizada pelo PISF, de modo a assegurar a redução das desigual-dades intra e inter-regionais, a promoção das po-tencialidades econômicas e ativos locais, visando a inclusão produtiva e assegurando à população o acesso aos serviços públicos essenciais.

objetivos específicos

1. Estabelecer a regionalização da área de abrangência do plano a partir das redes de cidades, conforme estudos governa-mentais sobre o tema, de modo a apro-veitar as estratégias e vantagens com-parativas que possam beneficiar centros urbanos e áreas rurais articulados em cada sub-região; o aproveitamento de escalas na oferta de bens e serviços públicos; o aumento da capacidade de atrair investimentos; assim como a in-corporação das áreas de baixo dinamis-mo ou estagnadas ao processo de desen-volvimento regional.

2. Fomentar a superação da pobreza, a in-clusão e o desenvolvimento social em consonância com as políticas públicas federais e estaduais, promovendo ainda a infraestrutura social básica, visando criar condições de acesso mais justo e equilibrado aos bens e serviços públicos essenciais.

3. Promover a expansão da rede de ensino profissional e tecnológico em sintonia com as necessidades do sistema produti-vo, visando o desenvolvimento de siste-mas locais de inovação.

4. Fortalecer e consolidar os corredores logísticos, promovendo a articulação intermodal entre rodovias, ferrovias e portos marítimos e fluviais, existentes e projetados.

5. Promover a valorização da diversidade cultural e ambiental, como ativo para o desenvolvimento, a partir da identifica-ção e exploração das oportunidades e potencialidades locais e regionais, in-corporando os princípios da sustentabi-lidade ambiental, da economia verde e da economia criativa.

6. Fortalecer e estruturar programas e re-des de Arranjos Produtivos Locais para o fortalecimento e o adensamento de ca-deias produtivas em sub-regiões selecio-nadas.

7. Promover o adensamento e o enraiza-mento de empreendimentos industriais e agroindustriais, articulando-os às econo-mias de base local.

8. Fomentar o desenvolvimento e a difusão de tecnologias de produção e gestão com foco na agricultura familiar, com o apro-veitamento da disponibilidade hídrica a ser ofertada pelo PISF.

9. Estabelecer um Modelo de Gestão com base nos princípios e articulação da participação social e dos entes governa-mentais no processo de execução, acom-panhamento e avaliação do plano, por meio de estruturas apropriadas de gestão e governança, estabelecendo Pacto de Metas e dando publicidade e transpa-rência às ações por meio de instrumen-tos como o Observatório de Desenvol-vimento Regional (ODR) do Ministério da Integração Nacional, tendo por base indicadores previamente definidos vol-tados para a eficiência, eficácia e efetivi-dade do plano.

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1. SITUAÇÃO ATUAL E CENÁRIO FUTURO DA REGIÃO. O POTENCIAL DE TRANSFORMAÇõES SOCIAIS E ECONôMICAS DO PISF3

Abrangendo uma superfície de 200 mil km2, pertencente aos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, a região a ser be-neficiada pelo empreendimento compreende 55% do território e 30% da população destas unidades federativas, apresentando duas distintas – porém articuladas tendências socioeconômicas.

No litoral, marcado pelo dinamismo indus-trial, comercial e dos serviços (com destaque para o turismo) das regiões metropolitanas e costeiras, a urbanização tende a 100% em extensas áreas e o crescimento demográfico é sustentado pela aflu-ência de fluxos migratórios provenientes de um in-terior, em substancial parte pertencente à própria região do projeto.

No interior, tem-se uma base de sustentação econômica e social essencialmente agropecuária, predominando atividades industriais incipientes e de caráter tradicional, além de um setor terciário (comércio e serviços) limitado pelo escasso dina-mismo da agricultura e da indústria. Exceções a esta regra geral são polos interioranos como Cam-pina Grande-PB, Juazeiro do Norte-CE e princi-palmente, Mossoró-RN, nos quais uma econo-mia diversificada impulsiona processos locais de modernização e melhoria das condições de vida. Exceções também são “enclaves” hidroagrícolas situados nas margens e proximidades do rio São Francisco, dos grandes açudes (como o Orós, o Castanhão e o Armando Ribeiro Gonçalves), de trechos de rios regularizados por grandes reserva-tórios (como o Jaguaribe e o Açu) e aqueles me-nores, localizados nas proximidades dos açudes Quixabinha, São Gonçalo e Lagoa do Arroz (ao longo do rio do Peixe).

Porém, o quadro territorial e demografica-mente dominante é marcado pelos efeitos deses-truturantes das secas sobre o setor agropecuário, que determinam uma estagnação econômica gene-ralizada e um acelerado esvaziamento populacio-nal do campo. Os contingentes migratórios assim gerados pressionam pequenas e médias cidades incapazes de absorvê-los e extravasam tanto para os polos interioranos quanto – e principalmente – para o litoral metropolitano e turístico. Com a continuidade deste processo, e na ausência da im-plantação do empreendimento, estima-se para as regiões receptoras uma estagnação demográfica nos polos com predominância da atividade agro-pecuária, com pressão sobre as pequenas e médias cidades, migração para o litoral urbano e esvazia-mento do meio rural.

Este panorama de urbanização crescente acontecerá, na ausência do empreendimento, em um contexto de contínua degradação das condi-ções de suprimento hídrico domiciliar.

Com a degradação do suprimento hídrico, as frequentes situações emergenciais de secas manter-se-ão e até aumentarão sua gravidade. Afetarão, em média (entre anos normais e com diferentes intensidades de secas) 1,16 milhões de habitantes a cada ano por volta de 2025. Haverá também elevação da incidência de doenças asso-ciadas à escassez hídrica.

No plano local, nas áreas vizinhas ao proje-to, o Estudo de Impacto Ambiental antever a ma-nutenção do quadro desfavorável à agropecuária, de êxodo rural intenso, com pequenas e médias ci-dades sob pressão demográfica permanente. Além

3 Resumo elaborado com base no Item 13. Cenários Futuros do EIA do PISF. MI/SDR, 2004.

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disso, as condições de vida das populações rurais tenderão a apresentar progressos lentos, esperan-do-se também a permanência de um quadro de relativa estabilidade, no que se refere às relações sócio-comunitárias que viabilizam a subsistência das comunidades rurais, o mesmo se aplicando às populações indígenas locais.

Do ponto de vista ambiental, tanto no plano regional como local, ocorrem problemas típicos de zonas de uso das terras para fins agropecuários e extrativismo (com exceção das áreas litorâneas). Sua cobertura vegetal de Caatinga já está bastante comprometida, com sérias consequências sobre a fauna original, a qual vem sendo caçada não só para a alimentação da população residente no Se-miárido, como vendida, principalmente a relativa à avifauna.

Destaca-se, por outro lado, que a Caatin-ga na região vem sendo degradada de forma tão intensiva, devido a sua utilização como lenha e carvão, além do uso para cercas de proteção das lavouras, que se nota, em algumas regiões, como, por exemplo, uma boa parte da Unidade de Paisa-gem Sertão Pernambucano do Pajeú, uma acelera-ção dos processos erosivos que, somados a pouca e concentrada precipitação, coloca essa área como uma zona com risco de desertificação. Aliás, cabe ressaltar que a região, como um todo, apresenta uma alta suscetibilidade ao desenvolvimento de processos erosivos, o que se manterá indefinida-mente se não houver uma política de conservação e manejo adequado das terras.

As tendências do desenvolvimento econô-mico da região, conforme citado anteriormente, e da forma como isso vem ocorrendo, tendem a am-pliar paulatinamente essa problemática ambiental. A pecuária extensiva, que hoje constitui uma das alternativas de sobrevivência, implica a abertura constante de novos pastos, da mesma forma que a coleta de espécies da Caatinga para lenha e car-vão, pois ambas desmatam os poucos remanescen-tes originais e, assim, provocam a destruição da fauna nela residente.

Caso não sejam adotadas medidas socioam-bientais, é de se esperar, portanto, a longo prazo, que a região do Nordeste Setentrional (e também da bacia do rio São Francisco) se depare, cada vez mais, com graves problemas ambientais, onde se destacam o comprometimento da biodiversidade dos ecossistemas existentes, o aumento dos pro-cessos erosivos com o consequente risco de de-sertificação de algumas áreas, conflitos sociais, o aumento do êxodo rural, diminuição da produção agrícola, dentre outros, que irão refletir na quali-dade de vida das populações não só locais como regionais.

Com a implantação do empreendimento, a operação do projeto repercutirá desde seu início em uma mudança local positiva, face à manuten-ção de vazões mínimas nos rios e riachos recep-tores (que conduzirão a água entre os sistemas de canais e os açudes receptores finais) durante todo o ano, suficientes para atender às demandas ribei-rinhas (pequena irrigação, abastecimento domici-liar, dessedentação de rebanhos etc.). Este efeito de desenvolvimento local será ainda maior com a implantação das ações de atendimento às deman-das ao longo dos canais para uso domiciliar, con-sumo animal e pequena irrigação, previstas nos programas de compensação ambiental, conforme o Estudo de Impacto Ambiental - Relatório de Im-pacto Ambiental (EIA-RIMA).

Já no plano regional, uma diferente e mais significativa gama de transformações antrópicas positivas tende a ser desencadeada com a ope-ração do projeto, principalmente pela ampliação da oferta de água para consumo domiciliar e pela diminuição das restrições hídricas ao desenvolvi-mento econômico.

O efeito econômico-demográfico mais con-cretamente associável ao projeto se fará sentir sob a forma da viabilização do uso irrigado de cerca de 186 mil novos hectares de terras agricultáveis da região, o que resultará na criação de 240 mil em-pregos rurais diretos e indiretos e, consequente-mente, na retenção de 400 mil habitantes no cam-po. Este efeito, portanto, deverá reduzir em 35% o êxodo rural previsto para acontecer até 2025 na

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ausência do empreendimento (que passará assim de 1,13 milhões para 730 mil pessoas).

Vale ressaltar que os referidos 186 mil hec-tares de terras agricultáveis estão localizados na Área Diretamente Afetada (10 Km de buffer no entorno dos canais e estruturas hídricas diretamen-te acopladas) que perfaz apenas 775.000 ha. No entanto, conforme o Item 6 do EIA (6.2.5. Pedolo-gia e Classes de Terras para Irrigação) na Área de Influência Direta (cerca de 6.650.000 ha) “no seu conjunto, apresenta boas condições para a implan-tação de projetos hidroagrícolas, oferecendo um expressivo volume de terras irrigáveis, totalizando 3.740.000 ha. As terras com melhores condições para irrigação, sem limitações ou com limitações de pouca expressão (classe 2) abrangem 500.000 ha (8% do total da área)”. Por outro lado, na pre-sença do empreendimento serão criadas condições de oferta hídrica que favorecerão (juntamente com outros fatores não-hídricos) o desenvolvimento de atividades econômicas urbanas (indústria, co-mércio e serviços), nas quais deverão ser gerados cerca de 80 mil novos empregos na Área de Influ-ência Indireta e mais 350 mil empregos nas outras regiões potencialmente beneficiárias em função dos projetos integráveis de outras bacias (Região Metropolitana de Fortaleza e Agreste Pernambu-cano), dando suporte à absorção equilibrada, nas cidades dos contingentes migratórios afluentes.

Em síntese, observa-se que o empreendi-mento terá repercussões econômicas e demográ-ficas que, embora envolvam contingentes popula-cionais expressivos e signifiquem o alívio parcial de importantes restrições, principalmente nas por-ções mais interioranas das Áreas de Influência, não alterará em substância o quadro geral de ten-dência à urbanização. Aliás, dificilmente se pode-ria esperar este tipo de efeito de qualquer projeto desta natureza – por mais abrangente que ele seja, já que a urbanização é um processo com causas que ultrapassam a problemática das secas, repre-sentando uma tendência nacional e internacional associada a profundas transformações nos padrões tecnológicos e culturais, articuladas com mudan-ças econômicas estruturais (nas quais a agropecu-

ária perde progressivamente terreno para a indús-tria e o setor de comércio e serviços).

Desta forma, pode-se até mesmo dizer que a contribuição do Projeto de Integração para o desenvolvimento econômico urbano representará um aperfeiçoamento das condições de mercado de trabalho em que se dará o inevitável aumento da concentração populacional nas cidades da região beneficiada.

Com o aperfeiçoamento do suprimento hí-drico, prevê-se ainda uma redução de cerca de 30% (340 mil pessoas) no contingente populacio-nal que estaria, no cenário tendencial, exposto às situações emergenciais das secas, em média, por volta de 2025. A incidência de doenças de asso-ciação hídrica deverá gerar em 2025, neste cená-rio, 39,7 mil internações, 13,8 mil (26%) a menos do que na situação “sem projeto”. Assim, embora seja também previsto um aumento localizado dos riscos de incidência de doenças de veiculação hí-drica (como a dengue, a esquistossomose, etc.) ao longo dos cursos d’água que terão seu regime hi-drológico alterado (cujo monitoramento e contro-le são objetos de programa ambiental específico), pode-se dizer que o empreendimento contribuirá de forma significativa também para a melhoria das condições sanitárias e para amenizar os problemas sociais agudos causados pelas condições ambien-tais da região.

Com relação aos aspectos ambientais, ob-serva-se que o Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional gera impactos que podem perfeita-mente ser mitigados ou monitorados, desde que se implantem corretamente as medidas e os Progra-mas Ambientais previstos.

Vale mencionar ainda que o quadro tenden-cial prognosticado para a Bacia do São Francisco (região doadora) não sofrerá qualquer alteração em função do Projeto de Integração, já que este não conflita com os demais usos consuntivos da água previstos nessa bacia, nem alterarão de forma marcante os contextos ambiental e energético que vigorarão independentemente de sua implantação.

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2. POTENCIALIDADES ECONôMICAS IDENTIFICADAS

A possibilidade de superação de gargalos históricos e o atendimento às demandas e poten-cialidades regionais que se colocam para a região do PDRS-SF, no contexto do PISF, decorrem, portanto, da disponibilidade de água bruta, a ser assegurada, tanto nos reservatórios existentes e projetados, como nos rios a serem perenizados e ao longo dos canais artificiais construídos.

Conforme o EIA do PISF (MI/SDR, 2004 - Item 11. Análise dos Impactos) a gestão atual (sem PISF) dos recursos hídricos no Nordeste Seten-trional oscila entre ofertar um volume de água sem a devida garantia, aumentando os riscos de déficit hídrico, ou reduzir esta oferta, impondo limitações ao crescimento regional, às vezes desnecessárias.

O PISF altera esse contexto de formas dis-tintas:

Propicia um aumento substancial da dispo-nibilidade hídrica nas bacias receptoras, incluindo

as sub-bacias do rio São Francisco, ao acrescentar as vazões que são captadas e bombeadas do rio São Francisco;

Propicia um aumento da garantia das ofer-tas hídricas do nordeste setentrional, por meio da flexibilidade do regime de operação – as águas do rio São Francisco são bombeadas na exata medida de sua necessidade; e

Propicia a otimização do uso dos recursos hídricos do Nordeste Setentrional, ao permitir a redução das perdas devidas à evaporação dos re-servatórios e ao que é vertido durante as estações chuvosas.

O Quadro 3 apresenta as vazões regulariza-das pelos açudes existentes nas bacias e sub-ba-cias receptoras, e que serão beneficiados pelo Pro-jeto, assim como as ofertas hídricas considerando as perdas atuais e após a implantação do sistema adutor de integração.

Quadro 3 - Aumento da Oferta Hídrica Garantida.

Açude Bacia Volume(100m3)

Área(km2)

Vazão regularizada nas condições atuais com

Garantia de 99% (m³/s)

Oferta Hídrica considerando Perdas

Sem o PISFGarantia de 99%

(m³/s)

Com o PISFGarantia Plena

(m³/s)

Chapéu Brígida 188 3.000 1.19 1.01 2.90

Entremontes Brígida 339 2.251 1.28 1.09 6.10

Eng° Francisco Saboia

Moxotó 504 4.365 1.35 1.15 8.63

Castanhão Jaguaribe 4.452 16.822 17.7823.09 40.57

Orós Jaguaribe 1.956 20.011 9.39

Santa Cruz Apodi 600 2187.5 3.44 2.92 22.86

Acauã Paraíba 250 3.672 1.86

4.29 7.60Camalaú Paraíba 46 1.173 0.29

Epitácio Pessoa Paraíba 536 7.904 2.90

Poções Paraíba 30 72 0.00

Armando Ribeiro Gonçalves

Piranhas 2.400 18.341 15.00 12.75 21.75

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Açude BaciaVolume(100m3)

Área(km2)

Vazão regularizada nas condições atuais com

Garantia de 99% (m³/s)

Oferta Hídrica considerando Perdas

Sem o PISFGarantia de 99%

(m³/s)

Com o PISFGarantia Plena

(m³/s)

Coremas-Mãe D’Água

Piranhas 1.359 5.587 8.50

8.95 15.97Eng° Ávidos Piranhas 255 891 1.60

São Gonçalo Piranhas 45 310 0.43

Fonte: MI/SDR, 2004.Observações: Vazões Regularizadas conforme Quadro 5.4.2.2-4 do relatório (EIA/PISF). Ofertas atuais calculadas subtraindo-se as perdas por gestão, estimadas em 15%. Ofertas hídricas com o Projeto obtidas do Quadro 12.2 do Relatório R-18 dos Estudos de Viabilidade. Em função dos resultados fornecidos pelo modelo de simulação, alguns açudes foram agrupados por sistemas locais, como é o caso do conjunto do Alto rio Piranhas (Coremas, Eng. Ávidos e São Gonçalo) ou do Médio Baixo Jaguaribe (Castanhão e Orós).

Deve-se ressaltar que os ganhos propicia-dos pela implantação do Projeto vão além dos ga-nhos localizados nos açudes que compõem a rede do Projeto. Antes mesmo de atingir esses açudes, o Projeto proporciona, ao longo do traçado de seus canais e dos cursos d’água naturais, um aumento de oferta hídrica, a ser disponibilizada para diver-sos usos difusos.

O citado documento técnico faz ainda as seguintes observações quanto à disponibilidade hídrica:

Em relação às vazões específicas naturais médias, o valor do rio São Francisco (4,49 l/s/km2) é maior, cerca de 2 a 4 vezes, que os das bacias do Nordeste Setentrional (1,03 a 2,46 l/s/km2). No entanto, quando se observam as vazões específi-cas com garantia de 99%, os valores das bacias receptoras (0,23 a 0,81 l/s/km2) chegam a apenas 1/10 da vazão da bacia do rio São Francisco (2,91 l/s/km2).

O mesmo acontece em relação às disponi-bilidades hídricas per capita. Os valores médios no Nordeste Setentrional variam entre 860 e 3.199 m3/hab/ano, enquanto na bacia doadora é de 7.025 m3/hab/ano, cerca de 2 a 8 vezes maior. Quando se analisa a disponibilidade com garantia de 99%, o rio São Francisco tem 4.558 m3/hab/ano, enquanto nas bacias receptoras esse valor cai para valores entre 99 e 725 m3/hab/ano.

O EIA do PISF, quanto ao significativo au-mento da disponibilidade hídrica na região, con-clui por um impacto positivo, direto, permanente, irreversível e de curto prazo, de alta magnitude e alta probabilidade.

Coloca-se, portanto, com relação ao aspec-to do aumento e regularização da disponibilidade de água bruta uma primordial potencialidade. Tra-ta-se do uso produtivo da água nas atividades de irrigação, aquicultura e outras atividades agrope-cuárias, além da dinamização das atividades urba-nas industriais, de comércio e serviços. Ou seja, os impactos socioeconômicos previstos, com o uso produtivo da água, podem representar, finalmen-te, um crescimento sustentável e sustentado para toda a região das bacias setentrionais do nordeste brasileiro.

Tendo em vista ainda importante diretriz da PNDR voltada ao desenvolvimento com inclusão produtiva, o potencial de uso produtivo da água deve ter como foco a agricultura familiar, assen-tamentos da reforma agrária e perímetros públicos irrigados.

Partindo do diagnóstico elaborado, dos objetivos definidos para o PDRS-SF, das carac-terísticas do PISF e das recomendações de seu EIA-RIMA (MI/SDR, 2004), assim como das considerações (em Oficinas) foi possível siste-matizar as seguintes potencialidades econômicas (entendidas também como ativos regionais) para o conjunto da área de abrangência do PDRS-SF: Agricultura Irrigada; Aquicultura; Bovinocultura de Corte; Bovinocultura de Leite; Caprinovinocul-tura; Apicultura; Negócios Não Agrícolas no Meio Rural com ênfase na economia verde, eco-agro-turismo e economia criativa; Atividades produti-vas integradas em sistemas de Convivência com o Semiárido; Atividades industriais, de serviços e comércio, tendo como referência as cidades polos; Mineração.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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3. OPÇõES PARA INTERVENÇÃO. LINHAS ESTRATÉGICAS

A área de abrangência do PDRS-SF ocupa parcela significativa do Semiárido Brasileiro, em sua porção que apresenta o maior déficit hídrico e menores desempenhos dos indicadores sociais, sendo ainda historicamente, aquela que, junta-mente com a região da Amazônia, despertou os primeiros debates sobre o desenvolvimento regio-nal no Brasil.

Atualmente, o Projeto de Lei Nº 375 de 2015, que institui a Política Nacional de Desen-volvimento Regional é o principal documento de referência desta política. Surge como resultado de sua reformulação, no contexto dos debates que conduziram à Primeira Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional, em 2012.

Neste Projeto de Lei, em seu artigo 12º, a região do Semiárido é definida como “região es-pecial prioritária” da PNDR, juntamente com a Faixa de Fronteira e a Região Integrada de Desen-volvimento do Entorno do Distrito Federal.

Assim, as orientações gerais em termos de objetivos, estratégias e eixos de atuação da PNDR colocam-se nesta região em toda a sua amplitude e abordagem. A definição de linhas estratégicas para o PDRS-SF deve, assim, ter como ponto de parti-da os eixos setoriais de intervenção prioritária aí definidos:

I. Educação e capacitação profissional.II. Ciência, tecnologia e inovação.III. Desenvolvimento produtivo.IV. Infraestrutura.V. Desenvolvimento social e acesso a ser-

viços.VI. Sustentabilidade.

Também, o Termo de Referência do presen-te projeto (MI/SDR, 2014) indica eixos temáticos

para as políticas públicas a serem adotadas na área do PISF:

• Infraestrutura de suporte ao funciona-mento das redes de distribuição de água bruta: rodovias, comunicações, trans-porte, saneamento, saúde;

• Espaço institucional para discussão e encaminhamento das políticas públicas: estabelecimento da pauta, criação, fun-cionamento, definição de membros, co-municação, localização física;

• Gestão dos conhecimentos gerados e co-municação dos resultados alcançados e a serem alcançados;

• Políticas públicas ambientais mitiga-doras: matas ciliares, fauna, flora e re-cursos minerais, bosques energéticos, aproveitamento de solos e águas e solos salinizados;

• Capacitação de gestores públicos e pri-vados locais em áreas sensíveis: gestão de recursos hídricos para finalidades múltiplas, cadeia do agronegócio, insta-lação e manutenção de equipamentos e máquinas, turismo;

• Turismo: de negócios, cultural, sol e praia, de aventura, gastronômico, rural e temático;

• Cooperação técnica internacional em elaboração de projetos de irrigação, ca-deia de agronegócio, gestão de períme-tros de irrigação, treinamento de mão de obra para assistência técnica e extensão rural;

• Identificação das entidades e condições de financiamento, com endereços e no-mes dos responsáveis para contatos.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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De outro lado, o objetivo geral definido para o PDRS-SF aponta para a “promoção do de-senvolvimento regional sustentável e integrado da área do PDRS-SF a partir da implementação de um conjunto de políticas públicas estrategicamen-te articuladas, com o aproveitamento da água a ser disponibilizada pelo PISF, de modo a assegurar a redução das desigualdades intra e inter-regionais, a promoção das potencialidades econômicas, vi-sando a inclusão produtiva e o acesso da popula-ção aos serviços públicos essenciais”.

Neste sentido, a promoção das potencialida-des econômicas visando a inclusão produtiva (linha estratégica III da PNDR), com base no aumento e regularização da oferta de água bruta coloca-se como uma estratégia primordial que, no entanto, deverá estar articulada a um conjunto de políticas públicas decorrentes das demais linhas estratégicas definidas também pela PNDR e em consonância com as recomendações do Termo de Referência, e internalizadas para a área do PDRS-SF.

Torna-se necessário também considerar os Programas Ambientais definidos a partir do EIA-RIMA do PISF. Entre os Programas são desta-cados aqueles que, tendo um caráter permanente (subsistindo após a finalização das obras – emis-são da licença ambiental de operação) podem ou devem ser incorporados ao PDRS-SF, até mesmo por recomendações do EIA que indica a transfe-rência de responsabilidade pela gestão destes pro-gramas aos Estados da área do PDRS-SF.

Por intermédio dos Estados, em articula-ção com a CODEVASF, estes programas podem ser integrados ao PDRS-SF via modelo de gestão, onde são previstas instâncias e mecanismos para este fim.

Na definição dos programas e projetos para o PDRS-SF são assim consideradas as estra-tégias da PNDR, os eixos temáticos presentes no Termo de Referência, os ativos e potencialidades selecionados e os programas ambientais do EIA do PISF.

4. eSTruTurA do PdrS-SF

Em síntese, a propositura de programas e projetos na composição da estrutura do PDRS-SF decorre tanto das diretrizes da PNDR e das diretri-zes e objetivos delineados para o PDRS-SF (con-forme Termo de Referência), como das potencia-lidades econômicas identificadas (ativos regionais – Produto 1 – Diagnóstico, Produto 3, Oficinas 1, 2 e 3 – e internalização dos Programas Ambientais do EIA-RIMA do PISF) e das necessidades do de-senvolvimento de capacidades para o associativis-mo, capacitação e assistência técnica (Produto 4 e Oficina 4), assim como da promoção da inovação tecnológica.

As opções para intervenção são então equa-cionadas em dois programas estratégicos: Pro-grama Estrutural de Apoio ao Desenvolvimento

Produtivo e Programa Complementar de Apoio ao Desenvolvimento da Infraestrutura e Sustentabi-lidade.

4.1. Programa Estrutural de Apoio ao Desen-volvimento Produtivo

Para este Programa colocam-se duas linhas estratégicas: uma voltada ao apoio ao desenvolvi-mento e execução de projetos voltados ao aprovei-tamento dos ativos e potencialidades identificadas e outra ao desenvolvimento de capacidades. Confor-mam-se assim, dois Subprogramas: Subprograma de Apoio às Potencialidades Regionais e Subprogra-ma de Apoio ao Desenvolvimento de Capacidades.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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4.1.1. Subprograma de Apoio às Potenciali-dades Regionais

Este programa contempla o apoio ao de-senvolvimento e execução de projetos voltados ao aproveitamento dos ativos regionais e potenciali-dades identificadas.

Especificamente para os ativos regionais (irrigação e aquicultura) que ganham maior di-mensão a partir da disponibilidade de água bruta e considerando as proposições do Programa Am-biental do EIA do PISF (que apontam para diferen-tes possibilidades para a execução de projetos de agricultura irrigada e de aquicultura), estes ativos foram equacionados em projetos e subprojetos, conforme os distintos públicos beneficiários: agri-cultores familiares situados às margens dos canais do PISF, agricultores familiares dos perímetros ir-rigados, agricultores familiares em projetos de as-sentamento e agricultores familiares piscicultores (ou potencialmente piscicultores). Considerou-se ainda a localização destes beneficiários, na Área Diretamente Afetada (ADA) do EIA do PIFS ou na área do PDRS-SF, exclusive a ADA.

Desta forma, são propostos os seguintes projetos e subprojetos:

1. Projeto Agricultura Irrigada. 1.1. Subprojeto Pequenas Atividades Localizadas de Irrigação. 1.2. Subprojeto Perímetros Públicos de Irrigação. 1.3. Subprojeto Irrigação em Projetos de Assentamento nos Canais do PISF. 1.4. Subprojeto Irrigação em Assentamentos no interior do PDRS-SF.2. Projeto Aquicultura. 2.1. Subprojeto Piscicultura nos açudes situados na ADA/PISF. 2.2. Subprojeto Aquicultura na Região do PDRS-SF.3. Projeto Bovinocultura de Corte.4. Projeto Bovinocultura de Leite.5. Projeto Caprinovinocultura.

6. Projeto Apicultura.7. Projeto Mineração.8. Projeto Negócios Não Agrícolas no

Meio Rural.9. Projeto Convivência com o Semiárido.10. Projeto Atividades Urbanas Produti-

vas.

Para estes projetos já existem, em diversas instâncias e instituições, iniciativas em curso ou planejadas. No âmbito do modelo de gestão estão previstos momentos; mecanismos; arranjos e ins-tâncias; indicadores e metas, onde os projetos pro-postos poderão ser detalhados, ajustados, planeja-dos e replanejados. Trata-se, portanto, de focar a ação em projetos que aproveitarão o aumento e re-gularização da oferta de água nas bacias recepto-ras, considerando as Áreas Programa já definidas.

4.1.2. Subprograma de Apoio ao Desenvolvi-mento de Capacidades

Além de definidos no Termo de Referência, o fortalecimento do associativismo, capacitação, assistência técnica e inovação tecnológica se co-locam como necessidades para o desenvolvimento de capacidades de liderança, organização social e produtiva, gerenciamento, operação de sistemas e técnicas, manejo de técnicas e adoção de ino-vações, para os diversos agentes envolvidos nas cadeias produtivas dos ativos selecionados.

Os processos de apoio ao associativismo, capacitação e assistência técnica foram propostos e definidos no âmbito do Produto 4, na Quarta Ofi-cina de Planejamento realizada.

Por outro lado, tendo em vista as estratégias da PNDR e as próprias necessidades locais de de-senvolvimento, um Projeto de Inovação Tecnoló-gica e Gestão do Conhecimento para o Semiárido também integra esta carteira. Na execução deste projeto é proposto, com base no modelo de ges-

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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tão, que as diversas instituições locais, regionais, nacionais e internacionais vinculadas à pesquisa, inovação tecnológica e conhecimento para o Se-miárido promovam articulações, no sentido de im-plementar políticas de difusão, capacitação e im-plantação de técnicas voltadas para o aumento da produção, da produtividade, da convivência com a seca, com resultados sobre a ocupação, emprego e renda.

Neste sentido são propostos os seguintes projetos:

11. Projeto de Apoio ao Associativismo.12. Projeto de Capacitação e Assistência

Técnica.13. Projeto de Inovação Tecnológica e

Gestão do Conhecimento para o Semi-árido.

4.2. Programa Complementar de Apoio ao Desenvolvimento da Infraestrutura e Sus-tentabilidade

As estratégias complementares se relacio-nam à dotação de infraestrutura, que abarca duas vertentes: a infraestrutura de apoio ao processo produtivo – logística de transportes, comunicação e etc. e a infraestrutura de caráter social - sanea-mento, saúde, educação e serviços diversos. Além disso, deve-se considerar o apoio às estratégias de sustentabilidade, que deve ser assegurada tanto como uma estratégia transversal (processos pro-dutivos de convivência com o Semiárido; uso de tecnologias e processos de baixo impacto nos pro-jetos produtivos; e licenciamento ambiental, com adoção de suas condicionantes), como em projetos específicos que visam à proteção, preservação e conservação dos recursos naturais.

Neste último caso foram observados tam-bém os programas propostos pelo Programa Am-biental do EIA do PISF, que no âmbito do PDR-S-SF serão definidos como subprojetos, uma vez que são proposições que deverão ter continuidade após o cumprimento das ações legais de compen-sação ambiental do EIA/RIMA.

Desta forma este programa contempla os seguintes projetos e subprojetos:

14. Projeto Infraestrutura Produtiva.15. Projeto Infraestrutura Social.16. Projeto Sustentabilidade. 16.1. Subprojeto de Desenvolvimento das Comunidades Indígenas. 16.2. Subprojeto de Compensação Ambiental. 16.3. Subprojeto de Conservação e Uso do Entorno e das Águas dos Reservatórios.17. Regularização Fundiária.

4.3. Carteira de Projetos

Conforme abordagem anterior, a carteira de projetos para o PDRS-SF está organizada em torno de um programa estruturante, o Pro-grama Estrutural de Apoio ao Desenvolvimen-to Produtivo, de fomento aos ativos e poten-cialidades regionais, com dois subprogramas e um Programa Complementar de Apoio ao Desenvolvimento da Infraestrutura e Sustenta-bilidade.

O Quadro 4 apresenta o conjunto dos Pro-gramas, Subprogramas, Projetos e Subprojetos a ser desenvolvido e executado pelo PDRS-SF.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Quadro 4 - Carteira Projetos do PDRS-SF.

Programas Subprogramas Projetos

Programa Estrutural de Apoio ao

Desenvolvimento Produtivo

Subprograma de Apoio às Potencialidades Regionais

1. Projeto Agricultura Irrigada

1.1. Subprojeto Pequenas Atividades Localizadas de Irrigação

1.2. Subprojeto Perímetros Públicos de Irrigação

1.3. Subprojeto Irrigação em Projetos de Assentamento nos Canais do PISF

1.4. Subprojeto Irrigação em Assentamentos no interior do PDRS-SF.

2. Projeto Aquicultura

2.1. Subprojeto Piscicultura nos açudes situados na ADA/PISF

2.2. Subprojeto Aquicultura na Região do PDRS-SF

3. Projeto Bovinocultura de Corte

4. Projeto Bovinocultura de Leite

5. Projeto Caprinovinocultura

6. Projeto Apicultura

7. Projeto Mineração

8. Projeto Negócios Não Agrícolas no Meio Rural

9. Projeto Convivência com o Semiárido

10. Projeto Atividades Urbanas Produtivas

Subprograma de Apoio ao Desenvolvimento de Capacidades

11. Projeto de Apoio ao Associativismo.

12. Projeto de Capacitação e Assistência Técnica.

13. Projeto de Inovação Tecnológica e Gestão do Conhecimento para o Semiárido.

Programa Complementar de Apoio ao Desenvolvimento da Infraestrutura e Sustentabilidade

14. Projeto Infraestrutura Produtiva

15. Projeto Infraestrutura Social

16. Projeto Sustentabilidade.

16.1. Subprojeto de Desenvolvimento das Comunidades Indígenas

16.2. Subprojeto de Compensação Ambiental

16.3. Subprojeto de Conservação e Uso do Entorno e das Águas nos Reservatórios

17. Projeto Regularização Fundiária

Fonte: Concepção e elaboração CON&SEA LTDA.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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O organograma da Figura 11 ilustra o conjunto da intervenção e sua articulação em programas, subprogramas e projetos.

Figura 11 - Programas e Projetos do PDRS-SF.Fonte: Concepção e elaboração CON&SEA LTDA.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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5. CONTEXTUALIzAÇÃO DOS PROjETOS. AÇõES E METAS

5.1. Projeto Agricultura Irrigada

É uma das principais potencialidades que se coloca para a região do PDRS-SF decorrente da disponibilidade de água bruta, a ser assegurada pelo PISF, tanto nos reservatórios existentes e pro-jetados, como nos rios a serem perenizados e ao longo dos canais artificiais construídos. Trata-se ainda de tornar produtivas terras aptas e férteis do Semiárido, potencialmente irrigáveis, da ordem de 186 mil novos hectares a serem incorporados ao processo produtivo, conforme já notado (EIA do PISF).

A agricultura irrigada é instrumento de grande fortalecimento para a agricultura fami-liar, com diversos projetos no Nordeste, em zo-nas semiáridas, em perímetros públicos irrigados. Existem experiências problemáticas, mas também existem muitas experiências de sucesso. Nos 19 perímetros públicos irrigados da área de abrangên-cia do PDRS-SF estão assentados 3.690 pequenos produtores e 154 empresas, num total de 86 mil hectares, sendo 40 mil irrigadas.

Tendo em vista ainda a diretriz da PNDR voltada para o desenvolvimento com inclusão pro-dutiva, as intervenções se voltam, portanto, para o potencial de uso da água, em um primeiro plano, para a irrigação, com foco na agricultura familiar, assentamentos da reforma agrária e perímetros pú-blicos irrigados.

Considerando as proposições já definidas em programas governamentais, como os Progra-mas Ambientais do PISF (EIA-RIMA), Períme-tros Públicos de Irrigação e Assentamentos da Reforma Agrária, apontam-se as seguintes inter-venções com base na irrigação:

• Pequenas atividades de irrigação ao lon-go dos canais para as comunidades agrí-colas.

• Perímetros Públicos de Irrigação.• Irrigação nos Projetos de Assentamento.

5.1.1. Subprojeto Pequenas Atividades loca-lizadas de Irrigação

a) Contexto

Trata-se do Programa Pequenas Atividades de Irrigação ao Longo dos Canais para as Comuni-dades Agrícolas, decorrente do EIA do PISF.

Esta intervenção se encontra equacionada em programa já formulado no âmbito dos Pro-gramas Ambientais do EIA-RIMA do PISF para a Área de Influência Direta (AID)4. No entanto, deve-se buscar uma atualização do programa pro-posto (o EIA-RIMA foi elaborado no ano 2004), como a definição de mecanismos efetivos para sua implantação e funcionamento, considerando ainda que, uma vez implantados conforme proposição do EIA-RIMA, os projetos passam à responsabili-dade dos Estados, o que poderá ocorrer no âmbito do Modelo de Gestão do PDRS-SF.

Esta proposição, conforme o EIA-RIMA se justifica, considerando: a) as necessidades de atender populações em situação de pobreza e de extrema pobreza que praticam agricultura de sub-sistência; b) a ocorrência de solos de boa qualida-de e com alta aptidão para a agricultura irrigada; c) populações próximas das estruturas hídricas de adução, mas distantes dos pontos de distribuição de água do Projeto (reservatórios); c) tomadas d’água em pontos estratégicos, a baixo custo; d)

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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grande benefício para as populações com grande aumento de produção e produtividade; e) evitar ou, ao menos, reduzir os riscos de retiradas clan-destinas; f) fazer justiça, pois sem este programa estas populações assistiriam à passagem da água, de forma abundante, sem que nenhum benefício lhes fosse trazido.

No âmbito do documento são definidos os seguintes parâmetros básicos: a) seleção de áreas com potencialidades (solo, etc.) para implantação de sistemas produtivos com a irrigação de peque-na escala; b) público local com níveis de pobreza significativos e condições de vida bastante pre-cárias; c) agricultura rudimentar de subsistência: feijão, milho, algodão, palma forrageira, caprinos, ovinos de baixíssima produtividade; d) áreas pre-liminarmente selecionadas apresentam elevada potencialidade agrícola e solos adequados; e) o programa disponibilizará tomadas d’água simples, por gravidade, em áreas selecionadas com custos extremamente baixos de engenharia; f) na primei-ra fase (projeto-piloto) está prevista a implantação de sistemas simplificados de irrigação em 3.000 ha, beneficiando 1.500 famílias.

No entanto, a estimativa total potencial é da irrigação em 33. 073 ha, sendo prevista a implan-tação de 24.400 ha, beneficiando 12.000 famílias, além da geração de ocupações e empregos indi-retos.

No Produto 3 (anexo em CD) constam ta-belas descritivas da localidades/áreas, municípios e área irrigável, tanto para os projetos previstos no Programa Ambiental do EIA-RIMA, como para a estimativa total potencial.

b) Ações

Ações de Planejamento

No âmbito do programa proposto o PISF (conforme EIA) deverá desenvolver as seguintes ações para o projeto piloto: avaliação do potencial dos solos, implantação de projeto piloto, definição

dos métodos de irrigação, elaboração dos proje-tos de irrigação/metodologia de manejo agrícola, apoio e orientação técnica para implantação dos projetos de irrigação, gerenciamento do projeto piloto, elaboração dos projetos definitivos e repas-se das atividades aos órgãos estaduais. Caberão aos governos estaduais e municipais a execução, manutenção e gerenciamento dos projetos até a sua emancipação.

No âmbito do PDRS-SF deverão ser ela-borados projetos detalhados, por Área Programa, sendo aí asseguradas ações de capacitação, crédi-to, assistência técnica, associativismo e as neces-sidades de inovação tecnológica. O detalhamento de ações/projetos nos diversos temas a serem con-templados deverão ser realizados no contexto da execução do PDRS-SF, a partir da implementação de seu modelo de gestão.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organi-zações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com irrigação) e o Núcleo de Irrigação/Sistemas Simplificados Loca-lizados (órgãos, instituições e organizações gover-namentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com o processo produtivo).

c) Metas

Implantação, a cargo do PISF em projeto piloto, de sistemas simplificados de irrigação em 3.000 ha, beneficiando 1.500 famílias, ao longo dos canais, na primeira fase/curto prazo (Projeto piloto do PISF).

Implantação, a cargo do PISF, de sistemas simplificados de irrigação em 21.000 ha, benefi-ciando 10.500 famílias, ao longo dos canais, em segunda fase.

Implantação, a cargo do PDRS-SF, de sis-temas simplificados de irrigação em 9.073 ha, be-

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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neficiando 4.536 famílias, ao longo dos canais, a curto e médio prazo.

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.1.2. Subprojeto Perímetros Públicos de Ir-rigação

a) Contexto

Trata-se do aproveitamento do potencial de irrigação com inclusão produtiva que deve ter uma definição no plano governamental (desenvolvida

e implementada via modelo de gestão proposto), haja vista o histórico problemático destes proje-tos. Existem dois programas básicos do governo federal com relação aos Perímetros Públicos Irri-gados: Programa de Emancipação dos Perímetros Irrigados e Programa de Reabilitação dos Períme-tros Irrigados, colocando-se ainda a proposição de implantação de novos Perímetros Públicos Irriga-dos no âmbito do PDRS-SF, em função de solos, disponibilidade de água, viabilidade econômico-financeira, além da necessária orientação governa-mental, considerando o potencial irrigável de 500 mil hectares diagnosticados pelo EIA.

Na área do PDRS-SF existem, conforme o DNOCS, 19 Perímetros Irrigados, ocupando uma área total de 86.760 ha, sendo 49.324 irrigáveis (Tabelas 5 e 6).

Tabela 5 - Perímetros Públicos de Irrigação existentes na área do PDRS-SF por área.

Estado Número de ProjetosÁrea (ha)

Total* Sequeiro Irrigável Implantada A implantar C/produtor

PE 4 14.364,27 5.034,27 9.330 7.826 1.504 6.914

CE 7 54.977,95 25.943,95 29.034 22.943 6.091 12.018

PB 3 7.306,64 3.708,71 3.597,93 2.954,30 643,54 2.819,30

RN 5 10.111,70 2.748,70 7.363 6.435,22 927,78 6.052,95

Total 19 86.760,56 37.435,63 49.324,93 40.158,52 9.166,32 27.804,25

Fonte: DNOCS, 2016.

Nos 19 perímetros estão assentados 3.690 pequenos produtores, 154 empresas e 131 em outra condição, conforme a Tabela 6.

Tabela 6 - Perímetros Públicos de Irrigação existentes na área do PDRS-SF por categoria de irrigantes.

Estado Número de Projeto

Categoria de Irrigantes

Pequeno Produtor Empresa Outros

AM Q AT AM Q AT AM Q AT

PE 4 7,39 679 5.018,50 61,16 31 1.896,00 0 0 0

CE 7 5,88 2.130 12.515,00 61,77 98 6.053,00 55,66 88 1.585,00

PB 3 4,50 553 2.488,55 0 0 - 26,71 27 330,19

RN 5 6,75 328 2.215,08 145,03 25 3.625,70 26,52 16 212,30

Total 19 6,03 3.690 22.237,13 75,16 154 11.574,70 108,89 131 2.127,49

Fonte: DNOCS, 2016.Nota: AM - Área Média; Q - Quantidade; AT - Área Total.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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b) Ações

Ações de Planejamento

Considerando que a gestão destes perí-metros está sob a responsabilidade do DNOCS e CODEVASF, estas instituições deverão estar articuladas no PDRS-SF (via modelo de gestão) visando definição de estratégias específicas de gestão/expansão e para a elaboração de projetos detalhados, por Área Programa, sendo aí assegu-radas ações de capacitação, crédito e assistência técnica e associativismo e as necessidades de inovação tecnológica. O detalhamento de ações/projetos nos diversos temas a serem contempla-dos deverão ser realizados no contexto da execu-ção do PDRS-SF, a partir da implementação de seu modelo de gestão.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organi-zações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com irrigação) e o Núcleo de Irrigação/Perímetros Irrigados (órgãos, instituições e organizações governamentais, públi-cas, sociais e não governamentais com interface com o processo produtivo).

c) Metas

Reabilitação e/ou emancipação de 19 Pe-rímetros Irrigados, com implantação de irrigação em 49.324 ha, sendo 60% da área irrigada para pequenos produtores, em lotes de no mínimo 6 ha.

Desenvolvimento e implantação de novos perímetros públicos de irrigação em pelo menos 20% da área irrigável total prevista de 500 mil hectares.

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no

contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.1.3. Subprojeto Irrigação em Projetos de Assentamento nos Canais do PISF

a) Contexto

Trata-se de programa proposto no âmbi-to do EIA-RIMA do PISF. No entanto, também é necessária tanto uma atualização do programa proposto (o EIA-RIMA foi elaborado no ano 2004 e novos assentamentos foram criados), como a de-finição de mecanismos efetivos para sua implanta-ção e funcionamento, tendo em vista, inclusive, o Modelo de Gestão do PDRS-SF.

O EIA-RIMA, em seus Programas Ambien-tais prevê um Programa de Apoio e Fortalecimen-to dos Projetos de Assentamentos Existentes ao longo dos Canais.

Foram identificados oito assentamentos na Área Diretamente Afetada (10 Km de buffer ao longo dos canais):

Pernambuco: PA Pedro José de Albuquer-que; PA Lage; PA Serra Negra; e PA Caldeirão do Periquito.

Paraíba: PA Santo Antônio e PA Valdeci Santiago.

Ceará: PA São Francisco e PA São Francis-co II.

b) Ações

Ações de Planejamento

Considerando que a gestão dos assenta-mentos está sob a responsabilidade do INCRA/MDA, estas instituições deverão estar articuladas no PDRS-SF (via modelo de gestão) visando de-finição de estratégias específicas para a gestão/

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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expansão/inclusão de novos assentamentos, com a elaboração de projetos detalhados, por Área Programa, sendo aí asseguradas ações de capaci-tação, crédito e assistência técnica, associativismo e as necessidades de inovação tecnológica. O de-talhamento de ações/projetos nos diversos temas a serem contemplados deverão ser realizados no contexto da execução do PDRS-SF, a partir da im-plementação de seu modelo de gestão.

Na implantação dos projetos na AID (ao longo dos canais) estão previstos, a cargo do PISF: aquisição de uma cartografia em escala adequada, caracterização e dimensionamento dos solos ap-tos nos assentamentos, definição da vazão a ser aduzida, concepção das estruturas de captação e adução, realização dos estudos ambientais e im-plementação das obras.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organi-zações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com irrigação) e o Núcleo de Irrigação/Projetos de Assentamentos (órgãos, instituições e organizações governamen-tais, públicas, sociais e não governamentais com interface com o processo produtivo).

c) Metas

Implantação, a cargo do PISF, de sistemas de irrigação nos assentamentos existentes ao longo dos canais do PISF: PA Pedro José de Albuquerque; PA Lage; PA Serra Negra; PA Caldeirão do Peri-quito (Estado de Pernambuco); PA Santo Antônio e PA Valdeci Santiago (Estado da Paraíba); PA São Francisco e PA São Francisco II (Estado do Ceará).

5.1.4. Subprojeto Irrigação em Assentamen-tos no Interior do PDRS-SF

a) Contexto

A escassez hídrica sempre aparece como uma das fortes justificativas para os diversos pro-blemas que enfrentam muitos dos assentamentos rurais no Semiárido. Com o aumento e a regulari-zação da oferta de água em posições favoráveis de acesso (PISF), esses assentamentos tornam-se um grande potencial para a irrigação, considerando que diversas outras condições para o processo produti-vo já estão colocadas.

A Tabela 7 apresenta a quantidade de assen-tamentos existentes na área do PDRS-SF, por fases de implantação e famílias assentadas. Na área do PDRS-SF existem 460 assentamentos, com capa-cidade para 26.972 famílias e 25.470 famílias as-sentadas.

Tabela 7 - Assentamentos existentes na área do PDRS-SF. Fases, quantidade, capacidade e número de famílias assentadas.

Fase do Assentamento Quantidade de Assentamentos Capacidade (famílias) Família assentadas

Criado 109 5.000 4.733

Em Instalação 85 5.118 4.926

Em Estruturação 144 7.663 7.362

Em Consolidação 107 8.000 7.402

Consolidado 15 1.191 1.047

TOTAL 460 26.972 25.470

Fonte: INCRA, 2016.

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97| Crédito: Arquivo MMA / João Vital Solto

Figura 12 - Mapa de Assentamentos da Reforma Agrária na área do PDRS-SF.Fonte: INCRA, 2016.

97

A Figura 12 apresenta o mapa com os Assentamentos da Reforma Agrária na área do PDRS-SF.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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A Área de Influência Direta (AID) do PISF (Figura 13), conforme o EIA (Item 6. Diagnós-tico da AID), no seu conjunto, apresenta boas condições para a implantação de projetos hi-droagrícolas, oferecendo um expressivo volume de terras irrigáveis, totalizando 3.740.000 ha (60% do total da área). As terras com melho-

res condições para irrigação, sem limitações ou com limitações de pouca expressão (classe 2) abrangem 500.000 ha (8% do total da área), sen-do constituídas por solos das classes Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico, Solos Aluviais e Cambissolos bem drenados e com boas condi-ções topográficas.

Figura 13 - Área de Influência Direta do PISF.Fonte: MI/SDR, 2004.

Verifica-se que parte significativa dos as-sentamentos encontra-se na AID, o que permite, preliminarmente, a título de meta inicial (a ser revista pelas instâncias do modelo de gestão, no processo efetivo de planejamento e execução do PDRS-SF) propor a implantação de sistemas de irrigação em 100 assentamentos, abrangendo cer-ca de 5.863 famílias assentadas, no curto, médio e longo prazo.

Ressalta-se que este número poderá ainda ser substancialmente acrescido, considerando a área total de abrangência do PDRS-SF, que englo-ba a totalidade das bacias setentrionais, em fun-

ção de estudos e levantamentos de solos e outras questões, como a distâncias das tomadas de água e a viabilidade social, econômica e ambiental dos sistemas de irrigação.

b) Ações

Ações de Planejamento

Além de projetos de irrigação nos assenta-mentos ao longo dos canais já referidos, deverão ser equacionados, no âmbito das instâncias do mo-

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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delo de gestão quais assentamentos, dos existentes na área do PDRS-SF, estariam aptos ou em condi-ções (físicas e socioeconômicas) de desenvolver projetos de irrigação, definindo-se critérios tais como aptidão de solos, custo-benefício (distância das captações e obras hidráulicas), fase do assen-tamento e nível de organização, entre outros, le-vando em conta inclusive o mapeamento das áreas irrigáveis identificados pelo EIA do PISF.

Desenvolver estudos para o conjunto da área de abrangência do PDRS-SF no sentido de identificar os solos irrigáveis, sua localização e quantitativos por classes de solos aptos para ir-rigação visando a implantação de projetos de ir-rigação, tanto nos assentamentos existentes e em perímetros irrigados a serem criados, além de in-centivos aos projetos privados.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organi-zações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com irrigação) e o Núcleo de Irrigação/Projetos de Assentamentos (órgãos, instituições e organizações governamen-tais, públicas, sociais e não governamentais com interface com o processo produtivo).

c) Metas

Implantação, a curto, médio e longo prazo de 100 sistemas de irrigação, em 100 assentamen-tos rurais na Área de Influência Direta do PISF, abrangendo 5.863 famílias.

Elaborar um estudo de levantamento de so-los aptos para irrigação na área de abrangência do PDRS-SF para subsidiar políticas de implantação de projetos públicos e privados de irrigação.

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.2. Projeto Aquicultura

Este projeto tem grande potencial para se estabelecer em todas as Áreas Programa do PDRS-SF, haja vista o grande número de açudes e reser-vatórios existentes e projetados.

Podem ser consideradas duas situações: a) piscicultura nos açudes situados na ADA (Área Diretamente Afetada - 10 km de buffer ao longo dos canais, conforme definido pelo EIA do PISF e b) aquicultura na área do PDRS-SF (exclusive a ADA).

Na primeira alternativa se trata de progra-ma proposto no âmbito do EIA-RIMA do PISF, mas restrito à piscicultura nas proximidades dos canais. Para a segunda alternativa torna-se neces-sária a definição dos reservatórios e açudes a se-rem contemplados, assim como das modalidades de aquicultura (piscicultura, carcinocultura, etc.) a serem apoiadas, com a eleição de critérios para a inclusão.

5.2.1. Subprojeto Piscicultura nos Açudes Situados na AdA/PiSF

a) Contexto

Este projeto deriva do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Atividades de Piscicultura presente entre os Programas Ambientais do EIA do PISF.

Tem como objetivos gerais: inserir a infra-estrutura e seguridade hídrica proporcionada pelo PISF dentro do Programa de Desenvolvimento da Aquicultura no Semiárido; promover o cultivo de peixes em tanques-rede nestes reservatórios; e promover o desenvolvimento social, econômico e cultural das populações beneficiadas pelo proje-to. E como objetivos específicos: utilizar técnicas empregadas atualmente em tanques-rede de bai-

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xo volume e alta densidade, visando a produção para o consumo e também em larga escala, onde as condições forem favoráveis, com vistas à comer-cialização; desenvolver pesquisas com espécies de peixes nativas das bacias incluídas no projeto; in-centivar o associativismo; promover a fixação de

populações de baixa renda no entorno dos reserva-tórios (aproximadamente 465 famílias).

Os reservatórios considerados pela propo-sição dos Programas Ambientais do PISF estão relacionados na Tabela 8.

Tabela 8 - Reservatórios a serem construídos ou ampliados pelo PISF.

Nome do Reservatório Área (ha) Perímetro (m)

Tucutu 360 12.019

Angico 202 16.802

Terra Nova 369 19.049

Serra do Livramento 181 5.825

Mangueira 592 21.399

Tamboril 68 6.696

Negreiros 127 7.389

Parnamirim 115 7.336

Milagres 1.498 128.724

Jati 123 10.450

Atalho 629 84.085

Cuncas 1.258 70.211

Santa Helena 278 17.969

Areias 167 10.770

Braúnas 131 6.532

Mandantes 94 8.835

Salgueiro 70 2.870

Muquem 79 7.598

Cacimba Nova 76 13.310

Bagres 75 5.418

Copiti 149 11.383

Moxotó 67 13.303

Barreiro 67 8.991

Campos 71 7.752

TOTAL 6.846 504.716

Fonte: MI/SDR, 2004.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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b) Ações

Ações de Planejamento

Para açudes e reservatórios previstos no Programa Ambiental do PISF, este programa deverá elaborar: a) dimensionamento quanto à identificação dos potenciais de produção e das es-pécies para os diferentes reservatórios; b) dimen-sionamento da infraestrutura; c) elaboração dos projetos executivos: Projeto de Instalação de Tan-ques-Rede e Galpões, Projeto de Construção de Fábricas de Ração, Projeto de Construção de Es-tações de Piscicultura e Projeto de Construção de Unidades Beneficiadoras e Frigoríficas de Peixes; d) implantação e monitoramento; e) treinamento de mão de obra e pessoal; e f) início da produção. Após a implantação, a gestão dos projetos deverá passar ao PDRS-SF/Estados, no contexto de seu modelo de gestão.

Estabelecer o processo de repasse da gestão dos projetos aos estados.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organi-zações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com a piscicultura) e o Núcleo de Aquicultura (órgãos, instituições e organizações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com o processo produtivo).

c) Metas

Implantação, desenvolvimento ou fortaleci-mento de projetos de piscicultura nos açudes si-tuados na ADA do PISF, conforme a Tabela 8, no curto prazo.

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.2.2. Subprojeto Aquicultura na Região do PDRS-SF

a) Contexto

Os projetos de piscicultura a serem implan-tados com recursos do PISF são restritos aos re-servatórios anteriormente citados. No entanto, na área do PDRS-SF existem muitos outros reserva-tórios públicos que podem ser objeto de projetos com apoio governamental, o que abre a possibi-lidade de outra linha de intervenção: Aquicultura na área do PDRS-SF (exclusive os previstos no Programa Ambiental do PISF).

O potencial para a implantação de projetos de aquicultura em toda a região do PDRS-SF é grande, haja vista a quantidade, a abrangência e a capacidade dos reservatórios públicos existentes, em uma situação de regularização de oferta hídri-ca, conforme a Tabela 9. Os reservatórios existen-tes perfazem um total de 125 unidades, situados em 84 municípios, com uma capacidade total de 14, 5 bilhões de m3.

Tabela 9 - Total de Reservatórios Públicos na área de abrangência do PDRS-SF

Estado Reservatórios Municípios Capacidade (1.000 m3)

Ceará 22 16 7.711.960

Paraíba 35 25 2.421.551

Pernambuco 26 16 1.400.313

Rio Grande do Norte 42 27 2.919.863

TOTAL 125 84 14.453.687

Fonte: DNOCS, 2016.

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No Produto 3 (Anexo em CD) são apresen-tadas tabelas com os reservatórios por Estados (CE, RN, PB e PE), os respectivos municípios e as capacidades de estocagem de água.

b) Ações

Ações de Planejamento

Considerando que a gestão dos açudes e re-servatórios está sob a responsabilidade do DNO-CS e CODEVASF, estas instituições deverão estar articuladas no PDRS-SF (via modelo de gestão) visando definição de estratégias específicas para a gestão/expansão/inclusão de novos açudes e reser-vatórios, com a elaboração de projetos detalhados, por Área Programa, sendo aí asseguradas ações de capacitação, crédito e assistência técnica, associa-tivismo e as necessidades de inovação tecnológi-ca. O detalhamento de ações/projetos a serem con-templados deverão ser realizados no contexto da execução do PDRS-SF, a partir da implementação de seu modelo de gestão.

Realizar estudos visando a definição de açu-des para a implantação de projetos de aquicultura.

Elaborar projetos de aquicultura para a área de abrangência do PDRS-SF.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organi-zações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com aquicultura) e o Núcleo Aquicultura (órgãos, instituições e orga-nizações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com o processo produtivo).

c) Metas

Implantação, desenvolvimento ou fortaleci-mento de projetos de piscicultura nos açudes si-

tuados na área de abrangência do PDRS-SF, num total de 125 reservatórios, situados em 84 muni-cípios.

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.3. Projeto Pecuária Bovina de Corte

a) Contexto

Apesar das adversidades do Semiárido a bovinocultura é uma atividade histórica em toda a região. É praticada também pela agricultura fa-miliar em pequenos rebanhos, que na maioria das vezes funciona como segurança alimentar (tendo o leite como subproduto), reserva de valor e even-tualmente como geradora de renda (venda de be-zerro ou abate eventual). Neste sentido, a pecuária bovina de corte é uma potencialidade da agricul-tura familiar, no conjunto de suas atividades. Co-loca-se como potencial no contexto do PDRS-SF nas situações já definidas para a irrigação: ao lon-go dos canais, em Perímetros Públicos Irrigados e nos Projetos de Assentamento, assim como no contexto de projetos de convivência com o Se-miárido. Neste sentido, a possibilidade de apoio a esta atividade deverá estar inserida em sistemas de produção agropecuários nas citadas situações.

Conforme ainda o diagnóstico, a bovinocul-tura sempre teve importância econômica em gran-des e médios estabelecimentos rurais do Semiá-rido, como também na reprodução da agricultura familiar. Do consórcio gado-algodão-culturas ali-mentares ao perímetro irrigado, a atividade passou também a ser exercida por pequenos produtores. Apesar da alta concentração fundiária em grande parte do Nordeste, hoje, no Semiárido, existem áreas em municípios onde “mais de 60% da área

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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dos estabelecimentos rurais está ocupada pela agricultura familiar, que detém mais de 71% dos bovinos, em mais de 85% dos estabelecimentos que possuem bovinos (NUNES, 2011).

Na área de abrangência do PDRS-SF exis-tem cerca de 276.800 pequenos agricultores (es-tabelecimentos até 100 hectares) com pequenos rebanhos bovinos (total dos municípios da área do PDRS-SF conforme IBGE/Censo Agropecuá-rio, 2006), muitos deles localizados em assenta-mentos, perímetros irrigados, ao longo dos canais, próximos aos açudes ou próximos à rios que serão perenizados.

b) Ações

Ações de Planejamento

Elaboração de projetos de crédito e assistên-cia técnica para pequenos rebanhos de pequenos produtores, no contexto dos projetos de irrigação ao longo dos canais, nos perímetros irrigados, nos assentamentos a serem contemplados por sistemas de irrigação e demais situações locacionais com viabilidade social, econômica e ambiental para a atividade.

O apoio ao desenvolvimento desta ativi-dade deve se dar no contexto dos programas já existentes no âmbito federal e estadual a partir das instituições de pesquisa e assistência técnica, com apoio de credito rural. O seu equacionamento de-verá ser definido pelo modelo de gestão.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organiza-ções governamentais, públicas, sociais e não go-vernamentais com interface com bovinocultura de corte) e o Núcleo Bovinocultura de Corte (órgãos, instituições e organizações governamentais, públi-cas, sociais e não governamentais com interface com o processo produtivo).

c) Metas

Crédito, assistência técnica e capacitação para pequenos agricultores situados ou a serem assentados nos projetos de irrigação ao longo dos canais, nos perímetros irrigados e nos assentamen-tos a serem contemplados por sistemas de irriga-ção e demais situações favoráveis, atingindo pelo menos 50%, ou 138.400 agricultores familiares nas situações sugeridas, no curto prazo.

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.4. Projeto Pecuária Bovina de Leite

a) Contexto

Por ser uma atividade com requerimentos técnicos especializados, onde produção e pro-dutividade são essenciais, esta potencialidade se destaca nas bacias leiteiras já constituídas no interior do PDRS-SF, presentes nas Áreas Pro-grama (APs): X – Agreste Pernambucano (PE), VI - Piranhas (RN) e I - Brígida (PE). Estas APs apresentaram em 2011 (último ano antes da gran-de seca) produções anuais acima de 100 milhões de litros, sendo que no Agreste Pernambucano a produção alcançou mais de 600 milhões litros. Em 2006, conforme o IBGE/Censo Agropecuá-rio, a AP I – Brígida contava com 13.856 produ-tores, a AP VI - Piranhas com 15.868 produtores e a AP X - Agreste Pernambucano com 84.988 produtores.

Outras áreas potenciais podem ser sugeridas à critério dos Estados e do Ministério da Integração Nacional, no âmbito das instâncias e procedimentos da gestão do projeto, conforme Modelo de Gestão.

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b) Ações

Ações de Planejamento

Integrar ao PDRS-SF via modelo de gestão, programas e projetos federais e estaduais nas ba-cias leiteiras de destaque na área de abrangência do PDRS-SF situadas nas Áreas Programa: X – Agreste Pernambucano (PE), VI - Piranhas (RN) e I - Brígida (PE).

Promover estudos visando a identificação de outras regiões propícias ao desenvolvimento da bovinocultura leiteira a partir da disponibilidade hídrica a ser proporcionada pelo PISF.

O apoio ao desenvolvimento deste projeto deve se dar no contexto dos programas já existen-tes no âmbito federal e estadual. O seu equacio-namento também deverá ser definido pelo modelo de gestão.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão, a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organiza-ções governamentais, públicas, sociais e não go-vernamentais com interface com a bovinocultura de leite) e o Núcleo Bovinocultura de Leite (ór-gãos, instituições e organizações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com inter-face com o processo produtivo).

c) Metas

Crédito, assistência técnica e capacitação para os pequenos agricultores organizados em co-operativas e associações nas bacias leiteiras iden-tificadas no diagnóstico. Preliminarmente, nas APs I, VI e X estima-se a incorporação de 70% dos produtores nestes projetos.

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no

contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.5. Projeto Caprinovinocultura

a) Contexto

A caprinovinocultura, como um ativo regio-nal se destaca como potencialidade, que significa diversas oportunidades, entre elas: alta adaptabi-lidade às condições da Caatinga, organização so-cial da produção com base na agricultura familiar, mercado, recursos genéticos e melhoramento, pes-quisa e desenvolvimento, parcerias e crédito.

A alta adaptabilidade da caprinovinocultura às condições da Caatinga, além de vantagem com-petitiva, possibilita o desenvolvimento de siste-mas de produção agrossilvopastoris, com grande diversificação de usos e atividades produtivas e com alto potencial de sustentabilidade social, com geração de emprego e renda, considerando a orga-nização social da produção com base na agricul-tura familiar; a preservação ambiental, com o uso adequado e sustentável dos recursos naturais e da biodiversidade; e a viabilidade econômica, com o fortalecimento de toda a cadeia produtiva no âm-bito local.

De início devem ser consideradas as áreas, no interior da área de abrangência do PDRS-SF, aonde o Programa Rota do Cordeiro (MI em par-ceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária - EMBRAPA) vem sendo implantado ou que estão em estudos para o seu desenvolvimento. Estas áreas seriam áreas potenciais prioritárias.

Por outro lado, deve-se também considerar as regiões no interior da área de abrangência do PDRS-SF em que a caprinovinocultura alcança maiores expressividades: AP IX - Moxotó/Pajeú (840 mil cabeças), XI – Paraíba (370 mil cabeças) e AP X - Agreste Pernambucano (220 mil cabe-

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ças). As Áreas Programa I – Brígida, II - Terra Nova/Pajeú, IV - Baixo Jaguaribe, VI – Piranhas, VII – Apodi e VIII – Piranhas apresentaram re-banhos com mais de 100 mil cabeças em 2011 (IBGE/Produção Pecuária Municipal, 2011). Con-forme o IBGE/Censo Agropecuário (2006), nas regiões destacadas haviam, respectivamente, o se-guinte número de criadores de ovinos e caprinos: AP I (7.788); AP II (8.744); AP IX (33.941); AP X (12.501); AP XI (13.876); AP IV (11.862); AP VI (8597); AP VII (7286); AP VIII (10.585); tota-lizando 115.181 produtores na área do PDRS-SF.

Considerando a especificidade do PDRS-SF, voltado ao aproveitamento da água a ser pro-porcionada pelo PISF, a eleição das áreas poten-ciais deveria combinar alguns fatores, tais como: presença da Rota do Cordeiro, alta concentração de cabeças, disponibilidade de água (em baixos volumes, pois a atividade é de baixa demanda), além do grau de desenvolvimento associativo dos produtores visando à adesão aos possíveis progra-mas.

Para programas de crédito com assistência técnica estima-se a participação de 50% dos pro-dutores no curto prazo.

b) Ações

Ações de Planejamento

Desenvolver estudos e reformular o Pro-grama Rota do Cordeiro (MI em parceria com a EMBRAPA), visando fortalecer e desenvolver sua ação e resultados, incluindo levantamento para ex-pansão de área e identificação de novas áreas po-tenciais, considerando o aumento e regularização da oferta hídrica.

Formular a médio e longo prazo um progra-ma de modernização da caprinovinocultura visan-do à qualificação de produtos com competitivida-de internacional, como desdobramento das ações do Programa Rota do Cordeiro, conservando as características rústicas do sistema de criação em

convivência com o Semiárido (com regularização hídrica e sustentabilidade ambiental), com gera-ção de ocupação, emprego e renda para pequenos agricultores familiares.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão, a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organiza-ções governamentais, públicas, sociais e não go-vernamentais com interface com caprinovinocul-tura) e o Núcleo da Caprinovinocultura (órgãos, instituições e organizações governamentais, públi-cas, sociais e não governamentais com interface com o processo produtivo).

c) Metas

Elaborar e implantar um programa de mo-dernização da caprinovinocultura abrangendo to-das as áreas identificadas pelo estudo recomenda-do, sendo 20% a curto prazo, 50% a médio prazo e 100% a longo prazo. Elaborar pelo menos 2 estu-dos no curto prazo.

Crédito, assistência técnica e capacitação para caprinovinocultores nas AP destacadas. Preli-minarmente estima-se a incorporação de 50% dos produtores nestes projetos.

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.6. Projeto Apicultura

a) Contexto

A apicultura é uma atividade produtiva em franca expansão, apresentando-se como uma ex-celente alternativa de exploração de propriedades

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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rurais, além de intensificar a polinização da flora da região. Além disso, é uma atividade que atende a critérios técnicos adequados ao tripé de sustenta-bilidade: ecológico, social e econômico.

A atividade apícola vem se consolidando como uma boa alternativa para geração de empre-go e renda no Semiárido, principalmente duran-te o período de seca, tornando-se uma atividade importante para os pequenos produtores rurais. A CODEVASF apoia a estruturação da atividade e já mobilizou e capacitou aproximadamente 3,3 mil produtores e investiu cerca de R$ 19 milhões de 2004 a 2011.

Do ponto de vista social a apicultura des-taca-se também por sua capacidade de gerar tra-balho e renda, auxiliando na fixação das famílias no campo, pois dentre as atividades agropecuárias é uma das que apresenta retorno financeiro mais rápido, gerando sustentabilidade sem agredir a na-tureza.

Tomando o melhor ano da série analisada no diagnóstico, 2009, verifica-se que a Área Pro-grama Baixo Jaguaribe concentra grande parte da produção com 40% da produção regional. Algu-mas APs apresentam produções regionalmente pouco significativas, como as APs II, XI e XII.

b) Ações

Ações de Planejamento

Fortalecimento dos atuais programas e pro-jetos federais (como a Rota do Mel) e estaduais nas APs que apresentam a potencialidade, com ênfase nas áreas que contarão com aumento e re-gularização de disponibilidade hídrica e projetos de fruticultura.

O apoio ao desenvolvimento deste projeto deve se dar no contexto dos programas já existen-tes no âmbito federal e estadual. O seu equacio-namento também deverá ser definido pelo modelo de gestão.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organi-zações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com Apicultura) e o Núcleo da Apicultura (órgãos, instituições e organizações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com o processo produtivo).

c) Metas

Para esse projeto as metas deverão ser esta-belecidas no contexto do modelo de gestão, pelas instâncias de planejamento e decisórias, conforme indicadores elencados.

Preliminarmente (considerando os quan-titativos de capacitação promovida pela CODE-VASF) estima-se que o projeto atinja, pelo menos, 5.000 produtores.

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.7. Projeto Mineração

a) Contexto

Conforme o diagnóstico, apesar da grande importância do setor mineral na economia brasi-leira, na região do PDSR-SF são poucos os mine-rais de destaque. No entanto, em algumas regiões do Semiárido a atividade tem importância como geradora de emprego e renda.

Na produção mineral, com representativi-dade nacional, nos Estados da área de abrangência do PDRS-SF destacam-se os seguintes produtos,

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entre minerais metálicos e não-metálicos: ben-tonita, feldspato, gipsita, magnesita, muscovita, sal, scheelita, wolframita e vermiculita. Quanto a minerais não metálicos com alguma importância regional podem ser citados: água mineral, areia, brita, cascalho e argilas cerâmicas.

Na área de abrangência do PDRS-SF desta-ca-se na mineração a região do Seridó, que abran-ge parte importante do Semiárido dos Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, apresentando im-portante potencial para exploração mineral, distri-buído por praticamente toda a região. De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mi-neral (DNPM) há um total de 7.864 pontos de ex-ploração, com os substratos de minério de ferro, minério de ouro e granito tendo o maior número de pontos de exploração. Na exploração de mine-rais não metálicos o Seridó também se destaca na atividade da cerâmica vermelha, na fabricação de tijolos, telhas e outros artefatos cerâmicos.

b) Ações

Ações de Planejamento

O PDRS-SF deverá integrar os programas e projetos de apoio à mineração em sua área de abrangência.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organi-zações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com a Mineração) e o Núcleo de Mineração (órgãos, instituições e organizações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com o processo produtivo).

c) Metas

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no

contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.8. Projeto Negócios Não Agrícolas no Meio Rural

a) Contexto

Os negócios não agrícolas nas áreas rurais têm despontado como atividades portadoras de fu-turo e da economia criativa. As atividades aí têm se desenvolvido onde existem potencialidades para o turismo ecológico, rural, cultural e científi-co, além de esportes aquáticos e radicais.

A água é pano de fundo para as mais be-las paisagens do planeta, e não seria diferente no sertão. Além do contraste paisagístico gerado pela água em meio ao Semiárido, o que possibilita a oferta de passeios temáticos, existem ainda pos-sibilidades para atividades como pesca esportiva, pesque e pague, pesque e solte, atividades espor-tivas, etc.

As áreas de grande beleza cênica e de inte-resse para a preservação da biodiversidade, onde existem Unidades de Conservação ou potencial para a sua criação, também se colocam como ati-vos regionais e com potencial para estes negó-cios.

Estas atividades não agrícolas no meio rural acabam por multiplicar outras atividades, dinami-zando o setor hoteleiro, de bares, restaurantes e pequenos negócios, valorizando a culinária regio-nal e outras manifestações culturais.

Com uma rica e diversificada cultura, o Se-miárido ainda desponta com datas e eventos mar-cantes como o São João, o carnaval fora de época, diversas outras manifestações em torno de santos padroeiros, etc.

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b) Ações

Ações de Planejamento

Trata-se de definir as áreas potenciais e mu-nicípios, atividades, programas e projetos em an-damento ou propostos na área do PDRS-SF.

O apoio ao desenvolvimento deste projeto deve se dar no contexto dos programas já existen-tes no âmbito das instituições federais e estadu-ais, assim como de iniciativas da sociedade. O seu equacionamento também deverá ser definido pelo modelo de gestão.

Trata-se da articulação e apoio para o for-talecimento ou criação de micro, pequenas e mé-dias empresas, considerando programas e linhas de crédito disponíveis em instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste do Brasil (BNB), além do Serviço de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas (SEBRAE), Empresas de Assis-tência Técnica e Extensão Rural (EMATERs) e outros.

Preliminarmente são sugeridas algumas ações, que deverão ser desenvolvidas no âmbito da implantação do modelo de gestão: a) articu-lação interinstitucional e setores produtivos; b) elaboração de um plano regional de apoio ao de-senvolvimento de negócios não agrícolas no meio rural, com a identificação das áreas potenciais; c) identificação de empreendedores; elaboração de planos de negócio e apoio na implantação de em-preendimentos.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organi-zações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com Negócios não Agrícolas no Meio Rural) e o Núcleo de Negócios não Agrícolas no Meio Rural (órgãos, instituições e organizações governamentais, públicas, sociais

e não governamentais com interface com o pro-cesso produtivo).

c) Metas

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.9. Projeto Convivência com o Semiárido

a) Contexto

Iniciativas com relação ao desenvolvimento e fortalecimento de técnicas produtivas que pres-supõem a convivência com as condições físico-bi-óticas do Semiárido, considerando ainda práticas culturais seculares dos agricultores familiares, vêm ganhando expressão e apoio em instituições governamentais tais como a CODEVASF e EMA-TERs e não governamentais como a – Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA Brasil).

Para o Projeto de Convivência com o Se-miárido da EMATER-CE as ações de convivência com o Semiárido “são compostas por um conjunto de práticas alternativas definidas e implementadas com a intenção de diminuir os riscos ou as limi-tações impostas ao desenvolvimento do processo produtivo no Semiárido cearense, influenciadas pelas adversidades do clima”.

Tendo como público alvo agricultores e agricultoras familiares, assentados da Reforma Agrária e suas famílias, o objetivo geral do proje-to cearense é “desenvolver ações visando a imple-mentação de tecnologias alternativas de convivên-cia com o Semiárido, integrando-as aos demais projetos de natureza ambiental, para dar susten-tação aos agroecossistemas, estimular o equilíbrio

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dos recursos naturais, solo e água, proporcionando a melhoria socioeconômica das famílias”.

Outras iniciativas estão em curso como o desenvolvimento da ovinocaprinocultura, com base em tecnologias de convivência com o Semi-árido, pela CODEVASF em seu Centro de Capa-citação em Bases Tecnológicas para o Semiárido (CEBATSA).

Também a ASA Brasil, organização não governamental, vem fortalecendo tecnologias vol-tadas à convivência com o Semiárido em quatro projetos básicos: P1MC - Programa Um Milhão de Cisternas; P1+2 - Programa Uma Terra e Duas Águas; Programa Cisternas nas Escolas; e Progra-ma de Manejo da Agrobiodiversidade ou Semen-tes do Semiárido.

O Instituto Nacional do Semiárido (INSA), assim como diversos outros centros de pesquisa vinculados à EMBRAPA, Universidades, Institu-tos de Educação e Escolas Agrícolas existentes na região do PDRS-SF e outras regiões do Semiárido, possuem importantes acervos de pesquisa, muitas já aplicadas, em desenvolvimento ou em fases de teste, voltadas a buscar métodos e técnicas pro-dutivas com fundamento na convivência com as condições físico-bióticas e socioeconômicas do Semiárido.

b) Ações

Ações de Planejamento

A orientação básica é a necessidade de in-tegrar os estudos e ações em andamento no de-senvolvimento de sistemas produtivos de convi-vência, que possam ser disseminados e replicados tanto nas áreas que terão acesso à agua pelo PISF, quanto àquelas que poderão ficar mais isoladas desta condição, possibilitando alternativas produ-tivas diversas.

O apoio ao desenvolvimento deste projeto deve-se dar no contexto dos programas já existen-

tes no âmbito das instituições federais e estadu-ais, assim como de iniciativas da sociedade. O seu equacionamento também deverá ser definido pelo modelo de gestão, quando deverão ser estabeleci-dos indicadores e metas.

Preliminarmente são sugeridas algumas ações, que deverão ser desenvolvidas no âmbito da implantação do modelo de gestão: a) articu-lação interinstitucional e setores produtivos; b) elaboração de um plano regional de apoio ao de-senvolvimento de projetos de convivência com o Semiárido, com a identificação das áreas poten-ciais, como projetos que envolvam a agricultura familiar.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão, a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organi-zações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com proposições de Convivência com o Semiárido) e o Núcleo de Convivência com o Semiárido (órgãos, insti-tuições e organizações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com o processo produtivo).

c) Metas

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.10. Projeto Atividades urbanas Produtivas

a) Contexto

As atividades empresariais de indústria, co-mércio e serviços apresentam seu maior potencial

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nos municípios polo, com populações acima de 50 mil habitantes, até mesmo porque entre as vari-áveis consideradas pela rede de cidades (IBGE, 2007), estas atividades são aquelas que estão in-cluídas nos critérios de hierarquização entre as cidades de uma rede ou região. As cidades polo são aquelas que disponibilizam empresas, bens, comércio e serviços para as demais, que por elas são polarizadas.

b) Ações

Ações de Planejamento

Deverão ser fortalecidos e integrados ao PDRS-SF, aliando-se às potencialidades eleitas os programas existentes de apoio à indústria, comér-cio e serviços nas cidades polo.

As ações devem estar focadas no empreen-dedorismo e no fomento a empresas de produção e serviços.

Ações institucionais

Estruturar, no âmbito do modelo de gestão a Câmara Técnica (órgãos, instituições e organi-zações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com as Atividades

Urbanas Produtivas) e o Núcleo de Atividades Urbanas Produtivas (órgãos, instituições e orga-nizações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com o processo produtivo).

c) Metas

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.11. Projeto de Apoio ao Associativismo

Para este projeto foi apresentada e aprova-da, na Quarta Oficina de Planejamento, para cada um dos ativos selecionados, considerações gerais e ações, conforme o Quadro 5.

Não foram definidas metas, considerando que as demandas específicas por projetos ainda deverão ser levantadas e planejadas no contexto do modelo de gestão. No entanto, indicadores ge-rais são propostos na Matriz de Planejamento, no Anexo I.

| Crédito: Arquivo MMA / João Vital Solto110

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Quadro 5 - Considerações gerais e ações propostas para o desenvolvimento do associativismo.

Projeto/Subprojeto Considerações Gerais Ações Propostas Escopo Mínimo

Projeto Agricultura Irrigada

Subprojeto Pe-quenas Atividades

Localizadas de Irrigação

Será necessário o desenvolvimento de um processo de organização comunitária con-siderando que o diagnóstico do EIA do PISF apresentou um quadro muito depressivo das populações residentes nas imediações dos canais, inclusive da ausência, quase que completa de organizações sociais nes-sas áreas.

Estudo sobre as ne-cessidades de apoio ao associativismo para as

atividades localizadas de irrigação.

Número de entidades associati-vas a serem criadas/apoiadas, suas estruturas organizativas e físicas, assim como as formas de apoio específico a serem pro-vidos, nos aspectos técnicos e gerenciais. Este estudo deverá ainda indicar recursos financei-ros, fontes e prazos, dentro de um cronograma a ser executado, considerando os mecanismos do Modelo de Gestão.

Subprojeto Períme-tros Públicos de

Irrigação

De uma maneira geral os perímetros irri-gados dispõem de organizações. No en-tanto, estudos e levantamentos deverão ser realizados no sentido de identificar as demandas específicas destas organizações visado a sua recriação e/ou fortalecimento.

Estudo sobre as necessi-dades de apoio ao asso-ciativismo em perímetros

públicos de irrigação.

Levantamento da situação atual do associativismo nos Períme-tros Públicos Irrigados, com de-finição do número de entidades associativas a serem criadas/apoiadas, suas estruturas orga-nizativas e físicas, assim como as formas de apoio específico a serem providos, nos aspectos técnicos e gerenciais. Este estu-do deverá ainda indicar recursos financeiros, fontes e prazos, dentro de um cronograma a ser executado, considerando os me-canismos do Modelo de Gestão.

Subprojeto Irrigação em Projetos de

Assentamento nos Canais do PISF

Subprojeto Irrigação em Projetos de

Assentamento no Interior do PDRS-SF

Existem bons níveis de organização so-cial, particularmente nos assentamentos envolvidos pelos Territórios da Cidadania, onde Colegiados Territoriais desenvolvem o planejamento dos territórios, incluindo os assentamentos, além de procederem ao acompanhamento e avaliação dos resul-tados. Nos assentamentos, considerados individualmente, também é comum a exis-tência de associações. No entanto, serão necessários levantamentos e estudos que definam as demandas para o fortalecimen-to ou criação de organizações sociais.

Estudo sobre as necessi-dades de apoio ao asso-ciativismo em projetos de

assentamentos.

Idem, considerando os Territó-rios da Cidadania e a elaboração dos Planos Territoriais de Desen-volvimento Rural Sustentável dos Territórios.

Subprojeto Pisci-cultura nos açudes situados na ADA/

PISF

Subprojeto Aquicul-tura na Região do

PDRS-SF

Em muitos projetos de piscicultura já exis-tem associações que foram organizadas tendo em vista o acesso aos programas governamentais de apoio. No entanto, es-tas organizações precisam de reforço e melhores orientações. Para novos projetos a serem incentivados, por meio do Subpro-jeto Piscicultura nos açudes situados na ADA/PISF e do Subprojeto Aquicultura na Região do PDRS-SF haverá a necessidade de criação de organizações.

Estudo sobre as necessi-dades de apoio ao asso-ciativismo em projetos de

aquicultura.

Idem, considerando as organiza-ções já existentes, suas estrutu-ras e modelos.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Projeto/Subprojeto Considerações Gerais Ações Propostas Escopo Mínimo

Projeto Agricultura Irrigada

Projeto Bovinocultu-ra de Corte

Este setor, geralmente quando se trata de pequenos produtores, não está organizado em associações especificamente voltadas para a atividade. No entanto, existem orga-nizações de pequenos agricultores (asso-ciações, sindicatos, cooperativas e outras) com os mais diversos objetivos que muitas vezes contemplam a defesa e organização do processo produtivo como um todo. Tra-ta-se assim do fortalecimento das organi-zações sociais, econômicas, culturais e produtivas da agricultura familiar em toda a sua extensão.

Estudos para o desenvol-vimento, fortalecimento

e apoio das organizações sócio produtivas da agri-

cultura familiar.

Definir mecanismos de apoio comunitário/associativista ao melhoramento e desenvolvimen-to da atividade no contexto das organizações sócio produtivas da agricultura familiar.

Projeto Bovinocultu-ra de Leite

O setor de laticínios é historicamente orga-nizado em cooperativas e em menor grau, em associações. No entanto, no Nordeste ainda há fortes carências destas organiza-ções, ficando muitas vezes os produtores de leite diretamente expostos a uma cadeia de intermediação ou isolados. Nas bacias leiteiras identificadas na região do PDRS-SF é necessário proceder a levantamentos e estudos que indiquem o diagnóstico atual do setor, neste aspecto, e promova o de-senvolvimento adequado da organização dos produtores.

Estudos para o desenvol-vimento, fortalecimento e apoio às cooperativas nas bacias leiteiras regionais.

Número de cooperativas a se-rem criadas/apoiadas, suas es-truturas organizativas e físicas, assim como as formas de apoio específico a serem providos, nos aspectos técnicos e gerenciais. Este estudo deverá ainda indicar recursos financeiros, fontes e prazos, dentro de um cronogra-ma a ser executado, consideran-do os mecanismos do Modelo de Gestão.

Projeto Caprinovino-cultura

Mais recentemente este setor vem-se es-truturando em organizações, muitas vezes induzidas por programas governamentais, como é o caso da Rota do Cordeiro. Dada a sua importância regional e mesmo na-cional, o setor carece de urgência em sua organização e representação, no sentido de internalizar e se apropriar das proposi-ções existentes e, além disso, fazer frente às exigências do mercado nacional e inter-nacional. Trata-se também da necessidade de estudos mais apropriados na definição de regiões, problemas específicos e ne-cessidades gerais da organização social e econômica, principalmente face às exi-gências de caráter produtivo, comercial e financeiro.

No contexto das Rotas do Cordeiro promover os aspectos relacionados ao associativismo. Estudos para o desenvolvimento, fortalecimento e apoio das organizações sócio produtivas da caprinovino-cultura.

Número de organizações a se-rem criadas/apoiadas, suas es-truturas organizativas e físicas, assim como as formas de apoio específico a serem providos, nos aspectos técnicos e gerenciais. Este estudo deverá ainda indicar recursos financeiros, fontes e prazos, dentro de um cronogra-ma a ser executado, consideran-do os mecanismos do Modelo de Gestão.

Projeto Apicultura

A Casa do Mel é geralmente a estrutura or-ganizativa que congrega os produtores em suas associações visando o uso comum de equipamentos produtivos. Além disso, os processos técnicos, capacitações, crédito e Assistência Técnica (ATER) são realiza-dos em grupos o que exige organização. Visando a expansão deste setor também serão necessários estudos e levantamentos que embasem a necessidade da criação de organizações.

Estudo de avaliação de resultados e proposições para o desenvolvimento e fortalecimento das casas de mel.

Idem.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Projeto/Subprojeto Considerações Gerais Ações Propostas Escopo Mínimo

Projeto Agricultura Irrigada

Projeto Mineração

O setor é organizado prioritariamente em cooperativas, havendo necessidades per-manentes de capacitação, tendo em vista novos processos tecnológicos, financia-mentos e novos projetos governamentais.

Estudos para o desenvol-vimento, fortalecimento e apoio às cooperativas de

mineração e garimpo.

Número de cooperativas a se-rem criadas/apoiadas, suas es-truturas organizativas e físicas, assim como as formas de apoio específico a serem providas, nos aspectos técnicos e gerenciais. Este estudo deverá ainda indicar recursos financeiros, fontes e prazos, dentro de um cronogra-ma a ser executado, consideran-do os mecanismos do Modelo de Gestão.

Projeto Negócios Não Agrícolas no

Meio Rural

Considerando que esta é uma proposta ain-da incipiente e carente de articulações, as necessidades de organização vão depender das áreas ou regiões onde o projeto possa atuar, definindo aí os processos organizati-vos de produtores e empreendedores enga-jados nos projetos.

Estudos para a identifica-ção de comunidades ou regiões adequadas à pro-jeto negócios não agríco-las no meio rural.

O estudo deve focar na identifi-cação de áreas/atividades com o perfil adequado e potencial asso-ciativo para a atividade, definindo as condições para o seu desen-volvimento, além de indicar re-cursos financeiros, fontes e pra-zos, dentro de um cronograma a ser executado, considerando os mecanismos do Modelo de Gestão.

Projeto Convivência com o Semiárido

Este é um setor que prima pela organiza-ção, uma vez que este é um pressuposto da própria atividade. A Articulação do Se-miárido (ASA Brasil) congregando mais de mil organizações de pequenos produtores no semiárido desponta como uma forte liderança organizada, que deverá ter apoio no PDRS-SF no sentido de fortalecer e de-senvolver as experiências de convivência com o semiárido. O processo nesta ativi-dade deverá estar mais voltado ao apoio e fortalecimento das organizações existentes e na criação de novas organizações que multipliquem as experiências em curso.

Projeto de apoio ao fortale-cimento das organizações existentes e na criação de novas organizações que multipliquem as experiên-cias em curso.

O projeto deve ser desenvolvido e executado com forte interface com a ASA no sentido de asse-gurar a metodologia e procedi-mentos da organização, além de indicar recursos financeiros, fontes e prazos, dentro de um cronograma a ser executado, considerando os mecanismos do Modelo de Gestão.

Projeto Atividades Urbanas Produtivas

Nas cidades, as atividades urbanas têm suas organizações próprias como Clubes de Diretores Lojistas, Associações Comer-ciais, de Serviços e Indústria, que às vezes abrangem também a agropecuária. As ne-cessidades de apoio dizem respeito mais a capacitação e articulações tendo em vista as oportunidades e possibilidades de avan-ços para o setor.

Projeto de apoio ao fortale-cimento das organizações existentes e na criação de novas organizações que multipliquem as experiên-cias em curso.

O projeto deve ser desenvolvido e executado com forte interface com as organizações do setor, definindo ações e metas, além de indicar recursos financeiros, fontes e prazos, dentro de um cronograma a ser executado, considerando os mecanismos do Modelo de Gestão.

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5.12. Projeto de Capacitação e Assistência Técnica

O dinamismo que se espera para a região a partir do desenvolvimento mais acelerado das atividades econômicas (considerando o PISF e o PDRS-SF) de uma maneira geral e mais particu-larmente para os ativos regionais identificados e eleitos coloca a necessidade de processos de capa-citação e assistência técnica para empreendedores para estas atividades.

Considerando cada um dos projetos de apoio aos ativos regionais selecionados, apresen-tam-se as necessidades de capacitação e assistên-cia técnica para empreendedores.

Projeto Agricultura Irrigada

a) Capacitação

Temas:

1. Uso e Manejo de Irrigação

Classes de Solos e Irrigação; Características Físico-Hídricas e Dinâmica Água Solo; Trans-porte de Água no Sistema Solo-Planta-Atmos-fera; Requerimento de Água pelas Culturas; Seleção de Métodos de Irrigação; Avaliação de Desempenho de Sistemas e Projetos de Ir-rigação; Aplicação de Fertilizantes e Produtos Químicos Via Irrigação; Estratégias de Manejo de Irrigação; Custos na Agricultura Irrigada; Captação e Usos de Água na Propriedade.

Esta demanda pode ser atendida conforme cur-so ministrado por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores e especialistas da EMBRAPA e instituições parceiras. A capacitação sobre o uso e manejo da irrigação, é oferecido via web, para aperfeiçoamento de técnicos, extensionis-tas, produtores rurais, estudantes e agrônomos, bem como a todos os que lidam com irrigação (EMBRAPA, 2016).

2. Estudos de mercado na definição de cultivos.

3. Planejamento, crédito e gerenciamento da pro-dução e mercado.

4. Associativismo e comercialização da produ-ção.

b) Assistência Técnica

A assistência técnica deve ser prestada em todas as etapas do uso e manejo da irrigação, assim como nos aspectos específicos de tratos culturais e con-dução dos cultivos implantados.

Projeto Aquicultura

a) Capacitação

Temas:

1. Capacitação continuada em Piscicultura de água doce.

Módulo I. Construção de viveiros. Módulo II. Anatomia e fisiologia de peixes. Módulo III. Nutrição e alimentação. Módulo IV. Reprodução, larvicultura e alevi-

nagem. Módulo V. Bem-estar animal e despesca. A EMBRAPA Pesca e Aquicultura oferece um

curso composto por cinco módulos, conforme os temas acima elencados, além de um módulo zero, aplicados a cada dois meses, perfazendo 24 horas cada um, podendo ser adaptados a uma realidade a pedido do público. O Módulo zero consiste na apresentação da proposta de capacitação, cronograma de aulas e requisitos para participação, formação do comitê técnico gestor, avaliação de nivelamento de conheci-mentos e uma palestra sobre associativismo e cooperativismo.

b) Assistência Técnica

O citado curso se constitui em assistência técnica na medida em que ações de capacitação continuada apresentam maior efetividade na transferência de tecnologias e conhecimentos, uma vez que existe a criação de uma esfera de inter-relações entre os partícipes do processo (técnicos, extensionistas, produtores e iniciativa privada) com a equipe de

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funcionários da EMBRAPA Pesca e Aquicultura. Dessa forma, a existência de um canal de comu-nicação direto e confiável possibilita a construção do conhecimento de forma sólida e passível de ser replicado e difundido como tecnologia. Nesse ce-nário, foi incorporada ao processo metodológico do curso a implantação de uma Unidade de Refe-rência Tecnológica (URT), que consiste na reali-zação de um cultivo de tambaqui em um viveiro escavado ou barragem, na fazenda de um parcei-ro, desde o início do cultivo até a despesca, para demonstração e aprendizagem aos participantes deste curso. Ou seja, foi instituído que cada parti-cipante é automaticamente incumbido a implantar uma URT na propriedade de um dos seus clientes, no caso de técnicos e extensionistas, ou em sua propriedade, no caso de produtores rurais. Esta so-lução tecnológica foi desenvolvida pela EMBRA-PA em parceria com outras instituições.

Projeto Bovinocultura de corte

a) Capacitação

Temas:

1. Bovinocultura de corte e manejo. Manejo intensivo de pastagens; Irrigação de

pastagem; Cerca elétrica; Pastagem de in-verno; Alimentação; Sanidade; Formação de pastagens; Manejo de pastagens; Manejo re-produtivo e problemas ligados à reprodução; e Manejo de bezerras e novilhas.

2. Gerenciamento da propriedade.

3. Manejo alimentar e eficiência produtiva.

4. Modelo silvopastoris.

5. Forrageiras recomendadas.

6. Alimentação suplementar para a época seca do ano.

Uso de cana-de-açúcar com ureia na alimenta-ção de bovinos.

7. Controle de endo e ectoparasitas.

8. Melhoramento animal e escolha de touro para acasalamentos.

b) Assistência técnica

A assistência técnica deverá estar focada nos te-mas acima listados e de preferência articulada ao crédito, na implantação destes métodos e técnicas.

Projeto Bovinocultura de leite

a) Capacitação

Temas:

1. Proleite Este curso é ofertado pelo Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR) e objetiva a capacitação em sistema intensivo de produ-ção de leite a pasto, com a finalidade de alcan-çar, em curto prazo, a melhoria na produtivi-dade e, consequentemente, melhores ganhos, sendo ministrado os seguintes módulos:

Módulo I- Planejamento e gerenciamento de propriedades leiteiras.

Módulo II- Cana-de-açúcar - Formação do canavial.

Módulo III- Manejo intensivo de pastagens. Módulo IV - Irrigação de pastagem. Módulo V - Cana-de-açúcar - Manejo do Ca-

navial. Módulo VI - Cerca elétrica. Módulo VII - Pastagem de inverno. Módulo VIII - Alimentação. Módulo IX - Cana-de-açúcar - Colheita e uti-

lização na alimentação. Módulo X - Sanidade. Módulo XI - Manejo de ordenha e qualidade

do leite. Módulo XII - Formação de pastagens. Módulo XIII - Manejo de vacas e touros. Módulo XIV - Manejo de pastagens. Módulo XV - Manejo reprodutivo. Módulo XVI - Manejo de bezerras e novilhas.

outros temas para capacitação:

1. Gerenciamento da propriedade leiteira.

2. Manejo alimentar e eficiência produtiva de re-banhos leiteiros.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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3. Panorama do setor leiteiro nacional: análise e perspectivas.

4. Modelo de produção de leite a pasto com gado mestiço.

5. Modelo intensivo de produção de leite com gado puro holandês.

6. Modelo silvipastoril de produção de leite.

7. Produção de leite e conservação ambiental.

8. Manejo de pastagens.

9. Forrageiras recomendadas para a região tropical.

10. Alimentação suplementar para a época seca do ano.

11. Plantio e manutenção de canavial.

12. Uso de cana-de-açúcar com ureia na alimenta-ção de bovinos.

13. Manejo sanitário do rebanho leiteiro.

14. Controle de endo e ectoparasitas.

15. Manejo reprodutivo e problemas ligados à re-produção.

16. Identificação de escore corporal de fêmeas para a reprodução.

17. Boas práticas de ordenha manual e mecânica.

18. Melhoramento animal e escolha de touro para acasalamentos.

19. Teste de progênie em Gir e Guzerá.

20. Criação de bezerras e novilhas.

21. Alimentação de vacas leiteiras.

b) Assistência técnica

A assistência técnica deverá estar focada nos te-mas acima listados e de preferência articulada ao crédito, na implantação destes métodos e técnicas.

Projeto Caprinovinocultura

a) Capacitação

Temas:

1. Sistemas de produção.

2. Manejo reprodutivo.

3. Conservação de forragem (silagem e feno).

4. Alimentação.

5. Verminoses e ectoparasitas.

6. Manejo de cria, recria e terminação.

7. Principais doenças.

8. Forragem (pastagem e capineira).

9. Custo de produção.

10. Panorama da ovinocaprinocultura no mundo e no Brasil.

11. Instalações; Pastagens e Forrageiras.

12. Manejo animal.

13. Sanidade Raças e cruzamentos.

14. Produção de carne.

15. Mercado.

16. Aspectos zootécnicos e econômicos da cria-ção.

b) Assistência Técnica

A assistência técnica deverá estar focada nos te-mas acima listados e de preferência articulada ao crédito, na implantação destes métodos e técnicas.

Projeto Apicultura

a) Capacitação

Capacitação voltada à mão de obra deste segmen-to para a melhoria da oferta dos diversos produtos de qualidade, contemplando a segurança relativa a essa ocupação e que atendam às exigências do mercado consumidor.

Temas:

1. Planejamento e implantação de apiário. Módulo I. Implantação do apiário. Módulo II. Produção de mel e aproveitamento

de cera. Módulo III. Produção de pólen. Módulo IV. Produção de rainhas e geleia real. Módulo V. Produção de própolis. Módulo VI. Apicultura - Gestão e planejamen-

to do apiário.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Outros temas:

1. A importância da apicultura.

2. Biologia das abelhas.

3. Abelhas solitárias.

4. Abelhas sociais.

5. Abelhas sem ferrão.

6. Abelhas com ferrão.

7. História da apicultura.

8. Sociedade.

9. Materiais apícolas.

10. Povoamento do apiário: captura de enxames fixos e divisão artificial.

11. Manejo do apiário.

12. Flora apícola.

13. Produção, extração e análise do mel.

14. Produção e extração da própolis.

15. Produção e extração do pólen.

16. Produção e extração de cera.

17. Produção e extração de geleia real.

18. Produção, banco e introdução de rainhas.

19. Extração do veneno das abelhas.

20. Inimigos e doenças das abelhas.

21. Apiterapia.

22. Planejamento, gerenciamento e legislação da atividade apícola.

23. Abelhas indígenas sem ferrão.

b) Assistência Técnica

A assistência técnica deverá estar focada nos te-mas acima listados e de preferência articulada ao crédito, na implantação destes métodos e técnicas.

Projeto Mineração

a) Capacitação

A capacitação neste setor ocorre por demandas es-pecíficas de cooperativas organizadas e em função

de minerais específicos e seus processos técnicos particulares.

b) Assistência Técnica

A partir dos processos de capacitação.

Projeto Negócios Não Agrícolas no Meio Rural

a) Capacitação

Identificar e implantar negócios de turismo rural, ambientalmente corretos, aliados às habilidades e vocações do produtor e da sua família, com conse-quente diversificação e aumento de renda da pro-priedade rural.

Temas:

1. Cadeia produtiva do turismo rural. Módulo I. Hospedagem e gastronomia. Módulo II. Histórico cultural – Ex: Fazendas

históricas. Módulo III. Agroprodução e agrotransforma-

ção. Módulo IV. Esporte e natureza – Ex: Cavalga-

das. Módulo V. Educação – Ex: Fazendas pedagó-

gicas. Módulo VI. Vivências humanas. Módulo VII. Outras (propostas diferenciadas

eventos, negócio, incentivo, etc.).

2. Turismo Rural - Oportunidades de negócio. Módulo I. Articulação e sensibilização. Módulo II. Identificação e seleção de oportu-

nidades de negócio. Módulo III. Planejamento e implantação de

pousadas e restaurantes rurais. A acolhida no meio rural.

Módulo IV. Roteiros, trilhas e caminhadas ecológicas; Implantação dos pontos de venda de produtos agroalimentares típicos e de arte-sanato; Comandando e organizando a cozinha rural; Os segredos da boa culinária rural; O serviço de restaurantes rurais.

Módulo V. Consolidação das ações desenvol-vidas.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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b) Assistência Técnica

A assistência técnica deverá estar focada nos te-mas acima listados e de preferência articulada ao crédito, na implantação destes métodos e técni-cas.

Projeto Convivência com o Semiárido

a) Capacitação

Estes sistemas devem ser desenvolvidos, junto aos produtores optantes, dentro das perspectivas que vem sendo trabalhadas pela ASA Brasil, em parceria com as Empresas de Assistência Técnica estaduais e a EMBRAPA.

b) Assistência Técnica

A assistência técnica deverá estar focada em sistemas de convivência com o Semiárido e de preferência articulada ao crédito, na implantação destes métodos e técnicas.

Projeto Atividades urbanas Produtivas

a) Capacitação

Dada a diversidade de atividades, a capacitação deve ser voltada ao empreendedorismo, dentro da gama de possibilidades ofertada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SE-BRAE), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP) e demais entidades dos serviços de apoio ao comércio, indústria e serviços, tais como: Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Co-mercial (SENAC), etc.

b) Assistência Técnica

A assistência técnica deverá estar focada nos te-mas específicos de cada setor, a partir de defini-ções das capacitações e de preferência articulada ao crédito.

5.13. Projeto de Inovação Tecnológica e Ges-tão do Conhecimento para o Semiárido

a) Contexto

Conforme o documento da Primeira Con-ferência Nacional de Desenvolvimento Regional (MI/SDR, 2012):

A economia do conhecimento está presen-te em todos os setores que vêm ocupando a dianteira nas estratégias de competitivida-de. Portanto, falar em desenvolvimento sem se preocupar com inovação é insistir nos pa-radigmas do passado. Entretanto, quando se fala em inovação não está se referindo ne-cessariamente, ou tão somente, aos setores altamente de ponta, como o aeroespacial, o de tecnologia de informação etc. Quais-quer setores, mesmo os tradicionais, podem recorrer à inovação como instrumento de promoção de produtividade, aumento da participação no mercado, enfim, como ins-trumento de promoção de competitividade. Outro aspecto importante é que uma empre-sa dificilmente inova sozinha, isoladamente, ou seja, a inovação é resultado de um tra-balho coletivo, do qual participam empre-sas do mesmo setor, inclusive fornecedores, universidades, centros de pesquisa, órgãos de formação e treinamento de recursos hu-manos etc., atuando dentro de um ambiente inovativo ou em redes.

A Política Nacional de Desenvolvimento Regional deve colocar como uma de suas prioridades o propósito de ajudar a criar mecanismos e instrumentos que viabilizem a desconcentração regional dos gastos de C&T, assim como dos seus rebatimentos sobre as atividades produtivas, isto é, sob a forma de inovação.

Nos últimos anos verifica-se um esforço de desconcentração, com a interiorização das Universidades Federais e dos Institutos Fe-derais, expansão e fortalecimento dos pro-gramas de pós-graduação nas regiões menos desenvolvidas, alguns projetos estruturantes

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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como a criação do Instituto Nacional do Se-miárido (INSA) e do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE). Con-tudo, é preciso ir muito além para reduzir as desigualdades. É necessário ousar para fazer da ciência, tecnologia e inovação o eixo estruturante de um projeto de desenvol-vimento com menor desequilíbrio regional.

Proposições na área do conhecimento, ciên-cia e tecnologia para o Semiárido, já vêm, portan-to, sendo desenvolvidas. No âmbito do PDRS-SF trata-se de, através das instâncias de seu modelo de gestão, formular prioridades voltadas ao desenvol-vimento tecnológico para as atividades produtivas eleitas em suas potencialidades e ativos regionais.

b) Ações

Mediante as instâncias do modelo de gestão do PDRS-SF deverão ser aplicadas as diretrizes sugeridas pelo referido documento da PNDR.

1. Apoiar a estruturação e o fortalecimen-to do Sistema Regional de Inovação do Semiárido.

2. Construir uma agenda estratégica re-gional e agendas estaduais de ciência, tecnologia e inovação alinhadas com a Estratégia Nacional de Ciência e Tecno-logia (ENCTI) e a PNDR.

3. Criar mecanismos efetivos de estímu-lo à inovação, de atração e promoção de empresas inovadoras no âmbito dos fundos de desenvolvimento e dos siste-mas de incentivos fiscais para o desen-volvimento regional.

4. Ampliar e fortalecer os programas de pós-graduação nas regiões Norte, Nor-deste e Centro-Oeste e demais Regiões Programa da PNDR, tendo como refe-rência metas definidas para a ampliação da formação de mestres e doutores na região, com foco em áreas tecnológicas e vocações regionais.

5. Aprofundar o processo de interioriza-ção dos Institutos Federais (IFs) e Uni-versidades Federais na região.

6. Estruturar a Rede Regional de Inova-ção, articulando universidades, institui-ções de pesquisa e empresas, em torno de temáticas estratégicas para o desen-volvimento sustentável da PNDR.

7. Estruturar e/ou fortalecer uma Rede de Extensão Tecnológica com foco em mi-cro, pequenas e médias empresas.

8. Fomentar o desenvolvimento e a difu-são de tecnologias de produção e gestão com foco na Agricultura Familiar.

9. Definir e/ou reforçar o foco na inovação nos programas de apoio a APLs, favo-recendo a estruturação de Sistemas Lo-cais de Inovação.

10. Utilizar compras públicas e programas federais para estimular a pesquisa, o de-senvolvimento e a difusão de tecnolo-gias sociais e de promoção da economia verde.

c) Metas

O avanço das metas deverá seguir um pla-nejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão (Ver Anexo I. Ma-triz de Indicadores e Metas).

5.14. Projeto infraestrutura Produtiva

a) Contexto

Elemento decisivo da infraestrutura produ-tiva para o Semiárido, a disponibilidade de água é um pressuposto do PDRS-SF. Neste sentido a ação da CODEVASF, no papel de ente administrativo responsável pelo PISF e operadora do sistema hí-

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drico em implantação, será de crucial importância, sendo fundamental a participação e liderança da empresa no processo de gestão do PDRS-SF, no contexto de seu modelo de gestão.

Quanto à infraestrutura produtiva em geral, o documento da Primeira Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional (MI/SDR, 2012) enfatiza:

Os investimentos em infraestrutura repre-sentam um instrumento direto e eficaz da política pública no combate às desigualda-des regionais, por duas razões básicas. Em primeiro lugar porque existe uma elevada correlação entre o grau de desenvolvimen-to e as dotações de infraestrutura. Sua pre-sença no espaço, conjugada com qualidade, são decisivas na orientação da localização dos investimentos privados e na estrutura-ção de polos regionais e áreas de influência, determinando o campo de forças da configu-ração regional. Em segundo lugar porque, sendo empreendimentos em grande escala com retornos de longo prazo, investimentos em infraestrutura são, em geral, realizados direta ou indiretamente pelo Estado, mesmo que sua gestão e exploração, muitas vezes, sejam feitas pela iniciativa privada aos mol-des da parceria público-privada.

A infraestrutura, principalmente no trans-porte, logística, energia e telecomunicações, tem um papel chave na orientação e atrati-vidade de investimentos produtivos privados bem como na sustentação do desenvolvi-mento das regiões. As inversões nestes seg-mentos elevam a competitividade sistêmica da economia regional, promovendo efeitos multiplicadores e dinamizadores nos demais setores, induzindo outros investimentos.

A logística merece um destaque por seu pa-pel especialmente estratégico no processo de desenvolvimento. Rodovias, hidrovias, dutos e ferrovias são artérias de integração comercial e produtiva, são vias que abrem caminho para a indústria, a agropecuária e o comércio. Além de estruturas para cir-culação, elas representam possibilidades

na construção de arranjos institucionais e novas formas de aprimorar processos de de-senvolvimento regional.

Corredores logísticos são eixos de desen-volvimento e integração e instrumentos de ordenação do território. Por isso, seu pla-nejamento não comporta apenas objetivos logísticos stricto sensu, mas deve refletir estratégias de desenvolvimento regional e integração, considerando as necessidades e possibilidades de uma distribuição mais equilibrada da rede de cidades, de articula-ção intra e inter-regional e de inserção das diversas porções do território na economia nacional e global.

O Projeto de Lei Nº 375 do Senado, em tra-mitação (2015), que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Regional aponta os eixos do desenvolvimento regional sustentável e suas di-retrizes. Com relação ao Eixo Infraestrutura são definidas as seguintes diretrizes:

1. Inserir e priorizar no Plano Nacional de logística Integrada (PNLI) os projetos demandados pela estruturação da Rede Policêntrica de Cidades e pelas diretri-zes de integração produtiva definidas nesta PNDR.

2. Priorizar, no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), as ações de desenvolvi-mento da infraestrutura e ampliação da oferta dos serviços a preços mais baixos, nas regiões elegíveis da PNDR.

3. Construir carteiras de projetos de infra-estrutura regionalmente estratégicos nas Regiões Programa na PNDR alinhados com as agendas de desenvolvimento ter-ritorial.

4. Criar no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), assim como no FNDR, linhas de apoio voltadas para a elaboração de projetos de infraestrutura que venham a integrar as carteiras de projetos priorizados.

5. Promover a diversificação dos modais de transporte, priorizando o ferroviário

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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e hidroviário e, onde couber, a intermo-dalidade, com vistas a reduzir os custos de logística para os mercados interno e externo.

b) Ações

Ações de Planejamento

1. Definir e elaborar projetos específicos visando inserir no PNLI as demandas para a estruturação da Rede Policên-trica de Cidades (rede policêntrica de transportes), observando que o PDR-S-SF (Ver Produto 1 em CD anexo) já indica 12 redes policêntricas, que con-sistem nas Áreas Programa definidas para o PDRS-SF. Deve ser ainda ob-servado o Programa de Investimento e Logística (Ministério dos Transportes), que prevê a integração entre rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos sob a responsabilidade da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), em ar-ticulação com as cadeias produtivas dos ativos fomentados.

2. Desenvolver projetos para as Áreas Programa que contemple ações de de-senvolvimento da infraestrutura e am-pliação da oferta dos serviços a pre-ços mais baixos, no contexto do Plano Nacional de Banda Larga (Decreto Nº 7.175/2010) que tem como objetivo principal massificar o acesso à internet em banda larga no país, principalmente nas regiões mais carentes da tecnologia.

3. Definir carteiras de projetos de infra-estrutura de logística intermodal nas Áreas Programa, nas sub-regiões de in-cidência dos projetos produtivos previs-tos no programa estruturante do PDRS-SF.

4. Indicar para o Programa de Aceleração do Crescimento, assim como no Fun-

do Nacional de Desenvolvimento Re-gional, linhas de apoio voltadas para a elaboração de projetos de infraestrutu-ra conforme aqueles priorizados pelas ações 1, 2 e 3 acima propostos.

5. Promover estudos e projetos visando estabelecer modais de transporte, prio-rizando a articulação entre a Ferrovia Transnordestina, a malha viária local, aeroportos regionais e os portos marí-timos das capitais regionais, com vistas a reduzir os custos de logística para os mercados interno e externo.

Ações institucionais

1. Desenvolver projeto para a gestão e ad-ministração do PDRS-SF pela CODE-VASF no contexto do modelo de gestão.

2. Estruturar, no âmbito do modelo de ges-tão a Câmara Técnica de Infraestrutura incluindo órgãos, instituições e organi-zações governamentais, públicas, so-ciais e não governamentais.

c) Metas

Considerando os programas e projetos cor-relatos previstos no PPA Federal e Estaduais, o avanço das metas deverá seguir um planejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão.

5.15. Projeto Infraestrutura Social

a) Contexto

Quanto à infraestrutura social, as deman-das estão expressas pelos indicadores sociais re-

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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gionais demonstrados pelo diagnóstico. De outro lado, além das considerações de ordem geral, o documento da Primeira Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional (MI/SDR, 2012) enfa-tiza:

Os demais segmentos da infraestrutura, como redes de água e esgoto, instituições de en-sino, órgãos de saúde, instalações de segurança, moradia e mobilidade urbana, além de serem tam-bém decisivos para a atratividade e eficiência dos investimentos produtivos, são fundamentais na promoção da igualdade de acesso às oportunida-des econômicas e na elevação do nível de quali-dade de vida das pessoas, principalmente aquelas que se encontram afastadas dos centros urbanos e das áreas mais desenvolvidas.

O Projeto de Lei Nº 375 do Senado, em tra-mitação (2015), que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Regional aponta os eixos do desenvolvimento regional sustentável e suas dire-trizes. Com relação ao Eixo Acesso a Serviços são definidas as seguintes diretrizes:

1. Estabelecer Regiões Programa para a implementação de políticas de univer-salização de serviços públicos básicos baseada no critério de déficit de desen-volvimento.

2. Definir pactos de metas entre o governo e a sociedade na universalização de ser-viços públicos básicos.

3. Garantir a oferta e qualidade de bens e serviços para as áreas urbanas e rurais.

4. Elaborar e executar projetos prioritários estratégicos de desenvolvimento e inte-gração regional voltados à infraestrutu-ra do saneamento básico.

5. Universalizar o acesso à infraestrutura de serviços públicos (saúde, educação, segurança, saneamento ambiental e mo-radia de qualidade) visando favorecer o investimento produtivo, proporcionar o acesso à rede de esgoto sanitário, à co-leta seletiva do lixo e à água com quali-dade para consumo humano e produção animal e vegetal.

6. Considerar a rede estratégica de cidades como referência para a previsão e oferta de serviços públicos com graus variados de complexidade, de acordo com a fun-ção dos polos, subpolos e novas centra-lidades a serem fortalecidos na rede.

b) Ações

Ações de Planejamento

Elaborar e/ou sistematizar estudos, progra-mas e projetos específicos existentes, visando à universalização de serviços públicos básicos para a área de abrangência do PDRS-SF, incluindo saú-de, educação, segurança, saneamento ambiental e moradia de qualidade, considerando as cidades polos e suas vinculadas (redes) definidas nas 12 Áreas Programa.

Ações institucionais

No âmbito do modelo de gestão definir pactos de metas entre o governo e a sociedade na universalização de serviços públicos básicos, por meio da instituição de Câmara Técnica, que de-verá desenvolver o planejamento de programas, projetos e ações, no curto, médio e longo prazo, nas escalas local (Áreas Programa), regional (área do PDRS-SF) e estadual (Estados do CE, RN, PB e PE).

c) Metas

Considerando os programas e projetos cor-relatos previstos no PPA Federal e Estaduais, o avanço das metas deverá seguir um planejamento conforme os indicadores definidos no contexto do modelo de gestão.

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5.16. Projeto Sustentabilidade

a) Contexto

O Projeto de Lei Nº 375 do Senado, em tra-mitação (2015), que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Regional aponta os eixos do desenvolvimento regional sustentável e suas dire-trizes. Com relação ao Eixo Sustentabilidade são definidas as seguintes diretrizes:

1. Valorizar e defender a biodiversidade dos territórios e regiões.

2. Promover políticas específicas para regi-ões suscetíveis à desertificação e aquelas mais vulneráveis às mudanças climáticas.

3. Adotar parâmetros de sustentabilidade como critérios condicionantes para o apoio financeiro a projetos e iniciativas voltados para o desenvolvimento regio-nal.

4. Considerar referência para a definição de estratégias, projetos e ações nas regi-ões objeto da PNDR o zoneamento eco-lógico econômico, nos estados onde os mesmos já estão instituídos.

5. Apostar no aperfeiçoamento e na adoção de novas formas de produção com foco na economia verde e em energias reno-váveis.

6. Fortalecer estratégia de promoção da sustentabilidade nos municípios brasi-leiros, de forma convergente com a rede estratégica de cidades e promoção do fortalecimento de novas centralidades.

Por outro lado, as recomendações de medi-das mitigadoras ou compensatórias apresentadas na Avaliação de Impactos Ambientais do PISF foram organizadas em Programas Ambientais, com a se-guinte estrutura: Programas Ambientais de Apoio às Obras, Programas Ambientais Compensatórios e Programas de Controle e Monitoramento.

Apesar destes programas serem de intei-ra responsabilidade do PISF, grande parte deles, particularmente os compensatórios e alguns de controle e monitoramento deverão persistir após as intervenções e a fase de implantação, quando estes projetos devem passar à gestão dos Estados. Sob a gestão dos Estados, os programas que terão continuidade após implantação do PISF deverão, inclusive em alguns casos, expandir a sua área de influência. Estes programas deverão integrar o PDRS-SF, no âmbito de seu modelo de gestão. Vale ressaltar que os programas compensatórios de natureza produtiva já estão equacionados no Programa Estrutural do PDRS-SF.

Os demais programas ambientais do PISF, decorrentes de políticas ambientais específicas, que terão continuidade após a finalização do PISF (Programa de Desenvolvimento das Comunidades Indígenas, Programa de Compensação Ambien-tal, Programa de Conservação e Uso do Entorno e das Águas dos Reservatórios) deverão também ser internalizados no PDRS-SF, com o status de subprojetos do Projeto Sustentabilidade, são eles:

16.1. Subprojeto de Desenvolvimento das Comunidades Indígenas.

16.2. Subprojeto de Compensação Ambiental.16.3. Subprojeto de Conservação e Uso do

Entorno e das Águas dos Reservatórios.

| Crédito: Adriano Gambarini / MMA 123

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Após as ações previstas para a implanta-ção (ver Programas Ambientais - item 12, EIA do PISF. MI/SDR, 2004) estes projetos serão interna-lizados no PDRS-SF, por intermédio do modelo de gestão, com a definição de pactos de gestão, indicadores e metas.

5.16.1. Subprojeto de Desenvolvimento das Comunidades Indígenas

a) Contexto

Conforme o EIA do PISF:

Investigação desenvolvida na região de in-fluência do projeto concluiu que apenas duas das Terras Indígenas localizadas no Estado de Per-nambuco apresentam uma maior proximidade com as obras do Projeto de Integração, merecendo neste sentido maiores cuidados por parte dos estu-dos ambientais:

1. A Terra Indígena Truká, situada na Ilha de Assunção, município de Cabrobó, próxima aos locais estudados para a lo-calização de uma das tomadas de água do empreendimento, no trecho I de obras. Contando com uma população de aproximadamente 3.462 habitantes (FU-NASA, 2004) que vivem de agropecuá-ria, sendo substancialmente de agricul-tura irrigada (principalmente arroz).

2. A Terra Indígena Pipipan, localizada em áreas do município de Floresta, abrigan-do cerca de 1.100 habitantes (FUNASA, 2004), que vivem de atividades agrope-cuárias e contam com escassos recursos hídricos.

3. Em área relativamente mais distante, ou seja, a cerca de 25 km das obras, locali-za-se ainda a Terra Indígena Kambiwá, situada em áreas dos municípios de Ina-já e Ibimirim, com aproximadamente 2.576 habitantes, que vivem de ativida-

des agropecuárias e com parcas possibi-lidades de acesso a recursos hídricos.

O objetivo geral do programa é apoiar, com recursos técnicos e financeiros, as comunidades indígenas potencialmente impactadas, após um processo de negociação junto a seus representan-tes e lideranças, de modo a compensar os possí-veis danos resultantes da futura implantação do empreendimento.

Como procedimento o PISF prevê inicial-mente o levantamento detalhado de dados sobre essas comunidades, suas demandas e reais neces-sidades, a ser realizado por equipe especializada e com o acompanhamento da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), de modo a identificar oportu-nidades de implantação de projetos produtivos e sociais de apoio.

b) Ações

O Programa Ambiental do PISF prevê que para implantação dos projetos será necessário de-senvolver estudos mais detalhados, ao nível exe-cutivo, principalmente para aqueles de melhoria de infraestrutura viária, social e econômica. Portanto, posteriormente deverá ser feito o dimensionamen-to, a quantificação e o orçamento dos projetos se-lecionados, de modo a subsidiar os entendimentos entre as comunidades e o empreendedor, coma mediação da FUNAI, visando definir as ações que integrarão este Programa de Desenvolvimento.

Ao fim das intervenções do PISF os proje-tos deverão ser assumidos pela FUNAI, a quem caberá, no âmbito do modelo de gestão do PDR-S-SF dar continuidade à assistência e gerar novas demandas de projetos.

c) Metas

Considerando que a questão indígena é de alçada federal, o planejamento de metas para este

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projeto deverá ser equacionado pela FUNAI, que deverá integrar o modelo de gestão no sentido de promover ações e metas de integração das comu-nidades indígenas ao contexto local.

Inserir, a cargo do PISF, duas comunidades indígenas, com um total de 4.562 habitantes em projetos de desenvolvimento produtivo, assistên-cia social e infraestrutura.

Inserir, a cargo do PDRS-SF, a comunida-de indígena Kambiwá, com 2.576 habitantes, em projetos de desenvolvimento produtivo, assistên-cia social e infraestrutura.

Novas comunidades indígenas na área do PDRS-SF poderão ser incorporadas, mediante es-tudos e levantamentos.

5.16.2. Subprojeto de Compensação Ambiental

a) Contexto

Conforme o EIA do PISF:

O Programa de Compensação Ambiental visa atender à Resolução CONAMA Nº 002/96, que estabelece que o empreendimento, cuja im-plantação causa alterações no meio ambiente, deve destinar, como medida compensatória, um montante equivalente a, no mínimo, 0,5% do seu valor global para o custeio de atividades ou aqui-sição de bens para Unidades de Conservação ou implantação, quando assim for considerado pelo

órgão ambiental licenciador competente, com fun-damento nos Estudos de Impacto Ambiental.

Esta Resolução, consolidada pela Lei do SNUC, Lei Nº 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e regulamentada pelo Decreto Nº 4.340/02, visa compensar os impactos ambientais causados pelo empreendimento, preservando partes do patrimô-nio natural próximos ao empreendimento possibi-litando seu desenvolvimento sustentável.

A região do Projeto de Integração do rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional caracteriza-se pela predominância de ambientes antropizados. Embora sejam escas-sos os fragmentos em bom estado de conservação ainda ocorrem algumas áreas que apresentam po-tenciais para preservação. A proteção ambiental é uma necessidade neste contexto, especialmente por se tratar de uma região que faz parte do bioma Caatinga, um dos mais degradados, pela retirada de vegetação para lenha e para o desenvolvimento de atividades agropecuárias, e menos contempla-dos com Unidades de Conservação.

Outrossim, os Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará possuem diversas Unidades de Conservação, que se depa-ram com consideráveis dificuldades para sua ges-tão ambiental adequada. O estudo realizado no Diagnóstico Ambiental permitiu uma análise da situação de cada uma dessas Unidades de Conser-vação, de suas potencialidades e necessidades, e estabeleceu uma hierarquização, a partir da qual sete unidades, representativas do ecossistema Ca-atinga, foram indicadas como potenciais para se-rem objeto de apoio, relacionadas no Quadro 6.

Quadro 6 - unidades de Conservação selecionadas para o Plano de Apoio.

Unidade de Conservação Tipo de Uso Proteção Legal Condição atual UF

Reserva Biológica de Serra Negra Indireto Federal Regular PE

Parque Estadual do Pico do Jabre Indireto Estadual Ruim PB

Estação Ecológica do Seridó Indireto Indireto Federal Boa RN

Parque Ecológico do Cabugi Indireto Estadual Ruim RN

Estação Ecológica de Aiuaba Indireto Federal Regular CE

Floresta Nacional do Araripe Direto Federal Regular CE

Área de Proteção Ambiental da Chapada do Araripe Direto Federal Regular CE

Fonte: MI/SDR, 2004.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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O mesmo estudo indicou 8 (oito) áreas consideradas prioritárias para a criação de novas Unidades de Conservação. Sugeriu-se, para tanto, que fossem criadas novas Unidades de Conser-vação de Proteção Integral, visando promover a manutenção do patrimônio natural do Bioma da Caatinga, que contemplasse as suas diversas fitofi-sionomias. As áreas propostas contribuirão sobre-maneira para evitar possíveis pressões antrópicas nos poucos ambientes que apresentam um elevado grau de regeneração nas áreas de influência direta do PISF.

b) Ações

No âmbito do Programa Ambiental estará a cargo do PISF o processo de implantação de me-didas que envolverão discussões preliminares com o ICMBio, os órgãos ambientais dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ce-ará, comunidades locais e proprietários dos imó-veis onde se encontra as áreas potenciais e ONGs. Estas discussões nortearão esta implementação e analisarão possíveis alternativas.

Deverão ainda ser promovidos encontros regionais com representantes de instituições de pesquisa, para avaliarem a escolha das Unidades de Conservação, com base em critérios como rele-vância ambiental, prioridade de pesquisa, educa-ção ambiental, etc.

Todo o processo de apoio e de criação das Unidades de Conservação serão equacionados en-tre o ICMBio e o PISF.

Uma vez criadas as unidades, estas deverão passar à gestão do ICMBio, de modo compartilhado com os órgãos ambientais dos Estados e outras or-ganizações governamentais e não governamentais.

c) Metas

Apoio, a cargo do PISF, ao processo de implantação, estruturação e gestão em 7 (sete)

Unidades de Conservação na área do PDRS-SF. Criação, a cargo do PISF, de 8 (oito) Unidades de Conservação de Proteção Integral na área do PDRS-SF. Considerando que a criação dessas uni-dades decorre de programa federal e que as uni-dades serão de jurisdição federal, o planejamento de metas para este projeto deverá ser equacionado pelo ICMBio, em parceria com órgãos estaduais e instituições da sociedade local visando o desen-volvimento de atividades geradoras de emprego e renda, compatíveis com a legislação ambiental.

5.16.3. Subprojeto de Conservação e Uso do Entorno e das Águas dos Reservatórios

a) Contexto

Muito mais do garantir a conservação das águas dos reservatórios a serem formados dentro do Projeto de Integração de Bacias é necessária a preservação de suas faixas marginais. Este projeto deve assim ser entendido como um instrumento de planejamento e gestão dos usos dos recursos natu-rais. Trata-se de um programa de natureza multi-disciplinar, orientado para uma abordagem ampla de todas as questões relativas aos usos das águas e das áreas de entorno dos reservatórios. Visa o estabelecimento participativo de diretrizes e pro-posições de ações que assegurem a preservação dos recursos naturais, articulado com as políticas de desenvolvimento sustentável e de gestão des-centralizada e participativa dos recursos hídricos, conforme proclama a Lei Nº 9.433/97, que insti-tuiu a Política Nacional de Recursos Hídricos.

Destaca-se que este projeto vai ao encontro do disposto na Resolução CONAMA Nº 302, de 20 de março de 2002, a qual dispõe sobre os parâme-tros, definições e limites de áreas de preservação permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do seu entorno. Considera-se, assim, a fun-ção ambiental das áreas de preservação perma-nente: preservar os recursos hídricos, a paisagem,

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, bem como proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

b) Ações

Este Projeto, além do planejamento dos usos, deve orientar-se no sentido de indicar ações a serem concretizadas pelos setores e entidades públicas e privadas envolvidos com a utilização e gestão dos recursos naturais. O planejamento dos usos e a proposição de ações deverão resultar do diagnóstico do reservatório e da área de entor-no, de sua compatibilização com as proposições de planos regionais de desenvolvimento, da le-gislação que rege o ordenamento territorial dos municípios de inserção do empreendimento e de uma ampla discussão com os agentes sociais en-volvidos, compreendendo seus usuários e repre-sentantes do poder público e das entidades que tenham interesse na gestão dos recursos hídricos da bacia.

No âmbito do PISF estão previstas as se-guintes ações: Primeira Fase: a) Elaboração de Diagnóstico Sociopolítico e Ambiental; b) Ar-ticulação Sociopolítica; e c) Compatibilização de Diretrizes. Segunda Fase: a) Elaboração do Programa de Conservação e Uso do Entorno e das Águas dos Reservatórios; b) Aprovação do Programa de Conservação e Uso do Entorno e das Águas dos Reservatórios; c) Implantação do Programa de Conservação e Uso do Entorno e das Águas dos Reservatórios. Após o término das ações à cargo do PISF, os órgãos ambientais es-taduais deverão assumir a gestão destas faixas de proteção e a gestão do programa de conservação.

c) Metas

Implantação de Programas de conservação em 100% dos reservatórios da área do PDRS-SF.

As metas de proteção e conservação das faixas marginais dos reservatórios são de caráter técnico-administrativo envolvendo fiscalização, monitoramento e avaliação de qualidade dos re-cursos naturais e deverão ser estabelecidas dentro do planejamento a ser desenvolvido no contexto do modelo de gestão.

5.17. Projeto Regularização Fundiária

a) Contexto

Conforme indicado no diagnóstico (item 4.1 – Dimensão Econômica) cerca de 40% dos produtores rurais (em sua maioria agricultores fa-miliares) não dispõem da propriedade rural, estan-do na condição de assentados sem títulos, parcei-ros, arrendatários, ocupantes ou sem terras (IBGE/Censo Agropecuário, 2006).

Por outro lado, conforme o EIA-RIMA (Programas Ambientais), a perspectiva da implan-tação de um empreendimento da envergadura e natureza do PISF fatalmente acarretará pressões especulativas sobre as áreas com potencial para a irrigação.

Isto deverá ocorrer tanto nas áreas localiza-das nas várzeas ao longo da faixa definida como Área Diretamente Afetada, onde o PISF define in-tervenção visando a regularização fundiária, como também em outras áreas potencialmente irrigá-veis.

b) Ações

Neste sentido, ações de regularização fun-diária são necessárias, tanto nas áreas indicadas pelo EIA-RIMA, como nas demais áreas poten-ciais, visando assegurar terra regularizada para a agricultura familiar.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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As ações previstas no Programa de Regu-larização Fundiária do EIA-RIMA têm por fina-lidade básica promover a regularização fundiária das áreas potencialmente irrigáveis localizadas nas várzeas da Área Diretamente Afetada pelo empreendimento e desta forma, fortalecer a posi-ção dos pequenos produtores em situação irregu-lar dominial ali presentes frente às ações de cunho especulativo que se espera ocorrer na região em decorrência da implantação do PISF.

Neste Programa serão executadas ativi-dades de cadastramento, regularização fundiária propriamente dita e georreferenciamento median-te convênio a ser formalizado com o órgão com-petente, no caso o INCRA, com a interveniência dos institutos de terra estaduais e de acordo com os diplomas legais em vigor.c) Metas

O PISF estima um valor de R$ 7.000.000,00 (sete milhões de reais) para o INCRA, correspon-dendo a cerca de US$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) para as ações deste Programa, restrito a apenas cerca de 4% de toda a área do PDRS-SF (área da ADA).

As áreas irrigáveis mais acessíveis às estru-turas do PISF (localizadas na AID – Área de Influ-

ência Direta) estão dispersas por cerca de 66 mil km2 ou cerca de 10 vezes a área da ADA5.

Neste sentido, estima-se um valor de cerca de 70 milhões de reais para as ações de regula-rização fundiária abrangendo as principais áreas potencialmente irrigáveis.

c) Metas

O PISF estima um valor de R$ 7.000.000,00 (sete milhões de reais) para o INCRA, correspon-dendo a cerca de US$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) para as ações deste Programa, restrito a apenas cerca de 4% de toda a área do PDRS-SF (área da ADA).

As áreas irrigáveis mais acessíveis às estru-turas do PISF (localizadas na AID – Área de Influ-ência Direta) estão dispersas por cerca de 66 mil km2 ou cerca de 10 vezes a área da ADA.

Neste sentido, estima-se um valor de cerca de 70 milhões de reais para as ações de regula-rização fundiária abrangendo as principais áreas potencialmente irrigáveis.

| Crédito: Adalberto Marques / Ministério da Integração Nacional128

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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| Crédito: www.cearaagora.com.br

6. ESTIMATIVA DE CUSTOS

Considerando a amplitude e a complexida-de do conjunto da intervenção, procedeu-se a uma estimativa de custos para os projetos (Programas Estruturantes) em que as metas globais puderam ser estimadas. Os custos para os demais projetos deverão ser objeto de detalhamento futuro, consi-derando que o estabelecimento de metas (Pacto de Metas) é uma das funções das instâncias arroladas no Modelo de Gestão.

Para o Projeto Agricultura Irrigada e o Pro-jeto Aquicultura (e seus subprojetos) foram esti-mados os valores totais dos investimentos. Para os demais Projetos Produtivos agropecuários (Bovi-nocultura de Corte, Bovinocultura de Leite, Capri-novinocultura e Apicultura) não foram estimadas as necessidades de elaboração de projetos específicos ou investimentos, sendo previstas, também no Mo-delo de Gestão, instâncias e procedimentos adequa-dos para este fim. Realizaram-se, assim, apenas as estimativas de custos de assistência técnica, consi-derando metas preliminarmente estimadas.

Também não foi estimado o custo de admi-nistração do projeto ou da implantação de estrutu-ras físicas, equipamentos, etc. Consultorias espe-

cializadas também serão necessárias, no entanto, deverão ser planejadas quando do efetivo início da execução.

Para os demais projetos produtivos não foi possível avaliar o público potencial beneficiário, não sendo também realizada estimativa da neces-sidade de elaboração de projetos específicos para o fortalecimento de cada setor. No entanto, também estão previstas no Modelo de Gestão instâncias e procedimentos para este fim.

Por outro lado, entende-se que os investi-mentos decisivos do PDRS-SF estão localizados na área do fomento ao processo produtivo, parti-cularmente os que têm a água como insumo fun-damental, como a irrigação, a aquicultura e demais projetos produtivos agropecuários.

Para as ações complementares de apoio ao associativismo capacitação não foram estimados valores, pois não foi possível dimensionar a exten-são das demandas. Para as ações de regularização fundiária indica-se a estimativa.

Neste sentido a Tabela 10 apresenta os custos do PDRS-SF relativos aos aspectos considerados.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Tabela 10 - Custos unitários e custos totais para implantação dos Subprojetos de Agricultura Irrigada; de ATER para os projetos bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, caprinovinocultura e apicultura; e do Projeto Regularização Fundiária.

ProjetosUnidade Qte

Custo Unitário (estimativa)

Custo Total (estimativa)

Projeto Agricultura Irrigada

Subprojeto Pequenas Atividades Localizadas de Irrigação (projeto piloto)

Área Irrigada (ha) 3.000 505,75 (1) 1.517.250,00

Subprojeto Pequenas Atividades Localizadas de Irrigação (projeto definitivo)

Área Irrigada (ha) 21.000 505,75 (1) 10.620.750,00

Subprojeto Pequenas Atividades Localizadas de Irrigação (previsão para expansão)

Área Irrigada (ha) 9.073 505,75 (1) 4.588.669,75

Subprojeto Perímetros Públicos de Irrigação (existentes)

Número de Perímetros Públicos a serem revitalizados ou

adequados.

19 250.000,00 (2) 4.750.000,00

Subprojeto Perímetros Públicos de Irrigação (a serem implantados)

Área Irrigada (ha) 100.000 3.000,00 (3) 300.000.000,00

Subprojeto Irrigação em Projetos de Assenta-mento nos Canais do PISF

Número de projetos de irrigação a serem

implantados8 500.000,00 (4) 4.000.000,00

Subprojeto Irrigação em Assentamentos no interior do PDRS-SF (não previstos no PISF)

Número de projetos de irrigação a serem

implantados100 500.000,00 (4) 50.000.000,00

Projeto Aquicultura Número de beneficiários 6.000 987,7 (5) 5.926.200,00

Subprojeto Aquicultura na Região do PDR-S-SF

Número de beneficiários 31.250 987,7 (5) 30.865.625,00

Demais Projetos Agropecuários

Projeto Bovinocultura de Corte

Número de produtores assistidos com projetos de crédito elaborados e

ATER

138.400 3.740,00 (6) 517.616.000,00

Projeto Bovinocultura de Leite 95.698 3.740,00 (6) 357.910.520,00

Projeto Caprinovinocultura 57.590 3.740,00 (6) 215.386.600,00

Projeto Apicultura 5.000 3.740,00 (6) 18.700.000,00

Projeto Regularização Fundiária

Área total para identificação de potencial

de irrigação visando à regularização para a

agricultura familiar. (km2)

70 milhões 1.000.000,00 (7) 70.000.000,00

TOTAL 1.591.881.614,75

Notas: (1) Conforme valores estimados pelo EIA do PISF. Item 12. Programas Ambientais. MI, 2004, ao valor do dólar de R$ 3,57. (01/04/2016. BACEN). (2) Conforme valor médio do PPA 2006-2019 para Perímetros Públicos a serem revitalizados ou adequados. (3) Valor médio para implantação de projeto de irrigação no Semiárido, por hectare. EMBRABA Semiárido. Diversos Sistemas de Pro-dução. (4) Conforme valor médio do PPA 2006-2019 para Implantação de Projetos de Irrigação. (5) Conforme valores estimados pelo EIA do PISF. Item 12. Programas Ambientais. MI, 2004. Ao valor do dólar de R$ 3,57. (01/04/2016. BACEN). (6) Conforme Chamada Pública INCRA-SR/18 Nº 01/2015 - Chamada pública para seleção de entidade para execução de Assistência Técnica e Extensão rural - ATER. (7) Conforme estimativa do EIA-RIMA do PISF.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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7. FONTES DE FINANCIAMENTO, CRÉDITOS E PARCEIROS

Apresentam-se aqui os diferentes pro-gramas e fontes de financiamento que poderão ser utilizados tanto em investimentos públicos quanto privados que se relacionam com os pro-gramas do PDRS-SF. O Produto 3 (Anexo em CD) dispõe de um Guia de Financiamento com a descrição dos diversos instrumentos disponí-veis.

Representam fontes orçamentárias e extra orçamentárias (nacionais e internacionais) que, dependendo das orientações específicas de seus mecanismos e condições de financiamento, ca-recem da elaboração de projetos específicos.

São fontes complementares àquelas que, via de regra, compõem o PPA e que poderão ser articuladas, por exemplo, por intermédio da CODEVASF, prevista no modelo de gestão.

Para os diferentes programas e projetos propostos pelo PDRS-SF, são indicadas fontes, inclusive incentivos fiscais, voltadas para toma-dores públicos e privados conforme o Quadro 7.

Vale observar que o referido quadro ape-nas indica as instituições (bancos e fundos estru-turados como instituições) que disponibilizam linhas de financiamento em fundos específicos.

O Quadro 8 apresenta as potenciais par-cerias.

| Crédito: João Vital/MMA

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Quadro 7 - Programas, projetos, subprojetos e fontes de financiamento.

Programas, Projetos e Subprojetos Fontes de Financiamento Nacional

Fontes de Financiamento Internacional

I. Programa Estrutural de Apoio ao Desenvolvimento Produtivo

Subprograma de Apoio às Potencialidades Regionais

1. Projeto Agricultura Irrigada1.1. Subprojeto Pequenas Atividades Localizadas de Irrigação1.2. Subprojeto Perímetros Públicos de Irrigação1.3. Subprojeto Irrigação em Projetos de Assentamento nos Canais do PISF1.4. Subprojeto Irrigação em Assentamentos no interior do PDRS-SF

FINEP (Fundo Setorial: Agronegócio), FUMIN, BNDES,

BND e BB

BID, BIRD, CAF, FIDA, JBIC e AFD

2. Projeto Aquicultura2.1. Subprojeto Piscicultura nos açudes situados na ADA/PISF2.2. Subprojeto Aquicultura na Região do PDRS-SF

FINEP (Fundo Setorial: Agronegócio), FUMIN, BNDES,

BND e BBBID, BIRD, CAF, JBIC e AFD

3. Projeto Bovinocultura de CorteFINEP (Fundo Setorial:

Agronegócio), FUMIN, BNDES, BND e BB

BID, BIRD, CAF, JBIC e AFD

4. Projeto Bovinocultura de LeiteFINEP (Fundo Setorial:

Agronegócio), FUMIN, BNDES, BND e BB

BID, BIRD, CAF, JBIC e AFD

5. Projeto CaprinovinoculturaFINEP (Fundo Setorial:

Agronegócio), FUMIN, BNDES, BND e BB

BID, BIRD, CAF, JBIC e AFD

6. Projeto ApiculturaFINEP (Fundo Setorial:

Agronegócio), FUMIN, BNDES, BND e BB

BID, BIRD, CAF, JBIC e AFD

7. Projeto MineraçãoFINEP (Fundo Setorial: Recursos Minerais), APEX-Brasil, FUMIN,

BNDES, BND e BBBID, BIRD, CAF, JBIC e AFD

8. Projeto Negócios Não Agrícolas no Meio RuralFINEP (Fundo Setorial:

Agronegócio), FUMIN, BNDES, BND e BB

BID, BIRD, CAF, JBIC, KfW e AFD

9. Projeto Convivência com o SemiáridoFUMIN, BNDES, FUNBIO, BND

e FNMABID, BIRD, CAF, GEF, JBIC, KfW

e AFD

10. Projeto Atividades Urbanas Produtivas FUMIN, BNDES e BND BID, BIRD, CAF, JBIC e AFD

Subprograma de Apoio ao Desenvolvimento de Capacidades

11. Projeto de Apoio ao Associativismo FUMIN, BNDES, FUNBIO, BND e FNMA

BID, BIRD, CAF, GEF, JBIC, KfW e AFD

12. Projeto de Capacitação e Assistência Técnica FUMIN, BNDES, FUNBIO, BND e FNMA

BID, BIRD, CAF, GEF, JBIC, KfW e AFD

13. Projeto de Inovação Tecnológica e Gestão do Conhecimento para o Semiárido

FUMIN, BNDES, FUNBIO, BND e FNMA

BID, BIRD, CAF, GEF, JBIC, KfW e AFD

II. Programa Complementar de Apoio ao Desenvolvimento da Infraestrutura e Sustentabilidade

14. Projeto Infraestrutura Produtiva

FINEP (Fundo Setorial: Infraestrutura, Transportes

Terrestres, Energia, Recursos Hídricos), FUMIN, BNDES e BND.

BID, BIRD, CAF, JBIC e AFD

15. Projeto Infraestrutura SocialFINEP (Fundo Setorial:

Infraestrutura, Saúde), FUMIN, BNDES e BND.

BID, BIRD, CAF, JBIC e AFD

16. Projeto Sustentabilidade16.1. Subprojeto de Desenvolvimento das Comunidades Indígenas16.2. Subprojeto de Compensação Ambiental16.3. Subprojeto de Conservação e Uso do Entorno e das Águas dos Reservatórios

FUMIN, BNDES, BNB, FUNBIO e FNMA

BID, BIRD, CAF, GEF, JBIC, KfW e AFD

17. Projeto Regularização FundiáriaPNCF (Programa Nacional de

Crédito Fundiário)Bancos Oficiais e Privados

Fonte: AFD; BND; BID; BIRD; BNDES; CAF; FINEP;FNMA;FUMIN;JBIC; KfW, 2015.

Page 133: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Quadro 8 - Projetos e potenciais parcerias.

Programas, Projetos e Subprojetos

Potenciais Parcerias

GovernamentalMunicipal

Federal Estadual Municipal

I. Programa Estrutural de Apoio ao Desenvolvimento Produtivo

Subprograma de Apoio às Potencialidades Regionais

1. Projeto Agricultura Irrigada1.1. Subprojeto Pequenas Atividades Localizadas de Irrigação. 1.2. Subpro-jeto Perímetros Públicos de Irrigação. 1.3. Subprojeto Irrigação em Projetos de Assentamento nos Canais do PISF. 1.4. Subprojeto Irrigação em Assenta-mentos no interior do PDRS-SF

MDA, CODEVASF, DNOCS, EM-

BRAPA

Governos Estaduais, suas secretarias e empresas de assistência técnica vinculadas à área de

agricultura.

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Federações e associações de municípios; coope-rativas e associações

de produtores; SEBRAE; CONTAG/FETAG

2. Projeto Aquicultura2.1. Subprojeto Piscicultura nos açu-des situados na ADA/PISF2.2. Subprojeto Aquicultura na Região do PDRS-SF

MDA, CODEVASF, DNOCS, EM-

BRAPA

Governos Estaduais, suas secretarias e empresas de assistência técnica vinculadas às áreas de

aquicultura e pesca.

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Federações e associações de municípios; coope-rativas e associações

de produtores; SEBRAE; CONTAG/FETAG

3. Projeto Bovinocultura de CorteMDA, CODEVASF,

EMBRAPA

Governos Estaduais, suas secretarias e empresas de assistência técnica vinculadas à área de

agricultura.

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Federações e associações de municípios; coope-rativas e associações

de produtores; SEBRAE; CONTAG/FETAG

4. Projeto Bovinocultura de LeiteMDA, CODEVASF,

EMBRAPA

Governos Estaduais, suas secretarias e empresas de assistência técnica vinculadas à área de

agricultura.

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Federações e associações de municípios; coope-rativas e associações

de produtores; SEBRAE; CONTAG/FETAG

5. Projeto CaprinovinoculturaMDA, CODEVASF,

EMBRAPA

Governos Estaduais, suas secretarias e empresas de assistência técnica vincu-ladas à área de agricultura

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Federações e associações de municípios; coope-rativas e associações

de produtores; SEBRAE; CONTAG/FETAG

6. Projeto ApiculturaMDA, CODEVASF,

EMBRAPA,

Governos Estaduais, suas secretarias e empresas de assistência técnica vincu-ladas à área de agricultura

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Federações e associações de municípios; coope-rativas e associações

de produtores; SEBRAE; CONTAG/FETAG

7. Projeto Mineração DNPM, CPRM

Governos Estaduais, suas secretarias e órgãos executores vinculados à

área de mineração.

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Federações e associações de municípios; coopera-tivas e associações de produtores; SEBRAE.

8. Projeto Negócios Não Agrícolas no Meio Rural

MINC, MDA, MMA, SUDENE,

CODEVASF

Governos Estaduais, suas secretarias e órgãos executores vinculados à área de desenvolvimento

econômico.

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Centro Vida Nordeste, Federações e associações de municípios; coopera-tivas e associações de produtores; SEBRAE.

9. Projeto Convivência com o Semiá-rido

CODEVASF, INSA, ICMBio

Governos Estaduais, suas secretarias e órgãos executores vinculados às áreas de meio ambiente e desenvolvimento eco-

nômico.

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Centro Vida Nordeste; ASA Brasil

10. Projeto Atividades Urbanas Produ-tivas

MDIC, SUDENE, BNB

Governos Estaduais, suas secretarias e órgãos executores vinculados à área de desenvolvimento

econômico.

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

SESCOOP; SEBRAE

Page 134: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Programas, Projetos e Subprojetos

Potenciais Parcerias

GovernamentalMunicipal

Federal Estadual Municipal

Subprograma de Apoio ao Desenvolvimento de Capacidades

11. Projeto de Apoio ao Associati-vismo

MDA, CODEVASF, INCRA, SUDENE, BND, EMBRAPA

Governos Estaduais, suas secretarias e órgãos executores vinculados à área de desenvolvimento

econômico.

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

SESCOOP; Centro Vida Nordeste, Federações e associações de muni-cípios; cooperativas e

associações de produto-res; SEBRAE.

12. Projeto de Capacitação e Assis-tência Técnica

CODEVASF, INCRA, SUDENE, BND, EMBRAPA, IEFs e UNIVERSI-

DADES.

Governos Estaduais, suas secretarias e órgãos executores vinculados às áreas de capacitação e

assistência técnica

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Centro Vida Nordeste; Federações e associações de municípios; coopera-tivas e associações de produtores; SEBRAE.

13. Projeto de Inovação Tecnológica e Gestão do Conhecimento para o Semiárido

CODEVASF, INCRA, SUDENE, BND, EMBRAPA, INSA, IEFs e UNI-

VERSIDADES.

Governos Estaduais, suas secretarias e órgãos executores vinculados à área de desenvolvimento

econômico.

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

SESCOOP; SEBRAE; ASA Brasil

II. Programa Complementar de Apoio ao Desenvolvimento da Infraestrutura e Sustentabilidade

14. Projeto Infraestrutura ProdutivaMDA, CODEVASF, INCRA, SUDENE,

ANA

Governos Estaduais, suas secretarias e órgãos exe-cutores vinculados à área de infraestrutura produti-va, Agência Estaduais de

Gestão das Águas

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Centro Vida Nordeste; Federações e associações de municípios; coopera-tivas e associações de produtores; SEBRAE.

15. Projeto Infraestrutura SocialMDS, INCRA,

SUDENE

Governos Estaduais, suas secretarias e órgãos exe-cutores vinculados à área de infraestrutura social.

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Centro Vida Nordeste; Federações e associações de municípios; coopera-tivas e associações de produtores; SEBRAE.

16. Projeto Sustentabilidade16.1. Subprojeto de Desenvolvimento das Comunidades Indígenas16.2. Subprojeto de Compensação Ambiental16.3. Subprojeto de Conservação e Uso do Entorno e das Águas dos Re-servatórios

MMA, ICMBio, MDA, SUDENE,

FUNAI

Governos Estaduais, suas secretarias e órgãos executores vinculados à área de meio ambiente.

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

Centro Vida Nordeste; Federações e associações de municípios; coopera-tivas e associações de produtores; SEBRAE.

17. Projeto Regularização Fundiária INCRA

Governos Estaduais, suas secretarias e órgãos executores vinculados à

área fundiária

Prefeituras Municipais e suas secretarias vincula-das à temática do projeto.

ASA Brasil; Centro Vida Nordeste e outras.

Fonte: Diagnóstico Situacional Participativo, 2015.

Page 135: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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8. MODELO DE GESTÃO

8.1. Arranjos institucionais e governança da PNDR. O Sistema Nacional de Desenvolvimento Regional

Para a consecução dos objetivos da PNDR, visando a coordenação de sua implementação, o Ministério da Integração Nacional estabeleceu o Sistema Nacional de Desenvolvimento Regional (SNDR), que indica as instâncias onde se estabe-lece um sistema de governança (MI/SDR, 2012).

Definir um sistema de governança, em suas diferentes instâncias, arranjos institucionais e ní-veis de decisão é um primeiro passo na construção de um Modelo de Gestão para a implementação da PNDR, não só em âmbito nacional, como em suas articulações concretas nas esferas regional, estadual e municipal.

Neste sentido, o documento técnico do MI/SDR (2012) faz algumas considerações sobre os desafios de governança no campo das políticas re-gionais, abrangendo aspectos como o sistema fe-derativo, a participação organizada da sociedade, a escassez de mecanismos de coordenação e arti-culação entre União, Estados e Municípios, assim como o modelo de repartição de recursos entre as instâncias de poder, além da lógica de atuação historicamente setorial dos programas do governo federal.

O documento conclui que: “Em seu conjun-to, essas variáveis têm interposto sérios obstáculos a uma abordagem integrada da ação de governo, tal como requerida por um projeto de fortaleci-mento da base produtiva e da oferta de serviços públicos em regiões menos desenvolvidas do País. Elas sugerem o estabelecimento de um aparato jurídico-institucional de alto nível e amplamente participativo”.

Num primeiro momento coloca-se, portan-to, a necessidade do desenvolvimento de arranjos

institucionais e de esforços de cooperação hori-zontais nas esferas federal, estadual e municipal.

Na esfera federal, nas articulações entre os diversos órgãos e políticas setoriais do gover-no federal no território, deve ser superada tanto a “tradição setorial das políticas públicas, como a histórica dificuldade de interação entre os dife-rentes órgãos de governo”. O Sistema Nacional de Desenvolvimento Regional coloca nesta instância, no seu topo, o Conselho Nacional de Integração de Políticas Regionais e Territoriais, presidido pelo Presidente da República e integrado pelos ministros das pastas estratégicas, e como instância executiva a Câmara de Gestão de Políticas Re-gionais e Territoriais, integrada pelos Secretários Executivos correspondentes. No campo operacio-nal determina que se deve “avançar na territoriali-zação das ações do PPA e sua articulação nas Re-giões Elegíveis da PNDR (no caso do PDRS-SF, a sua área de abrangência, envolvendo os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernam-buco nos municípios selecionados), bem como dos planos e políticas nacionais setoriais com maior impacto no território, considerando as linhas es-tratégicas definidas. Esta articulação deve-se dar a partir das diretrizes gerais da PNDR e em torno de agendas estratégicas de desenvolvimento susten-tável pactuadas em várias escalas, o que supõe a introdução ou reforço da dimensão territorial nas principais políticas e planos federais”.

O sistema de governança pressupõe tam-bém articulações entre os Estados e a sociedade civil em várias escalas, pois “a incorporação da dimensão participativa na formulação e qualifi-cação de políticas públicas é condição primordial hoje, com as novas premissas e requisitos de par-ticipação de atores sociais, empoderamento e con-trole social”. Estas orientações “têm gerado uma profusão de institucionalidades, com diferentes propósitos específicos, muitas vezes se sobrepon-

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do e provocando certa saturação entre os atores.” Especificamente, no que tange às articulações do governo federal e à sociedade em programas de base territorial, de interesse na política regional, se destacam os Colegiados dos Territórios Ru-rais e da Cidadania e os Comitês de Bacias Hi-drográficas. Estas instâncias devem ser, portanto, consideradas, quando se pensa na governança em um plano como o PDRS-SF.

Ainda com relação aos arranjos institucio-nais de caráter horizontal, colocam-se as articula-ções entre os municípios no âmbito sub-regional. Conforme o citado documento “ao reconhecer o município como ente federado, promovendo in-tensa descentralização de políticas públicas e for-talecendo o poder local, a Constituição de 1988 tornou o sistema federativo brasileiro mais jus-to, porém complexo”. Dentre as iniciativas mais recentes vale destacar que com a “aprovação da Lei dos Consórcios Públicos em 2005 e sua re-gulamentação em 2007, foram criadas condições institucionais para superar a insegurança jurídica dos arranjos de cooperação entre os diversos entes federados. A PNDR deve estimular a formação de consórcios intermunicipais, especialmente aque-les estabelecidos com o objetivo de promover o desenvolvimento territorial e regional”.

Deve-se ainda considerar os arranjos insti-tucionais verticais, como os que se estruturam, ou devem se estruturar, entre o governo federal e os estados e entre estes e os municípios.

Com relação às articulações entre o gover-no federal e os estados o documento do MI/SDR (2012) se refere a “baixa interação entre o gover-no federal e os estados federados na execução da PNDR”, pois “com relação aos Fóruns de Mesor-regiões, os Territórios da Cidadania e os Comitês de Bacia, o governo federal em geral privilegiou o contato direto com estas instâncias sem maior articulação com os governos estaduais”, sendo ainda que reconhece que “a representação dos es-tados nestes fóruns é, em geral, muito limitada”, concluindo que “o caráter fortemente transversal da política regional e a ausência de secretarias es-pecíficas encarregadas desta temática nos estados dificulta este tipo de articulação neste campo”.

Neste sentido o documento sugere “a cria-ção de Secretarias de Desenvolvimento Regio-nal, preferencialmente combinadas com a função de política urbana nos estados. Adicionalmente, estimulará a criação de Câmaras Estaduais de Articulação de Políticas de Desenvolvimento Regional, à semelhança da Câmara em nível fe-deral, como integrantes do Sistema Nacional de Desenvolvimento Regional”.

Ainda na integração vertical coloca-se a ne-cessidade de arranjos entre os estados e os muni-cípios, e no documento citado se reconhece que “não existe um modelo pronto para a construção de tais instâncias.” (...) “mas cada Estado deve en-contrar seu próprio caminho.” Neste particular, o PDRS-SF estabeleceu uma regionalização em 12 Áreas Programa (APs), a partir dos municípios integrantes de sua área de abrangência, com base na Rede de Cidades (IBGE, 2007) e nas bacias hidrográficas receptoras da transposição do rio São Francisco, onde podem ser estabelecidas ins-tâncias de coordenação e de desenvolvimento, como será abordado mais adiante.

Assim sendo, o modelo do Sistema Na-cional de Desenvolvimento proposto estrutura-se por meio de arranjos institucionais em três níveis, conforme a Figura 14.

Nível Estratégico: aqui encontra-se o Conselho Nacional de Integração de Po-líticas Regionais e Territoriais, instância em que se define a estratégia de Estado, presidido pelo Chefe de Estado, ou Pre-sidente da República, Ministros e Repre-sentantes da Sociedade Civil.

Nível Tático: situa-se a Câmara de Ges-tão de Políticas Regionais e Territoriais, cuja função é o de aprovar o Plano de Trabalho Plurianual e programações anuais, além de coordenar ações opera-das nos territórios.

Nível Operacional: aqui estão, de um lado, as Superintendências Macrorre-gionais (SUDAM, SUDENE, SUDECO e SUDESUL) e Câmaras estaduais de

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Gestão de Políticas Regionais e Terri-toriais, e de outro lado, no âmbito sub-regional, os fóruns mesorregionais, co-legiados territoriais, comitês de bacias,

Na implementação do Sistema Nacional de Desenvolvimento Regional o documento propõe algumas diretrizes às quais poderão se somar ain-da a proposição de criação de uma Agência de Fo-mento e de um Sistema de Informações, conforme

Figura 14 - Desenho Esquemático do Sistema Nacional de Desenvolvimento Regional.Fonte: MI/SDR, 2012.

Quadro 9 - Diretrizes Gerais do Sistema de Desenvolvimento Regional e mecanismos de implementação no âmbito do PDRS-SF.

Diretrizes gerais Mecanismos de Implementação no PDRS-SF

Territorializar o PPA federal e articulá-lo com os PPAs estaduais nas Áreas Programa da PNDR.

A ser implementado no processo de planejamento previsto no modelo de gestão, integrando programas dos PPAs, na execu-ção dos projetos previstos pelo PDRS-SF.

Introduzir ou reforçar a dimensão territorial nas políticas fede-rais, articulando-os, no processo de construção das Carteiras de Projetos (CP) e dos Pactos de Metas (PM), com os principais programas federais afetos ao desenvolvimento regional.

Implementado no detalhamento dos programas e projetos pro-postos, carteira de projetos e metas na estrutura do PDRS-SF, sempre relacionados às políticas afetas ao desenvolvimento re-gional.

Priorizar as articulações dos Territórios Rurais e da Cidadania ampliando suas agendas para além da dimensão rural e buscan-do integrá-las com as agendas estratégicas nas demais escalas.

O modelo de gestão prevê a inclusão dos Colegiados Territoriais, conforme o Item 8.2 deste capítulo.

Considerar o papel estratégico dos Comitês e Consórcios de Bacias no âmbito do PDRS-SF, como participantes ativos da construção e gestão.

Considerados no arranjo institucional / Modelo de Gestão pro-posto para o PDRS-SF.

Estimular a formação de consórcios intermunicipais na área do PDRS-SF, especialmente aqueles com objetivo de promover o desenvolvimento regional.

Idem

Estimular a criação de Secretarias de Desenvolvimento Regional. Considerado no Modelo de Gestão.

Estimular a criação de Câmaras Estaduais de Articulação de Po-líticas de Desenvolvimento Regional.

Considerado no arranjo institucional / Modelo de Gestão propos-to para o PDRS-SF

Criação de Agência de Fomento Propõe-se a criação de uma Agência de Fomento.

Desenvolver sistema de informações.Propõe-se a criação de um sistema de informações para o PDR-S-SF (Modelo de Gestão).

Fonte: Elaborado pela CON&SEA Ltda.

consórcios municipais e demais organi-zações que atuem territorialmente, com distintos focos e interesses, mas que ul-trapassem o âmbito municipal.

o Quadro 9. Neste Quadro, apresentam-se as dire-trizes gerais propostas e os mecanismos de inter-nalização destas diretrizes no âmbito da estrutura do PDRS-SF e na construção de sua governança e de seu Modelo de Gestão.

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Quanto à criação de uma Agência de Fo-mento deve-se considerar, desde já, que a CODE-VASF é uma agência governamental que cumpre a função de Operadora Federal, como instância do Sistema de Gestão do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográfi-cas do Nordeste Setentrional (SGIB), conforme o artigo terceiro, do Decreto Nº 5.995, de 19 de de-zembro de 2006, que institui o Sistema de Gestão do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Seten-trional.

Art. 3º O SGIB congregará grupos de asses-soramento e instituições federais e estadu-ais, com interferência na gestão dos recur-sos hídricos, assim organizado:I - Ministério da Integração Nacional, Ór-gão Coordenador;II - Agência Nacional de Águas (ANA), Enti-dade Reguladora;III - Conselho Gestor;IV - CODEVASF, como Operadora Federal.

O Sistema de Gestão do PISF, instituído pe-los decretos Nos 5.995/2006 e 8.207/2014 é ilustra-do pela Figura 15.

Figura 15 - Sistema de Gestão do PISF.Fonte: CODEVASF, 2014

Pelo Decreto Nº 5.995, compete também à Operadora Federal exercer as funções necessárias à operacionalização e à manutenção da infraestru-tura decorrente do PISF, podendo ainda ser exe-cutora dos “programas de indução do uso eficien-te e racional da água no seu âmbito de atuação, considerando os benefícios sociais, econômicos e ambientais, na conformidade de diretrizes do Mi-nistério da Integração Nacional.”, em função de

normatizações oriundas do Conselho Gestor e de-mais integrantes do SGIB.

No exercício do planejamento e uso racio-nal da água, que deverão considerar os programas e projetos previstos pelo PDRS-SF, a CODEVASF se coloca como a instituição co-gestora do PDR-S-SF. No entanto, permanece a opção pela criação de uma Agência de Fomento do PDRS-SF, consi-derando que a CODEVASF possui uma atuação

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que ultrapassa, em muito, os limites geográficos do PDRS-SF, não possuindo o perfil de uma Agên-cia de Fomento.

O decreto prevê ainda que “será facultado aos Estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará integrar o SGIB por intermédio dos seus representantes designados para o Conselho Gestor e de suas Operadoras Estaduais, designadas em ato próprio, que ficarão encarregadas de operar as infraestruturas hídricas interligadas ao PISF nos respectivos Estados receptores e de firmar contrato com a Operadora Federal para adução de água bru-ta, desde que a adesão seja formalizada em ato nor-mativo dos respectivos Estados”. Faculta também aos estados “instituir, no seu âmbito de atuação, programas de indução do uso eficiente e racional da água, considerando os benefícios sociais, econômi-cos e ambientais dos seus usos”.

O Quadro 10 apresenta as instâncias e as competências do Sistema Nacional de Governan-ça do Desenvolvimento Regional, que é conside-

rado aqui como referência na construção do Siste-ma de Governança do Desenvolvimento Regional (na área do PDRS-SF), base do Modelo de Gestão/Sistema de Gestão.

Considera-se que a Região Programa da PNDR, em questão, no caso do PDRS-SF é a sua área de abrangência, onde se deve constituir uma instância macrorregional (envolvendo os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernam-buco) ou instâncias estaduais, que se articulam no âmbito do SNDR.

O CNDR foi concebido como uma organi-zação que possui três instâncias: estratégica, tática e operacional. No nível estratégico, incluem-se atividades relacionadas às pactuações de metas estratégicas globais da PNDR, das Regiões Pro-grama (RP) e a validação de propostas apresenta-das por integrantes do SNDR. Responde, também, pela coordenação do processo de regionalização de políticas e planos setoriais, o monitoramento e avaliação da PNDR.

| Crédito: Ivan Cruz (AG/ CLAS) 139

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Quadro 10 - Sistema Nacional de Governança do Desenvolvimento Regional. Instâncias e Competências de Nível Federal.

Instância Representantes Competências

Conselho Nacional de Desenvolvimento

Regional

Instância Estratégica:Presidido pelo Ministro da Integração NacionalSecretaria Executiva – SDR composta por:

• Representantes de Ministérios e Ór-gãos Federais;

• Representantes indicados pelos Con-selhos Macrorregionais de Desenvolvi-mento Regional;

• Representantes indicados pelos Con-selhos Estaduais de Desenvolvimento Regional;

• Representantes das Instâncias Sub-Regionais de Desenvolvimento Re-gional;

• Representantes da Sociedade Civil.Instância Tática – composição:Câmara de Políticas Integração Nacional e De-senvolvimento Regional, presidida pela Secretaria Executiva da Casa CivilSecretaria Executiva – SDR é composta por:

• Representantes da Casa Civil;

• Secretários Executivos de ministérios;

• Dirigentes de órgãos federais que man-têm interface com a PNDR.

Instância Operacional – composta por:Ministérios da Integração Nacional; do Desen-volvimento Agrário; do Meio Ambiente; do De-senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; da Educação; da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Saúde; das Cidades; dos Transportes; do Desen-volvimento Social; do Trabalho e Emprego; das Comunicações.

• Estabelecer Pactos de Metas globais da PNDR;

• Estabelecer Regiões Programa (RP) e vali-dar as propostas pelas instâncias do SNDR;

• Coordenar a regionalização de políticas e planos setoriais federais, instrumentos de planejamento e orçamento federal e esta-duais;

• Aprovar e encaminhar proposta de regula-mentação do Fundo Nacional de Desenvol-vimento Regional;

• Monitorar e avaliar a PNDR;

• Organizar as Conferências Nacionais;

• Aprovar a programação e o balanço anual;

• Execução das ações afetas aos seis Eixos Setoriais prioritários da PNDR:

I – Educação e Capacitação Profissional; II - Ciência, Tecnologia e Inovação; III – Desenvolvimento Produtivo; IV – Infraestrutura;V – Acesso a Serviços;VI - Sustentabilidade.

Conselho Macrorregional de Desenvolvimento

Regional

Composição e nível deci-sório: órgãos colegiados de natureza permanente; têm caráter deliberativo e

consultivo: são integrantes das estruturas de Superin-tendências de Desenvol-

vimento.

Instância Estratégica:

Presidida pelo Superintendente de Desenvolvi-mento

• Representantes das Superintendências de Desenvolvimento;

• Representantes dos Governos Esta-duais;

• Representantes das Instâncias Sub-Regionais de Desenvolvimento Regio-nal que ultrapassem a escala estadual;

• Representantes da Sociedade Civil.

Caberá à Presidência do Conselho Macrorregional buscar interface entre as diretrizes estabelecidas pelos CONDEL e Conselhos Macrorregionais.

• Estabelecer Pactos de Metas macrorregio-nais da PNDR;

• Propor Regiões Programa (RP) e encami-nhar ao CN;

• Construir Carteiras de Projetos Macrorregio-nais;

• Coordenar as políticas estaduais em nível macrorregional e sua interface com políticas federais com impacto regional;

• Definir diretrizes específicas para elaboração de planos macrorregionais de desenvolvi-mento regional;

• Organizar as Conferências Macrorregionais;

• Aprovar a programação e o balanço anual.

Fonte: MI/SDR, 2012.

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A pactuação de metas se coloca como com-petência primordial das instâncias definidas e tam-bém momento decisivo no funcionamento e legi-timação do processo decisório, que deve ocorrer com ampla participação governo/sociedade. Os pactos de metas devem ser firmados em diferentes

instâncias, sejam estratégicas, táticas ou operacio-nais. A construção deste amplo consenso resulta em programações consolidadas, em que todas as partes devem ver-se representadas e satisfeitas.

A Figura 16 exemplifica a estrutura institu-cional de um pacto de metas.

Figura 16 - Estrutura e do Sistema Nacional de Governança do Desenvolvimento Regional.Fonte: MI/SDR, 2012.

A pactuação de metas estratégicas globais é feita entre o Ministério da Integração Nacional e os ministérios setoriais e visam ajustar e com-plementar as diretrizes de cada um dos eixos pro-gramáticos da PNDR, bem como definir metas concretas para cada Região Programa (RP), com prazos, responsabilidades e recursos.

Quanto aos Pactos de Metas específicos, estes são feitos considerando as metas globais definidas para cada Região Programa, Conselhos Macrorregionais, Estaduais e as Instâncias Sub

-Regionais, os quais proporão Pactos de Metas específicas a serem encaminhadas ao Conselho Nacional para aprovação.

Com relação à regionalização dos instru-mentos de planejamento e o estabelecimento dos orçamentos federal e estaduais, estes deverão ser feitos de acordo com diretrizes traçadas pelos Conselhos e deverão ter parâmetros técnicos para o acompanhamento da execução regionalizada. Caberá aos Ministérios setoriais componentes do Conselho Nacional aumentar gradualmente seus aportes às Regiões Elegíveis da PNDR.

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8.2. Arranjos institucionais para a Constru-ção do Sistema Regional de Desenvolvimen-to do PDRS-SF

A construção do Sistema Regional de De-senvolvimento (SRD) do PDRS-SF parte das dire-trizes gerais do Sistema Nacional de Desenvolvi-mento Regional (SNDR) anteriormente descrito, tanto seu desdobramento, em consequência dos vínculos entre as instâncias, quanto ao seu dese-nho, funções e competências nos diferentes níveis territoriais.

Neste sentido, este sistema pressupõe a existência e o funcionamento do SNDR em sua estrutura de governança.

Na esfera federal deve ocorrer, assim, o funcionamento do Conselho Nacional de In-tegração de Políticas Regionais e Territoriais (nível estratégico nacional) no qual se define a estratégia de Estado no plano nacional, presidido pelo Chefe de Estado, ou Presidente da República, Ministros e Representantes da Sociedade Civil. Neste nível estratégico são formuladas as políticas nacionais, suas diretrizes e mecanismos de imple-mentação. O funcionamento do conselho pressu-põe a Câmara Interministerial de Gestão de Políticas Regionais (nível tático nacional), cuja função é aprovar o Plano de Trabalho Plurianual e programações anuais, além de coordenar ações operadas nos territórios. No nível de coordenação operacional, quanto ao PDRS-SF, deve atuar a Agência de Fomento, articulada à SUDENE, CO-DEVASF, DNOCS e órgãos executores estaduais. Nestes níveis deve ocorrer a pactuação das metas para o PDRS-SF.

Para o desenvolvimento das interfaces entre o Governo Federal e os Estados o sistema prevê a criação e funcionamento da Câmara Técnica Re-gional de Integração de Políticas Públicas, que de modo articulado, deve participar da consolida-ção e aprovação do Plano de Trabalho Plurianual do PDRS-SF e suas programações anuais, além de

acompanhamento e avaliação das programações e a coordenação das ações a serem operadas no ter-ritório. Neste nível deve ocorrer a pactuação das metas estaduais para o PDRS-SF.

Nas esferas estaduais (CE, RN, PB e PE), replicando o modelo, deve-se instituir as Secre-tarias Estaduais de Desenvolvimento Regional (ou congêneres, se existentes) e o Conselho de Desenvolvimento Regional do PDRS-SF, locus onde se definem as estratégias dos Estados face ao PDRS-SF, presidido pelos Governadores (em sistema de rodízio ou outra proposição consensu-al), com representação dos Secretários de Estado e da Sociedade Civil (dos Estados integrantes). Neste nível estratégico poderão ainda ser formu-ladas outras políticas regionais em consonância com a PNDR, suas diretrizes e mecanismos de implementação. Pressupõe ainda, no nível tático, uma Câmara de Gestão de Políticas Regionais e Territoriais cuja função é elaborar e propor o Plano de Trabalho Plurianual, as programações anuais, acompanhamento e avaliação da execução do PDRS-SF. No seu âmbito são também propos-tas Câmaras Técnicas Especializadas, que no caso do PDRS-SF devem-se voltar à formulação de estratégias e articulações institucionais para a execução dos projetos produtivos previstos.

No nível operacional regional, uma Agên-cia de Fomento do PDRS-SF deverá ter a sua atuação coordenada em articulações interinstitu-cionais entre a SUDENE, CODEVASF, DNOCS e os Órgãos Executores Estaduais, na efetiva im-plementação de projetos e programas definidos no âmbito do PDRS-SF, onde deverão ser promovi-das as condições técnicas e materiais indispensá-veis à sua execução.

Na esfera sub-regional foram definidas 12 Áreas Programa, conforme já notado, onde poderão atuar instâncias como Agências de De-senvolvimento Regional (a exemplo da Agência de Desenvolvimento do Seridó - ADESE, que já abrange parte significativa da Área Programa VII - Piranhas - Açu), ou a instalação de unidades ou

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Gerências de Planejamento Regional, sediadas nas cidades polo, como referência para a coorde-nação e execução do PDRS-SF em cada uma das Áreas Programa.

Nesta esfera sub-regional, territorialmente delimitada pelas Áreas Programa encontra-se a base de legitimação de todo o sistema. O SNDR deve ser constituído por Fóruns Regionais, com representações e interfaces programáticas com os Colegiados Territoriais (Territórios Rurais, Terri-tórios da Cidadania, Comitês de Bacias, Consór-cios Municipais.), além de outros Fóruns exis-tentes no contexto de cada Área Programa, que ultrapassem o âmbito municipal. As articulações institucionais entre as esferas federal, estadual e sub-regional nas instâncias mencionadas confor-mam um primeiro esboço geral do Sistema Esta-dual.

Resumida e preliminarmente, os arranjos previstos para um Sistema Regional de Desenvol-vimento para o PDRS-SF seriam:

Âmbito Nacional

Conselho Nacional de Integração de Políticas Re-gionais e Territoriais (nível estratégico nacional). Câmara Interministerial de Gestão de Políticas Regionais (nível tático nacional).

Agência de Fomento, articulada à SUDENE, CO-DEVASF, DNOCS e órgãos executores estaduais (nível operacional, de atuação regional/PDRS-SF, mas de competência federal).

Âmbito Estadual (CE, RN, PB e PE)

Secretarias Estaduais de Desenvolvimento Regio-nal (ou congêneres, se existentes).

Âmbito nacional/estadual (ce, rn, Pb e Pe).

Câmara Técnica Regional de Integração de Políti-cas Públicas.

Pactuação das metas estaduais para o PDRS-SF.

Âmbito Regional

Conselho Regional de Desenvolvimento do PDR-S-SF.

Câmara de Gestão de Políticas Regionais e Terri-toriais e Câmaras Técnicas Especializadas.

Agência de Fomento do PDRS-SF. Nível ope-racional regional, de caráter executivo, mas en-volvendo articulações interinstitucionais entre a SUDENE, CODEVASF, DNOCS e os Órgãos Executores Estaduais.

Âmbito Sub-regional (12 Áreas Programa)

Unidades ou Gerências de Planejamento Regional (cidades polo).

Fóruns Regionais, com representações e interfa-ces programáticas com os Colegiados Territoriais (Territórios Rurais, Territórios da Cidadania, Co-mitês de Bacias, Consórcios Municipais), além de outros Fóruns existentes no contexto de cada Área Programa, que saiam do âmbito municipal.

8.3. Arranjos institucionais na esfera regio-nal. Elementos para a Construção do Mode-lo de Gestão do PDRS-SF

Nos marcos do PDRS-SF, compreende-se o Modelo de Gestão como um conjunto articula-do de instâncias, instituições, mecanismos e ins-trumentos técnicos e jurídico-institucionais (os últimos, a serem desenvolvidos), com estratégias e estruturas integradas, que devem ser pactuados entre os entes federativos envolvidos na imple-mentação do PDRS-SF, tendo como referência o Sistema Nacional de Desenvolvimento Regional.

Tendo como pressupostos as instâncias su-periores de nível federal do SNDR (Conselho Fe-deral e Câmara Federal), o Modelo de Gestão para o PDRS-SF aqui proposto delineia, de início, as instâncias pertinentes aos níveis regional e sub-re-gional no espaço territorial do PDRS-SF.

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Assim, replicando a estrutura do SNDR, o Modelo proposto se estrutura em três níveis hie-rárquicos de planejamento (estratégico, tático e operacional) e um nível operacional-executivo.

a) Nível Estratégico

1. Instâncias federais estratégicas do SNDR (Conselho Nacional e Câmara Nacional).

2. Comitê Intergovernamental de Políticas de De-senvolvimento Regional.

3. Conselho Regional de Desenvolvimento.b) Ní-vel Tático

b) nível Tático Câmara Técnica Regional. Câmaras Técnicas Es-pecializadas.

c) Nível OperacionalConselhos de Desenvolvimento das Áreas Progra-ma.

d) nível operacional executivo1. Agência de Fomento.2. Órgãos Executores Federais.3. Órgãos Executores Estaduais.4. Órgãos Executores Municipais.

A Figura 17 apresenta o organograma geral propositivo para o SRD.

Figura 17 - Organograma Propositivo para o Sistema Regional de Desenvolvimento (Governança).

Fonte: Concepção e elaboração CON&SEA Ltda.

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8.3.1. nível estratégico do Srd/PdrS-SF

a) Instâncias Federais Estratégicas do SNDR

As instâncias federais estratégicas do SNDR, o Conselho Nacional e a Câmara Nacio-nal, integram o sistema regional no papel de ins-tâncias formuladoras das políticas nacionais. Es-sas políticas definem as diretrizes nacionais para as grandes regiões brasileiras, assim como as dire-trizes mais específicas do desenvolvimento regio-nal (no caso para o PDRS-SF), além de recursos, mecanismos e instrumentos de implementação, de modo a assegurar o caráter integrado nacional e regional destas políticas.

As articulações de caráter nacional são tam-bém relevantes quanto ao apoio técnico e geren-cial, que podem ser estabelecidos em parcerias e convênios entre as partes.

A estrutura e competências desta instância foram apresentadas no Quadro 10.

b) comitê intergovernamental de Políticas de Desenvolvimento Regional

Este Comitê é uma instância decisiva em toda a articulação político-institucional para a go-vernança do PDRS-SF. Ele é o ponto de partida do processo de planejamento no território regional. Nesta instância ocorrem as definições estratégicas de curto, médio e longo prazo. A concertação entre o Governo Federal e os Estaduais (CE, RN, PB e PE) é crucial na definição concreta de programas e projetos, além dos pactos de metas (anuais e plu-rianuais) que deve assegurar recursos e todos os demais meios indispensáveis à execução do PDRS-SF. A autonomia consagrada aos entes federados pela Constituição (artigos 16, 17 e 18) deve ser exercitada, ainda que carente de regulamentação,

sendo este um forte gargalo na implementação de articulações de caráter federativo.

O Comitê terá assim um papel destacado na concertação e pactuação para o desenvolvimento regional nos marcos do PDRS-SF, considerando as diretrizes da PNDR. Suas recomendações deve-rão ser objeto de deliberação nos conselhos fede-ral, regional e sub-regional de desenvolvimento. A ausência desta instância foi um dos itens mais crí-ticos apontados na implementação dos planos me-sorregionais e outros planos elaborados no âmbito da PNDR I, conforme documentos do Ministério da Integração (IICA; MI, 2011; MI/SDR, 2012).

A sua implementação expressa, de certa forma, um desafio, pois pressupõe quase que uma ruptura em procedimentos historicamente crista-lizados quando se aborda intervenções de caráter desenvolvimentista de uma maneira geral (gran-des obras de infraestrutura) ou do desenvolvimen-to regional (grandes programas como Bolsa Fa-mília ou Territórios da Cidadania), tanto por parte da esfera federal, quanto dos estados, quando se trata de pactuar mecanismos de políticas públicas, cujos resultados políticos também devem ser com-partilhados.

Mecanismos claros de papéis e atribuições (a serem posteriormente detalhados) serão funda-mentais, pois tanto no sucesso, como no fracasso das políticas, estes resultados devem ser credita-dos a todas as instâncias (inclusive locais e mu-nicipais), como ocorre nos sistemas de educação e saúde, por exemplo, nos quais os programas e recursos possuem, em parte, orientações e fundos nacionais, mas, a execução e a responsabilidade por resultados são compartilhados com o Governo Federal, Estados e Municípios.

É certo que tarefa desta complexidade de-verá merecer uma atenção especial na formatação das estruturas e competências a serem comparti-lhadas, sendo proposto um desenho inicial, con-forme o Quadro 11.

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Quadro 11 - Estrutura e Competências de Nível Intergovernamental do Comitê Intergovernamental de Desenvolvimento.

Estrutura e Composição. Desenho preliminar propositivo Competências

A sua coordenação e composição deverá ser estabelecida em processos de pactuação de alto nível da esfera político-institu-cional federal-estadual a ser conduzida por uma comissão mis-ta, assessorada por especialistas em modelagem de sistemas de planejamento.

Deverá ser instituída por instrumento legal federal, pactuado com os Estados, que detalhe seus objetivos, composição, competên-cias e funcionamento. Instrumentos de regulamentação também deverão ser desenvolvidos, definindo mecanismos operacionais e interfaces com as demais instâncias do sistema de planeja-mento/modelo e gestão e procedimentos de rotina, prazos, etc.

Deverá contar com uma Secretaria Executiva, com a responsa-bilidade de operacionalizar o funcionamento do Comitê, a ser composta também por representantes técnicos das esferas fe-deral e estaduais, em número e perfil compatível com seu cará-ter operacional.

• Propor Pactos de Metas do PDRS-SF, considerando os pactos de metas nacionais definidos no âmbito do CNDR.

• Propor a implementação das políticas e planos setoriais federais e estaduais, instrumentos de planejamento e orça-mento federal e estaduais para o PDRS-SF em suas Áreas Programa (APs) e consolidações estaduais e regional.

• Encaminhar propostas de regulamentação dos instrumen-tos de execução do PDRS-SF (agência de fomento, fun-cionamento de conselhos sub-regionais, papel dos órgãos executores federais e estaduais).

• Monitorar e avaliar o PDRS-SF no âmbito regional e das APs.

• Implementar parcerias entre o Governo Federal e Estaduais.

• Propor a programação anual (POA) e plurianual do PDR-S-SF de modo a adequá-la aos demais instrumentos de planejamento (PPA, LOA, etc.).

Fonte: Elaborado pela CON&SEA LTDA.

c) Conselho Regional de Desenvolvimento

O Conselho Regional de Desenvolvimento deverá ser a instância máxima consultiva e delibe-rativa na implementação do PDRS-SF no âmbito regional. A sua interação com os níveis estratégi-cos federais (Conselho Federal e Câmara Federal), apesar de vertical, não é de subordinação, mas de pactuação, o que deve ser assegurado no âmbito do Comitê Intergovernamental.

A não instalação das referidas instâncias federais, assim como as dificuldades em torno da regulamentação do pacto federativo, coloca, de início, dificuldades na institucionalização do sis-tema. No entanto, instâncias de pactuação, como atos voluntários das partes, regulamentados por expedientes que possam ser estabelecidos dentro dos atuais marcos legais são recomendados, como

é o caso do Comitê Intergovernamental, onde os entes federativos não têm relação de subordina-ção, mas de concertação de políticas públicas de interesse das duas esferas.

O Conselho Regional de Desenvolvimento deve, portanto, formular diretrizes, orientações ge-rais (programas e projetos) e fornecer recursos fi-nanceiros. A execução ocorre no âmbito da Agência de Fomento. Esta agência deverá estar estruturada em departamentos ou câmaras técnicas temáticas, compostas por técnicos especializados de várias áreas (elaboração de projetos, estudos de viabilida-de, montagem de projetos para busca de financia-mentos nacionais e internacionais, estabelecimen-tos de convênios para repasse de recursos oficiais nacionais e estrangeiros, entre outros) para atender às demandas do PDRS-SF. As fontes de financia-mento previstas para o PDRS-SF estão relacionadas no Capítulo 8. Captações de recursos em diversas

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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fontes poderão ser realizadas no âmbito da Agência de Fomento, com a elaboração de programas e pro-jetos, inclusive para agências internacionais.

Um desenho definitivo para o Conselho Re-gional de Desenvolvimento deverá ser objeto de

processos de planejamento no contexto de cons-trução de um Modelo de Gestão detalhado, sob consultoria especializada. Preliminarmente, apre-senta-se uma proposta de estrutura, composição e competências, conforme o Quadro 12.

Quadro 12 - Estrutura e Competências de Nível Estadual do Conselho Regional de Desenvolvimento.

Estrutura e Composição. Desenho preliminar propositivo Competências

A sua coordenação e composição deverá ser estabelecida em processos de pactuação de alto nível da esfera político-institu-cional envolvendo os governos do Estados (CE, RN, PB e PE). Deverá ser conduzida por uma comissão também de alto nível, assessorada por especialistas em modelagem de sistemas de planejamento. Recomenda-se que as articulações visando a criação do Conselho tenham a participação do Governo Federal (MI), como ente moderador no processo de concertação.

A princípio sugere-se que o Conselho tenha, genericamente, a seguinte composição:Presidente: Governadores dos Estados (rodízio ou outra forma consensual).Membros governamentais: Secretários de Estado.Membros não governamentais: representações de federações setoriais, entidades de classe vinculadas ao desenvolvimento, associações municipais de caráter estadual e outras.

Deverá ser instituído, por instrumento legal pactuado união/es-tados que detalhe seus objetivos, a composição, competências e funcionamento. Instrumentos de regulamentação; também deverão ser desenvolvidos, como estatuto e regimento interno, definindo mecanismos operacionais e interfaces com as demais instâncias do sistema de planejamento/modelo e gestão e pro-cedimentos de rotina, prazos, etc.

Deverá contar com uma Secretaria Executiva e uma Câmara Técnica permanente que deverá fazer as interfaces com a Agen-cia de Fomento e os Conselhos das APs, em suas programações anuais e demais encaminhamentos práticos, de rotina. Câmaras Técnicas especializadas poderão ser constituídas, em função das necessidades, que deverão ser encarregadas de elaborar pareceres sobre demandas técnicas específicas, etc.

• Definir e ajustar o Pacto de Metas. A principal competência do Conselho é o ajuste do PDRS-SF em seu planejamento plurianual (com rebatimento no PPA) e programação anual (POA) dos Pactos de Metas. Deve-se observar a necessi-dade de antever e definir mecanismos legais e institucio-nais de ajuste entre os Pactos de Metas que se desdobram, inicialmente, em três instâncias (Conselho Federal, Comitê Intergovernamental e o Conselho Regional). Chama-se a atenção para o desafio e a complexidade neste ajuste, que deverá estar regulamentado e disciplinado em instrumen-tos legais específicos. O Pacto de Metas no âmbito do Con-selho Regional deverá ainda estar ajustado às demandas dos Conselhos das APs.

• Constituir-se como instância de deliberação da Agência de Fomento quanto à sua linha geral estratégica de atuação, assim como na aprovação de programação e do conjunto de programas e projetos a serem desenvolvidos e execu-tados. Deverá também analisar as contas da Agência, sem prejuízo das demais instâncias legais constituídas, como tribunais de contas, etc.

• Propor a implementação de políticas e planos setoriais federais e estaduais (que poderão ser agregados ao pla-nejamento, nas reprogramações plurianuais ou anuais); instrumentos de planejamento e orçamento do PDRS-SF em suas APs e consolidação regional e estaduais.

• Encaminhar propostas (em consonância com as demais instâncias) de regulamentação dos instrumentos de exe-cução do PDRS-SF (agência de fomento, funcionamento de conselhos sub-regionais, papel dos órgãos executores federais e estaduais no PDRS-SF, etc.).

• Monitorar e avaliar o PDRS-SF no âmbito regional e das APs, mediante pareceres da Câmara Técnica e Agência de Fomento.

• Propor, aprovar e implementar parcerias com o governo federal na promoção de iniciativas.

• Propor, aprovar e implementar parcerias com instituições privadas, ONGs e inclusive instituições e organismos in-ternacionais (em articulação com as instâncias federais competentes).

Fonte: Elaborado pela CON&SEA LTDA.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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8.3.2. nível Tático

a) Câmara Técnica Regional e Câmaras Técnicas Especializadas

A instância tática no nível regional será exercida pela Câmara Técnica Regional. Esta Câmara atua de forma subordinada e de apoio técnico, jurídico e administrativo para o Conselho Regional de Desenvolvimento no exercício de suas funções. A sua composição, estrutura e competências se encon-tram no Quadro 13.

Quadro 13 - Estrutura e Competências de Nível Regional da Câmara Técnica Regional.

Estrutura e Composição. Desenho preliminar propositivo

A Câmara Técnica tem a função tática de apoiar o funcionamento do Conselho em todas as suas atribuições e obrigações legais, técnicas, estatutárias e regimentais. Este apoio será exercido de modo articulado à Secretaria Executiva do Conselho e a Secretaria Executiva do Comitê Intergovernamental. O Secretário Executivo da Câmara Técnica deverá ser cargo comissionado de governo. A Câmara (incluída sua Secretaria Técnica) deverá possuir quadro funcional e técnico permanente e concursado, considerando as exigências técnicas especializadas necessárias ao desempenho das funções. Seu quadro deverá ser o mais enxuto possível, de modo a torná-la ágil e operativa. O perfil profissional de seus quadros deve suprir suas funções técnicas, jurídicas e administrati-vas. A Câmara Técnica contará ainda com apoios especializados, na forma de técnicos designados, na articulação das Câmaras Técnicas Especializadas dos Projetos Produtivos, instituídas pelo Conselho, com a função de articular órgãos, instituições e orga-nizações governamentais, públicas, sociais e não governamentais com interface com os temas dos projetos produtivos, visando a integração dos programas e projetos afetos à cada tema, assim como na atualização de demandas de capacitação, associativismo e desenvolvimento tecnológico, gestão do conhecimento e informação.Deverá também ser instituída por instrumento legal, descrevendo seus objetivos, detalhando a sua composição, competências e funcionamento. Instrumentos de regulamentação também deverão ser desenvolvidos, ou previstos no estatuto e regimento interno do Conselho, definindo mecanismos operacionais, e interfaces com as demais instâncias do sistema de planejamento/modelo e gestão e procedimentos de rotina, prazos, etc.Deverá fazer as interfaces com as demais instâncias do sistema, como a Agência de Fomento e os Conselhos das Áreas Programa, no que couber.

Competências

• Elaborar proposições preliminares para os ajustes dos Pactos de Metas no âmbito do Conselho Regional. A principal compe-tência da Câmara é analisar e propor os ajustes do PDRS-SF em seu planejamento plurianual (com rebatimento nos PPAs) e programações anuais (POA) dos Pactos de Metas. Vale a mesma observação quanto ao Conselho, no que diz respeito à ne-cessidade de antever e definir mecanismos legais e institucionais de ajustes entre os Pactos de Metas que se desdobram nas demais instâncias: Conselho Federal, Comitê Intergovernamental, Conselho Regional e Conselhos das APs, sendo a Câmara, no papel de instância tática, o locus onde os ajustes técnicos preliminares devem ser desenvolvidos. Chama-se a atenção aqui também para o desafio e a complexidade neste ajuste, que deverá estar regulamentado e disciplinado em instrumentos legais específicos.

• Constituir-se como instância tática consultiva (técnica, jurídica e administrativa) de apoio às deliberações do Conselho quanto à sua linha geral estratégica de atuação, assim como na aprovação de programação e do conjunto de programas e projetos a serem desenvolvidos e executados. Deverá também analisar previamente as contas da Agência para a apreciação final do Conselho, sem prejuízo das demais instâncias legais constituídas, como tribunais de contas, etc.

• Manter interfaces com a Agência de Fomento, no que couber.• Levantar, analisar e propor ao Conselho a implementação de políticas e planos setoriais federais e estaduais (que poderão

ser agregados ao planejamento, nas reprogramações quinquenais ou anuais); instrumentos de planejamento e orçamento do PDRS-SF em suas Áreas Programa e consolidação regional.

• Desenvolver procedimentos (em consonância com as demais instâncias) para a regulamentação dos instrumentos de exe-cução do PDRS-SF (agência de fomento, funcionamento de conselhos sub-regionais, papel dos órgãos executores federais e estaduais no PDRS-SF, etc.).

• Monitorar e avaliar o PDRS-SF, em articulação com a Agência de Fomento, no âmbito dos estados e das APs, emitindo pare-ceres ao Conselho Regional.

• Levantar, sistematizar e propor ao Conselho Regional parcerias com o governo federal.• Levantar, sistematizar e propor ao Conselho Regional parcerias com instituições privadas, ONGs e inclusive instituições e or-

ganismos internacionais (em articulação com as instâncias federais competentes), visando principalmente, um planejamento consistente e integrado, no que concerne à execução dos projetos produtivos.

Fonte: Elaborado pela CON&SEA LTDA.

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8.3.3. Nível Operacional

a) Conselhos de Desenvolvimento das Áre-as Programa

Trata-se de um Conselho para cada Área Programa, em número de doze. Recomenda-se, no entanto, que sua implantação seja gradativa e progressiva, segundo um cronograma pactu-ado, dando-se início à implantação nas regiões melhor articuladas, não só do ponto de vista das instituições governamentais presentes no terri-tório, da capacidade técnica e operacional das instâncias locais, inclusive Prefeituras Munici-pais, como também da capacidade organizativa da sociedade local.

Para a implantação destes Conselhos pode-se ainda considerar a criação de Gerências Locais por cada AP. Esta instância deverá também ser regulamentada por instrumento legal e instituída como apoio ao funcionamento do Conselho Lo-cal e da Agência de Fomento.

Estes Conselhos Locais foram concebidos de modo bastante flexível, de modo a permitir uma real e decisiva integração das diferentes estruturas e organizações político-institucionais já vigentes no território (políticas e modelos de gestão já existentes), como recomendado no SNDR, ou seja: os Colegiados dos Territórios da Cidadania, os Comitês de Bacias, os Consórcios Intermunicipais e demais organizações de cará-ter desenvolvimentista de abrangência intermu-nicipal. Propõe-se ainda que sejam articulados os Núcleos de Apoio aos Projetos Produtivos, envolvendo órgãos, instituições e organizações governamentais, públicas, sociais e não governa-mentais com interface com o processo produtivo, em cada projeto.

Assim, cada Conselho Local deverá ser a instância de consolidação, complementação e coerência da programação anual de cada AP, con-siderando o conjunto dos instrumentos de plane-jamento (como os PTDRS – Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável dos Terri-tórios da Cidadania, Planos de Bacias ou Planos Regionais de Gestão de Resíduos Sólidos, dos Consórcios Intermunicipais, por exemplo) que convergem ou convergirão para o espaço territo-rial delimitado pela AP.

Não se trata da consolidação de uma úni-ca programação no âmbito do PDRS-SF, mas sim de respeito à autonomia de estruturas já implantadas. Objetiva-se, desse modo, compa-tibilizar e eliminar duplicidade de trabalho nas diferentes programações, de modo a torná-las complementares, sendo o Conselho Local de Desenvolvimento a instância de articulação do conjunto das intervenções, sejam oriundas do próprio PDRS-SF, seja dos Territórios da Cida-dania ou dos Comitês das Bacias Hidrográficas, sem o prejuízo de outros fóruns regionais de de-senvolvimento.

Neste sentido, além de órgãos federais, es-taduais e intermunicipais serão representadas e terão assento no Conselho todas as estruturas de gestão já existentes, sendo o Conselho, além de propositor da política local de desenvolvimento e de pactuação de projetos e metas no contexto do PDRS-SF, um “guarda-chuva” integrador e de compatibilização de todo o planejamento re-gional-local. Este arranjo institucional local, de caráter horizontal, poderá potencializar todas as políticas de desenvolvimento em curso nas Áreas Programa.

A Figura 18 mostra um organograma exem-plificador da estrutura dos Conselhos Locais de Desenvolvimento e o Quadro 14 apresenta a Es-trutura e Competências de Nível Sub-Regional dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento.

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Figura 18 - Organograma exemplificador da estrutura dos Conselhos Locais de Desenvolvimento.Fonte: Concepção e elaboração CON&SEA Ltda.

Quadro 14 - Estrutura e Competências de Nível Sub-Regional dos Conselhos Locais de Desenvolvimento.

Estrutura e Composição. Desenho preliminar propositivo Competências

Composição:Presidente: Eleito entre os membros integrantes.Membros governamentais: Prefeitos Municipais e técnicos de órgãos estaduais e federais com representação local/regional.Membros representantes de fóruns regionais: Colegiado dos Territórios da Cidadania, Comitês de Bacias, Consórcios Inter-municipais e outros.Membros não governamentais: representações de organizações regionais da sociedade (que abrangem mais de um município).

Deverá ser instituído por instrumento legal estadual, que detalhe seus objetivos, composição, competências e funcionamento. Instrumentos de regulamentação também deverão ser desen-volvidos, como estatuto e regimento interno, definindo meca-nismos operacionais e interfaces com as demais instâncias do sistema de planejamento/modelo e gestão e procedimentos de rotina, prazos, etc.

Deverá contar com uma Gerência Regional que apoiará o funcio-namento do Conselho e promoverá as interfaces com as demais instâncias do sistema, como o Conselho Estadual e a Agência de Fomento.

• Definir e ajustar o Pacto de Metas nas APs. As principais competências do Conselho são propor e ajustar sua pro-gramação com a do PDRS-SF, elaborando a programação plurianual e anual (POA Regional).

• Compatibilizar e integrar as programações das demais ins-tâncias colegiadas regionais (TC, Comitê de Bacias, etc.) de modo a eliminar no âmbito regional ações superpostas e duplicidade de trabalhos.

• Propiciar a integração, no plano regional, da Agência de Fomento com os órgãos executores (federais, estaduais e municipais) de modo a facilitar a execução das ações pre-vistas em programas e projetos.

• Propor a implementação de políticas, planos setoriais fe-derais e estaduais; de planos regionais (que poderão ser agregados ao planejamento, nas reprogramações quinque-nais ou anuais) no âmbito das Áreas Programa.

• Monitorar e avaliar a execução do PDRS-SF no âmbito re-gional, com a elaboração de relatórios periódicos.

• Propor, aprovar e implementar parcerias com o governo estadual na promoção de conferências; de outros eventos de iniciativa regional.

• Propor, aprovar e implementar parcerias com instituições privadas, ONGs e inclusive instituições e organismos inter-nacionais (em articulação com as instâncias estaduais e federais competentes).

Fonte: Elaborado pela CON&SEA LTDA.

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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8.3.4. Nível Executivo

a) Agência de Fomento

Considerando o porte do conjunto de pro-gramas e projetos previstos pelo PDRS-SF, tor-na-se imperiosa a definição de uma estrutura igualmente robusta para a sua implementação, em todos os momentos do processo de gestão, incluin-do principalmente a etapa crucial de execução dos referidos programas e projetos, sem a qual não se logram os objetivos almejados. Este pressuposto está considerado em todo o desenho para o desen-volvimento do Modelo de Gestão aqui esboçado.

De outro lado, o diagnóstico elaborado no contexto do PDRS-SF também identificou diver-sas fragilidades e gargalos na esfera pública, quan-to à capacidade de implementação de programas e projetos, notadamente de cunho produtivo, volta-do ao desenvolvimento socioeconômico.

Também, “quanto ao arranjo de articula-ção institucional para implementação da PNDR, o documento original (2003) propôs três escalas de coordenação, em nível federal, macrorregional e sub-regional”, explicando que a escala sub-re-gional “seria de responsabilidade dos fóruns e agências de desenvolvimento, que responderiam pela articulação e coordenação dos programas sob governança do Ministério nos espaços prioritários da Política” (MI/SDR, 2012).

Vale observar que a referência à agência de desenvolvimento no citado documento tem um ca-ráter amplo e abrangente, como são a SUDENE, a SUDAM e a SUDECO. No entanto, outras refe-rências do documento apontam para o estímulo à criação de agências também em outras escalas re-gionais, quando se sugerem diretrizes, tais como: “estimular a multiplicação de consórcios munici-pais e agências de desenvolvimento regional com vistas à descentralização do desenvolvimento, a estruturação de redes de cidades e o aproveita-mento de escalas na oferta de bens e serviços pú-blicos” (MI/SDR, 2012).

Reforça-se ainda que “a montagem de agências, ou superintendências regionais de de-senvolvimento, mantidas por parcerias sólidas entre o governo federal e entes subnacionais, é igualmente necessária para a promoção econômi-ca e comercial dos territórios. Tais organismos po-dem-se encarregar da prospecção e identificação de oportunidades de investimentos, da promoção da imagem e dos produtos da região e oferecer in-formações aos investidores, além de outras tarefas estratégicas. Além dessas funções, essas agências se apresentam como canais privilegiados de exe-cução dos fundos nacionais de desenvolvimento” (MI/SDR, 2012).

A formatação de um modelo de Agência de Fomento tem por premissas proposições constan-tes na PNDR II, programas constantes nos PPAs e conclusões obtidas do diagnóstico elaborado.

Além dessas premissas, são fundamentos básicos convicções de que uma Agência de Fo-mento deverá atuar articulada com as políticas de promoção e expansão das atividades produtivas da Região, com ênfase no estímulo à consolida-ção, ampliação e aumento da agregação de valores da competitividade aos produtos locais, tanto das atividades econômicas existentes e portadoras de futuro, assim como para apoiar o surgimento de novos empreendimentos e o empreendedorismo, privilegiando o apoio às micro, pequenas e médias empresas.

Uma Agência de Fomento pode também fa-cilitar a realização de esforços articulados para a atração de investimentos em setores identificados como estratégicos para o desenvolvimento regio-nal, que se efetua e se consubstancia pela busca crescente da construção de vantagens competiti-vas dinâmicas e sistêmicas – o que inclui construir e aperfeiçoar um conjunto de elementos e condi-ções, dentre os quais infraestrutura física, recursos humanos (qualificação de mão de obra) e estrutura institucional.

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b) Órgãos Executores

Grande parte do conjunto de programas e projetos previstos no PDRS-SF é de responsabili-dade legal (às vezes constitucional) de órgãos pú-blicos instituídos exatamente para estes fins.

A articulação na execução do PDRS-SF entre estes órgãos, sejam federais, estaduais ou municipais e as demais instâncias do sistema é de grande importância, considerando a necessi-dade de uma ação coordenada e integrada. Estes órgãos, vinculados aos ministérios ou secretarias estaduais e municipais estarão representados nas diversas instâncias do SDR, mas também serão responsáveis pela execução de muitos programas e projetos.

Ponto crucial na operacionalidade do siste-ma serão as relações entre estes órgãos e a Agên-cia de Fomento, mediadas pelos instrumentos de planejamento e as instâncias decisórias (conse-lhos e outras instâncias de governo). Muitas das deficiências destes órgãos na execução de progra-mas e projetos previstos no PDRS-SF deverão ser complementadas por projetos específicos a serem desenvolvidos e executados no âmbito da Agên-cia de Fomento, que poderão suprir necessidades e fragilidades existentes. Deve-se considerar que estes órgãos, alguns constituídos em empresas públicas, possuem experiência, conhecimento e estão integrados a muitos aspectos da cultura lo-cal, possuindo estruturas físicas e pessoal, o que já

coloca muitas das condições essenciais à execução do PDRS-SF. Nesta medida as ações deverão ser integradas, conveniadas ou contratadas, disponibi-lizando-se condições técnicas, financeiras e opera-cionais para que estes órgãos possam desenvolver e executar os projetos previstos na plenitude de seus objetivos.

No modelo de gestão a ser detalhado, os mecanismos de fomento a programas e projetos deverão considerar esta estrutura governamen-tal de execução já existente e presente na região, sendo também alternativamente possível a tercei-rização, para empresas de assessoria e execução técnica.

8.4. Planejamento e execução nas Múltiplas Escalas

O planejamento e a execução dos progra-mas e projetos previstos pelo PDRS-SF deverão ocorrer considerando os níveis estratégico, tático e operacional do Sistema de Desenvolvimento Re-gional, tendo como referência a escala regional definida pela área de abrangência do PDRS-SF; a escala estadual que envolve a área de cada estado no interior da área de abrangência do PDRS-SF; e a escala local, que se constitui nas Áreas Progra-ma, em seus municípios.

| Crédito: Ericka Melo

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Documento técnico - PDRS-SF Parte III - Plano De DeSenvolvimento Regional SuStentável - PDRS-SF

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Quadro 15 - Correlação entre as escalas de planejamento e execução e os entes federados.

Estado Áreas Programa Estaduais Municípios

CE

Área Programa III - Salgado/Jaguaribe 27

Área Programa IV - Baixo Jaguaribe 21

Área Programa V - Metropolitana de Fortaleza 15

Subtotal CE 3 Áreas Programa 63 municípios

RNÁrea Programa VII - Apodi 44

Área Programa VIII - Piranhas / Açu 51

Subtotal RN 2 Áreas Programa 95 municípios

PB

Área Programa VI - Piranhas 90

Área Programa XI - Paraíba 55

Área Programa XII - Mata Paraibana 17

Subtotal PB 3 Áreas Programa 162 municípios

PE

Área Programa I - Brígida 10

Área Programa II - Terra Nova/Pajeú 09

Área Programa IX- Moxotó / Pajeú 26

Área Programa X - Agreste Pernambucano 71

Subtotal PE 4 Áreas Programa 116 municípios

Total 12 Áreas Programa – 4 Estados União 436 municípios

ESCALAS Escala Estadual Escala Local Escala Regional

Fonte: Elaborado pela CON&SEA LTDA.

A partir do Pacto Global de Metas (esca-las estadual e regional) definido no planejamento estratégico e tático, desenvolve-se a execução do Plano, na esfera operativa, em escala local.

O Conselho Local de Desenvolvimento, na escala local, coordena a proposição local (por AP) para metas e ações nos projetos previstos, tendo

como referência as Matrizes de Planejamento, com indicadores e metas, que são propostas no Anexo I.

Mecanismos institucionais e instrumentos normativos e operacionais que permitam a conso-lidação do planejamento em cada escala deverão ser desenvolvidos e formatados no âmbito da efe-tiva implantação do modelo.

Na escala regional deve-se considerar as instâncias do planejamento estratégico e tático, onde define-se o Pacto Global de Metas, num pro-cesso de pactuação que tem como palco o Con-selho Nacional de Desenvolvimento Regional, a Câmara Interministerial de Gestão Integrada de Políticas Públicas, o Comitê Intergovernamental de Políticas de Desenvolvimento Regional e o Conselho Regional de Desenvolvimento. Nesta escala deve ser consolidado o planejamento dos programas e projetos para toda a área de abran-gência do PDRS-SF, considerando o planejamento em cada Área Programa, que deve ocorrer na esca-la local, no âmbito dos Conselhos Locais.

Deve-se observar que as Áreas Programa, em seus recortes por bacias hidrográficas, obser-vam também as cidades polos/municípios polari-zados, com base na rede policêntrica de cidades do Brasil (IBGE, 2007). Por este critério as Áreas Programa estão circunscritas, sempre, a um mes-mo Estado.

Assim, enquanto a escala regional engloba todas as Áreas Programa e municípios, a escala estadual engloba as Áreas Programa situada em cada Estado. A escala local é representada por cada Área Programa. O Quadro 15 ilustra a corre-lação entre as escalas de planejamento e execução e os entes federados.

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Documento técnico - PDRS-SF LiStaS De FiguRaS, QuaDRoS e tabeLaS

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de Localização do Nordeste, Semiárido e Área de Abrangência do PISF. . . . . . 19Figura 2 - Mapa de Situação das Áreas Programa, limites estaduais e municípios. . . . . . . . . . . . . 20Figura 3 - Percentual de atendimento adequado em água e esgoto nos domicílios municipais por Área Programa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28Figura 4 - Percentual de domicílios urbanos atendidos com coleta de lixo nas Áreas Programa. . 29Figura 5 - Mapa das Bacias Hidrográficas na área de abrangência do PDRS-SF. . . . . . . . . . . . . . 33Figura 6 - Mapa de Áreas sujeitas à desertificação na área de abrangência do PDRS-SF. . . . . . . . 35Figura 7 - Mapa de Desmatamento na área de abrangência do PDRS-SF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36Figura 8 - Mapa de Unidades de Conservação na área de abrangência do PDRS-SF . . . . . . . . . . 38Figura 9 - Mapa das Terras Indígenas na área de abrangência do PDRS-SF. . . . . . . . . . . . . . . . . . 39Figura 10 - Mapa de Áreas Prioritárias para Conservação da Natureza na área de abrangência do PDRS-SF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40Figura 11 - Programas e Projetos do PDRS-SF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91Figura 12 - Mapa de Assentamentos da Reforma Agrária na área do PDRS-SF . . . . . . . . . . . . . . 97Figura 13 - Área de Influência Direta do PISF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98Figura 14 - Desenho Esquemático do Sistema Nacional de Desenvolvimento Regional. . . . . . . . 137Figura 15 - Sistema de Gestão do PISF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138Figura 16 - Estrutura e do Sistema Nacional de Governança do Desenvolvimento Regional. . . . 141Figura 17 - Organograma Propositivo para o Sistema Regional de Desenvolvimento (Governança). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144Figura 18 - Organograma exemplificador da estrutura dos Conselhos Locais de Desenvolvimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Municípios da área de abrangência do PDRS-SF por Área Programa. . . . . . . . . . . . . 22Quadro 2 - Áreas Programa e Polos Regionais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25Quadro 3 - Aumento da Oferta Hídrica Garantida. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84Quadro 4 - Carteira Projetos do PDRS-SF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90Quadro 5 - Considerações gerais e ações propostas para o desenvolvimento do associativismo. . 111Quadro 6 - Unidades de Conservação selecionadas para o Plano de Apoio. . . . . . . . . . . . . . . . . . 125Quadro 7 - Programas, projetos, subprojetos e fontes de financiamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132Quadro 8 - Projetos e potenciais parcerias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133Quadro 9 - Diretrizes Gerais do Sistema de Desenvolvimento Regional e mecanismos deimplementação no âmbito do PDRS-SF.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137Quadro 10 - Sistema Nacional de Governança do Desenvolvimento Regional. Instâncias e Competências de Nível Federal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140Quadro 11 - Estrutura e Competências de Nível Intergovernamental do Comitê Intergovernamental de Desenvolvimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146

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Documento técnico - PDRS-SF LiStaS De FiguRaS, QuaDRoS e tabeLaS

155

Quadro 12 - Estrutura e Competências de Nível Estadual do Conselho Regional de Desenvolvimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147Quadro 13 - Estrutura e Competências de Nível Regional da Câmara Técnica Regional. . . . . . . . 148Quadro 14 - Estrutura e Competências de Nível Sub-Regional dos Conselhos Locais de Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150Quadro 15 - Correlação entre as escalas de planejamento e execução e os entes federados. . . . . . 153

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterização geral da área do PDRS-SF por Área Programa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21Tabela 2 - Áreas Programa e seus Polos Regionais. Nível de inserção na rede brasileira de cidades, bacias hidrográficas, população e PIB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26Tabela 3 - PAC II - Investimentos em Saneamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29Tabela 4 - Investimento do PAC Total e por Estado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63Tabela 5 - Perímetros Públicos de Irrigação existentes na área do PDRS-SF por área. . . . . . . . . . 94Tabela 6 - Perímetros Públicos de Irrigação existentes na área do PDRS-SF por categoria de irrigantes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94Tabela 7 - Assentamentos existentes na área do PDRS-SF. Fases, quantidade, capacidade e número de famílias assentadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96Tabela 8 - Reservatórios a serem construídos ou ampliados pelo PISF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100Tabela 9 - Total de Reservatórios Públicos na área de abrangência do PDRS-SF . . . . . . . . . . . . . 101Tabela 10 - Custos unitários e custos totais para implantação dos Subprojetos de Agricultura Irrigada, de ATER para os projetos bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, caprinovinocultura e apicultura e do Projeto Regularização Fundiária. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130

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Documento técnico - PDRS-SF ReFeRênciaS BiBliogRáFica

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Page 161: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo i

161

Anexo I. Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas

Page 162: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo

162

I. Programa Estrutural de Fomento ao Desenvolvimento Produtivo

I.I. Subprograma de Apoio às Potencialidades Regionais

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 1. Agricultura Irrigada.

Projetos Subprojetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

1. Agricultura Irrigada

1.1. Pequenas Atividades

localizadas de Irrigação

Projetos Regionais elaborados/revisados. Unidade AD AD AD

Comunidades. Unidade AD AD AD

Projetos Comunitários. Unidade AD AD AD

Área Irrigada. Ha AD AD AD

Famílias incluídas. Unidade AD AD AD

Famílias assistidas (crédito, ATER, Assistência Social).

Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. Unidade AD AD AD

Técnicos Capacitados. Unidade AD AD AD

Produtores Capacitados. Unidade AD AD AD

Organizações Comunitárias Estruturadas. Unidade AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). Unidade AD AD AD

Propriedades adotando TI. Unidade AD AD AD

Mão de obra ocupada. Pessoas AD AD AD

Renda familiar. R$ AD AD AD

Produção (principais produtos). T AD AD AD

1.2. Perímetros Públicos de

Irrigação

Perímetros Irrigados. Unidade AD AD AD

Capacidade total das fontes hídricas. m3 AD AD AD

Número total de unidades (lotes projetados). Unidade AD AD AD

Número total de unidades ocupadas. Unidade AD AD AD

Área total. Ha AD AD AD

Área irrigada. Ha AD AD AD

Número de agricultores familiares. Unidade AD AD AD

Número de empresas. Unidade AD AD AD

Famílias assistidas (crédito, ATER, Assistência Social).

R$ AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. Unidade AD AD AD

Técnicos Capacitados. Unidade AD AD AD

Produtores Capacitados. Unidade AD AD AD

Organizações Comunitárias Estruturadas. Unidade AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). Unidade AD AD AD

Propriedades adotando TI. Unidade AD AD AD

Mão de obra ocupada. Pessoas AD AD AD

Renda familiar. R$ AD AD AD

Produção (principais produtos). T AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 163: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo i

163

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 1. Agricultura Irrigada (continuação).

Projetos Subprojetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

1. Agricultura Irrigada

(continua-ção)

1.3. Irrigação em Projetos de Assentamento nos Canais do

PISF

Projetos de Assentamento. Unidade AD AD AD

Capacidade total das fontes hídricas. m3 AD AD AD

Número total de unidades (lotes projetados). Unidade AD AD AD

Número total de unidades ocupadas. Unidade AD AD AD

Área total. Ha AD AD AD

Área irrigada. Ha AD AD AD

Famílias assistidas (crédito, ATER, Assistência Social).

R$ AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. Unidade AD AD AD

Técnicos Capacitados. Unidade AD AD AD

Produtores Capacitados. Unidade AD AD AD

Organizações Comunitárias Estruturadas. Unidade AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). Unidade AD AD AD

Propriedades adotando TI. Unidade AD AD AD

Mão de obra ocupada. Pessoas AD AD AD

Renda familiar. R$ AD AD AD

Produção (principais produtos comerciais). T AD AD AD

1.4. Irrigação em Assenta-

mentos no inte-rior do PDRS-SF

Projetos de Assentamento. Unidade AD AD AD

Capacidade total das fontes hídricas. m3 AD AD AD

Número total de unidades (lotes projetados). Unidade AD AD AD

Número total de unidades ocupadas. Unidade AD AD AD

Área total. Ha AD AD AD

Área irrigada. Ha AD AD AD

Famílias assistidas (crédito, ATER, Assistência Social).

R$ AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. Unidade AD AD AD

Técnicos Capacitados. Unidade AD AD AD

Produtores Capacitados. Unidade AD AD AD

Organizações Comunitárias Estruturadas. Unidade AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). Unidade AD AD AD

Propriedades adotando TI. Unidade AD AD AD

Mão de obra ocupada. Pessoas AD AD AD

Renda familiar. R$ AD AD AD

Produção (principais produtos comerciais). T AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 164: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo

164

Matriz de Planejamento de Projetos, Indicadores e Metas. Projeto 3. Bovinocultura de Corte.

Projetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

3. Bovinocul-tura de Corte

Projetos de Bovinocultura de Corte. Unidade AD AD AD

Produtores envolvidos. Unidade AD AD AD

Cabeças de gado. Unidade AD AD AD

Produtores assistidos (crédito, ATER, Assistência Social). R$ AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. Unidade AD AD AD

Técnicos Capacitados. Unidade AD AD AD

Produtores Capacitados. Unidade AD AD AD

Organizações Comunitárias Estruturadas. Unidade AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). Unidade AD AD AD

Propriedades adotando TI. Unidade AD AD AD

Mão de obra ocupada. Pessoas AD AD AD

Renda familiar. R$ AD AD AD

Produção. T AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Matriz de Planejamento de Projetos, Indicadores e Metas. Projeto 4. Bovinocultura de Leite.

Projetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

4. Bovino-cultura de

Leite

Projetos de Bovinocultura de Leite. Unidade AD AD AD

Produtores envolvidos. Unidade AD AD AD

Matrizes (vacas de leite). Unidade AD AD AD

Produtores assistidos (crédito, ATER, Assistência Social). R$ AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. Unidade AD AD AD

Técnicos Capacitados. Unidade AD AD AD

Produtores Capacitados. Unidade AD AD AD

Organizações Comunitárias Estruturadas. Unidade AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). Unidade AD AD AD

Propriedades adotando TI. Unidade AD AD AD

Mão de obra ocupada. Pessoas AD AD AD

Renda familiar. R$ AD AD AD

Produção. T AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 165: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo i

165

Matriz de Planejamento de Projetos, Indicadores e Metas. Projeto 5. Caprinovinocultura.

Projetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

5. Caprinovi-nocultura

Projetos de Caprinovinocultura. Unidade AD AD AD

Produtores envolvidos. Unidade AD AD AD

Cabeças de gado. Unidade AD AD AD

Produtores assistidos (crédito, ATER, Assistência Social). R$ AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. Unidade AD AD AD

Técnicos Capacitados. Unidade AD AD AD

Produtores Capacitados. Unidade AD AD AD

Organizações Comunitárias Estruturadas. Unidade AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). Unidade AD AD AD

Propriedades adotando TI. Unidade AD AD AD

Mão de obra ocupada. Pessoas AD AD AD

Renda familiar. R$ AD AD AD

Produção. T AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Matriz de Planejamento de Projetos, Indicadores e Metas. Projeto 6. Apicultura.

Projetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

6. Apicultura

Projetos de Apicultura. Unidade AD AD AD

Produtores envolvidos. Unidade AD AD AD

Caixas. Unidade AD AD AD

Produtores assistidos (crédito, ATER, Assistência Social). R$ AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. Unidade AD AD AD

Técnicos Capacitados. Unidade AD AD AD

Produtores Capacitados. Unidade AD AD AD

Organizações Comunitárias Estruturadas. Unidade AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). Unidade AD AD AD

Propriedades adotando TI. Unidade AD AD AD

Mão de obra ocupada. Pessoas AD AD AD

Renda familiar. R$ AD AD AD

Produção. T AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 166: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo

166

Matriz de Planejamento de Projetos, Indicadores e Metas. Projeto 7. Mineração.

Projetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

7. Minera-ção

Projetos de Mineração. Unidade AD AD AD

Garimpeiros envolvidos. Unidade AD AD AD

Produtores assistidos (crédito, ATER, Assistência Social). R$ AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. Unidade AD AD AD

Técnicos Capacitados. Unidade AD AD AD

Produtores Capacitados. Unidade AD AD AD

Organizações Comunitárias Estruturadas. Unidade AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). Unidade AD AD AD

Projetos adotando TI. Unidade AD AD AD

Mão de obra ocupada. Pessoas AD AD AD

Renda familiar. R$ AD AD AD

Produção. T AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Matriz de Planejamento de Projetos, Indicadores e Metas. Projeto 8. Negócios Não Agrícolas no Meio Rural.

Projetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

8. Negócios Não Agríco-las no Meio

Rural

Projetos Implantados. Unidade AD AD AD

Produtores/empreendedores envolvidos. Unidade AD AD AD

Produtores assistidos (crédito, ATER, Assistência Social). R$ AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. Unidade AD AD AD

Técnicos Capacitados. Unidade AD AD AD

Produtores/empreendedores Capacitados. Unidade AD AD AD

Organizações Comunitárias Estruturadas. Unidade AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). Unidade AD AD AD

Produtores/empreendedores adotando TI. Unidade AD AD AD

Mão de obra ocupada. Pessoas AD AD AD

Renda familiar. R$ AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 167: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo i

167

Matriz de Planejamento de Projetos, Indicadores e Metas. Projeto 9. Convivência com o Semiárido.

Projetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

9. Convi-vência com o Semiárido

Projetos Implantados. Unidade AD AD AD

Produtores envolvidos. Unidade AD AD AD

Produtores assistidos (crédito, ATER, Assistência Social). R$ AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. Unidade AD AD AD

Técnicos Capacitados. Unidade AD AD AD

Produtores Capacitados. Unidade AD AD AD

Organizações Comunitárias Estruturadas. Unidade AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). Unidade AD AD AD

Propriedades adotando TI. Unidade AD AD AD

Mão de obra ocupada. Pessoas AD AD AD

Renda familiar. R$ AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Matriz de Planejamento de Projetos, Indicadores e Metas. Projeto 10. Atividades urbanas Produtivas.

Projetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

10. Ati-vidades Urbanas

Produtivas

Projetos Implantados. Unidade AD AD AD

Empreendedores envolvidos. Unidade AD AD AD

Empreendedores (crédito, Assistência Técnica). R$ AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. Unidade AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. Unidade AD AD AD

Técnicos Capacitados. Unidade AD AD AD

Empreendedores Capacitados. Unidade AD AD AD

Organizações Estruturadas. Unidade AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). Unidade AD AD AD

Empreendedores adotando TI. Unidade AD AD AD

Mão de obra ocupada. Pessoas AD AD AD

Renda familiar. R$ AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 168: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo

168

I. Programa Estrutural de Fomento ao Desenvolvimento Produtivo

I.II. Subprograma de Apoio ao Desenvolvimento de Capacidades

Matriz de Planejamento de Projetos, Indicadores e Metas. Projeto 11. Apoio ao Associativismo.

Projetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

11. Apoio ao Associa-

tivismo

Número de estudos sobre necessidades de organização sócio produ-tivas realizados.

Unidade AD AD AD

Número de organizações sócio produtivas criadas. Unidade AD AD AD

Número de organizações sócio produtivas fomentadas. Unidade AD AD AD

Número de produtores filiados em organizações sócio produtivas. Unidade AD AD AD

Número de organizações sócio produtivas atuando em projetos. Unidade AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Matriz de Planejamento de Projetos, Indicadores e Metas. Projeto 12. Projeto de Capacitação e Assistên-cia Técnica.

Projetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

12. Projeto de Capa-citação e

Assistência Técnica

Número de estudos e levantamentos de demandas de capacitação realizados.

Unidade AD AD AD

Número de programas de capacitação elaborados. Unidade AD AD AD

Número de capacitações ministradas. Unidade AD AD AD

Número de produtores/empreendedores capacitados. Unidade AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Matriz de Planejamento de Projetos, Indicadores e Metas. Projeto 13. Inovação Tecnológica e Gestão do Conhecimento para o Semiárido.

Projetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

13. Ino-vação

Tecnológica e Gestão do

Conheci-mento para o Semiárido

Número de encontros, reuniões e seminários realizados. Unidade AD AD AD

Número de tecnologias inovadoras/adaptadas ao Semiárido inventa-riadas.

UnidadeAD AD AD

Número de tecnologias inovadoras/adaptadas ao Semiárido propos-tas.

UnidadeAD AD AD

Número de tecnologias inovadoras/adaptadas ao Semiárido desen-volvidas.

UnidadeAD AD AD

Número de tecnologias inovadoras/adaptadas ao Semiárido testadas. Unidade AD AD AD

Número de tecnologias inovadoras/adaptadas ao Semiárido difundi-das.

UnidadeAD AD AD

Número de tecnologias inovadoras/adaptadas ao Semiárido adotadas. Unidade AD AD AD

Número de tecnologias inovadoras/adaptadas ao Semiárido avaliadas. Unidade AD AD AD

Banco de estudos, pesquisas e tecnologias adaptadas implantados. Unidade AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 169: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo i

169

II. Programa Complementar de Apoio ao Desenvolvimento da Infraestrutura e Sustentabilidade

Matriz de Planejamento de Projetos, Indicadores e Metas. Projeto 14. Infraestrutura Produtiva.

Projetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazos

Curto Médio Longo

14. In-fraestrutura Produtiva

Planos Estratégicos de Logística de Transporte (PLTs) para os Esta-dos elaborados.

Plano 4 - -

PPA 2016-2019, em seu terceiro ano de vigência, adequado em seus programas, projetos e ações conforme definido no âmbito dos PLTs.

Documento Técnico

4 - -

PLTs como referência dos planejamentos estaduais em logística de transportes, consubstanciados nos PPAs.

Documento Técnico

- 4 4

Planos Diretores Rodoviários dos Estados atualizados. Plano 4 - -

Planos Diretores Rodoviários dos Estados como referência dos planejamentos estaduais em logística de transportes rodoviários consubstanciados nos PPAs.

Documento Técnico

- 4 4

Planos Diretores Aeroviários dos Estados elaborados. Plano 4 - -

Planos Diretores Aeroviários dos Estados como referência dos plane-jamentos estaduais em logística de transportes aéreos consubstan-ciados nos PPAs.

Documento Técnico

- 4 4

Número de Aeroportos ampliados e reformados. Unidade AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 15. Infraestrutura Social.

Subprojetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

15.1. In-fraestrutura

Social - Edu-cação

Indicadores de melhoria da qualidade da Educação Básica – Fundamental.

Índice de universalização do ensino fundamental. % AD AD AD

Índice de alfabetização das crianças até o 3º ano do ensino fundamental.

% AD AD AD

Índice de universalização da aplicação dos temas transversais, como educação ambiental e educação de trânsito.

% AD AD AD

Índice de universalização da aplicação dos temas da diversidade étnica, racial e de gênero, geração e religião.

% AD AD AD

Índice de desenvolvimento da educação básica anos iniciais. % AD AD AD

Índice de desenvolvimento da educação básica anos finais. % AD AD AD

Indicadores de melhoria da qualidade da Educação Básica – Ensino Médio.

Índice de elevação da taxa líquida de matrículas. % AD AD AD

Índice de universalização da aplicação dos temas transversais, como educação ambiental e educação de trânsito.

% AD AD AD

Índice de universalização da aplicação dos temas da diversidade étnica, racial e de gênero, geração e religião.

% AD AD AD

Índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB). % AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 170: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo

170

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 15. Infraestrutura Social (continuação).

Subprojetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

15.1. In-fraestrutura

Social - Edu-cação

(continua-ção)

Indicadores de melhoria da qualidade da Educação Básica – Educação Integral

Índice de oferta da educação em tempo integral. % AD AD AD

Indicadores de melhoria da qualidade da Educação – Ensino Jovens e Adultos – EJA

Taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais. % AD AD AD

Índice de ampliação de vagas na educação de jovens e adultos. % AD AD AD

Índice de oferta das matrículas de jovens e adultos articulado à educação profissional, nos anos finais do ensino fundamental e médio.

% AD AD AD

Indicadores de fomento à tecnologia da Educação

Percentual de escolas estaduais com laboratório de informática edu-cativa.

% AD AD AD

Núcleos de tecnologia implantados na rede de ensino estadual. % AD AD AD

Percentual de municípios com Núcleo de Tecnologia Educacional implantado com acesso à rede mundial de computadores.

% AD AD AD

Número de docentes equipados com instrumentos tecnológicos, como notebook e outros.

% AD AD AD

Índice de Escolas com espaços apropriados para LIE – Laboratório de Informática Educativa.

% AD AD AD

Índice de escolas com infraestrutura preparada para conexão de internet, nos espaços pedagógicos.

% AD AD AD

Indicadores de Educação Profissional Técnica de nível médio

Índice de educação profissional técnica da rede estadual de nível médio implantado e funcionando.

% AD AD AD

Índice de educação profissional técnica de nível médio expandida, considerando os arranjos produtivos locais.

% AD AD AD

Indicadores de Educação Especial

Índice de universalização para atendimento escolar para alunos de 6 a 17 anos com deficiências, transtornos do espectro autista e altas habilidades/superdotação.

% AD AD AD

Indicadores de Educação escolar indígena

Índice de elevação da escolaridade da população indígena no ensino médio.

% AD AD AD

Índice de elevação da escolaridade da população indígena no ensino fundamental.

% AD AD AD

Indicadores de Educação no campo

Índice de elevação da escolaridade da população do campo, no ensino médio.

% AD AD AD

Índice de elevação da escolaridade da população do campo, no ensino fundamental.

% AD AD AD

Índice de implantação do ensino médio articulado com educação profissional.

% AD AD AD

Índice de ampliação da oferta de vagas do ensino fundamental e médio articulada com educação profissional.

% AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 171: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo i

171

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 15. Infraestrutura Social (continuação).

Subprojetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

15.1. Infraes-trutura Social - Educação

(continuação)

Indicadores de Valorização dos profissionais da educação

Índice de concessões de licença remunerada para professores matriculados em cursos Strictu Sensu relacionados ao cargo e/ou função nas Secretarias de Educação.

% AD AD AD

Índice de ampliação da garantia de 30% a mais na remuneração inicial do professor de nível superior em relação ao piso salarial nacional do professor nível magistério.

% AD AD AD

Índice de ampliação na aplicação da Lei 11.738/2008 (valor do Piso Nacional para os professores de nível magistério).

% AD AD AD

Percentual de ampliação anual dos investimentos dos governos referentes à educação, destinados à equiparação salarial dos profissionais da educação.

% AD AD AD

Leis de gratificação de dedicação exclusiva sobre o vencimento básico para professores das escolas de tempo integral regulamentadas no Plano de Carreira das Secretarias de Educação.

Documento jurídico

4 - -

Percentual de concessão de gratificação de dedicação exclusiva sobre o venci-mento básico para professores das escolas de tempo integral.

% AD AD AD

Índice de elevação do valor da gratificação de professores de Pós-Graduação Latu Sensu.

% AD AD AD

Índice de elevação do valor da gratificação de Pós-Graduação Strictu Sensu Mestrado.

% AD AD AD

Índice de elevação do valor da gratificação de Pós-Graduação Strictu Sensu Doutorado.

% AD AD AD

Sistemas de avaliação de desempenho para servidores em Estágio Probatório regulamentados e implantados.

Documento Técnico

4 4 4

Indicadores de Formação continuada dos profissionais da educação.

Índice de formação dos professores que estão atuando em sala de aula, em nível de especialização em metodologias temáticas.

% AD AD AD

Índice de formação dos professores que estão atuando em sala de aula, em nível de mestrado profissional.

% AD AD AD

Índice de formação dos professores que estão atuando em sala de aula, em nível de doutorado.

% AD AD AD

Número de profissionais capacitados para atuar com tecnologia educacional. Unidade AD AD AD

Número de escolas de professores da rede estadual criadas. Unidade AD AD AD

Percentual de professores com capacitação continuada pela escola de professo-res da rede estadual.

% AD AD AD

Indicadores de Gestão Democrática por meio da participação comunitária na escola

Índice de universalização dos mecanismos de participação da gestão democrática.

% AD AD AD

Índice de formação continuada para os gestores e demais funcionários das unidades educacionais.

% AD AD AD

Capacitação para conselheiros dos diversos conselhos: alimentação escolar; acompanhamento e controle social do FUNDEB; conselhos escolares, bem como grêmio estudantil.

% AD AD AD

Índice de Comissões de avaliação institucional das unidades escolares criadas e instaladas.

% AD AD AD

Novas instituições escolares criadas. Número AD AD AD

Construção de novos prédios em instituições existentes realizadas. Número AD AD AD

Percentual de escolas reformadas. % AD AD AD

Prédios para instalação dos conselhos escolares estaduais construídos. Número AD AD AD

Número de campi (Universidade Estaduais) implantados. Número AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 172: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo

172

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 15. Infraestrutura Social (continuação).

Subprojetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

15.2. Infraestru-tura Social

- Saúde

Indicadores de Atenção Básica e da Atenção Especializada

Cobertura populacional estimada pelas equipes de Atenção Básica (SISPACTO/MS/01).

% AD AD AD

Proporção de internações por condições sensíveis à Atenção Básica (SISPACTO/MS/02).

% AD AD AD

Cobertura de acompanhamento das condicionalidades de Saúde do Programa Bolsa Família (SISPACTO/MS/03).

% AD AD AD

Cobertura populacional estimada pelas equipes básicas de Saúde Bucal (SISPACTO/MS/04).

% AD AD AD

Percentual dos leitos públicos, sob gestão estadual, regulados (PES/SESAU).

% AD AD AD

Média da ação coletiva de escovação dental supervisionada (SISPAC-TO/MS/05).

Unidade 2,00 3,00 4,00

Proporção de exodontia em relação aos Procedimentos (SISPACTO/MS/06).

% AD AD AD

Proporção de novos e/ou ampliação de programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade e da Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde da Família/Saúde Coletiva (SISPACTO/MS/58).

% AD AD AD

Razão de procedimentos ambulatoriais de média complexidade e popu-lação residente (SISPACTO/MS/07).

% / 100 habitantes

AD AD AD

Razão de internações clínico-cirúrgicas de média complexidade e popu-lação residente (SISPACTO/MS/08).

% AD AD AD

Razão de procedimentos ambulatoriais de alta complexidade e popula-ção residente (SISPACTO/MS/09).

% AD AD AD

Proporção de serviços hospitalares com contrato de metas firmado (SISPACTO/MS/11).

% AD AD AD

Nº de Centros de Especialidades Médicas (PES/SESAU). Unidade AD AD AD

Razão de internações clínico-cirúrgicas de alta complexidade na popu-lação residente (SISPACTO/MS/10).

Por 1.000 habitantes

AD AD AD

Indicadores fortalecimento da Rede de Urgência e Emergência

Número de unidades de Saúde com serviço de notificação de violência doméstica, sexual e outras violências implantado (SISPACTO/MS/12).

% AD AD AD

Proporção de acesso hospitalar dos óbitos por acidente (SISPACTO/MS/13).

% AD AD AD

Proporção de óbitos nas internações por infarto agudo do miocárdio (IAM) (SISPACTO/MS/14).

% AD AD AD

Proporção de óbitos, em menores de 15 anos, nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) (SISPACTO/MS/15).

% AD AD AD

Cobertura do serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu – 192) (SISPACTO/MS/16).

% AD AD AD

Número de Hospitais de Urgência e Emergência (PES/SESAU). Unidade AD AD AD

Número de UPAS Regionais (PES/SESAU). Unidade AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 173: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo i

173

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 15. Infraestrutura Social (continuação).

Subprojetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

15.2. Infraes-trutura So-cial - Saúde

(continuação)

Indicadores de implantação da Rede Cegonha

Razão de exames citopatológicos do colo do útero em mulheres de 25 a 64 anos e a população da mesma faixa etária (SISPACTO/MS/18).

% AD AD AD

Razão de exames de mamografia de rastreamento realizados em mulheres de 50 a 69 anos e população da mesma faixa etária (SISPACTO/MS/19).

% de 1/3 da população

AD AD AD

Proporção de parto normal (SISPACTO/MS/20). % AD AD AD

Proporção de nascidos vivos de mães com sete ou mais consultas de pré-natal (SISPACTO/MS/21).

% AD AD AD

Número de testes de sífilis por gestante (SISPACTO/MS/22). Unidade AD AD AD

Número de “Casas da Gestante” (PES/SESAU). Unidade AD AD AD

Número de Centros de Parto Normal (PES/SESAU). Unidade AD AD AD

Número de óbitos maternos em determinado período e local de residência (SIS-PACTO/MS/23).

Unidade AD AD AD

Taxa de mortalidade infantil (SISPACTO/MS/24).Por 1.000 nascidos

vivosAD AD AD

Proporção de óbitos infantis e fetais Investigados (SISPACTO/MS/ 25). % AD AD AD

Proporção de óbitos maternos investigados (SISPACTO/MS/26). % AD AD AD

Proporção de óbitos de mulheres em idade fértil (MIF) investigados (SISPACTO/MS/27).

% AD AD AD

Número de serviços de referência para diagnóstico e tratamento de lesões precursoras de CA de mama (PES/SESAU).

Unidade AD AD AD

Número de serviços de referência para o diagnóstico e tratamento de lesões precursoras de colo uterino (PES/SESAU).

Unidade AD AD AD

Percentual de casos novos de sífilis congênita em menores de 1 ano de idade (SISPACTO/MS/28).

% AD AD AD

Indicadores de fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)

Cobertura de Centros de Atenção Psicossocial (SISPACTO/MS/29). Unidade AD AD AD

Proporção de novos e/ou ampliação de programas de Residência Médica em Psiquiatria e Multiprofissional em Saúde Mental (SISPACTO/MS/59).

% AD AD AD

Indicadores de garantia da atenção integral à saúde da pessoa idosa e dos portadores de doenças crônicas

Taxa de mortalidade prematura (<70 anos) pelo conjunto das quatro principais DCNTs (doenças do aparelho circulatório, câncer, diabetes e doenças respirató-rias crônicas) (SISPACTO/MS/30).

% AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 174: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo

174

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 15. Infraestrutura Social (continuação).

Subprojetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

15.2. Infraestru-tura Social

- Saúde (continua-

ção)

Indicadores da implantação da Rede de cuidados à saúde da Pessoa com Deficiência

Número de Centros Especializados em Reabilitação (PES/SESAU) Unidade AD AD AD

Número de Oficinas Ortopédicas (PES/SESAU). Unidade AD AD AD

Indicadores de implementação do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena

Percentual de crianças indígenas < 7 anos de idade com esquema vacinal completo (SISPACTO/MS/31).

% AD AD AD

Proporção de óbitos infantis e fetais indígenas Investigados (SISPACTO/MS/32).

% AD AD AD

Proporção de óbitos maternos em mulheres indígenas investigados (SISPACTO/MS/33).

% AD AD AD

Proporção de óbitos de mulheres indígenas em idade fértil (MIF) inves-tigados (SISPACTO/MS/34).

% AD AD AD

Indicadores de Vigilância em Saúde

Proporção de vacinas do Calendário Básico de Vacinação da Criança com coberturas vacinais alcançadas (SISPACTO/MS/35).

% AD AD AD

Proporção de cura de casos novos de tuberculose pulmonar bacilífera (SISPACTO/MS/36).

% AD AD AD

Proporção de exames anti-HIV realizados entre os casos novos de tuberculose (SISPACTO/MS/37).

% AD AD AD

Proporção de registro de óbitos com causa básica definida (SISPACTO/MS/38).

% AD AD AD

Proporção de casos de doenças de notificação compulsória imedia-ta (DNCI), encerradas em até 60 dias após notificação (SISPACTO/MS/39).

% AD AD AD

Proporção de municípios com casos de doenças ou agravos relaciona-dos ao trabalho* notificados (SISPACTO/MS/40).

% AD AD AD

Percentual de municípios que executam as ações de vigilância sanitária consideradas necessárias a todos os municípios (SISPACTO/MS/41).

% AD AD AD

Número de casos novos de AIDS em menores de 5 anos (SISPACTO/MS/42).

% AD AD AD

Proporção de pacientes HIV+ com 1º CD4 inferior a 200cel/mm3 (SIS-PACTO/MS/43).

% AD AD AD

Razão de testes sorológicos anti-HCV realizados (SISPACTO/MS/44). % AD AD AD

Proporção de cura de casos novos de hanseníase diagnosticados nos anos das coortes (SISPACTO/MS/45).

% AD AD AD

Proporção de contatos intradomiciliares de casos novos de hanseníase examinados (SISPACTO/MS/46).

% AD AD AD

Número absoluto de óbitos por leishmaniose visceral (SISPACTO/MS). % AD AD AD

Proporção de cães vacinados na campanha de vacinação antirrábica canina (SISPACTO/MS/48).

% AD AD AD

Proporção de escolares examinados para o tracoma nos municípios prioritários (SISPACTO/MS/49).

% AD AD AD

Percentual de implementação e implantação na Hemorrede Estadual do serviço de Gestão Ambiental (PES/SESAU).

% AD AD AD

Número de serviços de captação de doadores de sangue (PES/SESAU). Unidade AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 175: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo i

175

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 15. Infraestrutura Social (continuação).

Subprojetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

15.2. Infraestru-tura Social

- Saúde (continua-

ção)

Incidência Parasitária Anual (IPA) de malária (PES/SESAU/50).Por 1.000 habitantes

AD AD AD

Número absoluto de óbitos por dengue (PES/SESAU/51). Unidade AD AD AD

Proporção de imóveis visitados em, pelo menos, quatro ciclos de visitas domiciliares para controle da dengue (PES/SESAU/52).

% AD AD AD

Proporção de análises realizadas em amostras de água para consumo humano quanto aos parâmetros coliformes totais, cloro residual livre e turbidez (SISPACTO/MS/53).

% AD AD AD

Indicadores de Assistência farmacêutica no âmbito do SUS

Percentual de municípios com o Sistema Hórus implantado (SISPACTO/MS/54).

% AD AD AD

Proporção de municípios da extrema pobreza com farmácias da Aten-ção Básica e centrais de abastecimento farmacêutico estruturados (SISPACTO/MS/55).

% AD AD AD

Percentual de indústrias de medicamentos inspecionadas pela Vigilância Sanitária, no ano (SISPACTO/MS/56).

% AD AD AD

Número de unidades da Rede de Frio Estadual (PES/SESAU). Unidade AD AD AD

Indicadores de qualificação e fixação de profissionais para o SUS

Número de pontos do Telessaúde Brasil Redes implantados (SISPACTO/MS/60)

Unidade AD AD AD

Proporção de ações de educação permanente implementadas e/ou realizadas (SISPACTO/MS/57).

% AD AD AD

Proporção de trabalhadores que atendem ao SUS, na esfera pública, com vínculos protegidos (SISPACTO/MS/61).

% AD AD AD

Número de mesas ou espaços formais municipais e estaduais de nego-ciação permanente do SUS, implantados e/ou mantidos em funciona-mento (SISPACTO/MS/62).

Unidade AD AD AD

Proporção de plano de saúde enviado ao Conselho de Saúde (SISPAC-TO/MS/63).

% AD AD AD

Proporção dos conselhos de Saúde cadastrados no Sistema de Acom-panhamento dos Conselhos de Saúde (SIACS) (SISPACTO/MS/64).

% AD AD AD

Indicadores de implementação da contratualização interfederativa

Percentual de conselheiros estaduais capacitados, com vistas ao forta-lecimento do controle social (PES/SESAU).

% AD AD AD

Número de Mapas de Saúde elaborados (PES/SESAU). Unidade AD AD AD

Indicadores de qualificação de Instrumentos de Execução Direta

Proporção de municípios com ouvidoria implantada (SISPACTO/MS/65). % AD AD AD

Componente do Sistema Nacional de Auditoria (SNA) estruturado (SIS-PACTO/MS/66.)

Unidade AD AD AD

Proporção de entes com pelo menos uma alimentação por ano no Ban-co de Preço em Saúde (SISPACTO/MS/67).

% AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 176: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo

176

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 15. Infraestrutura Social (continuação).

Subprojetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

15.3. In-fraestrutura Social-Sa-neamento

Indicadores de descentralização da Execução da Política de Saneamento Básico

Número de municípios com estrutura única para tratar da política de saneamento básico.

Unidade AD AD AD

Número de municípios com Plano de Saneamento Básico. Unidade AD AD AD

Número de municípios com serviços públicos de saneamento básico fiscalizados e regulados.

Unidade AD AD AD

Número de municípios com instância de controle social das ações e serviços de saneamento básico (órgãos colegiados).

Unidade AD AD AD

Indicadores de Abastecimento de Água

Número total de domicílios abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou nascente com canalização interna.

Unidade AD AD AD

Número de domicílios urbanos abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou nascente com canalização interna.

Unidade AD AD AD

Número de domicílios rurais abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou nascente com canalização interna.

Unidade AD AD AD

Número de municípios com amostras de coliformes totais na água distribuída em desacordo com o padrão de potabilidade.

Unidade AD AD AD

Número total de municípios com controle de coliformes totais na água distribuída.

Unidade AD AD AD

Número de economias ativas atingidas por paralisações e por interrup-ções sistemáticas no abastecimento de água.

Unidade AD AD AD

Número total de economias ativas. Unidade AD AD AD

Índice de perdas na distribuição de água (Vol. de água disponibilizado - Vol. de água consumido) / Vol. de água disponibilizado).

% AD AD AD

Número de prestadoras que cobram pelo serviço de abastecimento de água.

Unidade AD AD AD

Indicadores de Esgotamento Sanitário

Número total de domicílios servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários.

Unidade AD AD AD

Número de domicílios urbanos servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários.

Unidade AD AD AD

Número de domicílios rurais servidos por rede coletora ou fossa sépti-ca para os excretas ou esgotos sanitários.

Unidade AD AD AD

Índice de tratamento de esgoto coletado (Volume de esgoto coletado tratado / Volume de esgoto coletado).

% AD AD AD

Número de domicílios (urbanos e rurais) com renda até três salários mínimos mensais que possuem unidades hidrossanitárias (banheiro e fossa séptica).

Unidade AD AD AD

Número de prestadoras de serviço que cobram pelos serviços de esgo-tamento sanitário.

Unidade AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 177: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo i

177

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 15. Infraestrutura Social (continuação).

Subprojetos Indicadores Sugeridos UnidadeMetas/Prazo

Curto Médio Longo

15.3. Pro-jeto In-

fraestrutura Social-Sa-neamento(continua-

ção)

Indicadores de gestão de Resíduos Sólidos

Número de domicílios urbanos atendidos por coleta direta (porta-a-porta) de resíduos sólidos.

Unidade AD AD AD

Número de domicílios rurais atendidos por coleta direta (porta-a-porta) e indireta de resíduos sólidos.

Unidade AD AD AD

Número de municípios com presença de lixão/vazadouro de resíduos sólidos.

Unidade AD AD AD

Número de municípios com coleta seletiva de resíduos sólidos domi-ciliares.

Unidade AD AD AD

Indicadores de Drenagem Urbana

Número de municípios com inundações e/ou alagamentos na área urbana.

Unidade AD AD AD

Número de municípios com Projetos de Drenagem urbana elaborados. Unidade AD AD AD

Número de municípios com Projetos de Drenagem urbana implantados. Unidade AD AD AD

15.4. In-fraestrutura Social - Ha-

bitação

Indicadores de Estruturação e Articulação com o SNHIS

Diagnósticos da situação habitacional de interesse social elaborados.Documento

técnicoAD AD AD

Sistemas Estaduais de Habitação de Interesse Social criados. Unidade AD AD AD

Planos Estaduais de Habitação de Interesse Social elaborados.Documento

TécnicoAD AD AD

Comitês técnicos de habitação criados nos Conselhos Estaduais das Cidades.

Unidade AD AD AD

Leis de criação do Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social e Conselho Gestor instituídas.

Documento técnico-jurí-

dicoAD AD AD

Número de municípios apoiados na estruturação de conselhos, fundos e implantação de programas habitacionais.

Unidade AD AD AD

Indicadores de Habitação de Interesse Social

Percentual de redução dos déficits habitacionais estaduais. % AD AD AD

Percentual de unidades habitação de Interesse Social contratadas. % AD AD AD

Percentual de unidades de Habitação de Interesse Social entregues. % AD AD AD

Percentual de unidades de habitações de interesse social precárias melhoradas.

% AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Page 178: Plano de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável

Documento técnico - PDRS-SF Anexo

178

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 16. Sustentabilidade.

Subprojetos Indicadores Sugeridos Unidade QteMetas/Prazo

Curto Médio Longo

16.1. Desenvolvi-mento das Comu-nidades Indígenas

Projetos Implantados. - - AD AD AD

Número de indígenas envolvidos. - - AD AD AD

Número de indígenas assistidos (Assistência Técnica e Social).

- - AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. - - AD AD AD

Cursos de Capacitação para indígenas. - - AD AD AD

Técnicos Capacitados. - - AD AD AD

Indígenas Capacitados. - - AD AD AD

Organizações Comunitárias Indígenas Estruturadas. - - AD AD AD

Projetos de Tecnologia e Inovação (TI). - - AD AD AD

Grupos adotando TI. - - AD AD AD

Renda familiar. - - AD AD AD

16.2. Compensa-ção Ambiental

Estudos de Criação de Unidades de Conservação realiza-dos.

- - AD AD AD

Unidades de Conservação criadas. - - AD AD AD

Plano de Manejo elaborados. - - AD AD AD

Programas e projetos ambientais executados. - - AD AD AD

16.3. Conservação e Uso do Entorno e das Águas dos

Reservatórios

Área recuperada. - - AD AD AD

Programas e projetos de educação ambiental executados. - - AD AD AD

Projetos de recuperação de áreas degradadas elaborados. - - AD AD AD

Projetos de recuperação de áreas degradadas executados - - AD AD AD

Número de fiscalizações realizadas. - - AD AD AD

Cursos de Capacitação para técnicos. - - AD AD AD

Cursos de Capacitação para produtores. - - AD AD AD

Técnicos Capacitados. - - AD AD AD

Produtores Capacitados. - - AD AD AD

Nota: AD - A Definir.

Matriz de Planejamento de Projetos, Subprojetos, Indicadores e Metas. Projeto 17. Regularização Fundiária.

Projetos Indicadores Sugeridos Unidade QteMetas/Prazo

Curto Médio Longo

17. Regularização Fundiária

Número de Programas de Regularização Fundiária - - AD AD AD

Área total regularizada - - AD AD AD

Número de produtores beneficiados com titulação de terra - - AD AD AD

Nota: AD - A Definir.