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Florianópolis, julho de 2012 PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO - PDZPO DO PORTO DE ANTONINA Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA Fundação de Ensino de Engenharia de Santa Catarina - FEESC Laboratório de Transporte e Logística - LABTRANS Florianópolis, setembro de 2012 APÊNDICE

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Florianópolis, julho de 2012Florianópolis, julho de 2012

PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO - PDZPODO PORTO DE ANTONINA

PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO - PDZPODO PORTO DE ANTONINA

Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA

Fundação de Ensino de Engenharia de Santa Catarina - FEESC

Laboratório de Transporte e Logística - LABTRANS

Florianópolis, setembro de 2012

APÊNDICE

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

1

ESTUDOS AMBIENTAIS PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO - PDZ

PORTO DE ANTONINA – PR

Foto: Wilson Volpato

CURITIBA 2012

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

2

COORDENAÇÃO E EXECUÇÃO DO TRABALHO

LACTEC – INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO

COORDENAÇÃO GERAL

_____________________________________________

Letícia Uba da Silveira

Engenheira Ambiental, CREA PR 715050/D

Pesquisadora - Lactec

RESPONSÁVEL TÉCNICO

_____________________________________________

Tânia Lúcia Graf de Miranda

Engenheira Agrônoma – CREA 069105/D-RS

Gerente da Divisão de Meio Ambiente

LACTEC – Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento

CURITIBA

2012

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

3

EQUIPE TÉCNICA

COORDENAÇÃO GERAL

Letícia Uba da Silveira Eng. Ambiental, CREA PR 715050/D

CONSULTORES

Gheysa do Rocio Morais Pires Tecnóloga em Química Ambiental, CREA PR 110797/D

Juliano José da Silva Santos Biólogo, CRBio 34006-07/D

Leonardo Pussieldi Bastos Biólogo, CRBio 28808-07/D

Robson Odeli Espíndola Hack Biólogo, CRBio 50923-07/D

Rosana de Fátima Colaço Gibertoni

Rocianne Bortolazzo Pinto

Eng. Cívil, CREA PR 31860/D

Eng. Ambiental PR 122007/D

Tânia Lúcia Graf de Miranda Eng. Agrônoma, Dra. – CREA 069105/D-RS

LACTEC – 2012

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4

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14

2 RESULTADOS ................................................................................................ 14

2.1 RECURSOS HÍDRICOS – BACIAS HIDROGRÁFICAS...................................................... 14

2.1.1 Área de Estudo ......................................................................................... 14

2.1.2 Caracterização Hídrica .............................................................................. 18

2.1.2.1 Potamografia .......................................................................................... 18

2.1.2.2 Índices fisiográficos ................................................................................ 20

2.1.3 Usos da Água ............................................................................................ 23

2.1.3.1 Gestão de recursos hídricos ................................................................... 24

2.1.3.2 Demanda de água das instalações do Porto de Antonina ..................... 25

2.1.3.3 Recreação/Turismo ................................................................................ 25

2.1.3.4 Lançamento de vazão originada da transposição entre bacias

hidrográficas 29

2.1.4 Caracterização da Qualidade da Água ...................................................... 30

2.1.4.1 Estudo: Fluxos de Nutrientes e Material Particulado na Bacia de

Drenagem do Complexo Estuarino de Paranaguá – PR ................................................... 31

2.1.4.2 Parâmetros de qualidade das águas monitorados pelo AGUAS PARANA

37

2.1.4.3 Situação atual do saneamento na região .............................................. 58

2.1.4.4 Disponibilidade e demanda de Recursos Hídricos ................................. 60

2.1.4.5 Considerações finais .............................................................................. 60

2.1.4.6 Usos da água para turismo/recreação ................................................... 60

2.2 RECURSOS HÍDRICOS - ESTUÁRIO ................................................................ 62

2.2.1 Área de Estudo ......................................................................................... 62

2.3 CARACTERIZAÇÃO HIDROSSEDIMENTOLÓGICA ......................................................... 64

2.3.1 Introdução ................................................................................................ 64

2.3.2 Hidrodinâmica do CEP .............................................................................. 67

LACTEC – 2012

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5

2.3.2.1 Regime de correntes .............................................................................. 67

2.3.2.2 Regime de ondas .................................................................................... 73

2.3.2.3 Regime de marés ................................................................................... 77

2.3.3 Batimetria ................................................................................................. 79

2.3.4 Caracterização dos Sedimentos de fundo ................................................ 84

2.3.4.1 Granulometria dos sedimentos ............................................................. 85

2.4 USOS DA ÁGUA ................................................................................................ 90

2.4.1 Recreação/Turismo................................................................................... 90

2.4.2 Navegação ................................................................................................ 91

2.4.2.1 Lançamentos de água de lastro ............................................................. 94

2.4.3 Lançamento de vazão originada da transposição entre bacias

hidrográficas 97

2.5 CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA ............................................................ 98

2.5.1 Potenciais poluentes e contaminantes .................................................... 98

2.5.1.1 Contaminação por hidrocarbonetos ...................................................... 99

2.5.1.2 Contaminação por elementos presentes em sedimentos ................... 101

2.5.2 Resultados do estudo apresentado em ACQUAPLAN (2011) ................. 102

2.5.2.1 Caracterização da turbidez .................................................................. 108

2.5.3 Documento “Paraná Mar e Costa - Subsídios ao Ordenamento das Áreas

Estuarina e Costeira do Paraná” (SEMA, 2006) .............................................................. 109

2.5.3.1 Transparência da água ......................................................................... 110

2.5.3.2 Salinidade ............................................................................................. 111

2.5.3.3 Oxigênio dissolvido .............................................................................. 113

2.5.3.4 Nitrogênio Total ................................................................................... 115

2.5.3.5 Fósforo Total ........................................................................................ 117

2.5.3.6 Clorofila ................................................................................................ 118

2.5.3.7 Fitoplâncton ......................................................................................... 119

2.5.3.8 Zooplâncton ......................................................................................... 121

2.5.4 Conflitos de Múltiplos Usos dos Recursos Hídricos ............................... 123

2.6 VEGETAÇÃO ................................................................................................... 130

2.6.1 Caracterização da Vegetação Regional .................................................. 130

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6

2.6.1.1 Formações Pioneiras ............................................................................ 131

2.6.1.2 Floresta Ombrófila Densa .................................................................... 134

2.6.1.3 Sistema Secundário .............................................................................. 137

2.6.2 Vegetação na área do porto ................................................................... 138

2.6.3 Unidades de Conservação ...................................................................... 139

2.6.3.1 Unidades de Conservação Federais ..................................................... 142

2.6.3.2 Unidades de Conservação Estaduais ................................................... 144

2.6.3.3 Unidades de Conservação Municipais ................................................. 148

2.6.3.4 Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN’s............................. 149

2.7 FAUNA DA PLANÍCIE LITORÂNEA DO ESTADO DO PARANÁ ........................................ 149

2.7.1 Bentos ..................................................................................................... 151

2.7.2 Ictiofauna ................................................................................................ 153

2.7.3 Anfíbios ................................................................................................... 161

2.7.4 Répteis .................................................................................................... 165

2.7.5 Avifauna .................................................................................................. 171

2.7.6 Mastofauna ............................................................................................. 186

2.8 MEIO SOCIOAMBIENTAL ................................................................................... 195

2.8.1 Pesca ....................................................................................................... 195

2.8.2 Bentos com importância econômica ...................................................... 198

3 CONSOLIDAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................. 200

4 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 205

4.1 RECURSOS HÍDRICOS ........................................................................................ 205

4.2 FLORA .......................................................................................................... 209

4.3 FAUNA .......................................................................................................... 211

4.3.1 Bentos ..................................................................................................... 211

4.3.2 Ictiofauna ................................................................................................ 212

4.3.3 Anfíbios, Reptéis, Avifauna e Mastofauna ............................................. 216

4.3.4 Pesca ....................................................................................................... 225

LACTEC – 2012

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Bacia hidrográfica do litoral paranaense ..................................................... 16

Figura 2 – Complexo Estuarino de Antonina ................................................................ 17

Figura 3 – Área de estudo contendo as bacias subdivididas ........................................ 18

Figura 4 – Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar ..................................................... 26

Figura 5 – Centro Histórico de Antonina. ...................................................................... 26

Figura 6 – Complexo Industrial Matarazzo ................................................................... 27

Figura 7 – Porto Barão de Tefé ..................................................................................... 27

Figura 8 – Escadaria da Igreja do Bom Jesus do Saivá ................................................. 28

Figura 9 – Rafting no Rio Cachoeira ............................................................................. 29

Figura 10 – Localização de GPS na bacia litorânea e do reservatório no rio Capivari .. 30

Figura 11 – Localização dos pontos de amostragem .................................................... 32

Figura 12 - Concentrações de clorofila-a amostradas no período seco ....................... 33

Figura 13 - Concentrações de clorofila-a amostradas no período chuvoso ................. 34

Figura 14 - Concentrações de nitrito amostradas no período seco ............................. 34

Figura 15 - Concentrações de nitrito amostradas no período chuvoso ....................... 35

Figura 16 - Concentrações de nitrato amostradas no período seco ............................ 35

Figura 17 - Concentrações de nitrato amostradas no período chuvoso ...................... 36

Figura 18 - Concentrações de nitrogênio amoniacal amostradas no período seco ..... 37

Figura 19 - Concentrações de nitrogênio amoniacal amostradas no período úmido .. 37

Figura 20 - Medições de DBO/5 20ºC para a estação Morretes .................................. 43

Figura 21 - Medições de DBO/5 20ºC para a estação Anhaia ...................................... 44

Figura 22- Medições de DBO/5 20ºC para a estação Pinguela .................................... 44

Figura 23 - Medições de DBO/5 20ºC para a estação Ponte Velha .............................. 45

Figura 24 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Morretes ....................... 46

Figura 25 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Anhaia .......................... 46

Figura 26 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Pinguela ....................... 47

Figura 27 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Ponte Velha .................. 47

Figura 28 - Medições de pH para a estação Morretes ................................................. 48

Figura 29 - Medições de pH para a estação Anhaia ..................................................... 48

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Figura 30 - Medições de pH para a estação Pinguela .................................................. 49

Figura 31 - Medições de pH para a estação Ponte Velha ............................................. 49

Figura 32 - Valores de turbidez para a estação Morretes ............................................ 50

Figura 33 - Valores de turbidez para a estação Anhaia ................................................ 50

Figura 34 - Valores de turbidez para a estação Pinguela ............................................. 51

Figura 35 - Valores de turbidez para a estação Ponte Velha ....................................... 51

Figura 36 - Medições de fósforo total para a estação Morretes .................................. 52

Figura 37 - Medições de fósforo total para a estação Anhaia ..................................... 52

Figura 38 - Medições de fósforo total para a estação Pinguela ................................... 53

Figura 39 - Valores de cloreto para a estação Morretes .............................................. 54

Figura 40 - Valores de nitrato para a estação Morretes .............................................. 54

Figura 41 - Valores de nitrito para a estação Morretes ............................................... 55

Figura 42 - Medições de sulfato total para a estação Morretes .................................. 56

Figura 43 - Valores de nitrogênio amoniacal para a estação Morretes ....................... 56

Figura 44 - Valores de coliforme fecal para a estação Anhaia ..................................... 57

Figura 45 - Valores de coliforme fecal para a estação Pinguela .................................. 57

Figura 46 - Valores de coliforme fecal para a estação Ponte Velha ............................. 58

Figura 47 - Localização do Complexo Estuarino de Paranaguá .................................... 63

Figura 48 – Série temporal das componentes das correntes medidas em dois eixos

pelo Centro de Estudos do Mar – CEM da UFPR em frente ao Porto de Paranaguá ... 68

Figura 49 - Carta geral de máximas correntes de enchente no CEP ............................ 69

Figura 50 - Carta geral de máximas correntes de vazante no CEP ............................... 69

Figura 51 – Carta geral de máximas de corrente na preamar ...................................... 70

Figura 52 - Campo de correntes gerado pelo modelo Delft3D para o cenário atual na

enchente de sizígia ....................................................................................................... 72

Figura 53 - Campo de correntes gerado pelo modelo Delft3D para o cenário atual na

vazante de sizígia .......................................................................................................... 72

Figura 54 - Campo de correntes gerado pelo Delft 3D para o cenário atual na

enchente de quadratura ............................................................................................... 72

Figura 55 - Campo de correntes gerado pelo Delft 3D para o cenário atual na vazante

de quadratura ............................................................................................................... 72

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Figura 56 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção ENE e

velocidade 10,6 m/s), ACQUAPLAN (2011) .................................................................. 76

Figura 57 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção 5 e

velocidades 12,1 m/s), ACQUAPLAN (2011) ................................................................. 76

Figura 58 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção SSW e

velocidades 12,8 m /s), ACQUAPLAN (2011) ................................................................ 76

Figura 59 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção SE e

velocidades 11,2 m/s), ACQUAPLAN (2011) ................................................................. 76

Figura 60 – Elevação do nível d’água medida pela ACQUAPLAN na Ilha da Galheta,

Porto de Paranaguá e Ponta do Félix ........................................................................... 79

Figura 61 – Pontos obtidos pelo levantamento batimétrico efetuado nos canais de

navegação entre os anos de 2008 e 2010 .................................................................... 80

Figura 62 - Batimetria final, interpolada e projetada na grade numérica criada para

resolver os processos hidrodinâmicos .......................................................................... 81

Figura 63 - Batimetria do CEP ....................................................................................... 82

Figura 64 - Principais rotas no CEP ............................................................................... 83

Figura 65 - Malha de amostragem de sedimentos ao longo do CEP ............................ 84

Figura 66 - Mapa da distribuição dos pontos de amostragem de sedimentos de fundo

no CEP, nos vários levantamentos considerados por LAMOUR et al. (2004)............... 86

Figura 67 - Mapa de distribuição dos valores de diâmetro médio no CEP .................. 87

Figura 68 - Distribuição do diâmetro médio dos sedimentos de fundo da baía de

Antonina e setor ocidental da baía de Paranaguá em 1966 (a) e 1995 (b) .................. 88

Figura 69 - Áreas de pesca esportiva e mergulho ........................................................ 91

Figura 70 – Principais rotas de navegação no litoral do Paraná. .................................. 92

Figura 71 - Embarcação de acesso às ilhas transportando mercadorias na sua parte

superior, no rio Itiberê .................................................................................................. 93

Figura 72 – Distribuição espacial de temperaturas mínimas da água no CEP para

2006/2007 ................................................................................................................... 104

Figura 73 – Distribuição espacial de temperaturas máximas da água no CEP para

2006/2007 ................................................................................................................... 104

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Figura 74 - Distribuição espacial dos valores mínimos de salinidade no CEP para

2006/2007 ................................................................................................................... 107

Figura 75 - Distribuição espacial dos valores máximos de salinidade no CEP para

2006/2007 ................................................................................................................... 107

Figura 76 - Valores de turbidez nos pontos amostrados por ACQUAPLAN (2011) .... 109

Figura 77 - Interpolações sobre valores máximos de transparência da água ............ 110

Figura 78 - Interpolações sobre valores mínimos de transparência da água ............. 111

Figura 79 - Interpolações sobre valores máximos de salinidade................................ 112

Figura 80 - Interpolações sobre valores mínimos de salinidade ................................ 112

Figura 81 – Interpolações sobre valores máximos de oxigênio dissolvido ................ 114

Figura 82 - Interpolações sobre valores mínimos de oxigênio dissolvido .................. 114

Figura 83 - Interpolações sobre valores máximos de nitrogênio ............................... 116

Figura 84 - Interpolações sobre valores mínimos de nitrogênio ................................ 116

Figura 85 - Interpolações sobre valores máximos de fósforo .................................... 117

Figura 86 - Interpolações sobre valores mínimos de fósforo ..................................... 118

Figura 87 - Interpolações sobre valores máximos de fitoplâncton ............................ 120

Figura 88 - Interpolações sobre valores mínimos de fitoplâncton ............................. 120

Figura 89 - Interpolações sobre valores máximos de zooplâncton ............................ 122

Figura 90 - Interpolações sobre valores mínimos de zooplâncton............................. 122

Figura 91 – Pontos de balneabilidade monitorados pelo IAP .................................... 124

Figura 92 – Classificação da Qualidade da Água segundo a contaminação por

Escherichia coli nos meses de verão com pico populacional ..................................... 125

Figura 93 – Localização geográfica das fontes poluidores identificadas em Antonina

................................................................................................................................................ 127

Figura 94 - Terminal Ponta do Félix ............................................................................ 127

Figura 95 - antigo pátio de armazenamento de carvão mineral no Porto Barão de

Teffé ............................................................................................................................ 128

Figura 96 - Perfil Esquemático Representativo das Principais Associações Vegetais da

Planície Litorânea (Leste-Oeste), (URURAHY et. al., 1983) ........................................ 130

Figura 98 – Área do Porto de Antonina ...................................................................... 138

LACTEC – 2012

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11

Figura 99 – Imagens de algumas espécies com ocorrência na região do

empreendimento. ....................................................................................................... 165

Figura 100 – Imagens de algumas espécies com probabilidade de ocorrência na região

do empreendimento. .................................................................................................. 170

Figura 101 – Imagens de algumas espécies de aves com ocorrência na região do

empreendimento. ....................................................................................................... 185

Figura 102 - Imagens de algumas espécies de mamíferos com ocorrência na região do

empreendimento. ....................................................................................................... 194

Figura 103 – Áreas de Preservação Permanente de acordo com o Código Florestal 204

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Municípios constituintes da bacia litorânea do Paraná ............................... 15

Tabela 2 - Parâmetros fisiográficos das bacias dos principais rios ............................... 22

Tabela 3 - Principais parâmetros fisiográficos para as áreas incrementais.................. 22

Tabela 4 - Dados informativos das estações Anhaia, Morretes, Pinguela e Ponte Velha

.................................................................................................................................................. 38

Tabela 5 - Medições dos parâmetros para a estação Morretes (Parte 1) .................... 39

Tabela 6 - Medições dos parâmetros para a estação Morretes (Parte 2) .................... 40

Tabela 7 - Medições dos parâmetros para a estação Anhaia ....................................... 41

Tabela 8 - Medições dos parâmetros para a estação Pinguela .................................... 42

Tabela 9 - Medições dos parâmetros para a estação Ponte Velha .............................. 43

Tabela 10 – Boletim de balneabilidade divulgado pelo IAP com resultados para

dezembro e janeiro ....................................................................................................... 61

Tabela 11 - Características de maré para os dados de nível observados para a baía de

Paranaguá e Antonina. Diferenças de fase considerando a Galheta como zero de

origem ........................................................................................................................... 78

Tabela 12 - Cartas náuticas e batimétricas utilizadas e suas respectivas escalas ........ 80

Tabela 13 - Comparação da distribuição (%) do diâmetro médio nos três setores do

Complexo Estuarino de Paranaguá ............................................................................... 87

Tabela 14- Comparação da distribuição do grau de seleção granulométrica nos três

setores do Complexo Estuarino de Paranaguá ............................................................. 87

Tabela 15 - Principais fontes poluidoras e sua localização no município de Antonina.

................................................................................................................................................ 126

Tabela 16 - Unidades de Conservação Federais, Estaduais e Municipais na Área de

Influência do PDZPO ................................................................................................... 140

Tabela 17 - Lista de espécies lista de espécies encontradas na baía de Antonina

(ENGEMIN, 2004; NAKAYAMA, 2004; SOUZA, 2007), classificadas em família,

gênero/espécie, nome vulgar e o perigo de extinção, sendo o ultimo item classificado

como VU (vulnerável) e DD (dados insuficientes) (MIKICH & BÉRNILS, 2004). .......... 156

LACTEC – 2012

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13

Tabela 18 - Pescadores profissionais registrados na Superintendência do Ministério

da Pesca e Aquicultura do Paraná em 2010. .............................................................. 196

Tabela 19 - Espécies de peixes alvo da atividade pesqueira no complexo estuarino de

Paranaguá. .................................................................................................................. 197

Tabela 20 - Espécies de bentos alvo da atividade pesqueira no complexo estuarino de

Paranaguá. .................................................................................................................... 199

LACTEC – 2012

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14

1 INTRODUÇÃO

O presente relatório visa apresentar as atividades desenvolvidas com relação aos

estudos ambientais conforme o Escopo apresentado pelo Lactec.

A execução do trabalho proposto contemplou os estudos da Flora Terrestre, Fauna

Terrestre, Fauna Aquática e Subaquática, Sedimentologia, Recursos Hídricos Superficiais e

Impactos e Conflitos de Uso e Ocupação da Água, conforme detalhado a seguir.

Foi realizado um diagnóstico ambiental objetivando a identificação e o mapeamento

das áreas de sensibilidade ambiental como subsídio ao PDZ. Também foram indicados os

Programas Ambientais os quais complementarão o PDZ.

Estes estudos foram desenvolvidos a partir de dados secundários provenientes de

fontes oficiais e estudos técnicos já realizados na área.

2 RESULTADOS

Neste item serão apresentados os levantamentos bibliográficos realizados. Ressalta-se

que o detalhamento das informações está de acordo com o escopo apresentado e aprovado

pelo LABTRANS.

2.1 Recursos Hídricos – Bacias Hidrográficas

Neste item será apresentada a caracterização hídrica dos recursos hídricos superficiais

continentais da área de estudo (bacias hidrográficas), seus principais usos, assim como, as

demandas, disponibilidades e balanço hídrico.

2.1.1 Área de Estudo

O porto de Antonina está situado na bacia hidrográfica do litoral do Paraná, cujas

águas drenam diretamente para o oceano atlântico. A bacia hidrográfica do litoral

paranaense ocupa uma área de quase 6.600 km², correspondendo a quase 3% da área total

do Estado (MAAK, 1981). Como apresentado na Tabela 1 e Figura 1, a bacia litorânea do

Paraná abrange os municípios de Guaraqueçaba, Antonina, Morretes, Paranaguá, Pontal do

Paraná, Matinhos e Guaratuba, e conta ainda com áreas de São José dos Pinhais, Piraquara,

LACTEC – 2012

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15

Tijucas do Sul e Quatro Barras. Como será mostrado posteriormente no item relacionado à

disponibilidade de água, a bacia litorânea do Paraná representa um grau de importância

considerável no que se refere a reservas de água.

Tabela 1 - Municípios constituintes da bacia litorânea do Paraná

Município Área Total do

Município (km²)

Área do município na

bacia

% da área da bacia

Guaraqueçaba 2.315,7 2.023,8 30,7

Guaratuba 1.328,5 1.328,5 20,2

Antonina 876,6 876,6 13,3

Paranaguá 806,2 806,2 12,2

Morretes 687,5 687,5 10,4

São José dos Pinhais 944,3 267,1 4,1

Tijucas do Sul 671,9 234,2 3,6

Pontal do Paraná 202,2 202,2 3,1

Matinhos 116,5 116,5 1,8

Piraquara 225,2 18,4 0,3

Quatro Barras 181,3 22,3 0,3

TOTAL - 6583,3 100,0

LACTEC – 2012

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Figura 1 – Bacia hidrográfica do litoral paranaense

Observa-se pela Figura 2, que o porto de Antonina está situado no Complexo Estuarino

de Paranaguá, o qual corresponde a cerca de 70% da área da bacia hidrográfica litorânea do

Estado do Paraná. O Complexo Estuarino de Paranaguá é constituído pelas Baías de

Antonina, Paranaguá, Laranjeiras e Pinheiros. Em relação à influência, encontra-se a Baía de

Antonina, pois esta é adjacente à Baía de Paranaguá, a qual abriga o trajeto obrigatório para

a troca de água com o oceano.

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Figura 2 – Complexo Estuarino de Antonina

Este estudo focou as bacias hidrográficas que drenam para as Baías de Antonina e

Paranaguá, pois são os locais do Complexo Estuarino de Paranaguá cuja dinâmica das águas

e do material sólido transportado hidricamente pode ter alguma relação com o local do

empreendimento. Para fins de aplicação no presente estudo, adotou-se a subdivisão de

bacias hidrográficas adotada em Soares Neto & Guerios (2008), onde foram considerados os

rios principais que deságuam diretamente no corpo do estuário e por áreas incrementais (AI)

continentais adjacentes ao contorno do corpo hídrico do estuário e que são constituídas por

pequenos cursos d’água (Figura 3). Soares Neto & Guerios (2008) elaborou um EIA RIMA

para ampliação do cais do TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá), o qual considerou

parte da mesma área abrangida no presente estudo.

As sub-bacias dos rios principais são: Guaraguaçu, Sagrado, Nhundiaquara, Cacatu,

Cachoeira e Faisqueira. A área incremental foi subdividida em seis áreas (AI01 a AI06). As

bacias hidrográficas analisadas somam uma área de drenagem de 2.080 km², que

corresponde a cerca de 37% da área da bacia litorânea do Paraná, e 54% do Complexo

Estuarino de Paranaguá.

Observa-se pela Figura 3, que o Porto de Antonina está integralmente inserido na

bacia incremental AI02. As águas desta sub-bacia drenam diretamente para o local do

PORTO DE ANTONINA

Baía dos Pinheiros

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terminal portuário e seu entorno. Devido a este fato, a bacia incremental AI02 será tida

como de influência direta no empreendimento, no caso da análise da hidrologia superficial.

Todas as outras sub-bacias da Figura 3 serão consideradas como área de influência

indireta.

Figura 3 – Área de estudo contendo as bacias subdivididas

2.1.2 Caracterização Hídrica

2.1.2.1 Potamografia

A Serra do Mar é um ambiente de grande pluviosidade, possuindo um dos maiores

índices pluviométricos do Sul do Brasil. A Serra do Mar, em sua vertente leste, constitui-se

em palco da maioria das nascentes dos rios que drenam a bacia litorânea, cujas águas são

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drenadas para as Baías de Antonina, Laranjeiras, Pinheiros, Paranaguá e Guaratuba

(CARNEIRO, 2007).

O sistema hidrográfico do litoral paranaense é geologicamente recente, uma vez que

seus rios são constantemente rejuvenescidos pelos levantamentos epirogenéticos. Isto pode

explicar as inúmeras corredeiras e saltos. Do ponto de vista geológico e geomorfológico, a

região apresenta movimentos de massa que constituem sérios problemas em áreas que

foram degradadas pelas atividades antrópicas. O desmatamento acelerado, associado aos

altos índices pluviométricos, favorece deslizamentos que provocam o assoreamento dos rios

e da baía.

A maioria dos principais rios que compõem a bacia litorânea possui um curso superior

localizado na área serrana, com fortes declives, vales fortemente encaixados e um padrão de

canal retilíneo. O curso inferior, localizado nas planícies, possui geralmente um amplo vale

de fundo plano e um padrão de canal meandrante influenciado pelas marés. No trecho final

do curso inferior (próximo ao desemboque no estuário), as águas sofrem influência de

marés. Conforme ANGULO & SOUZA (1998), a costa paranaense apresenta regime

semidiurno de micromarés (< 2 m). As amplitudes médias para a quadratura e sizígia

correspondem respectivamente a 2,0 e 2,7 m, na cabeceira do estuário. As marés de sizígia

ocorrem nos períodos de lua nova e cheia, correspondendo a amplitudes maiores de maré,

verificando-se o inverso nos ciclos de quadratura, cujas ocorrências estão ligadas aos

períodos de lua crescente e minguante.

As Baías de Antonina e Paranaguá são compostas de quatro bacias hidrográficas, cuja

delimitação foi fornecida por MAACK (BIGARELLA, 1978). Estas bacias são a das Laranjeiras,

mais ao norte; a de Antonina, que aflui à baía na sua região central; adjacente a de Antonina

se encontra a bacia do rio Nhundiaquara e; por fim, mais ao sul, a de Paranaguá.

Na bacia hidrográfica de Antonina destacam-se o rio Cachoeira, o principal desta bacia,

além dos rios Faisqueira, Pequeno, Cacatu, Nunes, do Meio e das Pedras. Na bacia do rio

Nhundiaquara, o principal rio é o que recebe o mesmo nome da bacia e é formado

principalmente pelos rios Mãe Cotia, São João, Ipiranga e Sagrado.

Os afluentes da bacia de Antonina nascem nas Serras do Capivari, na Serrinha e na Serra

dos Órgãos. Os afluentes do rio Guaraguaçu (bacia de Paranaguá) nascem na Serra da Prata

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ou na planície da Praia de Leste. A bacia do rio Nhundiaquara tem suas nascentes ocorrendo

na Serra dos Órgãos, do Leão, da Igreja e Canavieiras.

2.1.2.2 Índices fisiográficos

Este item apresenta os índices relacionados à rede de drenagem ou indicativos de

tendências às cheias. Os índices focados são: área da bacia, comprimento do rio principal,

comprimento axial da bacia, perímetro da bacia, coeficiente de compacidade, fator de

forma, densidade de drenagem, índice de sinuosidade, declividade média do rio, declividade

inicial do rio e tempo de concentração.

O coeficiente de compacidade é a relação entre o perímetro da bacia e a

circunferência de um círculo de área igual à da bacia. Quanto mais irregular for a bacia,

maior será seu coeficiente de compacidade, que pode assumir, no mínimo, o valor um.

Quanto mais próximo da unidade for o coeficiente de compacidade, mais compacta é a bacia

e maior será o indicativo de tendência para maiores enchentes. Isto se explica pelo fato de,

com distâncias menores o tempo de trânsito dos escoamentos sofre redução. Além disto, as

bacias mais compactas estão mais sujeitas a uma precipitação intensa sobre toda a sua

superfície do que uma bacia irregular ou alongada.

O fator de forma é a relação entre a largura média e o comprimento axial da bacia,

sendo o comprimento axial o percurso total do curso d’água mais longo medido em

segmentos de linha reta (desprezando a sinuosidade), e a largura média a relação entre a

área e o comprimento axial da bacia. O fator de forma além de indicar a forma aproximada

da bacia, é um fator indicativo da tendência a enchentes. Um fator de forma baixo, que se

afaste do valor máximo um, corresponde a uma bacia alongada e menos propícia à

ocorrência de chuvas intensas em toda sua área, ou seja, com pequena propensão a

enchentes.

A densidade de drenagem da bacia relaciona o comprimento total dos cursos d’água

da bacia com sua área e fornece uma indicação da eficiência da drenagem, ou seja, da maior

ou menor velocidade com que a água deixa a bacia hidrográfica. Para densidades superiores

a 3,5, o deflúvio atinge rapidamente os cursos d’água e, consequentemente, indica picos

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altos nas enchentes e deflúvios baixos na estiagem. Já índices da ordem de 0,5 ou menos

indicam drenagem pobre.

O índice de sinuosidade do curso d’água é a relação entre o comprimento do rio

principal e o comprimento da bacia.

A declividade média do rio é dada pelo quociente entre a diferença de nível e o

comprimento do rio, desprezando-se os 15% do seu comprimento inicial. O fato de se

descartar no cálculo o trecho de cabeceiras ajuda na obtenção de uma declividade mais

representativa do rio, pois esta é uma região pouco contribuinte na área de drenagem,

porém com declividade muito elevada.

O tempo de concentração foi calculado conforme metodologia apresentada por Ven Te

Chow (TUCCI, 1993). Este índice indica o tempo necessário para que toda a bacia contribua

para o escoamento superficial na seção considerada, ou seja, o tempo em que a precipitação

que ocorre no ponto mais distante leva para atingir a exutória.

Os índices fisiográficos foram calculados para cada uma das bacias apresentadas na

Figura 3. A Tabela 2 apresenta os valores de área da bacia, comprimento do rio principal (L

rio), comprimento axial da bacia (L bacia), perímetro da bacia, coeficiente de compacidade

(Kc), fator de forma (Kf), densidade de drenagem (Dd), índice de sinuosidade (Sin),

declividade média do rio e tempo de concentração (Tc).

Para as áreas incrementais foi possível obter apenas a área, perímetro e a densidade

de drenagem, cujos valores são apresentados na Tabela 3. Os valores destacados em negrito

nesta tabela referem-se à área de influência direta.

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Tabela 2 - Parâmetros fisiográficos das bacias dos principais rios

Parâmetro Bacia Hidrográfica

Guaraguaçu Sagrado Nhundiaq. Cacatu Cachoeira Faisqueira

Área (km2) 232,20 137,70 519,29 107,08 429,17 103,59

L rio (km) 45,0 23,4 32,9 22,0 50,2 18,7

L bacia (km) 30,1 17,2 25,4 17,3 32,2 14,2

Perímetro (km) 87,70 71,80 140,22 55,67 126,62 61,54

Kc 1,62 1,73 1,74 1,52 1,72 1,71

Kf 0,26 0,47 0,80 0,36 0,41 0,51

Dd (km/km²) 2,08 3,80 3,47 3,26 3,32 4,55

Sin 1,50 1,36 1,30 1,27 1,56 1,32

Declividade (m/km) 0,8 7,0 7,8 34,2 10,3 3,7

Tc (horas) 11,4 3,6 4,4 2,1 5,2 3,8

Tabela 3 - Principais parâmetros fisiográficos para as áreas incrementais

Parâmetro Área incremental

AI01 AI02 AI03 AI04 AI05 AI06

Área (km2) 165,32 95,80 15,57 116,00 128,50 29,60

Perímetro (km) 69,77 76,60 21,36 70,52 68,90 37,20

Dd (km/km²) 2,73 3,11 2,55 4,30 0,91 0,77

Entre os parâmetros fisiográficos apresentados na Tabela 2 e na Tabela 3, chama a

atenção a densidade de drenagem, que assume para a maioria das bacias valores altos,

exceto para a bacia hidrográfica do rio Guaraguaçu e as áreas incrementais vizinhas a esta

bacia (AI05 e AI06). Estes baixos valores podem ser explicados, em parte, pelos altos índices

de urbanização destas bacias, com canalização e tubulação de alguns córregos.

Os parâmetros Kf, Kc e Dd indicaram, para a maioria dos casos, pouca tendência a

cheias duradouras. Os tempos de concentração das bacias são baixos indicando picos altos e

ascensão e recessão dos hidrogramas ocorrendo em curtos intervalos de tempo,

característicos de bacias ditas de resposta hidrológica rápida.

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2.1.3 Usos da Água

Neste capítulo estão caracterizados os principais usos da água doce na área

potencialmente afetada pelo empreendimento, focando as demandas, fatores qualitativos e

análise das disponibilidades considerando o cenário atual e para o ano de 2030. Os

diferentes usos podem afetar áreas diferentes da bacia.

Na porção da bacia litorânea diretamente relacionada com o empreendimento foram

identificados os seguintes usos:

Abastecimento doméstico e lançamento dos respectivos efluentes;

Abastecimento industrial e lançamento dos respectivos efluentes;

Abastecimento do setor de mineração e lançamento dos respectivos efluentes;

Abastecimento do setor pecuário e lançamento dos respectivos efluentes;

Irrigação e lançamento dos respectivos efluentes;

Recreação / Turismo;

Comunidades pesqueiras;

Ictiofauna e manutenção de ecossistemas;

Navegação.

Verifica-se que são diversos os usos da água nas bacias hidrográficas do entorno do

empreendimento. A Política Estadual de Recursos Hídricos define entre seus fundamentos

que a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas. A

gestão de recursos hídricos deve garantir a harmonia entre os diversos usuários e entre

usuários e meio ambiente, através da integração de um conjunto de práticas necessárias à

manutenção da disponibilidade qualitativa e quantitativa da água. Trata-se da gestão das

disponibilidades e demandas hídricas, do conhecimento dos problemas existentes na bacia

hidrográfica, da definição das estratégias de planejamento para uso futuro, identificação das

fontes de recursos financeiros e planejamento para aplicação destes recursos a curto, médio

e longo prazo.

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Neste item é apresentada a contextualização da gestão dos recursos hídricos na área

analisada, bem como, são relacionados os diversos usos e conflitos atuais e potenciais dos

recursos hídricos na bacia hidrográfica de interesse.

2.1.3.1 Gestão de recursos hídricos

Para a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei no

9.433/97, foram desenvolvidos cinco instrumentos: os Planos de Recursos Hídricos e de

Bacias Hidrográficas, o Enquadramento dos corpos de água em classes, a Outorga e a

Cobrança pelo direito de uso de recursos hídricos e o Sistema de Informações sobre

Recursos Hídricos. Estes instrumentos permitem que sejam desenvolvidos mecanismos de

planejamento para auxiliar no projeto de empreendimentos que utilizem recursos hídricos,

incentivando a filosofia de múltiplos usos das mesmas águas e procurando atender o maior

número de usuários da bacia hidrográfica. O estado do Paraná possui já aprovado o Plano

Estadual de Recursos Hídricos, no qual foram levantados os dados de disponibilidades e

demandas nas principais bacias hidrográficas do estado. A Bacia Litorânea, onde está situada

a área deste estudo, foi estudada no PERH e, portanto, já possui um vasto levantamento de

informação sobre águas superficiais e subterrâneas. Atualmente a bacia Litorânea já está

sujeita a outorga de direitos de uso de recursos hídricos conforme o Decreto nº 4.646/01. O

enquadramento dos corpos de água em classes segundo os usos na bacia enquadra,

conforme a Portaria SUREHMA nº 05 de 06/09/89, as águas doces nas Classes especial, 1 e 2

e as águas salobras na Classe 7. Existem também os Planos Municipais de Recursos Hídricos

e o Sistema de Informações de Recursos Hídricos em implantação.

A Lei nº 9.433/97 promoveu uma descentralização na gestão de recursos hídricos da

esfera federal para a local, mais precisamente, para a bacia hidrográfica, passando o poder

decisório para os Comitês de Bacias Hidrográficas e para o Conselho Nacional e os Conselhos

Estaduais de Recursos Hídricos. Considerados a base da gestão participativa e integrada da

água e fóruns de decisão das ações a serem implementadas na sua área de abrangência, os

Comitês têm papel deliberativo e normativo e são compostos por representantes do Poder

Público, da sociedade civil e de usuários de água e podem ser oficialmente instalados em

águas de domínio da União e dos Estados. Existem comitês federais e comitês de bacias de

rios estaduais, definidos por sistemas e leis específicas.

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Os Comitês analisam, propõem, debatem e aprovam o Plano de Bacia Hidrográfica e as

proposições das Agências de Bacia Hidrográfica, em especial, os valores a serem cobrados

pelo uso dos recursos hídricos, o plano de aplicação dos recursos disponíveis, o rateio de

custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo e o enquadramento dos

cursos d'água.

Devido a diversos motivos, até hoje apenas algumas bacias hidrográficas conseguiram

estabelecer o seu comitê. Pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos foi prevista a criação de

um comitê para a bacia litorânea do Paraná. Em dezembro de 2010 foi aprovada pelo

Conselho Estadual de Recursos Hídricos, a Mesa Diretora Provisória do Comitê da Bacia

Litorânea, estando o respectivo Comitê, desta forma, em fase de instalação. Cabe lembrar

que, com a criação deste Comitê será possível, entre outras atribuições, elaborar o Plano de

Bacia Hidrográfica e revisar as especificações do Enquadramento e Cobrança.

2.1.3.2 Demanda de água das instalações do Porto de Antonina

Para a elaboração deste item não foi possível obter dados oficiais relacionadas à

demanda de água. Assim, para a análise da demanda de água nas instalações do Porto de

Antonina, futuramente deverão ser coletadas e processadas as informações inerentes, as

quais poderão ser fornecidas pelo Porto e pela empresa de saneamento SAMAE.

2.1.3.3 Recreação/Turismo

A cidade de Antonina tem sua atividade econômica baseada no sistema portuário e

na atividade turística, especialmente no turismo histórico e cultural. Uma das mais antigas

cidades do estado, Antonina surgiu em meados do século XVII, através da atividade de

mineração de ouro nos estuários da região e foi fundada em 1714, com a construção da

capela, hoje Igreja Matriz da cidade (Figura 4) e um dos pontos turísticos mais visitados

juntamente ao casario de arquitetura luso-brasileira no setor histórico e a Praça Coronel

Macedo.

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Figura 4 – Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar

De forma geral, quanto à arquitetura civil, sobrevive, a arquitetura luso-brasileira dos

primeiros anos que se mescla a arquitetura eclética de uma segunda fase da história local

que permanece representada por alguns prédios marcantes da cidade. Dos edifícios da parte

central, em termos de caracterização tipológica, quatro categorias são identificadas:

arquitetura luso-brasileira, eclética, romântica e contemporânea. A importância da

arquitetura antiga de Antonina está justamente nessa harmonia de conjunto em que cada

elemento contribui das ruínas aos sobrados ecléticos, como pode ser observado no centro

histórico do município (Figura 5).

Figura 5 – Centro Histórico de Antonina.

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O Complexo Industrial Matarazzo (Figura 6), junto ao Porto de Antonina,

representa o estilo romântico, é testemunho de uma fase importante na economia do

estado – o ciclo da erva-mate, e ocupa uma considerável área junto ao porto Barão de Tefé

(Figura 7), hoje ainda em funcionamento.

Fonte: Leonardo da S. Mendes

Figura 6 – Complexo Industrial Matarazzo

Fonte: Leonardo da S. Mendes

Figura 7 – Porto Barão de Tefé

Em termos de arquitetura religiosa, destacam-se a Igreja do Bom Jesus do Saivá

(Figura 8) e a Igreja São Benedito, cujas escadarias são disputadas pela população e turistas

durante o carnaval, uma vez que a igreja se situa na “avenida do samba”. O carnaval de

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Antonina é o mais tradicional do Paraná e conhecido em todo o país como um dos mais

autênticos e animados de todos, com bailes públicos, concursos de fantasias e desfiles de

Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos. Em 2012 a festa movimentou cerca de 200 mil

foliões na cidade durante os quatro dias de folia.

Fonte: Leonardo da S. Mendes

Figura 8 – Escadaria da Igreja do Bom Jesus do Saivá

Outras festividades que atraem visitantes a cidade são o Festival de Inverno, a Festa

do Bom Jesus do Saivá e a Festa de Nossa Senhora do Pilar, que é ao lado do carnaval

antoninense uma grande festa popular e o mais concorrido dos eventos religiosos do Estado.

Além destas ainda o Aniversário da cidade e a Festa do Caranguejo, onde o caranguejo

preparado à moda caiçara atrai grande quantidade de visitantes.

Adicionalmente, Antonina ainda oferece algumas opções em termos de turismo

ecológico que atraem população para a prática de ecoesportes. Neste sentido destacam-se

locais como a Ponta do Pita, a Prainha e o Rio do Nunes. Destacam-se ainda o Pico do Paraná

para a prática de montanhismo e o Rio Cachoeira, que possibilita a prática de Rafting (Figura

9), uma vez que este se torna um rio caudaloso quando recebe as águas do reservatório do

Rio Capivari, as quais são conduzidas por um gigantesco túnel que atravessa a Serra do Mar

dando origem a maior central subterrânea do sul do país, na Usina Hidrelétrica Governador

Viriato Parigot de Souza.

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Fonte: Leonardo da S. Mendes

Figura 9 – Rafting no Rio Cachoeira

2.1.3.4 Lançamento de vazão originada da transposição entre bacias hidrográficas

As águas da represa do Capivari são transpostas para a bacia do rio Cachoeira, na bacia

litorânea (COPEL, 1996). O rio Capivari é barrado em local que drena 945 km², e pertence à

bacia hidrográfica do rio Ribeira. As águas da barragem do rio Capivari são conduzidas à

usina Governador Parigot de Souza – GPS através de um sistema de derivação, com 14 km de

túnel de adução e 1.084 m de conduto forçado subterrâneo. GPS é a maior usina

subterrânea do Brasil e apresenta parte do canal de restituição (2.200 m) também

subterrâneo, correndo nos últimos 500 m a céu aberto, até descarregar no rio Cachoeira. A

localização da usina e reservatório pode ser identificada na Figura 10.

A usina GPS possui 247 MW de potência nominal instalada e seu município sede é

Antonina. O enchimento do reservatório iniciou-se em julho de 1970, ano em que a usina de

Capivari entrou em operação com a primeira turbina (COPEL, 1996).

Para atender aos objetivos do presente projeto é mais importante avaliar o impacto da

água transposta quando esta atinge o estuário. Assim, esta avaliação está apresentada

adiante, no capítulo referente aos recursos hídricos do estuário (item 2.4.3).

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Figura 10 – Localização de GPS na bacia litorânea e do reservatório no rio Capivari

2.1.4 Caracterização da Qualidade da Água

Conforme Portaria SUREHMA nº 005/89, de 06 de setembro de 1989, as águas dos rios

da bacia litorânea estão enquadradas nas classes especial, “1”, “2”, e “7”. Todos os cursos

d’água principais pertencentes à área de influência direta, a saber: Emboguaçú, dos

Almeidas, dos Correias, Itiberê, Pequeno (afluente do Guaraguaçu a jusante da confluência

com o rio Indaial), são enquadrados na classe “2”, até a influência de maré. Após a influência

de maré, quando suas águas podem ser ditas salobras, os cursos d’água são enquadrados na

classe “7”.

De acordo com o Inc. III do Art. 3º da Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de

2005, as águas pertencentes à classe “2” são destinadas à:

Ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

À proteção das comunidades aquáticas;

À recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho;

À irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de

esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e

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À aqüicultura e à atividade de pesca.

A Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, não especifica a classe “7”,

tendo alterado a denominação das classes. No entanto, a Resolução anterior que foi

revogada pela atual, a CONAMA nº 20/1986, de 18 de junho de 1986, diz no Inc. VIII do Art.

1º, que as águas pertencentes à classe “7” são destinadas à:

À recreação de contato primário;

À proteção das comunidades aquáticas;

À criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação

humana.

Este estudo não previu a coleta de dados primários. No entanto, existem diversos

outros estudos publicados que contém a avaliação da qualidade da água dos rios das bacias

hidrográficas analisadas. Dentre estes estudos, foram selecionados os mais importantes no

que se refere a material coletado e conclusões realizadas. São eles:

Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Paraná (ÁGUAS PARANÁ, 2010);

Fluxos de Nutrientes e Material Particulado na Bacia de Drenagem do Complexo

Estuarino de Paranaguá – PR (ROSA, 2010).

Além destes estudos, foram obtidos e processados dados de qualidade de água de

estações fluviométricas operadas pelo AGUAS PARANA, situadas nos municípios de

Paranaguá, Antonina, Morretes e Pontal do Paraná.

2.1.4.1 Estudo: Fluxos de Nutrientes e Material Particulado na Bacia de Drenagem do Complexo Estuarino de Paranaguá – PR

A dissertação de mestrado denominada Fluxos de Nutrientes e Material Particulado na

Bacia de Drenagem do Complexo Estuarino de Paranaguá – PR (ROSA, 2010) teve como

objetivo a quantificação de nutrientes e material particulado provenientes do meio fluvial ao

longo de um ciclo hidrológico completo para o CEP (Complexo Estuarino de Paranaguá). Os

nutrientes medidos foram: nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal, fosfato, silicato e clorofila-

a, além disso, foi medido o pH e a temperatura.

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As amostragens foram feitas nos principais rios que compõem a bacia do CEP:

Guaraguaçú, Sambaqui, Sagrado, Nhundiaquara, Cacatú, Cachoeira, Faisqueira, Cedro,

Tagaçaba, Serra Negra e Guaraqueçaba. Estes rios possuem aportes consideráveis de água, o

que infere em uma melhor caracterização do aporte de nutrientes e material particulado.

Todos os rios, até a área de influência de maré estão enquadrados na Classe 1, com exceção

do rio Guaraguaçú que pertence a Classe 2 (SUREHMA, 1989). Foram feitas amostragens

mensais durante o período de um ano para verificar as possíveis variações sazonais. A Figura

11 apresenta os rios amostrados em Rosa (2010).

Fonte: Rosa (2010).

Figura 11 – Localização dos pontos de amostragem

As medições foram feitas entre março de 2008 e fevereiro de 2009, sendo que, as

coletas foram feitas sempre a montante da área de influência de maré, a fim de não haver

influência da salinidade no aporte fluvial.

A seguir, são apresentadas as principais conclusões acerca dos diversos parâmetros,

considerando os dados obtidos por Rosa (2010).

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Clorofila-a

As concentração de clorofila-a, na maioria das vezes, ficaram abaixo dos limites

máximos impostos pela resolução CONAMA 357/05, de 10 μg/L para a classe 1 (linha em

verde nos gráficos) e 30 μg/L para a classe 2 (linha em rosa nos gráficos). O rio Guaraguaçú,

único rio de classe 2, apresentou na medição de julho de 2008 concentração acima dos

10 μg/L sugeridos para a classe 1, mas ainda abaixo do limite sugerido para rios de classe 2

(30 μg/L). No rio Segredo, na medição realizada em junho de 2008, o valor observado supera

levemente o limite para rios de classe 1.

Alguns meses não apresentam dados para determinados rios, devido a problemas

técnicos com o amostrador. Durante o período seco (Figura 12) foram medidas

concentrações de clorofila-a maiores do que durante o período chuvoso (Figura 13).

Provavelmente, as concentrações de clorofila-a estão sendo limitadas pela disponibilidade

de nutrientes visto que os dois seguem o mesmo padrão de concentrações, isto é, altas

durante o período seco e baixas durante o chuvoso. Outro fator que pode determinar a

concentração de clorofila-a em ambientes fluviais é o tempo de retenção da água, que por

ser muito curto não permite que as populações de fitoplâncton se desenvolvam.

Figura 12 - Concentrações de clorofila-a amostradas no período seco

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34

Figura 13 - Concentrações de clorofila-a amostradas no período chuvoso

Nitrito

A concentração de nitrito tanto no período seco (Figura 14) quanto no período

chuvoso (Figura 15) foi, normalmente, menor do que o limite máximo, 1,0 mg/L, imposto

pela resolução CONAMA 357/2005 para corpos d’água dentro das classes 1 e 2. Houve pouca

variação entre as concentrações de nitrito durante o período chuvoso e seco. As

concentrações de nitrito foram muito baixas em razão da alta instabilidade deste composto

na água, transformando-se rapidamente em nitrato, de acordo com a disponibilidade de

oxigênio (MARQUES, 2004). Entretanto, por duas vezes o limite sugerido pela referida

resolução foi superado, ambas em medições realizadas no rio Guaraguaçu, de classe 2, nos

meses de julho (período seco) e dezembro (período chuvoso) de 2008. Este rio, apresentou,

na maioria das vezes, concentrações maiores de nitrito em relação aos outros córregos.

Figura 14 - Concentrações de nitrito amostradas no período seco

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35

Figura 15 - Concentrações de nitrito amostradas no período chuvoso

Nitrato

O nitrato foi a forma de nitrogênio inorgânico dissolvido predominante nas amostras,

o que é uma característica comum em ambientes aquáticos em geral. Houve uma

quantidade muito maior durante o período seco (Figura 16) em relação ao período úmido

(Figura 17), provavelmente devido à menor atividade fitoplanctônica, dado que o nitrato

representa uma das principais fontes de nitrogênio para os produtores primários (ESTEVES,

1998). O limite máximo de nitrato é de 10 mg/L para as classes 1 e 2 segundo a resolução

CONAMA 357/2005. Portanto, como pode ser observado pelas figuras, os rios amostrados

estão de acordo com a legislação.

Figura 16 - Concentrações de nitrato amostradas no período seco

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36

Figura 17 - Concentrações de nitrato amostradas no período chuvoso

Nitrogênio Amoniacal

As concentrações de nitrogênio amoniacal apresentaram certa sazonalidade, sendo,

em geral maiores durante o período seco (Figura 18) em relação ao período chuvoso (Figura

19). Houve um pico de nitrogênio amoniacal para o rio Nhundiaquara em julho de 2008,

provavelmente devido à proximidade das áreas urbanas de Morretes que despejam esgoto

doméstico.

O limite em termos de concentração de nitrogênio amoniacal sugerido pela resolução

CONAMA 357/2005, em função do máximo valor de pH (7,49) apresentado durante todo o

período de observação (períodos seco e chuvoso) é de 3,7 mg/L (para pH ≤ 7,5), para as

classes 1 e 2 de enquadramento. Este limite é, isoladamente, o menos restritivo da

legislação considerando os outros intervalos de variação de pH. Desta forma, todas as

concentrações de nitrogênio amoniacal observadas estão baixas em relação ao limite da

legislação vigente, visto que as variações de pH foram entre 6,02 e 7,49.

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37

Figura 18 - Concentrações de nitrogênio amoniacal amostradas no período seco

Figura 19 - Concentrações de nitrogênio amoniacal amostradas no período úmido

2.1.4.2 Parâmetros de qualidade das águas monitorados pelo AGUAS PARANA

O ÁGUAS PARANÁ monitora diversas estações de qualidade de água na bacia

litorânea. Entre as estações disponíveis foi possível analisar os dados das estações do rio do

Pinto e Nhundinhaquara, ambas localizadas no município de Morretes. Esses dois rios são

pertencentes à classe 1. A Tabela 4 apresenta as principais características das estações

analisadas. A Tabela 5 e a Tabela 6 apresentam os dados medidos nos últimos 10 anos da

estação Morretes. A Tabela 7, a Tabela 8 e a Tabela 9 apresentam os dados, também

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38

medidos nos últimos 10 anos, das estações Anhaia, Pinguela e Ponte Velha,

respectivamente.

Tabela 4 - Dados informativos das estações Anhaia, Morretes, Pinguela e Ponte Velha

Código Nome da Estação Rio Área de Drenag.

(km²)

Coordenadas

Latitude Longitude

82170000 Morretes Nhundiaquara 217 25º 28' 37" 48º 49' 48"

82198000 Anhaia Do Pinto 66 25º 32' 16" 48º 50' 52" 82065000 PINGUELA CACHOEIRA 180 25º 14' 34" 48º 44' 51" 82121003 PONTE VELHA CACHOEIRA 369 25º 19' 00" 48º 42' 00"

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Tabela 5 - Medições dos parâmetros para a estação Morretes (Parte 1)

Data Colif. Fec.

(NMP/ 100mL)

Colif. Tot.

(NMP/ 100mL)

Escherichia coli

(NMP/ 100mL)

DBO/5 20 ºC

(mg/L O2)

DQO (mg/L O2)

Nitrog. Kjeldahl

Tot. (mg/L N)

O.D. (mg/L

O2) pH

Temp. água (ºC)

Turbidez (N.T.U.)

23/03/01 1300 30000 - <2 10 0,69 8,8 6,9 24,4 4,4

27/03/01 - - - - - - - - 23,3 -

19/04/01 - 3,57 - 2,6 10 0,43 9,2 7,3 21,9 2

25/04/01 - - - <2 21 0,99 8,4 6,6 21,4 6,4

22/06/01 170 14000 - <2 <1 0,41 10,1 6,8 13,6 2,5

25/06/01 1700 5000 - <2 1,3 0,19 9,8 6,9 17 2,2

02/09/01 500 5000 - <2 4,9 0,28 8,4 6,6 23 2,3

17/10/01 700 23000 - <2 3,9 0,27 9,3 7,0 22,8 2,1

08/12/01 - - - <2 5,8 0,04 9,2 6,7 25 2

09/04/02 20 5000 - <2 53 0,23 9,7 6,6 23,2 5

05/08/03 300 2300 - 1 8 0,15 - 7,4 26 1,5

27/11/03 1100 5000 - <2 11 0,32 - 7,1 23 4,1

26/05/04 500 11000 - <2 12 0,27 - 7,2 17 17

06/08/04 - 11000 7000 <2 11 0,28 10,8 7,4 19,3 2,4

23/03/05 30000 140000 - - - - - - 24 -

03/05/05 - 11000 7000 <2 3 - 10,1 6,9 19,3 3,3

21/06/05 - 50000 30000 6 25 0,47 9,18 6,9 17 7

06/10/05 - 35000 4700 2,1 7,1 0,22 9,06 7,1 18 3,5

26/10/05 - 50000 22000 2,2 9,6 0,28 9,1 6,8 20 10

03/11/05 - 80000 28000 2 8,8 0,14 9,96 5,0 19 13

30/03/06 - 30000 17000 4 21 0,22 8,88 7,0 22 17

30/05/06 - 11000 11000 2,8 12 0,12 - 7,6 21 2

29/08/06 - 23000 23000 <2 10 0,14 10,4 7,3 19 2

02/10/06 - - - <2 15 0,29 9,5 - 18,7 5

23/03/07 - 50000 50000 2 12 0,22 - 6,7 23 2,7

07/08/07 - 11000 11000 <2 7 0,078 11,7 7,6 17,7 2

13/03/08 - 130000 33000 2 23 0,26 9,1 6,6 21,8 7

17/06/08 - 4900 3300 <2 4,4 0,24 - 7,1 11 2,2

27/05/09 - 49000 22000 <2 <2 0,097 8,96 7 19 1

04/08/09 - 23000 700 2 7,8 0,13 11 6,9 16 3,5

11/08/09 - 13000 2200 <2 5,8 0,12 10,5 6,8 17,7 1,5

08/10/09 - 23000 13000 <2 9,2 0,23 9,43 6,9 17 4

29/06/10 - 17000 7900 <2 3,6 0,088 9,98 8,4 15 5

24/08/10 - 23000 13000 <2 4,2 0,16 - 6,7 18 2

07/10/10 - - - <2 8,9 0,23 4,2 6,8 18,7 3

25/10/10 - - - <2 <2 0,32 9,7 7,7 21 2,4

21/07/11 - 33000 1100 2,5 3 0,13 9,2 6,4 12 2,5

14/09/11 - 4900 700 - 2 0,13 8,2 6,6 7 -

27/11/11 - 22000 230 3,4 6 0,18 11,82 7,9 14 1

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Tabela 6 - Medições dos parâmetros para a estação Morretes (Parte 2)

Data Sól. Tot. a 103ºC (mg/L)

Fósf. Tot. (mg/L P)

Cloretos (mg/L Cl)

Dureza Tot. (mg/ L CaCO3)

Magn. (mg/L Mg)

Nitratos (mg/L N)

Nitritos (mg/L N)

Nitrog. Amon.

(mg/L N)

Resíduos Susp.

(mg/L)

Sulfatos (mg/L SO4)

23/03/01 - - 2,01 7,4 0,66 0,19 0,003 0,1 3 6,4

27/03/01 - - - - 0,99 - - - - -

19/04/01 - - - 6,61 0,68 0,12 0,002 0,1 3 1,1

25/04/01 - - 1,79 8 0,56 0,07 0,005 0,1 14 -

22/06/01 - - 3,83 7 0,83 0,28 <0,002 0 2 2

25/06/01 - - - - - - - - - -

02/09/01 - - - - - - - - - -

17/10/01 - - 2,45 5,5 - 0,11 - <0,02 2 2

08/12/01 - - - - - - - - - -

09/04/02 - - 1,98 14 - 0,2 - 0 - 4,4

05/08/03 18 - - - - - - - - -

27/11/03 34 - - - - - - - - -

26/05/04 32 - - - - - - - - -

06/08/04 36 0,018 0,94 7,3 - 0,094 0,003 0,1 7 <1

23/03/05 - - - - - - - - - -

03/05/05 33 0,023 - 6,7 - 0,16 - <0,02 1 <1

21/06/05 28 - - - - - - - - -

06/10/05 30 0,021 - - - - - - - -

26/10/05 30 0,018 1,8 4 - 0,17 - 0 3 1,2

03/11/05 35 0,014 - - - - - - - -

30/03/06 30 - - - - - - - - -

30/05/06 28 - - - - - - - - -

29/08/06 27 - - - - - - - - -

02/10/06 - 0,033 5,35 3 - 0,21 - 0 3 2,36

23/03/07 33 0,014 - - - - - - - -

07/08/07 56 0,011 3,75 9 - 0,12 - 0 2 4,5

13/03/08 60 0,032 5,15 6 - 0,15 - 0 2 5,6

17/06/08 45 0,02 - - - - - - - -

27/05/09 4 0,013 - - - - - - - -

04/08/09 58 0,019 - - - - - - - -

11/08/09 20 0,013 3 6 - 0,16 - 0 1,8 5,1

08/10/09 27 0,027 - - - - - - - -

29/06/10 32 0,017 - - - - - - - -

24/08/10 27 0,011 - - - - - - - -

07/10/10 52 0,021 2,06 6,1 - 0,17 - 0 3,2 7

25/10/10 33 - - - - - - - - -

21/07/11 66 - - - - - - - - -

14/09/11 51 - - - - - - - - -

27/11/11 26 - - - - - - - - -

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41

Tabela 7 - Medições dos parâmetros para a estação Anhaia

Data Temp. água (ºC)

Colif. Fecal (NMP/ 100mL)

Colif. Total (NMP/ 100mL)

Escherichia coli (NMP/

100mL)

DBO/5 20 ºC

(mg/L O2)

DQO ( mg/L O2)

Fósf. Total

(mg/L P)

Nitrog. Kjeldahl

Tot.(mg/L N)

O.D. (mg/L O2)

pH Sólidos Tot.

a 103ºC (mg/L)

Turb. (N.T.U.)

25/06//01 17 23000 30000 - <2 3,9 - 0,42 9,3 7,3 - 32

18/07/01 20 70 2300 - <2 6,5 - 0,13 9,4 7,7 - 1,7

02/09/01 21 230 1300 - <2 4,7 - 0,22 7,9 7,0 - 2,5

24/10/01 18 70 5000 - <2 10 - 0,03 10 7,8 - 2,4

08/12/01 22 - - - <2 3 - 0,13 9,1 7,1 - 3,6

08/08/03 19 270 2300 - <2 <1 - 0,09 - 7,4 55 1,5

27/11/03 22 1700 13000 - <2 13 - 0,17 - 7,2 30 9,5

26/05/04 17 - - - <2 13 - 0,26 - 7,6 26 16

03/11/05 19 - 23000 23000 2 7 - 0,14 9,02 7,7 38 12

30/03/06 21 - 30000 23000 2 16 0,039 0,13 8,62 7,5 32 36

30/05/06 20 - 2800 1400 2 10 0,06 0,067 - 7,8 41 1

29/08/06 21 - 50000 50000 <2 10 0,02 0,056 9,3 7,9 20 1

23/03/07 24 - 50000 22000 2 6 - 0,13 - 7,7 102 3

17/06/08 13 - 7900 1700 2,2 5,7 - 0,087 - 7,4 28 1

30/06/10 14 - - - <2 7,3 0,031 0,18 9,59 7,8 58 1,8

24/08/10 21 - 28000 22000 <2 14 0,019 0,17 - 8,8 35 4

25/10/10 24 - - - <2 5 0,024 0,15 9,1 8,0 38 1,9

19/07/11 14 - 11000 1100 <2 6,3 0,021 0,092 9,55 6,97 55 0,9

14/09/11 8 - 3300 490 - 2,9 0,014 0,12 9,6 7,2 75 -

27/11/11 14 - - - 2,6 5,8 0,015 0,14 10,9 8,1 28 0,6

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42

Tabela 8 - Medições dos parâmetros para a estação Pinguela

Data Colif. Fec.

(NMP/100mL) Colif. Tot.

(NMP/100mL)

DBO/5 20 ºC

(mg/L O2)

DQO (mg/L

O2)

Escherichia coli

(NMP/100mL)

Fósf. Tot. (mg/L P)

Nitrog. Kjeldahl Tot.

(mg/L N)

O.D. (mg/L

O2) pH

Temp. água (ºC)

Turbidez (N.T.U.)

22/2/2001 70 11000 <2 2,4 - - 0,26 7,3 7,7 19 2,3

21/6/2001 20 410 <2 5 - - 0,37 10,2 7,4 15 1,2

30/7/2001 800 1300 - - - - - - - 17 -

11/9/2001 170 3500 <2 9,7 - - 0,41 9,4 7,3 19 3,2

25/10/2001 40 1300 <2 4 - - 0,11 9,1 7,7 22 4,9

10/12/2001 <20 1700 <2 7,7 - - 0,3 9,2 7,6 22 1,2

13/8/2003 <20 800 - 8 - - 0,1 - 8 18 1,2

27/11/2003 300 3000 <2 7,7 - - 0,23 - 7 23 2

28/5/2004 170 13000 4,1 13 - - 0,11 - 7,4 17 1,9

4/11/2005 - 50000 2 12 50000 - 0,17 8,54 7,7 17 12

30/3/2006 - 23000 10 32 13000 0,033 0,15 9,22 7,5 21 16

2/6/2006 - 7000 <2 9,8 5000 0,033 0,042 - 7,7 18 1

29/8/2006 - - <2 7,2 - 0,05 0,066 10 7,8 19 1

23/3/2007 - 17000 2 6 5000 - 0,092 - 7,6 22 1,5

17/6/2008 - 1700 2,6 3,5 790 - 0,066 - 7,4 13 0,6

1/7/2010 - - 2,5 7 - 0,029 0,094 10,28 7,3 17 0,5

25/8/2010 - - <2 4,6 - 0,037 0,089 8,5 7,5 21 1,5

25/10/2010 - - <2 <2 - 0,033 0,23 9,9 7,7 23 0,9

18/9/2011 - 11000 <2 <2 68 0,027 0,24 9,5 7,2 13 -

27/11/2011 - - 2,4 5,3 - 0,028 0,11 8,19 7,9 15 0,4

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

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43

Tabela 9 - Medições dos parâmetros para a estação Ponte Velha

Na estação Morretes, localizada no rio Nhundinhaquara, de classe 1, foram

analisadas 36 medições de DBO das quais 4 ultrapassaram o limite de 3 mg/L, sendo que o

valor máximo de DBO medido foi de 10 mg/L (Figura 20). A estação Anhaia, localizada no rio

do Pinto, enquadrado como classe 1, possui todas as de DBO abaixo do limite de 3 mg/L que

é o limite imposto pela resolução para rios de classe 1 (Figura 21). Para a estação Pinguela

(rio Cachoeira), 15 das 18 medições de DBO/5 20ºC ficaram dentro dos limites máximos da

resolução CONAMA 357/2005, que é de 3 mg/L para rios de classe 1 (Figura 22). Já para a

estação Ponte Velha, também localizada no rio Cachoeira, todas as medições ficaram abaixo

do limite determinado para a Classe 1 (Figura 23).

10

1

6

2,1 2,22

4

2,8

2 2

2,5

3,4

<2<2<2<2<2<2<2 2<2<2<2<2<2<2<2<2<2<2<2<2<2<2<2<2

0

2

4

6

8

10

12

23/3

/200

1

19/4

/200

1

25/4

/200

1

22/6

/200

1

25/6

/200

1

2/9/

2001

17/1

0/20

01

8/12

/200

1

9/4/

2002

5/8/

2003

27/1

1/20

03

26/5

/200

4

6/8/

2004

3/5/

2005

21/6

/200

5

6/10

/200

5

26/1

0/20

05

3/11

/200

5

30/3

/200

6

30/5

/200

6

29/8

/200

6

2/10

/200

6

23/3

/200

7

7/8/

2007

13/3

/200

8

17/6

/200

8

27/5

/200

9

4/8/

2009

11/8

/200

9

8/10

/200

9

29/6

/201

0

24/8

/201

0

7/10

/201

0

25/1

0/20

10

21/7

/201

1

27/1

1/20

11

DB

O/5

20º

C (

mg/

L O

2)

Limite Classe 1

Figura 20 - Medições de DBO/5 20ºC para a estação Morretes

Data Temp. água (ºC)

Colif. Fec. (NMP/ 100mL)

Colif. Tot. (NMP/ 100mL)

DBO/5 20ºC (mg/L

O2)

DQO ( mg/L

O2)

Nitrog. Kjeldahl Tot.

(mg/L N)

O.D. (mg/L

O2)

pH Sól. Tot. a 103ºC (mg/L)

Turbidez (N.T.U.)

22/02/01 24 110 22000 - - - - - - -

21/06/01 17 <20 1100 <2 9,5 - 9,5 7,3 - 6,5

30/07/01 17 <20 1700 - - - - - - -

11/09/01 20 130 7000 <2 7,6 0,5 8,8 7,2 - 10

25/10/01 21 - - 2,4 6,3 0,45 8,1 7,2 - 30

13/08/03 18 80 300 3 5 0,19 - 7,7 88 5

27/11/03 26 130 5000 <2 14 0,26 - 7,2 48 13

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

44

2 2 2

2,2

2,6

2<2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2<2<2<2

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

25

/6/2

00

1

18

/7/2

00

1

2/9

/20

01

24

/10

/20

01

8/1

2/2

00

1

8/8

/20

03

27

/11

/20

03

26

/5/2

00

4

3/1

1/2

00

5

30

/3/2

00

6

30

/5/2

00

6

29

/8/2

00

6

23

/3/2

00

7

17

/6/2

00

8

30

/6/2

01

0

24

/8/2

01

0

25

/10

/20

10

19

/7/2

01

1

27

/11

/20

11

DB

O/5

20

ºC (

mg

/L O

2)

Limite Classe 1

Figura 21 - Medições de DBO/5 20ºC para a estação Anhaia

4,1

2

10

7,2

2

2,6 2,5 2,4<2<2<2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2

0

2

4

6

8

10

12

22

/2/2

00

1

21

/6/2

00

1

11

/9/2

00

1

25

/10

/20

01

10

/12

/20

01

27

/11

/20

03

28

/5/2

00

4

4/1

1/2

00

5

30

/03

/20

06

2/6

/20

06

29

/08

/20

06

23

/3/2

00

7

17

/6/2

00

8

1/7

/20

10

25

/8/2

01

0

25

/10

/20

10

18

/9/2

01

1

27

/11

/20

11

DB

O/5

20

ºC (

mg/

L O

2)

Limite Classe 1

Figura 22- Medições de DBO/5 20ºC para a estação Pinguela

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

45

2,4

3

<2<2<2

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

21/6/2001 11/9/2001 25/10/2001 13/8/2003 27/11/2003

DB

O/5

20

ºC (

mg/

L O

2)

Limite Classe 1

Figura 23 - Medições de DBO/5 20ºC para a estação Ponte Velha

A estação Morretes teve 30 medições de oxigênio dissolvido e destas, apenas uma

ficou abaixo do limite mínimo de 6 mg/L (Figura 24). Para todas as medições feitas na

estação Anhaia, as concentrações de oxigênio dissolvido ficaram de acordo com o limite

mínimo imposto pela resolução CONAMA 357/2005, que não deve ser inferior a 6 mg/L para

rios de classe 1 (Figura 25). Todas as medições feitas na estação Pinguela resultaram em

concentrações de oxigênio dissolvido de acordo com o limite mínimo imposto pela resolução

(Figura 26), assim como as medições referentes à estação Ponte Velha (Figura 27).

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

46

8,89,2

8,4

10,19,8

8,4

9,3 9,2

9,7

10,8

10,1

9,18 9,06 9,1

9,96

8,88

10,4

9,5

11,7

9,1 8,96

11

10,5

9,43

9,98

4,2

9,7

9,2

8,2

11,82

0

2

4

6

8

10

12

14

23/3

/2001

19/4

/2001

25/4

/2001

22/6

/2001

25/6

/2001

2/9

/2001

17/1

0/2

001

8/1

2/2

001

9/4

/2002

6/8

/2004

3/5

/2005

21/6

/2005

6/1

0/2

005

26/1

0/2

005

3/1

1/2

005

30/3

/2006

29/8

/2006

2/1

0/2

006

7/8

/2007

13/3

/2008

27/5

/2009

4/8

/2009

11/8

/2009

8/1

0/2

009

29/6

/2010

7/1

0/2

010

25/1

0/2

010

21/7

/2011

14/9

/2011

27/1

1/2

011

Oxi

gên

io D

isso

lvid

o (

mg/

L O

2)

Limite mínimo Classe 1

Figura 24 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Morretes

9,3 9,4

7,9

10

9,1 9,028,62

9,39,59

9,19,55 9,6

10,9

0

2

4

6

8

10

12

25

/6/2

00

1

18

/7/2

00

1

2/9

/20

01

24

/10

/20

01

8/1

2/2

00

1

3/1

1/2

00

5

30

/3/2

00

6

29

/8/2

00

6

30

/6/2

01

0

25

/10

/20

10

19

/7/2

01

1

14

/9/2

01

1

27

/11

/20

11

Oxi

gên

io D

isso

lvid

o (

mg/

L O

2)

Limite mínimo Classe 1

Figura 25 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Anhaia

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

47

7,3

10,2

9,49,1 9,2

8,54

9,22

1010,28

8,5

9,99,5

8,19

0

2

4

6

8

10

12

22

/2/2

00

1

21

/6/2

00

1

11

/9/2

00

1

25

/10

/20

01

10

/12

/20

01

4/1

1/2

00

5

30

/03

/20

06

29

/08

/20

06

1/7

/20

10

25

/8/2

01

0

25

/10

/20

10

18

/9/2

01

1

27

/11

/20

11

Oxi

gên

io D

isso

lvid

o (

mg/

L O

2)

Limite mínimo Classe 1

Figura 26 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Pinguela

8,8

8,1

9,5

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

21/6/2001 11/9/2001 25/10/2001

Oxi

gên

io D

isso

lvid

o (

mg/

L O

2)

Limite mínimo Classe 1

Figura 27 - Medições de Oxigênio Dissolvido para a estação Ponte Velha

Em relação ao pH, na estação Morretes, das 37 medições, apenas duas ficaram fora

dos limites máximo e mínimo descritos na resolução CONAMA 357/2005 que diz que o pH

deve estar entre os valores de 6,0 e 9,0, para rios enquadrados como classe 1 (Figura 28). A

estação Anhaia também ficou dentro dos limites, tendo pH máximo de 8,8 e mínimo de 6,97

(Figura 29). Na estação Pinguela o pH variou de 7 a 8, ficando, portanto, dentro dos limites

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

48

máximo e mínimo descritos na resolução CONAMA 357/2005 (Figura 30Erro! Fonte de

referência não encontrada.), bem como a estação Ponte Velha, que teve seus valores

variando entre 7,2 a 7,7 (Figura 31).

6,9

7,3

6,66,8 6,9

6,6

7

6,7 6,6

7,4

7,1 7,27,4

6,9 6,97,1

6,8

5

7

7,6

7,3

5,98

6,73

7,61

6,55

7,046,9 6,84

8,4

6,76,82

7,7

6,386,58

7,9

6,857,1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

23

/3/2

00

1

19

/4/2

00

1

25

/4/2

00

1

22

/6/2

00

1

25

/6/2

00

1

2/9

/20

01

17

/10

/20

01

8/1

2/2

00

1

9/4

/20

02

5/8

/20

03

27

/11

/20

03

26

/5/2

00

4

6/8

/20

04

3/5

/20

05

21

/6/2

00

5

6/1

0/2

00

5

26

/10

/20

05

3/1

1/2

00

5

30

/3/2

00

6

30

/5/2

00

6

29

/8/2

00

6

2/1

0/2

00

6

23

/3/2

00

7

7/8

/20

07

13

/3/2

00

8

17

/6/2

00

8

27

/5/2

00

9

4/8

/20

09

11

/8/2

00

9

8/1

0/2

00

9

29

/6/2

01

0

24

/8/2

01

0

7/1

0/2

01

0

25

/10

/20

10

21

/7/2

01

1

14

/9/2

01

1

27

/11

/20

11

pH

Limite superior Classe 1

Limite inferior Classe 1

Figura 28 - Medições de pH para a estação Morretes

7,37,7

7

7,8

7,17,4

7,27,6 7,7

7,57,8 7,9

7,77,4

7,8

8,8

8

6,977,2

8,1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

25/6

/200

1

18/7

/200

1

2/9/

2001

24/1

0/20

01

8/12

/200

1

8/8/

2003

27/1

1/20

03

26/5

/200

4

3/11

/200

5

30/3

/200

6

30/5

/200

6

29/8

/200

6

23/3

/200

7

17/6

/200

8

30/6

/201

0

24/8

/201

0

25/1

0/20

10

19/7

/201

1

14/9

/201

1

27/1

1/20

11

pH

Limite superior Classe 1

Limite inferior Classe 1

Figura 29 - Medições de pH para a estação Anhaia

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

49

7,77,4 7,3

7,7 7,68

77,4

7,7 7,5 7,7 7,8 7,617,4 7,3 7,45

7,77,21

7,9

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

22

/2/2

00

1

21

/6/2

00

1

11

/9/2

00

1

25

/10

/20

01

10

/12

/20

01

13

/8/2

00

3

27

/11

/20

03

28

/5/2

00

4

4/1

1/2

00

5

30

/03

/20

06

2/6

/20

06

29

/08

/20

06

23

/3/2

00

7

17

/6/2

00

8

1/7

/20

10

25

/8/2

01

0

25

/10

/20

10

18

/9/2

01

1

27

/11

/20

11

pH

Limite inferior Classe 1

Limite superior Classe 1

Figura 30 - Medições de pH para a estação Pinguela

7,3 7,2 7,2

7,7

7,2

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

21/6/2001 11/9/2001 25/10/2001 13/8/2003 27/11/2003

pH

Limite inferior Classe 1

Limite superior Classe 1

Figura 31 - Medições de pH para a estação Ponte Velha

Os valores de turbidez para todas as medições na estação Morretes ficaram abaixo

do limite superior imposto pela resolução vigente (CONAMA 357/2005) que é de 40 NTU

para rios de classe 1 (Figura 32). O mesmo aconteceu para a estação Anhaia, Pinguela e

Ponte Velha, na qual todas as medições resultaram em valores abaixo de 40 NTU. Os gráficos

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

50

para estas medições foram feitos em escala logarítmica e são apresentados na Figura 33, na

Figura 34 e na Figura 35Figura 33.

4,4

2

6,4

2,52,2 2,3

2,1 2

5

1,5

4,1

17

2,4

3,3

7

3,5

10

13

17

2 2

5

2,7

2

7

2,2

1

3,5

1,5

4

5

2

3

2,4 2,5

1

0,1

1

10

100

23

/3/2

00

1

19

/4/2

00

1

25

/4/2

00

1

22

/6/2

00

1

25

/6/2

00

1

2/9

/20

01

17

/10

/20

01

8/1

2/2

00

1

9/4

/20

02

5/8

/20

03

27

/11

/20

03

26

/5/2

00

4

6/8

/20

04

3/5

/20

05

21

/6/2

00

5

6/1

0/2

00

5

26

/10

/20

05

3/1

1/2

00

5

30

/3/2

00

6

30

/5/2

00

6

29

/8/2

00

6

2/1

0/2

00

6

23

/3/2

00

7

7/8

/20

07

13

/3/2

00

8

17

/6/2

00

8

27

/5/2

00

9

4/8

/20

09

11

/8/2

00

9

8/1

0/2

00

9

29

/6/2

01

0

24

/8/2

01

0

7/1

0/2

01

0

25

/10

/20

10

21

/7/2

01

1

27

/11

/20

11

Tu

rbid

ez

(N.T

.U.)

Limite Classe 1

Figura 32 - Valores de turbidez para a estação Morretes

32

1,7

2,5 2,4

3,6

1,5

9,5

16

12

36

1 1

3

1

1,8

4

1,9

0,9

0,6

0,1

1

10

100

25/6

/200

1

18/7

/200

1

2/9/

2001

24/1

0/20

01

8/12

/200

1

8/8/

2003

27/1

1/20

03

26/5

/200

4

3/11

/200

5

30/3

/200

6

30/5

/200

6

29/8

/200

6

23/3

/200

7

17/6

/200

8

30/6

/201

0

24/8

/201

0

25/1

0/20

10

19/7

/201

1

27/1

1/20

11

Turb

idez

(U

NT)

Limite Classe 1

Figura 33 - Valores de turbidez para a estação Anhaia

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

51

2,3

1,2

3,2

4,9

1,2 1,2

2 1,9

1216

1 1

1,5

0,60,5

1,5

0,9

0,4

0,1

1

10

100

22

/2/2

00

1

21

/6/2

00

1

11

/9/2

00

1

25

/10

/20

01

10

/12

/20

01

13

/8/2

00

3

27

/11

/20

03

28

/5/2

00

4

4/1

1/2

00

5

30

/03

/20

06

2/6

/20

06

29

/08

/20

06

23

/3/2

00

7

17

/6/2

00

8

1/7

/20

10

25

/8/2

01

0

25

/10

/20

10

27

/11

/20

11

Tu

rbid

ez

(N.T

.U.)

Limite Classe 1

Figura 34 - Valores de turbidez para a estação Pinguela

6,5

10

30

5

13

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

21/6/2001 11/9/2001 25/10/2001 13/8/2003 27/11/2003

Tu

rbid

ez

(N.T

.U.)

Limite Classe 1

Figura 35 - Valores de turbidez para a estação Ponte Velha

As concentrações de fósforo total na estação Morretes (Figura 36), Anhaia (Figura 37)

e Pinguela (Figura 38), resultaram em valores abaixo do limite máximo apresentado na

resolução CONAMA 357/2005 de 0,1 mg/L P para ambientes lóticos e rios de classes 1.

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

52

0,0220,02

0,031

0,019

0,013

0,027

0,017

0,011

0,0210,025

0,016

0,0090,012

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

30

/3/2

00

6

30

/5/2

00

6

29

/8/2

00

6

4/8

/20

09

11

/8/2

00

9

8/1

0/2

00

9

29

/6/2

01

0

24

/8/2

01

0

7/1

0/2

01

0

25

/10

/20

10

21

/7/2

01

1

14

/9/2

01

1

27

/11

/20

11

Fósf

oro

To

tal (

mg/

L P

)

Limite Classe 1

Figura 36 - Medições de fósforo total para a estação Morretes

0,039

0,06

0,02

0,031

0,019

0,0240,021

0,014 0,015

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

30/3/2006 30/5/2006 29/8/2006 30/6/2010 24/8/2010 25/10/2010 19/7/2011 14/9/2011 27/11/2011

Fósf

oro

To

tal (

mg/

L P

)

Limite Classe 1

Figura 37 - Medições de fósforo total para a estação Anhaia

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

53

0,033 0,033

0,05

0,029

0,0370,033

0,027 0,028

0

0,02

0,04

0,06

0,08

0,1

0,12

30/03/2006 2/6/2006 29/08/2006 1/7/2010 25/8/2010 25/10/2010 18/9/2011 27/11/2011

Fósf

oro

To

tal (

mg/

L P

)

Limite Classe 1

Figura 38 - Medições de fósforo total para a estação Pinguela

Alguns parâmetros foram medidos apenas na estação Morretes, tais como, cloreto,

nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal e sulfato total. Em relação à presença de cloretos, a

resolução CONAMA 357/2005 propõe o limite máximo de 250 mg/L Cl para rios com o

enquadramento na classe 1 e a estação Morretes apresentou, em todas medições, valores

bem abaixo deste limite. Esses valores são apresentados na Figura 39, a qual está em escala

logarítmica, uma vez que os valores observados são muito inferiores ao limite estabelecido.

2,01

3,57

1,79

3,83

2,451,98

0,94

1,8

5,35

3,755,15

3

2,06

0,1

1

10

100

1000

23/3

/200

1

19/4

/200

1

25/4

/200

1

22/6

/200

1

17/1

0/20

01

9/4/

2002

6/8/

2004

26/1

0/20

05

2/10

/200

6

7/8/

2007

13/3

/200

8

11/8

/200

9

7/10

/201

0

Clo

reto

To

tal (

mg/

L C

l)

Limite Classe 1

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

54

Figura 39 - Valores de cloreto para a estação Morretes

O nitrato, quanto a concentração, possui um limite máximo de 10 mg/L N segundo a

resolução CONAMA 357/2005 para rios de classe 1. A estação Morretes apresentou todas as

medições com valores significativamente abaixo deste limite (o gráfico para esta substância

está em escala logarítmica, sendo apresentado na Figura 40).

0,19

0,12

0,07

0,28

0,11

0,2

0,094

0,16 0,170,21

0,120,15 0,16 0,17

0,01

0,1

1

10

100

23/3

/2001

19/4

/2001

25/4

/2001

22/6

/2001

17/1

0/2

001

9/4

/2002

6/8

/2004

3/5

/2005

26/1

0/2

005

2/1

0/2

006

7/8

/2007

13/3

/2008

11/8

/2009

7/1

0/2

010

Nit

rato

s (m

g/L

N)

Limite Classe 1

Figura 40 - Valores de nitrato para a estação Morretes

As concentrações de nitrito para todas as medições na estação Morretes ficaram de

acordo com a resolução CONAMA 357/2005, na qual o limite máximo sugerido para nitrito é

de 1,0 mg/L para rios de classe 1. Pelo fato dos valores observados serem muito inferiores

ao limite estabelecido, novamente o gráfico desta substância está em escala logarítmica

(Figura 41).

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

55

0,003

0,002

0,005

0,003

<0,002

0,001

0,01

0,1

1

10

23/3/2001 19/4/2001 25/4/2001 22/6/2001 6/8/2004

Nit

rito

s (m

g/L

N)

Limite Classe 1

Figura 41 - Valores de nitrito para a estação Morretes

Por fim, a estação Morretes apresentou em todas suas medições de sulfato total

concentrações abaixo do limite máximo proposto pela resolução CONAMA 357/2005 que é

de 250 mg/L SO4, tanto que o gráfico das concentrações desta substância foi feito em escala

logarítmica (Figura 42).

Em todas as medições feitas para nitrogênio amoniacal na estação Morretes as

concentrações ficaram abaixo do limite máximo imposto pela resolução CONAMA 357/2005

de 3,7 mg/L N para pH < 7,5; 2,0 mg/L N para 7,5 < pH < 8,0; 1,0 mg/L N para 8,0 < pH < 8,5 e

0,5 mg/L N para pH > 8,5, para rios de classe 1. Os valores de pH na estação Morretes

variaram entre 5 e 8,4. Em todas as medições feitas, salvo uma no dia 19/04/2001, as

concentrações ficaram abaixo de 0,5 mg/L N, encontrando-se, portanto, dentro dos limites

da resolução. Neste dia específico, a concentração de nitrogênio amoniacal foi de 0,6 mg/L

N; entretanto, neste mesmo dia o pH medido foi de 7,3 e, portanto, esta medição está de

acordo com a resolução vigente. O gráfico a seguir apresenta, em escala logarítmica, as

medições de nitrogênio amoniacal para a estação Morretes (Figura 43).

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

56

6,4

1,1

2 2

4,4

1,2

2,36

4,55,6 5,1

7

<1<1

0,1

1

10

100

10002

3/3

/20

01

19

/4/2

00

1

22

/6/2

00

1

17

/10

/20

01

9/4

/20

02

6/8

/20

04

3/5

/20

05

26

/10

/20

05

2/1

0/2

00

6

7/8

/20

07

13

/3/2

00

8

11

/8/2

00

9

7/1

0/2

01

0

Sulf

ato

s (m

g/L

SO4)

Limite Classe 1

Figura 42 - Medições de sulfato total para a estação Morretes

0,12

0,060,07

0,02 0,02

0,12

0,0220,018

0,028

0,015

0,035

<0,02

0,031

<0,02

0,01

0,1

1

10

23

/3/2

00

1

19

/4/2

00

1

25

/4/2

00

1

22

/6/2

00

1

17

/10

/20

01

9/4

/20

02

6/8

/20

04

3/5

/20

05

26

/10

/20

05

2/1

0/2

00

6

7/8

/20

07

13

/3/2

00

8

11

/8/2

00

9

7/1

0/2

01

0

Nit

rogê

nio

Am

on

iaca

l (m

g/L

N)

Limite Classe 1

Figura 43 - Valores de nitrogênio amoniacal para a estação Morretes

A estação Anhaia apresentou 4, das 6 medições observadas de coliformes fecais, com

valores ultrapassando o limite máximo de 200 NMP/100 mL para rios de classe 1. Já a

estação Pinguela apresentou 2 das 9 medições ultrapassando esse limite. A estação Ponte

Velha, por sua vez, não obteve valores que ultrapassassem 200 NMP/100 mL. Os gráficos

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

57

referentes a estas estações são apresentados a seguir (Figura 44; Figura 45Figura 45; Figura

46).

23000

70

230

70

270

1700

10

100

1000

10000

100000

25/6/2001 18/7/2001 2/9/2001 24/10/2001 8/8/2003 27/11/2003

Co

lifo

rme

feca

l (N

MP

/100

mL)

Limite Classe 1

Figura 44 - Valores de coliforme fecal para a estação Anhaia

70

20

170

40

20 20

300

170

800

1

10

100

1000

22/2/2001 21/6/2001 30/7/2001 11/9/2001 25/10/2001 10/12/2001 13/8/2003 27/11/2003 28/5/2004

Co

lifo

me

Feca

l (N

MP

/100

mL)

Limite Classe 1

Figura 45 - Valores de coliforme fecal para a estação Pinguela

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

58

110

20 20

130

80

130

1

10

100

1000

22/2/2001 21/6/2001 30/7/2001 11/9/2001 13/8/2003 27/11/2003

Co

lifo

rme

Feca

l (N

MP

/100

mL)

Limite Classe 1

Figura 46 - Valores de coliforme fecal para a estação Ponte Velha

2.1.4.3 Situação atual do saneamento na região

Abastecimento de Água Potável

No município de Antonina o abastecimento de água potável e a coleta e tratamento

de esgoto sanitário é realizado pela SAMAE – Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto

de Antonina-PR, que opera desde 1968.

De acordo com a SAMAE, o sistema de abastecimento de água de Antonina tem sua

principal captação no Rio Mundo Novo, cuja vazão mínima, em períodos de grande estiagem

atinge cerca de 100 litros por segundo. Esta captação está construída a 80 metros do nível

do mar. Como apoio ao sistema de adução de água bruta foi construído em 1987 uma

estação elevatória composta por 02 conjuntos moto-bombas de eixo horizontal, com

motores, 02 quadros elétricos de acionamento e comando dos motores, com funcionamento

alternado. Com a implantação desta Elevatória de Água, o sistema passou a aduzir o dobro

do que vinha aduzindo, isto é, passou de 17 para 34 litros por segundo.

A água captada pode ser aduzida até a Estação de Tratamento de Água Central,

situada no Morro da Cruz, tanto por gravidade, como por via recalque através de adutoras,

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

59

com extensão de 15.800 metros. Através de uma estação do tipo convencional, com

filtração, o SAMAE tem condições de tratar 50 litros de água por segundo.

O sistema possui atualmente 6 (seis) captações de água: Rio Mundo Novo, Rio Cotia,

Ribeirão da Penha, Ribeirão do Matarazzo, Ribeirão do Maurício e Ribeirão do loteamento

residencial Itapema. Existem também 11 (onze) reservatórios apoiados, 6 (seis) casas de

bombas, 2 (duas) estações de tratamento de água, uma no Bairro Batel (Morro da Cruz) com

capacidade de 1.700 m3 de água e outra no Bairro Itapema de Baixo. Existem ainda outras

pequenas estações.

Na área urbana, além do sistema de água que tem origem no Rio Mundo Novo (rio da

Mina), que serve a ETA (Estação de Tratamento de Água) do Morro da Cruz, possui dois

outros Sistemas Independentes de Tratamento:

a) Sistema Bairro Itapema, com capacidade para reservar de 1.500 m3 de água;

b) Sistema Independente de Água do Bairro da Penha, com captação, tratamento e

distribuição para uma população de 483 habitantes distribuídos em 108 residências.

Além disso, o sistema de abastecimento de água possui 2 (dois) reservatórios no

Bairro Barigui com capacidade para 150 m3 de água, 1 (um) reservatório no Morro do

Salgado, com capacidade de 30 m3 de água, todos automatizados.

No Distrito do Bairro Alto foi construído um novo Sistema de Abastecimento de Água,

compreendendo reservatório com capacidade de 50 m3 de água, laboratório e sistema de

captação, tratamento e distribuição de água.

De acordo com a SAMAE possui hoje cerca de 6.500 ligações de água. Somando todos

os sistemas de água existentes o SAMAE fornece em média por mês 130 milhões de litros de

água tratada a toda população antoninense. A extensão de rede de distribuição de água

tratada atinge mais de 98.000 metros lineares.

Já os dados disponibilizados pela SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre

Saneamento) em 2008, no município de Antonina são atendidos com abastecimento de água

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

60

17.161 hab. na área urbana e 420 hab. na área rural, totalizando 5.900 ligações ativas de

água no município.

2.1.4.4 Disponibilidade e demanda de Recursos Hídricos

Os serviços de saneamento dependem diretamente da disponibilidade de recursos

hídricos e, por este motivo, sua análise é fundamental para o prognóstico de demanda e

disponibilidades. Entretanto, pela falta de dados não foi possível realizar este estudo.

2.1.4.5 Considerações finais

Pela análise da qualidade da água dos rios Guaraguaçu, Sagrado, Nhundiaquara,

Cacatu, Cachoeira, Pinto e Cambará. Estes rios não se localizam diretamente dentro da atual

área do porto, bem como, nas possíveis áreas de expansão. No entanto, alguns deles, como

o Guaraguaçu, Sagrado e Nhundiaquara, representam o entorno destas áreas e podem

fornecer subsídios para a avaliação dos locais de expansão do porto. Infelizmente, apesar da

pesquisa realizada, não se encontrou informações relevantes (parâmetros medidos) de

alguns importantes rios que cortam ou contornam a região portuária, como o Xaxim e o

Faisqueira. Entre as estações avaliadas neste item, a maioria atende as especificações da

Resolução CONAMA 357/2005 em quase todas as observações. Apenas as estações dos rios

Guaraguaçu, Sagrado e Nhundiaquara apresentam, eventualmente, alguma discordância em

relação à resolução. Infelizmente, as análises de coliformes fecais são escassas e antigas. As

poucas medições existentes, em grande parte das vezes, não atenderam a Resolução

CONAMA 357/2005. No entanto, em relação aos diversos outros parâmetros, pode-se dizer

que, os rios avaliados se encontram em situação adequada. Portanto, sendo alguns destes

rios, possíveis canais que poderão ser afetados pela expansão do porto. Desta forma,

cuidados especiais deverão ser tomados, no sentido de tentar evitar a degradação destes

recursos hídricos.

Não foi possível obter dados de lançamentos de efluentes das principais empresas

situadas na retro-área.

2.1.4.6 Usos da água para turismo/recreação

Outro ponto que deve ser avaliado é a interferência da qualidade da água no

turismo/recreação, especialmente no tocante à utilização das águas para contato primário e

ESTUDOS AMBIENTAIS - PLANO DE DESENVOLVIMENTO E ZONEAMENTO PORTUÁRIO – PORTO DE PARANAGUÁ

LACTEC – 2012

REPRODUÇÕES DESTE DOCUMENTO SÓ TÊM VALIDADE SE FOREM INTEGRAIS E AUTORIZADAS PELO LACTEC

61

beleza cênica. Ocorrem atividades de contato primário com a água em alguns rios, sendo

que foram constituídos locais que são frequentemente utilizados pelo público para este fim.

É importante ressaltar que essas atividades apenas devem ser realizadas em locais onde a

qualidade da água é própria para tal, de acordo com a Resolução CONAMA 274/2000. Os

principais recantos de banho de água doce utilizados pela população são monitorados pelo

IAP (Instituto Ambiental do Paraná): rios Nhundiaquara, do Nunes e Marumbi.

A principal ferramenta no estudo da balneabilidade é a determinação de coliformes

fecais ou Escherichia coli, encontrada apenas em animais de sangue quente; logo, está

diretamente ligado ao despejo de esgoto na água. No litoral paranaense a rede coletora,

embora já implementada, não recebe todo o esgoto produzido, uma vez que é

responsabilidade da população fazer a ligação dos imóveis à rede. Desta forma, tendo em

vista a sazonalidade do contingente populacional e a fragilidade do sistema de tratamento

de esgotos na região, nos meses mais quentes o uso da água para fins de recreação pode

acabar restrito.

A Tabela 10 apresenta o boletim de balneabilidade divulgado pelo IAP em

26/jan/2012, que apresenta avaliações no último verão entre as datas 22/dez/2011 a

26/jan/2012 para os rios Nhundiaquara, do Nunes e Marumbi. Conforme se pode verificar

alguns locais se apresentam impróprios para banho no mês de janeiro (rio Nhundiaquara em

Porto de Cima e rio Marumbi próximo à ponte da estrada Anhaia).

Tabela 10 – Boletim de balneabilidade divulgado pelo IAP com resultados para dezembro e janeiro

Ponto Município Praia/Rio Local 22/12 30/12 06/01 12/01 20/01 26/01

25 Antonina/ Morretes

Rio do Nunes Próximo a Ponte PR-

340 P P P P P P

26 Antonina/ Morretes

Rio Nhundiaquara

Porto de Cima P P P I I I

26 Antonina/ Morretes

Rio Nhundiaquara

Largo Lamenha Lins P P P P P P

27 Antonina/ Morretes

Rio Marumbi Próximo à Ponte Estrada Anhaia

P P P I I I

Legenda: P = Própria para banho; I = Imprópria para banho.

Os rios monitorados pelo IAP quanto ao parâmetro balneabilidade são também

monitorados pelo ÁGUAS PARANÁ em diversos outros parâmetros de qualidade de água.

Através do item 2.1.4.2, pode-se verificar que a qualidade de água é adequada na maioria

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dos parâmetros avaliados. Porém, a avaliação dos coliformes fecais ainda é muito deficitária.

Os rios tradicionalmente utilizados na região para banho não são diretamente afetados pelas

atividades do porto.

O maior problema relacionado à geração de efluentes devido às atividades do porto

corresponde às empresas que não são administradas pela APPA, mas que estão localizadas

no entorno do terminal portuário e cuja existência está relacionada às atividades do porto.

Este problema está relacionado diretamente com a ausência de tratamento de efluentes

gerados nestas empresas e/ou lançamentos irregulares nas galerias de águas pluviais.

Idealmente, deverá ocorrer uma regularização destas empresas (tratamento de efluentes

e/ou lançamento na rede coletora de esgoto), o que poderá ser solicitado pelo próprio IAP

quando ocorrer o pedido de renovação de licença de operação.

2.2 RECURSOS HÍDRICOS - ESTUÁRIO

2.2.1 Área de Estudo

O Complexo Estuarino de Paranaguá – CEP é parte de um extenso sistema estuarino

subtropical interconectado que inclui o sistema de Cananéia-Iguape, localizado na parte sul

da costa do Estado de São Paulo. Nele estão localizados os portos de Antonina e Paranaguá,

um terminal petrolífero, além da previsão de construção de novos terminais privados, cuja

existência é justificada pelas características geomorfológicas da região, que favorecem o

desenvolvimento da navegação (ENGEMIN, 2004). Uma grande diversidade de ambientes

pode ser notada ao longo do CEP, incluindo planícies de maré, baixios, costões rochosos,

marismas, canais de maré e manguezais. O funcionamento destes ambientes está ligado à

circulação hidrodinâmica forçada principalmente pela ação das marés e pela descarga fluvial

(MANTOVANELLI, 1999).

As aberturas através das quais o CEP possui comunicação com o oceano são quatro.

As duas principais se dão nos canais de maré que estão ao redor da Ilha do Mel (152 km²),

denominados de Barra Norte e Galheta (ACQUAPLAN, 2011). Esses canais apresentam dois

caminhos primários de circulação separados por um grande baixio denominado Baixio do

Perigo, limitando dois corpos de água principais: os sistemas estuarinos da baía de

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Paranaguá e os da baía de Laranjeiras (ANGULO, 1999, apud ENGEMIN, 2004). As formas

associadas ao canal de entrada sul (Galheta) formam o mais extenso delta de maré da costa

do Estado do Paraná. Ao sul do canal principal (artificial na atualidade) existe um complexo

de barras conhecido como Banco da Galheta, com dunas submersas que se movimentam

costa afora pelo efeito das correntes de maré vazante. Estas barras desenvolvem-se de

forma rápida por receberem sedimentos transportados pela deriva litorânea (sentido sul-

norte), que são barrados pelas correntes de maré do canal principal (ANGULO, 1999 apud

FALKENBERG, 2009). A terceira conexão do CEP com o oceano é o Canal de Superagüi, um

canal independente localizado na porção central-norte da baía de Laranjeiras. A quarta

localiza-se na barra do Ararapira, via Canal do Varadouro, artificialmente construído

(ACQUAPLAN, 2011). Além disso, o eixo N-S conecta-se, também, ao complexo estuarino de

Cananéia (SP), por um sistema de canais na região de Guaraqueçaba.

Na Figura 47 é apresentado o Complexo Estuarino de Paranaguá e identificadas as

baías e as principais localidades.

Fonte: BORZONE & ROSA (2008).

Figura 47 - Localização do Complexo Estuarino de Paranaguá

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2.3 Caracterização Hidrossedimentológica

2.3.1 Introdução

Os sistemas estuarinos são definidos em uma forma clássica por Miranda et al. (2002)

apud ACQUAPLAN (2011) como: “Corpos de água parcialmente fechados, com aberturas

para o oceano adjacente, onde a água do mar é diluída pela água de origem fluvial”. A

complexidade envolvida na interação entre os processos bióticos, os parâmetros físicos e os

químicos, assim como os hidrológicos e os sedimentológicos nessas regiões, demonstram

quão sensíveis são às intervenções antrópicas.

ENGEMIN (2004) apresentou uma descrição geral das forçantes que governam a

circulação em estuários, a saber, a descarga de água doce, as correntes de maré e a tensão

do vento:

A descarga de água doce é responsável pela circulação gravitacional em sistemas

costeiros devido às diferenças de densidade entre água doce e a água salgada do

oceano. A primeira, menos densa, tende a permanecer na camada superficial,

embora a maré e os efeitos do vento tendam a misturar a coluna d’água. Esta mistura

turbulenta causa uma troca vertical, resultando na formação de gradientes de

densidade, verticais e longitudinais, os quais correspondem aos gradientes de

pressão médios no tempo e governam a circulação gravitacional. A superfície de

pressão ao longo do eixo principal de um estuário é inclinada em direção ao mar, na

camada superficial, causando um fluxo superficial, de saída do estuário e um fluxo de

entrada, na camada de fundo. Assim, a circulação gravitacional é responsável pelo

fenômeno de estratificação, tanto térmica como salina, nesses corpos d´água.

As correntes de maré líquida são induzidas pelo fluxo oscilatório da maré e

apresentam freqüentemente maior magnitude que a circulação gravitacional.

Geralmente, estas interações não lineares, como resultado da fricção do fundo, da

diminuição da profundidade e mudanças na largura, manifestam-se como pequenas

diferenças na força das correntes máximas, de enchente e de vazante e na duração

da maré enchente e da maré vazante. A média das correntes de maré (líquida),

geralmente chamada de circulação lateral, é freqüentemente orientada para a

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enchente, em um lado de uma seção transversal do estuário e para a vazante, no

outro lado. A circulação residual estuarina é causada pelas correntes de maré

instantâneas. Em muitos sistemas, a circulação residual da maré, gerada pelas

correntes de maré instantâneas, é responsável pela exportação ou importação

sistemática, de constituintes da água. Essa circulação é particularmente pronunciada

em estuários rasos e de elevada variação da maré. Tanto as circulações gravitacional

como a residual coexistem em muitos sistemas, contudo, a interação entre elas é

pouco conhecida. Em sistemas rasos, com variação de maré maior ou igual a 2 m e

com fluxo fluvial de moderado para alto, nem a circulação residual nem a

gravitacional podem ser ignoradas.

A circulação induzida pelo vento é particularmente importante em lagunas

costeiras. Grandes extensões de água, baixas profundidades, pequena variação de

maré e baixo aporte de água doce são condições que favorecem o domínio de

correntes induzidas pelo vento e variações do nível da água. Estas correntes são

pouco estudadas porque são altamente variáveis e freqüentemente mascaradas

pelas correntes gravitacionais e de maré. O cálculo da circulação associada aos

ventos é raramente prático, visto que os ventos variam em períodos de minutos a

semanas. As correntes induzidas pelo vento são de maior interesse como agentes de

mistura e causadores de dispersão de material.

Embora um estuário ou corpo de água costeira sejam dominados por um desses tipos

de circulação, dois ou todos os tipos podem estar operando simultaneamente, resultando

em uma estrutura de fluxo complexa. Além disso, o padrão de circulação também é

influenciado pela variabilidade nas condições oceanográficas na plataforma continental,

assim como por intervenções feitas pelo homem (e.g.: dragagens, canais, diques, barreiras,

etc).

A natureza e a distribuição dos sedimentos de fundo nos estuários têm importante

papel para o planejamento de canais de acesso a portos, terminais portuários, marinas,

avaliação de áreas de despejo, assim como, para comporem o substrato para a biota

existente nestas regiões. A sedimentação de material no leito de fundo é função de um

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gradiente negativo na taxa de transporte e da concentração dos sedimentos em suspensão.

Essa concentração depende não somente do range de maré e capacidade de mistura do

sistema estuarino, como também varia através dos ciclos de maré e em resposta ao aporte

de água doce sazonal (HARDISTY, 2007 apud FALKENBERG, 2009). O processo de renovação

d’água nos ciclos de maré juntamente com a troca de nutrientes e outras propriedades

biogeoquímicas, entre o sistema bentônico e a coluna d’água estuarina, através dos

processos de erosão e ressuspensão dos sedimentos de fundo (NICHOLS, 1986 apud

ENGEMIN, 2004), são componentes da dinâmica hidrossedimentológica que colaboram para

a alta produção biológica característica dos sistemas estuarinos.

Outro fator influente na dinâmica estuarina e intimamente ligado à deposição dos

sedimentos nesses sistemas costeiros são as modificações na batimetria, que alteram a

magnitude de corrente (velocidade), de forma que a erosão ocasiona um decréscimo na

corrente enquanto que a deposição ou acréscimo do leito de fundo provoca um acréscimo

na corrente. Dependendo do espaço de acomodação criado pela elevação do nível do mar e

dos volumes de sedimentos aportados aos estuários, estes vêm sendo progressivamente

assoreados. O Complexo Estuarino de Paranaguá foi assoreado apenas parcialmente, mas,

naturalmente, o processo de preenchimento continua. Os estuários são preenchidos

principalmente pelo aporte fluvial, que os assoreia primordialmente pela cabeceira, e pela

deriva litorânea. Os sedimentos mais grossos, tais como cascalhos e areias, ficam retidos

próximos a foz dos rios formando deltas de cabeceira de estuário; os sedimentos mais finos

podem ficar retidos na parte intermediaria do estuário ou ser exportados para o mar. Já a

deriva litorânea associada às correntes e marés das barras dos estuários pode preencher a

parte mais externa do estuário formando deltas de maré enchente (ACQUAPLAN, 2011).

Nas próximas seções são apresentadas as características hidrodinâmicas e

sedimentológicas do sistema estuarino. Todos os dados utilizados e apresentados no

presente relatório foram obtidos junto aos estudos já realizados, devidamente

referenciados.

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2.3.2 Hidrodinâmica do CEP

2.3.2.1 Regime de correntes

Durante um ciclo de maré (enchente e vazante), observa-se uma forte relação entre

as velocidades das correntes (transporte) e as concentrações de material particulado em

suspensão (MPS). Variações deste padrão podem ser observadas em ambientes vegetados,

onde se verifica uma alta deposição de sedimento, em função do trapeamento das partículas

e estabilização do substrato, pela vegetação. A assimetria na velocidade das correntes de

maré, presente no CEP, primariamente condiciona o transporte líquido do material em

suspensão em uma determinada direção do corpo estuarino (importação ou exportação).

Efeitos episódicos de alta energia (e.g. tempestades) apresentam particular importância,

podendo movimentar em um curto período de tempo, uma carga de MPS superior à

verificada durante longos períodos, em condições normais (ENGEMIN, 2004).

As correntes de maré são fortes e atingem velocidades máximas de 80 cm/s durante

a enchente e 110 cm/s na vazante (MARONE et al., 1995 apud ACQUAPLAN, 2011). Em

média, as correntes de vazante são de 10 a 15% superiores as de enchente. Isso ocorre

devido à influência dos atritos lateral e de fundo, gradativamente maiores em direção a

cabeceira e gradativamente menor em direção à desembocadura (CAMARGO, 1998, apud

ACQUAPLAN, 2011), assim como ao aporte de água doce e à circulação residual (MARONE et

al., 1995, apud ACQUAPLAN, 2011). A Figura 48 ilustra as correntes medidas pelo Centro de

Estudos do Mar/UFPR (CEM) em frente ao Porto de Paranaguá de 11/07/1996 a 26/07/1996.

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Fonte: ACQUAPLAN (2011)

Figura 48 – Série temporal das componentes das correntes medidas em dois eixos pelo Centro de Estudos do Mar – CEM da UFPR em frente ao Porto de Paranaguá

Através da realização de fundeios e perfilagens principalmente na frente do Porto de

Paranaguá, nas proximidades do Porto de Antonina e no setor externo do Canal da Galheta,

o Laboratório de Física Marinha (LFM) do Centro de Estudos do Mar produziu cartas de

correntes do CEP (ACQUAPLAN/CEM, 2000 apud CARRILHO, 2003). Essas cartas são

mostradas na Figura 49 à Figura 51 para as correntes durante a preamar, as máximas

correntes de enchente e as máximas correntes de vazante. As dimensões menores dos

vetores de correntes de enchente em relação aos de vazante evidenciam a assimetria de

maré que ocorre no CEP. Além disso, em todas as figuras é possível observar que as maiores

velocidades são características do eixo leste-oeste do sistema estuarino.

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Fonte: ENGEMIN (2004).

Figura 49 - Carta geral de máximas correntes de enchente no CEP

Fonte: ENGEMIN (2004).

Figura 50 - Carta geral de máximas correntes de vazante no CEP

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Fonte: ENGEMIN (2004).

Figura 51 – Carta geral de máximas de corrente na preamar

ACQUAPLAN (2011) apresentou o desenvolvimento de uma simulação computacional

a fim de representar a hidrodinâmica da área de estudo nas condições atuais e futuras (pós-

execução das dragagens de aprofundamento). Contudo, o canal de acesso ao Porto de

Antonina não foi abrangido pelo projeto de aprofundamento objeto do estudo ambiental,

por isso não foram apresentadas análises detalhadas dos resultados obtidos para esta região

em ACQUAPLAN (2011).

Para o desenvolvimento da modelagem foi adotado o módulo Delft3D-Flow

integrante do modelo DELFT3D, que resolve um sistema de equações de águas rasas em

modo bidimensional (ou integrado na vertical) e tridimensional. O modelo numérico Delft3D

foi desenvolvido pela Deltares, em Delft, Holanda, e constitui-se em um avançado sistema de

modelos numéricos 2D/3D (duas e três dimensões) que inclui vários módulos para

possibilitar a simulação de processos costeiros complexos, tais como geração e propagação

ondas, hidrodinâmica, transporte de sedimentos e mudanças da morfologia (erosão e

deposição sedimentar, bem como variações da linha de costa). Maiores detalhes sobre a

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aplicação do modelo podem ser obtidos em ACQUAPLAN (2011). Os campos de correntes

gerados por ACQUAPLAN (2011) são mostrados pela Figura 52 à Figura 55.

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Figura 52 - Campo de correntes gerado pelo modelo Delft3D para o cenário atual na enchente de sizígia

Figura 53 - Campo de correntes gerado pelo modelo Delft3D para o cenário atual na vazante de sizígia

Figura 54 - Campo de correntes gerado pelo Delft 3D para o cenário atual na enchente de quadratura

Figura 55 - Campo de correntes gerado pelo Delft 3D para o cenário atual na vazante de quadratura

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Conclusivamente, os resultados da modelagem hidrodinâmica entre o cenário atual e o

cenário de aprofundamento, demonstraram pouca variação no campo de correntes, com

diferenças de velocidades localizadas em pontos específicos próximos dos canais de

dragagem (na região do canal da Galheta e em frente ao Porto de Paranaguá), e diferenças

máximas de magnitude em torno de 0,2 m/s, ocorrendo principalmente nos períodos de

vazante de sizígia (ACQUAPLAN, 2011).

2.3.2.2 Regime de ondas

Os estudos de ondas no litoral do Paraná são muito reduzidos (ENGEMIN, 2004). De

acordo com MAR & COSTA (2006) apud ACQUAPLAN (2011), o trem (sistema) de ondas no

mar aberto praticamente não afeta a circulação na parte interna dos estuários paranaenses.

Comparando-se com efeitos de maré, a influência torna-se mínima. Porém, as áreas externas

e próximas as barras podem sofrer leve influência de ondas.

De acordo com Marone et al. (1994) apud Falkenberg (2009), a altura média das

ondas, significativas apenas na região da boca do estuário, é de 0,5 metros, com período de

3 a 7 segundos, porém ondas podem atingir alturas máximas de 2 a 3 metros em

tempestades. Bandeira (1974) analisou as ondas em praia de Leste, a partir de um ano de

observações visuais. Entre agosto e dezembro de 1982 um ondógrafo registrou dados de

onda a 13 km da praia de Leste e a 2,6 km a Nordeste da Ilha dos Currais. As ondas

predominantes foram dos quadrantes ESSE e SE, com altura máxima mensal entre 2,3 e 3,9

m e período médio entre 11,9 e 16,8 segundos (PORTOBRAS, 1983 apud ENGEMIN, 2004). A

distribuição do percentual de ondas que chega à costa do Paraná correspondeu a 90%,

variando no quadrante Leste para Sul-Sudeste e cerca de 10% das direções entre Leste e

Nordeste (GOBBI, 1999, apud ENGEMIN, 2004). Dentro do complexo estuarino, porém,

pouco do efeito do clima de ondas oceânicas é sentido, devido à proteção natural da costa e,

especialmente, à Ilha do Mel na entrada do CEP. Todavia, a existência de áreas de largura

considerável, dentro do CEP, oferece uma pista de ventos suficiente para que ondas, geradas

localmente pelos ventos, provoquem, em situações e horários particulares (notadamente no

final da tarde), agitação marítima considerável que se constitui em agente de mistura

superficial de propriedades (ou de sedimentos em suspensão, ou poluentes).

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Na desembocadura do CEP, o predomínio de ondas do quadrante S-SE, gera uma

deriva litorânea orientada para Norte. Segundo Angulo (1992) apud ENGEMIN (2004) a

ocorrência de deriva litorânea, para Norte, pode ser observada na orientação da

desembocadura fluvial e morfologia do delta de vazante do estuário de Paranaguá. O

lançamento de garrafas de deriva nos canais Norte e Galheta confirmou que as correntes

predominantes na zona costeira, adjacente ao CEP, são na direção Norte (MARONE et al.,

1995 apud ENGEMIN, 2004).

ACQUAPLAN (2011) apresentou um estudo de propagação de ondas geradas por vento

no interior da baía de Paranaguá a partir de dados de ventos de um período de 10 anos,

obtidos junto ao NCEP (National Centers for Environmental Prediction – NOAA). Foram

selecionados quatro casos de vento:

Direção E-NE e magnitude máxima (10,6 m/s), representando a direção com maior

freqüência de ocorrência;

Direção S-SW e magnitude máxima (12,8 m/s), representando a ocorrência de

maior magnitude entre os casos de vento;

Direção S e magnitude máxima (12,1 m/s), por se caracterizar como um vento

típico de frentes frias e por apresentar a segunda maior magnitude entre os

casos de vento;

Direção SE e magnitude máxima (11,2 m/s), por representar a direção normal à

costa.

Os resultados do modelo numérico de propagação de ondas geradas por vento (Figura

56 à Figura 59) mostraram que a baía de Paranaguá é menos suscetível a ondas que a baía

de Laranjeiras, justamente pela Ilha do Mel atuar como uma barreira de proteção para os

casos de vento de direção leste. Nos casos extremos de vento de direção E-NE, observou-se

altura significativa de ondas geradas por vento de aproximadamente 0,5 m na baía de

Paranaguá e 0,4 m na baía de Laranjeiras (ACQUAPLAN, 2011). Para os casos extremos de

vento de direção S-SW, verificou-se ondas de 0,5 m ao norte da baía de Paranaguá e 0,7 m

na baía de Laranjeiras. Já para os casos extremos de vento S, observa-se que podem chegar

ondas de aproximadamente 1,0 m nas imediações da Ilha da Galheta, sendo atenuadas a até

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0,5 m nas imediações da ilha das Cobras, próximo ao Baixio do Perigo, enquanto podem ser

geradas ondas de aproximadamente 0,7 m na baía de Laranjeiras. Nos casos extremos de

vento de direção SE, foram observadas ondas de 0,5 m de altura significativa na baía de

Paranaguá e de 0,7 m na baía de Laranjeiras. Não foi observada qualquer alteração

significativa entre alturas de ondas geradas por vento na baía quando simulada a dragagem

de aprofundamento, estes resultados podem ser vistos em ACQUAPLAN (2011).

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Figura 56 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção ENE e velocidade 10,6 m/s), ACQUAPLAN (2011)

Figura 57 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção 5 e velocidades 12,1 m/s), ACQUAPLAN (2011)

Figura 58 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção

SSW e velocidades 12,8 m /s), ACQUAPLAN (2011)

Figura 59 - Campo de ondas geradas por vento no cenário atual (direção

SE e velocidades 11,2 m/s), ACQUAPLAN (2011)

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2.3.2.3 Regime de marés

É muito importante destacar o grande significado que o conhecimento preciso das

variações do nível do mar, como as marés, tem para as operações portuárias. O ciclo das

marés condiciona a navegação, na medida em que, no caso de Paranaguá, é capaz de reduzir

o calado útil em mais de 2 m entre uma preamar e uma baixa-mar (ENGEMIN, 2004).

Na ausência de efeitos meteorológicos significativos, o regime de marés é o principal

mecanismo de fornecimento de energia para o Complexo Estuarino de Paranaguá, fora a

energia solar, apresentando amplitude média de 2,2 m. Entretanto, variações do nível do

mar de até 80 cm acima dos valores de maré astronômica têm sido observadas na região,

devido aos efeitos de marés meteorológicas causadas pelas passagens de frentes frias

(MARONE & CAMARGO, 1994, apud ENGEMIN, 2004).

No litoral paranaense, as marés são classificadas como micro-marés e apresentam

caráter predominantemente semidiurno, embora ocorram desigualdades diurnas e efeitos

não lineares (MARONE & CAMARGO, 1994, apud ENGEMIN, 2004), assim como forte

assimetria nas elevações e correntes de maré.

O atraso na ocorrência das marés alta e baixa aumenta progressivamente conforme

se caminha estuário adentro (KNOPPERS et al., 1987). A maré alta e a baixa em Antonina

ocorrem com até 1,5 horas de atraso em relação à ocorrência no canal da Galheta. O mesmo

é verificado com a variação de amplitude. A baía de Paranaguá apresenta-se como um

estuário hipersíncrono, onde o efeito de convergência excede o de atrito, resultando numa

amplificação da variação do nível do mar em direção a montante (LESSA et al., 1998;

MANTOVANELLI, 1999), (Tabela 11). Durante marés de sizígia, variam desde 1,7 m na boca

até aproximadamente 2,7 m em Antonina (MARONE et al., 1997 apud ACQUAPLAN, 2011).

Já durante as marés de quadratura, a variação da maré é reduzida a menos de 80% dos

valores de maré de sizígia, apresentando fortes interações não-lineares entre as

componentes de maré, permitindo a formação de até seis eventos diários de maré alta e

baixa (MARONE et al., 1994, apud ACQUAPLAN, 2011). Essas interações são controladas

basicamente por ressonância, que depende da freqüência de oscilação da onda de maré e

do comprimento do estuário (CAMARGO, 1998, apud ENGEMIN, 2004).

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Alterações anormais do nível médio do mar são comuns, principalmente, durante o

inverno, atribuídas à passagem de frentes frias oceânicas e a ventos fortes, que geram

grandes ondas e causam o empilhamento de água na costa (MARONE & CAMARGO, 1994,

apud ENGEMIN, 2004). A intrusão da maré alcança aproximadamente 13 km e a renovação

da água do sistema, ocorre em 3,5 dias (tempo de fluxo) (MARONE et al., 1995, apud

ENGEMIN, 2004), sendo esta favorecida pelo regime mesotidal e pela reduzida profundidade

do sistema (KJERFVE et al., 1982, apud ENGEMIN, 2004).

Tabela 11 - Características de maré para os dados de nível observados para a baía de Paranaguá e Antonina. Diferenças de fase considerando a Galheta como zero de origem

Local

Diferenças de fase na Sizígia

(min)

Difer. de fase Quadratura

(min)

Período de vazante (horas)

Período de enchente

(horas)

Variação de sizígia

(metros)

Variação de quadratura

(metros) Alta Alta Alta Baixa

Galheta - - - - 6,8 5,5 1,74 1,30

Cobras 69 55 91 75 - - 2,07 1,68

Paranaguá 88 68 106 93 7,5 4,8 2,09 1,68

Antonina 100 110 132 151 8,1 4,2 2,74 2,02 Fonte: MARONE et al. 1997, apud FALKENBERG, 2009.

Na Figura 60 são ilustradas as séries de elevação do nível d’água medidas pela

ACQUAPLAN na Ilha da Galheta, Porto de Paranaguá e Ponta do Félix. Na figura, fica

evidenciado um pequeno atraso de fase entre as marés do início (estação da Galheta) e

fundo da baía (estação da Ponta do Félix), bem como, um aumento na amplitude no sentido

do interior da baía, caracterizando-se desta forma, como um estuário hipersíncrono. As

marés também demonstram uma assimetria crescente no sentido do interior da baía,

caracterizada por um curto período descendente e um longo período ascendente de maré. A

razão média entre os períodos de enchente e de vazante aumenta de 1,23 no canal da

Galheta para 1,92 próximo a Antonina (MARONE et al., 1997 apud ACQUAPLAN, 2011).

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Figura 60 – Elevação do nível d’água medida pela ACQUAPLAN na Ilha da Galheta, Porto de Paranaguá e Ponta do Félix

2.3.3 Batimetria

Dentre os levantamentos batimétricos realizados no CEP disponíveis na literatura, o

mais recente é encontrado em ACQUAPLAN (2011), composto pela digitalização das cartas

náuticas da DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegação), descritas na Tabela 12, e de

batimetrias efetuadas ao longo do canal entre os anos de 2008 e 2010 fornecidas pela

ACQUAPLAN e pela Paranaguá Pilots (Figura 61). Essa batimetria projetada em uma grade

numérica foi utilizada para a realização da modelagem hidrodinâmica do CEP considerando

os cenários atuais e com a realização de dragagem de aprofundamento. Detalhes da

metodologia adotada para a projeção dos dados batimétricos na grade numérica podem ser

encontrados em ACQUAPLAN (2011).

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Tabela 12 - Cartas náuticas e batimétricas utilizadas e suas respectivas escalas

Carta Nome Levantamentos batimétricos

(ano) Escala

23300 De Paranaguá a Imbituba 1957/1976/1992/2003 1:300.000

1820 Proximidades da barra de Paranaguá 1976 1:100.000

1821 Barra de Paranaguá 1975-76/1987-92/2003 1:25.000

1822 Portos de Paranaguá e Antonina 1979/1987-92/2003 1:25.000

1800 Da Ilha do Bom Abrigo à Ilha do Arvoredo 1960 ---

1825 Canal da Cotinga 1998 1:25.000 Fonte: ACQUAPLAN (2011).

Fonte: ACQUAPLAN (2011).

Figura 61 – Pontos obtidos pelo levantamento batimétrico efetuado nos canais de navegação entre os anos de 2008 e 2010

A Figura 62 mostra a batimetria final adotada por ACQUAPLAN (2011), onde as regiões

de mangue (áreas em verde claro) foram inclusas na área de estudo, a fim de considerar as

regiões passíveis de inundação por efeito de maré no Complexo Estuarino de Paranaguá.

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Fonte: ACQUAPLAN (2011).

Figura 62 - Batimetria final, interpolada e projetada na grade numérica criada para resolver os processos hidrodinâmicos

Outros levantamentos batimétricos realizados no CEP (SOTO, 2004; KRUG &

NOERNBERG, 2005) também utilizaram a digitalização de cartas Náuticas, disponibilizadas

pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), assim como de dados obtidos com

ecobatímetros e de imagens de satélite, adotadas geralmente para refino dos dados

digitalizados, principalmente na delimitação da linha de costa e bancos de areia.

Uma descrição geral da batimetria do CEP a partir do levantamento de trabalhos

anteriormente realizados foi feita por Lamour (2007). Segundo o autor, no Complexo

Estuarino de Paranaguá podem ser verificadas variações abruptas de profundidades relativas

às extensas áreas rasas (planícies inter-marés) e profundas (canais), (Figura 63).

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Fonte: LAMOUR (2007).

Figura 63 - Batimetria do CEP

Ao menos duas vezes ao dia as áreas rasas estão sujeitas a exposição pela amplitude

de variação das marés. Estes compartimentos batimétricos estão relacionados às margens

do complexo em áreas de mangue, onde as profundidades verificadas variam entre as

isóbatas 0 e 5 m. Nos canais ocorrem as maiores profundidades do CEP, sendo estas áreas

sujeitas à dragagem, de forma que as profundidades podem sofrer alterações. Ainda, por

apresentarem maior profundidade, são setores propensos a rápidos processos de

assoreamento (LAMOUR & SOARES, 2007 apud LAMOUR, 2007). Estes canais desenvolvem-

se desde as porções médias das baías de Paranaguá e das Laranjeiras e avançam na direção

da plataforma continental rasa em meio a barras de espraiamento, as quais constituem os

deltas de maré vazante identificados por ANGULO (1999) apud LAMOUR (2007). Segundo

ANGULO (1992) as barras localizadas na desembocadura sul ficaram expostas durante alguns

períodos de tempo durante o início da década de 1980. LAMOUR et al. (2005) apud LAMOUR

(2007) constataram que na desembocadura do canal do Superagüi (Figura 63) ocorre o

mesmo fenômeno com uma barra de espraiamento que tende a fechar esta

desembocadura.

Ponta do

Poço

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Na Ponta do Poço e desembocaduras sul e norte do CEP ocorrem as maiores

profundidades associadas às velocidades mais rápidas de correntes de maré (MARONE et al.,

1997 apud LAMOUR, 2007). Estas profundidades podem atingir 38 m no trecho entre a ilha

do Mel e o balneário Pontal do Sul. Na plataforma continental rasa a isóbata -10 m identifica

os limites dos deltas de maré. Na desembocadura norte do CEP estão localizados os canais

Norte e Sueste, denominados assim pela posição em relação à ilha das Palmas (Figura 63).

No passado estes dois canais passaram por processo de dragagem, porém suas

profundidades naturais variam em torno dos 10 m. Na desembocadura sul, o canal da

Galheta é uma estrutura completamente construída por dragagens, que escavaram o banco

da Galheta com profundidades originais de 5 m, para os atuais 13,5 m (LAMOUR, 2007). A

partir das profundidades dos canais de acesso são determinadas as principais rotas de

navegação no CEP, que podem ser vistas na Figura 64.

Fonte: FILHO (2009).

Figura 64 - Principais rotas no CEP

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2.3.4 Caracterização dos Sedimentos de fundo

Neste item serão abordados a caracterização granulométrica e a qualidade dos

sedimentos de acordo com o estudo apresentado em AQUAPLAN (2011). Salienta-se que as

informações aqui apresentadas foram transcritas do referido trabalho.

ACQUAPLAN (2011) apresentou o diagnóstico da sedimentologia e geoquímica dos

sedimentos a serem dragados do Complexo Estuarino de Paranaguá, na região que

compreende o canal de acesso, bacia de evolução e cais de atracação, baseado em dados

primários obtidos a partir de coleta de amostras em campo, realizadas entre janeiro e

fevereiro de 2010. Uma malha de amostragem representativa foi criada e apresentada no

estudo Figura 65. Detalhes sobre a metodologia de amostragem, conservação, envio ao

laboratório e análise, podem ser vistos em ACQUAPLAN (2011).

Fonte: ACQUAPLAN (2011).

Figura 65 - Malha de amostragem de sedimentos ao longo do CEP

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2.3.4.1 Granulometria dos sedimentos

A caracterização granulométrica dos sedimentos de fundo do CEP é apresentada em

diferentes estudos realizados. Dentre eles, Bigarella et al. (1970 ; 1978) apud Soto (2004)

analisaram e descreveram 429 amostras de sedimento de fundo da baía de Antonina, porção

ocidental da baía de Paranaguá e na zona de transição entre as duas baías, obtidas em um

levantamento realizado na segunda metade da década de 1960. O autor observou que a

composição do material de fundo na região estudada foi dividida em três categorias

fundamentais. Na primeira encontra-se o material procedente do retrabalhamento direto da

planície costeira, constituído em excelência por areia fina. A segunda categoria engloba o

material de origem fluvial, composto por cascalho, areia, silte e argila. Na última categoria

está o material biogênico proveniente do interior do sistema estuarino como as frações de

matéria orgânica e de carbonato biodetrítico.

Odreski (2002) e Odreski et al. (2003) detectaram importante redução da

profundidade da baía de Antonina no período de 1901 a 1979, provocada pelo acúmulo de

sedimentos, além disso, constatou-se um aumento acentuado no diâmetro médio e no grau

de seleção dos sedimentos, passando de silte médio, em 1996, para areia muito fina, em

1995, o que indica uma variação acentuada nesses parâmetros. Seguindo a mesma linha de

pesquisa, Carrilho (2003) realizou o mapeamento da distribuição dos sedimentos do fundo

estuarino adjacente ao Porto de Paranaguá a partir de 231 amostras coletadas em

campanhas realizadas entre maio e novembro de 2001, enquanto que Lamour (2000) apud

Lamour (2004) estudou os sedimentos da desembocadura da baía. No eixo norte-sul do CEP,

SOARES & BARCELOS, 1995 apud LAMOUR, 2004 apresentaram resultados de estudos

semelhantes para as baías das Laranjeiras e de Guaraqueçaba.

Um apanhado geral dos dados existentes foi realizado por Lamour et al. (2004), que

verificaram a distribuição das características dos sedimentos de fundo do CEP fazendo uma

síntese integrada de dados de 1.187 amostras coletadas entre os anos de 1988 e 2001. Os

dados analisados estavam distribuídos em 216 amostras coletadas na baía das Laranjeiras

(SOARES & BARCELOS, 1995 apud LAMOUR, 2004), 339 amostras nas baías de Paranaguá e

Antonina e área da desembocadura sul (SOARES et al., 1996 apud LAMOUR (2004)), 51

amostras da área de desembocaduras (LAMOUR, 2000), 230 amostras nas adjacências do

porto de Paranaguá (CARRILHO, 2003), e 351 amostras em pequenas áreas distribuídas pelo

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estuário (LOGEO/CEM/UFPR), somando 1.187 amostras distribuídas aleatoriamente (Figura

66).

Fonte: LAMOUR et al. (2004)

Figura 66 - Mapa da distribuição dos pontos de amostragem de sedimentos de fundo no CEP, nos vários levantamentos considerados por LAMOUR et al. (2004)

A fim de facilitar a apresentação dos resultados, Lamour et al. (2004) dividiu o CEP

em setores. A baía de Antonina compreende a foz dos rios Faisqueira, Cachoeira e

Nhundiaquara até a ilha do Teixeira. A partir dessa ilha, a baía de Paranaguá estende-se até

a ilha das Cobras. No eixo norte-sul, a baía das Laranjeiras compreende a baía de

Guaraqueçaba, a qual está em sua porção norte. O setor de desembocaduras compreende

as duas conexões do CEP com o oceano Atlântico, onde se encontram os canais navegáveis

ao porto de Paranaguá (Galheta, Sueste e Norte). Os valores dos diâmetros médios e a

distribuição espacial dos mesmos obtidos pelo autor para cada setor são mostrados na

Tabela 13 e na Figura 67, o grau de seleção granulométrica é apresentado na Tabela 14.

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Tabela 13 - Comparação da distribuição (%) do diâmetro médio nos três setores do Complexo Estuarino de Paranaguá

Locais

Diâmetro Médio

Areia Muito Grossa

Areia Média

Areia Fina

Areia Muito Fina

Silte Argiloso

Silte Médio

Silte Fino

Paranaguá 3,1 6,9 29,0 23,0 15,0 17,2 5,8

Laranjeiras 0,9 5,0 52,3 17,9 12,9 6,5 4,3

Desembocadura 3,8 14,6 75,4 4,6 0,8 0,8 - OBS: AG – areia grossa; AM – areia média.

Tabela 14- Comparação da distribuição do grau de seleção granulométrica nos três setores do Complexo Estuarino de Paranaguá

Locais

Grau de Seleção

Muito pobremente selecionado

Pobremente Selecionado

Moderadamente Selecionado

Bem Selecionado

Muito bem Selecionado

Paranaguá 13,0 64,2 17,0 4,5 1,3

Laranjeiras 30,8 59,6 7,8 1,8 -

Desembocadura 3,2 19,0 30,2 19,8 27,7

Fonte: (LAMOUR et al., 2004)

Figura 67 - Mapa de distribuição dos valores de diâmetro médio no CEP

Os valores do diâmetro médio das amostras apresentados na Tabela 13 evidenciam

uma nítida diferenciação entre as baías de Paranaguá e Laranjeiras. Em Paranaguá a

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tendência é que os sedimentos tenham diâmetro médio menor do que os das Laranjeiras,

exceto na foz dos rios Faisqueira, Cachoeira e Nhundiaquara (areia muito grossa a grossa).

Nas Laranjeiras, o diâmetro médio tende a ser maior, exceto na baía de Guaraqueçaba, onde

os sedimentos são mais finos.

Em Antonina ocorrem silte grosso a fino, associado às áreas rasas, concentrados nas

margens da baía. Próximo à margem sudoeste, o diâmetro médio dos sedimentos aumenta

para areia grossa a média. Na área próxima à ilha do Teixeira, os sedimentos gradam para

areia grossa a média, tornando-se mais finos na direção do porto de Paranaguá. Entre a ilha

das Pedras e as adjacências do porto de Paranaguá, a tendência é de redução do diâmetro

médio, variando entre areia fina e silte médio. Os sedimentos mais finos dessa região estão

concentrados em duas grandes áreas dispostas no sentido leste-oeste (LAMOUR et al.,

2004).

Alterações na distribuição dos sedimentos de fundo das baías de Paranaguá e

Antonina também foram detectadas por Soares et al. (1997) apud Soto (2004), que

realizaram uma breve comparação dos resultados obtidos por Bigarella et al. (1970; 1978) e

por PETROBRAS (1997). De modo geral, observou-se na porção superior um aumento de

porcentagem dos sedimentos arenosos, conforme observado na Figura 68, fato atribuído

pelos autores aos desmatamentos ocorridos na Serra do Mar nas últimas décadas.

Fonte: SOTO (2004).

Figura 68 - Distribuição do diâmetro médio dos sedimentos de fundo da baía de Antonina e setor ocidental da baía de Paranaguá em 1966 (a) e 1995 (b)

Em Guaraqueçaba, o diâmetro médio varia entre areia muito fina e silte médio,

passando à areia grossa próximo à sede do município. Na baía das Laranjeiras, o diâmetro

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médio variou entre areia média e silte grosso, sendo a principal gradação nas adjacências da

Ilha Rasa, no sentido da desembocadura do CEP. Na área próxima ao Baixio do Perigo

observa-se uma concentração de sedimentos finos com diâmetro médio na classe silte

grosso. Na área da desembocadura sul do CEP predominam areias médias, gradando para

areia grossa na entrada do canal principal de vazante. Na desembocadura norte observa-se

diâmetros médios entre areia muito grossa e grossa, cujo maior diâmetro médio encontrado

está associado ao canal Sueste, entre as ilhas do Mel e das Palmas (LAMOUR et al., 2004).

Assim, conforme afirmado por Bigarella et al. (1970 ; 1978) apud Soto (2004) as

frações mais grossas ocorrem preferencialmente associadas aos canais de maré, enquanto o

material mais fino estava depositado nos ambientes de menor energia. Essa disposição

revelou que a distribuição dos sedimentos de fundo é controlada pelo ambiente físico,

principalmente pela profundidade e pelas correntes de maré.

As análises apresentadas em ACQUAPLAN (2011), mostraram que as características

hidrodinâmicas das regiões (áreas associadas ao intenso tráfego de navios e a largura

limitada nos trechos), promovem intensos retrabalhamentos dos sedimentos, o que resulta

em uma constituição granulométrica preferencialmente formada por frações arenosas, já

que frações mais finas são facilmente removidas do pacote sedimentar.

Os valores de grau de seleção no CEP mostram uma predominância de sedimentos

pobremente selecionados, excetuando-se a área de desembocadura, onde ocorrem

sedimentos mais bem-selecionados. Na baía de Guaraqueçaba ocorrem sedimentos com

grau de seleção pior (Tabela 14). Em Paranaguá, na foz dos rios Faisqueira, Cachoeira e

Cacatu, os sedimentos apresentam-se moderadamente selecionados. Nas Laranjeiras, os

sedimentos são pobremente selecionados, exceto pelas concentrações provindas de

Guaraqueçaba e do Saco do Tambarutaca, onde os sedimentos são muito pobremente

selecionados. Na área das desembocaduras do CEP, o pior grau de seleção está na

desembocadura norte, onde ocorrem sedimentos muito pobremente selecionados, e

sedimentos bem-selecionados a muito bem-selecionados na desembocadura sul. No Baixio

do Perigo e no canal da Cotinga, os sedimentos são moderadamente selecionados.

De uma forma geral, Antonina apresenta sedimentos pobremente selecionados,

gradando a muito pobremente selecionados, dispostos em concentrações circulares pela

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área. O mesmo ocorre em Paranaguá, onde o predomínio de sedimentos pobremente

selecionados é ainda maior.

2.4 Usos da Água

Neste item serão apresentados os usos da água na região do estudo, focando águas

estuarinas.

2.4.1 Recreação/Turismo

O Paraná, apesar de sua pequena extensão litorânea, possui uma grande variedade de

habitats e cidades de alta infra-estrutura turística. São encontradas reservas ecológicas,

praias, ilhas e baías, o que ocasiona uma maior busca desses ambientes para a prática de

esportes náuticos, pesca esportiva e turismo ecológico, especialmente durante o verão. De

acordo com o jornal O Estado do Paraná (2012), na primeira semana do ano havia mais de

800 mil visitantes no litoral do estado, sendo que a população residente é de cerca de 300

mil habitantes. Desta forma, fica evidente o caráter sazonal do contingente populacional na

região.

Considerando a recreação e turismo ocorrentes em águas estuarinas podem-se citar a

utilização para banhos, pesca esportiva (submarina ou de superfície), mergulho, navegação

(passeios contemplativos a barco), ou simplesmente, cenarização paisagística da região,

visto que o corpo d’água em conjunto com a vegetação e ilhas compõem um belo cenário

natural.

Parte do turismo da região estudada engloba atividades de contato primário com a

água, como banhos de rio e mar, natação, mergulho. Porém, é comum também a prática de

atividades de contato secundário, onde se enquadra a navegação e a pesca esportiva,

ocorrendo em praticamente toda a extensão do Complexo Estuarino de Paranaguá (Figura

69).

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Fonte: Adaptado de SEMA (2006).

Figura 69 - Áreas de pesca esportiva e mergulho

2.4.2 Navegação

A navegação é o objetivo principal da utilização do porto de Antonina, sendo

amplamente realizada na baía como um todo. O setor de navegação destaca-se dentro do

Complexo Estuarino de Paranaguá pelo fluxo de cargas existentes nos portos de Paranaguá e

Antonina (ACQUAPLAN, 2011). De acordo com Abrahão (2011), é relevante destacar que em

torno de 76% do total de atividades nacionais relacionadas ao comércio exterior são

realizadas através dos portos.

Os corpos d’água do litoral paranaense apresentam profundidades, características de

fundo e correntes variáveis, sendo o eixo leste-oeste da Baía o mais conhecido em relação às

importantes características para a navegação. A profundidade média do estuário de

Paranaguá é de 5,4 m e as cotas batimétricas médias nos canais de acesso aos portos de

Paranaguá e Antonina se mantém entre 35 e 26 pés (SEMA, 2006). No entanto, em algumas

áreas, devido a processos de assoreamento, ocorrem profundidades de risco para a

navegação; enquanto, áreas como aquela entre as Ilhas do Mel e da Galheta, e a Ponta do

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Poço, apresentam profundidades de cerca de 40 e 23 metros, respectivamente (SEMA,

2006).

As principais rotas de fluxo de navios e pequenas embarcações no Complexo Estuarino

de Paranaguá podem ser observadas na Figura 70. Conforme é possível observar, para as

Baías de Laranjeiras e Pinheiros existem canais navegáveis para embarcações de médio e

pequeno porte, uma vez que tais canais são muito variáveis em largura, profundidade e

direção das rotas (SEMA, 2006). Adicionalmente, ainda de acordo com SEMA (2006), apesar

de existirem alguns levantamentos batimétricos para estas áreas, tais levantamentos

encontram-se desatualizados e pouco detalhados.

Legenda:

Fonte: Adaptado de Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Ministério do Meio Ambiente (2004).

Figura 70 – Principais rotas de navegação no litoral do Paraná.

Os impactos ambientais indiretos e associados ao fluxo de navios na Baía de Antonina

estão relacionados às atividades portuárias de manuseio, transporte e armazenagem das

cargas, bem como aos serviços de manutenção de infra-estrutura, operações de

abastecimento e reparo das embarcações, máquinas, equipamentos e veículos em geral.

Quando realizadas de forma inadequada, tais atividades podem gerar resíduos tanto sólidos

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quanto líquidos, provocar o lançamento de efluentes em corpos d’água, poluição do ar, da

água, do solo e do subsolo da região (ANTAQ, 2012).

Em relação aos impactos ambientais decorrentes do fluxo de navios na baía de

Antonina, destacam-se o vazamento, ruptura, transbordamento ou derramamento de óleo

durante a operação de abastecimento e transferência entre embarcações ou entre

embarcação e terminal. Outra pressão ambiental associada ao fluxo de navios na Baía é a

descarga de água de lastro nas regiões portuárias uma vez que esta descarga permite a

transferência de organismos aquáticos nocivos e agentes patogênicos, os quais podem ser

trazidos de outras regiões por incrustações no casco das embarcações (ANTAQ, 2012).

Além destas ilhas, os barcos que saem de Paranaguá também realizam viagens para

Antonina e Guaraqueçaba. Os horários de saída para o deslocamento da população são

restritos (informação obtida em: http://www.paranagua.pr.gov.br/conteudo/guia-

turistico/horarios-de-barcos. Acesso em: 15/02/2012). Este é um fator limitante, pois as

populações destas ilhas dependem inteiramente desse meio de transporte para o seu

deslocamento e para a provisão de bens. A Figura 71 mostra o uso das embarcações para o

fornecimento de mercadorias a estas populações.

Fonte: SOARES NETO & GUERIOS (2008).

Figura 71 - Embarcação de acesso às ilhas transportando mercadorias na sua parte superior, no rio Itiberê

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2.4.2.1 Lançamentos de água de lastro

Lastro pode ser definido como qualquer material usado para aumentar o peso e/ou

balancear um objeto; um exemplo são os sacos de areia usados em balões de ar quente que

podem ser descartados para aliviar a carga, permitindo sua subida. Para embarcações, a

água de lastro pode ser definida como “a água captada no mar ou no rio que, armazenada

dentro dos tanques de lastro, tem por objetivo garantir às embarcações operarem em

condições seguras no tocante à estabilidade, manobra (imersão do hélice), governo (direção)

e distribuição de tensões (ação de forças internas e externas) no casco do navio” (Associação

Água de Lastro Brasil, 2009).

A água de lastro é um componente essencial à estabilidade do navio e para fornecer

uma melhor propulsão. A quantidade de água varia de acordo com o tipo de embarcação,

tipo de sistema portuário e das condições de carga e de mar. Apesar de tal importância, o

transporte de água de lastro exerce um impacto profundo em ambientes aquáticos, tais

como o transporte de organismos exóticos com potencial de se tornarem espécies invasoras.

Estudos realizados em diversos países comprovaram que muitas espécies de plantas,

bactérias, animais e outros seres vivos podem sobreviver na água de lastro e nos sedimentos

transportados pelos navios, mesmo após longas viagens (ANVISA, 2002).

Além da proliferação excessiva destas espécies que podem não encontrar um

predador natural no novo ambiente, pode ocorrer o desaparecimento de espécies nativas

por meio da bioinvasão, ou seja, quando uma espécie invasora substitui uma espécie nativa,

o dano ambiental pode ser imensurável, pois, em geral, ocorre um “efeito dominó”, visto

que outros organismos dependentes da espécie eliminada também sofrem as consequências

desse dano — por exemplo, a falta de alimentos —, correndo risco de extinção (Associação

Água de Lastro Brasil, 2009).

O lançamento de água de lastro também implica no risco de contaminação por

bactérias patogênicas, poluentes de diversas fontes e contaminantes. Diversos organismos

patogênicos (por exemplo, a bactéria da cólera – Vibrio cholerae), potencialmente nocivos e

tóxicos como as microalgas, estão presentes nos tanques de lastro coluna d´água, paredes

dos tanques e sedimentos. Alguns organismos sobrevivem por dias ou meses, geralmente

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formando células ou estruturas de resistência bênticas. As microalgas podem produzir

mucilagem em excesso que obstrui as brânquias de organismos aquáticos filtradores, como

peixes e moluscos. Também podem causar depleção de oxigênio e nutrientes na água,

causando mortandade de diversos organismos. Outras causam injúrias mecânicas que

danificam as brânquias de peixes e moluscos, dificultando as trocas gasosas destes

organismos. Toxinas também são produzidas por algumas microalgas e são acumuladas na

cadeia trófica, atingindo ostras, mariscos, camarões e peixes de interesse comercial. Estes

organismos contaminados ao serem consumidos pelo homem causam distúrbios

gastrointestinais, neurológicos, cárdio-respiratórios e, em casos graves, podem matar.

Quando a pesca e os cultivos de organismos marinhos são afetados pelas florações de algas

tóxicas e nocivas, é necessário interromper a comercialização dos produtos durante estes

períodos, o que acarreta prejuízos financeiros à economia da região afetada. O turismo

também pode ser afetado durante uma proliferação destas espécies, devido à alteração no

odor e cor da água, comprometendo a balneabilidade (Boldrini e Procopiak, 2005).

No Brasil, foi demonstrado o transporte do agente da cólera através da água de lastro

de navio, em um estudo pioneiro que ocorreu em 2001, constatando-se a presença de até

5,4 milhões de bactérias por litro de água de lastro de navios que atracaram no Brasil, sendo

que em onze — de cento e cinco — amostras foi identificado o agente da cólera. O Vibrio

cholerae é considerada uma bactéria exótica do ecossistema aquático, podendo ser

encontrado em águas marinhas, estuarinas e dulcícolas, bem como associado na superfície e

conteúdo intestinal de animais vertebrados e invertebrados (plâncton, moluscos bivalves,

peixes, água e larvas de crustáceos), facilitando sua disseminação e transporte via água de

lastro (Associação Água de Lastro Brasil, 2009).

Para prevenir a bioinvasão por água de lastro ainda não existe tratamento

recomendado pelo IMO – Organização Marítima Internacional - ou qualquer legislação

nacional. A troca oceânica é o fundamento da recomendação internacional e da legislação

brasileira para plano de manejo de água de lastro desenvolvida pela Marinha do Brasil, em

particular pela Diretoria de Portos e Costa, intitulada NORMANxx/DCP: Norma da

Autoridade Marítima para a Gestão de Água de Lastro, elaborada em 2004 e que entrou em

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vigor no final de 2005. As recomendações para prevenir a bioinvasão por água de lastro no

conteúdo desta Norma tem seu fundamento na troca oceânica, como segue:

a) como regra geral as embarcações deverão realizar a troca da água de lastro em

alto mar a pelo menos 200 milhas náuticas da costa e em águas com pelo menos 200 metros

de profundidade, considerando os procedimentos determinados nesta Norma, assim como

as Diretrizes desenvolvidas pela IMO. Será aceita a troca de água de lastro por qualquer dos

métodos aprovados pela IMO: seqüencial, fluxo contínuo e diluição;

b) nos casos em que o navio não puder realizar a troca da água de lastro em

conformidade com o parágrafo acima, a troca deverá ser realizada o mais distante possível

da costa, e em todos os casos a pelo menos 50 milhas náuticas e em águas com pelo menos

200 metros de profundidade ou em zonas determinadas pelo Agente da AM. Neste caso,

informações ambientais e sanitárias existentes subsidiarão o Agente da AM

(NORMANxx/DCP, 2004, p.2-2).

A troca oceânica consiste no procedimento de trocar toda a água contida nos tanques

de lastros dos navios de seu local de origem no mínimo 200 milhas de distância da costa

onde se localizam os portos em que os navios irão deslastrar. O princípio preventivo deste

procedimento se fundamenta no fato das espécies oceânicas não sobreviverem em

ambientes de regiões costeiras e vice-versa. Este ainda é o procedimento mais simples e

barato de prevenção (Boldrini e Procopiak, 2005).

Através do Projeto Água de Lastro, originado da parceria entre a iniciativa privada, a

universidade e o terceiro setor, foi estabelecida uma parceria para prevenir a bioinvasão por

meio da água de lastro. O Departamento de Botânica da Universidade Federal do Paraná

desenvolveu o projeto ALARME, financiado pelo Fundo Nacional de Meio Ambiente do

Ministério do Meio Ambiente, cujos objetivos foi o de proceder aos diagnósticos físico

(temperatura), químico (salinidade) e biológico (Plâncton) da água e sedimentos de lastros

dos navios que atracam no Porto de Paranaguá e Antonina, associado ao diagnóstico do

plâncton da baía de Paranaguá e Antonina. Para os estudos a serem realizados nos terminais

portuários da Ponta do Félix foi criado um laboratório de ensino, pesquisa e extensão para o

controle da bioinvasão por água de lastro. Estes diagnósticos são fundamentais para

desenvolver plano de manejo de água de lastro, segundo as recomendações do Programa

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GLOBALLAST. Este programa é suportado pela IMO/ONU com os objetivos de auxiliar os

países em desenvolvimento a reduzir a transferência de organismos nocivos por água de

lastro de navios e aumentar a participação destes países através da orientação da IMO no

gerenciamento de água de lastro; assistir estes países para a implementação futura do

regime obrigatório da IMO através da Convenção Internacional de Água de Lastro (fevereiro

de 2004) e dar suporte à implementação de programas de monitoramento, gerenciamento,

educação, consciência e avaliação de risco (Boldrini e Procopiak, 2005).

O objetivo inicial da parceria entre a Ponta do Félix e o projeto ALARME foi o de

averiguar se os comandantes de navios realmente procediam à troca oceânica, conforme a

recomendação da IMO (Res. 868/20 e Convenção Internacional). Para tal, orientados pelos

pesquisadores do projeto ALARME, o Departamento de Meio Ambiente da empresa

desenvolveu procedimentos de coleta de amostras nos tanques de água de lastro e

desenvolveu procedimentos de controle documental da troca oceânica, cuja meta foi a de

atingir todos os navios que atracassem nos berços dos Terminais Portuários da Ponta do

Félix. Porém, este estudo constatou a dificuldade de controle da troca oceânica e a

dificuldade de confirmação de esta ter sido realizada corretamente. Para tal, o projeto

também desenvolveu ações de educação ambiental com os comandantes dos navios.

Analisando os perigos de contaminação causados pela água de lastro e considerando-

se que muitos portos se situam em meio à área urbana e que a população que vive nas

imediações faz uso dessa água para fins de recreação, além da pesca e extração de

mexilhões e ostras para consumo, é necessário que se estabeleçam mais programas de

monitoramento voltados para a qualidade da água portuária e que sejam realizados mais

estudos que visem o controle de espécies invasoras e prevenir doenças.

2.4.3 Lançamento de vazão originada da transposição entre bacias hidrográficas

Um importante empreendimento instalado na área de interesse é a Usina Governador

Parigot de Souza – GPS, da Companhia Paranaense de Energia – COPEL. Esta usina possui

247 MW de potência nominal instalada e seu município sede é Antonina. O reservatório

desta usina barra o rio Capivari em ponto que drena 945 km², e pertence à bacia hidrográfica

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do Ribeira, localizando-se a sudeste desta bacia, quase nos limites da bacia litorânea do

Estado do Paraná.

As águas da represa do Capivari são transpostas para a bacia do rio Cachoeira, na bacia

litorânea (COPEL, 1996). O aqueduto subterrâneo que leva a água do reservatório para a

usina percorre parte da Área Especial de Interesse Turístico Marumbi (SUDERHSA, 1998). O

enchimento do reservatório iniciou-se em julho de 1970, ano em que a usina de Capivari

entrou em operação com a primeira turbina (COPEL, 1996). A localização da usina e

reservatório, bem como, maiores detalhes sobre a mesma, podem ser encontrados no item

2.1.3.4.

Existem diversos estudos que analisam a influência da usina GPS no processo de

assoreamento da Baía de Antonina. LACTEC (2007) constitui-se no estudo mais atual e foi o

único que isolou o efeito dos diversos fatores intervenientes neste processo de

assoreamento (natural, alteração dos usos do solo e derivação de vazões). A modelagem

abordada em LACTEC (2007) indicou que parte dos sedimentos excedentes transportados

devido à operação da usina, igualmente aos sedimentos transportados devido aos outros

processos, é depositada na foz dos rios. Uma pequena parte é distribuída ao longo da Baía

de Antonina e outra parte participa do sistema de troca estuário-oceano. Para o tempo de

simulação considerado em LACTEC (2007), cerca de um ano, as alterações volumétricas

nestas três regiões não são significativas.

Apesar de LACTEC (2007) ter apresentado conclusões detalhadas sobre a baía de

Antonina e área portuária da Ponta do Félix em Antonina, a modelagem realizada

considerou toda a região do CEP, a qual não apresentou alterações volumétricas na baía de

Paranaguá ao considerar diferentes cenários.

2.5 Caracterização da qualidade da água

2.5.1 Potenciais poluentes e contaminantes

A contaminação no ambiente estuarino é provocada por lançamentos pontuais ou

difusos de poluentes que podem ter origem industrial, agrícola e urbana.

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De acordo com a Lei nº. 6.938/81 da Política Nacional do Meio Ambiente, poluição é

definida como a “degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou

indiretamente:

a) prejudiquem a saúde a segurança e o bem estar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lance matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais”.

A diferença entre poluente e contaminante é descrita como:

Contaminante: qualquer substância que ocorra no meio ambiente em níveis

mais elevados que os normais (naturais), entretanto sem ainda causar algum efeito

danoso aos recursos ambientais.

Poluente: qualquer substância que ocorra no meio ambiente em níveis mais

elevados do que os normais (naturais), a ponto de afetar de forma

indesejável/danosa a qualidade e a utilidade de um ou mais recursos ambientais.

É importante ressaltar que, na região do CEP, os poluentes e contaminantes potenciais

mais importantes são os hidrocarbonetos.

2.5.1.1 Contaminação por hidrocarbonetos

Os hidrocarbonetos de petróleo estão entre os principais grupos de contaminantes

orgânicos em áreas costeiras e são os compostos mais abundantes do petróleo. Por esta

razão, estes compostos são utilizados como indicativos deste tipo de poluição (Zanardi-

Lamardo, 2011).

Os hidrocarbonetos podem ser classificados de acordo com a sua estrutura química

em alifáticos e aromáticos. Os alifáticos podem ser sintetizados por organismos, tais como

fitoplâncton e vegetais superiores. Os hidrocarbonetos aromáticos, além do aporte

petrogênico, podem ser introduzidos no meio ambiente através de processos de combustão

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tanto de matéria orgânica quanto de petróleo e seus derivados. As atividades portuárias e os

efluentes industriais/domésticos são fontes de petróleo e derivados para os ambientes

aquáticos, e contribuem de forma acentuada para a introdução de hidrocarbonetos para os

ecossistemas marinhos (ZANARDI-LAMARDO, 2011).

Entre os compostos derivados do petróleo assumem grande importância no meio

ambiente os HPAs, que são compostos orgânicos que apresentam dois ou mais anéis

aromáticos fundidos, caráter hidrofóbico, baixa biodegradabilidade e potencial acumulativo

(VASCONCELLOS et al., 2007).

Na natureza, estes compostos surgem através das atividades vulcânicas. Como fonte

antropogênica, estes compostos podem surgir de derramamentos de petróleo, na geração

de energia elétrica, na combustão incompleta do lixo e de madeira assim como podem ser

formados a partir da produção de carvão e asfalto (ALBERS, 1995 apud MACENO, 2010). Os

hidrocarbonetos poliaromáticos apresentam potencial carcinogênico (SHAILAJA E D’SILVA,

2003 apud MACENO, 2010) e, em peixes, podem ocasionar lesões hepáticas, fisiológicas e

desordens bioquímicas (BILLIARD et al., 2006 apud MACENO, 2010).

O derramamento de óleo ocasional provinda do tráfego de navios na região do porto

pode acarretar na contaminação da baía de Paranaguá por hidrocarbonetos e compostos

como o HPA.

De acordo com Noernberg et al. (2008), o estado do Paraná sofreu, nos últimos anos,

alguns dos piores acidentes envolvendo derrames de óleo no país. Destacam-se três deles

ocorridos no Complexo Estuarino de Paranaguá:

16 de fevereiro de 2001: Rompimento de um duto da Petrobrás que resultou no

vazamento de quatro mil litros de óleo diesel em um afluente do Rio Nhundiaquara,

um dos principais rios que deságuam no estuário. Teve como conseqüência grandes

danos para os manguezais da região com contaminação da flora e fauna. A pesca na

região ficou proibida pelo IBAMA por mais de 40 dias.

18 de outubro de 2001 - O navio petroleiro Norma chocou-se em uma rocha na baía

de Paranaguá, resultando em um vazamento de 392 mil litros de nafta, atingindo

uma área de três mil metros quadrados. O acidente ocasionou a morte por

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intoxicação de um mergulhador que trabalhava na avaliação das condições do

casco perfurado.

15 de novembro de 2004 - A explosão do navio-tanque chileno Vicuña de oito mil

toneladas, provocou o maior vazamento de óleo dos últimos 20 anos no Porto de

Paranaguá. O acidente causou a morte de quatro tripulantes do navio e levou a

embarcação a pique em poucas horas. Nos dias seguintes cerca de quatro milhões

de litros de óleo bunker cobriram boa parte das baías e praias dos municípios de

Antonina, Paranaguá, Guaraqueçaba e Pontal do Paraná. A pesca na região ficou

interditada por quase dois meses, prejudicando milhares de famílias. Resquícios do

óleo foram encontrados há 30 quilômetros do local do acidente (NOERNBERG et al.,

2008).

Figueiredo (2000) ressalta que a elaboração dos mapas de sensibilidade é essencial

para a geração do plano de contingência aos derrames de petróleo, permitindo a localização

e o mapeamento das áreas de maior risco. Além disso, o mapeamento também possibilita o

apoio à tomada de decisões para as áreas de proteção prioritárias, diminuindo assim os

custos referentes à limpeza do óleo em caso de acidente.

No ano de 2004, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Agência Nacional do

Petróleo (ANP) criaram as Especificações e Normas Técnicas para Elaboração de Cartas de

Sensibilidade ao Derramamento de Óleo (Cartas SAO) para o litoral brasileiro. Estas cartas

englobam informações a respeito dos recursos biológicos e sócio-econômicos sensíveis ao

óleo, e o Índice de Sensibilidade do Litoral (ISL), que indica o grau de sensibilidade dos

ambientes costeiros e marinhos ao derramamento de óleo.

2.5.1.2 Contaminação por elementos presentes em sedimentos

A poluição dos sedimentos está intimamente ligada com a poluição das águas e tem

origem em diversas fontes, dentre as quais se destacam efluentes domésticos, efluentes

industriais, carga difusa urbana e agrícola. A situação é mais crítica nas regiões em que

existem atividades portuárias, depósito de resíduos industriais e urbanos.

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Sedimentos têm sido amplamente utilizados como indicadores ambientais, porque

possuem grande capacidade de incorporar e acumular elementos contaminantes. Como os

sedimentos são levados pelos rios para outro curso de água ou para o mar, as análises dos

sedimentos em vários pontos de uma região de interesse servem para rastrear fontes de

contaminação ou monitorar esses contaminantes (HORTELLANI et al., 2007).

A ocorrência de variações nas características físicas e químicas do meio (como pH,

salinidade, conteúdo de quelantes orgânicos, entre outras) pode liberar um poluente

incorporado ao sedimento. Portanto, mudanças nas condições ambientais e dragagens

podem transformar os sedimentos em fontes de contaminação. Além disso, já foi

comprovado que para a comunidade bentônica, além da coluna d’ água, há diferentes vias

de exposição aos contaminantes, como pelo simples contato direto ou pela ingestão dos

sedimentos (HORTELLANI et al., 2007).

2.5.2 Resultados do estudo apresentado em ACQUAPLAN (2011)

Detalhados estudos de modelagem numérica com o objetivo de avaliar as condições

hidroquímicas e hidrossedimentológicas com a execução das obras de dragagem no canal de

navegação do Porto de Paranaguá foram apresentados por ACQUAPLAN (2011). Para o

desenvolvimento da modelagem foi adotado o módulo Delft3D-Flow integrante do modelo

DELFT3D, que resolve um sistema de equações de águas rasas em modo bidimensional (ou

integrado na vertical) e tridimensional.

Além de diversos outros parâmetros considerados em ACQUAPLAN (2011), foram

analisadas a temperatura, salinidade e turbidez da área de estudo, cujos resultados são aqui

integralmente transcritos.

Caracterização da temperatura

As variações de temperatura são parte do regime climático normal de corpos de água

naturais, que podem apresentar variações sazonais e diurnas, bem como estratificação

vertical. Para tal, a temperatura superficial é influenciada por vários fatores, como latitude,

altitude, estação do ano, período do dia, taxa de fluxo e profundidade. No levantamento

efetuado para realização do presente estudo foram encontrados poucos autores que

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estudaram a variação da temperatura da água no CEP, dentre eles estão Marone et al.

(1997) apud Falkenberg (2009), Filho (2009) e ACQUAPLAN (2011).

Segundo Marone et al. (1997) apud Falkenberg (2009), a temperatura média da água

no CEP varia de 23 a 30°C no verão e de 18 a 25°C no inverno. Knoppers et al. (1987) apud

ENGEMIN (2004) afirmou que os gradientes térmicos verticais no CEP raramente

ultrapassam os 3°C. Em outro estudo pouco mais recente, Filho (2009) determinou

temperatura mínima de 14,8°C, máxima de 29°C e média 22,6°C para a região, considerando

dados obtidos do relatório técnico 2006/2007 elaborado pelo Laboratório de Física Marinha

– Centro de Estudos do Mar – UFPR, com o título Medições de Correntes (2007), através dos

relatórios de 54 pontos de análise em pontos distintos da Baía. A distribuição espacial dos

valores mínimos e máximos de temperatura, obtidos através do relatório técnico 2006/2007

elaborado pelo Laboratório de Física Marinha – CEM-UFPR (FILHO, 2009), são mostrados

respectivamente na Figura 72 e na Figura 73.

Para a região de Antonina a média anual da temperatura máxima na região é de

26,5ºC. No verão obteve-se como valor médio 30,1ºC, sendo o mês de fevereiro o mais

quente com 30,6ºC. No outono a média é de 27,2ºC, diminuindo para 23,1ºC no inverno. Na

primavera, a média é 25,6ºC aumentando gradativamente durante os meses que

caracterizam esta estação (ACQUAPLAN (2011)).

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Fonte: adaptado de Secretaria Estadual do Meio Ambiente apud FILHO (2009).

Figura 72 – Distribuição espacial de temperaturas mínimas da água no CEP para 2006/2007

Fonte: adaptado de Secretaria Estadual do Meio Ambiente apud Filho (2009)

Figura 73 – Distribuição espacial de temperaturas máximas da água no CEP para 2006/2007

Caracterização da salinidade

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Quanto à salinidade, Knoppers et al. (1987) apud ACQUAPLAN (2011) identificaram a

presença de variação sazonal deste parâmetro na Baía de Paranaguá, com valores

superficiais menores no verão devido a maiores valores de descarga fluvial, e valores mais

altos no inverno em decorrência de valores de descarga fluvial reduzidos, com possibilidades

de variações intra-anuais por causa da variabilidade irregular sazonal da precipitação. Em

geral, o gradiente vertical de salinidade aumenta estuário adentro e o gradiente horizontal

de salinidade diminui em direção à boca do sistema estuarino. Condições próximas de

homogêneas são encontradas na parte inferior do sistema estuarino nos períodos de

máximas forçantes de maré e descarga fluvial abaixo de 50 m3.s-1 (KNOPPERS et al., 1987,

apud ENGEMIN, 2004).

Conforme estudo realizado por Marone et al. (1997), apud Falkenberg (2009), o

sistema estuarino mostra uma importação de sal durante os períodos de seca e uma

exportação equivalente durante os períodos de chuva. O gradiente horizontal de salinidade

média varia de 12 a 29 g/kg no verão e 20 a 34 g/kg no inverno, com gradientes máximos de

0 a 35 g/kg no verão e de 3 a 35 g/kg no inverno (MARONE et al., 1997, apud FALKENBERG,

2009). Na seção médiana da baía, quando ocorre descarga fluvial acima de 90 m3s-1,

observa-se um gradiente vertical de salinidade de 8 g/kg, (KNOPPERS et al., 1987, apud

ENGEMIN, 2004).

Noernberg (2001) apud ENGEMIN (2004) estudou a variação espaço-temporal de

propriedades físico-químicas simultaneamente na Baía de Paranaguá (eixo Leste-Oeste) e na

Baía de Laranjeiras e Pinheiros (eixo Sul-Norte) em um período de 26 meses. O autor

verificou que a região de Antonina apresenta rápida resposta a elevados valores de

precipitação, ocorrendo, nestes casos, salinidade próxima a zero e elevado aporte de

sedimentos em suspensão. Através de correlação de dados de temperatura, salinidade e

precipitação, verificou-se que a variação da salinidade do corpo aquoso, tanto no eixo Leste-

Oeste como no eixo Sul-Norte, não está relacionada à precipitação total mensal, e sim à

precipitação dos sete dias anteriores à medição, sendo que a temperatura apresentou

marcada sazonalidade e pouca variação entre os dois eixos.

O mesmo autor realizou uma comparação de situações extremas em duas campanhas,

uma em maré de quadratura e alta precipitação nos dias precedentes e outra em maré de

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sizígia sem precipitação. No evento de quadratura verificou-se variação longitudinal de

salinidade de 1,2 g/kg na superfície da região de Antonina a 31,5 g/kg no fundo na

extremidade Leste. Observou-se uma faixa de acentuada estratificação (entre 5 e 20 km de

distância da desembocadura), chegando ao valor máximo do gradiente vertical a 8,4 g/kg. Na

campanha de maré sizígia e sem precipitação observou-se salinidade de 5,8 g/kg na

superfície da região de Antonina a 27,9 g/kg no fundo na extremidade Leste, com

praticamente nenhuma estratificação entre as camadas de superfície e fundo ao longo de

todo o eixo. A baixa variação de temperatura nas duas campanhas e a alta correlação entre

salinidade e densidade evidencia que os processos baroclínicos que ocorrem na baía têm

maior influência da salinidade que da temperatura. Observou-se também que a temperatura

média da água nos dois eixos apresenta acentuada sazonalidade e alto coeficiente de

correlação com a variação da temperatura do ar média mensal.

Mantovanelli (1997) analisou uma seção da Baía de Paranaguá e observou que no

verão, em todos os ciclos de maré, tanto em sizígia como em quadratura, a região

apresentou apreciável estratificação (tipo 2b). Nos ciclos de quadratura de inverno, a

classificação da baía situou-se próxima à região de transição entre os tipos 2b e 2a-3a,

enquanto que nos ciclos de sizígia de inverno apresentou fraca estratificação. A autora

também analisou a estratificação lateral de salinidade da Baía de Paranaguá, verificando

valores máximos de estratificação lateral nos ciclos de maré de verão, com gradientes entre

1 e 1,6 g/kg e valores reduzidos para o inverno na faixa de 0,3 a 0,9 g/kg. Os valores mínimos

e máximos de salinidade obtidos através do relatório técnico 2006/2007 elaborado pelo

Laboratório de Física Marinha – Centro de Estudos do Mar – UFPR (FILHO, 2009), são

apresentados na Figura 74 e na Figura 75.

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Fonte: adaptado de Secretaria Estadual do Meio Ambiente apud FILHO (2009)

Figura 74 - Distribuição espacial dos valores mínimos de salinidade no CEP para 2006/2007

Fonte: adaptado de Secretaria Estadual do Meio Ambiente apud FILHO (2009)

Figura 75 - Distribuição espacial dos valores máximos de salinidade no CEP para 2006/2007

Diante dos resultados gerados pelo estudo, ACQUAPLAN (2011) concluiu que a

modelagem numérica da intrusão salina no interior da baía de Paranaguá indica alterações

na concentração de sal somente a partir das imediações do canal do Porto de Paranaguá em

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direção ao interior da baía, com aumento na concentração de sal de 1g/kg no cenário de

aprofundamento em relação ao cenário atual. Os efeitos são observados somente na

camada de fundo da coluna d’água. Para os valores de descargas fluviais simulados, foi

concluído que a baía de Paranaguá, até as imediações desse canal, comporta-se como um

estuário bem misturado, de forma que não há praticamente gradiente vertical de salinidade.

A partir do mesmo canal, o estuário pode comportar-se como bem misturado no inverno,

período caracterizado como de baixa precipitação e baixas descargas fluviais, ou comportar-

se como parcialmente misturado nos períodos de verão, onde as descargas fluviais são mais

elevadas. O gradiente vertical de salinidade obtido foi de poucas unidades (ACQUAPLAN,

2011).

2.5.2.1 Caracterização da turbidez

O aumento da turbidez das águas está associado ao processo erosivo e de transporte

de material particulado em suspensão uma vez que se entende por turbidez o grau de

atenuação de intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessar determinada amostra de

água. No eixo Leste-Oeste do Complexo Estuarino de Paranaguá, a turbidez apresenta,

conforme determinado por Noernberg (2001), coeficiente de correlação com o material

particulado em suspensão de r²=0,69.

Valores de turbidez, na superfície meio e fundo, dos pontos amostrados por

ACQUAPLAN (2011), cuja localização é apresentada na Figura 65 podem ser vistos na Figura

76. De acordo com a Resolução CONAMA n. 357/2005, a turbidez deve ser virtualmente

ausente em águas salobras de classe 2. Os resultados apresentados pela Figura 76, porém,

mostram valores significativos de turbidez, principalmente nas amostras de fundo de alguns

dos pontos (ponto #052: 425 NTU; ponto #057: 788 NTU; ponto #058: >800NTU; e ponto

#114: >800).

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Figura 76 - Valores de turbidez nos pontos amostrados por ACQUAPLAN (2011)

2.5.3 Documento “Paraná Mar e Costa - Subsídios ao Ordenamento das Áreas Estuarina e

Costeira do Paraná” (SEMA, 2006)

O documento “Paraná Mar e Costa - Subsídios ao Ordenamento das Áreas Estuarina e

Costeira do Paraná” (SEMA, 2006), apresentado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente

e Recursos Hídricos - SEMA, compila importantes informações para o planejamento dos

ambientes marinhos, seus componentes do meio físico, biológico e socioeconômico e suas

variáveis. O objetivo da compilação das informações contidas em SEMA (2006) foi subsidiar

uma proposta de ordenamento aos ambientes estuarinos e costeiro, cabendo às instituições

Federal, Estadual e Municipal, a adoção de instrumentos normativos específicos.

A construção dos mapas das variáveis ambientais oceanográficas apresentadas em

SEMA (2006) se baseou em trabalhos científicos sobre a superfície do mar,

independentemente da época do ano, com valores extremos de qualquer parâmetro

ambiental ou biológico. Apenas importaram os limites de variação, não foram considerados

os padrões de variação temporal. Foram usados modelos matemáticos, ou interpolações,

com o propósito de atribuir valores das variáveis ambientais em áreas onde não foram

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aferidas. As variáveis foram interpoladas conforme seus valores mínimos e máximos, com

exceção dos valores de batimetria, sedimentos e bentos, que foram baseadas nas médias.

As características do regime hidrográfico analisado permitem extrapolações para o

norte e sul com grande grau de confiabilidade, salvo nos setores mais rasos próximos da

linha de costa e na boca das baías. Isto se dá uma vez que estes setores são mais afetados

pela drenagem continental e ressuspensão de sedimentos pelas ondas e circulação de marés

(BRANDINI, 2004 apud SEMA, 2006).

A seguir são transcritas as principais informações apresentadas em SEMA (2006)

acerca do meio físico-químico.

2.5.3.1 Transparência da água

A transparência da água foi medida com um disco de Secchi e variou de 1,6 a 16,6 m

com mínimo próximo da costa. Em áreas mais externas encontramos os maiores valores,

onde transparências acima de dez metros não são raras, à exceção de meses chuvosos

quando valores abaixo de dez metros foram observados desde a costa até as áreas mais

externas, aproximadamente, a 50 km de distância. As interpolações das transparências

máximas e mínimas estão exemplificadas na Figura 77 e Figura 78, respectivamente.

Fonte: (SEMA, 2006) Figura 77 - Interpolações sobre valores máximos de transparência da água

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Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 78 - Interpolações sobre valores mínimos de transparência da água

2.5.3.2 Salinidade

A salinidade mínima na superfície do mar aberto varia entre 29 e 34, crescendo à

medida que nos afastamos da costa em direção a áreas externas. Em baías a variação é

muito mais brusca, indo de 1 até 29, com mínimos nas áreas mais internas, em especial

próximo da desembocadura de rios, aumentando em direção às barras de acesso ao mar

aberto.

A salinidade é o parâmetro que melhor setoriza as áreas internas lagunares, por conta

de seu caráter conservativo durante os processos de mistura entre a água doce e salgada. Na

Figura 79 e Figura 80 se observa claramente pelo menos quatro setores bem definidos

quanto ao limite de salinidade. São eles: Baía de Antonina (1-15); entre a Ponta do Teixeira e

a Ponta da Cruz (15-25); desde a Ponta da Cruz até a porção oeste da Ilha do Mel (25-30) e

daí até a barra do Canal da Galheta (30-34).

As interpolações sobre valores máximos e mínimos de salinidade estão exemplificadas

na Figura 79 e Figura 80, respectivamente.

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Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 79 - Interpolações sobre valores máximos de salinidade

Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 80 - Interpolações sobre valores mínimos de salinidade

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2.5.3.3 Oxigênio dissolvido

Devido à grande importância e utilização do oxigênio dissolvido nos processos

biológicos em todos os níveis tróficos funcionais, um padrão de variação espacial regular não

pode ser observado. Concentrações mínimas de oxigênio dissolvido na superfície do

Complexo Estuarino Lagunar Paranaguá - Cananéia variam de 4,3 a 7 mg/L. Apesar de se

tratar de valores mínimos, estas concentrações são suficientemente altas para manter a

estabilidade biológica do meio. Os valores máximos variam entre 4 e 10 mg/L.

Não foi possível estabelecer um padrão de distribuição de máximos e mínimos para o

mar aberto, por conta de uma falta de dados desta área. Entretanto, a demanda biológica de

oxigênio dissolvido é menor do que as concentrações originadas da difusão atmosférica ou

da produção autótrofa.

Na costa do Paraná, ainda não ocorrem níveis críticos de eutrofização, a ponto de

causar anoxia em camadas superficiais. Existem, no entanto, bolsões anóxicos em setores

pontuais e isolados do fundo das baías, onde o acúmulo de matéria orgânica e a baixa

circulação impedem a renovação da água (MACHADO et al., 1997 apud SEMA, 2006), nessas

regiões ocorre de nitrificação e perda de nitrogênio do sistema.

A Figura 81 e a Figura 82 apresentam as interpolações sobre valores máximos e

mínimos de oxigênio dissolvido, respectivamente.

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Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 81 – Interpolações sobre valores máximos de oxigênio dissolvido

Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 82 - Interpolações sobre valores mínimos de oxigênio dissolvido

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2.5.3.4 Nitrogênio Total

Na Baía de Paranaguá, as concentrações mínimas variam de 0,04 a 6,2 μM. Valores

máximos variam entre 0,37 a 17 μM. Os padrões de distribuição espacial tanto para os

valores máximos quanto mínimos são irregulares. Ou seja, qualquer valor dentro dos limites

de cada mapa pode ser encontrado em qualquer setor do CEP, tendo em vista o caráter não

conservativo do nitrogênio.

As interpolações sobre valores máximos e mínimos de nitrogênio estão apresentadas

na Figura 83 e na Figura 84, respectivamente.

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Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 83 - Interpolações sobre valores máximos de nitrogênio

Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 84 - Interpolações sobre valores mínimos de nitrogênio

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2.5.3.5 Fósforo Total

Nas áreas lagunares, as concentrações mínimas de fósforo variam entre 0,1 e 1 μM e

as máximas entre 0,3 e 10 μM. Foram observados picos de concentração somente na saída

do rio Itiberê, em função do esgoto doméstico proveniente do Município de Paranaguá. Uma

maior concentração urbana por conta da presença das cidades de Paranaguá e Antonina faz

com que sejam freqüentes concentrações acima de 1 μM no eixo leste-oeste da Baía de

Paranaguá .

A Figura 85 e Figura 86 apresentam as interpolações sobre valores máximos e mínimos

de fósforo, respectivamente.

Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 85 - Interpolações sobre valores máximos de fósforo

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Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 86 - Interpolações sobre valores mínimos de fósforo

2.5.3.6 Clorofila

Concentrações máximas de clorofila na superfície do mar aberto variam de 0,5 a

5 mg/L com máximo próximo das bocas de baías, crescendo em direção a áreas mais

próximas da costa. Os valores médios são elevados nos locais mais próximos da costa,

decrescente em direção às áreas mais externas. Concentrações abaixo de 0,5 mg/L são

constantes e homogeneamente distribuídas na coluna de água nos períodos mais frios e no

verão nas áreas abaixo dos trinta metros de profundidade.

Nas baías, a concentração máxima varia com amplitudes bem maiores, entre 0,5 e

65 mg/L com picos de máxima concentração em setores medianos das baías, onde a

turbidez é suficientemente baixa provendo uma condição satisfatória para que ocorra um

maior crescimento algal. Nos setores internos onde a turbidez é mais elevada, as

concentrações de clorofila são mais baixas, limitadas pela maior espessura da zona eufótica,

mais ainda são elevadas (5-20 μg/L). Nas áreas externas próximas das barras de acesso, as

concentrações máximas variam entre 0,5 e 9 μg/L.

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Concentrações mínimas no mar aberto variam entre 0,01 a 2 μg/L, de modo que

repetem o mesmo padrão de concentrações maiores nas áreas mais próximas da costa e

decrescem nas áreas mais distantes e mais profundas. Nas baías, as concentrações mínimas

variam entre 0,01 e 16,8 μg/L com padrões de distribuição semelhantes ao observado no

caso das concentrações máximas, ou seja, mais elevados nas áreas internas, decrescendo na

direção das barras de acesso ao mar aberto.

2.5.3.7 Fitoplâncton

Dados sobre a densidade de células fitoplanctônicas são mais consistentes no mar

aberto do que nas baías lagunares. Tanto no mar aberto quanto nas baías, a densidade

mínima varia de 4 x 103 a 100 x 103 céls.L-1. Valores mínimos excepcionalmente elevados

são raros e associados a blooms episódicos que logo se dispersam no mar aberto com a

circulação e turbulência gerada pelos ventos. Valores máximos, acima de 106 céls.L-1, podem

atingir 15 x 106 céls.L-1, em situações de blooms algais. São mais comuns dentro das baías,

mas podem ser observados no mar aberto devido a fenômenos semelhantes a marés

vermelhas.

Presente na maioria dos ambientes costeiros, o fitoplâncton é em geral dominado por

diatomáceas cêntricas e fitoflagelados do nanoplâncton (BRANDINI, 1985b apud SEMA,

2006; FERNANDES, 1992 apud SEMA, 2006; BRANDINI e THAMM, 1994 apud SEMA, 2006;

BRANDINI, 2000 apud SEMA, 2006). Dinoflagelados e silicoflafelados do microplâncton

(>20 μm) estão sempre presentes, mas, numericamente, contribuem pouco com a

população fitoplanctônica.

Em escala sazonal e espacial, a biomassa bacteriana na região varia entre 49 e

217 mgC.L-1 (SIQUEIRA, 2001 apud SEMA, 2006), com máximos em áreas mais costeiras,

decrescendo em direção a áreas externas. Em média, a biomassa bacteriana foi de

80 mgC.L - 1. A concentração de bactérias heterotróficas totais é relativamente constante em

todos os setores do mar aberto.

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Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 87 - Interpolações sobre valores máximos de fitoplâncton

Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 88 - Interpolações sobre valores mínimos de fitoplâncton

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2.5.3.8 Zooplâncton

Nas baías lagunares, as densidades mínimas de zooplâncton total (holo- +

meroplâncton) variam de 20 a 20.000 ind.m-3 e as máximas de 2.000 a 175.000 ind.m-3. No

mar aberto, as concentrações são, evidentemente, bem inferiores do que as observadas

dentro das baías.

Concentrações mínimas variam entre 500 a 1000 ind.m-3 e as máximas entre 2.500 e

7.500 ind.m-3. As áreas de maior concentração são as mais próximas da costa e decrescem

em direção ao mar aberto.

Copépodos e organismos meroplanctônicos são os elementos dominantes do

mesozooplâncton da Baía de Paranaguá (MONTÚ e CORDEIRO, 1988 apud SEMA, 2006;

LOPES, 1997 apud SEMA, 2006; LOPES et al., 1998 apud SEMA, 2006), e não há nenhuma

razão para que o mesmo não seja válido para as Baías de Pinheiros e de Guaratuba, tendo

em vista a semelhança hidrográfica entre esses sistemas.

O meroplâncton é dominado por larvas de poliquetas e decápodas. O

microzooplâncton é dominado por ciliados do grupo dos tintinídeos e dinoflagelados.

Concentrações máximas de zooplâncton total atingem 80.000 ind.m-3 nos períodos de

primavera e verão, entretanto altas densidades também ocorrem no período outono-

inverno.

No setor externo das baías, dominam espécies de zooplâncton estenohalinos típicos

do mar aberto, sujeitos a menor variação de salinidade. Espécies mais eurihalinas ocupam

áreas mais extensas da baía com o aumento da precipitação pluviométrica e descarga de

água doce.

Larvas de ostras ocorrem ao longo de todo o ano, mas, com picos de abundância em

geral no verão (SILVA, 1994 apud SEMA, 2006). Do mesmo modo, as larvas de peixes mais

abundantes identificadas neste trabalho pertencem às concentrações máximas do

ictioplâncton, principalmente as famílias Gobiidae, Sciaenidae e Engraulidae estiveram

associadas aos períodos mais quentes do ano (verão e primavera) (SINQUE et al., 1982 apud

SEMA, 2006). De acordo com a distribuição de densidades, a desova mais intensa ocorre em

salinidades de 22,1 a 26,8; ou seja, nos setores intermediários das baías. A Figura 89

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apresenta as interpolações sobre os valores máximos de zooplâncton e a Figura 90

apresenta as interpolações sobre os valores mínimos desta comunidade.

Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 89 - Interpolações sobre valores máximos de zooplâncton

Fonte: (SEMA, 2006)

Figura 90 - Interpolações sobre valores mínimos de zooplâncton

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2.5.4 Conflitos de Múltiplos Usos dos Recursos Hídricos

Os principais conflitos e problemas identificados para os ambientes marinhos foram

aqueles gerados pelo uso do espelho d’água. Alguns conflitos estão identificados

diretamente com o significativo aumento da poluição orgânica na alta temporada e diversos

focos de poluição orgânica e inorgânica em áreas portuárias e urbanas. Os conflitos

identificados em SEMA (2006) advêm das discussões com grupos de interesse e autoridades

consultadas por participantes deste projeto, e nas experiências do Projeto de Recifes

Artificiais (RAM - UFPR), os quais são descritos a seguir:

entre pescadores esportivos e pescadores artesanais em desembocaduras de rios;

entre pescadores esportivos e mergulhadores em áreas costeiras com substratos;

entre a pesca esportiva, mergulho contemplativo e a pesca industrial de arrasto em

áreas costeiras;

entre a caça submarina e o turismo de mergulho;

entre navegadores em recreio e pescadores artesanais;

entre a maricultura e a pesca artesanal e esportiva;

entre interesses de conservação ambiental e atividades produtivas;

entre a conservação de recursos culturais e históricos e a pesca e mergulho.

Os conflitos são pontuais, de intensidades variáveis, dependentes das condições de

uso local e da importância da área para determinado grupo e temporalmente diferenciada.

A intensificação do uso dos ambientes estuarinos e costeiros com critérios normativos

de difícil entendimento, por atividades que convivem e convergem nem sempre de forma

harmoniosa, geram conflitos de usos dos recursos marinhos e dos espaços aquáticos.

Além disso, a deficiência no ordenamento e a característica de livre acesso aos

recursos naturais causam impactos no potencial produtivo desses ambientes, por meio de

uma pressão acima dos limites de sustentabilidade sobre os recursos vivos marinhos,

especialmente aqueles situados nos estuários e nas áreas costeiras rasas.

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Outro aspecto que merece destaque é a apropriação de áreas tradicionais e dos

recursos aquáticos por investidores de outras regiões e classes sociais, o que desloca

comunidades de pescadores de áreas de frente para o mar, e faz substituir suas áreas de

ancoragem e atracação por instalações de marinas, equipamentos de veraneio, loteamentos

e instalações portuárias, ampliando-se os conflitos e a marginalização dos pescadores, com

impactos negativos à sua cultura.

Como se verifica que ocorrem atividades de contato primário com a água na região do

estuário é importante ressaltar que essas atividades apenas devem ser realizadas em locais

onde a qualidade da água é própria para tal, de acordo com a Resolução CONAMA 274/2000.

O IAP (Instituto Ambiental do Paraná) monitora a balneabilidade em 68 pontos em todo o

Estado. Desses, 49 estão no litoral, distribuídos desde a divisa com Santa Catarina, no

Balneário da Barra do Saí, até Pontal do Sul, incluindo-se ainda pontos na Ilha do Mel, na

Baía de Antonina e nos rios Nhundiaquara, do Nunes e Marumbi.

A Figura 91 apresenta os pontos de balneabilidade situados no Complexo Estuarino de

Paranaguá, excetuando os locais de rios. A nomenclatura dos pontos apresentada na figura

corresponde à adotada pelo IAP nos boletins de divulgação.

Figura 91 – Pontos de balneabilidade monitorados pelo IAP

Nesta região, especificamente na Baía de Paranaguá, alguns estudos realizados com os

sedimentos identificaram as zonas mais sensíveis a processos de contaminação, bem como

as principais fontes de contaminação antrópica de metais, componentes orgânicos, óleos e

graxas. Em particular, a área em frente ao Porto recebe o aporte de matérias de diversas

origens e composições, que contaminam pontualmente os sedimentos da região bem como

os de sua bacia de evolução.

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Fonte: Paraná Mar e Costa (2006)

Figura 92 – Classificação da Qualidade da Água segundo a contaminação por Escherichia coli nos meses de verão com pico populacional

Focando os conflitos associados às atividades portuárias sobre o meio hídrico,

verificam-se conflitos que podem ser gerados ou sofridos por estas. Entre os impactos que

as atividades portuárias podem gerar destacam-se as alterações da morfologia do estuário,

devido às obras de implantação, manutenção do calado através das dragagens e despejo do

material assoreado. Estas alterações de morfologia alteram a hidrodinâmica e ocorrerão

independentemente do local de implantação do porto e sua expansão Este conflito afeta a

praticamente todos os usuários dos recursos hídricos do estuário, pois a alteração da

hidrodinâmica, morfologia e ressuspensão de sedimentos serão constantes e de proporções

significativas. Outro conflito associado é a movimentação de navios, o que deverá gerar

traçados de novas rotas e maiores cuidados de segurança por parte das navegações

pesqueiras e de transporte e turismo.

Finalmente, pode-se citar a poluição das águas gerada pelas atividades portuárias, a

qual novamente poderá ser motivo de conflitos entre praticamente todos os usuários das

águas do estuário. Neste sentido, o próprio porto poderá realizar a gestão dos efluentes

produzidos e a gestão de riscos (vazamentos, explosões, operações inadequadas, etc.),

verificando e corrigindo irregularidades.

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O estudo realizado em 2007 pela Associação de Defesa do Meio Ambiente e do

Desenvolvimento de Antonina (ADEMADAN – Antonina) identificou 57 fontes poluidoras nos

municípios de Antonina, Morretes e Paranaguá. Este estudo analisou os dados dos estudos

anteriores realizados para a região portuária: o Plano de Controle Ambiental das Dragagens

de Manutenção dos Portos de Paranaguá e Antonina (2007), coordenado pela (ADEMADAN -

Antonina) e o Plano de Controle Ambiental das Dragagens de Manutenção dos Portos de

Paranaguá e Antonina (2007), coordenado pela Associação de Defesa do Meio Ambiente e

do Desenvolvimento de Antonina (ADEMADAN-Antonina); e o Estudo de Impacto Ambiental

da Ampliação do Cais Leste do Terminal de Contêineres de Paranaguá – TCP (2010) realizado

pela Soares Neto & Guerios Advocacia e Consultoria.

Dentre as fontes identificadas, destacam-se o depósito inadequado de resíduos

sólidos, o uso de fertilizantes, lançamento de matéria orgânica, a retirada de sedimentos

marinhos e a armazenagem de produtos químicos.

A Tabela 15 apresenta as principais fontes poluidoras identificadas neste município,

sendo que algumas se encontram em funcionamento e outras já estão desativadas. A

localização destas fontes está apresentada na Figura 93.

Tabela 15 - Principais fontes poluidoras e sua localização no município de Antonina.

Fonte Poluidora Localização Coordenadas

geográficas (UTM)

Extração de Seixos no rio Cachoeira Bairro Cachoeira 728258 7203725

Fábrica de papel São Marcos Bairro Alto 725943 7199466

Indústria de Ferro Gusa do Paraná - 725439 7184444

Lixão da Esplanada do Areião Bento Cego 730194 7185118

Lixão da Estrada do Saivá - 726863 7182259

Lixão do km 04 - 727031 7184247

Lixão do Mamboeiro (Faisquerinha) PR 340 - km 03 724517 7187025

Lixão Pinheirinho Rua Henrique Lage 732829 7181077

Porto Barão de Teffé - 732055 7183508

Saibreira Faisqueirinha (PR 340 - km 2,5) 724751 7186847

Usina Hidrelétrica Gov. Parigot de Sousa (COPEL)

Bairro Alto 726818 7205473

Fonte: Adaptado de ADEMADAN – Antonina (2007).

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Figura 93 – Localização geográfica das fontes poluidores identificadas em Antonina

O setor portuário de Antonina também se apresenta como uma das principais fontes

poluidoras. Em Antonina está instalado o Porto Barão de Teffé, no noroeste da baía de

Paranaguá, porém este se encontra desativado atualmente. Porém, o Terminal Ponta do

Félix, localizado na região próxima, está em operação (Figura 94).

Figura 94 - Terminal Ponta do Félix

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Como passivo ambiental da região, pode-se citar o antigo pátio de armazenamento

de carvão mineral do Porto Barão de Teffé, que ainda possui resíduos desse minério a céu

aberto (Figura 95).

Figura 95 - antigo pátio de armazenamento de carvão mineral no Porto Barão de Teffé

No setor da mineração, atualmente se destaca a saibreira situada na localidade de

Faisquerinha, Município de Antonina, que pertence ao Grupo Reomar Construção Civil e

Empreendimentos Ltda. Também em Antonina, existe uma área de extração de seixo

desativada, onde foram extraídos, pela Prefeitura Municipal de Antonina, 3.000 m³ desse

minério.

No setor industrial destacam se a Indústria de Ferro Gusa do Paraná e a fábrica de

papel São Marcos. Apesar de estar desativada há 20 anos, esta indústria de ferro ainda

possui em seu pátio de armazenamento escórias de ferro dispostas a céu aberto. Para a

produção era utilizada magnetita como matéria-prima e carvão mineral como combustível.

Quanto à fábrica de papel São Marcos, esta também se encontra desativada desde 1991.

As fontes poluidoras mais frequentes no município de Antonina são os depósitos de

resíduos urbanos, que no caso de Antonina esta disposição é feita a céu aberto em “lixões”,

e a atividade de extração mineral (saibro e seixo). A disposição inadequada de resíduos

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contribui com a contaminação do solo e dos recursos hídricos locais. Um dos “lixões” é o da

Esplanada do Areião, atualmente desativado, mas que recebeu vários tipos de resíduos,

incluindo pneus, plásticos em geral, lonas, vidros entre outros. A contaminação provinda

desta área de disposição de resíduos atingiu um manguezal existente nas suas proximidades.

Outro vazadouro identificado pelo estudo está situado às margens da Rodovia BR-277, na

localidade conhecida como km 04, porém este está desativado desde 1990.

Na Rua Henrique Lage se encontra um lixão desativado. Este recebeu resíduos

domiciliares e hospitalares por aproximadamente 40 anos. Este “lixão” se originou de uma

antiga cava de extração de areia. Atualmente, a área vem sendo ocupada por um

loteamento. Já o lixão do Mamboeiro recebeu resíduos urbanos durante um período de 30

anos. Atualmente a área se encontra abandonada e coberta por vegetação que se fixou

espontaneamente na área.

A destinação de resíduos atual se dá no lixão localizado na Estrada Saivá, em

operação há oito anos, onde são dispostos resíduos domiciliares e hospitalares. Nesse local

existe a presença de catadores informais.

No setor elétrico, a fonte poluidora existente é a Usina Hidrelétrica Governador

Parigot de Souza, que possui seu reservatório localizado na Rodovia BR-116, município de

Campina Grande do Sul. Esta usina represou as águas do rio Capivari através da construção

de uma barragem de 58 m de altura e 370 m de comprimento. Da barragem, as águas são

desviadas para o rio Cachoeira, obtendo-se um desnível de aproximadamente 740 m.

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2.6 Vegetação

Foi considerado os que a vegetação que sofre influência do Porto de Antonina está

compreendida entre o nível do oceano até 600 metros de altitude. Nesta faixa aparecem

conforme nos direcionamos ao planalto, áreas de formação pioneira com influência marinha

(restinga) e/ou influência fluvio-marinha (campo salino e mangue), seguido da Floresta

Ombrófila Densa com seus ecossistemas associados (terras baixas, aluvial e submontana) e

também a presença de atividades antrópicas caracterizando um sistema secundário de

sucessão vegetacional. A Figura 96 apresenta o perfil esquemático representativo das

principais associações vegetais da planície litorânea.

Figura 97 - Perfil Esquemático Representativo das Principais Associações Vegetais da Planície Litorânea (Leste-Oeste), (URURAHY et. al., 1983)

2.6.1 Caracterização da Vegetação Regional

A região está enquadrada nos domínios fitogeográficos da Floresta Ombrófila Densa

e ecossistemas associados, bem como em seus ecótonos. Para denominar as unidades de

vegetação delimitadas na área de estudo, utilizou-se a divisão proposta por RODERJAN;

KUNIYOSHI (1988, p.1-4) e a do Manual técnico da vegetação brasileira (IBGE, 1992, p.16-

32), para perímetro da Baía de Paranaguá, onde existem as seguintes unidades de

vegetação: Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas - Restinga; Floresta Ombrófila Densa

Submontana; Área de Formação Pioneira sob Influência Fluvio-marinha - Manguezal; Área de

Transição e Área de Formação Pioneira sob Influência Fluvial. Também foram detectadas

áreas sem vegetação, ou seja, áreas antropizadas e lagoas.

Para caracterização da cobertura florestal da região de Antonina é interessante citar

o levantamento florístico realizado na Reserva Natural Rio Cachoeira (RNRC), área protegida

com 8.600 ha, localizada no município de Antonina, litoral norte do Paraná, dentro da Área

de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, de propriedade da Sociedade de Pesquisa de Vida

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Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). No componente arbóreo das diferentes fases serais

da Floresta Ombrófila Densa na Reserva, foram encontradas 306 espécies distribuídas em 68

famílias. Myrtaceae (60 espécies), Fabaceae (32), Lauraceae (23), Melastomataceae (16),

Rubiaceae (11) e Moraceae (10) englobaram 49,7% do total de taxa encontrados. Dentro

desse universo de espécies, 21 encontram-se citadas na IUCN Red List (IUCN, 2011), estando

sob algum grau de ameaça de extinção. Das três espécies que constam na lista brasileira –

Ocotea catharinensis, Ocotea odorifera e Euterpe edulis (BRASIL, 2008), apenas esta última,

uma palmeira, não faz parte da lista da IUCN.

A seguir são descritas com maior detalhamento as fisionomias características, que

ocorrem na área de estudo.

2.6.1.1 Formações Pioneiras

As formações pioneiras caracterizam-se pela vegetação de primeira ocupação,

associada a espécies pioneiras que se desenvolvem sobre áreas pedologicamente instáveis,

sob constantes deposições sedimentares, tais como da orla marinha, margens dos rios e ao

redor dos pântanos, lagos e lagoas. São comunidades cujo desenvolvimento pleno é limitado

por condições ambientais diferentes do clima regional, principalmente vento, salinidade,

maresia e hidromorfismo. Sua florística é mais simplificada em relação a florestas clímax e

não há ainda formação de estratos (Roderjan e Kuniyoshi, 1988; Veloso, Rangel e Lima,

1991; IBGE, 1992; Jaster, 1995; SEMA e IAP, 1996; Jaster, 2002).

a) Formação Pioneira com Influência Marinha: são comunidades associadas a

condições ambientais extremas, sob permanente ação dos ventos, das marés, da salinidade

e das condições pedológicas desfavoráveis, geralmente sobre Neossolos Quartzarênicos e

Espodossolos. Apresenta-se em tipos distintos de vegetação em resposta às diferentes

intensidades da influência do mar, aumentando o seu grau de desenvolvimento conforme

adentra no continente, tanto estrutural como floristicamente, até chegar ao ponto em que

adquire aspecto florestal. Essa formação, também conhecida como restinga, faz a transição

entre o manguezal e a Floresta Ombrófila Densa, ou então ocorre logo após as primeiras

dunas. É considerada uma formação de estrutura e composição florística bastante

heterogênea, sendo separada por alguns autores de acordo com a espécie dominante e/ou

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aspecto fisionômico geral (Roderjan e Kuniyoshi, 1988; IBGE, 1992; Jaster, 1995; SEMA e IAP,

1996; Roderjan et al., 2002).

A restinga apresenta-se com a forma de faixas longas, estreitas e abauladas, de

altitude variável de 3 m a 7 m. Na região da praia de Leste as restingas do interior são

designadas vulgarmente por taboleiros. As formações arenosas junto ao mar são designadas

também por campinas e cômoros. São cobertas de vegetação halo-psamófila nas regiões

mais próximas ao mar onde as areias conservam ainda uma certa salinidade (Bigarella, J. J.,

1946). Ainda, segundo Menezes-Silva, 1998, ao pesquisar a restinga da Ilha do Mel,

contatou-se que ela pode ser caracterizada por três tipos: campo, frutíceto e floresta, de

acordo com sua estrutura e o substrato onde se encontra.

Na restinga próxima ao mar ocorre uma flora psamófila parcialmente tolerantes a

salinidade passando a espécies adaptadas a climas severos mais para o interior. A zona

pantanosa é coberta de mata em sua maior parte. No Herbário do Museu Paranaense,

encontra-se o seguinte material coletado nas praias e ante-dunas do litoral paranaense,

sendo que as poucas espécies determinadas são as que seguem: salicornia (Salicornia

gaudichaudiana), salsa (Remirea marítima), Sporobolus virginicus, capim-caiana (Panicum

racemosum), acariçoba (Hydrocotyle umbellate), ipomeia (Ipomoea pes caprae), carrapicho-

de-praia (Acicarpha spathulata), capim-carrapicho (Cenchrus echinatus) (Bigarella, J. J.,

1946).

b) Formação Pioneira com Influência Fluviomarinha: essa formação, conhecida como

manguezal, estabelece-se nas áreas de baía, desembocadura dos rios e locais de baixa

energia ambiental, onde o depósito de sedimentos médios e finos é favorecido, formando

um sistema ecológico altamente especializado, condicionado pela salinidade e tiomorfismo

conferidos pela água salobra e condições pedológicas. A florística é bem simplificada e,

geralmente, representada por três espécies arbóreas: mangue-vermelho (Rhizophora

mangle), siriúba ou mangue amarelo (Avicennia schaueriana) e mangue-branco

(Laguncularia rancemosa), porém, em terraços dos rios, gramíneas do gênero Spartina e

Salicornia portulacoides aparecem também (Roderjan e Kuniyoshi, 1988; IBGE, 1992;

Schaeffer-Novelli, 1995; SEMA e IAP, 1996).

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A distribuição das diferentes espécies de mangue parece não obedecer regra geral.

Referente à Rhizophora, a sua distribuição atual foi muito modificada pela intervenção

humana, constata-se na Baía de Paranaguá seu desenvolvimento maior. A Avicennia é muito

difundida no litoral paranaense, juntamente com a Laguncularia, que é a espécie de mangue

mais desenvolvida pelo número de indivíduos (Bigarella, J. J., 1946).

c) Formação Pioneira com Influência Flúvio-Lacustre: são comunidades

desenvolvidas sobre Organossolos e Gleissolos, influenciadas pelo regime hídrico dos flúvios,

ou então em depressões alagáveis durante ao menos um período do ano – condição

ambiental que propicia o estabelecimento apenas de espécies adaptadas (Roderjan e

Kuniyoshi, 1988; IBGE, 1992; Jaster, 1995; SEMA e IAP, 1996). À medida que se afastam do

mar, os intercordões apresentam um grau maior de desenvolvimento, onde então a

formação pioneira dá lugar à floresta (SEMA e IAP, 1996).

As pequenas dunas junto à praia tem a forma de pequenos montículos que adquirem

maior desenvolvimento mais para o interior, podendo atingir 3 ou 4 m de altura. São móveis

e não apresentam a forma característica das dunas. Avançam sobre a restinga em forma de

cunhas soterrando e asfixiando a vegetação baixa de restinga. Geralmente são cobertas com

a vegetação das ante-dunas: ipomeia (Ipomoea pes caprae), salsa (Remirea marítima),

Salicornea, gramíneas, ciperáceas, etc (Bigarella, J. J., 1946).

d) Formações Pioneiras de Influência Fluvial (brejos e caxetais): denomina-se "as

formações herbáceas ou arbóreas seletivas em depressões úmidas, que ocorrem

interiorizadas na região da floresta ombrófila densa, sem influência do oceano" (RODERJAN;

KUNIYOSHY, 1988). São nestas formações que a caxeta (Tabebuia cassinoides) passa a ser a

espécie dominante. Estas áreas regionalmente conhecidas como caxetais, evoluíram de

associações vegetais predominantemente alagadas e brejosas dominadas pela foguete

(Typha domingensis), que após contínua deposição de material orgânico criam ambiente

propício para a ocupação das caxetas e espécies companheiras. À medida que este processo

evolui, outras espécies arbóreas assumem a dominância do extrato onde predominava a

caxeta até constituir a Floresta Ombrófila Densa (LIMA, 1996).

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2.6.1.2 Floresta Ombrófila Densa

Também denominada “Floresta Pluvial Tropical Atlântica” ou “Mata Pluvial Tropical

da Serra do Mar”, é popularmente conhecida como “Floresta Atlântica” ou “Mata Atlântica”.

Na atualidade seus remanescentes mais expressivos se encontram nas regiões sudeste e sul

do Brasil. Nestas regiões esta tipologia ocorre associada a conjuntos de serras geralmente

paralelas à linha da costa, ora mais próximas ao mar, ora mais afastadas. Neste último caso

são normalmente antecedidas por planícies arenosas de origem quaternária (PRO-

ATLÂNTICA, 2005). Localizada na área leste do estado do Paraná, definida pela barreira

geográfica da serra do mar. Esta formação é influenciada diretamente pelas massas de ar

quentes e úmidas do oceano Atlântico e pelas chuvas relativamente intensas e bem

distribuídas ao longo do ano.

A complexidade de fatores que incide sobre esta unidade fitoecológica, faz com que

ela se apresente sobre a forma de uma heterogênea associação de comunidades de plantas,

fazendo com que alguns pesquisadores a considerem a mais pujante, heterogênea e

complexa do Sul do Brasil, de grande força vegetativa, capaz de produzir naturalmente de

curto a médio prazos, incalculável volume de biomassa. Estima-se que a flora arbórea desta

formação seja representada por mais de 700 espécies, sendo que parte é endêmica (Leite,

1994;Reis 1995).

No Brasil, um dos ecossistemas ameaçados de extinção, historicamente alvo de

intensa pressão antropogênica, é a Floresta Atlântica (ou Floresta Ombrófila Densa), que

outrora ocupava quase toda a costa brasileira, atualmente restrita a esparsas áreas

primitivas e a inúmeras áreas alteradas, sobre as quais ainda pouco se conhece, pois o

processo sucessional pode variar de local para local, tanto em função das características do

biótopo como do histórico do processo de ocupação e usos atuais a que esteja submetido

(GUAPYASSÚ, 2004).

O Litoral Paranaense enquadra-se nestas condições; nas áreas de ocorrência da

Floresta Ombrófila Densa predominam as formações secundárias em diversas fases de

sucessão, desde os estágios iniciais até os avançados; em algumas poucas áreas persistem

florestas primárias, com diversos graus de alteração (GUAPYASSÚ, 2004).

Essa formação se caracteriza pelo estabelecimento de uma vegetação de maior

complexidade, estratificada, de maior altura, diversidade de espécies e fechamento de

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dossel. A designação Ombrófila, de origem grega, foi criada por Ellemberg e Mueller-

Dombois, em substituição do termo Pluvial, de origem latina, mantendo o mesmo

significado: “amigo das chuvas”. A principal característica ecológica é marcada pelos

ambientes ombrófilos, de temperatura média elevada (25°C) e de alta precipitação, bem

distribuída durante o ano.

Nestas formações situa-se o limite altitudinal superior para algumas espécies do

dossel, como o guapuruvu (Schizolobium parahyba) e a bocuva (Virola bicuhyba). Compõem

ainda o estrato superior o pau sangue (Pterocarpus violaceus), a peroba (Aspidosperma sp.),

diversas figueiras (Ficus sp.) a laranjeira do mato (Sloanea guianensis), o jequetibá (Cariniana

estrellensis), a licurana (Hieronyma alchorneoides), o tapiá (Alchornea triplinervia), as

meliáceas, cedro (Cedrela fissilis) e canjerana (Cabralea canjerana), a canela (Cryptocarya

aschersoniana) e a maçaranduba (Manilkara subcericea) (RODERJAN & KUNIYOSHI, 1988).

No estrato intermediário situa-se o palmito (Euterpe edulis), com indivíduos bem

distribuídos por classes de idade, podendo chegar a 1.000 indivíduos por hectare. São

comuns também o bacupari (Garcinia gardneriana), a tabocuva (Pera glabrata), ingás (Inga

spp), guamirins (Gomidesia sp. e Calypthranthes sp.), a canela pimenta (Ocotea teleiandra) e

Arecaceae dos gêneros Syagrus (jerivá), Bactrís (tucum), Attalea (indaiá) e Astrocaryum

(brejaúva).

No estrato arbustivo da Floresta em estágio avançado, observa o domínio, nas

encostas menos íngremes, das rubiáceas erva d’anta (Psychotria nuda) e a pimenteira

(Rudgea jasminoides). Também os xaxins são representativos, chegando a formar densos

agrupamentos. O estrato herbáceo caracteriza-se pela presença de musáceas, bromeliáceas

de hábitos terrestres, lianas, diversas pteridófitas, rubiáceas e melastomatáceas.

a) Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas: são formações que ocorrem sobre

sedimentos quaternários de origem marinha, situados entre o nível do mar e

aproximadamente 20 metros de altitude (IBGE, 1992; Roderjan et al., 2002). As espécies

arbóreas que caracterizam essa formação florestal são geralmente seletivas higrófilas, que

encontram, nesse ambiente, condições ótimas de desenvolvimento, o que se evidencia pelas

copas bem desenvolvidas e os troncos bem formados. Sua fisionomia, estrutura e

composição variam conforme as condições hídricas do solo, estágio de desenvolvimento,

interferência antrópica e ainda em função da sua origem, que pode ser de Formações

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Pioneiras de Influência Marinha ou Fluvial. Correspondem aos lugares de formação mais

antiga, onde os cordões litorâneos não são tão evidentes (Roderjan e Kuniyoshi, 1988; Ziller,

1996; Roderjan et al., 2002). Em solos de drenagem deficiente, como Organossolos,

Espodossolos e Neossolos Quartzarênicos, quando hidromorfizados, há predomínio de

guanandi (Calophyllum brasiliense) nas fases vegetacionais mais evoluídas, sendo

acompanhado de ipê-da-várzea (Tabebuia umbelata), embiruçu (Pseudobombax

grandiflorum), figueiras (Ficus luschnathiana, F. adhatodifolia) e cupiúva (Tapirira

guianensis). Nos estratos inferiores, são comuns mangue-do-mato (Clusia criuva), tabocuva

(Pera glabrata), caxeta (Tabebuia cassinoides), guapurunga (Marlierea tomentosa), catiguá-

morcego (Guarea macrophylla), jerivá (Syagrus romanzoffiana) e palmito (Euterpe edulis).

Em solos melhor drenados – Neossolos Quartzarênicos e Espodossolos – sua florística é bem

diferenciada, sendo o guanandi (Calophyllum brasiliense) praticamente ausente. São típicas

as espécies canela-do-brejo (Ocotea pulchella), canela-sassafrás (Ocotea aciphylla), tapiriri

(Tapirira guianensis), pau-óleo (Alchornea triplinervia), fícus (Ficus organensis), podocarpos

(Podocarpus sellowii) e maçaranduba (Manilkara subsericea). No estrato inferior, são

comuns angelin (Andira anthelminthica), ingá (Inga spp.), erva-mate (Ilex spp.), palmito

(Euterpe edulis), jerivá (Syagrus romanzoffiana) e indaiá (Attalea dúbia) (Roderjan et al.,

2002).

Epífitas e lianas são extremamente profusas e diversificadas, característica comum a

todas as formações da Floresta Ombrófila Densa, onde representantes de Bromeliaceae,

Orchidaceae, Araceae, Polypodiaceae, Piperaceae, Cactaceae e Gesneriaceae são marcantes

na fisionomia epifítica no interior da floresta, cobrindo quase totalmente os troncos e galhos

das árvores adultas (Roderjan et al., 2002).

b) Floresta Ombrófila Densa Aluvial: o termo também se refere à floresta de

planície, porém, desenvolvida sobre depósitos de origem fluvial, portanto continentais, ao

longo de rios meandrantes da planície. Tem a mesma estrutura, complexidade e grau de

biodiversidade da anterior. São espécies comuns; cupiúva (Goupia glabra), palmiteiro

(Euterpe edulis) e guanandi (Calophyllum brasiliensis), entre muitas outras (SEMA, 2002).

c) Floresta Ombrófila Densa Submontana: essa tipologia pode ser caracterizada pela

presença de solos profundos (geralmente Argissolos, Latossolos e Cambissolos) e férteis,

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ocorrendo em altitudes que variam de 20 até 600 metros de altitude na região estudada

(Roderjan; Kuniyoshi, 1988; Jaster, 1995; Roderjan et al., 2002). O regime climático é

semelhante ao das Terras Baixas, com ausência de geadas. Essa situação favorável propicia o

desenvolvimento de comunidades de elevada diversidade e com uma estratificação bem

definida (Roderjan e Kuniyoshi, 1988; Jaster, 1995; Roderjan et al., 2002). Indivíduos

avantajados, como sangreiro (Pterocarpus violaceus), caovi (Pseudopiptadenia warmingii),

licurana (Hyeronima alchorneoides), jequitibá (Cariniana estrellensis), bocuva (Virola

bicuhyba) e figueira (Ficus sp.) formam o dossel que, em média, situa-se a 20 m de altura,

podendo alcançar 30 m. O segundo estrato é composto por indivíduos que se desenvolvem

em condições de sombreamento. Esse estrato intermediário também é bastante diverso e é

representado, principalmente, por guapurunga (Marlierea tomentosa), capororocão

(Myrsine umbellata), catiguá-morcego (Guarea macrophylla), queima-casa (Bathysa

meridionalis), vacum (Allophylus guaraniticus) e palmito (Euterpe edulis). Seqüencialmente a

esse estrato, existe ainda um patamar inferior, constituído por uma infinidade de ervas e

arbustos, dentre os quais destacam-se: trato-de-anta (Psychotria nuda), pau-de-junta (Piper

sp), caetê (Heliconia sp) e xaxim (Dicksonia sellowiana) (Roderjan e Kuniyoshi, 1988; IBGE,

1991; Roderjan et al., 2002).

2.6.1.3 Sistema Secundário

É caracterizado por três estágios de ocupação, a capoeirinha, capoeira, capoeirão de

origem secundária. "O estágio inicial caracterizado por espécies herbáceas e arbustivas

pioneiras, constitui a capoeirinha." (RODERJAN; KUNIYOSHI, op.cit.). É neste estágio que se

encontram espécies herbáceas da família Asteraceae de utilização medicinal como cabijú

(Ageratum conyzoides), carqueja (Baccharis trimera), assa-peixe (Vernonia beyrichii) entre

outras. O aporte de espécies arbóreas geralmente heliófilas com crescimento rápido,

compondo formações homogêneas, constitui a capoeira. Destacam-se nesta formação;

jacatirão (Tibouchina spp.), embaúba (Cecropia spp.) entre outras. "Criando ambiente

favorável à instalação de outras espécies arbóreas, a vegetação da capoeira tende a ser

substituída por aquelas, constituindo uma formação mais heterogênea de transição

denominada de capoeirão" (RODERJAN; KUNIYOSHI, op.cit). Sem uma composição arbórea

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com estratificação definida, as espécies podem atingir de 10 a 15 metros de altura.

Destacam-se espécies muito utilizadas pelas populações tradicionais como o guapuruvu

(Schizolobium parahyba), tapiá (Alchornea spp.), palmiteiro (Euterpe edulis), jacataúva

(Citharexyllum myrianthum) entre outras (LIMA, 1996).

2.6.2 Vegetação na área do porto

No local onde se encontra o Porto de Antonina, naturalmente ocorre uma vegetação

Pioneira, característica desta área de transição entre o oceano e o continente (Figura 98).

Figura 98 – Área do Porto de Antonina

Analisando-se o mapa de Uso do Solo da Área de Estudo do Porto de Antonina, em

anexo, observa-se que a maior área com cobertura vegetal corresponde a 21,36 ha que está

em fase inicial de sucessão, vegetação em fase intermediária somam-se apenas 5,85 ha. A

segunda maior tipologia encontrada são as formações Pioneiras com Influência Fluvio-

marinha – arbórea (10,63 ha) e herbácea arbustiva (0,29 ha). Outra formação relevante

devido ao seu porte arbóreo é a formação Floresta Ombrófila Densa Submontana que ocupa

2,08 ha da área de estudo.

Na área de estudo do porto, nota-se que as classes vegetacionais mais degradadas

situam-se na planície litorânea nos locais cujos solos associados são aptos à exploração

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agropecuária e/ou expansão urbana. A degradação e a supressão da cobertura florestal

acelera o processo de erosão (GUERRA & MENDONÇA, 2004) causando prejuízos ao meio

ambiente e à sociedade, tanto no local (onsite) onde os processos ocorrem como em áreas

mais afastadas (offsite). Como exemplo, tem-se o assoreamento de rios e ambientes

estuarinos, neste caso da baía de Paranaguá.

Na Baía de Antonina a formação que mais sofre com este panorama de degradação é

a Floresta Ombrófila Densa Submontana, onde ocorre extração de recursos florestais e

também a pressão da expansão da atividade agropecuária e da malha urbana.

Historicamente, os trechos de planície da Floresta Atlântica foram os mais utilizados

pelo homem (BUDOWSKI, 1966), tendo em vista as condições mais adequadas para a

implantação de sistemas produtivos encontradas nos solos derivados de sedimentos aluviais.

Essa ocupação resultou na degradação da floresta de forma mais intensa (BRITEZ et al.,

2006), situação comprovada pela menor extensão de áreas bem conservadas nesses trechos

da Floresta Atlântica.

2.6.3 Unidades de Conservação

As unidades de conservação foram instituídas pela lei 9.985, de 18 de julho de 2000,

que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, estabelecendo

critérios e normas para criação, implantação e gestão das unidades de conservação. Essa lei

define como Unidades de Conservação - UC o espaço territorial e seus recursos ambientais,

incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente

instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime

especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com

características específicas:

I - Unidades de proteção integral, onde o objetivo básico é preservar a natureza, sendo

admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos

em lei. É composto pelas seguintes categorias: estação ecológica, reserva biológica, parque

nacional, parque estadual, monumento natural e refúgio de vida silvestre.

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II - Unidades de uso sustentável, ou seja, onde se pode compatibilizar a conservação da

natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. É composto pelas

seguintes categorias: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico,

Floresta Nacional, Floresta Estadual, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de

Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN.

O artigo 28° define que são proibidas, nas unidades de conservação, quaisquer

alterações, atividades ou modalidades de utilização em desacordo com os seus objetivos, o

seu plano de manejo e seus regulamentos. No entanto, a resolução do CONAMA nº 369 de

28 de março de 2006, dispõe sobre os casos excepcionais de utilidade pública, interesse

social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de

vegetação em Área de Preservação Permanente - APP. A Tabela 16 apresenta as Unidades de

Conservação Federais, Estaduais e Municipais na Área de Influência do PDZPO.

Tabela 16 - Unidades de Conservação Federais, Estaduais e Municipais na Área de Influência do PDZPO

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS NA

ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PDZPO

Nº NOME ATO DE CRIAÇÃO ÁREA (ha) MUNICÍPIO

1 APA Federal de Guaraqueçaba

Dec 90.883 de 31/01/1985

291498,00 Guaraqueçaba

2 Área de Relevante Interesse Ecológico de Pinheiro e Pinheirinho

Dec 91.888 de 11/05/1985

109,00 Guaraqueçaba

3 Parque Nacional do Superagui

Dec 97.688 de 25/04/1989

34254,00 Guaraqueçaba

4

Parque Nacional Saint-Hilaire Langue

Lei 10.227 de 23/05/2001

24500,00 Guaratuba, Paranaguá e

Matinhos

5 RPPN Reserva Natural Salto Morato

Portaria 132/94 819,18 Guaraqueçaba

6 RPPN Reserva Ecológica de Sebui

Portaria 99/99N 400,78 Guaraqueçaba

7 RPPN Sítio do Bananal Portaria 49/02 28,84 Morretes

8 RPPN Perna do Pirata Portaria 53/10 18,55 Morretes

9 RPPN Reserva da Pousada da Graciosa

Portaria 89/11 17,33 Morretes

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS NA

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141

ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PDZPO

Nº NOME ATO DE CRIAÇÃO ÁREA (ha) MUNICÍPIO

10

AEIT do Marumbi Lei 7919 de 22/10/84 66732,99 Antonina, Morretes, São

José dos Pinhais, Piraquara, Quatro Barras e Campina

Grande do Sul

11 APA de Guaraqueçaba Dec 1228 de 27/03/1992

191595,50 Guaraqueçaba

12 APA Estadual de Guaratuba

Dec 1234 de 27/03/1992

199596,51 Guaratuba, São José dos Pinhais,

Tijucas do Sul, Morretes e Matinhos

13 Estação Ecológica do Guaraguaçu

Dec 1230 de 27/03/1992

1150,00 Paranaguá

14 Estação Ecológica da Ilha do Mel

Dec 5454 de 21/09/1982

2240,69 Paranaguá

15 Parque Estadual da Ilha do Mel

Dec 5506 de 21/03/2002

337,84 Paranaguá

16 Floresta Estadual do Palmito

Dec 4493 de 17/06/1998

530,00 Paranaguá

17 Parque Estadual da Graciosa

Dec 7302 de 24/09/1990

1189,58 Morretes

18 Parque Estadual do Boguaçu

Dec 4056 de 26/02/1998 e

alterado Lei 13979 de 26/12/2002

6660,64 Guaratuba

19 Parque Estadual do Pau Oco

Dec 4266 de 21/11/1994

905,58 Morretes

20 Parque Estadual Pico do Marumbi

Dec 7300 de 24/09/1990, ampliado

pelo Dec 1531 de 02/10/2007

8745,45 Piraquara, Quatro Barras e Morretes

21 Parque Estadual Pico Paraná

Dec 5769 de 05/06/2002

4333,83 Campina Grande do Sul e Antonina

22 Parque Estadual Roberto Ribas Langue

Dec 4267 de 21/11/1994

2698,69 Antonina e Morretes

23 Parque Estadual do Rio da Onça

Dec 3825 de 05/06/1981 e

categorizado pelo Dec 3741 de 23/01/2012

118,51 Matinhos

24 Parque Estadual da Serra da Baitaca

Dec 5765 de 05/06/2002

3053,21 Piraquara e Quatro Barras

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25 RPPN Reserva Natural Águas Belas

Portaria 184/04 508,2 Antonina

26 RPPN Vô Borges Portaria 161/07 12,50 Morretes

27 RPPN Reserva Natural Rio Cachoeira

Portaria 159/07 4292,88 Antonina

28 RPPN Reserva Natural Serra do Itaqui

Portaria 157/07 3526,87 Guaraqueçaba

29 RPPN Reserva Natural Serra do Itaqui I

Portaria 160/07 392,37 Guaraqueçaba

30 RPPN Reserva Natural Itaqui II

Portaria 59/11 984,93 Guaraqueçaba

31 RPPN Reserva Natural Morro da Mina

Portaria 46/03 1336,19 Antonina

32 RPPN Reserva Natural Santa Maria

Portaria 58/11 400,27 Antonina

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO MUNICIPAL NA

ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PDZPO

Nº NOME ATO DE CRIAÇÃO ÁREA (ha) MUNICÍPIO

33 Parque Natural Municipal do Manguezal do Rio Perequê

Dec. Municipal 706 de 10/09/2001

33,07 Pontal do Paraná

2.6.3.1 Unidades de Conservação Federais

Área de Proteção Ambiental Federal de Guaraqueçaba

A Área de Proteção Ambiental Federal de Guaraqueçaba, criada através do Decreto

Nº 90.833/1985, localiza-se no litoral norte do Estado do Paraná, com uma área de

291.498,00 hectares, abrangendo o Município de Guaraqueçaba e parte dos Municípios de

Antonina, Paranaguá e Campina Grande do Sul.

Seu principal objetivo é de assegurar a proteção de áreas representativas da Floresta

Pluvial Atlântica, assim como das espécies ameaçadas de extinção, dos sítios arqueológicos,

do complexo estuarino da baía de Paranaguá e ecossistemas associados e das comunidades

localizadas na região (IPARDES, 1995).

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Área de Relevante Interesse Ecológico de Pinheiro e Pinheirinho

A Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE de Pinheiro e Pinheirinho está

localizada nas ilhas de Pinheiro e Pinheirinho no Canal de Superagüi, ao Sul da baía dos

Pinheiros, Município de Guaraqueçaba. Esta foi criada através do Decreto Nº 91.888/1985,

com uma área total de 109 hectares.

Esta unidade foi atualmente incorporada aos limites do Parque Nacional do

Superagüi. Caracteriza-se por ilhas pequenas, onde encontrase o papagaio chauá ou da cara

–roxa, por esse motivo também, é conhecida como Ilha dos Papagaios. O desembarque nas

ilhas é proibido e a observação é feita a pequena distância.

Parque Nacional do Superagui

O Parque Nacional do Superagui, com área de 34.254 ha, foi criado através do Decreto

Nº 97.688/89 e está localizado no limite dos Estados de São Paulo e Paraná, abrangendo

uma parcela da APA de Guaraqueçaba, com o objetivo de proteger e preservar amostra dos

ecossistemas ali existentes, assegurando a preservação de seus recursos naturais,

proporcionando oportunidades controladas para uso pelo público, educação e pesquisa

científica.

Parque Nacional Saint-Hilaire Langue

O Parque Nacional Saint-Hilaire Lange foi criado pela Lei Federal Nº 10.227 em 23 de

maio de 2001, e está localizado no litoral do estado do Paraná, abrangendo os municípios de

Matinhos, Guaratuba, Morretes e Paranaguá. Ocupa um trecho da Serra do Mar, conhecido

como Serra da Prata e possui uma área de 24.500 ha. O objetivo da unidade é proteger e

conservar ecossistemas de Mata Atlântica existentes na área e assegurar a estabilidade

ambiental dos balneários sob sua influência, bem como a qualidade de vida das populações

litorâneas.

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2.6.3.2 Unidades de Conservação Estaduais

Área de Especial Interesse Turístico do Marumbi

A AEIT do Marumbi foi criada pela Lei 7.919 de 22/10/84 com o objetivo de assegurar

a proteção de parte significativa da Floresta Atlântica do estado do Paraná, disciplinar a

ocupação do solo, proteger os recursos naturais considerando os aspectos referentes aos

bens de valor histórico e arqueológico, à proteção dos recursos naturais renováveis, às

paisagens notáveis e os acidentes geográficos adequados ao repouso e à pratica de

atividades desportivas, recreativas e de lazer. Possui uma área de 66.732,99 ha, Abrange

parte dos municípios de Antonina, Morretes, São José dos Pinhais, Piraquara, Quatro Barras

e Campina Grande do Sul.

Área de Proteção Permanente de Guaraqueçaba

A Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, criada através do Decreto Nº Dec

1228/92, localiza-se no litoral norte do Estado do Paraná, com uma área de 191.595,50 ha,

localizada no município de Guaraqueçaba, com o objetivo de assegurar a proteção de área

representativa da Floresta Atlântica, compatibilizando-a com o uso racional dos recursos

ambientais e ocupação ordenada do solo, de forma a garantir a melhoria da qualidade de

vida das populações autóctones.

Área de Proteção Ambiental de Guaratuba

A Área de Proteção Ambiental de Guaratuba, criada através do Decreto Nº 1.234/92,

abrange parte dos Municípios de Guaratuba, Matinhos, Tijucas do Sul, São José dos Pinhais e

Morretes, numa extensão de 199.596,5131 hectares, com objetivo de compatibilizar o uso

racional dos recursos ambientais da região e a ocupação ordenada do solo, proteger a rede

hídrica, os remanescentes de Floresta Atlântica e de manguezais, os sítios arqueológicos e a

diversidade faunística, bem como disciplinar o uso turístico e garantir a qualidade de vida

das comunidades caiçaras e da população local.

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Estação Ecológica do Guaraguaçu

A Estação Ecológica do Guaraguaçu, criada através do Decreto Nº 1.230/92, situada

em terras de dominialidade pública estadual, no Município de Paranaguá, com área total de

1.150 ha, com a finalidade de proteção máxima para a área, permitindo a recuperação dos

ecossistemas originais, bem como de evolução natural das espécies da flora e da fauna que

ocorrem na região.

Estação Ecológica da Ilha do Mel

A Ilha do Mel, pertencente ao Município de Paranaguá, e foi tombada em 16 de maio

de 1975 por ato da Coordenadoria do Patrimônio Cultural da Secretaria de Estado da

Cultura. A partir do Decreto Estadual Nº 5.454 de 1982 deu-se a criação da Estação Ecológica

da Ilha do Mel, que se localiza na parte norte da ilha, com um perímetro aproximado de

22 km e com a área de 2.240,69 hectares, com a finalidade de proteger e preservar os

ecossistemas das restingas e dos morros.

Parque Estadual da Ilha do Mel

O Parque Estadual da Ilha do Mel, com área de 337,84 ha, localizado no Município de

Paranaguá/PR, criado através do Decreto Nº 5.506/02, tem como objetivo a preservação e

conservação dos ambientes naturais de praia, dos Costões Rochosos, das áreas de influência

marinha, dos marismas, de importantes remanescentes da Floresta Ombrófila Densa

Submontana e de Terras Baixas associadas à Floresta de Restinga, dos sítios arqueológicos,

em especial os sambaquis, e a rica fauna, proporcionando a proteção integral da diversidade

biológica.

Floresta Estadual do Palmito

A Floresta Estadual do Palmito localiza-se na planície litorânea do Estado do Paraná,

no município de Paranaguá e Comarca de Paranaguá, foi criada através do Decreto Estadual

Nº 4.493 em 1998. Essa unidade apresenta cerca de 530 hectares de vegetação florestal,

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incluindo ecossistemas costeiros como restingas e manguezais, apresenta uma flora

riquíssima, com inúmeras espécies arbóreas, lianas, epífitas e outras.

Com relação à fauna, na Floresta Estadual do Palmito são encontradas espécies como

o gato-do-mato pequeno, a suçuarana, a jaguatirica, o coati, o veado, o tatu, o mão pelada, a

araponga, a gralha-azul, a capivara, além de outros (SCHWARZBACH, 2007).

Parque Estadual da Graciosa

O Parque Estadual da Graciosa, criado através do Decreto Nº 7.302/90, busca

proteger a biodiversidade regional, preservando as espécies de fauna e flora, bem como a

Mata Atlântica, as serras e os mananciais de águas. O Parque está situado no Município e

Comarca de Morretes, Estado do Paraná, com a área de 1.189,58 ha. Compete ao Instituto

de Terras, Cartografia e Florestas do Estado do Paraná - ITCF, a administração do Parque,

incumbindo-lhe promover a preservação do regime hídrico, da flora e da fauna, praticando

todos os atos fiscalizatórios.

Parque Estadual do Boguaçu

O Parque Estadual do Boguaçu, localizado no Município de Guaratuba, foi criado

através do Decreto Estadual Nº 4.056/98, com área de 6.052 ha, tendo seus limites

redefinidos a partir da Lei Estadual Nº 13.979 de dezembro de 2002, passando a ter uma

área de 6.660,64 hectares. O objetivo do Parque é assegurar a preservação de ecossistemas

típicos dos manguezais e restingas, patrimônio arqueológico e pré-histórico, em especial o

Sambaquis.

Parque Estadual do Pau Oco

O Parque Estadual do Pau Oco, situado no Município de Morretes, foi criado através

do Decreto Estadual Nº 4.266/94, com uma área de 905,58 ha. O Parque tem como objetivo

proteger os remanescentes da Floresta Atlântica, cachoeiras como o Salto da Fortuna com

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50 metros de queda, que forma em sua base uma grande piscina natural, o Caminho Colonial

do Arraial, antiga ligação entre o Litoral e Curitiba (aberto entre os anos de 1586 e 1590).

Parque Estadual Pico do Marumbi

O Parque Estadual Pico do Marumbi, tem sua área nos Municípios de Morretes,

Piraquara e Quatro Barras. Criado através do Decreto Nº 7.300/90, o parque possuía

originalmente uma área de 2.342,41 ha, posteriormente a área foi ampliada para 8.745,45

ha, através do Decreto Estadual Nº 1.531/07. A unidade busca preservar os aspectos

significativos da floresta Atlântica, abrigando em seu território o Conjunto Marumbi, tendo

como ponto culminante o Olimpo (1.539 metros de altitude), que foi considerado por muito

tempo o ponto culminante do estado do Paraná.

Parque Estadual Pico Paraná

O Parque Estadual Pico Paraná foi criado através do Decreto Nº 5769/02, com área

total de 4.333,83 ha, localizado nos municípios de Campina Grande do Sul e Antonina,

constituído de duas áreas de terras devolutas, sendo uma área de 2.080,51 ha e outra de

2.253,32 ha. O Parque tem como objetivo básico conservar uma amostra do bioma Floresta

Ombrólifa Densa, incluídas as formações Florestas Ombrófila Densa Montana, Floresta

Ombrófila Densa Alto-Montana, a fauna, solo e águas interiores, e promover atividades que

não provoquem nenhuma alteração no ecossistema e dar sustentabilidade à preservação.

Parque Estadual Roberto Ribas Langue

O Parque Estadual Roberto Ribas Lange foi criado através do Decreto Estadual Nº

4.267/94, com área total de 2.698,69 ha, em imóveis de domínio público, situados nos

Municípios de Antonina e Morretes, pertence à Área Especial de Interesse Turístico do

Marumbi.

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Parque Estadual do Rio da Onça

O Parque Estadual do Rio da Onça, situado no Município de Matinhos, Estado do

Paraná, foi criado através do Decreto Estadual Nº 3.825/81, e abrange uma área de 118,51

ha.

O parque situa-se na região central do município de Matinhos e apresenta vegetação

do ecossistema Floresta Ombrófila Densa, áreas com reflorestamento existentes anteriores à

criação do parque e áreas que abrigavam o depósito de lixo do município. A vegetação

nessas áreas está em estágio médio ou avançado de regeneração e o Rio da Onça empresta

à paisagem um forte poder de atração, além de constituir-se em corredor biológico

(PREFEITURA MUNICIPAL DE MATINHOS, 2010).

Parque Estadual da Serra da Baitaca

O Parque Estadual da Serra da Baitaca foi criado através do Decreto Nº 5765/02,

localizado nos municípios de Quatro Barras e Piraquara, com área total de 3053,21 ha. O

Parque tem como objetivos básicos conservar uma amostra do bioma Floresta Ombrófila

Densa, incluídas as formações Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa

Alto-Montana, a fauna, solo e águas interiores, e promover atividades que não provoquem

nenhuma alteração no ecossistema e dar sustentabilidade à preservação.

2.6.3.3 Unidades de Conservação Municipais

Parque Natural Municipal do Manguezal do Rio Perequê

O Parque Natural Municipal do Manguezal do Rio Perequê, criado pelo Decreto

Municipal Nº 706/01, abrange 33,07 ha no município de Pontal do Paraná, e tem como

objetivo proteger o manguezal, local onde ocorre procriação inúmeras espécies de peixes e

crustáceos.

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2.6.3.4 Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN’s

É uma unidade de conservação criada em área privada, gravada em caráter de

perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. A criação de uma RPPN é

um ato voluntário do proprietário, que decide constituir sua propriedade, ou parte dela, em

uma RPPN, sem que isto ocasione perda do direito de propriedade. As RPPN’s contribuem

para uma rápida ampliação das áreas protegidas no país, pois representam índices

altamente positivos na relação custo/benefício, são facilmente criadas, possibilitam a

participação da iniciativa privada no esforço nacional de conservação e contribuem para a

proteção da biodiversidade dos biomas brasileiros (Adaptado ICMBio). As RPPNs existentes

na planície litorânea estão listadas abaixo:

RPPN Reserva Natural Salto Morato - Federal

RPPN Reserva Ecológica de Sebuí – Federal

RPPN Sítio do Bananal – Federal

RPPN Perna do Pirata – Federal

RPPN Reserva da Pousada da Graciosa - Federal

RPPN Reserva Natural Águas Belas - Estadual

RPPN Vô Borges - Estadual

RPPN Reserva Natural Rio Cachoeira - Estadual

RPPN Reserva Natural Serra do Itaqui - Estadual

RPPN Reserva Natural Serra do Itaqui I - Estadual

RPPN Reserva Natural Itaqui II - Estadual

RPPN Reserva Natural Morro da Mina - Estadual

RPPN Reserva Natural Santa Maria - Estadual

2.7 Fauna da planície litorânea do Estado do Paraná

A Floresta Atlântica é um dos biomas mais ricos e diversos do Brasil e do mundo e

tem sua distribuição geográfica no Brasil, Paraguai e Argentina. No território brasileiro

domina desde o estado do Rio Grande do Norte ao estado do Rio Grande do Sul.

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Infelizmente, é também um dos biomas mais ameaçados do planeta, devido às constantes

destruições de seus habitats nas suas variadas formações florestais e ecossistemas

associados, restando menos de 7% da sua cobertura original, estando entre os 5 Hotspots de

biodiversidade da Terra – áreas de rica biodiversidade e altos níveis de endemismo e imensa

pressão antrópica (GALINDO-LEAL & CÂMARA, 2005; CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL DO

BRASIL, 2003). Um Hotspot é definido como uma área com uma concentração excepcional

de espécies endêmicas e que tenha sofrido uma excepcional perda de habitat (MYERS, 1988,

1990).

O Bioma Mata Atlântica é composto por um conjunto de formações florestais e

ecossistemas associados que inclui a Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista,

também denominada de Mata de Araucárias, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional

Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de

restingas, os campos de altitude, os brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste. O

conjunto de fitofisionomias que forma a Mata Atlântica propiciou uma significativa

diversificação ambiental, criando as condições adequadas para a evolução de uma

comunidade rica em espécies animais e vegetais. É por este motivo que a Mata Atlântica é

considerada atualmente como um dos Biomas com valores mais altos de diversidade

biológica do planeta (MMA, 2007).

A fauna paranaense apresenta uma diversidade de espécies que reflete os diferentes

biomas e ecossistemas presentes no Estado, incluindo aproximadamente 10.000 espécies de

borboletas e mariposas, 450 de abelhas, 950 de peixes, 120 de anfíbios, 160 de répteis, 744

de aves (SCHERER-NETO, et.al., 2011) e 180 de mamíferos. Entretanto, uma parcela

significativa dessa diversidade se encontra sob algum grau de pressão, em função da

destruição e redução dos ecossistemas, da caça e pesca predatória, do comércio ilegal de

indivíduos, da poluição dos ecossistemas terrestres e aquáticos, da introdução de espécies

exóticas, do uso indiscriminado de defensivos agrícolas, entre outros fatores, que colocam

em risco a riqueza faunística (MIKICH & BÉRNILS, 2004).

O Porto de Antonina está inserido no bioma Floresta Atlântica, onde a vegetação

caracteriza-se como sendo Floresta Ombrófila Densa, com formações florestais da planície

litorânea (manguezais, restingas, marismas, várzeas, brejos), e toda a fauna habitante deste

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bioma estão em constante adaptação aos seus diferentes tipos de ambientes e ecossistemas

associados.

Para a caracterização da fauna da área de influência direta e indireta do Porto de

Antonina foram utilizados dados secundários, com base em periódicos, revistas e anais de

congressos, livros, relatórios técnicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado sobre

o assunto na planície litorânea, com ênfase maior na baía de Antonina.

2.7.1 Bentos

Os organismos do grupo dos bentos compreendem os indivíduos associados aos

fundos marinhos, que podem viver dentro ou sobre os substratos durante todo o seu ciclo

de vida ou parte dele. Ocupam os substratos lodosos, arenosos, as rochas submersas e a

faixa muito baixa, formada em parte, por substratos biológicos como as raízes da vegetação

de manguezal (SEMA, 2006). Desenvolvem um papel chave nos ciclos biogeoquímicos

através da oxidação da matéria orgânica dos sedimentos (RAFFAELLI et al., 2003), e são

considerados como bioestabilizadores dos substratos não-consolidados (PEREIRA & SOARES-

GOMES, 2002). Estes organismos constituem a mais importante ligação entre os produtores

primários com os produtores secundários ou terciários.

Segundo VICENTE (2008) os invertebrados bêntonicos são tradicionalmente divididos

em pelo menos dois componentes, o meiobentos e o macrobentos, porém para DAY et

al.1989 apud TCP, 2008, divide este grupo em megabentos (moluscos, crustáceos,

equinodermos, etc); macrobentos (poliquetas, moluscos, crustáceos, etc); meiobentos

(poliquetas, nematódios, tardígrados, etc); e microbentos (bactérias e protistas ciliados).

O complexo Estuarino de Paranaguá, composto pelas baias de Paranaguá e Pinheiros,

no que diz respeito à fauna bentica, é possivelmente uma das áreas mais estudadas da costa

brasileira. Segundo TCP (2008) os estudos dos bentos nesta área iniciaram com LANA (1986),

desde então diversos trabalhos em periódicos, dissertações de mestrados e teses de

doutorados, são desenvolvidos todos os anos.

Devido as suas características sésseis ou semi-séssies os organismos bênticos tem

sido utilizados como indicadores das perturbações ambientais. Segundo LANA (1995) estes

organismos são amplamente utilizados como bioindicadores, pois apresentam respostas

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152

variadas ao estresse ambiental, desde espécies tolerantes a diversos contaminantes, até

mesmo espécies altamente sensíveis a estas perturbações.

O domínio bentônico estuarino pode ser subdividido em zona entre-marés, a região

compreendida entre as preamares e baixa-mares de maior amplitude, e a zona sublitoral,

região que se encontra constantemente sob a coluna d´água (TCP, 2008).

O complexo estuarino de Paranaguá pode ser dividido em três setores principais de

acordo com diversas características ambientais que os distintos habitats apresentam (LANA,

1986; NETTO & LANA, 1997; LANA et al., 2001; TCP, 2008), entretanto levando-se em conta

principalmente os gradientes de salinidade e energia, chega-se a seguintes subdivisão:

euhalino – setor mais externo e de alta energia, localizado na desembocadura

da baía, compreende águas com salinidade próxima de 30, sedimento bem

selecionado, areia fina e baixo teor de matéria orgânica;

polihalino – setor mediano, possui baixa energia e salinidades intermediárias,

sedimentos pobremente selecionados, com predominância de areia muito

fina e teor de matéria orgânica variado;

mesohalino – região mais interna da baía, com salinidades entre zero e 15,

sedimentos tipicamente fluidos, com predominância de silte médio e alto teor

de matéria orgânica e água.

Em virtude da gama de microambientes criada por estes gradientes ao longo da baia

de Paranaguá, a distribuição dos organismos de fundo não é homogênea, e sim em forma de

um mosaico.

A diversidade e abundância da macrofauna bêntica sublitoral estuarina são, em geral,

menores na região mesohalina da Baía de Paranaguá. Os grupos da fauna numericamente

importantes nas zonas de entre marés são os moluscos bivalves e os poliquetas. No

sublitoral, os ofiuroides e os poliquetas são comuns em fundos com sedimentos

heterogêneos dos canais entre as ilhas rasas da baía e o continente (SEMA, 2006).

O setor polihalino da Baía de Paranaguá· apresenta diferenças significativas em

relação ao macrobentos de bancos vegetados e não vegetados. O berbigão Anomalocardia

brasiliana e o poliqueta Glycera americana, são as espécies mais abundantes nos bancos não

vegetados (FUNPAR, 1997 apud SEMA 2006). Nos bancos vegetados, há um aumento de

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organismos característicos das marismas, como o poliqueta Nereis oligohalina, associado

biomassa subterrânea viva de Spartina alterniflora.

Em termos gerais, a fauna bêntica sublitoral do estuário apresenta alta resiliência,

sendo capaz de retornar rapidamente a níveis populacionais originais após distúrbios (SEMA,

2006). O grupo dos bentos do Complexo Estuarino de Paranaguá apresenta diversas

estratégias adaptativas e variabilidade temporal, que vão desde associações de equilíbrio,

com populações relativamente estáveis ao longo do espaço e do tempo, até associações

oportunistas, com marcadas variações espaço-temporais.

As planícies de maré adjacentes ao Porto de Paranaguá apresentam uma típica

associação faunística dos ambientes polihalinos e euhalinos da Baía como um todo. Segundo

Ecowood, 2002 apud ENGEMIN 2004, os animais mais representativos e abundantes destas

áreas, e também de importância comercial, são os bivalves Anomalocardia brasiliana,

Tagelus divisus e Macoma constricta, seguidos por poliquetas das famílias Opheliidae e

Spionidae, além de juvenis do gastrópode Bulla striata.

No estudo de impacto ambiental realizado por TCP, 2008, é possível identificar uma

fauna bêntica diversificada para aos fundos sublitorais dos setores Meso e Polihalino,

totalizando sessenta e quatro espécies macrobênticas ou demersais. Com relação à riqueza

específica, os grupos predominantes foram os poliquetas com 34 espécies, bivalves com 7

espécies e gastrópodes com 5 espécies. No entanto, do total de 129.746 indivíduos

amostrados, 99% pertenceram à espécie Heleobia australis. Co-dominantes, porém em

densidades muito inferiores à H. australis foram o decápode Ogyrides alphaeorostris, os

poliquetas Glycera americana, Timarete sp, Scoloplos ohlini, Sthenelais limicola e Nephtys

fluviatilis, além de Chaetognata demersais.

Alguns estudos indicam que o gastrópode Heleobia australis, em função de sua

estratégia de vida oportunista, que os permite recolonizar rapidamente áreas perturbadas

por eventos naturais ou antrópicos, podem ser apontada como espécie indicadora de áreas

degradadas (HOSTIN et al. 2007; LANA et al. 1999 APUD TCP, 2008).

2.7.2 Ictiofauna

O litoral do Estado do Paraná possui 98 km de costa e uma plataforma continental

com a largura variando de 175 a 190 km, estendendo-se desde seu limite norte na foz do rio

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Varadouro-Vila Ararapira (25º 12’ 44” S e 48º 01’ 15”W) até seu limite sul na foz do rio Saí-

Guaçu (25º 58’ 38” S e 48º 35’ 26” W) (BIGARELLA, 1978).

A baía de Paranaguá, ao norte, e a de Guaratuba, ao sul, originadas por ingressão

marinha, dividem naturalmente o litoral do estado em três setores: baía de Paranaguá ao

norte, limitado ao leste pela praia de Superagui, ou praia Deserta; região de transição entre

as duas baías, representado pela planície da praia de Leste; e ao sul encontram-se a baía de

Guaratuba, constituindo a planície da praia do Saí (BIGARELLA, 1978).

Em todo o litoral paranaense o clima é classificado como Cfa (subtropical úmido)

(BIGARELLA, 1978), este tipo de ambiente apresenta verão quente e sem estação seca

definida. A temperatura média do mês mais frio encontra-se abaixo de 18ºc, porem sempre

superiores a -3°C e no mês mais quente é superior a 22ºc (BIGARELLA, 1978). A umidade

relativa do ar média anual é de 84,5% (BIGARELLA, 1978). As precipitações ocorrem em

qualquer época do ano, chegando a atingir 163 dias chuvosos (BIGARELLA, 1978), sendo o

período mais chuvoso, o do verão e o mais seco, o do inverno. A precipitação média anual é

estimada em 1998 mm (dados fornecidos pelo Laboratório de Física Marinha do Centro de

Estudos do Mar - UFPR).

As duas maiores bacias hidrográficas que compõem o litoral paranaense são divididas

em duas; a de Paranaguá, com 3.882 km² de extensão, e a de Guaratuba, com 1886 km². A

Baía de Paranaguá é o maior complexo estuarino da costa sul do Brasil, (BIGARELLA, 1978),

sendo considerado o mais importante estuário da região devido ao seu tamanho e vazão

d´água (KNOPPERS et al.,1987).

A região da baia de Paranaguá pode ser bem definida como compreendendo dois

corpos de água, as Baías de Paranaguá e de Antonina no eixo leste-oeste e as Baías de

Laranjeiras e de Pinheiros no eixo norte-sul. Este grande sistema conecta-se ao oceano

aberto através de três canais, com o principal deles ao redor da Ilha do Mel (ANGULO, 1992).

Este estuário apresenta uma superfície líquida de 612 km2 (LANA et al., 2000).

NETTO & LANA (1997) definiram três setores de salinidade no sentido leste-oeste da

baía: o setor eurialino apresenta a salinidade média superior a 30, compreende a região de

maior salinidade no interior da baía, que se encontra desde as barras de acesso na Ilha do

Mel até a Ilha da Cotinga; no setor polihalino encontram-se a salinidade variando entre 18 e

30, este ambiente compreende a região desde a ilha da Cotinga até a Ilha das pedras; e por

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ultimo o setor mesoalino que apresenta a salinidade variando entre 5 e 18 e compreende a

região de Antonina.

Os estuários são classificados como corpos d´água costeiros e semi-fechados com

comunicação para o mar (DAY et al,1989; KENNISH, 1990) e caracterizam-se pela intensa

variação de suas propriedades físicas, químicas e biológicas (LOWE-MACCONNEL, 1987;

KENNISH 1990). Estes ambientes são áreas de transição entre rios e oceano, e de um modo

geral, estas áreas de transição podem ser classificadas em duas categorias principais:

ecótone e ecocline (ATTRULL & RUNDELE, 2002). Segundo estes autores, os estuários podem

ser definidos como ecocline, pois possuem comunidades heterogêneas que apresentam

mudanças graduais em resposta ao gradiente ambiental. No ecótone ocorre uma mudança

relativamente rápida, produzindo uma estreita faixa de transição, e com uma comunidade

mais homogênea.

Por apresentar uma grande oscilação das variáveis ambientais, os estuários são

ambientes únicos para muitas espécies de peixes, devido à excepcional produtividade

(CARMOUZE, 1994). A alta produtividade dos estuários deve-se não só a produção primaria

planctônica e fitoplanctônica, mais também à entrada de material alóctone pelo fluxo dos

rios. Nos estuários onde os ciclos sazonais seguem o padrão de chuvas, a produção primaria

é mais alta durante as estações seca, devido à maior transparência da água, já a entrada de

material alóctone aumenta durante o período de chuva (CAURMOUZE, 1994; LOWE-

McCONNELL, 1999), isto proporciona uma grande quantidade de suprimento de alimento

(KENNISH, 1990). A presença de ambientes complexos, como mangues e marismas, também

favorece a presença de várias espécies.

Os peixes são o principal grupo nectônico, devido à sua predominância numérica e

grande mobilidade (KENNISH, 1990). Segundo o mesmo autor, os peixes estuarinos podem

ser divididos, de acordo com o ciclo de vida, em: 1) espécies dulcícolas que eventualmente

invadem a água salobra, 2) espécies verdadeiramente estuarinas, 3) migrantes (anádromos

ou catádromos), 4) visitantes ocasionais e 5) estuarino dependentes. Estes últimos

correspondem ao grupo de peixes que se reproduzem no mar, cujas larvas e juvenis migram

para o estuário em busca de alimento e refúgio.

Em várias regiões os trabalhos têm analisado a estrutura da comunidade de peixes

demersais do talude e plataforma continental, por sua importância econômica na atividade

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pesqueira (KIHARA & ITSU, 1989; CLAY, 1991; MACPHERSON & DUARTE, 1991; BIANCHI,

1992; GORDON & BERGSTAD, 1992; FUGITA et al., 1993; FARIÑA et al., 1997; BERGSTAD

et al., 1999; KALLIANOTIS et al., 2000). Na plataforma continental do sudeste-sul do Brasil

os estudos sobre a ictiofauna demersal objetivaram principalmente identificar os padrões de

distribuição e abundância e as possíveis influências dos parâmetros ambientais sobre a

estrutura dessas comunidades de peixes (BENVEGNU-LÉ, 1978; NONATO et al., 1983;

FAGUNDES NETTO & GAELZER, 1991; ROSSI-WONGTSCHOWSKI & PAES, 1993; NATALI NETO,

1994; HAIMOVICI et al., 1994; FACCHINI, 1995; PAES,1996; HAIMOVICI et al., 1996; ROCHA

& ROSSI-WONGTSCHOWSKI, 1998; MUTO et al., 2000).

Segundo as literaturas específicas, no litoral do Estado do Paraná são registradas a

ocorrência de 92 famílias, 191 gêneros e 313 espécies, dos quais 80 famílias, 179 gêneros e

289 espécies correspondem exclusivamente aos peixes ósseos (COUUTO & CORRÊA, 1992;

CASTELLO et al., 1994; CHAVES & CORRÊA, 1997). Já no complexo estuário da Baía de

Antonina e áreas adjacentes, encontram-se referidas 71 famílias e 207 espécies de peixes

cartilaginosos (cações e arraias) e peixes ósseos (Tabela 17) (ENGEMIN, 2004; NAKAYAMA,

2004).

Os rios com influência estuarina localizados nas regiões tropicais e subtropicais que

recebem um grande volume de água doce e são constantemente influenciada pela maré,

cuja água salina é projetada rio acima e que se desloca abaixo das camadas de água doce,

facilitando a migração de espécies marinhas para a água doce, onde alguns peixes de água

doce que apresentam uma maior tolerância a água salgada também estão presentes (LOWE-

McCONNEL, 1999). A Tabela 17 apresenta a lista de espécies encontradas na baía de

Antonina.

Tabela 17 - Lista de espécies lista de espécies encontradas na baía de Antonina (ENGEMIN, 2004; NAKAYAMA, 2004; SOUZA, 2007), classificadas em família, gênero/espécie, nome vulgar e o perigo de extinção, sendo o ultimo item classificado como VU (vulnerável) e DD (dados insuficientes) (MIKICH & BÉRNILS, 2004).

FAMILIA ESPECIE Nome vulgar Perigo de extinção

ACHIRIDAE

Achirus declivis Linguado

Achirus lineatus Linguado

Trinectes microphthalmus Linguado

Trinectes paulistanus Linguado

ALBULIDAE Albula vulpes Parati mico

ARllDAE Bagre bagre Bagre

Cathorops spixii Bagre amarelo

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Genidens genidens Bagre pararê

Genidens barbus Bagre

Aspistor luniscutis Bagre cangatá

ATHERINOPSIDAE

Austroatherina incisa Peixe rei

Odontesthes bonariensis Peixe rei

Atherinella brasilienis Peixe rei

AUCHEBIPTERIDAE Glanidium sp. Bocudo

BATRACHOIDIDAE Porichthys porosissimus Mangangá liso

BELONIDAE Strongylura marina Agulha

Strongylura timucu Agulha

CALLICHTHYIDAE Callichthys callichthys Tambuatá

Scleromystax barbatus Limpa fundo

CARANGIDAE

Carangoides crysos Xaréu

Carangoides bartholomaei Xaréu

Caranx latus Xerelete

Caranx hippos Xeréu

Caranx ruber Xeréu

Chloroscombrus chrysurus Palombeta

Oligoplites palometa Salteira

Oligoplites saliens Salteira

Oligoplites saurus Salteira

Selene vomer Galo verdadeiro

Selene setapinnis Galo de penacho

Seriola lalandi Olhete

Seriola dumerili Olho de boi

Trachinotus carolinus Pampo

Trachinotus falcatus Pampo

Trachinotus goodei Pampo

Trachinotus marginatus Pampo

CARCHARHINIDAE Carcharrhinus limbatus Cação, grelha preta DD

Carcharrhinus porosus Cação, azeieiro DD

CHARACIDAE

Astyanax sp. Lambari

Deuterodon sp. Lambari

Oligosarcus hepsetus Saicanga

CENTROPOMIDAE Centropomus parallelus Robalo peba

Centropomus undecimalis Robalo flecha

CICHLIDAE Crenicichla tingui Joaninha

Geophagus brasiliensis Cara

CLINIDAE Ribeiroclinus eigenmanni

CLUPEIDAE

Harengula clupeola Sardinha cascuda

Platanichthys platana Sardinha

Opisthonema oglinum Sardinha bandeira

Sardinella brasiliensis Sardinha verdeira

CONGRIDAE Conger orbignyanus Congro preto

CURIMATIDAE Cyphocharax santacatarinae Saguairú

CYNOGLOSSIDAE Symphurus tesselatus Língua de mulata

DACTYLOPTERIDAE Dactylopterus volitans Peixe-voador

DASYATIDAE Dasyatis guttata Arraia

DIODONTIDAE Cyclichthys spinosus Baíacu de espinho

ELEOTRIDAE Eleotris pisonis

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Dormitator maculatus

Guavina guavina

ENGRAULIDAE

Anchoa lyolepis Manjuba

Anchoa parva Manjuba

Anchoa spinifera Manjuba

Anchoa tricolor Manjuba

Anchovia clupeoides Manjuba

Anchoviella lepidentostole Manjuba

Cetengraulis edentulus Sardinha xingó

Engraulis anchoita Manjuba

Lycengraulis grossidens Manjubão

EPHIPPIDAE Chaetodipterus faber Parú

ERITHRINIDAE Hoplias malabaricus Traira

EXOCOETIDAE Parexocoetus brachypterus Peixe voador

FISTULARIDAE Fistularia petimba

Fistularia tabacaria

GERREIDAE

Diapterus rhombeus Caratinga-itê

Eugerres brasilianus

Eucinostomus argenteus Escrivão

Eucinostomus gula Escrivão

Eucinostomus melanopterus Escrivão

Ulaema lefroyi Escrivão

GOBIIDAE

Bathygobius soporator Amborê

Ctenogobius boleosoma Amborê

Awaous tajasica

Ctenogobius shufeldti Amborê

Ctenogobius smaragdus Amborê

Gobionellus boleosoma Codundas

Gobionellus oceanicus Codundas

Gobionellus stigmaticus Codundas

Microgobius meeki Amborê

GYMNOTIDAE Gymnotus carapo Tuvira

GYMNURIDAE Gymnura altavela Raia manteiga

HAEMULIDAE

Anisotremus surinamensis Sargo de beiço

Anisotremus virginicus Frade

Conodon nobilis Roncador de listra

Genyatremus luteus Saguá

Orthopristis ruber Corocoróca

Pomadasys corvinaeformis

HEMIRANPHIDAE Hyporhanphus brasiliensis Agulha preta

Hyporhanphus unifasciatus Paranaguaçú

HEPTAPTERIDAE Pimelodella pappenheimi Bagre

Rhamdia quellen Bagre

LOBOTIDAE Lobotes surinamensis Prejereba

LORICARIIDAE

Ancistrus multispinis Cascudo

Hisonotus leucofrenacus Cascudo

Hypostomus sp. Cascudo

Rineloricaria sp. Cascudo

LUTJANIDAE Lutjanus analis Caranho vermelho

MOBULIDAE Manta birostris Jamanta, raia jamanta DD

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Mobula rochebrunei Raia manta DD

Mobula hypostoma Raia diabo, jamanta DD

MONACANTHIDAE Stephanolepis hispidus Peixe porco

MUGILIDAE

Mugil curema Parati guaçu

Mugil gaimardianus Parati pema

Mugil platanus Tainhota

Mugil incilis Tainhota

Mugil liza Tainhota

Mugil curvidens Tainhota

MULLIDAE Mullus argentinae Trilha

Pseudupeneus maculatus Trilha

MURAENESOCIDAE Cynoponticus savanna Moréia

MURAENIDAE Gymnothorax ocellatus Moréia pintada

NARCINIDAE Narcine brasiliensis Raia elétrica

ODONTAPITIDAE Carcharias taurus Tubarão tigre

OGCOCEPHALIDAE Ogcocephalus vespertilio Peixe morcêgo DD

OPHICHITHIDAE

Ophichthus gomesii Muçum

Echiopsis intertinctus Muçum

Myrophis punctatus Muçum

PARALICHTHYIDAE

Citharichthys macrops Linguado

Citharichthys arenaceus Linguado

Citharichthys spilopterus Linguadinho

Etropus crossotus Linguado

Paralichthys patagonicus Linguado

Syacium papillosum Linguado

PHYCIDAE Urophycis brasiliensis Abrótea

PINGUIPEDIDAE Pinguipes brasilianus Michole quati

PLEURONECTIDAE Oncopterus darwini Linguado

POECILIIDAE Phaloceros caudimaculatus Barrigudinho

Poecilia vivipara Barrigudinho

POLYNEMIDAE Archosargus rhomboidalis Canhanha

Polydactylus virginicus Barbudo

POMATOMIDAE Pomotomus saltatrix Anchova

PRISTIDAE Pristis pectinata Peixe serra VU

Pristis perotteti Peixe serra VU

PRISTIGASTERIDAE Chirocentrodon bleekerianus Sardinha dentuça

Pellona harroweri Sardinha mole

RHINOBATIDAE

Rhinobatus percellens Raia viola

Rhinobatus horkelli Raia viola, cação viola VU

Zapteryx brvirostris Raia viola de cara curta

SCIAENIDAE

Bairdiella ronchus Roncador

Ctenosciaena gracilicirrhus Goretê

Cynoscion acoupa Pescada amarela

Cynoscion jamaicensis Calafate

Cynoscion leiarchus Pescada branca

Cynoscion microlepidotus Pescada de dente

Cynoscion sp. Pescada

Cynoscion virecens Pescada cambucú

Isopisthus parvipinnis Pescada malheira

Larimus breviceps Oveva

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Macrodon ancylodon Pescada membeca

Menticrrhus americanus Betara preta

Menticrrhus littoralis Betara branca

Micropogonias furnieri Corvina

Nebris microps Pescada banana

Ophioscion punctatissimus Canguá

Paralonchurus brasiliensis Maria Luisa, camiseta

Pogonias cromis Miraguaia

Stellifer brasiliensis Canguá

Stellifer stellifer Canguá

Stellifer rastrifer Canguá

Umbrina canosai Chora Chora

SCOMBRIDAE

Scomberomorus brasiliensis Sororoca

Scomberomorus cavalla Cavala preta

Acanthocybium colandri Cavala wahoo

SCORPAENIDAE Scorpaena isthimensis Mamangá

SERRANIDAE

Diplectrum formosum Michole

Epinephelus itajara Mero VU

Epnephelus marginatus Garoupa DD

Epinephelus niveatus Cherne, badejo branco DD

Mycteroperca microlepis Badejo DD

Mycteroperca rubra Michole

Acanthistius brasilianus Michole

Diplectrum radiale Michole

Rypticus randalli Peixe sabão

SPARIDAE Archosargus rhomboidalis

Diplodus argenteus Marimbau

SPHYRAENIDAE

Sphyraena guachancho Pescada bicuda, barracuda

Sphyraena barracuda Pescada bicuda, barracuda

Sphyraena tome Pescada bicuda, barracuda

SPHYRNIDAE Sphyrna lewini Tubarão-martelo DD

SQUATINIDAE Squatina guggenheim Caçao anjo VU

Squatina occulta Caçao anjo DD

STROMATEIDAE Peprilus paru Maria redonda

SYNGNATHIDAE

Pseudophallus mindi Peixe cachimbo

Syngnathus dunckeri Peixe cachimbo

Syngnathus folletti Agulha

Syngnathus pelagicus Peixe cachimbo DD

Cosmocampus elucens Agulha

Hippocampus erectus Cavalo marinho DD

Microphis brachyurus lineatus Peixe cachimbo, agulha DD

Hippocampus reidi Cavalo marinho VU

SYNODONTIDAE Synodus foetens Peixe lagarto

TETRAODONTIDAE

Lagocephalus laevigatus Baíacu arara

Sphoeroides greeleyi Baíacu mirim

Sphoeroides sp. Baíacu

Sphoeroides spengleri Baíacu

Sphoeroides testudineus Baíacu pintado

TRICHIURIDAE Trichiurus lepturus Peixe espada

TRIGLIDAE Prionotus nudigula Cabrinha

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Prionotus punctatus Cabrinha

URANOSCOPIDAE Astroscopus sexspinosus Miracéu, mata-mão

Astrocopus ygraecum Miracéu, mata-mão

Os habitats estuarinos, e a assembléia de peixes associada a eles, são potencialmente

impactados por muitas ações antropogênicas que podem ter uma influência direta nos

recursos alimentares, distribuição, diversidade, reprodução, abundância, crescimento,

sobrevivência e comportamento tanto das espécies de peixes residentes quanto das

migratórias (MC DOWALL, 1988). A relação direta e indireta entre as comunidades

ictiofaunísticas e os impactos humanos nos estuários reforçam a escolha deste grupo

taxonômico como um indicador biológico que pode auxiliar na formulação de objetivos de

qualidade ambiental e ecológica, e estabelecer padrões de qualidade ambiental e ecológica

para esses sistemas.

2.7.3 Anfíbios

Para HADDAD et al., (2008), durante a evolução dos seres vivos em nosso planeta,

animais pertencentes à classe dos anfíbios foram os primeiros vertebrados a conquistar os

ambientes terrestres, possivelmente durante o período geológico Devoniano, há cerca de

370 milhões de anos.

Os anfíbios estão distribuídos atualmente dentro de três ordens: Gymnophiona

(cobras-cegas), Caudata (salamandras), e Anura (sapos, pererecas e rãs) (HADDAD et al.,

2008).

Estes animais constituem um grupo de distribuição geográfica mundial, apenas não

ocorrendo nas regiões polares, nos desertos mais áridos e em algumas ilhas oceânicas

isoladas. Estão presentes em quase todos os tipos de hábitats terrestres e de água doce,

sendo sua distribuição fortemente influenciada pela presença e abundância de água, muitas

vezes apenas na forma de chuva. Apesar de depender muito da água para a vida e

reprodução, muitas espécies apresentam adaptações à vida em ambientes com longos

períodos de aridez. No entanto, é nas regiões de matas úmidas neotropicais (América

Central, Floresta Amazônica e Floresta Atlântica) onde ocorre a maior diversidade e

abundância (DUELLMAN, 1999).

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Atualmente o Brasil abriga a maior diversidade de anfíbios. Foram reconhecidas 877

espécies de anfíbios ocorrentes no país, sendo 821 Anuros, 1 Caudata; 27 Gymnophionas

(SBH, 2010), das quais mais de 60% são endêmicas (IUCN, 2008). Segundo MMA (2007), a

Mata Atlântica concentra 340 espécies de anfíbios, o que corresponde a cerca de 65% das

espécies brasileiras conhecidas, entretanto, HADDAD et al., (2008) afirma que neste bioma a

riqueza supera a quantia de 400 espécies de anfíbios anuros e a maior riqueza em espécies

ocorre nos ambientes de floresta úmida. Cerca de 250 espécies de anfíbios são endêmicas

(MMA, 2007), podendo incluir famílias inteiras, como é o caso dos sapos da família

Brachycephalidae.

Muitos anfíbios da Mata Atlântica dependem da integridade da floresta para a sua

sobrevivência. O desmatamento os expõe à luz direta do sol, levando a dessecação de seus

corpos e reduzindo a disponibilidade de abrigos e a oferta de alimentos. Os solos,

desprovidos da proteção propiciada pela floresta, são erodidos pelas chuvas e provocam a

destruição ou degradação de pequenos riachos, lagoas, brejos e mesmo de poças d’água,

habitats onde anfíbios encontram abrigo, alimento e ambiente propício à reprodução

(HADDAD et al., 2008).

Estes autores ainda argumentam sobre a fragmentação das florestas, que é

consequência do aumento dos desmatamentos, que reduz e isola as populações de anfíbios,

diminuindo a variabilidade genética das populações. Teme-se que muitas espécies venham a

se extinguir em um futuro próximo, em consequência da degradação genética (HADDAD et

al., 2008).

Atualmente o Brasil ocupa o quarto lugar em número de espécies de anfíbios

ameaçados, tendo uma porcentagem significativamente mais baixa de espécies ameaçadas

quando comparada a média mundial (IUCN, 2008).

Entretanto, é muito provável que o número de espécies ameaçadas no Brasil esteja

subestimado, uma vez que a principal causa de declínios e extinções de anfíbios é a

destruição de habitats (FONSECA et al., 2008) e o Brasil é atualmente um dos países que

mais destroem ou modificam habitats naturais (LOPES, 2006).

A conservação dos anfíbios anuros da Mata Atlântica, assim como a de outros seres

vivos, depende da manutenção de grandes extensões de ecossistemas íntegros e da

interconexão entre eles, de forma a manter o fluxo gênico necessário à continuidade da

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diversidade genética das comunidades. Assim, a conservação deste importante grupo de

animais requer, não só a criação de um maior número de unidades de proteção –

representativas da diversidade de ambientes e biotas – mas também ações de planejamento

do uso do solo e medidas de manejo das populações (HADDAD et al., 2008).

As informações com relação às publicações científicas deste grupo para o Estado do

Paraná são pontuais e as localizações dos estudos dispersos, de modo que o conhecimento

sobre a anurofauna paranaense carece de maiores informações sobre os aspectos

taxonômicos, sistemáticos e ecológicos das espécies habitantes. Contudo em sua publicação

sobre os anfíbios da Mata Atlântica, HADDAD et al. (2008) citam a ocorrência de 63 espécies

existentes para o Estado do Paraná. Incrementando a informação regional sobre o

conhecimento dos anfíbios, LINGNAU (2004) em uma área da planície litorânea de

Guaratuba registrou 26 espécies, contudo, SEGALLA (2003) levantou para a região de

Guaraqueçaba um total de 30 espécies de anfíbios.

Considerando que a área de influência do porto de Antonina inclui o Complexo

Estuarino Lagunar de Paranaguá, as espécies de anfíbios estimadas são as características do

domínio florestal da Floresta Ombrófila Densa e ecossistemas associados, sendo assim, para

elaboração do estudo optou-se por utilizar como base o estudo realizado por SEGALLA

(2003).

Portanto, seguindo SEGALLA (2003), as espécies de anfíbios anuros com

probabilidade de ocorrência na área do empreendimento, são: Sapo-cururu (Chaunus

icterius); Sapo-cururuzinho (Chaunus crucifer); Sapo-da-mata (Rhinella margaritifer);

Sapinho-da-restinga (Dendrophryniscus leucomystax); Perereca-de-vidro (Hyalinobatrachium

uranoscopum); Perereca-verde (Hypsiboas albomarginatus); Pererequinha (Dendropsophus

berthalutzae); Perereca-de-moldura (Dendropsophus elegans); Sapo-martelo (Hypsiboas

faber); Perereca (Hypsiboas semilineatus); Pererequinha-de-brejo (Dendropsophus werneri e

Dendropsophus minutus); Perereca-das-folhagens (Phyllomedusa distincta); Perereca-

grudenta (Trachycephalus mesophaeus); Perereca-do-litoral (Scinax alter); Perequinha-de-

bromélia (Scinax argyreornatus); Raspa-cuia (Scinax cuspidatus); Perereca-de-banheiro

(Scinax fuscovarius); Perereca-de-banheiro (Scinax perereca); Perereca-castanhola

(Itapothyla langsdorffii); Rãzinha-marmoreada (Leptodactylus marmoratus); Rã-gota

(Leptodactylus notoaktites); Rãzinha-do-folhiço (Physalaemus spiniger); Rã-de-corredeira

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(Hylodes heyeri e Hylodes nasus); Rã-do-folhiço (Eleutherodactylus binotatus); Sapo-boi

(Ceratophrys aurita); Sapo-de-chifres (Proceratophrys boiei) e Sapo-guarda-de-duas-cores

(Elachistocleis ovalis).

Segundo MIKICH & BERNILS (2004), entre as espécies de anuros citadas, são

consideradas com Dados Deficientes (DD) as seguintes espécies: a Perereca-de-vidro

(Hyalinobatrachium uranoscopum) e o Sapo-boi (Ceratophrys aurita).

Sugere-se a realização de estudos futuros com espécies ameaçadas de extinção e

também “espécies-chave” na cadeia trófica para obter maiores informações a respeito da

espécie e assim contribuir para sua preservação em vida silvestre, bem como identificação e

monitoramento dos impactos ambientais causados pelo empreendimento. A Figura 99

apresenta algumas espécies de anfíbios que ocorrem na região de estudo.

Sapo-cururuzinho (Chaunus crucifer)

Fonte: HADDAD et al., 2008.

Perereca-grudenta (Trachycephalus

mesophaeus)

Fonte: HADDAD et al., 2008.

Rãzinha-do-folhiço (Physalaemus spiniger)

Fonte: HADDAD et al., 1998 apud MARQUES &

DULEBA, 2004.

Perereca-das-folhagens (Phyllomedusa

distincta)

Fonte: HADDAD et al., 2008.

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Perereca (Scinax perereca)

Fonte: DEIQUES et al., 2007.

Sapo-martelo (Hypsiboas faber)

Fonte: BORGES-MARTINS et al., 2007.

Figura 99 – Imagens de algumas espécies com ocorrência na região do empreendimento.

2.7.4 Répteis

Segundo BÉRNILS & COSTA (2011), no Brasil habitam 732 espécies de répteis

naturalmente ocorrentes e se reproduzindo no país, sendo: 36 quelônios, 6 jacarés, 248

lagartos, 67 anfisbênias e 375 serpentes. O Brasil ocupa a segunda colocação na relação de

países com maior riqueza de espécies de répteis, fica atrás apenas da Austrália (com 864

espécies registradas, segundo SBH, 2012), mas supera México, Índia, Indonésia, Colômbia,

China e Peru. Para MARTINS & MOLINA (2008), os répteis ocorrem em praticamente todos

os ecossistemas brasileiros e, por serem ectotérmicos, são especialmente diversos e

abundantes nas regiões mais quentes do país. Assim, nossa maior diversidade de répteis é

encontrada na Amazônia (cerca de 350 espécies), na Mata Atlântica (quase 200 espécies), no

Cerrado (mais de 150 espécies) e na Caatinga (mais de 110 espécies). A fauna de répteis do

Paraná apresenta uma riqueza de espécies que reflete a diversidade de biomas,

ecossistemas presentes no Estado. A heterogeneidade ambiental existente no Estado

proporcionou o registro de 154 espécies de répteis. Destas, muitas possuem ampla

distribuição geográfica, ocorrendo no Paraná apenas como marginais, principalmente

fronteiriças a São Paulo, Mato Grosso do Sul ou Paraguai (MIKICH & BÉRNILS, 2004).

MORATO (2003), no levantamento das espécies de répteis para elaboração de plano

de manejo em unidade de conservação no município de Antonina, registrou diferentes

táxons como sendo de ocorrência provável e certa para a região, sendo elas: Tartaruga-de-

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couro (Dermochelys coriacea); Lagartixa (Colobodactylus taunayi e Placosoma cordylinum);

Cobra-cipó (Chironius multiventris e Chironius fuscus); Corallus hortulanus; Dormideira

(Dipsas albifrons, Dipsas incerta, Dipsas neivai e Dipsas petersi); Echinanthera cephalostriata;

Liophis amarali; Coral falsa (Siphlophis pulcher); Jararaca falsa (Tropidodryas serra); Cágado

(Hydromedusa tectifera); Tartaruga cabeçuda (Caretta caretta); Tartaruga verde (Chelonia

mydas); Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris); Camaleão (Enyalius iheringii);

Lagartixa-de-parede (Hemidactylus mabouia); Lagarto coral (Diploglossus fasciatus); Cobra

de vidro (Ophiodes fragilis); Lagartixa, lagartinho (Placosoma glabellum); Lagarto, teiú

(Tupinambis merianae); Cobra cega (Leposternon microcephalum); Cobra cipó, voadeira

(Chironius exoletus, Chironius laevicollis); Muçurana, bairu (Clelia plúmbea); Coral falsa

(Erythrolamprus aesculapii); Cobra d’água (Helicops carinicaudus); Dormideira (Imantodes

cenchoa); Cobra d’água (Liophis miliaris); Coral falsa (Oxyrhopus clathratus); Dormideira

(Sibynomorphus neuwiedi); Caninana (Spilotes pullatus); Cobra cipó (Uromacerina ricardinii);

Jararaca falsa (Xenodon neuwiedi); Coral verdadeira (Micrurus corallinus); Jararaca (Bothrops

jararaca); Jararacuçu (Bothrops jararacussu).

De acordo com MIKICH & BÉRNILS (2004), entre estas espécies, a Tartaruga-de-couro

(Dermochelys coriacea) é considerada ameaçada e seu status avaliado como

insuficientemente conhecida (DD), e a Liophis amarali está provavelmente ameaçada de

extinção, com status de insuficientemente conhecida (DD). Segundo MORATO (2003), as

espécies Muçurana ou bairu (Clelia plumbea), Dormideira (Imantodes cenchoa) e Cobra cipó

(Uromacerina ricardinii) são consideradas raras, e a Lagartixa ou lagartinho (Placosoma

glabellum) insuficientemente conhecida, pois se necessita de mais dados, principalmente de

abundância e distribuição, para que seu status possa ser corretamente avaliado.

Em MORATO (2005), na sua tese de doutorado realizada na porção de Mata Atlântica

da planície litorânea e encostas da Serra do Mar paranaense, foram registradas 42 espécies

de serpentes, valor este próximo ao citado por MARQUES et al. (2001) para a região

Atlântica do Estado do Paraná (44), porém com algumas diferenças quanto à composição

específica, em parte devido à ausência de determinadas espécies registradas para outras

porções Atlânticas do estado (tais como a região do alto Vale do Ribeira, onde ocorrem as

espécies cobra-suaçubóia - Corallus hortulanus e cobra-cipó - Tropidodryas striaticeps, não

registradas para a porção Atlântica central do Estado do Paraná), em parte devido a

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equívocos de identificação por parte daqueles autores, em especial no que se refere às

espécies de Thamnodynastes.

Quanto aos répteis marinhos, segundo PARANA (2009), no mundo são conhecidas

sete espécies de tartarugas marinhas. Particularmente no Brasil, cinco espécies estão

presentes ao longo da costa, a saber: tartaruga-cabeçuda - Caretta caretta, tartaruga-verde -

Chelonia mydas, tartaruga-de-couro - Dermochelys coriacea, tartaruga-de-pente -

Eretmochelys imbricata e tartaruga-oliva - Lepidochelys olivacea. Dentre essas, a tartaruga-

verde - Chelonia mydas (LINNAEUS, 1758), conhecida como tartaruga-verde, é a espécie que

apresenta maior distribuição, sendo encontrada em todo litoral brasileiro.

Atualmente todas as espécies que ocorrem no Brasil estão listadas na “Red list of

Threatened Species” (IUCN, 2011). Particularmente a tartaruga-verde é considerada

vulnerável no Brasil, no entanto, para o Estado do Paraná, a mesma consta na categoria de

dados insuficientes (MIKICH & BÉRNILS, 2004).

A espécie Dermochelys coriacea é conhecida popularmente como tartaruga-gigante

ou de couro. Esta espécie apresenta distribuição global sendo encontrada em oceanos

tropicais a subpolares. Sabe-se muito pouco a respeito da distribuição de filhotes e juvenis,

sendo as informações concentradas nas principais áreas de reprodução que se encontram na

América Central (LUTZ & MUSICK, 1997 apud PARANA, 2009).

Segundo a “Red List of Threatened Species” (Lista Vermelha de Animais Ameaçados

de Extinção), Dermochelys coriacea apresenta o nível mais crítico de ameaça. As populações

mundiais decrescem potencialmente com possibilidade de extinções locais. Devido à queda

no número de indivíduos e ameaça de colapso das populações, é necessário o

estabelecimento de medidas de mitigação adequadas, além de esforços conjuntos, com

diferentes atores e áreas de pesquisa (IUCN, 2011).

A poluição das águas por elementos orgânicos e inorgânicos (como óleo e derivados,

resíduos sólidos, efluentes, metais pesados, entre outros) interfere na alimentação,

locomoção e funções fisiológicas, prejudicando o ciclo de vida desses animais, constituindo-

se numa das principais ameaças direta e indireta, pois degradam o ambiente marinho

(PARANA, 2009).

Um agravante para o litoral paranaense é a presença de áreas portuárias e o aporte

fluvial continental que transporta altas quantidades de sedimento, muitas vezes

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contaminado, para as baías e regiões costeiras do Estado (PARANA, 2009). Adicionado ao

fato, está a carência de estudos na área para determinação dos níveis de contaminação dos

poluentes. Vale ressaltar que já existem estudos sobre a contaminação por resíduos sólidos

que apresenta o litoral paranaense, sendo um dos locais com maior freqüência de ingestão

de lixo (principalmente plástico) por tartarugas marinhas no mundo (GUEBERT, 2008 apud

PARANA, 2009).

Atividades antrópicas, como o aterro de manguezais, modificação sedimentar dos

baixios arenosos e a sua contaminação química, podem causar desequilíbrios nas atividades

alimentares e de ocorrência da tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), levando em

consideração a relevância do ecossistema estuarino e costeiro para manutenção dos

recursos energéticos (GUEBERT, 2008a apud PARANA, 2009).

As dragagens a serem realizadas no Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá

representam uma grande interferência no ambiente por ser uma atividade que altera o

fundo estuarino e marinho removendo comunidades bentônicas e suspendendo sedimentos

contaminados, já depositados no fundo (BOLDRINI, 2007). Processos que envolvem

derrocagens (retirada de afloramentos rochosos em ambientes submersos utilizando

detonação com explosivos ou expansor químico) causam mudanças na profundidade, na

turbidez da água e modificam os microhabitats da região, alterando a cadeia trófica local

(VIADA et al., 2007 apud PARANA, 2009).

No dia 8 de janeiro de 2007, foi registrada ocorrência reprodutiva da tartaruga-

gigante na praia de Pontal do Sul, município de Pontal do Paraná. Em 7 de fevereiro, a

mesma tartaruga reapareceu em Pontal do Paraná, no balneário de Canoas, distante cerca

de 20 km ao sul de Pontal do Sul. As ocorrências foram consideradas inéditas para o Litoral

do Paraná (ROSA et al., 2008 apud PARANA, 2009).

Vale ressaltar que no Brasil as tartarugas marinhas são protegidas por lei, sendo

crime inafiançável, com pena de até dois anos de cadeia, a caça e comercialização de

animais e ovos (Portaria n° 005 de 31 de janeiro de 1986 e Lei de Crimes Ambientais, Lei n°

9605 de 12 de fevereiro de 1998).

A tartaruga-gigante é considerada criticamente ameaçada de extinção pela IUCN

(2011). Estudos recentes mostram a queda brusca no número de fêmeas em áreas de

reprodução, o fato se relaciona com a perda de áreas de desova e a crescente mortalidade

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relacionada a impactos antrópicos, principalmente a captura incidental (PARANA, 2009). A

Figura 100 apresenta imagens de algumas espécies com probabilidade de ocorrência na

região do empreendimento.

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Dormideira (Dipsas neivai)

Fonte: SENA, 2007.

Cobra-cipó (Chironius laevicollis)

Fonte: MARQUES et al., 2001.

Jararacuçu (Bothrops jararacussu)

Fonte: MARQUES et al., 2001.

Caninana (Spilotes pullatus)

Fonte: MARQUES et al., 2001.

Cobra d’água (Liophis miliaris)

Fonte: DEIQUES et al., 2007.

Tartaruga de Couro ou Gigante (Dermochelys

coriacea) – Fonte: PROJETO TAMAR, 2012.

Figura 100 – Imagens de algumas espécies com probabilidade de ocorrência na região do empreendimento.

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2.7.5 Avifauna

Segundo MARINI & GARCIA (in CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL DO BRASIL, 2005), o

Brasil possui uma das mais ricas avifaunas do mundo, com as estimativas recentes variando

entre 1.696 e 1.731 espécies. Cerca de 10% (193 táxons) dessas estão ameaçadas. A

Amazônia apresenta o maior número de espécies, seguida pela Mata Atlântica e o Cerrado;

entretanto, a maioria das espécies endêmicas do Brasil é encontrada na Mata Atlântica,

especialmente nas terras baixas do litoral Sudeste e no Nordeste. Uma revisão da Lista de

Aves do Estado do Paraná, realizada por SCHERER-NETO et al., (2011), evidenciam a

presença de 744 espécies, com a maior riqueza cabendo às formações florestais atlânticas e

ambientes associados.

Para GOERCK (1997), a Floresta Atlântica abriga uma comunidade de aves

extremamente rica e diversa. Do total de 688 espécies conhecidas desse bioma, cerca de

68% destas espécies são raras. Este valor é determinado analisando a distribuição

geográfica, a especificidade de habitat e o tamanho da população.

Segundo SICK (1997), existe variação latitudinal na composição da avifauna dentro do

domínio da Floresta Atlântica. Muitas espécies não ocorrem em toda a sua extensão,

estando algumas restritas às florestas existentes no sul e sudeste, ao passo que outras são

encontradas apenas na região nordeste. Além dessa diferença de distribuição latitudinal,

também há separação altitudinal das aves, sendo que o bioma pode ser dividido em dois

grandes blocos: a floresta litorânea que se estende até 200 m s.n.m, e a floresta de

montanha, representada principalmente pela Serra do Mar (SICK, 1997). Seguindo esta

afirmação científica, para este grupo faunístico tomou-se como base todas as informações

divulgadas para a ocorrência de espécies na floresta litorânea (até 200 m s.n.m), destacando

os trabalhos realizados no município do empreendimento.

Os ambientes estuarinos, caracterizados por serem locais de transição entre as águas

continentais e marinhas, apresentam diversidade faunística elevada. Ao longo da costa

brasileira, destacam-se os chamados “complexos estuarinos” que são vastas regiões que

apresentam um conjunto de hábitats ideal para diversas espécies de animais (SEMA/IAP,

2006).

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Levantamentos desenvolvidos por MORAES (1997) e KRUL & MORAES (1994; 1996),

indicam que os ecossistemas litorâneos do estado do Paraná abrigam mais de 300 espécies

de aves distribuídas em diferentes comunidades. Esta elevada riqueza específica reflete o

estreito contato com um dos mais importantes biomas brasileiros, a Floresta Atlântica, cujos

principais remanescentes atualmente se encontram em território paranaense. O Estado do

Paraná, além das espécies residentes, recebe tanto visitantes setentrionais, como

meridionais, apresentando uma rica avifauna aquática e limícola (SEMA/IAP, 2006).

A região litorânea paranaense recebeu alguns estudos ornitológicos, os quais

amostraram os diferentes mosaicos de vegetação presentes na região, onde se destacam:

MORAES (1991) na Ilha do Mel, registrando 124 espécies; CARRANO (1997) e CARRANO &

SCHERER-NETO (2000) na Ilha Rasa, APA de Guaraqueçaba, registrando 187 espécies;

MORAES & KRUL (1999) nas Ilhas Rasa, das Gamelas e das Bananas, ambas na APA de

Guaraqueçaba, totalizando 91 espécies; ISFER (2000) no Parque Florestal do Rio da Onça,

município de Matinhos, registrou 177 espécies; SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) listou

338 espécies para a Estação Ecológica do Guaraguaçu e suas adjacências; e CARRANO (2006)

na Floresta Estadual do Palmito, município de Paranaguá, registrou 255 espécies de aves.

Outros estudos também foram realizados na Floresta Ombrófila Densa, porém nas

suas outras tipologias vegetacionais (submontana, montana e altomontana), onde

destacam-se: SCHERER-NETO et al., (1988) que encontraram 215 espécies nos municípios de

Guaratuba e Morretes; STRAUBE (2003), que apontou a ocorrência de 314 espécies na Área

de Especial Interesse Turístico (AEIT) do Marumbi; e por fim, STRAUBE & URBEN-FILHO

(2005), que registraram na Reserva Natural Salto Morato, município de Guaraqueçaba, a

ocorrência de 329 espécies.

Quanto a esta diferença da riqueza das espécies têm que ser considerado as

diferentes localizações geográficas, tamanho da área estudada, tipologia vegetacional,

esforço amostral, técnicas de pesquisa utilizadas e o estado de conservação da área, pois são

decisivos para um melhor entendimento da composição de espécies de uma determinada

região (CARRANO, 2006).

De todos os estudos listados anteriormente que foram executados na área da

planície litorânea e Serra do Mar paranaense, seguiremos os resultados apresentados por

SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) para a área da Estação Ecológica do Guaraguaçu e

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STRAUBE & URBEN-FILHO (2005) para a área da Reserva Natural Salto Morato para aves

continentais e os estudos realizados por KRUL (2004) para aves marinhas e insulares. Isto se

deve pela significância dos dados encontrados por estes estudiosos, além da importância das

suas áreas de estudos (unidades de conservação), que mantém em seus limites ambientes

ainda satisfatoriamente conservados, constituídos por Floresta Atlântica Montana,

submontana, das terras baixas e por ecossistemas pioneiros de restingas arbóreas,

manguezais, caxetais, brejos, ilhas e arquipélagos, além de possuir a maior riqueza de

espécies encontrada para a planície litorânea paranaense.

Seguindo SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006), as áreas cobertas por Floresta

Ombrófila Densa de Terras Baixas, registrou-se o maior número de espécies. Entre as

constatações realizadas durante as atividades de campo e por revisão bibliográfica,

verificou-se que uma considerável parcela das espécies apresenta certa dependência deste

ambiente, algumas das quais a certos padrões florísticos típicos de floresta primária. É o caso

especial de representantes de famílias da ordem Passeriformes, como os Dendrocolaptidae,

Formicariidae, Pipridae, Cotingidae e Rhynocryptidae, e de algumas famílias dos não-

Passeriformes, dentre as quais os Tinamidae e Ramphastidae.

Entre as espécies com vários níveis de dependência deste ambiente destacam-se o

macuco (Tinamus solitarius), o jaó-do-litoral (Crypturellus noctivagus), o gavião-pombo

(Leucopternis lacernulata), o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), o beija-flor-grande-

do-mato (Ramphodon naevius), o araçari-poca (Selenidera maculirostris), o tucano-de-bico-

verde (Ramphastus dicolorus) e o pica-pau-rei (Campephilus robustus).

Entre os passeriformes, o macuquinho (Scytalopus indigoticus), a tovaca-campainha

(Chamaeza campanisona), a galinha-do-mato (Formicarius colma), o limpa-folha-coroado

(Philydor atricapilus), o arapaçu-de-garganta-branca (Xiphocolaptes albicollis), o anambé-

branco-de-rabo-preto (Tytira cayana), o tangará (Chiroxiphia caudata), o pavó (Pyroderus

scutatus), a araponga (Procnias nudicollis), o tiê-do-mato-grosso (Habia rubica), a gralha-azul

(Cyanocorax caeruleus) e o sanhaçu-pardo (Orchesticus abeillei).

Para SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) a avifauna do estádio avançado de sucessão

vegetacional da Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas constitui-se em grande parte por

espécies generalistas, sendo também possível encontrar espécies com preferência ambiental

de áreas florestadas, dependendo neste caso da estrutura da vegetação e de outros fatores

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ecológicos. São espécies comuns para este ambiente a juriti (Leptotila verreauxi), o alma-de-

gato (Piaya cayana), o joão-corta-pau (Caprimulgus rufus), o pica-pau-anão-barrado

(Picumnus temminckii), o pica-pau-carijó (Veniliornis spilogaster), a choca-da-mata

(Thamnophilus caerulescens), a papataoca (Pyriglena leucoptera), o enferrujadinho

(Lathrotricus euleri), a rendeira (Manacus manacus), o flautim (Schiffornis virescens), o tiê-

de-coroa (Tachyphonus coronatus), o tiê-de-topete (Trichothraupis melanops) e o trinca-

ferro-verdadeiro (Saltator similis).

Em SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) foi encontrado, para o estágio intermediário

de sucessão vegetacional da Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, que neste ambiente

predominam também espécies generalistas ou, quando muito, com algumas capacidades

adaptativas. Com a degradação das áreas florestadas, as capoeiras passam a ter importância

ao abrigarem espécies florestais em fase de adaptação às novas condições impostas. De um

modo em geral, as espécies observadas não podem ser consideradas como habitantes

exclusivas desta fase de sucessão, mas como ocupantes oportunistas e, podem ter como

ambiente preferencial, tanto as florestas como as áreas abertas. Este estádio de sucessão se

constitui no hábitat de diferentes espécies, principalmente de algumas pertencentes às

famílias Cuculidae, Furnariidae, Vireonidae, Parulidae e Emberizidae. Registrou-se para as

mesmas o bentererê (Synallaxis spixi), o joão-tenenem (S. ruficapilla), o risadinha

(Camptostoma obsoletum), o alegrinho (Serpophaga subcristata), o gente-de-fora-vem

(Cyclarhys gujanensis), a juruviara (Vireo chivi), a mariquita (Parula pityaiumi), o pia-cobra

(Geothlypis aequinoctialis), o sanhaço (Thraupis sayaca), o anu-branco (Guira guira) e o

carrapateiro (Milvago chimachima).

Nas formações florestais caracterizadas como estágio inicial de sucessão

vegetacional, SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) afirma que a avifauna destas formações

pode ser considerada como colonizadora de áreas recém desmatadas e em estágio bem

inicial de sucessão. Nelas ocorrem, entre outros, o tico-tico (Zonotrichia capensis), o tiziu

(Volatinia jacarina), o pintassilgo (Carduelis magellanicus), a coleirinha (Sporophila

caerulescens) e o papa-lagarta-acanelado (Coccyzus melacoryphus). Os curiangos

(Hydropsalis brasiliana e Lurocalis semitorquatus) podem ser encontrados em áreas de

capoeirinhas, mantendo-se às margens de estradas a espreita de presas.

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A avifauna que ocupa as áreas de restinga constitui-se basicamente de uma parcela

de espécies que também habita a Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas e apresenta

menor dependência de alguns atributos específicos somente encontrados na Floresta

Ombrófila Densa (SEGER, 2002 apud SEMA/IAP, 2006). Entre as espécies registradas que se

enquadram nestes parâmetros encontram-se o beija-flor-tesoura-de-fronte-violeta

(Thalurania glaucopis), o pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens), o pintadinho

(Drymophila squamata), o formigueira-da-grota (Myrmeciza squamosa), o limpa-folha-

ocrácea (Philydor lichtensteini), o papa-taoca (Pyriglena leucoptera), o cabeçudo

(Leptopogon amaurocephalus), o sabiá-coleira (Turdus albicollis), o juruviara (Vireo chivi), o

pulapula (Basileuterus culicivorus) e o flautim (Schiffornis virescens).

Para as comunidades arbustivo-arbóreas (caxetal), SEGER (2002 apud SEMA/IAP,

2006) abordou que, apesar das condições edáficas e hidrológicas neste tipo de formação

propiciarem o domínio da caxeta (Tabebuia cassinoides), a avifauna que habita os estratos

médio e superior se assemelha em parte àquela da Floresta Ombrófila Densa de Terras

Baixas e da Restinga, haja visto que os caxetais se apresentam em faixa bastante estreita,

havendo uma mistura de espécies vegetais de ambas as formações. Já no solo, as cheias

periódicas não propiciam, ou dificultam, a ocupação de espécies terrícolas observadas para

as áreas mais secas. Nestas áreas foram registradas espécies como o anambé-branco-de-

rabo-preto (Tytira cayana), o flautim (Schiffornis virescens), o suiriri (Tyrannus

melancholicus), o peitica (Legatus leucophaius), o guaxe (Cacicus haemorrhous), o tiê-preto

(Tachyphonus coronatus), o sanhaçu (Thaupis sayaca) e o gavião-de-rabo-branco (Buteo

albicaudatus).

SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) no seu estudo realizado na Estação Ecológica do

Guaraguaçu afirmou que as comunidades herbáceas (várzeas e brejos) constituem-se no

hábitat da saracura-sanã (Rallus nigricans), da saracurinha-da-mata (Amaurolimnas

concolor), do joão-pobre (Serpophaga nigicans) e do papa-piri (Tachuris rubrigastra).

Utilizando o mesmo ambiente também foram encontrados o curutiê-do-brejo (Certhiaxis

cinamomea), o pia-cobre (Geothypis aequinoctialis) e o tiê-sangue (Ramphocelus bresilius).

No entanto, a espécie que mais chama a atenção é o bicudinho-do-brejo (Stymphalornis

acutirostris), registrado em diferentes locais, cobertos principalmente por pirizais (Scirpus

californicus) e cebolanas (Crinum salsum).

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Segundo SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006), na formação pioneira de influência

fluviomarinha (manguezais), um dos tipos de vegetação presentes na baía de Antonina, foi

apontado que este tipo de vegetação geralmente é utilizada como pouso de espécies de

hábito aquático ou semi-aquático. Ocorrem o biguá (Phalacrocorax brasilianus), o colhereiro

(Platalea ajaja), o martim-pescador-grande (Ceryle torquata) e as garças (Egretta thula,

Casmerodius albus e Egretta caerulea). Além destas, também o socó-dorminhoco

(Nycticorax nycticorax) e a saracura-da-praia (Aramides mangle).

Os manguezais também são procurados por espécies que habitam outros ambientes,

dentre estas os tiranídeos, como o bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), o suiriri (Tyrannus

melancholicus), a figuinha-do-mangue (Conirostrum bicolor), e, eventualmente, o curutié

(Certhiaxis cinnamomea), o joão-pobre (Serpophaga nigricans), o bem-te-vi-pequeno

(Conopias trivirgata), o pula-pula-ribeirinho (Phaeothlypis rivularis) e a pomba-amargosa

(Columba Plumbea), esta última mais comum no período invernal.

Para as formações pioneiras de influência marinha (campos salinos / marismas),

SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) descreve que estas formações se apresentam a princípio

como hábitats de poucas espécies de aves. Entre as que podem ser destacadas se encontra o

bicudinho-do-brejo (Stymphalornis acutirostris), registrado em diferentes pontos com este

tipo de vegetação, porém a princípio com pequenas populações.

Para os ambientes ribeirinhos, SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) levantou que

neste tipo de ambiente são encontradas espécies que procuram águas mais profundas para

a alimentação. As espécies mais evidentes são o biguá (Phalacrocorax brasilianus) e o

biguatinga (Anhinga anhinga). Também foram observadas para este ambiente algumas

espécies da família Anatidae, com destaque para o pato-do-mato (Cairina moschata) e o

pato-de-crista (Sarkidiornis melanotos). Espécies que vivem na vegetação arbórea às

margens, como martim-pescador-grande (Ceryle torquata), e duas espécies menores

Chloroceryle amazona e C. americana, aves bastante comuns para a região, também são

incluídas como habitantes deste biótopo.

Um fato que chamou a atenção de SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) durante o

estudo, foi a observação de bandos (com mais de 50 indivíduos) de fragata (Fregata

magnifiscens) que, embora seja uma ave marinha, foi constantemente observada

perseguindo cardumes de peixes em trecho do rio Guaraguaçu, entre sua confluência com o

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rio Pequeno até a ilha da Volta Seca, realizando vôos rasantes sobre a água para a captura

destes peixes.

Em ambiente lacustre, SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) apontou que neste tipo

de ambiente, é comum a presença do frango-d´água (Gallinula chloropus), da jaçanã (Jacana

jacana), do mergulhão (Podilymbus podiceps) e da marreca-ananaí (Amazonetta brasiliensis),

todas com presença confirmada para o litoral.

Nos ambientes praianos, locais de depósitos de areias em algumas curvas do rio

Guaraguaçu, SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) registrou na região intermarés espécies

limnícolas como o maçarico-de-papo-vermelho (Calidris canutos), ave migratória de longa

distância e aparentemente incomum para a costa paranaense, além do maçarico-pintado

(Actitis macularia).

Embora a princípio somente estas duas espécies tenham sido visualizadas durante os

trabalhos de SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006), é de se esperar que outras também

procurem estes locais, principalmente espécies pertencentes ao gênero Tringa.

Em áreas onde há exposição de lodo quando da maré baixa, diferentes espécies para

aí se dirigem na procura de alimento (invertebrados e peixes). Entre as mais conspícuas, a

garça-branca-pequena (Egretta thula), a garça-branca-grande (Casmerodius albus), a garça-

azul (Egretta caerulea), o colhereiro (Platalea ajaja), o socó-grande (Ardea cocoi) e o

socozinho (Butorides striatus) (SEGER, 2002 apud SEMA/IAP, 2006).

Para áreas degradadas ou antropizadas, predominam nestes ambientes espécies

típicas de áreas abertas. Entre as mais comuns o quero-quero (Vanellus chilensis), o carcará

(Caracara plancus), o quiri-quiri (Falco sparverius), a rolinha paruru (Columbina talpacoti), a

coruja buraqueira (Athene cunicularia), o joão-de-barro (Furnarius rufus), o siriri-cavaleiro

(Machetornis rixosus), o sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) e o canário-da-terra (Sicalis

flaveola) (SEGER, 2002 apud SEMA/IAP, 2006).

As espécies registradas para as zonas urbanizadas apresentam uma alta adaptação a

ambientes altamente antropizados, com alterações profundas. São típicas, o joão-de-barro

(Furnarius rufus), o quiri-quiri (Falco sparverius), o bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), o sabiá-

laranjeira (Turdus rufiventris), a andorinha-pequena-de-casa (Notiochelidon cyanoleuca) e a

curruíra (Troglodytes musculus) (SEGER, 2002 apud SEMA/IAP, 2006).

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No estudo de SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006) foi levantado que para o ambiente

aéreo, são incluídos aqui o urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus), o urubu-de-cabeça-

vermelha (Cathartes aura) e o andorinhão (Streptoprocne zonaris). Algumas espécies

características de ambiente aéreo muitas vezes são anotadas em outras categorias quando

pousadas ou sobrevoando alguma paisagem específica.

Como espécies exóticas de ocorrência para a área de estudo temos o pardal (Passer

domesticus), o pombo (Columba livia) e o bico-de-lacre (Astrilda astrild). Estas espécies pelo

tempo em que foram introduzidas e a adaptação que tiveram, já são consideradas como

parte da fauna brasileira, porém, praticamente restritas ao ambiente urbano.

Em outro estudo base para elaboração da lista de avifauna ocorrente na região do

Porto de Antonina, realizado na Reserva Natural Salto Morato, município de Guaraqueçaba,

STRAUBE & URBEN-FILHO (2005) apontam que foram registradas na área de estudo, um

total de 329 espécies de aves. Essa riqueza considerável deve-se principalmente à grande

diversificação de hábitats e micro-hábitats, decorrente em especial da representação de

quase todas as expressões fitofisionômicas ao longo da gradação altitudinal da floresta

ombrófila densa, bem como de parte de outras formações diretamente associadas a ela; as

pequenas áreas que se encontram em diversos estádios de regeneração (capoeira a

capeirão), completam as variantes fitofisionômicas determinantes dessa riqueza.

Em KRUL & MORAES (1994), estes autores consideram que as aves que ocorrem nos

ambientes marinhos e costeiros podem ser classificadas em comunidades que ocupam

setores definidos e apresentam adaptações para tipos de habitats.

Segundo KRUL (2004), recentemente a costa paranaense foi classificada por

Avaliação e Ações Prioritárias para a Zona Costeira e Marinha (BIO-RIO, 2002) como de

extrema importância para a conservação de aves marinhas no Brasil, com destaque para as

três ilhas situadas na plataforma continental interna. A importância do litoral paranaense é

justificada pela utilização desta área como ponto de parada de espécies migratórias, por

haver reprodução de aves aquáticas coloniais e também por abrigar importantes sítios de

alimentação para aves marinhas em geral.

No cenário paranaense destaca-se um grupo de aves marinhas formado por cinco

espécies que nidificam nas três ilhas situadas na plataforma continental interna (Arquipélago

de Currais, Ilhas Itacolomis, Ilha da Figueira). As populações mais abundantes são a do atobá

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(Sula leucogaster) e a do tesoureiro (Fregata magnificens), que juntas superam cinco mil

casais somente no Arquipélago de Currais. Por outro lado, as populações da gaivota (Larus

dominicanus), da andorinha-do-mar-de-bico-amarelo (Sterna eurygnatha) e da andorinha-

do-mar-de-bico-vermelho (S. hirundinacea), são menores, com estimativa de

aproximadamente 100 casais de cada espécie reproduzindo no Arquipélago de Currais e

Ilhas Itacolomis (KRUL, 1999).

O litoral do Paraná se caracteriza como importante sítio de alimentação para aves e

nidificação de aves pelágicas ou oceânicas e de outras aves costeiras. De acordo com

VOOREN & FERNANDES (1989) esse setor, é a fronteira entre as águas quentes e pouco

produtivas de origem tropical e as águas sub-antárticas frias, extremamente fértil e

altamente produtivas. Os principais representantes das aves marinhas são os

Procellariiformes, albatroz (Diomedea spp.) e o petrél (Puffinus spp.). Também são comuns o

pingüim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), as pardelas (Pachyptila spp.) e o petrel-

prateado (Fulmarus glacialoides). Essas aves reproduzem em regiões das altas latitudes e

deslocam-se durante o período não-reprodutivo para a costa brasileira.

Este grupo de espécies que nidifica em território paranaense vem interagindo

intensamente com o homem. Por um lado atividades pesqueiras têm provido farta

alimentação a partir de descartes de parte da captura que não apresenta valor comercial

(KRUL, 1999), e por outro por distúrbios provocados nos sítios de reprodução,

principalmente desembarques e provocação de revoadas.

O corpo aquoso é a principal fonte de forrageio, tanto das espécies que se alimentam

mais na superfície, como talha-mar (Rynchops niger) e o tesourão (Fregata magnificens),

como daquelas que mergulham ate determinadas profundidades para apanhar peixes, como

atoba (Sula leucogaster) e o biguá (Phalacrocorax brasilianus). A produtividade de peixes

encontrada nesse local é um dos fatores mais importantes para ocorrência destas espécies,

em altas densidades.

Com relação às espécies consideradas como tipicamente migratórias, ou seja, que

não nidificam na área e que aparecem apenas durante o período de invernada na região,

caso de vários representantes da ordem dos Charadriformes, é difícil, até o momento,

definir com mais precisão o número de espécies que podem ocorrer na área. Durante os

trabalhos de campo de SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006), apenas o maçarico-de-papo-

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vermelho (Calidris canutos) e o maçarico-pintado (Actitis macularia) foram registrados, com

poucos indivíduos forrageando em pequenos bancos de areia ao longo das margens de rios

que desaguam na Baía de Paranaguá (Ex. rios Guaraguaçú e Itaqui). Foi realizada também a

observação de um bando de andorinha-de-dorso-castanho (Hirundo pyrrhonota) (migrante

setentrional).

Em SEGER (2002 apud SEMA/IAP, 2006), foram constatadas diferentes espécies

denominadas por SICK (1997) como residentes de verão (que na primavera e verão nidificam

na área e durante o inverno migram para outras regiões do continente sul-americano), a

exemplo da tesourinha (Tyrannus savana), do suiriri (Tyrannus melancholicus), da juruviara

(Vireo chivi), do irrê (Myiarchus swainsonii), do bem-te-vi-pirata (Legatus leucophaius), entre

outras.

Podem ser visitantes regulares, aquelas registradas com freqüência em todos aos

anos, caso da fragata (Fregata magnifiscens) (presença comentada anteriormente),

enquanto como visitantes irregulares (que não ocorrem em todos os anos) o gavião-

caramujeiro (Rosthramus sociabilis) e o gavião-de-rabo-branco (Buteo albicaudatus).

Com relação às espécies protegidas pela lei estadual de espécies ameaçadas (34

espécies) estão presentes, as seguintes categorias: "em perigo (EN)" (5), "vulnerável (VU)"

(7), "quase-ameaçada (LR)" (15), "insuficientemente conhecida (DD)" (7), seguindo-se os

critérios IUCN adotados por STRAUBE et al. (2004). Nessa escala regional há que se ressaltar

a presença de espécies com distribuição restrita, cujas populações-fonte encontram-se

exatamente na área litorânea meridional do Estado de São Paulo e dali para sul até as

baixadas florestadas de Santa Catarina (e.g. papagaio-de-cara-roxa - Amazona brasiliensis e a

maria-da-restinga - Phylloscartes kronei).

O papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) é considerado uma espécie

endêmica de uma estreita faixa do litoral que vai do Sul de São Paulo até o Norte de Santa

Catarina, encontra-se seriamente ameaçada de extinção (BERNARDES et al., 1990; COLLAR et

al. (1994); BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2000). O Complexo Estuarino Lagunar, que se estende

de Peruíbe (SP) até Paranaguá (PR), considerado pela UNESCO, desde 1991, como Reserva

da Biosfera, é o trecho de maior ocorrência do papagaio (SCHERER-NETO, 1989;

MARTUSCELLI, 1995). A espécie é comumente encontrada até 300 m de altitude, embora

seja raramente registrada acima de 700 m (SCHERER-NETO, 1989). No Paraná pode ser

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encontrado em toda a faixa litorânea do Estado, nos municípios de Guaratuba, Paranaguá,

Pontal do Paraná, Antonina e Guaraqueçaba (SCHERER-NETO, 1989; SCHERER-NETO &

TOLEDO, 2007). O trecho de maior ocorrência da espécie, com cerca de cinco mil indivíduos

ou 75% da população, é o litoral norte do Paraná, nas áreas da Área de Proteção Ambiental

(APA) de Guaraqueçaba, Parque Nacional de Superagui e Estação Ecológica de

Guaraqueçaba (SIPINSKI, 2003; BÓÇON et al., 2004a; SCHERER-NETO & TOLEDO, 2007). São

citadas algumas ilhas preferenciais no Paraná: do Pinheiro, Rasa, Rasa da Cotinga e Mel para

repouso noturno; do Mel, Rasa da Cotinga, Gamelas e Rasa como local de reprodução; e das

Peças, Superagui e Rasa para alimentação (SCHERER-NETO, 1989; LALIME, 1997; CARRILLO

et al., 2002; SIPINSKI, 2003; BÓÇON et al., 2004b). Os papagaios-de-cara-roxa deslocam-se

diariamente entre as ilhas e a porção continental da área de ocorrência, formando grandes

grupos para o repouso noturno. Além disso, demonstram preferência por utilizar as ilhas

para reprodução, dormitório e alimentação (SCHERER-NETO, 1989; MARTUSCELLI, 1995).

Altamente procurado como ave de estimação, tanto na sua área de distribuição como em

outras regiões do país. A ocupação humana, em parte de sua área de distribuição,

potencializa a ameaça de tráfico, pois a fragmentação de áreas florestadas torna as áreas de

reprodução cada vez mais acessíveis aos coletores de filhotes. A modificação do hábitat é

outra ameaça que atinge fortemente o papagaio-de-cara-roxa, diminuindo gradativamente

sua já pequena área de distribuição. A retirada seletiva de recursos naturais pela população

local, como o guanandi e a caxeta (Tabebuia sp.), usados na fabricação de canoas,

instrumentos musicais e outros utensílios, diminui a oferta de locais para nidificação,

contribuindo para o baixo recrutamento da espécie. Alterações mínimas em seu hábitat

podem representar um grande impacto, considerando que a distribuição geográfica natural

da espécie já é bastante restrita (SCHUNCK et al., 2011).

A maria-da-restinga (Phylloscartes kronei) é uma espécie da família Tyrannidae

descrita recentemente e considerada como globalmente ameaçada de extinção (BIRDLIFE

INTERNATIONAL, 2012), cuja história natural é pouco conhecida. É um pequeno pássaro

endêmico da baixada litorânea do Sul e Sudeste do Brasil. É uma espécie típica de restingas

da planície costeira do país, que frequenta o dossel de bordas de restingas arbóreas,

florestas esparsas, capoeirões e bordas de matas secundárias próximas ao nível do mar. Vive

solitário ou aos pares e acompanha bandos mistos (MACHADO et al., 2008).

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Analisando o estudo de impacto ambiental realizado pelo Terminal de Contêineres de

Paranaguá para ampliação do cais do porto (TCP, 2008), averiguou-se a seguinte informação

com relação às espécies ameaçadas de extinção existentes na área de influência deste

empreendimento:

Capororoca (Coscoroba coscoroba): Apesar de não ser considerado ameaçado

segundo MIKICH & BÉRNILS (2004), esta espécie é rara no Paraná e esporadicamente é vista

em ambientes estuarinos das baías de Paranaguá Antonina e Guaratuba. Registros

ocasionais no Pantanal e outras regiões de Mato Grosso sugerem que realiza deslocamentos

sazonais, vindo do Rio Grande do Sul. É possível que habite os estuários das áreas de

influência em certas épocas do ano.

Savacu-de-coroa (Nyctanassa violacea): Considerada “em perigo” (EN) segundo

MIKICH & BÉRNILS (2004), apresenta poucas informações de ocorrência e ocorre

exclusivamente em manguezais (STRAUBE et al. 2004 apud TCP, 2008). Registros obtidos em

várias regiões do estuário sugerem a ocorrência da espécie na Área de Influência Indireta.

Guará (Eudocimus ruber): Espécie “criticamente em perigo” (MIKICH & BÉRNILS,

2004). Em 1977 foi localizada na baía de Antonina (SCHERER-NETO & STRAUBE, 1995 apud

TCP, 2008), tratando-se da última informação conhecida até ser recentemente vista em

manguezais de Guaraqueçaba e Guaratuba. Pesquisas detalhadas devem ser conduzidas na

região de Antonina com o objetivo de verificar a presença a espécie.

Caracoleiro (Chondrohierax uncinatus): “Vulnerável” (VU) (MIKICH & BÉRNILS, 2004).

Espécie florestal que conta com registros de ocorrência na Ilha Rasa (CARRANO & SCHERER-

NETO, 2000 apud TCP, 2008), na Floresta Estadual do Palmito (TCP, 2008), na Estação

Ecológica do Guaraguaçu (SEGER, apud SEMA/IAP, 2006) e também na ESEC da Ilha do Mel

(MORAES, 1991 e STRAUBE et al., 2004 apud TCP, 2008). É possível que ocorra nas áreas de

influência do empreendimento.

Gavião-bombachinha-grande (Accipiter bicolor): Espécie insuficientemente conhecida

no Estado, com observações recentes em manguezais e áreas florestais na planície litorânea

do Paraná (TCP, 2008). Segundo MIKICH & BÉRNILS (2004), no Paraná a espécie é registrada

comumente em áreas associadas a Floresta Ombrófila Mista. É provável que ocorra na Área

de Influência Direta do Porto de Antonina.

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Gavião-pombo-pequeno (Leucopternis lacernulatus): Espécie ameaçada em nível

global (VU), nacional (VU) (TCP, 2008) e “em perigo” (EN) no Paraná (STRAUBE et al., 2004

apud TCP, 2008; MIKICH & BÉRNILS, 2004). Suas populações estão em declínio em

consequência da perda de hábitat (BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2008 apud TCP, 2008).

Caranguejeiro (Buteogallus aequinoctialis): É considerado “em perigo” (EN) no Estado

(MIKICH & BÉRNILS, 2004) e está restrito a áreas de manguezal. Registros obtidos no

Ribeirão dos Correias indicam sua presença na área de influência deste empreendimento.

Chimango (Milvago chimango): Apesar de ser muito comum nos estados de Santa

Catarina e Rio Grande do Sul, no Paraná é insuficientemente conhecida. É possível que

ocorra na baía de Antonina, a exemplo das observações obtidas na Ilha do Mel, na Ilha do

Superagui e em Pontal do Sul (MORAES, 1991; MORAES & KRUL, 1995; BORNSCHEIN &

REINERT, 1997; STRAUBE et al. 2004 apud TCP, 2008; MIKICH & BÉRNILS, 2004). Devido a

estas informações, certamente a espécie ocorre na Área de Influência Indireta do

empreendimento.

Saracura-matraca (Rallus longirostris): Ocorre exclusivamente em ambientes de

manguezais e é considerada insuficientemente conhecida no Estado, talvez em decorrência

da escassez de estudos realizados neste tipo de ambiente. Conta com registro confirmado

para a região do Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá (SCHERER-NETO & STRAUBE,

1995 apud TCP, 2008) e é bastante provável em grande parte da Área de Influência Direta do

empreendimento.

Saracura-do-mangue (Aramides mangle): Situação semelhante à espécie anterior, no

entanto apresenta informações apenas para a região de Guaraqueçaba (STRAUBE et al. 2004

apud TCP, 2008). Estudos específicos nos manguezais da Área de Influência Indireta são

necessários para inferir sobre a probabilidade de ocorrência nesta área.

Trinta-réis-real (Thalasseus maximus): No Paraná é considerada “quase ameaçada”

(MIKICH & BÉRNILS, 2004), pois vem sofrendo declínio populacional, além de reduções

consideráveis nas colônias reprodutivas. Esta espécie tem ocorrência confirmada no

Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá, e provável ocorrência na Área de Influência

Direta do empreendimento.

Pararu-espelho (Claravis godefrida): “Criticamente em perigo” (CR) no Paraná

(MIKICH & BÉRNILS, 2004), esta espécie conta com registros em locais bastante próximos ao

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porto de Paranaguá (CARRANO, 2006 apud TCP, 2008), no entanto ocorre em ambientes

florestais da Área de Influência Indireta do empreendimento.

Martinho (Chloroceryle aenea): É a menor espécie de martim-pescador, com apenas

12 cm de comprimento total. Habita pequenos riachos e áreas de mangue do litoral. Está

“quase ameaçado” no Paraná (MIKICH & BÉRNILS, 2004) e conta com registros no Rio

Emboguaçu (TCP, 2008), no Ribeirão dos Correias e no Rio Guaraguaçu (TCP, 2008).

Martim-pescador-da-mata (Chloroceryle inda): Também “quase ameaçado” no

Estado (MIKICH & BÉRNILS, 2004) e está presente em áreas bastante próximas ao porto, por

exemplo, na Floresta Estadual do Palmito (TCP, 2008). É provável que habite áreas de

manguezal da Área de Influência Indireta.

Saíra-sapucaia (Tangara peruviana): Apesar de ser encontrada com freqüência na

planície litorânea, é uma espécie “vulnerável” (VU) em nível mundial e nacional (TCP, 2008).

Conta com registros para a Floresta Estadual do Palmito (TCP, 2008), para o Rio Emboguaçu

(TCP, 2008) e certamente está presente na Área de Influência Indireta do empreendimento.

Figuinha-do-mangue (Conirostrum bicolor): Espécie tida como “vulnerável” no Paraná

(MIKICH & BÉRNILS, 2004). Ocorre exclusivamente nos maguezais. Conta com registros no

Ribeirão dos Correias (TCP, 2008) e deve ocorrer na Área de Influência Direta do

empreendimento. A Figura 101 apresenta imagens de algumas espécies de aves com

ocorrência na região do empreendimento.

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Macuco (Tinamus solitarius)

Fonte: DEVELEY & ENDRIGO, 2004.

Biguá (Phalacrocorax brasilianus)

Fonte: DEVELEY & ENDRIGO, 2004.

Martim-pescador-grande (Ceryle torquatus)

Fonte: DEVELEY & ENDRIGO, 2004.

Garça-branca-pequena (Egretta thula)

Fonte: STRAUBE et al., 2009.

Gavião-pombo (Leucopternis lacernulatus) Fonte:

ICMBio, 2012.

Garça-moura (Ardea Cocoi)

Fonte: DEVELEY & ENDRIGO, 2004.

Figura 101 – Imagens de algumas espécies de aves com ocorrência na região do empreendimento.

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2.7.6 Mastofauna

Segundo HICKMAN JR et al., (2004), os mamíferos possuem características peculiares.

A homeotermia, capacidade de manutenção da temperatura corporal, possibilita aos

animais realizarem atividades noturnas e utilizarem habitats de baixas temperaturas,

durante todo o ano. A placenta permite aos recém-nascidos a obtenção de nutrientes e

proteção durante o período mais vulnerável de suas vidas. As glândulas mamárias propiciam

aos recém-nascidos a continuidade da proteção e alimentação. Já a especialização dentária

diferenciada permitiu a evolução de inúmeras adaptações alimentares.

Segundo REIS et al., (2009), os mamíferos modernos possuem o corpo total ou

parcialmente recoberto de pelos e possuem glândulas mamárias que secretam leite para a

alimentação de filhotes. Possuem sistema nervoso altamente desenvolvido e

comportamento individual e social complexos. Estas características separam os mamíferos

dos demais animais, sendo que a presença de uma plasticidade genética e o surgimento de

numerosas adaptações fenotípicas permitiu que esses vertebrados invadissem todos os

ambientes na Terra onde a vida é possível.

A diversidade biológica no Brasil é ainda pouco conhecida, embora seja considerada a

maior do planeta (MMA, 2005). O estado de conhecimento da diversidade de mamíferos

segue a mesma tendência geral, podendo aumentar conforme os inventários sejam

intensificados e análises citogenéticas e moleculares sejam implementadas (REIS et al.,

2006). O Brasil apresenta registro de 652 espécies de mamíferos das quais 250 são

encontradas no bioma Floresta Atlântica, sendo 55 endêmicas (MMA, 2005).

Embora sejam escassas as informações na maior parte do Estado do Paraná, muito

conhecimento sobre a mastofauna paranaense tem sido acumulado nos últimos anos,

especialmente na última década, como demonstra MIRETZKI (1999).

Somente em 1981 surgiu a primeira lista de espécies, compilação bibliográfica de

LANGE & JABLONSKI (1981) que aponta para o Paraná, 152 espécies de mamíferos. Em 2004

este número aumentou para 176 espécies (MIKICH & BÉRNILS, 2004).

A riqueza de mamíferos na planície litorânea foi amostrada em diferentes regiões e

em diferentes estudos, quais destacam-se aqueles realizados para elaboração de planos de

manejo das unidades de conservação existentes na região, a citar: BORNSCHEIN & REINERT

(2000) encontraram 64 espécies para a Área de Proteção Ambiental de Guaratuba; TIEPOLO

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(2002 apud SEMA/IAP, 2006) na Estação Ecológica do Guaraguaçu registraram a ocorrência

de 77 espécies; SPVS (2009) na RPPN Serra do Itaqui em Guaraqueçaba encontraram 52

espécies.

Para elaboração da lista de espécies com possível ocorrência na área de influência

direta e indireta do Porto de Antonina, tomaremos como base o estudo realizado por

QUADROS & TIEPOLO (2003 apud SEMA/IAP, 2006) em unidade de conservação presente no

município do empreendimento (Antonina), devido a riqueza de espécies encontradas nesta

região e também pelo fato que de maneira geral, as espécies distribuem-se amplamente na

planície litorânea, ocupando diferentes ambientes, tanto em porções da Floresta Ombrófila

Densa Alto-montana como nas Terras Baixas e em seus ecossistemas associados (campos

salinos ou marismas, mangue, restinga, brejos e várzeas), além de informações disponíveis

sobre a área do estudo em questão e para mamíferos marinhos seguiremos como base o

estudo realizado pela SEMA (2006).

Segundo QUADROS & TIEPOLO (2003 apud SEMA/IAP, 2006), em levantamento das

espécies de mamíferos para elaboração de plano de manejo em unidade de conservação no

município de Antonina, foram encontradas os seguintes táxons: Cuíca d’água (Chironectes

minimus), Guaiquica (Gracilinanus microtarsus), Cuíca (Metachirus nudicaudatus, Micoureus

demerarae e Monodelphis dimidiata), Cuíca-de-três-listras (Monodelphis americana), Cuíca-

de-quatro-olhos (Philander frenata), Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), Tatu-

galinha (Dasypus novemcinctus), Morcego (Peropteryx macrotis, Artibeus fimbriatus,

Artibeus cinereus, Artibeus obscurus, Micronycteris sp., Sturnira lilium, Myotis sp., Molossops

abrasus), Morcego-pescador (Noctilio leporinus), Morcego-Ipanema (Pygoderma

bilabiatum), Morcego-focinhudo (Anoura caudifera), Morcego-fruteiro (Artibeus lituratus),

Morcego-pimenteiro (Carollia perspicillata), Falso vampiro (Choropterus auritus), Morcego-

beija-flor (Glossophaga soricina), Bugio-guariba (Alouatta guariba clamitans), Macaco-prego

(Cebus nigritus), Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), Quati (Nasua nasua), Mão-pelada

(Procyon cancrivorus), Furão (Galictis cuja), Lontra (Lontra longicaudis), Jaguarundi (Puma

yagouarondi), Gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus), Jaguatirica (Leopardus pardalis),

Onça-parda (Puma concolor), Tucuxi (Sotalia fluviatilis), Cateto (Pecari tajacu), Veado-

catingueiro (Mazama gouazoubira), Veado (Mazama sp.), Serelepe (Guerlinguetus ingrami),

Preá (Cavia aperea), Capivara (Hydrochaeris hydrochaeris), Paca (Cuniculus paca), Cutia

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(Dasyprocta azarae), Rato (Akodon sp., Oligoryzomys sp. e Oryzomys russatus), Rato d’água

(Nectomys squamipes), Ouriço-caxeiro (Sphigguruss sp.), Tapiti (Sylvilagus brasiliensis).

Além das citadas acima, são espécies endêmicas da Mata Atlântica: o Gambá-de-

orelha-preta (Didelphis aurita), a Cuíca-de-quatro-olhos (Philander frenata), a Cuíca-de-

quatro-olhos-marrom (Metachirus nudicaudatus) e a Cuíca-terrícola (Monodelphis

americana).

Dentre estas espécies, o PARANÁ (2010) avalia as ameaçadas de extinção de acordo

com diferentes categorias, conforme proposto pela IUCN (União Internacional para

Conservação da Natureza).

O Gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus), Jaguatirica (Leopardus pardalis),

Onça-parda (Puma concolor), Cateto (Pecari tajacu), Tapiti (Sylvilagus brasiliensis), Morcego

(Peropteryx macrotis, Artibeus cinereus), Morcego-pescador (Noctilio leporinus), Veado

(Mazama sp.) são indicados como espécies vulneráveis, pois estão sob um alto risco de

extinção da natureza, e a Paca (Cuniculus paca) é considerada uma espécie em perigo, pois

está sob um risco muito alto de extinção na natureza.

Já as categorias que não implicam proteção legal consideram a Lontra (Lontra

longicaudis), Morcego (Myotis riparius) e Bugio-guariba (Alouatta guariba clamitans) como

espécies quase ameaçadas, pois correm o risco de ficarem ameaçadas num futuro próximo,

e a Guaiquica (Gracilinanus microtarsus), Cuíca-de-quatro-olhos (Philander frenata),

Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), Tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), Morcego

(Artibeus fimbriatus, Artibeus obscurus, Micronycteris sp., Sturnira lilium, Myotis levis, Myotis

nigricans, Myotis ruber), Morcego-Ipanema (Pygoderma bilabiatum), Morcego-focinhudo

(Anoura caudifera), Morcego-fruteiro (Artibeus lituratus), Morcego-pimenteiro (Carollia

perspicillata), Falso vampiro (Choropterus auritus), Morcego-beija-flor (Glossophaga

soricina), Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), Quati (Nasua nasua), Mão-pelada (Procyon

cancrivorus), Furão (Galictis cuja), Veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), Serelepe

(Guerlinguetus ingrami), Preá (Cavia aperea), Capivara (Hydrochaeris hydrochaeris), Cutia

(Dasyprocta azarae), Rato d’água (Nectomys squamipes), Rato-do-mato (Akodon sp. e

Oligoryzomys sp.), Ouriço-caxeiro (Sphigguruss sp.), Gambá-de-orelha-preta (Didelphis

aurita), como espécies com risco menor, ou seja, estas espécies não estão ameaçadas no

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presente e apresentam pouca probabilidade de se tornarem ameaçadas num futuro

próximo.

Há também uma categoria onde se incluem as espécies cujo nível de ameaça não

pode ser medido: Cuíca d’água (Chironectes minimus), Cuíca (Metachirus nudicaudatus),

Macaco-prego (Cebus nigritus), Jaguarundi (Puma yagouarondi), Cuíca-de-quatro-olhos-

marrom (Metachirus nudicaudatus), são consideradas espécies insuficientemente

conhecidas, pois necessita-se de mais dados, principalmente de abundância e distribuição,

para que seu status possa ser corretamente avaliado.

O status da Cuíca-de-três-listras (Monodelphis americana) não foi avaliado pelo

SISFAUNA (2010).

O trabalho de MIRETZKI (2000) aponta para o Estado do Paraná 53 espécies de

morcegos. Com base neste estudo há registro de 31 espécies para a região litorânea,

aproximadamente 58% dos morcegos do Estado. TIEPOLO (apud SEMA/IAP, 2006) registrou

Chiroderma doriae para o litoral do Paraná, considerada ameaçada de extinção, categoria

vulnerável (VU), de acordo com MIKICH & BÉRNILS (2004).

De acordo com MIRETZKI (2000) a espécie é endêmica do Bioma Floresta Atlântica e

no Paraná era considerada restrita a região norte e noroeste do Estado, sendo este o

primeiro registro para o litoral. Espécie endêmica do bioma e de provável ocorrência para a

região é Myotis rubra, que encontra-se ameaçada de extinção de acordo com MIKICH &

BÉRNILS (2004). MIRETZKI (2000) destaca ainda Peropteryx macrotis, Tonatia bidens e

Sturnira tildae como espécies exclusivas da Floresta Ombrófila Densa no Paraná.

PASSOS et al., (2006) confirmam a ocorrência de duas espécies de primatas na região:

o bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans) e o macaco-prego (Cebus nigritus).

O Parque Nacional do Superagui foi palco da descoberta de uma espécie nova de

Callitrichidae, o mico-leão-da-cara-preta (Leonthopitecus caissara) por PERSSON e LORINI

(1990). No Paraná esta espécie ocorre em restingas, caxetais, e taboais da Floresta

Ombrófila Densa de Terras Baixas e Aluvial, porém sua distribuição original é desconhecida.

A espécie se encontra na categoria criticamente ameaçada de extinção no Paraná (MIKICH &

BÉRNILS, 2004) e no mundo (KIERULFF et al., 2008 apud IUCN, 2011).

Conforme citado por VIDOLIN (2004), espécies de hábitos semi-aquáticos, como a

capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) e o ratão-do-banhado (Myocastor coypus), podem

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apresentar estreitas relações com os manguezais e marismas. Possivelmente a presença do

camundongo (Mus musculus) e da ratazana (Rattus rattus) nos ambientes de mangue da

área de influência direta do Porto de Antonina é confirmada, que são atraídas pela grande

disponibilidade de recursos alimentares, provenientes do acúmulo de lixo e dos silos de

armazenamento de grãos.

Para os mamíferos aquáticos marinhos, SEMA (2006) abordou que ocorrem tanto nos

estuários quanto nas áreas costeiras do Paraná, com episódios ocasionais e sazonais de

concentração de populações ou continuamente.

O boto (Sotalia brasiliensis) é encontrado com freqüência nos estuários e áreas

costeiras e, eventualmente, grupos de capivaras (Hydrochaeris hydrochaeris) e indivíduos

isolados de lontra (Lutra longicaudis) são observados no interior nas barras de rios que

integram o sistema estuarino.

Para a ordem Cetacea, em estudo de impacto ambiental do terminal de contêineres

porto pontal (AMB, 2010) foi avaliado o eixo leste-oeste da baía de Paranaguá, verificou-se

que o setor intermediário desse corpo d’água representa a principal área de concentração

de boto-cinza (Sotalia guianensis). Além desta espécie, foram descritas a ocorrência de 13

espécies de mamíferos aquáticos no litoral do estado do Paraná, dentre os quais destacamos

as seguintes espécies por se tratarem de espécies ameaçadas de extinção: baleia-franca

(Eubalaena australis – EP), baleia-jubarte (Megaptera novaengliae - EP), golfinho-de-dentes-

rugosos (Steno bredanensis - DD) e a toninha (Pontoporia blainvillei - EP) (MIKICH & BÉRNILS,

2004).

Também ocorrem, ocasionalmente, pinipedios e outros mamíferos da região costeira

do Uruguai e da Argentina, trazidos pela corrente subantártica.

Em relação às ocorrências espaciais importantes para os mamíferos aquáticos, pode-

se citar a região da Baía das Laranjeiras, considerado um habitat de grande importância para

o boto-cinza (Sotalia fluviatilis). Entretanto, em outras áreas, como as partes mais profundas

da Baía de Pinheiros e Baía de Paranaguá, assim como em áreas de mar aberto, grandes

grupos de botos ou golfinhos são avistados com frequência (SEMA, 2006).

No Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá, o boto-cinza (Sotalia guianensis) é

observado com frequência em grupos de 2 a 10 indivíduos (BONIN, 2001, FILLA, 2004,

DOMIT, 2006 apud PARANA, 2009), podendo alguns indivíduos serem observados sozinhos,

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sobretudo em áreas protegidas, como no interior das baías e estuários (MONTEIRO-FILHO,

2000, FILLA, 2004 apud PARANA, 2009). As populações de boto-cinza foram estimadas para

algumas baías do Estado do Paraná: Baía de Guaraqueçaba e Enseada do Benito (BONIN,

1997, FILLA, 1999 apud PARANA, 2009), Baía de Laranjeiras (FILLA, 2004 apud PARANA,

2009), Baía de Antonina (JAPP, 2004 apud PARANA, 2009) e Baía de Guaratuba (FILLA, 2004

apud PARANA, 2009), os comportamentos e a forma de uso pela espécie foram analisados

(PARANA, 2009). Os resultados demonstraram que as baías são importantes para a

alimentação e reprodução da espécie, que as áreas são utilizadas de maneira heterogênea,

ou seja, há setores de maior densidade, e que alguns animais apresentam padrão de

residência. As principais ameaças que afetam a espécie estão diretamente relacionadas com

o desenvolvimento urbano nas regiões costeiras. As ações portuárias (dragagem,

derrocagem, vazamentos de óleo), a captura incidental em redes de pesca, o choque com

embarcações, o turismo desordenado, o molestamento por embarcações de turismo e lazer,

além da exploração e o desmatamento das zonas litorâneas são algumas das ações

responsáveis pelo impacto negativo sobre os cetáceos (IBAMA, 2001, PALAZZO JR., 2006,

CREMER, 2007 apud PARANA, 2009).

As dragagens a serem realizadas no Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá

representam uma grande interferência no ambiente, por ser uma atividade que altera o

fundo estuarino e marinho, removendo comunidades bentônicas e suspendendo sedimentos

contaminados já depositados no fundo (BOLDRINI, 2007 apud PARANA, 2009). Processos que

envolvem derrocagens (retirada de afloramentos rochosos em ambientes submersos

utilizando detonação com explosivos ou expansor químico) também são importantes fontes

de impacto. Estas atividades causam muitos ruídos subaquáticos, mudanças na

profundidade, na turbidez da água e modificam os microhabitats da região, alterando a

cadeia trófica local.

A destruição dos manguezais traz implicações para a conservação do boto-cinza, já

que a maior parte dos peixes e cefalópodos que fazem parte de sua dieta apresentam alta

dependência destas áreas para reprodução e alimentação e devido à importância destas

áreas como obstáculos para que o boto encurrale os cardumes durantes suas estratégias de

pesca (MONTEIRO-FILHO 1991, 2008, DOMIT, 2006 apud PARANA, 2009).

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Devido a mudanças taxonômicas em relação ao gênero Sotalia o status de

conservação do boto-cinza (Sotalia guianensis), ainda não foi avaliado pela IUCN, muito

embora notas taxonômicas relacionadas ao trabalho de MONTEIRO-FILHO et al. (2002) já

estejam citadas na versão mais recente da “Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas” (IUCN,

2008). Em função das ameaças a que a espécie está submetida, ROSAS (2006 apud PARANA,

2009) sugere que S. guianensis seja considerada uma espécie “vulnerável”. No Livro

Vermelho de Fauna do Estado do Paraná (MIKICH & BÉRNILS, 2004) a espécie está

enquadrada como “vulnerável”, considerando os diferentes impactos que a espécie vem

sofrendo na região do Complexo Estuarino Lagunar de Paranaguá e Baía de Guaratuba.

Pontoporia blainvillei (GERVAIS & D'ORBIGNY, 1844 apud PARANA, 2009), conhecida

popularmente como toninha ou franciscana, é uma espécie de cetáceo endêmica da região

costeira central do Oceano Atlântico Sul Ocidental, ocorrendo na costa da Argentina,

Uruguai e Brasil. Os registros acerca da distribuição geográfica de P. blainvillei estendem-se

desde Itaúnas (18º25'S), no norte do Espírito Santo, sudeste do Brasil (SICILIANO, 1994 apud

PARANA, 2009), até a Província de Chubut (42º35'S), na Patagônia Argentina (CRESPO et al.,

1998 apud PARANA, 2009).

A região costeira vem sofrendo grandes alterações devido à pressão antrópica. O

habitat costeiro da espécie tem colocado em risco a sua conservação, pois são estas as áreas

de maior atividade da pesca artesanal e industrial, o que significa presença intensa de redes

de emalhe, responsáveis pela maioria das capturas de toninhas (PRADERI et al., 1989; DI

BENEDITTO et al., 2001; SECCHI et al., 1997, 2003b; BERTOZZI & ZERBINI, 2002; OTT et al.,

2002; ROSAS et al., 2002 apud PARANA, 2009). A presença de portos e indústrias na zona

costeira, o tráfego marítimo intenso (navios, barcos de lazer e de pesca), a poluição sonora,

a contaminação dos ambientes e da cadeia trófica e as prospecções sísmicas são ameaças a

esta espécie. Adicionalmente, a exploração excessiva e o colapso de recursos pesqueiros

importantes na dieta da toninha (BASSOI & SECCHI, 2000; SECCHI et al., 2003b apud

PARANA, 2009), também podem representar fatores preocupantes para a sua conservação.

Metais pesados e organoclorados têm sido detectados em tecidos de toninhas no

Brasil, Uruguai e Argentina, ainda que em concentrações não muito elevadas (O´SHEA et al.,

1980; MARCOVECCHIO et al., 1990, GERPE et al., 2002; LAILSON-BRITO et al., 2002; SEIXAS

et al. 2007; no prelo; DORNELLES et al., 2007 apud PARANA, 2009). A presença de detritos

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(e.g. plástico, náilon) no estômago de exemplares no Brasil e Uruguai aponta igualmente

para a degradação do habitat da espécie (PINEDO, 1982; BASSOI, 1997; BASTIDA et al., 2000

apud PARANA, 2009).

As águas abrigadas, de baías e enseadas, são utilizadas para atracação de navios,

embarcações de pesca e atividades recreativas, gerando intensa poluição sonora e trânsito

marítimo. O intenso tráfego de embarcações pode causar dois tipos de impacto, o da

poluição sonora e o risco de colisão. Os cetáceos se comunicam e se orientam através do

som e os ruídos podem afetar de diversas formas sua locomoção, alimentação, comunicação

e orientação (RICHARDSON et al., 1995 apud PARANA, 2009). Estas atividades podem

restringir o uso ou a reocupação de áreas de ocorrência de espécies de mamíferos marinhos

costeiros, como a toninha (CREMER, 2007 apud PARANA, 2009).

Devido a sua vulnerabilidade às capturas incidentais, a toninha tem sido considerada

como o pequeno cetáceo mais impactado do Oceano Atlântico Sul (SECCHI et al., 1997;

SECCHI et al., 2002a apud PARANA, 2009). A IUCN (2008) e o IBAMA (2001) inserem a

espécie dentro da categoria de “Vulnerável” e está incluída na “Lista Oficial das Espécies da

Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção”. No Estado do Paraná, os registros de captura

incidental indicam que a população está ameaçada (ROSAS, 2000; ROSAS et al., 2002a apud

PARANA, 2009) e no “Livro Vermelho de Fauna Ameaçada do Estado do Paraná” (MIKICH &

BÉRNILS, 2004) é citada como “em perigo”.

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Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris)

– Fonte: REIS et al., 2009.

Cuíca-d’água (Chironectes minimus)

Fonte: REIS et al., 2009.

Gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) --

Fonte: REIS et al., 2009.

Mão-pelada (Procyon cancrivorus)

Fonte: REIS et al., 2009.

Toninha ou Franciscana (Pontoporia blainvillei)

Fonte: ICMBio, 2012

Boto-cinza (Sotalia guianensis)

Fonte: REIS et al., 2009.

Figura 102 - Imagens de algumas espécies de mamíferos com ocorrência na região do empreendimento.

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2.8 Meio socioambiental

2.8.1 Pesca

Devido a grande extensão da costa brasileira a pesca nos estuários e na plataforma

continental é uma atividade com grande importância econômica, cultural e social em nosso

país. Segundo FRANCO (2004), pode ser considerada uma fonte significativa de renda, e

acaba por caracterizar a cultura de muitas comunidades tradicionais.

Esta atividade nos estados de Santa Catarina e São Paulo é bem desenvolvida e

expressiva economicamente no cenário nacional, diferente do arquétipo apresentado para o

estado do Paraná. Entretanto, a pesca paranaense possui grande importância local e

regional do ponto de vista social e econômico.

Mesmo sendo a pesca paranaense de pouca expressão no cenário regional, como

citado anteriormente, Paiva (1997) evidencia que esta modalidade foi responsável por 92,2%

da produção regional. Um fator importante salientado por este mesmo autor, é que grande

parte da frota pesqueira de maior porte dos estados vizinhos, Santa Catarina e São Paulo,

também operam na costa paranaense.

O litoral do Paraná possui uma população de cerca de 210 mil habitantes, que tem

passado por grandes modificações nas últimas décadas devido ao turismo e a urbanização

(ANDRIGUETTO FILHO, 1999). Este processo afeta principalmente as mais de 70 vilas ou

comunidades de pesca na região Noernberg et al., 2008. Além disso, segundo Franco (2004)

o aumento de produtos agrícolas escoados pelo porto do Paranaguá, e consequente

acréscimo no fluxo de navios, gera alguns impactos que afetam a pesca, (e.g. a

contaminação da água).

Com base em diversos estudos, a pesca paranaense pode ser caracterizada como de

pequena escala e artesanal, com grande diversidade de modos de pesca, realizada por

pescadores de canoas, botes e pequenas baleeiras. (LOYOLA e SILVA et al. 1977;

ANDRIGUETTO FILHO 1999 e 2002; CHAVES, et al. 2002).

Com base nas informações do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), cerca de

4443 pescadores estão registrados para a área de influência do porto organizado. Os

municípios de Guaraqueçaba e Paranaguá concentram a maior parte deles: 40,2% e 25,91%,

respectivamente. Em Antonina estão cerca 24,6%, e em Pontal do Paraná 9,3% (Tabela 18)

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(CINCO REINOS, 2010). Para todo o litoral paranaense estima que o número total de

pescadores seja algo em torno de 5688 (MPA, 2010), e se contabilizado todos os familiares

envolvidos na pesca pode-se obter um número superior a onze mil pessoas beneficiadas

com esta atividade (Andriguetto Filho et a, 2006).

Tabela 18 - Pescadores profissionais registrados na Superintendência do Ministério da Pesca e Aquicultura do Paraná em 2010.

Município Número de Pescadores %

Antonina 1093 24,6

Pontal do Paraná 413 9,3

Guaraqueçaba 1786 40,2

Paranaguá 1151 25,91

Total 4443 100

Fonte: CINCO REINOS, 2010, adaptado pelo autor.

Este número de pessoas envolvidas na atividade pesqueira é elevado, pois as diversas

atividades correlatas a pesca propriamente dita, como limpeza, processamento e venda dos

pescados, são realizadas normalmente pelas famílias dos pescadores (ROBERT et al., 2007).

As embarcações utilizadas para a pesca e também as práticas pesqueiras no

complexo estuarino de Paranaguá são altamente diversificadas. As embarcações

encontradas variam de pequenas canoas e bateiras sem motor, a embarcações motorizadas

de madeira (botes, barcos) (ANDRIGUETTO FILHO, 2002; ROBERT et al. 2007). Dentre as mais

de uma dezena de praticas de pesca utilizadas pelos pescadores na área de estudo, as

principais práticas são: cerco fixo, tarrafa, gerival, arrasto de praia, caceio, fundeio e espinhel

(CORRÊA, 1987; ANDRIGUETTO FILHO, 2002; MAR BRASIL, 2012; ROBERT et al., 2007.

Segundo Andriguetto Filho (1999) a pesca no litoral paranaense é realizada em

quatro áreas distintas, a saber:

- (I) área de pesca artesanal estuarina, limitada ao interior das baías;

- (II) área localizada na desembocadura do Complexo Estuarino de Paranaguá, na qual

coexistem atividades de pesca artesanal estuarina e de pesca artesanal costeira;

- (III) área utilizada pela pesca artesanal costeira e pela pesca empresarial, que

abrange a plataforma continental interna, ao longo de toda a costa paranaense;

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- (IV) área de plataforma utilizada pela pesca empresarial, que vai da terceira milha

de distância da costa até o limite aproximado da isóbata de 20 metros.

Mais precisamente este mesmo trabalho diferencia oito territórios de pesca, sendo:

Baía de Antonina; estuário da Baía de Paranaguá; Zona Nerítica da Baía de Paranaguá; Baía

das Laranjeiras; Baía de Guaraqueçaba; Baía de Pinheiros; Baía de Guaratuba e Plataforma

Continental Interna. Na região de Paranaguá 34,5% das pescarias ocorre em mar aberto

enquanto que 65,5% ocorre no interior da baía (SEAP/IBAMA/PROZEE, 2005).

No que diz respeito aos recursos pesqueiros explorados pelos pescadores no litoral

paranaense, foram identificadas 72 espécies distribuídas em 19 famílias (MAR BRASIL, 2012).

Destes, a maioria possui parte ou todo seu ciclo de vida em águas costeiras e estuarinas,

sendo comuns os deslocamentos entre esses ambientes, na busca de condições favoráveis

ao seu desenvolvimento (CORRÊA, 1987). Com base em trabalhos de alguns autores

(ANDRIGUETTO et al., 2006; ANDRIGUETTO FILHO, 1999 e ANDRIGUETTO FILHO, 2002.) 55%

das espécies ocorrentes têm por preferência de distribuição o ambiente estuarino-costeiro,

22% o ambiente costeiro, 10% o ambiente costeiro-plataforma e 3% preferem o ambiente

estuarino.

Para o complexo estuarino de Paranaguá, ROBERT et al.(2007) levantam pelo menos

37 espécies como alvo das práticas pesqueiras (Tabela 19). Isso sem considerar a captura

acessória que também é aproveitada.

Tabela 19 - Espécies de peixes alvo da atividade pesqueira no complexo estuarino de Paranaguá. Fonte: ROBERT et al.(2007).

Nome popular Nome científico ou grupo

Teleósteos

Anchova Pomatomus saltatrix

Badejo Mycteroperca spp

Bagre Várias espécies de Ariidae

Bagre cangatá ou amarelo Sciadeichthys luniscutis

Bagre guiri ou branco Genidens barbus

Bagre parerê Genidens genidens

Baiacu Sphoeroides spp

Baiacu-pintado Sphoeroides testudineus

Betara Menticirrhus americanus e M. littoralis

Calafate Cynoscion sp.

Caratinga Eugerres brasilianus ou Diapterus spp

Cavalinha Scomberomorus spp

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Nome popular Nome científico ou grupo

Corvina Micropogonias furnieri

Inhãsoga

Linguado Paralichthys spp

Manjuba Várias espécies de Engraulidae

Miraguaia Pogonias cromis

Pampano Trachinotus spp

Parabiju Rachycentron canadum

Parati Mugil spp.

Paru Chaetodipterus faber

Parúi

Pescada Cynoscion spp, Macrodon ancylodon e/ou Isopisthus parvipinnis

Pescada amarela Cynoscion acoupa

Pescadinha Isopisthus parvipinnis

Prejereva Lobotes surinamensis

Robalo Centropomus parallelus e C. undecimalis

Saguá Genyatremus luteus

Salteira Oligoplites spp.

Sardinha Várias espécies de Clupeidae

Tainha Mugil spp.

Elasmobrânquios

Arraia Várias espécies de Rajiformes

Segundo TCP (2008) quando comparado os resultados obtidos com o levantamento

pesqueiro realizado por CORRÊA (1987), como os resultados de ROBERT et al. (2007), houve

uma alteração na proporção e na posição das espécies nos desembarques ao longo destes

anos, possivelmente em consequência de vários fatores de origem antrópica. As principais

causas para a redução nas capturas, segundo os pescadores locais são: 1) o vazamento de

produtos químicos em várias ocasiões (31,6%); o aumento no número de pescadores

(22,9%); as dragagens como um todo (12,0%); e o assoreamento (10,6%) (TCP, 2008).

Já no que diz respeito a pesca amadora, não existem levantamentos científicos de sua

dinâmica, distribuição espacial, espécies capturadas ou de sua estrutura socioeconômica.

Entretanto o setor da pesca esportiva ou de recreio tem se tornado cada vez mais

organizado e importante do ponto de vista turístico e econômico.

2.8.2 Bentos com importância econômica

Os bentos representam um grupo de organismos dos corpos d´água que estão

intimamente relacionados aos fundos. Podem ser fixos ou sedentários e formam associações

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muito abundantes e diversificadas desde a região entre-marés até profundidades marinhas

abissais (TCP, 2008). Compreende espécies comercialmente importantes de moluscos e

crustáceos, além de pequenos vegetais e animais, como algas, poliquetas, nematódeos e

microcrustáceos, que servem como fonte de alimento para peixes de interesse econômico e

para aves costeiras e oceânicas.

Além das espécies íctiicas alvo da atividade pesqueira que representam uma

importante fonte econômica para a região do complexo estuarino de Paranaguá, algumas

espécies de bentos também são igualmente importantes, como é o caso do camarão,

caranguejos, ostras e bacucus (sururus ou mariscos). A atividade de extrativismo destas

espécies é extremante importante nas áreas estuarinas onde existem habitas de

manguezais, baixios e costões rochosos. Na Tabela 20 são apresentadas as espécies

exploradas na área de estudo.

Tabela 20 - Espécies de bentos alvo da atividade pesqueira no complexo estuarino de Paranaguá.

Nome popular Nome científico ou grupo

Crustáceos

Camarão-branco Litopenaeus schmitti

Camarão-pintado ou preto

Camarão-sete-barbas Xiphopenaeus kroyeri

Caranguejo Uscides cordatus

Siri Callinectes spp.

Siri-guaçu Callinectes sapidus

Siri-mirim Callinectes danae

Moluscos

Bacucu ou marisco Modiolus brasiliensis

Ostra Crassostrea rizophorae

Fonte: ROBERT et al.(2007).

A pesca de camarão é realizado a través de arrasto de fundo ao longo da costa

Brasileira, mas é intensificada em todo o litoral sul do Brasil, em sua plataforma rasa. (PAIVA,

1997 e ANDRIGUETTO FILHO, et al, 1999). As principais espécies pescadas são o sete-barbas

(Xiphopenaeus kroyeri) e o camarão branco (Litopenaeus schimitti). Andriguetto Filho et al.

(1999) consideram que a pesca de arrasto de camarão é o único segmento da pesca que se

pode classificar de empresarial no Paraná e, como pescaria especializada, que possui

inserção no mercado.

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3 CONSOLIDAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste item serão abordados os principais resultados deste estudo. Procurou-se

relacionar as principais conclusões referentes a área diretamente afetada pelas atividades

portuárias seja na área atual ou possíveis de expansão.

Com relação aos ambientes marinhos, os principais conflitos e problemas

identificados foram aqueles gerados pelo uso do espelho d’água. Alguns conflitos estão

identificados diretamente com o significativo aumento da poluição orgânica na alta

temporada e diversos focos de poluição orgânica e inorgânica em áreas portuárias e

urbanas. Os conflitos identificados em SEMA (2006) foram: entre pescadores esportivos e

pescadores artesanais em desembocaduras de rios; entre pescadores esportivos e

mergulhadores em áreas costeiras com substratos; entre a pesca esportiva, mergulho

contemplativo e a pesca industrial de arrasto em áreas costeiras; entre a caça submarina e o

turismo de mergulho; entre navegadores em recreio e pescadores artesanais; entre a

maricultura e a pesca artesanal e esportiva; entre interesses de conservação ambiental e

atividades produtivas; entre a conservação de recursos culturais e históricos e a pesca e

mergulho.

Cabe salientar a importância de implantar o controle ambiental efetivo das áreas do

Complexo Estuarino de Paranaguá, visando principalmente à manutenção da biota.

Consequentemente este controle irá garantir um ambiente propicio à manutenção dos

recursos pesqueiros e o desenvolvimento das comunidades tradicionais.

Outro aspecto que merece destaque é a apropriação de áreas tradicionais e dos

recursos aquáticos por investidores de outras regiões e classes sociais, o que desloca

comunidades de pescadores de áreas de frente para o mar, e faz substituir suas áreas de

ancoragem e atracação por instalações de marinas, equipamentos de veraneio, loteamentos

e instalações portuárias, ampliando-se os conflitos e a marginalização dos pescadores, com

impactos negativos à sua cultura.

Alguns estudos realizados com os sedimentos identificaram as zonas mais sensíveis a

processos de contaminação, bem como as principais fontes de contaminação antrópica de

metais, componentes orgânicos, óleos e graxas.

No diagnóstico realizado pela AQUAPLAN (2011), os elementos metálicos Cádmio,

Chumbo, Cobre, Cromo e Zinco, bem como o Fósforo Total, permaneceram inferiores aos

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limites estabelecidos pela Resolução CONAMA N° 344/2004. Apenas os metais Mercúrio e

Níquel apresentaram concentrações superiores aos limites mínimos estabelecidos como

Nível 1 em águas salinas (0,15 mg.kg-1), tanto em sedimentos superficiais quanto nos de sub-

superfície. De forma geral o mercúrio esteve presente nos sedimentos superficiais e

subsuperfíciais, acima do nível 1 estabelecido na Resolução CONAMA N° 344/2004, nas

amostras coletadas nas áreas Charlie 3 e Delta 2.

O Zinco esteve presente, tanto em amostras superficiais quanto subsuperficiais, na

área Delta 2, muitas vezes associado ao Mercúrio. A área Delta 2 apresentou valores

elevados para Níquel, Carbono Orgânico Total e Nitrogênio Totais.

Com relação aos parâmetros químicos analisados para caracterização dos sedimentos

do Complexo Estuarino de Paranaguá (Compostos Organoclorados, Hidrocarbonetos

Policíclicos Aromáticos, Bifenilas Policloradas), estas não apresentaram concentrações

superiores aos limites definidos na Resolução CONAMA N° 344/2004.

Com exceção das variáveis mercúrio e níquel, as demais analisadas em ACQUAPLAN

(2011) se encontraram de acordo com o estabelecido para ambientes salobros nível 1: limiar

abaixo do qual se prevê baixa probabilidade de efeitos adversos à biota, conforme definido

pela Resolução CONAMA N° 344/2004. Em alguns pontos amostrados, estas duas variáveis

ultrapassaram os limites máximos estabelecidos, com concentrações maiores que

0,15 mg.kg-1 e 20,9 mg.kg-1 de sedimento, respectivamente.

No tocante a ecotoxicologia dos sedimentos, os efeitos crônicos observados nas

amostras em que a presença de amônia não-ionizada não interfere nos resultados,

possivelmente estão associados à presença do níquel e do mercúrio biodisponível, em

quantidades acima do permitido para sedimentos marinhos, conforme estabelecido pela

Resolução CONAMA n° 344/2004 para águas Nível 1, e observado nas análises de metais

adsorvidos ao sedimento.

O níquel pode estar contido em águas residuais de indústrias químicas, produção de

metal ou mineração. Este elemento é um dos metais pesados mais móveis. Uma vez que Sá

(2003) encontrou concentrações desse elemento acima do limite em sedimentos nesta

mesma área, sugere-se que o níquel está ligado ao sedimento, formando complexos

(SANTOS et al., 2006).

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De acordo com Soares (2009), não foi possível identificar diretamente a fonte dos

elementos metálicos. Foi inferida a influência de despejos domésticos e industriais na baía

de Paranaguá para alguns dos elementos. A baía de Antonina foi, provavelmente,

influenciada por contaminações passadas devido a minerações existentes na Serra do Mar. A

presença de mercúrio no sedimento superficial desta região poderia ser relacionada com a

ressuspensão e posterior deposição gerada por atividades de dragagens realizadas pela

atividade portuária. Outra hipótese postulada é que os níveis de metais encontrados

poderiam ser considerados naturais para o ambiente geoquímico da região (SOARES, 2009).

Os despejos do emissário apresentaram níveis altos de mercúrio (até 5 vezes o nível

base), mostrando uma clara associação de mercúrio com despejos domésticos (Relatório da

Associação de Defesa do Meio Ambiente do Desenvolvimento de Antonina). O lixo urbano

contém mercúrio proveniente de várias fontes, que contamina o composto orgânico,

produto da reciclagem da parte orgânica do lixo, e o chorume, que é lançado em corpos

receptores (rios) ou penetra no solo alcançando águas subterrâneas (ESTEVES, 2001). Este

autor encontrou as maiores contrações de mercúrio em sedimentos da área urbana, onde

ocorre com mais frequência a prática do lançamento de resíduos doméstico a céu aberto.

De acordo com as ponderações acerca dos ensaios ecotoxicológicos, ficou

demonstrado que as concentrações identificadas não representam potencial de toxicidade

aguda para as amostras. Por outro lado, os efeitos crônicos observados a partir das amostras

sugerem uma possível relação com a presença de níquel e mercúrio biodisponível, em

quantidades acima do permitido para sedimentos marinhos, conforme estabelecido pela

Resolução CONAMA N° 344/2004 para águas Nível 1.

Em particular, a área em frente ao Porto recebe o aporte de matérias de diversas

origens e composições, que contaminam pontualmente os sedimentos da região bem como

os de sua bacia de evolução. Ainda na região de Paranaguá e zona costeira adjacente, são

comuns pequenos blooms de algas de primavera-verão, possivelmente associadas a

alterações de salinidade e temperatura da água do mar, pelo excesso de nutrientes

introduzidos pelo despejo de esgoto doméstico, ou até por correntes marinhas e marés.

Diante disso, entre os impactos que as atividades portuárias podem gerar destacam-

se as alterações da morfologia do estuário, devido às obras de implantação, manutenção do

calado através das dragagens e despejo do material assoreado. Estas alterações de

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morfologia alteram a hidrodinâmica e ocorrerão independentemente do local de

implantação do porto e sua expansão. Este conflito afeta praticamente todos os usos dos

recursos hídricos do estuário, destacando-se os organismos bentônicos, tetrápodes

marinhos (ex. botos, golfinhos e tartarugas marinhas), pois a alteração da hidrodinâmica,

morfologia e ressuspensão de sedimentos serão constantes e de proporções significativas.

Outro conflito associado é a movimentação de navios, o que deverá gerar traçados de novas

rotas e maiores cuidados de segurança por parte das navegações pesqueiras e de transporte

e turismo.

No tocante aos recursos hídricos, de acordo com o Código Florestal (Lei Federal

4.771/65) em seu artigo 2º, ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, é obrigatória a

presença de vegetação, desde seu nível mais alto em faixa marginal, sendo que a largura

mínima deverá ser de um raio de 50 m para nascentes; 30 m para os cursos d’água de menos

de 10 m de largura; de 50 m para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 m de largura; de

100 m para os cursos d’água que tenham 50 a 200 m de largura; de 200 m para os cursos

d’água que tenham 200 a 600 m de largura e de 500 m para os cursos d’ água que tenham

largura superior a 600 m. Essas áreas de proteção permanente tem a função ambiental de

preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica (protegendo as margens

dos deslizamentos e erosão e evitando a intensificação dos carreamento dos sedimentos), a

biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar da

população. Assim, o entorno dos rios em questão (Nhundiaquara, Cacatu, Cachoeira,

Faisqueira, Xaxim), conforme demonstrado na Figura 103 devem cumprir a legislação em

vigor.

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Figura 103 – Áreas de Preservação Permanente de acordo com o Código Florestal

Desta forma, estes fatores restringem a expansão da área portuária no entorno

desses rios.

Por fim, ressalta-se a importância de estudos ambientais detalhados e com dados

primários quando da ampliação e modernização das estruturas já existentes, bem como, a

identificação e o monitoramento dos impactos ambientais decorrentes das atuais atividades

portuárias.

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