plano de desenvolvimento da huíla 2013-2017 - volume i

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VOLUME I: VISÃO E QUADRO ESTRATÉGICO Plano de Desenvolvimento Provincial da Huíla 20132017 Versão Final Setembro 2014 REPÚBLICA DE ANGOLA G OVERNO P ROVINCIAL DA H UÍLA

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Plano de Desenvolvimento Provincial da Huíla 2013-2017 - Volume I

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VOLUME  I:      

VISÃO  E  QUADRO  

ESTRATÉGICO

Plano  de  Desenvolvimento  Provincial  da  Huíla  

2013-­‐2017  

Versão Final

Setembro 2 01 4

REPÚBLI CA DE ANGOLA

GOVERNO PROVI NCI AL DA HUÍ LA

VERSÃO FINAL | SETEMBRO 2014

PLANO DE DESENVOLVIMENTO PROVINCIAL DA HUÍLA 2013-2017 VOLUME I

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Índice  Geral  

APRESENTAÇÃO  ........................................................................................................................................................  6  

1   ELEMENTOS  DE  DIAGNÓSTICO  ...........................................................................................................................  7  

1.1   ENQUADRAMENTO  –  SITUAÇÃO,  LIMITES  E  POPULAÇÃO  ...................................................................................................  7  

1.2   AGRICULTURA,  PECUÁRIA,  FLORESTA  E  DESENVOLVIMENTO  RURAL  .................................................................................  10  

1.2.1   Agricultura  ................................................................................................................................................  10  

1.2.1.1   Infra-­‐estruturas  de  Apoio  à  Agricultura  ..................................................................................................................  16  

1.2.2   Florestas  ...................................................................................................................................................  18  

1.2.3   Pecuária  ....................................................................................................................................................  20  

1.2.3.1   Infra-­‐estruturas  Existentes  na  Pecuária  ..................................................................................................................  23  

1.2.4   Desenvolvimento  Rural  ............................................................................................................................  23  

1.3   INDUSTRIA,  GEOLOGIA  E  MINAS  ...............................................................................................................................  24  

1.4   COMÉRCIO  E  TURISMO  ...........................................................................................................................................  27  

1.4.1   Comércio  ..................................................................................................................................................  27  

1.4.1.1   Comercio  Rural  .......................................................................................................................................................  29  

1.4.2   Turismo  .....................................................................................................................................................  31  

1.5   ACESSIBILIDADES  E  TRANSPORTES  .............................................................................................................................  35  

1.6   ENERGIA,  ÁGUAS  E  SANEAMENTO  .............................................................................................................................  39  

1.7   COMUNICAÇÃO  SOCIAL  E  TELECOMUNICAÇÕES  ...........................................................................................................  45  

1.8   ORDENAMENTO  DO  TERRITÓRIO,  URBANISMO  E  HABITAÇÃO  .........................................................................................  47  

1.9   AMBIENTE  ............................................................................................................................................................  49  

1.10   EDUCAÇÃO  ...........................................................................................................................................................  50  

1.11   SAÚDE  .................................................................................................................................................................  52  

1.12   JUVENTUDE  E  DESPORTOS  .......................................................................................................................................  58  

1.13   ACÇÃO  SOCIAL  ......................................................................................................................................................  59  

1.14   EMPREGO  ............................................................................................................................................................  62  

1.15   ADMINISTRAÇÃO  PÚBLICA  .......................................................................................................................................  65  

2   DIAGNÓSTICO  ESTRATÉGICO  ............................................................................................................................  70  

2.1   ANÁLISE  SWOT  ....................................................................................................................................................  70  

3   QUADRO  NACIONAL  DE  REFERÊNCIA  ESTRATÉGICO  .........................................................................................  78  

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO PROVINCIAL DA HUÍLA 2013-2017 VOLUME I

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4   ESTRATÉGIA  DE  DESENVOLVIMENTO  DA  HUÍLA  ...............................................................................................  84  

4.1   FOCAGEM  ESTRATÉGICA  2013-­‐2017  ........................................................................................................................  85  

4.2   MATRIZ  DE  PERTINÊNCIA  ........................................................................................................................................  88  

 

Índice  de  figuras  

 

Figura 1 – Província da Huila ................................................................................................................... 7  

Figura 2 – Densidade populacional, por Município (2014) .......................................................................... 8  

Figura 3 – Estrutura Etária da população residente (estimada) na Província da Huila (2014) ........................ 9  

Figura 4 - Caracterização geral dos sistemas de regadio da Província ....................................................... 17  

Figura 5 – Património natural existente .................................................................................................. 31  

Figura 6 - Caracterização da Rede de Rodoviária Provincial ..................................................................... 35  

Figura 7 - Corredores de desenvolvimento nacionais (em consonância com a Estratégia Angola 2025) ....... 36  

Figura 8 – Rede Ferroviária Existente e Propostas .................................................................................. 38  

Figura 9 - Rede Sanitária (2008) ........................................................................................................... 44  

Figura 10 – Rede Sanitária da Huíla ....................................................................................................... 52  

Figura 11 - Integração do PDP Huila 2013-2017 com o PND 2013-2017 ................................................... 80  

Figura 12 - Estrutura do Programa de Acção .......................................................................................... 87  

´  

 

Índice  de  quadros  

Quadro 1- População residente na Província da Huila por Município (2014) ................................................ 8  

Quadro 2- EAF - Exploração Agrícola Familiar por tipo de Cultura ............................................................ 12  

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Quadro 3 - Áreas (ha) semeadas com tracção animal e mecânica ............................................................ 13  

Quadro 4 – Rácios de Áreas Cultivadas por Habitante e Produção por Habitante ....................................... 14  

Quadro 5 - Produtos Adquiridos na Província da Huíla no âmbito do PAPAGRO ......................................... 15  

Quadro 6 – Localização de grandes Regadios ......................................................................................... 17  

Quadro 7 - Agregação das explorações pecuárias tradicionais e do tipo empresarial - 1º Semestre ............ 20  

Quadro 8 – Estrutura produtiva de carne na Província face ao País .......................................................... 21  

Quadro 9 – Indústrias no Ramo Agro-alimentar existentes ...................................................................... 25  

Quadro 10 - Situação Operacional das Empresas .................................................................................... 26  

Quadro 11 - Emissão de Alvarás e Averbamentos Filiais – 2011/2012 ....................................................... 28  

Quadro 12 – Número de Estabelecimentos Hoteleiros e Similares em funcionamento ................................ 33  

Quadro 13 - Caracterização das Estradas em execução ........................................................................... 37  

Quadro 14 - Caracterização das Pontes .................................................................................................. 37  

Quadro 15 - Esquema de fornecimento de energia eléctrica da Província .................................................. 39  

Quadro 16 – Sistemas de abastecimento de água existentes ................................................................... 40  

Quadro 17 – ETA’s existentes na Província ............................................................................................. 42  

Quadro 18 - Rácio de Alunos por Professores de acordo com o nível de ensino - 2012 .............................. 51  

Quadro 19 – Taxas de aprovação, reprovação e abandono escolar no Ensino Público ................................ 51  

Quadro 20 – Divisão Geo-Administrativa de infra-estruturas de saúde ...................................................... 53  

Quadro 21 - Resumo da força de trabalho - 2013 ................................................................................... 54  

Quadro 22 - Relação do número de técnicos por habitante na Província no período 2013 .......................... 55  

Quadro 23 – Quadro de Vacinação - 2013 .............................................................................................. 55  

Quadro 24 - Necrologia por sexo e idade até aos 4 anos do ano 2013 ...................................................... 56  

Quadro 25 – Saúde Materna 2013 ......................................................................................................... 57  

Quadro 26 – Evolução de Indicadores associados ao Desporto ................................................................ 58  

Quadro 27 – Evolução do Sector Público Administrativo e Empresarial Publico e Privado (2011 – 2013) ...... 64  

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Quadro 28 – Infra-estruturas Policiais existentes por Município ................................................................ 67  

Quadro 29 – Nº de Crimes registados .................................................................................................... 68  

Quadro 30 – Acidentes de viação Registados .......................................................................................... 69  

Quadro 31 – Matriz de Pertinência ......................................................................................................... 89  

 

 

Índice  de  gráficos  

Gráfico 1 – Área cultivada de Cereais a nível nacional ............................................................................. 10  

Gráfico 2 – Áreas Cultivadas e Quantidade Produzida por tipos de cultura (ha e ton) ................................ 12  

Gráfico 3 – Área Cultivada em % das Hortícolas (Ha/EAE) ....................................................................... 14  

Gráfico 4 – Estrutura Produtiva da Pecuária ........................................................................................... 20  

Gráfico 5 – Estrutura produtiva de efectivos pecuários produzidos na Província face ao País ...................... 20  

Gráfico 6 – Evolução da Produção e Exportação de Rochas Ornamentais (2012/2013) .............................. 26  

Gráfico 7- Número de estabelecimentos comerciais na Província (2011-2012) ........................................... 28  

Gráfico 8 – Taxa de Crescimento das unidades hoteleiras e serviços complementares 2012 – 2013 ............ 33  

Gráfico 9 – Níveis de ensino por Município 2012 ..................................................................................... 50  

Gráfico 10 - Evolução da Situação Epidemiológica 2011/2012/2013 ......................................................... 56  

Gráfico 11 – Tipo de Infra-estruturas de Desporto 2012 .......................................................................... 58  

Gráfico 12 – Número de Habitantes testados ao HIV 2013 ...................................................................... 61  

Gráfico 13 – Evolução do nº de trabalhadores empregos ......................................................................... 62  

Gráfico 14 – % de empregados por sector empresarial – 3º Trim 2013 .................................................... 63  

Gráfico 15 – % de empregados por sector Público Administrativo – 3º Trim 2013 ..................................... 64  

 

   

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APRESENTAÇÃO O  Plano  de  Desenvolvimento  da  Província  da  Huíla  (PDH)   constitui-­‐se   como   um   instrumento  orientador   das   principais   acções   a   serem  executadas   na   Província   por   todos   actores   de  desenvolvimento,  nos  próximos  cinco  anos  e  anos  seguintes.    

Foi  elaborado  com  base  nas  principais  orientações  emanadas   pelo   Plano   Nacional   de  Desenvolvimento  2013-­‐2017  (PND)  e  o  Roteiro  de   Elaboração   do   Programa   Provincial   de  Médio   Prazo   2013-­‐2017,   ambos   documentos   do  Ministério   do   Planeamento   e   do   Desenvolvimento  Territorial   da   República   de   Angola   (MPDT),   bem  como   atendendo   às   orientações   complementares  do  MPDT  decorrentes  da  reunião  de  dia  2  de  Abril  do  corrente  ano.  

O  Plano,  com  forte  carácter  estratégico,  constitui-­‐se  como   instrumento   orientador   de   processos   de  gestão,   promotor  da   optimização  dos   recursos  públicos   e   da  mobilização  dos   agentes   privados   e   da  sociedade  civil  em  torno  dos  objectivos  de  desenvolvimento  de  médio  prazo.  

A   sua   concretização   é   assim   suportada   na   implementação   integrada   de   programas   e   acções,  fundamentais  para  o  desenvolvimento  sustentado  da  Província.    

O   Plano   é   estruturado   em   função   do   percurso  metodológico   adoptado,   e   concretiza-­‐se   nos   3   (três)  volumes  que  agora  se  apresentam:  

! VOLUME   I   –   VISÃO   E   QUADRO   ESTRATÉGICO,   que   corresponde   a   presente   documento,   onde   se  apresenta:  

" Síntese  dos  elementos  gerais  de  diagnóstico  e  a  análise  SWOT  

" Enquadramento   do   Plano   de   Desenvolvimento   Provincial   no   âmbito   da   Estratégia  Nacional  e  no  Plano  de  Desenvolvimento  Nacional.  

" Visão  de  médio  e  longo  prazo  para  o  desenvolvimento  da  Província.  

" Estratégia  de  desenvolvimento  preconizada  pelo  Plano.  

! VOLUME  II  –  PROGRAMA  DE  ACÇÃO,  que  apresenta:  

" Quadro   de   intervenção   preconizado   pelo   Plano,   fundamentando   os   Programas  organizados   definidos   por   domínio,   respectivas   medidas   e   acções,   cuja  responsabilidade   de   execução   enquadra   os   diversos   actores   promotores   do  desenvolvimento  da  Província,  quer  sejam  do  sector  público  ou  do  sector  privado,  quer  sejam  de  âmbito  central  ou  de  âmbito  local.  

" Orçamento  do  Plano.  

! VOLUME   III   –   FICHAS   DE   PROJECTO,   detalhando   todas   as   acções   que   integram   os   diversos  Programas  Operativos.

“A  Província  da  Huila  tem  um  elevado  potencial  agrícola,   industrial   e   turístico   que   pode  conferir-­‐lhe   um   papel   decisivo   no  desenvolvimento  do  nosso  País.  A  agricultura  de  capital   intensivo,   seja  em  perímetro  de   regadio  ou   de   sequeiro,   encontra   aqui   condições  excelentes   e   a   Huila   pode   converter-­‐se   num  celeiro   para   a   constituição   de   reservas  alimentares  de  todo  país”.    

Eng.º  José  Eduardo  dos  Santos  

Presidente  da  República,  Agosto  de  2012  

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1 ELEMENTOS DE DIAGNÓSTICO

1.1 ENQUADRAMENTO  –  SITUAÇÃO,  LIMITES  E  POPULAÇÃO  

Com   79.023   km2,   a   Província   da   Huíla   localiza-­‐se   na   zona   sudoeste   da   República   de   Angola,  compreendido   entre   13º   -­‐   17º   30’   latitude   Sul   e   13º   -­‐   17º   longitude   Este,   fazendo   fronteira   com   as  Províncias  de  Benguela  e  Huambo  a  norte,  a  Província  do  Namibe  a  oeste,  a  leste  com  o  Bié  e  Cuando  Cubango  e  no  extremo  sul  com  a  Província  do  Cunene.    

Administrativamente,   a   Província   é   constituída   por   14   Municípios   (Lubango   sua   capital,   Humpata,  Chibia,   Gambos,   Quilengues,   Cacula,   Caconda,   Quipungo,   Matala,   Kuvango,   Chipindo,   Caluquembe,  Chicomba  e  Jamba)  e  40  comunas.    

Figura  1  –  Província  da  Huila  

   

A   acessibilidade   rodoviária   à   Província   da   Huila   é   assegurada   pela   rede   de   estradas   principais   das  quais  se  destacam:  

" A  Nordeste,  a  estrada  EN  354  que  conecta  o  Lubango  ao  Huambo,  travessando  os  Municípios  de  Cacula,  de  Caluquembe  e  de  Caconda;  

" A  oeste  a  estrada  EN  105  conecta  a  Huíla  a  benguela  para  Benguela,  atravessando  o  Município  de  Quilengues  e  Cacula.  Esta  via,  a  sudeste,  é  igualmente  responsável  pela  ligação  da  Huila  ao  Cunene;  

" A  estrada  EN  280,  a  oeste,  garante  a  ligação  da  Huíla  ao  Namibe.  

O   território  provincial   beneficia   ainda  da   conexão   ferroviária  do  Namibe  que  partindo  da   cidade  do  Namibe,  atravessa  a  Província  da  Huila  tendo  o  seu  término  na  cidade  de  Menongue,  na  Província  do  Cuando  Cubango.  

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Em  termos  populacionais,  e  de  acordo  com  os  dados  disponíveis  pelo  INE,  estima-­‐se  que  a  população  residente   na   Província   seja   de   1.974.604   habitantes1.   Porém,   a   distribuição   da   população   por  Município   é   diferenciada,   registando-­‐se   a   elevada   concentração   populacional   no   Município-­‐sede   da  Província  –  Lubango.  

Quadro  1-­‐  População  residente  na  Província  da  Huila  por  Município  (2014)  

Município   Superfície     População  residente  estimada  

Distribuição  relativa  da  população  estimada    

Densidade  Populacional    

    Km2   2014   (%)   (Hab/km2)  Lubango   3140   837  413   42%   450  Humpata   1261   59  703   3%   80  Quilengues   4464   72  841   4%   28  Quipungo   7633   131  169   7%   29  Caconda   4715   104  307   5%   37  Matala   9065   131  985   7%   25  Caluquembe   3075   141  553   7%   78  Gambos   8150   89  642   5%   19  Cuvango   9680   55  234   3%   10  Jamba     11110   75  088   4%   11  Chicomba   4203   65  312   3%   26  Chipindo   3898   42  045   2%   18  Chibia   5180   122  289   6%   40  Cacula   3449   46  022   2%   23  Total   79023   1  974  604   100%   873  

 Fonte:  Instituto  Nacional  de  Estatística  (INE),  Departamento  de  Estatísticas  Demográficas  e  Sociais  –  DEDS,  2011  

 

A   distribuição   territorial   diferenciada   traduz,   por   um   lado,   a   pressão   exercida   no   território,   em  particular  na  cidade  do  Lubango,   facto  que  requer  a  definição  de  politicas  especificas  no  domínio  do  ordenamento  territorial  e  urbanístico,  e  por  outro,  na  dispersão  do  povoamento,  registada  nos  outros  Municípios,  com  impacte  no  volume  de   investimento  necessário  para  garantir  ao  acesso  a  serviços  e  equipamentos  sociais.  

 Figura  2  –  Densidade  populacional,  por  Município  (2014)  

1 Instituto Nacional de Estatística, Departamento de Estatísticas Demográficas e Sociais – DEDS, 2011

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Considerando  as  projecções  do  INE,  a  Huíla  regista  uma  tendência  de  aumento  do  seu  número  de  habitantes  na  ordem  dos  3%/ano.  

Esse  facto  fez  com  que  essas localidades  fossem  escolhidas,  como  refúgio,  pelas  comunidades  do   norte   e   leste   da   Província   da   Huíla   e   até   das   restantes   Províncias   do   País,   onde   a  insegurança  e  a  destabilização  eram  notáveis.  

Também,  a  cidade  do  Lubango  conhecida,  como  cidade  do  conhecimento,  por  esse  facto,  atraiu  angolanos  de  todos  os  quadrantes,  o  que  originou  movimentos  migratórios  que  contribuíram  para   o   seu   crescimento   demográfico   e   a   reconfiguração   da   sua   composição   etnolinguística,  processos  esses  que  começaram  a  ser  registados,  a  partir  dos  meados  dos  anos  80  do  Século  XX.  

A   taxa   de   natalidade   elevada   veio   contribuir,   também,   para   restruturação   da   composição  etária  da  população  Huilana,  da  qual  57%  dos  habitantes  têm  menos  de  20  anos.  

 

 

   

Figura  3  –  Estrutura  Etária  da  população  residente  (estimada)  na  Província  da  Huila  (2014)  

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Essa   situação   deve   ser   encarada   como   um   forte   desafio   às   políticas   de   dinamização   do  mercado   de   emprego   e   de   incentivo   para   o   surgimento   de   um   tecido   empresarial,   que  

enquadre,  também,  a  camada  jovem,  o  que  levará  ao  fortalecimento  da  base  económica  social.  Do  ponto  de  vista  étnico-­‐linguístico,  a  população  a  Huila  é  heterogénea.  Pois,  a  Província  da  Huíla  apresenta  o  seguinte  mosaico  etnolinguístico:  

• Os  Ovanyaneka,  com  os  seus  subgrupos,  nos  Municípios  do  centro  sul;  

• Os  Ovibumdu,  nos  Municípios  do  norte;  

• Os  Nganguelas,  nos  Municípios  da   Jamba  e  do  Kuvango,   e   as  etnias  minoritárias  da  Província,  designadamente,  Kiokos,  Hereros  e  os  considerados  povos  não  Bantu.  

Essa   diversidade   étnico-­‐linguística   que   a   Província   da   Huíla   apresenta   constitui   um   bem  patrimonial   e   cultural   e   um   valor,   com   relevância   turística,   que   devem   ser   preservados   e  divulgados.        

1.2 AGRICULTURA,  PECUÁRIA,  FLORESTA  E  DESENVOLVIMENTO  RURAL  

1.2.1 AGRICULTURA  

A  actividade  agrícola  tem  um  papel  de  destaque  na  vida  sócio-­‐económica  das  populações  da  Província,  representando,   em   conjunto   com  a   exploração  pecuária,   a   principal   fonte  de   recursos   e   rendimento  das  comunidades.  

A   situação   agrícola   na   Província   da   Huíla   caracteriza-­‐se   essencialmente   por   uma   agricultura  rudimentar   e   de   subsistência,   desenvolvida   por   pequenos   produtores   familiares   tradicionais.   Esta,  apresenta-­‐se   com   baixos   rendimentos,   reflexo   da   absoluta   dependência   do   regime   de   chuvas,  predominantemente  escassas  e   irregulares.  Esta  dependência  é  agravada  pelo   facto  dos   solos   serem  extremamente  permeáveis  e  as  infra-­‐estruturas  de  reserva  de  água  serem  insuficientes.      

As   características   edafoclimáticas   da   Província   constituem-­‐se   como   condicionantes   ao  desenvolvimento  de  uma  agricultura  polivalente  e  diversificada.    

O  milho,  massango  e  massambala  são  as  principais  culturas  praticadas  não  tendo  sofrido  variações  ao  longo  dos  anos.    

A  Huíla  é  a  Província  que  detém  a   terceira  maior  área  de  cereais  no  País  com  cerca  de  15%  de  área  cultivada.    

   

Gráfico  1  –  Área  cultivada  de  Cereais  a  nível  nacional  

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Fonte:  Campanha  agrícola  2011/2012  

 

 

 

A  actividade  agrícola  na  Província  distribui-­‐se  pelas  seis  zonas  agrícolas:  

" Zona   agrícola   24,   compreende   os   Municípios   de   Caluquembe,   Caconda   e   Chipindo   que  corresponde  à  superfície  planáltica  de  maior  altitude  do  território  angolano.  Caracteriza-­‐se  por  densa   ocupação   agrícola,   tendo   como   as   principais   culturas   o   milho,   feijão,   batata   –   doce   e  rena,  abóbora,  hortícolas  e  mandioca.  

" Zona  agrícola  25  –  Município  do  Kuvango,  constitui  uma  área  de  transição  do  planalto  central,  com  oscilações  de  precipitação.  A  actividade  agrícola  constitui  a  principal  ocupação,  baseando-­‐se   essencialmente   na   exploração   de   sequeiro   (milho,   amendoim,   feijão,   abóbora,   mandioca,  hortícolas  e  a  sul  o  massango  e  massambala).  

" Zona   agrícola   27   –   Município   de   Quilengues,   essencialmente   dedicado   à   vida   pastoril   com  hábitos   de   semi-­‐nómadas   bem   vincados,   existindo   também   alguma   actividade   agrícola,  nomeadamente  no  cultivo  de  milho,  massango  e  massambala.  

" Zona   agrícola   30   –   Compreende   os   Municípios   do   Lubango,   Humpata   e   Chibia.   A   ocupação  agrícola  é  do  tipo  familiar  e  empresarial,  assume  importante  destaque  na  maior  parte  da  zona  e  manifesta-­‐se  particularmente  ao  longo  dos  rios  e  principais  linhas  de  água,  com  preocupação  de   utilização   dos   solos   das   baixas   marginais   naturalmente   drenadas   e   mais   férteis.   A  exploração  agrícola  de  sequeiro  é  sempre  inviabilizada  pela  irregularidade  das  chuvas  excepto  na  parte  norte,  daí  o  grande  aproveitamento  dos  rios  existentes  com  construção  das  barragens  da  Tundavala  (Lubango),  Neves  (Humpata),  Ngangelas  (Chibia),  Chicungo  e  Sendi  (Quipungo).  As  principais  culturas  practicadas  nesta  zona  são  o  milho,  feijão,  batata  rena  e  doce,  hortícolas,  massango  e  massambala.  

" Zona   agrícola   31   –   Compreende   os   Municípios   de   Matala,   Jamba,   Chicomba,   Caluquembe   e  Quipungo.   A   actividade   nesta   zona   é   essencialmente   dedicada   à   pastorícia   e   à   agricultura  predominantemente  de   sequeiro.  No  Município   da  Matala   situa-­‐se   um  dos  mais   importantes  empreendimentos  hidro-­‐agrícolas  do  sul  de  Angola,  a  barragem  onde  deriva  o  canal  condutor  de  irrigação  com  uma  extensão  de  43  km  com  capacidade  de  irrigar  mais  de  10  000  hectares.  As   culturas   frequentes   constituem   o   milho,   massango,   horto-­‐frutícolas,   feijão,   batata-­‐rena   e  doce,  mandioca  e  massango.  

0%   0%   2%  3%  

1%   1%   0%   1%   2%  

18%  

10%  

18%  

11%  

3%  

15%  

2%  

8%  6%  

ÁREA  CULTIVADA  DE  CEREAIS  A  NÍVEL  NACIONAL  

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" Zona  agrícola  33  –  Constituída  apenas  pelo  Município  de  Gambos,  é  uma  região  tropical  semi-­‐árida.   O   modo   de   vida   das   suas   populações   é   essencialmente   voltado   para   a   pastorícia.   A  agricultura  de  sequeiro  é  uma  actividade  quase  marginal  limitando-­‐se  às  pequenas  lavras  nas  vizinhanças   das   habitações   com   base   na   cultura   de   cereais   menos   exigentes   em   humidade  como  o  Massango  e  a  Massambala.  O  milho  é  reservado  para  as  terras  mais  pesadas.  Esta  zona  está  incluída  na  região  de  pastos  doces,  sendo  muito  pobre  em  recursos  hídricos  superficiais  a  tal   ponto   que   a   estiagem   quebra   totalmente   os   caudais   dos   rios   principais,   reduzindo  praticamente  as  águas  retidas  em  fundos  do  próprio  leito.  

Assim,   para   se   dispor   de   uma   análise   realista   sobre   o   efectivo   papel   da   agricultura   é   necessário  identificar  a  total  de  área  cultivada,  bem  como,  a  produção  por  Município.    

Gráfico  2  –  Áreas  Cultivadas  e  Quantidade  Produzida  por  tipos  de  cultura  (ha  e  ton)  

Fonte:  Relatório  Provincial  da  1.ª  Época  da  Campanha  2012  –  IDA  Provincial  (Outubro  –  Dezembro  2012  e  Janeiro  2013)  

 

Quadro  2-­‐  EAF  -­‐  Exploração  Agrícola  Familiar  por  tipo  de  Cultura  

Culturas  Áreas  

Cultivadas(ha)  %  

Produção  (ton)  

%  Rendimento  (ton/ha)  

Milho   202.051   55%   178.537   61%   0,9  Feijão   12.954   4%   5.844   2%   0,5  Massango   61.819   17%   41.838   14%   0,7  Massambala   84.464   23%   46.607   16%   0,6  Amendoim   3.158   1%   762   0%   0,2  Batata-­‐Doce   1.090   0%   8.262   3%   7,6  Batata-­‐Rena   565   0%   4.538   2%   8,0  Mandioca   285   0%   2.176   1%   7,6  Cucurbitáceas   47   0%   296   0%   6,3  Hortícolas   341   0%   4.604   2%   13,5  Fruteiras   32   0%   184   0%   5,8  Total   366.806   100%   293.647   100%      

Fonte:  Relatório  Provincial  da  1.ª  Época  da  Campanha  2012  –  IDA  Provincial  (Outubro  –  Dezembro  2012  e  Janeiro  2013)  

 

Da  análise  do  gráfico  permite  realçar  os  seguintes  aspectos:    

" O  milho,  massango  e  massambala  são  as  principais  culturas  praticadas,  representando  mais  de  90%  da  área  cultivada  na  Província  da  Huila;  

55%  

4%  17%  

23%  1%  

0%  

0%  0%  

0%  0%  

0%  

ÁREAS  CULTIVADAS  (HA)  

Milho   Feijão   Massango  Massambala   Amendoím   Batata-­‐Doce  Batata-­‐Rena   Mandioca   Cucurbitáceas  

61%  

2%  

14%  

16%  0%  

3%  1%  

1%  

0%  

2%  0%  

PRODUÇÃO  (TON)  

Milho   Feijão   Massango  Massambala   Amendoím   Batata-­‐Doce  Batata-­‐Rena   Mandioca   Cucurbitáceas  

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" A  batata-­‐rena,  batata-­‐doce,  mandioca,   amendoim,  hortícolas,   cucurbitáceas   e   fruteiras   são  os  tipos   de   cultura   com   menos   expressão   produtiva,   visto   serem   culturas   de   regadio.   Neste  sentido,   o   desenvolvimento   dos   sistemas   de   regadio   aliado   a   uma   exploração   agrícola  empresarial   são   factores   que   potenciam   a   produção,   diversificando   o   tipo   de   espécies,   bem  como  o  número  de  colheitas  por  ano;  

" É  de   realçar   que   são   as   culturas  hortícolas,  Batata-­‐Rena   e  mandioca  que   representam  maior  produção  face  à  área  cultivada  por  hectare,  cerca  de  13.5,  8.0  e  7.6  (ton/ha)  respectivamente.    

" Relativamente  à  quantidade  produzida  por  Município,  faz-­‐se  notar  que  na  fileira  dos  cereais,  o  Município   com  maior   peso   em   quantidade   produzida   de   cereal   é   Quipungo   (cerca   de   12%),  seguindo  da  Matala  e  Chicomba  (ambos  com  11%).  

" Na  Fileira  de  Raizes  e  Turbéculos,  bem  como  na  Fileira  das  Hortícolas  é  o  Município  da  Matala  que  apresenta  maior  peso  na  produção  da  Província,  23%  e  42%  respectivamente.  

" Quanto   à   Fileira   de   Leguminosas   e  Oleaginosas,   destaca-­‐se   o  Município   de   Caluquembe   com  26%  face  à  produção  de  6.606  toneladas  na  campanha  agrícola  em  análise.  

" Finalmente   na   Fileira   de   Frutas,   ainda   que   seja   a   fileira   que   representa   menor   quantidade  produzida,   é   no  Município   de   Chicomba   que   se   verifica  maior   produção   (87   toneladas   num  total  de  480  toneladas).  

A   predominância   da   produção   camponesa   traduz-­‐se   também   nos   tipos   de   tracção   utilizada   pelos  produtores,  como  se  constata  nos  quadros  seguintes:    

Quadro  3  -­‐  Áreas  (ha)  semeadas  com  tracção  animal  e  mecânica  

EDA's   Tracção  Animal  

%   Manual   %   Total  

Lubango   27.635   8%   1.061   6%   28.696  Humpata   3.780   1%   233   1%   4.013  Chibia   32.245   9%   1.911   10%   34.156  Quipungo   37.957   11%   1.979   10%   39.936  Matala   35.550   10%   1.426   8%   36.976  Jamba   17.661   5%   1.010   5%   18.671  Kuvango   21.600   6%   1.225   6%   22.825  Cacula   26.871   8%   1.695   9%   28.566  Quilengues   33.603   10%   2.014   11%   35.617  Caluquembe   21.408   6%   1.039   5%   22.447  Caconda   13.468   4%   915   5%   14.383  Chicomba   18.787   5%   1.060   6%   19.847  Gambos   35.507   10%   2.192   12%   37.699  Chipindo   20.613   6%   1.187   6%   21.800  Total  EDA's   346.685   100%   18.947,0   100%   365.632  Área  Mecanizada  MECANAGRO               935  Área  Mecanizada  -­‐  Contrib.  Agricultores  e  A.M       242  TOTAL                     366.808  

Fonte:  Relatório  Provincial  da  1.ª  Época  da  Campanha  2012  –  IDA  Provincial  (Outubro  –  Dezembro  2012  e  Janeiro  2013)  

 A   agricultura   familiar   utiliza   regularmente   a   consociação   de   culturas   numa  mesma  parcela,  enquanto   a   agricultura   empresarial   apega-­‐se   maioritariamente   à   exploração   de   culturas  independentes,  o  que  permite  um  aumento  exponencial  da  quantidade  produzida.  Exemplo  disso  é  

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a   exploração   de   hortícolas   que   representa   cerca   de   787  mil   toneladas   aquando   de   uma   exploração  agrícola  empresarial.  

A   Província   é   detentora   de   um   grande   potencial   hortícola,   apresentando   a  maior   área   cultivada   em  todo   País.   É   intenção   do   executivo   local,   promover   a   agricultura   através   da   prática   do   sistema   de  micro-­‐regadios,   suportados   principalmente   pela   abundância   dos   recursos   hídricos   (rios,   barragens,  diques,  etc.).    

 Gráfico  3  –  Área  Cultivada  em  %  das  Hortícolas  (Ha/EAE)  

     

Fonte:  Campanha  agrícola  2011/2012  

 

Em   seguida,   apresenta-­‐se   um   conjunto   de   rácios   que   permitem   compreender   o   potencial  subaproveitado  da  Província.  

 Quadro  4  –  Rácios  de  Áreas  Cultivadas  por  Habitante  e  Produção  por  Habitante  

Rácios  por  população                  

População  Total  Estimada  INE  -­‐  2012                   1.868.411  Área  Cultivada  por  Nº  de  Habitantes  (Ha)                   0,196  Nº  de  Habitantes  por  Produção  (ton)                   0,157  Area  Bruta  da  Província  (ha)                   7.802.200  Área  Cultivada  por  Nº  de  Habitantes  (metros)                   44,31  

 

Constata-­‐se   que,   considerando   a   projecção   da   população   total   do   INE   para   2012,   a   cada   habitante  corresponde  uma  área  cultivada  de   cerca  de  0,196  ha,  o  que  equivale  a   cerca  de  44,3  metros.   Isto  é  facto  revelador  da  fraca  densidade  territorial  da  actividade  agrícola  e  da  superfície  de  solos  cultivados  

Em  suma:    

" O   recurso   ao   uso   da   enxada   pelos   produtores   do   sector   familiar   é   característica   dominante,  embora  haja  tendência  para  uso  de  tracção  animal.    

0%   0%  3%  

6%  2%   2%   1%   2%   1%  

14%  15%  16%  

10%  

1%  

18%  

7%  

0%   0%  

ÁREA  CULTIVADA  DE  HORTÍCOLAS  A  NÍVEL  NACIONAL  

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" A  baixa  mecanização  agrícola  e  fraca  utilização  de  sistemas  de  regadio  provoca  baixos  níveis  de  produção  agrícola.  

" A  actividade  agrícola  continua  a  ser  aquela  que  mais  rapidamente  poderá  alterar  e  melhorar  o  tecido   económico,   através   da   transformação   do   seu   carácter   de   subsistência   para   uma  actividade   competitiva,   próspera   que   contribua   para   o   desenvolvimento   sustentável   da  Província.    

" A   actividade   agrícola   é   a   aposta   principal   da   Província,   promovendo   a   melhoria   da  produtividade,   o   aumento   da   produção   para   níveis   que   garantam   a   segurança   alimentar,   o  fornecimento  regular  de  matéria-­‐prima  à  indústria  de  transformação  e  à  exportação.  

São   várias   as   acções   que,   a   nível   nacional,   têm   sido   levadas   a   cabo   a   fim  de   resolver   e  melhorar   os  níveis  de  produção  nacional.  Destes  destacam-­‐se:  PAPAGRO,  PLANIRRIGA  e  o  PPCR.  

 

 

 

PAPAGRO - PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DOS PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

Este  programa  tem  como  objectivo  assegurar  com  regularidade  a  aquisição  de  excedentes  de  produção  das  explorações  agrícolas  familiares  e  de  outros  produtores,  para  os  principais  centros  de  consumo  e  o  abastecimento  regular  e  permanente  de  bens  essenciais  e  mercadorias  às  comunidades  rurais.  

 Quadro  5  -­‐  Produtos  Adquiridos  na  Província  da  Huíla  no  âmbito  do  PAPAGRO  

Produto   Quantidade   Valor       Kg    %   AKZ    %  Alho     3  567   4%   891  671   10%  Banana  mesa     400   0%   28  000   0%  Batata  rena   21  560   26%   1  724  800   20%  Cebola   28  349   34%   2  551  434   29%  Cenoura   5  217   6%   521  748   6%  Ginguba   6  144   7%   1  535  915   18%  Pimento  verde   6  869   8%   686  912   8%  Repolho  verde   3  621   4%   181  073   2%  Tomate  corrente   8  134   10%   650  732   7%  TOTAL   83  862   100%   8  772  285   100%  

(Fonte:  MINCO  –  PAPAGRO  –  2013)  

 

Na  Província  da  Huíla  têm  sido  adquiridos  aos  camponeses  diversos  tipos  de  produtos  agrícolas  num  total  de  83.862  Kg,  correspondendo  a  um  rendimento  de  8.772.285  AKZ.  

Os   três   principais   produtos   transaccionados   (em   termos   de   quantidades)   foram:   a   cebola   (34%   do  total  dos  produtos);  a  batata-­‐rena  (26%);  o  tomate  corrente  (10%).  

Em   síntese,   o   estado   actual   deste   sector   está   muito   longe   do   aproveitamento   das   suas   reais  potencialidades,  apesar  de  persistirem  esforços  de  ordenamento  e  de  gestão  equilibrada  dos  recursos  naturais.    

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Este   sector   é   referido   no   PND   2013-­‐2017   como   sendo   um   factor   de   diferenciação   relativamente   a  outras   Províncias,   pelo   que   a   especialização   de   excedentes   agrícolas,   nomeadamente   cereais   e  pecuários,   valorização   de   regadios   e   a   agricultura   tradicional   são   chave   da   estratégia   para   o  desenvolvimento  económico  e  social  enquanto  contributos  importantes  para  a  fixação  das  populações  e  a  melhoria  do  nível  de  vida.  

PLANIRRIGA – PLANO NACIONAL DIRECTOR DE IRRIGAÇÃO DE ANGOLA

Este  plano  promove  o  desenvolvimento  nacional  e  regional,  através  da  sustentabilidade  da  actividade  agrícola,   analisando   e   definindo   as   terras   com   potencial   de   regadio,   assim   como   as   infra-­‐estruturas  existentes.  

PPCR – PROGRAMA DE PROMOÇÃO DO COMÉRCIO RURAL

Em   curso,   encontra-­‐se   outro   programa   que   visa   incentivar   a   produção   agro-­‐pecuária   e   sua  comercialização   no   âmbito   do   Programa   Integrado   de   Desenvolvimento   de   Combate   à   Fome   e   à  Pobreza.  

1.2.1.1 INFRA-­‐ESTRUTURAS  DE  APOIO  À  AGRICULTURA  

O  desenvolvimento  da  agricultura  está  fortemente  dependente  do  incremento  e  da  melhoria  das  infra-­‐estruturas  de  suporte  à  actividade,  bem  como  do  aumento  dos  níveis  de  mobilidade  e  acessibilidades  intra  e  interprovincial.  

Com   efeito,   existem   constrangimentos   de   ordem   logística   e   de   abastecimento   técnico,   tecnológico   e  material  que  condicionam  os  níveis  potenciais  de  produção  agrícola  

Em   termos   infra-­‐estruturais   há   dificuldades   inerentes   aos   sistemas   de   energia   eléctrica,   ao  abastecimento   de   água   e   ao   saneamento   básico,   com   precariedade   e   ausência   de   uma   oferta  devidamente  estruturada,  assim  como,  as  acessibilidades  e  a  mobilidade  no  espaço  rural.    

O  controlo  e  prevenção  de  epidemias  e  o  controlo  de  pragas  constituem  outros  domínios  importantes  com  reflexos  na  saúde  pública  e  no  contexto  produtivo.  

Registam-­‐se  constrangimentos  ao  nível  da  comercialização  e  escoamento  da  produção  agrícola,  desde  logo  ao  nível  da  logística  de  armazenamento  e  da  estrutura  das  transacções  e  trocas  comerciais.  

A  título  de  exemplo  pode-­‐se  referir  a   insipiência  de  uma  rede  de   frio  e  o  seu   impacte  bloqueador  ao  nível  da  produção  de  frescos  e  de  perecíveis,  particularmente  nas  imediações  das  zonas  urbanas.    

Outra   infra-­‐estrutura   igualmente   resulta   da   criação   de   sistemas   de   regadio   (como   canais,   diques   e  açudes,  pequenas  e  médias  barragens).  Estes  têm  um  efeito  muito  importante  no  sentido  de  viabilizar  a  produção  de  regadio  e  daí  a  produção  intensiva  em  épocas  de  escassez  de  chuva,  reduzindo  assim  o  risco  climático,  sobre  a  actividade  agro-­‐pecuária  com  substanciais  aumentos  de  rendimentos.  

Com  vista  à  resolução  e  prevenção  dos  efeitos  nefastos  de  longos  períodos  de  seca,  Governo  desenhou  um  plano  suportado  em  estudos  e  projectos  para  a  renovação  das  barragens  existentes  e  execução  de  novas,   com   vista   a   garantir   a   disponibilidade   de   água   para   a   irrigação   durante   todo   o   ano,   como  também  a  perfuração  de  furos,  sobretudo  nas  zonas  mais  assoladas  pela  seca.  

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Existem,   na   Província   da   Huíla,   grandes   e   médios   empreendimentos   hidroagrícolas   com  potencialidade   e   condições   susceptíveis   de   gerarem   um   aumento   na   oferta   de   produtos   agro-­‐pecuários.  

Os   perímetros   hidroagrícolas   já   implantados   e   estimados   em   6.956   hectares,   não   estão  suficientemente  aproveitados,  necessitando  de  ordenamento  e  reabilitação.  

Assim,   e   considerando   a   predominância   de   culturas   de   sequeiro,   é   fundamental   criar   sistemas   de  regadio  que  permitam  a  diversificação  de  culturas  e  potenciem  a  colheita  em  várias  épocas  do  ano.  Em  seguida,  apresenta-­‐se  a  caracterização  do  sistema  de  regadio  actual  na  Província.    

Figura  4  -­‐  Caracterização  geral  dos  sistemas  de  regadio  da  Província  

Fonte:  Governo  Provincial  da  Huila  

Os  pequenos  regadios  existentes  na  Província  são  normalmente  utilizados  pelas  famílias  camponesas,  nomeadamente  represas  de  acumulação,  poços,   furos,  água  existente  no  solo  e  a   instalação  de  moto-­‐bombas.    

Relativamente   aos   grandes   regadios   existentes,   estes   irrigam   grandes   perímetros   agrícolas   e  localizam-­‐se  nos  seguintes  Municípios.  

 Quadro  6  –  Localização  de  grandes  Regadios    

Município   Designação  

Humpata  Perímetro  Hidroagrícola  das  Neves    Perímetro  Hidroagrícola  Bata-­‐Bata    

Matala   Perímetro  irrigado  da  Matala  Caconda   Perímetro  irrigado  de  Waba  

Lubango  Perímetro  Hidroagrícola  Mapunda    Canais  da  Casa  verde  da  Mapunda    Perímetro  Hidroagrícola  da  comuna  da  Huila  

Chibia  Perímetro  Hidroagrícola  Gandjelas  Perímetro  de  rega  da  Gandjelas  

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Município   Designação  

Quipungo  

Perímetro  Hidroagrícola  das  Chimucuas  Barragem  do  Chicungo  Barragem  do  Sendi  Barragem  Quipungo  Sede  Fonte:  Governo  Provincial  da  Huila  

 

A  melhoria  das  infra-­‐estruturas  agrícolas  visa,  entre  outros  objectivos:  contribuir  para  a  preservação  dos   recursos  naturais;   definir   regras  para  uso,   ocupação   e   transformação  do   solo;   compatibilizar   os  diferentes   usos   e   actividades   com   a   protecção,   valorização   e   requalificação   ambiental;   e,   propor  medidas   e   acções   que,   com   base   no   desenvolvimento   sustentável   das   bacias   hidrográficas,   sejam  necessárias   à   consecução   de   um   bom   estado   ecológico   e   químico   das   massas   de   água,   em  conformidade  com  o  disposto  na  Lei  da  Água.  

Relativamente   aos   sistemas   de   regadio   na   Província   da   Huila,   existem   grandes   e   médios  empreendimentos   hidroagrícolas   com   potencialidade   e   condições   susceptíveis   de   gerarem   um  aumento   na   oferta   de   produtos   agro-­‐pecuários.   No   entanto,   os   perímetros   hidroagrícolas   já  implantados,   e   estimados   em   6.956.000   hectares,   não   estão   suficientemente   aproveitados,  necessitando  de  ordenamento  e  reabilitação.  

1.2.2 FLORESTAS  

A   floresta  autóctone  desempenha  um  papel  de  extrema   importância  de  nível  ecológico,  económico  e  social.  Constitui  também  o  habitat  para  inúmeras  espécies  de  fauna  e  flora  que  dela  dependem  e,  neste  sentido,  é  essencial  na  manutenção  da  vida  selvagem.    

A  floresta  tem  igualmente  o  papel  essencial  na  diminuição  do  risco  de  erosão,  e  na  regulação  dos  níveis  de  retenção  de  água  nos  solos,  no  controlo  do  ciclo  e  da  qualidade  da  água.  

Porém,   a   floresta   é   igualmente   fonte  de   recursos   tais   como,   combustível,  madeiras,   alimentos,   entre  outros.  

Por   força   da   acção   humana,   a   Província   da   Huíla   tem   assistido   à   redução   significativa   das   áreas  florestais,   desencadeada  pelo  abate   indiscriminado  de  árvores,   com  particular  visibilidade  na   região  leste  da  Província.  A  população  utiliza  a  madeira  e  o   carvão   como  combustíveis  vegetais,   sendo  que  este  último  é  obtido  através  de  queimadas  e  destina-­‐se  essencialmente  a  fins  comerciais.  

Para   colmatar   esta   questão,   a   Província   da   Huila   já   possui   polígonos   florestais   nos   Municípios   de  Caconda,  Humpata  e  Matala.  Este  último  é  composto  por  dois  viveiros,  um  tanque  de  fornecimento  de  água  e  um  espaço  com  seis  hectares  de  terra  para  produção  de  plantas  em  viveiro.    

A  sua  capacidade  de  produção  é  de  300  mil  árvores,  produzindo  diversas  espécies  como  Jacarandás,  Eucaliptos,  Acácias,  Ligustros  entre  outras,  destinadas  ao  repovoamento  dos  Municípios  do  Kuvango,  Jamba  e  Chipindo,  assim  como  a  Província  do  Huambo.  

Neste   contexto   enunciam-­‐se   como   medidas   a   considerar   com   vista   à   preservação   florestal,   as  seguintes:  

" Aplicação  de  medidas  coercivas  ao  abate  indiscriminado  da  fauna  e  da  flora;  " Promoção   de   medidas   preventivas   de   sensibilização   que   demonstrem   à   população   as  

consequências  directas  e  nefastas  que  advêm  do  uso  indiscriminado  dos  recursos  naturais;  " Avaliação  dos  recursos  florestais  e  faunísticos  existentes;    

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" Concepção  de  um  banco  de  dados  sobre  mapas  florestais  existentes  na  Província;    " Criação  de  mais  viveiros  florestais  para  a  produção  de  mudas.

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1.2.3 PECUÁRIA    

A  exploração  pecuária  é  uma  das  principais  fontes  de  rendimento  na  Província,  sendo  que  as  espécies  mais  representativas  da  actividade  são  os  bovinos  e  os  pequenos  ruminantes  (caprinos),  acumulando  mais  de  metade  do  total  da  produção  da  Província.  

Contudo,   não   é   desprezível   o   contributo   da  exploração  de  suínos  e  de  aves  (galinhas  poedeiras  e   de   carne)   sobretudo   ao   nível   familiar   no   que   se  refere  produção  para  autoconsumo.  

A   pecuária   tem   uma   importância   essencial   no  funcionamento   das   sociedades,   tanto   do   ponto   de  vista  económico  como  social.  

Para   além   do   fornecimento   dos   seus   produtos  directos   para   a   alimentação   humana,   o   gado  desempenha   ainda   um   papel   relevante   no  desenvolvimento   agrícola   como   fornecedor   de  estrume   e   de   tracção   animal,   quer   na   tracção   de  carroças   quer   nas   operações   culturais,  concretamente  nas  lavouras.  

O   desenvolvimento   da   actividade   pecuária   nesta  região   do   País   representa,   pois,   um   desafio  importante,  tanto  do  ponto  de  vista  local  (melhoramento  do  nível  de  vida  das  populações,  luta  contra  o  êxodo  rural),  como  nacional  (abastecimento  dos  centros  urbanos  em  carne  e  consequente  redução  das  importações).  

Constata-­‐se   através   dos   dados   seguintes,   disponibilizados   pelo   MINADER   na   Campanha   Agrícola  2011/2012,  que  o  total  de  efectivos  pecuários  na  Província  é  de  3.786.835,  sendo  os  Bovinos  a  espécie  mais  produzida.    

Quadro  7  -­‐  Agregação  das  explorações  pecuárias  tradicionais  e  do  tipo  empresarial  -­‐  1º  Semestre  

Espécie  

Efectivo  estimado  de  "cabeças"  (Dez.2011)  

Efectivo  abatido    "cabeças"  

Peso  médio  limpo  

"Kg/cabeça"  

Produção  de  carne  "ton"  

Bovinos   1.656.845   3.115   150   467,25  Caprinos   694.071   107.988   22   2.375,74  Ovinos   170.473   40.427   21   848,97  Suínos   713.688   107.987   30   3.239,61  Avícolas   551.758   368.667   1,3   479,27  Total   3.786.835   628.184   224   7.411  

Fonte:  MINADER  -­‐  Campanha  agrícola  2011/2012  

A   estrutura   produtiva   da   pecuária   pode   ser   analisada   em   função   do   peso   relativo   que   cada   espécie  representa,  destacando-­‐se  a  bonivicultura  (44%)  com  um  peso  bastante  superior  à  importância  que  o  respectivo  ramo  assume  no  plano  nacional  (14%),  como  é  comprovado  no  gráfico  que  seguidamente  se  apresenta.    

Gráfico  5  –  Estrutura  produtiva  de  efectivos  pecuários  produzidos  na  Província  face  ao  País  

Gráfico  4  –  Estrutura  Produtiva  da  Pecuária  

Fonte:  MINADER  -­‐  Campanha  agrícola  2011/2012  

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Fonte:  MINADER  -­‐  Campanha  agrícola  2011/2012  

 

Todos   os   restantes   apresentam   valores   produtivos   superiores   à   média   nacional,   exceptuando   a  avicultura  que  apresenta  valores  reveladores  do  predomínio  de  uma  economia  camponesa,  assumindo  a  exploração  empresarial  pouco  significado  no  desenvolvimento  deste  sector.    

Neste  sentido,  devem  ser  ultrapassados  os  constrangimentos  subjacentes  ao  esforço  de  investimento  necessário,   tendo   em   conta   que   a   Província   dispõe   de   condições   favoráveis   neste   sector,   como   por  exemplo,  a  elevada  capacidade  produtiva  de  cereais  que  são  a  base  da  alimentação  avícola.  

Como  se  verifica  no  quadro  seguinte,  é  de  salientar  que  a  exploração  de  suínos  e  caprinos  assumem  especial  importância,  sobretudo  se  se  considerar  que  são  as  fileiras  primárias  da  exploração  pecuária  que  mais  contribuem  para  a  segurança  alimentar.    

 

 

 

   

Quadro  8  –  Estrutura  produtiva  de  carne  na  Província  face  ao  País  

Produção  de  carne  “ton”   Huíla   Angola  

Bovinos   6%   8%  Caprinos   32%   26%  Ovinos   11%   9%  Suínos   44%   35%  Avícolas   6%   23%  Total   100%   100%  Fonte:  MINADER  –  Campanha  agrícola  2011/2012  –  1º  semestre  

 

A  percentagem  de  animais  abatidos  em  relação  à  produção  de  “cabeças”  é  bastante  reduzida.  A  Huíla  possui   um   efectivo   estimado   de   1.656.845   “cabeças”   bovinas   produzidas   e   apenas   3.115   “cabeças”  

44%  

18%  

5%  

19%  15%  14%  

12%  3%   7%  

63%  

0%  

10%  

20%  

30%  

40%  

50%  

60%  

70%  

Bovinos   Caprinos   Ovinos   Suínos   Avícolas  

ESTRUTURA  DE  EFECTIVOS  PECUÁRIOS  DA  PROVÍNCIA  FACE  AO  PAÍS    

Huíla   Angola  

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foram  abatidas.   Em   termos  da  produção   efectiva  de   carne  bovina,   a   Província   está   abaixo  da  média  nacional  apesar  de  ser  a  maior  produtora  desta  espécie.    

Os   efectivos   pecuários   produzidos   são   essencialmente   utilizados   para   auto-­‐consumo,   como  fornecedores  de  produtos  derivados   como  o   leite   e   ovos,   bem  como  para   serem  comercializados  ou  servirem   como   meio   de   troca   de   outros   bens.   Contudo,   esta   troca   origina   inevitavelmente   o  envelhecimento   e   o   aniquilamento   do   património   genético   do   seu   efectivo   pecuário,   com  consequências  nefastas  no  seu  rendimento  económico,  na  medida  em  que  os  animais  transaccionados  são  prioritariamente  os  machos  jovens  e  ocasionalmente  os  adultos  pouco  produtivos  e  as  fêmeas  de  reforma,  fazendo-­‐se  a  selecção  do  gado  mais  velho.    

O  gado  funciona  como  uma  conta  poupança  que  garante  juros  (nascimento  de  animais)  e  gera  um  fluxo  de  receitas  (troca  ou  venda  de  animais).  É  pela  troca/venda  de  animais  que  as  famílias  obtêm  os  bens  de  que  necessitam,  nomeadamente  cereais  para  complementar  as  suas  necessidades  alimentares.  

Os   principais   constrangimentos   e   dificuldades   que   os   criadores   tradicionais   encontram   nesta  Província   são   as   extremas   dificuldades   de   abastecimento   de   água   para   o   abeberamento   de   gado,  ausência  de  serviços  de  veterinária,  gestão  adequada  de  pastagens  e  dificuldades  de  comercialização  de  gado.  

A  produção  de  gado  na  região  baseia-­‐se  em  pastagens  naturais  e  apesar  da  capacidade  da  pastagem  variar   de   região   para   região   agrícola,   dependendo   do   nível   de   pluviosidade,   solo   e   vegetação,   é  evidente  que  a  prática  de  optimizar  a  dimensão  da  manada,  leva  à  degradação  da  pastagem.    

A  actividade  pecuária  vê-­‐se  fortemente  afectada  pelas  secas  severas  que  se  abatem  ciclicamente  sobre  esta  região,  resultando  num  volume  avultado  de  perdas  no  sector  pecuário.  Apesar  disto,  o  potencial  pecuário   da   Província   da   Huíla   representa   um   enorme   recurso   não   explorado,   que   devidamente  desenvolvido  poderia  elevar  substancialmente  os  padrões  de  vida  das  populações  e  ter  um  benefício  significativo  na  balança  comercial.  O  Plano  Nacional  de  Desenvolvimento  2013-­‐2017  define  como  uma  das  acções  estratégicas  para  a  Huíla,  a  especialização  produtiva  de  excedentes  pecuários.    

O  programa  do  Angola  Investe,  iniciativa  do  executivo  que  visa  o  fortalecimento  das  micro,  pequenas  e  médias   empresas   nacionais   com   linhas   de   créditos   bonificadas   pode   ser   um   passo   nesse   sentido,  servindo  de  meio  de  alavancagem  do  sector.  

De  forma  a  potenciar  e  valorizar  a  pecuária  na  Huíla,  o  executivo  local  tem  em  carteira  a  implantação  de  um  matadouro  na  região  para  a  concretização  da  estabilização,  crescimento  e  emprego.  

As  campanhas  governamentais  de  vacinação  e  o  fornecimento  de  vacinas  gratuitas  continuarão  a  ser  necessárias,   bem   como   campanhas   nacionais   de   divulgação   promovendo   cuidados   básicos   de   saúde  animal  e  uma  melhor  nutrição.    

Em  síntese,  a  Província  da  Huila  apresenta:  

" Enorme  potencial  pecuário  não  explorado;  

" Exploração   pecuária   na   sua   maioria   realizada   por   famílias   camponesas   onde   os   efectivos  produzidos  são  essencialmente  utilizados  para  o  auto-­‐sustento;    

" Sector  da  exploração  pecuária  do  tipo  empresarial  pouco  desenvolvido  devido  ao  fraco  apoio  de  linhas  de  crédito;  

" Falta   de   excedentes   pecuários   devido   à   ineficiência   de   infra-­‐estruturas   de   apoio   ao  desenvolvimento   deste   sector,   como:   dificuldade   de   abastecimento   de   água   para   o  abeberamento  do  gado,  ineficiência  de  serviços  veterinários  e  gestão  adequada  de  pastagens;  

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" Estado  precário  das  acessibilidades  e  bloqueios  à  mobilidade  no  espaço  rural,  a  não  existência  de  centros  logísticos  de  distribuição  bem  como  unidades  de  armazenamento  e  conservação  são  obstáculos  ao  incremento  da  comercialização;  

1.2.3.1 INFRA-­‐ESTRUTURAS  EXISTENTES  NA  PECUÁRIA  

Uma  das   apostas  da  Cooperativa  de  Criadores  de  Gado  do  Sul   é  de   reproduzir   cada  vez  mais   a   raça  adaptada,  uma  vez  que  existe  um  efectivo  ganadeiro  considerável  de  espécies   já  cruzadas  através  da  inseminação  artificial.  A  cooperativa  está  empenhada  no  programa  do  Executivo  que  visa  combater  a  fome  e  a  pobreza  no  seio  das  comunidades  através  da  construção  de  um  matadouro  para  assegurar  o  desmancho,  embalamento  e  armazenamento  de  carne  com  qualidade.    

O  matadouro   poderá   vender   a   retalho   as   suas   próprias   carnes   através   de   linhas   de   fornecimento   a  produtores   que   forneçam  animais   saudáveis   e   de   qualidade   com   cerca  de  24  meses  de   idade,   como  também  facultar  serviços  de  abate  a  talho  para  privados.    

Actualmente   existem   três   matadouros   na   Província,   e   vêm   actuando   unicamente   na   prestação   de  serviços  de  abate  aos  agentes   intervenientes  no   comércio  de   carnes  que,  por   sua  vez,   sempre  que  a  carne  é  destinada  ao  consumo  fora  dos  locais  de  abate,  recorrem  às  pequenas  unidades  frigoríficas  não  especializadas   para   o   armazenamento   e   refrigeração   até   ao   período   que   antecede   a   respectiva  expedição  para  os  locais  de  consumo.    

É   fundamental  a  reactivação  dos  pequenos  matadouros  na  Província,  para  apoiar  o  desenvolvimento  de  um  mercado  local  de  carne  de  qualidade  e  a  reactivação  de  infra-­‐estruturas  de  produção  animal  e  seus   derivados   para   incentivar   o   aumento   de   stocks   e   ajudar   no   programa   de   combate   à   pobreza.  Para  tal,  serão  instalados  estábulos,  currais,  matadouros,  unidades  de  armazenamento  e  conservação  para  que  a  produção  e  reprodução  de  animais  seja  mais  rentável  e  bem-­‐sucedida.  

O  Programa  de  Aquisição  de  Produtos  Agropecuários   “PAPAGRO”,  que   já   foi   referido  anteriormente,  abarca  a  criação  de  estruturas  bancárias  nas  zonas  de  comercialização  dos  produtos  dos  camponeses  e  comerciantes   que   trabalham  na   zona   rural.   Contribui   para   o   aumento  do   rendimento   económico  da  produção  agrícola  familiar  dos  camponeses  e  de  outros  produtores.    

 

1.2.4 DESENVOLVIMENTO  RURAL  

O  programa  de  promoção  do  comércio  rural  (PPCR)  implementado  em  Janeiro  de  2010,  visa  incentivar  a  produção  agro-­‐pecuária  e  sua  comercialização  no  quadro  da  implementação  do  Programa  Municipal  Integrado   de   Desenvolvimento   Rural   de   Combate   à   Fome   e   à   Pobreza.   O   programa   objectiva   a  reabilitação   gradual   de   todas   as   lojas   no   meio   rural,   de   modo   a   incentivar   a   produção   agrícola   e  transacções   entre   o   campo   e   a   cidade,   visando   criar   sinergias   para   resolver   problemas   nas  comunidades  e  colocar  à  disposição  da  agro-­‐indústria  produtos  alimentares.  

Na  Província,  o  programa  prevê  beneficiar  45  mil  e  800  famílias  rurais  camponesas  dos  14  Municípios  da   Província   da   Huíla.   Este   programa,   visa   melhorar   a   venda   dos   excedentes   da   produção   e   do  abastecimento  regular  em  bens  de  consumo.    

Esta  actividade  comercial  está  a  ser  executada  em  duas  etapas:  a  de  compra  da  produção  às  empresas  agrícolas  familiares  e  aos  pequenos  produtores  e  a  venda  de  mercadoria  à  população  rural.  

Para  implementar  o  Programa  de  Promoção  do  Comércio  Rural  (PPCR),  o  Banco  de  Poupança  e  Crédito  (BPC)  disponibilizou  cerca  de  98  milhões  e  500  mil  Kwanzas  na  primeira  fase  aos  comerciantes  de  5  Municípios   (Matala,   Quipungo,   Cacula,   Chicomba   e   Lubango).   Além   do   BPC,   estão   envolvidos   neste  programa,  os  Bancos-­‐Sol,  Comércio  e  Indústria  (BCI)  e  o  Banco  Angolano  de  Investimentos  (BAI).  

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O   comércio   rural   constitui   um   factor   determinante   no   desenvolvimento   das   produções   das  comunidades  agrárias  angolanas  e  representa  o  elo  de  ligação  entre  a  cidade  e  o  campo.  A  importância  do   comércio   rural   antes   da   independência,   é   reflectida   pelas   inúmeras   povoações   comerciais   que  surgiram   principalmente   pela   implementação   das   chamadas   “lojas   do   mato”   e   pelo   número  considerável   de   estabelecimentos   comerciais   licenciados   para   este   fim,   tendo   jogado   um   papel  preponderante  que  manteve,  durante  a  vigência  do  período  colonial,  a  quase  indelével  aliança  cidade-­‐campo.    

Actualmente  a  comercialização  com  o  campo  é  sustentado  pela  rede  do  comércio  informal  e  concentra-­‐se   principalmente   nas   áreas   urbanas   e   ao   longo   das   estradas,   em   detrimento   da   maioria   das  comunidades   rurais   que   estão   obviamente  mais   afastadas   das   sedes   administrativas   e   das   estradas  principais.      

O   quadro   de   licenciamento   actual   do   comércio   retalhista   é   composto   por   1.833   estabelecimentos  espalhados   em  14  Municípios.  Grande  parte  deste  número   está   concentrado  nas   sedes  municipais   e  comunais  e  em  zonas  periféricas.    

Com   intuito   de   restabelecer   a   aliança   cidade-­‐campo,   foi   aprovado   o   Programa   de   Promoção   do  Comércio  Rural  –  PPCR,  para  o  quadriénio  2009-­‐2012  pelo  Governo  Central,  que  traça  para  o  Sector  do  Comércio   orientações   para   tomada   de   medidas   que   concorrem   para   substituição   das   importações,  para   o   alcance   da   auto-­‐suficiência   alimentar   e   para   promover   também   o   relançamento   de   algumas  culturas  que  podem  ser  competitivas  nos  mercados  externos.    

No  entanto,   a  Direcção  Provincial  do  Comércio,  Hotelaria  e  Turismo  da  Huíla   já  está  metodológica  e  superiormente   orientada  para  pôr   em  marcha   o  Programa  de  Promoção  do  Comércio  Rural   –   PPCR  que,  através  das  administrações  comunais  e  municipais  estão  sendo  seleccionados  comerciantes  que  assegurarão  as  trocas  comerciais  com  os  produtores  agro-­‐pecuários.    

A   materialização   deste   programa   está   assegurada   com   o   financiamento   bancário,   via   crédito   aos  comerciantes  retalhistas  rurais.  

 

1.3 INDUSTRIA,  GEOLOGIA  E  MINAS    

A  Província  da  Huíla   tem  vindo  a   sofrer  alterações  que  criam  as  condições  para  uma  nova  dinâmica  empresarial,  nomeadamente  em  função  da  melhoria  das  acessibilidades,  do  desenvolvimento  turístico  e  da  emergência  de  plataformas  logísticas  e  produção  de  equipamentos  e  utensílios  agrícolas.  A  maior  parte  da  superfície  da  Huíla  está  consagrada  à  agricultura  e  à  pecuária,  sendo  estes  dois  dos  sectores  mais  propícios  ao  desenvolvimento  da  indústria.    

A   Huíla   compreende   na   sua   região   um   planalto   que   assenta   em   solo   extremamente   fértil   e   clima  propício   à   agro-­‐pecuária.  A  necessidade  de   transformação  dos  produtos  derivados  desta   exploração  deu   origem   à   criação   de   empresas   do   sector   agro-­‐alimentar,   que   actualmente   representam   parte  significativa  do  emprego  da  região.  

Estão   propostas   medidas   no   âmbito   da   reactivação   da   produção   de   hortícolas   e   frutícolas,  transformação  e   conservação  de  derivados  vegetais  para   consumo  humano,  produção  de   carnes  por  meio   de   pequenas   criações   de   animais   de   pequeno   e  médio   porte   para   abate,   a   produção   de   ovos,  salsichas,  leite,  manteiga  e  queijo,  por  se  tratar  de  uma  das  Províncias  com  maior  potencial  no  sector  agro-­‐pecuário  a  nível  nacional.  

Como   se   pode   verificar   através   do   quadro   seguinte,   no   ramo   alimentar   é   de   notar   o   destaque   na  indústria   da   Panificação,   tendo   também   a   indústria   das   salsichas   e   bebidas   relevo   no   panorama  empresarial.  Esta  indústria  agro-­‐alimentar  ainda  carece  de  políticas  que  potenciem  o  desenvolvimento  

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deste  sector  e  que  dinamizem  a  exploração  de  produtos  de  reconhecimento  nacional   (cerais,   carnes,  enchidos).            

Quadro  9  –  Indústrias  no  Ramo  Agro-­‐alimentar  existentes  

RAMO  ALIMENTAR   Quantidade  Bebidas   7  Panificação   44  Matadouro   3  Salsicharia   9  Moageira   2  Outras   8  TOTAL   73  Fonte:  Relatório  de  Actividade  durante  o  exercício  de  2013  –GPH-­‐DP  IndGeoMinas  

 

Como  já  se  referiu,  sendo  a  Província  reconhecida  pela  produção  em  larga  escala  de  cereais  e  estando  em   actividade   apenas   duas   empresas   de   moagem,   torna-­‐se   essencial   como   uma   das   acções   a  desenvolver  o  incentivo  à  criação  de  novas  indústrias  moageiras.    

Outro  aspecto  a  ter  em  consideração  é  o  insuficiente  número  de  matadouros  existentes  na  Província,  que  ainda  vêm  actuando  numa  prestação  ocasional  de  serviços  de  abate  aos  agentes  intervenientes  no  comércio   de   carnes.   A   carne   destinada   à   comercialização   fora   dos   locais   de   abate   é   na   sua  maioria  conservada   em   pequenas   unidades   frigoríficas   não   especializadas   para   o   armazenamento   e  refrigeração   dos   efectivos   pecuários   abatidos   dado   que   os   actuais   matadouros   ainda   carecem   de  unidades   frigoríficas.   Neste   sentido   torna-­‐se   fundamental   a   reactivação   e   a   criação   de   novos  matadouros  como  forma  de  potenciar  a  exploração  pecuária.  

Dado  que  a  produção  de  efectivos  pecuários  tem  uma  grande  expressão  na  Província,  a  reactivação  do  ramo  de  Curtumes  torna-­‐se  essencial  como  um  dos  eixos  estratégicos  a  desenvolver,  indo  de  encontro  com  o  Plano  Nacional  de  Desenvolvimento  2013-­‐2017.  

Para  além  da  exploração  agro-­‐pecuária,  a  Huíla  é  uma  Província  com  características  especificas  de  sub-­‐solo   que   possui   uma   vasta   gama   de   rochas   e   minerais.   O   sector   Geológico   e   Mineiro   tem   vindo   a  registar  um  aumento  significativo  do  número  de  empresas  com  títulos  de  exploração,  destacando-­‐se,  assim   a   Província   como   o   segundo   maior   pólo   de   Desenvolvimento   Industrial.   Em   especial   na  extracção  de  granito  negro,  que  é  um  dos  recursos  com  maior  potencial  por  possuir  um  excelente  valor  comercial.    

O  sector  geológico  e  mineiro  na  Província  tem  vindo  a  ganhar  representatividade  em  quase  todos  os  Municípios  motivado  pela  forte  pressão  que  o  mercado  imobiliário,  da  construção  civil  e  da  edificação  individual  de  habitações  exerce  sobre  a  exploração  tanto  mecanizada  como  artesanal.  

É   preocupação   das   entidades   governamentais   a   nível   Provincial,   a   exploração   desenfreada   de  extracção   de   inertes,   dado   que   algumas   das   empresas   que   praticam   tal   acção   não   cumprem   com   o  estabelecido  pelo  código  mineiro  e  com  as  normas  de  protecção  da  população  e  do  ambiente.  

De  acordo  com  a  Direcção  Provincial  da  Indústria,  Geologia  e  Minas,  existem  neste  ramo  41  empresas  a  operarem   na   Província,   sendo   a   exploração   de   Rochas   Ornamentais   a   que   apresenta   maior  representatividade,   com   15   empresas   em   actividade,   seguindo-­‐se   o   ramo   das   britadeiras   com   13  empresas.  

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Assim,  os  granitos  decorativos,  o  barro,  as  britas  e  as  areias  são  os  recursos  que  mais  se  têm  explorado  devido  ao  seu  elevado  interesse  comercial.    

Quadro  10  -­‐  Situação  Operacional  das  Empresas  

Denominação   Quantidade  R.  Ornamentais   15  Britadeiras   13  Areeiros   3  Agro  –  mineral   1  Mat.  Cerâmico   4  Prospecção,  reconhecimento  e  avaliação  de  recursos  naturais   4  Água  Mineral   1    Total   41  

Fonte:  Relatório  de  Actividade  durante  o  exercício  de  2013  -­‐    Governo  Provincial  da  Huíla,  Direcção  Provincial  de  Industria  Geologia  e  Minas  

 

 

A  existência  de  reservas  apreciáveis  de  matérias-­‐primas  de  elevado  valor  e  diversidade,  a  imagem  de  prestígio   associado   ao   uso   da   pedra   enquanto   produto   natural   de   valor   estético   e   ecológico   e   o  aumento  da  aposta  na  qualidade  dos  produtos  e  serviços,  têm  levado  a  um  crescimento  do  sector  das  rochas  ornamentais  na  Província  da  Huíla,  com  se  pode  verificar  no  gráfico  seguinte.    

                             

Gráfico  6  –  Evolução  da  Produção  e  Exportação  de  Rochas  Ornamentais  (2012/2013)    

Fonte:  Relatório  de  Actividade  durante  o  exercício  de  2013  

22  455  

32  803  

18  126  

29  148  

0  5  000  10  000  15  000  20  000  25  000  30  000  35  000  

2012   2013  

m3  

ROCHAS  ORNAMENTAIS  -­‐  PRODUÇÃO  VS  EXPORTAÇÃO  

Produção  m3/ano  

Exportação  m3/ano  

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Governo  Provincial  da  Huíla,  Direcção  Provincial  de  Industria  Geologia  e  Minas  

 

Na  exploração  de  rochas  ornamentais  verifica-­‐se  que  a  produção  de  2013  aumentou  46%  face  a  2012,  bem  como  a  percentagem  de  exportação  que  verificou  um  aumento  de  61%.  

Relativamente   à   exportação,   verifica-­‐se   que   em   ambos   os   anos   rondam   os   80%   da   produção   da  indústria   de   rochas   ornamentais   o   que   significa   que   ainda   há   espaço   para   o   desenvolvimento   e  optimização  das  vantagens  competitivas  da  região.      

Assim  sendo,  neste  sector  das  rochas  ornamentais  perspectiva-­‐se  o  arranque  de  4  pedreiras  das  quais  duas   no   Município   dos   Gambos,   uma   no   Município   de   Quipungo   e   outra   na   Chibia.   No   ramo   das  Britadeiras  perspectiva-­‐se  o  arranque  de  3  pedreiras,  duas  no  Lubango  e  uma  em  Caluquembe.  

Estão   em   desenvolvimento   novos   projectos   a   título   privativo   voltados   para   a   transformação   destas  matérias-­‐primas  em  produtos  de  valor  acrescentado.  Também  neste  sector,  é  evidente  a  necessidade  de  know  how  especializado  para  a  exploração  de  novos  mercados.  

Outros   dos   eixos   de   desenvolvimento   ao   nível   da   indústria   mineira   é   a   reactivação   do   Complexo  Mineiro  (Cassinga),  assim  como  a  promoção  da  exploração  de  Rochas  Ornamentais.  

Em  suma,  estão  previstas  estratégias  nacionais  no  sector  da  indústria  agro-­‐alimentar  e  mineira  para  a  Província  da  Huila,   como  a   criação  de  um  pólo   industrial   a  desenvolver  no  Lubango,   articulado  com  uma  rede  de  zonas   industriais  a  nível  municipal,  bem  como  uma  plataforma   logística   suportada  por  um  terminal  multi-­‐modal,  que  pretende  explorar  as  ligações  ferroviárias  ao  porto  do  Namibe.    

 

1.4 COMÉRCIO  E  TURISMO  

1.4.1 COMÉRCIO  

O   sector   do   comércio   na   Província   é   de   dois   tipos:   formal   ou   informal.   O   comércio   formal   está  relacionado  com  a  economia  legalmente  estabelecida,  com  empresa  constituída  de  acordo  com  a  lei  e  assumindo   os   encargos   fiscais   que   a   actividade   acarreta.   No   comércio   formal   destacam-­‐se   os  comerciantes  grossistas,  retalhistas  e  grupos  mercantis  de  prestação  de  serviços.    

O  número  de  pequenos  e  grandes  empreendedores  que  actuam  no  comércio  formal  na  Província  tem  crescido  a  um  ritmo  considerável.  Este  crescimento  é,  em  grande  medida,  fruto  da  instalação  do  Balcão  Único  do  Empreendedor  (BUE)  na  Província,  o  qual  se  constitui  como  um  factor  determinante  para  o  fomento  da  base  da  economia  local.  

Tal   traduziu-­‐se   num   número   crescente   de   estabelecimentos   comerciais   registados,   e,  consequentemente,  num  aumento  da  arrecadação  de  receitas  pela  repartição  fiscal  da  Província,  bem  como  num  aumento  do  número  de  postos  de  trabalho.    

De   acordo   com   os   dados   disponíveis2,   em   2012,   encontravam-­‐se   registados   3.573   estabelecimentos  comerciais,  que  comparativamente  com  os  3.060  registados  em  2011,   revela  a   tendência  positiva  da  evolução  da  actividade  deste  sector.  

2 Relatórios anuais do Governo Provincial da Huila - 2011/2012

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O   ramo   do   comércio   a   retalho   é   o   mais   representativo,   constituindo   61%   do   número   total   de  estabelecimentos  comerciais.      

 Gráfico  7-­‐  Número  de  estabelecimentos  comerciais  na  Província  (2011-­‐2012)

       Fonte:  Relatórios  anuais  do  GPH  2011/2012  

No   que   se   refere   à   distribuição   territorial   dos   estabelecimentos   comerciais,   verifica-­‐se   que  aproximadamente  76%  estão   instalados  na  Cidade  do  Lubango,  o  que  está  directamente  associado  à  dimensão  urbana  e  à  densidade  populacional  aí  registada.  

Nos  restantes  Municípios,  destaca-­‐se  actividade  comercial  na  Matala  (4.2%),  na  Humpata  (2.9%)  e  na  Chibia  (2.9%).  

Analisando   as   solicitações   de   licenciamento,   durante   o   ano   de   2012,   verificou-­‐se   um   aumento  substancial  do  número  de  alvarás  comerciais  emitidos  em  cerca  de  90%,  sendo  a  actividade  comercial  a   retalho  a  categoria  que  mais  contribuiu  para  este  crescimento.  Quanto  aos  averbamentos  de   filiais  registou-­‐se  um  crescimento  menos  significativo,  na  ordem  dos  10%  face  ao  ano  anterior.    

 Quadro  11  -­‐  Emissão  de  Alvarás  e  Averbamentos  Filiais  –  2011/2012    

 

Emissão  de  Alvarás     Averbamentos  Filiais  

Grosso   Retalho   P.de  Serviços   TOTAL   Grosso   Retalho   P.de  

Serviços   TOTAL  

2011   8   160   39   207   9   74   15   98  2012   0   274   120   394   10   63   35   108  

Fonte:  Relatórios  anuais  do  GPH  2011/2012  

 

Tendencialmente   a   actividade   comercial   irá   desenvolver-­‐se   e   aumentar   a   sua   presença   na   base  económica  local,  tendo  em  consideração  que,  actualmente,  o  poder  de  compra  da  população  em  geral  é  crescente,  mas  também  mais  exigente.  

Por  enquanto,  a  maioria  dos  produtos  não  alimentares  e  alimentares  industrializados,  comercializados  nos  diversos  mercados  da  Província,  são  provenientes  da  Namíbia.  A  proximidade  do  posto  fronteiriço  de  Santa  Clara  (Província  do  Cunene)  constitui  uma  mais-­‐valia  para  os  mercados  da  região  Sul.  

Porém,  o  desafio   colocar-­‐se-­‐á   ao  nível  do  aumento  da  produção  nacional,   enquanto   factor  dissuasor  das   importações   e   promotor   da   redução   dos   preços   finais   praticados,   dinamizando,   assim,   os  

8   216  608  

1  833  

395  8   216  

620  

2  173  

556  

Grande  Capacidade  

Misto     Grosso   Retalho   P.de  Serviço  

Nº  DE  ESTABELECIMENTOS  COMERCIAIS    POR  RAMO  DE  COMÉRCIO  

2011   2012  

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mercados   nacionais   e   aumentando   a   competitividade   dos   produtos   nacionais   nos   mercados  internacionais.  

Um  outro  factor  concorrente  para  a  especialização  e  qualificação  do  sector  reside  na  dinamização  de  cursos  de  formação  profissional,  especializados  no  sector,  tendo  por  base  a  Escola  de  Comércio,  órgão  tutelado  pelo  Ministério  do  Comércio   e   cujo  programa  de   acção  prevê   a   realização   cíclica  de   acções  formativas  vocacionadas  para  a  gestão  de  qualidade  dos  estabelecimentos  comerciais.  

Apesar  de  existir  um  esforço  na  prática  do  comércio  formal,  o  comércio  informal  ainda  continua  a  ser  praticado   em   larga   escala.   Este   surge   de   forma   espontânea,   por   ajuntamento   de   vários   vendedores,  encontrando-­‐se  associado  ao  comércio  de  produtos  rurais,  num  sistema  de  economia  paralela.    

As   transacções   efectuadas   nestes   mercados   estão   muitas   vezes   à   margem   de   um   sistema   de  arrecadação  de  receitas  pela  repartição  fiscal  da  Província  e  resumem-­‐se  fundamentalmente  à  venda  de  bens  alimentares  e  bebidas,  materiais  diversos,  produtos  têxteis,  vestuário  e  calçado,  entre  outros,  que  actuam  em  concorrência  desleal  com  o  mercado  formal.  

Na  Huíla,   existem  dois   tipos   de  mercados   informais:   os  mercados   controlados   pelas   administrações  municipais  e  os  mercados  não  controlados.  Nos  primeiros,  o  exercício  da  sua  actividade  está  sujeito  a  um  registo  de  ocupação  e  pagamento  de  uma  taxa  em  função  da  área  ocupada  através  da  atribuição  de  Cartões  de  Vendedor  de  Mercado  Urbano,  de  Feirante,  de  Negociante  e  de  Comércio.  Já  no  que  toca  aos  mercados  não  controlados,  não  se  procede  ao  registo  nem  ao  controlo  de  ocupação.    

Os   grandes   mercados   informais   controlados   localizam-­‐se   no   Município   do   Lubango   –   Mutundo  (recentemente  requalificado),  João  de  Almeida  e  Calumbiro.    

Os  mercados   informais  não   controlados  pelas  Administrações  Municipais   ocupam  áreas  de  pequena  dimensão   em   diversos   bairros,   ao   longo   das   principais   vias   de   acesso   rodoviário   e   nas   estações   de  comboio.   Estes   respondem   quer   à   procura,   quer   à   oferta   de   bens   essenciais   produzidos   nas  propriedades  agrícolas  (lavras  ou  hortas  particulares)  e  nas  áreas  rurais  circundantes.      

A   sua   localização   em   áreas   da  malha   urbana   de   grande   acessibilidade   à   população   e   junto   de   dois  importantes   eixos   viários   da   cidade   do   Lubango   são   factores   determinantes   para   a   sua   dimensão   e  para   o   volume   de   transacções   diárias   aí   realizadas,   sendo   igualmente   significativo   o   peso   desta  actividade  no  mercado  de  emprego  local.  

Porém,  as  características  dos  mercados  informais  (sem  infra-­‐estruturas  básicas  de  apoio  à  actividade  e  de  aparência  precária  e  desorganizada)  produzem  impactos  negativos  do  ponto  de  vista  urbanístico,  de  salubridade,  bem  como  de  circulação  de  trafego  urbano.  

Neste   sentido,   e   considerando  a   relevância  que  os  mercados   informais  assumem  no  rendimento  das  populações,   é   essencial   definir  medidas   que  promovam  a   requalificação  destes   espaços,   com  vista   à  qualificação   urbanística   e   integração   sustentável   da   actividade   na   malha   urbana,   promovendo   a  qualidade  dos  serviços  prestados,  bem  como  qualidade  de  vida  da  população  na  Província.

1.4.1.1 COMERCIO  RURAL  

O  desenvolvimento  do  comércio  rural  constitui  um  factor  determinante  na  estratégia  da  Província,  na  medida   em   que   representa   o   elo   de   ligação   entre   a   cidade   e   o   campo,   funcionando   como  meio   de  sedentarização  da  população,  evitando  o  fenómeno  de  êxodo  rural  para  os  centros  urbanos.  

Tem-­‐se   registado   um   aumento   da   componente  mercantil   da   produção,   como   forma   de   obtenção   de  bens   no   mercado   para   satisfazer   as   necessidades   crescentes   das   famílias.   Contudo,   os   níveis   de  eficiência  actuais  do  sistema  de  distribuição  e  comércio  rural  são  um  factor  dissuasor  do  aumento  da  produção   agro-­‐pecuária,   dado   que   os   pequenos   agricultores   e   criadores   de   gado   muitas   vezes   não  

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produzem  excedentes  pelas  dificuldades  que  encontram  no  seu  escoamento  e  mercado  de  consumo,  apesar  de  alguns  silos  e  câmaras  de  conservação  instalados.  

Actualmente  a   comercialização  dos  excedentes  de  origem  camponesa  é   sustentada  por  uma   rede  de  comércio   informal,   que   se   concentra   principalmente   nas   áreas   urbanas   e   ao   longo   da   rede   viária   e  serve  de  abastecimento  à  população  local  de  bens  de  consumo.  

Também  se  verifica  uma  incidência  da  actividade  ao  nível  do  Comércio  Rural,  exercido  por  uma  classe  de  comerciantes  isolados  de  forma  desordenada,   levando  consigo  mercadorias  de  maior  procura  que  são  vendidas  ou  trocadas  por  produtos  do  campo.    

Porém   importa   referir   a   medidas   e   programas   em   curso   com   vista   à   dinamização   e   fomento   da  actividade   do   comércio   rural   nomeadamente   por   iniciativa   do  Ministério   do  Comércio,   dos   quais   se  destaca  o  Programa  de  Aquisição  de  Produtos  Agropecuário  (PAPAGRO)  e  o  Programa  de  Promoção  do  Comércio  Rural  (PPCR).  

Estes  programas  visam  contribuir  para  o  aumento  do  rendimento  das  famílias  camponesas  e  de  outros  produtores,  estimular  a  produção  interna  e  consequente  redução  das  importações  de  produtos  e,  por  fim,   assegurar   o   escoamento   e   a   comercialização   regular   desta   produção   através   dos   Serviços  Logísticos  e  de  Distribuição,  de  Cooperativas  e  de  Associações  Agrícolas.  

Para  efeito  de   implementação  do  PAPAGRO  na  Huíla,   foram  seleccionados  Municípios  com  potencial  agro-­‐pecuário,   com   o   objectivo   de   se   construírem   estruturas   para   armazenamento,   conservação   e  comercialização  de  produtos  de  origem  familiar  camponesa  (através  do  programa  AGROMERCA).  

Estas  estruturas  são  compostas  por:  

" Um   balcão   do   Banco   de   Poupança   e   Crédito   que   possibilita   o   imediato   pagamento   aos  produtores;  

" Um  mercado  rural  de  comercialização;  e  " Um  centro  logístico  Provincial  (a  instalar  no  Município  do  Lubango  –  Comuna  d’Arimba)  com  

câmaras  frigoríficas  para  congelação  e  refrigeração.    

O  programa  prevê  abranger,  numa  primeira  fase,  os  Municípios  do  Lubango,  da  Matala,  de  Caluquembe  e   da   Chibia,   por   possuírem  dependências   do  Banco   de   Poupança   e   Créditos   (BPC)   e   alpendres   para  facilitar  a  comercialização  dos  produtos  agro-­‐pecuários.  Seguir-­‐se-­‐ão  os  restantes  Municípios  de  forma  faseada.  

Os  agentes  logísticos  asseguraram,  numa  primeira  fase,  o  comércio  rural  nos  Municípios  de  Humpata,  Chibia,  Matala  e  Chicomba.    

Considerando  a   importância  que  o  comércio  rural  assume  no  rendimento  das   famílias  camponesas  e  no   equilíbrio   da   sua   dieta   alimentar,   bem   como   no   fornecimento   de   produtos   agro-­‐pecuários   aos  centros   urbanos,   torna-­‐se   necessária   a   criação   de   espaços   comerciais   com   enquadramento   legal   e   a  melhoria  das  infra-­‐estruturas  da  rede  viária  para  um  desenvolvimento  sustentável  deste  comércio  que  ainda  apresenta  níveis  de  incipiência  elevados.  

Em  síntese:  

" O  sector  do  comércio  Província   tem  vindo  a  aumentar  a  sua   importância  na  base  económica  local;  

" No   comércio   formal   verificou-­‐se   um   número   crescente   de   estabelecimentos   comerciais  registados  e,  consequentemente  um  aumento  de  arrecadação  de  receitas  pela  repartição  fiscal  da  Província;    

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" Melhorar  os  níveis  de  eficiência  dos  serviços  logísticos  e  de  distribuição  através  da  construção  de   estruturas   de   armazenamento,   conservação,   comercialização   e   requalificação   da   rede  viária;  

" Reconversão  dos  mercados  informais  criando  infra-­‐estruturas  básicas  de  apoio  à  actividade  e  melhorando  a  qualidade  dos  serviços  prestados;  

" Acompanhamento  da  execução  de  programas  de  apoio  ao  comércio  rural,  contribuindo  para  o  fomento  da  actividade  e  consequente  aumento  do  rendimento  das   famílias  camponesas  e  de  outros  produtores.  

1.4.2 TURISMO  

O  sector  do  turismo  enquadra-­‐se  no  domínio  do  desenvolvimento  económico  e  assegura  claramente  a  política  da  Província  da  Huíla  no  sentido  de  se  restabelecer  «como  um  centro  turístico  de  referência  do  País»,  afirmando-­‐se  como  um  pólo  de  atracção  de  pessoas,  bens  e  serviços.  

É   crescente   a   aposta   no   turismo   através   da   melhoria   das   infra-­‐estruturas   e   da   qualificação   dos  recursos  humanos.  Esta  estratégia  pretende   impulsionar  a  economia  da  Província  em  virtude  da  sua  capacidade  em  gerar  riqueza  e  criar  emprego.    

A   Huíla   oferece   aos   seus   turistas   um   leque   cada   vez   maior   de   serviços   e   produtos   turísticos,   nas  vertentes  de  natureza,  lazer  e  cultural,  sendo  um  dos  destinos  do  Sul  de  Angola,  que  se  diferencia  pela  sua   localização   privilegiada   na   zona   fronteiriça   com   as   Províncias   do   Namibe,   Cunene,   Benguela   e  Huambo.    

Com  efeito  a  Província  dispõe  de  recursos  naturais,   culturais  e  socioeconómicos  que,  na  essência,   se  constituem  como  valores  de  um  elevado  potencial  turístico,  que  poderá  ser  vocacionado  para  o  espaço  rural  ou  para  turismo  de   lazer  cultural  e  urbano,  destacando-­‐se  neste  domínio  a  cidade  do  Lubango,  que  concorre  a  Património  Mundial  da  Humanidade  pela  UNESCO.    

O  Património   cultural   e   natural   existente  na  Huíla  merece  um  destaque  particular,   por  possuir  uma  dimensão  e   importância  que  permitem  uma  atracção   turística  muito  específica.  A  afluência  cada  vez  maior   de   turistas   de   todos   o  mundo,   nomeadamente   oriundos   da   Namíbia,   África   do   Sul   e   Europa,  coloca  em  evidencia  o  potencial  da  Província,  cujo  desenvolvimento  deste  sector  merce  ser  orientado  com  vista  à  exploração  sustentável  dos  recursos.    

             

Figura  5  –  Património  natural  existente  

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Legenda:  1  –  Serra  da  Leba;  2  –Fenda  da  Tundavala;  3-­‐  Cristo  Rei;  4-­‐  Cascata  da  Estação  Zootécnica  da  Humpata;  5  –  Fenda  de  Bimbe;  6  –  Cascata  da  Huila  

 

Destacam-­‐se  como  zonas  turísticas  de  interesse  da  Província,  as  fendas  da  Tundavala  no  Lubango.  Do  alto  da  montanha  é  possível  ter  uma  visão  total  e  magnífica  das  fendas  e  de  parte  da  Província.  

A  Serra  da  Leba,  é  um  dos  pontos  de  excelência  turística  para  a  Huila.  

O   Parque   Nacional   do   Bicuar,   com   uma   área   de   7.900   Km²,   estabelecido   como   reserva   de   caça   e  actualmente  elevado  a  parque  nacional,  apresenta  uma  flora  bastante  diversificada  e  detém  uma  das  espécies  existentes  com  maior  relevância:  o  búfalo  negro.    

A   Reserva   Florestal   do   Guelengue   e   Dongo   com   uma   área   de   1.200Km²   está   limitada   pelos   rios  Chicusse,  Chissanda,  Cusso,  Cussava  e  Cunene.    

O   monumento   arquitectónico   conhecido   como   Cristo   Rei,   localizado   na   cordilheira   da   Chela,   no  Lubango,  tem  14  metros  de  altura,  tendo  uma  vista  privilegiada  sobre  a  cidade  do  Lubango.  

Existem  também  outras  maravilhas  naturais  como  a  Cascata  da  Huíla,  a  Cascata  da  Estação  Zootécnica  da  Humpata,  as  Grutas  e  o  Lago  Ondimba,  a  Lagoa  do  Tchivinguiro,  a  Lagoa  do  Quipungo,  o  Miradouro  do  Bimbe,  o  Miradouro  da  Boca  da  Humpata  e  a  Cascata  da  Hunguéria.  

Outra  das  atracções  é  o  complexo  turístico  da  Srª  do  Monte,  que  apresenta  a  maior  área  verde  pública  da  cidade  do  Lubango.  Este  possui  uma  piscina  com  200m  de  comprimento,  campos  desportivos,  dois  pavilhões   desportivos,   um   kartódromo,   uma   capela   e   oratória   da   Srª   do   Monte,   unidades   e  aldeamentos  hoteleiros.  

Os  eventos  são  um  dos  aspectos  mais  visíveis  na  dinamização  turística  e  no  processo  de  projecção  da  Província,  quer  a  nível  regional,  nacional  e  até  mesmo  internacional,  tendo  as  agências  de  viagem  um  papel  fundamental  na  divulgação  destes  eventos  e  na  captação  de  turistas.  

De   entre   os   eventos   que   se   realizam   na   Província,   merecem   destaque   aqueles   que   fazem   parte   do  calendário  oficial  de  animação  turística,  os  quais  conseguem  atrair  um  crescente  número  de  visitantes,  como  as  festas  da  cidade  do  Lubango,  as  festas  de  São  Pedro  da  Chibia,  São  João  da  Humpata,  Festas  de  Natal,  Fim-­‐do-­‐Ano  e  Carnaval.  É  de  realçar  que  durante  as  festas  da  cidade  do  Lubango  ocorrem  várias  iniciativas,   destacando-­‐se   a   procissão   da   Nossa   Senhora   Monte,   feira   do   gado   com   exposição   dos  diversos  criadores  da  Província  e  de  vários  pontos  do  País,  bem  como  a  Expo-­‐Huíla,  que  representa  a  maior   carteira   de   negócios   da   região   Sul   do   País,   com   uma   diversidade   de   serviços   e   inovação  tecnológica,   quer   em   imóveis,   telecomunicações,   materiais   de   construção,   transportes,   quer   em  amostras   de   artefactos   culturais.   É   nesta   que   se   estabelecem   contactos,   transacções   comerciais   e  parcerias   entre   produtores   e   empresários   vindos   das   várias   Províncias   de   Angola   (Huíla,   Namibe,  

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Cunene,  Huambo  e  Benguela)  e   inclusive  de  outros  países   (Namíbia,  África  do  Sul,  Ghana  e  Portugal  entre  outros).  

Intercalados   com   a   programação   e   produção   destes   eventos  mais  mediáticos,   ocorrem  na   Província  vários   outros   acontecimentos   nas   suas  mais   variadas   expressões   artísticas,   seja   para   públicos  mais  eruditos   ou  mais   populares,   como   peças   de   teatro,   exposições   de   pintura   e   escultura,   concertos   de  música,   lançamentos  de   livros,   entre  muitas  outras   festas  de   casualidade  promovidos  pela   iniciativa  pública  ou  privada.  Objectivando  uma  resposta  a  estas   iniciativas,  a   rede  hoteleira  da  Província  está  em  franca  expansão  no  que  diz  respeito  a  infra-­‐estruturas  criadas,  das  quais  se  destacam-­‐se  os  hotéis,  hospedarias   e   pensões,   bem   como   uma   variedade   de   serviços   complementares   de   suporte   ao   ramo  hoteleiro  e  turístico,  como  é  o  caso  de  agências  de  viagens,  centros  turísticos,  discotecas,  restaurantes,  cinema,  teatro,  museus,  centros  culturais,  bibliotecas,  entre  outros.  

Como   se   pode   constatar,   a   evolução   de   2012   até   ao   3º   trimestre   de   2013   foi   positiva   em   todos   os  serviços  hoteleiros  da  Província,  verificando  um  crescimento  de  11,1%,  que  correspondeu  a  80  novas  unidades   hoteleiras   e   serviços   complementares.   Destas   destacam-­‐se   a   abertura   de   63  estabelecimentos,   que   se   enquadram   na   categoria   de   outros/similares   (+12.9%),   a   construção   de   8  novas  unidades  hoteleiras  (+7.5%)  e  a  abertura  de  3  novas  agências  de  viagens  (+18.8%).  

 

   

Gráfico  8  –  Taxa  de  Crescimento  das  unidades  hoteleiras  e  serviços  complementares  2012  –  2013  

Fonte:  Relatórios  anuais  do  Governo  Provincial  da  Huila  -­‐  2012/2013  

Trata-­‐se   de   uma   região   com   uma   concentração   elevada   de   estabelecimentos   hoteleiros   e   similares,  devido  às  diversas  opções  de   lazer  que  oferece   com  aos   recursos  naturais  que  detém.  A  Província  é  detentora   de   799   unidades   hoteleiras   e   serviços   complementares,   até   ao   3º   trimestre   de   2013,  distribuídos  pelos  14  Municípios.  

Através  da  observação  do  quadro  seguinte,  que  apresenta  o  número  de  estabelecimentos  registados  e  controlados  pela  Direcção  Provincial  de  Hotelaria  e  Turismo,  constata-­‐se  a  existência  de  114  unidades  hoteleiras,  das  quais  se  podem  destacar  o  Hotel  Serra  da  Chela,  Chick-­‐Chick,  Lubango  e  outros  Lodges  como  o  Pululukwa,  Casper,  Kimbo  do  Soba,  Palanca  Negra  com  uma  vertente  muitas  vezes  associada  ao  descanso,  lazer  e  contacto  com  a  natureza.  A  maioria  dos  hotéis  e  aldeamentos  turísticos  existentes  possui  as  condições  necessárias  para  a  prestação  de  serviços  com  qualidade.      

Quadro  12  –  Número  de  Estabelecimentos  Hoteleiros  e  Similares  em  funcionamento  

Unidades  Hoteleiras  

Restaurantes   Agencias  de  Viagens  

Centros  turiszcos  

Outros/Similares  

TAXA  DE  CRESCIMENTO  DAS  UNIDADES  HOTELEIRAS  E  SERVIÇOS  COMPLEMENTARES  

2012   3º  Trim  2013  

+7,5% + 6,7% + 18,8% + 0%

+ 12.9%

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    2011   2012   3º  Trim  2013  

Unidades  Hoteleiras   104   106   114  

Restaurantes   76   89   95  

Agências  de  Viagens   14   16   19  

Centros  turísticos   19   20   20  

Outros/Similares   419   488   551  

TOTAL   632   719   799  Fonte:  Relatórios  anuais  do  Governo  Provincial  da  Huila  2011/2012/2013  

 

A  oferta  hoteleira  da  Província  está,  na  sua  maioria,  situada  na  cidade  do  Lubango,  sendo  que  apenas  um  hotel   se   encontra  na   comuna  da  Palanca,  Município  da  Humpata.  Neste  momento,   encontram-­‐se  em  reabilitação  2  hotéis  e  em  construção  mais  4,  dos  quais  se  destaca  o  “Hotel  Mukanka”  situado  junto  ao   aeroporto   internacional   do   Lubango   por   estar   contemplado   no   programa   de   investimentos  públicos.      

Com  a  diversidade  de  serviços  que  a  Província  oferece,  torna-­‐se  necessário  a  qualificação  de  técnicos  especializados  nesta  área.  A  criação  da  Escola  de  Hotelaria  tentou  suprimir  esta  fragilidade,  através  de  cursos  como  gestão  de  pequenas  e  medias  empresas,  cozinha,  atendimento  de  mesa  e  bar,  pastelaria  e  recepção.   Contudo,   o   mau   estado   de   conservação   do   edifício   e   a   falta   de   orçamento   para   a   sua  reestruturação   e   modernização   fez   com   que   o   mesmo   encerrasse   a   sua   actividade   e   se  redimensionasse.  Neste  sentido,  é  essencial  a  construção  de  uma  nova  escola,  com  vista  à  formação  de  novos  técnicos  capazes  de  acompanhar  a  evolução  das  novas  unidades  hoteleiras.  

No  âmbito  dos  serviços  destacam-­‐se  ainda,  pela  sua  crescente  importância,  os  serviços  financeiros  que  a  Província  oferece,  o  Banco  Nacional  de  Angola  (BNA)  bem  como  outras  filiais  bancárias.  

Apesar  dos  recursos  paisagísticos  naturais  e  culturais  existentes  na  Província  da  Huíla,  da  proximidade  do   Lubango   a   um   eixo   de   elevado   interesse   turístico   –   litoral   Sudoeste   –,   do   potencial   associado   a  eventos  marcantes   (festas   religiosas,   festas  da  cidade,  espectáculos,   congressos,  acções  de   formação,  encontros   governamentais   e   políticos)   e   do   património   urbano   edificado,   ainda   é   notória   a   falta   de  práticas  que  promovam  o  seu  arranjo  urbanístico  e  fomente  o  desenvolvimento  de  actividades  de  lazer  e  recreio  e  valorização  do  património  existente.  A  debilidade  das  acessibilidades  e  a   insuficiência  da  rede   pública   de   transportes   é   ainda   um   constrangimento   a   ser   ultrapassado   a   par   de   um  desenvolvimento  da  oferta  turista  da  Província.    

Síntese:  

" Elevado  potencial  turístico  dispondo  de  recursos  naturais,  culturais  e  socioeconómicos  e  uma  oferta  diversificada  de  produtos  de  atracção  turística;    

" Crescente  aposta  na  melhoria  das  infra-­‐estruturas  de  base  ao  sector  do  turismo;  

" Qualificação  dos  recursos  humanos  através  da  construção  de  uma  nova  Escola  de  Hotelaria;  

" Diversificar  a  oferta  de  unidades  hoteleiras  e  complementares  em  todos  os  Municípios  dado  a  existência  de  uma  elevada  concentração  apenas  no  Município  do  Lubango;  

" Melhorar  as  acessibilidades  e  a  rede  pública  de  transportes;  

" Promover  campanhas  de  divulgação  do  património  natural  existente;  

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1.5 ACESSIBILIDADES  E  TRANSPORTES    

A   Huíla   detém   no   contexto   do   Sul   de   Angola   uma   posição   estratégica   de   relevo   potenciada   pelas  ligações  aéreas,  ferroviárias  e  rodoviárias.  A  melhoria  destes  sistemas  contribui  de  forma  decisiva  para  o  desenvolvimento  de  uma  base  económica  local  e  regional.  

A  rede  de  estradas  em  presença  na  Província  da  Huila  encontra-­‐se  em  mau  estado  de  conservação.    

Dos  mais  de  1600  km  de  estradas  pertencentes  à  designada  rede  fundamental,  até  2009,  apenas  553.8  km  tinham  sido  intervencionadas  e  parcialmente  asfaltadas.    

A   informação   disponibilizada   pelo   INEA,   reportada   a   2009,   evidencia   as   necessidades   e   intenções   a  médio  prazo  para  a  Província,  contabilizando-­‐se  neste  mesmo  ano  434.6  km  de  estrada  adjudicadas  e  em   curso   (algumas   destas   empreitadas   entretanto   concluídas)   representando   um   investimento   de  mais  de  33.000.000.000  Kz.    

Figura  6  -­‐  Caracterização  da  Rede  de  Rodoviária  Provincial    

Fonte:  http://www.inea.gov.ao/na-­‐estradas/malhas-­‐rodoviarias/huila  

 

A  rede  viária  fundamental  assenta  em  dois  eixos  principais,  fazem  parte  integrante  de  dois  corredores  de   desenvolvimento   nacionais   (de   acordo   com   a   Estratégia   Angola   2025   e   com   o   Plano   Estratégico  Nacional  de  Acessibilidades,  Mobilidade  e  Transportes).      

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Figura  7  -­‐  Corredores  de  desenvolvimento  nacionais  (em  consonância  com  a  Estratégia  Angola  2025)  

 Fonte:  Ministério  dos  Transportes,  Plano  Estratégico  Nacional  de  Acessibilidades,  Mobilidade  e  Transportes,  2012  

" EN280   -­‐   Estrada   Nacional   280   –   Esta   via   liga   a   cidade   do   Namibe   à   cidade   de   Menongue,  atravessando   a   Província   da   Huíla   e   corresponde   ao   corredor   de   desenvolvimento   do  Namibe.  É  uma  importante  via  interprovincial,  pois  permite  o  escoamento  de  produtos  entre  as  Províncias  do  Cuando-­‐Cubango,  Huíla  e  Namibe.  A  interligação  desta  estrada  com  as  novas  vias   propostas   é   indispensável   neste   plano   de   mobilidade.   Encontra-­‐se   asfaltada   em  praticamente  toda  a  extensão,  e  em  bom  estado  de  conservação,  estando  em  curso  a  conclusão  do  troço  entre  os  Municípios  do  Cuvango  e  do  Cuchi.  

" EN110   -­‐   Estrada   Nacional   110   -­‐   Esta   via   atravessa   importantes   Municípios   da   Província   da  Huíla:  Caconda,  Chicomba  e  Matala.  Cruza  ainda  as  localidades  de  Folgares,  Mulondo,  Mucope3.  Entra  na  Província  do  Cunene  passando  no  Humbe  e  Xangongo  e  corresponde  ao  Corredor  de  Desenvolvimento   Central.   Iniciou-­‐se   intervenção   de   melhoria   porém   encontra-­‐se   neste  momento  paralisada.  

Esta  rede  de  eixos  fundamentais  está  ligada  a  uma  série  de  eixos  de  articulação  que  os  interligam  e  que  asseguram  a  conexão  rodoviária  entre  todas  as  sedes  municipais  e  algumas  comunais  da  Província  da  Huila,  concretamente:  

" EN105  -­‐  Estrada  Nacional  105  -­‐  Esta  via  liga  a  Província  de  Benguela  à  Província  da  Huíla,  indo  terminar   na   Província   do   Cunene.   No   seu   trajecto   pela   Huíla   passa   pelos   Municípios   de  Quilengues,   Cacula,   Lubango   e   Chibia,   terminando  no  Município   da  Cahama,   na   Província   do  

3 http://www.inea.gov.ao/

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Cunene.   Esta   via   permite   também   a   ligação   à   Província   do   Huambo   através   do   desvio   de  Catengue.  Apresenta-­‐se  asfaltada  em  grande  parte  do  seu  trajecto.  

" EN120  -­‐  Estrada  Nacional  120  -­‐  Esta  via  cruza  os  Municípios  de  Chipindo,  Cuvango  e  da  Jamba,  terminando  na  Província   do  Cunene,  mais   precisamente   no  Município   do  Cuvelai.   É   uma   via  importante  para  o  escoamento  de  minérios  provenientes  da  região  mineira  da  Jamba.  Esta  via  já  se  encontra  a  ser  intervencionada  no  troço  até  à  Jamba  

" EN354   -­‐   Estrada   Nacional   354   -­‐   Esta   via   atravessa   a   localidade   de   Cuima   na   Província   do  Huambo  e  os  Municípios  de  Caconda  e  Cacula  na  Província  da  Huíla.  Esta  estrada,   apesar  de  ainda  não  se  encontrar  totalmente  asfaltada,  é  a  principal  ligação  à  Província  do  Huambo.  

 

 

 

 Quadro  13  -­‐  Caracterização  das  Estradas  em  execução  

E.N.   TROÇO   KM  TIPO  DE  ESTRADA   TIPO  DE  INTERVENÇÃO  

 110   Matala-­‐Mulondo   242   Principal   Fase  de  mobilização  354/120   Cacula-­‐Quilengues   54   Principal   Em  curso  354/120   Quilengues  –  Rio  Coporolo   84   Principal   Em  curso            -­‐   Caconda-­‐  Chipindo   98   Secundaria   Em  curso  EC  290/EN  280-­‐3   Desvio  da  Huíla  –  Desvio  da  Palanca   33,97   Secundaria   Muito  atrasada            -­‐   Colui-­‐  Jamba   26   Principal   Em  curso  

Fonte:  Relatório  Anual  do  Governo  Provincial  da  Huíla/2012  

Neste   contexto   importa   igualmente   analisar   o   estado   das   Pontes   existentes   na   Província,   conforme  consta  no  quadro  seguinte:  

 Quadro  14  -­‐  Caracterização  das  Pontes  

E.N.   TROÇO  TIPO  DE  ESTRADA  

TIPO  DE  INTERVENÇÃO  

SITUAÇÃO  ACTUAL   QUANTIDADE  

280   Matala  –  Cutato   Principal   Construção   Concluída   1  Ponte  280   Lubango  –  Km  40   Principal   Construção   Concluída   3  Pontes  354/120   Negola  –  Calumqembe   Principal   Construção   Concluída   1  Ponte  354/120   Caluquembe  –  Caconda   Principal   Construção   Concluída   1  Ponte       Rio  Chiva  

 Construção   Em  curso   1  Ponte  

TOTAL                   7  Pontes  Fonte:  Relatório  Anual  do  Governo  Provincial  da  Huíla/2012  

 

Face  ao  estado  actual  das  vias  rodoviárias  da  Província  considera-­‐se  fundamental  desenvolver  acções  que  promovam  a  abrangência   territorial  das  acessibilidades  e   consequente  mobilidade  de  pessoas  e  bens,  enquanto  factor  de  promoção  do  desenvolvimento  económico  e  social  da  Huila.  

No   que   se   refere   à   rede   aeroportuária,   a   Província   da   Huila   conta   com   uma   infra-­‐estrutura  operacional   e   em   perfeitas   condições   de   aterragem   e   descolagem   que   proporciona   a   frequência   de  voos.   O   aeroporto   internacional   do   Lubango,   apresenta   um   terminal   de   passageiros   nacional   e  

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internacional,   com   área   de   6500  m2,   com  Torre   de   Controlo,   terminal   de   carga   com  4000  m2,   uma  pista  auxiliar  com  2800  m  por  30  de  largura  e  uma  pista  principal  com  3.300  m.    

Este   aeroporto   possui   também   uma   Placa   de   estacionamento   de   aeronave   com   375   m   por   125   m,  Prédio  para  Serviço  de  combate  de  Incêndio  e  estacionamento  para  200  veículos  e  acesso  viário.    

Toda  a  parte  operacional  do  aeroporto   foi  modificada  (pista,  equipamento  de  controlo  de  voos,  etc),  com  intuito  de  elevar  a  categoria  do  aeroporto  com  capacidade  para  receber  voos  internacionais.  

Com   o   aeroporto   internacional,   a   Província   conta   com   um   elevado   número   de   voos   domésticos   e  internacionais,   com   particular   realce   para   as   Províncias   de   Benguela,   Huambo,   Cunene   e   a   capital  Luanda,   e   Whindoek   (Namíbia),   o   mesmo   é   feito   por   operadoras   privadas   e   pela   empresa   pública  TAAG  (companhia  de  bandeira  nacional)  e  tem  servido  para  o  transporte  de  pessoas  e  bens.  

Relativamente  à  rede  Ferroviária,  existe  o  Caminho  de  Ferro  de  Moçâmedes  que  liga  as  Províncias  do  Namibe,  Huíla  e  do  Cuando  Cubango.  Com  uma  extensão  de  907  quilómetros,  na  bitola  1.067  m.  Tem  três  estações  especiais  nas  cidades  do  Namibe,  Lubango  e  Menongue.  

O   CFM   beneficiou   de   obras   de   reabilitação   e   modernização   cuja   conclusão   se   registou   no   mês   de  Agosto   de   2012,   e   a   circulação   dos   Comboios   comerciais   de   Passageiros   e   de   Carga,   teve   início   em  Setembro  de  2012  em  todo  o  traçado  Namibe/Lubango/Menongue.    

 

Figura  8  –  Rede  Ferroviária  Existente  e  Propostas  

Fonte:  Ministério  dos  Transportes  –  Plano  Nacional  Acessibilidade,  Mobilidade  e  Transportes  2011  

 

Como  se  verifica  na  figura  anterior,  a  actual  configuração  da  rede  nacional  ferroviária  é  composta  por  3  linhas  de  caminho-­‐de-­‐ferro  que  se  encontram  estrategicamente  posicionadas  no  território,  servindo  como  principais  eixos  de  desenvolvimento.  No  entanto  não  possuem  qualquer   ligação  entre  si,  daí  o  Ministério  dos  Transportes   ter  proposto  através  do  Plano  Nacional  de  Acessibilidades,  Mobilidade  e  Transportes  a  criação  de  ligações  entre  elas.  

Em  suma,  para  o  fomento  da  economia  da  Província,  torna-­‐se  imperioso  a  existência  de  vias  de  acesso  que   promovam   a  mobilidade   de   pessoas   e  mercadorias   com  maior   rapidez   e   eficiência.   É   essencial  

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para   o   desenho   de   uma   nova   rede   viária,   garantir   a   articulação   multimodal   os   vários   meios   de  transporte  (transporte  terrestre,  transporte  aéreo  e  transporte  marítimo,  com  ligação  à  Província  do  Namibe)  bem  como  atender  à  proximidade  às  infra-­‐estruturas  de  saúde,  educação,  zonas  industriais  e  novas  zonas  residenciais.  

1.6 ENERGIA,  ÁGUAS  E  SANEAMENTO    

O   sector   da   energia,   águas   e   saneamento   é   transversal   a   todos   os   restantes   sectores   da   actividade  económica.   A   Huíla,   assim   como   uma   parte   significativa   de   todo   o   território   nacional,   evidencia  carências   em   infra-­‐estruturas   básicas   como   o   abastecimento   e   tratamento   de   água,   de   saneamento  básico,  fornecimento  de  energia  eléctrica  e  de  recolha  e  tratamento  de  resíduos.    

A  redução  progressiva  destas  carências  conduzirá  a  novas  dinâmicas  de  desenvolvimento  económico,  social  e  cultural.    

O  acesso  a  serviços  de  energia  eléctrica  é  essencial  para  prover  uma  qualidade  de  vida  adequada  às  populações,  habitação,  água,  saneamento,  cuidados  médicos,  educação  e  acesso  às  telecomunicações.  A  inexistência  ou  insuficiência  deste  serviço  contribui  para  a  proliferação  da  pobreza.  

O  fornecimento  de  energia  eléctrica  encontra-­‐se  a  cargo  das  Administrações  Municipais  e  da  Empresa  Nacional  de  Electricidade  (ENE),  tutelada  pela  Direcção  Provincial  de  Energias  e  Águas.  

No  quadro  seguinte  pode-­‐se  verificar  os  sistemas  de   fornecimento  de  energia  eléctrica  existentes  na  Província.  

Quadro  15  -­‐  Esquema  de  fornecimento  de  energia  eléctrica  da  Província  Sistema   Componentes   Infra-­‐estruturas  

Sistema  do  Lubango  

Produção  

Central  Hidroeléctrica  da  Matala  

Central  Térmica  do  Lubango  

Central  Térmica  da  Arimba  Transporte   Linha  de  alta  tensão  

Transformação   Subestação  do  Lubango  

Distribuição  Linhas  de  média  tensão  

Linhas  aéreas  e  subterrâneas  MT  e  BT  

Transformação   Postos  de  transformação  Fornecimento   Linhas  de  baixa  tensão  e  ramais  

Sistema  com  gestão  Municipal  e  individual  

Produção   Grupos  de  geradores  

Fonte:  Direcção  Provincial  de  Energia  e  Águas    

A  Huila  possui  três  fontes  principais  de  produção  de  energia,  sendo:  

• A  principal   fonte  de   energia  da  Província   é   a  Central  Hidroeléctrica  do  Município  da  Matala,  construída  em  1959  e  equipada  com  três  grupos  geradores  de  13,6  MW  cada,  para  produzir  um  total  de  40.8  MW,  estando  um  dos  grupos  paralisado  há  alguns  anos.  

• Centrais   térmicas   da   Arimba   e   da   Subestação   Eléctrica   do   Lubango.   Estas   encontram-­‐se   em  pleno  funcionamento  com  uma  produção  de  80  MW,  sendo  40  MW  para  cada.  

A  produção  de  energia  pode  ainda  ser  sustentada  em  algumas  sedes  Municipais,  Comunais  e  aldeias  com  o  auxílio  de  grupos  de  geradores.  

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Relativamente   à   rede  de   distribuição  de   energia   das   sedes  municipais   que  dependem  das   pequenas  centrais   térmicas,   tem-­‐se   registado  avarias  periódicas  que   têm  sido  superadas  pelas  Administrações  locais.    

Na  Província,   o   fornecimento  de   energia   é  de   apenas  11,4%4.  Actualmente   estão   em   curso  obras  de  ampliação  de  redes  de  média  e  baixa  tensão,  iluminação  pública  e  ligação  ao  domicílio,  tendo  em  vista  uma  maior  cobertura  populacional,  com  destaque  para  os  cinco  Municípios  dependentes  da  gestão  da  ENE.  

Os  cortes  no  fornecimento  de  energia  são  frequentes,  devido  a  utilização  de  alguns  ramais  saturados  da  era  colonial,   sendo   inevitável  o  recurso  a  grupos  geradores,  obrigando  a  gastos  consideráveis  em  combustível   e  manutenção   por   parte   dos   utilizadores,   para   além,   da   poluição   atmosférica   e   sonora  provocada.  

No  que   se   refere   ao   acesso   a   água  potável,   os  níveis  de   fornecimento  estão   francamente   aquém  das  necessidades,   apesar   do   considerável   investimento   em   infra-­‐estruturas   de   condução  de   água,   sendo  por   isso   prioritária   a   definição   de   medidas   que   promovam   o   alargamento   das   captações   de   água,  particularmente  no  Lubango,  para  permitir  a  regularidade  de  fornecimento  de  água  às  populações.      

Reveste-­‐se  de  grande  importância  a  implementação  ou  restruturação  de  infra-­‐estruturas  adequadas  ao  abastecimento   de   água,   dado   que   a   escassez   de   água   potável   tem   implicações   negativas   na   saúde  pública,   através   do   surgimento   de   epidemias   de   cólera,   fruto   do   consumo   de   água   não   potável   das  cacimbas,  charcos,  lagoas  e  rios.    

A  água  pode  ser  obtida  pelo  consumidor  final  através  do  sistema  central  de  abastecimento  mediante  contratualização  dos  serviços.  

Em  alternativa  existe  a  possibilidade  de  ser  feita  uma  gestão  comunitária  através  de  um  zelador  que  gere  o  abastecimento  mediante  pagamento,  em  que  os  consumidores  recolhem  a  água  e  transportam-­‐na  até  as  suas  habitações.    

Pode  ainda  dar-­‐se  o  caso,  no  meio  peri-­‐urbano  e  rural,  de  ser  realizada  uma  gestão  individual,  onde  o  consumidor  constrói  e  administra  o  seu  abastecimento.  

Relativamente  à  cidade  do  Lubango,  são  utilizados  três  sistemas  de  captação  e  abastecimento  de  água  à   rede   com   uma   produção   extremamente   baixa.   Para   além   destes,   existem   ainda   sistemas   de  abastecimento  de  água  de  gestão  comunitária  ou  individual.    

Quadro  16  –  Sistemas  de  abastecimento  de  água  existentes  

Sistema   Tipo   Contribuição  População  servida  

Infra-­‐estruturas   Características  

Sistema  de  abastecimento  de  água  à  rede  com  gestão  da  DPEA  

Bombagem  (Senhora  do  Monte)  

43%   35%  

Captação  da  bombagem    

9  sondagens  

Adução   13  condutas  adutoras  

Armazenagem  4  reservatórios  de  5850  

m3  

4 Direcção Provincial de Energia e Águas

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Distribuição   75  km  de  rede  de  abastecimento  

Tundavala   22%   13%    

Captação  da  Tundavala   1  nascente  

Adução   1  conduta  adutora  

Armazenagem   1  reservatório  de  2250  m3  

Distribuição   75  km  de  rede  de  abastecimento  

Estufa   3%   2%    

Captação  da  Estufa   1  nascente  

Adução   1  conduta  adutora  

Armazenagem   1  reservatório  de  1800  m3  

Distribuição   75  km  de  rede  de  abastecimento  

Pontos  de  água  com    gestão  comunitária  

ou  individual  

Abastecimento  em  Pontos  de  água  comunitários  ou  

individuais  

32%   61%  

Captação   71  sondagens  

Armazenagem  

Dezenas  de  reservatórios  de  

pequena  capacidade,  comunitários  ou  

individuais  Fonte:  Direcção  Provincial  de  Energia  e  Águas  

O  sistema  de  bombagem  da  Senhora  do  Monte  gera  43%  da  água  total  produzida  na  cidade  mas  apenas  beneficia  35%  da  população,  acrescido  de  15%  das  nascentes  da  Tundavala  e  Nossa  Senhora  do  Monte  em  situação  de  óptima  recarga  dos  aquíferos  através  de  precipitação  atmosférica.    

A  população  servida  com  água,  depende  de  sistemas  derivados  de  captação  de  água  subterrânea  em  “PAs”   dispersos   pela   cidade   e   não   só,   ocorrendo   de   igual  modo   aos   restantes  Municípios   onde   este  método   é   o   mais   recorrente   por   falta   de   infra-­‐estruturas   abrangentes,   capazes   de   garantir   o  abastecimento  de  água  domiciliária,  havendo  ainda  a  necessidade  de  percorrerem  grandes  distâncias  para  realizarem  a  recolecção  da  água.  

A  quantidade  de  água  captada,  tanto  a  que  abastece  a  rede,  como  a  que  é  obtida  através  de  “PAs”  na  sua   generalidade   é   adequada   ao   consumo   humano,   pelo   facto   de   serem   realizadas   regularmente  análises  da  água.  

A   degradação   da   rede   de   abastecimento   de   água   e   a   falta   de   condições   adequadas   nos   pequenos  reservatórios   particulares   (temperatura   apropriada,   desinfecção,   isolamento,   ventilação,   etc),   são  factores  que  levam  à  perda  de  qualidade  da  água.  

Verifica-­‐se  em  muitos  casos,  resíduos  sólidos  acumulados  junto  aos  locais  de  captação,  como  é  caso  do  escoamento  de  águas  residuais  por  valas  de  drenagem  adjacentes,  o  lançamento  de  efluentes  em  linhas  de  água  sem  qualquer  controlo,  situações  que  potenciam  a  contaminação  biológica  e  química  da  água  obtida  nestas  condições.  

A  qualidade  da  água  captada,  tanto  a  que  abastece  a  rede,  como  a  que  é  obtida  através  de  “PA’s”  é  na  sua  generalidade  adequada  ao  consumo  humano,  sendo  regularmente  realizadas  análises  de  água.    

A  degradação  da  rede  de  abastecimento  e  a  falta  de  condições  adequadas  nos  pequenos  reservatórios  particulares  (temperatura  apropriada,  desinfecção,  isolamento,  ventilação,  etc)  são  factores  que  levam  à  perda  de  qualidade  da  água.  

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Verifica-­‐se  em  muitos  casos,  resíduos  sólidos  acumulados  junto  aos  locais  de  captação,  como  é  o  caso  

do  escoamento  de  águas   residuais  por  valas  de  drenagem  adjacentes,  o   lançamento  de  efluentes  em  

linhas  de  água  sem  qualquer  controlo,  situações  que  potenciam  a  contaminação  biológica  e  química  da  

água  obtida  nestas  condições.  

Para  um  desenvolvimento  sustentável  da  Província,  foram  elaborados  projectos  de  abastecimento  de  água   em  cada  uma  das   sedes  Municipais,   tendo  em  conta   a  procura   actual   e   o  horizonte  2025,   bem  como  a  elaboração/actualização  de  um  Plano  Director  de  Água  e  Saneamento  da  Cidade  do  Lubango,  considerando  as  seguintes  intervenções:    

" Renovação  da  rede  de  abastecimento  de  água,  registando-­‐se  a  realização  da  primeira  fase;  

" Aumento   da   capacidade   de   captação   de   água,   com   a   requalificação   das   actuais   captações   e  realização  de  novas;  

" Criação   de   fontanários   públicos   e   ampliação   de   rede   de   distribuição   ao   domicilio,   tal   como  ocorre  em  parte  do  casco  urbano  da  cidade  e  em  algumas  zonas  periféricas;  

" Construção  de  Estações  de  Tratamento  de  água  (ETA);  

" Construção   de   Estações   de   Tratamento   de   águas   Residuais   (ETARs),   tal   como   consta   nos  estudos  prévios  de  elaboração  do  plano  Director  de  água  e  saneamento  da  cidade  do  Lubango;  

" Aumento   da   capacidade   dos   reservatórios   de   regulação   e   reserva   de   acordo   com   a   procura  local;  

" Dimensionamento  das  adutoras  e  reservatórios  na  base  de  projectos  de  concepção  adequados.    O  quadro  seguinte  apresenta  o  número  de  Estações  de  tratamento  existentes  na  Província.        

 Quadro  17  –  ETA’s  existentes  na  Província  

MUNICÍPIO   LOCALIDADE   CAPACIDADE  M3/H   SITUAÇÃO  

Quilengues   Sede  Municipal   20  m3   Em  funcionamento  

Caluquembe   Sede  Municipal   20  m3   Em  funcionamento  

Matala  

Sede   10  m3   Em  funcionamento  

Quiteve   5  m3   Em  obras  

Frexiel   5  m3   Em  obras  

Castanheira  de  Pêra   10  m3   Em  funcionamento  

Chibia  Sede  Municipal   20  m3   Em  funcionamento  

Quihita   20  m3   Em  funcionamento  

Chicomba  

Sede  Municipal   20  m3   Em  funcionamento  

Missão  de  Chicomba   10  m3   Em  obras  

Cutenda   10  m3   Em  funcionamento  

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MUNICÍPIO   LOCALIDADE   CAPACIDADE  M3/H   SITUAÇÃO  

Quê   10  m3   Em  obras  

Jamba  

Sede  Municipal   20  m3   Em  funcionamento  

Sede  Municipal   180  m3   Em  obras  

Dongo   20  m3   Em  funcionamento  

Quipungo  Sede  Municipal     43  m3   Em  funcionamento  

Missão  do  Sêndi   5  m3   Em  funcionamento  

Kuvango  

Sede  Municipal   45  m3   Em  funcionamento  

Galangue   5  m3   Em  funcionamento  

Vicungo   5  m3   Em  funcionamento  

Caconda   Waba   10  m3   Em  obras  

Humpata  Sede  Municipal   20  m3   Em  obras  

Palanca   20  m3   Em  obras  

Lubango   Huíla   10  m3   Em  obras  

Fonte:  Direcção  Provincial  de  Energia  e  Águas  

 

Como  se  pode  verificar  da  observação  do  quadro  anterior,  existem  15  Estações  de  Tratamento  de  Água  em  funcionamento  e  9  em  fase  adiantada  de  conclusão.    

Outro  dos  elementos  de  vital   importância  no  desenvolvimento  económico  e  social  da  Província,  para  além  do  acesso  à  energia  e  à  água  potável,  é  a  criação  de  infra-­‐estruturas  de  saneamento  básico.  

Devido   ao   rápido   desenvolvimento   da   população   nas   zonas   urbanas,   os   sistemas   ainda   intactos   de  abastecimento   e   eliminação   de   água   são   totalmente   insuficientes   e   congestionados,   dando-­‐se   a  necessidade  urgente  de   instalação  de  rede  escoamento  de  águas  residuais,  de   instalação  de  estações  elevatórias  e  de  ETAR’s,  tendo  em  conta  os  aspectos  ambientais  de  saúde  pública.    

As  infra-­‐estruturas  existentes,  apenas  garantem  o  saneamento  inadequado  de  5%  da  área  da  cidade  do  Lubango,  o  que  demonstra  o  sub-­‐dimensionamento  da  necessidade,  visto  existir  uma  saturada  rede  de  escoamento   das   águas   pluviais,   assim   como   a   existência   de   fossas   sépticas   para   cada   prédio   ou  residência,   fossas   essas   em   alguns   casos,   com   descargas   a   montante   em  mananciais   de   água,   tidas  como  fonte  de  captação  de  água  as  populações  a  jusante.  

Este   facto   é   causa   da   contaminação   dos   solos   e   das   águas   com   efeitos   na   proliferação   de   doenças.  Assim   sendo,   a   concepção   de   um   sistema   de   saneamento   de   águas   residuais   é   fundamental   e   já   se  encontra  em  fase  de  elaboração,  no  âmbito  do  Plano  Director  de  Abastecimento  de  Água  e  Saneamento  da  cidade  do  Lubango.  

A   ampliação   da   rede   de   águas   pluviais   sempre   que   se   construa   qualquer   elemento   que   envolva   a  impermeabilização  de  áreas  é  fundamental.  Estes  sistemas  de  saneamento  de  águas  pluviais  devem  ser  compostos  por:  

" Ramais  domiciliários  de  recolha  de  águas  pluviais;  

" Sumidouros  ou  sarjetas  nas  áreas  públicas  impermeabilizadas;  

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" Rede  de  drenagem:  reabilitação  da  existente  e  construção  de  novas  áreas  a  servir;  

" Descarga   final,   em   colectores   convenientemente   dimensionados   e   destes   para   asestação   de  tratamento.  

Quanto   à   gestão   de   resíduos   sólidos,   as   infra-­‐estruturas   existentes   não   conseguem   acompanhar   a  produção  diária  nem  as  necessidades  da  população.  O  estado  da  rede  viária  dificulta  ou  impossibilita  a  recolha   de   resíduos   sólidos,   já   que   na   Província   a   rede   viária   é  maioritariamente   não   pavimentada,  esta  recolha  é  insuficiente  e  com  uma  baixa  frequência.  

Apenas  parte  dos  resíduos  sólidos  urbanos,  nomeadamente  os  que  são  depositados  nos  19  bairros  da  cidade,   são   recolhidos   diariamente   e   transportados   para   uma   das   lixeiras   existentes,   ao   longo   da  estrada  que  liga  Lubango  a  Benguela.  A  deposição  é  feita  sem  controlo  e  sem  a  preocupação  da  recolha  de  um  local  adequado.  

Ainda   se   conta   com   algumas   brigadas   de   limpeza   manual.   No   entanto,   verifica-­‐se   que   dos   bairros  consolidados   aos   bairros   de   construção   anárquica,   encontram-­‐se   resíduos   sólidos   urbanos   fora   dos  locais  próprios  para  a  sua  deposição  e  contendores  danificados.    

Figura  9  -­‐  Rede  Sanitária  (2008)  

Fonte – Ministério da Saúde – Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística - 2012

No   âmbito   do   Programa   Água   Para   Todos,   o   Governo   Provincial   da   Huíla   está   a   executar   vários  

projectos,   consubstanciados   em   captações,   aduções,   reservatórios   e   estações  de   tratamento  de   água  

em  quase  toda  extensão  da  Província  da  Huíla.  

 O  projecto  “PALUB  I“  apresenta  um  primeiro  passo  decisivo  para  a  remodelação  de  parte  da  rede  de  

distribuição  de  água  da  cidade  do  Lubango,  que  deverá  ser  extensivo  em  todo  o  território  da  cidade,  ou  

seja,  meio  urbano  e  peri-­‐urbano,  exemplo  esse,  a  ser  transladado  para  outros  núcleos  populacionais.  

Em  síntese:  

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" Os   níveis   de   oferta   de   energia,   águas   e   saneamento   básico   na   Província,   quer   em   termos  

qualitativos,   quer   em   termos   quantitativos,   não   atingem   os   padrões   de   qualidade   de   vida   e  

protecção  ambiental  esperados;  

" As  infra-­‐estruturas  de  fornecimento  de  energia  e  abastecimento  de  água  são  ineficientes;  

" Verifica-­‐se   a   ausência   de   integração   de   sistemas,   na   perspectiva   do   ciclo   urbano   da   água,  

devido  à  gestão  separada  do  abastecimento  de  água  e  do  saneamento  de  águas  residuais,  não  

permitindo  uma  correcta  articulação  entre  captações  e  rejeições;    

" Insuficiente   regulamentação   dos   modelos   de   gestão   directa,   assim   como   a   constituição   da  

empresa  provincial  de  águas  e  saneamento,  cuja  responsabilidade  recai  à  Direcção  Nacional  de  

Águas,  no  âmbito  do  PDISA;    

" Deficiências  ao  nível  da  regulação  ambiental  e  da  implementação  da  legislação;    

" Falta  de  capacidade  de  gestão  e  de  operação  dos  serviços  em  muitos  sistemas  municipais,  pela  

carência  de  recursos  humanos  especializados,  e  pela  inobservância  dos  pressupostos  inerentes  

ao  pagamento  de  água;    

" Falta  de  qualidade,  ou  de  mecanismos  de  protecção  de  muitos  locais  de  captação  de  água  para  

consumo  humano  e  insuficiência  de  recargas  dos  aquíferos;    

" Elevado  nível  de  água  não  facturada  nos  sistemas  de  abastecimento  de  água,  seja  por  consumo  

não  medido,  seja  por  perdas  físicas  devidas,  nomeadamente,  a  roturas  não  visíveis  resultantes  

da  caducidade  do  sistema;    

" Ausência  de  medidas  destinadas  a  evitar  a  entrada  de  águas  pluviais  em  sistemas  de  drenagem  

de  águas   residuais,   com  a   concomitante  descarga  de   águas   residuais  não   tratadas  nos  meios  

receptores,  ausência  de  ETAR.  

 

1.7 COMUNICAÇÃO  SOCIAL  E  TELECOMUNICAÇÕES    

A  Comunicação  Social  e  as  Telecomunicações  assumem  um  papel   indispensável  às  actividades  socio-­‐económicas   bem   como   à   segurança   de   pessoas   e   bens,   tornando-­‐se   um   importante   factor   de  desenvolvimento.  

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No   que   se   refere   em   particular   à   Comunicação   Social,   esta   contribui   na   difusão   e   propagação   de  informação   bem   como,   na   promoção   e   mudança   de   comportamentos   e   atitudes,   possibilitando   a  interacção  social  e  promovendo  o  combate  aos  diversos  problemas  sociais.    

Na   Província   existem   duas   emissoras   de   radiodifusão,   uma   pública   estatal,   a   Rádio   Huíla   e   a   outra  independente,   a   Rádio   2000   e   ainda   uma   emissora   retransmissora   da   Televisão   Pública   de   Angola  (TPA)  e  a  Rádio  Nacional  de  Angola.    

Note-­‐se   que   a   TPA   constitui   o   canal   de   comunicação   áudio   visual   que   tem   inovado   as   suas  comunicações,   contando   agora   com  dois   sistemas  de   informação,   o   analógico   e   o  digital.  A  TPA   tem  investido  fortemente  na  formação  dos  seus  recursos  humanos.    

Os   meios   de   comunicação   social   servem   diariamente   como   meios   de   transmissão   de   informação   à  população,   tendo  expandido  o   seu   sinal  para  os  Municípios  da  Província.  Nos  Municípios  da  Matala,  Quilengues,   Jamba,   Caconda   e   Kuvango   funcionam   como   retransmissores   das   emissões   da   Rádio  Nacional  de  Angola  e  emissores  repetidores  da  TPA,  visando  cobrir  estas  localidades.  

Actualmente  existe  a  necessidade  de  expandir  o  sinal  a   todas  as  comunas  da  Província,  bem  como  a  necessidade   de   dotar   a   Huíla   de   capacidade   técnica   de   produção   de   conteúdos   informativos   para   a  rede  pública  de  televisão  e  rádio.  

Para  além  das  emissoras  de  radiodifusão,  a  Província  da  Huíla  dispõe  de  diversas  publicações  escritas,  tais   como   Jornais   e   Revistas.   Estes   meios   providenciam   a   cobertura   e   divulgação   jornalística   de  actividades,  bem  como  de  acções  de  desenvolvimento  económico,  social  e  político.    

As  publicações  escritas  estão  a  cargo  da  Delegação  de  correspondentes  da  agência  “Angola  Press”  e  da  Delegação  da  agência   “Edições  Novembro”  proprietária  do   Jornal  de  Angola,  do   Jornal  Desportos,  do  Jornal   de   Economia   e   Finanças   e   do   Jornal   Cultura.   Conta-­‐se   ainda   com   uma   revista   periódica  denominada   “Mais  Lubango”,  da  Administração  Municipal  do  Lubango  e  diversas  outras  publicações  periódicas.  

É  também  de  realçar  a  presença  de  correspondentes  dos  seguintes  órgãos:  a  Voz  da  América,  a  Rádio  Eclésia,   o   Jornal   Terra   Angolana   (UNITA),   o   Semanário   Agora,   a   Rádio   Trans-­‐mundial,   a   Rádio  Despertar  e  a  Rádio  +.    

Existem   ainda   registadas   no  Ministério   da   Comunicação   Social,   seis5   empresas   locais   produtoras   de  publicidade,   fazendo   trabalhos   gráficos,   fotográficos   e   audiovisuais   para   a   rede   televisiva   e  radiofónica.  

No  que  diz  respeito  ao  sector  das  telecomunicações,   têm-­‐se  verificado  progressos  significativos  na  disponibilização   e   modernização   das   mesmas,   nomeadamente   o   aumento   da   rede   telefónica   fixa,   a  introdução  da  rede  móvel  e  Internet.  Actualmente,  todos  os  Municípios  da  Província  já  possuem  acesso  a  estas   tecnologias,  estando  a  cargo  das  operadoras  Angola  Telecom  (rede   fixa  de  voz  e  dados)  e  da  Unitel  e  Movicel  (redes  móveis  de  voz  e  dados).    

É  de  destacar  que  a  rede  de  cobertura  da  Unitel  conta  com  o  maior  número  de  clientes,  substituindo  assim  a  posição  que  a  Angola  Telecom  tomava  desde  a  sua  abertura.      

Relativamente  à   rede   telefónica   fixa,  esta  é  providenciada  pela  Angola  Telecom  que  é   responsável,  a  nível   nacional,   pela   prestação   de   serviços   básicos   de   telecomunicações,   serviços   de   comunicações  empresariais,   serviço   móvel   marítimo,   sistema   de   comunicações   via   satélite,   cabines   públicas,  comunicação  de  dados,  transporte  de  sinal  de  rádio  e  televisão,  entre  outros.    

5 Relatório anual de actividade do Governo Provincial da Huíla - 2012

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A  cidade  do  Lubango  é  servida  actualmente  por  uma  rede  telefónica  fixa,  alimentada  por  uma  central  telefónica   localizada   junto   à   antiga   estação   de   caminhos-­‐de-­‐ferro,   no   centro   da   cidade.   Esta   central  está  ligada  via  satélite  (VSAT)  com  Luanda  e  por  cabo  com  o  Namibe.  A  ligação  Namibe  -­‐  Lubango  tem  funcionado  com  uma  regularidade  razoável.  Esta  alimenta  ainda  um  conjunto  de  postos  de  telefones  públicos,   localizados   apenas   na   cidade   do   Lubango,   sendo  que   deveriam   abranger   também  as   áreas  mais  distantes,  já  que  é  aí  que  as  carências  de  infra-­‐estruturas  de  telecomunicações  se  fazem  sentir.  

No   que   concerne   à   rede  móvel   de   transmissão   de   voz   e   dados,   as   operadoras  Unitel   e  Movicel   têm  procedido   à   instalação   de   novas   antenas   e   alterações   para   tecnologias  mais   evoluídas,   tendo   assim  aumentado  o  número  de  utilizadores.  

A  cobertura  destes  serviços  dispõe  de  uma  moderna  estrutura  que  permite  a  gestão  de  qualidade  das  telecomunicações  respeitantes  a  telefones  fixos  e  móveis.    

Generalizando-­‐se  cada  vez  mais  a  utilização  do  telemóvel,  e  perante  o  menor   investimento  em  infra-­‐estruturação   exigido   por   este   tipo   de   serviço,   parece   consensual   que   a   aposta   para   o   sector   das  telecomunicações  nesta  Província  passe  pela  extensão  da  cobertura  do  sinal  dos  operadores  móveis.  Obedecendo  estas  operadoras  a   lógicas  de  mercado,  será  expectável  que  estas  alarguem  a  cobertura  dos  seus  serviços  a  locais  que  justifiquem  o  investimento  inicial  (viabilidade  económica  da  operação),  isto  é,  onde  a  possibilidade  de  angariar  novos  assinantes  seja  maior  –  principais  aglomerados  urbanos  e   empresariais.   Deste  modo,   a   estratégia   de   actuação   estatal   (através   do   Governo   Provincial)   nesta  matéria  deverá  passar  pelo  acompanhamento  técnico  dos  projectos  de  expansão  da  cobertura  de  sinal  das  operadoras  móveis.  

Quanto   aos   serviços   dos   Correios,   pode   dizer-­‐se   que   estão   presentes   na   Província,   contando   com  diversos   serviços,   com   destaque   para   o   transporte   e   distribuição   de   cartas   e   encomendas,  disponibilização   de   pontos   de   acesso   à   internet   (serviço   disponível   aos   cidadãos),   serviço   de   fax   e  venda   de   selos.   Será   no   entanto   necessário   que   este   tipo   de   serviço   se   adapte   às   mais   modernas  necessidades  de  mercado,  recorrendo  a  avançadas  tecnologias  de  informação  e  comunicação.  

1.8 ORDENAMENTO  DO  TERRITÓRIO,  URBANISMO  E  HABITAÇÃO    

A  rede  urbana  da  Província  distribui-­‐se  por  núcleos  de  dimensão  e  importância  distinta.  

Num  primeiro  nível  encontra-­‐se  a  cidade  do  Lubango,  sede  da  Província,  que  acolhe  cerca  de  43%  da  população.  

Num   segundo   nível   de   importância,   encontram-­‐se   os   Municípios   de   Matala,   Caluquembe,   Caconda,  Chibia  e  Jamba.  

Esta   distribuição   não   é   homogénea,   dado   que   a   dinâmica   económica   e   demográfica   varia   face   ao  Município  sede.  

O   Lubango   apresenta   uma   estrutura   em   quadrícula,   onde   se   destacam   os   edifícios   ligados   à  administração  pública  pela  sua  relação  diferenciada  face  ao  espaço  público.    

Durante  mais   de   trinta   anos   Angola   foi   assolada   por   conflitos   armados   que   obrigaram   o   acentuado  movimento  populacional  à  busca  de  melhores  condições  de  vida  e  segurança  nas  áreas  urbanas,  factor  que   relacionado   ao   forte   dinamismo   de   crescimento   da   população,   gerou   o   fenómeno   de   ocupação  desordenada  das  parcelas  urbanas  e  periurbanas  das  principais  cidades  angolanas,   facto  que  não   foi  diferente  na  Província  da  Huila.  

A   cidade   do   Lubango   teve   inicialmente   um   crescimento   horizontal   de   malha   quadrangular   e   se  estendeu-­‐se   inicialmente  por  áreas  em  que  predominam  os   terrenos  semi-­‐planos,  que  apresenta  um  declive  pouco  acentuado.    

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A  implantação  em  terreno  quase  plano  confere  uma  grande  amplitude  ao  espaço  ocupado  pela  cidade  e  que  a  envolveu  inicialmente.  

O   crescimento   espontâneo   do   fenómeno   que   constitui   a   expressão   máxima   exponencial   e   sem  programação   do   aumento   e   desenvolvimento   habitacional,   vincado   pela   carência   generalizada   de  infra-­‐estruturas  urbanas  e  de  equipamentos  sociais,  com  efeito  directos  sobre  a  acentuada  degradação  dos  níveis  de  sanidade  e  de  qualidade  de  vida  da  população.    

A  este  fenómeno,  que  assume  especial  incidência  na  cidade  do  Lubango,  associa-­‐se  ainda  um  processo  de  informalização  crescente  da  economia  urbana,  que  aponta  à  tendência  para  o  empobrecimento  das  famílias  visto  que  são  maioritariamente  provenientes  de  parcelas  dedicadas  a  agricultura  e  pastorícia.    

Este  processo  de  crescimento  desordenado  é  um  dos   factores  que  mais  contribui  para  a  degradação  dos  níveis  de  saúde  pública.  

A   ocupação   urbana,   quando   descontrolada   e   sem   critérios,   ou   ainda,   com   critérios   que   não  contemplam  a  questão  ambiental,  provoca  também  diversas  consequências  sobre  o  patrimônio  natural  e   cultural,   promove   o   desequilíbrio   e   gera   efeitos   (dos  mesmos)   em   escala   crescente.   Tal   ocupação  provoca  tanto  as  distorções  na  paisagem  natural  e  edificada  quanto  a  ruptura  nas  relações  culturais  e  a  ocorrência  de  catástrofes,  com  custos  sociais,  ambientais  e  financeiros  significativos.  

A   alteração   desta   situação   pode   ser   em   grande   medida   colmatada   para   execução   dos   projectos  previsto  no  Plano  Nacional  de  Urbanização  e  Habitação,  que  para  além  da  construção  de  novos  fogos  habitacionais,  visa  o  reordenamento  do  território.  

No   capítulo   da   qualidade   de   vida   em   espaço   urbano   é   significativa   a   falta   de   espaços   públicos   para  usufruto  dos  cidadãos.  

Esse   facto   tende   a   agravar-­‐se   nos   bairros   periféricos   pobres,   cuja   população   vê-­‐se   desprovida   da  oportunidade  de  usufruir  de  espaços  públicos  necessários  ao  convívio  social.  

Nos   locais   onde   existem   espaços   públicos,   a   maior   parte   deles   ocupam   terreno   plano,   o   que   se  apresenta  como  um  factor  importante  para  a  alocação  de  determinadas  estruturas,  possibilitando  usos  variados  destes  espaços.  Para  tal  finalidade,  a  forma  geométrica  das  praças  e  do  parque  também  pode  ser  relevante  visto  que  são  maioritariamente  rectangulares  e  quadrangulares.    

Porém,  nota-­‐se  em  muitos  destes  locais  uma  significativa  carência  em  instalações  sanitários,  lixeiras  e  segurança  pública.  Essas  constatações  podem  justificar  a  subutilização  de  muitos  desses  espaços  que  se  tornam  pouco  atractivos.    

Em  síntese,  assumem-­‐se  como  medidas  a  desenvolver:  

" A   definição   de   instrumentos   de   Planeamento   Territorial   que   promovam   o   ordenamento   e  qualificação  dos  espaços  urbanos  (Planos  Directores  Municipais,  Planos  Urbanísticos)  

" Desenvolvimento   de   projectos   de   infra-­‐estrutura   ção   do   território,   em   particular   nas   áreas  urbanas  desordenadas  

" A  avaliação  regular  das  necessidades  de  habitação  nas  zonas  urbanas,  suburbanas  e  rurais;  

" Elaboração  e  revisão  da   legislação  e  regulamentação  vigente  no  que  diz  respeito  à  habitação,  considerando   questões   como   a   segurança,   saneamento   básico   e   sistemas   de   financiamento  para  aquisição  de  imóveis;  

" Envolvimento  do  sector  privado  na  produção  e  abastecimento  de  materiais  de  construção,  de  sistemas  de  auto-­‐ajuda  e  de  serviços  de  apoio  à  população;    

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" Incentivo  à  construção  por  parte  de  empresas,  cooperativas  e  outras  entidades  de  novos  fogos  e  projectos  imobiliários,  para  os  habitantes  e  trabalhadores  da  função  pública.  

" Desenvolvimento  dos  meios  de  transporte  e  acessibilidades;  

" Aumento   da   formação   de   quadros   especializados   em   urbanismo,   construção   civil,   gestão   do  território;  

" Desenvolvimento  de  sistemas  eficazes  de  fiscalização  de  obras;  

1.9 AMBIENTE    

Aos  tipos  de  actividades  produtivas  que  têm  lugar  na  Província  e  o  potencial  de  crescimento  que  cada  um  dos  sectores  representa  do  ponto  de  vista  económica,  devem  associar-­‐se  medidas  que  garantam  o  desenvolvimento  sustentável  e  conservação  ambiente  e  protecção  das  espécies  animais  e  vegetais  da  Província,  no  quadro  daqueles  que  são  os  parâmetros  nacionais,  legalmente  previsto.  

Neste  contexto,  enquadram-­‐se  os  processos  de  reflorestação  em  particular  nas  áreas  onde  se  assistiu  a  processos   de   desmatação  mais   intensa,   em   articulação   com  medidas   de   desincentivo   para   o   uso   de  lenha  como  principal  fonte  de  energia  e  a  prática  de  queimadas,  associada  à  actividade  agrícola.  

Um  dos  objectivos  neste  sector  é  a  criação  de  zonas  verdes  nos  14  Municípios  da  Província.  

Em   termos   de   conservação,   os   locais   de   maior   sensibilidade   e   com   potencial   mais   elevado   estão  sinalizados,  há  a  intenção  de  criar  uma  reserva  de  caça  e  um  parque  natural,  ambos  podem  viabilizar  um   segmento   de   turismo,   associado   à   fruição   da   natureza,   cuja   procura   continua   a   crescer,  principalmente  em  mercados  emissores  com  elevado  poder  de  compra.    

De  um  modo  geral,   as   lacunas   existentes   colocam-­‐se  no  plano  da   inventariação   e   conhecimento  dos  recursos   e   valores,   respectiva   monitorização   e   implementação   de   medidas   de   minimização   de  impactes   e,   em   alguns   casos,   de   repovoamento.   O   enquadramento   legal   é,   no   essencial,   adequado   à  preservação   do   importante   património   natural   da   Província   e   a   influência   das   campanhas   de  sensibilização  marcam  gradual  e  progressivamente  presença  no  território.  

Os  equilíbrios  biofísicos  são  frágeis,  o  território  em  geral  não  apresenta  capacidade  de  resiliência  face  a   intervenções   humanas   inadequadas   com   as   suas   características   intrínsecas,   tais   como   práticas  agrícolas   tradicionais,   exploração  mineira  ou  construção  em   locais  vulneráveis.  O   sistema  rotacional  para  a  produção  de  mandioca,  com  efeitos  directos  na  desarborização  e  desmatação,  é  apontado  como  um   factor   responsável   pela   dinâmica   de   transformação   exercida   sobre   a   vegetação,   ocasionando  frequentemente  a  destruição  dos  solos,  expondo-­‐os  demasiado  aos  efeitos  da  erosão,  particularmente  em   zonas   de   maior   densidade   de   ocupação   humana,   onde   perduram   igualmente   problemas   de  drenagem  urbana  e  problemas  graves  de  erosão,  quando  o  desequilíbrio  é  despoletado.  

A   actividade   mineira,   com   níveis   de   intensificação   consideráveis,   tem   causado   ao   longo   do   último  século  alterações  profundas,  cujos  efeitos  antrópicos  estão  bem  presentes  na  paisagem,  sobretudo  ao  longo   dos   cursos   dos   rios,   na   parte   norte   da   Província.,   dando   origem   a   assinaláveis   passivos  ambientais,  que  urge  recuperar.  

Um  outro  problema  ambiental  que  caracteriza  a  Província,  mas  não  é  exclusivo  da  mesma,  diz  respeito  às   queimadas.   Estas   abrangerão   pelo   menos   20%   do   território   e   decorrem   das   práticas   locais  associadas   à   caça   de   subsistência   (mais   intensivamente   no   Outono   e   Inverno),   fenómeno   que   é  

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descontrolado   e   coloca   em   risco   a   vegetação,   a   biodiversidade   e   os   solos,   que   progressivamente   se  tornam  cada  vez  mais  ácidos  e  degradados.  

1.10 EDUCAÇÃO    

A  preocupação  com  o  desenvolvimento  educacional,  através  da  formação  e  qualificação  dos  cidadãos  é  uma   questão   transversal   aos   vários   documentos   estratégicos,   programas   e   planos   de   acção   que  enquadram  o  quadro  de  implementação  das  políticas  públicas,  emanadas  no  PND  2013-­‐2017.  

A  educação  constitui  um  pilar  com  forte  expressão  na  estrutura  de  desenvolvimento  pessoal  e  humano  e   é   tida   como   condição   indispensável   de   suporte   às   exigências   de   desenvolvimento   das   economias  baseadas  no  conhecimento.  

A  situação  actual  da  Província,  em  termos  educacionais,  caracteriza-­‐se  por  uma  população  com  baixos  níveis  de   instrução  e   taxas  de  analfabetismo  elevadas.  Verificam-­‐se  algumas  dificuldades  ao  nível  da  pré-­‐escolarização,  na  transição  de  ciclos  e  um  elevado  abandono  escolar.  

De   acordo   com   o   Relatório   Anual   de   Educação   de   2012,   produzido   pela   Direcção   Provincial   da  Educação,  Ciência  e  Tecnologia  da  Huíla,  estima-­‐se  que  do  total  de  formandos  matriculados,  cerca  de  80%  encontram-­‐se  a   frequentar  o  ensino  primário  e  apenas  20%   frequentam  os   restantes  níveis  de  ensino.  

   

Gráfico  9  –  Níveis  de  ensino  por  Município  2012  

Fonte:  Relatório  Anual  da  Educação  2012  –  Governo  Provincial  da  Huíla  

Da   totalidade  de   alunos  matriculados,   30%   frequentam  os   estabelecimentos  de   ensino  da   cidade  do  Lubango  e  os  restantes  70%  estão  divididos  pelos  restantes  Municípios.    

Relativamente   ao   número   de   professores   a   leccionar   na   Província,   verifica-­‐se   que   este   é   bastante  reduzido,  o  que  significa  que  a  cada  professor  corresponde  um  elevado  número  de  alunos.    

0%  

20%  

40%  

60%  

80%  

100%  

Lubango  

Matala  

Quipungo  

Chibia  

Humpata  

Jamba  

Quilengues  

Gambos  

Cacula  

Caconda  

Caluquembe  

Chipindo  

Cuvango  

Chicomba  

NÍVEIS  DE  ENSINO  POR  MUNICIPIO  -­‐  2012  Ensino  Primário   Ensino  Sec.    I  Ciclo   Ensino  Sec.  II  Ciclo  Ensino  de  Adulto   Ensino  Especial  

30%  

9%  

6%  4%  4%  4%  4%  

2%  

4%  

6%  

8%  

7%  6%  

6%  

TOTAL  DE  ALUNOS  POR  MUNICÍPIO  -­‐  2012  

Lubango   Matala   Quipungo   Chibia  Humpata   Jamba   Quilengues   Gambos  Cacula   Caconda   Caluquembe   Chipindo  

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Quadro  18  -­‐  Rácio  de  Alunos  por  Professores  de  acordo  com  o  nível  de  ensino  -­‐  2012  

   Ensino  Primário  

Ensino  Sec.    I  ciclo  

Ensino  Sec.  II  ciclo  

Alunos  /  Professores   46,32   15,66   21,03  Fonte:  Relatório  Anual  Educação  2012  –  Governo  Provincial  da  Huíla  

 

Através   da   observação   dos   dados   anteriores   relativos   a   2012,   verifica-­‐se   que   o   rácio   de   alunos   por  professor  é  substancialmente  elevado,  sendo  o  ensino  primário  o  nível  que  observa  um  maior  número  de  alunos  por  professor,  cerca  de  46  alunos.    

Neste  sentido,  de  forma  a  melhorar  as  condições  de  escolarização,  é  fundamental  a  implementação  de  medidas   que   visam   a   construção   de   escolas   e   seu   apetrechamento   com   todo   o  material   necessário.  Torna-­‐se  também  essencial  a  contratação  de  novos  docentes  para  fazer  face  ao  crescente  número  de  alunos   inscritos.  É   também  necessária  a  construção  de  residências  e  disponibilização  de   transportes  para  o  corpo  docente,  criando  as  condições  adequadas  ao  exercício  das  suas  funções.  

 Quadro  19  –  Taxas  de  aprovação,  reprovação  e  abandono  escolar  no  Ensino  Público  

    Tx  Aprovação   Tx    Reprovação   Tx  Abandono  Ensino  Primário   70%   10%   20%  Ensino  Sec.  I  ciclo   64%   21%   14%  Ensino  Sec.  II  ciclo   61%   27%   12%  

Total   69%   12%   19%  Fonte:  Relatório  Anual  da  Educação  2012  –  Governo  Provincial  da  Huíla  

 

Relativamente   ao   Ensino   Público,   verifica-­‐se   que   o   Ensino   Secundário   do   II   ciclo   é   o   nível   que  apresenta  a  menor  taxa  de  aprovação  e  consequentemente  a  maior  taxa  de  reprovação.  A  maior  taxa  de   abandono   escolar   dá-­‐se   ao   nível   do   Ensino   Primário.   As   Escolas   privadas   revelam,   na   sua  generalidade,   taxas   de   aprovação   mais   elevadas   e   taxas   de   reprovação   e   abandono   escolar   menos  significativas.  

A   alfabetização   e   educação   para   adultos   tem   sido   outra   das   acções   levadas   a   cabo   no   âmbito   do  Programa   da   Educação   para   Todos   até   2015.   O   programa   da   alfabetização   já   se   encontra  implementado   em   todas   as   instituições   escolares   públicas   dos   Municípios,   em   algumas   empresas,  associações,   cooperativas   de   camponeses,   Igrejas,   ONG’s   e   outros   organismos.   No   ano   lectivo   em  análise,  a  Província  contou  um  universo  de  47.195  alfabetizandos  adultos.  

Quanto  ao  Ensino  Técnico  Profissional,  fulcral  na  estruturação  do  mercado  de  trabalho,  a  Huila  possui  um   Instituto   Médio   de   Economia   e   uma   Escola   de   Formação   de   Técnicos   da   Saúde   situados   no  Lubango,  um  Instituto  Médio  Agrário  em  Tchivinguiro  e  um  Instituto  Médio  Politécnico  na  Humpata.    

No   que   diz   respeito   ao   apoio   prestado   a   alunos   com   necessidades   especiais   (deficiências   auditivas,  intelectuais,   visuais,   transtorno   de   linguagem,   dificuldades   de   aprendizagem   e   motoras),   existe,   na  Huila,  uma  escola  de  ensino  especial  em   funcionamento  desde  1988.  Esta  escola  possui  actualmente  834   alunos   matriculados   distribuídos   pelos   3   níveis   do   ensino   geral,   não   sendo   imposto   qualquer  limite  de  idade  aos  alunos.  

O   ensino   superior   é   outro   dos   níveis   de   ensino   que   deve   ser   desenvolvido   tendo   como   objectivo  assegurar   a   preparação   técnico-­‐científica   dos   alunos   nas   mais   diversas   áreas.   Encontra-­‐se  

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representado   exclusivamente   no   centro   urbano   do   Lubango   e   conta   com   o   Instituto   Superior   de  Ciências   da  Educação   (ISCED)   e   a  Universidade  Mandume   ya  Ndemufayo   de   gestão   pública,   e   ainda  com  6  Institutos  Politécnicos  em  que  a  gestão  é  realizada  a  título  privado.  

Apesar   das   debilidades   anteriormente   verificadas,   estão   em   curso   alguns   projectos   e   programas   de  apoio  ao  Ensino  Primário,  nomeadamente:  PAEP  (Programa  de  Apoio  ao  Ensino  Primário),  a  Merenda  Escolar  e  o  PAAE  (Programa  de  Aceleração  do  Atraso  Escolar).    

Em   colaboração   com   organizações   sociais   e   ONG´S,   a   Direcção   Provincial   de   Educação,   Ciência   e  Tecnologia  da  Huíla  tem  realizado  parcerias  com  a  UNICEF,  o  FAS,  a  União  Europeia,  a  Unesco  e  Igrejas  no  que  concerne  à  ampliação,  reabilitação  e,  nalguns  casos,  construção  e  apetrechamento  de  Escolas  do  Ensino  Primário.  

 

Em  síntese  a  Província  da  Huila,  detém:  

" Níveis  elevados  de  analfabetismo  e  baixa  taxa  de  escolarização;  

" Elevadas   taxas   de   abandono   escolar,   sobretudo   no   ensino   de   segundo   e   terceiro   nível   de  ensino;  

" Em   cada   ano   lectivo,   o   número   de   alunos   aumenta   e   ultrapassa   a   capacidade   das   infra-­‐estruturas  existentes  sobretudo  no  Ensino  Primário.  

" Apesar  do  esforço  do  executivo  direccionado  para  a  construção  de  novas   infra-­‐estruturas  de  ensino,   existe   ainda   uma   elevada   degradação   e   deficiente   estrutura   dos   equipamentos  educativos  assim  como  uma  deficiente  oferta  de  outros  serviços  essenciais  ao  bem-­‐estar  dos  alunos  como  o  transporte  e  a  merenda  escolar;  

" O   insuficiente  número  de  professores  revela  a  necessidade  de  contratação  de  mais  efectivos  sendo   também   necessário   criar   condições   adequadas,   como   casas   de   função   e   transportes,  para  que  estes  possam  leccionar  em  Municípios  mais  recônditos.  

 

1.11 SAÚDE  

A   rede   sanitária   da   Província   está   actualmente   numa   fase   de   expansão   e   de  mudanças   importantes  com   a   construção   de   novas   unidades   sanitárias   principalmente   através   do   Hospital   Pediátrico,  Hospital  Maternidade  e  Hospital  Psiquiátrico.  

É  neste  sentido  que  se  tem  procurado  resolver  os  elevados  problemas  de  saúde  pública,  causados  em  muitos   casos   pela   existência   de   uma   deficiente   rede   de   saneamento   básico,   inexistente   recolha   e  tratamento  do  lixo,  bem  como,  ineficiente  abastecimento  de  água  potável,  vistos  como  causadores  da  proliferação  de  doenças.    

Em   2012,   foram   inauguradas   algumas   unidades   sanitárias   nos   vários   Municípios,   no   sentido   de  descentralizar  o  acesso  à  saúde,  como  o  Hospital  Municipal  do  Kuvango,  os  Centros  Materno  Infantil  de  Caconda  e  Chicomba  e  alguns  Centros  e  Postos  de  Saúde  em  toda  a  Província.  

 Figura  10  –  Rede  Sanitária  da  Huíla  

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 Fonte:  Relatório  Anual  2013  –  Direcção  Provincial  de  Saúde  da  Huila  

 

A   rede  sanitária  pública  da  Província  é   composta  por  263  unidades6  e  apresenta  1  Hospital  Geral,  4  Hospitais  Provinciais,  4  Hospitais  Municipais,  59  Centros  de  Saúde  e  195  Postos  de  Saúde.  

É   de   salientar   que   os   Postos   de   Saúde,   que   se   ajustam   a   uma   rede   sanitária   de   nível   primário,  correspondem  a  74.14%,  com  representação  em  todos  Municípios.  Destacam-­‐se  também  os  Centros  de  Saúde   com   22.43%   e   por   último   os   Hospitais   Municipais   com   3.42%   do   total   de   infra-­‐estruturas  existentes  na  Província.    

   

Quadro  20  –  Divisão  Geo-­‐Administrativa  de  infra-­‐estruturas  de  saúde  

DIVISÃO  GEO-­‐ADMNISTRATIVA  Nº  DE  INFRA-­‐ESTRUTURAS  

TOTAL   Nº  Camas  Hospital   Centros  Saúde   Postos  de  Saúde  

MUNICIPIOS                      LUBANGO   5   20   28   53   979  QUILENGUES   0   2   16   18   22  HUMPATA   0   5   14   19   102  QUIPUNGO   0   2   8   10   60  CACONDA   0   5   17   22   48  MATALA   2   4   11   17   718  CALUQUEMBE   1   4   22   27   266  GAMBOS   0   1   16   17   29  KUVANGO   1   2   20   23   95  JAMBA   0   4   11   15   58  

6 Fonte: Relatório Anual 2013 – Governo Provincial da Huíla

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Municipios huila.shpCacondaCaculaCaluquembeChibiaChicombaChipindoCuvangoGambosHumpataJambaLubangoMatalaQuilenguesQuipungo

Redehla.dbf— CS#0 HG#0 HMH HP# IND; PS

100 0 100 200 Kilometers

N

EW

S

Rede Sanit· ria da HuÌla

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO PROVINCIAL DA HUÍLA 2013-2017 VOLUME I

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DIVISÃO  GEO-­‐ADMNISTRATIVA  Nº  DE  INFRA-­‐ESTRUTURAS  

TOTAL   Nº  Camas  Hospital   Centros  Saúde   Postos  de  Saúde  

MUNICIPIOS                      CHICOMBA   0   5   10   15   39  CHIPINDO   0   1   4   5   54  CHIBIA   0   2   12   14   25  CACULA   0   2   6   8   24  TOTAL   9   59   195   263   2.519  

Fonte:  Relatório  Anual  2013  –  Direcção  Provincial  de  Saúde  da  Huila  

As  principais  unidades  sanitárias  estão  sediadas  no  Lubango  representando  20%  do  total  de  unidades  existentes.   Entre   estas   destacam-­‐se   o   Hospital   Central   Dr.   António   Agostinho   Neto,   o   Hospital  Pediatria,  o  Hospital  Sanatório,  o  Hospital  Psiquiátrico  e  o  Hospital  Maternidade  Camarada  Irene.  

Existem  ainda  os  Hospitais  Municipais  de  Caluquembe,  Matala,  Kuvango,  sendo  que  alguns  destes  não  detêm  profissionais  especializados  de  saúde.  

Estas   unidades   reúnem   um   total   de   2.519   camas,   concentradas   maioritariamente   nas   estruturas  hospitalares   do   Município   do   Lubango   (39%),   Matala   (29%)   e   Caluquembe   (11%).   O   que   permite  concluir   que   os   restantes   Municípios   ainda   evidenciam   uma   carência   tanto   ao   nível   de   unidades  hospitalares  bem  como  número  de  camas  existentes.    

Quanto   à   rede   sanitária   privada   da   Província   é   representada   pelas   seguintes   unidades:   7   Clínicas  Privadas,   45  Centros  Médicos,   61  Postos   de  Enfermagem,   1  Escola  Técnica   de   Saúde   e   21   centros   e  gabinetes  de  especialidades.    

No   que   respeita   aos   recursos   humanos   afectos   ao   sector   da   saúde,   a   Província   conta   com   4.208  efectivos,  41%  dos  quais  enfermeiros.  

Em  contrapartida,  o  peso  relativo  do  número  de  médicos,  no  total  de  efectivos  do  sector,  é  apenas  de  4%,  sendo  ainda  de  salientar  a  ausência  de  médicos  nos  Municípios  de  Gambos,  Cacula,  Caluquembe,  Chipindo,  Kuvango  e  Jamba.  

   

Quadro  21  -­‐  Resumo  da  força  de  trabalho  -­‐  2013  

Categoria  Direcção  e  Chefia  

Médicos  Nacionais  

Estrangeiros   Enfermeiros  Nacionais   T.D.T   Outros   Total  

Médicos   Enfermeiros   T.D.T  Nº  de  Prof.Saúde   266   32   116   19   9   1.698   500   1568   4.208  

Estrutura   6,32%   0,76%   2,76%   0,45%   0,21%   40,35%   11,88%   37,26%   100,00%    

Fonte:  Relatório  Anual  2013  –  Direcção  Provincial  de  Saúde  da  Huila  

 

Ainda  sobre  o  perfil  dos  profissionais  de  saúde,  verifica-­‐se  que  116  são  médicos  estrangeiros  e  apenas  32  são  nacionais,  daí  ser  necessário  a  continuada  formação  de  profissionais  na  Escola  de  Formação  de  Técnicos   de   Saúde   (EFTS),   bem   como   na   Faculdade   de   Medicina   da   Universidade   Mandume   Ya  Ndemufayo.  

É  de  interesse,  no  sentido  de  aprofundar  a  questão  da  insuficiência  de  médicos,  estimar  o  número  de  médicos  por  habitante  na  Província.    

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Neste  sentido,  e  de  acordo  com  os  dados  disponíveis  pelo  INE,  estima-­‐se  que  a  população  residente  na  Província  seja  de  1.920.466  habitantes  no  ano  de  2013,  pelo  que  o  rácio  de  médicos  por  habitante  é  de  0,008%,  ou  seja,  a  cada  médico  corresponde  uma  média  de  12.976  habitantes.  Este  facto  demonstra  o  gravíssimo  défice  de  profissionais  de  saúde,  havendo  necessidade  de  formação  e  contratação  de  novos  quadros.  

 Quadro  22  -­‐  Relação  do  número  de  técnicos  por  habitante  na  Província  no  período  2013  

Indicador       2013  População  Estimativa  2013  -­‐  INE   1  920  466  

Médico/  per  capita   0,008%  

Enfermeiro  /  per  capita   0,089%  

Habitante  por  médico   12  976  

Fonte:  Relatório  Anual  2013  –  Direcção  Provincial  de  Saúde  da  Huila  

 

A  tarefa  fundamental  será  promover  a  saúde  na  Província,  através  do  reforço  da  rede  de  equipamentos  bem  como  do  quadro  profissionais  de  saúde  em  toda  a  extensão  do  território,  o  que  implica  também  actuar  sobre  os  factores  determinantes  de  doença  e  sobre  os  estilos  de  vida  individuais  e  colectivos.    

O   perfil   epidemiológico   da   Província   indica   que   é   fundamental   implementar   políticas   e   estratégias  orientadas  para  a  abordagem  da  problemática,   integrando  acções  dos  diferentes  sectores  envolvidos,  mediante  o   fomento   junto  da  população,  de  acções  de  sensibilização  e  adopção  de  boas  práticas  nos  domínios   do   saneamento   básico,   bem   como   o   desenvolvimento   de   uma   estrutura   sanitária   que  assegure   a   manutenção   da   saúde   e,   torná-­‐los   acessíveis   às   camadas   mais   desfavorecidas   das  populações.  

Os   indicadores   relativos   à   prestação   de   cuidados   primários   de   saúde   à   população   ilustram   uma  situação  preocupante  como  se  verifica  no  quadro  seguinte.    

A  percentagem  de   administração  de   vacinas   contra   as  principais   doenças   (BCG,   F.Amarela,   Pólio   III,  Penta  III  e  Tétano)  diminuiu  face  a  2012,  excepto  a  vacinação  contra  o  Sarampo  e  Pneumo  13  II,  cuja  evolução   é   positiva.   A   diminuição   da   cobertura   vacinal   é   justificada   pela   ruptura   de   stocks,  nomeadamente   nos   Municípios   do   Lubango,   Chibia,   Quipungo,   Matala,   Caluquembe,   Caconda   e  Gambos.  

Com  efeito,   a   insuficiente   cobertura   vacinal   deve   ser   colmatada   através  de  um  esforço  na   gestão  de  stocks,   bem   como   da   criação   de   equipas   de   profissionais   de   saúde   em   número   suficiente   e   com   os  meios   indispensáveis  que  garantam  a   cobertura  de   todo  o   território  provincial  mesmo  nas   áreas  de  difícil  acesso.  

   

Quadro  23  –  Quadro  de  Vacinação  -­‐  2013  

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Fonte:  Relatório  Anual  2013  –  Direcção  Provincial  de  Saúde  da  Huila  

 

Os   níveis   insuficientes   de   vacinas   administradas,   a   má   nutrição   e   os   elevados   problemas   de   saúde  pública  provocam  o  aumento  exponencial  da  taxa  de  mortalidade.  

De  acordo  com  os  dados  disponibilizados,  a  Província  da  Huila  teve  um  aumento  no  total  de  óbitos  na  ordem  dos  13%  em  20137  relativamente  ao  ano  anterior,  sendo  o  grupo  etário  com  idade  inferior  a  5  anos  o  mais  atingido,  representando  41.2%  do  total  de  óbitos.      

Quadro  24  -­‐  Necrologia  por  sexo  e  idade  até  aos  4  anos  do  ano  2013  

Sexo   -­‐1  ano   1  -­‐  4  anos  Total  até  4  

anos   Total    Taxa  de  

Mortalidade  Infantil  

Masculino   414   373   787   1.922   40,9%  Feminino     332   334   666   1.604   41,5%  Total   746   707   1453   3.526   41,2%  Direcção  Provincial  da  Saúde  da  Huila  -­‐  Gabinete  de  estatística  de  recursos  humanos  2013  

A   malária   continua   ser   a   doença   que   nos   últimos   anos   representa   a   maior   causa   da   mortalidade.  Contudo  tem-­‐se  verificado  uma  redução  gradual,  fruto  do  Plano  Nacional  de  Controlo  da  Malária.    

 Gráfico  10  -­‐  Evolução  da  Situação  Epidemiológica  2011/2012/2013  

7 Relatório Anual de 2013 – Direcção Provincial de Saúde da Huila

0  20000  40000  60000  80000  

100000  

BCG   Sarampo   F.  Amarela  

Pólio  III   Penta  III   Pneumo  13  II  

Tétano  II  

Ano  2012   93  712   95  206   55  322   81  594   86  794   0   89  726  

Ano  2013   91  459   99  317   43  012   41  130   86  218   11  935   78  359  

VACINAÇÃO  DA  PROVÍNCIA  DA  HUILA  

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Fonte:  Relatório  Anual  2013  –  Direcção  Provincial  de  Saúde  da  Huila  

 

A  mortalidade  em  2013  tem  entre  as  principais  causas  a  malária,  a  DDA  e  DRA,  a  malnutrição  e  a  febre  tifóide.    

De  acordo  com  a   figura  anterior,  o  decréscimo  de  casos  de  malária  de  2013  para  2012,   representou  cerca  de  10%.  Mas  foi  nas  doenças  como  a  DDA,  DRA  que  o  decrescimento  foi  mais  significativo,  cerca  de  73%  e  78%  respectivamente.    

Nos  Hospitais  pediátricos,  a  malária,  as  doenças  diarreicas  agudas,  doenças  respiratórias,  meningites,  sarampos  entre  outras  são  as  mais  frequentes.    

Desde  de   2009  nota-­‐se   um  decréscimo  da  mortalidade   infantil,   o   que   constitui   um  êxito  mas,   ainda  carente  de  assistência  no  que   toca  à  melhoria  da   saúde  materna  da  Província.  Relativamente  a  esta,  estima-­‐se  que  93%  dos  partos  tenham  sido  assistidos  por  pessoal  qualificado  e  apenas  7%  realizaram-­‐se  por  parteiras  tradicionais  e  domiciliares.  

 Quadro  25  –  Saúde  Materna  2013  

Indicadores   Ano  2012   Ano  2013  

Total  Partos   29.390   27.574  Institucionais   26.884   25.553  Parteiras  Tradicionais  e  domiciliares   2.506   2.021  Mortes  Maternas   129   142  Taxa  Mortes  Maternas  (100  000NV)   468   538  Fonte:  Relatório  Anual  2013  –  Direcção  Provincial  de  Saúde  da  Huila  

Em   suma,   as   políticas   e   estratégias   de   desenvolvimento   para   o   sector   da   saúde  para   a   Província   da  Huíla  assentam  nos  seguintes  eixos  prioritários:  

" Melhorar  o  acesso  a  serviços  de  saúde  através  de  investimento  em  novas  infra-­‐estruturas,  de  acordo  com  as  necessidades  identificadas  para  a  melhoria  da  qualidade  dos  cuidados.  

" Garantir  a  existência  de  equipamento  médico  apropriado  em  todas  as  instalações  de  saúde.    

" Continuar  o  processo  de  reforma  do  sector  e  da  capacidade  institucional,  nomeadamente  a  nível  regional,  provincial  e  municipal;  

" Desenvolver  novos  centros  regionais  hospitalares  de  excelência;    

" Reduzir  a  mortalidade  materna,  infantil  e  infanto-­‐juvenil;  

" Promover  e  preservar  um  ambiente  propício  à  saúde;  

Malaria   DDA   DRA   Schistos   ITS   Malnutrição   Febre  Tifoide   Cólera  

SITUAÇÃO  EPIDEMIÓLOGICA  

2011   2012   2013  

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" Capacitar  os  quadros  de  profissionais  de  saúde;  

" Sensibilizar  a  população  para  a  promoção  e  protecção  da  saúde.  

 

1.12 JUVENTUDE  E  DESPORTOS  

O   sector   do   desporto   encontra-­‐se   representado   na   Província   através   de   115   infra-­‐estruturas  desportivas  (55%  campos  de  futebol  onze;  29  %  campos  polivalentes,  2%  Campos  de  ténis  e  2%  Pistas  de  Atletismo  e  12%  outros  recintos  desportivos).  O  associativismo  desportivo  encontra-­‐se  ainda  pouco  enraizado   na   sociedade,   existindo   apenas   11   associações   em   toda   Província,   porém   a   evolução   tem  sido  crescente.  

 Gráfico  11  –  Tipo  de  Infra-­‐estruturas  de  Desporto  2012  

   

Quadro  26  –  Evolução  de  Indicadores  associados  ao  Desporto  Indicador   2007   2008   2009   2010   2011  Nº  Clubes   7   7   6   6   6  Nº  modalidades  praticadas   15   16   17   19   20  Nº  de  Associações  Desportivas   9   10   11   11   11  Nº  Associações  Juvenis   45   48   48   48   48  Nº  de  técnicos   136   140   145   153   151  Nº  de  árbitros   150   164   170   200   250  Nº  de  atletas   2.014   2.405   2.227   3.324   3.551  

Fonte:  Relatório  Anual  de  Actividade  –  Desporto  2012  

Reconhecendo   a   Juventude   como   um   dos   maiores   valores,   representativo   do   potencial   de  desenvolvimento   do   país,   o   Executivo  Angolano   define   um   conjunto   de  medidas   de   politicas   que   se  prendem   com   a   satisfação   das   necessidades   mais   crescentes   desta   faixa   etária,   dedicando   maior  atenção   à   promoção   de   soluções   para   os   principais   problemas   da   juventude   que   passam,   pelo  desenvolvimento   de   projectos   e   programas   promotores   do   desporto,   das   actividades   recreativas   e  culturais,  entre  outros.  

Fonte:  Relatório  Anual  de  Actividade  –  Desporto  2012  

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Para   o   cumprimento   destes   objectivos,   assumem-­‐se   como   acções   prioritárias   a   construção   e  reabilitação   de   todos   os   campos,   recintos,   Jangos   Juvenis   outros   de   natureza   social   por   formas   a  permitir  o  funcionamento  e  execução  de  programas  em  curso.  

Para  o  funcionamento  condigno  das  associações  juvenis  e  desportivas,  é  incontornável  a  construção  de  uma  infra-­‐estrutura  administrativa  para  as  70  associações  juvenis  e  desportivas  reconhecidas  por  este  executivo;  

É   importante   também   ter-­‐se   em   linha   a   criação   de   condições   que   se   prendem   com  a   construção   de  várias  outras  infra-­‐estruturas  desportivas,  identificadas  pela  sociedade  civil.  

Com   vista   a   formar   os   jovens   nas   diversas   áreas   do   saber   e   consequentemente   a   sua   inserção   no  mercado   de   trabalho,   foram   implementados   programas   de   formação   de   jovens   nas   áreas   de  informática,  culinária,  electricidade,  decoração,  secretariado,  construção  civil,  electrónica  e  mecânica  pelos  Centros  Profissionais  Locais.  

Com  o  objectivo  de  incentivar  o  desporto  na  escola,  realizaram-­‐se  maratonas  desportivas  organizadas  pela   Universidade   Mandume   Ya   Ndemufayo   nas   modalidades   de   xadrez,   futebol,   voleibol   e  basquetebol  num  total  de  500  estudantes  sob  o  lema  “  Saudemos  a  Democracia  com  um  voto  de  Paz”.  

1.13 ACÇÃO  SOCIAL  

A  Acção  Social  constitui  não  apenas  um  elemento  de  resposta  à  crise  humanitária  resultante  da  guerra,  

mas   também   um   instrumento   fundamental   para   a   consolidação   da   paz,   para   a   estabilidade   social   e  

para   a   recuperação   económica.   Integra-­‐se   assim   num   programa   mais   vasto   de   reconstrução   e  

reabilitação  que  visa  o  restabelecimento  das  condições  materiais  e  humanas  para  o  desenvolvimento  

nacional,  quer  ao  nível  rural,  quer  ao  nível  urbano.  

Os  programas  estão  delineados  para  prestar  os  apoios  materiais  e  os  serviços  básicos,  como  também  

ajudar   as   comunidades   locais   a   organizarem   e   fortalecerem   as   suas   estruturas   de   base   incidindo  

principalmente  nos  grupos  mais  vulneráveis  da  sociedade:    

" Família  e  Promoção  à  mulher  

" Crianças  e  adolescentes  em  protecção  especial;  

" Idosos  em  situação  de  dependência  física  ou  económica;  

" Pessoas  Com  Necessidades  Especiais;  

" Pessoa  Infectada  e/ou  Afectada  devido  ao  VIH/SIDA  

" Antigos  Combatentes  e  Veteranos  da  pátria    

" Pessoas  ou  famílias  em  situação  de  pobreza;  

" Desempregados  em  risco  de  marginalização;  

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A  família  é  o  núcleo  da  sociedade  e,  é  nela  onde  se  desenvolvem  os  conjuntos  de  hábitos  e  valores  quer  morais   como   sociais.   Existe   como   prioridade   nacional   a   sensibilização   da   população   para   maior  diálogo  com  vista  a  reduzir  os  vários  tipos  de  violência  doméstica,  muitas  vezes  tendo  como  principais  agentes  cívicos  as  igrejas.  

As   mulheres,   na   Província,   estão   a   contribuir   fortemente   nas   comunidades,   no   sector   agrícola,  economia   e   família,  muitas   vezes   sem  o   reconhecimento  devido   e   sem  o   apoio   adequado.  Há   toda   a  necessidade   de   traçar-­‐se   medidas   para   modificar   as   mentalidades   e   garantir   a   igualdade   de  oportunidades  e  direitos  às  mulheres.  

Já  tem  sido  visível  a  participação  feminina  na  esfera  provincial  quer  na  Educação  quer  nos  cargos  de  chefia  na  sociedade.  Os  dados  ainda  não  são  suficientes,  mas  pretende-­‐se  torná-­‐las  cidadãs  activas  em  todas  as  áreas  (para  as  regiões  e  localidades  carentes)  a  fim  de  aumentar  a  competência  familiar.    

Tendo   em   vista   o   desenvolvimento   de   uma   resposta   social   no   âmbito   da   assistência   e   protecção   às  crianças  e  pessoas  idosas  em  situação  de  vulnerabilidade,  é  necessário  a  constituição  de  um  conjunto  de  serviços  que  contribuam  para  o  apoio  a  esta  população,  na  medida  que  se  pretende  reduzir  a  sua  situação  de  risco.  

Na  Província  da  Huila  existe  um  centro  de  acolhimento  de  3º  Idade,  sobre  a  alçada  do  MINARS,  onde  se  pretende   dar   seguimento   à   estratégia   Nacional   de   Reinserção   Social.   Esta   estratégia   assenta   em  programas   de   apoio   social   e   terapia   ocupacional   a   pessoas   idosas   sem   protecção   familiar   e   sem  condições  físicas  económicas  e  mentais  para  garantir  a  sua  auto-­‐subsistência.  

No  apoio  às  crianças  em  risco,  é  através  de  instituições  CIC  (centro  infantil  comunitário)  e  CEC  (centro  de   educação   comunitário),   que   é   dado   o   acompanhamento   que   tem   por   objectivo   a   melhoria   das  condições   de   vida   através   de   capacidades   e   competências   das   famílias   para   melhor   prestação   de  cuidados  e  educação  das  crianças.  

As   suas   actividades   encontram-­‐se   ligadas   essencialmente   à   Protecção   e   Promoção   dos   Direitos   da  Criança,  com  destaque  para  equipes  ligadas  à  Migração  do  Impacto  da  Violência  contra  a  Criança:  

" Combate  ao  tráfico  

" Combate  à  exploração  do  trabalho  infantil  

" Combate  à  exploração  sexual  e  comercial  de  crianças  

" Promoção  de  Direito  das  Crianças  e  luz  da  CDC-­‐  Convenção  Internacional  sobre  os  Direitos  da  Criança  

" Carta  Africana  do  bem-­‐estar  da  Criança  

" Constituição   do   País   no   que   tange   as   garantias   e   liberdades   fundamentais   à   Criança   como  prioridade  absoluta  

" Operacionalização  dos  11  Compromissos  em  coordenação  com  os  parceiros  sociais  e  Agências  das  Nações  Unidas,  com  destaque  para  a  UNICEF  e  Rede  Criança.  

 

O   grupo   de   pessoas   portadoras   de   deficiência   associado   essencialmente   a   pessoas   paralíticas   e  amputadas   (quase   na   totalidade   consequência   dos   conflitos   armados),   mas   também   a   casos   de  deficiências  mentais,   surdez   e  mudez   e   deficiência   visual,   a   Província   não   encontra   nenhuma   infra-­‐estrutura  vocacionada  para  atender  especificamente  às  respectivas  necessidades  especiais  

No  âmbito  da  luta  contra  o  VIH  –  SIDA,  foram  realizadas  campanhas  de  sensibilização  na  Província  que  visam   desenvolver   projectos   de   prevenção   de   infecções   sexualmente   transmissíveis   (uso   do  

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preservativo)  junto  da  população,  assim  como  campanhas  educacionais  sobre  a  doença  cujo  objectivo  centra-­‐se  em  diminuir  o  preconceito  associado.    

     

Gráfico  12  –  Número  de  Habitantes  testados  ao  HIV  2013

Fonte:  Direcção  Provincial  de  Saúde  2013  

A  Província  tem  exercido  o  seu  papel  quanto  à  valorização,  dignificação  e  reintegração  socioeconómica  a  classe  dos  Antigos  Combatentes  e  Veteranos  da  pátria.    

Diversos   programas   estão   em   carteira   com   vista   a   modernização   do   sistema   recenseamento   e  assistência  social  e  outros  aspectos  referentes  à  resolução  dos  problemas  dos  antigos  combatentes.  

Até  2017,  o  executivo  pretende  assegurar  protecção  social  e  pensões  aos  veteranos  e  às  suas  famílias.    

Tal  inclui  um  sistema  de  formações,  abrangendo  todos  os  níveis  de  escolaridade  desde  o  ensino  básico  até  ao  ensino  universitário.  Dar  aos  veteranos  a  oportunidade  de  adquirirem  qualificações  e  emprego,  para  que  possam  ser  uma  parte  integrante  da  vida  económica  e  social,  igualmente  dar  oportunidades  para  levarem  a  cabo  pequenos  projectos  que  contribuam  para  o  desenvolvimento  da  sociedade.  

 

 

Em  suma  a  estratégia  de  Reinserção  Social  tem  por  base:  

" Estabelecer  mecanismos  de  planeamento  e  gestão  que  permitam  aos  beneficiários  participar  na   identificação  e  na   implementação  das   acções  necessárias  para   a   criação  das   condições  de  base  ao   lançamento  da  actividade   sócio-­‐económica  que  garantam  o  bem-­‐estar   e   estabilidade  das  comunidades  assentadas;  

" Criar   e   reestruturar   infra-­‐estruturas   de   apoio   social,   de   forma   a   responder   às   crescentes  exigências  e  necessidades  da  Província  (Centro  de  aconselhamento,  formação,  atendimento…);  

" Atenuar   os   efeitos   do   envelhecimento   demográfico,   mediante   o   desenvolvimento   de  estratégias  de  envelhecimento  activo  e  apoios  diversos  à  população  idosa;    

10  900  

192   1  078  17  

20  396  

1  635  3  428  

79  0  

5  000  

10  000  

15  000  

20  000  

Aconselhados   Posizvos   Negazvos   Óbitos  

nº  de  habitantes  

NÚMERO  DE  HABITANTES  TESTADOS  AO  HIV    

Ano  2012   Ano  2013  

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" Promover  o  desenvolvimento   integral  das  crianças  e   jovens  mais  vulneráveis  ou  em  situação  de  risco  social,  mediante  a  dinamização  de  um  programa  preventivo  de  acompanhamento  às  crianças  em  risco  social,  centralizado  no  apoio  à  família  e  sustentado  na  comunidade;    

" Desenvolver   o   reforço   da   inclusão   e   o   combate   à   exclusão   social,  mediante   a   dinamização   e  operacionalização  dos  recursos  existentes  e  das  redes  locais.    

1.14 EMPREGO    

O  objectivo  principal  em  matéria  de  Emprego  e  Formação  Profissional  é  o  de  valorizar  a  mão-­‐de-­‐obra  nacional   e   assim  promover   o   acesso   ao   emprego   e   fomentar   a   criação   do   auto-­‐emprego,   criando   as  condições   para   a   redução   da   pobreza   e   para   o   desenvolvimento   económico   e   social   sustentado.   As  seguintes  áreas  que  foram  identificadas:  

" A  expansão  da  cobertura  do  acesso  aos  serviços  de  emprego  e  formação  profissional;  e  

" A  melhoria   da   qualidade,   eficiência   e   eficácia   do   sistema   Provincial   de   emprego   e   formação  profissional;  

Enquadradas   nestas   áreas   de   intervenção   estão   previstas,   as   seguintes   actividades   específicas   na  provincial  da  Huíla:  

" Alargamento  da  capacidade   formativa  dos  centros,  públicos   tutelados  pelo   Instituto  Nacional  de   Emprego   e   Formação   Profissional   nos   Municípios   da   Província,   dando   mais   atenção   aos  mais  desfavoráveis;  

" Disseminação  da  utilização  de  oficinas  móveis  de  formação  profissional;  

" Reforço  da  valorização  da  mão-­‐de-­‐obra  através  da   implementação  de  um  plano  Provincial  de  formação  de  quadros;  

" Estabelecimento,  de  um  programa  de  dinamização  de  micro  e  pequenas  empresas  no  seio  das  comunidades  (fomento  do  auto-­‐emprego);  

O  desemprego   impõe  um  custo   sobre  a   sociedade,   em   termos  de  produção  que  não  é   realizada.  Por  outro   lado,   o   desemprego   constitui   um   problema   social   grave,   na   medida   em   que   significa   que  membros  da   sociedade   são  privados  da   sua  principal  ou  única   fonte  de   rendimentos  e,  desse  modo,  condenados  a  uma  situação  de  miséria  e  de  sofrimento.  

Na   Província   da   Huíla,   não   se   sabe,   ao   certo,   quantos   desempregados   existem,   uma   vez   que   não  existem   dados   estatísticos   fiáveis   que   o   permitam   saber.   A   Província   da   Huíla   apresenta,   até   ao   3º  trimestre  de  2013,  um  total  de  76.659  trabalhadores  registados,  repartidos  por  dois  grandes  sectores,  o  Sector  Empresarial  Público  e  Privado  e  o  Sector  Público  Administrativo.  

O   gráfico   seguinte   apresenta   a   evolução   da   população   empregada   de   2011   a   2013.   Através   da   sua  análise,   verifica-­‐se  que  no  ano  de  2013  ocorreu  um  aumento   considerável  da  população  empregada  relativamente  aos  anos  anteriores,  na  ordem  de  2.586  pessoas.  

 Gráfico  13  –  Evolução  do  nº  de  trabalhadores  empregos  

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Fonte:  Relatório  de  actividades  do  3º  Trimestre  de  2011/2012/2013  do  Governo  Provincial  da  Huíla  

Relativamente   ao   sector   empresarial   público   e   privado,   este   apresenta   um   registo   de   44.153  trabalhadores  registados  e  subdivide-­‐se  pelo  sector  primário  (exploração  de  recursos  naturais),  sector  secundário  (transformação  de  matérias  primas)  e  sector  terciário  (serviços).    

Entre   as   empresas   públicas   e   privadas   verifica-­‐se   em   grande   escala   a   participação   do   tecido  empresarial   privado   na   empregabilidade   da   população   na   ordem   dos   91%,   relativamente   ao   tecido  empresarial   público.  O   gráfico   seguinte   apresenta   a   percentagem  da  população   empregada   em   cada  um  dos  sectores.  

   

 

Gráfico  14  –  %  de  empregados  por  sector  empresarial  –  3º  Trim  2013  

-­‐  Fonte:  Relatório  de  actividades  do  3º  Trimestre  de  2013  do  Governo  Provincial  da  Huíla  

Assim,   constata-­‐se  que  o   sector   secundário  e   terciário   são  os  que  mais   contribuem  para  as   taxas  de  emprego  da  Província.  Por  outro   lado,  o   sector  primário   fica   ainda  aquém  das   suas  potencialidades,  propiciando  emprego  a  apenas  6,6  %  da  população.  A  agricultura,  a  pecuária  e  a  extracção  mineira  são  áreas  de  grande  potencial  que  devem  ser  desenvolvidas  no  sentido  de  promover  o  aumento  de  postos  de  trabalho.    

O   sector   Público   administrativo   abrange   a   educação,   a   saúde,   o   governo   provincial,   a   direcção  provincial  da  agricultura,  a  justiça,  etc,  e  oferece  emprego  a  32.765  pessoas.  

 72  000          73  000          74  000          75  000          76  000          77  000          78  000        

3º  Trim.  2011   3º  Trim.  2012   3º  Trim.  2013  

EVOLUÇÃO  DO  Nº  DE  TRABALHADORES  EMPREGADOS  

6,6%  

50,1%  

43,3%  

EMPREGADOS  POR  SECTOR  EMPRESARIAL  3º  TRIM.  2013  (PÚBLICO  E  PRIVADO)    

Primário   Secundário   Terciário  

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Gráfico  15  –  %  de  empregados  por  sector  Público  Administrativo  –  3º  Trim  2013  

 Fonte:  Relatório  de  actividades  do  3º  Trimestre  de  2013  do  Governo  Provincial  da  Huíla  

Neste   sector,   a   educação   continua   a   ser   o   maior   empregador,   com   um   valor   na   ordem   dos   70%,  seguindo-­‐se  a  saúde  com  aproximadamente  13%  e  os  outros  17,2%  para  as  demais  áreas.  

Deste   modo,   realizando   uma   comparação   entre   os   dois   sectores,   pode   concluir-­‐se   que   o   sector  empresarial   oferece   à   população   mais   11.129   postos   de   trabalho   do   que   o   sector   público  administrativo.  

Por  outro  lado,  se  os  dados  de  emprego  privado  forem  confrontados  com  os  dados  de  emprego  público  é  perceptível  que  na  Província  da  Huila  são  as  empresas  privadas  que  mais  contribuem  com  postos  de  trabalho.  

A   tabela   seguinte   apresenta   o   número   de   pessoas   empregadas   nos   últimos   3   anos   e   demonstra   a  influência   que   o   sector   empresarial   privado   tem   nas   taxas   de   emprego   da   Província   apresentando  valores  superiores  relativamente  ao  sector  público  empresarial  e  administrativo.  

Quadro  27  –  Evolução  do  Sector  Público  Administrativo  e  Empresarial  Publico  e  Privado  (2011  –  2013)  Sectores      3º  Trim.  2011      3º  Trim.  2012      3º  Trim.  2013    

 Público  Administrativo                                          32  320                                    31  371                              32  765        

 Empresarial  Público                                              3  187                                        3  474                                    3  498        

 Sub.  Total                                          35  507                                    34  845                              36  263        

 Empresarial  Privado                                          38  352                                    39  655                              40  396        

 Total                                          73  859                                    74  500                              76  659        

Fonte:  Relatório  de  actividades  do  3º  Trimestre  de  2011/2012/2013  do  Governo  Provincial  da  Huíla  

70,2%  

12,6%  

8,6%  1,6%   1,2%   5,8%  

EMPREGADOS  POR  SECTOR  PÚBLICO  ADMINISTRATIVO    3º  TRIM.  2013  

Educação   Saúde   Governo  Provincial   Agricultura   Juszça   Outros  

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Após  a  análise  do  emprego  nos  diferentes  sectores,  é  possível  constatar  os  baixos  níveis  de  emprego  existentes   na   Província.   Num   total   de   748.6658   habitantes   em   idade   activa,   apenas   76.659  trabalhadores  se  encontram  registados.  Para  tal,  torna-­‐se  necessário  desenvolver  diversas  estratégias  de  acção  no  sentido  de  aumentar  os  postos  de  trabalho  disponíveis.    

Entre  os  aspectos  a  considerar  perante  os  problemas  de  emprego  está  o  sistema  de  ensino  e  formação  profissional,   pois   o   modo   de   evolução   deste   sistema   tem   influências   múltiplas   no   alargamento   da  oferta  de  emprego.    

A  formação  Profissional,  destina-­‐se  à  qualificação  de  mão-­‐de-­‐obra  necessária  ao  avanço  de  estudos  e  ao   ingresso   do   indivíduo   na   vida   activa   e,   em   particular   na   aquisição   de   qualificações   profissionais  para  a  inserção  no  mercado  de  trabalho.  

No  ano  formativo  2013  foram  matriculados  a  nível  da  Província,  1.406  activos,  tendo  como  resultado  a  formação   de   1.203   activos.   Prevê-­‐se   em   2017,   lançar   para   o   mercado   do   trabalho,   mais   de   5.000  activos,   tomando   em   conta,   o   aumento   da   capacidade   formativa   em   cerca   de   20%,   resultante   da  ampliação  da  oferta  formativa  com  a  construção  de  mais  Centros  de  formação  profissional,  assim  como  aquisição   de   unidades   móveis   de   formação   profissionais,   bem   como   unidades   móveis   de   registo   e  colocação  

A  valorização  da  população  através  da  formação  profissional,  o  acréscimo  da  capacidade  produtiva,  o  crescimento   do   tecido   empresarial   com   o   incentivo   ao   empreendedorismo,   o   desenvolvimento   do  potencial  de  recursos  naturais  da  Província,  a  construção  de  uma  rede  de  infra-­‐estruturas  adequada,  entre  outras,  são  medidas  que  propiciam  o  aumento  das  taxas  de  empregabilidade  da  Província.  Com  a  construção  do  CLESE  (Centro  Local  de  Empreendedorismo  e  Serviço  de  Emprego)  e  a  requalificação  do  actual   Centro   de   emprego,   bem   como   a   entrada   no   Sistema   de   emprego   de   unidades   móveis   de  colocação  espera-­‐se  resultados  relevantes,  tomando  em  conta  o  registo  de  todos  os  postos  de  trabalho  criados  e/ou  a  criar  em  função  do  crescimento  económico  e  social  que  a  Província  vai  conhecendo.  

Uma   outra   medida   deverá   ser   a   formulação   de   protocolos   de   parcerias   com   as   médias   e   grandes  empresas  situadas  na  nossa  Província,  tornando  a  formação  profissional,  num  sistema  dual.  

1.15 ADMINISTRAÇÃO  PÚBLICA    

Um  dos   indicadores   de   funcionamento   regular   do   Estado   é   a   presença   das   instituições   públicas   em  toda  a  extensão  do  território  e  que  têm  como  função  primordial  servir  os  cidadãos.  

Com   efeito,   durante   longos   anos,   fruto   dos   conflitos   armados   que   assolaram   o   País,   o   efectivo  funcionamento  das  instituições  públicas  era  muito  deficiente  e  em  alguns  locais  inexistente.  

Com  o  evento  da  Paz,  e  no  âmbito  do  processo  de  Reconstrução  Nacional,  o  Estado  apostou  fortemente  na  reposição  dos  serviços  locais  seus  representantes,  em  particular  os  órgãos  da  Administração  Local  do  Estado,  Serviços  de  Segurança  Publica  e  progressivamente  o  sector  da  Justiça.  

Hoje   em   dia,   o   funcionamento   da   Administração   Local   do   Estado   está   garantida   a   nível   nacional   e  consequentemente   em   toda   a   extensão   do   território   provincial,   sendo   a   aposta   do   Governo   da  Província  da  Huila  a  consolidação  das  infra-­‐estruturas  de  apoio  à   instalação  de  quadros,  como  factor  

8 Grupo etário compreendido entre os 20 e os 59 anos

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de   captação   e   fixação   dos   recursos   humanos,   bem   como   o   desenvolvimento   das   competências  associadas  ao  cabal  desempenho  das  atribuições  e  competências  que  lhe  legalmente  adstritas.  

No  domínio  da  Justiça,  enquanto  pilar  fundamental  do  direito  e  na  organização  da  sociedade  o  desafio  coloca-­‐se  no  acesso  aos  serviços  em  toda  a  extensão  da  Província  da  Huila.  

Hoje  em  dia  os  serviços  continuam  estar  maioritariamente  instalados  na  cidade  do  Lubango  obrigando  os  cidadãos  de  outros  Municípios  a  deslocarem-­‐se  à  sede  provincial  para  acederem  aos  serviços  deste  domínio.  

A  inexistência  de  um  Palácio  Provincial  de  Justiça  capaz  de  dar  vazão  ao  acolhimento  dos  Serviços,  a  falta  de  infra-­‐estruturas,  mobiliários,  meios  de  transporte  e  equipamentos,  para  os  órgãos  e  Serviços,  sobretudo   nos   Municípios,   a   exiguidade   da   quota   financeira,   atribuída   para   despesas   em   bens   e  serviços   à   Unidade   Orçamental   -­‐   Delegação   Provincial   da   Justiça,   a   falta   de   meios   adequados   para  complementar   a   emissão   do  Bilhete   de   Identidade   nos  Municípios   do   interior   com   o   actual   sistema  implementado,   são   entre   outros   factores   que   condicionam   a   efectiva   presença   deste   sector   na  Província  da  Huila.  

Este   sector   específico   da   Administração   Pública   debate-­‐se   igualmente   com   a   falta   de   quadros  especializados,  facto  que  condiciona  também  o  desempenho  dos  diversos  serviços  de  Justiça.  

Com  efeito,  dos  14  Municípios  da  Província,  apenas  3  beneficiam  de  uma  conservatória  do  registo  de  2º  classe,  3  estão  contemplados  por  cartório  Notarial  de  2ªclasse,  2  usufruem  dos  serviços  do  Tribunal  Municipal,   relativamente   a   repartição  Municipal   civil   e   criminal   esta,   apenas   existe   no  Município   da  Matala,  10  dos  Municípios  possuem  uma  Delegação  Municipal  do  Registo  Civil  e  Notariados,  sendo  que  destes   apenas   7   (Quipungo,   Kuvango,   Caconda,   Caluquembe,   Cacula,   Quilengues)   beneficiam   dos  serviços  de  Notariado.  

Por  outro  lado,  os  serviços  do  Cartório  Notarial  da  comarca  da  Huíla  e  o  Departamento  Provincial  de  Identificação  civil  e  Criminal  da  Huíla,  localizam-­‐se  no  Município  do  Lubango.      

Importa   ressaltar   também  a   falta  de  penitenciárias  na  maioria  dos  Municípios.  A   resolução  de  casos  mais   simples,   ficam   a   mercê   da   sede   municipal   e   são   resolvidos   tanto   pela   Polícia   local   ou   pelas  autoridades  tradicionais,  a  nível  do  Direito  Costumeiro.  

Assim,  e  atendendo  ao  potencial  de  desenvolvimento  económico  da  Província  e  consequente  aumento  previsional   da   população   da   Huila,   considera-­‐se   fundamental   alargar   a   rede   de   equipamentos   e  serviços  disponíveis  à  população,  em  toda  a  extensão  da  Província,  e  complementarmente  promover  a  formação   de   quadros   especializados   no   sector,   sempre   que   possível   em   coordenação   com   as  instituições  de  ensino  presentes  na  Província.  

Já   no   domínio   da   Segurança   Publica,   com   o   aumento   da   população   residente,   tem-­‐se   assistido   ao  aumento   de   fenómenos   criminais   o   que   leva   a   Polícia   reforçar   os   mecanismos   de   controlo   da  criminalidade.  

A   Policia   desenvolve   um   conjunto   de   acções   de   policiamento   em   diferentes   contextos  sociodemográficos  e  adopta  estratégias  sectoriais  e  medidas  de  prevenção  criminal  concretas,  que  vão  desde   os   programas   de   policiamento   de   proximidade   até   ao   policiamento   direccionado   para   áreas  mais  sensíveis  ou  problemáticas.  

Esta  multiplicidade   de   acções   visa   dar   respostas   objectivas   e   consentâneas,   materializando-­‐se   num  variado  conjunto  de  serviços  prestados  à  comunidade,  designadamente:  

" Patrulhamento  (apeado,  auto  e  ciclo)  na  via  pública;    " Fiscalização  rodoviária  genérica  e  selectiva;    " Manutenção  da  ordem  pública;    " Investigação  da  criminalidade;    

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" Licenciamento  de  uso,  porte  e  detenção  de  armas  e  de  munições;    " Licenciamento  e  fiscalização  das  actividades  de  segurança  privada;    " Segurança  pessoal  aos  membros  dos  órgãos  de  soberania  e  de  altas  entidades  nacionais  

ou  estrangeiras,  etc.  

 

Na  Província  da  Huila  existe  1  comando  provincial  da  Policia,  6  postos  policiais  e  10  esquadras,  com  a  seguinte  distribuição  territorial  (ver  quadro  na  página  seguinte):  

   

Quadro  28  –  Infra-­‐estruturas  Policiais  existentes  por  Município  

Município  Comando  Municipal   Postos  Policiais   Esquadra  Policial   Estado  Actual  

Lubango  

Comando  Municipal  do  Lubango  

Posto  Policial  do  Hoque;  Posto  Policial  da  Tchavola;  Destacamento  Nº1,  Nº2  e  Nº3;  

2ª  Esquadra  Municipal  do  Lubango  3ª  Esquadra  Municipal  do  Lubango  

Instalações  desadequadas  e  em  mau  estado  de  conservação  do  comando  Municipal;    Á  excepção  do  posto  policial  construído  em  2013  (estrutura  doada  pela  APCIL)  Tchavola.  

Jamba   Não  Existe   Não  Existe  Esquadra  Policial  da  Jamba  

Esquadra  Policial  da  Jamba  recentemente  reabilitada;  

Matala   Não  Existe   Posto  Policial  de  Capelongo  

Esquadra  Policial  da  Matala  

Funciona  nas  estruturas  herdadas  da  época  colonial,  as  quais  já  não  respondem  as  necessidades  do  Municio  face  ao  crescimento  do  mesmo.    

Caconda   Não  Existe   Não  Existe   Não  Existe   A  residência  do  Comandante  Municipal  é  a  única  Infra-­‐estrutura  policial  existente.  

Caluquembe   Não  Existe   Não  Existe   Não  Existe   Não  Existe  Infra-­‐Estruturas  policial  No  Município  

Chicomba   Não  Existe   Não  Existe   Esquadra  Policial  de  Chicomba  

Construída  em  2012  

Quilengues   Não  Existe  Posto  Policial  de  Quilengues  

Esquadra  Municipal  de  Quilengues  

Posto  policial  construído  em  2013  e  a  esquadra  em  2012;    

Gambos   Não  Existe   Posto  Policial  da  Chivemba  

Esquadra  Policial  dos  Gambos  

O  posto  policial  da  Chivemba  funciona  numa  residência  com  poucas  condições  ao  desempenho  das  actividades;  A  esquadra  apresenta  condições  aceitáveis  dadas  as  instalações  recentemente  construídas  (2012)    

Quipungo   Não  Existe   Não  Existe  Esquadra  Municipal  de  Quipungo    

Construída  em  2013  

Chibia   Não  Existe   Não  existe   Não  Existe   Não  Existe  Infra-­‐Estruturas  policial  No  Município  

Cacula   Não  existe   Não  Existe   Não  Existe   Não  Existe  Infra-­‐Estruturas  policial  No  Município  

Cuvango   Não  existe   Não  Existe   Esquadra  Policial  Do  Cuvango  

Para  além  da  esquadra  policial  herdada  da  época  colonial,  existem  também  três  casas  de  passagem  para  os  efectivos  policiais.  Todas  estas  infra-­‐estruturas  apresentam  um  acentuado  estado  de  degradação.    

Humpata   Não  Existe   Não  Existe   Esquadra  Policial  da  Humpata  

Infra-­‐estrutura  insuficientes  dadas  as  necessidades  que  o  município  apresenta.  (Construído  em  2007)  

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Chipindo   Não  Existe   Posto  Policial  de  Chipindo  

Posto  Policial  de  Chipindo  

Funciona  numa  estrutura  inadequada  ao  desenvolvimento  das  actividades  

Fonte:  Comando  provincial  da  HUÍLA  (Direcção  de  Planeamento  e  Finanças)  

A   tipologia   de   crimes   com   maior   número   de   casos   registados   são   os   crimes   de   ofensas   corporais  graves   e   que   apresentam   uma   tendência   de   aumento.   Por   outro   lado,   os   roubos   e   furtos   de   gado  bovino  apresentam  uma  tendência  para  a  redução  de  ocorrências.    

   

Quadro  29  –  Nº  de  Crimes  registados    

   

 

Fonte:  Relatórios  de  Actividade  do  GPH  –  2011  e  2012  

 

Os   factores   que   estão   na   base   da   ocorrência   da   maioria   dos   crimes   são:   o   desemprego   que   assola  grande  parte  da  população   activa  da  Província,   a   falta  de   iluminação  pública   (bairros  periféricos),   a  falta   de   segurança   de   algumas   residências,   esquadras   e   postos   policiais   inadequadas,   o   reduzido  número   de   efectivos   policiais,   consumo   de   estupefacientes,   crença   ao   feiticismo   e   a  má   partilha   de  herança  (gado)  nesta  região,  proliferação  de  bares,  lanchonetes  e  similares,  muitas  destas  funcionando  em  sistema  de  discoteca  nos  períodos  nocturnos  sem  o  mínimo  de  segurança.  

Existem   grandes   diferenças   entre   os   Municípios   em   vitimização   global.   O   Município   do   Lubango  apresenta  as  taxas  mais  elevadas  de  criminalidade.  

De  referir  que  do  total  de  3.975  crimes  ocorridos  em  2012,  50%  ocorreram  no  Município  do  Lubango,  11%  no  Município  da  Matala,  6%  no  Município  da  Cacula.  Os  Municípios  de  menor  criminalidade  nesse  período   foram  os  Municípios   da   Chicomba   e   Chipindo   com  2%  e   1%   respectivamente.   (ie:   relatório  2011,2012  GPH).  

A   Província   dispõe   apenas   de   uma   penitenciária   com   capacidade   para   120   reclusos,   localizada   no  Município  sede  da  Província  (Lubango).  A  capacidade  deste  estabelecimento  é  francamente  inferior  à  que  seria  desejável.  

No  entanto,  está  em  curso  o  projecto  de  construção  de  uma  nova  penitenciaria  no  Município  da  Matala  com   uma   capacidade   de   internar   500   reclusos   e   contará   com   uma   área   de   artes   e   ofícios,  internamento,  um  posto  de  saúde  não  só  para  reclusos  internados,  mas  também  para  funcionários,  um  pavilhão  multiuso,  uma  biblioteca,  cujo  objectivo  do  sector  com  as  pessoas  privadas  da  sua  liberdade  é  garantir  condições  condignas  e  humanas.    

INDICADORES* 2011* 2012* VARIAÇÃO* SINAL*

Homicídios)Voluntários) )112) 124) 11%) ))

Violações) )65) 83) 28%) ))

)Ofensas))Corporais)graves) )744) 853) 15%) ))

Roubos) )262) 219) G16%) ))

Casos)de)Droga) )152) 181) 19%) ))

Furto)de))Gado)Bovino) )236) 192) G19%) ))

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No   domínio   da   segurança   rodoviária,   a   que   o   Programa   de   Governo   atribui   carácter   prioritário,   a  Policia  a  nível  da  Província  tem  vindo  a  intensificar  a  sua  actividade  de  fiscalização,  conjugando  acções  genéricas  e  selectivas,  especialmente  direccionadas  para  o  combate  aos  principais  factores  de  risco  de  ocorrência   dos   acidentes,   com   vista   à   mitigação   das   suas   trágicas   consequências,   dinamizando   o  espírito   de   colaboração   com   as   demais   entidades   nacionais   envolvidas   na   estratégia   nacional   de  prevenção  rodoviária.    

Através   das   unidades   de   trânsito   em   particular,   e   do   restante   dispositivo   em   geral,   reforçou-­‐se   a  visibilidade   policial   nas   vias   rodoviárias   da   Província   e   intensificaram-­‐se   as   acções   de   fiscalização  rodoviária  e  de  sensibilização,  dinamizando  as  parcerias  com  outros  actores  desta  área  de  intervenção.  

Durante  o  ano  de  2012  registaram-­‐se  1486  acidentes  dos  quais  resultaram  1198  feridos  e  249  mortos.  Comparativamente  ao  ano  de  2011,  o  número  de  acidentes  teve  um  incremento  de  92  casos  sendo  as  colisões  entre  automóveis  os  mais  representativos  da  tabela  com  363  casos.  

   

Quadro  30  –  Acidentes  de  viação  Registados  

 Fonte:  Relatórios  de  Actividade  do  GPH  –  2011  e  2012  

 

A  dolosa  desobediência  na  observância  das  regras  de  condução  e  do  código  de  estrada,  o  mau  estado  das   vias,   aliado   ao  mau   estado   técnico   de   algumas   viaturas,   excesso   de   velocidade,   a   condução   em  estado   ébrio,   a   ausência   de   sinalização   vertical   e   horizontal   em   algumas   vias   de   comunicação,   nas  Sedes   municipais   e   fora   das   localidades,   a   falta   de   iluminação,   são   factores   que   estão   na   base   da  sinistralidade  rodoviária.    

Fonte: Relatório 2011,2012 DO GPH

Natureza Acidentes

2011 2012 Diferença SINAL

Colisão V/aut e velocidade 320 412 92

Atropelamentos 387 393 6

Colisão entre V/automóveis 323 363 40

Despistes 151 172 21

Choques contra Obstáculo Fixo 52 78 26

Capotamentos 56 60 4

Total 1.486 (+197)

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2 DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO

O  capítulo  anterior  apresenta  de  forma  sucinta  os  principais  aspectos  que  caracterizam  cada  uma  das  componentes   mais   relevantes   da   vida   da   Província   da   Huila,   assinalando   as   potencialidades   e   os  constrangimentos  ao  processo  de  desenvolvimento   integrado  e  sustentável  que  se  pretende  encetar,  no  quadro  daquelas  que  são  as  orientações  das  políticas  nacionais  para  o  médio  e  longo  prazo.  

Neste   contexto,   apresenta-­‐se   em   seguida,   sob   a   forma   de   matriz,   a   análise   das   Oportunidades   e  Ameaças  ao  desenvolvimento  da  Província,   considerando   igualmente  aquelas  que  são  as  Forças  e  as  Fraquezas  do  seu  território,  adoptando  para  o  efeito  como  instrumento  a  analise  SWOT.  

Sendo  este  Plano  um  instrumento  com  um  forte  carácter  estratégico,  em  que  a  análise   integrada  das  dinâmicas  é  a  base  de  desenvolvimento  dos  objectivos  de  desenvolvimento,  opta-­‐se  por  apresentar  a  análise   SWOT   por   domínios   estratégicos   de   desenvolvimento,   os   quais   enquadram   as   componentes  analisadas  no  primeiro  capítulo.  

Assim,  são  4  os  domínios  de  Diagnóstico  Estratégico:  

" Desenvolvimento  Económico  

" Desenvolvimento  Social  

" Desenvolvimento  territorial  

" Desenvolvimento  Institucional  

2.1 ANÁLISE  SWOT    

DOMÍNIO DE DESENVOLVIMENTO  ECONÓMICO  

FORÇAS   FRAQUEZAS  

1. Existência   de   uma   vasta   área   de   solos   potencialmente  férteis   com   aptidões   para   o   fomento   da   agricultura   e   da  pecuária;  

2. Existência  de  microclima  apropriado  ao  cultivo  de  espécies  de  clima  temperado;  

3. Predomínio   de   produções   adaptadas   às   condições  edafoclimáticas;  

4. Existência   de   um   elevado   número   de   famílias   camponesas  que  potenciam  o  sector  da  agricultura  e  pecuária;  

5. Peso  significativo  da  população  agrícola  nas  zonas  rurais;  

6. Existência   de   mercados   para   comercialização   de   produtos  agro-­‐pecuários;  

7. Existência   de   algumas   organizações   de   apoio   ao   produtor  agrícola  local  (cooperativas  e  associações);    

8. Existência   de   recursos   hídricos   de   superfície   com   elevado  potencial   para   suporte   de   actividades   económicas,  recreativas   e   de   lazer   e   abastecimento   para   consumo  humano;  

1. Economia  local  ainda  baseada  na  exploração  de  recursos  primários,  com   predominância   de   modelo   familiar   de   subsistência,   onde   a  mecanização  da  actividade  é  pouco  significativa.  

2. Baixos   índices   de   produtividade   do   sector   com   reflexo   directo   na  baixa   capacidade   de   produzir   excedentes   para   garantir   o  abastecimento  regular  dos  mercados  locais.  

3. Escassez   de   acções   de   investigação   e   divulgação   sobre   novos  produtos   e   boas   práticas   agrícolas   propiciadoras   do   aumento   da  produtividade  do  sector.    

4. Forte  peso  da  economia  informal.  

5. Fraca   adesão   aos   programas   de   apoio   à   vacinação   do   efectivo  pecuário   que   visam   o   reforço   da   segurança   alimentar   e   controlo  fitossanitário  e  de  saúde  animal  (controlo  de  epidemias  e  pragas).  

6. Falta  de  matadouros  que  assegurem  o  desmancho,  embalamento  e  armazenamento  da  carne  com  qualidade.  

7. Falta  de  medidas  de  apoio  à  exploração  agrícola  empresarial.  

8. Ineficientes   infra-­‐estruturas   hídricas   de   apoio   à   actividade   agro-­‐pecuária.  

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FORÇAS   FRAQUEZAS  

9. Condições   ecológicas   favoráveis   a   uma   especialização  produtiva   florestal,   tendo   esta   um   papel   importante   na  preservação  da  biodiversidade  e  na  qualidade  da  água;  

10. Crescente   integração   da   produção   florestal   através   da  existência  de  polígonos  florestais  que  têm  como  objectivo  o  repovoamento  das  áreas  mais  afectadas;  

11. Produtos  do  território  de  qualidade  reconhecida  (enchidos,  carnes,  fruta,  etc);  

12. Condições   favoráveis  ao  desenvolvimento  do   turismo,   com  boa  rede  hoteleira  e  zonas  turísticas  de  interesse;  

13. Património   Natural   e   Paisagístico,   com   valor   turístico   e  potencial   desenvolvimento   do   vector   turismo   natureza,  ambientalmente  sustentável;  

14. Vasto  e  rico  Património  Histórico-­‐cultural  e  arqueológico;  

15. Crescente  aumento  da  importância  da  actividade  comercial  forma  na  base  economia  da  província,  com  impacte  positivo  no  incremento  das  receitas  locais.  

16. Espirito  empreendedor  da  população  jovem;  

 

9. Existência   de   assimetrias   regionais   entre   centros   urbanos   e   rurais  devido  à  inexistência  de  uma  cadeia  logística  funcional.  

10. Economia  rural  pouco  competitiva.  

11. Elevada  taxa  de  desemprego.  

12. Ausência  de   redes  estruturadas  e   integradas  de   comercialização  e  distribuição   de   bens   alimentares,   em   parte   devido   à   ineficiência  associada  às  acessibilidades  e  transportes;  

13. Deficiências   ao   nível   da   formação   profissional   e   baixo   nível   de  qualificação  da  população  em  idade  activa.  

14. Incipiente   desenvolvimento   do   sector   industrial   na   Província   nos  ramos   alimentar,   agro-­‐indústria,   materiais   de   construção   civil,  madeiras,   entre   outros,   apesar   do   potencial   da   matéria-­‐prima  existente.  

15. Insuficiente   aproveitamento   e   fraca   divulgação   dos   locais   de  interesse  ambiental  e  patrimonial;  

16. Elevados   níveis   de   degradação   ambientais   decorrentes   da  exploração  agro-­‐pecuária  e  exploração  mineira;  

17. Dificuldades   de   autofinanciamento   e   de   acesso   ao   crédito   com  fraca   expressão   dos   meios   financeiros   disponíveis   face   às  necessidades  da  Província;  

18. Insuficiente  divulgação  da   imagem  e  notoriedade  da  Província  nos  mercados  internacionais;  

19. Falta   de   articulação   e   coordenação   entre   os   agentes   de  desenvolvimento  do  sector  turístico.  

20. Falta   de   recursos   humanos   qualificados   no   sector   do   Turismo,  enquanto  condição  fundamental  ao  desenvolvimento  integrado  do  sector,  quer  no  domínio  da  concepção  de  produtos  turísticos,  quer  no  domínio  da  prestação  de  serviços.  

OPORTUNIDADES   AMEAÇAS  

1. Sistema  de  planeamento  económico  e   social  nacional  e  provincial,  promotor  da  optimização  de  recursos  das  diversas   províncias   e   abre   um   novo   modelo   de  articulação   institucional   e   apela   à   participação   em  convergência  dos  sectores  público  e  privado;  

2. Riqueza   de   recursos   territoriais   susceptíveis   de  aproveitamento   económico:   terra   produtiva,   floresta,  recursos  minerais,  recursos  hídricos;  

3. Existência   de   políticas   públicas   de   apoio   ao  desenvolvimento   rural   (Programa   PAPAGRO, PLANIRRIGA;   PPCR;   Angola   Investe),   com   prioridade  para   a   dinamização   da   produção   nacional,   sendo   o  mercado  interno  o  grande  destinatário;  

4. O  desenvolvimento  sustentado  da  actividade  agrícola,  quer   de   base   familiar   quer   de   base   empresarial  constitui-­‐se   como   um   factor   determinante   ao  crescimento   do   produto   interno   da   província   bem  como   ao   alargamento   qualificado   do   mercado   de  emprego.  

5. A   execução   das   políticas   públicas   de   apoio   ao  desenvolvimento   rural   em   articulação   com   o  incremento   potencial   do   sector   agropecuário  

1. A  ausência  de  um  sistema  integrado  de  gestão  ambiental  potencia  a  utilização   de   métodos   produtivos   fortemente   penalizadores   dos  recursos   naturais,   em   particular   os   solos   e   os   aquíferos   da  Província,   para   além   de   condicionar   fortemente   a   capacidade   de  resposta  produtiva  face  a  fenómenos  de  estiagem;  

2. Agravamento   das   externalidades   ambientais   negativas   da  exploração   industrial   com   perda   da   qualidade   e   sustentabilidade  dos  recursos  ambientais  e  territoriais;  

3. Ausência  de  um  sector  privado  dinâmico  e  baixo  nível  de  organização  associativa  e  cooperativa,  em  todos  os  sectores  económicos;  

4. Sistema  estatístico  pouco  fiável,  que  não  descreve  a  situação  real  da  população  dificultando  os  processos  de  planeamento  e  de  gestão  relativos  à  prestação  de  serviços  públicos;  

 

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OPORTUNIDADES   AMEAÇAS  constitui-­‐se   como   um   factor   de   alavancagem   dos  sectores   da   comercialização   e   expansão   da   rede   de  mercados  de  produtos  agropecuários  

6. Actual  esforço  na  reconversão  dos  mercados  informais  criando  infraestruturas  básicas  de  apoio  à  actividade  e  melhorando  a  qualidade  dos  serviços  prestados;  

7. O   potencial   desenvolvimento   as   fileiras   agropecuária  como   factor   impulsionador   do   aumento   da   presença  industrial   na   província   (como   por   exemplo,   ramo  alimentar,   materiais   de   construção   civil,   madeiras,  curtumes,  entre  outros);      

8. Potencial   hídrico   de   suporte   à   exploração   agrícola   e  pecuária  e  para  produção  de  energia  eléctrica;  

9. Incremento   de   centros   de   multiplicação   de   aves   e  distribuição  de  plantas;  

10. Desenvolvimento  de  medidas  de  política  que  visam  o  aumento   dos   níveis   de   eficiência   dos   serviços  logísticos   e   de   distribuição   através   da   construção   de  estruturas   de   armazenamento,   conservação,  comercialização  e  requalificação  da  rede  viária;  

11. Existência  de  programas  governamentais  de  apoio  ao  empreendedorismo   e   à   qualificação   profissional   da  população  eme  idade  activa  

DOMÍNIO DE DESENVOLVIMENTO  SOCIO-­‐CULTURAL  

FORÇAS   FRAQUEZAS  

1. Políticas   de   alargamento   do   sistema   de   ensino,   quer   em  valência  quer  em  abrangência  territorial;  

2. A  existência  de  campanhas  estruturadas  de  saúde  pública;  

3. Rede   sanitária   em   fase  de   expansão,   com  a   construção  de  novas   unidades   sanitárias   (Hospital   Pediátrico,  Maternidade,  Psiquiátrico,  postos  e  centros  de  saúde);  

4. Diminuição   dos   índices   da  mortalidade  materna,   infantil   e  infanto-­‐juvenil  como  resultado  do  aumento  dos  cuidados  de  saúde  materna,  bem  como  as  campanhas  de  vacinação;  

5. Crescente   construção   e   reabilitação   de   infra-­‐estruturas  desportivas,   bem   como   aumento   dos   grupos   de  associativismo  desportivo;  

6. Programas   de   apoio   e   serviços   básicos   aos   grupos   mais  vulneráveis;  

7. Realização  de  campanhas  com  vista  à  prevenção  de  doenças  sexualmente   transmissíveis,   violência   domestica,   exclusão  social,  entre  outros;  

8. Riqueza   histórico-­‐cultural   e   etnolinguística   que   se   traduz  num   rico   património   imaterial   ligado     nomeadamente   aos  

1. Carência   de   oferta   formativa   e   de   mão-­‐de-­‐obra   qualificada   nas  áreas  técnico-­‐profissionais  

2. Grande  parte  da  área  rural  sem  acesso  à  rede  a  serviços  de  energia  eléctrica;  

3. Grande   número   de   famílias   vivendo   em   condições   de  vulnerabilidade  social,  com  acesso  insuficiente  a  serviços  de  saúde,  educação,   acção   social,   culturais   e   de   lazer,   e   com   condições   de  habitação  e  salubridade  muito  deficientes.  

4. Principais   infra-­‐estruturas   da   rede   básica   de   saúde   insuficientes,  défice   quantitativo   e   qualitativo   de   profissionais   de   saúde   e   com  padrão   e   diversidade   de   serviços   ainda   longe   dos   standards  definidos   a   nível   nacional   (número   de   camas,   meios  complementares  de  diagnóstico,  sistemas  de  emergência);  

5. Baixas   taxas  de   cobertura   vacinal   da  população  e   elevada   taxa  de  morbilidade;    

6. Rede   provincial   e   local   de   infra-­‐estruturas   culturais   e   desportivas  ainda  insuficientes  face  à  procura;  

7. Rede   de   serviços   de   apoio   a   grupos   vulneráveis   (idosos,   crianças,  deficientes,  desempregados)  insuficientes  face  às  necessidades;  

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FORÇAS   FRAQUEZAS  saberes  e  técnicas  tradicionais  

9. Existência   de   património   edificado,   civil,   religioso   e  industrial  que  ilustra  a  história  da  Província;  

10. Relativa  preservação  da  traça  arquitectónica  dos  edifícios  e  dos  espaços  públicos  antigos  na  cidade  do  Lubango;  

11. Existência  de  politicas  de  resgate  dos  valores  morais;  

12. Existência  de  politicas  culturais;  

13. Crescente   construção   e   reabilitação   de   infra-­‐estruturas  culturais;  

14. Enraizamento   de   estratégias   de   base   comunitária   na  promoção  do  acesso  à  educação  que  podem  sustentar  uma  maior   eficiência   e   intensificação   do   esforço   para   alargar   o  acesso  à  educação  e  formação.    

15. Implementação   de   estratégias   de   diversificação   da   oferta  educativa,   incluindo  ensino  superior  e  escolas  de  formação  técnico-­‐profissionais;  

8. Fragilidade   das   estruturas   associativas   no   domínio   da   intervenção  socio-­‐cultural;  

9. Deficiência  dos  estudos  etnográficos;  

10. Debilidade  das  principais  infra-­‐estruturas  culturais  

11. Risco   de   destruição   da  memória   colectiva   das   comunidades,   e   de  perda  da  história  e  da  identidade  cultural;  

12. Existência  de  desemprego  no  seio  da  juventude  

13. Défice  qualitativo  de  quadros  no  domínio  da  Cultura  

14. Subaproveitamento   das   línguas   nacionais   como   ferramenta  essencial   para   a   elevação   do   nível   das   capacidades   criativas   das  comunidades;  

15. Existência  de  alguns  focos  de  analfabetismo  nas  zonas  rurais;  

16. Nível  de  regressão  na  escolarização  no  mundo  rural;  

17. Carência  de  oferta  de  salas  de  sala  em  particular  no  ensino  primário  

18. Escassez   de   recursos   tecnológicos   e   pedagógicos   para   apoiar   as  estratégias  de  ensino-­‐aprendizagem;  

19. Número   considerável   de   professores   no   ensino   primário   sem  agregação  pedagógica  para  responder  à  monodocência;  

20. Limitada  diversificação  da  oferta  educativa  e  formativa  vocacionada  para  o  mercado  de  trabalho,    

21. Ineficiência  das  medidas  de  protecção  social  de  grupos  vulneráveis  e  de  promoção  de  igualdade  de  géneros;    

22. Baixo  nível  de  vida  da  população  rural  e  desequilíbrios  acentuados  na  dieta  alimentar;  

 

OPORTUNIDADES   AMEAÇAS  

1. Implementação   do   sistema   dos   programas   culturais  municipais  na  Província;  

2. Políticas   nacionais   orientadas   para   o   progresso   humano   e  social   e   reforço   da   participação   dos   sectores   privados   e  associativos  no  processo  de  desenvolvimento  social;  

3. População   muito   jovem,   aspecto   que   permitirá   difundir  mais   rapidamente   novos   hábitos   e   valores   ao   nível   da  responsabilidade   social,   práticas   socio-­‐culturais   e   saúde  pública;  

4. Implementação  do  “programa  educação  para   todos  2015”,  com  vista  à  alfabetização  e  educação  de  adultos;  

5. Surgimento  de  programas  de   formação  de   jovens  nas   suas  áreas   de   interesse   (informática,   culinária,   electricidade,  construção  civil,  mecânica,  etc);  

6. Tendência   global   de   aumento   da   procura   social   para   o  investimento   em   educação,   incluindo   a   formação   de   nível  superior;  

7. Crescimento   da   iniciativa   privada   para   o   alargamento   da  rede  escolar;  

 

1. Ausência  de  estratégias  para  implementação  de  políticas  culturais  e  desportivas   que   fomentem   a   integração   e   coesão   social   entre   os  jovens.  

2. Ausência   de   estratégias   para   implementação   de   políticas   públicas  integradas   que   apoiem   a   estruturação   e   a   promoção   do   sector  criativo  e  das  indústrias  culturais;  

3. Desconhecimento  da  capacidade  criativa,  artística  e  cultural;  

4. Elevado  nível  de  pobreza  das  comunidades;  

5. Falta   de   diálogo   cultural   através   do   uso   de   técnicas  modernas   de  comunicação;  

6. Sistema   de   educação   média,   superior   e   formação   profissional  incipiente  e  ainda  pouco  articulados  com  os  sectores  decisivos  para  o   desenvolvimento   económico,   não   permitindo   gerar   factores   de  competitividade   associados   à   capacidade   local   de   formar  profissionais  adequados;  

7. Povoamento   disperso   como   factor   limitativo   à   plena   eficácia   dos  investimentos  da  rede  escolar  em  toda  a  extensão  da  Província;    

8. Baixa   escolarização   da   população   adulta   como   condicionante   ao  desenvolvimento  económico  da  Província;  

9. Dificuldade  de  formação  de  docentes  qualificados  em  determinadas  áreas  do  conhecimento;  

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OPORTUNIDADES   AMEAÇAS  

10. Sistema  estatístico   pouco   fiável,   que   não  descreve   a   situação   real  da   população   dificultando   qualquer   processo   de   planeamento   e  intervenção   ao   nível   dos   serviços   colectivos   e   acção   nos   diversos  sectores;  

 

DOMÍNIO  DE  DESENVOLVIMENTO  TERRITORIAL  

FORÇAS   FRAQUEZAS  

1. Posição  geográfica  favorável  e  elevada  dimensão  territorial,  apresentando  diversidade  de   recursos  naturais   (água,   solo,  sub-­‐solo,  fauna  e  flora,  etc.);  

2. Presença   de   ecossistemas   com   valor   científico   e  conservacionista;  

3. Eficácia  do  Programa  “Água  para  todos”;  

4. Desenvolvimento   global   dos   sistemas   infra-­‐estruturais:  acessibilidades   e   transportes,   ordenamento   do   território,  água,  energia  e  saneamento  básico;    

5. Introdução  progressiva  de  projectos  de  produção  de  energia  eléctrica   destinados   ao   abastecimento   de   habitações,  edifícios  públicos,  bem  como  iluminação  pública;  

6. Existência   de   um   aeroporto   provincial   moderno   e  requalificado   (aeroporto   do   Lubango),   capaz   de   integrar   a  Província  nas  rotas  comercias  nacionais  e  internacionais;  

7. Investimentos  no  domínio  habitacional;  

8. Regeneração  da  periferia  do  Lubango  através  da  construção  de   eixos   de   atravessamento   infra-­‐estruturais  (melhoramento  da  rede  viária);  

9. Processo  de  unificação  de  aldeias  beneficiando  a  construção  de  equipamentos  colectivos  essenciais;  

10. Existência   da   linha   de   caminho-­‐de-­‐ferro   do   Namibe   no  território   da   Huila   que   se   encontra   estrategicamente  posicionado  no   território,   tendo  como  objectivo   capitalizar  alguma  centralidade  logística  da  Província;  

11. Generalização   do   acesso   e   utilização   de   telemóvel   (voz   e  dados)   favorecem  políticas  de  combate  à  exclusão  digital  e  promovem  a  inclusão  social;  

 

1. Elevada  dispersão  da  população  com  tendência  à  desertificação  das  zonas  rurais;  

2. Falta   de   manutenção   de   infra-­‐estruturas   de   uso   comum   (diques,  derivações,  canais,  drenos,  estações  de  bombagem);  

3. Grande  parte  da  área  rural  sem  acesso  à  rede  a  serviços  de  energia  eléctrica;  

4. Matriz   energética   assente   essencialmente   no   combustível   fóssil  (diesel   para   geradores),   que   necessita   de   constante   logística   de  reabastecimento  e  manutenção;  

5. Incipiente   sistema   de   planeamento   urbanístico   e   ausência   de  instrumentos  de  gestão  territorial;  

6. Condições  edafoclimáticas  propícias  a  fenómenos  de  desertificação  dos  solos;  

7. Crescente   pressão   sobre   o   material   vegetal   lenhoso,   com  intensificação  da  desmatação  e  desflorestação  desordenada;  

8. Insuficiente   sensibilização   da   população   para   as   questões   de  poluição  e  degradação  dos  recursos  naturais;  

9. Ausência  de  conhecimento  sistematizado  e  de  inventários  sobre  os  recursos  e  o  património  natural  existente;  

10. Território   com   grande   vulnerabilidade   natural   associada   a   riscos  diversos   (erosão   dos   solos,   cheias   e   ravinas),   agravada   pela  existência   de   edificações   em   vertentes   instáveis,   leitos   de   cheia   e  ou  na  foz  dos  rios,  impedindo  o  livre  curso  das  águas  em  situações  de   pluviosidade   intensa   que   podem   causar   estragos   assinaláveis  resultando  na  perda  de  bens  e  de  vidas  humanas;  

11. Problemas  de  poluição  hídrica  e  do  solo  por  desconhecimento  dos  recursos   existentes,   bem   como   pela   ausência   de   infra   -­‐estruturas  de  saneamento  básico  e  tratamento  de  resíduos  sólidos;  

12. Inexistência   de   infra-­‐estruturas   integradas   de   redes   rodoviárias,  redes  técnicas  e  de  saneamento  nas  Cidades  do  Lubango,  Matala  e  Jamba.  

13. Níveis   baixos   de   serviços   de   abastecimento   de   água   a   toda   a  Província;    

14. Inexistência   de   redes   dedicadas   de   tratamento  de   águas   residuais  (colecta  e  tratamento  de  esgotos);  

15. Incipiência  dos  serviços  de  recolha  e  tratamento  de  resíduos  sólidos  

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FORÇAS   FRAQUEZAS  urbanos,   existindo   apenas   na   cidade   do   Lubango   (mas   com  deposição  a  céu  aberto);  

16. Ausência   de   uma   estrutura   rodoviária   principal   moderna   e  qualificada,  que  faça  a  ligação  do  Lubango  ao  Namibe  e  Lubango  ao  Huambo;  

17. Rede   de   estradas   secundária   e   terciária   em   mau   estado   de  conservação,   diminuindo   os   níveis   de   acessibilidade   e  mobilidade  de  pessoas  e  bens;  

18. Inexistência  de  meios  técnicos  modernos  e  eficazes  de  manutenção  das  estradas  nas  entidades  provinciais  e  municipais;  

19. Inexistência   de   terrenos   infra-­‐estruturados   para   distribuição   no  âmbito   da   autoconstrução   dirigida,   provocando   a   ocupação  desordenada  de  espaços  urbanos;  

20. Ausência   de   infra-­‐estruturas   básicas   na   globalidade   dos  aglomerados   populacionais   e   degradação   das   redes   existentes   na  cidade  do  Lubango;  

21. Grande   défice   quantitativo   e   qualitativo   na   oferta   de   habitação,  sobretudo  para  os  mais  desfavorecidos;  

22. Deficiente  cobertura  de  sinal  de  rádio  e  televisão  públicas.  

 

OPORTUNIDADES   AMEAÇAS  

1. Potencial   de   intensificação   agrícola   e   pecuária   compatível  com  o  equilíbrio  ambiental;  

2. Potencial   para   uma   boa   distribuição   dos   recursos   hídricos  de   superfície,   viabilizando   o   desenvolvimento   dos   grandes  sistemas  de  abastecimento  de  água  à  Província;  

3. Posicionamento   da   Província   no   cruzamento   de   dois  importantes  corredores  de  desenvolvimento,  o  corredor  do  Namibe   e   o   corredor   Central,   assumindo-­‐se   naturalmente  como  a  centralidade  principal  da  faixa  sul  do  País;  

4. Sensibilização   crescente   por   parte   da   opinião   pública  relativamente   às   problemáticas   existentes   no   espaço   rural  (saúde,  educação  e  ambiente);  

5. Reconhecimento  da  necessidade  da   implementação  de  um  sistema  global  e  integrado  de  extensão  rural  abrangente  do  território;  

6. Existência   de   políticas   nacionais   que   assumem   como  prioritárias   a   melhoria   da   qualidade   do   serviço   de  abastecimento   de   água   nas   zonas   mais   populosas   e   de  concentração   de   actividades   produtivas   e   a   promoção   de  serviços  adequados  de  saneamento  de  águas  residuais;  

7. Disponibilidade   de   reservas   de   águas   superficiais   e  subterrâneas   passíveis   de   resolver   as   necessidades   de  consumo   de   água   e   de   produção   hidroeléctrica   para   uso  doméstico,  agrícola  e  industrial;  

8. Relevância  do  Plano  Estratégico  Nacional  para  a  Gestão  de  Resíduos   Urbanos   (PESGRU),   colocando   à   disposição   das  Províncias   mecanismos   de   financiamento   para   a  implementação   de   soluções   integradas   e   abrangentes   de  recolha,  deposição  e  tratamento  de  lixos;  

1. Ausência   de   práticas   responsáveis   de   preservação   e   consumo   de  água  e  de  políticas  de  sensibilização  para  este  fim;  

2. Práticas   e   costumes   tradicionais   como   entrave   à   introdução   de  novas  políticas  sanitárias;  

3. Investimentos   de   base   avultados   para   implementar   soluções   de  produção   de   energia   a   partir   de   grandes   aproveitamentos  hidroeléctricos,   face   a   soluções   mais   expeditas   (como   a  termoeléctrica),  mas  com  custos  ambientais  mais  gravosos;  

4. Elevados   custos   de   construção   de   estradas   (custos   de   contexto),  fruto   das   condições   hidrográficas   da   Província   e   da   existência   de  zonas  minadas,  com  impacto  no  prazo  de  execução.  

5. Deficiente   qualidade   de   algumas   obras   recentes   de   construção   e  manutenção  de  estradas;  

6. Incerteza   quanto   à   aposta   do   Governo   Central   na   promoção   e  expansão  da  rede  ferroviária,  cuja  estratégia  prevê  as  ligações  entre  o  Caminho  de  Ferro  de  Moçâmedes  ao  caminho-­‐de-­‐ferro  de  Luanda  e  Benguela;  

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OPORTUNIDADES   AMEAÇAS  

9. Existência   de   plano   nacional   para   o   desenvolvimento   e  ampliação  da  rede  viária,  com  apoio  financeiro  e  técnico  do  Governo   Central   à   reabilitação   da   rede   de   estradas  secundária  e  terciária;  

10. Disponibilidade   de   recursos   financeiros   públicos   dirigidos  para  o  aumento  da  qualidade  de  vida  dos  cidadãos  e  para  a  requalificação   dos   centros   urbanos,   que   permitirá   o  desenvolvimento   de   projectos   ambiciosos   de   reabilitação  urbana;  

11. Reconhecimento  político,  a  nível  central,  da  necessidade  de  investir  na  estruturação  do  povoamento  e  no  ordenamento  do   território   como  bases   para   uma  exploração   sustentável  dos  recursos  territoriais  e  desenvolvimento  do  país;  

12. Crescente   sensibilização   das   autoridades   provinciais   e  municipais   para   a   necessidade   de   instrumentos   de  regulação  do  uso,  ocupação  e  transformação,  num  contexto  de  desconcentração  dos  poderes  ao  nível  do  ordenamento  do   território   e   do   urbanismo,   que   constitui   uma  oportunidade  para  o   incremento  da  prática  de  uma  gestão  territorial  de  maior  proximidade;  

13. Disponibilidade   de   estudos   sobre   as   temáticas   do  urbanismo   e   habitação   para   territórios   com   debilidades  semelhantes   que   apresentam   soluções   técnicas   a  considerar;  

14. Incremento   gradual   da   cobertura   do   serviço   de  comunicações   fixas   e   móveis   (voz   e   dados)   a   toda   a  Província;  

 

DOMÍNIO  DE  DESENVOLVIMENTO  INSTITUCIONAL  

FORÇAS   FRAQUEZAS  

1. Funcionamento  da  Administração  Local  do  Estado  em  toda  a  extensão  do  território  provincial;  

2. Consolidação  da  Reforma  do  Sector  da  Justiça  na  política  de  modernização  e  informatização  dos  serviços;  

3. Alargamento  territorial  da  rede  de  Tribunais;  

4. Interligação  online  dos  serviços  de  registos,  Identificação  Civil  e  Criminal,  BUE’s,  Guichés  de  Empresa,  Imóvel  e  Predial,  SIAC  e  Tribunais;  

5. Implantação  do  Centro  de  Acolhimento  de  Menores;  

6. Desenvolvimento  de  medidas  dissuasoras  da  criminalidade;  

7. Incremento  da  fiscalização  na  área  de  viação  e  trânsito;  

 

1. Falta   de   condições   de   acolhimento   de   quadros   da  administração  pública  nos  Municípios;  

2. Ineficiência  do  funcionamento  das  instituições  de  justiça,  face  às   solicitações   (excesso   de   processos   na   fase   de   instrução  judicial);  

3. Falta  de  penitenciárias  na  maioria  dos  Municípios;  

4. Excesso  de  burocracia;  

5. Falta  de  informação  e  cultura  jurídica;  

6. Falta  de  quadros  especializados  no  sector  da  justiça;  

OPORTUNIDADES   AMEAÇAS  

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1. Desenvolvimento  de  cursos  no  sector  da   justiça  em  parceria  com  as  instituições  de  formação  da  Província;  

2. Reconhecimento  de  cidadania;  

3. Gratuitidade  de  registo  e  atribuição  de  bilhete  de  identidade;  

 

1. Aumento  da  criminalidade  violenta;  

2. Hábitos  e  costumes  conflituantes  com  o  Direito  Positivo;  

 

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3 QUADRO NACIONAL DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO

A   estratégia   de   desenvolvimento   da   Província   no  médio   prazo   deve   incorporar   aqueles   que   são   os  

objectivos  nacionais  para  o  desenvolvimento  do  País  no  longo  prazo,  assumidos  na  Estratégia  2025  e  

que   cuja   operacionalização,   numa   respectiva   de   médio   prazo,   está   inscrita   no   Plano   Nacional   de  

Desenvolvimento  2013-­‐2017.  

A  integração  da  Província  no  quadro  de  estratégia  nacional  é  assim  fundamental  para  que  se  afirme  no  

contexto  dos  eixos  fundamentais  do  desenvolvimento  de  Angola:  

ANGOLA  2025  

1.  Garantir  a  Unidade  e  a  Coesão  Nacional;  

2.   Construir   uma   Sociedade   Democrática   e   Participativa,   garantindo   as   liberdades   e   direitos  fundamentais  e  o  desenvolvimento  da  sociedade  civil;  

3.  Promover  o  Desenvolvimento  Humano  e  o  Bem-­‐Estar  dos  Angolanos,  assegurando  a  Melhoria  da  Qualidade  de  Vida,  Combatendo  a  Fome  e  a  Pobreza  Extrema;  

4.   Promover   o   Desenvolvimento   Sustentável,   Competitivo   e   Equitativo,   garantindo   o   Futuro   às  Gerações  Vindouras;  

5.  Promover  o  Desenvolvimento  da  Ciência,  Tecnologia  e  Inovação;  

6.  Apoiar  o  Desenvolvimento  do  Empreendedorismo  e  do  Sector  Privado;  

7.  Desenvolver  de  Forma  Harmoniosa  o  Território  Nacional;  

8.  Promover  a  Inserção  Competitiva  da  Economia  Angolana  no  Contexto  Mundial  e  Regional.  

O  Desenvolvimento   Territorial   equilibrado   é   um   dos   grandes   objectivos   da   Estratégia   Angola   2025  

assente  nos  seguintes  princípios:  

" valorizar  os  recursos  de  cada  Província,  valorizando  o  potencial  de  cada  área,  para  o  reforço  da  

economia  e  do  desenvolvimento  nacional,    

" criar  um  território  mais  equilibrado,  dinâmico  e  competitivo,  que  seja  um  factor  de  reunião  do  

mercado   nacional,   através   da   estruturação   do   País   em   pólos   de   desenvolvimento,   eixos   de  

desenvolvimento  e  pólos  de  equilíbrio.  

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O   Modelo   de   Desenvolvimento   Territorial   preconizado   pela   Estratégia   Angola   2025   coloca   em  

evidencia   o   posicionamento   geoestratégico   da   Huila   (como   se   pode   verificar   na   figura   seguinte),  

apostando   assim   na   criação   da   uma   plataforma   logística   na   Província,   suportada   por   um   terminal  

ferroviário  e  rodoviário  de  ligação  entre  Províncias  (nomeadamente  ao  Namibe,  Benguela,  Huambo  e  

Cuando  Cubango),   considerando   as   condições   para   o   arranque  de   um  processo  de  desenvolvimento  

expansivo   produzindo   para   os   mercados   extra-­‐provinciais,   valorizador   do   forte   potencial   de  

desenvolvimento  urbano,  das  condições  para  desenvolvimento  de  uma  agricultura  empresarial  e  para  

o  desenvolvimento  industrial.  

CFigura  11  –  Estratégia  de  desenvolvimento  territorial  Angola  2025  

A   tradução   do   Modelo   de   Desenvolvimento   Territorial   é   respaldada   no   Plano   Nacional  

Desenvolvimento  2013-­‐2017.  

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Este  instrumento  de  referência  nacional  para  o  desenvolvimento  no  médio  prazo,  define  como  grandes  

objectivos  nacionais  (que  devem  ser  entendidos  na  estratégia  especifica  do  Plano  de  Desenvolvimento  

Provincial  para  o  período  2013-­‐2017):  

" Preservação  da  unidade  e   coesão  nacional,   que   envolve   a  definição  de  políticas  nacionais  para  a  população  –  diminuição  da  pobreza,  das  desigualdades  sociais,  da  mortalidade;  aumento  da  escolarização,  da  qualificação,  do  conhecimento  e  da  informação,  etc.  –  para  a  modernização  do  sistema  de  defesa  e  segurança  nacional;  para  o  apoio  à  reintegração  socio-­‐económica  de  ex-­‐militares,   para   a   reforma   tributária   e   das   finanças   públicas;   para   a   modernização   da  administração   e   gestão   pública   e   para   a   promoção   do   desenvolvimento   equilibrado   do  território;  

" Garantia  dos  pressupostos  básicos  necessários  ao  desenvolvimento,  ou  seja,  a  aposta  na  promoção  do  crescimento  económico,  do  aumento  do  emprego  e  de  diversificação  económica,  através  de  políticas  que  visam  a:    

o promoção  e  diversificação  da  estrutura  económica  do  País;    

o promoção  do  emprego  e  capacitação  e  valorização  dos  recursos  humanos  nacionais;  

o  apoio  às  explorações.  

" Melhoria   da   qualidade   de   vida,   ou   seja,   através   da   adopção   de   políticas   que   visem   a  repartição  equitativa  do  rendimento  nacional  e  de  protecção  social;  

" Inserção   da   juventude   na   vida   activa,   através   de   medidas   de   política   de   integração   e  valorização  dos  jovens;  

" Desenvolvimento  do  sector  privado,  ou  seja,  a  aposta  na  promoção  do  empreendedorismo  e  do  desenvolvimento  do  sector  privado  nacional;  

" Inserção   competitiva   de   Angola   no   contexto   internacional,   através   do   reforço   do  posicionamento   de   Angola   no   contexto   internacional   e   regional,   em   particular   da   União  Africana  e  na  SADC.  

O  Plano  de  Desenvolvimento  Provincial  é  uma  peça  de  um  “edifício”  mais  completo  de  planeamento  à  

escala   nacional,   concretizando   na   Huila   a   política   de   desenvolvimento   territorial,   as   opções  

estratégicas  e  os  projectos  estruturantes  do  PND  2013-­‐2017.  

 

 Figura  11  -­‐  Integração  do  PDP  Huila  2013-­‐2017  com  o  PND  2013-­‐2017  

 

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Assim,  o  Plano  Nacional  de  Desenvolvimento  2013-­‐2017,  define  como  opções  estratégicas  para  a  Huila  

as  seguintes:

" assumir-­‐se  como  Província  produtora  de  excedentes  agrícolas   (nomeadamente,  de  cereais)  e  pecuários,  valorizando  os  regadios  e  a  agricultura  tradicional;  

" reactivar  o  complexo  mineiro  (ferro)  e  promover  as  rochas  ornamentais;    

" Desenvolver   uma   base   industrial   de   transformação   de   produtos   agro-­‐pecuários   e   de  abastecimento   dos  mercados   das   Províncias   do   sul,   em   particular   equipamento   e   utensílios  agrícolas,  com  base  num  Pólo  Industrial  a  desenvolver  no  Lubango,  articulado  com  uma  rede  de  zonas  industriais  a  nível  municipal;    

" Desenvolver  uma  plataforma  Logística,   suportada  por  um   terminal  multi-­‐modal  no  Lubango,  explorando,   nomeadamente,   as   ligações   ferroviárias   ao   porto   do  Namibe   e   por   uma   rede   de  entrepostos  de  armazenamento  e  comercialização;    

" Desenvolver  nichos  turísticos  e  de  actividades  terciárias  de  nível  superior;    

" Desenvolver  um  Pólo  Científico  e  Tecnológico  em  articulação  com  o  Pólo  Industrial      

Para  a  concretização  das  opções  estratégias  enunciadas  o  Plano  Nacional  de  Desenvolvimento  2013-­‐2017   define   21   Projectos   Estruturantes   dos   quais   se   destacam   os   investimentos   nos   clusters  prioritários  Transportes  e  Logística,  Energia  e  Água  e  Alimentação  e  Agro-­‐indústria  e  que  incluem:  

" importantes  obras  de  reabilitação  de  estradas  

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" projectos   ao   longo   da   cadeia   de   valor   agro-­‐alimentar,   nomeadamente   a   reabilitação   de  barragens  hidroagrícolas  e   canais  de   irrigação,   escola  média  agrária,  produção  de   farinha  de  milho,  de  leguminosas  e  cerais,  massa  de  tomate  ou  curtumes).    

" 4   investimentos  privados  no  cluster  de  Geologia,  Minas  e   Indústria,  nomeadamente   ligados  à  exploração   mineira   de   ouro,   o   projecto   Minero-­‐Siderúrgico   de   Kassinga,   uma   fábrica  metalúrgica  ou  um  projecto  de  transformação  de  granito.  

Sem  prejuízo   da   importância   destes   projectos,   o  Governo  Provincial   tem  uma  posição   que  pretende  

mais  proactiva  e  que  é,  certamente,  mais  ambiciosa.    

O  seu  Plano  de  Desenvolvimento  Provincial  assenta  numa  Visão  prospectiva  que,  mantendo  a  sua   coerência   com   o   todo   nacional,   quer   afirmar   a   Província   como   uma   região   em   franco  desenvolvimento,   construindo   esse   futuro   a   partir   do   que   são   as   suas   especificidades   e   vantagens  competitivas,  sem  deixar  de  ter  em  conta,  de  forma  realista,  os  défices  que  devem  ser  superados.    

Como  consequência  desta  opção  mais  ambiciosa,  também  os  projectos  e  programas  estruturantes,  de  nível  nacional  ou  de  nível  provincial,  serão  identificados,  priorizados  e  concretizados  a  partir  da  matriz  estratégica  que  será  adoptada.  

Transportes  e  Logíszca  

PND  2013  -­‐  2017  Clusters  

Prioritários  

Energia  e  Água    

Província  da  Huíla  

Agroindústria    Alimentação  

Minero-­‐Siderúrgico    

4  invesxmentos  privados  

Indústria  

Geologia  Minas  

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O  Plano  será,  na  concepção  do  Governo  Provincial,   também  um  desafio  à  capacidade  de  concertação  entre  os  diferentes  níveis  da  Administração  e  destes  com  o  sector  privado,  que  será,  em  determinadas  áreas  de  intervenção,  o  principal  agente  executor  da  estratégia  no  terreno.  

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4 ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA HUÍLA

A   Província   da   Huila   enfrenta   um   enorme   desafio,   nos   próximos   anos,   ao   assumir   como   apostas  centrais   do   seu   futuro   modelo   de   desenvolvimento   a   sua   afirmação   como   território   que   contribui  activamente   para   o   aprofundamento   da   coesão   nacional   e   para   o   esforço   de   desenvolvimento   e   de  afirmação  do  País  no  mundo.    

Neste  contexto  definem-­‐se  as  Grandes  Linhas  de  Orientação  Estratégica  que  traduzem  a  Visão  para  a  Província  da  Huila:  

! Promover  a  qualificação  do  território,  apostando  no  equilíbrio  e  sustentabilidade  ambiental,  na  melhoria  das  condições  de  vida  das  comunidades  e  na  dotação  equilibrada  de  equipamentos  e  serviços  de  suporte  

! Consolidar,   desenvolver   e   diversificar   a   base   económica   da   Província,   valorizando   a  capacidade   produtiva   agrícola   e   pecuária,   vocacionando   para   o  mercado   e   simultaneamente  impulsionando   a   cadeia   de   valor   agro-­‐industrial,   contribuindo   para   a   diminuição   das  importações   e   simultaneamente   para   a   dinamização   do   mercado   de   trabalho   e   do  empreendedorismo  

! Intensificar   o   processo  de  desenvolvimento  extrovertido   (produzindo   para   os  mercados  extra-­‐provinciais),   valorizador   do   forte   potencial   de   desenvolvimento   urbano   das   relações  regionais  e  das  potencialidades  turísticas.  

! Apostar  na  qualificação  do  capital  humano,  condição  essencial  para  responder  aos  desafios  de   desenvolvimento,   com   base   no   fortalecimento   do   sistema   de   educação   e   formação  profissional  

! Mobilizar  os  actores  de  desenvolvimento,  públicos  e  privados,  como  condição  essencial  ao  processo  integrado  de  desenvolvimento  provincial.  

A  concretização  das  Grandes  Linhas  de  Orientação  Estratégica  é  reflectida  na  definição  do  Programa  de  Acção,  que  integra  diversos  tipos  de  resposta  a  mobilizar,  seja  pela  sua  escala  temporal  e  territorial,  seja  pela  sua  natureza  mais  transversal,  instrumental  ou  sectorial,  ou  seja,  pela  responsabilidade  pela  sua  execução.  

O  Programa  de  Acção  a  propor  para  a  Huila  comportará  projectos  e  investimentos  de  nível  nacional  ou  que,   sendo   de   nível   provincial,   se   destinam   a   assegurar   metas   e   objectivos   nacionais.   Mas,   mesmo  nestes  casos,   importa  que  o  Plano  de  Desenvolvimento  Provincial  reflicta  as  dinâmicas  próprias  e  as  especificidades  da  Província,  devendo:  

" inscrever-­‐se  no  seu  modelo  de  desenvolvimento  social,  económico  e  territorial;  

" optimizar  os  recursos  disponíveis;  

" promover  os   efeitos   relacionais   com  o   interior  da  Província,   estimulando  o   envolvimento  de  empresas  e  instituições;  

" valorizar  as  suas  potencialidades  e  combater  as  suas  vulnerabilidades.  

Este  Plano  não  deve,  contudo,  descurar  a  perspectiva  de  desenvolvimento  a  longo  prazo  definida  para  a  Província  e  deve  prever  mecanismos   flexíveis  que  permitam  reorientar  a  estratégia  em  função  das  oportunidades  e  das  ameaças  que  surgirem,  sem  colocar  em  causa  os  valores  e  princípios  subjacentes  à  Visão  preconizada.  

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO PROVINCIAL DA HUÍLA 2013-2017 VOLUME I

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4.1 FOCAGEM  ESTRATÉGICA  2013-­‐2017  

A  Visão  enunciada  através  das  Grandes  Linhas  de  Orientação  Estratégica,  deve  ter  uma  utilidade  para  o  processo   de   planeamento   e   não   ser   um   mero   repositório   de   ideias,   por   muito   específicas   e  fundamentadas  que  sejam.  

Por   isso,   e   sem   prejuízo   de   intervenções   em   domínios   de   natureza   social   e   administrativa   mais  correntes,   que   devem   ser   assegurados,   é   essencial   fazer   uma   focagem   estratégica   que   permita  concentrar   esforços   e   recursos,   de   forma   consistente,   nas   linhas  de   intervenção  mais  decisivas  para  concretizar  o  futuro  pretendido.  

Esta  focagem  permitirá  manter,  ao  longo  do  processo  e  durante  os  próximos  anos,  uma  concentração  de   esforços   persistente   naqueles   que   serão   os   verdadeiros   factores   de   progresso   e   chaves   para   a  diferenciação  competitiva  da  Província.  

Por  outro  lado,  pretendendo-­‐se  identificar  os  principais  projectos  e  acções  a  integrar  no  Programa  de  Acção  a  médio  prazo  para   a  Província,   sem  desvirtuar   a   ambição  da  Visão  definida   a   longo  prazo,   é  importante  adoptar  neste  instrumento  operacional  os  mecanismos  que  garantam  a  sua  monitorização  de  forma  a  reorientar  a  estratégia,  nos  seguintes  Programas  Operacionais,  que  se  relacionam  com  as  Grandes  Linhas  de  Orientação  Estratégica  conforme  se  esquematiza  da  figura  seguinte:  

Assim,  o  Programa  de  Acção  é   sistematizado  em  9  Programas  Operacionais,   que   se  desagregam  nos  seguintes  sub-­‐programas:  

REDE  PROGRAMÁTICA  DO  PDP  HUILA  2013-­‐2017  Programa  1  -­‐  Agricultura,  Pecuária,  Pesca  e  Desenvolvimento  Rural  P  1.1  -­‐  Promoção  do  cooperativismo    P  1.2  -­‐  Fomento  da  Actividade  Agrícola  e  Florestal  P  1.3  -­‐  Reforço  das  Infra-­‐estruturas  de  apoio  à  actividade  Agrícola  e  Florestal  

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REDE  PROGRAMÁTICA  DO  PDP  HUILA  2013-­‐2017  P  1.4  -­‐  Promoção  da  qualidade  de  vida  no  espaço  rural  P  1.5  -­‐  Fomento  da  Actividade  Pecuária  P  1.6  -­‐  Desenvolvimento  das  infra-­‐estruturas  de  apoio  à  actividade  pecuária  P  1.7  -­‐  Desenvolvimento  de  pesca  continental  

Programa  2  -­‐  Desenvolvimento  e  Diversificação  da  Base  Económica  P  2.1  -­‐  Indústria  P  2.2  –  Comércio  e  Logística  P  2.3  -­‐  Turismo  e  Lazer  P  2.4  -­‐  Empreendedorismo  e  inovação  

Programa  3  -­‐  Saúde  P3.1.  -­‐  Expansão  das  redes  de  equipamentos  de  saúde  P3.2.  -­‐  Promoção  da  Saúde  Pública  P3.3.  -­‐  Incentivo  à  fixação  de  profissionais  de  saúde  nos  Municípios  

Programa  4  -­‐  Cultura,  Património  e  Comunicação  Social  P4.1  -­‐  Promoção  e  valorização  do  património  Cultural  P4.2.  -­‐  Desenvolvimento  de  espaços  culturais  P4.3.  -­‐  Comunicação  Social  

Programa  5  -­‐  Educação  P5.1  -­‐  Expansão  da  rede  de  equipamentos  escolares  qualificados  P5.2.  -­‐  Promover  a  alfabetização  de  jovens  e  adultos  P5.3.  -­‐  Promoção  do  ensino  técnico-­‐profissional  P5.4.  -­‐  Incentivo  à  fixação  de  profissionais  da  educação  nos  Municípios  

Programa  6  -­‐  Juventude  e  Acção  Social  P6.1.  -­‐  Promoção  da  prática  de  actividades  desportivas  e  de  lazer  P6.2.  -­‐  Apoio  aos  grupos  vulneráveis  

Programa  7  -­‐  Grandes  redes  de  Infra-­‐estruturas  P7.1  -­‐  Reforço  das  Acessibilidades  e  da  Mobilidade  P7.2  -­‐  Reforço  das  Infra-­‐estruturas  de  abastecimento  e  tratamento  de  água  P7.3  -­‐  Reforço  das  Infra-­‐estruturas  de  drenagem  de  águas  residuais  e  pluviais  P7.4  -­‐  Reforço  das  Infra-­‐estruturas  de  distribuição  de  energia  e  telecomunicações  

Programa  8  -­‐  Qualificação  Urbana,  Ordenamento  e  Gestão  Territorial    P8.1  -­‐  Requalificação  do  Espaço  Urbano  P8.2  -­‐  Desenvolvimento  do  Parque  Habitacional  P8.3  -­‐  Valorização  e  Gestão  Ambiental  P8.4  -­‐  Criação  de  instrumentos  de  gestão  territorial  

Programa  9  -­‐  Modernização  administrativa  P9.1.  -­‐  Requalificação  das  Infra-­‐estruturas  dos  órgãos  da  administração  local    P9.2.  -­‐  Desenvolvimento  do  capital  humano  dos  órgãos  da  administração  local  

 

 

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A  definição  do  Programa  de  Acção  (cuja  fundamentação  é  apresentada  no  Volume  II  do  Plano)  teve  em  consideração  múltiplas   perspectivas,   o   que   significa   que   a   sistematização   visa,   sobretudo,   facilitar   a  operacionalização  da  estratégia.  

 

 

Figura  12  -­‐  Estrutura  do  Programa  de  Acção  

A  primeira  destas  perspectivas  tem  a  ver  com  a  natureza  de  cada  um  dos  projectos  e  acções.  Em  geral,  um   mesmo   projecto,   de   natureza   material   ou   imaterial,   contribui   para   diversas   dimensões   da  estratégia.   Este   é,   aliás,   um   bom   princípio   de   eficiência   na   afectação   de   recursos.   Alguns   projectos,  como  os  de  natureza  organizativa  ou  infra-­‐estrutural,  são  naturalmente  transversais.    

A   opção   neste   Plano   foi   a   de   privilegiar   uma   organização   funcional   adaptada   aos   destinatários  principais   de   cada   Programa,   identificando   um   tomador   principal   responsável   pela   concretização  integrada   do   programa.   Estes   destinatários   não   são,   naturalmente,   únicos   responsáveis   pela  implementação   de   todas   as   acções.   De   uma   forma   geral,   a   até   tendo   em   conta   que   o   processo   de  desenvolvimento   adoptado   assenta   na   capacitação   institucional   e   no   reforço   das   parcerias   entre   os  vários  níveis  da  administração  e  entre  estes  e  a  sociedade  em  geral,  o  papel  das  entidades  pode  variar  entre   a   responsabilidade   exclusiva   pela   implementação   das   acções,   a   promoção   e   animação   de  parcerias   ou   simplesmente   o   estímulo   e   acompanhamento   de   outros   agentes,   designadamente   as  empresas  e  associações.  

Uma  segunda  perspectiva  relaciona-­‐se  com  a  esfera  programática  deste  Plano  de  Desenvolvimento.    

De  forma  muito  sintética,  a  estratégia  é  pensada  para  a  Província,  mas  a  sua  materialização  foca-­‐se  no  campo  de  acção  do  Governo  Provincial.  Opta-­‐se  por  uma  abordagem  acções  estruturantes  que  não  são  necessariamente  da  competência  do  Governo  Provincial,  mas  para  cuja  concretização  e  monitorização  há  esforços  a  que  o  Governo  não  se  poderá  omitir,  como  coordenador,  regulador  e  agente  de  estímulo.  

Programa  Operacional  

Sub-­‐programa  

Projecto/acção  

...  

...  

...  

...  

...   ...  

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Por   último,   há   uma   questão   temporal   e   de   precedência/relação   entre   as   diversas   acções.   Não   se  devem,   por   exemplo,   programar   equipamentos   colectivos   sem   um  modelo   estável   de   ordenamento  territorial  e  urbano,  em  que  as  políticas  de  prestação  de  serviços  de  proximidade,  habitação,  emprego  e  mobilidade/transportes  estejam  coordenadas.  Não  é  possível  explorar  os  recursos  do   território  de  forma  inteligente  e  sustentável  sem  uma  base  de  conhecimento  adequada  sobre  o  seu  valor  e  as  suas  fragilidades.   Não   fará   sentido   criar   espaços   de   acolhimento   industrial   sem   um   complemento   de  política  de  promoção  e  atracção  de   investimento  ou   sem  atender  à  existência  de   infra-­‐estruturas  de  acessibilidade,  transporte  e  logística.    

Desta   forma,   em   diversos   domínios   o   Programa   de   Acção   contempla   intervenções   de   natureza  imaterial,   como   reforço   de   sistemas   de   informação,   estímulos   à   capacitação   institucional,   estudo   e  planeamento.   Por  muito   inócuas   que   estas   iniciativas   possam   parecer,   só   elas   podem   assegurar,   no  futuro,  que  as   intervenções  mais  pesadas  e  consumidoras  de  recursos  atingem  os  seus  objectivos.  E,  devido  a  esta  abordagem  cautelosa  (outro  bom  princípio  do  planeamento),  alguns  projectos  decisivos  não   poderão   ser   concretizados   na   sua   plenitude,   no   horizonte   temporal   de   2017,  mas   são   desde   já  apontados  para  o  horizonte  2025,  que  é,  afinal,  o  da  visão  definida  para  a  Província.    

4.2 MATRIZ  DE  PERTINÊNCIA  

Na  matriz   seguinte   apresenta-­‐se   a   leitura  do  Programa  de  Acção  da  Huíla   2013-­‐2017  no  quadro  do  Plano  Nacional  de  Desenvolvimento  de  médio  prazo,  PND  2013-­‐2017.    

São   assinalados   na   matriz   os   principais   projectos   e   acções   que   assinalam   a   compatibilização   e  complementaridades   entre   as   estratégias   nacionais   e   provinciais,   identificando-­‐se   as   acções  fundamentais   ou   complementares,   de   acordo   com   a   sua   natureza   e   importância   relativamente   à  estratégia  prosseguida.  

   

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Quadro  31  –  Matriz  de  Pertinência  

PDP_HUÍLA  2013-­‐2017   PLANO  NACIONAL  DE  DESENVOLVIMENTO  2013-­‐2017  

PROGRA

MA  

OPE

RACIONAL

 

SUB-­‐PR

OGRA

MA  

ACÇÕ

ES   GRANDES  OBJECTIVOS  NACIONAIS  

Preservação  da  unidade  e  

coesão  nacional  

Garantia  dos  pressupostos  básicos  necessários  ao  

desenvolvimento  

Melhoria  da  qualidade  de  

vida  

Inserção  da  juventude  na  vida  activa  

Desenvolvimento  do  sector  privado  

Inserção  competitiva  de  

Angola  no  contexto  internacional  

AGRICU

LTURA

,    PE

CUÁR

IA,  P

ESCA

S    E  DESEN

VOLV

IMEN

TO  RURA

L    

1.1.  

1.1.1       • •  

1.1.2       • •  

   

1.1.3       • •            

1.2.  

1.2.1     •   •  

   1.2.2  

  •   •      

1.2.3     •   •  

   1.2.4  

  •   •    

1.3.  

1.3.1   • • •    1.3.2   • • •   •  1.3.3   • • •    1.3.4   • • •    

1.4.  

1.4.1   •    1.4.2   • •    1.4.3     • •    

1.5.  1.5.1   • • •   •  1.5.2   • •    

1.6.  1.6.1   • •    1.6.2   • •    

1.7.  1.7.1     •   •     1.7.2     •   •    

DESEN

VOLV

IMEN

TO  E  DIVER

SIFICA

ÇÃO  DA  

BASE  ECO

NÓMICA    

2.1.  

2.1.1     •       • •  

2.1.2     •   •     •  

2.1.3       •       •   • 2.2.   2.2.1       •   •         2.2.2     •   • •  

2.3.  2.3.1  

    •     •   •  2.3.2  

    •     •   •  

2.4.  2.4.1     •     •   •  2.4.2     •     •   •  

  • Pertinência  Estruturante     • Pertinência  Complementar  

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 PDP_  HUÍLA    2013-­‐2017  

PLANO  NACIONAL  DE  DESENVOLVIMENTO  2013-­‐2017  

PROGRA

MA  

OPE

RACIONAL

 

SUB-­‐PR

OGRA

MA  

ACÇÕ

ES   GRANDES  OBJECTIVOS  NACIONAIS  

Preservação  da  unidade  e  

coesão  nacional  

Garantia  dos  pressupostos  básicos  necessários  ao  

desenvolvimento  

Melhoria  da  qualidade  de  

vida  

Inserção  da  juventude  na  vida  activa  

Desenvolvimento  do  sector  privado  

Inserção  competitiva  de  

Angola  no  contexto  internacional  

SAÚDE  

3.1.    

3.1.1   •  •   •              3.1.2   •  •   •          3.1.3   •  •   •          

3.2.    3.2.1   •  •   •          3.2.2   •  •   •        

3.3  3.3.1  

  •    3.3.2  

 •   •    

CULTURA

,  PAT

RIMÓNIO  E  

COMUNICAÇ

ÃO  SOCIAL

 

4.1.  4.1.1  

    •   •   • 4.1.2       •    

4.2.  

4.2.1       •        4.2.2       •        4.2.3       •      

4.3.  

4.3.1   •     •        4.3.2       •        4.3.3     •     •   4.3.4     •      

EDUCA

ÇÃO  

5.1.  

5.1.1   •   •   •   •      5.1.2  

  •   •        5.1.3   •   •   •   •    

5.2.   5.2.1   •   •   •   •      5.3.   5.3.1   •   •   •   •      

5.4.  

5.4.1   •   • •        5.4.2   •   • •   •      5.4.3   • • •   •  

JUVE

NTU

DE  E  

ACÇÃ

O  SOCIAL

  6.1.  6.1.1     • •        6.1.2     • •        

6.2.  

6.2.1   •   • •        6.2.2   •   • •        6.2.3   •   • •        

  • Pertinência  Estruturante     • Pertinência  Complementar  

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PDP_  HUÍLA        2013-­‐2017   PLANO  NACIONAL  DE  DESENVOLVIMENTO  2013-­‐2017  

PROGRA

MA  

OPE

RACIONAL

 

SUB-­‐PR

OGRA

MA  

ACÇÕ

ES  

GRANDES  OBJECTIVOS  NACIONAIS  

Preservação  da  unidade  e  

coesão  nacional  

Garantia  dos  pressupostos  básicos  necessários  ao  

desenvolvimento  

Melhoria  da  qualidade  de  

vida  

Inserção  da  juventude  na  vida  activa  

Desenvolvimento  do  sector  privado  

Inserção  competitiva  de  

Angola  no  contexto  internacional  

GRA

NDES  RED

ES  DE  INFR

A-­‐ESTR

UTU

RAS  

7.1.  

7.1.1     • •     •    7.1.2     •   •     •    7.1.3     •   •     •    7.1.4     •   •     •    7.1.5     •   •     •    7.1.6     •   •     •    7.1.7     •   •     •    7.1.8     •   •     •    7.1.9     •   •     •    

7.2.    

7.2.1   •   •   •        7.2.2   •   •   •        7.2.3   •   •   •        7.2.4   •   •   •        7.2.5   •   •   •        

7.3.   7.3.1   •   •   •        

7.4.  

7.4.1   •   •   •        7.4.2   •   •   •        7.4.3   •   •   •        

QUAL

IFICAÇ

ÃO  URB

ANA,  ORD

ENAM

ENTO

 E  GESTÃ

O  

TERR

ITORIAL

 

8.1.  

8.1.1   •   •   •        8.1.2   •   •   •        8.1.3   •   •   •        8.1.4   • •      

8.2.  8.2.1   •   •   •        8.2.2   •   •   •        

8.3.  

8.3.1   •   •   •        8.3.2   •   •   •        8.3.3   •   •   •        8.3.4   •   •   •        

8.4.  

8.4.1   •   •   •        8.4.2   •   •   •        8.4.3   •      8.4.4   •      

  • Pertinência  Estruturante  

  • Pertinência  Complementar  

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PDP_  HUÍLA        2013-­‐2017   PLANO  NACIONAL  DE  DESENVOLVIMENTO  2013-­‐2017  

PROGRA

MA  

OPE

RACIONAL

 

SUB-­‐PR

OGRA

MA  

ACÇÕ

ES  

GRANDES  OBJECTIVOS  NACIONAIS  

Preservação  da  unidade  e  

coesão  nacional  

Garantia  dos  pressupostos  básicos  necessários  ao  

desenvolvimento  

Melhoria  da  qualidade  de  

vida  

Inserção  da  juventude  na  vida  activa  

Desenvolvimento  do  sector  privado  

Inserção  competitiva  de  

Angola  no  contexto  internacional  

MODER

NIZAÇ

ÃO  

ADMINISTR

ATIVA  

9.1.  

9.1.1   •   •   •        9.1.2   •   •   •        9.1.3   •   •   •        9.1.4   •   •   •        9.1.5   •   •   •        9.1.6   •   •   •        9.1.7   •   •          

9.2.   9.2.1   •   •             • Pertinência  Estruturante  

  • Pertinência  Complementar