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1. Introdução Com a construção da Usina Sérgio Motta, iniciada em 1980, concluída e inaugurada em janeiro de 1999, aconteceram impactos ambientais ocasionados principalmente pelas duas etapas de enchimento do lago. Houve alterações relevantes que prejudicaram diretamente os municípios ribeirinhos, entre eles: Presidente Epitácio, Panorama, Paulicéia, Rosana e Castilho, no lado do Estado de São Paulo (também foram impactados municípios do Estado do Mato Grosso do Sul). Um acordo foi fechado para que estes municípios fossem recompensados financeiramente, tomando como medida a proporção na qual sua área foi afetada. Ficou especificado que esta recompensa deveria ser utilizada para investimento em meio ambiente, na infraestrutura e também para correção dos mais variados danos causados pela invasão das águas do lago. Além dos danos diretos causados nos municípios citados acima, análises ambientais comprovaram que ocorreu uma expansão dos problemas, atingindo outros municípios. Este fato foi comprovado em algumas cidades que compõem as Bacias Hidrográficas do Médio Paranapanema (UGRHI 17), do Baixo Tietê (UGRHI 19), do Aguapeí (UGRHI 20), do Peixe (UGRHI 21) e do Pontal do Paranapanema (UGRHI 22). Apesar de se estenderem a todas estas bacias, estes danos regionais não atingiram a todos os municípios das unidades de gerenciamento citadas, portanto algumas delas não foram contempladas com a possibilidade de ressarcimento. Para que houvesse um melhor gerenciamento da aplicação e administração destes recursos nos municípios envolvidos, foi firmado um acordo entre o Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, CESP – Companhia Energética do Estado de São Paulo, Instituições de Ensino de Presidente Prudente e os próprios municípios contemplados. Este acordo tem a finalidade de garantir a gestão das verbas destinadas, de forma que possam ser aplicadas corretamente em ações voltadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento regional. 1

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Page 1: Plano de Coleta Seletiva

1. Introdução

Com a construção da Usina Sérgio Motta, iniciada em 1980, concluída e inaugurada em janeiro de 1999, aconteceram impactos ambientais ocasionados principalmente pelas duas etapas de enchimento do lago. Houve alterações relevantes que prejudicaram diretamente os municípios ribeirinhos, entre eles: Presidente Epitácio, Panorama, Paulicéia, Rosana e Castilho, no lado do Estado de São Paulo (também foram impactados municípios do Estado do Mato Grosso do Sul). Um acordo foi fechado para que estes municípios fossem recompensados financeiramente, tomando como medida a proporção na qual sua área foi afetada. Ficou especificado que esta recompensa deveria ser utilizada para investimento em meio ambiente, na infraestrutura e também para correção dos mais variados danos causados pela invasão das águas do lago.

Além dos danos diretos causados nos municípios citados acima, análises ambientais comprovaram que ocorreu uma expansão dos problemas, atingindo outros municípios. Este fato foi comprovado em algumas cidades que compõem as Bacias Hidrográficas do Médio Paranapanema (UGRHI 17), do Baixo Tietê (UGRHI 19), do Aguapeí (UGRHI 20), do Peixe (UGRHI 21) e do Pontal do Paranapanema (UGRHI 22). Apesar de se estenderem a todas estas bacias, estes danos regionais não atingiram a todos os municípios das unidades de gerenciamento citadas, portanto algumas delas não foram contempladas com a possibilidade de ressarcimento.

Para que houvesse um melhor gerenciamento da aplicação e administração destes recursos nos municípios envolvidos, foi firmado um acordo entre o Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, CESP – Companhia Energética do Estado de São Paulo, Instituições de Ensino de Presidente Prudente e os próprios municípios contemplados. Este acordo tem a finalidade de garantir a gestão das verbas destinadas, de forma que possam ser aplicadas corretamente em ações voltadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento regional.

Com o advento da recente Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei Federal 12.305/2010 e seu decreto regulamentador 7.404/2010, bem como do Programa Pró-Catador, implantado pelo decreto 7.405/2010, a maneira de tratar o assunto ganhou novo enfoque. Seguindo esta doutrina legal, foi proposta no acordo em questão, a implantação de um método de coleta seletiva, englobando a criação formal de uma associação/cooperativa de catadores, em ação concomitante com a aplicação de atividades de Educação Ambiental Formal e Informal, procurando um perfeito funcionamento do sistema proposto.

Para pautar as atividades desta iniciativa, foram criadas as “Diretrizes Básicas para Projetos de Coleta Seletiva e Educação Ambiental no Âmbito do Acordo MP/CESP”. Este documento foi apresentado a todos os municípios

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em reunião do dia 18 de novembro de 2011, como sendo o conjunto de regras que balizará todas as ações necessárias para o desenvolvimento do projeto. As diretrizes criadas indicam os investimentos específicos em projetos de coleta seletiva, construção de centros de triagem, compra de equipamentos, máquinas e implantação de educação ambiental formal e informal. Isto demonstra a nítida preocupação com relação à inclusão social dos catadores e com a mudança de costume da população em relação ao descarte de resíduos sólidos. Estas preocupações trazem consigo efeitos benéficos à saúde pública, com um aumento considerável da vida útil dos aterros sanitários.

Foi apresentado um prazo máximo de 6 (seis) meses para a apresentação do projeto inicial e do plano de trabalho da Caixa Econômica Federal, que passarão por análise da Comissão do Convênio.

Apesar de não fazer parte dos municípios considerados afetados, o Município de Parapuã, neste trabalho, apresenta suas necessidades e esclarece seus esforços já realizados e fundamenta suas necessidades a fim de SOLICITAR sua inclusão neste seleto grupo. Para tanto elaborou este “Projeto de Educação Ambiental e Coleta Seletiva”.

2. Objetivos Gerais

Aprimorar o sistema de coleta seletiva praticado na cidade, baseado em novas iniciativas de educação ambiental formal e informal; promover a construção de um barracão de triagem; instalar equipamentos e fornecer treinamento aos associados. A associação já foi criada formalmente e está trabalhando em conformidade com a Lei Federal 12.305/2010, seu decreto regulamentador de nº 7.404/2010 e o decreto federal 7.405/2010 – Programa Pró-Catador. Na busca de melhorar suas condições de vida, seu local de trabalho e a renda dos associados, com o apoio da prefeitura municipal eles vêm tendo treinamento profissional, auxílio alimentação e equipamentos de proteção individual.

Sua formação foi restrita às pessoas que vivem da catação de materiais recicláveis ou que estavam em situação de vulnerabilidade social. Os resultados, como o aumento de renda, do giro financeiro no comércio local e da arrecadação de impostos são perceptíveis. Estes fatores aconteceram sucessivamente para garantir a inclusão social desta parcela da população no contexto municipal, justificando assim a manutenção dos esforços do poder público em prol da coleta seletiva no município.

Como resultado deste projeto está a redução da quantidade de resíduos aterrados, que ocasionará o prolongamento da vida útil do aterro, fato que evitará contaminação do solo e do lençol freático em novos pontos de disposição final de resíduos. Estes fatores influenciam diretamente na

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qualidade de vida da população e minimizam a ameaça de esgotamento dos recursos naturais não renováveis.

Este programa prevê uma ação contínua de educação ambiental formal e informal, em âmbito municipal, que irá garantir a evolução permanente do volume de resíduos coletados. O esclarecimento da população local sobre o assunto deverá ser feito novamente de uma forma constante, que provocará mudança cultural no dia a dia dos munícipes, reafirmando a reciclagem no cotidiano da população.

Os objetivos apresentados cumprem, na íntegra, a legislação federal, estadual e municipal, fazendo com que os recursos investidos tenham a devida aplicação através da gestão do município e da associação de catadores.

3. Objetivos Específicos

A finalidade deste trabalho é aprimorar a coleta seletiva do município de Parapuã através de uma série de ações sequenciais, cuidadosamente planejadas, com objetivo de erro mínimo e consequente êxito final.

Com a coleta seletiva já em funcionamento, os resíduos são encaminhados para um barracão de triagem existente na área urbana do município de Parapuã, o que vem ocasionando problemas como mau cheiro e moscas.

Equipar a associação de catadores que atua em condições ainda não satisfatórias. Para cumprir na íntegra as designações da Política Nacional de Resíduos Sólidos são necessários recursos, que neste momento podem ser aportados através do Convênio MP/CESP. Tais verbas trarão investimentos que propiciarão condições técnicas de capacidade de produção como: Novo barracão de triagem, equipamentos e máquinas, treinamentos, equipamentos de proteção individual, uniformes, etc.

O projeto com o dimensionamento deste novo barracão, bem como posicionamento dos equipamentos e logística a ser empregada consta neste trabalho (Anexo 1). Com o novo barracão e a instalação de novos equipamentos, outro passo importante a ser dado, é a capacitação dos agentes envolvidos, incluindo cursos intensivos para associados e coletores.

A associação é registrada em cartório e possui C.N.P.J. com o nome de COMARP - ASSOCIAÇÃO DE AGENTES AMBIENTAIS PRESTADORES DE SERVIÇOS NA COLETA E TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DE PARAPUÃ, e tem o objetivo de viabilizar as atividades de coleta urbana dos materiais recicláveis para o aproveitamento de resíduos sólidos, desde 2010.

A coleta seletiva será revitalizada através da atualização dos trabalhos de conscientização da população, quando serão aperfeiçoadas também as ações voltadas ao aprimoramento da separação dos materiais

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recicláveis e reaproveitáveis pela fonte geradora (os munícipes), que é o objetivo principal.

Como ação primordial para melhorar os índices da coleta seletiva, a Educação Ambiental é um trabalho a ser desenvolvido primeiramente nas escolas, como medida de implantação de novos conceitos, principalmente no que dá ênfase à separação de resíduos domésticos para a reciclagem. Este trabalho, feito nas escolas, tem o objetivo de revisar e reforçar o aprendizado sobre o que são resíduos sólidos, e sua separação primária entre resíduos secos e molhados. Para tanto, serão desenvolvidas atividades com materiais recicláveis como gincanas, concursos de desenhos e redações.

O esforço para adesão da comunidade deve envolver um trabalho constante. A visão de compromisso dos membros da associação de catadores, com a motivação do grupo nos contatos com os munícipes, será fator principal nesta empreitada. Durante o processo de reimplantação, é de suma importância que os associados se organizem gradativamente, atribuindo funções e metas de trabalho de acordo com as aptidões de cada um. O retorno financeiro, as condições de trabalho e o apoio da prefeitura são imprescindíveis para a manutenção do projeto.

Fazer com que estes resultados sejam duradouros será missão dos organizadores e dos associados que, treinados quanto à administração do negócio, vão fortalecer o vínculo com a população.

Com a coleta seletiva funcionando em sua plena capacidade, poderão ser retirados dos resíduos sólidos urbanos aproximadamente 25% de resíduos recicláveis, dando ao aterro sanitário mais tempo de vida útil. Este valor deve ser estabelecido como meta e pode ser inserida algum tipo de premiação para incentivo de aumento do volume arrecadado.

Outra vantagem será a economia na extração de recursos naturais e a consequente diminuição de gasto de energia para produção de novos materiais. Também desta forma se evita novos pontos de contaminação do lençol freático e emissões atmosféricas.

Ao cumprir a legislação, os tantos benefícios descritos acima, se tornam uma consequência do processo. A legislação direciona e equaciona as ações de forma que as expectativas iniciais sejam atingidas em sua totalidade, os recursos aplicados para a implantação dos programas de coleta seletiva e educação ambiental, cumprirão as seguintes normas:

Lei 12.305/10 – Política Nacional de Resíduos; Decreto 7.404/10 – Institui a Política Nacional de Resíduos; Decreto 7.405/10 – Institui o Programa Pró-Catador; Lei 12.300/06 – Política Estadual de Resíduos; Decreto 54.645/09 – Institui a Política Estadual de Resíduos; Lei 9.795/99 – Política Nacional de Educação Ambiental; Decreto 4.281/02 – Institui a Política Nacional de Educação Ambiental;

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Lei 12.780/07 – Política Estadual de Educação Ambiental; Decreto 55.385/10 – Institui a Política Estadual de Educação

Ambiental; Lei 11.445/07 – Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico; Decreto 7.212/10 – Estabelece as Diretrizes Nacionais de Saneamento

Básico.

A COMARP - ASSOCIAÇÃO DE AGENTES AMBIENTAIS PRESTADORES DE SERVIÇOS NA COLETA E TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DE PARAPUÃ, necessita ainda de capacitação técnica (treinamentos), recursos e equipamentos para estar apta a ser contratada pelo município para prestação de serviços de limpeza pública municipal para coleta seletiva (nos moldes da Lei Federal 11.445/07).

4. Justificativa

A necessidade de inserir Programas de Coleta Seletiva é iminente na sociedade como um todo. No município de Parapuã, em específico, é necessário aprimorar o sistema já existente implantado precariamente, no intuito de iniciar uma mudança cultural na população, tirando 07 (sete) pessoas, junto com suas famílias, da margem da sociedade.

Devido ao bom resultado alcançado pela coleta seletiva no município, a associação está recebendo cada vez mais recicláveis em sua sede, e as estruturas adaptadas necessitam de aprimoramentos para acompanhar este crescimento. Desta forma poderão ser atendidos os anseios dos trabalhadores e da população que colabora com o trabalho.

Os custos para a construção do barracão, bem como a reorganização de um projeto deste porte eram as barreiras que dificultavam o andamento destes trabalhos. Com o incentivo do Ministério Público Federal, Estadual e da CESP será possível transpor estes obstáculos e apresentar as soluções, através do diagnóstico e prognóstico descrito neste trabalho.

5. Diagnóstico de Geração de Resíduos

O levantamento realizado junto ao gestor de meio ambiente do município teve como objetivo principal traçar um perfil geral da situação definindo os agentes envolvidos, maquinários, equipamentos, mão de obra envolvida e logística aplicada.

5.1. Coleta seletiva

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O município de Parapuã já possui um programa de coleta seletiva, implantado de maneira formal e com a participação direta de uma associação de catadores, COMARP - ASSOCIAÇÃO DE AGENTES AMBIENTAIS PRESTADORES DE SERVIÇOS NA COLETA E TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DE PARAPUÃ, fato que demonstra a maturidade do processo frente aos desígnios da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, cumprindo amplamente a função social do programa.

A coleta em toda a zona urbana é realizada pelo caminhão da associação, que é cedido pela prefeitura juntamente com o motorista. O recolhimento do material é realizado pelos próprios associados.

Foto 1 – Barracão antigo sem equipamentos

O caminhão possui todos os mecanismos necessários para proceder com a coleta seletiva no município: grades altas e apoio de pés para os coletores. Após o recolhimento, o material segue para o barracão, onde é processado.

A cidade apresenta em seu sistema de tratamento de resíduos um sistema básico, precário, composto por um barracão sem nenhum equipamento ou máquina. A associação já está criada, consolidada e conta com apoio da prefeitura conforme Lei Municipal n.º 2.654, de 03 de abril de 2012, que: “Dispõe sobre a autorização para a municipalidade efetuar o pagamento mensal de ajuda de custo aos membros da COMARP –

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Associação dos Agentes Ambientais Prestadores de Serviços na Coleta de Materiais Recicláveis de Parapuã, e dá outras providências.”

Foto 2 – Caminhão reformado e adaptado

5.2. O município

Diante de um questionário aplicado aos responsáveis pelo departamento de meio ambiente e consultas às fontes oficiais como CETESB e IBGE, foi composto o seguinte diagnóstico.

O município de Parapuã possui uma população urbana de 8.896 habitantes e população rural de 1.948, perfazendo um total de 10.844 (IBGE, 2010). De acordo com a projeção da CETESB, com esta população os resíduos sólidos domiciliares gerados estariam em torno de 3,6 toneladas por dia, mas segundo dados fornecidos pela administração municipal estes números não coincidem com a realidade. Os números atuais para Parapuã giram em torno de 0,48 Kg de resíduos por habitante por dia, totalizando em torno de 4,3 ton./dia.

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Foto 3 – COMARP recebendo cestas básicas

5.3. Resíduos de Saúde

Os RSS do município são geridos por empresa contratada e paga pela prefeitura, assim como também as empresas de saúde particulares (clínicas, farmácias e laboratórios) também utilizam este tipo de empresa para descarte de seus resíduos.

Os resíduos hospitalares e de serviços de saúde do município chegam a 520 Kg por mês.

5.4. Resíduos de construção e demolição – RCD

A coleta de RCD e dos inservíveis é realizada pelo município e encaminhada para a área de transbordo. São coletados mensalmente 88 toneladas, que segundo informações cedidas pela secretaria responsável tem sua utilização em capeamento de estradas rurais e contenção de erosões.

5.5. Taxas e tarifas

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Os serviços de limpeza pública, incluindo a destinação final, de acordo com as definições acima, são cobrados através do IPTU por intermédio de taxa de serviço público de limpeza num valor fixo de R$16,63, incluso no IPTU. Outros serviços excepcionais de limpeza, executados pelo poder público, são cobrados obedecendo aos preços de uma tabela de tarifas. Por não fazer parte dos objetivos em questão, os valores cobrados e a sustentabilidade financeira não foram questionados à administração local.

5.6. Equipamentos e máquinas

Para a manutenção dos serviços de limpeza pública e destinação final dos resíduos são necessários equipamentos de coleta, transporte e aterramento. O quadro abaixo fornece os dados referentes à frota do município envolvida no trabalho.

Tabela 1 - Equipamentos e frotaTipo Quantidade

Pá-carregadeira 01Caminhão Compactador 01Caminhão Basculante 02Retroescavadeira 01

5.7. Funcionários envolvidos

Além dos equipamentos descritos, o recurso existente de material humano é de extrema importância para o completo desenvolvimento do sistema de limpeza e destinação dos resíduos. Dependem deles a operação de máquinas, compactadores, coleta, varrição e outros.

A coleta regular é realizada através de 05 funcionários. A varrição das vias públicas é realizada diariamente através de 14 funcionários. A capina também é realizada duas vezes por semana envolvendo 04 pessoas e o serviço de limpeza de bueiros é executado quando necessário e conta com 06 funcionários. A utilização de todos estes mecanismos garante a coleta de 100% dos resíduos sólidos urbanos de acordo com os parâmetros apresentados anteriormente.

Tabela 2 – Quantidade de funcionários na limpeza públicaServiço Período Quant. FuncionáriosColeta regular Diário 05Varrição Diário 14

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Capina Duas vezes por semana 04Limpeza bueiros Quando necessário 06

Imagem 1 – Usina COTRALIX

5.8. Destinação final dos resíduos sólidos urbanos

Toda a coleta comum de resíduos sólidos domiciliares é enviada imediatamente ao aterro sanitário do consórcio regional. Este consórcio se efetivou com a criação da empresa chamada CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL PARA TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE LIXO – COTRALIX, que tem como integrantes a Prefeitura Municipal de Bastos, Prefeitura Municipal de Iacri, Prefeitura Municipal de Parapuã e a Prefeitura Municipal de Rinópolis. Foi constituída com o objetivo de receber, processar e dar destinação final ao lixo domiciliar produzido nos municípios que a integram.

5.9. Caracterização dos Resíduos Totais

Conforme informações da própria COTRALIX, mesmo havendo a coleta seletiva nos municípios que participam do consórcio, o resultado final do volume dos resíduos recicláveis ainda é satisfatório. Em levantamento efetuado num volume de 4.800 kg, os resultados são significativos como vemos abaixo.

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Tabela 3 – Volume de resíduos por tipoTipo Quantidade Porcentagem

Orgânicos 3350 69,80%

Papel/Papelão 653 13,60%

Plásticos 312 6,50%

Metais 130 2,70%

Borracha 19 0,40%

Madeira/Couro 43 0,90%

Trapos 72 1,50%

Vidro 106 2,20%

Outros 115 2,40%

Totais 4800 100,00%

Segundo dados fornecidos pela COMARP, ainda são arrecadados apenas de 5,84 toneladas de resíduos recicláveis por mês na coleta seletiva em Parapuã. Essa quantidade tem picos de arrecadação nos meses festivos e de férias (Dezembro, Janeiro e Fevereiro).

Desconsideramos aqui a média fornecida pelo GADIS (2011), que estima que 19,5 % dos resíduos domiciliares recolhidos sejam recicláveis. Mesmo com a retirada dos recicláveis por parte do gerador (munícipe), o índice de recicláveis e reutilizáveis que seguem para serem separados na COTRALIX ainda pode chegar a 25% do total arrecadado. Este é o percentual possível de crescimento da coleta seletiva do município.

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OrgânicosPapel/PapelãoPlásticosMetaisBorrachaMadeira/CouroTraposVidroOutros

Gráfico 1 – Volumes de resíduos por tipo

94,16%Vão para a COTRALIX

5,84%Recicláveis

Geração de ResíduosColeta Seletiva - Parapuã

Gráfico 2 – Geração total de resíduos em Parapuã

Das 4,3 toneladas de resíduos sólidos geradas diariamente no município, apenas 5,84% vão para a reciclagem, o que indica um total de 0,25 toneladas por dia, ou seja, 7,5 toneladas por mês de materiais

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recicláveis. Sem um tratamento final, estes materiais não sustentam a quantidade de associados existentes na COMARP. Há necessidade de crescimento de arrecadação e maquinas e equipamentos de tratamento no intuito de melhorar o preço final dos produtos.

Para alcançar este incremento de volume na coleta seletiva, as campanhas de educação ambiental serão reforçadas, principalmente através da sensibilização da população sobre a participação da associação. Este trabalho deve ser feito com seriedade e constância junto aos geradores domiciliares, comerciais e industriais.

Foto 4 – Armazenamento de pneumáticos inservíveis

5.10 Resíduos especiais

Os resíduos especiais também possuem um sistema de gerenciamento. Grande parte é gerida pelo município e encaminhada para as empresas reaproveitadoras. Abaixo segue uma tabela com o quantitativo destes resíduos e destinação aplicada.

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Tipos de Materiais

Origem Volume Destinação Disposição final

Pilhas e baterias (lixo eletrônico)

Munícipes Não informado

Reciclagem Parte é Recolhida ao Banco Santander/Real

Óleo de cozinha Munícipes Não informado

Fabricação de sabão

Associação de senhoras-fábrica de produtos manufaturados

Óleo lubrificante Posto e Oficinas

Não informado

Recolhidos pelos fabricantes

Reciclagem

Lâmpadas fluorescentes

- - - Não apresentado

Pneumáticos inservíveis

Borracharia 600/mês Reciclagem Ecoponto

6. Definição do Objeto

6.1. Associação de Catadores

É exigido pela Lei Federal 12.305/2010 e pelo Decreto Federal 7.405/2010 – Programa Pró-Catador – a reunião de cidadãos que já atuam na coleta de recicláveis, organizados em cooperativas (acima de 20 participantes) ou associações (até 19 participantes). Este dispositivo vem trazer ao Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos o nobre objetivo de reinserir esta classe de trabalhadores à sociedade. Relegados a trabalho insalubre e mal remunerado, estes indivíduos têm oportunidade de serem agentes de limpeza, contratados pelo poder público municipal por meio de sua associação ou cooperativa.

O objetivo primordial deste trabalho é trazer melhores condições de atuação da COMARP, através da construção do barracão e aquisição de equipamentos.

A implantação do programa de Coleta Seletiva em um município, e a utilização desta mão de obra, depende da infraestrutura oferecida como a construção de centros de triagem, da capacitação profissional e da manutenção dos esforços para a eficiência do programa.

A fase da criação da associação de catadores já foi cumprida e a sua atuação já é uma realidade. O município atua como colaborador da associação repassando mensalmente uma ajuda de custo para a manutenção do trabalho do caminhão para a coleta seletiva, uma cesta básica para cada associado e pagamento de água e luz do barracão.

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O atual método de contribuição da prefeitura vem de encontro com a legislação específica de resíduos sólidos que também possibilitam a contratação da associação como prestadores de serviços públicos de limpeza. No artigo 24 da Lei 8.666/93 está descrito:

Art. 24.  É dispensável a licitação: “...”XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

Desta forma o poder público municipal poderá expandir a sua atuação perante a associação e proceder com um novo tipo de parceria.

A parceria com a associação de catadores, a vontade do poder público e a necessidade de dar destino correto aos resíduos sólidos urbanos, formam a base que desencadeia todo o processo de reorganização do programa de coleta seletiva municipal. Nos próximos itens seguem o roteiro necessário e as estratégias adotadas para realização deste objetivo.

7. Planejamento

Planejamento é o serviço de preparação do trabalho, logo um serviço de muita responsabilidade, que exige conhecimento de quem o faz e que tem objetivos bem específicos.

É importante informar a população sobre os passos que serão dados desde o início do processo, convidando as organizações de comunidade a participar, como: reuniões de professores, de condomínios, associações de bairro, religiosas, associação comercial e etc.

Um programa de coleta seletiva não é uma tarefa difícil de realizar, porém é trabalhosa, exige dedicação e empenho. Engloba três etapas: PLANEJAMENTO, IMPLANTAÇÃO e MANUTENÇÃO.

A existência do grupo de agentes ambientais e de um local de trabalho indicam que a próxima etapa é fortalecer a arrecadação, concentrar os investimentos na melhoria das condições operacionais e na divulgação da coleta seletiva para consolidar o programa.

O organograma abaixo apresenta as fases necessárias para a implantação de um programa de coleta seletiva. As tarefas que já foram desempenhadas deverão ser revisadas para que se prossigam as próximas etapas.

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Formação da Associação

Programa de Coleta Seletiva

Logística

Coleta Seletiva

Métodos alternativos

PEV

Triagem Armazenamento

Venda

Transporte

Vendas

Barracão

Dimensionamento

Construção

Instalação de Equipamentos

Treinamento

Segurança

Operação dos Equipamentos

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Imagem 2 – Organograma de Planejamento

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7.1. Organização do Programa de Coleta Seletiva

7.1.1. Conhecendo os resíduos locais

Número de participantes (alunos, moradores, funcionários); População que contribui para a geração de resíduos; Quantidade de resíduos gerados diariamente; De quais tipos de resíduos o lixo é composto e a porcentagem de cada um

(papel, metal, plástico, vidro, orgânicos, infectante etc.) O caminho do lixo: desde onde é gerado até a destinação final; Identificar se alguns materiais já são coletados separadamente e, em caso

positivo, para onde são encaminhados.

Este levantamento servirá para complementar os dados apresentados no diagnóstico, determinar a freqüência de recolhimento dos materiais e reconhecer os pontos fracos para reformular a logística do sistema.

Nesta fase é importante a participação da associação, que deverá apontar os estabelecimentos, bairros e setores não participantes.

7.1.2. Conhecendo as características do local

Instalações físicas (locais para armazenagem, depósitos intermediários, etc.);

Recursos materiais existentes (tambores, latões e outros que possam ser reutilizados);

Quem faz a limpeza e a coleta normal dos materiais (quantas pessoas, caminhões disponíveis);

Rotina de coleta: como é feita a coleta (freqüência, setores e horários).

Os dados da associação serão apresentados no detalhamento da infraestrutura.

7.1.3. Conhecendo o mercado dos recicláveis

Devido a atuação da associação, este mercado já é conhecido, mas atualmente são vendidos para atravessadores que encaminham o material para os grandes centros pela falta de qualidade do material impossibilitada pela ausência de máquinas e equipamentos.

Com a construção do barracão de triagem e compra dos equipamentos, o tratamento final será realizado e dará mais valor ao produto final. Estes rendimentos poderão também ser melhorados com a implantação da Rede Regional de Coleta Seletiva, aumentando o volume

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negociado, e assim a associação terá melhores rendimentos com os materiais.

7.2. Organização operacional

Com todos os dados obtidos até este ponto (as quantidades geradas de resíduos por tipo de material, as possibilidades de estocagem no local, os recursos humanos existentes etc.), é o momento de reorganizar a operação do sistema.

A associação já tem experiência no processamento de recicláveis e o trabalho no barracão segue em níveis aceitáveis. A venda dos materiais é feita mensalmente e a distribuição dos lucros é realizada entre os associados.

A reorganização terá como foco principal a arrecadação de materiais na cidade, que é apontado como deficitário no momento. Neste ponto é que a complexidade da implantação deste programa de coleta seletiva fica nítida. Como fazer com que a maior quantidade de recicláveis chegue até os associados, com o menor número impurezas possíveis, e constantemente?

Os resíduos existem, a necessidade ambiental existe, a necessidade social existe; é preciso então criar o elo entre os produtores de resíduos e os recicladores. Para isso, a determinação da logística adequada e as campanhas de esclarecimento ambiental (educação ambiental) são fundamentais.

7.3. Logística

A logística aplicada deve funcionar como uma malha, cobrir de todas as áreas da coleta seletiva, gerando o menor custo possível. Estar presente em toda a cadeia de coleta, desde o planejamento da saída do material das residências e comércios, até a chegada à indústria de processamento. A ponderação de todos os custos de transporte, a eficiência na área de transporte e movimentação, é considerada como logística.

O recolhimento do material é feito atualmente por um caminhão adaptado, cercado por telas e com apoios fixos na guarda traseira, para que os catadores sejam transportados entre um local e outro (foto 6). Os associados seguem com o motorista e percorrem os bairros coletando o material, que é encaminhado para a área do barracão.

O barracão da associação não possui espaço suficiente para armazenar o material recolhido, desta forma são despejados na parte externa, onde são pré-triados para retirar e cobrir os que não podem ficar úmidos.

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Este armazenamento inicial precário será sanado com a construção de uma área de recepção e com a construção do barracão, demonstradas no item de infraestrutura.

Foto 5 – Atual Caminhão Utilizado na Coleta Seletiva

Para uma melhor divulgação do programa, o caminhão deve ser identificado através de faixas, com os dizeres da coleta seletiva e divulgação de horários e dias recolhimento.

Uma estratégia que já é adotada para alertar a população sobre a passagem do caminhão é o jingle da campanha, que no caso é feito por uma moto/som, nos dias anteriores às coletas.

É importante que as datas de cada coleta sejam destinadas somente para este fim. Residências que dispensarem resíduos orgânicos, ou recicláveis misturados com orgânicos, ficarão sem a coleta de lixo neste dia. Neste ato, como medida de alerta e sensibilização, o coletor deixará um panfleto notificativo e esclarecedor na caixa de correios. Essa prática inicialmente é considerada ruim pelos munícipes, porém faz parte do esclarecimento ambiental proposto no projeto.

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Foto 6 – Associação de catadores em coleta.

O sucesso pleno do projeto depende também da exatidão da prestação de serviço de informação. Será criada uma nova rotina de recolhimento dos materiais nas residências e tudo que for divulgado para a população deverá ser cumprido na íntegra, para que haja seriedade e comprometimento. Qualquer motivo de falta ou alteração nas datas e horários de coleta deve ser previamente comunicado.

Há dificuldade de adquirir a confiança dos munícipes, e mesmo após isto ter acontecido devem ser evitados descuidos ou erros, que são considerados fatais e acarretam descrédito, com consequente retrocesso no sistema. Datas comemorativas, feriados prolongados, ajustes de logística ou qualquer outro tipo de ação, devem ser previamente comunicados através da mídia de alcance em massa ou carro de som no setor específico.

7.4. Disposição para coleta

7.4.1. Sacos de Ráfia

Uma alternativa para o recolhimento dos recicláveis que substitui o uso de plásticos são os sacos de ráfia. Estes podem ser adquiridos ou

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Page 22: Plano de Coleta Seletiva

doados para a associação (já que podem ser utilizados como propaganda) e proporcionam um bom reaproveitamento, já que podem ser lavados.

Foto 7 – Sacos de ráfia

A distribuição destes sacos já é utilizada por associações de diversos municípios e possuí resultado positivo comprovado, servindo como auxilio fundamental na inserção deste novo costume na população. Esta iniciativa pode vir acompanhada com a impressão de propagandas, barateando o custo do processo. Feito isto são entregues nos pontos geradores (domicílios e comércios), em número suficiente conforme a quantidade de lixo gerada por cada um deles.

Quando do recolhimento semanal, na data estipulada, serão esvaziados e devolvidos para servirem à coleta da outra semana. Destacar-se-á esta iniciativa como sendo de Educação Ambiental devido ao aumento do volume arrecadado e por servir de puro estímulo à mudança de costume.

7.4.2. Pontos de coleta

A medida mais popular em relação à coleta de recicláveis, e de mais fácil alcance da população, são os chamados PEV’s – Pontos de Entrega Voluntária - ou “Coleta Seletiva Ponto a Ponto”, como mostra a imagem 3. São postos fixos de recebimento de materiais recicláveis,

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dispostos estrategicamente em alguns pontos da cidade ou até bairros rurais, com a finalidade de suprir as falhas na coleta regular.

Imagem 3 – Ponto de Entrega Voluntária

É fato inevitável que no momento da coleta algumas pessoas poderão deixar de colocar os recicláveis na rua, seja por não se encontrarem em suas residências no dia da coleta, ou por outros motivos. Este sistema de PEV possibilita que o munícipe entregue diretamente os seus resíduos recicláveis em locais de fácil acesso. Normalmente são instalados próximos a supermercados, praças e postos de combustível.

O PEV será monitorado pela associação, que fará o recolhimento sempre que necessário. Este sistema de PEV’s complementa a coleta seletiva efetuada de casa em casa, que tem por objetivo o recebimento de recicláveis vindos de pessoas que não tem a possibilidade de disporem seus recicláveis na data proposta; tem também a finalidade de receberem descartes aleatórios conforme as necessidades urgentes dos munícipes.

Inicialmente o sistema de coleta seletiva não contará com este serviço. A avaliação dos volumes coletados demonstra a necessidade melhorar a arrecadação, porém estima-se que com as atividades de educação ambiental e com a nova organização aplicada seja possível realizar esta tarefa.

7.4.3. Dicas para o acondicionamento

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Page 24: Plano de Coleta Seletiva

Para melhor proveito dos recicláveis e retornáveis devem ser obedecidas propostas de acondicionamento praticadas pela população no momento de armazenar os resíduos. Estas dicas farão parte do material de divulgação.

Para se proceder à coleta seletiva, é essencial que o material seja separado e acondicionado da seguinte maneira:

Os vasilhames, vidro, lata e plástico devem ser enxaguados após o uso. Assim, evita-se o surgimento de cheiro, e o aparecimento de animais, aumentando também o valor de revenda.

As latas, além de limpas, deverão ter as tampas pressionadas para dentro, para evitar acidente.

Os papéis deverão estar secos e, de preferência, não amassados, pois ocupar menos espaço e têm maior valor de revenda.

Os materiais cortantes como vidro quebrado e outros devem ser embalados em papéis grossos, jornais, por exemplo, para evitar acidentes, ou ser levados diretamente aos contêineres especiais para esse tipo de reciclável.

7.5. Educação ambiental em Coleta Seletiva

Determinados os métodos de disposição, recolhimento, transporte, tratamento, acondicionamento e venda, chega à etapa de planejar a conscientização da população para a participação no projeto. Esta etapa tem grande importância no sucesso do programa, envolve campanhas de esclarecimento da população frente à problemática Socioambiental e Financeira.

As atividades de educação ambiental são divididas em duas esferas:

Formal: é aquela realizada nas escolas e visa integrar o conteúdo de educação ambiental ás matérias lecionadas, de forma transversal, ou seja, inserido nas outras matérias;

Informal: é aquela realizada através da mídia local e visa alcançar o restante da população através de campanhas públicas educativas com folhetos, cartazes, vinhetas e propagandas nos vários tipos de mídia.

Estas duas formas de aplicação da educação ambiental se completam. Com o emprego dos ensinamentos absorvidos na escola, os alunos os repassam para os pais, avós e a todos com quem eles têm

contato, enquanto que, completando essa divulgação sobre o assunto, os meios de comunicação em massa fazem sua parte. Desta forma é possível

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Page 25: Plano de Coleta Seletiva

abranger todas as áreas de interesse do projeto de forma eficaz e pautada nos conceitos das Políticas Públicas sobre Resíduos.

7.5.1. Educação Formal

Iniciativas de educação formal já são aplicadas no município em parceria com o governo. O programa federal, denominado “Aprendendo com a Natureza”, foi a primeira delas, aplicada, na época, diretamente às quartas séries do primeiro grau. O governo estadual, a partir de 2009 implantou uma cartilha para o ensino fundamental chamada “Criança Ecológica”, inserindo a ideia de proteção ao meio ambiente, ligando pequenos super-heróis e vilões a cada tipo de ambiente a ser protegido. O objetivo principal deste material foi caracterizar as ações ambientais corretas como sendo atitudes de um herói, cativando as crianças e as incentivando a ter as mesmas atitudes dos personagens. Por ter desenvolvido estas atividades, o município de Parapuã já conta com um bom histórico em educação ambiental formal.

Este material remete para realização de ações práticas de educação ambiental, destacando ações em comemoração a Semana Mundial do Meio Ambiente, Dia da Árvore, entre outras datas comemorativas de âmbito ambiental.

Podemos perceber que a prática de educação ambiental já é bem desenvolvida no município, e facilitou a inserção de novas temáticas, como a coleta seletiva. A vivência destas atividades cria a percepção e o conhecimento inicial que precisamos para o desenvolvimento do projeto.

A partir daqui então listaremos as atividades de deverão ser desenvolvidas para concluir os objetivos de educação nas escolas.

Inicialmente serão feitas reuniões com professores para explicar a importância do projeto no âmbito social e ambiental. Nestas reuniões serão informados sobre as iniciativas a serem tomadas, e a forma correta de abordagem dos alunos na execução das tarefas nesta nova fase de revitalização da coleta seletiva.

A dinâmica é iniciada com palestras para os alunos, com abordagem direta sobre a importância da separação dos resíduos. Em segundo plano enfatizar a participação dos catadores, sua importância para a sociedade nos termos de limpeza e meio ambiente (apresentar membros da associação uniformizados). Finaliza-se explicando as vantagens ambientais obtidas e como eles próprios, os alunos, podem ajudar na campanha dentro de suas casas e na escola.

Distribuir informativos criados sobre o tema é a atividade seguinte. Incentivar a coleta seletiva com a participação dos catadores por meio escrito, em panfletos, cartazes e faixas e fazer que levem informativos aos

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Page 26: Plano de Coleta Seletiva

pais como a tarefa do dia, comprovando a entrega com uma frase escrita por um deles, no caderno, sobre o assunto.

Com o objetivo de ensinar os alunos a classificar e separar os resíduos, para terem condições de disseminar os conhecimentos futuramente, será proposta uma gincana de arrecadação de materiais recicláveis. Os moldes da gincana podem seguir os moldes já utilizados. Os alunos serão orientados a limpar os recipientes antes de entregar, e principalmente sobre quais materiais poderão ser levados até a escola para evitar acidentes. Parte do material coletado poderá ser utilizado em atividades de educação artística (PET, latas, etc.), e o restante será levado pela Associação de Catadores, com cerimônia de entrega na presença de alunos, professores e pais.

Neste dia da gincana, haverá a instalação dos tambores de cores diferentes para a separação de materiais recicláveis e orgânicos. Após a gincana estes tambores ficarão na escola.

Nas datas comemorativas do meio ambiente, serão inseridas noções de riscos de contaminação do solo, ar e água, ocasionados pela gerência incorreta dos resíduos no município.

Os alunos mais novos farão desenhos sobre o assunto, participando da elaboração da logomarca da associação e da criação de um mascote para programa de coleta seletiva já existente no município.

É importante concentrar nos alunos o foco no tema da separação de resíduos. Há a necessidade de manutenção da campanha por todo o ano, aproveitando cada data comemorativa para inserção do tema.

7.5.2. Educação Informal

Educação informal consiste em estabelecer meios de levar o aprendizado à população sobre o programa de coleta seletiva. Conscientizá-los sobre a importância da existência de uma associação de catadores e os benefícios que ela traz. Esse tipo de interação com a população recebe este nome por não ser aplicada nas escolas. Este aprendizado é impetrado nas ruas, locais públicos, clubes, bares, restaurantes, inclusive diretamente na residência do munícipe.

Para isto utiliza-se material escrito, rádio, carro ou moto com som divulgando o jingle específico e propaganda ambulante. O importante é que a população perceba essa informação em diferentes locais, já que cada pessoa tem afinidade maior com um tipo de mídia.

O material escrito poderá assumir a forma de cartazes, folhetos, jornal e outdoors. Os primeiros serão elaborados com informações rápidas e simples, chamando atenção visual para a apresentação do programa de coleta seletiva através de imagens do passo a passo a ser seguido. Nesta fase, é de grande valia a divulgação da logomarca que,

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Page 27: Plano de Coleta Seletiva

junto com a mascote, em locais como órgãos públicos, comércio local, áreas públicas e escolas, chamam a atenção do povo para o programa.

Os folhetos servirão principalmente para esclarecer a população sobre alguns assuntos como: quais resíduos separar, sua forma de acondicionamento e as datas e horários de coleta. Chegarão à população por duas formas: através dos alunos, como já foi citado no item anterior e através dos agentes comunitários de saúde. Na segunda opção, o trabalho porta a porta destes profissionais visa cobrir as eventuais falhas da distribuição feita pelos alunos e principalmente orientar a população sobre as informações contidas no folheto e para isto os agentes serão instruídos previamente.

Os jornais de circulação local geralmente tem boa aceitação do público. Através deles serão veiculados os materiais sobre a coleta seletiva citando como o andamento do projeto, os benefícios alcançados e também as propagandas. Esta é uma importante ferramenta, que dissemina os conceitos necessários, intimando a população a esta mudança de costume.

Os outdoors visam chamar a atenção da população e dos visitantes da cidade sobre o programa, e assim como os cartazes, também deverão conter ideias simples e diretas, trabalhadas basicamente por imagens. Estes materiais deverão ser usados também para divulgação dos resultados obtidos, ao menos uma vez ao ano.

Também podemos contar com as redes sociais que tem uma abrangência considerável. Todos os materiais criados e datas de eventos podem ser comunicadas através do canal da associação ou da prefeitura municipal nas redes sociais. A prefeitura local já tem uma participação assídua nas redes sociais, o que pode colaborar com informações quanto à participação da Associação na coleta dos resíduos e a setorização da coleta.

7.5.3. Ação conjunta de Educação Ambiental

Serve como estímulo para a população saber que a ação da coleta seletiva tem o objetivo de ajudar os catadores de materiais recicláveis. Para melhorar os resultados da coleta, às vezes é necessário aliar a imagem dos coletores ao projeto. Esta apresentação deve vincular o nome da associação, sua logomarca, mascote, uniforme e outras formas de identificação.

A qualidade do jingle da campanha também ajuda muito, ou seja, um som específico para coleta que pode estar vinculado a um sucesso musical do momento, ou até uma música clássica específica. Esse som deverá estar ligado diretamente à ação da Associação, e ser apresentado

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Page 28: Plano de Coleta Seletiva

à população com antecedência, como aviso, informando sobre a presença dos coletores no bairro.

O trabalho de apresentação dos recicladores, uniforme, jingle e demais produtos deverá ser realizado nas escolas durante a gincana, por exemplo.

O principal objetivo destas ações é estreitar os laços da população com os participantes da coleta, ato no qual será possível perceber a proximidade de vizinhança, parentesco e amizade com algum dos participantes, fatores que fazem da coleta um ato de solidariedade e não mais de obrigação. Esse estreitamento de laços é justamente o objetivo principal deste trabalho: aproximar da sociedade essa parcela da população que antes passava despercebida, através de condições de trabalho dignas, emprego e renda.

7.6. Infraestrutura Detalhada

A prefeitura já disponibilizou área para construção do barracão, em processo de compra conforme lei municipal nº 2.400/2008 (anexo 2) para que a associação tenha local adequado para desenvolver seus trabalhos e futuramente praticar a Integração Social, como previsto nas diretrizes apresentadas.

O croqui situacional, bem como a planta baixa e os perfis do novo barracão estão anexados a este trabalho. A altura foi adequada para acondicionar os equipamentos e facilitar a movimentação e o espaço para possibilitar o recebimento dos materiais, processamento e armazenagem em um só local.

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Imagem 4 – Local do novo centro de triagem

Foto 8 – Terreno do novo centro de triagem

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Para a elaboração deste croqui foram consideradas as normas

presentes nos “Elementos para a Organização da Coleta Seletiva e Projeto dos Galpões de Triagem”, do Ministério das Cidades.

Com relação aos equipamentos também foram utilizadas as bases apresentadas nas “Diretrizes Básicas para Projetos de Coleta Seletiva e Educação Ambiental no âmbito do Acordo MP/CESP”. Consideramos a descrição de equipamentos adequados para esta implantação.

Tabela 4 – InvestimentosObras civis

350 Ampliação Galpão 350 - custo m²Máquinas e Equipamentos

01 Prensa enfardadeira vert. 25 ton. 22.380,16 22.380,16 01 Ar condicionado 27.000 BTU 2.469,05 2.469,05

02 Carrinho Bombona 900,00 1800,00 02 Transpallet hidráulico 2.200 kg. 689,00 1396,00 10 Pallets plásticos 1,20 x 1,00 x 13 90,00 900,00 01 Balança Transpaleteira eletrônica 2000 kg. 7070,00 7070,0001 Esteira transportadora 15 x 0,80 m 32.000,00 32.000,0001 Silos de recepção 8100,00 8100,00 01 Empilhadeira Hidráulica Manual 500 kg 1898,26 1898,2602 Carrinho do tipo carriola 79,33 158,66 03 Enxadas 22,72 68,16 30 Tambores tipo bombonas (triagem primária) 109,00 3270,00 01 Fogão 4 bocas 299,00 299,0001 Refrigerador 1 porta 759,00 759,0001 Mesas para escritório 219,90 219,9004 Cadeiras 109,90 436,00 01 Computador 1124,10 1124,1001 Impressora laser 279,00 279,0001 Armário para escritório 529,00 529,00 50 Big bags 31,90 750,00 02 Roupeiro de aço 08 portas grandes - 1,98 X

1,23 X 0,42cm 472,00 944,00

Equipamentos de Proteção Individual - EPI's - (diversos)

2.000,00

TOTAL R$ 288.211,00

A construção do barracão está condicionada a fatores como: a liberação da verba, abertura de concorrência pública e contratação de empresa especializada. Os detalhes estruturais do barracão e demais componentes de construção civil serão apresentados posteriormente,

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Page 31: Plano de Coleta Seletiva

assim que solicitados pela Caixa Econômica Federal para complementar este projeto.

7.7. Treinamento

A COMARP, já possui experiência quanto as suas funções, participaram de eventos no município em parceria com seus organizadores e também já realizarão as capacitações no período de criação da associação. Diante da atualização dos métodos, será necessário revisar os conceitos e proceder com as orientações de segurança do trabalho, o uso de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), organização administrativa, controle de estoques e a utilização dos equipamentos do Centro de Triagem. Na entrega dos equipamentos será exigida a presença de um técnico da empresa fornecedora para treinamento dos associados.

A operação do caixa, controle bancário e administração estão sendo realizado pelos próprios associados, caracterizando assim a autogestão do programa.

8. Implantação

O programa de coleta seletiva já está implantando no município e suas atividades seguem todos os preceitos indicados. A preocupação neste ponto é fornecer subsídios para que a ação da associação seja cada vez mais sólida e apresente os resultados sociais e ambientais esperados.

Para isso foram demonstradas as necessidades atuais, que assim que forem supridas fortalecerão o trabalho já realizado.

8.1. Correção de Problemas

Nesta fase de busca de melhorias na quantidade de material arrecadado e expansão das atividades, a agilidade na correção de problemas é fundamental para a credibilidade do projeto. Logo no início aparecerão reclamações sobre ocorrências que podem ser falhas, ou não. É importante que todas as notificações sejam atendidas e os esclarecimentos dados. Os acontecimentos mais comuns são citados abaixo com suas possíveis correções:

Falta de adesão em alguns setores da cidade: pode ser sanada com intensificação de visitas nas residências e propaganda móvel.

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Presença de catadores não credenciados: Visita de Assistente Social do município para cadastramento no programa de coleta seletiva;

Falha no recolhimento em alguma residência, setores ou pontos de coleta: Estudo de troca de horários, repasse do caminhão (oneroso), orientação da população sobre horário e estudo de instalação de PEV’s.

Rendimento do trabalho no Centro de Triagem: Reorganização de funções, treinamento em equipe ou adesão de mais cooperados;

Insuficiência de materiais recolhidos em relação à quantidade de catadores da associação: Membro da comissão de criação da Coleta Seletiva com bom relacionamento na comunidade deve visitar comércio e indústrias (junto com representante da associação) para formalização de “contrato” de recolhimento de resíduos recicláveis.

8.2. Manutenção do Programa de Coleta Seletiva

Atividades periódicas necessariamente devem ser implantadas no sistema com relação à manutenção do processo. Elas compreendem:

Acompanhamento e gerenciamento da coleta, da separação, do armazenamento e venda;

Levantamento das quantidades coletadas e receita gerada, separadas por tipo de material;

Atividades contínuas de informação e sensibilização para retomar os objetivos e divulgar notas em jornais/boletins, palestras, reuniões, gincanas e cartazes são estratégias que incentivam.

A divulgação do balanço de andamento e resultados do programa é fundamental e mantém vivo o interesse da população. Neste ato, por jornal, folders ou até pelo rádio, se deve instigar o crescimento do volume como se fosse um desafio geral.

O acompanhamento dos trabalhos, bem como do volume final de resíduos vendidos são os principais meios de controle da coleta seletiva. Sabe-se que o volume e a proporção de resíduos são sazonais, porém mudanças bruscas de arrecadação devem ser averiguadas imediatamente. Elementos como: período de férias, inverno intenso, verão intenso e festas populares podem contribuir diretamente para arrecadação na coleta seletiva.

A educação ambiental será permanente e as escolas deverão estar equipadas com as lixeiras seletivas e praticando os eventos do calendário ambiental para reforço no trabalho com o tema.

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Page 33: Plano de Coleta Seletiva

A população será informada frequentemente sobre a evolução do programa e dos resultados do volume arrecadado pela Associação. Frequente também deverá ser a divulgação através das redes sociais e internet, por ter longo alcance e custo zero.

8.3. Possíveis Riscos

Obedecendo aos estágios mencionados, em todos os seus níveis, os riscos são minimizados, porém situações como: Diminuição no recolhimento de material, diminuição de renda, desistência de associados, insuficiência de capacitação, falta de organização e falta de apoio da prefeitura podem causar instabilidade no programa.

A diminuição no recolhimento de material afetará a renda do catador, o que causará insatisfação nos trabalhadores e talvez até desistências. As causas podem ser a existência de atravessadores, a falta de esclarecimento da população ou falhas de operação que acarretem descrédito do programa. Neste trabalho já foram citadas as formas de evitar ou corrigir estes acontecimentos.

Incapacidade de gestão leva à falência todo o projeto e por isto a capacitação, assim como a educação ambiental, serão processos permanentes. O incentivo ao estudo e ao conhecimento deve ser mantido, pois conforme a complexidade do negócio vai aumentando, o nível de gestão também deve ser aprimorado. As formas de aprendizado podem vir de cursos para operação de máquinas, cursos de computação, técnicas de administração e ensino supletivo.

A falta de organização também está ligada a falta de capacitação. Com conhecimento aprofundado é possível gerir o trabalho e adaptar os serviços para que se tornem mais rápidos e eficazes. A distribuição dos serviços dentro da associação é de extrema importância neste ponto.

A desistência de associados pode estar ligada tanto a fatores internos (renda, tipo de trabalho, convivência) ou externos (empregos melhores, família, tabagismo, alcoolismo, etc.). É necessário avaliar as causas para propor as soluções e neste ponto é importante a participação da Ação Social do município.

Várias iniciativas de prefeituras em todo Brasil sofrem com a descontinuidade de projetos ligadas diretamente a troca de mandatos e para que isto não aconteça, toda a relação deve estar prevista em lei e em contratos.

A falta de apoio público e privado, principalmente em fase inicial, pode acarretar a falta de estímulo dos associados e balançar o programa de coleta seletiva. A participação de um grupo de pessoas, políticos e empresários, com grande conhecimento na comunidade em geral, evita este problema.

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A contratação da associação como prestadora de serviços de limpeza pública, pela prefeitura municipal já é realidade, incentivada pela lei federal 11.445/2007 – Política Nacional de Saneamento - com o respaldo jurídico quanto à contratação da instituição como Agentes Ambientais, responsáveis por parte da coleta de resíduos sólidos do município. Com esta iniciativa por parte da administração pública, a perpetuação do programa fica garantida.

9. Resultados

O que se espera com um maior incentivo a este projeto gira em torno de cinco esferas: Social, Ambiental, Educacional, Econômico-financeira e implantação do CISSA (Centro de Integração Social e Sustentabilidade Ambiental).

O primeiro é ligado diretamente com os beneficiários do projeto (catadores organizados e pessoas em situação de vulnerabilidade social), que terão melhorias nas suas condições de trabalho, aumento de renda e qualidade nos serviços prestados à população. Essa parte da população, muitas vezes marginalizada, ocupará lugar de destaque no serviço de agentes ambientais e terão orgulho de participar de um projeto com tamanha importância em âmbito regional e municipal.

Os ganhos ambientais vão desde a captação de matéria-prima, economia de energia e reaproveitamento de subprodutos, até o não aterramento de resíduos recicláveis, que diminuem significantemente o volume de materiais aterrados e a vida útil das áreas de disposição final.

A educação, em caráter formal e informal, chamará a atenção dos munícipes para as questões ambientais do planeta. As ações tomadas criarão uma preocupação constante com a geração de resíduos, economia de água, energia e recursos naturais. Desta forma as campanhas de educação ambiental incentivam a percepção da população fazendo que o esclarecimento obtido possa ser útil no entendimento de outras problemáticas e campanhas sobre meio ambiente.

Os resultados econômicos podem ser vistos em duas vertentes. A primeira delas é a geração de renda para os associados utilizando produtos que seriam descartados e perdidos, os quais já apresentavam um valor agregado pago pelo consumidor. A segunda é sobre a economia dos recursos ambientais e na fabricação de novos materiais.

A implantação do CISSA fatalmente será resultado de tudo isto, ao ponto que, para efetivá-lo, o programa de coleta seletiva deverá estar funcionando com capacidade plena. Desta forma a população poderá visitar o projeto e compreender os benefícios que foram propiciados por sua participação na coleta seletiva. A utilização do CISSA como espaço de educação ambiental fará com que a vivência prática das situações da coleta

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Page 35: Plano de Coleta Seletiva

seletiva possa ser apresentada aos alunos in loco, aumentando o grau de fixação das atividades.

O CISSA terá o papel desmistificante de que, locais de processamento de resíduos são sujos, desorganizados e mal cheirosos, e principalmente mudando a ideia dos alunos sobre as pessoas que trabalham neste processo, incutindo em suas mentes que eles merecem respeito e possuem dignidade.

10. Custos Gerais Envolvidos e Contrapartidas

Além do que vai ser custeado pelo Convênio CESP/MP, pormenorizado na planilha abaixo, devem ser citadas as despesas decorrentes das iniciativas de apoio dadas pela prefeitura municipal, as contrapartidas. As principais ações e despesas obrigatórias estão abaixo descritas:

a) Cumprir na íntegra as especificações e prazos da Lei Federal 12.305/2010 bem como o decreto federal 7.405/2010 que traz obrigatoriedade de recuperação social dos catadores de materiais recicláveis, bem como da população em situação de vulnerabilidade social;

b) Prestar de contas ao final de cada ano, discriminando as ações de manutenção da Coleta Seletiva e Educação Ambiental no município bem como aquelas que garantem a continuidade destas ações;

c) Empréstimo de 01 (um) caminhão adaptado para coleta seletiva juntamente com a disponibilização de motorista para a atividade com valor estipulado de R$324,00/ano em combustível e mais R$3.829,00/ano de salário parcial do motorista, que fará a coleta duas vezes por semana. Total de R$346.08 por mês e anual de R$4.153,00;

d) Doar terreno de propriedade da Prefeitura Municipal para construção do barracão adequado para Centro de Triagem e futuras instalações necessárias para a implantação do CISSA localizado na área urbana de Parapuã SP avaliado em R$30.000,00;

e) Estabelecer convênio ou contrato com a associação de catadores, bem como cessão de uso de estrutura física e equipamentos com vigência de no mínimo 20 anos, prorrogáveis por igual período, repassando a título de subsídios iniciais R$200,00 por associado (são 7), perfazendo quantia de R$1.400,00 por mês por um período de 1 ano, podendo ser prorrogado, o que remete para um total anual de custeio de R$16.800,00;

f) Repassar, por contrato de prestação de serviços, a quantia mensal de R$906,00 com a finalidade de pagamento de água, luz, escritório de

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Page 36: Plano de Coleta Seletiva

contabilidade e do INSS do registro dos associados, pelo período de um ano e meio, perfazendo um total de custeio de R$16.308,00;

g) Junto com a implantação do Centro de Triagem colocará à disposição no local, internet banda larga à disposição dos catadores e para utilização nos trabalhos de integração social do CISSA;

h) Intensificar as ações de Coleta Seletiva e o Programa de Educação Ambiental Formal e Informal conforme regras do Caderno de Orientações Técnicas da Caixa Econômica Federal e a Legislação Federal e Estadual.

CUSTOS E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Metas Fase Especificação Repasse (R$)

Contrapartida Meses

1-Implantação 1- Correção do terreno/limpeza

Colocação/remoção de solo, remoção de vegetação e rochas.

     

  2- Montagem do canteiro

Galpão de ferramentas e instalações sanitária e elétricas necessárias

R$3.402,00   0,3

 

2-Fundações e estruturas

1- Fundações Base enterrada para suporte do barracão

 

  2- Estruturas de concreto

Montagem da estrutura pré fabricada

R$ 73.437,00   1,8

 

3-Arquitetura e elementos de urbanismo

1- Paredes e divisórias

Construção      

  2- Esquadrias metálicas

Colocação

  3- Vidros Colocação    

  4- Cobertura Fixação das telhas

   

  5- Impermeabilização

Fazer contra piso

   

  6- Revestimento interno e externo

Fazer reboco e colocar pisos e azulejo

   

  7- Serviços complementares diversos

Soleiras e rodapés e outro

     

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Page 37: Plano de Coleta Seletiva

  8- Pintura Interna e externa

R$ 91.413,00   1,8

 

4-Instalações hidraulicas e sanitárias

1-canos e tubos Instalação R$ 16.086,00   

0,5

 

5-Instalações elétricas

1- Sistemas eletricos básico de todas as tensões

Instalação      

  2- Iluminação Instalação R$ 24.234,00   0,5

 

6-Serviços finais

Pequenas correções e limpeza

Serviços gerais R$ 1.428,00   

0,1

 

7- Compra de Equipamentos, Máquinas e Acessórios

Final Processo de compra de máquinas, equipamentos e acessórios especificados no item 6.8.

R$66.211,00   1

 

8- Doação de terreno e barracão.

Inicial Doação de barracão e terreno de propriedade da prefeitura

  R$ 30.000,00 -

 

9- Repasse de subsídios para a Associação de Catadores por 1 ano

Repassar R$1.400,00 por mês, a títulos de convênio por 1 ano.

Pagar despesas básicas por um ano a titulo de estímulo.

  R$16.800,00

12

 

10- Emprestimo de um caminhão para coleta seletiva com motorista

Utilização de um caminhão e motorista da prefeitura

Despesas com caminhão e motorista da prefeitura.

  R$ 4.153,00 12

           

11-Repassar Período de Manutenção das  R$16.308,00 18

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Page 38: Plano de Coleta Seletiva

por contrato R$906,00 por

mês para contas de água, luz, escritório e

INSS dos associados por um ano e meio.

adaptação. contas básicas da associação.

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