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RELATÓRIO ANUAL 20 13 HOSPICE ‘Dar mais vida aos dias do que acrescentar dias à vida’ MEDULA ÓSSEA Capacidade de atendimento vai crescer de 20% a 30% PLANO de ATENÇÃO ONCOLÓGICA, um modelo para o Brasil

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RELATÓRIO ANUAL 2013

HOSPICE‘Dar mais vida aos dias do que acrescentar dias à vida’

MEDULA ÓSSEACapacidade de atendimento vai crescer de 20% a 30%

PLANO de ATENÇÃO ONCOLÓGICA,um modelo para o Brasil

PARA DOAÇÕES, ACESSE:

www.cancer.org.br/doe

Rua dos Inválidos, 212 – 11º andar

20231-048 – Rio de Janeiro – RJ

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1RELATÓRIO ANUAL 2013

ÍNDICE

APRESENTAÇÃO

ENTREVISTA

‘Podemos registrar avanços importantes’ Marcos Moraes, Presidente do Conselho de Curadores da Fundação do Câncer

PROJETOS EM DESTAQUE

Plano de Atenção Oncológica, um modelo para o Brasil‘Dar mais vida aos dias do que acrescentar dias à vida’

Medula óssea: capacidade de atendimento vai crescer de 20% a 30%

PESQUISA Gestão de rede nacional e adaptação ao cenário mundialPrograma de Oncobiologia da UFRJ

Forças unidas contra o câncer torácico

MOBILIZAÇÃO

Resultados positivos nas mídias digitaisRegina Duarte estrela campanha contra o câncer

SOLIDARIEDADE

Atenção aos sintomas salva crianças e jovens Unidos pela Cura: diagnóstico precoce e pronto atendimento

ARTIGO Gestão a serviço da causaCelso Ruggiero, Diretor-Executivo da Fundação do Câncer

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

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CONSELHO DE CURADORESMarcos Fernando de Oliveira Moraes

Presidente

CONSELHEIROSAntenor Gomes de Barros Leal

Arminio Fraga Neto

Carlos Mariani Bittencourt

Ivan Ferreira Garcia

Joaquim José do Amaral Castellões

José Ermírio de Moraes Neto

Luiz Antonio Santini Rodrigues da Silva

Luiz Felippe de Queirós Mattoso

Maria do Carmo Nabuco de Almeida Braga

Paulo Niemeyer Soares Filho

Roberto Pontes Dias

CONSELHO DIRETORPeter Byrd Rodenbeck

Diretor Presidente

Luiz Fernando Salgado Candiota

Diretor Vice Presidente

Amaury de Azevedo

Diretor Técnico Administrativo

Sérgio Tabone

Diretor Tesoureiro

Edgar Flexa Ribeiro

Diretor Secretário

CONSELHO FISCALEliane de Castro Bernardino

José Humberto Simões Corrêa

José Kogut

José Mauro Depes Lorga

ADMINISTRAÇÃOCelso Ruggiero

Diretor-Executivo

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A longa caminhada pela prevenção e controle do câncer reúne todos os dias médicos, enfermeiros, pesquisadores, cientistas, funcionários de hospitais, consultórios e laboratórios, gestores públicos, e também milhares de pessoas e instituições que colaboram com a causa, através de trabalho voluntário e doações.

A Fundação do Câncer é uma das mais tradicionais e atuantes entidades comprometidas com esta causa no Brasil. Este relatório é uma prestação de contas do trabalho da entidade no ano que passou e uma oportunidade para anunciar o que está sendo planejado para os programas e projetos em curso, bem como as novas iniciativas.

Entre as ações em nossas diversas frentes de trabalho, o relatório destaca o desenvolvimento do Plano de Atenção Oncológica para o Estado do Rio de Janeiro e o Município de Macaé, uma metodologia que passa a estar disponível para gestores públicos em todo o país. Outra iniciativa que se transforma em realidade é a primeira unidade exclusiva de cuidados paliativos (hospice) do país, que começa a ser construída em 2014.

O trabalho da Fundação também tem sido incansável no esforço pela redução do tabagismo. O foco agora é assegurar o banimento do cigarro eletrônico e defender os nossos jovens das investidas da indústria através dos aditivos de sabor nos cigarros.

Novos avanços e conquistas continuam sendo obtidos nos programas de Transplante de Medula Óssea e de Sangue de Cordão Umbilical, bem como em iniciativas em prol do diagnóstico precoce e do pronto atendimento aos pacientes. É crescente também o esforço da Fundação em aprimorar o seu sistema de comunicação em apoio aos projetos e à captação de fundos para viabilizá-los.

O cumprimento da missão da Fundação de promover ações estratégicas de controle do câncer e apoiar o Instituto Nacional de Câncer (Inca) é possível graças ao apoio das instituições parceiras e às contribuições dos doadores de recursos e contribuintes dos nossos projetos e iniciativas. É esta rede de solidariedade que viabiliza e aumenta a motivação dos dirigentes, técnicos e colaboradores da Fundação.

APRESENTAÇÃO

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4 Plano de Atenção Oncológica, um modelo para o BrasilENTREVISTA

‘PODEMOS REGISTRAR AVANÇOS IMPORTANTES’Marcos MoraesPresidente do Conselho de Curadores da Fundação do Câncer

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Resultados concretos da atuação da Fundação do Câncer, a elaboração do Plano de Atenção Oncológica do Estado do Rio de Janeiro e a construção da primeira unidade exclusiva de cuidados paliativos (hospice) no Brasil são iniciativas destacadas nesta entrevista pelo médico Marcos Moraes, presidente do Conselho de Curadores da Fundação do Câncer. O Plano é uma ferramenta para a reorganização da rede de atenção oncológica e para a melhor utilização dos recursos disponíveis para a prevenção e o controle do câncer. Atuais e futuros governantes e administradores das políticas públicas de saúde passam a contar com essa ferramenta, desenvolvida em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio, que pode tornar-se uma referência para todo o país. O primeiro hospice começa a ser construído em 2014. É outro projeto da Fundação que se transforma em realidade.

Protagonista incansável da causa da prevenção e controle do câncer, Marcos Moraes alerta para riscos de retrocessos, como as investidas da indústria do fumo que podem comprometer os passos que já foram dados no Brasil para reduzir o tabagismo, em particular a resistência à proibição dos aditivos de sabor aos cigarros, adotados para atrair os jovens para o vício. Ele também preconiza que as autoridades exerçam vigilância efetiva da proibição do cigarro eletrônico no Brasil. Outra preocupação apontada nesta entrevista relaciona-se ao câncer do colo do útero. Os resultados das campanhas de vacinação ainda precisam ser validados, mas o único procedimento com eficácia comprovada – o tratamento precoce – não tem até hoje um programa estruturado no país.

) Quais as expectativas do senhor em relação à prevenção e ao controle do câncer no Brasil?

Há muito a ser feito, mas podemos registrar avanços importantes no âmbito do trabalho da Fundação do Câncer. Um deles é o começo da construção, em 2014, da primeira unidade de cuidados paliativos com conceito de hospice em Vargem Pequena, no Rio, que será um modelo para o país. Outro foi a conclusão do Plano de Atenção Oncológica do Estado do Rio de Janeiro. Estamos atentos no combate às manobras da indústria do tabaco para estimular o vício. Também mantemos nossa presença apoiando programas de pesquisa e participamos da gestão de projetos na área de transplantes de medula óssea, entre outras iniciativas.

) Qual é o conceito do hospice?

É um espaço para dar mais qualidade de vida aos pacientes sem possibilidade de cura. Em muitos casos, o paciente precisa mais de carinho e atenção como pessoa do que de medicamentos. Não é um hospital, mas uma unidade que oferece os cuidados médicos necessários, medicamentos para controle da dor, conforto e natureza à volta, no qual os pacientes são tratados com dignidade, respeito e muito carinho. Vamos dar treinamento e suporte aos familiares para que cuidem dos pacientes. Na fase de cuidados paliativos, o paciente vive

melhor junto aos seus do que numa UTI, que não aumenta em nada a expectativa de vida dele e o deixa isolado. Será a primeira unidade exclusiva com esse conceito no país. Não é uma utopia, já é realidade há mais de 80 anos na Inglaterra e há mais de dez anos apoiamos serviço semelhante no Hospital do Câncer IV, do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

TABAGISMO

) Em 2013, pouco se avançou no controle do tabagismo. A Lei 12.546/12, que cria ambientes fechados livres de fumo em todo o país e proíbe a propaganda de produtos de tabaco em pontos de venda, não foi regulamentada e segue sem fiscalização. Como o senhor analisa o comprometimento do setor público com essa causa?

Isso é muito grave, inexplicável, e mostra a falta de atenção do governo em relação à questão. Mas a grande ameaça é o cigarro eletrônico, que está grassando no mundo todo. O cigarro eletrônico é a venda legal de nicotina pura. Nicotina é uma droga que provoca um alto grau de dependência mais difícil de interromper do que a cocaína. E, apesar de ser proibido no Brasil, sua venda está completamente livre pela internet.

5RELATÓRIO ANUAL 2013

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) 0 cigarro eletrônico está liberado em outros países?

Além do Brasil, Uruguai, Noruega e Cingapura proibiram. Os Estados Unidos estão muito alarmados e muitos outros países estão começando a se preocupar com isso. O que acontece é que não há vigilância adequada. Há oferta na internet. Desconfiamos que a venda dos cigarros eletrônicos seja patrocinada pela própria indústria do cigarro. Eles estão abrindo outro negócio, um negócio muito grande. São bilhões envolvidos.

) A indústria estaria apostando num substituto do cigarro?

Sim. A estratégia é dizer, primeiro, que o cigarro eletrônico é uma solução para ajudar a parar de fumar ou uma alternativa menos danosa para os fumantes que não querem deixar de fumar. O que é falso, porque o que vicia é a nicotina, e o cigarro eletrônico é uma fonte de nicotina pura. Você coloca a nicotina, o dispositivo aquece, ferve e vaporiza. Atualmente o fumo é proibido em locais fechados, mas o vapor não. É preciso rever a lei do cigarro eletrônico proibindo também a sua utilização em ambientes fechados, pois realmente é uma ameaça.

) Na última semana de 2013, a Agência Nacio-nal de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou a criação de um grupo de trabalho para analisar 121 aditivos presentes nos cigarros. Os aditivos deveriam ter sido proibidos em setembro, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou uma ação da Confederação Nacional da Indús-tria e suspendeu a entrada em vigor da medida. O Brasil ainda está atrasado na questão da legislação?

Conseguimos muitos avanços, mas o programa antitabagismo não pode parar e é uma das frentes de atuação da Fundação do Câncer. O Brasil é um dos países com menor prevalência de fumantes do mundo, no entanto, ainda há muito por fazer. Um dos importantes desafios é a forte interferência das transnacionais do fumo nas medidas de controle do tabaco, como, por exemplo, as ações judiciais, o intenso lobby econômico e político exercido por esta indústria retardando a adoção de legislação adequada. A proibição dos aditivos

que dão sabor e mascaram o verdadeiro gosto dos cigarros é um ótimo exemplo, pois, se já tivesse sido aprovada, colocaria o Brasil na vanguarda do controle do tabaco. Seríamos um dos primeiros países no mundo a adotar esta fundamental medida que previne a iniciação do tabagismo entre os jovens. É preciso que o STF se posicione o mais rápido possível a favor da proibição dos aditivos e da competência da Anvisa de regular produtos de tabaco para a proteção da população.

CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

) A doença segue como uma epidemia em algumas regiões do país, apesar de ser erradicada em países desenvolvidos. O governo deu início à vacinação contra o vírus HPV em meninas de 11 a 14 anos como forma de combate à doença. O que o senhor pensa a respeito?

A relação custo-benefício da vacina do HPV é muito discutida, até porque a lesão some espontaneamente em mais de 90% das mulheres que têm HPV. Gasta-se muito para fazer uma cobertura mínima. Poucos países têm essa vacinação como política pública de saúde. Os resultados em longo prazo não são conhecidos ainda. Estão gastando milhões num procedimento profilático, a vacinação, que ainda não está validado.

) O que deveria ser feito para combater o câncer do colo do útero?

Acho que os mesmos erros continuam sendo repetidos. O câncer do colo do útero é para ser combatido com um programa de longo prazo. Em 1996, nós implantamos um programa chamado “Viva Mulher” que estabelecia várias metas para reduzir a mortalidade e fazer o diagnóstico precoce mais efetivo. Há 30 anos ou mais, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que, se toda mulher fizesse um único exame citológico, o preventivo, na vida, e fosse seguida adequadamente em todas as etapas, haveria redução em 50% do risco de morte por câncer do colo do útero. Essas etapas incluem exame na idade adequada, citologia confiável, tratamento das lesões precoces no próprio local da consulta e o quanto antes

6 ‘Podemos registrar avanços importantes’ • MARCOS MORAES

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possível, que as mulheres tratadas sejam acompanhadas. Dessa forma, seriam evitados casos avançados.

) A rotina do preventivo ainda não é uma realidade depois de tantas campanhas?

Não. No Brasil há populações em regiões muito precárias de recursos. Antes de implantarmos o programa que mencionei, fizemos uma pesquisa para saber qual era o impacto das informações sobre saúde, principalmente sobre câncer do colo do útero. Descobrimos que só 13% das mulheres brasileiras tinham informação através da mídia, ou seja, televisão, rádio, jornal e campanhas com cartazes. Por mais que esse percentual tenha crescido, não se resolve o problema com campanhas na mídia. Temos que chegar às mulheres que não têm acesso regular ao sistema de saúde.

) Qual a forma adequada de recrutamento dessas mulheres?

Uma maneira é fazer parcerias locais com agentes de saúde, líderes comunitários e educacionais. Essas pessoas têm poder de convencê-las a fazer o exame preventivo. Nas classes menos favorecidas ainda há preconceito dos maridos em relação ao exame ginecológico. É necessário incluir, também, uma maneira adequada de localizar a mulher, caso o exame aponte alguma anormalidade. Parece fácil, mas é uma das grandes barreiras para o recrutamento adequado. Em cada macrorregião do país, existem cenários diferentes nessa captação. Uma mulher que mora no Rio de Janeiro é diferente de uma que mora no Amazonas, que tem que ir de barco ou de canoa, para fazer um exame. Para se atingir o Brasil todo, tem que haver estratégias para cada macrorregião. É importante também acompanhar a mulher que teve um câncer do colo invasivo ou uma lesão inicial precoce. Deve haver uma estrutura local na cidade ou próxima, para o acompanhamento. Essas mulheres não têm essa facilidade.

) Por que os programas desenvolvidos nos últimos anos são ineficientes?

Os programas raramente contemplam essas etapas. No papel, tudo funciona. Iniciamos

em 1996 um programa estruturado com essas premissas. Abrimos cinco centros regionais, que eram os projetos-piloto, nas macrorregiões do país. Em 1998, já tínhamos 250 mil mulheres examinadas seguindo essa filosofia, uma escola citotécnica em cada centro para formar especialistas para fazer o exame, uma estrutura municipal ou regional, porque a gente está falando de uma grande região. Esse programa tinha sido estabelecido para 15 anos. O governo de então queria examinar 15 milhões de mulheres em dois meses, fez alarde, gastou uma fortuna e não avançou. Infelizmente o programa foi descontinuado dois anos depois, com a mudança de um ministro.

) É preocupante o cenário em relação ao câncer do colo do útero no país?

O tal programa de exame em escala industrial sem estrutura foi realmente um desastre e uma decepção enorme. O país tem outras estratégias que também não atingem o objetivo final de tratar precocemente. Encontramos mulheres com câncer do colo do útero avançado nesse rastreamento. Mas acredito que, se houver continuidade, com o programa atualmente estruturado esse quadro vai diminuir muito e será completamente dominado.

) O senhor destacou que um dos avanços de 2013 foi a conclusão do Plano de Atenção Oncológica para o Estado do Rio de Janeiro. Ele pode contribuir como modelo para outros estados no controle do câncer?

É importante dizer que estamos diante de um grande desafio. Há estimativa de cerca de 580 mil novos casos de câncer no país até 2014. A Fundação do Câncer, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio, realizou um trabalho pioneiro que propõe a reestruturação e reorganização da rede de atenção oncológica visando ao melhor aproveitamento dos recursos e agilização na prevenção e tratamento. A metodologia que adotamos no Estado do Rio pode ser aplicada em outros estados e municípios do país. Já estamos desenvolvendo o planejamento de Macaé, inclusive. Eu faço votos de que o governo atual e os próximos coloquem em prática as recomendações e façam o melhor uso possível.

7RELATÓRIO ANUAL 2013

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8 Plano de Atenção Oncológica, um modelo para o Brasil

PLANO DE ATENÇÃO ONCOLÓGICA, UM MODELO PARA O BRASIL

PROJETOS EM DESTAQUE

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A Fundação do Câncer desenvolveu um importante e ambicioso trabalho que coloca o Estado do Rio de Janeiro na vanguarda em relação à prevenção e ao controle do câncer. Por encomenda da Secretaria de Estado de Saúde, em 2013, foi analisada a situação da atenção ao câncer e elaborado um Plano de Atenção Oncológica, com proposta de reestruturação e reorganização da rede. Trabalho semelhante foi iniciado em Macaé, município do Norte fluminense, e será concluído em 2014. Os dois projetos têm o mesmo objetivo,  reduzir a incidência e as mortes em decorrência do câncer, um problema de saúde pública mundial, e são modelos para outros estados e municípios do país.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2030, a carga global de casos novos de câncer será de 21,4 milhões, com 13,2 milhões de mortes. Para 2014, as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) são de cerca de 580 mil novos casos para o país e de aproximadamente

74 mil no Estado do Rio, sendo 37.490 em homens e 36.190 em mulheres.

As ações propostas nos dois planos são articuláveis com as diretrizes do Ministério da Saúde e as secretarias municipais de Saúde, conforme preconiza a Política Nacional de Atenção Oncológica.

Finalizado em dezembro de 2013, o Plano Estadual de Atenção Oncológica é pioneiro no país e apresenta um conjunto de 47 metas a serem implementadas em dez anos. Ao definir as diretrizes para redução da incidência e mortalidade da doença no estado, a Fundação do Câncer trabalhou com uma equipe de 19 profissionais, que realizou o mapeamento de toda a rede de serviços que cobre os 92 municípios fluminenses e a análise das informações. Todas as recomendações e metas apresentadas no plano foram elaboradas e validadas em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde.

) Equipe de médicos à frente dos Planos de Atenção Oncológica: Celso Rotstein, Carlos Frederico Lima, José Eduardo Castro e Alfredo Scaff

9RELATÓRIO ANUAL 2013

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10 Plano de Atenção Oncológica, um modelo para o Brasil

“É importante destacar que a base do plano é de dez anos, o que transcende qualquer governo. É uma meta de Estado, não de um governo. Foi encomendado na gestão do secretário Sérgio Côrtes e realizado em parceria com a equipe da Secretaria. Mas a Fundação teve liberdade de atuação. Propusemos um modelo mais funcional para ser executado em dez anos, com revisão a cada três. Câncer é uma doença tempo-dependente e as soluções para de fato mudar o perfil da doença devem ser calcadas em consistente planejamento”, assinala o intensivista José Eduardo Castro, consultor médico da Fundação do Câncer e membro da equipe de elaboração do plano.

) Reynaldo Tavares, Gerente de Projetos da Fundação do Câncer

O epidemiologista Alfredo Scaff, que também integra a equipe de consultores médicos da Fundação e de elaboração dos planos, destaca a importância da integralidade com que a doença é enfrentada nos dois planos.  “Não só em seus aspectos assistenciais, os tratamentos, mas englobando um conjunto de ações como a educação em saúde, a promoção, a prevenção, o diagnóstico precoce, as ações específicas para a atenção básica, os tratamentos cirúrgico, quimioterápico e radioterápico, os cuidados paliativos, os sistemas de informação em oncologia, os registros de câncer e a regulação,  entre outros pontos”.

Para o oncologista clínico Celso Rotstein, da equipe de consultores da Fundação do Câncer e de elaboração dos planos, também a abordagem global da atenção oncológica em todos os seus níveis é o grande mérito dos trabalhos. Ele ressalta que há problema em todo

Importantes fatores de risco para o câncer, como o uso do tabaco, dieta inadequada, sedentarismo e obesidade, consistem

em riscos comuns para outras doenças crônicas

o país em relação aos registros hospitalares em câncer e que, com a operacionalização do plano, será possível corrigir essa falha no estado. “Com a abordagem ampla, da base até a alta complexidade, e a integração das informações, será possível aos gestores mobilizar melhor os recursos já existentes”, diz.

Ele também vê possibilidade de otimização, especificamente na área da  prevenção. Consta do plano entregue à Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro e que vale para Macaé, que esta deve ser considerada no contexto de programas relativos às doenças crônicas não transmissíveis. “Importantes fatores de risco para o câncer, como o uso do tabaco, dieta inadequada, sedentarismo e obesidade, consistem em riscos comuns para outras doenças crônicas. A integração de programas possibilita um uso melhor dos recursos públicos disponíveis”, observa Celso Rotstein.

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GeoCâncer possibilita gestão com metodologia inédita

Para lidar com o volume de dados pesquisados e analisar a situação do estado em relação à atenção oncológica, a equipe técnica da Fundação do Câncer, em conjunto com o grupo de engenheiros da UFRJ/Coppe/GPI, desenvolveu uma metodologia inédita. Partindo de toda a legislação e normas do Ministério da Saúde e do Inca vigentes, foi construído um processo que considera três eixos: a Região de Saúde, o Tipo de Câncer (se é de mama, próstata etc.) e a Linha de Cuidado.

Os três eixos formam um “cubo analítico” que permite expressar de forma rápida e direta o diagnóstico situacional do câncer no estado ou município e orientar as recomendações  para o planejamento da atenção. O processo

foi denominado  GeoCâncer e conta com um aplicativo online para os gestores públicos da área de saúde.

“É uma ferramenta extraordinária para os gestores do estado e municípios do Rio de Janeiro, que permite consultas abrangentes e  específicas. Conforme a metodologia definida no cubo, é possível realizar buscas por procedimentos, por prestador de serviço, por faixa etária de pacientes... E, além de visão quantitativa, pode-se obter uma visão populacional, fazendo uma divisão por cada grupo de 100 mil habitantes, para uma distribuição proporcional”, descreve o Gerente de Projetos da Fundação do Câncer, Reynaldo Tavares.

11RELATÓRIO ANUAL 2013

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12 Plano de Atenção Oncológica, um modelo para o Brasil

Macaé: da assistência básica à alta complexidade

À semelhança da metodologia utilizada para o plano do Estado do Rio, a equipe da Fundação do Câncer fez um levantamento dos serviços disponíveis em Macaé para organizar o desenho da rede de saúde do município e seus desdobramentos para a assistência oncológica integral. A Fundação também presta consultoria para a construção de um hospital oncológico. A meta da prefeitura é tornar a cidade uma referência no atendimento de alta complexidade em oncologia.

“Temos uma enorme expectativa em relação ao trabalho que está em desenvolvimento. Mais do que o preenchimento de falhas e das lacunas hoje existentes, temos a intenção de implantar um plano de atenção oncológica completo e estruturado, com a abordagem dos quatro níveis de assistência, primário, secundário, terciário e quaternário, apoiados na ampla experiência da Fundação do Câncer”, explica o secretário de Saúde de Macaé, Flávio dos Santos Antunes.

) Flávio Antunes, secretário de Saúde de Macaé

Quando deu início à análise da situação da atenção oncológica em Macaé, a equipe da Fundação do Câncer já tinha realizado mais da metade do plano do Estado do Rio e o aprendizado contribuiu para a missão. “Tínhamos a mesma lógica para seguir e já conhecíamos detalhadamente a rede do estado. O modelo do município é mais simples e mais operacional. Como havia o interesse de criar uma unidade assistencial, na verdade, temos a operacionalização local do plano estadual”, comenta José Eduardo Castro, um dos médicos responsáveis pelos planos.

O mastologista Carlos Frederico Lima acrescenta que a premissa básica do plano de Macaé foi a criação de um centro de excelência na Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). O serviço contará com três diferenciais em relação a outras unidades semelhantes do país.

“As Unacons geralmente não têm um centro de pesquisa clínica, mas o de Macaé terá. O segundo diferencial se refere à rede de informação para o registro de câncer na

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13RELATÓRIO ANUAL 2013

) Dr. Aluízio, prefeito de Macaé

região que iremos construir. Seja o Registro Hospitalar (RH), que é aquele que se obtém porque o paciente procurou o hospital, seja o que denominamos Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP). É isso que vai permitir o planejamento num horizonte de cinco a dez anos. O terceiro diferencial é o trabalho de implantação de um sistema integral, uma linha de cuidados equilibrada desde os postos de saúde e dos agentes da Estratégia de Saúde da Família até a alta complexidade”, enumera Carlos Frederico.

Na mesma lógica do plano do Estado do Rio, o de Macaé contempla ações de educação, promoção e prevenção. Na área de educação, novas iniciativas já estão em curso. O município conta com o Programa de Educação de Saúde nas Escolas, uma parceria entre as secretarias de Educação e de Saúde. Em fevereiro de 2014,

com o objetivo de mapear a qualidade de vida dos estudantes de Macaé, algumas escolas da rede municipal começaram a ser visitadas por representantes do Grupo de Produção Integrada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A iniciativa é uma das etapas do plano de Atendimento Oncológico de Macaé, que também abrange o diagnóstico da atenção básica do município. “De todas as ações que estamos implementando na cidade, o início do tratamento oncológico e a parceria com a Fundação do Câncer são as de maior impacto para a população, porque já começam a fazer diferença na vida das pessoas. Acredito que teremos um caso de sucesso na interiorização do atendimento oncológico, levando mais cuidado e assistência para a população. O paciente oncológico estará envolvido por uma rede de proteção. Vai receber mais cuidado do que tem tido”, avalia Dr. Aluízio, prefeito de Macaé.

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14 Plano de Atenção Oncológica, um modelo para o BrasilPROJETOS EM DESTAQUE

Uma iniciativa para garantir aos pacientes com câncer sem chances de cura o direito de viver seus últimos momentos de maneira ativa, digna, tratados com respeito e carinho. Essa é uma das missões do Hospice – Unidade de Cuidados Paliativos, um projeto da Fundação do Câncer inédito no Brasil que teve avanços importantes em 2013. A instituição encerrou o ano com a expectativa de início de obras em Vargem Pequena, na Zona Oeste do Rio, em 2014, e conclusão prevista para julho de 2015.

‘DAR MAIS VIDA AOS

DIAS DO QUE ACRESCENTAR DIAS À VIDA’

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15RELATÓRIO ANUAL 2013

“Estou doente, mas não digo que estou doente. Eu não vivo a doença. Eu não curto a doença. Tem um período em que a gente pensa que já está livre, e não está. Eu tenho um filho de 22 anos, universitário. Tenho uma família que me ama, amigos que me amam. Amigos há mais de 30, 40 anos. Posso até partir de repente, mas é uma situação que vai acontecer com todo mundo.”

Laura Isabel Santos • Paciente

“Eu acho que deveria haver uma unidade para um caso paliativo igual ao dela, porque nós sabemos que não tem mais cura. Poderia haver realmente um espaço maior, perto da natureza. A minha irmã detesta falar em morte, e a gente sabe que ela está convivendo perto da morte. Isso para a pessoa doente é horrível.”

Raquel Santos • Irmã de Laura Isabel Santos

) Laura Isabel Santos com sua irmã, Raquel Santos

O espaço vai proporcionar acolhimento aos pacientes com câncer em estágio avançado, com cuidados que vão da amenização dos sintomas a estímulos para a socialização. A filosofia de que a vida vale a pena ser vivida do princípio ao fim estimula o empenho de profissionais preocupados com o bem-estar desse grupo e com a preparação psicológica de seus familiares para a perda.

Um ato de generosidade de uma ex-paciente do presidente do Conselho de Curadores da Fundação do Câncer, Marcos Moraes, viabilizou a concretização de um antigo ideal da instituição. A senhora Huguette Pouchot Lermans de Fraga Dominguez, falecida em 2002, doou cerca de R$ 7 milhões à entidade, que possibilitaram a aquisição do terreno e garantem o início da construção da unidade de cuidados paliativos.

“O hospice treina a família para entender o que ela deve fazer em todas as situações, para dar guarida às suas ansiedades e dúvidas e para atender melhor esse paciente no fim da vida. De modo geral, essas são unidades claras, com um olhar para a natureza. Deve ser um lugar com plantas, pássaros e alegria de viver o resto dos dias”, explica o oncologista Marcos Moraes.

O conceito teve origem na Inglaterra, em 1967, quando a médica Cicely Saunders fundou o St. Christopher’s Hospice, com o princípio de que é preciso “dar mais vida aos dias do que acrescentar dias à vida”.

Estima-se que, a cada ano, o centro de cuidados paliativos de Vargem Pequena atenderá 1.452 pacientes ambulatoriais e 1.092 em domicílio, evitando deslocamentos desnecessários e o afastamento da família. A unidade receberá voluntários e poderá ser uma rede integrada de educação e pesquisa, com treinamento para profissionais interessados em se especializar na área.

Ao todo, serão 756 internações por ano, 20 leitos (todos com vista para o jardim) e 122 funcionários. O projeto, realizado pela arquiteta Carla Juaçaba, contempla 5,6 mil metros quadrados de área construída, com

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16 Plano de Atenção Oncológica, um modelo para o Brasil

todo o espaço de mobilidade para pacientes e visitantes pensado em um único plano. Em 2013, Carla e a cirurgiã oncológica Claudia Naylor, diretora do Hospital do Câncer IV (HC IV), visitaram sete hospices na Inglaterra para adaptar a experiência deles à realidade brasileira.

“Aqui, aproveitaremos bastante a luz natural, uniforme e constante em todo os ambientes. Para entrar no hospice, será preciso atravessar uma sucessão de paredes translúcidas, feitas de um elemento de vidro vazado, voltando-se para a natureza e não para a cidade. Haverá cabeleireiro, sala de fisioterapia, sala de artes, e uma cozinha com suporte para que preparem refeições, se quiserem. É importante valorizar o sabor das refeições. Na Inglaterra é comum grandes chefs revisarem cardápios de hospices  a partir de conversas com os pacientes para garantir alimentos que lhes agradem, mesmo que comam porções mínimas”, detalha Carla Juaçaba. Árvores, alguns pequenos jardins e o uso da madeira  humanizam  o ambiente afastando-se da imagem de um hospital.

Com terreno, edificação e obra incluídos, o projeto tem o custo estimado de R$ 21 milhões e será inscrito no Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), a fim de buscar financiamento para os equipamentos. A Fundação ainda negocia com a Secretaria de Estado de Saúde um auxílio para a aparelhagem e gastos operacionais, orçados em R$ 14 milhões por ano.

“Parece um paradoxo, mas a nossa experiência mostra isso. Se pudéssemos traduzir em palavras, o tratamento principal nessa fase da doença é o afeto, é a relação entre o paciente, sua família e a unidade de cuidados paliativos”, ressalta Marcos Moraes.

O tratamento principal nessa fase da doença é o afeto, é a relação entre o paciente, sua família e a unidade de cuidados paliativos

) Anastacia Pena com seu marido, Paulo Ribeiro

“Quando eu recebi a notícia, chorei, desesperei. Na hora em que fui atravessar a rua, estava vindo um ônibus e pensei: ‘Eu passo ou não passo?’. Eu não passei. Pensei: ‘Tenho três filhos para criar ainda’.”

Anastácia Pena • Paciente

“Esse é o tipo de doença que não atinge só ela. Atingiu toda a família. Eu me sinto doente, meus filhos se sentem doentes também. Espero estar com ela hoje, estar com ela amanhã, estar com ela depois de amanhã. Até quando, eu não sei.”

Paulo Ribeiro • Marido de Anastácia Pena

‘Dar mais vida aos dias do que acrescentar dias à vida’

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DOAÇÕES PARA VIABILIZAR CENTRO DE CUIDADOS PALIATIVOS

Com a utilização de recursos próprios e a doação da senhora Huguette Dominguez, a Fundação do Câncer conseguiu dar o pontapé inicial para a construção do hospice. No entanto, os recursos ainda são insuficientes. A realização e o sucesso do projeto, que tem a filantropia como base, dependem da solidariedade de doadores institucionais e individuais.

O investimento para a edificação do centro de cuidados paliativos em Vargem Pequena é de R$ 21 milhões. Estima-se que os custos operacionais devem girar em torno de R$ 14 milhões por ano. As corporações sensibilizadas com a causa dos pacientes em cuidados paliativos que fizerem doações serão beneficiadas com contrapartidas de divulgação.

A Região Metropolitana do Rio sofre de carência assistencial diante da vasta população e do aumento das taxas de incidência do câncer. Por isso, é importante a criação de um centro especializado no atendimento a pacientes que necessitam de cuidados paliativos. O projeto em Vargem Pequena busca a sustentabilidade econômico-financeira, com perspectivas de expansão para outras áreas e de investimento em pesquisa e educação.

17RELATÓRIO ANUAL 2013

Doe para o Hospice – Unidade de Cuidados Paliativos da Fundação do Câncer

As doações podem ser efetuadas por meio de depósito bancário em uma conta exclusivamente destinada a doações para o hospice:

Banco: Itaú Agência: 0541 Conta Corrente: 02901-3

Mais informações podem ser obtidas no site da instituição www.cancer.org.br e por e-mail com a Gerência de Marketing e Captação de Recursos [email protected]

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18 Plano de Atenção Oncológica, um modelo para o Brasil

MEDULA ÓSSEACAPACIDADE DE ATENDIMENTO

VAI CRESCER DE 20% A 30%

PROJETOS EM DESTAQUE

Se fosse uma empresa, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) estaria bem colocado tanto num ranking de mercado interno quanto de exportação. Em 2013, graças ao bom funcionamento do cadastro de mais de 3 milhões de voluntários – o terceiro maior do mundo – o envio de material genético para pacientes de outros países cresceu 110 % em relação ao ano anterior. E o número de transplantes realizados no país com medula e cordões nacionais aumentou 27 %. Já o número de transplantes com material captado no exterior diminuiu 35 %, o que é bom para o balanço, porque o país paga quando importa medula óssea.

) Vanessa Barro Canal, 18 anos, um caso de sucesso na luta contra o câncer. Aos 9, recebeu transplante de cordão umbilical

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Como em qualquer empresa, o bom resultado não é gratuito e envolve muitos fatores, da gestão técnica do Centro de Transplantes de Medula Óssea do Inca (Cemo) à gerência administrativa e financeira da Fundação do Câncer. Dos recursos humanos envolvidos no trabalho aos investimentos para ampliação da eficiência do Redome e à solidariedade de valor inestimável dos doadores.

A Fundação contratou, em 2013, a consultoria Ernst & Young Terco para, num primeiro momento, rever os fluxos de trabalho e propor melhorias para atender às crescentes demandas, e numa segunda etapa, para o desenvolvimento de um plano de negócios para o Redome.

“Atender às necessidades de transplante de medula da população brasileira e também à demanda externa implica grande complexidade. Estamos falando de manter atualizado um cadastro de mais de 3 milhões de doadores, de testes de confirmação de compatibilidade, internações para coleta e transporte do material genético até o receptor, e da interação com os hospitais e profissionais envolvidos nos transplantes propriamente”, assinala o diretor do Cemo/Inca, Luis Fernando Bouzas.

A eficácia do Redome está relacionada também à Rede Brasileira de Bancos de Sangue de Cordão Umbilical (Rede BrasilCord), ao Programa de Busca, Coleta e Transporte de Células-Tronco para Transplante Não Aparentado de Medula Óssea no Brasil, e ao Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme).

Não à toa, entre as oportunidades de melhoria nos fluxos identificadas após consultoria contratada pela Fundação do Câncer, houve a decisão de investimentos na reconstrução de dois sistemas, o SisMatch e o Rereme.net. O primeiro tem a função de integrar as informações do Rereme, Redome e registros internacionais, além de armazenar informações pertinentes a todo o processo. E o segundo permite a médicos de todo o país cadastrar os dados de seus pacientes candidatos a transplantes.

Segundo o gerente do Redome, Alexandre Almada, os sistemas atuais estão em plataformas diferentes. Com a construção de novos, haverá

ganho pela integração e pela possibilidade de inclusão de diversas funcionalidades para melhor atendimento das demandas que surgiram com o crescimento do registro. “Com a reconstrução desses dois sistemas integrados ao Redome.web, que liga hemocentros, laboratórios e registros, vamos aumentar em 20% a 30% nossa capacidade de atendimento”, informa.

“O Brasil tem forte potencial como fornecedor de medula óssea por conta da nossa miscigenação. É possível identificar entre os doadores voluntários brasileiros e as unidades dos bancos de sangue de cordão umbilical compatibilidade com pacientes de outros países. Por isso, estamos investindo para atender com agilidade à demanda externa, além, é claro, da interna”, explica o diretor-executivo da Fundação do Câncer, Celso Ruggiero.

Em 2013, foi enviado material genético para 42 pacientes de 16 países. No ano anterior, foram 20 remessas para dez países. Os transplantes no Brasil com material captado em registros no exterior foram 64, em 2013, contra 99 em 2012. Segundo Ruggiero, a lógica do Redome é encontrar solução para quem precisa do transplante no Brasil, mas para o equilíbrio da balança, é bom exportar mais que importar.

Os países que fazem aquisições constantes de material genético do Brasil são Estados Unidos, França, Inglaterra, Suécia, Israel, México, Argentina, Uruguai, Noruega, Itália, Austrália e África do Sul. Em 2013, foram atendidos também Portugal, Suécia, Espanha, Áustria, Singapura, Canadá e Turquia.

Ampliação da Rede BrasilCord para atender à demanda

A Fundação do Câncer é responsável pelo gerenciamento do projeto de expansão da Rede Brasileira de Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário – Rede BrasilCord desde 2006. Criada em 2004, a rede é formada por 13 bancos públicos que armazenam amostras doadas deste material, rico em células-tronco capazes de produzir os elementos fundamentais do sangue, essenciais para o transplante de medula óssea.

19RELATÓRIO ANUAL 2013

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20 Medula óssea: capacidade de atendimento vai crescer de 20% a 30%

A terceira fase do projeto de ampliação da Rede BrasilCord começou em julho de 2013, com repasse de R$ 23,5 milhões pelo BNDES. Ela abrange a construção de quatro novos bancos de sangue de cordão umbilical nas cidades de Manaus (AM), São Luís (MA), Campo Grande (MS) e Salvador (BA), totalizando 17 bancos de sangue de cordão umbilical.

“Essa ampliação tem como um dos objetivos ampliar a base do perfil genético do brasileiro, e, para isso, foram escolhidas cidades emblemáticas. Manaus, pela grande população indígena miscigenada com europeus, Campo Grande, pelo povo pantaneiro, os povos andinos e o brasileiro do sul do país que ali se estabeleceu pela expansão agrícola. Já São Luís recebeu negros escravos do Benin, e Salvador,

da Nigéria, que apresentam materiais genéticos muito diferentes”, explica o Gerente de Projetos da Fundação do Câncer, Marson Rebuzzi.

Em abril de 2014, foi inaugurado o banco de sangue de cordão umbilical de Lagoa Santa (MG), que faz parte da fase anterior de expansão da rede, na qual o BNDES investiu R$ 32 milhões.

“Com investimentos no Redome e a ampliação da Rede BrasilCord, estamos levando possibilidade de cura a milhares de pacientes, pois aumentamos paulatinamente a possibilidade de transplantes de medula óssea, com um número maior de material genético disponível”, afirma Ruggiero.

SAIBA MAIS

A medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por ‘tutano’. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue. O transplante de medula é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue. Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável.

O transplante é realizado a partir de material colhido de um doador ou a partir de células-tronco de cordão umbilical de recém-nascidos, que são obtidas e criopreservadas a partir de doações voluntárias e autorizadas pelas mães. Os bancos da Rede BrasilCord mantêm convênio com maternidades

para coleta dos cordões.

3.500.000

3.000.000

2.500.000

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

02005 2007 2009 2011 2013

TOTAL DE DOADORES VOLUNTÁRIOS

300

250

200

150

100

50

02007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

TRANSPLANTES NÃO APARENTADOS (fontes de células)

Internacional (MO, SP, USC)*

BrasilCord

Redome (MO, SP)*

* MO - Medula Óssea; SP - Sangue Periférico; USC - Unidade de Sangue de Cordão

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21RELATÓRIO ANUAL 2013

) Fernando Oliveira da Silva, de 6 anos, e Marcelino Luis de Lima, doador de medula que salvou a vida do menino

Vanessa Barro Canal, de 18 anos, é um caso de sucesso na luta contra o câncer, que enfrentou durante quase toda a infância. Ela tinha 2 anos quando foi diagnosticada com leucemia. Até completar 9, sua rotina foi de idas e vindas a sessões de quimioterapia, em sua cidade, Jaú (SP). O primeiro tratamento durou cerca de um ano. Dois anos depois, a doença retornou. A partir daí, foram mais duas rodadas de quimio e uma terceira recidiva. Os médicos não tinham mais esperança de cura e, em consenso com a família, decidiram suspender os medicamentos e deixar a menina viver seus últimos momentos sem os duros efeitos colaterais do tratamento.

Quinze dias após a interrupção da quimioterapia, a vida de Vanessa mudou de rumo. A família foi avisada sobre a localização de um cordão umbilical compatível com a paciente na Rede BrasilCord. Passados dez anos do transplante, realizado em outubro de 2004, a “menina vitória”, como a jovem passou a ser chamada, comemora a aprovação no vestibular de odontologia, um sonho de criança. “Hoje me sinto orgulhosa de poder contar minha história e incentivar pessoas que passam pelo mesmo problema a não desistirem nunca, e a pedir doações de medula e cordão, pois devo minha vida a uma mãe que doou o cordão umbilical”, conta Vanessa.

O menino Fernando Oliveira da Silva, de 6 anos, do Rio de Janeiro, é outro vitorioso. Um tipo raro de leucemia começou a se manifestar quando ele tinha um ano. Apenas com o transplante de medula óssea o garoto conseguiria ter uma vida normal. Graças à generosidade de Marcelino Luis de Lima, empresário de Goiânia, que se cadastrou no Redome e doou a medula, Fernando ganhou o direito de brincar feliz como as crianças de sua idade. Ele realizou o transplante aos dois anos e está curado.

Doador e receptor se conheceram em um encontro promovido no Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto Nacional de Câncer (Cemo/Inca), em 2013. Na ocasião, não faltaram emoção, muitos abraços e, claro, motivos para comemorar. “Doar para alguém que você conhece é uma bênção. Para quem não conhece, só um anjo mesmo”, disse a mãe de Fernandinho, Juliana Maria Nogueira de Oliveira.

Doações de medula e cordão refazem vidas

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A reestruturação e adaptação ao novo cenário global e o avanço na gestão da Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Câncer (RNPCC) foram a tônica da Pesquisa Clínica do Inca em 2013, segundo o coordenador da área, Carlos Gil Ferreira. Houve uma mudança no cenário mundial. Está acabando o ciclo dos grandes estudos, envolvendo um número elevado de indivíduos e com grande inclusão de pacientes por centro. Em contraste, chegou-se à era de estudos mais focados e conduzidos em rede.

“Estudos de nichos são a tônica. Pacientes com características clínicas e moleculares específicas. As pesquisas não acontecem com um grupo genérico de pacientes com câncer de pulmão – independentemente da sua carga tabágica – mas, algumas vezes, com um grupo de pacientes não fumantes que apresentem a mesma alteração molecular”, explica Carlos Gil.

O trabalho de gestão da RNPCC incluiu a continuação de estudos que visam definir o perfil genético da população brasileira com câncer de pulmão. São dois estudos iniciados em 2012, com previsão de conclusão em 2014. Um dos estudos

GESTÃO DE REDE NACIONAL DE PESQUISA E ADAPTAÇÃO AO CENÁRIO MUNDIAL

PESQUISA

Um dos focos de atenção da Fundação do Câncer ao longo dos seus 23 anos

tem sido o fomento à pesquisa. Com seu apoio, a área de pesquisa clínica

do Instituto Nacional de Câncer (Inca) se tornou referência ao assumir a

coordenação de estudos importantes, inclusive em nível mundial. Desde

2005, a Fundação injeta recursos no Programa de Oncobiologia da UFRJ,

organização acadêmica interinstitucional de pesquisa, ensino e divulgação

em câncer. E, em 2013, deu início a uma parceria com o Grupo Brasileiro

de Oncologia Torácica (GBOT), que se aproximou da instituição pela sua

tradição na gestão de pesquisa clínica em câncer.

envolve 400 pacientes e o outro 1.100. Ambos contam com financiamento misto de cerca de R$ 2,5 milhões, oriundos de edital do Programa de Pesquisa para o SUS, Fundação do Câncer e Inca, GBOT e de fontes de apoio da indústria farmacêutica. O resultado poderá subsidiar o Ministério da Saúde na definição de tratamentos de alto custo a serem disponibilizados à população.

Além desses dois estudos da RNPCC, a Pesquisa do Inca fechou dezembro de 2013 com outros 48 em curso. Entre as pesquisas iniciadas no período, destaca-se a comparação do desempenho de dois medicamentos para carcinoma renal metastático. Entre os estudos finalizados, está a verificação da eficácia de determinado tratamento para pacientes portadores de leucemia mieloide crônica.

A atualização profissional também foi foco de atenção da área de pesquisa do Inca. De janeiro a outubro, houve seis cursos de Boas Práticas Clínicas, com um total de 82 profissionais do Inca treinados. Além deles, dez alunos de outras instituições receberam treinamentos no âmbito da RNPCC.

22

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O Programa de Oncobiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conta com apoio da Fundação do Câncer desde 2005 e se destacou em 2013 por seu desempenho no estímulo a novas contribuições científicas no Brasil.  As metas para 2014 estão afinadas para garantir a expansão do trabalho, apresentando resultados efetivos das pesquisas em relatórios, artigos e congressos.

Mais de 200 artigos foram publicados em periódicos nacionais e internacionais no período 2012-2013 e os 40 projetos em andamento expressam os esforços para o avanço da ciência. A Fundação já aplicou recursos da ordem de R$ 2 milhões para dar suporte às atividades do Programa, e cerca de R$ 500 mil serão investidos em 2014. Quase metade da quantia, R$ 225 mil, será destinada a 15 bolsas de auxílio à pesquisa.

O valor restante servirá para a contratação de um administrador, a realização de um simpósio, a concessão de duas bolsas de pós-doutorado e recursos para o Núcleo de Divulgação, que serão aplicados em projetos com foco em prevenção, como videogames, histórias em quadrinhos para adolescentes, aplicativo de celular e a organização de intervenções urbanas com a Fundação do Câncer.

Criado há 14 anos no Rio de Janeiro, o Programa de Oncobiologia congrega 300 filiados e a experiência de pesquisadores de instituições nacionais e internacionais. Um dos objetivos é integrar profissionais fisicamente distantes, de múltiplas especialidades, como administração, jornalismo, desenho industrial, medicina, farmácia, biofísica, enfermagem, nutrição e biomedicina, para a troca de informações sobre novidades científicas e tecnológicas.

“O nosso Programa possibilita, através de uma rede de pesquisadores, estudantes e profissionais de áreas diversas, uma troca de ideias e técnicas

com qualidade e agilidade na transmissão do conhecimento. Essa interação é fundamental para que diferentes graus de especialização se complementem e atendam às complexidades exigidas”, explica Vivian Rumjanek, cientista idealizadora do Programa de Oncobiologia.

Nove centros de pesquisa do Brasil colaboram com o Programa, entre os quais, a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), além de oito instituições internacionais da Itália, Alemanha, França, Dinamarca, Inglaterra e dos Estados Unidos.

PROGRAMA DE ONCOBIOLOGIA DA UFRJ: INCENTIVO À INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA GARANTE AVANÇOS

) Vivian Rumjanek, idealizadora do Programa de Oncobiologia da UFRJ

23RELATÓRIO ANUAL 2013

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Danielly Ferraz e Eduardo Salustiano são jovens pesquisadores que, através do Programa de Oncobiologia da UFRJ, avançaram em estudos para soluções de combate ao câncer. Ambos foram agraciados, em 2013, com as bolsas de pós-doutorado Pró-Onco Vivi Nabuco e da Fundação do Câncer. Eles têm a oportunidade de estar em contato com cientistas do Brasil e do mundo, contribuindo para descobertas em oncologia e agregando valor às suas formações.

Eduardo ganhou a bolsa para avançar em sua pesquisa sobre o candidato a fármaco antineoplásico LQB-118, recentemente patenteado para a etapa pré-clínica. Ele verificou que essa substância, gerada a partir de moléculas encontradas em duas plantas,

APOIO DA FUNDAÇÃO ACELERA PESQUISAS

) Danielly Ferraz e Eduardo Salustiano, ambos foram agraciados, em 2013, com as bolsas de pós-doutorado Pró-Onco Vivi Nabuco e da Fundação do Câncer

é eficaz contra modelos tumorais humanos sensíveis e multirresistentes. As próximas etapas contemplarão avaliação da segurança de uso, vias de metabolização e eficácia e outros estudos requeridos por órgãos reguladores como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos.

O biomédico, do Laboratório de Imunologia Tumoral, avalia o apoio da Fundação do Câncer como fundamental pela menor burocracia na captação de verbas para o financiamento das pesquisas. “Dessa forma, o nosso estudo consegue andar em ritmo mais acelerado do que seria sem esse apoio. Além disso, destaco o papel do Núcleo de Divulgação Científica na conscientização da população sobre os riscos de se desenvolver um conjunto de doenças”, pondera Salustiano.

O grupo de Danielly já progrediu na elucidação do papel antitumoral do resveratrol, principal composto bioativo presente nas uvas e no vinho tinto, sobre o processo de agregação da proteína citoplasmática p53. Essa proteína age como um supressor tumoral, evitando que células defeituosas se multipliquem. Porém, quando sofrem mutações, essas proteínas se deformam e perdem suas funções, podendo tornar-se oncogênicas.

“Esses e futuros achados podem contribuir para a elucidação de mecanismos cruciais a serem considerados no desenvolvimento de novas estratégias de prevenção da agregação da p53 como uma nova abordagem terapêutica para o câncer”, explica a nutricionista e pós-doutoranda do Laboratório de Termodinâmica de Proteínas e Estruturas Virais.

Segundo a pesquisadora, a aproximação entre as pesquisas básica e clínica aplicada é essencial para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas e a comunhão de recursos. “A parceria que tenho com pesquisadores credenciados ao Programa de Oncobiologia, de dentro e fora da UFRJ, e a oportunidade de participar das atividades desenvolvidas contribuem valiosamente para os meus projetos e a minha formação”, conclui.

Programa de Oncobiologia da UFRJ: Incentivo à investigação científica garante avanços

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25RELATÓRIO ANUAL 2013

MISSÃO SAÚDE: APRENDER BRINCANDO

Conscientizar as crianças sobre os cuidados com o corpo faz parte da Missão Saúde, série lançada pelo Núcleo de Divulgação do Programa de Oncobiologia da UFRJ. O núcleo desenvolveu seis games voltados para os pequenos de 5 a 10 anos que estão internados e afastados da educação formal.

Os jogos dão orientações de higiene pessoal, dicas para uma alimentação saudável, informações de prevenção contra micróbios, coleta seletiva, entre outras abordagens. O núcleo pretende disponibilizar os games para outros hospitais públicos depois de testá-los com as crianças do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Eles podem ser acessados no site do museu virtual do câncer Acubens (acubens.com.br).

A série surgiu após um estágio de três meses da aluna Carolina Vilella, bolsista da Fundação, no IFF/Fiocruz. Nesse período, ela observou aspectos que serviram de base para a criação dos jogos. “É um momento em que os pacientes passam por mudanças na aparência e no seu dia a dia, além de terem que enfrentar o medo de um futuro desconhecido. Estar internado significa abrir mão da escola, da convivência com os amigos e familiares, das brincadeiras, de casa e de outras atividades”, ressalta Carolina.

Mais comum entre todos os tumores malignos, o câncer de pulmão deve atingir mais de 27 mil novos casos no Brasil em 2014, sendo 16.400 deles em homens e 10.930 em mulheres. Estimativas apontam que, até 2030, a doença – uma das principais causas de mortes evitáveis do mundo – deve, ainda, ter 1,7 milhão de ocorrências no país e mais de um milhão de óbitos a cada ano. Os dados são os mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A fim de somar esforços em prol do estímulo à pesquisa clínica oncológica, o Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT) estabeleceu uma parceria com a Fundação do Câncer, que passa a dar dinamismo às ações do grupo, bem como oferecer consultoria para captação e gerenciamento de recursos.

Desde sua criação, em 2009, o GBOT atua fomentando a educação na área do câncer torácico e a geração de informações epidemiológicas. Segundo a presidente do grupo, a oncologista Clarissa Mathias, a aliança

FORÇAS UNIDAS CONTRA O CÂNCER TORÁCICOcom a Fundação está sendo construída com o objetivo de organizar, associadamente, eventos nas áreas de tabagismo e prevenção de câncer, participar de publicações conjuntas em campos de interesse comuns e desenvolver produtos e serviços em oncologia torácica.

O GBOT é uma associação de direito privado sem fins lucrativos que reúne cerca de 30 pesquisadores em todo o país. A equipe está envolvida em um grande estudo que pretende traçar o perfil do adenocarcinoma no Brasil, vinculado à Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Câncer. Clarissa Mathias frisa a importância desse trabalho, que pode ser ponto de partida para novos avanços científicos.

“A meta desse estudo é estabelecer o perfil molecular do adenocarcinoma para a população brasileira, a fim de definir o melhor tratamento disponível. Essa informação já está disponível para outras populações e será de extrema importância também para o desenvolvimento de pesquisas futuras”, explica a oncologista.

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Uma das plataformas de comunicação de maior alcance, a internet é uma importante aliada da Fundação do Câncer para divulgar assuntos relativos à prevenção da segunda doença que mais mata no Brasil. O site da instituição tem sido cada vez mais acessado e a página no Facebook não para de crescer em audiência.

Com mais de 50 mil curtidores, o Facebook da Fundação venceu a nona edição do concurso Peixe Grande na categoria Interativa, promovido pela Arteccom. A empresa premia os melhores projetos do país em mídia digital há oito anos. O site também foi premiado com o segundo lugar no voto popular como melhor portal.

O prestígio do trabalho de comunicação deveu-se à alta interatividade da fanpage do Facebook com seus seguidores. Assim como na rede social, é grande a troca de informações com o público no site, onde diariamente são divulgadas notícias sobre a doença, orientações para se prevenir, informações de eventos e campanhas, depoimentos e é possível fazer doações. A plataforma também conta com versão móvel para celulares e smartphones.

“Estamos muito felizes com esse reconhecimento, pois uma das nossas atividades é manter a comunicação com todos os públicos, promover campanhas de conscientização e incentivar a população em geral a manter hábitos saudáveis”, diz Claudia Gomes, gerente de Marketing e Captação de Recursos da Fundação.

RESULTADOS POSITIVOS NAS MÍDIAS DIGITAIS

MOBILIZAÇÃO26

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REGINA DUARTE ESTRELA CAMPANHA CONTRA O CÂNCEREm um ato de generosidade, uma das atrizes mais populares da televisão brasileira emprestou sua imagem para uma campanha da Fundação do Câncer que visou arrecadar recursos para projetos de combate à doença, em 2013. Regina Duarte gravou um comercial de dois minutos sem cobrar cachê em prol da causa, uma conquista para a instituição. O filme foi exibido em quatro canais de TV a cabo: GNT, GloboNews, Viva e Discovery Home & Health.

A campanha conta a história de um menino que adoeceu com um tipo raro de leucemia quando tinha um ano de idade. O garoto conseguiu um transplante de medula óssea aos 2 anos e, aos 5, leva uma vida saudável. A rede de cinemas Kinoplex também veiculou versões reduzidas do anúncio, de 30 segundos.

“Eu fico feliz quando encontro uma campanha ou causa que ajude pessoas que estão sofrendo. Acho que as pessoas saudáveis, com energia, devem ajudar as que precisam”, disse Regina Duarte.

O objetivo da campanha foi atingido. Contribuiu para chamar a atenção para a atuação da instituição nas áreas de prevenção, pesquisa, tratamento e controle do câncer e estimular doações.

“Somos muito gratos à Regina Duarte e acreditamos que o filme apresentado por ela ajudou a dar mais visibilidade à causa da prevenção e controle do câncer. Esperamos contar, no futuro, com a atriz e com outras pessoas que emprestem seu talento e seu prestígio à causa”, ressalta o diretor-executivo da Fundação do Câncer, Celso Ruggiero, em agradecimento à atriz.

27RELATÓRIO ANUAL 2013

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Segundo as últimas estimativas, o câncer – maior causa de mortalidade na infância e na adolescência no Brasil – deve se manifestar em 11.840 meninos e meninas em 2014. Uma realidade positiva nesse cenário é que as chances de cura aumentam para 80% quando o problema é diagnosticado em fase inicial.

Juntos, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a Fundação do Câncer se esforçam para incentivar os pais a não ignorarem os sintomas, que se assemelham aos sinais de outras enfermidades comuns na infância, e para garantir diagnóstico e tratamento mais céleres. O objetivo é evitar que muitos pacientes continuem sendo encaminhados para tratamento sem chances de cura e em estágio neoplásico avançado.

A Seção de Oncologia Pediátrica do Inca é responsável por cerca de 70% do atendimento de todos os casos de pacientes com tumores sólidos pediátricos no Estado do Rio e, em 2013, foram registradas 14.719 consultas, 1.085 internações e 328 novas matrículas de crianças e adolescentes com câncer.

A médica Sima Ferman, chefe da seção, afirma que, com o apoio da Fundação, crianças e adolescentes com câncer e seus familiares são beneficiados com o atendimento integral

de uma equipe multidisciplinar, focada e especializada. Ela também lembra sobre a importância das doações: “As iniciativas de apoio têm sido de fundamental importância para podermos oferecer um tratamento de melhor qualidade, integrado e humanizado”.

Outra conquista obtida graças à parceria da Seção de Oncologia Pediátrica do Inca com a Fundação é o crescimento da participação em estudos clínicos cooperativos multi-institucionais, nacionais e internacionais, um somatório para os avanços no tratamento do câncer infantojuvenil.

Apoio da sociedade

A pediatria do Inca é fortalecida há 11 anos com a aliança entre a Fundação do Câncer e o Instituto Ronald McDonald, realizador

SOLIDARIEDADE

ATENÇÃO AOS SINTOMAS SALVA CRIANÇAS E JOVENS

) Larissa Santana, 14 anos, paciente do Inca

Desinformação, atraso no diagnóstico e acesso desigual às tecnologias são alguns dos vilões do combate ao câncer infantojuvenil. A doença é a segunda causa de morte na faixa etária de 1 a 19 anos no Brasil, depois apenas dos fatores externos, como acidentes e violência.

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da campanha McDia Feliz. Ao longo desse período, os recursos arrecadados no evento já viabilizaram projetos como a construção de um consultório oftalmológico, da emergência e do CTI pediátricos, o Programa de Educação a Distância, a implantação do laboratório de hematologia celular e molecular infantil, além de pesquisas clínicas.

Em 2013, funcionários da Fundação do Câncer, familiares e amigos participaram da pré-venda da campanha e conseguiram vender 20.012 tíquetes a serem trocados por sanduíches. Com isso, foram obtidos aproximadamente R$ 230 mil reais, que foram repassados à Pediatria do Inca e auxiliaram na viabilização de projetos para aprimorar o atendimento multidisciplinar. Desse total, o valor referente a cerca de 1.500 tíquetes foi conseguido com o apoio dos alunos da Escola Americana do Rio de Janeiro.

Os alunos também realizaram a nona edição da Caminhada contra o Câncer – Walkathon, em prol da Pediatria do Inca. Cerca de 500 pessoas se reuniram na Lagoa Rodrigo de Freitas. Foram arrecadados R$ 43 mil com a venda de camisetas. A quantia foi superior à angariada em 2012, que chegou a R$ 31 mil. A cada ano, o evento conta com mais adeptos.

Outra iniciativa que estimulou a generosidade em favor das crianças e jovens com câncer foi a terceira edição do Chá Beneficente para a Pediatria do Inca, promovida pelo Iate Clube do Rio de Janeiro, INCAvoluntário e a Fundação do Câncer. Foram arrecadados cerca de R$ 6 mil com a venda de convites.

) Alunos da Escola Americana do Rio de Janeiro no início da caminhada contra o câncer, na Lagoa (RJ)

) O ator Kadu Moliterno acompanhou o filho, Kenui, na Caminhada contra o Câncer. Até a labradora da família, Valentina, vestiu a camiseta e participou do evento

Maior causa de mortalidade na infância e na adolescência no Brasil, o câncer deve se manifestar em 11.840

meninos e meninas em 2014

29RELATÓRIO ANUAL 2013

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30

UNIDOS PELA CURA:

DIAGNÓSTICO PRECOCE E PRONTO ATENDIMENTO

A garantia da precocidade do diagnóstico e do início do tratamento é a principal força de combate ao câncer infantojuvenil. O movimento Unidos pela Cura concentra seus esforços para assegurar a crianças e adolescentes com suspeita de câncer um rápido atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) do Rio de Janeiro. Desde o início de 2013, a Fundação do Câncer é membro do projeto, uma iniciativa conjunta entre as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

O Unidos pela Cura criou um sistema que facilita o encaminhamento do paciente de postos e unidades de saúde da família para a confirmação da suspeita, o que é considerado um progresso na última década. A consulta já pode ser agendada em até 72 horas no município do Rio. Em 56% dos casos, os pacientes são atendidos em até cinco dias, e em 32%, em até três dias.

O Desiderata, uma das instituições integrantes do Unidos pela Cura, produziu, no último ano, folhetos e cartazes de conscientização para hospitais da Secretaria Municipal de Saúde, esclarecendo sobre os sintomas. O Estado do Rio possui seis centros de tratamento, divididos por especialidades e região: Inca, Hospital da Lagoa, Hospital dos Servidores, Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (Instituto de Pediatria da UFRJ – IPPMG), Hemorio e Hospital Jesus.

Para Roberta Costa Marques, diretora-executiva da entidade, o apoio da Fundação do Câncer é fundamental. ”A Fundação é uma das instituições responsáveis pelo controle do câncer e pode trazer contribuições efetivas para as políticas públicas de oncologia pediátrica. Estamos muito felizes com a parceria”, afirma.

SOLIDARIEDADE

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31RELATÓRIO ANUAL 2013

FALTA MUITO POUCO PARA UM GRANDE AVANÇO NA LUTA CONTRA O CÂNCER:

TER VOCÊ AO NOSSO LADO.

twitter.com/fdocancer

facebook.com.br/fundacaodocancer

Sua ajuda é fundamental para que possamos obter ainda mais vitórias no combate ao câncer. Os números neste relatório mostram que já obtivemos grandes avanços. Por exemplo: o Redome é o 3º maior cadastro de doadores de medula óssea do mundo. A Rede BrasilCord se expandiu para 13 bancos de sangue de cordão umbilical e placentário. E, em breve, vamos inaugurar o Hospice da Fundação do Câncer, nossa primeira unidade própria de atendimento em cuidados paliativos.

Para avançar ainda mais, precisamos de você. Venha sentir a alegria de lutar a favor da vida.

Seja doador da Fundação do Câncer.Ligue para 4002-2508 ou envie um e-mail para [email protected].

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32 Plano de Atenção Oncológica, um modelo para o Brasil

Foi com muita satisfação que em fevereiro de 2013 aceitei o convite para administrar a Fundação do Câncer. Entre os motivos para tal, destaco a causa do câncer em que a instituição trabalha há mais de 20 anos nas diversas linhas de cuidado, desde a prevenção, tratamento até os cuidados paliativos, e o desafio de modernizar a administração e desenvolver novos projetos, intensificando ainda mais a atuação filantrópica e nacional da Fundação.

Nesse ano de trabalho, procuramos readequar a estrutura organizacional e modernizar os processos internos da Fundação, assim revitalizamos a área administrativa e financeira, revisando todos os processos. Na área de Recursos Humanos, renovamos a estrutura salarial, programas de desempenho e meritocracia.

GESTÃO A SERVIÇO DA

CAUSACelso RuggieroDiretor-Executivo da Fundação do Câncer

ARTIGO

Também revisamos custos internos e de contratos, promovendo economia de cerca de R$ 3 milhões anuais.

Com relação aos novos projetos, desenvolvemos metodologia para diagnóstico, revisão de processos, acompanhamento de indicadores e metas na área da oncologia, que culminaram com os Planos de Atenção Oncológica para a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro e para a Prefeitura de Macaé. Através destes planos, pudemos fazer um diagnóstico, desde os mecanismos de prevenção, a entrada do paciente na rede de atenção básica, diagnóstico, tratamento, visitando e avaliando as diversas unidades de atendimento e analisando suas conexões e encaminhamentos dentro do sistema público.

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) Relatórios dos Planos de Atenção Oncológica desenvolvidos para as secretarias de Saúde de Macaé e do Rio de Janeiro

33RELATÓRIO ANUAL 2013

O resultado são relatórios substanciais com proposições de metas, planos de ação, aliados a cronogramas e estimativas de custos para implantação, fornecendo assim aos agentes públicos um mapa completo para ação nos próximos anos, cujo objetivo final é a redução do número de mortes por câncer no estado e no município.

Hoje estamos prontos para auxiliar outros estados e municípios que queiram atacar esta causa de frente, com toda a experiência de anos de atuação na área, além das experiências diretas atuais.

Em 2014 estamos dando continuidade a esta atividade para o Estado do Amazonas e avançando nossos trabalhos junto à Prefeitura de Macaé, cuja duração deve variar entre seis e 12 meses. Além dos trabalhos de consultoria e revisão de processos, estamos finalizando os projetos de construção de um hospice, unidade de cuidados paliativos, a qual será um

marco para Fundação, como a primeira unidade assistencial própria e que tem sua inauguração prevista para julho de 2015.

A Fundação tem projetos ambiciosos para cumprir sua missão filantrópica na área de prevenção e controle do câncer. Os recursos, porém, precisam ser ampliados para o atendimento dos nossos desejos e compromissos com esta causa. Dependemos e muito de doações, parcerias e apoio de instituições e pessoas físicas, que queiram colaborar com ela.

Agradeço a oportunidade de estar à frente desta instituição séria, ética e com objetivos tão nobres e humanos. Agradeço a todos aqueles que a apoiam e conto com a colaboração de todos que queiram aderir à causa.

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34

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Receitas Contratos e Convênios

Receitas Doações

Receitas Financeiras

Receitas Diversas

1,2

4,3

6,5

12,4

19,2

39,7

8,3

2,3

Tratamento e Diagnóstico

Transplantes de Medula e Sangue de Cordão Umbilical

Projetos de Prevenção e Vigilância

Projetos de Pesquisa

Infraestrutura e Gestão

Educação e Ensino em Câncer

Cuidados Paliativos

Administração da Fundação

APLICAÇÃO DE RECURSOS – Em R$ milhões –

2013

ORIGEM DOS RECURSOS

– Em R$ milhões –

3,0

96,5

0,1

10,1

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RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISAo Conselho de Curadores, Conselho Diretor e Conselho Fiscal daFundação Ary Frauzino para Pesquisa e Controle do Câncer – Fundação do Câncer Rio de Janeiro – RJ

Examinamos as demonstrações contábeis da Fundação Ary Frauzino para Pesquisa e Controle do Câncer - Fundação do Câncer, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2013, e as respectivas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas.

RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A Administração da Entidade é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações contábeis livres de distorção relevante, independentemente, se causada por fraude ou erro.

RESPONSABILIDADE DOS AUDITORES INDEPENDENTES

Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante.

Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações contábeis. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis,

independentemente, se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações contábeis da Entidade para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Entidade. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela Administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião.

OPINIÃO SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Fundação do Câncer em 31 de dezembro de 2013, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

Rio de Janeiro, 03 de abril de 2014

BDO RCS Auditores Independentes SSCRC 2 SP 013846/O-1 - S - RJ

Julian ClementeContador CRC 1 SP 197232/0-6 – S - RJ

Cristiano Mendes de OliveiraContador CRC 1 RJ 078157/O-2

RELATÓRIO ANUAL 2013

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BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2013 E 2012 (Em milhares de reais)

Demonstrações financeiras 2013

ATIVO Nota explicativa 2013 2012

Circulante (reclassificado)

Caixa e bancos 1.681 455

Recursos vinculados a programas 4 18.451 11.593

Fundo patrimonial 5 120.649 115.203

Contas a receber 6 32.773 34.272

Adiantamentos 553 760

Despesas antecipadas 116 131

Convênios governamentais 7 7.262 5.119

Outros créditos a receber 110 195

181.595 167.728

Não circulante

Realizável a longo prazo 13 4.038 3.785

Imobilizado 8 28.581 29.537

Intangível 9 2 632

32.621 33.954

Total do ativo 214.216 201.682

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Nota explicativa 2013 2012

Circulante (reclassificado)

Fornecedores 3.692 5.170

Encargos sociais e obrigações a recolher 1.427 1.453

Provisões sociais 10 4.943 5.152

Outras provisões 11 366 2.844

Convênios governamentais 7 7.262 5.119

Projetos a executar 12 19.534 20.456

Outras contas a pagar 153 628

Outros créditos 5 34

37.382 40.856

Não circulante

Provisão para contingências 13 4.509 3.437

Receitas diferidas 14 17.429 15.059

21.938 18.496

Patrimônio líquido

Patrimônio social 15 89.029 76.463

Fundo patrimonial estatutário 65.867 65.867

Superávit acumulado - -

154.896 142.330

Total do passivo e do patrimônio líquido 214.216 201.682

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37RELATÓRIO ANUAL 2013

DEMONSTRAÇÕES DO SUPERÁVIT EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2013 E 2012 (Em milhares de reais)

DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS ABRANGENTES EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2013 E 2012 (Em milhares de reais)

Nota explicativa 2013 2012

Receitas operacionais (reclassificado)

Sem restrição

Prestação de serviços 6 82.442 88.996

Contratos de pesquisas 3.091 4.045

Cursos e seminários 629 511

Doações 2.243 7.062

Doações patrimoniais - 364

Patrocínios 47 432

Outras receitas 124 260

Receita financeira 9.482 9.950

98.058 111.620

Com restrição

Convênios - programas de saúde 4.775 2.813

Projetos - programas de saúde 3.502 4.501

8.277 7.314

Custos operacionais

Com programas (atividades)

Assistência 16.1 (54.307) (57.802)

Educação 16.2 (1.138) (1.318)

Pesquisa 16.3 (6.827) (8.069)

Prevenção e mobilização 16.4 (2.103) (1.666)

Desenvolvimento institucional e humano 16.5 (11.765) (15.256)

Despesas com convênios - programas de saúde (4.775) (2.813)

Despesas com projetos - programas de saúde (3.502) (4.501)

(84.417) (91.425)

Resultado bruto 21.918 27.509

Despesas operacionais

Administração (8.411) (7.779)

Outras despesas operacionais - (547)

(8.411) (8.326)

Superávit do período 13.507 19.183

2013 2012

Superávit do exercício 13.507 19.183

Outros resultados abrangentes - -

Total do resultado abrangente do período 13.507 19.183

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38 Demonstrações financeiras 2013

DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2013 E 2012 (Em milhares de reais)

DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2013 E 2012 (Em milhares de reais)

Nota explicativa

PATRIMÔNIO SOCIAL

FUNDO PATRIMONIAL ESTATUTÁRIO

SUPERÁVIT ACUMULADO

TOTAL

Em 31 de dezembro de 2011 49.352 65.867 7.928 123.147

Absorção do superávit de 2011 7.928 - (7.928) -

Superávit do exercício - - 19.183 19.183

Incorporação do superávit do exercício 19.183 - (19.183) -

Saldos em 31 de dezembro de 2012 (reclassificado)

76.463 65.867 - 142.330

Ajuste retrospectivo 17 (941) - - (941)

Saldos ajustados em 1° de janeiro de 2013

75.522 65.867 - 141.389

Superávit do exercício - 13.507 13.507

Incorporação do superávit do exercício 13.507 - (13.507) -

Saldos em 31 de dezembro de 2013

89.029 65.867 - 154.896

2013 2012

Fluxo de caixa das atividades operacionais

Superávit do exercício 13.507 19.183

Ajustes p/ reconciliar o resultado do período c/ recursos provenientes de atividades operacionais

Depreciação e amortização 1.647 (1.372)

Redução do ativo imobilizado de projetos 2.941 2.656

Baixa do ativo imobilizado 547

Ajuste retrospectivo (941)

Redução (aumento) nos ativos:

Contas a receber 1.499 (11.651)

Adiantamentos 207 552

Despesas antecipadas 15 11

Outros créditos a receber (168) (455)

Aumento (redução) nos passivos

Fornecedores (1.478) 3.691

Impostos e obrigações a recolher (26) (179)

Provisões sociais (209) 44

Projetos a executar (922) (1.556)

Provisão para contingências 1.072 484

Receitas diferidas 2.370 311

Outros passivos (2.982) 3.324

Caixa líquido gerado nas atividades operacionais 16.532 15.590

Fluxo de caixa das atividades de investimentos

Aquisição de bens ao imobilizado (3.002) (3.993)

Caixa líquido consumido nas atividades de investimentos (3.002) (3.993)

Aumento no caixa e equivalentes de caixa 13.530 11.597

Caixa e equivalentes de caixa no início do período 127.251 115.654

Caixa e equivalentes de caixa no final do período 140.781 127.251

13.530 11.597

As notas explicativas da Administração são parte integrante das demonstrações contábeis e se encontram à disposição dos interessados no site www.cancer.org.br

Adriana Cascareja Soares Contadora - CRC-Rj 078797/O-0

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39RELATÓRIO ANUAL 2013

ABC Turismo

Aliança de Controle do Tabagismo (ACT)

Iate Clube do Rio de Janeiro

Instituto Desiderata

Joalheria Ganish

Kinoplex

Lapa 40º Sinuca e Gafieira

Outback Steakhouse

Restaurante Dom Cavalcante

Restaurante Fran Mourão

Restaurante Siri Mole

PARCEIROS DE EVENTOS

PARCEIROS DE PROJETOS

Amgen Brasil Biofarmacêutica

Associação Pró-Vita

Associação Vencer

Astellas Pharma/PRA

Astrazeneca do Brasil Ltda.

Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES)

Bloomberg/Union

Boehringer Ingelheim

Bristol-Myers SQUIBB Brasil S.A.

Bristol-Myers SQUIBB Farmacêutica Ltda.

Cancer International Research Group

(Cirg/Roche)

Celgene

Cephalon Inc.

Cobre Bem Tecnologia

Daiich Sankyo Pharma Development

European Haematology Association (EHA)

Eli Lilly do Brasil Ltda.

Escola Americana do Rio de Janeiro (Earj)

Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)

Fundo Nacional de Saúde (FNS/MS)

Glaxosmithkline Brasil Ltda.

Grupo Lat. Amer. Invest. Clínicas Oncologia

Hospital Albert Einstein

I3 Latin America

Icon Clinical Research

ImClone Systems

Instituto Nacional de Câncer (Inca)

Institute of Head and Neck Studies and

Education (Inhanse)

Instituto Ronald Mc Donald

Intrials/Eurofarma

Janssen – Cilag Farmacêutica Ltda.

Merck Sharp & Dohme Farmacêutica Ltda.

Morphotek Inc.

National Cancer Institute at the National

Institute of Health (NCI-NIH)

Novartis Biociências S. A.

Organização Pan-Americana de Saúde – Opas

Parexel International Pesquisas Clínicas Ltda.

Laboratórios Pfizer

Pharmaceutical Research Associates Ltda.

Pharm-Olam/Tesaro

PPD Development L.P.

Prod. Roche Químicos Farmacêuticos Ltda.

Produtos Hospitalares Dist. do Centro S.A.

Quintiles Brasil Ltda.

Roche Químicos e Farmacêuticos S.A.

Sanofi-Aventis

Wyeth Pharmaceuticals Inc.

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REDAÇÃO E COORDENAÇÃO EDITORIALSPS Comunicação

PROJETO GRÁFICOKaryn Mathuiy Design

FOTOS

Fabrizia Gramatieri

Flávio Sardou / Prefeitura de Macaé

Gianne Carvalho

Rui Porto / Prefeitura de Macaé

Secretaria de Estado de Saúde

do Rio de Janeiro / Divulgação

COORDENAÇÃO GERALGerência de Marketing e Captação

de Recursos da Fundação do Câncer

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RELATÓRIO ANUAL 2013

HOSPICE‘Dar mais vida aos dias do que acrescentar dias à vida’

MEDULA ÓSSEACapacidade de atendimento vai crescer de 20% a 30%

PLANO de ATENÇÃO ONCOLÓGICA,um modelo para o Brasil

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