plano de assessoria de imprensa

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Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS Ciências da Comunicação Curso de Comunicação Social – Hab. Jornalismo Assessoria de Impresa II – Profº Luiz Antônio Farias Duarte Natália Barbosa Gaion Projeto de Assessoria de Imprensa Julgamento Mensalão - STF São Leopoldo 2012

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Plano para assessoria de imprensa para o STF no julgamento do Caso do Mensalão. Trabalho para a disciplina de Assessoria de Imprensa 2 do curso de jornalismo da Unisinos.

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Page 1: Plano de Assessoria de Imprensa

Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS Ciências da Comunicação

Curso de Comunicação Social – Hab. Jornalismo

Assessoria de Impresa II – Profº Luiz Antônio Farias Duarte

Natália Barbosa Gaion

Projeto de Assessoria de Imprensa Julgamento Mensalão - STF

São Leopoldo 2012

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1. INTRODUÇÃO A comunicação pública é fundamental para identificar demandas sociais, definir conceitos e eixos para uma ação pública coerente e integrada, promover e valorizar o interesse público, qualificar a formulação e implementação de políticas públicas, avaliar a execução das ações de interesse coletivo, melhorar a compreensão sobre o funcionamento do setor público, entre tantas outras funções. Para tanto, propõe-se quatro eixos centrais da Comunicação Pública, que indicam pré-requisitos para a ação dos agentes e instituições que lidam com a comunicação de interesse público: transparência, interação, acesso e ouvidoria social. Sob este aspecto este projeto tem o objetivo de mostrar as funções da uma assessoria de imprensa de uma entidade pública a partir de um caso concreto que é o julgamento da Ação Penal 470, o mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF). Para ilustrar as tomadas de decisão da assessoria de imprensa deste órgão serão criadas novas ações dentro do cronograma real divulgado pelo STF.

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2. O MENSALÃO: ENTENDENDO O CASO QUE SERÁ JULGADO PELO STF Sete anos depois do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), denunciar a sua existência, numa entrevista à jornalista Renata Lo Prete, na Folha de S. Paulo, foi marcado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) o início do julgamento do mensalão. Em reunião na tarde desta segunda-feira (18), os ministros da Suprema Corte aceitaram uma sugestão de cronograma feita pelo ministro Celso de Mello, que marca o início do julgamento para o dia 1º de agosto. A expectativa é que as sessões do que deverá ser o mais importante julgamento de cunho político da história da Suprema Corte estendam-se até setembro. São 147 volumes e 173 apensos, que formam nada menos que 69 mil páginas de um processo com 38 réus (dos 40 acusados inicialmente, morreu o ex-deputado José Janene, do PP, e o ex-secretário do PT Sílvio Pereira fez um acordo com a Justiça pelo qual cumpriu 750 de trabalho comunitário em troca de colaborar com a investigação). O relatório que acolheu a denúncia do então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, foi feito pelo ministro Joaquim Barbosa. Na peça acusatória que será lida no dia 1º de agosto, o atual procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedirá a condenação de 36 réus. Ele pede a absolvição do ex-ministro da Secretaria de Comunicação Luiz Gushiken e do ex-assessor do PF (hoje PR) Jacinto Lamas, por falta de provas contra os dois. Para que se cumpra o calendário acertado pelos ministros do Supremo, é necessário que seja concluído o relatório revisor, sob a responsabilidade do ministro Ricardo Lewandowsi. Ele, porém, já informou que terminará seu trabalho até o final deste mês. Em seguida, em julho, o poder Judiciário entra em recesso, e os ministros retornarão, então em agosto, para se debruçar sobre o caso. Na primeira parte do julgamento, estão previstas sessões diárias, de segunda a sexta, para acelerar o julgamento. Depois, quando começarem os votos dos ministros, as sessões serão três vezes por semana. A expectativa é que o julgamento se encerre em setembro. Para facilitar a compreensão do que será julgado, segue uma memória do caso, desde seu início até o acolhimento pelo STF da denúncia do mensalão. ACORDO COM O PL Em meados de junho de 2002, o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva aposta na composição de uma chapa tendo como seu vice o senador e empresário do ramo têxtil José Alencar. A presença de Alencar na chapa seria uma forma de diminuir as reações do empresariado e dos setores mais conservadores da sociedade. Para tanto, Lula precisaria compor uma aliança com o PL (hoje PR), o partido de Alencar à época. Como contrapartida para compor a chapa, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, exige um reforço de caixa para ajudar a financiar a campanha de seu partido. Acertou-se um formato de financiamento que acabou estendido a outros partidos aliados, como o PTB e o PP. O MENSALÃO No dia 24 de setembro de 2004, reportagem do Jornal do Brasil denuncia que o esquema de financiamento teria se transformado num pagamento periódico, uma espécie de “mesada” a partidos aliados em troca de apoio ao governo. A reportagem, assinada pelos jornalistas Paulo de Tarso Lyra, Hugo Marques e Sérgio Pardellas, atribiu a denúncia ao ex-líder do governo na Câmara Miro Teixeira (PDT-RJ). Segundo a matéria, Miro teria ouvido de parlamentares que havia “um esquema de distribuição de verbas e cargos para premiar partidos da bancada governista”. O esquema era chamado de “mensalão”.

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No dia seguinte, o então presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), disse que iria determinar a apuração das denúncias, mas já adiantava que seria no sentido de desmentir “notícias infundadas”. Miro, por sua vez, publicou nota negando que a denúncia tivesse partido dele. Sem a confirmação de Miro, o caso caiu momentaneamente no esquecimento. ROBERTO JEFFERSON Em maio de 2005, reportagem de capa da revista Veja mostra o ex-diretor dos Correios Maurício Marinho recebendo em seu gabinete uma propina de R$ 3 mil. Maurício era flagrado num vídeo recebendo o dinheiro. Ele pertencia à cota do PTB no governo. Por essa razão, o caso rapidamente desviou-se para o presidente do PTB, Roberto Jefferson, que se sentiu acuado. Uma CPI foi criada para investigar o caso, e novas denúncias começaram a surgir contra o PTB. Com a suspeita de que a denúncia tivesse partido do próprio governo, mais especificamente, segundo sua análise, do então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, Roberto Jefferson resolveu contra-atacar. No dia 6 de junho, Jefferson concedeu uma entrevista à jornalista Renata Lo Prete, então na Folha de S. Paulo, em que denuncia a existência do mensalão. Jefferson repete, com detalhes, a história que havia sido publicada quase um ano antes pelo Jornal do Brasil. O mensalão passa a ser parte dos fatos investigados pela CPI dos Correios, e Roberto Jefferson é convocado para repetir sua denúncia. O VALERIODUTO No depoimento à CPI, Roberto Jefferson detalha o que depois ficou conhecido como “Valerioduto”. Como mais tarde descreverá o ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza na denúncia do mensalão, os dirigentes do PT teriam criado um esquema para “comprar suporte político” dos partidos aliados. Para tanto, foram buscar um publicitário de Minas Gerais, Marcos Valério, que tinha montado esquema semelhante para o PSDB de Minas Gerais, na campanha do hoje deputado Eduardo Azeredo ao governo do estado. Marcos Valério daria o suporte financeiro ao esquema, em troca de contratos no governo. Em seu depoimento, Roberto Jefferson afirma ter recebido uma mala com R$ 4 milhões das mãos do próprio Marcos Valério. E diz que os políticos aliados faziam saques na boca do caixa em uma agência do Banco Rural que funcionava no 9º andar de um shopping center de Brasília. BANCO NO SHOPPING A agência do Banco Rural funcionava numa torre de escritórios anexa ao shopping e, para a sua entrada, era exigida a exibição de algum documento de identidade. Assim, havia um registro na portaria do shopping que mostrava quem tinha entrado e para qual andar se dirigia. Foi possível, assim, verificar-se que vários políticos ou seus assessores estiveram na agência do Banco Rural. Mais tarde, a CPI dos Correios pode constatar, nas suas investigações, que eles – ou pessoas ligadas a eles – efetivamente fizeram saques das contas do valerioduto. OS MENSALEIROS A CPI dos Correios confirma, ao final de seus trabalhos, a existência do mensalão e recomenda a cassação dos mandatos de 18 deputados: Bispo Rodrigues (PL-RJ), João Magno (PT-MG), João Paulo Cunha (PT-SP), José Borba (PMDB-PR), José Dirceu (PT-SP), José Janene (PP-PR), José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), Paulo Rocha (PT-PA), Pedro Correia (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Roberto Jefferson (PTB-RJ), Romeu Queiroz (PTB-MG), Sandro Mabel (PL-GO), Valdemar Costa Neto (PL-SP), Vadão Gomes (PP-SP) e Wanderval Santos (PL-SP). Para escapar da perda do mandato, renunciam Valdemar Costa Neto, Paulo Rocha, José Borba e Bispo Rodrigues. O deputado José Janene

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afasta-se por problemas de saúde (ele morreu em setembro de 2010). José Dirceu – apontado como o comandante do esquema –, Roberto Jefferson – o denunciante, mas que confessou ter recebido dinheiro do esquema –, e Pedro Corrêa – ex-presidente do PP – foram cassados. Os demais foram absolvidos. A DENÚNCIA No dia 11 de abril de 2006, o então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, apresenta a denúncia do mensalão. Ele acusa 40 pessoas de participarem de uma “sofisticada organização criminosa” destinada a “garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros partidos”. AÇÃO PENAL 470 Em agosto de 2007, o Supremo Tribunal Federal aceita a denúncia de Antônio Fernando de Souza. Passa a tramitar a Ação Penal 470. Os réus são acusados de crimes como formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta e evasão de divisas.

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3. O CRONOGRAMA DO JULGAMENTO � 1 agosto

O ministro Joaquim Barbosa, relator, fará a leitura de uma síntese do relatório. A seguir, será a vez do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que terá até cinco horas para sua manifestação. � 2 agosto

Iniciam as sustentações orais dos 38 réus. Cada advogado terá até uma hora para apresentar a defesa no Plenário do STF. Na sexta-feira, dia 3, não haverá sessão. � 6 a 14 agosto

Apatir deste dia as sessões serão diárias – de segunda a sexta-feira –, com cinco sustentações orais por dia. Nessa fase, as sessões das duas Turmas do STF serão realizadas nas manhãs de terça-feira. As sessões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), das quais participam três ministros do STF, serão iniciadas às 20h, e não às 19h, como de costume, segundo informou a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha. � A partir de 15 de agosto

Inicia-se a fase em que serão proferidos os votos dos ministros. Nessa etapa, as sessões serão realizadas três vezes por semana (às segundas, quartas e quintas), a partir das 14h. Segundo o ministro Joaquim Barbosa, não há previsão de quantas sessões serão necessárias para concluir o julgamento. O relator será o primeiro a votar, no dia 15. Depois dele, vota o revisor da AP 470, ministro Ricardo Lewandowski, e, em seguida, a votação segue por ordem inversa de antiguidade, da ministra Rosa Weber, a mais nova na Corte, até o ministro decano, Celso de Mello, sendo o presidente da Corte, ministro Ayres Britto, o último a votar.

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4. A ASSESSORIA DE IMPRESA 3.1. AÇÃO IMEDIATA Para divulgar a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o cronograma do julgamento do mensalão (Ação Penal 470), a assessoria de imprensa irá disponibilizar um release no site da entidade e enviará o mesmo material para imprensa nacional do âmbito político.

Julgamento do mensalão terá inicío dia 01 de agosto Cronograma foi decidido em sessão do STF nesta tarde

Em sessão realizada nesta segunda-feira (18), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) marcaram para o dia 1º de agosto o início do julgamento da Ação Penal (AP) 470, que trata do chamado mensalão. No cronograma serão nove sessões até o dia 14 de agosto, para sustentações orais – do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e dos advogados dos 38 réus. A fase de votação deve começar no dia 15. As sessões terão cinco horas de duração, com início às 14h. A decisão foi unânime, a partir de proposta apresentada pelo ministro Celso de Mello – decano do Tribunal. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto afirmou durante a sessão que o mensalão (Ação Penal 470) é, de fato, um “processo diferenciado” em razão do número de réus, das imputações que lhes são feitas, do número de testemunhas, entre outras características, mas que será julgado como os demais processos em tramitação do STF. “É preciso distinguir bem as coisas: o mensalão é um processo que tem que ser julgado, e vai ser julgado, mas, do ângulo da subjetividade dos ministros, é um processo igual aos outros. A nossa postura será de isenção, serenidade, tranquilidade e objetividade na análise das provas”, ressaltou. A validade do cronograma aprovado foi condicionada à liberação do processo pelo revisor, ministro Lewandowski. Logo após a sessão administrativa, o ministro confirmou, por meio de sua assessoria, que concluirá seu voto até o final deste mês. Não participaram da sessão, por motivo de viagem, os ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. 3.2. O CRONOGRAMA DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO O cronograma de ações da assessoria de imprensa a cerca do julgamento da Ação Penal 470, o mensalão estará baseada no cronograma do STF. � 19 de junho (um dia após a decisão do cronograma do julgamento)

A assessoria de imprensa do STF irá se reunir para organizar a escala da equipe para a cobertura do julgamento da AP 470. � 28 de junho (15 dias antes do julgamento)

A assessoria de imprensa irá fará um media-training para os ministros, explicando como atender as demandas da imprensa. Preparando para a entrevista coletiva do começo da semana.

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� 29 de junho (um mês antes do inicío do julgamento) Será realizada uma entrevista coletiva de imprensa com o presidente do STF, ministro Ayres Britto, evidenciando os dias mais importantes para o julgamento, como estão se encaminhando as coisas para o inicio do julgamento e respondendo a quaisquer dúvidas da imprensa. � 31 de agosto (um dia antes do julgamento):

Será encaminhado disponibilizado no site da instituição um novo release sobre o julgamento informando que todas as documentações já estão organizadas e que os ministros já estão prontos para iniciar o julgamento. Esse release será também encaminhado para todo o mailing de veículos nacionais e regionais para editorias de política. � 1 de agosto a 15 de agosto (os dias de julgamento):

Além da equipe de cobertura para abastecimento do site e redes sociais, haverá também a equipe que estará à disposição da imprensa externa. Será disponibilizados a eles: press-kit, sala de imprensa (para baixarem fotos, enviar textos para redações, etc.). Nestes dias, sempre após a sessão serão enviados releases com uma síntese para a imprensa nacional e regionais para editorias de política. � A partir do dia 15 de agosto

Como a partir desta data inicia-se a principal etapa, pois serão ditados os votos dos ministros, a assessoria de imprensa precisou fortificar ainda mais o sistema de divulgação de cada sessão. Toda a atenção da equipe estará voltada para essas sessões. Redes sociais, site e mailing estarão à disposição do julgamento. � Ao final do julgamento

Será realizada uma entrevista coletiva com o presidente do STF, ministro Ayres Britto, dando detalhes do julgamento. � Durante todo o período, desde a data de divulgação da decisão do cronograma do

julgamento até um mês após o julgamento, haverá uma equipe responsável em analisar todas as notícias que saíram nos veículos de comunicação social. Essa equipe avaliará as notícias pejorativas e comunicarão a chefia para que possa ser tomada alguma atitude para mudar o cenário do julgamento.