plano collor - wordpress.com · 2016. 6. 17. · collor e lula, mas, como collor não obteve 50%...
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PLANO COLLOR Economia Brasileira
Professor: Fabrício Pereira
CAMPANHA E ELEIÇÃO
A campanha de Fernando Collor centrou-se em
torno do combate à corrupção, de denúncias
contra o governo Sarney e da defesa da
modernização do país, com destaque para a
redução da presença do Estado na economia.
Foram também utilizadas técnicas de
comunicação política e recursos de marketing.
No primeiro turno das eleições, realizado em 15
de novembro de 1989, os mais votados foram
Collor e Lula, mas, como Collor não obteve 50%
mais um dos votos válidos, a disputa teve de ser
decidida no segundo turno. Em torno de Lula
uniram-se o PSDB, o PMDB, o PDT, o PCB e
pequenos partidos de esquerda, além da Central
Única dos Trabalhadores (CUT). Collor recebeu o
apoio da Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo (FIESP). Em 14 de dezembro, Collor
derrotou Lula com 53% dos votos contra 47%.
FIESP E GRUPO GLOBO: APOIO
A Fiesp declarou que 800 mil empresários
deixariam o Brasil na eventualidade de Lula
vencer.
O Jornal Nacional, três dias antes das eleições,
exibiu um compacto do último debate entre os
candidatos. A versão era manipulada e favorável
a Collor.
PLANO COLLOR – OFENSIVA LIBERAL
Empossado em 15 de março
de 1990, Fernando Collor
prometeu eliminar a
inflação, cujo índice havia
superado 80% ao mês. Para
isso contaria com Zélia
Cardoso de Melo, nomeada
ministra da Economia,
Fazenda e Planejamento.
As principais medidas adotadas foram: a extinção de 24
empresas estatais, com a demissão dos respectivos
funcionários que não estivessem protegidos pelas regras
da estabilidade; a elevação do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI); o aumento da taxação sobre os
lucros do setor agrícola e o fim dos subsídios à
exportação não garantidos no texto constitucional; a
reintrodução do cruzeiro como moeda nacional, em
substituição ao cruzado novo; o congelamento dos preços
e salários, que passariam a ser reajustados conforme
índices de inflação prefixados; a flutuação do câmbio
segundo as tendências do mercado; a redução da
presença do Estado na economia por meio da
privatização de empresas estatais; e a abertura
econômica para o exterior, com a redução progressiva
das alíquotas de importação.
BLOQUEIO DAS CADERNETAS DE
POUPANÇA
Uma medida provocou grande agitação na opinião
pública: o bloqueio, por 18 meses, dos saldos em conta
corrente e cadernetas de poupança que excedessem 50
mil cruzeiros.
20 anos depois, 890 mil ações individuais e 1030 ações
coletivas de poupadores ainda tramitavam na justiça.
Após um declínio nos dois primeiros meses da
aplicação do plano econômico, a inflação voltou a
subir. O desemprego atingiu principalmente a
construção civil e a indústria de transformação,
devido à falta de créditos. Houve redução do PIB,
de 4,4% . Em 31 de janeiro de 1991 foi baixado o
Plano Collor II, e novas medidas financeiras
foram adotadas, com novo congelamento de
preços e salários.
A CAMPANHA DO IMPEACHMENT
O presidente da Petrobrás, Luis Otávio da Mota
Veiga, demitiu-se do cargo e denunciou pressões
que estaria recebendo de Paulo César Farias e do
secretário-geral da Presidência da República,
embaixador Marcos Coimbra, para que
concedesse um vultoso financiamento à empresa
de aviação VASP com isenção de juros.
As denúncias de corrupção aumentavam, e a
situação econômica e financeira se agravava. Em
maio de 1992, em entrevista à revista Veja, Pedro
Collor, irmão do presidente, denunciou operações
ilegais de Paulo César Farias, ex-tesoureiro da
campanha presidencial, e apontou-o como “testa
de ferro” de Fernando Collor. A Polícia Federal
instaurou inquérito sobre as atividades de P. C.
Farias e a Câmara dos Deputados aprovou a
criação de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito para apurar as denúncias.
Várias entidades representativas da sociedade
civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil, a
Associação Brasileira de Imprensa, a Central
Única dos Trabalhadores, a União Nacional de
Estudantes e a União Brasileira de Estudantes
Secundários, formaram um Movimento Cívico
contra a Impunidade e pela Ética na Política. Os
estudantes voltaram às ruas com os rostos
pintados com as cores da bandeira nacional, o que
lhes valeu o apelido de “caras-pintadas”, em
manifestações contra o governo sob o lema “Fora
Collor”.
Em 29 de setembro de 1992 a Câmara dos
Deputados aprovou a abertura de um processo
de impeachmentcontra Collor. Afastado
temporariamente da presidência, Collor foi
substituído pelo vice-presidente Itamar Franco.
Em 29 de dezembro, pouco antes de o Senado
concluir o julgamento do processo, Collor
renunciou. O Senado, contudo, aprovou seu
impedimento e condenou-o à inelegibilidade e à
inabilitação, por oito anos, para o exercício de
qualquer cargo público.
FONTES E CONSULTAS
CPDOC/FGV: http://atlas.fgv.br/nova-
republica/governo-collor
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagen
s/FernandoCollor
SCHWARCZ, Lilia M; STARLING, Heloisa M.
Brasil: uma biografia. São Paulo. Companhia das
Letras, 2015.
Imagens: google.com
http://www.blogdopaz.com.br/as-capas-da-veja-
que-entraram-para-a-historia/