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Plano Anual de Outorga Florestal 2011 Brasília-DF 30/07/2010

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Plano Anual de

Outorga Florestal 2011

Brasília-DF 30/07/2010

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PLANO ANUAL DE OUTORGA FLORESTAL 2011 Equipe Técnica Responsável Ana Fanzeres Antonio Dantas Alencar Carolina Fernada de Souza Mendes Dulce Vidigal do Amaral Ewandro Andrade Moreira Gustavo Chaves Machado Ilza Maria Pereira Santana José Humberto Chaves Ludmila Araujo de Sá Teles Rodrigues Marcus Vinicius da Silva Alves Tatiana Mahalem do Amaral Rafhael Laurindo Bonini (estagiário) Vanessa Xavier Ferreira Vera Lucia Fausto Linhares de Almeida Revisão Claudia Azevedo-Ramos José Natalino Macedo Silva Marcus Vinicius da Silva Alves Revisão de textos Márcia Gutierrez Aben-Athar Bemerguy

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RESUMO EXECUTIVO

O Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF) foi instituído pela Lei n

o 11.284/2006 (Lei de Gestão de Florestas

Públicas) para, fundamentalmente, descrever as florestas públicas a serem submetidas a processos de concessão florestal no ano em que vigorar. Dessa forma, o PAOF apresenta-se como um instrumento de planejamento das ações da União voltadas à produção florestal sustentável por meio da concessão onerosa de florestas públicas, naturais ou plantadas, para a exploração de recursos madeireiros, não madeireiros e serviços. No âmbito federal, o PAOF deve ser elaborado e proposto pelo Serviço Florestal Brasileiro e definido e aprovado pelo Ministério do Meio Ambiente. A elaboração do PAOF obedece aos dispositivos legais e formais de consultas a órgãos e entidades de Governo, mas também leva em consideração a participação direta da sociedade na construção do documento, promovendo reuniões técnicas e submetendo a minuta do documento a consulta pública na internet. O Plano Anual de Outorga Florestal da União para o ano de 2011 tem como objetivo selecionar e descrever as florestas públicas federais passíveis de concessão florestal no período de janeiro a dezembro de 2011, considerando a convergência e o alinhamento com outras políticas públicas da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. O PAOF 2011 foi elaborado com base no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP), que, em março de 2011, registrava aproximadamente 241 milhões de hectares de florestas públicas cadastradas – cerca de 213 milhões de florestas públicas federais e 28 milhões de florestas públicas estaduais. As florestas públicas do Brasil estão localizadas nos diferentes biomas e regiões do país. No entanto, a maior parte (93%) encontra-se no Bioma Amazônico. Essas florestas estão distribuídas em terras indígenas (41%), unidades de conservação de uso sustentável (20%), unidades de conservação de proteção integral (16%), terras arrecadadas pela União e ainda não destinadas (15%) e áreas de uso comunitário (8%). A destinação das florestas públicas federais arrecadadas inclui o processo de regularização fundiária de posses com processos anteriores a 2004. Dessa forma, muitas áreas incluídas no CNFP poderão se tornar inativas à medida que essas posses venham a ser reconhecidas definitivamente como propriedades privadas. . As Florestas Públicas Federais (213 milhões de ha), quando avaliadas quanto a seus impedimentos e restrições legais para o processo de concessão florestal em 2011, tiveram 90,6% de suas áreas excluídas. E, como resultado final do processo de seleção de áreas passíveis de concessão florestal em 2011, este PAOF torna elegível para concessão 5,1 milhões de hectares de florestas públicas federais, distribuídos em onze Florestas Nacionais localizadas em três estados da Federação (Acre, Pará e Rondônia). O processo de elaboração do PAOF também considerou iniciativas de grande valor estratégico, como: o Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), a política de Assistência Técnica e Extenção Rural (ATER), o Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar (PRONAF), o Plano Agrícola e Pecuário, o Plano Amazônia Sustentável (PAS), o Programa Nacional de Florestas (PNF), o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), o Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), a Operação Arco Verde, o Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal, entre outros. Além disso, aspectos importantes relativos a outras concessões e políticas setoriais foram considerados neste Plano, tais como: mineração, petróleo e gás, infraestrutura, energia e água. Neste Plano, nenhum PAOF estadual, municipal ou distrital foi incorporado aos procedimentos de análise técnica, como preceitua o Decreto n

o 6.063, de 20 de março de 2007, em seu parágrafo 1

o do artigo n

o 23, em

razão do não recebimento de qualquer plano pelo Serviço Florestal Brasileiro. Este Plano também apresenta as manifestações formais do Conselho de Defesa Nacional (CDN), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), em cumprimento aos dispositivos da Lei n

o 11.284/2006.

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No que concerne à inclusão das FLONAs do Macauã e de São Francisco, no estado do Acre, no PAOF de 2011, o CDN não manifestou restrição, não obstante a localização integral ou parcial dessas unidades na faixa de fronteira. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) manifestou-se formalmente pela inclusão das FLONAs do Macauã, de São Francisco, de Altamira, de Crepori, de Itaituba I, de Itaituba II, do Amana, do Jamanxim, do Trairão, Saracá–Taquera e do Jacundá. A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) também não apresentou qualquer restrição ou ressalvas relativas às florestas públicas da União passíveis de concessão no ano de 2011 incluídas neste PAOF. O Plano Anual de Outorga Florestal para o ano de 2011 estabelece os critérios de acessibilidade ao processo de concessão por pessoas jurídicas de micro, pequeno e médio portes, como forma de promover a equidade na política de gestão de florestas públicas no Brasil. O estabelecimento de parâmetros para a definição de tamanhos das unidades de manejo considerou as peculiaridades regionais, como a área necessária para completar um ciclo de produção da floresta e a estrutura, o porte e a capacidade dos agentes envolvidos na cadeia produtiva dos produtos e serviços objetos da concessão. Para o ano de 2011, o Serviço Florestal Brasileiro alterou o tamanho das unidades de manejo florestal: até 30 mil ha, para as unidades pequenas; de 30 a 60 mil ha, para as médias; e acima de 60 mil ha para as grandes. Essa modificação foi fundamentada em parâmetros técnicos para permitir o acesso a pequenos, médios e grandes empreendimentos, compatível com as áreas totais das florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011. Este PAOF, como forma de ampliar a oportunidade de acesso às concessões, estabelece a inclusão obrigatória de pelo menos duas das categorias de unidades de manejo em cada lote de concessão presente nos editais em 2011, e uma dessas deve ser necessariamente pequena. Da mesma forma, com o objetivo de promover a consolidação de empreendimentos com escalas que permitam a eventual instalação de parques tecnológicos com elevados aportes de capital, este PAOF estabelece que, a cada dois lotes de concessão florestal licitados em 2011, pelo menos um deve conter unidades de manejo de tamanho grande

O PAOF de 2011 apresenta algumas modificações em relação aos PAOFs dos anos anteriores, dentre as quais destacam-se: (i) a metodologia de seleção de florestas passíveis de concessão foi aprimorada conforme as exigências da Lei n

o 11.284/2006; (ii) as florestas públicas federais passíveis de concessão estão descritas

separadamente e com maior detalhe em fichas e (iii) as informações de polos de produção florestal na região Norte do Brasil foram atualizadas.

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LISTA DE SIGLAS ABRAF – Associação Brasileira de Produtos de Florestas Plantadas

ABIMCI – Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente

ANA – Agência Nacional de Águas

ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres

ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural

APA – Área de Proteção Ambiental

ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico

AUTEX – Autorização de Exploração

BR-163 – Rodovia BR-163 de ligação entre Cuiabá (MT) e Santarém (PA)

CDN – Conselho de Defesa Nacional

CENSIPAM – Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia

CEPROF– Cadastro de Exploradores e Consumidores de Produtos Florestais

CGFLOP – Comissão de Gestão de Florestas Públicas

CGFPU – Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União

CNFP – Cadastro Nacional de Florestas Públicas

CNIR – Cadastro Nacional de Imóveis Rurais

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CRAS – Centros de Referência de Assistência Social

DETER – Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real

DETEX – Detecção da Exploração Florestal Seletiva

DFS – Distrito Florestal Sustentável

DFS BR-163 – Distrito Florestal Sustentável da BR-163

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral

DOF – Documento de Origem Florestal

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

ESEC – Estação Ecológica

FLONA – Floresta Nacional

FNDF – Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal

FPA – Floresta Pública Federal do Tipo A

FPB – Floresta Pública Federal do Tipo B

FPF – Floresta Pública Federal

FUNAI – Fundação Nacional do Índio

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

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IDEFLOR – Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IEF – Instituto Estadual de Florestas

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia

IN – Instrução Normativa

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

LGPF – Lei de Gestão de Florestas Públicas

MACROZEE – Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia

MONA – Monumento Natural

MP – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

MPEG – Museu Paraense Emílio Goeldi

MRN – Mineração Rio do Norte S.A

OEMA – Órgão Estadual do Meio Ambiente

PAC – Plano de Aceleração do Crescimento

PAE – Projeto de Assentamento Agroextrativista

PAF – Projeto de Assentamento Florestal

PAOF – Plano Anual de Outorga Florestal

PARNA – Parque Nacional

PAS – Programa Amazônia Sustentável

PCH – Pequenas Centrais Hidrelétricas

PDS – Projeto de Desenvolvimento Sustentável

PD&I – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

PENSAF – Plano Nacional de Silvicultura com Espécies Nativas e Sistemas Agroflorestais

PFNM – Produto Florestal Não Madeireiro

PGPM – Política de Garantia de Preços Mínimos

PMFS – Plano de Manejo Florestal Sustentável

PNDR – Política Nacional de Desenvolvimento Regional

PNATER – Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma

Agrária

PNF – Programa Nacional de Florestas

PNMA – Programa Nacional do Meio Ambiente

PNMC – Plano Nacional sobre Mudança do Clima

PNGC – Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro

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PNRA – Plano Nacional de Reforma Agrária

PNRH – Política Nacional de Recursos Hídricos

PPA – Plano Plurianual

PPCDAM – Plano de Ação para a Preservação e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal

PPG 7 – Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil

PROBIO – Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira

PRONABIO – Programa Nacional de Diversidade Biológica

PRONAF – Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar

RDS – Reserva de Desenvolvimento Sustentável

REBIO – Reserva Biológica

RESEX – Reserva Extrativista

REVIZEE – Programa de Avaliação do Potencial Sustentável dos Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva

RF – Reserva de Fauna

RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural

RVS – Refúgio de Vida Silvestre

SBF – Secretaria de Biodiversidade e Florestas

SEDR – Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural

SEF – Secretaria de Estado de Floresta

SEPPIR – Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

SFB – Serviço Florestal Brasileiro

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

SNGRH – Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação

SPU – Secretaria do Patrimônio da União

TI – Terra Indígena

UC – Unidade de Conservação

UMF – Unidade de Manejo Florestal

UPA – Unidade de Produção Anual

ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Florestas públicas do Brasil. .................................................................................................................... 14

Figura 2. Distribuição das florestas públicas do Brasil. ......................................................................................... 15

Figura 3. Proporção de florestas públicas federais e estaduais no território brasileiro (em milhões de ha). ...... 17

Figura 4. Distribuição das florestas públicas pertencentes à União e aos estados, inseridas no CNFP. ............... 17

Figura 5. Distribuição das florestas públicas federais e estaduais identificadas no CNFP (março/2010). ............ 18

Figura 6. Os cinco estados com maior área de florestas públicas (em milhões de ha). ........................................ 19

Figura 7. Distribuição das florestas públicas federais, segundo sua classificação de destinação. ........................ 19

Figura 8. Área total de FPF divulgadas nos PAOFs (em milhões de ha). ............................................................... 20

Figura 9. Proporção das Unidades de Conservação no total de Florestas Públicas Federais em milhões de ha. . 22

Figura 10. Proporção das Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Conservação de Uso

Sustentável (Federais). .......................................................................................................................................... 22

Figura 11. Localização dos contratos de transição firmados pelo Serviço Florestal Brasileiro no estado do Pará.

............................................................................................................................................................................... 26

Figura 12. Florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011. ............................................... 35

Figura 13. Florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011 e localizadas na faixa de

fronteira. ................................................................................................................................................................ 36

Figura 14. Polos e zonas madeireiras da Amazônia Legal e as FLONAs passíveis de concessão em 2011. ........... 38

Figura 15. Produção extrativista de produtos florestais não madeireiros (em milhões de reais). ....................... 48

Figura 16. Florestas públicas federais passíveis de concessão e os Territórios da Cidadania. .............................. 57

Figura 17. Florestas públicas federais passíveis de concessão e o Macrozoneamento da Amazônia Legal ......... 59

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Sobreposição de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal a bacias sedimentares de

interesse do setor de petróleo e gás. .................................................................................................................... 50

Quadro 2: Distância entre o centro das FLONA e a infraestrutura de transporte. ............................................... 52

Quadro 3: Classes de tamanho das unidades de manejo para fins de concessão florestal em 2011 ................... 62

Quadro 5: Ações e recursos financeiros previstos para 2011. .............................................................................. 63

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição das florestas públicas identificadas no CNFP nos biomas e regiões do país (em ha). ....... 18

Tabela 2: Área de FPF divulgada nos PAOFs de 2007-2008, 2009, 2010 e 2011 em milhões de ha. .................... 20

Tabela 3: Florestas públicas federais por região, estado e situação (em ha)........................................................ 21

Tabela 4: Florestas públicas federais destinadas a unidades de conservação de proteção integral. ................... 23

Tabela 5: Florestas públicas federais destinadas a unidades de conservação de uso sustentável. ...................... 23

Tabela 6: Área estimada de florestas comunitárias federais em 2010. ................................................................ 24

Tabela 7: Florestas públicas federais em concessão e em processo de concessão florestal. ............................... 25

Tabela 8: Total de áreas de UCs de uso sustentável que foram excluídas do PAOF. ............................................ 28

Tabela 9: Total de áreas ocupadas por comunidades locais que foram excluídas do PAOF. ................................ 29

Tabela 10: Lista de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011. .................................. 34

Tabela 11: Florestas públicas federais passíveis de concessão na região Norte. .................................................. 37

Tabela 12: Número de empresas, empregos gerados, consumo e produção de madeira nos estados da

Amazônia Legal. ..................................................................................................................................................... 39

Tabela 13: Origem da madeira nos estados da Amazônia Legal. .......................................................................... 39

Tabela 14: Custos médios de exploração nos estados da Amazônia Legal. .......................................................... 40

Tabela 15: Custos médios de processamento de madeira nos estados da Amazônia Legal................................. 40

Tabela 16: Preço médio da madeira em tora posta no pátio nos estados da Amazônia Legal. ............................ 41

Tabela 17: Preços médios da madeira processada nos estados da Amazônia Legal. ........................................... 41

Tabela 18: Equipamentos utilizados para o desdobro de toras nos estados da Amazônia Legal. ........................ 42

Tabela 19: Porcentagem do volume de madeira que passa pelo processo de secagem nos estados da Amazônia

Legal. ...................................................................................................................................................................... 42

Tabela 20: Distância média de transporte de madeira da floresta à indústria nos estados da Amazônia Legal. . 43

Tabela 21: Custo médio para transportar 1m3 de madeira da floresta à indústria nos estados da Amazônia

Legal. ...................................................................................................................................................................... 43

Tabela 22: Destino da madeira processada nos estados da Amazônia Legal. ...................................................... 44

Tabela 23: Perfil do comprador de madeira processada nos estados da Amazônia Legal. .................................. 44

Tabela 24: Porcentagem de empresas que aproveitam os resíduos do processamento da madeira nos estados

da Amazônia Legal. ................................................................................................................................................ 45

Tabela 25: Porcentagem de destinação dos resíduos por tipo nos estados da Amazônia Legal. ......................... 45

Tabela 26: Principais fontes de energia elétrica para a indústria madeireira nos estados da Amazônia Legal. ... 46

Tabela 27: Formato da condução da extração da madeira (própria ou terceirizada) nos estados da Amazônia

Legal. ...................................................................................................................................................................... 46

10

Tabela 28: Tipo de áreas florestais exploradas (própria ou de terceiros) nos estados da Amazônia Legal. ......... 47

Tabela 29: Tipos de propriedades onde é realizada extração da madeira nos estados da Amazônia Legal. ....... 47

Tabela 30: Estados produtores, produção, valor gerado e preço mínimo dos principais produtos florestais não

madeireiros na região Norte. ................................................................................................................................ 48

Tabela 31: Superfície de solo de interesse mineral localizados em áreas de florestas públicas da União (em ha).

............................................................................................................................................................................... 50

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 13

1.2 A CONCESSÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS E O MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL .................................... 15

1.3 OBJETIVO DO PAOF ..................................................................................................................................... 16

2 AS FLORESTAS PÚBLICAS BRASILEIRAS ..................................................................................................... 16

2.1 DISTRIBUIÇÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS NO BRASIL ................................................................................ 17

2.2 AS FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS ............................................................................................................ 19

2.2.1 Florestas públicas federais destinadas a Unidades de Conservação ................................................... 22

2.2.2 Florestas públicas federais destinadas para uso comunitário ............................................................. 23

2.2.3 Florestas públicas federais arrecadadas e não destinadas .................................................................. 24

2.2.4 Florestas públicas federais em processo de concessão ....................................................................... 24

2.2.5 Florestas públicas federais com contrato de transição ....................................................................... 25

3 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PARA CONCESSÃO .................................................................................. 27

3.1 METODOLOGIA UTILIZADA PARA SELEÇÃO DAS ÁREAS ............................................................................. 27

3.2 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PASSÍVEIS DE CONCESSÃO ...................................................................... 34

3.2.1 Florestas públicas federais passíveis de concessão em faixa de fronteira. ......................................... 35

3.3. CARACTERIZAÇÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PASSÍVEIS DE CONCESSÃO FLORESTAL NO ANO DE 2011 E DAS REGIÕES DE PRODUÇÃO FLORESTAL ........................................................................................ 36

3.3.1 Florestas e polos de produção florestal da região Norte .................................................................... 36

3.4 ANÁLISE ESTRATÉGICA DAS ÁREAS FLORESTAIS QUE PODERÃO SER LICITADAS PARA CONCESSÃO EM 2011 ................................................................................................................................................................... 48

3.4.1 Convergência com concessões de outros setores ............................................................................... 49

3.4.1.1 Mineração ...................................................................................................................................... 49

3.4.1.2 Petróleo, Gás Natural, Biocombustíveis ........................................................................................ 50

3.4.1.3 Infraestrutura – Rodovias, ferrovias, hidrovias e portos ............................................................... 51

3.4.1.4 Energia ........................................................................................................................................... 52

3.4.1.5 Concessões de águas ..................................................................................................................... 53

3.4.2 Políticas setoriais relacionadas à concessão florestal ......................................................................... 53

3.4.2.1 Reforma agrária e agricultura ........................................................................................................ 54

3.4.2.2 Meio ambiente, políticas e planejamento para o setor florestal .................................................. 54

3.4.2.3 Regularização fundiária, ordenamento territorial e desenvolvimento regional ........................... 56

3.4.2.4 Macrozoneamento da Amazônia Legal ......................................................................................... 57

4. CONSULTAS PRÉVIAS E MANIFESTAÇÕES................................................................................................. 60

5. PAOFs DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS ............................................................ 61

6. FOMENTO FLORESTAL ............................................................................................................................ 61

7. MECANISMOS DE ACESSIBILIDADE .......................................................................................................... 61

12

8. ATIVIDADES E RECURSOS PREVISTOS PARA 2011 ..................................................................................... 62

8.1 Ações e recursos previstos para o período de vigência do PAOF 2011 .................................................. 62

8.2 Previsão de recursos humanos e financeiros para fiscalização e monitoramento................................. 64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................... 65

ANEXOS ..................................................................................................................................................... 69

A – Detalhamento de todas FPF passíveis de concessão no ano de 2011 .................................................... 69

Floresta Nacional do Macauã .................................................................................................................... 69

Floresta Nacional de São Francisco ........................................................................................................... 70

Floresta Nacional de Altamira ................................................................................................................... 71

Floresta Nacional de Itaituba I ................................................................................................................... 72

Floresta Nacional de Itaituba II .................................................................................................................. 73

Floresta Nacional do Amana ...................................................................................................................... 74

Floresta Nacional de Crepori ..................................................................................................................... 75

Floresta Nacional do Jamanxim ................................................................................................................. 76

Floresta Nacional Saracá-Taquera ............................................................................................................. 77

Floresta Nacional de Jacundá .................................................................................................................... 78

Floresta Nacional do Trairão ..................................................................................................................... 79

B – Glossário ................................................................................................................................................. 80

13

1 INTRODUÇÃO

O Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF) é um instrumento de gestão de florestas públicas instituído pela Lei n

o 11.284, de 2 de março de 2006, com o objetivo de planejar a produção florestal sustentável por intermédio da

concessão de florestas públicas para a exploração de recursos madeireiros, não madeireiros e serviços. Na esfera federal, o PAOF é elaborado pelo Serviço Florestal Brasileiro e aprovado e publicado pelo poder concedente, no caso o Ministério do Meio Ambiente. O PAOF fundamenta-se em dois marcos legais: a Lei n

o 11.284, de 2 de março de 2006, e o Decreto n

o 6.063,

de 20 de março de 2007, que a regulamenta. Em conformidade com a legislação, esse Plano identifica, seleciona e descreve as florestas públicas federais passíveis de concessão no ano em que vigorar. Dessa forma, somente haverá concessão em florestas incluídas no PAOF. Contudo, cabe ressaltar que a inclusão de qualquer floresta pública no PAOF não significa, necessariamente, que ela será objeto de licitação para fins de concessão naquele período. A Lei n

o 11.284/2006 estabelece também as diretrizes para que o PAOF garanta o acesso democrático dos

diversos segmentos da sociedade brasileira ao processo de concessão florestal, as formas de monitoramento e controle e mecanismos para evitar a concentração econômica. O PAOF considera, ainda, a Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente n

o 4, de 25 de junho de 2008,

que disciplina a elaboração, análise e aprovação do Relatório Ambiental Preliminar utilizado para o licenciamento prévio das unidades de manejo florestal destinadas à concessão florestal fora de Florestas Nacionais, e as Resoluções do Serviço Florestal Brasileiro n

os 02 e 03 de 2007, que regulamentam o Cadastro

Nacional de Florestas Públicas e os indicadores a serem utilizados no julgamento da melhor proposta técnica e bonificadores para concessão florestal, respectivamente. Este Plano permite que a sociedade conheça com antecedência as florestas públicas passíveis de concessão florestal no período de sua vigência, os mecanismos utilizados para essa escolha e, consequentemente, possa interferir no processo por meio das consultas públicas. Além disso, os potenciais interessados em concorrer nos processos de concessão, bem como os estados e municípios que dispõem de florestas públicas para futuras concessões, podem se planejar com antecedência. Portanto, o PAOF é, em última instância, um instrumento de planejamento transparente e participativo. Para atingir o seu objetivo, o PAOF avalia a demanda por produtos florestais, evidencia a sinergia entre a política florestal e as outras políticas setoriais e determina, por meio de metodologia objetiva, as florestas públicas passíveis de concessão. As florestas, naturais ou plantadas, passíveis de concessão florestal citadas neste plano podem ser encontradas em diversos biomas brasileiros. A seleção dessas florestas se faz a partir do conjunto de florestas, denominadas florestas públicas, ou seja, sob o domínio da União, dos estados, dos municípios, do Distrito Federal ou de entidades da administração indireta que se encontram registradas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) (ver figura 1).

14

Figura 1. Florestas públicas do Brasil.

O Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) registrou, em março de 2010, a existência de 240.952.877 hectares de florestas públicas federais e estaduais. Essas florestas estão distribuídas em terras indígenas (41%), unidades de conservação de uso sustentável (20%), unidades de conservação de proteção integral (16%), terras arrecadadas pela União e ainda não destinadas (15%) e áreas de uso comunitário (8%), conforme ilustrado na figura 2.

15

Figura 2. Distribuição das florestas públicas do Brasil.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (março/2010).

É importante destacar que o uso comunitário apresentado na figura 2 se refere a Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS), Projetos de Assentamento Agroextrativista (PAE), Projetos de Assentamento Florestal (PAF) e áreas de sobreposição (áreas que possuem mais de uma destinação legal, uma delas de uso comunitário). O uso comunitário está também representado pela fatia de Terras Indígenas (41%) e UC de Uso Sustentável (RESEX e RDS). 1.2 A CONCESSÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS E O MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL Com o advento da Lei n

o 11.284/2006, uma nova modalidade de gestão de florestas públicas foi oferecida à

sociedade brasileira: a concessão florestal. Essa modalidade pressupõe a regulação e a condução, pelo poder público, de processos de concessão florestal a empresas ou outras pessoas jurídicas que, mediante licitação, demonstrem capacidade de praticar e gerir de forma autônoma o manejo florestal sustentável, dentro de um prazo determinado (até 40 anos) em uma unidade de manejo. O uso sustentável dos recursos florestais e o desejável estabelecimento e consolidação de economias locais com base em florestas demandam, entre outros fatores: (i) o aumento da rentabilidade do manejo florestal sustentável; (ii) a melhoria das técnicas e tecnologias empregadas no manejo florestal sustentável; (iii) o controle da dinâmica de ocupação dos territórios, especialmente na Amazônia; e (iv) o fomento às atividades produtivas florestais sustentáveis. A Lei de Gestão de Florestas Públicas se apresenta como instrumento central de valorização do manejo florestal para fins de conservação e uso sustentável dos recursos florestais, pela oferta de áreas para o desenvolvimento dessas atividades, reguladas por uma combinação de incentivos econômicos e instrumentos de comando e controle para uso sustentável dos recursos florestais. Da mesma forma, atua como elemento integrador de diversas políticas públicas, oferecendo condições jurídico-institucionais importantes para o ordenamento territorial brasileiro, por meio da participação popular e da coerência com outras políticas e planos de governo em vigor. De modo similar, o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), cujo objetivo geral é reduzir as taxas de desmatamento na Amazônia brasileira, por meio de um conjunto de ações integradas, que inclui o fomento à produção sustentável, associadas ao crescimento expressivo das áreas florestais sob manejo, encontra suporte nas ações previstas no PAOF 2011. O PAOF prevê a oferta potencial de áreas com florestas públicas federais para fins de concessão, a qual contribuirá para a diminuição das práticas de grilagem de terras públicas e de exploração ilegal de madeiras, reduzindo o desmatamento e assegurando a sustentabilidade de negócios florestais no longo prazo.

16

Em síntese, o estabelecimento de uma economia florestal com base em contratos de concessões fortalece a presença do Estado e propicia o desenvolvimento de atividades ligadas ao manejo dos recursos naturais locais, criando condições concretas para a conservação das florestas, a geração de emprego e renda e a proteção efetiva dos interesses dos municípios, dos estados, do Distrito Federal e da União. 1.3 OBJETIVO DO PAOF Este PAOF abrange as florestas públicas federais, conforme determinam os artigos 10 e 11 da Lei n

o

11.284/2006 e os artigos 19, 20, 21, 22, 23 e 24 do Decreto no 6.063/2007, e tem como objetivo selecionar e

descrever as florestas públicas federais passíveis de concessão florestal no período de janeiro a dezembro de 2011, considerando a convergência e o alinhamento com outras políticas públicas da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. O PAOF de 2011 apresenta algumas modificações em relação aos PAOFs dos anos anteriores, dentre as quais destacam-se:

a metodologia de seleção de florestas passíveis de concessão foi aprimorada conforme as exigências da Lei n

o 11.284/2006;

as florestas públicas federais passíveis de concessão estão descritas separadamente e com maior detalhe em fichas que se encontram no Anexo A;

as informações de polos de produção florestal na região Norte do Brasil foram atualizadas.

as áreas florestais foram calculadas de acordo com as recomendações disponibilizadas na documentação técnica geral da Base Cartográfica Vetorial Contínua do Brasil, ao milionésimo-BCIM (IBGE, 2010 (b))

a apresentação dos recursos humanos e financeiros destinados ao monitoramento e à fiscalização em âmbito federal, estadual, municipal e do Distrito Federal.

2 AS FLORESTAS PÚBLICAS BRASILEIRAS Para os efeitos da Lei n

o 11.284/2006, são consideradas florestas públicas aquelas florestas naturais ou

plantadas, localizadas nos diversos biomas brasileiros, que sejam bens sob o domínio da União, dos estados, dos municípios, do Distrito Federal ou das entidades da administração indireta, em diferentes situações quanto aos seus objetivos e às modalidades de gestão previstas na Lei de Gestão de Florestas Públicas. As florestas públicas federais são incluídas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP)

1, com a

indicação da situação de cada área (áreas protegidas, de uso sustentável, de uso comunitário, não destinadas, entre outras). Os dados provenientes do CNFP são fundamentais para a elaboração do PAOF e para a seleção das áreas passíveis de concessão florestal no ano de vigência deste instrumento de planejamento. Este capítulo apresenta uma visão geral sobre as florestas públicas que foram consideradas durante o processo de elaboração do PAOF 2011. Essas informações facilitarão a compreensão da metodologia adotada para a seleção das áreas passíveis de concessão incluídas neste Plano. Além disso, são apresentadas também as florestas públicas já destinadas à proteção integral, bem como aquelas destinadas ao uso comunitário e as áreas vinculadas aos contratos de transição previstos no artigo 70 da Lei n

o 11.284/2006.

1 O Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) foi regulamentado pela Resolução n

o 02/2007 do Serviço Florestal Brasileiro. O

CNFP encontra-se acessível no endereço http://www.florestal.gov.br.

17

2.1 DISTRIBUIÇÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS NO BRASIL

O Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP), instituído pela Lei no 11.284/2006, é integrado por bases

próprias de informações dos órgãos e entidades gestoras de florestas públicas da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, que estão em permanente atualização. Em razão de ser um sistema dinâmico, o CNFP oscila ao longo do tempo, apresentando acréscimos e, eventualmente, decréscimos nas áreas de florestas públicas. As florestas públicas do Brasil inseridas no CNFP, em março de 2010, compreendem uma área de aproximadamente 241 milhões de hectares, o que representa 28% do território nacional, e incluem aproximadamente 213 milhões de hectares de florestas federais e 28 milhões de hectares de florestas estaduais (ver figuras 3 e 4). Figura 3. Proporção de florestas públicas federais e estaduais no território brasileiro (em milhões de ha).

Figura 4. Distribuição das florestas públicas pertencentes à União e aos estados, inseridas no CNFP.

Florestas Públicas Federais

88%

Florestas Públicas Estaduais

12%

18

O mapa das florestas públicas federais e estaduais identificadas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP), em março de 2010, está apresentado na figura 5. Apenas as florestas públicas estaduais cadastradas pelas Unidades da Federação constam desse mapa.

Figura 5. Distribuição das florestas públicas federais e estaduais identificadas no CNFP (março/2010).

As florestas públicas brasileiras distribuem-se nos diferentes biomas e regiões do país. No entanto, a maior parte (93%) encontra-se no Bioma Amazônico (ver tabela 1). Tabela 1: Distribuição das florestas públicas identificadas no CNFP nos biomas e regiões do país (em ha).

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (março/2010). Nota: * Resíduos são valores oriundos de análises espaciais entre bases de dados. Os dados quantitativos relativos às florestas públicas foram obtidos a partir de superposições e geoprocessamento de dados geográficos de diversas fontes, em que a manipulação de projeções cartográficas, ajuste de escalas e sistemas de referência resultam em novos polígonos de pequena dimensão que podem não representar variações espaciais reais. Esses falsos polígonos surgem quando se sobrepõem duas linhas de bases de dados espaciais diferentes (ex: o shape dos biomas e o mapa do Brasil ou a fronteira entre Terra Indígena e Floresta Pública), que, ao serem sobrepostas, não coincidem, gerando os chamados “spurius” no resultado da superposição (HUNTER, GOODCHILD, 2010; LIMA D’ALGE, 2010).

Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul

Amazônia 211.011.680 1.927.584 10.427.455 32.739 223.399.457

Caatinga 1.002.697 80.617 1.083.314

Cerrado 44.767 2.506.082 10.047.454 929.343 853 13.528.500

Mata Atlântica 229.306 177.805 1.153.041 796.922 3.813 2.360.888

Pampa 91.720 50 91.769

Pantanal 488.774 176 488.950

Total geral 211.056.447 5.665.669 21.141.487 2.163.001 888.642 37.631 240.952.878

RegiõesBiomas Resíduos * Total geral

19

Todos os estados da Federação possuem florestas públicas (federais e estaduais) identificadas no CNFP. O estado do Amazonas, com 89,5 milhões de hectares, contempla a maior extensão de florestas públicas, seguido do Pará, com 75,3 milhões, de Roraima, com 16,8 milhões, do Mato Grosso, com 15,9 milhões, e de Rondônia, com 10,9 milhões de hectares. Esses cinco estados amazônicos concentram 86,5% de todas as florestas públicas brasileiras cadastradas (ver figura 6).

Figura 6. Os cinco estados com maior área de florestas públicas (em milhões de ha).

2.2 AS FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS As florestas públicas federais destinadas ou Tipo A, são aquelas destinadas à proteção e conservação do meio ambiente ou ao uso comunitário. As florestas não destinadas ou Tipo B são aquelas situadas em terras arrecadadas pelos entes da Federação e que ainda não foram objeto de destinação específica por parte do órgão gestor da terra pública. No Cadastro Nacional de Florestas Públicas estão incluídas as florestas públicas federais e estaduais de tipo A e B. Do total de 213 milhões de hectares de florestas públicas federais, 83% (aproximadamente 176 milhões de ha) são de florestas destinadas, e 17% (aproximadamente 36 milhões de ha) são de florestas públicas não destinadas, conforme pode ser observado na figura 7.

Figura 7. Distribuição das florestas públicas federais, segundo sua classificação de destinação.

89,53

75,33

16,76

15,89

10,86

Amazonas

Pará

Roraima

Mato Grosso

Rondônia

FPF destinadas83%

FPF não destinadas

17%

20

Desde que foi instituído o Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP), tem sido uma ferramenta chave para a construção do PAOF. Ao longo desse tempo, o PAOF apresentou áreas distintas de florestas públicas federais, confirmando o caráter dinâmico do CNFP, conforme apresentado na tabela 2. Tabela 2: Área de FPF divulgada nos PAOFs de 2007-2008, 2009, 2010 e 2011 em milhões de ha.

Entre os anos de 2009 e 2010, houve decréscimo nas áreas de florestas públicas federais (FPF) destinadas. A destinação das FPF arrecadadas inclui o processo de regularização fundiária de posses com processos anteriores a 2004. Dessa forma, muitas áreas incluídas no CNFP podem se tornar inativas à medida que essas posses venham a ser reconhecidas definitivamente como propriedades privadas (ver figura 8).

Figura 8. Área total de FPF divulgadas nos PAOFs (em milhões de ha).

2007 - 2008 2009 2010 2011

FPF destinadas 164,54 173,10 171,05 176,58

FPF não destinadas 29,30 25,41 25,75 36,07

Total 193,84 198,52 196,80 212,64

Plano Anual de Outorga Florestal

21

A tabela 3 apresenta as florestas públicas federais por região, estado e situação (destinadas e não destinadas). A região Norte concentra as maiores áreas de florestas públicas federais do Brasil, com 187 milhões de ha.

Tabela 3: Florestas públicas federais por região, estado e situação (em ha)

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (março/2010).

Nota: * Resíduos são valores oriundos de análises espaciais entre bases de dados. Os dados quantitativos relativos às florestas públicas foram obtidos a partir de superposições e geoprocessamento de dados geográficos de diversas fontes, em que a manipulação de projeções cartográficas, ajuste de escalas e sistemas de referência resultam em novos polígonos de pequena dimensão que podem não representar variações espaciais reais. Esses falsos polígonos surgem quando se sobrepõem duas linhas de bases de dados espaciais diferentes (ex: o shape dos biomas e o mapa do Brasil ou a fronteira entre Terra Indígena e Floresta Pública), que, ao serem sobrepostas, não coincidem, gerando os chamados “spurius” no resultado da superposição (HUNTER, GOODCHILD, 2010; LIMA D’ALGE, 2010).

Região Estado FPF destinadas FPF não destinadas Total

AC 6.824.529 463.907 7.288.437

AM 67.031.719 14.191.793 81.223.512

AP 6.885.276 419.820 7.305.096

PA 50.227.958 10.805.876 61.033.834

RO 7.204.120 3.654.111 10.858.231

RR 11.689.298 5.066.407 16.755.706

TO 3.290.877 21.104 3.311.981

AL 20.285 20.285

BA 931.604 931.604

CE 87.854 87.854

MA 2.946.867 353.342 3.300.208

PB 41.112 41.112

PE 190.267 190.267

PI 1.084.562 1.084.562

RN 1.489 1.489

SE 12.323 12.323

DF 56.050 56.050

GO 268.382 268.382

MS 851.005 851.005

MT 14.806.147 1.082.863 15.889.010

ES 85.747 85.747

MG 660.162 660.162

SP 75.302 75.302

RJ 139.428 139.428

PR 478.903 478.903

RS 258.374 258.374

SC 217.593 217.593

Resíduos * 209.148 8.221 217.369

Total 176.576.382 36.067.444 212.643.826

Norte

(187.776.796 ha)

Nordeste

(5.669.705 ha)

Centro-Oeste

(17.064.447 ha)

Sudeste

(960.638 ha)

Sul

(954.870 ha)

22

2.2.1 Florestas públicas federais destinadas a Unidades de Conservação No Cadastro Nacional de Florestas Públicas, aproximadamente 59 milhões de hectares são de unidades de conservação federais (UC) - aproximadamente 31 milhões de ha de proteção integral e 28 milhões de ha de uso sustentável (ver figuras 9 e 10).

Figura 9. Proporção das Unidades de Conservação no total de Florestas Públicas Federais em milhões de ha.

Figura 10. Proporção das Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Conservação de Uso Sustentável (Federais).

Todas as Unidades de Conservação Federais são incluídas no CNFP, com exceção das áreas que admitem parcial ou integralmente a existência de propriedade privada nos seus domínios, tais como:

Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN);

Áreas de Proteção Ambiental (APA);

Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE);

Refúgios de Vida Silvestre (RVS). Nesses casos, somente a parcela localizada sobre terras públicas é inserida no CNFP. Nas tabelas 4 e 5, são apresentadas as florestas públicas federais que estão destinadas a unidades de conservação de proteção integral e a unidades de conservação de uso sustentável, respectivamente.

23

Tabela 4: Florestas públicas federais destinadas a unidades de conservação de proteção integral.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (março/2010).

Tabela 5: Florestas públicas federais destinadas a unidades de conservação de uso sustentável.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (março/2010).

Nas unidades de conservação de proteção integral, não é possível a realização de atividades de manejo florestal. Por outro lado, naquelas de uso sustentável, é possível o manejo da floresta para produtos e serviços. Para cada categoria de unidade de conservação (UC), as atividades florestais e as condições são definidas nos planos de manejo das unidades. 2.2.2 Florestas públicas federais destinadas para uso comunitário Estima-se que cerca de 129 milhões de hectares de florestas públicas federais estão destinados ao uso comunitário. A maior proporção dessas áreas se localiza na Amazônia Legal. As florestas públicas federais destinadas às comunidades podem ser utilizadas para a produção florestal tanto madeireira como de produtos não madeireiros, desde que consideradas regras de utilização estabelecidas em cada categoria e que haja o envolvimento das comunidades. A destinação de florestas públicas ao uso comunitário é feita de forma não onerosa e tem prioridade em relação às concessões florestais onerosas. As florestas públicas destinadas ao uso por populações tradicionais são:

Terras Indígenas;

Unidades de Conservação de Uso Sustentável (Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável);

Projetos de desenvolvimento sustentável (PDS);

Projetos de Assentamentos (Projetos de Assentamento Agroextrativista, Projetos de Assentamento Florestal).

Na tabela 6, foram listadas as principais categorias de florestas públicas comunitárias e sua respectiva área, em âmbito federal. Do total de 212 milhões de hectares de florestas públicas federais, 129 milhões de hectares estão destinados às comunidades, o que representa 61% do total de florestas públicas federais cadastradas no Brasil.

UC Proteção Integral Federal Nº Área (em ha)

Estação Ecológica (ESEC) 32 6.985.151,87

Parque Nacional (PARNA) 64 21.060.018,00

Reserva Biológica (REBIO) 29 3.387.899,82

Refúgio da Vida Silvestre 5 168.960,34

Monumento Natural 0 0,00

Áreas de sobreposição* - 0,00

Total 31.602.030,02

UC Uso Sustentável Federal Nº Área (em ha)

Área de Proteção Ambiental (APA) 30 1.640.682,26

Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) 17 35.748,99

Floresta Nacional (FLONA) 65 14.450.970,72

Reserva Extrativista (RESEX) 56 11.599.219,50

Reserva do Desenvolvimento Sustentável (RDS) 1 64.440,93

Áreas de sobreposição* - 0,00

Total 27.791.062,40

24

Tabela 6: Área estimada de florestas comunitárias federais em 2010.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (março/2010).

2.2.3 Florestas públicas federais arrecadadas e não destinadas As florestas públicas federais destinadas, denominadas pelo Serviço Florestal Brasileiro como florestas do tipo A, são aquelas para as quais a União já definiu uma utilização para o cumprimento de sua função social, tais como a conservação ambiental ou o uso comunitário por grupos sociais. As florestas não destinadas (Tipo B) são terras públicas com cobertura florestal em poder da União que ainda não possuem uso específico. Dos 212 milhões de hectares de florestas públicas federais identificadas no CNFP, cerca de 17% são florestas não destinadas, que representam 36 milhões de hectares. Dessas, 98% encontram-se no bioma Amazônico, e o restante no Cerrado e na Caatinga.

A destinação das florestas públicas federais arrecadadas inclui o processo de regularização fundiária de posses com processos anteriores a 2004. Dessa forma, muitas áreas incluídas no CNFP poderão se tornar inativas à medida que essas posses venham a ser reconhecidas definitivamente como propriedades privadas. 2.2.4 Florestas públicas federais em processo de concessão

A primeira Floresta Nacional submetida ao processo de concessão foi a FLONA do Jamari, no estado de Rondônia. O edital foi lançado em 2007 e teve o processo concluído em 2008, com a assinatura de três contratos de concessão relativos a três unidades de manejo florestal, com áreas de 17.178 hectares, 32.988 ha e 48.184 ha, respectivamente. Os planos de manejo florestal das concessionárias vencedoras do certame licitatório já se encontram aprovados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a expectativa é que as operações efetivamente se iniciem até o segundo semestre de 2010. Estima-se uma produção anual de 72.270 m

3 de madeira, a geração de cerca de R$ 4,2 milhões em

recursos arrecadados e criação de 318 empregos diretos nos municípios de Itapoã do Oeste e Cujubim.

O segundo lote de concessão florestal, na Floresta Nacional de Saracá-Taquera, no Pará, iniciou com o Edital n

o 01/2009 e a licitação de três unidades de manejo florestal, com áreas de 18.794 ha, 30.063 ha e 91.683 ha.

As empresas foram habilitadas em abril de 2010 e a sessão para abertura das propostas técnicas e de preço está programada para o mês de junho de 2010. A expectativa do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) é que a licitação esteja terminada com a assinatura dos contratos pelas empresas até o fim de agosto de 2010, com a finalização do processo. A previsão de extração de madeira é de 105.405 m

3/ano, gerando cerca de 2,5 milhões

de reais a cada ano, e com a criação de 300 empregos diretos na região.

A concessão da FLONA do Amana, também no Pará, teve o pré-edital lançado em abril de 2010. As audiências públicas foram realizadas no mês de maio de 2010 nos municípios de Itaituba e Jacareacanga. Para esse lote de concessão, estão previstas cinco unidades de manejo florestal, com áreas que variam de 19 a 89 mil ha. A previsão para a conclusão do processo é novembro de 2010.

Áreas de Florestas Comunitárias Área (em ha)

Terra Indígena (TI) 98.389.883,32

Reserva Extrativista (RESEX) 11.599.219,50

Reserva do Desenvolvimento Sustentável (RDS) 64.440,93

Programa de Assentamento Agroextrativista (PAE) 5.896.876,53

Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDS) 2.389.577,05

Projeto de Assentamento Florestal (PAF) 225.496,63

Áreas de sobreposição (uso comunitário) 10.281.455,79

Total 128.846.949,76

25

Tabela 7: Florestas públicas federais em concessão e em processo de concessão florestal.

Nota: * Das três unidades de manejo que foram licitadas na FLONA de Saracá-Taquera, a UMF I não teve interessado. O total da área das UM é de 140.540 ha.

Considerando-se a tipologia florestal, as condições logísticas, os ciclos de manejo, o foco preliminar em produção de madeira com aproveitamento de resíduos e as limitações geográficas, estima-se uma produção anual de aproximadamente 335 mil m

3 de madeira em tora e uma previsão de arrecadação de recursos de 13,6

milhões de reais por ano. 2.2.5 Florestas públicas federais com contrato de transição O Contrato de Transição é um instrumento administrativo temporário, estabelecido pela Lei de Gestão de Florestas Públicas, que possibilitou a continuidade de atividades florestais já existentes em áreas de florestas públicas no momento da promulgação dessa lei, em março de 2006.

Conforme disposto no artigo 70 da Lei no 11.284, o Serviço Florestal Brasileiro atua como gestor dos contratos

de transição. Atualmente, existe apenas um contrato vigente, cujo detentor é a empresa madeireira L.F. Timbers, no município de Portel, no Pará. Esse contrato não se encontra em execução, uma vez que, até a presente data, não foi emitida a autorização de exploração (AUTEX) pelo órgão competente, o IBAMA. Esse contrato de transição tem vigência até abril de 2011. Em 2010, foram finalizados outros nove contratos de transição localizados ao longo das rodovias BR-163 e BR-230 (Transamazônica), que totalizavam 7 mil hectares, distribuídos nos municípios de Novo Progresso (1.358,03 ha) e Portel (5.648,95 ha), conforme ilustrado na figura 11.

Floresta Públicas UFÁrea total

(em ha)

Unidades de

Manejo

Área sob

concessão

(em ha)

Área em

processo de

concessão

(em ha)

Potencial de

produção esperada

(em m3/ano)

Previsão de

arrecadação de

recursos

(em R$/ano)

FLONA do Jamari RO 222.303 3 96.361 - 72.271 4.263.974

FLONA de Saracá-Taquera PA 441.147 3 - 48.857* 105.405 2.532.014

FLONA do Amana PA 542.553 5 - 210.152 157.590 6.817.991

Total 1.206.003 335.266 13.613.979355.370

26

Figura 11. Localização dos contratos de transição firmados pelo Serviço Florestal Brasileiro no estado do Pará.

27

3 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PARA CONCESSÃO A Lei n

o 11.284/2006, em seu artigo 9

o, determina que apenas as unidades de manejo previstas no Plano Anual

de Outorga Florestal em vigência são elegíveis para a concessão florestal. Neste capítulo, será descrito o processo de seleção das áreas de florestas públicas federais passíveis de serem disponibilizadas para concessão em 2011. 3.1 METODOLOGIA UTILIZADA PARA SELEÇÃO DAS ÁREAS

Em conformidade com a legislação, o Serviço Florestal Brasileiro adotou a seguinte metodologia de seleção de florestas públicas para concessão florestal em 2011. 1

a Fase: Exclusão de todas as áreas de florestas públicas que possuem impedimentos ou restrições legais para

serem submetidas a processos de concessão florestal. 2

a Fase: Exclusão de áreas de florestas públicas federais que não se encontram aptas para serem submetidas

a processos de concessão florestal no ano de vigência do PAOF 2011 1

a FASE: Exclusão das áreas que possuem impedimentos ou restrições legais para concessão florestal.

a. Exclusão das áreas de florestas públicas estaduais

Inicialmente foram excluídas as áreas de florestas públicas estaduais, uma vez que eventuais concessões nessas florestas é uma prerrogativa exclusiva dos entes federados.

b. Exclusão de unidades de conservação de proteção integral

As Unidades de Conservação de Proteção Integral (Estação Ecológica – ESEC, Reserva Biológica – REBIO, Parque Nacional – PARNA, Refúgio da Vida Silvestre – RVS, Monumento Natural – MONA) são excluídas em

razão de suas características específicas descritas na Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o

Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

c. Exclusão das unidades de conservação de uso sustentável

As Unidades de Conservação de Uso Sustentável destinadas ao uso comunitário (Reservas Extrativistas - RESEX e Reservas de Desenvolvimento Sustentável - RDS) devem ser excluídas do PAOF assim como as Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) e Reserva de Fauna (RF) que abrigam populações animais de espécies nativas e possuem características naturais extraordinárias ou abrigam exemplares raros da biota regional (ver tabela 8).

Áreas de Florestas Públicas Estaduais 28.309.051,58 12%

UCs de Proteção Integral 31.602.030,02 13%

28

Tabela 8: Total de áreas de UCs de uso sustentável que foram excluídas do PAOF.

d. Exclusão das terras indígenas e áreas ocupadas por comunidades locais Conforme determina a Lei n

o 11.284/2006, o PAOF deverá proceder à exclusão das terras indígenas e das

áreas ocupadas por comunidades locais. As Terras Indígenas, segundo a Constituição Federal, são as áreas tradicionalmente ocupadas pelos índios, as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. A Constituição ainda estabelece, em relação às Terras Indígenas, que:

estas se incluem entre os bens da União (art. 20, XI);

são destinadas à posse permanente por parte dos índios (art. 231, §2o);

são nulos e extintos todos os atos jurídicos que afetem sua posse, salvo relevante interesse público da União (art. 231, §6

o);

apenas os índios podem usufruir das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes (art. 231, §2o);

o aproveitamento dos seus recursos hídricos, aí incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais, só pode ser efetivado com a autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada a participação nos resultados da lavra (art. 231, §3

o, art.

49, XVI);

é necessária lei ordinária que fixe as condições específicas para exploração mineral e de recursos hídricos nas Terras Indígenas (art. 176, §1

o);

são inalienáveis e indisponíveis, e o direito sobre elas é imprescritível (art. 231, §4o); e

é vedado remover os índios de suas terras, salvo casos excepcionais e temporários (art. 231, §5o).

Do total de Florestas Públicas Federais, 41% (aproximadamente 98 milhões de ha) são Terras Indígenas. As demais florestas públicas destinadas ao uso por populações tradicionais e uso comunitário são:

Reservas Extrativistas (RESEX);

Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS);

Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS);

Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE);

Projeto de Assentamento Florestal (PAF);

as áreas de sobreposição identificadas no CNFP.

UCs de Uso Sustentável Área

Reserva Extrativista (RESEX) 11.599.219,50

Reserva do Desenvolvimento Sustentável (RDS) 64.440,93

Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) 35.748,99

Total 11.699.409,42 5%

29

Tabela 9: Total de áreas ocupadas por comunidades locais que foram excluídas do PAOF.

É importante destacar que, no Cadastro de Florestas Públicas (CNFP), são identificadas várias áreas de sobreposição, ou seja, áreas que possuem mais de uma destinação legal. Em uma análise mais detalhada das áreas sobrepostas identificadas no CNFP, observou-se que todas as áreas de sobreposição são áreas destinadas ao uso comunitário. Assim, por exemplo, existem Terras Indígenas, PDS e PAE sobrepostas a várias unidades de conservação. Dessa forma, esse conjunto de áreas que se encontram sobrepostas foi excluído do processo de seleção de áreas para concessão florestal.

e. Exclusão das áreas de interesse para criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral

Segundo a Lei n

o 11.284/2006, devem ser excluídas do PAOF as áreas de interesse para criação de unidades

de conservação de proteção integral. O Decreto n

o 5.092, de 21 de maio de 2004, definiu que o Ministério do Meio Ambiente deveria definir as regras

para identificação de áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade. A Portaria n

o 126 do Ministério do Meio Ambiente, de 27 de maio de 2004, estabeleceu que as áreas prioritárias

para conservação são aquelas apresentadas no mapa "Áreas Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira", publicado em 2003 e reeditado em 2004 pelo Ministério do Meio Ambiente. De acordo com a tabela de recomendações de áreas prioritárias divulgada pelo PROBIO (Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira), em 2004, existem aproximadamente 2,2 milhões de ha de florestas públicas federais não destinadas onde há interesse para criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral.

f. Exclusão das áreas previstas para uso exclusivamente comunitário A relação das áreas previstas para uso exclusivamente comunitário foi proveniente da tabela de recomendações de áreas prioritárias divulgada pelo PROBIO (2004) e da relação de áreas de Quilombolas divulgadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Ao todo existem aproximadamente 871 mil ha de florestas públicas federais não destinadas onde há previsão para uso exclusivamente comunitário.

g. Exclusão das áreas de florestas públicas federais não destinadas

As florestas públicas federais não destinadas são bens públicos, classificados como bens dominicais, e representam o patrimônio disponível do Estado. A essas florestas, todavia, ainda não foi dada uma destinação que atenda às necessidades coletivas e estatais. Assim, para que seja possível realizar concessões florestais

TI e Áreas Ocupadas por Comunidades Locais Área

Terra Indígena (TI) 98.389.883,32

Programa de Assentamento Agroextrativista (PAE) 5.896.876,53

Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDS) 2.389.577,05

Projeto de Assentamento Florestal (PAF) 225.496,63

Áreas de sobreposição (REBIO/TI, ESEC/Uso Comunitário,

PARNA/PAE, PARNA/PDS, PARNA/TI, PAE/TI, TI/Floresta Estadual,

TI/PDS, APA/TI, ARIE/TI, PAE/ARIE, RESEX/TI, RESEX/Uso Comunitário)

3.829.191,17

Total 110.731.024,70 46%

Áreas de interesse para criação de UCs de Proteção Integral 2.185.411,46 0,9%

Áreas previstas para uso exclusivamente comunitário 871.147,33 0,4%

30

nessas áreas, as florestas públicas federais não destinadas devem ser, preliminarmente, afetadas a um dos seguintes fins: a destinação direta ao Serviço Florestal Brasileiro (SFB) ou a destinação ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para criação de Florestas Nacionais (unidades de conservação de uso sustentável).

A primeira fase de exclusão de áreas de florestas públicas federais para fins de concessão florestal que, de acordo com a Lei de Gestão de Florestas Públicas, apresentam impedimentos ou restrições legais para essa modalidade de gestão resultou na exclusão de 218,4 milhões de ha, ou seja, 90,6% do total das áreas de florestas públicas.

Ao final dessa primeira fase, restaram aproximadamente 22,5 milhões de ha de florestas públicas federais legalmente aptas a serem submetidas às etapas subsequentes dos processos de concessão em 2011.

2

a FASE: Exclusão de áreas de florestas públicas federais que não estarão aptas para serem submetidas

a processos de concessão florestal no ano de vigência do PAOF 2011.

a. Exclusão de Áreas de Floresta Públicas Federais que já estão em concessão.

A Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, foi a primeira floresta pública federal a ser submetida a concessão florestal. Como essa área já está sob concessão, foi excluída do conjunto de áreas aptas para concessão em 2011.

b. Exclusão de florestas públicas federais que não possuem Plano de Manejo aprovado ou perspectiva de aprovação no período de vigência do PAOF.

O Decreto no 4.340/2002, que regulamenta a Lei n

o 9.985/2000, determina que autorizações para a exploração

comercial de produtos, subprodutos ou serviços em unidade de conservação de domínio público só serão permitidas se previstas no plano de manejo da unidade, mediante decisão do órgão executor, ouvido o conselho da unidade de conservação. Nesta fase, seguindo o processo de exclusão de áreas de florestas públicas que não estarão aptas para serem submetidas a processos de concessão florestal em 2011, foram eliminadas todas as áreas que não possuem plano de manejo aprovado ou perspectiva de aprovação no período de vigência do PAOF. Dessa forma, as UCs excluídas dos processos de concessão em 2011 somam uma área aproximada de 14 milhões de ha.

Áreas de florestas públicas não destinadas 33.010.885,64 14%

FPF sem restrições legais para concessão florestal em 2001 22.543.917,50 9,36%

Áreas em Concessão Florestal (FLONA Jamari) 222.303,12 0,09%

31

c. Exclusão de florestas públicas federais conforme manifestação do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMbio).

Atendendo ao que preceitua o §1° do artigo 48 da Lei n

o 11.284/2006, que determina que a inserção de

unidades de manejo das florestas, nacionais, estaduais e municipais no PAOF requer prévia autorização do órgão gestor da unidade de conservação, foram excluídas do processo de concessão em 2011 dez unidades de conservação (FLONAs). Dessa forma, as UCs excluídas nessa etapa do processo de concessão em 2011 somam uma área aproximada de 2,8 milhões de ha.

Como áreas aptas para concessão florestal em 2011, restam 2,12% do total de florestas públicas, ou seja, aproximadamente 5,1 milhões de ha.

A seguir é apresentado um fluxograma que demonstra o processo de seleção das áreas que poderão ser disponibilizadas para concessão em 2011.

32

1a FASE - Exclusão de todas as áreas de florestas públicas que possuem impedimentos ou restrições

legais para serem submetidas a processos de concessão florestal.

75%

25%

70%

30%

100%

88%

12%

24%

76%

23%

77%

23,1%

76,9%

9,4%

90,6%

Florestas Públicas do CNFP (Federais + Estaduais)

240,9 milhões ha (100%)

Exclusão das Unidades de Conservação de Proteção Integral (ESEC, REBIO, PARNA, RVS, MONA)

31,6 milhões de ha (13%)

Exclusão das Florestas Públicas Estaduais 28,3 milhões ha (12%)

Exclusão das Unidades de Conservação de Uso Sustentável (RDS, RESEX, RF, ARIE) 11,6 milhões de ha (5%)

Exclusão das Terras Indígenas e áreas ocupadas por comunidades locais (TI, PAE, PDS, PAF, Áreas de sobreposição)

110,7 milhões de ha (46%)

Exclusão das áreas de interesse para criação de UCs de proteção integral (PROBIO)

2,2 milhões de ha (0,9%)

Exclusão das áreas de florestas públicas federais não destinadas

33 milhões de ha (14%)

Exclusão de áreas previstas para uso exclusivamente comunitário (PROBIO)

871 mil ha (0,4%)

Florestas públicas federais sem impedimentos ou restrições legais para concessão florestal em 2011

22,5 milhões de ha (9,4%)

33

2a FASE: Exclusão de áreas de florestas públicas federais que não estarão aptas para serem submetidas

a processos de concessão florestal no ano de vigência do PAOF 2011.

9,4%

90,6%

9,3%

90,7%

3,3%

96,7%

Exclusão das áreas que não possuem Plano de Manejo aprovado ou perspectiva de aprovação no período de vigência do PAOF

14,4 milhões de ha (6%)

Exclusão de áreas de florestas públicas federais que se encontram sob concessão

222 mil ha (0,09%)

Total de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011

5,1 milhões de ha (2,12%)

Florestas públicas federais sem impedimentos ou restrições legais para concessão florestal em 2011

22,5 milhões de ha (9,4%)

Exclusão de áreas de florestas públicas federais conforme manifestação do ICMbio.

2,8 milhões de ha (1,14%)

2,1%

97,9%

34

3.2 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PASSÍVEIS DE CONCESSÃO O conjunto de florestas públicas federais resultado da aplicação da metodologia para a seleção das áreas passíveis de concessão no período de janeiro a dezembro de 2011 está apresentado na tabela 10. Essa tabela apresenta a região e o estado onde a Floresta Nacional se encontra, a área que está descrita no Decreto de criação da UC e a área que foi cadastrada no Cadastro Nacional de Florestas Públicas. No total foram selecionadas 11 Florestas Nacionais passíveis de concessão florestal em 2011 (ver tabela 10), compreendendo cerca de 5,1 milhões de ha, ou seja, 2,1% do total de florestas públicas inseridas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas. Informações mais detalhadas sobre as onze FLONAs passíveis de concessão podem ser visualizadas no Anexo A. Tabela 10: Lista de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011.

Nota: * A diferença observada entre essas áreas decorre do fato de que as informações dos limites das UCs foram obtidas em períodos diferentes e a partir de documentações existentes ou levantamentos de campo com diferentes padrões de precisão. Atualmente são utilizadas ferramentas de geoprocessamento que geram novos dados de área, distâncias, etc. com maior

precisão.

É importante destacar que o total de áreas passíveis de concessão para o ano de 2011 (5,1 milhões de ha) ainda sofrerá redução, uma vez que todas as FLONAs têm previsto em seus Planos de Manejo apenas uma porcentagem de áreas que é destinada ao manejo florestal. Na figura 12 a seguir, é possível visualizar todas as florestas passíveis de concessão em 2011.

Região Estado Nº Nome da UC

Área do

Decreto de

criação *

Área Total do

Cadastro *

1 Floresta Nacional do Macauã 173.475,00 176.164,84

2 Floresta Nacional de São Francisco 21.600,00 21.205,90

3 Floresta Nacional de Altamira 689.012,00 761.135,70

4 Floresta Nacional de Crepori 740.661,00 741.783,67

5 Floresta Nacional de Itaituba I 220.034,20 220.254,13

6 Floresta Nacional de Itaituba II 440.500,00 423.956,21

7 Floresta Nacional do Amana 540.417,17 542.553,42

8 Floresta Nacional do Jamanxim 1.301.120,00 1.301.214,86

9 Floresta Nacional do Trairão 257.482,00 257.502,72

10 Floresta Nacional Saracá-Taquera 429.600,00 441.147,94

RO 11 Floresta Nacional de Jacundá 220.644,00 220.841,72

Total 5.034.545,37 5.107.761,11

AC

PANorte

35

Figura 12. Florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011.

A maior porcentagem das florestas públicas passíveis de concessão em 2011 encontra-se no estado do Pará, que isoladamente detém 92% do total dessas florestas. 3.2.1 Florestas públicas federais passíveis de concessão em faixa de fronteira. A FLONA do Macauã e a FLONA de São Francisco estão listadas como passíveis de concessão em 2011. Entretanto, cabe observar que, conforme ilustrado na figura 13, essas Florestas Nacionais se encontram na faixa de fronteira do território brasileiro. Segundo a Lei n

o 6.634/1979, a faixa de fronteira é a faixa interna de 150 km (cento e cinquenta quilômetros) de

largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional e é considerada área indispensável à segurança nacional. O detalhamento das FLONAs que se encontram na faixa de fronteira pode ser visualizado no Anexo A.

36

Figura 13. Florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2011 e localizadas na faixa de fronteira.

3.3. CARACTERIZAÇÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PASSÍVEIS DE CONCESSÃO FLORESTAL NO ANO DE 2011 E DAS REGIÕES DE PRODUÇÃO FLORESTAL Todas as áreas passíveis de concessão em 2011 foram detalhadas em fichas que se encontram no Anexo A. Nessas fichas podem ser visualizados os registros legais das Florestas Nacionais, municípios de localização, área e identificação georreferenciada das FLONAs e das áreas adjacentes e descrição sintética das características físicas, bióticas e sociais do local, entre outros. 3.3.1 Florestas e polos de produção florestal da região Norte Todas as FLONAs passíveis de concessão florestal em 2011 se encontram na região Norte. Ao todo são aproximadamente 5,1 milhões de ha distribuídos nos estados do Acre, Pará e Rondônia. A tabela 11 apresenta as FLONAs da região Norte e os municípios onde elas se localizam.

37

Tabela 11: Florestas públicas federais passíveis de concessão na região Norte.

Todas as florestas públicas federais passíveis de concessão na região Norte possuem características de infraestrutura bem semelhantes, descritas a seguir. Educação:

A maioria das áreas não possui escolas no interior e entorno e algumas áreas possuem atendimento escolar apenas no nível fundamental.

A taxa de analfabetismo é alta, aproximadamente 30%, entre a população com idade acima de 6 anos.

Saúde:

Os serviços de saúde pública à população são precários. Em caso de doenças graves, os moradores procuram atendimento na unidade do governo estadual e nos postos de saúde municipais.

Saneamento, tratamento do lixo e acesso à água potável:

Não há infraestrutura de saneamento básico (melhorias sanitárias, destinação adequada do lixo e o tratamento de água para consumo humano).

Comunicação:

O radio é o principal meio de comunicação nas Florestas Nacionais. Energia:

Não há serviço público de energia que atenda às Florestas Nacionais. A energia é basicamente provida por geradores a diesel.

Conforme estudo realizado em 2009 pelo Serviço Florestal Brasileiro e pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, será apresentado a seguir um panorama do atual cenário madeireiro da região amazônica, ou seja, características dos mercados, oferta e demanda de madeira, consumo, custos de processamento, preços médios praticados, número de empresas, empregos gerados, entre outros. Essas informações são relevantes para a escolha das áreas que entrarão em processo de concessão no ano de 2011. A metodologia utilizada nesse estudo contou com a realização de entrevistas em 846 madeireiras para a coleta de dados, o que representou 38% de todas as empresas em funcionamento na região. A produção madeireira se localiza em 192 municípios da Amazônia Legal, dos quais 75 foram categorizados como polos madeireiros –municípios cujo volume de madeira em tora extraído e consumido era igual a 100 mil metros cúbicos.

Estado FLONAsÁrea da FLONA

(em ha)Município(s) de localização

FLONA do Macauã 176.164,84 Sena Madureira

FLONA de São Francisco 21.205,90 Sena Madureira

FLONA de Altamira 761.135,70 Altamira, Itaituba e Trairão

FLONA de Crepori 741.783,67 Itaituba e Jacareacanga

FLONA de Itaituba I 220.254,13 Trairão e Itaituba

FLONA de Itaituba II 423.956,21 Trairão e Itaituba

FLONA do Amana 542.553,42 Maués (AM), Itaituba e Jacareacanga

FLONA do Jamanxim 1.301.214,86 Novo Progresso e Itaituba

FLONA do Trairão 257.502,72 Rurópolis, Trairão e Itaituba

FLONA Saracá-Taquera 441.147,94 Oriximiná, Faro e Terra Santa

FLONA de Jacundá 220.841,72Candeias do Jamari, Itapuã do Oeste e

Porto Velho

Total 5.107.761,11

AC

PA

RO

38

As zonas, por sua vez, são um aglomerado de polos madeireiros que possuem produção madeireira significativa para a região e(ou) estado. As características que definem uma zona são: (i) histórico de colonização e tempo da exploração madeireira; (ii) tipos de florestas (terra firme ou várzea) e abundância dos recursos disponíveis na região; (iii) condições de acesso (terrestre ou fluvial) e os custos de transporte de cada zona. A partir dessas características foram definidas onze zonas madeireiras na Amazônia Legal: cinco no estado do Pará, três em Mato Grosso e três em Rondônia. Os polos madeireiros nos demais estados são insuficientes para a formação das zonas. A figura 14 relaciona os polos e as zonas madeireiras com as FLONAs selecionadas para o PAOF 2011.

Figura 14. Polos e zonas madeireiras da Amazônia Legal e as FLONAs passíveis de concessão em 2011.

Em 2009, o setor florestal madeireiro da Amazônia Legal possuía 2.226 empresas madeireiras em funcionamento, as quais consumiram 14,1 milhões de m

3 de toras, produziram 5,8 milhões de m

3 de madeira

processada (serrada, beneficiada, laminada e compensada) e geraram 203 mil empregos diretos e indiretos. Os estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia são os maiores produtores de madeira tropical da Amazônia Legal. Em 2009, havia 1.067 empresas madeireiras no Pará, 592 no Mato Grosso e 346 em Rondônia. O Acre contava com 24 empresas madeireiras em funcionamento, o Amazonas com 58, Roraima com 37, o Maranhão com 54 e o Amapá com 48.

39

Tabela 12: Número de empresas, empregos gerados, consumo e produção de madeira nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

Comparando com os dados de 2004, houve uma queda da produção florestal bastante significativa. Em 2004, o consumo de madeira em tora foi quase duas vezes maior que consumo de 2009: 24,5 milhões de metros cúbicos. Houve uma queda de 21% nos empregos gerados entre 2004 e 2009, passando de 255 mil para 203 mil empregos gerados em toda a Amazônia (Lentini et al. 2005). Os estados do Acre e Roraima foram os únicos que não sofreram baixa na produção de madeira e na geração de empregos em 2009. A receita bruta estimada da indústria madeireira em 2009 foi de aproximadamente R$ 4,94 bilhões. Desse total, o setor madeireiro do estado do Pará contribuiu com 44%, seguido de Mato Groso, com 32%, e Rondônia, com 14%. Em relação à origem da madeira em tora, 65% do volume foi extraído a partir de Planos de Manejo Florestal Sustentáveis, 17% teve origem em Autorizações de Desmatamento Legal e 18% apresentaram origem desconhecida.

Tabela 13: Origem da madeira nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

Os custos médios de exploração florestal nos estados avaliados variaram de R$ 32,00/m

3 no Amapá até R$

72,00/m3 de madeira em tora no estado do Pará, em 2009.

Estado Número de empresas

Consumo Anual de

Toras

(em milhares m³)

Produção

Processada

(em milhares m³)

Empregos

gerados

Receita Bruta

(em milhões de R$)

Acre 24 422 193 4.641 181,96

Amapá 48 94 41 1.516 32,10

Amazonas 58 367 142 6.525 115,19

Maranhão 54 254 90 3.975 59,00

Mato Grosso 592 4.004 1.795 56.932 1.598,36

Pará 1.067 6.599 2.550 92.423 2.177,61

Rondônia 346 2.220 925 34.825 713,49

Roraima 37 188 70 2.865 62,66

Amazônia Legal 2.226 14.148 5.806 203.702 4.940,37

Planos de Manejo Autorização de Desmate Outros

Acre 90 10 0

Amapá 25 0 75

Amazonas 75 3 22

Maranhão 59 19 22

Mato Grosso 89 6 5

Pará 68 13 19

Rondônia 96 1 3

Roraima 15 85 0

Amazônia Legal 65 17 18

Estado

Origem da Matéria-Prima

(em % sobre o volume de tora 2009)

40

Tabela 14: Custos médios de exploração nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

O custo médio para processar 1 m

3 de madeira em tora (desdobro da tora para madeira processada) foi maior

no Amazonas (R$ 134,00/m3 de madeira em tora), Acre (R$ 118,00/m

3 de madeira em tora) e Pará (R$

106,00/m3 de madeira em tora), seguido por Mato Grosso (R$ 86,00m

3 de madeira em tora), Rondônia (R$

73,00/m3 de madeira em tora) e, finalmente, pelo Amapá e Maranhão, com custo de aproximadamente R$

51,00/m³ e R$ 47,00/m3 de madeira em tora, respectivamente.

Tabela 15: Custos médios de processamento de madeira nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

O preço da madeira em tora posta no pátio varia de acordo com a espécie, distância de transporte e acessibilidade às áreas de exploração. O Amapá apresentou o menor preço médio (R$ 104/m

3) e o Acre o

maior (R$ 200/m3).

Média Máximo Mínimo

Acre 49 95 10

Amapá 32 120 1

Amazonas 52 100 30

Maranhão 57 100 30

Mato Grosso 44 150 5

Pará 72 300 1

Rondônia 50 180 10

Roraima 59 120 30

Amazônia Legal 55 300 1

EstadoCusto de Exploração (em R$/m³)

Média Máximo Mínimo

Acre 118 500 40

Amapá 51 140 9

Amazonas 134 975 25

Maranhão 47 65 30

Mato Grosso 86 396 30

Pará 106 950 10

Rondônia 73 275 14

Roraima 79 160 35

Amazônia Legal 93 975 9

Custo de Processamento

(em R$/m³ de madeira em tora)Estado

41

Tabela 16: Preço médio da madeira em tora posta no pátio nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

O preço médio da madeira processada é determinado pelo valor pago pela madeira em tora, custos de processamento, tipo de produto, espécie e mercado consumidor. É importante destacar que os preços se referem à madeira processada no pátio da empresa. O Amapá apresentou o menor preço médio R$ 575/m

3 e o

Acre o maior R$ 922/m3.

Tabela 17: Preços médios da madeira processada nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

No que diz respeito aos equipamentos utilizados para processamento de madeira em tora, 43% do total de empresas da Amazônia Legal utiliza a serra-de-fita, tanto vertical como horizontal, para o desdobro de toras, ou seja, esse equipamento tem uso predominante na maioria dos estados da região Norte.

Média Máximo Mínimo

Acre 200 450 120

Amapá 104 287 15

Amazonas 154 550 40

Maranhão 161 250 100

Mato Grosso 227 640 60

Pará 188 850 10

Rondônia 154 500 60

Roraima 152 420 25

Amazônia Legal 185 850 10

EstadoPreço médio de madeira em tora (em R$/m³)

Média Máximo Mínimo

Acre 922 1.725 350

Amapá 575 2.100 88

Amazonas 707 2.494 135

Maranhão 635 1.000 400

Mato Grosso 835 3.700 150

Pará 755 3.000 45

Rondônia 729 4.000 150

Roraima 637 1.900 400

Amazônia Legal 759 4.000 45

Preço de madeira processada (em R$/m³)Estado

42

Tabela 18: Equipamentos utilizados para o desdobro de toras nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

As estufas de secagem são equipamentos que melhoram a qualidade da madeira serrada ou beneficiada. No entanto, apenas 11% do volume de madeira processada pelas empresas madeireiras amazônicas passa pelo processo de secagem. Existem polos com maior proporção do uso de estufa para secagem de madeira, com destaque para Novo Progresso (PA), onde 50% do volume de madeira processada recebe secagem de estufa, seguido de Castelo de Sonho (PA), com 43%, Juruena (MT), com 42%, Cotriguaçu (MT), com 38%, e Alta Floresta (MT), com 36%. Tabela 19: Porcentagem do volume de madeira que passa pelo processo de secagem nos estados da

Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

A distância média de transporte de madeira da área de exploração florestal até a indústria de processamento da madeira foi de 82 km, em 2009. Os estados do Maranhão e Pará possuem as maiores distâncias médias de transporte (104 e 98 km, respectivamente), seguidos por Mato Grosso e Acre, com 87 km, Roraima, com 86 km, Amazonas, com 60 km, Rondônia, com 58 km e, por fim, o Amapá, onde a distância média foi de apenas 14 km.

Serra-de-fita Serra Circular Torno Induspan Plainas Faqueadeiras

Acre 34 17 7 2 37 3

Amapá 36 57 0 0 7 0

Amazonas 42 25 1 5 27 0

Maranhão 56 17 16 0 0 11

Mato Grosso 46 0 12 0 39 3

Pará 40 25 9 3 20 3

Rondônia 48 1 7 0 43 1

Roraima 42 36 0 0 18 4

Amazônia Legal 43 15 8 2 30 2

Equipamento de desdobro de tora (em % do total de empresas)Estado

Estado

% do volume de madeira que passa

pelo processo de secagem nas

empresas

Acre 31

Amapá 0

Amazonas 9

Maranhão 0

Mato Grosso 12

Pará 9

Rondônia 19

Roraima 5

Amazônia Legal 11

43

Tabela 20: Distância média de transporte de madeira da floresta à indústria nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

O custo médio na Amazônia Legal para transportar 1m

3 de madeira em tora da floresta até as madeireiras

situadas nos polos pesquisados foi de R$ 0,78/m3/km em 2009. O Maranhão apresentou o maior custo médio

de transporte, R$ 1,53/m3/km, e o Mato Grosso o menor, R$ 0,57/m

3/km.

Tabela 21: Custo médio para transportar 1m

3 de madeira da floresta à indústria nos estados da Amazônia

Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

A maior parte da produção de madeira processada da Amazônia Legal (62%) foi destinada ao mercado doméstico (excluindo estados da Amazônia Legal). Ao mercado externo foi destinado cerca de 21% e o restante (17%) foi comercializado nos estados produtores. No Pará, a situação é diferente, pois a madeira destinada ao mercado externo atingiu 30% do total produzido, enquanto a madeira comercializada nos estados brasileiros excluindo os estados da Amazônia Legal, foi de 49%. O restante (21%) foi comercializado na própria Amazônia Legal.

Distância média de transporte

floresta-indústria (em km)

Acre 80

Amapá 14

Amazonas 60

Maranhão 104

Mato Grosso 87

Pará 98

Rondônia 58

Roraima 86

Amazônia Legal 82

Estado

Média Máximo Mínimo

Acre 0,77 4 0,1

Amapá 1,31 2,5 0,67

Amazonas 0,95 2,5 0,3

Maranhão 1,53 5,43 0,21

Mato Grosso 0,57 5 0,17

Pará 0,89 6 0,02

Rondônia 0,78 6,07 0,12

Roraima 1,1 5 0,32

Amazônia Legal 0,78 6,07 0,02

EstadoCusto de Transporte (em R$/m³/km)

44

Tabela 22: Destino da madeira processada nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

O perfil do comprador da madeira processada define o tipo de processamento e as espécies que foram comercializadas pelos empreendimentos. As tabelas a seguir apontam o perfil dos compradores da madeira processada por polo madeireiro pesquisado.

Tabela 23: Perfil do comprador de madeira processada nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

Nota: * Pessoa física ou atravessador.

Os resíduos provenientes do processamento da madeira em tora são largamente aproveitados na maioria dos polos madeireiros da Amazônia Legal. Parte desses resíduos é aproveitada para a fabricação de produtos de baixo valor agregado, tais como cabos de vassouras, tacos e ripas simples. Em Roraima, a grande maioria (80%) das empresas madeireiras faz esse tipo de aproveitamento, assim como em Rondônia (67%) e no Pará (61%).

Amazônia Legal

Demais estados do

Brasil Externo

Acre 10 55 35

Amapá 40 46 14

Amazonas 41 26 33

Maranhão 42 58 0

Mato Grosso 11 80 9

Pará 21 49 30

Rondônia 9 88 3

Roraima 48 14 38

Amazônia Legal 17 62 21

Estado

Mercado geral do setor madeireiro

(em % da produção)

Depósitos Construtoras

Fábricas de

Móveis Traders Outros*

Acre 43 20 10 10 17

Amapá 74 0 0 0 26

Amazonas 42 6 6 4 42

Maranhão 76 11 4 0 9

Mato Grosso 70 9 6 3 12

Pará 59 11 6 9 15

Rondônia 70 6 11 1 12

Roraima 77 0 7 0 16

Amazônia Legal 65 9 7 5 14

Estado

Perfil dos compradores de madeira (em % da produção)

45

Tabela 24: Porcentagem de empresas que aproveitam os resíduos do processamento da madeira nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

Há resíduos gerados pela indústria madeireira, como o pó-de-serra e as aparas, que são destinados para a produção de carvão vegetal, produção de energia ou são simplesmente queimados. A tabela 25 ilustra o percentual de destinação dos resíduos por estado da Amazônia Legal. Tabela 25: Porcentagem de destinação dos resíduos por tipo nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010. Nota: * Outros destinos: doação para pessoas carentes, venda para panificadora, etc.

O fornecimento de energia elétrica que abastece o setor madeireiro provém de redes concessionárias públicas e, em geral, é de origem hidrelétrica e, para os polos madeireiros mais distantes, a fonte mais comum é termelétrica. As microsserrarias, principalmente aquelas situadas na zona madeireira do Estuário Paraense (Breves, Porto de Moz) e no Amapá, utilizam motor a diesel para movimentar as serras circulares. Apenas em grandes polos madeireiros existem algumas empresas com caldeiras para geração de energia elétrica.

Estado

% de empresas que

aproveitam resíduos

Acre 44

Amapá 57

Amazonas 30

Maranhão 40

Mato Grosso 53

Pará 60

Rondônia 67

Roraima 80

Amazônia Legal 57

Energia

Eletro-motriz

Acre 11 18 0 0 32 7 7 25

Amapá 4 0 11 4 11 0 7 63

Amazonas 8 8 5 5 45 2 5 22

Maranhão 50 10 0 0 30 0 0 10

Mato Grosso 6 16 2 30 6 8 3 29

Pará 28 7 12 13 20 2 3 15

Rondônia 18 16 17 12 19 0 3 15

Roraima 14 4 4 4 32 0 7 35

Amazônia Legal 19 11 9 16 18 3 3 21

Estado

Destinação dos resíduos (em % demanda sobre o volume em tora não aproveitável)

CarvãoCaldeira

(secagem)Queima Armazena Olaria Adubo Outros*

46

Tabela 26: Principais fontes de energia elétrica para a indústria madeireira nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

A maior parte (72%) do volume de madeira em tora, em 2009, não foi explorada pelas empresas madeireiras, e sim por terceiros (normalmente empresas especializadas em extração, proprietários de terras e outros). O restante da exploração, 28% do volume, foi conduzido pelas próprias empresas de processamento industrial da madeira.

Tabela 27: Formato da condução da extração da madeira (própria ou terceirizada) nos estados da Amazônia

Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

As áreas florestais exploradas na Amazônia Legal são predominantemente pertencentes a terceiros (fazendeiros ou posseiros). Apenas 29% do volume de toras exploradas na Amazônia Legal é proveniente de áreas próprias. O estado do Amazonas é o que apresenta maior porcentagem de volume explorado em áreas próprias (65%).

Rede Pública Caldeira Motor a diesel Rede pública e caldeira

Acre 88 6 0 6

Amapá 38 0 62 0

Amazonas 75 23 2 0

Maranhão 100 0 0 0

Mato Grosso 83 5 2 10

Pará 73 23 2 2

Rondônia 92 6 1 1

Roraima 100 0 0 0

Amazônia Legal 80 14 2 4

Estado

Fonte principal de energia elétrica

(em % sobre o número de empresas)

Própria Terceirizada

Acre 40 60

Amapá 79 21

Amazonas 26 74

Maranhão 20 80

Mato Grosso 21 79

Pará 23 77

Rondônia 35 65

Roraima 25 75

Amazônia Legal 28 72

Estado

Extração da madeira em tora

(em % sobre o volume de tora 2009)

47

Tabela 28: Tipo de áreas florestais exploradas (própria ou de terceiros) nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

As propriedades onde é realizada a extração da madeira em tora foram agrupadas em pequenas (<500 ha), médias (entre 500 e 5 mil ha) e grandes (> 5 mil ha). Na Amazônia Legal, 40% do volume das toras extraídas é proveniente das propriedades médias, 31%, das grandes, e 29%, das pequenas. Cabe destacar que, no estado do Maranhão, 89% do volume de toras exploradas provém das propriedades grandes e em Roraima, 78% do volume das toras exploradas provém das propriedades pequenas.

Tabela 29: Tipos de propriedades onde é realizada extração da madeira nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2010.

Em relação à extração vegetal dos produtos florestais não madeireiros (PFNM), o Brasil somou R$ 635,7 milhões em 2008 (IBGE – Sistema IBGE de Recuperação Automática – Tema Extração Vegetal). Os produtos não madeireiros que se destacaram na região Norte são acaí, fibra de paiaçava e castanha-do-pará. A figura 15 ilustra a produção extrativista dos principais produtos florestais não madeireiros do Brasil.

Área Própria Área de Terceiros

Acre 21 79

Amapá 26 74

Amazonas 65 35

Maranhão 0 100

Mato Grosso 12 88

Pará 26 74

Rondônia 13 87

Roraima 8 92

Amazônia Legal 29 71

Estado

Situação Fundiária

(em % sobre o volume de tora 2009)

Pequenas Médias Grandes

(< 500 ha) (entre 500 e 5 mil ha) (> 5 mil ha)

Acre 17 80 3

Amapá 31 69 0

Amazonas 24 42 34

Maranhão 11 0 89

Mato Grosso 13 61 26

Pará 43 32 25

Rondônia 49 25 26

Roraima 78 15 7

Amazônia Legal 29 40 31

Tamanho das áreas de exploração

(% sobre o volume de tora 2009)Estado

48

Figura 15. Produção extrativista de produtos florestais não madeireiros (em milhões de reais).

Em conjunto, esses produtos somaram 91,7% do valor total da produção extrativista vegetal não madeireira do país. Na participação regional da produção desses sete principais itens, destaque para a região Norte, com 92,2% da produção nacional de açaí (fruto), 95,4% da produção de castanha-do-pará e 12,4% da produção de fibras de piaçava.

Tabela 30: Estados produtores, produção, valor gerado e preço mínimo dos principais produtos florestais não madeireiros na região Norte.

Nota: * Preço mínimo – CONAB: Buscando garantir a sustentação de preços aos extrativistas, alguns produtos foram incluídos na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), instrumento de sustentação de preço sob a tutela do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e operacionalizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).

3.4 ANÁLISE ESTRATÉGICA DAS ÁREAS FLORESTAIS QUE PODERÃO SER LICITADAS PARA CONCESSÃO EM 2011 Além das exigências legais apresentadas no item anterior, para que uma área florestal possa ser indicada para concessão florestal no ano de 2011, é necessário realizar algumas análises estratégicas, tais como: áreas de conflito e pressão, existência de concessões de outros setores, compatibilidade com outras políticas públicas, entre outros.

133,7115,6

104,1 102,6

62,345,7

18,5

0

20

40

60

80

100

120

140

160

milh

õe

s d

e R

$

ProdutoProdução em

2008 (em ton)

Valor da

produção (em R$)

Maiores Estados

Produtores

Preço mínimo -

CONAB* (em R$)

açaí 120.890 R$ 133,7 milhões Pará (88,50%) 0,61/kg

fibra de piaçava 78.167 R$ 104,1 milhões Amazonas (12%) 1,07/kg

castanha-do-pará 30.815 R$ 45,7 milhões

Acre (37,4%)

Amazonas (29,6%)

Pará (20,1%)

52,49 hl

49

3.4.1 Convergência com concessões de outros setores Entre as políticas e concessões de outros setores, o PAOF considera a convergência entre os propósitos da gestão de florestas públicas e de outras políticas setoriais, em especial as estruturantes que envolvem contratos de concessão, autorizações, licenças e outorgas dos setores de mineração, petróleo, gás, estradas, linhas de transmissão, geração de energia, oleodutos, gasodutos e para o uso da água. O grande objetivo é evitar atividades divergentes e, ao mesmo tempo, identificar potenciais sinergias. A análise desses temas individualmente procura verificar a existência de concessões de outros setores, projetos pontuais, planejamento futuro, alternativas ou quaisquer informações que identifiquem suas interações negativas ou positivas ao longo do tempo sobre as florestas públicas. Ao mesmo tempo, procura-se investigar e demonstrar eventuais potenciais de interesse econômico e social para a população interessada. Nesse contexto, foram consultadas as bases de informações disponíveis nos respectivos órgãos competentes e que resultaram nas análises setoriais que se seguem. 3.4.1.1 Mineração Os recursos minerais são bens da União distribuídos no território brasileiro tanto em propriedades privadas como em terras públicas e são regulados pelo Departamento de Produção Mineral do Ministério de Minas e Energia (DNPM). Sua utilização é autorizada mediante processos de concessão mineral em suas diversas formas

2. São de interesse para a Lei de Gestão de Florestas Públicas as jazidas ocorrentes no interior de

florestas em função dos aspectos sociais e ambientais envolvidos. Na região amazônica, há dois tipos de exploração mineral importantes de ser analisados, ambos de superfície. O primeiro são as jazidas de minerais preciosos (como o ouro), pontuais com atividades concentradas em pequenos espaços. O segundo envolve os minérios de grande volume, como minério de ferro ou bauxita, que ocupam significativas superfícies territoriais e cujo método de exploração consiste na remoção de toda a vegetação superficial e camadas de solo. É importante destacar que a concessão mineral, desde que devidamente licenciada, pode ser desenvolvida simultaneamente à concessão de florestas públicas. A harmonia entre atividades consiste na possibilidade de exclusão das jazidas pontuais das unidades de manejo florestal e, quando for o caso, no apropriado aproveitamento do material lenhoso que recobre as minerações de grande superfície. Um exemplo de atividade nesse formato ocorre na FLONA de Saracá-Taquera, onde há mineração e o processo de concessão está em andamento, bastando, para tanto, planejar e estabelecer o cronograma das operações das concessões. O adequado planejamento operacional objetiva também potencializar as ações de mitigação de impactos ambientais de ambas as concessionárias e deve ser incorporado ao plano de manejo da concessionária florestal. A avaliação referente à convergência entre o setor mineral e as florestas passíveis de concessão para o período de vigência deste PAOF consiste em verificar a coincidência das quatro categorias minerárias (Autorização de Pesquisa, Concessão de Lavra, Concessão de Lavra Garimpeira e Registro de Extração) com as áreas de florestas públicas. A análise geral verificou que ocorre um total 731.459 ha de interesse mineral no interior das áreas de florestas públicas federais incluídas nesse PAOF, o que corresponde a 16% do total de 4,7 milhões de ha passíveis de concessão em 2011. A composição em categorias compreende: Autorização de Pesquisa, 612.949 ha (13%); Concessão de Lavra, 117.959 ha (3%); e, em percentuais insignificantes, Concessão de Lavra Garimpeira, 551 ha. Contudo, salienta-se que, apesar do relativo destaque das autorizações de pesquisa, a área efetivamente autorizada para mineração, as concessões de lavra, é limitada a 3% e não compromete as operações vinculadas às concessões florestais. A FLONA de Saracá-Taquera é a única floresta que já possui concessões de lavra. A tabela 31 a seguir reúne as principais informações referentes à interação entre às minerações e florestas públicas incluídas no PAOF 2011.

2 Corresponde às fases definidas pelo DNPM: concessão de lavra; lavra garimpeira; licenciamento ou registro de extração.

50

Tabela 31: Superfície de solo de interesse mineral localizados em áreas de florestas públicas da União (em ha).

Fonte: DNPM (2009) e Serviço Florestal Brasileiro.

3.4.1.2 Petróleo, Gás Natural, Biocombustíveis A convergência entre as concessões florestais e a política nacional de petróleo e gás natural em 2011 identifica propósitos harmoniosos, tais como: boas práticas de conservação e uso racional do petróleo, dos derivados e do gás natural e a preservação do meio ambiente. Nesse contexto, a avaliação dessa convergência setorial decorre da verificação da coincidência de localização de florestas públicas e de áreas de interesse de petróleo e gás. A coincidência ocorre nas bacias sedimentares do Amazonas e Madre de Dios e nas Florestas de Saracá-Taquera, Macauã e São Francisco (ver quadro 1) Quadro 1: Sobreposição de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal a bacias sedimentares de interesse do setor de petróleo e gás.

Atenção especial deve ser dada para as atividades de construção e operação de dutos de transporte reguladas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os gasodutos, por exemplo, por apresentarem significativa extensão necessitam de avaliações rigorosas quando coincidirem com as florestas públicas federais. Para o período de vigência deste PAOF, não há coincidências desse tipo. Cabe informar que está em andamento um plano de expansão da malha dutoviária e polidutos de escoamento de etanol. Entretanto, ainda não há definição de traçados desses dutos. No futuro, quando eventualmente ocorrer coincidência de interesses entre a exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural e a concessão de florestas públicas federais, o Serviço Florestal Brasileiro, em conjunto com a ANP, fará uma avaliação rigorosa para verificar a possibilidade de compatibilização entre as atividades.

FLONAÁrea

(em ha)

Autorização

de pesquisa

(em ha)

%

Concessão

de lavra

(em ha)

%

Lavra

garimpeira

(em ha)

%

Registro de

extração

(em ha)

%Total

(em ha)%

Altamira 761.136 24.354 3 24.354 3

Itaituba I 220.254 32.275 15 32.275 15

Itaituba II 423.956 129.415 31 129.415 31

Saracá-Taquera 441.148 9.911 2 117.959 27 127.870 29

Amana 542.553 127.856 24 550 0,1 128.406 24

Crepori 741.784 144.301 19 1 0 144.302 19

Jamanxim 1.301.215 111.749 9 111.749 9

Trairão 257.503 33.088 13 33.088 13

Total geral 4.689.549 612.949 13 117.959 3 551 0 0 0 731.459 16

FLONA Comentário

Integralmente localizadas na Bacia Sedimentar do Amazonas.

Nesta bacia sedimentar, existem blocos exploratórios, campos em desenvolvimento e

estudos previstos (levantamento magnetotelúrico e sísmica 2D).

Foram realizados estudos nesta bacia sedimentar (aerolevantamento magnetométrico e

gravimétrico).

Integralmente localizada na Bacia Sedimentar Madre de Dios.

Foram realizados estudos nesta bacia sedimentar (aerolevantamento magnetométrico e

gravimétrico).

Saracá-Taquera

Macauã e São Francisco

51

3.4.1.3 Infraestrutura – Rodovias, ferrovias, hidrovias e portos A análise dos aspectos de infraestrutura instalados ou planejados nas regiões de florestas passíveis de concessão em 2011 consiste em apontar as possibilidades de uso imediato. A infraestrutura instalada nas regiões passíveis de concessão influencia e acelera as dinâmicas sociais, econômicas e ambientais locais e indica aos interessados nas concessões florestais as potenciais tendências regionais. As infraestruturas são elementos fundamentais para a operacionalização imediata de atividades florestais e, em conjunto com a demonstração de infraestruturas planejadas, atuam como fatores atrativos e incentivadores ao longo do tempo. Nesse sentido, foram consideradas as informações referentes às rodovias, ferrovias e hidrovias, que resultaram em um conjunto de indicações de distâncias entre vias de transporte existentes e planejadas até as florestas públicas. As informações se referem à distância em quilômetros entre os centros das FLONAs incluídas no PAOF 2011 e as infraestruturas mais próximas existentes e planejadas. Foram consideradas as seguintes categorias: Estrada Pavimentada, Estrada em Pavimentação, Estrada Implantada, Estrada Planejada, Ferrovia em Operação, Ferrovia em Construção, Ferrovia Planejada, Hidrovia ou Curso d’água e Portos. As informações estão reunidas no quadro 2 a seguir. A análise das informações permite verificar as maiores e menores distâncias entre os pontos, ordenando-se primeiramente a categoria distância de floresta pública até uma rodovia pavimentada. Nessa categoria as distâncias variam de 48 a 181 km. As FLONAs de Trairão e Jacundá no Pará podem ser consideradas a média distância das rodovias pavimentadas (48 km e 58 km respectivamente). Em distâncias maiores, se destacam as FLONAs de Macauã (AC), a 103 km, e a mais distante de todas, Altamira (PA), a 181 km. Ao mesmo tempo, pode-se observar a distância entre as FLONAs e as demais categorias de infraestrutura. Em alguns casos, verifica-se uma importante redução de distância entre o centro das FLONAs e as estradas em pavimentação. Nesse caso, estão incluídas Altamira e Itaituba I e II. No mesmo sentido, é possível observar o conjunto de informações, verificar comparativamente as demais categorias e identificar qual representa a menor distância entre as FLONAs desse PAOF e a infraestrutura mais próxima. Verifica-se que não há um padrão geral de distâncias até os pontos de interesse. A grande variação demonstra diferenças regionais e indica que cada floresta pública poderá possuir uma menor distância relativa em razão de diferentes modalidades de transporte, sejam elas ferrovias, hidrovias ou cursos d’água e portos. Nos casos de definição do melhor modal de transporte para cada floresta pública, cabe salientar que essas informações, apesar de numericamente demonstrativas, não são conclusivas por si só e devem ser complementadas por estudos adicionais. Nesse sentido, deve ser realizada uma análise mais completa, por ocasião da elaboração dos editais de concessão, que envolva estudos referentes ao andamento das obras estruturantes, sazonalidade e condições de navegabilidade dos rios, capacidade de carga de veículos e embarcações, características dos portos, viabilidade de uso das ferrovias, rodovias alternativas, enfim, quaisquer outras informações que auxiliem a definição da necessidade de investimentos, de pequenas obras locais, formas adequadas de alcançar o meio único ou modal mais conveniente para o escoamento de produtos florestais e, ao mesmo tempo, para acesso e trânsito de pessoas em cada floresta pública.

52

Quadro 2: Distância entre o centro das FLONA e a infraestrutura de transporte.

Fonte: DNIT/DPP, 2009.

3.4.1.4 Energia A verificação da convergência entre as florestas públicas e o setor de energia consiste em considerar as políticas, programas e projetos do setor de energia elétrica, eventualmente relacionados às florestas públicas previstas no PAOF 2011. Essa abordagem se baseia no grande potencial hidrelétrico da região Norte, na possibilidade de eventuais coincidências entre infraestrura elétrica e áreas de florestas públicas e no potencial de utilização de energia elétrica pelo setor florestal. O objetivo é demonstrar as particularidades convergentes entre os setores florestal e energético, visando minimizar processos divergentes e otimizar o desenvolvimento harmonioso de ambos. Nesse contexto, as principais infraestruturas de interesse são hidrelétricas, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), e linhas de transmissão, tanto planejadas como as existentes ou em obras de implantação. As informações disponíveis, no âmbito da União, consistem em bases georreferenciadas referentes a hidrelétricas, grandes linhas de transmissão e PCHs em suas diferentes fases de implantação, tais como: inventariadas, com registro, com licença previa, com licença de instalação ou de operação. A análise das informações demonstrou que não há coincidências ou sobreposições referentes às grandes linhas de transmissão sobre florestas públicas. Em relação a Pequenas Centrais Hidrelétricas ocorreu uma coincidência entre Floresta Nacional de Itaituba II, também no Pará, e uma PCH na fase VB, ou seja, na efetivação de registro do empreendedor na Agência Nacional de Energia Elétrica para realização do estudo de viabilidade. No mesmo sentido, não há sobreposição entre reservatórios e florestas públicas.

UF FLONA6-Hidrovia

ou rio

7-Porto

d i d i d i d i d i d d

PA Trairão 48 BR-163 62 BR-230 120 F3 1 80

RO Jacundá 58 BR-364 64 BR-319 101 BR230 35 RO 133 90 F3 59 83

PA Itaituba II 93 BR-163 66 BR-163 60 BR-230 104 PA-295 223 F3 2 104

AC Macauã 103 BR-317 130 BR-364 106 AC-090 11 AC-339 106 F3

AC São Francisco 104 BR-317 75 AC-090 5 AC-339 84 F3

PA Itaituba I 126 BR-163 73 BR-163 58 BR-230 142 PA-295 232 F3 3 142

PA Altamira 181 BR-163 62 BR-163 194 BR-230 170 PA-167 74 F3 212

PA Crepori 167 BR-163 85 BR-230 288 F3

PA Amana 33 BR-230 340 F3

PA Jamanxim 54 BR-163 117 F3

PA Saracá-Taquera 77 BR-163 20 PA-254 73 F4 41 50

5- Ferrovia : F1-Ferrovia em operação, F2-Ferrovia em implantação, F3-Ferrovia planejada, F4-Ferrovia desativada;

6- Hidrovia : Hidrovias regulares ou rios potencia lmente navegáveis ;

7- Porto: Portos exis tentes com acesso regular ou a ser implantado.

Obs.: Dis tâncias aproximadas em km (d), em l inha reta , entre o centro da Flona e as infraestruturas (i ). Em conjunto, os códigos das

respectivas rodovias ou ferrovias :1-Rodovia Pavimentada: refere-se a rodovias as fa l tadas ;

2-Rodovia em pavimentação: refere-se a rodovia em fase de pavimentação, em toda sua extensão ou trechos ;

3- Rodovia implantada: refere-se a rodovia exis tente com a lgum tipo de terraplenagem já rea l i zado, mas sem pavimentação;

4- Rodovia Planejada: refere-se a rodovia planejada, consta apenas a loca l i zação aproximada de onde será;

1-Rodovia

Pavimentada

2-Rodovia em

pavimentação

3-Rodovia

implantada

4- Rodovia

planejada

5-Ferrovia

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3.4.1.5 Concessões de águas A convergência entre a gestão de florestas públicas e o setor de águas consiste em verificar os princípios da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), e as ações conduzidas pelo Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH). Ambos foram instituídos pela Lei n

o 9.433, de 8 de janeiro de

1997, e se baseiam nos seguintes fundamentos: a água é um bem de domínio público; é um recurso natural limitado; é dotado de valor econômico; em situações de escassez, deve ter o uso prioritário ao consumo humano e à dessedentação de animais; a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da PNRH e atuação do SNGRH; a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público. A mesma Lei, sob a ótica de seus fundamentos, estabelece os objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos, que consistem em: assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água com padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, inclusão do transporte aquaviário, visando ao desenvolvimento sustentável; a prevenção e defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais. A verificação das políticas de gerenciamento das demandas pelo uso da água, melhoria de sua oferta em quantidade e qualidade e o transporte aquaviário se baseia nas informações disponibilizadas, no âmbito federal, pela Agência Nacional de Águas (ANA) (2009) e Agência Nacional de Transporte Aquaviário (ANTAQ) (2009). A análise setorial foi possível a partir das informações de outorga de uso da água e autorização de embarcações. Os dados obtidos referentes ao número de barragens e usuários nos anos de 2008 e 2009 demonstram que a maioria das outorgas para uso de água não é para a região Norte do Brasil. Em 2008, houve 2.949 outorgas e, dessas, apenas 18 foram para a região Norte, menos de 1%. Em 2009, não ocorreu nenhuma outorga para os estados dessa região. Ao mesmo tempo, a análise referente às vias aquáticas brasileiras informa que existem 37.800 km de hidrovias, dos quais 18.300 km, 48%, localizam-se na bacia amazônica. As principais hidrovias amazônicas são a Madeira, Solimões e Amazonas, que são compostas pelos rios Solimões, Amazonas, Madeira, Branco, Negro, Purus e Tapajós. Entretanto, do total de hidrovias, apenas 10.000 km, 26%, são utilizados comercialmente por 33 empresas autorizadas a praticarem navegação interior (dados de 2005). Nesse contexto, de modo geral, pode-se afirmar que não há divergência entre os propósitos da política de recursos hídricos e de gestão de florestas públicas e, ao mesmo tempo, há um grande potencial de desenvolvimento e integração. Essa conclusão se baseia nas indicações numéricas citadas e na diretriz política que propõe o aumento da participação do transporte aquaviário na matriz de transporte brasileira, visando a redução do consumo de combustível, maior preservação ambiental e prolongamento da vida útil da malha rodoviária. 3.4.2 Políticas setoriais relacionadas à concessão florestal A Lei de Gestão de Florestas Públicas estabelece que o PAOF seja elaborado mantendo alinhamento com as atuais políticas setoriais, programas e planos de governo, com vistas a potencializar os resultados a serem obtidos com a política de concessões florestais. Nesse sentido, o PAOF 2011 destaca os seguintes eixos de atuação: reforma agrária e agricultura, meio ambiente, políticas e planejamento para o setor florestal, regularização fundiária, ordenamento territorial e desenvolvimento regional.

54

3.4.2.1 Reforma agrária e agricultura Inicialmente, destaca-se o Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), que propõe a garantia de acesso à terra e prevê cidadania ao homem do campo, compatibilizando-se assim com a política de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). A Lei n

o 12.188/2010, conhecida como lei de ATER, busca promover o

desenvolvimento rural sustentável e aumentar a produção, a qualidade e a produtividade de atividades e serviços florestais, entre outros, possibilitando assegurar a permanência desses atores no meio rural. O PNRA e a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária (PNATER) relacionam-se de forma complementar ao marco regulatório do setor florestal proposto pela Lei de Gestão de Florestas Públicas, na medida em que criam condições para o incremento da produção de bens e serviços florestais nas florestas públicas destinadas às comunidades locais. Considerando que a concessão florestal ocorre exclusivamente em ares de florestas públicas federais onde não se verifica a ocupação ou utilização regular por comunidades locais, a produção florestal prevista pelas diversas modalidades de gestão (Lei n

o 11.284/2006) se coaduna com as políticas de reforma agrária e de assistência

técnica. Da mesma forma, o Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar (PRONAF), que promove a gestão, produção, beneficiamento e comercialização de atividades e serviços agroextrativistas, florestais e artesanais, fortalece a gestão de florestas públicas em razão dos vínculos existentes entre a produção florestal comunitária e aquela oriunda das concessões florestais. O Plano Agrícola e Pecuário 2009/2010, articulado com o estabelecimento de atividades que promovam o uso sustentável das florestas, propõe o estímulo à recuperação de áreas degradadas para reduzir a pressão pelo desmatamento e o aumento dos níveis de produtividade. Além disso, apóia a implantação e a manutenção de florestas destinadas a fins econômicos, a recomposição e manutenção de áreas de preservação permanentes e reserva legal. Atuando paralelamente, há o Plano Nacional de Agroenergia 2006-2011, que pretende aumentar a participação de fontes alternativas e renováveis na composição da matriz energética, organizar e desenvolver propostas de pesquisa, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia para garantir sustentabilidade e competitividade às cadeias de agroenergia. As principais cadeias produtivas energéticas consideradas no Plano Nacional de Agroenergia são: a biomassa florestal, o etanol e a co-geração de energia provenientes da cana-de-açúcar, o biodiesel de fontes animais e vegetais e os resíduos e dejetos agropecuários e da agroindústria. Tanto o plano agrícola quanto o de agroenergia se alinham com a gestão racional e sustentável das florestas públicas federais brasileiras no que tange à recuperação de áreas degradadas, ao reflorestamento e à oferta de matéria-prima florestal para geração de energia. 3.4.2.2 Meio ambiente, políticas e planejamento para o setor florestal

Nesse eixo de políticas governamentais, o PAOF 2011 incorpora as diretrizes da Política Nacional de Meio Ambiente. Essa política tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar ao país as condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. A Política Nacional de Meio Ambiente tem como princípios a manutenção do equilíbrio ecológico, o uso racional do solo, água e ar, o planejamento e fiscalização dos recursos ambientais. Além da preocupação com a proteção dos ecossistemas, com o controle e com o zoneamento das atividades potenciais ou efetivamente poluidoras, essa política também visa ao uso racional dos recursos, recuperação e proteção de áreas degradadas e a educação ambiental. Além disso, o instrumento da concessão florestal mantém estreito relacionamento com outros planos e programas federais: Plano Amazônia Sustentável (PAS); o Programa Nacional de Florestas (PNF), o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM); a Operação Arco Verde; e o Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC).

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O PAS representa um grande avanço na política para a Amazônia, estabelecendo o princípio da transversalidade. A transversalidade remete à inserção da variável ambiental nas políticas setoriais, visando compatibilizar crescimento econômico com inclusão social e conservação ambiental. O Plano tem como meta uma Amazônia modernizada e ambientalmente protegida. As orientações estratégicas do PAS, tais como o combate à grilagem, a garantia de acesso democrático aos recursos naturais, a atenção às áreas críticas com conflitos sociais e degradação ambiental, a estruturação de cadeias produtivas, o incentivo às atividades relacionadas à prestação de serviços ambientais, o uso eficiente dos recursos florestais e a agregação de valor associada à geração de emprego e renda locais, foram devidamente consideradas neste PAOF 2011. O Programa Nacional de Florestas tem como objetivo articular as políticas públicas setoriais para promover o desenvolvimento sustentável, conciliando o uso com a conservação das florestas, fomentando atividades de reflorestamento, a recuperação de florestas de preservação permanente, de reserva legal e áreas alteradas. A expansão da área florestal manejada também se constitui em um dos objetivos do PNF. A concessão de florestas públicas para a produção sustentável de bens e serviços se apresenta como um dos principais instrumentos de gestão para o alcance das metas propostas pelo PNF, haja vista a previsão de áreas de florestas naturais para o manejo florestal, conforme descrição neste Plano Anual de Outorga Florestal. O Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM) consiste em um conjunto de ações prioritárias para a contenção do desmatamento, bem como para a viabilização de estratégias alternativas de proteção e uso sustentável da floresta. O PAOF 2011 insere-se plenamente nas diretrizes e prioridades do PPCDAM, especialmente no que se refere à valorização do manejo florestal sustentável, ao respeito à gestão descentralizada e compartilhada com os municípios, estados e o Distrito Federal, ao estímulo à transparência e ao controle social na gestão de florestas públicas federais e à efetividade dos sistemas integrados de monitoramento das florestas públicas, entre outros. Conjuntamente com o PPCDAM, a Operação Arco Verde promove a presença mais efetiva do poder público na Amazônia Brasileira, concentrando os esforços da União, estados e municípios nos territórios prioritários para prevenção e combate ao desmatamento. Essa operação consiste na implementação de uma agenda positiva de desenvolvimento para a região amazônica, por intermédio do estabelecimento de novos padrões de produção, respeitando-se as bases legais e os planos de desenvolvimento regional. Os principais vetores dessa mudança são a regularização fundiária, a oferta de tecnologias adaptadas e de assistência técnica para a produção sustentável, a operacionalização de instrumentos de aquisição de alimentos, garantia de preços mínimos e o aporte de conhecimentos técnicos de análise e gestão ambiental nos municípios da região. A operação Arco Verde compreende, ainda, a oferta de florestas públicas para o manejo florestal sustentável – principalmente por intermédio de concessões florestais –, com o objetivo de abastecer mercados de madeira serrada e de energia, o desenvolvimento de tecnologias para a silvicultura com espécies nativas, para a recuperação de áreas desmatadas, e a operacionalização das linhas oficiais de crédito para essas atividades. As principais áreas de atuação da Operação Arco Verde são os municípios que apresentaram as maiores taxas de desmatamento nos últimos anos e que tiveram as suas dinâmicas econômicas, geralmente fundamentadas em atividades insustentáveis, mais afetadas pela maior intensidade das iniciativas de fiscalização ambiental. O Plano Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) tem como principal vertente o equacionamento de questões relacionadas às mudanças no uso da terra e suas implicações diretas nas emissões de gases do efeito estufa. Nesse sentido, constituiu-se em peça fundamental para o planejamento das ações contidas no PAOF, na medida em que a oferta regular de áreas para o manejo florestal, por intermédio de concessões, reduz a expectativa de desmatamento.

56

3.4.2.3 Regularização fundiária, ordenamento territorial e desenvolvimento regional O Programa Terra Legal – Amazônia, instituído pela Lei n

o 11.952/2009, visa levar segurança jurídica aos

produtores rurais e reforçar as políticas públicas de preservação do meio ambiente na região da Amazônia Legal. A ação abrange 436 municípios dos noves estados e cerca de 296,8 mil posses com até 15 módulos rurais. Em consonância com a Lei de Gestão de Florestas Públicas, o Programa Terra Legal não procederá à regularização de áreas que recaiam sobre florestas públicas. O Programa de Gestão da Política Nacional de Desenvolvimento Regional é outra política que mantém estreita relação com a política de concessão florestal. Esse programa tem como objetivo articular as ações de instituições federais, estaduais e locais na implementação das políticas de desenvolvimento regional e ordenamento territorial a fim de buscar a redução das desigualdades regionais e promover a ativação dos potenciais da rica diversidade social, econômica e social do território. O planejamento e a implementação dessas ações são orientados conforme as escalas territoriais nacional, macrorregional, mesorregional, microrregional e intraurbana. No que tange o desenvolvimento regional, a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) materializa-se com o duplo propósito de reduzir as desigualdades regionais e de ativar os potenciais de desenvolvimento das regiões brasileiras, explorando a diversidade que se observa em um país de dimensões continentais. O foco das preocupações incide sobre a dinamização das regiões e a melhor distribuição das atividades produtivas no território. A implementação em larga escala de concessões florestais nos moldes previstos na Lei n

o 11.284/2006 contribuirá significativamente no desenvolvimento de regiões localizadas no

entorno das florestas públicas federais, especialmente na região amazônica. De maneira semelhante, o Plano BR-163 Sustentável tem como objetivo implementar um novo modelo de desenvolvimento local e regional e organizar a ação de governo, com base na valorização do patrimônio sociocultural e natural, na viabilização de atividades econômicas e no uso sustentável dos recursos naturais, visando à elevação do bem-estar da população. Nesse contexto, as concessões florestais previstas no PAOF para 2011 assumem papel preponderante na consolidação do Distrito Florestal Sustentável da BR-163, que prevê a instituição de um território baseado no desenvolvimento da economia de produtos e serviços florestais. Os planos, programas e políticas mencionados também se articulam com o Programa Territórios da Cidadania, lançado pelo governo federal em 2008. Isso porque o programa prevê o desenvolvimento regional sustentável com a garantia de direitos sociais voltado principalmente para as regiões do país mais carentes, além de levar o desenvolvimento econômico e universalizar os programas básicos de cidadania nessas áreas. Para definição dos Territórios, foram selecionados conjuntos de municípios com características comuns, unidos pelas mesmas peculiares econômicas e ambientais, que tenham alguma identidade, coesão social, cultural e geográfica. Na Amazônia legal, são 22 Territórios da Cidadania. A primeira concessão florestal, realizada na Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, está localizada no bolsão de pobreza do território Vale do Jamari e engloba os municípios de Alto Paraíso, Ariquemes, Buritis, Cacaulândia, Campo Novo de Rondônia, Cujubim, Machadinho D´Oeste, Monte Negro e Rio Crespo. A sobreposição de ações governamentais para essas localidades possibilita o desenvolvimento e a autonomia para as populações. As ações dos Territórios de Cidadania serão desenvolvidas combinando os financiamentos do PRONAF com a ampliação da assistência técnica; a construção de estradas com a ampliação do Programa Luz para Todos; a recuperação da infraestrutura dos assentamentos com a expansão do Bolsa Família; a implantação de Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) com a ampliação dos programas Saúde da Família, Farmácia Popular e Brasil Sorridente; e a construção de escolas com obras de saneamento básico e a construção de cisternas. A integração do conjunto de políticas públicas e dos investimentos previstos contribuirá para melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), evitar o êxodo rural e superar as desigualdades regionais. A análise de compatibilidade entre os territórios da cidadania e as florestas públicas federais passíveis de concessão em 2011 demonstra que apenas as FLONAs de São Francisco e do Macauã no estado do Acre não se localizam em algum dos territórios, como apresentado na figura 16.

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Figura 16. Florestas públicas federais passíveis de concessão e os Territórios da Cidadania.

3.4.2.4 Macrozoneamento da Amazônia Legal O Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal (MACROZEE) visa proporcionar uma visão integrada da realidade ambiental e territorial da região e é capaz de oferecer um conjunto de estratégias e recomendações que permitam ampliar a sustentabilidade das políticas, programas e projetos de desenvolvimento em andamento na Amazônia. O PAOF 2011 considerou os resultados preliminares do MACROZEE (Brasil, 2010 b), em fase de consulta pública, a fim de avaliar a localização das FLONAS passíveis de concessão no que tange ao planejamento e ao ordenamento territorial proposto.

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Em linhas gerais, o MACROZEE faz uma divisão da Amazônia Legal em três grandes grupos de unidades territoriais: territórios-rede, territórios-fronteira e territórios-zona, que são subdividos em dez classes. Os territórios-rede possuem alto nível de povoamento e estão interligados por redes fluviais, de logística e de infraestrutura. Esse grupo territorial é subdivido em seis unidades: 1. Fortalecimento do Corredor de Integração Amazônia-Caribe; 2. Fortalecimento das Capitais Costeiras, Regulação da Mineração e Apoio à Diversificação de Outras Cadeias Produtivas; 3. Fortalecimento do Policentrismo no Entroncamento Pará-Tocantins-Maranhão; 4. Readequação dos Sistemas Produtivos do Araguaia-Tocantins; 5. Regulação e Inovação para Implementar o Complexo Agroindustrial; e 6. Ordenamento e Consolidação do Polo Logístico de Integração com o Pacífico. Os territórios-fronteira são divididos entre os marcados pela atividade agroflorestal e pecuária, principalmente no estado do Mato Grosso e parte do eixo da rodovia BR-163, denominados Diversificação da Fronteira Agroflorestal e Pecuária, e uma larga faixa que se estende do Acre, Amazonas, Pará e incorpora áreas do Parque Nacional do Xingu, no Mato Grosso, denominada Contenção das Frentes de Expansão com Áreas Protegidas e Usos Alternativos. Essa unidade constitui-se em uma extensa região, mas pouco habitada e com grande parte de seu território ainda coberto pela vegetação nativa – floresta ombrófila densa e floresta ombrófila aberta, em sua quase totalidade – e abriga uma elevada diversidade de fauna e flora. E, por último, os territórios-zona, que correspondem às áreas do coração da floresta com presença de grandes porções de floresta ombrófila densa, ora em blocos contínuos, ora entremeados por porções de floresta ombrófila aberta, cerrados e campinaranas. Suas características principais são a baixa densidade demográfica e elevado grau de preservação. As duas unidades são denominadas como: Defesa do Coração Florestal com Base em Atividades Produtivas e Defesa do Pantanal com a Valorização da Cultura Local, das Atividades Tradicionais e do Turismo. A figura 17 mostra a sobreposição das florestas públicas passíveis de concessão com a proposta do MACROZEE. É possível notar que grande parte das FLONAs inseridas no PAOF 2011 estão dentro da unidade territórios-fronteira, na divisão Contenção das Frentes de Expansão com Áreas Protegidas e Usos Alternativos.

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Figura 17. Florestas públicas federais passíveis de concessão e o Macrozoneamento da Amazônia Legal

60

4. CONSULTAS PRÉVIAS E MANIFESTAÇÕES Conforme o artigo 10 da Lei de Gestão de Florestas Públicas, finalizado o processo de seleção preliminar das áreas passíveis de concessão em 2011, o PAOF necessita ser encaminhado para consultas prévias, em obediência à legislação vigente, aos seguintes órgãos:

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio);

Secretaria do Patrimônio da União (SPU) do Ministério do Planejamento e Gestão;

Conselho de Defesa Nacional (CDN); e

Comissão de Gestão de Florestas Públicas (CGFLOP) – órgão consultivo do SFB.

– Manifestação do ICMBio A consulta ao Instituto Chico Medes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) acerca da inserção de Florestas Nacionais no PAOF 2011 atendeu ao que preceitua o § 1

o do artigo 48 da Lei n

o 11.284, de 2 de

março de 2006. O ICMBio avaliou a proposição inicial de inclusão de FLONAs, constante da minuta de PAOF submetida à consulta pública, e manifestou-se formalmente (Ofício n

o 598/2010-GP/ICMBio) pela inclusão das

seguintes Florestas Nacionais: - Floresta Nacional do Macauã; - Floresta Nacional de São Francisco; - Floresta Nacional de Altamira; - Floresta Nacional de Crepori; - Floresta Nacional de Itaituba I; - Floresta Nacional de Itaituba II; - Floresta Nacional do Amana; - Floresta Nacional do Jamanxim; - Floresta Nacional do Trairão; - Floresta Nacional Saracá-Taquera; e - Floresta Nacional do Jacundá.

– Manifestação da SPU

Após a seleção preliminar das florestas públicas federais passíveis de concessão e de acordo com a determinação dos parágrafos 2º do artigo 10 da Lei de Gestão de Florestas Públicas, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) se manifestou por meio do Ofício n

o 604/2010/GAB/SPU de 28 de julho de 2010, e

não apresentou qualquer restrição ou ressalvas relativas as florestas públicas passíveis de concessão no ano de 2011 incluídas nesse PAOF.

– Manifestação do Conselho de Defesa Nacional (CDN) O PAOF 2011 inclui duas FLONAs localizadas total e parcialmente na faixa de fronteira (150 km de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional). São elas: Florestas Nacionais do Macauã e de São Francisco, no Acre. Dessa forma, de acordo com o artigo n

o 10 da Lei n

o 11.284/2006, foi realizada uma

consulta prévia ao Conselho de Defesa Nacional (CDN), para que se manifestasse em relação à adequabilidade dessas áreas indicadas para fins de concessão florestal.

De acordo com a manifestação formal (Ofício n

o 196 – GSI/PR-SAEI-AP anexo à Nota SAEI-AP n

o 110/2010 –

RF), devidamente aprovada pelos membros do CDN, não há restrição à inclusão no PAOF das FLONAs localizadas em área de fronteira – Macauã e São Francisco. Além disso, a Nota reitera a importância da existência de uma gestão conjunta ao Ministério da Defesa, no que se refere ao compartilhamento de banco de dados georreferenciados, visando à atualização do Cadastro Nacional de Florestas Públicas.

– Manifestação da CGFLOP

A consulta à Comissão de Gestão de Florestas Públicas (CGFLOP) atendeu ao que preceitua o inciso II do artigo n

o 51 da Lei n

o 11.284/2006. A reunião aconteceu no dia 22 de junho de 2010. Nessa reunião, foi

apresentada a relação de Florestas Públicas Federais que compõem o PAOF 2011, a metodologia de inclusão de áreas, assim como os mecanismos de acessibilidade.

61

Os membros da Comissão fizeram sugestões e recomendações, que foram acatadas pelo Serviço Florestal Brasileiro, conforme registrado em ata da 20ª Reunião Ordinária. Na ocasião, o PAOF foi aprovado.

5. PAOFs DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS A Lei n

o 11.284, em seu parágrafo 1

o do artigo 11, determina que o PAOF da União deve considerar os PAOFs

dos estados, municípios e do Distrito Federal. Dessa forma, para o ano de 2010 foram considerados os PAOFs dos estados do Acre, Amapá e Pará. Entretanto, para o ano de 2011, nenhum PAOF estadual, municipal ou distrital foi incorporado aos procedimentos de análise técnica, como preceitua o Decreto n

o 6.063/2007 em seu parágrafo 1

o do artigo n

o 23,

em razão do não recebimento de qualquer Plano pelo Serviço Florestal Brasileiro. Há que se registrar que apenas o Pará informou que o PAOF 2011 do estado tem sua conclusão prevista para o mês de julho de 2010.

6. FOMENTO FLORESTAL

A Lei de Gestão de Florestas Públicas criou o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF) como instrumento de fomento ao desenvolvimento de atividades sustentáveis de base florestal. Os recursos desse fundo deverão ser aplicados prioritariamente na pesquisa e no desenvolvimento tecnológico, na assistência técnica e extensão florestal, no uso sustentável dos recursos florestais, na recuperação de áreas degradadas, no controle e monitoramento das florestas públicas, na capacitação e formação para o manejo florestal e na conservação das florestas. O FNDF é de natureza contábil e a sua principal fonte de recursos está em um percentual dos valores arrecadados com as concessões florestais. Recentemente, o FNDF foi regulamentado por intermédio do Decreto n

o 7.167/2010. Iniciará suas ações já a partir do ano de 2010.

Além disso, o Serviço Florestal Brasileiro elaborou um guia de financiamento para o setor florestal. Esse guia pretende ser um roteiro de informações sobre oportunidades para o desenvolvimento de atividade de base florestal, envolvendo principalmente informações de crédito e apoio à atividade por parte de instituições financeiras e empresas atuantes do setor. Um dos propósitos iniciais desse guia é o de concentrar as informações sobre linhas de crédito disponíveis nos diversos bancos públicos e privados e fornecer uma primeira orientação sobre quais produtos buscar em cada banco, de acordo com as especificidades do tomador e de seu empreendimento.

7. MECANISMOS DE ACESSIBILIDADE A acessibilidade ao processo de concessão por pessoas jurídicas de micro, pequeno e médio portes foi prevista no artigo 33 da Lei n

o 11.284/2006, como forma de promover a equidade na política de gestão de florestas

públicas no Brasil. O estabelecimento de parâmetros para a definição de tamanhos das unidades de manejo deve considerar as peculiaridades regionais, como a área necessária para completar um ciclo de produção da floresta e a estrutura, o porte e a capacidade dos agentes envolvidos na cadeia produtiva dos produtos e serviços objetos da concessão (artigo 24 do Decreto n

o 6.063/2007).

Parcela significativa das concessões a serem realizadas em 2011 ainda deverá ser voltada para o manejo de produtos madeireiros no bioma Amazônico. Para essa região, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) considerou estudo realizado (SFB e Imazon, 2010) e avaliação do Serviço Florestal Brasileiro e estabeleceu como referência o consumo médio anual em toras para três categorias de empresas: pequenas, médias e grandes. A partir de um consumo anual de toras para cada categoria, estimou-se a área necessária para a produção de madeira por meio de manejo florestal sustentável. O cálculo do tamanho das unidades de produção anual (UPA) e da área total das unidades de manejo florestal (UMF) a serem concedidas considerou os seguintes parâmetros: i. consumo médio anual em toras (em m

3);

ii. intensidade de exploração (m3/ha) e ciclo de corte permitido pela legislação florestal (Instrução Normativa do

Ministério do Meio Ambiente no 05 de 2006 e Resolução n

o 406, de 2 de fevereiro de 2009, do CONAMA);

iii. área da unidade de produção anual (UPA) suficiente para a produção da demanda anual em toras, incluindo previsão de áreas para a rede viária e áreas de preservação permanente;

62

iv. área de Reserva Absoluta de 5%, como previsto pelo artigo 32 da Lei no 11. 284/2006.

O quadro 3 apresenta as classes de tamanho das unidades de manejo florestal a serem consideradas para fins de concessão, quando da elaboração dos editais de licitação em 2011.

Quadro 3: Classes de tamanho das unidades de manejo para fins de concessão florestal em 2011

A oportunidade de acesso às concessões implica a inclusão obrigatória de pelo menos duas das categorias de unidades de manejo constantes do quadro 3 em cada lote de concessão presente nos editais em 2011, sendo que uma dessas deve ser necessariamente pequena.

Com o objetivo de promover a consolidação de empreendimentos com escalas que permitam a eventual instalação de parques tecnológicos com elevados aportes de capital, este PAOF estabelece que, a cada dois lotes de concessão florestal licitados em 2011, pelo menos um deve conter unidades de manejo de tamanho grande.

Além disso, ressalta-se o disposto no artigo 77 da Lei no 11.284/2006, que veda a qualquer concessionário,

individualmente ou em consórcio, deter mais de 10% do total da área das florestas públicas disponíveis para concessão em cada esfera de governo, a partir de março de 2016.

8. ATIVIDADES E RECURSOS PREVISTOS PARA 2011

8.1 Ações e recursos previstos para o período de vigência do PAOF 2011

Como órgão gestor das florestas públicas brasileiras, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) apresenta, neste capítulo, as metas previstas, os recursos humanos e financeiros estimados e as parcerias consideradas imprescindíveis para implementar os projetos, programas e ações estratégicas, para a efetivação do Plano Anual de Outorga Florestal – PAOF 2011. A partir da elaboração do PAOF pelo Serviço Florestal Brasileiro, cabe aos órgãos gestores em nível estadual e municipal, no âmbito de sua competência de atuação, contribuir para a efetivação da modalidade de gestão de florestas públicas, por meio de concessões florestais. Os órgãos públicos, nas três esferas de governo, que integram o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) contribuem com ações de monitoramento, controle e fiscalização ambiental, com vistas à proteção das florestas públicas.

O planejamento estratégico, para o quadriênio 2008 a 2011, do Serviço Florestal Brasileiro prevê recursos para a promoção e o fomento de atividades voltadas ao uso sustentável dos recursos florestais, ampliando a oferta e a agregação de valor aos produtos madeireiros, não madeireiros e aos serviços ambientais das florestas.

Os recursos financeiros destinados pelo Serviço Florestal Brasileiro às ações, projetos e atividades previstas inclusive no PAOF 2011 estão especificados no quadro 4, em consonância com o cronograma físico-financeiro do Plano Plurianual 2008 – 2011, com a previsibilidade de recursos para o último exercício do Plano Plurianual (PPA). Além dos recursos consignados no Orçamento Fiscal da União e em seus créditos adicionais, transferências e repasses, o Serviço Florestal Brasileiro conta com as parcerias e apoio efetivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Secretaria do Patrimônio da União (SPU), Instituto Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de

órgão estaduais.

Categoria de unidades de

manejo

Concessões para

produtos madeireiros

na Amazônia

Demais concessões

Pequenas Até 30.000 ha Até 500 ha

Médias 30.000 a 60.000 ha 500 a 5.000 ha

Grandes Acima de 60.000 ha Acima de 5.000 ha

63

Quadro 4: Ações e recursos financeiros previstos para 2011.

Fonte: PPA 2208-2011 e Serviço Florestal Brasileiro

1. Cadastro Nacional de Florestas Públicas

• Todas as f lorestas públicas federais destinadas incluídas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP).

• Três milhões de hectares de f lorestas públicas federais delimitados (exceto TI e UC de proteção integral).

• Dois milhões de hectares de unidades de manejo f lorestal sob concessão demarcados.

• Todos os estados integrados ao CNFP.

• Todas as f lorestas públicas estaduais destinadas da Amazônia inseridas no CNFP.

• Sistema de cadastro implementado e integrado com principais órgãos gestores de f lorestas públicas federais

(INCRA, ICMBio, FUNAI e SPU).

2. Manejo Florestal Comunitário

• Dois milhões de hectares com Planos de Manejo Florestal Sustentável (comunitário e familiar) implementados.

• Planos de manejo f lorestal sustentável em projetos de assentamento rural, RESEX e RDS implementados.

• Experiências demonstrativas de integração de comunidades locais implementadas em pelo menos duas

cadeias de produção e comercialização de produtos f lorestais.

• Cinco casos de relações comerciais justas entre comunidades e empresas, apoiados e estabelecidos.

3. Concessões Florestais

• Dois milhões de hectares de f lorestas públicas federais sob concessão.

• Concessões f lorestais implementadas: (i) em florestas naturais e plantações f lorestais; (ii) para produtos

f lorestais não madeireiros e serviços; (iii) em pequena, média e grande escala; (iv) em diferentes biomas; (v)

para recuperação de áreas degradadas.

• Concessões f lorestais estaduais implementadas em três estados da Federação.

4. Monitoramento de Florestas Públicas

• Concessões f lorestais monitoradas por meio de sensoriamento remoto, do rastreamento do transporte de

produtos f lorestais e do controle de cadeia de custódia.

• Auditorias independentes regulamentadas e implementadas.

• Monitoramento de f lorestas públicas federais sob concessão e manejo f lorestal comunitário pactuado e

integrado com órgãos de controle e f iscalização.

• Monitoramento e avaliação dos impactos sociais, ambientais e econômicos das concessões e do manejo

f lorestal comunitário implementados.

5. Sistema Nacional de Informações Florestais

• Inventário f lorestal nacional implementado em dois biomas brasileiros.

• Portal da gestão f lorestal consolidado em cooperação com órgãos do SISNAMA.

• Estatísticas de quatro cadeias produtivas do setor de base f lorestal disponibilizadas on-line.

• Índice de preços de produtos f lorestais madeireiros para a Amazônia desenvolvido.

• Conta-satélite do setor f lorestal (PIB Florestal) elaborada em parceria com o IBGE.

6. Fomento Florestal

• FNDF operacional e com carteira de projetos implementada.

• R$ 60 milhões captados para investimento no desenvolvimento f lorestal.

• Programa de fomento estabelecido para: (i) capacitação e treinamento; (ii) pesquisa e desenvolvimento

tecnológico; (iii) bolsas de estudo; (iv) desenvolvimento de cadeias produtivas.

• Sistema de divulgação de instrumentos de fomento e de novas oportunidades para o setor f lorestal

estabelecido.

• Pesquisa científ ica e tecnológica para apoio à produção florestal realizada.

7. Desenvolvimento Institucional

• Modelo institucional de órgão da administração indireta definido e implementado.

• Cinco Unidades Regionais estabelecidas.

• Modelo de gestão pública reconhecido como de excelência por avaliação independente.

• Estrutura organizacional e processos de gestão implementados, com provimento adequado de pessoas.

• 60% a 80% do esforço da instituição mantido em atividades planejadas.

• Plano de comunicação implementado.

Total 50.620.641,00

Atividades

Orçamento

previsto

(em R$ 1.000)

12.404.275

5.751.000

11.405.000

2.710.366

9.000.000

4.500.000

4.850.000

64

8.2 Previsão de recursos humanos e financeiros para fiscalização e monitoramento

As estratégias e o planejamento das ações de monitoramento e fiscalização ambiental, suportadas pelos sistemas de gerenciamento dos órgãos federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal, são instrumentos fundamentais para o controle do desmatamento, incêndios, queimadas, exploração ilegal de madeira e outras ameaças à integridade das florestas.

Dessa forma, as atividades de monitoramento e fiscalização constituem-se em um dos eixos centrais para o êxito de qualquer política ambiental, notadamente, no caso das concessões florestais. Os órgãos executores, seccionais, setoriais e locais de meio ambiente, integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), responsáveis pelas ações de comando e controle devem atuar de forma articulada, supletiva e complementar no acompanhamento da dinâmica da qualidade ambiental e da proteção das florestas públicas, em estreita colaboração com Ministério Público Federal e Estadual, Polícias Federal e Estaduais e organizações da sociedade civil.

Cabe destacar que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é o órgão competente para aprovar e monitorar os planos de manejo florestal sustentáveis implementados nas unidade de manejo das florestas públicas. Além disso, todas as atividades decorrentes das operações relativas às concessões florestais realizadas nas Florestas Nacionais são supervisionadas e monitoradas diretamente pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

O quantitativo previsto de recursos humanos e financeiros do Serviço Florestal Brasileiro e Órgãos Estaduais do Meio Ambiente (OEMAs) para as atividades de monitoramento e auditoria para 2011 estão apresentados no quadro 5 a seguir.

Quadro 5: Previsão de recursos humanos e financeiros para fiscalização e monitoramento

Nota: * Os estados do Amapá, Rio de Janeiro, Pará, Alagoas, Santa Catarina e Rio Grande do Sul não enviaram as informações de previsão de recursos humanos e financeiros para fiscalização e monitoramento.

Custeio de

atividadesValor total

Órgãos de GovernoQuantidade

total (un.)

Valor total

(em R$)

Quantidade para

Fiscalização e

Monitoramento

Ambiental (un.)

Valor para

Fiscalização e

Monitoramento

(em R$)

Fiscalização e

Monitoramento

Ambiental

(em R$)

(em R$)

Federal - Serviço Florestal Brasileiro (SFB) 233 R$ 17.756.541,72 9 R$ 927.890,00 R$ 4.500.000,00 R$ 5.427.890,00

Órgãos Estaduais do Meio Ambiente (OEMAs) * 8776 R$ 202.541.752,18 2536 R$ 51.187.067,02 R$ 95.000.841,04 R$ 146.187.908,06

Pessoal

65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil. Brasília, DF, 2009. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Atlas de energia elétrica do Brasil. Brasília, DF, 2008. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTE AQUAVIÁRIOS. Estradas d’água: as hidrovias do Brasil. Rio de Janeiro: Action, 2009. 144 p. ALMEIDA, J.; FLEURY, L. C. Populações tradicionais e conservação ambiental: uma contribuição da teoria social. Revista Brasileira de Agroecologia, Porto Alegre, v.2, n.3, dez. 2007. Disponível em:

<http://www.aba-agroecologia.org.br/ojs2/index.php?journal=rbagroecologia&page=article&op=viewFile&path[]=6270&path[]=4578>. Acesso em: 23 fev. 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE MADEIRA PROCESSADA MECANICAMENTE. Estudo setorial 2008 ano base 2007. Curitiba, 2008. 53p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS. Anuário estatístico da ABRAF 2010 ano base 2009. Brasília, DF, 2010. 140p. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. BRASIL. Decreto n.° 3.420, de 20 de Abril de 2000. Dispõe sobre a criação do Programa Nacional de Florestas - PNF, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 abr. 2000. Seção 1, p. 2. (Edição extra) a. BRASIL. Decreto n.° 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta artigos da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 ago. 2002. Seção 1, p. 9. BRASIL. Decreto n.° 5.092, de 21 de Maio de 2004. Define regras para identificação de áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade, no âmbito das atribuições do Ministério do Meio Ambiente. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 maio 2004. Seção 1, p. 2. a. BRASIL. Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Informações Geográficas da Mineração (SIGMINE). Disponível em: <http://sigmine.dnpm.gov.br/>. Acesso em: nov. 2009. a. BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura Nacional; Diretoria de Planejamento e Pesquisas (DPP). Base vetorial contínua, ao milionésimo, da malha federal pavimentada. Brasília, DF, 2009. b. BRASIL. Empresa de Pesquisa Energética. Plano decenal de expansão de energia 2008/2017. Rio de Janeiro, 2009. c. BRASIL. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Plano nacional de reforma agrária. Brasília, DF, 2006. a. BRASIL. Lei n.° 6.934, de 2 de maio de 1979. Dispõe sobre a faixa de fronteira, altera o decreto-lei nº 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 3 maio 1979. Seção 1, p.6113. BRASIL. Lei n.° 6.938, de 31 de Agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2 set. 1981. Seção 1, p. 16509.

66

BRASIL. Lei n.° 9433, de 8 Janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 jan. 1997. Seção 1, p. 4-8. BRASIL. Lei n.° 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 jul. 2000. Seção 1, p. 1-9. b. BRASIL. Lei n.° 11.284, de 2 de março de 2006. Dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável; institui, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro - SFB; cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal - FNDF; altera as Leis nos 10.683, de 28 de maio de 2003, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, 4.771, de 15 de setembro de 1965, 6.938, de 31 de agosto de 1981, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 3 mar. 2006. Seção 1, p. 1-9. b. BRASIL. Lei n.° 11952 de 25 de maio de 2009. Dispõe sobre a regularização fundiária das ocupações incidentes em terras situadas em áreas da União, no âmbito da Amazônia Legal; altera as Leis nos 8.666, de 21 de junho de 1993, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jun. 2009. Seção 1, p. 1-4. d. BRASIL. Lei n.° 12.188, de 11 de Janeiro de 2010. Institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária - PNATER e o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária - PRONATER, altera a Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 jan. 2010. Seção. 1, p. 1-2. a. BRASIL.. Macrozee da amazônia legal: estratégias de transição para sustentabilidade, proposta preliminar para consulta pública. Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/225/_arquivos/macrozee___proposta_preliminar_para_consulta_26_jan_225.pdf>. Acesso em: 18 maio 2010. b. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Plano agrícola e pecuário 2009/2010: resumo. Brasília, DF, 2009. e. BRASIL. Ministério da Integração Nacional; Ministério do Meio Ambiente. Plano amazônia sustentável. versão 1. Brasília, DF, 2004. b. BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. Plano decenal de expansão de energia 2008/2017. Rio de Janeiro: EPE, 2009. f. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Plano nacional de promoção das cadeias de produtos da sociobiodiversidade. Brasília, DF, 2009. g. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério da Ciência e Tecnologia. Plano nacional de silvicultura com espécies nativas e sistemas agroflorestais. Brasília, DF, 2006. c. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Programa territórios da cidadania matriz de ações do governo federal. Brasília, DF, 2010. c. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Secretária de Desenvolvimento Territorial (SDT). Territórios da cidadania. Brasília, DF, 2010. d. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Portaria 126 de 27 de maio de 2004. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 maio 2004. Seção 1, p. 142. c. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Plano nacional de recursos hídricos: síntese executiva. Brasília, DF, 2006. d.

67

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Projeto de conservação e utilização sustentável da diversidade biológica brasileira – PROBIO: dez anos de atuação. Brasília, DF, 2006. e. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Planejamento territorial. Brasília, DF, 2008. Disponível em: <http://www.planejamento.gov.br/secretaria.asp?cat=156&sub=181&sec=10>. Acesso em: 25 maio 2010. BRASIL. Plano de desenvolvimento regional sustentável para a área de influência da rodovia BR-163 - Cuiabá-Santarém. Brasília, DF, 2004. d. BRASIL. Presidência da República. Plano de ação para a prevenção e controle do desmatamento na amazônia legal. Brasília, DF, 2004. e. BRASIL. Presidência da República, et al. Plano nacional sobre mudança do clima. Brasília, DF, 2009. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/169/_arquivos/169_29092008073244.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2010. h. BRASIL. Programa nacional de desenvolvimento regional: sumário executivo. Brasília, DF, 2009. i. CONSÓRCIO SENOGRAFIA, STCP. Plano de manejo da floresta nacional Amana, PA: relatório final do inventário florestal da FLONA Amana. Curitiba, 2009. D’ALGE, J. C. L. Cartografia para geoprocessamento. In: Câmara, G.; Davis Jr., C.; Monteiro, A. M. V. (Ed.). Introdução à ciência da geoinformação. São José dos Campos: INPE, 2004. Cap. 6. Disponível em: <http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/cap6-cartografia.pdf>. Acesso em: maio 2010. HUNTER, G. J.; GOODCHILD, M. F. Modeling the uncertainty of vector data in geographic information systems. [199?]. Disponível em: <http://proceedings.esri.com/library/userconf/proc95/to050/p002.html>. Acesso em: 10 maio 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Diretoria de Geociências Coordenação de Cartografia . Base cartográfica vetorial contínua do Brasil, ao milionésimo – BCIM. versão 3. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas/base_continua_ao_milionesimo/>. Acesso em: 10 maio 2010. a. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA / Diretoria de Geociências Coordenação de Cartografia (DGC). Base cartográfica vetorial contínua do Brasil, ao milionésimo – BCIM: documentação técnica geral. versão 3. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas/base_continua_ao_milionesimo/1-Documentacao/>. Acesso em: 10 maio 2010. b. INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Plano de Manejo da Floresta Nacional de Mapiá-Iniuin, AM: diagnóstico e caracterização. Brasília, DF, 2009. v. 1. a. INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Plano de manejo da floresta nacional de Purus, AM: diagnóstico e caracterização. Brasília, DF, 2009. v. 1. b. INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Plano de manejo floresta nacional de Passa Quatro/MG: sumário executivo. Brasília, DF, 2009, 80 p, il. color. c INSTITUTO DO HOMEM E MEIO AMBIENTE DA AMAZÔNIA. Identificação dos polos de processamento primário de madeira: relatório final. Belém, 2010. LENTINI, M. et al. Fatos florestais da amazônia 2003. Belém, Imazon, 2003. LENTINI, M. et al. Fatos florestais da amazônia 2005. Belém, Imazon, 2005. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. Cadastro nacional de florestas públicas. Brasília, DF, 2010. a.

68

SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. Edital de concessão florestal na FLONA do Jamari. Brasília, DF, nov. 2007. a. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. Edital de concessão florestal na FLONA de Saracá-Taquera. Brasília, DF, abr. 2007. b. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. Plano anual de outorga florestal 2008. Brasília, DF, 2007. c. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. Plano anual de outorga florestal 2009. Brasília, DF, 2008. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. Plano anual de outorga florestal 2010. Brasília, DF, 2009. b. SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO; INSTITUTO DO HOMEM E MEIO AMBIENTE DA AMAZÔNIA. A atividade madeireira na Amazônia brasileira: produção, receita e mercados. Belém, 2010. 26p. SIMONIAN, L. T. L. et al. FLONA do Amapá: breve histórico, políticas públicas e (in) sustentabilidade, paper do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos – NAEA. julho de 2003. Disponível em: <http://www.ufpa.br/naea/gerencia/ler_publicacao.php?id=240 >. Acesso em: 20 maio 2010. VERISSIMO, A. et al. Zoneamento de áreas para manejo florestal no Pará. Belém: Imazon, 2006. 4 p.( O estado da Amazônia, n. 8) Disponível em: <http://www.imazon.org.br/downloads/index.asp?categ=5>. Acesso em: 15 abr. 2010.

SÍTIOS ACESSADOS

www.ana.gov.br/ - Acesso em 03.04.2010 www.aneel.gov.br/ - Acesso em 20.05.2010 www.antaq.gov.br/ - Acesso em 23.05.2010 www.anp.gov.br/ - Acesso em 22.05.2010

www.dnpm.gov.br/ - Acesso em 22.05.2010

www.ibge.gov.br/cidadesat/ - Acesso em 10.05.2010

http://portal.mda.gov.br/portal/saf/programas/pronaf - Acesso em 07.03.2010 http://portal.mda.gov.br/terralegal - Acesso em 08.03.2010 http://www.socioambiental - Acesso em 03.05.2010; http://www.icmbio.gov.br - Acesso em 04.05.2010

ANEXOS

A – Detalhamento de todas FPF passíveis de concessão no ano de 2011

Floresta Nacional do Macauã Acre AC

Marcos Legais Decreto n

o 96.180, de 21/6/1988 Conselho Consultivo: Portaria n

o 2, de 17/1/2002

Plano de Manejo: aprovado Portaria no

:

Área (em ha):

Estimada (Decreto) 173.475 Medida (CNFP) 176.148

Na faixa de fronteira 176.148

Identificação georreferenciada: FPA-6939230W-956083S

Bioma: Floresta Amazônica

Município – (IBGE Cidades@) Área (em ha) População Densid. Demog. (em hab./ha) Ano

Sena Madureira 2.527.800 36.166 0,01 2009

A FLONA do Macauã tem previsto, em seu plano de manejo, uma zona para manejo florestal de 89 mil ha. O acesso partindo de Sena Madureira pode ser fluvial ou terrestre. Sena Madureira está a 150 km de Rio Branco e o rio Purus é o principal meio de transporte e escoamento da produção desse município. O rio Macauã é o principal rio que passa pela FLONA e em sua margem reside a maioria dos habitantes da floresta. A temperatura média varia entre 24,5

oC e 25,5

oC e a precipitação média entre 2.000 e

2.500 mm. O potencial madeireiro identificado foi de 486 espécies arbóreas – 194 possuem características apropriadas para o manejo e 29 espécies com maior interesse comercial na região. O volume total apresentado no inventário está entre 134 e 144 m

3/ha. As espécies madeireiras de maior procura no mercado são: maçaranduba, sumaúma , cedro , cerejeira e o cumaru-ferro.

As espécies não madeireiras que foram identificadas com potencial para uso sustentável e geração de renda são: patauá, açaí, murumuru, cipó-titica, jarina, paxiubinha, unha-de-gato, andiroba e copaíba. O principal meio de suprimento da população existente na FLONA é proveniente da agricultura familiar, pecuária, extrativismo florestal, caça e pesca.

Áreas adjacentes (dentro da faixa dos 10km dos limites da UC) Área (em ha) Identificação georreferenciada

FLONA de São Francisco 21.206 FPA-6922484W-953002S

RESEX do Cazumbá-Iracema 749.729,61 FPA-6928716W-931076S

FPF Tipo B Gleba s/nome 1.866,26 FPB-6915304W-9552000S

FPF Tipo B Gleba Seringal Novo Destino 6.619,95 FPB-695464W-9575827S

70

Floresta Nacional de São Francisco Acre AC

Marcos Legais Decreto s/n de 7/8/2001 Conselho Consultivo: Portaria n

o 2, de 17/1/2002

Plano de Manejo: – Portaria no.: –

Área (em ha):

Estimada (Decreto) 21.600 Medida (CNFP) 21.206

Na faixa de fronteira 21.206

Identificação georreferenciada: FPA-6922484W-953002S

Bioma: Floresta Amazônica

Município – (IBGE Cidades@) Área (em ha) População Densid. Demog. (em hab./ha) Ano

Sena Madureira 2.527.800 36.166 0,01 2009

O Decreto de criação da FLONA de São Francisco e Macauã estabelece que a gestão, a administração e todas as ações executadas nestas UCs deverão ser feitas de forma compartilhada, inclusive o Inventário Florestal. Para acessar a FLONA, é necessário se deslocar até o município de Sena Madureira/AC, onde fica o escritório das Unidades. Esse acesso se dá pela BR 364, que liga esse município a Rio Branco/AC, por uma distância de 150 km. Os principais rios que cortam e/ou limitam as Florestas Nacionais são: o rio Macauã e o Rio Caeté. Nas margens do rio Macauã, reside a maioria dos habitantes das FLONAs. A temperatura média varia entre 24,5

oC e 25,5

oC e a precipitação média entre 2.000 e 2.250 mm. O potencial madeireiro identificado

foi de 486 espécies arbóreas – 194 possuem características apropriadas para o manejo e 29 espécies com maior interesse comercial na região. O volume total apresentado no inventário está entre 134 e 144 m

3/ha. Dentre as espécies de maior procura no

mercado, pode-se destacar a maçaranduba, sumaúma e o cedro. As espécies não madeireiras que foram identificadas com potencial para uso sustentável e geração de renda são: patauá, açaí, murumuru, cipó-titica, jarina, paxiubinha, unha-de-gato, andiroba e Copaíba. O principal meio de suprimento da população existente na FLONA é proveniente da agricultura familiar, a pecuária, o extrativismo florestal, caça e pesca.

Áreas adjacentes (dentro da faixa dos 10km dos limites da UC) Área (em ha) Identificação georreferenciada

FLONA do Macauã 176.165 FPA-6939230W-956083S

RESEX do Cazumbá-Iracema 749.729,61 FPA-6928716W-931076S

FPF Tipo B Gleba S/Nome 1.866,26 FPB-6915304W-9552000S

71

Floresta Nacional de Altamira Pará PA

Marcos Legais Decreto n

o 2.483, de 2/2/1998 Conselho Consultivo: Portaria n

o 31, de 14/5/2009

Plano de Manejo: – Portaria no : –

Área (em ha):

Estimada (Decreto) 689.012 Medida (CNFP) 761.136

Na faixa de fronteira –

Identificação georreferenciada: FPA-555698W-556409S

Bioma: Floresta Amazônica

Municípios – (IBGE Cidades@) Área (em ha) População Densid. Demog. (em hab./ha) Ano

Altamira (PA) 15.969.600 98.750 0,00 2009

Itaituba (PA) 6.204.100 127.848 0,02 2009

Trairão (PA) 1.199.100 17.134 0,01 2009

A FLONA de Altamira possui várias opções de acesso (fluvial, terrestre e aéreo). Por estar localizada nas proximidades da BR-163, o acesso mais fácil e rápido para o interior da FLONA é pelo município de Itaituba, no distrito de Moraes Almeida. Os principais cursos hídricos presentes na FLONA são os rios Aruri Grande, Curuá, Carapuça, o Riozinho do Anfrisio. A temperatura varia entre a máxima de 33

oC e a mínima entre 24

oC. A precipitação varia entre 1.800 mm e 2.800 mm. O potencial madeireiro identificado foi

de 202 espécies arbóreas –106 identificadas como comerciais. O volume médio estimado para toda a FLONA para as árvores de valor comercial com DAP ≥ 50 cm foi de 57,6 m

3 /ha. As espécies madeireiras de maior procura no mercado são: ipê, jatobá,

maçaranduba, rouxinho, sucupira, angelim-pedra, matamata, copaíba, entre outros. Os ipês, jatobá e maçaranduba são espécies preferidas pelo mercado internacional (França e EUA). As espécies não madeireiras que foram identificadas com potencial para uso sustentável e geração de renda são: castanha-do-pará, açaí, seringueira, cipó-titica, cumarú, andiroba, copaíba e piquiá. Os principais meios de suprimentos da população existente na FLONA são provenientes da agricultura familiar, agropecuária, extrativismo florestal, caça e pesca.

Áreas adjacentes (dentro da faixa dos 10km dos limites da UC) Área (em ha) Identificação georreferenciada

FLONA de Altamira-Baú 234,63 FPA-5448317W-625925S

FLOTA Iriri 456.318,00 FPA-5447990W-0636532S

PARNA do Jamanxim 859.842,47 FPA-5546967W-540767S

PDS Nelson de Oliveira 4.281,42 FPA-5537005W-627169S

RESEX Riozinho do Anfrísio 736.037,75 FPA-554765W-459328S

TI Baú 1537.302,39 FPA-5428804W-721439S

TI Kuruáya 165.989,18 FPA-5435212W-544412S

TI Xipaya 177.555,31 FPA-5441120W-525906S

FPF Tipo B Gleba Curua 177.555,31 FPB-5513229W-640094S, FPB-5515146W-6523496S

FPF Tipo B Gleba Leite 83.088,05 FPB-552358W-4575256S

FPF Tipo B Gleba Jamanxim 81.917,75 FPB-5536580W-5504450S

72

Floresta Nacional de Itaituba I Pará PA

Marcos Legais Decreto n

o 2.481, de 2/2/1998 Conselho Consultivo: Portaria n

o 33, de 14/5/2009

Plano de Manejo: – Portaria no: –

Área (em ha):

Estimada (Decreto) 220.034,20 Medida (CNFP) 220.254

Na faixa de fronteira –

Identificação georreferenciada: FPA-5632926W-525183S

Bioma: Floresta Amazônica

Municípios – (IBGE Cidades@) Área (em ha) População Densid. Demog. (em hab./ha) Ano

Itaituba (PA) 6.204.100 127.848 0,02 2009

Trairão (PA) 1.199.100 17.134 0,01 2009

A FLONA de Itaituba I possui várias opções de acesso (fluvial, terrestre e aéreo). O acesso principal se dá a partir da cidade de Itaituba, pela BR-163 e BR- 230 (Transamazônica). Para deslocamento dentro da área, podem ser utilizados os rios Tapajós e Jamanxin e os afluentes Tocantins, Branco, Aruri e Carapuça. A temperatura média é de 25,6

oC e a precipitação é de

aproximadamente 2.000 mm anuais. Foram inventariadas 147 espécies, das quais 135 são comerciais. O volume estimado foi de 261,22 m

3 /ha e o volume para as árvores de valor comercial com DAP ≥ 50 cm foi de 67,65 m

3 /ha. As espécies predominantes na

FLONA são: abiu, macucu, capitiú, babaçu, ingá, maçaranduba, louros, andiroba, breus, copaíba, ipê , angelim-vermelho, mata-matá, castanha-sapucaia, amapá e cupiúba. Dentre as espécies não madeireiras levantadas de interesse alimentício, destacam-se: açaí, cupuí. Para fins comerciais: andiroba, anani. Para fins cosméticos: breu-branco, preciosa e cumaru.

Áreas adjacentes (dentro da faixa dos 10km dos limites da UC) Área (em ha) Identificação georreferenciada

APA do Tapajós 1640.682,26 FPA-5637171W-627285S

FLONA de Itaituba II 420.850,70 FPA-5629361W-53517S

FLONA de Itaituba II-PDS Água Azul 2.942,57 FPA-567328W-516783S

PARNA do Jamanxim 859.842,47 FPA-5546967W-540767S

PDS Água Azul 856.914,09 FPA-564654W-515745S

FPF Tipo B Gleba Samauma 176.732,12 FPB-5610321W-6102502S

FPF Tipo B Gleba Prata 27,88 FPB-5624244W-5402455S

FPF Tipo B Gleba Damião 7.387,13 FPB-5629472W-53426S

FPF Tipo B Gleba Crepori 4.205,32 FPB-565386W-5435269S

FPF Tipo B Gleba Parauari 263.741,21 FPB-5737179W-5395624S

73

Floresta Nacional de Itaituba II Pará PA

Marcos Legais Decreto n

o 2.482, de 2/2/1998 Conselho Consultivo: Portaria n

o 34, de 14/5/2009

Plano de Manejo: – Portaria no: –

Área (em ha):

Estimada (Decreto) 440.500 Medida (CNFP) 423.956

Na faixa de fronteira –

Identificação georreferenciada: FPA-5629361W-53517S

Bioma: Floresta Amazônica

Municípios – (IBGE Cidades@) Área (em ha) População Densid. Demog. (em hab./ha) Ano

Itaituba (PA) 6.204.100 127.848 0,02 2009

Trairão (PA) 1.199.100 17.134 0,01 2009

A FLONA de Itaituba I possui várias opções de acesso (fluvial, terrestre e aéreo). O acesso principal se dá a partir da cidade de Itaituba, pela BR-163 e BR- 230 (Transamazônica). Para deslocamento dentro da área, podem ser utilizados os rios Tapajós e Jamanxin e os afluentes Tocantins, Branco, Aruri e Carapuça. A temperatura média é de 25,6

oC e a precipitação é de

aproximadamente 2.000 mm anuais. Foram inventariadas 156 espécies, das quais 136 são comerciais. O volume estimado foi de 262,6 m

3 /ha e o volume para as árvores de valor comercial com DAP ≥ 50 cm foi de 73,8 m

3/ha. As espécies predominantes na

FLONA são: abiu, macucu, capitiú, babaçu, ingá, maçaranduba, louros, andiroba, breus, copaíba, ipê , angelim-vermelho, mata-matá, castanha-sapucaia, amapá e cupiúba. Dentre as espécies não madeireiras levantadas de interesse alimentício, destacam-se: açaí, cupuí. Para fins medicinais: anani e breu-vermelho. Para fins cosméticos: breu-branco, preciosa e pau-rosa.

Áreas adjacentes (dentro da faixa dos 10km dos limites da UC)

Área (em ha) Identificação georreferenciada

APA do Tapajós 1.640.682,26 FPA-5637171W-627285S

FLONA de Itaituba II-PDS Taboari 162,93 FPA-5619863W-442845S

FLONA de Itaituba I 220.254,13 FPA-5632926W-525183S

FLONA de Itaituba II-PDS Água Azul 2.942,57 FPA-567328W-516783S

PARNA do Jamanxim 859.842,47 FPA-5546967W-540767S

PARNA da Amazônia 952.885,31 FPA-5647731W-425499S

PARNA da Amazônia-PDS Nova Esperança 2.112,92 FPA-5654999W-454327S

PDS Pimental 4.278,63 FPA-5613512W-433773S

PDS Taboari 7.376,59 FPA-5619666W-441144S

PDS ÁGUA AZUL 22.148,30 FPA-564654W-515745S

PDS Nova Esperança 27.895,86 FPA-56584120W-4581785S, FPA-5658670W-458794S

FPF Tipo B Gleba Santa Cruz 93.161,49 FPB-5555448W-429244S

FPF Tipo B Gleba Samauma 176.732,12 FPB-5610321W-6102502S

FPF Tipo B Gleba Damião 7.387,13 FPB-5629472W-53426S

FPF Tipo B Gleba Aruri 366.300,11 FPB-56566W-512962S

74

Floresta Nacional do Amana Pará PA

Marcos Legais Decreto s/n de 13/2/2006 Conselho Consultivo: Portaria n

o 30, de 14/5/2009

Plano de Manejo: aprovado Portaria no 30, de 10/3/2010

Área (em ha):

Estimada (Decreto) 540.417,17 Medida (CNFP) 542.553,42

Na faixa de fronteira –

Identificação georreferenciada: FPA-5731430W-519742S

Bioma: Floresta Amazônica

Municípios – (IBGE Cidades@) Área (em ha) População Densid. Demog. (em hab./ha) Ano

Maués (AM) 3.998.800 49.666 0,01 2009

Itaituba (PA) 6.204.100 127.848 0,02 2009

Jacareacanca (PA) 5.330.300 41.487 0,00 2009

A FLONA do Amana tem previsto, em seu plano de manejo, uma zona para manejo florestal de 210.000 ha. O acesso pode ser terrestre pela BR-230 (Transamazônica), fluvial (partindo de Itaituba pelo Rio Tapajós ou partindo de Maués pelo rio Amana) ou aéreo (partindo de qualquer centro urbano até algumas das 27 pistas de pouso no interior da unidade). A FLONA contém áreas de três sub-bacias: Tapajós, Parauari e Amana. O rio Amana tem nascentes no interior da floresta. A temperatura média varia entre 25 oC e 26

oC e a precipitação média entre 1.750 e 2.750 mm. O potencial madeireiro identificado foi de 188 espécies com DAP ≥ 10

cm e 98 espécies com DAP ≥ 50 cm, com características apropriadas para o manejo. O volume total apresentado no inventário foi de 198 m

3/ha e o volume comercial de 69,5 m

3/ha. As espécies de maior valor comercial são: cumaru, maçaranduba, angelim-

vermelho, andiroba, sucupira-preta, cedrona, sucupira e rouxinho. As espécies não madeireiras que foram identificadas com potencial para uso sustentável e geração de renda são: açaí, babaçu, buriti, patauá, tucun, cipó-titca, timbó, andiroba, castanheira-do-Brasil, copaíba e seringueira. Os principais meios de suprimento da população existente na FLONA são provenientes da extração de ouro por garimpagem, criação de aves, agricultura de subsistência, pecuária e extração vegetal.

Áreas adjacentes (dentro da faixa dos 10km dos limites da UC)

Área (em ha) Identificação georreferenciada

FLONA de Pau-Rosa 949390,56 FPA-584557W-442640S

PARNA da Amazônia 952885,31 FPA-5647731W-425499S

PARNA da Amazônia-PDS Nova Esperança 2112,92 FPA-5654999W-454327S

PDS Nova Esperança 53.640,88 FPA-56584120W-4581785S, FPA-5658670W-458794S

PDS Laranjal 33018,04 FPA-5743484W-558299S

FPF Tipo B Gleba Parauari 881126,99 FPB-5737179W-5395624S, FPB-586112W-5194403S

FPF Tipo B Gleba Laranjal 7681,05 FPB-5743361W-5555545S

FPF Tipo B Gleba Urupadi (Imóvel) 501331,65 FPB-582695W-5542777S

75

Floresta Nacional de Crepori Pará PA

Marcos Legais Decreto s/n de 13/2/2006 Conselho Consultivo: Portaria n

o 29, de 14/5/2009

Plano de Manejo: aprovado Portaria no 29, de 10/3/2010

Área (em ha):

Estimada (Decreto) 740.661 Medida (CNFP) 741.784

Na faixa de fronteira –

Identificação georreferenciada: FPA-575941W-629044S

Bioma: Floresta Amazônica

Municípios – (IBGE Cidades@) Área (em ha) População Densid. Demog. (em hab./ha) Ano

Jacareacanga (PA) 5.330.300 41.487 0,00 2009

Itaituba (PA) 6.204.100 127.848 0,02 2009

A FLONA do Crepori está integralmente inserida no contexto da bacia hidrográfica do rio Tapajós e contém trechos de três diferentes bacias que drenam para este rio: bacia do rio Crepori, bacia do rio das Tropas e bacia do rio Pacu. As temperaturas médias anuais variam de 25

oC a 26

oC. A precipitação varia entre 2.000 mm e 2.500 mm. O volume médio de madeira existente

na área inventariada foi de 185,4 m3/ha. As principais espécies encontradas são: angelim-vermelho, andiroba, maçaranduba, ipê-

roxo, sucupira, cedro-vermelho, taurari, ucuubarana, cupiúba, louro-jandaúba, louro, pequiarana, matamatá-branco, breu, breu-branco, quaruba-cedro, amapaí e abiu. Além disso, a FLONA do Crepori caracteriza-se por ter um considerável potencial minerário para o ouro.

Áreas adjacentes (dentro da faixa dos 10km dos limites da UC) Área (em ha) Identificação georreferenciada

APA do Tapajós 1.640.701 FPA-5637171W-627285S

FLONA do Crepori-TI Munduruku 29,94 FPA-5725540W-639602S

FPF Tipo B Gleba Surubim 74.508,39 FPB-5635535W-7103521S

Terra Indígena Munduruku 2.385.990,06 FPA-5733474W-727218S

76

Floresta Nacional do Jamanxim Pará PA

Marcos Legais Decreto s/n de 13/12/2006 Conselho Consultivo: Portaria n

o 82, de 6/10/2009

Plano de Manejo: – Portaria no –

Área (em ha):

Estimada (Decreto) 1.301.120 Medida (CNFP) 1.301.390

Na faixa de fronteira –

Identificação georreferenciada: FPA-5547095W-726243S

Bioma: Floresta Amazônica

Municípios – (IBGE Cidades@) Área (em ha) População Densid. Demog. (em hab./ha) Ano

Itaituba (PA) 6.204.100 127.848 0,02 2009

Novo Progresso (PA) 3.816.200 21.504 0,00 2009

A hidrografia da FLONA é regida pelos rios Jamanxim e Novo, que são, respectivamente, afluente e subafluente do rio Tapajós. A temperatura média varia de 25

oC a 26

oC e a precipitação varia de 1.750 mm a 2.750 mm anuais. Foram inventariadas 219

espécies, das quais 112 são comerciais. O volume de madeira estimado foi de 153,1 m3

/ha e o volume para as árvores de valor comercial com DAP ≥ 50 cm foi de 56,67 m

3/ha. As principais espécies comerciais são: jatobá, cumaru, muiracatiara,

maçaranduba, ipê e cedrorana, amarelão, cupiúba, angelim-pedra, tauari, louro e marupá. Dentre as espécies não madeireiras, destacam-se: açaí, babaçu, buriti, patauá, tucum, imbé, timbó, cipó-titica, andiroba, copaíba, castanheira e seringueira.

Áreas adjacentes (dentro da faixa dos 10km dos limites da UC) Área (em ha) Identificação georreferenciada

APA do Tapajós 1.640.701 FPA-5637171W-627285S

FLONA do Jamanxim-PDS BRASÍLIA 48,07 FPA-5521233W-814795S

FPF Tipo B Gleba Cachimbo 231.084,84 FPB-5527463W-90466S

FPF Tipo B Gleba Curua 441.131,58 FPB-5515146W-6523496S

FPF Tipo B Gleba Gorotire 322.841,25 FPB-5529222W-7585072S

FPF Tipo B Gleba Imbauba 85.809,46 FPB-555199W-713505S

FPF Tipo B Gleba Jamanxim 81.917,75 FPB-5536580W-5504450S

FPF Tipo B Gleba Rio Novo 8.693,66 FPB-5618420W-7482649S

FPF Tipo B Gleba Samauma 201.515,70 FPB-5610321W-6102502S

PARNA do Rio Novo 537.934,09 FPA-5626347W-745500S

PDS Brasília 18.773,69 FPA-5514823W-812993S

PDS NELSON DE OLIVEIRA 4.281,42 FPA-5537005W-627169S

77

Floresta Nacional Saracá-Taquera Pará PA

Marcos Legais Decreto n

o 98.704, de 27/12/1989 Conselho Consultivo: Portaria n

o 87, de 24/7/2002

Plano de Manejo: aprovado Portaria no 146 de 20/11/2002

Área (em ha):

Estimada (Decreto) 429.600 Medida (CNFP) 441.148

Na faixa de fronteira –

Identificação georreferenciada: FPA-5637802W-139199S

Bioma: Floresta Amazônica

Municípios – (IBGE Cidades@) Área (em ha) População Densid. Demog. (em hab./ha) Ano

Oriximiná (PA) 10.760.300 58.683 0,00 2009

Faro (PA) 1.176.700 19.585 0,01 2009

Terra Santa (PA) 190.100 16.004 0,08 2009

A FLONA tem previsto cerca de 140.540 ha destinados ao Manejo Florestal. O acesso pode ser aéreo (via Manaus, Belém ou Santarém para o aeroporto de Oriximiná) ou fluvial a partir do rio Amazonas, subindo pelo rio Trombetas até Porto Trombetas e Terra Santa. A temperatura média é de 26°C e a precipitação média anual está em torno de 2.000 mm. Os principais rios da FLONA são: Nhamundá, Trombetas, Urubu, Uatumã, Jatapu e Preto da Eva. Foram inventariadas 190 espécies e 103 são identificadas como espécies comerciais. O volume total estimado foi de 300,86m3/ha e o volume comercial total foi de 116,4 m

3/ha.

As principais espécies comerciais são: andiroba, angelim-vermelho, cumaru, jatobá, maparajuba, massaranduba, itaúba, louro, jataí, marupá, virola, entre outros. Produtos não madeireiros: espécies de interesse alimentício (pequiá e uchi), para fins medicinais (louro-amarelo e cupiúba), para fins cosméticos (cumaru e preciosa).

Áreas adjacentes (dentro da faixa dos 10km dos limites da UC) Área (em ha) Identificação georreferenciada

FLOTA FARO 648.502,30 FPA-5739751W-0134189S

REBIO do Rio Trombetas 407.714,53 FPA-5641508W-18275S

FPF Tipo B Gleba Xiriri 52.093,62 FPB-5545367W-1371382S

FPF Tipo B Gleba Paru do Oeste 125.412,05 FPB-5550362W-1182401S

FPF Tipo B Gleba Terra Santa 90.592,98 FPB-5633225W-201656S

78

Floresta Nacional de Jacundá Rondônia RO

Marcos Legais Decreto s/n de 1/12/2004 Conselho Consultivo: Portaria n

o : –

Plano de Manejo: – Portaria no : –

Área (em ha):

Estimada (Decreto) 220.644 Medida (CNFP) 220.842

Na faixa de fronteira –

Identificação georreferenciada: FPA-632897W-827482S

Bioma: Floresta Amazônica

Municípios – (IBGE Cidades@) Área (em ha) População Densid. Demog. (em hab./ha) Ano

Candeias do Jamari (RO) 684.400 17.547 0,02 2009

Itapuã do Oeste (RO) 408.100 8.235 0,02 2009

Porto Velho (RO) 3.408.200 382.829 0,11 2009

O acesso à FLONA pode ser rodoviário pela BR 364 e fluvial pelo Rio Madeira, Rio Machado e Rio Preto. A temperatura média anual varia de 24ºC a 26ºC e a precipitação anual varia entre 2.500 mm e 2.750 mm. A FLONA está inserida na bacia do rio Madeira e está localizada na margem direita. Os afluentes da margem direita são: Preto, Jacundá, Muriti e Jamari. O volume de madeira identificado no inventário da FLONA é de 181,93 m³/ha e o volume comercial foi de 53,26 m³/ha. Espécies de maior valor são: maparajuba, cumaru, ipê-roxo, jatobá, maçaranduba, acapu, tauari, pequi, jequitiba, copaíba, roxinho, canelão, cambará, mirindiba, entre outras. As espécies não madeireiras de maior interesse local identificados são: açaí, babaçu, bacaba, buriti, dendê, jauari, murumuru, patauá e tucum.

Áreas adjacentes (dentro da faixa dos 10km dos limites da UC)

Área (em ha) Identificação georreferenciada

ESEC de Cuniã 122.011,05 FPA-6322614W-89022S

FPF Tipo B Gleba Aliança (Imóvel) 19.386,99 FPB-6338469W-8404714S

FPF Tipo B Gleba Cachoeira de Samuel 14.294,24 FPB-632525W-8471372S

FPF Tipo B Gleba Cunia 63.214,31 FPB-6342248W-8214732S

FPF Tipo B Gleba Jacunda 221.200,54 FPB-6255593W-8393102S, FPB-639165W-8182382S

FPF Tipo B Gleba Rio Preto 175.954,23 FPB-6248237W-8222572S

PAF Jequitiba 137.203,43 FPA-6314791W-0870137S

RESEX do Lago do Cuniã 52.038,99 FPA-6328865W-817427S

79

Floresta Nacional do Trairão Pará PA

Marcos Legais Decreto s/n de 13/2/2006 Conselho Consultivo: Portaria n

o 32, de 14/5/2009

Plano de Manejo: – Portaria no : –

Área (em ha):

Estimada (Decreto) 257.482 Medida (CNFP) 257.503

Na faixa de fronteira -–

Identificação georreferenciada: FPA-5534967W-451436S

Bioma: Floresta Amazônica

Municípios – (IBGE Cidades@) Área (em ha) População Densid. Demog. (em hab./ha) Ano

Trairão (PA) 1.199.100 17.134 0,01 2009

Itaituba (PA) 6.204.100 127.848 0,02 2009

Rurópolis (PA) 702.100 36.068 0,05 2009

A FLONA localiza-se a sudoeste do Pará. O acesso pode ser aéreo (via Manaus ou Belém para o aeroporto de Itaituba). Santarém é a principal rota de transporte e escoamento terrestre da região. Por meio da BR-163 e por meio das estradas secundárias, é possível chegar à FLONA. A distância da FLONA às sedes municipais são: Trairão - 40 km, Itaituba – 80 km e Rurópolis – 60 km. O acesso fluvial, a partir de Santarém, é feito pelo rio Tapajós. A temperatura média é de 26,7

oC e a precipitação média anual está

em torno de 1.950 mm. A FLONA encontra-se à margem direita do rio Tapajós e os rios Atapacurá, Tucunará, Branco, Cuparí e Jamanxinzinho encontram-se na área da floresta nacional. Foram identificadas 231 espécies. O volume estimado foi de 235 m

3/ha

e o volume comercial médio foi de 61,7 m3/ha. As principais espécies comerciais são: cedro-rosa, abiu, ipê-roxo, freijó, grão-de-

galo, sucupira, cumaru e jutaí.

Áreas adjacentes (dentro da faixa dos 10km dos limites da UC) Área (em ha) Identificação georreferenciada

FLONA do Trairão-PDS Boa Vista do Caracol 32,18 FPA-5555969W-50436S

FLONA do Trairão-PDS Cupari 3.395,84 FPA-5521227W-430528S

FLONA do Trairão-PDS Divinopolis 1.140,39 FPA-5526765W-431607S

FLONA do Trairão-PDS Esperança do Trairão 480,57 FPA-5536547W-435432S

FLONA do Trairão-PDS Novo Mundo 2.102,99 FPA-5514996W-429225S

PARNA do Jamanxim 859.842,47 FPA-5546967W-540767S

PDS Boa Vista do Caracol 21.248,00 FPA-560204W-50446S

PDS Cupari 26.632,44 FPA-5522032W-425880S

PDS Divinopolis 27.898,72 FPA-5530926W-427799S

PDS Esperança do Trairão 19.946,50 FPA-5540307W-432313S

PDS Novo Mundo 27.520,09 FPA-5512992W-424614S

RESEX Riozinho do Anfrísio 736.037,75 FPA-554765W-459328S

FPF Tipo B Gleba Aruri 366.300,11 FPB-56566W-512962S

FPF Tipo B Gleba Cupari 153.972,58 FPB-551281W-4132570S

FPF Tipo B Gleba Leite 83.088,05 FPB-552358W-4575256S

FPF Tipo B Gleba Santa Cruz 93.161,49 FPB-5555448W-429244S

80

B – Glossário Área de Proteção Ambiental (APA): é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. Tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (ver art. 15 da Lei n

o 9.985/2000).

Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE): é uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional. Tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza (ver art. 16 da Lei n

o

9.985/2000). Áreas Adjacentes às Florestas Públicas Federais: são as terras indígenas, as unidades de conservação, as áreas destinadas às comunidades locais, as áreas prioritárias para recuperação e as áreas de interesse para criação de unidades de conservação de proteção integral que são contíguas ou distantes até 10 km do perímetro da floresta pública federal passível de concessão. Auditoria Florestal: ato de avaliação independente e qualificada de atividades florestais e obrigações econômicas, sociais e ambientais assumidas de acordo com o PMFS e o contrato de concessão florestal, executado por entidade reconhecida pelo órgão gestor, mediante procedimento administrativo específico (ver art. 3

o da Lei n

o 11.284/2006).

Ciclo: período decorrido entre dois momentos de colheita de produtos florestais numa mesma área (ver art. 3

o da Lei

no 11.284/2006).

Comunidades Locais: populações tradicionais e outros grupos humanos, organizados por gerações sucessivas, com estilo de vida relevante à conservação e à utilização sustentável da diversidade biológica (ver art. 3

o da Lei n

o

11.284/2006). Concessão Florestal: delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às exigências do respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado (ver art. 3

o da Lei n

o 11.284/2006).

Conservação da Natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral (ver art. 2

o da Lei n

o 9.985/2000).

Conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características (ver art. 2

o da Lei n

o 9.985/2000).

Corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais (ver art. 2

o da Lei n

o 9.985/2000).

Distrito Florestal Sustentável: compreende um território administrativo diferenciado para manejo e produção florestal madeireira e não madeireira. Diversidade Biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, entre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte e ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas (ver art. 2

o da Lei n

o 9.985/2000).

Estação Ecológica: tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos. É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento específico (ver art. 9

o da Lei n

o

9.985/2000).

81

Extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis (ver art. 2

o da Lei n

o 9.985/2000).

Floresta Nacional: área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas. Tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas (ver art. 17 da Lei n

o 9.985/2000).

Floresta pública legalmente apta para concessão: floresta cadastrada no Cadastro Nacional de Florestas Públicas que não se enquadre nas categorias de unidade de proteção integral; terra indígena; área militar, assentamento; reserva extrativista; reserva de desenvolvimento sustentável. Florestas Públicas Destinadas – Tipo A: florestas sob domínio público e que se encontram localizadas em áreas que tenham sido destinadas à proteção e à conservação do meio ambiente na forma de Unidades de Conservação de Proteção Integral ou de Uso Sustentável. Também são incluídas nesta classe as florestas destinadas para uso de comunidades tradicionais na forma de terras indígenas, RESEX, assentamentos e outras formas de destinação previstas em lei. Florestas Públicas Não Destinadas – Tipo B: florestas sob domínio público que ainda não foram objeto de destinação especifica dentro das diversas formas previstas para conservação do meio ambiente ou para uso pela sociedade. Florestas Públicas: florestas, naturais ou plantadas, localizadas nos diversos biomas brasileiros, em bens sob o domínio da União, dos estados, dos municípios, do Distrito Federal ou das entidades da administração indireta (ver art. 3

o da Lei n

o 11.284/2006).

Inventário Amostral: levantamento de informações qualitativas e quantitativas sobre determinada floresta, utilizando-se processo de amostragem (ver art. 3

o da Lei n

o 11.284/2006).

Lote de Concessão Florestal: conjunto de unidades de manejo florestal a serem licitadas (ver art. 3

o da Lei n

o

11.284/2006). Manejo Florestal Sustentável: administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços de natureza florestal (ver art. 3

o da Lei n

o

11.284/2006). Manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas (ver art. 2

o da Lei n

o 9.985/2000).

Monumento Natural: tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. O Monumento Natural pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários (ver art. 12 da Lei n

o

9.985/2000). Órgão Consultivo: órgão com representação do Poder Público e da sociedade civil, com a finalidade de assessorar, avaliar e propor diretrizes para a gestão de florestas públicas (ver art. 3

o da Lei n

o 11.284/2006).

Órgão Gestor da Concessão: órgão ou entidade do poder concedente com a competência de disciplinar e conduzir o processo de outorga da concessão florestal (ver art. 3

o da Lei n

o 11.284/2006).

Parque Nacional: tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. O Parque Nacional é de posse e domínio públicos (ver art. 11 da Lei n

o 9.985/2000).

82

Plano de Manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelecem o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade (ver art. 2

o da Lei n

o

9.985/2000). Poder Concedente: União, estado, Distrito Federal ou município (ver art. 3

o da Lei n

o 11.284/2006).

Polo Madeireiro: caracterizado por um município ou o aglomerado de vários municípios onde o consumo de madeira é igual ou superior a 100 mil m

3 de madeira em tora por ano.

Produtos Florestais: produtos madeireiros e não madeireiros gerados pelo manejo florestal sustentável (ver art. 3

o da

Lei no 11.284/2006).

Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE): destinado à exploração de áreas dotadas de riquezas extrativas, por meio de atividades economicamente viáveis, socialmente justas e ecologicamente sustentáveis, a serem executadas pelas populações oriundas de comunidades extrativistas. Todo o processo, desde a obtenção da terra, passando pela infraestrutura até a titulação dos beneficiários, é de responsabilidade do INCRA. Criado pela Portaria/INCRA/P/n

o 268, de 23/10/1996.

Projeto de Assentamento Florestal (PAF): destinado às áreas com aptidão para o manejo florestal de uso múltiplo, em base familiar comunitária. Prevê ainda a formação de plantios, com espécies nativas em casos de existência de áreas significativas já convertidas para outras atividades produtivas. Todo o processo, desde a obtenção da terra, passando pela infraestrutura até a titulação dos beneficiários, é de responsabilidade do INCRA. Criado e definido pelas Portaria/INCRA/P/n

o 1.141, de 19/12/2003, e Portaria/INCRA/P/n

o 215, de 6/6/2006.

Projeto de Assentamento Especial – Quilombolas: destinado aos direitos das comunidades quilombolas à propriedade de suas terras e à proteção de seus "modos de criar, fazer e viver", que estão assegurados na Constituição Federal pelos artigos n

os 215 e 216 e pelo artigo n

o 68 do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias. Na esfera federal, o INCRA é o órgão responsável por titular as terras de quilombo seguindo os

procedimentos estabelecidos no Decreto Federal no 4.887, de 2003, e na Instrução Normativa INCRA n

o 57, de 2009.

As áreas tendem a ter titulação coletiva em nome de uma associação e, portanto, passam a ser consideradas áreas privadas, ou seja, fora do domínio da União. Projeto de desenvolvimento sustentável (PDS): criado para o desenvolvimento de atividades ambientalmente diferenciadas, destinado às populações que baseiam sua subsistência no extrativismo, na agricultura familiar e em outras atividades de baixo impacto ambiental. Todo o processo, desde a obtenção da terra, passando pela infraestrutura até a titulação dos beneficiários, é de responsabilidade do INCRA. Criado pela Portaria/INCRA/P n

o 477,

de 4/11/1999. Recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original (ver art. 2

o da Lei n

o 9.985/2000).

Recurso Ambiental: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora (ver art. 2

o da Lei n

o 9.985/2000).

Recursos Florestais: elementos ou características de determinada floresta, potencial ou efetivamente geradores de produtos ou serviços florestais (ver art. 33 da Lei n

o 11.284/2006).

Refúgio de Vida Silvestre: tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários (ver art. 13 da Lei n

o

9.985/2000). Reserva Biológica: tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais (ver art. 10 da Lei n

o 9.985/2000).

83

Reserva de Desenvolvimento Sustentável: é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência se baseia em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica (ver art. 20 da Lei n

o 9.985/2000).

Reserva de Fauna: é uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos (ver art. 19 da Lei n

o 9.985/2000).

Reserva Extrativista: área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência se baseia no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte. Tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade (ver art. 18 da Lei n

o 9.985/2000).

Reserva Particular do Patrimônio Natural: área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica (ver art. 21 da Lei n

o 9.985/2000).

Resíduos: são valores oriundos de análises espaciais entre bases de dados. Os dados quantitativos relativos às florestas públicas foram obtidos a partir de superposições e geoprocessamento de dados geográficos de diversas fontes, onde a manipulação de projeções cartográficas, ajuste de escalas e sistemas de referência resultam em novos polígonos de pequena dimensão que podem não representar variações espaciais reais. Esses falsos polígonos surgem quando se sobrepõem duas linhas de bases de dados espaciais diferentes (por exemplo, o shape dos biomas e o mapa do Brasil ou a fronteira entre Terra Indígena e Floresta Pública), que, ao serem sobrepostas, não coincidem, gerando os chamados “spurius” no resultado da superposição. Restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original (ver art. 2

o da Lei n

o 9.985/2000).

Serviços Florestais: turismo e outras ações ou benefícios decorrentes do manejo e da conservação da floresta, não caracterizados como produtos florestais (ver art. 3

o da Lei n

o 11.284/2006).

Terras Indígenas: bens da União, terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, legalmente instituídas pelo poder público por meio de decreto (ver art. 20 da Constituição Federal). Unidade de Conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivo de conservação e limite definido, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção (ver art. 2

o da

Lei no 9.985/2000).

Unidade de Manejo: perímetro definido a partir de critérios técnicos, socioculturais, econômicos e ambientais, localizado em florestas públicas, objeto de um Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS). Pode conter áreas degradadas para fins de recuperação por meio de plantios florestais (ver art. 3

o da Lei n

o 11.284/2006).

Unidade de Proteção Integral: unidade de conservação, com objetivo de integrar e preservar a natureza. É admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos por lei. É composta por Estação Ecológica; Reserva Biológica; Parque Nacional; Monumento Natural; Refúgio de Vida Silvestre (ver art. 8

o da Lei n

o

9.985/2000). Unidade de Uso Sustentável: unidade de conservação com objetivo de compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. É composta por Área de Proteção Ambiental; Área de Relevante Interesse Ecológico; Floresta Nacional; Reserva Extrativista; Reserva de Fauna; Reserva de Desenvolvimento Sustentável; Reserva Particular do Patrimônio Natural (ver art. 14 da Lei n

o 9.985/2000).

Uso Direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais (ver art. 2

o da Lei n

o

9.985/2000). Uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais (ver art. 2

o da Lei n

o

9.985/2000).

84

Uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável (ver art. 2

o da Lei n

o 9.985/2000).

Zona de Amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade (ver art. 2

o o da

Lei no 9.985/2000).

Zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação, com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz (ver art. 2

o da Lei n

o 9.985/2000).

85

Ministério do Meio Ambiente Serviço Florestal Brasileiro

SCEN Trecho 2 - Ed. Sede – Bloco H CEP 70818-900 - Brasília-DF

Tel. 2028-7135 Fax. 2028-7135

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