planejamento tributário - empresa de turismo

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FACULDADE LOURENO FILHO BACHARELADO EM CINCIAS CONTBEIS ANA VALDVIA FERREIRA DE LIMA

O PLANEJAMENTO TRIBUTRIO DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURDICA:ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE TURISMO DE FORTALEZA

FORTALEZA 2010

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ANA VALDVIA FERREIRA DE LIMA

O PLANEJAMENTO TRIBUTRIO DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURDICA:ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE TURISMO DE FORTALEZA

Monografia apresentada Faculdade Loureno Filho, como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel em Cincias Contbeis. Orientador: Prof. Ms. Fausto Alexandre Vasconcelos Silveira.

FORTALEZA 2010

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TERMO DE APROVAOO PLANEJAMENTO TRIBUTRIO DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURDICA: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE TURISMO DE FORTALEZA

ANA VALDVIA FERREIRA DE LIMA

Monografia apresentada Faculdade Loureno Filho, como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel em Cincias Contbeis. Apresentada em 16 de Junho de 2010

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ms. Fausto Alexandre Vasconcelos Silveira - Orientador Faculdade Loureno Filho-FLF

Prof. Ms. Cristiano Melo Reinaldo 1 Examinador Faculdade Loureno Filho-FLF

Prof . Ms. Rosngela Venncio Nunes 2 Examinadora Faculdade Loureno Filho-FLF

IV 4

A Deus, aos meus pais e aos meus amigos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeo, inicialmente, a Deus pela fora e coragem que sempre me proporcionou e que foi minha fonte de inspirao para prosseguir e concretizar esse trabalho. Agradeo cordialmente a meu orientador, Prof. Ms. Fausto Silveira, pela ateno e orientao na elaborao desta monografia. Agradeo a todos da minha famlia, em especial a minha me, Luiza Ferreira de Lima, e meu pai, Antnio Geraldo de Lima, pelo amor, pacincia, colaborao e amparo incondicional durante a realizao desse trabalho. Ao sempre amigo e namorado Emanuel Marlus Fernandes, pelo seu dedicado amor, apoio e motivao em todas as minhas escolhas.

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O que se aprende profundamente jamais se esquece.

Sneca

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo evidenciar o planejamento tributrio do IRPJ para empresas prestadoras de servios na rea de turismos no municpio de Fortaleza, objetivando minimizar o gasto com esse tributo federal e evidenciar o planejamento tributrio como uma ferramenta de gesto. Tem como partida os seguintes objetivos: Analisar o arcabouo terico do planejamento tributrio, suas caractersticas e finalidades; Avaliar as alternativas de tributao disponveis na legislao para a apurao do IRPJ; E Demonstrar a aplicabilidade do planejamento tributrio voltado ao Imposto de Renda Pessoa Jurdica, utilizandose dos sistemas de apurao do tributo para analisar o que melhor se enquadra para as agencias de viagens e turismo visando a economia fiscal com este tributo. O presente estudo, cuja temtica abordada o Imposto de Renda Pessoa Jurdica, destina-se a verificar e planejar as hipteses de incidncias tributrias, as quais a empresa est sujeita, pois uma das melhores formas de auxiliar na vida do empreendimento, com o propsito de comparar os possveis regimes de tributao, Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional. Para atingir os objetivos desta monografia, expe-se o conceito de planejamento tributrio, diferencia-se eliso fiscal de evaso fiscal e apresenta-se um comparativo entre as formas de tributao das empresas, resultando a tributao pelo lucro real a melhor forma de tributao para empresas de Agncias de Viagens e Turismo que faturam acima de 1.880.000 reais anuais. Como suporte terico destacou-se: Fabretti (2006), que demonstra atravs de sua obra planejamento tributrio toda uma fundamentao embasada na legislao vigente, mostrando o Planejamento Tributrio como uma forte ferramenta dos gestores; Higuchi (2009), que menciona as vantagens, desvantagens e limitaes para cada um dos sistemas de tributao existente no territrio nacional para recolhimento do IRPJ; E Chaves (2008), que atravs de sua obra Planejamento Tributrio na Prtica demonstra a aplicao e a finalidade do mesmo em nosso cotidiano. Ambos os autores possuem obras voltadas as reas de: Contabilidade, Imposto de Renda Pessoa Jurdica e Planejamento Tributrio. Palavras-chave: Planejamento Tributrio. Pessoa Jurdica. Regimes de Tributao.

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ABSTRACT

This paper aims to highlight the tax planning of income tax for companies providing services in tourism in Fortaleza, Brazil, aiming to minimize the expense on the federal tax and show tax planning as a management tool. Its departure the following objectives: To analyze the theoretical tax planning, their characteristics and purposes, evaluate the alternatives available in the tax legislation for the calculation of income tax, and demonstrate the applicability of tax planning aimed at the Corporate Income Tax Law, using from the systems of verification tribute to analyze what fits best for travel agencies and tourism aimed at tax saving with this tribute. This study, whose theme addressed is the Corporate Income Tax Law, intended to check and plan the chances of the tax implications, which the company is subject, because it is one of the best ways of assisting in the life of the venture, with the purpose of comparing the possible tax systems, taxable income, deemed income and simple national firms Agencies Travel and Tourism. To achieve the goals of this monograph presents the concept of tax planning, tax avoidance differs for tax evasion and presents a comparison between the forms of business taxation, the resulting tax on actual profits the best form of taxation for organizations of Tourism and Travel Agencies that bill over 1.88 million reais a year. As media theorists include: Fabretti (2006), which shows through his work an entire tax planning reasons based on current legislation, showing the Tax Planning as a strong tool for managers, Higuchi (2009), which mentions the advantages, disadvantages and limitations for each of the taxation systems existing within the country for collection of income tax, and Clark (2008), who through his book Tax Planning in Practice demonstrates the application and purpose of it in our everyday lives. Both authors have focused work areas: Accounting, Corporate Income Tax Law and Tax Planning.

Keywords: Tax Planning. Corporations. Taxation schemes.

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LISTA DE GRFICOSGRAFICO 1 Recolhimento de Tributos Federais com base nos regimes Lucro Presumido e Simples Nacional............................................................. GRAFICO 2 Recolhimento de Tributos Federais Mens baseado nos Regimes Lucro Presumido e Simples Nacional, segundo aos valores descritos no quadro 1.................................................................................... GRAFICO 3 Valores referentes ao gasto trimestral com tributos federais.... GRAFICO 4 Gasto trimestral com IRPJ........................................................ 54 63 63 53

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LISTA DE QUADROSQuadro 1 Faturamento auferido, apurado por duas opes de tributao..... 50 Quadro 2 Demonstrao de Apurao de Tributos Federais......................... Quadro 3 Demonstrao de Apurao de Tributos Federais no regime Lucro Presumido............................................................................................ Quadro 4 Apurao de Tributos Federais pelo regime Simples Nacional...... 51 52 50

Quadro 5 Composio da Alquota................................................................. 52 Quadro 6 Tributos Federais............................................................................ Quadro 7 Descrio de Faturamento em Reais 1 Trimestre LP.................. Quadro 8 Descrio de Faturamento 2 Trimestre Regime LP...................... Quadro 9 Descrio de Faturamento 3 Trimestre Regime LP...................... Quadro 10 Descrio de Faturamento 4 Trimestre Regime LP.................... Quadro 11 Apurao do IRPJ 1 Trimestre Lucro Real. Quadro 12 Apurao do IRPJ 2 Trimestre Lucro Real Quadro 13 Apurao do IRPJ 3 Trimestre Lucro Real Quadro 14 Apurao do IRPJ 4 Trimestre Lucro Real 55 57 57 58 58 60 60 61 61

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurdica COFINS Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social CPMF - Contribuio Provisria sobre Movimentao ou Transmisso de Valores e de Crditos e Direitos de Natureza Financeira CSLL Contribuio Social Sobre o Lucro Lquido CTN Cdigo Tributrio Nacional DACON - Demonstrativo de Apurao de Contribuies Sociais DARF - Documento de Arrecadao de Receitas Federais DCTF - Declarao de Dbitos e Crditos Tributrios Federais DFC Demonstrao de Fluxo de Caixa DIPJ - Declarao de Informaes Econmico-fiscais da Pessoa Jurdica DIRF - Declarao do Imposto de Renda Retido na Fonte DRE Demonstrao do Resultado do Exerccio EMBRATUR Empresa Brasileira de Turismo EPP Empresa de Pequeno Porte FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Servio IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica ICMS - Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios INSS - Instituto Nacional do Seguro Social IOF Imposto sobre Operaes Financeiras IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurdica

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IRRF - Imposto de Renda Pessoa Fsica ISS Imposto Sobre Servios LP - Lucro Presumido LR Lucro Real ME - Microempresa PAES Parcelamento Especial PAEX - Parcelamento Excepcional PER/DCOMP - Programa Gerador do Pedido Eletrnico de Restituio, Ressarcimento ou Reembolso e Declarao de Compensao PIS Programa de Integrao Social REDARF - Retificao de Darf REFIS - Programa de Recuperao Fiscal RIR/99 - Regulamento do Imposto de Renda SEBRAE - Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SINDETUR-SP - Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de So Paulo SN Simples Nacional SRF Secretaria da Receita Federal

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SUMRIO

INTRODUO.................................................................................................... 1 PLANEJAMENTO TRIBUTRIO....................................................................... 1.1Definio........................................................................................................... 1.2 Eliso eEvaso............................................................................................... 1.3 Elementos do Planejamento Tributrio...........................................................

15 18 18 19 20

1.4 Finalidades do Planejamento Tributrio.......................................................... 21 1.4.1 O Planejamento Tributrio como Obrigao dosGestores........................... 1.5 Como fazer o Planejamento Tributrio........................................................... 1.5.1 Ferramentas Utilizadas no Planejamento Tributrio.................................... 1.6 Planejamento Tributrio e as Agncias de Viagens eTurismo....................... 21 22 23 24

1.6.1 Definies de Agncias de Viagens e Turismo............................................ 24 1.6.2 Uma Abordagem as Agncias de Viagens e Turismo no Cenrio Econmico............................................................................................................ 2 IMPOSTO DE RENDA....................................................................................... 2.1 Conceito........................................................................................................... 26 28 28

2.2 Legislao do Imposto de Renda.................................................................... 28 2.2.1 Fato Gerador............................................................................................... 2.2.2 Formas de Tributao das Pessoas Jurdicas............................................. 2.2.3 Base de Clculo........................................................................................... 2.2.4 Perodo de Apurao................................................................................... 2.2.5 Alquotas...................................................................................................... 29 29 29 30 30

2.2.6 Adicional....................................................................................................... 30 2.3 Sistemas para Apurao do Lucro Tributvel das Pessoas Jurdicas............ 2.4 Lucro Presumido............................................................................................ 2.4.1 Alquota do IRPJ Presumido.................................................................... 2.4.2 Adicional do IRPJ......................................................................................... 2.4.3 Variao das Alquotas para o LP de acordo com as atividades empresariais.......................................................................................................... 2.4.4 Lucro presumido obrigatoriedade da escriturao contbil......................... 2.5 Lucro Real...................................................................................................... 33 34 35 31 31 32 33

XIV 14

2.5.1 Atividades das Pessoas Jurdicas que esto obrigadas ao regime de tributao com base no lucro real.......................................................................... 36

2.6 Lucro Arbitrado................................................................................................ 37 2.6.1 Tributao sobre o lucroarbitrado................................................................. 2.6.2 Receita BrutaConhecida.............................................................................. 37 38

2.7 Perodo de Apurao do Lucro Arbitrado........................................................ 39 3 UMA ABORDAGEM DO SIMPLES NACIONAL............................................... 3.1 Opo pelo Simples Nacional......................................................................... 3.2 Atividades que agora podem optar pelo Simples Nacional............................ 40 42 43

4 COMPARATIVOS E DEMONSTRATIVOS DOS SISTEMAS TRIBUTRIOS EM QUE AS AGENCIADORAS DE VIAGENS E TURSMO PODEM OPTAR................................................................................................................... 45 4.1 Particularidade daAtividade............................................................................ 45

4.2 Enquadramento............................................................................................... 46 4.2.1 Agenciadoras de Turismo e SimplesNacional............................................. 4.2.2 Simples Nacional X Lucro Presumido.......................................................... 4.3 Anlise e Demonstrativos.............................................................................. 4.4 Tributao com base nos regimes Lucro Presumido e Lucro Real.............. 4.5 Anlise do lucroPresumido............................................................................. 4.5.1 Base de Clculo........................................................................................... 4.5.2 Aplicao das Alquotas............................................................................... 4.5.2 1 Alquotas e tributos.................................................................................... 4.5.3 Adicional do IRPJ......................................................................................... 4.6 Demonstrativos............................................................................................... 47 48 49 54 55 55 55 55 56 56

4.6.1 Anlise de Dados LP................................................................................... 56 4.6.2 Anlise De Dados Lucro Real..................................................................... 4.6.3 A apurao pelo Lucro Real pode ser trimestral ou anual........................... 4.7 Comparativo Entre osRegimes....................................................................... 4.8 Apurao de Tributos...................................................................................... 4.9 REDARF para mudana de forma de tributao............................................ 59 59 61 63 64

CONSIDERAES FINAIS................................................................................... 65 REFERNCIAS...................................................................................................... 67 ANEXOS............................................................................................................... 71

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INTRODUO

de notrio conhecimento que a nvel tributao sobre as empresas e pessoas fsicas no Brasil alto, chegando a inviabilizar certos negcios. Empresas quebram com elevadas dvidas fiscais, e nem as recentes renegociaes, como REFIS, PAES e PAEX, que so programas de parcelamentos especiais para tributos federais, trouxeram alguma tranqilidade ao contribuinte. nesse contexto que o planejamento tributrio surge como necessidade bsica para todos os contribuintes, tanto pessoas jurdicas quanto fsicas. O planejamento tributrio um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento de tributos, entende-se ainda por este a escolha da melhor alternativa de tributao para a empresa, com vistas a minimizar o impacto dos tributos sobre a situao financeira, econmica e patrimonial. Se o contribuinte pretende diminuir os seus encargos tributrios, poder faz-lo legal ou ilegalmente. A maneira legal chama-se eliso fiscal ou economia legal (planejamento tributrio) e a forma ilegal denomina-se sonegao fiscal ou evaso. O Imposto de Renda para pessoas jurdicas fundamentado por uma legislao prpria federativa e muito complexa, o que exige dos profissionais envolvidos no processo de apurao do imposto uma constante atualizao, pois, este tributo aplicado a todas as firmas e sociedades, registradas ou no. As Pessoas Jurdicas, por opo ou por determinao legal, so tributadas por uma das seguintes formas: Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real ou Lucro Arbitrado, escolhendo a que melhor se adequar a sua atividade. Alm disso, considerando as concepes modernas de administrao empresarial, surge a necessidade de planejar o pagamento dos tributos, com vistas a uma menor incidncia tributria, desde que essa economia se fundamente em mecanismos lcitos e recomendados pelos valores que determinam a tributao. Assim, de fundamental importncia analisar os principais aspectos relativos apurao do Imposto de Renda Pessoa Jurdica, que determinar qual a regra do jogo relativa ao planejamento e analisar as principais decises judiciais e administrativas que envolvem as operaes de planejamento tributrio, enfatizando as empresas prestadoras de na rea de turismo com o objetivo

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precpuo de determinar parmetros seguros que conduziro a conduta do contribuinte, obedecendo sempre a Legislao do IRPJ. O presente trabalho encontra-se dividido em cinco partes, incluindo esta introduo. Na primeira parte, subdividiu-se o Planejamento Tributrio em subgrupos; o primeiro deles fez uma contextualizao da atual situao do pas quanto questo tributria. De posse dos conceitos de planejamento tributrio, dissertou-se sobre sua relevncia, aplicabilidade e finalidade. A prxima seo versa sobre o Imposto de Renda e tambm subdividida em agrupamentos menores; primeiramente, apresenta-se o conceito do imposto e o conceito dos sistemas de tributao disponveis na legislao do mesmo para, posteriormente, caracterizar ambos, utilizando-se meios dispostos no regulamento (RIR/99). A terceira parte faz uma breve abordagem ao Simples Nacional e sua aplicao as empresas nos quesitos: opo das empresas pelo regime e enquadramento. Por ltimo, foi elaborado um demonstrativo onde foi feito anlise e comparao entre todos os regimes tributrios Lucro Presumido, Lucro Real e Simples Nacional disponveis para o enquadramento de uma empresa prestadora de servios na rea de agncias de viagens e turismo utilizando-se tabelas e grficos com intuito de estabelecer essa diferena para fixar o entendimento do leitor. proposta do presente estudo, contribuir para uma melhor compreenso da definio de planejamento tributrio, bem como expor os conceitos de eliso fiscal e evaso fiscal. Aplicar o Planejamento tributrio uma empresa de

agenciamento de viagens e turismo e simular a apurao do IRPJ visando economia deste tributo. Tem como finalidade tambm, abordar o posicionamento da legislao tributria relacionada ao Imposto de Renda de Pessoas Jurdicas e explorar os sistemas tributrios existentes na legislao atravs de demonstrativos (quadros e grficos) simulando em todos eles a apurao do Imposto de Renda junto aos demais tributos federais. A presente pesquisa foi realizada atravs de metodologia bibliogrfica, documental, descritiva e estudo de caso. A metodologia bibliogrfica foi feita atravs de pesquisas em livros, artigos e textos, pelos quais obtive fontes de dados importantes para assim exercer o que est sendo abordado. A caracterstica da pesquisa se d atravs de entrevistas e informaes cedidas por algumas empresas da rea que se dispuseram a dar algumas

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informaes mesmo que de origem estatsticas mais que revelam as principais vantagens e desvantagens da atividade. Pois documental que a fonte de coleta de dados est restrita a documentos, escritos ou no, e dados estatsticos constituindo o que se denomina de fontes primrias, estas podem ser realizadas no momento em que o fato ou fenmeno ocorre, ou depois. Na anlise descritiva o ambiente natural a prpria fonte para a coleta de dados e o pesquisador o instrumento chave, onde tende a analisar os dados indutivamente. O estudo de caso desenvolveu-se com o objetivo de demostrar na prtica o regime de tributao mais utilizado pela maioria das empresas de agncia de viagens e turismo no muncipio de Fortaleza, e como feito o clculo para serem apurados os tributos federais inclusive o Imposto de renda partindo da opo por um dos regimes em questo neste trabalho.

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1 PLANEJAMENTO TRIBUTRIO 1.1 DefinioA evoluo tecnolgica e econmica vem exigindo cada vez mais de seus profissionais a minimizao dos custos e despesas o que ocasiona conseqentemente a maximizao dos lucros. Partindo deste propsito deve-se atentar governana corporativa que por sua vez vem causando mudanas na rotina e na gesto das organizaes. Atualmente o alvo dos empresrios a busca da melhoria na gesto tributria, pois a carga tributria no Brasil representa um significativo montante financeiro, o qual pode interferir diretamente no resultado econmico da empresa. O planejamento tributrio uma ferramenta que surge neste meio proporcionando dentro da esfera jurdica e econmica alternativas legais para a reduo dos gastos tributrios, assim viabilizando os benefcios oferecidos pela prpria forma de tributao escolhida pela empresa ou na qual se enquadra, objetivando melhores resultados. Para que possa se utilizar do Planejamento Tributrio importante enfatizar o conceito de tributo e seus elementos. O conceito de tributos pode ser encontrado no Cdigo Tributrio Nacional (CTN) que em seu art. 3 define:Art. 3 - Tributo toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito, instituda em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

De acordo com Fabretti (2003), um tributo caracterizado pelos seguintes elementos: Fato Gerador, Contribuinte ou Responsvel e a Base de Clculo. Para que venha a existir uma obrigao tributria, preciso que exista um vnculo jurdico entre um credor (Sujeito Ativo) e um devedor (Sujeito Passivo), pelo qual o Estado, com base na legislao tributria, possa exigir uma prestao tributria positiva ou negativa. Visto o conceito de tributos, podemos entender melhor, o que um Planejamento Tributrio que, segundo Fabretti (2006, p.32), : O estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realizao do fato administrativo, pesquisando-

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se seus efeitos jurdicos e econmicos e as alternativas legais menos onerosas, denomina-se Planejamento Tributrio, que exige antes de tudo, bom senso do planejador. Planejamento tributrio jamais deve ser confundido com sonegao fiscal. Planejar escolher, entre duas ou mais opes lcitas, aquela que possa dar melhores resultados para a empresa. Enquanto sonegar, utilizar-se de meios ilegais para deixar de recolher um tributo que devido, assim como a fraude, a simulao ou a dissimulao, sendo o uso destas considerado como omisso dolosa tendente a impedir ou retardar o conhecimento do fato gerador da obrigao fiscal, da autoridade fazendria.

1.2 Eliso e EvasoEliso e evaso fiscal so duas formas de evitar o pagamento de tributos. A evaso fiscal o uso de meios ilcitos para evitar o pagamento de taxas, impostos e outros tributos. Entre os mtodos usados para evadir tributos esto a omisso de informaes, as falsas declaraes e a produo de documentos que contenham informaes falsas ou distorcidas, como a contratao de notas fiscais, faturas, duplicatas etc. A evaso fiscal caracterizada pelas seguintes prticas: Sonegao: ocultao (de rendimentos na declarao de imposto de renda, verbi gratia) que leva ao pagamento de um tributo a menor. Fraude: do latim fraudis (m-f, engano), corresponde a atos tais como adulterao ou falsificao de documentos, atravs dos quais o contribuinte furta-se ao pagamento de tributo devido por lei. Simulao: pode ser absoluta (fingir-se o que no existe) ou relativa (dissimulao: sob o ato ou negcio praticado jaz outro negcio, oculto, que corresponde a real vontade das partes). J a eliso fiscal configura-se num planejamento que utiliza mtodos legais para diminuir o peso da carga tributria num determinado oramento. Respeitando o ordenamento jurdico, o administrador faz escolhas prvias (antes dos eventos que sofrero agravo fiscal) que permitem minorar o impacto tributrio nos gastos do ente administrado.

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Como obrigao de pagar o tributo ex lege, o crdito tributrio a favor do municpio, estado ou Unio surge to somente com a ocorrncia do fato gerador. Desse modo, caso se evite a realizao do fato previsto na norma jurdica, no haver como tributar o contribuinte, pois este no ter praticado o ato que a lei qualifica como gerador de dever de pagar tributo. Coelho (1998, p.175) define da seguinte forma a utilizao dos termos Eliso e Evaso fiscal:Tanto na evaso comissiva ilcita como na fiscal existe uma ao do contribuinte, intencional, com o objetivo de no pagar ou pagar o tributo a menor. As diferencia: (a) a natureza dos meios empregados. Na evaso ilcita os meio so sempre ilcitos (haver fraude ou simulao de fato, documento ou ato jurdico. Quando mais de um agente participar dar-se- o conluio. Na eliso os meios sempre so lcitos porque usados pelo legislador; (b) tambm o momento da utilizao desses meios. Na evaso ilcita a distoro da realidade ocorre no momento em que ocorreu o fato jurgeno-tributrio (fato gerador) ou aps sua ocorrncia. Na eliso, a utilizao dos meios ocorre antes da realizao do fato jurgeno-tributrio ...

Assim, se o ato destinado a evitar, reduzir ou retardar o pagamento do tributo foi praticado antes da ocorrncia do fato gerador do tributo, caracteriza-se a eliso. Entretanto, se o ato se deu posteriormente, d-se a evaso, ou seja, o aproveitamento do planejamento tributrio, para ser lcito, deve contar sempre, segundo essa distino, com o elemento temporal, ou seja, deve ocorrer antes do surgimento da obrigao tributria.

1.3 Elementos do Planejamento TributrioOs elementos do Planejamento tributrio so encontrados dentro da prpria legislao, atravs do sistema de tributao que a empresa esta inserida. Compreende os elementos do prprio tributo a ser cobrado, utilizando de tcnicas administrativas (planejamento) e contbeis (demonstrativos) para que possam ser feitos oramentos relativos a rea fiscal da organizao, com a finalidade de obter atravs de meios legais ou incentivos fiscais a reduo da carga tributria.

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1.4 Finalidades do Planejamento TributrioPara Amaral (2002), so trs as finalidades do planejamento tributrio:

Evitar a incidncia do tributo, tomando-se providncias com o fim de desviar-se do seu fato gerador; Reduzir o montante do tributo, buscando-se meio de se reduzir a alquota ou sua base de clculo; Retardar o pagamento do tributo, adotando-se medidas que tm este fim, sem a ocorrncia da multa.

A operacionalizao da economia legal de tributos, ainda segundo Amaral (2002), pode se dar em trs esferas:No mbito da prpria empresa, atravs de medidas gerenciais que possibilitem a no ocorrncia do fato gerador do tributo, que diminua o montante devido ou que adie o seu vencimento; No mbito da esfera administrativa que arrecada o tributo, buscando a utilizao dos meios previstos em lei que lhe garantam uma diminuio legal do nus tributrio; e No mbito do Poder Judicirio, atravs da adoo de medidas judiciais, com o fim de suspender o pagamento, diminuio da base de clculo ou alquota e contestao quanto legalidade da cobrana.

A finalidade do Planejamento Tributrio oferecer um conjunto de alternativas viveis para o pagamento de impostos, o que possibilita boa economia fiscal ou mesmo a reduo de tributos, utilizando mtodos e procedimentos tcnicos que permitem o estudo personalizado e minucioso dos diversos setores e atividades empresariais.

1.4.1 O planejamento tributrio como obrigao dos gestoresA Lei 6.404/76 (Lei das S/A) prev a obrigatoriedade do planejamento tributrio, por parte dos administradores de qualquer companhia, pela interpretao do artigo 153: O administrador da companhia deve empregar, no exerccio de suas funes, o cuidado e a diligncia que todo homem ativo e probo costuma empregar na administrao dos seus prprios negcios.

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De acordo com ANTONIO (2003, p.194):

... Antes de ser um direito, uma faculdade, o PLANEJAMENTO FISCAL obrigatrio para todo bom administrador. Desta forma, no Brasil, tem ocorrido uma "exploso" do Planejamento Tributrio como prtica das organizaes. No futuro, a omisso desta prtica ir provocar, o descrdito daqueles administradores omissos. Atualmente, no existe registro de nenhuma causa ou ao, proposta por acionista ou debenturista com participao nos lucros, neste sentido.Mas, no futuro, a inatividade nesta rea poder provocar ao de perdas e danos por parte dos acionistas prejudicados pela omisso do administrador em perseguir o menor nus tributrio...

O planejamento tributrio uma atividade empresarial estritamente preventiva, que analisa os tributos visando identificar e projetar os atos e fatos tributveis e seus efeitos, comparando-se os resultados provveis, para os diversos procedimentos possveis, de tal forma a possibilitar a escolha da alternativa menos onerosa, para que seja possvel se organizar desta forma os gestores e administradores precisam estar preparados, informados e includos dentro de uma esfera jurdica que possibilite as alternativas na forma de Lei, para que possam utilizar-se das ferramentas do planejamento tributrio sem que pra isso ocorram atos praticados com violao a lei.

1.5 Como fazer o Planejamento Tributrio

Segundo Chaves em Planejamento Tributrio na Prtica (2009):O planejamento tributrio o processo de escolha de ao , no simulada, anterior a ocorrncia do fato gerador, visando direta ou indiretamente economia de tributos. Fazer o planejamento tributrio no apenas um direito garantido na Constituio Federal, mas tambm um dever legal determinado pelo artigo 153 da Lei n 6.404/76.

Chaves ainda relata que, quando o contribuinte identificar uma situao que possa reduzir seus custos com tributos, o legislador poder modificar a lei e eliminar possibilidades por meio de Decreto lei. O planejamento tributrio dever ser iniciado com reviso fiscal, onde o profissional deve aplicar os seguintes procedimentos:

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1. Fazer o levantamento histrico da empresa, identificando a origem de todas as transaes efetuadas, e escolher a ao menos onerosa para os fatos futuros; 2. Verificar a ocorrncia de todos os fatos geradores dos tributos pagos e analisar se houver cobrana indevida ou recolhimento maior; 3. Verificar se houver ao fiscal sobre fatos geradores decados, pois os crditos constitudos aps cinco anos so indevidos; 4. Analisar, anualmente, qual a melhor forma de tributao do Imposto de Renda e da contribuio sobre o lucro, calculando de que forma (simples, real ou presumido) a empresa pagar menos tributo; 5. Levantar o montante dos tributos pagos nos ltimos dez anos, para identificar se existe crditos fiscais no aproveitados pela empresa; 6. Analisar os casos de incentivos fiscais existentes, tais como isenes, reduo de alquotas etc.; 7. Analisar qual a melhor forma de aproveitamento dos crditos existentes (compensao ou restituio). Lembrando que outros procedimentos podem se adotados pelo profissional do planejamento do trabalho, quando surgir necessidade de utilizar outros que sejam considerados importantes.

1.5.1 Ferramentas Utilizadas para o Planejamento TributrioO planejamento uma ferramenta tcnica que se prope a avaliar situaes de forma sistemtica (de maneira continua e dinmica) com propsito de elaborar estrutura organizada para todo processo. O mesmo aplicvel para empresas de diversos portes e segmentos que buscam analisar toda a sua estrutura fiscal e encontrar oportunidades ampliar seu negcio, ou seja, partindo da reduo de tributos em decorrncia de reestruturaes operacionais e societrias ou pelo levantamento de crditos tributrios. Para isso, necessrio basear-se em elementos que estruturam a obrigao tributria e a operacionalizao do tributo. So eles: 1. Legislao Tributria (Constituio, CTN etc.) 2. Documento Contbil da Empresa 3. Livros contbeis e fiscais

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4. Guias de recolhimento e Declaraes de Rendimentos, DACON, DCTF e PER/DCOMP e outras declaraes que so obrigatrias prprias de cada contribuinte. Assim o planejamento tributrio exige uma soma de conhecimentos, tais como o contbil e o jurdico. Contbil porque, alm da intimidade com a legislao fiscal, o profissional consegue com mais facilidade identificar no processo operacional da empresa os fatos geradores de tributos. Enquanto o advogado, com seu conhecimento jurdico, conseguem identificar na legislao tributria as oportunidades de reduo da carga tributria.

1.6 O Planejamento Tributrio e as Agncias de Viagens e TurismoO Planejamento tributrio para as empresas de agncias de viagens e turismo no difere das demais atividades, o que requer organizao administrativa e contbil, planejamento fiscal e conhecimento da legislao vigente.

1.6.1 Definies de Agncias de Viagens e TurismoAs agncias de turismo so organizaes que tm a finalidade de comercializar produtos tursticos. Elas orientam as pessoas que desejam viajar, estudam as melhores condies tanto em nvel operacional quanto financeiro, e assessoram os clientes acerca da definio dos itinerrios. (PETROCCI e BONA, 2003, p. 54). Essas empresas so constitudas com o objetivo de realizar negcios neste amplo setor social e econmico que o turismo, e que tem como objetivo, proporcionar um atendimento personalizado, e preos acessveis objetivando oferecer condies aos consumidores em conjunto com as Companhias Areas, Operadoras de Viagens, Locadoras de Automveis e Hotis . Segundo Bona (2003), A agncia de Turismo desempenha ento, uma funo de assessoria ao pblico, pois pesquisa, filtra e classifica as informaes, cumprindo papis de facilitadora para a populao em geral e intermediria entre empresas tursticas e consumidores. Baseando-se nesta definio, podemos entender que se trata de uma empresa privada que trabalha como intermediria entre seus clientes e

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determinados prestadores de servios tursticos (empresas areas, hotis, cruzeiros), com o objetivo de vender produtos e servios relacionados viagens a um preo e com determinadas condies especialmente atrativas em relao s que se poderiam conseguir ao dirigir-se diretamente a esses provedores. As agncias de viagens e turismo segundo as normas exercem outras atividades relativas ou pertinentes sua atividade principal. Conforme consta no site da EMBRATUR - rgo fiscalizador, as caractersticas de operao, dividem-se em:

Agncias Vendedoras: Atuam como intermedirias, mediadoras entre prestadores de servios de turismo e os clientes (pessoas fsicas ou jurdicas);

Agncias Operadoras Tursticas: Criam produtos a partir de servios oferecidos pelos prestadores de servios tursticos, nos padres do inclusive tour (IT), ou seja, tudo includo, parte area e parte terrestre (translados, passeios, visitas tcnicas, city tours etc.). So as que concebem os denominados pacotes tursticos ou excurses;

Agncias Operadoras de Turismo Receptivo: prestam servios locais aos clientes das operadoras, realizando em sua cidade ou regio os servios includos na programao de um turista ou de um grupo de turistas;

Agncias de Representao: Agem como representantes locais de outras prestadoras de servios tursticos empresas areas, hotis, pousadas, locadoras de veculos e etc.

Agncias Consolidadoras de Bilhetes Areos: Intermediam passagens areas domsticas e internacionais de empresas areas, mediante acordos bilaterais-comerciais, a todas as agncias de turismo interessadas eu no possui filiao perante o SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aerovirias) ou IATA (International Air Transporte Association) . Esse tipo de agncia feqentemente

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confundido com GSAs - General Sales Agent (Agente Geral de Vendas), ou seja, representante legal de direito e de fato de uma empresa area nacional ou estrangeira.

1.6.2 Uma Abordagem as Agncias de Viagens e Turismo no Cenrio EconmicoUma das atividades mais exploradas mundialmente esta relacionada rea de turismo, pois so grandes os atrativos que levam aos empresrios ou empreendedores a investirem nessa rea. O Brasil no fica atrs desta viso, visto que o turismo no pas uma atividade econmica importante em vrias de suas regies, com 5,2 milhes de visitantes estrangeiros computados somente em 2008, dados fornecidos pelo IBGE. O grande nmero de cidades litorneas com belas praias contribui para o desenvolvimento do turismo. Muitos estados investem na construo de parques aquticos, complexos hoteleiros e plos de ecoturismo o que requerem grandes investimentos, o Cear est incluso neste cenrio, pois este estado recebe todos os anos milhares de turistas de diversos estados brasileiros e de varias partes do mundo. A quantidade de empresas de natureza turstica operando no mercado, agrupadas em hotis, agncias de viagens, alimentos e bebidas, entretenimento e lazer, eventos, transportes etc., elevam ainda mais as dimenses desse segmento da economia, que acabam por atingir outros que atuam no fornecimento de bens e servios necessrios ao funcionamento daqueles, tornando-se o turismo um grande multiplicador de renda e empregos alm de excelente arrecadador de impostos e divisas para o pas. Este crescimento, no entanto, favorece o desenvolvimento de empresas na rea de prestao de servios deste setor, caracterizada pela intangibilidade e inseparabilidade (produzido e utilizado ao mesmo tempo) que no resulta na posse de um bem, mas que se incluem, na realizao de trabalho oferecido ou contratado por terceiros (comunidade ou empresa), incluindo assessorias, consultorias e cooperao interristitucional, que por sua vez possam dar suporte a outras empresas que exploram esta atividade comercialmente.

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Como pessoas jurdicas estas organizaes prestadoras de servios tambm sofrem com a carga tributria elevada, pois para sua operacionalizao geram em contrapartida obrigaes tributrias com IR, ISS, ICMS, CSLL, PIS, COFINS dentre outros impostos que so fundamentais para sua atividade. Por se tratar de empresas de pequeno e mdio porte o governo muitas vezes no favorece as empresas de prestao de servios na rea de agenciamento de viagens e turismo atravs de incentivos fiscais, geralmente os beneficiados so empreendimentos de maior porte, tais como: hotis, pousadas, flats, spas, motis, dormitrios, hospedarias e albergues. A contabilidade, como no poderia deixar de ser, uma ferramenta fundamental para a administrao e controle nas empresas de qualquer organizao por menor que seja. Atravs dela que chegamos aos registros capazes de suprir as necessidades da gerncia e os interesses de outros usurios externos. O contador o profissional que rene condies de auxiliar em todas as estruturas administrativas de uma empresa, tanto nos aspectos da gesto, como nos normativos da legislao fiscal e tributria. O planejamento tributrio no caso dessa atividade ajudaria essas entidades a terem maior controle econmico, financeiro e fiscal, traando estratgias e metas e avaliando a legislao incidente e a opo pelo regime de tributao que possivelmente acarretar menor gasto com tributos federais. Levando em considerao que a Legislao tem trazido grandes inovaes para empresas que atuam no ramo de prestao de servios de modo geral. Depois do estudo acerca do Planejamento Tributrio, chegado o momento de passar anlise de um tributo rico em detalhes e presente em toda atividade empresarial, independentemente, da sua denominao ou forma de disposio do capital social: o Imposto de Renda da Pessoa jurdica - IRPJ. A base de clculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de ocorrncia do fato gerador, o lucro real, presumido ou arbitrado, correspondente ao perodo de apurao, tudo de acordo com a forma de tributao (simples; lucro presumido; lucro real; lucro arbitrado) determinada legalmente (ou escolhida pelo contribuinte).

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2. IMPOSTO DE RENDA 2.1. ConceitoConforme o Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) O Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (tambm conhecido simplesmente por IR) o tributo que incide sobre o produto do capital e/ou do trabalho das pessoas. Seu fato gerador, ou seja, o motivo que gera sua ocorrncia a aquisio da disponibilidade econmica ou jurdica da renda. Isso significa na prtica, que ele recai sobre seus rendimentos e/ou, como prprio nome diz, proventos de qualquer natureza, do salrio herana. O universo de contribuintes do imposto de renda, no se limita apenas funcionrios de empresas com carteira assinada (CLT). Se voc profissional autnomo ou possui quaisquer outros rendimentos tributveis (como, por exemplo, renda de aluguel de imveis), tambm contribuinte e deve, na maioria dos casos, pagar o IR.

2.2 Legislao do Imposto de Renda

Segundo a Legislao do Imposto de Renda, so contribuintes deste Pessoa Jurdica (IRPJ): I as pessoas jurdicas: So entidades em que a Lei empresta personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigaes. No possuem realidade fsica, e podem ser divididas em pessoas jurdicas do direito pblico ou privado. II as empresas individuais : aquela que tem por objeto social o exerccio de atividade prpria de Empresrio (atividade com fins lucrativos), conhecida tambm como firmas individuais por no possurem scios,ou seja, tem apenas um titular ou proprietrio. As disposies tributrias do IR aplicam-se a todas as firmas e sociedades, registradas ou no.

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As entidades submetidas aos regimes de liquidao extrajudicial e de falncia sujeitam-se s normas de incidncia do imposto aplicveis s pessoas jurdicas, em relao s operaes praticadas durante o perodo em que perdurarem os procedimentos para a realizao de seu ativo e o pagamento do passivo (Lei 9.430/96, art. 60). As empresas pblicas e as sociedades de economia mista, bem como suas subsidirias, so contribuintes nas mesmas condies das demais pessoas jurdicas (Constituio Federal, art. 173 1).

2.2.1 Fato GeradorO fato gerador do Imposto de Renda, conforme o Cdigo Tributrio Nacional (CTN), a aquisio da disponibilidade econmica ou jurdica de renda. De Renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinao de ambos; de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acrscimos patrimoniais.

2.2.2 Formas de Tributao das Pessoas JurdicasA escolha do regime tributrio e seu enquadramento que iro definir a incidncia e a base de clculo dos impostos federais. No Brasil so quatro tipos de regimes mais utilizados nas empresas, nos quais estas podem se enquadrar de acordo com as atividades desenvolvidas: a) Simples Nacional; b) Lucro Presumido; c) Lucro Real e d) Lucro Arbitrado. Convm ressaltar que cada regime tributrio possui uma legislao prpria que define todos os procedimentos a serem seguidos pela empresa, a fim de definir o enquadramento mais adequado.

2.2.3 Base de ClculoComo regra geral integra a base de clculo todos os ganhos e rendimentos de capital, qualquer que seja a denominao que lhes seja dada, independentemente da natureza, da espcie ou da existncia de ttulo ou contrato

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escrito, bastando que decorram de ato ou negcio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma especfica de incidncia do imposto.

2.2.4 Perodo de ApuraoO imposto ser determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por perodos de apurao trimestrais, encerrados nos dias 31 de maro, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendrio. opo do contribuinte, o lucro real tambm pode ser apurado por perodo anual. Nos casos de incorporao, fuso ou ciso, a apurao da base de clculo e do imposto devido ser efetuada na data do evento. Na extino da pessoa jurdica, pelo encerramento da liquidao, a apurao da base de clculo e do imposto devido ser efetuada na data desse evento.

2.2.5 AlquotasA pessoa jurdica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagar o imposto alquota de 15% (quinze por cento) sobre o lucro real, apurado de conformidade com o Regulamento. O disposto neste item aplica-se, inclusive, pessoa jurdica que explore atividade rural.

2.2.6 AdicionalA parcela do lucro real que exceder ao valor resultante da multiplicao de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo nmero de meses do respectivo perodo de apurao, se sujeita incidncia de adicional de imposto alquota de 10% (dez por cento). O adicional aplica-se, inclusive, nos casos de incorporao, fuso ou ciso e de extino da pessoa jurdica pelo encerramento da liquidao. O disposto neste item aplica-se, igualmente, pessoa jurdica que explore atividade rural. O adicional de que trata este item ser pago juntamente com o imposto de renda apurado pela aplicao da alquota geral de 15%.

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2.3 Sistemas para Apurao do Lucro Tributvel das Pessoas JurdicasDentre os sistemas adotados pelas pessoas jurdicas para apurao do lucro tributvel est o sistema denominado de lucro real, onde todo acrscimo de patrimnio de uma empresa em determinado perodo de tempo tributado. Tambm encontramos o sistema de lucro presumido, onde o valor a ser tributado ser determinado atravs da aplicao de algumas alquotas previstas em lei sobre a receita bruta das pessoas jurdicas. Finalmente, temos o sistema de lucro arbitrado, onde a autoridade administrativa rejeita o balano feito pela empresa e utiliza sua receita bruta anual como base para calcular o imposto.

2.4 Lucro PresumidoPodemos definir o lucro presumido como sendo uma forma de tributao simplificada, que visa determinar a base de clculo do Imposto de Renda das empresas. Esse sistema pode ser utilizado por todas as pessoas jurdicas que no estiverem obrigadas apurao atravs do lucro real. Segundo Fabretti (2005), podem optar pela tributao com base no Lucro Presumido as pessoas jurdicas, no obrigadas a apurao no Lucro Real (art. 14 da Lei n 9718/98), cuja a receita bruta total, no ano-calendrio anterior tenha sido igual ou inferior a R$: 48.000.000,00 (quarenta e oito milhes), ou o limite proporcional de R$: 4.000.000,00 multiplicados pelo nmero de meses de atividades no ano, se inferior a 12 (art. 14 da Lei n 9.718/1998). Podem tambm optar pela tributao com base no Lucro Presumido as pessoas jurdicas que iniciarem atividades ou que resultarem de incorporao, fuso ou ciso, desde que no estejam obrigadas tributao pelo Lucro Real (Manual de Instrues da DIPJ/2004). De acordo com o RIR a partir de 1999, todas as empresas cuja receita bruta total auferida no ano-calendrio, tenha sido igual ou inferior a R$ 24.000.000,00 (vinte e quatro milhes de reais) podem optar pelo sistema de tributao atravs do lucro presumido.

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No regime do lucro presumido, a apurao do imposto ser feita trimestralmente, por perodos encerrados em 31 de maro, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendrio (RIR/1999, art. 516, 5). A opo pela tributao com base no lucro presumido ser manifestada por ocasio do pagamento da 1 quota ou quota nica do imposto devido no 1 trimestre do ano-calendrio, vencvel no ltimo dia til de abril (RIR/1999, art. 516, 4, e art. 856). Ser considerada formalizada a opo mediante a indicao, no campo 04 do Darf, do cdigo de receita prprio do imposto apurado no regime do lucro presumido (2089). 1 A pessoa jurdica que iniciar atividade a partir do 2 trimestre manifestar a opo pelo lucro presumido com o pagamento da 1 quota ou quota nica do imposto devido no trimestre do incio de atividade (RIR/1999, art. 517). Desde o ano-calendrio de 1999, a opo pela tributao com base no lucro presumido passou a ser definitiva em relao a todo o ano-calendrio, ou seja, depois de iniciado o pagamento do imposto com base no lucro presumido, no ser mais admitida a mudana para o regime do lucro real, em bruta mensal auferida com as atividades de:

2.4.1 Alquota do IRPJ - PresumidoA expresso Lucro Presumido representa uma modalidade de apurao de apenas dois tributos: Imposto de Renda Pessoa Jurdica (IRPJ) e Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL), pagos trimestralmente. As alquotas dos tributos so aplicadas sobre um lucro que se presume, que constitui a base de clculo do IRPJ e da CSLL. Para as empresas de prestao de servios, de modo geral, a base de clculo do Lucro Presumido de 32% do faturamento mensal. Tais alquotas so aplicveis sobre a base de clculo presumida de 32%.

1

DARF a sigla de Documento de Arrecadao de Receitas Federais, um documento do Ministrio da Fazenda e da Secretaria da Receita Federal brasileiros. o boleto utilizado para pagamento de tributos administrados pela Receita Federal do Brasil.(Disponvel em: www.receita.fazenda.gov.br Acessado em: 02/04/2010).

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Essas alquotas so: IRPJ: 15% para faturamento trimestral at R$ 187.500,00; IRPJ: 25% sobre a parcela do faturamento trimestral superior a R$ 187.500,00; CSLL: 9% sobre qualquer valor de faturamento.

2.4.2 Adicional do IRPJ

Sobre a parcela do lucro bruto presumido trimestral que exceder a R$ 60.000,00 dever ser aplicada alquota de 10% a ttulo adicional do IRPJ, ou, no caso de inicio de atividades, ao limite correspondente multiplicao de R$ 20.000,00 pelo nmero de meses do perodo de apurao.

2.4.3 Variao das Alquotas para o LP de acordo com as atividades empresariaisA parcela do lucro presumido calculado sobre a receita bruta ser determinada atravs da aplicao de algumas alquotas previstas em lei, por parte da administrao fazendria, tendo seus valores assim fixados: a) alquota de 1,6% sobre a receita bruta mensal auferida na revenda de combustveis derivados do petrleo, gs natural e lcool etlico; b) alquota de 8% sobre a receita bruta proveniente da venda de produtos de fabricao prpria, venda de produtos adquiridos para revenda, industrializao de produtos, atividade rural, prestao de servios hospitalares, transporte de cargas e outras atividades que no se caracterizem como prestao de servios; c) alquota de 16% sobre a recita bruta mensal para as empresas prestadoras de servio de transporte e as prestadoras de servio em geral para pessoas jurdicas com receita bruta anual de at R$ 120.000,00; d) alquota de 32% sobre a receita bruta auferida com as atividades de: I - prestao de servios que exijam habilitao profissional legalmente II - intermediao de negcios;

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III - construo por administrao ou por empreitada; IV - servios de assessoria creditcia, factoring, etc; V - prestao de qualquer outro servio no mencionada anteriormente; Algumas observaes devem ser feitas. A primeira delas, e talvez a mais importante, que enseja certo desconforto entre os contribuintes, a impossibilidade de deduzir da base de clculo dos tributos devidos as despesas e os custos contrados pela empresa. Significa dizer que os tributos federais dispostos linhas acima sero calculados com base nos percentuais presumidos impostos pela legislao, independentemente da empresa ter auferido receita suficiente para cobrir o seu custo e as suas despesas. A segunda observao, por conseqente, permite-nos concluir que, sendo inexpressivo o custo e as despesas, ser o regime do lucro presumido de apurao a melhor opo para a empresa.

2.4.4 Lucro presumido obrigatoriedade da escriturao contbilA pessoa jurdica com base no lucro presumido dever: a) manter escriturao contbil nos termos da legislao comercial. Para efeitos fiscais, dispensvel a estruturao quando a pessoa jurdica manter Livro caixa, devidamente escriturado, contendo, toda a movimentao financeira, inclusive bancria; b) escriturar o Livro de registro de Inventrio, no qual devero constar registrados os estoques existentes no trmino do ano-calendrio abrangido por esse regime de tributao; c) manter em boa guarda e ordem, enquanto no decorrido o prazo decadencial e prescrito eventuais aes que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escriturao obrigatrios determinados pela legislao fiscal especfica, bem assim os documentos e demais papis que servirem de base para escriturao comercial e fiscal (Decreto-Lei n 486, de 1969, art 4);

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2.5 Lucro RealDiferentemente do anterior, o regime ora em debate prioriza o resultado (lucro ou prejuzo) do perodo de apurao, ajustado pelas adies, excluses ou compensaes prescritas na legislao do imposto de renda. De acordo com o RIR/99 O art. 247 do Regulamento do Imposto de Renda, Decreto-Lei n. 3000-99, define Lucro Real como:O lucro lquido do perodo de apurao ajustado pelas adies, excluses ou compensaes prescritas ou autorizadas por este Decreto (Decreto-Lei n. 1.598, de 1977, art. 6). 1 A determinao do Lucro Real ser precedida da apurao do lucro lquido de cada perodo de apurao com observncia das disposies das leis comerciais (Lei n. 8.981, de 1995, art. 37, 1).

Entende-se ainda por Lucro Real a base de clculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros contbeis e fiscais efetuados sistematicamente de acordo com as leis comerciais e fiscais. S (1994, p. 30), com a maestria que lhe peculiar, leciona que o lucro real o lucro verdadeiro. Lucro que serve de base para ser tributado . O lucro real pode ser definido como sendo o acrscimo patrimonial de uma empresa em determinado perodo de tempo. a base de clculo do imposto de renda das pessoas jurdicas que utilizam esse sistema de tributao, onde o montante a ser tributado apurado segundo registros contbeis e fiscais efetuados sistematicamente. Esto obrigadas ao regime de tributao com base no lucro real as pessoas jurdicas cuja receita total, em cada ano-calendrio seja superior a R$ 24.000.000,00 (vinte e quatro milhes de reais), ou de R$ 2.000.000,00 (dois milhes de reais),multiplicado pelo nmero de meses do perodo, quando este for inferior a doze meses.

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2.5.1 Atividades das Pessoas Jurdicas que esto obrigadas ao regime de tributao com base no lucro realLucro Real o lucro lquido do perodo, apurado com observncia das normas das legislaes comercial e societria, ajustado pelas adies, excluses ou compensaes prescritas pela legislao do Imposto de Renda. (SILVA, 2006, P.01). Esto obrigadas a optar pela tributao baseadas no Lucro Real as pessoas jurdicas que estiverem enquadradas nas seguintes condies: I Que tenha receita total, no ano calendrio anterior, superior a R$ 48.000,00, ou proporcional ao nmero de messes do perodo, quando inferior a 12 meses; II cujas atividades sejam de instituies financeiras ou equiparadas; III que tiveram lucros, rendimentos ou ganhos de capitais oriundos do exterior; IV que autorizadas pela legislao tributria, usufruam benefcios fiscal relativos iseno ou reduo do imposto; V- que no decorrer do ano-calendrio, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, inclusive mediante balano ou balancete de suspenso ou reduo de imposto; VI cuja seja factoring. Para as demais pessoas jurdicas, a tributao pelo lucro real uma opo. Os impostos federais incidentes nas empresas optantes pelo lucro real so o PIS, a COFINS, o IRPJ e a CSLL, sendo os dois primeiro a apurados mensalmente sobre o faturamento e os dois ltimos anualmente ou trimestralmente, tendo como base o lucro lquido contbil, ajustado pelas adies, excluses e compensaes permitidas ou autorizadas pelo Regulamento do Imposto de Renda. Deve-se salientar que o lucro apurado no balano a base de clculo utilizada pelo imposto de renda das pessoas jurdicas, salvo as empresas

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enquadradas na Lei n. 9.317/96, por se tratar de microempresas e optarem pelo sistema chamado SIMPLES.2

2.6 Lucro ArbitradoAs Pessoas Jurdicas que no conseguirem atender s condies exigidas para serem optantes pelos sistemas de tributao pelo Lucro Real, Lucro Presumido ou pelo Simples, so obrigadas a utilizar o sistema de tributao pelo Lucro Arbitrado. O lucro arbitrado pode ser considerado um mtodo alternativo de calcular o valor devido a titulo de imposto de renda. Nesse sistema, a autoridade administrativa rejeita o balano feito pela empresa e utiliza sua receita bruta anual como base para calcular o imposto. Uma porcentagem fixada por lei, deve ser aplicada sobre a receita bruta de acordo com o ramo de atuao econmica do contribuinte. De acordo com Machado (2003, p 39. ):No sendo conhecida a receita bruta, a autoridade poder arbitrar o lucro com base no valor do ativo, do capital social, do patrimnio lquido, da folha de pagamento dos empregados, das compras, do aluguel das instalaes ou do lucro auferido pelo contribuinte em perodos anteriores.

O lucro arbitrado, ainda que conhecida a receita bruta, no uma opo pura e simples do contribuinte como ocorre com a opo pelo lucro presumido. Alm de ter receita bruta conhecida, indispensvel a ocorrncia de fora maior como no manter escriturao contbil na forma da lei ou esta ser imprestvel

2.6.1 Tributao sobre o lucro arbitrado

As pessoas jurdicas que optarem pelo pagamento do Imposto de Renda com base no lucro arbitrado dever apurar o Imposto de Renda e a Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL), trimestralmente.

2

A lei n 9.317/96, dispe sobre o regime tributrio das microempresas e das empresas de pequeno porte, institui o Sistema Integra do de Pagamento de Impostos e Contribuies das Microempresas e das Empresas de pequeno Porte SIMPLES.

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Tais empresas devem considerar as receitas, para determinao da base de clculo do imposto e da contribuio social, pelo regime de competncia. A tributao pelo lucro arbitrado pode ocorrer por opo do contribuinte ou de ofcio, observada a legislao de regncia. Ocorrer sempre que o contribuinte se encontre nas seguintes situaes: a) quando o prprio contribuinte faz a opo por este sistema de tributao; b) o contribuinte sujeito tributao com base no lucro real no dispe de escriturao contbil nas formas exigidas pelas leis fiscais e comerciais; c) o contribuinte deixa de cumprir as obrigaes acessrias relativas a sua determinao; d) recusa-se a apresentar livros ou documentos de sua escriturao quando solicitado; e) sua contabilidade contm vcios, erros ou deficincias que a tornam ineficaz para determinar com exatido o lucro real ou presumido; f) quando o representante de pessoa jurdica estrangeira deixa de apurar separadamente os lucros relativos a este e ao comitente (representado); Se alguma empresa se encontrar em alguma dessas situaes, seu lucro ser apurado mediante o sistema de lucro arbitrado, onde o fisco lana o valor do imposto com base na sua receita bruta. Isso no quer dizer que o contribuinte sofrer um lanamento por parte do fisco do valor relativo a esse clculo, ele pode, antes de terminada a fase do lanamento administrativo ou mesmo aps o lanamento, isto j na esfera judicial, demonstrar, atravs da apresentao de seu balano, o lucro real de sua empresa e utiliz-lo como base de clculo do seu imposto de renda.

2.6.2 Receita Bruta ConhecidaA partir do perodo-base iniciado em 01-01-95, ao arts. 48 a 55 da Lei 8.981, de 20-01-95, regulam inteiramente a matria sobre o lucro arbitrado. O art. 48 fixou vrios percentuais aplicveis sobre a receita bruta conhecida para determinao do lucro arbitrado, conforme a atividade da pessoa jurdica. Esses percentuais aplicveis sobre a receita bruta conhecida para determinao do lucro arbitrado, conforme a atividade da pessoa jurdica. Esses percentuais s vigoram

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durante o ano de 1995 porque a partir de 01-01-96 vigora o art. 16 da Lei n 9.249, de 26-12-95 onde dispe:Art. 16. O lucro arbitrado das pessoas jurdicas ser determinado mediante aplicao, sobre a receita bruta, quando conhecida, dos percentuais fixados no art. 15, acrescidos de vinte por cento. Pargrafo nico. No caso das instituies a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei n 8.981, de 20 de janeiro de 1995, o percentual para determinao do lucro arbitrado ser de quarenta e cinco por cento.

Os percentuais fixados no art.15 da Lei n 9.249/95 so os seguintes: I - 8% - venda de mercadorias e produtos e servios hospitalares II - 1,6% - venda para consumo, de combustveis derivados de petrleo, lcool etlico carburante e gs natural;III -16% prestao de servios de transporte, exceto o de carga que 8%

IV- 32% - prestao de demais servios.

2.7 Perodos de Apurao do Lucro ArbitradoO imposto de renda com base no lucro arbitrado determinado por perodos de apurao trimestrais encerrados em 31 de maro, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendrio (Lei n 9.430, de 1996, art. 1; RIR/1999, art. 220 e 530). Seu funcionamento o mesmo do Lucro Presumido: possui apurao trimestral, alquota de 15%, com acrscimo de mais 10% para lucros superiores a R$ 60 mil no trimestre. Cada um dos quatro regimes citados neste captulo apresenta legislaes regentes prprias e inmeras peculiaridades que, se no observadas com ateno, podem, por conseqncia, resultar na elevao da carga tributria a ser suportada pelo contribuinte no respectivo exerccio financeiro. Partindo desse ponto de vista, faremos uma breve abordagem ao Simples Nacional, o regime no qual reza pelo favorecimento das empresas de pequeno porte constitudas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administrao no pas, a Lei Complementar n. 126/06.

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3 UMA ABORDAGEM DO SIMPLES NACIONAL

Segundo, Fabretti (2003, p. 117) o SIMPLES uma forma unificada de pagamento de diversos impostos e contribuies. Introduzido a partir, com a lei 9.317/96 alterada pela Lei 11.307/06, constituindo um tratamento diferenciado, simplificado e favorecido s microempresas e s empresas de pequeno porte. Sendo uma Lei Federal, dispe sobre tributos federais, entretanto, ela abre espao para que mediante convnio com Estado ou Municpio, o ICMS e ISS possam tambm ser recolhidos de forma unificada como as outras arrecadaes.Art. 2 Para os fins do disposto nesta Lei considera-se: I microempresa a pessoa jurdica que tenha auferido, no ano-calendrio, receita bruta igual ou inferior a R$: 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); (Redao dada pela Lei n. 11.196, de 2005) II empresa de pequeno porte a pessoa jurdica que tenha auferido, no ano-calendrio, receita bruta superior a R$: 240.000,00 duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$: 2.400.000,00 (dois milhes e quatrocentos mil reais). (Redao dada pela Lei n. 11.196, de 2005).

Em 14 de dezembro de 2006 houve mudanas na Lei do Simples Federal e criou-se o Estatuto da Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP),denominado de Simples Nacional, atravs da Lei Complementar 123 (1), e depois, em14 de agosto de 2007, a Lei Complementar 127 (2) alterou alguns artigos dessa primeira, a qual alterou dispositivos e consolidou Leis e tambm revogou as Leis n 9.317, de 5 de dezembro de 1996 e 9.841, de 5 de outubro de 1999. No Simples Federal no estavam inclusos o ICMS e o ISS, porm com a criao do Estatuto da Microempresa (ME e Empresa de Pequeno Porte (EPP)), chamado Simples Nacional, inclui-se esses impostos, fazendo uma juno no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. Para alguns seguimentos o INSS e o ISS ficaram fora, devendo ser recolhidos separadamente dos demais tributos e contribuies. O Sistema um tanto complexo, pois para o clculo dos impostos e contribuies h 54 tabelas, e dependendo da atividade tem que haver segregao de receitas, verificando qual ser a tabela a ser utilizada. Para o enquadramento no Sistema, as empresas devem fazer um planejamento tributrio, pois as alquotas so, em geral, muito elevadas, e

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dependendo da atividade mais compensatrio optar por outro regime tributrio, como o do Lucro Real, o do Lucro Presumido ou Arbitrado. Com o Simples Nacional houve a universalizao do recolhimento dos impostos, taxas e contribuies, o que no havia no Simples Federal. Esse novo sistema estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado s Microempresas e Empresas de Pequeno Porte no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. De acordo com o artigo Fundamentos Constitucionais do Simples Nacional de Naylor (2008,on-line), este sistema tributrio est atrelado a trs questes norteadoras: I - O Simples Nacional tem natureza jurdica complexa e configura-se como subsistema tributrio especial e. opcional, parcialmente substitutivo do sistema tributrio geral e obrigatrio, sendo orientado por princpios especficos que conferem adequao valorativa e unidade s regras que o instituem. II - A Emenda Constitucional n 42/2003 no tendente abolio da forma federativa de Estado e suas alteraes ao texto do art.146 da Constituio Federal so perfeitamente vlidas e possibilitam a concretizao dos princpios do favorecimento e do tratamento jurdico diferenciado s microempresas e empresas de pequeno porte, j explicitados na redao original da Carta Magna, em seus arts. 170, IX e 179. III - A Lei Complementar n 123, de 14 de dezembro de 2006, no extrapola os limites de competncia conferidos a ela pelo art.146, III, d e pargrafo nico da Constituio Federal, sendo perfeitamente vlida. O autor define que a funo do Simples Nacional justamente a de tornar eficazes os princpios tributrios aplicveis s microempresas e empresas de pequeno porte, princpios que, embora estejam previstos no texto constitucional desde a primeira redao da Lei Maior, ainda no haviam sido efetivados em razo da oposio eventual de seu contedo em relao essncia de alguns princpios muito prestigiados no sistema tributrio nacional, como os princpios da isonomia entre os sujeitos passivos e da autonomia tributria dos entes da Federao. Comportando-se como um subsistema tributrio especial, que assume um carter parcialmente substitutivo ao sistema geral, o novo regime afasta ou limita parcialmente a eficcia de alguns princpios para tornar realmente efetivos outros, aplicveis especialmente s microempresas e empresas de pequeno porte.

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3.1 Opes pelo Simples NacionalSegundo Higuchi (2009, p. 83) a opo pelo regime do Simples Nacional est disciplinada pelos arts. 7 a 9 da Resoluo n 4, de 30-05-07, do Comit Gestor do Simples Nacional. A opo por este regime de tributao pode ser feita por empresas novas ou empresas j existentes. No caso de empresas novas, constituda no prprio ano calendrio em curso, a ME ou a EPP, aps efetuar a inscrio no CNPJ, bem como obter a sua inscrio estadual e municipal, caso exigvel, ter o prazo de at dez dias, contados do ltimo deferimento de inscrio, para efetuar a opo pelo Simples Nacional. Quanto opo para empresas j existentes no ano-calendrio anterior, mas no optante pelo Simples Nacional poder fazer a opo at o ltimo dia til do ms de janeiro, produzindo efeitos a partir do primeiro dia desse ms (art. 16 da LC n 123, de 2006). Se a opo for efetivada a partir de 1 de fevereiro, os efeitos sero aplicados a partir do ano-calendrio seguinte. Quanto forma de pagamento, a Lei 9.317/96 instituiu os seguintes procedimentos:Art. 6 O pagamento unificado de impostos e contribuies devidos pela microempresa e pela empresa de pequeno porte inscrita no Simples ser feito de forma centralizada at o 20 (vigsimo) dia do ms subseqente quele em que houver sido auferida a receita bruta. 1 Para fins do disposto neste artigo, a Secretaria da Receita Federal instituir documento de arrecadao nico e especfico (DARF-SIMPLES).

O Art. 13 da Lei Complementar 123 trata dos impostos e contribuies a serem pagas mensalmente atravs de documento nico de arrecadao pelas empresas que nela esto cadastradas: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurdica (IRPJ); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL); Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuio para o Programa de Integrao Social (PIS); Contribuio para a Seguridade Social (cota patronal); Imposto sobre Operaes Relativas Circulao de Mercadorias

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e

Sobre

Prestao

de

Servios

de

Transporte

Interestadual

e

Intermunicipal e de Comunicao (ICMS); Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza (ISSQN).

Todos os Estados e Municpios participam obrigatoriamente do Simples Nacional. O imposto devido pelas empresas optantes por esse regime determinado aplicao das tabelas dos anexos da LC n 123/06. Para efeito da determinao da alquota, o devedor ir utilizar a receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao do perodo de apurao. J o valor devido mensalmente ser o resultante da aplicao da alquota correspondente sobre a receita bruta mensal auferida. Cabe lembrar que, o recolhimento do SIMPLES no contempla os seguintes tributos e contribuies: IOF (Imposto sobre Operaes Financeiras), imposto de importao, imposto de exportao, imposto de renda retido na fonte, imposto de renda sobre ganhos de aplicaes financeiras de renda fixa e varivel e sobre ganhos de capital na alienao de ativos, imposto sobre a propriedade territorial rural, CPMF (Contribuio Provisria sobre a Movimentao ou Transmisso de Valores e de Crditos), FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Servio) e contribuio previdenciria a cargo dos empregados. Vale resaltar que o imposto de renda na fonte sobre os rendimentos e ganhos de aplicaes financeiras e imposto de renda pago sobre ganhos de capital possui carter de incidncia definitiva, ou seja, a empresa no pode compensar tais valores no momento da apurao do valor a pagar a ttulo do SIMPLES.

3.2 Atividades que agora podem optar pelo Simples NacionalCom o antigo regime com base o Simples as empresas prestadoras de servios eram excludas desta opo, uma das grandes inovaes do Simples Nacional alterado pela Lei 11.307/06, foi incluso de algumas atividades prestadoras de servios, que antes no podiam fazer esta opo, entre elas destacam-se: Agncia de viagem e turismo; Escolas livres, de lnguas estrangeiras, artes, cursos tcnico e gerenciais; Academia de dana, de capoeira, de ioga e de

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artes; Academias de atividades fsicas, desportivas, de natao e escolas de esportes; Servios de vigilncia, limpeza ou conservao. Optar acertadamente por um dos regimes de tributao previstos na legislao tributria poder implicar inmeras conseqncias ao contribuinte, dentre as quais destacamos a reduo na carga tributria suportada durante o anocalendrio da eleio. Por essa razo, torna-se imprescindvel a anlise de todos os aspectos pertinentes a cada sistema tributrio de apurao e recolhimento, garantindo ao contribuinte a certeza da aplicao das respectivas normas jurdicas e a previsibilidade dos efeitos de sua conduta. A anlise proposta no capitulo seguinte recair, inicialmente, sobre os principais aspectos dos regimes tributrios em questo, partindo de uma anlise e demonstrativos que atribuem valores estatsticos a cada um dos regimes para estudar o que melhor se adqua a atividade da empresa em estudo.

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4

COMPARATIVOS E DEMONSTRATIVOS DOS SISTEMAS TRIBUTRIOS EM QUE AS AGNCIAS DE VIAGENS E TURISMO PODEM OPTAR

4.1 Particularidades da Atividade

Caracteriza-se como AGNCIA DE VIAGENS E TURISMO a sociedade que tenha por objeto social, exclusivamente, as atividades de turismo. Tais atividades esto definidas no Decreto n 84.934/80, que constitui como atividade privativa dessas agncias a prestao dos servios listados abaixo: I - venda comissionada ou intermediao remunerada de passagens individuais ou coletivas, passeios, viagens e excurses; II - intermediao remunerada na reserva de acomodaes; III - recepo, transferncia e assistncia especializadas ao turista ou viajante; IV - operao de viagens e excurses, individuais ou coletivas, compreendendo a organizao, a contratao e a execuo de programas, roteiros e itinerrios ( privativa das Agncias de Viagens e Turismo a prestao dos servios aqui referidos quando relativos s excurses do Brasil para o exterior); V - representao de empresas transportadoras, empresas de hospedagem e outras prestadoras de servios tursticos;

VI - divulgao pelos meios adequados, inclusive propaganda e publicidade, dos servios mencionados. Segundo o Decreto mencionado, as Agncias de Turismo podero prestar todos ou alguns dos servios referidos. Sendo que o disposto no item V no se aplica ao representante exclusivo de empresa transportadora e de empresa hoteleira. importante ressaltar que as disposies acima mencionadas no excluem, nem prejudicam a venda de passagens efetuada diretamente pelas empresas transportadoras, inclusive, as de transporte areo. Desde que observada legislao especfica, as Agncias de Turismo podero prestar, ainda, sem carter privativo, os seguintes servios: Obteno e legalizao de documentos para viajantes;

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Reserva e venda, mediante comissionamento, de ingressos para espetculos pblicos, artsticos, esportivos, culturais e outros; Transporte turstico de superfcie; Desembarao de bagagens de seus clientes; o agenciamento de carga; Prestao de servios para congressos, convenes, feiras e eventos similares; Operaes de cambio manual, observadas as instrues baixadas a esse respeito pelo Banco Central do Brasil; Outros servios que venham a ser especificados pelo Conselho Nacional de Turismo - CNTur. Conforme os servios que estejam habilitadas a prestar e os requisitos para seu registro e funcionamento, as Agncias de Turismo so classificadas em duas categorias: Agncia de Viagens e Turismo e Agncia de Viagens. Em localidades onde no exista nenhuma Agncia de Turismo registrada e em operao, a Empresa Brasileira de Turismo - EMBRATUR, poder autorizar, a ttulo precrio, a venda comissionada, avulsa, em pequena escala e vista, de passagens rodovirias, ferrovirias, fluviais, ou lacustre por empresas no habilitadas na forma do citado Decreto: Conforme o Decreto n 84.934/80 compreende-se por Agncia de Turismo a sociedade que tenha por objeto social, exclusivamente, as atividades de turismo (EMBRATUR , 2009).

4.2 EnquadramentoExistem trs sistemas de tributao em que uma empresa na rea de prestao de servios possa atuar, so eles: SIMPLES NACIONAL, LUCRO PRESUMIDO E LUCRO REAL, mas antes do enquadramento em um desses sistemas, interessante que seja feito um planejamento preventivo para saber em qual opo melhor se enquadra determinada atividade, pois h um universo de vantagens que a prpria legislao dispe desde de se conhea a empresa e sua atividade.

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4.2.1 Agncias de Viagens e Turismo e o Simples Nacional

A prestao de servios oriunda das Agncias de Viagens e Turismo tornou-se um grande atrativo para a maioria dos estados brasileiros que se destacam nesse ramo, pois, entre alguns sistemas tradicionais de tributao a alternativa pelo Super Simples cada vez maior, no entanto nem sempre poder ser a mais vantajosa. A lei completar N 123/2006 que instituiu a criao do Simples Nacional, tambm conhecido como Super Simples que em 1 de Julho de 2007 entrou em vigor o Regime Especial Unificado de Arrecadao de Tributos e Contribuies devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional, que revogou tacitamente as legislaes anteriores, com o intuito de simplificar e desburocratizar o tratamento de tais empresas e que recentemente foi alterada pela lei 128 de 19 de dezembro de 2008, trouxe uma serie de atrativos fiscais que levaram a maioria das empresas a optarem por esse sistema. A legislao do Simples Nacional primeiro focou-se em empresas comerciais e pequenas empresas no ramo industrial depois vieram s inovaes atravs das leis complementares n 127 de 14 de agosto de 2007 e n128 de 19 de dezembro de 2008 abrangendo empresas de prestadoras de servios,

especificando a rea de atuao e demonstrando atravs dos anexos at que ponto ser vantajoso este sistema simplificado de tributao. As empresas prestadoras de servios, nos regimes anteriores, quase que em sua totalidade, no podiam optar pela tributao favorecida e simplificada. Grande parte das atividades relacionadas com prestao de servios era vetada a ingressar nos regimes. Devido presso das classes envolvidas, o Simples Nacional abriu espao para vrias atividades relacionadas, a exemplo de Escritrios de Contabilidade, Empresas de Informtica e as agenciadoras de turismo, que esto sujeitas tributao segundo o Anexo III da Lei Complementar. A maioria das empresas de agenciamento turstico aderiu ao Super simples, de acordo com uma pesquisa feita pelo IPETURIS - Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitao em Turismo - que acaba de divulgar estudo efetuado junto as empresas associadas ao SINDETUR-SP - Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de So Paulo - sobre a adeso ao Simples Nacional - regime simplificado

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de tributao para empresas de pequeno porte. O resultado mostrou que quase a totalidade optou pelo novo sistema, 93% dos entrevistados migraram para o Simples Nacional, pois no estado de So Paulo por ter maior extenso e desenvolvimento opo pelo simples nacional mais intensificada. O levantamento revelou ainda que entre as empresas que participaram do estudo e fizeram opo pelo Simples Nacional, 36% so Microempresas e 57% so Empresas de Pequeno Porte. O principal objetivo da pesquisa, encomendada pelo SINDETUR-SP, era identificar se houve aumento na alquota para as empresas que fizeram a migrao. De acordo com a enqute, houve um equilbrio, enquanto 52% das empresas que optaram pelo Super Simples tiveram um aumento mdio de 2,2% na alquota, os outros 44% tiveram uma reduo mdia de 1,91%.

4.2.2 Simples Nacional X Lucro Presumido

Uma das inovaes do SUPER SIMPLES foi alterar a legislao anterior destacando as empresas prestadoras de servios que poderiam aderir a este, deixando bem claro que as empresas prestadoras de servios constitudas por profissionais liberais no tm como optar por esse sistema. Tanto optando pelo SIMPLES como pelo Lucro Presumido a empresa pagar imposto de renda mesmo quando tiver prejuzo. Por isso interessante que tenha contabilidade organizada na forma prevista para empresas optantes pelo Sistema de Lucro Real. Devido s limitaes de faturamento, muitas vezes mais interessante desistir da opo pelo Simples Nacional e optar pela tributao com base no Lucro Presumido, mesmo com pequena elevao da tributao, provocando

conseqentemente o aumento da contribuio destinada previdncia social. Partindo dessa viso podemos concluir que no Simples Nacional a contribuio previdncia social j est embutida na alquota de tributao cobrada, enquanto que na empresa optante pelo sistema de tributao com base no Lucro Presumido ter que pagar contribuio separadamente. Como as prestadoras de servios usam essencialmente mo-de-obra humana, bem provvel que haja aumento na contribuio ao INSS Instituto Nacional de Seguridade Social.

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Devido a essas variaes particulares de cada sistema de tributao que deve ser dada a importncia da elaborao do planejamento tributrio, pois ele d todas as ferramentas ao gestor para identificar o menor gasto tributrio dentro da empresa, atravs de estudos dos prprios demonstrativos financeiros (relatrios internos, DRE, DFC) e a anlise da legislao aplicada, buscando sempre o menor gasto.

4.3 Anlise e DemonstrativosEsta anlise feita utilizando base de faturamentos aproximados para a atividade de prestao de servios voltado a rea das Agenciadoras de Turismo, observando que a partir de um faturamento mais elevado seria interessante confrontar os regimes de tributao com base no Lucro Presumido e Simples Nacional, que so os mais utilizados por esta atividade e observar o que representa mais vantagens. A empresa denominada Empresa X, obteve faturamento bruto no ano de 2009, no valor de 1.800.383,00 (um milho e oitocentos mil e trezentos e oitenta e trs reais), e despesa bruta com folha de pagamento inferior a 5% do faturamento total. A empresa citada optante pelo Simples Nacional, mas de acordo com a legislao vigente, poderia enquadrar-se no Lucro Presumido, uma vez que, a Receita Total anual est na faixa de enquadramento e o ramo de atividade permitido pela Lei n9.718/98. Na tabela a seguir apresentam-se os faturamentos mensais e trimestrais da empresa, e demonstrativos que compem a apurao de tributos federais nos regimes Lucro Presumido e Simples Nacional respectivamente, demonstrando as variaes em cada sistema e qual apresenta menor gasto com tributos para uma receita bruta superior a 1.800.000,00.

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FATURAMENTO Ms Janeiro Fevereiro Maro Total 1 trimestre Abril Maio Junho Total 2 trimestre Julho Agosto Setembro Total 3 trimestre Outubro Novembro Dezembro Total 4 trimestre Total Receita 133.741,56 199.423,89 103.000,65 436.166,10 118.639,14 109.654,23 189.741,69 418.035,06 240.000,00 102.896,45 96.458,74 439.355,19 87.385,20 168.652,37 250.789,08 506.826,65 1.800.383,00

Regime de Tributao Presumido 17.596,89 26.231,82 13.546,22 57.374,93 15.540,83 14.358,43 24.841,23 54.740,49 31.597,07 13.545,73 12.695,51 57.838,31 11.668,23 22.504,46 33.469,22 67.641,91 237.595,64 SIMPLES 15.852,00 23.630,69 12.202,99 51.685,68 14.063,60 12.993,59 22.479,96 49.537,15 28.442,34 12.193,29 11.427,96 52.063,59 10.360,17 19.981,62 29.717,17 60.058,96 213.345,38

Quadro 1 Faturamento auferido, apurado por duas opes de tributao Fonte de dados coletadas pela autora

A tabela a baixo demonstra a variao entre a apurao de tributos federais do quarto trimestre da empresa, no qual a mesma teve maior faturamento, devido ao ramo de sua atividade ser voltado a rea de turismo a sazonalidade um fator a ser levado em considerao, pois nos perodos de alta estao que esto compreendidos no 2 e 4 Trimestre o faturamento mais elevado que os demais. Para efeito de anlise vamos pegar a apurao dos tributos federais a recolher do 4 trimestre pelo Lucro Presumido e pelo Simples Nacional.4 Trimestre Resultados Receita de Vendas e Servios Tributos e Contribuio Federal Valor a Recolher Presumido 506.826,65 67.641,91 SIMPLES 506.826,65 60.058,96

Quadro 2 Demonstrao de Apurao de Tributos Federais Fonte de dados coletados pela autora

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Podemos verificar que a diferena os entre valores mnima quando comparados, mais quando a empresa opta pelo recolhimento de tributos Federais atravs do Simples Nacional, o gasto com os menos diminuem, isso se deve a um modo de recolhimento simplificado, visto que a legislao dispe um percentual que ser aplicado diretamente sobre a receita bruta do trimestre, este percentual compreende uma participao mnima para recolhimento do IRPJ diferentemente da opo pelo Lucro Presumido que recolhe separadamente todos os tributos federais. Este quadro descreve individualmente os valores apurados para cada tributo federal inclusive o IRPJ do 4 Trimestre pelo regime de Lucro Presumido.Apurao - Lucro Presumido Julho IR ADIC. IR CSLL PIS COFINS Base de Calculo 162.184,53 102.184,53 162.184,53 506.826,65 506.826,65 Tributos Federais (=) Recolher 24.327,68 10.218,45 14.596,61 3.294,37 15.204,80 67.641,91

Quadro 3 Demonstrao de Apurao de Tributos Federais no regime LP. Fonte de dados coletadas pela autora

Devido estes tributos descritos acima possurem uma alquota especfica descrita em legislao, arrecadao torna-se maior devido o percentual que aplicado base de clculo ou diretamente sobre receita bruta. A empresa X tem gasto mensal com folha de pagamento, inferior a 5% da receita de vendas e servios, e efetua os recolhimentos federais obrigatrios, que so: IR e CSLL (15% e 9%, respectivamente sobre a Base de Clculo 32% do Faturamento), Adicional de IR (10% sobre o lucro superior a 60.000,00 apurado no trimestre). PIS (0,65% aplicado a Receita Bruta do Trimestre) COFINS (3% aplicado a Receita Bruta do Trimestre)

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Regime Tributrio Simples NacionalApurao no SIMPLES Base de Calculo Alquota Recolher

506.826,65 11,85% 60.058,96 Tributos Federais (=) 60.058,96 Quadro 4 Apurao de Tributos Federais pelo regime Simples Nacional Fonte de dados coletadas pela autora

Ao contrrio do Lucro Presumido que arrecadam separadamente seus tributos federais, o Simples Nacional possui uma alquota unificada para a arrecadao de tributos, conforme o estabelecido na legislao, essa alquota esta disposta nos anexos presentes no regulamento do mesmo, e definida conforme o faturamento bruto da empresa do respectivo perodo de apurao. Compreende todos os tributos em questo sendo apurados atravs de uma cota dividida da seguinte forma: Composio da Alquota IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ISS PERCENTUAL COM DEDUO DO ISSQuadro 5 Composio da Alquota Fonte Receita Federal Brasileira

16,85 0,78 0,76 2,34 0,56 7,41 5,00 11,85

Para a margem de faturamento em questo de 1.800.383,00 referente ao exerccio de 2009, a alquota a ser aplicada de 16,85% apresentada no quadro acima inclusa no Anexo III - Partilha do Simples Nacional Servios e Locao de Bens Mveis, sendo o ISS o nico tributo a ser apurado separadamente, por tratase de um tributo municipal pago por todas as empresas prestadoras de servios, esta alquota de 5% correspondente ao mesmo ser deduzida do percentual de apurao anual ou trimestral.

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Considerando os dados acima, na apurao do 4 trimestre, a empresa recolher menos Tributos federais, se estivesse enquadrada no Simples Nacional. Pois se observamos todos os dados em conjuntos podemos perceber que o regime que resulta em o menor desembolso, mas temos que ficar atentos pois, nem sempre a opo pelo Simples Nacional a mais adequada, isso vai depender do faturamento da empresa e do nmero de funcionrios dentre outros fatores a serem levados considerao importante ressaltar que quando falamos em receita bruta se tratando de empresas prestadoras de servios de modo geral estas s compreendem a composio de sua receita pela prestao de servios. Abaixo segue grfico com objetivo de apresentar o impacto dos tributos federais sobre o faturamento bruto auferido no 4 trimestre no valor de 506.826,65 com arrecadao nos regimes Lucro Presumido e Simples Nacional demonstrando o percentual que cada um representa em relao a receita bruta.

Grfico 1 Recolhimento de Tributos Federais com base nos regimes Lucro Presumido e Simples Nacional. Fonte: Elaborado pela autora.

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Grfico 2 Recolhimento de Tributos Federais Mensal baseado nos Regimes Lucro Presumido e Simples Nacional, segundo aos valores descritos no quadro 1. Fonte: Elaborado pela autora.

4.4 Tributao com base nos regimes Lucro Presumido e Lucro RealComo foi visto no tpico anterior, a importncia de avaliar um sistema de tributao com base em outro encontrar a melhor alternativa tributria na qual o gasto com tributos federais ser menor. Esse objetivo de se fazer o Planejamento Tributrio. No caso do regime tributrio Simples Nacional, no possvel fazer um anlise separadamente do Imposto de Renda e avaliar o gasto com este, visto que, neste regime existe a unificao de tributos, pois popularmente conhecido como sistema nico de arrecadao de tributos no tendo assim como avaliar o impacto do IR na empresa separadamente. No caso da opo das empresas no regime tributrio com base no Lucro Presumido ou no Lucro Real esta avaliao bastante vivel, pois, ambos os sistemas recolhem o IR separadamente, o que implica em uma anlise mais o fundo do gasto com o referido. Cabe neste tpico o estudo desses dois sistemas tributrio, primeiro apresentando as caractersticas de cada um individualmente e a seguir confrontado, e observando a que melhor se enquadra para a empresa.

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4.5 Anlise do lucro Presumido

Se uma empresa no puder optar pelo Simples Nacional, por sua atividade pertencer s vedaes, esta dever optar pelo Lucro Presumido ou ao Lucro Real. A forma de tributao pelo Lucro Presumido baseada na receita bruta da empresa e das demais receitas financeiras.

4.5.1 Base de Clculo

A base de clculo do imposto de renda das empresas tributadas pelo lucro presumido em cada trimestre ser determinada mediante aplicao de percentuais fixos no art. 15 da Lei n9.249/95. Para as empresas prestadoras de servios em geral, na qual as agenciadoras viagens e turismo esto enquadradas, a alquota utilizada para encontrar o valor da base de clculo de 32% da receita bruta do trimestre.

4.5.2 Aplicao das AlquotasAs alquotas podem ser aplicadas sobre a base de clculo que encontrada mediante percentuais fixos inclusos na legislao, ou diretamente sobre o faturamento bruto 5.5.2.1 Alquotas e tributos Empresas tributadas pelo sistema de lucro presumido obedecero s seguintes alquotas dos respectivos tributos: TributoCOFINS PI