planejamento estratégico participativo - pep

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FACULDADES ESEFAP - / UNIESP Leonides da Silva Justiniano (Org.) PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO TUPÃ 2014

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  • FACULDADES ESEFAP - / UNIESP Leonides da Silva Justiniano (Org.)

    PLANEJAMENTO ESTRATGICO

    PARTICIPATIVO

    TUP

    2014

  • APRESENTAO

  • Sumrio

    1. PLANEJAMENTO ESTRATGICO PARTICIPATIVO....................................... 1 1.1. O modelo proposto por Gandin......................................................... 1

    1.2. Implementando o Planejamento ....................................................... 4

    2. MARCO REFERENCIAL ............................................................................... 7 2.1. Marco Situacional .............................................................................. 7

    2.2. Marco Doutrinal................................................................................. 7

    2.3. Marco Operativo ................................................................................ 7

    3. DIAGNSTICO ........................................................................................... 8 4. PROGRAMAO...................................................................................... 16

    4.1. Objetivos .......................................................................................... 16

    4.2. Polticas e Estratgias ...................................................................... 17

    4.3. Determinaes Gerais ..................................................................... 17

    4.4. Atividades Permanentes .................................................................. 18

    5. PLANEJAMENTO DIDTICO-PEDAGGICO ............................................. 19 5.1. Projeto Pedaggico do Curso ou Plano de Curso ............................ 19

    5.2. Plano de Disciplina ou Plano de Ensino ........................................... 22

    5.3. Plano de Aula ................................................................................... 24

    5.3.1. Contedo / Assunto ................................................................. 25

    5.3.2. Objetivo(s) da aula ................................................................... 25

    5.3.3. Atividades ................................................................................ 26

    5.3.4. Cronograma das atividades ..................................................... 26

    5.3.5. Recursos ................................................................................... 26

    5.3.6. Avaliao da aula ..................................................................... 27

    5.3.7. Referncias ............................................................................... 27

    5.3.8. Modelo de Plano de Aula ........................................................ 28

    6. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 29

  • 1

    1. PLANEJAMENTO ESTRATGICO PARTICIPATIVO

    1.1. O modelo proposto por Gandin O processo de planejamento estratgico, considerado desde uma

    perspectiva participativa, ancora-se nos pressupostos e diretrizes estabele-

    cidos por Danilo Gandin, mais conhecidos como o mtodo Ver-Julgar-Agir.

    Embora existam mltiplas propostas de realizao de um planeja-

    mento participativo, o mtodo idealizado por Danilo Gandin tem se conso-

    lidado como aquele que melhor permite a efetiva participao de todos os

    integrantes de um grupo, qualquer que seja sua organizao e preparo de

    seus membros. De fato, pode-se afirmar que a metodologia sugerida por

    Gandin no especificamente sua, na totalidade, mas que se baseia em in-

    meras experincias positivas devotadas ao planejamento participativo. To-

    davia, sua experimentao prtica ao longo de quase trinta anos1 d-lhe au-

    toridade e, mesmo, atesta sua eficcia e diferencial.

    O Planejamento Estratgico Participativo (PEP), ou simplesmente Pla-

    nejamento Participativo (PP) consiste, na verdade, em uma sequncia de

    estabelecimento de marcos ou parmetros de procedimentos. Nas palavras

    do prprio Gandin:

    A principal caracterstica do que hoje se chama Planejamento Partici-pativo no o fato de nele se estimular a participao das pessoas. Isto existe em quase todos os processos de planejamento: no h condies de fazer algo na realidade atual sem, pelo menos, pedir s pessoas que tragam sugestes. Usa-se esta participao at para iludir e/ou cooptar. O Planejamento Participativo , de fato, uma tendncia (uma escola) dentro do campo de propostas de ferramentas para intervir na reali-dade. Ele se alinha ao lado de outras correntes, como o Planejamento

    1 Gandin trouxe luz sua proposta metodolgica com a publicao do livro Plane-jamento como prtica educativa, lanado em 1983 pelas Edies Loyola.

  • 2

    Estratgico, o Gerenciamento da Qualidade Total... Como tal, ele tem uma filosofia prpria e desenvolveu conceitos, modelos, tcnicas e instrumentos tambm especficos. (GANDIN, 2001, p. 82).

    Embora possa ser utilizado por quaisquer tipos de grupos, conforme

    j salientado anteriormente, deve-se destacar que seu desenvolvimento

    teve como foco [...] instituies, grupos e movimentos que no tm como

    primeira misso aumentar o lucro, competir e sobreviver, mas contribuir

    para a construo da realidade social. (GANDIN, 2001, p. 82). No que es-

    ses objetivos no possam estar presentes, ou que instituies que os te-

    nham no sejam capazes de utilizar essa metodologia, mas que seu pro-

    psito primordial o fomento da participao visando uma atuao trans-

    formadora da e na sociedade:

    O Planejamento Participativo pretende ser mais do que uma ferra-menta para a administrao; parte da idia que no basta uma ferra-menta para fazer bem as coisas dentro de um paradigma institudo, mas preciso desenvolver conceitos, modelos, tcnicas, instrumen-tos para definir as coisas certas a fazer, no apenas para o cresci-mento e a sobrevivncia da entidade planejada, mas para a constru-o da sociedade [...] (GANDIN, 2001, p. 87).

    Conforme a proposta geral do Planejamento Participativo, deve-se

    conhecer a realidade para nela intervir. Esse conhecimento e essa interven-

    o no se fazem ingnua e acriticamente, mas parte de um confronto da

    realidade institucional com os ideais, valores e princpios norteadores de um

    determinado projeto de pessoa, instituio e sociedade. Ou seja, a partir do

    que temos, estabelece-se um paralelo ou uma anlise luz do que que-

    remos. Esse confronto permitir delinear que favoream o alcance das me-

    tas coletivamente entendidas como desejveis (quando no necessrias)

    pelos sujeitos participantes do processo. De acordo com Gandin (2001, p.

    94), a proposta do Planejamento Participativo pode ser apresentada resu-

    midamente como no Quando 1:

  • 3

    Quadro 1 - Questes Fundamentais do Planejamento e Modelo Bsico de Plano no Planejamento Participativo

    Aspectos a considerar Significado de cada parte Modelo (esquema) do plano

    A. A realidade global Exis-tente.

    Diz como o grupo percebe a realidade global em seus pro-blemas, desafios e esperanas.

    1.1. Marco Situacional

    B. Realidade global Dese-jada.

    Expressa a utopia social, o para que direo nos movemos do grupo. Expe as opes sobre o homem e sobre a socie-dade e fundamenta essas opes em teoria.

    1.2. Marco Doutrinal

    C. Realidade desejada do campo de ao e (sobre-tudo) da instituio (grupo ou movimento) em pro-cesso de planejamento.

    Expressa a utopia instrumental do grupo. Expe as opes (em termos ideais) em relao ao campo de ao e instituio. (grupo ou movimento) e fundamenta essas opes em teo-ria.

    1.3. Marco Operativo

    Confronto entre C e D. Expressa o juzo que o grupo faz da sua realidade, em con-fronto com o ideal traado para seu fazer. Deste julgamento (avaliao) ficam claras as necessidades da instituio.

    2. Diagnstico / Necessidades

    D. Realidade institucional existente.

    a descrio da realidade e da prtica especficas da insti-tuio (grupo ou movimento) que se est planejando.

    (No se inclui no Plano, mas necessrio conhec-las para elaborar o diagnstico).

    E. Propostas concretas para a transformao da realidade institucional existente (para o tempo do plano).

    Prope: 1) aes; 2) comportamentos, atitudes; 3) normas e 4) rotinas para modificar a realidade existente (da institui-o, do campo de ao), diminuindo a diferena entre C e D e, como conseqncia, influindo na realidade global.

    3. Programao 3.1. Objetivos 3.2. Polticas e estratgias 3.3. Determinaes gerais 3.4. Atividades permanentes

    Fonte: Gandin, 2001, p. 94.

  • 4

    1.2. Implementando o Planejamento Diante dessa proposta de planejamento, que se acredita justificada

    quanto s razes de sua escolha, os passos seguintes consistem na sensibi-

    lizao da comunidade com a qual se pretende desenvolver a metodologia,

    designando Grupos de Trabalho (GT) que podem ser constitudos a partir do

    interesse dos participantes, ou que podem ser construdos a partir das com-

    petncias tcnicas previamente conhecidas. Interessante que cada um dos

    GT se se assumir essa dinmica tenha um representante (que necessari-

    amente no precisa ser o coordenador do GT) no grupo de Coordenao

    Geral do (CGPP). Essa organizao celular permite um intercmbio contnuo

    entre os vrios membros da instituio e suas respectivas opinies, demo-

    cratizando discusses e tornando simtricas as relaes entre os vrios

    membros, de modo que todo o processo se configure, de fato, como parti-

    cipativo. A ideia pode ser mais bem visualizada no esquema 1, a seguir.

    Elaborados ou no pelos GTs, deve-se ter presente que o PP deve ter

    como referncia as prprias diretrizes institucionais; portanto, elemento

    fundamental a discusso aprofundada da Misso, Viso, Valores e Filosofia

    institucionais, bem como de seu Projeto Poltico Pedaggico Institucional

  • 5

    (PPPI), alm de seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). So esses

    documentos que postulam a identidade da instituio, alm de colocar para

    si e para a comunidade educativa o projeto de pessoa, sociedade e mundo

    que se almeja.

    Entende-se, assim, que o primeiro momento consiste na elaborao

    do Marco Referencial que, conforme o nome indica, representa o conjunto

    de diretrizes que vo nortear a existncia e o agir institucional sua Misso,

    em termos organizacionais. certo que o Marco Doutrinal, mesmo se con-

    figurando como uma dimenso eminentemente terica e, inclusive, ut-

    pica, no deixa de ser essencial para os desdobramentos posteriores. Afinal,

    a que se tem a identidade institucional aclarada e seu projeto (Viso) pos-

    tulado.

    Algumas questes podem ajudar a elaborar melhor o Marco Doutri-

    nal, embora no sejam exigidas para tal.

  • 6

    MARCO QUESTES NORTEADORAS (Sugeridas)

    Situacional

    1. Quais so os aspectos polticos e econmicos predominantes no pas, atualmente?

    2. Qual o perfil do jovem (pblico-alvo do ensino superior) contemporneo?

    3. Qual o panorama educacional, hoje? 4. Quais so os fatores que mais influenciam na

    qualidade da educao, atualmente? 5. Quais so os desafios e oportunidades que a ins-

    tituio de ensino encontra, ultimamente? 6. Qual a realidade local e regional (Tup e mu-

    nicpios circunvizinhos)?

    Doutrinal

    1. Qual o modelo se mundo, sociedade e pessoa assumido pela instituio?

    2. Como a instituio se enxerga? (Qual sua mis-so?)

    3. Como a instituio quer ser reconhecida daqui a, pelo menos, cinco anos? (Qual sua viso?)

    4. Quais suas diretrizes fundamentais, ditadas por seu PDI, PPPI e PPCs?

    Operativo

    1. Como a instituio deve atuar para realizar sua viso, no curto e mdio prazos?

    2. Qual deve ser a prtica educativa de seus inte-grantes?

    3. Como deve ser a prtica dos egressos? 4. Como deve se estabelecer a relao instituio

    x sociedade?

  • 7

    2. MARCO REFERENCIAL Estabelecer as diretrizes gerais que definiro o quem somos, o

    que fazemos, por que fazemos e o como fazemos. Esses parmetros

    embasaro as propostas e perspectivas de ao, vinculando aquilo que

    est a, o que com aquilo que queremos, o que h de ser. O Marco

    Referencial, em sua plenitude, desvela e agrega a Misso, a Viso e os Valo-

    res institucionais.

    2.1. Marco Situacional Desenvolver uma radiografia da situao macro e microambiental,

    ou seja, da sociedade e da organizao.

    2.2. Marco Doutrinal Inserir as diretrizes gerais da instituio, resgatando aspectos fundan-

    tes (encontrveis no Estatuto e no Regimento, mas no s pode incluir

    aspectos legais pertinentes ao segmento de atuao).

    2.3. Marco Operativo Estabelecer quais so as utopias prtico-operacionais que a institui-

    o pretende seguir de modo a atualizar seu projeto.

  • 8

    3. DIAGNSTICO

    Diagnstico, assim o define o Dicionrio Houaiss, origina-se do termo

    grego dignosis, significando discernimento, ao e faculdade de discernir.

    Dentro do processo de planejamento, o diagnstico se refere quele mo-

    mento em que se faz o levantamento da realidade, buscando identificar os

    pontos mais relevantes.

    Existem muitas ferramentas para o levantamento dos vrios aspectos

    da realidade; no existe, por outro lado, uma ferramenta especfica que

    possa ser considerada mais eficiente que as outras, uma vez que o impor-

    tante a adequao da ferramenta quilo que se pretende alcanar com a

    mesma.

    Pode-se afirmar, contudo, que duas ferramentas so bastante ade-

    quadas a qualquer proposta de aproximao e conhecimento da realidade.

    Uma o brainstorming, que se caracteriza por ser, como o prprio termo

    designa, uma tempestade de ideias. Mesmo que seja das tcnicas mais

    fceis de utilizao, nem por isso dispensa um rigor em sua aplicao. Su-

    pe-se que o grupo com o qual se pretende trabalhar tenha um tamanho

    razovel, que permita que todas as pessoas possam se expressar de forma

    cmoda. Sugerem-se os seguintes passos:

    1. Indicao de uma rea ou tema a ser abordado;

    2. Indicao de um coordenador e de um relator (para colher todas

    as ideias);

    3. Fala espontnea ou fala ordenada pela localizao em um crculo,

    que segue uma determinada direo (esquerda ou direita do coordenador);

    4. Assume-se que todas as ideais so vlidas, sendo vedadas as apre-

    ciaes de valor, em um primeiro momento;

  • 9

    5. Identificao das ideias-chave que vo ser mais bem debatidas pos-

    teriormente.

    Outra ferramenta a Matriz SWOT ou FOFA. Essa Matriz subdivide a

    organizao em ambientes interno e externo e os fatos analisados em posi-

    tivos e negativos. Desse modo, podero ser encontrados os seguintes fato-

    res:

    1. Foras (Strenghts): os pontos fortes no ambiente interno;

    2. Fraquezas (Weaknesses): os pontos fracos no ambiente interno;

    3. Oportunidades (Opportunities): os pontos fortes no ambiente ex-

    terno.

    4. Ameaas (Threats): os pontos fracos no ambiente externo;

    Quadro 2 - Matriz Swot

    Aspectos positivos Aspectos negativos

    Ambi-

    ente In-

    terno

    FORAS FRAQUEZAS

    Ambi-

    ente Ex-

    terno

    OPORTUNIDADES AMEAAS

    Fonte: elaborado pelo autor a partir da teoria de Humphrey.

    De autoria discutida, a Matriz Swot bastante prtica e eficaz quanto

    sua utilizao e resultados; ela permite um reconhecimento tanto daquilo

    que deve ser mantido e aperfeioado por uma organizao quanto aquilo

    que deve ser reconhecido e enfrentado como problema.

  • 10

    Em uma das reunies de planejamento estratgico realizadas com os

    docentes da Uniesp / Esefap foram identificados diversos problemas con-

    centrados no ambiente interno da instituio. Os problemas identificados

    pela atividade diagnstica foram agrupados em trs dimenses que so

    sucintamente as seguintes, com suas respectivas caractersticas:

    Dimenso Administrativa. Refere-se ao conjunto de elementos que

    dependem da direo institucional, sobretudo dos dirigentes admi-

    nistrativos e financeiros, uma vez que envolvem aspectos materiais

    e fsicos, que vo desde a infraestrutura at o financiamento de

    aes institucionais e manuteno cotidiana dos bens e servios.

    Dimenso Acadmica. Refere-se ao conjunto de aes que se refe-

    rem ao andamento da instituio quanto sua atividade-fim, que

    o ensino. Essa dimenso visa o estabelecimento das condies para

    que o corpo docente e discente consiga efetivar seus objetivos que

    so, respectivamente, o ensino e a aprendizagem, incluindo a todas

    as demais atividades correlatas, como pesquisa, extenso, estgio,

    TCC, iniciao cientfica, publicao, fomento a atividades didticas

    e paradidticas, etc. Entende-se que essa dimenso central para a

    instituio educacional.

    Dimenso Pedaggica. Refere-se prpria prtica docente e aspec-

    tos que lhe so diretamente vinculados. Dentro da dimenso aca-

    dmica, restringe-se ao prprio que-fazer docente e s condies

    de exerccio efetivo de seu ofcio.

    A partir dessa distino, foram elencados os seguintes pontos (pro-

    blemas) que solicitam ateno e elaborao de polticas e estratgias de en-

    frentamento.

  • 11

    Quadro 3 - Diagnstico da Uniesp/Esefap - Dimenses e Descritores

    DIMENSO ID DESCRITOR A

    DM

    INIS

    TRA

    TIV

    A

    P1 Tempo de dedicao docente

    P2

    Infraestrutura e equipamento de apoio - Quadras, piscina, salas de aula, laboratrios, acesso biblioteca, localizao da sala dos profes-sores - Equipamentos multimdia, microfone, mate-rial/equipamento dos laboratrios, mveis, ventila-dores das salas, lousas

    P3 Quantidade de alunos por sala

    P4 Plano de Carreira

    P5 Comunicao institucional

    P6 Determinao do perodo de recesso escolar e frias

    P7 Calendrio prvio e geral dos eventos e compromis-sos da IES

    P8 Calendrio/cronograma dos Programas de Capaci-tao Docente

    P9 Acervo da biblioteca (poltica de atualizao/aquisi-o de obras)

    P10 Reunies da CPA (maior freqncia)

    P11 Reorganizao da CPA (inclusive comunicao)

    P12 Plano de Carreira Docente

    P13 Poltica de fomento produo acadmica e parti-cipao em eventos

    P14 Ampliao da carga horria docente (parcial e inte-gral)

    AC

    AD

    MIC

    A P15 Valorizao do profissional docente (motivao)

    P16 Determinao do perodo de recesso escolar e frias

    P17 Capacitao docente

    P18 Melhoria do acervo

    P19 Obter mais retorno profissional

    P20 Calendrio de atividades da IES (planejamento)

  • 12

    P21 Qualificao do processo de ensino (e aprendiza-gem)

    P22 Preparao para o ENADE

    P23 Continuidade dos processos institudos

    P24 Melhoria do fluxo de pessoas (passagens e comuni-cao dos prdios)

    P25 Adequao da quantidade de alunos por sala de aula

    P26 Adequao de ambiente para atividades paradidti-cas (auditrio)

    P27 Maior utilizao da biblioteca

    P28 Acesso e utilizao dos resultados da CPA

    P29 Melhor organizao das atividades acadmicas ex-traclasse

    P30 Acompanhamento dos egressos (ex-alunos)

    P31 Poltica de pesquisa, extenso e iniciao cientfica

    P32 Poltica de apoio publicao

    PED

    AG

    G

    ICA

    P33 Adequao dos ambientes onde se desenvolvem atividades didticas

    P34 Comunicao entre os ambientes didticos

    P35 Manuteno e melhoria dos recursos didticos

    P36 Otimizao e utilizao racional dos ambientes (alu-nos x salas de aula)

    P37 Necessidade de espao para atividades didticas e paradidticas

    P38 Atualizao de acervo em conformidade com requi-sitos das disciplinas

    P39 Maior utilizao de recursos didticos (vdeos e ou-tros)

    A partir desse diagnstico inicial, prope-se uma anlise detalhada de

    cada ponto ou problema detectado, de forma a se construir uma hierarquia

    de importncia e prioridade.

  • 13

    Portanto, o passo seguinte, antes de se passar ao desenvolvimento

    das Matrizes de avaliao e ao a elaborao de um Diagrama de Priori-

    dades, onde se identificaro aqueles pontos mais urgentes e necessrios de

    serem trabalhados, tendo-se em mente as peculiaridades e o momento que

    a instituio atravessa. Por exemplo, a proximidade de uma visita para re-

    conhecimento de curso, o Exame Nacional de Desempenho do Estudante, o

    Processo Seletivo, dentre outros. A Matriz de Prioridades deve se pautar

    pela Metodologia GUT (Gravidade, Urgncia e Tendncia), de modo a pre-

    venir que aspectos emergenciais, mas sem muita gravidade ou com baixa

    tendncia o nvel de desenvolvimento do problema sem interveno.

    A Metodologia GUT assim se organiza:

    Gravidade: dimenso que analisa os problemas causados ou

    os benefcios no conquistados pela no implantao da ati-

    vidade ou do projeto.

    o 1 = sem gravidade

    o 2 = pouco grave

    o 3 = grave

    o 4 =muito grave

    o 5 = gravssimo

    Urgncia: dimenso que analisa a expectativa de tempo para

    implantao da atividade ou do projeto.

    o 1 = no h pressa

    o 2 = pode esperar um pouco

    o 3 = o mais rpido possvel

    o 4 = ao imediata

    o 5 = ao mais que imediata

    Tendncia: Considera o desenvolvimento que o problema

    ter na ausncia da ao.

    o 1 = desaparece

    o 2 = reduz ligeiramente

    o 3 = permanece

  • 14

    o 4 = aumenta

    o 5 = piora muito

    Para cada problema, indica-se o nvel considerado em cada dimenso.

    No fim, para cada problema efetua-se uma multiplicao cumulativa (G x U

    x T); o resultado determina a Matriz de Prioridade dos problemas, indicando

    a ordem em que devem ser trabalhados.

    Quadro 4 Exemplo de Mtodo GUT e Matriz de Prioridade

    PROBLEMA(S) G U T GUT Prior.

    Manuteno de equipamentos 4 4 4 64 2

    Organizao da infraestrutura 3 3 3 27 3

    Poltica de pesquisa e extenso 2 2 3 12 4

    Atualizao do acervo 4 5 5 100 1

    A partir desse mapeamento, pode-se desenvolver uma Matriz T,

    onde se identificaro as aes que devem ser implementadas de forma a

    debelar os problemas apontados, bem como quem sero os responsveis

    pelo desenvolvimento das mesmas e a quem essas aes se destinaro. A

    partir dessa Matriz T se delinear a Programao, discriminando as Polti-

    cas, Estratgias e Atividades Permanentes. Nessas Atividades Permanentes

    se especificaro cada ao, seu responsvel, a quem se destina, qual sua

    finalidade, onde ser realizada, qual seu custo e quando a mesma ocorrer

    (espelhando o mtodo 5W2H).

  • 15

    Quadro 5 - Exemplo de Matriz "T"

    Docente convi-dado

    X X

    Tcnico X X

    Consultor X X

    Capacita-o Do-cente

    Poltica de Pesquisa

    Manuten-o de equip.

    Etc. Etc.

    Docentes X X X

    Corpo Tcnico

    X X

    Discentes X X X

    Quadro 6 - Mtodo 5w2h - Diagrama de rvore

    What (O qu)

    Who (Quem)

    Where (Onde)

    When (Quando)

    Why (Por qu)

    How (Como)

    How much

    (Quanto)

    Ativ. 1

    Ativ. 2

  • 16

    4. PROGRAMAO A Programao, que visa operacionalizar todo o planejamento, no

    se resume a um simples cronograma de atividades, embora os inclua. Tam-

    bm no um intrincado cronograma fsico-financeiro, embora tambm

    no prescinda do mesmo. A Programao consiste em uma Plano de Ao

    em que esto indicadas Aes que respondem quilo que o diagnstico

    identificou como ponto crtico. Tais aes no esto desconexas entre si e

    em face da identidade, misso, viso e valores institucionais; ao contrrio,

    so intervenes que se prope a efetivar, na realidade (o que temos) o

    propsito e razo de existir institucionais (o que queremos).

    4.1. Objetivos Os Objetivos, que podem se subdividir em Gerais e Especficos, esta-

    belecem as Aes definidas como as mais adequadas e necessrias para se

    alcanarem os fins institucionais, sobretudo aqueles elencados na Matriz de

    Prioridades (de modo a concentrar esforos e recursos).

    Os Objetivos costumam ser divididos em Gerais e Especficos, sendo

    que os Gerais indicam os Objetivos Finais e os Especficos indicam os Obje-

    tivos Intermedirios. Uma forma adequada de se elaborarem esses Objeti-

    vos colocando a seguinte correlao: o O QU do Objetivo Geral o

    PARA QU do(s) Objetivo(s) Especfico(s).

    Por exemplo:

    Obj. Geral 1: Atualizar didtica-pedagogicamente todos os docentes

    da instituio em at 12 meses.

    Obj. Especfico 1: Proporcionar treinamentos em novas metodologias

    para os docentes, trimestralmente.

    Obj. Especfico 2: Facultar a participao dos docentes em cursos e

    congressos de sua rea de atuao.

  • 17

    Os Objetivos Especficos esto conexos entre si e com o Objetivo Ge-

    ral, e a indagao o qu e para qu explicitam isso, conforme indicado:

    O QU: Proporcionar treinamentos em novas metodologias para os

    docentes, trimestralmente... PARA Atualizar didtica-pedagogicamente

    todos os docentes da instituio em at 12 meses.

    O QU: Facultar a participao dos docentes em cursos e congressos

    de sua rea de atuao... PARA Atualizar didtica-pedagogicamente to-

    dos os docentes da instituio em at 12 meses.

    4.2. Polticas e Estratgias As Polticas e Estratgias indicam as formas mediante as quais os Ob-

    jetivos e as Atividades sero realizadas. Indicam aspectos procedurais, ati-

    tudinais, mas, tambm, gerenciais. Em verdade, as Polticas so o esprito

    das proposies e tomadas de deciso em nvel estratgico, aquelas deter-

    minaes em longo prazo que permitiro organizao situar-se e desen-

    volver-se no tempo e no espao. As Polticas e Estratgias no so pios de-

    sejos nem meras recomendaes: indicam, sim, toda a viso e compreenso

    que a organizao tem de si e dos impactos de suas intervenes na socie-

    dade; as Polticas e Estratgias condicionaro as decises e procedimentos

    nos nveis ttico e operacional (que so as aes efetivas, levados a cabo

    por cada agente organizacional).

    4.3. Determinaes Gerais As Determinaes Gerais aproximam-se de aspectos ttico-operacio-

    nais, indicando, no raramente, elementos tcnicos que auxiliaro nas apli-

    caes das polticas institucionais. Assim, por exemplo, se existe uma pol-

    tica inspirada no mtodo 5S, por exemplo, valorizando a organizao do am-

  • 18

    biente de trabalho, uma determinao pode ser a de o docente, por exem-

    plo, desligar os aparelhos ociosos, ou zelar pela limpeza dos ambientes sob

    sua responsabilidade, etc.

    4.4. Atividades Permanentes As Atividades Permanentes so aquelas atividades que tm por foco

    a manuteno de uma proposta, uma poltica j implementada, ou que de-

    vem se constituir em habitus institucional, garantindo sua identidade tanto

    em nvel macro quanto em nvel micro elas no se vinculam, diretamente,

    a um cronograma semestral ou anual. Verificar (diuturnamente) o estado

    fsico e o mau ou no funcionamento de um equipamento um exemplo de

    Atividade Permanente a ser realizada, pela equipe tcnica, em vista do al-

    cance dos propsitos de uma instituio educacional.

  • 19

    5. PLANEJAMENTO DIDTICO-PEDAGGICO Deve-se ter conscincia de que planejamento e plano no so as mes-

    mas coisas. Planejamento implica em todo o processo de pensar e organizar

    as etapas constituintes de um determinado projeto. O produto do processo

    de planejamento o plano. Assim, entende-se que o plano de ensino e o

    plano de aula, bem como o plano de curso, so os resultantes do planeja-

    mento do ensino, do planejamento da aula e do planejamento do curso.

    Em uma atividade to complexa como a educao, sobretudo quanto

    ao seu processo de ensino, o planejamento algo imprescindvel. Sobre-

    tudo porque o produto do processo de ensino no material, mas algo

    extremamente subjetivo e pessoal a aprendizagem. Ento, quando se pla-

    neja o ensino, o que se est planejando, em verdade, so os processos e

    estratgias que garantam, por parte de um sujeito, a aprendizagem (de con-

    tedos, de conhecimentos, habilidades, atitudes...).

    No possvel uma educao de qualidade, uma educao eficiente,

    eficaz, efetiva e relevante, se no houver um planejamento apropriado. E

    esse planejamento exige uma profunda intercorrelao: dos mais variados

    planos e projetos institucionais entre si (Plano de Desenvolvimento Institu-

    cional (PDI), Projeto Poltico Pedaggico Insitucional (PPPI), Projeto Pedag-

    gico do Curso (PPC), Planos de Disciplinas ou de Ensino, Plano de Aula), dos

    planos das disciplinas de um curso entre si (multi, inter e transciplinar-

    mente), dos diversos planos de aula de uma determinada disciplina entre si.

    5.1. Projeto Pedaggico do Curso ou Plano de Curso Deixando de lado a discusso sobre o processo de construo do pla-

    nejamento institucional o PDI e o PPPI entende-se que os PPCs ou Planos

    de Curso so aqueles dos quais os docentes de uma instituio educacional

    tm mais chance de participar, sobretudo porque tal Projeto ou Plano deve

  • 20

    se constituir em uma atividade anual, ainda que apenas quando revisto em

    seu ementrio e bibliografia.

    Um curso qualquer pode ser ofertado em diversas instituies de en-

    sino de uma mesma cidade e, ainda assim, no ser o mesmo curso, a des-

    peito de o Ministrio da Educao propor um rol de disciplinas obrigatrias

    (em especial, as profissionalizantes). Ainda que o mesmo curso tenha em

    seu projeto as mesmas disciplinas e bibliografia, possivelmente as ementas

    sero diferentes, ou ainda, a considerao da realidade e a proposta de for-

    mao, o perfil do egresso, etc. essa cara especfica que emerge de um

    PPC, e tal se d porque o resultado do trabalho coletivo de uma equipe

    que tem sensibilidades, concepes (ideolgicas e polticas) e propostas de

    trabalho que lhe so peculiares. E esse modelo de curso est vinculado a um

    modelo de instituio, a qual tem uma misso e uma viso prprias, deline-

    adas em seu Estatuto, em seu Regimento, em seu PDI e em seu PPPI.

    Portanto, um curso e seu respectivo PPC no devem ser o resultado

    de um capricho de um aspirante a coordenador ou de uma instituio que

    identifica que determinado curso mais lucrativo, est mais na moda ou

    qualquer outro tipo de oportunismo: um curso e seu respectivo PPC devem

    estar em sintonia com a vocao regional e local, figurando como aliados de

    seu desenvolvimento. Casos pode haver, claro, em que um curso e seu PPC

    buscam a inovao regional e local, propondo um novo rumo de atuao

    o que se entende por vocao induzida. No obstante, essa concepo e

    desafio devem constar e ser evidentes no PPC.

    O PPC materializa a identidade e a proposta de um curso. Operacio-

    nalmente, o PPC dispe o aspecto mais notrio do curso, que sua proposta

    curricular. Amparada em bases legais (Constituio Federal, LDB (Lei

    9.394/96), Plano Nacional de Educao, Diretrizes Curriculares Nacionais...),

    a proposta curricular estabelece um dilogo com a realidade onde se insere

    a comunidade educativa, a poltica educacional institucional, sua concepo

    pedaggica e filosfica e os objetivos do curso. Sero esses pressupostos

    que determinaro a escolha das disciplinas, suas ementas e bibliografia, de

  • 21

    modo integrado, formando um tecido consistente e, no, uma colcha de re-

    talhos.

    Materialmente, um Plano de Curso ou PPC deve conter:

    Apresentao da Instituio e Curso (diagnstico da realidade e

    proposta do curso)

    Justificativa

    Objetivos gerais

    Competncias e Perfil do Egresso

    Organizao Curricular Planos de Ensino

    Apresentao do Corpo Docente e Corpo Tcnico-Administrativo

    Orientao Didtica

    Formas e Modalidades de Avaliao

    Atividades Ordinrias e Complementares

    Descritivo de Infraestrutura e Equipamentos

    O PPC deve responder s seguintes questes (dentre outras que a

    equipe docente julgar pertinente):

    Que profissional queremos?

    Que ser humano queremos?

    Em que sociedade esse profissional ir atuar?

    Qual sociedade esse ser humano/cidado ajudar a construir?

    Que ferramentas (contedos, tcnicas, competncias...) possibi-

    litaro a formao desse profissional e cidado?

    Uma vez desenhado o PPC, cada docente ter uma viso adequada

    de como poder contribuir para sua realizao, pois se pressupe que tenha

    sido um agente ativo na construo do mesmo. A participao docente na

    efetivao do PPC se d mediante a concepo e implementao de seu

    Plano de Ensino.

  • 22

    5.2. Plano de Disciplina ou Plano de Ensino Os Planos de Disciplina ou Planos de Ensino (PE) so a ponta de lana

    de uma instituio de ensino, justamente por ser a dimenso que envolve

    diretamente o sujeito da aprendizagem: o estudante.

    Os PE operacionalizam toda ao escolar, configurada na proposta

    curricular. So elaborados para cada disciplina e, assim como os demais pla-

    nos, devem ser elaborados e executados coletivamente (quer dizer, a partir

    de uma perspectiva interdisciplinar) e amplamente divulgados, principal-

    mente junto aos alunos. Sua aprovao e monitoramento devem ser reali-

    zados pelo Ncleo Docente Estruturante (NDE).

    A efetividade de um PE depende de sua correta ancoragem no PPC,

    pois cada disciplina tem um papel especfico na realizao da proposta do

    curso. No obstante essa vinculao maior com a proposta do curso, o PE

    deve atentar para a composio de um quadro integrador de competncias

    (derivado e desenvolvido por todas as disciplinas) a partir de eixos temticos

    vinculados s reas de formao (bsica, profissional/especfica, comple-

    mentar e humanstica).

    Isso significa que as disciplinas, em seus PE, devem ser pensadas inter

    e transdisciplinarmente. Ou seja:

    Interdisciplinarmente. A interdisciplinaridade corresponde

    produo ou processo de relaes entre saberes, a partir de uma

    disciplina ou de um tema sem as limitaes de domnios ou ob-

    jetos impostos pela especializao das cincias. A caracterstica

    bsica de uma ao interdisciplinar a de pesquisador, estudi-

    oso, professor ou aluno que, ao explorar um tema, recorre a con-

    ceitos e instrumentos de outras reas do conhecimento ou disci-

    plina. Por exemplo: para se discutir as manifestaes de violn-

    cia, a pessoa recorre aos conceitos, metodologias e conhecimen-

    tos provenientes da Sociologia (interao social...), Neurologia

    (distrbios cerebrais...), Economia (privao de recursos finan-

  • 23

    ceiros...) e Fisiologia (disfuno motora, funcionamento inade-

    quado de rgos ou produo hormonal...). A interdisciplinari-

    dade no , portanto, justaposio ou articulao de disciplinas

    ou contedos. Tambm no corresponde a qualquer prtica que

    rena mais de um professor ou disciplina. Representa, sim, a ini-

    ciativa de partir de um objeto, posicionado no campo de uma

    disciplina, requerendo que professor e turma utilizem conceitos

    e instrumentos de outras disciplinas

    Transdisciplinarmente. A transdisciplinaridade estabelece ca-

    nais comunicantes, pois um especialista de uma rea utiliza sa-

    beres de outras disciplinas promovendo diferentes intercone-

    xes. Na prtica acadmica-institucional isto muito comum em

    atividades colaborativas, nas quais professores e pesquisadores

    promovem dilogos de pontos de vistas diversos (no no sentido

    da diferena ideolgica ou metodolgica) de objetos. Na prtica

    pedaggica esta relao estaria nos dilogos articulados entre

    disciplinas e professores, em tempos diferentes, respeitando

    seus ritmos, tempos e ordenamentos de trabalho. Um tema

    trabalhado transversalmente quando sua discusso e aborda-

    gem se d horizontal e verticalmente, ao longo da matriz curri-

    cular. Isso mais visvel em temas que so tratados em discipli-

    nas diversas do 2, 3, 5 e 6 semestres de um curso, por exem-

    plo.

    Com essa perspectiva ampla, o PE se organiza particularmente. So

    elementos integrantes bsicos, de um PE:

    Descritivo da estrutura e desenvolvimento da disciplina e seu

    responsvel;

    Ementa;

    Objetivo(s);

    Metodologia;

    Contedo Programtico;

  • 24

    Critrio(s) de Avaliao;

    Bibliografia (Bsica e Complementar que no so apenas tex-

    tuais);

    Competncias esperadas (Conhecimentos, Habilidades e Atitu-

    des a serem desenvolvidas pelos alunos at a concluso da disci-

    plina).

    A Metodologia pode fazer referncia explcita a projetos inter e trans-

    disciplinares, sem aprofundamentos desnecessrios detalhes desses pro-

    jetos so apresentados nos prprios projetos.

    A operacionalizao do PE feita mediante os Planos de Aula (PA).

    5.3. Plano de Aula O PA no uma camisa de fora, nem uma exigncia meramente bu-

    rocrtica. Constitui-se em instrumento altamente didtico e de auxlio da

    prtica docente, uma vez entendida sua funo e elaborado adequada-

    mente. Tem-se a ideia de que o PA, uma vez elaborado, torna-se irretocvel.

    Ledo engano: uma vez elaborado, pode e deve servir de referncia para as

    aulas de um determinado PE, a cada vez que esse PE for utilizado. Como o

    PE deve ser constantemente atualizado (ao menos, revisto a cada perodo

    letivo), entende-se que o PA tambm deve s-lo, igualmente.

    O PA oferece uma segurana a mais para o docente alcanar seus pro-

    psitos, embora possam ocorrer adequaes em face de imprevistos e em

    situaes emergenciais. Sua estrutura, porm, uma vez incorporada pela

    prtica docente, mesmo de modo informal, nortear essa mesma prtica.

    O PA elaborado por cada professor tendo como base e em conso-

    nncia com os planos das diversas esferas /nveis e a partir dos dados for-

    necidos pela sondagem e interpretados pelo diagnstico. Deve ser manuse-

    ado e seguido durante cada aula pelo professor.

  • 25

    Cada docente pode organizar seu PA da maneira que julgar mais con-

    veniente, embora alguns quesitos sejam considerados importantes, e em-

    bora a construo do PA na formatao de um quadro orientado horizon-

    talmente facilite sua visualizao e compreenso.

    5.3.1. Contedo / Assunto Derivado diretamente do PE, elemento central do PA a apresenta-

    o do Assunto ou Contedo a ser abordado ao longo da aula.

    5.3.2. Objetivo(s) da aula Os objetivos consistem na descrio clara daquilo que se pretende

    alcanar com a discusso do contedo da aula. Tais objetivos podem ser:

    Educacionais: indicando metas e valores mais amplos, em con-

    sonncia com o propsito da disciplina e, mesmo do curso.

    Instrucionais: indicando os propsitos mais especficos, referen-

    tes a mudanas comportamentais e s competncias desejadas.

    Conforme Moura (2006), os objetivos podem ser:

    Gerais: contendo uma declarao de carter geral e abrangente.

    Especficos: uma declarao de carter especfico e bem defi-

    nido sobre o que se pretende realizar para alcanar aquilo que

    est expresso no objetivo geral. Deve expressar o que ser feito

    (verbo de ao) para obter os resultados esperados. Podem ser:

    o Tipo SOLUO Definido e declarado em forma de soluo

    para um problema gerador de um projeto.

    o Tipo AO Declara vrias aes a serem realizadas para se

    alcanar, em conjunto, os resultados esperados.

    o Tipo META D nfase na apresentao de resultados men-

    surveis e com prazos de realizao definidos.

  • 26

    5.3.3. Atividades As Atividades dizem respeito aos procedimentos que constituem a

    aula, sejam procedimentos tericos ou prticos, presenciais ou no presen-

    ciais, individuais ou coletivos, etc. Essas atividades so distribudas ao longo

    do perodo da aula de acordo com o Cronograma e baseiam-se em recursos

    que devem ser disponibilizados previamente.

    5.3.4. Cronograma das atividades O Cronograma das atividades pode ser subdividido em mais de uma

    aula ou pode ser restrito ao desenvolvimento de apenas uma aula. Nesse

    ltimo caso, o cronograma especifica quanto do tempo da aula destinado

    a cada uma das atividades que a compem. Por exemplo, cinco minutos

    para a introduo do assunto, 30 minutos para a explanao dos conceitos

    centrais, 15 minutos para uma atividade dirigida visando a aplicao dos

    conceitos, 30 minutos para atividade de fixao (como a leitura de um texto

    e a elaborao de uma atividade conexa), 20 minutos para discusso plen-

    ria e reviso dos conceitos, dez minutos para a concluso da aula.

    5.3.5. Recursos Os recursos so as ferramentas que embasaro as atividades. Podem

    ser desde discusses a partir do resgate do conhecimento prvio dos parti-

    cipantes da aula at filmes utilizados em videoforos, passando por artigos

    ou livros, cuja leitura dos textos permitir um aprofundamento temtico.

    Tambm so recursos os tradicionalssimos giz e lousa, bem como os proje-

    tores multimdia, as caixas de som, microfones. Etc.

    A relao de recursos ajuda a organizar a aula, mas tambm a evitar

    surpresas de ltima hora, pois deve-se preparar com antecedncia aqueles

    elementos que favorecero a compreenso do contedo por parte dos es-

    tudantes.

  • 27

    5.3.6. Avaliao da aula Embora o PE defina a avaliao geral da disciplina, cada aula tambm

    deve indicar a forma como pretende verificar que seu contedo foi adequa-

    damente assimilado. A avaliao particular, especfica de cada aula, a ava-

    liao continuada (que deve ser referida no PE). A avaliao tambm uma

    das atividades da aula e pode assumir vrias modalidades, como a produo

    de um texto, a realizao de uma operao, a resoluo de um caso, a dis-

    cusso de algum tpico. Embora nem toda avaliao de aula venha a incor-

    porar atribuio de nota ou conceito, uma atividade que serve de term-

    metro ou descritor de desempenho, permitindo ao docente aferir se os ob-

    jetivos da aula foram atingidos ou se permaneceram pontos obscuros que

    precisam ser aprofundados mais adequadamente em uma nova oportuni-

    dade.

    5.3.7. Referncias Por fim, as referncias dizem respeito ao embasamento bibliogrfico

    utilizado na aula. Deve incluir a bibliografia bsica e complementar, mas

    pode elencar outras fontes que foram utilizadas. interessante observar

    que, se aparecem muitas referncias que no constam do PE, tm-se a p-

    lida impresso de que os Planos de Aula esto um pouco desconexos dos

    Planos de Ensino.

  • 28

    5.3.8. Modelo de Plano de Aula

    INSTITUIO:

    CURSO:

    DISCIPLINA: DOCENTE:

    CONTEDO DA AULA: Data:___/______/_____

    OBJETIVO(S):

    1.

    2.

    DESENVOLVIMENTO DA AULA

    Atividade: Recurso(s) Tempo

    1.

    2.

    3.

    4.

    5.

    AVALIAO:

    REFERNCIAS:

  • 29

    6. BIBLIOGRAFIA

    GANDIN, Danilo. A posio do Planejamento Participativo entre as ferra-mentas de interveno na realidade. In: Currculo sem fronteiras, v. 1, n.1, p. 81-95, jan./jun. 2001.

    GANDIN, Danilo. A prtica do planejamento participativo: na educao e em outras instituies, grupos e movimentos dos campos cultural, social, pol-tico, religioso e governamental. 14 ed. Petrpolis: Vozes, 2007.

    GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade: a viso estratgica e competi-tiva. Trad. Joo Ferreira Batista de Souza. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 1992.

    MOURA, Drio; BARBOSA, Eduardo. Trabalhando com projetos. Petrpolis Vozes, 2006.

    PILLETI, Claudino. Didtica geral. So Paulo: tica, 2006.