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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES CURSO DE GESTÃO ESTRATÉGICA E QUALIDADE Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento e Lançamento de Novos Produtos do Vestuário na Pequena, Média e Micro Empresa Por: Evelyn Bonorino Gonçalves Orientadora Profª. Adélia Maria Oliveira de Araújo Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

CURSO DE GESTÃO ESTRATÉGICA E QUALIDADE

Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento e Lançamento de Novos Produtos do Vestuário na Pequena,

Média e Micro Empresa

Por: Evelyn Bonorino Gonçalves

Orientadora

Profª. Adélia Maria Oliveira de Araújo

Rio de Janeiro

2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

CURSO DE GESTÃO ESTRATÉGICA E QUALIDADE

Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento e Lançamento de Novos Produtos do Vestuário na Pequena,

Média e Micro Empresa

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Gestão Estratégica e Qualidade.

Por: Evelyn Bonorino Gonçalves

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AGRADECIMENTOS

* A DEUS, toda fonte de vida, força

e fé; * A minha mãe Ângela, pelo

incentivo e apoio * Aos meus filhos Erick e Alan pela

compreensão da minha ausência. * Ao meu marido Edson pela sua

paciência.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta Monografia a minha Coordenadora, Professora Lilyan Berlim por acreditar sempre no meu trabalho.

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RESUMO

O objetivo desta monografia é construir para as empresas de pequeno, médio e

micro porte um Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento e

Lançamento de Novos Produtos do Vestuário. Será demonstrada a mudança

ocorrida no conceito da moda onde o cunho de futilidade que pessoas

intelectualizadas despejavam sobre ela, e substituída por uma visão

pragmática de arma estratégica que indivíduos e executivos empregam para

uma apresentação de si no mundo dos negócios e fora dele, nos momentos

informais, dentro de um cenário em que o indivíduo vê a si mesmo como sendo

um produto no mercado, constantemente avaliado pelos demais, tal como um

produto físico na prateleira onde a embalagem (roupa) é sempre parte

integrante do produto e merece estudo, planejamento, atenção. Através dos

quatro capítulos desenvolvidos será demonstrado como a moda é vista

atualmente e como deve ser elaborado um planejamento estratégico para as

pequenas, médias e micro empresas, obedecendo as etapas corretas para o

lançamento de um novo produto de vestuário. Este trabalho foi elaborado

baseando-se na metodologia bibliográfica de obras de autores conceituados na

área, periódicos e artigos da Internet, que possibilitou a coleta de dados sobre

os problemas existentes em relação ao assunto.

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ABSTRACT

The objective of this monograph is to build for the companies of small, medium

and personal computer carries a Strategic Planning for the Development and

Release of New Products of the Clothes. The change will be demonstrated

happened in the concept of the fashion where the triviality stamp that people

intelectualizadas spilled on her, and substituted by a pragmatic vision of

strategic weapon that individuals and executives use for a presentation of itself

in the world of the businesses and out of him, in the informal moments, inside of

a scenery in that the individual sees himself as being a product in the market,

constantly appraised for the others, just as a physical product in the shelf where

the packing (clothes) it is always integral part of the product and it deserves

study, planning, attention. Through the four developed chapters it will be

demonstrated as the fashion it is seen now and as a strategic planning should

be elaborated for the small ones, averages and personal computer companies,

obeying the correct stages for the release of a new clothes product. This work

was elaborated basing on the bibliographical methodology of authors' works

considered in the area, newspapers and goods of Internet, that it made possible

the collection of data on the existent problems in relation to the subject.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I – Histórico da Moda 09

CAPÍTULO II – A Pesquisa: O Consumidor e

a Moda 16

CAPÍTULO III – Planejamento Estratégico 23

CAPÍTULO IV - Etapas para o Desenvolvimento

e Lançamento de Novos Produtos do Vestuário

na Pequena, Média e Micro Empresa 35

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 47

ÍNDICE 57

FOLHA DE AVALIAÇÃO 58

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INTRODUÇÃO

Nesta monografia pretende-se demonstrar que a indústria de confecções tem

sua estrutura baseada na criação, produção e venda de produtos. Ao processo de

definição, criação, estudo de viabilidades e métodos para a produção de um produto

dá-se o nome de Desenvolvimento de Produto. Na maior parte das vezes, em

grandes empresas, a definição e criação dos produtos está subordinada ao setor de

Marketing, e a análise de sua viabilidade para a linha de produção, custos e

métodos fica a cargo da Engenharia de Produção. Uma visão moderna e bastante

dinâmica procura agregar profissionais de ambas as áreas em equipes

multidisciplinares por linha de produtos, de forma a criar no pessoal de Marketing

uma mentalidade pró-produtividade, tornando-os cientes dos pontos fortes e das

limitações na capacidade produtiva da empresa, bem como motivando os elementos

da Engenharia de Produção ao desafio de novos produtos.

Os ciclos de mudança e a sede do mercado por novidades têm forçado as

empresas a lançamentos cada vez mais próximos. Nas empresas de estrutura

pequena, como as micro-empresas de confecção que atuam no mercado de pronta-

entrega, chegam a ser esperados lançamentos semanais, pois o cliente está sempre

em busca de novidades.

O profissional de criação (designer de moda) deve manter olhos atentos às

novidades da moda, mas sem esquecer a realidade da empresa. Deve conhecer as

tendências, mas sobretudo conhecer profundamente o seu mercado consumidor,

seu público alvo. A identificação de mercados e desenvolvimento de produtos em

função de um público alvo pré-definido fazem parte do processo de Planejamento,

Desenvolvimento e Lançamento de Novos Produtos.

Serão elaborados quatro capítulos versando sobre: O histórico da Moda; A

Pesquisa: O Consumidor e a Marca; Planejamento Estratégico e as Etapas para o

Desenvolvimento e Lançamento de Novos Produtos do Vestuário na Pequena,

Média e Micro Empresa, esperando-se assim, alcançar os objetivos propostos.

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CAPÍTULO I

HISTÓRICO DA MODA

A roupa tem acompanhado o homem desde o inicio de sua evolução. O

homem pré-histórico cobria-se com a pele de animais para enfrentar situações

climáticas adversas. Mas é incorreto dizer que o fizesse apenas para esse motivo.

As peles de animais, amarradas sobre o corpo, embora tornassem o homem mais

agasalhado contra o frio e mais protegido contra espinhos e vegetação, tolhiam-lhe

os movimentos, fazendo com que tivesse menos agilidade ao fugir de predadores.

Os historiadores concordam que o homem pré-histórico era místico e tinha

duas crenças sobre as caçadas: a primeira é de que desenhando animais que ele

pretendia caçar, ele já estava retratando sua vitória, como se desenhasse o futuro; e

a outra (justamente a que nos interessa) é que vestido a pele de animais

anteriormente caçados, ele adquiria a forca daquele animal.

Se avançar um pouco no tempo vê-se que as primeiras civilizações

mantinham crenças semelhantes, sendo que seus sacerdotes usavam roupas de

pele para os rituais religiosos, e muitos dos deuses estavam associados à figura de

animais. Essas primeiras civilizações (assírios, babilônicos e egípcios)

desenvolveram vestimentas diferentes, mas com uma característica em comum. Não

se tratavam mais de peles curtidas e amarradas sobre o corpo, mais de fibras

naturais tecidas, como lã e linho.

Os assírios, que eram uma civilização guerreira e ainda relativamente

nômade, usavam roupas de lã, pois podiam mover seus rebanhos conforme a

disponibilidade de terras conquistadas. Já os egípcios, que se fixaram às margens

do Nilo, usavam as fibras do linho que era cultivado às margens do rio. A roupa de

um povo estava então, como é até hoje, diretamente relacionada às suas opções de

matéria prima e condições tecnológicas.

O significado místico da roupa era visto especialmente nos sacerdotes e nos

governantes (reis ou faraós) que usavam trajes e jóias que os diferenciavam dos

demais. Desde cedo também, a roupa foi usada para diferenciar classes sociais.

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Até esse momento a roupa era uma forma de identificar a condição do

individuo dentro da sociedade, existindo inclusive leis sumarias que proibiam o uso

de um ou outro traje, pois tais eram privilegio da nobreza ou do governante maior.

No império de Bizâncio (atual Istambul) os tecidos tingidos de cor púrpura eram

privilégio do imperador e de sua esposa. As demais pessoas, nem mesmo os

membros da corte poderiam fazer uso daquela cor. Até o final da idade média

podemos constatar que existia indumentária, roupa, mas não MODA.

Com a Revolução Comercial, a burguesia enriqueceu e tinha, também,

acesso a tecidos trazidos do oriente. Em busca de ascensão social os comerciantes

compravam títulos de nobreza, e conseqüentemente adotavam outra forma de vestir.

A classe dos nobres e dos comerciantes ricos tornou-se numerosa. Como se

diferenciar de tanta gente? Como se destacar dentre os demais da corte? A resposta

estava nas roupas, e aqui e acolá começavam a surgir detalhes de vestimenta, que

eram copiados muitas vezes pela influência do usuário. Os estilos eram ditados pelo

domínio e influência política das nações, fazendo com que cada época

apresentasse, na roupa, detalhes característicos do país mais influente na Europa

no momento.

É a partir desse fenômeno que podemos falar em MODA, ou seja, as pessoas

mudam sua forma de vestir em função de influências sociais. A roupa que a princípio

era determinada apenas pelos recursos disponíveis e tecnologia, passa a variar em

estilos conforme vogas de época. Esta caracterizada a MODA.

Joffily (1999:27) afirma que “Moda é o fenômeno social ou cultural, de caráter

mais ou menos coercitivo, que consiste na mudança periódica de estilo, e cuja

vitalidade provém da necessidade de conquistar ou manter uma determinada

posição social”. Este conceito pode ser ampliado quando pensarmos que moda é

também um fenômeno temporal, caracterizado pela constante mudança, quando um

lançamento faz com que o estilo anterior seja descartado conforme explica

Lipovetsky (1987:159).

A moda surge no momento histórico que o homem passa a valorizar-se pela

diferenciação dos demais através da aparência, o que podemos traduzir em

individualização. Todavia essa diferenciação de uns, visa uma identificação com

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outros, pois a moda se dá através da cópia do estilo daqueles a quem se admira. Na

era do consumo em massa, pode-se concluir que moda são os valores

materializados nos bens de consumo massificados, e que, à medida que vão sendo

consumidos, pautam as relações entre as pessoas a partir das aparências e de um

ciclo de obsolescência programada que privilegia aquilo que é novo. Simplificando: a

moda é um fenômeno social de caráter temporário que descreve a aceitação e

disseminação de um padrão ou estilo, pelo mercado consumidor, até a sua

massificação e conseqüente obsolescência como diferenciador social.

1.1 - O Ciclo da Moda

Moda é um fenômeno que passa pelas seguintes fases: lançamento,

aceitação, cópia e desgaste. Moda diferencia-se pelo estilo, pois este é pessoal.

Para que a moda aconteça é preciso que existam seguidores, ou seja, ninguém “faz”

moda sozinho. Moda é um fenômeno sociológico. É preciso que exista um consenso,

pessoas que acreditem, concordem e consumam esta ou aquela idéia para que ela

vire Moda.

Uma moda é lançada como proposta de estilo. Sua origem pode estar na

coleção de um estilista, num grupo de jovens, em um detalhe de vestimenta

idealizado pelo figurinista de um filme ou novela.

Jones (2002:33) apresenta dois “movimentos de moda” na escala social, um

chamado efeito trickle-down (gotejamento) e outro o efeito boubble-up (ebulição). O

efeito trickle-down começa no topo da elite da moda, com um lançamento de alta-

costura ou o estilo de uma estrela pop, como Madonna, por exemplo. As pessoas

que estão mais próximas dessas celebridades e formadores de opinião adotam o

mesmo estilo primeiro. Assim que é notado pela imprensa, o estilo passa a ser

divulgado e algumas marcas independentes começam a reproduzí-lo. Valorizado

pela exposição na mídia, o estilo também será copiado por redes de lojas e marcas

que atuam em mercados mais populares, adaptando materiais para conseguir

fornecer o mesmo estilo a um preço mais em conta para o mercado de massa. Por

último chega-se a produção em larga escala e acesso ao público em geral.

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O efeito boubble-up faz o caminho contrário, elevando na escala social um

estilo surgido nas ruas, como foi o caso dos estilos punk e grunge. Um grupo

desenvolve um estilo de vestir específico. O mercado de moda atribui um nome a

este estilo e começa a divulgá-lo em revistas e mídia eletrônica. Formadores de

opinião tomam conhecimento do estilo das ruas e adotam versões mais sofisticadas

do mesmo. Por último, versões exclusivas inspiradas no estilo original aparecem no

mercado de artigos de luxo e nas passarelas.

Todavia, independente de onde surja um estilo, seja das passarelas ou nos

subúrbios, para chegar a ser moda ele precisa ser aceito e imitado. Quando um

lançamento é aceito, as pessoas que se identificam com o perfil para o qual ele é

dirigido, passam a ver naquele estilo uma forma de rótulo de modernidade.”Pessoas

como eu atualmente vestem isso, logo preciso ter isso”. Dá-se então o consumo dos

artigos de moda.

Ao atingir níveis elevados de consumo, uma moda torna-se ”massificada”, ou

seja, de domínio geral. Neste ponto ela perde sua característica de diferenciador

entre as pessoas, já que todas possuem o mesmo bem, ou vestem o mesmo estilo.

Logo um novo item será eleito como preferido e o anterior considerado como

obsoleto, demodeé. Mesmo um estilo que tenha surgido da base na escala social,

depois que se torna moda perderá seu conceito original e sofrerá o mesmo desgaste

de uma moda que tenha se desenvolvido pelo efeito trickle-down.

1.2 – O que é uma Coleção, como Surgiram e Quem as Criam

Segundo Rech (2002: 68) coleção é um “conjunto de produtos, com harmonia

do ponto de vista estético ou comercial, cuja fabricação e entrega são previstas para

determinadas épocas do ano”. Para Gomes (1992: 43) “Coleção é a reunião ou

conjunto de peças de roupas e/ou acessórios que possuam alguma relação entre si”.

Essa relação normalmente está centrada no tema escolhido para a coleção, que

deve ser condizente com o estilo do consumidor e com a imagem da marca.

1.2.1 – Como surgiram as coleções

Até a metade do século XIX não existia a profissão do criador de moda. As

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roupas eram confeccionadas por artesãos que seguiam as instruções de quem

encomendava as peças ou, se realizavam criações, não recebiam reconhecimento

pelo fato. Embora não se perceba uma ruptura brusca no feitio dos trajes da década

de 1850, arquitetava-se uma mudança que marcaria definitivamente o sistema da

moda.

O Costureiro Charles Fréderick Worth abre a primeira Maison de moda em

Paris. Não se tratava mais de uma oficina de costura, mas sim de um templo de

criação, onde o costureiro era aceito como artista e à sua obra eram associados

conceitos de estilo e status, segundo Vicent-Ricard (1989: 53). Worth é o primeiro a

confeccionar modelos pensando nas clientes para quem tinha a intenção de vender.

Para tanto, usava mulheres de tipo físico semelhante ao da cliente para realizar as

provas. Uma vez concluído, o modelo era apresentado à cliente e, caso adquirido,

bastava apenas um ou outro ajuste para que servisse com perfeição. As mulheres

que realizavam a prova dos modelos também eram solicitadas para desfilarem com

os trajes, para as possíveis compradoras. Com esse artifício criava-se a profissão de

modelo manequim.

O primeiro registro que se tem de lançamento de coleções refere-se aos

eventos organizados pelas maisons (dentre outras a de Worth) em que as clientes

eram convidadas a assistir o desfile das criações. A organização desses eventos

marca uma divisão importante: as maisons começam a trabalhar com lançamentos

de outono-inverno e de primavera-verão. Assim, os lançamentos de moda tornaram-

se vinculados ao calendário climático como acontece até os dias de hoje. Até então,

os lançamentos de moda eram desfiles de uma série de modelos que apenas tinham

em comum o estilo de seu criador e os padrões de moda vigentes. Não havia,

necessariamente, uma unidade visual de coleção.

No começo do século XX, pode-se citar o trabalho de alguns estilistas cujas

coleções revelaram uma fonte de inspiração. Paul Poiret era famoso por seus

vestidos de inspiração oriental, muitas vezes apresentados com turbantes. Na

década de 1930 a estilista Elsa Schiaparelli viria propor coleções com temas

específicos. Ainda que seu estilo se mantenha de uma coleção para outra, o tema

central de cada coleção poderá variar. Borboletas, circo, música, foram alguns dos

temas trabalhados por Elsa. Em cada coleção o tema aparecia em diversas peças,

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fosse através de estampas, bordados, botões artesanais ou recortes. Criava-se

assim uma unidade visual. Várias peças inspiradas no mesmo tema tornaram-se

base de criação dos estilistas até os dias atuais.

1.2.2 – Quem cria Coleções

Para criar coleções de moda não basta saber desenhar. “A aparente

desenvoltura dos ‘grandes criadores’ está sempre vinculada à precisão do trabalho.

Só o verdadeiro profissionalismo dá margem a todas as ousadias de estrutura e

elaboração” (Vicent-Ricard, 1989: 231).

O design de moda é uma divisão do design industrial e, atualmente, a

formação em Moda vem se aproximando dos conceitos de design. Peruzzi (1998:

11) atribui características ao design como a “inovação, confiabilidade,

racionalização, evolução tecnológica, padrão estético, rápida percepção da função-

uso de produtos, adequação às características sócio-econômicas e culturais do

usuário”. Aparentemente, para a alta-costura, conceitos de racionalização e rápida

percepção da função-uso podem ser elementos limitadores da criatividade, mas para

a moda produzida industrialmente são atributos essenciais de um produto.

O International Council of Societies of Industrial Design (ICSID) conceitua o

design industrial como “a atividade criativa cujo objetivo é determinar as

propriedades formais dos objetos produzidos industrialmente” (Peruzzi, 1998: 12). O

autor esclarece que, por propriedades firmais, entende-se não somente as

características exteriores do produto, mas as relações estruturais e funcionais do

objeto ou do conjunto de objetos e sua interação com o usuário. O design industrial,

conclui Peruzzi, “abrange todos os aspectos do ambiente humano condicionado pela

produção industrial”. A arquitetura e designer francesa Charlotte Perriand, citada por

Estrada (2000: 58) ainda complementa afirmando que “criar é antecipar”. No design

o projeto de produtos é “a satisfação das necessidades atuais e futuras dos

consumidores (Slack, 1997 apud Rech, 2002: 60). Dessa maneira, a função do

design é “prever necessidades ainda na expressas, traduzindo nossa vontade de

novas formas de viver; ou trazendo uma visão intuitiva dos rumos que irão seguir os

padrões estéticos” (Perriand apud Estrada, 2000: 58). Por vezes, afirma Perriand, é

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o próprio designer que se torna responsável por esses novos rumos, através de

propostas oriundas da sua sensibilidade estética. As habilidades do designer de

moda são apresentadas por Rech (2001: 49) como uma interpretação das

habilidades do designer industrial:

• capacidade para pesquisar, organizar e inovar;

• habilidade para desenvolver respostas apropriadas para problemas novos;

• aptidão para testar essas respostas, através de peças-piloto;

• treinamento para comunicar esses desenvolvimentos através de croquis,

modelos, modelagem e pilotagem;

• talento par combinar forma, técnica, condições humanas e sociais e

arrebatamento ético;

• sabedoria para prever conseqüências ecológicas, econômicas, sociais e

políticas da interferência do design;

• compreensão para trabalhar em equipes multidisciplinares.

O designer de moda precisa conhecer as tecnologias disponíveis para o

desenvolvimento de produtos que possam ser absorvidos por um público

determinado. Sua preocupação deve centrar-se não apenas na comercialização do

produto, mas na funcionalidade e nos benefícios que possa proporcionar ao usuário,

ainda que, sobretudo no design de moda, esses benefícios sejam atributos

intangíveis.

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CAPÍTULO II

A PESQUISA: O CONSUMIDOR E A MARCA

É importante que o empresário da moda sempre que desenvolver uma nova

coleção se preocupe com o design, levando em consideração a que tipo de

consumidor (público alvo) ela se destina. Sabe-se que o mercado é o grupo de

consumidores potenciais para um determinado produto. O mercado para os produtos

de confecção, ou seja, os possíveis compradores são todos, pois todos se vestem.

O mercado de artigos de moda está dividido em três grandes mercados

quanto ao gênero: feminino, masculino e infantil. O mercado de moda feminina

representa a maior fatia, com 57% dos negócios realizados, seguidos por um

crescente mercado de moda masculina que hoje representa 24% da indústria de

confecção. O mercado infantil é o menor segmento de consumo (JONES, 2002, p.

191) .

1: Moda Feminina 2: Moda Masculina 3: Moda Infantil

O mercado de moda é segmentado em grupos de consumidores que

possuem similaridades quanto ao poder de compra, localização geográfica, atitudes

e hábitos de compra. A segmentação geográfica é clássica, e ajudará a calcular

quantos consumidores potenciais existirão para um produto em uma determinada

Mercado de artigos de Moda quanto ao Gênero

57%

5%

24%

1 2 3

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região. Nicho de mercado é uma subdivisão de segmento, geralmente para atender

às necessidades especificas de um grupo de consumidores.

A segmentação por gênero, classe social e faixa etária é clássica, mas o

estilo de vida e interesses dos grupos tem gerado uma subdivisão cada vez maior. A

loja da Nike, em Nova York, poderia caracterizar o exemplo acima. Nessa loja cada

andar é dedicado a um tipo de esporte (tênis, vôlei, basquete, futebol) com produtos

específicos para cada modalidade e decoração também voltada para cada tipo de

consumidor.

Além da segmentação clássica pode-se ainda apontar a divisão dos

consumidores de moda descrita por Pires (2000, p. 26). Nela, os consumidores são

classificados por seus hábitos de consumo e propensão à aquisição de produtos de

moda. Pires denomina esta divisão como “estilo” do consumidor:

Tradicional: acomodado, gosta de ler, indiferente à propaganda, a não ser

quando salienta conforto, durabilidade e o preço justo. Indiferente à etiqueta e à

moda, motivado pela necessidade, não gosta de chamar a atenção.

Fashion: público de moda, é o público que mais consome. Valoriza a moda,

as etiquetas, a juventude; gosta do consumo em geral; é socialmente ativo; flexível,

alerta aos modismos; julga-se sexy e atraente; aceita novidades com muita

facilidade; procura estar em forma. Aprecia modelagem confortável, estilo

contemporâneo e coordenado.

Vanguarda: é rebelde, particular, inesperado, inovador, sofisticado, desligado

da família, gosta de informação e de sentir-se diferente. Adota moda própria, valoriza

estilos, novidades, peças coordenáveis de forma insólita. Não é fiel às etiquetas. São

pessoas altamente criativas, sem medo de críticas. Curiosos, pesquisadores,

mudam as coisas em todas as áreas.

Percebe-se que, de alguns anos para cá, grandes magazines como C&A,

Renner e Riachuelo, acostumados a vender para o público tradicional, vem

demonstrando uma preocupação maior com as tendências de moda. A razão é

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simples. Estima-se que no mesmo período que o consumidor tradicional adquire

uma peça, o consumidor fashion adquira seis. Neste mesmo espaço de tempo o

consumidor de vanguarda adquire (ou produz, o que é comportamento bem

característico deste consumidor) três novas peças. Portanto basta acompanhar a

tabela abaixo para perceber que o consumidor fashion é o mais interessante para o

comércio de moda. Embora não represente a maior fatia da população, os

consumidores fashion são responsáveis pelo maior consumo de artigos de vestuário.

QUADRO 1: Projeção de consumo segundo estilo de consumidor

Estilo de consumidor

Percentual no mercado

Quantidade de peças

adquiridas

Quantidade de consumidores num mercado de 100 mil

habitantes

Quantidade de peças

adquiridas

Tradicional 60% 1 60 000 60 000

Fashion 30% 6 30 000 180 000

Vanguarda 10% 3 10 000 30 000

Fonte: Revista Veja, 13 de junho, 2001

Depois da opção dos grandes magazines pelo consumidor fashion, acredita-

se que uma parcela dos consumidores tradicionais possam ter migrado para o

segmento fashion, influenciados pela publicidade que essas lojas praticam. Basta

que 5% dos consumidores da população citada na tabela mudem de categoria para

que as vendas pulem de 180 mil para 210 mil peças. Para a Riachuelo, de 1996 à

2001 houve um incremento nas vendas da ordem de 40% e a Renner pulou de um

faturamento de 406 milhões de reais em 1999 para 700 milhões em 2000

(MOHERDAUI, 2001).

2.1 – Marca e Marketing

Criar uma marca, um nome e uma alma para um produto faz parte da

estratégia de marketing. Portanto, para compreender identidade e imagem da

marca precisa-se antes conhecer alguns conceitos relacionados ao marketing. A

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palavra marketing vem do inglês. Sua origem é “market”, mercado. Marketing não

possui tradução direta para o português. O termo de sentido mais aproximado seria

“comercialização”. Marketing “é o processo social e gerencial através do qual

indivíduos e grupos obtêm aquilo que necessitam e desejam por meio da criação e

troca de produtos e valores” (KOTLER, 1993, p. 2). Marketing vai além da simples

compra e venda de produtos. Trata de um conjunto de técnicas utilizadas para

melhor aproveitar as oportunidades surgidas no mercado. Visando atender às

necessidades e desejos, gerando satisfação aos compradores e lucro aos

vendedores. O marketing começa atuar mesmo antes de um produto ser concebido,

pesquisando as tendências de comportamento de segmentos do mercado,

buscando criar produtos e serviços que satisfaçam as necessidades e desejos de

cada segmento.

No entender do marketing, o consumidor é soberano. É ele quem escolhe os

produtos, serviços ou mesmo idéias que irá adquirir e incorporar à sua vida. O

consumidor possui liberdade de escolha. Portanto, uma das primeiras

características do marketing é a observação minuciosa do comportamento do

consumidor. É a visão que o consumidor possui do mundo que definirá seus hábitos

e decisões de compra.

2.2 – Produtos e Marcas

O consumidor é influenciado por diversos fatores que o fazem escolher por

um ou outro produto. Nas sociedades pré-industriais, as pessoas precisavam

sujeitar-se a uma escassa oferta de produtos. Atualmente, a produção de bens é

muito maior do que a capacidade do mercado em absorver esses bens, sobretudo

em função do poder aquisitivo do consumidor. Mas basta percorrer um corredor de

supermercado para perceber que existem inúmeros fabricantes oferecendo

produtos semelhantes a preços similares. Os representantes comerciais lutam para

conseguir uma posição de destaque para seus produtos nas prateleiras e as

empresas investem em embalagens chamativas. Tudo vale para conquistar a

atenção do consumidor.

O consumidor diferencia produtos de uma mesma espécie em função da

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MARCA. Segundo Bazanini (2000) “A marca é o nome de batismo (...) o fabricante,

seu sobrenome”. No caso de alguns produtos, como a Coca-Cola, a marca vale

mais que os parques industriais da empresa. Em alguns casos a marca se torna tão

poderosa que chega a substituir o nome do produto (ex.: Xerox, Gillete, Cotonetes).

Existem duas maneiras eficientes de uma marca posicionar-se no mercado:

pela definição do produto ou pela definição da identidade. Quando a empresa opta

por posicionar-se em função do produto, poderá atender a segmentos de mercado

diferentes, fabricando artigos que possuam uma mesma característica de forma ou

funcionalidade. Fabricantes de meias são um exemplo próprio deste tipo de

empresas, pois através de produtos distintos (meias esportivas de algodão, meias

social, meias-calça, meias decoradas, meias anti-stress, etc) consegue atingir a

vários segmentos (feminino e masculino, adulto e infantil). Neste caso, o nome da

marca está associado ao produto e não ao público que atinge, pois este é sempre

amplo.

Quando a empresa opta por estabelecer-se em função da identidade da

marca deve estar disposta a grandes investimentos de divulgação para que seus

consumidores conheçam a marca, seus valores, e com ela se identifiquem. Uma

marca forte, com identidade bem definida, tende a expandir suas linhas de produtos

através de licenças. O licenciamento é uma forma de oferecer novos produtos a

seus clientes sem que isso represente ampliação do parque industrial. Indústrias

terceiras adquirem a permissão de comercializar artigos submetidos a aprovação do

detentor da marca, mediante o pagamento de um percentual sobre vendas ou de

uma licença de produção, conhecidos como royalties. Na moda, o precursor da

política de licenciamento foi Pierre Cardin que, segundo Jones (2000: 55) possuía

na década de 70 cerca de 800 licenciados produzindo moda em vestuário,

acessórios e decoração com sua grife.

Para ser bem sucedido no mercado de licenças é necessário que o detentor

da marca não descuide da qualidade dos produtos fabricados por terceiros e que

não perca sua identidade, o estilo pelo qual a marca é conhecida. Atualmente várias

marcas como Ralph Lauren e Versace atuam através de licenças nos mercados de

roupas, acessórios, e artigos de cama, mesa, banho e decoração mantendo o

mesmo estilo em todas a linhas de produtos.

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21

2.3 – Identidade e Imagem da Marca

A identidade da marca é um dos diferenciais que podem influenciar o

consumidor na sua decisão de compra. A embalagem é importante pois dá vida ao

produto. É ela que traz informações a seu respeito, que o protege, vende e

promove. A embalagem funciona como um vendedor silencioso. A logomarca

(desenho que identifica a marca) funciona como assinatura, elemento de

reconhecimento visual imediato para o consumidor.

A parte abstrata é a própria identidade da marca. Segundo Kotler (1993) o

consumidor, ao realizar uma compra, não está adquirindo apenas o produto físico,,

mas uma série de promessas, benefícios e atributos associados ao produto. Muitas

vezes a identidade da marca está expressa em um slogan. O slogan é sempre uma

frase curta, positiva, compreensível, precisa, incisiva, rítmica e simpática, que tem a

capacidade de fixar a imagem de uma marca na mente do consumidor. A

composição de um slogan engloba a utilização de palavras de efeito e mecanismo

gramaticais responsáveis pela expressão e conteúdo da mensagem. Slogans são

sempre curtos, com não mais que sete palavras. Alguns exemplos de slogans

famosos são: “Super Nescau, energia que dá gosto”, “Omo lava mais branco”,

“Tomou Doril, a dor sumiu”.

A Souza Cruz possui uma série de marcas de cigarros, cada qual com sua

identidade bem definida. Se avaliarmos o produto em si, vê-se que não há muita

diferença. Todos são cilindros de papel com folhas de fumo processado e todos são

nocivos à saúde. Mas ao comparar a imagem projetada de cada um, nota-se que

cada marca está direcionada para um tipo de consumidor diferente. Cada marca

possui uma identidade própria com a qual o consumidor pode interagir.

QUADRO 2: Identidade de algumas marcas

MARCA SLOGAN IDENTIDADE

Carlton Um raro prazer Sofisticação

Free Alguma coisa em comum Moderno, forte, aventureiro, corajoso.

Malboro Venha para o mundo de Malboro Másculo, forte, aventureiro, corajoso.

Hollywood O sucesso Rock, esporte radical, juventude.

Derby Pra conquistar o Brasil Popular.

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Outro bom exemplo de identidade de marca é a Harley-Davidson.

Independente do ano ou do modelo de suas motos o conceito de aventura está

sempre presente e a identidade projetada no inconsciente do consumidor é a de

grupos de “estradeiros” rebeldes pilotando suas motos.

Todavia nem sempre uma marca é bem sucedida ao projetar a sua

identidade pode acabar obtendo as respostas erradas do mercado. Isso se dá

porque identidade e imagem da marca são conceitos distintos. A identidade,

segundo Rigueiral (2002: 156) é “a maneira como uma empresa busca se identificar

e posicionar seus produtos”. A identidade é a mensagem que a marca projeta de si

mesma enquanto a imagem da marca é a leitura que o mercado faz dessa projeção,

é “a percepção que o público tem da identidade” (Rigueiral, 2002: 156).

2.4 – Painel de Identidade da Marca

O painel de Identidade da Marca é uma colagem de figuras relacionadas aos

conceitos e valores que a marca projeta para o consumidor e quais os atributos

intangíveis que oferece em seus produtos. O painel tem por objetivo identificar

visualmente a identidade da marca. É bastante utilizado por agências de

publicidade que precisam transmitir a seus profissionais de criação quais

mensagens deverão enfatizar nas campanhas que criarem para um determinado

produto, ainda que este seja uma calça preta, como citou Tom Ford. A partir de um

painel de identidade da marca a agência sabe que uma calça preta Chanel é

diferente de uma calça preta Galliano.

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CAPÍTULO III

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Baseando-se nas metodologias apresentadas por diferentes autores, ao

enfatizarem planos de marketing das micro e pequenas empresas (M.P.), elaborou-

se uma forma simplificada deste processo, que apesar de simples contém três

principais elementos necessários.

Sabe-se que todos os planos de marketing apresentam alguns aspectos

comuns. O que os diferencia é a quantidade da informação e alguns aspectos

metodológicos que existem em cada uma das etapas do processo. Por exemplo: ao

comparar dois planos diferentes, percebe-se que um elemento comum entre eles é

a análise da situação. No entanto, um autor sugere que, para análise da situação

externa, utilize-se informações de jornais e revistas e simplesmente descreva-se

determinada situação, enquanto outro pode indicar que se procure, além destas

informações, dados de vendas e faça uma análise de correlação entre esses

números e alguma variável ambiental as diferentes formas de análise têm o mesmo

objetivo. O que muda é o nível de profundidade dessa análise. Conforme pode-se

perceber nas diversas metodologias há elementos comuns. Esses elementos são

essenciais:

1. determinação de situações favoráveis e desfavoráveis com base em dados

externos;

2. análise de pontos fortes e fracos com base em dados internos e externos e

comparando a empresa com os concorrentes;

3. determinação de pressuposições acerca do que poderá ocorrer;

4. determinação de objetivos e metas;

5. escolha da estratégia de marketing e de orçamento;

6. projeção de lucros e perdas;

7. controle.

Percebe-se que essa linha central do plano se divide em grupos. Há um

grupo que envolve o diagnóstico e a análise de diferentes fatores que afetam a

empresa. Há também uma parte da formulação tática, que determina diferentes

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ações. Finalmente, há uma parte relativa à implementação e ao controle.

Portanto, a proposta de planejamento para pequenas empresas é de

apresentar um formato simplificado com todos esses elementos. Em primeiro lugar,

apresenta-se um modelo básico. Mais adiante, serão apresentadas várias outras

ferramentas para serem agregadas ao plano, se o planejador assim o desejar.

Essas ferramentas podem ser usadas e acrescentadas ao plano conforme o nível

de sofisticação desejado.

Portanto, o planejador poderá optar por um plano bem simples, ou então

sofisticá-lo com a utilização de técnicas mais complexas. Uma sugestão é a

seguinte: quando se tratar do primeiro planejamento, utiliza-se o modelo

simplificado. Ele contém os elementos básicos, conforme comentado. Depois de se

acostumar com o modelo básico, começa-se a acrescentar as ferramentas mais

sofisticadas tanto para a análise como para a elaboração. O modelo simplificado é

apresentado no Anexo 1.

3.1 – Análise Ambiental: ameaças e oportunidades

O primeiro passo para realizar um plano de marketing é fazer uma análise

ambiental. Há necessidade de definir qual a situação atual para estabelecer uma

estratégia em sintonia com as tendências atuais e futuras. Essa parte do diagnóstico

é muito importante e muito simples; depende apenas de informações atualizadas. As

fontes para essa etapa são notícias de jornais, revistas, boletins, palestras, enfim

tudo o que pode ser citado como fonte de informação analisá-las é o passo inicial

para qualquer planejamento. Identifica-se inicialmente quais as principais variáveis

de marketing que afetam seu negócio. Por exemplo: suponhamos que você esteja

no negócio de vendas de brinquedos, e que as variáveis que afetam seu negócio

são:

1. economia;

2. política;

3. concorrência;

4. tecnologia;

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5. demografia;

6. legislação.

Relacionando-se as variáveis que afetam o negócio, fica fácil atualizar os

fatos. Considerando-se um exemplo apenas para ilustrar o procedimento. O mesmo

deverá ser feito para todos os demais itens. Supondo que a variável que se esteja

analisando seja economia, os seguintes fatos foram identificados:

1. inflação reduzida em torno de 1% ao mês;

2. juros altos;

3. abertura das importações.

Há outros fatores econômicos que afetam as atividades do comércio de

brinquedos, porém por ora esses itens já são suficientes para análise. Conduz-se a

análise da seguinte forma: relaciona-se da coluna da esquerda do Anexo 1, sob o

título eventos, todos os tópicos das variáveis incontroláveis de marketing. Coloca-se

os eventos logo abaixo de cada uma das categorias. Assim tem-se:

Eventos

1. Economia - Inflação reduzida em torno de 1% ao mês; - Juros altos; - Abertura das importações.

Nessa coluna, deve-se relacionar os demais eventos de forma análoga à

apresentada, subdivididos em “mudança de partidos”, “ano eleitoral” etc. Na coluna

“tecnologia”, poderiam ser relacionados como eventos o uso de computação, novas

técnicas no ramo etc. Próximo procedimento: identifica-se ameaças e oportunidades

de cada evento. Analisa-se nesta etapa item por item. Por exemplo:

Eventos

Ameaças

Oportunidades

Sugestões

1. Economia Inflação reduzida em torno de 1%

Clientes podem odiar decisão de compra

Melhora de poder aquisitivo; Maior conscientização do preço

Rever política de preços

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Percebe-se que, para cada evento, o planejador deve pensar nas ameaças

que o evento pode causar. Não necessariamente todos os eventos causam

ameaças e oportunidades. Deve-se identificar os impactos por meio de uma análise

subjetiva. O ideal é discutir as ameaças e oportunidades em grupos para que várias

idéias surjam. Analogamente, não há necessidade de preencher a coluna “sugestão”

para todos os eventos. Essa coluna serve para auxiliar o planejador quando ele tem

uma idéia que será utilizada mais adiante ao desenvolver a estratégia de marketing.

Deve-se evitar o erro muito freqüente, principalmente para os principiantes, de

relacionar os eventos e depois procurar as ameaças e oportunidades de modo geral.

A análise deve ser feita item por item para que todos os aspectos sejam cobertos.

Portanto, para fazer esta parte do planejamento, a metodologia é a seguinte:

1. identifique todos os eventos com base nas variáveis incontroláveis de

marketing (economia, política, legislação, concorrência, etc);

2. para cada evento, caracterize uma situação. Assim, economia tem a

informação de inflação baixa, aumento do poder aquisitivo, juros altos etc;

3. ao lado de cada um desses eventos, identifique ameaças oportunidades.

Uma ameaça é tudo aquilo o que pode prejudicar a empresa no alcance de

seus objetivos, enquanto uma oportunidade são fatos que podem auxiliar a

empresa a obter uma situação privilegiada. Inclua oportunidades e ameaças

na mesma linha em que os eventos foram identificados;

4. inclua sugestões, se houver, na coluna de sugestões.

3.2 – Análise dos Pontos Fortes e Fracos

Na coluna “aspectos analisados”, do Anexo 1, percebe-se que vários itens

estão relacionados. O parâmetro usado para a relação foram as atividades

empresariais que têm como base pessoas, equipamentos, recursos financeiros e

estratégias de marketing. Isso não quer dizer que esses recursos sejam todos

aqueles suficientes e necessários para uma empresa, mas são os recursos

essenciais para um plano de marketing. Da mesma forma, não se faz um plano

limitado a esses itens; pode-se aumenta ou diminuir a relação deles conforme a

necessidade.

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Para realizar essa etapa do planejamento, o procedimento resume-se numa

análise subjetiva dos diferentes recursos de organização em relação aos principais

concorrentes. Percebe-se que na coluna da direita dos pontos fortes e fracos do

Anexo 1 são analisados os pontos fortes e fracos de apenas dois concorrentes. Se

a empresa atua em um mercado muito competitivo, outros concorrentes podem ser

acrescentados. Inclui-se todos aqueles com que se deve “medir forças”. Apesar de

não constar no quadro, acrescenta-se uma coluna, “Nossa empresa”, ao lado

direito, mencionando os pontos fortes e fracos de sua empresa também. Esse

procedimento facilita a análise de todos os concorrentes em relação à empresa que

está planejando.

Inclui-se nesta seção apenas um x ao lado de cada aspecto analisado e na

respectiva coluna, “ponto forte” ou “ponto fraco”. Para análise da concorrência,

obtêm-se informações em revistas e jornais. Obtêm-se também informações de

especialistas ou vendedores. Os clientes, muitas vezes, também informam sobre a

concorrência. Deve-se ficar atento em relação ao mercado. Ao colocar o x nas

colunas, a análise pode representar uma opinião pessoal. Para evitar que a análise

fique limitada, apenas, à opinião de uma pessoa, pede-se para outros opinarem.

Distribui-se os questionários para diferentes indivíduos, para que as empresas

sejam avaliadas de forma correta.

Percebe-se que a diferença desta análise para a anterior é que esta tem

enfoques interno e externo. Enquanto na análise de eventos, ameaças e

oportunidades analisa-se o mercado como um todo, que cria ameaças e

oportunidades para qualquer empresa, nessa etapa analisam-se os pontos fortes e

fracos, para se identificar que empresas têm melhores condições de aproveitar as

oportunidades ou se defender de eventuais ameaças.

Alguns autores preferem mencionar ameaças e oportunidades como a

combinação de pontos fortes e fracos com eventos favoráveis e desfavoráveis. A

combinação de um evento favorável com um ponto forte constitui-se numa

oportunidade e a de um evento desfavorável com um ponto fraco numa ameaça.

Há autores que preferem dar notas para cada item, neste caso de 1 a 5, ou

usar outro critério que considerar mais adequado. Com diferentes notas, tira-se uma

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média e assim pode-se chegar a uma avaliação mais adequada, representando

também as diferentes opiniões das pessoas indicadas para participar. As notas de

avaliação permitem um resultado mais justo, pois geralmente dão idéia de

quantidade (muito pouco, pouco, razoável, bom, muito bom). No entanto, marcar

apenas com um x, sem a graduação, pode ser útil como passo inicial. Um quadro

para análise de pontos fortes e fracos, preenchido ficará conforme o Quadro 4

(exemplificando com apenas um os itens).

QUADRO 4: Análise dos pontos fortes e fracos

Aspectos Analisados

Concorrente 1

Concorrente 2

Empresa X

Fortes Fracos Fortes Fracos Fortes Fracos

Recursos Financeiros

x

x

x

Como se percebe no Quadro 4, o concorrente 1 tem o aspecto analisado

“recursos financeiros” como um ponto forte. A empresa que está fazendo o

planejamento (empresa X) também tem recursos financeiros como ponto forte. O

concorrente 2 não conta com recursos financeiros, portanto não tem muita chance

de competir com o concorrente 1 e com a empresa X em uma situação que exija

investimentos, a não ser que a empresa tenha condições de obter empréstimos.

Uma análise de todos os itens mencionados permite verificar quem tem melhores

condições para aproveitar as oportunidades identificadas na etapa anterior (análise

de ameaças e oportunidades). Os procedimentos adotados para a colocação dos xx

nos quadrinhos seriam os procedimentos sugeridos anteriormente, com o

envolvimento de mais de uma pessoa, se possível.

3.3 – Objetivos e Estratégia de Marketing

Os objetivos são como uma bússola para o administrador. Há necessidade

de se determinar os objetivos como passo inicial do processo de planejamento, pois

somente assim será possível determinar uma estratégia adequada, adaptada às

diferentes situações. Os objetivos são decisões de extrema importância. Apesar de

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sua aparente simplicidade na formulação, podem ser responsáveis por sucessos ou

fracassos nas estratégias de marketing. Constituem-se no marco inicial para

qualquer planejamento. Nessa etapa da determinação de objetivos, o planejador

deverá analisar as informações que foram levantadas na análise ambiental e na

determinação de ameaças e oportunidades. Também deve-se analisar

detalhadamente os pontos fortes e fracos que foram identificados na segunda parte

do diagnóstico. Somente após esses estudo deverá começar a escrever seus

objetivos. Assim, um diagnóstico favorável poderá ajudar na determinação de um

objetivo otimista de crescimento, da mesma forma que um diagnóstico desfavorável

poderá gerar um objetivo de defesa. Igualmente, uma análise de um ponto fraco em

relação aos concorrentes pode exigir que a empresa alcance o objetivo de melhorar

o aspecto analisado para enfrentar a concorrência.

Portanto, para a determinação de objetivos, serão utilizados dois parâmetros:

objetivos quantitativos e objetivos qualitativos. Os primeiros referem-se àqueles que

são determinados com uma quantidade ou medida. Um aumento de participação de

mercado de 10% ou um crescimento de vendas de 1 500 unidades são objetivos

quantitativos, pois expressam uma quantidade. Por outro lado, objetivos qualitativos

são todos aqueles que expressam qualidade, como melhorar a qualidade de

produtos, treinar a equipe de vendas etc. Acredita-se que essa forma de

classificação é mais adequada, pois engloba praticamente todos os tipos de

objetivos. Alguns autores afirmam que os objetivos podem ser classificados em

objetivos quantitativos e objetivos de marketing, em vez de qualitativos, incluindo-se

nesse caso os objetivos relacionados com a atividade.

Há, também, autores que estabelecem objetivos e metas. Quando fazem

isso, determinam os objetivos em termos gerais e quantificam as metas como parte

dos objetivos. Dessa forma, um objetivo estipularia “crescimento em vendas” sem a

determinação de percentuais específicos. As metas seriam determinadas em

termos percentuais, como, por exemplo, crescimento de vendas de 10% por mês ou

ao ano. Estipula-se os objetivos de forma mais ampla e dividir este número em

partes menores no plano de ação, onde, então, as metas dos vendedores serão

mencionadas. Também é importante mencionar que os objetivos devem ter uma

ordem de prioridades, mas podem ser vários, desde que coerentes. Deve-se

também desenvolver objetivos para períodos. Assim, há objetivos para curto, médio

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e longo prazo.

Exemplos de objetivos quantitativos:

• aumentar vendas em 10%;

• aumentar participação de mercado para 30%;

Exemplos de objetivos qualitativos:

• treinar equipe de vendas;

• implantar filosofia de qualidade;

• melhorar o relacionamento com os fornecedores.

O passo seguinte à determinação de objetivos na elaboração do plano de

marketing é a determinação da estratégia. Usa-se informações coletadas e os

objetivos determinados para desenvolver o passos seguintes.

3.3.1 - Público-alvo

Para desenvolver uma estratégia, é necessário determinar o público-alvo.

Quem a empresa quer atingir? Homens, mulheres ou crianças? Classes A, B, C ou

D? A análise de ameaças e oportunidades poderá determinar quem serão os

clientes de uma empresa. Até mesmo a análise de pontos fortes e fracos poderá

ajudar a direcionar a empresa a algum público-alvo diferente, em que a

concorrência esteja fraca ou não muito ativa. Portanto, use com freqüência as

informações do diagnóstico.

3.3.2 - Posicionamento

Posicionamento é a “personalidade” do produto ou objeto de

comercialização. É a posição que se deseja ocupar na mente do cliente. Ao pensar

numa marca, forma-se uma idéia do produto – se é de boa ou má qualidade, se tem

preço alto ou baixo, e assim por diante. Essa imagem ou a posição que o produto

ocupa na mente do cliente é o resultado do posicionamento. Em marketing, busca-

se um posicionamento quando se procura por meio da comunicação enfatizar

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determinados atributos do produto ou características do processo de

comercialização para torná-lo conhecido como tal. Um posicionamento pode ser

feito de várias formas. Na prática, tanto a determinação de objetivos como o

posicionamento podem ser apresentados da seguinte forma em um plano de

marketing:

Mercado-alvo: o mercado-alvo a ser atingido será o segmento de homens,

faixa etária entre 25 a 35 anos, renda entre $ 1 500 e % 3 000, profissionais liberais,

em São Paulo.

Posicionamento: o produto será posicionado como um produto de boa

qualidade e preço intermediário.

Uma recomendação importante é que o posicionamento seja feito sempre

com base em análise das informações. Por exemplo: um planejador poderá

perceber que o ponto forte de uma empresa concorrente é a distribuição

massificada. Ao analisar pontos fortes ou fracos, percebe-se que seu ponto forte é a

personalização no atendimento. Nesse caso, pode-se decidir que a empresa se

tornará conhecida no mercado como aquela que dá atendimento personalizado, ou

seja, posicionada como tal.

3.3.3 Estratégia do composto

Com todos esses parâmetros, torna-se fácil elaborar uma estratégia do

composto de marketing. Com conhecimento do mercado, do ambiente, dos

principais concorrentes, do público-alvo e do posicionamento desejado, a

elaboração da estratégia do composto é apenas uma questão de adaptação, porém,

usando criatividade. Nessa etapa, o planejador deve determinar o que espera

vender e como será feita a comercialização, considerando como ponto de referência

os 4 “Ps”: produto, preço, ponto-de-venda e promoção. A seguir é apresentado um

exemplo de apresentação de estratégia do comporto de marketing.

Produto: o produto a ser comercializado será o relógio Champion, com

qualidade suíça, modelo quartzo, linha esportiva, plástico resistente, à prova d’água

com pulseiras intercambiáveis de várias cores. Marca: Champion. O produto terá

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garantia de quatro anos.

Preço: R$ 50,00.

Distribuição: o produto será distribuído por varejistas, principalmente

relojoarias e lojas de departamentos.

Promoção: propaganda (uso de outdoor no lançamento, filmes de 15” na TV,

anúncios em revistas); promoção de vendas (promoção junto aos varejistas com

uso de displays e cartazes, relações públicas “assessoria de imprensa”) (LAS

CASAS, 1993).

3.3.4 - Plano de Ação

Essa etapa do plano praticamente determina o que deverá ser feito e quem

deverá fazê-lo. No item estratégia de marketing de um plano de marketing, pouca

informação é dada quanto ao detalhamento das atividades. Não se sabe

exatamente quem será responsável e quando aquela etapa do planejamento será

executada. Para isso, para dar coerência e ordem ao plano de marketing, é

necessário o plano de ação. Para preencher este quadro, de plano de ação (Anexo

1), procede-se da seguinte forma:

1. na coluna “atividade”, escreve-se todos os elementos do plano do composto

de marketing que exijam uma “ação”. No caso do exemplo, mencionado, se

incluiriam atividades como: “promoção junto ao varejista”, “propaganda na

TV”.

Observa-se que essas ações foram destacadas da estratégia do composto

de marketing. Todas as ações que exigem um período determinado devem

ser incluídas neste espaço.

2. na coluna “encarregado”, menciona-se quem será o profissional responsável

pela atividade. Nas empresas pequenas, geralmente, são mencionados

nomes de pessoas. Nas empresas maiores, são mencionados

departamentos ou, em alguns casos, nomes de empresas terceirizadas, ou

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contratadas para a realização de serviços específicos.

3. na coluna “período”, menciona-se o período em que o trabalho (ou atividade)

será desenvolvimento. Um comercial na TV poderá ser desenvolvido e

concluído em determinado período, que será mencionado nesta coluna.

4. as atividades mencionadas têm um custo para o qual é necessário alocar

uma verba do orçamento. Cada atividade mencionada, considerando-se seu

referido custo, permite uma visualização do que será necessário investir para

colocar o plano em funcionamento, principalmente no que se refere a

despesas de marketing. Um exemplo deste quadro preenchido é

demonstrado a seguir (Quadro 5).

QUADRO 5: Plano de ação

Atividades

Encarregado

Período

Orçamento

Promoção: Uso de outdoor no lançamento

José Silva/Agência Criativa

Janeiro a Março de 97

(Incluir valores estimados)

Filmes de 5” na TV: Globo Bandeirantes

José Silva/Agência Criativa

Janeiro a Julho de 97

(Incluir valores estimados)

Anúncios em revistas: Veja Exame

Mário Silva/ Agência Idéia

Março

(Incluir valores estimados)

No Anexo 1, item 5, “Projeção de vendas e lucros”, inclui-se a projeção

daquilo que se espera vender. Na coluna “período”, inclui-se a semana, mês, ano

ou época que se deseja considerar. Na coluna “vendas”, menciona-se o que se

espera vender em unidades ou valores monetários. Na coluna “lucros”, coloca-se

valores monetários ou percentuais. Faz-se algumas observações, se for o caso.

Também não foi mencionado o aspecto de controle. O plano de marketing

deve ser controlado para que permaneça em ação. Deve-se lembrar que, à medida

que o ambiente vai mudando, há necessidade de adaptações e por isso deve haver

uma observação constante das variáveis ambientais. Faça o controle porque

precisa-se ver também se as metas estão sendo atingidas. Na coluna de vendas

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mensais, por exemplo, pode-se dividir a coluna em duas partes, vendas planejadas

e vendas reais o mês. Isso dará uma visão imensa, se está atingindo as vendas

conforme o planejado. Portanto, ao completar o “plano de ação”, praticamente se

tem um plano de marketing que habilita a executar as idéias, com todos os

principais componentes de um planejamento mercadológico. De forma bastante

simples e prática, já se está em condições de desenvolver o plano.

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CAPÍTULO IV

ETAPAS PARA O DESENVOLVIMENTO E LANÇAMENTO

DE NOVOS PRODUTOS DO VESTUÁRIO NA PEQUENA, MÉDIA E

MICRO EMPRESA

O desenvolvimento de novos produtos deve seguir na empresa um roteiro

formal e disciplinado, pois boa parte dos novos produtos fracassam, e para evitar

que isto aconteça devem-se ser metódicos e disciplinados.

4.1 – Geração de Idéias

A geração de idéias é a etapa menos gerenciável do DNP. Não há muitos

métodos de geração de idéias e os que existem nem sempre se revelam eficazes

para criação de idéias de produtos, ainda pouco conhecidos da ciência. O que a

empresa pode e deve fazer é promover a criatividade, isto é, criar o ambiente

adequado a que as idéias surjam (ROSA, 1999). Essa promoção da criatividade

baseia-se em quatro pontos:

Fonte: LAS CASAS, 1993.

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a. Estímulo

A empresa deve estimular constantemente todos os empregados (que

tenham potencial) a sugerir idéias de produtos. Pode fazê-lo através de:

• comunicados formais ou informais;

• campanhas e promoções;

• concursos;

• reuniões periódicas;

• grupos de criatividade;

• sistemas de sugestões;

... e outros mecanismos do gênero. Especial atenção deve ser dada a

empregados cujas funções podem levar à identificação de idéias de produtos

(vendedores, pessoal da assistência técnica, técnicos de manutenção, etc...). Além

disso, deve-se manter o pessoal das áreas diretamente relacionadas com DNP

(gerência de produtos/novos produtos, pesquisa & desenvolvimento, etc.)

constantemente motivado. Nesse caso, também pode-se lançar mão de concursos,

promoções, etc.

b. Comunicação

O segundo ponto fundamental para manter o processo criativo coletivo em

funcionamento é a boa comunicação. A empresa deve criar canais de comunicação

eficientes com todos os que podem eventualmente ter idéias de novos produtos a

sugerir. Incluem-se aí:

• todas as gerências, principalmente aquelas ligadas à produção ou ao

marketing;

• pessoal de vendas e assistência técnica;

• os técnicos dos vários níveis e das diferentes áreas;

• clientes;

• fornecedores;

• distribuidores;

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• consultores;

• universidades;

• órgãos de governo;

• inventores.

Vários mecanismos podem ser usados para promover a comunicação com

esses públicos: cursos e seminários, pesquisas, concursos, serviço de atendimento

ao cliente, sistema de sugestões, etc.

c. Apoio

O terceiro aspecto a ser observado é o apoio. A empresa deve dar apoio

gerencial, técnico, financeiro e material às pessoas indicadas, para que produzam

idéias. Ela deve propiciar, entre outras coisas, material de leitura, verba para

viagens, encontros e cursos, aos empregados com potencial para geração de

idéias. Deve-se ainda mostrar apoio gerencial à inovação, deixando claro que as

novas idéias serão bem-vindas e que o autor terá suporte para desenvolvimento

maior da idéia.

d. Reconhecimento

Nada disso produz efeito se não houver reconhecimento em relação às

contribuições dadas. As pessoas que apresentarem contribuições devem receber

um retorno por isso. Esse retorno é o reconhecimento da empresa, que não deve

ficar, como se diz, apenas em palavras e “tapinhas nas costas”. A empresa não

pode correr o risco de querer lucrar sozinha. Deve-se achar um mecanismo para

compensar os autores de contribuições, mecanismos que seja coerentes com:

• os lucros esperados do novo produto;

• o sistema de remuneração da empresa;

• a natureza da contribuição.

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38

4.2 – Métodos de Geração de Idéias

Vários pesquisadores desenvolvem métodos de geração de idéias. Desses, o

mais popular – e provavelmente o mais eficaz – é o brainstorming, de Alex Osborn.

O brainstorming pode ser usado tanto para se tentar chegar a idéias de novos

produtos quanto para outras funções dentro do DNP (por exemplo, escolha do

nome do produto, criação de argumentos publicitários, descoberta de meios de

promoção, etc). Provavelmente ele vai revelar-se mais eficiente em tarefas como

identificação de nome do produto do que propriamente em geração de idéias de

novos produtos.

Braintorming: como funciona

Preferencialmente deve ser feito em grupo, de 4 a 6 pessoas, mas pode ser feito individualmente também. O princípio básico é o seguinte: deve-se separar os processos de criação e julgamento de idéias. Primeiro criam-se idéias, buscando-se produzir o maior número possível, durante um tempo limitado (20 minutos, por exemplo). Depois, as idéias criadas serão julgadas e selecionando-se para maior desenvolvimento as consideradas viáveis. Os passos são os seguintes: a) Um coordenador apresenta o problema que se quer solucionar ao grupo. Por exemplo: “Que novos produtos podemos desenvolver na área X?”. Ou: “Que novos produtos podemos lançar para barrar o avanço da concorrência?”. b) Os indivíduos serão então estimulados a apresentar o maior número possível de idéias sobre o problema apresentado. Vale tudo, combinar idéias, complementar idéias apresentadas por outros, apresentar idéias opostas a outras que tenham sido apresentadas, idéias “ridículas”, “inviáveis”, “estranhas”; enfim, vale qualquer tipo de idéia. Nenhum dos membros do grupo pode fazer nenhum, tipo de censura verbal ou não-verbal a colegas. Cada um deve procurar também não se autocensurar. O importante agora é a quantidade de idéias. As idéias apresentadas vão sendo registradas por alguém – todas elas. c) Terminado o tempo preestabelecido, o coordenador interrompe o processo de criação e parte-se então para avaliação e julgamento das idéias apresentadas.

Fonte: LAS CASAS, 1993.

Há um outro método útil para geração de idéias de novos produtos e

melhoria dos produtos atuais. Trata-se do Checklist de Osborn. Consiste em

submeter o problema em análise ou um produto qualquer a uma bateria de 73

questões geradoras de idéias de inovação (quadro seguinte).

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QUADRO 6: Gerador de Idéias e Novos Produtos e Melhoria de Produtos

Alternativa

Questão a fazer

Indicar para outros usos?

Adaptar?

Modificar?

Ampliar?

Reduzir?

Substituir?

Re-arranjar?

Reverter?

Combinar?

Novas maneiras de usá-lo como é? Outros usos, se modificado? Com que mais isso se parece? Que outra idéia isso sugere? O passado oferece paralelo? O que eu poderia copiar? Nova embalagem? Mudar significado, cor, movimento, som, odor, forma, formato? Outras mudanças? O que acrescentar? Mais tempo? Maior freqüência? Mais força? Mais alto? Mais longo? Valor extra? Mais um ingrediente? Duplicar/ multiplicar? Exagerar? O que retirar? Mais baixo? Condensado? Miniatura? Mais curto? Menor? Mais fino? Omitir? Menor resistência? Separar? Reduzir o número de elementos? Quem ao invés? O que ao invés? Outro ingrediente? Outro material? Outro processo? Outra fonte de energia? Outro lugar? Outra abordagem? Outro tom de voz? Trocar componentes entre si? Outro padrão? Outro layout? Oura seqüência? Transpor causa e efeito? Mudar curso? Mudar programa? Transpor positivo e negativo? Que tal o oposto? Retroceder? Virar de ponta a cabeça? Reverter papéis? Mudar suporte? Mudar ordem? Passar para outro perfil? Que tal uma combinação, mistura, agrupamento, junção? Combinar unidades? Combinar finalidades? Combinar apelos? Combinar idéias?

Alex F. Osborn

Merece destaque também o método desenvolvido por Roberto Duailibi e

Harry Simonsen Jr. É a chamada “Régua Heurística”, que consiste num conjunto de

círculos móveis sobrepostos por meio dos quais se combinam quatro dimensões:

1. A primeira contém 6 itens de informações básicas – que, quem, quando,

onde, como e por que.

2. A segunda contém o Checklist de Osborn (modificar, reduzir, etc.).

3. A terceira dimensão apresenta características gerais de produtos, objetos e

processos – custo, localização, tensão, velocidades, etc.

4. A quarta, por fim, mostra variáveis do marketing – distribuição, preço,

concorrência, etc.

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As idéias não podem ficar sem registro formal. É conveniente criar um

mecanismo qualquer para registrar todas por escrito, mesmo as aparentemente

inviáveis. Além de registrá-las a empresa deve criar um mecanismo também para

submetê-las à avaliação de tempos em tempos. A idéia inviável de hoje pode

revelar-se um sucesso amanhã. No Anexo 2 é ilustrado o formulário que pode ser

usado para geração de registro de idéias de novos produtos. Ele dá início ao

processo de DNP. Pode ser usado em sessões de “brainstorming” em grupo ou

individualmente. O formulário é auto-explicativo.

4.3 – Desenvolvimento do Conceito

Procurar saber como o novo produto vai diferenciar-se dos concorrentes,

quais serão seus aspectos mais marcantes e a que necessidades especiais do

consumidor se pretende que ele atenda, são as questões fundamentais para a

elaboração do conceito do produto. O conceito é uma idéia mais elaborada e

detalhada, com uma feição comercial e industrial – é o projeto do produto final. Esse

projeto orientará a elaboração do protótipo, bem como todas as atividades

mercadológicas de lançamento do produto. Para definir bem o conceito do produto

precisam-se ter claros em mente alguns prontos:

• Quem é o consumidor?

• Como ele se comporta?

• O que ele quer do produto? O que ele mais valoriza no produto?

• O que oferecem os concorrentes?

Se respondidas satisfatoriamente essas questões estarão prontos para dizer

como o produto deve ser, isto é, quais são suas características intrínsecas e

extrínsecas, o seu conceito.

De posse de um conceito claro e definido do produto, pode-se testar esse

conceito, verificar se realmente o projeto é capaz de atender as necessidades do

cliente. Isto é, pode-se fazer os pré-testes, os testes prévios ao desenvolvimento do

produto. Testa-se então o produto ainda abstrato, ainda em projeto. Esses testes

poderão indicar alterações a serem feitas no projeto, antes de maiores empenhos

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de verba em materiais, ferramentas, componentes, etc.

Os pré-testes são testes feitos em situação de laboratório e trazem inúmeras

vantagens. A primeira, é que dão orientação antes mesmo de iniciar-se o protótipo.

A segunda é que são usualmente baratos. A terceira é que podem ser feitos com

bom grau de sigilo. Muitas empresas fazem pré-testes de seus produtos entre os

próprios funcionários de nível gerencial e seus familiares, para preservar esse sigilo.

Há pré-testes de vários tipos e vários graus de sofisticação. Às vezes

resumem-se a uma explanação do conceito do produto para um público selecionado

e coleta de reações desse público quanto às várias características intrínsecas e

extrínsecas do produto. Outras vezes há uma experimentação e uso de uma leva de

amostras do produto feita exclusivamente com o propósito de testes. Inclui-se aí,

por exemplo, a degustação de um novo alimento, o uso de um sabão em pó por um

tempo determinado, ou até mesmo o acompanhamento de uso e desempenho de

um novo aparelho de som.

Há sempre um risco de má orientação ou má interpretação dos resultados de

testes, quando eles são feitos pelo próprio pessoal não especializado da empresa.

Os preconceitos ou os desejos e opiniões dos coordenadores podem levar a

resultados nem sempre condizentes com a realidade. Sempre que possível deve-se

então envolver pessoal externo e especializado na realização desses testes.

Caso não haja recursos ou caso não haja necessidade de recorrer a pessoal

externo (quando os risco são controláveis) deve-se planejar com cuidado os testes,

para que não resultem em conclusões tendenciosas. O melhor modo de fazê-lo é

submeter o plano de teste a um grupo de pessoas, para que critique o critério a ser

adotado, os processos, garantindo a maior objetividade possível nos resultados. O

formulário (Anexo 3) ajuda-nos a esboçar um plano simples de pré-testes. Ele é

auto-explicativo.

4.4 – Planos de Lançamento

Tudo está pronto para o lançamento do produto. Já se definiu previamente o

mercado a que ele vai endereçar-se, já estabeleceu-se as suas características, já

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se tem subsídios para a campanha de publicidade (URVs, pontos fortes do produto,

características, etc.). Agora precisa-se fazer um plano de lançamento, um

documento claro e sucinto que sirva de comunicação, orientação e coordenação

entre as várias pessoas envolvidas. Ele deve indicar-nos o que se deve fazer em

cada uma das fases do lançamento e como. O plano pode cobrir a parte de testes

de mercados, já que quando se parte para esses testes o lançamento em si estará

configurado. Os elementos capitais o plano de lançamento são os seguintes:

Objetivos: O que queremos atingir com o lançamento?

Análise: Uma breve análise que indique – problemas que poderemos

encontrar no lançamento; oportunidades que deverão/poderão surgir; nossos

pontos fracos; nossos pontos fortes.

Estratégias: Como atingir os objetivos? As estratégias envolvem – uso dos

recursos (gente, dinheiro, materiais, etc.); distribuição (força de vendas própria,

distribuidores, representantes); comunicação (propaganda, relações públicas,

promoções); apelos publicitários; canais.

Programas: Quem vai fazer o que? Quando?

Plano contingencial: O que fazer para que nada saia errado? O que fazer se

algo sair errado?

O Anexo 4 mostra modelos de formulários para a elaboração de um Plano de

Lançamento.

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CONCLUSÃO

Conclui que para a empresa de confecção moderna os elementos do design

de moda vão além da combinação harmoniosa de cores, tecidos e modelagem na

concepção de coleção. Estes ingredientes embora essenciais na coordenação de

produtos estão associados aos quesitos de qualidade. Viu-se que a partir dos anos

90, a moda despertou para o design e o estilo brasileiro, valorizando designers

como Tufy Duek, Carlos Miele entre outros.

Compreendi que o desenvolvimento comercial da marca torna-se um dos

pontos principais, sendo considerado a essência, ou seja, o estilo que será

transmitido através da identidade da empresa. Esta identidade está ligada, a dois

fatores:inovação/reinvenção da marca. A inovação passa a ser o ponto-chave do

desenvolvimento do produto e da confecção que nos padrões vigentes atua para

conseguir mais qualidade no produto final. Desse modo o item qualidade passa a

ser agregado a todo e qualquer produto não considerado como diferencial, mas

como exigência básica para atender bem o consumidor.

Com esta mudança de comportamento empresarial, percebe-se que o ciclo

das estratégicas de mercado tende a acelerar o desenvolvimento comercial da

marca e, o ciclo do produto, já curto no que se refere à moda, tende a diminuir mais

ainda. Visto por este ângulo, o designer de moda contemporâneo tem como função

desenvolver um estilo que seja reconhecido e associado à marca para a qual

trabalha, é prioridade da gestão do designer junto com outros setores da empresa,

definir estratégias de mercado, de criação e produto de uma nova linha de produtos

estação após estação.

Compreendi ainda que, com os instrumentos adequados e através de uma

metodologia coerente e realista, a indústria de confecção nacional tem tudo para

reforçar a imagem do Brasil no mercado interno e externo. A indústria da moda

pode projetar-se além das fronteiras e revelar-se uma consistente fonte de riquezas

para a economia nacional, bastando para tanto, desenvolver planos estratégicos

que organizem a empresa. Acredita-se que o empresário tenha necessidade atual

de especialização para que possa obter resultados mais consistentes, através de

pesquisas e estudos relacionados à moda internacional, onde se sabe existir um

vasto referencial sobre o assunto.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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46

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ANEXOS

Anexo 1 >> Um roteiro simplificado, para um Plano de Marketing Anexo 2 >> Formulário para Geração e Registro de Idéias

Anexo 3 >> Pré-Testes

Anexo 4 >> Formulários de Plano de Lançamento

Anexo 5 >> Plano de Lançamento: Programas Necessários

Anexo 6 >> Plano de Lançamento: Programas

Anexo 7 >> Plano de Lançamento – Plano Contingencial

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ANEXO 1

UM ROTEIRO SIMPLIFICADO, PARA UM PLANO DE MARKETING

Plano de Marketing

1. Análise ambiental 1a. Ameaça e oportunidade

Eventos Ameaças Oportunidades Sugestões

1b. Pontos fortes e fracos

Aspectos analisados Concorrente 1 Concorrente 2 Empresa X

Pessoal Quantidade Qualificação

Equipamentos Capacidade instalada Tecnologia

Finanças Recursos financeiros Possibilidade de obtenção de empréstimos

Marketing Produto Preço Distribuição Propaganda Equipe de vendas Promoção

Ponto forte

Ponto fraco

Ponto forte

Ponto fraco

Ponto forte

Ponto fraco

2. Objetivos

a. Quantitativos: b. Qualitativos:

3. Estratégia de marketing

3a. Público-alvo: 3b. Posicionamento: 3c. Estratégia do composto: Produto: Preço: Distribuição: Promoção:

4. Plano de ação

Atividades Encarregado Período Orçamento

5. Projeção de vendas e lucros

Período Vendas Lucros Observações

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ANEXO 2

FORMULÁRIO PARA GERAÇÃO E REGISTRO DE IDÉIAS

GERAÇÃO/REGISTRO DE IDÉIAS

Gere e registre idéias de produtos que seriam adequados para a empresa lançar. Use o “brainstorming” o Checklist de Osborn, a Régua Heurística ou outros métodos ou instrumentos de geração de idéias.

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Introdução de produto conhecido no mercado, mas ainda não produzido ou comercializado pela empresa. ........................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................

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Mudança radical em tecnologia, uso, conceito em produto já existente ou apresentação de invenção inédita. ........................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................

Nova variedade na linha

Mudança em produto atual

Produto novo para a empresa

Produto novo para o mercado

Produto inédito

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ANEXO 3

PRÉ-TESTES

Faça uma descrição de como serão conduzidos os pré-testes

Universo a ser pesquisado Processo de teste

Critério de validação

Plano de Pré-Testes

Resultados

Conclusões

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ANEXO 4

FORMULÁRIOS DE PLANO DE LANÇAMENTO

Defina os objetivos concretos que se almeja atingir com o lançamento. Eles devem ser: orientados para resultados, mensuráveis, realistas, específicos, aceitos pelos vários departamentos, flexíveis, coerentes entre si e desafiantes.

Objetivos

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PLANO DE LANÇAMENTO

Relacione de modo sucinto problemas e oportunidades que poderão, respectivamente, dificultar ou facilitar a ação de marketing e o sucesso do novo produto.

Problemas

Oportunidades

Relacione de modo sucinto os pontos fracos/fortes da empresa/produto, que poderão, respectivamente, dificultar ou facilitar a ação de marketing e o sucesso do novo produto.

Pontos fracos

Pontos fortes

Fatores Externos

Fatores Internos

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PLANO DE LANÇAMENTO

Aponte abaixo como, através de que meios, alternativas, comportamentos se aprende atingir os objetivos. Focalize o que se vai fazer para atingir os objetivos. Inclua a estratégia de comunicação/divulgação e a de distribuição/vendas.

Estratégias

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ANEXO 5

PLANO DE LANÇAMENTO: PROGRAMAS NECESSÁRIOS

Programa Responsabilidade Elaboração até... Observações

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ANEXO 6

PLANO DE LANÇAMENTO: PROGRAMAS

Programa de _________________________ nº ________________ Coordenador ____________________________________________

Período de Execução (*) Data Limite (*)

Meses

Tarefas

Responsável

Dias

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Objetivos

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ANEXO 7

PLANO DE LANÇAMENTO – PLANO CONTINGENCIAL

Aspectos Críticos

da Operação

Contingências Críticas

(Eventos Negativos que poderão ocorrer)

Estimativas do Impacto das

Contingências Críticas

Ação Preventiva (Isto é,

o que fazer para que a contingência

não ocorra?)

Ação de Emergência (Isto é, o que fazer no caso de

ocorrência de uma contingência crítica?)

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Histórico da Moda 09

1.1 - O Ciclo da Moda 11 1.2 – O que é uma Coleção, como surgiam e quem as criam 12

1.2.1 – Como surgiram as coleções 12 1.2.2 – Quem cria Coleções 14

CAPÍTULO II

A Pesquisa: O Consumidor e a Moda 16

2.1 – Marca e Marketing 18 2.2 – Produtos e Marcas 19 2.3 – Identidade e Imagem da Marca 21 2.4 – Painel de Identidade da Marca 22

CAPÍTULO III

Planejamento Estratégico 23

3.1 – Análise Ambiental: ameaças e oportunidades 24 3.2 – Análise dos Pontos Fortes e Fracos 26 3.3 – Objetivos e Estratégias de Marketing 28

3.3.1 – Público-alvo 30 3.3.2 – Posicionamento 30 3.3.3 – Estratégia do composto 31 3.3.4 – Plano de Ação 32

CAPÍTULO IV

Etapas para o Desenvolvimento e Lançamento de

Novos Produtos do Vestuário na Pequena, Média e

Micro Empresa 35

4.1 – Geração de Idéias 35 4.2 – Métodos de Geração de Idéias 38 4.3 – Desenvolvimento do Conceito 40 4.4 – Planos de Lançamento 41

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ANEXOS 47

INDICE 57

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento e Lançamento de Novos Produtos do Vestuário na Pequena,

Média e Micro Empresa

Por: Evelyn Bonorino Gonçalves Data da entrega: _______________________________. Avaliado por: Profª. Adélia Maria Oliveira de Araújo__ Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: ________________________________.