planejamento esgotamento sanitario-pmpoa

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EDIÇÃO I NOVEMBRO, 2013 PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO ESGOTAMENTO SANITÁRIO MODALIDADE

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O Plano Municipal de Saneamento Básico na Modalidade Esgotamento Sanitárioapresenta o diagnóstico deste segmento do saneamento em Porto Alegre e o que estáplanejado para o alcance da universalização destes serviços na capital gaúcha até o anode 2030, horizonte do plano.

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  • EDIO INOVEMBRO, 2013

    P R E F E I T U R A M U N I C I P A L D E P O R T O A L E G R ED E P A R TA M E N T O M U N I C I P A L D E G U A E E S G O T O

    PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO

    ESGOTAMENTO SANITRIO

    MODALIDADE

  • PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGREJos Alberto Fortunati

    DIRETOR-GERAL DO DMAEFlvio Ferreira Presser

    DIRETOR-ADJUNTO DO DMAERonaldo Napoleo

    DIRETORIA DE GESTO E DESENVOLVIMENTOAlfredo Arthur Dorn

    DIRETORIA DE TRATAMENTO E MEIO AMBIENTERenato Bastos Rossi

    DIRETORIA DE OPERAESJames Mendel Schostack

    DIRETORIA DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTELcia Zuchowski

    DIRETORIA DE GESTO ADMINISTRATIVAOmar Aquiles Cafruni

    GERENCIA DE PLANEJAMENTOAirana Ramalho do Canto

  • PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOMODALIDADE ESGOTAMENTO SANITRIO

    COORDENAO

    Josni Maria Jos Facchin

    COMISSO EXECUTIVA

    Josni Maria Jos FacchinCristiano Ponzoni Ghinis

    Jorge Luiz Souza de OliveiraLuiz Fernando J. Albrecht PDE2009

    Moema Felske Leuck PDE2009Jorge Luiz Konrad Pinheiro PDE2009

    COLABORADORES

    Allan Guedes PozzebonBrbara Brzezinski Azevedo

    Evandro Ricardo da C. Colares PDE2009Lizete Rhnelt Ramires

    Maria da Graa Ortolan PDE2009Patrcia Tompsen BandelRenato Andrino Fanaya

    Srgio Loureno Schaefer

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 7

    RESUMO

    O Plano Municipal de Saneamento Bsico na Modalidade Esgotamento Sanitrio apresenta o diagnstico deste segmento do saneamento em Porto Alegre e o que est planejado para o alcance da universalizao destes servios na capital gacha at o ano de 2030, horizonte do plano.

    O municpio de Porto Alegre, para fins de planejamento, foi dividido geografica-mente em dez Sistemas de Esgotamento Sanitrio (SES) e destes, oito j contam com es-taes de tratamento que foram implantadas seguindo o planejado em planos diretores de esgotos. Estes oito Sistemas so: SES Sarandi, SES Navegantes, SES Ponta da Cadeia, SES Cavalhada, SES Zona Sul, SES Salso (oriundo da unio dos sistemas Salso-Restinga e Salso-Lomba), SES Belm Novo e SES Lami. Os dois outros Sistemas so o SES Rubem Berta e o SES Ilhas. Destes dois Sistemas, o Rubem Berta conta com uma estao de trata-mento de mdio porte, que vem recebendo os esgotos sanitrios de reas lindeiras ETE. Esta estao de tratamento dever ser futuramente desativada com a construo de uma nova ETE com capacidade para atender a toda a populao do SES.

    No planejamento, para os Sistemas de Esgotamento Sanitrio mais densificados, foram previstos traados de coletores-tronco ou interceptores. Estes traados permitem identificar para cada rea da cidade, a localizao da principal tubulao coletora plane-jada que conduzir os esgotos coletados at a estao de tratamento, concebida para o atendimento de todo o SES. J para as regies includas na cidade rururbana (Macrozona 8), estabelecida no PDDUA, onde no est prevista a implantao de redes coletoras p-blicas, permanece a diretriz para ncleos isolados, que consiste na implantao de redes de coleta e unidade de tratamento de esgotos no local. Para o planejamento das aes na rea do SES Ilhas, deve ser considerada a existncia de Unidades de Conservao da natureza (UC), seus respectivos objetivos, planos de manejo e o licenciamento ambiental de atividades nestes locais.

    Nos oito SES j atendidos com ETEs, a prioridade para a aplicao de investimentos dever se dar na implantao de coletores-tronco e de redes para a coleta dos esgotos sanitrios. A malha coletora, atualmente, representa a maior demanda em Porto Alegre, tendo em vista que a capacidade de tratamento de esgotos instalada no municpio de 80% e apenas 62,1 % da populao conta com redes para a coleta dos esgotos sanitrios. Em complementao execuo de redes coletoras, ainda em alguns casos, faz-se neces-sria a implantao de estaes de bombeamento intermedirias e/ou a ampliao da estao de tratamento de esgotos existente no SES.

  • 8 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    SUMRIO

    1. INTRODUO ...........................................................................................................................19

    2. O SANEAMENTO E A PREVENO DE DOENAS ....................................................................20

    3. DIRETRIZES PARA ESGOTAMENTO SANITRIO EM PORTO ALEGRE .....................................22

    4. METODOLOGIA ........................................................................................................................22

    5. SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITRIO (SES): SITUAO ATUAL E PLANEJADA PARA A UNIVERSALIZAO ..............................................30

    6. NCLEOS ISOLADOS ..............................................................................................................163

    7. LODOS DE ESGOTOS PRODUZIDOS NAS ETES .....................................................................167

    8. SNTESE DA SITUAO ATUAL E PLANEJADA DO ESGOTAMENTO SANITRIO E DOS INVESTIMENTOS PARA A UNIVERSALIZAO .......................................170

    9. AES PARA REDUO DOS GASTOS CORRENTES RELACIONADOS MODALIDADE ESGOTAMENTO SANITRIO.......................................................................183

    10. AES PARA EMERGNCIA E CONTINGNCIA .....................................................................184

    11. PROGRAMAS DESENVOLVIDOS NO DMAE RELACIONADOS MODALIDADE ESGOTAMENTO SANITRIO.......................................................................193

    12. ACOMPANHAMENTO DO PLANO PELA SOCIEDADE ............................................................197

    13. CONSIDERAES FINAIS .......................................................................................................200

    14. GLOSSRIO ............................................................................................................................201

    15. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................................207

    16. MAPAS DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITRIO E GERAL DE PORTO ALEGRE COM A UNIVERSALIZAO DO ESGOTAMENTO SANITRIO ...............211

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 9

    NDICE

    RESUMO ...............................................................................................................................................7

    1 INTRODUO ...............................................................................................................................19

    2 O SANEAMENTO E A PREVENO DE DOENAS ........................................................................20

    3 DIRETRIZES PARA ESGOTAMENTO SANITRIO EM PORTO ALEGRE .........................................22

    4 METODOLOGIA ............................................................................................................................224.1 Bases Geogrficas do Plano ..............................................................................................................................22

    4.1.1 Sistema de Informaes Geogrficas ..............................................................................................234.1.2 Metodologia de Aplicao ...................................................................................................................23

    4.2 Levantamento do Dficit de Redes Coletoras ............................................................................................244.3 Levantamento Populacional e Projeo at 2030 ....................................................................................25

    4.3.1 Levantamento Populacional dos Sistemas de Esgotamento Sanitrio .............................254.3.2 Projeo Populacional dos Sistemas de Esgotamento Sanitrio .........................................27

    4.4 Parmetros Utilizados para Dimensionamento .........................................................................................294.4.1 Contribuio Per Capita de Esgotos e Coeficiente de Retorno .............................................294.4.2 Demais Parmetros de Projeto ..........................................................................................................30

    5 SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITRIO (SES): SITUAO ATUAL E PLANEJADA PARA A UNIVERSALIZAO ........................................................305.1 SES SARANDI ............................................................................................................................................................35

    5.1.1 Estimativas de Populao para o Ano 2030 .................................................................................385.1.2 Situao Atual e Futura do Esgotamento Sanitrio ...................................................................38

    5.2 SES RUBEM BERTA .................................................................................................................................................515.2.1 Estimativas de Populao para o Ano 2030 ..................................................................................545.2.2 Situao Atual e Futura do Esgotamento Sanitrio ...................................................................54

    5.3 SES NAVEGANTES...................................................................................................................................................615.3.1 Estimativas de Populao para o Ano 2030 ..................................................................................645.3.2 Situao Atual e Futura do Esgotamento Sanitrio ...................................................................64

    5.4 SES PONTA DA CADEIA ........................................................................................................................................755.4.1 Estimativas de Populao para o Ano 2030 ..................................................................................775.4.2 Situao Atual e Futura do Esgotamento Sanitrio ...................................................................78

    5.5 SES CAVALHADA ....................................................................................................................................................95

  • 10 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    5.5.1 Estimativas de Populao para o Ano 2030 ..................................................................................985.5.2 Situao Atual e Futura do Esgotamento Sanitrio ...................................................................99

    5.6 SES ZONA SUL ...................................................................................................................................................... 1075.6.1 Estimativas de Populao para o Ano 2030 ............................................................................... 1105.6.2 Situao Atual e Futura do Esgotamento Sanitrio ................................................................ 110

    5.7 SES SALSO .............................................................................................................................................................. 1215.7.1 Estimativas de Populao para o Ano 2030 ............................................................................... 1245.7.2 Situao Atual e Futura do Esgotamento Sanitrio ................................................................ 125

    5.8 SES BELM NOVO ................................................................................................................................................ 1355.8.1 Estimativas de Populao para o Ano 2030 ............................................................................... 1375.8.2 Situao Atual e Futura do Esgotamento Sanitrio ................................................................ 138

    5.9 SES LAMI ................................................................................................................................................................ 1475.9.1 Estimativas de Populao para o Ano 2030 ............................................................................... 1505.9.2 Situao Atual e Futura do Esgotamento Sanitrio ................................................................ 150

    5.10 SES ILHAS ............................................................................................................................................................. 1575.10.1 Estimativas de Populao para o Ano 2030 ............................................................................ 1595.10.2 Situao Atual e Futura do Esgotamento Sanitrio ............................................................. 1605.10.3 Planejamento das Aes de Saneamento na rea do SES Ilhas ..................................... 162

    6. NCLEOS ISOLADOS .................................................................................................................. 1636.1 Nveis de Tratamento ........................................................................................................................................ 1636.2 Situaes Usuais .................................................................................................................................................. 164

    6.2.1 reas Providas com Rede Coletora Sanitria e ETE ................................................................. 1646.2.2 reas Providas com Rede Coletora Sanitria sem Tratamento .......................................... 1646.2.3 reas Desprovidas de Rede Pblica Coletora Sanitria ........................................................ 1646.2.4 reas Rurais ............................................................................................................................................. 1656.2.5 Loteamentos Novos ............................................................................................................................ 1656.2.6 reas Especiais de Interesse Social AEIS .................................................................................. 1656.2.7 Reassentamentos ................................................................................................................................. 165

    6.3 Recebimento de ETEs Projetadas e Executadas por Terceiros .......................................................... 1666.4 Disposio Final dos Efluentes de Ncleos Isolados ............................................................................. 166

    6.4.1 Efluentes Lquidos ................................................................................................................................ 1666.4.2 Efluentes Slidos ................................................................................................................................... 166

    7. LODOS DE ESGOTOS PRODUZIDOS NAS ETES .......................................................................... 1677.1 Situao Atual ...................................................................................................................................................... 167

    7.1.1 Adensamento e Desidratao dos Lodos Produzidos ........................................................... 1677.1.2 Destino dos Lodos Produzidos ....................................................................................................... 168

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 11

    7.2 Situao Futura com a Universalizao ..................................................................................................... 1687.2.1 Produo Estimada de Lodos com a Universalizao ............................................................ 1687.2.2 Disposio Final de Lodos com a Universalizao .................................................................. 169

    8. SNTESE DA SITUAO ATUAL E PLANEJADA DO ESGOTAMENTO SANITRIO E DOS INVESTIMENTOS PARA A UNIVERSALIZAO ................................................................... 1708.1 Sntese da Situao Atual e Planejada ...................................................................................................... 170

    8.1.1 Redes Coletoras: .................................................................................................................................... 1708.1.2 Coletores-tronco .................................................................................................................................. 1718.1.3 Estaes de Bombeamento de Esgotos (EBEs) ........................................................................ 1738.1.4 Estaes de Tratamento de Esgotos (ETEs) ............................................................................... 175

    8.2 Sntese dos Investimentos Previstos para a Universalizao ........................................................... 176

    8.3 Cronograma de Obras e Investimentos at 2030 .................................................................................. 181

    9 AES PARA REDUO DOS GASTOS CORRENTES RELACIONADOS MODALIDADE ESGOTAMENTO SANITRIO ................................................... 1839.1 Energia Eltrica .................................................................................................................................................... 183

    9.2 Migrao Tarifria ............................................................................................................................................... 183

    9.3 Instalao de Geradores nas Unidades Operacionais (Recomendao) ...................................... 183

    9.4 Priorizao de reas com Grandes Consumidores ............................................................................... 184

    10 AES PARA EMERGNCIA E CONTINGNCIA ...................................................................... 18410.1 Auditoria Ambiental ........................................................................................................................................ 186

    10.2 Identificao dos Perigos .............................................................................................................................. 186

    10.3 Anlise de Risco ................................................................................................................................................ 186

    10.4 Planos de Contingncia ................................................................................................................................. 186

    10.5 Modelo de Avaliao de Risco ................................................................................................................... 190

    10.6 Avaliao dos Impactos Gerados ............................................................................................................... 190

    10.7 Avaliao da Probabilidade do Risco ....................................................................................................... 191

    11 PROGRAMAS DESENVOLVIDOS NO DMAE RELACIONADOS MODALIDADE ESGOTAMENTO SANITRIO ............................................................................... 19311.1 Programa de Monitoramento da Qualidade do Lago Guaba: Efetividade das Aes de Esgotamento Sanitrio .......................................................................................................................................... 193

    11.2 Programas Sociais e de Regularizao ..................................................................................................... 19611.2.1 Programa Esgoto Certo ................................................................................................................... 19611.2.2 Trabalho Tcnico Socioambiental (TTS) ................................................................................... 196

  • 12 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    12 ACOMPANHAMENTO DO PLANO PELA SOCIEDADE ............................................................. 197

    13 CONSIDERAES FINAIS ........................................................................................................ 200

    14 GLOSSRIO ............................................................................................................................ 201

    15 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................................ 207

    16 MAPAS DOS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITRIO E GERAL DE PORTO ALEGRE COM A UNIVERSALIZAO DO ESGOTAMENTO SANITRIO ........................................................ 211

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 4.1 Populao de 2010 e Projeo para 2030, por SES ....................................................................28

    Tabela 4.2 Contribuio Per Capita de Esgotos por SES ...............................................................................29Tabela 5.1 Bacias e Subsistemas Integrantes dos SES ....................................................................................34

    Tabela 5.2 Populao SES Sarandi anos 2000 e 2010 Projeo para 2030 .........................................38

    Tabela 5.3 Total de Logradouros com Redes Coletoras por Subsistema ................................................41

    Tabela 5.4 Redes Coletoras Existentes e Dficit de Redes, a executar at 2030 ..................................42

    Tabela 5.5 Parmetros de Projeto e Qualidade do Efluente ........................................................................50

    Tabela 5.6 Populao do SES Rubem Berta 2000 e 2010 e Projeo para 2030 ..................................54

    Tabela 5.7 Total de Logradouros com Redes Coletoras por Subsistema ................................................57

    Tabela 5.8 Total de Redes Coletoras Existentes e Dficit ..............................................................................57

    Tabela 5.9 Populao SES Navegantes anos 2000, 2010 e 2030 ................................................................64

    Tabela 5.10 Total de Logradouros com Redes Coletoras por Subsistema .............................................67

    Tabela 5.11 Redes Coletoras a Serem Implantadas no SES Navegantes .................................................68

    Tabela 5.12 Coletores-tronco Planejados para o Sistema Navegantes ...................................................69

    Tabela 5.13 Populao SES Ponta da Cadeia anos 2000, 2010 e 2030 ....................................................78

    Tabela 5.14 Logradouros com Redes Coletoras Implantadas por Subsistema ....................................81

    Tabela 5.15 Redes Coletoras a serem Implantadas no SES Ponta da Cadeia ........................................83

    Tabela 5.16 Vazes do SES Ponta da Cadeia Integrado .................................................................................93

    Tabela 5.17 Qualidade Esperada do Efluente ....................................................................................................93

    Tabela 5.18 Populao SES Cavalhada anos 2000 e 2010 e Projeo para 2030 .................................98

    Tabela 5.19 Total de Logradouros com Redes Coletoras por Subsistema .......................................... 101

    Tabela 5.20 Total de Logradouros e Dficit de Redes Coletoras ............................................................. 101

    Tabela 5.21 Populao SES Zona Sul anos 2000 e 2010 e Projeo para 2030 ................................. 110

    Tabela 5.22 Total de Logradouros com Redes Coletoras por Subsistema .......................................... 112

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 13

    Tabela 5.23 Total de Logradouros e Dficit de Redes Coletoras por Subsistema ............................ 113

    Tabela 5.24 Principais Coletores e Interceptores no SES Zona Sul ......................................................... 114

    Tabela 5.25 Populao SES Salso: Projeo para 2030 ................................................................................ 124

    Tabela 5.26 Total de Logradouros e Populao Atendida no SES .......................................................... 127

    Tabela 5.27 Estimativa do Dficit de Redes por Subsistema .................................................................... 127

    Tabela 5.28 Coletores Secundrios Projetados para o SES ........................................................................ 130

    Tabela 5.29 Caractersticas EBE Chapu do Sol .............................................................................................. 131

    Tabela 5.30 Vazes na EBE Restinga .................................................................................................................. 133

    Tabela 5.31 Populao SES Belm Novo anos 2000, 2010 e 2030 (projetada) .................................. 138

    Tabela 5.32 Redes Coletoras por Subsistema e Populao Atendida ................................................... 140

    Tabela 5.33 Estimativa do Dficit de Redes Coletoras no SES Belm Novo ........................................ 141

    Tabela 5.34 Populao SES Lami anos 2000 e 2010 e Projeo para 2030 ......................................... 150

    Tabela 5.35 Total de Logradouros e Populao Atendida por Subsistema ........................................ 153

    Tabela 5.36 Estimativa do Dficit de Redes por Subsistema .................................................................... 153

    Tabela 5.37 Populao SES Ilhas anos 2000 e 2010 e Projeo para 2030 .......................................... 160

    Tabela 5.38 Total de Logradouros com Redes Coletoras por Subsistema .......................................... 160

    Tabela 5.39 Estimativa do Dficit de Redes por Subsistema .................................................................... 161

    Tabela 7.1 Produo de Lodo nas ETEs e Frequncia de Remoo ....................................................... 169

    Tabela 8.1 Redes Coletoras Existentes e Planejadas .................................................................................... 170

    Tabela 8.2 Situao Geral dos Coletores-tronco Existentes e Planejados ........................................... 171

    Tabela 8.3 Estaes de Bombeamento de Esgotos (EBEs e ELEs) ........................................................... 173

    Tabela 8.4 Estaes de Tratamento de Esgotos (ETEs) ................................................................................ 175

    Tabela 8.5 Custos Unitrios Estimados para as Obras Previstas .............................................................. 176

    Tabela 8.6 Sntese dos Investimentos Previstos em Obras de Esgotamento Sanitrio para a Universalizao ................................................................................................................................................. 177

    Tabela 10.1 Proposta de Reia para um Sistema de Esgotamento Sanitrio ....................................... 189

    Tabela 10.2 Matriz de Riscos de Danos Ambientais ..................................................................................... 190

    Tabela 10.3 Matriz de Risco de Dano Ambiental ........................................................................................... 191

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1 Distribuio da Investigao dos Casos de Leptospirose ........................................................21

    Figura 2.2 Distribuio da Evoluo dos Casos de Leptospirose ...............................................................21

    Figura 4.1 Exemplo de Fracionamento da Populao do Setor Censitrio por Subsistemas.........26

    Figura 4.2 Curva Logstica ..........................................................................................................................................27

    Figura 5.1 Porto Alegre: Bacias Hidrogrficas e Ilhas ......................................................................................31

  • 14 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    Figura 5.2 Sistemas de Esgotamento Sanitrio de Porto Alegre................................................................32

    Figura 5.3 Sistemas de Esgotamento Sanitrio e Regies do OP ..............................................................33

    Figura 5.4 Porto Alegre/SES Sarandi: Bacias e Subsistemas .........................................................................35

    Figura 5.5 Bairros Integrantes da rea de Abrangncia do SES Sarandi .................................................36

    Figura 5.6 Regies do OP no SES Sarandi ............................................................................................................37

    Figura 5.7 SES Sarandi: Situao Atual do Esgotamento Sanitrio ...........................................................39

    Figura 5.8 SES Sarandi: Planejamento para a Universalizao ....................................................................40

    Figura 5.9 Foto da EBE Nova Braslia .....................................................................................................................45

    Figura 5.10 Foto da EBE Nova Santa Rosa ...........................................................................................................45

    Figura 5.11 Foto da EBE Dilecta Todeschini (Asa Branca) .............................................................................46

    Figura 5.12 Foto da EBE Sarandi 2 ..........................................................................................................................47

    Figura 5.13 Foto da ETE Arvoredo .........................................................................................................................48

    Figura 5.14 Foto da ETE do Bosque ......................................................................................................................49

    Figura 5.15 Foto da ETE Sarandi .............................................................................................................................49

    Figura 5.16 Porto Alegre/SES Rubem Berta: Bacias e Subsistemas ...........................................................51

    Figura 5.17 SES Rubem Berta e Bairros .................................................................................................................52

    Figura 5.18 SES Rubem Berta e Regies do OP .................................................................................................53

    Figura 5.19 SES Rubem Berta: Situao Atual ....................................................................................................55

    Figura 5.20 SES Rubem Berta: Planejamento para a Universalizao ......................................................56

    Figura 5.21 Foto da ETE Rubem Berta ...................................................................................................................60

    Figura 5.22 Porto Alegre/SES Navegantes: Bacias e Subsistemas .............................................................61

    Figura 5.23 Bairros do SES Navegantes ................................................................................................................62

    Figura 5.24 SES Navegantes e Regies do OP ...................................................................................................63

    Figura 5.25 SES Navegantes: Situao Atual do Esgotamento Sanitrio ...............................................65

    Figura 5.26 SES Navegantes: Situao Planejada para a Universalizao ..............................................66

    Figura 5.27 ETE So Joo/Navegantes ..................................................................................................................72

    Figura 5.28 Porto Alegre/SES Ponta da Cadeia: Bacias e Subsistemas ....................................................75

    Figura 5.29 Bairros Integrantes da rea de Abrangncia do SES ..............................................................76

    Figura 5.30 SES Ponta da Cadeia e Regies do OP ..........................................................................................77

    Figura 5.31 SES Ponta da Cadeia: Situao Atual Esgotamento Sanitrio ............................................79

    Figura 5.32 SES Ponta da Cadeia: Situao Planejada para a Universalizao ....................................80

    Figura 5.33 Fotos da EBE Baronesa do Gravata ................................................................................................86

    Figura 5.34 Fotos da EBE Barros Cassal ................................................................................................................87

    Figura 5.35 Fotos da EBE Gaspar Martins ............................................................................................................87

    Figura 5.36 Fotos da EBE Ponta da Cadeia ..........................................................................................................88

    Figura 5.37 Vista area da EBE Cristal com Chamins de Equilbrio (detalhe) ......................................89

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 15

    Figura 5.38 Implantao do Emissrio Subaqutico no Guaba.................................................................90

    Figura 5.39 PISA: Integrao dos SES Ponta da Cadeia e Cavalhada ........................................................90

    Figura 5.40 Foto da ETE Esmeralda ........................................................................................................................92

    Figura 5.41 Foto da ETE Serraria (em testes operacionais) ...........................................................................92

    Figura 5.42 Porto Alegre/SES Cavalhada: Bacias e Subsistemas ................................................................95

    Figura 5.43 Bairros Integrantes da rea de Abrangncia do SES Cavalhada ........................................96

    Figura 5.44 SES Cavalhada e Regies do OP ......................................................................................................97

    Figura 5.45 SES Cavalhada: Situao Atual do Esgotamento Sanitrio ...................................................99

    Figura 5.46 SES Cavalhada: Situao Planejada para a Universalizao .............................................. 100

    Figura 5.47 Foto da EBE C1 ..................................................................................................................................... 104

    Figura 5.48 Foto Area da EBE C2, localizada na mesma rea da EBE Cristal ..................................... 105

    Figura 5.49 Porto Alegre/SES Zona Sul: Bacias e Subsistemas ................................................................. 107

    Figura 5.50 Bairros Integrantes do SES Zona Sul ........................................................................................... 108

    Figura 5.51 SES Zona Sul e Regies do OP ....................................................................................................... 109

    Figura 5.52 SES Zona Sul: Situao Atual Esgotamento Sanitrio .......................................................... 111

    Figura 5.53 SES Zona Sul: Situao Planejada para a Universalizao .................................................. 112

    Figura 5.54 Fotos EBE 1S ......................................................................................................................................... 115

    Figura 5.55 Fotos EBE 2S ......................................................................................................................................... 116

    Figura 5.56 Fotos EBE 3S ......................................................................................................................................... 116

    Figura 5.57 Fotos EBE 4S ......................................................................................................................................... 117

    Figura 5.58 Fotos EBE 5S ......................................................................................................................................... 117

    Figura 5.59 ETE Ipanema ......................................................................................................................................... 118

    Figura 5.60 Porto Alegre/SES Salso: Bacias e Subsistemas ........................................................................ 121

    Figura 5.61 SES Salso com Bairros ....................................................................................................................... 122

    Figura 5.62 SES Salso e Regies do OP .............................................................................................................. 123

    Figura 5.63 SES Salso: Situao Atual do Esgotamento Sanitrio........................................................... 125

    Figura 5.64 SES Salso: Situao Planejada para a Universalizao ......................................................... 126

    Figura 5.65 reas de Contribuio da EBE Chapu do Sol ........................................................................ 132

    Figura 5.66 Lagoas com Plantas e Lagoas Convencionais ........................................................................ 134

    Figura 5.67 Porto Alegre/SES Belm Novo: Bacias e Subsistemas .......................................................... 135

    Figura 5.68 Bairros Integrantes do SES Belm Novo .................................................................................... 136

    Figura 5.69 SES Belm Novo e Regio do OP .................................................................................................. 137

    Figura 5.70 SES Belm Novo: Situao Atual do Esgotamento Sanitrio ............................................ 139

    Figura 5.71 SES Belm Novo: Situao Planejada para a Universalizao ........................................... 140

    Figura 5.72 ELE 1 Belm Novo .............................................................................................................................. 142

    Figura 5.73 EBE BN1 Belm Novo (Vista Externa e Interna) ...................................................................... 142

  • 16 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    Figura 5.74 EBE BN2 Belm Novo ........................................................................................................................ 143

    Figura 5.75 Localizao das EBEs e ETE Belm Novo ................................................................................... 144

    Figura 5.76 ETE Belm Novo .................................................................................................................................. 145

    Figura 5.77 Porto Alegre/SES Lami: Bacias e Subsistemas......................................................................... 147

    Figura 5.78 Bairros Integrantes do SES Lami ................................................................................................... 148

    Figura 5.79 SES Lami e Regies do OP ............................................................................................................... 149

    Figura 5.80 SES Lami: Situao Atual do Esgotamento Sanitrio e Loteamentos ........................... 151

    Figura 5.81 SES Lami: Planejamento para a Universalizao com Loteamentos ............................. 152

    Figura 5.82 Foto da EBE Lami ................................................................................................................................ 154

    Figura 5.83 ETE Lami ................................................................................................................................................. 156

    Figura 5.84 Delta do Jacu Ilhas e Limite de Porto Alegre ...................................................................... 157

    Figura 5.85 Porto Alegre/SES Ilhas: Subsistemas .......................................................................................... 158

    Figura 5.86 SES Ilhas e Regio do OP ................................................................................................................. 159

    Figura 5.87 SES Ilhas: Situao Atual do Esgotamento Sanitrio ............................................................ 161

    Figura 5.88 SES Ilhas: Situao Planejada para a Universalizao do SES ........................................... 162

    Figura 8.1 Populao mxima para a declividade mnima por dimetro de tubulao ............... 177

    Figura 11.1 Pontos de Coleta no Lago Guaba e Afluentes ....................................................................... 194

    Figura 11.2 Pontos de Coleta de Cargas Afluentes no Rio Gravata e Lago Guaba ........................ 195

    Figura 12.1 Indicador para Extenso de Redes de Esgotos Sanitrios (em metros) ........................ 198

    Figura 12.2 Indicador para Projetos de Extenso de Redes de Esgoto (metros) .............................. 199

    Figura 12.3 Indicador Liquidado em Obras x Obras Aprovadas para o Ano (%) .............................. 199

    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 4.1 Crescimento Populacional Projetado para Porto Alegre at 2030 ....................................28

    LISTA DE SIMBOLOS E ABREVIATURAS USADAS NO TEXTO

    BN Belm NovoCA Concreto ArmadoCEEE Companhia Estadual de Energia EltricaConama Conselho Nacional do Meio AmbienteConsema Conselho Estadual do Meio Ambiente (RS)Corsan Companhia Riograndense de SaneamentoDBO5 Demanda Bioqumica de Oxignio (5 dias, 20C)DD Diretoria de Gesto e Desenvolvimento do Dmae

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 17

    Dmae Departamento Municipal de gua e Esgotos de Porto AlegreDemhab Departamento Municipal de Habitao de Porto AlegreDEP Departamento de Esgotos Pluviais de Porto AlegreDQO Demanda Qumica de OxignioEBE Estao de Bombeamento de EsgotoEBET Estao de Bombeamento de Esgoto TratadoELE Estao Elevatria de EsgotosETA Estao de Tratamento de guaETE Estao de Tratamento de EsgotoFepam Fundao Estadual de Proteo Ambiental (RS)GIS Geographic Information System (Sistema de Informao Geogrfica)GMB Grupo motor-bombaIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatsticaIDH ndice de Desenvolvimento HumanoMMA Ministrio do Meio AmbienteMS Ministrio da SadeN Nitrognio (elemento qumico)P Fsforo (elemento qumico)PAC Programa de Acelerao do Crescimento (Ministrio das Cidades)PDA Plano Diretor de guaPDE Plano Diretor de EsgotosPDE2009 5 Edio do Plano Diretor de Esgotos de Porto Alegre (atualizao 2006-2009)PDDUA Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental PEAD Polietileno de Alta DensidadePISA Programa Integrado SocioambientalPMPA Prefeitura Municipal de Porto AlegrePMSB Plano Municipal de Saneamento BsicoOGU Oramento Geral da UnioOP Oramento ParticipativoSigpoa Sistema de Informaes Geogrficas de Porto AlegreSmam Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Porto Alegre)SPM Secretaria do Planejamento Municipal (Porto Alegre)Snis Sistema Nacional de Informao de SaneamentoSES Sistema de Esgotamento SanitrioTTS Trabalho Tcnico-SocioambientalUASB Upflow Anaerobic Sludge Blanket (Reator Anaerbio de Fluxo Ascendente)UC Unidade de ConservaoUFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

  • 18 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 19

    1 INTRODUO

    Administrar uma cidade no uma tarefa fcil, e a responsabilidade do gestor pblico ainda maior quando se trata de saneamento bsico, estreitamente ligado s questes ambientais e de sade da popu-lao, e que afeta diretamente a qualidade de vida de seus habitantes. Assim, com o objetivo de orientar a atuao da administrao pblica, foi criado o Plano Diretor, instrumento bsico da poltica de desenvolvi-mento, visando a assegurar melhores condies de vida populao, atravs da gesto dos espaos urba-nos e da oferta de servios pblicos essenciais.

    O Departamento Municipal de gua e Esgotos (Dmae) de Porto Alegre autarquia municipal criada em 15 de dezembro de 1961, delegada para as questes relacionadas gua e esgotos sanitrios tem se preocupado historicamente com a criao e manuteno de instrumentos que estruturam e fornecem diretrizes para a sua interveno no municpio. Tais instrumentos conduzem aplicao de investimentos de forma planejada, propiciando o alcance da excelncia no atendimento da sua misso, qual seja: Prestar, universalmente, servios pblicos de abastecimento de gua e esgotamento sanitrio, com garantia de qualidade e de modicidade tarifria, contribuindo para uma gesto sustentvel dos recursos hdricos, sendo social e ambientalmente responsvel.

    Atualmente Porto Alegre j conta com a universalizao do abastecimento pblico de gua potvel e, na questo esgotamento sanitrio, vem buscando incessantemente a sua universalizao at o ano de 2030. Hoje na capital gacha, o percentual de coleta de esgotos sanitrios pelo sistema separador absoluto de 62,1% do total de esgotos produzidos pela populao porto-alegrense. J em relao ao tratamento de esgotos, Porto Alegre conta com uma capacidade instalada de 80%, configurando a necessidade premente de suprir o dficit existente na coleta de esgotos sanitrios de modo que as estaes de tratamento (ETEs) cumpram o seu ofcio plenamente, contribuindo efetivamente para a melhoria das condies de qualidade dos recursos hdricos, especialmente do Lago Guaba, que tambm o manancial de abastecimento das ETAs de Porto Alegre. Imprescindvel igualmente neste processo a conscientizao da populao porto-alegrense que deve contribuir, cumprindo o seu papel social e ambiental, interligando corretamente a sua tubulao sanitria domiciliar na rede coletora pblica adequada, quando esta estiver disponvel.

  • 20 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    2 O SANEAMENTO E A PREVENO DE DOENAS

    O saneamento bsico constitui um dos mais importantes meios de preveno de doenas, dentre todas as atividades de sade pblica. Segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS), saneamento bsico o gerenciamento ou controle de fatores fsicos que podem exercer efeitos nocivos ao homem, prejudican-do seu bem-estar fsico, mental e social. A Lei n 11.445/07 define Saneamento Bsico como o conjunto de servios de infraestrutura e instalaes operacionais de abastecimento de gua potvel, esgotamento sani-trio, limpeza urbana e manejo de resduos slidos, e drenagem e manejo das guas pluviais urbanas. Seja qual for a definio utilizada, o certo que o saneamento bsico est intimamente relacionado s condies de sade da populao e, mais do que simplesmente garantir acesso aos servios, instalaes ou estruturas que citam a lei, envolvem, tambm, medidas de educao da populao em geral e conservao ambiental.

    A Secretaria Municipal da Sade o rgo gestor do Sistema nico de Sade em Porto Alegre, e tem como atribuies coordenar os servios, as aes e as polticas de sade na cidade. Estabelece aes inte-gradas com outros setores pblicos e privados das esferas municipal, estadual e federal.

    O Plano Municipal de Sade 2010-2013, editado em Setembro de 2010 pela Secretaria Municipal de Sade da Prefeitura Municipal de Porto Alegre traz os dados referentes ocorrncia de notificaes, confir-maes e descartes de casos de leptospirose na cidade, no perodo de 1999 a 2009, conforme apresentado nas Figuras 2.1 e 2.2. Neste perodo a confirmao mdia de casos foi de 25%.

    A leptospirose uma doena infecciosa febril de incio abrupto, cujo espectro pode variar desde um processo inaparente at formas graves. Trata-se de uma zoonose de grande importncia social e econ-mica, por apresentar elevada incidncia em determinadas reas, alto custo hospitalar e perdas de dias de trabalho, como tambm por sua letalidade, que pode chegar a 40%, nos casos mais graves. Sua ocorrncia est relacionada as precrias condies de infraestrutura sanitria e alta infestao de roedores infectados. As inundaes propiciam a disseminao e a persistncia do agente causal no ambiente, facilitando a ocor-rncia de surtos.

    No Boletim Epidemiolgico n 38 de agosto 2008, da Secretaria Municipal de Sade podem ser ob-tidas informaes detalhadas sobre o comportamento desta doena em Porto Alegre.

    O Programa Integrado Socioambiental da Prefeitura de Porto Alegre tem como objetivo melhorar a qualidade de vida da populao, melhorando a qualidade da gua do Lago Guaba, principal manancial da cidade, reduzindo o risco de inundaes e melhorando a qualidade ambiental urbana. Em seu Marco Lgi-co, esse programa define como meta o incremento do Idese (ndice de Desenvolvimento Socioeconmico) em 5% no grupo Saneamento e Habitao (aumentando de 0,747 em 2006 para 0,78435 em 2014) alm de reduzir em 20% o nmero de casos registrados de leptospirose e hepatite viral do tipo A (reduzindo o nmero de casos de 225 em 2006 para 180 em 2014).

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 21

    Figura 2.1 Distribuio da investigao dos casos de Leptospirose

    Figura 2.2 Distribuio da evoluo dos casos de leptospirose

    O Idese um ndice sinttico, apresentado pela Fundao de Economia e Estatstica (FEE), inspirado no IDH (ndice de Desenvolvimento Humano), que abrange um conjunto amplo de indicadores sociais e econmicos, classificados em quatro blocos temticos: educao, renda, saneamento e domiclios, e sade. Ele tem como objetivo mensurar e acompanhar o nvel de desenvolvimento do Estado e seus municpios, informando a sociedade e orientando os governos (estadual e municipal) nas polticas socioeconmicas.

  • 22 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    O Idese varia de 0 (zero) a 1 (um) e, assim como o IDH, permite que se classifique o Estado, os muni-cpios ou os Coredes (Conselhos Regionais de Desenvolvimento) em trs nveis de desenvolvimento: baixo (Idese at 0,499), mdio (entre 0,500 e 0,799) ou alto (maiores ou iguais a 0,800).

    No contexto dos municpios gachos, Caxias do Sul o de mais alto Idese, seguido de Porto Alegre (Idese =0,833 no ano de 2006). No bloco saneamento e domiclios, Porto Alegre, em 2006, se apresenta na quarta posio entre os municpios gachos, com Idese = 0,748.

    3 DIRETRIZES PARA ESGOTAMENTO SANITRIO EM PORTO ALEGRE

    Para que o sistema de esgotos do municpio seja implantado de acordo com o planejamento previsto nos planos diretores de esgoto e no Plano Municipal de Saneamento Bsico, modalidade esgotamento sa-nitrio, necessrio que as diretrizes estabelecidas e a seguir descritas sejam atendidas:

    I. Horizonte de planejamento ano de 2030 para a universalizao do atendimento da populao de Porto Alegre com coleta e tratamento de esgotos sanitrios;

    II. Sistema separador absoluto em todo o municpio de Porto Alegre;

    III. Projetos e Obras de Redes Coletoras Sanitrias Pblicas devem contemplar as Ligaes Intradomi-ciliares em reas de baixa renda;

    IV. Todas as obras de Esgotamento Sanitrio devem ter o acompanhamento efetivo e concomitante de trabalho tcnico-socioambiental;

    V. A implantao das redes pluviais dever preceder as redes coletoras de esgotos sanitrios;

    VI. O sistema unitrio somente poder ser utilizado para a coleta de esgotos sanitrios em casos es-peciais e de forma provisria;

    VII. A rede coletora do tipo separador absoluto atualmente existente no municpio dever ser integra-da malha coletora prevista para o SES na qual se encontra inserida, seja por gravidade, preferen-cialmente, ou atravs de bombeamento;

    VIII. Previso de coleta e tratamento de esgotos de forma centralizada por Sistema de Esgotamento Sanitrio (SES) ou conjunto de sistemas.

    4 METODOLOGIA

    4.1 BASES GEOGRFICAS DO PLANO

    A 5 edio do Plano Diretor de Esgotos (atualizao 2006-2009) previu para fins de planejamento a diviso geogrfica do municpio em 11 Sistemas de Esgotamento Sanitrio (SES): SES Sarandi, SES Rubem Berta, SES Navegantes, SES Ponta da Cadeia, SES Cavalhada, SES Zona Sul, SES Salso-Restinga, SES Salso-Lomba, SES Belm Novo, SES Lami e SES Ilhas.

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 23

    Em 2013, para a elaborao do PMSB: Modalidade Esgotamento Sanitrio, o SES Salso-Lomba foi in-tegrado ao SES Salso-Restinga, formando o SES Salso, reduzindo o nmero de Sistemas de Esgotamento Sanitrio de 11 para 10, ou seja, nesta reviso do Plano Diretor de Esgotos, o municpio de Porto Alegre foi dividido em 10 Sistemas de Esgotamento Sanitrio (SES): Sarandi, Rubem Berta, Navegantes, Ponta da Ca-deia, Cavalhada, Zona Sul, Salso, Belm Novo, Lami e Ilhas.

    4.1.1 Sistema de Informaes Geogrficas

    Porto Alegre tem uma rea de 476.300 km, uma populao em 2010 de 1.409.351 habitantes (censo IBGE), divididos em 81 bairros, 29 bacias hidrogrficas e 10 sistemas de esgotamento sanitrio (SES).

    Para a construo do Plano Diretor fundamental conhecer a realidade de todo o municpio, principal-mente a infraestrutura da cidade, como redes de gua e esgotos, hidrografia, vias de trfego, entre outras.

    Todas essas informaes tm em comum o fato de estarem inseridas num mesmo espao geogrfico, ou seja, podem ser localizadas espacialmente e tecnologias disponveis possibilitam o georreferenciamento dos dados, que aliados a imagens de satlite, podem ser utilizados para responder de forma rpida e eficien-te s questes pertinentes ao Plano Diretor, ampliando de forma significativa as possibilidades de aplicao do sistema.

    Na questo ambiental fundamental o papel dos esgotos sanitrios e pluviais em uma determinada bacia hidrogrfica, entre outras varveis de um sistema, para controle e gesto. O GIS atua como veculo de articulao dos sistemas ambientais e fornece uma viso integrada para a gesto ambiental. Desta forma, possvel definir em conjunto as melhores estratgias para conservao dos recursos naturais.

    A importncia da viso estratgica para a reviso do Plano Diretor, sob a tica das bacias hidrogrficas, sistemas de esgotamento sanitrio, setores censitrios, entre outros, permite avaliar o impacto dos servios sobre os recursos hdricos do municpio. Portanto, as ferramentas geogrficas so meios confiveis de se organizar as variveis relevantes ao gerenciamento da cidade. Com a possibilidade de serem integrados aos demais sistemas da gesto municipal, mantendo o centro de informaes atualizado.

    4.1.2 - Metodologia de Aplicao

    As informaes necessrias para o desenvolvimento dos trabalhos para a elaborao deste volume do PMSB foram obtidas do banco de dados espacial do municpio, mantido por todos os rgos da Prefeitura, inclusive o Dmae. Os principais planos de informaes (layers) foram:

    I. Limites do municpio;

    II. Bairros de Porto Alegre;

    III. Setores censitrios do ano de 2010 do IBGE;

    IV. Hidrografia;

    V. Bacias hidrogrficas;

    VI. Sistemas de esgotos sanitrios;

  • 24 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    VII. Subsistemas de esgotos;

    VIII. Redes coletoras de esgotos;

    IX. Ramais de gua, ano 2011;

    X. Eixo dos logradouros;

    XI. Imagens de satlite QuickBird (2008).

    De posse das informaes, foi necessrio verificar o nvel de atualizao e referncia espacial das mes-mas, cotejando as informaes do banco de dados com as informaes oficiais, caso dos setores censitrios de Porto Alegre, fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), atravs da seguinte pgina: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/sinopse/default_sinopse.shtm.

    Na primeira fase, foi necessrio dimensionar as populaes existentes para atualizar as diretrizes e revisar as populaes da 5 edio do Plano Diretor de Esgotos de Porto Alegre. Paralelamente, foram le-vantados os consumos de gua, o nmero de ramais e o nmero de economias no ano de 2011, ano mais prximo do censo realizado pelo IBGE, projetando os ndices de crescimento populacional do Censo de 2010 para o ano de 2011.

    Utilizando as tcnicas de geoprocessamento, foi obtido, a partir dos sistemas e subsistemas de esgo-tos sanitrios e dos setores censitrios, um novo plano de informao espacial que contempla as reas dos setores censitrios dentro de cada sistema e subsistema de esgoto, calculando a densidade populacional da rea derivada, em relao ao polgono original.

    Outros dados tambm foram obtidos atravs de tcnicas de geoprocessamento, tais como as reas dos subsistemas de esgotos e dos bairros, comprimento de ruas para o clculo de extenses de rede de esgotos e da taxa de infiltrao, entre outras, que, com o auxlio da tecnologia, tornaram mais rpidas e precisas as informaes necessrias para o desenvolvimento desta reviso.

    4.2 LEVANTAMENTO DO DFICIT DE REDES COLETORAS

    Para obter os valores referentes ao dficit de redes coletoras de esgoto sanitrio por subsistemas, fo-ram adotados os seguintes critrios:

    Para os SES Sarandi, Rubem Berta, Navegantes, Ponta da Cadeia, Cavalhada e Zona Sul, que apre-sentam densidade populacional elevada, foi aplicado o fator de multiplicao de 1,2 sobre a ex-tenso dos logradouros gravados em cada subsistema do SES, excetuando-se os casos em que a compatibilidade dos logradouros existentes e das redes coletoras cadastradas no Dmae indicaram a totalizao do atendimento;

    Para os SES Belm Novo, Lami e Salso, que apresentam baixa densidade populacional, foi calcu-lado o quociente do n de habitantes por km de logradouros em 2013, obtendo-se a populao atual no atendida com redes coletoras (logradouros sem redes coletoras). Esta populao foi pro-jetada para 2030 e o dficit de redes foi encontrado considerando o valor de um metro de rede de esgoto sanitrio por habitante, para o final de plano, adotando-se um mnimo de 500 metros em subsistemas com populao inferior a 100 habitantes;

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 25

    Para o SES Ilhas, subsistemas Jacu e Ilha do Pavo, foi adotado o valor de um metro de rede cole-tora por habitante. Nos subsistemas Ilha da Pintada e Ilha Grande dos Marinheiros foi considerada a rede lanada em planta prevista em estudos realizados nestas reas.

    4.3 LEVANTAMENTO POPULACIONAL E PROJEO AT 2030

    4.3.1 Levantamento Populacional dos Sistemas de Esgotamento Sanitrio

    As informaes de populao foram obtidas do Censo Demogrfico 2010 do IBGE, disponibilizadas na seguinte pgina da internet: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm. Todos os dados e mapas foram processados utilizando-se o software ARCGIS.

    Para estimar a populao de cada subsistema e sistema de esgotamento sanitrio, procedeu-se cole-ta dos dados a partir das menores unidades espaciais disponibilizadas pela pesquisa, quais sejam, os setores censitrios. Tais setores correspondem a 2.433 localidades de Porto Alegre cujos limites so estabelecidos por logradouros, definidos pelo IBGE. Eles formam unidades territoriais menores, inclusive, do que os sub-sistemas de esgoto, permitindo o clculo consistente da populao de acordo com estas zonas de interesse.

    No entanto, h diferenas substanciais entre as bases geogrficas do Censo Demogrfico e os sub-sistemas de esgoto utilizados por este Departamento, tendo em vista que os limites territoriais dos setores censitrios no coincidem com os limites dos subsistemas. Ou seja, h setores que esto plenamente com-preendidos dentro de um determinado subsistema. Porm h, tambm, casos nos quais um determinado setor faz parte de dois ou mais subsistemas. Assim, foi necessria a adoo de dois critrios para o clculo da populao por subsistema de esgotamento sanitrio.

    Quando os setores censitrios estavam totalmente contidos no subsistema, a populao deste ltimo resultou simplesmente do somatrio da populao dos primeiros, e o resultado foi obtido com 100% de preciso.

    J se um determinado setor censitrio estava parcialmente contido em dois ou mais subsistemas, a populao nele existente foi distribuda a partir do mtodo de fracionamento pelas economias, isto , foi realizada uma ponderao pelo nmero de economias residenciais obtidas das bases de dados do Dmae na localidade em questo. Por exemplo, para o clculo da populao dos dois subsistemas a seguir, a partir do setor censitrio abaixo, identificou-se que 88,1% das economias residenciais pertenciam ao subsistema AS-5, ao passo que, para o BN, observou-se cerca de 11,9% das economias, e a populao foi fracionada ento por igual proporcionalidade. Em resumo, adota-se a hiptese de homogeneidade entre as localidades, em termos do nmero de habitantes por economia. Como se tratam de regies especficas dos setores censit-rios, ou, em outras palavras, de territrios muito pequenos, as distores em funo das caractersticas hete-rogneas tendem a se diluir ou mesmo desaparecer. A Figura 4.1 apresenta um exemplo de fracionamento da populao do setor censitrio, por economias residenciais, para dois subsistemas.

  • 26 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    Figura 4.1 Exemplo de Fracionamento da Populao do Setor Censitrio por Subsistemas

    Alm disso, cabe salientar que foi necessrio o fracionamento de 6,8% da populao de Porto Alegre entre os subsistemas, sendo 93,2% do total obtida diretamente por somatrio. Deste modo, mesmo com es-tes fracionamentos, alm de outras diferenas residuais entre as bases geogrficas, estima-se que a popula-o de cada subsistema foi calculada, em mdia, com 99,4% de preciso, sendo o resduo distribudo como:

    Onde:

    POPicorr= populao corrigida do subsistema i;

    POPicalc= populao calculada para o subsistema i;

    c = fator de correo;

    POPcenso= populao do censo demogrfico 2010;

    n = nmero de registros da tabela de clculo.

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 27

    4.3.2 Projeo Populacional dos Sistemas de Esgotamento Sanitrio

    Para a projeo populacional dos sistemas de esgoto foi adotada a metodologia baseada nos estudos da Fundao de Economia e Estatstica do Rio Grande do Sul (FEE), tambm usada no PDA atravs do traba-lho Assessoramento e Levantamento de Dados para a Reviso do Plano Diretor de gua PDA-Dmae, realizado pela empresa Magna Engenharia (2003).

    Como se tratam de projees temporais superiores a 10 anos, foi utilizado o mtodo da curva logsti-ca, que considera: no incio, um crescimento exponencial, ou seja, a taxas crescentes; posteriormente, um crescimento logartmico, isto , a taxas decrescentes; e, finalmente, tal crescimento atinge um ponto de saturao (mximo), podendo passar a decrescer. A tendncia de cada sistema de esgoto depende, deste modo, dos limites de crescimento e dos pontos no quais se estima que a populao esteja na curva logstica (Figura 4.2).

    Figura 4.2 Curva Logstica

    Para tal, empiricamente, as taxas de crescimento populacional tiveram como base os Censos Demo-grficos do IBGE de 1991, 1996 (Contagem da Populao), 2000 e foram atualizadas pelo ltimo Censo de 2010. E, para a estimativa dos limites da curva, foi utilizada a populao de saturao projetada no Plano Di-retor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA), da Secretaria do Planejamento Municipal da PMPA. Todas essas curvas de crescimento anual estimadas foram finalmente adaptadas aos sistemas de esgota-mento sanitrio pela mesma metodologia de levantamento populacional supracitada: a ponderao pelas economias residenciais, nos casos em que houve necessidade de fracionamento pelas diferenas entre as bases geogrficas. O Grfico 4.1 demonstra o crescimento populacional projetado para Porto Alegre no perodo 2010-30. A Tabela 4.1 apresenta a populao de 2010 e as projees por Sistema de Esgotamento Sanitrio.

  • 28 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    Grfico 4.1 Crescimento Populacional Projetado para Porto Alegre at 2030

    Tabela 4.1 Populao de 2010 e Projeo para 2030, por SES

    SES POPULAO 2010 % SOBRE POP. TOTAL EM 2010 POPULAO 2030% SOBRE POP. TOTAL

    EM 2030

    Belm Novo 13.679 0,97% 21.558 1,37%

    Cavalhada 144.538 10,26% 162.175 10,34%

    Lami 9.406 0,67% 14.163 0,90%

    Navegantes 184.800 13,11% 180.443 11,50%

    Ponta da Cadeia 534.192 37,90% 541.129 34,49%

    Rubem Berta 54.840 3,89% 72.760 4,64%

    Salso 127.230 9,03% 191.245 12,19%

    Sarandi 243.114 17,25% 272.101 17,34%

    Zona Sul 89.065 6,32% 105.175 6,70%

    Ilhas 8.487 0,60% 8.071 0,51%

    Total 1.409.351 100,00% 1.568.820 100,00%

    Em relao aos subsistemas, para a projeo populacional para 2030, foi adotado o mesmo ndice calculado na 5 edio do Plano Diretor de Esgotos (PDE2009), sendo, portanto, considerada a mesma pro-porcionalidade dentro do respectivo SES.

    1.40

    9.35

    1

    1.46

    0.24

    0

    1.50

    3.40

    6

    1.53

    9.51

    5

    1.56

    8.82

    0

    500.000

    600.000

    700.000

    800.000

    900.000

    1.000.000

    1.100.000

    1.200.000

    1.300.000

    1.400.000

    1.500.000

    1.600.000

    1.700.000

    1.800.000

    1.900.000

    2.000.0002

    01

    0

    20

    11

    20

    12

    20

    13

    20

    14

    20

    15

    20

    16

    20

    17

    20

    18

    20

    19

    20

    20

    20

    21

    20

    22

    20

    23

    20

    24

    20

    25

    20

    26

    20

    27

    20

    28

    20

    29

    20

    30

    Projeo populacional de Porto Alegre - 2010-2035

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 29

    4.4 PARMETROS UTILIZADOS PARA DIMENSIONAMENTO

    Para o dimensionamento das unidades e estimativa de vazes, seguem os parmetros utilizados neste Plano:

    4.4.1 - Contribuio Per Capita de Esgotos e Coeficiente de Retorno

    Para a determinao deste parmetro, foi efetuado o levantamento dos dados de micromedio men-sal de gua consumida em 2011 de todos os ramais localizados nas reas de abrangncia de cada um dos subsistemas definidos neste PMSB: Modalidade Esgotamento Sanitrio, calculando-se os consumos men-sais de gua por Sistema. Tomando-se como base o ms de maior consumo ao longo do ano, por questes de segurana, e conhecendo as populaes respectivas dos SES no mesmo ano, obteve-se o consumo per capita de gua. Mantendo-se o coeficiente de retorno gua/esgoto, igual a 0,80 (c), obteve-se a contribui-o per capita de esgotos por SES, conforme Tabela 4.2.

    Nos sistemas que apresentaram baixo consumo de gua per capita, para fins de segurana do pro-jetista, optou-se pela adoo da contribuio per capita de esgotos de 130 l/pessoa.dia, equivalente po-pulao de classe mdia, conforme a NBR 13969/97. Em relao ao SES Ilhas, foi verificado que apenas um consumidor da categoria industrial, na Ilha da Pintada, apresenta um consumo de gua que representa em torno de 40 % do volume total consumido nesta Ilha, motivo pelo qual, est sendo recomendada a adoo da contribuio per capita de 130 l/pessoa.dia para este Sistema.

    Tabela 4.2 Contribuio Per Capita de Esgotos por SES

    SES CONTRIBUIO PER CAPITA DE ESGOTOSA ADOTAR EM

    DIMENSIONAMENTO UNIDADES

    SARANDI 142 142 l/pessoa.dia

    RUBEM BERTA 146 146 l/pessoa.dia

    NAVEGANTES 234 234 l/pessoa.dia

    PONTA DA CADEIA 198 198 l/pessoa.dia

    CAVALHADA 149 149 l/pessoa.dia

    ZONA SUL 175 175 l/pessoa.dia

    SALSO 124 130 l/pessoa.dia

    BELM NOVO 156 156 l/pessoa.dia

    LAMI 120 130 l/pessoa.dia

    ILHAS 192 130 l/pessoa.dia

    Fonte: Dmae (2011)

  • 30 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    4.4.2 - Demais Parmetros de Projeto

    4.4.2.1 Coeficientes Mxima Vazo Diria (k1) e Mxima Vazo Horria (k2)

    Mantidos os mesmos coeficientes recomendados nos planos diretores anteriores (NBR 9649/86), ou seja, k1 = 1,2 e k2 = 1,5.

    4.4.2.2 Taxa de Infiltrao (qI)

    Para os clculos de vazo utilizados neste PMSB: Modalidade Esgotamento Sanitrio, foi considerada a mesma taxa de infiltrao recomendada nos planos diretores anteriores, ou seja, qI = 0,50 l/s.km.

    4.4.2.3 Contribuio Per Capita de DBO (qDBO)

    Para a determinao da carga orgnica produzida pela populao dos Sistemas de Esgotamento Sani-trio, foi adotada a contribuio de 54 g/pessoa.dia.

    5 SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITRIO (SES): SITUAO ATUAL E PLANEJADA PARA A UNIVERSALIZAO

    Para fins de planejamento, nesta primeira edio do Plano Municipal de Saneamento Bsico (PMSB), o municpio de Porto Alegre foi dividido em 10 Sistemas de Esgotamento Sanitrio: SES Sarandi, SES Rubem Berta, SES Navegantes, SES Ponta da Cadeia, SES Cavalhada, SES Zona Sul, SES Salso, SES Belm Novo, SES Lami e SES Ilhas. Estes 10 SES esto, por sua vez, divididos em subsistemas, tendo como base as 28 bacias do municpio de Porto Alegre (PDE/99), que foram agrupadas na formao dos Sistemas (Tabela 5.1) por apresentarem caractersticas semelhantes em relao s exigncias de tratamento e insero regional no municpio. A Figura 5.1 apresenta o municpio de Porto Alegre dividido em bacias e a Figura 5.2 mostra os Sistemas de Esgotamento Sanitrio (SES), de acordo com a diviso proposta nesta edio do PMSB e a Figu-ra 5.3, as Regies do Oramento Participativo (OP) com a diviso destes Sistemas em Porto Alegre.

    Dos dez SES, dois se encontram localizados integralmente na rea da Bacia Hidrogrfica do Rio Gra-vata, que so o SES Sarandi e o SES Rubem Berta. Alm destes, parte do SES Navegantes tambm contribui naturalmente para a Bacia Hidrogrfica do Rio Gravata, como o caso da bacia do Arroio da Areia. No en-tanto, o planejamento para a rea deste Sistema, previsto nos planos diretores de esgotos, estabeleceu a implantao de redes coletoras sanitrias que convergem para estaes de bombeamento e de tratamento de esgotos, cujos efluentes so lanados no Delta do Jacu (Canal dos Navegantes), localizado na Bacia Hi-drogrfica do Lago Guaba. Os demais Sistemas de Esgotamento Sanitrio contribuem integralmente para a Bacia Hidrogrfica do Lago Guaba.

    De acordo com os dados do censo (IBGE), a populao residente no municpio de Porto Alegre no ano 2010 era de 1.409.351 habitantes. A estimativa do crescimento populacional indica que em 2030 (ano

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 31

    da universalizao), a populao ser de 1.568.820 habitantes, quando ento 22% desta populao estar contribuindo para a Bacia do Rio Gravata e 78% para a Bacia do Lago Guaba.

    Dos dez Sistemas de Esgotamento Sanitrio, oito j contam com aes de esgotamento sanitrio con-solidadas, previstas nos planos diretores anteriores que so os Sistemas Navegantes, Zona Sul, Belm Novo, Lami, Sarandi, Ponta da Cadeia, Cavalhada e Salso.

    Figura 5.1 Porto Alegre: Bacias Hidrogrficas e Ilhas

  • 32 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    Figura 5.2 Sistemas de Esgotamento Sanitrio de Porto Alegre

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 33

    Figura 5.3 Sistemas de Esgotamento Sanitrio e Regies do OP

  • 34 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    Tabela 5.1 Bacias e Subsistemas Integrantes dos SES

    ITEM SISTEMA BACIAS REA TOTAL OU PARCIAL SUBSISTEMAS (SIGLAS)

    1. SARANDI

    Vrzea do Gravata (VG) Total VG

    Arroio Passo das Pedras (APP) Total APP-1 a APP-10

    Arroio Santo Agostinho (ASA) Parcial ASA-1 a ASA-4

    Arroio Feij (AF) Parcial AF-1

    2. RUBEM BERTAArroio Santo Agostinho (ASA) Parcial ASA-5

    Arroio Feij (AF) Parcial AF-2 a AF-4

    3. NAVEGANTES

    Arroio da Areia (AA) Total AA-1 a AA-6

    Humait (HU) Total HU

    Arroio Tamandar (AT) Parcial AT-1 a AT-5

    4. PONTA DA CADEIA

    Arroio Tamandar (AT) Parcial AT-6 a AT-8

    Arroio Dilvio (D) Total (somente POA) D-1 a D-3; D-5 a D-27

    Santa Teresa (ST) Total ST

    Ponta do Melo (PM) Total PM

    5. CAVALHADAArroio Sanga da Morte (ASM) Total C-1

    Arroio Cavalhada (C) Total C-2 a C-6

    6. ZONA SUL

    Arroio Capivara (AC) Total AC-1 a AC-3

    Arroio Esprito Santo (AES) Total AES-1 e AES-2

    Arroio Guaruj (AG) Total AG-1 e AG-2

    Assuno (A) Total A

    Morro do Osso (MO) Total MO-1 e MO-2

    Ponta da Serraria (PS) Total PS

    7. SALSO

    Arroio do Salso (AS) Parcial AS-1 a AS-14

    Arroio Guabiroba (GU) Parcial AS-2

    Ponta Grossa Norte (PGN) Total PGN

    Ponta Grossa Sul (PGS) Total PGS

    8. BELM NOVO

    Arroio Guabiroba (GU) Parcial GU

    Belm Novo (BN) Total BN-1 a BN-3

    Ponta dos Coatis (PC) Total BN

    9. LAMI

    Arroio Lami (AL) Total AL

    Arroio Maneco (AM) Total AM

    Arroio Chico Barcelos (ACB) Total ACB

    10. ILHAS

    Ilha da Pintada (IPi) Total IPi

    Ilha Grande dos Marinheiros (IGM) Total IGM

    Ilha das Flores (IF) Total IF

    Ilha do Pavo (IPa) Total IPa

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 35

    5.1 SES SARANDI

    O Sistema de Esgotamento Sanitrio Sarandi composto integralmente pelas reas das Bacias Hi-drogrficas da Vrzea do Gravata (VG) e do Arroio Passo das Pedras (APP-1 a APP-10) e parcialmente pelas Bacias dos Arroios Santo Agostinho (ASA-1 a ASA-4) e Feij (AF-1), conforme demonstrado na Figura 5.4.

    Figura 5.4 Porto Alegre/SES Sarandi: Bacias e Subsistemas

    Fonte: Sigpoa (2013)

  • 36 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    Na rea de abrangncia deste Sistema se encontram inseridos integralmente os bairros Sarandi, Passo das Pedras, So Sebastio, Jardim Lindia, alm de vasta regio de bairro com nomenclatura ainda no de-finida (zona indefinida/Sarandi). Este SES tambm integrado parcialmente pelos bairros Anchieta, Cristo Redentor, Vila Ipiranga, Vila Jardim, Jardim Itu-Sabar, Jardim Carvalho, Protsio Alves, Rubem Berta e Mrio Quintana, conforme apresentado na Figura 5.5.

    Figura 5.5 Bairros Integrantes da rea de Abrangncia do SES Sarandi

    Fonte: Sigpoa (2009) PDE2009

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 37

    Em relao s Regies do OP, o Sistema Sarandi abrange integralmente a Regio Norte e parcialmente as regies Noroeste, Eixo Baltazar, Leste, Nordeste, Humait/Navegantes e Lomba do Pinheiro (Figura 5.6).

    Figura 5.6 Regies do OP no SES Sarandi

    Fonte: Sigpoa (2013)

  • 38 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    5.1.1 - Estimativas de Populao para o Ano 2030

    De acordo com os dados do censo (IBGE), a populao residente na rea de abrangncia deste SES no ano 2010 era de 237.382 habitantes, o que correspondia a 17,45 % da populao total de Porto Alegre (1.409.351 habitantes). O crescimento populacional foi calculado utilizando a metodologia apresentada no Captulo 4 deste PMSB: Modalidade Esgotamento Sanitrio, chegando-se, em 2030, horizonte de planeja-mento, populao projetada de 272.101 habitantes, correspondendo a 17,34% da populao total estima-da de Porto Alegre naquele ano, 1.568.820 habitantes.

    A Tabela 5.2 apresenta a populao do SES Sarandi, por subsistema, bem como o percentual em rela-o ao nmero total de habitantes de Porto Alegre.

    Tabela 5.2 Populao SES Sarandi Anos 2000 e 2010 Projeo para 2030

    SUBSISTEMA POPULAO CENSO 2000 (HAB)POPULAO

    CENSO 2010 (HAB)% SOBRE POP. POA

    CENSO 2010POP. ESTIMADA

    2030 (HAB)% SOBRE PROJ. POP. POA 2030

    AF-1 25.276 20.452 1,45 22.891 1,46

    APP-1 3.862 3.798 0,27 4.251 0,27

    APP-2 24.992 23.933 1,70 26.787 1,71

    APP-3 13.891 13.278 0,94 14.861 0,95

    APP-4 23.064 22.164 1,57 24.807 1,58

    APP-5 15.536 16.054 1,14 17.968 1,15

    APP-6 12.687 12.934 0,92 14.476 0,92

    APP-7 12.909 14.984 1,06 16.771 1,07

    APP-8 19.501 17.821 1,26 19.946 1,27

    APP-9 26.498 27.007 1,92 30.227 1,93

    APP-10 24.538 27.334 1,94 30.593 1,95

    ASA-1 1.618 3.010 0,21 3.369 0,21

    ASA-2 11.148 12.220 0,87 13.677 0,87

    ASA-3 17.260 19.341 1,37 21.647 1,38

    ASA-4 4.377 8.520 0,60 9.536 0,61

    VG 225 264 0,02 295 0,02

    TOTAL SES 237.382 243.114 17,25% 272.101 17,34%

    Fonte: Sigpoa (2013)

    5.1.2 - Situao Atual e Futura do Esgotamento Sanitrio

    Conforme levantamento efetuado a partir da consulta ao sistema de informaes geogrficas de Por-to Alegre, em 2013, na rea do Sistema Sarandi, a extenso total de vias para implantao do sistema de coleta de esgotos (redes, coletores-tronco e interceptores) para atendimento de todo o SES de 526,35 km.

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 39

    A estao de tratamento de esgotos (ETE) Sarandi, projetada em seis mdulos, apresenta atualmente o 1 mdulo em operao, com capacidade para atender a 50.000 pessoas, que corresponde a 3,55% da populao porto-alegrense (1.409.351 habitantes), de acordo com o censo 2010 IBGE.

    As Figuras 5.7 e 5.8 apresentam, respectivamente, a situao atual e futura para a universalizao do SES Sarandi com esgotamento sanitrio.

    Figura 5.7 SES Sarandi: Situao Atual do Esgotamento Sanitrio

    Fonte: Sigpoa (2013)

  • 40 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    Figura 5.8 SES Sarandi: Planejamento para a Universalizao

    Fonte: Sigpoa (2013)

    5.1.2.1 Redes Coletoras Sanitrias

    5.1.2.1.1 Redes Coletoras Existentes

    Na rea do SES Sarandi j esto implantados e em operao 176,93 km de redes coletoras, repre-sentando 27,2% do total necessrio para a universalizao do SES. Neste Sistema, parte da rede existente

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 41

    atende a pequenos ncleos isolados que devero ser integrados na malha coletora do SES to logo seja im-plantado o Coletor-tronco que ir atender a rea em questo. A partir de outubro de 2013, com a operao do 1 mdulo da ETE Sarandi, alguns destes ncleos isolados passaram a integrar a malha coletora do SES, atravs do Coletor-tronco Sarandi, que conduz os esgotos coletados para tratamento na ETE. Entre estes, incluem-se as vilas Nova Braslia (APP-3), Ip So Borja (ASA-2) e Asa Branca (APP-1). A Tabela 5.3 mostra a distribuio das redes existentes nos subsistemas do SES Sarandi:

    Tabela 5.3 Total de Logradouros com Redes Coletoras por Subsistema

    SUBSISTEMA REDES EXISTENTES (km) LOGRADOUROS (km) LOGRADOUROS COM REDES (km) % ATENDIDO

    AF-1 9,02 33,07 7,51 22,1

    APP-1 6,54 16,43 5,45 30,3

    APP-2 11,05 55,96 9,21 16,4

    APP-3 10,91 39,12 9,09 23,2

    APP-4 2,39 47,94 1,99 4,1

    APP-5 3,60 31,76 3,00 9,4

    APP-6 9,30 29,37 7,75 26,4

    APP-7 22,47 35,74 18,73 52,1

    APP-8 1,24 38,96 1,04 2,7

    APP-9 22,74 55,47 18,95 34,2

    APP-10 23,83 52,14 19,86 38,1

    ASA-1 3,70 14,02 3,08 17,8

    ASA-2 11,87 25,49 9,89 38,5

    ASA-3 22,58 27,10 18,82 66,1

    ASA-4 15,69 21,93 13,08 57,9

    VG 0,00 1,84 0,00 0,0

    TOTAL SES 176,93 526,35 147,44 27,2%

    Fonte: Sigpoa (2013)

    5.1.2.1.2 Redes Coletoras Em Implantao

    De modo a alcanar a populao prevista a ser beneficiada com o 1 mdulo da ETE Sarandi, foram planejados e projetados para a Vila Elizabete 34,65 km de redes coletoras sanitrias, divididos em dois lotes (Lote 1 e Lote 2). Para viabilizar a execuo, estes lotes foram subdivididos em quatro lotes cada, compondo os Lotes 1A , 1B, 1C e 1D e os Lotes 2A , 2B, 2C e 2D.

    Em 2012, com recursos prprios do Dmae, foi iniciada a implantao das redes coletoras dos Lotes 1A, 1B, 1C e 2A, perfazendo um total de 13,03km e incluram 1.378 ligaes domiciliares na Vila Elizabete, com um investimento de R$ 8,39 milhes.

    Os Lotes 2B e 2C da Vila Elizabete, que totalizam em conjunto 6,56 km de redes coletoras e 662 li-gaes domiciliares, esto com o projeto executivo concludo e a sua execuo deve iniciar nos prximos

  • 42 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICOEDIO INOVEMBRO, 2013

    meses, com um investimento previsto de R$ 3,75 milhes. Estes lotes foram contemplados na 3 seleo do PAC 2 e sua execuo se dar com recursos a fundo perdido do Oramento Geral da Unio (OGU).

    Os lotes de redes coletoras no SES Sarandi que se encontram em execuo ou com recursos j garan-tidos do OGU somam 41,18 km, representando um investimento total de R$ 12,14 milhes.

    5.1.2.1.3 Redes Coletoras em Planejamento

    De acordo com o levantamento efetuado a partir da consulta ao Sigpoa, na rea do SES Sarandi, a extenso total do sistema de coleta de esgotos para atendimento de todo o SES de 631,62 km de rede do tipo separador absoluto, sendo que 176,93 km j esto implantados e em operao e 41,18 km se encon-tram em execuo ou com recursos garantidos para tal (34,5% de atendimento). Atualmente, o dficit de redes coletoras ainda a serem implantadas ou que ainda no contam com recursos para o atendimento glo-bal da populao do Sistema Sarandi de 413,51 km. A Tabela 5.4 mostra a distribuio das redes existentes nos subsistemas do SES Sarandi:

    Tabela 5.4 Redes Coletoras Existentes e Dficit de Redes, a executar at 2030

    SUBSISTEMA LOGRADOUROS (km)REDES EXISTENTES

    (km)

    REDES NECESSRIAS UNIVERSALIZAO

    2030 (km)

    REDES EM EXECUO (km)

    DFICIT DE REDES (km)

    AF-1 33,07 9,02 39,68 30,66

    APP-1 16,43 6,54 19,72 13,18

    APP-2 55,96 11,05 67,15 41,18 14,92

    APP-3 39,12 10,91 46,94 36,03

    APP-4 47,94 2,39 57,53 55,14

    APP-5 31,76 3,60 38,11 34,51

    APP-6 29,37 9,30 35,24 25,94

    APP-7 35,74 22,47 42,89 20,42

    APP-8 38,96 1,24 46,75 45,51

    APP-9 55,47 22,74 66,56 43,82

    APP-10 52,14 23,83 62,57 38,74

    ASA-1 14,02 3,70 16,82 13,12

    ASA-2 25,49 11,87 30,59 18,72

    ASA-3 27,10 22,58 32,52 9,94

    ASA-4 21,93 15,69 26,32 10,63

    VG 1,84 0,00 2,21 2,21

    TOTAL SES 526,35 176,93 631,62 41,18 413,51

    Fonte: Sigpoa (2013)

    Dentre as redes coletoras necessrias para a universalizao do SES Sarandi, esto os 15,09 km que compem os Lotes 1D e 2D da Vila Elizabete, que tm os seus projetos executivos concludos. Estes dois lo-tes foram cadastrados junto ao Ministrio das Cidades para concorrer na 4 seleo do PAC 2, com o objetivo

  • EDIO INOVEMBRO, 2013PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BSICO 43

    de obter recursos do OGU para a sua execuo, tendo sido aprovados somente recursos para financiamen-to. Estes dois lotes de redes coletoras contemplam tambm 1.489 ligaes domiciliares e correspondem a um investimento de R$ 12 milhes.

    As redes coletoras dos subsistemas APP-4 e APP-5 esto com o projeto executivo em andamento.

    5.1.2.2 Coletores-tronco

    Na rea do SES Sarandi foram previstos 5 (cinco) coletores-tronco principais que encaminharo para a ETE Sarandi todos os esgotos gerados na rea de abrangncia deste SES. So eles: Coletor-tronco Sarandi, j executado, e, em planejamento os coletores-tronco Passo da Mangueira, Passo das Pedras, Arroio Santo Agostinho e Arroio Feij.

    Atendendo s diretrizes deste plano, a interligao das redes coletoras existentes aos coletores pla-nejados para este Sistema dever ser efetivada to logo esteja executado o coletor-tronco principal que atender ao subsistema em questo.

    5.1.2.2.1 Coletor-tronco Existente

    A. Coletor-tronco Sarandi

    O Coletor-tronco Sarandi foi executado com recursos financiados advindos do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC 1) do Ministrio das Cidades. O investimento total nesta obra foi de R$ 10.662.552,79. A implantao deste Coletor-tronco viabilizou a interligao de ncleos isolados que dispunham de rede coletora, como o caso da Vila Nova Braslia, na malha coletora do SES, viabilizando o tratamento dos es-gotos coletados na ETE Sarandi.

    O Coletor-tronco Sarandi tem uma extenso de 5.190 metros em tubulaes de PVC no dimetro de 300 mm e de concreto armado em dimetros de at 800 mm. Somam-se ainda 1.898 metros de redes au-xiliares em dimetro de 150 mm em PVC, que tambm foram executados, totalizando a extenso de 7.088 metros.

    Este coletor, que se inicia na Av. Francisco Silveira Bitencourt entre a Rua Affonso Paulo Feij e o Beco Recanto do Chimarro tem a funo de conduzir os esgotos gerados nas vilas Nova Braslia (APP-3), Eliza-bete (APP-2), Asa Branca (APP-1) e Ip So Borja (ASA-2) at a Estao de Bombeamento e Tratamento de Esgotos Sarandi (EBE Sarandi 2 e ETE Sarandi). A Vila Nova Santa Rosa tambm ter os seus esgotos coleta-dos e encaminhados para a ETE Sarandi, to logo seja prolongada a tubulao do Coletor-tronco Sarandi, seguindo pela Av. Francisco Silveira Bitencourt at a Av. Bernardino Silveira Amorim e, percorrendo por esta aproximadamente 1,4 km.

    5.1.2.2.2 Coletores-tronco Planejados

    A. Coletor-tronco Arroio Feij

    O Coletor-tronco Arroio Feij dever receber os esgotos gerados nas reas dos subsistemas AF-1, ASA-1 e APP-1 e ter uma extenso de 6.800 metros, passando na Av. Fernando Ferrari, conforme o traado previsto no PDDUA.

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    Este coletor-tronco dever atender a parte leste do Bairro Rubem Berta e grande parte de bairro de nome ainda no definido, localizado na rea norte do SES Sarandi (Zona Indefinida).

    B. Coletor-tronco Arroio Santo Agostinho

    O Coletor-tronco Arroio Santo Agostinho receber os esgotos coletados nos subsistemas ASA-2, ASA-3 e ASA-4 e ter uma extenso aproximada de 2.500 metros partindo da regio da Vila Nova Santa Rosa e dever ser interligado no Coletor-tronco Arroio Feij, na Av. Fernando Ferrari.

    Este coletor atender a parte norte do Bairro Rubem Berta (Vila Nova Santa Rosa), nordeste do Bairro Sarandi e ainda parte da rea identificada como Zona Indefinida.

    C. Coletor-tronco Arroio Passo das Pedras

    O Coletor-tronco Arroio Passo das Pedras dever ter uma extenso de aproximadamente 7.850 me-tros, margeando o arroio, partindo da Vila Chcara da Fumaa passando pelos bairros Passo das Pedras e Sarandi at a sua interligao com a EBE Sarandi 1. Este coletor receber os esgotos dos subsistemas APP-2, APP-6, APP-9 e APP-10.

    Este coletor-tronco dever atender parte dos bairros Mrio Quintana, Protsio Alves, Passo das Pedras, Rubem Berta e Sarandi.

    D. Coletor-tronco Arroio Passo da Mangueira

    O Coletor-tronco Arroio Passo da Mangueira, com projeto executivo em andamento, dever atender as reas de abrangncia dos subsistemas APP-3, APP-4, APP-5, APP-7 e APP-8 e parte do subsistema APP-2. Este coletor ter uma extenso aproximada de 4.780 metros, partindo da Av. Paula Soares e margeando o Arroio Passo da Mangueira at a EBE Sarandi 1, a se localizar na confluncia deste arroio com o Arroio Passo das Pedras.

    Este coletor-tronco dever atender os bairros Jardim Itu-Sabar, So Sebastio e Jardim Lindia e par-te dos bairros Vila Jardim, Vila Ipiranga, Cristo Redentor e Zona Indefinida.

    5.1.2.3 Estaes de Bombeamento de Esgotos (EBEs)

    5.1.2.3.1 EBEs Existentes

    Atualmente, enquanto os coletores-tronco previstos para a rea do SES no estiverem totalmente implantados, o Dmae o responsvel pela operao e manuteno de EBEs que atendem a ncleos isola-dos. Este o caso das vilas Nova Braslia, Nova Santa Rosa e Asa Branca, que dispem destas unidades de bombeamento, descritas a seguir.

    A EBE Sarandi 2, localizada na rea da ETE Sarandi, sita na Av. Fernando Ferrari n 4000 integra o pla-nejamento previsto para o SES.

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    A. EBE Nova Braslia

    A estao de bombeamento de esgotos Nova Braslia (Figura 5.9) est localizada na Rua Aderbal Ro-cha Fraga, n 1.167, Bairro Sarandi. A rea atendida pela rede coletora do tipo separador absoluto abrange a Vila Nova Braslia, inserida na bacia do Arroio Passo das Pedras (APP-2/APP-3). A extenso da rede coletora existente de 8,196 km e a vazo nominal da EBE de 18 l/s.

    Figura 5.9 Foto da EBE Nova Braslia

    Fonte: Dmae (2009)

    A EBE Nova Braslia, de poo mido, ser desativada em 2013, com o incio operacional da ETE Sarandi. Os esgotos afluentes a esta estao escoaro por gravidade at o Coletor-tronco Sarandi que encaminhar os esgotos para tratamento no 1 mdulo da ETE.

    B. EBE Nova Santa Rosa

    A estao de bombeamento de esgotos Nova Santa Rosa (Figura 5.10) est localizada na Av. Bernardi-no Silveira Pastoriza, n 239, no Bairro Rubem Berta.

    Figura 5.10 Foto da EBE Nova Santa Rosa

    Fonte: Dmae (2009)

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    A rede coletora do tipo separador absoluto com extenso de 10,194 km abrange a rea da Vila Nova Santa Rosa, inserida na bacia do Arroio Santo Agostinho (ASA-3). A vazo nominal da EBE de 19,9 l/s.

    A desativao desta es