planejamento e gestão de exposições em museus

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3 Planejamento e Gestão de Exposições em Museus Superintendência de Museus e Artes Visuais Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais coleção Falando de... Belo Horizonte

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Secretaria de Estado de Cultura de Minas GeraisSuperintendência de Museus e Artes VisuaisPlanejamento e Gestão de Exposições em Museus: Caderno 03. Werneck, AnaMaria Azeredo Furquim; Costa, Thiago Carlos; Pereira, Angelina Gonçalves de FariaBelo Horizonte: Secretaria de Estado de Cultura/Superintendência de Museus e ArtesVisuais de Minas Gerais, 2010.

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3 Planejamento e Gestão de Exposições em Museus

Superintendência de Museus e Artes VisuaisSecretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais

coleção Falando de...

Belo Horizonte

GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAISAntônio Augusto Junho Anastasia

SECRETÁRIA DE ESTADO DE CULTURAEliane Parreiras

SECRETÁRIA ADJUNTAMaria Olívia de Castro e Oliveira

SUPERINTENDENTE DE MUSEUS E ARTES VISUAISLéo Bahia

ASSESSORA DA SUPERINTENDÊNCIA DE MUSEUS E ARTES VISUAISAna Maria Azeredo Furquim Werneck

DIRETORA DE DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES MUSEAISSilvana Cançado Trindade

DIRETORA DE GESTÃO DE ACERVOS MUSEOLÓGICOSMaria Inez Cândido

DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGENS MUSEOLÓGICASThiago Carlos Costa

MUSEU CASA GUIMARÃES ROSARonaldo Alves de Oliveira

MUSEU MINEIROFrancisco Magalhães

MUSEU DO CRÉDITO REAL José Roberto Dilly

MUSEU CASA GUIGNARDGélcio Fortes

MUSEU CASA APHONSUS DE GUIMARAENSAna Cláudia Rôla Santos

PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃOFernanda Camas Marques

REVISÃO DE TEXTOLyslei Nascimento

Para a Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, lançar estes quatro ca-dernos “Falando de...”, por intermédio da Superintendência de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais, é cumprir com algumas de suas diretrizes básicas: de-mocratização do acesso à cultura, difusão da informação e capacitação de pesso-al para gerir aparelhos culturais.

Os cadernos estão publicados na seguinte ordem:- Caderno 1 – Falando de Gestão e Conservação em Museus. Os interessados terão, neste primeiro volume, informações sobre as práticas de preservação e de conservação de obras de arte dentro do museu e da reserva técnica;- Caderno 2 – Falando de Planejamento Museológico. Este volume servirá de base para que os técnicos possam construir um Plano Museológico, que deverá responder a questões sobre o que fazer, para quem fazer, como fazer, com que meios fazer e quando fazer as ações no museu;- Caderno 3 – Falando de Planejamento e Gestão de Exposições em Museus. Nes-te volume, serão apresentadas as etapas relacionadas à exposição no museu. Uma planilha, que servirá de roteiro para a realização da exposição, acompanha o exemplar;- Caderno 4 – Falando de Ação Educativa em Museus. Nesta etapa, o volume disponibilizará ao interessado noções sobre o que é uma ação educativa; sobre como construir uma relação entre a exposição e o visitante e sobre as normas de conduta que os profissionais que trabalham na ação educativa devem adotar.

Estes cadernos não pretendem esgotar os assuntos tratados, antes servir de ponto de partida para que os gestores e interessados na área museológica pos-sam ter uma direção, um auxílio para o início de seus trabalhos, ficando a Supe-rintendência de Museus e Artes Visuais disponível para o aprofundamento das questões e orientações que se fizerem necessárias.

Eliane ParreirasSecretária de Estado de Cultura de Minas Gerais

Belo Horizonte, 04 de abril de 2011Belo

Planejamento e Gestão de Exposições em Museus: Caderno 03. Werneck, Ana Maria Azeredo Furquim; Costa, Thiago Carlos; Pereira, Angelina Gonçalves de Faria Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Cultura/Superintendência de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais, 2010.28 p. il:Inclui BibliografiaISBN: 978-85-99528-30-3 1. Museus. 2.Museologia 3.Museus-Exposição I. Werneck, Ana Maria Azeredo Furquim II. Costa, Thiago Carlos. III. Pereira, Angelina Gonçalves de Faria

CDD 069

sumário

Apresentação 6Introdução 7Planejamento e Gestão de Exposições 8Considerações Finais 21Referências Bibliográficas 22Anexos 23

6 Falando de...Planejamento e Gestão de Exposições em Museus

Apresentação

A Superintendência de Museus e Artes Visuais, da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, tem por finalidade trabalhar pela implementação e pela consolidação das políticas de Museus e das Artes Visuais para o Estado de Minas Gerais, de acordo com os princípios de preservação, promoção e acesso ao patrimônio cultural. Desse modo, ela atende a uma de suas principais ações, que consiste em promover a aplica-ção e a disseminação de conceitos e práticas que visem ao incentivo, à valorização e ao aprimoramento das atividades relacionadas a museus e às artes visuais.

A partir dessa orientação, o lançamento da coleção de publicações técnicas, Falando de..., tem por objetivo estimular a troca de experiências adquiridas pelo corpo técni-co da SUMAV com o público e interessados no universo museológico. Ao utilizar uma linguagem didática, a coleção se configura como um pequeno manual de ação para as instituições museológicas, profissionais e estudantes da área em geral.

O objetivo e expectativa em torno dessas publicações, que serão disponibilizadas na web para download gratuito (www.cultura.mg.gov.br), é o de promover a democrati-zação e a interiorização da informação para o campo museológico em Minas Gerais. Espera-se, desse modo, ampliar o fortalecimento das ações promovidas pela Superin-tendência de Museus e Artes Visuais ao longo de sua existência.

Léo Bahia Superintendente de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais

Ana Maria Azeredo Furquim WerneckAssessora da Superintendência de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais

Falando de...Planejamento e Gestão de Exposições em Museus 7

IntroduçãoA exposição é considerada a principal e mais comum forma de comunicação em

museus. Nela se dá o encontro entre homem e objeto, tendo o museu como cená-rio. Cabe ao profissional de museu trabalhar para consolidar este encontro. Para isso, é importante a instituição ter bem definido seu público-alvo, sua missão en-quanto difusora cultural, além de conhecer seu acervo,1 pois assim, muito provavel-mente, a exposição terá o êxito almejado.

O primeiro passo para a elaboração de uma exposição é estabelecer o seu tema/ conceito, que deve se relacionar, necessariamente, com o acervo selecionado para compô-la, considerando o público-alvo pretendido. Seu objetivo principal é o de apresentar o produto de uma pesquisa, que tenha em seu percurso uma narrativa que estabeleça a fruição entre público visitante, acervo e instituição. A pesquisa possui importante papel no contexto de uma exposição, pois se encontra presente desde a referência para se pensá-la, até a fundamentação de seu conceito, justifi-cando, desse modo, a museografia, os textos, os catálogos e outros produtos gera-dos pela exposição.

Antes de se prosseguir com a abordagem dos fundamentos metodológicos para a elaboração de uma Exposição, faz-se necessário ter bem delineado e compreendido seu significado. Observando algumas de suas definições e finalidades mais difundi-das, tem-se:- “O que é exposição? Uma exposição é a exibição pública de objetos organizados e dispostos com o objetivo de comunicar um conceito ou uma interpretação da reali-dade. Pode ser de caráter permanente ou temporário, fixa ou itinerante"2.- “No universo dos museus, a exposição desempenha um importante papel na re-presentação e comunicação de suas pesquisas e acervo. É um espaço construído não apenas fisicamente, mas também simbolicamente, e pode ser entendido como espaço do imaginário, uma vez que intermedia as imagens dos espaços do imaginá-rio aos espaços reais”3.

1Nesse caso, pensando em montagem de exposições com acervo interno da instituição. No caso de acervo externo, o mesmo deve ser conhecido e catalogado, pois não se deve expor o que não se conhece.2Definição disponível em http://www.cultura.mg.gov.br/?task=interna&sec=3&con=368.3 Definição presente em ENNES, Elisa Guimarães. Espaço construído: o museu e suas ex-posições. Dissertação em Mestrado em Museologia e Patrimônio. UNIRIO, Rio de Janeiro, 2008.

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- “Para a maior parte dos visitantes, as exposições são o museu. Elas se constituem no contato inicial com os acervos do museu e as informações a eles associadas, oferecendo ao mesmo tempo diversão e conhecimento”4.

A concepção de uma exposição é fruto de um trabalho de pesquisa consistente, uma seleção de acervo e uma conceituação de seus objetivos e metodologias. Para que a exposição tenha êxito é importante se observar uma série de aspectos, sem os quais, algumas etapas de seu percurso podem ser comprometidas. Portanto, esta publicação pretende ser um instrumento de auxílio neste processo, pensando a Gestão e Planejamento de Exposições.

Para se planejar e gerir uma exposição é importante ter em mente que a mesma se configura como um grande projeto de pesquisa e que seu produto final é a expo-sição, que se conforma em um discurso tridimensional da pesquisa realizada. Para tanto, é importante a escolha de profissionais qualificados no projeto e, de prefe-rência, de áreas diferentes, montando assim uma equipe multidisciplinar, possibili-tando uma ampliação das discussões e do alcance dos objetivos propostos.

Planejamento e Gestão de ExposiçõesPlanejar e gerir uma exposição não consiste em uma das ações mais simples, mas a realização desta etapa é de fundamental importância para o êxito final do projeto. Para tanto, é preciso elaborar o “projeto da exposição”, descrevendo cada item e etapa de ação que, reunidas, irão gerar o produto final: a exposição.

1. Informações Gerais: Uma exposição é fruto de um longo processo de planeja-mento e gestão, e deve ter como base uma pesquisa bem fundamentada que reúne o “conceito da exposição”, a narrativa museológica e o acervo disposto ao público. É importante que seja elaborada e executada por uma equipe multidisciplinar bem articulada e engajada no projeto.

1.1. Nome da Exposição: Deve abarcar o conceito da exposição e apresentar de for-ma direta o que o público irá encontrar. Títulos que apresentem nomes e datas faci-litam a localização e entendimento geral do conceito e dos objetivos da exposição.

4 Definição de Planejamento de Exposições. São Paulo: Editora da Universidade de São Pau-lo; Vitae, 2001.

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1.2. Data de abertura / 1.3. Data de término: A duração de uma exposição consiste em um dos primeiros aspectos a ser pensado, pois isso definirá o seu perfil, se será de curta, média ou longa duração. O perfil da exposição é definido quando se esti-pula sua data de abertura e de término. Esta etapa não deve ser menosprezada no processo de planejamento, principalmente porque as exposições, de acordo com seu perfil, demandam orçamentos e tipos de materiais expositivos específicos. 1.4. Descrição (resumo da exposição): Nesse momento é preciso pensar uma des-crição sucinta da exposição que abranja seu título e uma breve definição de seus conceitos. 1.5. Objetivos: Para um aproveitamento amplo da exposição e dos recursos que possa gerar para a instituição é preciso ter bem claro os objetivos do trabalho. Como a exposição é produto de um apurado processo de pesquisa, a mostra deve estar bem definida em seus objetivos gerais e específicos, para nortear toda a mu-seografia que será desenvolvida.

1.6. Público-Alvo: Dentro dos objetivos da exposição, o público-alvo da mostra deve ser especificado desde o início. A museografia também depende muito dessa definição, para se planejar desde os recursos gráficos a serem utilizados, passando pelo desenho da circulação no espaço expositivo. A ação educativa a ser proposta também será desenvolvida tendo como referência o público alvo escolhido.

2. Curadoria (responsáveis): Este momento é de suma importância para o êxito no projeto expositivo. Sobre curadoria a definição mais genérica a define como um processo de concepção, organização e montagem da exposição pública. Em alguns textos, a figura do curador é vista como aquele que prepara alguma coisa, nesse caso uma exposição. O trabalho do curador abrange todas as principais ações para a montagem de uma exposição, destacando-se: a conceituação, seleção final do acervo, o acompanhamento do projeto museográfico, a coordenação na produção de textos e as demais peças gráficas do evento.

Por esse motivo, o gestor da instituição deve acompanhar e participar ativamente da escolha dos profissionais envolvidos, sendo eles: museográfo, montador, pesqui-sadores, educadores, restauradores e demais profissionais internos ou externos à instituição. É importante que todos estejam em plena sintonia. Reuniões de equipe são fundamentais para se definirem diretrizes e funções no projeto e promoverem a coesão entre os profissionais internos e externos envolvidos no projeto.

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2.1. Projeto (nome e identificação de contratação): É importante ter definido o nome do responsável pela museografia da exposição e da empresa contratada. Jun-tamente com a contratação, deve-se constar um pré-projeto museográfico conten-do uma idéia física da exposição (plantas, elevações, perspectivas). O pré-projeto pode ser apresentado em softwares próprios, impressos e ou em maquetes tradi-cionais e deve ser alvo de debate entre os envolvidos na exposição. 2.2. Realização (nome e identificação de contratação): O responsável pela monta-gem da exposição deve ser experiente e ter um diálogo permanente com o curador e o museógrafo. Esse profissional é oriundo, muitas vezes, do campo da marcenaria e possui experiência em montagem de cenários, o que pode ser extremamente va-lioso para o projeto do museu. Ele deve observar bem o pré-projeto de museografia e auxiliar na definição do que é possível fazer, assim como na escolha de suportes e materiais da exposição.

3. Local/Espaço Expositivo: O espaço onde a exposição será montada deve ser estudado com o auxílio de plantas baixas e elevações com as respectivas medidas. Isto deve ser feito para garantir as condições adequadas para os visitantes aprecia-rem o que se pretende expor e, simultaneamente, propiciar uma disposição dos objetos de forma harmoniosa. É importante que se leve sempre em consideração o fator conforto e segurança das pessoas e dos objetos expostos. Devem ser evi-tadas exposições em corredores muito estreitos que não permitam uma boa vi-sualização das obras, ou em corredores de grande circulação, que não permitam às pessoas pararem para apreciar a mostra com conforto. É interessante que haja, também, áreas de descanso com sofás, bancos, poltronas e outros locais principal-mente quando se tratar de exposições de objetos de arte. Assim, o visitante poderá permanecer na exposição o tempo que julgar necessário. Determinados espaços de grande extensão são atraentes, porém devem ser avaliados com cautela para que a mostra não perca a sua consistência. Não existe uma definição de tamanho ideal de um lugar para exposição. Tudo depende, naturalmente, do que se vai expor, conjugando, acervo, recursos gráficos e pesquisa. Deve-se levar em conta, ainda, acessibilidade, observando o conforto e a segurança aos portadores de necessida-des especiais em itens como rampas, elevadores, circulações, instalações sanitárias, estacionamento, legendas, textos e sinalizações em geral. Como ilustração, segue abaixo uma imagem apresentando os principais conceitos trabalhados:

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Figura 1: Perspectiva sem Escala – Projeto Museográ-fico. ANDRADA, Ruth Beatriz Silva Caldeira de; ANTO-NELLI, Luis; JOÃO, Cristiane Ramos Vianna. Projeto de Exposição. In: Anais do Museu Histórico Nacional. Me-mória Compartilhada – (Catálogo da Exposição). Tomo Especial. Vol. 35, Rio de Janeiro: Museu Histórico Na-cional, 2004.

Na figura acima podemos exemplificar o chamado “conforto visual”, pois, nessa perspectiva, se observam nas laterais direita e esquerda quadros cuidadosamente alinhados, pautando-se pelo equilíbrio das formas. Ao centro, observam-se módu-los com dimensões diferentes para se acomodar objetos de diferentes tamanhos e também proporcionar ao visitante uma visita confortável visualmente. Outro as-pecto a se ressaltar nesta figura é o cuidado com a iluminação no alto da imagem, pensando os pontos de luz nos objetos expostos. Essa imagem representa um per-tinente exemplo do cuidado e estudo que uma exposição se propõe a fazer com um ótimo aproveitamento do espaço, pensando na circulação dos visitantes e na cuidadosa disposição dos objetos. Identificando aí o uso ideal de um espaço expo-sitivo, tem-se, desse modo, na imagem, belo exemplo de perspectiva que compõe um projeto museográfico.

3.1. Tipos de Exposição: O acervo a ser exposto é um fator determinante para se definir qual o tipo e duração da exposição.

3.1.1. Interna: No caso de uma exposição interna, podem-se selecionar acervos de pequeno e médio porte e, também, de certa fragilidade, mas com as devidas preo-cupações quanto a sua conservação. Outro fator é o estudo do circuito expositivo, que deve apresentar uma área para visualização dos acervos e também abarcar a circulação de pessoas.

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O maior público de museus são os escolares, portanto, é preciso evitar vitrines frá-geis e corredores curtos, passo importante para se prevenir acidentes.

3.1.2. Itinerante: Em uma exposição itinerante, o importante é ter um bom plano de transporte e instalação da mostra, bem como o seguro de todo o acervo. Deve se prezar pela harmonia do projeto de exposição e também pela conservação do acer-vo. Exposições itinerantes demandam, dependendo do perfil, uma grande soma de recursos, pois envolvem translado e hospedagem de equipe, acervo, seguros, divul-gações específicas e outros. Assim, dependem de um grande exercício de logística para a equipe envolvida no projeto.

3.2. Possui planta? A planta baixa do espaço onde será realizada a exposição é de fundamental importância para a sua instalação, indiferente de ser interna ou itine-rante.

3.2.1. Sim ou Não: Caso exista, deve-se anexá-la ao projeto da exposição.

3.3. Área (dimensões): Passo fundamental é possuir todas as dimensões possíveis do espaço expositivo para se dimensionar o projeto museográfico, principalmente em caso de exposições itinerantes.

3.4. Infra-Estrutura/ Equipamentos: Essa etapa está interligada ao Projeto Museo-gráfico. Toda a infra-estrutura e os equipamentos a serem utilizados no processo de montagem da exposição devem ser listados e ter justificada sua inclusão. O ideal é a produção de uma lista descritiva dos itens e, se possível, com suas imagens ane-xas. Nos dias atuais, recursos multimídias são muito utilizados. Outro fator de suma importância é que todos os equipamentos e infra-estrutura sejam previstos no orça-mento do pré-projeto da exposição.

3.4.1. Iluminação: É um aspecto importante de uma exposição, pois cada obra ex-posta requer uma iluminação própria. Geralmente, recomendam-se luzes direciona-das vindas do teto ou da parede. Deve-se atentar nas exposições diurnas para que não haja luz em excesso no ambiente, resultante da iluminação natural externa con-jugada com a interna. Esse fator deve ser observado diariamente e regulado sempre que necessário por uma pessoa responsável para manutenção da exposição, que eventualmente deve cerrar venezianas e cortinas ou desligar as luzes, mantendo so-mente a luz natural. Quanto à escolha da iluminação, deve-se considerar o tamanho do espaço e o grau de necessidade da intensidade de luz das lâmpadas, assim como a distância entre o ponto de luz e a obra a ser iluminada.

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No âmbito da conservação do acervo, deve-se tomar cuidado para que a intensida-de de luz não seja insuficiente ou tão forte que traga prejuízo à obra e a visualização pelo visitante. Uma vez definida a iluminação artificial adequada para a exposição, deve-se regular o ângulo de iluminação sobre cada obra de maneira a não ofus-car os espectadores, não provocar reflexos e realçar a obra em exposição. Esses cuidados podem parecer desnecessários, mas quando o visitante entra no espaço expositivo beneficiado por esse tipo de alinhamento de luz, terá certamente uma sensação de conforto sensorial e de coerência conceitual e estética que facilitará a compreensão e a fruição dos conteúdos da exposição.

3.4.2. Climatização: Deve-se atentar para o clima/temperatura, a incidência de luz e o controle de insetos dentro da exposição. Para cada tipo de acervo disposto no local, necessita-se de um tipo de temperatura, de umidade e de iluminação. A con-sultoria ou o acompanhamento de um profissional da área de Conservação de Bens Móveis nessa etapa é de fundamental importância.

3.4.3. Suporte/ Vitrines: A instalação dos suportes museográficos deve considerar a segurança e conservação tanto do acervo quanto do público visitante. Os mon-tadores da exposição devem ter disponíveis pregos, parafusos, serras, brocas e de-mais ferramentas para a fixação e a instalação de objetos em paredes, montagem de vitrines e bases. Todos esses suportes de acervo devem ter dimensões já pré-definidas no projeto museográfico e apresentar, ao mesmo tempo, funcionalidade e na conservação do acervo. Atualmente, é muito usual o emprego de painéis tipo MDF para a composição de bases de vitrines, por sua praticidade e facilidade de manipulação. Para se fechar as vitrines, o uso de acrílico e vidro é bem difundido, sendo que esteticamente o vidro é mais interessante que o acrílico, que por sua vez tem maior durabilidade e facilidade de manipulação. No caso de fixação de telas e/ou painéis nas paredes, o uso de cabos de aço e parafusos de alta qualidade são os mais recomendados.

Nessa imagem observa-se a ênfase na composi-ção do “conforto visual”. Mesmo que na vitrine estejam tipos diferentes de objetos, estes são harmonizados pela sua disposição.

Exposição: “Colecionismo Mineiro”Museu Mineiro: Belo Horizonte, MGFotografia: Arquivo Museu Mineiro – 2007

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Abaixo segue um exemplo de vitrine e suas respectivas exemplificações.

3.4.4. Sinalização e identificação: Importante ferramenta de comunicação, os tex-tos de parede apresentam o conceito da exposição com conteúdos temáticos, con-ceituais e descritivos. Os textos não devem ser muito extensos, pois causam certo impacto negativo e, geralmente, não são lidos em sua integridade. Portanto, textos com dois ou três parágrafos são considerados ideais em uma exposição e devem possuir em torno de oitenta ou setenta centímetros de altura por quarenta ou trinta de largura. A linguagem desses textos deve conter informações claras e objetivas. Em relação aos materiais de reprodução dos textos, dois são bastante populares. O primeiro é o chamado plotter de recorte, que são textos em vinil colorido (na cor desejada), fixados na parede por meio de uma máscara de adesivos. Esse recurso é esteticamente interessante, mas é preciso muito cuidado em sua aplicação.

Reprodução de material presente em D’ALEMBERT, Clara Correia; MONTEIRO, Marina Garrido. Exposi-ção: materiais e técnicas de montagem. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1990

Nota: Cabe ressaltar algumas informa-ções nesta imagem. A primeira é na qual a altura mínima de uma vitrine em rela-ção ao piso pode ser de 90cm. A outra in-formação concerne em vitrines que pos-sibilitem acessibilidade para cadeirantes que devem ser de no mínimo 75cm de altura em relação ao piso.

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Outro recurso comum é o texto em adesivo, que é um dos recursos mais comuns e possui uma facilidade maior de aplicação. Dependendo da impressão, ele pode se adaptar bem ao fundo da sala e parede. Esse recurso é interessante para exposições com recursos financeiros reduzidos e também de difícil aplicação. No caso das legendas, pode-se usar desde simples etiquetas autoadesivas até as mais sofisticadas em PVC, o importante é que tragam informações pertinentes, contendo o nome do objeto; autor/fabricante; data; local de produção/fabricação e outros dados técnicos. Se a exposição não possuir muitos textos, é interessante disponibilizar nas legendas informações em duas ou três linhas sobre o objeto ex-posto. No que tange a cor da legenda e do texto, deve-se atentar para que aparen-tem o melhor contraste possível entre o suporte e a parede ou vitrine onde serão instalados, sendo preciso, também, assegurar que o tamanho da fonte (letra) cause conforto ao visitante sem concorrer com o objeto exposto.

3.4.5. Sonorização: Ferramentas de som têm aparecido com bastante freqüência nas exposições, mas devem ser utilizados com muita cautela. Atualmente, existem muitas lojas e profissionais especializados em sonorização de ambientes. Esses pro-fissionais devem participar do projeto, caso seja feita opção pela utilização do re-curso. Importa salientar, todavia, a ambivalência de sua utilização, que pode tanto auxiliar na interpretação do conceito da exposição, em casos bem aplicados, quanto gerar, em casos mal aplicados, desconforto ao visitante.

3.4.6. Outros: Há uma série de recursos e suportes no mercado que podem po-tencializar a leitura e a capacidade comunicativa de uma exposição. Certamente, um curador experiente saberá a melhor forma de utilizá-los. Cabe ao curador e à equipe envolvida no projeto definir qual recurso melhor auxiliará na compreensão da exposição, atentando para a observação de que este não deve se tornar o pro-tagonista da mostra.

4. Acervo: Etapa das mais fundamentais de uma exposição é a seleção final do acervo que irá integrá-la. Ele deve, necessariamente, guardar estreita comunicação, sentido e coerência com o conceito da mostra.

4.1. Relação das obras/objetos: A elaboração de uma lista prévia do acervo é funda-mental para essa etapa. Com ela, é possível mapear o conjunto de objetos, estudar o perfil da exposição e iniciar o processo de dimensionamento e de conceituação da exposição. Essa lista pode constar o nome/identificação e o número de registro/ tombo dos objetos que serão expostos.

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4.2. Possui seguro ou previsão? Essa etapa acontece normalmente quando o acer-vo pertencente ao museu que a expõe não carece de um seguro individual para cada peça, sendo utilizado um seguro total para a exposição. No caso de exposição com objetos externos ao museu, o seguro é critério para cessão ou não de objetos. Por questão de segurança, tanto para o museu quanto para os profissionais respon-sáveis, é importante a realização de um seguro de toda a exposição, mesmo que isso demande a previsão de recurso financeiro extra. O seguro deve ser visto como um investimento que resguardará os envolvidos na gestão da exposição.

4.3. Há necessidade de transporte? Deve constar no planejamento da exposição o uso de transporte quando o acervo não pertencer ao museu que realizará a exposi-ção. Organizar o transporte faz parte de suas incunbências. Essa ação deverá passar por empresas e profissionais com experiência em transporte de bens culturais para evitar eventuais transtornos.

4.4. Há necessidade de apoio/conservação? Sempre que houver a montagem de uma exposição, a composição da equipe deverá constar de pelo menos um restau-rador, que é o profissional indicado para auxiliar o processo de montagem e avaliar eventuais riscos para a integridade física dos objetos durante o período em que a mostra estiver aberta ao público.

4.5. Responsável: A equipe da exposição deve contar com um gestor técnico de acervo cuja responsabilidade é de gerir e controlar os objetos, tanto no que tange questões técnicas quanto burocráticas. É ele que auxilia o trabalho do curador da exposição. Casa não haja um gestor técnico de acervo no museu, o curador da ex-posição deve ser responsável pelo controle do acervo a ser exposto.

4.6. Documentação utilizada: Toda a documentação utilizada, como termos de empréstimos, listagens, guias de movimentação de acervo e demais documentos, deverá ser anexada ao conjunto de documentos da exposição. Com isso, haverá me-mória e registro de toda a exposição e da gestão do acervo envolvido na mesma.

5. Montagem e desmontagem: A equipe envolvida deve ser habilitada e cui-dadosa no manuseio das peças e tomar cuidado com o material a ser exposto. O curador e a equipe técnica devem orientar e acompanhar todo o processo de mon-tagem, desde a instalação das vitrines e expositores, até a fixação de telas nas pa-redes das salas de exposição.

Falando de...Planejamento e Gestão de Exposições em Museus 17

É altamente recomendável o registro fotográfico de todo o processo, constando a datação das fotografias. O Curador e a equipe técnica devem orientar e acompa-nhar todo o processo de montagem, desde a instalação das vitrines e expositores, até a fixação de telas nas paredes das salas de exposição. O registro deve-se dar em todas as etapas do processo, além disso, deve-se documentar a entrada dos objetos no espaço museográfico, a montagem da exposição e a exposição montada. Já na desmontagem da exposição, é indicado um cuidado ainda maior da equipe envolvida. Para acondicionamento do acervo, é importante ressaltar o uso de ma-teriais específicos, tais como: plástico bolha; papel Kraft; barbante; cordas; mantas de acrílico; caixas de papelão; caixas de madeira; martelo; pregos; grampos; fitas adesivas; etiquetas de identificação; etiquetas de informação “FRÁGIL”, “ESTE LADO PARA CIMA”. O cuidado com o acervo deve acompanhar o transporte e a embala-gem, para evitar problemas com instituições que os emprestaram. No caso de acer-vo exclusivamente interno ao museu, o cuidado deve ser o mesmo no momento de seu retorno para Reserva Técnica.

5.1. Responsáveis (nome e identificação de contratação): Conforme dito acima, o Curador e/ou o Assessor Técnico do Museu ou da exposição devem assinar e acom-panhar o processo de montagem e desmontagem da exposição, e assinar os docu-mentos pertinentes.

5.2. Data da montagem/ 5.3- Data da desmontagem: Deve constar no cronograma da exposição as datas de montagem e desmontagem. Estas devem ser rigorosa-mente respeitadas.

5.4. Croqui da planta arquitetônica da exposição (colocar anexo): Durante a prepa-ração do projeto museográfico, são elaborados desenhos e estudos sobre o espaço e a disposição dos objetos. O croqui final da exposição deve constar na documenta-ção final a ser arquivada no projeto da exposição.

6. Divulgação: Deve-se pensar a comunicação da exposição com o público, por intermédio de mídia paga ou gratuita, impressa, digital, visual, áudio, e outros. É importante lembrar que a mídia paga já deve ser incluída na planilha de custos da exposição. O planejamento da comunicação tem início na concepção da exposição, momento em que o profissional responsável pelas peças gráficas terá um arcabou-ço suficiente de informações para trabalhar a identidade visual do evento. As peças que serão utilizadas terão a mesma padronização, diferenciando-se apenas pelo formato, tamanho e tipo de papel.

18 Falando de...Planejamento e Gestão de Exposições em Museus

Cada material gráfico tem uma função específica no processo de divulgação. Segue a seguir alguns tipos de suporte presentes no plano de mídia de uma exposição:

Convite – Peça gráfica utilizada para divulgar a exposição para o público de interes-se da instituição (autoridades, imprensa, artistas, alunos e professores) que serão convidados para a solenidade de abertura. Seu envio é feito geralmente pelo cor-reio, mas poderá ser entregue pessoalmente ao convidado. É preciso ficar atento ao prazo de envio dos convites. A expedição dos convites acontece de duas formas: por impresso, que tem um prazo definido de 10 dias úteis, ou como carta simples, que necessita de 3 dias úteis para que chegue ao seu destino.

Folder – Nesse tipo de peça gráfica são inseridas informações mais detalhadas so-bre a exposição: conceito, programação, data e horário de funcionamento do local, título da exposição, nome do artista que está expondo, nome das obras, dentre outros. Geralmente é distribuído na abertura da exposição e depois utilizado como material informativo.

Cartaz – Peça gráfica utilizada para divulgar o evento em lugares estratégicos (se-cretarias de cultura municipais e estaduais, museus, universidades) e que atinjam ao público da exposição. Seu tamanho e formato podem variar de acordo com o conceito proposto pela curadoria.

Banner – Deve ser produzido obedecendo ao mesmo padrão das demais peças grá-ficas. Geralmente é utilizado somente no local onde acontecerá a exposição. As informações ali inseridas referem-se a: nome da exposição; data e horário de fun-cionamento; telefone de contato; marca da instituição que promove e realiza a ex-posição; marcas dos patrocinadores e apoiadores do evento.

A segunda etapa do planejamento da comunicação acontece no momento em que se define toda a estratégia de divulgação da exposição. Estabelecer o mailing para o envio dos convites; definir os locais estratégicos para a distribuição dos cartazes; definir os veículos de comunicação para envio de releases; programar data de envio do convite virtual.

Release ou Press Release – Material distribuído à imprensa para sugestão de pauta. Tem o objetivo de informar ou chamar a atenção do jornalista para um assunto que possa ser o ponto de partida para o seu trabalho. O release pode ser enviado por e-mail, correio, entregue na redação ou pessoalmente ao jornalista.

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Clipping impresso ou digital – Consiste em identificar e selecionar diariamente em jornais, revistas e internet, citações, notas e notícias sobre determinado evento ou exposição. O material deve ser organizado por assunto e colado em folhas padroni-zadas, contendo informações sobre o veículo, data e página de publicação. Depois de pronto, o clipping pode ser encaminhado na versão impressa ou digital como divulgação para as pessoas envolvidas na exposição ou como prestação de contas para os apoiadores ou patrocinadores.

Convite virtual – É uma ferramenta de comunicação muito utilizada para a divulga-ção de um determinado evento ou exposição, pois o envio não necessita de recur-sos financeiros. Geralmente, o profissional responsável pela criação da identidade visual utiliza o mesmo design do convite impresso, adequando-o para a versão vir-tual, possibilitando assim o seu envio para um mailing de endereços eletrônicos.

Divulgação nos meios de comunicação de massa – O release contendo as principais informações sobre a exposição deve ser encaminhado para os jornais, emissoras de rádios e TVs da cidade onde acontecerá o evento. O material de divulgação também poderá ser encaminhado para os sites de instituições que tenham afinidade com sua área de atuação. É necessário que o profissional responsável pela divulgação do evento tenha um mailing atualizado contendo os contatos (nome, telefone e e-mail) dos editores dos cadernos dos principais veículos de comunicação do mu-nicípio e do estado.

Mailing (caixa de e-mails) – Atualmente esse é um dos mais modernos e eficien-tes meios de comunicação para convite de eventos, principalmente pela rapidez e praticidade com a qual as informações chegam aos destinatários. Recomenda-se manter esta caixa de contatos bem atualizada para sua eficiência se manter cons-tante. A divulgação prévia de uma exposição é um dos fatores importantes para o seu sucesso. Portanto, sugere-se divulgá-la por meio de todos os meios possíveis e enviar os convites com 15 a 25 dias de antecedência. Novas mídias em redes sociais podem, também, servir de meios eficientes de divulgação de exposições com seu público.

7. Ação Educativa: Um ponto importante é inserir os profissionais responsáveis pela Ação Educativa do museu nas discussões e desenvolvimento do projeto ex-positivo desde o início do processo. Agindo assim, a possibilidade de êxito de um projeto educativo coerente com o discurso expositivo é muito grande. A vivência destes profissionais pode ajudar desde a concepção da circulação do visitante na exposição até a linguagem que se fará uso, tornando a equipe do museu cada vez mais coesa e coerente com a proposta.

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7.1. Proposta: Como foi tratado anteriormente, a proposta de Ação Educativa deve abranger de forma prática o sentido da exposição e potencializar sua leitura pelo público visitante. Portanto, deve-se detalhar qual a proposta e qual o objetivo prin-cipal da Ação Educativa no contexto da exposição.

7.2. Material: Os materiais utilizados numa Ação Educativa são de suma importân-cia para sua efetividade e sucesso. Para que não haja imprevistos no momento da ação, estes devem estar descritos em uma lista acompanhada de seu respectivo orçamento.

8. Público: No contexto de uma instituição museológica, a exposição tem por ob-jetivo possibilitar o acesso público aos bens culturais. O controle e o registro do número de visitantes e de usuários nesse espaço são de fundamental importância para a avaliação de suas ações, para a memória da instituição e da exposição, além de ser documentação para a prestação de contas de suas atividades.

8.1. Método utilizado para controle de público: Existem alguns métodos de con-trole e registro de público em museus. Podemos citar três dos métodos mais utiliza-dos: livro de assinaturas; contador manual ou mecânico; e catraca. No caso do livro de assinaturas, a ação é mais passiva, pois o livro fica à disposição do visitante, mas nem todo usuário de museu costuma assiná-lo. Portanto, pode ser que não seja re-gistrado o número real de visitantes. Mas para fins de comprovação e de auditoria, esse é o método mais utilizado e recomendado. O livro deve ficar disponível em local de fácil visualização e acesso, geralmente na entrada ou saída da exposição, constando dos seguintes campos: nome, cidade, idade, profissão. O segundo mé-todo mais comum é uma contagem manual com uma pessoa na entrada ou saída da exposição com um aparelho de contagem de visitantes que registra o número de pessoas que acessam o museu. O terceiro método pode ser a instalação de uma catraca ou roleta na entrada do museu, que dê acesso ao espaço expositivo. Esse método é eficiente e ajuda no controle e no registro de usuários nos demais espa-ços do museu. Nesse caso corre-se o risco de inibir a entrada do público na exposi-ção Nos dois últimos casos, não se deve dispensar o uso do livro de visitas, pois ele ajuda a traçar o perfil do público visitante.

8.2. Avaliação do método do controle de público: Como foi descrito anteriormen-te, a relação da metodologia de controle de público deve ser alvo de constante ava-liação por parte da instituição, a fim de qualificar este trabalho. A bilhetagem é, por exemplo, um método interessante que não foi citado acima e que pode ser utilizado como registro e comprovação de acesso do público.

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9. Avaliação: Trata-se de uma das etapas mais importantes do Projeto de Exposi-ção, e consistirá de uma avaliação externa e interna dos trabalhos realizados.

9.1 - Avaliação da exposição (método utilizado): Alguns dos instrumentos de men-suração externa da qualidade da exposição são os livros de visita com espaço para comentários e sugestões, e o contato direto via e-mail com o público visitante. Os mecanismos de registro de opinião externa são importantes instrumentos para ava-liação dos trabalhos desenvolvidos no museu.

Em âmbito interno, reuniões de autoavaliação dos trabalhos realizados, com a par-ticipação de todos os setores envolvidos, ajudam a diagnosticar erros e acertos ocorridos durante o processo.

9.2 - Texto de avaliação: O trabalho de avaliação da exposição deve ser finalizado com a elaboração de um texto, que documente o processo e aponte diagnósticos e conclusões.

10. Orçamento (anexar): Os orçamentos da exposição, inicial, constante no pré-projeto, e o custo final da exposição devem ser arquivados para fins de registro e de avaliação. É também de suma importância o registro e o arquivamento de notas fiscais de serviços e equipamentos relativos à exposição, para que seja feita a devi-da prestação de contas.

11. Cronograma de Execução (anexar): A elaboração de um cronograma no pré-projeto de exposição é fundamental. Este deve conter determinadas margens de tempo para a execução do projeto. O cronograma deve ser respeitado de forma coerente, em primeiro lugar para nortear os trabalhos e, em segundo, para torná-lo mais eficiente.

Considerações FinaisOs pontos detalhados nesta publicação são frutos de uma construção técnica e prá-tica, que foi produzida com o objetivo de subsidiar projetos de elaboração e de execução de exposições. Em suma, aborda-se, aqui, o projeto de concepção de uma exposição, nele elabora-se, ainda, uma sugestão de roteiro para a elaboração do projeto. Longe de esgotar o tema, esse trabalho pretende relatar as experiências adquiridas e estimular a produção de exposições de curta, média e longa duração nos museus, além de registrar e documentar todo o processo.

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Anex

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Superintendência de Museus e Artes Visuais - SUMAVAv. João Pinheiro, 342 | Funcionários | Belo Horizonte, MGCEP: 30130180Tel.: (31) 3269-1168Site: www.cultura.mg.gov.brE-mail: [email protected]

Museu Mineiro Avenida João Pinheiro, 342 Funcionários |Belo Horizonte, MG Tel.: (31) 3269-1168E-mail: [email protected]

Museu Casa GuignardRua Conde de Bobadela(antiga Rua Direita), 110Centro | Ouro Preto, MG Tel.: (31) 3551-5155E-mail: [email protected]

Museu Casa Alphonsus de GuimaraensRua Direita, 35 | Centro | Mariana, MGTel.: (31) 3557-3259E-mail: [email protected]

Museu Casa Guimarães RosaRua Padre João, 744 | Centro | Cordisburgo, MGTel.: (31) 3715-1425E-mail: [email protected]

Museu do Crédito RealRua Getúlio Vargas, 455 | Centro | Juiz de Fora, MGTel.: (32) 3211-0770E-mail: [email protected]