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HANNAH COLLAÇO MINGRONI PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO (DRP): UM MODELO PARA EXPORTAÇÃO DE PAPEL Trabalho de Formatura apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do Diploma de Engenheiro de Produção São Paulo 2012

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HANNAH COLLAÇO MINGRONI

PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO (DRP):

UM MODELO PARA EXPORTAÇÃO DE PAPEL

Trabalho de Formatura apresentado à

Escola Politécnica da Universidade de

São Paulo para a obtenção do Diploma

de Engenheiro de Produção

São Paulo

2012

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HANNAH COLLAÇO MINGRONI

PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO (DRP):

UM MODELO PARA EXPORTAÇÃO DE PAPEL

Trabalho de Formatura apresentado à

Escola Politécnica da Universidade de

São Paulo para a obtenção do Diploma

de Engenheiro de Produção

Orientador: Prof. Dr. Marco Aurélio de Mesquita

São Paulo 2012

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Aos meus amigos, à minha família, e a todos

que me ajudaram neste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Professor Marco Aurélio de Mesquita, por sua dedicação, por seu

apoio, e por seus conselhos, mesmo com a dificuldade da distância.

Aos meus colegas de empresa que me ajudaram tanto no desenvolvimento deste

trabalho, quanto no meu aprendizado profissional. Faço um agradecimento especial a Márcio

de Campos Marino, que me deu várias sugestões para construção do modelo.

Aos meus pais Roberto e Estela, por tudo que me proporcionaram em todos os

momentos da minha vida. À minha irmã Pauline, sempre disponível para ajudar no que eu

necessitasse, inclusive neste trabalho.

Aos meus amigos, por me darem a certeza de que sempre posso contar eles. Em

especial, agradeço a Claudio Cruz, que gentilmente fez a revisão final do texto, e a Dyetry

Amaral de Miranda, que fez toda a formatação do trabalho.

A Daniel Fachin Soares, por todo o amor e paciência dedicados a mim.

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RESUMO

Este projeto foi desenvolvido na área de exportações de uma empresa produtora de

papel e celulose, responsável por decidir como atender os diferentes mercados pelo mundo.

Numa análise da situação atual, percebeu-se que alguns mercados passavam por épocas de

desabastecimento por uma falta de planejamento a médio prazo de abastecimento dos

estoques. Foi identificado que o atual processo de decisão de qual volume seria embarcado a

cada mercado oferecia oportunidades de melhorias. Num primeiro momento, foi feita uma

proposta de melhoria para o processo de previsão de demanda, e, num segundo momento, foi

desenvolvido um modelo para dar suporte à gestão de estoques e melhorar o abastecimento de

cada um dos mercados atendidos pela exportação. A proposta de melhoria de previsão de

demanda está apoiada na utilização de métodos quantitativos de previsão, ainda não

difundidos na empresa estudada. Para tanto, foi aconselhado o uso do software Minitab e de

uma planilha Excel que a empresa já possui, para identificar quais os melhores métodos

quantitativos a serem utilizados. Quanto ao modelo de apoio à gestão de estoques, utiliza

como base a metodologia de um planejamento de necessidades de distribuição (DRP), que é

otimizado por meio de um modelo de programação linear. Sua aplicação na empresa foi feita

a partir de uma planilha Excel, em que se aplicou a ferramenta Solver.

Palavras-chave: DRP. Gestão de estoques. Programação Linear.

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ABSTRACT

This project was developed in paper and pulp industry’s exportation department, which

is responsible for deciding how to supply many markets worldwide. By analyzing the current

situation in this department, it was found that some markets had shortages (as well as high

inventories) periods, as a consequence of a lack of a medium-term inventory planning. It was

noticed that the current decision process of how much product should be sent to which market

showed some improvement opportunities. At first, it was made an improvement proposal for

the demand forecasting process, and, so, a model was created in order to support inventory

planning and improve the way each market was supplied by the company. The demand

forecasting improvement proposal is based on quantitative methods of forecasting, which still

are not used in the company. It was advised to use de software Minitab and a file from Excel

that it already possesses to identify which is the best quantitative method to de used in each

case. The model to support the inventory planning is based in a Distribution Requirements

Planning (DRP) methodology, which is optimized by a linear programming model. The

implementation occurred with an Excel file, in which was applied the Solver tool.

Keywords: DRP. Inventory Management. Linear Programming.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Localização de florestas e fábricas da Suzano Papel e Celulose 12

Figura 2: Organograma da empresa Suzano Papel e Celulose SA 12

Figura 3: Localização dos armazéns da SPPA 14

Figura 4: Localização dos armazéns da SPPE 14

Figura 5: Processo de produção de papel 16

Figura 6: Organização da Unidade de Negócio de Papel 16

Figura 7: Metodologia para modelagem em pesquisa operacional, segundo Winston (1993) 36

Figura 8: Recebimento e consolidação das necessidades brutas 40

Figura 9: Distribuição de cotas para as regiões comerciais do ME 43

Figura 10: Proposta de melhoria no processo de previsão de vendas das regiões do Mercado

Externo 47

Figura 11: Tela do Minitab para previsão de demanda 48

Figura 12: Tela de previsão de demanda da ferramenta proposta por SOARES (2011) 49

Figura 13: Aplicação do método de Média Móvel para as vendas do Produto A na América

Latina 51

Figura 14: Aplicação do método de Suavização Exponencial Simples para as vendas do

Produto A na América Latina 51

Figura 15: Aplicação do método de Suavização Exponencial com Tendência para as vendas

do Produto A na América Latina 52

Figura 16: Aplicação do método de Suavização Exponencial com Tendência e Sazonalidade

para as vendas do Produto A na América Latina 52

Figura 18: Aplicação do método de Decomposição clássica para as vendas do Produto A na

América Latina 53

Figura 19: Planilha de Excel para a entrada dos parâmetros 63

Figura 20: Planilha Excel para os cálculos da função objetivo e de restrição de capacidade 64

Figura 21: Planilha Excel no formato DRP 65

Figura 22: Planilha Excel contendo as saídas do modelo 66

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Descrição das regiões de venda dentro do Mercado Externo ................................... 15

Tabela 2: Fluxo do Planejamento das vendas pela área de Mercado Externo .......................... 17

Tabela 3: Cálculo do TPOP ...................................................................................................... 26

Tabela 4: Cálculo DRP, adaptado de Ross (1948) ................................................................... 28

Tabela 5: Descrição das regiões de venda do Mercado Externo .............................................. 38

Tabela 6: Esquema da previsão de vendas mensal realizada por cada região de vendas ......... 39

Tabela 7: Previsão de capacidade produtiva para o Mercado Externo ..................................... 41

Tabela 8: Comparação dos MAPEs dos diferentes métodos de previsão de demanda para cada

região, para o produto A .......................................................................................... 54

Tabela 9: Capacidade produtiva mensal atribuída ao Mercado Externo para o produto A ...... 67

Tabela 10: Exemplo de cálculo de preço ex-mill do produto A aos clientes de uma região

comercial .................................................................................................................. 68

Tabela 11: Previsões de volume de venda do produto A para cada região comercial do ME . 69

Tabela 12: Previsões de preço ex-mill para o produto A em cada região comercial do ME .... 69

Tabela 13: Dados de custo de produção do produto A ............................................................. 70

Tabela 14: Projeção mensal do custo ponderado médio de fabricação do produto A .............. 72

Tabela 15: Recebimentos programados do produto A nos escritórios internacionais .............. 72

Tabela 16: Parâmetros do modelo para o produto A ................................................................ 73

Tabela 17: Distribuição de cotas (expedições) do produto A para as regiões comerciais

proposta pelo modelo ............................................................................................... 74

Tabela 18: Estoque do produto A de cada região proposto pelo modelo ................................. 74

Tabela 19: Vendas do produto A de cada região comercial propostas pelo modelo ................ 75

Tabela 20: Falta do produto A para cada região, segundo proposta do modelo....................... 75

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ABREVIAÇÕES

CD – Centro de distribuição

DRP – Distribution Requirements Planning

EAM – Erro Absoluto Médio

EM – Erro Médio

EPAM ou MAPE – Erro Percentual Absoluto Médio ou Mean Absolute Percentual Error

EQM – Erro Quadrático Médio

SPPA – Suzano Pulp and Paper America

SPPE – Suzano Pulp and Paper Europe

ME – Mercado Externo

MTO – Make to Order

MTS – Make to Stock

PAP – Planejamento Agregado da Produção

<r, Q> - Replacement /Quantity

SAP - Systems, Applications, and Products in Data Processing

SKU – Stock Keeping Unit

TPOP – Time Phased Order Point

UNP – Unidade de Negócios Papel

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11

1.1. DESCRIÇÃO DA EMPRESA ........................................................................ 11

1.2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................... 16

1.3. OBJETIVO ..................................................................................................... 19

1.4. JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 19

1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................... 20

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 21

2.1. PREVISÃO DE DEMANDA ......................................................................... 21

2.1.1. MÉTODOS QUANTITATIVOS .............................................................. 22

2.2. TIME PHASED ORDER POINT ................................................................... 26

2.3. PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO - DRP ... 27

2.4. MODELOS DEPROGRAMAÇÃO LINEAR PARA PLANEJAMENTO DA

PRODUÇÃO E ESTOQUES ............................................................................................... 29

3. ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL ........................................................................... 37

3.1. LINHAS DE PRODUTO ................................................................................ 37

3.2. PREVISÃO DE DEMANDA ......................................................................... 38

3.3. DISTRIBUIÇÃO DE COTAS ........................................................................ 40

4. PREVISÃO DE DEMANDA ........................................................................................ 45

4.1. COLETA E ANÁLISE DE DADOS .............................................................. 45

4.2. MODELO PROPOSTO .................................................................................. 47

4.3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................................. 50

5. PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO - DRP .............. 56

5.1. MODELO PARA PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE

DISTRIBUIÇÃO (DRP) ...................................................................................................... 56

5.2. COLETA DE DADOS .................................................................................... 66

5.3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................................. 73

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6. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 77

6.1. SÍNTESE ........................................................................................................ 77

6.2. ANÁLISE CRÍTICA ...................................................................................... 78

6.3. DESDOBRAMENTOS .................................................................................. 79

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 81

8. APÊNDICES .................................................................................................................. 83

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1. INTRODUÇÃO

1.1. DESCRIÇÃO DA EMPRESA

Este trabalho tratará do planejamento da exportação de produtos da empresa Suzano

Papel e Celulose SA, uma das principais empresas que compõem o Grupo Suzano. A Suzano

está presente em mais de 80 países e há 85 anos investe no segmento de papel e celulose,

sendo considerada uma empresa de base florestal e uma das maiores produtoras verticalmente

integradas de papel e celulose da América Latina.

Os principais produtos da empresa, comercializados no mercado doméstico e

internacional, são celulose de eucalipto, papéis para imprimir e escrever (revestidos e não

revestidos) e papel cartão. Além disso, a empresa possui grandes investimentos em

biotecnologia (desenvolvimento de novas mudas) e em biomassa para a geração de energia.

A companhia possui cinco unidades industriais: em Mucuri, no sul da Bahia, está

sediada a maior unidade integrada produtora de celulose e papel; e suas outras quatro fábricas

(Suzano, Limeira, Rio Verde e Embu) estão sediadas no interior de São Paulo. Além disso,

também está investindo em mais duas fábricas no Maranhão e no Piauí, com previsão de

início de operação em 2013 e 2014, respectivamente. Suas áreas florestais somam

aproximadamente 771 mil hectares, dos quais 326 mil com florestas plantadas, concentrados

na Bahia, no Espírito Santo, em São Paulo, em Minas Gerais, no Maranhão, no Tocantins e no

Piauí, como indica a Figura 1. Em 2011, comercializaram 1,8 milhão de toneladas de celulose

total e 1,3 milhão de toneladas de papel. Com os novos projetos, a capacidade de celulose

anual aumentará para 4,9 milhões de toneladas.

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Figura 1: Localização de florestas e fábricas da Suzano Papel e Celulose

A estrutura organizacional da empresa

de negócio: UN Papel, UN Celulose e UN Florestal, como

Figura 2: Organograma da empresa Suzano Papel e Celulose SA

florestas e fábricas da Suzano Papel e Celulose

utura organizacional da empresa é dividida em três grandes unidades

Celulose e UN Florestal, como mostrado na Figura

Organograma da empresa Suzano Papel e Celulose SA

12

é dividida em três grandes unidades (ou áreas)

Figura 2.

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As Unidades de Negócios possuem, cada uma, sua própria área comercial, sendo que a

da Unidade de Negócio Papel (UNP) é dividida em Mercado Interno (voltado para as vendas

no Brasil, somente) e Mercado Externo (contemplando todas as vendas de papel para países

que não o Brasil), como mostra a Figura 6.

O foco deste projeto será a área de Mercado Externo da UNP, setor no qual a autora

realiza estágio e possui acesso às informações necessárias para o desenvolvimento do

trabalho. A área de Mercado Externo divide-se em quatro regiões de venda: América do Norte

(ou Suzano Pulp and Paper America), Europa (ou Suzano Pulp and Paper Europe), América

Latina e Overseas. A seguir, cada região será caracterizada mais detalhadamente e um resumo

contendo as principais características de cada região é apresentado na Tabela 1.

Para atender à demanda de exportação para localidades mais distantes do Brasil, a

Suzano adotou a estratégia de abrir escritórios internacionais. Dessa maneira, os clientes não

precisam esperar o tempo de transporte do Brasil até os portos de seus respectivos países (os

lead times são de três meses, em média) para receberem os produtos, que, por meio desses

escritórios, fica disponível em armazéns mais próximos do seu destino final. Embora esses

escritórios possuam administração própria, cabe ao responsável pela área de Mercado Externo

no Escritório Central de São Paulo decidir qual volume de produção será enviado aos

armazéns internacionais.

São dois os escritórios internacionais da Suzano que vendem papel (há um na Ásia que

vende apenas celulose e, por isso, não está incluído no escopo deste trabalho): a Suzano Pulp

and Paper America (SPPA) e a Suzano Pulp and Paper Europe (SPPE). A SPPA é responsável

pelas vendas para os Estados Unidos e para o Canadá e está localizada em Forth Launderdale,

nos Estados Unidos. O escritório SPPA gerencia quatro armazéns localizados em Baltimore,

Houston, Jacksonville e Port Everglades (Localização dos armazéns da SPPA Figura 3). A

SPPE, por sua vez, é escritório da Suzano encarregado das vendas para a Europa, sendo

responsável por quatro armazéns: Rouen (França), Tilbury (Reino Unido), Livorno (Itália) e

Barcelona (Espanha), como indica a Figura 4. O seu escritório, porém, está localizado na

Suíça.

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14

Figura 3: Localização dos armazéns da SPPA

Figura 4: Localização dos armazéns da SPPE

Baltimore, MD Jacksonville, FL Houston, TXAppleton

(consignação) Carson, CA

Barcelona – Espanha Tilbury – UK Rouen – França Livorno – Itália

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Além dessas duas regiões de venda (América do Norte e Europa), a Suzano possui

muitos clientes regulares na América Latina, que, por sua proximidade com o Brasil, é de

responsabilidade dos vendedores que negociam seus pedidos diretamente a partir do

Escritório Central da Suzano em São Paulo, no modelo Make to Order (MTO). Isso significa

que os pedidos são negociados num mês, para que sejam produzidos e faturados no mês

seguinte.

Todos os outros países do globo que não se encaixam em nenhuma das regiões

supracitadas são considerados como pertencentes à região de vendas Overseas. Nesse caso,

lida-se com clientes esporádicos, geralmente com preço mais baixo, que também fazem seus

pedidos no modelo MTO, como a região América Latina.

Todas as quatro regiões podem receber produtos das fábricas de Mucuri, Limeira ou

Suzano, mas apenas a região América Latina recebe produtos da fábrica de Embu. Como os

pedidos produzidos em Mucuri são exportados via porto de Vitória, e os produzidos em

Suzano, Limeira e Embu são exportados via porto de Santos, as quatro regiões comerciais do

Mercado Externo recebem cargas de ambos os portos.

Tabela 1: Descrição das regiões de venda dentro do Mercado Externo

América do

Norte Europa

América Latina

Overseas

Estratégia de produção

MTS MTS MTO MTO

Tempo em trânsito

3 meses 3 meses 1 mês 1 mês

Localização da equipe de

vendas

Escritório EUA (SPPA)

Escritório Europa (SPPE)

Escritório Central SP

Escritório Central SP

Para atender à demanda da área Comercial (tanto o Mercado Interno quanto o Mercado

Externo), dentro da Unidade de Negócios Papel, existe a área de Planejamento de Demanda

(indicada na Figura 6), que é encarregada de realizar a programação da produção de todas as

máquinas da empresa, nas cinco plantas instaladas pelo Brasil (Figura 1). As máquinas

papeleiras são máquinas que espalham um composto chamado “massa de papel” em telas,

para que sequem e formem as bobinas de papel (Figura 5). Além dessas máquinas, há as

máquinas cortadeiras, que recebem as bobinas de papel e as cortam em folhas de diversos

tamanhos.

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Figura 5: Processo de produção de papel

A programação da produção, portanto, consiste basicamente em programar as máquinas

que fabricam e cortam o papel. Tal programação é feita mensalmente, considerando o limite

da capacidade produtiva, os níveis de estoque de cada produto e as previsões de vendas

realizadas pelas áreas comerciais.

Como a área de Planejamento e Demanda deve dividir a sua oferta de capacidade

produtiva entre as demandas do Mercado Interno e do Mercado Externo, deve tomar a decisão

de quais demandas serão atendidas e quais não. Visto que os preços do Mercado Externo são

bem inferiores aos do Mercado Interno, a programação das máquinas é feita priorizando-se a

demanda brasileira, deixando apenas o excedente do espaço em máquina para a exportação.

Figura 6: Organização da Unidade de Negócio de Papel

1.2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Dado que a oferta de produção destinada ao Mercado Externo geralmente corresponde

ao excedente do espaço em máquina que não foi destinado ao Mercado Interno, a área de

Planejamento de Demanda delega ao Mercado Externo cotas de produção, ou seja, o

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excedente de espaço em máquina que estará disponível para seus pedidos. Esse processo

utilizado para a programação das máquinas é composto por duas etapas:

a) A área de Planejamento de Demanda estabelece, no início de cada mês, quais

serão as cotas de produção (em toneladas) do Mercado Externo para cada linha

de produto;

b) A área de Mercado Externo, ao longo do mês, se dedica a ocupar as cotas de

produção do mês seguinte (fornecidas pelo Planejamento da Demanda) por meio

de colocação de pedidos no sistema SAP.

A partir do momento em que a área de Mercado Externo recebe do Planejamento de

Demanda as cotas de produção por produto e de cada máquina, ocorre uma reunião de

distribuição dessas cotas entre as quatro regiões descritas na Tabela 1(SPPA, SPPE, América

Latina e Overseas). Assim, ao longo do mês, cada uma das quatro regiões poderá colocar no

sistema SAP seus respectivos pedidos de produção seguindo a cota que lhes foi destinada. Ao

final do mês, todas as ordens já devem estar dentro do sistema SAP e de acordo com as cotas

de produção enviadas pelo Planejamento, para serem produzidas no mês seguinte.

A Tabela 2 apresenta um resumo das operações que ocorrem na área de Mercado

Externo, e que envolvem os processos decisórios a serem discutidos neste trabalho:

Tabela 2: Fluxo do Planejamento das vendas pela área de Mercado Externo

M

1- Definição das cotas de produção para o ME, realizada pela área de Planejamento 2- Recebimento das cotas de produção do Mês M+1 (da área de Planejamento para a área de Mercado Externo) 3- Distribuição das cotas de produção entre as regiões, considerando as demandas de cada região, mas não os reais níveis de estoque 4- As regiões colocam seus pedidos no sistema de acordo com a respectiva cota recebida, para que sejam produzidos em M+1: América Latina e Overseas colocam pedidos para clientes pequenos e distribuídos, enquanto que SPPA e SPPE colocam poucos pedidos volumosos para estoque

M+1 1- Produção dos pedidos colocados no sistema em M 2- Embarque dos pedidos

M+2 1- Faturamento dos pedidos de América Latina e Overseas (produção contra-pedido)

M+3

M+4 1- Produção chega aos armazéns da SPPA e da SPPE 2- SPPA e SPPE vendem a produção de M+1 (atendem pedidos a partir do estoque)

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O processo de distribuição de cotas de produção pelo Mercado Externo entre as

regiões, porém, deve levar em consideração uma série de variáveis para garantir a

maximização da receita da empresa. A produção deve ser alocada nas regiões de vendas mais

rentáveis, mas garantindo níveis de serviço mínimos nas regiões menos rentáveis. Por

exemplo, se um volume muito alto for destinado à região Overseas, onde o preço é muito

baixo, o lucro da empresa será muito menor do que se esse mesmo volume for alocado na

região América Latina. Porém, embora os preços da América Latina sejam melhores do que o

de outras regiões, não se pode destinar toda a produção a essa região, porque não há clientes

suficientes para tanto, e porque é estrategicamente importante para a empresa manter clientes

em outras regiões do mundo.

O grande problema deste processo distribuição da produção entre as regiões do

Mercado Externo, da maneira como é realizado atualmente, é que, por falta de um

planejamento a médio prazo do abastecimento das regiões comerciais, não raro ocorrem

períodos de desabastecimento, principalmente nos escritórios internacionais SPPA e SPPE.

Além disso, o fato de as decisões de distribuição de cotas serem tomadas levando em conta

apenas o curtíssimo prazo resulta em que os níveis de estoque nos escritórios internacionais

tenham grandes oscilações, ou seja, que havia épocas em que alcançava níveis muito altos e

épocas em que havia escassez.

Trata-se de um processo decisório complexo, com restrições de níveis de serviço, de

natureza dinâmica (diversos lead times) e que envolve estratégias de atendimento conflitantes.

Ainda assim, ele é realizado de maneira apenas qualitativa, sem avaliar os impactos nas

diversas regiões e os trade-offs de maneira agregada (por exemplo, avaliar os impactos

negativos na receita ao se distribuir produção para uma região pouco rentável, junto com o

impacto nos estoque dos escritórios internacionais).

Além disso, esta distribuição é feita sem auxílio de nenhum método quantitativo ou

numérico de otimização. Isso implica em que o conceito de otimização, neste processo, fica

extremamente comprometido, acarretando uma deficiência de embasamento para a tomada de

decisões. Por exemplo, um critério muito relevante que não é avaliado quantitativamente, ao

menos não com a frequência devida, é o nível de estoques de cada produto nos escritórios

internacionais. Durante o processo de distribuição de cotas, a única informação a esse respeito

que se leva em conta é a quantidade de produção fornecida nos meses anteriores. Em outras

palavras, não se leva em conta o volume vendido pelos escritórios internacionais para avaliar

os estoques, mas apenas o volume produzido, e ainda assim de maneira extremamente

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superficial (apenas a produção do último mês é levada em conta). Identifica-se nesse caso,

portanto, uma oportunidade de uso de modelos quantitativos de apoio à decisão.

1.3. OBJETIVO

Conforme exposto anteriormente, a área de Mercado Externo possui a função de,

mensalmente, distribuir as cotas de produção entre suas regiões de vendas no exterior. No

entanto, esta decisão, embora de grande impacto para a receita da empresa, geralmente é

tomada de forma empírica, ou baseada em previsões de venda pouco acuradas. Quando em

relação às cotas dos escritórios internacionais (SPPA e SPPE), as decisões são ainda mais

complexas, porque a distância geográfica desses mercados em relação à matriz dificulta que

esta tenha uma percepção da demanda do mercado. Além disso, os lead times de entrega da

produção são maiores do que os da América Latina (três meses em média), o que torna a

gestão desses estoques ainda mais difícil.

O objetivo deste trabalho, portanto, é o de desenvolver um modelo que auxilie neste

processo de tomada de decisão. Por um lado, propõe-se melhorar a previsão de demanda de

cada região comercial e, por outro, melhorar a expedição dos produtos da empresa, de

maneira a realizar uma gestão de estoques mais eficaz e dinâmica.

1.4. JUSTIFICATIVA

São dois os grandes motivos que justificam a elaboração deste trabalho: o interesse

acadêmico e o interesse prático da empresa.

No que diz respeito ao interesse acadêmico, durante o desenrolar desse trabalho, será

tratado um tema clássico na literatura: a gestão de estoques, e, mais especificamente, o time

phased order point (TPOP). Embora muito já se tenha sido pesquisado a respeito desses

temas, este trabalho trata de um caso complexo, sujeito a várias restrições (nível de serviço

mínimo e capacidade produtiva, por exemplo), com variáveis múltiplas e – o que o torna o

mais singular – decisões/informações escalonadas no tempo (diferentes lead times).

Já em relação ao interesse prático da empresa, o modelo proposto neste trabalho, além

de agilizar e facilitar as decisões tomadas pela área de Mercado Externo, irá oferecer

resultados matematicamente mais consistentes do que os obtidos atualmente, que ainda são

obtidos de maneira empírica e omitem algumas importantes variáveis. Pretende-se que, com a

utilização desse modelo, seja economizado muito tempo dos colaboradores, que passarão a ter

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uma ferramenta que realiza automaticamente uma série de cálculos e previsões antes feitos

manualmente.

1.5. ESTRUTURA DO TRABALHO

O primeiro capítulo deste trabalho teve o objetivo de apresentar a empresa onde o

projeto foi desenvolvido, com uma breve descrição de seu negócio, de seus mercados e da

maneira como está organizada. Também no primeiro capítulo foi descrito o problema a ser

tratado neste projeto, bem como o seu escopo, que será essencialmente focado na área de

Mercado Externo da Unidade de Negócios de Papel.

O capítulo 2 tratará da fundamentação teórica em que se basearão todas as formulações

realizadas ao longo do trabalho para solucionar o problema apresentado no primeiro capítulo.

O terceiro capítulo, por sua vez, fornecerá detalhes do problema brevemente formulado no

primeiro capítulo e apresentará as duas frentes em que serão dividas as melhorias propostas:

previsão de demanda e planejamento das necessidades de distribuição. Uma vez definida essa

divisão, os capítulos 4 e 5 serão dedicados cada um à sua frente de trabalho, possuindo,

também cada um, o detalhamento da metodologia de coleta de dados, a apresentação do

modelo proposto para a solução do problema e os resultados obtidos. O capítulo 4 abordará a

solução para o problema de previsão de demanda e o capítulo 5, a solução para o problema de

distribuição de cotas de produção.

Por fim, o capítulo 6 trará uma síntese do projeto, uma discussão conclusiva dos

resultados obtidos e os desdobramentos do trabalho na empresa, além de aprendizados e

dificuldades que ocorreram no desenrolar do projeto.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo tem como objetivo apresentar a revisão bibliográfica feita pela autora para

embasar e auxiliar a formulação do modelo para solução do problema apresentado no item

1.2. Para isso, três grandes frentes de pesquisa foram realizadas.

Num primeiro momento, serão apresentados métodos de previsão de demanda

encontrados na literatura que poderão ser complementares aos utilizados atualmente pela

Suzano. Depois serão discutidos dois tópicos relacionados a gerenciamento de estoques (time

phased order point e DRP) e alguns modelos de programação linear para planejamento da

produção e estoque, sendo essa segunda parte utilizada como fundamentação para o modelo

de otimização a ser proposto nos capítulos seguintes.

2.1. PREVISÃO DE DEMANDA

Os métodos de previsão de demanda são muitos e podem ser agrupados em três tipos:

os métodos qualitativos e modelos quantitativos.

Os métodos qualitativos são baseados na experiência e conhecimento intrínseco das

pessoas, que fazem suas previsões a partir de opiniões, estimativas e informações subjetivas,

como análises de concorrência, pesquisas de mercado, opiniões de gerentes de vendas etc. Os

métodos quantitativos consistem em séries temporais, que identificam padrões de demanda do

passado que serão replicadas no futuro, com tendências e sazonalidades definidas. Já os

métodos causais tentam identificar as variáveis que geram efeitos na demanda para analisar o

seu comportamento e, assim, mensurar os impactos na demanda.

Este trabalho, porém, terá como foco os métodos quantitativos, que ainda não são

utilizados na Suzano Papel e Celulose e, portanto, podem ser complementares à previsão de

demanda qualitativa realizada atualmente (a maneira como é feita previsão atual será descrita

mais adiante, no item 3.2 deste trabalho).

Segundo Makridakis (1986) apud Hanke e Reitsch (1998), seres humanos possuem

conhecimento único e informações internas que não conseguem ser incorporadas em métodos

quantitativos. Porém, surpreendentemente, as previsões de métodos empíricos e laboratórios

experimentais têm se mostrado menos acuradas do que as previsões de métodos quantitativos.

Segundo os autores, seres humanos tendem a ser otimistas e subestimar incertezas futuras.

Além disso, os custos de se utilizar métodos empíricos frequentemente são mais altos do que

em métodos quantitativos.

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Já Hax e Candea (1984) dedicam uma seção específica de seu livro a previsões de

demanda envolvendo lead times, como é o caso das exportações na Suzano Papel e Celulose

S.A. Os autores afirmam que, como sempre há a possibilidade de que o estoque disponível

não dure tempo suficiente para suprir o lead time, é importante que se realizem as previsões

de demanda considerando o lead time, para que se estabeleçam os pontos de pedido

apropriados.

2.1.1. MÉTODOS QUANTITATIVOS

Para Makridakis et al. (1983), os métodos quantitativos podem ser utilizados quando:

As informações sobre o passado estão disponíveis;

1. Essas informações podem ser quantificadas em forma de dados numéricos;

2. Pode-se assumir que alguns aspectos do padrão ocorrido no passado continuarão

no futuro.

Essa última condição é conhecida como premissa de continuidade e é a principal

premissa de todos os métodos de projeção (séries temporais), independentemente de quão

sofisticados sejam.

A seguir, será feita uma breve descrição dos principais métodos quantitativos. Para um

maior detalhamento, uma consulta mais aprofundada poderá ser feita no texto original, em

LUSTOSA et al (2001).

Média Móvel

Trata-se do método em que o valor previsto para a demanda para o próximo período é

igual à média aritmética dos últimos “n” períodos. Matematicamente, a previsão de demanda

feita no instante “t” para “k” períodos adiante é determinada pela Equação (1)

���� + �� = � + ��+. . . +� ��� .� = 1,2, …�1�

Suavização Exponencial Simples

Esse método possui como premissa que a demanda oscila em torno de um valor

constante. A partir de um valor inicial, a “base” é corrigida a cada período, conforme os dados

forem sendo adicionados à série histórica. Conforme indica a Equação (2), a base é corrigida

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adicionando-se uma fração α da diferença entre a demanda real e a estimativa anterior da

demanda base.

A constante α é denominada constante de suavização da base e determina se a curva de

projeção será mais ou menos suave. Valores próximos de zero implicam em menores

correções da base, ou seja, numa curva de projeção mais suave. Ao contrário, valores

próximos da unidade geram correções maiores, resultando em uma série projetada mais

irregular,

�� = � × � + �1 − �� × ����2� ���� + �� = ��� = 1,2, …�3�

Sendo:

Bt – Base ao final do instante t

Dt – Demanda do período t

α – Constante de suavização

Ft (u) – Previsão ao final do período t para o período u (u>t)

Suavização Exponencial com Tendência (modelo de Holt)

Nesse método, adiciona-se ao modelo anterior uma segunda variável Tt, que reflete o

crescimento da demanda de um período para outro. Essa variável, da mesma forma que a

base, será atualizada exponencialmente e aplicada no cálculo da previsão,

�� = � × � + �1 − �� × ���� + �����4� �� = � × ��� − ���� + �1 − �� × ����5� ���� + �� = �� + ���� = 1,2, …�6�

Sendo:

Dt – Demanda do período t

Bt – Base ao final do instante t

Tt – Tendência ao final do instante t

α – Constante de suavização para a Base

β – Constante de suavização para Tendência

Ft (u) – Previsão ao final do período t para o período u (u>t)

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Suavização Exponencial com Tendência e Sazonalidade (modelo de Holt-Winters)

O modelo de Holt-Winters incorpora, além da tendência, uma componente de

sazonalidade. Para isso, define-se um índice de sazonalidade para cada período, que

representa a proporção entre a demanda média do período e a demanda média do ano.

A Equação (8) permite o cálculo da tendência, que permanece como no método

anterior, e a Equação (9) apresenta a atualização do índice de sazonalidade. Detalhando essa

expressão, o novo índice de sazonalidade do período t será uma média ponderada entre o real

observado (primeira parcela) e o índice anterior (segunda parcela). Nessa formulação, a

constante L representa a extensão do ciclo sazonal: por exemplo, numa unidade de tempo mês

e ciclo anual, L seria igual a 12. Além disso, nesse modelo há a necessidade de uma nova

constante γ para suavizar a sazonalidade.

Concluindo, a Equação (10) calcula a previsão de demanda para qualquer instante

futuro t, multiplicando-se a projeção de demanda base pelo correspondente índice de

sazonalidade,

�� = � × ��� + �1 − �� × ���� + �����7�

�� = � × ��� − ���� + �1 − �� × ����8� �� = # × �

�� + �1 − #� × ����9�

���� + �� = ��� + ���� × �� �%� = 1,2, …�10�

Sendo:

Dt – Demanda do período t

Bt – Base ao final do instante t

Tt – Tendência ao final do instante t

It – Índice de sazonalidade do instante t

α – Constante de suavização para a Base

β – Constante de suavização para Tendência

γ – Constante de suavização para Sazonalidade

Ft (u) – Previsão ao final do período t para o período u (u>t)

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Além dos métodos citados acima, ainda pode ser mencionado o Método da

Decomposição Clássica, que primeiramente retira o efeito sazonal dos dados, produzindo uma

série “dessazonalizada”, para ser projetada. Depois, os valores projetados são novamente

corrigidos incluindo o fator sazonal, que pode ser aditivo ou multiplicativo. Também são

bastante utilizados os modelos de correlação e regressão, que estão detalhados em LUSTOSA

et al (2001).

Erros de Previsão

Uma vez apresentados os diversos métodos de previsão de demanda, é importante

também mencionar os diversos cálculos de erros que podem ser feitos para medir a acurácia

de cada um deles. O indicador básico Erro de Previsão (Et) para o período t é a diferença entre

o valor real (Dt) e o Valor Previsto da demanda (Ft , forecast) no período correspondente,

como indica a Equação (11).

'� = � − ���11�

A partir dos desvios de n períodos consecutivos, calcula-se o Erro Médio (EM) para

Equação (12)

'( = ∑ �� − ��� �*�� �12�

No entanto, como no cálculo de EM, valores positivos e negativos de anulam, dando

uma falta impressão de erros pequenos, existem as alternativas de se utilizar o Erro Absoluto

Médio (EAM) e o Erro Quadrático Médio, apresentados nas Equações (13) e (14),

respectivamente.

'+( = ∑ |� - − -��| �*�� �13�

'.( = ∑ �� − ���/ �*�� �14�

Uma alternativa ao EAM bastante utilizada é o Erro Percentual Absoluto Médio

(EPAM), cujo nome em inglês é Mean Absolute Percentual Error (MAPE). Esse método

possui a vantagem de considerar os desvios relativos ou percentuais no cálculo do erro,

conforme a Equação (15).

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'0+( =∑ 1234323 1 �*�

� �15� Admitindo-se que os desvios tenham distribuição normal e que a previsão seja não-

tendenciosa, pode-se afirmar que o erro de uma nova previsão seria:

± 1 EAM em relação à média, com 60% de probabilidade;

± 2 EAM em relação à média, com 90% de probabilidade;

± 3 EAM em relação à média, com 98% de probabilidade;

2.2. TIME PHASED ORDER POINT

Segundo Vollmann (1997), várias empresas utilizam o procedimento <r,Q> de

quantidade econômica de reposição de pedido/embarque (Replacement/Quantity) baseadas

nas previsões de demanda para gerenciar seus estoques de campo. Trata-se de um modelo

clássico em que se decide, a cada retirada, deve-se ou não ocorrer reposição, que é feita

utilizando o lote econômico. Se a quantidade em estoque atinge o ponto de pedido, é feita a

reposição, sem que haja nenhuma análise em relação à situação da fábrica e dos armazéns,

nem ao próximo ponto de pedido, nem aos lead times envolvidos. Portanto, segundo esse

autor, nesse procedimento não há integração entre os requerimentos de reposição e o

planejamento para frente de atendimento da demanda.

Porém, quando a gestão de estoques passa a ser mais ativa do que meramente reativa

(como é caso do modelo <r,Q>) e informações de previsão de vendas passam a ser utilizadas

como necessidades escalonadas no tempo para, a partir delas, desenvolver embarques

planejados, essa abordagem é chamada de ponto de pedido escalonado no tempo (TPOP –

time phased order point). Essa abordagem pode ser utilizada para situações de consumo

constante, e também para quando a previsão de consumo varia de período a período. A Tabela

3 mostra um exemplo de como é feita esta gestão.

Tabela 3: Cálculo do TPOP

Períodos 1 2 3 4 5 6 7

Necessidade Bruta 300 300 300 300 300 300 300

Recebimentos Programados

200 100

Estoque Projetado 1200 900 700 400 100 -200 -500

Necessidade líquida 200 300

Estoque inicial: 1300

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Uma vantagem do TPOP em relação ao <r,Q> é que o primeiro mostra os dados de

embarques planejados, que não fazem parte da segunda abordagem. Além disso,

diferentemente do <r,Q>, o TPOP não utiliza a premissa de necessidades constantes. Portanto,

são justamente nos casos de demanda variável que ocorrem as maiores diferenças de resultado

entre os dois métodos. (VOLLMANN et al., 1997)

2.3. PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO - DRP

Neste trabalho, o termo em inglês Distribution Requirements Planning será traduzido

para o português como Planejamento das Necessidades de Distribuição (DRP), a exemplo da

tradução Planejamento das Necessidades de Materiais para o termo Material Requirements

Planning (MRP).

O DRP é uma ferramenta que possui um mecanismo de funcionamento muito similar

ao TPOP, no sentido de registrar as informações segundo a lógica de escalonamento da

produção no tempo. Para Lustosa et al (2001), o principal papel desta ferramenta é coletar e

processar os dados necessários, ao longo de toda a cadeia de suprimentos, para melhor atender

as demandas específicas de cada ponto de venda, através de uma programação da produção e

de uma distribuição mais eficaz.

Segundo Vollmann et al (1997), um DRP bem desenvolvido ajuda a gerência a

antecipar as necessidades futuras no campo, a combinar o suprimento com a demanda de

material, a dispor o estoque de maneira eficaz para atender as necessidades de serviço ao

cliente e a se ajustar rapidamente às oscilações do mercado.

Para Martin (1995), o Distribution Requirements Planning (DRP) é um processo de

gestão que determina as necessidades de cada centro de distribuição (CD) e garante que as

fontes de fornecimento conseguirão atingir a demanda. Para esse autor, o DRP é composto

por três fases distintas. Primeiramente, o DRP recebe os seguintes dados e parâmetros:

- Previsão de vendas por stock keeping unit (SKU) por CD;

- Ordens para entregas presentes e futuras;

- Estoque disponível para venda por SKU e por CD;

- Ordens de compra e de produção pendentes;

- Lead times de logística, produção e vendas;

- Modais de transporte e frequências de entrega;

- Políticas de estoque de segurança por SKU e por CD;

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- Quantidade mínima de produto a ser comprada, produzida e distribuída.

Na segunda fase, depois de coletados todos os dados de entrada, o DRP gera um

modelo time-phased de requerimento de recursos necessários para estabelecer as estratégias

logísticas, incluindo:

- Qual produto é necessário, em que quantidade, em que lugar e em que período;

- Capacidade de transporte necessária por modal por CD;

- Estrutura de armazenagem, mão de obra, e capacidade de equipamentos por CD;

- Investimentos em estoque necessários por CD e no total;

- Nível necessário de produção/compras por produto e por fonte de fornecimento.

Na terceira fase, o DRP compara os recursos necessários com o que está sendo

oferecido pelas fontes de fornecimento no momento e com o que será oferecido no futuro.

Então, o processo recomenda quais ações devem ser tomadas para acelerar ou atrasar a

produção (ou as compras), sincronizando, portanto, oferta e demanda.

Um exemplo de configuração do DRP é apresentado na Tabela 4, adaptada de Ross

(1948).

Tabela 4: Cálculo DRP, adaptado de Ross (1948)

Períodos 1 2 3 4 5 6 7

Necessidade Bruta 300 300 300 300 300 300 300

Recebimentos programados

Estoque projetado 1000 700 400 1100 800 500 200

Recebimentos Planejados

1000

Embarques planejados 1000

Estoque inicial = 1300 Lead time = 2 Períodos Lote mínimo = 1000 SKU: AAA CD: Mucuri

Neste padrão proposto, são cinco as informações principais que constituem o DRP:

Necessidade Bruta, Recebimentos Programados, Estoque Projetado, Recebimentos Planejados

e Embarques Planejados.

- Necessidade Bruta: O termo significa a previsão de vendas e pedidos para um

determinado item. Se o item é um produto em um armazém, ou em um centro de distribuição,

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a necessidade bruta é equivalente à previsão de demanda. Se o item deve ser manufaturado ou

comprado, a necessidade bruta é o que precisa ser satisfeito pela produção ou pelos

fornecedores.

- Recebimentos Programados: São as quantidades programadas para chegar aos

estoques, geralmente em trânsito, a caminho do estoque. Alguns itens podem estar ainda na

sua origem, esperando para serem transportados, mas, mesmo que ainda não estejam “em

trânsito”, são considerados recebimentos programados. Como esses produtos já estão

acabados, serão considerados parâmetros no problema de controle de estoques, e não

variáveis de decisão, como os recebimentos planejados.

- Estoque Projetado: É a quantidade em estoque que estará disponível para ser vendida

no período seguinte. Portanto, leva em consideração tanto os Recebimentos Programados

quanto os Recebimentos Planejados.

- Recebimentos Planejados: Ordens que ainda estão na fase de planejamento e que

ainda não foram liberadas, diferentemente dos Recebimentos Programados, que já estão sendo

transportados ou em vias de. Nesta linha, as ordens são identificadas no período em que

deverão chegar aos estoques. Por exemplo, na Tabela 4, o recebimento planejado dos 1000

itens embarcados será no período 4.

- Embarques Planejados: Tratam-se das mesmas quantidades da linha “Recebimentos

Planejados”, mas, dessa vez, identificadas no período em que começam a ser produzidas,

compradas, ou embarcadas. Ou seja, são os Recebimentos Planejados defasados no tempo

pelo lead time. Por exemplo, na Tabela 4, os 1000 itens começarão a ser produzidos (ou

comprados, ou embarcados), no período 2, para chegarem aos estoques apenas no período 4.

2.4. MODELOS DE PROGRAMAÇÃO LINEAR PARA PLANEJAMENTO DA

PRODUÇÃO E ESTOQUES

A utilização inicial de modelos de programação linear ocorre com o problema clássico

de mix de produção em que, dados diversos produtos que uma fábrica pode produzir (ou

comprar), deseja-se encontrar a quantidade ótima a ser produzida de cada produto para se

maximizar o lucro da empresa.

Adaptando-se os exemplos didáticos fornecidos por Winston (1993), obtém-se a

seguinte formulação matemática para o problema de mix de produção:

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Parâmetros:

ri = receita unitária do produto i

ci = custo unitário de produção do produto i (inclui mão de obra, matéria-prima e os

outros custos variáveis)

hij = tempo necessário do recurso j para produzir uma unidade do produto i

Di = demanda máxima para o produto i

wj = horas disponíveis do recurso j

n = número total de produtos

m = número total de recursos críticos no processo produtivo

Variáveis de decisão:

Xi = unidades do produto i a serem produzidas

O modelo de mix de produção, então, seria maximizar:

5 =6�78 − 98�:

8*�× ;8�16�

Restrições:

6ℎ8= × ;8:

8*�≤ ?= @ = 1,… , +�17�

;8 ≤ 8 A = 1,… ,B�18� ;8 ≥ 0A = 1,… ,B�19�

Na prática, porém, o problema de mix é muito mais complexo do que o proposto acima,

pois grande parte das empresas trabalha com muitos SKUs diferentes, diversas etapas de

produção e uma gama de custos extremamente complexa. Além disso, esse modelo não

considera uma importante característica das operações das empresas: a variação da demanda e

da capacidade produtiva no tempo. O problema de mix é estático, sendo que o caso mais geral

considera múltiplos períodos (“time phased”).

Dessa maneira, houve a necessidade de se elaborar modelos cada vez mais complexos

e, ao mesmo tempo, de se organizar informações muito detalhadas em níveis mais agregados.

Para isso, foram iniciados os estudos de planejamento agregado da produção (PAP),

cujo principal problema a ser resolvido, segundo Hax e Candea (1984), é a efetiva alocação de

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recursos (e.g, produção, estoques, capacidades de distribuição, forças de trabalho disponíveis,

capital, marketing e recursos administrativos) para satisfazer requisições de demanda e

tecnológicas, levando em consideração os custos e receitas associados à operação de recursos

disponíveis à firma.

Essas decisões se tornam ainda mais difíceis quando envolvem muitas fábricas, muitos

centros de distribuição, muitos armazéns, produtos que exigem diversas etapas de produção e

montagem etc. O planejamento agregado geralmente envolve um horizonte de médio prazo,

dividido em diversos períodos, e necessita de considerável nível de agregação das

informações gerenciais. Essa agregação pode ser feita consolidando-se itens similares em

famílias de produtos, máquinas similares em centros de máquina e clientes em regiões de

mercado.

Os autores dividem os custos relevantes para se realizar um planejamento agregado em

três categorias:

- Custos básicos de produção: custos de materiais e mão de obra direta, por exemplo.

Esses custos são geralmente divididos em custos fixos e variáveis.

- Custos associados com as mudanças de produtividade: geralmente essa categoria

inclui os custos de se aumentar o volume de produção acima do nível que pode ser atingido

durante a programação regular de trabalho coma mão de obra disponível. Como o objetivo da

empresa pode ser atingido tanto variando a força de trabalho disponível quanto trabalhando

horas extras, essa categoria envolve custos de contratar, treinar e demitir pessoas, assim como

compensações de hora extra.

- Custos relacionados com estoques: Há dois tipos de custo relacionados com estoque

que devem ser tratados de maneira diferente. No primeiro caso há os custos de se manter os

estoques, sendo que os principais deles são os custos de se ter estoque parado, armazenagem,

seguros, taxas, degradação e obsolescência. No segundo caso há os custos de falta, que são

difíceis de medir e incluem custos de acelerar a entrega, perda de confiança do cliente e perda

de receita resultante da situação de aceleração da carga.

Ainda segundo Hax e Candea (1984), modelos têm sido de grande importância para

auxiliar decisões gerenciais no planejamento agregado da produção. Anshen et al. (1958)

apud Hax e Candea (1984) afirma que modelos podem ajudar gerentes a:

- Quantificar e utilizar os intangíveis que estão sempre presentes no fundo de seus

pensamentos, mas que são incorporados apenas vagamente e esporadicamente nas decisões de

programação;

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- Tornar rotina a consideração de todos os fatores relevantes para as decisões de

programação, evitando decisões baseadas em critérios incompletos, óbvios e facilmente

manipuláveis;

- Encaixar cada decisão de programação em seu devido lugar na série histórica de

decisões e, por meio do mecanismo de feedback incorporado nas regras de decisões,

automaticamente corrigi-las segundo erros de previsão anteriores;

- Utilizar menos tempo em decisões rotineiras e, assim, ter mais tempo livre para lidar

com situações extraordinárias.

Segundo Hax e Candea (1984), um dos primeiros modelos desenvolvidos para apoiar as

decisões de planejamento agregado são os modelos de custos lineares, que pressupõem

linearidade no comportamento dos custos das variáveis de decisão. Para esses autores, esses

modelos são muito populares por causa das conveniências computacionais que proporcionam.

Os custos lineares podem ser divididos em dois tipos: modelos clássicos e modelos de

programação de objetivos. No primeiro tipo, a função objetivo representa um único objetivo.

No segundo tipo existem múltiplos objetivos contraditórios entre si, que são resolvidos numa

determinação de prioridades, ao invés de valores numéricos específicos de custo.

Além dessa classificação, Hax e Candea (1984) separam os modelos clássicos em dois

outros tipos: modelos em que a mão de obra disponível é fixa e modelos em que a mão de

obra é variável. O primeiro tipo de modelo pressupõe que o volume de produção pode variar

apenas realizando-se hora extra com a mão de obra regular, e é o que mais se aproxima do

escopo deste trabalho e será descrito abaixo. As formulações dos outros modelos podem ser

encontradas na íntegra no texto original de Hax e Candea (1984).

Parâmetros

vit= custo de produção unitário do produto i no período t (apenas custos de trabalho)

cit= custo de estoque por unidade do produto i mantido em estoque do período t para o

período t+1

rt= custo de trabalho regular por hora-homem no período t

ot= custo de hora extra por hora-homem no período t

dit= demanda prevista de produto i no período t

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ki= horas-homem necessárias para produzir uma unidade de produto i

(rm)t= total de horas-homem de trabalho regular disponíveis no período t

(om)t= total de horas-homem de trabalho em horas-extra disponíveis no período t

Iio= estoque inicial de produto i

Wo= mão de obra de trabalho regular inicial, em horas-homem

T= horizonte de tempo, em períodos

N= número total de produtos

Variáveis de decisão:

Xit= unidades do produto i a serem produzidas no período t

Iit= unidades do produto i a serem deixadas como estoque no período t

Wt= horas-homem de trabalho regular a serem utilizadas no período t

Ot= horas extra de trabalho, em horas-homem, a serem utilizadas no período t

Uma versão simplificada do modelo de custos lineares com mão de obra fixa seria

minimizar:

66�D8� × ;8�+98� × �8��E

�*�

:

8*�+6�7� ×?� + F�G��

E

�*��20�

Segundo as restrições:

;8� +�8,�� − �8� = H8� � = 1, … , �A = 1,… ,B�21�

6�8 × ;8� −?� − G�:

8*�= 0� = 1,… , ��22�

0 ≤ ?� ≤ �7I��� = 1,… , ��23� 0 ≤ G� ≤ �FI��� = 1,… , ��24� ;8�, �8� ≥ 0� = 1,… , �A = 1,… ,B�25�

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34

Embora possua algumas características em comum com o problema formulado de

planejamento agregado da produção, o escopo deste trabalho ainda não pode ser considerado

como sendo um problema típico de PAP, pois o objetivo do PAP é realizar o planejamento da

produção, enquanto que o problema a ser resolvido neste trabalho é um problema de

distribuição e planejamento de estoques (coerente com a utilização do modelo do DRP,

portanto).

Além disso, o PAP busca desenvolver uma estratégia para sazonalidade, ou seja, para

médio prazo e longo prazo, enquanto que as decisões a serem tomadas pela área de Mercado

Externo, ao contrário, são de curto prazo. A distribuição das cotas de distribuição, como foi

descrito no item 1.2, ocorre mensalmente (com sucessivas revisões posteriores) para organizar

os pedidos que serão produzidos já no mês seguinte.

Por isso, para auxiliar na resolução do problema enunciado neste trabalho, será

proposto um modelo que utiliza os princípios do DRP e, a partir dele, utilizar um modelo de

programação linear para otimizar a receita da empresa.

Partindo desse norte, foi realizada uma extensa pesquisa na literatura para encontrar

modelos de programação linear já realizados por outros autores que tivessem as características

descritas acima. No entanto, não foi encontrada nenhuma formulação matemática de

programação linear vinculada a um DRP. Todos os modelos encontrados (de transporte, de

minimização de custo de estoque etc.) adotavam alguma premissa que os tornavam

incompatíveis com problema formulado neste trabalho. Entre os trabalhos levantados, podem

ser citados LEE (2003), GRAVES (1996), RAGSDALE (2010), WINSTON (1993), PROTO

(2006).

Sendo assim, este trabalho irá expor a formulação de um novo modelo de programação

linear, baseado na literatura exposta até então e na metodologia proposta por Winston (1993)

para a formulação de modelos. Segundo este autor, a metodologia para a pesquisa operacional

deve seguir sete passos, esquematizados na Figura 7:

Formulação do problema: A definição do problema inclui especificar os objetivos da

organização e as partes da organização (ou sistema) que devem ser estudadas antes de se

solucionar o problema.

Observar o sistema: Nesta etapa, devem ser coletados dados para estimar os valores dos

parâmetros que afetam o problema da organização. Essas estimativas serão utilizadas para

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35

desenvolver (na etapa 3) e avaliar (na etapa 4) o modelo matemático para o problema da

organização.

Formular o modelo matemático: Etapa em que o analista formula um modelo

matemático (ou idealiza a representação) do problema. Em situações em que aparentemente

não há modelo analítico possível, é comum a utilização de modelos de simulação para

encontrar uma aproximação do comportamento do sistema.

Verificar o modelo e utilizá-lo para realizar previsões: O analista deve, então, verificar

se o modelo proposto na etapa 3 é condizente com a realidade. Para determinar quão bem o

modelo reflete a realidade, ele deve determinar quão válido o modelo é em relação à situação

atual. Se o modelo não se mostrar válido, o analista deve retornar às etapas 2 ou 3, mas,

mesmo que o modelo seja considerado válido, ele ainda deve ser utilizado com cautela.

Selecionar uma alternativa cabível: Dado um modelo e algumas alternativas, o analista

deve escolher a alternativa (se existir alguma) que melhor responde ao problema da

organização. Nesse processo pode acontecer que algumas alternativas estejam sujeitas a certas

restrições ou condições, que a melhor alternativa seja muito difícil ou impossível de ser

formulada, ou que, mesmo havendo uma solução ótima, ela seja operacionalmente muito

difícil de ser encontrada.

Apresentar os resultados e conclusões à organização: Nesta etapa, o analista apresenta o

modelo e a recomendação na etapa 5 para o indivíduo ou grupo responsável pela tomada de

decisão. Por vezes, é aconselhável expor várias alternativas para que a organização escolha a

que mais lhe aprouver. Depois disso, o analista deve verificar se a organização aprova ou não

suas recomendações e, caso não aprove, deve retornar às etapa 1, 2 ou 3.

Implementar e avaliar as recomendações: Se a organização aceitar o estudo, o analista

deve implementar as recomendações. O sistema deve ser constantemente monitorado (e

atualizado, se houver mudanças) para garantir que as recomendações estejam sendo utilizadas

de modo a garantir que a organização alcance seus objetivos.

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36

Figura 7: Metodologia para modelagem em pesquisa operacional, segundo Winston (1993)

Step 1:

Formular o

problema

Step 4: Verificar o

modelo e utilizá-

lo para previsões

Step 2:

Observar o

sistema

Step 3: Formular

um modelo

matemático para

o problema

Step 5:

Selecionar uma

alternativa

apropriada

Step 6: Apresentar

os resultados para a

organização

Step 7:

Implementar e

avaliar a

recomendação

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37

3. ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL

Neste capítulo será detalhado o atual processo de decisão utilizado pela área de

Mercado Externo para a distribuição mensal das cotas de produção entre suas quatro regiões

de venda. Primeiramente, serão descritos os produtos exportados pela Suzano. Depois, serão

descritos os processos de previsão de demanda e de distribuição de cotas, especificamente.

3.1. LINHAS DE PRODUTO

Atualmente, o portfólio de produtos da Suzano é composto pelas famílias Cut Size,

Papel Cartão, Papéis Não Revestidos, Revestidos On e Revestidos Off:

- Cut Size: Produtos vendidos em atacadistas e varejistas, como resmas (pacotes de

folhas) com 500 folhas de papel em formato A4. Recebem esta denominação por serem

cortados em dimensões propícias para uso pessoal e possuem embalagens especiais, para

diferentes regiões ou campanhas de venda. São vendidos pela Suzano em caixas com

quantidades variadas de resmas e podem variar em cor e gramatura.

- Papel Cartão: Papéis de espessura e resistência maiores, utilizados em embalagens

(alimentícias, farmacêuticas etc.) e capas de cadernos, por exemplo. Variam em largura,

comprimento, gramatura, número de camadas, revestimento e cor.

- Papéis Não Revestidos: Papeis de espessura mais baixa, sem revestimento com tinta

ou vernizes, utilizados para a confecção de livros e cadernos, por exemplo. São exemplos de

produtos os papéis de alta alvura, que refletem quase toda a luz recebida, conferindo ao

produto um aspecto de extrema brancura. Para essa linha de papéis, a Suzano criou duas

marcas diferentes vendidas no Mercado Externo: a marca Paperfect, produzida na fábrica de

Mucuri, e a marca Symetrique produzida nas fábricas de Suzano e Limeira.

- Papéis Revestidos Off Machine (Revestidos OFF): Saem das máquinas como papéis

não revestidos e passam, posteriormente, por máquinas pintoras, que lhes aplicam uma

camada de tinta branca, brilhante ou fosca, dando ao papel um acabamento especial. São

considerados ideais para a impressão de revistas de alto padrão e folhetos promocionais.

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38

- Papéis Revestidos On Machine (Revestidos ON): Tem usos muito similares aos dos

papéis Off machine. A diferença, porém, é que os papéis On machine recebem acabamento

durante o próprio processo produtivo, dentro da máquina papeleira. Esta linha de produto,

porém, é vendida apenas no Mercado Interno e não faz parte do escopo deste trabalho.

Um esquema de quais produtos são vendidos em cada uma das regiões do Mercado

Externo está presente na Tabela 5.

Tabela 5: Descrição das regiões de venda do Mercado Externo

América do Norte Europa América Latina Overseas

Produtos vendidos

- Papel Cartão - Cut Size - Paperfect

- Symetrique

- Papel Cartão - Cut Size - Paperfect

- Symetrique

- Papel Cartão - Cut Size - Paperfect

- Symetrique - Revestido Off

- Papel Cartão - Paperfect

- Symetrique

Estratégia de produção

MTS MTS MTO MTO

Lead time 3 meses 3 meses 1 mês 1 mês

Localização da equipe de vendas

Escritório EUA (SPPA)

Escritório Europa (SPPE)

Escritório Central SP

Escritório Central SP

3.2. PREVISÃO DE DEMANDA

O início do processo de distribuição de cotas ocorre de acordo com uma previsão de

demanda que indique ao menos quais são as necessidades mínimas de cada região. Sem esta

previsão, por mais imprecisa que seja, o problema de distribuição de cotas não teria restrições

de necessidade mínima (para manutenção de clientes) ou de necessidade máxima (volume

máximo que determinado mercado pode absorver) para cada uma das regiões.

Atualmente, a previsão de demanda é realizada mensalmente por cada região

comercial, que determina o volume de cada produto que pretende vender a cada um de seus

clientes nos meses posteriores. Na Tabela 6 é apresentado um exemplo simplificado da base

de dados elaborada mensalmente pelos executivos de venda de cada região, que, de maneira

absolutamente empírica, conhecem o perfil de compra de cada cliente e o reproduzem em suas

previsões.

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39

Tabela 6: Esquema da previsão de vendas mensal realizada por cada região de vendas

Produto Cliente Mês Volume (tons) Preço de Venda

(US$/ton)

No caso da América do Norte e da Europa, esta percepção da demanda é muito mais

complexa do que nas outras regiões (América Latina e Overseas), o que torna mais incerta a

decisão de distribuição de produção parra essas regiões. Esta incerteza ocorre por diversos

motivos, dentre os quais os principais são:

- O tempo de trânsito da produção das fábricas até os escritórios internacionais é de

três meses, ou seja, a demanda que deve ser prevista não é a do mês seguinte, mas a de três

meses à frente;

- A distância geográfica entre as operações dos escritórios internacionais e as do

Escritório Central impossibilita uma percepção empírica da demanda do mercado

- A previsão de vendas como é feita atualmente (de maneira completamente

empírica) sofre uma série de distorções, pois é atrelada a uma porção de metas de venda.

Por exemplo, é de se esperar que os executivos de venda tentem subestimar as previsões de

vendas, para que, mais tarde, não sejam cobrados por terem vendido aquém das

expectativas.

Quando cada uma das quatro regiões de vendas termina de elaborar sua própria

previsão contemplando as vendas do mês vigente até o final do ano, a área de Mercado

Externo é responsável por consolidá-las e comparar a necessidade bruta total de cada produto

com a capacidade produtiva disponível (fornecida pela área de Planejamento de Demanda) em

cada mês, como foi esquematizado na Figura 8.

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40

Figura 8: Recebimento e consolidação das necessidades brutas

Portanto, em nenhum momento do processo é realizada uma previsão de demanda

baseada em métodos quantitativos. Trata-se de uma previsão que depende exclusivamente da

impressão empírica dos vendedores e que, além disso, pode estar contaminada por um desejo

dos vendedores de subvalorar suas metas. Isso quer dizer que, como o desempenho dos

vendedores é medido comparando-se as vendas realizadas em relação à previsão de demanda

que havia sido feita anteriormente, existe uma tendência dos vendedores a projetar volumes

de venda mais baixos, para que sejam mais facilmente atingidos.

3.3. DISTRIBUIÇÃO DE COTAS

Uma vez consolidadas as previsões de demanda de cada uma das regiões, a área de

Mercado Externo inicia o processo de distribuição de cotas de produção. No início de cada

mês, a área de Planejamento de Demanda (apresentada no capítulo 1.1 deste trabalho) fornece

à área de Mercado Externo a projeção da capacidade produtiva de cada produto que lhe estará

disponível a cada mês, até o final do ano, ou seja, num horizonte fixo. A Tabela 7 apresenta

um esquema simulando as projeções enviadas pela área de Planejamento.

América Latina – Papelcartão

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

América Latina - Symetrique

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

América Latina- Paperfect

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec.

programados

Emb,. previstos

SPPE - Symetrique

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec.

programados

Emb,. previstos

SPPA - Symetrique

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

SPPA - Paperfect

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

SPPA - Papelcartão

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

América Latina - Revestido

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

América Latina – Cut Size

Período 5 6 7 8

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb. previstos

SPPA – Cut Size

Período 5 6 7 8

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb. previstos

SPPE - Paperfect

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec.

programados

Emb,. previstos

SPPE - Papelcartão

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec.

programados

Emb,. previstos

SPPE – Cut Size

Período 5 6 7 8

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb. previstos

Overseas - Symetrique

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Overseas - Paperfect

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Overseas - Papelcartão

Período 5 6 7 8

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb. previstos

Papelcartão

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Symetrique

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Paperfect

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec.

programados

Emb,. previstos

Revestido

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Cut Size

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Embarques brutos previstos

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Tabela 7: Previsão de capacidade produtiva para o Mercado Externo

Produto Fábrica Jun/12 Jul/12 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12

Papel cartão 1

Cut Size 1

2

Symetrique 1

2

Paperfect 3

Após o recebimento da capacidade produtiva que lhe será destinada, a área de Mercado

Externo tem a função de distribuí-la entre as suas quatro regiões, com base na previsão de

demanda explicitada no item 3.2. Para essa distribuição de cotas, devem ser considerados

diversos fatores, sendo que os principais são a rentabilidade, as restrições mínimas de

demanda e os níveis de estoque:

- Rentabilidade: É desejável que seja dada prioridade na divisão de cota para as regiões

mais lucrativas, para a maximização da receita.

- Restrições de demanda mínima: Embora se deseje fornecer o máximo de cota para as

regiões mais rentáveis, deve-se garantir um mínimo de produção para as regiões menos

rentáveis, a fim de que um vínculo estratégico seja mantido com esses clientes.

- Níveis de estoque: Nos escritórios internacionais (SPPA e SPPE), é desejável que se

tenha um nível de estoque mínimo para manter determinado nível de serviço, mas não se pode

distribuir grandes cotas de produção para eles, para que os níveis de estoque não fiquem

muito altos.

Atualmente, a decisão de qual será a cota de produção é tomada em conjunto pela área

de Mercado Externo numa reunião mensal. Nessa reunião, participam o Gerente Executivo da

área e representantes de todas as regiões de venda, que tendo em mãos a cota definida pela

área de Planejamento e Demanda para o Mercado Externo, repartem-na distribuindo a cada

região partes do espaço em máquina disponível. Dessa maneira, terminam a reunião definindo

qual será a cota de produção de cada região comercial, como indica a Figura 9.

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42

As informações que são utilizadas nessa reunião são:

- Cotas definidas pela área de Planejamento e Demanda: São as cotas a serem

repartidas pela área de Mercado Externo, que, a priori, não possui poder de decisão sobre

elas. É função da equipe responsável pelo ME que a somatória das cotas reservadas a cada

uma de suas regiões comerciais não ultrapasse a cota total do ME, como foram definidas, no

modelo da Tabela 7.

- Previsões de venda: Durante esta reunião mensal são revistas e somadas as previsões

de venda de cada região realizadas no mês anterior. Se, para cada produto, a cota para o ME

for mais do que suficiente para atender todas as previsões de demanda de todas as regiões,

discute-se quais regiões receberão o espaço em máquina restante; mas, se a cota para o ME

for insuficiente, discute-se, então, qual região não terá sua demanda completamente atendida.

- Preços praticados em cada região: Tanto para tomar a decisão de qual região receberá

o excedente de espaço em máquina reservado ao ME quanto para tomar a decisão de qual terá

sua demanda atendida apenas parcialmente, o principal critério utilizado pela equipe é o preço

praticado em cada região de vendas. Para cada produto, as regiões onde se consegue vender a

um preço mais alto são as primeiras a receber excedentes de espaço em máquina e as últimas

a terem suas demandas prejudicadas. Por outro lado, as regiões de preço mais baixo

(geralmente é o caso da região Overseas) raramente têm sua demanda atendida

completamente e são as últimas a receberem excedente de produção.

- Distribuição de cotas do mês anterior: Essa informação é utilizada com pouca

frequência, somente quando a cota destinada ao ME é muito inferior à demanda que se

pretendia atender. Neste caso, a equipe avalia qualitativamente qual foi o volume do mês

anterior destinado aos escritórios internacionais (que utilizam a estratégia MTS de produção),

pois, se consideram que este volume foi alto, sabem que podem priorizar as demandas das

regiões que utilizam estratégia MTO de produção (América Latina e Overseas).

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43

Figura 9: Distribuição de cotas para as regiões comerciais do ME

É importante salientar, todavia, que é frequente que a cota destinada ao ME pela área

de Planejamento e Demanda sofra alterações ao longo do mês. Toda vez que há algum pedido

novo e imprevisto no Mercado Interno, a cota de produção para o Mercado Externo é reduzida

e novamente se toma a decisão de qual região irá receber, então, menos espaço em máquina.

Da mesma maneira, se o desempenho de vendas no Mercado Interno está abaixo do que se

esperava e os seus estoques estão abastecidos, o Mercado Externo recebe cotas de produção

adicionais e deve decidir se as utiliza para repor os estoques dos escritórios internacionais ou

se a oferece diretamente a clientes da América Latina ou de Overseas.

Portanto, nota-se que, no atual processo, são dois procedimentos realizados pela área de

Mercado Externo. Num primeiro momento, são recebidas as previsões de demanda de cada

uma das regiões de venda. Num segundo momento, as necessidades brutas de cada região são

consolidadas e comparadas com a capacidade produtiva disponível, para que sejam feitos os

devidos ajustes nas necessidades brutas (aumentos ou diminuições nas previsões de venda).

No processo proposto no capítulo seguinte, porém, já não haverá a necessidade de que

a equipe responsável pelo ME consolide ela mesma as necessidades de cada uma das regiões

para avaliar a capacidade produtiva disponível e, só então, distribuir as cotas de produção

entre as regiões. No modelo a ser proposto, esse processo de consolidação e comparação com

América Latina – Papelcartão

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

América Latina - Symetrique

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

América Latina- Paperfect

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec.

programados

Emb,. previstos

SPPE - Symetrique

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec.

programados

Emb,. previstos

SPPA - Symetrique

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

SPPA - Paperfect

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

SPPA - Papelcartão

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

América Latina - Revestido

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

América Latina – Cut Size

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

SPPA – Cut Size

Período 5 6 7 8

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

SPPE - Paperfect

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec.

programados

Emb,. previstos

SPPE - Papelcartão

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec.

programados

Emb,. previstos

SPPE – Cut Size

Período 5 6 7 8

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Overseas - Symetrique

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Overseas - Paperfect

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Overseas - Papelcartão

Período 5 6 7 8

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Papelcartão

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Symetrique

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Paperfect

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec.

programados

Emb,. previstos

Revestido

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Cut Size

Período 1 2 3 4

Nec. Bruta

Rec. programados

Emb,. previstos

Distribuição

de cotas

Capacidade produtiva

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44

a capacidade produtiva será feito pelo próprio Solver, e somente com as necessidades brutas

de cada uma das regiões já será possível rodar o modelo de otimização para obter a

distribuição de cotas mais rentável para a empresa.

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45

4. PREVISÃO DE DEMANDA

Neste capítulo serão explicitadas as propostas de melhoria para o atual processo de

tomada de decisão, já descrito no capítulo 3. Essas propostas consistem, basicamente, na

utilização de métodos quantitativos de previsão de demanda (ainda não utilizados pela

empresa) para fornecer mais informações e ferramentas para que os executivos de venda

realizem suas próprias previsões de venda.

Os modelos propostos têm como base a teoria já exposta no capítulo 2 e as

características da empresa onde que eles serão aplicados. Por exemplo, as escolhas de

software para aplicação dos modelos foram feitas considerando os softwares cuja licença a

Suzano já possuía e com os quais os funcionários da empresa já estão habituados a trabalhar.

No próximo item serão apresentados os dados coletados de histórico de vendas; depois,

será descrito em detalhes o modelo de melhoria proposto e, por fim, serão discutidos os

resultados da aplicação do modelo.

4.1. COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Para os modelos qualitativos de previsão de demanda os principais dados necessários

são os dados históricos de venda de cada uma das regiões do Mercado Externo, que foram

obtidos por meio do sistema SAP da empresa. Porém, como as regiões comerciais trabalham

com diferentes estratégias de produção (duas trabalham de acordo com a estratégia MTO e

duas de acordo com a estratégia MTS), foi necessário fazer uma distinção entre os dados. No

caso dos escritórios internacionais (de estratégia MTS), foi considerado volume de vendas o

volume faturado por cada escritório em um determinado mês; e, no caso da América Latina e

de Overseas (de estratégia MTO), foi considerado volume de vendas o volume requisitado

para produção em cada mês.

Além disso, há de se fazer a ressalva de que, para que dados confidenciais da empresa

sejam preservados, todos os valores apresentados foram multiplicados por um fator que

permanecerá desconhecido. No entanto, como a proporcionalidade entre os valores foi

mantida, os resultados finais não serão distorcidos.

A coleta de dados foi feita para todos os produtos vendidos pela área de Mercado

Externo, mas, para efeito de explicação da aplicação do modelo, serão apresentados neste

trabalho os dados de apenas um dos produtos, que, por questões de sigilo da política

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46

comercial da empresa, chamar-se-á produto A. Os dados dos demais produtos podem ser

encontrados no Apêndice A, também alterados pelo mesmo multiplicador. Na Tabela 6, estão

históricos de venda do produto A de cada uma das regiões de venda nos três últimos anos.

Tabela 6: Histórico de vendas do produto A por região comercial (tons)

Ano Mês América do

Norte Europa

América Latina

Overseas Total geral

2009 Jan 221 247 204 335 1.006 Fev 203 261 441 604 1.509 Mar 513 465 653 918 2.549 Abr 290 282 623 1.455 2.650 Mai 223 245 571 1.487 2.526 Jun 255 684 434 1.287 2.660 Jul 76 108 225 84 493 Ago 155 174 158 34 521 Set 291 263 300 854 Out 232 267 316 648 1.463 Nov 299 340 375 1.472 2.486 Dez 453 486 479 1.481 2.898

2009 Total 3.209 3.821 4.779 9.805 21.614 2010 Jan 261 230 702 391 1.584

Fev 213 218 810 512 1.752 Mar 454 383 1.147 639 2.622 Abr 309 215 1.070 1.593 Mai 357 247 757 1.361 Jun 775 440 1.090 209 2.514 Jul 267 183 772 84 1.306 Ago 255 246 683 72 1.256 Set 391 305 512 1.208 Out 358 213 463 349 1.383 Nov 571 184 906 240 1.902 Dez 388 354 904 629 2.275

2010 Total 4.597 3.218 9.815 3.125 20.755 2011 Jan 227 249 1.489 796 2.761

Fev 113 335 1.827 96 2.371 Mar 306 241 2.039 804 3.390 Abr 339 347 3.304 100 4.090 Mai 352 351 3.135 156 3.995 Jun 511 415 2.539 764 4.230 Jul 343 349 1.539 1.466 3.696 Ago 500 384 1.977 582 3.443 Set 496 453 1.762 1.363 4.074 Out 208 245 906 726 2.085 Nov 243 428 1.999 1.303 3.974 Dez 386 746 2.806 1.243 5.181

2011 Total 4.025 4.545 25.321 9.399 43.290 2012 Jan 140 214 1.081 586 2.020

Fev 213 158 1.434 728 2.533 Mar 292 352 1.743 1.662 4.049 Abr 645 509 1.154

2012 Total 645 724 4.903 3.484 9.756 Total geral 12.476 12.308 44.819 25.813 95.416

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47

4.2. MODELO PROPOSTO

Como foi já foi mencionado anteriormente, a Suzano, atualmente, não utiliza nenhum

método quantitativo de previsão de demanda. Portanto, a proposta deste trabalho é de que

alguns métodos clássicos sejam utilizados, com o objetivo de fornecer mais uma fonte de

informação aos executivos de venda, para realizarem suas previsões de venda.

Atualmente, as equipes de vendas de cada uma das quatro regiões do Mercado Externo

já realizam uma previsão qualitativa de demanda, baseada em projeções empíricas das vendas

para cada cliente (ver item 3.2). No novo processo proposto, essa previsão continuará a ser

feita de maneira essencialmente igual à atual, evitando, assim, um desconforto por parte da

equipe de vendas em se adaptar a um novo procedimento. No entanto, algumas etapas

adicionais ao processo atual deverão ser realizadas pela área de Mercado Externo, como

indica a Figura 10.

Figura 10: Proposta de melhoria no processo de previsão de vendas das regiões do Mercado Externo

A cada mês, antes que cada uma das quatro regiões comerciais prepare sua previsão de

vendas qualitativa, a equipe do ME preparará sua previsão quantitativa da demanda.

Caberá, portanto, à equipe responsável pelo Mercado Externo atualizar um aplicativo

de previsão de demanda com os dados mais recentes do histórico de vendas, gerar as análises

de previsão de demanda para cada um dos métodos propostos, obter os resultados

quantitativos gerados pelo aplicativo, e compará-los para definir qual o melhor método de

previsão. Os modelos quantitativos propostos para que sejam utilizados são os enunciados no

capítulo 2 deste trabalho: Média Móvel, Suavização Simples, Suavização com Tendência,

Suavização com Tendência e Sazonalidade e Decomposição Clássica. Por serem amplamente

Previsão de

demanda

qualitativa

de cada uma

das regiões

Previsão de

demanda

quantitativa

de cada uma

das regiões

Crítica e possível

revisão da previsão

qualitativa com

base nos métodos

quantitativos

Etapa já existente no processo atual

Etapa adicionais propostas

Distribuição

de cotas

baseada em

previsão de

demanda

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48

difundidos, esses métodos estão disponíveis no software Minitab (Figura 11), cuja licença a

Suzano já possui.

Nesta etapa, também, pode ser utilizada, para a identificação de qual o melhor método

de previsão, uma ferramenta que a empresa já possui, que foi desenvolvida por SOARES

(2011). Trata-se de uma planilha de Excel, que, a partir dos parâmetros exigidos, realiza uma

rotina em VBA que prepara uma tela de previsão de demanda para os produtos pedidos pelo

usuário, como mostra o exemplo da Figura 12. Essa planilha, porém, não leva em

consideração o método da Decomposição Clássica, que, portanto, deverá ser rodado no

próprio Minitab. Para mais detalhes do funcionamento dessa planilha, consultar SOARES

(2011).

Figura 11: Tela do Minitab para previsão de demanda

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49

Figura 12: Tela de previsão de demanda da ferramenta proposta por SOARES (2011)

Depois de terminadas as suas análises quantitativas de previsão de demanda, a equipe

do Mercado Externo, aos enviar as planilhas para que cada região comercial realize sua

previsão qualitativa de vendas, enviará também os gráficos e previsões obtidos nas análises

quantitativas. Dessa maneira, os executivos de venda, ao preencherem as planilhas enviadas

pela equipe do Mercado Externo, possuem uma fonte de informação a mais para realizarem

suas previsões de venda.

Quando os executivos de venda terminarem suas previsões de venda, as enviam

novamente para a equipe do Mercado Externo, que as analisa e questiona, da mesma maneira

como fazem atualmente. A diferença é que, se antes a equipe do Mercado Externo criticava as

previsões de venda dos executivos de venda de maneira vaga (por exemplo, cobram dos

executivos por que as vendas estão “diminuindo” em determinado mês), com os métodos de

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50

previsão de demanda terão mais uma fonte de informação para avaliar se as previsões

recebidas são consistentes ou não, e, dependendo do caso, pedir para que sejam refeitas.

Para finalizar a descrição do processo indicado na Figura 10, tendo em mãos as

previsões de venda realizadas pelos executivos de venda e validadas pela equipe do ME, já

pode ser feita a reunião mensal de distribuição de cotas, agora possivelmente com previsões

de demanda mais acuradas.

4.3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para testar o modelo proposto, foram gerados, para cada região, os gráficos de previsão

de demanda do produto A, utilizando os dados coletados de janeiro de 2009 a abril de 2012.

Aplicando-se os métodos de previsão de demanda disponíveis no programa Minitab, foram

obtidos não só os gráficos das séries temporais, mas também as previsões de demanda para os

quatro meses seguintes (no caso, foram pedidas as previsões para os quatro meses seguintes,

mas o Minitab oferece a possibilidade de que se escolha o número de previsões que se

deseja), e os erros das previsões.

Como os métodos de Suavização Simples, Suavização com Tendência e Suavização

com Tendência e Sazonalidade exigem que o planejador forneça os respectivos parâmetros,

foram feitos diversos testes assumindo, na aplicação de cada método, diferentes valores para

cada parâmetro. No apêndice B estão apresentados os testes realizados até que se encontrasse

o conjunto de parâmetros que fornecesse o menor MAPE. Já no método de Decomposição

Clássica, foi utilizado modelo multiplicativo com tendência e sazonalidade.

As Figuras 13, 14, 15, 16 e 17 mostram os gráficos de cada método gerados para a

região América Latina, com seus respectivos erros e previsões para o produto A.

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51

Figura 13: Aplicação do método de Média Móvel para as vendas do Produto A na América Latina

Figura 14: Aplicação do método de Suavização Exponencial Simples para as vendas do Produto A na

América Latina

44403632282420161284

3500

3000

2500

2000

1500

1000

500

0

Index

América Latina Length 2

Moving Average

MAPE 42

MAD 423

MSD 330809

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Moving Average Plot for América Latina

44403632282420161284

3500

3000

2500

2000

1500

1000

500

0

Index

América Latina

Alpha 0,723815

Smoothing Constant

MAPE 39

MAD 370

MSD 277936

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Smoothing Plot for América LatinaSingle Exponential Method

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52

Figura 15: Aplicação do método de Suavização Exponencial com Tendência para as vendas do Produto A

na América Latina

Figura 16: Aplicação do método de Suavização Exponencial com Tendência e Sazonalidade para as

vendas do Produto A na América Latina

44403632282420161284

4000

3000

2000

1000

0

-1000

-2000

Index

América Latina

Alpha (level) 0,908990

Gamma (trend) 0,043962

Smoothing Constants

MAPE 41

MAD 376

MSD 297174

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Smoothing Plot for América LatinaDouble Exponential Method

44403632282420161284

4000

3000

2000

1000

0

-1000

-2000

Index

América Latina

Alpha (level) 0,2

Gamma (trend) 0,3

Delta (seasonal) 0,9

Smoothing Constants

MAPE 55

MAD 515

MSD 531528

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Winters' Method Plot for América LatinaMultiplicative Method

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53

Figura 17: Aplicação do método de Decomposição clássica para as vendas do Produto A na América

Latina

Seguindo o exemplo dos gráficos gerados para a América Latina, foram aplicados, para

o produto A, e para as quatro regiões comerciais, os quatro métodos de previsão de demanda

descritos no item 2.1.1 deste trabalho. Os gráficos gerados para as demais regiões se

encontram no Apêndice C.

Depois de serem sido feitas as análises para cada região e para método de previsão de

demanda, foi possível compará-las para que se identificasse qual seria o método mais

apropriado de previsão de demanda. Como indicam as Figuras 13, 14, 15, 16 e 17, o Minitab

fornece, para cada método de previsão de demanda, seus respectivos erros de previsão; e, a

partir da comparação da acurácia dessas diferentes análises, pode-se determinar qual deve ser

o melhor método a ser utilizado. Neste trabalho, foi escolhido como critério de comparação

entre os métodos de previsão de demanda o Erro Percentual Absoluto Médio (MAPE) de cada

um (vide item 2.1).

Comparando-se os diversos MAPEs obtidos – indicados na Tabela 8 – pode-se afirmar

que, para a América Latina, o método que apresentou menor MAPE foi o Método de

Suavização com Tendência. Já para as regiões América do Norte e Europa, o método de

menor MAPE foi a Decomposição Clássica.

403632282420161284

4000

3000

2000

1000

0

Index

América Latina MAPE 42

MAD 395

MSD 457744

Accuracy Measures

Actual

Fits

Trend

Variable

Time Series Decomposition Plot for América LatinaMultiplicative Model

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54

Tabela 8: Comparação dos MAPEs dos diferentes métodos de previsão de demanda para cada região,

para o produto A

América do

Norte Europa América Latina Overseas

Média Móvel

52 54,4 42 198

Suavização Simples 38,4 34,6 39 -

Suavização com Tendência

41,7 34,1 38 -

Suavização com Tendência e Sazonalidade

55,1 45,4 55 -

Decomposição clássica 34,2 24,5 41

Como pode ser observado na Tabela 8, os erros obtidos em todos os métodos

quantitativos foram muito altos. Um dos principais motivos para que isso ocorra é o fato de a

previsibilidade dos dados ser muito baixa, basta ver a irregularidade da série histórica nos

gráficos gerados no Minitab, na Figura 13 e no Apêndice C. No caso da série histórica

utilizada, demanda e venda não são equivalentes, pois, sendo de conhecimento que o

abastecimento do Mercado Externo não é priorizado pela empresa, e que constantemente suas

demandas não são plenamente atendidas, mesmo que se tenha os dados de volume vendido a

cada região, não se sabe se esse volume era ou não equivalente à demanda. É provável que o

volume embarcado a cada região não tenha sido suficiente para atender toda a demanda, que,

nesse caso, portanto, seria maior (e não igual) do que as vendas.

Sendo assim, há um importante fator a ser considerado na análise dos resultados, que é

a contaminação dos dados históricos de vendas pelo aumento ou redução de cotas a cada

região comercial. Por exemplo, se em um determinado período houve um grande pico de

vendas, não se sabe com certeza se realmente houve um aumento na demanda na região

analisada ou se simplesmente houve um grande excedente de produção que foi destinado ao

Mercado Externo. Da mesma maneira, se em outro período ocorre uma diminuição nas

vendas, não se pode dizer ao certo se foi devida a uma redução de demanda, se houve alguma

quebra de máquina, ou se no Mercado Interno havia um grande e inesperado pedido que

ocupou o espaço em máquina a priori reservado ao Mercado Externo.

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55

Portanto, os métodos quantitativos podem ser utilizados pela empresa, mas somente

tendo um caráter complementar adicional à previsão qualitativa que é feita atualmente, no

sentido de que é uma ferramenta a mais para a elaboração das previsões de demanda, que

pode ou não ser utilizada pelos executivos de venda. Para que seja uma ferramenta que

efetivamente contribua para uma maior assertividade na previsão de vendas, os métodos

quantitativos não poderão ser utilizados sem que estejam associados a seus respectivos erros.

Assim, os executivos de venda de cada região poderão decidir eles mesmos, analisando as

previsões quantitativas junto com seus erros, se estas influenciarão em suas previsões

qualitativas ou não.

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56

5. PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO - DRP

No capítulo 5, será detalhada a segunda etapa de proposição de melhorias aos atuais

processos realizados na área de Mercado Externo da Suzano Papel e Celulose: a distribuição

das cotas de produção entre suas quatro regiões comerciais. Inicialmente, será apresentado e

explicado o modelo para decisão expedição de produto para cada destino. Depois, será

descrita a coleta de dados feita para os parâmetros de entrada do modelo e, ao final, serão

apresentados e discutidos os resultados obtidos por meio desta modelagem.

Também para esse modelo será utilizado o exemplo do Produto A, que pode ser

fabricado tanto na Fábrica 1, quanto na Fábrica 2. Porém, novamente a área de Mercado

Externo não tem poder de decisão sobre a cota de produção que lhe é concedida de uma ou de

outra fábrica.

Os dados e análises de todo o capítulo 5 tiveram como base um processo de

distribuição de cotas de produção realizado na empresa durante o mês de março, ou seja, para

planejar o “espaço em máquina” da produção de abril.

5.1. MODELO PARA PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO

(DRP)

Tendo em vista a necessidade que tem a área de Mercado Externo de distribuir entre

suas regiões de venda a capacidade produtiva que lhe é concedida, foi desenvolvido um

modelo de planejamento das necessidades de distribuição (DRP) contendo as demandas de

cada região comercial e, ao mesmo tempo, considerando as restrições de capacidade produtiva

impostas a área.

Simplificações e premissas do modelo

Uma das simplificações diz respeito à periodicidade adotada. Como os recebimentos

dos produtos nos escritórios internacionais ocorrem semanalmente, essa seria a periodicidade

a ideal para ser utilizada. Porém, levando em conta a aplicabilidade do modelo na empresa

estudada, decidiu-se que o aplicativo fosse já familiar aos seus empregados, pois, do

contrário, seria muito improvável que a empresa gastasse o tempo de seus colaboradores em

treinamento para uso de um novo software, e o modelo dificilmente seria utilizado realmente.

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57

Sendo assim, foi feita a opção pela a utilização do Excel para a implantação do modelo,

pois este é o software usado pela empresa cotidianamente e com o qual os colaboradores já

estão habituados (na versão 2010). No entanto, a ferramenta de otimização do Excel, o Solver,

na versão 2010, pode resolver apenas problemas com até 200 variáveis de decisão, o que

impossibilitou a adoção da periodicidade semanal (nesse caso, o modelo possuiria quatro

vezes mais variáveis) e, por isso, foi necessário adotar a periodicidade mensal. A

periodicidade semanal poderia acrescentar mais informação ao processo de decisão e oferecer

uma gestão de estoques mais apurada, mas a periodicidade mensal tampouco é uma

aproximação muito grosseira, tanto é que esta é a periodicidade com que área de Mercado

Externo realiza todas as suas análises atualmente.

Outra simplificação do modelo é a de que não considera variável de decisão a origem

dos produtos, pois as cotas de produção destinadas para o comércio exterior são definidas de

forma agregada, em um nível anterior de planejamento. Como algumas linhas de produto

(Symetrique e Cut Size) podem ser produzidas em mais de uma fábrica, será utilizada na

modelagem um custo médio de produção para os produtos com mais de uma planta

fornecedora.

Esta simplificação, porém, foi feita tendo em vista como são distribuídas as cotas de

produção entre as regiões atualmente. Durante as reuniões de divisão cotas já mencionadas no

item 3.3, primeiramente são distribuídas as cotas totais de cada produto, independentemente

de onde tenham sido produzidas. Depois, quando já foram definidas as cotas de cada região,

cada executivo de venda manifesta suas preferências por uma fábrica ou por outra,

dependendo de para quais clientes pretendem vender no respectivo mês (alguns clientes

preferem produtos de uma ou de outra fábrica, e para outros é indiferente). Dessa maneira,

com uma negociação entre os próprios executivos de cada região, decide-se quanto da cota de

cada um será produzida em uma e outra fábrica, sempre respeitando as determinações da área

de Planejamento e Demanda.

Além disso, o modelo não considera restrições de lote de expedição às regiões

comercias. Se fossem adicionadas condições de lote mínimo e múltiplo, o modelo se tornaria

muito mais complexo, pois teria que utilizar variáveis inteiras, e o tempo de resolução

aumentaria consideravelmente. No entanto, as restrições de lote múltiplo, por exemplo, se

fossem utilizadas usariam a restrição de que o volume embarcado deveria ser “múltiplo de

container”, ou seja, múltiplo de 24 toneladas. Se comparadas com os volumes embarcados,

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58

essa restrição possui ordem de grandeza muito menos e, portanto, essa simplificação feita não

tem maiores impactos modelo.

Quanto às premissas do modelo, a principal delas se refere a que os lead times até os

escritórios internacionais sejam constantes e múltiplos de mês. Para a empresa estudada, essa

premissa se ajusta muito bem, mas, é possível que, para outra empresa, os lead times sejam de

três semanas, por exemplo. Nesse caso, seria necessário rever a aplicação do modelo para

mudar a periodicidade, de mensal para semanal, ou até diária.

Modelo de Programação Linear

A partir das demandas de cada região comercial do ME, é possível realizar um modelo

DRP para cada uma delas. A partir destes modelos, obtêm-se os embarques necessários, em

cada mês, para cada região, para atender as respectivas demandas.

No entanto, o Mercado Externo, ao contrário do Mercado Interno, recebe uma

capacidade produtiva pré-determinada e limitada, que geralmente é insuficiente para atender à

demanda de todas as regiões. Diante dessa restrição, foi elaborado um modelo de

programação linear para auxiliar a equipe de Mercado Externo na decisão de como distribuir

essa capacidade produtiva entre suas quatro regiões de venda, de maneira a obter o melhor

resultado financeiro para a empresa.

Índices

i = Regiões (i=1,..., n)

t = Período (meses) (t=1,...,T)

p = Produto (p=1,...,P)

Parâmetros

dit = Demanda mínima a ser atendida da região i no período t (tons)

Dit = Demanda da região i no período t para o produto (tons)

Ii0 = Estoque inicial do produto para a região i (tons)

ui = Estoque mínimo no último período para região i (tons)

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59

eit = Preço Ex-mill da região i no período t para o produto (US$/ton)

e´it = Preço Ex-mill da região i no período t para volumes além da demanda regular

(US$/ton)

Git = Recebimento programado do produto para a região i no período t (tons)

ct = Custo de médio de produção do produto no período t (US$/ton)

si = Custo de estoque da região i para o produto (US$/ton)

fi = Custo de falta do produto para a região i (US$/ton)

Kt = Capacidade de Produção do produto no período t (tons)

li = Lead Time para a região i (meses)

r = taxa de atratividade mensal da empresa (%)

Variáveis

F it = Falta do produto para a região de venda i no período t (tons)

Vit = Volume vendido do produto para a região i no período t (tons)

V´it = Volume adicional à previsão de demanda realizada vendido para a região i no

período t (tons)

Iit = Estoque do produto para a região i no período t (tons)

Bit = Recebimento planejado do produto para a região i no período t (tons)

Ait = Embarque planejado do produto para a região i no período t (tons)

Īit = Estoque médio da região i no período t para o produto (tons)

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60

Função objetivo

Maximizar:

6 6J8�E

�*�

8*�× K8� +6 6JL8�

E

�*�

8*�× KL8� −6 6�8�

E

�*�

8*�× M8�

−6 69� × �J8�E

�*�

8*�+ JL8� � − 7 ×6 6N8 × �J8�

E

�*�

8*�× K8� + JL8� ∗ KL8� �

−6 6Ī8� × Q8 E

�*�

8*��26�

Restrições

�8� = �8�� + R8� + �8� −J8� − JL8�A = 1,…�� = 1, …��27�

+8� = �8��SA = 1,…�� = 1, …� − N�28�

�8� = 8� −J8� A = 1, … �� = 1,…��29�

J8� ≤ 8�A = 1,…�� = 1,…��30�

J8� ≥ H8�A = 1, …�� = 1,… ��31�

�8E ≥ T8 A = 1,…��32�

Ī8� =��8� + �8���

2 A = 1,…�� = 1, …��33�

6+8�

8*�≤�� A = 1,…�� = 1,…� − N�34�

�8�; J8� ; J′8�; W8� ≥ 0A = 1, …�� = 1,…��35�

O modelo acima descrito propõe uma divisão entre dois tipos de volume de venda: o

volume regular de venda e o volume adicional. O primeiro é o volume que cada região já

esperava vender, o volume contemplado nas respectivas previsões de venda. O segundo, é o

volume adicional que é enviado a cada região acima das previsões de venda que haviam sido

feitas. Isso ocorre porque, por vezes, o Mercado Interno têm altos níveis de estoque e uma

demanda menor do que a que era esperada, e, então, o espaço em máquina antes dedicado a

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61

ele passa a atender o Mercado Externo. Sendo assim, é de se esperar que esse volume

adicional, para que não fique parado em estoque, seja vendido a clientes menos rentáveis

(embora ainda rentáveis) a preços mais baixos, como é o caso de empresas especializadas em

Trading, por exemplo.

A Equação (26) calcula uma margem aproximada a ser obtida com a venda da

produção no Mercado Externo e representa, portanto, a função objetivo a ser otimizada. Ela

realiza o cálculo da receita obtida com a venda do volume regular e do volume adicional, para

depois subtrair os custos de produção, de oportunidade, de falta e de estoques.

A Equação (27) é uma variação da equação básica de controle de estoques, em que o

estoque em um determinado período é igual ao estoque no período anterior mais o volume

que entra nos armazéns (produzido ou comprado) menos o volume que sai dos armazéns. A

variação, porém, é a de que as entradas, nesse modelo, podem ser referentes a recebimentos

programados (Git), ou a recebimentos planejados (Bit), e as saídas podem ser de vendas a

clientes mais rentáveis (Vit) ou a clientes menos rentáveis (V’it).

A Equação (28) apenas define que a quantidade recebida por cada região de vendas

(Bit) seja igual à quantidade enviada pelas fábricas (Ait) l meses antes.

A Equação (29), por sua vez, define quais serão as faltas para cada região de vendas, ou

seja, a porção de sua demanda que não será atendida. Para calcular essa falta, é calculada a

diferença entre a previsão de demanda feita pela própria região de vendas (Dit) e o volume

que efetivamente será recebido (Bit). Esta falta calculada será, na função objetivo do modelo,

multiplicada por um custo de falta (fit), para que seja diferenciada a importância comercial

estratégica dos clientes de uma região ou de outra.

Por exemplo, se é um objetivo estratégico da empresa aumentar seu market share nos

Estados Unidos, mesmo que o preço praticado nesse país seja menor do que em outras

regiões, o planejador pode definir que o custo de falta da região América do Norte seja mais

alto do que o das demais regiões.

A Equação (30) garante que o modelo não aloque volume Vit no patamar de preço eit

indiscriminadamente. Como se pressupõe que eit sempre será maior do que e´it, o modelo

tenderá a alocar o maior volume possível no patamar de preço eit. Com esta restrição, o

volume alocado no patamar maior de preço (Vit) não será maior do que a demanda

originalmente prevista pela respectiva região de vendas (Dit) e, portanto, qualquer volume

adicional a essa demanda que se deseje destinar à referida região deverá ser alocado no

patamar mais baixo de preço, em e´it.

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62

Se, por um lado Vit não pode ser maior do que Dit, a Equação (31) define que tampouco

pode ser inferior que a demanda mínima dit de cada região.

A Equação (32) garante que o modelo não gere um resultado que deixe os estoques dos

escritórios internacionais desabastecidos no último mês do horizonte de planejamento. Sem

essa restrição, para maximizar a receita da empresa, o modelo tenderá a vender toda a

capacidade produtiva do período do horizonte de planejamento (mesmo que a um preço ruim),

ao invés de gerar estoques. Porém, é necessário que uma parte da capacidade produtiva seja

enviada para estoques, para garantir que os escritórios internacionais consigam atender a

demanda do mês seguinte ao último mês do horizonte de planejamento.

A Equação (33) foi definida baseada no modelo utilizado em Ragsdale (2010). Ele

ressalta que, para calcular os custos de estoque de cada mês nos casos em que os dados

disponíveis são os estoques ao final de cada mês, deve-se calcular o custo mensal de estoque

tendo como base um estoque médio. Para isso, calcula-se a média aritmética entre o estoque

no final e no início do mês vigente, sendo que o estoque no início do mês vigente é igual ao

estoque do mês anterior.

A Equação (34) estabelece a restrição de capacidade das máquinas, ou seja, determina

que a soma das cotas distribuídas a cada região não ultrapasse o limite imposto pela área de

Planejamento e Demanda. Como esse limite sempre sofre alterações ao longo do mês, a

planilha de Excel será de grande apoio para que as decisões de mudanças de cotas sejam

tomadas rapidamente.

A implantação do modelo foi feita no software Excel 2010, utilizando um arquivo com

três planilhas: uma de entrada dos dados (Figura 18), uma com o próprio modelo DRP (Figura

19 e Figura 20) e outra dos resultados (Figura 21). Dessa maneira, um usuário da área

comercial que não necessariamente conhece o mecanismo de um DRP poderá utilizar o

arquivo com facilidade.

Também por causa das limitações já descritas que possui o software Excel (de limites

de variáveis do Solver e de tempo de processamento), julgou-se que seria melhor para a

empresa ter um aplicativo para cada linha de produto vendida. As Figuras 18, 19, 20, 21 são

as telas que compõem o aplicativo do produto A.

Para facilitar ainda mais a utilização da planilha, foi acrescentado um botão que ativa o

Solver, evitando que cada vez que o usuário utilize o modelo tenha que abrir a ferramenta e

também prevenindo eventuais alterações não intencionais que algum planejador não

habituado com a ferramenta possa equivocadamente cometer.

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63

Além disso, como mostra a Figura 18, para facilitar ainda mais o uso do modelo pelo

planejador, alguns parâmetros foram estimados como porcentagens de outros. O preço ex-mill

e´it foi calculado como uma porcentagem (definida pelo planejador) de eit. O mesmo foi feito

com os parâmetros dit e ui que foram calculados a partir de porcentagens dos parâmetros Dit e

DiT, respectivamente.

Figura 18: Planilha de Excel para a entrada dos parâmetros

Produto A

Mês de produção: abr-12 Lead time SPPA (meses): 3

Lead time SPPE (meses): 3

SPPA SPPE Am. Lat Overseas

Nível mínimo de serviço: 30% 20% 50% 0%

Taxa de atratividade anual: 12%

SPPA SPPE

Custo de estoque (US$/ton): 2,30 1,80

SPPA SPPE

Estoque final de segurança (%): 40% 40%

Previsão de volume de venda:abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13

SPPA 219 277 240 254 300 261 275 288 275 236 141 271

SPPE 401 445 369 381 375 401 356 450 275 223 126 299

América Latina 1.505 1.535 1.015 983 1.373 1.556 1.017 845 899 1.597 1.693 1.402

Overseas 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

Total: 2.225 2.356 1.724 1.718 2.148 2.318 1.748 1.683 1.549 2.155 2.059 2.071

Previsão de preço ex-mill (USD/ton):

abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13

SPPA 201 200 200 203 203 203 197 195 195 196 196 194

SPPE 194 191 191 193 187 196 194 189 193 189 196 176

América Latina 226 225 229 231 234 234 241 240 240 226 212 227

Overseas 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190

Previsão de preço ex-mill SPPA SPPE Am. Lat Overseas

para volume adicional (%): 70% 80% 70% 60%

Custo de produção (USD/ton): Fábrica 1 Fábrica 2

103 116

abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13

Custo médio (USD/ton) 107 108 108 108 109 109 108 107 108 107 107 107

Recebimentos programados (tons): Estoque inicial (tons):

abr-12 mai-12 jun-12 mar-12

SPPA 205 251 282 SPPA 289

SPPE 176 260 208 SPPE 247

Custo de falta (USD ton): SPPA SPPE Am. Lat Overseas

800 600 1.000 400

Capacidade produtiva:

abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13

Fábrica 1 1.193 1.878 1.400 894 970 666 876 1.238 1.648 1.169 1.052 1.132

Fábrica 2 621 1.267 774 517 853 602 523 614 912 598 550 546

1.814 3.145 2.174 1.411 1.823 1.268 1.399 1.852 2.560 1.767 1.602 1.678

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Figura 19: Planilha Excel para os cálculos da função objetivo e de restrição de capacidade

Produto: ADISTRIBUIÇÃO DE COTAS POR REGIÃO

abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13 TOTAL

SPPA 0 378 1.059 0 0 0 159 141 379 0 0 0 2.117

SPPE 309 1.132 0 328 398 0 223 126 418 0 0 0 2.933

Am. Latina 1.505 1.535 1.015 983 1.373 1.268 1.017 1.486 1.663 1.667 1.602 1.578 16.691

Overseas 0 100 100 100 52 0 0 100 100 100 0 100 752

TOTAL 1.814 3.145 2.174 1.411 1.823 1.268 1.399 1.852 2.560 1.767 1.602 1.678 22.493

Capacidade 1.814 3.145 2.174 1.411 1.823 1.268 1.399 1.852 2.560 1.767 1.602 1.678 22.493

CÁLCULO DA FUNÇÃO OBJETIVO

abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13 TOTAL

Receita regular 462.535 454.554 320.706 338.874 452.367 428.681 368.789 344.553 322.255 449.170 392.022 423.593 4.758.100

Receita adicional 0 0 0 0 0 0 0 107.798 128.192 11.146 0 28.015 275.151

Custo de Produção -194.889 -340.406 -234.026 -152.054 -198.858 -138.430 -150.896 -198.738 -275.536 -189.775 -172.156 -179.932 -2.425.696

Custo de Estoque -890 -622 -621 -378 -857 -2.185 -2.400 -1.681 -740 -88 0 -232 -10.695

Custo de Oportunidade -946 -4.628 -3.246 0 0 0 -488 -430 -1.161 0 0 0 -10.898

Custo de Falta -40.000 -97.650 -96.450 -43.186 -19.042 -327.500 -40.000 0 0 0 -131.000 0 -794.828

TOTAL 225.810 11.248 -13.637 143.257 233.609 -39.434 175.004 251.503 173.010 270.453 88.866 271.444 1.791.134

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Figura 20: Planilha Excel no formato DRP

SPPA

DRP abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13

Necessidade bruta 219 277 240 254 300 261 275 288 275 236 141 271

Vendas 1 219 277 240 254 300 261 275 288 275 236 141 271

Vendas 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Recebimentos Programados 205 251 282

Falta 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Estoque Projetado 289 275 249 291 38 116 914 639 352 77 0 0 108

Recebimentos Planejado 0 0 0 0 378 1.059 0 0 0 159 141 379

Embarque 0 378 1.059 0 0 0 159 141 379

ParâmetrosPreço 1 201 200 200 203 203 203 197 195 195 196 196 194

Preço 2 140 140 140 142 142 142 138 137 136 137 137 136

Custos de produção 107 108 108 108 109 109 108 107 108 107 107 107

Custo de estoque 649 603 621 378 176 1.184 1.786 1.139 492 88 0 125

Custo de falta 800 800 800 800 800 800 800 800 800 800 800 800

RestriçõesEstoque de Segurança 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 108

Falta máxima 10.000 10.000 10.000 177 210 183 193 201 193 165 99 190

SPPE

DRP abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13

Necessidade bruta 401 445 369 381 375 401 356 450 275 223 126 299

Vendas 1 401 282 208 309 375 401 356 450 275 223 126 299

Vendas 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Recebimentos Programados 176 260 208

Falta 0 163 161 72 0 0 0 0 0 0 0 0

Estoque Projetado 247 22 0 0 0 757 355 327 275 0 0 0 119

Recebimentos Planejado 0 0 0 309 1.132 0 328 398 0 223 126 418

Embarque 309 1.132 0 328 398 0 223 126 418

ParâmetrosPreço 1 194 191 191 193 187 196 194 189 193 189 196 176

Preço 2 136 134 134 135 131 137 136 132 135 132 137 123

Custos de produção 107 108 108 108 109 109 108 107 108 107 107 107

Custo de estoque 242 20 0 0 681 1.001 614 542 248 0 0 107

Custo de falta 600 600 600 600 600 600 600 600 600 600 600 600

RestriçõesEstoque de Segurança 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 119

Falta máxima 10.000 10.000 10.000 305 300 321 285 360 220 178 100 239

América Latinaabr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13

Necessidade bruta 1.505 1.535 1.015 983 1.373 1.556 1.017 845 899 1.597 1.693 1.402

Vendas 1 1.505 1.535 1.015 983 1.373 1.268 1.017 845 899 1.597 1.602 1.402

Vendas 2 0 0 0 0 0 0 0 641 765 71 0 176

Falta 0 0 0 0 0 288 0 0 0 0 91 0

Embarque 1.505 1.535 1.015 983 1.373 1.268 1.017 1.486 1.663 1.667 1.602 1.578

ParâmetrosPreço 1 226 225 229 231 234 234 241 240 240 226 212 227

Preço 2 158 157 160 162 164 164 169 168 168 158 148 159

Custos de produção 107 108 108 108 109 109 108 107 108 107 107 107

Custo de falta 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000

RestriçõesFalta máxima 752 768 508 492 686 778 509 423 449 798 847 701

Overseas

abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13

Necessidade bruta 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

Vendas 1 0 100 100 100 52 0 0 100 100 100 0 100

Vendas 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Falta 100 0 0 0 48 100 100 0 0 0 100 0

Embarque 0 100 100 100 52 0 0 100 100 100 0 100

Parâmetros 50

Preço 1 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190

Preço 2 133 133 133 133 133 133 133 133 133 133 133 133

Custos de produção 107 108 108 108 109 109 108 107 108 107 107 107

Custo de falta 400 400 400 400 400 400 400 400 400 400 400 400

RestriçõesFalta máxima 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

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66

Figura 21: Planilha Excel contendo as saídas do modelo

5.2. COLETA DE DADOS

A coleta de dados nessa etapa do trabalho foi feita de maneira muito similar à do

capítulo 4, com duas fontes de dados diferentes. A primeira delas foi a previsão de vendas

enviada por cada uma das regiões, e a segunda (para custos, recebimentos e estoques) foi o

sistema SAP utilizado na empresa. As demandas de cada região, assim como os preços

praticados em cada uma delas nos meses futuros, foram obtidas das previsões de vendas, e os

custos foram coletados do sistema SAP.

Restrições de capacidade

Os dados de capacidade dizem respeito à capacidade produtiva das máquinas de papel.

Como já explicado anteriormente, as máquinas que produzem cada linha de produto possuem

uma determinada capacidade produtiva que é repartida entre Mercado Interno e Mercado

Externo, sendo que a demanda do Mercado Interno geralmente é priorizada em relação à do

Produto A

COTAS

abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13 TOTAL

SPPA 0 378 1.059 0 0 0 159 141 379 0 0 0 2.117

SPPE 309 1.132 0 328 398 0 223 126 418 0 0 0 2.933

Am. Latina 1.505 1.535 1.015 983 1.373 1.268 1.017 1.486 1.663 1.667 1.602 1.578 16.691

Overseas 0 100 100 100 52 0 0 100 100 100 0 100 752

TOTAL 1.814 3.145 2.174 1.411 1.823 1.268 1.399 1.852 2.560 1.767 1.602 1.678 22.493

ESTOQUES

abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13 TOTAL

SPPA 275 249 291 38 116 914 639 352 77 0 0 108 3.058

SPPE 22 0 0 0 757 355 327 275 0 0 0 119 1.855

TOTAL 297 249 291 38 873 1.269 966 627 77 0 0 228 4.913

VENDAS

abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13 TOTAL

SPPA 219 277 240 254 300 261 275 288 275 236 141 271 3.035

SPPE 401 282 208 309 375 401 356 450 275 223 126 299 3.705

Am. Latina 1.505 1.535 1.015 983 1.373 1.268 1.017 1.486 1.663 1.667 1.602 1.578 16.691

Overseas 0 100 100 100 52 0 0 100 100 100 0 100 752

TOTAL 2.125 2.194 1.563 1.646 2.100 1.931 1.648 2.323 2.313 2.226 1.868 2.247 24.183

FALTAS

abr-12 mai-12 jun-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13 TOTAL

SPPA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SPPE 0 163 161 72 0 0 0 0 0 0 0 0 395

Am. Latina 0 0 0 0 0 288 0 0 0 0 91 0 379

Overseas 100 0 0 0 48 100 100 0 0 0 100 0 448

TOTAL 100 163 161 72 48 388 100 0 0 0 191 0 1.222

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67

Mercado Externo. Sendo assim, mensalmente a área de Planejamento e Demanda envia à área

de Mercado Externo as projeções mensais de quais serão as suas cotas de produção, ou seja,

quanto “espaço em máquina” será reservado para os pedidos para exportação (Tabela 9).

Tabela 9: Capacidade produtiva mensal atribuída ao Mercado Externo para o produto A

Mês Volume (tons)

Abr/12 1.814

Mai/12 3.145

Jun/12 2.174

Jul/12 1.411

Ago/12 1.823 Set/12 1.268

Out/12 1.399

Nov/12 1.852

Dez/12 2.560

Jan/13 1.767

Fev/13 1.602

Mar/13 1.678

Preços e Demandas

Os preços e demandas foram levantados das previsões realizadas por cada região

comercial, que utilizam o formato indicado na Tabela 10. As previsões de volume geralmente

se baseiam no conhecimento empírico que têm os executivos de venda de cada região,

enquanto que as previsões de preços geralmente são feitas de acordo com as recomendações

da gerência.

Pelo menos duas vezes ao mês o Gerente Executivo da área de Mercado Externo se

reúne com os executivos de venda da cada região para avaliar se o preço que está sendo

praticado em cada uma delas está coerente com as estratégias da empresa ou não. Por isso,

quando realizam as previsões de venda, os executivos já sabem qual deve ser o preço de cada

produto, segundo as recomendações de seus superiores. Nesse caso, portanto, utilizar

previsões de preços baseadas em uma série histórica (como foi feito para a previsão de

volumes no capítulo 4) seria de pouco proveito, pois os preços dependem muito mais das

indicações dadas pela gerência da empresa do que do comportamento histórico da demanda.

Ao fazerem as previsões, os executivos de venda preenchem as planilhas que recebem

com o preço de venda de cada produto a cada cliente, ou seja, com o preço que efetivamente

será negociado com cada cliente. Depois de preenchido o preço de venda, as planilhas

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automaticamente buscam para cada cliente seu respectivo custo logístico, que depende do país

em que está localizado e do modal utilizado. Subtraindo-se de cada preço de venda – de cada

produto a cada cliente – seu respectivo custo logístico, obtém-se o que a empresa chama de

preço ex-mill, que é efetivamente o preço utilizado para medir a performance de vendas do

Mercado Externo. A Tabela 10 mostra um exemplo de como, a partir do preço de venda e dos

custos logísticos a cada cliente específico, se pode chegar ao preço ex-mill.

Tabela 10: Exemplo de cálculo de preço ex-mill do produto A aos clientes de uma região comercial

Produto Cliente Mês Volume (tons)

Preço Venda (US$/ton)

Custo logístico (US$/ton)

Preço Ex-mill (US$/ton)

A 1 Abril 20 250 50 200

A 2 Abril 30 260 40 220

A 3 Abril 20 240 10 230

A 4 Abril 60 220 10 210

Quando os executivos de venda de cada região e a própria área de Mercado Externo são

cobrados por rentabilidade, é sempre utilizado o critério de preço ex-mill, enquanto que o

preço de venda somente é analisado quando se discute o posicionamento das marcas Suzano

em cada mercado. Fora este caso, a medida mais utilizada e discutida dentro da empresa é o

preço ex-mill, e, por isso, também será esse o parâmetro a ser usado no modelo proposto.

As previsões de volume de vendas realizadas no mês de fevereiro para os demais meses

para o produto A são apresentadas na Tabela 11 e as previsões de preços ex-mill estão

indicadas na Tabela 12. Como mostra a Tabela 11, a região comercial Overseas não realiza

previsões de venda, pois se supõe que o volume que será vendido nessa região será a parcela

do espaço em máquina reservado ao Mercado Externo que não será utilizado por nenhuma das

outras três regiões.

Uma simplificação feita na obtenção dos dados de previsão de volume foi a estimativa

da previsão de vendas dos meses a partir de janeiro de 2013. Atualmente, como já foi descrito

no capítulo 3 deste trabalho, a previsão de demanda é realizada com horizonte fixo, apenas até

dezembro do ano vigente. Dessa maneira, a premissa que habitualmente se adota nos

processos do Mercado Externo é que a de que as previsões do ano seguinte serão iguais às

previsões do ano vigente; até que, em meados de outubro, seja feita a previsão de demanda

para todo o ano seguinte (de janeiro a dezembro) e essa nova previsão seja utilizada.

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O ideal seria que as previsões de demanda nas empresas tivessem horizonte rolante,

para que os resultados do modelo fossem mais apurados, mas, mesmo que a empresa opte por

continuar com suas previsões de demanda da maneira que são feitas atualmente, o modelo

proposto nesse trabalho poderá ser utilizado com as devidas simplificações.

Essa, porém, trata-se de uma simplificação específica feita na aplicação do modelo para

a empresa estudada neste trabalho. Como o modelo de previsão de demanda é separado e

independente do modelo de planejamento das necessidades de distribuição (DRP), o usuário

pode incluir a previsão que julgar adequada.

Tabela 11: Previsões de volume de venda do produto A para cada região comercial do ME

Mês América do

Norte Europa

América Latina

Total geral

Abr/12 219 401 1.505 2.125

Mai/12 277 445 1.535 2.256

Jun/12 240 369 1.015 1.624

Jul/12 254 381 983 1.618

Ago/12 300 375 1.373 2.048

Set/12 261 401 1.556 2.218

Out/12 275 356 1.017 1.648

Nov/12 288 450 845 1.583

Dez/12 275 275 899 1.449

Jan/13 236 223 1.597 2.055

Fev/13 141 ‘126 1.693 1.959

Mar/13 271 299 1.402 1.971

TOTAL 3.035 4.100 15.418 22.553

Tabela 12: Previsões de preço ex-mill para o produto A em cada região comercial do ME

Mês América do

Norte Europa América Latina Total geral

Abr/12 201 194 226 218

Mai/12 200 191 225 215

Jun/12 200 191 229 216

Jul/12 203 193 231 218

Ago/12 203 187 234 221

Set/12 203 196 234 224

Out/12 197 194 241 224

Nov/12 195 189 240 218

Dez/12 195 193 240 222

Jan/13 196 189 226 218

Fev/13 196 196 212 210

Mar/13 194 176 227 215

TOTAL 198 191 229 218

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Custos

Os dados de custo coletados referem-se, principalmente, aos custos variáveis de

transporte e de produção. Os custos de transporte (da fábrica ao destino final) variam muito de

acordo com o país recebedor da mercadoria e de acordo com o modal escolhido. Dependendo

de quanto foi vendido para cada país e de quanto foi vendido via marítimo ou via rodoviário,

o custo de transporte médio de cada região pode mudar muito de mês a mês. Por isso,

seguindo o costume que já existe na empresa, no modelo proposto será utilizado o preço ex-

mill, em que já são descontados os custos de transporte, e não será necessário coletar os custos

de transporte.

Para os custos de produção, buscou-se no sistema SAP da empresa um histórico do

campo “Custos Variáveis” de cada ordem produzida e, a partir daí, foram feitas as devidas

médias por linha de produto ponderando cada custo pelo volume produzido.

Como mostra a Tabela 13, o custo de produção do mesmo produto A pode ser diferente

dependendo de em qual planta foi produzido. Isso ocorre por dois motivos principais: o

primeiro é o motivo mais imediato de que as operações em cada fábrica são diferentes, com

custos também diferentes; e o segundo (que também justifica as variações mensais de custo),

é que o produto A é um agrupamento que possui diversos SKUs diferentes, alguns com custos

de produção maiores ou menores. Dependendo da quantidade de cada SKU produzida num

determinado mês, em cada fábrica, a média ponderada dos custos (ou seja, o que se considera

o custo de produção do produto A) pode variar.

Tabela 13: Dados de custo de produção do produto A

Valores Mês de

produção Fábrica 1 Fábrica 2 Total geral

Custo de produção (USD/ton) Dez/11 102 112 105

Jan/12 103 111 106

Fev/12 107 125 115

Porcentagem de volume produzido em cada fábrica (%)

Dez/11 68% 32% 100%

Jan/12 63% 37% 100%

Fev/12 58% 42% 100%

Total Custo de produção (USD/ton)

103 116 108

Total Porcentagem de volume produzido em cada fábrica (%)

64% 36% 100%

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A exemplo da premissa que atualmente já é adotada na empresa pela área de Marketing

da UNP (ver Figura 6), foi adotado neste trabalho calcular uma previsão de custo de produção

a partir da média ponderada dos custos dos três meses anteriores, sendo que a ponderação é

feita pelo volume produzido em cada mês. Dessa maneira, é possível obter o custo ponderado

médio por fábrica, e também, utilizando o mesmo critério de ponderação, o custo ponderado

médio de cada produto considerando as diversas fábricas onde pode ser produzido.

No exemplo que se escolheu seguir neste capítulo, a equipe do Mercado Externo está

no mês de março decidindo a distribuição das cotas de produção de abril. Portanto, como

indica a Tabela 13, o custo de produção do produto A em cada fábrica será o custo ponderado

médio entre os meses de dezembro, janeiro e fevereiro.

A partir desta premissa de custo por fábrica, é possível projetar os custos médios de

produção mensais do produto, utilizando como critério de ponderação, para cada mês, a

proporção da cota do produto que vem de uma ou de outra fábrica. Os resultados do cálculo

dos custos médios de fabricação do produto A, que serão utilizados como parâmetros para o

modelo, são apresentados na Tabela 14.

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Tabela 14: Projeção mensal do custo ponderado médio de fabricação do produto A

Custo ponderado médio Fábrica 1: 103 USD/ton Custo ponderado médio Fábrica 2: 116 USD/ton

Mês Cota Fábrica 1 (%) Cota Fabrica 2 (%) Custo médio (USD/ton)

Abr/12 66% 34% 107

Mai/12 60% 40% 108

Jun/12 64% 36% 108

Jul/12 63% 37% 108

Ago/12 53% 47% 109

Set/12 53% 47% 109

Out/12 63% 37% 108

Nov/12 67% 33% 107

Dez/12 64% 36% 108

Jan/13 66% 34% 107

Fev/13 66% 34% 107

Mar/13 67% 33% 107

Recebimentos programados

Por fim, foi coletada do sistema SAP a informação das ordens já em trânsito enviadas

para os escritórios internacionais. O sistema SAP oferece a visibilidade de em qual etapa de

transporte está cada ordem (na fábrica, no porto, ou em águas) e a previsão de quando chegará

ao destino final. Essas informações a princípio são sempre atualizadas em caso de atraso ou

de adiantamento do prazo de entrega. Sendo assim, foi levantada no sistema SAP a

quantidade de produto que tinha chegada aos escritórios internacionais prevista para os meses

seguintes a março. Os dados obtidos são apresentados na Tabela 15.

Tabela 15: Recebimentos programados do produto A nos escritórios internacionais

Abr/12 Mai/12 Jun/12 Jul/12 SPPA 205 251 282 - SPPE 176 260 208 -

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73

5.3. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Por meio dos diversos testes realizados com o modelo, uma de suas características que

rapidamente se pôde observar é a de que, se a capacidade produtiva alocada pela área de

Planejamento e Demanda para o mercado externo for insuficiente para atender a demanda

mínima de cada região, o Solver irá enviar uma mensagem de erro afirmando que não foi

encontrada uma solução viável para o problema. Neste caso, será necessário rever os

parâmetros de demanda mínima ou, se já não se puder diminuir a demanda mínima,

renegociar as cotas de produção com a área de Planejamento e Demanda, para que atendam

pelo menos a demanda mínima de cada região do Mercado Externo.

A partir dos parâmetros das Tabelas 9, 11, 12, 14, 15 e 16 foi feita uma simulação com

os dados reais da empresa, para analisar se os resultados apresentados pelo modelo eram

consistentes e coerentes com a estratégia da empresa. Novamente, foi utilizado o exemplo de

uma distribuição de cotas realizada no mês de março para repartir a produção de abril.

Tabela 16: Parâmetros do modelo para o produto A

Parâmetro Unidade América do

Norte Europa

América Latina

Overseas

dit % de Dit 50 40 60 20

si US$/ton 2,3 1,8 - -

ui % de DiT 40 40

Ii0 ton 289 247 - -

li meses 3 3 - -

e’it % de eit 70 80 70 60

fi US$/ton 800 600 1.000 400

R % 12 12 12 12

Os parâmetros do modelo foram inseridos na planilha “Dados de entrada” do aplicativo

Excel (Figura 18) e, acionando o botão que ativa a ferramenta Solver, foram obtidos na

planilha “Dados de saída” (Figura 21) as sugestões do modelo para as cotas mensais

destinadas a cada região. Os valores sugeridos pelo modelo estão apresentados nas Tabelas

17, 18, 19 e 20.

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Tabela 17: Distribuição de cotas (expedições) do produto A para as regiões comerciais proposta pelo

modelo

SPPA SPPE Am. Latina Overseas TOTAL

abr-12 0 309 1.505 0 1.814

mai-12 378 1.132 1.535 100 3.145

jun-12 1.059 0 1.015 100 2.174

jul-12 0 328 983 100 1.411

ago-12 0 398 1.373 52 1.823

set-12 0 0 1.268 0 1.268

out-12 159 223 1.017 0 1.399

nov-12 141 126 1.486 100 1.852

dez-12 379 418 1.663 100 2.560

jan-13 0 0 1.667 100 1.767

fev-13 0 0 1.602 0 1.602

mar-13 0 0 1.578 100 1.678

TOTAL 2.117 2.933 16.691 752 22.493

Tabela 18: Estoque do produto A de cada região proposto pelo modelo

SPPA SPPE TOTAL

abr-12 275 22 297

mai-12 249 0 249

jun-12 291 0 291

jul-12 38 0 38

ago-12 116 757 873

set-12 914 355 1.269

out-12 639 327 966

nov-12 352 275 627

dez-12 77 0 77

jan-13 0 0 0

fev-13 0 0 0

mar-13 108 119 228

TOTAL 3.058 1.855 4.913

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Tabela 19: Vendas do produto A de cada região comercial propostas pelo modelo

SPPA SPPE Am. Latina Overseas TOTAL

abr-12 219 401 1.505 0 2.125

mai-12 277 282 1.535 100 2.194

jun-12 240 208 1.015 100 1.563

jul-12 254 309 983 100 1.646

ago-12 300 375 1.373 52 2.100

set-12 261 401 1.268 0 1.931

out-12 275 356 1.017 0 1.648

nov-12 288 450 1.486 100 2.323

dez-12 275 275 1.663 100 2.313

jan-13 236 223 1.667 100 2.226

fev-13 141 126 1.602 0 1.868

mar-13 271 299 1.578 100 2.247

TOTAL 3.035 3.705 16.691 752 24.183

Tabela 20: Falta do produto A para cada região, segundo proposta do modelo

SPPA SPPE Am. Latina Overseas TOTAL

abr-12 0 0 0 100 100

mai-12 0 163 0 0 163

jun-12 0 161 0 0 161

jul-12 0 72 0 0 72

ago-12 0 0 0 48 48

set-12 0 0 288 100 388

out-12 0 0 0 100 100

nov-12 0 0 0 0 0

dez-12 0 0 0 0 0

jan-13 0 0 0 0 0

fev-13 0 0 91 100 191

mar-13 0 0 0 0 0

TOTAL 0 395 379 448 1.222

Os resultados da Tabela 17 indicaram o que empiricamente já se fazia nas reuniões de

distribuição de cotas do Mercado Externo: priorizar a região América Latina, que possui

melhores preços, em detrimento da região Overseas, que possui piores. No entanto, além

dessa informação, o modelo apresentou, na Tabela 20, que mesmo com a queda na produção

nos meses de setembro e outubro (Tabela 9), os escritórios internacionais SPPA e SPPE não

ficaram desabastecidos. Esse nível de serviço, porém, foi obtido por meio de altos níveis de

estoque nos meses de agosto, setembro e outubro (Tabela 18), que dependendo da estratégia

da empresa podem ser considerados demasiados.

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Tendo estes níveis de estoque em vista, a partir dos parâmetros de custo de estoque e

custo de falta, o usuário pode calibrar o modelo de maneira a priorizar altos níveis de serviço

ou altos níveis de estoque. Se a empresa entende que sua prioridade é o nível de serviço de

seus clientes, colocará um custo de estoque menor em relação ao custo de falta, mas, se julgar

que o nível de estoque para atender bem a demanda dos escritórios internacionais está muito

alto, colocará um custo de estoque maior. Observa-se, portanto, que o estoque foi tratado no

modelo como um custo a ser definido dependendo da estratégia da empresa, e não como uma

restrição estática.

No novo processo de divisão de cotas, portanto, a equipe do Mercado Externo já não

terá a necessidade de ela mesma consolidar as necessidades de cada uma das regiões para

avaliar a capacidade produtiva disponível e, só então, distribuir as cotas de produção entre as

regiões. Neste modelo, uma vez recebidas as previsões de demanda de cada uma das regiões,

já é possível rodar o modelo de otimização e obter a distribuição de cotas mais rentável para a

empresa. Portanto, o atual processo será modificado para uma alternativa muito mais rápida,

dinâmica, adaptável às mudanças de cenário.

Muitas vezes, por quebras de máquina, por aumento da demanda no Mercado Interno,

ou por diminuição da demanda do Mercado Interno, as cotas de produção enviadas ao

Mercado Externo são alteradas pela área de Planejamento e Demanda. No processo atual,

quando ocorrem essas alterações, a distribuição de cotas já realizada é retificada de acordo

com a percepção da equipe, adicionando ou reduzindo as cotas antes distribuídas às regiões de

venda sem uma análise propriamente detalhada (por exemplo, considerando os preços e os

níveis de estoque de cada região).

É importante salientar, porém, que o modelo proposto é um modelo de apoio à decisão.

As decisões resultantes de sua aplicação podem ser revistas e ajustadas qualitativamente por

consenso posteriormente, a exemplo do processo de previsão de demanda.

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6. CONCLUSÃO

Tendo já sido apresentadas e analisadas as propostas de melhoria para os atuais

processos da área de Mercado Externo da Unidade de Papel, este capítulo estará dedicado a

sintetizar os diversos pontos abordados durante este trabalho. Além disso, também serão

descritas as limitações das soluções propostas e sugeridos possíveis desdobramentos para que

a empresa possa utilizar bem, e até aprimorar, as propostas feitas nos capítulos anteriores.

6.1. SÍNTESE

A partir do estágio de um ano realizado pela autora na área de Mercado Externo –

Papel da empresa Suzano Papel e Celulose S.A., foram identificadas possibilidades de

melhora em alguns processos realizados pela equipe. Por esse motivo, foi realizado um estudo

detalhado de quais são os problemas enfrentados pela área e de quais são os processos atuais

que utiliza para lidar com esses problemas.

No primeiro caso, foi sugerido que, para auxiliar os executivos de venda a realizarem

qualitativamente suas previsões de venda, fossem enviadas a cada região comercial previsões

de demanda resultantes de métodos quantitativos, que ainda não são utilizados pela empresa.

Os resultados obtidos indicaram que as previsões quantitativas podem, sim, ser mais uma

fonte de informação para que os executivos realizem suas previsões. Porém, há de se

considerar que alguns resultados quantitativos gerados pelo Minitab possam ter erros muito

altos e, por isso devem ser utilizados criticamente. Caberá, portanto, a cada executivo avaliar

se os erros das previsões quantitativas são aceitáveis para que influenciem em suas previsões

qualitativas, ou não.

Quanto à segunda oportunidade, foi feita a proposta de um modelo DRP que auxiliasse

o planejamento de expedição dos produtos, de maneira a considerar as demanda e os níveis de

estoques de cada região. Por meio de um arquivo de Excel, foram elaborados os

planejamentos de necessidades de distribuição (DRP) de cada região comercial. Porém, tendo

em vista a restrição de capacidade produtiva para atender a demanda de todas elas, foi

também desenvolvido um modelo de programação linear que otimizasse a distribuição da

capacidade produtiva entre as regiões comerciais, de maneira a otimizar a receita da empresa.

Após a realização de alguns testes para verificar o comportamento do modelo, foram

aplicados os dados reais da empresa e a sugestão feita pelo modelo de distribuição de cotas a

cada região comercial foi muito coerente com as decisões que já eram tomadas na área de

Mercado Externo. Como era esperado, o atendimento das regiões mais rentáveis foi

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78

priorizado, e ainda com a vantagem de que os escritórios internacionais tivessem poucas

faltas.

Essas, portanto, são duas propostas de melhorias que não fornecem elas mesmas as ações

a serem tomadas. Tratam-se de ferramentas de apoio à decisão, que trazem informações

adicionais às que são utilizadas no atual processo decisório da área de Mercado Externo, mas

que necessitam ser avaliadas e analisadas por seus usuários para que as decisões tomadas

estejam o mais alinhadas possível com a estratégia da empresa.

6.2. ANÁLISE CRÍTICA

Segundo Graves et al (1996), nenhum modelo é perfeito e nenhuma descrição de

modelo pode ser considerada completa sem que se faça uma lista de suas deficiências. A

primeira limitação encontrada é a de que o modelo DRP, utilizado como base para a

modelagem de otimização de receita, não leva em conta variações de lead time, que

efetivamente ocorrem na atividade cotidiana da empresa. A segunda limitação é a de que não

foi considerada no modelo a origem de cada produto, no sentido de que há algumas linhas de

produto que podem vir de diferentes fábricas, com diferentes custos.

Além disso, modelo, da maneira como foi aplicado no caso estudado, possui a

limitação de utilizar uma periodicidade mensal, ao invés de uma periodicidade semanal, que

teria resultados mais acurados. Essa escolha, porém, foi feita para priorizar a utilização do

software Excel, que é amplamente difundido na empresa estudada. No entanto, essa

simplificação de periodicidade mensal pode acarretar algumas inconsistências na aplicação do

modelo, como por exemplo, se ocorre que um determinado cliente pretenda receber seu

pedido no início do mês, mas não consiga ser atendido porque o recebimento ocorrerá no final

do mês. Nesse caso, a periodicidade mensal indicaria que esse cliente foi satisfatoriamente

atendido, enquanto que a periodicidade semanal mostraria a falta que efetivamente ocorreu.

Entretanto, num caso como esse descrito, é uma hipótese muito razoável a de que a

empresa negociaria com o suposto cliente para que fosse atendido ao final do mês e, portanto,

a periodicidade mensal não seria uma simplificação tão alheia à realidade da empresa. Além

disso, a modelagem matemática apresentada no item 5.2 pode ser utilizada para qualquer

periodicidade, bastando que seja feita em um aplicativo que suporte o nível de detalhamento

desejado.

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79

6.3. DESDOBRAMENTOS

Nesta etapa do projeto, serão levantados alguns passos que a empresa pode tomar para

que os modelos, tanto de previsão de demanda quanto de distribuição da produção, possam

ser aplicados da melhor forma possível, de maneira a alcançar os objetivos a que se propõem.

Um aspecto a ser avaliado pela empresa é a instalação do software Minitab (pois a

empresa já possui licença para o uso desse aplicativo) em mais computadores e uma maior

divulgação de como utilizar essa ferramenta. Mesmo que a empresa possua já a licença para o

Minitab, a instalação nos computadores só é feita sob requerimento dos funcionários, que,

além de tudo, ainda não estão habituados a utilizá-lo. Além do uso específico desse software

já apresentado neste projeto, um encorajamento do uso dessa ferramenta poderia proporcionar

que os resultados fornecidos pelas análises quantitativas do software agregassem mais

informação para a tomada de decisão, também em outras áreas e em outros processos da

empresa.

Ainda sobre ferramentas de aplicativos indicadas para a empresa, pode ser avaliada a

possibilidade de que seja adquirida pela empresa a licença de um programa de resolução de

problemas de programação linear que suportasse mais variáveis e restrições, de for da vontade

da empresa continuar, e aprimorar até, o uso desse tipo de modelo.

Além disso, seria interessante que empresa analisasse as vantagens de se utilizar um

horizonte de previsão variável. Dessa maneira, os dados de entrada do modelo DRP seriam

muito mais próximos da realidade, e, conseqüentemente, os seus resultados seriam muito mais

precisos. Nota-se, por experiência dos colaboradores da área de Mercado Externo, que um dos

principais períodos em que ocorre desabastecimento dos escritórios internacionais são os

meses do primeiro semestre e uma previsão de demanda de horizonte variável permitiria

evitar essa tendência, ou pelo menos, avaliar de forma mais quantitativa o impacto desse

desabastecimento, se essa realmente for a estratégia que deseja seguir a empresa.

Em relação à limitação do modelo de planejamento das necessidades de distribuição de

não considerar a origem dos produtos, mas apenas os destinos (ver item 6.1), seria possível

que a empresa aprimorasse a solução proposta nesse trabalho (isso somente em caso opte por

utilizar uma ferramenta de programação linear mais completa, porém). Um próximo passo

para complementar a proposta de melhoria feita nesse trabalho seria elaborar um outro

modelo que definisse não só o destino de cada produto, mas também onde cada produto seria

produzido. Nesse caso, tratar-se-ia de um modelo de programação das máquinas considerando

restrições de capacidade produtiva de cada uma delas (em horas-máquina), o consumo de

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80

máquina de cada produto (em horas-máquina) e a rentabilidade de cada produto em cada

região.

Já num panorama mais amplo, outro tema levantado nesse projeto está relacionado com

a estratégia de atendimento do Mercado Externo levada a cabo pela empresa. Os altos erros

apresentados pelos métodos quantitativos de previsão de demanda levantam um aspecto de

importância estratégica para empresa: decidir se ela deseja atender bem cada região do

Mercado Externo ou apenas utilizá-las como destino para seus excedentes. A irregularidade

dos dados apresentados no item 4.3 se deve principalmente ao fato de que as vendas do

Mercado Externo não são equivalentes à demanda de cada região, mas à capacidade produtiva

que lhes foi conferida.

Se a empresa pretende realmente atender à demanda do Mercado Externo visando um

nível mínimo de serviço, o atual procedimento de programação de demanda precisará ser

revisto. Se for este o caso, a maneira como é feita hoje a programação de espaço em máquina

destinada do Mercado Externo (imposta top-down pela área de Planejamento e Demanda) terá

que ser modificada por uma programação que seja planejada já levando em conta as

demandas de cada região, ou seja, a programação das máquinas deve ser feita em função das

demandas de cada região, e não as vendas de cada região em função da programação das

máquinas.

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81

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(Mestrado em Engenharia de Produção) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São

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Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

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82

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WINSTON, W.L.Operations Research:Applications and algorithms.3ed,Duxbury

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83

8. APÊNDICES

APÊNDICE A – Histórico de volumes de venda por região de venda de cada linha de

produto (tons)

Linha de produto Ano Mês América do

Norte Europa

América Latina

Overseas Total geral

A 2009 Jan 221 247 204 335 1.006

Fev 203 261 441 604 1.509

Mar 513 465 653 918 2.549

Abr 290 282 623 1.455 2.650

Mai 223 245 571 1.487 2.526

Jun 255 684 434 1.287 2.660

Jul 76 108 225 84 493

Ago 155 174 158 34 521

Set 291 263 300

854

Out 232 267 316 648 1.463

Nov 299 340 375 1.472 2.486

Dez 453 486 479 1.481 2.898

2009 Total

3.209 3.821 4.779 9.805 21.614

2010 Jan 261 230 702 391 1.584

Fev 213 218 810 512 1.752

Mar 454 383 1.147 639 2.622

Abr 309 215 1.070

1.593

Mai 357 247 757

1.361

Jun 775 440 1.090 209 2.514

Jul 267 183 772 84 1.306

Ago 255 246 683 72 1.256

Set 391 305 512

1.208

Out 358 213 463 349 1.383

Nov 571 184 906 240 1.902

Dez 388 354 904 629 2.275

2010 Total

4.597 3.218 9.815 3.125 20.755

2011 Jan 227 249 1.489 796 2.761

Fev 113 335 1.827 96 2.371

Mar 306 241 2.039 804 3.390

Abr 339 347 3.304 100 4.090

Mai 352 351 3.135 156 3.995

Jun 511 415 2.539 764 4.230

Jul 343 349 1.539 1.466 3.696

Ago 500 384 1.977 582 3.443

Set 496 453 1.762 1.363 4.074

Out 208 245 906 726 2.085

Nov 243 428 1.999 1.303 3.974

Dez 386 746 2.806 1.243 5.181

2011 Total

4.025 4.545 25.321 9.399 43.290

2012 Jan 140 214 1.081 586 2.020

Fev 213 158 1.434 728 2.533

Mar 292 352 1.743 1.662 4.049

Abr

645 509 1.154

2012 Total

645 724 4.903 3.484 9.756

A Total

12.476 12.308 44.819 25.813 95.416

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84

Linha de produto Ano Mês América do

Norte Europa

América Latina

Overseas Total geral

B 2009 Jan 552 667 480 477 2.176

Fev 432 825 817 738 2.811

Mar 666 862 557 1.622 3.707

Abr 574 753 720 1.689 3.736

Mai 670 977 969 1.782 4.397

Jun 941 823 519 1.166 3.449

Jul 616 643 1.108 659 3.026

Ago 684 629 396 407 2.116

Set 721 877 787 511 2.896

Out 807 1.004 797 554 3.162

Nov 548 1.015 918 251 2.732

Dez 767 1.085 529 1.628 4.009

2009 Total

7.978 10.159 8.598 11.481 38.216

2010 Jan 627 469 1.005 833 2.934

Fev 518 640 952 585 2.695

Mar 822 1.047 1.200 354 3.423

Abr 660 920 1.245 505 3.329

Mai 556 905 1.293 249 3.003

Jun 821 893 2.228 162 4.103

Jul 640 825 1.759 97 3.322

Ago 1.072 690 1.758 250 3.771

Set 742 759 892 300 2.694

Out 708 591 850 590 2.740

Nov 575 649 1.525 997 3.747

Dez 755 582 970 1.074 3.381

2010 Total

8.497 8.970 15.677 5.996 39.140

2011 Jan 549 319 1.715 406 2.989

Fev 427 317 1.988 253 2.985

Mar 831 577 1.604 13 3.025

Abr 780 676 2.472 301 4.229

Mai 820 763 2.384 300 4.267

Jun 716 927 1.479

3.122

Jul 550 441 1.630 514 3.135

Ago 618 496 1.805 1.069 3.988

Set 908 753 2.553 772 4.987

Out 736 444 1.980 804 3.964

Nov 657 783 2.697 916 5.052

Dez 1.017 932 2.146 1.094 5.189

2011 Total

8.609 7.427 24.454 6.443 46.932

2012 Jan 629 244 896 181 1.949

‘’

Fev 715 330 962

2.006

Mar 524 310 965

1.800

Abr

452 30 482

2012 Total

1.868 884 3.274 211 6.237

B Total

26.952 27.441 52.003 24.130 130.525

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85

Linha de produto Ano Mês América do

Norte Europa

América Latina

Overseas Total geral

C 2009 Jan 759 966 895 36 2.656

Fev 1.199 885 957 141 3.182

Mar 1.389 1.384 1.198 64 4.035

Abr 1.428 1.081 945 139 3.593

Mai 1.500 1.016 1.172 95 3.783

Jun 2.665 1.885 964 73 5.587

Jul 1.136 614 941 47 2.738

Ago 1.330 631 790 24 2.775

Set 1.110 1.137 567

2.814

Out 1.598 980 672

3.251

Nov 824 1.232 813

2.869

Dez 1.571 1.232 1.158 18 3.979

2009 Total

16.509 13.044 11.072 636 41.261

2010 Jan 709 1.283 893

2.885

Fev 918 417 1.088 24 2.447

Mar 1.068 1.210 1.119

3.397

Abr 1.091 972 1.166

3.228

Mai 1.014 1.288 1.355 12 3.668

Jun 2.478 847 1.193

4.518

Jul 1.132 621 878

2.631

Ago 747 681 936

2.363

Set 805 863 1.224 11 2.903

Out 1.461 613 1.102 216 3.392

Nov 1.074 951 1.324 162 3.511

Dez 2.402 2.139 1.547 426 6.514

2010 Total

14.898 11.884 13.824 851 41.457

2011 Jan 1.067 344 1.734

3.145

Fev 803 649 1.979

3.431

Mar 1.318 886 3.714

5.918

Abr 1.333 649 3.003

4.985

Mai 1.591 945 3.730

6.267

Jun 2.020 933 3.256

6.209

Jul 1.114 908 2.241

4.262

Ago 1.329 983 2.677

4.988

Set 1.257 1.232 3.763

6.252

Out 852 881 1.680

3.412

Nov 921 1.498 2.813

5.232

Dez 3.965 1.625 2.556 97 8.243

2011 Total

17.569 11.533 33.145 97 62.345

2012 Jan 614 623 1.251

2.488

Fev 814 617 1.106

2.537

Mar 1.096 974 1.561

3.631

Abr

1.063

1.063

2012 Total

2.523 2.214 4.981

9.719

C Total

51.500 38.674 63.023 1.585 154.782

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86

Linha de produto Ano Mês América do

Norte Europa

América Latina

Overseas Total geral

D 2009 Jan 217 221 292 186 917

Fev 73 195 745 732 1.744

Mar 101 277 833 1.158 2.369

Abr 147 268 719 2.121 3.255

Mai 288 295 906 2.530 4.019

Jun 205 444 385

1.035

Jul 12 134 423 1.672 2.241

Ago 35 112 1.053 931 2.131

Set 228 172 1.000 613 2.013

Out 330 252 1.063 696 2.340

Nov 279 269 1.125 589 2.263

Dez 189 450 1.176 771 2.586

2009 Total

2.106 3.089 9.720 11.999 26.914

2010 Jan 162 234 1.081 402 1.879

Fev 114 229 935 254 1.531

Mar 303 306 1.298 494 2.402

Abr 173 427 1.431 625 2.656

Mai 253 445 1.014 204 1.916

Jun 298 406 930 66 1.701

Jul 109 302 1.230 52 1.693

Ago 210 200 522 37 969

Set 147 189 873 48 1.256

Out 222 216 849 174 1.461

Nov 155 216 1.317 270 1.958

Dez 323 240 1.460 649 2.672

2010 Total

2.469 3.410 12.940 3.275 22.094

2011 Jan 88 134 2.359 553 3.134

Fev 261 314 2.319 348 3.242

Mar 261 295 2.630 392 3.578

Abr 235 228 2.112 350 2.926

Mai 369 282 2.229 385 3.266

Jun 135 356 2.906 804 4.201

Jul 214 292 2.161 564 3.231

Ago 301 331 2.090 584 3.306

Set 518 333 1.842 1.845 4.537

Out 587 356 2.171 1.177 4.291

Nov 240 145 2.104 2.220 4.709

Dez 403 605 2.362 1.745 5.114

2011 Total

3.613 3.670 27.285 10.968 45.536

2012 Jan 65 41 1.079 455 1.640

Fev 249 146 1.160 124 1.680

Mar 196 223 1.802 1.215 3.436

Abr

941 499 1.440

2012 Total

510 410 4.982 2.293 8.195

D Total

8.698 10.579 54.928 28.535 102.740

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87

Linha de produto Ano Mês América do

Norte Europa

América Latina

Overseas Total geral

E 2009 Jan

102

102

Fev

156

156

Mar

228

228

Abr

283 496 779

Mai

430 348 778

Jun

210 216 426

Jul

272 75 346

Ago

439

439

Set

346

346

Out

323

323

Nov

402

402

Dez

304

304

2009 Total

3.496 1.134 4.630

2010 Jan

411

411

Fev

318

318

Mar

307

307

Abr

299

299

Mai

206

206

Jun

246

246

Jul

204

204

Ago

216

216

Set

278

278

Out

211

211

Nov

455

455

Dez

795

795

2010 Total

3.946

3.946

2011 Jan

503

503

Fev

432

432

Mar

832

832

Abr

745

745

Mai

1.153

1.153

Jun

1.268

1.268

Jul

363

363

Ago

674

674

Set

720

720

Out

180

180

Nov

312

312

Dez

626

626

2011 Total

7.808

7.808

2012 Jan

234

234

Fev

132

132

Mar

6

6

2012 Total

372

372

E Total

15.621 1.134 16.755

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88

APÊNDICE B – Testes de previsão de demanda do produto A com diferentes

parâmetros de suavização, tendência e sazonalidade

Suavização Simples

α América do Norte

Europa América Latina

0,01 38,4 43,3 52,0

0,05 40,2 41,4 47,0

0,10 40,4 40,9 45,0

0,15 42,1 41,0 44,0

0,40 - 44,3 43,0

0,70 - 50,1 41,0

0,90 - - 40,0

0,95 - - 41,0

Optimal ARIMA 40,8 34,6 39

Mínimo MAPE 38,4 34,6 39,0

Suavização com Tendência

α β América do

Norte

0,010 0,010 41,7

0,050 0,010 42,6

0,010 0,050 41,7

0,010 0,100 41,8

0,005 0,010 41,7

Mínimo MAPE 41,7

α β América Latina

0,01 0,01 53,0

0,30 0,01 49,0

0,50 0,01 43,0

0,70 0,01 39,0

0,90 0,01 38,0

0,80 0,20 40,0

Mínimo MAPE 38,0

α β Europa

0,005 0,005 34,1

0,010 0,005 34,3

0,005 0,010 34,1

0,005 0,050 34,1

Mínimo MAPE 34,1

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89

Suavização com Tendência e Sazonalidade

α β ϒ América do Norte

0,20 0,20 0,20 59,0

0,25 0,25 0,25 58,7

0,30 0,30 0,30 59,3

0,15 0,15 0,15 63,2

0,30 0,15 0,15 57,5

0,50 0,15 0,15 55,6

0,80 0,15 0,15 55,1

0,80 0,15 0,20 55,6

0,90 0,15 0,15 55,7

Mínimo MAPE 55,1

α β ϒ Europa 0,20 0,20 0,20 49,4 0,30 0,20 0,20 49,5 0,20 0,30 0,20 48,9 0,10 0,30 0,20 50,5 0,20 0,40 0,20 48,6 0,20 0,50 0,30 50,4 0,20 0,50 0,15 47,8 0,20 0,50 0,10 46,9 0,20 0,50 0,01 45,4

Mínimo MAPE 45,4

α β ϒ América Latina

0,20 0,20 0,20 65,0

0,30 0,20 0,20 68,0

0,10 0,20 0,20 75,0

0,20 0,30 0,20 64,0

0,20 0,40 0,20 64,0

0,20 0,60 0,20 64,0

0,20 0,30 0,30 63,0

0,20 0,30 0,60 58,0

0,20 0,30 0,90 55,0

Mínimo MAPE 55,0

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90

APÊNDICE C – Aplicação dos métodos de previsão de demanda do produto A em

cada região comercial

403632282420161284

4000

3000

2000

1000

0

Index

América Latina MAPE 42

MAD 395

MSD 457744

Accuracy Measures

Actual

Fits

Trend

Variable

Time Series Decomposition Plot for América LatinaMultiplicative Model

4032241681

4000

2000

0

Index

4032241681

4000

2000

0

Index

4032241681

3

2

1

0

Index

4032241681

2000

0

-2000

Index

Component Analysis for América LatinaMultiplicative Model

Original Data

Seasonally Adjusted Data

Detrended Data

Seas. Adj. and Detr. Data

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91

403632282420161284

800

600

400

200

0

Index

América do Norte

Length 2

Moving Average

MAPE 52,0

MAD 139,1

MSD 29013,2

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Moving Average Plot for América do Norte

403632282420161284

800

700

600

500

400

300

200

100

0

Index

América do Norte

Alpha 0,01

Smoothing Constant

MAPE 38,4

MAD 103,4

MSD 19815,4

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Smoothing Plot for América do NorteSingle Exponential Method

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92

403632282420161284

800

700

600

500

400

300

200

100

0

Index

América do Norte

Alpha (level) 0,01

Gamma (trend) 0,01

Smoothing Constants

MAPE 41,7

MAD 101,6

MSD 18660,1

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Smoothing Plot for América do NorteDouble Exponential Method

403632282420161284

1000

750

500

250

0

-250

-500

Index

América do Norte

Alpha (level) 0,80

Gamma (trend) 0,15

Delta (seasonal) 0,15

Smoothing Constants

MAPE 55,1

MAD 145,2

MSD 32230,5

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Winters' Method Plot for América do NorteMultiplicative Method

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93

3632282420161284

800

700

600

500

400

300

200

100

0

Index

América do Norte MAPE 32,4

MAD 85,0

MSD 12131,1

Accuracy Measures

Actual

Fits

Trend

Variable

Time Series Decomposition Plot for América do NorteMultiplicative Model

121110987654321

1,5

1,0

0,5

121110987654321

20

10

0

121110987654321

2,0

1,5

1,0

0,5

121110987654321

200

0

-200

Seasonal Analysis for América do NorteMultiplicative Model

Seasonal Indices

Percent Variation by Season

Detrended Data by Season

Residuals by Season

Page 101: PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2013/04/tf-hannah-FINAL-7-11... · PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO (DRP):

94

32241681

800

600

400

200

Index

32241681

800

600

400

200

Index

32241681

2,0

1,5

1,0

0,5

Index

32241681

200

0

-200

Index

Component Analysis for América do NorteMultiplicative Model

Original Data

Seasonally Adjusted Data

Detrended Data

Seas. Adj. and Detr. Data

403632282420161284

800

700

600

500

400

300

200

100

0

-100

Index

Europa

Length 2

Moving Average

MAPE 54,4

MAD 141,1

MSD 31906,6

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Moving Average Plot for Europa

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95

403632282420161284

800

700

600

500

400

300

200

100

0

Index

Europa

Alpha 0,0536682

Smoothing Constant

MAPE 34,6

MAD 100,1

MSD 17738,4

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Smoothing Plot for EuropaSingle Exponential Method

403632282420161284

800

700

600

500

400

300

200

100

Index

Europa

Alpha (level) 0,005

Gamma (trend) 0,005

Smoothing Constants

MAPE 34,1

MAD 94,5

MSD 16648,2

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Smoothing Plot for EuropaDouble Exponential Method

Page 103: PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2013/04/tf-hannah-FINAL-7-11... · PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO (DRP):

96

403632282420161284

800

600

400

200

0

Index

Europa

Alpha (level) 0,20

Gamma (trend) 0,50

Delta (seasonal) 0,01

Smoothing Constants

MAPE 45,4

MAD 112,8

MSD 21939,7

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Winters' Method Plot for EuropaMultiplicative Method

3632282420161284

800

700

600

500

400

300

200

100

Index

Europa

MAPE 24,50

MAD 71,24

MSD 8711,67

Accuracy Measures

Actual

Fits

Trend

Variable

Time Series Decomposition Plot for EuropaMultiplicative Model

Page 104: PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2013/04/tf-hannah-FINAL-7-11... · PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO (DRP):

97

121110987654321

1,4

1,2

1,0

0,8

121110987654321

15

10

5

0

121110987654321

2,0

1,5

1,0

0,5

121110987654321

200

0

-200

Seasonal Analysis for EuropaMultiplicative Model

Seasonal Indices

Percent Variation by Season

Detrended Data by Season

Residuals by Season

32241681

800

600

400

200

Index

32241681

800

600

400

200

Index

32241681

2,0

1,5

1,0

0,5

Index

32241681

200

0

-200

Index

Component Analysis for EuropaMultiplicative Model

Original Data

Seasonally Adjusted Data

Detrended Data

Seas. Adj. and Detr. Data

Page 105: PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO …pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2013/04/tf-hannah-FINAL-7-11... · PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE DISTRIBUIÇÃO (DRP):

98

44403632282420161284

2500

2000

1500

1000

500

0

Index

Overseas

Length 2

Moving Average

MAPE 198

MAD 480

MSD 321457

Accuracy Measures

Actual

Fits

Forecasts

95,0% PI

Variable

Moving Average Plot for Overseas