p&l-portugues- primeiro semestre 2012

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® PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012 VOL.13/NÚMERO 128 www.profit-loss.com ® Anil Prasad, do Citi: A CONSTRUÇÃO DE UMA VIA EXPRESSA DA INFORMAÇÃO Anil Prasad, chefe global de câmbio e de mercados locais em ME, fala com a P&L sobre as mais recentes iniciativas de tecnologia do banco e a importância de desenvolver uma via expressa de informações. É preciso repensar? Dinheiro real e a melhor execução Citi deve iniciar “revolução” com a Velocity 2.0 Principal patrocinador das edições da Profit & Loss América Latina:

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Profit & Loss Primeiro semestre 2012 em Portugues

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®

PRIMEIRO SEMESTRE DE 2012VOL.13/NÚMERO 128www.profit-loss.com

®

Anil Prasad, do Citi:A CONSTRUÇÃO DE UMA VIA EXPRESSA DA INFORMAÇÃOAnil Prasad, chefe global de câmbio e de mercados locais em ME, fala com a P&L sobre as mais recentes

iniciativas de tecnologia do banco e a importância de desenvolver uma via expressa de informações.

É preciso repensar? Dinheiro real e a melhor execução

Citi deve iniciar “revolução” com a Velocity 2.0

Principal patrocinador das edições da Profit & Loss América Latina:

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Profit & Loss

www.profit-loss.com I Profit & Loss I Primeiro semestre de 2012 I 1

A PROFIT & LOSS NOS MERCADOS DECÂMBIO E DERIVATIVOSPRIMEIRO SEMESTRE 2012, VOLUME 13/Nº 128

Devido às incertezas do calendário editorial da P&L, esta é a minha primeiranota do ano. Portanto, quero começar esperando que 2012 tenha começadocom sucesso para você e que seja em geral um ano de muito sucesso.

Tenho certeza de que 2012 vai acabar sendo tão desafiador como 2011 foi, poisalguns dos maiores países do mundo continuam afundados na crise financeira. O setorde câmbio também enfrentará desafios, especialmente se os reguladores desafiarem asprobabilidades e implantarem a nova estrutura proposta até o final deste ano.

Excepcionalmente para esta coluna, não vou dar a minha opinião sobre como lidarcom os desafios que enfrentamos; em vez disto, vou indicar aos leitores a nossaagenda de conferências, onde pessoas que sabem do que falam podem informá-los.Ressalte-se que tenho muita satisfação em anunciar que temos um painel fantásticoconfirmado no Forex Network de Londres em 18 de Abril, quando membros de altoescalão do Bank of England, do Banco Central Europeu e do Federal Reserve Bank deNova York se juntarão a nós para discutir os desafios mencionados acima. Parainscrever-se para esta conferência, visite o nosso site, www.profit-loss.com.

Voltando à questão presente, as histórias deste número destacam como não hánenhum segmento do setor de câmbio que esteja imune ao clima de desafios. De comomedir e oferecer a melhor execução para fundos de dinheiro real, passando pelosnovos impostos sobre o setor e como as estratégias de moeda se comportam emcondições de estresse às novas melhores práticas do comércio eletrônico, este númeroilustra claramente que todos teremos de apelar para as nossas habilidades inovadoraspara assegurar que a transição da crise financeira para um mundo pós-crise maisregulamentado seja a mais suave possível.

A tecnologia, obviamente, será fundamental para todas as soluções, tanto no lado daregulamentação como no dos clientes, de modo que esperamos ver uma onda deaprimoramentos de tecnologia dos bancos e de fornecedores de plataformasmultiparticipantes. Pessoalmente, a única resposta que consigo ver é uma tecnologiaaperfeiçoada – no sentido de mais flexível e sofisticada –, mas quero salientar aimportância de manter o alto nível de qualificações no elemento humano do nossosetor. O nosso setor continua a ser um negócio de pessoas, como tantas pessoas sãorápidas em dizer-me, mas cada vez mais essas mesmas pessoas se afirmam – e sedestacam das demais – pela tecnologia que têm à sua disposição.

Assim, um ano todo de desafios é provável, mas isto não significa necessariamentecoisas ruins para o mercado de câmbio, pois, como muitos de nós sabemos, este setortende a ser anticíclico. Quando as coisas ficam difíceis, este mercado pareceprosperar; portanto, há motivos para pensar que, mesmo que todos à nossa voltacontinuem frágeis, o mercado de câmbio ficará cada vez mais forte e receberáaplausos merecidos ao longo do caminho. Eu com certeza espero que seja assim.

Finalmente, apenas uma nota para lembrar a todos a programação das nossaspróximas conferências. Estaremos em Cingapura em 16 de fevereiro e, em seguida,Colômbia e México em 27 e 29 de março .Como sempre, esperamos ver tantos devocês quanto for possível nesses eventos.

Tenham um bom mês.

nota do editornota do editor

NESTE MÊS:

28 Londres deverá juntar-se a HongKong como centro “offshore” derenminbi

34 Latin Trade Partners implementaplataforma de câmbio

20 É preciso repensar?

26 RMB: contendo as chamas no anodo Dragão

SquawkboxBoletim semanal da P&L

assinaturas: www.profit-loss.com

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Editor e editor chefeJulie [email protected]

EditorColin Lambertcolin_lambert@profit-loss. com

Editor substitutoKirsten Hydekirsten@profit-loss. com

RepórterAlice Attwoodalice@profit-loss. com

Diretor comercialMichelle Hemstedtmichelle@profit-loss. com

Vendas de anúnciosAnna [email protected]

Gerente de eventosCindy Lovedaycloveday@profit-loss. com

Assistente de eventos emarketingJessica Randaljrandal@profit-loss. com

Gerente de design/produçãoAndrew Meikleandrew@profit-loss. com

Profit & Loss: nos mercados de moedas e derivativos é publicado mensalmente. As taxas de assinatura são: £350 ($665) por ano. Impresso pela The Blue Printing Company

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EUA P&L Services Ltd. 115 E 57th Street, 11th fl, New York, NY 10022,

Ásia-PacíficoP&L Services Ltd, Level 4, Suite 404, 83 York Street, Sydney NSW 2000, Australia

ISSN: 1467-2650© 2012 P&L Services Ltd. Todos os direitos reservados

Nenhuma parte desta publicação pode serreproduzida de qualquer maneira sem oconsentimento expresso por escrito da P&LServices Ltd. Todas as opiniões e pontos de vistaexpressos por escritores contribuintes nãorepresentam necessariamente o ponto e vistado editor. Os artigos são publicados em boa-fé,sem responsabilidade por parte dos editores,que não podem ser responsabilizados porqualquer perda, queixa ou ação litigiosaresultante de qualquer ponto de vista aquiexpresso. A editora e os seus editores nãoaceitam nenhuma responsabilidade por mal-entendidos, erros ou omissões incorridosdurante a produção.

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Profit & Loss: primeiro semestre 2012

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062017

Na capa...

MATÉRIA DE CAPA:

ANIL PRASAD, DO CITI:A construção de uma via expressa da informação

Anil Prasad, chefe global de câmbio e de

mercados locais em ME, fala a Kirsten Hyde

sobre as mais recentes iniciativas de tecnologia

do banco e a importância de desenvolver uma

via expressa de informações. ....................................................6

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SALA DE TRADING:

Câmbio – Um investimento melhor do que ações? .......11

Imposto sobre transações financeiras poderia

aumentar os custos do câmbio em até 18 vezes ..........13

Londres deverá juntar-se a Hong Kong

como centro “offshore” de renminbi ..................................14

A próxima moeda de reserva? ...............................................15

MERCADOS DIGITAIS

Citi inicia “revolução” com a Velocity 2.0 ........................... 17

Latin Trade Partners

implementa plataforma de câmbio...................................19

MONEY MANAGEMENT

É preciso repensar? ....................................................................20

Notícias breves ............................................................................24

RADAR DO VAREJO

Commodities e câmbio devem ultrapassar

renda fixa em todos os países do CCG

em 2012: Pesquisa....................................................................25

MERCADO DO MÊS

RMB:

contendo as chamas no ano do Dragão

Bei Xu, Natixis.............................................................................26

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Kirsten Hyde: Como estavam os negócios quando vocêassumiu o papel de chefe global de câmbio e de mercadoslocais em ME há cinco anos e o que mudou desde então?

Anil Prasad: Quando assumi a função há cinco anos,estávamos procurando trazer os negócios de câmbio G10,centrados no JENA [Japão, Europa e América do Norte] paramuito mais perto dos mercados emergentes, centrados naEuropa Central e Oriental, no Oriente Médio, na África, naÁsia e na América Latina. Essa combinação permite-nosaproveitar uma série de vantagens. Algumas dessas vantagenssão evidentes na plataforma Velocity 2.0, que traz muitoconteúdo e informações sobre preços dos mercadosemergentes, resultado da tecnologia desenvolvida no mundoG10 FX.Tivemos um crescimento respeitável em termos de receitas eapesar da recente recessão no mercado. Com certezaconseguimos manter os custos sob controle, reunindoempresas e realizando sinergias. Mais importante ainda, onosso desempenho no atendimento aos clientes foi muitomelhor, e isto tem sentido porque estamos vendo cada vezmais exemplos onde clientes no Japão, por exemplo, desejamnegociar com clientes no Brasil. Alavancar a pegada global

tornou-se uma parte muito importante do que fazemos.Já melhoramos a forma de gerir o fluxo de informações danossa rede global, o que nos permite dar melhores conselhos eusar o nosso capital com mais eficiência. Achamos que temostecnologia de ponta, não apenas em termos da distribuição depreços, mas também na gestão de riscos e na gestão declientes. Houve muitas mudanças em cinco anos.

KH: Que temas imperiosos surgiram em 2011 e quais vocêespera que serão as suas principais áreas de foco em 2012?

AP: Há um determinado conjunto de clientes que é atraentepara nós; eles têm o perfil correto e são a base de clientes emque precisamos focar-nos com mais intensidade.Continuaremos obviamente a aconselhar os nossos clientes emcondições de mercado muito difíceis. Em um mundo que estáficando mais rápido, precisamos ter uma tecnologia quefuncione – não apenas para os preços – mas também parainformações.

KH: Vocês estão lançando atualmente a Velocity 2.0, umanova plataforma na qual começaram a trabalhar apenas seismeses após o lançamento da plataforma Velocity original. Por

Anil Prasad, do Citi:A CONSTRUÇÃO DE UMA VIAEXPRESSA DA INFORMAÇÃOAnil Prasad, chefe global de câmbio e de mercados locais em ME, fala a Kirsten Hyde sobreas mais recentes iniciativas de tecnologia do banco e a importância de desenvolver uma viaexpressa de informações.

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“…quando percebemos as mudanças que estãoacontecendo na estrutura do mercado – a velocidade

etc. –, decidimos criar uma nova plataforma quetivesse a capacidade de se expandir muito além dequalquer coisa que poderíamos ter feito com a 1.9.”

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que vocês fizeram um exercício do zero e reconstruíram aplataforma?

AP: O nosso ponto de vista sobre a 1.9, a plataforma que a 2.0está substituindo, é que, embora seja uma boa plataforma, a suaarquitetura inerente – à linguagem na qual é escrita e assim pordiante, – com o tempo, acabaria sendo uma limitação. Nãoteríamos sido capazes de levá-la tão longe quanto é possívelcom a nova tecnologia que usamos para a Velocity 2.0.Poderíamos ter ficado com essa tecnologia e é provável quetivesse servido por uns dois ou três anos; mas, quandopercebemos as mudanças que estão acontecendo na estruturado mercado – a velocidade etc. –, decidimos criar uma novaplataforma que tivesse a capacidade de se expandir muito alémde qualquer coisa que poderíamos ter feito com a 1.9.

KH: Quais são os principais componentes diferentes entre asduas plataformas?

AP: A Velocity 2.0 é muito mais rápida. Atualiza preços maisrapidamente e o tempo de transação é menor. Tem maisliquidez por mesclar preços entre mesas de trading de todo omundo com a nossa autotrader e preços geradosautomaticamente. Tem mais informações, fornecidas pelonosso serviço de notícias FX Wire, e é muito mais eficienteem termos de espaço – ocupa 68% menos espaço na área detrabalho, permitindo que os usuários vejam muito maisinformações. Além disso, usa muito menos CPU, o quepermite aos usuários manter abertas mais páginaspersonalizadas sem congelar o computador. (Para obter maisinformações sobre a Velocity 2.0, leia o artigo neste número).

KH: Foram incorporados serviços – como o FX Click, aplataforma PB?

AP: Sim. Por exemplo, se você entrar no FX Wire e clicar em

PB, vai para o FX Click. Estamos prevendo umaplena integração do Click à Velocity em poucotempo. As características mais importantes do Clickpara a comunidade de trading estão sendo integradasperfeitamente na Velocity, como gestão de blotter(detalhes de trading em um período), funções debusca, posições, “mark-to-market”, alocação eagregação. O próprio Click tem muito maisfuncionalidades dedicadas aos usuários que sãoadministradores, middle-office e PB, e está sendoatualizado para o Click 2.0 com um padrão aindamais elevado de desempenho para satisfazer osclientes que tenham quantidades extremas de dadosde trading.

KH: Vocês precisaram construir a nova plataformaprevendo certas alterações regulamentares, ou estasserão adicionados quando as coisas ficarem maisclaras?

AP: Incorporamos a capacidade de lidar comalterações regulamentares, especialmente a criação de

instalações de execução de swaps. Esta plataforma foiprojetada para podermos incorporar feeds de preço oriundosde vários locais. Já sabemos que o spot está isento, mas seacontecer de as NDFs, por exemplo, terem de ser negociadasem uma SEF, a plataforma poderia receber vários feeds depreço e ser considerada uma SEF.

KH: Colocar informações ao alcance dos seus clientes temsido a pedra angular da sua estratégia de negócios de câmbio eé um dos temas principais da nova plataforma Velocity. Noano passado vocês lançaram um serviço de notícias interno, oFX Wire. Que diferença isso fez para os seus negócios?

AP: A maior vantagem do Citi, e como gerente percebi isto hácinco anos, é a nossa presença global. Imagine que você sejaum gerente monetário e tem pessoal em 83 países, coletandono terreno informações baseadas no mercado local, não só emtermos do que está acontecendo com o ambiente regulamentare econômico, mas também sobre os tipos de fluxos quepassam por esse mercado.Se você pudesse coletar todas essas informações em um únicolugar, que poder teria isto? Seria absolutamente sensacional.No entanto, na coleta dessas informações, é preciso certificar-se de que está corretamente organizada e segmentada, oucorre-se o risco de uma sobrecarga de informações.Assim, a consequência desses dois pensamentos é o FXWire. O FX Wire coteja essas informações obtidas no terrenopelos nossos jornalistas e depois as edita e publicaexternamente. Assim, você tem, bem ali, informações emtempo real sobre tudo relacionado a um determinadomercado. As notícias são rotuladas. Assim, se um usuárioestiver interessado em um segmento específico do mercado,pode obter informações sobre esse segmento. Isto éparticularmente importante nesta era de correlações. Acorrelação aumentou em todas as classes de ativos – e écertamente importante em cada classe de ativos.

“É importante coletar essas informações de uma formaque possam ser apresentadas a um cliente em umformato que possa ser usado rapidamente.”

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É importante coletar essas informações maneira que possamser apresentadas a um cliente em um formato que ele possausar rapidamente.

KH: Vocês vão chegar ao ponto em que os seus clientespoderão fazer transações a partir de uma notícia?

AP: Esse é o próximo estágio. Um cliente poderá clicar numahistória e iniciar uma transação imediatamente. Se estiverlendo uma peça técnica, por exemplo, será possível clicar einiciar uma transação com base nela. Será possível ir de umartigo de estratégia a mercados ativos durante a leitura.

KH: Quando isso vai acontecer?

AP: Vamos incorporar isto neste trimestre – a gente se movemuito rapidamente!

KH: Em termos de precificação, quando vocês lançaram aquinta casa decimal e que efeito isto teve nos volumes?

AP: A EBS disponibilizou a quinta casa decimal na plataformadeles em fevereiro do ano passado e o mercado foi atrás,incorporando a precificação de quinta decimal na maioria dasplataformas. Os nossos volumes subiram mais de 40% no totalano a ano – um aumento muito significativo para nós.Aproveitamos a precificação mais apertada e criamos aVelocity 2.0 em torno da quinta casa decimal. A Velocity exibeo spread e dá aos usuários a capacidade de clicar e iniciar umatransação e colocar pedidos com base nesse spread.

KH: Qual foi a reação dos clientes à quinta casa decimal?

AP: Em geral, os clientes gostam. Os maiores beneficiáriosdisto são os traders proprietários sistemáticos. Os nossoscustos de transação em algo como o euro e o dólar no períodode novembro a março do último ano diminuíram cerca de25%. Eles adoram, e esta é uma das razões pelas quais osvolumes cresceram no ano passado apesar das condiçõesdifíceis do mercado. As nossas estimativas são que os volumesglobais no mercado cresceram cerca de 10%. Achamos que onosso crescimento de 40% do volume seja muito maior que ode qualquer outra empresa.

KH: Vocês têm duas ferramentas de algoritmo muito boas –Silent Partner e Ripple. Planejam lançar mais alguma?

AP: Vamos lançar mais duas– Swarm e Dagger. Estas estãoquase prontas, e com a TWAP, teremos cinco no total.

KH: Que outros desenvolvimentos vamos ver do Citi FX nospróximos meses?

AP: A Velocity 2.0 será a maior parte do que vamos fazerexternamente. Ainda temos trabalho a fazer para ajustá-la, edepois disso vamos garantir que podemos manter a nossaliderança em relação à concorrência. Internamente, temosoutras coisas acontecendo.

KH: Você disse que houve um aumento drástico dos volumesno ano passado – volumes de câmbio do Citi cresceram entre30 e 45%, dependendo do segmento que se veja. Em quaissegmentos houve o maior crescimento?

AP: O maior crescimento foi nos segmentos bancário e deinvestidores institucionais.

KH: O maior volume resultou em aumento das receitas?

AP: O nosso segmento de clientes cresceu no ano passado, oque com certeza resultou em aumento das receitas, mastambém temos um segmento de construção de mercados e foium ano difícil para esse setor. Por isso, o aumento do volumenão se traduz imediatamente em um aumento proporcional dasreceitas no lado da construção de mercados, mas estouconfiante de que com o tempo isso vai acontecer. Esse volumenos dá mais liquidez, e a capacidade de compreender melhor omercado. Certamente o segmento de clientes teve um anomuito bom e cresceu.

KH: O seu segmento de câmbio e de mercados locais em MEfoi impactado pelos desafios enfrentados pelo setor?

AP: Não há como negar o fato de que as condições financeirasno ano passado, particularmente sobre a situação da dívidasoberana na Europa, tiveram um grande impacto no mercado.Desempenhos e retornos de investidores para modelossistemáticos não foram tão elevados como nos anos anteriorese, portanto, é de esperar que estejam menos envolvidos nomercado. Os dois são nossos clientes e geram volumes para obanco.

KH: Nos últimos meses houve níveis excepcionalmenteelevados de volatilidade no mercado de câmbio, sobretudo emconsequência da crise da zona euro. Como isto afetou os seusnegócios?

AP: A volatilidade, na medida em que permite que as pessoasganhem dinheiro, é boa para os negócios, mas por outro lado édifícil porque ninguém consegue identificar plenamente umatendência, o que é mau para os negócios. A fraqueza do eurose tornou uma tendência no último trimestre, e ainda está emcurso. Cada vez mais participantes estão convencidos de que acrise da zona euro não vai ser resolvida em curto prazo. Porconseguinte, estamos começando a ver alguns fluxos nessadireção e dinheiro transferindo-se para os mercados emdesenvolvimento, o que permitiu que o mercado de câmbiotivesse um desempenho um pouco melhor nas últimassemanas e meses.

KH: O Citi adotou o trading de alta frequência em todos osseus principais serviços. Como você vê o crescimento e asmudanças desse negócio no próximo ano?

AP: Acho que o trading de alta frequência continuará a crescerse a redução dos custos de transação contribuir para a entradade mais pessoas no mercado. Se essa tendência continuar, e

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Anil Prasad, chefe global decâmbio e de mercadoslocais, Citi

Anil Prasad começou a sua carreira noCitibank Índia em 1986, em tesouraria,marketing e vendas. Mudou-se paraNova York em 1988, para trabalhar namesa de opções de moeda e metais. Em1992, foi nomeado chefe do segmento

de opções. Em 1994, foi convidado também a dirigir o segmentode trading em taxas de juro a curto prazo, além do de opções.Em 1996, Prasad mudou-se para Londres e assumiu a

responsabilidade pelo segmento de opções de taxas de juro.Deixou o banco em 1997 para juntar-se à Natwest Capital

Markets na recém-iniciada atividade de trading proprietário.Voltou ao Citigroup em 2000, na função de chefe regional detrading da CEEMEA (Europa Central e Oriental, Oriente Médioe África). Em julho de 2003, foi nomeado chefe de vendas etrading para a CEEMEA, que cobre mais de 33 países e é o maisdiversificado grupo de mercados emergentes do Citi.

Em fevereiro de 2007, Prasad foi nomeado chefe global dereservas cambiais e mercados locais do recém-formado grupoFICC.

Prasad é bacharel em economia pela Universidade de Delhi eobteve o seu MBA em 1986 pela Universidade de Wisconsin.

BIOGRAFIA

com efeito há mais participantes novos no mercado, para oCiti é muito bom porque estamos desenvolvendo novamenteuma tecnologia que será capaz de atendê-los melhor.

KH: Onde vocês veem as maiores oportunidades decrescimento – geograficamente e por segmento de clientes?

AP: No ano passado, o negócio de câmbio cresceu muitorapidamente na Ásia – que é onde registramos o nosso melhorcrescimento, que continua. Quanto ao segmento de clientes,dada a nossa posição de liderança no mercado corporativo,diria que vamos continuar crescendo nesse segmento. Tambémtemos diversas oportunidades de fazer crescer os nossosnegócios de investidores institucionais.

KH: Tocamos antes na regulamentação. A alteração daestrutura de mercado e regulatória será um grande desafio paratodas as classes de ativos, em 2012. Qual é sua maiorpreocupação nesta área?

AP: Gostaríamos de ver, em primeiro lugar, alguma clareza noquadro regulamentar, para podermos preparar-nos para ele.Assim, por exemplo, precisamos de normas mais claras sobre sepodemos negociar NDFs em uma SEF. Precisamos de condiçõesequitativas entre as diferentes localizações geográficas.Consideramos que algumas das alterações regulamentares, comoimpostos mais elevados sobre as transações financeiras, terão umimpacto sobre os negócios e definitivamente vão reduzirvolumes. Como banco americano, precisamos compreender aregra Volcker e o seu impacto sobre os negócios.

KH: Você acha que mercados locais seguirão o avanço dosEUA na regulamentação, ou será preciso ter nuances locais?

AP: Haverá nuances locais. O G20 pode ser um grupo maisamplo que segue uma estrutura semelhante, mas fora do G20 éprovável que tenhamos um sabor muito local no ambienteregulatório.

KH:Vocês veem os seus negócios de câmbio mudando maisno sentido da consultoria e afastando-se da execução ou os

novos regulamentos farão que atuem mais como um portal deexecução para os seus clientes?

AP: Temos agora uma importante função consultiva e umafunção de execução – fazemos as duas coisas. Será queaconselharemos menos os nossos clientes no futuro? Éaltamente improvável, dado que o mundo não está ficandonem um pouco menos complexo e dada a natureza dos fluxoscom que tratamos. Vamos fazer menos execução? Tendo emconta o nosso espaço e o nosso acesso à liquidez, isto tambémé pouco provável. Somos uma instituição de primeira linhatanto na execução para os nossos clientes como prestandoconsultoria, e portanto acho que vamos continuar fazendo asduas coisas.

KH: O que aconteceria aos negócios se um imposto sobretransações for introduzido na zona euro?

AP: Se estamos falando sobre a zona euro, excluindo o ReinoUnido, os negócios ficariam mais lentos. Incluindo o ReinoUnido, diminuiriam drasticamente. O imposto sobretransações aumentaria os spreads, com efeitos imediatos sobreo trading de alta frequência. Se ficar restrita ao continente, terámenos impacto porque a maior parte das transações é feita noReino Unido. Além disso, a parte crescente do mercado estáaté certo ponto na Ásia.

KH: O que você vê como uma vantagem competitiva do seunegócio?

AP: A nossa vantagem competitiva é a nossa presença e o fatode conseguirmos criar uma via expressa de informaçõesligando todas as 1.537 vendas e traders em campo em 83países. Sempre tivemos a presença, isto não é novidade, masestamos fazendo um trabalho muito melhor de maximizar ovalor inerente a essa presença. Conectamos todos a essa viaexpressa de informações – o FX Wire juntamente com asnossas informações sobre fluxos, precificação e liquidez emvárias localizações geográficas – e controlar essas informaçõesé das razões principais para o nosso crescimento e uma dasnossas forças mais importantes. �

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Câmbio – Um investimento melhor do que ações?Colin Lambert analisa brevemente um relatório que deve ser música para os ouvidos de qualquerum que tente interessar investidores nos benefícios do mercado de câmbio em relação ao de ações.

Em vez de fazer a pergunta queinfelizmente continua sendo feitaem muitos círculos, “O câmbio é

uma classe de ativos?”, uma perguntamelhor, que vários bancos como o Citi e oDeutsche Bank têm feito, é: “Uminvestimento em câmbio deve fazer partedo portfólio de todo investidor?”

A resposta deve ser clara – qualquerinvestidor que busque diversificar o riscoe, se possível, reduzir as correlações doseu portfólio, deve ser atraído para ocâmbio como instrumento deinvestimento.

Os problemas que afetaram a famíliamais ampla dos fundos de hedge no anopassado significam que o setor de gestãode moedas sofreu uma redução dos ativossob gestão de batida devida ao duplogolpe dos investidores reduzindo riscos ereduzindo investimentos em moeda parapagar perdas em outras partes doportfólio, e como resultado de um ano defraco desempenho geral dos gestores demoedas. Também entrou na equação aantipatia de longa data de algunsinvestidores pela moeda, sobretudo emvirtude do que é visto como falta dereferência ou de um perfil de retornoestável, continua sendo predominante, oque significa que os gestores de moedasprecisam continuar lutando arduamentepor ativos.

Para explicar a falta de entusiasmo dosinvestidores em ações e renda fixa, diz-secom frequência que é difícil livrar-se dehábitos antigos, mas um trabalho recentedo banco para o Relatório trimestral depagamentos internacionais dá o quepensar aos investidores “tradicionais” dosmercados de ações.

O texto, FX Strategies in Periods ofDistress (Estratégias de câmbio emtempos difíceis), de autoria de JacobGyntelberg e Andreas Schrimpf, estuda osretornos de três estratégias mainstream decâmbio: carry, momentum e spread deprazos. A primeira delas é provavelmenteuma das mais populares do mercado,favorita perene de varejistas de câmbio detodo o mundo (mas particularmente noJapão). A capacidade de comprar umamoeda de alto rendimento e vender umade baixo rendimento é para muitos o trade

perfeito. São capazes de ganharo diferencial que a taxa de juro(supondo que a paridade dejuros descoberta – UIP – nãoesteja funcionando, o queraramente acontece) em umabase diária.

A segunda estratégia,dinâmica, perdeu um pouco depopularidade nos últimos anos,sobretudo com o advento dotrading de alta frequência e osubsequente aumento do “ruídobranco” no mercado, mas é maisconhecida como uma estratégiade “seguir tendências”. Simplificando, aestratégia é, como disseram no passadoCTAs como John W. Henry, “a tendêncianunca vai acabar”.

A terceira estratégia abrangida pelaanálise BIS é a do spread de prazos,estratégia carry mais sofisticada pela qualo investidor se posiciona de acordo com acurva de rendimento completa, em vez deapenas segundo as taxas de juro de curtoprazo da estratégia carry tradicional.

As três estratégias são de longa duraçãoaté um certo ponto. Para que a carryfuncione eficazmente, o investidor buscaum retorno constante ao longo de mesesem vez de semanas, porque o retornoincremental diário é relativamentepequeno.Isto é especialmente verdadeirono atual ambiente em que as taxas dejuros globais são relativamente baixas.

Risco e retorno

Os autores montam um portfóliobaseado nessas três estratégias básicas eanalisam o perfil de retorno de risco decada uma, em condições “normais” demercado e em tempos de turbulência –especificamente durante a crise asiáticado final do século passado e a crisefinanceira global mais recente. O quetorna o livro mais valioso do que outros éque usa dados recentes do mercado, atésetembro de 2011. Muitas vezes,documentos de trabalho dependem dedados de anos anteriores, o que significaque a pesquisa, embora valiosa, é diluídapela alteração da dinâmica ou dascondições do mercado.

Esta análise realmente examina operíodo de janeiro de 1985 a setembro de2011 e abrange 25 moedas medidascontra o dólar americano. Os autoresobservam que isto cobre a maior parte dasmoedas normalmente usadas pelosinvestidores nos seus portfólios e mais de95% do volume global de negócios decâmbio medido pela pesquisa trienal BIS.Os portfólios foram montados de acordocom a prática normal do setor e asestratégias foram executadas por meio deposições a prazo.

A análise dos portfólios mostra que amédia mensal anualizada de retorno sobreo portfólio de carry foi de 7,4% durante operíodo estudado, enquanto a estratégiade momentum retornou 5,7% ao ano(com base no desempenho ao longo domês anterior) e 4,3% (com base nodesempenho dos três meses anteriores). Aestratégia de spread de prazos retornou5,1%. Compare-se aos 5,9% de retorno deações medidos com base no retorno deações dos EUA à taxa de um mês doTesouro americano. O que talvez sejamais pertinente, dado que algunsinvestidores parecem felizes poresconder-se atrás da “volatilidade” dosretornos de câmbio, os autoresdescobriram que a volatilidade de retornodas estratégias de câmbio era “bastantebaixa” comparada à do portfólio de ações.

Uma das características da estratégiade carry é que vários meses (espera-se)de retornos incrementais pequenos masconstantes são seguidas por uma reversãobrusca. Muitas vezes, observam osautores, isso pode significar um ou até

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dois anos de retornos sendo dizimadosem até um mês. Em termos acadêmicos,isto significa os retornos das estratégiasde câmbio não são distribuídosnormalmente e têm “caudas” maispesadas, o que efetivamente significa quenão há nenhum limite para até onde areversão pode ir. Os autores ressaltamque as distribuições de retorno do câmbiosão inclinadas negativamente para aestratégia de carry. Em outras palavras,grandes perdas são mais prováveis do quegrandes ganhos. Isto reflete a natureza dotrading de carry – de fato, os autoresobservam a presença nas suas análises deocasionais perdas mensais de 8 a 12%.As duas estratégias de momentumanalisadas têm inclinação positiva, ouseja, grandes ganhos são mais prováveisdo que grandes perdas.

Ao estudar os riscos, os autores usamtrês medidas padrão: volatilidade, VeR(valor em risco) e déficit esperado. Avolatilidade, padrão de risco maisamplamente utilizado, mostra que oportfólio de carry tinha uma volatilidadede 9,9% ao ano, assim como a estratégiade momentum com base no desempenhode três meses anteriores. O momentum deum mês anterior tinha volatilidade de9,4% e o spread de prazos, 8,1%.Novamente, isto se comparafavoravelmente com o mercado de açõesnorte-americano que, no mesmointervalo, teve uma volatilidade anual de16,3%.

Usando VeR – o capital necessáriopara cobrir as perdas – e déficit esperado(que medem o risco downside doportfólio), as estratégias de câmbiosuperaram as ações dos EUA mais umavez. A estratégia de carry teve um VeRmensal de 6,7%, as duas estratégias demomentum tiveram 7,9% (um mês) e8,6% (três meses); e a de spread deprazos, 6,4%. O VeR mensal do portfóliode ações dos EUA foi de 9,1%.

É um quadro semelhante ao do déficitesperado (a perda esperada, se exceder1% VeR) de 1%, em que a estratégia decarry chega (mensalmente) a 8,1%, asduas estratégias de momentum a 9,9% e10,7% e o spread de prazos a 7,6%. Odéficit esperado de 1% do mercado deações dos EUA numa base mensal é de10,3%.

Todos esses dados refletem-se nasestratégias de câmbio com relações deSharpe (medida de retorno por unidade devolatilidade e, portanto, uma reflexão

mais verdadeira do retorno excedentereal) mais elevadas do que nos mercadosde ações, principalmente devido à baixavolatilidade de retorno dos portfólios decâmbio.

Tempos difíceis

Os autores procuram expandir o debateacadêmico sobre retornos de câmbio,analisando os mesmos portfólios emmomentos de extremas dificuldades demercado, especificamente a crise asiáticade 1997-98 e a crise econômica de 2008-09. Também estudam agosto e setembrode 2011 para fechar a conta.

Sem surpresas, dado que muitasmoedas asiáticas tinham rendimentoselevados no momento, os autoresobservam que a crise asiática “não foium bom momento” para o trade de carry.Como os investidores estavamabarrotados de moedas de altorendimento dos mercados emergentes,que depois caíram acentuadamente, istonão é surpreendente. Na verdade, a criseasiática é muito usada para ilustrar osperigos do trade de carry, como fazem osautores, que observam que o piordesempenho mensal do portfólio decarry foi em janeiro de 1998, quandoperdeu 12%.

Talvez realçando os benefícios dadiversificação no câmbio propriamentedito, a análise mostra, contudo, que asestratégias de momentum têm melhordesempenho, com baixo retorno negativoou, em várias ocasiões, desempenhomensal positivo.

A natureza regional dessa crise érealçada quando os autores observamque, ao contrário das ações asiáticas,que obviamente despencaram, osmercados de ações dos EUA na verdadetiveram muito bom desempenho duranteessa crise.

Houve um quadro semelhante nosegundo período de crise, quando oportfólio de carry perdeu 6% em outubrode 2008 (o que coincidiu com um grandesalto no Vix e em outras medidas devolatilidade), mas as estratégias demomentum foram um pouco melhor,sendo “surpreendentemente bem-sucedidas”, de acordo com os autores.

A estratégia de spread de prazos tevemau desempenho na segunda crise,provavelmente, observam os autores, porcausa do impacto de “medidas nãoconvencionais de política monetária”

sobre a estratégia.As mesmas características foram

observadas em agosto e setembro do anopassado, destacando e reforçando,segundo os autores, que os riscos dedownside do trading de carry podem sersubstanciais e que a estratégia é exposta aum risco sistemático de volatilidade.

Melhores retornos

Embora o trade de carry sofra emperíodos de dificuldades de mercado,muito menos do que a estratégia demomentum, os autores ressaltam que elatem um desempenho melhor do que o dosmercados de ações nos mesmos períodos.Concluem que as estratégias de carry e demomentum estão sujeitas a riscos dedownside de alta amplitude, mas que têmdiferentes perfis de risco-retorno. Aestratégia de carry, em conformidade coma sua natureza, é descrita como umaestratégia de “tostões”, enquanto a demomentum pode fornecer retornospositivos muito maiores.

Como aviso para o setor, observamainda que a magnitude potencial dosriscos de downside nessas estratégias gerao espectro de riscos de contrapartida“significativos” no mercado de câmbio.Tais preocupações não devem serdesprezadas, mas provavelmente éimportante notar que o mercado decâmbio não sofreu durante as crisesnenhum abalo devido a um grandeinvestidor ter sofrido perdas em transaçõesde trade de carry ou momentum.Normalmente, o corretor de primeira linhaestaria alerta para esses riscos egerenciaria a situação nesse sentido.

No futuro, é útil ver análises ainda maisprofundas desta questão, especificamenteanálises que usem portfólios ainda maissofisticados. Os autores estão de parabénspelo seu trabalho de medição dodesempenho em tempos de dificuldades,mas muitos gestores consultados sobreesta questão destacam como suasestratégias são mais matizadas eenvolvem elementos de ambos.

O carry trade é visto amplamente entregestores profissionais como umaferramenta do mercado varejista quandoutilizado isoladamente, embora váriosobservem os seus benefícios potenciaiscomo parte de um portfólio diversificadode câmbio. Da mesma forma, o problemaao medir o desempenho das estratégias demomentum está no fato que diferentes

Sala de mercados Câmbio x ações

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Sala de mercadosImposto sobre transações financeiras

www.profit-loss.com I Profit & Loss I Primeiro semestre de 2012 I 13

O imposto sobre transações financeiras poderia aumentar os custos de câmbio em até 18 vezesUm novo relatório argumenta que o custo adicional do ITF proposto seria em grande parterepercutido nos fundos de pensões da Europa, gestores de ativos e empresas, segundoKirsten Hyde.

Um imposto sobre transaçõesfinanceiras proposto para toda aUnião Europeia aumentaria os

custos das transações de câmbio em até18 vezes e potencialmente forçaria amudança de até 75% das operaçõestributáveis para fora da jurisdição da UE,de acordo com a Associação Global deMercados Financeiros (GFMA).

Um relatório compilado para a GFMApela empresa de pesquisa independenteOliver Wyman diz que o imposto fariacom que todos os trades de câmbioficassem de três a sete vezes mais caros eos produtos mais líquidos até 18 vezesmais caros.

A GFMA, que representa três dasmaiores associações de trading do mundopara instituições financeiras da Europa,da América do Norte e da Ásia, diz que ocusto adicional seria em grande parterepassado aos usuários finais, como osfundos de pensão da Europa, os gestoresde ativos, as seguradoras e as empresas,tendo em conta as margens apertadas quejá existem no mercado de câmbio.

A proposta de tributar transações decâmbio é parte de um imposto sobretransações financeiras mais amplo,apresentado pela Comissão Europeiaem setembro passado, que cobraria0,1% de ações e títulos e 0,01% detrading de derivados entre instituiçõesfinanceiras quando pelo menos umaparte situar-se na UE. A CE gostariadesse imposto, que diz que poderiaarrecadar até EUR 57 bilhões por anopara ajudar os orçamentos nacionais eregionais, a partir de janeiro de 2014.

Embora as transações de câmbio spotficariam isentas de tributação, os negóciosde swap de câmbio, que representam 45%dos USD 4 trilhões por dia no mercadoglobal, não seriam isentos.

Usando o exemplo do produto de swapmais líquido – o swap EUR/USD de umasemana com um valor referencial de EUR25 milhões feito entre um banco e umusuário final como um fundo de pensões– o custo para o fundo seria hoje de EUR279, diz o relatório. Se o imposto sobre atransação fosse gravado em 0,01% dovalor referencial, o banco e o usuário finalteriam de pagar EUR 2500 cada,resultando em um custo total de EUR5.279, ou um aumento de 18 vezes,supondo-se que todos os custos fossemtransferidos para o fundo.

“Este estudo mostra que o impostoproposto na verdade penalizaria asempresas da Europa por fazerem umagestão de riscos sensata – usandoprodutos de câmbio para gerir asflutuações monetárias – e tambémameaçam impor custos adicionais sobre arentabilidade de investimentos de fundosde pensão e gestores de ativos”, diz JamesKemp, diretor da divisão global decâmbio da GFMA.

O relatório, Proposta de imposto sobretransações financeiras ComissãoEuropeia: análise de impacto sobremercados de câmbio, também sugere queaté três quartos das operações tributáveispodem mudar-se para fora da jurisdiçãofiscal da UE se o imposto for introduzido.

“Combinado com a redução de cerca de5% dos volumes de transação, isto poderia

reduzir a liquidez do mercado e aumentaros custos indiretos das transações em atémais 110%”, diz a GFMA. Os clientes,nesse caso, sentiriam o impacto demaiores spreads de compra/venda devidoà redução da liquidez.

“A combinação de custos diretos eindiretos, decorrentes da redução daliquidez de mercado e maiores spreads decompra/venda, significa que é provávelque arrecadar um euro em impostos custemais para os usuários do que o montantedo imposto propriamente dito”, diz Kemp.

Fazer o setor pagar em tempos deausteridade certamente tem apelopopular, e a chanceler alemã AngelaMerkel, um dos defensores mais ruidososdo imposto, criticou os governos,incluindo o dos EUA, por se recusarem afazer o setor financeiro pagar pela crisefinanceira global.

Porém, os participantes do mercadoapontam para o inevitável impacto que oimposto teria sobre os lucros dos bancos,e a sua repercussão na disposição e nacapacidade dos bancos de oferecercrédito. Em última análise, dizem, o setormais atingido pelo imposto seria aeconomia real. Embora qualquer empresapossa mudar de jurisdição para evitar oimposto, para muitas empresas e fundosde pensões domiciliados na UE, mudarsimplesmente não é uma opção.

Crítica renovada

A GFMA não esteve sozinha nasanálises do impacto do imposto sobretransações financeiras proposto. De

posições são mantidas por prazosdiferentes. Mais de um gestor observa oimpacto dos novos operadores e novastécnicas no mercado, especificamente ostraders de alta frequência e os bancosreduzindo drasticamente os seus prazosde manutenção de posições, e destacamcomo isto pode impactar a estratégia demomentum tradicional.

Parece que o que se deve fazer é ouadotar o trade de momentum por curtosperíodos (possivelmente até mesmo

adotar o trading de alta frequência, queexibe muitas das mesmas características)ou respira fundo, prevê grandes perdas deparada e mantém a posição por muitotempo. Seja como for, este parece seroutro exemplo de setores intermediáriossendo espremidos para fora do setor decâmbio.

Tendo em conta quantos gestoresoperam modelos mais sofisticados querastreiam e ativam programas de acordocom as condições de mercado observadas,

os resultados revelados pelos autoresdeste livro parecem oferecer um incentivopara qualquer investidor que procuremelhorar a força, a diversidade e o perfilde retorno do seu portfólio. De muitasmaneiras, as conclusões refletem o quetem sido um truísmo de longo prazo nosmercados financeiros – que, na maiorparte dos critérios de avaliação, osmercados de câmbio têm um melhordesempenho nos períodos de estresse eagitação. �

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Sala de mercados Londres deve ser o próximo centro de RMB

I Primeiro semestre de 2012 I Profit & Loss I www.profit-loss.com14

acordo com o Associação de Gestão deInvestimentos Alternativos (AIMA), queanalisou os números da CE, o impostopoderia piorar a situação dos países daUE em dezenas de bilhões de euros porano e levar a uma diminuição significativado comércio transfronteiriço, minando omercado único.

A AIMA diz que haveria umabrandamento significativo da negociaçãode instrumentos financeiros como ações,títulos e derivados na UE, e que aintrodução do imposto teria“consequências prejudiciais nãointencionais generalizadas”.

A associação diz que o ITFprovavelmente reduziria a poupança doscontribuintes e os rendimentos dosaposentados da UE e conduziria a umaredução do nível de investimento naeconomia real, forçando para baixo ospreços dos ativos, ampliando os spreads,dificultando a descoberta de preços

eficiente e piorando a volatilidade dosmercados.

“Os estudos da própria Comissãoconcluíram que o ITF pioraria a situaçãoda UE em dezenas de bilhões de eurospor ano. Estimou-se que as receitasanuais do ITF estariam entre 25 e 43bilhões de euros, mas haveria tambémuma redução do PIB de toda a UE entre0,53% (86 bilhões de euros) e 1,76% (286bilhões de euros)”, diz a AIMA.

Acrescenta que mesmo este custoconsiderável pode ter sido subestimadoporque não levou em conta plenamente oefeito “cascata” de impostos sendoaplicada a todas as partes constituintes deum trading específico.

“A nossa análise conclui que o impostosobre transações financeiras proposto pelaUE reduzirá ou eliminará uma quantidadeenorme de atividades transfronteiriças detrading de ações e títulos na UniãoEuropeia, minando o mercado único. E

não estamos falando de transaçõesfinanceiras complexas, mas da simplescompra ou venda de ações porinvestidores comuns”, diz Andrew Baker,CEO da AIMA.

“Isto poderia ter gravíssimasconsequências não intencionais –incluindo um aperto ainda maior dascondições de financiamento para asempresas – em um momento crítico paraa economia europeia.”

A AIMA é apoiada por outros grupossetoriais na crença de que a CE nãoconsiderou plenamente os custos doimposto. Em uma apresentação àimprensa feita em Londres, em janeiro,Simon Andrews, diretor de commoditiesna Associação de Futuros e Opções, disseque o relatório de avaliação de impacto daComissão Europeia tinha “sobrestimado”as receitas que deverão ser geradas peloimposto, ao passo que os custos tinhamsido “maciçamente subestimados”. �

Londres deve juntar-se a Hong Kong como centro offshore de renminbiKirsten Hyde fala sobre a movimentação em Londres para vencer a corrida na zona do euro parase tornar um centro offshore de trading da moeda chinesa.

George Osborne, chanceler doReino Unido, revelou em 16 dejaneiro as medidas tomadas com

vista ao desenvolvimento de Londres emum centro de comércio internacional dorenminbi chinês, juntando-se a HongKong exclusivamente nessa posição.

Isto daria um grande impulso à cidade,às suas empresas e à economia do ReinoUnido como um todo, dizem os operadoresdo mercado, embora alertem que oprocesso pode ainda demorar vários anos.

O anúncio é a culminação denegociações entre o tesouro do ReinoUnido e as autoridades chinesas, quecomeçaram em setembro.

Explicando o negócio, o chancelerdisse que tinha acordado com NormanChan, diretor executivo da AutoridadeMonetária de Hong Kong, medidas paraajudar Londres a desempenhar um papelcentral no aumento do status global dorenminbi.

Essas medidas incluem a criação de umfórum que irá trabalhar no reforço da

cooperação entre Hong Kong e Londres,particularmente em sistemas deliquidação, liquidez de mercado edesenvolvimento de produtos financeirosdenominados em renminbi. Bancoseuropeus e chineses, incluindo o HSBC, o

Standard Chartered, o Bank of China, oDeutsche Bank e o Barclays, farão partedo fórum que se reunirá duas vezes porano a partir de maio.

Além disso, Hong Kong planejaestender em cinco horas o horário de

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RMB como moeda de reserva

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Sala de mercados

funcionamento do seu sistema depagamentos em renminbi, para melhoraro comércio offshore com Londrespermitindo que as instituições financeiraslondrinas tenham mais tempo paraliquidar pagamentos offshore emrenminbi.

Falando à BBC, Osborne disse quehavia “uma oportunidade muito específicapara a Grã-Bretanha” no crescimento daeconomia chinesa. “Neste momento [orenminbi] está sendo negociadobasicamente na China e em Hong Kong earredores e estou trabalhando paragarantir que Londres seja o centro detrading da moeda chinesa no Ocidente…isto é bom para a Grã-Bretanha, bom paraos empregos britânicos e também para aChina.”

Em Londres, o anúncio foi recebidocom otimismo. Stuart Gulliver, executivo-chefe do HSBC, um dos principaisproponentes do renminbi no Reino Unido,disse: “A cooperação bem sucedidaapoiará as empresas britânicas queprocuram oportunidades na Ásia,apoiando ao mesmo tempo as empresasasiáticas que veem a Grã-Bretanha comoum destino natural de comércio einvestimentos.”

David Clark, Presidente da Associaçãodas Corretoras de Mercados Atacadistas(WMBA), disse à Profit & Loss: “Asnotícias de que o chanceler chegou a umacordo com as autoridades de Hong Kongpara Londres ser um centro offshore detrading de RMB demonstram adisponibilidade chinesa em tomar as

medidas certas para abrir a sua moeda eos seus fluxos de capital.”

As reformas para internacionalizar orenminbi e torná-lo uma alternativa aodólar começaram em julho de 2010,quando a China permitiu a instituições,investidores e certas empresasqualificadas comprar e vender a moedaem Hong Kong livremente, sem limites.

“A notícia reforça a posição deLondres como líder global em câmbio emercados de capitais internacionais”,acrescentou Clark. “Juntamente com osmercados NDF existentes em RMB, istovai também oferecer às empresascorporativas e firmas de investimentointernacionais oportunidades maisamplas de investir na China e na suamoeda.”

Qualquer acordo que facilite asoperações de trading em moeda chinesaé boa notícia, disse Sam Ford, chefe desoluções de risco do Barclays Bank. “Aimportância da China como parceirocomercial global significa que maisempresas britânicas estão procurandocomerciar com o país. Nos últimos doisanos, assistimos a um crescenteinteresse de empresas britânicas em usaro renminbi para liquidar transaçõescomerciais. Desconfio que o anúncio[do chanceler] só vá acelerar essatendência, devido aos benefícios que asempresas podem ter ao fazer negóciosna China.”

David Sear, diretor-gerente global daTravelex Global Business Payments ediretor de operações da Western Union

Business Solutions, disse: “Esta novaparceria com Hong Kong fará de Londresum importante operador global de tradingdo renminbi fora da China. Esta é umaboa notícia para o Reino Unido; acapacidade de comerciar com o renminbiirá não só ajudar as PME do Reino Unidoa capitalizar-se com a segunda maioreconomia do mundo, como também é umpasso na direção certa em termos deimpulsionar uma recuperação baseada naexportação.”

No entanto, os operadores do mercadoavisam que, apesar da determinaçãochinesa, a abertura do RMB não vaiacontecer da noite para o dia. “É provávelque esse processo leve vários anos ainda,e os chineses agirão na gestão da suamoeda de acordo com as suas declaraçõesde política no G20”, disse Clark.

Apesar do isolamento da Grã-Bretanhanuma reunião de cúpula em Bruxelas emdezembro, as negociações indicam que aChina vê Londres como um importantecentro financeiro e porta de entrada domercado único europeu.

“Esse apoio de longo prazo a Londrescomo o centro preferencial, especialmenteem um fuso horário ocidental, torna aindamais importante que autoridadesbritânicas resistam aos regulamentos maisrestritivos que estão sendo propostos naUE e nos EUA”, disse Clark. “A Chinaestá se juntando aos países que deixamclaro que o uso de mercados de câmbio ede balcão são uma parte essencial docrescimento saudável dos mercadosfinanceiros.” �

A próxima moeda de reserva?Alice Attwood pesquisa opiniões sobre se o renminbi chinês vai se tornar a próxima moeda dereserva mundial.

Alguém quer o RMB como moedade reserva? Naquilo que a P&Lespera que se vá tornar um dos

maiores debates do próximo par de anosno mercado de câmbio, um relatóriorecente do Deutsche Bank sugerindo queo renminbi tem o potencial para se tornara próxima moeda de reserva do mundo napróxima década dividiu as opiniões nomercado.

Alan Cloete, chefe de finanças globaise de câmbio do Deutsche Bank, diz que aascensão do renminbi, também conhecido

como yuan, pode continuar ainda mais, se2011 for alguma indicação.

“Desde julho de 2010, o volume mensalde liquidações de trades denominados emRMB aumentou quase vinte vezes, indo aRMB 185 bilhões em agosto de 2011,quase 9% do volume mensal de negóciostotal da China”, diz ele.

Cloete descreve Hong Kong comotendo sido a “janela financeira da Chinapara o mundo”, mas diz que agora servecomo “porta dos fundos para acesso aoRMB”. As transações diárias em RMB no

mercado spot offshore de Hong-Kong,inaugurado em agosto de 2010, chegamagora a cerca de USD 2 bilhões, diz ele.

Barry Eichengreen, economistaamericano e professor da cátedra GeorgeC. Pardee e Helen N. Pardee de economiae ciências políticas da Universidade daCalifórnia em Berkeley, diz que orenminbi poderia representar 15% dasexplorações de reserva de moeda mundialnos próximos dez anos.

Contudo, esta ideia não teve muitarepercussão no setor. Michael Derks,

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Sala de mercados Londres deve ser o próximo centro de RMB

I Primeiro semestre de 2012 I Profit & Loss I www.profit-loss.com16

estrategista-chefe da FXPro, diz: “Orenminbi tem um longo caminho apercorrer antes de se tornar uma moedade reserva. Os mercados de capitaischineses estão numa fase muito precocedo desenvolvimento, a moeda não élivremente conversível, não há garantiaspara os investidores estrangeiros emvigor, o banco central não é independentee a moeda é usada ativamente comoferramenta política.

“Como tal, vai se passar muito tempoantes que os gestores de reservas possamjustificar a exposição ao renminbi,porque neste momento os riscos sãodemasiado elevados. Por isso, acho queuma meta de 15% para reservas mundiaisde câmbio no prazo de dez anos é muitopouco provável – eu ficaria surpreso sefosse até 5%, se tanto.”

David Gilmore, sócio da FX Analytics,diz: “acho que o renminbi será umamoeda de reserva, mas em uma décadapode ser um pouco cedo. Primeiro orenminbi precisa tornar-se uma moedatotalmente conversível e, embora a Chinaesteja a ponto de alcançar este objetivo,parece que não tem pressa. Talvez apergunta que devamos perguntar seja seserá uma moeda totalmente conversívelem uma década? Acho que será. Otamanho da economia e o ritmo dedesenvolvimento da China sugerem que otempo entre a conversibilidade e o statusde moeda de reserva para o RMB serárelativamente curto.

“O teste do status de moeda de reservaé qual porcentagem de RMB será mantidapelos bancos centrais em 2021? Se for5%, há uma probabilidade decente queseja uma moeda de reserva. Mas chegar a40% onde estará a par com o USD e oEUR, pode demorar outra década.

“Argumenta-se que a parte de Chinado PIB global aumentarasignificativamente nos próximos dezanos, correspondendo a uma parte cadavez maior do comércio mundial. Assim,é inevitável que o yuan flutue e que osmercados de capitais da China fiquemmais abertos – a mobilidade do capital éuma condição necessária para umamoeda de reserva.”

Cloete sugere que o RMB estáajudando a mudar os mercadosfinanceiros da China. Segundo ele,“desde agosto de 2011, as empresasestrangeiras têm sido capazes liquidarcontratos em RMB em qualquerprovíncia da China, uma flexibilização

das regras que teria sido inimaginávelmesmo dois anos atrás… Ascensãointernacional do RMB trará consigo umfim ao atual sistema restritivo demercados paralelos de câmbio para amoeda da China.”

No entanto, várias fontes de mercadoem Hong Kong observam a relutância dogoverno chinês em afrouxar o controle dopoder econômico por medo de, como dizuma dessas fontes, “mandar a bola deneve rolando ladeira abaixo”. Muitosacreditam que as chances de o renminbise tornar a próxima moeda de reservaserão ditadas pela política, em vez de pelaeconomia – e isto, como diz um traderbaseado em Hong Kong, significa queteremos de esperar um pouco mais do queo esperado.

Enquanto isso, em um movimento vistopor muitos observadores do mercadocomo uma sinalização da vontadecrescente da China de assumir um papelmais estendido nos mercados globais demoeda, o país está incentivando que maisdas suas atividades de comércio bilateralcom o Japão sejam liquidadasdiretamente em renminbi ou ienes.

O movimento se segue a uma reuniãode 26 de dezembro em Pequim entre oprimeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e oprimeiro-ministro japonês, YoshihikoNoda, que procurou diversificar o riscocambial associado às trocas comerciaisentre a segunda e a terceira maioreseconomias mundiais. A China é o maiorparceiro comercial do Japão, eatualmente quase dois terços do comércioda China e Japão são pagos com dólaresamericanos.

O Japão também está interessado emcomprar títulos do governo chinês,marcando a primeira vez que o paísadicionou dívidas denominadas emrenminbi às suas próprias reservas decâmbio.

Embora essa medida tenha levado aespeculações acerca do impacto potencialsobre o dólar americano, poucos analistaspreveem uma mudança dramática.

Robert Savage, diretor executivo daTrack.com, uma empresa de pesquisaindependente, diz: “Japão e a Chinaconcordaram com novas linhas de swap emais comércio de títulos uns dos outros.O Japão vai comprar até USD 10 bilhõesem títulos em RMB, diversificando-separa longe do USD. Isto não vaiprejudicar muito o dólar americano agora,pois a intervenção do Bank of Japan

acrescentou mais USD 100 bilhões emreservas.

“Isto permitirá que a China mantenha oRMB forte e o Japão mantenha um pisoem USD; as duas nações estãopreocupadas com o câmbio. A China estávendo o dinheiro fluir para fora do país evendeu USD e ouro para evitar um maiorfluxo de saída em dezembro. O Japãopode estar pronto para mais uma rodadade compra de USD para segurar o JPYmais perto de 80 que de 75… Mas ogrande perdedor pode ser o euro, poistinha ganhado anteriormente comtransações em RMB e esse novo arranjopode mudar isso um pouco.”

David Mann, chefe de pesquisa dasAméricas para o Standard Chartered, diz:“No curto prazo, é improvável que istotenha qualquer impacto notável sobre oUSD, dada a predominância de outrosdesenvolvimentos muito maissignificativos, sobretudo a crise daEuropa no primeiro trimestre de 2012,que poderá sofrer uma nova deterioraçãoque leve à procura do USD como portoseguro até as coisas se estabilizarem.

“No médio prazo, como é provável queeste seja o horizonte com o qual alogística disto será elaborada, até haverum mercado líquido para RMB-JPY (taxacruzada) na medida em que os custos detransação sejam mais baixos do que otrading denominado em USD, é difícilcrer que isto tenha um impacto negativosignificativo sobre o USD.

“No longo prazo, quando for o caso equando o RMB tiver uma quantidadesuficientemente grande de ativos deinvestimento que estrangeiros possamcomprar e vender livremente – ou seja,depois que os controles de capital foremreduzidos significativamente – é bemprovável que haja uma escassez de USDfora dos EUA, à medida que mais paísesforem diversificando a moeda usadas nassuas trocas comerciais.”

Enquanto isso, Benoit Anne, diretoradministrativo e chefe de estratégia deME da Société Générale, diz: “há umclaro movimento da China no sentido deafastar-se do dólar como moeda dereserva e promover a utilizaçãointernacional da sua própria, o RMB, masisso continua sendo puramente simbóliconeste momento.”

Ele acrescenta, “Estamos ainda muitolonge de ver o RMB tornar-se uminstrumento de reserva global de plenodireito”. �

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Mercados digitaisCiti lança Velocity 2.0

OCiti revelou a tão aguardada Velocity 2.0, a versão maisrecente da sua plataforma single-dealer, oferecendo aosclientes uma execução mais rápida, redução de custos

por transação e funcionalidade mais fácil de usar.O trabalho de desenvolvimento da plataforma começou há um

ano, apenas seis meses após o lançamento da sua antecessora, aVelocity 1.9 e envolveu uma grande reconstrução do zero, deacordo com funcionários.

“Aqui não se trata do mesmo chassis e motor em um corpodiferente. Escrevemos a Velocity 2.0 em uma nova linguagem deprogramação que achamos que a torna muito mais rápida do quequalquer outra coisa no mercado”, diz Anil Prasad, chefe globalde câmbio e de mercados locais em ME do Citi. “Foi umexercício de construir do zero que procurou cuidar de cincocoisas para os nossos clientes: execução mais rápida, reduçãodos custos por transação, mais liquidez, informações em temporeal mais bem direcionadas e um uso muito mais eficiente doespaço do desktop.

“Fomos aos nossos clientes, perguntamos-lhes o que queriame com isso projetamos a Velocity 2.0”, acrescenta. “Achamosque vai revolucionar o trading em câmbio.”

Os quadros de preços básicos da Velocity são o ponto centralda maioria das funcionalidades da plataforma. Cada quadrooferece aos usuários as ferramentas essenciais de que precisampara trading, seja colocar pedidos, lançar um algoritmo, analisar

ou negociar desde uma superfície de volatilidade em 3D ouacessar gráficos e notícias em tempo real do FX Wire, o serviçode notícias interno do Citi.

Cada quadro é 68% mais compacto do que antes, o quesignifica que a plataforma pode acomodar 42 quadro, aocontrário dos 25 da versão 1.9, e tem um uso 50% menosintensivo da CPU, o que significa que os traders podem deixarvárias janelas abertas sem correrem o risco de congelar a tela.

A atualização de preços é 92 milissegundos mais rápida do queem qualquer outra plataforma single-dealer, diz Prasad, e avelocidade de execução foi substancialmente melhorada. Por

exemplo, ele explica que otempo de transação entreCingapura e Nova York foireduzido em 20%, com espaçopara mais eficiência.

Em termos de liquidez, aplataforma permite fazercorrespondências cliente-a-cliente, o que lhe rendeu umganho adicional de liquidezsubstancial; e, em pares demoedas de mercadosemergentes, o Citi tem preçoscombinados das suas mesas detodo o mundo com preçosautonegociados geradosautomaticamente para criaruma precificação mais robusta.Em termos de redução doscustos por transação, toda aplataforma foi concebida paratrading até a quinta casadecimal.

A Velocity 2.0 também trazaos usuários informaçõesdirecionadas em tempo realdos quadros de preço. “Agrande vantagem que é quetemos mais de quinhentos

Citi inicia “revolução” com Velocity 2.0Citi lança sua nova plataforma single-dealer, oferecendo aos clientes um trading mais rápido,menores custos por transação e mais liquidez, conta Kirsten Hyde.

ANIL PRASAD

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Mercados digitais Citi lança Velocity 2.0

I Primeiro semestre de 2012 I Profit & Loss I www.profit-loss.com18

traders em 72 países. Esses traders transmitem todas asinformações que considerem relevantes para os mercados aoFX Wire, editado internamente e publicado para clientesexternos. Achamos que o FX Wire vá fazer uma diferençamuito grande para os clientes”, diz Prasad.

“Se você estiver interessado no par dólar-euro e quiserinformações relevantes sobre ele, basta clicar no ícone do cantosuperior direito do quadro para ver o histórico mais recentesobre esse par”, continua. “Seja qual for o instrumento queescolher, as informações sobre ele estão ali mesmo, ao seualcance.”

Além de transações spot, os clientes poderão fazer forwardtrade, non deliverable forwards e swaps, diretamente do quadro.A plataforma tem várias maneiras para que um usuário façapedidos – com base no preço de compra/venda, no spread, na

linha de alta/baixa e em gráficos.Ela também oferece três algoritmos:preço médio ponderado no tempo,Ripple, executado no pool deliquidez interna do Citi, e SilentPartner, que acessa toda a liquidezdo mercado. Dois outros algoritmosestão programados para seremlançados mais tarde neste trimestre.

Um blotter (detalhes detransações por período) exibe doisanos de histórico além de posiçõesem tempo real e mark-to-market;também permite que os usuáriospersonalizem filtros por par demoedas, mostrando volumes,número de tíquetes e a porcentagemde trades totais por par de moedas.

Prasad diz que a equipe dedesenvolvimento aplicou a mesmalógica usada para criar os quadrosde preço para dinheiro nos seusquadros de preço de opções. “Tudoo que você precisa para definir opreço de um put, call, straddle,strangle ou reversão de risco está aoalcance dos seus dedos. Todos ospreços são transmitidos em

streaming, mesmo as combinações”, explica ele.No quadro, os usuários podem ver todos os aspectos do

mercado de opções. Clicando nas guias da parte inferior, podemanalisar toda a superfície de volatilidade, fazer transaçõesdiretamente da superfície em 3D, ver as “gregas” pertinentes paraa opção e outros detalhes, como a hora em que a opção expira.

“O trading de opções vira uma tarefa muito fácil com aVelocity”, diz Prasad. “A precificação por trás do sistema é fortee não tenho dúvidas de que esta ferramenta será popular.”

A plataforma também oferece acesso a pesquisa, mapeamentoe análise entre ativos, cobertura global de mercados de capitais eacesso móvel e pela web.

A Velocity 2.0 foi lançado em meados de janeiro. O Citi dizque espera que todos os clientes passem da versão 1.9 para a 2.0até o final do trimestre. �

CINGAPURA BOGOTÁ CIDADE DO MÉXICO LONDRES NOVA YORK CHICAGO SANTIAGO SÃO PAULO TORONTO

PROFIT & LOSSEVENTOS2012

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Mercados digitaisImplementação da plataforma LATAM FX

www.profit-loss.com I Profit & Loss I Primeiro semestre de 2012 I 19

Latin Trade Partners implementa plataforma de câmbioTrês países latino-americanos estão buscando fortalecer os seus laços mediante umaplataforma comum de câmbio.

Pelo menos três nações latino-americanas estão estabelecendo laçosmais estreitos mediante uma

plataforma comum de trading de câmbio, emum movimento que reforça as suas crescentesconexões de comércio e de mercadosfinanceiros. Resta saber quão rápida será aaceitação da plataforma de câmbio e com querapidez outros produtos podem sair dela,tendo em conta as dificuldades da construçãode um mercado comum de ações entre os trêssignatários e contra o pano de fundo cada vezmais sombrio da instabilidade financeiraglobal.

Chile, Colômbia e Peru, juntamente com omembro potencial da plataforma de câmbio,o México, estão empenhados alcançar laçoseconômicos muito mais estreitos e assinaramem abril passado um amplo acordo projetadopara criar um dos maiores blocos de livrecomércio da região, criando um grandeimpulso para o mercado de câmbio.

Os três países sul-americanos já usam umatecnologia de câmbio comum, originalmentedesenvolvida pela Icap, e planejam começar anegociar as suas respectivas moedas na nova plataforma decâmbio. México tem uma plataforma semelhante a SIF-Icap,uma subsidiária da Icap e o intercâmbio mexicano e está emdiálogo para se inscrever para a iniciativa.

A iniciativa de câmbio não é apenas um resultado natural datecnologia de câmbio compartilhada, mas o lançamento deuma nova plataforma comum de capital, a estrutura deMercados Latino-americanos Integrados (MILA), inauguradaem 30 de maio. O México confirmou recentemente que vai seinscrever na MILA.

A ICAP desenvolveu a plataforma de câmbio para os trêssignatários originais em 1992-3. A nova iniciativa vai reunir aIntegrados FX, administradora da plataforma de trading demoedas SET-FX da Colômbia; a Bolsa Electrónica de Chile,que administra o sistema de moedas Sistema de DivisasDatatec; e a Datatec Peru.

As corretoras de cada país poderão acessar a plataforma pormeio de telas divididas e a iniciativa permitirá que astransações de capital passem de telefônicas a eletrônicas. Ascorretoras criarão linhas de crédito umas com as outras, queserão ajustadas quando as posições entre elas forem zeradas.

A plataforma permitirá que as corretoras/dealers negociemqualquer das três moedas on-line e em tempo real, eliminandoa necessidade de intermediários, observa Enrique SeguelSteuer, diretor de marketing da Bolsa Electrónica de Chile emSantiago.

Os gestores têm menos expectativas sobre as ambições

imediatas da iniciativa. “A cada vez que se abre um novomercado, criar volume é um processo lento. Leva tempo paraconstruir confiança com os investidores”, admite AndresMacaya, o gerente de negócios da SET-FX em Bogotá. Omesmo provavelmente será válido para a plataforma decâmbio, argumenta. Mesmo assim, os volumes diários decâmbio entre os três países já atingiram volumosos 4,5 bilhõesde dólares por dia.

Seguel Steuer está confiante de que os volumes vão crescercom o tempo. “O interessante é que esta plataforma será útilnão só para transações financeiras, mas certamente será usadapara transações envolvendo outros bens e serviços”, comoexportações e importações, diz ele. Isto se encaixaria bem coma grande iniciativa de comércio dos governos.

Ainda assim, a iniciativa de cambio pan-regional está sendolevada com cautela, refletindo parcialmente a lenta ascensãoda MILA, além das restrições da legislação local. O tradingestará confinado às transações spot com as três moedas. Como tempo, isto poderia evoluir para a oferta de non deliverableforwards, diz Macaya, embora se recuse a prever em quantotempo isso aconteceria.

Além disso, as transações serão mais pesadas, pois terão deser convertidas via dólar, visto não haver disposições legaispara transações de moeda direta entre cada país. Tendo emconta a proposta de laços econômicos mais estreitos, asrestrições podem ser afrouxadas, e “poderemos ver tradesdiretos entre as moedas dos três mercados”, diz Macaya.

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Money Management Dinheiro real e melhor execução

I Primeiro semestre de 2012 I Profit & Loss I www.profit-loss.com20

Énotável que, mais de dois anosdepois que o estado da Califórniaabriu o vespeiro que é a questão

da instrução permanente para transaçõesde câmbio entre a State Street e o Bankof New York Mellon. Naquela época,conforme documentado nestas páginas,vários outros estados e fundos depensões iniciaram ações legaissemelhantes que continuam até hoje.

Apesar da atividade jurídica emcurso, a batelada de ações pôs emevidência uma falta de compreensão dealgumas partes sobre como o mundomudou na última década, além de umafalta de consideração dos gestores dedinheiro pelas suas execuções decâmbio. Como vários cínicossalientaram, não é coincidência queessas ações judiciais tenham sidoiniciadas em um período em que o

desempenho dos gerentes de dinheiroesteve gravemente abaixo dos pontos dereferência de longo prazo. “Esta é acomunidade de dinheiro real tentandoagarrar tantos dólares quanto possívelpara atenuar o golpe dos retornosfracos”, diz um gestor de fundos dehedge baseado nos Estados Unidos.“Estou surpreso que isto ainda não seespalhou para além das fronteiras dosEstados Unidos – tanto quanto estouciente de que há pouca ou nenhumadiferença em como essas transações sãotratadas globalmente.”

O problema que está no cerne dosprocessos jurídicos nos EUA são astransações de instrução permanente,onde um fundo envia um grande númerode tíquetes de pequeno valor nominalque, segundo o entendimento geral, sãoexecutados no final do dia a uma taxa

escolhida pelo banco. No passado,alguns fundos aparentementeconcordaram em pagar um spread sobreessas transações, com frequência 30 oumais pontos mais que o mercado,reconhecendo que o processamento deum grande número de transações depequeno valor nominal era um processocaro e demorado.

Esta parece ser uma solução sensata,embora fontes com conhecimento dasituação revelem à Profit & Loss que oscuradores ficaram incomodados comtransações sendo executadas fora dointervalo do dia; ou seja, às vezes ofundo estava vendendo uma moeda 20pontos ou mais abaixo da baixa do dia.Isto, aliado ao crescimento do comércioeletrônico nos mercados cambiais, derepente pôs a prática em evidência,embora tenha sido preciso um longo

É preciso repensar?Enquanto as várias disputas sobre transações de câmbio segundo a Instrução Permanente vão acontecendo,Colin Lambert pergunta, como resolver um problema como a melhor execução de dinheiro real?

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Dinheiro real e melhor execução Money Management

www.profit-loss.com I Profit & Loss I Primeiro semestre de 2012 I 21

período de desempenho fraco para queos fundos começassem a agir.

Nessas circunstâncias o processo foiajustado para que as transações pudessemser executadas, muitas vezes após obatimento (netting), mas nem sempre, deacordo com alguns gestores de dinheiro,em um momento do dia escolhido pelobanco que garantisse que a transaçãofosse executada no mesmo dia. Segundoesses gestores, o problema era que,naturalmente, os traders do bancoesperavam até que o mercado estivesseno melhor momento possível para elesantes de executar; ou seja, a transaçãomuitas vezes era feita na alta ou na baixa.“Custa dinheiro colocar essas transações,os bancos em causa já não estavamobtendo um spread automático por elas, epor isso tem sentido para eles obter ospread negociando no melhor momentopossível para o banco”, explica umgerente de dinheiro.

Os gestores de dinheiro entrevistadospara este artigo aceitam que tem dehaver algum valor para os bancos aoprocessar essas transações, mas todossabem que isso acabou se tornando umaquestão de “abuso sistêmico”. O gestor,que trabalha para um fundo de dinheiroreal que não participa das açõesjudiciais, diz que as suas própriasexecuções eram às vezes sujeitas aomesmo processo. “Chegou um momentoem que todos os dias as nossastransações de instrução permanente eramexecutados a cinco pontos ou menos quea alta ou a baixa do dia – era óbvio eestava virando piada.”

O gestor em causa acrescenta queconversas de alto nível e “bruscas”tiveram lugar entre fundo e banco, e oproblema foi corrigido imediatamente.“Alguns dias os bancos ganham um bomdinheiro com essas transações, outrosdias, não”, explica o gestor. “Bastou umcarimbo de hora, o que significava que,se eles ganhavam dinheiro, era porqueum dealer tinha lidado corretamente como mercado.”

Dano à reputação

Vários observadores do setor dizemque um simples carimbo de hora

resolveria o problema que ocupaatualmente o sistema legal americano,mas curiosamente poucos gestoresrealmente acreditam que as açõesjurídicas terão êxito. “Não sei o quedizem os documentos legais, esta será achave”, diz o gestor do fundo de hedgebaseado nos Estados Unidos. “Se osfundos concordaram em deixar os bancosdecidirem como executariam astransações, então, tecnicamente está tudocerto, ainda que não moralmente.”

Bem sucedidas ou não, a maioria dosobservadores concorda que é provávelque os casos em julgamento tenham umúnico impacto – no dano à reputação dosbancos. “Não dá para ler os e-mailspublicados pelo estado de Massachusetts,sem pensar menos do Bank of New YorkMellon”, argumenta um gestor de fundode hedge familiarizado com o problema.

Quando pressionado, o gerente destacaalguns e-mails internos do BNY Mellondivulgados em novembro pelo Secretáriodo Estado de Massachusetts, WillamGalvin. Neles, membros do pessoal dobanco destacam que o “BNYM chega‘tarde’ ao espaço de transparência”, ou, oque é mais grave aos olhos desse gestor,como funcionários do BNY Mellonressaltavam a “opção intra-day livre” queera o câmbio de instrução permanente,porque fixava o preço na alta ou na baixado dia, “dependendo do que fosse piorpara você”.

Um profissional de câmbio eletrônicobaseado no Reino Unido manifestasurpresa por alguns dos comentários dose-mails, especificamente como o bancoparece preferir clientes que façamtransações off-line. “[O banco] há muitose orgulhava da qualidade da sua ofertade câmbio eletrônico, afinal de contas foium dos pioneiros nisso, e dar preferênciaa que os seus clientes realizem essastransações de forma ineficiente –desafiando toda a lógica das plataformaseletrônicas – é muito estranho. Não ficabem, porque parece que eles queriamessas transações off-line porqueganhavam um bom dinheiro com elas.”

O e-mail em questão observa que “aopção intra-day livre” e outras vantagens“desaparecem quando um cliente faznegócios mediante uma plataforma de

comércio eletrônico e obtém plenatransparência”.

Que os montantes em causa não sãoinsignificantes é mostrado no mesmo e-mail, que observa que o bancocostumava ganhar doze milhões dedólares por ano de um cliente (com umamédia de sete pontos básicos de spread)quando a transação era executada deforma não-negociável, mas que o spreadcaía para 1 pb (e tendia a cair aindamais) quando o cliente obtinha cotaçõescompetitivas em uma plataforma decomércio eletrônico.

Embora estes comentários não ajudema reputação do BNY Mellon aos olhos demuitos, poucos acreditam que sejamilegais. Na verdade, a aceitação geral dodemorado processo de lidar com grandesnúmeros de pequenas transaçõesnominais é realçada peloreconhecimento, em um dos e-mailsdivulgados ao público, de que a questãoprincipal era gerar um “retorno justo”.

Um dealer chega a dizer que, dada aprovável quantidade de transaçõesenvolvidas, 1 pb “não é justo”. Em vezdisso, ela devia estar no intervalo de 3 a4 pb. Isto encontra alguma oposição dochefe de uma mesa de execução de umgestor de dinheiro real que assinala que amesa é julgada pela qualidade da suaexecução.

“Dois ou três pontos base em pequenastransações se acumulam”, afirma o chefede mesa. “Podemos pagar os custos danossa mesa melhorando a nossaexecução desses tíquetes por umapequena margem. Os meus curadoresexigem a “melhor execução” e apesar deeste ser um conceito fluido, isto nãosignifica dar pontos de presente sóporque uma transação é pequena.”

O impacto sobre a reputação do BNYMellon e também da State Street, quetambém está implicada nas suas própriasações judiciais, é difícil de discernir,dado que os resultados das ações semdúvida terá alguma influência. Houveum ou dois sinais, contudo, de quediferentes fundos estão pensando demaneira muito diferente.

Em julho deste ano, o Calpers, um dosfundos envolvidos ação judicial daCalifórnia contra a State Street, indica

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I Primeiro semestre de 2012 I Profit & Loss I www.profit-loss.com22

que os negócios continuam como decostume, ao assinar um novo contrato detrês anos com o banco como seudepositário. As ações judiciais estãocorrendo, mas o fundo disse que, então,era mais eficiente ficar com a StateStreet, dada a sua capacidade de oferecero serviço polivalente de que o fundoprecisa.

A contrário, no início de dezembro, oconselho administrativo da entidade degestão de investimentos de reservas dosistema de pensões de Massachusetts(PRIM) votou pela transferência daexecução de câmbio de alguns fundos doBNY Mellon para a Russell Investments,que esteve trabalhando silenciosamentenos bastidores, dizem algumas fontes,para estabelecer-se como alternativa aosdepositários globais para execução decâmbio. O conselho da PRIM tambéminstruiu os seus gerentes a negociar maistransações de câmbio.

Padrões do setor

Daqui para a frente, muitosobservadores esperam que pouca coisamudará no cenário dos depositários decâmbio, e vários lembram que ocâmbio continua sendo uma pequenaparte do serviço geral, com os maiscínicos assinalando que o caso todopoderia ser esquecido se os retornossobre ações e renda fixa começassem ase recuperar.

Outros esperam uma atitude maisprofissional em relação ao câmbio,observando contudo que, em últimocaso, a onda de processos jurídicos iráchamar a atenção dos gestores para afacilidade de executar essas transações.Diversos bancos há muito tinham acapacidade de carregar transações embloco, executá-las e distribuí-las denovo pelos fundos; portanto, devemosassistir um fluxo constante devendedores de outros bancos batendonas portas desses fundos, oferecendo-lhes tecnologia para que eles mesmosexecutem as suas transações. Isto posto,o gestor de dinheiro acredita que opróprio setor bancário teve um papelnisso, observando que “os grandesbancos nunca realmente seincomodaram em desafiar os grandesdepositários e demoraram paradesenvolver as soluções certas. Houveuma falta de concorrência, que

inevitavelmente significa que os líderesficam complacentes”.

Vários observadores acreditam que aespinhosa questão da melhor execuçãopermeia todo o setor de dinheiro real,mas não necessariamente de umamaneira óbvia. “Gerentes diferentes têmdiferentes abordagens”, diz um vendedorexperiente de câmbio em Londres.“Alguns gerentes lutam por cada últimopontinho em cada transação, outrosapenas dizem de que lado estão ou atémandam um fax e pegam a taxa no diaseguinte. E no meio há gerentes queoscilam de uma atitude para a outra. Acoisa toda clama por um documento demelhores práticas gerado pelo setor.”

É claro que essa documentação jáexiste. Como observa uma fonte, todosos gestores de dinheiro real que lidamcom uma entidade depositária têmdocumentos legais que soletramexplicitamente como a precificação e aexecução devem ser feitas. Na verdade,muitos acreditam que é esta faceta daquestão que fará com que os processosjurídicos nos EUA fracassem. Outros, noentanto, salientam que a documentaçãolegal só serve para amarrar o gestor aodepositário nos assuntos de câmbio, oque significa que todas as transações sãoprecificadas menos agressivamente.

Isto é refutado por um trader sênior deum banco com um segmento de custódia,que argumenta que apenas pequenastransações estão obrigadas a seremexecutadas pelo depositário, embora essetrader aceite que “às vezes” tíquetesmaiores que não estão em concorrênciacheguem à mesa.

É muito difícil tomar o pulso do setorsobre como muitos gestores realmenteprocuram executar contra um fluxocompetitivo. Por um lado, o pessoal devendas dos bancos informa que todas astransações estão em concorrência, namedida em que, em alguns tíquetesmuito grandes, o trader prefere nãoganhar a transação, mas outros afirmamque apenas recebem instruções. Umvendedor sênior da Europa revela que“um gestor de investimentos muitogrande” diz rotineiramente ao seupessoal de vendas de que lado domercado estão e, em seguida, deixam acargo do vendedor se devem dizer isto aotrader que precifica o tíquete. Isto parecerepresentar um campo minado moralpara o vendedor, que pode ficar dividido

entre o desejo de proteger os interessesdo seu cliente a todo o custo, maspossivelmente em detrimento do fluxo dereceitas da sua própria instituição.

Outros vendedores têm diferenteshistórias para contar. Um observa queas mesas de trading do banco nãoafastam o preço do mercado “mesmoque saibam de que lado o cliente está”,possivelmente por valorizar o que podeàs vezes ser um fluxo “contrário” paraajudá-lo a construir níveis deinternalização. Outro revela que a mesade trading não se afasta do preço, maso vendedor sim, sugerindo que essesclientes ou são muito transparentescom os seus bancos (e possivelmentenão se preocupam com a execução decâmbio) ou o vendedor é muito ligadoao cliente e capaz de escamotearpontos aqui e ali.

Este parece ser o sonho de umvendedor, apesar de outro membro sêniordessa profissão destacar como osprocessos judiciais levaram a umcrescente nervosismo nas mesas devenda de dinheiro real. “Muitos dessesclientes, consciente ouinconscientemente, têm contribuído deforma generosa para os lucros e perdasdos bancos ao longo dos anos, mas agoraestão ficando mais experientes”, assinalao vendedor. “Estão começando a olharpara as suas opções, o que significa queas pessoas que os estão cobrindo agoratêm um problema, pois – sabem que omodelo de receita é insustentável, mas aadministração do banco não quer saberdisto.

“Isso significa que o pessoal decobertura atual não quer ser os que ficamsem cadeira quando a música para, demodo que perpetuam a prática e esperampoder passar para outra mesa com otempo, antes que o cliente descubra e asreceitas saiam pela porta afora. Todo omundo está petrificado de medo de ser oúnico a perder quando este segmento declientes acordar.”

O fato de que muitas fontes tenhamtantas histórias diferentes para contardestaca um fator que tem sido de certomodo ignorado em todo este furor sobreprocessos jurídicos nos EUA, comoaponta um observador maduro eexperiente do mercado: “Isto não dizrespeito apenas aos grandes bancosdepositários, as contas de dinheiro realforam geradoras de boas receitas para os

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principais bancos globais também, aolongo dos anos.”

Outro observador concorda: “Essaquestão vai muito mais fundo do que asações judiciais contra os dois bancos,tem a ver com como o setor de câmbiocomo um todo trata o dinheiro real ecomo o setor de dinheiro real como umtodo vê o câmbio.”

Soluções

É difícil discordar de que osholofotes jurídicos atualmente focadosem dois bancos podem estender-se parao setor como um todo, mas o que é asolução? O setor precisa de umdocumento de melhores práticas? Ou,como muitos acreditam, isto é apenasum caso de o dinheiro real começar alevar o câmbio a sério?

A primeira solução, e aparentemente amais óbvia, seria estabelecer ou implantaruma estrutura de tecnologia existente paraas transações atualmente executadas aoabrigo das regras de instrução permanente.Enviar um grande número de pequenastransações nominais durante todo o dianão deve estar acima das capacidades deninguém, e no processo essas transaçõespodem ser saldadas em intervalosregulares ou de acordo com certoscritérios, como o nível total de exposição.

Um vendedor sênior da Europaacredita que pode haver umaoportunidade para que um provedor decâmbio de varejo se una com os bancosdepositários e preste um serviçodedicado a tíquetes de pequeno valor.“Uma plataforma de varejo tem ainfraestrutura e a experiência em lidarcom essas transações”, observa ovendedor. “Eles também podeminternalizar bastante fluxo nas ocasiõesque parecerem atraentes.”

Note-se que o vendedor fica emdificuldade para apresentar uma razãopara que isso seja bom para os bancosdepositários, mas sugere que pode seruma economia de custos, por ter deprocessar um menor número de tíquetes.

De um modo um tanto estranho (postoque se supõe que esse canal eletrônicoseja a panaceia para o processamento dealtos volumes com baixo valor nominal),pôr os tíquetes de instrução permanenteon-line provoca uma reação cautelosa doprofissional de câmbio eletrônico doReino Unido. “Em um momento em que

estão sendo gerados mais tíquetes do quenunca, adicionar milhares mais poderiacriar problemas de capacidade. Istoprecisa ser visto do ponto de vista maisamplo de todo o setor; tíquetes maioresestão sendo divididos em dezenas detíquetes menores e os volumes de varejoestão crescendo; portanto, se essastransações forem jogadas na mistura,podem surgir problemas graves decapacidade.”

Se surgirem problemas de capacidade,será uma espécie de rotação de 360 grausparadoxal para o câmbio eletrônico comonegócio, pois dois dos incentivadores reaisdas plataformas de banco único emultibancos foram o Bank of New York ea State Street, os dois decididos (em parte)a abordar a questão do processamento dealtos números de tíquetes. Seria estranhoconviver com o fato de um subprodutodesses processos judiciais contra os doisbancos seja exacerbar os problemas decapacidade, forçando mais transações parao domínio público em serviços decorretagem de primeira linha.

A questão da capacidade parece unirtodos os que participaram deste artigo,no sentido de que todos concordam que aanálise de custos de transação é cada vezmais reconhecida como parte integrantede qualquer política de melhor execução.“Estamos vendo um grande interessepela ACT por parte das contas dedinheiro real”, diz o profissional decâmbio eletrônico do Reino Unido. “E amaioria deles chega à mesma conclusão– decompor grandes transações emmenores quantidades usando algoritmos.Desconfio que essas transações menorestambém serão executadas pelo mesmomecanismo, o que pode fazer o mercadomover-se ainda mais para um modusoperandi mais baseado em pedidos doque orientado por cotações.”

Usar tecnologia algorítmica para todosos negócios de câmbio parece ser umexagero, apesar de o gestor de fundos dehedge dos EUA acreditar que hábenefícios. “Pode-se sistematizar todo oprocesso, o que significa que as transaçõessão enviadas no minuto em que sãogeradas”, argumenta o gestor. “Alémdisso, enviando um monte de tíquetes debaixo valor nominal, tem-se maiscapacidade de ocultar partes maiores donegócio, o que deve melhorar a execução.”

Parece que não há uma solução únicapara um segmento de cliente que

parece não ter clareza sobre como ouem que grau deve-se adotar o câmbio.Em ambientes de taxa de jurosultrabaixa, o desempenho sofreinevitavelmente; mas, de maneiraigualmente inevitável, a atenção sevolta para a construção de eficiências.Uma dessas eficiências pode serautomatizar inteiramente, tudo o quetenha a ver com câmbio no gestor dedinheiro, mas mesmo isto tem custos.

Por enquanto, parece haver uma certafrustração de alguns no segmento sobre afalta de progresso em resolver a questãoda melhor execução de câmbio para odinheiro real e uma aparente falta deinteresse dos outros. Na base de tudoestá a incerteza que os atuais mercado eambiente econômico trazem.

“Ninguém quer balançar o barconeste momento”, diz o vendedor dedinheiro real. “Sim, os fundos estãousando mais a ACT, mas só para secobrirem com o proprietário do ativosubjacente ou com curadores se eles oexigirem. Se não o fizerem, o gestorcontenta-se em deixar as coisas à deriva– afinal de contas, estão maispreocupados em fazer alguns dólaresnos seus investimentos do que em salvarum pedaço dele mediante a melhorexecução do câmbio.”

Evidentemente, a melhor execução, talcomo observado foi anteriormente, é umconceito fluido; mas o que é maispertinente é que alguém precisamonitorar, apontar o dedo para as coisasque precisam mudar.

“É uma questão de responsabilidade”,afirma um especialista de execução dedinheiro real. “Quem faz a investigaçãopreliminar de todos os negócios –grandes e pequenos – executados emnome de um fundo? O consultor deativos? O curador que emprega esseconsultor de ativos? Um terceiroindependente, que seria caro?

“Até o setor, especificamente osresponsáveis por assegurar que osinvestidores obtenham o melhor retornopossível, resolver estas questões, odinheiro real continuará vendo nocâmbio um subproduto de investimentos‘mais importantes’. Não há nada que osetor de câmbio possa de fato fazer paramudar essa percepção, ela tem de vir dedentro. Esses processos judiciais talvez,apenas talvez, desencadeiem essamudança.” �

Dinheiro real e melhor execução Money Management

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Money Management Notícias breves

I Primeiro semestre de 2012 I Profit & Loss I www.profit-loss.com24

MONEY MANAGEMENT> NOTÍCIAS BREVES

R.J. O’Brienlança operaçãode câmbio no CanadáAcorretora de futuros R.J.

O’Brien & Associates lançou aRJOFX Canada, uma divisão detrading de câmbio para investidorescredenciados.

A FX Canada é um híbrido dedealer de câmbio que combina atecnologia com um serviçotradicional de mesa de transaçõesdestinado principalmente a empresase corretoras institucionais domercado de médio porte.

JP Howarth, vice-presidente sêniore chefe da FX Canada, diz: “Estamosagora prontos para capacitar a nossabase canadense de clientes, que incluicolegas Organização Regulatória doSetor de Investimentos do Canadá(IIROC), instituições financeiras nãobancárias, grupos de fundos eempresas grandes e sofisticadas,fornecendo estratégias e soluçõescomerciais flexíveis, feitas sobmedidas.”

O novo serviço soma-se àsoperações da empresa canadense demercadorias e futuros, que em janeirodo ano passado obteve a aprovaçãodo IIROC.

Fundos globais de moedas informaramperdas em novembro, em meio à

crescente volatilidade do dólar dosEstados Unidos, de acordo com umrecente relatório do índice Parker FX daadministradora de fundos de fundosParker Global Strategies.

Os fundos do índice relataram umprejuízo agregado de -0,03% emnovembro, com 30 de 53 fundosincorrendo em prejuízo, relatandoganhos e o restante sem alterações. Odesempenho do mês foi de uma alta de5,14% a uma baixa de -2,58%.

O euro começou novembrodistintamente mais baixo, devido àcontínua turbulência na Europa,enquanto Grécia chamavainesperadamente um referendo sobre opacote de socorro proposto pela UniãoEuropeia, empurrando os investidorespara o dólar americano e outras classesde ativos percebidas como “sem risco”.

“A volatilidade do dólar reflete adebilidade da União Europeia,juntamente com o anúncio do FederalReserve de que o crescimento econômicofortaleceu-se mês a mês e que não havianenhum plano imediato paraimplementar uma terceira rodada dealívio quantitativo”, de acordo com umcomunicado da Parker Global Strategies.“O dólar recuou rapidamente com asnotícias e a subsequente confirmação deque o “supercomitê” do congressoamericano não tinha conseguido elaborarum plano para reduzir a dívida dos EUA.As primeiras informações sobre vendasde varejo de fim de ano mais fortes doque o esperado em comparação ao fim-de-semana de Ação de Graças ajudarama criar uma recuperação do dólar no finaldo mês.”

A Parker também tem dois subíndicesorientados por estilo: o índicesistemático Parker, que rastreia osgestores cujo processo de decisão ébaseado em modelos de computador, outrading sistemático, e o índicediscricionário Parker, que rastreia osgerentes cujo processo de decisão édiscricionário. Em novembro, o índicesistemático aumentou 0,13% e o índicediscricionário diminuiu 0,18%.

O índice Parker FX é um benchmarkbaseado em desempenho que mede o osretornos relatados e ajustados por riscodos gestores de moeda globais. O retornoanual composto de 311 meses aténovembro de 2011 desde o início emjaneiro de 1986 é de 11,22% numa baserelatada e de 3,05% numa baseponderada por risco.

Índice Parker FX cai em novembro

Afirma de trading Hap Capital,baseada em Nova York, licenciou

as ferramentas de precificação eanálise Fenics Professional, do GFIGroup, para uso na sua mesa de opçõesde câmbio.

A HAP Capital descreve a si mesmacomo “um provedor de liquidez e

eficiência ao mercado” e diz que sediferencia da maioria das outrasempresas no espaço pela sua abordagemquantitativa desenvolvida internamentedo seu modelo de negócios e daestratégia de trading.

Andrew Dexter, chefe de opções decâmbio na Hap Capital, diz que o

“Fenics Professional fornece-nos aprecisão, a facilidade de utilização e aescalabilidade de que precisamos paraapoiar e fazer crescer o nosso negócio.A equipe de assistência ao cliente doFenics oferece um treinamentofantástico e assistência contínua paranos ajudar a obter o máximo proveitoda plataforma e a sermos maiseficientes.”

HAP Capital acena para o Fenics da GFI

Page 27: P&L-Portugues- Primeiro semestre 2012

Pesquisa ADSS Radar do varejo

www.profit-loss.com I Profit & Loss I Primeiro semestre de 2012 I 25

Um estudo independente deindivíduos de alto patrimôniodo Conselho de Cooperação do

Golfo encomendado pela corretora ADSSecurities (ADSS), baseada em AbuDhabi, projeta que as commodities e ocâmbio serão as classes de ativosregionais mais procuradas em 2012.

A ADSS diz que 30% dosentrevistados afirmaram que ascommodities serão o investimento maiscomum, com o câmbio vindo logo atrás,com 28%.

Após um 2011 preocupante, durante oqual os investidores de alto patrimôniodos Emirados Árabes Unidos, de Catare do Reino da Arábia Saudita sededicaram ao mercado de títuloscorporativos e governamentais de baixorisco e baixo rendimento, a sua atençãoe apetite estão se voltando para asoportunidades de alto rendimentoapresentadas pelo espaço regional decâmbio e commodities.

O diretor-gerente Philippe Ghanemdiz que “na ADSS nos últimos mesestemos estado a par de uma mudança dosentimento dos investidores na direçãodo câmbio e das commodities, devidoao crescimento constante dos volumesnegociados. Quando consideramos osdesafios enfrentados pelos imóveis,ações, renda fixa e fundos deinvestimento, não devemos ficarsurpreendidos com o fato de os

investidores inteligentes estaremoptando por classes de ativos queproduzam os retornos que elesprocuram, mesmo em condições demercado voláteis.”

A ADSS iniciou operações em 2011 ediz que em pouco mais de oito meses deoperação tem visto volumes denegociação diários de vários bilhões dedólares que continuam a crescer mês amês.

“Acho que o nosso rápidocrescimento resulta de uma ideiasimples. Estamos fornecendo aosinvestidores algo de que eles precisamurgentemente no ambiente econômicoatual: uma classe de ativos altamentelíquidos negociados em uma regiãoestável e transacionados em umaplataforma de categoria internacionalapoiada por USD 400 milhões decapital realizado. Por estas razões,estamos confiantes em que a ADSS estásituada no coração de um novo centroglobal emergente para câmbio ecommodities aqui em Abu Dhabi”,afirma Ghanem.

Em outras notícias, a ADSS diz queestá abrindo um escritório em Londres esolicitando uma licença da autoridadede serviços financeiros que lhe permitaexpandir as suas operações no ReinoUnido.

“Londres é o principal centro docomércio global de câmbio e vai

continuar sendo no futuro previsível,mas o mercado está mudando”, dizChristian Bock, chefe de vendas para aEuropa e América do Norte da ADSS.

“Já oferecemos alguns dos melhorespreços e spreads em todos os paresprincipais, mas os clientes agora estãoprocurando por mais que uns quantospontos. Eles querem trabalhar complataformas de câmbio que possammostrar que estão financeiramenteseguros, bem apoiados e com acesso aliquidez quando necessário. Os clientesprecisam saber que as corretoras e asplataformas de trading que executam assuas transações não estãosobrecarregadas pelas suas própriasposições alavancadas ou por fluxostóxicos, e que estão 100% focadas emcomo permitir o sucesso do cliente”,disse ele. “A ADSS pode fornecer atranquilidade que os clientes precisamcom a negociação de ponta que querem,e por isso estamos encantados de estarabrindo um escritório dedicado emLondres.”

“Quando consideramos os desafiosenfrentados pelos imóveis, ações,

renda fixa e fundos deinvestimento, não devemos ficarsurpreendidos com o fato de os

investidores inteligentes estaremoptando por classes de ativos que

produzam os retornos que elesprocuram...”

Commodities e câmbio devem superar arenda fixa em todo o CCG em 2012: Pesquisa

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Com um número crescentede acordos com oobjetivo de aumentar o

comércio e a integraçãofinanceira na Ásia, a necessidadede ter uma moeda de âncora naregião está ficando maispronunciada. O RMB chinês já

está começando a assumir este papel. A internacionalização daMoeda do Povo também avança, embora o seu progresso estejadesacelerando após um rápido avanço inicial. Isto se deve à não-conversibilidade da moeda e à falta de um mercado financeiroprofundo em RMB. Embora tornar-se uma moeda global levarádécadas, o RMB começará a assumir um papel cada vez maisimportante na região asiática.

O acordo de cooperação financeira entre China e Japão,assinado em dezembro de 2011, é o evento chave mais recenteda integração regional em curso. O acordo exige a utilização doRMB e do iene no comércio bilateral e a utilização de RMB noinvestimento direto estrangeiro (IDE) japonês na China.Também introduziu a emissão de obrigações por empresasjaponesas em RMB, o desenvolvimento de um mercado de

câmbio direto entre o RMB e o iene, e o acesso para autoridadesjaponesas ao mercado de títulos do governo chinês.

Este último acordo entre as duas maiores economias asiáticasenvia dois sinais importantes: a Ásia parece estar buscandoreduzir gradualmente a sua dependência do dólar, e o papel doRMB chinês na região está crescendo significativamente, com oJapão exercendo um papel importante no processo deinternacionalização do RMB.

Com efeito, a necessidade de integração econômica efinanceira dos países asiáticos cria naturalmente um contextofavorável para o crescente papel do RMB.

Em primeiro lugar, o comércio intra-asiático já representa50% do comércio externo da região, a mesma situação daComunidade Europeia. O comércio está sendo impulsionadopela execução em janeiro de 2010 de um acordo de livrecomércio entre a Associação das Nações do Sudeste Asiático(ASEAN) e a China, e pela assinatura do ECFA (AcordoQuadro de Cooperação Econômica) entre Taiwan e Chinacontinental em junho de 2010.

A China agora é o principal destino das exportações do Japão,Coreia do Sul, Taiwan, Malásia, Tailândia e Filipinas, enquantoem 2001 os Estados Unidos eram o maior parceiro comercial

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Mercado do mês RMB chinês

Bei Xu, Natixis

RMB: contendo aschamas no ano do Dragão

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Mercado do mêsRMB chinês

desses países. O papel da China como motor de crescimento daregião asiática foi confirmado durante a crise do Lehman,quando a recuperação do crescimento dos países asiáticoscomeçou com um aumento das suas exportações para a China.Além disso, a China tem déficits comerciais crônicos com essesparceiros asiáticos (figura 1), que podem abrir a porta para osuprimento de RMB por meio do canal de comércio, se astransações forem liquidadas em RMB.

Em segundo lugar, uma das principais características comunsdesses países asiáticos é o seu modelo de crescimento orientadopara a exportação. A consequência deste modelo é a necessidadede uma política de taxas de câmbio “pró-concorrência”,tornando possível obter excedentes de conta corrente e acumularreservas de divisas. Entre os dez países com as maiores reservasde divisas no mundo, seis estão na Ásia, com a China naliderança (USD 3.181 bilhões), seguida pelo Japão (1.220bilhões de USD), equivalentes a 55,3% das reservas globais dedivisas.

No entanto, nesses mesmos países, a política deexploração das reservas cambiais nesta escala está sendodesafiada cada vez mais, pois esses ativos estão investidosmaciçamente em títulos do Tesouro dos EUA ou emoutras obrigações soberanas. Esses ativos são percebidoscomo cada vez menos seguros, dado que alguns fundossoberanos perderam a sua classificação AAA em virtudede rebaixamentos do S&P, como os Estados Unidos emagosto de 2011 e a França em janeiro de 2012.

Embora os países da Ásia prefiram usar o dólar comomoeda de faturação no seu comércio externo, a crescenteintegração de comércio da região cria a necessidade deoutras alternativas. Por exemplo, o banco central daMalásia visa explicitamente uma cesta de moedasincluindo o RMB e, como se vê na figura 2, a correlaçãodas taxas de câmbio com RMB tende a aumentarestruturalmente para as moedas asiáticas.

Com efeito, apesar da ideia de uma UMA (unidademonetária asiática), que está atualmente em discussão maspermanece apenas na fase de proposta, parece que o RMBchinês está se tornando a referência de facto, por força dopeso comercial do seu país emissor.

Ao mesmo tempo, a internacionalização da RMB estátomando impulso. Este processo está ocorrendo graças,em primeiro lugar, à promoção do RMB como moeda deliquidação para o comércio exterior e, em segundo lugar,pelo desenvolvimento de um centro off-shore de RMB emHong Kong.

A partir de 8 de abril de 2009, liquidação em RMB foiautorizada para o comércio internacional entre dois tiposde entidades: por um lado, Xangai e quatro cidades daprovíncia de Guangdong; e, por outro lado, Hong Kong,Macau e os países da ASEAN. Em junho de 2010, esseprograma foi estendido às importações e exportações

realizadas entre outras 18 províncias (ou municípios) da China etodos os países do mundo. Desde dezembro de 2008, o BancoPopular da China (BPC) assinou uma série de acordos de swapde moeda com quase vinte bancos centrais, incluindo os daCoreia do Sul, Hong Kong, Malásia, Indonésia, Japão eTailândia.

Por conseguinte, o valor das operações liquidadas em RMBaumentou de 18 bilhões de yuans no primeiro trimestre de 2010para 539 bilhões de yuans no quarto trimestre de 2011, ou seja,8,8% do total do comércio exterior da China.

A cidade de Hong Kong também se desenvolveu de formamuito significativa. O seu desenvolvimento inicial comomercado offshore de RMB data de 2004. Foram feitosprogressos importantes em 2010, com a assinatura da versãorevisada do “Acordo de liquidação acordo na compensação denegócios em RMB” entre o BPC e o BCHK (Banco da ChinaHong Kong) e de um memorando de cooperação entre o BPC ea AMHK (autoridade monetária de Hong Kong).

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Mercado do mês RMB chinês

Hong Kong está claramente decidido a tornar-se o centrooffshore para RMB. Com os depósitos bancários em RMBatingindo 774 bilhões de yuans em novembro de 2011, omontante foi multiplicado por mais de dez nos últimos dois anose Hong Kong agora representa 80% do comércio exterior chinêsliquidado em RMB. Emissões de títulos em CNH, tambémchamados títulos dim sum, ajudaram a criar um mercadoflorescente em Hong Kong. Até novembro de 2011, 78 empresasou instituições emitiram mais CNH 100 bilhões em títulos dimsum em Hong Kong.

Enquanto o RMB aumenta o seu status regional na Ásia, oChile anunciou que mantém 0,3% das suas reservas de divisasem RMB e a Nigéria também planeja investir entre 5 e 10% dassuas reservas cambiais em RMB. Além disso, Cingapura eLondres têm manifestado a sua vontade de desenvolveratividade offshore em RMB. Surgem sinais de uma futuramoeda internacional.

No entanto, a internacionalização da moeda não só é umprocesso muito longo, que pode levar décadas, como a moedachinesa também não é conversível (especialmente para contasfinanceiras) – e a conversibilidade é um parâmetro de liquidezindispensável para uma moeda internacional. Também éessencial um mercado financeiro profundo. O mercado offshoreem Hong Kong é uma solução original, mas apenas temporária,à espera de que o RMB se torne conversível.

É neste ponto que vemos o limite dessa estratégia.Apesar do seu desenvolvimento inicial de altavelocidade, alguns sinais de uma desaceleração dainternacionalização do RMB estão começando aaparecer: o montante de liquidações em RMB docomércio exterior chinês caiu de 10,2% no segundotrimestre de 2011 para 8,83% no quarto trimestre de2011, uma vez que foram principalmente as importaçõeschinesas que foram liquidadas em RMB. Tendo em contaas expectativas limitadas de uma valorização da moedachinesa, a demanda pela moeda do povo também estádeclinando, devido à ausência de oportunidades deinvestimento financeiro em RMB.

Os depósitos bancários em CNH, que anteriormenteestavam aumentando, estão agora estagnados (figura 3).

Os rendimentos dos títulos dim sum estão subindo(figura 4), dado que o fervor inicial entre os investidoresfoi justificado pelo ritmo de apreciação do RMB, queagora está em declínio.

Essa desaceleração é o motivo pelo qual as autoridadeschinesas estão explorando uma série de possibilidadespara deixar o CNH ser repatriado à China continental e,assim, tirar proveito do mercado continental. Porenquanto, essa repatriação está limitada ao IDE e aosinvestidores institucionais estrangeiros em renminbiqualificados (RQFII), com controles regulamentares econtingentes, respectivamente.

É evidente que se trata de medidas que representammelhorias, mas não são a solução abrangente que uma aberturacompleta das contas financeiras – um pré-requisito para aperfeita convertibilidade da moeda – representaria. Esta últimaexige um sistema financeiro nacional sólido e bemdesenvolvido; e, quanto a isso, os resultados de uma série dereformas em curso serão decisivos.

Apesar do futuro promissor do RMB como moedainternacional, pode haver ainda um longo caminho a percorrer.Estimativas oficiais falam de progressos significativos daconversibilidade no prazo de cinco anos, o que nos permiteestimar que a conversibilidade completa (ou quase) do RMBserá alcançada no prazo de dez anos. Não podemos esquecerque embora os Estados Unidos tenham se tornado o podereconômico global dominante no final do século XIX, foisomente com o sistema Bretton Woods (implementado após aSegunda Guerra Mundial) que o dólar se tornou uma moedainternacional.

Por outro lado, a evolução das necessidades de comércio eintegração financeira das economias asiáticas pode impulsionaro papel do RMB como moeda âncora na região, e esse papelcomo moeda regional pode ser um primeiro passo no caminhode se tornar uma moeda internacional. �

Bei Xu é economista da Natixis

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