pistis sophia texto revisado

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  • 7/22/2019 PISTIS SOPHIA Texto Revisado

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    PISTISSOPHIA

    OS MISTRIOS DE JESUS

    (TEXTO, INTERPRETAO, COMENTRIOS)Segunda edi!" #e$i%ada e e&'andida

    C"en*#i"%+ Heena P- .a$a%/0T#adu!" e ine#'#ea!"+ Rau .#an1"

    1

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    (1"n#a 1a'a)

    Pa#e i'"#ane d"% en%inaen"% %e1#e"% 'a%%ad"% '"# Je%u%,a'2% %ua #e%%u##ei!" d"% "#"%, en1"n#a3%e n" e&" de Pistis

    Sophia- C"" a 'ed#a 4i"%"4a d"% a5uii%a%, ee% 'e#ie a"6u%1ad"# dee#inad" 5ue "% de1i4#a a #an%ua!" d" 17u6" de%ua 'e#%"naidade undana n" "u#" 'u#" d" C#i%" ine#i"#-

    O i$#" #aa de 4"#a %i62i1a d"% '#in18'i"% d" 7"e e da"'e#a!" de%%e% '#in18'i"% du#ane a 'e#eg#ina!" da aa e %ua$iage de #e"#n" 9 Ca%a d" Pai- S!" a'#e%enad"% "% '#in1i'ai%

    'an"% da ani4e%a!" di$ina, "nde : en1enad" " g#andi"%" d#aada ;"#nada da aa-

    A "6#a "#a "4e#e1ida a" '

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    ?NDICE

    P@INAPRECIO DA SE@UNDA EDIOPRECIO DA PRIMEIRA EDIOINTRODUO Informaes iniciais Histria do Cdice Jesus instrui seus discpulos aps sua ressurreio O mito de Sophia A Cosmoloia !i"ue#a da nomenclatura e do sim$olismo %ematria& numeroloia e sim$olismo

    O elo com a tradio 'udaica Interpretao do mito As metanoias de (istis Sophia Como (istis Sophia se sal)a do caos As metanoias e as Iniciaes Outras instrues aos discpulos Consideraes finais

    1

    **+

    1,1112222-

    *,*1***./,/*/0

    I!O1Cap31 At4 "ue ponto Jesus ha)ia ensinado seus discpulos antes de sua

    ressurreio3

    /+/+

    2 5 . Jesus e os discpulos no 6onte das Oli)eiras7 a descida do poderde lu# so$re ele7 sua ascenso ao c4u 8iniciao9 e descidasu$se":ente3

    01

    - 5 1, Jesus fala so$re suas )estes de lu#& so$re sua encarnao& a deJoo ;atista e a dos discpulos3 00

    11 5 1. !elato de sua ascenso com as )estes de lu#& sua passaem pelasesferas7 Adamas e os tiranos dos eons se re$elam contra a lu#7 aremoo de parte do poder dos "ue se re$elaram e a mudana nomo)imento das esferas3

    .0

    1- 5 1< 6aria 6adalena interpreta as pala)ras de Jesus citando Isaas3 -,2, 5 2- Jesus responde peruntas de 6adalena e =ilipe so$re o -2

    *

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    mo)imento das esferas e a sal)ao das almas7 a )inda de6el"uisedec e a purificao da mat4ria dos reentes3

    2+ 5 2< Jesus continua relatando sua passaem pelos eons e sua entradano 1*> eon7 encontra (istis Sophia a$ai?o de sua reio3

    +,

    *, 5 *1 Comea a estria de (istis Sophia7 a ra#o por"ue ela dei?ou o1*> eon descendo ao caos3

    +*

    *2 5 /. As sete primeiras metanoias de (3S3& interpretadas por )@riosdiscpulos com $ase nos Salmos3

    +-

    /- 5 /< Jesus le)a (3S3 a uma reio menos confinada do caos& e elaprofere sua +> metanoia& interpretada por 6atias3

    11*

    0, 5 01 (3S3 profere sua metanoia& interpretada por iao 11- 02 A metanoia 4 aceito e Jesus 4 en)iado para a'ud@5la

    secretamente3 (3S3 profere sua 1,> metanoia122

    0* 5 0- (3S3 profere a 11>& 12> e 1*> metanoias& "ue so interpretadas3 12/ 0+ Jesus en)ia um poder de lu# para retirar (3S3 das reies mais

    profundas do caos le)ando5a a uma reio mais ele)ada3 Blaprofere uma cano de lou)or "ue 4 interpretada por Salom43

    0+

    0< O poder de lu# en)iado por Jesus torna5se uma coroa de lu#so$re a ca$ea de Sophia& proteendo5a e purificando5a3 Bla

    profere outra cano de lou)or "ue 4 interpretada3

    1*/

    ., 5 .2 m poder de lu# do (rimeiro 6ist4rio 'unta5se ao poder en)iadopor Jesus& tornando5se uma efuso de lu#3 Bste relato 4interpretado pelo Salmo +/& so$ )@rios Dnulos por 6adalena e

    pela me de Jesus3

    1*.

    EotaF ma nota 4 acrescentada& pro)a)elmente de outra escritura& comuma sim$oloia dos nomes do Ilimitado3

    1/,

    I!O 2Cap3 .* Interpretao adicional do Salmo +/ por Joo3

    ./ 5 .0 O (rimeiro 6ist4rio chama %a$riel e 6iuel para 'untarem5se Gefuso de lu# e a'udarem (3S3 recuperar sua lu#3 Interpretao deSimo3

    .. 5 .- Os poderes materiais )oltam a oprimir (3S3 Bla clama a'uda Gu#3 %a$riel& 6iuel e a efuso de lu# a'udam5na a sair do caos&

    pisando so$re os poderes materiais3 Interpretao de iao3.+ 5 -. (3S3 continua suas canes de lou)or "ue so interpretadas pelos

    discpulos3 Bla 4 le)ada pelo (rimeiro 6ist4rio a uma reioloo a$ai?o do 1*> eon& e 4 a)isada "ue ser@ li$ertadadefiniti)amente do caos "uando se passarem os trs tempos3

    -- 5 +2 i$ertao final de (3S3& retornando a sua reio de oriem no1*> eon& concomitante com a ascenso de Jesus& do 6onte dasOli)eiras& ao Alto3 Interpretaes pelos discpulos3

    =I6 A BS!IA B (ISIS SO(HIA+* 5

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    rece$erem3 1,, Jesus responde uma perunta de Andr4 so$re a situao da

    humanidade e fala so$re a herana dos discpulos3 1,1 Concluso de outro li)ro so$re os mist4rios do Inef@)el e o

    merecimento da"ueles "ue os rece$erem3I!O *Cap3 1,2 Jesus e?plica o "ue os homens de)em renunciar para serem

    sal)os das punies no su$mundo& e o "ue de)em fa#er para irpara o !eino da u#3

    1,* 5 11, i@loo do Sal)ador com os discpulos so$re o perdo dospecados concedido pelos mist4rios3

    111 5 11* O "ue os discpulos de)em proclamar7 a constituio do homeme o papel do falso esprito7 a ascenso& aps a morte& da alma "ue

    rece$e mist4rios311/ 5 120 O Sal)ador responde peruntas dos discpulos so$re a efic@cia

    dos mist4rios no perdo dos pecados3 Interpretaes dosdiscpulos3

    I!O /12. 5 1*0 Jesus descre)e o drao da escurido e?terior e suas do#e

    masmorras e responde peruntas so$re a situao dos pecadores"ue )o para estas reies de punies3 A taa do o$l)io3 A

    preparao das almas para a encarnao3I!O 0Cap3 1*. (rece cifrada de Jesus aps sua ressurreio& na presena dos

    discpulos7 o sinificado de KIaoL31*- 5 1/, iscurso de Jesus so$re a separao dos reentes7 os mist4rios

    "ue dar@ a seus discpulos7 as punies dos caminhos do meio31/1 5 1/* iso dos discpulosF foo& @ua& )inho e sanue7 o mist4rio do

    perdo dos pecados e a oferenda de Jesus7 outros ritos msticos3I!O .

    Caps31// 5 1/+

    Jesus responde peruntas so$re as punies relacionadas adiferentes pecados7 a taa da compreenso e so$riedade dada aum homem 'usto no iniciado3

    AEBMO E> 1 Eotas de ;la)atsN so$re os nomes do IlimitadoAEBMO E> 2 Coment@rios de ;la)atsN G estria de (istis SophiaAEBMO E> * %ematria em (istis SophiaAEBMO E> / PuadroF (lano dos 6ist4rios do Inef@)el& de ;la)atsNAEBMO E> 0 Introduo da )erso inlesa de %3!3S3 6eadAEBMO E> . ;i$liorafia

    0

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    PRECIO DA SE@UNDA EDIO

    (assaram5se tre#e anos desde "ue iniciei o tra$alho de traduo e concomitanteinterpretao do te?to de (istis Sophia3 Confirma5se mais uma )e# para mim "ue tudo na)ida tem seu ritmo e "ue o proresso no entendimento das )erdades essenciais ocorre"uando somos determinados na $usca3 Apro)eito essa seunda edio para acrescentarno)as percepes so$re a mensaem de (istis Sophia na introduo deste li)ro& $emcomo em no)as notas de rodap4 ao lono do te?to3

    (istis Sophia 4 um te?to sarado e& como tal& s far@ sentido para a"ueles "ue seapro?imarem dele com a de)ida re)erncia3 m te?to sarado& ao contr@rio da literaturacomum "ue pode ser lida de forma corrente& de)er@ ser a$sor)ido mais pela intuio do"ue pelo intelecto3 A leitura atenta e o estudo comparati)o a'udam& mas a )erdadeira

    percepo& interao e entendimento do conteQdo s podem ser feitos na cDmara internado corao& em estado meditati)o3 A ra#o para isso 4 "ue te?to oriinal est@ escrito namilenar linuaem sarada das aleorias e sm$olos13 Bsperamos "ue a introduo desteli)ro& as notas de rodap4 e os coment@rios de ;la)atsN contri$uam para a'udar nesteentendimento3 6as o leitor de)er@ despender mais tempo meditando so$re o te?to do "ueo asto na sua leitura propriamente dita3

    Com o prosseuimento do estudo paciente do te?to o $uscador )ai e)entualmenteperce$er "ue um processo al"umico est@ ocorrendo em seu interior3 O ne)oeiro mental&"ue parecia impedir "ue a leitura inicial fi#esse sentido& ser@ lentamente dissipado e& emseu luar& a lu# da compreenso )ai comear a $rilhar3

    O principal fato no)o& so$re a interpretao da saa de (istis Sophia& "ueacrescentamos nesta seunda edio& 4 o entendimento de "ue Jesus est@ fa#endo umrelato atemporal de sua prpria 'ornada como alma& desde tempos imemoriais3 Bsse

    relato parece ser uma parte do sacrossanto processo en)ol)ido na derradeira iniciao"ue transforma o homem num 6estre de Sa$edoria& "ue foi permitido re)elar& ainda "uede forma alerica& para seus discpulos de todos os tempos3

    Como em meus tra$alhos anteriores& sou rato pela a'uda paciente e riorosa de meuamio Bdilson Almeida (edrosa na re)iso do te?to3 Aradeo tam$4m a Reneida Cere'ada Sil)a& Bduardo ea)er e 6arcos !esende& da Bditora eosfica& pelo incenti)o eapoio necess@rio para "ue essa seunda edio fosse reali#ada3

    !aul ;ranco'unho de 2,,+

    raul$ranco*+Tmail3com

    1ma apresentao detalhada da linuaem sarada pode ser encontrada no li)roF A Sabedoria Oculta naBblia Sagrada& de %eoffre Hodson 8Bditora eosfica& 2,,-9.

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    PRECIO DA PRIMEIRA EDIO

    A presente edio do te?toPistis Sophia8(3S39 4 uma tentati)a de tra#er uma )ersocompleta deste cl@ssico da literatura esot4rica mundial ao alcance dos leitores de lnua

    portuuesa3A traduo foi $aseada na )erso inlesa& de 1

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    sum@ria do escopo da ematria 8numeroloia9 como instrumento para a interpretao dote?to de (3S3

    i)ersas pessoas contri$uram para a interpretao do te?to e a melhoria de suaapresentao3 entre estas& destaca5se meu $om amio Bdilson A3 (edrosa& re)isor dao$ra& incans@)el perfeccionista& )irtual co5autor do tra$alho& e tam$4m Alfredo (ui&!eis Al)es de Sou#a e 6arl (once ;ranco3 Como todo tra$alho esot4rico apresenta)@rios )4us& e sua interpretao s amadurece depois de repetidas tentati)as de estudo emeditao so$re o te?to& estamos conscientes de "ue os coment@rios sueridos naintroduo e nas notas ao te?to so apenas de car@ter preliminar& de)endo ser re)isados

    por ocasio de futuras edies3 Assim& con)idamos os estudiosos "ue por)entura tenhamalo a acrescentar ou modificar na o$ra atual a en)iar seus coment@rios& crticas esuestes diretamente para o autor destas linhas ou para a editora3

    O estudo da o$ra poder@ ser facilitado se o leitor iniciar com um recolhimento

    interior procurando entrar em sintonia com o 6estre7 ti)er em mente "ue cadapersonaem da estria representa um aspecto da constituio do homem e "ue cadaplano 4 um refle?o do plano "ue lhe 4 superior7 le)ar em conta "ue a estria 4 contada doponto de )ista espiritual da alma e no da personalidade e& portanto& e?trapola aslimitaes do tempo 84 atemporal97 e le)ar em conta o Bs"uema Cosmolico de (istisSophia apresentado na Introduo& para locali#ar a posio hier@r"uica dos personaensda estria3

    e)emos lem$rar "ue uma importante )irtude do )erdadeiro discpulo 4 adeterminao& como $em o demonstra a herona de nossa estria3 Assim& o estudante de(istis Sophia no de)e desanimar principalmente nas primeiras )inte ou trinta p@inas"ue parecem ser 8propositadamente9 as mais difceis3 A"ueles "ue persistirem )ero "ue&ao lono do te?to& a mensaem de Jesus comear@ a falar silenciosamente em seucorao& com seu VSer de u#W& e uma compreenso transformadora passar@ a air em seuinterior3

    ;raslia& 1

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    INTRODUO

    INORMABES INICIAISO manuscrito conhecido como (istis Sophia 8(3S39 de)e ser estudado por todo a"uele

    "ue procura os ensinamentos ocultos de Jesus $em como pelos pes"uisadores de reliiocomparada3 (ois& como ser@ )isto mais adiante& as lies ali transmitidas tm muitassemelhanas com as encontradas no antra ;udista e na edanta& mormente nos seusaspectos mais )elados3 Bssa correspondncia entre os ensinamentos das diferentestradies 4 o$ser)ada por ;la)atsN& "ue suere ao estudiosoF Keia (istis Sophia G lu#do ;haa)ad %itD& do Anuita e de outras escrituras7 e& ento& os ensinamentos de Jesus

    no B)anelho nstico 8(3S39 se tornaro claros& desaparecendo incontinente os )4us dote?to literal3L2As maiores autoridades do primiti)o cristianismo tm acentuado "ue (3S3 constitui5se

    num dos mais importantes monumentos do nosticismo& Gs )e#es reconhecido como oprprio cristianismo primiti)o& merc da profundidade& $ele#a e inspirao de seusensinamentos& "ue contam tam$4m com a )antaem de pro)irem& em primeira mo& dos

    prprios nsticos e no de e?tratos de o$ras de seus detratores3Como ser@ )isto& a o$ra& de)idamente interpretada& oferece a compro)ao ca$al de

    aluns fatos anteriormente sueridos por outros estudiosos3 (rimeiramente& a cosmoloiade (istis Sophia 4 mais rica e a$ranente do "ue a apresentada pelas diferentes escolasnsticas conhecidas& inclusi)e a de alentino3 Bsse fato nos remete G "uesto da autoriado te?to oriinal& considerada por aluns autores como sendo da escola )alentiniana3

    O es"uema cosmolico da o$ra no dei?a nada a dese'ar Gs )erses sueridas pelas

    escolas orientais3 Ao contr@rio& oferece detalhes so$re as funes das entidadesmacrocsmicas e de seus refle?os microcsmicos 8os princpios do homem9 nem sempree?plicitadas por essas escolas3 Bm seundo luar& o entendimento da cosmoloia de (3S3e a correspondncia numerolica de inQmeras e?presses em reo& a$rem uma no)aera para o estudo dos te?tos mais esot4ricos da ;$lia& especialmente o B)anelho deJoo e o Apocalipse& infeli#mente to pouco compreendidos3 Bm terceiro luar& aapresentao dos princpios do homem& no conte?to da pererinao da alma assediada

    por seus princpios inferiores& confirma o "ue Jun '@ ha)ia declarado& ou se'a& "ue oste?tos nsticos eram profundos tratados de psicoloia3 Jun cheou a declarar "ueha)ia encontrado nestas fontes a inspirao para rande parte de seus VinsihtsWre)eladores so$re a psicoloia humana3 =inalmente& (3S3 compro)a "ue e?iste uma

    profunda semelhana entre os ensinamentos de Jesus e ;uda3 A nfase dada G compai?opelos dois mestres 4 conhecida de todos3 (or4m& (3S3 re)ela um n)el de paralelismo

    pouco conhecidoF a sal)ao da alma est@ diretamente liada G transformao dosestados mentais3 O homem 4 prisioneiro do caos 8as pertur$aes da mente condicionadapelo mundo material9 de)ido G inorDncia e s pode alcanar a li$ertao atra)4s dareno)ao de sua mente& culminando na interao de seus princpios inferiores esuperiores3 Bssa linuaem& aparentemente $udista& fa# parte dos ensinamentos de (3S3

    %rupos de estudiosos das doutrinas esot4ricas de Jesus suerem "ue o cdice foiela$orado a partir da compilao de reminiscncias de ensinamentos de Jesus captados

    2H3(3 ;la)atsN&A Doutrina Secreta,8S3(3& Bditora (ensamento9& ol3 I& p3 1*

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    diretamente por seus discpulos& "ue teriam sido transmitidos aps a sua morte& "uando o6estre estaria& ento& re)estido de um corpo sutil3 Ali@s& essa re)elao encontra5see?pressa no prprio te?to3 X "uase certo "ue os ensinamentos oriinais foramministrados em aramaico& a lnua corrente na (alestina na 4poca em "ue Jesus

    predica)a3 X pro)@)el tam$4m "ue& em )irtude de circunstDncias histricas& o li)ro "ueresultou desses apontamentos oriinais& acrescidos do reistro de recordaes e dados

    posteriores adicionados pelos apstolos& tenha sido escrito em reo& a lnua culta da4poca3 Bsta tese da compilao do te?to em reo 4 reforada pelas e?tensas correlaesdo )alor num4rico de pala)ras e e?presses em reo& "ue oferecem uma cha)eadicional para a interpretao de )@rios aspectos dos ensinamentos nele contidos3 6aistarde& uma )erso rea de)e ter sido le)ada para uma das comunidades esot4ricasnsticas do Alto Bito& tendo sido transladada para o copto& a lnua local da 4poca3=inalmente& essa Qltima )erso& "ue a di)ina pro)idncia hou)e por $em conser)ar&

    cheou at4 ns3 essa forma& a )erso atual em portuus& transposta do inls& '@ seria a"uinta na cadeia lin:stica de transmisso3

    Bm sua introduo G o$ra& 6ead suere "ue a teoria mais aceita pelos eruditos 4 a de"ue o te?to oriinal teria sido composto em reo e ela$orado em data ou datas "ue)ariam entre a primeira metade do s4culo II e a seunda metade do s4culo III de nossaera3 As autoridades seculares fi?aram5se nessa premissa por"ue a )erso encontrada emcopto cont4m indicaes lin:sticas muito e)identes de "ue procedeu de um oriinalreo3 Puanto G data de composio e G seita de onde procederia& os estudiosos tateiamna escurido& tra$alhando apenas so$re hipteses e sem nenhuma e)idncia mais firme&inclinando5se na sua maioria a atri$urem o te?to a alentino ou a mem$ros de suaBscola& da por"ue teria sido escrito em meados do seundo s4culo3 ;la)atsN& por4m&no concorda com esta maioriaF KPistis Sophia um documento de extrema importncia,um autntico !"angelho dos gn#sticos, atribudo por acaso a $alentino, sendo, porm,muito mais pro"%"el &ue se'a uma obra pr(crist) &uanto ao seu original* A obra autntica e de"ia ser t)o can+nica como &ual&uer outro !"angelho3L*

    X pro)@)el& no entanto& "ue a totalidade do cdice no tenha sido coliida por umQnico autor& nem na mesma 4poca& pois& o estilo da narrati)a dos i)ros III& I& e Idifere do estilo dos dois primeiros li)ros3 Eo i)ro III e?iste citao de uma passaemde (aulo por 6aria 6adalena3 Ora& como (aulo foi posterior a 6aria 6adalena& este no

    poderia ter escrito sua epstola aos !omanos 8da "ual a citao 4 retirada9 "uando Jesusensina)a a seus discpulos3 X pro)@)el "ue os citados "uatro i)ros tenham sidocoliidos mais tarde& a partir da tradio oral& ocasio em "ue alum material pode tersido acrescentado pelo autor ou autores

    Bm Pistis Sophia esto montados trs manficos cen@riosF 819 a situao de Jesusaps a ressurreio e ascenso e seu posterior retorno lorioso do alto para continuar ainstruo de seus discpulos7 829 o mito de Sophia7 e 8*9 outros ensinamentos na formade di@loos de Jesus com seus discpulos& muitos dos "uais relacionados G cosmoloia3

    O rande seredo das apresentaes cosmoYnicas 4 "ue descre)em simultaneamenteo macro e o microcosmo3 Bsse Qltimo aspecto 4 a histria oculta do homem comoar"u4tipo e des@ua no rande oceano da pererinao da alma& "ue de)e merulhar namat4ria& onde fica prisioneira por incont@)eis VeonsW& ou eras& at4 ser resatada peloSal)ador3 O mito de Sophia representa a Qltima etapa da cosmoonia& ou se'a& a da

    *H3(3 ;la)atsN&A Doutrina Secreta& op3cit3& ol3 I& p3 1*.3

    1,

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    redeno de (istis Sophia& "ue 4 ao mesmo tempo uma entidade macrocsmica e osm$olo da alma humana encarnada na mat4ria3 A estria de Sophia& portanto& traa& emlinuaem )elada& as etapas da V"uedaW e da Vsal)aoW da alma& sendo esta Qltimadescrita como as VmetanoiasW de (3S3 O termo reo VmetanoiaW sinifica Vmudana deconteQdo da menteW ou Vmudana de estado mentalW ou& simplesmente& mudana interior3A maior parte dos autores infeli#mente seue a desastrada escolha de KarrependimentoLcomo traduo do termo KmetanoiaL& como fi#eram os autores dos e)anelhos canYnicosna passaem fundamental em 6t *F23 Com isso foi esta$elecido o fundamentodom@tico "ue o re"uisito para entrar no !eino dos C4us 4 a atitude passi)a dearrependimento e no& como indicado por Jesus& a atitude ati)a de transformao interior3(ara dei?ar claro o sentido oriinal do ensinamento do 6estre& o termo VmetanoiaW ser@mantido no te?to3

    Eas tre#e metanoias iniciais e nas in)ocaes G lu# su$se":entes esto sim$oli#adas

    as condies necess@rias para a proressi)a ascenso da alma& em suas cinco principaisetapas& "ue correspondem Gs cinco randes iniciaes& at4 sua li$ertao final e retornoao seu luar de oriem3 Bsse processo 4 eralmente descrito como a 'ornada da alma& na"ual todos ns estamos ena'ados3 A alma dei?a seu luar de oriem e& depois de umalona 'ornada& )olta G situao inicial de lria na lu# di)ina3 Bsse mito 4 comum aoutras cosmoonias da tradio crist como a par@$ola do =ilho (rdio e o Hino da(4rola3

    A (ar@$ola do =ilho (rdio/parece ter como o$'eti)o a apresentao& em formasimplificada& da realidade de "ue a )ida humana& como tudo o "ue e?iste no mundo damanifestao& ocorre em ciclos3 Assim& o filho mais no)o sai da casa do pai& )ai parauma terra distante e& depois de dissipar sua parte da herana e de )@rias perip4cias&retorna ao seu lar3 A primeira etapa do ciclo 4 a descida at4 o ponto mais denso damat4ria& representado pelo filho prdio alimentando porcos3 Puando se d@ conta dasituao deradante em "ue se encontra ele desperta e decide )oltar para casa& iniciando&ento o ciclo de retorno3 Ao chear a casa 4 rece$ido com rande festa3 Comenerosidade manDnima& o (ai manda )esti5lo com a melhor roupa e entrear5lhe ossm$olos de poderF as sand@lias& "ue o capacitaro a trilhar o pr?imo ciclo demanifestao e um anel& indicati)o da concluso $em sucedida do ciclo3

    O Hino da (4rola0cont4m muito mais detalhes e parece ser diriido aos $uscadores"ue '@ foram tocados pela realidade espiritual3 Bsse te?to parece ter como o$'eti)oapresentar& na forma alerica da linuaem sarada& aluns detalhes re)eladores so$re a

    'ornada3 Eesse 4pico& o heri& um 'o)em no$re& rece$e de seu pai a misso de ir at4 umaterra distante& identificada como o Bito& o mundo da mat4ria& onde de)er@ apossar5se deuma p4rola preciosa& uardada por um drao3 O 'o)em en)ol)e5se com os nati)os8come seus alimentos& ou se'a& a$sor)e as )i$raes pesadas do mundo9 e se es"uece desua misso3 6ais tarde& com a a'uda de um mensaeiro di)ino& uma @uia& recorda5se do

    propsito de sua )inda G terra distante3 epois de muitas perip4cias e perios& conseuefinalmente apossar5se da p4rola preciosa da VnosisW 8o conhecimento espiritual9uardada por uma serpente atemori#adora& "ue representa o foo serpentino& conhecidono oriente como Nundalini3 !etorna& ento& ao !eino do (ai onde rece$e sua este e

    / (ara uma interpretao esot4rica e?tremamente esclarecedora desta par@$ola& )ideF %3 Hodson& A SabedoriaOculta na Bblia Sagrada 8;raslia& Bditora eosfica& 2,,-9& p3 120510*30 O te?to desse Hino& com a sua interpretao& encontra5se num artio do presente autor& pu$licado noperidico heoSophia& n> *& de 1

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    6anto de u#& $em como os tesouros "ue ha)ia dei?ado para tr@s ao iniciar a 'ornada&tam$4m fechando o ciclo.3Bm am$os os casos a estria tem como o$'eti)o mostrar "ueo ciclo de)e ser completado& com o heri )oltando ao ponto de partida& numa )olta maisele)ada da espiral do proresso infinito3 Bsse heri nada mais 4 do "ue a alma humana"ue cumpriu sua misso& de acordo com o (lano i)ino3

    Eo te?to de (istis Sophia& o relato da 'ornada da alma tem um o$'eti)o ainda maisele)ado do "ue as duas aleorias anteriores3 (arece ser uma re)elao do processo detransformao interior& com suas concomitantes iniciaes& culminando com a derradeirainiciao "ue transforma o ser humano num 6estre de Sa$edoria3 a sua linuaeme?tremamente herm4tica mesmo para um te?to esot4rico3

    i# a tradio "ue (3S3 4 tam$4m um te?to esot4rico para treinamento de discpulos3Bsse treinamento implica no desen)ol)imento do discernimento e& principalmente& daintuio3 m dos m4todos utili#ados para este fim 4 o estudo de te?tos com importantes

    ensinamentos )elados3 Bsse procedimento era conhecido pela Ire'a primiti)a3 (ore?emplo& Clemente de Ale?andria& o padre da Ire'a iniciado nos mist4rios& '@ indica)a aatitude "ue o )erdadeiro $uscador de)ia adotarF VSa$endo "ue o Sal)ador no ensinanada de uma maneira meramente humana& no de)emos ou)ir seus pronunciamentos deforma carnal7 mas com a de)ida in)estiao e intelincia& de)emos $uscar e aprendero sinificado oculto nelesW3-

    O estudante de)e procurar a$sor)er esses ensinamentos& le)ando5os G ca)erna docorao& em meditao& para e?trair o seu sinificado mais profundo3 Bsse e?erccio deestudo e meditao )ai se confiurando& aos poucos& como um V"ue$ra5ca$eaW3 Eamedida em "ue conseue colocar as peas em seus de)idos luares& um seredomara)ilhoso )ai se descortinando proressi)amente aos olhos3 B esse seredo& di# atradio& seriam as prprias cha)es para inressar no esouro de u# de "ue fala o te?to8o !eino dos C4us dos e)anelhos sinticos e a ida Bterna do B)anelho de Joo93

    (or4m& a maior parte das pessoas "ue tenta estudar Pistis Sophiaaca$a desistindo&em )irtude das dificuldades apresentadas pela terminoloia pouco usual& mesmo dentroda literatura nstica conhecida3 Ademais& o documento em e?ame inicia a estria deSophia de uma maneira "ue parece pressupor "ue o leitor este'a familiari#ado no scom a nomenclatura& mas& principalmente& com a cosmoloia "ue Jesus ensinou a seusdiscpulos3

    A dificuldade de entendimento do te?to 4 respons@)el por alumas refernciasdepreciati)as de aluns eruditos3+=eli#mente esta no 4 a opinio de todos eles3 Bmmeados do s4culo passado& um rande estudioso do nosticismo& C3 H3 Zin& escre)euso$re (istis Sophia& com rande percepo& di#endoF VBste so$re)i)ente 8da literaturanstica9 apresenta um car@ter to estupendo e mara)ilhoso "ue& se a fortuna ti)esse

    permitido a nossa escolha& no poderamos ter preser)ado um representante mais

    .Outras tradies tam$4m se )alem de aleorias para ensinar so$re a $usca num mundo distante da"uilo "uesempre este)e perto& nossa realidade essencial3 Ea tradio #en $udista encontramos a estria do pastoreio dotouro em "ue um campons $usca seu touro em luares onde ele nunca tinha sido perdido3 epois de muitala$uta conseue encontra o touro& dom@5lo e retornar G pure#a de sua nature#a oriinal3 Bssa estria temparalelos com as duas aleorias mencionadas3 ide (atrul !inpoche& Words o- m. Per-ect eacher*- Clemente de Ale?andria& On the Sal"ation o- the /ich 0an 1,em A3 !o$erts and J3 onaldson& eds3& heAnte(2icene 3athers4 ranslations o- the Writings o- the 3athers do5n to a*D* 671 & !eprinted 8%rand !apidsFilliam ;3 Berdmans& 1

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    caracterstico de sua esp4cie3 (istis Sophia lana mais lu# so$re os atuais monumentosdo nosticismo do "ue poderia ser coletado de todos os outros escritores 'untosW3

    Pistis Sophia 4 um manuscrito em copto& o dialeto sahdico do Alto Bito& dosprimeiros s4culos de nossa era& na forma de um li)ro encadernado& contendo cento esetenta e oito folhas de peraminho& medindo apro?imadamente 21 ? 1.&0 cm&compiladas em cadernos3 Bst@ escrito em duas colunas de trinta a trinta e "uatro linhascada uma& tendo sido copiado por dois escri$as com rafias $astante diferentes&

    permitindo claramente sua identificao3 O material est@ em e?celente estado deconser)ao& por4m& oito folhas foram perdidasF as "uatro Qltimas e "uatro do meio3

    O te?to propriamente dito est@ di)idido em seis Vli)rosW3 A estria de Pistis Sophiainicia5se no captulo *, do Vprimeiro li)roW e termina no captulo +2 no Vseundo li)roW3A partir deste ponto os ensinamentos de Jesus so apresentados na forma de di@looscom seus discpulos& destacando5se a presena de 6aria 6adalena& claramente odiscpulo mais a)anado do rupo3

    O material& "uando foi encontrado& no tinha nenhum ttulo aparente e ficouconhecido como o Cdice AsNeU& nome de seu primeiro propriet@rio ocidental& "ue odeu a conhecer ao mundo3 O ttuloPistis Sophiafoi suerido para o documento pelo fatode o Vseundo li)roW comear com o seuinte ttuloF O Segundo :i"ro de Pistis Sophia3Outro ttulo 4 apresentado em outras partes do documentoF ;ma Parte dos :i"ros doSal"ador& "ue fiura na p@ina final do Vseundo li)roW e tam$4m na Qltima p@ina doVterceiro li)roW3 Os li)ros "uatro& cinco e seis no apresentam nenhum ttulo7 no caso doQltimo li)ro& tal)e# pelo fato das Qltimas "uatro folhas do manuscrito estarem faltando&

    'ustamente a"uelas onde& muitas )e#es& se encontra)am os ttulos das o$ras coptas3A histria da oriem do documento 4 um tanto )aa3 O te?to 4 certamente uma cpia&

    pro)a)elmente feita entre o "uarto e o "uinto s4culo& partindo de uma )erso em reo8)@rias pala)ras t4cnicas permaneceram em reo no te?to93 Eo se sa$e onde odocumento foi encontrado& nem como ou por "uem foi le)ado G Inlaterra3 Ea"uele pasfoi ad"uirido pelo m4dico inls A3 AsNeU& colecionador de manuscritos antios&

    pro)a)elmente em 1--23 O manuscrito& aps a morte do r3 AsNeU& foi )endido ao

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    6useu ;ritDnico3 As primeiras informaes so$re o te?to foram di)uladas por C3%3oide& "ue o estudou& a pedido do r3 AsNeU& e sueriu o ttulo "ue perdura at4 ho'e&escre)endo alumas notas a respeito& apro?imadamente )inte anos aps a a"uisio deAsNeU3 ma pe"uena parte do te?to 8as cinco Odes de Salomo9 foi tradu#ida e

    pu$licada por um $ispo dinamar"us& =3 6unter em 1+123 Seundo 3 6acermot& umacpia do te?to interal foi efetuada por um estudioso francs& B3 ularier& mas 'amaischeou a ser pu$licada& e encontra5se na ;i$lioteca Eacional de (aris3

    Somente em meados do s4culo MIM& apareceu a primeira traduo do te?to completode (3S3& efetuada por 63%3 SchUart#e e pu$licada aps a sua morte3 =oi uma o$ramonumental para a 4poca& com a transcrio do te?to e uma e?celente traduo para olatim& pu$licada em 1+013 A primeira traduo para uma lnua )i)a ocidental foi feita

    pelo eiptoloista B3 Am4lineau& erudito da lnua copta& "ue pu$licou uma traduopara o francs em l+

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    Jesus retorna ao seio dos discpulos en)olto em trs estes de u#& relu#indo de formaainda mais $rilhante do "ue "uando ha)ia su$ido aos c4us3 A data da"uele e)ento 4reiterada como sendo a lua cheia de he$et& ou se'a& a lua cheia de maio& coincidentecom o =esti)al $udista de esaN& reconhecidamente o perodo do ano em "ue as eneriasso mais propcias para o contato interior e para as randes iniciaes3

    As declaraes de Jesus& aps o seu retorno do Alto& de "ue tinha aora permisso do(rimeiro 6ist4rio para re)elar tudo aos seus discpulos& diretamente e sem par@$olas&

    parecem confirmar "ue& durante as trinta horas em "ue ascendeu aos c4us& ha)ia rece$idouma rande Iniciao3 A partir de ento ele tinha poder para re)elar o "ue antes s podiaser a$ordado de forma ainda mais )elada3 Sua descrio do assom$ro dos reentes dos

    planos inferiores& ao )5lo em sua este de u#& 4 indicati)a dos no)os poderes "ue lheha)iam sido conferidos e do est@io ele)ado "ue ha)ia atinido3

    O MITO DE SOPHIA(or "ue Jesus nos transmite ensinamentos to profundos atra)4s de um mito\

    O$)iamente por"ue esta 4 a forma tradicional mais apropriada para ministrar este tipo deensinamento transformador3 Bn"uanto o conceito popular corrente de mito est@carreado da conotao de fantasia ou mesmo de in)erdade& para os antios o mito erauma forma de e?presso "uase sarada de uma e?perincia interior "ue& por sua

    profundidade& a$ranncia e atemporalidade era idealmente transmitida atra)4s dessalinuaem sim$lica3 (ortanto& por tr@s de um mito h@ sempre uma importantee?perincia interior312 Ao demandar um esforo de concentrao e interiori#ao paracompreender o sentido Qltimo da realidade )elada por tr@s dos sm$olos& a linuaemmetafrica do mito indu# G"ueles "ue entram em contato com ela a reproduo da"uelae?perincia inicial3 A realidade& no entanto& apresenta5se hierar"ui#ada e consiste dediferentes n)eis3 Os mitoloemas procuram e?pressar diferentes n)eis da realidadesimultaneamente3 As consideraes sueridas nesta introduo e nas notas de rodap4su$se":entes do te?to so& "uanto muito& um des)elar parcial da rica realidade contidano mito3 X com esse sentido de $usca do sarado "ue procuramos a$ordar o mito deSophia& consciente de "ue estamos apenas le)antando a ponta do )4u3

    Eo decorrer do relato 4 apresentado um lorioso cen@rio cosmolico "ue nospermite )islum$rar o processo de manifestao& com a descida do Bsprito at4 o pontomais $ai?o da materialidade "uando& ento& se torna poss)el a )iaem de retorno& ouse'a& a )olta da alma G sua oriem& a =onte ]nica& o (ai3

    e)e5se ter em mente "ue a tradio esot4rica eralmente usa a sim$oloiacosmolica como um m4todo para a transmisso de ensinamentos so$re a nature#a dohomem& de acordo com a lei das correspondncias tornada conhecida pela tradioherm4ticaF VO "ue est@ em $ai?o 4 como o "ue est@ em cima7 o inferior 4 como osuperiorW3 (ortanto& o "ue 4 apresentado como sendo conhecimento so$re o i)ino est@)oltado para o des)elar do conhecimento da )erdadeira nature#a do homem3 Jesus dei?aclaro "ue tipo de conhecimento de)emos procurar "uando di#F VPois a&uele &ue n)oconhece a si mesmo n)o sabe nada, mas a&uele &ue conheceu a si pr#prio alcan=ousimultaneamente o conhecimento sobre a Pro-undidade do odoW31*

    12S3A3 Hoeller&>ung e os !"angelhos Perdidos,8S3(3& Cultri?9& p3 1,-511231* O :i"ro de om, o Contendor& em J3 !o$inson& ed3& he 2ag ?ammadi :ibrar., 8S3=3F Harper San=rancisco& 1

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    O "6;ei$" d" i"As aes de um 6estre tm sempre o$'eti)os mais amplos do "ue conseuimos

    perce$er3 imos "ue a forma como o te?to 4 apresentado tem um importante )alorpedaico& ser)indo como instrumento para o desen)ol)imento do discernimento e daintuio nos discpulos3 (or4m& seu o$'eti)o maior 4& sem dQ)ida& a transmisso de seuconteQdo& a instruo so$re a meta final de todo ser humano& ou se'a& o retorno da alma GCasa do (ai3 As instrues re)elam& ainda "ue de forma )elada& os passos "ue de)em sertomados por todo a"uele "ue decide trilhar a Senda da (erfeio& "ue le)a G li$ertaofinal da alma3

    A Senda 4 sim$oli#ada pelas metanoias de (istis Sophia por ter pecado ao dei?ar suareio de oriem sem seu par3 Com essas transformaes interiores (3S3 )ai )encendo

    proressi)amente os apeos Gs coisas do mundo& reorientando sua mente da ratificao

    de sua nature#a inferior para o mundo da realidade& o mundo u#3Os dois principais personaens do mito so o prprio Jesus e (istis Sophia3 O papel

    de Jesus parece mudar a todo instante3 Eum determinado momento ele 4 o 6estre&ministrando instrues a seus discpulos& descre)endo as a)enturas e des)enturas de(istis Sophia3 e repente& ele passa a ser um co5protaonista da estria& atuando emdiferentes n)eis& a'udando (istis Sophia a sair do caos3 Eesse caso& Jesus sim$oli#a anature#a superior trplice do homem& en"uanto (istis Sophia sim$oli#a a unidade deconscincia da nature#a inferior& a alma3 A nature#a superior& Jesus& 4 o sal)ador danature#a inferior3 (or4m& os dois fa#em parte de uma mesma unidade& e a sal)ao daalma ocorre simultaneamente com a lorificao da indi)idualidade3

    A interdependncia da mente superior& Jesus& e da inferior& (istis Sophia& no processoda sal)ao sempre foi conhecida pela tradio sa$edoriaF KDi@ ?*P* Bla"ats8. &ue a"erdadeira mente em n#s, &ue essencialmente conscincia espiritual, n)o pode entrarem relacionamento direto com a personalidade, exceto atra"s de seu re-lexo, ainteligncia comum in-erior3L1/

    (ara "ue possamos entender a ra#o de Jesus ser apresentado como o VparW de (istisSophia& 4 necess@rio retornarmos ao incio do te?to& "uando Jesus e?plica a seusdiscpulos o "ue ha)ia sucedido com ele& por ocasio de sua ascenso ao c4u e retornotrinta horas mais tarde en)olto em lu#3 O relato "ue se seue parece ser uma formaalerica de descre)er a"uilo "ue te)e permisso para ser re)elado ao pQ$lico so$re olorioso processo da Qltima Iniciao& com o fito de instruir Va"ueles "ue tm olhos para)erW so$re alumas de suas importantes implicaes3

    A saa de (istis Sophia sendo a'udada por seu VparW a retornar G sua reio oriinalparece ser uma forma )elada de e?pressar um Vprocesso de re)isoW pelo "ual Jesus& porocasio de sua iniciao suprema& descortina a 'ornada "ue efetuou como alma ao lonode inumer@)eis encarnaes at4 alcanar sua li$ertao do mundo da mat4ria3

    Inferimos "ue se trata de um processo de re)iso da 'ornada da alma& por ocasio dosacrossanto processo da iniciao m@?ima& "ue encerra o ciclo de aprendi#ado doIniciado como ser humano& pelo paralelo "ue e?iste com o processo de re)iso da )ida

    por ocasio da morte das pessoas3 Bsse paralelo 4 conhecido como ei dasCorrespondncias e tam$4m como um dos princpios herm4ticos 8de Hermesrismeisto93 A ei das Correspondncias postula "ueF KO &ue est% em cima como o

    1/Citado por Clara Codd& KA cnica da $ida !spiritual, %rupo Annie ;esant& p3 //3

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    &ue est% embaixo e o &ue est% embaixo como o &ue est% em cima L3 Bssa lei e?pressa ofato de "ue e?iste uma correlao harmoniosa entre os di)ersos planos da manifestao3

    Eesse sentido& 4 dito "ue cada plano da manifestao 4 um refle?o do plano "ue est@acima3 Conse":entemente& o estudo do micro& mais acess)el ao pes"uisador& pode le)ar&

    por inferncia& ao conhecimento do 6acro3 Bssa correspondncia entre os diferentesplanos tam$4m est@ presente na cosmoonia do te?to de (istis Sophia& como ser@e?plicado mais adiante3

    6as& o "ue sinifica esse processo de re)iso da )ida e o "ue ele tem a )er com aestria de (istis Sophia\ As randes tradies esot4ricas sempre disseram "ue durante o

    processo de passaem da morte ocorre uma r@pida& mas completa& re)iso de todos ose)entos da )ida da pessoa com uma indicao da conse":ncia de cada ao3 Bssainformao )em sendo confirmada por )@rios pes"uisadores do processo chamado deV"uase morteW ou de Ve?perincia pr?ima G morteW 8B(693 Bsse processo descre)e casos

    de pessoas consideradas como tendo passado por morte cere$ral "ue& por ra#es "ue nonos interessam no momento& aca$am )oltando G )ida3

    m dos pioneiros dos estudos das e?perincias pr?imas da morte& r3 !amond A36ood Jr3& resume o processo de re)iso de )ida de centenas de casos "ue eleacompanhou da seuinte formaF KA recapitula=)o *** extraordinariamente r%pida* 0as,a despeito de sua rapide@, meus in-ormantes concordam em &ue a recapitula=)o, &uasesempre descrita como uma exibi=)o de imagens "isuais, incri"elmente ""ida e real*Algumas pessoas caracteri@am isso como um es-or=o educacional por parte do ser delu@*L10

    Eo te?to de (istis Sophia& Jesus narra a seus discpulos "ue& aps colocar sua )estede lu#& ele inicia sua ascenso ao alto& passando por todos os planos& a partir dofirmamento& das esferas e dos eons& causando rande perple?idade entre os Vha$itantesWdesses reinos e pro)ocando )@rias mudanas3 ma referncia distorcida desse processo

    pode ser encontrada no Credo da Ire'a !omana na afirmao de "ue Jesus& depois decrucificado& morto e sepultado& Kdesceu aos infernosL3 Ea )erdade& Jesus desceu ao "ueera conhecido na 4poca como o Hades& entre os reos& ou Amente ou Meol& entre os

    'udeus& o mundo dos mortos& onde o Iniciado tam$4m de)eria e?ercer seu minist4rio decompai?o3

    (rosseuindo com sua passaem pelos diferentes eons& Jesus finalmente encontra(istis Sophia& triste e chorosa& fora de seu luar de oriem& o d4cimo terceiro eon3 Aestria desen)ol)e5se ao lono de )@rias etapas& aora contando com a a'uda prestada

    por Jesus& seu par& para "ue (istis Sophia li$erte5se de seus alo#es retornando ao seuluar de oriem3

    Bm resumo& podemos perce$emos uma correspondncia entre o processo de re)isoda )ida por ocasio da morte de uma pessoa& com o processo de re)iso da essncia detodas as )idas de uma alma por ocasio do encerramento de sua condio como serhumano& com a Iniciao suprema3 (or ocasio da morte a alma tira como principal lioa importDncia do amor na )ida do mundo3 (or ocasio da Qltima Iniciao& perce$endo aaonia do sofrimento de sua prpria alma& descrita como sendo (istis Sophia& ao lonode sua tumultuada 'ornada pelo mundo& o 6estre& aora permanentemente consciente de

    10!amond A3 6ood Jr3& $ida depois da $ida8!3J3& Bditora Erdica9& p3 .+5

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    sua unidade com todos os seres& consolida a lio do mais profundo amor e compai?o&comprometendo5se a tra$alhar para li$ertar todos os seres do sofrimento3

    Bssa hiptese anha fora com a declarao de Jesus& aps retornar do c4u en)oltoem trs mantos de lu#F K/ego@i'ai("os e alegrai("os a partir deste momento, pois fui

    para os lugares de onde havia vindo* A partir deste momento n)o "os esconderei nadado mistrio do alto e do lugar da "erdade* Pois, autoridade me -oi dada, por intermdiodo ne-%"el e do Primeiro 0istrio333L

    Ea aleoria& Jesus 4 o aspecto da alma "ue permanece nos mundos espirituais&en"uanto (istis Sophia& seu par& 4 o aspecto da alma "ue reali#a a rande pererinao

    pela mat4ria3 Se entendermos a alma como nosso centro de conscincia& torna5seposs)el perce$er "ue somente "uando no mais nos identificarmos com nosso corpo eoutros aspectos de nossa nature#a inferior 4 "ue ser@ poss)el a unio& em conscincia&com nossa nature#a di)ina3 Bssa unio 4 representada no drama de (istis Sophia como

    seu retorno ao d4cimo terceiro eon& seu luar de oriem& concomitante com a apoteticasu$ida ao c4u de seu aspecto superior& Jesus3

    isto so$ outro Dnulo& o controle e interao de nossa dualidade funcional 8BuSuperior e eu inferior9 possi$ilita "ue alcancemos a conscincia de nossa unidadee?istencial3 Eo te?to isso ocorre depois de )inte e "uatro etapas no caminho datransformao interior de (istis Sophia3 A li$ertao da personalidade do caos da mat4riaocorre simultaneamente com a lorificao da indi)idualidade "ue reassume a plenitudede sua conscincia e de seus poderes di)inos3

    O estudante atento )ai perce$er "ue todo o relato 4 atemporal3 Bsse 4 um pontoimportante3 A estria enlo$a perodos e?tremamente lonos da histria& en)ol)endo

    pro)a)elmente muitas centenas de encarnaes3 Se por um lado& um nome histrico 4usado para representar a nature#a superior da"uele homem "ue atiniu o status dehomem 'usto tornado perfeito com sua derradeira iniciao& seu par& (istis Sophia&representa a conscincia inferior "ue se encarnou em inQmeros corpos3 (istis Sophia& onome en4rico usado para a conscincia inferior& indica a "ualidade essencial dodiscpulo para sua li$ertao do caos& i3e3& a f4 8(istis9 na lu# do Alto pela "ual e?pressauma aspirao ardente3 Puando isso ocorre& no seu de)ido tempo& o discpulo alcana asa$edoria 8Sophia9& outro nome usado para a nosis3 emos& nesse particular& um

    paralelo com o Hino da (4rola3 ale ressaltar "ue a aspirao ardente e a confiana total8f49 so aspectos do amor3 Compreende5se com isso por"ue Jesus reitera o "ue di#ia atradio 'udaica so$re o primeiro e maior mandamentoF KAmar%s ao Senhor teu Deus detodo o teu cora=)o, de toda tua alma e de todo o teu entendimentoL 86t 22F*-93 Asrepetidas declaraes de (istis Sophia ao lono de sua epop4ia e?pressam& em sualinuaem particular& esse intenso amor "ue ela nutria pela u# do Alto 8eus93

    O nome V(istis SophiaW 4 uma importante cha)e para o entendimento de seu papel nomito3 Como nos alerta H(; em seus coment@rios& (istis e Sophia so os nomes do

    primeiro e do Qltimo eons femininos da VodecadaW1. 8os outros "uatro eons soFBsperana& Amor& Compreenso e =elicidade93 V(istisW& em reo& sinifica f4& mas no f4cea e sim a f4& ou total con)ico& ad)inda do conhecimento direto 8re)elao interior93VSophiaW& por outro lado& sinifica sa$edoria3 (ortanto& 4 poss)el "ue o nome compostoV(istis SophiaW& utili#ado para representar o ar"u4tipo da alma en)iada em pererinaoaos mundos inferiores& este'a indicando o princpio fundamental 8a f4 na u# do Alto9

    1.ide Hippolitus&Philosophumena or the re-utation o- all heresies& tr3 =3 ee 8ondon9& p3 1,-3

    1+

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    "ue capacita a alma a reali#ar sua misso& a o$teno da sa$edoria dos dois mundos8material e espiritual93

    Como a f4&1-VpistisW 4 o fator fundamental "ue asseura a )itria final da alma& esteconceito merece ser e?aminado com mais ateno3 Aluns leitores podem "uestionar esta

    premissa& arumentando "ue a f4 )em sendo preconi#ada h@ "uase dois mil anos pelaIre'a como a )irtude fundamental do cristo& sem "ue isto tenha alcanado os resultadosesperadosF tornar os VfieisW )erdadeiros e?emplos de seuidores do Cristo& manifestandoVsophiaW& a sa$edoria das almas iluminadas e& portanto& sal)as3 Isso se e?plica pelo fatode "ue a f4 preconi#ada pela ortodo?ia 4 uma f4 'a%%i$a& na )erdade uma crena e no a)erdadeira f43 O fiel 4 instado a crer no nome de Jesus& "ue ele 4 o =ilho ninito deeus )indo ao mundo para nos sal)ar na Cru# 1+3 Bssa crena& ainda "ue $astantereconfortante para o corao do de)oto& tem como conse":ncia a erao de ummecanismo )icioso de pro'eo psicolica3 O fiel sente "ue o =ilho de eus '@ fe# tudo

    o "ue 4 necess@rio para sal)@5lo& e "ue $asta aora ele VcrerW e no mais pecar 8mas sepecar poder@ sempre se arrepender at4 o Qltimo minuto antes de morrer93 Bssa Vf4W noincita necessariamente o fiel a $uscar sua transformao interior& trilhando o @rduoCaminho da (erfeio3

    A )erdadeira f4& fator primordial na sal)ao de (3S3 4 uma f4 ai$a3 X a f4 na u# doAlto& ou se'a& na nature#a di)ina de todos os seres3 Assim& o fiel sa$e "ue seu sal)adorest@ sempre ao seu alcance ansiando por se manifestar& pois est@ dentro de si mesmo3Bsse estado de conscincia fa# com "ue passe a aspirar com toda a fora de seu ser aalcanar a"uela u#& fa#endo tudo o "ue for necess@rio para isto3 A )erdadeira f4&

    portanto& 4 o princpio "ue indu# G $usca de todos os meios para alcanar o fim dese'ado&a sa$edoria1

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    crists tam$4m reconhecem o car@ter cclico da manifestao& atra)4s de emanaesproressi)as do Supremo e )alem5se de seus ensinamentos cosmoYnicos paraapresentar sua soterioloia& "ue nada mais 4 do "ue o caminho de retorno para a fonte

    primordial de onde iniciou5se a manifestao32, A fiura 1& oferece& numa forma )isualem "uatro etapas& uma primeira id4ia de como poderia ser entendido o sistemacosmolico da o$ra3

    igu#a - O INEFE E O PROCESSO DA MANIESTAO

    E

    M

    E

    M

    C

    A

    E

    D

    BI ICC

    =i 1a =i 1$ =i 1c =i 1d

    A manifestao sure do Imanifesto& Inef@)el e Inconosc)el& "ue reina em Silnciona (rofundidade& por incont@)eis eras antes da manifestao3 Bsse perodo de repousoe?tremamente lono do Inef@)el 4 chamado de Prala.ana edanta3 X sim$oli#ado pelocrculo mitolico "ue tem seu centro em toda parte 8encontra5se no cerne de tudo "uee?iste9 e sua circunferncia em parte aluma 8o Infinito9& 8=i3 1a93

    Eum determinado momento o Inef@)el decide manifestar5se3 Como primeiro passoda manifestao aparece& ento& a aparente dualidade de Bsprito e 6at4ria& sim$oli#ada

    pelos crculos B e 6& 8=i3 1$93 Bssa dualidade 4 aparente por"ue Bsprito e 6at4ria so&

    na )erdade& os plos opostos da Su$stDncia na ni)ersal3 Como tanenciam o CrculoInfinito do Inef@)el& so& tam$4m& infinitos3A terceira etapa 4 o aparecimento da 6ente 8=i3 1c9& sim$oli#ada pelo terceiro

    crculo entrelaando os dois anteriores& ser)indo como ponte entre Bsprito e 6at4ria3 A6ente 4 o "ue caracteri#a o Homem3 Sua nature#a 4 parte espiritual e parte material3 Aintermediao da 6ente& com a interao de Bsprito e 6at4ria& era a Conscincia3em$ramos ao leitor "ue& na )erdade& os elementos superiores esto no interior& nocerne& de todas as coisas& interpenetrando os planos inferiores3 B?istem& no entanto&certos limites para a atuao& ou conscincia das entidades& "ue nos mitoloemasnsticos eram referidos como VhorosW3 As circunferncias dos trs crculos sim$licosrepresentariam& portanto& estes limites3

    este processo cosmoYnico sure o ni)erso& o odo3 Sua estrutura cosmolicafundamental pode ser )isuali#ada na =i3 1d& em "ue a interao da nature#a trplice da

    manifestao delimita cinco randes (lanos& ou Bspaos& "ue constituem o campo dee)oluo do ser humano3 Bsses (lanos da 6anifestao& do mais sutil ao mais denso soF8A9 (lano dos 6ist4rios do Inef@)el 8i)ino97 8;9 (lano do esouro de u# 86entalSuperior97 8C9 (lano (s"uico 86ental Inferior97 89 (lano Hlico 8Astral97 8B9 (lano6aterial 8=sico93 Bsses cinco (lanos da 6anifestao esto en)oltos pelo Inef@)el 8I9&

    2,$ide, Earl :uc8ert, !g.ptian :ight and ?ebre5 3ire, 8State ni)ersit of EeU [orN (ress& 1

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    em seu duplo aspecto (rimordial 8Adi9 e 6on@dico 8Anupada8a9& sim$oli#ado pelas duas@reas laterais na =i3 1d3

    Bsses cinco planos apresentados de forma es"uem@tica na =i3 1d& refletem asu$stDncia de "ue so compostos3 O mais sutil de todos 4 constitudo e?clusi)amente desu$stDncia di)ina ou espiritual3 O mais denso 4 constitudo e?clusi)amente de su$stDnciamaterial3 O seundo de cima para $ai?o& o esouro de u#& 4 uma com$inao deBsprito e 6ente& en"uanto o penQltimo& o (lano Hlico& 4 uma com$inao de 6ente e6at4ria3

    O plano intermedi@rio ou do meio& o (lano (s"uico& "ue aparenta ter e?clusi)amentesu$stDncia mental& 4 na )erdade uma interao de todos trs elementos& sim$oli#ada nafiura pelo tanenciamento de Bsprito e 6at4ria neste espao3 (or isso& 4 tam$4mchamado em (3S3 de V6isturaW 8de lu# e mat4ria93 Isso fica claro "uando lem$ramos "ueBsprito e 6at4ria no so elementos distintos& ou separados& mas simplesmente os plos

    opostos da Su$stDncia ni)ersal& "ue se manifesta atra)4s de uma radao infinita den)eis de sutilidade3 (or essa ra#o foi dito "ue a seunda etapa da cosmooniacaracteri#a5se pela manifestao aparentementedualista de Bsprito e 6at4ria3 anto osaspectos superiores do homem como os inferiores incluem elementos desse planointermedi@rio& e"ui)alente ao mental concreto3 X nesse plano "ue se encontra o centro deconscincia do homem& na atual etapa da e)oluo& "ue no te?to 4 representado pela

    prpria alma 8(istis Sophia9 aindo como ponte entre o espiritual e o material3(ara "ue a narrati)a possa ser compreendida& 4 necess@rio ter sempre em mente "ue

    a"uilo "ue eralmente 4 chamado de processo de criao& tanto nos mundos da lu# comonos mundos da mat4ria 4& na )erdade& um processo de emanao3 A emanao 4 diferentedo "ue conce$emos como criao na erra& em "ue o criador utili#a materiaisdispon)eis e cria alo fora de si& ou se'a& criador e criatura so totalmente distintos3 Eaemanao a entidade "ue dese'a se manifestar num plano inferior Vpro'etaW a sua lu#& ouessncia& neste plano3 Bsta essncia 4& ento& en)ol)ida pela mat4ria desse plano& o "uecausa limitao de conscincia da entidade emanante3 (or4m& ela ad"uire& com isso& umaindi)idualidade& ou conscincia no)a& apesar de permanecer a mesma essncia3 Bsse 4 omist4rio da nidade de todos os seresF somos emanaes& pro'ees& ou raios da u#Suprema e& por conseuinte& somos tam$4m parte de todas as entidades& ou foras& "uese encontram nos diferentes planos da manifestao& pois fomos de certa formaVemanadosW& ou VformadosW& com sua su$stDncia3

    (ara facilitar o entendimento do sistema& apresentamos adiante "uadro com oes"uema cosmolico de (3S& preparado a partir das notas de ;la)atsN3 Com ele& o leitorter@ mais facilidade para efetuar o estudo do te?to& podendo situar as diferentes entidades"ue )o sendo apresentadas& eralmente sem maiores coment@rios& no conte?to de sua

    posio relati)a nos planos cosmolicos3ale mencionar "ue a cincia oculta reconhece a e?istncia de sete planos do odo&

    "ue se constituem em estados de mat4ria de diferentes raus de densidade& ou sutilidade&sendo o mais rosseiro o estado fsico denso3 Bsse proressi)o aumento de densidade& Gmedida "ue a manifestao se processa do centro para a periferia& ocorre no s de um

    plano para o outro& como tam$4m dentro dos prprios planos3 Isso fica claro no te?to"uando Jesus descre)e sua su$ida ao alto& indicando "ue $rilha)a /< )e#es mais fortecada )e# "ue chea)a G reio de uma no)a entidade& ou se'a& "ue ao ascender umsu$plano com suas sete di)ises& cada "ual com sete su$di)ises 8- ? - ^ /

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    manifestao 4 o campo apropriado para atuao de certas foras& entidades& estados deconscincia ou poder percepti)o3

    As seis di)ises distinuidas em (3S3 esto em perfeita correspondncia com os seteplanos de manifestao definidos na filosofia )edantina e adotados na nomenclaturateosfica3 Bm am$as as tradies& os planos da manifestao ou de e)oluo do homemso cinco7 os outros so planos da =onte na no manifestada3

    A ra#o para isso 4 "ue o Inef@)el a$arca os (lanos Adi 8pala)ra sDnscrita para(rimordial& (rime)o9 e Anupda8a 8sem5pais97 '@ nos 6ist4rios do Inef@)el estoincludos os (lanos _tmico 8deAtma, o Bsprito ni)ersal& ou Alma Suprema9 e ;Qdico8a (ura u#& o )eculo de Atma& o Cristo Csmico97 en"uanto o esouro de u# e o (lano(s"uico de (3S3 correspondem ao (lano 6an@sico 8de0anas& a mente9& com suas duasrandes su$di)ises de 6ental Superior& ou A$strato& e 6ental Inferior& ou Concreto7 o(lano Hlico corresponde ao (lano Astral 8onde atuam as emoes97 e& finalmente& o

    (lano 6aterial& ao (lano =sico3

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    A COSMOO@IA DE PISTIS SOPHIAO INEFE (n!" ani4e%ad")

    O Interior dos Interiores 8AD e A2;PFDAEAGOs 6em$ros& ou (ala)ras do Inef@)el

    A 12` Hierar"uia 8Qltima ordem dos Sem5pais& ou 6Ynadas9

    OS MISTRIOS DO INEFE (PANO DIFINO+ ATMICO E .GDICO) 1> Bspao do Inef@)el& ou O 6ist4rio do Inef@)el 8a (ala)ra na& ou:O9OS9 * (oderes rplices& cada um contendo 0 _r)ores e 2/ 6ist4rios& ou Bspaos 2> Bspao do Inef@)el& ou 1> Bspao do (rimeiro 6ist4rio 8A0A9 o (rimeiro 6ist4rio oltado (ara entro& 8(rincpio Supremo do (erdo dos (ecados9 com 12 Hierar"uias cada uma consistindo de * Classes e 12 Ordens *> Bspao do Inef@)el& ou 2> Bspao do (rimeiro 6ist4rio 8B;DD?9 o (rimeiro 6ist4rio oltado (ara =ora7 o (rimeiro 6ist4rio "ue 4 o 2/> 6ist4rio O (rimeiro (receito 8o !e)elador9 8contendo - 6ist4rios9

    As 0 Impresses 8ipos ou !udimentos9 A %rande u# das u#es Os 0 Au?iliares

    TESOURO DE U, PEROMA , HERANA DA U (MANAS SUPERIOR) !eio da I!BIA IB 8Sol Bspiritual9& Super)isor da u#& 1> Homem& %uardio do 4u 6BPISBBC O %!AEB SA;AOH& o ;omF

    - o#es& ou Am4ns 0 _r)ores

    * Am4ns !eio do 6BIO O SAAO! %6BO 8Criana da Criana9 !eio da BSPB!A 12 Sal)adores com 12 (oderes 8< %uardies de * (ortais9

    PANO PS?UICO, OU MISTURA (MANAS INERIOR)

    !eio da I!BIA Sa$aoth& o ;om 0 !eentes (lanet@rios 8Sat3& 6ar3& 6er3& n3& JQp39 com *., (oderes !eio do 6BIO (e"ueno Iao& o ;om 8chamado pelos Bons de %rande Iao9 irem de u#F - irens de u# 10 Au?iliares 12 6inistros !eio da BSPB!A& !eio da !etido& !eio do 1*> Bon O %rande Ancestral In)is)el e seu par& ;ar$elY& o %rande (oder Os ois %randes (oderes rplices 2/ In)is)eis 8incluindo (istis Sophia e seu (ar9 O *> (oder rplice Autocentrado

    PANO H?ICO, SIDERA (ASTRA) Os 12 BOES

    . (rimeiros filhos ou emanaes do Autocentrado Ialda$aoth& Sa$aoth5Adamas& %rande irano& (oder com Cara de eo Seus . =ilhos& os !eentes do Bons Inferiores A (!OIECIA BS=B!A

    PANO MATERIA (?SICO) =I!6A6BEO 8!trico9 6EO 8COS6O9 dos Homens S;6EOF Orcus& ou Amente& Caos e Bscurido B?terior

    2*

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    iferentes entidades ou princpios atuam nas )@rias reies desses planos3 O (lanomais ele)ado 4 o da i)indade desconhecida& fonte de toda )ida e $ase de sustentao doni)erso3 @& o Inef@)el com sua nature#a inescrut@)el& imensur@)el e indescrit)el&reina a$soluto& em silncio& no interior dos interiores3 Bm Seu plano imanifesto& oInef@)el cont4m Seus V6em$rosW& tam$4m conhecidos como as V(ala)ras do Inef@)elW&"ue contm di)ersos rupos de do#e Hierar"uias& sendo a 4cima Seunda Hierar"uia aV]ltima Ordem dos Sem5paisW& tam$4m conhecida no 'aro teosfico como as 6Ynadas8Anupda8a93

    O Inef@)el se d@ a conhecer ao manifestar5se& emanando de si os 6ist4rios doInef@)el3 Assim& o VInef@)elW refere5se G V=onte ]nica no manifestadaW& sendo osV6ist4rios do Inef@)elW as primeiras etapas do proressi)o V)ir5a5serW da infinitamanifestao do no& do odo3 O V(lano dos 6ist4rios do Inef@)elW& est@ disposto emtrs su$planos& conhecidos como os rs Bspaos do Inef@)el3

    Eo V(rimeiro BspaoW encontra5se o V6ist4rio do Inef@)elW& o VoosW3 Eo VSeundoWe no Verceiro BspaoW& respecti)amente& encontram5se os dois aspectos do (rimeiro6ist4rio& "ue 4 a nidade indi)is)el manifesta na pluralidade3 Eo Seundo Bspao doInef@)el& tam$4m conhecido como o (rimeiro Bspao do (rimeiro 6ist4rio& encontra5seo (rimeiro 6ist4rio oltado (ara entro& "ue na tradio oriental 4 chamado deAtma& aida na& o Bsprito "ue tudo a$rane na unidade& tam$4m referido em (3S3 como O%rande 6ist4rio da Sal)ao& ou o (rincpio Supremo do (erdo dos (ecados3 Eoerceiro Bspao do Inef@)el& tam$4m referido como o Seundo Bspao do (rimeiro6ist4rio& encontra5se o (rimeiro 6ist4rio oltado (ara =ora&Buddhi, ou Intuio& a u#Infinita& o )eculo do (rimeiro 6ist4rio para sua atuao no mundo3

    Jesus 4 apresentado como o (rimeiro 6ist4rio oltado (ara =ora "uando ae comoum canal& ou )eculo& para a ao da (ura5u# deBuddhi& conhecido na eosofia como oCristo Csmico3 entro desse Qltimo Bspao e?istem outras emanaes de u#conhecidas como o (rimeiro (receito& as Cinco Impresses& a %rande u# das u#es e osCinco Au?iliares7 esse 4 um conceito intriante& pois& dentro da tradio oriental& Buddhi4 apresentado como um VespaoW ou VentidadeW monoltica e a$ranente& en"uanto em(3S3 este VespaoW desdo$ra5se em diferentes emanaes ou aspectos3

    A seuir encontra5se o plano conhecido como o esouro de u#& (leroma e aindaHerana da u#& "ue 4 o (lano Bspiritual& ou (neum@tico 8de pneuma& em reo& "uesinifica Sopro& Alento& ou Bsprito9& formado com a su$stDncia de u#& ou umen3 Bsse

    plano espiritual& como os outros planos da manifestao& apresenta uma su$di)iso$@sica em trs su$planos ou espaos& refletindo a proressi)a descida da onda da ida&de forma sistem@tica e harmoniosa& do mais sutil para o mais denso7 da a importDnciados trs rupos e das 12 8ou 2/9 hierar"uias encontradas em cada plano3 Bm outras

    pala)ras& cada plano 4 um refle?o p@lido do plano "ue lhe 4 superior3Eo primeiro su$plano& o da !eio da ireita do esouro da u#& encontram5se

    IB21&chamado de Super)isor da u#& (rimeiro Homem e %uardio do 4u& seuido de6el"uisedec e do %rande Sa$aoth& o ;om3 A seuir& au?iliando o %rande Sa$aothencontram5se as Sete o#es& ou Am4ns& as Cinco _r)ores e os rs Am4ns3 Os SeteAm4ns so as Sete o#es "ue do e?presso& neste (lano& G ontade da (ala)ra na do(lano Superior& a =onte primordial do odo3 Bssas Sete o#es parecem representar& neste

    plano& os Sete tons& ou !aios& "ue reem toda a manifestao e os rs Am4ns& os rs

    21 X poss)el "ue IB se'a uma pala)ra de oriem epcia& em "ue Ie ou Iu sinifica)a Vo "ue h@ de )irW3

    2/

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    irientes Supremos da Hierar"uia Bspiritual223X na !eio da ireita do 6undo deu#& portanto& "ue est@ conreada a Hierar"uia dos o)ernantes espirituais da erra3 Oseundo su$plano 4 a !eio do 6eio& em "ue se encontra o Sal)ador %meo& "ue 4 aCriana da Criana& uma referncia a 0anas& "ue nesse n)el 4 0anas Superior& aCriana deBuddhi,"ue 4& por sua )e#& a Criana de Atma*=inalmente& na !eio daBs"uerda encontram5se os 12 Sal)adores com 12 (oderes3

    (or4m& 4 no (lano (s"uico e nos outros planos inferiores "ue ocorre a maior parte denossa estria3 O (lano (s"uico 4 tam$4m chamado de 6istura& por"ue sua su$stDncia 4uma mistura de u# e de Hil& a mat4ria sutil 8astral93 Bsse plano corresponderia ao

    plano mental concreto da teosofia3 am$4m est@ di)idido em trs su$planos3 Ea !eioda ireita encontra5se Sa$aoth& o ;om& com cinco !eentes (lanet@rios e *., (oderes&ou ecanos3 Como ser@ )isto& Sa$aoth& o ;om& 4 a correspondncia no plano mentalconcreto& do %rande Sa$aoth& o ;om& emanao atuante na reio da ireita do plano

    mental a$strato3 Os cinco !eentes (lanet@rios e os *., ecanos so seus instrumentospara operar as limitaes impostas pelo tempo e pelas formas& nesse plano concreto& aosconceitos ideados no plano a$strato3 Ea !eio do 6eio encontra5se o (e"ueno Iao& o;om& e a irem de u#3 Bssa entidade ocupa uma posio central no 'ulamento dasalmas& tal)e# como a )o# da conscincia de cada indi)duo no sentido microcsmico&aindo como refle?o do Sal)ador %meo no plano superior 8o esouro de u#93 Bla 4assistida por Sete irens de u#& Puin#e Au?iliares e o#e 6inistros3

    Ea !eio da Bs"uerda do plano (s"uico& tam$4m conhecida como a !eio da!etido& ou a !eio do 4cimo erceiro Bon& encontra5se o %rande Ancestral In)is)ele seu par& ;ar$elY& e trs %randes (oderes rplices3 Os dois primeiros (oderes rplicesemanam )inte e "uatro In)is)eis& dentre os "uais (istis Sophia e seu (ar 8Jesus9& sendoela a (ro'eo mais $ai?a3 O erceiro (oder rplice& conhecido como o Autocentrado& 4o )ilo da estria& representando a personalidade eosta& o eo inferior& )olQ)el&am$icioso e presunoso& "ue se alia Gs emanaes inferiores dos 12 eons 8no (lanoHlico9& ou se'a& Gs emoes e pai?es materiais do homem3 em5se a"ui mais umacorrespondncia com a tradio orientalF o mental concreto alia5se Gs emoes 8Eama(0anas9& o)ernando a personalidade do homem do mundo

    O plano seuinte 4 o hlico& ou sideral& "ue corresponde ao plano astral& ou dasemoes& dese'os e pai?es3 Eesse plano encontram5se os 12 eons& $em como o %rande(oder com Cara de eo2*& emanado pelo Autocentrado com o fito e?clusi)o deatormentar (istis Sophia e retirar o poder de sua lu#3 Bssa 4& pro)a)elmente& umareferncia ao poder do eosmo 8do eu9 "ue& ao encontrar uarida na conscincia dohomem& contri$ui para sua materiali#ao& o "ue e"ui)ale na linuaem do te?to a uma

    perda da lu# de (istis Sophia3 Outro su$plano 4 o da (ro)idncia& a"uele em "ue osaentes do carma operam a construo dos )eculos inferiores& com seus reentes ean'os3 H@ ainda o su$plano da Bsfera& tam$4m com reentes e an'os3

    O plano material formado de mat4ria mais densa 4 o rande palco do drama da alma3Eo n)el macrocsmico trata5se da erra& o 6undo dos Homens e& a n)el microcsmico&do corpo fsico3 Eesse plano& encontramos& mais uma )e#& a di)iso em trs randes

    22 Outra interpretao poss)el 4 "ue& seundo a antia tradio camita 8antio Bito9& os - Am4nsrepresentariam os - !aios& ou - princpios di)inos& "ue se e?pressariam por meio dos * Am4ns ou * princpioshumanos& perfa#endo o nQmero 1,& a totalidade do (leroma32* O leo& como rei da sel)a& 4 um sm$olo aressi)o apropriado para o eosmo do eu inferior& "ue e?ieprima#ia em sua interao com o mundo320

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    reiesF o =irmamento 8pro)a)elmente o corpo et4rico& "ue confiura& em termosener4ticos& o corpo fsico denso9& o 6undo& ou Cosmo dos Homens e o Su$mundo& "ue

    por sua )e# apresenta trs su$di)isesF Orcus& ou Amente& Caos e Bscurido B?terior3Bssa Qltima parece corresponder G aterrori#ante oita)a esfera& so$re a "ual poucasreferncias so feitas na literatura esot4rica3

    Assim& cada plano 4 um refle?o do plano superior& com as limitaes oriundas doacr4scimo da mat4ria desse plano3 X interessante notar "ue essa anti":ssima noo dacorrespondncia entre os diferentes planos da manifestao )eio a ser e?pressa nostempos modernos por Huston Smith em seu li)ro K3orgotten ruthL como a V%randeCadeia do SerW3 Ke acordo com essa )iso& compartilhada pela maior parte dastradies reliiosas& a realidade 4 uma rica tapearia de n)eis entrelaados& a$ranendodesde a mat4ria at4 o corpo& at4 a mente& at4 a alma& at4 o esprito3 Cada um dos n)eismais ele)ados Ven)ol)eW ou Va$arcaW dimenses menores como se fosse uma s4rie de

    ninhos& dentro de ninhos do Ser3 Cada um desses mundos ou n)eis de manifestao temsuas su$5di)ises e hierar"uias3L2/ e forma simplificada& a %rande Cadeia do Sermanifesta5se como uma s4rie de esferas concntricas "ue refletem a cada n)el arealidade da esfera anterior at4 chear G esfera primordial no centro do con'unto3

    Bm cada plano da cosmoloia de (istis Sophia encontramos trs reies e 12 ou 2/emanaes& ou entidades3 As trs su$di)ises de cada plano refletem o sistem@tico eharmonioso es"uema $@sico do (lano i)ino de manifestao3 ireita 4 sinYnimo deSuperior e Bs"uerda de Inferior3 A ireita parece ter a funo idead"#a& criandoar"u4tipos& o 6eio 4 a anened"#a& "ue d@ sustentao e administra as funes& ouo$'eti)os& esta$elecidos para a"uele plano e& finalmente& a Bs"uerda& 4 o a"#& ou aenteati)o "ue $usca reali#ar as metas implcitas no ar"u4tipo& aindo como elemento deliao com o plano inferior& no "ual atua de forma dinDmica3 (oderamos imainar asentidades destas trs reies como (ai& 6e e =ilho& sim$oli#adas tam$4m pela semente&

    pelas condies para a sua erminao& nutrio e sustentao 8o solo9 e& finalmente&pelo produto final& o fruto3 Bste& por sua )e# pro) a semente para a reali#ao de maisuma etapa da o$ra do (ai no plano "ue lhe est@ a$ai?o3

    O papel representado pelo V6eioW& Gs )e#es& parece um tanto confuso3 (aracompreend5lo de)e5se le)ar em considerao "ue o meio representa& na linuaemsim$lica da radio5Sa$edoria& a relao de unio entre os e?tremos& ser)indo& nessecaso como ponte& ou anta8harana3 Eo sentido cosmolico& seria o fator de liao entreBsprito e 6at4ria3 O termo V6eioW tam$4m 4 utili#ado para representar dois espaos nacosmoloia de (3S3F a !eio do 6eio em cada um dos planos da manifestao e o (lano(s"uico 8mental concreto9& "ue e?erce papel de liao entre os planos mental a$strato eastral& ou& para usarmos a linuaem de (3S3& entre os planos espiritual e hlico3 (ortanto&o 6eio& num sentido mais amplo& oferece as condies de intermediao para "ue oAr"u4tipo se manifeste de fato& ou se'a& as condies facilitadoras de transio&direcionando a eneria do alto para sua manifestao num n)el inferior3 (or4m& o 6eiotam$4m oferece as condies de transio& ou retorno& do inferior para o superior& naetapa e)oluti)a3 B essa funo intermediadora 4 e?ercida tanto dentro de cada um dos

    planos como entre os diferentes planos da manifestao& pois cada plano ser)e como eloentre o "ue est@ acima e o "ue est@ a$ai?o3 Eo sentido microcsmico& a alma 4 esse

    2/Citado emA ;ni)o da Alma e dos Sentidos& de Zen il$er& resumido em heoSophia& 'aneiro de 2,,-& p30*2.

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    elemento intermediador& primeiramente le)ando a lu# do alto at4 a mat4ria mais densa e&posteriormente& oferecendo o caminho de retorno da centelha di)ina& aprisionada namat4ria& para a =onte na3

    A reio da ireita parece ser o ideador e criador das entidades no seu plano3 Orande ideador de toda a manifestao& como '@ )imos& 4 o oos& "ue se encontra nareio da ireita dos 6ist4rios do Inef@)el& a =onte ou Bssncia do rande (lano i)ino3

    Eo esouro de u#& 4 dito "ue IB& trs outros seres no nominados e 6el"uisedec soos proenitores das cinco _r)ores3 Ora& as cinco _r)ores20representam as cinco !aas5!a#es2.'@ manifestadas& portanto& IB& conhecido apropriadamente como o (rimeiroHomem& seria o 0anu2-da (rimeira !aa !ai# 8o Ado mtico9 e 6el"uisedec o 0anuda Puinta !aa 8a atual93 A Sa$edoria oculta ensina "ue o0anuesta$elece o ar"u4tipoda !aa& dando incio G sua manifestao no mundo e diriindo ao lono de muitosmilnios sua proressi)a e)oluo atra)4s de sete su$5raas3 (or4m& o 0anuesta$elece

    somente o ar"u4tipo& "ue 4 um conceito a$strato e sint4tico inerente ao mais altosu$plano do plano mental a$strato3 A proressi)a Vmateriali#aoW desse ar"u4tipo fica acaro de outras entidades em planos inferiores& sendo a primeira delas Sa$aoth& o ;om&reente da reio da ireita no (lano (s"uico 8mental concreto93 X por isto "ue Sa$aoth&o ;om& 4 referido como o pai do Vcorpo materialW de Jesus& pelo fato de ter pro)ido amat4ria pura com "ue seu corpo VmaterialW 8o corpo mental concreto9 foi& ento& formado

    por ;ar$elY& na reio da es"uerda do (lano ps"uico3 ale lem$rar "ue& no planomaterial& o =irmamento tem um papel modelador semelhante& pois representa o corpoener4tico ou )ital "ue esta$elece o corpo fsico do homem& moldando5o econdicionando5o3

    Ea )erdade Jesus 4 apresentado como tendo trs (ais3 Isso no 4 surpreendente& pois&como Jesus sim$oli#a o Bu Superior com sua nature#a trplice& cada uma teria umar"u4tipo ou %enitor3 Puando Jesus fala em nome do (rimeiro 6ist4rio& seu (ai 4 oInef@)el7 como Sal)ador& seu (ai 4 Ieu7 e como o par de (istis Sophia& seu (ai 4 Sa$aoth&o ;om3

    As entidades da reio do 6eio& em cada plano& parecem ser os administradores oumantenedores das funes esta$elecidas para a"uele plano3 Assim& no plano dos6ist4rios do Inef@)el& o (rimeiro 6ist4rio oltado (ara entro& Atma& ou o Bsprito "uetudo permeia& 4 o prottipo da nidade "ue sustenta toda a manifestao3 Eo plano doesouro de u#& e"ui)alente ao mental a$strato& o Sal)ador %meo parece ter aimportante funo de respaldar com sua lu# o aspecto inferior da mente no (lano(s"uico3 Isso 4 insinuado na interessante estria contada por 6aria me& so$re o espritomeo de Jesus& "ue o procura na infDncia& e "ue o a$raa e $ei'a& unindo5se a Jesus&tornando5se com ele um s ser3 O conceito de Valma meaW& to corrente nos dias atuais&

    pro)a)elmente oriina5se desse conceito& a alma unindo5se ao seu aspecto superior3 Bssa

    20A @r)ore 4 um sm$olo di)inamente inspirado para representar a humanidade3 As V@r)oresW espirituais& noentanto& posicionam5se ao contr@rio das @r)ores na erraF tm suas ra#es )oltadas para o alto& para a fonte delu# e )ida& e do seus frutos em $ai?o& no mundo fsico32. As !aas5ra#es so os randes rupos humanos "ue )i)em ao lono das eras& manifestandoproressi)amente aspectos $@sicos do ser humano em e)oluo3 Atualmente estamos na 0` !aa5rai#& cu'osprimrdios& de acordo com a radio5Sa$edoria& remontam a mais de um milho de anos3 X dito "ue oo$'eti)o final do (lano i)ino para a Humanidade s ser@ alcanado ao final da S4tima !aa !ai#32- 6anu 4 uma pala)ra sanscrita& "ue representa o ser primordial criador de cada rande !aa5rai#7 na )edantacorresponde ao rande leislador& o ser auto5e?istente& portanto& uma emanao do oos e o proenitor daHumanidade7 neste sentido& Ieu seria o Ado5Cadmon& o (rimeiro Homem da erra32-

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    4 pro)a)elmente a etapa mais crtica da Senda Bspiritual& a construo da ponte entre oplano mental concreto e o mental a$strato 8o anta8harana dos )edantinos9 ou& naterminoloia de (3S3& a liao do (lano ps"uico com o (lano Bspiritual3

    Eo (lano (s"uico& e"ui)alente ao mental concreto& a principal entidade na reio do6eio 4 a irem de u#& "ue tem o papel de Jui# das almas "uando elas saem do corpo3ependendo desse 'ulamento& as almas so entreues aos reentes para seremcastiadas por seus pecados ou en)iadas ao esouro de u#3 Al4m de ser uma entidademacrocsmica& a irem de u# pode ser identificada& no interior do homem& como a)o# da conscincia& um )erdadeiro 'ui# a$solutamente imparcial "ue 'ula a alma aps amorte do corpo fsico& determinando seu paradeiro su$se":ente3 (ortanto& a atuaoeducati)a e retificadora da irem de u# possi$ilita "ue& a lono pra#o& a alma alcancea"uele estado de perfeio "ue lhe foi determinado desde o princpio3

    Eo (lano Hlico& e"ui)alente ao plano astral& essa posio central 4 ocupada pela

    (ro)idncia& respons@)el pelo condicionamento dos corpos inferiores dos homens "uede)em nascer no mundo& de acordo com seus m4ritos refletindo seu carma3 Como oass4dio dos !eentes ocorre dentro do escopo de atuao de Eama(manas 8a menteconcreta unida Gs emoes e aos dese'os9& a (ro)idncia 4 respons@)el pelas tendncias&ou predisposies& de cada homem& "ue o tornam especialmente )ulner@)el a certasV"uedasW3

    Eo plano material& a posio intermedi@ria 4 o 6undo dos homens& cu'o aspectomicrocsmico 4 o corpo fsico3 Bssa reio oferece todos os elementos de sustentao

    para a reali#ao do "ue ante chamou de A Di"ina Comdia& ou se'a& oferece o palcoonde se representa o ato central do drama da pererinao da alma3

    A reio da Bs"uerda parece ser o elemento dinDmico de liao e orientao dasati)idades do plano "ue lhe 4 imediatamente inferior3 X como se o =ilho de um planoassumisse o papel de (ai no plano seuinte& sim$olicamente& no fruto encontra5se asemente3 Assim& )emos "ue o (rimeiro 6ist4rio oltado (ara =ora& "ue est@ no terceiroBspao dos 6ist4rios do Inef@)el& 4 e?tremamente ati)o na administrao do esouro deu# e at4 mesmo dos planos inferiores3 Os 12 Sal)adores& "ue se encontram na !eioda Bs"uerda do esouro de u#& so as entidades "ue diriem as ati)idades sal)ficas dasalmas no (lano (s"uico3 (or sua )e#& o Autocentrado& a Qltima entidade na reio daBs"uerda do (lano (s"uico& a reio do 4cimo erceiro Bon& 4 o principal aente naorientao das ati)idades dos 12 eons do plano a$ai?o& "ue constantemente afliem(istis Sophia 8a alma9& procurando retirar sua lu#3 Eesse particular& o Autocentrado 8a

    personalidade eosta9 4 o principal respons@)el pela constante tentao da alma& atradapelo mundo material3 Ble poderia ser comparado ao demYnio mtico "ue com$ate asforas da lu#& procurando manter a alma prisioneira das tre)as3

    Ri5uea da N"en1au#a e d" Si6"i%"Como pode ser )erificada nos par@rafos anteriores& a terminoloia de (3S3 4 um dos

    primeiros desafios a ser enfrentado pelo leitor3 Com raras e?cees& os nomes usadospara caracteri#ar as inQmeras entidades "ue po)oam os )@rios planos no tm liaocom a tradio 'udaica& "ue a precedeu& nem com a crist5ortodo?a& "ue a sucedeu3(or4m& essa terminoloia Qnica& em )e# de ser meramente um )4u para o$scurecer oentendimento do estudioso& 4 uma 'anela fa)orecendo sua )iso espiritual3

    Aluns nomes usados no te?to podem causar surpresa "uando no perple?idade3 Bssepro$lema era conhecido pelos nsticos sendo mencionado no B)anelho de =elipeF KOs

    2+

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    nomes usados para as coisas do mundo s)o muito enganadores, pois des"iam nossospensamentos do &ue real HeternoG para o &ue transit#rio* Assim, &uem ou"e apala"ra IDeusJ n)o percebe o &ue /eal, mas sim uma imagem ou ilus)o* O mesmoocorre com IPaiJ, I3ilhoJ, I!sprito SantoJ, I$idaJ, I:u@J, I/essurrei=)oJ, Igre'aJ* Aspessoas n)o percebem o real, mas sim o seu oposto, Ha menosG &ue tenhamexperimentado o real* Os Hnomes &ue ou"imosG est)o no mundo para nos con-undir* Seesti"essem no reino eterno HeonG, n)o seriam 'amais usados como nomes neste mundo*ampouco seriam colocados entre as coisas do mundo* !ssas no=Kes tm um prop#sitono reino eternoL32+

    A passaem do B)anelho de =elipe di# "ue as pessoas "ue e?perimentaram o realno se confundem com os nomes das coisas do mundo nem com a aparncia "ueo$scurece a realidade3 6as& poucos so os "ue ti)eram uma )i)ncia interior do real3Bsses so os randes msticos e os Iniciados3 Eo entanto& o estudante dedicado poder@&

    com alum esforo& superar os parado?os criados por aluns nomes e conceitos usadosno te?to3

    O 6estre sa$ia "ue os nomes usados pelos homens esto so$recarreados deconceitos ou& melhor dito& de preconceitos& "ue dificultam a apreenso da )erdade3Assim& a nomenclatura de (3S3 no parece ser uiada pela tradio& mas pelacaracteri#ao da principal funo ou "ualidade "ue melhor descre)e cada entidade ou

    princpio da nature#a e do homem3 emos& assim& "ue a (ro)idncia pro) os elementos"ue reem os destinos dos homens3 O Autocentrado descre)e maistralmente& a n)elmicrocsmico& a personalidade eosta& orulhosa e presunosa do homem3 OsSal)adores so as entidades 8ou aspectos da mente9 do esouro de u# "ue tra#em a u#espiritual "ue sal)a as almas3

    6as 4 nos n)eis mais altos da cosmoloia de (3S3 "ue se constata a sa$edoria do6estre em e)itar a nomenclatura tradicional3 A eidade Suprema no 4 chamada deeus& e)itando5se assim as conotaes antropomrficas e elitistas "ue perduram at4 ho'e3Bla 4 chamada de Inef@)el& ou se'a& A"uele so$re Puem& ou so$re o Pual& nada se sa$e e"ue est@ infinitamente al4m de "ual"uer caracteri#ao pelo homem3 entro do Inef@)el&e como parte intrnseca de seu Ser& esto os 6em$ros do Inef@)el& transmitindo a id4iaimplcita da nidade& pois os mem$ros de um homem fa#em parte interal dele&caracteri#ando5se& por4m& por suas funes especiali#adas3 entre Seus 6em$ros somencionados os Eo5erados ou a Ordem dos Sem5pais& "ue parecem corresponder aoconceito das 6Ynadas da tradio hindusta& "ue no foram eradas& pois e?istemeternamente no Inef@)el3

    Eo plano de manifestao do Inef@)el& chamado de plano dos 6ist4rios do Inef@)el&ou (lano i)ino& a sa$edoria de uma terminoloia neutra e auto5e?planatria torna5se$)ia para o leitor atento3 O estudante "ue procura apreender a )erdade de formaintuiti)a escapa da camisa5de5fora mental da terminoloia ortodo?a da rindade& "ueini$e o mo)imento coniti)o interior3 Com isso& os nomes utili#ados& inicialmentefrustrantes G mente concreta "ue no encontra na memria o conforto do conhecido&oferecem pistas para "ue a intuio $us"ue nos caminhos do inconsciente o ensinamento

    profundo "ue o 6estre est@ procurando transmitir3Assim& no (rimeiro Bspao& encontra5se a entidade chamada 6ist4rio do Inef@)el&

    denominada tam$4m de oos& ou (ala)ra na3 em5se a a caracteri#ao da mais alta

    2+B)anelho de =elipe& )ersculo 1,& traduo do autor3

    2

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    entidade do mundo manifestado& a fonte primordial de tudo& )is)el e in)is)el& "ue'amais e?istiu ou e?istir@3 Ademais& a e?presso V(ala)raW transmite duas id4iasimportantes "ue caracteri#am essa entidade suprema do mundo manifestadoF o som& "ue4 )i$rao& e a e?presso da )ontade3 (ortanto& i$rao& 6o)imento& ou Bneria&caracteri#a a fonte de toda )ida& "ue se e?pressa pela ontade3 Bssa seria& portanto& a=onte da ideao csmica& ou do (lano i)ino3

    A )erso rea da ;$lia adotou o conceito do oos& "ue mais tarde foi tradu#idopara o latim como Ver$umW e& posteriormente& para as outras lnuas modernas&cheando ao portuus como Ver$oW& ou V(ala)raW3 Com a traduo do termo oriinal

    perderam5se di)ersas conotaes importantes da e?presso rea3 Os principaissinificados no oriinal eramF ordem& ou padro7 relao& ou proporo7 discurso7 ra#o&tanto no sentido da racionalidade como no da articulao da causa7 princpio& ou causa7

    princpio de mediao& ou harmonia entre e?tremos2

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    Puando V)oltado para foraW est@ ena'ado na continuao do processo e)oluti)o& le)andoa u# do Alto& ou do Interior& para os planos inferiores& ou e?ternos3

    Aluns termos em (3S3 so usados di)ersas )e#es num sentido en4rico "ue parecee?trapolar o sentido t4cnico especfico& como por e?emplo& VcaosW e Vcorpo materialW3

    Eum sentido mais estrito& caos refere5se ao est@io intermedi@rio do su$mundo do (lano6aterial& onde a alma passa ao final de cada encarnao por um perodo de puraode)ido a seus erros e pecados3 (or4m& "uando 4 dito "ue (istis Sophia desce ao caos&onde 4 perseuida pelos reentes& uma noo mais ampla est@ sendo transmitida3 Eessecaso& a alma& ao descer do plano mental concreto e passar a atuar& ou se'a& tornar5seconsciente& no campo das emoes e dos dese'os& cai num )erdadeiro caos 8ausncia deharmonia essencial9& "uer este'a encarnada ou fora do corpo fsico& pois passar@ a )i)erna escurido e na inorDncia da realidade do 6undo u#3

    Como a essncia do mito de Sophia 4 a sua descida ao VcaosW& este conceito de)e ficar

    $em claro3 Eo oriinal reo caos 89 sinifica)a desordem& sendo o seu opostocosmo ()& a ordem3 O leitor poder@ o$'etar& com ra#o& "ue os planos inferioresno so e?presses de desordem& muito pelo contr@rio& como os naturalistas e ecoloistasdemonstram& todos os aspectos da Eature#a no mundo fsico apresentam um alto rau deorani#ao em seus mnimos detalhes3 Ocorre "ue (istis Sophia 4 a alma& ou mais

    precisamente& a unidade de conscincia do homem no mundo material3 (ortanto& "uandoo te?to fala so$re sua descida ao caos est@ se referindo G desordem "ue ocorre no estadomental da alma "uando passa a ser afetada pelas emoes& dese'os e pai?es3 Com issoela fica condicionada aos nomes e formas& aos )alores culturais e morais de sua famlia esociedade& enfim& a toda uma s4rie de fatores "ue representam uma )irtual priso para aalma encarnada no mundo3 Assim& o caos a "ue se refere o te?to 4 um estado deconscincia e no necessariamente a reio do su$mundo do (lano 6aterial3 Bsse

    enfo"ue 4 muito semelhante G )iso $udista das pertur$aes da mente3Puanto G e?presso Vcorpo materialW& o leitor naturalmente ser@ le)ado a pensar nocorpo fsico& ficando& no entanto& confuso com os detalhes da estria narrada3 Ora& Jesus&como todos os 6estres& considera)a "ue o corpo fsico nada mais era do "ue umaroupaem de mat4ria "ue co$re o )erdadeiro ser no seu interior3 O corpo astral& ou hlico&

    por sua )e#& 4 uma mera iluso "ue desaparece no homem perfeito& o "ue era o caso deJesus3 Assim& "uando Jesus di# "ue rece$eu a mat4ria de seu corpo material de Sa$aoth&o ;om& "ue a entreou a ;ar$elY& na !eio da Bs"uerda& para "ue o moldasse sem amat4ria dos !eentes& est@ se referindo a seu corpo mental concreto3 Com esse corpoili$ado& no poludo pela mat4ria astral& Ble pode atuar no mundo sem ser do mundo&

    pois estar@ imune ao ass4dio dos reentes& ou se'a& das pai?es e condicionamentosmateriais3

    O leitor pode ser le)ado G perple?idade ao encontrar Jesus& nesta cosmoloia& em trs

    n)eis diferentes& com funes distintas3 Jesus afirma "ue 4 o (rimeiro 6ist4rio oltado(ara =ora& "ue se encontra no plano dos 6ist4rios do Inef@)el3 i# tam$4m a seusdiscpulos "ue& "uando o nQmero de seres perfeitos for alcanado& ou se'a& "uandoterminar o atual ciclo e)oluti)o& ele tomar@ seu luar no esouro de u#& um planoa$ai?o dos 6ist4rios do Inef@)el& e colocar@ seus discpulos G sua direita e G suaes"uerda& 'ulando as 12 tri$os de Israel3 Como se no $astasse isso& Jesus 4 tam$4mapresentado como sendo o par& ou consorte& de (istis Sophia& cu'o luar de oriem 4 od4cimo terceiro Bon& ou se'a& o terceiro su$plano do (lano (s"uico 8mental concreto93

    *1

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    A perple?idade inicial desaparece& entretanto& "uando nos lem$ramos "ue todo orelato de (3S3 4 mtico& e "ue nele Jesus sim$oli#a os princpios superiores do homem *23Assim& Jesus representa o i)ino atuando em cada ser 8o (rimeiro 6ist4rio oltado (ara=ora9& o poder superior da mente 8o Sal)ador no esouro de u#9& e o poder dediscernimento da mente concreta no conspurcada 8o par de (istis Sophia no (lano(s"uico93

    Como foi )isto anteriormente& o relato de Jesus so$re a histria de (istis Sophiaparece ser uma re)iso de toda 'ornada da alma do prprio Jesus& de forma atemporal&descre)endo todas as dificuldades "ue te)e de superar em sua "ualidade de conscinciaencarnada 8(3S39 em inumer@)eis corpos at4 alcanar li$ertao final3 Seria umare)elao )elada da re)iso da e?perincia das )idas do Iniciado em sua Iniciao final"ue o torna um 6estre de Sa$edoria3

    (istis Sophia 4 apresentada como seu par por"ue 4 neste n)el da mente "ue se

    encontra o centro de conscincia do homem encarnado "ue& at4 sua li$ertao do mundomaterial& estar@ )oltada para $ai?o3 ale notar "ue Jesus& em suas diferentes funes nostrs planos& est@ sempre situado na reio da es"uerda& ou se'a& na reio de atuaodinDmica so$re os planos "ue lhe esto a$ai?oF Vele est% no mundo, mas n)o domundoJ3 isto so$re outro prisma& Jesus poderia ser considerado tam$4m como osm$olo do Homem (erfeito "ue alcana a estatura da plenitude de Cristo& representandotodo a"uele "ue alcanou a nose& ou indi)iduao& como diria Jun& e est@ desperto emtodos os planos da nature#a humana& atuando em cada um& "uando necess@rio& com todo(oder& Sa$edoria e Amor de um 6estre3 Ble 4 o e?emplo )i)o e ))ido da nidadeatuando no mundo3 X o Instrumento do (rimeiro 6ist4rio& sal)ando almas ao despertar acentelha di)ina nos homens do mundo3 B& finalmente& 4 a esperana de lria para todosos "ue procuram seui5lo& )i)enciando Seus ensinamentos at4 o cumprimento de suamisso e retorno G Casa do (ai3

    ma pala)ra muito usada no te?to 4 o termo reo VaionW ()& pronunciado VeonW3Bra usada na %r4cia cl@ssica para transmitir a id4ia de um perodo consider@)el detempo& uma lona era3 (ro)a)elmente o termo deri)ou5se de Vaei onW& ou se'a& Vsendo

    para sempreW3 Eo entanto& em (3S3& os VeonsW representam um VespaoW ocupadoeternamente por uma hierar"uia de seres3 (ro)a)elmente este sinificado sinular est@transmitindo a id4ia de "ue a relao espao5tempo& to intriante na =sica& 4 tam$4maplic@)el na 6etafsica7 cada espao eYnico seria ocupado por uma era eYnica 5 umespao eter