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1 PISA EM FOCO 2013/04 (Abril) – © OCDE 2013 PISA A escola que o aluno frequenta é importante? EM FOCO 27 A pontuação de um país ou economia nos testes do PISA indica o desempenho médio dos estudantes daquele país e, por sua vez, a capacidade daqueles estudantes de participar plenamente da sociedade e de contribuir significativamente para uma economia global cada vez mais baseada no conhecimento. Uma análise de dados coletados por meio do PISA também revela o grau em que os estudantes de um país ou economia em particular – ou mesmo de uma escola específica – diferem em termos de proficiência em leitura, matemática e ciência. O desempenho médio varia consideravelmente entre sistemas educacionais, do mesmo modo que ocorre com as diferenças ou variações no desempenho estudantil. Em alguns sistemas educacionais, a maioria dos estudantes possui níveis similares de proficiência; em outros, o desempenho estudantil varia de forma bem mais ampla. Uma análise dos resultados do PISA mostra que os países e economias podem atingir elevado desempenho médio sem apresentar grandes disparidades de desempenho estudantil. Os sistemas educacionais na Coreia do Sul e em Xangai, na China, por exemplo, não apenas apresentam desempenho acima da média em leitura, mas também diferenças relativamente pequenas entre as pontuações dos estudantes com maiores e menores desempenhos. Eles não são os únicos sistemas educacionais que compartilham desse perfil: em 10 dos 17 países e economias que possuem desempenho acima da média em leitura, as variações em desempenho são menores do que a variação média observada entre os países da OCDE. Sistemas educacionais bem-sucedidos são capazes de garantir que todos os alunos alcancem um alto patamar de sucesso na escola. Entre os países da OCDE, cerca de 60% da variação geral de desempenho dos estudantes em cada país pode-se atribuir a diferenças no grau de sucesso que se pode esperar de estudantes que frequentam a mesma escola. Cerca de 40% da variação no desempenho estudantil, nos países da OCDE, observa-se entre escolas; mas, nos países de alto desempenho, essas diferenças são geralmente menores do que nos países que pontuam em torno da média da OCDE. Um alto desempenho para todos os estudantes e todas as escolas é possível. educação política educação política educação política educação política educação política educação política educação política

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1PISA EM FOCO 2013/04 (Abril) – © OCDE 2013

PISAA escola que o aluno frequenta é importante?

EM FOCO 27

A pontuação de um país ou economia nos testes do PISA indica o desempenho médio dos estudantes daquele país e,

por sua vez, a capacidade daqueles estudantes de participar plenamente da sociedade e de contribuir significativamente para uma economia global cada vez mais baseada no conhecimento. Uma análise de dados coletados por meio do PISA também revela o grau em que os estudantes de um país ou economia em particular – ou mesmo de uma escola específica – diferem em termos de proficiência em leitura, matemática e ciência. O desempenho médio varia consideravelmente entre sistemas educacionais, do mesmo modo que ocorre com as diferenças ou variações no desempenho estudantil. Em alguns sistemas educacionais, a maioria dos estudantes possui níveis similares de proficiência; em outros, o desempenho estudantil varia de forma bem mais ampla.

Uma análise dos resultados do PISA mostra que os países e economias podem atingir elevado desempenho médio sem apresentar grandes disparidades de desempenho estudantil. Os sistemas educacionais na Coreia do Sul e em Xangai, na China, por exemplo, não apenas apresentam desempenho acima da média em leitura, mas também diferenças relativamente pequenas entre as pontuações dos estudantes com maiores e menores desempenhos. Eles não são os únicos sistemas educacionais que compartilham desse perfil: em 10 dos 17 países e economias que possuem desempenho acima da média em leitura, as variações em desempenho são menores do que a variação média observada entre os países da OCDE.

• Sistemas educacionais bem-sucedidos são capazes de garantir que todos os alunos alcancem um alto patamar de sucesso na escola.

• Entre os países da OCDE, cerca de 60% da variação geral de desempenho dos estudantes em cada país pode-se atribuir a diferenças no grau de sucesso que se pode esperar de estudantes que frequentam a mesma escola.

• Cerca de 40% da variação no desempenho estudantil, nos países da OCDE, observa-se entre escolas; mas, nos países de alto desempenho, essas diferenças são geralmente menores do que nos países que pontuam em torno da média da OCDE.

Um alto desempenho para todos os estudantes e todas as escolas é possível.

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PISAEM FOCO

PISA EM FOCO 2013/04 (Abril) – © OCDE 20132

As escolas possuem desempenhos muito diferentes umas das outras...

Os países e economias diferem quanto à origem das diferenças de desempenho dos estudantes. Será que as variações resultam de diferenças de desempenho entre os estudantes que frequentam uma mesma escola ou entre estudantes de escolas diferentes? Dentre os países da OCDE, cerca de 60% da variação global de desempenho dos estudantes pode ser atribuído a diferenças no grau de sucesso que se pode esperar de estudantes que frequentam a mesma escola, enquanto cerca de 40% da variação global pode ser atribuído a diferenças no desempenho esperado dos estudantes que frequentam escolas diferentes. Entre as nações de desempenho elevado, uma variação considerável entre escolas somente é observada em três países: Bélgica, Japão e Holanda. Diferenças entre escolas respondem por somente 8% da variação de desempenho estudantil na Finlândia, 10% na Noruega e menos de 20% na Estônia, Islândia e Polônia. Maiores variações de desempenho entre escolas não necessariamente implicam maiores desigualdades entre elas; mas grandes disparidades de desempenho de estudantes e de escolas podem sinalizar desigualdades sociais inaceitáveis, caso essas diferenças sejam relacionadas a características da escola ou do aluno, tais como situação socioeconômica, origem imigrante ou idioma falado em casa.

Nota: Os países estão classificados em ordem decrescente da variação total (intra e interescolar) como uma proporção da variação global de desempenho estudantil dentre os países da OCDE.

Fonte: banco de dados OCDE PISA 2009, Tabela II.5.1.

12http://dx.doi.org/10.1787/888932343627

Variação interescolar e intraescolar de desempenhoestudantil em leitura

Representada como um percentualda variação de desempenho estudantil dentre os países da OCDE

Variação total como proporçãoda variação média dos países da OCDE

Méd

ia O

CD

E 65

%

124120116131

94112104114144148

77154106147135

11395

11083

1088189949598

102105114

79116

91

6796809484

11581

10087

92885186

1129493667487

122113101

7286

105105

86968160

1067480

LuxemburgoBélgicaÁustria

Dubai (EAU)Hungria

PeruAlemanha

PanamáIsrael

BulgáriaTurquia

CatarItália

Trinidad e TobagoArgentina

QuirguistãoJordânia

CingapuraMéxico

EUASérvia

CroáciaRomêniaEslovênia

República TchecaBrasil

GréciaUruguai

ChileJapão

Holanda

Macau-ChinaCazaquistão

LiechtensteinEslováquia

TunísiaAlbânia

Hong Kong-ChinaMontenegro

Colômbia

PolôniaEspanha

IndonésiaLituânia

SuéciaCanadá

RússiaAzerbaijão

Xangai-ChinaPortugal

Nova ZelândiaAustrália

SuíçaCoreiaTaiwan

Reino UnidoIrlanda

FinlândiaNoruega

DinamarcaTailândia

IslândiaLetôniaEstônia

100 80 60 40 20 0 20 40 60 80 100

Percentual de variação intraescolar e interescolar

Méd

ia d

a O

CD

E 42

%

Variação intraescolar Variação interescolar

PISAEM FOCO

PISA EM FOCO 2013/04 (Abril) – © OCDE 2013

...e algumas políticas educacionais ampliam essas diferenças.

Diferenças de desempenho entre escolas podem resultar de muitos fatores. Por exemplo, na Alemanha, grandes diferenças no desempenho esperado dos estudantes que frequentam escolas diferentes estão relacionadas às políticas dos sistemas educacionais de selecionar os estudantes para diferentes objetivos educacionais, geralmente de caráter vocacional ou acadêmico, com base nas notas dos alunos. Na Itália, variações no desempenho esperado dos alunos que frequentam escolas distintas são geralmente associadas a diferenças nos perfis das comunidades a que as escolas atendem. Tais diferenças incluem contrastes socioeconômicos entre estudantes que frequentam escolas urbanas e aqueles que frequentam escolas rurais e/ou distinções entre as políticas dos sistemas educacionais federais ou regionais. A variação também pode estar relacionada a características do sistema escolar que são mais difíceis de serem quantificadas, tais como diferenças na qualidade ou na efetividade da instrução fornecida.

-5000

-4000

-3000

-2000

-1000

0

1000

2000

3000

4000 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50

Diferença de pontuação em leitura no PISA entre 2000 e 2009

Grécia

Hong Kong-China Albânia Peru Israel

DinamarcaNoruega

Romênia

SuíçaEstados Unidos

Bélgica

Letônia

Alemanha

Liechtenstein

PolôniaPortugal

Chile

IndonésiaHungria

BrasilCoreia

Rússia

México FinlândiaArgentina Austrália

Irlanda

Nova ZelândiaCanadáTailândia

Espanha

IslândiaItália

BulgáriaJapão

República Tcheca

Suécia

Desempenho diminuiuVariação aumentou

Desempenho aumentouVariação aumentou

Desempenho diminuiuVariação diminuiu

Desempenho aumentouVariação diminuiu

Mudanças no desempenho global em leitura e na variação de desempenho estudantil entre 2000 e 2009

Mud

ança

na

vari

ação

de

dese

mpe

nho

estu

dant

il en

tre

2000

e 2

009

Mudança de variação e de pontuação em leitura

Fonte: banco de dados OCDE PISA 2009, Tabelas V.2.1 e V.4.1.

12http://dx.doi.org/10.1787/888932360005

Nota: Países em que tanto a mudança em variação quanto a mudança de pontuação em leitura são estatisticamente significantes estão identificados em tom mais escuro.

PISAEM FOCO

PISA EM FOCO 2013/04 (Abril) – © OCDE 20134

Para concluir: O desempenho global de um país ou economia no PISA é apenas uma medida da efetividade de seu sistema educacional. O grau de variação de desempenho do aluno entre e dentro das escolas fornece uma indicação muito mais clara da medida em que o sistema educacional é bem-sucedido em oferecer uma educação de qualidade para todos os seus estudantes. Os resultados do PISA mostram que alto

desempenho ou melhorias rápidas podem ser atingidos sem a ampliação do hiato de desempenho que separa os estudantes de maior e de menor rendimento.

Para mais informações:

Entre em contato com: Pablo Zoido ([email protected])

Veja: OECD (2010), Resultados do PISA 2009, Superando o Ambiente Socioeconômico: Equidade em Oportunidades de Aprendizagem e Resultados (Volume II), Publicação da OCDE.

No próximo mês:

O que faz com que as escolas urbanas sejam diferentes?

Visite:www.pisa.oecd.org www.oecd.org/pisa/infocus

Melhorar o desempenho de um país é algo que se pode alcançar melhorando o desempenho de todos os estudantes.

O PISA também investiga como as variações de desempenho dos estudantes têm evoluído ao longo do tempo. Dentre os países da OCDE, a variação média no desempenho dos estudantes em leitura reduziu-se em 3% entre 2000 e 2009, dado que a maioria dos países que obtiveram uma melhora de desempenho durante este período conseguiu isso aumentando o desempenho dos estudantes com fraco aproveitamento. Dentre os países cujo desempenho médio em leitura mudou entre 2000 e 2009, Chile, Alemanha, Hungria, Indonésia, Letônia, Liechtenstein, Polônia e Portugal registraram crescimentos acentuados no desempenho médio e diminuições substanciais na variação de desempenho dos alunos. Coreia do Sul e Brasil obtiveram crescimento tanto em desempenho médio

quanto em variação global de desempenho. Na Suécia, o desempenho médio diminuiu nesse período, ao passo que a variação no desempenho dos estudantes aumentou. Já na República Tcheca, os níveis de ambos, desempenho médio e variação global, diminuíram. As proporções relativas de variação entre e dentro das escolas permaneceram similares para a maioria dos países entre 2000 e 2009. Dos países que obtiveram melhoras de desempenho durante o período, somente a Polônia registrou um decréscimo expressivo na variação entre escolas, enquanto a Suécia registrou um grande aumento.

A qualidade da tradução para o Português e sua fidelidade ao texto original são de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep, Brasil. Disponível em: www.inep.gov.br.