pis e cofins - faculdade legale · 2020. 9. 9. · breve histÓrico da contribuiÇÃo ao pis e da...

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PIS e COFINS Profa. Fabiana Del Padre Tomé Mestre e Doutora em Direito Tributário pela PUC/SP. Professora nos Cursos de Mestrado da PUC/SP e do IBET. Advogada. Autora dos livros “Contribuições para a Seguridade Social à Luz da Constituição Federal” (Ed. Juruá) e “A Prova no Direito Tributário (Ed. Noeses)

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  • PIS e COFINS

    Profa. Fabiana Del Padre Tomé

    • Mestre e Doutora em Direito Tributário pela PUC/SP.

    • Professora nos Cursos de Mestrado da PUC/SP e do IBET.

    • Advogada.

    • Autora dos livros “Contribuições para a Seguridade Social à Luz da

    Constituição Federal” (Ed. Juruá) e “A Prova no Direito Tributário (Ed.

    Noeses)

  • @prof.fabianatome

    facebook.com/fabianadelpadretome

    Fabiana Del Padre Tomé

    Fabiana Del Padre Tomé

    Direito Tributário na Prática

    MEUS

    CONTATOS:

    https://imersao.fabianatome.com.br/

  • BREVE HISTÓRICO DA

    CONTRIBUIÇÃO AO PIS E DA COFINS

    ➢ LC 70/91 – COFINS sobre faturamento, assim considerado a receita brutadas vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço dequalquer natureza.

    ➢ PIS – já existia no ordenamento (LC 7/70) e foi recepcionada pelo art. 239da CF/88.

    ➢ O STF, na ADC-1/DF, considerou admissível a dupla incidência sobre ofaturamento.

  • BREVE HISTÓRICO: AS BASES DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO

    AO PIS E DA COFINS

    ➢ CRFB/88: autorizava a tributação do faturamento

    ➢ Lei nº 9.718/98, de 27/11/98: elegeu como base de cálculo o faturamento,mas o equiparou à totalidade das receitas auferidas.

    ➢ EC nº 20, de 16/12/98: alterou a redação do art. 195, CF, autorizandotributação da receita.

    ➢ STF – RE 357.950/RS: O sistema jurídico não contempla a figura daconstitucionalidade superveniente.

  • ATUAL DISCIPLINA JURÍDICA

    ➢ Coexistência de contribuintes tributados pelo faturamento e de

    contribuintes tributados pela receita.

    ➢ Faturamento: contribuintes sujeitos ao regime cumulativo do PIS e

    COFINS – Lei nº 9.718/98.

    ➢ Receita: contribuintes sujeitos ao regime não-cumulativo do PIS e COFINS

    – Leis nº 10.637/02 e 10.833/03.

  • QUAL A DISTINÇÃO ENTRE

    FATURAMENTO E RECEITA?

    ➢ Meros ingressos financeiros: não integram o patrimônio do contribuinte.

    ➢ Faturamento: produto das atividades operacionais da pessoa jurídica.

    ➢ Receitas: valores recebimentos que se incorporam ao patrimônio do

    contribuinte, acrescentando-lhe.

    ➢ Receitas de terceiros: são meros ingressos, não integrando as bases de

    cálculo do PIS e da COFINS (ex: agências de viagens)

  • COOPERATIVAS E ATOS COOPERADOS

    ➢ As cooperativas não praticam ato de mercado.

    ➢ As atividades de produção, comercialização do bem, prestação deserviços ou operações de crédito são praticadas pelas cooperativas,porém em nome dos cooperados, que são os beneficiados pelos atospraticados por aquelas.

    ➢ Ato cooperado não gera faturamento – STJ, REsp 591.298/MG.

  • STF - RE 598.085 - RJ

    RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. TRIBUTÁRIO.ATO COOPERATIVO. COOPERATIVA DE TRABALHO. SOCIEDADECOOPERATIVA PRESTADORA DE SERVIÇOS MÉDICOS. POSTOREALIZAR COM TERCEIROS NÃO ASSOCIADOS (NÃOCOOPERADOS) VENDA DE MERCADORIAS E DE SERVIÇOSSUJEITA-SE À INCIDÊNCIA DA COFINS, PORQUANTO AUFERIRRECEITA BRUTA OU FATURAMENTO ATRAVÉS DESTES ATOS OUNEGÓCIOS JURÍDICOS. CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE “ATO NÃOCOOPERATIVO” POR EXCLUSÃO, NO SENTIDO DE QUE SÃO TODOSOS ATOS OU NEGÓCIOS PRATICADOS COM TERCEIROS NÃOASSOCIADOS (COOPERADOS), EX VI, PESSOAS FÍSICAS OUJURÍDICAS TOMADORAS DE SERVIÇO.

  • Exclusão do ICMS da

    base de cálculo do PIS e da COFINS

    RE 582.461/SP, Tema nº 214/RG.

    Ao julgar o RE 574.706/PR, decidiu o STF que os valores que entram na

    esfera patrimonial dos contribuintes para o pagamento de ICMS qualificam-

    se como mero ingresso financeiro.

    Não se prestam, por conseguinte, para compor as bases de cálculo de tributos

    incidentes sobre a receita, como é o caso da contribuição ao PIS e da COFINS.

  • Postura da Receita Federal do Brasil

    Editou atos determinando que seja feito com base no valor do ICMS

    recolhido, ao invés da exclusão do ICMS das bases de cálculo do

    PIS e da COFINS o destacado, tendo em vista a sistemática da não-

    cumulatividade, a qual prevê a compensação do devido em cada

    operação com o montante cobrado nas etapas anteriores.

    • Solução de Consulta Interna COSIT nº 13/2018

    • Instrução Normativa RFB nº 1.911/2019

  • Medida Judicial

    Mandado de Segurança com Pedido de Liminar contra ato coator do

    Delegado da Receita Federal de Administração Tributária do Brasil em

    (localidade), objetivando:

    a) reconhecer o direito do contribuinte de recolher a Contribuição ao PIS

    e a COFINS sobre o valor do faturamento ou receita, excluindo de suas

    bases de cálculo o valor do ICMS destacado; e

    b) reconhecer o direito do contribuinte de compensar os valores

    indevidamente recolhidos nos últimos 5 anos, com quaisquer tributos

    administrados pela Receita Federal do Brasil, atualizando-se o crédito

    com aplicação da taxa SELIC.

  • O cabimento de Mandado de Segurança em caso como o ora

    examinado é objeto da Súmula 213 do STJ:

    "O mandado de segurança constitui ação adequada

    para a declaração do direito à compensação tributária".

  • 07/09/2020

    ICMS na base do

    PIS-COFINS

    Exclusão do

    ICMS destacado

    Exclusão do ICMS

    recolhido

    Débito de

    PIS-COFINS

    Débito de

    PIS-COFINS

    Débito de

    PIS-COFINS

    Valor da NF R$ 150,00 9,25% R$ 13,88

    ICMS 18% R$ 27,00

    Valor líquido

    de ICMS

    destacado

    R$ 123,00 9,25% R$ 11,38

    ICMS a

    recolher

    R$ 9,00

    Valor líquido

    de ICMS a

    recolher

    R$ 141,00 9,25% R$ 13,04

  • 07/09/2020

    ICMS na base do

    PIS-COFINS

    Exclusão do

    ICMS destacado

    Exclusão do ICMS

    recolhido

    Débito de

    PIS-COFINS

    Débito de

    PIS-COFINS

    Débito de

    PIS-COFINS

    Valor da NF R$ 150,00 9,25% R$ 13,88

    ICMS 18% R$ 27,00

    Valor líquido

    de ICMS

    destacado

    R$ 123,00 9,25% R$ 11,38

    ICMS a

    recolher

    R$ 9,00

    Valor líquido

    de ICMS a

    recolher

    R$ 141,00 9,25% R$ 13,04

    Benefício econômico 9,25% de R$ 27,00 =R$ 2,5

    Benefício econômico 9,25% de R$ 9,00 =R$ 0,84

  • Projeto de Lei nº 3887/2020

    Art. 7º A base de cálculo da CBS é o valor da receita bruta auferida em cada

    operação.

    Parágrafo único. Não integra a base de cálculo da CBS o valor:

    I - do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre

    Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de

    Comunicação - ICMS destacado no documento fiscal;

    II - do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS destacado no

    documento fiscal;

    III - dos descontos incondicionais indicados no documento fiscal; e

    IV - da própria CBS.

    07/09/2020

  • Possíveis repercussões

    • ISS – o valor destacado na nota fiscal a título de ISS assume feição

    de recebimento transitório, a ser repassado ao Município, seu titular.

    • PIS e COFINS – exclusão da própria base.

    • Contribuição previdenciária incidente sobre a receita bruta (CPRB).

    • Determinação do lucro presumido para fins de IRPJ e CSLL.

  • Voto Min. Celso de Mello – RE 592.616

  • Exclusão do PIS e da COFINS da própria base de cálculo

    “Recurso Extraordinário n. 574706. Repercussão geral reconhecida. Os valores

    arrecadados a título de ICMS não são incorporados ao patrimônio do

    contribuinte e, dessa forma, não podem integrar a base de cálculo do PIS e da

    COFINS, uma vez que a arrecadação daquele imposto constitui tão somente

    ingresso de caixa ou trânsito contábil a ser totalmente repassado ao fisco

    estadual e, assim, não representa faturamento ou receita. Destarte, razoável

    que se aplique o mesmo raciocínio ao presente caso, haja vista a

    identidade de fundamentos e especialmente porque tributos não devem

    realmente integrar a base de cálculo de outros tributos.” (TRF 3ª Região, 4ª

    Turma, ApReeNec – APELAÇÃO / REEXAME NECESSÁRIO – 5022842-

    67.2018.4.03.6100, Rel. Desembargador Federal ANDRE NABARRETE NETO,

    julgado em 19/12/2019).

    Aguarda julgamento no STF: RE 1.233.096, Tema 1067 - Repercussão Geral.

  • Contribuição previdenciária incidente sobre a receita bruta (CPRB)

    Lei nº 10.256/01: criou nova contribuição devida pelas

    agroindústrias que industrializam matéria-prima própria, em

    substituição àquela outra, calculada sobre a folha de salários,

    recaindo, esse tributo, sobre a receita bruta.

    Lei nº 12.546/2011: substitui a contribuição previdenciária sobre a

    folha de pagamento de determinadas pessoas jurídicas pela

    contribuição sobre a receita bruta.

  • TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. CÓDIGO DE PROCESSO

    CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE

    A RECEITA BRUTA - CPRB. LEI N. 12.546/11. INCLUSÃO DO ICMS NA BASE

    DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO SUPREMO

    TRIBUNAL FEDERAL E DESTA CORTE. JULGAMENTO SUBMETIDO À

    SISTEMÁTICA DO ART. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/15. (...)

    II - Os valores de ICMS não integram a base de cálculo da

    Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB, prevista na Lei

    n. 12.546/11. Precedentes.

    III - Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido

    ao rito do art. 1.036 e seguintes do CPC/15. (STJ, 1ª Seção, REsp 1.624.297,

    Rel. Min. Regina Helena Costa, j. 10/04/2019)

    • Tema em Repercussão Geral no STF: RE 1.187.264 – Tema 1048.

  • “TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. INCLUSÃO DO ICMS NA BASE

    DE CÁLCULO. COMPENSAÇÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA.

    O Plenário do STF, no julgamento do Recurso Extraordinário 574706, com repercussão

    geral reconhecida, entendeu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora

    ao patrimônio do contribuinte, representando apenas ingresso de caixa ou trânsito

    contábil a ser totalmente repassado ao fisco estadual.

    Não se tratando de receita bruta, os valores recolhidos a título de ICMS não

    compõem a base de cálculo do IRPJ e da CSLL (...). (No lucro presumido)

    (TRF4, AC 5018422-58.2016.404.7200, Primeira Turma, Relator Jorge Antonio

    Maurique, juntado aos autos em 12/05/2017).

    Tema submetido à sistemática dos recursos repetitivos no STJ: REsp

    1767631/SC, REsp 1.772.634/RS, REsp 1.772.470/RS.

    Determinação do Lucro Presumido

  • Regimes de apuração do PIS e da COFINS

    • Cumulativo

    • Não cumulativo

    • Monofásico

    • Substituição tributária

    Um mesmo contribuinte pode desempenhar atividades em vários regimes.

  • A NÃO-CUMULATIVIDADE NO

    PIS E NA COFINS

    Art. 195, §12, da CRFB/88:

    (inserido pela EC nº 42/03)

    § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para

    os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e

    IV do caput, serão não-cumulativas.

  • NÃO-CUMULATIVIDADE

    Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03:

    “Art. 3º. Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica

    poderá descontar créditos calculados em relação a:

    I - bens adquiridos para revenda (exceto os sujeitos à substituição

    tributária e casos do art. 2º. §§1º e 1ºA);

    II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de

    serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos

    destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes (exceto

    casos expressos);

  • III – energia elétrica e térmica, inclusive sob a forma de vapor,

    consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica;

    IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a

    pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa;

    V – valor das contraprestações de operações de arrendamento

    mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo SIMPLES;

    VI – máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo

    imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou

    para utilização na produção de bens destinados à venda ou na

    prestação de serviços;

    VII – edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros,

    utilizados nas atividades da empresa;

  • VIII – bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha

    integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada

    conforme o disposto nesta Lei;

    IX – armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda,

    nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo

    vendedor;

    X – vale-transporte, vale-refeição, vale-alimentação, fardamento ou

    uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que

    explore as atividade de prestação de serviços de limpeza,

    conservação e manutenção;

    XI – bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para

    utilização da produção de bens destinados a venda ou na

    prestação de serviços.

  • Que são insumos?

    Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03:

    “Art. 3º. Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica

    poderá descontar créditos calculados em relação a: (...)

    II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de

    serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos

    destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes (exceto

    casos expressos);

  • IN RFB nº 247/2002 e IN RFB nº 404/2004 restringiram o

    sentido do vocábulo “insumo”:

    “as matérias-primas, os produtos intermediários, o material

    de embalagem e quaisquer outros bens que sofram

    alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de

    propriedades físicas ou químicas, em função da ação

    diretamente exercida sobre o produto em fabricação” e

    “os bens aplicados ou consumidos na prestação de

    serviços”.

  • Teses:

    1. Restrita

    2. Ampla

    3. Intermediária

    Todo e qualquer custo ou despesa necessária à atividade da empresa, nos termos da legislação do IRPJ

    Bem que aplicados ou consumidos da produção - IPI

    Bens ou serviços que sejam relevantes ou essenciais à produção – “teste de subtração”

  • “1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e

    COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN

    247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando

    contido no art. 3o., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol

    exemplificativo.

    2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade

    ou relevância, vale dizer, considerando-se a imprescindibilidade ou a

    importância de determinado item – bem ou serviço – para o

    desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte.

    (...)

    STJ, REspº 1.221.170 – PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 22.02.2018

    (RITO DO ART. 543-C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO

    CPC/2015).

  • “3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e,

    nesta extensão, parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à

    instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social

    da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos relativos a custo e

    despesas com: água, combustíveis e lubrificantes, materiais e exames

    laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individual-

    EPI.

    4. Sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015),

    assentam-se as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento

    prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004,

    porquanto compromete a eficácia do sistema de não-cumulatividade da

    contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e

    10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios

    de essencialidade ou relevância, ou seja, considerando-se a

    imprescindibilidade ou a importância de terminado item - bem ou serviço - para o

    desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte.”

    STJ, RECURSO ESPECIAL Nº 1.221.170 - PR.

  • Critérios adotados:

    Como determinar?

    “Teste de subtração”: custo de produção X despesa ordinária

    Essencialidade ou relevânciaem razão da atividade produtiva ou de determinação legal

  • Essencialidade diz com o item do qual dependa, intrínseca e fundamentalmente, o

    produto ou o serviço, constituindo elemento estrutural e inseparável do processo

    produtivo ou da execução do serviço, ou, quando menos, a sua falta lhes prive de

    qualidade, quantidade e/ou suficiência.

    Por sua vez, a relevância, considerada como critério definidor de insumo, é

    identificável no item cuja finalidade, embora não indispensável à elaboração do

    próprio produto ou à prestação do serviço, integre o processo de produção, seja

    pelas singularidades de cada cadeia produtiva (v.g., o papel da água na

    fabricação de fogos de artifício difere daquele desempenhado na agroindústria), seja

    por imposição legal (v.g., equipamento de proteção individual - EPI),

    distanciando-se, nessa medida, da acepção de pertinência, caracterizada, nos

    termos propostos, pelo emprego da aquisição na produção ou na execução do

    serviço.

    Voto Min. Regina Helena Costa:

  • Outros casos e o CARF:

    Reconheceu que os direitos autorais são insumos para a

    indústria fonográfica (CSRF, 3ª T., unânime, Ac. 9303-006.604 – j.

    11.04.2018).

    “A indústria fonográfica depende diretamente da

    aquisição dos direitos autorais para obter o seu

    faturamento (...)”

    Ac. 3402-005.223, de 19.04.2018

    Admitiu créditos de despesas com serviços de

    telecomunicações e manutenção de softwares, por serem

    necessários à prestação de serviços logísticos.

  • Retificação da escrita fiscal para

    creditamento extemporâneo

    "CRÉDITOS. REGIME DE RECONHECIMENTO. CREDITAMENTO

    EXTEMPORÂNEO. DACON. RETIFICAÇÕES. COMPROVAÇÃO. Os

    créditos da não cumulatividade devem ser reconhecidos no período de

    apuração em que for realizada aquisição do bem ou contratada a

    prestação do serviço. Para utilização de créditos extemporâneos, é

    necessário que reste configurada a não utilização em períodos

    anteriores, mediante retificação das declarações correspondentes,

    ou apresentação de outra prova inequívoca da sua não

    utilização.” (Acórdão nº 3402.003-148 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária,

    Sessão de 20/07/2016).

    07/09/2020

  • Creditamento extemporâneo

    sem retificação da escrita fiscal

    “CRÉDITO EXTEMPORÂNEO DE PIS/COFINS. APROVEITAMENTO. AUSÊNCIA DE

    APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÕES RETIFICADORAS (DCTF E DACON), OU

    SEJA, DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA, NÃO PODE IMPEDIR A

    FRUIÇÃO DO DIREITO DE CRÉDITO. ARTIGOS 3º, PARÁGRAFO 4º, DAS LEIS Nº

    10.637/2002 E LEI 10.833/2003. As Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003 prevêem a

    possibilidade de apropriação de créditos de PIS/COFINS em períodos diversos

    daqueles em que apurados, sem fazer qualquer ressalva ou restrição. Não existindo

    qualquer restrição de direito na Lei, não se pode admitir que tal restrição seja amparada

    por atos infralegais nem que o descumprimento de obrigação acessória implique a

    negativa de direito de crédito.” (Acórdão nº 3401.004.362 – 4ª Câmara / 1ª Turma

    Ordinária, Sessão de 31/01/2018)

    07/09/2020

  • 1.Cumulativo

    A1

    • Incidência do tributo

    monofásica

    • Vedação à apuração do

    crédito

    B1

    • Incidência do tributo plurifásica

    • Vedação à apuração do crédito

    2.Não-cumulativo A2

    • Incidência do tributo

    monofásica

    • Permissão para apuração do

    crédito

    B2

    • Incidência do tributo plurifásica

    • Permissão para apuração do

    crédito

    A. Monofásico B. Plurifásico

  • PROCESSUAL. CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PIS

    E COFINS. TRIBUTAÇÃO PELO SISTEMA MONOFÁSICO. APROVEITAMENTO DE

    CRÉDITOS. POSSIBILIDADE. BENEFÍCIO FISCAL CONCEDIDO PELA LEI N. 11.033/04, QUE

    INSTITUIU O REGIME DO REPORTO. EXTENSÃO ÀS EMPRESAS NÃO VINCULADAS A

    ESSE REGIME. CABIMENTO.

    I - O sistema monofásico constitui técnica de incidência única da tributação, com alíquota mais

    gravosa, desonerando-se as demais fases da cadeia produtiva. Na monofasia, o contribuinte é

    único e o tributo recolhido, ainda que as operações subsequentes não se consumem, não será

    devolvido. […]

    III - O fato de os demais elos da cadeia produtiva estarem desobrigados do recolhimento,

    à exceção do produtor ou importador responsáveis pelo recolhimento do tributo a uma

    alíquota maior, não é óbice para que os contribuintes mantenham os créditos de todas as

    aquisições por eles efetuadas.

    (STJ. AgRg no REsp nº 1.051.634. Primeira Turma. Rel. Min. Regina Helena Costa. DJe

    27.04.2017).

  • Empresas no SIMPLES NACIONAL

    Produtos monofásicos – tributação concentrada

    Art. 18, § 4º, da Lei Complementar 123/2006 – segregação dos

    produtos que sofreram tributação concentrada (monofásica):

    ✓ já foram tributados;

    ✓ sobre esses valores não pode incidir PIS e COFINS.