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XII Encontro sobre Investigação na Escola “Compartilhar conhecimentos e práticas: um desafio para os educadores”
Santa Maria, 23 e 24 de agosto de 2013.
PIBID CONSTRUINDO MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO PARA DISCUTIR
IDENTIDADES
Carla Adriane Marcelino Damacena ([email protected])
Guilherme Salgueiro([email protected])
Luciana Tellechea ([email protected])
Marli Spat Taha ([email protected])
Wagner Jardim ([email protected])
Resumo :
Esse trabalho aborda a constituição de material didático como ferramenta, para inserção de
temáticas relacionadas aos temas transversais, para serem utilizados como artefato pedagógico
nas escolas públicas.
Palavras chave: identidade, material didático, artefato pedagógico
1. CONTEXTO DO RELATO
. Cada pessoa tem uma identidade que a faz ser reconhecida como cidadão(ã) lhe
conferindo direitos e atribuindo deveres. Essa identidade, no entanto, não identifica sua
essência, mas se constitui no longo de sua existência permitindo-lhe a formação de múltiplas
identidades, capazes de se firmar no contexto em que está inserido. As identidades são uma
construção social que vão sendo formadas ao longo da vida dos indivíduos e cada ser carrega
cargas sócio-politico-ideológicas que contribuem para a formação de suas personalidades,
esse pensamento corrobora com Woodoward que diz:
A identidade nos dá uma ideia de quem nós somos e de como nós nos relacionamos
com os outros e com o mundo no qual vivemos. A identidade marca as maneiras
pelas quais nós nos reconhecemos dentro do grupo que compartilha uma mesma
posição, e as maneiras nas quais nós somos diferentes daqueles que não a
compartilham. Frequentemente, identidade é melhor definida pela diferença, ou seja,
por aquilo que ela não é. Identidades podem ser marcadas pela polarização, por
exemplo, nas formas mais extremas de conflito nacional e étnico, e pela marca de
inclusão e exclusão –os de dentro e os de fora, “nós” e “eles”. (WOODWARD,
2002, p. 1, 2).
Quando uma criança é gerada cria-se uma expectativa em relação a constituição de sua
identidade. Os pais e famílias tendem a “sonhar”, traçar a vida daquele sujeito interferindo em
suas escolhas enquanto a sociedade interpela na moldura de suas múltiplas identidades.
As múltiplas identidades estão presentes no contexto social e devem ser respeitadas,
pois ninguém é único e acabado. As pessoas estão em constantes mudanças e podem ter várias
facetas, construindo diversas histórias de vida, de acordo com o contexto em que estão
inseridas.
Como discente do curso de Licenciatura Ciências da Natureza(LCN), da Universidade
Federal do Pampa-UNIPAMPA- Campus Uruguaiana- RS e bolsista do subprojeto Programa
de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID)-Temas Transversais, discutimos e realizamos
XII Encontro sobre Investigação na Escola “Compartilhar conhecimentos e práticas: um desafio para os educadores”
Santa Maria, 23 e 24 de agosto de 2013.
leituras que problematizam as indicativas dos Parâmetros Curriculares Nacionais(PCNs), que
são um conjunto das seguintes propostas: “Ética, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural,
Saúde, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo.” A partir dos estudos e discussões realizados
pelo PIBID devem emergir materiais didáticos pedagógicos que possam ser utilizados
pelos/as professores/as da Educação Básica das escolas do município de Uruguaiana. Nesse
sentido, decidimos fazer uma oficina de bonecos, que possibilitariam discutir, entre outros
temas, a historia de vida dos participantes da oficina.
Partindo desse pressuposto, o PIBID desenvolveu oficina para a confecção de
bonecos de pano que carregassem histórias de vida diversas e reais. Tais bonecos têm função
pedagógica uma vez que podem ser utilizados pelos professores e estudantes das escolas
públicas para desenvolverem diversas atividades educacionais relacionadas a sexualidade,
acessibilidade, inclusão entre outros temas bastante discutidos nos dias atuais. A princípio
serão utilizados na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Francisco Pereira da Silva
(JF) e na Escola Estadual Uruguaiana, nas turmas em que o PIBID está inserido, três oitavas
séries, mas com planos de ser futuramente apresentado para todas turmas das séries finais do
ensino fundamental..
2. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES
Em reunião do grupo para discutirmos a elaboração de materiais didáticos que
pudessem auxiliar os professores/as das escolas da qual o PIBID faz parte, surgiu a ideia de
confeccionarmos bonecos de panos. As histórias de vida de cada boneco deveriam ser
pesquisadas e/ou criadas pelos integrantes e deviam ser baseadas em situações reais
vivenciadas no dia-a-dia.
Delimitamos um tempo para que cada um pesquisasse uma história de vida e a
identidade que o boneco teria. Cerca de duas semanas mais tarde, o grupo se reuniu na casa de
um dos integrantes do projeto para a oficina oferecida pela mãe e pela tia do mesmo. Cada um
participou integralmente da elaboração do seu boneco, desde o corte do tecido, passando pelo
enchimento com espuma até a finalização com introdução de características físicas de seres
humanos, os bonecos ficaram todos prontos na oficina e cada integrante ficou responsável por
um boneco.
A partir das histórias de vida foram surgindo os personagens. De acordo com a
proposta do projeto, Temas Transversais, o grupo optou por representar indivíduos
socialmente considerados “diferentes”, ou seja, os bonecos representavam as minorias
representativas da sociedade. Com isso surgiram histórias de vidas impressionantes.
A proposta para esse material didático-pedagógico é trabalhar as questões relacionadas
a gênero, sexualidade, identidade, relações étnico raciais e tantas outras que criatividade
permitir. Para tanto os bonecos ganharam características próprias de seres humanos e vieram
carregando uma carga sócio-cultural das pessoas de verdade que motivaram a sua existência.
Para trabalhar sexualidade, por exemplo, foi confeccionada uma boneca que acabara de
ganhar filho. Essa boneca protagoniza a realidade de muitas jovens, pois se trata de uma mão
adolescente que não fez uso de contraceptivos e engravidou ainda muito jovem. Em outra
representação o grupo pretendeu demonstrar que os estereótipos não podem e não devem ser
determinantes para conhecermos uma pessoa. A boneca em questão se trata de uma menina
que gosta de usar roupas ditas de “pirigueti”, no entanto leva uma vida como qualquer outra
pessoa, trabalho, estuda e gosta de balada.
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As relações étnico raciais, como dito, também foram abordadas. Em um exemplo, um
oficineiro resolveu representar/criticar o estereótipo que se cria sobre os indígenas. Quando se
vê, por exemplo, um indígena vestindo roupa de “homem branco” há no geral um espanto
como de quem repudia, como se o ser índio passasse pelo vestuário e não pela carga cultural
do indivíduo. O indígena em questão era urbano, advogado e morava num apartamento.
Porém não esqueceu suas raízes, carregava um adereço em especial característico de sua tribo.
Outro estereótipo representado diz respeito ao modo como as pessoas no geral enxergam os
“pagodeiros”. Esse indivíduo era negro e usava em abundância adereços de ouro. O
responsável por essa representação pensou em problematizar a questão de como as pessoas
vêem os músicos desse gênero musical. Esses são alguns exemplos dos bonecos
confeccionados.
Com o intuito de trabalhar questões de sexualidade, todas as representações deveriam
conter os órgãos genitais e seios caso fosse próprio ao personagem. Essas genitálias tem como
finalidade apresentar para os estudantes que as pessoas não são assexuadas. Os bonecos que
representam pessoas reais com histórias reais, devem ter aparências reais.
Esse material didático foi apresentado pelo PIBID em Jaguarão no Intrapibid, como
uma oficina de “Histórias de Vidas”, nesse caso os bonecos não foram confeccionados, pois
eles já estavam prontos na oficina que foi relatada anteriormente. Os bonecos foram utilizados
como ferramenta para que cada participante da oficina pudesse criar sua própria história.
Os bonecos foram expostos em cima de uma mesa para serem observados enquanto o
grupo realizava leituras de reportagens que abordavam temas como meio ambiente,
homossexualidade, prostituição infantil, sexualidade e acessibilidade. Após as leituras a turma
participante foi dividida em duplas, que deveriam escolher um ou mais bonecos para se
tornarem personagens da vida que iriam retratar em forma de escrita.
Para finalizar a oficina, as duplas socializaram contando a história criada para seus
personagens. O grupo que ministrou a oficina contextualizou e falou sobre a importância do
uso dos bonecos para facilitar a compreensão dos temas sobre corpos, gênero, sexualidade,
relações étnicos raciais e também inclusão. Comentamos sobre a falta de acessibilidade em
locais públicos, em algumas universidades, em ônibus, áreas de lazer, sobre o trabalho que
deve ser realizado nas escolas desde os anos inicias para que no futuro os pré conceitos
deixem de existir e que a sociedade seja mais justa tratando a todos com o mesmo respeito.
3. DISCUSSÃO DO RELATO
As questões relacionadas principalmente relacionadas a identidade , podem ainda ser
consideradas tabus para ser discutida com os adolescentes, em casa muitos assuntos não são
conversados e muitas vezes os pais deixam somente para escola falar de certos temas.
A oficina dos bonecos trata de diversos assuntos que podem contribuir para um
melhor entendimento sobre alguns preconceitos que muitos(as) tem, principalmente quanto a
formação da identidade, pois como adolescentes eles estão com a identidade incompleta, isso
corrobora o pensamento de Stuart que diz que:
(...) a identidade é realmente algo formado, ao longo do tempo,
através de processos inconscientes, e não algo inato, existente na
consciência no momento do nascimento. Existe sempre algo
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imaginário” ou fantasiado sobre sua unidade. Ela permanece sempre
incompleta, está sempre “em processo”, sempre “sendo formada”.
(Stuart Hall, 2006, p. 38).
Essa identidade pode muitas vezes gerar conflitos principalmente em casa, pois os
pais/mães e até mesmo outros familiares sonham com padrão dito normal para seus filhos/as,
se acontece de não sair como esperavam, ao invés de ajudarem os mesmos acabam reprimindo
os filhos/as, o que acabará gerando sérios problemas até mesmo psicológicos.
A oficina dos bonecos ao discutir vários temas, poderá contribuir para que esses
adolescentes entendam melhor determinados assuntos e esses possam colaborar para a
identidade dos mesmos(as).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os pais tendem a escolher a identidade dos filhos(as) quando esses nascem, muitas
vezes esquecem que essa identidade pode mudar a medida que a criança vai crescendo,
quando essa identidade não sai de acordo com o que os pais planejaram pode ocorrer vários
conflitos familiares que gera angústia para os dois lados, pois a pessoa é livre para seguir a
identidade que quiser, mas a dificuldade em a família compreender isso acaba prejudicando
muitas vezes essa identidade.
Na oficina dos bonecos os adolescente vêem essas múltiplas identidades e isso pode
trazer um melhor entendimento dos temas tratados como tabus, a escola pode proporcionar
esse diálogo e diminuir as dúvidas que existem sobre vários assuntos, deixando de ser aquela
escola somente preocupada com o conteúdo, mas sim com o ser social.
5. REFERÊNCIAS
WOODWARD, Kathryn. Identity and Difference: Culture, Media and Identities.London: The Open University,
2002.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz Tadeu da
Silva, Guaracira Lopes Touro. 10.ed. Rio de Janeiro:DP&A, 2005.
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INFORMAÇÕES SOBRE A APRESENTAÇÃO DE
GRÁFICOS, TABELAS E CITAÇÕES NO TEXTO
Antes de enviar seu texto, não se esqueça de deletar essa página.
Ela serve apenas de orientação.
Apresentação Gráfica
Tabelas, Quadros e Figuras
Devem conter um título sucinto e objetivo e sua numeração deve ser
sequencial, em algarismos arábicos, para facilitar a consulta, sempre que
necessária.
A seguir são disponibilizados exemplos para ilustrar a diferença entre uma
tabela e um quadro:
Tabela 01: Exemplo de uma Tabela
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3
Quadro 01: Exemplo de um Quadro
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3
Ilustrações
Gráficos e Figuras deverão constar na própria folha do texto e devem vir
acompanhados de uma legenda numerada sequencialmente com algarismos
arábicos. A legenda deve seguir o seguinte padrão:
Figura 01: Exemplo de uma Figura
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Citações de autores
As citações de trechos de outros autores devem ser formatadas em Fonte
Times New Roman 10pt, espaço simples, alinhamento justificado, com um
recuo de 4cm à esquerda e um espaçamento de 6pt ao final do texto.
Citações de sujeitos de pesquisa
A citação dos sujeitos da pesquisa tem praticamente a mesma formatação
usada para as citações de outros autores, a diferença, nesse caso, é que a fonte
deve ser em itálico.
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FICHA DE LEITURA DE TRABALHO
Prezado(a) avaliador(a)
A coordenação do XII Encontro sobre Investigação na Escola solicita sua colaboração
para avaliar o trabalho acima, que fará parte de seu grupo de discussão. Para tanto, observe os
critérios elencados a seguir. Lembre-se que o objetivo dessa análise consiste em sugerir
melhorias no texto; não se tratando de um julgamento de concepções teórico-metodológicas.
TÍTULO DO TRABALHO AVALIADO
Nome do trabalho...
CRITÉRIOS
a) Existem referências ao contexto do relato?
b) As propostas de investigação e as formas como foram desenvolvidas estão expressas ao
longo do texto?
c) Na análise descrita pelo(s) autor(es) há coerência entre os objetivos propostos e as
conclusões descritas?
Em relação a estes critérios dê a sua opinião e sugestões de melhoria, se houver,
destacando os aspectos a aprofundar, esclarecer ou modificar no texto.
Sugestões...
Quanto à escrita, o trabalho:
( ) não necessita de reformulações.
( ) necessita de reformulações quanto aos seguintes aspectos: Aspectos...
Gostaria de apontar aspectos do trabalho que julga serem relevantes para a discussão
durante o evento? Quais?
Aspectos...
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