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Petróleo

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Page 1: petróleo · 2018-01-07 · aproximadamente 1,8 milhões de barris por dia. Além disso, as perspectivas são positivas para a demanda mundial, pois a despeito da desaceleração

Petróleo

Page 2: petróleo · 2018-01-07 · aproximadamente 1,8 milhões de barris por dia. Além disso, as perspectivas são positivas para a demanda mundial, pois a despeito da desaceleração

O acirramento das tensões geopolíticas, a retomada da atividade econômica

nos países desenvolvidos e os acordos para restrição da oferta sustentaram a alta

no preço do petróleo ao longo de 2017.

A cotação do Brent chegou a atingir o maior patamar dos últimos trinta meses

no final do ano, em US$ 66,4/barril, ficando, na média, em US$ 54,2/ barril, ou

22,8% acima de 2016, como pode ser observado no gráfico abaixo.

Essa tendência positiva deve ter continuidade em 2018, e dentre as variáveis

que corroboram tal perspectiva destaca-se a prorrogação, até o final do ano, do

acordo de corte de oferta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo –

OPEP e por outros onze países relevantes na produção de hidrocarbonetos, como

a Rússia, somando 24 produtores ao todo. A estimativa é de uma redução de

aproximadamente 1,8 milhões de barris por dia. Além disso, as perspectivas são

positivas para a demanda mundial, pois a despeito da desaceleração econômica

na China, o setor de transportes segue resiliente por lá, e o PIB mundial tende a

acelerar, puxado pela recuperação dos países desenvolvidos, bem como pelos

latino-americanos, com destaque para Brasil e Argentina.

Na outra ponta, países que não aderiram ao acordo devem aumentar a oferta,

com destaque para os Estados Unidos, Canadá e Brasil, respectivamente,

limitando, portanto, uma recuperação mais expressiva da commodity.

Segundo projeções do instituto EIA, do departamento de energia norte-

americano, a produção mundial de combustíveis líquidos deve crescer

aproximadamente 2,1% em 2018, enquanto o consumo deve avançar 1,7%,

ambos em doze meses. Já as estimativas para cotação, na média, apontam para

uma nova valorização, para algo em torno de US$ 56 a US$ 60/barril.

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Fonte: LCA Consultoria

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Petróleo Brent USS/ barril Média últimos 3 anos

Oferta e Demanda Mundial de Combustíveis Líquidos(em milhões de barris por dia)

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Estoque (eixo esquerdo) Produção Mundial Demanda Mundial

Fonte: Energy Information Administration – EIA.

Page 3: petróleo · 2018-01-07 · aproximadamente 1,8 milhões de barris por dia. Além disso, as perspectivas são positivas para a demanda mundial, pois a despeito da desaceleração

Mas, além das questões envolvendo o balanço mundial de oferta e demanda e

preços, uma série de outros assuntos movimentaram o setor em 2017 e vão

continuar agitando o noticiário em 2018. Cabe destacar a agenda de reformas

regulatórias, imposta a fim de atribuir maior previsibilidade e competitividade ao

setor de óleo e gás no país, compreendendo, dentre outras medidas, o fim da

regra que dava exclusividade a Petrobras na exploração do pré-sal, a flexibilização

das regras de conteúdo local e a criação de um calendário para os leilões.

Por falar em leilões, em 2017 o governo arrecadou cerca de R$ 10 bilhões em

bônus de assinatura nas rodadas da Agência Nacional do Petróleo – ANP, o que

traz certo otimismo para o próximo leilão, marcado para março de 2018, no dia

29, onde serão leiloados 17 blocos, localizados em áreas tidas como atrativas, na

Bacia de Campos e de Santos.

Já o avanço da produção em si deve ser moderado em 2018. A Petrobras, que

corresponde por cerca de 95% da produção doméstica, prevê um crescimento de

1,5%, impulsionado pelo ramp up de duas plataformas que entraram em

operação e 2017 e pelo início das operações em outros oito sistemas. Até 2022 a

meta é aumentar a produção em quase 38%, por meio de 19 novos sistemas e

ganhos de produtividade e mais de US$ 60,3 bilhões de investimentos na área de

exploração e produção.

Todavia, outras questões devem se sobressair e ditar o rumo dos papéis da

Petrobras em 2018, com destaque para a continuidade do programa de parcerias

e desinvestimentos, onde a meta para o biênio é de US$ 21 bilhões (apenas US$

4,5 bi foram realizados em 2017), para abertura de capital da BR Distribuidora,

bem como para a continuidade da política de reajustes de preços, em linha com o

mercado internacional. Em suma, todas essas condicionantes, a nosso ver,

corroboram boas perspectivas. Porém, vale ressaltar que a empresa é bastante

sensível ao noticiário político e, portanto, a corrida eleitoral deve elevar, e muito, a

volatilidade de suas ações.

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