petição inicial - reclamação trabalhista)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DE UMA DAS VARAS DO TRABALHO DE JOÃO PESSOA, NO ESTADO DA PARAÍBA. JUSTIÇA GRATUITA ---------------------------------------------- -------, por intermédio de seu advogado in fine assinado, legalmente constituído nos termos do instrumento procuratório em anexo, com fulcro no Art. 840 da CLT e nos demais dispositivos legais aplicáveis à espécie em questão, vem, respeitosamente perante a presença de Vossa Excelência, propor a presente: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face do(a)-----------------------------, na pessoa do seu representante legal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

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Page 1: Petição Inicial - Reclamação Trabalhista)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DE UMA DAS VARAS DO

TRABALHO DE JOÃO PESSOA, NO ESTADO DA PARAÍBA.

JUSTIÇA GRATUITA

-----------------------------------------------------, por intermédio de

seu advogado in fine assinado, legalmente constituído nos termos do instrumento

procuratório em anexo, com fulcro no Art. 840 da CLT e nos demais dispositivos

legais aplicáveis à espécie em questão, vem, respeitosamente perante a

presença de Vossa Excelência, propor a presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face do(a)-----------------------------, na pessoa do seu representante legal, pelos

motivos de fato e de direito a seguir expostos:

1. PRELIMINARMENTE – DO REQUERIMENTO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Page 2: Petição Inicial - Reclamação Trabalhista)

Com espeque no Art. 5º Inc. LXXIV da CF1, Art. 2º e 4º da Lei nº.

1.060/502 3, bem como na Súmula 29 do TJPB4 e na jurisprudência do STF 5 ,

requer o gozo dos benefícios da assistência judiciária, em razão de não estar em

condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem

prejuízo próprio ou de sua família.

2. DOS FATOS – DO CONTRATO DE TRABALHO

2.1. DO INÍCIO E DO TÉRMINO DO PERÍODO LABORAL

O Reclamante começou a trabalhar para Reclamada no CARGO DE

COBRADOR em 25/03/2004 vindo a ser despedido sem justa causa em

08/02/2011.

2.2. DA REMUNERAÇÃO E DO SALÁRIO

O Reclamante foi admitido com uma remuneração de R$ 436,00

(quatrocentos e trinta e seis reais).

Anualmente o salário do Reclamante sofria reajuste devido as

alterações oriundas da convenção coletiva da categoria.

Quando foi dispensado o Promovente estava percebendo um salário

de R$ 645,00 (seiscentos e quarenta e cinco reais).

2.3. DA JORNADA DE TRABALHO

1 Constituição Federal de 1988 Art. 5. (…) LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

2 Lei Federal 1.060/50 Art. 2º. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros residentes no país, que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar ou do trabalho. Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.

3 Lei Federal 1.060/50 Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.

4 Súmula 29 TJPB: Não está a parte obrigada, para gozar dos benefícios da assistência judiciária, a recorrer aos serviços da Defensoria Pública.

5 ACESSO À JUSTIÇA – ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA – LEI 1.060, DE 1950 – CF, ART. 5º, LXXIV – A garantia do art. 5º, LXXIV – assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos – não revogou a de assistência judiciária gratuita da Lei nº 1.060, de 1950, aos necessitados, certo que, para obtenção desta, basta a declaração, feita pelo próprio interessado, de que a sua situação econômica não permite vir a Juízo sem prejuízo da sua manutenção ou de sua família. Essa norma infraconstitucional põe-se, ademais, dentro do espírito da Constituição, que deseja que seja facilitado o acesso de todos à Justiça (CF, art. 5º, XXXV). (STF – RE 206.354-1 – 2ª T. – Rel. Min. Carlos Velloso – DJU 02.05.1997)

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Page 3: Petição Inicial - Reclamação Trabalhista)

O Reclamante deveria trabalhar 8 horas por dia, mas na verdade o

Promovente trabalhava com excessiva sobre jornada.

Diariamente o Promovente trabalha com horas extras, chegando a

laborar mais de 16 horas por dia quando tinha que fazer a dobra da jornada de

trabalho.

O autor obedecia a uma escala 5 X 1, sendo que seu horário de

trabalho era semanalmente modificado.

Registre-se Douto Julgador que o horário de trabalho do Promovente

nos finais de semana era diferente daquele pratica de segunda à sexta.

2.4. DA DISPENSA DO RECLAMANTE

Depois de quase 7 (sete) anos de dedicado trabalho o Reclamante

foi despedido de forma imotivada por ter se negado a fazer uma dupla jornada de

trabalho.

Em janeiro do corrente ano a empresa empregadora

“solicitou/determinou” que o autor fizesse a dobra da jornada de trabalho, ou seja,

depois de ter cumprido sua jornada, a Reclamada lhe impôs que continuasse

trabalhando em outra jornada, o que não foi aceito pelo demandante na

oportunidade.

Em decorrência da negativa do obreiro o mesmo foi desligado da

empresa.

3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

3.1. DAS HORAS EXTRAS - DA EXCESSIVA JORNADA DE TRABALHO EXERCIDA PELO RECLAMANTE

Conforme já explanado o demandante não só trabalhava com sobre

jornada, como sua jornada de trabalho por muitas fezes era desleal e desumana.

O Promovente fazia, em média, cerca de 2 horas extras por dia.

Por sua vez o Promovente, ao longo dos quase 7 anos que

trabalhou para promovida, tinha que fazer, ao menos 2 vezes por semana, a

dobra da jornada de trabalho.

Registre-se que nos últimos 2 meses de trabalho o autor chegou a

fazer 4 dobras de jornada por semana.

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Page 4: Petição Inicial - Reclamação Trabalhista)

De modo que o demandante já chegou a trabalhar quase 80 horas

por semana, numa desrespeitosa afronta ao disposto no Acordo Coletivo da

categoria, à legislação celetista (Arts. 586 e 597 da CLT) e aos ditames

constitucionais (Art. 7º, XIII8 da CF).

O Reclamante requer a juntada dos CARTOES DE PONTO, todavia

os mesmos eram manipulados, logo os cartões que serão juntados terão o

registro britânico de horário de trabalho o qual não terá serventia como prova

nestes autos a teor da súmula 338 do TST9, data venia.

3.2. DA AUSÊNCIA DE INTERVALO INTRAJORNADA

O autor não gozava do intervalo intrajornada a que fazia jus.

Na prática a empresa Reclamada lhe concedia cerca de 20min a

30min para descansar, comer e/ou beber água/ira ao banheiro.

6 CLT - Art. 58. A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.§1o Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)§2o

O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)

§3o Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração. (Incluído pela Lei Complementar nº 123, de 2006)

7 CLT - Art. 59. A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.

§1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 20% (vinte por cento) superior à da hora normal. §2o  Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)§3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão. (Incluído pela Lei nº 9.601, de 21.1.1998)§4o  Os empregados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas extras. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)

8 CF - Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:(...)XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)

9 TST Enunciado nº 338 - Res. 36/1994, DJ 18.11.1994 - Nova redação - Res. 121/2003, DJ 21.11.2003 - Incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 Determinação Judicial - Registros de Horário - Ônus da Prova I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003)

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Page 5: Petição Inicial - Reclamação Trabalhista)

A conduta em questão contraria o disposto no Art. 7110 da CLT,

surgindo em favor do Reclamante o direito a ser remunerado na forma §4º do

mencionado artigo.

3.3 DO ADICIONAL NOTURNO

O Reclamante só passou a receber adicional noturno em Julho de

2007, conforme faz prova os recibos de pagamento de salário em anexo.

De modo que o demandante fazia jus ao recebimento do respectivo

acréscimo salarial desde a sua admissão, haja vista que sempre foi escalado para

trabalhar no turno da noite ao menos uma semana por mês.

Contudo, o respectivo valor do acréscimo legal não lhe foi pago,

tendo a promovida deixado de cumprir com o disposto no art. 7311 da CLT.

Nesse aspecto cumpre, desde já, requisitar que o Ministério Público

do Trabalho, na figura do Procurador do Trabalho da 13ª Região, seja oficiado

para tomar as medidas que julgar cabíveis, haja vista que já fora firmado Termo

de Ajuste de Conduta – TAC entre o Sindicato das Empresas de Transporte

Coletivo de Passageiros de João Pessoa e o parquet federal no sentido de que as

empresas de ônibus deveriam conceder aos trabalhadores do transporte coletivo

(motoristas e cobradores) o descanso legal do intervalo intrajornada, sob pena de

aplicação de multa pelo descumprimento do acerto. É o que, desde já, se requer.

O entendimento jurisprudencial é neste sentido.

10 CLT - Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.§1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.§2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.§3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.§4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 8.923, de 27.7.1994)

11 CLT - Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, 28.8.1946)§1º - A hora do trabalho noturno será computada como de 52 (cinqüenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, 28.8.1946)§2º - Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte.(Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, 28.8.1946)§3º - O acréscimo a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que não mantêm, pela natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em relação às empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades, o aumento será calculado sobre o salário mínimo geral vigente na região, não sendo devido quando exceder desse limite, já acrescido da percentagem. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, 28.8.1946)§4º - Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus parágrafos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, 28.8.1946)§5º - Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste Capítulo. (Incluído pelo Decreto-lei nº 9.666, 28.8.1946)

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Page 6: Petição Inicial - Reclamação Trabalhista)

1. DIRETOR EXECUTIVO - ENQUADRAMENTO NA EXCEÇÃO DO INCISO II DO ART. 62 DA CLT

- PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE - INEXISTÊNCIA DE DIREITO A HORAS EXTRAS –

(omissis). 2. INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO TRABALHISTA - COMUNICAÇÃO À DRT PARA

EVENTUAL APLICAÇÃO DE PENALIDADES - LICITUDE DO ATO - Não há nenhuma

exorbitância às regras de competência e atribuições funcionais do Juiz o ato que determina

a expedição de ofício à DRT para comunicação de infração à legislação trabalhista, visto

que tal encontra amparo em várias disposições legais, entre elas o inciso I do art. 35 da

LOMAN , art. 653, alíneas "a" e "f" e art. 631, estes da CLT . A providência circunscreve-se,

pois, ao raio de atuação do Magistrado, até porque seria ilógico, irracional e injustificável

que dele fosse subtraído o dever de comunicar aos órgãos competentes a ocorrência de

irregularidades que chega ao seu conhecimento através do exercício da jurisdição. Recurso

patronal desprovido. (TRT-10ª R. - RO 00418-2003-011-10-00-7 - 3ª T. - Rel. Juiz

João Luis Rocha Sampaio - J. 14.06.2006)

3.4. DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL EM RAZÃO DA EXCESSIVA JORNADA DE TRABALHO A QUE FOI SUBMETIDO O

RECLAMANTE

Ao impor que obreiro laborasse por mais de 10 horas por dia,

infringindo, inclusive, mandamento constitucional, a promovida praticou uma

conduta que jamais poderá ser reparada materialmente, mesmo que a Reclamada

venha a ser condenada ao pagamento das respectivas horas extras trabalhadas

pelo demandante.

O prejuízo causado ao trabalhador foi imensurável, incalculável!

As horas perdidas ao lado da família, as noites de sono mal

dormidas, o prejuízo causado a saúde do trabalhado não poderão jamais ser

recompensados.

Nesse sentido, acreditamos que a única forma de reparar o mal

causado pela exploração trabalhador é condenando a Reclamada ao pagamento

de uma indenização por danos morais.

O Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (TRT 17), já

externou entendimento de condenação por danos morais, em tais hipóteses,

vejamos:

DANO MORAL - ASSÉDIO MORAL - JORNADA DE TRABALHO EXCESSIVA - Se a

reclamada impõe ao empregado condições de trabalho degradantes, através de uma

jornada laboral excessiva, que o impede de ter uma vida social normal e saudável,

configura-se a hipótese de assédio moral, que gera o dever de indenizar o reclamante pelo

dano moral sofrido. (TRT-17ª R. - RO 00746.2006.011.17.00.8 - 1ª T. - Rel. Juiz Gerson

Fernando da Sylveira Novais - DJES 29.11.2007 )

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Page 7: Petição Inicial - Reclamação Trabalhista)

E para ilustrar o caminho almejado pelo demandante, colacionamos

a brilhante decisão que segue abaixo, a qual, em um caso análogo a questão, a

empresa Reclamada foi condenada a pagar uma indenização no valor de R$

50.000,00 ao trabalhador.

4. DAS VERBAS RECLAMADAS

Considerando que a ultima remuneração do obreiro foi de R$

645,00 (seiscentos e quarenta e cinco reais); considerando que o valor da hora

de trabalho do Promovente era de R$ 2,93 (dois reais e noventa e três centavos);

considerando que o valor de uma hora extra do autor era R$ 4,39 (quatro reais e

trinta e nove centavos); e considerando finalmente que o demandante fazia

cerca de 30 horas extras por semana, o Reclamante requer que lhe sejam pagas

as seguintes verbas e diferenças salarias:

1) Valor total das horas extras Reclamadas mínimo de R$ 34.242,00

(30 horas extras/semana X 260 semanas ou 5 anos)

2) Reflexo de HE dobre o Aviso Prévio mínimo de R$ 658,50

3) Reflexo de HE sobre o 13º Salário mínimo de R$ 3.292,50

4) Reflexo de HE sobre o 13º Salário proporcional mínimo de R$ 54,60

5) Reflexo de HE sobre Férias Vencidas em dobro mínimo de R$ 6.585,00

6) Reflexo de HE sobre Férias Proporcionais mínimo de R$ 394,16

7) Reflexo de HE sobre FGTS R$ ilíquido

8) Reflexo de HE sobre a Multa de 40% do FGTS. R$ ilíquido

9) Intervalos Intrajornadas (260 semanas ou 5 anos) mínimo de R$ 6.848,40

10) Adicional Noturno (2006 a 2007) mínimo de R$ 253.15

11) Depósitos previdenciários complementares R$ ilíquido

12) Honorários Advocatícios mínimo de R$ ilíquido

12) TOTAL LÍQUIDO (sem os danos morais reclamados). mínimo de R$ 52.328,31

5. DO PEDIDO, COM SUAS ESPECIFICAÇÕES

Diante do exposto, requer o(a) Reclamante:

5.1. Que lhe sejam concedidos os benefícios da Assistência Judiciária, com base

na Lei nº. 1.060/50, na Súmula 29 do Tribunal de Justiça da Paraíba e na

Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, uma vez que o(a) Autor(a) não

está em condições de pagar as custas do processo, os honorários

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Page 8: Petição Inicial - Reclamação Trabalhista)

advocatícios e as demais despesas processuais, sem comprometer seu

próprio sustento ou de sua família;

5.2. A citação/notificação do(a)(s) Promovido(a)(s) para, querendo, no prazo legal,

apresentar(em) defesa, advertido(a)(s) quanto às sanções do Art. 285 e ss.

do Código de Processo Civil em vigor, e que a(s) referida(s) citação(ões)

seja(m) realizada(s) por carta (Art. 222 CPC);

5.3. Que ao final a presente Reclamação Trabalhista tenha seus pedidos

Julgados Procedentes para:

5.3.1. Condenar a Reclamada a pagar ao Reclamante as horas extras

trabalhadas e seus reflexos, referentes ao labor desempenhado nos

últimos 5 (cinco) anos de trabalho;

5.3.2. Condenar a Reclamada a pagar ao Reclamante os valores

correspondentes aos intervalos intrajornadas não gozados nos

últimos 5 (cinco) anos;

5.3.2. Condenar a Reclamada a pagar ao Reclamante o adicional noturno

referente ao período de 2006 a 2007;

5.3.4. Condenar a Reclamada a pagar ao Reclamante uma indenização por

danos morais, de caráter punitivo-pedagógico e

compensatório/reparatório, em virtude de ter compelido o trabalhador

a laborar com excesso de jornada, desrespeitando o direito trabalhista

consagrado no inciso XIII do Art. 7º da Constituição Federal;

5.4. Que as verbas incontroversas sejam pagas na primeira audiência, sob pena

de pagamento em dobro, nos moldes do artigo 467 da CLT.

5.5. A condenação do(a)(s) Promovido(a)(s) a pagar(em) as despesas

processuais, honorários advocatícios e as demais cominações de

sucumbência, nos termos do art. 20 do Código de Processo Civil; e

5.6. Que seja oficiado o Ministério Público do Trabalho, na figura do Procurador

do Trabalho da 13ª Região para tomar ciência dos fatos em questão e adotar

as medidas cabíveis com vistas a elidir as praticas

questionadas/denunciadas pelo Reclamante em favor de toda a categoria.

6. DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

7. DAS PROVAS

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Page 9: Petição Inicial - Reclamação Trabalhista)

Pretende provar o alegado por todos os meios em direito admitidos,

em especial pelo depoimento pessoal das partes, juntada de novos documentos,

oitiva de testemunhas e pelos demais meios de prova.

Termos em que,

Pede deferimento.

João Pessoa/PB, 12 de abril de 2010.

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