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PESQUISAS CIENTÍFICAS NA ENGENHARIA BIOMÉDICA NO BRASIL Nathalia Freitas 1 ,Gabriela Scur 2 Centro Universitário da FEI [email protected]; [email protected] Resumo: Este projeto tem por objetivo fazer um mapeamento das principais pesquisas, pesquisadores, escolas, publicações e interações com o setor produtivo na área de engenharia biomédica no Brasil. Espera-se que ao final seja possível fazer um panorama de onde se encontram as ofertas tecnológicas dessa área de modo a que possa aproximá-las à demanda, ou seja, ao setor produtivo. Foram declarados 184 grupos de pesquisa em engenharia biomédica e deles, 26 grupos afirmam manter interações com o setor produtivo. 1. Introdução O setor industrial vem passando por consideráveis transformações nas últimas décadas, em função das mudanças ocorridas nos níveis econômico, político e social, desde os anos 80, que forçaram as empresas a se organizarem de maneira diferente, buscando alternativas que garantissem a competitividade dentro de um novo cenário, estimulado pela globalização e evolução tecnológica. Uma destas alternativas é a interação com universidades. A literatura que trata de sistemas nacionais de inovação, a interação entre a produção científica e a tecnológica desempenha um papel crucial. Nos sistemas de inovação dos países desenvolvidos é possível caracterizar a existência de circuitos de retroalimentação positiva entre essas duas dimensões. Por um lado, as universidades e institutos de pesquisa produzem conhecimento que é absorvido por empresas e pelo setor produtivo, conforme comprovam e demonstram estudos [1] e [2]. De fato, a interação universidade-empresa apresenta-se como estratégia compatível à nova necessidade do mercado, uma vez que permite rápida reação das empresas às constantes variações na demanda por parte dos clientes [3]. O mercado de equipamentos para saúde no Brasil faturou US$ 5.690 bilhões em 2013 [4] e está em expansão devido à demanda reprimida que ainda existe. O grande desafio das empresas nacionais do setor é aumentar a inovação para competir com as empresas multinacionais, que estão pressionando cada vez mais o mercado. 2. Metodologia A pesquisa será desenvolvida em 2 etapas: a de levantamentos e entrevistas. A primeira ainda está em andamento e consiste no acesso de sites e principais publicações da área. Para fazer o levantamento do censo dos grupos de pesquisa, utilizou-se o site do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq. Foi utilizado o critério de busca dos grupos e linhas de pesquisa com o termo: engenharia biomédica. 3. Resultados Dados do Censo de 2010 apontam que no Brasil há declarados 184 grupos de pesquisa na área de Engenharia Biomédica, localizados principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país, conforme gráfico abaixo. Desse total, 26 grupos produzem esforços tecnológicos com empresas e órgãos de saúde públicos e privados. A interação mais comum entre universidade-empresa é a pesquisa científica com considerações de uso imediato dos resultados. Gráfico 1 Grupos de Pesquisa por Estado 4. Conclusões Com esta interação são concebidos resultados econômicos positivos, através da inovação, seja pela criação e desenvolvimento de novos produtos, equipamentos, melhorias em processos já existentes e a difusão do conhecimento técnico. A relação entre universidades e empresas apresenta benefícios mútuos. Por um lado, as parcerias valorizam a capacidade de produzir conhecimento da universidade e, por outro, oferecem mais competitividade às empresas visto que reduzem o custo de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e, por conseguinte, reduzem também o risco. 5. Referências [1] KLEVORICK, A.; NELSON, R.; WINTER, S (1995). On the sources and significance of inter-industry differences in technological opportunities. Research Policy, 24: 185-205. [2] COHEN, W.; NELSON, R.; WALSH, J. (2002) Links and Impacts: the influence of public R&D. Management Science, v. 48, n. 1, pp. 1-23. [3] MOWERY, D.; NELSON, R.; SAMPAT, B. (2004) Ivory Tower and Industrial Innovation. Stanford University. [4] ABIMO (2014). Dados de mercado. Rel. Brazil. 1 Aluno de IC do Centro Universitário da FEI 2 Orientador de IC do Centro Universitário da FEI

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Page 1: PESQUISAS CIENTÍFICAS NA ENGENHARIA BIOMÉDICA NO … · PESQUISAS CIENTÍFICAS NA ENGENHARIA BIOMÉDICA NO BRASIL Nathalia Freitas1,Gabriela Scur2 Centro Universitário da FEI Nathalia.conradim@gmail.com;

PESQUISAS CIENTÍFICAS NA ENGENHARIA

BIOMÉDICA NO BRASIL

Nathalia Freitas1,Gabriela Scur2

Centro Universitário da FEI

[email protected]; [email protected]

Resumo: Este projeto tem por objetivo fazer um

mapeamento das principais pesquisas, pesquisadores,

escolas, publicações e interações com o setor produtivo na área de engenharia biomédica no Brasil. Espera-se

que ao final seja possível fazer um panorama de onde se

encontram as ofertas tecnológicas dessa área de modo a

que possa aproximá-las à demanda, ou seja, ao setor

produtivo. Foram declarados 184 grupos de pesquisa em

engenharia biomédica e deles, 26 grupos afirmam

manter interações com o setor produtivo.

1. Introdução O setor industrial vem passando por consideráveis

transformações nas últimas décadas, em função das

mudanças ocorridas nos níveis econômico, político e

social, desde os anos 80, que forçaram as empresas a se

organizarem de maneira diferente, buscando alternativas

que garantissem a competitividade dentro de um novo

cenário, estimulado pela globalização e evolução

tecnológica. Uma destas alternativas é a interação com

universidades. A literatura que trata de sistemas nacionais de inovação, a interação entre a produção

científica e a tecnológica desempenha um papel crucial.

Nos sistemas de inovação dos países desenvolvidos é

possível caracterizar a existência de circuitos de

retroalimentação positiva entre essas duas dimensões.

Por um lado, as universidades e institutos de pesquisa

produzem conhecimento que é absorvido por empresas

e pelo setor produtivo, conforme comprovam e

demonstram estudos [1] e [2].

De fato, a interação universidade-empresa apresenta-se

como estratégia compatível à nova necessidade do

mercado, uma vez que permite rápida reação das empresas às constantes variações na demanda por parte

dos clientes [3].

O mercado de equipamentos para saúde no Brasil

faturou US$ 5.690 bilhões em 2013 [4] e está em

expansão devido à demanda reprimida que ainda existe.

O grande desafio das empresas nacionais do setor é

aumentar a inovação para competir com as empresas

multinacionais, que estão pressionando cada vez mais o

mercado.

2. Metodologia A pesquisa será desenvolvida em 2 etapas: a de

levantamentos e entrevistas. A primeira ainda está em

andamento e consiste no acesso de sites e principais

publicações da área. Para fazer o levantamento do censo

dos grupos de pesquisa, utilizou-se o site do Diretório

de Grupos de Pesquisa do CNPq. Foi utilizado o critério

de busca dos grupos e linhas de pesquisa com o termo:

engenharia biomédica.

3. Resultados

Dados do Censo de 2010 apontam que no Brasil há

declarados 184 grupos de pesquisa na área de

Engenharia Biomédica, localizados principalmente nas

regiões Sul e Sudeste do país, conforme gráfico abaixo.

Desse total, 26 grupos produzem esforços tecnológicos

com empresas e órgãos de saúde públicos e privados. A

interação mais comum entre universidade-empresa é a

pesquisa científica com considerações de uso imediato dos resultados.

Gráfico 1 – Grupos de Pesquisa por Estado

4. Conclusões Com esta interação são concebidos resultados econômicos positivos, através da inovação, seja pela

criação e desenvolvimento de novos produtos,

equipamentos, melhorias em processos já existentes e a

difusão do conhecimento técnico.

A relação entre universidades e empresas apresenta

benefícios mútuos. Por um lado, as parcerias valorizam

a capacidade de produzir conhecimento da universidade

e, por outro, oferecem mais competitividade às

empresas visto que reduzem o custo de Pesquisa e

Desenvolvimento (P&D) e, por conseguinte, reduzem

também o risco.

5. Referências [1] KLEVORICK, A.; NELSON, R.; WINTER, S

(1995). On the sources and significance of inter-industry

differences in technological opportunities. Research

Policy, 24: 185-205.

[2] COHEN, W.; NELSON, R.; WALSH, J. (2002)

Links and Impacts: the influence of public R&D. Management Science, v. 48, n. 1, pp. 1-23.

[3] MOWERY, D.; NELSON, R.; SAMPAT, B. (2004)

Ivory Tower and Industrial Innovation. Stanford

University.

[4] ABIMO (2014). Dados de mercado. Rel. Brazil. 1 Aluno de IC do Centro Universitário da FEI

2 Orientador de IC do Centro Universitário da FEI