pesquisa qualitativa com texto, imagem e som - cap 4

Upload: profesonlineedu

Post on 08-Jul-2015

589 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    1/24

    Palaoras-chaue: [ala conclusiva; principal; teoriapria Eigentheory; questoes exmanentes e imanentes;rativa e representacao; texto indexado C nao indcxado:narrativa; inforrnante; fase de questionamcnto; topico inicial; es-quema autogerador; ." " c coletivas.

    E N A R R A T I V ASandra Jovche/ovitch & Martin W .

    o estudo narrativas conquistou uma nova importancia nostimos anos. Este renovado interesse em um topico antigo -com narrativas e narratividade tem suas origem; tvsPoeticateles - esta relacionado com a crescente consciencia do papel quecontar historias desernpenha na conformacao de fenomerios . "_"_LUL . ,No despertar desta nova consciencia, as narrativas se tornararnrnetodo de pesquisa muito difundido nas ciencias socials. A discus-sao sobre narrativas vai, contudo, muito alern de seu ernprego comometodo de investigacao. A narrativa como uma forma .narrativas como historia, e narrativas como historias de vida erias societais, foram abordadas pOl' teoricos culturais e literarios, lin-guistas, filosofos da historia, psicologos e antrop61ogos.

    Este capitulo trata do emprego de narrativas na investigacao so-cial, discutindo alguns elementos da teoria da narrativa e apresentan-do a entrcvista narrativa como uma tecnica espedfica de coleta de da-dos, em particular no forma to sistematizado pOl' Schutze (1977; 1983;1992). Na sequencia, apresentamos as questoes teoricas relacionadasas narrativas, e apresentamos a entrevista narrativa como urn metodode gera

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    2/24

    4. ENTREV ISTA NARRATIVA

    corn uma discussao sobre 0 espinhosodo que, fato, as nos contam.

    II n arra tio a esid p resen ie no m ito, lenda, pibula, canto, nou ela,ejmjHiia, historic, tragMia, drama. c omedia , m im ic a, pintura ( j ) ( : r I -sem os na Santa (Trsu la de Carpacc io }, u it ra is de [anelas , cinema,h isio ria s em q ua drin ho , n oticia s, ccn oersa aio . A le m d isso , so b esiaq ua se in fin ita d io ersid ad e d efo rm as, a n arra tio a estrt p re sen ie emcada ulade, em cada luga, ern aula sociedade; ela comeca corn apropria historic da humomidade e numca existiu, em nenhum L u-gar e em tempo nenhum , um jJO(}O sem narraiiua. Nao se im por-lando com boa ott ma literatura, a narratioa e internacional,tra ns-h ist/m ca , tra nscu ltu ra l: ela estd sim plesm en ie a li, como ap r6 pria o id a (1993: 251

    verdade, as narrativas sao' e asem todo lugar. Parece em as formasuma nccessidade de con tar; con tar historias e urnade comunicacao humana e, independentemcnte do

    cla linguagcm estratificada, e uma capacidade uruver-da narrativa, as pessoas lembram 0 que aconteceu, colo-

    experiencia em uma sequencia, encontram possrveis explica-isso, e jogam com a cadeia de acontecimentos que cons-

    a vida individual e social. Contar historias implica estados in-que aliviam, ou ao menos tornam familiares, aconteci-

    e sentirnentos que confrontarn a vida cotidiana normal.grupos sociais esubculturas contam historias com

    e sentidos que sao especfficos a sua experiencia e ao seude vida, 0 lexico do grupo social constitui sua perspectiva de

    .,,~."--"' e assurne-se que as narrativas preservam perspectivas parti-('1.1",00 de urna forma mais autentica. Contar historias e uma habili-

    independente da educa,-,~,.,u., como em terrnos indexados. Indexados significa que a referen-a 'acontecirnentos concretos em. um Iugar e em um tempo.

    -91-

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    3/24

    ~--92-

    PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM

    Narracoes sao ricas de colocacoes indexicadas, a) porque elas serem a experiencia pessoal, e b) porque elas tendern a sercom urn enfoque nos acontecimentos e acoes. estrutura de umaracao e semelhante a estrutura da orientacao a ac.;ao:um rn.nrpvto e dado; os acontecimentos S2lO sequenciais e terrninarn em umterminado ponto; a narracao inclui um tipo de avaliacao doSituacao, colocacao do objetivo, planejamento e avaliac,;aodos

    sao constituintes das acoes human as quel1arrae,;aoreconstroi acoes c contexte maneira mais UU~ALH.'-'mostra 0 lugar, 0 tempo, a motivaciio e as orienta

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    4/24

    4 " E NTREVIS T A NARRA TIV A

    ou fins precisos. Mas a fim de dar sentido aos aconte-da vida, e compreender 0 esta acontecendo, e imp or-

    os infcios e os fins. Em segundo lugar, 0para a selecao dos acontecimentos que devcm ser

    narrativa, para a mane ira como esses acontecimcntos saoem uma sequencia que vai se desdobrando a conclu-

    e para 0esclarecimento dos scntidos implfcitos quepossuem como contribuicoes a narrativa como

    Decidir 0 que deve e 0 que nao deve SCI' dito, e 0 queantes, sao operacoes relacionadas ao scntido que 0

    Neste sentido, as narrativas se prolongam alem dase dos acontecimentos que as constituern; estruturalmente,

    partilham das caracteristicas da sentcnca sem nuncaSCI' reduzidas a simples soma de suas scntencas on aconte-que as constituem. Nesta mesma perspectiva, 0 sentido

    esta no narrativa; de . toda a historia. Destecompreender uma narrativa nao e apenas seguir a

    dos acontecimcntos sao aprescntados pelo conta-historias: e tarnbern rcconhecer sua dimcnsao nao cronologi-

    pelas funcocs c sentidos do enredo.

    A entrevista narrativa (daqui em diante, EN) tem em vista uma':!i!

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    5/24

    PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM

    Esta versao espccffica entrevista nao se tornousivel ern ingles, ernbora escritos sobre narrativas sejamem diferentes versoes. Muitos escritos sobreum enfoque analitico, enfatizando as caracteristicas estruturaissignificado filosofico das (Riesman, 1993; Barthes, 1Bruner, 1990; Mitchell, 1980; Johnson Mandler, 1980; Kintschvan Dijk, 1978; Propp, 1928). da sugestaoproposta sistematica com finso rnanuscrito de Schutze de 1977 pennanece sern ser pubIicado;se difundiu largamente como urna literatura nao oficial e sefoco urn verdadeiro metodo pesquisa em comunidade namanha durante a decada de 80. A ideia original se desenvolveupartir de urn projeto de sobre estruturas de poder nas cmunidades locais.

    Narratioa como urn esquema autogerador: "em umacon tar historias

    processo producao"exigencias ineren tesque outros chamam de historia", "convencao narrati-va" ou "grarnatica historia" (Johnson Mandler, 1980; Kintsch& van Dijk, 1978; Labov, !972). Um esquema cstrutura urn processoserni-autonomo, ativado pOl' uma situacao predcterrninada. A nar-racao e entao eliciada na base de provocacoes especfficas e, uma vezque 0 inforrnante tenha cornecado, 0 con tar historias ira sus ten tar 0fluxo da narracao, fundamentando-se em regras tacitas subjacentes.

    o con tar historias segue urn esquema autogerador com tresprincipals caracteristicas, como a seguir:Textura detalhada: se refere a necessidade de dar inforrnacao deta-Ihada a fim de dar conta, razoavelmente, da transicao entre urnacontecirnento e outro, 0 narrador tende a fornecer Lantos detalhesdos acontccimentos quantos forern necessaries para tornar a transi-< ' ; 2 1 0 entre des plausivel. Isto Cfeito levando 0 ouvinte em considera-< . ; a o . A historia tern de ser plausfvel para um publico, de outra mane i-ra nao seria historia. Quanto menos 0ouvinte conhece, rnais deta-lhes serao dados, 0 contar historias esta proximo dos acontecirnen-Los.Ele dara conta do tempo, lugar, motivos, pontos de orientacao,planos, cstrategias e habilidades.

    -94-

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    6/24

    4. ENTREV ISTA NARRAT IVA

    da releodncui: 0contador de historia narra aqueles aspectosque sao relevantes, de acordo corn sua perspectiva

    .11I111ClO Aexplicacao dos acontecimentos e necessariamente sele-se desdobra ao redor de centros tematicos que refletem 0

    considera importante. Estes ternas representam suade relevancia.

    da Gestalt: um acontecimento central rnencionado natem de ser contado em sua totalidade, com um corneco,o fim pode ser 0presente, se os acontecimentos concre-nao terrninararn. Esta estrutura triplice de uma conclusao

    fluir, urna vez comecada: corneco tende para 0meio,tende para 0 tim.

    do esquema peIgunta-respostaentrevista narrativa e classificada como urn metodo de pes-qualitativa (Lamnek, 1989; & Wisnieswski, i995;1993; Flick, 1998). Ela e considerada uma forma entrevis-cstruturada, de profundidade, com caracteristicasa ideia da entrcvista narrativa e motivada

    critica do esquema pergunta-resposta da maioria das en-No modo pergunta-resposta, 0entrevistador csta irnpon-

    em um sentido triplice: a) selccionando 0 lema e osb) ordenando as perguntas; c) verbalizando as perguntas

    sua propria ling-uagem.se conseguir uma versao mcnos irnposta e por isso mais "va-

    da perspectiva do informante, a influencia do entrcvistadorminima e um ambiente deve ser preparado para se conse-

    ta minimizacao da influencia do entrevistador. As regras deda EN restringem 0 entrevistador, AEN vai rnais alern queoutro metodo ao evitar uma pre-estruturacao da entrevis-

    ernprcendimento rnais nota-velpara superar 0tipo de entre-em pergunta-resposta. Ela emprega um tipo espccifico

    AL

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    7/24

    PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM

    dos acontecimentos,narrac,;ao nao possui estrutura.truturada; como apontamos aeima, a narracao segue urntogcrador. Todo aquele que conta uma boa historia, satisfaz a sbasicas do con tar historias. Aqui surge 0paradoxo narracao:cxigenClas das regras tacitus Iibertam 0contar historias,

    A tecnica e sensrvel a do is elementos basicosapontados por Fan (1982): ela contrasta difererites perspectivas,leva a serib a ideia de que a linguagem, assim como 0meio denm) e neutro, mas constitui luna cosmovisao particular.da diferenca de perspectivas, que pode estar tanto entre 0tador e 0inforrnante, entre diferentes informantes, ea tecnica, 0entrevistador e alertado eviteimpor qualquer forma linguagcm nao empregada pelo .te durante a entrevista.

    A iecnica de eliciar informacoesComo de entrevista, a consiste em urna

    gras sobre: como ativar 0esquema da historia; como provocar narra-

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    8/24

    4. ENTREV ISTA NARRAT IVA

    Poses principais da enirevista narrative

    Explorocoo do campoFormulocoo de questoes exmanentesFormulocoo do topico inicial para ncrroccoEmprego de ouxilios visuoisNco interromperSomente encorojornento nco verbal para continuer ancrrocrioEsperar para os sinais de finolizccoo ("coda")Somente "Que aconteceu entoo?"Noo dar opinioes ou fazer perguntas sobre otitudesNco discutir sobre contrcdicoesNco fczer perguntas do tipo "por que?"Ir de perguntas exmanentes para imanentesPorcr de gravarSao permitidas perguntas do tipo "por que?"Fazer a imediatamente' do entrevisto

    uma EN tom a tempo. f: necessario uma compreensaodo acontecimcnto principal, tanto para deixar ,,'.,,-'.u,-,,oque a EN deve preencher, quanto para se conseguir urnaconvincente do topico inicial central, designado a pro-

    narracao auto-sustentavel, Primeirarnente, 0pesquisadorerial' familiaridade eom 0campo de estudo. Isto pode im-tel' de se fazer investigacoes prelirninares, ler documentos

    nota clos boatos e relatos inforrnais de algum acontccimentoCom base nestes inqueritos iniciais, e em seus proprioso pcsquisador monta uma lista de perguntas exrnanen-

    exmanentes refJetem os interesses do pesquisador,e linguagem, Distinguimos das qucstoes exmanen-

    questoes irnanentes: os temas, topicos e relatos de aconteci-que surgem durante a narracao trazidos pelo inforrnante.exrnanentes e imanentes podem se sobrepor totalrnente,

    ou nao terern nada a vel' urnas com as outras. 0 pontoda tare fa e tmduzir questoes exmanentes em questoes imanenies,

    /h...."".,,~ questoes exrnanentes na narracao, e fazendo uso exclusi-da propria linguagem do entrevistado. No decurso da en-a atencao clo entrevistador deve estar focada em questoes

    no trabalho de tornar anotacoes cia linguagem emprcga-

    -- 97-

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    9/24

    -98-

    PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM

    da, e em preparar perguntas para seremtempo adequado.Fase 1: iniciacao

    o contexte da investigacao e explicado em term os amplosforrnante. Deve-se pedir a ele a permissaotaoGravar e importante para se poder uma analiseposteriorrnente. 0procedimento da EN e entao breverrientes:ado ao informante: a narracao sem interrupcoes, a fase qnamento e assim pOl'diante. Na fase de preparacao da EN, urnco para narracao ja foi identificado. Deve-se tel' em mente quepico inicial representa os interesses do entrevistador. .introducao do t6pico inicial, podem ser empregados recursos visuUma linha do tempo, representando esquernaticamente 0 comeo fim do acontecimento em questao, e um exemplo possfvel.rador, neste caso, ira enfrentar 0 problema segrnentar 0entre 0comeco e 0fim da historia,

    A introducao do topico central da deslanchar 0so narracao. experiencia mostra que, a fim de umaria que possa ir adiantc, varias regras podem ser empregadasorientacoes para forrnular 0 t6pico inicial:

    .. 0 t6pico inicial necessita fazer parte da experiencia domante. Isso ira garantir seu interesse, e uma narracao ricadetalhes.

    " 0 t6pico inicial deve ser de signifid.ncia pessoal e social,cornunitaria."0nteresse e 0 investimento do inform ante no t6pico naovem ser mencionados. Isso e para evitar que se tomemc,;6csou se assumam papeis ja desde 0inicio.

    " 0 topico deve ser suficientemente arnplo para perrnitir aoformante desenvolver uma historia longa que, a partir detuacoes iniciais, passando por acontecimentos passados,situacao atual.

    e Evitar formulacoes indexadas. Nao referir datas, nornes OUgares. Esses devem ser trazidos somente pelo inforrnante,parte de sua estrutura rclevante.

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    10/24

    4. E NT RE VIS TA N A RR AT IV A

    centrala narracao comeca, nao SCI' que

    indicacao ("coda"), significando que 0cntrevistado sesinais de que a historia terrninou. Durante a 0

    se abstem de qualquer comentario, a SCI' sinais nao"""_HI.a atenta e encorajamento explicito para continual' a

    entrevistador pode, contudo, tomar notas ocasionaisposteriores, se isto interferir com a narracao.a escuta ativa, ao apoio nao verbal ou paralinguisti-interesse ("hmm", "sim", "sei"). Enquanto

    mentalrncnte, ou escreva no papel, as perguntasentrevista.

    da historia, investi-algo rnais: "E tudo 0 que voce gostaria de me contar?"

    alguma coisa que voce gostaria

    a narracao chega a um , 0entrevistadorde questionarnento. Este e 0momento ern a escura

    cntrevistador produz seus frutos, As questoes exmanentes. sao traduzidas em questoes irnanentes, com 0em-linguagem do informante, para cornpletar as lacunas dafase de questionamento n30 deve comecar ate que 0en-corn prove com clarcza 0fim da narrativa central. Na fase

    tres regras basicas se aplicam:faca perguntas do tipo "por que?"; faca apenas perguntasse refirarn aos acontecimentos, como: "0 que aconteceu. Nao pergunte diretarnente sobre opi-

    U~'LlU""" ou causas, pois isto convida ajustificacoes e ra-Toda narrativa ira incluir determinadas justifi-

    -..u.t.,u'L.J e racionalizacoes; contudo, e importante nao investi-mas vcr como elas aparecem espontaneamente.

    apenas questoes imanentes, emprcgando somentepalavras do inforrnante. As pcrguntas se referem tanto aos

    mencionados na historia, quanto a t6picos dode pesquisa. Traduza questoes exmancntes cmqucs-

    ~99-

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    11/24

    4: fala conclusiva

    PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM

    .. Para evitar um dima de investigacao detalhada, nao apontetradicoes na narrativa, Esta e tambem uma precaucao contravestigar a racionalizacao, alem da que ocorre

    A fase de questionamento tern como finalidadenovo e adicional alem do esquema autogerador da historia,vistador pergunta pOl' maior "textura e "fechamentoGestalt", manterido-se dentro das regras.

    As fases 1, 2 e 3 sao gravadas para transcricao literal, com 0sentimento dos inforrnantes.

    No final da entrevista, quando 0gravador estiver desligado,tas vczes acontecem discussoes interessantes na forma denos inforrnais. Falar em uma situacao descontraida,"show", muitas vezes traz muita luz sobre as .mais dadas durante a narracao. Esta setra, em muitos casos, muito para a interpretacaodos, e pode ser crucial para a interpretacao contextualvas do informante.

    Durante esta fasc, 0 entrevistador pock empregar questoestipo "pOI' qua" Isto pode SCI'uma porta de entrada para a anposterior, quando as teor ias e explicacoes que os contadores detorias tern sobre si mesrnos ("eigentheories") se tornam 0 focoanalise. Alcm do mais, na ultima fase, 0entrevistador podeestar em uma posicao de avaliar 0nivel de (desjconfiancano inforrnante, 0 que se constitui em uma inforrnacaopara a interpretacao da narracao no seu contexte.

    A fim de nao perder esta importante inforrnacao, etel' um diario de campo, ou um forrnulario especial para sintetizarconteudos dos cornentarios informais em um protocolo deria, imediatamentc dcpois da entrevista. Se alguem organizaserie de EN, e util planejar 0 tempo entre as entrevistas paravel' os cornentarios informais e outras impressoes,

    Vantagens e fraquezas cia entrevista narrativaOs pesquisadores que fazem usa da entrevista narrativa

    ram dois problemas principals da tecnica: a) as expcctativas .-100-

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    12/24

    4 . E t'lT RE VIS TA N AR RA TIV A

    inforrnantes, que levantam duvidas sobre 0forte argu-nao-diretividade da EN, e b) 0papel muitas vezes irrealis-exigidas para tais procedimentos.

    proem-a obter de cada entrevista uma narracaodos acontecirnentos que expresse uma perspectivapOl' conseguinte, se coloca como alguern que nao sabemuito pouco, sobre a historia que esta sendo contada, e que. nela interesses particulares. Cada participante, contudo,hipoteses sobre 0que 0entrevistador quer ouvir, e 0que. sabe. Os inforrnantes geralmente sup oern

    sabe algo sobre a historia, e que eles nao irao falar so:-ele .V 1 sabe, pois des assumern isto como pacifico. Emontar urn "pretense jogo" ingenuidade, es-com respeito a urna serie de entrevistas sobre as 0sabe ele nao e 0primeiro a ser entrcvistado.

    foi visto acima, inforrnante construira hipoteses 50-que 0 entrevistador gostaria ouvir. 0 entrevistador deve,ser sensivel ao fato de que a historia que ele obtera e , ate certouma cornunicacao cstrategica, isto e , uma narrativa com 0tanto de agradar ao entrevistador, quanto de afirmar de-ponto, dentro de um contexto politico complexo queestar sendo discutido. Podera ser dificil, se nao impossivel,narrativa de um politico que nao seja uma comunicacao es-o informante podera ten tar defender-se de urn conflito,colocar-se dcntro do conflito, mas sob uma luz favoravelda EN deve Ievar em consideracao tais circuns-possfveis, inevitaveis na propria situacao da entrevista. Anar~ern uma EN e uma funcao da situacao como um todo, e deve

    a luz da situacao em estudo, da estratcgia presumi-narrador e das expectativas que 0informantc atribui ao entre-. Independentcmente do que (}entrcvistador diz, 0 infor-pock suspeitar de uma agenda oculta. Alternativarnente, 0 in-pode confiar no entrevistador, nao assumir uma agendae fornecer uma autentica narrativa dos acontecimentos, masao mesmo tempo, transforrnar a entrevista em uma arenapromover seu ponto de vista, com fins mais amp los do que osde pesquisa.-101-

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    13/24

    PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM

    narrativa depended, em grande parte, donhecimento que 0 inforrnante atribui ao entrevistador. Fazel'pel de ignorante pode ser urn requisite irrealfstico parte dotrevistador. Cada entrevista exige que 0 entrevistador secomo ignorante, quando na verdade seu conhecimentocrescendo de uma entrevista a outra. A credibilidadesao possui limites, e 0 conhecimento do entrevistadorpennanecer oculto pOl' muito tempo.

    Sob tais circunstancias, Witzel (1982) se mostra descrente dama'

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    14/24

    ENregras apresentam sugestoes dao conta

    nestes estudos especfficos, e podemI-',,-L'~AA~'~ em outras circunstancias, Este e.um proble-

    SCI' investigado ao se aplicar a EN em difercn-,L

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    15/24

    PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM

    cronol6gicos. Alern disso, diferenca nas perspectivas podebelecer uma configuracao diferente na selecao dos HC~L,'AHC:Utos que devem ser incluidos no conjunto

    e Projetos que combinern historias de vida e contextostoricos, Historias pessoais expressam contextos societaistoricos mais amp los, e as narrativas produzidas pelosos sao tambem constitutivas de fenomenos socio-historicospecfficos, nos quais as biografias se enraizam.guerra sao classicas neste ponto, como sao tambern asvas exilio politico e perseguicao (Schutze, 1992).

    Embora 0contar historias seja uma cornpetencia universal enarrativas possam ser usadas sernpre que haja uma historia acontada, nem toda situacao social leva a producao de uma"confiavel". Urn indicador hom e simples e a duracao, ou ada narrativa central no projeto de pesquisa, Entrevistas muito

    ou a ausencia de narracao, podem mostrar 0fracas so dodo. Bauer (1996) realizou 25 entrevistas narrativasum projeto de desenvolvirnento de urn software controvertido.urn total de 309 rninutos narracao, a duracao media

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    16/24

    4 . E NTREVIS TA NARRA TIV A

    situacoes que podem levar a subproducao den::LOha 0 que contar ou ha pouco, indeperidenternen-experiencia. Primeiro, pessoas que passaram pOl' urnnao estar em uma situacao de verbalizar estas expe-

    mesmo modo como uma narracao pode set' terapeutica,.: ,-~"n,pYn produzir uma renovacao do sofrimento c cia an sic-~I._).uu.v~'" com a experiencia que e narrada, Em segundo lugar,

    que mantem urna verdadeira cultura do silencio,apreciado e mais importante falar. Neste caso,pode ser muito breve, ou mesmo estar ausente.

    podera haver situacoes em que os interesses de um gru-pode rnilitar contra a producao de historias, Neste caso,e privilegiado devido a uma decisao polftica nao

    pode ser urna estrategia generalizada de dcfesa, oul.(.uH--.HL~ relacionada a desconfianca no pesquisador.

    "-'LLe~_~ a superproducao de narracao, as seguinteslevadas em consideracao. Ansiedades neuroticascon tar historias compulsive e mobilizar umapouca fundamentacao em acontecimcntos reais ou na ex-Esta superproducao pode servir a mccanismos de defesa e

    a confrontacao com os temas rcais em jogo. Antropologosque algumas comunidades chamarn os contadores

    para dizer ao pesquisador 0 que a cornunidade pensa que 0quer ou necessita ouvir. lsto implica algumas vezes a in-

    (,/pnri-lnde narrativas fantasticas, que mistificam mais que revelam.estas situacoes devem ser cuidadosamente avaliadas pelo

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    17/24

    -- 106-

    PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM

    T'ranscrir;iioo primeiro passo na analise de narrativas e a conversao dosdQSatraves da transcricao das cntrevistas gravadas. 0nivel delhe das transcricoes depende das finalidades do estudo. 0luna transcricao implica elementos qne estejam alern das moraslavras empregadas varia de acordo com 0que e exigido daCaracteristicas para-linguisticas, tais como 0tom da voz on assas, sao transcritas a fim de que se possa estudar a versao dasrias nao apenas quanto ao seu conteudo mas tambern quanto aforma retorica. transcricao, pOl'rnais cansativa que seja, e utilse ter uma boa apreensao do material, e pOl'mais monotone queprocesso de transcricao possa ser, de propicia um fluxo de .para interpretar 0texto. E fortemente recomendado que ossadores facam des pr6prios ao menos algumas transcricoes,que este e concretamente 0primeiro passo da analise. Se a< . } l O e feita por alguma outra pessoa, especialmente em umcomercial, deve-se tel' cuidado para assegurar acricao. A transcricao comercial para fins de mercado esta muitaszes abaixo da qualidade que e exigida quando 0emprego degens especificas e urn tenia de analise.A proposta de Schiiize

    Schutze (1977; 1983) propoe seis passos para analisar narrativas.o prirneiro e urna transcricao detalhada de alta qualidade do mate-rial verbal. 0 segundo passo implica uma divisao do texto em materialindexado e nao indexado. As proposicoes indcxadas tern uma refe-renda concreta a "quem fez 0 que, quando, onde e pOl' que", en"quanta que proposicoes nao-indexadas van alcrn dos acontecimen-los e expressam valores, juizos e toda forma de uma gcneralizada"sabedoria de vida". Proposicoes nao indexadas podem ser de doistipos: descritivas e argumentativas. Descricocs se referern a como osacontecimentos sao sen lidos e expericnciados, aos valores e opi-nioes ligadas a des, e as coisas usuais c corriqueiras. A argumentacaose refere a legitimacao do que nao e aceito pacificamente na historiae a reflexoes em termos de teorias e conceitos gerais sobrc os aconte-cimentos. 0 terceiro passo faz uso de todos os cornponentes indexa-dos do texto para analisar 0ordenamento dos acontecimentos paracada individuo, cujo procluto Schutze chama de "trajetorias''. Noquarto passo, as dimcns6cs nao-indexadas do texto sao investigadas

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    18/24

    ENTREV ISTA NARRATIVA

    sao aas teorias operativas. Estas

    '--ALL"" comparadas com elementosauto-entcndirnento

    o agrupamento c aIsto leva ao ultimo passo rnuitas vezes

    cornparacao casos, trajetorias individuals saocontexte e semelhancas sfto

    Kc;r,",,1tP a identificacao de trajetorias coletivas.

    gcral projcto.sornente pock ser decidido depois

    final constitui uma intcrpretacao das entrevistas,de relevancia dos inforrnantcs com as do entre-dos horizontcs dos pesquisador es e dos informan-

    tern a ver com a hermeneutica,de reducao descrito acima pode levar a analise qu;:m-

    sentido cia analise de conteudo classica (veja Bauer, cap, i: )Uma vez 0texto codificado, os dados podem tambem

    em tcnnos de frequencias quc mostram quem dissedisse coisas diferentes e quantas vezcs foram ditas, A

    para dados catcgoriais pode entao ser aplicada, Ade agrupamento (cluster) podera forncccr tipos de conteu-

    -107-

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    19/24

    PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM

    Resultados quantitativos sercom citacoes das narracoes originais. As perspectivas

    rativas do acontecimento ou problema em estudo podem sere classificadas qualitativa e quantitativarnente. A analise do

    teudo e um enfoque possivel: outro enfoque pode SCI'mentos forrnais historia.

    Analise estruturalistaUma analise estruturalista de narrativas focaliza os elementos

    mais das narrativas. A analise opera atravesnacoes que inclui duas dimensoes: uma e fonnada pelopossiveis historias, do qual qualquer historia acontecida e uma~ao, e a outra se refere as combinacoes particulares dos elementosnarrativa. Na dimensao paradigmatica, ordenamos todos oselementos que aparecem nas historias: acontecimentos,tas, testemunhas, situacoes, cornecos, fins, crises, conclusoesna dimensao sintagmatica, estes elementos particulates saodos em uma sequencia que pode ser com parada atraves cadarativa e relacionada a variaveis contcxtuais, Todo corpusnarrativas sera mapeado nesta estrutura bidimensional.

    Falando de maneira geral, a analise de narrativas implicaa analise de aspectos cranol6gicos e nao cronologicos daNarrativas sao uma sucessao de eventos ou episodios queatores, acoes, contextos e espac;os tcmporais. A narracao deepisodios apresenta uma ordem cronol6gica e perrnite umatac,:aode como 0 tempo e usado pelos contadores de historia, Ospectos nao cronologicos de uma narrativa correspondem a '-",IJL~Uc,:6ese razoes encontradas pOl' detras dos acontecimentos, lOSimplicitos nas selecoes feitas durante a narrativa, aos valoresligados a narracao e a todas as operacoes do enredo.uma historia e cap tar nao apenas como 0 descnrolar dosmentos e descrito, mas tambem a rede de relacoes e sentidos que cIanarrativa sua estrutura como um tocIo. f: funcao do enredo .os episodios em uma hist6ria coerente e significativa. f: vital, pOl' .identificar 0 enredo na analise de narrativas,

    Abell (1987; 1993) propoe uma representacao grafico-te6ricacomparar narrativas. Ela inclui a a ; ; ~ L O de parafrasear os relatesunidades que com preen dern contextos, acoes, omissoes eNum segundo passo, sao construidos grMicos, ligando atores,

    108-

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    20/24

    4. ENTREV ISTA NARRAT IVA

    representar e compararacoes. Na verdade, 0metodo se constitui em

    para lidar com dados qualitativos, sema estatistica.

    ~41~""'''''''-''representacaode questoes que devern ser feitas sobre a relacaorealidade, todas elas referentes a s conex6es entre

    U"CUL~~ que esta alern dele. Deverfarnos consideraruma "boa" descricao do que esta acontecendo?

    a'.'_'L'~' todo relato de um contador de historia comoao que estamos investigando? E 0 que dizer de nar-

    'F .L".L

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    21/24

    PESQUISA QUAUTATIVA COM TEXTO, IM/\GEM E SOM

    de esteprocesso de pesquisa aplicam-se as proposicoes:

    ao e real tunao contador de historia.'" narrativas copiam a realidaden,'"n,,,,,'rn representacoes/i nterpretacoes

    " As cstao abertas aSCI' simplesmen te julgadas comopressam a verda de de urn pontopecifica no tempo e no" estao no contexteco. voz especifica em umacornpreendida em

    , por urn Iado, e atel, pOl' outro. Aqui, as narrativas erclacao elas possuem para 0, a urn muncIo alern debs. Neste para 0social ~ um ouvinte c um observador - a historia possuilados. Ela tanto 0 . (ou uma .se ao alem do individuo. comomuita sensibilidade para perceber as imaginacoes econfiguram toda narrativa humana, precisamos tarnbem< ; ; a o a matcrialidade um mundo de historias. Comoobservou em relacao a tarefa da interpretacao, existe algo a ser in-terpretado, a interprctacao devc [alar de algo que deve ser encontra-do em algum Jugal' e, de algum modo, respeitado". Acreditamos que() mesmo e verdade em uma narrativa nao-ficcional.

    A pergunta quase obvia que surge desta situacao rcferc-se a quemestabelece 0que e verdade, e como nos sabernos se a historia e fiel oudistorce os acontecimentos. A resposta esta totalmente a cargo dopesquisador, que tenta tanto apresentar a narrativa com maxima fi-delidade (no primeiro memento), como organizar inforrnacao adicio-nal de fontes cliferentes, para cotejar com material secundario e re-

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    22/24

    E N TR EV IS TA N A RR A TIV A

    all docurnentacao sobre 0 acontecimento a serentrar em campo, necessitarnos estar equipados

    para que possamos compreender eque coletamos .

    .gravando e apresentar 0 t6pico inicial.nao fazer perguntas, apenas encorajamento

    apenas questoes irnanentes.gravar e continual' a conversacao infor-

    memorias da fala conclusiva.

    987). The Syntax of Social Life: the Theory and Method of Com-Oxford: Oxford University Press.

    Some Aspects of Narrative Method,Journal of Mathematical18: 93-134.R (1993). The Semiotic Challenge. Oxford: Basil Blackwell,(1991). Resistance to Change: a Monitor of New Techno-Practice, 4(3): 181-96.

    The Narrative Interview: Comments on a Technique of Qua-Collection. Papers in Social Research Method - QualitativeLondon School of Economics, Methodology Institute.(cd.). Resistance to New Technology: Nuclear Poioer, Information

    Biotechnology. 2nd edn. Cambridge: Cambridge University

    D. (1995). Fidelity as a Criterion for Practising'

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    23/24

    PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, lMAGEM E SOM

    H. (1985). Sozialforscher als Narrationsanirnateur.che Anmerkungen zu einer erzaehltheoretischen Fundierungterpretativen Sozialforschung, Koln er Z eu sc hr ij t fU T Soziologie undalp:,ychologie, 37: 310- 2 6 .

    CASTORIADIS, C. (1975). L'instituiion Imaginaire de La Societ e.Editions du Seuil.

    ECO, U. (1992). Interpretation and Ouerinterpretauon. Cambridge:bridge University Press.

    FARR, R.M. (1982). Interviewing: the Social Psychology ofter-view. In : F. FRANS ELLA (ed.). P! '~ 'Vdwlogy fo r Occupa tiona lpists. London: Macmillan, ] 51-70.

    U. (1998). An Introduction to Qualitative Research. London:HATCH, &Wisnewski, R. (1995) (eds.). Lifo Histor and

    London: Falrner.HERMANNS, (1991). Narrative Interviews. In: U.

    KARDOFF et al. (eds). Handbuch. Qzw.litatiLJeSocialforschung.Psychologie Verlags Union, p. 182-5.

    JOHNSON, N. & MANDLER, J.M. (1980). A ofUnderlying and Surface Forms of Stories, Poetics, 9: 51-86.JOVCHELOVITCH, S. (1999). Representacoes sociais e e~jJafo

    construoio simbolica do s e spaco s p ub lico s n o Brasil. Petropolis: Vozes.KINTSCH, W. &van DIJK, T.A. (1978). Toward a Model of Text

    prehension and Production, Psychological Review, 85: 363-94.LABOV, W. (1972). The Transformation of Experience in

    syntax. In: W. LABOV (ed.). Language in the Inner City: Studies inBlack and English Vernacular, Philadelphia, PA: University ofnia Press, p. 354-396.

    LAMNEK, S. (1989). Qualitative Sozialforschung, vol. 2. Munich:logic Verlags Union.MAYRING, Ph. (1983). Qualitative Inhaltsanalsse: Grurullagen urulrulten: Basel: Beltz.

    ~-112-

    MITCHELL, W.J.T. (1980). On Narrative. Chicago,versity Press.

    MITSCHERLICH, A. & MITSCHERLICH, M. (J 977). Diezu Trauern. Munich/Zurich: Pieper.

    PROPP, V. (1928). MmjJ/Zolog:v of Folktales. Austin, TX: AustinPress.

  • 5/9/2018 Pesquisa Qualitativa Com Texto, Imagem e Som - Cap 4

    24/24

    4. ENTREV ISTA NARRAT IVA

    Narrative Function. In: W.lT.Chicago, IL: Chicago University Press,

    ".,--,.A~' (1993). Narrative Analysis. Newbury Park, CA: Sage.(1991). German War Memories: Narratabilitv

    ll:{k.'''FH~'.U and Social Functions of Remembering, Oral History,(1977). Die Technik des Narrativen Interviews Inte-

    - Dargestellt an Einern Projekt zur ErforschungMachtstrukturen, Unpublished manuscript, Uni-Department of Sociology.Repraesentation kollektiver Schicksalsbetroffe-

    Lr\EMMERT (ed.). Erzaehljorschung, Stuttgart: J .B.568-90.Pressure and Guilt: War Experiences of a Young German

    their Biographical Implications, parts] and 2, Internaiio-187-208 and 347-67.(1982). Verfahren del' Qualitativcn Sozialforschung.

    -113-