pesquisa pratica e pedagogica ii

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PESQUISA EPRÁTICA

PEDAGÓGICA II

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

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A EDUCAÇÃO E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA: A ESCOLA

COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO DE SERES HUMANOS

GESTÃO ESCOLAR:DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO AO COTIDIANO DA SALA DE AULA

A finalidade da Escola: formar seres humanos

Gestão Escolar: em busca de uma gestão democrática

Estrutura e Organização da Unidade Escolar: a participação dos atoresenvolvidos na escola.

A Formação Continuada de Professores: a função da escola como espaçode formação de seres humanos.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO:A GESTÃO DA ESCOLA E DA SALA DE AULA

O Projeto Político Pedagógico: metodologia de trabalho para a elaboraçãodeste documento.

Projeto de Ensino-Aprendizagem: concepção de Educação, Currículo eConhecimento.

O FUNDEB, o FUNDESCOLA e o PDE: informações e recursos necessáriospara garantir a autonomia da Escola.

A Gestão da Escola e a Gestão da Sala de Aula: por onde começar?

Atividade Orientada

Glossário

Referências

SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

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Apresentação da Disciplina

Caro(a) aluno(a),“Daquilo que eu seiNem tudo me deu clarezaNem tudo me foi possívelNem tudo foi concebível”...

Seja bem vindo(a) à disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica II! Trata-se demais um momento de reflexão e tematização da prática pedagógica, desta vezvoltada para a temática “O Papel da Educação no Exercício da Cidadania”. Comoexercer este papel, professor de Biologia? Como compartilhar com outrosprofessores e com o Gestor Escolar sobre as questões pedagógicas voltadas paraa construção da escola que queremos (e podemos ter), para o Projeto PolíticoPedagógico, para a cidadania?

Devido às situações históricas distorcidas, o ato de Planejar carregou oestigma de “impossível”, “burocrático”, “enfadonho”, “cópia” de documentos e/ou deroteiros disponibilizados nos livros didáticos. Será que estes atos são legítimosquando queremos pensar sobre a formação dos seres humanos que procuram aescola para concretizar saberes presentes no dia-a-dia e que “ganham” na escolaoutros olhares críticos, reflexivos?

Temos um convite para lhe fazer: enfrentar o desafio de definir o ProjetoPolítico Pedagógico, fruto de uma gestão democrática, como necessário e possível.Para tanto, além de “não fechar os olhos” para as questões técnicas, legais, políticas,sociais e pedagógicas, é necessário “não tapar os ouvidos” para escutar o que osgestores e/ou Coordenadores Pedagógicos da Escola em que você fará Pesquisade Campo têm a dizer sobre a sua ação no contexto educacional, superando arejeição causada pelo ato de planejar, compreendendo-o como prática humana, comoencontro de pessoas ímpares, “usando todos os sentidos” para viabilizar a tarefaurgente de transformar a escola através da reflexão da prática pedagógica,compreendendo-a como ato significativo, crítico, em busca da autonomia,influenciando a organização da gestão escolar.

O convite se estende chamando sua atenção para que não lave as mãosdiante deste ato mediador próprio para viabilizar a construção da cidadania: aeducação. Você, nós, educadores(as), precisamos nos sentir “cada vez mais limpos,cada vez mais limpos!”

Sem a sua participação, não é possível fazer uma reflexão política, teórica epedagogicamente consistente, que confronte duas questões essenciais, mediadorasdo nosso processo metodológico, utilizado para a concepção deste Material Impresso:a questão da responsabilidade dos atores envolvidos no processo democrático dagestão escolar (professores, alunos, comunidade, gestor) e a questão daspossibilidades e limites desses mesmos atores. É pela análise crítica entre asresponsabilidades e possibilidades que construímos e aprofundamos questões queserão aqui compartilhadas com vocês.

Muito prazer!Profa. Ms. Maria das Graças Cardoso Moura

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A EDUCAÇÃO E O EXERCÍCIO DACIDADANIA: A ESCOLA COMO ESPAÇO

DE FORMAÇÃO DE SERES HUMANOS

GESTÃO ESCOLAR: DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO AO COTIDIANO DA SALA DE AULA

A Finalidade da Escola: Formar Seres Humanos

Nossa obrigação é dar conta de um direito cujos contornosnão é cada escola que decide. Um direito é inerente à condiçãohumana de cada educando. Diante de direitos sociais, só nos cabecomo famílias, comunidades ou profissionais entender suasexigências e garanti-los. Nunca teremos o direito de reduzi-los emenos de negá-los, ou de interpretá-los autonomamente.

(ARROYO, s/d).

Escola. Que espaço é este? Certamente é um espaço formal de construção desaberes. A palavra tem sua origem mais próxima no latim clássico schola, que, por sua vezoriginou-se do grego scholé, e significava ‘lazer’. Para os gregos que viveram um séculoantes de Cristo, a busca de conhecimento era sinônimo de ócio, papel hoje redefinido pelosjovens como espaço de tormento. Como fazer com que o ato de estudar torne-se umasituação favorável para a aprendizagem? Este é o nosso primeiro ponto de reflexão.

Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????Na Grécia Antiga, as pes-

soas que dispunham de condiçõessócio-econômicas e tempo livre,nela se reuniam para pensar erefletir. Esta ação era vista como“ócio”. Os primeiros jesuítas chega-ram ao território brasileiro em marçode 1549 juntamente com o primeirogovernador·geral, Tomé de Souza.Comandados pelo Padre Manoel

de Nóbrega, quinze dias após achegada edificaram a primeiraescola elementar brasileira, emSalvador, tendo como mestre o IrmãoVicente Rodrigues, contando apenas21 anos. Irmão Vicente tornou·se oprimeiro professor nos moldeseuropeus e durante mais de 50 anosdedicou·se ao ensino e a propa-gação da fé religiosa.

Fonte de Pesquisa: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb02.htm#texto

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Percebam que estas ações apontam parao rompimento com o entendimento de sujeitohomogêneo (todos são iguais), de consciênciaunitária (todos pensam do mesmo jeito) para aconstrução de um sujeito consciente, crítico, livre eautônomo de fato! Este é o(a) aluno(a) quedesejamos e poder ter.

A escola, neste contexto, precisa atentar para a proposta formulada pela Organizaçãodas Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que traz comoprincípios fundamentais os quatro pilares da educação: “aprender a conhecer, a fazer, aconviver e aprender a ser” (1999). Com esta nova concepção, a escola passou a serreconhecida como local de processos formativos que priorizam a coletividade e,conseqüentemente, como um local de afirmação de identidades culturais.

A retomada diária, junto aos educadores, do teor dos documentos publicados pelaUNESCO auxiliam todos os envolvidos com o processo educativo a compreenderem comodeve ser a educação que preparará os cidadãos para o desafio do terceiro milênio. Estápreparado, futuro(a) professor(a)?

Agora, as discussões e a reflexão da prática devem conduzir à sua inserção e aoseu compromisso pedagógico validado na sala de aula, no dia a dia da escola, associando-se às Diretrizes e aos Parâmetros Curriculares. Trata-se de fazê-los acontecer, de fato!Está preparado para assumir este compromisso?

Sabe-se que o principal desafio da Escola é garantir o desenvolvimentodo ser humano, observando os inúmeros problemas educacionais e o verda-deiro papel da educação formal. Os debates voltados para esta temática têmresultado na compreensão da necessidade de empreender esforços paravencer os obstáculos que inviabilizam a construção de uma escola públicaque eduque e garanta o exercício pleno da cidadania.

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!Poderemos indicar alguns procedimentos necessários para esta ação,a saber:

I As escolas precisam enfrentar o desafio de oferecer aprendizagensbásicas que assegurem a igualdade de oportunidades;

II É necessário considerar as características individuais dos alunos;

III É preciso atuar frente às profundas desigualdades sociais, econômicase culturais de uma parcela significativa da população marginalizada;

IV Urge atentar para a não priorização da cultura dominante, configuradacomo desestímulo à permanência da “população marginalizada”.

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Como fazê-lo? Eis a questão! Pedro Farias Borges (2004) sugere que algumasassociações propiciam melhores entendimentos e concretizam as diretrizes e pilaresindicados.

Algumas sugestões:

Aprender a Ser

É angustiante como as escolas de educação básica, demodo geral, ignoram totalmente as diferenças entre os alunos. Adesignação do aluno oculta a origem e a história pessoal de cadaum, as questões étnicas, a sexualidade, o meio social, osinteresses, os gostos, as preferências e, principalmente, os donse talentos. Buscam-se turmas homogêneas, com escolas em quepredominam o espírito utilitarista dos conteúdos estudados que têmmaior ou menor valor, ditados pela cobrança no vestibular(p.74).

O que as Diretrizes Curriculares Nacionais indicam em relação a este pilar? Indicamque os projetos do Ensino Fundamental (Parecer CNE 04/98) e Ensino Médio(Parecer CNE15/98) devem:

Parecer 04/98

Reconhecer a identidade pessoal dosalunos, dos professores, da escola e doseu contexto;Abordar temas ligados à vida cidadã,tratando-os contextualmente e inter-disciplinarmente.

Parecer CNE 15/98

Valorizar aspectos relativos à estética dasensibilidade;À política da igualdade;À ética da identidade.

Estes projetos devem proporcionar aos jovens ocasiões de descobertas, deexperimentação e de outras habilidades. Sugerimos as seguintes atividades:experimentação utilizando sucatas; estudo do meio, através de excursões; campanhassolidárias em bairros circunvizinhos, dentre outras. Eis, aqui, professor, a sua participação!

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Aprender a Conhecer

O conhecimento tornou-se fator de produção, mas não será adquiridoem situações mecânicas, desligadas da realidade social, sem envolvimentopessoal. É preciso que o conhecimento seja objeto de interesse do educando,da sua curiosidade e da sua atenção, de modo que sempre se esteja pronto atirar partido de várias ocasiões da vida, com jogos, estágios, viagens, projetopráticos, visitas, excursões, filmes, debates, entrevistas, seminários e jornais.

(SALAZAR, 2004, p. 76)

As Diretrizes Curriculares Nacionais, com relação à educação básica, definem queas situações de aprendizagem precisam respeitar as diferenças e tenham como objetivo aformação do ser humano integral, crítico, reflexivo, participante de todo o processoeducacional. Ao interagir com seus pares, os alunos terão garantido pela escola a basepara que todos estejam sempre mobilizados no processo do conhecimento, através daexecução de atividades interdisciplinares e contextualizadas. O convite é para aprender aaprender, através de processos dinâmicos e reais.

Como os conteúdos próprios da Biologia poderão ser abordados considerando-seestes aspectos? Para você refletir, aluno(a)!

Aprender a Fazer

Não se trata de aparelhar trabalhadores para a execução mecânica deatividades práticas mais ou menos rotineiras. É o compromisso da escola formapessoas dotadas da capacidade de pensar, de inovar, de criar, de interferir e deraciocinar – capacidades exigidas, hoje, para execução de tarefas de produçãocada vez mais intelectualizadas e mentais. (ibid, p. 77)

É necessário informar que aprender a fazer é indissociável do aprender a conhecer.A aprendizagem de trabalhar em grupo se aprende na escola, através de atividades delíngua portuguesa, matemática, física, química, biologia, artes, história, geografia, línguaestrangeira. É importante destacar que os conhecimentos e habilidades ligados ao saber

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fazer juntam-se ao saber ser e ao saber para contemplar as exigências requeridas para oexercício das tarefas complexas, intelectuais, próprias de funções técnicas, junto às que sereferem ao trabalho em equipe, capacidade de iniciativa e de sensibilidade.

Aprender a Conviver

Será que este aprender é tarefa da escola? É, e constitui um de seusmaiores desafios. Compete-lhe ensinar a não-violência e a redução de conflitosque fazem parte da história da humanidade e que, hoje, face aos avanços eprogressos tecnológicos, colocam em risco toda a humanidade envolvida emguerras e disputas. (Ibid, p. 79)

Qual é a relação que as Diretrizes Curriculares Nacionais têm com o aprender aconviver? Compreende-se que a descoberta do outro passa pela descoberta de si mesmo,dando espaço para compreender os outros, aprendendo com eles. Aulas expositivas comalunos passivos, abordagens descontextualizadas sem efetivar o “aprender a conviver”provocam a falência da curiosidade dos alunos.

A escola, nesse processo de valorização das diferenças, é concebida não apenascomo o espaço para a transmissão da cultura e a socialização. Para cumprir a sua funçãosocial, deve, também, ser considerada como um dos espaços para a construção daidentidade cultural e sobretudo pessoal, a partir do desenvolvimento de uma propostacurricular que privilegie todos os alunos que chegam a este espaço de construção de saberes.Precisa voltar-se para a realização plena do ser humano no seu contexto social, político,econômico e cultural, valorizando as aprendizagens e os conhecimentos prévio construídosao longo da vida.

Esses elementos de sustentação da educação deverão fundamentar a construçãoda escola para a contemporaneidade. A educação formal, validada pela escola, precisapromover a aceitação e a valorização das diferenças de todos, ou seja, aprender a viverjuntos. E esta construçãodemanda um percurso quese inicia na elaboração doProjeto Político Pedagógi-co (PPP), visando o forta-lecimento dos grupos tradi-cionalmente marginaliza-dos ( as mulheres, os indíge-nas, os desempregados,

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Pedagógica II

os analfabetos, os sem-terra), num processo de desenvolvimento que validaa compreensão do outro, proporcionando novas formas de convivênciabaseadas no pluralismo de idéias, facilitando a compreensão mútua e asrelações democráticas na construção de fontes de libertação e autonomia.

A Escola, como espaço social específico, enfrenta o desafio de superarpráticas pedagógicas dominantes, conhecidas como pedagogias tradicionais. É convidadaa implantar, de fato, uma prática pedagógica voltada para a conscientização e reflexão dosujeito, valorizando o seu saber através do processo de aprendizagem participativo,contextualizado, oferecendo condições para o aluno expressar seu sentimento epensamento. É papel da escola ensinar, garantir a aprendizagem de certas habilidades econteúdos que são necessários para a vida em sociedade, contribuindo no e para oprocesso de inserção social através da criação de instrumentos de compreensão darealidade local, e, também, favorecendo a participação dos educandos nas relações sociaisdiversificadas.

Para Para Para Para Para refletirrefletirrefletirrefletirrefletir...............As necessidades educa-

cionais dos alunos não dependemapenas de suas diferenças. Educardentro/para a diversidade requermudança profunda na práticapedagógica, reconhecida atravésda oferta curricular, clima da

escola, estratégias de aprendizagem,avaliação. Estes são fatores quefavorecem ou não a aprendizagem ea participação dos alunos no processode desenvolvimento de ensino eaprendizagem.

Um dos caminhos para a Escola cumprir com a sua função social pode ser o daefetiva aplicação de uma educação voltada para a liberdade, pautada pela tolerância, pelorespeito à dignidade humana, valores estes que devem considerar as práticas de nossasociedade, sejam elas de natureza econômica, política, social, cultural, ética ou moral. Háde se considerar também as relações diretas ou indiretas dessas práticas com osproblemas específicos da comunidade local.

Aqui no Brasil, um defensor contumaz dessa concepção de educação inclusiva eincludente foi Paulo Freire (1997, p.79), quando nos informa que :

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“(...) Homens e mulheres, negros, brancos,pobres, índios, portadores de deficiências,homossexuais, etc., todos educam, todos ensinam eaprendem. Por isso ninguém educa ninguém, oshomens se educam em comunhão”.

Na busca de possíveis soluções, o ser humano se relaciona, questiona, buscarespostas, dá respostas. Neste movimento, aprende, constrói saberes, faz cultura. Éfundamental, portanto, que a escola conheça as expectativas da comunidade, suasnecessidades, formas de sobrevivência, valores e manifestações culturais e artísticas. Atravésdesse conhecimento, a escola pode atender a comunidade e auxiliá-la a ampliar seuinstrumental de compreensão e transformação do mundo.

Nesta articulação se condensa o desafio oficial de promover educação diferenciada,caracterizada por processo complexo de transformação profunda e contraditória. Assim,encontramos nos documentos oficiais a seguinte informação: “ (...) ao longo de nossa história,têm existido preconceitos, relação de discriminação e exclusão social que impedem muitosbrasileiros de ter uma convivência plena de sua cidadania” ( PCN, 1997, v. 10, p.15).

O termo exclusão social tem a condição deiluminar justamente o espaço social, jurídico e políticoperdido frente ao estado de destituição de recursosde toda espécie,ou seja, faltam recursos à disposiçãode um indivíduo ou de uma família que impede oacesso a bens materiais necessários para sobreviver.Preparar culturalmente os indivíduos significapossibilitar-lhes a compreensão da visão de mundopresente na sociedade, para que possa agiraderindo, transformando e participando da mudançadessa sociedade.

A Escola, o ato de educar, ganha umduplo papel, uma vez que promove adiversidade e contribui para eliminação dasdesigualdades sociais. Faz-se necessáriodestacar que diversidade sem diferenciaçãopedagógica conduz à desigualdade.Estudiosos alertam para os efeitos perversosda construção das chamadas escolas demassas, que não identificam os sereshumanos ali acolhidos. Ou seja, um fatorimportante no e para o desenvolvimentosocial e pessoal potencializador daigualdade é a defesa de uma educação que

corresponda à diversidade dos sujeitos edas situações. Desta forma, pensar em umaeducação escolar que envolve todos ossegmentos da população implica emreconhecer que essas diferenças(fala,gestos, estilos)continuam a registrar assituações de preconceitos existentes entreos diferentes povos e variados grupos.Assim, “nossas diferenças não nos podemlevar à desigualdade, diminuindo nossosdireitos a diferenças que, por conseqüência,anula a possibilidade de igualdade”.(SANTOS, 2002, p.16).

Paulo Freire

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Conforme estudos desenvolvidos por Perrenoud (2000,p.23),

Embora os programas escolares se tenham vindo a tornarprogressivamente menos elitistas, eles possuem ainda características de umacultura de elite, como, por exemplo, dar maior importância ao saber sobre doque ao saber fazer, privilegiar os textos escritos sobre outros tipos de expressãoe valorizar de foram distinta o estilo ortográfico.

Assim, a escola poderá cumprir o seu papel de socializar o conhecimento quando ese investir na qualidade do ensino, modificando, para tanto, a sua prática fragmentada eindividualista, reflexo da divisão social em que está inserida.

Com esse entendimento, a escola que assume as suas atividades num mundodiversificado não pode mais ignorar o direito de expressão que ocorre nos mais diversosmodos no seu interior, ou seja, na sala de aula. Faz-se necessário, enquanto processoformativo e transformativo, que se desenvolve na escola, reconhecer as origens, os valores,os sentimentos, fazendo parte do processo de formar e instruir seus alunos e não maissilenciar as vozes que estão em desacordo com o discurso politicamente padronizado. Aescola pode ser concebida como um pólo cultural, onde o conhecimento já sistematizadopela humanidade é socializado e trabalhado de forma não fragmentada, vinculado àrealidade, proporcionando a ampliação das possibilidades culturais dos alunos e dacomunidade, através do debate das principais questões locais e nacionais.

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!A escola não pode atuar

sozinha, ela não existe isoladamente,mas faz parte de um sistema públicoque tem a responsabilidade de lhe darsustentação para que possa cumprira sua função. A escola só pode cumprirseu papel de forma competente se tiverautonomia. Isto é, se os que nela atuame os que dela se beneficiam puderem

definir e construir o seu próprio caminhopedagógico, condição fundamentalpara que se sintam comprometidoscom ele.

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Neste contexto, faz-se necessário ter clareza da função social da escola e do tipo dehomem que se constrói como princípio fundamental para realizar uma proposta pedagógicasocialmente comprometida. O impacto desses processos gera a necessidade de respeitaro outro no contexto escolar, mas vale lembrar que formar cidadão não é tarefa apenas daescola. Aqui cabe as seguintes perguntas para nossa reflexão, destacadas no item seguinte.

AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

1.....

2.....

Em grupos ( no máximo 05 componentes), façam a montagem do “Retrato da Escola”,enfocando aspectos que julguem mais relevantes. Utilizem recorte e colagem de jornais erevistas. Em seguida, cada grupo apresentará a sua produção, justificando a idéiarepresentada. Após esta etapa, cada grupo indicará o aspecto real e o aspecto ideal presenteem cada cartaz produzido. Registrem o texto que será apresentado neste espaço.

Qual é a realidade das escolas do município em que você vive?

O que distingue a prática escolar de outras práticas educativas realizadas em outrosespaços como, por exemplo, Igreja, Associações Comunitárias? Qual é o papel do professorde Biologia neste contexto?

3.....

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Por que é importante articular o saber escolar com o que se aprendefora da escola? Qual é o fundamento deste processo?

4.....

5.....A cidadania depende da atuação de todos. Quais capacidades são necessárias auma pessoa para participar efetivamente como cidadão em nossa sociedade? E você,professor em formação, como pode contribuir para que este processo seja efetivado?

6.....O que os alunos aprendem na escola os capacita a atuarem como cidadãos?É possível, com este aprendizado, melhorar a vida de suas comunidades?

7.....Vamos recuperar a memória do tempo em que você era aluno do Ensino Fundamental(5ª a 8ª) e Ensino Médio? Escreva as suas lembranças, incluindo os seguintes dados:

a) O que aprendeu e que até hoje é útil no seu cotidiano.b) Seus sentimentos em relação aos professores.c) Quais eram as disciplinas preferidas, justificando.

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8.....Hoje, você está em processo de formação, ou seja, em breve estará exercendo asua profissão, professor(a). Em que estaria baseada a sua ação pedagógica?

9.....A Escola poderá cumprir o seu papel de socializar o conhecimento e investir naqualidade do ensino. Porém, ela deve modificar a sua prática, fragmentada e individualista.Como a Escola pode legitimar esta premissa?

10..... Hoje o discurso político está voltado para a Educação Para Todos. Pesquise nosite do MEC os Projetos e Programas do Governo Federal voltados para esta proposta everifique a que contempla as especificidades do seu município.

www.mec.gov.brwww.mec.gov.brwww.mec.gov.brwww.mec.gov.brwww.mec.gov.br

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Momento de Momento de Momento de Momento de Momento de Revisão Revisão Revisão Revisão Revisão !!!!!

1. É fundamental que o poder público estabeleça uma política educacional clara, comobjetivos definidos, que garanta atendimento escolar de boa qualidade a todapopulação e, ao mesmo tempo, respeitando as diversidades sócio-culturais.

2. É preciso investir nessa política, garantindo infra-estrutura de funcionamento, condiçõesdignas de trabalho, melhores salários para educadores e programas de formaçãocontinuada.

3. É necessário que o desenvolvimento desse projeto permita uma ação pedagógicamais realista e democrática.

4. É imprescindível a revisão das estruturas burocrático-administrativas do sistema, quemuitas vezes inviabilizam a elaboração de projetos pelas escolas.

5. É papel das comunidades locais participarem nas decisões relativas ao rumo, diretrizese organização de suas escolas, como forma de garantir educação de qualidade quepossa ter continuidade, mesmo com as mudanças que ocorrem no quadro político.

6. É urgente tomar consciência e questionar nossa posição, saindo do lugar de sujeitopassivo e ocupando o lugar do sujeito que escolhe, com conhecimento dos váriosaspectos envolvidos na situação que se apresenta.

7. É imprescindível trabalhar conteúdos e habilidades necessárias à participação doindivíduo na sociedade. É através do trabalho com o conhecimento que a escolaconcretiza sua função social, num ato cidadão isso se dá pelo processo ensino-aprendizagem.

8. É importante observar que as aprendizagens são organizadas no currículo escolar.Portanto, o currículo é mais do que uma simples lista de conteúdos. É o instrumentoatravés do qual a escola vai preparar o indivíduo para o exercício da cidadania.

9. É recomendável escolher tanto os conteúdos de ensino quanto à organização deexperiências e situações que garantam a aprendizagem, o que significa dizer queinclui conteúdos e metodologias de ensino. Esse percurso não é estabelecido deforma neutra, existem intenções, que estão sempre presentes na concepção que setem da função social da escola e o tipo de formação que se pretende proporcionaraos educandos.

10. É de fundamental importância reconhecer a escola como um ambiente estimulante,onde os alunos se defrontam com situações-problema que os motivem e desafiem. Eo aluno só tem motivação para aprender o que tem significado para ele. A aprendizagemserá tanto mais significativa quanto mais relações o aluno conseguir estabelecer como seu cotidiano, com suas experiências anteriores e com sua própria organização doconhecimento.

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11. É elementar organizar os conteúdos a serem desenvolvidos levando em conta osconhecimentos anteriores, seguindo uma seqüência, facilitando a aprendizagem, poispermite ao aluno estabelecer relações dentro de cada tema e entre os temas. Aaprendizagem é mais fácil e duradoura quando o que está sendo aprendido évivenciado.

12. É recomendável identificar os conteúdos relevantes para a compreensão do mundo.Isso não é uma tarefa tão simples, exige dos professores clareza e domínio de suaárea específica, assim como reflexão constante dos grandes desafios presentes naprática social contemporânea que serviram como principais parâmetros para a seleçãodos conteúdos curriculares.

13. É de responsabilidade de toda equipe de professores selecionar e organizar osconteúdos de ensino. A transformação do ato de ensinar, da prática pedagógica,precisa ser validada, para que os alunos possam fazer relações entre os conteúdos eas questões mais gerais, construindo gradativamente, sua compreensão de mundo.

14. É importante rever o currículo adotado na escola. A visão crítica dos parâmetros énecessária, assim como os ajustes e as orientações voltadas para a compreensãodo mundo.

15. É edificante verificar que a escola tem como principal função propiciar ao aluno acultura letrada, altamente democrática, onde o educador e educando se articulam. Asala de aula, por sua vez, torna-se um espaço revolucionário, de pluralidade e dediálogo com o mundo e com os outros.

Então, a escola, ao pensar a sua função social, num exercício de cidadania,deve buscar a avaliação constante, redimensionando a sua ação, a sua estruturaorganizacional, a formação docente, para que seja, de fato, democrática e universal.

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Pesquisae Prática

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Gestão Escolar:em Busca de uma Gestão Democrática

Nas reflexões que faremos, precisamos ter presente o pano de fundo, ocontexto social em que a escola está inserida: a experiência democráticabrasileira é ainda muito recente. Assim sendo, as instituições de ensino,naturalmente, sofrem o reflexo desta realidade maior.

( VASCONCELLOS, 2006, p. 51)

Nas últimas décadas do século XX,começa a se configurar no cenário educacionalum amplo movimento que introduz mudançassignificativas no papel que a instituição escolardeve assumir na contemporaneidade. Esse movi-mento, orientado por políticas globais e locais,reforça a necessidade de a escola rever sua formade organizar e lidar com os tempos, espaços, asrelações, os métodos de ensino; enfim, a gestãoe a prática educativa propriamente dita.

A necessidade de a escola rever o seu papel, a sua existência numa sociedade quese transforma com tamanha velocidade é pauta nas orientações das reformas educativasno Brasil, introduzidas a partir da LDB 9.394/96 e do Plano Nacional de Educação aprovadopela Lei 10.172/01. As políticas públicas que essa legislação estabelece apontam o quehoje se espera da escola, visto que é grande a influencia que ela exerce na formação deindivíduos e coletividades e, portanto, na construção da sociedade.

No debate educacional traçado por educadores, gestores e segmentos organizadosda sociedade civil tem se tornado evidente essa importância atribuída ao papel que a escolatem a desempenhar no enfrentamento de questões sociais, políticas, econômicas e culturaisque surgem na sociedade contemporânea. Os motivos que levam esse tema a assumirtamanha relevância dizem respeito ao período de transformações que hoje a sociedadeexperimenta, marcado principalmente pela centralidade que o conhecimento assume naorganização social, política e econômica.

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Qual é o papel do Gestor?É preciso que o gestor desen-

volva novas posturas e atitudes quecontemplem as necessidades daescola e as necessidades do grupoao qual ela serve, contribuindo,acima de tudo, para que esse grupo

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!conquiste autonomia e liberdadena construção de vínculos afetivos,culturais e sociais mais sólidos.

Nesse sentido, as políticas públicas educacionais têm apontado a necessidade demudanças significativas tanto na dimensão pedagógica como na dimensão política eadministrativo financeira da educação brasileira, mudanças a serem empreendidas de formasistemática e articulada, envolvendo a participação da sociedade civil e do governo naorganização e direcionamento de ações voltadas para a implementação de um novo padrãode gestão educacional.

Nesse contexto, a escola deve ser considerada como espaço legítimo e prioritáriodas ações educativas com vistas a consolidar processos participativos, democráticos eautônomos que assegurem uma educação de qualidade para todos.

A gestão escolar é vista como um processo que exige a apropriação de valores eprincípios que, na atualidade, fundamentam um novo padrão de gestão, ou seja, autonomia,participação e democracia, os quais são fundamentais na construção de uma educação dequalidade. Com base nesses valores e princípios, busca-se a ampliação dos espaçosdecisórios na escola, a formação democrática dos alunos e o envolvimento da sociedadecivil na resolução dos problemas relacionados com a educação.

Para tanto, faz-se necessário que a gestão escolar seja apoiada por mecanismos einstrumentos como: gestão colegiada, eleição de diretores e um Projeto Político Pedagógicoconstruído através de ações coletivas, assegurados por uma formação continuada quegaranta o desenvolvimento das competências necessárias.

Em função das mudanças que vêm ocorrendo nas bases sociais e tecnológicas dasociedade, o maior desafio da escola é promover o seu desenvolvimento institucional apartir da redefinição do seu papel, das suas práticas, da sua relação com a cultura, com acidadania, com a democracia, revendo também, seus limites e possibilidades noenfrentamento das questões que lhes são postas na atualidade.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Para Para Para Para Para refletirrefletirrefletirrefletirrefletir...............A gestão da escola em

uma perspectiva democráticae autônoma é um processoque exige a apropriação deinformações essenciais, paraque os gestores possamatuar com competência tantona dimensão pedagógica

(processos de ensino eaprendizagem) como naadministrativa (estrutura efuncionamento) e política(relações com as esferaseconômicas, políticas eculturais em nível local enacional).

O foco da gestão na atuali-dade é a aprendizagem do aluno,assim, é necessário levar em contaque a atuação do gestor escolar noscampos político e administrativo temcomo objetivo o próprio desenvol-vimento da dimensão pedagógica dagestão escolar. Por isso, a competên-cia maior do gestor é saber articulardiferentes competências pedagó-

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!gicas, políticas e administrativofinanceiras e direcionálas para umamesma finalidade, ou seja, a eleva-ção da qualidade da educação.

Dessa forma, a qualificação dos gestores escolares deve ser definida com base emtrês dimensões da gestão, levando-se em consideração que:

Na Dimensão Pedagógica, as políticas públicas têm enfatizado a necessidadede compreender a educação como espaço de formação e de construção social,política e cultural, onde se potencializam sujeito e sociedade, para que possamdesenvolver novas formas de ser e de conviver na cultura global, sem perder devista as peculiaridades locais. Torna-se necessário, então, repensar as práticaspedagógicas em atenção à formação de um sujeito que é solicitado a agir e arefletir sobre a sua relação com o mundo e com os outros, e a desenvolver novasposturas e atitudes que possibilitem, também, algum tipo de mudança nasociedade e na cultura.

Nesse sentido, o gestor escolar deve ter a competência de coordenar um projetointelectual que possa garantir, acima de tudo, que o aluno realmente aprenda e participeefetivamente da construção do conhecimento. Para que esse novo padrão de gestão sejaconsolidado, faz-se necessário o desenvolvimento de habilidades, competências, posturase atitudes profissionais que elevem a qualidade do trabalho dos gestores escolares, atravésde processos formativos que envolvem conhecimentos da área educacional em suasdimensões cientifica, política, pedagógica e técnica.

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Na Dimensão Política a maior competência dos gestores escolares é odesenvolvimento de um processo de mobilização e articulação entre a escola e asociedade civil. É de extrema relevância que o gestor escolar assegure, por meiodos conselhos escolares, dos Conselhos do FUNDEF e de Alimentação Escolare outros mecanismos de controle social, assim como por meio do Projeto PolíticoPedagógico, a participação da comunidade na gestão da escola.

A Gestão Democrática e Participativa deve ser desenvolvida através de processoscoletivos entre a escola, a comunidade e o órgão municipal de educação. Paratanto, o gestor deve ser capaz de criar mecanismos que permitam a articulaçãoentre os diferentes segmentos da sociedade, favorecendo a associação dosesforços dos diversos atores dessa articulação.

Na Dimensão Administrativa, inicia-se um processo de gestão compartilhada daescola para o qual é necessário que se promova uma efetiva desburocratizaçãoe descentralização da gestão da educação.

A LDB, em seu artigo 15,dispõe que os sistemas de ensinoassegurarão às unidades escolarespúblicas de educação básica que osintegram progressivos graus deautonomia pedagógica e adminis-trativa e de gestão financeira, obser-vadas as normas gerais de direitofinanceiro público. A partir daí aescola tende a adquirir a capa-cidade necessária de gerenciardiretamente os recursos destinadosao desenvolvimento e manutençãodo ensino, bem como a execuçãodos mesmos.

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!Nesse sentido, a dimensão

administrativa ganha ênfase no quediz respeito à gestão de pessoal,planejamento e execução financeirae gestão de material e patrimônio.Veja que a escola tem garantido odireito de exercer a gestão demo-crática.

O movimento de qualificação e democratização da educação é amplo e extremamentecomplexo, tendo como meta a transformação da prática em sala de aula e na escola.Conforme estudos desenvolvidos por Vasconcellos (2006, p. 51), “(...) a equipe diretiva(direção, supervisão, coordenação pedagógica, orientação educacional) tem comoimportante papel garantir este movimento, dada sua influência na criação de um climaorganizacional favorável”.

Assim, esta equipe escolar precisa ter clareza de que um dos instrumentos degarantir a democracia passa pela elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP). Estaação antecede a qualquer decisão política ou legal, uma vez que todos os envolvidos naspráticas escolares precisam compreender que a escola estará a serviço da comunidade,legitimando o seu papel.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

O trabalho coletivo é necessário para esta ação. Do ponto de vistalegal, a LDB 9.394/96 determina que os estabelecimentos de ensino devem“elaborar e executar sua proposta pedagógica (art. 12, inciso I). Para tanto, épreciso “articular-se com as famílias e com a comunidade” e criando processosde integração da sociedade com a escola” (inciso VI).

Ao tratar da responsabilidade dos educadores para com a construção do PPP, aLei 9394/96, em seu art. 13 estabelece:

Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;

Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica doestabelecimento de ensino; [...]

Colaborar com as atividades de articulação com as famílias e a comunidade.

Mesmo a LDB oficializandoas tarefas das escolas e dosprofessores em relação à construçãodo PPP, é preciso emergir do contex-to da escola a autonomia construídaa partir do diálogo (que se apresentaem muitos casos conflituoso)

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!produzido pelos diversos sujeitosque compõem os diferentes gruposque participam do trabalhopedagógico.

Você já compreendeu como é complexo e ao mesmo tempo encantador o ato deeducar? Cabe ao professor de Biologia fazer parte dessa história! Sabe como? Vamostentar, nesta disciplina, lhe informar!

Há bem pouco tempo, o ato de dirigir a escola era considerado uma tarefa rotineira.Cabia aos gestores, então chamado de Diretor, zelar pelo funcionamento da escola,centralizando em si todas as decisões. Essa situação, teoricamente, mudou. Astransformações sociais, científicas e tecnológicas exigiram um outro modelo de escola e,conseqüentemente, um outro perfil de dirigente, com formação e conhecimentos específicospara assumir o cargo de diretor-gestor.

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Em algumas línguas, como o inglês, a palavra diretor significaprofessor-chefe. Na maioria dos países onde a educação funcionafavoravelmente, os diretores são escolhidos por critério de mérito, a partirde concurso de ingresso e progresso na carreira docente ou numa carreirade adminis-tração escolar.

Ao substituir a expressão administração escolar, a gestão escolar não valida apenasuma questão semântica, ao contrário, representa uma mudança radical de postura, deorganização, questões estas ancoradas nos princípios de participação, autonomia eautocontrole.

Estudos realizados por Heloísa Lück (2000) nos informam que a gestão não traz, nasua concepção, a depreciação da administração escolar, mas supera, sim, as suas limitaçõesde enfoque reduzido e simplificado visando atender a realidade cada vez mais dinâmica.Esse enfoque, por sua vez, evidencia o conceito de liderança educacional, concepçãoindispensável a um bom gestor escolar, despertando o potencial de cada pessoa nainstituição, transformando a escola em oficina de trabalho: neste espaço, todos cooperamao mesmo tempo em que aprendem e ensinam, fazendo com que a instituição funcionecom eficiência e eficácia, a partir deste exercício efetivo de liderança.

Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????

No Brasil, existem inúmerossistemas de escolha de diretores. Osmais conhecidos são os chamados“de carreira”, a exemplo do queocorre em São Paulo, os de provas,os de eleição direta, os de indicaçãopolítica (notadamente nos Estados

do Norte e Nordeste e na maioriados municípios) e os sistemasmistos – prova mais eleição(Minas Gerais) ou prova maisescolha pelo Poder Público(exemplo do Distrito Federal).

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Pesquisas realizadas por Rosamaria Calaes de Andrade (2004)sugerem, para que a escola legitime a sua função social, que a direçãoescolar supere o enfoque de administração e construa o de gestão,observando as seguintes transformações:

Em alguns Estados brasileiros, devido às exigências legais indicadasna LDB 9394/96, um Projeto Político Pedagógico que servia para muitasescolas, encontrava-se à venda em bancas de revistas por valores irrisórios,custando, em média, R$ 30,00.

Interessante é identificar que os autores destes projetos erameducadores que pensavam ser mais fácil comprar o referido documento doque construí-lo na escola.

Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????

O conceito de gestão democrática associa-se, pois, à democratização e àparticipação responsável de todos os sujeitos históricos presentes na comunidade escolarno processo decisório, a partir de ações articuladas em busca de um ensino de qualidade.

Estudos realizados por Libâneo (2004, p.26) nos informam que

(...) o centro da organização e do processo administrativo é a tomadade decisão. Os processos intencionais e metódicos de se chegar a decidiralguma coisa e de fazer essa decisão funcionar caracterizam o que podemoschamar de gestão. Sendo assim, gestão é a atividade pela qual sãomovimentados maneiras e procedimentos para se alcançar os objetivos daorganização, especificamente os aspectos gerenciais e técnico-administrativos,apresentados, assim, como sinônimos de administração. Já a direção é umprincípio e atributo da gestão, mediante a qual é encaminhado o trabalho coletivodas pessoas, direcionando-as e unindo-as no rumo dos objetivos.

Compreende-se que todos os profissionais envolvidos como ato de educar, incluindovocê, futuro professor de Biologia, precisam agir democraticamente tanto na construçãodo PPP quanto em todas as decisões tomadas no universo da escola. Este é o princípiodefinido pela concepção de gestão escolar.

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Percebe-se que o Projeto Político Pedagógico servia apenas para cumprir aspectoslegais, esquivando-se do que a LDB, no artigo 12, legitima, como incumbência da escolade “elaborar e executar a sua proposta pedagógica e de informar aos pais e responsáveissobre a sua execução”. Esta atitude acarretaria a necessidade do planejamento, conceitoque você já construiu ao participar da disciplina Didática.

Para Para Para Para Para refletirrefletirrefletirrefletirrefletir...............A escola e a equipe que a constitui precisam planejar porque a LDB

estabeleceu esta exigência?

É preciso planejar para cumprir cobranças externas?

É legítimo comprar ou copiar projetos para entregar aos órgãos dosistema para cumprir exigências?

É de extrema importância implementar a prática do planejamento,da elaboração de projetos porque são processos necessários, parteda caminhada no sentido de resgatar o papel da escola no exercícioda cidadania e o trabalho do professor em busca de uma gestãodemocrática?

É com você, aluno(a)! Sua participação na gestão da escola que sediz democrática é fundamental!

Momento de Momento de Momento de Momento de Momento de Revisão Revisão Revisão Revisão Revisão !!!!!

1. A gestão escolar pode ser classificada em três grandes blocos:

GESTÃO AUTORITÁRIA OU AUTOCRÁTICA: é caracterizada pela tomada dedecisão por parte da autoridade maior, o Gestor, sem consultar o grupo. As tarefas sãodefinidas e fixadas pelo gestor e determina a forma de execução. Fica vedada a iniciativapessoal, o que gera conflitos, agressividade, desinteresse, dentre outrOs. No entanto, énotória a elevação da produtividade, não acompanhada pela satisfação dos parceiros.

GESTÃO LIBERAL: é também conhecida como não-diretiva. O gestor exerce opapel de membro do grupo e só age quando solicitado. Neste caso, o grupo responsabiliza-se pelo levantamento de problemas, pelas discussões e tomada de decisões. A ação dogestor limita-se ao fornecimento de informações, caso seja requerida a sua presença. Semdireção, as tarefas podem ser desenvolvidas insatisfatoriamente.

GESTÃO DEMOCRÁTICA : nesta classificação, é a decisão do grupo que prevalece.As pessoas participam da programação do trabalho, divisão das tarefas e as decisõestomadas coletivamente. O gestor é o articulador, integrando-se ao grupo, sugerindo e nãoimpondo alternativas.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

2. Um bom gestor é aquele que é capaz de sentir o que está acontecendono grupo e é capaz de ter atitudes adequadas para ajudar o grupo aultrapassar os seus problemas.

3. A gestão participativa exige uma mudança de atitude da comunidadeescolar, o que implica envolver-se no processo de construção do PPP,promovendo um diálogo permanente com o cotidiano da escola, numexercício pleno de cidadania.

4. A escola que valoriza a experiência vivida no cotidiano e os seus conteúdosemergentes, ricos de sentidos, é potencialmente capaz de trabalhar também com aperspectiva da valorização humana que pretende atingir.

5. Paulo Freire (1996), ao tratar da ética e da estética no processo de ensino eaprendizagem, compreende não ser possível conviver com seres humanos sem validara ética, considerando esta situação como transgressora na medida em que desrespeitaos direitos do outro em seu próprio benefício.

6. A experiência educativa precisa manter seu caráter formador, uma vez que o ensinodo conteúdo não é suficiente para o desenvolvimento moral dos educandos.

7. A educação precisa ser concebida como o ato de formar; e esta formação supõe oexercício ético, apoiado em princípios que critiquem permanentemente os desvios deconduta e de moral com os quais estamos convivendo nos meios social, político eeducacional.

8. O ser humano precisa ser capacitado para saber decidir quando deverá transgredirou não, nas situações do cotidiano. Cabe à Escola construir uma proposta de trabalhoque legitime esta premissa. Somos seres humanos carentes de humanidade e desentido ético e estético em nossas atitudes. E é na interação com o meio social, como outro, que adquirimos condições para desenvolver os sentimentos mais nobres.

9. A educação é de fundamental importância para nós, pois é responsável pelo processode humanização do ser em seus aspectos ético e estético.

10. O currículo vivido na escola emerge da necessidade de humanização, valorizada pelaspráticas educativas. A discussão pura e simples desses valores, no e entanto, no âmbitoda disciplina Biologia, não é o bastante para afastar o risco de cristalização decomportamentos e de atitudes instituídas com status de verdade absoluta.

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AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

1.....

2.....

Com base nos estudos e nas pesquisas realizadas no contexto escolar, indique osvalores e princípios próprios da escola que deverão nortear a construção do Projeto PolíticoPedagógico.

Reflita sobre a seguinte questão: qual a relação entre democratização do ensino edemocratização da sociedade? Em que medida esta relação influencia na gestãodemocrática pretendida pela escola?

Após a realização da entrevista com o gestor, indique quais são as tarefas da escolaque pretende primar pela democracia.3.....

Qual a sua opinião sobre a seguinte afirmação: a educação escolar é uma tarefamediadora que emerge do seio da prática social global.4.....

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Você já compreendeu que a gestão escolar é de extrema relevânciapara edificar uma escola democrática. Quais são as tarefas do professor deBiologia necessárias para concretizar a prática escolar e o compromissosocial próprios desta escola?

5.

6.....Faça um esquema do conteúdo estudado neste tópico. Caso tenha dúvidas, resgateas informações contidas no Módulo Impresso da disciplina Metodologia do TrabalhoPesquisa Científico. Mãos à Obra!

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Estrutura e Organização da Unidade Escolar:a Participação dos Atores Envolvidos na Escola

Gestão democrática implica em compartilhar o “poder”,descentralizando-o, com variada gama de responsabilidades das equipesgestoras da escola e dos sistemas de ensino. ( SALVADOR, 2003)

A escola é uma organização, uma unidade social com identidade própria, portanto,não é um serviço local do Estado. A sua responsabilidade social é de extrema importânciapara o exercício da cidadania, portanto, não é possível deixar de assumir com seriedade areflexão em torno dos meios que garantem o seu funcionamento. Desta forma, não bastainvocar valores como dignidade, liberdade, solidariedade e justiça, como se de simplesslogans se tratasse. Não basta advogar o ideal de uma escola humanista e democrática, énecessário também cuidar da qualidade ética das mediações institucionais que garantema sua viabilização. Assim, os “quês” e os “porquês” da organização escolar deverão serarticulados numa rede de sentido assente, obrigatoriamente, na primordialidade do “quem”.

Onde está a ética neste processo? A ética está presente nos diferentes documentosque traduzem o rumo de cada organização e nos seus modos concretos de viver a tarefaeducativa. Observe o seguinte esquema:

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Num mundo complexo e carente de referências axiológicas, a escolaprecisa assumir a sua autonomia, não abdicando de tomar posição sobre ofuturo desejado e sobre as condições objetivas que tornem possível os ideaisindicados. Neste contexto, destaca-se a necessidade de estrutura e organizara escola, buscando a participação do aluno e a auto-organização.

Nesta lógica de preocupações, aponta-se a valorização do Projeto Educativo daEscola que, em articulação dinâmica com outros instrumentos organizacionais, permite darexpressão à singularidade de cada cultura escolar.

Ancorada numa consciência profissional exigente, a gestão escolar não pode ficarconfinada ao plano das relações interpessoais, ela deverá ser prolongada nos espaçosinstitucionais e normativos que configuram as práticas. Pensamos até que é esse o lugarprivilegiado para a afirmação de um perfil profissional, de uma deontologia.

Reconhecemos que, por mais relevantes que sejam, não são suficientes os princípiosou a consciência pessoal suficientemente inquieta com os males que dificultam aresponsabilidade de ensinar a ser adulto num mundo tão problemático e incerto. É necessáriocomprometermo-nos no processo permanente de construção de referências balizadorasdo viver em comum, persistindo em definir comportamentos considerados moralmenteadequados

Esta construção passa, em grande medida, por uma tomada de posição nosdiferentes espaços de participação potencializados no âmbito de uma cultura organizacionaldemocrática. Acreditamos que é sobretudo nestes contextos, através de uma decisãopartilhada e colegial, tornando explícitos os valores tradicionalmente implícitos, que a éticaprofissional ganha sentido e credibilidade e não na simples adoção de códigos de condutade caráter corporativista.

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!Precisamos de escolas com

identidade pautada na apren-dizagem voltada para o exercícioda cidadania ativa e responsável,reclamada pela sociedade do novoséculo. Isto depende muito daqualidade relacional e emocionalque conseguirmos imprimir nas

dinâmicas de participação ao nívelda vida escolar.

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O bom funcionamento da escola requer, ainda, que suas condições estruturaisestejam asseguradas em seus aspectos pedagógicos e administrativos. Assim, a criaçãode normas de funcionamento, quando editadas e cumpridas pelas pessoas que fazem parteda escola, imprimem um caráter de eficácia e de eficiência ao trabalho administrativo epedagógico.

No ambiente educacional há um determinado consenso em relação a algumas destasregras, uma certa similaridade em relação a outras e também, uma prática de copiar asnormas de uma instituição para outra, numa atitude de simplificação e de vulgarização desteconteúdo. Esta atitude garante o bom funcionamento da escola? Decerto que não!

Neste contexto, é preciso que seja levada em consideração as especificidades e assingularidades do contexto educacional, promovendo um estudo cuidadoso daspossibilidades de intervenção neste contexto para que sejam criadas normas defuncionamento e de participação pertinentes à sua realidade e às aspirações dos atoresenvolvidos no processo: alunos, professores, gestores, familiares e a comunidade na qual aunidade escolar está inserida.

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!Entre as modalidades mais

conhecidas de participação estão osConselhos de Classe e os Conselhosde Escolas, os primeiros desde adécada de 80, sendo que o segundoexiste em muitos municípios eEstados brasileiros, mas só começaa ganhar corpo a partir da Lei 9394/96 - LDB, que manifesta a neces-sidade de os estabelecimentos esco-lares terem uma gestão democráticae participativa, referindo-se aos

Conselhos de Escolas, sendo queestes devem funcionar de formaparitária e como instâncias má-ximas de decisão dentro da escolano que diz respeito aos aspectosadministrativos e principalmentepedagógicos.

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Pesquisae Prática

Pedagógica IIO CONSELHO ESCOLAR tem um papel fundamental, tanto

na observação da organização da escola,quanto em relação aotempo pedagógico.

Cabe ao Conselho ficar atento aos sinais que evidenciam que os estudantesestão sendo respeitados em seu ritmo de aprendizagem e que, de fato, areorganização do trabalho pedagógico favorece esse ritmo.

O Conselho Escolar pode auxiliar a escola na ampliação de sua autonomiaem relação à condução das atividades pedagógicas e administrativas sem perderde vista que o objetivo último e mais importante é que tal clima favoreça, de fato, asaprendizagens dos educandos. Constitui o espaço mais adequado para, de formacompartilhada, dirimir as dúvidas, encontrar saídas alternativas e propor novascondutas de participação individual e coletiva.

Como implantar o Conselho Escolar? A Escola precisa, e muito, de sua ajuda!

Não esqueça: é tarefa do Conselho Escolar acompanhar as formas como serealizam as progressões dos estudantes, verificar de que modo estão se saindo nasrecuperações propostas pelos docentes e quais resultados alcançaram, bem como otempo adequado para as atividades realizadas. Não confunda Conselho de Classecom Conselho Escolar!

CONSELHO DE CLASSE é uma organização de natureza técnico-pedagógica, em funcionamento na escola, quando previsto no Regimento Escolar.Este Conselho é composto por todos os professores, coordenadores pedagógicossob a liderança de Gestor Escolar, podendo até ter representatividade discente, sefor dispositivo regimental.

Compete ao Conselho de Classe socializar informações à família do alunosobre a sua vida escolar, dar parecer a respeito do desempenho de aprendizagem ede aspectos psicopedagógicos dos alunos, de medidas e intervenções a seremadotadas em prol da integração

Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????

Para garantir as normas de funcionamento e de organização são escolhidos osmembros do Conselho Escolar: os pais, professores, representantes das comunidades locaise algumas vezes os alunos. O Gestor Escolar também faz parte do Conselho. A maior partedo Conselho Escolar é composta pelos pais e representantes das comunidades. Nenhumgrupo, como por exemplo, os representantes das comunidades ou professores, podeperfazer um número que supere os votos do resto do Conselho Escolar. A única qualificaçãonecessária para pertencer ao Conselho Escolar é o desejo de ajudar a escolar. Este desejo,com certeza, você já tem, caro aluno! Contamos com seu discernimento para ajudar a escolaa exercer o seu papel!

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É preciso atentar para a necessidade deatender às demandas das políticas educacionaise sociais estabelecidas pela sociedadecontemporânea. Uma preocupação vem sendoobservada: os sistemas de ensino públicomunicipal e estadual têm buscado desenvolverum sistema de gestão que os tornemcompetentes na aquisição das habilidadesnecessárias para garantir a gestão democrática.

www.smec.salvador.ba.gov.brwww.smec.salvador.ba.gov.brwww.smec.salvador.ba.gov.brwww.smec.salvador.ba.gov.brwww.smec.salvador.ba.gov.br

Observe, como exemplo, a Estrutura Organizacional da SecretariaMunicipal de Educação da Prefeitura de Salvador:

Vejam que, com esta Estrutura Organizacional, busca-se garantir a missão de

formular, coordenar e executar políticas de Educação e Cultura emarticulação interinstitucional, de modo a construir uma escola pública municipal:plural em sua natureza, universal em seu compromisso com a democratizaçãode oportunidades socioeducativas, e ética na responsabilidade de formação devalores para uma educação socialmente inclusiva.(ibid)

É nesse contexto que se encontram o sistema e o subsistema educativos, significandopara Libâneo (2004, p. 40) que:

a escola necessária para fazer frente a essas realidades é a que provêformação cultural e científica, que possibilita o contato dos alunos com a cultura,aquela cultura provida pela ciência, pela técnica, pela linguagem, pela estética,pela ética. Especialmente, uma escola de qualidade é aquela que inclui, umaescola contra a exclusão econômica, política, cultural, pedagógica.

Corroborando esta premissa, percebemos que desde a promulgação da ConstituiçãoFederal do Brasil, indica-se que a gestão democrática do ensino público é um dos seteprincípios a serem observados ao se ministrar o ensino (Inciso VI do Artigo 206).

Assim, a tal propagada gestão democrática da escola pública requer a participaçãocoletiva:

a) das comunidades escolar e local na gestão dos recursos financeiros;b) de pessoal/patrimônio, na construção e na implementação de projetos educacionais,;c) na elaboração e implementação do Regimento Escolar, do PDE;d) na construção e implementação da Proposta Pedagógica .

Esta participação requer normas e instrumentos legais que a auxiliem. Conheçaestes instrumentos para poder, inclusive, auxiliar os professores que farão parte da escolaem que você desenvolverá atividades pedagógicas, caro(a) aluno(a)!

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

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Regimento Escolar

Instrumento legal que indica as diretrizes técnicas, administrativas, pedagógicas edisciplinares da Unidade Escolar (U.E.).

O Regimento Escolar precisa ser elaborado pelos atores partícipes da U.E. com aparticipação do Conselho Escolar. Deve ser analisado e aprovado pelo Conselho Municipalde Educação, coordenado pelo Gestor Escolar, adequando-o às características epeculiaridades da U.E.

Plano de Desenvolvimento da Escola - PDE

Processo gerencial de planejamento estratégico desenvolvido pela escola visandoa melhoria da qualidade do ensino. Também é elaborado com a comunidade escolar, deforma participativa.

Para a elaboração do PDE necessário se faz: criar um grupo de sistematizaçãoformado pelo diretor e representantes dos diversos segmentos da U.E. que, junto aoConselho Escolar, constituem o Comitê Estratégico responsável pelas decisões projetadaspara execução do plano.

Projeto Político-Pedagógico

É o plano global da U.E. Refere-se à sistematização do processo de planejamentoparticipativo definindo o tipo de ação educativa que se quer realizar, definindo aintencionalidade dos sujeitos que representam a escola e da leitura da realidade.

Conheça a Base Legal para garantir a Gestão Escolar Democráticalegitimada pela Prefeitura Municipal de Salvador. Procure saber no seumunicípio quais procedimentos foram adotados para este mesmo fim.

Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????

GESTÃO DEMOCRÁTICA:Constituição Federal / 88LDB/96Plano Nacional de Educação/2000

CONSELHO ESCOLARLei Municipal 4940/94Decreto 10.895/94Resolução do CME nº 005/99

REGIMENTO ESCOLARConstituição Federal / 88Lei de Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional nº 9394/96Estatuto da Criança e do Adolescente –Lei Federal 8.069/90

PDEConvênio firmado entre oFUNDESCOLA/MEC e o Município deSalvador, renovado anualmente.

ORGANIZAÇÕES ASSOCIATIVASDOS ALUNOSLei Federal nº 7398 de 14 de novembrode 1985;Constituição Estadual Artigo 249;Regimento Escolar;Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990 –Dispõe sobre o Estatuto da Criança edo Adolescente;Capítulo IV, Artigo 53.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

ASSOCIAÇÃO DE PAIS DE ALUNOS - APARegimento da Escola.Regimento da Associação de Pais dos Alunos.

CONSELHO DE CLASSELei nº 9394/1996 – Estabelece diretrizes e bases da EducaçãoNacional. Título IV, Artigo 12 Inciso V, VI e Artigo 13 Inciso VI.Regimento Escolar

É de responsabilidade da escola fazer com que os alunos tenham condições decontinuarem estudando e aprendendo durante toda a vida, divulgando valores e convicçõesdemocráticas necessárias para viver em comunidade. Assim, os objetivos, conteúdos emétodos da escola democrática devem observar as exigências econômicas, sociais epolíticas de cada época histórica, validando a conquista da democracia efetiva. Ademocratização do ensino requer sólido domínio das áreas de conhecimento, observandoque a leitura e a escrita é compromisso de todas as áreas. Este ensino, associado aodesenvolvimento de competências e habilidades intelectuais, contribui para estabelecer ovínculo entre o indivíduo e a sociedade e vice-versa. Amplia a compreensão das tarefas dohomem integral e alarga os horizontes para que todo os sujeitos reconheçam seu papelcomo membro de uma coletividade mais ampla, para além da vivência individual e regional.

Por onde começar? Partindo do seu compromisso, professor(a), em educar seus(uas) alunos(as), organizando situações de aprendizagem para que estes se apropriemdos conhecimentos, desenvolvam suas forças para enfrentar os desafios da vida no trabalho,nas lutas sociais . (LIBÂNEO, 2004)

UmUmUmUmUm Convite Convite Convite Convite Convite!!!!!É chegado o momento de destacar o ensino de Ciências para a

efetivação desta tarefa, contando com o seu auxílio efetivo, aluno(a):Este ensino compreende o estudo da natureza e do ambiente,

observando-se as relações do homem com o meio físico, social e ambiental,além da compreensão das propriedades existentes entre os fatos efenômenos e a apropriação de métodos e hábitos científicos, dentre outros.

Veja que o trabalho docente constitui o que chamamos de exercícioprofissional do professor como compromisso social.

Então, sua responsabilidade é formar alunos para que estes sejamcidadãos ativos e participantes na família, no trabalho, nas associações declasse, na vida cultural e política. Trata-se de uma atividade de cunhofundamentalmente social, uma vez que contribui para a formação cultural ecientífica de um povo. Aceita este convite?

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A disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica II o convida a realizaruma investigação a respeito das práticas administrativas e pedagógicasde uma determinada escola e refletir sobre suas finalidades.

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!

A pesquisa sugerida consti-tui-se como processo de construçãode conhecimento sobre um objeto ouproblema que se considerarelevante e precisa estar fun-damentada em proposiçõesteóricas, seguir um método comrigor científico, produzir novosconhecimentos e divulgá-los paratorná-los públicos; necessitando deum tempo mais ou menos longo deimersão do pesquisador no campo.

No caso específico da atividade quelhe sugerimos, trata-se de realizaruma visita para verificar como aescola se organiza e se normatizapedagógica e administrativamente.

Momento de Momento de Momento de Momento de Momento de Revisão Revisão Revisão Revisão Revisão !!!!!

Vamos resgatar os questionamentos que levantamos ao longo do texto dedicado aeste conteúdo?

“Quem” é a escola, qual a sua identidade, a sua memória e o seu projeto?

Assim como o mundo vem sofrendo mudanças nos setores econômicos, políticos,culturais, geográficos, entre outros, a escola também foi afetada por uma série de fatores:mudança nas organizações da gestão escolar, nos currículos, na concepção de avaliação,na utilização de novos recursos didáticos (como as novas tecnologias, por exemplo), nadesvalorização da profissão docente, dentre outros.

Essas transformações estão refletidas no cotidiano escolar, uma vez que mudançasrápidas de paradigmas interferem no interior da escola, ressignificando o seu saber, fazere pensar. A Escola que temos hoje passa por um momento de crise no entendimento e naimplementação de conceitos teóricos e práticos com relação à sua organização, ao processode ensino-aprendizagem e a rápida transformação dos conhecimentos científicos e técnicos,princípios pelos quais o processo educacional se estrutura.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

“Quem” são os sujeitos que lhe dão vida?

Todos aqueles que chegam à escola, mediados pela ação do Gestor.O compromisso social, expresso principalmente na competência profissionalé exercido na vida social e política. Assim, a profissão-professor (o chamadomagistério) constitui-se em ato político porque se realiza no contexto dasrelações sócias, espaço onde de manifestam os interesses das classessociais. Faz-se necessário uma sólida preparação profissional face àsexigências colocadas pelo trabalho docente.

“Quem” a dirige, “quem” a gere e “quem” a avalia?

Todos aqueles que fazem parte da escola. A avaliação da aprendizagem no cenárioda educação escolar esteve por muito tempo como única forma de avaliação, fundamentadapela Pedagogia do Exame, sem que se pensasse em avaliar outros processos da açãoescolar, tendo como únicos atores, os alunos. Sousa (1995, 43-49), faz reflexões importantesem torno da atuação da psicologia na avaliação da aprendizagem, e da influência exercidapelos estudos realizados nos Estados Unidos nas duas primeiras décadas do século vinte.Destes estudos surge a convicção de que se conhecendo a natureza do desenvolvimentodo aluno, abre-se caminho para a compreensão e aperfeiçoamento da educação escolar.

Para “quem” se destinam as diferentes propostas de trabalho?

Para todos aqueles que fazem parte da escola. Para proporcionar a todas as criançase jovens o acesso e a permanência na escola básica, provendo-lhe de excelente formaçãocultural e científica.

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AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

1.....

2.....

Libâneo (2004, p.29) afirma que a educação é um fenômeno e um processo social.O que você pode concluir a partir desta afirmativa?

Por que é importante para o profissional de Biologia compreender os fundamentosconceituais voltados para a temática “Estrutura e Organização da Unidade Escolar”?

Analise as permanências e mudanças presentes na estrutura administrativa epedagógica da escola investigada como proposta da disciplina PPPII e a escola em quevocê estudou.

3.....

Você escolheu a profissão de educador. Quais saberes serão necessários para quevocê assuma, com dignidade e coerência, este privilegiado papel de formar seres humanos?4.....

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Faça um resumo informativo do texto lido. Este resumo deverá serconstruído em um parágrafo, contendo, no máximo, 500 palavras e, no mínimo,350. Boa leitura!

5.

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Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????

A Formação Continuada de Professores:A Função da Escola como Espaço de Formação deSeres Humanos.

(...) ser cidadão significa ser sujeito de direitos e deveres. Cidadão é,pois, aquele que está capacitado a participar da vida da cidade literalmente e,extensivamente, da vida da sociedade (...); ser cidadão significa, portanto,participar ativamente da vida da sociedade moderna, isto é, da sociedade cujocentro de gravitação é a cidade. SAVIANI (1986, p. 73-76).

Estudos desenvolvidos por Saviani (ibid) nos informam que a educação escolarforma o sujeito para que este possa realizar o exercício consciente (direitos e deveres) dacidadania. A escola, neste contexto, tem a tarefa de democratizar, com qualidade e “paratodos”, os conhecimentos construídos historicamente pela e para humanidade.

O que significa a expressão Formação de professores?????Formação e capacitação são as mesmas coisas?????

Para Para Para Para Para refletirrefletirrefletirrefletirrefletir...............

Estes conteúdos construídos historicamente precisam ser apropriados pelos sujeitosque fazem parte da vida em sociedade, independente da sua história pessoal. A propostacurricular da Escola precisa validar o princípio da identidade, buscando, em sua concepçãofilosófica, política, metodológica, acolher o aluno com suas especificidades, assumindo ocompromisso de torná-lo mais cidadão, mais humano.

?????Será que os professores de Biologia compreendem a

importância de abordar o conteúdo tomando como base a idéia deidentidade? Os professores desta área de conhecimento foramformados para compreenderem esta questão?

?????

A biologia é a ciência da vida(do grego bios= vida e logos = estudo).O Biólogo é o profissional quedebruça-se sobre as características eo comportamento dos organismos, aorigem de espécies e indivíduos, e aforma como estes interagem uns comos outros e com o seu ambiente.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia)

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

O ensino de Biologia tem sido alvo, principalmente nas últimas décadas,de análises e críticas por aqueles que se preocupam com a qualidade e aimportância de uma educação que leve em consideração a realidadesociocultural em que os alunos estão inseridos. Como enfrentar as dificuldadesrelacionadas à formação do professor para atuar no ensino de Biologia?Discutir a formação dos profissionais da educação escolar no cotidiano daEscola Básica significa colocar realidade no contexto mais amplo dademocratização do ensino e da própria sociedade brasileira. Isto significaassumir a formação do educador como um meio e não como um fim em si.

Contudo, vale destacar que a formação do educador não vai resolver, por si só, aquestão da democratização do ensino, mas, certamente, terá uma função importante noprocesso de construção da Escola que se quer democrática. Esta Escola necessita deeducadores mais competentes para que cumpra, de maneira diferenciada, para melhor, asua função social.

Educadores competentes necessitam, sem dúvida alguma,de condições mínimas de trabalho; dentre elas, a questão salarialé ponto de partida para qualquer discussão de propostas quevisem melhorar o ensino brasileiro.

Para Para Para Para Para refletirrefletirrefletirrefletirrefletir...............

Mas quem é este professor de Biologia? Qual a sua formação?Este profissional tem conhecimentos necessários para participar dagestão escolar?

Segundo autores como Pereira (1999), os currículos de formação de professoresbaseados no modelo da racionalidade técnica mostram-se inadequados à realidade daprática profissional docente.

?????

?????

As principais críticas atribuídas a esse modelo dizem respeito àseparação entre teoria e prática na preparação profissional, a prioridadedada à formação teórica em detrimento da formação prática e a concepçãoda prática como simples espaço de aplicação de conhecimentos teóricos.Você concorda que esta separação é inadequada?

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!

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Um outro limite deste modelo consiste em acreditar que odomínio dos conteúdos específicos que se vai ensinar é suficientepara ser um bom professor. Isso significa, por exemplo, que, para serum bom professor de Biologia, basta o domínio dos conhecimentosespecíficos dessa área do conhecimento. Com os conhecimentosque você já construiu ao longo do seu curso de Biologia, é possívelvalidar esta afirmativa? ?????

?????

Reconhece-se que o caráter pedagógico da formação do professor ultrapassa adimensão técnica, que é considerada insuficiente para responder aos dilemas eambigüidades presentes no processo educativo, dando relevância à multiplicidade quecompõe sua dimensão humana (ESTEBAN, 2001).

Um modelo alternativo de formação de professores que vem conquistando um espaçocada vez maior na literatura especializada é o da racionalidade prática (RP), o qual secontrapõe ao modelo da racionalidade técnica (RT).

Estudos desenvolvidos por Pereira (1999) informam que no modelo da RP o professoré considerado um profissional autônomo, que reflete, toma decisões e cria durante suaação pedagógica, a qual é entendida como um fenômeno complexo, singular, instável ecarregado de incertezas e conflitos de valores.

A prática pedagógica do professor de Biologia, segundo o modelo da RP, “não éapenas locus de aplicação de um conhecimento científico e pedagógico, mas espaço decriação e reflexão, em que novos conhecimentos são, constantemente, gerados emodificados”. (PEREIRA, 1999, p. 113).

Este mesmo autor enfatiza que, por essa via, o contato com aprática docente aparece desde os primeiros momentos do curso deformação. Você percebeu agora a importância da disciplina Pesquisae Prática Pedagógica para o seu curso?

Porém, o autor alerta para que também não ocorra uma supervalorização da práticaem detrimento da teoria: “ a prática pedagógica não é isenta de conhecimentos teóricos eque estes, por sua vez, ganham novos significados quando diante da realidade escola“(PEREIRA, 1999, p.114).

É possível perceber, diante do exposto, que o modelo da RP nos indica que a açãopedagógica ganha um espaço que se destaca muito mais quando comparado ao modeloanterior, no qual a teoria é concebida como o eixo da formação: enquanto a RT valorizademasiadamente a formação teórica da área específica de referência, acreditando queisso seja suficiente para se formar um bom professor, a RP propõe que a prática seja o eixoda formação docente. Em qual modelo está baseado o seu curso?

?????

?????

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Pedagógica II

Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????A institucionalização dos cursos superiores de formação

de professores começou efetivamente no Brasil na década de1930, apresentando como referencial a criação da Universidadedo Distrito Federal, instituída em 1935 por Anísio Teixeira, ondese propôs uma escola de nível superior para formar todos osprofessores, inclusive aqueles voltados à escolarização inicial.Essa proposta foi extinta em 1939, tomando espaço a formaçãode professores para o ensino básico

(SCHEIBE; DANIEL, 2002).

Segundo Esteban (2001), a relação teoria/prática é fundamental para a construçãoda autonomia docente. No entanto, ela é considerada como um dos seus entraves, emespecial pelo distanciamento existente entre a reflexão e a ação e pela dificuldade de colocarem prática as discussões teóricas.

A idéia de autonomia apresentada pela autora refere-se à capacidade do professor,individual ou coletivamente, criar alternativas para a sua ação. A construção de uma práticanova e de melhor qualidade depende da conquista dessa autonomia.

Até agora tratamos apenas da formação inicial do professor. Mas será que ela seesgota na graduação? Decerto que não! Para conquistar esta almejada autonomia, aluno(a),é necessário investir na formação continuada. Este deve ser um espaço que possibiliteampliar os conhecimentos da área em que o professor atua, além de proporcionardiscussões teóricas sobre problemas práticos do cotidiano escolar.

Concordamos com Libâneo (2000) quando posiciona-se acerca da formaçãocontinuada, ao considerar que esta formação deveria proporcionar aos professores aampliação do seu campo de atividade, por meio da atualização sobre os avanços da suadisciplina e no seu campo de ensino, tanto no que tange aos conteúdos quanto aos métodos.

Para que a escola sejaedificada como espaço deformação de seres humanos,associada ao cotidiano escolar, épreciso superar as dificuldades queinterferem na condução das suasaulas, como o excesso de trabalho,

Para Para Para Para Para refletirrefletirrefletirrefletirrefletir...............a burocracia intransponível queimpede os afastamentos para afreqüência em cursos de atualizaçãoe/ou formação continuada, além dafalta de material alternativo ao livrodidático e de boa qualidade.

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AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

1.....Vamos resgatar os questionamentos que levantamos ao longo do texto dedicado aeste conteúdo? Veja que em alguns tópicos inserirmos uma numeração (1 a 7). Estasquestões precisam ser refletidas por você. Mãos à Obra!

Registro das reflexões

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO:A GESTÃO DA ESCOLA E DA SALA DE AULA

O Projeto Político-Pedagógico da Escola:Metodologia de Trabalho para Elaboração Deste Documento.

Pensar em planejar a educação é parte essencial da reflexão sobrecomo realizar e organizar o trabalho escolar, o que significa encarar os problemasdessa instituição e do sistema educacional como um todo, compreendendo asrelações institucionais, interpessoais e profissionais nela presentes, avaliandoe ampliando a participação de diferentes atores em sua administração, em suagestão, assumindo-a enquanto instância social de contradições, propícia aodebate construtivo e, sobretudo, enquanto entidade que tem por principal tarefapropiciar atividades e formar cidadãos. (GADOTTI; ROMÃO, 2004, p.80)

Estes tão conhecidos autores, discípulos de Paulo Freire, nos alertam que aelaboração de um Projeto Político-Pedagógico (PPP) ultrapassa a mera elaboração deplanos, que só se prestam a cumprir exigências burocráticas. Este conteúdo, para sercompreendido por você, caro(a) aluno(a), precisa antes ter estudado os fundamentosindicados no TEMA 1 deste Módulo Impresso e os seus desdobramentos.

Por que o nome Projeto Político-Pedagógico?

Vamos entender o que alguns autores compreendem acerca deste conteúdo:

Veiga (2000) nos informa que o termo político aparece para destacarque a ação pedagógica é um ato político, assim caracterizado por estarformando cidadãos para determinada sociedade, que exige da escolauma formação escolar que propicie competência profissional e vivênciademocrática, participativa, crítica, responsável e ética.

Desta forma, compreende-se que o Projeto Político-Pedagógico configura-se comouma ação intencional, que tem sentido claro: trata-se de um documento que reflete aidentidade da escola. Todo Projeto Pedagógico da escola é político por sua característicademocrática e por estar intimamente articulado ao compromisso sócio - político e com osinteresses reais da população que faz parte daquela U.E.

Refletir acerca do papel político e pedagógico que a escola assume na sociedadehistoricamente dividida em classes sociais, dentro de um modo de produção capitalista,nos impulsiona a reconhecer a educação como um ato político, intencional. É justamenteesta característica que vem contribuindo ou para reforçar o modelo de sociedade, suaideologia, a cultura e os saberes que são considerados relevantes para os grupos que

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possuem maior poder, ou para desvelar a própria forma como a escola se articula com asociedade e seu projeto político.

A Escola é, pois, um espaço emancipatório, caracterizado como locus de construçãode uma contra-ideologia, espaço em que a cultura e os saberes dos grupos sociaisdiscriminados,com a sua historia negada e distorcida, esteja em constante diálogo comoutros saberes acumulados e sistematizados historicamente.

Todo Projeto Político da Escola possui uma dimensão pedagógica, uma vez quereflete a intencionalidade da escola, define as ações educativas e as características própriasde um determinado contexto para que a escola possa cumprir seus propósitos, validandosuas intenções.

Para Para Para Para Para refletirrefletirrefletirrefletirrefletir...............Qual é, na sua opinião, a intencionalidade da escola?Veiga (ibid) acredita que é a formação do cidadão participativo,

responsável, compromissado, crítico e criativo. E você?

Com tal compreensão e, consequentemente, prática, estaremos desvelando a idéiaou o mito do planejamento como documento meramente burocrático e compreendendo oseu caráter político e ideológico, pois, ao definir objetos, metas, metodologias de ação,forma de avaliação do trabalho escolar, fazendo ações, atribuímos às nossas açõeseducativas ou um caráter conservador ou caráter transformador.

Vasconcellos (2006) compreende que o PPP é “o plano global dainstituição, entendido como sistematização, nunca definitiva, de umprocesso de planejamento participativo” (p.17)

O PPP configura-se como instrumento teórico-metodológico de suma importânciapara servir como indicador da realidade vivenciada em determinado contexto escolar,transformando-a. Este instrumento é resultante da interação entre os objetivos e prioridadesestabelecidas pela sujeitos que representam a escola, indicando, após reflexão, as açõesnecessárias para a construção de uma escola que atenda às exigências próprias paraconstrução de uma nova sociedade.

A elaboração deste instrumento requer, antes de tudo, um trabalho comprometidode todos os envolvidos no processo educativo: professores, equipe técnica, alunos, seuspais e a comunidade.

Para Diogo (1998, p. 17), o Projeto Educativo é, claramente, umdocumento de planificação escolar que poderíamos caracterizar do seguintemodo: de longo prazo quanto à sua duração; integral quanto à sua amplitude,na medida em que abraça todos os aspectos da realidade escolar; flexívele aberto; democrático porque é elaborado de forma participada.

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Pedagógica II

A prática de construção de um projeto precisa estar amparada porconcepções teóricas sólidas e supõe o aperfeiçoamento e a formação daspessoas envolvidas neste processo. Neste caso, os Conselhos Escolaresprecisam ser atuantes e esta atuação será percebida no interior da Escola edas comunidades diretamente envolvidas. O resultado desta ação influenciae provoca transformações nas instâncias educacionais que, historicamente,têm ditado o como, o porquê, o para quê, o quando e o onde planejar. Observe,pois, que a atividade de planejar é científica, sistemática, com objeto deestudo definido, apresenta método, critérios necessários para viabilizar a açãode quem planeja, notadamente quando se trata de uma ação coletiva, alémde viabilizar a execução e avaliação do que foi planejado.

O Projeto Político-Pedagógico pode ser considerado como a síntese de um processopermanente de discussão para definir, coletivamente, as diretrizes, prioridades e metas daescola e, ao mesmo tempo, traçar os caminhos para alcançá-los. O professor precisainteragir de forma participativa na elaboração do Projeto Político-Pedagógico, pois oprocesso de construção e implantação dará identidade não só à escola, mas também aoprofessor no que diz respeito à sua prática educativa.

Oliveira (1990) compreende que o PPP Retrata a cara da escola,sua identidade. Por isso mesmo, a elaboração do PPP é sempre umprocesso inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade quepermanece como horizonte da escola. Conforme este autor, termo ProjetoPolítico-Pedagógico nasce nos anos 80, com o intuito de se contrapor auma visão burocrática e técnica e afirmar a natureza política do projeto.

É necessário, segundo Veiga (2000) considerar três pontos básicos na especificidadedo projeto, a saber: o projeto é uma antecipação do futuro, portanto, deve orientar e conduzira ação presente; é utópico, caracteriza-se como idéia em processo para transformar-seem ação, o que reforça o caráter político da educação. O papel do PPP está voltado parao desenvolvimento de um projeto que se pretende histórico em busca da transformaçãosocial. O PPP, após a sua concepção, acompanhamento e avaliação constante, numa práticacoletiva, legitima a identidade da Escola.

Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????Neves (1995) identificou as seguintes características do PPP:

Totalidade: Porque engloba toda a ação da escola, seus fundamentosfilosóficos, objetivos e metas e o mecanismo de gestão.

Identidade: Porque explicita com clareza a missão social, princípios,valores e compromissos, além da organização em nível materiale financeiro para consecução dos objetivos indicados.

Dinamismo: Porque é um processo contínuo de construção.Transparência: Porque está aberto à comunidade escolar.

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Para elaborar este documento, necessário se faz atentar para os seguintesprocedimentos, interligados e ordenados, seguindo um método, a saber:

Justificativa: contextualiza e descreve a U.E, informando a sua história, a suarealidade, as questões que precisam ser analisadas.

Contexto referencial: informa as ações que serão implementadas parasolucionar os problemas levantados. Ainda neste espaço, são indicados o sentidodo trabalho que será realizado, além do diagnóstico, partindo do levantamento dedados sistemáticos retirados da realidade, indicando as Forças, as Possibilidadese a Situação da Escola. Este diagnóstico cobrirá as dimensões externas (famíliae comunidade) e internas (todos aqueles que encontram-se diretamente ligadosà escola). Há ainda necessidade de definir o ideal de homem, de cidadão, deeducação e sociedade que se pretende edificar, apontando o perfil institucional,seu compromisso com a formação de seres humanos. Por fim, programam-se aslinhas de ação, definindo a metodologia de trabalho, combinando a ação individual,grupal (com representantes de cada segmento) e plenário (reunindo todos osmembros da escola).

Programação: é a etapa que indica as ações que serão executadas, diminuindoa distância entre o diagnóstico e a realidade pretendida. As Metas são traçadas,indicando o que se quer alcançar, integrando os membros da U.E. que deverãonortear as atividades que serão desenvolvidas na Escola: corpo docente; corpodiscente; pais e comunidade. Os objetivos da U.E, de cada nível e curso ministradotambém são apontados, definindo a estrutura curricular. Enfim, concluindo estetópico, as ações são programadas, especificando as atribuições dos envolvidos.Observe o esquema:

Metas Ações/Atividades Responsável Cronograma de execução

Avaliação: não é preciso aguardar a conclusão do Projeto para avaliar osresultados pois a avaliação se faz presente e necessária ao longo do processo,de caráter permanente, combinando dois momentos indissociáveis:produtos eprocessos. É preciso identificar a metodologia de avaliação do projeto, realizandoatividades dinâmicas, tais como: reunião para avaliação, supervisão dosresultados das atividades, entrevistas para elaborar diagnóstico, programaçãocom pais e comunidade, dentre outros.

Conclusão: algumas considerações precisam ser registradas, tendo em vista oaprimoramento do Projeto: é preciso observar a coerência entre os planos daU.E e o de cada professor em sua proposta de trabalho; destacar a teoriapedagógica que dará suporte ao processo ensino-aprendizagem. O RegimentoEscolar deverá ser elaborado simultaneamente ao PPP e precisa ser avaliadocom periodicidade, pois depende de processos legitimadores juntos à U.E.

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!Não existe um único modelo para tornar exitosa a ação educativa

da Escola. Cada U.E é fruto de suas contradições e o caminho que podeser coerente numa determinada conjuntura, num determinado local, podenão o ser em outro contexto.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Momento de Momento de Momento de Momento de Momento de Revisão Revisão Revisão Revisão Revisão !!!!!

1. Os estabelecimentos de ensino elaboram, executam e informam ospais e responsáveis sobre a execução da proposta pedagógica;

2. Os docentes devem participar da elaboração e implementação de um plano detrabalho que concretize a proposta pedagógica da escola;

3. Deve haver a participação de todos os profissionais da escola na elaboração doprojeto: este é um dos princípios da gestão democrática;

4. As instâncias superiores à escola devem adotar coordenação dos sistemaseducativos, prestando apoio e incentivo às escolas, abandonando práticasautoritárias.

5. O PPP é importante para a escola e sua gestão porque possibilita implementar ações,metas e estratégias na configuração de um projeto político-pedagógico, no qual aintegração entre a escola e a comunidade e os agentes educativos entre si é a basefundamental para sua sustentação.

6. A construção coletiva do PPP permite que os sujeitos envolvidos assumam umcompromisso sócio-político com os interesses reais e coletivos da população local,a partir da intencionalidade na formação do cidadão para um determinado tipo desociedade, primando sempre pela qualidade, eficiência e eficácia do ensino.

7. O Projeto Político-Pedagógico, na concepção oficial, deve criar as condições paraque se ultrapasse os baixos índices de desempenho apresentados pelo sistema deensino, e ao mesmo tempo, ampliar as condições de permanência do aluno na escola.E, ainda, demonstrar que é indispensável garantir às escolas os meios favoráveis àconstrução desse projeto, calcado nos princípios de qualidade, eqüidade, autonomia,participação democrática e valorização do magistério.

8. A elaboração do PPP pela escola, envolvendo todos os atores educacionais e acomunidade, é a expressão do processo de descentralização no âmbito pedagógicoque é bastante enfatizado nos documentos oficiais a partir da década de noventa. Deum modo geral, a descentralização implica a existência de uma pluralidade de níveisde decisão exercida de forma autônoma.

9. O processo de construção do PPP deve estar emconsonância com o planejamento escolar, consi-derando que estas atividades refletem as práticassociais e educativas vivenciadas na escola.

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AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

1.....

2.....

Analise atentamente o texto construído para validar os princípios indicados noconteúdo proposto. Como o professor de Biologia pode auxiliar na elaboração do PPP?

Como tornar o PPP legítimo e tradutor dos anseios da equipe escolar?

Como acompanhar a sua implementação no interior das escolas?3.....

Considerando a inter-relação entre os conhecimentos filosóficos e políticos daeducação, analise os princípios do PPP e suas implicações na prática pedagógica.4.....

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Reportando-nos aos quatro pilares da educação que ressaltamos naconstrução do Projeto (aprender a conhecer, a fazer, a conviver e aprender aser), qual a sua importância na efetivação de uma prática educativa a serviçodas aprendizagens dos alunos?

5.

Projeto de Ensino-Aprendizagem:Concepção de Educação, Currículo e Conhecimento.

O Projeto de Ensino-Aprendizagem é uma síntese que o educador fazdos apelos da realidade, das expectativas sociais, de seus compromissos eobjetivos, das condições concretas do trabalho.

( VASCONCELLOS, 2006, p. 147)

Antes de abordamos o tema objeto de análise deste conteúdo, convidamos você,aluno(a), para refletir acerca das seguintes questões:

Quem educa o educador?1 Educa-o a vida, que é construção de quem vive. A vidahumana, dupla construção de si mesma e do mundo, ensina a ensinar quem, na vida, aprendea aprender.

Quem educa o educador? Educa-o quem o precedeu em seu labor. Porque nossavida é construção histórica e a missão de educar se funda na elaboração de outrasexperiências, na história do educar. Educar exige teoria. Reconhece-se, no espaço deformação, conceitos esquecidos ou não percebidos de fundamental importância para aconstrução de uma proposta de trabalho coerente, resgatando nos alunos assistidos odesejo de aprender.

Quem educa o educador? Educa-o seu trabalho, sua meta de formar, recíproca ecoletiva, partindo do diálogo permanente no espaço escolar e em outros espaços. A escolaé o lugar onde educadores e educandos trocam seus papéis continuamente, questionandoe sendo questionado. Só ensina quem aprende e, porque aprende, aprende a ensinar.

Esta compreensão é de extrema necessidade para que possamos iniciar o nossodiálogo acerca dos princípios pedagógicos e critérios metodológicos necessários para aconstrução de uma proposta de trabalho a ser realizada no contexto escolar.Compreendemos que este ato só é produtivamente possível se realizado como um doselementos de um processo de ensino e aprendizagem que estejam claramente definidospor uma proposta pedagógica.

1 WARSCHAUER, Cecília. Rodas em Rede. Oportunidades Formativas na Escola e fora dela. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.

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Por isso, para falarmos do Projeto de Ensino-Aprendizagem, é preciso nos referirao PPP elaborado pelo atores partícipes de uma determinada U.E. para que a proposta aser construída pelo professor não seja vista de forma desvinculada dos demais elementosindicados no plano maior (PPP), pois as mudanças na forma de desenvolvimento desseprocesso implicam, necessariamente, mudanças nas formas da ação avaliativa e, do mesmomodo, as alterações no processo de avaliação poderão conduzir a uma transformação noprocesso de ensino. Veja, então, a importância da sua participação na elaboração destedocumento institucional.

Toda prática pedagógicaprecisa estar consubstanciada comuma teoria ou teorias. Elas devem sercoerentes com as intenções educativasa que correspondem. Uma unidadepedagógica é fundamental para que osistema reflita tais intenções. Faz-senecessário uma concepção que deve

Se o fazer e as intenções educativas integram e concretizam um Currículo, devemser compartilhadas por todos aqueles que atuam e que vierem a atuar nas Escolas.. OCurrículo expressa a vida escolar, devendo ser documentado, mas se concretiza nos espaçosescolares: sala de aula, reuniões, corredores. Portanto, dinâmico, o currículo deve ser vistocomo processo, mesmo que necessário como produto.

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!ser partilhada e construída por todosos sujeitos que atuam e dão sentidoe significado à U.E.

Uma UE é formada essencialmentepor Diretor(a), Coordenador(a), Secre-tário(a), apoio administrativo, família,professores(as) e alunos(as). Podemos dizerque os protagonistas do processo ensino-aprendizagem são essencialmente os doisúltimos (professores e alunos). Porém, essaspessoas mudam constantemente: os alunos,pela continuidade dos estudos em outroscontextos, e os professores, por condiçõessociais, econômicas e pessoais. Portanto,

um sistema de ensino deve ter minimamentedocumentadas as suas intençõeseducativas, expressadas no Planejamento(Unidade e Quinzenal) que, por seremmomento de estudo e tematização daprática, deverão ser concretizadas por essaspessoas. O coração da vida escolar, ocurrículo, deve estar documentado e servircomo referencial para os profissionais daescola. Estas informações você já construiuao estudar Didática, caro(a) aluno(a)!

O Projeto Pedagógico da Escola, documento que revela a sua proposta curricular,procura consolidar uma base técnica-científica que viabilize aos alunos o desenvolvimentode um processo de aprendizagem, possibilitando a interpretação, a compreensão, aassimilação e a internalização individual e coletiva das organizações e das mudançasindispensáveis a estas e ao contexto sócio-econômico, habilitando-os a implementar eadequar as modificações necessárias.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

À luz dessa filosofia, oprocesso de ensino-apren-dizagem permite ao alunoconstruir, em parceria com oprofessor, a sua formaçãointelectual. Contextualiza-se,sob esta ótica, o crescente

estímulo à criatividade e aopermanente exercício doraciocínio crítico, analítico esistêmico, consolidando odesenvolvimento de saberes,conforme estudos realizadospor Paulo Freire (1996).

Para Para Para Para Para refletirrefletirrefletirrefletirrefletir...............

O compromisso da U.E. reside no acompanhamento do aluno, garantindo-lhe acompreensão e o entendimento das premissas da formação pessoal, através da averiguaçãodas potencialidades individuais e coletivas e da orientação para a aprendizagem, a auto-avaliação e questionamento permanentes, assegurando a sua própria formação edesenvolvimento.

Um dos aspectos maiscomplexos do Currículo Escolar éa definição das intenções educa-tivas de forma coerente, concreta,para nortear a prática docente, per-mitindo ajustes mediante a diversi-dade de situações e de contextosnos quais se forma o processo deensino e de aprendizagem. As ati-vidades educativas escolares

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!caracterizam-se por serem atividadesintencionais, o que significa que tratamde responder a alguns propósitos(objetivos) e a perseguir a consecuçãode algumas metas (resultados).

A expressão “intenções educativas” (COLL, 2004) é utilizada para designar osresultados esperados da aprendizagem, indicando o que o aluno deve aprender até o finaldo processo educativo.

IMPORTANTE!Não serão abordados, neste nosso Módulo de PPPII, a indicação dos

objetivos comportamentais, conforme concepção psicológica dominante nadécada de 1970, que enunciava as transformações que deveriam serobservadas no comportamento do aluno como indicadores de que osresultados foram alcançados. Ao contrário, a definição de intenções educativasrequer a substituição dos objetivos comportamentais por objetivos cognitivos,que podem ser concretizados em função do conteúdo aprendido pelos alunosde forma contextualizada, estabelecendo as atividades de ensino eaprendizagem das quais irão participar. !!!!!

!!!!!

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Os conteúdos curriculares têm valores importantes para a formação dos alunos.Devem ser o ponto de partida tanto para selecionar quanto para planejar as atividadesrealizadas nos espaços de aprendizagem e indicar os resultados esperados daaprendizagem dos educandos (marcos de aprendizagem). De acordo com esta proposta,a meta da educação escolar é desenvolver saberes que permitirão que os alunos continuemaprendendo e utilizando o que sabem para viver e conviver com os outros, melhorando oambiente natural e social de que fazem parte.

Mas para que serve a Proposta Curricular?

· Para tomar decisões coletivas coerentes;· Para melhorar a qualidade do ensino: análise e reflexão sobre a própria prática;· Para orientar a formação em serviço dos professores;· Para registrar a história da Escola: memória coletiva;· Para elaborar um Projeto Pedagógico adequado e coerente à realidade da instituição

e à filosofia educativa da equipe docente, assegurando ao mesmo tempo o acessode todos os alunos às experiências educativas essenciais para seu desenvolvimentoe socialização.

Quais são os ELEMENTOS que compõem um PROJETO CURRICULAR?

a) O que ensinar· Objetivos Gerais da Educação (Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio);· Objetivos gerais das disciplinas e áreas de conhecimento;· Conteúdos das disciplinas e áreas de conhecimento;· Conteúdos interdisciplinares.

b) Quando ensinar· Seleção e seqüênciação dos conteúdos (Planejamento da Unidade/Quinzenal)

c) Como ensinar· Critérios e opções metodológicas;· Decisões sobre agrupamentos de alunos;· Decisões sobre organização de tempo e espaço;· Materiais curriculares e recursos didáticos.

d) O que, quando e como avaliar· Procedimentos e instrumentos para avaliar o progresso das aprendizagens dosalunos;

· Elaboração de critérios para avaliação;· Elaboração de programa específico de acompanhamento do aluno com dificuldadede aprendizagem (Conselho de Classe – diagnósticos e prognósticos).

Para que estes elementos ganhem sentido, necessário se faz definir DIRETRIZESPARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

As referências quealimentam a Proposta Cur-ricular são sócio-ideológicas,antropológicas, psicológicas epedagógicas. O CurrículoEscolar desempenhará me-lhor sua função se levar emconta, com equilíbrio exigidopelas características de cadaetapa, todas as capacidades

Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????necessárias para assegurar odesenvolvimento harmônicodos alunos. Por outro lado, umaboa prática docente seráaquela em que essa variedadede intenções educativas sereflita claramente nas ativi-dades de ensino e de apren-dizagem, realizadas na sala deaula.

Mas, o que significa a expressão INTENÇÕES EDUCATIVAS?

As intenções educativas alicerçam a prática dos professores e, ao mesmo tempo,permitem um ajuste à diversidade de situações e de contextos nos quais se forma o processode ensino-aprendizagem.

Conforme estudos desenvolvidos por Coll (1987), optamos por definir as intençõeseducativas respeitando as características de um currículo democrático, observando osresultados esperados da aprendizagem dos alunos e os conteúdos que deverão serabordados, mediante escolaridade, por segmento, área de conhecimento. Assim, asintenções educativas dependem dos saberes enunciados nos objetivos gerais de cadaetapa educativa: educação infantil, ensino fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovense Adultos. Este conteúdo será abordado de forma mais densa na próxima disciplina,Pesquisa e Prática Pedagógica III.

Iniciamos este Módulo falando sobre PLANEJAMENTO. Vamos agora entenderelementos que fazem parte deste documento, assim como fizemos ao tratarmos do PPP.

O papel dos objetivos educacionais. O que significa isto?

Os objetivos educacionais devem ser estabelecidos em relação aos saberes que sepretende desenvolver junto aos alunos a partir da intervenção específica e devem serreferendados pela tipologia dos conteúdos.

Até hoje a literatura referenda que o papel atribuído à educação escolar tem priorizadoas capacidades cognitivas, mas nem todas, e sim aquelas que têm considerado os maisrelevantes: as que se referem às disciplinas tradicionais dos currículos. Você deve ter vistoesta situação ao realizar a Pesquisa de Campo, notadamente ao observarem a sala deaula.

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Consideramos que a Escola também deve se ocupar dos saberes necessários paraa formação integral da pessoa. Educar, neste contexto, traduz-se em formar pessoas quenão estão parceladas em compartimentos estanques, em capacidades isoladas. Quandose tenta potencializar certo tipo de saber cognitivo, ao mesmo tempo se está influindo nosaber fazer, saber ser, saber conviver. A capacidade de uma pessoa para se relacionardepende das experiências vivenciadas e a escola é um lugar preferencial para seestabelecer vínculos e relações que definem e condicionam as próprias concepçõespessoais sobre si e sobre os outros. É preciso compreender que tudo quanto o professorpromove, por menor que seja, incide em maior ou menor grau de formação dos alunos. Amaneira de conduzir a aula, os tipos de incentivos, as expectativas depositadas, os materiaisutilizados, cada uma dessas decisões veicula determinadas experiências educativas.

O papel dos saberes. O que são saberes? Como podemos conceituar comosendo um ensino por saberes?

Podemos conceituar saber como o ato de pensar com entendimento, ação própriado ser humano, fundamentada na ética, na visão de mundo alicerçada em rigorosidade,pesquisa, criticidade, risco, humildade, bom senso, tolerância, alegria, curiosidade,esperança, competência, generosidade, disponibilidade. Para Freire (1996), a Pedagogianão está mais centrada apenas na Didática, mas também na ética e na filosofia. O que faza diferença, neste contexto, é a vivência do estudante, sua capacidade de adaptar-se anovas situações, seu espírito crítico, facilidade de comunicar-se, capacidade de lidar compessoas e de trabalhar em equipe.

Entendemos que os saberesrelacionam-se a três elementosimportantes. O primeiro seria acondição do sujeito em aprender, nosentido de ser consciente de suacapacidade de. O segundo estariarelacionado à mobilização desituações e recursos necessáriospara abordar questões complexas,compreendendo os conteúdosespecíficos para a sua resolução. Oterceiro refere-se aos recursoscognitivos/intelectuais, emocionais,éticos e criativos do sujeito. Estessaberes são aprendidos. Aprendemosa identificar, correlacionar, analisar,avaliar, manipular, realizar pesquisas,organizar. Para que tais saberessejam aprendidos, é necessário quedurante as aulas, os alunos realizem

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!atividades e tarefas que propor-cionem tais saberes. A perguntaimplícita que se faz neste espaço deorganização do planejamento é “oque o aluno precisa saber para...”.É fundamental e de extrema relevânciaque os planejamentos dos professorescontemplem tais saberes e que sejampropostas atividades e tarefas quecorroborem para tal formação. Noâmbito de um ensino voltado para odesenvolvimento de saberes, noentanto, não basta que sejamdesenvolvidas as habilidades (o fazer),mas que seja pedido que os alunossejam criativos, autô-nomos, para que, defato, estejamos for-mando “gente maisgente”.2

2 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

O papel dos Conteúdos. Que conteúdo ensinar?

Os conteúdos escolares são compreendidos a partir da tipificaçãorelativa a conteúdos factuais (relativos a fatos), conteúdos conceituais(relativos a conceitos e princípios), conteúdos procedimentais(relativos a procedimentos) e conteúdos atitudinais (relativos a valores,normas e atitudes).3

Entende-se por conteúdos o conjunto de formas culturais e saberes selecionadospara formar parte das diferentes áreas curriculares em função dos Objetivos Gerais deÁrea4. Os conteúdos podem ser fatos, conceitos, princípios, procedimentos, valores, normase atitudes.

Um conceito designa um conjunto de objetos ou símbolos que têm certascaracterísticas comuns. Exemplo: mamíferos, número primo, triângulo. Um princípio somentedescreve relação causa-efeito. Geralmente usam os termos “regra” ou “lei” como sinônimosde princípio. Na medida em que os princípios descrevem relações entre conceitos, constituemverdadeiros sistemas conceituais. Exemplo: a lei da gravidade, o ciclo natural da água.

Um procedimento é um conjunto de ações ordenadas e finalizadas, quer dizer,orientadas para a consecução de uma meta. Para que um conjunto de ações constitua umprocedimento, é necessário que esteja orientado até uma meta e que as ações ou situaçõesdidáticas se sucedam em uma certa ordem. A complexidade dos procedimentos varia emfunção do número de ações ou situações implicadas em sua realização. Geralmente utilizam-se os termos “destreza”, “técnica”, “método”, ou ainda “estratégia” como sinônimo deprocedimento. Exemplo: construir um plano, fazer um resumo, confeccionar um plano deobservação.

Um valor é um princípio normativo que preside e regula o comportamento daspessoas em qualquer momento e situação. Exemplo: respeito à vida, respeito à natureza,a solidariedade. Os valores se concretizam em normas, que são regras de conduta quedevem respeitar as pessoas em determinadas situações: compartilhar, ajudar, ordenar,respeitar.

Uma atitude é uma tendência a comportar-se de uma forma consistente e persistenteante determinadas situações, objetos, ou pessoas. As atitudes traduzem, no nívelcomportamental, um maior ou menor respeito a determinados valores e normas: condutade compartilhar, de respeitar, de ordenar, de ajudar, de cooperar.

Partindo do pensamento Freireano, pode-se afirmar, pelo menos,sete teses sobre a construção do conhecimento:

Saiba Saiba Saiba Saiba Saiba maismaismaismaismais !!!!!

a) o que é conhecer;b) como se conhecerc) o que conhecer;d) por que conhecer;

e) conhecimento e interesse;f ) todos podem conhecer;g) só é válido o conhecimento compartilhado.

3 COLL, César, 1992. ZABALA, Antoni, 1998. PCN/MEC, 19964 Conforme PCN Ensino Fundamental 5ª a 8ª

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O papel da seqüência didática. Como organizar uma seqüência didática?

Ensinar envolve estabelecer uma série de relações que devem conduzir à elaboração,por parte do aluno, de representações pessoais sobre o objeto de conhecimento. Quemaprende utiliza sua experiência e os instrumentos cognitivos que possui para dar umainterpretação pessoal e subjetiva do novo conhecimento que se apresenta. Portanto, pode-se concluir que em cada pessoa o resultado desse processo de conhecimento serádiferenciado.

Apesar de possuir elementos compartilhados com os outros, terá determinadascaracterísticas únicas e pessoais, posto que a diversidade é inerente à natureza humana equalquer ação educativa deve se adaptar a essa característica. Sendo assim, pode-se falarna diversidade de seqüências que os professores podem utilizar na concretização dasintenções educativas com seus alunos. Esta interação direta tem que permitir oacompanhamento dos processos que os alunos vão realizando. O acompanhamento e umaintervenção diferenciada, coerente com os objetivos estabelecidos, tornam necessária aobservação do que acontece em sala de aula.

Para que o aluno compreenda o que faz, depende, em grande medida, que seuprofessor seja capaz de ajudá-lo a compreender a dar sentido ao que tem em mãos, isto é,depende de como se apresenta, de como tenta motivá-lo, na medida em que o faz sentirque sua contribuição será necessária para aprender. Outrossim, para que os alunos possamseguir o processo e situar-se nele, depende também do grau de contribuição do professorcom sínteses e recapitulações, com referências ao que já se fez e ao que resta por fazer; oscritérios que pode transmitir acerca do que constitui uma relação adequada entre alunos eprofessores, avaliar o próprio saber, aproveitar as ajudas que lhes são oferecidas e, se fornecessário, pedi-las.

A atuação do professor deve ser no sentido de contar com as contribuições e osconhecimentos prévios dos alunos, tanto no início das atividades, quanto durante suarealização. O professor deve potencializar progressivamente a autonomia dos alunos como propósito de ajudá-los a encontrar sentido no que estão fazendo, criando um sentimentode compromisso e responsabilidade com a própria aprendizagem e trabalho em sala deaula. Deve, também, estabelecer determinadas relações pautadas no respeito mútuo e nosentimento de confiança, promovendo a auto-estima e o auto-conhecimento.

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!A Proposta Pedagógica

definida nos documentos divul-gados pelo MEC pauta-se noprincípio da atividade mental doaluno – e, portanto, também dadiversidade. Apesar disso, situar oeixo no aluno ativo não significapromover uma atividade compulsiva,reativa, nem tampouco atribuir aosprofessores um papel secundário.Promover a atividade mental do

aluno significa que ele deve entendero que faz e porquê faz, tendoconsciência do processo que estáseguindo. Isto vai lhe permitir dar-seconta de suas dificuldades e, se fornecessário, pedir ajuda. Também vailhe permitir experimentar,o que o motiva a seguirtentando.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

O papel da avaliação. Como avaliar?

O ato de avaliar se dá a todo instante no próprio processo da vida. Sea escola não está isolada da sociedade, apesar de sua especificidade, nãopode continuar insistindo numa prática de avaliação mecânica, sem perceberque as pessoas que fazem parte do cotidiano escolar são as mesmas pessoasque fazem parte do cotidiano da vida.

Uma prática com ênfase no processo e não somente no aproveitamento final doaluno, que não utiliza a prova como o seu único instrumento, coloca a avaliação a serviço docrescimento do aluno e não de sua exclusão, não devendo ser confundida apenas comomomento de teste ou prova. Provas e testes não são sinônimos de avaliação, mas sãoinstrumentos que ajudam no processo de avaliação do aluno.

Avaliar é preciso e necessário. O aluno deve ter continuamente avaliada a suacapacidade de observar, refletir e intervir nas atividades desenvolvidas em sala de aula,bem como nos seus processos de construção dos conhecimentos.

Segundo ESTEBAN (2001), assumindo-se como objetivo nuclear da escola o ensinoe, portanto, o processo de apropriação e construção do conhecimento pelo aluno, sãodestacadas como funções da avaliação o diagnóstico do processo de ensino eaprendizagem, permitindo o seu contínuo aprimoramento. Portanto, seus resultados devemservir para orientação da aprendizagem, cumprindo uma função eminentemente educacional,rompendo-se com a falsa dicotomia entre ensino e avaliação, subsidiando professores,alunos e a escola na transformação do trabalho escolar.

A avaliação deve ser discu-tida no âmbito do Projeto Peda-gógico, buscando coerência entreteoria e prática. O processo de ava-liação pode ser compreendido emduas dimensões que ocorrem para-lelamente ao longo do ano letivo. A 1ªdimensão centra-se no âmbito da salade aula e podemos chamá-la deavaliação de aprendizagem dosalunos. Esta dimensão deve estarprevista nos planejamentos das aulase tem por função avaliar o “rendi-mento” do aluno em relação aos

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!conteúdos trabalhados, bem comosua participação em sala de aula eassiduidade com as tarefas, semindicação de nota. Sendo umprocesso contínuo, a avaliação daaprendizagem auxilia o professor noplanejamento e replanejamento desuas aulas e de suas intervenções emsala de aula e em relação aos seusalunos.

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Indicamos algumas questões, baseados nos estudos realizados por Hoffman (2005),que devem orientar o professor a realizar uma avaliação mais formativa, no sentido decolaborar para o replanejamento de sua prática e para a formação de seus alunos:

Quais devem ser os meus critérios de avaliação? Quais os saberes da área de conhecimento que precisam ser contemplados no período? Quais os instrumentos que devem guiar a minha prática avaliativa? Como corrigir as tarefas? O que entendo por “erro”? O que devo quantificar? Como discutir os resultados da avaliação com os alunos? Como acompanhar os alunos que apresentaram dificuldades?

A 2ª dimensão é chamada de institucional e tem como propósito avaliar se aspráticas dos docentes e da organização pedagógica-administrativa da U.E. Aavaliação interna é concretizada através de questionários, elaborados a partir de critériosque são coerentes com tais fundamentos e que serão respondidos pelos atores envolvidosno processo: Professor, Aluno, Coordenador, Diretor.

Momento de Momento de Momento de Momento de Momento de Revisão Revisão Revisão Revisão Revisão !!!!!

1. A efetivação da prática democrática e da construção de um ambiente educativopropício à articulação de saberes para a elaboração do planejamento participativo,requer atitudes concretas, tanto de resistências positivas, quanto de abertura para acriação de uma pressão institucional para a mudança dos vários sujeitos que delaparticipam.

2. A mudança é necessária para a busca da qualidade e não de mudança no sentidode exclusão de pessoas. Aquele que ainda não se comprometeu com a atitudecolaborativa, vai se dando conta, progressivamente, da mudança que já está emcurso.

3. Uma das maiores preocupações na construção do PPP é garantir o envolvimento eo comprometimento da equipe escolar em seu processo de elaboração. Por outrolado, pode-se apresentar um paradoxo: Por que “perder tempo” na construção e naelaboração do Projeto, quando se pode delegar a outros esta tarefa? Isto acontecequando a equipe escolar vê o PPP apenas como um documento exigido pelo SistemaEducacional e não como uma ferramenta pedagógica que norteia a ação educativaem todos os âmbitos; e que dá segurança aos atores institucionais no seu fazercotidiano.

4. É importante reunir os professores e toda a equipe escolar para que juntos possamdiscutir a importância do Projeto na construção da identidade e autonomia da escola,analisar os objetivos e finalidades do projeto; refletir sobre a clareza dos fundamentosteóricos e metodológicos que embasarão o projeto; discutir a proposta metodológicaem construção do projeto.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

5. Para operacionalizar o PPP são imprescindíveis algumas ações:discutir com a comunidade escolar o significado do PPP; constituiruma Comissão composta por segmentos da comunidade escolar queorganize e coordene o processo na escola, em sintonia com os outroscolegiados escolares; Criar espaços para que toda a comunidadeescolar possa discutir e decidir ações priorizadas nos fórunspromovidos pela escola, dentre outras.

6. O projeto não pode ser uma camisa de força para a escola e para o professor. Como crescimento da autonomia escolar, a avaliação Institucional tornou-se uma açãoindispensável para a garantia da efetivação dos princípios basilares de uma educaçãode qualidade, evidenciada na proposta pedagógica da escola.

7. É importante questionar: como sustentar um projeto educacional que articule ocompromisso com a finalidade da ordem social, com a cidadania coletiva, em umasociedade submetida a processo de mudanças aceleradas e atravessadas por umacrise ética?

8. O Projeto deve refletir o movimento de busca da ressignificação do real, do instituído,com força de instituinte de novas possibilidades de dinamização da praxis, baseadana ação-reflexão-ação sobre as ações realizadas na escola, utilizando a avaliaçãocomo elemento retroalimentador do PPP.

9. O Projeto Pedagógico é um instrumento de luta por melhores condições educativas.E através disto, permitir o diálogo consistente e fecundo com a comunidade, e mesmocom os órgãos dirigentes.

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AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

1.....Elabore um Mapa Conceitual a partir das considerações e reflexões realizadas.Não esqueça de consultar o Módulo Impresso da disciplina Metodologia do Trabalho

Científico.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????

O Fundeb, Fundescola e o Pde: Informações eRecursos Necessários Para Garantir a Autonomia da Escola

FUNDEBFundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica

A educação básica - que compreende a educação infantil, o ensinofundamental e o ensino médio em todas as suas modalidades - deverá contarcom um fundo de financiamento próprio a partir da aprovação do Fundo deManutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dosProfissionais da Educação (Fundeb).

O FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da EducaçãoBásica e de Valorização dos Profissionais da Educação) terá a duração de 14anos (2006-2019), com o intuito de atender os alunos da educação infantil, doensino fundamental e médio e da educação de jovens e adultos.

Sua implantação foiprogramada de maneira gradativanos quatro primeiros anos.Estáprevisto no quarto ano de vigênciaatender 47,2 milhões de alunos cominvestimentos públicos anuais de R$50,4 bilhões, dos quais R$ 4,3bilhões serão provenientes da União

.

O FUNDEB terá a finalidade deaumentar os recursos aplicados pelaUnião, estados e municípios naeducação básica pública e melhorar aformação e o salário dos profissionaisda educação.

www.brasilescola.com/pedagogia/fundeb-fundef.htm

www.mec.gov.br/sef/fundebwww.mec.gov.br/sef/fundebwww.mec.gov.br/sef/fundebwww.mec.gov.br/sef/fundebwww.mec.gov.br/sef/fundeb

Qual a importância do FUNDEB?

O FUNDEB tem um profundo significado, que é o de financiar todos os níveis daeducação básica, buscando reduzir as disparidades entre Estados e municípios, bemcomo entre grupos sociais. Este programa é fruto de um acordo financeiro realizado entreo Banco Mundial e o MEC e os recursos são destinados às regiões consideradas maispobres do Brasil: Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

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Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????

FUNDESCOLAFundo de Fortalecimento da Escola

O Fundo de Fortalecimento da Escola (Fundescola) é um programa doFundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), com a interfacedas secretarias estaduais e municipais de Educação das regiões Norte, Nordestee Centro-Oeste e financiamento proveniente do Banco Mundial (Bird). Tem porobjetivo promover um conjunto de ações para a melhoria da qualidade das escolasdo ensino fundamental, ampliando a permanência das crianças nas escolaspúblicas, assim como a escolaridade nessas regiões do país.

www.fnde.gov.brwww.fnde.gov.brwww.fnde.gov.brwww.fnde.gov.brwww.fnde.gov.br

É papel do FUNDESCOLA viabilizar, em regime de parceria eresponsabilidade social, a eficácia, eficiência e eqüidade no ensinofundamental público notadamente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através da oferta de serviços, produtos e assistência técnico-financeiracriativas e pedagogicamente bem fundamentadas, que tem como meta oensino-aprendizagem além das práticas gerenciais das escolas e secretariasde educação.

Além disso, o Fundescola promove, mediante transferência de recursos

financeiros, por meio de convênios com os municípios, estados ou órgão doMEC, as seguintes ações:

- Aquisição de equipamento e mobiliário escolar para salas de aula;

- Projeto de Melhoria da Escola -PME;

- Adequação física de prédios escolares - PAPE;

- Construção de escolas em assentamentos rurais e áreas de comunidadesindígenas com atendimento educacional do programa;

- Formação e titulação de professores não habilitados para o ensino nasséries iniciais do Ensino Fundamental, por meio do Programa Proformação;

- Capacitação de docentes da Escola Ativa;

- Plano de Desenvolvimento da Escola - PDE.

www.fnde.gov.br/home/index.jsp?arquivo=/fundescola/fundescola.html

Para que você precisa saber sobre estes dois Programas do Governo Federal,futuro(a) professor(a) de Biologia? Para saber de onde vêm os recursos que chegam àEscola Básica. E saber, também, como desenvolver Projetos para trazer estes recursospara a U.E.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Atenção Atenção Atenção Atenção Atenção !!!!!

Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????

Sabe por quê? Com destes programas surge o Plano deDesenvolvimento Escolar (PDE), que tem como objetivo a melhoria da gestãoescolar em seu contexto global, uma vez que abraça questões pedagógicas,administrativas e financeiras.

O PDE é coordenado pela diretoria da instituição e desenvolvido de maneiraparticipativa pela comunidade escolar.

O PDE atende a 4,5 milhões de estudantes em 7.300 escolas de347 municípios dos 19 estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Os recursos financeiros que chegam à Escola via PDE são utilizados na promoçãode cursos voltados para a formação de professores, gestores e funcionários.

Este documento configura-se com instrumento de planejamento estratégico plurianualdirecionado a melhorar a qualidade e a eficiência da escola.

Recebem recursos financeiros e apoio técnico paraelaborar o PDE, as escolas que tenham a partir de 100 alunos,organizem unidades executoras, disponham de condições mínimasde funcionamento e possuam liderança forte.

Por meio do PDE, a escola faz:a) um diagnóstico de sua situação;b) define seus valores e sua missão;c) elabora objetivos, estratégias, metas e planos de ação.

A metodologia para elaboração e implementação do Plano segue o modelo deplanejamento estratégico, segundo manual que descreve o processo passo a passo,incluindo conceitos, princípios e instrumentos necessários ao gerenciamentodo Plano. Visiteo site do MEC e veja como este documento é estruturado.

Na primeira etapa do processo – visão estratégica – a comunidade escolar define:a) seus valores;b) sua visão de futuro;c) missão e objetivos estratégicos ou grandes alvos a serem alcançados.

A partir dos objetivos, a escola define o conjunto de ações e metas que transformarãosua visão de futuro em realidade.

A autonomia escolar será assegurada pela destinação de recursos diretos, geridospelo conselho escolar.

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Para Para Para Para Para refletirrefletirrefletirrefletirrefletir...............Afirma-se que a autonomia

financeira fortalece a identidade daescola e incentiva a participação dacomunidade em seu apoio. A melhoriada qualidade do ensino será asse-gurada também pela otimização derecursos e pelo investimento eminsumos e inovações, como materiais

didáticos e tecnológicos; igualmenteimportante é a adoção de medidasde manutenção e melhoria dagestão e autonomia das escolas,além do treinamento prático e noserviço para docentes e direção daescola. Você concorda com estaafirmativa?

Momento de Momento de Momento de Momento de Momento de Revisão Revisão Revisão Revisão Revisão !!!!!

1) O objetivo do FUNDESCOLA é incentivar a adoção de um novo modelo de gestãona escola fundamental pública. Sua missão é promover um conjunto de ações paraa autonomia e melhoria da qualidade do ensino fundamental e para a garantia dapermanência das crianças nas escolas públicas.

2) A estratégia principal do FUNDESCOLA é incrementar o desempenho dos sistemasde ensino público, fortalecendo a capacidade técnica das secretarias de educação,a gestão das escolas e a participação da comunidade na vida escolar.

3) O FUNDESCOLA compõe-se de diferentes projetos voltados para planejamento,adequação de prédios, equipamentos e mobiliários escolares e formação deprofessores.

4) O Plano de Desenvolvimento da Escola(PDE) é projeto principal doFUNDESCOLA, visando à modernização da gestão e ao fortalecimento daautonomia da escola, mediante a adoção do modelo de planejamento estratégico,que se apóia na racionalização e na eficiência administrativa.

5) O PDE busca elevar o grau de conhecimento e o compromisso de diretores,professores e outros funcionários da escola com os resultados educacionais;melhorar as condições de ensino e estimular o acompanhamento dos pais naaprendizagem de seus filhos.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

1.....Você é membro do Conselho Escolar de uma determina U.E. Osmembros do referido Conselho o indicaram para fazer uma palestra para a Plenária, ouseja, as pessoas que fazem parte diretamente da escola (funcionários, professores, pais,alunos e comunidade). A palestra tem como tema O FUNDEB, FUNDESCOLA E O PDE:INFORMAÇÕES E RECURSOS NECESSÁRIOS PARA GARANTIR A AUTONOMIA DAESCOLA. Quais seriam as informações que você traria para este público? Faça um roteiroda sua palestra.

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A Gestão da Escola e a Gestão da Sala de Aula:Por onde Começar?

[...] que alternativas a escola deve buscar para organizar o trabalhopedagógico numa perspectiva crítica e democrática, visando, efetivamente, acontribuir para a formação de um cidadão autônomo e reflexivo, sem a perdados laços de solidariedade social? (SOUSA; CORRÊA, 2002, p. 23)

Qual é a escola temos? Qual é o modelo de Gestão ainda presente nesta escola?Como os professores participam desta gestão? O PPP é um documento real, ou faz partedo ato burocrático ainda presente nos órgãos federais, municipais e estaduais? Os Cursosde Formações de Professores, sobretudo as Licenciaturas, estão contemplando, em suaproposta curricular, situações problematizadoras que convidem os alunos a refletirem sobreas mazelas próprias da gestão escolar que interferem diretamente na sala de aula ou aindareservam-se ao ensino exclusivo de métodos e técnicas?

A escola que ainda temos enfrenta, no seu cotidiano, a diversidade de concepções epráticas pedagógicas que interferem no planejamento escolar. Então, ao pensarmos nagestão escolar, via PPP, necessário s faz encarar como desafio o trabalho coletivo,democratizando o espaço escolar, escutando, acolhendo e respeitando a diversidade deconcepções expressas pelos diferentes atores envolvidos na prática pedagógica.

Estudos desenvolvidos por Sousa e Correa(2002) nos informam que a reflexão sobrea prática pode ser alicerçada por questões próprias da gestão escolar, a organização dotrabalho pedagógico de forma democrática, a gestão da sala de aula, espaço em que opedagógico e o administrativo se confrontam em vários aspectos.

Então, a sala de aula denuncia se as intenções, metas e ações indicadas no PPPsão palavras vãs ou retratam a identidade da escola. Sabemos que na escola, existem, esão claros, os problemas econômicos, políticos, sociais, demonstrados nas relaçõesinterpessoais entre alunos, professores, funcionários e corpo diretivo. A sala de aula estáconectada com estes s problemas e com os do seu entorno social.

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Como agir numa situação tão complexa e, ao mesmo tempo,desafiadora?

Uma das indicações é o trabalho com Projetos Didáticos,promovendo a aprendizagem numa perspectiva interdisciplinar,globalizada, contextualizada e organizada a partir de problemas reaisdos alunos na sala e fora dela, e da escola.

Afinal, o que são Projetos Didáticos? Você já estudou este conteúdo em Didática.Vamos apenas pontuar alguma questões necessárias para nossa reflexão.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

O então denominado método de projetos de Dewey e Kilpatrick, ao buscarcompreender situações próprias do ato pedagógico do ensinar e do aprender, é consideradocomo uma mudança na maneira de pensar na proposta pedagógica da escola, a propostacurricular e, conseqüentemente, a prática pedagógica.

Com os Projetos Didáticos, a aprendizagem passa a ser compreendida da seguinteforma:a) um processo complexo e global,b) a teoria e prática não se dissociamc) o conhecimento da realidade e a intervenção nesta realidade é a pauta de trabalho do

professor que compreende a necessidade da contextualização dos conteúdosespecíficos

d) aprendizagem é desencadeada a partir de um problema que surge e que conduz àinvestigação, à busca de informações, à construção de novos conceitos, à seleção deprocedimentos adequados.

Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????O “método de projetos”

surgiu no Brasil no bojo domovimento conhecido comoescolanovista, oriundo da“Escola Nova”, caracterizadopela posição aos princípios emétodos da Escola Tradi-cional. Os educadores MariaMontessori, Ovídio Decroly,Edouard Claparède JohnDewey William Kilpatrick re-

presentaram este movimento.Os dois últimos (Dewey eKlpatrick) foram os idealiza-dores do chamado criadores do“método de projetos”. Suaspropostas pedagógicas foramdisseminadas no Brasil porLourenço Filho e Anísio Teixeira.Esta proposta não é nova, comopodemos concluir.

Na Pedagogia Tradicional osconteúdos escolares eramabordados de forma fragmentada, oque conduziu a uma organizaçãosegmentada do conteúdo e tempoescolares. Por esta razão, aindatemos hoje em nossa escola oshorários específicos para língua

Você Você Você Você Você SabiaSabiaSabiaSabiaSabia?????portuguesa, ciências etc. Você aindalembra de algum conceito abordado nadisciplina Biologia, quando você aindaera estudante do Ensino Médio? Haviaalguma relação com a Química e aFísica? E hoje, como está estaabordagem?

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Você, em breve, estará assumindo uma sala de aula. Como será a sua pratica?Por onde começar?Vamos, de forma objetiva, indicar algumas questões que consideramos de suma

importância para que você possa, com competência, assumir a sua profissão. Vamos lá?

Como elaborar um Projeto? Primeiro, você e seu grupo precisam definir qual afinalidade do projeto. É resolver um problema de ordem prática? É o estudo de algumassunto atual, de interesse dos alunos? É para melhorar algum saber (leitura, escrita)que os alunos apresentam dificuldade?

Como selecionar os conteúdos? Depende da proposta do grupo envolvido e dasquestões surgidas no desenvolvimento do projeto.

Quanto tempo? Pode ser de horas, dias ou meses, dependendo da complexidadedo tema.

Como escolher o tema do Projeto? Precisa observar os interesses dos alunos ,mas não se limitar a este aspecto, ou seja, o professor que indicar um tem paraestudo por perceber a sua necessidade, deve provocar a motivação necessária,envolvendo os alunos em todas as fases do projeto.

Como avaliar? Cabe ao professor orientar, planejar, discutir e mediar osconhecimentos que serão abordados nos projetos, escolher os procedimentosdidáticos mais adequados, fomentar a pesquisa e garantir a sistematização dosdiferentes tipos de conteúdos. A avaliação deverá contemplar os conteúdosabordados, observando o processo de construção de conhecimento de cada alunoe do grupo, indicando atividades de sistematização desafiadoras, criativas econtextualizadas.

!!!!!

!!!!!

Sabemos que você, aluno(a), está muito bem orientado sobre o seupapel na formação de seres humanos. A escola deve formar para acidadania, então, o exemplo precisa começar neste espaço (ESCOLA) evocê é um dos representantes desta idéia. A gestão que se quer democráticapode melhorar o que é definido como papel da escola no exercício dacidadania, ou seja, o ENSINO. Assim, o convite realizado pela disciplinaPesquisa e Prática Pedagógica II de participar da/na gestão da escolaproporcionará um melhor conhecimento do funcionamento da escola e dopapel de cada pessoa partícipe deste processo, através, sobretudo, docontato permanente entre professores e alunos, aproximando asnecessidades dos alunos, oriundas do seu contexto de vivência, dosconteúdos que serão mediados por vocês, caros(as) alunos(as), futurosprofessores de Biologia.

Mãos à Obra!

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Amigo(a),

Estamos vencendo mais uma etapa de nossa caminhada acadêmica!Inicialmente, lembremos que a disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica II – PPP II

é uma oportunidade de você estar desenvolvendo o exercício da crítica e da reflexão acercada Gestão Escolar e do Projeto Político-Pedagógico à medida que se processa a suaformação acadêmica. Objetivamos vislumbrar mudanças no processo ensino-aprendizagem,tornando-o essencial à efetiva promoção da cidadania.

Finalizando essa parte da caminhada, estaremos direcionando para a confecção daAtividade Orientada que visa o desenvolvimento de competências e habilidades para aexecução de um seminário cujo tema transversal é “A Educação no exercício da Cidadania”.

A Atividade Orientada deve ser realizada em três etapas que estão descritas logoabaixo. Lembre-se de que, essa atividade pertence à disciplina, tem caráter obrigatório,devendo ser realizada e direcionada para a construção do seminário.

Etapa 2

AtividadeAtividadeAtividadeAtividadeAtividade

OrientadaOrientadaOrientadaOrientadaOrientada

Etapa 1 Elaboração do Relatório

O relatório é um documento muito comum em todas as profissões. De um modogeral, podemos dizer que ele é uma exposição escrita que tem por finalidade descreveralguma situação anteriormente pesquisada ou vivenciada.

O nosso relatório deverá expor fatos e situações levantadas e/ou analisadas naatividade de observação já realizada ao longo das disciplinas oferecidas neste Circuito.Estamos, portanto, em fase de elaboração de um Relatório, cujo modelo se encontra noANEXO A. Lembramos mais uma vez que sua observação já foi norteada pela entrevista epela análise documental do Projeto Político-Pedagógico.

Elaboração do Cartaz

O cartaz é uma forma de comunicação visual que deve expor a quem o observa eanalisa todas as informações que se pretende transmitir de forma clara, organizada, coerentee com bom aspecto. O cartaz não deve deixar dúvidas quanto às informações transmitidase deve nortear a apresentação da equipe no seminário. Deve ser ilustrado, instigante, semperder o caráter acadêmico. Consulte as orientações dadas para a construção do cartaz,em PPPI.

A seguir daremos as orientações para a realização das etapas.

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Etapa 3 Elaboração do Folder

O folder é um material impresso e que deverá apresentar resumidamente os dadosde identificação dos colaboradores, da Faculdade, da Disciplina e do seminário que seráapresentado. Ele deverá ser distribuído para a apresentação do seminário; portanto elenorteará os observadores no acompanhamento e desenvolvimento do mesmo. Para aconfecção do Folder siga o modelo que se encontra no anexo 02. Este modelo encontra-sedisponível para download no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Dessa forma, vocêpoderá baixá-lo e preenchê-lo com as informações referentes ao seminário.

ORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE ORIENTADA

Caro(a) educando(a),

Como é do seu conhecimento, já destinamos 12 (doze) horas de PPP II nas disciplinasanteriores. Agora você dispõe de mais um momento para a elaboração da atividadeorientada, que é a culminância do material impresso. Lembramos que a atividade orientadadeve ser realizada no ambiente de tutoria, mas algumas atividades essenciais à elaboraçãodo seminário deverão ser realizadas fora do ambiente de tutoria, durante as duas semanasletivas da disciplina, observando a seguinte carga horária:

· 3 horas de pesquisa;· 3 horas de elaboração do relatório;· 2 horas de reuniões.

1. Quanto à construção do seminário:

Como aconteceu em Pesquisa e Prática Pedagógica I, pudemos ver, anteriormente,que a linha de base da orientação se processará em 03 (três) etapas:

Etapa 01: Elaboração do relatório de observaçãoEtapa 02: Elaboração do cartazEtapa 03: Elaboração do folder

Você já realizou uma entrevista e a observação, uma análise documental do ProjetoPolítico-Pedagógico (ou, em caso de inexistência ou impossibilidade, do Plano deDesenvolvimento da Escola), bem como a observação do ambiente escolar. Todas essasatividades constituem-se, naturalmente, em atividades de pesquisa, mas não se esgotamnelas.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

Em relação à pesquisa, o material impresso de PPP I nos diz que“constitui-se em requisito indispensável à elaboração do seminário”. Então,esperamos de você responsabilidade com a construção do seu próprioconhecimento.

Utilize os momentos fora da tutoria para ampliar o seu conhecimentocom pesquisas que enriqueçam a sua formação e a construção do seminário.Busque aprofundar-se mais sobre o papel da entrevista, da análise documental

e da observação numa pesquisa científica. Busque também conhecer mais sobre o papeldo relatório como instrumento de comunicação de resultados de pesquisas. Entendammelhor a técnica de estudo do seminário.

Para tal, você dispõe, nas referências deste material impresso, de alguns autoresque tratam de abordagens qualitativas da pesquisa e metodologia do trabalho científico.Lancem mão desses, de outros autores e também da Internet, afinal, você já recebeu noAVA do PPP I orientação sobre “como fazer uma pesquisa inteligente na Internet”.

Aqui, você e sua equipe deverão estar elaborando um relatório, um cartaz, um foldere um seminário, buscando estabelecer relações com os dados levantados e registrados naentrevista e na análise documental e na observação.

Agora, mãos à obra!

2. Quanto à realização das etapas

Paute a primeira reunião com sua equipe para organização, leitura e análise coletivade todo material desenvolvido e trabalhado nas disciplinas anteriores. Todo este materialse constitui num processo evolutivo de construção do seminário que culminará em umaapresentação presencial. Assim, tudo isto lhe servirá de norte ao desenvolvimento destaatividade.

Juntos, façam registros dos pontos que a equipe julga mais relevante. Comecem aexercitar pensamentos e atitudes coletivas. Isto é muito favorável ao êxito de um trabalho degrupo.

Neste momento, remeta-se ao seu material impresso de Pesquisa e Prática I, poisele lhe servirá de apoio para a construção do seminário, do cartaz e do folder, além deoferecer orientações importantes à produção do relatório.

Esteja atento às orientações e realize as atividades com compromisso. Além disso,participe ativamente nos encontros de equipe e mantenha um bom relacionamento comseus colegas. Atitudes como essas (atenção, compromisso, participação, boa relação inter-pessoal), associadas ao exercício da pesquisa teórica e prática, em muito lhe serão úteisao desenvolvimento de suas habilidades e competências para exercer a sua profissão deeducador-pesquisador crítico e reflexivo, não somente em relação à sala de aula, mastambém em relação às dinâmicas de uma escola comprometida com a formação decidadãos e cidadãs.

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Etapa 01: Elaboração do Relatório de Observação

Tratamos aqui, de um relatório como instrumento de uma comunicação do trabalhocientífico. Buscaremos, por enquanto, uma execução simples de relatório por ser esta,provavelmente, a sua primeira experiência.

Convém que estejamos reunindo documentos utilizados na entrevista, na análisedocumental e na observação. Isto é muito importante porque além de demonstrarem eilustrarem as situações e os fatos relatados, são comprobatórios do que está sendo relatado.

Em resumo, parta do princípio de que a construção do relatório tem por maior objetivodivulgar os dados obtidos em suas “andadas” na escola, orientadas nesta disciplina.

Por este motivo, você e sua equipe têm que se organizar no sentido de realmenteselecionar e ordenar os fatos e situações que foram mais relevantes na sua atividade deobservação. Isto é fundamental para o desenvolvimento da escrita do relatório.

Para facilitar o seu trabalho, estaremos disponibilizando um modelo simplificado deRelatório, no Centro de Recursos do Serviço de Atendimento ao Estudante (SAE). Vocêdeve fazer o download do documento, salvá-lo, abri-lo, imprimi-lo e utilizá-lo na escrita doseu relatório.

Ações importantes e preliminares à escrita do relatório:

- análise profunda e coletiva dos registros da atividade de observação;- registro de outros fatos que foram percebidos durante a observação e que sejamrelevantes à elaboração do relatório;

- estabelecimento de relações entre a observação, a entrevista e a análisedocumental;

- realização de um breve estudo bibliográfico sobre ENTREVISTA, ANÁLISEDOCUMENTAL, OBSERVAÇÃO e RELATÓRIO;

- estudo coletivo do modelo de relatório que ora apresentamos.

Conheça melhor a estrutura básica do modelo sintético de relatório que estápublicado no SAE:

CAPA, contendo:·Nome da instituição responsável;·Título;·Local;·Ano de publicação, em algarismo arábico.

CONTRA-CAPA, contendo:·nome da instituição, curso, disciplina, orientador(a);·título;·nome do relator;·local;·ano da publicação em algarismos arábicos.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

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SUMÁRIO: relação das etapas do trabalho, na ordem em que aparecerãono desenvolvimento do relatório.

RESUMO: síntese do conteúdo do relatório, destacando os aspectos maisrelevantes. O resumo não deve ultrapassar 10 (dez) linhas. Ao final do resumo,deve-se listar até 03 (três) palavras-chave do trabalho.

TEXTO: é o corpo e deve conter as seguintes seções:

Introdução, que é a apresentação do assunto. Aqui, vocês devem ter a preocupaçãode oferecer ao leitor uma idéia do todo a ser relatado, sem entrar em maiores detalhes.

Desenvolvimento: Nesta parte vocês deverão apresentar os pressupostos teóricosque nortearão o desenvolvimento do trabalho, fazendo citações que levarão à conclusãofinal; para tanto, busque, pesquise, para se fundamentar em bases sólidas e científicas.Neste espaço você também informará os resultados levantados e obtidos ao longo dapesquisa.

Conclusões: Onde deve ser feita uma revista crítica e reflexiva no corpo dodesenvolvimento para expor as conquistas alcançadas, as conseqüências e implicaçõesdos fatos e situações levantadas, as limitações, as expectativas, etc.

Aqui, é importante você estar revendo a etapa número 01 de PPP I, Produção Textual,porque valem muito a qualidade do texto produzido e o modo como vocês utilizam estetexto para argumentar, justificar, ilustrar suas conclusões.

REFERÊNCIAS: relação das referências utilizadas pelo(s) autor(es) para a execuçãodo relatório.

Você já deve ter observado que existe uma padronização para essas referências.Elas seguem às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.Busque a ABNT em bibliotecas. Conhecer a ABNT é extremamente importante para odesenvolvimento deste e de qualquer trabalho científico.

ANEXOS: têm por finalidade esclarecer ou documentar o que foi exposto no corpodo relatório. Devem ser enumerados e receber títulos.

Atenção: Sumário, Resumo, Introdução, Desenvolvimento, Conclusão,Referências e Anexos devem ser utilizados como títulos, no início da páginadestinada a cada um deles.

E aí, já começaram?!

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Etapa 02: Elaboração do Cartaz

Inicialmente, torna-se importante uma releitura da elaboração do cartaz.

Alguns aspectos que devem ser considerados para o cartaz:

- tratando-se de um recurso didático, deve ter uma organização que lhe confiraclareza e objetividade dos conteúdos;

- tratando-se de um recurso pedagógico, deve servir de apoio à apresentação detoda a equipe;

- tratando-se de um material ilustrativo, deve ter uma diagramação com capacidadede provocar fruição, mas sem perder de vista o seu caráter acadêmico;

- tratando-se de um recurso complementar à exposição oral, deve manter umacoerência com o que está sendo exposto oralmente.

Dicas para a melhor qualidade estética e acadêmica do cartaz:

- mandar fazê-lo numa gráfica;- enriquecê-lo com pequenos textos e chamadas que explicite ao leitor alguns

argumentos teóricos importantes ao conteúdo exposto.

Caprichem no cartaz!Ele vai expressar a qualidade do seu trabalho coletivo, antes,

durante e mesmo depois da exposição oral do seu seminário presencial.

Etapa 03: Elaboração do Folder

Para a elaboração do folder, você pode seguir a orientação dada em PPP I e queconsta no modelo que está no anexo 02.

ORIENTAÇÃO PARA O SEMINÁRIO PRESENCIAL

Em PPP I, você já obteve orientação acerca de Seminário. Viu que ele abraça asatividades de pesquisa, discussão e debate.

Releia as orientações para construção do seminário, no material impresso de PPP I,e as utilize para a construção deste.

Fique ligado(a) na importância da clareza e objetividade com que você e sua equipetratarão os fatos e situações levantadas, discutidas e analisadas!

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

O relatório construído se constitui no eixo norteador da apresentaçãooral do seminário. Tenham como objetivo do grupo a sua compreensão e visãoglobal por todos os membros da equipe.

O fato da exposição oral se caracterizar pelo trabalho colaborativo é ofato de que NÃO deve ser traduzido como trabalho fragmentado. Deste modo,busquem uma estratégia de apresentação oral que garanta a unidade do

trabalho, a clareza das informações e a postura crítica e reflexiva dos apresentadores.

A esta altura, vocês já têm conhecimento da importância de estar utilizando um recursodidático visual como fonte de ilustração e enriquecimento da sua apresentação, que nonosso caso se trata de um painel.

O seminário é instrumento muito valioso na exposição de informações acerca deuma determinada pesquisa.

Alguns aspectos relevantes ao êxito da apresentação do seminário:

- planejamento criterioso;-competência (entenda como estudo crítico e reflexivo do(s) conteúdo(s)abordado(s));

- organização global da apresentação do grupo;- organização esquemática das falas individuais;- organização da sala de apresentação, garantindo a todos as mesmas condiçõesde participação (semi-círculo é uma forma interessante de dispor a sala de aula!);

- expressão oral dos apresentadores;- qualidade dos recursos materiais, que no nosso caso é o painel;- clareza e objetividade na exposição (afinal, o público ouvinte deve desenvolveraprendizagens com a exposição!)

Colocar os anexos dos modelos sugeridos abaixo:

ANEXO A - MODELO DE RELATÓRIOArquivo anexado

ANEXO B - MODELO DE FOLDER PARA O SEMINÁRIO PRESENCIAL IIJá existe em PPPI – é só anexar

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GlossárioGlossárioGlossárioGlossárioGlossário

ETHOS - O ethos é a maneira como cada homem e cada cultura vivem o ser.

DEMOCRACIA - Democracia vem da palavra grega “demos” que significa povo.Nas democracias é o povo que detém o poder soberano sobre o poder legislativo e executivo

PARTICIPAÇÃO - É um dos cinco princípios da democracia. Estamos falando departicipação em todos os níveis, sem exclusão prévia de nenhum grupo social, semlimitações que restrinjam o direito e o dever de cada pessoa tomar parte e se responsabilizarpelo que acontece no planeta, consequentemente, na escola.

POLÍTICAS PÚBLICAS - São aquelas ações continuadas no tempo, financiadasprincipalmente com recursos públicos, voltadas para o atendimento das necessidadescoletivas. Resultam de diferentes formas de articulação entre Estado e sociedade. A tomadade decisão quanto à direção da ação de desenvolvimento, sua estruturação em programase procedimentos específicos (fundos de apoio, serviços, pesquisa, etc.), bem como a dotaçãode recursos é sancionada, na maioria das vezes, por intermédio de atores governamentais.A política pública pretende universalizar o acesso a direitos sociais como é o caso daeducação. Envolve um conjunto de ações diversificadas e continuadas no tempo, voltadaspara manter e regular a oferta de um determinado bem ou serviço, envolvendo, entre estasações, projetos sociais específicos.

GESTÃO PARTICIPATIVA - Modelo de organização das relações escolares queresulte de uma boa articulação entre a escola, a sociedade civil (organizações não-governamentais, associações, conselhos, movimentos e lideranças locais, etc.) e o Estado(Secretarias de Educação, MEC, outros serviços públicos presentes na comunidade). Numagestão participativa, a sociedade civil compartilha não apenas da execução de ações, mas,sobretudo, dos espaços de tomada de decisão, atuando no planejamento, monitoramentoe avaliação da escola e dos projetos por ela desenvolvidos. Um modelo participativo é umaescolha feita pela gestão da escola e é desejável que envolva, em diferentes níveis, toda acomunidade escolar no seu planejamento e execução.

PROJETO DE TRABALHO - Corresponde a uma unidade menor do que o projetopolítico-pedagógico da escola e do que a política pública de educação em que o sistemaescolar se insere. Os projetos de trabalho contribuem para a dinamização da escola,favorecendo sua atualização e abertura para os temas culturais e socioambientais relevantes,a partir de uma ação geralmente mais localizada no tempo e focalizada em seus resultados.

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

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Pesquisae Prática

Pedagógica II

FTC - EaDFaculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância

Democratizando a Educação.www.ftc.br/ead