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PESQUISA OPERACIONAL: UM
ESTUDO DE CASO NA OTIMIZAÇÃO DE
OPERAÇÕES EM UMA EMPRESA DE
CONFECÇÕES.
Vangunther Bohn Junior (UFSC )
Eduardo Loewen (UFSC )
Christiane Wenck Nogueira fernandes (UFSC )
Maiko Andrei Nienkotter (UFSC )
Resumo: O presente artigo tem o intuito de realizar uma aplicação da
pesquisa operacional, especificamente a programação linear inteira
através da ferramenta Solver oferecida pelo Excel, em um estudo de
caso referente a uma empresa do ramo de confecções, e, a partir da
análise de dados, propor um modelo de otimização de processos e
operações, identificando possíveis gargalos.
Palavras-chave: Pesquisa operacional, programação linear inteira,
otimização, microempresa
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1. Introdução
As micros e pequenas empresas (MPEs) geralmente surgem e florescem sem utilizar
ferramentas de planejamento ou gestão devido a plena falta de conhecimento dos
proprietários, mesmo assim, algumas obtêm êxito e podem permanecer por longos períodos.
De qualquer forma, este desconhecimento pode significar uma desvantagem considerável para
a manutenção da longevidade dos negócios, acarretando possíveis erros em momentos de
decisões estratégicas, mortalidade prematura da empresa ou estagnação do empreendimento,
ficando evidente a vulnerabilidade das MPEs, caracterizadas pelo pouco capital e número de
colaboradores relativamente baixo (SEBRAE/ES, 2014).
As empresas e organizações registradas no cadastro central das empresas, em 2013 somavam
um total de 5.392.234 (IBGE, 2013), no ultimo grande senso realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com enfoque nas MPEs, em 2001, o numero de
micro e pequenos negócios já totalizava 2.044.565 cadastros, dentre estes, 75,1% nutriam ate
cinco pessoas ocupadas e aproximadamente 45,3% eram caracterizadas como familiares.
Além de MPEs conterem um numero expressivo no total de empresas, detêm parcela
significativa de participação na economia brasileira, a figura 1 demonstra a participação no
Produto Interno Bruto (PIB) em cada senso realizado. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas (SEBRAE), em 2011 estimou uma participação das MPEs em 27,0% do
PIB (SEBRAE, 2014).
Figura 1 - Participação das micro e pequenas empresas na receita do setor de comércio e serviços
Fonte: IBGE (2003)
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Há um crescimento na participação econômica das MPEs em nosso país, doravante as
porcentagens demonstram que uma grande parcela destas contêm poucos colaboradores e se
caracteriza na estrutura familiar, onde proprietário-gestor mescla funções, também exercendo
papel de administrador. As decisões da estrutura do capital cabem a ele e seus valores e
percepções interferem nas decisões, verificada na pratica quando proprietário-gestor não tem
controle sobre as finanças, não distinguindo capital da empresa e recursos pessoais
(PEÑALOZA; FIGUEIREDO, 2011).
Os microempreendedores tendem a utilizar um gerenciamento mais intuitivo, pautado na
escolha mais atraente no momento, sem critérios claros. O desconhecimento, ausência de
aprimoramento dos gestores e as ferramentas de gerencia tem contribuído para impelir o
crescimento destas empresas. Assim sendo, são poucas as empresas que se utilizam da análise
de dados como apoio ao planejamento e à tomada de decisão (LIMA; IMONIANA, 2008).
Este cenário demonstra um potencial eminente, as MPEs, aparentemente insignificantes
perante o orçamento de grandes empresas, se somadas, acabam por causar impacto expressivo
no âmbito econômico. Levantada a lacuna existente, este trabalho pretende utilizar
ferramentas matemáticas vinculadas à pesquisa operacional em um estudo de caso, a fim de
proporcionar auxílio na tomada de decisão de uma microempresa do ramo de confecção,
tornando conhecidos alguns instrumentos de gestão e da importância dos registros
orçamentários.
2. Estudo de caso
A empresa analisada localiza-se na cidade de Joinville no estado de Santa Catarina e já soma
sete anos no ramo têxtil, atualmente conta com a operação de quatro funcionárias.
A confecção é uma produção puxada, as clientes solicitam o produto e só então ele é
produzido. Na maioria das vezes os clientes levam a malha para a fabricação, ficando a cargo
da confecção apenas a mão de obra.
2.1. Problema abordado
O intuito deste trabalho é elucidar as faturas e verificar as melhorias possíveis na empresa
exposta. Tendo em vista que a gestão da empresa admite não ter pleno conhecimento de sua
produção, o que é comum em empresas familiares em ascensão que não analisam
profundamente sua capacidade produtiva, apenas se ajustam em resposta à crescente demanda
(LIMA; IMONIANA, 2008). A partir dos dados que envolvem a empresa, é possível
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averiguar o lucro gerado pela loja e a confecção, criar indicadores de desempenho e assim
facilitar a tomada de decisão de sessar ou não a produção exclusiva da confecção.
Os dados obtidos na pesquisa foram o controle de caixa enviado ao contador nos últimos
quatro meses (Tabela 1), além dos gastos fixos de cada mês para loja (Tabela 2) e para
confecção (Tabela 3). Utilizou-se, além disso, um caderno com o controle das peças da
confecção dos últimos quatro meses.
Tabela 1 – Balanço estimado da Loja
Itens\Mês junho (06) julho (07) agosto (08) setembro
(09)
Vendas c/
tributos
R$
5.426,50
R$
5.582,96
R$
5.257,98 R$ 6.205,50
Mercadorias R$
1.565,08
R$
1.002,82
R$
1.087,32 R$ 1.835,53
Custos R$
2.528,00
R$
2.528,00
R$
2.528,00 R$ 2.528,00
Lucro R$
1.333,42
R$
2.052,14
R$
1.642,66 R$ 1.841,97
Fonte - Elaborada pelos autores
Tabela 2 – Custos fixos estimado da Loja de Artigos Femininos
Itens do Custo Fixo Valor Monetário
Luz R$ 90,00
Telefone R$ 136,00
Contador R$ 400,00
Funcionário R$ 600,00
Coleta de lixo R$ 36,00
Água R$ 36,00
Aluguel R$ 1.000,00 Fonte - Elaborada pelos autores
Tabela 3 – Custos fixos estimado da Confecção
Custo Fixo Valor
Monetário
Funcionário 1 (costura) R$ 921,00
Funcionário 2 (costura) R$ 728,00
Funcionário 3 (corte e
atendimento) R$ 830,00
Aluguel R$ 800,00
Água R$ 28,00
Luz R$ 132,00
Manutenção maquinário R$ 25,00
Telefone R$ 67,00
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Fonte - Elaborada pelos autores
O custo fixo da produção e da confecção fica em torno de R$ 3.531,00 sem contabilizar a
malha utilizada, que normalmente é fornecida pelo cliente. Elaborou-se uma tabela de
limitantes, sendo eles os tempos de corte e costura de cada produto da confecção. Tais tempos
eram de produção pura, desconsiderando assim os tempos improdutivos das costureiras, como
troca de fios, repasse de informações, ajustes e outras limitações humanas. Para aproximar o
tempo total de produção, calibramos o tempo de serviço das funcionarias e verificamos se o
resultado obtido era coerente com a realidade praticada pela empresa (reduziu-se 30% do
tempo total na costura e corte, considerando o tempo improdutivo).
Com os dados levantados (Tabela 4), foi possível estimar o arrecadamento da produção da
confecção (Tabela 5), já que não existia este controle, foi estabelecida uma média ponderada
da demanda. Obteve-se também o número estimado da produção nos últimos quatro meses a
partir de junho. Com isto foi possível assimilar o cenário vivenciado e analisar os gastos
ocasionados por ele.
Tabela 4 – Demanda da produção da Confecção
Artigos para
Confecção
Preço
Fabricação
Demanda
Junho
Demanda
Julho
Demanda Demanda Média
ponderada Agosto Setembro
Vestido Curto R$ 20,00 21 16 18 4 14,8909
Vestido Longo R$ 25,00 76 82 140 88 98,8115
Macacões R$ 25,00 28 12 8 26 17,8813
Blusas R$ 15,00 85 101 113 118 104,7923
Regata R$ 10,00 15 10 21 4 12,9191
Camisete R$ 23,00 18 4 18 4 11,3012
Camisete c/ Petilho R$ 20,00 6 0 4 6 3,9748
Calças R$ 12,00 18 33 28 30 27,3583
Legging R$ 10,00 5 2 2 2 2,6966
Calça Montaria R$ 15,00 4 6 4 2 4,0074
Bermudas R$ 10,00 6 2 20 22 12,8842
Saia Longa R$ 15,00 31 57 14 14 28,3145
Total unidades - 313 325 390 320 -
Total bruto (R$) - 5.830,00 5.758,00 7.285,00 5.792,00 6.224,58 Fonte - Elaborada pelos autores
Tabela 5 – Demanda da produção da Confecção
Variáveis\Mês junho (06) julho (07) agosto (08) setembro
(09)
Renda
Confecção R$ 5.830,00 R$ 5.758,00 R$ 7.285,00 R$ 5.792,00
Custos R$ 3.531,00 R$ 3.531,00 R$ 3.531,00 R$ 3.531,00
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Lucro R$ 2.299,00 R$ 2.227,00 R$ 3.754,00 R$ 2.261,00 Fonte - Elaborada pelos autores
Estabeleceu-se então o cenário da confecção com os limitantes de tempo de corte e costura de
cada produto e a demanda retirada da média ponderada e arredondada dos quatro meses
demonstrados. Existe a limitação de 112,5 horas no tempo de corte e 250 horas no tempo de
costura, referentes às jornadas de trabalho das funcionárias. O estoque não representa uma
limitação, a capacidade estática do estoque é de 15 rolos cada um com aproximadamente 30
metros, totalizando 450 metros, porém a rotatividade neste processo é frequente, e não
ocorrem problemas nesta área.
Um grande problema ocorrido na confecção é a alta demanda que ocorre nos meses finais de
cada ano, o que acaba por ocasionar uma negação quanto a pedidos por parte da proprietária
devido à saturação da produção. A ausência de planejamento fica clara ao analisar o
despreparo a sazonalidade já esperada anualmente.
3. Modelagem matemática
Diversas técnicas são utilizadas no ramo da Pesquisa Operacional (PO), entre elas a
programação linear. Para GOLDBARG e LUNA (2005), “Uma vantagem desse modelo está
na extraordinária eficiência dos algoritmos de solução hoje existentes, disponibilizando alta
capacidade de cálculo e podendo ser facilmente implementado até mesmo através de planilhas
e com o auxílio de microcomputadores pessoais.”.
Neste estudo de caso, os autores modelaram a produção com referencia ao modelo de
programação linear inteiro (PI) onde a função objetivo se comporta linearmente, assim como
as restrições do problema, e suas variáveis de decisão são representadas como números
inteiros (HILLIER; LIEBERMAN, 2006). As variáveis de decisão estão representadas como
numero de peças fabricadas..
Para a modelagem, estabeleceu-se (n=12) variáveis independentes ou de decisão (Xn) que
representam o numero de peças de roupas produzidas pela confecção, outros 48 coeficientes,
sendo doze referentes ao tempo de corte de cada peça em horas (Tpn), doze coeficientes de
tempo de costura de cada peça em horas (Tcn), doze coeficientes de quantidade de malha
utilizada em cada peça em metros (Qn), e outras 12 representando o preço cobrado pela
empresa para a produção de cada peça em R$ (Pn), assim como apresentado na Tabela 6.
Tabela 6 - Variáveis e constantes envolvidas na modelagem
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Peça Variáveis Tempo de corte Tempo de
costura Quantidade de
malha
Preço praticado
Vestido Curto X1 Tp1 Tc1 Q1 P1
Vestido Longo X2 Tp2 Tc2 Q2 P2
Macacões X3 Tp3 Tc3 Q3 P3
Blusas X4 Tp4 Tc4 Q4 P4
Regata X5 Tp5 Tc5 Q5 P5
Camisete X6 Tp6 Tc6 Q6 P6
Camisete c/ Petilho X7 Tp7 Tc7 Q7 P7
Calças X8 Tp8 Tc8 Q8 P8
Legging X9 Tp9 Tc9 Q9 P9
Calça Montaria X10 Tp10 Tc10 Q10 P10
Bermudas X11 Tp11 Tc11 Q11 P11
Saia Longa X12 Tp12 Tc12 Q12 P12
Fonte: Elaborada pelos autores
Estabelecidas as variáveis, determinou-se a função objetivo Z (Lucro monetária da
confecção), sendo C o custo fixo envolvido, “n” o número correspondente a peça de roupa, os
limitantes de tempo de corte, de costura e quantidade de malha da produção respectivamente
em 78,75 horas, 175 horas e 2000 metros. A função com suas respectivas restrições estão
organizadas abaixo:
Sujeito as seguintes restrições:
(Eq. 1);
(Eq. 2);
(Eq. 3);
, , , , (Eq. 4);
(Eq. 5);
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As restrições 1, 2, 3, 4 e 5 representam respectivamente a restrição do tempo de corte,
restrição do tempo de costura, restrição de não negatividade e restrição das variáveis de
decisão como números inteiros. A partir da modelagem matemática definida, a ferramenta
Solver existente no Excel foi empregada para resolução do problema de programação linear
inteira.
4. Análise dos resultados
Através das limitações de horas de produção estabelecidas abordadas no tópico anterior, fez-
se o cálculo da demanda ideal para a empresa caso o objetivo da mesma seja o lucro máximo
(Tabela 7). Como demonstrado o camisete com petilho e a calça montaria são os itens mais
rentáveis na produção, o máximo de lucro obtido dentro do tempo disponível é de R$
12.744,35, visto que é necessário descontar do lucro obtido o valor dos custos fixos, com
produção total de 420 camisetes com petilho e 525 calças tipo montaria.
Após o cálculo da demanda perfeita, buscou-se a representação do lucro obtido pela
confecção através da utilização da média de peças mensais estimadas anteriormente (Tabela
8). As unidades foram sujeitas a restrição de igualdade em relação à demanda estimada, sendo
possível analisar o faturamento e o cenário existente. Constatou-se que o lucro da confecção,
com os custos fixos já descontados, foi de R$2646,00, sendo maior que o obtido pela loja.
Tabela 7 – Demanda ideal para a confecção
Fonte: Elaborada pelos autores
Tabela 8 - Cenário da demanda igual a media ponderada e arrendada
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Fonte - Elaborada pelos autores
Em relação ao cenário de demanda aumentada, a produção nos meses de novembro e
dezembro tende a aumentar 60% em relação à média estimada anteriormente para os demais
meses. Após o aumento da demanda (Tabela 9) pode-se perceber a ultrapassagem do tempo
de corte disponível e a proximidade de uma também saturação no tempo de costura, ou seja,
as restrições não foram totalmente atendidas.
Tabela 9 - Cenário da demanda aumentada
Fonte - Elaborada pelos autores
5. Considerações finais
Na prática, as empresas nem sempre apuram seus resultados ou levantam indicadores de
desempenho que lhes ajudem quanto à avaliação de sua eficiência produtiva. A percepção é
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de que muitas melhorias podem ser aplicadas de maneira simples nas micro e pequenas
empresas.
Conforme as análises apresentadas no trabalho, os produtos que geram maior lucratividade
são o camisete com petilho e a calça montaria, caso houvesse demanda constante para a
fabricação destes produtos, o ideal seria a empresa dimensionar a produção e a busca por mais
clientes que tenham interesses nestes itens.
Verificada a incapacidade produtiva da confecção em sua sazonalidade, para que não ocorra
mais a perda de clientes e da margem de retorno, julga-se necessário a aquisição de mais um
profissional que trabalhe tanto no corte como na costura durante este período do ano,
permitindo a receptividade não só dessa demanda reprimida, alavancando a confecção a um
possível ganho de novos clientes.
Se a hipótese de trabalhar apenas com a loja for aceita, excluindo a confecção de suas
atividades, a receita final diminuirá significativamente, visto que a confecção gera maior
lucratividade do que a loja de artigos femininos, e possibilita uma atratividade maior de
clientes para a loja, já que é necessário passar pela mesma para se dirigir até a confecção.
Após a demonstração destas ferramentas, a empresa passou a adotar o procedimento de
controle, organizando e registrando dados. Alguns meses posteriores, os autores retornaram
ao local de estudo para verificar o impacto causado. A gestão da empresa admitiu que as
informações e técnicas providenciadas foram de grande importância, porém, como tal
acompanhamento não se prolongou, ela retornou a sua rotina habitual, ficando evidente que
uma consultoria periódica é indispensável.
Em trabalhos futuros, é viável aprimorar a modelagem matemática, aproximando melhor os
tempos de produção, estimar uma curva de demanda, analisar mais profundamente os gastos,
assim como o custo variável das peças para que a precisão seja melhorada.
REFERÊNCIAS
GOLDBARG, Marco Cesar; LUNA, Henrique Pacca Loureiro. Otimização combinatória e programação
linear. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005.
HILLIER, F. e LIEBERMAN, G. Introdução à Pesquisa Operacional. 8 ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil,
2006.
IBGE, As Micro e pequenas empresas comerciais e de serviços no Brasil: 2001 / IBGE, Coordenação de
Serviços e Comércio. – Rio de Janeiro : IBGE, 2003. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/microempresa/>. Acesso em 06/04/2016.
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IBGE, Banco de Dados Agregados, Coordenação de Serviços e Comércio. – Cadastro Central de Empresas,
IBGE, 2013. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=p&o=1&i=P&c=987>.
Acesso em 06/04/2016.
LIMA, A.N.; IMONIANA, J.O. Um estudo sobre a importância do uso das ferramentas de controle
gerencial nas micro, pequenas e médias empresas industriais no município de São Caetano do Sul. Revista
da Micro e Pequena Empresa, v. 2, n. 3, p.28-48, 2008.
PEÑALOZA, Verónica; FIGUEIREDO, Felipe de Castro. Fatores que influenciam a estrutura de capital em
micro e pequenas empresas. Pretexto, Belo Horizonte, v. 12, n. 1, p.9-28, 2011. Bimestral.
SEBRAE/ES, 5 anos comércio total uma trajetória de sucesso. Espírito Santo: SEBRAE/ES, 2014. Disponível
em: <http://www.sebraemercados.com.br/5-anos-comercio-total-uma-trajetoria-de/>. Acesso em 06/04/2016.
SEBRAE, Participação das Micro e Pequenas Empresas na Economia Brasileira. Unidade de Gestão
Estratégica - Asa Sul Brasília/DF – 2014. Disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Estudos%20e%20Pesquisas/Participacao%20das%20micro
%20e%20pequenas%20empresas.pdf>. Acesso em 06/04/2016.