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Pesquisa e conservação das onças pintadas na Mata Atlântica costeira de São Paulo Beatriz de Mello Beisiegel CENAP/ICMBio

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Pesquisa e conservação das onças

pintadas na Mata Atlântica costeira de São

Paulo

Beatriz de Mello Beisiegel

CENAP/ICMBio

Pesquisa e conservação das onças

pintadas na Mata Atlântica costeira

de São Paulo

Beatriz de Mello Beisiegel

CENAP/ICMBio

SACANAGEM!!!

Panthera onca na Mata Atlântica: Criticamente em Perigo (CR)

A4bcd+C2a(i)

• Menos de 250 indivíduos adultos, e nenhuma população com mais de 50 adultos;

• Redução populacional próxima a 90% nos últimos 10-15 anos e continuando; • Redução contínua da área ocupada pela espécie, causada por perda de

extensão e qualidade de habitat e por caça (retaliatória, cultural, esportiva).

Distribuição original da onça pintada na Mata Atlântica brasileira = todo o bioma

Distribuição atual da onça pintada na Mata Atlântica brasileira

Polígono ~ subpopulações

Estimativas (animais adultos)

Referências e métodos

PN Iguaçu a PE do Turvo 32

Paviolo et al 2008, armadilhamento fotográfico

Pontal do Paranapanema a PN Ilha Grande 52

Cullen et al. 2005, armadilhamento fotográfico; Sana, dados não publicados,

armadilhamento fotográfico e rádio-telemetria

Serra do Mar 41

Beisiegel et al. submetido, armadilhamento fotográfico

Sooretama/Reserva Vale <20

Srbek-Araujo, 2013, armadilhamento fotográfico

Mantiqueira 6

Amorin Jr., dados não publicados, armadilhamento fotográfico

Rio Doce ~12

Viana 2006, armadilhamento fotográfico

Espinhaço 1 a 2

Amorin Jr., dados não publicados, armadilhamento fotográfico

Monte Pascoal e Pau Brasil 1 a 5 Leite et al. 2002

Total (melhores estimativas) 170

Mapa de adequabilidade ambiental elaborado pela Profa. Dra. Katia Ferraz, da ESALQ, para o Plano de Ação Nacional (PAN) das onças pintadas.

Onças da região do Vale do Ribeira e do Alto Paranapanema

Beatriz de Mello Beisiegel – CENAP/ICMBio

VR/AP

UCS de proteção integral do Vale do Ribeira e do Alto Paranapanema

Registro

2009-2013 – Estimativa de densidade populacional nas UCs, utilizando captura-marcação-recaptura com armadilhamento fotográfico

Mapa da área de estudos (PECB, PEI, PETAR, XITUÉ).

Mapas das áreas de estudos (PEIC, EEcJI).

EEcJI: Rogério Martins, Projeto Jaguar

PEIC: Eduardo Nakano Oliveira, IPEc

Onças pintadas 2006-2012

Quantas são?

Estimativas de densidade (ind/100 km2)

PECB 2009 PEI/PETAR/ EEcX 2011

D máx MMDM 0.90 0.79

D min MMDM 0.41 0.45

SECR 0.59

População estimada (contínuo florestal ~ 2.000 a 3.000 km2)

PECB 2009 PEI/PETAR/ EEcX 2011

D máx MMDM 18 - 27 15.8-23.7

D min MMDM 8.2-12.3 9-13.5

SECR 11.9-17.7

Capturas fotográficas de Panthera onca no PECB

(maio 2006/ maio 2012)

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1 2 3 4 5 6

Capturas / 100 dias - armadilha

caps/100 dias arm

2008

Captura e busca por rádio-telemetria

Sete Pês

Obter parâmetros do uso do espaço pelos animais

2009

“Acompanhamento” por rádio-telemetria

2008-2009

Resultados

Área de uso mínima Sete Pês 7 pontos – MCP 100% ~127 km2

Rio Quilombo

Morro do Pico

Rio Preto

km 14 da estr serviço

estrada do Delfino

Captura com laço - 2014

Corredores ecológicos para onças pintadas (Panthera onca) na Mata Atlântica e na Caatinga - Ronaldo Gonçalves Morato et al. –

CENAP/ICMBio

Soneca

Tartaruga

Soneca

Quatro meses de acompanhamento AU > 700 km2

Mas que cigana !!! No Pantanal, nós não andamos nem metade disto.

Foto: Rafael Hoogesteijn/Panthera, em www.panthera.org; dados do Pantanal: Cavalcanti e Gese, 2009

Descrever a dieta da espécie, as fitofisionomias usadas, o estado da floresta em cada ponto, a topografia e as presas presentes em cada local utilizado e inferir sobre o comportamento do animal - “Soneca Quest”

Análise da dieta por amostras fecais 2003 - 2015

PERSPECTIVAS DE FUTURO

AMEAÇAS Perda e degradação de habitat Diminuição da base de presas

Caça esportiva, retaliatória, incidental

Está muito, MUITO difícil!!!

Alto Paraná – em média 88 anos para a extinção da espécie (Cullen et al. 2005) Serra do Mar – 4 animais sabidamente mortos por caçadores esportivos e palmiteiros em ~ 3 anos

Foto: Capitão Edson Moraes, Polícia Ambiental de Registro - SP

Conservação da espécie

Foto: Fazenda do Etá

Foto: Pietro Scarascia

Esta palestra é dedicada à Soneca, que tinha dois terços da vida pela frente, mas possivelmente morreu

porque as pessoas não podem se abster de comer palmito...

Três segundos de delícia. Este é o tempo que o palmito leva para derreter na sua boca. Vale dez anos da minha vida?

Obrigada!! À Cibele e à SBMz, pelo convite

Às equipes do PECB, do PEI e do CENAP Ao Gediendson, Ricardos, Leanes, Bruna, Danianderson,

Rafael, Super, Luciano, Tank, Herton, Mouco, Pedro Luis, Camylla, Erica, Samira, Ana Yoko, Lilian, Edu Nakano, Rogério Martins, Valdir e demais colegas e amigos que

participaram do trabalho!! Ao Gilberto, Valmir, Wiliam e Edivaldo no Guapiruvu

Ao Danilo! Aos monitores do PEI

À FAPESP (2008/03099-0) À Fundação O Boticário / PICN

Ao Biofaces pelo apoio à continuação deste projeto

Obrigada!! [email protected]

Foto: Erica Maggiorini