periculosidade - nocoes basicas

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Page 1: Periculosidade - Nocoes Basicas

NOÇÕES BÁSICAS DOS DIREITOS E HAVERES TRABALHISTAS 

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

MATÉRIAS

* Legislação* Previsão Legal* EPI – Equipamento de Proteção individual* Eliminação dos Riscos* Perícia* Opção Após o Laudo* Base de Cálculo* Exposição Intermitente* Exposição Eventual* Integração* Gasolina* Eletricistas* Eletricista Intermitência – Pagamento Proporcional* Eletricista – Base de Cálculo* Exemplo de Pedido e Defesa de Adicional de Periculosidade

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal – Art. 7º, Incisos XXII, XIIIC.L.T. – Art. 193, Art. 194, Art. 195TST – E. 39, E. 191, E. 341, E. 361SDI-1 – OJ – 5, 279, 280, 324STF – E. 212Lei nº 7.369/85 (Decreto 93.412/86)

PREVISÃO LEGAL

O pagamento de adicional de periculosidade, encontra-se determinado pela Constituição Federal, em seu art. 7º, incisos XXII e XXIII, que estabelecem, como direito do trabalhador, a redução dos riscos no trabalho e o recebimento de adicional pelas atividades insalubres ou perigosas.

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

“XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

“XIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;”

O adicional ao serviço perigoso, que menciona o inciso XIII, do Art. 7º, da Constituição Federal, encontra-se estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho.

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Em condições perigosas, estabelece o Art. 193, da C.L.T., são consideradas as atividades que exponham os empregados a agentes inflamáveis ou explosivos.

“Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.”

Sendo no § 1º, do Art. 193, que encontramos o percentual do adicional de periculosidade, como sendo de 30% sobre o salário do empregado.

“§ 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos locais da empresa.”

EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUALELIMINAÇÃO DOS RISCOS

A petição inicial deve mencionar as atividades ou operações perigosas realizadas pelo empregado, os inflamáveis ou explosivos em riscos acentuados, a que o empregado estava exposto, requerendo seja nomeado perito, para realização de laudo no local.

Entendimentos têm se firmado no sentido de não ser necessária a realização de perícia técnica, nos casos em que se discute a supressão do pagamento do adicional. Se o pagamento existia presume-se que o local é perigoso, admitindo-se nestes casos, somente prova no sentido de ter ou não ocorrido alteração do local de trabalho.

Nossos Tribunais têm decidido, que somente é admitida a supressão do pagamento do adicional, se demonstrado que houve alteração nas condições de trabalho, se mantida as atividades em local insalubre, devida a continuidade do pagamento do adicional.

As alterações nas condições do trabalho podem ocorrer não só em função da mudança de local, mas também, pela diminuição ou eliminação dos riscos a que estava o empregado exposto.

O que se discute, nestes casos, é se o EPI fornecido excluiu ou se apenas amenizou os riscos. O Art. 194, da C.L.T., estabelece que a eliminação dos riscos à saúde desobriga a empresa do pagamento dos adicionais de insalubridade e periculosidade.

“Art. 194. O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.”

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Todavia, existem julgados no sentido, da simples oferta de EPI, não significar que se tenha neutralizado o fato gerador ou minimizado as suas consequências. O equipamento pode estar protegendo, mais pode não ter eliminado os riscos. Constatação esta, que pode ser realizada através de perícia no local, exigência legal do Art. 195 da C.L.T.

PERÍCIA

Estabelece o Art. 195, da C.L.T., que a caracterização e classificação da insalubridade ou periculosidade serão feitas através de perícia realizada por Médico ou Engenheiro do Trabalho.

“Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.”

Sendo obrigatória, mesmo quando aplicada a pena de confissão, a realização da perícia é necessária para que possa ser proferida a sentença. (121)

HONORÁRIOS PERICIAIS

No processo, o perito nomeado pelo juiz é profissional particular que não pertence aos quadros do Judiciário, nada mais justo que seu trabalho seja remunerado.

Os honorários periciais são requeridos ao juiz pelo perito, abrindo-se vistas de seu laudo as partes, que devem se manifestar também sobre o montante dos honorários requeridos. Não concordando as partes com o valor do trabalho estimado pelo perito, podem as partes impugnar o valor pretendido.

Quando não há impugnação ao valor estimado, costuma-se homologar o valor pretendido pelo Perito. Havendo impugnação ao valor estimado, os honorários serão fixados pelo juiz, na proporção do trabalho e zelo profissional.

No tocante a qual das partes deverá pagar os honorários, o entendimento firmado era o do E. nº 236, de que eram devidos pela parte que perder no objeto da perícia.

O E. 236 do TST foi cancelado pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003 “Honorários periciais – Responsabilidade – A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão relativa ao objeto da perícia (DJU 5-12-1985)”

Apesar do trabalho particular do profissional, tem-se entendido no tocante a Assistência judiciária gratuita, que uma vez preenchido os

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requisitos legais e deferido o benefício, fica a parte isenta do pagamento dos honorários periciais.

Nomeado o perito pelo juiz, as partes têm a faculdade de nomearem profissional que atue como assistente técnico, para acompanhar os trabalhos do perito nomeado, que poderá elaborar também laudo, debatendo os pontos técnicos da perícia.

No tocante aos honorários dos assistentes técnicos, o entendimento é o firmado pelo E. 341 do T.S.T., de que sendo faculdade da parte contratar particularmente o profissional assistente, esta é que deve arcar com seus honorários combinados por ocasião da contratação, independentemente do resultado final da perícia.

“TST – E. 341 – A indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder pelos respectivos honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia.”

OPÇÃO APÓS O LAUDO

Saliente-se que, perante a Justiça do Trabalho, o empregado só pode pleitear um dos adicionais, insalubridade ou periculosidade.

Todavia, existindo dúvida quanto a classificação da atividade como insalubre ou perigosa, pode a parte formular seu pedido, especificando que a opção por um dos adicionais será feita após concluída a perícia.

A faculdade de realizar a opção a um dos adicionais, encontra previsão legal no § 2º, do Art. 193, da C.L.T.:

“Art. 193...§ 2º O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido.”

BASE DE CÁLCULO

Diferentemente do adicional de insalubridade, que tem classificação nos percentuais de 10%, 20% ou 40% do salário mínimo, o adicional de periculosidade, de conformidade com o § 1º, do Art. 193, é devido sempre na base de 30% sobre o salário que recebe o empregado.

“§ 1º O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos locais da empresa.”

Verifica-se que a redação do § 1º, do Art. 193, estabelece como base de cálculo o salário sem os acréscimos de gratificações, prêmios ou participações.

O Tribunal Superior do Trabalho, com a nova redação que foi alterada pela Res. 121/2003 – DJ 21/11/2003, através do E. 191, orienta que o adicional

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de periculosidade tem como base de cálculo o salário-básico, não incidindo sobre outros adicionais.

“TST – E. 191 – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário-básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.”

Todavia, encontramos em nossa jurisprudência decisões no sentido do pagamento do adicional de periculosidade, tendo por base toda a remuneração do empregado.

A divergência passou a ocorrer, após a nova Constituição, que em seu Inciso XXIII, do Art. 7º, constou a palavra “remuneração” (“XIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;”)

As decisões que reconhecem ser o pagamento sobre toda a remuneração que recebia mensalmente, fundamentam que ao usar remuneração em vez de “salário” o legislador teve a intenção clara de aumentar a base sobre a qual incide o adicional.

Já as decisões que reconhecem ser o pagamento somente sobre o salário-base fundamentam que o Art. 7º XXIII da Constituição Federal determina, o pagamento na forma da lei, que é a Consolidação das Leis do Trabalho.

EXPOSIÇÃO INTERMITENTE

Com relação exposição permanente e de forma intermitente, a proporcionalidade a Seção de Dissídios Individuais – SDI-1 do TST editou a Orientação Jurisprudencial nº 5 que orienta no sentido do pagamento integral quando a exposição for permanente e intermitente com inflamáveis e/ou explosivos.

“TST – SDI- 1 O.J. nº 5 – Adicional de periculosidade. Exposição permanente e intermitente. Inflamáveis e/ou explosivos. Direito ao adicional integral.”

EXPOSIÇÃO EVENTUAL

Vindo a Seção de Dissídios Individuais do TST – SDI-1 a esclarecer através da Orientação Jurisprudencial nº 280, que o contato em tempo extremamente reduzido não dá direito ao adicional de periculosidade.

SDI – 280 - Adicional de periculosidade. Exposição eventual. Indevido. DJ 11.08.2003 . O contato eventual com o agente perigoso, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, se dá por tempo extremamente reduzido, não dá direito ao empregado a perceber o adicional respectivo.

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INTEGRAÇÃO

O adicional de periculosidade, também incide para os descontos de imposto de renda e INSS.

O pagamento habitual do adicional de insalubridade dá a este o caráter salarial, integrando a remuneração do empregado para efeito de apuração de férias, 13ºs. Salários, Aviso Prévio e FGTS. O E. 132, do TST, orienta no sentido do adicional de periculosidade também integrar a remuneração do empregado para cálculo de indenização.

“TST - E. 132 – O adicional-periculosidade pago em caráter permanente integra o cálculo da indenização (ex-prejulgado nº 3).”

O Adicional de Periculosidade, bem como suas integrações, devem ser discriminados individualmente nos recibos de pagamento, para evitar alegações de que não foram pagos.

GASOLINA

Com relação às atividades desenvolvidas com combustível, encontramos o E. 39 do Tribunal Superior do Trabalho e o Enunciado 212 do Supremo Tribunal Federal, que orientam no sentido de ser devido adicional de Periculosidade aos empregados que operam bomba de gasolina, e ao que trabalham em posto de revenda de combustível.

“TST – E. 39 - Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade (Lei nº 2.573, de 15 de agosto de 1965)”

“STF – E. 212 – Tem direito ao adicional de serviço perigoso o empregado de posto de revenda de combustível líquido.”

ELETRICISTAS

A Lei nº 7.369/85, inicialmente regulamentada pelo Decreto nº 92.212/85, estabelece o adicional de periculosidade aos eletricitários que trabalham nas concessionárias de serviços públicos de energia elétrica.

“Art. 1º O empregado que exerce atividade no setor de energia elétrica, em condições de periculosidade, tem direito a uma remuneração adicional de trinta por cento sobre o salário que perceber.”

O Decreto 92.212/85 foi revogado pelo Decreto 93.412/86, que hoje é o que regulamenta a Lei 7.369/85.

O Decreto 93.412/86 estabelece que o adicional de periculosidade é devido independentemente do cargo, categoria ou ramo de empresa, desde que o empregado seja exposto aos perigos da energia elétrica.

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“Art. 2º É exclusivamente suscetível de gerar direito à percepção da remuneração adicional de que trata o artigo 1º da Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985, o exercício das atividades constantes do Quadro anexo, desde que o empregado, independentemente do cargo, categoria ou ramo da empresa:”

Nossos Tribunais vêm decidindo, no sentido de que o adicional de periculosidade por serviço prestado com matéria energizada é devido por qualquer tipo de empresa, e não apenas pelas concessionárias públicas que produzem ou distribuem energia elétrica.

A fundamentação tem sido de que, a Lei 7.369/85 e seu Decreto regulamentador alcançam não só as empresas produtoras e geradoras de energia elétrica, mas todas aquelas que tenham ramo de atividades equivalentes.

A SDI-I – Seção de Dissídios Individuais do TST, através da Orientação Jurisprudencial nº 324, uniformizou o entendimento de que o adicional é devido aos que trabalham em sistema elétrico de potência em condições de risco ou com equipamentos e instalações elétricas similares em condições de risco equivalentes, mesmo que em unidade de consumo.

SDI-1 O.J. nº 324. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA. DECRETO Nº 93.412/86, ART. 2º, § 1º. É assegurado o adicional de periculosidade apenas aos empregados que trabalham em sistema elétrico de potência em condições de risco, ou que o façam em equipamentos e instalações elétricas similares, que ofereçam risco equivalente, ainda que em unidade consumidora de energia elétrica. (D.J. 09.12.2003)

ELETRICISTAS - INTERMITÊNCIA – PAGAMENTO PROPORCIONAL

Em muitos processos de eletricistas de empresas privadas discute-se, ainda, se o adicional de periculosidade deve ser pago proporcionalmente ao tempo em que o empregado fica exposto ao risco.

Tal discussão ocorre em virtude do Decreto 93.412/86 estabelecer que, se o ingresso na área de risco for de modo intermitente, o pagamento do adicional deve ser proporcional ao tempo de exposição ao risco.

“Art. 2º...“I – permaneça habitualmente em áreas de risco, executando ou aguardando ordens, e em situação de exposição contínua, caso em que o pagamento do adicional incidirá sobre o salário da jornada de trabalho integral;”

“II – ingresso, de modo intermitente e habitual, em área de risco, caso em que o adicional incidirá sobre o salário do tempo despendido pelo empregado na execução de atividade em condições de periculosidade ou do tempo à disposição do empregador, na forma do inciso I deste artigo.”

As decisões que determinam o pagamento integral estão sendo fundamentadas no sentido de que: em se tratando de energia elétrica, apesar da exposição em período parcial, se vier o empregado a ser eletrocutado, vai

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ser por inteiro, podendo lhe ocasionar até mesmo a morte, o que de fato não existe em forma parcial; os empregados que exercem atividades no setor de energia elétrica, em condições de periculosidade, fazem jus ao adicional integral, ainda que de forma intermitente; a determinação da Lei 7.369/95 de regulamentação foi apenas de especificar as atividades perigosas; mesmo que intermitente não exclui o risco de vida que poderá sofrer no momento da execução; é devido de forma integral, independentemente do tempo de exposição ao risco dentro da jornada de trabalho, pois o perigo é constante, existindo a cada momento; frente a possibilidade de ocorrência, a qualquer momento, mesmo no caso de intermitência, de fato nocivo e até irreparável, à integridade física do trabalhador, o perigo é sempre presente e iminente; a Lei 7.369/86 prevalece sobre o Decreto 93.412/86 que estabelece proporcionalidade ao tempo de exposição ao perigo; O Decreto 93.412/86 não pode acrescer dispositivo, a Lei 7.369/86 não determina proporcionalidade, cabia somente regulamentar o já estabelecido.

Posicionamento este, que foi consubstanciado através do E. 361 pelo Tribunal Superior do Trabalho que orientou ao pagamento do adicional de forma integral.

“TST – E. 361 – Adicional de periculosidade. Eletricitários. Exposição intermitente. O trabalho exercido em condições perigosas, embora de forma intermitente, dá direito ao empregado a receber o adicional de periculosidade de forma integral, tendo em vista que a Lei nº 7.369/85 não estabeleceu qualquer proporcionalidade em relação ao seu pagamento.”

ELETRICISTAS – BASE DE CÁLCULO

O Tribunal Superior do Trabalho, com a nova redação que foi alterada pela Res. 121/2003 – DJ 21/11/2003, através do E. 191, orienta que o adicional de periculosidade dos eletricitários tem como base de cálculo a totalidade das parcelas de natureza salarial.

“TST – E. 191 – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário-básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.”

O que se encontra também na Orientação Jurisprudencial nº 279, da Seção de Dissídios Individuais do TST:

“Orientação Jurisprudencial SDI – 1 do TST - 279 - Adicional de periculosidade. Eletricitários. Base de cálculo. Lei nº 7.369/1985, art. 1º. Interpretação. DJ 11.08.2003. O adicional de periculosidade dos eletricitários deverá ser calculado sobre o conjunto de parcelas de natureza salarial.”

EXEMPLO DE PEDIDO E DEFESA DEADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O empregado pode pleitear adicional de periculosidade em Reclamação Trabalhista, como no exemplo seguinte:

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INICIAL: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE – Durante todo o período em que o Reclamante laborou aos préstimos da Empresa Reclamada, desempenhou suas atividades em contato permanente com produtos inflamáveis como ____________________, em ambiente perigoso, como previsto no Art. 193, da C.L.T., que estabelece como perigosas, as atividades que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. Todavia, a Empresa Reclamada nunca lhe pagou o adicional pelas atividades perigosas realizadas, como determina o Art. 7º, inciso XIII, da Constituição Federal e Art. 193, § 1º, da C.L.T.. No que faz jus o Reclamante ao Adicional de Periculosidade de toda a vigência de seu contrato de trabalho, a ser comprovado através de perícia, nos termos do Art. 195 e segts., da C.L.T., que deverá ser apurado sobre a remuneração mensal, conforme previsto no Inciso XXIII, do Art. 7º, da Constituição Federal. Por sua natureza salarial, os valores de adicional de periculosidade devem integrar a remuneração do Reclamante para todos os efeitos, fazendo jus ao recebimento desta integração, sobre as férias acrescidas de 1/3 constitucional, 13ºs. Salários, Aviso Prévio, FGTS 8% mais Multa de 40%. PEDIDO: Condenação da Empresa Reclamada ao pagamento do adicional de periculosidade, sobre a remuneração mensal, em todos os meses em que vigorou seu contrato de trabalho, bem como de sua integração nas férias acrescidas de 1/3 constitucional, 13ºs. Salários, Aviso Prévio, FGTS 8% mais Multa de 40%.

A DEFESA, de acordo com a realidade de cada caso, pode se fundamentar nas posições: do fornecimento de EPI’s excluir o adicional de periculosidade; da exposição intermitente; do ramo de atividade da empresa; do eletricista de manutenção; da base de cálculo ser o salário-base e não a remuneração; inépcia por falta de especificação dos agentes inflamáveis ou explosivos.

DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE – Pleiteia o Reclamante em sua peça exordial, adicional de periculosidade sob a alegação de ter trabalhado em contato com produtos perigosos.

(FORNECIMENTO DE EPI’s) Contudo, indevido “in casu” o adicional de periculosidade em virtude, da empresa reclamada, ter fornecido os EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual, conforme se constata dos recibos de entrega assinados pelo Reclamante. O fornecimento dos aparelhos protetores excluiu a percepção do adicional de periculosidade reclamado, conforme Art. 194, da C.L.T., que estabelece: “O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.”. No que improcedem totalmente os pedidos de adicional de periculosidade e integrações. No sentido do fornecimento de EPI, excluir o pagamento do adicional, foram as seguintes decisões de nossos Tribunais: ( jurisprudência).

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(EXPOSIÇÃO INTERMITENTE) Contudo, indevido, o adicional pleiteado tendo em vista que o Reclamante não permanecia na área que alega de risco de forma habitual. Adentrou no local, de forma eventual, por conta própria, e sem autorização, para conversar com algum companheiro de trabalho. Sendo indevido o pagamento de adicional de periculosidade em tais casos. E mesmo que, em hipótese, se devido fosse, o seria de forma parcial incidente somente sobre o tempo em que permaneceu na área de risco, de conformidade com o Inciso II, do Art. 2º, do Decreto 93.412/86, que estabelece “ingresso, de modo intermitente e habitual, em área de risco, caso em que o adicional incidirá sobre o salário do tempo despendido pelo empregado na execução de atividade em condições de periculosidade ou do tempo à disposição do empregador, na forma do inciso I deste artigo.”. No que improcedem totalmente os pedidos de adicional de periculosidade e integrações. No sentido do ingresso de forma eventual não dar direito, a percepção de adicional de periculosidade, foram as seguintes decisões: (Jurisprudência).

(RAMO DE ATIVIDADE DA EMPRESA) Contudo, indevido o adicional de periculosidade pleiteado, tendo em vista a empresa não exercer ramo de atividade no setor de energia elétrica. Não possuindo assim, rede de distribuição de energia. Observe-se que a Lei nº 7.369/85 estabeleceu o adicional de periculosidade somente aos empregados de empresas com atividade no setor de energia elétrica, é o que se encontra estabelecido em seu Art. 1º : “Art. 1º O empregado que exerce atividade no setor de energia elétrica, em condições de periculosidade, tem direito a uma remuneração adicional de trinta por cento sobre o salário que perceber.”. No que improcedem totalmente os pedidos de adicional de periculosidade e integrações. No sentido de ser devido o adicional de periculosidade somente a eletricistas que laboram em empresas do setor de energia elétrica, foram as seguintes decisões de nossos Tribunais: (jurisprudência)

(ELETRICISTA DE MANUTENÇÃO) Contudo, indevido o adicional de periculosidade pleiteado, tendo em vista ter laborado o Reclamante como eletricista de manutenção. A rede elétrica na qual o reclamante laborava era de 110 e 220 volts ficando sempre desligada, quando da realização das pequenas manutenções e reparos em lâmpadas e tomadas. No que improcedem totalmente os pedidos de adicional de periculosidade e integrações. No sentido de não ser devido o adicional a eletricista que apenas efetuam alguns reparos em rede desligada e de baixa voltagem, sem qualquer risco de energização acidental, foram as seguintes decisões de nossos Tribunais: (jurisprudência):

(DA BASE DE CÁLCULO) Impugna a Empresa Reclamada o pedido de que o adicional de periculosidade seja apurado sobre a remuneração mensal, com fundamento de que o Inciso XXIII, do Art. 7º, da Constituição Federal, ao usar remuneração em vez de salário, aumentou a base de cálculo sobre a qual

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incide o adicional. Verifique-se que esta não foi a intenção do legislador, vez que determina o dispositivo constitucional o pagamento na forma da lei, que é a Consolidação das Leis do Trabalho, que não teve o seu Art. 193 revogado. Tanto que a Constituição não menciona adicional sobre remuneração, mas sim adicional “de remuneração”. No que continua em vigor o Art. 193, da C.L.T., que estabelece percentual sobre o salário-base sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos locais da empresa. Neste sentido o entendimento consubstanciado pelo Enunciado 191 do C. TST: “O adicional de periculosidade incide, apenas, sobre o salário-básico, e não sobre este acrescido de outros adicionais.” No que, em caso de condenação, o que se admite apenas por eventualidade, ad cautelam, resta impugnada a base de cálculo pleiteada sobre a remuneração mensal, devendo ser observada a incidência sobre o salário-base.

(DA INÉPCIA DO PEDIDO) Argui a Empresa Reclamada a inépcia da Petição Inicial, nos termos do Art. 301, III, do Código de Processo Civil, por não preencher o requisito do pedido com as suas especificações, conforme estabelece o Art. 282, inciso IV, do C.P.C.. Determina o Art. 286, do Código de Processo Civil, a obrigatoriedade do pedido, ser certo ou determinado. Restando inepta a petição inicial, a teor do Art. 295, Incisos I e II, do Código de Processo Civil, por faltar a causa de pedir e não levar a narração dos fatos, a conclusão lógica do pedido de adicional de periculosidade, vez que não consta da mesma, as áreas de risco em que o Reclamante adentrava e estava exposto aos riscos de energização acidental. De forma que, requer seja acolhida a presente preliminar indeferindo-se a petição inicial, extinguindo-se o processo, nos termos do Art. 267, I, do C.P.C.

(AGENTE DIVERSO DO APONTADO) – MANIFESTAÇÃO SOBRE O LAUDO – RAZÕES FINAIS – Conforme se verifica, a perícia realizada não constatou que estava o Reclamante em contato direto com redes de energizadas, inexistindo na empresa Reclamada áreas de riscos, conforme apontou na inicial. De forma que não provados os fatos alegados na peça exordial, improcede totalmente o pedido de adicional de periculosidade e reflexos.

(HONORÁRIOS PERICIAIS) – MANIFESTAÇÃO SOBRE O LAUDO – Conforme se verifica, o laudo apresentado comprovou que não laborava o Reclamante em ambiente perigoso. No que os honorários periciais preiteados pelo Sr. Perito, devem ser arcados pelo Reclamante, parte sucumbente no objeto da perícia. ACESSÓRIOS: Improcedente o pedido principal de adicional de periculosidade, improcedem também, os acessórios de integrações e reflexos sobre as férias acrescidas de 1/3 constitucional, 13ºs. Salários, Aviso Prévio, FGTS 8% mais Multa de 40%.

A. 20/08/04

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