perfil: ge oil & gas business - amchamrio.com · a câmara de comércio americana do rio de...

33
Revista da CâmaRa de ComéRCio ameRiCana paRa o BRasil desde 1921 nº277 set/out 2012 Ciência sem Fronteiras: rumo à sociedade do conhecimento O programa brasileiro de mobilidade internacional em ciência, tecnologia e inovação business Dannemann Siemsen: 112 anos de história. Com a palavra, o sócio-sênior honorário, peter dirk siemsen Grupo Libra o enc ontro com a sustentabilidade Energia: o impacto das novas medidas Perfil: Ge oil & Gas

Upload: dinhduong

Post on 08-Nov-2018

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

Revista da CâmaRa de ComéRCio ameRiCana paRa o BRasildesde 1921 nº277 set/out 2012

Ciência sem Fronteiras: rumo à sociedade do conhecimento

O programa brasileiro de mobilidade internacional em ciência, tecnologia e inovação

business

Dannemann Siemsen: 112 anos de história. Com a palavra, o sócio-sênior honorário, peter dirk siemsen

Grupo Libra o encontro com a sustentabilidade

Energia: o impacto das novas medidas Perfil: Ge oil & Gas

Page 2: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

bb.indd 1 16/08/2012 12:47:57

valorPara a Vale, o desenvolvimento só acontece quandoa empresa e a sociedade crescem juntas. Isso significa que ser uma das maiores empresas do país e a que mais contribui para o equilíbrio da balança comercial do Brasil é tão importante para nós quanto compartilhar valor, investindo na preservação do meio ambiente, na cultura brasileira e na qualidade de vida das comunidades próximas às nossas operações. Não temos todas as respostas e sabemos que ainda há um longo caminho pela frente. Mas, com diálogo e buscando soluções de consenso, podemos imaginar e alcançar um futuro mais sustentável.

Augusto Mendes Nascimento, técnico de controlede processo, Anderson Nascimento Matos, operadorde equipamentos, e Nataly Aragão, operadora deequipamentos – Complexo Vargem Grande, Nova Lima (MG)

Reserva Particular do PatrimônioNatural (RPPN) da Vale, localizada em Santa Bárbara (MG)

AFA-13988-41 Vale-MG_RIO+20 210x280.indd 1 10/3/12 9:35 AM

Page 3: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que
Page 4: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

Um dos programas brasileiros que chamam a atenção do empresariado é o projeto do governo federal que conseguiu reunir em uma única ini-ciativa um benefício à educação e ao desenvolvimento de mão de obra

qualificada para as empresas com bases na inovação e na tecnologia. O Ciência sem Fronteiras é, por natureza, um programa de mobilidade científica, mas con-grega uma colaboração fundamental rumo à sociedade do conhecimento e ao desenvolvimento do País, ao buscar no setor privado a parceria para a sua implan-tação. Consciente da importância de um investimento deste porte e com este fim, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que ampara o projeto, desenvolvido também pelo Ministério da Educação, para expor em um artigo, que trazemos nesta edição, o empenho e os primeiros resultados da iniciativa. Esperamos que este programa forme mais doutores brasileiros e preencha a lacuna ainda muito escassa de intercâmbio entre a pesquisa acadêmica com o setor produtivo e com a sociedade civil, significando uma nova injeção ao aprimoramento das ciências exatas que referendam países mais fortes e desenvolvidos.

Outro tema bastante relevante ao dia a dia desta Câmara e que deve se bene-ficiar ainda mais com as oportunidades que começam a ser geradas por conta da aproximação dos grandes jogos esportivos é a questão da propriedade intelectu-al. A entrevista de Peter Dirk Siemsen, sócio-sênior honorário da Dannemann Siemsen, que nos honra na Diretoria desde há muito, aborda de forma bastante interessante a evolução dessa área, em especial na indústria do esporte, que foi objeto de um evento de âmbito mundial em que especialistas abordaram questões ligadas à Lei da Fifa e da Olimpíada, particularmente em pontos que são sensíveis aos patrocinadores e anunciantes, como o marketing de emboscada.

Em outro tema de importância relevante para as empresas consumidoras de energia elétrica, em especial as eletrointensivas, abordamos a questão da redu-ção das tarifas por determinação do governo federal e os seus impactos nos di-ferentes segmentos produtores afetados, tanto na geração como na transmissão e distribuição. O nosso diretor Omar Carneiro da Cunha, especialista no tema, aborda com muita propriedade a necessidade de se aproveitar de forma racional essa iniciativa, de tal forma que, ao beneficiar os consumidores, não inviabilize as operações dos ofertantes.

Destacamos ainda nesta edição a realização de mais um Rio Oil & Gas, or-ganizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e considerado um dos três maiores eventos da indústria de óleo e gás em âmbito mundial. A Amcham Rio esteve presente, como tradicionalmente o faz, com o estande compartilhado entre 12 dos seus associados, que ali puderam desenvolver contatos para futuros negócios. Boa leitura!

081214

2220

24262830323840

Conselho editorialHelio Blak

Henrique Rzezinski João César Lima

Omar Carneiro da Cunha Rafael Sampaio da Motta Roberto Castello Branco

Robson Barreto

Editora-chefe e jornalista responsávelAndréa Blum (MTB 031188RJ) [email protected]

Colaboraram nesta edição:Fábio Matxado (edição de arte), Luciana Maria

Sanches (revisão), Cláudio Rodrigues e Giselle Saporito (textos)

Canal do [email protected]

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando,

necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro

PublicidadeLiliane Dippolito

[email protected]

A tiragem desta edição, de 8 mil exemplares, é comprovada por Ernst & Young Terco

Impressão: Walprint

Uma publicação da Câmara de Comércio americana do rio de Janeiro

Praça Pio X, 15, 5º andar 20040-020 Rio de Janeiro RJ

Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201 [email protected]

www.amchamrio.com

Leia a revista também pelo site amchamrio.com

Caso não esteja recebendo o seu exemplar ou queira

atualizar seus dados, entre em contato com Terezinha

Marques: (21) 3213-9220 ou [email protected]

editorial

radar Os resultados e avanços do programa brasileiro Ciência sem Fronteiras, em artigo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

Em Foco Notícias sobre as empresas associadas e a agenda de eventos da Amcham Rio

Brasil UrgenteAs mudanças no setor de energia e seus impactos para a indústria e os consumidores

EntrevistaPeter Dirk Siemsen e a história e tradição em propriedade intelectual da Dannemann Siemsen

Ponto de VistaBrasil deve priorizar o incentivo à energia renovável, defende Vânia Andrade de Souza, sócia-líder do setor de Energia da KPMG no Brasil

PerfilOs planos e novos negócios da GE Oil & Gas e as oportunidades para o Rio de Janeiro

Ponto de VistaPatentes verdes: como andam os programas de incentivo a empresas inovadoras

Ponto de VistaO escritório Barbosa, Müssnich & Aragão clareia a questão da proteção de dados na internet

artigoO Judiciário especializado em propriedade intelectual, na visão de Fabiano de Bem da Rocha, sócio de Kasznar Leonardos Propriedade Intelectual

artigoO investimento na plataforma de sustentabilidade e suas aplicações nas três unidades de negócios do Grupo Libra

Ponto de Vista Como os escritórios de advocacia usam a ferramenta do marketing e podem dela tirar maior proveito?

artigoA escassez de oficiais de marinha frente à crescente demanda por profissionais embarcados

42amcham newsA cobertura dos eventos realizados pela Amcham Rio

Henrique rzezinski, presidente da Câmara

de ComérCio ameriCana do rio de Janeiro

GIA

nn

E C

ARvA

LHO

DIv

uLG

ACãO

/GR

uP

O L

IBR

A

Page 5: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

Job: 318694 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 318694-04183-420X280_Acreditacao e IDSS_JC_Job175 1_pag001.pdfRegistro: 94747 -- Data: 00:51:18 10/10/2012

Page 6: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

8_Edição 277_set/out 2012

Totvs Consulting cresce 40% no primeiro semestre

A Totvs Consulting, unidade de consul-toria em gestão empresarial e em tecnologia da companhia, cresceu 40% no primeiro semestre de 2012, em relação ao mesmo pe-ríodo de 2011. O destaque da unidade foi o crescimento superior a 200% apresentado pela Totvs Consulting Energia, divisão cria-da há um ano com o objetivo de apoiar os clientes do setor de óleo e gás a atingir altos níveis de performance em toda a sua cadeia de valor.

em foCo

Revista da Light da década

de 1930, uma das peças do

acervo que será digitalizado

Estudo aponta oportunidadEs na gEstão dE rEsíduos sólidos

até 2020, o Brasil deverá ter toda a estrutura necessária para dar uma destinação adequada a qualquer resí-duo sólido e, até 2014, todos os mu-nicípios deverão eliminar completa-mente seus lixões e implantar aterros sanitários. neste contexto, as oportu-nidades de novos negócios às empre-sas vão desde a produção de adubo e energia até a reciclagem e capacitação técnica. É o que aponta o levantamen-to “gestão de resíduos sólidos: uma oportunidade para o desenvolvimento Municipal para a as Micro e pequenas Empresas”, desenvolvido pelo sebrae do Mato grosso do sul com o apoio do Fundo Multilateral de investimen-tos (Fumin), integrante do grupo Bid. o estudo chama a atenção ainda para a aplicação da logística reversa, desti-nada a coletar e devolver resíduos es-pecíficos (aparelhos eletroeletrônicos, pilhas, baterias, pneus, lâmpadas flu-orescentes, óleos lubrificantes, agro-tóxicos) ao setor empresarial. sem a reciclagem, a economia brasileira perde r$ 8 bilhões por ano.

MinC apRova pRojeto de digitaLização de aCeRvo da Light

O Ministério da Cultura aprovou projeto de higienização, conservação, manutenção e divulgação de todo o acervo cultural bibliográfico da Light, acumulado desde o início do século 19. O próximo passo agora é encontrar patrocinadores. A digitalização de todo o acervo possibilitará que os documentos estejam ao alcance de todos via internet e redes sociais.

ronaldo C. VEirano rECEBE hoMEnagEM

ronaldo C. Veirano, sócio-fundador do Veirano advogados e ex-presidente da amcham rio, foi homenageado pela Chambers and partners, editora britânica que é referência internacional na veicu-lação de guias e de publicações voltadas a temas jurídicos. ronaldo foi premiado com o lifetime achievement award para a américa latina 2012 por suas contribui-ções durante toda a carreira.

Cen

tro

Cu

ltu

ral

lig

ht

Page 7: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

10_Edição 277_set/out 2012 Edição 277_Brazilian Business_11

petRóLeo bRasiLeiRo aqueCe a pRoCuRa iMobiLiáRia nos poRtos

Investimentos na ampliação e modernização dos portos e a expectativa em torno da exploração de petróleo no pré-sal vêm aquecendo a procura imobiliária nas cidades portuárias. Empresas internacionais buscam estabelecer ou ampliar suas operações nas imediações dos portos. A afirmação é da Jones Lang LaSalle, que já atendeu seis grupos internacionais. A empresa também atua nos segmentos de logística, automobilístico, bens de consumo, alimentos e outros para operações de importação e exportação.

PRACTICE AREAS

Administrative Law

Corporate Law

Financial and Capital Markets

Competition Law

Energy Law

Tax Law

Judicial and Administrative Litigation

Arbitration

Contracts

Real-Estate Law

Labor Law

Pension Law

Environmental Law

Election Law

Intellectual Property

International Law

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura

Direito Societário

Mercado Financeiro e de Capitais

Direito da Concorrência

Direito da Energia

Direito Tributário

Contencioso Judicial e Administrativo

Arbitragem

Contratos

Direito Imobiliário

Direito do Trabalho

Direito Previdenciário

Direito Ambiental

Direito Eleitoral

Propriedade Intelectual

Direito Internacional

Rua Dias Ferreira 190, 7º andar

Leblon – Rio de Janeiro – RJ

22431-050 – Brasil

T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640

Rua Sete de Setembro 99, 18º andar

Centro – Rio de Janeiro – RJ

20050-005 – Brasil

T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640

Av. Juscelino Kubitschek 1726, 18º andar

Itaim Bibi – São Paulo – SP

04543-000 – Brasil

T 55 11 4097.2001 F 55 11 4097.2100

clcmra.com.br

agenda 2012 amcham RionovemBRo

9/11 tax Friday – Multas e Penalidades administrativas tributárias: alterações no estado do rio de Janeiro para 2013

9/11 evento economia Criativa – inovação nos negócios

13/11 Curso importação e exportação de Petróleo e Derivados

23/11 evento legalização de Promoções

27/11 Curso análise Financeira para o Setor de Óleo e gás

28/11 evento Fator acidentário de Prevenção

30/11 tax Friday – Fim do rtt e início de uma nova era para o irPJ, CSl, PiS e Cofins

em foCo

encontro de CâmarasNos dias 1º, 2 e 3 de outubro realizou-se na US Chamber, em

Washington, a 45ª Reunião Anual da Associação das Câmaras La-tino-Americanas de Comércio (Association of American Cham-bers of Commerce in Latin America – Aaccla), com a presença de representantes de 23 das 24 câmaras dos países das Américas do Sul e Central e do Caribe. A reunião contou com painéis envolven-do especialistas em economia e política da América Latina, com ênfase na discussão de temas relacionados primordialmente com a infraestrutura na região, que apresenta taxas de crescimento ex-pressivas em seu comércio exterior e dependem de investimentos significativos especialmente em vias de acesso a portos e também na modernização dos terminais portuários propriamente ditos.

Destacou-se também o efeito positivo que a assinatura dos Acordos de Livre Comércio (Free Trade Agreements) dos Estados Unidos com a Colômbia e o Panamá tem tido sobre o volume de comércio, habilitando inclusive pequenas e médias empresas que antes não tinham acesso ao mercado nas duas pontas.

O Brasil é como sempre considerado, a exemplo do México, um dos líderes da região, cada vez mais tendo influência nas rela-ções com o chamado grupo dos países desenvolvidos, muito em-bora as taxas de crescimento recentes estejam abaixo do que havia sido projetado pelos economistas.

No âmbito político, permanecem as preocupações com a Ar-gentina, o Equador e, principalmente, a Venezuela, que tem criado barreiras e dificultado o movimento comercial, o que tem limitado o ambiente de negócios tanto dentro do próprio bloco do Merco-sul quanto externamente.

No dia 4 de outubro, foi realizado um painel promovido pelo Panamá, onde foi apresentado o projeto de expansão do canal, que, em 2015, deverá triplicar a capacidade de recebimento de contêi-neres no terminal portuário de Colón, passando de 4,4 milhões de TEUs/ano para 13,2 milhões de TEUs/ano. (TEU é a medida utilizada para contêiner de 20 pés cúbicos).

da esq. à dir., olivier Wambersie, Chief technology officer do bg group; Carlos henrique de brito Cruz, diretor científico da Fapesp; hernan Chaimovich, coordenador dos Centros de pesquisa, inovação e difusão (Cepids), da Fapesp

Bg Brasil E FapEsp FEChaM parCEria

a Bg Brasil e a Fapesp – Fundação de amparo à pesquisa do Estado de são pau-lo – firmaram parceria para desenvolver projetos de pesquisas com o objetivo de criar soluções inovadoras para a indústria de petróleo e gás no Brasil e projetos de desenvolvimento no Estado de são paulo. um dos focos é aplicar as novas tecnologias na exploração de petróleo na Bacia de san-tos, além de promover a capacitação. outra importante característica da parceria é a definição de uma estratégia para atrair pes-quisadores e pós-doutorandos brasileiros e estrangeiros, que desenvolverão pesquisas no setor de energia no Estado de são paulo.

Page 8: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

12_Edição 277_set/out 2012 Edição 277_Brazilian Business_13

Escrevendo

certo... ...por linhas tortas

A redução de tarifas se dará parcial-mente pela extinção de dois (CCC/RGR) dos 13 encargos setoriais e pela redução de mais um (CDE) via subsídio do Tesouro Nacional. O restante virá por meio da redu-ção da remuneração dos agentes de geração e transmissão, cujos ativos já se encontram depreciados nos prazos das concessões a vencer, mediante a renovação de suas con-cessões pelo custo de operação.

Redução de impostos estaduais e fede-rais (que são os mais elevados do mundo nas tarifas elétricas) nem pensar. Mas as concessões já não estarão vencidas e, por-tanto, seus investimentos amortizados? Por que o consumidor teria que pagar mais uma vez? É nos detalhes que mora o perigo. Nos setores de Geração e Transmissão, para os quais as regras foram mais claramente explicitadas, os agentes se tornam apenas mantenedores dos ativos, remunerados por uma tarifa fixada pelo Governo, e não via um preço como no modelo atual. A energia que os geradores produzem será cotizada entre as empresas distribuidoras. Ou seja, os geradores perdem o controle do preço e do destino de seu próprio produto. Quem não aceitar devolve a concessão e não pode participar da nova licitação das operações. Ora, se este ativo não é atrativo para quem o vinha operando nos últimos 20 ou 30 anos, será atraente para quem? Para o gover-no federal, que passará a operá-los se não houver outros interessados? Será que não estaremos em uma situação de déjà vu? No passado, o Governo estatizou boa parte do setor, para privatizá-lo mais uma vez, por incapacidade de atender as necessidades de investimento do setor e ser capaz de geri-lo adequadamente. Vamos repetir o mesmo erro mais uma vez?

brasil urgEntE

“Para atingir o dEsEjávEl objEtivo dE rEduzir

as tarifas do sEtor, o govErno fEdEral Está

trazEndo insEgurança aos invEstimEntos futuros”

O governo federal publicou recente-mente a Medida Provisória nº 579 e o Decreto nº 7.805, referentes à re-

dução nas tarifas de energia elétrica no País e à renovação das concessões vincendas em 2015 a 2017 das empresas de geração, trans-missão e distribuição de energia elétrica. Em princípio, ótimas notícias para os con-sumidores brasileiros, principalmente para os industriais – os mais prejudicados pelas mudanças introduzidas em 2004. Visando favorecer os consumidores residenciais, tais mudanças acarretaram um realinhamento tarifário que fez com que os consumidores industriais incorporassem uma parcela des-proporcional desses reajustes. Somando-se a isso o sistemático aumento dos impostos e encargos setoriais, transformaram-se as ta-rifas das indústrias brasileiras em uma das mais caras de todo o mundo. Um resultado que afetou de forma dramática a competiti-vidade do setor industrial, principalmente o consumidor intensivo de energia, levando ao fechamento de algumas dessas indústrias. Quais são então os riscos envolvidos em no-tícias tão alvissareiras?

Os novos anúncios do governo federal para o setor elétrico podem gerar muitas incertezas e impactar toda a indústriaOmar Carneiro da Cunha_economista, empresário e diretor da Amcham Rio

No setor de distribuição, a questão é ainda mais preocupante, pois os operadores com concessões vencendo em 2015/2017 têm que exercer imediatamente seu desejo de prorrogá-las ou não, sem saber o teor do contrato que regulará suas atividades e definirá sua remuneração. Ou seja, um salto no escuro! E nessa atividade a si-tuação de margens é ainda mais dramática. Pela atual legislação, a cada cinco anos há uma revisão tarifária, que transfere os ganhos de produtividade das mesmas para o consumidor final. No último ciclo de revisão, que ainda está em curso, as distribuidoras entrega-ram 21% de suas margens aos consumidores e, teoricamente, não existe gordura para queimar.

Sendo assim, para atingir o desejável objetivo de reduzir as tarifas do setor, visando, entre outras coisas, a melhoria da com-petitividade da indústria nacional, o governo federal está trazen-do insegurança aos investimentos futuros, tão necessários para se manter a estabilidade dos parques gerador, transmissor e distri-buidor. Lança-se uma nuvem negra de incerteza que pode afetar a confiabilidade e segurança do suprimento. Não seria mais lógico rever os 11 encargos setoriais que oneram a nossa conta de ener-gia? Ou rever as absurdas tarifas de ICMS e PIS/Cofins, cobradas pelos Estados e pelo governo federal respectivamente, em um pro-duto tão essencial na economia para todo consumidor, residencial, comercial, rural ou industrial?

Vamos esperar que o Congresso Nacional cumpra seu papel e corrija a Medida Provisória das distorções que podem gerar gran-de insegurança ao setor elétrico nacional, afetando a economia como um todo.

Page 9: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

14_Edição 277_set/out 2012 Edição 277 Brazilian Business_15

entrevista

Um dos maiores escritórios de propriedade intelectual do Brasil, hoje com mais de mil funcionários em cinco capitais do País, a Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira completa 112 anos de história com boas perspectivas de novos negócios e uma longa trajetória de crescimento e conhecimento adquirido

Por Andréa Blum Fotos Gianne Carvalho

Segundo estudo da Ernst & Young Terco, só a Copa do Mundo de 2014 deverá injetar R$ 112 bilhões na eco-

nomia brasileira. Parte dessa cifra depende dos ativos de propriedade intelectual, como patentes para tecnologias esportivas e mar-cas de eventos, além de tópicos como direi-tos de imagem. Esse território milionário se aproxima cada vez mais do dia a dia do País, mas também representa uma zona natural e constante de conflitos quando o assunto é defender os direitos de empresas e grandes patrocinadores. Sobre este e ou-tros temas relativos à área de PI, a Brazilian Business conversou com o sócio-sênior ho-norário da Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira, Peter Dirk Siemsen, no seu escritório em Botafogo, Zona Sul da ca-pital fluminense.

“Parecia uma boa chance de ganhar um dinheiro extra”, pensou o jovem de 17 anos ao aceitar o convite do seu tio-avô para fazer desenhos de marcas no escritório, à época com apenas cinco funcionários. Foi assim que Peter Dirk Siemsen entrou na área de PI – ou foi a área de PI que entrou em Peter, definindo-os mutuamente. Não se sabe ao certo. O que se nota na conversa é que a profissão, neste caso, fez o homem, e vice-versa. Após quase 70 anos dedicados à construção de uma das maiores empresas de propriedade intelectual do País e à con-solidação da própria área de PI, estimulada e desenvolvida também pelo seu esforço pessoal, Peter se preparava, antes da entre-vista, para pegar um avião para a Coreia para tratar de negócios do escritório. Sim, para ele, advogar e velejar são dois antigos e sagrados hábitos, inseparáveis. Leia a seguir a íntegra da entrevista exclusiva concedida à revista da Câmara de Comércio America-na do Rio de Janeiro.

Peter Dirk Siemsensócio-sênior honorário da Dannemann Siemsen

a longevidade da Dannemann siemsen

“O que se faz nO Brasil em prOprieDaDe intelectual

ganha Destaque tamBém em relaçãO aOs países vizinhOs”

Page 10: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

16_Edição 277_set/out 2012

“é precisO aBrir a mente e cOmpreenDer que sãO instrumentOs pOsitivOs aO DesenvOlvimentO Da ecOnOmia Brasileira”

entrevista PEtEr Dirk SiEmSEn

Brazilian Business: Como ocorreu o seu envolvimento com a questão da propriedade intelectual?Peter Dirk Siemsen: Em 1947, quando eu ainda cursava o Cientí-fico, fui convidado pelo meu tio-avô, Eduardo Dannemann, para fazer desenhos de marcas no escritório dele. Na época, eu estuda-va e também trabalhava em uma firma de desenhistas. Achei que seria uma forma de ganhar um dinheiro a mais, uma boa chance para um rapaz de 17 anos. Nas férias, me envolvi um pouco mais no dia a dia do escritório e comecei a me interessar pelo assunto. Naquela época, o escritório tinha apenas cinco pessoas. Um dia, ele me convidou para participar do escritório e prestei vestibular para Direito. Em 1952, prestei exame como agente de proprieda-de industrial, que é o título que se usa para fazer a parte admi-nistrativa. Em 1953, me tornei sócio do escritório, que mudou o nome para Dannemann, Siemsen e Companhia. Neste mesmo ano fiz a primeira viagem aos Estados Unidos para prospectar clientes. Em 1959, o meu tio-avô faleceu, e eu com a minha sócia, Catarina Bigler, tomamos a frente dos negócios, mesmo sem ter a experiência do fundador. Mas o escritório cresceu e hoje é um dos maiores do País em marcas e patentes.

BB: Como foi essa primeira viagem pelo mundo para difundir os serviços do escritório?PDS: Nós quase não tínhamos contato com os Estados Unidos, nossos clientes eram apenas da Europa, e quando me tornei sócio do escritório, aos 23 anos, viajei durante quatro meses e visitei cer-ca de 180 escritórios. Dessa viagem, surgiram muitos contratos.

BB: O senhor era fluente no inglês?PDS: Tive uma experiência de grande valia e muito interessante que me trouxe a fluência no idioma. Trabalhei como guia turís-tico durante dois anos. Na época do pós-guerra, os americanos vinham mais para o Brasil, em vez de ir para a Europa, nos navios da Moore-McCormack Lines, chamados de navios da “Boa Vizi-nhança”, que quinzenalmente aportavam no Rio de Janeiro. Eles procuravam guias locais, e nós acompanhávamos os turistas em passeios de carro pela cidade. Foi nesse momento que aprendi de verdade a falar inglês.

BB: Qual a sua percepção do cenário original propício para o desenvolvimento da propriedade intelectual? PDS: Esse território vinha sendo deflagrado desde o século 19 por conta de progressivos investimentos em criação tecnológi-ca e inovação, processos que foram se desenvolvendo cada vez mais. Isso se refletiu no crescimento do escritório, que, atenden-do a muitos clientes do exterior, os assessorava, naquele momen-to, principalmente na área de patentes. Porém, no Brasil havia pouco investimento em atividades de criação. Então, nosso foco maior eram os clientes estrangeiros.

BB: Como está hoje o Brasil no mercado de marcas e patentes em relação aos demais países?PDS: O mercado brasileiro é hoje um mercado grande que interes-sa a todos. O desenvolvimento tecnológico cresceu de forma ex-plosiva no mundo, na área eletrônica, química e farmacêutica, e o País é um imenso mercado, mesmo que ainda haja um porcentual grande de pobreza. O problema no Brasil é que ainda se tem pouca atividade inventiva na área privada. Melhorou na esfera estatal, nas universidades, como a Unicamp, e nas estatais, como a Petrobras e Fiocruz, com progressos desde a década de 1990. Mas as nossas empresas ainda estão muito lentas em termos de investimento na área, provavelmente ainda por conta de certos resquícios dos anos de inflação, que tomaram recursos de possíveis investimentos. A minha expectativa é que, com a consolidação da economia, tam-bém haja um maior investimento em inovação na área privada.

BB: De que forma o Governo pode intensificar o incentivo à inovação?PDS: O Governo já criou a legislação de incentivo à inovação, de 1996, com financiamento da Finep, e temos o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), que ainda precisa acelerar os processos de concessão de patentes e registros de marcas. Esse prazo ainda desanima uma parte da clientela do instituto.

BB: Quais são os principais embates e desafios para essa disciplina, considerando que o País sediará, em menos de dois anos, o maior evento esportivo do mundo, que deve movimentar bilhões de dólares, boa parte desse volume por ativos de marcas e patentes? Como aproveitar este momento?PDS: O Brasil ainda precisa investir muito em infraestrutura, na melhoria e ampliação das estruturas de aeroportos, estradas e hotéis, na limpeza da Baía de Guanabara, entre outros fatores. O tempo está passando rapidamente, e as coisas não estão andando no mesmo passo. Vejo até a Copa do Mundo de 2014 como um problema menor, pois estará espalhada em 12 cidades, em com-paração com a Olimpíada, que, por estar concentrada no Rio de Janeiro, deve enfrentar mais obstáculos. Em compensação, esses eventos trazem grandes patrocinadores e oportunidades para promoção de marcas. O País está preparado para lidar com esse cenário, inclusive já tem legislação especial para garantir as pro-teções, como a Lei da Copa e da Olimpíada.

BB: Qual a sua avaliação da nossa Lei da Copa em relação às legislações de outros países?PDS: A importância dessa legislação é que ela garante mais efici-ência e proteção às marcas e cria empecilhos ao que se chama de marketing de emboscada, exigências da própria Fifa e do Comitê Olímpico, pelo menos para o período dos grandes eventos, para garantir a proteção dos direitos dos grandes patrocinadores.

Page 11: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

18_Edição 277_set/out 2012

Job: 19138 -- Empresa: Ogilvy RJ -- Arquivo: 19138-ANR BRAZILIAN BUSINESS-BP-21x28-01-11_pag001.pdfRegistro: 94702 -- Data: 17:34:42 09/10/2012

BB: Qual a sua análise do País e projeções futuras sobre desenvolvimento tendo como base a propriedade intelectual?PDS: A propriedade intelectual é um dos instrumentos para o de-senvolvimento do País e integra um conjunto de elementos que, somados, permitem avanços mais rápidos do País. Temos outros elementos que precisam avançar, como a questão da infraestru-tura, a redução da burocracia, um dos grandes empecilhos ao crescimento, e o uso da propriedade intelectual principalmente no tocante à inovação. Nós já temos uma legislação positiva que suporta a atividade inovadora, mas nos falta um órgão rápido e eficiente para garantir as proteções sem desanimar aqueles que fazem investimentos em pesquisa e inovação.

BB: Como o Brasil tem discutido o tema da propriedade intelectual?PDS: Nós tivemos recentemente um seminário de enorme suces-so, em que se discutiu pela primeira vez de forma ampla o uso da propriedade intelectual como instrumento de desenvolvimento econômico por meio dos esportes [PI & Esportes]. Essa foi uma ideia que eu tive há quatro anos, quando acompanhei, na Organi-zação Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi), em Genebra, a Agenda do Desenvolvimento, bastante complexa e que exige mo-dificações profundas nos países em desenvolvimento. O que me levou a pensar qual seria a área de fácil compreensão a esses países e que não tem conflitos maiores. Percebi que a área esportiva mo-vimentava milhões e não estava em destaque há anos na agenda da Ompi, e levei ao presidente a questão da necessidade de olhar a PI no âmbito esportivo. Finalmente, este ano, conseguimos reunir, no Rio de Janeiro, 522 participantes para discutir esse tema.

BB: O Brasil é um dos quatro escritórios da Ompi no mundo. Isso significa a sua relevância no cenário mundial no tocante à propriedade intelectual?PDS: Sim. O Brasil ganhou uma grande importância depois de sua recuperação e, principalmente, na região da América Lati-na. Logo, o que se faz no Brasil em propriedade intelectual ga-nha destaque também em relação aos países vizinhos. Uma forte propriedade intelectual no Brasil vai servir de exemplo para uma forte propriedade intelectual também nos países vizinhos. Por esta razão, a Ompi escolheu o País para sediar um de seus quatro escritórios em todo o mundo.

BB: Qual a área do escritório que mais cresceu nos últimos tempos?PDS: Uma das áreas que cresceu de ma-neira exponencial foi a de Relações de Consumo, de proteção às empresas con-tra a reclamação dos consumidores. Além disso, patentes e marcas, nessa ordem, são as áreas que mais mobilizam os mais de mil funcionários do escritório.

BB: Qual seria o salto desejado à propriedade intelectual no Brasil?PDS: A área de propriedade intelectual ainda necessita de uma maior atenção por parte do Governo, pois é um enorme ins-trumento de desenvolvimento, e deveria ter um suporte muito maior para que isso beneficiasse o Brasil. Existem exemplos de países como o Japão no pós-Segunda Guerra, a Coreia e a China, que cresceram bastante após o desenvolvimento dessa área. É preciso abrir a mente e compreen-der que são instrumentos positivos ao de-senvolvimento da economia brasileira.

BB: Como começou a carreira de velejador?PDS: Eu sempre quis velejar, mas na época era um esporte muito caro. Então, o Iate Clube abriu um setor de sócio-atleta, que não exigia a compra do título, mas obrigava o atleta a competir ou a integrar as comissões de regata. Foi assim que comecei a velejar, em março de 1948. E continuo correndo.

“nO Brasil ainDa se

tem pOuca ativiDaDe inventiva na área privaDa”

entrevista PEtEr Dirk SiEmSEn

Page 12: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

20_Edição 277_set/out 2012 Edição 277_Brazilian Business_21

perfil

O Estado do Rio de Janeiro ganha importância para a empresa com os recentes investimentos milionários na operação de Macaé e com a construção do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil Por Cláudio Rodrigues

“A unidAde de MAcAé se tornou sinôniMo de tecnologiA e inovAção

– coM cApAcidAde de executAr 100% dos serviços

locAlMente”

Lâmpadas, geladeiras, micro-ondas e extração de petróleo em alto-mar. Mesmo quando se fala da GE no setor pe-trolífero, é difícil não lembrar que a empresa estampa sua

marca em produtos presentes no dia a dia das pessoas. A mul-tinacional, que instalou sua primeira fábrica no Rio de Janeiro em 1919, impressiona pela diversidade: turbinas de avião, ser-viços financeiros, processamento de água, diagnóstico por ima-gem e entretenimento, entre outros. A vasta gama de atuação da companhia também pode ser explicada pela aposta na ino-vação de produtos e serviços como parte da estratégia de cres-cimento. “Um fato engraçado é que, quando falo que trabalho na GE, algumas pessoas me perguntam se eu fabrico lâmpadas ou geladeiras. Sempre que isso acontece dou umas boas risadas, tento explicar que não é bem assim e que parte considerável do petróleo produzido no Brasil passa por equipamentos que a GE Oil & Gas projetou, fabricou ou instalou”, conta o consultor técnico para as companhias internacionais de petróleo da GE Oil & Gas, Tarcildo Silva.

No caso do braço especializado na área petrolífera, em ju-nho deste ano, a empresa triplicou suas instalações na sua ope-ração de Macaé, no norte do Estado do Rio de Janeiro. Com investimentos que superaram US$ 30 milhões, a unidade é hoje a mais moderna da empresa – em âmbito mundial – destinada a serviços de produ-ção submarina (subsea).

“A unidade de Macaé se tornou sinô-nimo de tecnologia e inovação – com ca-pacidade de executar 100% dos serviços localmente – e será importante para nos diferenciar no mercado da região. Esse investimento faz parte da nossa estraté-gia para acelerar o desenvolvimento nos segmentos de perfuração e sistemas de produção submarina, que crescem rapida-mente no Brasil, aumentando a demanda por uma estrutura local de serviços. Com essa ampliação, estamos preparados para atender nossos clientes”, diz o presidente e CEO da GE Oil & Gas para a América Latina, João Geraldo Ferreira.

O crescimento da GE Oil & Gas no País, um dos negócios que compõem a GE Energy (além de Power & Water e Ener-gy Management), ainda pode ser medido pelo número de funcionários, que aumen-tou 150%. Eles atuam em soluções que vão desde a perfuração nos campos até a pro-

dução e geração de energia, transporte, armazenamento, refino e sistemas de processamento e inspeção de dutos. Presente em mais de 100 países, a GE Oil & Gas mantém 300 mil colabora-

dores globalmente. No Brasil, onde está há 92 anos, emprega cerca de 8 mil fun-cionários. Também funcionará no Estado do Rio de Janeiro, na capital, o Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil, repre-sentando um investimento de mais de R$ 500 milhões. Na primeira fase, os estudos acontecerão em quatro frentes: Subsea, Sistemas Inteligentes, Integração de Siste-mas e Biocombustíveis. Previsto para ficar pronto no segundo semestre de 2013, o centro será construído em uma área de 24 mil metros quadrados, na Ilha do Fundão, e gerará 400 empregos, a maioria para pes-quisadores. Será o quinto centro global da GE, o primeiro na América Latina.

João Geraldo Ferreira, presidente e CEO da GE Oil & Gas para a América Latina

Árvore de Natal molhada produzida na fábrica da GE, em Macaé

ge aprofunda negócios no rio

foto

s d

ivu

lgaç

ão g

e

Page 13: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

22_Edição 277_set/out 2012

ponto de vista

Com a inclusão na pauta mundial do tema energia renová-vel, os países se veem obrigados a discutir alternativas viá-

veis e a aplicar iniciativas efetivas para estimular o uso de fontes limpas. O exemplo mais recente de que se teve notícia foi o do Japão, que aprovou um plano de incentivo à produção de ener-gia limpa que deve resultar em um investimento de pelo menos US$ 9,6 bilhões em novas instalações, com capacidade de gera-ção de 3,2 gigawatts.

Tais políticas são objetos de estudo da KPMG, que levantou e comparou informações de subsídios à energia renovável apli-cados por 15 países, como feed-in tariff (mecanismo de estímu-lo à produção de energia renovável), portfólios renováveis, subsídio de capital e descontos, investimentos e créditos fiscais, redução de impostos, taxas ou IVA sobre a comercialização de energia, certificados comercializáveis de energia renovável (RE), entre outros. O estudo mostrou que pelo menos 83 países têm algum tipo de política para promover a geração de energia renovável na busca por recursos eficientes, de baixa emissão de carbono, e maneiras de fornecimento de energia suficientes para garantir o crescimento sustentável das economias em todo o mundo.

O Brasil aparece no estudo como tendo adotado três dos dez itens pesquisados: subsídio de capital e concessão de des-contos; investimentos públicos, empréstimos e financiamentos; licitações públicas. Ainda assim, é o país com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, enquanto a China e os Estados Unidos – os maiores investidores em política de reno-váveis – continuam gerando parte de sua energia da queima de carvão, que é um recurso altamente poluente. Vale lembrar que, além de ter uma matriz energética fortemente baseada em gera-ção hidrelétrica, o Brasil adota diversos programas de utilização de combustíveis renováveis, que vêm sendo desenvolvidos e se intensificando nos últimos três anos.

Apesar desse cenário otimista, o País não pode desperdiçar sua capacidade de gerar energia limpa, principalmente nas regi-ões Norte e Nordeste, de forma a atingir as metas estabelecidas para redução, até 2030, do consumo advindo de fontes polui-doras. Para isso, é primordial que aumente o uso dessas opções mais limpas na sua matriz, aproveitando o forte potencial de expansão de seu energético.

incentivo à energia renovável deve ser prioridade no Brasil

Vânia andrade de Souzasócia-lídEr do sEtor dE EnErgia da KPMg no Brasil

É certo que estamos caminhando na direção do aumento do uso de energias renováveis e de uma economia com menor emissão de carbono, pois já possuímos uma matriz energética considerada limpa (com 45,3% da produção proveniente de fontes como recursos hídricos, biomassa e etanol, além das energias eólica e solar, diante da média mundial de 13% e de apenas 6% nos países desenvolvidos). As usinas hidrelétricas são responsáveis pela produção de mais de 75% da eletricidade gerada aqui. Na área da biomassa, a produção do etanol de cana-de-açúcar tem força para crescer nos próximos anos e há pos-sibilidades de utilização cada vez maior do biogás, sem falar do avanço que vem ocorrendo na geração de energia eólica. Segundo estimativas constantes do Plano Decenal, a participa-ção das hidrelétricas na matriz elétrica brasileira tende a cair de 76% para 67%, enquanto a geração por fontes alternativas (ener-gia eólica, térmica, bioenergia e pequenas centrais hidrelétricas – PCHs) deve dobrar de 8% para 16% até 2020. Também é inte-ressante destacar que o Brasil foi incluído recentemente como o quinto país que mais se desenvolveu de maneira sustentável entre os anos de 1990 e 2008, de acordo com o Índice de Riqueza Inclusiva (IRI), lançado pela ONU na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), à frente de nações como os Estados Unidos, por exemplo.

A adoção pelo Brasil de estratégias que tenham como bene-fício utilizar e valorizar fontes de energia renováveis é indiscu-tível, levando em conta inclusive sua participação cada vez mais relevante no âmbito da matriz energética mundial. Mas os desa-fios são muitos e devem ser enfrentados desde já, principalmen-te se considerarmos a demanda crescente, o alto preço das ener-gias renováveis, os tributos e a busca por menores tarifas, alia-dos aos altos investimentos necessários ao desenvolvimento esperado e aos grandes eventos esportivos que ocorrerão no País nos próximos anos. Só assim será possível obter resultados positivos que garantam equilíbrio e sustentabilidade à relação entre a vida e o meio ambiente em médio e longo prazos.

“pelo menos 83 países têm algum tipo de política para promover a geração de

energia renovável na Busca por recursos eficientes, de Baixa emissão de carBono”

Page 14: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

24_Edição 277_set/out 2012 Edição 277_Brazilian Business_25

Lançado em julho de 2011, o Programa Ciência sem Frontei-ras (CsF) é uma iniciativa estruturante do governo federal para o desenvolvimento do Brasil por intermédio da expan-

são acelerada da alta qualificação de pessoal na área de ciência, tecnologia e inovação. O CsF visa oferecer, até 2015, 75 mil bolsas de estudos no exterior financiadas pelo governo federal e com-plementadas por pelo menos 25 mil bolsas advindas de doações da iniciativa privada. O programa tem o CNPq/MCTI e a Capes/MEC como agências responsáveis por sua execução.

O objetivo principal do programa é garantir que nossos me-lhores talentos, entre estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores, possam realizar parte de seus estudos nas melhores universidades e centros de pesquisa do mundo, em um ambiente educacional e profissional marcado fortemente por inovação, em-preendedorismo e competitividade. Além disso, o CsF busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas re-cebam treinamento especializado em centros de P&D no exterior.

Com o CsF, busca-se, também intensificar o processo de inter-nacionalização das instituições de ensino superior e dos centros de pesquisa brasileiros, propiciando mais visibilidade da pesquisa científica e tecnológica que é feita no nosso País, além de estimular pesquisas que gerem inovação e, consequentemente, o aumento da competitividade das empresas brasileiras.

O CsF pretende promover a formação de pessoal altamen-te qualificado nas competências e habilidades necessárias para o avanço da economia do conhecimento, com foco nos grandes desafios nacionais. Assim, prioriza a formação e capacitação em setores estratégicos, como as áreas de engenharias e demais áreas tecnológicas, além de outras que podem representar grande van-tagem tecnológica para o Brasil, como de petróleo e gás, fármacos, nanotecnologia e biotecnologia.

Entre os principais aspectos que fazem deste um programa de mobilidade inovador está a possibilidade de envolvimento dos es-tudantes não só em atividades acadêmicas, mas em estágios em laboratórios e empresas no exterior. Também neste aspecto é fun-damental a participação do setor empresarial no programa. Várias empresas já assinaram acordos de cooperação com o CsF, ofere-cendo pelo menos mais 26 mil bolsas e ofertas de estágio no exte-rior. Espera-se que tais ofertas sejam ampliadas em vários países, assim como já surgem as ofertas de estágios para os bolsistas no momento em que retornam para o Brasil.

radar

“O CsF visa OFereCer, até 2015, 75 mil bOlsas

de estudOs nO exteriOr FinanCiadas pelO gOvernO

Federal e COmplementadas pOr pelO menOs 25 mil

bOlsas advindas de dOações da iniCiativa privada”

O primeiro ano do CsFApós cerca de um ano do início do programa, o CsF se con-

solida, tendo hoje a participação de mais de 20 países, e atingirá a meta de 20 mil bolsas concedidas até o fim de 2012 em todas as modalidades oferecidas, desde a graduação ao pós-doutorado e intercâmbio de pesquisadores altamente qualificados.

Entre os desafios do programa está a ampliação da oferta de cursos de idiomas para aqueles alunos que, apesar de demonstra-rem excelência acadêmica, ainda não têm a fluência exigida pelas universidades a que se destinam. Hoje, cerca de 40% dos alunos de graduação inscritos no CsF não atingem a proficiência mínima necessária para acompanhar as atividades acadêmicas em outra língua, o que inviabiliza a concessão da bolsa. Entre as estratégias adotadas, o programa já celebrou acordos com a maioria dos paí-ses participantes, oferecendo curso intensivo de idioma no próprio país de destino de até seis meses de duração.

Como elemento estratégico do CsF, buscamos ampliar a ofer-ta de estágios em empresas no exterior e no Brasil. Ao longo da implementação do CsF, uma série de empresas têm demonstrado interesse em participar do programa, não só com o financiamen-to de bolsas de estudos, mas por meio de estágios em seus centros de pesquisa no exterior e no Brasil. Hoje, o CsF já tem acordos firmados com mais de uma dezena de grandes empresas e asso-ciações, o que tem exigido a criação de novos modelos de coo-peração entre as agências executoras do programa, os parceiros internacionais envolvidos no acompanhamento dos alunos e as empresas participantes.

Quanto à pós-graduação, o desafio atual passa pela ampliação do número de estudantes brasileiros no programa. Para isso, estamos buscando novos mecanismos que possibilitem a ampliação da coo-peração científica entre universidades e centros de pesquisa brasilei-ros e estrangeiros. Vários desses mecanismos incluem a participação do setor empresarial, que, por meio de seus centros de P&D no ex-terior, tem possibilitado o envolvimento de alunos de doutorado e pesquisadores brasileiros em uma série de projetos nas mais diversas áreas, como de petróleo e gás, aeronáutica e fármacos.

Os progressos alcançados até o momento com o CsF nos colo-cam novos desafios, com o retorno desses alunos e pesquisadores ao País. Ao mesmo tempo, isso deve ser visto como uma grande oportunidade para as empresas instaladas no Brasil, uma vez que é notória a demanda por pessoal técnico qualificado disponível hoje no mercado. Desta forma, com o objetivo de catalisar as transfor-mações que esses brasileiros altamente capacitados podem trazer no retorno, o Governo brasileiro continuará investindo em po-líticas articuladas, e a participação do setor empresarial terá um papel-chave nesse processo.

Ciência sem FronteirasUm programa brasileiro de mobilidade

internacional em ciência, tecnologia e inovaçãoGlaucius Oliva, presidente, Manoel Barral Netto, diretor de Cooperação Institucional, e Márcio Ramos de Oliveira,

coordenador-geral do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

sxc

Page 15: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

26_Edição 277_set/out 2012

ponto de vista

O Brasil se ressente de regras claras sobre proteção de informações obtidas pela

internet. Apesar de inexistir um regime específico de proteção, a legislação brasilei-ra permite o cadastro de informações pes-soais mediante a criação e manutenção de base de dados de consumo. Mas algumas regras devem ser observadas.

O Código de Defesa do Consumidor assegura ao consumidor o direito de acesso às informações existentes sobre ele em ban-cos de dados pessoais e de consumo, bem como sobre suas respectivas fontes.

Tais bancos de dados devem ser objeti-vos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas por período superior a cinco anos. Ainda, a abertura de bancos de dados pessoais e de consumo deve ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. Seu consen-timento é requisito fundamental para arma-zenamento e uso de dados pessoais. Além disso, o controlador da base de dados não pode usar as informações com finalidade distinta da proposta original do cadastra-mento sob pena de violação de privacidade e/ou de direitos do consumidor.

Vale ressaltar que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, incisos X e XII, protege a privacidade das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. A invio-labilidade não recai sobre a informação em si, mas sobre seu uso irregular. Porém, a regularidade do uso só pode ser objeto de avaliação post facto.

a proteção de dados no Brasil

José Eduardo PiEri E rEbEca Garciaadvogados do Escritório BarBosa, Müssnich & aragão

Mesmo sem um regime específico de proteção, já há regras esparsas que podem ser utilizadas, ainda que como parâmetros de interpretação. É o caso das recentes leis nº 12.414/2011 (Lei do Cadastro Positivo) e nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação). Segundo a Lei do Cadastro Positivo, qualquer cadastro deve prezar pela objetividade, clareza e veracidade das informações, vedando o armazenamento de informações sen-síveis – definidas como aquelas pertinentes à origem social e étnica, saúde, informação genética, orientação sexual e a con-vicções políticas, religiosas e filosóficas da pessoa. O prazo para armazenamento é de 15 anos.

A Lei de Acesso à Informação, por seu turno, regula o direito fundamental do cidadão de acesso à informação de interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, ressalva-das aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Para suprir a lacuna regulatória atual, o Projeto de Lei nº 2.126/2011, atualmente em exame no Congresso Nacional, propõe-se a ser o Marco Civil da Internet no Brasil, estabele-cendo princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet. Há também o anteprojeto de lei para proteção de infor-mações pessoais no mundo digital, preparado pelo Ministério da Justiça, que esteve em consulta pública até o fim de março de 2011. As iniciativas demonstram a preocupação do Governo em regular e tutelar as questões envolvendo privacidade e proteção de dados pessoais na rede.

A ausência de um regime legal específico cria insegurança no mundo digital. Não há clareza, para o empresariado brasi-leiro, sobre quais informações podem ser armazenadas, qual destino lhes pode ser dado e quais os riscos do controle de tais informações. Nesse cenário, aplicam-se os princípios e regras do consumidor e normas esparsas para solução de controvér-sias decorrentes do cadastro e uso de informações coletadas na internet.

“a ausência de um regime legal específico cria

insegurança no mundo digital”

Page 16: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

28_Edição 277_set/out 2012

artigo

Edição 277_Brazilian Business_29

“Um dos reclames atUais da sociedade tem sido a existência cada vez mais recorrente

de decisões jUdiciais desprovidas de fUndamentação técnico-jUrídica adeqUada”

Um velho adágio trazido do sistema de common law – adotado pelas nações

de origem anglo-saxã – diz que fatos ruins conduzem a decisões ruins. Muitas vezes, a visão deturpada de um fato pode levar o Judiciário à fabricação de decisões pobres ou distantes da vontade da lei, gerando a sensação de quase injustiça. Por isso que, no exercício da atividade estatal, tem o juiz o dever de dar aos fatos a consequência ju-rídica prevista no ordenamento.

Um dos reclames atuais da sociedade – além, evidentemente, da morosidade na tramitação dos processos judiciais, o que também gera sensação de injustiça – tem sido a existência cada vez mais recorrente de decisões judiciais desprovidas de fun-damentação técnico-jurídica adequada. Decisões débeis que, de regra, soçobram ao aportar em algum tribunal de instância superior, em que a carência de domínio do juiz sobre a matéria do litígio também gera insegurança jurídica. Por isso, é importan-te que o Judiciário se preocupe em sanar o problema por um critério qualitativo e de aperfeiçoamento das decisões, e não por outro meramente quantitativo, de simples diminuição dos processos em andamento. Já advertiu a doutrina que se um órgão ju-dicial recebe mais processos do que pode julgar, começam as mazelas que despresti-giam a Justiça e afligem a sociedade, como o andamento indefinido dos processos e a massificação, em detrimento do exame cuidadoso de cada caso pelos juízes. Para que se alcancem maior confiabilidade e se-gurança nas decisões judiciais, é mister se aprimorar o conhecimento dos juízes. E isso passa pela especialização.

Cabe notar, em particular sobre o título deste artigo, que a especialização do Judi-ciário para processamento e julgamento de causas que digam respeito à proprieda-de intelectual (inventos, marcas, desenhos industriais, indicações geográficas, direitos de autor, conhecimentos tradicionais etc.) tem se mostrado salutar e extremamente benéfica. Com a proteção eficaz desses di-reitos, estimula-se o processo contínuo de inovação e criação, revertendo em benefí-cios econômicos e de competitividade para o País. Daí a importância de se bem tutelar judicialmente a propriedade intelectual, com um resguardo diferenciado de celeri-dade e efetividade.

o judiciário especializado em propriedade intelectual: qualificação das decisões e diminuição do tempo de duração do processo

Pois bem, o primeiro tribunal do País a dar importância aos casos de propriedade intelectual foi o Superior Tribunal de Justiça, que, por meio de Emenda Regimental 2/1992, incluiu na competência da sua Segunda Seção (Terceira e Quarta Turmas) o processamento e julga-mento dos feitos relativos à “propriedade industrial, mesmo quando envolverem arguição de nulidade de registro” (sic, art. 9º, § 2º, VI do Regimento Interno daquele Tribunal). A esse, seguiu-se o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (que congrega os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo), que, desde 1º de fevereiro de 2005, passou a contar com turmas especializadas na matéria (Primeira e Segunda Turmas, da Primeira Seção Especializada). Aliás, desde 2001 estão em funcionamento, na cidade do Rio de Janeiro, varas federais de pri-meiro grau especializadas em propriedade industrial. Ainda no Rio de Janeiro e também em 2001, foram criadas as varas empresariais de primeira instância, cuja competência, entre outras, envolve as ações de propriedade industrial. A par disso, ainda não existem câmaras especializadas em propriedade industrial no Tribunal de Justiça desse Estado. Em São Paulo, por sua vez, desde 1º de dezembro de 2011, estão em funcionamento a Primeira e Segunda Câmaras Reservadas de Direito Empresarial com competência privativa para julgar causas de propriedade industrial, concorrência desleal e franquias, que nas-ceram da unificação da Câmara Reservada à Falência e Recuperação Judicial e da Câmara Reservada de Direito Empresarial. Finalmente, em 14 de fevereiro de 2012, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul alterou seu regimento interno para incluir no âmbito da Quinta e Sexta Câmaras Cíveis a competência absoluta para pro-cessar e julgar feitos relativos ao “Direito da Propriedade Industrial e Direito da Propriedade Intelectual”.

Como se observa, o Poder Judiciário do País vem seguindo a tendência mundial mais hodierna, de criação de juízos e tribunais especializados em propriedade intelectual. Essa especialização leva à segurança jurídica, aumentando a estabilidade dos julgados, dos precedentes judiciais e a uniformização da jurisprudência. A fami-liarização do juiz com a matéria lhe permite proferir decisões de mais qualidade e com mais rapidez. Daí não mais se conceber o antigo modelo de juiz generalista que domine eficazmente todas as matérias do Direito, principalmente as mais complexas, como é a propriedade intelectual. Tribunais especializados em propriedade intelectual podem transmitir, sem dúvida alguma, normas claras e expressas sobre os casos, eliminando rapidamente o entrave no seu processamento. Isso diminui sensivelmente o tempo de duração do processo e contribui, positivamente, à eficiência e efetividade da prestação jurisdicional, especialmente quanto à qualidade de seu conteúdo. Resta saber se com a especialização se estarão aprovei-tando os melhores talentos do Judiciário para garantir o melhor re-sultado à sociedade. Se consequências positivas forem aferidas das experiências aqui trazidas, estaremos, sem dúvida alguma, seguin-do esse caminho.

Fabiano de bem da Rocha_ advogado e sócio de Kasznar Leonardos Propriedade Intelectual

Page 17: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

30_Edição 277_set/out 2012

ponto de vista

As patentes verdes surgem como uma medida para combater a mudança climática, pois maximizam o apoio a invenções

voltadas para esse fim. O objetivo principal é oferecer às empre-sas inovadoras em tecnologias “verdes” a chance de obter direi-tos de patente de alta qualidade em menos tempo.

Apesar de todos os esforços despendidos sobre o tema, não há, no momento, definição unânime para tecnologias verdes ou tecnologias ambientalmente amigáveis (EST). A descrição base-ada na Agenda 21, que surgiu a partir da Conferência das Na-ções Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Cnu-mad), caracteriza ESTs como as tecnologias que: (a) protegem o meio ambiente; (b) são menos poluentes; (c) utilizam todos os recursos de forma mais sustentável; (d) reciclam seus resíduos e produtos; (e) tratam os dejetos residuais de uma maneira mais aceitável do que as tecnologias que substituem. Várias definições foram adotadas por diversos países no intuito de precisar as tec-nologias verdes.

Em 2010, a Organização Mundial da Propriedade Intelectu-al (Ompi), utilizando-se da Classificação Internacional de Pa-tentes (IPC) para indexação de documentos patentários, criou um inventário verde baseado nas classificações internacionais, para facilitar a procura por informações sobre patentes relacio-nadas às chamadas tecnologias ambientalmente saudáveis. As ESTs estão atualmente espalhadas por todo o IPC em vários domínios técnicos. O inventário permite coletar todas em um só lugar, divididas em: (i) produção de energia alternativa; (ii) transporte; (iii) conservação de energia; (iv) gestão de resíduos; (v) agricultura; (vi) energia nuclear; (vii) administrativo.

Avaliando patentes verdes no mundo, é possível identificar dois tipos de aplicação de programas de patentes verdes: como instrumento de identificação das tecnologias verdes e atuando na aceleração de exame para tais tecnologias. Países como Ale-manha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Reino Uni-do, Japão, Coreia do Sul e Israel já têm regulamentações imple-mentadas. Mais recentemente, após o Brasil, a China deu início às patentes verdes.

patentes verdes no Brasil

Patrícia carvalho dos reis E douglas alves santospEsquisadorEs Em propriEdadE industrial E coordEnadorEs do

Grupo dE trabalho dE patEntEs VErdEs do instituto nacional da propriEdadE intElEctual (inpi)

Com o objetivo de contribuir para o combate às mudanças climáticas globais, o Instituto Nacional da Propriedade Intelec-tual (Inpi) iniciou em 17 de abril de 2012 o Programa Piloto de Patentes Verdes. O projeto visa acelerar o exame dos pedidos de patentes de forma que obtenham uma decisão em até dois anos – o que irá incentivar o surgimento cada vez maior de invenções no País. Inovações que poderão ser rapidamente usufruídas e farão a diferença na sociedade brasileira do século 21.

Para solicitar o ingresso no programa, é necessário preen-cher o formulário de Solicitação para Programa de Patentes Ver-des, bem como pedir publicação antecipada, exame técnico do pedido e exame prioritário estratégico. Deve-se estar atento aos seguintes requisitos:

A natureza do pedido deverá ser de patente de invenção (PI);O pedido deve ter sido depositado por requerentes nacionais

(residentes ou não residentes) a partir de 2 de janeiro de 2011;Para efeito de definição, poderão ser consideradas patentes

verdes as tecnologias referentes às seguintes categorias: (i) ener-gias alternativas; (ii) transporte; (iii) conservação de energia; (iv) gerenciamento de resíduos; (v) agricultura;

As solicitações deverão incluir, no máximo, 15 reivindicações, das quais arranjadas em até três reivindicações independentes.

Para efeito de ingresso no Programa Piloto de Patentes Ver-des, os pedidos estão limitados à duração de um ano ou às 500 primeiras solicitações consideradas aptas após análise de uma co-missão técnica do próprio Inpi.

No caso de pedidos de patentes já depositados no Inpi, os re-querentes deverão adequá-los conforme os requisitos expostos e apresentar o formulário devidamente preenchido. Se o pedido ainda não tiver sido depositado, o requerente deverá fazê-lo para receber o número do pedido de patente. Caso ainda não tenha solicitado publicação antecipada do pedido, o requerente deverá solicitá-la. Simultaneamente, deve requisitar o exame técnico e o exame prioritário estratégico do referido pedido, devendo con-juntamente comprovar o pagamento das respectivas taxas.

Em seis meses o programa piloto já recebeu 55 solicitações, sendo a maior parte originária da região Sudeste do País, com destaque para o Estado de São Paulo. As áreas técnicas mais pro-curadas são agricultura, energia solar, energia eólica, biocom-bustíveis e gerenciamento de resíduos. Do total de solicitações depositadas, 55% são de pessoas físicas; 27% de pessoas jurídicas na forma de empresas nacionais e internacionais; por fim, 18% de universidades e centros de pesquisa.

“o oBjetivo é oferecer às empresas inovadoras em

tecnologias ‘verdes’ a chance de oBter direitos

de patente de alta qualidade em menos tempo”

www.veirano.com.br

[email protected]

Áreas de Prática | Practice AreasAdministrative Antitrust and Competition Arbitration and MediationAviation Banking and FinanceCapital MarketsCompliance Consumer LawContractsCorporateCorporate ImmigrationCredit Recovery & Corporate ReorganizationEnergyEntertainmentEnvironmental Export / Import and CustomsInformation TechnologyInfrastructureInsurance & ReinsuranceIntellectual PropertyInternational TradeLabor and Social SecurityLitigationMergers & AcquisitionsMiningOil & GasPrivate Equity Project FinanceReal EstateShippingTaxTelecommunications

Administrativo Aduaneiro

AeronáuticoAntitruste e Concorrência

AmbientalArbitragem e Mediação

Bancário e FinanceiroComércio Exterior

ConsumidorContencioso

ContratosEnergia ElétricaEntretenimento

Financiamento de ProjetosFusões e Aquisições

GovernançaImigração Empresarial

ImobiliárioInfraestrutura

Mercado de CapitaisMineração

NavalPetróleo e GásPrivate Equity

Propriedade IntelectualRecuperação de Créditos e de Empresas

Seguro e ResseguroSocietário

Tecnologia da InformaçãoTelecomunicações

Trabalhista e PrevidenciárioTributário

PORTO ALEGRE

Rua Dona Laura, 320 / 13º andarRio Branco – 90430-090 – RSTel.: (55 51) 2121-7500Fax: (55 51) 2121-7600

SÃO PAULO

Av. das Nações Unidas, 12.995 / 18º andarBrooklin – 04578-000 – SPTel.: (55 11) 5505-4001 Fax: (55 11) 5505-3990

VEIRANO & PIQUET CARNEIRO ADVOGADOS

RIO DE JANEIRO

Av. Presidente Wilson, 231 / 23º andarCastelo – 20030-021 – RJTel.: (55 21) 3824-4747Fax: (55 21) 2262-4247

ATTORNEYS-AT-LAW

BRASÍLIA SCN Qd. 2 –Ed. Corp. Financial Center – Bloco A10º andar conj 1001 – 70712-900 – DFTel.: (55 61) 2106-6600Fax: (55 61) 2106-6699

Page 18: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

32_Edição 277_set/out 2012

artigo

Edição 277_Brazilian Business_33

Grande parte das histórias das nações pode ser contada pelos seus portos. É

por ali que primeiro desembarca a grande maioria dos seus ciclos de prosperidade, ou, por que não dizer, também de adver-sidade econômica. Os portos também têm uma forte dimensão simbólica e poética. Por trás da concretude e da rusticidade histórica de uma atividade que exige força, mecanicidade e precisão, sobrevoam os so-nhos de partida, de reinício, de reencontro. Canta em verso a poetisa portuguesa So-phia de Mello Breyner: “O porto é o lugar onde para mim começam as maravilhas e todas as angústias”.

Quem vê de perto o cais, as vielas, as arcarias e o entorno das regiões portuárias, contudo, deve questionar os motivos pelos quais tantos pensamentos oníricos atraves-saram séculos atracados naquela paisagem do ir e vir dos homens e das mercadorias. Um dos mistérios indecifráveis da alma humana, sem dúvida. Mas, objetivamen-te, os portos propiciaram muito do que há de melhor neste mundo, suprindo a fome, possibilitando o desenvolvimento, saciando o desejo de liberdade. Foram responsáveis também por algo do que há de ruim neste mundo, poluindo a costa, afetando fauna e flora marinhas, servindo de porta de en-trada para epidemias, drogas, contrabando, praticando políticas sociais retrógradas e favelizando a comunidade portuária.

Breviário do encontro da Libra com a sustentabilidade

Por Marcelo araujopresidente-executivo da Libra Holding

div

ulg

acão

/gr

up

o l

ibr

a

Imagem aérea do Terminal do Rio de Janeiro

Crônica do pioneirismo da Libra na adoção das soluções sustentáveis para o bom crescimento

Page 19: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

34_Edição 277_set/out 2012

artigo

Edição 277_Brazilian Business_35

Uma parte dessa história é letra morta. Evoluímos. O conceito de sustentabilidade invadiu corações e mentes, tornando flexível uma glacial divisão entre capital e trabalho, uma inquebrantável antítese entre produção e meio ambiente, um preconceito de que o capital humano para tarefas de menor densi-dade intelectual não precisava ser capacitado e evoluir permanentemente, que a tecnologia era inimiga da mão de obra e vice-versa, ou que as crianças, os velhos e as famílias dos trabalhadores eram problemas deles, e tão somente deles. Mas outra parte dela ainda é letra viva, queimando como fogo nos cos-tados do ecossistema e dos homens. É onde temos que melhorar e fazer dos portos, cida-dãos. E compreender que sustentabilidade é uma força viva, em permanente evolução.

Estamos ainda engatinhando. Mas o que fizemos já nos garante uma dianteira, tênue dianteira. Alguns portos, contudo, chegarão próximo desse estado da arte. Serão, no futuro, os únicos dignos de ser denominados “portos sustentáveis”. O Grupo Libra pretende estar entre os que ajudam os portos brasileiros a alcançar essa distinção.

Foi um longo percurso até que decidís-semos caminhar em direção à sustentabi-lidade, uma estrada ainda enevoada para todo o setor portuário. A gestão de Gover-nança Corporativa do grupo evoluiu uma vez mais em 2008, quando foram definidos os parâmetros pelos quais o grupo se en-xerga hoje. Os acionistas e líderes estabele-ceram o conjunto de valores e nascia a Vi-são Libra – O Bom Crescimento. Foi criada então a Comissão de Sustentabilidade, com representantes de todas as unidades do grupo. Ali estava, em semente, o trabalho que se busca construir na organização des-te ponto em diante. Ele teve como base os pilares da visão de sustentabilidade: atuar de forma ética e transparente, melhorar o aproveitamento dos recursos naturais, ser parceiro do desenvolvimento das comuni-dades de entorno e evoluir de forma con-sistente na gestão de colaboradores. Cha-mamos a conjunção dessas premissas de “Valorização da Vida”.

Mas é necessário explicar um pouco da arquitetura do Grupo Libra para entender como a visão de sustentabilidade integra-ria toda a floresta. Somos um dos maiores players brasileiros em operação portuária e logística de comércio exterior. O grupo, na realidade, é um complexo de infraestrutu-ra, dividido em três principais unidades de negócios: Libra Terminais, Libra Logística e Libra Aeroportos. A Libra Terminais reúne as operações portuárias de contêineres na Libra Terminais Santos e na Libra Termi-nais Rio. É responsável também pela cons-trução de um novo terminal portuário em Imbituba (SC). Em função da abrangência de atuação, o trabalho de sustentabilida-de no grupo está sendo feito de maneira transversal, ou seja, as soluções logísticas são ofertadas de maneira integrada, o que permite maior controle ambiental dos pro-cessos, inclusive otimizando a emissão de CO2 ao longo de toda a cadeia .

A tradução desses pilares permitiu ao grupo criar indicadores mensuráveis, tra-zendo a visão de sustentabilidade para a realidade. Uma das estratégias para envol-ver colaboradores foi a criação do Prêmio Libra de Inovação e Sustentabilidade, que nestes três anos de existência, recebeu mais de 400 inscrições de projetos e ideias e pre-miou cerca de cem pessoas. Dessa inicia-tiva surgiram várias inovações para a sus-tentabilidade, que já estão implementadas, como um projeto de economia de consumo da água que obteve, em dois anos e sete me-ses, redução de consumo de 32 milhões de litros de água.

O trabalho da Comissão de Sustentabi-lidade permitiu ao Grupo Libra ser o pri-meiro do setor portuário a assumir publi-camente as metas de redução de emissões. No ano passado nos tornamos signatários do pacto global e membros do Comitê Bra-sileiro do Pacto Global, iniciativa da Orga-nização das Nações Unidas (ONU) que es-tabelece princípios relacionados a direitos humanos, práticas trabalhistas e responsa-bilidade com o meio ambiente.

“Foi um Longo percurso até que decidíssemos caminhar em direção à sustentaBiLidade,

uma estrada ainda enevoada para todo o setor portuário”

“Já podemos comemorar hoJe, por exempLo, a redução de 7,6% do totaL de emissões

de gases de eFeito estuFa do grupo”

Outros indicadores mostram o “grande pequeno” trabalho que já foi feito. Grande porque já podemos comemorar hoje, por exem-plo, a redução de 7,6% do total de emissões de gases de efeito estufa do grupo. Para alcançar tal resultado, foram tomadas providências como redução do consumo de diesel e uso de etanol na frota de ve-ículos próprios na área de terminais. Na Libra Logística está sendo trabalhado o conceito de solução integrada, em que é feita a gestão única de diversas etapas de um processo de importação ou expor-tação. Com isso, é possível otimizar a emissão de CO2 ao longo de toda a cadeia, diminuindo impactos sociais e ambientais.

No que diz respeito ao uso responsável dos recursos naturais, a Libra obteve inclusive reconhecimento externo. O Libra Terminais Santos venceu a categoria Sustentabilidade em Processos do Prê-mio Eco 2011, promovido pelo jornal Valor Econômico e pela Câ-mara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham). Implan-tado há cerca de três anos, o projeto conseguiu reduzir em mais de 83,3% o total de resíduos perigosos produzidos pelo terminal, que deixou de gerar 113 toneladas desses resíduos. Isso é feito pela triagem de resíduos por tipo e destinação. O projeto já começou a ser implantado na Libra Terminais Rio.

div

ulg

acão

/gr

up

o l

ibr

a

Page 20: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

36_Edição 277_set/out 2012

artigo

A Libra investiu fortemente na adoção de tecnologias de baixo impacto ambiental. Cerca de R$ 110 milhões foram usados para adquirir equipamentos com tecnologia iné-dita para os terminais do Rio e Santos: são quatro portêineres e sete guindastes Eco-RTGs, que consomem até 50% menos óleo diesel que os guindastes convencionais, com a consequente redução de emissões de gases de efeito estufa.

A ampliação do grupo também é reali-zada de maneira sustentável. A expansão de retroárea em 40.000 m2 e 120 m adicionais de cais no Porto do Rio segue o Progra-ma de Controle Ambiental, que monitora emissão de gases e poluição, entre outros. Obras sustentáveis também foram adota-das na Libra Logística Campinas, em que o armazém alfandegado teve projeto com iluminação natural e sistema de reaprovei-tamento de água para utilização industrial.

O Grupo Libra elaborou, em 2011, sua Política de Investimento Social de forma participativa, com dois eixos prioritários de atuação: capacitação de jovens de baixa renda para o primeiro emprego e ações de mobilização da sociedade como ferramen-ta de desenvolvimento local. As diretrizes dessa política redirecionarão os investi-mentos sociais ao longo do tempo. O apoio a projetos sociais impulsiona o desenvol-vimento das comunidades nas regiões de atuação do Grupo Libra, que investe, anu-almente, cerca de R$ 1 milhão, benefician-do, ao todo, 25 instituições. Como fruto da nossa política, a Libra já iniciou um projeto em parceria com a UniSantos, que formará 50 jovens para o primeiro emprego no setor portuário. Essa iniciativa será estendida, no próximo ano, para o Porto do Rio.

No Rio de Janeiro, a Libra oferece à co-munidade programas de ginástica laboral e inclusão digital, além da parceria com a ONG Pimpolhos da Grande Rio, localiza-da em Duque de Caxias, no Rio de Janei-ro, que desenvolve atividades de cunho artístico-cultural. Em Santos, a empresa apoia a ONG Arte no Dique, que desen-volve trabalho sociocultural com a popu-lação do Dique da Vila Gilda na Zona No-roeste de Santos, numa das regiões com maiores índices de vulnerabilidade social da cidade. A ONG promove ações, ofici-nas e cursos profissionalizantes.

O Grupo Libra se orgulha de ter sido a primeira empresa do setor portuário a apresentar a seus stakeholders um relatório de sustentabilidade seguindo as diretrizes da Global Reporting Ini-tiative (GRI), organização holandesa que desenvolveu parâme-tros aceitos internacionalmente para o relato do desempenho das empresas nos âmbitos econômico, social e ambiental. Nós nos comprometemos com a evolução permanente desse sistema de gestão. Vamos inserir cada vez mais a sustentabilidade nas ro-tinas, dinâmicas de grupo, na comunicação interna e subindo a cadeia hierárquica até o último topo da tomada de decisão. É a nossa visão do bom crescimento.

Reconhecemos o “pequeno” em nosso trabalho, visto que grande ainda é o caminho a ser trilhado. Sabemos que estamos praticamente começando. E que temos a obrigação de fazer mui-to mais. No entanto, mesmo assumindo nossas preocupações, que são imensas em razão do peso da responsabilidade, já vale como grande motivação saber que estamos na frente.

“a LiBra investiu na adoção de tecnoLogias de Baixo impacto amBientaL. cerca de

r$ 110 miLhões Foram usados para adquirir equipamentos com tecnoLogia inédita para

os terminais do rio e santos”

Oficina de percussão da ONG

Arte no Dique, que recebe apoio

da Libra

div

ulg

acão

/gr

up

o l

ibr

a

TMRio2016

© 2

012

EYG

M L

imit

ed.

Todo

s os

dir

eito

s re

serv

ados

.

• Auditoria • Consultoria • Impostos • Transações

Trab

alhe

con

osco

: ey

.com

.br/

carr

eira

s

Pesquisa de Atratividade do Brasil 2012.Fale com Mauro Terepins Vice-presidente de Mercados ( 11 3054 0304

ey.com.br/bas

A hora de investir.Nós sabemos onde estão as oportunidades.

Faça um tour e acesse a pesquisa completa ou baixe o aplicativo EY

Insights em ey.com/br/apps.

Page 21: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

Compromisso de longo prazocom o desenvolvimento do paísA BG Brasil é parte do BG Group, companhia integrada de gás natural que atua na exploração e produção de hidrocarbonetos em mais de 25 países e que possui participação no gasoduto Bolívia-Brasil.

Presente no Brasil desde 1994, a BG Brasil tem compromisso de longo prazo com o país e conta com um programa multibilionário para o pré-sal. A companhia apresenta alta taxa de sucesso no programa de perfuração em águas profundas na Bacia de Santos, tendo já investido mais de US$ 5 bilhões no país.

A educação e o desenvolvimento de capital humano voltado à economia do conhecimento estão entre as prioridades da BG Brasil. A estratégia de sustentabilidade da companhia tem foco em tecnologia, investimento social, conteúdo local, meio ambiente e segurança – pilares que guardam estreita sintonia com os interesses nacionais.

www.bg-group.com/brasil38_Edição 277_set/out 2012

ponto de vista

Desenvolver novos negócios é um dos principais interesses dos advogados, mas é preciso ter muito claro que novos

negócios nem sempre resultam de novos clientes. Existe uma obsessão generalizada por novos clientes, quando, muitas vezes, grandes oportunidades estão logo ali, com os atuais.

O desenvolvimento de novos negócios – nome pomposo para a atividade de vendas – nada mais é do que a sistematização de diferentes ações que permitem aos advogados atuar com um escopo de trabalho bem definido e cujo objetivo final é desenvolver relacionamentos duradouros e mutuamente proveitosos, com vistas à geração das mais variadas oportunidades.

Para chegar lá, é preciso lidar com um grande desafio: todos querem vender serviços jurídicos, mas poucos se preparam ade-quadamente. A maioria privilegia a atividade de venda, deixan-do de lado um importante “dever de casa”. De modo a não haver dúvidas, vamos pensar em dois cenários comuns.

O primeiro é o do escritório que é uma verdadeira “clínica geral”, em que os advogados trabalham muito, em todas as fren-tes do Direito, e atendem a todos os tipos de clientes, tendo como principal objetivo garantir a sobrevivência. Aparentemente, o escritório se encontra em um beco sem saída, uma vez que não dispõe de tempo e recursos para investir em novas direções, mesmo que exista vontade por parte dos sócios.

O segundo cenário é o do escritório rentável que também atende a todos os tipos de clientes e, muitas vezes, tem dificul-dade em tomar novos rumos. Uma análise detalhada mostra-rá que cerca de 80% do faturamento é gerado por cerca de 20% dos clientes. Logo, uma grande quantidade de clientes rende muito pouco e, caso não dê prejuízo, gera muito trabalho e tira tempo dos advogados, que poderia ser investido em clientes mais representativos.

Os dois exemplos mostram o quanto é importante refletir e realizar um mínimo de planejamento – fator essencial para um direcionamento mais preciso do negócio. Para tanto, é preciso considerar algumas informações relevantes, tais como: perfis ideais de clientes; localidades em que o escritório atua ou pre-tende atuar; áreas nas quais os advogados detêm conhecimento ou deveriam se especializar (expertise técnica/jurídica); setores de mercado em que o escritório tem, ou pretende desenvolver, presença (expertise de negócios).

novos negócios na advocacia empresarial: desafios e oportunidades

Marco antonio P. Gonçalvesadministrador EspEcializado Em Estratégias

dE markEting E dEsEnvolvimEnto dE nEgócios, Em EspEcial do sEtor jurídico

Todo esse trabalho é base para o desenvolvimento de novos negócios, com especial ênfase em duas vertentes específicas: venda cruzada (contratação de serviços de duas ou mais áreas do Direito pelo cliente) e prospecção. Como conseguir clientes é a tarefa mais difícil. Recomenda-se priorizar o relacionamen-to com os clientes atuais, o que é facilitado quando o escritório atua em mais de uma área.

Para aprofundar relacionamentos, será preciso que os advo-gados desenvolvam uma nova habilidade: trabalhar em equipes multidisciplinares. Não é uma tarefa das mais fáceis, mas pode levar a resultados surpreendentes. Cabe ressaltar que a ideia não é simplesmente vender serviços a qualquer custo, mas conhecer os clientes – e seus negócios – a fundo e oferecer serviços con-textualizados às suas necessidades.

Esse raciocínio também se aplica ao trabalho de recepção e prospecção de novos clientes. O escritório, na medida do pos-sível, deixará de atender clientes que não se encaixem no perfil ideal, o que não necessariamente se traduz em recusas secas, mas em mostrar que o escritório não é a melhor opção. Aceitar apenas clientes dentro de um ou mais perfis previamente defi-nidos permitirá que o escritório saia da posição passiva de rea-ção às escolhas do mercado e tenha uma atuação mais proativa, “escolhendo” seus futuros clientes.

Essa é uma atividade que traz inúmeras vantagens. Do ponto de vista do escritório, leva a relacionamentos mais profundos e diversificados, mais longos e rentáveis, que tornarão difícil a perda de um cliente para um concorrente, além da maior integra-ção que existirá entre os advogados. Já o cliente, além de um relacionamento mais profundo, receberá um atendimento mais completo, contextualizado e orientado ao seu negócio.

As possibilidades são muitas, mas não é uma atividade de fácil implementação. O desenvolvimento de novos negócios demanda informações de qualidade (do escritório e de merca-do), reflexão, planejamento, trabalho em equipe e comprome-timento. É importante também contar com um sistema de remuneração que estimule efetiva interação e trabalho em equi-pe entre advogados de diferentes áreas. Seguindo esse caminho, o escritório terá uma direção de futuro mais precisa e clientes mais satisfeitos, sem falar que suas atividades de marketing ganharão um foco mais estratégico.

Mais informações em marketingjuridico.com.br/MAPG.

Page 22: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

40_Edição 277_set/out 2012

artigo

Edição 277_Brazilian Business_41

O modal marítimo irá receber investimentos de cerca de R$ 14,5 bilhões até 2025, o que aumentaria a participação hidroviária

na matriz para 29%. A previsão de investimentos no transporte ma-rítimo por cabotagem não só é necessária como é justificável, princi-palmente em razão de seu iminente e constante crescimento.

Entre os anos 2008 e 2010 houve um expressivo aumento no transporte de cargas, chegando ao patamar de 190 milhões de toneladas (Antaq, 2011), um crescimento médio de 4,5% ao ano. Mas as perspectivas não são boas, principalmente em relação à mão de obra especializada. Em um horizonte de seis anos o mer-cado para a classe de oficiais entrará em colapso, não havendo tripulação suficiente para embarque. Se confirmada, essa rea-lidade pode causar sérios transtornos às indústrias e um efeito dominó na cadeia logística.

Com essa preocupação, a Transpetro desenvolveu um estudo que demonstrou dados alarmantes. Os números revelaram, em julho de 2011, que 615 embarcações estão em operação no Brasil. Dessas, 199 são nacionais e 416 estrangeiras, das quais 89% estão diretamente envolvidas em operações da indústria de petróleo e gás.

Outro ponto levantado foi a quantidade de oficiais necessários para operar as embarcações no País. Considerando a resolução RN 72 do Conselho Nacional de Imigração, estima-se que sejam ne-cessários 3.626 oficiais, dos quais 45% estariam atuando em ope-rações estrangeiras. Mas, em paralelo, 4.662 é o número de oficiais necessários atualmente – desses, 47% estariam atuando em embar-cações estrangeiras.

Brasil pode sofrer escassez de 2 mil oficiais de marinha até 2020

Além disso, tem-se um acréscimo de demanda, do qual 5% é relativo a eventu-alidades do dia a dia operacional, mais 1% indicativo a marítimos afastados de bordo e 5% referente ao desemprego estrutural, ou seja, pessoal disponível em mercado de pleno emprego que, por razões diversas, não consegue se colocar.

A RN 72 disciplina a chamada de pro-fissionais estrangeiros para trabalho a bor-do de navios ou plataformas estrangeiras. Mais especificamente na navegação de cabotagem, a regra estabelece que a partir de 90 dias de operação um quinto dos pro-fissionais embarcados deverá ser de marí-timos brasileiros, e a partir de 180 dias de operação deverá contar com um terço de brasileiros, definindo, assim, a quantidade obrigatória em embarcações estrangeiras.

Por Wlamir martinsgerente-executivo na PwC Brasil, especialista do setor de petróleo e gás

Constatou-se ainda que o mercado dispõe de 5.427 certificados de competência para oficiais, porém com 20% evadidos, com um núme-ro final de 4.287 oficiais embarcados. Em julho de 2011, evidenciou-se uma realidade preocupante: o Brasil tinha um superávit de 213 pro-fissionais. No entanto, com uma demanda de oficiais, empregados em tripulações típicas e cumprimento integral da RN 72 de 5.193 profis-sionais, o País conta com uma oferta de 4.287, resultando no alarmante déficit de 906 oficiais.

Outra realidade verificada na época foi a demanda por oficiais, empregando-se tripulações típicas e o cumprimento da RN 72 com flexibilização. Ao todo, são necessários 4.514 profissionais, enquanto a oferta não passa dos 4.287. Segundo o Sindicato Nacional das Empre-sas de Navegação Marítima (Syndarma), esse déficit mostra que a RN 72 não está sendo cumprida em sua totalidade. Sobre essa questão o estudo afirma que em 2012 serão formados, após o período de estágio embarcado (Prest), 721 oficiais, e, até 2020, mais 8.619, ou seja, um total de 12.906 profissionais para uma demanda de 10.300, necessária para atender a evolução da produção marítima de petróleo e gás natural pre-vista pela Petrobras, assim como o crescimento da cabotagem.

Com uma evasão estimada de 550 oficiais ao ano, até 2020 o País amargaria uma escassez de 2 mil oficiais de marinha, levando em conta que a RN 72 será fiel-mente cumprida; ou seja, a demanda teria de atender à frota nacional e à inclusão em unidades estrangeiras. Em paralelo à evasão está o tempo de formação de um oficial, que varia de um ano e sete meses a dois anos e dez meses, para o curso com-pleto – o que significa que a formação de um profissional que esteja apto a atuar na embarcação não é rápida.

Como alternativa a essa escassez, o Mi-nistério do Trabalho permitiu que, no caso de afretamento de novos navios, sejam usa-dos marítimos estrangeiros. Outra medida adotada foi o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2011/2013 entre o Sindicato Na-cional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar) e a Petrobras, que, nos próximos dois anos, desobriga a estatal de contratar oficiais brasileiros em 91 embarcações es-trangeiras fretadas.

Tais medidas são paliativas, não solu-cionando o cerne do problema, que reside na centralização da formação de oficiais e no grande número de profissionais eva-didos. A formação de oficiais, realizada pela Marinha do Brasil, tem se mostrado um entrave ao crescimento da navegação por cabotagem no País, principalmente porque a velocidade é lenta ante ao cres-cimento do setor.

Mesmo com algumas iniciativas, tais como as discussões entre as entidades de classe e a Marinha para se obter um au-mento de vagas nos cursos de formação, a Universidade Petrobras, que passou a ofe-recer cursos de Adaptação para 2° Oficial de Náutica (Ason), e novas instituições cer-tificadas pela Marinha que estão reduzindo o tempo de formação de tais profissionais, essas ações podem equalizar mais rapida-mente a oferta x demanda de oficiais no mercado, mas não solucionam o problema a longo prazo.

Resta aos interessados diretos, Gover-no, instituições e iniciativa privada, faze-rem um esforço conjunto, coordenado e prioritário, para viabilizar soluções práticas, rápidas e eficazes, de forma a garantir uma atuação eficiente e adequada do transporte marítimo, em especial o de cabotagem no Brasil. Esse é mais um grande desafio para o chamado Brasil Maior.

“o modal marítimo irá receBer investimentos de cerca de r$ 14,5 Bilhões até 2025, o que aumentaria a participação hidroviária na

matriz para 29%”

dr

eam

stim

e

Page 23: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

42_Edição 277_set/out 2012 Edição 277_Brazilian Business_43

É impossível dissociar energia e meio ambiente nos dias de hoje. O Brasil, a sexta maior economia do mundo, é res-ponsável por 1,25% das emissões de gases de efeito estufa

– 20 vezes menos que a China – e possui 44% de fontes de energia renováveis, quando a média mundial é de 13% e a da OCDE é de 7%. Esses números foram apresentados pelo presidente da Empre-sa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Ener-gia, Mauricio Tolmasquim, durante o President’s Meeting: Matriz Energética Brasileira e o Cenário Internacional, realizado no dia 17 de outubro, pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), uma iniciativa do Comitê de Energia.

Tolmasquim fez um balanço do cenário atual e futuro da matriz energética do Brasil enfatizando a forte presença de recursos reno-váveis no País, que apresenta alternativas distintas do padrão inter-nacional. Segundo ele, o Brasil é a terceira maior potência hidrelé-trica mundial – atrás somente da China e da Rússia – com grande capacidade para utilização dessa fonte. Ele citou as obras em anda-mento na Região Amazônica (onde está 60% de todo o potencial hidrelétrico do País), que sofreram alterações para evitar danos ao maior bioma do planeta. É o caso das usinas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, que possuem reservatórios menores do que as já em funcionamento. “Elas atingem menos de 0,5% do bioma e ainda são vetores de desenvolvimento nessas regiões”, disse. Na construção de Jirau, relatou, as famílias da região foram removidas para uma nova vila com infraestrutura e, em Santo Antônio, investiu-se em qualificação de mão de obra local. As duas hidrelétricas, ambas em Rondônia, devem começar a funcionar até 2020, com Belo Monte e Tapajós, no Pará. Juntas, somam investimentos da ordem de R$ 1 trilhão. Sobre as obras em Belo Monte, que vêm gerando protestos por parte de indígenas locais e ambientalistas, Tolmasquim classi-ficou de injusta a afirmação de que o projeto não se preocupa com as três reservas indígenas da região. “O projeto foi totalmente alte-rado para evitar que 227 índios tivessem que ser remanejados de suas aldeias. É injusto quando se alega que não estamos cuidando

Matriz energética brasileira é tema do President’s Meeting na Amcham Rio

news

“O Brasil vai sE tOrnar um playEr impOrtantE nO cEnáriO EcOnômicO cOm

ExcEdEntE dE pEtrólEO. vamOs sEr O primEirO país ExpOrtadOr dE pEtrólEO a tEr

a matriz EnErgética limpa”

Da esq. à dir., o cônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro, John Creamer; o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski; a vice-chairperson do Comitê de Energia, Cláudia Monte

de nossa minoria”, acrescentou, explicando que o projeto contempla um canal maior que o do Panamá, uma obra de R$ 6 bilhões, para evitar que as comunidades fossem inundadas. “Essa usina vai aten-der 60 milhões de pessoas, o que corresponde a todo o consumo na Argentina”, disse.

Com relação às terras não antropizadas da Amazônia, ou seja, as que não sofreram a ação do homem, o presidente da EPE afirmou que os projetos estão sendo colocados em prática de forma a manter as áreas intocadas, com acampamentos provisórios e reflorestamen-to imediato dos locais em que foram abertas clareiras para a constru-ção das altas torres, que passam sobre as copas das árvores.

O executivo fez um parêntese sobre a utilização do carvão, fonte que mais emite CO2 na atmosfera e que é responsável por 40% da geração de energia no mundo. “Países com o mesmo PIB per capita do Brasil – que tem apenas 1% de sua geração de energia pelo uso do carvão – emitem oito vezes mais CO2. A China, por exemplo, emite cerca de 800 kW/hora de CO2”, enfatizou. Ele listou outros países com baixa emissão de CO2, entre eles, Canadá, Noruega e França.

O presidente da EPE falou também sobre os avanços no uso da biomassa (bagaço de cana-de-açúcar) para térmicas e auto-móveis. “Atualmente, 53% dos carros são flex fuel, aceitam gaso-lina e etanol. Em 2021, esse número chegará a 75%. No caso do etanol, a expectativa é de uma produção de 60 bilhões de litros nos próximos dez anos, sendo 90% dessa produção destinada a fins carburantes”, avaliou.

Outros tipos de fontes de energia também foram destacados. De acordo com Tolmasquim, o País, que atualmente ocupa a 20ª posição em geração de energia pela força dos ventos, dividirá o quarto lugar com a Alemanha em 2013. “Hoje, a presença da ener-gia eólica representa 1% da nossa matriz energética, mas a previsão é que se chegue a 9% até 2021, o que será de grande importância porque poderemos estocar água nos reservatórios na época da cheia, utilizar a biomassa nas térmicas e a energia eólica na época da estiagem”, disse. Mas acrescentou, no entanto, que é de extre-ma necessidade o investimento em tecnologia para que os equi-pamentos se adaptem aos ventos brasileiros, que, segundo ele, são bastante diferentes dos do resto do mundo. Para isso, a EPE pre-tende elaborar um novo estudo sobre o potencial eólico brasileiro. Segundo ele, o último levantamento apontava um potencial de 143 mil megawatts – o equivalente a dez usinas de Itaipu – no qual se adequava um modelo de torres de 50 metros, mas que atualmente já é possível utilizar torres de 100 metros, gerando uma quantidade de energia muito superior.

Sobre o petróleo, Tolmasquim declarou ser uma “bênção” que as reservas do pré-sal tenham sido descobertas agora e não há 30 ou 40 anos. “Hoje temos tecnologia, instituições jurídicas e sistema democrático para usar de forma saudável a renda do petróleo. Acre-dito que possamos fazer dele um fator dinamizador da economia”, afirmou. Com a ampliação da capacidade de refino, o Brasil deve se tornar autossuficiente em derivados de petróleo em 2021, podendo assim tratar a totalidade do petróleo produzido e gerando ainda um excedente de 2,5 milhões de barris/dia para exportação.

“Hoje somos importadores líquidos de derivados de petróleo, produzindo pouco mais de 2 milhões de barris por dia, mas, em 2016/2017, o Brasil pode deixar de ser importador líquido e passar a ser exportador”, avaliou, chamando a atenção para as empresas que estão se instalando no complexo da Ilha do Fundão e para a entrada em operação das refinarias do Comperj, no Rio de Janeiro, Abreu e Lima, em Pernambuco, a Premium 1, no Maranhão, e a

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim, faz balanço do setor de energia do Brasil, que deverá ser o primeiro exportador de petróleo a usar matriz energética com baixas emissões de gases de efeito estufa

Por Giselle Saporito

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim

Premium 2, no Ceará, que devem aumentar a capacidade de refino em 63% no período de dez anos. “O Brasil vai se tornar um player importante no cenário econômico com excedente de petróleo. Va-mos ser o primeiro país exportador de petróleo a ter a matriz ener-gética limpa”, concluiu.

Ao fim do evento, Tolmasquim conversou com os jornalistas e afirmou que o Governo vai manter a estimativa de redução das tarifas de energia em 16,2% para residências e de 28% para o se-tor produtivo, como a indústria, mesmo com o impasse nas re-novações das concessões de algumas usinas. “O cálculo feito pelo Governo já tinha certa gordura. Por isso, continuamos seguindo com o percentual anunciado pela presidente. Não há razão para falar em outros números. É razoável entender o descontentamento com as novas regras de renovação das concessões, mas a hidre-létrica é um bem público e precisa voltar para a União”, afirmou. Sobre a entrada em funcionamento das termelétricas para reduzir a utilização das águas dos reservatórios por causa da estiagem, o presidente da EPE disse que isso também já estava previsto e não afetará os cálculos preestabelecidos. “O Governo está tentando fa-zer o que é melhor pelo País, principalmente para aumentar a com-petitividade”, disse. Ao abrir o President’s Meeting, o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski, também chamou a atenção para o momento altamente positivo na área de energia com uma agenda estratégica, destacando a atuação do País no cenário global e nas relações com os Estados Unidos, colocando-se à disposição do consulado americano, na figura do cônsul-geral, John Crea-mer, para dar continuidade à cooperação na questão energética. “A Amcham Rio está aberta ao consulado como sempre tem sido a tradição. Vivemos um momento muito importante em todos os setores de energia. Mas, principalmente no pré-sal, nós temos hoje a oportunidade de transformar esta riqueza não só em desen-volvimento industrial, mas de resgatar o déficit social do Brasil”, disse Rzezinski.

fots

Ped

Ro

kiR

ilo

s

Page 24: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

44_Edição 277_set/out 2012

A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro esteve presente na Rio

Oil & Gas Expo and Conference, que acon-teceu entre os dias 17 e 20 de setembro, no Centro de Convenções do Riocentro, na Zona Oeste do Rio. Doze companhias esti-veram no estande da Amcham Rio, de 124 m2, para expor seus produtos e fechar novos negócios: Algar Telecom; CAS; Domingues e Pinho Contadores; Domínio Assessores; Engenet; Grant Thornton; Interfreight Lo-gistics; Michael Page International; MXM Sistemas; OceanPact/O’Briens do Brasil; Swift Worldwilde Resources; Softway. To-das ligadas ao setor de óleo e gás.

Amcham Rio marca presença na Rio Oil & Gas

foto

s G

ian

ne

Car

valh

o

news

Estande da entidade recebeu 12 empresas associadas para expor seus produtos e promover novos negócios com o setor de óleo e gás

Page 25: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

46_Edição 277_set/out 2012 Edição 276_Brazilian Business_47

foto

s G

ian

ne

Car

valh

o

news

Untitled-1 1 04/11/12 19:33

“Há algumas edições participamos da conferência, que está entre as maiores da América Latina do setor. A Amcham Rio tem grande número de associados envolvidos na cadeia produ-tiva dessa indústria no País e, por isso, nosso Comitê de Ener-gia promove diversos eventos com o objetivo de fomentar ainda mais a área. Há dez anos promovemos o Brazil Energy and Power (BEP), em Houston, que congrega players importantes do setor tanto do Brasil como dos Estados Unidos. Nosso espaço na fei-ra é uma oportunidade de mostrar o que estamos fazendo por esse trade e dar suporte a nossos associados com possibilidades de novos negócios”, afirmou Henrique Rzezinski, presidente da Amcham Rio.

A 16ª edição da Rio Oil & Gas fez história e contagiou os par-ticipantes, que foram surpreendidos, no segundo dia do evento, pelo anúncio do Governo de novas rodadas de licitações para pe-tróleo e gás em 2013 – a 11ª rodada, em maio, e a primeira rodada do pré-sal, em novembro –, uma injeção de ânimo e perspectiva após quase quatro anos sem notícias ao setor. “Ainda que a realiza-ção dependa do equacionamento da questão dos royalties, o anún-cio mostra o reconhecimento e o alinhamento do Governo com as necessidades do setor. O momento é muito importante, e a indús-tria está, sim, pronta para dar sua resposta”, frisou o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos de Luca, ao considerar essa edição “histórica”.

Brasil OffshOrE 2013

em junho de 2013, a amcham rio marcará presença também na Brasil offshore, em Macaé. reservas de espaços no estande coletivo já podem ser feitas com felipe tavares pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (21) 3213-9294.

Os números da Rio Oil & Gas impres-sionam. Em um espaço de 37 mil m2, mais de 50 mil pessoas prestigiaram o evento, que reuniu cerca de 1.300 expositores, qua-tro plenárias, 24 painéis e a apresentação de 586 trabalhos técnicos de 25 países, sendo que a conferência contou com 4.250 con-gressistas. A Rodada de Negócios da Orga-nização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) gerou expectativa de R$ 152,8 mi-lhões em negócios.

Da esq. à dir., Thomas shannon, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil; Patricia Pradal, diretora da amcham rio; John Creamer, o novo cônsul-geral dos EUa no rio de Janeiro; alan long, cônsul comercial dos EUa visitam o estande da amcham rio na feira

Page 26: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

48_Edição 277_set/out 2012

Os direitos e deveres do usuário e de provedores de internet e as mudanças que nortearão o uso da rede foram colocados em

debate pelo deputado federal Alessandro Molon durante o evento Round Table: Marco Civil da Internet, em 17 de agosto, na sede da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio). Molon é o relator do Projeto de Lei 2.126/201, que, se aprovado pelo Congresso, deve se tornar uma espécie de Constituição da web. O evento, liderado pelo Subcomitê de Propriedade Intelectual e com patrocínio da Bradesco Seguros e Dannemann Siemsen Advogados, contou também com a participação do diretor de políticas públicas e relações governamentais do Google Brasil, Marcel Leonardi, do pre-sidente da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD), Paulo Rosa, e do professor da PUC-Rio João Victor Longhi.

O texto do Marco Civil foi redigido por meio de um amplo pro-cesso de consultoria pública, recebendo contribuições de mais de 2,3 mil pessoas. Para Molon, é um marco do sistema legislativo. “Nunca houve na história um projeto de lei que tenha sido feito com tal al-cance de debate”, disse. Com cinco capítulos e 25 artigos, o projeto tem três pontos que garantem os direitos dos usuários: liberdade de expressão, neutralidade e privacidade de dados.

Sobre a liberdade de expressão, o deputado chamou atenção para a maneira como é realizada a exclusão de conteúdos consi-derados ilícitos pelos provedores de internet. “Essa análise é mui-to subjetiva. Por isso a importância de um juiz para determinar a indisponibilidade do conteúdo. Hoje, o que deve ser removido é definido por um robô. Quando um conteúdo é retirado do ar não se sabe a razão pela qual isso aconteceu. Ele simplesmente desa-parece. Nós queremos que em casos como esse, se houver dúvida, haja uma apreciação do Poder Judiciário.”

Molon explicou também o motivo pelo qual a questão dos di-reitos autorais – um dos pontos mais polêmicos do debate – ficou de fora do projeto. “Se nós fôssemos tratar disso agora, estaríamos antecipando uma discussão que virá a seguir na Câmara e o faría-mos de uma forma muito superficial. O tema do Marco Civil já e suficientemente complicado”, concluiu.

O diretor de políticas públicas e relações governamentais do Google Brasil, Marcel Leonardi, falou da importância do Marco Ci-vil como forma de salvaguarda tanto para os usuários como para os provedores de internet. “Há margem para que se publique qualquer coisa sem ônus, violando direitos autorais”, disse Leonardi, acrescen-tando que para o caso de uso indevido de propriedades intelectuais já existe um mecanismo de “notificação e retirada de conteúdo que funciona muito bem”. Ele mencionou que o Google divulga relató-rios de transparência quanto ao que é divulgado e que cumpre 97% das notificações, cerca de 5 milhões de URLs, fazendo sua retirada. “Isso vai continuar acontecendo, porque não interessa para as em-presas enviar esse número de requisições ao Judiciário, mas o Marco

Marco Civil da Internet é debatido em evento na Amcham Rio

foto

s lu

cia

na

area

s

news

Projeto de Lei que rege os direitos e deveres no uso da internet no Brasil ainda está na pauta de votação da Câmara dos Deputados, mas seu texto divide opiniões Por Giselle Saporito

O deputado federal Alessandro Molon, relator do projeto de lei

O diretor de políticas públicas e relações governamentais do Google Brasil, Marcel Leonardi

O presidente da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD), Paulo Rosa

Civil é de grande importância para o sucesso da internet e já é um modelo adotado em todo o mundo”, enfatizou.

Já o presidente da Associação de Produtores de Disco (ABPD), Paulo Rosa, criticou o fato de o intrincado problema dos direitos autorais ter ficado de fora do texto e afirmou que a entrada do Ju-diciário nas questões de notificação e retirada de conteúdos ilegais vai dificultar o processo. “Ninguém é contra a liberdade de expres-são, mas chegar à esfera judicial para contestar um conteúdo expos-to sem autorização só tornará tudo mais lento. O instrumento de notificação e a posterior retirada pelos provedores têm se mostrado medidas eficientes”, ressaltou. Rosa informou que só no ano passa-do foram enviadas mais de 17 mil notificações aos provedores sobre músicas disponíveis irregularmente na rede.

João Victor Longhi, professor da PUC-Rio, encerrou o even-to destacando a importância do Marco Civil, sobretudo quanto à proteção da privacidade dos usuários e em relação aos direitos do consumidor. “Hoje, com um clique, você cria uma infinidade de perfis de consumidor que acabam virando mercadoria na internet. O Marco Civil tem como resguardar os direitos civis dos usuários e os deveres do provedor”, concluiu. O comitê entregou uma carta de recomendações ao deputado com sugestões à nova lei.

Page 27: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

50_Edição 277_set/out 2012 Edição 277_Brazilian Business_51

Na opinião do Compliance Manager para a América Latina da Archer Daniels Midland Company (ADM), Fernando Palma, o combate à corrupção continua sendo um desafio. “Necessitamos da elaboração e implementação de um programa de compliance imediato. De cada cem executivos que tomam decisões, 15 estão dispostos a receber propina ou cometer fraude para garantir o seu negócio”, afirmou. Palma mostrou um mapa-múndi que destaca o grau de vulnerabilidade à corrupção de todos os países e chamou a atenção para a América do Sul, onde somente Paraguai, Uruguai e Chile estão acima da média, o que significa uma baixa tendência à fraude. O executivo sugeriu que o Departamento de Justiça Ame-ricano (DOJ) criasse um guia sobre os cuidados que as empresas devem ter para fazer negócios. “Eu sugiro cinco elementos de boa-fé na área de compliance para não sofrer sanções por parte das agências reguladoras: divulgação voluntária da violação, não ter altos executivos envolvidos em fraudes, cooperação plena com as autoridades (DOJ e SEC), avaliação de risco com revisão periódica do programa e due diligence”, ressaltou.

A sócia da área de Forensic & Investigations Services da PwC, Mona Clayton, falou sobre tendências globais e de mercado na área de prevenção a fraudes internacionais. Segundo ela, as agências re-guladoras mundiais estão interagindo em tempo real na avaliação dos negócios, e, por isso, existe uma forte tendência no caminho da regulamentação e do cumprimento da lei. Ela destacou como exemplo de aumento da fiscalização países como China, Rússia e Indonésia. Quanto aos setores, Mona recomendou ênfase no cuida-do dos negócios nas áreas energética, farmacêutica, automobilística, de telecomunicações e nos bancos e fundos de investimento. “O sis-tema anticorrupção para fraudes em fusões e aquisições também está agindo fortemente. É preciso tomar cuidado com as áreas de comissões, consultoria, marketing e pagamento para despachantes, porque tudo é avaliado”, comentou. Ela chamou a atenção ainda para alguns setores de alto risco de fraude no Brasil como terceiros (distribuidores, agentes aduaneiros, despachantes etc.), doações que podem ser em dinheiro, em serviços ou mesmo a partidos políticos, associações com outros setores que, por vezes, trabalham com lobby, com apoio político ou recebendo vantagens ilícitas, e com cartórios. De acordo com Mona, nos EUA, assim como no Brasil, os cartórios não são órgãos públicos, mas aqui, eles funcionam como conces-sionários do Governo “e isso pode criar risco nas negociações”. Ela afirmou ter muita confiança nas empresas brasileiras. “Estou im-pressionada com os esforços das companhias do País em melhorar sua área de negócios, e isso é uma experiência muito rica”.

A construção de um sistema de combate às práticas de corrupção no setor privado no ambiente de negócios foi tema do tema do seminário FCPA e Normativas Locais:

Aspectos Jurídicos e de Compliance no Combate à Corrupção, realizado em 12 de setembro, pela Câmara de Comércio Ameri-cana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio do Comitê de Assuntos Jurídicos, com patrocínio máster da Vale e patrocínio da PwC. Em vigor desde 1977, nos Estados Unidos, o Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), que combate as práticas de corrup-ção ocorridas fora do país e que interferem em seu ambiente de negócios, tomou maior vulto na última década com as ações do Departamento de Justiça e da Comissão de Valores Mobiliários daquele país, resultando em uma crescente aplicação de sanções, com foco nos agentes privados.

Charles Meacham, da Gardere Wynne Sewell Law Firm, tra-çou um panorama da criação e aplicação do FCPA nos Estados Unidos, mostrando como as normativas foram se consolidando no país a partir de 1988, tomando o formato em que hoje são aplicadas. Segundo dados apresentados pelo advogado, todos es-tão sujeitos à aplicação em qualquer parte do mundo. “Empresas do Brasil e de qualquer outra parte do mundo podem ser analisa-das pela FCPA, desde que estejam atuando nos Estados Unidos. Atualmente, há 87 companhias sob investigação por suposta vio-lação à norma. Só neste ano uma única empresa já foi multada em mais de US$ 54 milhões”, ressaltou Meacham.

De acordo com o executivo, a aplicação das sanções levou empresas americanas a possuir hoje um robusto sistema de com-pliance, que vem sendo desenvolvido dentro de seu sistema cor-porativo, evitando assim, fraudes e, logo, respondendo bem a to-das as investigações das agências reguladoras. “Esse forte sistema vem sendo copiado por outros países como forma de reduzir a corrupção no comércio e corporativismo internacionais”, acres-centou. Segundo a lista das dez empresas que pagaram as maiores multas por promover corrupção internacional, apresentado por Meacham, oito foram acionadas nos últimos dois anos, sendo apenas uma americana. “Isso mostra a consolidação de nosso sistema”, disse.

O sócio do escritório Chediak Advogados Rafael Gomes, que representa o Ministério Público Federal em reuniões internacio-nais de combate à corrupção, explicou que o País vem investindo pesadamente na adoção de programas anticorrupção no setor privado das empresas e que a lei americana (que estuda desde o comportamento dos funcionários até mesmo possíveis pa-rentescos com negociadores do Governo) está sendo analisada. Ele destacou que as reuniões internacionais das quais participa, realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), Orga-nização dos Estados Americanos (OEA) e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), servem como mecanismos de avaliação entre os países. “A convenção da ONU tem uma grande profundidade para delimitar cenários sensíveis de empresas. Considero a da OCDE a mais rigorosa por ser profunda com relação à jurisdição e estabelecer parâmetros para investigar e promover a ação penal”, disse. Ele destacou que o Brasil deve adotar as decisões de monitoramento desta última convenção, integrada por países desenvolvidos e economicamen-te mais fortes.

Seminário discute aspectos jurídicos no combate à corrupção transnacional

“DE caDa cEm ExEcutivos quE tomam DEcisõEs, 15 Estão Dispostos a rEcEBEr propina ou

comEtEr frauDE para garantir o sEu nEgócio”

Da esq. à dir., Rafael Gomes, sócio do escritório Chediak Advogados; Marcello Miller, procurador da República; Julian Chediak, chairperson do Comitê de Assuntos Jurídicos da Amcham Rio e mediador do debate; Charles Meacham, da Gardere Wynne Sewell Law Firm

Da esq. à dir., Bruno Maeda, co-chairperson do Comitê Anticorrupção e Compliance do Instituto Brasileiro de Direito Empresarial; Fernando Palma, Compliance Manager para a América Latina da Archer Daniels Midland Company; Mona Clayton, sócia da área de Forensic & Investigations Services da PwC; Julian Chediak, chairperson do Comitê de Assuntos Jurídicos da Amcham Rio e mediador do debate

Para o procurador da República Marcello Miller, os Estados Uni-dos, com seu histórico de sanções administrativas e penais aplicadas no combate à corrupção comercial internacional, vêm pressionando o mundo a cumprir o seu papel, e o Brasil não está fora desse cená-rio. “O Brasil ainda não tem expertise para investigar ações transa-cionais, mas está interessado em desenvolver”, disse. Segundo Miller, é preciso que as empresas criem rapidamente seus departamentos de compliance como forma de se resguardar e criar mecanismos de aferição de fraudes dentro da própria empresa, fortalecendo o treinamento de pessoal. Ele destacou ainda a cooperação entre as autoridades internacionais como primordial no comércio exterior. “Não se deve confundir silêncio com inércia. Em muitos momen-tos as coisas se desenham em contatos informais. Mas, a partir do momento que formalizamos os dados, podemos cooperar – e os próprios americanos já disseram que o Brasil é um dos melhores em cooperação”, concluiu.

De acordo com o co-chairperson do Comitê Anticorrupção e Compliance do Instituto Brasileiro de Direito Empresarial (Ibra-demp), Bruno Maeda, independentemente de atuar diretamente no mercado americano, as companhias devem acompanhar o movi-mento preventivo de combate às práticas de corrupção, ainda pouco integrado à cultura corporativa nacional. Ele destacou o Projeto de Lei 826/2010, que estabelece a responsabilidade civil administrativa da pessoa jurídica. Segundo Maeda, um dos principais pontos do projeto – que tramita na Comissão Especial da Câmara dos Depu-tados – é a ratificação pelo Brasil da Convenção da OCDE, realiza-da em 2000. ”A convenção não exige que se tenha responsabilidade criminal, mas sim administrativa, e inclui, não somente corrupção, mas condutas ilícitas, como fraudes em licitações”, explicou, acres-centando que, neste caso, o funcionário que comete suborno sofre penas que implicam em seu próprio patrimônio. Ele destacou no en-tanto, que uma desvantagem do sistema não ser criminal é a falta de possibilidade na interceptação de informações. “O objetivo é buscar que todos os países tenham legislações internas fortes no combate à corrupção, como a OCDE tem solicitado. Para se ter um mercado globalizado sadio, é preciso que todos os países dentro de suas juris-dições punam a corrupção”, afirmou.

Encontro discute a formação de um sistema de compliance no Brasil para prevenir fraudes no setor privado

Por Giselle Saporito f

oto

S G

ian

ne

Car

valh

o

news

Page 28: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

52_Edição 277_set/out 2012

O marketing pode ser um grande aliado dos escritórios de ad-vocacia para estabelecer marcas e ações do cliente, mas tam-

bém para firmá-los como organizações empresariais. Contudo, são poucos os advogados que dedicam tempo e têm habilidade para lidar com esse universo. Essa é a opinião do consultor especializa-do em marketing jurídico Marco Antonio Gonçalves, palestrante convidado pelo Comitê de Marketing da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro para debater o tema no evento Ideas Exchange: Ferramentas do Marketing Jurídico – Os Desafios da Criatividade. Ao seu lado estavam o sócio do escritório Danne-mann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira Attilio Gorini e o sócio responsável pela área de Marketing do escritório Veirano Advoga-dos, Otavio Carneiro. O debate ocorreu em 4 de setembro, na sede da Amcham Rio, e teve como mediador o chairperson do Comitê de Marketing da Amcham Rio, Noel De Simone.

Para eles, em linhas gerais, o marketing ainda tem pouca pene-tração nos escritórios, mas pode servir como uma oportunidade, inclusive, de superar algumas restrições impostas pela Ordem dos Advogados do Brasil e de alavancar não apenas o crescimento dos negócios, mas integrar equipes e promover o melhor atendimento às demandas dos clientes. “Os projetos de marketing podem aju-dar a gerar resultados, mas precisam estar inseridos na estratégia de negócios do escritório e, principalmente, ter o envolvimento e a dedicação dos tomadores de decisões, e não apenas da área de Marketing”, reforçou Gonçalves.

Advogados e empresários debatem o marketing jurídico

news

Como as ferramentas de marketing, apesar de ainda incipientes nas estratégias dos escritórios de advocacia, ganham cada vez mais espaço e podem ajudar a alavancar negócios

RJ-0100-12 An Revista CCAB 21x28.indd 1 10/4/12 12:42 PM

Da esq. à dir., Otavio Carneiro, do Veirano Advogados; o consultor Marco Antonio Gonçalves; o chairperson do Comitê de Marketing da Amcham Rio, Noel De Simone; Attilio Gorini, do Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira

O consultor ressaltou que há ainda certa resistência por parte de juristas no uso das ferramentas de marketing. Isso acontece, segundo ele, por diversos motivos. “Falta a cultura do planejamento estratégico, incluindo canais de divulgação interna e externa, e o envolvimento dos advogados na execução das ações. Hoje, o marketing é fundamental até para se destacar da concorrência. Esse tipo de ferramenta tem que ser vista como uma forma de atrair novos clientes”, afirmou. Para Gonçalves, é preciso haver uma “dose homeopática” de planejamento e um sistema de tecnologia que agilize a obtenção de informações e análises de comportamento do mercado e sobre os negócios do cliente, e o marketing é um importante aliado para ajudar a extrair e interpretar respostas a muitas perguntas.

O sócio do escritório Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira Attilio Gorini também destacou a importância do ma-rketing no meio jurídico. “Por mais que os escritórios transmitam segurança e solidez aos clientes, é preciso divulgar a marca e se tor-nar referência. No momento da elaboração do plano, é fundamen-tal identificar os objetivos que os sócios pretendem alcançar, como, por exemplo, expandir setores pelos quais o escritório é menos co-nhecido. Sair da zona de conforto é um bom exercício. Nesse caso, a internet é uma ferramenta aliada, assim como o endomarketing”, afirmou Gorini. “O nosso desafio hoje é fazer com que os nossos profissionais entendam a ferramenta do marketing para projetar o escritório no mercado. O marketing é muito mais do que colocar anúncios na mídia. Ele depende também da interação de todos no escritório”, reforçou.

Outro ponto importante de um planejamento estratégico, com ações de comunicação e marketing conjugadas, foi lembrado pelo sócio responsável pela área de Marketing do escritório Veirano Advogados, Otavio Carneiro. “Uma assessoria de imprensa eficaz trabalha bem a parte institucional do escritório. Não há interesse, por exemplo, em volume de matérias, mas na divulgação das nossas ações em reportagens e artigos de veículos específicos, selecionados e lidos pelos clientes. Outro fator que faz a diferença é o contato com associações e câmaras, como a Amcham Rio, que lhe conferem maior representatividade”, analisou. “Queremos tornar o marketing mais estratégico nos escritórios, pois ele auxilia a perceber oportuni-dades de negócios com mais rentabilidade”, defendeu.

Foi consenso entre os palestrantes que o marketing jurídico, até por força da concorrência, veio para ficar e deve ser entendi-do como um centralizador e distribuidor de informações do es-critório. Para eles, o diferencial está na capacidade de interpretar e difundir as informações no sentido de gerar rentabilidade e de atender melhor os clientes.

“QuErEmos tornAr o mArkEting mAis EstrAtégico nos

Escritórios”

Page 29: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

54_Edição 277_set/out 2012

O novo Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no

Patrimônio (Siscoserv), que entrou em vigor em 1º de agosto, foi debatido, no dia 5 de outubro, durante o Tax Friday: Nova Obriga-ção Acessória para Transações no Exterior, organizado pela Câma-ra de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio de seu Comitê de Assuntos Jurídicos.

A auditora da Receita Federal Andrea Costa Chaves explicou sua criação e utilização, tanto para o Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio (MDIC), por meio da Secretaria de Comércio e Serviços, quanto para o Ministério da Fazenda, por meio da Receita Federal. Entre os bens intangíveis estão: recursos humanos, marcas e patentes, exploração de bens públicos, conces-são ou permissão do poder público, softwares, tecnologia da infor-mação, direitos autorais e know-how.

“O Siscoserv é um sistema informatizado, desenvolvido pelo governo federal como ferramenta para o aprimoramento das ações de estímulo, formulação, acompanhamento e aferição das políti-cas públicas relacionadas a serviços e intangíveis, bem como para a orientação de estratégias empresariais de comércio exterior de serviços e intangíveis. O foco do sistema é a transação dos brasi-leiros com o resto do mundo, e ele tem por objetivo não o fluxo financeiro, que já é medido pelo Banco Central, mas o econômico. Basicamente, o que as empresas brasileiras estão transacionando em fluxo no exterior”, disse Andrea, explicando que o sistema foi criado em conjunto pelos dois ministérios e que cada um utilizará os dados coletados conforme seu objetivo.

“O Siscoserv é um sistema inovador porque é uma obrigação de governo que precisa ser registrada sistematicamente por códi-gos regidos pela Nomenclatura Brasileira de Serviços, Intangíveis e outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio (NBS). No resto do mundo é realizado apenas por meio de estatística. Cada um dos órgãos vai utilizar os dados conforme o seu objeto de competência. O MDIC tem a competência de fomento e pretende direcionar o uso dos Siscoserv para políticas públicas. Já a Receita Federal é uma obrigação acessória e utilizará esses dados no cruza-mento com as demais informações que possui para fins de seleção fiscal, que é seu fim maior”, concluiu.

Tax Friday esclarece a Nova Obrigação Acessória para Transações no Exterior

foto

s p

edr

o k

iril

os

news

A auditora da Receita Federal Andrea Costa Chaves esclareceu a nova norma instituída recentemente pelo Siscoserv Por Giselle Saporito

José Roberto Adelino da Silva, sócio do Departamento de Impostos da KPMG

O mediador do debate, Gerson Stocco, do Comitê de Assuntos Jurídicos da Amcham Rio, e a auditora da Receita Federal Andrea Costa Chaves

A nova ferramenta gerou diversas dúvi-das aos participantes do evento, principal-mente sobre as datas limites para o registro do serviço e em qual norma cada um dos itens será inserido, já que há penalidades para a não informação dentro do prazo, assim como para informações incorretas, omitidas ou imprecisas.

“São dois tipos de penalidade: para o prazo, há uma multa de R$ 5 mil por mês ou fração de atraso, e uma taxação de 5% sobre o valor do serviço no caso de informações incorretas ou imprecisas”, disse. Andrea explicou ainda que o manual do sistema contém prazos e está em constante ajuste, dependendo das dúvidas que surgem du-rante a sua aplicação. Segundo ela, há exce-ções nas obrigações. “Ficam dispensadas da obrigação empresas tributadas pelo regime do Simples Nacional e quando a operação com o exterior e/ou no exterior for única, ou seja, não habitual, e seu valor for inferior a US$ 20 mil”, explicou.

Para o sócio do Departamento de Impos-tos da KPMG José Roberto Adelino da Sil-va, toda obrigação acessória nova gera uma incerteza, e a principal era saber o uso dessa ferramenta. “No caso do MDIC, será usada como dado estatístico e, pela Receita, é mais um mecanismo de controle de arrecadação, principalmente nos tributos que incidem na exportação, já que pouquíssimas operações são tributadas, o que acontece mais em im-portações”, afirmou.

Ao ser indagado sobre a percepção do mercado, para ele não há críticas a essa nova obrigação, mas a velha dificuldade de se adap-tar, de uma forma muito rápida, para atender a um novo sistema, já que existe a necessida-de de contratação de pessoal de tecnologia, além da classificação, que requer um estudo detalhado. “Quando se tem uma mercadoria, um carro, por exemplo, você pode aferir mais facilmente os tributos. No caso de honorários de um advogado, estes podem ser cobrados por vários motivos. São muitos itens dentro do sistema que acabam causando confusões. E a penalidade é cara”, destacou.

Page 30: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

56_Edição 277_set/out 2012

Às vésperas de sediar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, o Brasil enfrenta muitos desafios, entre eles, garantir

os direitos à propriedade intelectual de organizadores e patroci-nadores, além de usar marcas e patentes como ferramentas para alavancar a inovação na indústria nacional. Estas foram algumas das máximas levantadas no seminário PI & Esportes, realizado no Rio de Janeiro, nos dias 12 e 13 de setembro, pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi) e pelo Instituto Nacio-nal da Propriedade Industrial (Inpi), com o apoio da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio).

De acordo com a Ompi, o movimento da indústria do esporte pode chegar a US$ 133 bilhões em 2013. Já o volume de negócios global de artigos esportivos (roupas, equipamentos e calçados) é estimado em cerca de US$ 300 bilhões ao ano. Porém, essas oportunidades dependem de ativos protegidos por propriedade intelectual, como patentes para tecnologias esportivas, marcas de eventos, além de tópicos como direitos de imagem e marketing de emboscada. Trata-se de um mercado que se vê margeado pela pirataria global, que consome US$ 200 bilhões por ano, nas tran-sações internacionais, e, no Brasil, US$ 64 bilhões.

Três representantes da Amcham Rio estiveram entre os pales-trantes do evento: o diretor-superintendente da instituição, Helio Blak; a vice-chairperson do Subcomitê de PI da Amcham Rio, Andréia de Andrade Gomes; o chairman do Comitê de Entrete-nimento, Cultura e Turismo, Steve Solot. “A missão da Amcham Rio é fomentar e viabilizar a entrada de ativos que ajudem a mo-vimentar a economia e os negócios no País. Dentro dessa pers-pectiva, é fundamental estar em um seminário que aborda os eventos esportivos internacionais, sobretudo cujo tema central é propriedade intelectual”, ressaltou o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski.

Propriedade intelectual é tema de seminário internacional no Rio

foto

s D

ivu

lgaç

ão in

pi

news

Realizado pela Ompi e pelo Inpi, com apoio da Amcham Rio, o seminário PI & Esportes debateu os impactos econômicos de grandes eventos esportivos e seus embates no tocante à propriedade intelectual

À esquerda, na mesa de abertura do evento, o diretor da Amcham Rio, Helio Blak

Rio de JaneiroAv. Rio Branco, 311, 4º e 10º andares Centro - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20.040-903Tel. 5521 3231 3700

www.dpc.com.br | [email protected]

São Paulo

Paraíso - São Paulo - SP

MacaéRua Teixeira de Gouveia, 989, Sala 302 Centro - Macaé - RJCEP: 27.910-110Tel. 5522 2773 3318

Resultado: parcerias sólidas e excelência em produtividade.

Gestão contábil e empresarial baseada em transparência e confiança mútua. Accounting and business management based on transparency and mutual trust.

Result: solid partnerships and excellence in productivity.

solidity partnership

reliability transparency

solid

ez

confiança

parceria

trans

parê

ncia

Rua do Paraíso, 45, 4º andar

CEP 04103-000Tel. 5511 3330-3330

Steve Solot, chairman do Comitê de Entretenimento, Negócios e Turismo

Andréia de Andrade Gomes, vice-chairperson do Subcomitê de Propriedade Intelectual

Page 31: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

Edição 272_Brazilian Business_59

Antonio Miranda Limoeiro da Silva Sócio-Advogado Walmir Barroso & Advogados AssociadosErika Neves Ramos Analista de Marketing Cameron do Brasil Ltda.Giscard Felix Coordenador Financeiro Right ManagementPaulo Max Krauss Diretor e Representante Bank of Montreal Assessoria e Serviços Ltda.Paulo Roberto Ribeiro Pinto Presidente Light - Serviços de Eletricidade S.A.Marco Calvinho Diretor Administrativo Financeiro Forever Living Products Brasil Ltda.Rômulo Silva Maranhão Gerente Regional RJ, MG e ES Rapidão Cometa Logística e Transporte S/ASilvana Machado Presidente, América Latina A.T. Kearney Consultoria de Gestão Empresarial Ltda.

AlterAção no QuAdro de AssociAdos

Untitled-2 1 29/10/12 20:21

Petra Executive Search(ABX Participações e Serviços Ltda.)Adriano Bravo Marques da Silva Diretor-SócioRua da Quitanda, 59/ 3º - Centro20011-030 Rio de Janeiro, RJTel./Fax: (21) [email protected]

Language Education e Travel Ltda. ME - (BRIDGEBRAZIL)Sandra Monica Szwarc Diretora-Geral, BrasilRua da Quitanda, 191, sbl, s/201 - Centro20091-005 Rio de Janeiro, RJTel./Fax: (21) 2220-8659 [email protected]

GE Oil & Gas do Brasil Ltda.João Geraldo Ferreira Presidente de Oil & Gas para ALDaniel Holender Meniuk Diretor-ExecutivoAv. República do Chile, 330/ 28º - Centro20031-170 Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 3548-3100 www.geoilandgas.com

Park Idiomas RJ (FA Idiomas Ltda.)Felipe Egildo de Albuquerque Gerente-GeralMurilo Oliviere Reis Sobrinho Coordenador ComercialAv. das Américas, 500, bl.9, lj. 104 - Barra da Tijuca22640-100 Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 3433-7020 [email protected]

OceanPact Serviços Marítimos LtdaFlavio Pinheiro Nogueira de Andrade - PresidenteRua da Glória, 306/ 12º - Glória20241-180 Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 3032-6700 Fax: (21) [email protected]

Linq Brasil Escritório Virtual e Consultoria Ltda.Antoine Gaspard Duchene Diretor-PresidenteAv. Graça Aranha, 19, s/ 802 - Centro20030-002 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 3916-2900 Fax: (21) [email protected]

por dentro dA câmArA

Novos Sócios

(21) [email protected]

www.amchamrio.com

Entre em contato para informações detalhadas e saiba como associar a sua empresa.

A Câmara de Comércio Americana vem há 96 anos agregando novos valores às empresas associadas.Através do acesso à nossa extensa e diferenciada rede de networking e de nossos eventos, atividades, missões e publicações, você irá fortalecer ainda mais os seus negócios!

Associe-se à Amcham Rio!

Seja um Associado Amcham Rio.

Page 32: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

60_Edição 277_set/out 2012

COMITÊ EXECUTIVO PRESIDENTE Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.

1º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

2º. VICE-PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente de vendas da IBM Brasil

3º. VICE-PRESIDENTE Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros

DIRETOR-SECRETÁRIO Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center

DIRETOR-TESOUREIRO Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores

CONSELHEIRO JURÍDICO Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados

EX-PRESIDENTES João César Lima, Robson Goulart Barreto e Sidney Levy

PRESIDENTES DE HONRA Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA Thomas Shannon_Embaixador dos EUA no Brasil

DIRETORES Álvaro Emídio Macedo Cysneiros_Diretor de Mercado Internacional, Totvs Rio de Janeiro

Benedicto Barbosa da Silva Junior_Diretor-presidente, Odebrecht Infraestrutura

Carlos Affonso d’Albuquerque_Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Valid

Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia Nacional de Seguros

Carlos Henrique Moreira_Presidente do Conselho, Embratel

Cassio Zandoná_Superintendente Amil Rio de Janeiro, Amil - Assistência Médica Internacional Ltda.

David Zylbersztajn_Diretor-geral, Agência Rio 360 Comunicação Ltda.

Eduardo de Albuquerque Mayer_Private Banker, Banco Citibank S.A.

Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

Fernando José Cunha_Gerente-executivo para América, África e Eurásia - Diretoria internacional, Petrobras

Guillermo Quintero_Presidente, BP Energy do Brasil Ltda.

Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.

Ítalo Mazzoni da Silva_Presidente, Ibeu

Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados

Luiz Ildefonso Simões Lopes_Presidente, CEO, Brookfield Brasil

Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores

Manuel Fernandes R. de Sousa_Sócio, KPMG

Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente Auto/RE, Bradesco Seguros S.A.

Mauricio Vianna_Diretor, MJV Tecnologia Ltda.

Patricia Pradal_Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Governamentais, Chevron Brasil Petróleo Ltda.

Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente de vendas da IBM Brasil

Petronio Ribeiro Gomes Nogueira_Sócio-diretor, Accenture do Brasil

Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros

Ricardo Karbage_Presidente, Xerox Comércio e Indústria Ltda.

Richard Klien_Presidente do Conselho, Multiterminais Alfandegados do Brasil Ltda.

Roberto Castello Branco_Diretor de Relações com Investidores, Vale S.A.

Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretor-presidente, Odebrecht Óleo e Gás S.A.

Rodrigo Tostes Solon de Pontes_Advogado

Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center

DIRETORES EX-OFÍCIO

Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy

PRESIDENTES DE COMITÊS

Assuntos Jurídicos - Julian Chediak

Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes Tax Friday - Richard Edward Dotoli

Energia – Manuel Fernandes

Entretenimento, Negócios e Turismo - Steve Solot

Logística e Infraestrutura - Em definição

Marketing - Noel De Simone

Meio Ambiente - Kárim Ozon

Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi

Relações Governamentais - João César Lima

Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal

Saúde - Gilberto Ururahy

Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti

Tecnologia da Informação e Comunicação - Álvaro Cysneiros

DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO

PRESIDENTE Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda.

VICE-PRESIDENTE Maurício Max_Diretor do Departamento de Pelotização, Vale S.A.

DIRETORES

António Diogo_Diretor-geral, Chocolates Garoto

Bruno Moreira Giestas_Diretor, Realcafé Solúvel do Brasil S.A.

Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor-geral, Rede Gazeta

João Carlos Pedroza da Fonseca_Superintendente, Rede Tribuna

Márcio Brotto Barros_Sócio, Bergi Advocacia – Sociedade de Advogados

Marcos Guerra_Presidente, Findes

Paulo Ricardo Pereira da Silveira_Gerente-geral Industrial, Fibria Celulose

Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco Mineração

Rodrigo Loureiro Martins_Advogado-sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins

Simone Chieppe Moura_Diretora-geral, Metropolitana Transportes e Serviços

Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci

Negócios Internacionais Marcilio Rodrigues Machado

Relações Governamentais Maria Alice Paoliello Lindenberg

LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO

Diretor-superintendente: Helio Blak (21) 3213-9205 |[email protected]

Administração e Finanças: Ednei Medeiros (21) 3213-9208 | [email protected]

Produtos e Serviços: Helen Mazarakis (21) 3213-9231 | [email protected]

Jaqueline Paiva | (21) 3213-9232 | [email protected]

Revista Brazilian Business: Andréa Blum (21) 8105-9338 | [email protected]

LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES

Diretor-executivo: Clóvis Vieira (27) 3235-2242 | [email protected]

Coordenadora de Associados: Keyla Corrêa (27) 3324-8681 | [email protected]

expediente

ACESSO AO CORREDOR DE TODAS AS CAMAS. ISSO MESMO, CAMAS.ENTRADA E SAÍDA LIVRE EM TODAS ASPOLTRONAS-CAMA* DA BUSINESS ELITE.

*As poltronas-cama podem não estar disponíveis em todos os voos.

DELTA.COM /DeltaAirLinesBrasil

Page 33: Perfil: Ge oil & Gas business - amchamrio.com · a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro convidou o CNPq, frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que

A Odebrecht Óleo e Gás (OOG) provê soluções integradas para a indústr ia de óleo e gás upstream , tanto na fase de invest imentos quanto nas operações, nos segmentos de Perfuração, Subsea , Produção e Manutenção de ativos , a lém da prestação de Serviços Especializados a Poços e Gerenciamento de E&P . Tem como base a prát ica da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) , na qual o desenvolvimento sustentável é um valor, sempre com foco na excelência e segurança operacional .

www.oog.com

OOG_anuncio_brazilenergy.indd 1 8/21/12 6:43 PM