perfil dos prefeitos do estado de são paulo

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DOS PREFEITOS DO ESTADO DE SÃO PAULO 2009 2012

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Direção de Arte | projeto gráfico, ilustração, diagramação e arte final.

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Page 1: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

DOS PREFEITOS DO ESTADO DE SÃO PAULO

2009 2012

Page 2: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo
Page 3: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo
Page 4: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Governo do Estado de São Paulo

José Serra

Secretaria de Comunicação

Bruno Caetano

Secretaria de Economia e Planejamento

Francisco Vidal Luna

Fundação Prefeito Faria Lima - Cepam

Felipe Soutello

Produção editorial | Gerência de Comunicação e Marketing do Cepam

Coordenação | Adriana Caldas

editoração de Texto e Revisão | Eva Célia Barbosa, Giselle Mussi de Moura (estagiária) e Marcia Labres (estagiária)

Direção de Arte | Jorge Monge

Assistente de Arte | Marina Brasiliano

estagiária | Janaína Alves C. da Silva

Tiragem | 2.000 exemplares

Page 5: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

S ã o P a u l o , 2 0 0 9

DOS PREFEITOS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Page 6: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

© Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam

Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Ivan Fleury Meirelles

FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LIMA – CEPAM; CENTRO BRASILEIRO

DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO – CEBRAP. Perfil dos prefeitos do

Estado de São Paulo. São Paulo, 2009. 124 p.

1. Administração municipal. 2. Gestor público. 3. Perfil dos prefeitos –

São Paulo. 4. Eleições municipais – São Paulo. I.T.

CDU: 352.075.4(815.6)

Equipe técnica Cebrap

Alexandre Abdal, Andréa Freitas, Andreza Davidian, Danilo Medeiros,

Fernando Limongi, Lara Mesquita, Maria Carolina Oliveira, Miranda

Zoppi, Nahema Nascimento, Rafael Freitas e Samuel Moura

Cepam

Adriana Caldas, Ana Lucia Mendonça, Aparecida Almeida, Camila

Maleronka, Carlos Sodré, Cíntia Melchiori, Elisabeth Mazzini, Erika

Caracho, Fátima Fernandes de Araújo, José Carlos Almeida Filho,

Leandro Mendes, Luciana Temer, Maria Aparecida Cardillo, Ricardo

Kadouaki, Rudnei Gori.

Agradecimentos Às prefeitas e aos prefeitos vitoriosos nas urnas, por terem atendido à

nossa solicitação e participado desta pesquisa.

Às secretárias e aos assessores que muito nos ajudaram, sempre

dispostos a encontrar uma brecha na agenda dos atarefados prefeitos

para a realização das entrevistas.

Ao Dr. Rubens Cury, a Francileia Macário Zorzete (Léa) e à equipe da

Subsecretaria de Relacionamento com os Municípios, da Casa Civil, pela

prontidão com que se dispuseram a nos ajudar, pela recepção calorosa

e inestimável ajuda no agendamento das entrevistas e no fornecimento

dos contatos dos prefeitos.

À equipe da Associação Paulista de Municípios (APM), que nos

possibilitou participar do 9o Congresso Brasileiro de Tecnologia da

Informação para os Municípios (CBTIM).

Page 7: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

A P R E S E N T A Ç Ã O

A expressão mais relevante da democracia são as eleições, e seu resultado é a tradução da es-

perança do povo em dias melhores. Os eleitos são a personificação desses anseios. Eles são os

portadores das ideias e dos valores médios da sociedade e pesam sobre seus ombros a grande

responsabilidade de conduzi-los. Os prefeitos têm fundamental papel na vida política de nosso

estado e do País. São os principais executores das políticas públicas, os que decidem sobre as

questões de maior impacto sobre nossas vidas. Apesar de tudo isso, pouco se sabe sobre eles,

para além dos limites territoriais de suas cidades. Seu pensamento e forma de agir são decisivos

nos destinos de todos nós e é por isso que conhecê-los melhor e dar-lhes a correta dimensão

torna-se imprescindível.

O governo de São Paulo, na gestão do governador José Serra, tem incrementado as relações com

os prefeitos, independentemente da orientação partidária de cada um deles, inovando no lança-

mento de programas que beneficiam diretamente os municípios. Nesse aspecto, destacam-se

os convênios para a promoção urbana, a recuperação das estradas vicinais, os repasses para a

saúde, notadamente para a modernização das Unidades Básicas de Saúde, o incremento da rede

de ensino profissional, a qualificação para o mercado de trabalho, a promoção da política ambiental

e de saneamento, e tantos outros.

A ideia de realizar o presente trabalho surgiu da necessidade de conhecermos verdadeiramente

quem são os administradores dos 645 municípios do Estado de São Paulo e da convicção de que

essas informações são importante instrumento para valorizá-los e permitir que a sociedade os

conheça melhor.

A parceria entre a Secretaria de Comunicação (Secom) do Governo do Estado de São Paulo e a

Fundação Prefeito Faria Lima – Cepam, com o apoio do Centro Brasileiro de Análise e Planeja-

mento (Cebrap), no cumprimento de suas missões institucionais, permitiu a construção de uma

pesquisa que ouviu 624 dos 645 prefeitos e pôde traçar o perfil dos eleitos no Estado de São Paulo

para o período de 2009-2012.

A pesquisa contemplou diversos aspectos, desde pessoais, como a formação acadêmica, até de con-

teúdo, como as prioridades e as perspectivas para o exercício do mandato, passando por questões

polêmicas e do cotidiano da política nacional, como é o caso da fidelidade partidária. E traz impor-

tantes revelações, como a descoberta da agenda da gestão, pelos prefeitos, que entendem a admi-

nistração pública como um de seus principais desafios, ao lado do emprego e do desenvolvimento.

Com esta publicação, temos a certeza de que estamos colaborando para fortalecer o papel dos

municípios; ampliando as possibilidades de parceria entre os entes federados; e antecipando as

expectativas e os anseios dos eleitos.

Bruno CAEtAno,

Secretário de Comunicação

FELIPE SoutELLo,

Presidente do Cepam

Page 8: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

2

1

S U M Á R I O

Caracterização 15

15 Eleitos e reeleitos

18 Partidos

21 Idade

22 Gênero

25 Religião

26 Formação

30 Idiomas

31 Fontes de informação

34 Divisão do tempo

36 Prática de esportes

temas polêmicos 53

54 Redução da jornada de trabalho

55 Mercado de trabalho

56 Greve

57 Funcionalismo público

58 Privatização

59 Atribuição de poder de polícia

às forças armadas

60 Reforma agrária

61 Pena de morte

R E T R A T O QUEM SÃO OS PREFEITOS?

APRESEnTAçÃO • PREFácIO • InTRODUçÃO 7 METODOLOgIA 9

O P I N I Ã O QUE OS PREFEITOS PEnSAM?

trajetória política 39

39 Experiências anteriores

40 Motivação para a política

41 Tradição familiar na política

45 Tempo na carreira política

46 Filiação partidária

49 Perspectivas políticas futuras

o Brasil e o Estado de São Paulo 63

o município 67

69 Pontos positivos

70 Potencial econômico

Carências 73

Page 9: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

4

3Principais desafios 89

reivindicações e parcerias 93

94 Parceria com o governo federal

98 Parceria com o governo estadual

102 Parceria com outros municípios –

consórcios

REFERÊncIAS BIBLIOgRáFIcAS

D E S A F I O S QUE OS PREFEITOS PRETEnDEM REALIZAR?

P E R F I L O PREFEITO TÍPIcO

Áreas prioritárias da

gestão e focos de atuação 79

82 Saúde

83 Educação

84 Economia e emprego

85 Infraestrutura

86 Habitação

87 Assistência social

119 Descrição do típico prefeito de um

município paulista, elaborada com base

nas características pesquisadas

Participação da sociedade civil 105

106 Conselhos municipais

107 Iniciativa privada

108 ONGs

transição de governo 111

Marcas da gestão 115

Page 10: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo
Page 11: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

7

I N T R O D U Ç Ã O

O ano de 2009 representa o início de um grande desafio para os prefeitos que acabaram de tomar posse.

Escolhidos pela população dos municípios, eles contam agora com elevados graus de cobrança para atender

às expectativas dos cidadãos, ávidos e esperançosos que melhorem suas cidades.

Os 645 prefeitos dos municípios paulistas que iniciam o mandato (ou que foram reeleitos) serão, conjuntamente,

os responsáveis por alavancar o desenvolvimento de São Paulo, Estado extremamente relevante no contexto

nacional, com a maior população do Brasil e que conta com superlativos números econômicos e sociais. Por

isso é que os eleitos têm a complexa tarefa de realizar um bom governo, transformando as suas promessas de

campanha em compromissos de enfrentamento de problemas relevantes para os cidadãos.

As atribuições de um prefeito, como representante do Poder Executivo municipal, são definidas pela Lei Orgânica

Municipal (LOM), estabelecida por município, sempre respeitando a Constituição Federal e a Constituição

Estadual. Como chefe do Poder Executivo, ele exerce funções políticas, executivas e administrativas, com o

compromisso de observar as leis e administrar o município, visando ao bem geral de sua população. Estão

sob sua responsabilidade os atos de negociar convênios, relacionar-se com a câmara municipal, apresentar

projetos de leis, sancioná-los, vetá-los, promulgá-los, convocar extraordinariamente os vereadores, representar

o município em todas as circunstâncias e executar as leis em geral.

Para cumprir suas atribuições e atender às expectativas dos cidadãos, os prefeitos devem planejar suas ações,

conseguir os recursos para executá-las e obter apoio suficiente para viabilizá-las. Eles têm a complexa tarefa

de gerenciar variáveis múltiplas que envolvem as demandas da população, os serviços essenciais, os recursos

financeiros, a sua equipe, os vereadores e demais forças políticas, entre outros aspectos.

Considerando as atribuições legais e a complexidade do ato de governar, é importante conhecer os homens e

as mulheres que estarão à frente das prefeituras paulistas, tão influentes na elaboração e no cumprimento de

políticas públicas, na vida dos cidadãos e na viabilização da atividade econômica local.

Em razão disso, o Cepam apresenta nesta pesquisa um completo retrato dos prefeitos dos municípios do

Estado de São Paulo. O trabalho, feito em parceria com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap),

identifica a trajetória dos prefeitos eleitos, suas expectativas, prioridades e necessidades para os próximos

quatro anos e também divulga a opinião deles sobre temas variados.

Saber quem são e o que esperam os prefeitos é fundamental, ainda, para fortalecer o processo democrático,

uma vez que esse tipo de informação serve para que o cidadão contextualize, entenda e participe do processo

democrático de forma mais esclarecida, acompanhando, auxiliando e mesmo cobrando os seus prefeitos.

Page 12: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo
Page 13: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

9

M E T O D O L O g I A

Para o desenvolvimento deste trabalho, durante os

meses de novembro e dezembro de 2008, foram

entrevistados 624 prefeitos do Estado, 96,7% do total de

645 municípios paulistas.

As informações sobre idade, partido e gênero dos prefeitos foram obtidas no

Tribunal Superior Eleitoral (wwe.tse.gov.br), acessadas em dezembro de 2008. Os

dados relacionados ao tamanho da população dos municípios são os divulgados

pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) (www.ipeadata.gov.br). Os

gráficos e figuras que não contêm legenda são de elaboração própria.

Adicionalmente, foram feitas entrevistas presenciais em profundidade com 18

prefeitos, cuja escolha considerou a diversidade encontrada entre os eleitos (par-

tido, gênero, eleito/reeleito, idade, percentual de votos, etc.) e nos municípios

que governam (tamanho do município, Região Administrativa, etc.). Nesta etapa

do trabalho, foi possível aprofundar o ponto de vista de cada um deles, cujas

principais frases ilustram os temas abordados.

Algumas das análises aqui apresentadas foram feitas em âmbito regional, de

acordo com o critério de classificação utilizado pelo Estado de São Paulo, estabe-

lecido no Decreto 52.576, de 12 de dezembro de 1970 (e alterações posteriores),

que reúne os municípios em regiões, forma que facilita o tratamento de ques-

tões sócio-econômicas, por obedecer às realidades e peculiaridades regionais.

Assim, os municípios foram analisados em conformidade com as 15 Regiões

Administrativas (RAs), a saber:

• RAdeAraçatuba;

• RAdeBarretos;

• RAdeBauru;

• RAdeCampinas;

• RACentral;

• RAdeFranca;

• RAdeMarília;

• RegiãoMetropolitanadeSãoPaulo;

• RAdePresidentePrudente;

• RAdeRegistro;

• RAdeRibeirãoPreto;

• RAdeSantos;

• RAdeSãoJosédoRioPreto;

• RAdeSãoJosédosCampos;

• RAdeSorocaba.

A lista completa dos municípios paulistas por Região Administrativa, com popu-

lação, nome e partido de cada prefeito, pode ser consultada no Informativo

Cepam 2009.

Page 14: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

10

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Em alguns pontos, os partidos foram separados de acordo com o pertencimento

ou não a coalizões estadual e federal. O ponto central para caracterizar uma coa-

lizão de governo é o apoio legislativo entre uma série de partidos e a legenda do

que ocupa o Executivo, em troca do acesso a posições de poder, como, por

exemplo, cargos em ministérios e secretarias. Ou seja, com a ocupação de pos-

tos no governo, determinados partidos garantem ao Executivo a adesão de seus

parlamentares à agenda do último. Sendo assim, foram considerados como

membros da coalizão federal os partidos que possuem pastas ministeriais. Tam-

bém foram considerados membros da coalizão estadual os partidos que coman-

dam secretarias estaduais1.

1 Este critério para definir coalizões é amplamente

aceito e utilizado pela ciência política brasileira.

Para mais, ver Limongi e Figueiredo (1999).

Page 15: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

11

Municípios participantes da pesquisa, por região administrativa

Page 16: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Partido Cinema Proposta Jovem Jornal Masculino Lazer Futebol Católica Anos Perspectiva Formação Feminino Natação Idioma Engenharia Escolaridade Televisão Pós- graduação Benfeitoria Capacitação Gestão Inglês Internet

Page 17: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

R E T R A T OQUEM SÃO OS PREFEITOS?

1

Page 18: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

14

Page 19: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

15

R E T R A T O

CaraCtErização“Minha vida não é diferente da de nenhum outro brasileiro, tenho horário para trabalhar, acordo cedo, durmo tarde, tenho fim de semana. A diferença é que estou 100% do dia com a antena ligada, o povo espera isso de mim.” prefeito(a) de município paulista

Eleitos e reeleitos

“O segundo mandato vai ser ainda mais difícil que o primeiro, porque a comunidade [...] vai sempre querendo mais. E eu acho que tem que ser assim. Nós temos que ser cobrados, porque, se formos cobrados, teremos que fazer sempre mais.” prefeito(a) de município paulista

QUEM SÃO OS PREFEITOS?

Nesta seção, é apresentado um quadro geral com as informações

pessoais (como idade, sexo, estado civil, escolaridade,

partido, etc.) dos indivíduos que dirigirão os municípios paulistas

nos próximos quatro anos.

2 São considerados “prefeitos novos” todos aqueles que não foram reeleitos,

independentemente de já terem exercido mandato em gestões anteriores.

Do total dos atuais prefeitos no Estado, 43% fo-

ram reeleitos e 57% são prefeitos novos2. Dos

472 prefeitos aptos a disputar a reeleição em

2008, no Estado de São Paulo, 392 se recandida-

taram. Dentre eles, 68% foram reeleitos.

Fonte: Dados do tribunal Superior Eleitoral (tSE), 2008

Percentual de prefeitos eleitos e reeleitos

REELEITOS

43%

ELEITOS

57%

Page 20: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

16

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Prefeitos eleitos e reeleitos, por município

Fonte: Dados do tribunal Superior Eleitoral (tSE), 2008

Eleitos Reeleitos

Page 21: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

17

A RA que mais reelegeu foi Franca, e seu contra-

ponto foi a RA de Ribeirão Preto, com o menor

percentual de reeleição.

Porcentagem de eleitos e reeleitos, por região administrativa

Fonte: Dados do tribunal Superior Eleitoral (tSE), 2008

Eleitos Reeleitos

Page 22: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

18

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Partidos

“As pessoas não estão atentando a partido, elas estão votando em pessoas, não estão mais vendo siglas. Votam em você porque o conhecem.”“Nós precisamos cada vez mais transformar as disputas não em disputas entre partido contra partido, mas de projeto contra projeto. Fica muito pobre a disputa entre dois candidatos, mas quando você tem um projeto para a cidade, uma proposta política, aí, sim, quem ganha é a população. As disputas têm que ser em torno de planos de governo. É isso que falta em nosso país.” prefeitos(as) de municípios paulistas

Nas eleições de 2008, os partidos que mais elege-

ram prefeitos foram o Partido da Social Democra-

cia Brasileira (PSDB), o Democratas (DEM), o Par-

tido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB),

o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Traba-

lhista Brasileiro (PTB). Os que conseguiram por-

centagem significativa de prefeituras possuem re-

presentação na Câmara dos Deputados, sendo

que os cinco partidos que mais elegeram estão

entre os sete maiores do Brasil, fato que revela a

importância do Estado na política nacional.

Fonte: Dados do tribunal Superior Eleitoral (tSE), 2008

Distribuição partidária das prefeituras no Estado de São Paulo

Page 23: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

19

Ao se observar a distribuição de eleitos e reeleitos, por partido,

verifica-se que os cinco partidos que mais elegeram prefeitos pos-

suem taxas muito próximas da distribuição geral do Estado de São

Paulo, com exceção do DEM, cuja taxa de eleitos é de 61%, qua-

tro pontos percentuais acima da taxa estadual.

Fonte: Dados do tribunal Superior Eleitoral (tSE), 2008

Porcentagem de prefeitos eleitos e reeleitos, por partido

Eleitos Reeleitos

Page 24: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

20

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Ainda é interessante notar que a distribuição dos partidos por tama-

nho das cidades é desigual, pois, se, por um lado, o PSDB e o DEM

ocupam 44% das prefeituras de municípios com até dez mil habitan-

tes, por outro, o PT e o PMDB respondem, conjuntamente, por 54%

das prefeituras de cidades com mais de 200 mil habitantes.

Distribuição dos partidos, por cidade

Fonte: Dados do tribunal Superior Eleitoral (tSE), 2008

BArrEtoS

Page 25: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

21

Idade

Os prefeitos que exercerão seus mandatos durante o quadriênio

2009-2012 têm, em média, 50 anos de idade. Entre 40 e 60 anos,

estão concentrados cerca de 70% dos prefeitos paulistas; a mes-

ma concentração etária dos prefeitos eleitos em 2000 e em

20043. A distribuição etária dos prefeitos vai de 24 a 83 anos.

3 Dados da pesquisa Perfil dos Municípios Brasilei-

ros realizada pelo iBGE nos anos de 2001 e 2005.

Distribuição etária dos prefeitos

Fonte: Dados do tribunal Superior Eleitoral (tSE), 2008

Page 26: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

22

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Feminino Masculino

Gênero“[...] a política sempre foi um espaço masculino, até por nossa própria cultura. Mas as mulheres estão percebendo que a política também é um espaço importante de tomada de posições. Nós, mulheres, temos uma grande responsabilidade.” prefeita de município paulista

Das 645 prefeituras paulistas, apenas 58 estão

sendo dirigidas por mulheres. Ainda assim, todas

as regiões do Estado de São Paulo, com exceção

de Barretos, elegeram pelo menos uma prefeita

para algum de seus municípios.

Fonte: Dados do tribunal Superior Eleitoral (tSE), 2008

Prefeitos, por sexo

Page 27: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

23

%

%

%

%

33,3%

33,3%

14,3

11,1

10,6

10

9,8%

9,1%

7,1%

5,7%

5,2%

4,3%

4%

2%

66,7%

66,7%

85,7%

88,9%

89,4%

90%

90,2%

90,9%

92,9%

94,3%

94,8%

95,7%

96%

98%

100%

Registro

Santos

Ribeirão Preto

Bauru

São José do Rio Preto

São José dos Campos

Marília

Araçatuba

Campinas

Metropolitana de São Paulo

Sorocaba

Franca

Central

Presidente Prudente

Barretos

Feminino Masculino

Proporcionalmente, as RAs de Registro e de Santos são as que

mais elegeram mulheres (33% dos prefeitos dessas regiões são

do sexo feminino). As prefeitas eleitas do Estado têm em média

48 anos, sendo que a mais jovem está com 32 anos e a mais ve-

lha com 75. No tocante à reeleição, o resultado difere da média

do Estado, pois 76% são prefeitas novas, ou seja, não estão sen-

do reconduzidas aos cargos.

Fonte: Dados do tribunal Superior Eleitoral (tSE), 2008.

Gênero, por região administrativa

Page 28: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

24

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Os partidos que mais elegeram mulheres foram o PSDB e o PTB.

No geral, o número de prefeitos eleitos por partido e o número

de mulheres eleitas por partido estabelecem entre si uma rela-

ção diretamente proporcional, ou seja, a proporção de prefeitos

eleitos acompanha a proporção de mulheres eleitas com valores

bastante próximos. A exceção é o DEM, no qual essa relação

não se observa.

Fonte: Dados do tribunal Superior Eleitoral (tSE), 2008

Porcentagem de mulheres eleitas, por partido

Page 29: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

25

religião

“O segredo de tudo [...] é Deus, você ter Deus. Quem tem temor a Deus erra menos, porque quem não tem faz o que quer. ” prefeito(a) de município paulista

Quase a totalidade dos prefeitos (98%) declarou ter alguma reli-

gião. Entre eles, a religião católica é praticamente unânime. Nes-

te particular, os prefeitos refletem também a configuração religio-

sa predominante no Estado e no País.

religião declarada

Page 30: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

26

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Formação

“A grande maioria dos prefeitos é bem-intencionada, mas a maioria é despreparada. Não compreende as ferramentas de gestão.”“Nasci na roça, estudei na escola rural até o quarto ano do primário. [...] Depois me mudei e fiz dois cursos superiores: direito e estudos sociais.” prefeitos(as) de municípios paulistas

A maioria dos gestores municipais possui grau de escolaridade

alto. Cerca de 56% concluiu o curso superior, taxa superior à mé-

dia nacional, que é de 43%4. Dentre os prefeitos paulistas, as

formações predominantes são: direito – que representa 21% dos

eleitos com curso superior –, engenharia – com 11% –, e medici-

na ou administração – ambas responsáveis por 10% do total.

Apenas 14% dos prefeitos não completaram o ensino médio.

4 Dados da pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros realizada pelo iBGE nos anos de 2001 e 2005

Escolaridade

Page 31: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

27

Quando se relaciona a escolaridade dos prefei-

tos com a dimensão populacional dos municí-

pios que governam, verifica-se que aqueles de

menor escolaridade estão concentrados nas

cidades com menor número de habitantes.

Este dado alinha-se às informações relativas

ao âmbito nacional organizadas pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

cujos resultados demonstram que, no Brasil,

quanto menor a cidade menor a incidência de

prefeitos com ensino médio ou superior. Ainda

assim, mesmo nos municípios paulistas com

menos de 30 mil habitantes (que correspon-

dem a 74% das cidades paulistas), os prefei-

tos com ensino superior são a maioria, ou seja,

aproximadamente 47%.

Escolaridade, por número de habitantes dos municípios

Fonte: Dados do ipea e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 32: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

28

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Ademais, parcela significativa, aproximadamen-

te 60% dos prefeitos, pretende complementar

sua formação nos próximos anos.

39,7%

32,7%

5,0%

20,7%

1,9%Não

Sim, especialização e capacitação

Sim, pós-graduação

Sim, superior

Não respondeu

Fonte: Dados do tribunal Superior Eleitoral (tSE), 2008

Pretendem estudar no futuro

Page 33: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

29

Dentre as áreas de conhecimento preferidas, destaca-se a de

administração de empresas e gestão pública, com quase metade

das menções. A opção preferencial por essa área sugere que os

prefeitos têm a intenção de expandir seus conhecimentos sobre

a dinâmica e os temas com os quais lidarão em seu dia a dia

enquanto ocupantes do Executivo municipal, e que se preocupam

em realizar uma boa gerência do bem público.

Áreas de conhecimento preferidas

2,1%

8,5%

2,4%

2,7%

3,0%

3,3%

3,6%

4,6%

7,0%

26,1%

47,1%

Page 34: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

30

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

IdiomasConhecer outro idioma pode ser importante para a inserção do

prefeito e do município em discussões de âmbito global, seja para o intercâmbio com cidades de outros países, ou para o

relacionamento com empresas multinacionais presentes em seus municípios ou que pretendam ali se instalar, entre outros.

A incidência de prefeitos que falam ao menos uma segunda lín-

gua ainda é baixa, cerca de 20%. Dentre estes, 54% falam inglês

e 25% falam espanhol.

Porcentagem de prefeitos que falam outro idioma

Page 35: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

31

Fontes de informação

A Internet e os jornais, tanto os de grande circulação quanto os

locais, aparecem na preferência da maioria dos prefeitos como

fonte de informação.

Fontes de informação citadas como preferidas

Page 36: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

32

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

A Internet surge como principal fonte de informação entre os prefeitos paulistas,

o que indica que os gestores acompanham e usufruem das

oportunidades geradas pela inovação tecnológica e pela modernização dos

meios de comunicação.

Os prefeitos mais jovens, com idades entre 24 e

35 anos, são os que mais fazem uso da Internet

como fonte de informação. Já na faixa entre 36

e 55 anos, o uso da Internet está equilibrado

com os meios de comunicação mais tradicio-

nais. Na faixa etária maior, cresce a quantidade

de prefeitos que se serve de jornais, televisão e

rádio como fontes de informação.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

24 -35 36 -55 56 -70 71 -83

Internet

Jornais locais

Jornais de grande circulação

Televisão

Rádio

Revistas

Fontes de informação preferidas, por faixa etária

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 37: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

33

A relevância atribuída aos jornais locais, nas gran-

des cidades, é uma das responsáveis por esvaziar

a Internet enquanto fonte de informação preferen-

cial. Os municípios populosos tendem a dispor de

jornais mais completos e melhor estruturados, o

que os torna boas fontes de informação.

O poderio dessa modalidade de mídia impressa

também se verifica na queda da porcentagem de

prefeitos das maiores cidades, em relação às me-

nores, que se informam preferencialmente pela

televisão. Esta, por sua vez, juntamente com a In-

ternet, é a maneira mais fácil de adquirir informa-

ções, especialmente nos pequenos municípios.

É interessante também observar a predominância

dos meios de comunicação em relação ao tamanho

das cidades. O uso da Internet como fonte de

informação nas maiores cidades foi nulo. Nas 22

cidades com mais de 200 mil habitantes, do

Estado, nenhum prefeito declarou usar a Internet

como principal fonte de informação. Movimento

oposto ao verificado nas menores cidades, com

até 20 mil habitantes. Ou seja, os prefeitos dos

menores municípios, a despeito de contarem

com menor infraestrutura de acesso e de oferta

de serviços, conseguem enxergar na Internet um

importante atalho para ganhos de informação.

Internet

Jornais locais

Jornais de grande circulação

Televisão

Rádio

Revistas

Fontes de informação preferidas, por população do município

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 38: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

34

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Divisão do tempo

“ Praticamente, todo fim de semana tem alguma coisa, sempre tenho algum compromisso. Sobram cinco ou seis fins de semana no ano para reunir a família.”

“Em uma cidade pequena é o seguinte: quando morre alguém, você tem que ir ao enterro, tem que dar suporte para quem precisa. Você é convidado para quase todos os casamentos, é difícil passar um fim de semana sem ter um casamento para ir. Em festa de aniversário, as pessoas também fazem questão que você vá, fazem questão da sua presença.”prefeitos(as) de municípios paulistas

O dia a dia de um político, sobretudo de um pre-

feito, é marcado pela falta de tempo. Seu coti-

diano é atarefado, as agendas são apertadas e

sobra pouco tempo, inclusive para se dedicar à

família. Muitas vezes, os fins de semana são to-

mados pelas atividades políticas. Em média, os

gestores municipais dedicam cerca de três ho-

ras e meia por dia à família e só têm tempo para

atividades pessoais, hobbies e prática de espor-

tes nos fins de semana.

Divisão do tempo entre trabalho, família e atividades pessoais

Page 39: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

35

O pouco tempo livre que lhes resta – as chamadas “horas de la-

zer” – é ocupado, por mais da metade dos prefeitos, com a tele-

visão e a leitura de jornais e revistas.

Horas de lazer

Page 40: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

36

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Prática de esportes

“Gosto de caminhada, de academia, de futebol. [...] Inclusive, tem horas de lazer que eu até faço política, porque eu tenho contato com o povo e essa é minha proposta: ser um prefeito participativo.” prefeito(a) de município paulista

A despeito da falta de tempo, quase 40% dos prefeitos praticam

algum tipo de esporte. Refletindo a preferência nacional, dentre

os adeptos dos exercícios físicos, 40% optam pelo futebol. A ca-

minhada é o segundo esporte mais praticado, seguido pela nata-

ção ou hidroginástica.

Prática de esportes e modalidades preferidas

Page 41: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

37

Os dados de prática de esporte cruzados com a

faixa etária dos prefeitos revelam que quase a

totalidade dos prefeitos com idades entre 24 e

30 anos pratica esporte, sendo que o percentual

fica próximo de 40% entre os prefeitos com ida-

des entre 31 e 70 anos e cai para 25% dentre os

com mais de 71 anos.

Prática de esportes, por idade

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 42: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo
Page 43: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

39

trajEtória PoLítiCa“Eu acredito na política como um instrumento de transformação da sociedade, como um instrumento que pode mudar a vida das pessoas.” prefeito(a) de município paulista

Experiências anteriores

“Ser prefeito é parte de uma sequência. Você vai aprendendo, vai adquirindo conhecimento, vai galgando etapas...” prefeito(a) de município paulista

Visto quem são, é importante saber também como os prefeitos chegaram a ocupar esses postos

de tamanha responsabilidade. Que os motivou a entrar para a política?

Por quais experiências passaram antes de serem eleitos em 2008?

Quais suas perspectivas para seus caminhos futuros?

Dentre os prefeitos eleitos, 86% já haviam con-

corrido a cargos eletivos anteriormente, e, des-

tes, 91% obtiveram sucesso nas urnas ao menos

uma vez, predominantemente em cargos munici-

pais, como para prefeito ou vereador. Apenas

14% concorreram pela primeira vez a um cargo

eletivo em 2008.

Experiência política anterior

Page 44: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

40

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Motivação para a política

“Entrei na carreira política por vontade da população, dos segmentos que eu representava, da escola, da igreja, enfim, das pessoas que me conheceram ao longo da minha trajetória.” prefeito(a) de município paulista

Motivação para entrar na política

A maioria dos prefeitos decidiu entrar na política para beneficiar a

cidade onde mora. As benfeitorias que desejam promover estão

relacionadas a ações, como melhorar a vida das pessoas, comba-

ter a corrupção na cidade e organizar e trazer melhorias físicas

para o município, o que reflete o fato de que 76% dos prefeitos

nasceram nas cidades que estão administrando. O segundo mo-

tivo mais apontado é a influência de familiares e de amigos, ou o

convite de um partido político.

12,7%

Page 45: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

41

tradição familiar na política

“Entrei para a política [na década de 70] por influência do meu pai, [...] que gostava muito de política.”prefeito(a) de município paulista

A tradição política familiar pesa decisivamente na carreira política

dos prefeitos. Mais da metade conta com familiares que já foram

eleitos para cargos públicos e muitos vêm de famílias com histó-

rico de participação nas atividades políticas de sua região. Esses

parentes ocupam ou ocuparam, em geral, cargos municipais,

como vereador, prefeito e vice-prefeito.

Familiares eleitos para cargos públicos

Page 46: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

42

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Pais e irmãos são os graus de parentesco mais frequentes, o que in-

dica que, quanto mais fechado o círculo familiar no qual se estabelece

a relação, maior a influência sobre a carreira dos futuros prefeitos.

Grau de parentesco com familiares que já ocuparam cargos públicos

Page 47: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

43

A iniciação familiar na política é especialmente forte entre as mu-

lheres. Aproximadamente 75% das prefeitas eleitas têm paren-

tes que já ocuparam cargos eletivos, sendo em sua grande maio-

ria no Executivo e Legislativo municipais.

Porcentagem de prefeitos que possuem familiares eleitos para cargos públicos, por sexo

Page 48: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

44

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

A predominância do cônjuge, nesses casos, é cla-

ra e indica que ainda existe uma barreira ao ingres-

so das mulheres na política. Em geral, o ato tem

que ser mediado por relações de parentesco.

Grau de parentesco com familiares que já ocuparam cargos públicos, com relação somente às prefeitas

Page 49: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

45

tempo na carreira política

Os ocupantes das prefeituras paulistas no próximo quadriênio

são, em geral, políticos experientes, com 15 anos de atuação po-

lítica, em média. Mesmo os novos prefeitos têm longa carreira

política. Em média, são 14 anos de atuação, contra 16 anos entre

os reeleitos. Apenas um quinto deles está na vida política há me-

nos de cinco anos.

tempo na carreira política

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 50: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

46

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Filiação partidária

“Minha filiação [partidária] não foi ideológica. É preciso fazer uma discussão [para] uma verdadeira reforma partidária [...]. Não existe nenhum partido sério neste país.” prefeito(a) de município paulista

Os prefeitos eleitos em 2008 estão filiados, em média, há nove

anos, aos seus atuais partidos, mas a faixa com maior concentra-

ção é a de menos de cinco anos de filiação partidária. Nota-se

claramente um desequilíbrio entre tempo de carreira política (mé-

dia de 15 anos) e tempo de filiação partidária, indicando alta inci-

dência de prefeitos que trocaram de partido.

Anos de filiação partidária

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 51: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

47

A alta incidência de troca de legenda entre os prefeitos é explica-

da, em parte, pelo processo de transição democrática. Uma vez

que os prefeitos têm, em média, 15 anos de carreira, muitos de-

les acompanharam a redemocratização do Brasil e a passagem

do bipartidarismo para o multipartidarismo, o que explica o fato

de a maioria deles ter passado pelo PMDB (cerca de 19%), antigo

MDB, e único partido de oposição ao regime autoritário que não

foi extinto durante o governo militar.

Nota: ao PMDB, somaram-se as filiações do MDB;

ao PP também se somaram as filiações da arena,

do PDS, do PDC, do PPr e do PPB; ao PtB se so-

maram as filiações do PSD; ao Pr se somaram as

filiações do PL. Em “outros”, contabilizam-se todos

os partidos que receberam menos de dez menções.

Filiação anterior a outros partidos

Page 52: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

48

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Ainda que a troca de partidos seja comum entre os

prefeitos, eles afirmam que não iriam para qualquer

agremiação. Entre os partidos mais rejeitados pelos

gestores está o PT.

Esse quadro reflete a dinâmica partidária na política nacional, na

qual se estabeleceu, nos últimos anos, uma polarização que colo-

ca, de um lado, a dupla PSDB/DEM e, de outro, o PT e os partidos

que o apoiam. Assim, o quadro indica que, ainda que os prefeitos

troquem de legenda, eles procuram partidos afins, ou seja, os pre-

feitos eleitos pelo PSDB e pelo DEM rejeitam o PT, bem como os

prefeitos eleitos pelo PT acabam por rejeitar o PSDB e o DEM.

Partidos aos quais os prefeitos não se filiariam*

Page 53: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

49

Perspectivas políticas futuras

“Desde os 14, 15 anos de idade, eu sabia que ia ser prefeito. Eu sempre quis ser prefeito, era objetivo de vida.” prefeito(a) de município paulista

Porcentagem de prefeitos que pretendem concorrer a um cargo político no futuro

Quase a metade dos prefeitos declarou não ter ambições políti-

cas futuras, ou seja, não pretende concorrer a outros cargos ele-

tivos. Por outro lado, 39% afirmam que vão se candidatar. Dentre

estes, a maioria deve disputar a cadeira de prefeito de novo, se-

guidos pelos que desejam se candidatar a deputado estadual.

Apenas 13% dos prefeitos atuais têm como ambição ocupar car-

gos mais elevados na política nacional, seja no Legislativo federal

ou no Executivo estadual.

Page 54: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Greve Salário Desregulamentação Aborto Estabil idade Favorável Povo Privatização Polícia Contrário Informalidade Crise Estado Reforma Agrária Otimismo Pena de Morte Expectativa Pessimismo Povo Potencial Carência Brasil Região

Page 55: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

O P I N I Ã OQUE OS PREFEITOSPEnSAM?

2

Page 56: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo
Page 57: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

53

O P I N I Ã OQUE OS PREFEITOS PEnSAM?

“Não é a ideologia que faz a diferença, são as pessoas que fazem a diferença em qualquer ideologia que você defenda.” prefeito(a) de município paulista

Saber o que pensam os prefeitos, suas avaliações com relação ao Brasil e ao Estado de São Paulo e a opinião deles sobre temas recorrentes no debate nacional é de suma importância para melhor compreender de que maneira se comportarão enquanto detentores de seus cargos.

tEMaS PoLêMiCoS Os prefeitos também manifestaram suas opiniões sobre alguns temas polêmicos frequentes no debate nacional, como reforma trabalhista, privatizações, reforma agrária, pena de morte e atribuição do exército. Também neste caso, a posição dos prefeitos, na maioria das vezes, varia de partido a partido.

Page 58: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

54

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

redução da jornada de trabalho

redução da jornada de trabalho, por partido

proporção de prefeitos contrários supera a de fa-

voráveis, com exceção dos prefeitos eleitos pelo

DEM, cuja divisão entre favoráveis e contrários é

bastante equilibrada.

Os temas seguintes foram menos balanceados e

indicam o posicionamento majoritário dos admi-

nistradores municipais sobre pontos delicados.

A questão mais controversa refere-se à redução da

jornada de trabalho. Os prefeitos dividem-se a favor

(49%) e contra (47%) a redução da jornada de 44

para 40 horas semanais sem redução salarial.

Apenas no PMDB e no PT a proporção de prefei-

tos favoráveis à redução da jornada de trabalho é

superior aos contrários. Nos demais partidos, a

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 59: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

55

Mercado de trabalho

“[A crise] me faz repensar minhas ações. Na condição de gestor do município nos próximos quatro anos, [preciso] começar a me preparar para enfrentá-la.” prefeito(a) de município paulista

Mais de 70% dos prefeitos são favoráveis à flexibilização e/ou des-

regulamentação das normas que regem o mercado de trabalho. Ou

seja, são favoráveis à flexibilização das regras atuais que proíbem,

por exemplo, a redução da jornada de trabalho e dos salários, a sus-

pensão temporária do contrato de trabalho com a manutenção do

vínculo empregatício, o aumento do número de horas extras permi-

tido, a redução legal do valor pago pela hora extra, entre outros.

Desregulamentação ou flexibilização do mercado de trabalho, por partido

Vale frisar que este tema toma relevância na medida em que a

legislação trabalhista brasileira é considerada como uma das que mais protege o trabalhador. Os

altos índices de informalidade no País são vistos como

consequência direta deste fato, já que o custo de um empregado formal é bastante oneroso para

as empresas. Logo, esta questão é de suma importância para entender como os prefeitos

veem a necessidade de mudanças que façam frente aos

novos desafios econômicos.

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 60: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

56

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Greve

Cerca de 66% dos prefeitos declaram ser contrários ao direito ir-

restrito de greve para todas as categorias. Mais uma vez, a posi-

ção foi dominante em todas as siglas partidárias. Entre os prefei-

tos das maiores siglas, mais da metade deles, em todos os casos,

se opôs ao direito irrestrito de greve.

Direito de greve sem restrições para todas as categorias profissionais, por partido

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 61: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

57

Funcionalismo público

A opinião dos prefeitos quanto ao fim da estabilidade do funcio-

nalismo público também foi majoritária. Cerca de 60% dos prefei-

tos manifestaram-se favoravelmente sobre a questão. Como no

quesito anterior, em nenhum partido a resposta “contra” foi ven-

cedora. Esse resultado pode estar vinculado ao fato de, hoje, se-

rem recorrentes as críticas ao funcionalismo público, que é visto

pelo senso comum como ineficaz e oneroso.

Fim da estabilidade dos funcionários públicos, por partido

É importante ressaltar que o gasto com o funcionalismo público representa a maior parte das despesas de um

governo e, portanto, é aspecto importante a ser

considerado no controle das contas públicas.

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 62: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

58

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Privatização

Mais da metade dos chefes do Executivo municipal se declara-

ram favoráveis à privatização das empresas estatais. Quando os

partidos são tomados como medida das posições dos prefeitos,

verifica-se que as opiniões, no geral, estão muito próximas da

média encontrada no Estado, com exceção do PSDB e PT. No

primeiro, a maioria dos prefeitos é favorável e, no segundo, a

maioria é contrária à privatização.

Privatização das empresas estatais

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 63: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

59

Atribuição de poder de polícia às forças armadas

Neste aspecto, repete-se o quadro anterior, pois a maioria dos par-

tidos se posiciona muito próxima à média do Estado, em que 53%

dos prefeitos são favoráveis. Os partidos que destoam da média

são o PT, cujos prefeitos se mostram predominantemente contrá-

rios, e o PTB, com prefeitos bastante favoráveis à questão.

Atribuição de poder de polícia às forças armadas

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 64: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

60

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

reforma agrária

“Sou contra, pois é uma invasão, né? ” prefeito(a) de município paulista

Nada menos do que 81% dos prefeitos se declararam favorá-

veis à desapropriação de terras improdutivas para fins de refor-

ma agrária. Em todos os partidos, as respostas favoráveis foram

consistentemente altas; em nenhum deles a incidência foi me-

nor do que 75%.

Desapropriação de terras improdutivas para fins de reforma agrária

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 65: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

61

Pena de morte

“Não é a pena de morte que vai resolver a violência. O que resolve a violência é a conjunção das políticas públicas, sociais, de segurança, de cultura, de esporte, de geração de emprego e renda. É isso que vai dar uma nova perspectiva para as pessoas.” prefeito(a) de município paulista

A maioria dos prefeitos (70%), acompanhando a tendência mun-

dial, condena a pena de morte.

Instituição da pena de morte

Poucos são os países democráticos que ainda

adotam a pena de morte como solução da

criminalidade, fato que é acompanhado pelos

municípios paulistas.

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 66: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo
Page 67: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

63

o BraSiL E o EStaDo DE São PauLoDentre os 624 prefeitos entrevistados, 88% acreditam que o País

melhorou, nos últimos cinco anos, enquanto que para apenas 4%

a situação piorou. O fenômeno é semelhante, com relação à situ-

ação do Estado de São Paulo.

opinião sobre a situação do Brasil e do Estado de São Paulo nos últimos cinco anos

BrasilEstado de São Paulo

Page 68: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

64

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Ao observar essa variação por partido, verifica-

se que os prefeitos que consideram que o País

piorou nos últimos cinco anos se concentram no

PSDB, PTB e DEM.

opinião sobre a situação do Brasil, segundo o partido

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

PT

PMDB

PTB

PSDB

DEM

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 69: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

65

Cerca de 85% dos prefeitos declararam que a si-

tuação do Estado melhorou, nos últimos anos, e

apenas 2% afirmam que a situação piorou, sendo

que, no caso estadual, os prefeitos do PT foram

os que pior avaliam a condição do Estado.

Ainda assim, percebe-se que mesmo entre os

partidos que fazem parte da oposição, seja ao

governo federal ou ao governo estadual, a avalia-

opinião sobre a situação do Estado de São Paulo, segundo o partido

ção positiva é maior do que a negativa. O que

varia é a gradação entre “melhorou muito” ou

“melhorou pouco”. De maneira geral, os prefei-

tos parecem confiantes com a maneira como o

Brasil e o Estado de São Paulo vêm sendo con-

duzidos. A maioria deles acredita que o País e o

Estado estão indo no caminho certo e que têm

melhorado e se desenvolvido nos últimos anos.

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 70: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

66

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Page 71: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

67

o MuNiCíPio“O primeiro mandato foi muito difícil. Hoje, respiro com mais tranquilidade, porque sei que tenho mais experiência e vou receber, em janeiro de 2009, uma cidade infinitamente melhor do que quando assumi pela primeira vez.”

“No primeiro mandato, o objetivo foi acertar a situação do município, as pessoas passaram a ver que a cidade tem que ser administrada. No segundo mandato, pretendo dar continuidade, olhando mais para a saúde, educação e infraestrutura da cidade.”“Recebi a prefeitura com as luzes e os telefones cortados, as salas de reunião sem cadeira, as paredes de duas salas de aula e um centro comunitário inteiro, todos construídos durante a administração passada, desabaram. Coisas malfeitas, mas pagas como se fossem de primeira. Não pensei que ia me deparar com esse tipo de problema.”prefeitos(as) de municípios paulistas

Os prefeitos do Estado de São Paulo, de modo ge-

ral, tendem a aprovar a situação de seus municí-

pios nos últimos cinco anos. Cerca de 67% acredi-

tam que houve alguma melhora neste período. Os

que apontaram piora somam 23% e apenas 10%

afirmaram que nos últimos cinco anos a situação

não se alterou. Cabe salientar que as opiniões se

concentraram nos extremos, ou seja, nas catego-

rias “melhorou muito” e “piorou muito”.

opinião sobre a situação do município nos últimos cinco anos

Page 72: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

68

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

A maioria dos reeleitos afirmou que seu municí-

pio melhorou muito nos últimos cinco anos. Entre

os novos, esse número cai significativamente.

Apenas 1% dos reeleitos afirmaram que “piorou

muito” a situação do município, número que sobe

para 30% entre os novos prefeitos.

opinião sobre a situação do município nos últimos cinco anos, por posse de mandato

Page 73: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

69

Pontos positivos

“A melhor coisa do município é sua gente.”

“A nossa gente é o que há de mais nobre e mais especial, o povo é trabalhador e diferenciado.” prefeitos(as) de municípios paulistas

Os pontos positivos mais destacados do município

foram atributos ligados ao meio ambiente e às con-

dições físicas do local, que correspondem às res-

postas mais citadas em grande parte das RAs do

Estado. Em todas as RAs, as características da po-

pulação foram destacadas como o melhor fator das

cidades. A hospitalidade, o carisma da comunidade

e a sua disposição para o trabalho são mencionadas

com bastante regularidade. Nas RAs de Bauru e de

Franca são elas que assumem o primeiro lugar. O

desenvolvimento foi o terceiro elemento mais cita-

do, sendo que as RAs de Campinas e São José do

Rio Preto são responsáveis por quase 40% das res-

postas desta categoria. Em uma consideração geral

sobre as RAs, esses três aspectos concentram em

torno de 60% das qualidades apontadas pelos pre-

feitos sobre seus respectivos municípios e regiões.

A RA que apresenta maior predileção por uma única

característica é Registro, cujos prefeitos entendem

que as riquezas naturais são o que a região apresen-

ta de melhor (70% das respostas). Ainda dentro

desta categoria, a maioria das regiões traz elogios à

fertilidade das terras e ao potencial para plantio, daí a

Melhores características do município e da região

agricultura estar entre as três características positi-

vas mais citadas em quatro RAs, a saber, Franca, Ma-

rília, Presidente Prudente e Registro. O turismo não

atinge uma colocação tão alta em uma consideração

geral, entretanto, fica em segundo lugar em três das

regiões, sendo uma delas Santos, que tem seu po-

tencial turístico destacado em 33% das respostas.

Page 74: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

70

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Potencial econômico

“Diversificar a atividade industrial é importante, mas só apoio se o modelo for sustentável, que não cause danos ao meio ambiente.” prefeito(a) de município paulista

A agricultura foi a potencialidade mais apontada. Praticamente um

quarto das atividades econômicas mencionadas como potencialida-

des giraram em torno do cultivo, dos incentivos para a agricultura

familiar e da modernização do plantio e da colheita, bem como da

atenção à pecuária e à piscicultura. Em 21% das respostas, diversas

ramificações do turismo foram mencionadas, com destaque para o

agroturismo (relacionado, especialmente, com os circuitos das fru-

tas e das flores), o turismo de negócios e convenções e o turismo

folclórico e religioso.

Além das dificuldades e dos desafios a serem enfrentados,

os prefeitos também diagnosticam potencialidades a

serem melhor exploradas em sua região ou município. Por exemplo, a extensão

territorial, a diversidade natural, a riqueza e o potencial hídrico do

território (composto por diversas bacias hidrográficas) conferem

alto potencial turístico ao Estado de São Paulo. De fato, no Brasil como um todo e em São Paulo, especialmente, há um enorme

potencial turístico a ser desenvolvido. E os prefeitos

percebem a necessidade de se investir nessa área.

Potencial econômico do município, por atividade

Page 75: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

71

A RA de Santos destacou-se das demais ao men-

cionar o turismo em mais da metade das respostas.

As RAs de Registro e São José do Rio Preto foram

as mais preocupadas com o desenvolvimento da

agricultura, enquanto que nas RAs Central e de San-

tos foi onde menos se mencionou essa atividade.

Aumentar e/ou diversificar o polo industrial do mu-

nicípio foi apontado em 20% das respostas dos pre-

feitos, sendo que esta proporção varia pouco quan-

do se considera cada RA. A preocupação com ramos

específicos da produção industrial aparece constan-

temente entre as respostas.

Os prefeitos afirmam querer atrair ou aumentar a

capacidade produtiva de indústrias já instaladas nos

ramos alimentício, têxtil e calçadista, moveleiro,

metalúrgico e tecnológico.

Por fim, cabe atentar para uma tendência que pare-

ce crescente: o desenvolvimento de uma indústria

voltada para a produção energética e, preferencial-

mente, de baixo impacto ambiental, o que demons-

tra sensibilidade quanto à questão da sustentabili-

dade, com relação aos desafios que o aquecimento

global coloca. Os prefeitos têm atentado para o

ramo da expansão do álcool e do biodiesel como

alternativas ao refino do petróleo. Cerca de 4% das

respostas foram nessa direção; ainda parece pou-

co, mas já supera a preocupação com o desenvol-

vimento de outras áreas tradicionais.

Potencial econômico do município, por rA*

* Foram analisadas as três maiores ocorrências por ra

Agricultura

Turismo

Aumentar e diversificar o polo industrial

Energia e meio ambiente

Indústrias têxtil e calçadista

Comércio

Page 76: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo
Page 77: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

73

CarêNCiaSEntre os prefeitos, é unânime a preocupação com relação à eco-

nomia, sobretudo com o crescimento do mercado de trabalho e a

consequente geração de empregos.

Principais carências do município e da região, por setor

Page 78: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

74

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Principais carências do município e da região*

* Foram analisadas as três maiores ocorrências por ra

Economia e emprego

Infraestrutura urbana

Saúde

Educação

Page 79: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

75

A preocupação com a geração de empregos e o

desenvolvimento de setores econômicos das cidades é uma

constante no discurso dos prefeitos, em especial, a atração de indústrias e o fortalecimento

das que já existem.

Embora os prefeitos apontem diferentes carências de suas regiões,

se cada uma for considerada isoladamente, a geração de empre-

go e o desenvolvimento econômico figuram como a principal ca-

rência apontada em dois terços das RAs paulistas.

Os prefeitos percebem a importância da manutenção dos empre-

gos existentes e a criação de novos para assegurar o desenvolvi-

mento das cidades. Para tanto, entendem que é necessário me-

lhorar a qualidade da mão-de-obra por meio da oferta de cursos

técnicos e profissionalizantes.

Problemas ligados à saúde também são apontados de forma bas-

tante regular. Mesmo não sendo assinalada pela maioria dos ges-

tores municipais, a saúde foi elencada como uma das principais

carências por um quarto dos prefeitos da Região Metropolitana

de São Paulo e da RA de Santos.

Somados, saúde e geração de empregos representam cerca de

50% das carências apontadas em todas as regiões do Estado. Já a

área de infraestrutura, apesar de não ser mencionada de forma tão

frequente quanto as anteriores, é lembrada como a principal defi-

ciência pelos prefeitos das RAs de Santos e São José dos Campos.

Essas regiões são importantes focos portuário e industrial, respec-

tivamente, e, portanto, têm seu desenvolvimento ligado aos inves-

timentos e à expansão da infraestrutura existente.

Economia e emprego

Infraestrutura urbana

Saúde

Educação

Page 80: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Prioridade Foco Atuação Emprego Educação Interlocução Saúde Demandas Recurso Escolhas Desenvolvimento Intermunicipal Economia Assistência social Educação Iniciativa Privada Infraestrutura Missão Reivindicações Parceria Expectativa

Page 81: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

D E S A F I O SQUE OS PREFEITOS PRETEnDEM REALIZAR?

3

Page 82: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

78

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Page 83: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

79

D E S A F I O SQUE OS PREFEITOS PRETEnDEM REALIZAR?

“O maior desafio que o cargo de prefeito oferece é o poder de melhorar a vida das pessoas. O Executivo lhe dá o poder de realizar, de melhorar rápida e perceptivelmente a vida das pessoas. Isso é fascinante.”

“O bom administrador é aquele que tem a capacidade de interlocução com as demais esferas de poder e com a sociedade. É aquele que consegue conciliar as demandas da administração pública, aquele que consegue fazer com que o recurso público seja bem aproveitado e transformado em políticas públicas de qualidade.” prefeitos(as) de municípios paulistas

ÁrEaS PrioritÁriaS Da GEStão E FoCoS DE atuação“Para ser um bom administrador, você tem que ser um gestor público. É necessário ter metas para cumprir e, de acordo com a realidade, adaptar o orçamento da prefeitura às necessidades da população. Não adianta querer fazer um plano de governo muito bonito no papel, mas inviável na prática.”

“Meu objetivo é dar continuidade às políticas públicas, principalmente na saúde e educação.”“Se você perguntar o que a população espera, os cidadãos vão dizer: ‘Eu quero que meu filho tenha uma boa educação’, ‘eu quero uma saúde pública eficiente`. Se essa é a prioridade do povo, essa tem que ser a prioridade de um governo.”prefeitos(as) de municípios paulistas

Analisados os pressupostos gerais que guiam o

pensamento dos prefeitos, resta saber como serão

postos em ação. Toda ação política se liga, de uma

maneira ou de outra, a temas e a problemas reais, que

requerem soluções também reais. Porém, a escassez de recursos define e restringe, necessariamente, a política

pública a ser adotada em todas as esferas federativas.

Fazer política, portanto, é fazer escolhas, que devem ser

baseadas na observação de deficiências a serem sanadas

e de oportunidades a serem exploradas. A seguir, estão

descritas a maneira como os prefeitos diagnosticam os

desafios de seus municípios e regiões e a forma como pretendem enfrentá-las.

Page 84: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

80

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Para uma boa gestão, é fundamental que o prefeito

consiga delimitar quais são as prioridades do governo. Nem sempre é possível fazer tudo,

dado que os recursos, em geral, são bastante escassos.

O direcionamento de recursos para áreas específicas é uma

estratégia que deve ser adotada, de forma a

contemplar o que é mais importante, o que a cidade

mais necessita.

As principais prioridades apontadas pelos prefeitos estão relacio-

nadas aos temas de saúde, educação, economia e emprego, in-

fraestrutura e habitação, que representam 81% das ocorrências.

É interessante notar que as cinco primeiras são coerentes com a

opinião a respeito das principais carências de seus municípios,

apontadas no item Carências. Entretanto, apesar de idênticas, as

prioridades não aparecem na mesma ordem das carências, fato

que pode ter ocorrido devido à falta de governabilidade dos pre-

feitos em algum dos temas ou ao grau de dificuldade para a reso-

lução de problemas, entre outros motivos.

Áreas prioritárias na gestão

Page 85: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

81

Ao se identificar geograficamente as três princi-

pais prioridades dos prefeitos, nota-se que as

áreas de saúde e de educação são as duas mais

citadas em todas as RAs, sendo que o setor de

educação se sobrepõe ao de saúde somente nas

RAs de Barretos e Franca. Por sua vez, a ênfase

no desenvolvimento econômico e na geração de

Áreas prioritárias na gestão, por região administrativa

empregos é substituída pelo desenvolvimento da

infraestrutura urbana nas RAs de Campinas, Bar-

retos, Presidente Prudente e na Região Metropo-

litana de São Paulo. Destaca-se, na RA de São

José do Rio Preto, a prioridade em assistência so-

cial, que não aparece entre as três primeiras em

nenhuma outra região paulista.

Saúde

Educação

Economia e emprego

Infraestrutura urbana

Assistência social

Page 86: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

82

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Saúde

“Hospital não é responsabilidade da prefeitura, mas todo mundo cobra da prefeitura.” prefeitos(as) de municípios paulistas

A ênfase na área da saúde é traduzida pela alta relevância que a

maior parte dos prefeitos eleitos dá às melhorias e à construção

de hospitais, concentrando 31,3% das respostas. Não menos im-

portante, com 27,9% das intenções, os gestores públicos paulis-

tas consideraram que a melhoria do atendimento médico deve

ser o foco da gestão.

Focos de atuação na área de saúde

Identificadas as áreas prioritárias na gestão, são

detalhados a seguir os focos de atuação citados pelos

prefeitos e cada uma das seis temáticas mais citadas.

Page 87: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

83

Educação

Como uma das áreas prioritárias mais importantes, a educação divide

as opiniões dos gestores públicos de forma mais ampla. Se para ape-

nas 9,2% dos entrevistados as creches aparecem como foco da ges-

tão, os cursos técnicos abarcam a atenção de 20,2% dos gestores

municipais – número similar aos 23,3% das preferências dos prefeitos

que citaram a infraestrutura escolar como foco da administração muni-

cipal. O destaque aqui fica por conta do grande número de prefeitos

que disseram acreditar que os aspectos a serem priorizados são a ca-

pacitação dos professores, o aumento dos anos de educação obrigató-

ria e a melhoria da qualidade do ensino como um todo.

Focos de atuação na área educacional

Page 88: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

84

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Economia e emprego

Nesta área, o principal foco citado pelos prefeitos está voltado ao

desenvolvimento das atividades industriais (90,7%). Abertura,

ampliação de distritos industriais, bem como parcerias com enti-

dades como o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(Sebrae), fazem parte das necessidades apontadas pelos gesto-

res do Estado de São Paulo. Os 9,3% restantes acreditam que a

geração de empregos e o desenvolvimento econômico devem

estar vinculados a programas que fomentem e incentivem as prá-

ticas cooperativistas.

Focos de atuação na economia e emprego

Page 89: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

85

Infraestrutura

Dentro da área da infraestrutura, o saneamento básico é visto

como prioritário pela maioria dos prefeitos (44,4% das respos-

tas). Os programas específicos direcionados à infraestrutura ur-

bana, que concentram 20,4% das preferências, enquadram obras

de iluminação pública, recapeamento de vias, construção de po-

ços artesianos, entre outras iniciativas.

Focos de atuação na área de infraestrutura urbana

Page 90: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

86

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Habitação

Nesta área, os prefeitos eleitos pautaram como foco majoritário a

construção de moradias populares, seguida pela atenção à regu-

larização dos imóveis em situação ilegal, como casos de invasão

de áreas públicas.

Focos de atuação na área de habitação

Page 91: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

87

Assistência social

Área que concentra mais de 5% das menções de prioridades de

governo, o destaque fica por conta dos programas de distribuição

de renda, com 76,2% das preferências dos prefeitos eleitos. Os

demais focos de atuação estão nas áreas de desenvolvimento

social, com ênfase em projetos de capacitação, e na realização

de censos populacionais, com fins de conhecer as características

locais por meio de levantamento e cadastramento dessas popu-

lações para, a partir disso, estabelecer programas que atendam

às suas necessidades específicas.

Focos de atuação na área de assistência social

Page 92: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo
Page 93: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

89

PriNCiPaiS DESaFioS“Meu principal desafio é a sucessão do [ex-] prefeito e o atendimento das expectativas da população. O [ex-] prefeito está saindo com cerca de 80% de aprovação, e eu sou novato nessa área.”“Meu principal desafio no próximo mandato será a consolidação de um parque tecnológico [...] que junte, em um mesmo espaço, o setor industrial, instituições de formação de mão-de-obra e instituições de pesquisa e desenvolvimento. Quero promover o crescimento econômico sustentável, gerar empregos de qualidade e incentivar a inovação e o desenvolvimento tecnológico.” prefeitos(as) de municípios paulistas

O principal desafio identificado pelos prefeitos está fortemente relacionado às carências do seu município. Ou seja, os prefeitos entendem que sua missão à frente da prefeitura é sanar essas carências. Sendo assim, o desenvolvimento econômico das cidades compreende o principal desafio citado.

Page 94: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

90

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Além da geração de empregos, no geral, a categoria economia e

emprego abrange temas como a necessidade de aumentar o nú-

mero de indústrias na região. Os prefeitos parecem preocupados

em trazer para suas cidades indústrias específicas, em geral, rela-

cionadas às características agrícolas ou a potencialidades da re-

gião. O segundo desafio mais citado é a própria administração pú-

blica, em que otimizar a arrecadação e os gastos municipais estão

entre as respostas mais frequentes. Educação e habitação, a des-

peito de serem áreas clássicas na preocupação de políticos e elei-

tores, não figuram entre as principais dificuldades elencadas.

Maiores dificuldades e desafios do município

Page 95: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

91

Apesar de as respostas sobre os principais desa-

fios enfrentados pelo município apresentarem um

padrão, quando consideradas as RAs, algumas os-

cilações podem ser destacadas. Os prefeitos das

RAs Central, de Bauru e de Ribeirão Preto dão mais

peso às questões ligadas à economia e à geração

de emprego. Já os mandatários da RM de São

Paulo, onde a maior preocupação é a saúde, cita-

Maiores dificuldades e desafios do município, por região administrativa

ram a temática econômica em apenas 13% das

respostas, o que corresponde a um terço do peso

dado nas regiões anteriormente destacadas.

A despeito de a administração pública ter obti-

do, na média estadual, 15% das menções, nas

RAs Central, de Registro e de Sorocaba, essa

categoria foi considerada desafiante em mais de

um quarto das opiniões.

Economia e emprego

Saúde

Administração

Infraestrutura urbana

Habitação

Educação

Page 96: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo
Page 97: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

93

rEiviNDiCaçõES E ParCEriaS“Quem determina a direção da cidade é o prefeito. [Mas], para o bem e para o mal, ele tem parceiros.”

“As parcerias são da maior importância; nenhum município sobrevive sem a ajuda dos governos federal e estadual.”“As parcerias [com os governos estadual e federal] devem ser [firmadas] de forma muito isenta das influências partidárias; são políticas, claro, mas não são partidárias.”prefeitos(as) de municípios paulistas

Para maximizar a atuação do governo municipal, os consórcios e parcerias com outros agentes públicos e privados são essenciais para os prefeitos. Assim, estabelecer boas relações e um ativo intercâmbio com os demais atores políticos é um importante meio para a execução bem-sucedida do mandato.

Page 98: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

94

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Parceria com o governo federal

“Espero ter parceria com o governo federal nos projetos sociais que ele desenvolve e obter recursos para o meu município crescer.”

“A postura do governo federal com relação à prefeitura tem sido muito correta. Há divergências políticas, mas a postura é solidária, cooperativa e republicana.” prefeitos(as) de municípios paulistas

A expectativa dos prefeitos eleitos no tocante a

trabalhar com o governo federal é bastante positi-

va. Cerca de 78% dos prefeitos esperam estabele-

cer uma relação “muito boa” ou “boa” com o âm-

bito federal. Os que acham que vão manter uma

relação “ruim” ou “péssima” somam apenas 3%

do total. Outros 18,6% preveem uma relação ape-

nas “regular” com o governo federal.

Expectativa com relação à atuação conjunta com o governo federal

Page 99: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

95

Ao se considerar o partido pelo qual o prefeito foi eleito, nota-se que,

de modo geral, a expectativa de uma relação “muito boa” ou “boa”

com o governo federal é mais expressiva entre os partidos que for-

mam a base de apoio parlamentar do Executivo nacional. Entre os

prefeitos dos partidos de oposição ao governo federal, aumentam as

respostas que correspondem a uma expectativa regular. Ainda as-

sim, a maioria dos prefeitos espera ter uma relação boa.

A tendência geral de um bom relacionamento,

evidentemente, refere-se a investimentos do governo

federal nos municípios. Assim, cabe saber em que

áreas os prefeitos consideram que a ajuda

federal é mais importante e/ou necessária.

Expectativa com relação ao governo federal, segundo o partido

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 100: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

96

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

A área de infraestrutura é a mais demandada pelos prefeitos, con-

centrando cerca de um terço das respostas. Saúde também foi

bem-cotada, sendo lembrada em um quarto das menções. As

temáticas relativas, por exemplo, à economia e ao emprego, ou à

agricultura e pecuária, tão citadas anteriormente quando se trata-

va das carências, do potencial ou dos desafios do município, não

estão na pauta dos prefeitos quando o assunto são as reivindica-

ções ao governo federal.

Principais reivindicações ao governo federal

Page 101: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

97

Entre as áreas nas quais o Executivo federal já

investe recursos nos municípios destacam-se,

na opinião dos prefeitos, as de saúde (22,3%),

assistência social (22%), educação (18%) e in-

fraestrutura (17,3%). As demais áreas, somadas,

concentram cerca de 20% das observações. No-

vamente, as questões econômicas e agropecuá-

rias foram pouco mencionadas. Muitos prefeitos

citaram diretamente programas empreendidos

pelo governo federal, como o Programa de Ace-

leração do Crescimento (PAC) e o Bolsa-Família,

entre outros.

Assim, ao se comparar as principais reivindicações

Áreas dos programas federais mais importantes para os municípios

dos prefeitos com as áreas de atuação federal

mais importantes para os municípios, é possível

notar uma ligeira inversão nas posições das áreas

temáticas, mas sem grandes alterações nos pa-

drões de respostas. A exceção é a área de assis-

tência social, que é elencada apenas por 3% dos

prefeitos nas reivindicações e por cerca de 20%

nos programas importantes dessa esfera no mu-

nicípio, o que revela que os prefeitos parecem

identificar que nesta área os recursos investidos

pelo governo federal cumprem seu papel. E que

nas áreas de saúde, educação e infraestrutura

são necessários mais investimentos federais.

Page 102: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

98

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Parceria com o governo estadual

“No Estado de São Paulo é tudo igual, porque o governo estadual não discrimina partidos.”

“Nós precisamos que o governo do Estado concentre seu olhar sobre as áreas mais críticas, como habitação, segurança e saúde. [Nelas], a parceria com o Estado é significativa, até porque nós temos mais da metade da população do município vivendo em condições difíceis.” prefeitos(as) de municípios paulistas

No que se refere à relação com o governo do Es-

tado, as expectativas são ainda melhores. As ca-

tegorias “muito boa” e “boa” somam 92,5%,

enquanto que as categorias “ruim” ou “péssimo”

têm apenas 0,7% das respostas.

Expectativa com relação à atuação conjunta com o governo estadual

Page 103: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

99

Os prefeitos dos partidos alinhados ao governo estadual, admi-

nistrado pelo PSDB, tendem a esperar, em maior medida, uma

atuação conjunta “boa” ou “muito boa”. A menor concentração

dessas categorias de expectativa se encontra entre os prefeitos

eleitos pelo PMDB e pelo PT. No caso do último, cerca de 35%

das respostas foram na direção de perspectivas “regular”, “ruim”

ou “péssima”, na atuação conjunta com o governo estadual.

Expectativa com relação ao governo estadual, segundo o partido

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 104: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

100

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

As principais reivindicações ao governo estadual,

assim como no caso das demandas ao governo

federal, concentram-se nas questões de infraes-

trutura (34,4%), saúde (21%) e educação

(14,3%). O padrão é muito próximo, entre os

dois níveis da administração pública. A maior

parte das respostas dadas pelos prefeitos, tanto

na avaliação dos governos federal e estadual,

como nas expectativas com relação à atuação

conjunta com esses governos, revela clara sepa-

ração entre os dois partidos que polarizam as

cenas nacional e estadual, ou seja, os prefeitos

Principais reivindicações ao governo estadualOs prefeitos parecem demandar dos governos

estadual e federal ajuda e investimentos concentrados nas mesmas áreas. Não há, portanto, uma visão de que cada esfera deva cuidar de

pontos específicos do município.

filiados ao PSDB e PT, polos das disputas pelo

Executivo nacional e pelo Executivo estadual,

acabam por refletir em suas respostas essas

disputas partidárias.

Mas cabe destacar que tanto na avaliação quanto

na expectativa de parcerias das gestões, nas duas

esferas, as respostas positivas superam as nega-

tivas, mesmo entre os partidos opositores, em

ambos os casos. Esse fato revela certa maturida-

de democrática por parte dos Executivos, que co-

locam a melhoria das cidades e das condições de

vida da população acima das divisões partidárias.

Page 105: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

101

Com relação às áreas de atuação do governo do Estado considera-

das mais importantes para os municípios, registra-se uma preferên-

cia muito parecida com a apresentada quando se tratou do governo

federal: há concentração em infraestrutura, saúde e educação. En-

tretanto, o peso da assistência social é significativamente maior no

governo federal. No que concerne à comparação com o quadro de

reivindicações, o padrão também é muito semelhante. Entre os pro-

gramas estaduais mencionados diretamente pelos prefeitos paulis-

tas, destacam-se o Dose Certa e o Renda Cidadã. Os prefeitos ci-

tam, principalmente, obras de infraestrutura, como a melhoria de

estradas e a construção de estradas vicinais específicas.

Áreas dos programas estaduais mais importantes para os municípios

As reivindicações prioritárias dos prefeitos para os dois

níveis de governo, bem como as áreas em que esses

governos atuam são, em geral, as que demandam altos

investimentos, os quais, em muitos casos, as prefeituras

sozinhas não têm como realizar. Fica clara, nas

entrevistas, a percepção da importância da atuação

conjunta entre as diferentes esferas de governo para solucionar os problemas

das cidades.

Page 106: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

102

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Parceria com outros municípios – consórcios

Sobre a relação com os demais municípios, em especial os vizinhos,

é consenso a importância de se estabelecerem consórcios de ajuda

mútua. A busca de soluções integradas que possibilitam a solução

de problemas comuns aos municípios foi destacada como “muito

importante” e “importante” por 88% dos prefeitos. Somente 11%

consideram os consórcios intermunicipais “pouco importantes”.

Importância de se estabelecer consórcios com os municípios da região

Isto demonstra o amplo entendimento de que o isolamento não é uma boa política. Políticas públicas, quando realizadas isoladamente em regiões que possuem problemas comuns, têm seu rendimento diminuído, bem como acabam por dispersar recursos.

Page 107: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

103

A complexidade de uma metrópole e sua forte

integração estimulam a ideia de que a união é essencial

para que as políticas obtenham maior efeito.

Observa-se, ainda, que a opinião favorável aos consórcios destaca-

se particularmente entre aquelas regiões que têm experiências

bem-sucedidas nesse sentido. Nas RAs de Marília e Registro, por

exemplo, a avaliação positiva dos mesmos é bastante elevada (92%

em Marília e 100% em Registro). Dentre as regiões do Estado, a

Metropolitana de São Paulo é a que melhor avalia os consórcios. A

conurbação da RM de São Paulo certamente é um dos fatores que

influencia essa avaliação positiva.

Importância dos consórcios intermunicipais, por região administrativa

Page 108: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo
Page 109: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

105

PartiCiPação Da SoCiEDaDE CiviL“[Precisamos] resgatar a nossa credibilidade, [formar] um governo participativo, uma gestão participativa, na qual a sociedade possa intervir diretamente, possa opinar, possa fazer parte da tomada de decisões...” prefeito(a) de município paulista

A avaliação da importância da participação da sociedade civil varia

conforme a organização referida, se conselho, ONG ou iniciativa

privada. De modo geral, apenas uma minoria considera pouco

importante a atuação das três instituições. Tanto no que se refere

aos conselhos municipais quanto à iniciativa privada, 96% dos

prefeitos avaliaram suas participações como “muito importante”

ou “importante”, com concentração na primeira. Já as ONGs pa-

recem encontrar mais resistência entre os prefeitos.

As relações com o Poder Público não

são as únicas com as quais os gestores

municipais devem se preocupar. A

sociedade civil está ativamente

envolvida com a vida política e

econômica dos municípios, portanto, a

proximidade com ela, na forma de suas

múltiplas organizações, tem sido

bastante valorizada pelos prefeitos.

Esse fato se espelha nas expectativas

majoritariamente favoráveis dos

mandatários quanto à relação com a

sociedade civil, na qual se destaca a

participação dos conselhos municipais,

das Organizações Não-Governamentais

(ONGs) e da iniciativa privada.

Importância atribuída à participação da sociedade civil

Page 110: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

106

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Conselhos municipais

A boa avaliação dos conselhos municipais independe do número

de habitantes dos municípios e do partido dos prefeitos. Ou seja,

a variação no grau de importância atribuído aos conselhos não é

significativa quando se considera o partido a que os prefeitos es-

tão filiados e o tamanho do município que administram.

Importância dos conselhos municipais, segundo a população dos municípios

Fonte: Dados do ipea e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

Page 111: Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo

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107

Iniciativa privada

“Se o empresariado entrasse para a política em vez de só responsabilizar o prefeito, o Brasil seria um país de Primeiro Mundo.” prefeito(a) de município paulista

No caso da iniciativa privada, por sua vez, o tamanho da popula-

ção influi nos resultados: a avaliação “muito importante” é menor

quanto menos povoado for o município.

Importância da participação da iniciativa privada, segundo a população do município

Fonte: Dados do ipea e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

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108

P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

onGs

O padrão de julgamento da atuação das Organi-

zações Não-Governamentais na gestão munici-

pal é diverso. Somente neste caso, a categoria

“muito importante” não é a mais elevada. Além

disso, 25% dos prefeitos avaliaram sua atuação

como “pouco importante” ou preferiram não se

pronunciar sobre o assunto.

Importância da participação das onGs segundo a população do município

Fonte: Dados do ipea e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

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Fundação P re fe i t o Fa r i a L ima - Cepam

109

A diferença encontrada na avaliação da impor-

tância das ONGs pode ser analisada em relação

a outras variáveis. O número de habitantes inter-

fere significativamente nessa avaliação. Os pre-

feitos das grandes cidades, sobretudo das com

mais de 200 mil habitantes, tendem a fazer um

juízo mais positivo da participação dessas orga-

nizações do que os prefeitos das pequenas cida-

des. Embora esse tipo de organização possa

facilitar ou mesmo preencher espaços onde as

prefeituras não conseguem chegar, talvez sua

atuação ainda seja incipiente em municípios

muito pequenos.

Analisando a opinião dos prefeitos de acordo

com a filiação partidária, observa-se que o PT é

o único partido em que a consideração “muito

importante” foi mais elevada do que a categoria

“importante”.

Importância da participação das onGs segundo o partido

Fonte: Dados do tSE e da pesquisa Perfil dos Prefeitos do Estado de São Paulo, 2008.

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traNSição DE GovErNo“[A transição foi] extremamente insatisfatória, porque nós achávamos que teríamos a cooperação do prefeito que saiu, mas [houve] uma resistência grande em se transmitir as informações e cumprir os compromissos assumidos.” prefeito(a) de município paulista

Dos 624 prefeitos que assumiram em 1o de janeiro de 2009, 353 eram não reeleitos. Desse fato surgiu a

necessidade da condução de um

processo de transição política em 353

municípios paulistas.

A transição de governo organizada e democrática é um processo complexo,

recentemente institucionalizado no Brasil. Contrariamente ao que muitos acre-

ditam, não se trata de uma faculdade do administrador que deixa o cargo e nem

de quem o assume, mas uma obrigação constitucional, que não depende da

boa vontade das partes.

Essa afirmação tem como base uma premissa muito simples: vivemos em uma

República Democrática. Em um sistema democrático, os governantes são re-

presentantes da vontade do povo, escolhidos para exercer o poder em seu

nome, e não em nome próprio, e, em uma República, a alternância de poder é

pressuposto obrigatório. Para garantir essa alternância democrática, a Consti-

tuição prevê, como cláusula imutável, o voto direto, secreto, universal e perió-

dico, o prazo de permanência dos governantes nos respectivos cargos e as

datas para novas eleições.

A Constituição prevê, ainda, que, por estarmos em uma República democrática,

na qual o governante exerce o poder em nome do povo, o interesse público está

acima do interesse do governante. Por essa razão, ele tem que observar e se

guiar pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência, que visam garantir que o interesse público prevaleça em toda e qual-

quer gestão. Promover uma transição democrática é um imperativo do interesse

público, que não pode ser desatendido, sob pena de ferimento à Constituição.

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P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Apesar da importância do processo de transi-

ção, pouco mais de 51% dos prefeitos afirma-

ram que a transição foi bem conduzida, en-

quanto quase 40% fazem uma avaliação

negativa5 desse processo.

A transição vem sendo conduzida de maneira adequada?

5 Para 7% dos prefeitos que assumiam, o processo

de transição não havia sido iniciado no período

em que o levantamento foi realizado (entre 4 de

novembro e 17 de dezembro de 2008).

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113

Quando se traça uma relação entre esses resultados e a avaliação

sobre os últimos anos de governo municipal (item O município),

nota-se alta associação entre avaliação positiva do governo e do

processo de transição. Essa associação expressa-se também em

seu oposto, ou seja, na alta associação entre a avaliação negativa

do governo anterior e do processo de transição, o que pode indicar

que, atualmente, um processo de transição adequado só ocorre

quando a alternância se dá de maneira contígua, e não entre adver-

sários políticos. Quando se trata de passar o poder a adversários, a

transição tende a ser dificultada, sendo facilitada, por outro lado,

quando quem recebe a posse é um correligionário ou membro de

um mesmo bloco partidário do ex-prefeito.

Avaliação da condução da transição de governo por tipo de opinião sobre a situação do muncípio nos últimos cinco anos

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MarCaS Da GEStão“Primeiro, o resgate da credibilidade, um governo participativo, uma gestão participativa, e, ao mesmo tempo, um governo que consiga desenvolver sustentavelmente a nossa cidade, que atue nas necessidades do município. A minha marca vai ser o cuidado com o ser humano.” prefeitos(as) de municípios paulistas

Quando questionados sobre a área específica na qual pretendem

imprimir a principal marca de sua gestão, os prefeitos optam, por

ampla maioria, pela boa administração. Em seguida, são citadas as

áreas de economia e emprego, educação, saúde e infraestrutura.

Por tudo o que foi visto, fica claro que muito há para ser feito no

próximo quadriênio. E, neste período, é natural que os prefeitos, ao enfrentarem os desafios que os esperam, procurem se diferenciar

dos demais e busquem reconhecimento pelo bom trabalho

que pretendem desenvolver.

Marcas da gestão pretendidas pelos prefeitos

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Religião Idade Formação Teatro Tempo Expectativa Internet Carreira Estado População Legado Jornais Emprego Gestão pública Região Cargo público Homem Polít ica Experiência Cultura Áreas de atuação

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P E R F I LO PREFEITO TÍPIcO

4

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O prefeito típico de um município paulista é homem,

tem 50 anos, é católico e nasceu na cidade que

governa. Possui formação superior em uma área do conhecimento tradicional

(como engenharia, direito, medicina ou administração),

não domina um segundo idioma e, em um futuro

próximo, pretende dedicar-se ao estudo de temas que

melhorem sua carreira de gestor público. Para se

manter informado, o prefeito costuma acessar a Internet e

ler jornais, tanto os de sua região quanto os de

grande circulação.

Esse prefeito símbolo ocupa-se exaustivamente com o trabalho e

a vida pública, sendo característica sua a falta de tempo livre para

atividades pessoais e familiares. A prática de exercícios físicos

não faz parte de sua vida. Em suas escassas horas de lazer, assis-

te à televisão ou lê jornais e revistas.

No que tange à sua carreira política, o prefeito típico possui paren-

tes que já ocuparam cargos eletivos anteriormente. É experiente,

uma vez que, estimulado por amigos ou familiares, ingressou na

política há cerca de 15 anos, com o anseio de realizar benfeitorias

em sua cidade. Disputou cargos públicos e já foi eleito para o Le-

gislativo e/ou o Executivo municipal. Está filiado ao seu atual parti-

do há cerca de nove anos, mas já integrou outro partido, ao longo

de sua carreira.

O prefeito médio é favorável a medidas como a flexibilização do

mercado de trabalho, o fim da estabilidade dos funcionários públi-

cos, a privatização de empresas estatais, a desapropriação de ter-

ras improdutivas para fins de reforma agrária, e a atribuição de

poder de polícia às forças armadas. Por outro lado, é contrário ao

direito de greve irrestrito para todas as categorias profissionais e

à instituição da pena de morte.

P E R F I LO PREFEITO TÍPIcO

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P E R F I L D O S P R E F E I T O S D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O

Ele está extremamente satisfeito em relação ao País, ao Estado

e ao seu próprio município, uma vez que pensa que a situação de

todos melhorou nos últimos anos. Acredita que as melhores ca-

racterísticas de sua cidade são as naturais – como relevo, qualida-

de do ar, presença de rios e cachoeiras, entre outras – e a sua

população – trabalhadora e hospitaleira –, e crê que o município

tem potencial de se desenvolver economicamente, principalmen-

te na agricultura, no turismo e com o aumento da quantidade e da

diversificação das indústrias ali instaladas.

Por outro lado, esse prefeito entende que há muito a ser feito. As

principais carências que identifica são a geração de emprego, o

desenvolvimento da economia, a melhoria do sistema de saúde e

da infraestrutura de seu município. Essas, não por acaso, são as

áreas prioritárias de sua gestão, sendo que, na saúde, ele deseja

melhorar os hospitais e o atendimento médico; na educação, de-

seja melhorar o ensino e a infraestrutura escolar; para desenvol-

ver a economia e gerar empregos, pretende promover incentivos

à indústria e, para melhorar a infraestrutura, quer investir em sa-

neamento básico e no sistema viário do município.

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Os desafios que percebe para o próximo quadriênio de sua ges-

tão estão relacionados ao desenvolvimento da economia do mu-

nicípio, à geração de empregos, ao saneamento e à otimização da

administração pública.

O prefeito típico tem boas expectativas no tocante à atuação con-

junta com o governo federal e, principalmente, com o governo

estadual, reconhecendo que ambos têm programas importantes

para o seu município, em especial nas áreas de infraestrutura,

saúde, educação e assistência social. Suas reivindicações aos

Executivos estadual e federal são bastante parecidas e se con-

centram nas áreas de infraestrutura, saúde e educação. O prefei-

to também entende que é importante estabelecer parcerias com

outros municípios por meio de consórcios municipais e valoriza a

participação da sociedade civil, em especial dos conselhos muni-

cipais e da iniciativa privada.

Como legado, pretende ser lembrado como um bom adminis-

trador, como um prefeito que gerenciou de forma transparente

e eficiente as contas públicas, sem se esquecer das necessi-

dades da população.

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