perfil dos portadores de alzheimer

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS FÁBIO TAVARES DE AGUIAR MARCUS VINÍCIUS DE OLIVEIRA SOUSA MATHEUS AZAMBUJA OLIVEIRA RUANITO DELFINO DA SILVA FREITAS PERFIL DE PORTADORES DA DOENÇA DE ALZHEIMER DE COMUNIDADES DA CIDADE DE FERNANDÓPOLIS - SP FERNANDÓPOLIS 2012

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

FÁBIO TAVARES DE AGUIAR MARCUS VINÍCIUS DE OLIVEIRA SOUSA

MATHEUS AZAMBUJA OLIVEIRA RUANITO DELFINO DA SILVA FREITAS

PERFIL DE PORTADORES DA DOENÇA DE ALZHEIMER DE

COMUNIDADES DA CIDADE DE FERNANDÓPOLIS - SP

FERNANDÓPOLIS 2012

FÁBIO TAVARES DE AGUIAR

MARCUS VINÍCIUS DE OLIVEIRA SOUSA

MATHEUS AZAMBUJA OLIVEIRA

RUANITO DELFINO DA SILVA FREITAS

Perfil de Portadores da Doença de Alzheimer de comunidades da Cidade

de Fernandópolis - SP

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Banca Examinadora do Curso de Graduação

em Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como exigência parcial para

obtenção do título de bacharel em farmácia.

Orientador: Prof. MSc. Reges Evandro Teruel Barreto.

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS – SP

2012

FÁBIO TAVARES DE AGUIAR

MARCUS VINÍCIUS DE OLIVEIRA SOUSA

MATHEUS AZAMBUJA OLIVEIRA

RUANITO DELFINO DA SILVA FREITAS

Perfil de Portadores da Doença de Alzheimer de comunidades da Cidade

de Fernandópolis - SP

Trabalho de conclusão de curso aprovado

como requisito parcial para obtenção do título

de bacharel em farmácia.

Aprovado em: 28 de Novembro de 2012.

Banca examinadora Assinatura Conceito

Prof. MSc. Reges Evandro Teruel

Barreto (Orientador)

Prof. MSc. Jeferson Leandro de

Paiva(Avaliador 1)

Profa. Esp. Nayara Gomes Felix

(Avaliador2)

Prof. MSc. Reges Evandro Teruel Barreto

Presidente da Banca Examinadora

Dedicamos...

ÀDeus, que esteve conosco do

começo ao fim desta etapa. Aos

nossos pais, que sempre estiveram ao

nosso lado, e que foram nossos

principais motivadores para que

vencêssemos essa etapa tão

importante de nossas vidas. A todos

aqueles que nunca duvidaram de

nosso potencial.

AGRADECIMENTOS

A todas as pessoas que contribuíram de alguma forma para a

concretização deste trabalho. Em especial:

A Deus, que iluminou nossos caminhos durante exata caminhada.

Sendo a razão pela qual tudo isso foi possível.

Aos nossos pais, que de forma especial nos deu força e coragem, nos

apoiando nos momentos de dificuldade.

Aos professores, especialmente ao Prof° Reges, pela dedicação e

colaboração na elaboração deste trabalho.

"Por que você quer tanto isso?

Porque me disseram que eu não

conseguiria!"

(Homens de Honra)

“Se eu não tentar, nunca conseguirei

chegar a lado algum. E se eu cair, o

que farei? Vou tentar uma e outra

vez porque o momento em que eu

desistir é o momento em que

falharei.”

(Nicholas James Vujicic)

RESUMO

A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e

fatal que se manifesta por deterioração cognitiva e da memória,

comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade

de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais, descoberta

pelo Dr. Alois Alzheimer, somente em 1907 caracterizou o transtorno como

doença de Alzheimer. É uma doença dividida em 3 fases: inicial, intermediária e

tardia. O fator de risco mais comum deste transtorno é a idade avançada.Ainda

não descobriram uma cura, mais existem tratamentosfarmacológicos

específicos, os mais utilizados ultimamente são os anticolinesterásicos

(Rivastigmina, Donezepil, Galantamina e Tacrina) e a (Memantina),

antiglutamatérgico. Os portadores da doença de Alzheimer precisam de ajuda

constantemente para realizar atividades rotineiras, onde na maioria das vezes

são seus filhos ou parentes próximos.O estudo objetivou: estabelecer o perfil

dos portadores da doença, a avaliação dos aspectos farmacoterápicos e/ou

comportamentais e relatar o nível de informação do cuidador junto ao paciente.

O trabalho foi organizado em fases: realização de uma pesquisa exploratória

para identificação de pacientes e domicílios a serem visitada, aplicação de

questionário estruturado para coleta de dados, análise de resultados. No

período de setembro de 2012 foram visitados 8 unidades básicas de saúde

para obtenção dos pacientes e 40 residências. Constatou-se que 32,50% dos

entrevistados se encontram na faixa etária de 85 a 89 anos de idade, 60% é do

gênero feminino, 42,50% são pessoas analfabetas e 55% possuem a doença

no período de 1 a 5 anos. Dos entrevistados 100% possui cuidador, sendo

52,50% seus filhos. Quanto aos medicamentos 37,50% utilizam rivastigmina,

70% adquirem em rede pública, no qual 87,50% alegaram não tem problemas

para adquirir os medicamentos. Apenas 50% afirmaram um melhora na vida

dos portadores deDA. A maior parte dos pacientes se encontra na fase

intermediária da doença (87,50%). Os resultados evidenciaram a ausência de

conhecimento dos pacientes e dos cuidadores, necessitando buscar mais

medidas educativas para a população referente a está doença.

Palavras-chave: Perfil, Alzheimer, Cuidador, Doença degenerativa.

ABSTRACT

Alzheimer's disease (AD) is a progressive and fatal neurodegenerative disorder

manifested by cognitive and memory deterioration, progressive impairment of

activities of daily living and a variety of neuropsychiatric symptoms and

behavioral changes, discovered by Dr. Alois Alzheimer, only in 1907

characterized the disorder as Alzheimer's disease. It is a disease divided into 3

phases: initial, intermediate and late. The most common risk factor for this

disorder is advanced age. Still have not found a cure, there are more specific

pharmacological treatments; the most used lately are cholinesterase inhibitors

(Rivastigmine, donepezil, galantamine and Tacrine) and (Memantine), anti

glutamatergicHolders of Alzheimer constantly need help to perform daily

activities, which most often are their children or close relatives. The study aimed

to establish the profile of people with the disease, the evaluation of the

pharmacotherapy and / or behavioral and report the level of information with the

patient's caregiver. The work was organized in phases: completion of a

research project to identify patients and households to be visited, a structured

questionnaire for data collection, analysis of results. From September of 2012

were visited eight basic health units to obtain the patients and 40 residences. It

was found that 32.50% of respondents are aged 85-89 years old, 60% are

female, 42.50% are illiterate and 55% have the disease within 1 to 5 years.

100% of respondents have caregivers, their children being 52.50%. For

medicinal use rivastigmine 37.50%, 70% gain in public, in which 87.50% of

them did not have problems to get the medicines. Only 50% reported an

improvement in the lives of patients with AD. Most patients are shown at the

intermediate stage of the disease (87.50%). The results showed the absence of

knowledge of patients and caregiver, needing to seek more educational

measures for the population is related to disease.

Keywords: Profile, Alzheimer's Caregiver, Degenerative Disease.

LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

Figura 1 Foto do neurologista Alois Alzheimer......................................

14

Figura 2 Secção transversal do cérebro....................................................

18

Figura 3 Alteração das células do cérebro durante a doença de Alzheimer................................................................................

19

Figura 4 Neurônios normais e acometidos por Alzheimer....................

20

Figura 5 Estimativa do número de prescrições de anticolinesterásicos de segunda geração.....................................................................

25

Figura 6 Distribuição percentual da faixa etária dos entrevistados.......

35

Figura 7 Percentual da doença em relação ao gênero do portador da doença de alzheimer...............................................................

36

Figura 8 Nível de escolaridade dos portadores da doença de Alzheimer........................................................................................

37

Figura 9 Percentual do tempo da doença em relação aos portadores da doença de Alzheimer........................................................

38

Figura 10 Percentual dos portadores da doença de Alzheimer que possuem cuidadores...............................................................

39

Figura 11 Percentual das pessoas relacionadas aos cuidados dos portadores da doença de Alzheimer ......................................

40

Figura 12 Percentual de presença de doença em cuidadores dos portadores da doença de Alzheimer.......................................

41

Figura 13 Percentual dos portadores da doença de Alzheimer que praticam atividades físicas......................................................

42

Figura 14 Percentual dos portadores da doença de Alzheimer que possuem dificuldades em desenvolver atividades rotineiras..................................................................................

43

Figura 15 Percentual de histórico familiar da doença de Alzheimer em relação aos portadores da doença de alzheimer....................

44

Figura 16 Percentual da prática de hábitos intelectuais na vida dos portadores da doença de Alzheimer......................................

45

Figura 17 Distribuição percentual de terapias auxiliares utilizadas pelos portadores da doença de Alzheimer..............................

46

Figura 18 Distribuição percentual da utilização de medicamentos por portadores da doença de Alzheimer.......................................

47

Figura 19 Distribuição percentual dos locais onde são adquiridos os medicamentos utilizados pelos portadores da doença de Alzheimer................................................................................

48

Figura 20 Distribuição percentual de problemas encontrados para adquirir os medicamentos necessários aos portadores de doença de Alzheimer..............................................................

49

Figura 21 Percentual da melhora na vida em portadores da doença de Alzheimer................................................................................

50

Figura 22 Distribuição percentual de outros males relatados nos portadores da doença de Alzheimer.......................................

51

Figura 23 Distribuição percentual de efeitos adversos ocasionados pelos medicamentos nos portadores da doença de Alzheimer................................................................................

52

Figura 24 Distribuição percentual da fase da doença em portadores da doença de Alzheimer..............................................................

53

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AHAF - Fundação de Assistência Americana da Saúde

AINES -Antiinflamatórios não esteróides

AL - Alumínio

APOE - Apolipoproteína E

APP -Proteína Precursora Amilóide

DA - Doença de Alzheimer

EEG - Eletroencefalograma

EUA -Estados Unidos da América

FDA -FoodandDrugAdministration

ICHES -Inibidores da Acetilcolinesterase

LCR -Líquido Cefalorraquidiano

OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde

RM - Ressonância Magnética

OMS - Organização Mundial da Saúde

Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 14

1.1 Conceito .................................................................................................. 14

1.2 Atualidades ............................................................................................. 15

1.3 Sinais e Sintomas ................................................................................... 16

1.4 Fisiopatologia .......................................................................................... 18

1.5 Fatores de Risco ..................................................................................... 21

1.6 Diagnóstico ............................................................................................. 22

1.7 Tratamento ............................................................................................. 24

1.8 Prevenção ............................................................................................... 27

1.9 Família e Cuidadores .............................................................................. 28

2. OBJETIVOS ................................................................................................. 30

2.1 Objetivo geral .......................................................................................... 30

2.2 Objetivos específicos .............................................................................. 30

3. MÉTODOS ................................................................................................... 31

3.1 Princípios metodológicos ........................................................................ 31

3.2 Aplicação do instrumento de avaliação................................................... 31

3.3 Locais de aplicações do questionário ..................................................... 31

3.4 Critérios de inclusão ............................................................................... 32

3.5 Critérios de exclusão .............................................................................. 32

3.6 O instrumento da pesquisa ..................................................................... 33

4. RESULTADO E DISCUSSÃO ..................................................................... 35

4.1 Faixa etária dos entrevistados ................................................................ 35

4.2 Gênero .................................................................................................... 36

4.3 Grau de escolaridade.............................................................................. 37

4.4 Tempo da doença ................................................................................... 38

4.5 Possui cuidador? .................................................................................... 39

4.6 Quem é o cuidador ................................................................................. 40

4.7 Cuidador apresentou alguma doença? ................................................... 41

4.8 Atividade física ........................................................................................ 42

4.9 Dificuldade em fazer atividades rotineiras? ............................................ 43

4.10 Doença na família ................................................................................. 44

4.11 Prática de hábitos intelectuais .............................................................. 45

4.12 Outras terapias ..................................................................................... 46

4.13 Medicamentos utilizados para o tratamento da doença de Alzheimer .. 47

4.14 Local onde adquire o medicamento ...................................................... 48

4.15 Problemas para adquirir os medicamentos ........................................... 49

4.16 Melhora na vida do paciente ................................................................. 50

4.17 Outras patologias relatadas .................................................................. 51

4.18 Efeitos adversos dos medicamentos .................................................... 52

4.19 Fases da doença .................................................................................. 53

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 55

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 57

APÊNDICE A ................................................................................................... 62

APÊNDICE B ................................................................................................... 63

14

1. INTRODUÇÃO

1.1 Conceito

Há vários séculos antes de Cristo, curandeiros já estavam cientes de

que com o avanço da velhice eram associados distúrbios de memória e outras

funções cerebrais. Em alguns casos, pessoas que foram previamente muito

inteligentes se comportavam como “crianças”, sendo considerado esse sintoma

como normal na velhice. Somente em 1906, o Dr. Alois Alzheimer relatou um

paciente com sintomas desta demência, assim desde 1907 esse transtorno tem

sido chamado de doença de Alzheimer (BRASIL, 2010).

“Demência é uma síndrome caracterizada pelo declínio progressivo e global das funções cognitivas, na ausência de um comprometimento agudo do estado de consciência, e que seja suficientemente importante para interferir nas atividades sociais e ocupacionais do indivíduo” (ABREU; FORLENZA; BARROS, 2005).

Figura 1: Foto do neurologista Alois Alzheimer.

Fonte: Diário da saúde, 2012.

15

Segundo BRASIL (2010):

“A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta por deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais.”

Tanto em homens comuns, quanto em alguns médicos, prevalecem

equívocos gerando uma compreensão inadequada da doença (VAS; et al.,

2006).

Infelizmente um mito comum entre as pessoas é que a doença de

Alzheimer é senilidade. Isso priva muitas vezes o paciente de um tratamento

adequado. O fato é que a doença de Alzheimer não é velhice comum. Sendo

assim, todo idoso apresentará sintomas da velhice, mais nem todo idoso terá a

doença. Doença de Alzheimer ocorre em todas as partes do mundo e qualquer

pessoa pode ser afetada, mesmo Ronald Reagan, ex-presidente dos EUA é

portador da doença. Mas é impossível ter certeza previamente que serão

afetados (VAS; et al., 2006).

1.2 Atualidades

Estudos prevalentes realizados nos Estados Unidos relatam que em

2000 o número de pessoas com a doença de Alzheimer era de 4,5 milhões,

sendo 30% dos portadores aos 85 anos. Sem progresso no tratamento, a

previsão de casos da doença nos EUA é de 13,2 milhões em 2050, onde é

estimulado um alto custo para o cuidado dos pacientes (VAS; et al., 2006).

O número de casos de DA mostra grande diversidade, desde 3,2 por

1000 pessoas/ano na Índia a 25,2 em Indianápolis nos EUA. Já no Brasil

estudos apontam que a taxa de incidência da doença em São Paulo é de 7,7

por 1.000 pessoas/ano e no Rio Grande do Sul este número chega a 14,8 por

1.000 pessoas/ano (VAS; et al., 2006).

16

A doença de Alzheimer é quarta principal causa de morte e a terceira em

custo social e econômico após a doença cardíaca e oncoproliferativas nos

EUA, Japão, Espanha e Suíça(MARTÍNEZ e PAZITKOVÁ, 2010).

A estimativa para a doença de Alzheimer no Brasil é de 1,1 milhão(VAS;

et al., 2012).Sendo a maioria mulheres, mas ainda não se sabe se o risco é por

as mulheres viverem mais do que os homens ou simplesmente pelo gênero

(ALZHEIMERMED, 2012a).

O progresso rápido da doença pode levar o paciente à morte prematura,

ao contrário podem sobreviver de 15 a 20 anos após o começo da doença

(WHO, 2012a).

1.3 Sinais e Sintomas

A doença de Alzheimer afeta cada pessoa de uma forma, dependendo

do impacto da doença e da personalidade da pessoa antes de adoecer. Os

sinais e sintomas relacionados à demência são entendidos em três fases: Fase

inicial, intermediária e tardia, sendo citadas em alguns estudos também como

fases A, B e C (WHO, 2012b).

Estes sintomas são divididos em alterações cognitivas e

neuropsiquiátricas, resultando em mudanças no seu organismo e no seu dia a

dia. No Brasil averiguaram que de 60 pacientes com doença de Alzheimer,

78,3% possuíam um ou mais sintomas neuropsiquiátricos, onde os mais

comuns eram: apatia (53.3%), depressão (38.3%), alterações de sono (38.3%)

e 25% ansiedade (HERNANDEZ; et al., 2011).

Teixeira-Jr e Caramelli (2006) identificam o termo apatia em seus

estudos como a perda de interesse ou motivação, e Guimarães e cols. (2008)

relata a dificuldade de se diferenciar a apatia da depressão, assim foram feitas

escalas que excluem a tristeza e pensamentos negativos dos sintomas

relacionados à apatia sendo observados apenas na depressão.

A fase inicial ou fase “A” é muito ignorada, pois o início é gradual e se

confunde com os sintomas da velhice. Representa dificuldades nas atividades

rotineiras, como escovar os dentes, tomar banho e vestir-se. Os sinais e

17

sintomas mais relacionados à fase “A” são o esquecimento, a perda de controle

do tempo, perda de peso e o paciente se perde em lugares familiares (WHO,

2012a; b).

“Na fase secundária, moderada, ou intermediária, acentua-se o sensível déficit de memória e aprendizagem. Também ocorrem mudanças de personalidade, indiferença, hostilidade, julgamento social pobre, baixa afetividade (AZEVEDO; et al., 2009).”

A fase inicial progride para a fase intermediária ou fase “B”, tornando os

sinais e sintomas mais claros. A fase “B” representa um comportamento

anormal do paciente, podendo ser muito angustiante, pois em alguns

momentos, por exemplo, não reconhecer seus filhos, tornando muito

problemático para a família. Os sintomas mais claros são: esquecimento dos

acontecimentos recentes, nomes das pessoas, se perde na própria casa, tem

uma crescente dificuldade na comunicação, necessita de ajuda para cuidados

pessoais, mudanças de comportamento e questionamento repetitivo (WHO,

2012a; b).

Na fase tardia ou fase “C” da doença os pacientes são totalmente

dependentes e apresentam quase nenhuma atividade. Distúrbios de memória

são sérios e os sinais e sintomas físicos ficam mais evidentes. Esta fase

representa a perda das funções cognitivas. A capacidade intelectual do

paciente é perdida. Também é perdida a capacidade de realizar tarefas que

antes eram muito bons, como por exemplo, planejamento, cálculos, tomar

decisões difíceis. Os sinais e sintomas mais relacionados àfase C da doença

são: inconsciência do tempo e do lugar, dificuldade em reconhecer familiares e

amigos, necessidade crescente de atendimento, dificuldade para andar e

mudanças de comportamento podendo inclusive ser agressivo(WHO, 2012a;b).

Muitas doenças podem estar acarretando todos estes sintomas, onde

devem ser excluídas em um diagnóstico de exclusão. Alguns casos suspeitos

de ser doença de Alzheimer (cerca de vinte por cento) podem se tratar de outro

distúrbio, onde cinquenta por cento podem ser tratadas ou controladas (WHO,

2012a).

18

1.4 Fisiopatologia

A figura 2 mostra uma secção transversal do cérebro, visto de frente. A

secção da esquerda representa um cérebro normal enquanto a secção da

direita representa um cérebro com a Doença de Alzheimer (AHAF, 2012a).

Figura 2: Secção transversal do cérebro.

Fonte: AHAF, 2012a.

Na Doença de Alzheimer, acontece uma redução do tecido cerebral.

Os sulcos do cérebro são alargados e os giros não encolhem. Há também

um aumento de câmaras no interior do cérebro, chamada ventrículos. Como

mostra a figura 2, a região do cérebro responsável pela memória de curto

prazo e linguagem começa a desaparecer, isso ocorre com a memória

devido à degeneração de células do hipocampo. De acordo com o progresso

da doença o número de células perdidas aumenta, ocasionando a mudança

de comportamento de modo crescente (AHAF, 2012a).

A acumulação de placas amilóides nos neurônios é uma

característica da doença de Alzheimer. A proteína precursora amilóide

(APP) sofre uma clivagem originando a proteína β-amilóide, que se

19

encontrada em grande quantidade formará fibras amilóides, gerando placas

senis (LUCATELLI; et al., 2009).

Figura 3: Alteração das células do cérebro durante a doença de Alzheimer.

Fonte: AHAF, 2012b.

A figura 3 mostra a diferença entre os neurônios de uma pessoa

saudável e uma pessoa com DA, e compara o cérebro de uma pessoa sadia,

uma pessoa com Alzheimer leve e outra com Alzheimer severo (AHAF, 2012b).

Os microtúbulos possuem em sua estrutura uma proteína denominada

tau. Na doença de Alzheimer essa proteína é irregular provocando um colapso

na estrutura dos microtúbulos, que possuem a função de transporte de

20

nutrientes e outras importantes substâncias através de uma célula nervosa

para outra (AHAF, 2012b).

Na figura 4 é apontado tanto neurônios normais, quanto neurônios

doentes, caracterizados pela presença de placas amilóides e emaranhados

neurofibrilares, ambas as estruturas que ajudam a degradar as células

nervosas (AHAF, 2012c).

Figura 4: Neurônios normais e acometidos com Alzheimer.

Fonte: AHAF, 2012c.

Emaranhados neurofibrilares consistem em filamentos insolúveis

presentes nos neurônios, compostas principalmente do microtúbulo associado

à proteína tau (BERNHARD, 2012).

Smith (1999), relata em um estudo que alterações encontradas nos

indivíduos doentes também podem ser detectadas em idosos sadios, mas com

uma intensidade menor e não conjuntamente.

21

1.5 Fatores de Risco

Vários são os fatores de risco para a Doença de Alzheimer, tais como:

idade avançada, sexo feminino, história familiar da doença, síndrome de Down,

histórico de trauma na cabeça, doenças da tireóide, depressão e baixo grau de

escolaridade (RODRÍGUEZ e HERNÁNDEZ, 2002). Mas os fatores que melhor

são estabelecidos para a doença é a idade avançada e a predisposição

genética, onde que, com o maior número de familiares de primeiro grau, maior

a probabilidade de a pessoa ser afetada (BRASIL, 2010).

Isso não significa que todas as pessoas que possuem uma idade

avançada, ou uma pessoa que tenha em sua família um ou mais membros de

primeiro grau portadores da doença vão vir a contrair a doença (VAS; et al.,

2006).

Atualmente, um fator de risco importante vem sendo identificado: a

presença do genótipo de apolipoproteínaE, no início tardio e em casos

esporádicos (RODRÍGUEZ e HERNÁNDEZ, 2002).

A Apolipoproteína E é uma glicoproteína composta por 217 aminoácidos,

sendo uma das principais proteínas do plasma e cérebro humano (OJOPI; et

al., 2004).

Segundo Souza e cols (2003):

“A base genética para a demência é complexa. Para o AD de início precoce familial, há alguma evidência de mutações na proteína precursora de amilóide (APP-ß, cromossomo 21) e presenilina1 e 2 genes (cromossomos 14 e 1, respectivamente). Considerando-se o desenvolvimento da doença de Alzheimer esporádica e tardia, a polimorfismo da apolipoproteína E ( APOE ) gene (cromossomo 19), é o principal fator de risco em famílias com a doença, bem como na população em geral.”

Alguns outros fatores também já foram relacionados com a doença,

contudo nenhum foi comprovado, como: histórico de outros defeitos genéticos

na família e crianças nascidas de mães idosas (VAS; et al., 2012).

Ferreira e cols., (2008), através de uma revisão de estudos relataram

que o alumínio (AL) é associado com o desenvolvimento da doença de

Alzheimer, levando a alterações neurofisiológicas idênticas da DA.

22

“No estágio atual de conhecimento, é impossível prever quem vai ter a doença de Alzheimer. Ela pode atingir qualquer pessoa, independentemente de gênero, classe social, cultura, credo ou situação (VAS; et al., 2012).”

1.6 Diagnóstico

O diagnóstico da doença de Alzheimer é de exclusão. O cliníco

inicialmente deve fazer uma avaliação de depressão e utilizar exames físicos

para rastrear e excluir outras causas potenciais de demência. Em pacientes

com perda de memória a avaliação é feita por meio de exames físicos e

neurológicos (BRASIL, 2010).

Normalmente os exames físicos para DA incluem testes de sangue e

urina. Por exemplo, em um exame de sangue, o médico poderáavaliar a função

da tireóide, uma vez que é comum em idosos a insuficiência de produção de

hormônios pela tireóide (hipotireoidismo). Outra causa comum de demência é a

deficiência de vitamina B12, que também pode ser medida por meio de testes

sanguíneos. O eletroencefalograma (EEG) pode medir a atividade elétrica do

cérebro (AHAF, 2012d), enquanto o exame de RM (ressonância magnética)

excluiu lesões que contribuem para o processo de demência, como infarto

cerebral e neoplasia (BRASIL, 2010).

Diniz e Forlenza (2007), descrevem em um estudo a utilização de

biomarcadores no líquido cefalorraquidiano (LCR)para o diagnóstico da DA. Em

pacientes com DA observaram a queda dos níveis da proteína beta-amilóide e

elevação dos níveis de proteína Tau, sendo estas os biomarcadores no LCR,

apresentando 17 vezes mais risco de adquirir DA do que pacientes que não

tiveram alterações nestas proteínas.

Ferreira e Busatto (2011), relatam que métodos de neuroimagem tem

levado ao melhor conhecimento da DA, não sendo apenas uma forma de

pesquisa e sim técnicas de avaliação para uma melhor precisão do diagnóstico,

identificando, por exemplo, lesões cerebrais e a grande presença de proteínas

β-amilóides no cérebro.

23

Segundo BRASIL (2010):

“O diagnóstico definitivo de DA só pode ser realizado por necropsia, com identificação do número apropriado de placas e enovelados em regiões específicas do cérebro, na presença de história clínica consistente com demência.“

É importante ter um diagnóstico precoce da doença de Alzheimer. Há

argumentos importantes para que isso ocorra. Em primeiro lugar, pelo fato dos

anticolinesterásicos serem mais eficazes no início da doença. Em segundo

lugar, pelo diagnóstico precoce pode haver a interpretação de outras doenças

graves. O terceiro argumento se refere ao poder de decisão do paciente sobre

seu futuro, já que em muitos casos os familiares escondem o diagnóstico do

paciente para evitar a angústia (FUENTES e DONOSO, 2001).

“O diagnóstico precoce é uma prioridade clínica destinada à prevenção e intervenções multidisciplinares com os instrumentos apropriados de medição para o contexto sociocultural (SANTOS; SOUGEY; ALCHIERI, 2009).”

Cientistas estão pesquisando novas formas mais precisas de

diagnosticar a doença de uma maneira mais barata e confiável. Exemplos

dessas pesquisas são: mudanças que ocorrem no sangue e fluídos

cefalorraquidianos, mudanças de personalidade e funcionamento cognitivo

avaliado por meio de memória e recordação. Cientistas também estão

desenvolvendo sistemas de imagens que irão diagnosticar a DA antes de

incidir algum sintoma (AHAF, 2012e).

Areza-Fegyveres e cols (2007) relataram uma demência com

características semelhantes à doença de Alzheimer, chamada demência

pugilística, deu-se este nome por ser diagnosticada em ex-pugilistas. O estudo

relatou que o diagnóstico diferencial da DA foi muito difícil, sendo possível

apenas, pois alguns achados neuropatológicos foram típicos da demência

pugilística.

24

1.7 Tratamento

É importante dizer que não há cura para a Doença de Alzheimer e nem

um tratamento específico que ajude a melhorar o déficit cognitivo ocasionado

pela DA. Todas as terapias irão no máximo estabilizar o caso do paciente

(BRASIL, 2010).

O tratamento da DA relaciona medicamentos, atividades estimulantes e

conselhos a familiares, sendo que as drogas possuem o objetivo de melhorar

os defeitos cognitivos (DONOSO, 2003).

De acordo com BRASIL (2010):

“O tratamento da DA deve ser multidisciplinar, ou seja, utilizar os mais diversos tipos de terapia possível, que envolva todos ossinais e sintomas da doença e suas particularidades. O tratamento medicamentoso da Doença de Alzheimer tem por objetivo estabilizar a cognição, o comportamento e a prática das atividades rotineiras, com o mínimo de efeitos adversos possíveis.”

O tratamento farmacológico específico mais utilizado ultimamente são os

anticolinesterásicos (Rivastigmina, Donezepil, Galantamina e Tacrina) e a

(Memantina), antiglutamatérgico (HERNÁNDEZ; et al., 2011).

Os inibidores de acetilcolinesterase são recomendados para o

tratamento da DA leve e moderada, com exceção do Donepezil que em 2006

foi aprovado também para sintomas graves da Doença de Alzheimer. A

Memantina é recomendada para casos moderados e graves. Esses

medicamentos são aprovados pela FoodandDrugAdministration (FDA) EUA

(AHAF, 2012e).

Os efeitos adversos dos inibidores de acetilcolinesterase são: náuseas,

vômitos, diarréia, bradicardia e tontura relacionados com a dose. A

hepatopatia, alcoolismo, doença ulcerosa péptica, doença pulmonar obstrutiva

crônica ebradicardia, são contra indicações ao tratamento com estes

medicamentos (VENTURA et al., 2010).

A Tacrina foi aprovada pela FDA em 1993. Ela impede a quebra de

acetilcolina no cérebro. Pelos seus graves efeitos colaterais não é ativamente

comercializada, mais ainda está presente no mercado (AHAF, 2012e).

25

Após a recusa de prescrições da Tacrina, os médicos voltam a

prescrever os anticolinesterásicos com o surgimento da segunda geração,

ocasionando o crescente aumento de prescrições destas drogas

(ALZHEIMERMED, 2012b).

Figura 5: Estimativa do número de prescrições de anticolinesterásicos de segunda geração.

Fonte: ALZHEIMERMED, 2012b.

A Rivastigmina, Donepezil e a Galantamina possuem ação

farmacológicas diferentes, mais todas bloqueiam a enzima acetilcolinesterase,

inibindo a quebra da molécula de acetilcolina. A Rivastigmina além da

acetilcolinesterase também inibe a butilcolinesterase. Já a Galantamina, além

de inibir a acetilcolinesterase, também é agonista nicotínico (BRASIL, 2010).

A Memantina foi o primeiro medicamento há ser aprovado pela FDA para

tratar Alzheimer moderada e grave. Seu efeito protege as células nervosas do

cérebro contra grandes quantidades de glutamato (mensageiro químico

liberado em grande escala pelas células danificadas pela DA), não permitindo a

passagem de cálcio para dentro da célula, assim inibindo a degeneração

celular (AHAF, 2012e).

Segundo JUNIOR e cols (2004), os nomes comerciais dos

anticolinesterásicos citados acima são: Cognex® (Tacrina), Aricept®

26

(Donepezil), Exelon® (Rivastigmina), Reminyl® (Galantamina). BRASIL (2012),

relata o nome comercial da memantina: Ebix®.

Bottino (2012), relata que para ser aprovado pelo FDAamericano, os

medicamentos citados acima tiveram que passar por ensaios clínicos

randomizados, duplo-cego, controlados com placebo em um tempo de seis

meses avaliando o caso clínico.

Os IChEs (inibidores da acetilcolinesterase), são fármacos que

apresentaram melhores efeitos que o placebo nos estudos realizados, no

entanto apenas ajudam no controle da doença (ENGELHARDT et al., 2005).

Viola e cols. (2011), citam a reabilitação cognitiva e neuropsicológica

como coadjuvantes em tratamentos. A reabilitação cognitiva tem o objetivo de

melhorar a função mental do paciente, enquanto a reabilitação

neuropsicológica tem como objetivo melhorar a qualidade de vida do paciente e

seus familiares.

Há uma grande variedade de terapias não farmacológicas para os

sintomas da Doença de Alzheimer, como intervenções sensoriais,

comportamentais, ambientais e exercícios físicos (HERNANDEZ; et al., 2011).

Estudos mostram terapias específicas para determinados sintomas como,

fisioterapia, fonoaudiologia, fisioterapia respiratória entre outras

(ALZHEIMERMED, 2011c).

Falcão e Bucher-Maluschke (2009), relataram que a musicoterapia e a

“pet-terapia”, que é a terapia com animais de estimação pode levar a

benefícios, reduzindo o sofrimento e melhorando a qualidade de vida do

paciente e da família.

Estudos mostram que a atividade física é um tratamento eficiente para a

depressão (sintoma da DA), além de ser acessível, recuperando a confiança e

autoestima do paciente (VITAL; et al., 2010), além disso idosos praticantes de

atividades físicas possuem menos distúrbios neuropsiquiátricos

(NASCIMENTO; et al., 2012).

Nitrini (2006) relata o esforço nas pesquisas de novos medicamentos

que atuam sobre as placas amilóides e proteína tau, porém tal esforço ainda

não refletiu na melhora do estado do paciente. É provável que futuramente as

pesquisas alcancem um diagnóstico antecedente à doença de Alzheimer,

permitindo assim um tratamento precoce.

27

1.8 Prevenção

Atualmente não há prevenção para a doença de Alzheimer, mais

estudos mostram que futuramente será possível retardar o progresso da

doença. Várias intervenções são tidas como capazes de prevenir a

(DA), mais nenhuma realmente comprovada, tais como: dieta, exercícios,anti-

inflamatórios não esteroidais (AINES’s) e reservas cognitivas (AHAF; 2012f).

Estudos têm mostrado que a alimentação pode aumentar ou diminuir o

risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Um exemplo de alimentação

saudável é a dieta com grãos integrais, frutas, legumes e pobre em açúcar e

gordura, podendo trazer benefícios contra doenças crônicas. Um tempero

extraído do açafrão, chamado curcumina vem sendo estudado e pode

apresentar uma diminuição na quantidade de placas de beta-amilóide

associado com a doença de Alzheimer, um dos problemas apresentados é que

para o corpo humano é muito difícil à absorção da curcumina, dificultando

assim a passagem dela do sangue para o cérebro, sendo assim não

apresentando nenhuma eficácia comprovada (AHAF; 2012f).

Forlenza (2005), relatou que a terapia de reposição estrogênica como

forma de ação preventiva da DA, não surtiu efeito, ou teve eficácia com base

em seus estudos. O extrato de Ginkgobiloba exerce ação preventiva sobre a

neurotoxicidade pelo beta-amilóide e também protege os tecidos nervosos

contra lesões oxidativas. Entretanto não é possível afirmar ao certo esta ação

preventiva, estudos estão sendo avaliados para a confirmação desta.

Uma relação feita sobre atividade física e o risco de desenvolver

Alzheimer demonstrou que pessoas com uma idade em torno dos 65 anos que

praticam atividade física por 15 minutos, 3 vezes na semana, apresentaram

uma diminuição considerável de 35 a 40%, dos risco de desenvolver a DA,

apesar desses resultados, não foi comprovado que o exercício pode prevenir a

doença, mesmo assim pacientes com Alzheimer já estão colocando em sua

rotina um cronograma de exercícios que ajuda a fazer a manutenção da força

28

muscular, diminuição da fragilidade, e elevação do humor, melhorando a

qualidade de vida do paciente (AHAF; 2012f).

Segundo Inouye, Pedrazzani e Pavarini (2010):

“Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Esta definição inclui seis domínios principais: saúde física, estado psicológico, níveis de independência, relacionamento social, características ambientais e padrão espiritual.”

Começamos a ter reservas cognitivas na infância, com nossos hábitos

de leitura, durante a infância e adolescência temos um rápido crescimento do

sistema nervoso central, qualquer atividade mental pode contribuir para formar

ligações vitais neurais, podendo durar uma vida, então fazer novas atividades,

aprender novas habilidades, exercitar o cérebro da uma continuação na

construção de novas conexões, reduzindo assim o risco da doença de

Alzheimer (AHAF; 2012f).

De acordo com pesquisadores os (AINEs) ibuprofeno e naproxeno não

apresentaram nenhum benefício contra a doença de Alzheimer, mesmo assim

cientistas continuam as pesquisas com antiinflamatórios para tentar diminuir o

desenvolvimento da DA(AHAF; 2012f).

Através do conhecimento atual sobre as intervenções levando em conta

os fatores de risco envolvidos na DA, fica incapaz dirigir uma pessoa a uma

forma de prevenção expressiva (ALMEIDA, 2005).

1.9 Família e Cuidadores

Os portadores da doença de Alzheimer precisam de ajuda

constantemente para realizar atividades rotineiras. Para a realização de

determinadas tarefas o paciente precisará de um “cuidador”, onde na maioria

das vezes são filhos ou algum parente próximo da família(GARRIDO e

ALMEIDA, 1999). Eles possuem importantes funções, impondo decisões e

29

incorporando atividades que passam de sua inteira responsabilidade

(LUZARDO; et al., 2006).

Porém devido às complicações das doenças degenerativas muitos dos

cuidadores passam a ser influenciado pelas alterações comportamentais e

cognitivas do paciente(GARRIDO e ALMEIDA, 1999). Cerca de 30% dos

cuidadores entram em processo de depressão de acordo com a gravidade da

doença no paciente, assim quanto mais grave a doença do paciente mais

elevada será a depressão do cuidador (PINTO; et al., 2009).

À medida que a doença se instala o cuidador passa a adquirir sintomas

semelhantes ao do paciente, como: raiva, tristeza, angústia, medoe culpa

devido à sobrecarga excessiva de horas na companhia do paciente podendo

chegar até 13 horas diárias(MARTÍNEZ e PAZITKOVÁ, 2010).

O convívio excessivo com o paciente geralmente causa certas limitações

aos cuidadores, impedindo a realização de tarefas trazendo consigo perdas de

habilidades, em consequência dessas limitações. As limitações dos pacientes

normalmente acontecem, quando o mesmo necessita da ajuda para a

realização de atividades para sua sobrevivência. Com o avanço da doença o

cuidador acaba perdendo um pouco da sua autonomia (GARRIDO e ALMEIDA,

1999).

Outro aspecto importante a ser debatido é o desgaste do cuidador que

aumenta conforme a doença, necessitando o paciente cada vez mais de

cuidados, devido a esse aumento pode ocorrer desavenças entre familiares

que não conseguem se dividir nos afazeres (GARRIDO e ALMEIDA, 1999).

30

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar o perfil de pessoas com a Doença de Alzheimer na cidade de

Fernandópolis – SP.

2.2 Objetivos específicos

a) Estabelecer o perfil do paciente portador da doença;

b) Avaliar os aspectos farmacoterápicos e/ou comportamento do portador da

doença;

c) Relatar o nível de informação do cuidador junto ao paciente.

31

3. MÉTODOS

3.1 Princípios metodológicos

Aplicou-se uma pesquisa exploratória, ou seja, entrevistas padronizadas

a partir de um questionário estruturado, com questões abertas e fechadas.

3.2 Aplicação do instrumento de avaliação

O presente trabalho foi realizado através de uma pesquisa feita na

cidade de Fernandópolis-SP a qual foi visitada em dias úteis das 14h00min às

17h00min, no período de agosto a setembro de 2012. De acordo com o

consentimento dos entrevistados, fez-se um levantamento de dados a partir de

um questionário previamente estruturado.

3.3 Locais de aplicações do questionário

O questionário foi aplicado nas residências dos portadores da Doença

de Alzheimere seus respectivos endereços foram levantados através do

prontuário de diagnóstico e tratamento em mais respectivas unidades básicas

de saúde, como segue:

a) Unidade de Saúde da Família Dr. Paulo Sano, situada na rua Pastor Alcides

Pereira de Souza, 174, CDHU Albino Mininelli.

32

b) Estratégia de Saúde da Família André Malavazzi, - CECAP, situada na rua

E, 125, CECAP.

c) Estratégia de Saúde da Família Dr. Antônio Milton Zambom – CAIC, situada

na Rua Benedita Cruz, 747, Bernardo Pessuto.

d) Estratégia de Saúde da Família WaltrudesBaraldi, situada na Avenida da

Saudade, 1011, Jd. Planalto.

e) Estratégia de Saúde da Família Dr. Alexandre Zilenovski, situada na Avenida

Carlos Barozi, 515, Brasilândia.

f) Estratégia de Saúde da Família Américo Possari, situada na Rua Rubens

Padilha Meato, 926, Jd. Paraíso.

g) Unidade Básica da Saúde Antônio Santilio, situada na Avenida Paulino M.

Duran, 319, COHAB Antônio Brandini.

h) Estratégia de Saúde da Família Heitor Maldonado, situada na Rua Das

Araras, 106, Araguaia.

3.4 Critérios de inclusão

Foram incluídos na amostra, pacientes portadores da Doença de

Alzheimer do sexo masculino e feminino, de diversas classes socioeconômicas

que utilizam ou não medicamentos para o tratamento.

3.5 Critérios de exclusão

Foram excluídos todos os usuários que não concordaram em assinar o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

33

3.6 O instrumento da pesquisa

O instrumento foi criado utilizando uma linguagem informal para facilitar

o entendimento dos entrevistados e foi composto dos seguintes subgrupos de

informação:

Informações sobre o paciente e cuidador

Qual a idade do paciente?

Qual o sexo do paciente?

( ) Homem ( ) Mulher.

Qual o grau de escolaridade do paciente?

( ) Analfabeto; ( ) Ensino médio; ( ) Ensino fundamental;

( ) Nível superior.

À quanto tempo descobriu a doença?

Há alguma pessoa que cuida do paciente?

( ) Sim; ( )Não.

Se SIM quem é o cuidador?

( ) Empregada ( ) Marido ou Esposa

( ) Filho(a) ( )Outros_____________

O cuidador apresenta ou apresentou alguma doença no período?

( ) Sim; ( )Não.

Se SIM, quais?

Houve melhora na vida do paciente com o tratamento?

Informações sobre a doença

À quanto tempo descobriu a doença?

Quais os sintomas apresentados pelo paciente?

Outra pessoa da família tem ou teve a doença de Alzheimer?

( )sim; ( ) não.

34

Após o inicio da Doença de Alzheimer, apresentou outro tipo de doença?

( )sim; ( )não.

Se SIM, quais?

Informações sobre a terapia

Quais medicamentos são utilizados?

a) O paciente faz uso de outro tipo de terapia além da medicamentosa?

( ) sim; ( ) não.

b) Se SIM, quais?

( ) Fisioterapia respiratória; ( ) Fonoaudiologia;

( ) Visitas; ( ) Exercício e movimento ( ) Outros _______________

Você tem Problemas em adquirir os medicamentos que necessita? ( ) sim; ( ) não.

B) Se sim, por que (motivo)?

( ) Financeiro;

( ) Não tem na rede pública;

( ) Outros ________________________.

C) Quais medicamentos?

A) Geralmente onde você adquire medicamentos?

( ) rede publica; ( )drogaria.

Hábitos do paciente

O paciente pratica alguma atividade física?

( ) Sim; ( )Não; ( ) Impossibilitado.

O paciente tem dificuldade de fazer as atividades rotineiras?

( ) Sim; ( )Não.

Durante sua vida o paciente mantinha hábitos intelectuais, como:

( )Leitura; ( )Palavras cruzadas; ( )Outros______________

35

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram realizadas 40 entrevistas durante 1 mês (setembro de 2012), em

várias unidades básicas de saúde da cidade de Fernandópolis de forma

simultânea para evitar interferências de sazonalidade entre os setores

pesquisados.

4.1 Faixa etária dos entrevistados

Figura 6 – Distribuição percentual da faixa etária dos entrevistados, Fernandópolis – SP, 2012

(n=40).

Verificou-se que embora na sociedade tenha alguns casos da doença

em pessoas de 50 anos (VARELLA, 2012), neste estudo não foi relatado

nenhum paciente portador da DA com esta idade. Em comparação com o

estudo de BANBATO e NASCIMENTO (2007), o número de pessoas com a

doença aumenta gradualmente de cinco em cinco anos o que não foi

demonstrado em pacientes na faixa etária de 80 a 84 anos, sendo o maior

número de paciente com a doença com idade entre 85 e 89 anos.

36

4.2 Gênero

Figura 7 - Percentual da doença em relação ao gênero do portador da doença de

Alzheimer,Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

Examinou-se que a grande maioria das pessoas com a doença de

Alzheimer relatado neste estudo foram mulheres, resultado que era o

esperado, apontando um risco maior do gênero feminino na doença, não sendo

comprovado se pelo próprio gênero ou pelo fato de mulheres viverem mais do

que os homens (ALZHEIMERMED, 2012a).

37

4.3 Grau de escolaridade

Figura 8 – Nível de escolaridade dos portadores da doença de Alzheimer, Fernandópolis – SP, 2012

(n=40).

O grau de escolaridade é um fator envolvido no aumento do risco de se

contrair a doença de Alzheimer. Quanto maior o nível de escolaridade menor o

risco de ter a doença no futuro (RODRÍGUEZ e HERNÁNDEZ, 2002).

A figura 8 mostra que os analfabetos são maioria dentre os portadores

da doença de Alzheimer (42,50%), enquanto o número decresse a medida que

aumenta a escolaridade.

38

4.4 Tempo da doença

Figura 9 – Percentual do tempo da doença em relação aos portadores da doença de Alzheimer,

Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (2012a), o paciente portador

da doença de Alzheimer pode sobreviver de 15 a 20 anos após o começo da

doença.

Analisando a figura 9, nota-se que a grande maioria dos pacientes

possuem a doença no período de 1 a 5 anos (55%), seguido de 37,50% de

pacientes que possuem a doença de 6 a 10 anos, totalizando 92,50% dos

casos pesquisados nesta amostra. Apenas 2,50% dos pacientes atendem as

expectativas e sobrevivem após 15 anos da doença.

39

4.5 Possui cuidador?

Figura 10 – Percentual dos portadores da doença de Alzheimer que possuem cuidadores,

Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

Os portadores da doença de Alzheimer necessitam de ajuda

constantemente para realizar todas ou a maioria de suas atividades, possuindo

importantes funções, impondo decisões e incorporando atividades que passam

de sua inteira responsabilidade (LUZARDO; et al., 2006), e caso não haja esse

acompanhamento por um cuidador, o paciente ficaria impossibilitado de realizar

tais funções como: locomoção, cuidados de higiene básica e alimentação por

exemplo (INOUYE, 2008).

Os dados apresentados na figura 10, corraboram com as pesquisas,

onde todos os pacientes portadores de DA possuem um acompanhamento no

seu dia a dia.

40

4.6 Quem é o cuidador

Figura 11 – Percentual das pessoas relacionadas aos cuidados dos portadores da doença de

Alzheimer, Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

Os dados apresentados na figura 11 mostra-se que 52,50% dos

cuidadores dos pacientes são seus filhos, dados que apresentam similaridade

com GARRIDO e ALMEIDA, (1999), que diz que a maioria dos cuidadores são

filhos ou algum parente próximo a família.

41

4.7 Cuidador apresentou alguma doença?

Figura 12 – Percentual de presença de doença em cuidadores dos portadores da doença de

Alzheimer, Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

Devido ao convívio excessivo com o portador da doença, os cuidadores

são influenciados pelas alterações cognitivas dos pacientes, muitas vezes

ocasionando um processo de depressão (PINTO; et al., 2009). O grande

contato com o paciente leva ao cuidador adquirir sintomas parecidos com os do

portador da doença de Alzheimer (MARTÍNEZ e PAZITKOVÁ, 2010).

A figura 12 mostra que 22,50% dos cuidadores apresentaram alguma

doença relacionada ao convívio com o paciente, sendo que a grande maioria

das doenças adquiridas foram relacionadas com a depressão. Essas doenças

relacionadas ao convívio excessivo e a depressão também foram

diagnosticadas no estudo de Cruz e Hamdan(2008).

42

4.8 Atividade física

Figura 13 – Percentual dos portadores da doença de Alzheimer que praticam atividades físicas,

Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

De acordo com Vital e cols. (2010), a atividade física é um tratamento

acessível e eficiente para combater a depressão, um sintoma muito presente

em pacientes com a doença de Alzheimer. No entanto a figura 13 relata que

apenas 7,50% dos pacientes praticam alguma atividade física, sendo que

62,50% dos pacientes portadores da DA estão possibilitados, porém não

praticam, enquanto 30% estão impossibilitados.

43

4.9 Dificuldade em fazer atividades rotineiras?

Figura 14 – Percentual dos portadores da doença de Alzheimer que possuem dificuldades em

desenvolver atividades rotineiras, Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

A dificuldade nas atividades rotineiras é um dos sintomas mais visíveis

na doença, e parte desde o estágio inicial se tornando ainda mais claro nas

fases mais graves da doença de Alzheimer (WHO, 2012a; b).

O estudo mostra que 62,50% dos pacientes relatados na amostra

possuem esta dificuldade, o resultado sugere que este é um sinal claro para

que se tenha um possível diagnóstico da doença (WHO, 2012a). As atividades

mais encontradas foram: tomar banho, comer, escovar os dentes, vestir-se etc.

44

4.10 Doença na família

Figura 15 – Percentual de histórico familiar da doença de Alzheimer em relação aos portadores

da doença de Alzheimer, Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

O histórico familiar da doença, junto à idade avançada é o fator que

melhor é estabelecido para a doença de Alzheimer, não significando que todas

pessoas que tenham predisposição genética, vão chegar a contrair a doença

(BRASIL, 2010). O estudo mostra que apenas 35% dos pacientes da amostra

(n=14) possuem casos da doença na família, significando que mesmo o

histórico familiar sendo um fator de risco estabelecido, o mesmo não abrange a

metade dos casos estudados.

45

4.11 Prática de hábitos intelectuais

Figura 16 – Percentual da prática de hábitos intelectuais na vida dos portadores da doença de

Alzheimer, Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

Estudos mostram que a prática de qualquer atividade mental contribui

para o aumento de nossas reservas cognitivas, embora seja sabido que não há

uma prevenção para a doença de Alzheimer, outros mostram que exercitar o

cérebro contribui para a construção de novas conexões, reduzindo assim o

risco de contrair a doença Alzheimer;(AHAF; 2012f). Neste estudo foi relatado

que 60% dos pacientes praticavam regularmente atividades intelectuais antes

de ser diagnosticado a doença, assim demostrando que atividades que

exercitam o cérebro não podem ser vistas como uma forma de prevenção

direta.

46

4.12 Outras terapias

Figura 17 - Distribuição percentual de terapias auxiliares utilizadas pelos portadores da doença

de Alzheimer, Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

Uma grande variedade de terapias não farmacológicas é utilizada como

uma tentativa de melhorar a qualidade de vida do paciente. Estudos mostram

terapias específicas para determinados sintomas como, fisioterapia,

fonoaudiologia, fisioterapia respiratória entre outras (ALZHEIMERMED, 2011).

A figura 17relata que apenas 20% dos pacientes fazem o uso de terapia não

medicamentosa, sendo: fisioterapia em 12,50% e fonoaudiologia em 7,50%dos

pacientes, enquanto 80% dos pacientes não fazem nenhum outro tipo de

terapia.

47

4.13 Medicamentos utilizados para o tratamento da doença de

Alzheimer

Figura 18 – Distribuição percentual da utilização de medicamentos por portadores da doença

de Alzheimer, Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

A figura 18 apresenta que os portadores de Alzheimer (n=40), 37,50%

utilizam rivastigmina, seguido de 17,50% do farmáco donepezil e 10% a

memantina. Dados que corroboram com o estudo de Vega e Cols (2007), que

em um (n=35) relataram 39,3% de uso de rivastigmina e 6% do farmáco

donepezil.

Também foramrelatados os pacientes que fazem o uso de dois

medicamentos (10%), pacientes que nunca fizeram o uso dos mesmos

(17,5%), e também aqueles que pararam a administração pelo fato de não

haver mais uma ação do medicamento no caso avançado do paciente (5%).

48

4.14 Local onde adquire o medicamento

Figura 19 – Distribuição percentual dos locais onde são adquiridos os medicamentos utilizados

pelos portadores da doença de Alzheimer, Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

Os inibidores de acetilcolinesterase e o antiglutamatérgico estão

disponíveis na rede pública (ABRAZ, 2012), local que é responsável por 70%

do fornecimento destes medicamentos para os portadores da doença de

Alzheimer pesquisados (figura 19). Os outros 30% que adquirem em drogarias

relataram que compram os medicamentos por falta do medicamento na rede

pública local.

49

4.15 Problemas para adquirir os medicamentos

Figura 20 – Distribuição percentual de problemas encontrados para adquirir os medicamentos

necessários aos portadores de doença de Alzheimer, Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

A falta de medicamentos é um grande problema quando falamos em

adquirir o medicamento na rede pública, sendo um importante pilar na política

farmacêutica, o sistema de saúde pública é frágil e limitado, causando danos à

população (OPAS, 2009), porém nesta pesquisa 87,50% dos entrevistados

relataram não possuir nenhum tipo de problema para adquirir os medicamentos

específicos para a doença de Alzheimer, logo 12,50% disseram que muitas

vezes os medicamentos faltam na rede pública, sendo obrigados a comprar ou

não por falta de condições financeiras.

50

4.16 Melhora na vida do paciente

Figura 21 – Percentual da melhora na vida em portadores da doença de Alzheimer,

Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

A doença de Alzheimer não possui cura. Os tratamentos são utilizados

com o objetivo de estabilizar o estado do paciente (BRASIL, 2010). Na figura

21 verificamos se houve ou não melhora na vida do paciente após o começo do

tratamento farmacológico. Em metade dos pacientes, os cuidadores relataram

que não houve melhora, mais sim um controle do estado do paciente. Já

37,50% relataram uma melhora, seguido por 12,50% que disseram que os

pacientes pioraram após o começo do tratamento farmacológico.

51

4.17 Outras patologias relatadas

Figura 22 – Distribuição percentual de outros males relatados nos portadores da doença de

Alzheimer, Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

A patologia mais frequente é a pneumonia, pois com a evolução da DA,

o sistema imunológico se enfraquece, possibilitando a perda de peso,

aumentando a chance de contrair uma infecção na garganta e no pulmão

(OLIVEIRA; et al., 2005). Na figura 22 foi relatado que 70% dos pacientes não

contraíram outros males durante o período da doença de Alzheimer. A

patologia mais evidenciada foi à pneumonia com 17,50% dos pacientes,

seguido por Acidente Vascular Encefálico (5%), parada respiratória (2,50%),

anemia (2,50%) e Corpus de Lewi (2,50%).

52

4.18 Efeitos adversos dos medicamentos

Figura 23 – Distribuição percentual de efeitos adversos ocasionados pelos medicamentos nos

portadores da doença de Alzheimer, Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

Alguns efeitos adversos são relacionados à administração dos

medicamentos para a doença de Alzheimer, como relatado no estudo de

Chaves e Ferreira (2008), estes são: bradicardia, tonturas, ansiedade,

sonolência, perca de peso, problemas gastrointestinais, dor de cabeça etc. A

figura 23 relatou quatro efeitos adversos: Tontura (7,50%), perda de peso (5%),

sonolência (2,50%) e ansiedade (2,50%). Logo foi relatado que a maioria dos

pacientes (82,50%) não teve efeitos adversos relacionados à doença de

Alzheimer.

53

4.19 Fases da doença

Figura 24 – Distribuição percentual da fase da doença em portadores da doença de Alzheimer,

Fernandópolis – SP, 2012 (n=40).

Os pacientes relatados nesta pesquisa, foram enquadrados através dos

sintomas nas três fases da doença de Alzheimer segundo a WHO (2012), são

elas a fase inicial, intermediária e tardia. Na fase inicial os sinais e sintomas

mais relacionados são o esquecimento, a perda de controle do tempo, perda de

peso e o paciente se perde em lugares familiares, na fase intermediária os

sintomas mais claros são: esquecimento dos acontecimentos recentes, nomes

das pessoas, se perde na própria casa, tem uma crescente dificuldade na

comunicação, necessita de ajuda para cuidados pessoais, mudanças de

comportamento e questionamento repetitivo, já na fase tardia os sinais e

sintomas mais relacionados são: inconsciência do tempo e do lugar, dificuldade

em reconhecer familiares e amigos, necessidade crescente de atendimento,

dificuldade para andar e mudanças de comportamento podendo inclusive ser

agressivo (WHO, 2012a; b).

A maioria dos pacientes (87,50%) está na fase intermediária da doença

relatando os seguintes sintomas: esquecimento de acontecimentos recentes,

nomes das pessoas, dificuldade na comunicação, ajuda para cuidados

54

pessoais, mudanças de comportamento e questionamento repetitivo. Em fase

inicial foram relatados 5% dos pacientes apresentando sintomas como:

esquecimento, perda de controle do tempo, perda de peso e o paciente se

perdem em lugares familiares. Enquanto na fase tardia foram relatados 7,50%

dos pacientes, relatando inconsciência de tempo e de lugar, dificuldade em

reconhecerem familiares e amigos, necessidade crescente de atendimento,

dificuldade para andar e mudanças de comportamento podendo inclusive ser

agressivo.

55

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sintomas da Doença de Alzheimer foram relatados apenas em 1906

pelo neurologista Alois Alzheimer, demonstrando o declínio progressivo do

estado cognitivo da pessoa afetada, sendo possível diferenciar esta demência

da senilidade.

Através do estudo do presente trabalho foi possível relatar o perfil dos

portadores de Alzheimer, avaliar os aspectos farmacoterápeuticos e

comportamento do portador da doença e também relatar o nível de informação

do cuidador junto ao paciente,diagnosticando que a maioria são mulheres, a

faixa etária mais comum foi de 85 a 89 anos de idade, relatando que já

possuíam a doença em torno de 1 a 5 anos, sendo a maior parte analfabeta e

pelos sinais e sintomas apresentados, em fase intermediária.

Os dados apresentados mostram que todos os portadores da doença de

Alzheimer são acompanhados por algum cuidador, tendo dificuldades ou não

de realizar as atividades do dia a dia, onde mais da metade dos cuidadores são

seus filhos. Pelo convívio excessivo com o paciente, os cuidadores em uma

minoria apresentaram patologias, onde a depressão foi a mais relatada.

Ao avaliar os dados nota-se que a maioria dos portadores da doença de

Alzheimer tem condições de realizar atividades físicas, porém um número

pequeno destes pacientes pratica algum exercício físico, que é acessível e

eficiente contra a depressão.

Analisando os dados verifica-se que tanto a prática de hábitos

intelectuais quanto o histórico familiar da doença de Alzheimer são fatores

predisponentes, todavia neste estudo não foram expressivos.

Os anticolinesterásicos e antiglutamatérgicos são as classes de

medicamentos utilizados para tratamento da DA, sendo eles a rivastigmina,

donepezil, galantamina e memantina.Estes medicamentos são adquiridos

através de um processo no alto custo (rede pública), e quando estão em falta,

os pacientes por necessidade se vêem obrigados a obtê-los mesmo não

possuindo condições financeiras. A eficácia dessa terapia medicamentosa é

limitada, pois não proporciona uma cura e sim um controle no quadro clínico do

56

paciente, os efeitos adversos mais comuns apresentados por esses

medicamentos são: tontura e perda de peso.

Analisando os dados o uso de outros tipos de terapias que visam a

melhora da qualidade de vida do paciente é pouco utilizado, por falta de

conhecimento por parte das pessoas ou até mesmo por um custo elevado.

Com o progresso da DA o sistema imunológico do paciente se

enfraquece, contribuindo para o aparecimento de outras patologias, no

presente estudo a pneumonia foi àúnica patologia significante relatada.

De ante do exposto, cabe ressaltar que os números obtidos são dados

referidos e que estão sujeitos a esquecimento, ligeireza e omissão nas

respostas.

Em suma, a análise final desse trabalho traz à tona a necessidade de

um melhor conhecimento da doença de Alzheimer, por medidas educativas na

população, nos profissionais de saúde e pesquisadores, buscando encontrar

uma cura ou até um melhor controle desta enfermidade, pois através da

pesquisa conseguimos analisar o quanto a qualidade de vida tanto dos

portadores da DA, quanto das pessoas envolvidas são prejudicadas.

57

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62

APÊNDICE A

Fundação Educacional de Fernandópolis

F.E.F. Faculdades Integradas de Fernandópolis – FIFE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

1- Registro explicativo da pesquisa

Titulo da pesquisa:“Perfil de portadores da doença de Alzheimer de comunidades da cidade de Fernandópolis - SP”

Orientador da pesquisa:PROF. MS.REGES EVANDRO TERUEL BARRETO

Autores da pesquisa: FÁBIO TAVARES DE AGUIAR

MARCUS VINICIUS DE OLIVEIRA SOUSA

MATHEUS AZAMBUJA OLIVEIRA

RUANITO DELFINO DA SILVA FREITAS

2- Informações aos Sujeitos da Pesquisa

O(a) Sr.(a) está sendo convidado(a) à participar da nossa pesquisa. Responderá

perguntas sobre: seu perfil, qualidade de vida e medicamentos utilizados.

Se o(a) Sr.(a) concordar em participar do nosso trabalho, nós lhe faremos

algumas perguntas que serão registradas por escrito.

Concordado em participar desta pesquisa o(a) Sr.(a) não terá benefício direto, no

entanto, os resultados podem servir para que outros profissionais conheçam o perfil de

paciente com a Doença de Alzheimer na comunidade de Fernandópolis.

O(a) Sr.(a) tem todo o direito de não aceitar participar desta pesquisa, e no caso

da participação poderá deixar de participar a qualquer momento, sem prejuízo algum.

Tem o direito de receber respostas a qualquer duvida relacionada com a pesquisa, e o

direito de não ser identificada tendo sua privacidade preservada.

3- Identificação e Consentimento do Sujeito ou Responsável Legal

Nome:____________________________________________________________

Endereço:__________________________________________________________

Telefone: ( )________________________________________________________

Após ter recebido as informações sobre esta pesquisa, declaro que entendi o que

me foi explicado e concordo em participar da mesma tendo garantidos os direitos

relacionados acima, conforme a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde:

Fernandópolis, _________ de____________________de 2012.

_________________________________________________________

Assinatura do sujeito da pesquisa

________________________________________________________________

Assinatura do orientador ou pesquisador responsável

63

APÊNDICE B

Fernandópolis, 09 de Agosto de 2012

Caro(a) sr(a),

Vimos, por meio desta, apresentar o projeto “Perfil, Qualidade de Vida e Uso de

Medicamentos por Pacientes com Doença de Alzheimer na Comunidade de

Fernandópolis.”, que está sendo desenvolvido por alunos do curso de Farmácia, da

Fundação Educacional de Fernandópolis, como requisito para o Trabalho de conclusão do

Curso de Farmácia.

O trabalho tem como objetivo tanto avaliar a qualidade de vida de pacientes

portadores da Doença de Alzheimer, quanto orientar possíveis estratégias para sua melhora,

tendo em vista o uso de medicamentos e outras terapias.

Certos que podemos contar com sua valiosa colaboração, colocamo-nos a disposição

para maiores esclarecimentos.

Atenciosamente,

____________________________ __________________________

Fábio Tavares Aguiar Marcus Vinicius de Oliveira Sousa

Aluno de graduação do 8° período de Farmácia Aluno de graduação do 8° período de Farmácia

Fundação Educacional de Fernandópolis Fundação Educacional de Fernandópolis

_____________________________ _____________________________

Matheus Azambuja Oliveira Ruanito Delfino da Silva Freitas

Aluno de graduação do 8° período de Farmácia Aluno de graduação do 8° período de Farmácia

Fundação Educacional de Fernandópolis Fundação Educacional de Fernandópolis

___________________________

Prof. Me. Reges Evandro Teruel Barreto

Orientador

Fundação Educacional de Fernandópolis

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