perfil de mortalidade das doenças relacionadas a um … · 2008-10-30 · destaco minha turma de...

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___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Ministério da Saúde Fundação Oswaldo Cruz Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães Departamento de Saúde Coletiva Residência Multidisciplinar em Saúde Coletiva Perfil de Mortalidade das Doenças Relacionadas a um Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) do Estado de Minas Gerais Uma Análise Descritiva Antonio Flaudiano Bem Leite ORIENTADOR Prof. Carlos Antonio Alves Pontes RECIFE - 2005 VOLUME I

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Ministério da Saúde

Fundação Oswaldo Cruz

Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães

Departamento de Saúde Coletiva

Residência Multidisciplinar em Saúde Coletiva

Perfil de Mortalidade das Doenças

Relacionadas a um Saneamento Ambiental

Inadequado (DRSAI) do Estado de Minas Gerais

Uma Análise Descritiva

Antonio Flaudiano Bem Leite

ORIENTADORProf. Carlos Antonio Alves Pontes

RECIFE - 2005

VOLUME I

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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ANTONIO FLAUDIANO BEM LEITE

PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL

INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA –

RECIFE, 2005

Monografia apresentada ao Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães como requisito parcial para obter título de Especialista no Curso de Pós-Graduação lato sensu de Residência CPqAM/FIOCRUZ/MS, sob orientação do Prof. Dr. Carlos Antonio Alves Pontes.

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ANTONIO FLAUDIANO BEM LEITE

PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL

INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA –

Monografia aprovada como requisito parcial à obtenção do título de Especialista no Curso de Pós-Graduação latu sensu de Residência CPqAM/FIOCRUZ/MS, pela Comissão formada pelos Professores:

Orientador: _________________________________________________________

Prof. Carlos Antonio Alves Pontes – Pesquisador Colaborador do NESC/CPQAM/FIOCRUZ/MS

Debatedora: ________________________________________________________

Profª. Rosa Maria Carneiro – Departamento de Medicina Social/Universidade Federal de Pernambuco

Recife, 2005.

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DEDICATÓRIA

Dedico:

A todos os meus Amigos diretamente (Adelmo, Adnéia, Andreza, Alan, Alessandro,

Amaral, André, Bruno, Fernanda Sousa, Fernanda Rocha, Francisco, Ildembergue,

Ismael, Izabel, Líbia, Roberio e Solange) e indiretamente os mais próximos e mais

distantes;

A todas aquelas Pessoas que a pari passo acompanharam minha luta, e destes

destaco minha turma de Residência (André Ricardo, Cristiane, Juliana, Luiz Claudio,

Pricila, Talita e Valéria); e

Ao Povo Brasileiro, o qual financiou os meus estudos e especificamente essa

capacitação de residência.

Homenageio e também dedico:

À minha Família: Pais (Francisco e Constância); Irmãos (Flaudiêr, Cleidimar,

Cleomar, Claudia (in memorian), Flávio, Aparecida e Andresa); Sobrinhos (Thiago,

Diego, Ruan, Ivan Filho, Ruy, Breno, Antonio, Claudia e o Bebê que vai chegar);

Tios, demais Parentes, Mestres e Amigos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, de antemão ao orientador, Carlos Pontes, que se disponibilizou a

prestar informação, tempo e saber com críticas saudáveis e inafastáveis na

elaboração final desse trabalho. Monto-me de congratulações à debatedora, Rosa

Maria Carneiro, que com acolhimento se dispôs a realizar a leitura e tecer

contribuições e comentários finais de extrema relevância. E a todos aqueles o quais

contribuíram direta ou indiretamente em momentos oportunos no desenvolver desse

estudo, claro, sem sombra de dúvidas, posso estender fortuitos e grandiosos

cumprimentos, os quais não posso deixar de citar por suas gloriosas contribuições:

− André Monteiro Costa;

− Evania Freire Galindo;

− Ildemberque Leite de Souza;

− Todos da minha turma de Residência, já citados;

− Todos os Professores que faz parte do quadro de docentes do CPqAM;

− Todos os Funcionários desta instituição; e

− As pessoas que compõem o Distrito Sanitário III e a Diretoria de

Epidemiologia e Vigilância à Saúde (DIEVS).

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A busca por objetivos concretos, diretos, concisos e

éticos e morais que promovam e desencadeie ações nas mesmas

proporções para sociedade, são desejos e sonhos que projetamos

o tempo inteiro e que só os encontramos em nosso foro íntimo.

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RESUMO

Este estudo tem como objetivo principal analisar descritivamente o perfil de

mortalidade das Doenças Relacionadas a um Saneamento Ambiental Inadequado

(DRSAI) no estado de Minas Gerais, contextualizando-as em relação as principais

grupos de causas de óbitos no âmbito nacional e regional. Tem também como

característica fomentar e impulsionar as discussões no campo acadêmico e do

serviço da relação saúde e saneamento. O tipo de estudo utilizado é de agregado,

observacional e de série histórica, tendo como principal unidade de análise o

Município. O período englobou os anos de 1996 a 2002. Foram utilizados dados

secundários do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), e outros como

auxiliares na elaboração de coeficientes, tais quais Censo 2000 e Sistema de

Informação de Nascidos Vivos (SINASC). Os resultados evidenciaram que em todos

os indicadores selecionados e produzidos houve declínio sensível. Neste contexto

Minas Gerais apresentou, comparativamente, um maior decremento em relação à

região Sudeste. Todos os coeficientes de mortalidade específicos - doenças infecto-

parasitária (DIP), doença relacionadas a um saneamento ambiental inadequado

(DRSAI) dentre elas as diarréias e doença de chagas e o coeficiente de mortalidade

infantil em todos os aspectos diminuíram, exceto para as endêmicas. Um destaque

importante nesta premissa é que ela não se caracteriza como universal para todos

os territórios. Cada um contém sua particularidade epidemiológica, não como um

padrão, mas como um processo histórico de construção de perfis, as quais devem

ser esmiuçadas de modo analítico, operacional e resolutivo por cada gestor do

sistema de saúde local, aponto de explicar os inerentes determinantes do processo

saúde-doença, a partir da discussão dos problemas factíveis de resoluções por meio

da lógica de promoção e proteção da saúde, principalmente no que diz respeito as

DRSAI.

Descritores: Epidemiologia Descritiva, Saneamento Ambiental, Mortalidade, Sistema

de Informação.

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ABSTRACT

The objective of this work is a descriptive analysis about mortality’s outline for

diseases related to inadequate environment sanitation (DRSAI) in Minas Gerais

State – Brazil, as well as to contextualize them with the principal cases of death

group in national and regional level. Another goal is stimulate the discussion at

academic and health service sectors about the relation between health-disease

process and sanitation. The epidemiologic study type is descriptive, aggregated,

observation and longitudinal and it has how analysis standard unity the cities of

Minas Gerais State (853 unities), with focus on above geographic territory unity:

Brazil (large national areas and federative states) and specifically Minas Gerais state

(macrorregional, regional and microregional health area) according to geographic

division of Health State General Office (SES-MG). The period of analyses was 1996

to 2002. Secondary data from Mortality Information System (SIM), yonder auxiliary

data from Living Birth Information System (SINASC) and Brazilian Census (2000)

were used to calculate health indicators. At the selected indicators, the results

evidenced an expressive reduction and, in this context, Minas Gerais state presented

a greater decrease than its immediately above region (Sudeste). Except to endemic

diseases, all specific mortality coefficients for infect-parasite diseases (DIP) and

diseases related to inadequate environment sanitation (DRSAI), diarrhea and

Chagas disease for example, were reduced. This observation can also used to

infantile coefficient in all specific aspects. The endemic illness remained stable during

period of analysis. The noticed results aren’t common to all geographic unities, so

each studied one has stood out with a particular epidemiologic outline duo to a

peculiar established history process. Thus, it is necessary to prepare a structured

health plan to improve and to carry out the local health system management and its

actions. At last, one of the most important points to control diseases is health

promotion and prevention projects, mainly to the illness relate to inadequate

environment sanitation (DRSAI).

Key Words: Descriptive Epidemiologic, Environment Sanitation, Mortality, Health

Information system.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Representação e pontos significativos do Box Plot..................................41

Figura 2 – Proporção de Óbitos por Sinais e Sintomas Mal Definidos segundo Brasil, Sudeste e Minas Gerais, 1996 a 2002 ...............................................................43

Figura 3 – Coeficiente de mortalidade específico por DIP segundo Brasil, Grandes Regiões e Minas Gerais, 1996 a 2002. ..............................................................54

Figura 4 – Coeficiente de mortalidade específico por DRSAI segundo Brasil, Grandes Regiões e Minas Gerais, 1996 a 2002. ..............................................................56

Figura 5 – Coeficiente de Mortalidade Infantil segundo Brasil, Grandes Regiões e Minas Gerais, 1996 a 2002. ...............................................................................66

Figura 6 – Coeficiente de Mortalidade Infantil por DIP segundo Brasil, Grandes Regiões e Minas Gerais, 1996 a 2002. ..............................................................67

Figura 7 – Coeficiente de Mortalidade Infantil por diarréia segundo Brasil, Grandes Regiões e Minas Gerais, 1996 a 2002. ..............................................................68

Figura 8 – Anos Potenciais de Vida Perdidos. Brasil, Sudeste e Minas Gerais, 1996 a 2002. ..................................................................................................................70

Figura 9 – Anos Potenciais de Vida Perdidos por DIP. Brasil, Sudeste e Minas Gerais, 1996 a 2002...........................................................................................71

Figura 10 – Anos Potenciais de Vida Pedidos por DRSAI. Brasil, Sudeste e Minas Gerais, 1996 a 2002...........................................................................................73

Figura 11 – Coeficiente populacional de anos potenciais de vida pedidos geral, DIP e DRSAI. Brasil, Sudeste e Minas Gerais, 1996 a 2002. ......................................75

Figura 12 – Coeficiente de Mortalidade Específico por DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ..............................................................79

Figura 13 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartil) por DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. .....................................81

Figura 14 - Coeficiente de mortalidade específico (por quartil) por diarréia segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. .....................................82

Figura 15 - Coeficiente de mortalidade específico (por quartil) por doença de Chagas segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ......................82

Figura 16 – Coeficiente de Mortalidade Infantil por quartil segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1998 a 2002....................................................................85

Figura 17 – Coeficiente de Mortalidade Infantil (por quartil) por DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1998 a 2002. .....................................87

Figura 18 – Coeficiente de mortalidade infantil (por quartil) por diarréia segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1998 a 2002. .....................................89

Figura 19 – Anos Potenciais de Vida Perdidos (quartil) geral, DIP e DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. .....................................91

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Figura 20 – Coeficiente populacional dos Anos Potenciais de Vidas Pedidos (quartil) gerais, DIP e DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ..................................................................................................................93

Figura 21 – Coeficiente de mortalidade específica (por quartis) por DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002................................................95

Figura 22 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartis) por DRSAI segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002................................................96

Figura 23 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartis) por diarréia segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002................................................97

Figura 24 – Coeficiente de mortalidade específica (por quartis) por doença de chagas segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.....................98

Figura 25 – Coeficiente de mortalidade infantil (por quartis) segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1998 a 2002....................................................................99

Figura 26 – Coeficiente de mortalidade infantil (por quartis) por DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1998 a 2002..............................................101

Figura 27 – Coeficiente de mortalidade infantil (por quartil) por diarréia segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1998 a 2002..............................................102

Figura 28 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartis) por DIP segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ....................................104

Figura 29 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartis) por DRSAI segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ....................................105

Figura 30 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartis) por diarréia segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ....................................106

Figura 31 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartis) por doença de Chagas segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ........107

Figura 32– Proporção de municípios segundo qualidade das informações de óbitos. Minas Gerais, 1996 a 2002. .............................................................................109

Figura 33– Proporção de municípios segundo qualidade da informação de nascimentos. Minas Gerais, 1996 a 2002. .......................................................110

Figura 34 - Coeficiente de mortalidade específica (por quartis) por DIP segundo Municípios com qualidade "adequada" e "boa' de informação. Minas Gerais, 1996 a 2002. ....................................................................................................117

Figura 35 - Coeficiente de mortalidade específica (por quartis) por DRSAI segundo Municípios com qualidade "adequada" e "boa' de informação. Minas Gerais, 1996 a 2002. ....................................................................................................118

Figura 36 - Coeficiente de mortalidade específica (por quartis) por diarréia segundo Municípios com qualidade "adequada" e "boa' de informação. Minas Gerais, 1996 a 2002. ....................................................................................................119

Figura 37 - Coeficiente de mortalidade específica (por quartis) por doença de chagas segundo Municípios com qualidade "adequada" e "boa' de informação. Minas Gerais, 1996 a 2002.........................................................................................120

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LISTA DE MAPAS

Mapa 1 – Localização do Estado de Minas Gerais ...................................................48

Mapa 2 – Divisão territorial geográfica do Estado de Minas Gerais segundo Macrorregional de Saúde. ..................................................................................49

Mapa 3 – Divisão territorial geográfica do Estado de Minas Gerais segundo Regional de Saúde............................................................................................................50

Mapa 4 – Divisão territorial geográfica do Estado de Minas Gerais segundo Microrregional de Saúde. ...................................................................................50

Mapa 5 – Distribuição geográfica de municípios segundo qualidade de informação de óbitos e nascimentos “Adequada” e “Boa”. Minas Gerais, 1996-2002. .......111

Mapa 6 – Distribuição geográfica das proporções por DIP em relação aos óbitos gerais segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996. ...............................193

Mapa 7 – Distribuição geográfica das proporções por DIP em relação aos óbitos gerais segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 2002. ...............................193

Mapa 8 – Distribuição geográfica das proporções por DRSAI em relação às DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996. ..........................................194

Mapa 9 – Distribuição geográfica das proporções por DRSAI em relação às DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 2002. ..........................................194

Mapa 10 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996..........................................................195

Mapa 11 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 2002..........................................................195

Mapa 12 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por DRSAI segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996. ..........................................196

Mapa 13 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por DRSAI segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 2002. ..........................................196

Mapa 14 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por diarréia segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996. ..........................................197

Mapa 15 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por diarréia segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 2002. ..........................................197

Mapa 16 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por Doença de Chagas segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996..............................198

Mapa 17 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por Doença de Chagas segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 2002..............................198

Mapa 18 – Distribuição geográfica das proporções de óbitos infantis por DIP em relação aos gerais segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996.............199

Mapa 19 – Distribuição geográfica das proporções de óbitos infantis por DIP em relação aos gerais segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 2002.............199

Mapa 20 – Distribuição geográfica das proporções de óbitos infantis por DRSAI em relação aos de DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1998............200

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Mapa 21 – Distribuição geográfica das proporções de óbitos infantis por DRSAI em relação aos de DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 2002............200

Mapa 22 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade Infantil segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1998..........................................................201

Mapa 23 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade Infantil segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 2002..........................................................201

Mapa 24 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade Infantil por DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1998. ..........................................202

Mapa 25 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade Infantil por DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 2002. ..........................................202

Mapa 26 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade Infantil por diarréia segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1998. .............................203

Mapa 27 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade Infantil por diarréia segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 2002. .............................203

Mapa 28 – Distribuição geográfica das proporções de óbitos por DIP em relação aos gerais segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996........................204

Mapa 29 – Distribuição geográfica das proporções de óbitos por DIP em relação aos gerais segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 2002........................204

Mapa 30 – Distribuição geográfica das proporções de óbitos por DRSAI em relação aos por DIP segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996...............205

Mapa 31 – Distribuição geográfica das proporções de óbitos por DRSAI em relação aos por DIP segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 2002...............205

Mapa 32 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por DIP segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996. ................................................206

Mapa 33 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por DIP segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 2002. ................................................206

Mapa 34 – Distribuição geográfica dos coeficiente de mortalidade por DRSAI específica segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996. ................207

Mapa 35 – Distribuição geográfica dos coeficiente de mortalidade específica por DRSAI segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 2002.......................207

Mapa 36 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por diarréia segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996. .................................208

Mapa 37 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por diarréia segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 2002. .................................208

Mapa 38 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por Doença de Chagas segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996. ....................209

Mapa 39 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por Doença de Chagas segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 2002. ....................209

Mapa 40 – Distribuição geográfica das proporções de óbitos por DIP em relação aos gerais segundo municípios com qualidade de informação “adequada”. Minas Gerais, 1996.....................................................................................................210

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Mapa 41 – Distribuição geográfica das proporções de óbitos por DIP em relação aos gerais segundo municípios com qualidade de informação “adequada”. Minas Gerais, 2002.....................................................................................................210

Mapa 42 – Distribuição geográfica das proporções de óbitos por DRSAI em relação aos de DIP segundo municípios com qualidade de informação “adequada”. Minas Gerais, 1996. .........................................................................................211

Mapa 43 – Distribuição geográfica das proporções de óbitos por DRSAI em relação aos de DIP segundo municípios com qualidade de informação “adequada”. Minas Gerais, 2002. .........................................................................................211

Mapa 44 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por DIP segundo municípios com qualidade de informação “adequada”. Minas Gerais, 1996. ...212

Mapa 45 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por DIP segundo municípios com qualidade de informação “adequada”. Minas Gerais, 2002. ...212

Mapa 46 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por DRSAI segundo municípios com qualidade de informação “adequada”. Minas Gerais, 1996. ................................................................................................................213

Mapa 47 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por DRSAI segundo municípios com qualidade de informação “adequada”. Minas Gerais, 2002. ................................................................................................................213

Mapa 48 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por Diarréia segundo municípios com qualidade de informação “adequada”. Minas Gerais, 1996. ................................................................................................................214

Mapa 49 – Distribuições geográfica dos coeficientes de mortalidade por Diarréia segundo municípios com qualidade de informação “adequada”. Minas Gerais, 2002. ................................................................................................................214

Mapa 50 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por Doença de Chagas segundo municípios com qualidade de informação “adequada”. Minas Gerais, 1996.....................................................................................................215

Mapa 51 – Distribuição geográfica dos coeficientes de mortalidade por Doença de Chagas segundo municípios com qualidade de informação “adequada”. Minas Gerais, 2002.....................................................................................................215

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Gravidade das doenças infecciosas relacionadas à água.......................29

Quadro 2 - Situação da América Latina e Caribe ......................................................30

Quadro 3 - Efeitos das ações de saneamento na saúde...........................................31

Quadro 4 - Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI)............................................................................................................................33

Quadro 5 - Critérios e dotações de valores índices para classificação das informações de óbitos e nascimentos. ...............................................................45

Quadro 6 - Distribuição de proporção de óbitos por DIP e DRSAI segundo Brasil, Sudeste e Mina Gerais, 1996-2002....................................................................54

Quadro 7 – Distribuição do coeficiente de mortalidade específico por grupo de doenças de DRSAI segundo ano de registro dos óbitos. Brasil, 1996 a 2002. ..59

Quadro 8 – Distribuição do coeficiente de mortalidade específico por grupo de doenças de DRSAI segundo ano de registro dos óbitos. Sudeste, 1996 a 2002............................................................................................................................60

Quadro 9 – Distribuição do coeficiente de mortalidade específico por grupo de doenças de DRSAI segundo ano de registro dos óbitos. Minas Gerais, 1996 a 2002. ..................................................................................................................64

Quadro 10 - Distribuição de óbitos infantil por DIP, DRSAI e diarréia segundo Brasil, Sudeste e Minas Gerais, 1996-2002. .................................................................65

Quadro 11 – Distribuição de proporção de óbitos por DIP em relação aos gerais segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. (%) 77

Quadro 12 – Distribuição de proporção de óbitos por DRSAI em relação aos de DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ......................78

Quadro 13 – Distribuição de coeficiente de mortalidade específico por DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. .....................................79

Quadro 14 – Distribuição de coeficiente de Mortalidade Específico por DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ......................80

Quadro 15 – Distribuição de proporção de óbitos infantis geral, DIP e DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996-2002. .........................84

Quadro 16 – Distribuição de coeficiente de Mortalidade Infantil segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. .....................................85

Quadro 17 – Distribuição de coeficiente de mortalidade infantil por DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. .....................................86

Quadro 18 – Distribuição de coeficiente de Mortalidade Infantil por diarréia segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. .....................................88

Quadro 19 – Cálculo dos Anos Potenciais de vida perdidos ajustados...................146

Quadro 20 – Distribuição de municípios segundo Microrregional, Regional e Macrorregional de Saúde de Minas Gerias. .....................................................150

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Quadro 21 – Municípios com qualidade da informação de óbitos selecionados para análise do perfil de mortalidade. Minas Gerais, 1996 a 2002...........................152

Quadro 22 – Distribuição de proporção de óbitos segundo grupo de causas CID-10. Brasil, Sudeste Minas Gerais, 1996 e 2002. ....................................................153

Quadro 23 – Distribuição de óbitos por DIP e DRSAI segundo Grandes Regiões e Unidades Federativas. Brasil, 1996-2002. .......................................................154

Quadro 24 – Distribuição de proporções de óbitos dos grupos de DRSAI segundo Grandes Regiões e Unidades Federativas. Brasil, 1996-2002.........................155

Quadro 25 – Distribuição de coeficientes de Mortalidade Específica por DIP segundo Grandes Regiões e Unidades Federativas. Brasil, 1996 a 2002......................156

Quadro 26 – Distribuição de coeficientes de Mortalidade Específica por DRSAI segundo Grandes Regiões e Unidades Federativas. Brasil, 1996 a 2002. ......157

Quadro 27 – Distribuição de coeficiente de mortalidade Infantil segundo Unidade Federativa, Grandes Regiões. Brasil, 1996 a 2002..........................................158

Quadro 28 – Distribuição de coeficiente de mortalidade Infantil por DIP segundo Unidade Federativa e Grandes Regiões. Brasil, 1996 a 2002. ........................159

Quadro 29 – Distribuição de coeficiente de mortalidade infantil por diarréia segundo Unidade Federativa, Grandes Regiões. Brasil, 1996 a 2002. ..........................160

Quadro 30 – Distribuição dos anos potenciais de vida perdidos segundo faixa etária. Brasil, 1996 a 2002. .........................................................................................161

Quadro 31 – Distribuição dos anos potenciais de vida perdidos segundo faixa etária. Sudeste, 1996 a 2002. .....................................................................................161

Quadro 32 – Distribuição dos anos potenciais de vida perdidos segundo faixa etária. Minas Gerais, 1996 a 2002. .............................................................................161

Quadro 33 – Distribuição dos anos potenciais de vida perdidos por DIP segundo faixa etária. Brasil, 1996 a 2002.......................................................................162

Quadro 34 – Distribuição dos anos potenciais de vida perdidos por DIP segundo faixa etária. Sudeste, 1996 a 2002...................................................................162

Quadro 35 – Distribuição dos anos potenciais de vida perdidos por DIP segundo faixa etária. Minas Gerais, 1996 a 2002...........................................................162

Quadro 36 – Distribuição dos anos potenciais de vida perdidos por DRSAI segundo faixa etária. Brasil, 1996 a 2002.......................................................................163

Quadro 37 – Distribuição dos anos potenciais de vida perdidos por DRSAI segundo faixa etária. Sudeste, 1996 a 2002...................................................................163

Quadro 38 – Distribuição dos anos potenciais de vida perdidos por DRSAI segundo faixa etária. Minas Gerais, 1996 a 2002...........................................................163

Quadro 39 – Distribuição de óbitos por proporção das DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ............................................................164

Quadro 40 – Distribuição de óbitos por proporção das DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ...................................164

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Quadro 41 – Distribuição dos óbitos por principais grupos DRSAI e dos seus coeficientes de mortalidade específicos segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. .............................................................................165

Quadro 42 – Distribuição de anos potenciais de vidas perdidos segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ...................................167

Quadro 43 – Distribuição de anos potenciais de vidas perdidos por DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ...................................167

Quadro 44 – Distribuição de anos potenciais de vidas perdidos por DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ...................................168

Quadro 45 – Distribuição de coeficiente populacional dos anos potenciais de vidas perdidos segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.......168

Quadro 46 – Distribuição de coeficiente populacional dos anos potenciais de vidas perdidos por DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ................................................................................................................169

Quadro 47 – Distribuição de coeficiente populacional dos anos potenciais de vidas perdidos por DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ................................................................................................................169

Quadro 48 – Distribuição de proporções de óbitos por DIP em relação aos gerais segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ..............................170

Quadro 49 – Distribuição de proporções de óbitos por DRSAI em relação aos de DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ..............................171

Quadro 50 – Distribuição de coeficiente de mortalidade especifica por DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002..............................................172

Quadro 51 – Distribuição de coeficiente de mortalidade específico por DRSAI segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ..............................173

Quadro 52 – Distribuição de coeficiente de mortalidade específico por diarréia segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ..............................174

Quadro 53 – Distribuição de coeficiente de mortalidade específico por doença de chagas segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002...................175

Quadro 54 – Distribuição de proporção de óbitos infantis por DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ............................................................176

Quadro 55 – Distribuição de proporção de óbitos infantis por diarréia segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002..............................................177

Quadro 56 – Distribuição de coeficiente de mortalidade infantil segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002..................................................................178

Quadro 57 – Distribuição de coeficiente de mortalidade infantil por DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002..............................................179

Quadro 58 – Distribuição de coeficiente de mortalidade infantil por diarréia segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002..............................................180

Quadro 59 – Distribuição de proporção de óbitos por DIP segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002..................................................................181

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Quadro 60 – Distribuição de proporção de óbitos por DRSAI segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ............................................................183

Quadro 61 – Distribuição de coeficiente de mortalidade específico por DIP segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ....................................185

Quadro 62 – Distribuição de coeficiente de mortalidade específico por DRSAI segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.......................187

Quadro 63 – Distribuição de coeficiente de mortalidade específico por diarréia segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.......................189

Quadro 64 – Distribuição de coeficiente de mortalidade específico por doença de Chagas segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. ........191

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

APVP - Anos Potenciais de Vida Perdidos

AE - Anexo Eletrônico

Br - Brasil

CEP - Comitê de Ética e Pesquisa

CID-10 - Código Internacional de Doença, 10º edição

CME - Coeficiente de Mortalidade Específica

CME-DChagas - Coeficiente de Mortalidade Específica por Doença de Chagas

CME-diarréia - Coeficiente de Mortalidade Específica por diarréia

CME-DIP - Coeficiente de Mortalidade Específica por Doença Infecto-

Parasitária

CME-DRSAI - Coeficiente de Mortalidade Específica por Doenças

Relacionadas a um Saneamento ambiental Inadequado

CMI - Coeficiente de Mortalidade infantil

CMI-Diarréia - Coeficiente de Mortalidade infantil por Diarréia

CMI-DIP - Coeficiente de Mortalidade infantil por Doença Infecto-

Parasitária

CP-APVP - Coeficiente Populacional por Anos Potenciais de Vida

Perdidos

CNV - Extensão de Arquivos de Convenção

DADS - Diretoria de Ações Descentralizada de Saúde

DATASUS - Departamento de Informação do SUS

DIP - Doença Infecto-Parasitária

DN - Declaração de Nascidos Vivos

DO - Declaração de óbito

DRSAI - Doença Relacionada a um Saneamento Ambiental

Inadequado

FUNASA - Fundação Nacional de Saúde

Gov - Governo

http - Hypertext Transfer of Protocol

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

LASAT - Laboratório de Saúde Ambiental e do Trabalhador

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

MASAU - Macrorregional de Saúde

MG - Minas Gerais

MISAU - Microrregional de Saúde

NESC - Departamento de Saúde Pública

OMS - Organização Mundial de Saúde

PDR - Plano Diretor de Regionalização

PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

RSAU - Regional de Saúde

SIS - Sistema de Informação em Saúde

SSMD - Sinas e Sintomas Mal Definidos

SUS - Sistema Único de Saúde

TBM - Taxa Bruta de Mortalidade

VI - Valor Índice

VIT - Valor Índice Total

www - World Wide Web

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................21

OBJETIVOS ..............................................................................................................25

CAPITULO 1 – AMBIENTE, SANEAMENTO E SITUAÇÃO DE SAÚDE. .................27

CAPITULO 2 - METODOLOGIA................................................................................37

2.1 Tipo de estudo .......................................................................................37

2.2 Unidade de Análise................................................................................37

2.3 Período de Análise.................................................................................37

2.4 Variáveis e Indicadores..........................................................................37

2.4.1 Conceitos.....................................................................................37

2.4.2 Construção dos Indicadores ........................................................39

2.5 Fontes de Dados ...................................................................................40

2.6 Análise e Apresentação dos Dados.......................................................40

2.7 Limitações do Método............................................................................42

2.7.1 Sistema de Informações e Sinais e Sintomas Mal Definidos........42

2.7.2 Método para Análise das Informações .........................................44

2.8 Considerações Éticas ............................................................................46

CAPÍTULO 3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................48

3.1 PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DE MINAS GERAIS.........................48

3.2 PERFIL DE MORTALIDADE DE MINAS GERAIS.................................52

3.2.1 Brasil, Sudeste e Minas Gerais ...................................................53

3.2.2 Minas Gerais ...............................................................................76

3.2.2.1 Macrorregional de Saúde...............................................77

3.2.2.2 Regional de Saúde.........................................................93

3.2.2.3 Microrregional de Saúde ..............................................102

3.2.2.4 Municípios....................................................................107

3.2.2.4.1 Qualidade da Informação de óbitos e

Nascimentos ................................................107

3.2.2.4.2 Perfil de Mortalidade.....................................113

CAPÍTULO 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................122

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................130

ANEXO 1 - ANOS POTENCIAS DE VIDA PERDIDOS...........................................145

ANEXO 2 - METODOLOGIA DA ANÁLISE DO SIM E SINASC..............................147

APÊNDICE 1 - QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO .....................................................150

APÊNDICE 2 - MAPAS REGIONAIS DE SAÚDE ...................................................193

APÊNDICE 3 - MAPAS DAS MICRORREGIÕES DE SAÚDE ................................204

APÊNDICE 4 - MAPAS DOS MUNICÍPIOS ............................................................210

21 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

O Sistema Único de Saúde (SUS), implantado com a Constituição de 1998,

e implementado com as leis orgânicas da saúde, normas operacionais e portarias,

tem como uma das atribuições principais participar, em todos os âmbitos de sua

atuação, na formulação de políticas e na execução das ações de saneamento além

de colaborar, junto com outros órgãos, na proteção e recuperação do meio

ambiente (BRASIL, 1990).

De um ponto de vista histórico, deve-se reconhecer que a saúde vem

desempenhando um importante papel na implementação das ações de saneamento

desde o início do Século XX até os dias atuais, quer seja aportando recursos

financeiros, quer seja contribuindo com o desenvolvimento de tecnologias de gestão

e prestação de serviços de saneamento. Exemplo disto, são a criação e a

disseminação dos Serviços Autônomos de Água e Esgotos (SAAE), a partir dos

anos 1950, sob a égide da Fundação dos Serviços Especiais de Saúde Pública

(FSESP) (COSTA, 2003). Apesar de não mais exercer a administração direta de

SAAEs – a partir de 1998 a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), instituição que

sucedeu à FSESP, repassa a responsabilidade pelos SAAEs para os municípios – a

presença do SUS no saneamento continua sendo de máxima importância.

O Plano Estratégico da FUNASA, levando em consideração os eixos

prioritários do governo definidos no Plano Plurianual PPA/2004-2007, tem como

uma de suas diretrizes fomentar as ações sustentáveis de engenharia da saúde

pública e de saneamento ambiental integrado às diretrizes do SUS seguindo a

política de saneamento do governo federal, com foco específico na promoção,

implementações e monitoramento destas ações prioritariamente, num sentido de

prevenir e controlar doenças, em populações vulneráveis (assentamentos,

remanescentes de quilombolas e outros), nas comunidades indígenas e nos

municípios menores de 30 mil habitantes (FUNASA, 2005).

Embora se tenha avançado bastante desde os anos 1970 para cá,

particularmente no que se refere à oferta de serviços de saneamento nos centros

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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INTRODUÇÃO

urbanos potencializada com a vigência do Plano Nacional de Saneamento -

Planasa, ainda há parcelas significativas da população sem atendimento adequado.

O que decorre daí é um quadro epidemiológico desfavorável em que persistem

doenças infecto-parasitárias evitáveis ou controláveis quando as condições de

oferta de serviços de saneamento são adequadas.

Apesar de serem evidentes as relações entre condições de vida, expressas

pelo acesso a serviços adequados de saneamento, e as situações de saúde delas

decorrentes, os termos dessa relação são de difícil estabelecimento. Autores como

Briscoe, Heller e Moraes buscaram nos estudos epidemiológicos a construção de

modelos capazes de mensurar os impactos na saúde de ações de saneamento,

particularmente no que se refere ao abastecimento de água e ao esgotamento

sanitário, obtendo sucessos relativos. As dificuldades encontradas, via de regra,

dizem respeito a difícil identificação de indicadores específicos que relacionem

ações de saneamento a benefícios diretos na saúde.

Com a intenção de contribuir com este campo de discussão, vem sendo

proposta por Costa et al (2002) a utilização de uma metodologia capaz de explorar

os sistemas de informação da saúde com o objetivo de descrever e analisar

situações de saúde, e fazer associações com condições de vida, especialmente no

que se refere ao acesso a serviços de saneamento. A proposta consiste na

utilização de um grupo de doenças relacionadas a um saneamento ambiental

inadequado - DRSAI, selecionadas a partir da classificação ambiental de doenças

infecto-parasitárias, originalmente proposta por Cairncross & Feachem. A descrição

da ocorrência dessas doenças permite a identificação de desigualdades nas

situações de saúde, devendo servir para subsidiar tanto a formulação de políticas

no estabelecimento de prioridades de alocação de recursos quanto no processo de

sua avaliação.

Em pesquisa realizada para a Funasa, Costa e colaboradores, utilizando as

DRSAI, fizeram uma análise do perfil de morbi-mortalidade para o Brasil, Grandes

Regiões e Unidades Federativas, bem como realizaram um estudo de

comprometimento da rede hospitalar e gastos do governo federal no controle

dessas doenças. A pesquisa intitulada “Impactos na Saúde e no Sistema Único de

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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INTRODUÇÃO

Saúde decorrentes de agravos relacionados a um saneamento ambiental

inadequado”, teve financiamento da Funasa, e foi desenvolvida por pesquisadores

do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM), no período de maio de 2001 a

julho de 2002.

A pesquisa além de revelar as desigualdades regionais da ocorrência

dessas doenças, ainda mostrou o quanto é possível reduzir os gastos com

internações para o seu tratamento. De uma forma geral, a pesquisa mostrou que

houve uma considerável redução de DRSAI no país (decréscimo de cerca de 1/4

nos coeficientes de mortalidade por este grupo de causas), ao longo da década de

1990, a despeito da baixíssima expansão da oferta de serviços de saneamento

ambiental ocorrida no mesmo período. Uma possível explicação para o fenômeno

observado pode ser encontrado na significativa expansão da atenção básica à

saúde, fruto da implementação do SUS.

Em que pese as importantes conclusões apresentadas pela pesquisa, há

que serem consideradas questões relativas a níveis sub-regionais, uma vez que,

internamente, os Estados Federados apresentam diferenças significativas na

distribuição da população e na oferta de serviços de saúde e de saneamento

ambiental, sendo necessária abordar a questão no nível municipal. Com esta

preocupação é que o mesmo grupo de pesquisa vem desenvolvendo a pesquisa:

“Morbi-mortalidade por Doenças Relacionadas a um Saneamento Ambiental

Inadequado nos municípios do Estado de Minas Gerais”.

Fazendo parte do grupo de pesquisa como estagiário, na condição de

educando do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva, do

CPqAM, tive a oportunidade de me envolver com a temática, despertando-me,

então, o interesse para elaborar o trabalho final de monografia.

Por ser as informações e estatísticas de mortalidade aquelas tradicionais

em estudos de populações e epidemiológicos (SZWARCWALD & CASTILHO,

1995), determina-se, deste modo, neste estudo analisar como se dispõe

geograficamente a distribuição e o risco de mortalidade das doenças relacionadas a

um saneamento ambiental inadequado (DRSAI) do estado de Minas Gerais,

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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INTRODUÇÃO

visualizando a temática no contexto brasileiro e na região Sudeste. Deste modo, por

efeito, intenciona-se subsídios para as políticas públicas de saneamentos que

possam favorecer populações mais acometidas por essas doenças, além de

incentivos a promoção de eqüidade nas distribuições de recursos, serviços e bens.

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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OBJETIVOS

OBJETIVOS

Gerais

Analisar descritivamente o perfil de mortalidade das Doenças

Relacionadas a um Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) no estado de

Minas Gerais.

Específicos

− Contextualizar as DRSAI em relação as principais grupos de causas de

óbitos em Minas Gerais e desta em relação a sua região e ao país;

− Analisar a qualidade de informação de óbitos e nascimentos municipal em

Minas Gerais para verificação da representatividade, confiabilidade e

consistência dos dados para construção de indicadores; e

− Elaborar perfil de mortalidade por DRSAI em Minas Gerais.

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________________________

Ambiente, Saneamentoe Situação de Saúde

Capítulo 1

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 1 – AMBIENTE, SANEAMENTO E SITUAÇÃO DE SAÚDE

CAPITULO 1 – AMBIENTE, SANEAMENTO E SITUAÇÃO DE SAÚ DE.

O ambiente, visto de uma forma socialmente construída, qualifica-se como

uma espaço de interação entre o contexto biológico, cultural, social, econômico e

político, refletindo fortemente na situação de saúde de uma população num espaço e

no tempo (HELLER, 2003; TAMBELLINI, 2003). Desde a Antigüidade, a importância

do saneamento, bem como sua relação com a saúde, remonta as práticas dos povos

das mais antigas culturas, em relação ao saneamento, têm grande significado

histórico para a humanidade (HELLER,1997).

Heller (1997) indica que ruínas de uma grande civilização ao norte da Índia,

há cerca de 4.000 anos atrás, já apresentavam evidências de hábitos sanitários, com

a presença de banheiros e esgotos, bem como de drenagem nas ruas. Acrescenta

também a preocupação com o escoamento da água no Egito, a existência de

grandes aquedutos e cuidados com o destino dos dejetos na cultura creto-micênica,

assim como as noções de engenharia sanitária dos quíchuas.

O avanço das práticas sanitárias coletivas, a par do aludido desenvolvimento conceitual

do tema, encontrou sua expressão mais marcante na Antigüidade nos aquedutos,

banhos públicos, termas e esgotos romanos, tendo como símbolo histórico a conhecida

Cloaca Máxima de Roma (HELLER, 1997, p. 4).

Heller (1997) destaca que o próprio processo de implantação de sistemas

coletivos de saneamento, iniciado no século passado, tem apontado para um

progressivo reflexo positivo sobre a saúde, independente de um respaldo científico

para as conclusões, exemplificando o caso do estado de Massachusetts (Estados

Unidos da América), que no período 1885 – 1940 apresentou uma tendência

histórica de similaridade entre o decréscimo da mortalidade por febre tifóide e a

diminuição da parcela populacional sem acesso ao abastecimento de água.

Outros exemplos podem ser comprovados na França do século XIX, com o

incremento na esperança de vida, nas cidades de Lyon, Paris e Marselha, num

período imediatamente posterior à melhoria dos serviços de abastecimento de água

e esgotamento sanitário (HELLER, 1997).

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LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 1 – AMBIENTE, SANEAMENTO E SITUAÇÃO DE SAÚDE

A expansão capitalista incrementou o processo de urbanização,

congregando grande contingente populacional nos aglomerados urbanos em

precárias condições de vida, exigindo medidas de controle das doenças infecciosas.

Paralelamente, as descobertas científicas no campo da saúde foram apontando para

a necessidade de intervenções no espaço urbano para o controle das doenças

transmissíveis.

No período posterior ao descobrimento dos agentes etiológicos e dos vetores

transmissores de diversas enfermidades, continuou-se a utilizar medidas de

saneamento como forma de romper elos na cadeia de transmissão de diversas

doenças, e não apenas como instrumento de bem-estar, visto que o próprio

desenvolvimento do conhecimento levou a um mecanismo mais preciso de intervenção

(COSTA, 1994, p. 29).

O acelerado processo de urbanização, principalmente em algumas cidades

dos Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra ocasionou diversos problemas,

repercutindo diretamente nas condições de saúde e de vida da sociedade,

visualizando a necessidade premente de intervir no saneamento do ambiente,

visando proteger a saúde da população.

De forma associada ao processo de desenvolvimento econômico e

industrial, ocorreu uma grande desigualdade na distribuição da riqueza produzida,

gerando profunda degradação social – expressa nas precárias condições de vida de

grandes parcelas sociais, tanto em países industrializados quanto em processo de

industrialização, com repercussões diretas sobre o ambiente e a saúde, na medida

que “o processo criador da economia de mercado, da fábrica e do ambiente urbano

moderno, também trouxe à luz problemas que tornaram necessários novos meios de

prevenção da doença e de proteção da saúde” (ROSEN, 1994, p. 163).

A intrínseca relação entre saneamento e condições de saúde foi

paulatinamente sendo comprovada, tanto em termos práticos quanto científicos.

Rosen (1994) indica que os grandes sanitaristas do século XIX foram os primeiros

que apontaram cientificamente a relação existente entre o saneamento ambiental e

os mecanismos de determinação do processo saúde-doença. Nesta trajetória,

merece destaque a histórica pesquisa de John Snow, concluída em 1854, com a

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LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 1 – AMBIENTE, SANEAMENTO E SITUAÇÃO DE SAÚDE

comprovação científica da associação entre a fonte de água consumida pela

população de Londres e a incidência de cólera (SNOW, 1990).

De acordo com Esrey e Habitch (1986), alguns tipos de serviços básicos são

potencialmente capazes de produzir benefícios sobre a saúde de crianças:

fornecimento de água potável, aumento na quantidade de água abastecida e

utilizada, e o provimento de medidas sanitárias para eliminação segura das excretas

humanas.

Huttly (1990), em revisão sobre doenças relacionadas ao saneamento e

impacto destas medidas sobre a saúde, observa que, embora substanciais, as

medidas de saneamento provocam um impacto sobre a saúde de natureza

complexa, que nem sempre pode ser facilmente visualizado ou compreendido em

sua totalidade, considerando os diversos fatores envolvidos neste processo, tais

como: nível da intervenção, funcionamento e utilização dos serviços, nível de

exposição ao agente patogênico e status sócio-econômico.

O saneamento, rezado pela Constituição Federal como de competência de

execução do município, constitui-se num serviço essencial para o desenvolvimento

econômico e social, bem como para a saúde pública, devendo a destinação de

recursos financeiros subordinar-se a critérios epidemiológicos, sanitários e de fatores

de riscos ambientais (BRASIL, 1998;1990).

O relatório da OPAS/OMS (2001) - Água e Saúde - indica que ocorrem 4

bilhões de casos de diarréia por ano no mundo, com 2,2 milhões de mortes - sendo

a maioria em crianças de até 5 anos, acrescentando que desenvolver ações visando

a garantia de água segura, higiene e saneamento adequados podem reduzir de 1/4

a 1/3 os casos de doenças diarréicas. A gravidade e a situação da América latina

estão bem delimitadas no Quadro 1 e 2, respectivamente.

Quadro 1 - Gravidade das doenças infecciosas relacionadas à água. NÚMEROS DO PROBLEMA

A cada 8 segundos, morre uma criança devido a uma doença relacionada à água

A cada ano, mais de cinco milhões de seres humanos morrem de alguma doença associada à água não potável,

ambiente doméstico sem higiene e falta de sistemas para eliminação de esgotos

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LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 1 – AMBIENTE, SANEAMENTO E SITUAÇÃO DE SAÚDE

Estima-se que, a qualquer momento do dia, metade de toda a população nos países em desenvolvimento esteja

sofrendo de uma ou mais entre as seis principais doenças associadas ao abastecimento de água e saneamento

(diarréia, ascaris, dracunlíase, esquistossomose, ancilostomíase e tracomas)

Nos países da América Latina e Caribe, a epidemia mais significativa dos últimos anos foi a da cólera, originada em

1991, no Peru, que se estendeu por 21 países da região, com mais de 1.200.000 casos registrados até 1997

Fonte: OPAS/OMS, 2001.

Quadro 2 - Situação da América Latina e Caribe ENFERMIDADES DE MAIOR INCIDÊNCIA RELACIONADAS COM A Q UALIDADE DA ÁGUA

Doença Situação Diarréias em crianças Responsáveis por 80 mil mortes e uma média de 3 casos diarréicos por ano Hepatite viral Incidência entre 24 e 29 casos por 100.000 habitantes nos países da América

do Sul Amebíase e febre tifóide Endêmicas em muitos países Entamoeba histolytica Identificada como a causa de algumas epidemias resultantes da contaminação

do abastecimento de água por águas residuárias Fonte: OPAS/OMS, 2001. Nota: Na América Latina e Caribe, apenas 10% das águas residuárias recebem algum tipo de

Tratamento, em geral, inapropriado.

Os riscos à saúde, associados à água (Quadro 3), podem ser de curto prazo

(quando resultam da poluição de água causada por elementos microbiológicos ou

químicos) ou de médio e longo prazos (quando resultam do consumo regular e

contínuo, durante meses ou anos, de água contaminada com produtos químicos,

como certos metais ou pesticidas) (BRASIL, 2004a).

Para a OMS e seus países membros, “todas as pessoas, em quaisquer

estágios de desenvolvimento e condições sócio-econômicas têm o direito de ter

acesso a um suprimento adequado de água potável e segura” (OPAS/OMS, 2001, p.

01). Isto implica em cinco critérios básicos: qualidade, quantidade, continuidade,

cobertura e custo.

As diversas medidas de saneamento relativas ao acesso à água de boa

qualidade e tratamento/eliminação adequada das excretas fizeram com que fosse

reduzida drasticamente a incidência de doenças infecto-parasitárias nos países

industrializados. Nos chamados países em desenvolvimento, entretanto, estas

doenças ainda representam causa importante de morbidade e mortalidade,

especialmente entre crianças, o que pode ser atribuído ao saneamento inadequado

(HUTTLY, 1990). Algumas ações e seus efeitos estão descritas no Quando (3)

abaixo.

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LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 1 – AMBIENTE, SANEAMENTO E SITUAÇÃO DE SAÚDE

Quadro 3 - Efeitos das ações de saneamento na saúde.

AÇÕES DE SANEAMENTO EFEITOS NA SAÚDE

Água de boa qualidade para o consumo humano e seu fornecimento contínuo

asseguram a redução e controle de: diarréias, cólera, dengue, febre amarela, tracoma, hepatites, conjuntivites, poliomielite, escabioses, leptospirose, febre tifóide, esquistossomose e outras verminoses.

Coleta regular, acondicionamento e destino final adequado do lixo

diminuem a incidência de casos de: peste, febre amarela, dengue, toxoplasmose, leishmanioses, cisticercose, salmonelose, teníase, leptospirose, cólera e febre tifóide.

Drenagem contribui para a eliminação, redução ou modificação dos criadouros de vetores transmissores da malária e de seus índices de prevalência e incidência.

Esgotamento sanitário contribui para reduzir ou eliminar doenças e agravos como a esquistossomose, outras verminoses, diarréias, cólera, febre tifóide, cisticercose, teníase e hepatites.

Melhorias sanitárias domiciliares estão relacionadas com a redução de: esquistossomose, outras verminoses, escabiose, tracoma e conjuntivites, cólera, diarréias, febre tifóide e hepatites.

Melhoria habitacional permite habitação sem frestas e com condições físicas que impeçam a colonização dos vetores da doença de Chagas.

Fonte: FUNASA – Saneamento para Promoção da Saúde, 2001.

Deste modo, tomando como base todo esse processo de formação histórica

e social do conhecimento a cerca das relações ambiente, saneamento e situação de

saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu classicamente saneamento

como a constituição do controle de todos os fatores do meio físico do homem, que

exercem ou podem exercer efeitos deletérios sobre seu estado de bem estar físico,

mental ou social (HELLER, 1998, p. 74-75).

Atualmente a FUNASA define saneamento ambiental como sendo:

o conjunto de ações sócio-econômicas que têm por objetivo alcançar níveis de

salubridade ambiental, por meio do abastecimento de água potável, coleta e

disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, promoção da disciplina

sanitária do uso do solo, drenagem urbana, controle de doenças transmissíveis e

demais serviços e obras especializadas, com a finalidade de proteger e melhorar as

condições de vida urbana e rural (BRASIL, 2004a, p. 14).

Esse conceito amplia consideravelmente o sentido de percepção e das ações de

saneamento.

Costa et al (2002), analisando todo esse processo de construção de

estrutura e conhecimento, e baseando-se na classificação proposta por Cairncross e

Feachem (1993) para enfermidades relacionadas à água e excreta e lixo,

elaboraram uma seleção de doenças, com a finalidade de explorar os Sistemas de

Informações de Saúde, conforme a distribuição das doenças no país.

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 1 – AMBIENTE, SANEAMENTO E SITUAÇÃO DE SAÚDE

As categorias das doenças relacionadas a um saneamento ambiental

inadequado - definida como aquelas doenças relacionadas ou potencialmente

determinadas pelas condições inadequadas de saneamento ambiental, então

caracterizadas como falta ou insuficiência dos serviços públicos de saneamento e as

precárias condições de habitação - estão selecionadas em função da forma de

transmissão das doenças, bem como considerando as principais estratégias para

seu controle (COSTA et al, 2002).

Estes agravos podem estar relacionados ao saneamento ambiental

inadequado por abastecimento de água deficiente, esgotamento sanitário

inadequado, contaminação pela presença de resíduos sólidos ou condições de

habitação precárias, de modo a possibilitar também a visualização de medidas de

controle comuns a determinado grupo (BENENSON, 1997; CAIRNCROSS &

FEACHEM, 1993; HELLER, 1997; BRASIL, 1998; BRASIL, 1999; BRASIL, 2000;

BRASIL, 2004a).

Assim são consideradas como doenças relacionadas ao saneamento

ambiental inadequado as descritas no Quadro (4) abaixo:

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CAPÍTULO 1 – AMBIENTE, SANEAMENTO E SITUAÇÃO DE SAÚDE

Quadro 4 - Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI).

CATEGORIA DOENÇAS CID-10 Diarréias A00; A02-A04; A06-A09 Febres entéricas A01 1. Doenças de transmissão feco-oral Hepatite A B15 Dengue A90; A91 Febre Amarela A95 Leishmanioses B55 Tegumentar e Visceral Filariose linfática B74 Malária B50-B54

2. Doenças transmitidas por inseto vetor

Doença de chagas B57 Esquistossomose B65 3. Doenças transmitidas através do

contato com a água Leptospirose A27 Doenças dos olhos Tracoma A71 Conjuntivites H10 Doenças da pele

4. Doenças relacionadas com a higiene

Micoses superficiais B35;B36 Helmintíases B68; B69; B71; B76-B83 5. Geo-helmintos e teníases Teníases B67

Fonte: COSTA et al, 2002 CID-10: Classificação Internacional de Doenças. Revisão 1996 (OMS, 1997).

Nas ultimas décadas, a permanência e expansão de algumas doenças

endêmicas (como por exemplo: leishmanioses, esquistossomose, cólera, dengue)

trouxe para a discussão o “julgamento direto de dois subdiretórios que as

autoridades ministeriais relegavam a plano inferior: saneamento básico e atenção

primária à saúde” (DIAS, 1998, p. 20).

A discussão sobre as ações integradas de saúde e de saneamento tem

como palco a esfera municipal, principalmente após a descentralização das ações

de saúde. Nesse contexto, destaca-se a importância do saneamento, enquanto

abordagem preventiva e de promoção da saúde, a partir do enfoque ambiental.

O conceito de promoção da saúde vem sendo compreendido nas últimas

décadas como estratégia para enfrentar os problemas de saúde que afetam

populações humanas, a partir de uma concepção mais ampla do próprio conceito de

saúde, tendo em vista as características dinâmicas e multifatoriais dos

determinantes das condições de saúde, em função das intricadas relações entre

saúde e aspectos econômicos, sociais e culturais de cada sociedade.

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CAPÍTULO 1 – AMBIENTE, SANEAMENTO E SITUAÇÃO DE SAÚDE

Nesse sentido, promoção da saúde constitui-se num campo conceitual e de

prática, que pressupõe articulação de saberes técnicos e populares, e a mobilização

de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para seu

enfrentamento e resolução (BUSS, 2000).

Segundo este autor, seu significado foi mudando gradativamente de

caracterização, passando de um nível de atenção da medicina preventiva,

estabelecida no modelo ecológico de Leavell & Clark, a um enfoque político e

técnico em torno do processo saúde-doença-cuidado. Dessa forma, a promoção da

saúde configura-se como estratégia central para obtenção da qualidade de vida

(MINAYO et al, 2000).

A Carta de Ottawa, documento que define promoção da saúde e enumera

pré-requisitos fundamentais para a saúde, traz a noção de políticas saudáveis

enquanto ações conjuntas para assegurar bens e serviços mais seguros e

saudáveis, serviços públicos saudáveis e ambientes mais limpos e desfrutáveis, ou

seja, ambientes favoráveis à saúde (BRASIL, 2001a).

Todo este debate aponta para mecanismos operacionais concretos para a

implementação da estratégia da promoção da saúde e da qualidade de vida:

políticas públicas saudáveis, governabilidade, intersetorialidade, estratégias dos

municípios saudáveis e desenvolvimento local.

Apesar do amplo significado de seu marco conceitual, o projeto deve

atender a objetivos específicos bem delimitados, entre os quais estabelecer redes de

projetos para que seja possível à OMS garantir apoio técnico e possibilitar o apoio

mútuo e troca de experiências entre projetos; dar destaque à saúde na agenda

política local; introduzir o componente saúde com sua ampla determinação nas

preocupações de planejamento dos outros setores, tais como o educacional,

econômico, cultural, enfim, na vida da cidade; desenvolver políticas públicas

saudáveis; incentivar o desenvolvimento de ambientes de apoio (físicos e sociais)

para a produção social da saúde e estabelecer alianças e parcerias (internacionais,

nacionais e locais) para o desenvolvimento urbano (WESTPHAL, 2000).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 1 – AMBIENTE, SANEAMENTO E SITUAÇÃO DE SAÚDE

A forte relação entre políticas públicas e saúde, presente em todas as

discussões sobre promoção da saúde, coloca em pauta novas questões relativas

tanto ao conceito ampliado de saúde, quanto ao novo conceito de Estado e sua

relação com a sociedade.

Desse ponto de vista, Buss (2000) indica que as políticas públicas devem

superar as ações ambientais de saúde pública tradicionais e de políticas urbanas de

expansão de serviços e bens de consumo coletivo, como o saneamento,

desenvolvendo uma forma de intervenção multi e intersetorial sobre os

determinantes do processo saúde-doença.

Considerando que a perspectiva da promoção da saúde é buscar trabalhar a

relação e inter-relação da saúde com as demais políticas públicas, Heller (1998)

sugere que entendimento da política de saneamento como instrumento de promoção

da saúde, pressupõe superar entraves tecnológicos, políticos e gerenciais,

substituindo a hegemonia assistencial e curativa da área da saúde por uma lógica

onde prevaleça à visão preventivista, com ênfase para a ação no ambiente.

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Metodologia

Capítulo 2

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA

CAPITULO 2 - METODOLOGIA

2.1 Tipo de estudo

Estudo de agregado, observacional de série histórica e tem como subtipo

estudos territoriais (ALMEIDA FILHO & ROUQUAYROL, 2003).

2.2 Unidade de Análise

A unidade de análise principal é o Município, porém para riqueza de

informação foi necessário que se fizesse um perfil das Macrorregionais (MASAU),

Regionais (RSAU) e Microrregionais de Saúde (MISAU) do estado de Minas Gerias,

além do Sudeste e Brasil.

2.3 Período de Análise

O período foi de 1996 a 2002, onde foram considerados nas tabulações e

construções de gráficos um total de óbitos de 6.573.937 para Brasil, 3.257.331 para

região Sudeste e 685.096 para Minas Gerais. A justificativa de escolha do período

foi devido ao primeiro ano coincidir com a implantação da atualização do Código

Internacional de Doença (CID-10ª Revisão) e o último corresponder com a última

atualização do SIM disponível na internet no site do DATASUS

(www.datasus.gov.br).

2.4 Variáveis e Indicadores

2.4.1 Conceitos

As variáveis e os indicadores de mortalidade utilizados na elaboração das

informações são os seguintes enumerados e definidos:

Causa do óbito – descrito segundo a Classificação Internacional de Doenças

(BRASIL, 2004c);

Faixa etária – grupos de idades correspondeste a menor de 1, 1-4 anos, 5-9, 10-14,

15-19, 20-29, 30-39, 40-49, 50-59, 60-69, 70-79 e 80 anos e mais, além das idades

ignoradas dos falecidos (BRASIL, 2004c);

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CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA

Local – município, região metropolitana, aglomerado urbano, microrregional de

saúde, regional de saúde, macrorregional de saúde, unidade federada ou região de

residência do falecido ou de ocorrência do óbito (BRASIL, 2004c);

Óbito por residência – número de óbitos ocorridos, contados segundos o local de

residência do falecido (BRASIL, 2004c);

População – número estimado de habitantes localizado em determinada área (Brasil,

2004c);

Nascidos vivos – Todo produto da concepção que, independente do tempo de

gestação, depois de expulso ou extraído do corpo da mãe, respire ou apresente

outro sinal de vida, tal como batimento cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou

movimento dos músculos de contração voluntária, estando ou não desprendida a

placenta (OMS apud RECIFE, 2002)

Ano do óbito – ano de ocorrência do óbito. Estão disponíveis os dados a partir de

1979 (BRASIL, 2004c);

Coeficiente de mortalidade específico por DIP – corresponde à relação entre o

número de óbitos por doenças infecto-parasitárias ocorridas na população numa

determinada área do ano pela população da área ajustada para o meio do ano,

multiplicado pelo fator 105 (KERR-PONTES & ROUQUAYROL, 2003);

Coeficiente de mortalidade específico por DRSAI – corresponde à relação entre o

número de óbitos por doenças relacionadas a um saneamento ambiental

inadequado ocorridas na população numa determinada área do ano pela população

da área ajustada para o meio do ano, multiplicado pelo fator 105 (KERR-PONTES &

ROUQUAYROL, 2003)

Anos potenciais de vidas perdidos – equivale ao somatório dos produtos dos

números de óbitos geral ou por causa específica ocorridos em cada faixa etária e

pela diferença entre a idade limite esperada para aquela população (esperança de

vida ao nascer) e o ponto médio de cada grupo etário. Expressam o efeito das

mortes ocorridas precocemente em relação à duração de vida esperada para uma

determinada população (KERR-PONTES & ROUQUAYROL, 2003).

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CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA

Coeficiente Populacional de Anos Potenciais de Vidas Perdidos – corresponde à

relação entre o número de anos potenciais de vida perdidos em um determinado ano

e território pela população no mesmo território multiplicado pelo fator 103 (KERR-

PONTES & ROUQUAYROL, 2003);

Coeficiente de mortalidade infantil – corresponde à relação entre o número de óbitos

menores de 1 ano em certa área durante o ano pelo total de nascidos vivos nessa

área no mesmo ano, multiplicado pelo fator 103 (KERR-PONTES & ROUQUAYROL,

2003);

Coeficiente de mortalidade infantil especifico por DIP – corresponde a relação entre

o número de óbitos por DIP em menores de 1 ano em certa área durante o ano pelo

total de nascidos vivos nessa área no mesmo ano, multiplicado pelo fator 103

(KERR-PONTES & ROUQUAYROL, 2003);

Coeficiente de mortalidade infantil especifico por diarréia – corresponde a relação

entre o número de óbitos por diarréia em menores de 1 ano em certa área durante o

ano pelo total de nascidos vivos nessa área no mesmo ano, multiplicado pelo fator

103 (KERR-PONTES & ROUQUAYROL, 2003);

Proporção de óbitos – percentagem de óbitos por causa geral ou específica em

relação ao número de óbitos totais de uma determinada categoria;

Para a construção dos indicadores de mortalidade doenças relacionadas a

saneamento ambiental inadequado (DRSAI), foi considerado o conjunto de doenças

infecto-parasitárias, de importância epidemiológica relacionada ao saneamento, as

quais foram proposta por Costa et al (2002).

2.4.2 Construção dos Indicadores

Foi utilizada a relação direta entre os quantitativos de óbitos do banco de

dados do SIM (1996 a 2002) e das estimativas populacionais do CENSO calculadas

a partir dos anos 1991 e 2000. Para os Anos potenciais de vidas perdidos, foram

distribuídos proporcionalmente os óbitos com idade ignorada entre as faixas etárias;

e para esperança de vida das unidades territoriais foram estimados a partir do

CENSO 1991 e 2000 (Ver detalhes no Apêndice 1). Os Coeficientes de mortalidade

infantil e infantil específico por DRSAI e diarréia foram elaborados a partir dos óbitos

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CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA

do SIM, com ressalvas para distribuição proporcional para as outras áreas dos óbitos

infantis com residência ignorada, idem para os nascidos vivos registrados no

SINASC.

2.5 Fontes de Dados

Os dados são secundários provenientes dos seguintes sistemas de

informações nacionais:

- Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)

- Censo Demográfico de 1991 e 2000 (IBGE)

Além destes sistemas, foram utilizados os dados de Informação de Nascidos

Vivos (SINASC), para construção do coeficiente de mortalidade infantil. 2.6 Análise e Apresentação dos Dados

Para traçar o perfil sócio-demográfico e econômico de Minas Gerais foi

utilizado o aplicativo de Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, versão 1.0.0.,

do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano que contém os

dados compilados do Censo 1991 e 2000, para todo o território brasileiro. Os dados

de mortalidade foram compilados, processados e criticados utilizando os aplicativos:

Tabwin 2.2., Microsoft Excel 2001, Epi Info 6.04d e Terraview 30 Plus. Este último foi

útil como ferramenta estatística e como apresentação das informações

georreferenciadas para melhor compreensão e análise.

Em relação à primeira parte onde se analisa a situação do Brasil, Sudeste e

Minas Gerais, os dados foram apresentados em quadros - contindos em anexos - e

gráficos de tendência.

No início da segunda parte com as Macrorregionais de Saúde foram

utilizados tabelas, gráficos do tipo Box Plot (Figura 1), confeccionado a partir do

SPSS 8.0 for Windows, representando tendências dos quartis. Para as Regionais de

Saúde e Microrregionais de Saúde, as informações foram apresentadas em formas

de quadros e mapas temáticos - expressos em 5 classes, as quais foram calculadas

a partir dos menores e maiores indicadores dos anos de 1996 e 2002. Já para os

Municípios, a forma de apresentação foi apenas por mapas temáticos representando

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CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA

aqueles que se encontram com qualidade da informação de óbitos “Adequada” e

“Boa”.

Figura 1 – Representação e pontos significativos do Box Plot

Fonte: Adaptado de Bussab e Morettin (1987, p.37)

Dentro das descrições dos indicadores de mortalidade é utilizado os

conceitos de efeitos positivo (i) e negativo (ii), que definem neste estudo

respectivamente como:

(i) é o resultado final, em um determinado período, expresso através de

indicadores de situação de saúde, o qual varia sua representatividade

numeral para uma circunstância melhor de saúde, aumentado ou diminuído

seu valor; e

(ii) é o resultado final, em um determinado período, expresso através de

indicadores de situação de saúde, o qual varia sua representatividade

numeral para uma circunstância indesejada de saúde, aumentado ou

diminuído seu valor.

Além destes dois conceitos é possível ainda se deparar com o termo nas

análises dos gráficos de representação dos quartis: distanciamento percentual ou

plano vertical (i) e plano horizontal (ii) gráficos, que se define matematicamente

como:

Intervalo Interquartílico

1º Quartil

Mediana ou 2º Quartil

3º Quartil

Pontos mais remoto

Pontos mais remoto

Dados discrepantes ou outliers

Dados discrepantes ou outliers

Intervalo Interquartílico

1º Quartil

Mediana ou 2º Quartil

3º Quartil

Pontos mais remoto

Pontos mais remoto

Dados discrepantes ou outliers

Dados discrepantes ou outliers

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA

(i) é a interpretação dos percentuais gerados pela diferença entre o maior e o

menor quartis não nulos, dividido pelo maior quartil e multiplicado pelo fator

102; tem como principal entendimento mostrar a aproximação ou

distanciamento dos valores extremos transversais dentro de um conjunto de

unidades territoriais;

(ii) é a interpretação dos percentuais gerados pela diferença entre valores de

quartis entre períodos de tempo; tem como principal entendimento mostrar a

evolução de tendenciamento de algum indicador em conjunto de unidades

territoriais.

2.7 Limitações do Método

2.7.1 Sistema de Informações e Sinais e Sintomas Mal Definidos

No período em análise foram registrados no Brasil cerca de 14,6% de óbitos

com Sintomas e Sinas Mal Definidos (SSMD), proporção que para cada ano,

isoladamente, praticamente não variou durante o período (média de 14,3±0,34%).

Para o Sudeste, representaram 9,6%, porém durante a série não houve diferença

em relação ao Brasil. Em Minas Gerais, segue os mesmos padrões, com a mesma

média (Desvio padrão ±1,03). Pode se dizer que para efeito de análise dos bancos

das unidades territorias em questão, todas, no termos desta questão, estão

adequados (Figura 02). A participação relativa deste grupo é elevada, apesar de

terem diminuido consideravelmente em muita regiões do país, e está

sugestivamente associado a um padrão de mortalidade intimamente ligado a

pobreza e à baixa qualidade de assistência (ANDRADE & LISBOA, 2001)

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CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA

Figura 2 – Proporção de Óbitos por Sinais e Sintomas Mal Definidos segundo Brasil, Sudeste e Minas Gerais, 1996 a 2002

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

% ó

bito

SS

MD

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Ano Brasil Sudeste Minas Gerais

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Foram registrados no Brasil, Sudeste e Minas Gerais 0,86%, 0,93% e

0,68% de óbitos com faixa etária ignoradas. Esses óbitos foram distribuidos

proporcionalmente entre as faixas etárias durante a construção dos indicadores de

anos potenciais de vida perdidos. O banco de dados do SIM em Minas Gerais

registrou 0,3% de óbitos com municípios ignorados. No SINASC, 0,29% dos

nascidos na mesma situação. Para construção do Coeficiente de Mortalidade infantil,

foram distribuídos proporcionalmente os óbitos e nascidos vivos ignorados, de modo

que não possa ocorrer alteração discrepante entre os coeficientes.

Segundo dados divulgados na home page do DATASUS, a subenumeração

de óbitos para as cinco regiões do Brasil, em 1996, foi a seguinte: Norte: 40,16%;

Nordeste: 45,08%; Sudeste: -3,27%; Sul: - 3,75%; C. Oeste: 12,70%. (BRASIL,

2004b)

Alguns critérios de exclusão da análise precisam ser elucidados. As análises

dos óbitos infantis para as regionais, microrregionais de saúde e municípios não

estiveram inseridas no mesmo período o qual nos propomos. Os anos de 1996 e

1997 foram suprimidos, pois os valores produzidos não eram representativos

estatiscamente das unidades geográficas, portanto abordando, para esse indicador

e seus subcomponentes, os anos de 1998 a 2002. Os óbitos infantis por DRSAI

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CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA

foram representados pelos de diarréia quando os analisou no estado de Minas

Gerais. A justificativa desta decisão está pautada na constatação de que dos 928

óbitos infantis ocorridos nos cinco anos de análise deste estudo são

correspondentes ao grupo de diarréias, cerca de 98,1%.

Outro critério de exclusão importante para realização da análise está

relacionado à MISAU e municípios. Devido à qualidade dos dados de óbitos e

principalmente de nascimentos por municípios não serem adequadas para o cálculo

direto, não foi apresentado informações a cerca da mortalidade infantil por MISAU e

município para este estudo. Apenas 26 (3%) dos municípios tiveram qualidade de

informação adequadas e boa compatível durante os sete anos para realização de

estudo descritivo de série histórica.

O motivo para que as MISAU estejam inclusas neste processo de exclusão é

devido à unidade territorial ser imediatamente maior a municípios, os quais em

Minas Gerais muitos dos que contêm as características acima relacionadas não

abrangerem todas as microrregionais a ponto de assegurar garantia da

representatividade real dos valores dos CMI produzidos.

2.7.2 Método para Análise das Informações

É questionável a qualidade da informação, quando se discuti os dados de

óbitos e nascidos para construções dos indicadores referentes aos bancos de dados

dos municípios. Em análise destes, utilizou-se a metodologia proposta Szwarcwald

et al (2002, Ver complemento no Apêndice 2), amplamente divulgada e uma das

subsidiária do Ministério da Saúde em suas análises (Brasil, 2004d). Esta se utiliza

de cinco indicadores e estabelece critérios para qualificar as informações

(coeficiente de mortalidade geral pradronizado por idade maior do que 6,75 por 1000

habitantes; taxa de natalidade maior do que 16 por 1000 habitante; desvio médio do

coeficiente geral de mortalidade menor do que 10%; desvio médio da taxa de

natalidade menor do que 10%; e proporção de óbitos com sinais e sintomas mal

definidos menor do que 20%). A classificação é enumerada em três Categorias: I1,

1 Satisfaz todos os critérios, significando informações de óbitos e nascimentos adequadas.

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CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA

II2 e III3. A escolha dos municípios para análise levou em consideração os critérios

acima, porém foi dado valores índices complementares a cada um dos critérios,

conforme Quadro (5) abaixo:

Quadro 5 - Critérios e dotações de valores índices para classificação das informações de óbitos e nascimentos.

QUALIDADE DA INFORMAÇÃO INDICADOR* CRITÉRIO* INTERVALOS VALOR

ÍNDICE** CLASSIFICAÇÃO

Menor do que 4‰ VI=0

Entre 4 e 5,4‰ VI=1

Entre 5,4 e 6,75‰ VI=2

Coeficiente de mortalidade Geral padronizado por Idade

Maior do que 6,75 por 1000 hab

Acima de 6,75‰ VI=3

Menor ou igual a 10% VI=1 Desvio Médio do Coeficiente de Mortalidade Geral num triênio

Menor do que 10%

Maior a 10% VI=0

Menor ou igual a 20% VI=1

Dos óbitos

Proporção de Sinais e Sintomas Mal Definidos

Menor do que 20%

Maior do que 20% VI=0

Valor Índice Total ***: 5 – Adequado 4 – Boa 3 – Média 0, 1 e 2 - Baixa

Maior ou igual a 16‰

VI=2 Taxa de Natalidade

Maior do que 16 por 1000hab Menor do que 16‰ VI=0

Menor ou igual a 10% VI=1 Do nascimento

Desvio Médio da Taxa de Natalidade num triênio

Menor do que 10%

Maior do que 10% VI=0

Valor Índice Total: 3 – Adequado 2 – Boa 1 – Média 0 – Baixa

Nota: * Adaptado de Szwarcwald et al 2002 (Ver Apêndice 2). ** Valor Índice (VI) *** Valor Índice total (VIT)

Os valores índices (VI) atribuídos, propondo outra classificação auxiliar,

corresponde a um número natural arbitrário atribuído aos intervalos específico de

um dado indicador, assim como o valor índice total (VIT) equivale ao somatório de

todos os outros VI correspondente ao intervalo específico do indicador. Esta soma

leva sempre em consideração a classificação proposta pela autora: a Categoria I,

equivale a classe Adequada para ambos os sistemas; a Categoria II, foi divida em

duas classes no SIM, em Boa e Média e no SINASC somente Boa; a Categoria III,

foi atribuído a classe Baixa para o SIM e Média e Baixa para o SINASC.

2 Não satisfaz a algum dos critérios, porém apresenta CGM padronizado por idade maior ou igual a 4 por 1000 habitantes. 3 Grande deficiência nas informações de óbitos, quando não há informações de óbitos para grande parte da população, indicado pelo CGM padronizado menor do que 4 por 1000 habitantes.

46 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA

Para construção dos indicadores de óbitos foram selecionados muncípios

com situação de “Adequada” e/ou “Boa” qualidade das informações em todos os

anos. Para o Coeficiente de Mortalidade Infantil, especificamente, foram

selecionados municípios com a classificação acima em relação a óbitos. Para

nascimentos, o mesmo critério, acrescentando a classificação “Média” em apenas

um dos anos.

Devido o quantitativo de municípios de Minas Gerais com qualidade da

informação de óbitos e nascimentos não alcançar os críterios de classificação

“Adequada” e “Boa” durante os sete anos de análises nos dois sistemas, a

construção do indicador coeficiente de mortalide infantil para microrregional de

saúde e municípios tornou-se inviável estatísiticamente, visto que não tinham

simultaneidade suficiente quanti-quali de dados para geração de informação.

2.8 Considerações Éticas

Os dados coletados, processados e analisados foram e serão tratados,

casos envolvam pessoas e/ou instituições, com rigor ético e moral. Porém, como

condição ética essencial deste trabalho é priorização nos avanços tecnológicos do

serviço e, conseqüentemente, a finalidade de melhoria da qualidade da vida da

população, portanto não eximindo de publicar, como resultados e hipóteses finais,

falhas de execução do processo de resolutividade dos problemas de saúde.

O Comitê de Pesquisa Ética (CEP) do Centro de Pesquisa de Aggeu

Magalhães apreciou e aprovou sem mais retificações a execução e publicação deste

trabalho, enquadrando-o nas condutas éticas da pesquisa científica de acordo com o

Código de Ética, resolução CNS 196/96 e complementares, aprovada em 01 (um) de

dezembro de 2004, com registro nº. 46/04.

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Capítulo 3

Resultados e Discussão

48 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

CAPÍTULO 3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DE MINAS GERAIS

Minas Gerias está localizado no Sudeste e é o estado com a maior extensão

territorial da região, com cerca de 586,5 mil km2, o que equivale a 63,4% da região

geográfica e 6,9% do território nacional, mantendo divisa com os estados da Bahia

(Nordeste), Goiás (Centro-Oeste), Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste), São Paulo

(Sudeste), Rio de Janeiro (Sudeste) e Espírito Santo (Sudeste) (Mapa 01). Detém

cerca de 24,5% da população da região, com densidade demográfica de 32

hab./Km2, sendo o segundo mais populoso, com aproximadamente 18,4 milhões de

habitantes para o ano de 2004 (BRASIL, 2004e). Sua taxa de urbanização é de

82%.

Mapa 1 – Localização do Estado de Minas Gerais

49 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Estado de MG é formado por 853 municípios, constituindo-se no estado

com maior número de municípios, correspondendo a cerca de 15% do total dos

municípios brasileiros. A Secretaria Estadual de Saúde opera a partir de um plano de

regionalização que agrega os municípios em três níveis: 13 MASAU, 26 RSAU e 75

MISAU, conforme os mapas (2, 3 e 4) apresentados abaixo e no Quadro 21 em

anexo, que mostram distribuição de municípios.

Mapa 2 – Divisão territorial geográfica do Estado de Minas Gerais segundo Macrorregional de Saúde.

Sul

Centro

Noroeste

Norte de Minas

Leste

Nordeste

Oeste

Triângulo do Norte

Sudeste

Triiângulo do Sul

Jequ

itinho

nha

Centro Sul

Leste do Sul

N

EW

S

50 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Mapa 3 – Divisão territorial geográfica do Estado de Minas Gerais segundo Regional de Saúde.

Montes ClarosUnaí

Uberaba

Uberlândia

Divinópolis

Itabira

Patos de Minas

Sete Lagoas

Diamantina Teófilo Otone

Pedra Azul

Passos

Varginha

Ubá

Ituiutaba

Alfenas

Governador Valadares

Pouso Alegre

Juiz de Fora

Barbacena

ManhumirimBelo Horizonte

São João del Rei

Leopoldina

Coronel Fabriciano

Ponte Nova

N

EW

S

Mapa 4 – Divisão territorial geográfica do Estado de Minas Gerais segundo Microrregional de Saúde.

Unaí

Januária

Patos de Minas

Pirapora

Curvelo

Araxá

Almenara

Ituiutaba

Uberaba

Diamantina

Ubá

Guanhães

Uberlândia/Araguari

Salinas/Taiobeiras

Araçuaí

Formiga

Janaúba/Monte Azul

Passos/Piumhi

Francisco Sá

Manhuaçu

Itabira

SeteLagoas

Peçanha

PousoAlegre

Lavras

Nanuque

Ponte Nova

Resplendor

Barbac

ena

Betim

Alfenas/Machado

Caratinga

Pedra Azul

J Fora/L Duarte/B Jardim

Guaxupé

Mantena

Carangola

Itaúna

Frutal/Iturama

Brasília MG/S Francisco

Divinópolis

Montes Claros/Bocaiúva T Otoni/

Malacac/Itambacur

Itajubá

Patrocínio/Monte Carmelo

Itabirito

BomDespacho

Muriaé

Itaobim

GovernadorValadares

São Joãodel Rei

Paráde Minas

Minas Novas/Turmalina

Viçosa

Águas Formosas

São Lourenço/Caxambu

PadreParaíso

Coraçãode Jesus

SantoAntônio

do Amparo

Varginha

TrêsPontas

IpatingaCoronel

Fabriciano

B Horizonte/N Lima/Caeté

Três Corações

Cons Lafaiete/Congonhas

JoãoMonlevade

Poçosde Caldas Leopoldina/Cataguases

São Sebastiãodo Paraíso

Além Paraíba

Vespasiano

São JoãoNepomuceno/

Bicas

SantosDumont

Contagem

N

EW

S

Nota: O mapa acima relacionado está propositalmente fragmentado por macrorregional de saúde, para

que possa ser melhor visualizado.

51 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

No que se refere às condições de vida no Estado de MG, os indicadores de

longevidade e fecundidade expressaram uma esperança de vida ao nascer de 70,5

anos e 2,2 filhos por mulheres para o ano de 2000, respectivamente, segundo dados

do Censo Demográfico de 2000 (BRASIL, 2001). A taxa de mortalidade infantil entre

os anos de 1991 e 2000 apresentou um decréscimo próximo de 22%, passando de

35,4 para 27,8 por 1000 nascidos vivos. Quanto aos níveis educacionais na

população adulta de 25 anos, MG apresentou uma taxa de 14,8% de analfabetos e

uma média de anos de estudos de 5,6 anos. A renda per capita média foi de R$

276,6 com 29,8% de pobres e índice de Gini de 0,61. Uma peculiaridade neste

aspecto é que houve concentração de renda entre 1991 e 2000, promovendo um

“crescimento da desigualdade” econômica (BRASIL, 2001).

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), para Minas Gerais, cresceu

10,9% no período intercensitário, passando de 0,697 para 0,773, havendo uma

diminuição (25,9%) do hiato (distância entre o IDH de Minas Gerais e o limite

máximo do IDH (1)). Para o IBGE, o estado está entre as regiões consideradas de

médio desenvolvimento, com situação boa, ocupando a 9º posição entre os estado

brasileiro (PNUD, 2003).

Minas Gerais demonstra uma transição demográfica dentro do padrão

brasileiro, com progressivo declínio das taxas de fecundidade e mortalidade,

alteração da estrutura etária, com aumento da proporção de idosos em torno de

28,8% entre os últimos censos e aumento da taxa de urbanização. Este estado

caminha junto com o Brasil para um padrão moderno de demografia que se

caracteriza por baixos níveis de fecundidade e mortalidade (PAES-SOUZA, 2002).

O acesso a serviços básicos como água encanada e coleta de lixo, quando

se considera somente domicílios urbanos, expressou aumento substancial de 15,5%

para água encanada e de 29,5% para a coleta de lixo. (PNUD, 2003). Quanto à

situação de acesso para a população em relação aos serviços de saneamento,

Minas Gerais é o estado que mais obteve variação percentual no Sudeste, com

aumento de 54,8%.

Primeiramente considerando o acesso à rede geral de abastecimento de

água, o estado vem apresentando, desde 1980, percentuais de cobertura abaixo da

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

média da região, com 53% em 1980, 73% em 1991 e 82% em 2000, enquanto que

para a região Sudeste estes índices foram de 70%, 83% e 88% para os respectivos

anos.

Para população com acesso à coleta pública de lixo, a situação não é

diferente. Minas Gerias nos anos de 1991 e 2000 apresentava uma proporção de

domicílios totais com coleta de 54% e 77%, respectivamente, contrapondo com a

média da região que era de 76% e 89%, para aqueles mesmos anos. Para o acesso

à rede geral de esgotamento sanitário, esse estado apresentou percentuais de 36%,

53,7% e 66,4% da população total com acesso a esses serviços para os anos de

1980, 1991 e 2000; enquanto o Sudeste apresentava médias de 47%, 61% e 72%

nesta mesma série histórica.

Quando foi considerada a rede geral de esgotamento sanitário e fossa

séptica como formas adequadas de disposição de dejetos, a região Sudeste

apresentou proporções de domicílios atendidos de 60,8%, 71,9% e 81%, e Minas

Gerais, com proporções bem abaixo da média, de 38,9%, 55,4% e 68,9% para série

histórica em tela. (BRASIL, 2004d).

3.2 PERFIL DE MORTALIDADE DE MINAS GERAIS

O perfil de mortalidade caracteriza-se como um subconjunto de indicadores

que analisa epidemiologicamente determinadas áreas, os quais se inserem num

conjunto de outros, suscitando de uma forma compacta numa avaliação de

resultados/impactos de ações de saúde. Os autores Soboll et al (2001), dizem que

os indicadores devem representar os resultados dos serviços de saúde, os efeitos

positivos ou negativos sobre a saúde da população, além de indicar possíveis

variações ocorridas nos aspectos sanitários, no que se observa através de

implantações de ações programáticas de novas tecnologias de saúde e inserção de

medidas sociais e econômicas. Com essas características intrínsecas e extrínsecas

dos indicadores, trataremos a relação da execução das ações de saneamento

ambiental e o traçado epidemiológico de mortalidade do Brasil, Sudeste, Minas

Gerais e recortes geográficos internos (Macrorregionais, Regionais, Microrregionais

de Saúde e Municípios).

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.2.1 Brasil, Sudeste e Minas Gerais

MORTALIDADE ESPECÍFICA POR DIP E DRSAI

No período de 1996 a 2002, ocorreram cerca de 6,5 milhões de óbitos no

Brasil, dos quais metade deles é referente à região Sudeste. Destes óbitos regionais,

21% ocorreram em Minas Gerais. Do total geral de óbitos, aproximadamente de 5%

foram por Doenças Infecto-Parasitárias (DIP), dos quais metade também ocorreu na

região Sudeste, sendo 22% correspondentes ao Estado de Minas Gerais, no mesmo

período (Quadro 6).

No geral, para todo o período, excluindo os Sinais e Sintomas Mal Definidos,

as DIP ocuparam a 5º posição quando relacionadas às doenças que mais causaram

óbitos no Brasil, Sudeste e Minas Gerais. Quando se promove um recorte, em 1996,

as DIP ocuparam a mesma posição supracitada, passando, porém, em 2002, para a

7ª posição no Brasil e Sudeste, próximo das doenças do aparelho digestivo (Quadro

22). As unidades federativas que mais concentraram DIP durante o período foram:

São Paulo (25,3%), Minas Gerais (11,1%) e Rio de Janeiro (11,9%) (Quadro 23).

Minas Gerais não variou sua posição para as DIP durante todo período, permaneceu

sempre na 5ª, desde início. O coeficiente de mortalidade específico por DIP (CME-

DIP) no Sudeste foi próximo de 1,3 vezes maior que o Brasil, em 1996, logo diminuiu

para 1,1 vezes em 2002. A razão dos CME-DIP para Minas Gerais e Sudeste fora

sempre menor que 1, chegando a se aproximarem no final do período (Quadro 25).

Essa tendência de redução dos óbitos de DIP foram evidências estatísticas

observadas em estudos recentes de Costa et al (2004), assim como em publicação

recente do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004d).

Para as DRSAI, o processamento dos bancos de dados do SIM evidenciou

que elas representaram pouco menos que um terço dos óbitos das DIP (29,4%), no

Brasil, quando apreciado todo período. Deste montante, cerca de 37% estão

referidos ao Sudeste, ocupando o primeiro lugar em concentração de casos no país,

onde os estados que mais concentraram óbitos por DRSAI: São Paulo (17,6%),

Minas Gerais (14,7%), Bahia (9,8%) e Pernambuco (9,0%) (Quadro 23). Minas

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Gerais é o estado que registrou em torno de 40% dos óbitos do Sudeste, perfazendo

um total de 14,4 mil óbitos em sete anos (Quadro 6).

Quadro 6 - Distribuição de proporção de óbitos por DIP e DRSAI segundo Brasil, Sudeste e Mina Gerais, 1996-2002.

Geral DIP DRSAI

N %* N %* %** N %* %** Brasil 6573937 100,0 330457 100,0 5,0 97861 100,0 29,6 Sudeste 3257331 49,5 163927 49,6 5,0 35881 36,7 21,9 Minas Gerias 685096 21,0 36670 22,4 5,4 14365 40,0 39,2

Fonte: SIM/DATASUS/MS Notas: N – Freqüência absoluta

* Proporção de óbitos geral, DIP e DRSAI em relação à unidade territorial imediatamente superior. ** Proporção de óbitos DIP e DRSAI dentro da mesma unidade territorial

Analisando o gráfico de tendência, verifica-se que o coeficiente de

mortalidade específica para as DIP vem decaindo ao longo deste sete anos no

Brasil, com uma redução de cerca de 22%. Exceto para os estado do Piauí,

Maranhão, Alagoas e Pará, que tiveram variação percentual para mais nos

coeficientes de 92,2%, 66,8%, 18,3% e 6,8%, respectivamente. Houve nesse

período, especificamente para Sudeste e Minas Geral, uma queda nos indicadores

de 32% e 28%, respectivamente, enfatizando-se que, entre as grandes regiões, o

Sudeste tivera uma das maiores efeitos positivos (Figura 3 e Quadro 25).

Figura 3 – Coeficiente de mortalidade específico por DIP segundo Brasil, Grandes Regiões e Minas Gerais, 1996 a 2002.

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002Ano

CM

E p

or D

IP/1

00.0

00ha

b

Região Norte

Região Nordeste

Região Sudeste

.. Minas Gerais

Região Sul

Região Centro-Oeste

Brasil

Fonte: SIM/DATASUS/MS

55 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os aspectos da mortalidade específica para as DIP, em 2001, no estado de

Minas Gerais, descrito pelo Ministério da Saúde, apresentaram uma taxa bruta

próximo de 27 por 100 mil habitantes, ocupando a 3º posição na região Sudeste.

Esta por sua vez ocupa a 1º posição em causa morte por DIP entre as outras

regiões do Brasil, com valor de 29. Em 2001, as DIP foram a 5º principal causa de

morte (não considerando os Sinais e Sintomas Mal Definidos), junto com a região e

o parâmetro nacional. As taxas específicas de mortalidade por DIP entre 1980 e

2000 expressaram queda significativa (BRASIL, 2004d), mostrando uma

proximidade com esse estudo e também uma tendência continuada.

Paes-Sousa (2002) relata que a redução das mortes causadas pelas DIP

são fortemente associada a extensão de cobertura dos serviços de saúde, ao final

dos anos 80, indicando evidências de com a implementação gradativas das ações

de saúde, principalmente, na atenção básica, poderão se comportar positivamente

nos próximos anos.

Para as DRSAI, observa-se que houve um decremento nos indicadores em

todas as regiões, exceto no Norte e Nordeste pontualmente no ano 1998. Também

observado por Costa et al (2004), que justifica suas observações ao aumento de

registro de óbitos por diarréias. Para o Brasil, houve um efeito positivo com

diminuição no valor de 32% no coeficiente, passando de 10,7 para 7,0 óbitos por

DRSAI por 100 mil habitantes. Maranhão, Piauí e Alagoas obtiveram um aumento

nos seus coeficientes no período, seqüencialmente de 134,1%, 129,7% e 15,2%

(Figura 4 e Quadro 26).

Verificou-se no Sudeste um efeito, também positivo, com redução de 37%, e

uma taxa no final do período de aproximadamente 6,0 óbitos por DRSAI por 100 mil

habitantes. Minas Gerais foi um dos estados do Sudeste que apresentou uma das

menores variações da região (38%), ficando com um dos maiores coeficientes em

2002 (9,4 óbitos por DRSAI por 100 mil habitantes). A razão entre os CME-DRSAI

do Brasil e do Sudeste, demonstra que esta região, quando analisada no geral, tem

sempre coeficiente abaixo da nacional. Porém quando se analisa especificamente

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Minas Gerais, o CME-DRSAI em relação ao Brasil é, em 1996, 1.5 vezes, e em

relação ao Sudeste, 1,6 durante todo o período (Figura 4 e Quadro 26).

Figura 4 – Coeficiente de mortalidade específico por DRSAI segundo Brasil, Grandes Regiões e Minas Gerais, 1996 a 2002.

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Ano

CM

E p

or D

IP/1

00.0

00ha

b

Região Norte

RegiãoNordeste

RegiãoSudeste

.. MinasGerais

Região Sul

RegiãoCentro-Oeste

Brasil

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Dentre as DRSAI no Brasil e para todo o período, as doenças diarréicas são

o principal grupo de causas, chegando a pouco mais de 50 mil óbitos. Ceará

(11,3%), Pernambuco (12,5%), Bahia (10,0%), Minas Gerais (7,8%) e São Paulo

(11,7%) foram as que concentraram mais. A Doença de Chagas foi a segunda causa

de óbitos entres as DRSAI com 36 mil óbitos. Concentraram mais óbitos Bahia

(10,1%), São Paulo (26,8%), Minas Gerais (26,9%) e Goiás (16,4%) (Quadro 23).

Costa et al (2004) se referem a essa questão, e aludiram que as diarréias e a

doença de Chagas têm as maiores proporções de óbitos entre as DRSAI.

Os grupos de DRSAI que tiveram mais expressividade no país foram: a

esquistossomose – com cerca de 3,5 mil óbitos, presente mais expressivamente nos

estados de Pernambuco (28,7%), Alagoas (22,0%), São Paulo (17,0%), Minas

Gerais (8,4%) e Bahia (7,6%); a leptospirose – com cerca de 3 mil, foi mais

concentrada em São Paulo (18,4%), Pará (6,2%), Rio de Janeiro (15,9%),

Pernambuco (12,5%), Bahia (8,7%), Paraná (7,0%) e Rio Grande do Sul (7,7%); as

helmintíases – com 1,6 mil, concentradas em sua maioria em São Paulo (26,4%),

Paraná (15,7%) e Minas Gerais (12,3%); a leishmanioses – com 1,4 mil, com

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

maiores proporções na Bahia (16%), Ceará (13,4%), Maranhão (11,1%),

Pernambuco (8,9%), Minas Gerais (7,6%) e Piauí (6,4%); e a malária - 1,2 mil óbitos,

centralizado nas regiões cobertas pela floresta amazônica como os estados do Pará

(39,3%), Amazonas (10,6%), Mato Grosso (10,1%), Maranhão (9,1%), Rondônia

(6,12%) e Acre (5,3%) (Quadro 25).

Os grupos de doenças hepatite A, febre entérica, dengue, teníase e febre

amarela somaram cerca de 1000 óbitos durante o período em estudo (Quadro 24).

Isto não significa menos importância, pois esses grupos estão estritamente

associados a critérios importantes de potencial de disseminação, transcendência

(severidade, relevância social e econômica) e vulnerabilidade (BRASIL, 2002c).

Quando os indicadores de mortalidade estão congregados numa mesma perspectiva

de análise é possível perceber o quanto de magnitude esses agravos expressam.

Os grupos de doenças diarréias e doenças de Chagas foram as que mais

tiveram registro de óbitos neste período. Houve um efeito positivo, com redução

próxima de 45% e 18% nos coeficientes de mortalidade específicos,

respectivamente (Quadro 7). Essas informações corroboram com os estudos

realizados por Costa et al (2002), além de coadunarem com Dias et al (2000) e

Vinhaes & Dias (2000) em estudos que envolviam o SIM. Para a taxa de mortalidade

por diarréia e doença de Chagas nas faixas etárias menor de um ano e 60 anos e

mais, no Sudeste, entre 1980 e 2000, houve declínio neste indicador (BRASIL,

2004d), apregoando uma semelhança com esse estudo.

Costa et al (2002), relata em seus estudos de mortalidade por DRSAI, no

período 1996-1999 para o Brasil, que uma das principais causa de morte deste

grupo são as diarréias (51%), as quais ocorreram basicamente em crianças menores

de 1 ano. Para indivíduos na faixa etária de 60 anos e mais, a doença de Chagas,

entre as DRSAI, é a que mais tem registro, com valores de cerca de 54% em média

dos óbitos totais nessa faixa em cada ano. Outras DRSAI, com menos magnitude,

porém não menos importante epidemiologicamente, relatado por esse mesmo autor,

foram leptospirose e esquistossomose, principalmente entre os adultos (COSTA et

al, 2002).

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste estudo, esquistossomose, leishmanioses e dengue tiveram seus

coeficientes variando positivamente. Teníase, febre amarela, filariose linfática,

doenças da pele, doenças dos olhos, apesar de terem ocorrido casos de óbitos, sua

quantidade foi tão pequena que os coeficientes específicos não obtiveram

expressividade relativa (Quadro 7).

A esquistossomose aparece na terceira posição, em números absolutos de

óbitos e em coeficiente de mortalidade específico. Verifica-se um aumento sensível

nos valores entre os anos da série (Quadro 7). É uma doença endêmica em 19

estados do Brasil, ao longo da faixa litorânea, alcançando desde cidade do Nordeste

até Minas Gerais, no Sudeste. É, fundamentalmente, uma doença resultante da

ausência ou precariedade de saneamento básico. (BRASIL, 2002b, p. 285).

A expressão dos valores para leptospirose praticamente foi a mesma em

relação à série histórica em estudo. Foi registrado no banco durante o período uma

média de 388 (±37) óbitos anuais. Ocupa a quarta causa de óbitos por DRSAI no

Brasil, durante todo o período (Quadro 7). A leptospirose, que apresenta distribuição

universal no Brasil, é uma doença endêmica, com uma peculiaridade, torna-se

epidêmica em períodos chuvosos, principalmente em centros urbanos maiores,

devido à aglomeração populacional de baixa renda em condições inadequadas de

saneamento e à alta infestação de roedores infectados. Sua letalidade pode chegar

a até 40% dos casos mais graves. A media anual de óbitos por leptospirose, referida

pelo Ministério da Saúde, foi de 327 óbitos/ ano, (BRASIL, 2002f, p. 543; 547),

corroborando uma persistente endemicidade.

As leishmanioses durante o período houve aumento do número de casos,

principalmente entre os anos de 1998 e 1999. Os valores quase dobraram, a partir

deste ponto e a partir daí estabilizando-se (Quadro 7). O coeficiente de detecção

desta doença aumentou durante os anos de 1991 a 2001, segundo Ministério da

Saúde (Brasil, 2002d). O padrão detecção de leishmaniose não acompanha o

padrão de óbitos registrados, que pode sugerir que está havendo melhoria na

assistência dos portadores de leishmaniose e uma melhoria nos sistema de

informação de agravos e notificação compulsória. Além disto, há sugestiva hipótese

de que a melhoria dos serviços de coletas de lixo, já que a leishmaniose tem estrita

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

relação com a presença de lixo e conseqüentemente de reservatório silvestre

(BRASIL, 2002e). Necessita de estudos mais detalhados para essas possíveis

relações, que possam diferenciar os grupos mais acometidos, uma vez que sua

ocorrência era limitada a áreas rurais e a pequenas localidades urbanas, mas,

atualmente, encontra-se em franca expansão para grandes centros (BRASIL, 2002d;

2002e).

Observa-se neste estudo que o número de óbitos por hepatite A permaneceu

estável durante os anos, com média de 61 (±8) casos anuais, sugerindo uma

estabilidade (Quadro 7). A hepatite do tipo A é uma das doenças que tem mais

relação direta com o saneamento ambiental, principalmente ao abastecimento de

água e esgotamento sanitário, pois tem transmissão feco-oral (BRASIL, 2002c). É

uma doença que permanece em níveis endêmicos.

Quadro 7 – Distribuição do coeficiente de mortalidade específico por grupo de doenças de DRSAI segundo ano de registro dos óbitos. Brasil, 1996 a 2002.

por 100.000hab

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Grupo de DRSAI

N* CME** N CME N CME N CME N CME N CME N CME

Diarréias 9252 5,89 7457 4,67 8830 5,46 7366 4,49 6039 3,56 5863 3,40 5661 3,24 Doenças de Chagas

5376 3,42 5410 3,39 5356 3,31 5001 3,05 5134 3,02 4889 2,84 4891 2,80

Leptospirose 455 0,29 389 0,24 396 0,24 330 0,20 378 0,22 388 0,23 378 0,22

Esquistossomose 450 0,29 505 0,32 479 0,30 446 0,27 484 0,29 583 0,34 568 0,33

Malaria 224 0,14 151 0,09 170 0,11 203 0,12 243 0,14 142 0,08 93 0,05

Helmintíases 197 0,13 243 0,15 244 0,15 252 0,15 208 0,12 199 0,12 215 0,12

Leishmanioses 160 0,10 117 0,07 138 0,09 226 0,14 276 0,16 220 0,13 222 0,13

Hepatite A 58 - 54 - 61 - 63 - 65 - 72 - 49 -

Febre Entérica 24 - 18 - 7 - 14 - 12 - 9 - 11 -

Dengue 23 - 28 - 35 - 20 - 17 - 42 - 166 -

Teníase 6 - 7 - 1 - 5 - 4 - 5 - 6 -

Febre Amarela 5 - 1 - 7 - 6 - 20 - 7 - 0 -

Filariose Linfática 3 - 2 - 6 - 0 - 5 - 7 - 0 -

Doenças da Pele 1 - 2 - 3 - 0 - 0 - 3 - 0 - Fonte: SIM/DATASUS/MS Nota: * N – freqüência absoluta de óbitos

** CME – Coeficiente de Mortalidade Específica

Na região Sudeste, há uma inversão em relação às doenças diarréicas e a

Doença de Chagas. Verificou-se que o Chagas está acima, em relação os números

apresentados pelo Brasil, apesar de não ser menos importantes em algumas regiões

como a região Nordeste, relatado por DIAS et al (2000).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os coeficientes de mortalidade específica no Sudeste houve decremento

para todas as doenças, principalmente para diarréia, a qual houve um efeito positivo

com redução de quase 60%. Para a doença de Chagas, ocorreu também uma

redução a qual ficou em torno de 23%. Ressalvas importantes para a dengue, que

devido sua emergente magnitude nesse período ocasionou um aumento muito

significativo no seu coeficiente de mortalidade. Para os outros grupos de DRSAI,

verificou-se variabilidade homogênea dos coeficientes, sugerindo uma persistente

prevalência destas doenças nesta região (Quadro 8).

Quadro 8 – Distribuição do coeficiente de mortalidade específico por grupo de doenças de DRSAI segundo ano de registro dos óbitos. Sudeste, 1996 a 2002.

por 100.000hab

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Grupo de DRSAI

N* CME** N CME N CME N CME N CME N CME N CME Doenças de Chagas

2960 4,42 3054 4,49 2999 4,35 2745 3,93 2728 3,77 2622 3,57 2524 3,39

Diarréias 2820 4,21 2091 3,07 2040 2,96 1624 2,32 1577 2,18 1443 1,96 1299 1,74

Esquistossomose 160 0,24 185 0,27 150 0,22 134 0,19 138 0,19 178 0,24 157 0,21

Leptospirose 203 0,30 143 0,21 148 0,21 139 0,20 106 0,15 144 0,20 145 0,19

Helmintíases 95 0,14 120 0,18 112 0,16 119 0,17 97 0,13 71 0,10 106 0,14

Leishmanioses 32 - 15 - 17 - 23 - 26 - 25 - 34 -

Hepatite A 24 - 16 - 21 - 22 - 14 - 22 - 19 -

Dengue 2 - 2 - 8 - 6 - 0 - 15 - 105 -

Outras*** 7 - 8 - 15 - 7 - 3 - 11 - 6 - Fonte: SIM/DATASUS/MS Nota: * N – freqüência absoluta de óbitos

** CME – Coeficiente de Mortalidade Específica *** O termo “Outras” no quadro se refere às doenças malaria, febre entérica, febre amarela, filariose linfática, doenças

dos olhos, doenças da pele e teníase.

A discussão que envolve a doença de Chagas é antiga no Brasil, vem desde

a década de 20, quando Carlos Chagas descreve-a em todos os aspectos a partir de

investigações epidemiológicas em Laurense, no próprio estado de Minas Gerais. A

situação em duas décadas anteriores aos anos 1980 era preocupante e evidenciava

aumento constante da incidência através da transmissão natural pelo vetor

triatomíneos, por transfusão sangüínea e de forma congênita, além da mortalidade

precoce. A partir de 1975, através de inquéritos de soroprevalência e entomológicos

para subsidiar as intervenções ambientais localizadas/domiciliares, houve uma

redução na transmissão ativa na zona rural e conseqüentemente diminuição de

prevalência por infecção chagásica, além do controle dos bancos de sangue pela

detecção do Tripanosoma cruzi e a conseqüente descontinuidade na transmissão

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

vertical ou congênita. Deste modo diminuindo a prevalência populacional ao longo

dos anos das últimas duas décadas (VINHAES & DIAS, 2000; UCHOA et al, 2002;

DIAS et al, 2002).

Neste contexto, as evidências possíveis para constatação do declínio dos

valores referentes à mortalidade por doença de Chagas, no quadro atual, são

imputadas à interrupção da transmissão do T. cruzi em suas várias modalidades,

através prioritariamente do programa ministerial - políticas eficazes de saneamento e

habitação e políticas pública de saúde - contra a doença de Chagas o qual reverteu

– praticamente em todo o País – esta tendência de expansão (DIAS et al, 2002).

A situação atual na América Latina, Minas Gerais está incluída nas áreas

mapeadas pela OPAS que alcançou uma interrupção na transmissão vetorial de

Trypanosoma cruzi (OPAS, 2005), devido ao controle químico entomológico do

Triatoma infestans (Dias et al, 2000; SILVEIRA, 2000); além da diminuição da

transmissão por transfusão, há tendência de aumento de cobertura nos bancos

oficiais e privados de hemoderivados (BONAMETTI et al, 1998; DIAS, 2000); alguns

casos infectados que podem simplesmente espelhar transmissão congênita, que tem

como problemas a dificuldade da detecção precoce do caso o pequeno grau de

cobertura especializada para gestantes e recém-nascidos nas áreas endêmicas,

além de não existirem drogas ou outros esquemas de prevenção para gestantes

infectadas (DIAS et al, 2000).

SOBREIRA et al (2001), chama uma importante atenção de que embora

houvera medidas sanitárias de tentativas de erradicação do vetor transmissor e da

ampliação do sistema de hemocentros regionais terem apresentados impactos com

efeitos positivos na diminuição da incidência da doença de chagas, o número de

pessoas infectadas ainda é preocupante.

Além desses mecanismos, ações relacionadas a melhorias das condições

de habitação (BRASIL, 2002a) foram primordiais na redução longitudinal da

incidência de casos e de óbitos por Chagas, e conseqüentemente ao declínio nos

indicadores verificados nos últimos sete anos. Eles interagem na cadeia de

transmissão da doença de Chagas e na conseqüente diminuição da permanência

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

dos triatomíneos, entendida neste caso não apenas como medida de promoção de

amplo alcance, mais também como ação precípua de proteção (SILVEIRA, 2000).

Outras ações específicas concernentes ao setor da saúde e da educação também

se encaixam neste contexto (VINHAES & DIAS, 2000).

Os óbitos e os caso de internamento, atualmente corresponde à fase crônica

da doença, a qual se instala tardiamente e representam indivíduos contaminados há

muitos anos, considerando que o processo de infecção chagásica ocorre em geral

na infância e na adolescência, e que esses indivíduos permanecem por toda a vida

com parasitemia (CASTRO et al, 2005).

Dias et al (2000) concluíram que em todas as áreas trabalhadas e

executadas as medidas de controle estão ocorrendo redução de populações

triatomínicas domiciliares, com fortes conseqüências atuais e a posterior redução

nos níveis de transmissão. Ao mesmo tempo, provocam um impacto médico-social

positivo por ser a doença de Chagas umas das causas de morbi-mortalidade que

interfere negativamente no sistema previdenciário (DIAS et al, 2002).

Vinhaes & Dias (2000) afirmam indiferentemente das eventuais distorções

que possa haver, decorrentes do alcance e da forma de coleta desses dados, as

reduções observadas nos valores de proporções e coeficiente de doença de

Chagas, são de tal ordem expressivos, que fica evidente o progresso ocorrido no

controle da enfermidade no país especialmente nos últimos 20 anos. Os mesmos

autores apontam para o CME-DChagas uma redução de 33% entre os anos de 1980

e 1997 (VINHAES & DIAS, 2000).

De um modo geral, há uma tendência de redução relativa dos óbitos por

doenças de chagas nos últimos anos para o Brasil e para Minas Gerais. Em 1980,

86 e 92 e 98, havia como proporção de óbitos por doença de Chagas em Minas

Gerais 2,35%, 2,24%, 1,9% e 1,52%, respectivamente. No Brasil, 0,82%, 0,76%,

0,69% e 0,58%, respectivamente para os mesmo anos, em relação ao total de óbitos

(DIAS et al, 2002), semelhante ao estudo em questão aqui suscitado, o que

evidencia deste modo o significativo impacto que tem a doença de chagas nesse

estado.

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Uma explicação para que a tendência de declínio para os óbitos de doença

de Chagas ao longo desses anos, verifica-se na existência de traços remanescentes

de indivíduos mais idosos ainda portadores da doença de Chagas, com a qual se

infectaram há duas décadas ou mais. São pessoas de origem rural, geralmente

pobres e de baixa escolaridade, que se infectaram em fontes vetoriais triatomíneos,

(DIAS et al, 2002), como de teor observado nos municípios mineiros. Não significa

dizer, entretanto, que a transmissão natural da doença de Chagas está totalmente

sob rigoroso controle em todo país, devido alguns pontos não terem em sua

totalidade conseguido o controle da população de vetores (CARVALHO et al, 2000).

Minas Gerais acompanha o mesmo perfil de sua região e do Brasil, porém

com a Doença de Chagas prevalecendo como uma das que mais se registrou óbitos

dentre as DRSAI, seguida das diarréias. Seus coeficientes reduziram 26% e 66%,

respectivamente, durante o período (Quadro 9). A partir de 1975, através de

inquérito de soroprevalência e entomológico, a prevalência da infecção chagásica na

população rural era, então, de 4,2%, com mais altos coeficientes em Minas Gerais

(8,8%), um dos estados onde a dispersão e infestação por T. infestans eram mais

significativas, confirmando o sucesso das ações (VINHAES & DIAS, 2000; UCHOA

et al, 2002).

A esquistossomose tem uma das maiores prevalências em relação aos

estados portadores desta endemia, e as helmintíases que tiveram um efeito negativo

com aumento no coeficiente de 85% e 105%, respectivamente (Quadro 9).

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quadro 9 – Distribuição do coeficiente de mortalidade específico por grupo de doenças de DRSAI segundo ano de registro dos óbitos. Minas Gerais, 1996 a 2002.

por 100.000hab

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Grupo de DRSAI

N* CME** N CME N CME N CME N CME N CME N CME Doenças de Chagas

1509 9,05 1667 9,86 1492 8,73 1255 7,26 1300 7,27 1249 6,89 1231 6,71

Diarréias 950 5,70 669 3,96 624 3,65 493 2,85 455 2,54 383 2,11 359 1,96

Esquistossomose 32 0,19 38 0,22 32 0,19 34 0,20 43 0,24 52 0,29 65 0,35

Helmintíases 16 - 20 - 32 - 32 - 31 - 25 - 36 -

Leishmanioses 20 - 7 - 8 - 11 - 17 - 19 - 21 -

Leptospirose 14 - 11 - 3 - 15 - 17 - 7 - 11 -

Hepatite A 7 - 2 - 6 - 4 - 1 - 5 - 4 -

Outras* 3 - 4 - 7 - 6 - 1 - 6 - 4 -

Fonte: SIM/DATASUS/MS Nota: * N – freqüência absoluta de óbitos

** CME – Coeficiente de Mortalidade Específica *** O termo “Outras” no quadro se refere às doenças malaria, dengue, febre amarela, doenças dos olhos, febre entérica,

filariose linfática e teníase.

O declínio dos coeficientes de mortalidade específica por doenças

infecciosas intestinais em Minas Gerais, corrobora com os estudos de Andrade &

Lisboa (2001), os quais descreveram que foi uma das principais mudanças no

padrão de mortalidade nos estados no Sudeste nos anos 1981 e 1995. Decerto, que

seja uma continuidade desta tendência que vem se perdurando durante as três

últimas décadas. Neste estudo, os autores não realizaram análise específica de

Brasil e Sudeste, assim dificultando referencialmente a comparatividade das

informações entre as unidades territoriais.

MORTALIDADE INFANTIL

Para se ter uma panorâmica do quadro de distribuição dos óbitos infantis no

Brasil durante o período de 1996 a 2002, ocorreram cerca de 467 mil óbitos infantis.

Sudeste concentrou 38,2% e Minas Gerais 24,9% desta região. Óbitos infantis por

DIP no Brasil, sudeste e Minas Gerais corresponderam a uma proporção de 9,4%,

7,15 e 8,2%, do total geral corresponde a cada unidade geográfica. As DRSAI foram

significativas com mais da metade no Brasil, 42,2% no Sudeste e 46,5% em Minas

Gerais, dos óbitos por DIP. As diarréias são unânimes entre as DRSAI, com mais de

98% dos óbitos (Quadro 10).

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quadro 10 - Distribuição de óbitos infantil por DIP, DRSAI e diarréia segundo Brasil, Sudeste e Minas Gerais, 1996-2002.

Geral DIP DRSAI Diarréia

N %* N %* %** N %* %** N %* %** Brasil 466841 100.0 43954 100.0 9.4 26206 100.0 59.6 25838 100.0 98.6 Sudeste 178460 38.2 12731 29.0 7.1 5372 20.5 42.2 5332 20.6 99.3 Minas Gerais 44440 24.9 3646 28.6 8.2 1694 31.5 46.5 1670 31.3 98.6

Fonte: SIM/DATASUS/MS Notas: N – Freqüência absoluta

* Proporção de óbitos geral, DIP e DRSAI em relação à unidade territorial imediatamente superior. ** Proporção de óbitos DIP e DRSAI dentro da mesma unidade territorial

Quanto ao coeficiente de mortalidade infantil, tido como um dos indicadores

mais expressivos da situação de saúde e da condição social de uma população

(Pollard et al apud SZWARCWALD & CASTILHO, 1995), o Brasil tem seguido uma

tendência decrescente ao longo da história. Em 1996, o coeficiente de mortalidade

infantil (CMI) era de 25,5 óbitos/1000 Nascidos Vivos, quando ao final do período

verificou-se uma redução de 29%, constatando-se um efeito positivo. Ao contrário do

que ocorrera com os estados do Piauí, Maranhão e Alagoas que tiveram aumento

nos seus coeficientes, além de Rondônia e Mato Grosso que se mantiveram em uma

faixa de numérica estável durante o período sem grandes variações, com médias,

respectivamente, de 22,4 (±2,7) e 19,9 (±1,3) óbitos infantis anuais por 1000

Nascidos vivos (Figura 5 e Quadro 27).

Os estados acima explanados com aumento do CMI são achados a partir

dos cálculos diretos realizados neste estudo. Essas informações não corroboram

com os valores apresentados pelo Ministério da Saúde, justificado por problemas

nos sistemas de informação sobre mortalidade (SIM) e sobre Nascidos Vivos

(SINASC) as regiões Norte e Nordeste aos quais esses estados estão localizados,

caracterizando uma cobertura insuficiente para o cálculo direto (BRASIL, 2004d).

Outra informação importante é quanto aos sinais e sintomas mal definidos, ao longo

dos anos percebeu-se que as proporções estavam próximas de um quinto dos óbitos

infantis, de modo que se pode sugerir uma má qualidade da informação.

No Sudeste, o CMI não possuía muita diferença dos valores daqueles

representados pelo Brasil, porém registrou um efeito positivo com uma redução de

42%, muito acima da nacional, passando de 26,6 para 15,5 óbitos por 1000

Nascidos Vivos no último ano. Minas Gerais apresentou um considerável

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

decremento neste indicador, passando de valor 45,6 para 16,5 óbitos por 1000

Nascidos Vivos, com uma redução próxima de 64%. Seu coeficiente, em 1996, era

quase que o dobro do Brasil e da Região Sudeste, evoluindo para uma situação

semelhante em 2002, conforme se pode observar na Figura 5 e Quadro 27.

Figura 5 – Coeficiente de Mortalidade Infantil segundo Brasil, Grandes Regiões e Minas Gerais, 1996 a 2002.

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002Ano

CM

I/100

0NV

Região Norte

RegiãoNordeste

RegiãoSudeste

Minas Gerais

Região Sul

RegiãoCentro-Oeste

Brasil

Fonte: SIM/DATASUS/MS

O Coeficiente de Mortalidade Infantil por DIP segue o mesmo padrão de

declínio, já observado para o Brasil e Sudeste, ressaltas para as unidades

federativas do Piauí e Maranhão que, ao contrário, não obtivera redução neste

intervalo de tempo, quando considerado os óbitos infantis em geral. Minas Gerais se

sobressai como um dos maiores coeficientes no período em relação ao Sudeste.

Neste intervalo há uma redução de 78%, passando de 5,1 para 1,1 óbitos infantis

DIP (por 1000 Nascidos Vivos). A razão entre o CMI-DIP de MG e Sudeste em 1996

era de 2,1 vezes passando para 1,1 vez superior, no final do período (Figura 6 e

Quadro 28)

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 6 – Coeficiente de Mortalidade Infantil por DIP segundo Brasil, Grandes Regiões e Minas Gerais, 1996 a 2002.

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Ano

CM

I por

DIP

/100

0NV

Região Norte

RegiãoNordeste

RegiãoSudeste

Minas Gerais

Região Sul

RegiãoCentro-Oeste

Brasil

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Dos grupos das DRSAI, as doenças diarréicas agudas são as que mais tem

impacto no perfil de mortalidade infantil (COSTA et al, 2004). Em todo Brasil, seu

padrão de tendência tem se constituído em declínio em torno de 53% durante esse

período, salvo exceções em alguns estados da federação, como Maranhão, Piauí,

Acre e Tocantins apresentando aumento de 102,4%, 46,7%, 19,8% e 10%,

respectivamente nos coeficientes (Figura 7 e Quadro 29).

Para o Sudeste e Minas Gerais, houve uma queda acima da nacional com

74% e 86% aproximadamente. Minas Gerais, mais uma vez, destaque, passando de

um coeficiente de 2,7 para um de 0,4 óbito por diarréia por 1000 nascidos vivos

(Figura 6 e Quadro 30).

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 7 – Coeficiente de Mortalidade Infantil por diarréia segundo Brasil, Grandes Regiões e Minas Gerais, 1996 a 2002.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002Ano

CM

I por

Dia

rréi

a/10

00N

VRegião Norte

RegiãoNordeste

RegiãoSudeste

Minas Gerais

Região Sul

RegiãoCentro-Oeste

Brasil

Fonte: SIM/DATASUS/MS

O aumento do coeficiente de mortalidade infantil está estritamente associado

ao componente tardio, que é estritamente ligado às adversidades do ambiente,

sobretudo às doenças relacionadas à fome e a miséria como as deficiências

nutricionais e as diarréias, que são intimamente relacionadas à falta de saneamento

ambiental (SZWARCWALD & CASTILHO, 1995). O aumento desses serviços nos

últimos 10 anos da cobertura está fortemente associado ao decremento de CMI e

específico por diarréia, por ser um determinante sócio-estrutural na incidência das

desta doença. Há suposições de que a expansão destes serviços seja um dos

fatores mais influenciadores desta evolução histórica (POST et al, 1992;

GUIMARÃES et al, 2001; COSTA et al, 2003).

Em estudos de estimativas de mortalidade infantil no Brasil na década de

1980, Szwarcwald & Castilho (1995), já citava que além dos fatores nutricionais, de

moradia, de educação e de saúde no grande território brasileiro a situação deficiente

de saneamento era determinante importante na explicação de óbitos por diarréia.

Além desse importante determinante, outro fato que contribuiu para o

considerável declínio dos óbitos pós-neonatais secundários às doenças infecciosas

intestinais foi à implantação intensiva da terapia de rehidratação oral, a partir de

1988 (COSTA et al, 2003), intensificado com um expressivo aumento da cobertura

69 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

da atenção básica desde sua implantação em 1991, para Programa de Agentes de

Saúde da Comunidade, e em 1994, para o Programa de Saúde da Família

(GUIMARÃES et al, 2001).

Guimarães et al (2001) resumindo e reafirmando as informações

apresentados pelos autores acima, expressando que as diarréias, como uma das

principais causas de mortalidade infantil nos países em desenvolvimento, envolve de

forma direta e indireta, um complexo de fatores de ordem ambiental, nutricional e

sócio-econômico-cultural, e que ainda constituem um grave problema de saúde

publica de grande magnitude em países em desenvolvimento com forte

desigualdade social como o Brasil, mesmo em região mais desenvolvida, como

Sudeste e Sul.

ANOS POTENCIAIS DE VIDA PERDIDOS

Uma das formas de análise mais apropriada para distribuição de óbitos

segundo faixa etária é através do indicador Anos Potenciais de Vida Perdidos

(APVP). O propósito do APVP é permitir mensurar a evolução da qualidade da

saúde levando em consideração as variáveis etárias e as causas determinadas pelo

padrão de mortalidade, além de ser um índice importante para decisão de alocação

de recursos em políticas públicas (ANDRADE & LISBOA, 2001).

Numa visão panorâmica desse indicador no Brasil, constatou-se uma soma

de 116 milhões de APVP, ao longo desses sete anos, com tendência declinante para

a faixa etária menor de um ano, porém com um incremento para a faixa etária de 50

a 69 anos, forte sugestão de uma melhoria do padrão de qualidade de vida da

população. Para outras faixas etárias, vem sendo expressa uma estabilidade no

padrão de tendência (Figura 8 e Quadro 30).

O Sudeste, com cerca de 48% do total de APVP, segue um padrão

semelhante referente ao do Brasil. O que mais caracteriza esta tendência na região

é o cruzamento entre as linhas de tendência das faixas etárias menores de 1 ano e

50-59 anos no último ano da série histórica, ou seja, uma suplantação do total de

APVP entre a maior sobre a menor faixa (Figura 8 e Quadro 31).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Minas Gerais, que acumulou 21,6% do APVP do Sudeste, apresentou

configuração análoga à de sua região, com ressalvas para um maior aclive no

incremento dos APVP na faixa etária de 50-59 e 60-69 anos. Também chegou à

variação de aproximadamente, respectivamente, 54% e 126%, positivamente (Figura

8 e Quadro 32).

Figura 8 – Anos Potenciais de Vida Perdidos. Brasil, Sudeste e Minas Gerais, 1996 a 2002.

BRASIL

0

1

2

3

4

5

6

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Milhões

Anos

AP

VP

/Fai

xa E

tária

<1 Ano

1-4

5-9

10-14

15-19

20-29

30-39

40-49

50-59

60-69

SUDESTE MINAS GERAIS

0

0,5

1

1,5

2

2,5

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Milhões

Ano

AP

VP

/Fai

xa E

tária

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Milhões

Ano

AP

VP

/Fai

xa E

tária

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Quanto aos Anos Potenciais de Vida Perdidos por DIP (APVP-DIP) -

importante indicador específico de impactos referentes à promoção, prevenção e

proteção - nestes grupos de doenças e nas faixas etárias, corresponderam a 7,8%,

quando relacionado ao Brasil durante toda a série. No Sudeste, representaram uma

proporção de 45,6% do Brasil. Minas Gerais 20,6% de sua região (Quadros 33, 34 e

35).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Verifica-se, no gráfico de tendência, uma situação diferente do APVP-DIP

em relação aos expressos pelo APVP-Geral. Houve declínio para o grupo etário

abaixo de 39 anos, caracterizado pela melhoria dos processos de saúde para esses

grupos. Porém para aqueles acima de 40 anos houve um aumento do APVP-DIP,

não caracterizando necessariamente melhora, pois significa que precocemente anos

em idade mais avançadas estão sendo perdido devido a doenças infecto-

parasitárias. Outrora, com o avanço das tecnologias em saúde, especificamente e

nos aspectos conceituais vigentes, o que deveria, entretanto, era ocasionar uma

diminuição em todos os segmentos quando se trata de DIP (Figura 9 e Quadros 33,

34 e 35).

Figura 9 – Anos Potenciais de Vida Perdidos por DIP. Brasil, Sudeste e Minas Gerais, 1996 a 2002.

BRASIL

0

100

200

300

400

500

600

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Milhares

Anos

AP

VP

-DIP

/Fai

xa E

tária

<1 Ano

1-4

5-9

10-14

15-19

20-29

30-39

40-49

50-59

60-69

SUDESTE MINAS GERAIS

0

50

100

150

200

250

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Milhares

Ano

AP

VP

-DIP

/Fai

xa E

tária

0

10

20

30

40

50

60

70

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Milhares

Ano

AP

VP

-DIP

/Fai

xa E

tária

Fonte: SIM/DATASUS/MS

72 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para as DRSAI, foi verificado um padrão diferente em relação APVP de

todas as causas de óbitos, porém quando se fala da variável espaço, há uma

semelhança entre as três unidades territoriais em estudo. As DRSAI concentram

32,3%, 18,5% e 31% dos APVP-DIP para o Brasil, Sudeste e Minas Gerais,

respectivamente. Evidência importante para o declínio do APVP na faixa etária

menor de 1 ano, cerca de 51% no âmbito nacional e 74% para o Sudeste e Minas

Gerais (Quadros 36, 37 e 38).

As outras faixas etárias, apesar do efeito positivo, no que concerne cada ano

isoladamente, verificaram-se variabilidade homogênea de modo geral entre as faixas

de 1 a 49. Paras as faixas de 50 a 69 anos, verificou-se um aumento durante o

período. Apesar da queda acentuada para menores de 1 ano por programas

específicos que viesse a fazer com que ocorresse esse declínio, não houve

programas de âmbito geral que pudesse promover uma melhoria no indicador em

todas as faixas etárias, principalmente naquelas de 50-59 e 60-69, as quais

aumentaram, tanto para o Brasil, como para o Sudeste e Minas Gerais. Houve, sim,

um relevante acréscimo de 72% do inicio para o final do período na faixa de 60-69,

quase que triplicando o seu valor (Figura 10 e Quadros 36, 37 e 38).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 10 – Anos Potenciais de Vida Pedidos por DRSAI. Brasil, Sudeste e Minas Gerais, 1996 a 2002.

BRASIL

0

50

100

150

200

250

300

350

400

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Milhares

Anos

AP

VP

DR

SA

I/Fai

xa E

tária

<1 Ano

1-4

5-9

10-14

15-19

20-29

30-39

40-49

50-59

60-69

SUDESTE MINAS GERAIS

0

20

40

60

80

100

120

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Milhares

Ano

AP

VP

DR

SA

I/Fai

xa E

tária

0

5

10

15

20

25

30

35

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Milhares

Ano

AP

VP

DR

SA

I/Fai

xa E

tária

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Costa et al (2002) descreveram que, no período de 1996-1999 no Brasil, as

DRSAI se concentraram nas faixas etárias extremas com 34,8% dos óbitos

ocorrendo em pessoas acima de 60 anos e 29,8% em menores de 1 ano. Neste

período, foi verificada uma tendência de aumento no número de óbitos por DRSAI

nas pessoas acima de 60 anos, variando de 33,3% em 1996 para 37% em 1999. Por

sua vez, os óbitos em menores de 1 ano sofreram um decréscimo, diminuindo de

32,1% em 1996 para 27,5% em 1999 (COSTA et al, 2002). Certifica, portanto,

semelhança nos achados apresentados nesse estudo, apesar da comparação não

está pautada no mesmo indicador.

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quanto ao coeficiente populacional por APVP (CP-APVP) por 1000

habitantes - uma forma sintética de apreciar uma comparação entre as unidades

territoriais em estudo e todas as faixas etárias juntas, foi verificado que houve um

declínio para o Brasil, Sudeste e Minas Gerais. Para o CP-APVP geral, Sudeste,

desde o início até o final do período, teve este indicador acima das outras unidades

(126,5 APVP/1000 hab), onde Brasil teve 105,5 e Minas Gerais 103. Porém o

Sudeste foi à unidade geográfica que teve maior decremento, cerca de 19% ao

longo do período. Brasil e Minas Gerais obtiveram em torno de 8% de diminuição do

valor (Figura 11 e Quadro 30, 31 e 32). Esses valores correlacionam-se com estudos

realizados por Lira e Drumond Jr. (2000, p.17; 22; 23)

Para CP-APVP por DIP, semelhante ao geral, porém com um decremento

maior, 45%, 47% e 40, respectivamente para Brasil, Sudeste e Minas Gerais

(Quadro 33, 34 e 35). Quanto a CP-APVP por DRSAI, Brasil teve sempre um

coeficiente maior (3,7 em 1996, e 1,8 APVP-DRSAI/1000hab, em 2001), um

decréscimo de cerca de 45%, menor que Sudeste e Minas Gerais, que ambas

tiveram em torno de 57% (Quadro 36, 37 e 38). Minas Gerais iniciou o período com

coeficiente igual ao nacional, todavia por sugestivas ações programáticas exitosa,

obteve valor médio entre a nacional e a de sua região (Figura 11).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 11 – Coeficiente populacional de anos potenciais de vida pedidos geral, DIP e DRSAI. Brasil, Sudeste e Minas Gerais, 1996 a 2002.

APVP-GERAL

0

20

40

60

80

100

120

140

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002Anos

AP

VP

/100

0hab

Brasil Sudeste Minas Gerais

APVP-DIP APVP-DRSAI

0

2

4

6

8

10

12

14

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002Ano

AP

VP

-DIP

/100

0hab

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002Ano

AP

VP

DR

SA

I/100

0hab

Fonte: SIM/DATASUS/MS

O total de APVP-geral no final do período em análise foi de 1,7% de

aumento. Os segmentos etários que mais contribuíram, foram das faixas etárias de

15 a 29 anos e acima de 40 anos, ambos com explicações distintas. Indicativamente,

a primeira faixa devido ao aumento de óbitos por causas externas e a segunda

sugestiva de um natural envelhecimento populacional, indícios de uma melhoria nas

condições de vida. Necessita-se, destarte, de uma análise mais detalhada dessas

possíveis hipóteses.

Lira & Drumond Jr. (2000), em estudos recentes, onde compara o APVP nos

anos de 1980 e 1997, relatou também um acréscimo percentual deste indicador

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

analisando esses dois anos, verificando que este aumento estava relacionado a

mortes precoces por causas externas em jovens. Esses autores reportaram ainda

que houve queda nos APVP por idade (LIRA & DRUMOND JR, 2000, p. 14),

coadunando com achados deste estudo.

Lira e Drumond Jr. (2000), neste mesmo estudo, observou que uma das

causas que obteve uma das maiores quedas no número e CP- APVP entre os anos

de 1980 e 1997, foi à diarréia, quando observado o grupo das DIP. Neste estudo,

como os números de óbitos de diarréia é a que mais se sobressai, possivelmente

tenha sido a principal causa da redução do APVP-DRSAI, além de que basicamente

a redução se sucedera em faixas etárias mais inferiores (Quadro 36, 37 e 38). Neste

caso, são necessários estudos mais detalhados de distribuição do APVP-DRSAI,

para que essa hipótese seja refutada ou confirmada.

3.2.2 Minas Gerais

O perfil de mortalidade das DIP e DRSAI pode ser caracterizado pela

distribuição de óbitos por indicadores de proporções e coeficientes em unidades

geográficas. Minas Gerais quando realizado tais procedimentos operacionais para

análise dessa distribuição, nota-se muitas diferenças territoriais, mantendo uma

expressiva realidade epidemiológica específica em transformação.

Murray e Chen (apud PAES-SOUSA, 2002) falam dessa espeficidade no

padrão universal no processo de transição da mortalidade. Mencionam que não

existe um único, mas vários perfis num mesmo país. Sejam por questões

demográficas (sexo, idade, migrantes), sejam por questões sócio-econômicas

(renda, escolaridade), justificativa que vislumbra a complexidade sistêmica do estado

de Minas Gerais e por extensão de outros territórios.

É importante notar que a análise que segue utiliza-se da mesma seqüência

lógica das realizadas em unidades geográficas maiores, além dos mesmos

indicadores – proporções e coeficientes, do geral para os mais específicos. Inicia-se

com os indicadores referentes a macrorregional de saúde, depois para regional e

microrregional de saúde e por último os municípios, os quais previamente foram

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

analisados quanto à qualidade das informações como critério de exclusão e inclusão

na análise.

A título de referência básica (Ver Quadro 6 acima), descreve-se que em MG

ocorreram cerca de 685 mil óbitos durante o período de 1996 a 2002. Do total, 5,4%

foi por DIP, onde as DRSAI representaram 39,2% distribuídos em espaço, tempo e

pessoa de formas variadas.

3.2.2.1 Macrorregional de Saúde

MORTALIDADE POR DIP E DRSAI

As Macrorregionais de Saúde (MASAU) que tiveram as seis maiores

proporções de óbitos por DIP em relação total de óbitos, em 1996, foram Triângulo

do Sul, Noroeste, Triângulo do Norte, Jequitinhonha, Norte de Minas e Centro. Em

2002, continuaram as mesmas MASAU, exceto Centro, que evoluiu para a sétima

posição e troca de lugar com a macrorregional Nordeste. Todas as MASAU

obtiveram efeito positivo entre os anos. Redução de 25% obtiveram as MASAU

Leste do Sul, Triângulo do Sul, Centro Sul, Norte de Minas e Centro; e as menores,

abaixo de 10%, Triângulo do Norte e Nordeste (Quadro 11). As macrorregionais que

concentraram mais óbitos por DIP durante a soma de todo o período foram Centro,

Sul, Triângulo do Norte, sudeste e Norte de Minas (Quadro 39).

Quadro 11 – Distribuição de proporção de óbitos por DIP em relação aos gerais segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002. (%)

Macrorregional de Saúde 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Variação Minas Gerais 6,2 5,7 5,5 5,2 5,0 5,0 4,9 -21,4 3101 Sul 4,6 4,1 3,9 3,7 3,6 3,6 3,6 -22,6 3102 Centro Sul 4,2 3,1 3,5 3,6 3,0 2,8 3,1 -27,4 3103 Centro 6,6 5,7 5,8 5,6 5,1 5,3 4,8 -26,9 3104 Jequitinhonha 9,1 10,4 8,3 7,5 8,0 7,8 7,8 -14,4 3105 Oeste 5,3 5,1 4,6 4,7 4,2 4,1 4,5 -14,6 3106 Leste 5,1 4,4 4,6 4,3 3,9 4,0 3,9 -23,6 3107 Sudeste 4,7 4,4 4,2 4,4 3,7 3,8 3,9 -16,9 3108 Norte de Minas 7,8 7,1 6,9 5,4 5,6 6,8 5,7 -27,3 3109 Noroeste 10,1 9,8 9,6 8,8 9,7 9,0 9,0 -10,5 3110 Leste do Sul 4,9 4,8 4,9 4,3 3,8 4,3 3,5 -28,7 3111 Nordeste 5,3 4,9 5,4 5,2 5,0 4,2 5,2 -3,1 3112 Triângulo do Sul 10,6 11,0 9,1 8,2 8,3 7,4 7,7 -27,5 3113 Triângulo do Norte 9,2 10,0 8,7 7,4 8,6 7,6 8,3 -9,9

Fonte: SIM/DATASUS/MS

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quando se trata de proporção de óbitos de DRSAI em relação aos de DIP,

ver-se que as MASAU com maiores percentagens, em 1996, foram: Noroeste,

Triângulo do Norte, Jequitinhonha, Norte de Minas, Triângulo do Sul e Nordeste. No

final do período, as mesmas regiões permaneciam com as maiores proporções, as

quais com pouca variação proporcional no período (Quadro 12). As macrorregionais

que tiveram maiores proporções de óbitos por DRSAI foram Centro, Triângulo do

Norte, Norte de Minas, Triângulo do Sul, Noroeste e Sul para todo o período (Quadro

40).

Quadro 12 – Distribuição de proporção de óbitos por DRSAI em relação aos de DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

(%)

Macrorregional de Saúde 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Variação Minas Gerais 42,3 43,0 40,5 35,8 39,2 35,8 36,4 -14,0 3101 Sul 26,6 22,1 25,5 21,3 21,9 18,0 20,4 -23,3 3102 Centro Sul 26,6 25,0 18,8 20,0 16,8 16,2 15,9 -40,2 3103 Centro 35,3 34,0 32,4 30,4 29,8 27,5 27,4 -22,3 3104 Jequitinhonha 67,2 77,3 76,3 60,5 76,8 59,1 65,7 -2,3 3105 Oeste 42,9 50,8 42,9 46,5 43,1 46,2 42,8 -0,1 3106 Leste 32,5 26,9 25,8 24,5 26,2 28,7 20,2 -37,7 3107 Sudeste 18,1 16,0 14,6 12,3 11,5 10,1 11,5 -36,2 3108 Norte de Minas 59,2 56,7 59,2 51,8 59,1 57,7 53,6 -9,5 3109 Noroeste 76,0 85,7 78,6 72,4 81,4 70,8 77,7 2,3 3110 Leste do Sul 41,5 40,9 30,1 22,0 24,5 22,2 23,0 -44,5 3111 Nordeste 54,2 44,6 50,4 31,3 36,3 32,3 35,3 -34,8 3112 Triângulo do Sul 57,9 60,6 56,3 54,4 58,4 53,2 56,5 -2,4 3113 Triângulo do Norte 68,7 70,0 66,1 58,1 69,5 65,8 62,7 -8,8

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Os CME-DIP, que é a expressão da probabilidade dos óbitos por DIP que

ocorre na população de cada área, evidenciaram que em 1996 as MASAU que

tiveram valores acima do 3º quartil, foram em ordem decrescente: Triângulo do Sul,

Triângulo do Norte, Jequitinhonha e Noroeste; as MASAU que tiveram valores de

CME-DIP abaixo do 1o quartil, foram: Leste do Sul, Centro sul, Leste e Noroeste. Em

2002, permaneciam as mesmas macrorregionais para primeira e para a segunda

situação, Noroeste avança para o intervalo interquartílico e Sul, que anteriormente

estava nele, desce abaixo do 1º quartil. Todas tiveram efeito positivo, algumas mais

expressivas como 40% do valor do início do período (Quadro 13).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quadro 13 – Distribuição de coeficiente de mortalidade específico por DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

por 100.000hab

Macrorregional de Saúde 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Variação

Minas Gerais 36,2 33,3 31,8 29,9 26,6 26,9 26,0 -28,3 3101 Sul 31,2 26,8 25,5 23,7 22,2 22,6 22,0 -29,4 3102 Centro Sul 28,9 21,4 20,3 23,3 18,9 16,7 17,9 -38,2 3103 Centro 38,7 33,4 33,4 31,6 26,5 27,9 24,8 -36,0 3104 Jequitinhonha 50,7 55,3 41,9 31,4 29,3 33,1 35,0 -31,0 3105 Oeste 31,9 30,7 27,4 27,6 23,7 23,6 25,8 -19,2 3106 Leste 27,7 22,9 23,8 20,5 20,8 20,2 19,7 -28,9 3107 Sudeste 31,4 28,2 27,6 30,3 24,0 25,8 24,0 -23,4 3108 Norte de Minas 33,1 31,5 31,1 24,3 21,8 28,2 24,5 -25,8 3109 Noroeste 46,2 44,8 44,2 38,5 44,8 38,7 41,9 -9,3 3110 Leste do Sul 29,2 27,5 29,5 27,5 22,0 24,0 19,7 -32,6 3111 Nordeste 23,3 22,7 26,9 19,7 20,7 18,4 23,3 -0,3 3112 Triângulo do Sul 68,1 70,5 59,0 52,7 50,5 44,7 43,3 -36,5 3113 Triângulo do Norte 53,9 57,2 48,3 49,1 45,7 40,1 43,1 -20,0 Fonte: SIM/DATASUS/MS

O coeficiente de mortalidade por DIP (CME-DIP), no plano vertical, tinha

uma diferença de 65,8%, em 1996, e em 2002, 58,6%. No plano horizontal, variou

de 36,5% para o máximo e 23,2% para o mínimo. A Figura 12 mostra, entre 1996 e

2002, a variação gráfica dos quartis CME-DIP das MASAU além de expressar suas

evoluções no tempo.

Figura 12 – Coeficiente de Mortalidade Específico por DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or D

IP/1

00.0

00ha

b

80

70

60

50

40

30

20

10

913

1213

12

Fonte: SIM/DATASUS/MS

80 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em 1996, os maiores CME-DRSAI expressos acima do 3º quartil para as

MASAU foram Triângulo do Sul, Triângulo do Norte, Noroeste e Jequitinhonha,

aquela que estavam abaixo do 1º quartil foram Leste, Sul, Centro Sul e Sudeste. Em

2002, continuavam as mesmas macrorregionais com valores acima do 3º quartil

assim como para aquelas abaixo de 1º quartil, com acréscimo apenas da

macrorregional Leste do Sul. Todas tiveram efeito positivo no período (Quadro 14).

Quadro 14 – Distribuição de coeficiente de Mortalidade Específico por DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

por 100.000hab

Macrorregional De Saúde

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Variação

Minas Gerais 15.3 14.3 12.9 10.7 10.4 9.6 9.4 -38.3

3101 Sul 8.3 5.9 6.5 5.0 4.9 4.1 4.5 -45.9

3102 Centro Sul 7.7 5.4 3.8 4.7 3.2 2.7 2.8 -63.1

3103 Centro 13.7 11.4 10.8 9.6 7.9 7.7 6.8 -50.2

3104 Jequitinhonha 34.1 42.8 31.9 19.0 22.5 19.6 23.0 -32.6

3105 Oeste 13.7 15.6 11.7 12.8 10.2 10.9 11.0 -19.3

3106 Leste 9.0 6.1 6.1 5.0 5.4 5.8 4.0 -55.7

3107 Sudeste 5.7 4.5 4.0 3.7 2.8 2.6 2.8 -51.2

3108 Norte de Minas 19.6 17.9 18.4 12.6 12.9 16.2 13.1 -32.9

3109 Noroeste 35.1 38.4 34.7 27.9 36.5 27.4 32.6 -7.3

3110 Leste do Sul 12.1 11.2 8.9 6.0 5.4 5.3 4.5 -62.6

3111 Nordeste 12.6 10.1 13.6 6.2 7.5 5.9 8.2 -35.0

3112 Triângulo do Sul 39.4 42.7 33.2 28.7 29.5 23.8 24.4 -38.0

3113 Triângulo do Norte 37.0 40.0 31.9 28.5 31.8 26.4 27.0 -27.1 Fonte: SIM/DATASUS/MS

Os Coeficientes de Mortalidade por DRSAI (CME-DRSAI), quando se refere

ao plano vertical, neste período houve um processo de distanciamento, logo no

início com uma diferença de 85.5%, ao final com um aumento para 91,4%. No plano

horizontal de análise, o valor máximo variou 17,4% e o mínimo de 50,9%. A Figura

13 mostra, entre 1996 e 2002, a variação gráfica dos quartis entre as maiores e

menores CME-DRSAI das MASAU além de expressar a tendência temporal.

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LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 13 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartil) por DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or D

RS

AI/1

00.0

00ha

b

50

40

30

20

10

0

-10

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Quanto aos principais grupos de DRSAI nas Macrorregionais de Saúde,

serão descritas apenas as doenças de Chagas e diarréias que foram os grupos que

tiveram mais registros de óbitos no período. Em 1996, os CME-diarréias das MASAU

que tiveram acima do 3º quartil foram: Leste do Sul (observação discrepante), Leste

e Norte de Minas; abaixo do 1º quartil foram Triângulo do Sul, Oeste, Noroeste e

Triângulo do Norte. Em 2002, Nordeste (observação discrepante) estava incluída e

Norte de Minas excluída na primeira situação. Na segunda situação, Triângulo do

Sul passou para a área interquartílico e Centro e Centros sul passaram para cauda

inferior do diagrama de quartil (Figura 14 e Quadro 41).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 14 - Coeficiente de mortalidade específico (por quartil) por diarréia segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

20022001A20001999199819971996

CM

E p

or D

iarr

éia/

100.

000h

ab

12

10

8

6

4

2

0

11

10

10

Fonte: SIM/DATASUS/MS

A doença de Chagas expressou valores acima do 3º quartil em 1996 nas

seguintes MASAU: Centro, Sul, Norte de Minas e Leste; Triângulo do Sul, Triângulo

do Norte, Noroeste e Jequitinhonha; abaixo do 1º quartil, Leste do Sul, Centro Sul,

Leste e Sudeste. Em 2002, permaneceu a mesma situação, porém todos as MASAU

tiveram efeito positivo durante o período (Figura 15 e Quadro 41).

Figura 15 - Coeficiente de mortalidade específico (por quartil) por doença de Chagas segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or D

Cha

gas/

100.

000h

ab

50

40

30

20

10

0

-10

Fonte: SIM/DATASUS/MS

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LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

MORTALIDADE INFANTIL

Os óbitos infantis no estado de Minas Gerais tiveram a cifra de 44,4 mil ao

longo dos sete anos. Cerca de 8% representaram as DIP, e, dentre estas, 46,5%

representaram as DRSAI, das quais 99% foram por diarréia. Dentro do quadro geral,

as maiores proporções, com 33,1% estavam localizados na MASAU Centro, e em

segundo lugar na Sul, com 13,2%, e 8,6% do total na Sudeste, ficando esta em

terceiro lugar. As menores proporções estavam localizadas nas: Triângulo do Sul,

Noroeste e Jequitinhonha com 2,6%, 2,4% e 1,4%, respectivamente (Quadro 15).

Do total de óbitos por DIP em menores de 1 ano, Centro, Norte de Minas,

Sul e Leste tiveram as maiores proporções do estado, com 33,4%, 10,5%, 10,3% e

10%, nesta ordem. As menores localizaram-se na Noroeste, Triângulo do Sul e

Jequitinhonha com 1,9%, 1,7% e 1,5%. Para as DRSAI, Centro, Norte de Minas e

Leste com 32,9%, 11,0% e 10,0%, forma as que mais concentraram óbitos infantis

por essas doenças, em contrapartida, Noroeste, Jequitinhonha e Triângulo do Sul

com 2,7% 1,8% e 1,7%, foram os menores (Quadro 15).

As DIP em relação aos óbitos infantis totais, levando em consideração cada

macrorregional de saúde, tiveram os seguintes resultados: as maiores proporções

nas MASAU Nordeste, Norte de Minas, Leste do Sul e Leste (13%, 11,4%, 10,6% e

10,1%); e as menores Centro Sul, Triângulo do Sul e Triângulo do Norte (6,3%, 5,4%

e 5,0%, na devida ordem). As DRSAI em relação às DIP se demonstraram

expressivas, nas MASAU Noroeste, Nordeste, Jequitinhonha, Triângulo do Norte,

Leste do Sul e Centro Sul, onde representaram mais de 50% dos óbitos infantis no

período (Quadro 15).

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LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quadro 15 – Distribuição de proporção de óbitos infantis geral, DIP e DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996-2002.

GERAL DIP DRSAI DIP/ GERAL

DRSAI/ DIP

Diarréia/ DRSAI Macrorregional de

Saúde N* %** N % N % % % %

Minas Gerais 44440 100,0 3646 100,0 1694 100 8,2 46,5 98.6 3101 Sul 5857 13,2 374 10,3 151 8,9 6,4 40,4 100.0 3102 Centro Sul 1911 4,3 120 3,3 61 3,6 6,3 50,8 100.0 3103 Centro 14980 33,7 1219 33,4 558 32,9 8,1 45,8 98.9 3104 Jequitinhonha 620 1,4 53 1,5 30 1,8 8,6 56,6 100.0 3105 Oeste 2315 5,2 146 4,0 57 3,4 6,3 39,0 100.0 3106 Leste 3582 8,1 363 9,9 169 10,0 10,1 46,6 99.4 3107 Sudeste 3809 8,6 309 8,5 110 6,5 8,1 35,6 98.2 3108 Norte de Minas 3342 7,5 381 10,5 187 11,0 11,4 49,1 94.7 3109 Noroeste 1060 2,4 70 1,9 45 2,7 6,6 64,3 97.8 3110 Leste do Sul 2078 4,7 220 6,0 112 6,6 10,6 50,9 99.1 3111 Nordeste 1742 3,9 226 6,2 135 8,0 12,9 59,7 97.8 3112 Triângulo do Sul 1156 2,6 62 1,7 28 1,7 5,4 45,2 100.0 3113 Triângulo do Norte 1854 4,2 93 2,6 48 2,83 5,0 51,6 100.0 3100 Ignorado - MG 134 0,3 10 0,3 3 0,2 7,4 30,0 100.0 Fonte: SIM/DATASUS/MS Nota: * Freqüência Absoluta

** Freqüência Relativa

Estiveram presentes, em 1996 com CMI acima do 3º quartil, as MASAU:

Norte de Minas, Triângulo do Norte, Leste do Sul e Centro Sul; e abaixo do 1º quartil:

Sul, Noroeste, Jequitinhonha e Triângulo do Sul. Exceto as duas primeiras, em 2002,

Nordeste e Leste inclui-se acima do 3º quartil, além das duas últimas acima citadas;

estavam abaixo do 1º quartil, com exceção das macrorregionais Sul e Jequitinhonha,

Triângulo do Sul, Oeste, Noroeste e Triângulo do Norte (Quadro 16).

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LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quadro 16 – Distribuição de coeficiente de Mortalidade Infantil segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

por 1000NV

Macrorregional de Saúde 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Variação

Minas Gerais 45,6 38,3 23,2 21,1 19,5 17,4 16,5 -63,8 3101 Sul 35,4 31,0 23,4 22,3 18,7 18,3 17,6 -50,5 3102 Centro Sul 70,3 49,4 22,3 24,5 25,5 18,8 20,3 -71,1 3103 Centro 37,1 34,4 23,8 21,2 18,8 16,9 15,7 -57,8 3104 Jequitinhonha 30,2 27,4 11,0 18,2 19,9 20,7 17,7 -41,3 3105 Oeste 45,6 26,3 21,1 19,9 16,4 17,1 13,7 -70,0 3106 Leste 67,4 52,8 22,9 22,5 23,0 20,5 18,2 -73,0 3107 Sudeste 57,9 45,8 24,2 23,4 22,9 21,8 18,1 -68,8 3108 Norte de Minas 119,1 107,2 33,8 20,7 19,4 16,1 15,5 -87,0 3109 Noroeste 32,2 30,8 15,7 15,9 17,1 10,9 12,6 -60,8 3110 Leste do Sul 91,1 49,6 30,9 26,2 26,1 22,6 21,1 -76,8 3111 Nordeste 62,6 50,9 18,6 17,4 17,5 14,7 21,2 -66,1 3112 Triângulo do Sul 26,9 24,9 22,2 17,8 17,7 14,3 14,6 -45,7 3113 Triângulo do Norte 106,1 57,7 18,1 17,7 15,0 12,7 12,6 -88,1 Fonte: SIM/DATASUS/MS

Para o Coeficiente de Mortalidade Infantil, no âmbito geral e no plano vertical

de análise, houve uma discrepância grande entre os valores mínimos e máximos. No

início da série histórica, volveu em torno de 77%. Diferentemente, no final, 40% foi a

diferença entre os dois extremos. O mesmo ocorre no plano horizontal, onde o valor

máximo no decorrer dos anos variou de 82% no coeficiente e o valor mínimo de

53%, com uma característica semelhante ao plano vertical (Figura 16).

Figura 16 – Coeficiente de Mortalidade Infantil por quartil segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1998 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

I/100

0NV

140

120

100

80

60

40

20

0

9

9

Fonte: SIM/DATASUS/MS

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LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o CMI-DIP, as MASAU que obtiveram valores acima do 3º quartil,

foram: Norte de Minas (observação discrepante), Leste do Sul, Nordeste e Leste, em

1996; abaixo do 1º quartil, Oeste, Noroeste, Sul e Triângulo do Sul forma as MASAU

que estavam inseridas. Em 2002, na primeira situação, Leste e Jequitinhonha se

acrescentava nesta faixa, e deduzia-se Norte de Minas e Leste do Sul, com

Nordeste tendo o valor considerado como observação discrepante; na segunda

situação, Triângulo do sul e Oeste continuava na mesma circunstância e somava-se

Triângulo do Norte e Centro Sul, ao passo que as outras duas voltaram mais

próximo da mediana (Quadro 17).

Quadro 17 – Distribuição de coeficiente de mortalidade infantil por DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

por 1000NV

Macrorregional de Saúde

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Variação

Minas Gerais 5,13 3,11 2,13 1,48 1,30 1,21 1,09 -78,8

3101 Sul 2,95 2,04 1,61 1,32 1,10 0,91 0,88 -70,3

3102 Centro Sul 7,06 2,66 1,51 1,40 1,60 0,86 0,50 -92,8

3103 Centro 4,25 2,52 2,23 1,22 1,17 1,34 1,12 -73,7

3104 Jequitinhonha 3,97 1,90 0,87 1,02 1,98 1,63 1,27 -68,0

3105 Oeste 3,72 2,09 1,61 1,27 0,69 0,83 0,31 -91,7

3106 Leste 10,07 4,73 2,91 2,14 1,67 1,55 1,46 -85,5

3107 Sudeste 5,83 4,01 2,06 1,80 1,49 1,16 1,67 -71,4

3108 Norte de Minas 19,88 14,58 4,09 2,16 1,71 1,48 1,18 -94,0

3109 Noroeste 2,99 1,66 0,71 1,44 0,96 0,78 0,63 -79,0

3110 Leste do Sul 13,23 4,85 4,39 2,67 2,50 1,97 0,92 -93,0

3111 Nordeste 10,59 7,13 3,28 1,78 1,84 1,33 2,56 -75,8

3112 Triângulo do Sul 2,46 1,80 0,76 0,46 0,77 0,84 0,58 -76,5

3113 Triângulo do Norte 4,39 3,76 0,73 1,12 0,85 0,60 0,44 -90,1 Fonte: SIM/DATASUS/MS

O Coeficiente de Mortalidade Infantil por DIP (CMI-DIP), considerando o

padrão de análise realizado pelo geral acima, segue a seguinte estruturação: no

plano vertical, a distância percentual entre o menor e maior valor fora em torno de

88%, no início do período, não diminuindo permanecendo nos mesmos termos para

as macrorregiões de saúde em observação. No plano horizontal, o zero quartil variou

de 87%, essa mesma proporção expressa a variação do valor máximo (Figura 17).

87 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 17 – Coeficiente de Mortalidade Infantil (por quartil) por DIP segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1998 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

I por

DIP

/100

0NV

30

20

10

0

-10

11

8

8

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Inclusas acima do 3º quartil na descrição do CMI-diarréia, estavam, em

1996, as seguintes MASAU: Norte de Minas, Nordeste, Leste do Sul e Leste; com

valores abaixo do 1º quartil: Sul, Noroeste, Triângulo do Sul e Oeste, estavam

interpolados neste intervalo superior. Em 2002, continuavam presentes na mesma

situação, porém com outra disposição de valores e ordem e Noroeste como

observação discrepante; na segunda situação, Triângulo do Sul e Oeste

permaneceram circunstância somando-se Triângulo do Norte e Centro Sul, enquanto

Sul e Noroeste ficaram mais próximos da mediana (Quadro 18).

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LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quadro 18 – Distribuição de coeficiente de Mortalidade Infantil por diarréia segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

por 1000NV

Macrorregional de Saúde 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Variação

Minas Gerais 2,757 1,432 0,914 0,611 0,661 0,466 0,401 -85,5 3101 Sul 1,508 0,736 0,610 0,472 0,489 0,261 0,341 -77,4 3102 Centro Sul 3,341 1,246 0,532 0,957 0,980 0,576 0,101 -97,0 3103 Centro 2,418 1,211 0,934 0,486 0,578 0,398 0,326 -86,5 3104 Jequitinhonha 2,643 1,084 0,696 0,406 1,240 0,699 0,425 -83,9 3105 Oeste 1,380 0,821 0,516 0,689 0,343 0,237 0,062 -95,5 3106 Leste 5,704 1,927 0,983 0,825 0,923 0,751 0,686 -88,0 3107 Sudeste 2,742 1,427 0,577 0,376 0,605 0,492 0,444 -83,8 3108 Norte de Minas 10,499 4,778 1,941 0,971 0,916 0,741 0,537 -94,9 3109 Noroeste 1,495 0,993 0,609 1,124 0,642 0,194 0,526 -64,8 3110 Leste do Sul 6,606 3,373 2,056 1,030 1,206 1,166 0,279 -95,8 3111 Nordeste 6,640 5,328 2,343 0,848 0,884 0,506 1,216 -81,7 3112 Triângulo do Sul 1,365 0,769 0,650 0,231 0,329 0,000 0,116 -91,5 3113 Triângulo do Norte 2,024 2,110 0,242 0,445 0,566 0,419 0,251 -87,6 Fonte: SIM/DATASUS/MS

Enquanto, de um modo geral, as DIP tiveram um distanciamento percentual

médio entre o valor mínimo e máximo de 81% anuais no plano vertical, as DRSAI,

ultrapassou esse valor, chegando a 87% e variando para 94% ao longo do período.

Horizontalmente, a variação do zero quartil diminuiu mais do que o 4º quartil, com

87% para este e 95% para aquele. A diarréia, como uma das mais expressivas

DRSAI, tanto no âmbito da morbidade como da mortalidade, nesta análise tem

praticamente a mesma expressão tanto do ponto de vista vertical como horizontal,

mostrando semelhantes valores em todos os seus aspectos (Figura 18).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 18 – Coeficiente de mortalidade infantil (por quartil) por diarréia segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1998 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

I por

dia

rréi

a

12

10

8

6

4

2

0

-2

11

81011

8

11

Fonte: SIM/DATASUS/MS

ANOS POTENCIAS DE VIDA PERDIDOS

Para os Anos Potenciais de Vidas Perdidos (APVP), foi verificado que as

MASAU que tiveram APVP acima do 3º quartil em 1996 foram: Centro (observação

discrepante superior), Sul (observação discrepante superior), Sudeste e Leste;

abaixo do 1º quartil se inseriam Leste do Sul, Nordeste, Noroeste e Jequitinhonha.

Em 2002, todas estavam na mesma circunstância para a primeira situação, exceto

Leste que fora substituída por Norte de Minas; para a segunda situação, também

ocorrera o mesmo, com ressalva para Triângulo do Sul que substituíra Nordeste

nesse quadro (Quadro 42).

Para o APVP-DIP, para 1996 e 2002, houve um quadro parecido com o que

foi escrito com APVP-geral. No primeiro ano, todas as MASAU acima referidas no

APVP-geral, com valores acima do 3º quartil, são as mesmas que se insere neste

grupo, assim como o mesmo grupo que se inserem abaixo do 1º quartil. Em 2002,

ocorre à mesma situação, apenas Triângulo do Norte soma-se ao grupo que está

acima do 3º quartil, deduzido a macrorregional Leste; no grupo de abaixo do 1º

quartil, Noroeste, Leste do Sul, e Jequitinhonha continuam com os menores valores,

apenas a macrorregional Centro Sul que agora passa para essa circunstância.

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Centro permaneceu como uma observação discrepante superior por todo o período

(Quadro 43).

Para as DRSAI, os APVP mostraram a seguinte situação. Em 1996, Centro,

Norte de Minas, Sul e Triângulo do Norte formam as MASAU que estavam com

valores acima do 3º quartil. Em 2002, permanece a mesma situação, exceto

Noroeste que substitui Sul, que passa para intervalo interquartílico. Para o primeiro

ano, ficaram abaixo do 1º quartil as macrorregionais Noroeste, Oeste, Jequitinhonha

e Centro Sul; no último ano da série, ocorre a mesma situação, porém com Leste do

Sul tomando a lugar da macrorregional Oeste. Centro, assim como para outros

indicadores superiores, também permaneceu como uma observação discrepante da

superior durante todo o período (Quadro 44).

Com relação às variações dos valores dos APVP, notou-se uma tendência

declinante quando analisados amplamente todos os seguimentos geográficos,

principalmente para as DIP e DRSAI (Quadro 43 e 44). Porém para as MASAU:

Norte de Minas, Noroeste e Nordeste, houve no período um efeito negativo no

APVP-geral, com um aumento de 11,9%, 8,7 e 25,4%, respectivamente (Quadro 42).

Os gráficos abaixo demonstram uma tendência de declínio para o APVP

geral, DIP e DRSAI. APVP-geral, praticamente não houve diminuição no plano

vertical, conservaram-se em torno da média (96,2%±0,4); e no plano horizontal, o

valor mínimo variou 17,7%, e o máximo de 10,5%, ao longo da série. O APVP-DIP,

no plano horizontal, não houve muita diferença do geral (95,5%±0,6), no período; no

horizontal, houve uma queda de 42,6% no valor máximo e 37,4% no mínimo. Para o

APVP-DRSAI, tivemos melhoras consideráveis, quando analisamos horizontalmente,

variação de 65% e 79% nos valores máximo e mínimo, respectivamente;

verticalmente, permaneceu em torno de 92,1%±1,8 (Figura 19).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 19 – Anos Potenciais de Vida Perdidos (quartil) geral, DIP e DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

GERAL

Ano

2002200120001999199819971996

AP

VP

(x1

000)

600

500

400

300

200

100

0

-100

1

3

1

3

1

3

1

3

1

3

1

3

1

3

DIP DRSAI

13131313131313N =

Ano

2002200120001999199819971996

AP

VP

DIP

(x1

000)

60

50

40

30

20

10

0

-10

3

3

3

3

33

3

Ano

2002200120001999199819971996

AP

VP

por

DR

SA

(x1

000)

20

10

0

-10

3

8

3

33

3

13

3

3

Fonte: SIM/DATASUS/MS

A descrição do CP-APVP das macrorregionais de saúde, em 1996 e

agregando todas as causas de óbitos, apresentou que Centro Sul, Centro,

Triângulo do Sul e Sul tinham valores acima do 3º quartil. Em 2002, com exceção

da Centro Sul, todas estavam nesta mesma situação, inclusive a MASAU Sudeste.

As macrorregionais, que estavam com valores de coeficiente populacional abaixo

do 1º quartil em 1996, foram Leste, Noroeste, Norte de Minas e Nordeste. Em 2002,

apenas Noroeste não se interpolava nessa situação, sendo substituída por

Jequitinhonha (Quadro 45).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

As DIP, quanto ao CP-APVP, evidenciaram que Triângulo do Sul, Centro,

Jequitinhonha e Triângulo do Norte estavam com cifras acima do 3º quartil em

1996, o que ocorrera a mesma disposição para o ano de 2002, com exceção da

MASAU Centro que fora substituída pela Noroeste. Para aquelas que estava abaixo

da do 1º quartil em 1996, Sul, Noroeste, Oeste e Nordeste se encontravam nesta

cauda inferior. Porém, em 2002, a conformação já não era mais a mesma,

encontrando-se nessa situação Leste, Leste do Sul, Oeste e Centro Sul (Quadro

46).

Os CP-APVP por DRSAI expressaram que os maiores valores das MASAU

Jequitinhonha, Triângulo do Sul, Triângulo do Norte e Noroeste estavam acima do

3º quartil em 1996. As mesmas permaneciam neste mesmo quadro em 2002.

Detinham valores abaixo do 1º quartil Centro Sul, Sudeste, Sul e Oeste em 1996, e

em 2002, apenas a MASAU Sul não se inclui nessa situação, sendo substituída

pela Leste do Sul (Quadro 47)

Em termos gerais, todas diminuíram o CP-APVP por DIP e por DRSAI,

porém para CP-APVP geral Norte de Minas e Nordeste aumentaram em 2,3% e

26,2%, respectivamente, quando se considera todas as doenças e agravos juntas

(Quadro 45, 46 e 47).

Na análise gráfica abaixo, é percebida uma tendência suave no coeficiente

de APVP-geral de decremento. A distância percentual em 1996 era de 49,5%,

caindo para 23,3% no último ano. No plano horizontal, o valor máximo diminuiu em

16,9%, porém o valor mínimo decorreu com efeito negativo, aumentando para 26,2

no coeficiente, no final do período. Ainda observando o gráfico, é notada uma queda

mais brusca para as DIP e DRSAI. O Coeficiente APVP-DIP, não teve distância

percentual variada ao longo do tempo, girando em torno de 53,4%, porém

horizontalmente, tanto no valor mínimo como no máximo, houve um decréscimo de

43%. Para DRSAI, a distância entre o maior e o menor, percentualmente, aumentou

de 69%, em 1996, para 87%, em 2002, todavia variou os valores máximo e mínimos

no sete anos em análise, de 43% e 76%, respectivamente (Figura 20).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 20 – Coeficiente populacional dos Anos Potenciais de Vidas Pedidos (quartil) gerais, DIP e DRSAI segundo Macrorregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

GERAL

Ano

2002200120001999199819971996

CP

-AP

VP

/100

0hab

120

110

100

90

80

70

60

50

40

1111

DIP DRSAI

Ano

2002200120001999199819971996

CP

-AP

VP

por

DIP

/100

0hab

16

14

12

10

8

6

4

2

12

12

Ano

2002200120001999199819971996

CP

-AP

VP

por

DR

SA

I/100

0hab

7

6

5

4

3

2

1

0

Fonte: SIM/DATASUS/MS

3.2.2.2 Regional de Saúde4

MORTALIDADE ESPECÍFICA POR DIP E DRSAI

Em 1996, as Regionais de Saúde (RSAU) tiveram peculiar perfil, quanto às

proporções de óbitos por DIP em relação aos gerais. Estavam inclusas nas três

maiores classes: Unaí, Uberaba, Uberlândia, Patos de Minas, Montes Claros,

Diamantina, Sete Lagoas e Belo Horizonte em ordem decrescente. As menores

4 Segundo o SES-MG, as Regionais de Saúde, segundo o Datasus/MS, são denominadas no Plano Diretor de Descentralização (PDR) de Diretoria Descentralizada de Ações de Saúde (DADS) (MINAS GERAIS, 2003).

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

nesta mesma ordem foram: Ituiutaba, Barbacena, Alfenas, Varginha, Leopoldina,

Pouso Alegre, Pedra Azul, Ubá, Ponte Nova e São João Del Rei (Mapa 6 e Quadro

48). Em 2002, nas três últimas classes apenas, encontravam-se as quatro primeiras

RSAU acima citadas. Para a classe de menor valores, houve um aumento de seis

RSAU além das supracitadas, destaque para Pedra Azul que teve um aumento na

proporção (Mapa 7 e Quadro 48).

Quanto as DRSAI, no primeiro ano da série histórica, possuíam os maiores

percentuais, localizados na quinta classe, as RSAU Unaí, Patos de Minas,

Uberlândia, Diamantina e Sete Lagoas; na primeira classe localizava-se Leopoldina,

Pouso Alegre e Juiz de Fora (Mapa 8 e Quadro 49). Em 2002, nesta mesma ordem,

continuavam na quinta classe as RSAU acima citadas, com ressalvas para Patos de

Minas que aumentou a proporção e Sete Lagoas que saltou para uma classe menor.

Dentro da menor classe, foi observado que das três citadas no início do período,

duas delas se mantiveram, porém Leopoldina saltou para uma classe superior, além

disso acrescentaram novas RSAU: Ubá, Varginha, São João Del Rei e Barbacena

(Mapa 9 e Quadro 49).

As RSAU que se apresentaram nas duas maiores classes, quando se relata

CME-DIP, em 1996, foram Uberaba, Uberlândia e Unaí; na primeira classe, Pedra

Azul, Ponte Nova e Leopoldina (Mapa 10 e Quadro 50). No último ano da série,

permaneceu ainda as três RSAU na quinta classe, porém com CME-DIP menores;

em contrapartida o número de RSAU na primeira faixa aumentou de 3 para 11, não

sendo incluído Pedra Azul e Leopoldina que passara para um intervalo maior em

2002 (Mapa 11 e Quadro 50).

Os CME-DIP, para as RSAU, demonstraram declínios em seus quartis.

Graficamente, no plano horizontal, todos tiveram efeito positivo, apenas as regionais

Pedra Azul e Leopoldina aumentaram seu indicador em 99,8% e 9,5%,

respectivamente (Quadro 50). O valor mínimo que aumentou próxima de 40%. No

plano vertical, houve uma aproximação entre o maior e o menor CME-DIP entre o

primeiro e o último ano da série (Figura 21).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 21 – Coeficiente de mortalidade específica (por quartis) por DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or D

IP/1

00.0

00ha

b

80

70

60

50

40

30

20

10

0

1112

12251112

11

12

11

12

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Para o coeficiente de mortalidade específico por DRSAI (CME-DRSAI),

observou-se que as RSAU incluídas nas duas maiores classes em 1996 foram:

Uberlândia, Uberaba, Unaí, Patos de Minas e Diamantina; na primeira classe

inseriam-se: São João Del Rei, Coronel Fabriciano, Barbacena, Varginha, Ubá, Juiz

de Fora, Pedra Azul, Pouso Alegre e Leopoldina, no mesmo ano (Mapa 12 e Quadro

51). Em 2002, nas duas maiores classes permaneceram três das cinco RSAU

anteriormente citadas, todavia, Uberaba e Diamantina saltaram para uma classe

inferior; na primeira classe, permaneceu todas acima citadas com menores CME-

DRSAI, com exceção de Leopoldina que aumentou, além de outras RSAU que se

somaram a esse grupo, tais quais como Governador Valadares, Manhumirim, Ponte

Nova, Alfenas, Belo Horizonte, Teófilo Otoni e Itabira (Mapa 13 e Quadro 51).

Analisando os quartis da RSAU quanto CME-DRSAI, nota-se que houvera

também uma tendência de decremento, exceto para Pedra Azul e Leopoldina, que

aumento seus indicadores em 55,3% e 425,8%, respectivamente, neste último quase

que quintuplicou o valor (Quadro 51). No plano vertical, houve um comportamento

semelhante ao relacionado com CME-DIP, todos quartis tiveram declínio, exceto o

valor mínimo que dobrou durante o período. No plano horizontal, praticamente se

manteve durante o período, com média de 94,4% (±1,9) (Figura 22).

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 22 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartis) por DRSAI segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or D

RS

AI/1

00.0

00ha

b

50

40

30

20

10

0

-10

611

25

25

11

2512

11

Fonte: SIM/DATASUS/MS

O coeficiente de mortalidade específico por diarréia mostrou nas RSAU

Manhumirim, Governador Valadares, Itabira, Ponte Nova, Teófilo Otoni, São João

Del Rei inclusas nas duas maiores classes em 1996; nas menores classes estavam

incluídas Divinópolis, Pedra Azul, Pouso alegre, Patos de Minas, Uberlândia,

Ituiutaba e Leopoldina (Mapa 14 e Quadro 52). Em 2002, todas as RSAU que se

localizavam nas duas maiores classes no início do período de análise, nenhuma

delas se incluía, porém Pedra Azul que estava localizada na segunda passou para

quarta classe. Na primeira classe neste mesmo ano já se incluía 19 RSAU,

expressando o grande declínio que teve o CME-Diarréia no estado (Mapa 15 e

Quadro 52).

Graficamente para os quartis no plano vertical, houve variabilidade

homogênea durante os anos, com média de 86,6% (±8,4). O plano horizontal vem

sentido também um declínio para todos os quartis, e mais uma vez com exceção

para do valor mínimo que obteve um aumento de 23,8% no seu valor durante o

período. Pedra Azul (123,2%) e Leopoldina (951,1%) foram as únicas regionais que

não tiveram um efeito positivo durante o período (Figura 23 e Quadro 52).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 23 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartis) por diarréia segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or d

iarr

éia/

100.

000h

ab

14

12

10

8

6

4

2

0

-2

26

18

7

24

16

7

Fonte: SIM/DATASUS/MS

O coeficiente de mortalidade específico por doença de Chagas demonstrou

que as RSAU que detém os maiores valores (5º e 4º classe) foram Uberlândia,

Uberaba, Unaí, Patos de Minas e Diamantina; dentre as menores, dezesseis RSAU

estavam inseridas na 1º classe de CME-DChagas, dentre elas nove tinha valores

menores do que um (Mapa 16 e Quadro 53). Em 2002, Uberaba e Diamantina

saltaram para 3º classe, as Uberlândia que estava na 1º faixa passou para a 2º,

permanecendo as outras duas na mesma faixa; neste ano todas continuaram na

primeira classe em relação ao início do período (Mapa 17 e Quadro 53).

Análise do plano vertical demonstrou que não houve grandes variações

durante o período, obtendo média anual de 62,6% (±5,4) de distância percentual.

Horizontalmente em todos os quartis, houve tendência de decremento nos seus

valores com efeito positivo, exceto para as regionais de Itabira (34,7%), Governador

Valadares (21,1%), Manhumirim (171,3%) e Varginha (175%) que aumentaram seus

valores. (Figura 24 e Quadro 53).

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 24 – Coeficiente de mortalidade específica (por quartis) por doença de chagas segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or D

Cha

gas/

100.

000h

ab

50

40

30

20

10

0

-10

116

2525

25

11

2512

11

Fonte: SIM/DATASUS/MS

MORTALIDADE INFANTIL

Para os óbitos infantis, dentro dos aspectos previamente já descritos na

metodologia, Pedra Azul, Teófilo Otoni, Governador Valadares, Manhumirim, Montes

Claros, Alfenas e Sete Lagoas foram aquelas que obtiveram maiores proporções de

óbito infantil por DIP no ano de 1998; as menores proporções, neste mesmo ano,

ficaram com Pouso Alegre, Uberlândia, Patos de Minas, Uberaba e Ituiutaba (Mapa

18 e Quadro 5). Em 2002, Pedra Azul continua com o maior indicador das RSAU,

porém menor do que no início do período; as outras RSAU nestas faixas maiores

passaram para 2º e a 1º faixa (Sete Lagoas e Alfenas). Neste ano, treze RSAU

estavam inseridas na menor classe (Mapa 19 e Quadro 54).

Para proporção de óbitos infantis por DRSAI em 1998, também

representadas pelas diarréias, verificou-se que, nas maiores classes, interpolaram-

se as RSAU: Patos de Minas, Uberaba, Teófilo Otoni, Diamantina e Pedra Azul; na

menor: Ubá, São João Del rei, Coronel Fabriciano, Ituiutaba e Leopoldina (Mapa 20

e Quadro 55). Em 2002, três RSAU intersecsionaram-se nas duas últimas classes,

duas (Unaí e Pedra Azul) já se localizaram anteriormente no início do período e

Uberlândia, a terceira, que antes se encontrava na 2º classe; para menor classe,

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

estavam locadas seis RSAU, todas anteriormente com proporções menores.

Ressalvas para Ubá, Coronel Fabriciano e Leopoldina que anteriormente em

situação de menor proporção outrora elevaram seus valores (Mapa 21 e Quadro 55).

O coeficiente de mortalidade infantil (CMI) expressou maiores valores nas

RSAU de Manhumirim, Montes Claros, Itabira, Juiz de Fora, Sete Lagoas, São João

Del Rei, Alfenas e Governador Valadares, em contrapartida os menores valores

estavam nas RSAU de Ituiutaba, Patos de Minas e Diamantina em 1998 (Mapa 22 e

Quadro 56). Para o ano de 2002, verificou-se que nenhuma das regionais se inseria

nem na 4º e nem 5º classe e neste ano apenas Pedra Azul, Manhumirim e

Barbacena detinham maiores valores inseridos na 3º classe. Nove regionais de

saúde já apareciam neste ano na primeira classe de CMI (Mapa 23 e Quadro 56).

Quanto à evolução histórica do CMI através de quartis, considera-se, com

atenção, que no plano vertical gráfico de análise houve uma média anual de

distanciamento percentual entre o maior e menor valor de 57% (±6,3). No horizontal,

verifica que em todos os quartis houve tendência declinante nos valores, porém não

se estende para cada regional isoladamente que tiveram aumento nos seus valores

como Barbacena (8,1%), Diamantina (39%), Coronel Fabriciano (8,0%), Teófilo Otoni

(1,9%) e Pedra Azul (26,8%) (Figura 25 e Quadro 56).

Figura 25 – Coeficiente de mortalidade infantil (por quartis) segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1998 a 2002.

Ano

20022001200019991998

CM

I/100

0NV

40

30

20

10

0

25

Fonte: SIM/DATASUS/MS

100 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

O CMI-DIP esteve disposto com os maiores valores nas seguintes RSAU:

Manhumirim, Pedra Azul, Montes Claros, Governador Valadares e Sete Lagoas no

ano de 1998, os menores valores fora identificado em Pouso Alegre, Diamantina,

Uberlândia, Unaí, Uberaba, Patos de Minas e Ituiutaba neste mesmo ano (Mapa 24

e Quadro 57). No último ano da série, verificou-se que mais nenhuma das RSAU se

inseria nas duas classes de maiores valores, porém Pedra Azul continuava com o

maior valor das regionais (3,81 óbitos por DIP/100.000hab.). Em 2002, verificou-se

que 61,5% das regionais possuíam o indicador menor do que 1,2 óbitos por DIP por

100 mil habitantes, correspondente ao valor máximo da menor faixa; ênfase para

Ituiutaba e Unaí, que apesar de ter permanecido na mesma classe tiveram seus

indicadores elevados; e também para Diamantina, que embora tivesse na primeira

classe no início do período com 0,98, passou para segunda classe com 1,58 óbitos

por DIP por 100.000hab, um aumento de quase 38% no seu indicador (Mapa 25 e

Quadro 57).

A evolução histórica do CMI-DIP se procedeu da seguinte forma:

verticalmente homogênea com pouca variabilidade, chegando ao final do período

com uma distância percentual praticamente igual (92,4%), com média anual de

87,4% (±6,5). Horizontalmente, como em todos os indicadores produzidos e

expostos acima, tendência de decrementos em todos quartis, do valor máximo ao

mínimo, exceto para regionais de Diamantina, Unaí, Ubá e Ituiutaba que

aumentaram seus indicadores em 59,5%, 22,4%, 11,0% e 23,2%, nesta ordem

(Figura 26 e Quadro 58).

101 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 26 – Coeficiente de mortalidade infantil (por quartis) por DIP segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1998 a 2002.

Ano

20022001200019991998

CM

I por

DIP

/100

0NV

6

5

4

3

2

1

0

-1

18

3

7

18

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Como representatividade das DRSAI, utilizou-se o coeficiente de

mortalidade infantil por diarréia. Portanto as RSAU que obtiveram os maiores CMI-

diarréia em 1998 (4º e 5º classe) foram: Pedra Azul, Teófilo Otoni e Manhumirim; os

menores e valores diferente de zero (1º classe) foram: Divinópolis, Unaí, Passos,

Pouso Alegre, Uberlândia, Ubá, São João Del Rei e Coronel Fabriciano, com valores

zero no coeficiente, Leopoldina e Ituiutaba forma as que se sobressaíram (Mapa 26

e Quadro 58). Em 2002, Pedra azul permaneceu na mesma classe. Neste último

ano, 77% das RSAU se incluíam na primeira classe, com Ituiutaba, Ponte Nova e

São João Del Rei com indicador zero no coeficiente (Mapa 27 e Quadro 58).

O gráfico abaixo mostra a tendência de queda, como em outros coeficientes

verificados. As RSAU Coronel Fabriciano, Unaí e Ubá tiverem seus coeficientes

superados em 441,6%, 84,6% e 24%, respectivamente (Quadro 58). Para esse

indicador a mais expressiva foi para o primeiro quartil que variou para menos com

percentagem próximo de 63%. A distância percentual entre o maior e menor valor

durante os anos, não mostrou grandes variações seguindo uma media anual de 82%

(±6,3) (Figura 27).

102 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 27 – Coeficiente de mortalidade infantil (por quartil) por diarréia segundo Regional de Saúde. Minas Gerais, 1998 a 2002.

Ano

20022001200019991998

CM

I por

dia

rréi

a/10

00N

V

3.5

3.0

2.5

2.0

1.5

1.0

.5

0.0

-.5

18

18

Fonte: SIM/DATASUS/MS

3.2.2.3 Microrregional de Saúde

A apresentação dos resultados para as microrregionais de saúde (MISAU)

seguiu a mesma lógica para aquelas apresentações expostas pelas outras unidades

geográficas. Devido o reflexo das baixas qualidades de informação de óbitos e

nascimentos não foram construídos e conseqüentemente não apresentados os

coeficientes de mortalidade infantil por MISAU. A justificativa está em ser as MISAU

uma unidade de análise formada diretamente por municípios, diminuindo a

agregação de dados e conseqüentemente a relevância estatística das informações.

MORTALIDADE ESPECÍFICA POR DIP E DRSAI

As MISAU inseridas na 5º classe, maior faixa de proporções de óbitos por

DIP, em 1996 foram Francisco de Sá, Unaí e Patrocínio/Monte Carmelo, e na menor

faixa Viçosa, Pedra Azul e Santos Dumont (Mapa 28 e Quadro 59). Em 2002, as três

MISAU continuam com as maiores proporções, porém numa faixa imediatamente

inferior junto com Uberlândia/Araguari; foi observado que as três MISAU, relatadas

na primeira classe, tiveram seus indicadores elevados no final do período,

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

transpondo-se para classes mais elevadas. Apenas Santos Dumont permaneceu na

1º classe junto com mais oito microrregionais (Mapa 29 e Quadro 59).

Tratando-se das proporções de óbitos por DRSAI para 1996, as MISAU

inseridas nas duas maiores classes foram Patrocínio/Monte Carmelo, Minas

Novas/Turmalina, Araçuaí e Unaí; na menor classe, onze tiveram inseridas, dentre

elas Barbacena, Ipatinga, Juiz de Fora/L Duarte/B Jardim, Itaúna, Pouso Alegre,

Varginha, Poços de Caudas, Além Paraíba, São João Nepomuceno/Bicas,

Leopoldina/Cataguases e Pedra Azul (Mapa 30 e Quadro 60). No final do período,

observou-se que para as MISAU apresentadas como maiores valores no início, as

duas primeiras MISAU, listadas acima, passaram para uma classe imediatamente

inferior; as outras permaneceram praticamente com a mesma percentagem e na

mesma classe junto com mais duas, que eram percentualmente superiores: Coração

de Jesus e Francisco de Sá, que estavam anteriormente na 4ª classe. Entre os

menores valores estavam intercaladas um terço das MISAU, em 2002. Assim, das

onze que estava na 1ª classe, quatro diminuíram indicador, porém permaneceram

nesta classe; quatro MISAU aumentaram, porém não transporam; e três

aumentaram o valor dos indicadores e transporam para classes superiores (Mapa 31

e Quadro 60)

O coeficiente de mortalidade específico por DIP expressou nas MISAU

Uberaba, Patrocínio/Monte Carmelo, Frutal/Iturama, Bom Despacho, Francisco de

Sá, Uberlândia/Araguari, Formiga, Coração de Jesus e Minas Novas/Turmalina

como os maiores valores em 1996; os menores expressaram-se em

Leopoldina/Cataguases, Itaobim, Muriaé, Salinas/Taiobeiras, Almenara, Viçosa,

Padre Paraíso, Santos Dumont e Pedra Azul (Mapa 32 e Quadro 61). Analisando as

disposições das MISAU no ano de 2002, verificou-se que nenhuma se intercalava na

quinta classe. Patrocínio/Monte Carmelo, anteriormente estavam na 5ª classe e

neste mesmo ano, evidenciou o maior valor. As outras microrregionais que

noticiavam como maiores no início do período, transferiram-se para terceira classe.

Para este último ano, quando considerado a primeira classe, percebeu-se que as

noves MISAU não permaneceram numa linha de tendência declinante contínua ao

longo dos anos assim como outras inserida em outras classes, algumas variaram

104 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

para mais e outra para menos. Aquelas que variaram para mais, foram Santos

Dumont e Viçosa, que permaneceram na mesma classe e outras como

Leopoldina/Cataguases, Padre Paraíso e Almenara, passaram para classe

imediatamente superior a que estava anteriormente inserida. Em 2002, vinte e

quatro microrregionais de destacavam em primeira classe (Mapa 33 e Quadro 61).

As evoluções dos quartis nos planos horizontais e verticais mostram no

contexto global que houve um efeito positivo, exceto para as MISAU: Mantena

(7,2%), Santos Dumont (96,5%), Leopoldina/Cartaguase (9,5%),

BrasíliaMG/SFrancisco (3,8%), Januária (1%), Almenara (73,4%), Itaobim (10%),

Pedra Azul (856,8%), Viçosa (99,2%), Padre Paraíso (209,3%), Muriaé (1,6%) e Três

Corações (22,5%), que aumentaram os coeficientes (Quadro 61). No plano

horizontal, pode-se verificar através do gráfico que houve tendência de decrementos

nos quartis, exceto para valor mínimo que variou negativamente durante o período.

No plano vertical, houve para o CME-DIP nas microrregionais uma tendência

percentual de aproximação entre os maiores e menores valores (Figura 28).

Figura 28 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartis) por DIP segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or D

IP/1

00.0

00ha

b

100

80

60

40

20

0

-20

307274

50517472

3058

72

74

74

725051

7472

2827

74

72

74

72

Fonte: SIM/DATASUS/MS

As MISAU descritas quanto ao CME-DRSAI, observou que em 1996 aquelas

inseridas na 5ª e 4ª classe foram: Patrocínio/Monte Carmelo, Uberaba, Bom

Despacho, Minas Novas/Turmalina, Francisco Sá, Unaí, Coração de Jesus e

105 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Uberlândia/Araguari; entre as menores neste mesmo ano estavam presentes na

primeira classe aproximadamente 53% das MISAU do estado de Minas Gerais

(Mapa 34 e Quadro 62). Em 2002, apenas duas, Patrocínio/Monte Carmelo e

Francisco Sá, permaneceram com os maiores; na primeira classe, aumentou o

número de MISAU inseridas, chegando próximo de 76% (Mapa 35 e Quadro 62).

Os quartis das MISAU se apresentaram, horizontalmente, com tendência

declinante, assim como todos os outros indicadores acima descritos, e verticalmente

a distância percentual entre o maior e menor permaneceu praticamente estável

durante o período com 91,9% (±1,8) de média anual. Tiveram nesse período efeito

negativo as microrregionais: Alfenas/Machados (7,6%), Formigas (7,9%), São João

Napomiceno/Bicas (381,7%), Leopoldina/Cataguases (472,1%), Almenara (41,5%),

Poços de Caldas (3,0%), Padre Paraíso (28,9%) e Varginha (24,4%) (Figura 29 e

Quadro 62).

Figura 29 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartis) por DRSAI segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or D

RS

AI/1

00.0

00ha

b

80

60

40

20

0

-20

7150282772753057

585174

72285058

5174

572772

58

74

57287558

7274

6458192772

5051

74

58

2872

27

74

51272872

74

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Para o CME-diarréia, próximo de 19% das MISAU no início do período

estavam com os maiores valores e 22,7% com os menores, quatro tinham valor zero

no seu indicador. No final do período, havia apenas uma microrregional, Almenara,

na quarta classe, a qual anteriormente detinha valor menor. Setenta e seis por cento

106 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

(76%) das MISAU em 2002 já detinham indicadores abaixo de três óbitos por

100.000 habitantes (Mapa 36 e 37; Quadro 63).

Os CME-diarréia das MISAU, quando representados por quartis,

demonstram decrescência durante o período, expressa em torno de 65% para cada

quartil. O valor máximo foi que menor diminuiu, apenas 37%. Essa decrescência não

foi acompanhada particularmente por todas as MISAU. Além Paraíba,

Leopoldina/Cataguases, Almenara, Itaobim, Pedra Azul, Poços de Caldas e Padre

Paraíso aumentaram os valores representativos dos coeficientes (Quadro 63).

Verticalmente, houve variabilidade homogênea, no início e no final do período com a

mesma distância percentual, em torno de 87% (Figura 30).

Figura 30 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartis) por diarréia segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or d

iarr

éia/

100.

000h

ab

20

10

0

-10

5368394163

2053395055

34

39

46

50

596966

60

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Patrocínio/Monte Carmelo, Uberaba, Minas Novas/Turmalina, Francisco de

Sá, Coração de Jesus e Bom Despacho, para o CME-DChagas em 1996, foram as

que obtiveram valores que estavam inseridos nas duas maiores faixas; neste ano

72% das MISAU estiveram com números abaixo de 11,4 óbitos por doença de

chagas por 100.000 habitantes, sendo que destas 19 microrregionais não ocorreu

nenhum registro de óbito por esse agravo (Mapa 38 e Quadro 64). Já a situação em

2002, verificou-se que todas as MISAU, acima relacionadas nas maiores classes,

permaneceram com os maiores números no final da série, junto com mais cinco:

107 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Unaí, Patos de Minas, Uberlândia/Araguari, Formiga e Frutal/Iturama. Permaneceu a

mesma representação das MISAU para as outras classes em torno da percentagem

anotada acima, assim também para aquelas onde não ocorreu nenhum registro de

óbito por doença de Chagas (Mapa 39 e Quadro 64).

De modo geral houve decrementos nas representações dos quartis do CME-

DChagas, principalmente no quarto quartil (valor máximo) no decorrer da série.

Observado os valores, analisou-se que houve variabilidade homogênea durante o

período, com razão de quase o dobro entre o menor e maior valor. As

microrregionais que aumentaram o coeficiente no período foram: Alfenas/Machados,

Itabirito, Ipatinga, Formiga, Pará de Minas Santo Antônio do Amparo, Governador

Valadares, Peçanha, Ganhães, Itabira, Carangola, Manhuaçu,

BrasíliaMG/SFrancisco, Januária, Salinas/Taiobeiras (Figura 31 e Quadro 64).

Figura 31 – Coeficiente de mortalidade específico (por quartis) por doença de Chagas segundo Microrregional de Saúde. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or D

Cha

gas/

100.

000h

ab

70

60

50

40

30

20

10

0

-10

2830727550

57585174

2872

58

5174

572772

58

74

305157285875

72

742772

50

51

74

7550

5828

72

27

74

2850512772

74

Fonte: SIM/DATASUS/MS

3.2.2.4 Municípios

3.2.2.4.1 Qualidade da Informação de óbitos e Nascimentos

Os sistemas nacionais de informações em saúde (SIS), apesar de alguns já

terem sido implantados há anos, existem problemas quanto a representatividade

confiabilidade e consistências de dados. O SIM, desde 1975, vem gerando dados

108 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

sobre mortalide e o SINASC, desde 1990, sobre nascimentos, são importantes

bases de dados que disponibilizam informações de cunho demográfico e

epidemiológico. Um dos principais problemas neste setor, principalmente da

informação e informática em saúde e aí inclui-se todos os outros SIS, é a

fragmentação e paralelismo das ações que coexistem, ao quais impedem a

integração e a articulação, já que são condições essenciais para qualidade na

gestão do SUS (BRASIL, 2003).

Uma das responsabilidades dos gestores quanto ao SIM e ao SINASC é

promover, aumentar e/ou manter a cobertura destes sistemas nas respectivas

esferas de governo. A REDE (2002), em publicação de vasto uso na construção de

indicadores relacionados a saúde, estima que há 20% de subrregistro de óbito no

Brasil, chegando em torno de 40% nas regiões Norte e Nordeste, além de que 15%

das declarações de óbitos não têm causa básica definida, por insuficiência das

informações registradas. Para o Sudeste e o Sul, nesta mesma publicação, foi

atingido níveis estatísticamente esperados. Isso não acontece significativamente em

todas as unidades federadas componentes, pois elas possuem caracterisitcas

sabidamente de desigualdade de cobertura e regularidade.

A Organização Panamericana de Saúde sugere que as categorias de análise

sejam as unidades geográficas de maior porte como Brasil, grandes regiões e

unidades federadas (REDE, 2002), das quais se possa inferir premissas baseadas

na lei forte dos grandes números. Unidades menores dentro dos estados, dispersa o

quantitativo e o qualitativo, características essenciais no cálculo direto de

indicadores. Quando construídos sem critérios técnico-metodológicos subsidiam e

ocasionam imprecisões da situação de saúde. Logo, políticas que empenhe na

qualificação das informações passam a ser estratégicas para o setor saúde.

Dentro deste aspectos e considerando a metodologia Szwarcwald et al

(2002) na análise das informações de óbitos e nascimentos nos Municípios de Minas

Gerais e a série em estudo, foi verificado que na Categoria I para o estado de Minas

Gerais, apenas três municípios preencheram todos os critérios de adequação:

Mariana, Boa Esperança e São Gotardo para todo o período. Na segunda categoria,

109 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

53,3% satisfaziam alguns dos critérios conforme estabelecidos e 46,1% na terceira

categoria.

Com o acréscimo no planejamento e execução metodológica e após a

verificação dos indicadores de qualidade, foi observado que em 1996 só havia 8,8%

dos municípios com classificação da qualidade da informação “Adequada”, 24,4%

como “Boa” e o restante , 66,8%, com qualificação “Média”, “Baixa” e “NC”. Em 2002

passou para uma proporção perto de 26% para “Adequado”e 24,3% “Boa”, onde

para a primeira qualificação houve uma variação de cerca de 72%. Para as outras

qualificações, observou-se que durante o período obtiveram médias anuais de

municípios com Boa, Média e Baixa qualidade de 24,8 (±0,6), 22,0 (±2,5) e 33,7

(±7,3), respectivamente. Nota-se, na figura abaixo, uma grande queda,

principalmente a partir de 1998, no número de municípios com classificação “Baixa”

e aumento na classificação “Adequada”, tendenciando para os próximos anos

melhoria da qualidade das informações de óbitos, claro, dependendo das

intervenções estratégicas e de ações de políticas de informação (Figura 32).

Figura 32– Proporção de municípios segundo qualidade das informações de óbitos. Minas Gerais, 1996 a 2002.

8.810.3

8.3

28.7 29.4

25.924.4

25.8

19.517.8

31.1

38.741.1

43.7

27.9 27.8

11.8

0.7 0.9 0.2 0.4 0.0 0.1

10.7

24.9 24.324.325.424.4

23.323.324.523.9

21.9

25.7

0.0

5.0

10.0

15.0

20.0

25.0

30.0

35.0

40.0

45.0

50.0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Ano

%

Adequado

Boa

Média

Baixa

NC

Fonte: SIM/DATSUS/MS Nota: NC=Não calculável - significa que não havia dados suficiente para gerar informação

adequada a ponto de se fazer algum comentário.

110 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para análise específica, foram selecionados após todos os cálculos dos

indicadores de qualidade das informações de óbitos, 133 municípios que obtiveram

classificação “Adequada” e/ou “Boa” durante os sete anos (Mapa 5).

Para construção dos indicadores referentes aos óbitos, foi observada a

situação dos dados de nascimentos das quais podem ser extraídas informações

importantes. Em 1996, exitiam apenas 12,5% dos municípios com qualidade de

informação “Adequada” e o restante com qualidade “Boa” (0%), “Média” (69,3%) e

“Baixa” (7%). A partir de 1998, nota-se uma acréscimo sensível do número de

municípios com qualidade de informações “Adequada” no SINASC e inversamente

para classificação “Baixa”. Assim, no quadriênio inicial houve um aumento. Seguindo

o curso histórico, no último triênio da série praticamente não houve variação.

Ressalvas para situação “Média” qualidade, que no final do período, os municípios

do estado obtiveram tal qualificação (Figura 33). Essa situação expressa uma

diminuição da qualidade das informações de nascimentos no estado como relatada

por Szwarcwald et al (2002).

Figura 33– Proporção de municípios segundo qualidade da informação de nascimentos. Minas Gerais, 1996 a 2002.

12.516.6

38.2

42.939.6 38.2

30.8

0.9 0.9 0.0

69.3 71.0

49.5

44.8

60.0 61.4

68.8

6.8

12.3 11.4 11.411.4

0.00.00.1 0.1 0.40.20.2

0.00.00.0 0.00.00.00.0

10.0

20.0

30.0

40.0

50.0

60.0

70.0

80.0

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Ano

%

Adequada

Boa

Média

Baixa

NC

Fonte: SINASC/DATSUS/MS Nota: NC = Não calculável, tem como significado que não havia dados suficiente no banco de

dados o qual pudera gerá informação adequada a ponto de se inferir algo.

111 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em relação aos nascimentos, apenas 30 municípios tiveram situação com

qualificação “Adequada” e/ou “Boa” e/ou “Média” em todo o período de análise. Esta

última categoria, em apenas um dos sete anos (Mapa 5).

No panorama de análise da qualidade dos bancos de dados para produção

de indicadores de mortalidade e principalmente para o de mortalidade infantil por

municípios, pode-se considerar que apesar de literaturas mais recentes realizarem

cálculos diretos desses indicadores com anos mais recentes, é necessário que se

realizem metodologias adequadas para que os valores dos indicadores de saúde

construídos possam gerar hipóteses e interpretações plausíveis de fenômenos do

processo saúde-doença. Na aplicação dessa metodologia, apenas 26 municípios

obtiveram qualidade de informação para óbitos e nascimentos compatível para se

produzir informação de forma direta do banco de dados e em série histórica, mais

precisamente entre os anos de 1996 e 2002 (Mapa 5).

Mapa 5 – Distribuição geográfica de municípios segundo qualidade de informação de óbitos e nascimentos “Adequada” e “Boa”. Minas Gerais, 1996-2002.

Qualidade da InformaçãoApenas no SIM (107)Em ambos os Sistemas (26)Apenas no SINASC (30)Em nenhum dos Sistemas (690

N

EW

S

Fonte: SIM & SINASC/DATSUS/MS

Szwarcwald & Castilho (1992) já reconheciam que a produção de

indicadores a partir de dados secundários está relacionada diretamente a qualidade

112 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

dos sistemas de informações, dentre eles o SIM - e agora posterior a essa

publicação, o SINASC, são por vez incompletos e descontínuos, sendo necessário

um adequado tratamento estatístico dos dados (SZWARCWALD & CASTILHO,

1992), ainda não sendo permissível em muitas situações nos dias atuais. Desta

forma para Minas Gerais e para estudo de série histórica onde a unidade de análise

seja as MISAU e município com cálculo direto dos indicadores, não é viável quando

se trata do recorte realizado por este estudo.

Em publicação oficial da SES-MG, demandada a análise da mortalidade

infantil no Estado de Minas Gerais, no ano de 2000, os aspectos metodológicos do

tratamento dos dados de registros contínuos dos dados de mortalidade (SIM) e

nascimento (SINASC), trata-os através de cálculos direto a taxa de mortalidade

infantil. Segundo a mesma publicação, a justificativa para realização dessa

metodologia é a recomendação dada pelo Ministério da Saúde para aqueles estados

cuja cobertura seja igual ou superior a 80% do SIM e 90% no SINASC seja

construído esse indicador diretamente dos dados brutos sem nenhum tratemento

estatístico.

Minas Gerais, perfeitamente de acordo com esses parâmetros, executa,

desde 1998, esse cálculo, ainda em afirmação desta literatura. Porém, na mesma

publicação, apropria-se e concorda com vários autores de que os dados não são de

boa qualidade. Mesmo assumindo diferentes posições, é executada a metodologia

para diferentes agregações territorias (MINAS GERAIS, 2004). Discutindo tais

procedimentos, concorda-se que para o cálculo direto com dados territoriais

agregados, com margem de erro pequena, seja possível. Porém a medida que há

um desagregamento e chega-se a unidades territoriais como MISAU e municípios,

não se pode dar confiabilidade quanti e qualitativamente as informações produzidas

com esta metodologia. Deste modo, sem uma utilização de uma técnica estatística

mais elaborada a representação das informações não se relacionaram com a

situação contextual do territorio.

Szwarcwald (2002, p. 1732), em estudos sobre a qualidade da informação,

observa que para o ano de 1998, Minas Gerais foi o único estado da região Sudeste

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

que mostrou falhas estatística vitais e sobretudo no SINASC (SZWARCWALD,

2002), evidenciando semelhança com o resultado da análise dos dados da

informação neste estudo para execução da verificação das tendências

epidemiológicas nos municípios.

Vanderlei et al (2002, p. 20), em estudo de avaliação da confiabilidade da

causa de óbito em unidade terciária de atenção à saúde materno-infantil, discute os

dados analisados com críticas salutares e pertinentes evidenciando que apesar do

SIM com cerca de duas décadas de implantação, as estatísticas de mortalidade

continuam e devem ser objetos de constante e permanente avaliação e

monitoramento, tanto do ponto de vista da confiabilidade qualitativa, quanto

quantitativa.

Paes-Sousa (2002), traçando o perfil demográfico e epidemiológico intra-

urbano em Belo Horizonte, ratifica tais premissas sugerindo uma melhoria

progressiva dos bancos de dados, ainda associado aos avanços tecnológicos no

processamento das informações, especialmente as tecnologias de

geoprocessamento e georreferenciamento, a fim de que possa aferir as

necessidades de saúde das populações.

É importante que se evidencie que o SINASC trouxe um grande avanço e

contribuições, além de poder proporcionar um denominador mais fidedigno para o

cálculo do coeficiente de mortaldiade infantil. É um sistema que ocasiona

informações rotineiras, agéis, permanentes e descentralizadas para os vários

segmentos do SUS e esferas administrativas necessaárias para o planejamento e

avaliações das ações. Enfim, é um instrumento de informação poderoso da área de

saúde (RODRIGUES et al, 1997), portanto devendo ser aprimorados, reavaliados,

validados e difundidos permanentemente.

3.2.2.4.2 Perfil de Mortalidade

MORTALIDADE ESPECÍFICA POR DIP E DRSAI

À medida que unidade territorial diminui, a representatividade dos dados

para cálculo dos indicadores de mortalidade não mais qualifica o território

114 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

comparativamente com sua unidade superior de agregação e nem mesmo com suas

adjacentes. Mesmo depois de uma análise mais elaborada para seleção de

municípios com qualidade adequada e boa, que possa transparecer uma realidade

confiável da situação por municípios, é dificultoso estabelecer critério padronizado,

principalmente quando se fala na produção do indicador coeficiente de mortalidade

infantil, o qual envolve o SIM e SINASC, portanto qualificação simultânea.

Para o perfil de mortalidade dos municípios de Minas Gerais, foi considerado

apenas 133 (15,6%) municípios (Quadro 21) que, de acordo com a utilização da

metodologia neste estudo executada, obtiveram qualificação adequada e/ou boa

para todos os anos da série histórica em questão. Não será executada a produção

de coeficiente de mortalidade infantil através de cálculo direto, por exigir deste uma

qualificação simultênea adequada e boa para o SIM e do SINASC, de modo que

seja posteriormente em outros estudos, com ferramentas estatísticas mais

aprimoradas, executado ou desenvolvido metodologia específica. As planilhas com

os indicadores dos municípios não serão apresentados em meio impresso, mas em

Anexo Eletrônico (AE), junto com todas operações estratégicas executadas para

elaboração dos resultados dessa monografia.

A proporção de óbitos por DIP no ano de 1996 atingiu os maiores

patamares, nos municípios com qualidade adequada e boa de informação de óbitos,

Estrela do Indáia, Biquinhas, Conceição de alagoas, Monte Carmelo, Uberaba

Bambuí, Vespasiano, Ipanema, Frutal e Uberlândia. Dos municípios selecionados,

17,3% estavam inseridas na 1ª classe, 40% na 2ª classe, 26,3% na 3º e 9% na 4º,

sete não tiveram casos de DIP neste ano (Mapa 40 e QuadroAE 65).

Houve uma mudança de matizes geográficas em relação as proporções, em

2002. Apenas cinco municípios (Conceição da Aparecida, Bambuí, Dores de Indaiá,

Santana do Deserto e Uberlândia) estavam inseridos na quinta classe, dentre eles

dois já se introduziram anteriormente na primeira classe no inicío do período. Os

municípios, que no inicío do período estiveram com os maiores valores, dispessaram

entre os outros diminuindo seus indicacores, ficando 6% na quarta, 17,3% na

terceira, 47,4% na segunda, 25,6%, na primeira classe. Ênfase para sete municípios

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

que não tiveram óbitos de doenças infecto-parasitária detectados no início e no final

da série (Mapa 41 e QuadroAE 65). Durante o período, 27% do município tiveram

variação negativa na proporção de óbitos por DIP.

Para descrição das proporções de óbitos por DRSAI, pode ser observado

que Biquinhas, Maria da Fé, Ibirici, Cruzília, Carmo da Cachoeira, Senador Firmino,

Tupacuguara, Bom Despacho, Conceição das Alagoas, Monte Carmelo foram os

municípios que obtiveram maiores valores de percentagem em 1996. Os seis

primeiros municípios registraram em seus bancos somente causa de óbitos por

DRSAI. Dos municípios selecionados, cerca de 12,9% estavam inseridos na quarta

classe, 14,3% na terceirra, 23,3% na segunda e 42,1% na primeira, 21,8% não

tiveram registro de óbitos por estas causas (Mapa 42 e QuadroAE 66).

Somente cinco municípios se inseriram na maior classe, em 2002. Um deles

(Tupiciguara) já aparecera no início do período. Neste mesmo ano, 6,8% se

interpolvam na quarta classe, 12,8% na terceira, 21,8% na segunda e 54,9% na

primeira, onde 66% destes municípios não registraram óbitos por DRSAI, portanto

apresentando valores percetuais iguais a zero (Mapa 43 e QuadroAE 66). Quanto a

variação das proporções por DRSAI neste período, 17,3% obtiveram negativamente

essa classificação.

Para o coeficiente de mortalidade específico DIP em 1996, os municípios se

demonstraram divididos igualmente nas classes intermediárias, 2ª, 3º e 4º, os quais

se inseriram cerca de 73%. Nas classes extremas, próximos de 8% se interpolavam

na primeira classe (Carmo da Cachoeira, Santos Dumont, Rio Novo, Cruzília, Bueno

Brandão, Itaguara, Santana do Deserto, São Tiago, Dores do Turvo, Ibertioga e

Ipuiúna) e 18% na quinta (Estrela do Indaiá, Conceição das Alagoas, Bambuí,

Uberaba, Ipanema, Frutal, Monte Carmelo, São Lourenço, Vespasiano, Biquinhas,

Carangola, Dores do Indaiá, Dom Silvério, Tupaciguara, Bias Fortes, Araxá,

Manhumirim, Patos de Minas, Juatuba, Uberlândia, Três Pontas, São Sebastião do

Paraíso, Alto Jequitibá, Bom Sucesso e Itamogina) (Mapa 44 e QuadroAE 67).

Em 2002, dez (7,5%) dos municípios (Dores do Indaiá, Bambuí, Conceição

da Aparecida, Santana do Deserto, Rio Novo, Frutal, Uberaba, Carangola, Monte

116 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Santo de Minas e Três Corações) desta análise possuem valor maior do que 50

óbitos por DIP por 100.000 habitantes. A primeira classe passou a conter 18%;

36,8% para segunda; 27% para terceira; e 10,5% para quarta (Mapa 45 e QuadroAE

67). Sete municípios tiveram CME-DIP com valores nulos nos anos analisados.

A observação gráfica dos quartis demonstra, também, uma tendência de

declínio nos valores de CME-DIP, detectado deste modo efeito positivo em todos

eles, exceto para 21,8% dos municípios que aumentaram seu valor no período

(QuadroAE 67). Quanto ao plano vertical, verifica-se que houve variabilidade

homogênea, com média anual de 76% (±6,4), ocorrendo os maiores distanciamentos

percentuais em 1998 e 2000 (Figura 34).

117 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 34 - Coeficiente de mortalidade específica (por quartis) por DIP segundo Municípios com qualidade "adequada" e "boa' de informação. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or D

IP/1

00.0

00ha

b160

140

120

100

80

60

40

20

0

-20

3885

92

25934

1044335115

9

14

104115

62

149

1021156267361049026

3392

9

14

673426

104

33

369

43

1049

26

36

Fonte: SIM/DATASUS/MS

Os CME-DRSAI apontaram como maiores valores (quinta classe), em 1996,

correspondendo a 12,9% os municípios: Estrela do Indaiá, Conceição das Alagoas,

Biquinhas, Bambuí, Monte Carmelo, Tupaciguara, Uberaba, Frutal, Patos de Minas,

Bias Fortes, Bom Despacho, Bom Sucesso, Dores do Indaiá, Alto Jequitibá,

Uberlândia, Ibiraci e Patrocínio. Na primeira classe, intercalaram-se 45% deles, onde

cerca de 48% possuíam CME-DRSAI igual a zero; constaram-se 28,5% na segunda,

8,3% na terceira e 5,3% na quarta classe (Mapa 46 e e QuadroAE 68). Em 2002,

ocorrera a seguinte situação: na 5ª classe, interpolaram-se 6,8%, 3% na quarta,

3,8% na terceira, 17,3% na segunda e a grande maioria 69,1% na primeira classe,

deste 52% tiveram valores zeros nos seus indicadores (Mapa 47 e QuadroAE 68).

O gráfico abaixo mostra o decremento na tendência temporal dos quartis,

assim verificado nos outros indicadores e em unidades geográficas maiores. Todos,

então, tiveram um efeito positivo, no plano horizontal, porém particularmente para

cerca de 13% dos municípios o CME-DRSAI teve efeito negativo (QuadroAE 68).

Verticalmente, ver-se uma permanência de distanciamento percentual médio anual

de 94,5% (±1,75), demonstrando que o declínio fora praticamente que simultâneos

entre o 4º e 1º quartil (Figura 35).

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 35 - Coeficiente de mortalidade específica (por quartis) por DRSAI segundo Municípios com qualidade "adequada" e "boa' de informação. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or D

RS

AI/1

00.0

00ha

b160

140

120

100

80

60

40

20

0

-20

671043610578261273810225

349

1273811924361051041478722693467

3810526127341046778

36

9

14

6210526671271047834

36

9

14

3811610478

67102

26

9

14

1053812711229

2667104

3433

36

9

78421053341131121212738104

10267914

26

36

Fonte: SIM/DATSUS/MS

Para o CME-diarréia em 1996, notou-se que os municípios que obtiveram

maiores valores (quarta e quinta classe) foram: Bias Fortes, Bom Sucesso, Alto

Jequitibá, Lima Duarte, Divino, Três Pontas, Nova Era, Ipanema, Carangola e

Senador Firmino. Doze por cento (12%) se localizaram na terceira; 28,6% na

segunda; e 51,8% na primeira, sendo que 62,3% destes possuíam valores nulos

(Mapa 48 e QuadroAE 69). Para o último ano de análise, ver-se que nenhum

município se inseria na maior classe e apenas um (Brasópolis) estava na quarta

classe, ficando 5,8% na terceira (Senador Firmino, Abre Campo, Além Paraíba,

Guarani e Conceição da Aparecida), 9,8% na segunda e maciçamente 85,7% na

primeira, destacando deste 64% que obtiveram indicador zero (Mapa 49 e QuadroAE

69). Dos 133 municípios que foram selecionados para análises apenas 6 tiveram

efeitos negativos para o CME-Diarréia, são eles: Varginha, Congonhas, Elói Mendes,

Pará de Minas, Abre Campo e Dores do Indaiá (QuadroAE 69).

A linha de tendência do CME-diarréia mostrada no gráfico abaixo demonstra

também desenvolver para uma descendência, principalmente para os 3º e 4º quartis.

Apesar desta característica, houve um distanciamento entre os quartis de

representação não nula (4º e 2º), passando de 89% para 100%, respectivamente em

1996 e 2002 (Figura 36).

119 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 36 - Coeficiente de mortalidade específica (por quartis) por diarréia segundo Municípios com qualidade "adequada" e "boa' de informação. Minas Gerais, 1996 a 2002.

133133133133133133133N =

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or d

iarr

éia/

100.

000h

ab60

50

40

30

20

10

0

-10

81206325392

1001

15

34118521077023622479963

100

49339641

85931309496

41356682

62

102

262363

62

116

30626534

90

85

33

29

60

311312

Fonte: SIM/DATSUS/MS

Para o coeficiente de mortalidade específica por doença de chagas em 1996,

os municípios com os maiores valores inseridos na quinta classe eram: Estrela do

Indaiá, Conceição das Alagoas, Biquinhas, Monte Carmelo, Bambuí, Tupaciguara,

Uberaba, Patos de Minas, Frutal, Bom Despacho, Ibiraci, Uberlândia e Patrocínio,

localizados geograficamente no extremo oeste de Minas Gerais; na segunda classe

apenas um município (Dores do Indaiá), na terceira classe dois (Araxá e São

Sebastião do Paraíso); 11,3% na terceira classe; e 76,7% na primeira classe, dos

quais 20,6 % tiveram valor diferentes de zero (Mapa 50 e QuadroAE 70). Em 2002,

oito (6%) dos municípios se interpolavam na última classe (Bambuí, Dores do Indaiá,

Frutal, Tupaciguara, Conceição das Alagoas, Patos de Minas, Conceição da

Aparecida e Patrocínio); cinco (3,8%) na quarta (Uberlândia, Estrela do Indaiá,

Monte Carmelo, Uberaba e Monte Santo de Minas); dois na terceira (Dom Silvério e

Divisa Nova); 7,5% na segunda; e 81,2% na primeira classe, dos quais 27,8% com

indicadores acima de zero (Mapa 51 e QuadroAE 70). Quando comparado os valores

dos anos extremos desta série histórica para o CME-DChagas, detectou-se que

9,8% dos municípios em estudo variaram positivamente seu indicador.

Quando verificado a tendência no plano horizontal gráfico do CME-DChagas,

representado somente o 4º e 3º quartis devido a grande quantidade de municípios

120 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

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CAPÍTULO 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

durante o período não ter óbitos registrados, verificamos que é característico,

quando comparado às outras unidades, o decréscimo numérico. No plano vertical,

comparando esses dois quartis, o distanciamento percentual variou paralelamente

durante os sete anos, com média anual de 94,3% (±2,2) (Figura 37 e QuadroAE 70).

Figura 37 - Coeficiente de mortalidade específica (por quartis) por doença de chagas segundo Municípios com qualidade "adequada" e "boa' de informação. Minas Gerais, 1996 a 2002.

Ano

2002200120001999199819971996

CM

E p

or D

RS

AI/1

00.0

00ha

b

160

140

120

100

80

60

40

20

0

-20

8311912224131323368104673610578251272610238

34

9

68241316112122119381271043610578147234269

67

521311221025425381053412726104

7867

36

9

14

5411963811256122

10567127267810434

36

9

14

6683411211912736641052538781041022667

9

14

12272691313249521026

38781051411233127

34

1042667

36

9

131130634781054211238127104

102

967

14

26

36

Fonte: SIM/DATSUS/MS

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________________________

Capítulo 4

Considerações Finais

122 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

CAPÍTULO 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentre as verificações mais importantes observadas, após realizar

distribuição de cerca de 6,6 milhões de óbitos para o Brasil, 3,3 milhões no Sudeste

e 6,9 mil de óbitos em Minas Gerais de 1996 a 2002, foi percebido o quão é grande

a variabilidade de perfis epidemiológicos, quando se analisa desde a maior unidade

geográfica até uma menor, numa escala de Brasil até município. Notou-se que

mesmo dentro de uma unidade, a qual se apontou efeito positivo de agregado na

evolução do indicador durante os sete anos de análise, verificou-se que dentro da

mesma havia uma diferença de padrões quando os dados eram desagregados.

No Brasil, de um modo geral, os coeficientes de mortalidade específica

analisados durante período, no que tange as DIP, DRSAI, diarréia e doença de

chagas, transcorreram numa tendência de declínio. A região Nordeste ainda é a que

agrupa metade de óbitos por diarréia, além de um terço de leptospirose, dois terços

das esquistossomoses e pouco menos que três quarto das leishimaniose, indicando

ainda que é uma região muito carente de ações efetivas de saúde para esses

grupos de doenças. A doença de Chagas na região Sudeste acumulou mais da

metade dos óbitos por esta causa, além de cerca de um terço das leptospiroses e

um pouco menos que a metade das helmintíases, caracterizando uma certa

diferença entre a região anterior. A região Norte concentra cerca de três quartos dos

óbitos por malária, evidenciando um quadro endêmico forte.

Nos estados do Maranhão, Piauí e Alagoas, para alguns indicadores, foram

observados, em relação ao Brasil como um todo, um incremento de óbitos por DIP e

DRSAI, para todas as idades, com expressivas variações positivas nos valores, e

possível efeito negativo na situação de saúde destes estados. Rondônia, Acre,

Tocantins e Pará detiveram a longo dos anos indicadores mais estáveis. Apesar de

haver uma discordância dos valores dos coeficientes e principalmente para o de

mortalidade infantil com literaturas oficiais do Ministério da Saúde, os resultados,

mesmo que não comparativo aos valores de outras unidades federativos, mostram,

nesta análise, indício de que algo nas ações de saúde, tanto de atenção como de

123 ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

LEITE, ANTONIO FLAUDIANO BEM PERFIL DE MORTALIDADE DAS DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO (DRSAI) DO ESTADO

DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

vigilância, não está ocorrendo adequadamente aponto de que impactos positivos

possam ser percebidos através desses indicadores. Dedução sugestiva, então, de

que houve nesses estados uma diminuição da qualidade de vida. Isso, logo,

necessitar-se-á que estudos com maior detalhe e validações estatísticas possam ser

executados para um maior esclarecimento.

A região Sudeste concentrou metade dos óbitos por DIP em relação aos

óbitos totais muito parecido com a situação do país. As DIP permaneceram durante

todo período sempre na quinta posição em Minas Gerais, apesar de ter diminuído a

diferença para o CME em relação ao Sudeste e Brasil. Em relação aos óbitos por

DRSAI, MG ocupa a segunda posição no país possuindo um maior coeficiente em

relação ao Brasil e ao Sudeste. Doença de Chagas no Sudeste suplanta as outras

regiões, os quais estão mais concentrados nos estados de São Paulo e Minas

Gerais, estando este estado na primeira posição do “rank” nacional. O estado

mineiro em relação às demais unidades federadas ocupa a quinta posição para

óbitos por diarréia.

Referente a esta questão, estas duas últimas doenças permanecem

ocupando ainda os maiores indicadores de óbitos entre as DRSAI. Tanto para

diarréia como doença de Chagas, são evidenciáveis os decrementos dos seus

indicadores, apesar de ainda continuarem com taxas socialmente inaceitáveis. As

razões possíveis são diferentes. Para a primeira, é indicativo que com a expansão

da atenção básica, principalmente na intensa implantação do Programa de Saúde da

Família, especificamente nos últimos cinco anos da série histórica, e suas efetivas

ações específicas, como a de terapia de reidratação oral (TRO), a nível local, sejam

uma das explicações coerentes. Todavia a melhoria dos serviços de saneamento

ambiental, no que tange ao abastecimento de água tratada, e ampliação

sensivelmente da cobertura da população também é possível que tenha contribuído

para diminuição dos óbitos por diarréia.

A hipóteses que possam ser levantadas da persistência dos óbitos por

DRSAI, evitáveis em sua grande maioria, são plausíveis com a persistência da má

qualidade da atenção de saúde no geral, assim como a não expansão da rede

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

básica de saúde em algumas regiões. Outra possibilidade é a expansão da rede e

as ações de saneamento ambiental não ter acompanhado o crescimento

populacional. Necessitam-se, deste modo verificar, através de estudos mais

delimitados, do ponto de vista metodológico e territorial, quais os reais determinantes

que possam apontar, a partir desses valores, os contextos e as causas que viessem

a provocar essa impressão.

Apesar do declínio verificado dos casos de diarréias, subnotificação e o

SSMD mascaram a magnitude dessa doença. Uma explicação coerente para que

isso aconteça está pautada no critério de relevância social, pois à população e os

profissionais de saúde tomam por comum e corriqueira, dai não percebendo

coletivamente sua importância.

A explicação, no que tange a diminuição de óbitos por doença de Chagas,

está pautada nas ações promocional e preventiva. A detecção dos indivíduos

chagásicos e a partir daí o início da terapia medicamentosa aumentando a qualidade

de vida e diminuindo os óbitos anualmente por aumentarem suas sobrevidas faz

reduzir de modo relativo à população circulante de T. cruzi, reduzindo-se, assim, o

risco da propagação da doença, pode ser uma linha de hipótese que pode ser

seguida.

Outra explicação está pautada na interrupção da transmissão natural,

transfusional e congênita na década de 80 através de programas específicos, assim

atualmente os óbitos que estão ocorrendo são dos indivíduos infectados pelo

triatomíneo neste período e, logo, aos poucos diminuindo o contingente ainda

existente. A vigilância epidemiológica tem contribuído pragmaticamente com a

diminuição de colônias intradomiciliares de triatomíneos, com impedimento da

doação de sangue infectado e o pronto tratamento dos recém-nascidos infectados,

assim diminuindo o risco de se contrair esta doença.

É importante mencionar que os outros grupos de DRSAI que apesar de

possuírem relativamente menor magnitude em relação aos dois primeiros, em MG

tem significativa força subsistente nas causas de óbito. A esquistossomose, a

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CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

helmintíase, a hepatite A, a leishmaniose e as diarréias e a doença de Chagas foram

às doenças que mais contribuíram para que os valores dos coeficientes de

mortalidade por DRSAI fossem um dos maiores da região, principalmente nos dois

últimos grupos de doenças, que paradoxalmente foram também aquelas que mais

contribuíram com a redução deste indicador durante o período. Para as três

primeiras doenças, os casos não somaram cinco por cento dos óbitos, as quais

estavam diluídos em todo território mineiro e para que se possa fazer alguma

inferência destas doenças, será necessário que se faça uma análise da distribuição

de morbidade destas doenças como complementaridade.

A situação do Brasil, Sudeste e Minas Gerais quanto aos óbitos infantis,

tanto no geral como por DIP e diarréia, é muito esperado que venha a diminuir nos

próximos anos, onde possivelmente possa chegar a níveis mínimos, da forma como

vem se apresentando o comportamento da curva de tendência. Porém essa

premissa de declínio não é válida para todas as unidades federativas. Como foi

especificado anteriormente, mais uma vez no Maranhão, Piauí e Alagoas tiveram

incremento de óbitos e Rondônia, Acre, Tocantins e agora Mato Grosso

apresentaram uma variabilidade homogênea. Devido à qualidade da informação e a

baixa cobertura do SIM e SINASC para região Nordeste e Norte, já referidas

anteriormente, necessita-se que se aplique uma metodologia com cálculos

estatísticos mais elaborados e precisos para apoiar ou negar essas hipóteses com o

propósito de enriquecer e aprofundar a análise.

Sudeste e Minas Gerais foram às unidades que mais reduziram os valores

no CMI geral, por DIP e diarréia. Minas Gerais foi o estado que mais contribuiu na

redução da região, mas é um dos que detém os maiores valores, tendo a região

nordeste os resultados mais críticos. Tais condições de melhoria sugerem

fortemente que as ações de saúde e saneamento ambiental tiveram impactos e se

destacaram na região e no estado.

Anos potenciais de vida perdidos para Brasil, Sudeste e Minas Gerais para

as faixas etárias de 15 a 19 anos evidenciaram um aumento importante, que deve,

segundo definição, ser um indicativo de que muitos anos de vidas estão sendo

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CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

perdidos nesta faixa etária, segundo autores já citados, possivelmente devido a

causas externas em áreas específicas. Para as faixas etárias acima de 60 anos, o

APVP também vem aumentando, ao contrário do exposto acima, mostra uma

melhoria nas condições de vida da população com incremento de óbitos em idades

cada vez maior.

Os APVP por DIP e DRSAI, em todas as faixas etárias, vem ocorrendo

decréscimo ao longo dos anos tanto para Brasil, Sudeste e Minas Gerais, exceto

para as faixas etárias acima de 40 anos, para DIP, e 50 anos, para DRSAI, que

tiveram aumento durante o período. Isso significa uma indicação de que mais vidas

estão sendo perdidas quando indivíduos idosos por problemas de saúde que

poderiam ser evitados por uma gama de intervenções de promoção, prevenção e

proteção e até mesmo na assistência médico-hospitalar.

Minas Gerais quando verificado suas unidades geográficas, nota-se, assim

como no Brasil, uma grande variedade de perfis epidemiológicos quando

considerada as DIP e DRSAI, com sua heterogeneidade se mostrando um mosaico

de situações especificas de saúde. As Macrorregionais que mais concentraram os

óbitos por DIP, DRSAI e doença de Chagas ficaram numa faixa regional que vai

desde o centro ao oeste durante todos os anos. À medida que se avança em direção

ao interior no sentido noroeste, observou-se que o indicador para doença de Chagas

sofre um aumento gradativo. A disposição desse indicador pode está relacionado a

regiões menos urbanizadas e precárias condições de habitação e a decrescência

temporal podem está relacionada à cessação das transmissões vetoriais ocorridas a

cerca de duas décadas. Contrariamente aos grupos anteriores, as diarréias se

concentraram com maiores indicadores comparativamente numa faixa de regiões

que vai desde o centro ao leste de MG.

Algumas ratificações importantes foram evidenciadas quando analisadas a

MASAU: a mortalidade infantil por DIP teve maiores valores em relação ao total

localizados na região nordeste; APVP geral, DIP e DRSAI sempre se apresentaram

com valores discrepantes superiores, porém observou uma tendência declinante

quando analisados amplamente todos os segmentos geográficos; e a maioria dos

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CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

indicadores analisados para MASAU Norte de Minas se destacou por apresentar

constantemente resultados acima das outras macrorregionais.

Um dos pontos de análise importantes para traçar interpretações quanto à

situação de saúde foi à qualificação das informações de óbitos e nascimento. Devido

à baixa qualidade das informações do estado de MG, já referida por vários autores,

houve a impossibilidade do cálculo direto no CMI tanto para MISAU, quanto para

municípios. Contudo, a melhoria na qualidade das informações destes sistemas é

evidente, apesar desta melhoria ainda não ser permitida a análise mais detalhada

para município com cálculo direto dos dados coletados, que pode ser explicado

sugestivamente pelo desinteresse por parte dos gestores de procedimentos de

captação ativa e porventura de acompanhamento de crianças menores de um ano

em risco.

Mesmo com a baixa qualidade de informação para óbitos foi possível

construir indicadores de proporção óbitos e coeficiente de mortalidade especifico

para alguns dos municípios, os quais se pode observar que ocorreu decremento na

tendência temporal dos quartis; houve muitos que não tiveram registro de óbitos por

DIP, impossibilitando tecer alguma consideração em relação a situação de saúde

destes grupos de doenças e dentre elas as DRSAI.

Logo resumidamente o que se notou neste estudo, quanto à epidemiologia

dos subgrupos das doenças infecto-parasitárias e relativamente as DRSAI, foi que

as situações de saúde não se comportam como um padrão único geográfico em todo

território, apresentando-se expressão regional, temporal e coletiva, daí resultando

em um mosaico de heterogeneidade. Regionalmente, concentrações de óbitos em

áreas específicas. Temporalmente, constância, declive e aclive dos indicadores na

tendência de evolução. E finalmente em relação à pessoa, óbitos em faixas etárias

extremas e vidas perdidas precocemente.

Portanto, o processo histórico das situações de saúde para as DRSAI

devem ser esmiuçadas de modo analítico pelos gestores do sistema de saúde afim

de que possa operacionalizar ações e resolver os problemas de saúde local. Logo,

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DE MINAS GERAIS – UMA ANÁLISE DESCRITIVA

CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

apontar e explicar os inerentes determinantes do processo saúde-doença, através

apreciações mais detalhadas e discussão dos problemas factíveis de resoluções por

meio da lógica de promoção e proteção da saúde com atores sociais, é coerente e

necessário para viabilizar uma qualidade de vida mais equânime universal e

integrada.

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CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Referências Bibliográficas

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