perfil cognitivo em idosos associado a aspectos...
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PERFIL COGNITIVO ASSOCIADO A ASPECTOS FUNCIONAIS E
ANTROPOMÉTRICOS EM IDOSOS
COGNITIVE PROFILE ASSOCIATED WITH FUNCTIONAL AND
ANTHROPOMETRIC ASPECTS IN ELDERLY
PERFIL COGNITIVO EM IDOSOS
Autores:
Willielma Araújo de Brito - Quadra QS 05 Rua 300 Lote 01 - Águas Claras - Distrito
Federal - Taguatinga, DF, 71961-540; [email protected]. Enfermeira – Curso de
Enfermagem das Faculdades Integradas Promove de Brasília e Instituto Superior de
Educação do ICESP.
Lusilene Mendes – Quadra QS 05 Rua 300 Lote 01 - Águas Claras - Distrito Federal -
Taguatinga, DF, 71961-540; [email protected]. Enfermeira – Curso
de Enfermagem das Faculdades Integradas Promove de Brasília e Instituto Superior
de Educação do ICESP.
Marcelo Magalhães Sales – QS07 LT1, Bloco G, EPCT, Águas Claras - DF, CEP:
71966700; [email protected]. Mestre - Programa de Pós-
Graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília - UCB.
João Bartholomeu Neto - SEPS 704/904, Asa Sul
70390045 - Brasília, DF – Brasil; [email protected]. Mestre – Programa de Pós-
Graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília - UCB.
Aparecido Pimentel Ferreira – QE 11 Área Especial C/D - Guará I - Brasília – DF,
CEP: 71020-631; [email protected]. Doutor – Núcleo Interdisciplinar de
Pesquisa – NIP das Faculdades Integradas Promove de Brasília e Instituto Superior de
Educação do ICESP.
Contribuições individuais: Willielma Araújo de Brito e Lusilene Mendes Escrita e coleta de dados Marcelo Magalhães Sales e João Bartholomeu Neto Escrita, e revisão final Aparecido Pimentel Ferreira Análise e revisão final Autor responsável pela correspondência: Aparecido Pimentel Ferreira
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Resumo:
Objetivo: verificar o perfil cognitivo de idosos e a sua associação com
aspectos funcionais e antropométricos. Metodologia: estudo transversal
descritivo realizado em 84 idosos residentes em suas próprias residências.
Foram coletados dados referentes às medidas antropométricas (massa
corporal, estatura, circunferência da cintura (CC), circunferência do quadril
(CQ), para posterior cálculo do índice de conicidade (IC), relação cintura/quadril
(RCQ) e relação cintura/estatura (RCE). Ademais, dados funcionais baseados
na bateria de testes adaptada do Funtional Fitness Test e o déficit cognitivo foi
avaliado por meio do Mini Exame do Estado Mental, também foram coletados.
Resultados: A demência encontrada foi de 7% dos idosos, não havendo
diferença entre os sexos. A CC e a RCE foram consideradas preditoras da
demência enquanto que o equilíbrio foi considerado fator de proteção. A
circunferência da cintura e a relação cintura / estatura foram os maiores
preditores da demência enquanto que o equilíbrio foi considerado fator de
proteção. A razão cintura / estatura apresentou capacidades preditivas da
demência nos idosos que apresentaram RCE maior que 0,67 cm em 5,6 vezes
mais chances de desenvolver a demência enquanto que o equilíbrio
apresentou fator de proteção em 15% menos chances da presença da
demência. Conclusão: A prevalência da demência nos idosos foi de 7% não
diferindo entre os sexos. A CC e RCE apresentaram capacidade preditiva para
a demência enquanto que o equilíbrio foi considerado fator de proteção.
Palavras-chaves: Idoso; Demência; Antropometria.
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Abstract:
Objectives: to verify the cognitive profile of elderly and its association with
anthropometric and functional aspects. Methodology: cross sectional study
conducted in 84 elderly residents in their homes. Data collection comprised
anthropometric measures (weight, height, waist circumference (WC), hip
circumference (HC) for subsequent calculation of the conicity index (CI), waist /
hip ratio (WHR) and waist / height (WHR). Functional data based test battery
adapted from Functional Fitness Test and the cognitive deficit was assessed
using the Mini Mental State Examination. Results: A 7% dementia prevalence
rate was found, with no relevant statistical difference related to gender. The
waist circumference and the waist/height ratio were regarded as predictive of
dementia while a balanced ratio was regarded as a protective factor. Ratio
waist-height presented predictive capabilities to dementia in elderly with a RWH
higher than 0,67 cm in 5,6 times more chances to develop dementia while the
presence of balanced indicated a protection factor in 15% less chances.
Conclusion: prevail of dementia in elderly was 7%. Waist circumference and
waist-hight relation indexes presented predictive capacity for dementia while a
balanced pattern was regarded as a protective factor.
Keywords: Agend; Dementia; Anthropometry.
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INTRODUÇÃO
Durante as últimas décadas, observa-se um novo comportamento
demográfico devido ao avanço na expectativa de vida e o aumento na
proporção de idosos na população mundial. Entretanto, é relevante a busca de
estratégias que busquem prolongar a expectativa de vida livre da incapacidade
funcional e cognitiva.
A população idosa é um grupo caracterizado pela heterogeneidade e
idosos da mesma faixa etária apresentam uma considerável variância no risco
de incapacidade, capacidade cognitiva, hospitalização, institucionalização,
quedas e mortalidade (KAN et al, 2009) 1.
Segundo Nascimento et al (2009)2, o envelhecimento é um processo
contínuo em que ocorre declínio progressivo da maioria dos processos
fisiológicos. Segundo Cavalli et al (2011) 3, é comum alterações em nossos
sistemas quando envelhecemos; com o envelhecimento, a estatura diminui
cerca de 1 cm por década, a freqüência respiratória diminui devido às
alterações estruturais e funcionais; no sistema nervoso o numero de neurônios
cai significativamente. No que se refere ao sistema cardiovascular, é comum
ocorrer aumento da rigidez arterial, aumento da pressão arterial, e diminuição
do débito cardíaco em repouso e no exercício, além de redução da densidade
mineral óssea (PINTO, 2011)4. Adicionalmente, o envelhecimento resulta em
redução da reserva fisiológica respiratória, e diminuição da difusão alvéolo-
capilar.
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No entanto, dentre as diversas alterações verificadas nos idosos, as
alterações conferidas ao cérebro, de natureza morfológica, como a diminuição
de peso e volume cerebral, e de natureza funcional, como o déficit cognitivo,
podem ser mais agressivas. (TIBO, 2007)5. A perda cognitiva ou demência
pode ser observada independente de doenças degenerativas. Segundo Nordon
et al (2009)6 a demência é a perda ou redução progressiva das capacidades
cognitivas, de forma parcial ou completa, permanente ou momentânea,
suficientemente para provocar uma perda de autonomia e declínio funcional
(LACAVA, 2006)7.
Alguns mecanismos para explicar a associação entre desempenho físico
e risco de doenças são sugeridos. Fatores musculares como diminuição das
unidades motoras, ativação muscular comprometida, substituição das fibras
tipo II para as fibras tipo I e conseqüente diminuição na velocidade de
contração; fatores neurológicos como diminuição da sensitividade cutânea, na
velocidade de condução dos neurônios, no tempo de reação, no volume de
matéria cinzenta cerebral, no funcionamento cerebral e lesões na matéria
branca cerebral, têm sido relacionados à diminuição da velocidade da marcha
(KAN et al, 2009, STENHOLM et al, 2010, COOPER et al, 2010)1,8,9.
Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi verificar o perfil
cognitivo de idosos e a sua associação com aspectos funcionais e
antropométricos.
METODOLOGIA
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DELINEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
O presente estudo, de caráter transversal descritivo, foi realizado na
população idosa de ambos os sexos.
CRITÉRIOS ÉTICOS
Antes da coleta de dados o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa do Hospital das Forças Armadas (HFA) sob o protocolo
016/2011/CEP/HFA. Os voluntários ou seus responsáveis assinaram o termo
de consentimento livre e esclarecido (TCLE).
AMOSTRA
A amostra foi constituída por 84 idosos de ambos os sexos (15
Masculino e 69 Feminino) com idade entre 61 e 90 anos, residentes em
domicílios próprios no Distrito Federal, selecionados por conveniência.
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Ter mais de 60 anos de idade, ser residente em domicílio próprio,
assinar o termo TCLE, participar de todas as coletas de dados, não apresentar
nenhuma neuropatia ou problema osteomuscular que impossibilite a
participação nos testes físicos.
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PROCEDIMENTOS DO ESTUDO
Após contato com os idosos em seus domicílios, foram coletados os
dados referentes às medidas antropométricas, ao Mini Exame do Estado
Mental (MEEM), e testes funcionais.
VARIÁVEIS FUNCIONAIS
Os testes funcionais foram baseados na bateria de testes adaptada do
Funtional Fitness Test.
TESTE DE ROMBERG
O avaliador solicitou a cada voluntário que permanecesse com os pés
juntos, descalços, com olhos abertos por aproximadamente 30 segundos e,
depois, com olhos fechados durante também 30 segundos. Foi cronometrado o
tempo de permanência na posição em pé sem perda de equilíbrio e considera-
se positivo o teste quando o voluntário não consegue passar mais de 10
segundos de olhos fechados sem oscilações corporais. Foi registrado o tempo
que cada voluntário apresentou para ter a primeira oscilação, aqui considerado
tempo de equilíbrio, ou seja, em que cada voluntário permaneceu sem
oscilação corporal. Os resultados foram obtidos por meio da duração do tempo
de até 30 segundos em cada posição e pela observação das posições, isto é, a
quantidade de oscilação e estratégias desenvolvidas para a manutenção do
equilíbrio.
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TESTE DE PREENSÃO PALMAR
Inicialmente o avaliador explicou de forma objetiva a finalidade do teste
mostrando o instrumento ao voluntário, para familiarização e adaptação ao
teste. Durante a avaliação da força de preensão palmar, os participantes
permaneceram sentados em um banco regulável de acordo com a altura,
estando o ombro em posição neutra, cotovelos fletidos em 90º e punho na
posição neutra (intermediária entre pronação e supinação), enquanto o
examinador sustentava o dinamômetro.
Os sujeitos foram orientados a realizar a contração isométrica máxima
ao comando verbal do examinador, que consistiu na pronúncia da seguinte
sentença: "um, dois, três e já". Foram realizadas três repetições (com duração
de até 5 segundos para cada tentativa), alternando os membros, sendo
inicialmente testada a mão direita. O intervalo de tempo entre uma tentativa e
outra para a mesma mão, foi de 60 segundos, a fim de permitir um descanso
para evitar a fadiga muscular durante o teste. Nenhum encorajamento por parte
do examinador foi oferecido durante o teste.
TESTE DE LEVANTAR E CAMINHAR (TIMED UP AND GO – TUG)
O teste TUG foi aplicado em local pré-determinado. O resultado do teste
foi mensurado por meio de cronômetro e registrado em segundos, avaliando o
tempo gasto por um idoso para levantar-se de uma cadeira, caminhar uma
distância de 3 metros, dar a volta em uma marcação feita com uma fita fixada
no chão, caminhar em direção à cadeira e sentar-se novamente. Foi utilizado
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um cronômetro digital comum da marca Polar®; uma cadeira de 45 centímetros
de altura para o assento e 65 centímetros de altura para o apoio dos braços
com encosto para as costas, marca Grosfillex®, A demarcação no chão do
percurso de 3m foi realizada utilizando-se uma fita métrica de fibra de vidro e
fita adesiva azul colada ao chão.
TESTE DE LEVANTAR-SE DA CADEIRA
Para esse teste foi utilizada uma cadeira com encosto reto, sem apoio
lateral, com 45 centímetros de altura, e cronômetro. A cadeira ficou encostada
à parede para impedir que a mesma se movesse durante o período do teste.
Foi realizado um pré-teste para familiarização, para assegurar que o
participante sentado ocupe a maior parte do assento, com os pés bem
apoiados no chão. Foi contado em voz alta cada vez que o participante
levantou, até a quinta vez.
MINI EXAME DO ESTADO MENTAL
O MEEM é composto por questões tipicamente agrupadas em 07
categorias, cada uma delas desenhada com o objetivo de avaliar funções
cognitivas específicas, sendo: orientação para tempo (5 pontos), orientação
para locais (5 pontos), registro de palavras (3 pontos), atenção e cálculo (5
pontos), lembrança de palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos), e capacidade
construtiva visual (1 ponto).
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O escore do MEEM pode variar de 0 a 30 pontos. As respostas foram
obtidas mediante perguntas dirigidas, cujas respostas são categorizadas em
escores com base no julgamento do avaliador, embora os escores estejam
previamente estabelecidos no instrumento. Os pontos de corte utilizado no
presente estudo foi: analfabeto - 13 pontos; escolaridade de 1 a 8 anos
incompletos 18 pontos; 8 anos ou mais - 26 pontos, de um total de 30 pontos
(BEVERLY et al, 2005)10.
VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS
MASSA CORPORAL
Para a mensuração da massa corporal foi utilizada uma balança digital
marca britânia®, com resolução de 0,1kg. Para esta mensuração os indivíduos
ficaram com o mínimo de roupa possível, posicionaram-se de pé e
permaneceram imóveis até a estabilização do valor apresentado no visor da
balança. Os voluntários foram colocados de costas para o visor da balança
para que não sentissem tentados a olhar os resultados e se inclinarem levando
a possíveis variações numéricas no visor da balança (COSTA, 2001)11.
ESTATURA
Foi utilizada uma fita métrica de fibra de vidro, que ficou fixada à
parede. Para este procedimento os avaliados uniram os pés e encostaram-se à
parede, ficaram eretos com os braços relaxados ao longo do corpo.
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Executaram uma inspiração profunda. A cabeça do avaliado foi posicionada de
forma que a face ficasse na vertical. Outro referencial para a posição da
cabeça inclui o posicionamento do plano de Frankfurt no qual uma linha
imaginária passa pelo ponto mais baixo da borda inferior da órbita e pelo ponto
mais alto da borda superior do meato auditivo direito (COSTA, 2001)11. Após
estes ajustes foi observado o ponto mais proeminente da cabeça para a
realização da medida.
CIRCINFERÊNCIA DA CINTURA E QUADRIL
A circunferência da cintura foi realizada com uma fita métrica de fibra de
vidro, com 150 centímetros de comprimento e resolução de 0,1. Mensurada na
linha da cicatriz umbilical, estando o avaliado sem camiseta.
A circunferência do quadril realizada com a mesma fita métrica na região
mais preponderante do quadril, estando o avaliado com os pés unidos e as
pernas estendidas (LEITE, 2004)12.
CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO
Para mensurar a Circunferência do Braço (CB), o mesmo foi flexionado
em direção ao tórax em ângulo de 90º, localizado e marcado o ponto médio
entre o acrômio e olécrano. Solicitou-se ao indivíduo que ficasse com o braço
estendido ao longo do corpo e com a palma da mão voltada para baixo
(SPEROTTO et al, 2010)13.
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CIRCUNFERÊNCIA DA COXA
A fita métrica foi posicionada transversalmente, na metade da distância
entre a linha inguinal e a borda superior da patela. Os pés levemente afastados
e o peso do corpo igualmente distribuído entre eles (LEITE, 2004)12.
CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO
A medida foi realizada com o avaliado em pé, com a coluna ereta e a
cabeça no plano horizontal de Frankfurt. A fita métrica foi posicionada na
menor circunferência do pescoço logo acima da proeminência laríngea (pomo
de Adão) (DELGADO, 2004)14.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Inicialmente foi verificada a normalidade dos dados após as
estratificações dos grupos, utilizando-se o teste de Shapiro-Wilk quando o
grupo estratificado foi até 50 indivíduos e Kolmogorov-Smirnov quando o grupo
foi superior a 50 indivíduos.
Foi utilizada a estatística descritiva e medidas de freqüência para
verificar a prevalência da hipertensão arterial, diabetes, labirintite, osteoporose,
nível de atividade física e classificação nutricional. Para os dados contínuos
foram usados os valores de média e desvio padrão.
Foi utilizado o teste Qhi-quadrado (X²) para analisar as proporções entre
os diferentes grupos. Foi usado o test “t” independente para analisar as
diferenças antropométricas, hemodinâmicas, estado mental e de desempenho
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dos testes funcionais de acordo com o nível de atividade física, classificação
nutricional e o sexo.
Para a análise dos pontos de corte dos indicadores antropométricos e de
desempenho dos testes funcionais estudados que pudessem identificar a
demência foi adotada a técnica de curva ROC (receiver operating
characteristic).
A curva ROC foi gerada pela plotagem da sensibilidade no eixo y em
função de 1 - especificidade - no eixo x. Por um lado, a sensibilidade refere-se
à porcentagem dos indivíduos que apresentaram o desfecho (no presente
estudo, a demência) e que foram corretamente diagnosticados por meio do
indicador (isto é, verdadeiro-positivo). Por outro lado, a especificidade descreve
a porcentagem dos indivíduos que não apresentaram o desfecho e foram
corretamente diagnosticados por meio do indicador (isto é, verdadeiro-
negativo).
O critério utilizado para aceitação de ponto de coorte válido foi
apresentar valores de sensibilidade e especificidade mais próximos entre si e
não inferiores a 60%. A significância estatística de cada análise foi verificada
pela área sob a curva ROC e pelo intervalo de confiança a 95% (IC95%).
Nesse sentido, um indicador perfeito apresenta a área sob a curva ROC de
1,00, ao passo que a linha diagonal representa a área sob a curva ROC de
0,50. Para um indicador apresentar uma habilidade discriminatória significativa,
a área sob a curva ROC deve estar compreendida entre 1,00 e 0,50, e quanto
maior a área, maior o poder discriminatório do respectivo indicador.
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O IC95% é outro determinante da capacidade preditiva. Portanto, para o
indicador antropométrico ou de capacidade física verificado ser considerado
preditor significativo da demência, o limite inferior do IC (Li-IC) não pode ser <
0,50.
Os modelos de regressão logística bivariada e multivariada foram
utilizados para o cálculo do Odds Ration (OR) e foram realizados os ajustes
para variáveis antropométricas e de capacidade funcional.
Foi adotado o valor de p < 0,05 para apontar as diferenças
estatisticamente significativas. Para a análise estatística foi utilizado o SPSS
(Statistical Package for the Social Sciences) para Windows, versão 18.0 e pelo
programas Statatm, versão 9.1.
RESULTADOS
A tabela 1 e 2 apresentam a caracterização da amostra, com valores
antropométricos, hemodinâmicos, de desempenho e o resultado do teste do
MEEM, bem como os valores percentuais da demência e de outras doenças
crônicas.
Tabela 1 - Aqui
Houve diferença estatisticamente significativa para as variáveis: massa
corporal, estatura, RCQ, circunferências do pescoço e da cintura, no qual os
homens apresentaram valores superiores quando comparado às mulheres.
Tabela 2 - Aqui
15
A Tabela 3 apresenta os pontos de corte e os respectivos valores de
sensibilidade e especificidade dos indicadores antropométricos e dos testes
que mediram a capacidade funcional na predição da demência.
Tabela 3 - Aqui
De acordo com a tabela 3, as variáveis antropométricas da
circunferência da cintura e a razão cintura/estatura foram consideradas
preditoras da demência, uma vez que, o limite inferior do intervalo de confiança
se apresentou acima de 0,50 (Li - IC > 0,50). Já o IMC, Índice de conicidade,
RCQ e os testes de desempenho, conforme estabelecidos na metodologia, não
apresentaram valores confiáveis de sensibilidade e especificidade (Li - IC <
0,50). Nesse sentido, a Figura 1 apresenta as curvas ROC das principais
variáveis testadas.
Figura 1 - Aqui
A tabela 4 apresenta o Odds Ratio das variáveis antropométricas e de
performance funcional para a demência para o grupo todo.
Tabela 4 - Aqui
Inicialmente a variável sexo foi testado como modificador de efeito e
como não apresentou capacidade para mudança do efeito, optamos por
analisar apenas o grupo total, sem estratificar por sexo. Dentre as variáveis
antropométricas e funcionais analisadas, apenas a RCE e o equilíbrio
apresentaram valores de risco/proteção, respectivamente, significativos. Idosos
com RCE acima de 0,67cm apresentam risco 5,63 vezes maior de apresentar a
demência enquanto que idosos que apresentam equilíbrio apresentam 15%
menos chances de ter a demência.
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DISCUSSÃO
Os principais resultados do presente estudo mostraram que a
prevalência da demência nos idosos foi de 7%, e que dentre as variáveis
antropométricas e funcionais testadas, apenas a CC e a RCE apresentaram
capacidade preditiva para a demência. Quando analisado a razão de chances,
verificou-se que quem apresenta a RCE superior a 0,67cm tem 5,6 vezes mais
chances de apresentar demência, ao passo que a presença do equilíbrio
significa fator de proteção em 15%.
Uma das possíveis explicações para esse fenômeno pode ser a maior
quantidade de gordura abdominal verificada por meio da CC e RCE. De acordo
com Matsudo et al (2000)15, esse padrão antropométrico (maior deposição de
gordura na região central) está associado com menores níveis de
condicionamento físico e com um estilo de vida menos ativo.
O ganho no peso corporal e o acúmulo da gordura corporal
particularmente na região central parecem resultar de um padrão programado
geneticamente, de mudanças na dieta e no nível de atividade física,
relacionados com a idade ou a uma interação entre esses fatores. Baixos
níveis de força muscular, assim como a obesidade (IMC ≥ 30), elevada
circunferência de cintura e altas porcentagens de gordura são associadas ao
declínio funcional (SCHAAP et al, 2013)16.
A força de preensão palmar é a única técnica de mensuração de força
muscular recomendada para a clínica, avaliada quantitativamente por meio de
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um dinamômetro manual. Há tendência para que a força de preensão palmar
seja cada vez mais utilizada para diagnóstico clínico em idosos (Roberts et al,
2011)17. Menores escores de força de preensão palmar ou extensão da perna é
um preditor independente de mortalidade total em idosos de 85 anos não
institucionalizados (TAKATA et al, 2011)18.
A associação de baixo nível no condicionamento físico, o estilo de vida e
o excesso de peso, tem estreita relação como o isolamento social e com a
mobilidade física, podendo em alguns casos chegar a perda da autonomia
funcional e, por conseguinte resultar em desordens neurológicas, podendo
afetar o desempenho no teste cognitivo usado no presente estudo. Para
Matsudo et al. 200015, com o aumento da idade as pessoas se tornam menos
ativas, suas capacidades físicas diminuem e aparecem alterações psicológicas
como sentimento de velhice, estresse e depressão. Concomitantemente, ocorre
a aparição de doenças crônicas, que, contribuem para deteriorar o processo de
envelhecimento, todavia, parece que o desuso das funções fisiológicas gera
mais problemas do que a maioria dos efeitos do envelhecimento.
Nesse mesmo sentido, o presente estudo verificou que o equilíbrio foi
considerado fator de proteção para a demência, uma vez que sujeitos com
maior capacidade de equilíbrio, possivelmente apresentam também maiores
facilidades para a mobilidade física e a manutenção da autonomia funcional.
Segundo Borges et al (2009)19, a prática de atividade física promove
além da prevenção, a reabilitação da saúde do idoso, pois acrescentam
melhoras à aptidão física, e conseqüente facilitação da manutenção de bons
níveis de independência e autonomia para as atividades da vida diária.
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Atualmente existem diversos métodos para mensurar a estabilidade
corporal, que é um importante componente na manutenção da posição bípede
e na manutenção do equilíbrio durante os movimentos e atividades diárias.
Idosos são considerados população de risco para queda e subseqüentes
lesões (RUHE et al, 2010)20.
O sistema de controle postural depende de uma habilidade intacta (ilesa)
para perceber corretamente o ambiente pelo sistema sensorial periférico, assim
como o processamento e integração das vias proprioceptivas, visual e
vestibular no nível do sistema nervoso central (SNC) (RUHE et al, 2010)20.
O risco de quedas aumenta com a idade e podem ter um efeito
devastador na independência e qualidade de vida. Muitas vezes leva a um ciclo
vicioso de inatividade com futuro declínio da funcionalidade, aumento do risco
de quedas, e maior probabilidade de necessidade de acompanhante. Os testes
de equilíbrio são ferramentas úteis para diagnosticar a perda dessa capacidade
física. Encorajar idosos a melhorar a funcionalidade física pode ajudá-los a
manter a independência e reduzir a necessidade de viver com assistência
(SMEE et al, 2012)21.
Corroborando com os achados do presente estudo, Hanna et al (2006)22,
afirmam que dados epidemiológicos sugerem que pessoas moderadamente
ativas têm menor risco de ser acometidas por desordens mentais do que as
sedentárias, mostrando que a participação em programas de exercícios físicos
exerce benefícios na esfera física e psicológica e que indivíduos fisicamente
ativos provavelmente possuem um processamento cognitivo mais rápido. Isso
pode ser explicado em parte por uma ação direta e indireta do exercício físico
19
sobre a função cognitiva, de tal forma que os mecanismos que agem
diretamente aumentam a velocidade do processamento cognitivo, levando a
uma melhora na circulação cerebral e alteração na síntese e degradação de
neurotransmissores. Além dos mecanismos diretos, outros, tais como
diminuição da pressão arterial, decréscimo dos níveis de LDL e triglicérides no
plasma sanguíneo e inibição da agregação plaquetária parecem agir
indiretamente, melhorando essas funções e também a capacidade funcional
geral, refletindo-se desta maneira na saúde mental da pessoa idosa
(CARVALHO, 2011)23.
Os dados de prevalência do presente estudo foram semelhantes aos
apresentados por Oliveira et al (2006)24, que também demonstram que os
resultados obtidos demonstraram que as alterações cognitivas detectadas nos
idosos pelo MEEM não apresentaram associação com o teste de mobilidade
avaliado pelo TUG. Esses achados coincidem com a literatura pesquisada que
mostra que em alguns quadros demenciais os pacientes apresentam
inquietação e deambulação incessante durante grande parte do dia e apenas
na Demência de Alzheimer, ou seja, na ausência de sinais extrapiramidais,
existe uma lentidão motora associada. Pacientes com importantes alterações
cognitivas e às vezes até portadores de demência, não necessariamente terão
uma diminuição da mobilidade.
Uma das limitações do presente estudo é o tamanho da amostra e a
desproporção entre idosos de sexo masculino e feminino, no entanto, a
literatura ainda carece de investigações como essa, tornando relevantes os
resultados do presente experimento. Outra limitação foi o instrumento utilizado,
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uma vez que o MEEM apesar de ser um teste amplamente utilizado, ainda
carece estudos que determinem melhor a sua utilização, bem como a adoção
de pontos de cortes adequados a população brasileira.
De forma aplicável, o presente estudo demonstra que é pouco
prevalente a presença de demência nos idosos residentes em seus próprios
domicílios. É importante manter a preocupação com variáveis relacionadas a
capacidade funcional, bem como ao perfil antropométrico, uma vez que
apresentam relação com o déficit cognitivo. Nesse sentido, profissionais da
área da saúde devem proporcionar um ambiente que favoreça a atividade física
com segurança, manutenção da capacidade funcional e evitar o excesso de
peso, particularmente na região central.
CONCLUSÃO
A prevalência da demência nos idosos foi de 7%, não diferindo entre os
sexos. A CC e a RCE apresentaram capacidade preditiva para a demência,
sendo que idosos que apresentaram a RCE maior que 0,67cm apresentaram
5,6 vezes mais chances de apresentar demência, e a capacidade física e o
equilíbrio refletem fator de proteção, apresentando 15% menos chances de
possuir demência.
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Tradução Carlos Henrique Cosendey, revisão técnica Ana Karine
Ramos Brum – Rio de Janeiro: Reichman & Autores editores; 2005; 1(2): 108-
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11. Costa, R. F. Composição Corporal: Teoria e Prática da Avaliação.
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13. Sperotto, FM. Spinelli, RB. Avaliação Nutricional em Idosos
Independentes de uma Instituição de Longa Permanência no Município de
Erechim – RS. Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões;
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14. Delgado, LA. Avaliação da aptidão física: projeto de elaboração de
sistema de informação. 2004. 75 f. Monografia (Licenciatura em Educação
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Maranhão; São Luis; 2004.
15. Matsudo, SM. et al. Impacto do envelhecimento nas variáveis
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Terceira Idade: Estudo Comparativo dos Níveis de Autonomia para o
Desempenho nas AVDs e AIVDs entre Idosos Ativos Fisicamente e Idosos
Sedentários. [Trabalho de Conclusão de Curso] Rio Grande do Sul: Faculdade
Cenecista de Osório; 2009.
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pressure measures in bipedal static task conditions – A systematic review of the
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Moduladas Pelo Exercício Físico: Implicações nos Processos de memória e
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Mobilidade: Estudo Piloto. Revista Brasileira de Fisioterapia; 2006; 10(1): 91-
96.
26
Tabela 1 – Caracterização da amostra com dados contínuos
antropométricos hemodinâmicos e de desempenho.
Homens
N= 15
Mulheres
N= 69
Grupo Total
N= 84
Massa corporal (kg) 76,2 ± 10 68,9 ± 12* 68,3 ± 13,3
Estatura (m) 1,63 ± 0,07 1,55 ± 0,08* 15,5 ± 0,1
IMC (kg/m²) 28,5 ± 2,7 27,4 ± 4,4 27,6 ± 4,2
Índice de Conicidade 1,4 ± 0,1 1,37 ± 0,09 1,37 ± 0,1
RCQ (cm) 1,0 ± 0,07 0,94 ± 0,08* 0,95 ± 0,08
RCE (cm) 0,64 ± 0,06 0,63 ± 0,07 0,62 ± 0,06
PAS (mmHg) 136 ± 13 131 ± 13 132 ± 13,2
PAD (mmHg) 92 ± 13 85 ± 10 86 ± 10,6
PAM (mmHg) 106 ± 12 100 ± 10 101 ± 10,6
Circunferência do Pescoço (cm) 43 ± 2,9 38,9 ± 4* 39,1 ± 3,9
Circunferência do Braço (cm) 31,4 ± 2,3 32 ± 4,2 32 ± 4,3
Circunferência da Coxa (cm) 49,1 ± 4 49 ± 6,1 48,5 ± 5,6
Circunferência do Quadril (cm) 103 ± 6,8 103 ± 11,1 104 ± 9,7
Circunferência da Cintura (cm) 104 ± 9,3 97 ± 9,8* 98 ± 10,6
Força de Preensão Palmar da mão
Dominante (Kg)
17 ± 8 20,4 ± 8,3 19,9 ± 8,3
Força de Preensão Palmar da mão
Não Dominante (Kg)
15,5 ± 8,5 18,7 ± 9,9 18,2 ± 9,7
TUG (segundos) 10,2 ± 3,3 11,3 ± 4,1 11,1 ± 4
Levantar-se da cadeira (segundos) 11,2 ± 6 12,1 ± 9,4 11,9 ± 3,5
MEEM (pontos) 21,4 ± 3,8 21,9 ± 4 21,8 ± 4
IMC – índice de massa corporal; RCQ – relação cintura quadril; RCE – relação cintura estatura; PAS – pressão arterial sistólica; PAD – pressão arterial diastólica; PAM – pressão arterial média; TUG - teste de levantar e caminhar; MEEM – mini exame do estado mental.
27
Tabela 2 – Caracterização da amostra com dados de freqüência da
demência e de doenças crônicas.
Homens Mulheres Grupo Total
Obesidade 77% 56,5% * 57,2%
Hipertensão Arterial 92,3% 73,2% * 76,2%
Diabetes Mellitus 38,5% 31% 32,1%
Labirintite 23% 32,4% 31%
Osteoporose 15,4% 26,8% 25%
Demência 7,7% 7% 7,1%
Tabela 3 - Pontos de corte, valores de sensibilidade e especificidade dos
indicadores antropométricos e dos testes funcionais como preditores da
demência.
Demência (n = 84) PC Sensib. Espec. ASC
Cintura 100 83,3 65,4 0,75 (0,57 – 0,93)
IMC 28 67 53 0,71 (0,47 – 0,94)
Índice de Conicidade 1,41 50 62 0,57 (0,36 – 0,78)
RCQ 0,92 50 52 0,46 (0,25 – 0,67)
RCE 0,67 67 77 0,77 (0,61 – 0,93)
Força de Preensão Palmar da
mão Dominante
24 67 39 0,38 (0,16 – 0,59)
Força de Preensão Palmar da
mão Não Dominante
28 67 32 0,33 (0,11 – 0,54)
TUG 10,59 66 51 0,61 (0,30 – 0,92)
IMC – índice de massa corporal; RCE – relação cintura / estatura; RCQ – relação cintura / quadril; TUG – teste de levantar e caminhar; PC - ponto de coorte; Sensib. - valor de sensibilidade; Espec. - valor de especificidade; ASC - área sob a curva.
28
Tabela 4 – Odds Ratio para demência para o grupo total.
Variáveis Grupo total
IMC > 27 kgm² 3.75 (0.5 – 30)
Índice de Conicidade > 1,25 1
Cintura > 100 8,15 (0,99 – 66)
RCE > 0,67 5,63 (1,11 – 28) *
Sedentarismo 1,36 (0,26 – 7,0)
Prensão Palmar D > 20 0,53 (0,10 – 2,7)
Prensão Palmar ND > 20 0,36 (0,05 – 2,9)
Tug >10.59 0,5 (0,05 – 2,6)
Equilíbrio 0,15 (0,04 – 0,65) *
Levantar da Cadeira com segurança 0,65 (0,12 – 3,2)
IMC – índice de massa corporal; RCE – relação cintura / estatura; Prensão Palmar D – Força de prensão palmar da mão dominante; Prensão Palmar ND – Força de prensão palmar da mão não dominante; TUG – teste de levantar e caminhar.
Figura 1 - Curvas ROC dos indicadores antropométricos e dos testes funcionais como preditores da demência. RCE – relação cintura / estatura; Força MND – Força de
29
prensão palmar da mão não dominante; Força MD – Força de prensão palmar da mão dominante; IMC – índice de massa corporal.
Normas da Revista Brasileira de Geriatria e gerontologia
Preparo dos Manuscritos – formato e partes
Os manuscritos podem ser escritos em português, espanhol e inglês, com título,
resumo e termos de indexação no idioma original e em inglês. Eles devem
destinar-se exclusivamente à Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia e não
serem submetidos para avaliação simultânea em outros periódicos. A indicação
das referências constantes no texto e a correta citação são de responsabilidade
do(s) autor(es) do manuscrito.
Texto: preparado em folha tamanho A-4, espaço duplo, fonte Arial tamanho 12,
margens de 3 cm. Todas as páginas deverão estar numeradas. Tabelas: deverão
ser apresentadas depois do texto, numeradas consecutivamente com algarismos
arábicos, na ordem em que foram citadas, e sua localização no texto deve ser
indicada. Não repetir em gráficos os dados apresentados em tabela. Não traçar na
tabela linhas internas horizontais ou verticais; os quadros terão as bordas laterais
abertas. Preferencialmente, a quantidade máxima de tabelas deve ser cinco. A
cada uma se deve atribuir um título breve e indicar a cidade/estado e
ano. Imagens: o autor responsabiliza-se pela qualidade das figuras (desenhos,
ilustrações e gráficos), que devem ser enviados em impressão de alta qualidade,
em preto-e-branco e/ou cinza, e devem estar no programa original (Excel, Corel
etc.) ou em 300 dpi quando não forem editáveis. Notas de rodapé: deverão ser
restritas ao necessário. Não incluir nota de fim.
Página de título contendo: (a) Título completo do artigo, em português ou
espanhol e em inglês, e título curto para as páginas. Um bom título permite
identificar o tema do artigo. (b) Autores: devem ser citados como autores
somente aqueles que participaram efetivamente do trabalho, para ter
responsabilidade pública pelo seu conteúdo. Relacionar nome e endereço completo
de todos os autores, incluindo e-mail, última titulação e instituições de afiliação
(informando departamento, faculdade, universidade). Informar as contribuições
individuais de cada autor na elaboração do artigo. Indicar o autor para
correspondência. (c) Financiamento da pesquisa: se a pesquisa foi subvencionada,
indicar o tipo de auxílio, o nome da agência financiadora e o respectivo número do
processo.
Resumo: os artigos deverão ter resumo com um mínimo de 150 palavras e
máximo de 250 palavras. Os artigos submetidos em inglês deverão ter resumo em
português, além do abstract em inglês. Para os artigos originais, os resumos
devem ser estruturados destacando objetivos, métodos, resultados e conclusões
mais relevantes. Para as demais categorias, o formato dos resumos pode ser o
narrativo, mas com as mesmas informações. Não deve conter citações.
Palavras-chave: indicar no mínimo três e no máximo seis termos que identifiquem
o conteúdo do trabalho, utilizando descritores em Ciência da Saúde - DeCS - da
30
Bireme (disponível em http://www.bireme.br/decs).
Corpo do artigo: os trabalhos que expõem investigações ou estudos devem estar
no formato: introdução, metodologia, resultados, discussão e conclusões.
Introdução: deve conter o objetivo e a justificativa do trabalho; sua importância,
abrangência, lacunas, controvérsias e outros dados considerados relevantes pelo
autor. Não deve ser extensa, a não ser em manuscritos submetidos como Artigo
de Revisão. Metodologia: deve conter descrição da amostra estudada e dados do
instrumento de investigação. Nos estudos envolvendo seres humanos deve haver
referência à existência de um termo de consentimento livre e esclarecido
apresentado aos participantes após aprovação do Comitê de Ética da instituição
onde o projeto foi desenvolvido. Resultados: devem ser apresentados de forma
sintética e clara, e apresentar tabelas ou figuras elaboradas de forma a serem
auto-explicativas e com análise estatística. Evitar repetir dados do texto. O
número máximo de tabelas e/ou figuras é cinco. Discussão: deve explorar os
resultados, apresentar a experiência pessoal do autor e outras observações já
registradas na literatura. Dificuldades metodológicas podem ser expostas nesta
parte. Conclusão: apresentar as conclusões relevantes face aos objetivos do
trabalho, e indicar formas de continuidade do estudo.
Agradecimentos: podem ser registrados agradecimentos a instituições ou
indivíduos que prestaram efetiva colaboração para o trabalho, em parágrafo com
até cinco linhas.
Referências: devem ser normalizadas de acordo com o estilo Vancouver. A
identificação das referências no texto, nas tabelas e nas figuras deve ser feita por
número arábico, correspondendo à respectiva numeração na lista de referências.
As referências devem ser listadas pela ordem em que forem mencionadas pela
primeira vez no texto (e não em ordem alfabética). Esse número deve ser
colocado em expoente. Todas as obras citadas no texto devem figurar nas
referências.
Exemplos:
1. ARTIGOS EM PERIÓDICOS
Artigo com um autor
Marina CS. O processo de envelhecimento no Brasil: desafios e perspectivas.
Textos
Envelhecimento 2005 jan-abr;8(1): 43-60.
Artigo com até três autores, citar todos
Daumas RP, Mendonça GAS, León AP. Poluição do ar e mortalidade em idosos no
município do Rio de Janeiro: análise de série temporal. Cad Saúde Pública 2004
fev;
20(1):311-19.
Artigo com mais de três autores usar “et al”
Silva DMGV, et al. Qualidade de vida na perspectiva de pessoas com problemas
respiratórios crônicos: a contribuição de um grupo de convivência. Rev Lat Am
Enfermagem 2005 fev;13(1):7-14.
2. LIVROS
31
Autor pessoa física
Minayo CS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 10 ed. São
Paulo:
Hucitec; 2007.
Autor organizador Veras RP, Lourenço R, organizadores.
Formação humana em Geriatria e Gerontologia:
uma perspectiva interdisciplinar. 1ª ed. Rio de Janeiro: UnATI/UERJ; 2006.
Autor instituição
Organização Mundial de Saúde (OMS). Envelhecimento ativo: uma política de
saúde.
Brasília: Organização Pan-Americana de Saúde; 2005.
3. CAPÍTULO DE LIVRO
Prado SD, Tavares EL, Veggi AB . Nutrição e saúde no processo de
envelhecimento. In:
Veras RP, organizador. Terceira idade: alternativas para uma sociedade em
transição. 1ª
ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará; 1999. p. 125-36.
4. Anais de Congresso - Resumos
Machado CG, Rodrigues NMR. Alteração de altura de forrageamento de espécies
de aves
quando associadas a bandos mistos. VII Congresso Brasileiro de Ornitologia;
1998; Rio
de Janeiro. Rio de Janeiro: UERJ/NAPE; 1998.
5. DISSERTAÇÃO E TESE
Lino VTS. Estudo da resposta imune humoral e da ocorrência de episódios de gripe
após
a vacinação contra influenza em idosos. [tese]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de
Saúde
Pública, Fundação Oswaldo Cruz; 2001.
6. DOCUMENTOS LEGAIS
Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96, de 10
de
outubro de 1996. Dispõe sobre Diretrizes e Normas Regulamentadoras de
Pesquisa
envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União 1996; 16 set.
7. Material da Internet
Artigo de periódico
Meira EC, Reis LA, Mello IT, Gomes FV, Azoubel R, Reis LA. Risco de quedas no
ambiente físico domiciliar de idosos: Textos Envelhecimento [Internet]. 2005
[Acesso em
2007 nov 2]; 8(3). Disponível em
URL:http://www.unati.uerj.br/tse/scielo.php?script=sci_arttext &pid=51517-
32
59282005000300006&ing=pt&nrm=iso.
Livro Assis M, organizador. Promoção da saúde e envelhecimento: orientações
para
o desenvolvimento de ações educativas com idosos. Rio de Janeiro; 2002. 146p.
(Série
Livros Eletrônicos) [acesso em 2010 jan 13]. Disponível em: URL:
http//www.unati.uerj.br
Documentos legais
Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Portaria
nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Brasília: 2006. [Acesso em 2008 jul 17].
Disponível em: URL: <
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/2528%20aprova%20a%20politica
%20nacional%20de%20saude%20da%20pessoa%20idosa.pdf>
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33
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